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Lei Federal 13.

140-2015

Art. 22. A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:

Esta norma da Lei de Mediação conflita com o princípio consagrado da autonomia da


vontade previsto no art.166 do NCPC no seu parágrafo quarto.

Art. 166.  A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da


independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da
oralidade, da informalidade e da decisão informada.

§ 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos


interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais.

I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação,


contado a partir da data de recebimento do convite;

O prazo mínimo do NCPC é de 10 dias corridos após a citação pela leitura do caput do
Art. 334. Na Lei de Mediação no seu Art.22, parágrafo segundo, inciso I, na ausência de
previsão contratual completa o prazo mínimo é de 10 dias úteis após o convite.

O prazo máximo não poderá ser superior a 2 (dois) meses da data da primeira sessão
como dispõe o Art. 334 do NCPC no seu parágrafo segundo enquanto que na Lei de
Mediação no seu Art.22, parágrafo segundo, inciso I, na ausência de previsão contratual
completa o prazo máximo é de 3 (três) meses do recebimento do convite, ou de 2 (dois)
meses e 20 (vinte) dias da realização da primeira sessão.

Mas existe a hipótese na própria Lei de Mediação no art.23 das partes suspenderem
formalmente o início da mediação, o que suspenderia o processo arbitral ou judicial pelo
mesmo tempo.

CAPÍTULO V
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO

Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.

§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não


podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que
necessárias à composição das partes.

II - local da primeira reunião de mediação;

III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;


Os mediadores precisarão ser cadastrados na forma do art.166 do NCPC mesmo que
tenham sido escolhidos pelas partes e não indicados pelo tribunal. Mas as partes podem
escolher mediadores não cadastrados como dispõe o art. 168 do NCPC que será transcrito
mais a frente.

Art. 167.  Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e


mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de
tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de
sua área profissional.

IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira


reunião de mediação.
§ 1º A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima enumerados
pela indicação de regulamento, publicado por instituição idônea prestadora de serviços de
mediação, no qual constem critérios claros para a escolha do mediador e realização da
primeira reunião de mediação.
§ 2º Não havendo previsão contratual completa, deverão ser observados os seguintes
critérios para a realização da primeira reunião de mediação:
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados a partir do
recebimento do convite;
II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais;
III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de
mediadores capacitados; a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um
dos cinco mediadores e, caso a parte convidada não se manifeste, considerar-se-á aceito o
primeiro nome da lista;
IV - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de mediação
acarretará a assunção por parte desta de cinquenta por cento das custas e honorários
sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior,
que envolva o escopo da mediação para a qual foi convidada.

O NCPC considera o não comparecimento a sessão de mediação como ato atentatório


a dignidade da justiça sendo passível de multa de 2% do valor da causa conforme dispõe o
artigo 334 parágrafo oitavo. Mas o inciso IV acima não deixa claro se substitui a penalidade
do NCPC ou se adiciona mais uma.

Art. 334.  

§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação


é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da
União ou do Estado.

§ 3º Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não


contenham cláusula de mediação, o mediador extrajudicial somente cobrará por seus
serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de mediação e permanecer,
voluntariamente, no procedimento de mediação.
Art. 23. Se, em previsão contratual de cláusula de mediação, as partes se
comprometerem a não iniciar procedimento arbitral ou processo judicial durante certo prazo
ou até o implemento de determinada condição, o árbitro ou o juiz suspenderá o curso da
arbitragem ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o implemento dessa
condição.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência em que o
acesso ao Poder Judiciário seja necessário para evitar o perecimento de direito.
SUBSEÇÃO III
Da Mediação Judicial
Art. 24. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, pré-
processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar,
orientar e estimular a autocomposição.

A Lei de Mediação, quando trata da função dos CEJUSC no seu art.165, especifica
que ele pode ter funções pré-processuais, o que abre a possibilidade de ocorrer uma
mediação judicial sem se instaurar um processo.

Art. 165.  Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.

§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo


tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.

Parágrafo único. A composição e a organização do centro serão definidas pelo


respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores não estarão sujeitos à prévia aceitação
das partes, observado o disposto no art. 5º desta Lei.

Mas nada impede pela leitura combinada do artigo 25 da Lei de Mediação com o
Art.168 do NCPC que as partes decidam escolher entre mediadores judiciais disponíveis.

Art. 168.  As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a
câmara privada de conciliação e de mediação.

§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado
no tribunal.

§ 2o Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá


distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva
formação.

§ 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou


conciliador.
Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos,
ressalvadas as hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de setembro de 1995, e
10.259, de 12 de julho de 2001.

Parágrafo único. Aos que comprovarem insuficiência de recursos será assegurada


assistência pela Defensoria Pública.
Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de mediação.

Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.

Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta
dias, contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum acordo, requererem
sua prorrogação.
Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão encaminhados ao juiz, que
determinará o arquivamento do processo e, desde que requerido pelas partes, homologará o
acordo, por sentença, e o termo final da mediação e determinará o arquivamento do
processo.

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