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CASO 19

Tinhamos 2 titulos executivos para a mesma obrigação ou temos 2 titulos para


obrigaçoes diferentes? Importante porque podíamos estar perante uma exceçao de
litispendência se considerarmos que estamos perante a mesma obrigação. Prof – parece
é que temos um concurso de pretensões (posso atacar só os 300 mil, posso atacar só os
50 mil ou posso atacar os dois, recebendo no máximo 300 mil e nunca os 350 mil) – ver
o texto do aval nas pags 7 e 8
Quanto à falsidade da assinatura no cheque: dado que o titulo executivo em questão era
extrajudicial teríamos de ter em conta o 731º, que possibilita que sejam invocados
quaisquer fundamentos que possam ser deduzidos como defesa na ação declarativa.
Assim, o P poderia alegar a falsidade do titulo de crédito ao abrigo do 374º/2 CC.
Quanto a ser parte ilegítima: 1682º-A/2 CC exige que para a oneração da casa de
morada de família seja necessário o consentimento de ambos os cônjuges, assim
aplicávamos o 54º/2 CPC e poderia ter sido demandada quer só o P, quer só a Q, quer
ambos. Quanto ao cheque ela seria parte ilegítima aplicado o 53º, 729º/1 c) ex vide 731º

Tópicos de resolução: ele ao executar a hipoteca abate a dívida do cheque;

a) Quanto aos fundamentos que Pipo apresenta na oposição à execução, temos a


regra geral do artigo 729.º do CPC, mas como os fundamentos não se baseiam numa
sentença (art. 703/a) do CPC), então aplicamos o artigo 703/ alínea b) do CPC, e por
conseguinte aplicamos o artigo 731.º do CPC, portanto Pipo poderia impugnar a
assinatura, (defesa por impugnação, não há a sujeição à taxatividade do artigo 729.º do
CPC.
b) Porque a escritura pública da hipoteca é um reocnehicmento de um dívida;
c) Quanto aos fundamentos que Quitéria apresenta, (a falta de legitimidade), temos
também de ter em conta, o artigo 729/alínea c) do CPC, pelo que temos uma exceção
dilatória;

ü Pipo e Quitéria estão casados no regime geral de bens, pelo que esses bens são
comuns e há uma prestação de garantia sobre a casa de morada de família, pelo que
haveria aqui comunicabilidade da dívida nos termos do art. 1691.º do CC. Ao abrigo do
artigo 34/3.º do CPC haveria aqui uma situação de litisconsórcio necessário conjugal,
portanto Quitéria era parte legítima e portanto tinha de figurar necessariamente na ação;
ü Partindo do pressuposto que os requisitos do cheque estão preenchidos, ele pode
passar para a ação executiva, nos termos do artigo 724/1/e) do CPC;
ü No processo executivo vigora o princípio da legitimidade formal, nos termos
doa rt. 53.º do CPC, razão pela qual a ação executiva deve ser promovida pela pessoa
que, no título executivo, figure como credora, e deve ser proposta contra a pessoa que,
no título executivo, figure como devedora;
ü Contudo, para além das exceções ao princípio da legitimidade formal previstas
no artigo 54.º do CPC, a lei processual civil prevê igualmente a possibilidade de o
exequente alegar, de forma fundamentada, que a dívida é comum ou comunicável ao
cônjuge do devedor, ainda que aquele não figure como devedor do título executivo:
portanto nos termos do art. 1690.º do CC, qualquer dos cônjuges tem legitimidade para
contrair dívidas sem o consentimento do outro. As dívidas conjugais podem ser
comunicáveis quando responsabilizam ambos os cônjuges (nos termos doa rt. 1691.º ,
n.º 1 e art. 2.º , art. 1694.º n.º 1 e 2 do CC).
ü Assim nos termos do artigo 741/1.º do CPC, sendo movida ação executiva
contra apenas um dos cônjuges (por ser ele a figurar em exclusivo com essa qualidade
no título executivo), o exequente pode, de forma fundamentada, alegar que a dívida é
comum do casal, quer a totalidade dos vens comuns do casal, quer os bens próprios de
qualquer um dos cônjuges.
ü Art. 786/1/a) do CPC;  Art. 787.º do CPC;
ü Contudo o exequente só pode alegar que a dívida é comum do casal se o título
executivo revestir natureza extrajudicial, pois que, se o título executivo o

ü Temos de ter sempre em atenção ao seguinte: qual é o regime de bens? É


importante por causa do regime da responsabilidade objetiva. Havendo separação de
bens, o modo de responsabilidade é diferente. Se houver comunhão de bens, se as
dívidas forem da responsabilidade de ambos respondem i) primeiro as dívidas comuns
e depois a meação nos bens próprios. E se houver uma dívida própria, os bens próprios
de cada um e depois metade nos bens comuns. Se for regime de separação de bens, só
há bens próprios.
Mesmo quando há bens em comunhão, são bens em compropriedade.

ü Responsabilidade subjetiva da dívida: ou é da responsabilidade de ambos, ou só


de um.  Neste caso, por um lado o cheque é só de uma dívida própria, mas depois o
art. 741.º do CPC confere a possibilidade do exequente alegar a comunicabilidade da
dívida; Aqui os dois já podem ser executados, e é vantajoso comunicar a dívida, neste
caso o documento era próprio, mas podíamos deduzir a comunicabilidade.
ü Depois ainda tínhamos de analisar a hipoteca, o contrato de hipoteca podia servir
como prova de que a dívida era comum , sendo comum , podemos executar os dois,
como supra referi.

Cumulação aparente: temos dois títulos mas uma mesma dívida. quanto ao fundamento
de Pipo, diferentemente do que acontece nos embargos à execução de sentença, os
embargos à execução fundados noutros títulos podem fundar-se em qualquer causa que
fosse lícito deduzir como defesa no processo de declaração (artigo 731.º CPC).
Justificação: o executado não teve ocasião de, em ação declarativa prévia, se defender
amplamente da pretensão do exequente. Assim, o executado pode alegar nos embargos
matéria de impugnação, nomeadamente, pode pôr em causa a autoria do título de crédito
cuja assinatura não esteja presencialmente reconhecida (artigo 374.º, n.º2 CC). Quanto à
defesa de Quitéria, a oneração da casa morada de família exige o consentimento de
ambos os cônjuges (artigo 1682.º-A CC), desta forma, embora, no caso de cheque
passado por um dos cônjuges, apenas este possa ser chamado à ação por força do artigo
54.º, n.º9 CPC, havendo uma garantia real que assegura o cumprimento da dívida e
tendo essa garantia sido constituída por ambos os cônjuges, constando ambos do título
executivo, ambos devem ser demandados ou, pelo menos, ambos podem ser
demandados. Havendo pluralidade de executados, ainda que em litisconsórcio
necessário, cada um dos executados pode deduzir oposição à execução (têm
legitimidade singular em sede de oposição à execução). No que toca à força bastante do
cheque, é importante atentar. Existem, por fim, várias maneiras de chamar o cônjuge à
ação: a) Ambos assinam; b) Demandar um e comunicabilidade ao outro; c) Enquanto
proprietário de bens comuns: ele não é um executado mas é avisado de que há penhora.
Estava isto correcto? Rui Pinto - isto não está correto porque dificulta a resposta a
questões como - qual é o valor da execução? Qual é o valor exequendo? As partes são
legítimas? Tb colocava problemas em termos de prazos de prescrição.
Não estamos aqui perante uma cumulação de títulos da mesma dívida - acórdão da
doutora Albertina Pedroso da relação de Évora de 16 de Maio de 2019- não há
execuções fundadas em títulos diferentes
Se temos um título que se refere à obrigação subjacente e outro à obrigação cambiaria
estamos perante uma cumulação de títulos para uma mesma dívida ou perante uma outra
coisa?
Atenção que a obrigação do cheque deixa de ser executável ao fim de 6 meses Já a
escritura pública é um título recognitivo da obrigação de pagar alguma quantia.
Ou seja estamos a querer executar duas dívidas formalmente diferentes - a dívida
cambiaria de 300 mil euros e a dívida que estava subjacente quanto à garantia - 50 mil
euros.
Se considerar mos que é uma cumulação de execuções- artigo 709
Rui Pinto - Temos um concurso de pretensões aqui - um concurso de direito que têm em
comum a mesma prestação económica- isto é fazível (porque não há litispendencia) mas
levanta várias questões - mas nós sabemos que a execução nunca poderá passar os 300
mil euros - execução do aval - quando nós executamos o título da relação subjacente e o
título da relação cambiaria não somamos o valor - o valor exequendo máximo é a
prestação económica que é comum aos dois títulos
Se fosse executada e hipoteca isso ia fazer um desconto na dívida dos 300 mil euros do
cheque
Forma de processo
Cheque - ordinária
Dívida de 50 mil euros da hipoteca - 550/2 forma sumária
Quando temos cumulação de títulos com formas diferentes - 709/5- segue a forma
ordinária
Oposição à execução - artigo 728
Fundamento de Pipo—->> alegou a falsidade da assinatura do cheque
Artigo 731 - é aplicável porque a execução não se baseia em sentença ou injunção
Justificação: o executado não teve ocasião de, em ação declarativa prévia, se defender
amplamente da pretensão do exequente. Assim, o executado pode alegar nos embargos
matéria de impugnação, nomeadamente, pode pôr em causa a autoria do título de crédito
cuja assinatura não esteja presencialmente reconhecida (artigo 374.o, n.o2 CC).
Rui Pinto - Na execução de outro título: diferentemente do que acontece nos embargos à
execução de sentença, os embargos à execução baseada em outro título podem fundar.se
em qualquer causa que fosse lícito deduzir como defesa no processo de declaração
(artigo 731.o CPC). Compreende-se porquê: o executado não teve ocasião de, em ação
declarativa prévia, se defender amplamente da pretensão do exequente.
Pode, pois, o executado alegar nos embargos matéria de impugnação e de execução
(artigo 571.o, n.o2 CPC).
Mas não pode reconvir: a reconvenção, que não é um meio de defesa mas de
contraataque, não é admissível nem no processo executivo nem nos processos
declarativos que a ele funcionalmente se subordinam.
Consequência- não há título contra ele 731+ 571 + 729 A
1- quanto ao cheque - que só um assinou
Fundamento de Quitéria—->> que alega ser parte ilegítima
1- tem pipa razão? É ela parte ilegítima?
No cheque só há um devedor - que é o Pipo
Conta apenas a pessoa que o assinou - que foi o Pipo
Artigo 53 não há legitimidade
2- pode haver incidente de incomunicabilidade da dívida? Que bens é que
respondem pela dívida?
Depende se houver regime de comunhão de bens - haverá bens comuns
Se for separação de bens - haverá bens próprios
Podemos tb conseguir demonstrar a comunicabilidade da dívida - dívida contraída em
proveito próprio
In causa a dívida era própria em face do título - porque só um assinou o cheque
Existe uma forma de ela ser comunicável?
Artigo 741- se era para comprar uma casa para ambos viverem - proveito comum
É possível o exequente pedir o incidente de comunicabilidade ou só se pode pedir este
incidente para um conjugue que nunca foi citado?
RP - posição de economia processual - quando inicialmente a execução é colocada
contra ambos os cônjuges mas depois percebe se que a dívida é só de um conjugue é
admissível deduzir um incidente de comunicabilidade da dívida - pode ser este incidente
movido até ao início da venda
Mas temos outros acórdãos que dizem que não ->> posto o artigo 741 é que nunca o
conjugue tenha sido citado como devedor
2- quanto à escritura - não podia ser feita sem a assinatura dos dois
Quanto à defesa de Quitéria, a oneração da casa morada de família exige o
consentimento de ambos os cônjuges (artigo 1682.o-A CC)- estamos perante um bem
comum, havendo uma garantia real que assegura o cumprimento da dívida e tendo essa
garantia sido constituída por ambos os cônjuges, constando ambos do título executivo,
ambos devem ser demandados ou, pelo menos, ambos podem ser demandados. - artigo
34/1 CPC
RP- o litisconsórcio é necessário na ação executiva quando a realização coativa de um
direito a uma prestação apenas por todos os credores ou contra todos os devedores pode
ter lugar, seja por lei, vontade das partes ou indivisibilidade material da própria
prestação. No passado, Alberto dos Reis afirmou que não havia litisconsórcio necessário
na ação executiva, o que a realidade desmente. Há, porventura, uma menor frequência
da figura no processo executivo porque ela está mais presente nas ações declarativas
constitutivas; não há seguramente uma ausência.
Havendo pluralidade de executados, ainda que em litisconsórcio necessário, cada um
dos executados pode deduzir oposição à execução (têm legitimidade singular em sede
de oposição à execução).
Assim Q tem legitimidade passiva

2. Imagine que Q não tinha deduzido oposição à execução e que o tribunal considerara a
defesa de P procedente. A oposição de P aproveita a Q?
MTS:
Se houver litisconsórcio voluntário a decisão pode aproveitar aos demais pela aplicação
analógica do 634.º/2 CPC se se verificar alguma das alíneas:
a) Fundamento for comum (por exemplo: inexequibilidade do título);
b) Se o executado não oponente for titular de um interesse dependente do interesse do
oponente (por exemplo: por ser o terceiro garante do 54.º/2 CPC, como era o caso);
c) Se o executado não oponente for um devedor solidário
Se houver litisconsórcio necessário aplicamos o 634.º/1 CPC, sendo que a decisão
aproveita aos demais litisconsortes
Lebre de Freitas: não se aplica o 634.º CPC analogicamente, porque não é um recurso,
mas sim uma ação autónoma
Se tivermos um litisconsórcio necessário legal ou natural: não fazia sentido prosseguir a
execução apenas contra o não oponente, pelo que a extensão a este decorre do próprio
litisconsórcio; se tivermos um litisconsórcio necessário convencional a não oposição de
um dos executados impede este de se prevalecer da oposição do outro, dependendo do
credor a execução da obrigação apenas contra o que não se opôs – regente não espeta
artigos.
Rui Pinto: não aplica o 634, mas o regime da contestação
Se tivermos litisconsórcio voluntário: se for unitário ex lege (como no 1405º/2 CC),
então os opoentes representam os ausentes e estes rebem a eficácia da decisão final. Se
não for unitária aplicamos o 621º e 622º “a contrario”: caso julgado apenas tem efeito
sobre os embargantes, sendo os não embargantes executados, como resultado da
omissão de defesa, sem prejuízo de poderem utilizar o 531º, 538º/2 e 635º CC
Se tivermos litisconsórcio necessário a sentença será sempre unitária aproveitando
sempre ao não embargante. Para além disso, o não embargante pode realizar uma
intervenção principal espontânea para aderir aos embargos pelo 311.º CPC
3. P pretende suspender a ação executiva com a dedução da OE, sem prestar caução.
Haveria, aqui, que ter em conta o 733º/1 b) dado que aquilo que o P faz é exatamente
impugnar a genuinidade da assinatura do documento particular. Ora, neste caso, só seria
possível suspender-se a ação sem prestar caução se o P apresenta-se documento que
constitua principio de prova e o juiz entendesse, ouvido o embargado, que se justificava
a suspensão sem a caução. Caso contrário, o P só poderia suspender a ação se prestasse
caução, pelo 733º/1 a).
4. O pretende que o saldo da conta bancária de P, que já fora penhorado, seja transferido
para a sua conta bancária. P exige, para tal, que O preste caução. Quid juris?
733º/4 permite ao exequente ser pago se prestar caução, enquanto os embargos
estiverem pendentes.
Contudo, o 780º/13 acaba por referir que o AE apenas pode entregar as quantias
penhoradas da conta bancária de P, findo o prazo de oposição, ou se a oposição tiver
sido julgada improcedente, pelo que só nesse momento poderia o O ser pago

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