Você está na página 1de 81

1|81

AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL

Aula
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

01

www.concurseiro24horas.com.br
Direito
Empresarial p/ AFRFB
Prof. Tiago Zanolla

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


2|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

AULA INAUGURAL
1. Observações iniciais ................................................................................................................................... 3
1.1. Sobre o curso ............................................................................................................................................... 3
1.2. Cronograma de aulas ........................................................................................................................... 5
2. Direito comercial: origem e evolução histórica .................................................................................. 6
3. Origem do crédito ...................................................................................................................................... 9
4. Legislação aplicável .................................................................................................................................. 10
5. Conceitos e características dos títulos de crédito ............................................................................. 11
6. Requisitos gerais........................................................................................................................................ 12
7. Princípios dos títulos de crédito ............................................................................................................ 15
7.1. Princípio da cartularidade (ou da incorporação) ......................................................................... 15
7.2. Princípio da literalidade ...................................................................................................................... 19
7.3. Princípio da autonomia ...................................................................................................................... 21
7.3.1. Subprincípio da abstração .................................................................................................................23
7.3.2. Subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais ...........................................................24
8. Classificação dos títulos de crédito ...................................................................................................... 31
8.1. Quanto à sua natureza/modelo.......................................................................................................32
8.2. Quanto à estrutura .............................................................................................................................. 32
8.3. Quanto à forma de circulação (ou transferência) .......................................................................33
8.4. Quanto à criação (hipóteses de emissão) .....................................................................................35
9. Endosso .......................................................................................................................................................38
9.1. Formas de endosso .............................................................................................................................42
9.2. Endosso x cessão civil de crédito .....................................................................................................45
10. Aval ...............................................................................................................................................................46
10.1. Formas de aval......................................................................................................................................47
10.2. Aval x fiança ........................................................................................................................................... 51
11. Protesto .......................................................................................................................................................52
12. Observações finais ....................................................................................................................................65
13. Resumo ........................................................................................................................................................66
14. Questões apresentadas em aula ..........................................................................................................74

Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que
altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Valorize
o trabalho do professor e adquira o curso de forma honesta, realizando sua matrícula
individualmente no site www.concurseiro24horas.com.br.
O Concurseiro24horas dispõe de descontos exclusivos para compras em grupo. Adquira de
forma legal. Envie um email para coordenacao@concurseiro24horas.com.br e saiba como.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


3|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

1. Observações Iniciais
Olá Concurseiro!

Estamos iniciando nosso curso de Direito Empresarial para AUDITOR-FISCAL DA


RECEITA FEDERAL DO BRASIL – AFRFB abrangendo teoria e questões comentadas,

É uma enorme satisfação poder estar aqui. Nosso compromisso com vocês é a
preparação de alto nível através de um curso completo elaborado para ser sua única
fonte de estudos de Direito Empresarial.

Trata-se de um curso pré-edital, estruturado com base no Edital ESAF de 2010/2012.


Não há exigência de prévio conhecimento da disciplina. Nós partiremos do zero.

Nossa disciplina não foi cobrada no último concurso que ocorreu em 2014, porém,
historicamente, ela costuma ser exigida.

Qual a previsão do concurso?

Ainda não se tem uma data certa, mas desde 2014 a Receita vem protocolando pedidos
de concurso, tanto para Analista quanto para Auditor-Fiscal. Para esse último, o pedido
foi de 2 mil vagas. Caso mantenha-se a tradição, o concurso deve ocorrer em 2016.

Nos últimos 10 anos foram nomeados, aproximadamente, 2400 novos Auditores. E sabe
qual a principal semelhança entre eles? A preparação prévia!

1.1. Sobre o Curso


Uma das vantagens dos cursos em .pdf é ser PRÁTICO, com ABORDAGEM OBJETIVA,
CLARA e ESPECÍFICA AOS TÓPICOS DO EDITAL

Analisando as provas de 2012 e 2010, Em 2006 e 2010 Direito Empresarial representou:

Ano Questões Peso % Prova Específica % Pontuação Possível


2012 7 1 5,83% 1,94%
2010 6 1 5,45% 1,71%

Parece pouco, mas quando falamos em Receita Federal, todo ponto deve ser disputado.
Um único ponto pode ser não apenas a diferença entre ser aprovado ou não, pode ser
aquela diferença na classificação que fará você ser lotado em um local perto de casa, ou
então em uma região mais distante.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


4|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Apesar de muitos acharem a disciplina complicada, a grande é verdade é que o Direito


Empresarial é uma matéria mais técnica que outras do ramo do direito. Porém, com a
metodologia apropriada, o estudo de Direito Empresarial torna-se muito agradável.

Nosso curso será ESQUEMATIZADO da seguinte maneira:

Teoria Doutrina Legislação Jurisprudência

Questões
Macetes Esquemas Exemplos
comentadas

Acredito que essa composição seja importante para o aprofundamento, tendo como
propósito uma preparação completa e integral, visando um excelente desempenho em
prova.

Abrangeremos de modo aprofundado os aspectos mais relevantes de cada tópico do


conteúdo exigido, evitando-se, porém, discussões doutrinárias desnecessárias. As
questões servirão também de revisão, pois iremos dispor, aula após aula, questões de
assuntos de aulas anteriores.

Sobre as questões, nós iremos “abri-las” para serem analisadas item por item, no estilo
Certo/Errada. Esse é a melhor metodologia para fixação do conteúdo.

Ao longo do curso faremos, aproximadamente, 400 questões comentadas

Por tudo que foi exposto, este curso será completo. É direcionado a você que está
iniciando os estudos, bem como àqueles que desejam aprofundar os conhecimentos na
disciplina. E mais, ele foi elaborado visando sua única fonte de estudos sobre Direito
Empresarial. Não será necessário livros ou materiais extras.

Por fim, uma breve apresentação:

Meu nome é Tiago Elias Zanolla, 31 anos, graduado em Engenharia de Produção e


atualmente sou servidor do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, onde exerço o cargo
de Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados. Cargo que me trouxe enorme satisfação
pessoal e profissional.

Além das funções de Oficial de Justiça, também exerço a função de Assistente da Direção
do Fórum, algo como um síndico local. Uma tarefa árdua que temos que fazer o possível
dentro do impossível (rsrs).

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


5|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Estou envolvido com concursos públicos desde 2009. Dessa forma, tenho experiência
como servidor público, como professor e como concurseiro. Essa é uma grande vantagem
para vocês, pois sempre poderei lhes passar a melhor visão, incrementando as aulas e as
respostas a dúvidas com possíveis dicas sobre as provas, as bancas, o modo de agir em
dias de provas e como se preparar para elas etc.

1.2. Cronograma de Aulas1


AULA DATA CONTEÚDO
Apresentação;
Direito comercial: origem. Evolução histórica.
01 01/05/2015
Títulos de Crédito - Parte I (Noções Gerais, Conceitos e
características)

Títulos de Crédito - Parte II (Cheque, Duplicata, Letra de


02 15/05/2015
Câmbio e Nota Promissória)

Evolução do Direito Comercial no Brasil. Autonomia. Fontes.


03 25/05/2015 Características
Teoria Geral: Empresa/Empresário/Estabelecimento

04 05/06/2015 Prepostos. Escrituração.

Sociedades - Parte I (Conceito de sociedades. Sociedades não


05 15/06/2015
personificadas e personificadas. Sociedade simples)

06 25/06/2015 Sociedades - Parte II (Sociedade limitada)

Sociedades - Parte III (Sociedades por ações. Operações


07 05/07/2015
societárias. Dissolução e liquidação de sociedades)

08 10/07/2015 Recuperação judicial e extrajudicial.

09 15/07/2015 Falência. Classificação creditória

Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei


10 20/07/2015
Complementar nº 123/2006).

1
O cronograma de aulas poderá sofrer alterações, desde que previamente informado aos alunos matriculados.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


6|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

2. Direito Comercial: Origem e Evolução histórica


O surgimento do direito comercial está relacionado à ascensão da classe burguesa,
originando-se da necessidade dos comerciantes da Idade Média de regular a
atividade profissional por eles desenvolvida. Concentrados em corporações de
ofício, os comerciantes criaram o direito comercial com base nos USOS E COSTUMES
COMERCIAIS DIFUNDIDOS PELOS POVOS que se dedicaram à atividade comercial, dentre
os quais destacam-se os gregos e os fenícios.

Como foi elaborado pelos próprios destinatários, o direito comercial apareceu com
um caráter eminentemente subjetivista, caracterizando-se, no início, como um direito
corporativista e fechado, restrito aos comerciantes matriculados nas corporações de
mercadores. Nasce então como um direito especial, autônomo em relação ao
direito civil, o que lhe permitiu alcançar autonomia jurídica, possuindo uma extensão
própria, além de princípios e métodos característicos, que contribuíram para a sua
consolidação como disciplina jurídica autônoma.

O prestígio e a importância das corporações começaram a se enfraquecer com o


mercantilismo, que fortaleceu o Estado e afastou das corporações de mercadores a
elaboração das normas comerciais. As primeiras codificações das normas comerciais
surgiram na França, com as Ordenações Francesas. A PRIMEIRA ORDENAÇÃO, DE
1673, tratava do comércio terrestre e ficou conhecida como Código Savary. Em 1681
surgiu a Ordenação da Marinha, que disciplinava o comércio marítimo.

As Ordenações Francesas tiveram vigência por um longo tempo e o Código Savary foi a
base para a elaboração do Código de Comércio Napoleônico de 1807, responsável
pela objetivação do direito comercial, afastando-o do aspecto subjetivo da figura do
comerciante matriculado na corporação. Com o Código Comercial francês de 1807 o
direito comercial passou a ser baseado na prática de atos de comércio enumerados
na lei segundo critérios históricos, deixando de ser aplicado somente aos comerciantes
matriculados nas corporações.

Assim, para se qualificar como comerciante e submeter-se ao direito comercial, deixou de


ser necessário à pessoa que se dedica a exploração de uma atividade econômica
pertencer a uma corporação, bastando a prática habitual de atos de comércio. Essa
objetivação do direito comercial atendia aos princípios difundidos pela Revolução
Francesa em 1789.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


7|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Ao enumerar os atos de comércio, o legislador baseou-se em fatores históricos, sendo


esse o grande problema da teoria francesa, que se mostrou bastante limitada diante da
rápida evolução das atividades econômicas, tornando-se uma teoria ultrapassada por não
identificar com precisão a matéria comercial, já que não foi possível a identificação de um
elemento de ligação entre os atos de comércio previstos na lei.

Atividades econômicas que tradicionalmente não eram desenvolvidas pelos comerciantes,


como a atividade imobiliária, a prestação de serviços em geral e a atividade agrícola,
foram afastadas do regime comercial. A ausência de um critério científico na separação
das atividades econômicas em civis e comerciais e a exclusão de importantes atividades
do regime comercial em razão do seu gênero, constituíram os principais fatores para o
desprestígio da teoria francesa, contribuindo para a sua superação.

Em consonância com o desenvolvimento das atividades econômicas e de acordo com a


tendência de crescimento do direito comercial, surgiu na Itália uma teoria que substituiu
a teoria francesa, superou os seus defeitos e ampliou o campo de abrangência do direito
comercial. Essa teoria, denominada de teoria jurídica da empresa, caracteriza-se por não
dividir as atividades econômicas em dois grandes regimes, como fazia a teoria francesa,
e foi inserida no Código Civil italiano de 1942, que ficou conhecido por ter realizado
a unificação legislativa do direito privado na Itália.

A teoria da empresa elaborada pelos italianos afasta o direito comercial da prática


de atos de comércio para incluir no seu núcleo a empresa, ou seja, a atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Com a
teoria da empresa, deixa de ser importante o gênero da atividade econômica
desenvolvida, não importando se esta corresponde a uma atividade agrícola, imobiliária
ou de prestação de serviços, mas que seja desenvolvida de forma organizada, em
que o empresário reúne capital, trabalho, matéria-prima e tecnologia para a produção e
circulação de riquezas.

De acordo com a teoria da empresa, o direito comercial tem o seu campo de


abrangência ampliado, alcançando atividades econômicas até então consideradas civis
em razão do seu gênero. A teoria da empresa, ao contrário da teoria francesa, não divide
as atividades econômicas em dois grandes regimes (civil e comercial), prevê um regime
amplo para as atividades econômicas, excluindo desse regime apenas as atividades
de menor importância, que são, a princípio, as atividades intelectuais, de natureza literária,
artística ou científica.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


8|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Considerando o núcleo que delimita a matéria comercial ao longo de sua evolução


histórica, pode-se dividir o desenvolvimento do direito comercial em quatro períodos.

a) Corporações de Ofício: na época, havia artesãos e mercadores, que fabricavam e vendiam


mercadorias em grandes feiras comerciais. Logicamente que, em decorrência dessas
atividades começaram a surgir conflitos em torno de pagamentos, entrega, trocas, etc. Como
Corporações de Ofício

ainda não havia direito que trata-se dos conflitos, surgiu a necessidade de criarem-se tais
normas. Os artesãos e mercadores, cientes da realidade que lhes afligia, resolveram então
criar as associações de classe, denominada “Corporações de Ofício”.
b) Costumes Mercantis: as Corporações de Ofício, então, criaram os costumes
mercadológicos, que eram as normas que regiam as relações comerciais.
c) Tribunais do Comércio: com a criação das normas, surgiu também a necessidade de
criação dos Tribunais do Comércio. Esses tribunais eram compostos por julgadores/juízes,
que eram os membros das Corporações de Ofício, eleitos dentro de cada associação. As
regras só incidiam sobre os participantes das associações.
Tem início na 2ª metade do Séc. XVI e se arrasta o Séc. XVIII. Nessa fase, países como a Itália,
Inglaterra, França e Holanda, eram países em que a atividade mercantil passou a ser muito
intensa. Começaram a surgiu intercâmbio de atividades comerciais. Por esse motivo, surgiu a
necessidade da uniformização das regras comerciais, até então bairristas, visando dar o
mesmo tratamento entre os países que negociavam entre si.
IMPORTANTE: surgiram então os Estados Nacionais, que consolidavam a busca pelo
Estados Nacionais

fortalecimento do estado. Diante desse contexto, a jurisdição mercantil deixou de ser da


atividade privada (Corporações de Ofício) e passa a ser de responsabilidade do Estado, que
inclusive passa a criar as regras do direito comercial.
No entanto, de nada adianta criarem-se regras se o aplicador dessas regras continua sendo
alguém eleito pelos membros das corporações, preservando-se o corporativismo. Por essa
razão, o próprio Estado passa a escolher os julgadores que passarão a integras os Tribunais
julgadores das pendengas comerciais.
Um problema ainda persistia: ainda que se tivesse buscado uma uniformização, ainda que o
Estado criasse as regras e elegesse os juízes, as regras ainda estavam pautadas nos costumes
e se aplicavam somente aos MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO (que era cadastrado e considerado
como comerciante). Daí adveio a 3ª fase.
Tem início no Séc. XIX e se arrasta até a 1ª metade do Séc. XX. Nesse período ocorre a
Revolução Francesa e, com ela, surgem os ideais liberais da Igualdade, Liberdade e
Napoleônica
Codificação

Fraternidade. Diante desse contexto, a busca da igualdade levou a incidência das regras
comerciais a todos os comerciantes, restando abolido o corporativismo. Surge o Código
Comercial Francês, que adotou a Teoria dos Atos de Comércio.

Essa teoria reza que “comerciante” é aquele que pratica atos de comércio – análise objetiva

Essa fase compreende a promulgação do Código Civil Italiano de 1.942, e se arrasta até os
dias atuais. Tem por grande característica alterar o conceito de comerciante da terceira fase
Teoria da
Empresa

(quem pratica atos de comércio – análise subjetivo, derivada da observação do ato praticado),
e passa a encartar o empresário sob uma análise subjetiva – empresário é todo aquele que
exerce a empresa.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


9|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

3. Origem do Crédito
Na antiguidade o comércio ocorria tradicionalmente pelo escambo, isto é, trocava-se
mercadoria por mercadoria. Assim, por exemplo um produtor de arroz que desejasse sal.
Ele precisava encontrar um produtor de sal que precisasse de arroz, e assim por diante.

Como forma de dinamizar o comércio, alguns bens começaram a ser usados como
“moeda” – inicialmente o sal, posteriormente sucedido por metais preciosos, e este, mais
adiante, substituído pela moeda-fiduciária de forma imposta pelo estado.

Com a evolução do comércio, as transações foram tornando-se mais complexas e a


moeda já não conseguia atender as necessidades do mercado. Foi então que surgiram
os títulos de crédito. Segundo Tullio Ascarelli, “o desenvolvimento dos títulos de crédito
permitiu que o mundo moderno mobilizasse suas próprias riquezas, vencendo o tempo e
o espaço”. Títulos de crédito são, em síntese, instrumentos de circulação de riqueza.

Criou-se então a possibilidade de uma das partes negociantes cumprir sua obrigação
instantaneamente, mas a outra só vir a adimplir a sua em um tempo futuro. Em outras
palavras, dispor de um direito a uma prestação futura.

Essa expectativa de que a obrigação do outro será cumprida no futuro, chama-se


confiança.

CRÉDITO TEMPO CONFIANÇA

Mesmo com expansão do comércio, com novas operações mercantis, esse crescimento
ainda era limitado.

Imagine que um comerciante dá crédito a seu cliente, permitindo que o pague em 90


dias, porém nesse tempo, o comerciante precisa adquirir mais mercadorias para atender
novos clientes. Neste período, o comerciante tinha apenas que esperar o cliente a qual
foi concedido crédito, que o pagasse. Assim a circulação de riqueza ficava restrita. Não
havia a circulabilidade ideal. O crédito precisava ser trocado. Foi então que surgiram os
títulos de crédito.

E com o aumento do uso dos títulos de crédito, surgia a necessidade de regulá-lo. O


DIREITO CAMBIAL é o ramo do direito empresarial que regula o regime jurídico
aplicável aos títulos de crédito é recheado de regras e características especiais, criados
especialmente para salvaguardar de forma segura sua principal função, a circulação de
riqueza.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


10|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Divide-se o Direito cambiário em quatro períodos (+ a atualidade). A saber:

Época Fatos Marcantes


Destacam-se as cidades marinhas, nas quais realizam-se feiras medievais.
Surge o câmbio trajetício que instrumentalizava por meio de dois
documentos: a cautio, apontada como origem da nota promissória, por
Período Italiano envolver uma promessa de pagamento (o banqueiro reconhecia a dívida e
(até 1650) prometia pagá-la no prazo, lugar e moeda convencionados), e a littera
cambii, apontada como origem da letra de câmbio, por se referir a uma
ordem de pagamento (o banqueiro ordenava ao seu correspondente que
pagasse a quantia nela fixada).
Surgimento da cláusula de ordem, que, consequentemente, embasou a
Período Francês
criação do "endosso", que permitia ao portador transferir o título sem precisar
(1650 - 1848)
de autorização do sacador

Período Alemão Acontece a "Ordenação Geral do Direito Cambiário" que codifica (junta) as
(1848 - 1930) diferentes normas especiais sobre letras de câmbio, assim, consolidando-a
como instrumento de crédito viabilizador da circulação de direitos
Realização da Convenção de Genebra e aprovação da Lei Uniforme das
Período Uniforme
Cambiais, aplicável às letras de câmbio e notas promissórias. Em 1931 foi
(1930 - ?)
aprovado a Lei Uniforme do Cheque
Era do Comércio Eletrônico. Títulos de crédito passam por um importante
período de transição. Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e
Atualmente mesmo títulos como o cheque e a nota promissória vão caindo em desuso e
dando lugar às transações com os cartões de débito e crédito, os quais já
admitem a assinatura eletrônica.

4. Legislação Aplicável
O Decreto 2044/1908 foi a primeira legislação brasileira que tratou dos títulos de
crédito. Ela regulamentava apenas a nota promissória e a letra de câmbio, porém servia
de base para qualquer título.

Como os títulos sempre foram muito utilizados no comércio internacional, envolviam


personagens de diferentes países. Com isso, em meados do século XX começou uma
preocupação entre os países em uniformizar suas legislações sobre títulos de crédito.

O Brasil teve participação nas convenções e foi signatário da Convenção de Genebra que
foi recepcionada pelo ordenamento brasileiro através do DECRETO 57663/66 que
revogou quase por completo o Decreto anterior. Ficou conhecido como Lei Uniforme
de Genebra.

Em 1968 foi publicado a Lei 5.474/68 legislando sobre a Duplicata e em 1985 foi publicada
a lei do cheque, Lei 7.357/85.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


11|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Em 2002 foi promulgado o novo Código Civil e este dispõe sobre os títulos de crédito,
entre os artigos 887 a 926. Apesar exprimir regramentos, trata-se de uma Teoria Geral.
Assim, o Código Civil não revogou as legislações anteriores, sendo que cada título
específico permanece com seu regramento especial.

Agora, segure-se na cadeira! O artigo 903 do Código Civil anuncia:

Art. 903 Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste
Código.

E como funciona? Aplico ou não? Olha só o que acontece:

Como temos lei especial tratando dos títulos de crédito, aplica-se a lei especial! Só
aplicamos o Código Civil aos títulos quando lei especial não dispor. Então, O CÓDIGO
CIVIL É DE APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA!

As principais leis especiais sobre Títulos de Crédito são:

 LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA – Decreto 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra)


 DUPLICATA – Lei 5.474/68
 CHEQUE – Lei 7.357/85

5. Conceitos e Características dos Títulos de Crédito


O conceito de título de crédito tradicionalmente cobrado em provas é o de Cesare
Vivante. O jurista italiano assim o definiu:

“Título de Crédito é o documento necessário ao exercício de direito, literal e autônomo,


nele mencionado”. São documentos representativos de obrigações pecuniárias

O código civil, adotando o conceito de Vivante, conceitua o título de crédito como:

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

ATENÇÃO: Vivante fala “nele mencionado” e o Códido Civil “nele contido”. Embora
seja a mesma coisa e soe absurdo, a diferenciação conceitual entre “mencionado e
contido” já foi cobrado em prova!

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


12|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

MEMORIZE:

É um documento

É literal (pode ser exigido o


Título
que nele está firmado)

É autônomo (não se vincula


ao fato que lhe gerou)

Essas características nos remetem aos três princípios informadores do regime jurídico
cambial que são objeto de estudo no tópico 7.

Destaca-se na Doutrina mais algumas características. Títulos de crédito são considerados:

DOCUMENTO FORMAL: Precisam observar os requisitos essenciais previstos na legislação


cambiária.

BENS MÓVEIS: A entrega do título é que vai marcar a transferência de titularidade do


bem. A posse de boa-fé vale como propriedade.

TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO : É necessária sua apresentação para o exercício nele


contido.

TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS : Configuram uma obrigação liquida e certa o que


faz que se de natureza processual abstrata.

OBRIGAÇÕES QUESÍVEIS (QUERABLE): Cabe ao credor dirigir-se ao devedor para receber


a importância devida, e que a emissão do título e a sua entrega ao credor têm, em regra,
natureza pro solvendo (quer dizer que primeiro recebe-se o valor do título, após, dá-se a
quitação).

TÍTULO DE RESGATE: Sua emissão pressupõe futuro pagamento em dinheiro que


extinguirá a relação cambiária. Assim, aquele que paga tem o direito de resgatá-lo (pegar
de volta).

TÍTULO DE CIRCULAÇÃO: Sua principal função é fazer o crédito circular.

6. Requisitos Gerais
Por ser uma forma de contrair obrigações e conceder direitos, títulos de crédito são
sempre um NEGÓCIO JURÍDICO . Assim, aplica-se aos títulos de crédito os requisitos de
validade dos negócios jurídicos previstos no Código Civil:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


13|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Agente Capaz: o agente deve ser capaz e legitimado para a prática do negócio jurídico.

Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Em direito civil considera-se


lícito não apenas o que é legal, mas também o que é moral, dentro de uma moral de um
homem médio.

Lícito é o que não contraria a LEI, a MORAL ou os BONS COSTUMES.

A possibilidade deve ser verificada sob os aspecto FÍSICO e JURÍDICO.

Determinado ou determinável – sob pena de se prejudicar não apenas a validade,


mas também a executoriedade da avença. Todo objeto deve conter elementos
mínimos de individualização que permitam caracterizá-lo.

Forma prescrita ou não defesa em lei: No CC/02, há a previsão de liberdade de forma


(art. 107). Quando a lei prescrever determinada forma como requisito de validade, o
negócio será solene ou formal.

Considerando que cada título pode ter requisitos próprios, abordaremos, neste momento,
apenas os requisitos específicos.

ASSINATURA DO DEVEDOR: Não é necessário qualificá-lo, basta apenas sua manifestação


de vontade que é demonstrada através da assinatura. É também nesse sentido o código
civil:

Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação


aos signatários.

DATA DE EMISSÃO: O título de crédito deve conter a data da emissão. O STJ segue a
tendência de o considerar elemento essencial. É à vista o título de crédito que não
contenha indicação de vencimento.

Quando há data de vencimento, a obrigação fica suspensa e somente obrigará o


devedor após a data estipulada. Se não está vencido não pode, por exemplo, ser
objeto de execução judicial. O credor não é obrigado a receber o pagamento antes
do vencimento, porém no vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda
que parcial.

LOCAL DE EMISSÃO E DE PAGAMENTO: Considera-se lugar de emissão e de pagamento,


quando não indicado no título, o domicílio do emitente. Trata-se de um requisito não
essencial.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


14|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Temos ai então, , os requisitos essenciais e os não essenciais. Majoritariamente entende-


se que no momento da emissão do título, pode até não conter todos os requisitos
essenciais, porém no momento da execução do título, estes não podem faltar.

Esse preenchimento posterior deve ser feito de boa-fé, sendo que quem assume o ônus
de provar, caso haja má-fé, será o emitente, pois este que optou passar um título com
preenchimento incompleto.

Esse assunto é inclusive sumulado pelo STF:

SÚMULA 387: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada
pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

Se houver preenchimento de má-fé e o título circular e parar nas mãos de terceiros de


boa-fé que desconhecem o que foi acordado, o devedor vai ter que arcar com o
pagamento do título e depois buscar os direitos frente a quem preencheu incorretamente.

A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de
crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. O negócio
jurídico será válido, apenas será desnaturado como título de crédito

PARA MEMORIZAR:

Partes Capazes

Objeto Lícito

Forma Prescrita
REQUISITOS ESSENCIAIS
Assinatura do Emitente

Data de Emissão

Especificação das obrigações

Data de Emissão

REQUISITOS NÃO
Local de Emissão
ESSENCIAIS

Local de Pagamento

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


15|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

7. Princípios dos Títulos de Crédito


Os princípios constantes no conceito de Vivante são a Cartularidade, Literalidade
e Autonomia, cada um com características próprias. Há doutrinadores que afirmem
que o princípio da autonomia ainda poderá se subdividir em abstração e
a inoponibilidade das exceções pessoais à terceiros de boa-fé.

CUIDADO! “negociabilidade” e “executividade” já foram cobrado como princípios


cambiais. NÃO SÃO. São atributos dos títulos de crédito.

PARA NÃO CONFUNDIR OS PRINCÍPIOS COM AS CARACTERÍSTICAS, MEMORIZE:

Abstração
Autonomia Inoponibilidade das exceções
Princípios pessoais aos terceiros de
Informadores Cartularidade
boa-fé
Literalidade

Títulos de Crédito
Natureza essencialmente comercial
Documentos Formais
Natureza de bens Móveis

Principais São títulos de apresentação


Características Constituem títulos executivos extrajduciais
Representam obrigações Quesíveis
É título de resgate
É título de Circulação

TÍTULO DE CRÉDITO: Documento abstrato e cartular que representa o crédito,


permitindo maior circulação deste.

7.1. Princípio da Cartularidade (ou da incorporação)

Cartularidade vem do latim cártula, que significa pequeno papel. Por este princípio,
entende-se que a obrigação deve estar representada por uma cártula, documento
tangível e concreto, ou seja, um papel em que especifica a obrigação, cujo porte e

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


16|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

exibição é elemento essencial, sem o qual não poderá o devedor ser cobrado (proíbe-
se cópias).

O princípio da cartularidade também pode ser conhecido como Princípio da


incorporação, que nos permite afirmar que o direito de crédito mencionado na cártula
não existe sem ela, ou seja, NÃO EXISTE O DIREITO DE CRÉDITO SE NÃO HOUVER O
DOCUMENTO .

Para que você consiga responder tranquilamente as questões de prova, vou lhe passar os
seguintes conceitos:

O crédito deve estar materializado (documentado) em um título.


Para a transferência do crédito é necessário a transferência do documento.
Não há que se falar em exigibilidade do crédito sem a apresentação do documento
original.
O exercício dos direitos representados por um título de crédito pressupõe sua posse.
Quem não se encontra com o título em sua posse, não se presume credor.
O princípio da cartularidade é garantia de que o sujeito que postula a satisfação do
crédito é mesmo o seu titular (É uma garantia de que o credor não negociou o seu
crédito.).
Cópias autênticas não conferem a mesma garantia.
Um exemplo de sua aplicação é a exigência da exibição do original do título na
petição inicial de execução.

Quer ver? Vamos a uma questão:

Antes de começar, gostaria de ressaltar que por questões didáticas, as questões serão,
em sua maioria, analisadas assertiva por assertiva. Isso não quer dizer que teremos só
questões da banca Cespe, muito pelo contrário, teremos questões de várias bancas. Outro
ponto importante é que durante o curso, por questões de organização, manteremos uma
numeração única de questões, ou seja, as questões da próxima aula, iniciarão com o
número imediatamente subsequente ao da última questão desta aula. Se você tiver
dúvidas em relação a alguma questão, basta informar o número dela.

QUESTÃO 01 (CESPE – 2013 – TR-RO – Analista Processual) A afirmação de que só quem exibe o
título pode pretender a satisfação da obrigação nele representada corresponde ao princípio da
a) autonomia.
b) pessoalidade.
c) literalidade.
d) representação.
e) cartularidade.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


17|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

COMENTÁRIOS: Nós ainda não estudamos todos os conceitos, mas o que a questão
pergunta? Ela quer saber a qual princípio nos remete a afirmação de que o exercício dos
direitos representados por um título de crédito pressupõe sua posse. O princípio da
cartularidade é garantia de que o sujeito que postula a satisfação do crédito é mesmo o
seu titular.

GABARITO DA QUESTÃO: Letra E.

Antes de continuar, uma informação importante: a regra é a execução mediante


apresentação do título original. No entanto, o STJ já admitiu o ingresso de ação executória
mediante fotocópia autenticada quando a cártula original integrava prova em processo
criminal por fraude, estelionato.

QUESTÃO 02 (CESPE - AGU) Para transferência de um cheque, é suficiente o endosso.


COMENTÁRIOS: Nós ainda não estudamos cheque ou mesmo o endosso, porém, que o
cheque é um título de crédito nós sabemos. Também sabemos que quem não se encontra
com o título em sua posse, não se presume credor.

E então, certo ou errado? ERRADO, pois para a transferência do crédito é necessário a


transferência do documento. Assim, deve-se endossá-lo e então fazer a tradição do
cheque (entregá-lo).

Após o endosso deve-se ter a transferência da cártula (art. 910, §2º, CC - Art. 910. O
endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título; (...) §
2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título).

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

Continuando...

Com a modernidade e o crescente número de transações eletrônicas, o princípio da


cartularidade pode ser mitigada. Vem ocorrendo a desmaterialização dos títulos de
crédito, em virtude do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente criação
de títulos de crédito magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula.

Esse inclusive é uma das disposições do Código Civil sobre os títulos:

Art. 889, § 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio
técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente (...).

E o que a desmaterialização dos títulos implica na prática?

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


18|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Permite a criação de títulos não cartularizados, ou seja, feitos em formas que não sejam
documentados em papel. É o que ocorre, por exemplo, nas duplicatas virtuais.

Exemplos de títulos de créditos eletrônicos são os títulos de agronegócios que estão


estabelecidos na Lei 11.076/04. Há também a famosa duplicata virtual (ou eletrônica). São
títulos eletrônicos que não tem corporificarão no papel.

CUIDADO! O Boleto Bancário não é título de crédito, pois, lhe falta o requisito
“assinatura do emitente” constante do art. 889 do Código Civil. Ele é, portanto, um
aviso de cobrança.
Esse é o entendimento conforme o Código Civil:
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos
direitos que confere, e a assinatura do emitente.

Documentos não cartularizados dispensam o credor de apresentar o mesmo em juízo


para executá-lo. Pode fazê-lo, apenas, com a apresentação do instrumento de protesto
por indicações e do comprovante de entrega das mercadorias.

Nesse sentido, temos a inteligência do CPC:

Art. 365, § 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento
relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou
secretaria. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

Esse processo de desmaterialização é natural da evolução do comércio. O Brasil, inclusive,


já conta com regulamentação específica sobre isso. Trata-se da MP 2.200/2 de 2001, que
institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil):

Art. 1o Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, para garantir a
autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma
eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados
digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.

No mesmo sentido, temos os seguintes enunciados da Jornada de Direito Civil do CJF:


Enunciados 460: Art. 889. As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por
indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo credor
do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das
mercadorias ou de prestação dos serviços”;
Enunciado 461: Art. 889, § 3.° Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos,
endossados ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação
digital, respeitadas as exceções previstas em lei”.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


19|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

No mesmo sentido, o STJ proferiu decisão pela validade da chamada duplicata virtual:
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se
considerar que o que o art. 13, § 1.°, da Lei 5.474/1968 admite, essencialmente, é o
protesto da duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples
indicação de seus elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à
conclusão de que é admissível não somente o protesto por indicação na hipótese de
retenção do título pelo devedor, quando encaminhado para aceite, como
expressamente previsto no referido artigo, mas também na de duplicata virtual
amparada em documento suficiente.

É possível executar duplicata virtual? Vejamos o caso abaixo:

A Petrobras emitiu uma duplicata virtual, a empresa sacada não efetuou o pagamento. A
Petrobras então entrou com uma Ação Executiva, juntando o “Boleto Bancário”, o “Extrato
de Protesto” feito por Indicação e “comprovante de entrega da mercadoria”
(conhecimento de transporte). O devedor embargou, alegando ausência de emissão da
duplicata, restando violado o Princípio da Cartularidade. Em 1º grau os embargos foram
procedentes. O caso foi parar no STJ, através do REsp 1.024.691/PR. Nesse julgado o
Tribunal entendeu, frente a presença dos documentos supra elencados, pela
desnecessidade de exibição judicial do título de crédito original. Em suma é possível a
execução de Duplicata Virtual.

IMPORTANTE: Em razão disso, alguns doutrinadores passaram a chamar o Princípio da


Cartularidade (ligado ao meio material somente) de “Princípio da Incorporação”, que
está diretamente relacionada ao meio material ou eletrônico.

7.2. Princípio da Literalidade


O título de crédito vale pelo que nele está expresso. Vale pela sua literalidade. Qualquer
direito ou dever deve estar escrito na cártula.

Ramos assevera que a literalidade, em síntese, é o princípio que assegura às partes da


relação cambial a exata correspondência entre o teor do título e o direito que
ele representa.

Caso o título esteja rasgado, dilacerado, danificado, porém identificável, o portador


tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do
primeiro e o pagamento das despesas.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


20|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Por um lado, o credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula, não devendo se
contentar com menos. Por outro, o devedor também tem o direito de só pagar o que
está expresso no título, não admitindo que lhe seja exigido nada mais. Daí porque Tullio
Ascarelli mencionava que o princípio da literalidade age em duas direções, uma
positiva e outra negativa.

CREDOR Tem direito ao que está representado no título

DEVEDOR É obrigado apenas ao que consta no título

Uma quitação parcial deve ser feita no próprio título, pois, do contrário, poderá ser
contestada. Com o aval e endosso ocorre o mesmo. Devem ser feitos no próprio título,
sob pena de não produzirem os efeitos de seus institutos.

Se o aval é feito, eventualmente, num instrumento separado do título, não será válido
como aval porque não respeita o princípio da literalidade. Poderá valer, no máximo, como
uma fiança, que é um instituto do direito civil assemelhado ao aval, porém com efeitos
jurídicos diversos.

Entendi professor, mas e se por acaso, por qualquer motivo, razão ou circunstâncias eu
tiver um título de crédito repleto de assinaturas, não tem mais lugar para assinar e eu
preciso assinar. Chegamos então a um limite de endossos, é isso?

NEGATIVO! Para atender o princípio da literalidade você deve fazer o prolongamento


do título. Então, você pega um pedaço de papel, grampeia, cola, mas terá que prolongar
o título, se quiser dar o endosso atendendo ao princípio da literalidade.

Mais um exemplo: Você compra um carro. Dá 20 mil de entrada e depois assina 5 notas
promissórias de 5 mil reais. Ao ir pagar a primeira promissória, o vendedor lhe dá um
documentos escrito assim: “declaro, para os devidos fins, que fulano de tal, quitou a nota
promissória n.º 01/05 no valor de 5 mil reais.” Esse termo de quitação não tem validade
para o direito cambiário. A quitação tem que ser dada no título de crédito. Se você quitou
a nota promissória, ela é sua!! Imagina se essa promissória é roubada e repassada... Você
terá que pagar e ai ajuizar ação e até provar que focinho de porco não é tomada, irá
perder tempo, dinheiro etc.

Para responder questões, grave o seguinte sobre a literalidade:

A finalidade da literalidade é assegurar a certeza quanto à natureza, conteúdo e


modalidade de prestação prometida ou ordenada.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


21|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

O direito contido em um título de crédito deve ser expresso literalmente.


Não pode o credor exigir a mais e nem o devedor pagar a menos.
Só tem eficácia para o direito cambiário aquilo que está literalmente escrito no título de
crédito.
AVAL e ENDOSSO devem ser dado no próprio título, e não em instrumento separado,
v.g. Contrato, etc. É a fiança que é prestada mediante contrato.
Só tem validade a quitação dada no próprio título.
O que não está expressamente consignado no título de crédito, não produz
consequências na disciplina das relações jurídico-cambiais.
A literalidade impede que meros ajustes verbais possam influir no exercício do direito
ali mencionado.

7.3. Princípio da Autonomia


Este é o princípio mais importante dos títulos de crédito. É autônomo, pois cada relação
jurídica no título é independente de outra, ou seja, é constitutivo de direito novo,
autônomo e originário, completamente desvinculado da relação que lhe deu
origem. Como o emitente afirma que existe uma obrigação jurídica a ser cumprida,
constitui um ato jurídico unilateral.

Vivante ensina que “o direito representado num título de crédito é autônomo, porque a
SUA POSSE LEGÍTIMA CARACTERIZA A EXISTÊNCIA DE UM DIREITO PRÓPRIO, não
limitado nem destrutível por relações anteriores.

Conforme leciona Coelho, em observância ao princípio da autonomia, “quando um único


título documenta mais de uma obrigação, a eventual invalidade de qualquer delas não
prejudica as demais” ou seja, quando um vício contamina uma, não contamina as outras.

Desta forma, o endosso ou o aval dado por pessoa incapaz não atinge as demais
obrigações assumidas no título de crédito.

Professor, e como é isso na prática? Vamos a um exemplo:


Vamos dizer que Tício recebeu um cheque com assinatura falsa (pode ter assinado pelo
filho, por exemplo). Ai, Tício endossa o cheque para Mévio. Mévio então vai ao banco
para sacar o dinheiro, porém o cheque é devolvido por falsificação de assinatura. E então?
Mévio se lasca? Perdeu o dinheiro?

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


22|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Nada disso! O que Tício fez ao entregar o cheque ao Mévio? Endossou! Exato, Mévio é
responsável pelo pagamento.
Mas a cártula não era falsificada? Não é nulo o negócio?
Negativo! Não é porque essa relação está viciada entre quem deu o cheque e o recebeu,
que esse vício vai contagiar a outra relação entre o Tício e Mévio. LEMBRE-SE:

“As relações jurídico cambiais são autônomas e independentes entre si.”

Tal princípio é previsto expressamente no código civil:

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

Vamos a mais um exemplo. Ramos ilustra o princípio da autonomia com o seguinte:

Digamos que “A” compra um carro de “B”, sendo esta compra


instrumentalizada por meio da emissão de uma nota promissória no valor
de R$ 10.000,00 (dez mil reais). “B”, por sua vez, tem uma dívida perante
“C” no valor aproximado de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nesse caso, “B”
poderá quitar a dívida que tem perante “C” utilizando-se da nota
promissória dada por “A”, endossando-a (o endosso, como veremos a
frente, é o ato cambial próprio para transferir um título de crédito) para “C”,
que se torna o titular dessa nota, podendo cobrar o seu respectivo valor de
“A” na data do vencimento. Nessa hipótese, “A” poderá recusar-se ao
pagamento do título alegando, por exemplo, eventual nulidade da venda
que “B” lhe fez, venda essa que, como dito acima, originou a emissão da
nota promissória? A resposta é negativa, e a justificativa está exatamente
na aplicação do princípio da autonomia dos títulos de crédito. Ora, se as
relações representadas naquele título são autônomas e independentes, os
eventuais vícios que maculam a relação de “A” com “B” não atingem a
relação de “B” com “C” nem a relação deste com “A”.

As obrigações contidas em um título de crédito são autônomas entre si e a invalidade de


uma não afeta a outra.

O princípio da Autonomia se desdobra no princípio da Abstração e no Princípio da


Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


23|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

7.3.1. Subprincípio da Abstração


Segundo o instituto da abstração, quando o título circula ele se desvincula da relação que
lhe originou. Assim, no exemplo acima, quando B endossou o titulo para C, o título
desvinculou-se da operação original, assim, QUEM TEM A POSSE DESSE TÍTULO. MESMO
ESTRANHO A RELAÇÃO QUE LHE DERA ORIGEM, É O LEGITIMO DETENTOR DO DIREITO
ALI EXPRESSO.

Por isso que quando um estabelecimento comercial recebe um cheque de terceiro não
fica perguntando a origem do cheque.

ATENÇÃO: A circulação do título é fundamental para que se opere a abstração (nesse


sentido, se separa do que lhe é inerente).

Abstração
Circulabilidade

B
A

Há situações que esse princípio pode sofrer mitigações. Como bem leciona Estefância
Rossignoli1:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


24|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

“A situação que implicou tal discussão tem origem nas práticas bancárias.
Começou-se a tornar comum, na prática bancária, a exigência da assinatura de
nota promissória como garantia acessória aos contratos de abertura de crédito.
Seria a seguinte situação; a pessoa faz um contrato de cheque especial, mas não
se sabe qual o valor desse crédito ela irá utilizar. Assim as instituições bancárias
fazem com que o cliente assine uma nota promissória sem preencher o valor, que
somente será preenchido se houver vencimento da dívida do cheque especial,
sem que haja o correto pagamento.

Este procedimento pode trazer prejuízos ao cliente caso o banco execute o título.
É que como foi tratado acima, em obediência aos princípios da autonomia e
abstração, o valor firmado na nota promissória pode ser exigido independente de
discussão acerca do contrato que, teoricamente deu causa à sua emissão. E é daí
mesmo que surgem os riscos ao emitente do título que servirá de garantia a um
contrato de empréstimo bancário, pois a instituição financeira terá a posse de um
título executivo extrajudicial cuja discussão estará limitada apenas às exigências
formais do documento, além de uma possível cobrança de crédito já extinto ou
quitado.

Contrato de Abertura de Crédito Bancário: não tem liquidez. Portanto, não serve de título
executivo extrajudicial. Alguns bancos vinculam o contrato a uma Nota Promissória em
branco, tentando dar liquidez futura ao débito, o que não surtiu efeito, conforme Súmulas
abaixo.

STJ - SUM 233 - O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta
corrente, não é título executivo.
STJ – SUM 258 - A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

Nessas situações específicas, é reconhecido pela doutrina e a jurisprudência a falta de


abstração dessa nota promissória, permanecendo vinculada ao contrato de abertura de
crédito. Assim, entende-se que a abstração não é um princípio absoluto.

7.3.2. Subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais

Por Inoponibilidade das Exceções entende-se que não é permitido àquele que se obriga
em um título a recusar o pagamento ao portador alegando suas relações pessoais com o
sacador ou outros obrigados anteriores do título.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


25|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Em função do próprio princípio da autonomia, o portador do título de crédito que foi


abstraído, é o legitimo detentor dos direitos ali expressos, assim, este não pode ser
atingido por defesas relativas ao negócio do qual não participou.

Segundo o Código Civil:

Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na
conformidade das normas que disciplinam a sua circulação.

EXEMPLO: Imaginemos ainda o exemplo acima:

A comprou o carro de B.

A emitiu um cheque para B como pagamento.

B, por sua vez, devia a C, e então, entregou esse cheque a C.

C não conseguiu depositar esse cheque e então dirige-se a A para receber o pagamento.

Suponhamos que o carro que foi comprado estava com sérios problemas mecânicos e
então, A está reivindicando de B que conserte ou não pagará (sustou o cheque).

Ocorre que, o detentor de direitos agora é C e este, não participou do negócio que
originou o título, ou seja, está livre dos vícios que relações pretéritas tenham adquirido (C
agiu de boa-fé, não tem ligação com a causa que originou o cheque).

Assim, A não pode escusar-se de pagar C, pois este, é terceiro de boa-fé.

ATENÇÃO: A boa-fé do portador do título é presumida. Caso o devedor quiser opor


exceções pessoais contra o portador, deverá provar a má-fé, demonstrando, por
exemplo, que houve conluio entre o atual portador do título e seu antigo titular. Caso
não provada as exceções pessoais, são inoponíveis ao terceiro de boa-fé, que exercerá
seu direito de crédito sem ser atingido por nenhum vício ligado a relações anteriores.

PARA MEMORIZAR:

Autonomia Cada relação estabelecida no título é independente da outra


Cartularidade Todo título deve ser representado por um documento formal e independente
Literalidade Toda e qualquer obrigação só é válida se estiver escrita na cártula
Abstração Título se desvincula da causa de origem quando posto em circulação
Inoponibilidade O devedor de dívida representada por título de crédito só pode opor ao
das exceções terceiro de boa-fé as exceções que tiver contra este e as fundadas nos
pessoais aspectos formais do título

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


26|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Que tal algumas questões para relaxar?

QUESTÃO 03 (OAB SP/2006/FCC) O credor de um título de crédito não pode recusar o


pagamento parcial no seu vencimento.
COMENTÁRIOS: No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
Lembrando que no caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, a
quitação parcial deverá ser firmada no próprio título.

GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO

QUESTÃO 04 (OAB SP/2006/FCC) Pode ser omitida a data de vencimento do título de crédito.
COMENTÁRIOS: É considerado à vista o título de crédito que não contenha indicação de
vencimento. Cabe ao emissor a obrigação do preenchimento completo do título indicando
vencimento futuro.

GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO

QUESTÃO 05 (Defensor Público PA/2009/FCC) Em relação ao título de crédito, é correto afirmar


que se trata de documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, só
produzindo efeito quando preenchidos os requisitos legais.
COMENTÁRIOS: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei (CC, art.
887). Exceção feita ao protesto de duplicatas, que pode ser feito sem a posse do título.

CUIDADO com a desmaterialização dos títulos. Esta nova tendência permite a criação de títulos
não cartularizados, ou seja, feitos em formas que não sejam documentados em papel. É o que
ocorre, por exemplo, nas duplicatas virtuais.
Documentos não cartularizados dispensam o credor de apresentar o mesmo em juízo para
executá-lo. Pode fazê-lo, apenas, com a apresentação do instrumento de protesto por
indicações e do comprovante de entrega das mercadorias.

GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO

QUESTÃO 06 (Defensor Público PA/2009/FCC) Em relação ao título de crédito, é correto afirmar


que a omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito sua validade como título de crédito,
implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
COMENTÁRIOS: O negócio jurídico será válido, apenas será desnaturado como título de crédito.
Assim prescreve o art. 888 do Código Civil: A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao
escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


27|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 07 (Defensor Público - SP/2006/FCC) Sobre títulos de crédito, é correto afirmar que
pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé.
COMENTÁRIOS: Dispõe o art. 896 do CC que o título de crédito não pode ser reivindicado do
portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.

É a aplicação do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais. O devedor de dívida


representada por título de crédito só pode opor ao terceiro de boa-fé as exceções que tiver
contra este e as fundadas nos aspectos formais do título.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 08 (Defensor Público - SP/2006/FCC) É correto afirmar que o possuidor de título


dilacerado, identificável, tem direito de obter do emitente a substituição, devolvendo o título e
pagando as despesas.
COMENTÁRIOS: Letra de lei. Este é o teor do art. 908 do CC: o possuidor de título dilacerado,
porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a
restituição do primeiro e o pagamento das despesas.

GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO

QUESTÃO 09 (Juiz Substituto TJ PI/FCC/2001) É correto afirmar que se o título contiver a


expressão “não à ordem” poderá mesmo assim ser endossado.
COMENTÁRIOS: O título de crédito que contiver a expressão “não à ordem” não poderá ser
endossado. Todavia, poderá ser transmitido com a forma e com os efeitos de uma cessão civil
de crédito, não seguindo ritos cambiais nesta hipótese.

GABARITO DA QEUSTÃO: ERRADO

QUESTÃO 10 (Juiz Substituto TJDFT/ FCC) É correto afirmar que nas obrigações em geral o credor
não é obrigado a receber pagamento parcial, mas no caso do cheque, o portador não pode
recusar pagamento parcial.
COMENTÁRIOS: Nas obrigações em geral não é o credor obrigado a receber pagamento parcial,
como se vê neste excerto do Código Civil:

Art. 314 - Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Já para o
cheque, a legislação checaria prevê que o portador não pode recusar o seu pagamento parcial
(LC, art. 38, parágrafo único).

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


28|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO

QUESTÃO 11 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Os títulos de crédito são atos jurídicos unilaterais que
contêm direito autônomo, o qual se revela mais fortemente no momento em que o título circula.
COMENTÁRIOS: A partir da emissão de um título de crédito fica criada uma obrigação jurídica, a
qual será representada por uma cártula, e assim constitui um ato jurídico unilateral, onde o
emitente afirma que existe uma obrigação jurídica a ser cumprida. Esse princípio é mais
perceptível por ocasião da circulação do título.
GABARITO DA QUESTÃO: CERTO

QUESTÃO 12 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Tendo em vista a simplicidade que caracteriza os


títulos de crédito e as regras gerais introduzidas pelo Código Civil a esse respeito, a cartularidade
deixou de ser pressuposto para a eficácia legal desses títulos.
COMENTÁRIOS: O Código Civil trouxe conceitos gerais sobre os títulos. NÃO revogou diplomas
anteriores, por isso, a cartularidade ainda continua como princípio do direito cambiário (há as
exceções dos títulos eletrônicos – vide questão 03)
GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 13 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Entende-se por independência ou autonomia do título


de crédito − termos sinônimos − que ele não guarda relação com o contrato que lhe deu origem.
COMENTÁRIOS: Não são termos sinônimos. Autonomia: "os vícios que comprometem a validade
de uma relação jurídica, documentada em título de crédito, não se estendem às demais relações
abrangidas no mesmo documento". Independência: "alguns títulos de crédito valem por si só,
independe de qualquer outro documento".
GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 14 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) A abstração − princípio absoluto dos títulos de crédito
− é característica que serve à autonomia desses títulos e que é fundamental para a sua circulação.
COMENTÁRIOS: A abstração não é princípio absoluto já que comporta exceções. Um exemplo é
o entendimento sumulado do STJ:
SÚMULA 258: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia (entenda-se por abstração) em razão da iliquidez do título que a originou.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


29|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 15 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Os princípios aplicáveis aos títulos de crédito são
absolutos, assim entendidos na doutrina e na jurisprudência como forma de dar credibilidade ao
título que circula.
COMENTÁRIOS: Os princípios aplicáveis aos títulos de crédito NÃO SÃO ABSOLUTOS já que
comportam exceções.
GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 16 (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2008) O sr. RJB firmou contrato de abertura de crédito
com determinado banco comercial no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por exigência do
banco, foi emitida uma nota promissória em branco, vinculada à avença, sendo que, nesse título
de crédito, apôs sua assinatura o sr. Antônio, na condição de avalista. Dez meses depois, o banco
ingressa com uma execução com base naquela nota promissória no valor de R$ 28.472,00,
decorrente da abertura da linha de crédito, ocorrida em favor do avalizado, que não possuía
capacidade econômica para pagar aquele débito.
A respeito da possibilidade de o avalista arguir a iliquidez da dívida, assinale a afirmativa correta.
a) O credor pode completar o título cambial em qualquer circunstância após as assinaturas do
emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e literalidade, sendo exigível, mesmo quando
não acompanhada do contrato de abertura de crédito.
b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em qualquer circunstância,
podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a cobrança, o que confere liquidez ao título.
c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas quando
completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança.
d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a ação na nota
promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão da causa debendi.
e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia, em
razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a discussão da causa debendi.
COMENTÁRIOS: Um dos princípios vigentes no âmbito dos títulos de crédito é o da autonomia.
Isto é, tão logo emitidos, os títulos deixam de ter vinculação à causa que originou a sua emissão,
porém nos contratos de abertura de crédito é mitigado:
Começou a se tornar comum, na prática bancária, a exigência da assinatura de nota promissória
como garantia acessória aos contratos de abertura de crédito. As instituições bancárias fazem
com que o cliente assine uma nota promissória sem preencher o valor, que somente será
preenchido se houver vencimento da dívida do cheque especial, sem que haja o correto
pagamento. Este procedimento pode trazer prejuízos ao cliente caso o banco execute o título.

Por isso no caso da nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia, em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a discussão do motivo
que gerou a dívida (causa debendi).

Inclusive esse entendimento é sumulado pelo STJ:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


30|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

SÚMULA 258 STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza
de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

GABARITO DA QUESTÃO: LETRA E

QUESTÃO 17 (CESPE - 2009 - SECONT-ES - Auditor do Estado) A cartularidade, a literalidade, a


autonomia e a possibilidade de abatimento de juros remuneratórios mediante resgate do título
à vista, são princípios gerais que incidem em todas as espécies de títulos de crédito.
COMENTÁRIOS: Os três princípios informadores do direito cambial são: o princípio da
cartularidade, o princípio da literalidade e o princípio da autonomia. Abatimento de juros
remuneratórios não é princípio do direito cambial.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 18 (VUNESP – 2013 – SPTrans – Advogado Pleno) São princípios basilares dos títulos
de crédito:
a) dependência, a cartularidade e a literalidade.
b) a autonomia, a cartularidade e a literalidade.
c) a autonomia, a fungibilidade e a intransmissibilidade.
d) a dependência, a fungibilidade e a abstração.
e) a abstração, a cartularidade e a intransmissibilidade.
COMENTÁRIOS: Questão tranquila:

Abstração
Autonomia Inoponibilidade das exceções
Princípios pessoais aos terceiros de
Informadores Cartularidade
boa-fé
Literalidade

GABARITO DA QUESTÃO: Letra B

QUESTÃO 19 (FUNCAB – 2013 – ANS – Técnico de Suporte) “O título de crédito é sempre emitido
em razão de um negócio jurídico subjacente. No entanto, subsiste e sobrevive sem que seja
necessário mencionar-se no próprio título a razão que ensejou a sua emissão (criação)”
Essa afirmação diz respeito ao elemento (princípio) da:
a) literalidade.
b) autonomia.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


31|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

c) independência.
d) abstração.
e) cartularidade (ou incorporação).
COMENTÁRIOS: Calma! Eu sei que você está louco para marcar a autonomia, porém lembre-se
do princípio da "Abstração", em que o título pode circular sem vinculação ao negócio que lhe
deu origem.

GABARITO DA QUESTÃO: Letra D

QUESTÃO 20 (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE – 2007 – BNB – Analista Bancário) Leão compra uma
TV na loja da Márcia e, não tendo dinheiro para pagar à vista, emite um título de crédito tendo
como beneficiária Márcia. Esta, satisfeita com a venda, mas necessitando do dinheiro o quanto
antes, desconta o título num Banco. Todavia, a TV apresenta defeitos e Leão, insatisfeito, procura
por Márcia para desfazer o negócio e desobrigar-se do pagamento do título emitido. Por sua
vez, o Banco, atual credor do título, alega a inexistência de vínculo com a operação de compra e
venda e aciona Leão para honrar o título, informando que se ele desejar desfazer a operação de
compra da TV deverá demandar diretamente contra Márcia."
A situação narrada ilustra uma característica comum aos títulos de crédito. Assinale a opção que
a contempla.
a) Executividade
b) Cartularidade
c) Coobrigação
d) Autonomia
e) Causalidade
COMENTÁRIOS: Para Tudo! Cadê o princípio da abstração????

Lembre-se que o princípio da abstração deriva do da autonomia. Neste caso, não devemos brigar
com a banca!

GABARITO DA QUESTÃO: Letra D

8. Classificação dos Títulos de Crédito


Quando falamos em classificação de títulos, temos mais de 10, porém trazê-los todos aqui
não irá lhe ajudar em nada, por isso, traremos as quatro classificações principais que serão
mais que necessário para você internalizar nossa disciplina. Estude com atenção, pois esse
assunto despenca em provas.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


32|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

8.1. Quanto à sua natureza/modelo


Os títulos poderão ser classificados em livres e vinculados:

MODELO LIVRE: são aqueles que a lei não estabeleceu um padrão específico, deixando
que os títulos sejam confeccionados livremente, porém, obedecendo alguns conceitos
básicos. São exemplos a nota promissória e a letra de câmbio.

Cuidado! Qualquer pedaço de papel pode dar origem a uma nota promissória. Não é
necessário usar aquele modelo que vende em papelaria. Pode ser feito no computador
ou em um guardanapo e gerar os mesmos efeitos.

MODELO VINCULADO: É aquele que deve observar uma padronização definida em lei,
pois esta o padronizou, definiu medidas, campos etc. São exemplos o cheque e a
duplicata mercantil.

Confeccionar um cheque no computador, mesmo com todos os requisitos vinculados,


ele não será título de crédito, nem produzirá os efeitos jurídicos do cheque.

PARA FIXAR:

Livre Forma livre Cheque e Duplicata


MODELO
Letra de Câmbio e
Vinculado Forma definido em lei
Nota Promissória

8.2. Quanto à Estrutura


ORDEM DE PAGAMENTO: Segundo Ramos, os títulos que se estruturam como
ordem de pagamento – letra de câmbio, cheque e duplicata – tem três intervenientes a
partir da sua emissão:

 em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite o título, ou seja, ordena
o pagamento;
 em segundo lugar, tem-se a situação do sacado, contra quem o título é emitido,
ou seja, trata-se da pessoa que recebe a ordem de pagamento;

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


33|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

 por fim, tem-se a figura do tomador (ou beneficiário), em favor de quem o título é
emitido, isto é, pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência à ordem que
lhe foi endereçada pelo sacador.
Explicando: Tem aquele que dá a ordem. Aquele que recebe a ordem (destinatário da
ordem) e vai ter também o favorecido, também chamado de tomador beneficiário.
Imagine o cheque. Cheque é uma ordem de pagamento à vista. Assim você dá a ordem
(sacador) para que o banco (sacado) pague a quantia estabelecida ao portador do cheque
(tomador)

Na ordem de pagamento, há o instituto do aceite, que consiste no reconhecimento


expresso da dívida, por escrito, feito pelo sacado no próprio título.

Na letra de câmbio, por exemplo, o sacador subscreve o título, dando ordem ao sacado
para que pague determinado valor ao tomador. O sacado pode nem saber da existência
do título, razão pela qual o credor deve apresentar o documento ao devedor, para que
este verifique a existência da dívida e aceite honrar a obrigação no prazo previsto.

PROMESSA DE PAGAMENTO: Já na promessa de pagamento, você não dá ordem para


alguém pagar, você paga direto. Aqui, temos uma promessa que é feita pelo promitente
e temos um beneficiário, que é o tomador.

A nota promissória é uma promessa de pagamento, em que o emitente declara


expressamente que pagará no futuro determinada quantia ao tomador.

8.3. Quanto à forma de Circulação (ou transferência)


Nós iremos trabalhar com a classificação moderna. O tradicional é cobrado geralmente
em TJ’s Estaduais. Já a classificação moderna é mais cobrada.

TÍTULO AO PORTADOR: O nome do beneficiário não consta no documento. O


detentor do título tem direito à prestação nele indicada mediante a sua simples
apresentação ao devedor, ainda que o título tenha entrado em circulação contra a
vontade do emitente. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição
(cheque até R$ 100,00).

O proprietário que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele,


poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital
e rendimentos.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


34|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Caso o devedor tenha efetuado o pagamento do título ANTES de ter ciência da perda
deste pelo portador, EXONERA O DEVEDOR DE UM NOVO PAGAMENTO /EMISSÃO AO
PORTADOR, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato.

SAIBA MAIS: O art. 907 do Código Civil declara nulos os títulos ao portador emitidos sem
autorização da lei especial. Nesse sentido, segundo a Lei Uniforme de Genebra, não é
permitida a emissão de letra de câmbio e nota promissória ao portador. A Lei 8.088, em
seu art. 19, praticamente eliminou a forma ao portador dos títulos de crédito e estabeleceu
a forma nominativa, ao assim dispor: "todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão
emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em
preto". Por sua vez a Lei 9.096, de 29.06.1995, Plano Real, em seu art. 69, estabeleceu a
vedação de emissão, pagamento, compensação de cheque de valor superior a R$ 100,00,
sem identificação do beneficiário.

TÍTULO NOMINAL: Identifica expressamente o credor. Para que um título nominal


circule, é necessário a prática de um ato formal para transferir a titularidade da cártula.

Nos títulos nominais à ordem a transferência é através do endosso (meio de transferir


um título de crédito). O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso
do próprio título.

Há uma presunção de que os títulos de crédito são nominativos à ordem porque isso
traz mais segurança para a circulação. Traz mais segurança para quem vai receber o
título. Há necessidade de colocar “à ordem”? Não! Só há necessidade de colocar “não
à ordem” se você quiser transferir por cessão civil.

Já os títulos nominais não à ordem consistem na proibição de circulação do título,


imposta pelo sacador ou pelo endossante. Tal proibição é válida para títulos nominativos
e ter expresso no verso do título “não à ordem” (ou outra equivalente). A transmissão do
título somente se fará na forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de crédito.

TÍTULO NOMINATIVO: É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome


conste no registro do emitente, ou seja, é em favor de uma pessoa cujo nome não está
no título, mas sim nos arquivos do emitente. Transfere-se o título nominativo mediante
termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.

Vamos a um exemplo para entender melhor: Digamos que eu emito um título e lá em


casa eu tenho um livro de registro em que anoto todos os títulos emitidos. Então, imagine
que eu emito um título a favor seu favor e então, anoto seu nome lá no meu livro. Agora,

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


35|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

se você pegar esse título e o transferir para o seu irmão, você tem que me avisar dessa
transferência. Eu então, vou tirar o seu nome do livro e anotar o do seu irmão. No dia de
pagar, pagarei a seu irmão.

E como é a circulação desse título? A transferência é feita mediante um termo em que


assina o proprietário (você) e o adquirente (seu irmão). Você então encaminha este termo
a mim para as devidas anotações lá no meu livro.

PARA FIXAR:

Nome do beneficiário não é indicado. É


Ao portador
pago a quem apresentá-lo

Emitido em favor de pessoa


Quanto à forma de
Nominativos determinada, cujo nome consta em
transparência ou circulação
registro específico, mantido pelo emissor

Nominal Beneficiário é indicado no documento

Permite a transferência através do endosso Nominal à ordem

Não permite o endosso, por conter cláusula expressa


não à ordem . Neste caso a transferência deve ser Nominal não à ordem
feita através de cessão civil do crédito

8.4. Quanto à Criação (hipóteses de emissão)


Quanto às hipóteses de emissão o título de crédito pode ser:

CAUSAL: Podem ser emitidas somente nas causas autorizadas por lei. Um exemplo é a
duplicata que é um título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de
compra e venda mercantil.

Por ser um título causal está vinculada à relação jurídica que lhe deu origem, porém tão
logo seja emitida, deixa de ter nexo com o negócio do qual derivou.

FIQUE ATENTO: Sempre caem questões dizendo que é duplicata é não causal.
ERRADO...Duplicata é causal, precisa de uma causa específica para ser emitida.

DUPLICATA só pode ser emitido em caso de compra e venda mercantil e em caso de


prestação de serviços.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


36|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

NÃO CAUSAL (ABSTRATO): A emissão não depende de hipótese específica, razão pela
qual serve para documentar qualquer negócio. O melhor exemplo é o cheque.
O cheque ostenta a natureza de título de crédito, portanto é não-causal, ou seja, em
decorrência de sua autonomia e abstração não comporta discussão sobre o negócio
jurídico originário. Entretanto, se o cheque não houver circulado, estando ainda atrelado
à relação jurídica originária estabelecida entre seu emitente (sacador) e seu beneficiário
(tomador), é possível que se discuta a causa debendi (causa da dívida).

Vamos treinar!

QUESTÃO 21 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) São princípios


cambiários: cartularidade, autonomia e literalidade.
COMENTÁRIOS: Perfeito! O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal
e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

GABARITO DA QUESTÃO: CERTO

QUESTÃO 22 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em função da


cartularidade inerente aos títulos de crédito que se permite sua ampla negociabilidade, cabe
somente ao credor que o tenha consigo a prerrogativa de sua cobrança.
COMENTÁRIOS: O princípio da cartularidade é garantia de que o sujeito que postula a satisfação
do crédito é mesmo o seu titular. O exercício dos direitos representados por um título de crédito
pressupõe sua posse.

GABARITO DA QUESTÃO: CERTO

QUESTÃO 23 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Como consequência


do subprincípio da abstração, é possível afirmar que o título de crédito se desvincula
completamente da causa que lhe deu origem, independentemente de ter ou não circulado,
sendo possível sustentar que o devedor original jamais poderá se escusar ao pagamento, sob a
alegação de que o portador deixou de cumprir com sua obrigação.
COMENTÁRIOS: Opa! Segundo o instituto da abstração, quando o título circula, ele se desvincula
da relação que lhe originou.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 24 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Os títulos de crédito


não precisam necessariamente representar uma operação mercantil de crédito.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


37|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

COMENTÁRIOS: Exato! De regra, os títulos de créditos são não causais, podem ser emitidos
livremente. Exceção fica por conta da duplicata mercantil que só pode ser emitida em função de
venda mercantil ou prestação de serviços.

GABARITO DA QUESTÃO: CERTO

QUESTÃO 25 (ESAF – 2006 – PFN) A omissão de algum requisito legal que tire do documento
sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem.
COMENTÁRIOS: A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.

GABARITO: CERTO

QUESTÃO 26 (ESAF – 2006 – PFN) O pagamento parcial do título não pode ser recusado pelo
credor, se no seu vencimento.
COMENTÁRIOS: O credor não é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título,
porém no vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.

GABARITO: CERTO

QUESTÃO 27 (ESAF – 2003 – PFN) O exercício de direitos cartulares compete:


a) apenas ao titular do crédito.
b) a qualquer possuidor.
c) a quem figure como nomeado no instrumento no caso de títulos nominativos.
d) a qualquer portador da cártula em circulação no mercado.
e) a legitimado cambiário na forma de circulação do título.
COMENTÁRIOS:

a) Via de regra o título de crédito tem expresso seu destinatário, porém o título pode ser
endossado e o direito pertencer a outra pessoa. ERRADO

b) Nada disso! Nem sempre o possuidor é o seu legítimo beneficiário (pode ser furtado,
extraviado etc). ERRADO

c) Não exatamente. O titular pode endossar em branco e o título seja transferido para outro
beneficiário que não conste nos registros. ERRADO

d) O título ao portador não é mais aceito. Apenas cheques até R$ 100,00

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


38|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

e) CORRETO! Legitimado cambiário é aquele que tiver o direito cartular, seja o titular ou
beneficiário.

GABARITO: Letra E

Os títulos que vamos analisar na próxima aula são quase todos são ordens de pagamento:
cheque, letra de câmbio e duplicata e nota promissória. Porém vocês devem começar a
se familiarizar. Veja o quadro abaixo, ele será muito útil para resolução de provas.

Letra de Câmbio Nota Promissória Cheque Duplicata


Quanto ao
Vinculado Não vinculado Vinculado Vinculado
Modelo
Ordem de Ordem de
Quando à Promessa de Ordem de pagamento à
Pagamento à vista pagamento à vista
Estrutura pagamento a prazo vista
ou a prazo ou a prazo
Quanto à
hipótese de Não causal Não causal Não causal Causal
circulação
Acima de R$ 100,00 deve
Somente
Somente nominativa Somente nominativa ser nominativo; Se sofrer
nominativa (se
Quanto à (se sofrer endosso (se sofrer endosso endosso em branco ela se
sofrer endosso em
sua em branco ela se em branco ela se transforma em ao
branco ela se
circulação transforma em ao transforma em ao portador; Pode se dar
transforma em ao
portador) portador) endosso em preto
portador)
posteriormente..
Sacador: quem
Sacador:
emite Sacador: quem emite o
Sacador: quem comerciante que
Sacado: aceitante cheque
emite e promete vende produtos e
para quem a ordem Sacado: o banco
pagar a Nota emite duplicata
Partes é dirigida e deve responsável pelo
Sacado: credor que (credor)
pagar pagamento
será favorecido pelo Sacado: cliente que
Tomador: credor da Credor: beneficiário da
crédito deve pagar a
cambial favorecido ordem
duplicata
pelo crédito
Cláusula
não à Admite Admite Admite Não admite
ordem
FONTE: Fabio Ulhoa

9. Endosso
Endosso é o ato cambiário abstrato e formal, decorrente de declaração unilateral de
vontade e correspondendo a uma declaração cambiária eventual e sucessiva,

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


39|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

manifestada no título de crédito, ainda que dele não conste a cláusula à ordem, pela qual,
o beneficiário ou terceiro adquirente (endossante) transfere os direitos dele decorrentes
a outra pessoa (endossatário), ficando, em regra, o endossante responsável pelo aceite e
pelo pagamento2

Endosso é ato cambiário pois põe o título em circulação, transferindo a titularidade


do crédito e ao mesmo tempo, responsabiliza o endossante, passando este a ser
codevedor do título (se o devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do
endossante).

O endosso não transfere apenas o crédito, transfere também a garantia do pagamento.


Não é o endosso do Código Civil, é o da Lei Especial. OK?

Endosso é ato unilateral, solidário e autônomo pelo qual, além de transferir os direitos de
um título, é uma garantia.

Vamos a um exemplo: Você recebeu um cheque e vai usá-lo para comprar alguns livros.
Você é credor e está transferindo o direito que tem sobre esse crédito à livraria. Você
então endossa o cheque para a “Livraria Livro Novo”.

Olha só: Quem endossa é chamado de endossante e quem recebe por endosso é
chamado de endossatário.

Caso esse cheque volte por falta de fundos, você é responsável pelo pagamento. A livraria
Livro Novo irá cobrar você e o emitente do cheque.

ATENÇÃO: A transferência do título implica também a transferência dos direitos que lhe
são inerentes. Nos termos da Lei especial, o cheque, duplicata, nota promissória e letra
de câmbio, são títulos que mantêm o endossante como devedor solidário.

Segundo Ramos, os títulos de crédito típicos, nominados ou próprios circulam mediante


endosso porque todos eles possuem implícita a cláusula “à ordem” (letra de câmbio, nota
promissória, cheque, duplicata etc.). Somente quando for inserida, expressamente, a
cláusula “não à ordem” num título de crédito é que ele não poderá circular por
endosso, e sim por mera cessão civil de crédito.

Agora, você deve ter uma atenção especial ao que diz o Código Civil. Trata-se da
irresponsabilidade do Endossante no novo código civil. (PRESTE MUITA
ATENÇÃO POIS JÁ FOI COBRADO EM PROVAS).

A lei especial diz que quem endossa responde pelo pagamento. Toda lei especial que
trata de título de crédito diz assim: quem endossa responde pela existência + pela

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


40|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

solvência. Só que nós temos uma regrinha no Código Civil. Mas antes de ir para o Código
Civil, eu quero que você responda: diante de uma lei geral e de uma lei especial, qual eu
aplico? Lei especial. Eu só vou aplicar o Código Civil quando lei especial não tratar do
assunto. A regra do CC, na prática não se aplica para nenhum título de crédito que temos
na atualidade, mas cai na prova, que é a regra do art. 914. E saber ou não saber a regra
do art. 914 não faz diferença nenhuma para quem vai atuar na área:

Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde
o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
§ 1º Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário.
§ 2º Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores.

O que está dizendo o art. 914, do Código Civil? Que o endosso do Código Civil tem os
mesmos efeitos da cessão civil porque não responde pelo cumprimento da prestação, ou
seja, não responde pelo pagamento do título. Então, para o Código Civil, o endosso tem
os mesmos efeitos da cessão civil. Mas na prática, o art. 914 não se aplica. É a lei especial
que se aplica e a lei especial diz: “olha: responde pela existência e também pela solvência.”

O endosso pode ser cancelado? SIM! O endossante pode, antes de passar o título às
mãos do endossatário, cancelar o endosso dado no título. E como isso acontece? O
endosso deve ser riscado. Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou
parcialmente.

PARA FIXAR:

Responsabilidade do Endossante

Código Civil Legislação Especial

Endossante não responde


Endossante é responsável solidário
solidariamente

O Endossante exime-se do
Admite cláusula em contrário pagamento caso haja cláusula sem
garantia no título

O que seria a “cláusula sem garantia”? Essa cláusula exonera expressamente o endossante
de responsabilidade pela obrigação constante do título. É obrigado? SIM! Caso queira

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


41|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

eximir o endossante da responsabilidade, é cláusula obrigatória. Se não tiver, mantém-se


a responsabilidade do endossante pelo pagamento.

Em princípio, o endosso deve ser feito no verso do título, bastando para tanto a
assinatura do endossante. E se o documento estiver cheio de endossos no verso e não
couber mais nenhum?

O endosso então deve ser feito no anverso (frente) da cártula, deverá conter, além da
assinatura do endossante, menção expressa e que se trata de endosso. “Pague-
se a” ou “endosso a” ou “transfiro a”, são expressões que demonstram que você está
endossando, que você está transferindo aquele título de crédito.

E se não tiver mais espaço? Para atender o princípio da literalidade, você deve fazer o
prolongamento do título. Então, você pega um pedaço de papel, grampeia, cola, mas
terá que prolongar o título, se quiser dar o endosso atendendo ao princípio da
cartularidade.

O primeiro endossante será sempre o tomador; o segundo endossante é o endossatário


do tomador e assim sucessivamente. Sempre o tomador beneficiário de um título do
crédito será o primeiro endossante porque ele tem condições de transferir o crédito,
porque é o primeiro credor.

Veja um exemplo de endosso:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


42|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Em princípio não há limite quanto ao número de endossos, mesmo em relação ao cheque,


já que a legislação tributária aplicável à CPMF, que permitia apenas um único endosso
nesse título de crédito, foi revogada.

Uma perguntinha rápida? Para a transferência dos direitos expressos no título, basta o
endosso? NÃO! Após o endosso deve-se ter a transferência da cártula. A transferência
por endosso completa-se com a tradição (entrega) do título.

IMPORTANTE: Quando se tem a posse do título de credito, mas descobre-se que este
foi furtado e o endosso ocorreu com a falsificação da assinatura, aquele que recebe do
furtador (adquirente) terá a tutela a non domino (art. 896 CC, 16 LUG, e 25 Lei do cheque)
por que tem o melhor título de propriedade. (NON DOMINO: Direito por parte de quem
não é dono. Diz-se da transferência de bens móveis ou imóveis, por quem não é seu
legítimo dono).

Efeitos do endosso:
Transferência da titularidade do crédito do endossante para o endossatário.
Tornar o endossante codevedor do título de crédito, corresponsável do título de crédito.
Lembrando que por se tratar de endosso, ele vai responder pela existência e pela
solvência.

9.1. Formas de Endosso


ENDOSSO EM BRANCO – é aquele que o endossante assina porém não coloca o nome
de ninguém. Na prática o endosso em branco permite que o título circule ao portador.

Responda rápido: é possível transformar o endosso em branco em endosso em preto?


SIM! O beneficiário de endosso em branco pode tomar basicamente três atitudes:

a) transformá-lo em endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro;


b) endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou
c) transferir o título sem praticar novo endosso, ou seja, pela mera tradição da cártula.

O endossatário ao realizar novo endosso, passa a integrar a cadeia de codevedores,


responsabilizando-se pelo adimplemento da obrigação. E se não praticar novo endosso?
Ai olha só: transfere o crédito sem assumir nenhuma responsabilidade pelo seu
pagamento.

ENDOSSO EM PRETO – o beneficiário é indicado expressamente. Só poderá circular


novamente com novo endosso, que poderá ser em banco ou em preto.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


43|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Responda essa:

QUESTÃO 28 (INÉDITA – 2015 - ELABORADO PELO AUTOR) É possível afirmar que nas opções
de circulabilidade de títulos de crédito, caso haja endosso em branco, sempre haverá novo
endossatário que será responsável solidário.
COMENTÁRIOS: E então? Na verdade, essa afirmação é válida somente quando haja
endosso em preto, pois sempre terá que haver novo endosso para que haja a
transferência da cártula. No endosso em branco, é possível transferir o título sem praticar
novo endosso.

GABARITO: ERRADO

FIQUE LIGADO:

Só assinatura
ENDOSSO AVAL
No Verso Vale como endosso Vale como aval
No anverso Vale com aval Vale como endosso

ENDOSSO PARCIAL – Questão muito batida em concursos. A resposta é sempre NÃO!


Você tem como endossar parte do valor? O título é de 10 mil, mas eu preciso endossar e
transferir o título também. O que precisa? Endosso mais tradição. Não é só o endosso. Eu
preciso endossar, assinar atrás ou na frente (com identificação) e entregar. Tem como
entregar parte do título? Não! Por isso, o endosso parcial é nulo.

ENDOSSO PÓSTUMO/TARDIO – É possível o endosso após o vencimento do título. Se


simplesmente só venceu o título, o endosso continua com as mesmas características do
endosso. Se além do vencimento, teve protesto ou expirou o prazo para protesto, não
vai ter efeito de endosso mais. Vai ter efeito de cessão civil. Salvo prova em contrário,
presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo fixado para se
fazer o protesto.

Até agora tudo o que vimo é chamado de endosso próprio ou endosso translativo. Não
cai em provas o que é endosso próprio ou translativo. Temos ainda o chamado endosso
impróprio que quando o examinador quiser saber sobre ele, irá assim expressar.

ENDOSSO IMPRÓPRIO : O endosso transfere a titularidade e os direitos sobre o título. O


endosso impróprio não tem essa característica. Não tem um dos efeitos. No impróprio
não há transferência da titularidade do crédito. Ele é usado somente para legitimar a
posse de alguém (endossatário) sobre o título. Nós temos duas modalidades de
endosso impróprio:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


44|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

O endosso impróprio transfere os direitos inerente à cártula, exceto a transmissão da


propriedade.

ENDOSSO-MANDATO (ENDOSSO-PROCURAÇÃO): É utilizado para transferir poderes e


autorizar um terceiro a exercer os direitos inerentes ao título. Quando o endosso contém
a menção "valor a cobrar", "para cobrança", "por procuração", ou qualquer outra menção
que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos
emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador.

Utilizado primordialmente para fins de cobrança

Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram
oponíveis ao endossante. O mandato que resulta de um endosso por procuração não se
extingue por morte ou sobrevinda incapacidade do mandatário.

Por exemplo. Você precisa cobrar um título, porém contratou uma financeira para isso.
Só que para cobrar, ela tem que ter o título em mãos. Mas ela não será credora, só
queremos que ela faça a cobrança. E então como funciona? Você endossa por mandato.
É como se você estivesse dando uma procuração para que a financeira cobre o título. Por
isso coloca-se as expressões endosso por procuração, valor a cobrar, para cobrança etc.
É endosso impróprio na modalidade endosso-mandato, por procuração, para que ele
possa cobrar o título de crédito para você.

Surgem então as figuras do (i) endossante mandante e (ii) endossatário mandatário.


O endossante continua a ser o credor, e o endossatário funciona como um agente
cobrador.
Havendo endosso mandato, quem é o responsável pelo protesto indevido perante
o devedor do título? Se o endossatário mandatário não agiu com excesso de
poderes, não responderá pelo protesto indevido, sendo a responsabilidade tão
somente do credor. Portanto, a parte legítima para figurar no polo passivo será o
endossante mandante (STJ, AgRg no Ag 1.320.416/SP).
O STJ também entende que, se ficar comprovada a negligência por parte do
endossatário mandatário (v.g. o devedor efetua o pagamento na própria agência
bancária mandatária), ele será responsável pelo protesto indevido

Hoje esse entendimento está previsto no Enunciado 476 da Súmula do STJ:

“O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de


protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


45|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

ENDOSSO-CAUÇÃO (OU PIGNORATÍCIO ): Também chamado de endosso-garantia, o


endossatário não assume a titularidade do crédito e sim, tão somente, fica em sua posse
apenas como forma de garantida de divida contraída perante ele pelo endossante.

Pode servir como garantia para obtenção de empréstimo em instituição financeira.

EXPLICO: Você precisa um empréstimo bancário, porém não tem bens para dar em
garantia. Mas você tem uma empresa e ela tem diversos títulos de crédito, duplicatas etc.
Você então usa esses títulos da empresa como garantia perante ao banco. O título é um
bem móvel e para dar em garantia, é necessário instituir um penhor sobre ele que é o
endosso-caução. Esse título fica com o banco até quitar as prestações. O título é garantia
de pagamento.

Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer


outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos
emergentes da letra.

9.2. Endosso x Cessão Civil de Crédito


O endosso é ato unilateral, devendo ser feito no próprio título devido ao princípio da literalidade.
Já a cessão civil é negócio bilateral, formalizado por instrumento à parte (contrato).

A principal diferença é a seguinte: Quem transfere por endosso, responde pela


existência do título, mas além da existência, responde também pela solvência. Ou seja,
responde também pelo pagamento do título. Diferente da cessão civil porque quem
transfere por cessão civil só responde pela existência, não responde pela solvência, pelo
pagamento.

Um exemplo ajuda a entender:

Situação 01: cheque clonado. Ele existe? Não. Ele tem um vício de existência. Então,
imagine: que você receba um cheque clonado em pagamento a um a dívida e a transfere
para mim. Tanto faz se você endossou ou fez cessão civil porque ele tem vício de
existência. Então, tanto no endosso quanto na cessão civil, você vai responder por esse
cheque que tem vício de existência.

Situação 02: cheque sem fundos. Se alguém lhe dá um cheque bom e você transfere esse
cheque bom a mim e o cheque volta por falta de fundos, ele não tem vício de existência.
Você só vai ter que responder pelo pagamento. Agora se você endossou o cheque, você

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


46|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

responde pelo pagamento. Significa que eu posso acionar judicialmente caso


eventualmente você não o pague porque você responde pelo pagamento. Por outro lado,
se você transfiro para mim por cessão civil e o cheque volta por falta de fundo, e eu ligo
para você, “Fulano, como é que é, vai pagar o cheque?” Você me responde: “meu amigo,
se vira! Eu não tenho nada a ver com isso porque na cessão civil eu não respondo pelo
pagamento, não respondo pela solvência.”

Como leciona RAMOS, uma outra diferença relevante entre endosso e cessão civil de
crédito está relacionada à (in)oponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé.
Em decorrência do princípio da autonomia e do subprincípio da abstração, o endosso
transfere o crédito sem nenhum vício relativo aos negócios feitos anteriormente com o
título. Assim, o devedor não poderá opor ao endossatário – se este recebeu o título de
boa-fé, o que em princípio se presume – exceções que não lhe digam respeito, ou seja,
exceções relacionadas a relações antecedentes. Na cessão civil de crédito, no entanto, o
mesmo não ocorre. O devedor pode opor contra o cessionário qualquer exceção pessoal
que tinha contra o cedente (nesse sentido é a regra do art. 294 do Código Civil).

PARA FIXAR:

ENDOSSO CESSÃO CIVIL

O endosso responde pela existência do O cedente responde somente pela


crédito e pela solvência do devedor existência do crédito

Para se defender, o devedor não poderá


arguir matérias atinentes à sua relação
Para se defender, o devedor poderá
jurídica com o endossatário
arguir matérias atinentes à sua relação
(subprincípios da autonomia e
jurídica com o cessionário
inoponibilidade das exceções pessoais
aos terceiros de boa-fé)

10. Aval
Ato cambiário sucessivo e eventual decorrente de uma manifestação unilateral de
vontade, pela qual uma pessoa física ou jurídica, estranha à relação cartular
(avalista), ou que nela já figura, assume obrigação cambiária autônoma e incondicional

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


47|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

de garantir, total ou parcialmente, no vencimento, o pagamento do título nas mesmas


condições do devedor (avalizado) desse título. Sua característica marcante é a garantia.
O avalista ao garantir o cumprimento da obrigação do avalizado, responde de forma
equiparada a este.

ENDOSSO Transferência

AVAL Garantia

O aval é dado no anverso do título (face), pela simples assinatura do avalista e no verso
do título, pela assinatura atrelada à expressão “POR AVAL”, “BOM POR AVAL”, (é ao
contrário do endosso, no qual a simples assinatura no verso corresponde ao endosso,
enquanto que no anverso deve ser acompanhada da expressão “por endosso”).

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do
avalista.
§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.

10.1. Formas de Aval


AVAL EM PRETO – Ocorre quando você identifica o avalizado.

AVAL EM BRANCO – Não identifica o avalizado. CUIDADO! Imagine que você de um aval
em branco. Quem está sendo avalizado? Todo mundo? Qualquer pessoa? No aval em
branco o avalizado é o sacador, aquele que criou, que deu origem, que emitiu o título de
crédito.

AVAL PARCIAL: Sabemos que o Endosso parcial não é possível. E o aval, é possível ser
parcial? Depende! Como assim? A lei especial diz que pode, admite o aval parcial,
dizendo ser possível garantir só uma parte do valor. A lei admite o aval de toda a dívida,
como também de parte da dívida. Só que o Código Civil diz que não pode.

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


48|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Mas de novo isso professor? Calma, não acabou ainda. O Decreto 57.663/66 (lei uniforme)
diz no art. 30 o seguinte:

Artigo 30
O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.
Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.

Ah! Então são dois contra um, então pode! Nada disso. Ah! Então aplica-se o código civil
pelo princípio da “lei mais nova”? Também não. Então como é?

Vamos a um raciocínio: Caso tenhamos uma lei especial e uma lei geral, qual se aplica?
Aplica-se a lei especial!

Muitas vezes que questão do tipo “é possível aval parcial, sim ou não” foram anuladas,
porque o examinador não deixou claro sob qual prisma ele queria a resposta.

De acordo com o código civil => NÃO pode aval parcial

De acordo com a lei Especial =. Pode aval parcial

AVAL SIMPLES E PLURAL: O ilustre jurista Luiz Emygdio aduz que o aval pode ser simples,
quando dado por uma pessoa, ou plural, quando dado por duas ou mais pessoas,
podendo ocorrer em três casos: “1) Dois ou mais avais dados em favor de obrigados
cambiários distintos, por exemplo: “C” é avalista do emitente “A” e “D” é avalista do
endossante “B”. 2) Dois ou mais avalistas de uma mesma obrigação cambiária (avais
simultâneos e coavais). 3) Aval de aval (avais sucessivos). A primeira hipótese (avalizados
distintos) não apresenta qualquer dúvida porque todos os avalistas serão devedores
solidários de natureza cambiária sucessiva, e o portador pode acionar cambiariamente os
avalistas e avalizados, em conjunto ou isoladamente, sem estar sujeito a ordem a que se
obrigaram (LUG, art. 47, als. 1ª e 2ª, LC, art. 51 e § 1º). Se um dos avalistas pagar a quantia
cambiária, adquire os direitos decorrentes do título em relação ao avalizado e aos que o
garantem (LUG, art. 32, al. 2ª, LC, art. 31 e Lei Civil, art. 899, § 1º), por se tratar de
solidariedade cambiária de natureza sucessiva. As demais hipóteses de avais simultâneos
e sucessivos serão tratadas em separado.”

AVAIS SIMULTÂNEOS : Também denominados de coavais, ocorrem quando duas ou mais


pessoas avalizam um título conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial.
Assim, nos avais simultâneos os avalistas são considerados uma só pessoa,
razão pela qual assumem responsabilidade solidária regida pelas regras do direito civil.
Em suma: eles dividem a dívida, razão pela qual se um deles pagá-la integralmente ao
credor, terá direito de regresso contra o devedor principal relativo ao total da dívida, mas

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


49|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

terá direito de regresso contra o outro avalista apenas em relação à sua parte – se forem
apenas dois avalistas, por exemplo, terá direito de regresso em relação a apenas metade
da dívida.

B AVALIZAM D

AVAIS SUCESSIVOS : também chamados de aval de aval, ocorre quando alguém


avaliza um outro avalista. Nesse caso, todos os eventuais avalistas dos avalistas terão
a mesma responsabilidade do avalizado, ou seja, aquele que pagar a dívida terá direito
de regresso em relação ao total da dívida, e não apenas em relação a uma parte dela.

Por fim, de acordo com a Súmula 26 do STJ, “o avalista do título de crédito vinculado a
contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato
figurar como devedor solidário”.

A AVALIZA B AVALIZA C

AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO : O aval dado a posteriori do vencimento,


diferentemente do endosso, terá a mesma função, os mesmos efeitos que o prestado
antes do vencimento. Ou seja, continuará sendo aval

CC - art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado).

AVAL SEM O ACEITE DO SACADO: O aval é pouco tratado na lei de Duplicatas, aplicando-
se, subsidiariamente, a Lei Uniforme de Genebra. Em último caso é aplicado o Código
Civil. Porém, quando se trata do aval sem o aceite do sacado, ambos diplomas silenciam.

Ah! Então não pode! Calma lá! Vale lembrar que o Direito Empresarial é ramo do direito
privado onde pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe. Ah é? Então pode! SIM! Tal

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


50|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

entendimento é encontrado no art. 14 do Decreto das Operações Cambiárias (Dec.


2.044/1908).:

Art. 14 do DOpCamb. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso,


pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio
punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra.

AVAL SUPERPOSTO: Vários avais sobrepostos no título, um sobre o outro. São


considerados simultâneos ou sucessivos? Consoante a Súmula 189 do STF, os “avais em
branco e superpostos consideram-se “simultâneos”, e não sucessivos”.

AVAL PRESTADO POR PESSOA CASADA: O Código Civil em seu art. 1.647, inciso III, tratou
da mesma forma o aval e a fiança no que tange à necessidade de outorga conjugal para
que tais garantias sejam prestadas, salvo se o regime de bens for o da separação absoluta.

O STJ já está aplicando a referida regra, declarando a nulidade de aval sem outorga
conjugal entendendo que é. Necessária a vênia conjugal para a prestação de aval por
pessoa casada:

A exigência de outorga uxória ou marital para os negócios jurídicos de (presumidamente) maior


expressão econômica previstos no artigo 1.647 do Código Civil (como a prestação de aval ou a
alienação de imóveis) decorre da necessidade de garantir a ambos os cônjuges meio de controle
da gestão patrimonial, tendo em vista que, em eventual dissolução do vínculo matrimonial, os
consortes terão interesse na partilha dos bens adquiridos onerosamente na constância do
casamento. (...)

PONTO DE ATENÇÃO: em caso de morte, incapacidade, ou falência do avalizado, o


avalista continua responsável pelo título (CC, art. 899, § 2o Subsiste a responsabilidade do
avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade
decorra de vício de forma).
PONTO DE ATENÇÃO: 2: art. 1.647, inciso III, do Código Civil:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
III - prestar fiança ou aval;
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um
dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.

EM SÍNTESE:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


51|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

O aval é obrigação autônoma e independente, descabendo assim a discussão sobre a


origem da dívida
O aval é dotado de autonomia substancial, de sorte que a sua existência, validade e
eficácia não estão jungidas à da obrigação avalizada.
O aval, espécie de obrigação cambial, é autônomo em relação à obrigação do devedor
principal e se constitui no momento da aposição da assinatura do avalista no título de
crédito.
Em face da autonomia do aval, não se pode prevalecer, o avalista, das exceções
pessoais do avalizado.

10.2. Aval x Fiança


A fiança é um instituto do Direito Civil similar ao aval, porém há diferenças relevantes
sobretudo ao regime jurídico a que se submetem.

Aval Garantia Cambial

Fiança Garantia Civil

São duas as diferenças básicas entre aval e fiança. A primeira delas é decorrente da
submissão do aval ao princípio da autonomia, inerente aos títulos de crédito. Com efeito,
o aval, por ser um instituto do regime jurídico cambial, constitui uma obrigação autônoma
em relação à dívida assumida pelo avalizado. Assim, se a obrigação do avalizado,
eventualmente, for atingida por algum vício, este não se transmite para a obrigação do
avalista. Na fiança o mesmo não ocorre: ela, como obrigação acessória, leva a mesma
sorte da obrigação principal a que está relacionada.

Segundo João Eunápio Borges, a autonomia e a abstração do aval são tamanhas que se
admite até o aval contra a vontade do avalizado, bem como o chamado aval antecipado,
o qual é prestado antes mesmo do surgimento da obrigação do avalizado e sequer se
condiciona à sua futura constituição válida.

Outra distinção relevante entre o aval e a fiança diz respeito ao benefício de ordem,
presente nesta e ausente naquele. De fato, o aval não admite o chamado benefício de
ordem, razão pela qual o avalista pode ser acionado juntamente com o avalizado. Na
fiança, todavia, o benefício de ordem assegura ao fiador a prerrogativa de somente ser
acionado após o afiançado. A responsabilidade do fiador é, portanto, subsidiária.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


52|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

AVAL FIANÇA

Só pode ser dado em título de crédito. Só pode ser dada em contrato.

É autônomo (CC, art. 899, §2º). É acessório do negócio.

Não tem benefício de ordem. Tem benefício de ordem.

Regulado pelo Direito Cambiário Regulado pelo Código Civil

Deve estar expresso no título Pode ser em documento separado

Necessita de autorização do conjuge, salvo Necessita de autorização do conjuge, salvo


regime de separação absoluta de bens regime de separação absoluta de bens

Benefício de ordem é o seguinte: O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem


direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do
devedor. Imagine que João afiançou Maria. Maria, por sua vez, não quitou os débitos.
Pode o credor executar diretamente João? NÃO, na fiança, para que seja cobrado de
João, primeiramente devem ser demandados os bens do devedor principal (Maria). No
aval não tem disso, o credor pode demandar diretamente João. Entendido?

Em REsp julgado recentemente pelo STJ, o presidente de uma empresa emitiu uma letra
de câmbio em nome da empresa e avalizou essa letra de câmbio. A empresa faliu e o
aval permaneceu. Pouco importa o que aconteceu com o avalizado. O avalistas continua
responsável. Ele sempre continua responsável porque a obrigação é autônoma. É uma
obrigação cambiária autônoma. Se eu sou avalista e sou responsável pelo pagamento,
garanto pagamento, caso eu seja acionado (alguém ajuíza uma ação de execução contra
o avalista, ele vai ser obrigado a pagar), vou ter direito de regresso. Se o avalizado tem
direito de regresso, o avalista também tem. Se eu sou avalista de um devedor principal,
eu só vou ter direito de regresso contra o devedor principal. Não tenho direito de regresso
contra mais ninguém. Agora, se eu sou avalista de um codevedor e este codevedor tem
direitos, eu vou ter os mesmos direitos que esse codevedor. Eu estou garantindo João
como se fosse João. Então, se João tem direito de regresso, eu também vou ter os
mesmos direitos.

11. Protesto
Esse é fácil professor, protesto é a cobrança de um título atrasado! ERRADO!

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


53|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

SEMPRE CAI EM PROVA: Protesto NÃO é cobrança, é um ato formal através do


qual se caracteriza a inadimplência.

Protesto pode ser definido como o ato formal pelo qual se atesta um fato relevante
para a relação cambial. Esse fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta
de devolução do título ou (iii) a falta de pagamento do título3.

Protesto não é cobrança. É o meio solene de se provar a inadimplência.

O protesto tem como características principais ser um ato formal e solene. Só pode ser
feito por escrito e no local específico que é o Cartório de Protestos de Títulos e
Documentos. Por isso diz-se que o credor faz prova da inadimplência através de fé
pública.

Outro fato relevante é que o protesto é facultativo contra o devedor principal. Porém ele
é obrigatório contra os codevedores, tal como o endossante.

A cobrança judicial do crédito mencionado em nota promissória contra o devedor


principal independe do prévio protesto do título.

Há casos, porém, que o protesto é necessário, como por exemplo: na lei de falências que
exige títulos protestados para se requerer a falência e também no caso de contrato de
alienação fiduciária para que comprove a mora do devedor.

Contra os coobrigados e
Necessário
endossantes

Protesto Facultativo Contra o Devedor Princial

Lei de Falências, Alienação


Obrigatório
fiduciária etc

FINALIDADES DO PROTESTO:

a) Provar a inadimplência: É a mais usada. É o protesto por falta de pagamento. É


realizado após o vencimento do título. Neste caso todos os que tiverem obrigação de
pagamento (devedor principal, endossantes e avalistas) serão apontados no protesto que
irá justamente garantir o direito do credor executar os devedores indiretos.

É nesse sentido a Lei Uniforme:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


54|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Art 44, Lei Uniforme: “A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal
(protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento). (...) O protesto por falta de aceite dispensa
a apresentação a pagamento e o protesto por falta de pagamento.

O art. 26 da Lei 9.492/97 estabelece que o cancelamento do registro do protesto será


solicitado, diretamente no tabelionato de protesto de títulos, por qualquer interessado
mediante apresentação do documento protestado, porém, o entendimento majoritário é
que o cancelamento do protesto, após quitação do débito é ônus do devedor (que é
inclusive o maior interessado).

b) Falta de Aceite: O protesto por indicação, como também é conhecido, é feito por
falta de aceite, de devolução ou de pagamento. Existem títulos que não é o próprio
devedor quem o emite, sendo assim, não há manifestação de vontade dele na cártula.
Essa manifestação de vontade vai ser buscada da através da apresentação para aceite.

O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da
obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.

Quando o devedor se recusa a dar o aceite, a prova dessa recusa deverá ser feita através
do protesto. Esses títulos são a cédula de crédito bancário, a letra de câmbio e a duplicata.

É nesse sentido a Lei nº 5.474/68:

Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.


§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso,
mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador,
na falta de devolução do título."

Agora, se o sacador não remeteu ao sacado a duplicata para que fosse aposto o aceite,
não haverá o que se falar em protesto por indicação. Portanto, é requisito essencial do
protesto por indicação a prova de que o título foi encaminhado ao sacado.

c) Interrompe a prescrição: O protesto interrompe a prescrição, desde que feito na


forma da lei. Fique atento: a súmula 153 do STF foi editada antes do novo Código Civil:

Súmula 153 – STF – SIMPLES PROTESTO CAMBIÁRIO NÃO INTERROMPE A PRESCRIÇÃO.

Agora devemos aplicar o Artigo 202 do Código Civil:

Art. 202 do C.C./02 – A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-
á:

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


55|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover
no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito
pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,
ou do último ato do processo para a interromper.

E qual o prazo para protestar?

Prescreve em 03 (três) anos a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a


contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial. No caso do cheque, que
têm lei especial o prazo de prescrição do direito de cobrança é de 6 meses e o prazo
legal para o protesto é de 30 (trinta dias) quando emitido no lugar onde deverá ocorrer
o pagamento e, de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no
exterior e o protesto deve ser feito no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente.

d) Constranger legalmente o devedor4: Ermínio Amarildo Darold complementa


enfatizando que o protesto guarda, igualmente, o relevante papel de constranger
legalmente o devedor ao pagamento, sob pena de ter lavrado e registrado contra si um
ato restritivo de crédito, evitando, desta forma, que todo e qualquer inadimplemento
vislumbre na ação judicial a única providência jurisdicional possível

e) Inicia a contagem de juros para os contratos;


Esse é o teor do art. 40 da Lei 9.492/97:

Art. 40. Não havendo prazo assinado, a data do registro do protesto é o termo inicial da incidência
de juros, taxas e atualizações monetárias sobre o valor da obrigação contida no título ou
documento de dívida.

Mas muito cuidado! Isso é aplicável aos contratos. Este artigo não se aplica aos títulos
de crédito (letra de câmbio, Nota promissória, cheque e duplicata) os juros
começam a contar da data do vencimento (mora ex re).

Inicia-se a contagem de juros


CONTRATOS
a partir do PROTESTO

Inicia-se a contagem de juros


Títulos de Crédito
a partir do VENCIMENTO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


56|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

f) Autorizar o pedido de falência. Não é um protesto comum, mas sim para fins
falimentares. É um protesto especial que é feito no Tabelionato de Protestos;

Art. 94 da Lei nº. 11.101/05 – Será decretada a falência do devedor que:


I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em
título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-
mínimos na data do pedido de falência;

g) Dá início ao termo legal. Na decretação da falência o juiz deve fixar o termo legal,
que será contado da data do primeiro protesto.

Art. 99 da Lei nº. 11.101/05 – A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras
determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo
seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados
do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de
pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

Vamos treinar:

QUESTÃO 29 (ESAF – 2006 – PFN) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou restrinja
direitos e obrigações além dos limites fixados em lei.
COMENTÁRIOS: Se no título de crédito vem escrito algo restringindo algum direito que a lei
concede aquele título, essa anotação não possui valor algum. É o teor do Código Civil:

Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a
excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de
termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos
e obrigações.

Essas anotações são chamadas de cláusulas exorbitantes e são consideradas não escritas e não invalidam
o título.

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 30 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O banco que desconta a duplicata em uma operação
de crédito recebe-a tão-somente por meio de endosso-mandato.
COMENTÁRIOS: Não existe previsão legal para isso. O banco, tradicionalmente, é quem
cobra a duplicata. O banco efetua a remessa e a cobrança da duplicata cobrando um
valor para isso, mas esse procedimento não é feito necessariamente por endosso.

GABARITO: ERRADO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


57|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 31 (ESAF – 2010 – SMF-RJ – Fiscal de Rendas) Assinale a assertiva em que todos os
títulos de créditos mencionados admitem protesto por indicação.
a) Letra de câmbio e nota promissória.
b) Cédula de crédito bancário e cheque.
c) Cheque e duplicata.
d) Nota promissória e cheque.
e) Duplicata e cédula de crédito bancário.
COMENTÁRIOS: É o protesto por falta de aceite. Quando o devedor se recusa a dar o aceite, a
prova dessa recusa deverá ser feita através do protesto. Esses títulos são a cédula de crédito
bancário, a letra de câmbio e a duplicata.

GABARITO: LETRA E

QUESTÃO 32 (FCC – 2014 – DPE-PB – Defensor Público) O protesto é ato não solene.
COMENTÁRIOS: Conforme a lei 9.492, Art. 1º, Protesto é o ato formal e solene.

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 33 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.
COMENTÁRIOS: o aceite é ato a ser praticado pelo sacado. Extraído da LUG:
Art. 21 - A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu
domicílio , pelo portador ou até por um simples detentor.

GABARITO: CERTO

QUESTÃO 34 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) O aval é instituto
jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por contrato.
COMENTÁRIOS: O aval não tem por finalidade garantir satisfações contraídas por contrato, mas,
sim, as contraídas em títulos de crédito. Quem garante as obrigações em contrato é a fiança.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 35 (ESAF – 2006 – PFN) Com base no que dispõe o Código Civil, o pagamento de
título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval, total ou parcial.
COMENTÁRIOS: Cuidado! Muita atenção ao enunciado da questão. O código civil veda o aval
parcial, porém a LUG permite. A questão cobra o disposto no código civil.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


58|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada,
pode ser garantido por aval.

Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 36 (FCC – 2014 – TJ-CE – Juiz) O protesto por falta de aceite somente poderá ser
efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a
devolução
COMENTÁRIOS: Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de
devolução.

§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da
obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.

GABARITO: CERTO

QUESTÃO 37 (ESAF – 2006 – PFN) O aval posterior ao vencimento do título de crédito não
produz efeitos.
COMENTÁRIOS: O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente
dado.

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 38 (ESAF – 2010 – SMF-RJ) Marque a opção que contém um título de crédito que não
admite emissão com cláusula "não à ordem".
a) A letra de câmbio.
b) A duplicata mercantil.
c) A nota promissória.
d) O cheque.
e) A cédula de crédito bancário.
COMENTÁRIOS: A cláusula não à ordem impede a transferência do título por endosso a
terceiro.

Letra de Câmbio Nota Promissória Cheque Duplicata


Cláusula não à
ordem
Admite Admite Admite Não admite

GABARITO DA QUESTÃO: LETRA B

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


59|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 39 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) O princípio da literalidade é relativizado pelo direito
brasileiro, de sorte que o aval tanto pode ser prestado mediante assinatura do avalista no próprio
título quanto em documento apartado.
COMENTÁRIOS: O princípio da literalidade é absoluto, como extrai-se da interpretação
do Código Civil:

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e


autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 40 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que se aplica
apenas para representar a transferência de titularidade.
COMENTÁRIOS: O endosso não serve para representar a transferência de titularidade mas sim
para legitimar a titularidade do crédito.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 41 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que serve para
determinar a legitimação cambiária.
COMENTÁRIOS: Essa é exatamente a função do endosso, LEGITIMAR as operações cambiárias
com os títulos de crédito.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 42 (VUNESP – 2012 – RJ-RJ – Juiz) Com relação aos avais simultâneos,
a) o pagamento do título por um dos avalistas libera os demais avalistas de um possível direito
de regresso em favor do que pagou.
b) assim como nos avais sucessivos, dependem da ordem cronológica para a atribuição da
responsabilidade do avalista.
c) um avalista se torna avalista dos outros.
d) o pagamento do título por um dos avalistas não libera o devedor principal do direito de
regresso em favor do que pagou.
COMENTÁRIOS: Também denominados de coavais, ocorrem quando duas ou mais
pessoas avalizam um título conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial.
Assim, nos avais simultâneos os avalistas são considerados uma só pessoa, razão pela
qual assumem responsabilidade solidária regida pelas regras do direito civil. Aval
Sucessivo - Ocorre quando o avalista possui também um avalista e assim sucessivamente.
A diferença do aval simultâneo se dá apenas no regresso. No sucessivo, caso algum dos

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


60|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

avalistas pague, ele poderá entrar com regresso apenas contra os devedores anteriores.
Ou seja, eu avalista que pago o crédito não posso cobrar do meu avalista.

Analisando as assertivas:

a) está errada, porque o avalista que paga pode cobrar dos outros;

b) está errada, porque apenas nos avais sucessivos se depende da ordem cronológica
para atribuição da responsabilidade. No simultâneo não depende dessa ordem;

c) está errada, porque avalista de outro avalista é aval sucessivo;

d) está correta, porque o devedor principal poderá ser cobrado pelo avalista que pagou

GABARITO: Letra D

QUESTÃO 43 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O aval em uma duplicata pode ser dado antes mesmo
do seu aceite pelo sacado.
COMENTÁRIOS: Pergunta difícil! O aval é pouco tratado na lei de Duplicatas, aplicando-se,
subsidiariamente, a Lei Uniforme de Genebra. Em último caso é aplicado o Código Civil.
Porém, quando se trata do aval sem o aceite do sacado, ambos diplomas silenciam.

Ah! Então não pode! Calma lá! Vale lembrar que o Direito Empresarial é ramo do direito
privado onde pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe. Ah é? Então pode! SIM! Tal
entendimento é encontrado no art. 14 do Decreto das Operações Cambiárias (Dec.
2.044/1908).:

Art. 14 do DOpCamb. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso,


pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio
punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 44 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O padrão formal das notas promissórias é definido em
lei.
COMENTÁRIOS: A nota promissória é de forma livre pois a lei não definiu forma a ela.

Livre Forma livre Cheque e Duplicata


MODELO
Letra de Câmbio e
Vinculado Forma definido em lei
Nota Promissória
GABARITO: ERRADO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


61|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 45 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) Consoante o princípio da inoponibilidade, o devedor


de dívida representada por título de crédito só pode opor ao terceiro de boa-fé as exceções que
tiver contra este e as fundadas nos aspectos formais do título.
COMENTÁRIOS: O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver
com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu
conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de
representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício
da ação.

GABARITO DA QUESTÃO: CERTO

QUESTÃO 46 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) De acordo com o princípio da literalidade, o título de
crédito deve satisfazer seus requisitos formais no momento da emissão, sendo, em regra, nulo o
título que, emitido em branco ou incompleto, venha depois a ser preenchido ou complementado
pelo beneficiário.
COMENTÁRIOS: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 47 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) O endosso se aplica apenas para representar a


transferência da titularidade do crédito.

COMENTÁRIOS: A transferência de um título de crédito ocorre com o endosso que é a


representação dessa negociação e se completa com a TRADIÇÃO.
Art. 910.§ 2 o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 48 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) De acordo com o princípio da abstração, o emitente
de título cambial não pode opor ao beneficiário as exceções fundadas no negócio jurídico
subjacente, ainda que o título não tenha entrado em circulação.
COMENTÁRIOS: Caso o título não entre em circulação, ficando restrito a relação
fundamental, é permitida a discussão do negócio jurídico que lhe deu origem

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 49 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O endosso possibilita o protesto do título de crédito.


COMENTÁRIOS: Essa não é função do endosso. O endosso serve para transferir a propriedade
do título de crédito
GABARITO: CERTO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


62|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 50 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) Em razão do princípio da cartularidade, a duplicata


mercantil só pode ser protestada se o credor estiver na posse do título.
COMENTÁRIOS: A duplicata é uma exceção ao princípio da cartularidade, pois ela admite
a modalidade de duplicata eletrônica.

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. PROTESTO


POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO COMPROVANTE
DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE DE EXIBIÇÃO
JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO ORIGINAL.

1. As duplicatas virtuais – emitidas e recebidas por meio magnético ou


de gravação eletrônica – podem ser protestadas por mera indicação, de modo
que a exibição do título não é imprescindível para o ajuizamento da execução
judicial. Lei 9.492/97.

2. Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual,


devidamente acompanhados dos instrumentos de protesto por indicação e dos
comprovantes de entrega da mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem
a ausência física do título cambiário eletrônico e constituem, em princípio,
títulos executivos extrajudiciais.

GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO

QUESTÃO 51 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O cheque não é um título de crédito, porque foi proibido
por lei que seja endossado mais de uma vez.
COMENTÁRIOS: A Lei do Cheque (Lei 7.357/85) em nenhum momento define o cheque
como um título de crédito, por isso, dependendo do doutrinador, não é totalmente
verdadeira. Só que o examinador também disse que não pode ser endossado mais de
uma vez. Ai concluímos que a questão está errada, pois a lei permite que o cheque seja
endossado mais de uma vez.

Art . 17 da LCh. O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa à
ordem, é transmissível por via de endosso.

§ 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula não à ordem, ou outra


equivalente, só é transmissível pela forma e com os efeitos de cessão.

§ 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente
endossar o cheque.

GABARITO: ERRADO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


63|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 52 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) De acordo com as disposições do Código Civil, o


endossante de título à ordem não responde pelo cumprimento da prestação constante do título,
salvo se este contiver cláusula expressa em contrário.
COMENTÁRIOS: O endossante do título à ordem não tem responsabilidade por cumprir a
prestação. Entendimento consubstanciado do Art. 914 CC:
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde
o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 53 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) O aval, instituto típico do direito cambiário, é uma garantia
subjetiva e acessória prestada em título de crédito, que confere ao avalista a qualidade de
devedor solidário.

COMENTÁRIOS: Boa definição de aval. O aval é uma garantia cambial subjetiva, por ele o
avalista garante o pagamento do título sendo responsável solidário juntamente com o
devedor principal
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 54 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aval garante o pagamento do título de crédito e não
pode ser parcial.
COMENTÁRIOS: E agora? É pelo Código Civil ou pela legislação especial?
A lei especial diz que pode, admite o aval parcial, dizendo ser possível garantir só uma
parte do valor. A lei admite o aval de toda a dívida, como também de parte da dívida. Só que o
Código Civil, no seu art. 897, § único, diz que não pode.

Mas como responder se a questão não pede? No caso de omissão, vá pela lei especial!

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 55 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que impõe ao
endossante o dever de garantir a legitimidade dos endossos anteriores.
COMENTÁRIOS: O endossante que determina no título “não à ordem” (proibindo um novo
endosso) não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada,
garantindo tão somente o pagamento ao seu endossatário
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 56 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que deve ser
em preto para garantir a formação da cadeia de regresso.
COMENTÁRIOS: Tanto o endosso em preto quanto o endosso em branco garantem a formação
da cadeia de regresso.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


64|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 57 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que serve para
indicar que alguém deixa de ser titular do direito cambiário.
COMENTÁRIOS: Mesmo ocorrendo o endosso, o endossante não deixa ser o titular do direito
cambiário nele expresso, no caso da espécie de endosso-mandato ou procuração.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 58 (CESPE – 2006 - Advogado da União) O endosso é o ato necessário e suficiente


para que se processe a transferência dos direitos creditícios de um título de crédito.
COMENTÁRIOS: O que falta? Falta a tradição do título, ou seja, a entrega efetiva da cártula.
Temos também a possibilidade de endosso impróprio. O endosso impróprio não tem essa
característica. Não tem um dos efeitos tradicionais do endosso. No impróprio não há
transferência da titularidade do crédito. Ele é usado somente para legitimar a posse de
alguém (endossatário) sobre o título. Nós temos duas modalidades de endosso impróprio:
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 59 (CESPE – 2009 - Advogado da União) Para a validade do endosso dado no anverso
do título de crédito, é suficiente a assinatura do endossante, imediatamente após a qual ocorre
a transferência do referido título.
COMENTÁRIOS: Para endosso no anverso (face) do título, é necessário a declaração que
se trata de endosso. No verso, basta apenas a assinatura

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 60 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança prestada sem
autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia total da garantia.
COMENTÁRIOS: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total
da garantia. Este é o exato teor da Súmula 332 do STJ:
Súmula 332: "A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia
total da garantia

GABARITO: CERTO

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


65|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 61 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança é instituto
jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigação assumida pelo devedor mediante
emissão de um título cambiário.
COMENTÁRIOS: A fiança não tem por finalidade garantir satisfações contraídas em título de
crédito, mas sim em contrato. Quem garante as obrigações em títulos é o aval.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 62 (ESAF – 2009 – Procurador da Fazenda Nacional – ADAPTADA) Nos títulos de


crédito causais, a literalidade do título está vinculada à operação subjacente.
COMENTÁRIOS: O princípio da literalidade diz respeito ao que está escrito no título e não
vinculado ao que foi contratado.

GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 63 (ESAF – 2009 – Procurador da Fazenda Nacional – ADAPTADA) Nos títulos de


crédito causais, a circulação não se faz via endosso do título
COMENTÁRIOS: O endosso é meio de circulação, assim, ao endossar um título, o
endossante garante sua circulabilidade.

GABARITO: ERRADO

12. Observações Finais


Caro aluno! Espero que tenham gostado de nossa primeira aula e que, juntos possamos
terminar essa jornada! Espero que tenham compreendido nossa proposta para o curso.

Destrinchamos o que há de melhor no conteúdo e trouxemos ele detalhado para você. É


desta forma que iremos conduzir as próximas aulas

Bem, por hoje é isso. Na próxima aula falaremos sobre os títulos de crédito em espécie
(cheque, duplicata, nota promissória e letra de câmbio). Aguardo vocês!

Até lá! Fique bem!

Tiago Zanolla
tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


66|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

13. Resumo
Conceito - É um documento formal, com força executiva, representativo de dívida líquida e certa,
de circulação desvinculada do negócio que o originou; título de crédito é um documento
necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado (Vivante).

Crédito - Consiste na extensão da troca, permitindo que esta, realizada no espaço, ganhe nova
dimensão, e possa ser, também, efetuada no tempo; é uma permissão para a utilização do capital
alheio.

Características

Literalidade: consiste em considerar juridicamente válidas, relativamente ao título de crédito,


somente as obrigações nele inseridas;

Autonomia: é a desvinculação da causa do título em relação a todos o coobrigados;

Independência: é a inexistência de vínculo jurídico entre quaisquer coobrigados;

Documentalidade: o título é sempre um documento, necessário para o exercício do direito que


representa;

Força executiva: tem força idêntica a uma sentença judicial transitada em julgado, dando direito
diretamente ao processo de execução;

Formalidade: o título é formal, deve constar nele tudo o que a lei determinar;

Solidariedade: todas as obrigações constantes do título são solidárias;

Circulação: é sua característica básica, vez que têm eles por fim facilitar as operações de crédito
e a transmissão dos direitos neles incorporados.

Endosso - É a assinatura do proprietário do título no verso do documento, com o que o


endossador transfere ao endossatário o título e, consequentemente, os direitos nele
incorporados; pode ser em branco, que não traz a indicação de quem seja o favorecido,
passando o título a circular como se fosse ao portador, e em preto, que traz a indicação do nome
do favorecido, também denominado endosso pleno.

Cessão de crédito - É contrato bilateral que não exige forma específica para ser considerado
válido; ocorrendo nulidade de uma cessão de crédito, todas as demais serão também atingidas;
o devedor pode opor exceção tanto contra o cessionário quanto contra o cedente, a partir do
momento em que tomar conhecimento da cessão.

Teoria da criação (sobre a natureza dos títulos de crédito) - Consiste em considerar o surgimento
do direito existente no título no momento de sua criação, e a obrigação dele constante, com sua
entrada em circulação; a existência do título cria a dívida nele indicada; assim, o título roubado

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


67|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

ou perdido leva consigo a obrigação do subscritor, pertencendo o crédito ao portador que se


apresenta para cobrar a dívida.

Teoria de emissão: consiste em considerar que a mera criação do título não faz surgir direito ao
crédito nele contido, o que somente ocorre após o abandono voluntário de sua posse, mediante
ato unilateral ou tradição; se o título for colocado em circulação de modo fraudulento, não será
reconhecida a obrigação nele contida.

Cláusula “não à ordem”: consiste na proibição, imposta pelo sacador ou pelo endossante, de que
o título seja transmitido por meio de endosso; a cláusula será válida desde que o título seja
nominativo, e a expressão “não à ordem”, ou outra equivalente, esteja escrita no verso do título;
a transmissão do título somente se fará na forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de
crédito.

Aceite: é o reconhecimento, feito por meio de assinatura, por parte do sacado, da validade da
ordem de pagamento a favor do beneficiário, obrigando-se o sacado, por meio do aceite, a
pagar o valor constante do título, na data do vencimento.

Apresentação: é o ato de levar o título de crédito ao sacado, para que aponha sua assinatura,
caracterizando o aceite, ou proceda ao pagamento; o título deve ser apresentado até o
vencimento, no domicílio do sacado.

Aval: é a garantia pessoal de pagamento, de que a obrigação constante do título será paga por
um terceiro ou por um dos signatários, prestado mediante simples assinatura do avalista no
próprio título ou em folha anexa; o avalista é solidariamente responsável com aquele em favor
de quem deu seu aval.

Natureza jurídica do aval: é obrigação formal, independente e autônoma, que se aperfeiçoa pela
simples assinatura do avalista no título.

Arguição em juízo do avalista (exceções): o poderá arguir em juízo somente direito pessoal
próprio, defeito formal do título ou falta de algumas condições da ação; não poderá invocar,
matéria relativa a direito do avalizado.

Aval antecipado: consiste em firmar o aval antes do aceite ou do endosso.

Aval limitado: consiste na garantia de somente uma parte do valor do título, dada pelo avalista.

Aval simultâneo: consiste na assinatura de vários avalistas, que se obrigam a garantir o


pagamento, no todo ou em parte, de obrigação constante de um mesmo título.

Vencimento à vista: é aquele que se dá na apresentação do sacado para que pague


imediatamente.

Vencimento a certo termo de vista: é aquele em que o dia do pagamento será determinado a
partir da data do aceite ou, inexistindo, do protesto do título.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


68|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Vencimento a dia certo: é aquele em que o dia do pagamento vem expressamente indicado no
título.

Protesto: é um ato oficial, solene, extrajudicial e público, pelo qual o título é apresentado ao
devedor, para que o aceite como válido ou para pagamento, e que comprova a apresentação
da letra de câmbio, não tendo o portador do título recebido um ou outro, e que serve, também,
para comprovar a insolvência do aceitante, quando não efetua o pagamento na data do
vencimento; deve ser lavrado no Cartório de Protestos, em livro próprio, perante o oficial do
lugar onde a letra de câmbio deve ser aceita ou paga; pode ser obrigatório (tendo o objetivo de
preservação de direitos) e facultativo (cuja função é meramente a de fazer prova, sendo por
exemplo, imprescindível para constituir em mora o devedor).

Cancelamento do protesto: pode ser cancelado: a) por defeito formal do protesto; b) por defeito
do título, reconhecido por sentença judicial transitada em julgado; c) pelo pagamento da
obrigação, constante do título, com a concordância do credor.

Ressaque: é um novo título à vista, sacado contra qualquer dos coobrigados, e apresentado em
outra praça, pelo credor que, tendo já protestado o título original, não recebeu o pagamento
devido; atualmente não é utilizada essa prática, pois o credor pode acionar diretamente qualquer
um dos coobrigados.

Obrigação dos endossantes: são coobrigados; isso significa que o último da série de endossos
pode voltar-se contra quaisquer dos endossantes ou contra o primitivo beneficiário, diretamente;
efetuado o pagamento por qualquer um deles, estará extinta a obrigação cambial; se o
endossatário final exigir o pagamento do último endossante, este poderá voltar-se contra o
endossante anterior a ele, e assim sucessivamente, exercendo o chamado direito de regresso.

Requisitos de validade extrínsecos (essenciais): deverá obedecer ao rigor cambiário, preenchendo


os seguintes requisitos:

A palavras “letra de câmbio”, inseridas no próprio texto, não apenas no alto do título;

O valor monetário a ser pago;

O nome do sacado;

O nome do tomador;

Data e local onde a letra é sacada;

Assinatura do sacador.

A inobservância de qualquer dos requisitos de validade, tem como consequência jurídica, sua
descaracterização como título de crédito.

Requisitos intrínsecos (que se referem a própria letra): em princípio, os mesmos elementos


essenciais do ato jurídico devem estar presentes nela, embora o direito cambiário tenha feito

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


69|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

algumas adaptações; por exemplo, no caso de uma letra ser assinada por um incapaz, ela não
será considerada nula, pois, a legislação cambiária, levando em consideração os princípios da
autonomia das obrigações constantes nos títulos, e da independência das assinaturas, não impõe
nulidade à letra de câmbio.

Cambial financeira: é aquela sacada, emitida ou aceita por instituições financeiras que operam no
mercado de capitais, sob fiscalização do Banco Central, e que têm a função de papel financeiro,
sujeito à correção monetária.

Título de Crédito - "Documento no qual se materializa, se incorpora a promessa de prestação


futura a ser realizada pelo devedor, em pagamento da prestação atual realizada pelo credor"
(Eunápio Borges). "Título de Crédito é um documento necessário para o exercício literal e
autônomo nele mencionado" (Vivante). Documento dotado de forma legal específica,
representativo de uma obrigação pecuniária. No conceito de Cesare Vivante, é o documento
necessário ao exercício de um direito, literal e autônomo, nele mencionado. Os títulos de crédito
são documentos representativos de obrigações pecuniárias; não se confundem com a própria
obrigação, mas dela se distinguem porque se limitam a representá-las. Título de crédito é, na
verdade, o instrumento de uma obrigação de dar coisa certa.

Os títulos de crédito apresentam as seguintes características:

a) Cartularidade: ou seja, necessidade de um documento (cártula) no original, não se admitindo


cópia xerográfica instruindo a petição inicial. Todavia, em face da informalidade que caracteriza
os negócios mercantis, vem sendo admitida a execução judicial de um crédito sem a cártula,
conforme Art. 13, caput, e § 1º, da L. 5.474, de 18.7.1968, assim: "Art. 13. A duplicata é protestável
por f alta de aceite, de devolução ou de pagamento. § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de
pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da
triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título".

b) Literalidade: Em razão da literalidade, os títulos valem exata e unicamente a importância que


mencionam, não se admitindo presunções. Aquilo que não estiver expresso no título, não
produzirá consequências jurídicas de natureza cambial. Assim, o aval concedido em título que
não a nota promissória não produz efeitos de aval, valendo, tão-somente, como fiança, no plano
civil. A quitação deve constar do título, sob pena de não produzir efeitos.

c) Autonomia: Em face deste princípio, as obrigações representadas pelo mesmo título são
independentes entre si, de modo que cada interveniente assuma sua própria obrigação relativa
ao título (art. 43 do D. 2.044, de 31.12.1908). Por exemplo, se um consumidor adquire determinado
bem e emite nota promissória em favor do comerciante vendedor, e este transfere o título a um
terceiro, a devolução do bem pelo consumidor, por eventual vício redibitório do produto, não
libera tal consumidor da dívida perante o terceiro que recebe o título. Deve pagar e, depois, sim,
pedir ressarcimento junto ao comerciante.

d) Abstração: Tal característica do título de crédito deriva da autonomia deste, sendo o


substantivo abstração derivado de abstrair, que significa separar, isolar, ou seja, o título é válido

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


70|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

independentemente de qualquer razão objetivamente lícita. Assim, a causa da obrigação cambial


é o próprio título de crédito.

Crédito - Crédito é o poder de compra conferido a quem não tem dinheiro necessário para
realizá-la. Crédito é a permissão de usar o capital de outrem; é a negociação de uma obrigação
futura. As duas modalidades mais usadas de crédito são a venda à prazo e o empréstimo. Na
noção de crédito temos dois elementos implícitos, que são: CONFIANÇA (crédito = crer)
"creditum, credere" TEMPO. A função do crédito é transferir riquezas, e não criar capitais.
CRÉDITO não cria capitais, apenas transfere riqueza de A p/ B, do mesmo modo que a troca não
cria mercadorias.

Importância dos Títulos de Crédito - Venda a prazo: Recebendo em pagamento pedaços de


papel descontando-os; recebimento imediato (quanto teria que receber) da importância que teria
de receber em 30, 60 ou mais dias.

Requisitos dos Títulos de Crédito - Se o documento for um título de crédito, ele será sinal
imprescindível do direito que nele se contém, de forma que:

I. O direito não existe sem o documento no qual se materializa;

II. II.O D não pode ser exigido sem a exibição e a entrega do TC ao devedor que satisfaz a
obrigação nele prometida;

III. O direito não se transmite sem a transferência do título;

IV. O adquirente do título não é sucessor do cedente, na relação jurídica que o liga ao
devedor, mas se inexiste direito constante do título, como credor originário e autônomo. São lhe
inoponíveis as defesas pessoais do devedor contra seus antecessores, na propriedade do título.

Características dos Títulos de Crédito (atributos)

Literalidade - O título é literal porque sua existência se regula pelo teor de seu conteúdo. Somente
o que nele está inserido é que se leva em consideração para determinação de sua existência,
conteúdo, extensão e modalidades do direito, é decisivo exclusivamente o teor do título.

Autonomia (sob 02 aspectos):

Principal - O título de crédito é autônomo não em relação a sua causa, mas porque o
possuidor de boa fé exercita um direito próprio, que não pode ser restringido ou
destruído em virtude das relações existentes entre os anteriores possuidores e o devedor.
Cada obrigação que deriva do título é autônoma em relação às demais. Isto quer dizer
que nas relações entre devedor e terceiros que se afirma em toda sua nitidez e plenitude
a autonomia do direito cartular. Autonomia nesse aspecto significa a independência dos
diversos e sucessivos possuidores do título em relação a cada um dos outros.

Princípio da Inoponibilidade das Exceções Pessoais

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


71|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Ex.: "A" compra veículo de "B", por R$ 20.000,00.

"A" emite uma NP nesse valor para "B".

"B" (transfere) endossa a NP para "C".

"B" não entrega o veículo para "A".

"C" executa "A" - Quem deve pagar a NP

"A" a defesa dele é contra "B". Exceção pessoal não se transfere.

Segundo aspecto - Inicialmente o título de crédito tem origem na relação de débito e crédito
que lhe deu causa. Há sempre um fundamento de ordem econômica com a evolução do instituto
dos títulos de créditos. O título de simples documento probatório passou a ser constitutivo de
um novo direito - O DIREITO CARTULAR - autônomo da relação que o gerou. Dessa forma, a
obrigação que incumbe ao comprador de pagar a mercadoria que comprou a prazo não se
confunde com a que ele assumiu; ao assinar em virtude de tal compra; um título de crédito.
Mesmo inexistindo a obrigação fundamental, que deu origem ao título, a obrigação do título
(obrigação cartular) pode eventualmente ser eficaz, obrigação essa, que embora conexa, é
autônoma em relação àquela.

Cartularidade - Do latim chartula, pequeno papel escrito. Todo título de crédito é representado
em forma de um documento. É a materialização do crédito. Formalização de um crédito num
título que lhe seja representativo. Pela cartularidade - também denominada incorporação - o
direito do credor se instrumentaliza num documento que vem a ser um título de crédito. Trata-
se de um requisito essencial da validade deste, a par da autonomia e da literalidade.

Independência - (Diz respeito ao formalismo) - Alguns títulos de crédito apresentam um


formalismo, exigido por lei, que faz com que se bastem por si só, desde que preenchidos os
requisitos exigidos por lei. Ex. Nota Promissória, Letra de Câmbio.

Abstração - Os títulos de crédito podem circular como documentos abstratos, sem ligação com
a causa que lhe deram origem. com a L. CÂMBIO, N.P., CHEQUE. A abstração está ligada também
a sua circulação - É absoluta quando põe em relação duas pessoas que NÃO contrataram entre
si, encontrando-se frente a frente em virtude do título. * D.P. (quanto a origem) é Título não
Abstrato.

Classificação dos títulos de Crédito

Quanto ao modo de circulação:

Ao portador - Transfere-se por tradição;

Normativo - Não é endossável (não à ordem);

À Ordem - Endossável.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


72|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Banker's acceptance - Expressão inglesa, significando título de crédito a curto prazo com aceite
bancário.

Bear - Termo inglês, significando portar, render, produzir, gerir; como substantivo, especulador
baixista. Bear interest - render juros. Bear market - mercado em baixa. Bearer - portador. Bearer
bond - título de crédito ao portador.

Fiança - Garantia, obrigação acessória, os dois cônjuges devem assinar.

Aval - Dec. 57.663 (Art. 30 e31) - Dec. 2.044 - Art. 14 com exceção da 1ª parte - Garantia,
obrigação principal, independe da assinatura dos dois cônjuges.

Figuras do Aval

Dados do aval = avalista;

Beneficiário do aval = avalizado;

Forma de aval = assinatura na face do título - Art. 14 dec. 2.044.

Sacador A - Sacado B (Se B não pagar, A pagará, porém se A não pagar, entra a figura do
Avalista. N.P. normalmente o aval é dado pelo emitente.

Avais em branco superpostos - Simultâneos ou Sucessivos? SUCESSIVOS! Cada um paga uma


parte (A Jurisprudência é controversa, porém são Simultâneos e não Sucessivos pela súmula 189
do STF).

* Protesto - Não é cobrança, é um ato formal através do qual se caracteriza a inadimplência (falta
de pagamento, falta de aceite).

Cláusula à ordem - Cláusula que, lançada num Título de Crédito, significa que este enseja
transferência ou endosso.

Ação de anulação e substituição de título ao portador ou cambiário - arts. 907 a 913 CPC. Ação
que objetiva sustar a circulação de título de crédito extraviado ou subtraído. Após a decisão
judicial, o título será considerado não-válido. Havendo contestação, esta deverá ser
acompanhada pelo título, seguindo-se o rito ordinário. Se a ação for procedente, o juiz
determinará que o devedor lavre outro título em substituição, em prazo assinado.

Endosso - Do latim in dorsum, no dorso, nas costas (só existe nos títulos de crédito). Meio de
circulação de título de crédito - meio de se transferir um título de crédito.

Endossante - Quem transfere;

Endossatário - Quem recebe o título(o novo credor).

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


73|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

Endosso é diferente de Cessão - Ato unilateral - Forma escrita diferente de Cessão. Efeitos
autônomos - A autonomia só passa a existir quando o título estiver em circulação. Se houver
circulação do título via endosso, inicia-se a autonomia. Portanto, endosso é a assinatura do
endossante aposta no verso em branco do título, que tem por efeito transferir a propriedade
deste, remanescente o endossante como um coobrigado solidário no cumprimento da
obrigação. O endosso pode ser dado em branco ou em preto, também chamado pleno. O
endosso permite que o título seja negociado livremente, transferindo-se de pessoa para pessoa.

Consoante advertência de Plácido e Silva "o endosso se distingue do aval, pois que este é dado
particularmente a um dos coobrigados do título ou para todos eles, pois esta é uma de suas
funções, ao passo que o endosso promove a solidariedade somente em relação a seu
endossatário, e aos que sucederem a este, por seu endosso" (Vocabulário Jurídico, Rio de Janeiro,
Forense, 2º v., 1982, p. 167). Assim, o endosso não vincula o endossante àqueles que intervieram
na letra anteriormente, mas vincula-o aos endossatários e endossantes que se seguirem a ele.

Modalidades do Endosso

Em branco - O credor simplesmente assina no verso do título;

Em preto - (Pague-se a) coloca-se o nome do endossatário - Pode ser NÃO À ORDEM (Não
pode mais circular, ou seja, não pode ser endossado a outro - Trata-se de cessão (Ação ordinária
de Cobrança)).

Espécies de Endosso

Por procuração - Quando se dá poderes a uma terceira pessoa (p/receber);

Por caução - Em garantia.;

Fiduciário - Alienação fiduciária (Ex: financiamento de automóvel), garante o bem móvel até a
quitação integral do débito;

Endosso Tardio - Após o prazo para protesto passa a ter os efeitos de uma cessão.

Protesto - Não é cobrança, é um ato formal através do qual se caracteriza a inadimplência (falta
de pagamento, falta de aceite), é o meio solene de se provar a inadimplência.

PROTESTO NECESSÁRIO - Direito de acionar Sacados, Endossantes e Avalistas (1º dia útil após o
vencimento).

PROTESTO OBRIGATÓRIO - Lei de Falências, exige títulos protestados para se requerer a falência.

PROTESTO FACULTATIVO - Meio de prova não é necessário para se executar sacado (emitente)
e avalistas.

Apontamento de título - Apresentação de um título protestável ao ofício de protesto.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


74|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

14. Questões Apresentadas em aula


QUESTÃO 01 (CESPE – 2013 – TR-RO – Analista Processual) A afirmação de que só quem
exibe o título pode pretender a satisfação da obrigação nele representada corresponde
ao princípio da
a) autonomia.
b) pessoalidade.
c) literalidade.
d) representação.
e) cartularidade.

QUESTÃO 02 (CESPE - AGU) Para transferência de um cheque, é suficiente o endosso.

QUESTÃO 03 (OAB SP/2006/FCC) O credor de um título de crédito não pode recusar o


pagamento parcial no seu vencimento.

QUESTÃO 04 (OAB SP/2006/FCC) Pode ser omitida a data de vencimento do título de


crédito.

QUESTÃO 05 (Defensor Público PA/2009/FCC) Em relação ao título de crédito, é correto


afirmar que se trata de documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo
nele contido, só produzindo efeito quando preenchidos os requisitos legais.

QUESTÃO 06 (Defensor Público PA/2009/FCC) Em relação ao título de crédito, é correto


afirmar que a omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.

QUESTÃO 07 (Defensor Público - SP/2006/FCC) Sobre títulos de crédito, é correto afirmar


que pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé.

QUESTÃO 08 (Defensor Público - SP/2006/FCC) É correto afirmar que o possuidor de


título dilacerado, identificável, tem direito de obter do emitente a substituição, devolvendo
o título e pagando as despesas.

QUESTÃO 09 (Juiz Substituto TJ PI/FCC/2001) É correto afirmar que se o título contiver a


expressão “não à ordem” poderá mesmo assim ser endossado.

QUESTÃO 10 (Juiz Substituto TJDFT/ FCC) É correto afirmar que nas obrigações em geral
o credor não é obrigado a receber pagamento parcial, mas no caso do cheque, o
portador não pode recusar pagamento parcial.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


75|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 11 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Os títulos de crédito são atos jurídicos


unilaterais que contêm direito autônomo, o qual se revela mais fortemente no momento
em que o título circula.

QUESTÃO 12 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Tendo em vista a simplicidade que caracteriza


os títulos de crédito e as regras gerais introduzidas pelo Código Civil a esse respeito, a
cartularidade deixou de ser pressuposto para a eficácia legal desses títulos.

QUESTÃO 13 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Entende-se por independência ou autonomia


do título de crédito − termos sinônimos − que ele não guarda relação com o contrato
que lhe deu origem.

QUESTÃO 14 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) A abstração − princípio absoluto dos títulos


de crédito − é característica que serve à autonomia desses títulos e que é fundamental
para a sua circulação.

QUESTÃO 15 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Os princípios aplicáveis aos títulos de crédito


são absolutos, assim entendidos na doutrina e na jurisprudência como forma de dar
credibilidade ao título que circula.

QUESTÃO 16 (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2008) O sr. RJB firmou contrato de abertura de


crédito com determinado banco comercial no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por
exigência do banco, foi emitida uma nota promissória em branco, vinculada à avença,
sendo que, nesse título de crédito, apôs sua assinatura o sr. Antônio, na condição de
avalista. Dez meses depois, o banco ingressa com uma execução com base naquela nota
promissória no valor de R$ 28.472,00, decorrente da abertura da linha de crédito, ocorrida
em favor do avalizado, que não possuía capacidade econômica para pagar aquele débito.

A respeito da possibilidade de o avalista arguir a iliquidez da dívida, assinale a afirmativa


correta.

a) O credor pode completar o título cambial em qualquer circunstância após as assinaturas


do emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e literalidade, sendo exigível,
mesmo quando não acompanhada do contrato de abertura de crédito.

b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em qualquer


circunstância, podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a cobrança, o que
confere liquidez ao título.

c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas quando


completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança.

d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a ação na


nota promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão da causa debendi.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


76|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia,


em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a discussão da causa
debendi.

QUESTÃO 17 (CESPE - 2009 - SECONT-ES - Auditor do Estado) A cartularidade, a


literalidade, a autonomia e a possibilidade de abatimento de juros remuneratórios
mediante resgate do título à vista, são princípios gerais que incidem em todas as espécies
de títulos de crédito.

QUESTÃO 18 (VUNESP – 2013 – SPTrans – Advogado Pleno) São princípios basilares dos
títulos de crédito:
a) dependência, a cartularidade e a literalidade.
b) a autonomia, a cartularidade e a literalidade.
c) a autonomia, a fungibilidade e a intransmissibilidade.
d) a dependência, a fungibilidade e a abstração.
e) a abstração, a cartularidade e a intransmissibilidade.

QUESTÃO 19 (FUNCAB – 2013 – ANS – Técnico de Suporte) “O título de crédito é sempre


emitido em razão de um negócio jurídico subjacente. No entanto, subsiste e sobrevive
sem que seja necessário mencionar-se no próprio título a razão que ensejou a sua
emissão (criação)” Essa afirmação diz respeito ao elemento (princípio) da:
a) literalidade.
b) autonomia.
c) independência.
d) abstração.
e) cartularidade (ou incorporação).

QUESTÃO 20 (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE – 2007 – BNB – Analista Bancário) Leão


compra uma TV na loja da Márcia e, não tendo dinheiro para pagar à vista, emite um
título de crédito tendo como beneficiária Márcia. Esta, satisfeita com a venda, mas
necessitando do dinheiro o quanto antes, desconta o título num Banco. Todavia, a TV
apresenta defeitos e Leão, insatisfeito, procura por Márcia para desfazer o negócio e
desobrigar-se do pagamento do título emitido. Por sua vez, o Banco, atual credor do
título, alega a inexistência de vínculo com a operação de compra e venda e aciona Leão
para honrar o título, informando que se ele desejar desfazer a operação de compra da
TV deverá demandar diretamente contra Márcia."

A situação narrada ilustra uma característica comum aos títulos de crédito. Assinale a
opção que a contempla.
a) Executividade
b) Cartularidade
c) Coobrigação

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


77|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

d) Autonomia
e) Causalidade

QUESTÃO 21 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) São princípios


cambiários: cartularidade, autonomia e literalidade.

QUESTÃO 22 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em função da


cartularidade inerente aos títulos de crédito que se permite sua ampla negociabilidade,
cabe somente ao credor que o tenha consigo a prerrogativa de sua cobrança.

QUESTÃO 23 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Como


consequência do subprincípio da abstração, é possível afirmar que o título de crédito se
desvincula completamente da causa que lhe deu origem, independentemente de ter ou
não circulado, sendo possível sustentar que o devedor original jamais poderá se escusar
ao pagamento, sob a alegação de que o portador deixou de cumprir com sua obrigação.

QUESTÃO 24 (TJ-RS – 2013 – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Os títulos de


crédito não precisam necessariamente representar uma operação mercantil de crédito.

QUESTÃO 25 (ESAF – 2006 – PFN) A omissão de algum requisito legal que tire do
documento sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio
jurídico que lhe deu origem.

QUESTÃO 26 (ESAF – 2006 – PFN) O pagamento parcial do título não pode ser recusado
pelo credor, se no seu vencimento.

QUESTÃO 27 (ESAF – 2003 – PFN) O exercício de direitos cartulares compete:


a) apenas ao titular do crédito.
b) a qualquer possuidor.
c) a quem figure como nomeado no instrumento no caso de títulos nominativos.
d) a qualquer portador da cártula em circulação no mercado.
e) a legitimado cambiário na forma de circulação do título.

QUESTÃO 28 (INÉDITA – 2015 - ELABORADO PELO AUTOR) É possível afirmar que nas
opções de circulabilidade de títulos de crédito, caso haja endosso em branco, sempre
haverá novo endossatário que será responsável solidário.

QUESTÃO 29 (ESAF – 2006 – PFN) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou
restrinja direitos e obrigações além dos limites fixados em lei.

QUESTÃO 30 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O banco que desconta a duplicata em uma
operação de crédito recebe-a tão-somente por meio de endosso-mandato.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


78|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 31 (ESAF – 2010 – SMF-RJ – Fiscal de Rendas) Assinale a assertiva em que todos
os títulos de créditos mencionados admitem protesto por indicação.
a) Letra de câmbio e nota promissória.
b) Cédula de crédito bancário e cheque.
c) Cheque e duplicata.
d) Nota promissória e cheque.
e) Duplicata e cédula de crédito bancário.

QUESTÃO 32 (FCC – 2014 – DPE-PB – Defensor Público) O protesto é ato não solene.

QUESTÃO 33 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.

QUESTÃO 34 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) O aval é
instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por
contrato.

QUESTÃO 35 (ESAF – 2006 – PFN) Com base no que dispõe o Código Civil, o pagamento
de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser
garantido por aval, total ou parcial.

QUESTÃO 36 (FCC – 2014 – TJ-CE – Juiz) O protesto por falta de aceite somente poderá
ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o
aceite ou a devolução

QUESTÃO 37 (ESAF – 2006 – PFN) O aval posterior ao vencimento do título de crédito


não produz efeitos.

QUESTÃO 38 (ESAF – 2010 – SMF-RJ) Marque a opção que contém um título de crédito
que não admite emissão com cláusula "não à ordem".
a) A letra de câmbio.
b) A duplicata mercantil.
c) A nota promissória.
d) O cheque.
e) A cédula de crédito bancário.

QUESTÃO 39 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) O princípio da literalidade é relativizado pelo


direito brasileiro, de sorte que o aval tanto pode ser prestado mediante assinatura do
avalista no próprio título quanto em documento apartado.

QUESTÃO 40 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que se


aplica apenas para representar a transferência de titularidade.

QUESTÃO 41 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que


serve para determinar a legitimação cambiária.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


79|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 42 (VUNESP – 2012 – RJ-RJ – Juiz) Com relação aos avais simultâneos,
a) o pagamento do título por um dos avalistas libera os demais avalistas de um possível
direito de regresso em favor do que pagou.
b) assim como nos avais sucessivos, dependem da ordem cronológica para a atribuição
da responsabilidade do avalista.
c) um avalista se torna avalista dos outros.
d) o pagamento do título por um dos avalistas não libera o devedor principal do direito
de regresso em favor do que pagou.

QUESTÃO 43 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O aval em uma duplicata pode ser dado antes
mesmo do seu aceite pelo sacado.

QUESTÃO 44 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O padrão formal das notas promissórias é
definido em lei.

QUESTÃO 45 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) Consoante o princípio da inoponibilidade, o


devedor de dívida representada por título de crédito só pode opor ao terceiro de boa-fé
as exceções que tiver contra este e as fundadas nos aspectos formais do título.

QUESTÃO 46 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) De acordo com o princípio da literalidade, o


título de crédito deve satisfazer seus requisitos formais no momento da emissão, sendo,
em regra, nulo o título que, emitido em branco ou incompleto, venha depois a ser
preenchido ou complementado pelo beneficiário.

QUESTÃO 47 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) O endosso se aplica apenas para representar a


transferência da titularidade do crédito.

QUESTÃO 48 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) De acordo com o princípio da abstração, o


emitente de título cambial não pode opor ao beneficiário as exceções fundadas no
negócio jurídico subjacente, ainda que o título não tenha entrado em circulação.

QUESTÃO 49 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O endosso possibilita o protesto do título de crédito.

QUESTÃO 50 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) Em razão do princípio da cartularidade, a


duplicata mercantil só pode ser protestada se o credor estiver na posse do título.

QUESTÃO 51 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O cheque não é um título de crédito, porque foi
proibido por lei que seja endossado mais de uma vez.

QUESTÃO 52 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) De acordo com as disposições do Código Civil, o


endossante de título à ordem não responde pelo cumprimento da prestação constante
do título, salvo se este contiver cláusula expressa em contrário.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


80|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

QUESTÃO 53 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) O aval, instituto típico do direito cambiário, é uma
garantia subjetiva e acessória prestada em título de crédito, que confere ao avalista a
qualidade de devedor solidário.

QUESTÃO 54 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aval garante o pagamento do título de crédito e


não pode ser parcial.

QUESTÃO 55 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que


impõe ao endossante o dever de garantir a legitimidade dos endossos anteriores.

QUESTÃO 56 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que


deve ser em preto para garantir a formação da cadeia de regresso.

QUESTÃO 57 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que


serve para indicar que alguém deixa de ser titular do direito cambiário.

QUESTÃO 58 (CESPE – 2006 - Advogado da União) O endosso é o ato necessário e


suficiente para que se processe a transferência dos direitos creditícios de um título de
crédito.

QUESTÃO 59 (CESPE – 2009 - Advogado da União) Para a validade do endosso dado no


anverso do título de crédito, é suficiente a assinatura do endossante, imediatamente após
a qual ocorre a transferência do referido título.

QUESTÃO 60 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança
prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia total da garantia.

QUESTÃO 61 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança é
instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigação assumida pelo
devedor mediante emissão de um título cambiário.

QUESTÃO 62 (ESAF – 2009 – Procurador da Fazenda Nacional – ADAPTADA) Nos títulos


de crédito causais, a literalidade do título está vinculada à operação subjacente.

QUESTÃO 63 (ESAF – 2009 – Procurador da Fazenda Nacional – ADAPTADA) Nos títulos


de crédito causais, a circulação não se faz via endosso do título

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br


81|81
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2015 – PRÉ EDITAL
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL

GABARITO QUESTÕES AULA 01

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Letra E Errado Certo Certo Certo Errado Errado Certo Errado Certo
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Certo Errado Errado Errado Errado Letra E Errado Letra B Letra D Letra D
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Certo Certo Errado Certo Certo Certo Letra E Errado Errado Errado
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
Letra E Errado Certo Errado Errado Certo Errado Letra B Errado Errado
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Certo Letra D Certo Errado Certo Errado Certo Errado Certo Errado
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Errado Certo Certo Errado Errado Errado Errado Errado Errado Certo
61 62 63
Errado Errado Errado

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1
Estefânia Rossignoli. Sinopse de Direito Comercial
2
Luiz Emydio F. da Rosa Jr.
3
André Luiz Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado. Editora Método.
4
Apud VENOSA, 2003, pág. 471.

Prof. Tiago Zanolla tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br

Você também pode gostar