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Aula
DIREITO EMPRESARIAL – Aula INAUGURAL
01
www.concurseiro24horas.com.br
Direito
Empresarial p/ AFRFB
Prof. Tiago Zanolla
AULA INAUGURAL
1. Observações iniciais ................................................................................................................................... 3
1.1. Sobre o curso ............................................................................................................................................... 3
1.2. Cronograma de aulas ........................................................................................................................... 5
2. Direito comercial: origem e evolução histórica .................................................................................. 6
3. Origem do crédito ...................................................................................................................................... 9
4. Legislação aplicável .................................................................................................................................. 10
5. Conceitos e características dos títulos de crédito ............................................................................. 11
6. Requisitos gerais........................................................................................................................................ 12
7. Princípios dos títulos de crédito ............................................................................................................ 15
7.1. Princípio da cartularidade (ou da incorporação) ......................................................................... 15
7.2. Princípio da literalidade ...................................................................................................................... 19
7.3. Princípio da autonomia ...................................................................................................................... 21
7.3.1. Subprincípio da abstração .................................................................................................................23
7.3.2. Subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais ...........................................................24
8. Classificação dos títulos de crédito ...................................................................................................... 31
8.1. Quanto à sua natureza/modelo.......................................................................................................32
8.2. Quanto à estrutura .............................................................................................................................. 32
8.3. Quanto à forma de circulação (ou transferência) .......................................................................33
8.4. Quanto à criação (hipóteses de emissão) .....................................................................................35
9. Endosso .......................................................................................................................................................38
9.1. Formas de endosso .............................................................................................................................42
9.2. Endosso x cessão civil de crédito .....................................................................................................45
10. Aval ...............................................................................................................................................................46
10.1. Formas de aval......................................................................................................................................47
10.2. Aval x fiança ........................................................................................................................................... 51
11. Protesto .......................................................................................................................................................52
12. Observações finais ....................................................................................................................................65
13. Resumo ........................................................................................................................................................66
14. Questões apresentadas em aula ..........................................................................................................74
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que
altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Valorize
o trabalho do professor e adquira o curso de forma honesta, realizando sua matrícula
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1. Observações Iniciais
Olá Concurseiro!
É uma enorme satisfação poder estar aqui. Nosso compromisso com vocês é a
preparação de alto nível através de um curso completo elaborado para ser sua única
fonte de estudos de Direito Empresarial.
Nossa disciplina não foi cobrada no último concurso que ocorreu em 2014, porém,
historicamente, ela costuma ser exigida.
Ainda não se tem uma data certa, mas desde 2014 a Receita vem protocolando pedidos
de concurso, tanto para Analista quanto para Auditor-Fiscal. Para esse último, o pedido
foi de 2 mil vagas. Caso mantenha-se a tradição, o concurso deve ocorrer em 2016.
Nos últimos 10 anos foram nomeados, aproximadamente, 2400 novos Auditores. E sabe
qual a principal semelhança entre eles? A preparação prévia!
Parece pouco, mas quando falamos em Receita Federal, todo ponto deve ser disputado.
Um único ponto pode ser não apenas a diferença entre ser aprovado ou não, pode ser
aquela diferença na classificação que fará você ser lotado em um local perto de casa, ou
então em uma região mais distante.
Questões
Macetes Esquemas Exemplos
comentadas
Acredito que essa composição seja importante para o aprofundamento, tendo como
propósito uma preparação completa e integral, visando um excelente desempenho em
prova.
Sobre as questões, nós iremos “abri-las” para serem analisadas item por item, no estilo
Certo/Errada. Esse é a melhor metodologia para fixação do conteúdo.
Por tudo que foi exposto, este curso será completo. É direcionado a você que está
iniciando os estudos, bem como àqueles que desejam aprofundar os conhecimentos na
disciplina. E mais, ele foi elaborado visando sua única fonte de estudos sobre Direito
Empresarial. Não será necessário livros ou materiais extras.
Além das funções de Oficial de Justiça, também exerço a função de Assistente da Direção
do Fórum, algo como um síndico local. Uma tarefa árdua que temos que fazer o possível
dentro do impossível (rsrs).
Estou envolvido com concursos públicos desde 2009. Dessa forma, tenho experiência
como servidor público, como professor e como concurseiro. Essa é uma grande vantagem
para vocês, pois sempre poderei lhes passar a melhor visão, incrementando as aulas e as
respostas a dúvidas com possíveis dicas sobre as provas, as bancas, o modo de agir em
dias de provas e como se preparar para elas etc.
1
O cronograma de aulas poderá sofrer alterações, desde que previamente informado aos alunos matriculados.
Como foi elaborado pelos próprios destinatários, o direito comercial apareceu com
um caráter eminentemente subjetivista, caracterizando-se, no início, como um direito
corporativista e fechado, restrito aos comerciantes matriculados nas corporações de
mercadores. Nasce então como um direito especial, autônomo em relação ao
direito civil, o que lhe permitiu alcançar autonomia jurídica, possuindo uma extensão
própria, além de princípios e métodos característicos, que contribuíram para a sua
consolidação como disciplina jurídica autônoma.
As Ordenações Francesas tiveram vigência por um longo tempo e o Código Savary foi a
base para a elaboração do Código de Comércio Napoleônico de 1807, responsável
pela objetivação do direito comercial, afastando-o do aspecto subjetivo da figura do
comerciante matriculado na corporação. Com o Código Comercial francês de 1807 o
direito comercial passou a ser baseado na prática de atos de comércio enumerados
na lei segundo critérios históricos, deixando de ser aplicado somente aos comerciantes
matriculados nas corporações.
ainda não havia direito que trata-se dos conflitos, surgiu a necessidade de criarem-se tais
normas. Os artesãos e mercadores, cientes da realidade que lhes afligia, resolveram então
criar as associações de classe, denominada “Corporações de Ofício”.
b) Costumes Mercantis: as Corporações de Ofício, então, criaram os costumes
mercadológicos, que eram as normas que regiam as relações comerciais.
c) Tribunais do Comércio: com a criação das normas, surgiu também a necessidade de
criação dos Tribunais do Comércio. Esses tribunais eram compostos por julgadores/juízes,
que eram os membros das Corporações de Ofício, eleitos dentro de cada associação. As
regras só incidiam sobre os participantes das associações.
Tem início na 2ª metade do Séc. XVI e se arrasta o Séc. XVIII. Nessa fase, países como a Itália,
Inglaterra, França e Holanda, eram países em que a atividade mercantil passou a ser muito
intensa. Começaram a surgiu intercâmbio de atividades comerciais. Por esse motivo, surgiu a
necessidade da uniformização das regras comerciais, até então bairristas, visando dar o
mesmo tratamento entre os países que negociavam entre si.
IMPORTANTE: surgiram então os Estados Nacionais, que consolidavam a busca pelo
Estados Nacionais
Fraternidade. Diante desse contexto, a busca da igualdade levou a incidência das regras
comerciais a todos os comerciantes, restando abolido o corporativismo. Surge o Código
Comercial Francês, que adotou a Teoria dos Atos de Comércio.
Essa teoria reza que “comerciante” é aquele que pratica atos de comércio – análise objetiva
Essa fase compreende a promulgação do Código Civil Italiano de 1.942, e se arrasta até os
dias atuais. Tem por grande característica alterar o conceito de comerciante da terceira fase
Teoria da
Empresa
(quem pratica atos de comércio – análise subjetivo, derivada da observação do ato praticado),
e passa a encartar o empresário sob uma análise subjetiva – empresário é todo aquele que
exerce a empresa.
3. Origem do Crédito
Na antiguidade o comércio ocorria tradicionalmente pelo escambo, isto é, trocava-se
mercadoria por mercadoria. Assim, por exemplo um produtor de arroz que desejasse sal.
Ele precisava encontrar um produtor de sal que precisasse de arroz, e assim por diante.
Como forma de dinamizar o comércio, alguns bens começaram a ser usados como
“moeda” – inicialmente o sal, posteriormente sucedido por metais preciosos, e este, mais
adiante, substituído pela moeda-fiduciária de forma imposta pelo estado.
Criou-se então a possibilidade de uma das partes negociantes cumprir sua obrigação
instantaneamente, mas a outra só vir a adimplir a sua em um tempo futuro. Em outras
palavras, dispor de um direito a uma prestação futura.
Mesmo com expansão do comércio, com novas operações mercantis, esse crescimento
ainda era limitado.
Período Alemão Acontece a "Ordenação Geral do Direito Cambiário" que codifica (junta) as
(1848 - 1930) diferentes normas especiais sobre letras de câmbio, assim, consolidando-a
como instrumento de crédito viabilizador da circulação de direitos
Realização da Convenção de Genebra e aprovação da Lei Uniforme das
Período Uniforme
Cambiais, aplicável às letras de câmbio e notas promissórias. Em 1931 foi
(1930 - ?)
aprovado a Lei Uniforme do Cheque
Era do Comércio Eletrônico. Títulos de crédito passam por um importante
período de transição. Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e
Atualmente mesmo títulos como o cheque e a nota promissória vão caindo em desuso e
dando lugar às transações com os cartões de débito e crédito, os quais já
admitem a assinatura eletrônica.
4. Legislação Aplicável
O Decreto 2044/1908 foi a primeira legislação brasileira que tratou dos títulos de
crédito. Ela regulamentava apenas a nota promissória e a letra de câmbio, porém servia
de base para qualquer título.
O Brasil teve participação nas convenções e foi signatário da Convenção de Genebra que
foi recepcionada pelo ordenamento brasileiro através do DECRETO 57663/66 que
revogou quase por completo o Decreto anterior. Ficou conhecido como Lei Uniforme
de Genebra.
Em 1968 foi publicado a Lei 5.474/68 legislando sobre a Duplicata e em 1985 foi publicada
a lei do cheque, Lei 7.357/85.
Em 2002 foi promulgado o novo Código Civil e este dispõe sobre os títulos de crédito,
entre os artigos 887 a 926. Apesar exprimir regramentos, trata-se de uma Teoria Geral.
Assim, o Código Civil não revogou as legislações anteriores, sendo que cada título
específico permanece com seu regramento especial.
Art. 903 Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste
Código.
Como temos lei especial tratando dos títulos de crédito, aplica-se a lei especial! Só
aplicamos o Código Civil aos títulos quando lei especial não dispor. Então, O CÓDIGO
CIVIL É DE APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA!
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
ATENÇÃO: Vivante fala “nele mencionado” e o Códido Civil “nele contido”. Embora
seja a mesma coisa e soe absurdo, a diferenciação conceitual entre “mencionado e
contido” já foi cobrado em prova!
MEMORIZE:
É um documento
Essas características nos remetem aos três princípios informadores do regime jurídico
cambial que são objeto de estudo no tópico 7.
6. Requisitos Gerais
Por ser uma forma de contrair obrigações e conceder direitos, títulos de crédito são
sempre um NEGÓCIO JURÍDICO . Assim, aplica-se aos títulos de crédito os requisitos de
validade dos negócios jurídicos previstos no Código Civil:
Agente Capaz: o agente deve ser capaz e legitimado para a prática do negócio jurídico.
Considerando que cada título pode ter requisitos próprios, abordaremos, neste momento,
apenas os requisitos específicos.
DATA DE EMISSÃO: O título de crédito deve conter a data da emissão. O STJ segue a
tendência de o considerar elemento essencial. É à vista o título de crédito que não
contenha indicação de vencimento.
Esse preenchimento posterior deve ser feito de boa-fé, sendo que quem assume o ônus
de provar, caso haja má-fé, será o emitente, pois este que optou passar um título com
preenchimento incompleto.
SÚMULA 387: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada
pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de
crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. O negócio
jurídico será válido, apenas será desnaturado como título de crédito
PARA MEMORIZAR:
Partes Capazes
Objeto Lícito
Forma Prescrita
REQUISITOS ESSENCIAIS
Assinatura do Emitente
Data de Emissão
Data de Emissão
REQUISITOS NÃO
Local de Emissão
ESSENCIAIS
Local de Pagamento
Abstração
Autonomia Inoponibilidade das exceções
Princípios pessoais aos terceiros de
Informadores Cartularidade
boa-fé
Literalidade
Títulos de Crédito
Natureza essencialmente comercial
Documentos Formais
Natureza de bens Móveis
Cartularidade vem do latim cártula, que significa pequeno papel. Por este princípio,
entende-se que a obrigação deve estar representada por uma cártula, documento
tangível e concreto, ou seja, um papel em que especifica a obrigação, cujo porte e
exibição é elemento essencial, sem o qual não poderá o devedor ser cobrado (proíbe-
se cópias).
Para que você consiga responder tranquilamente as questões de prova, vou lhe passar os
seguintes conceitos:
Antes de começar, gostaria de ressaltar que por questões didáticas, as questões serão,
em sua maioria, analisadas assertiva por assertiva. Isso não quer dizer que teremos só
questões da banca Cespe, muito pelo contrário, teremos questões de várias bancas. Outro
ponto importante é que durante o curso, por questões de organização, manteremos uma
numeração única de questões, ou seja, as questões da próxima aula, iniciarão com o
número imediatamente subsequente ao da última questão desta aula. Se você tiver
dúvidas em relação a alguma questão, basta informar o número dela.
QUESTÃO 01 (CESPE – 2013 – TR-RO – Analista Processual) A afirmação de que só quem exibe o
título pode pretender a satisfação da obrigação nele representada corresponde ao princípio da
a) autonomia.
b) pessoalidade.
c) literalidade.
d) representação.
e) cartularidade.
COMENTÁRIOS: Nós ainda não estudamos todos os conceitos, mas o que a questão
pergunta? Ela quer saber a qual princípio nos remete a afirmação de que o exercício dos
direitos representados por um título de crédito pressupõe sua posse. O princípio da
cartularidade é garantia de que o sujeito que postula a satisfação do crédito é mesmo o
seu titular.
Após o endosso deve-se ter a transferência da cártula (art. 910, §2º, CC - Art. 910. O
endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título; (...) §
2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título).
Continuando...
Art. 889, § 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio
técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente (...).
Permite a criação de títulos não cartularizados, ou seja, feitos em formas que não sejam
documentados em papel. É o que ocorre, por exemplo, nas duplicatas virtuais.
CUIDADO! O Boleto Bancário não é título de crédito, pois, lhe falta o requisito
“assinatura do emitente” constante do art. 889 do Código Civil. Ele é, portanto, um
aviso de cobrança.
Esse é o entendimento conforme o Código Civil:
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos
direitos que confere, e a assinatura do emitente.
Art. 365, § 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento
relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou
secretaria. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).
Art. 1o Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, para garantir a
autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma
eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados
digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.
No mesmo sentido, o STJ proferiu decisão pela validade da chamada duplicata virtual:
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se
considerar que o que o art. 13, § 1.°, da Lei 5.474/1968 admite, essencialmente, é o
protesto da duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples
indicação de seus elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à
conclusão de que é admissível não somente o protesto por indicação na hipótese de
retenção do título pelo devedor, quando encaminhado para aceite, como
expressamente previsto no referido artigo, mas também na de duplicata virtual
amparada em documento suficiente.
A Petrobras emitiu uma duplicata virtual, a empresa sacada não efetuou o pagamento. A
Petrobras então entrou com uma Ação Executiva, juntando o “Boleto Bancário”, o “Extrato
de Protesto” feito por Indicação e “comprovante de entrega da mercadoria”
(conhecimento de transporte). O devedor embargou, alegando ausência de emissão da
duplicata, restando violado o Princípio da Cartularidade. Em 1º grau os embargos foram
procedentes. O caso foi parar no STJ, através do REsp 1.024.691/PR. Nesse julgado o
Tribunal entendeu, frente a presença dos documentos supra elencados, pela
desnecessidade de exibição judicial do título de crédito original. Em suma é possível a
execução de Duplicata Virtual.
Por um lado, o credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula, não devendo se
contentar com menos. Por outro, o devedor também tem o direito de só pagar o que
está expresso no título, não admitindo que lhe seja exigido nada mais. Daí porque Tullio
Ascarelli mencionava que o princípio da literalidade age em duas direções, uma
positiva e outra negativa.
Uma quitação parcial deve ser feita no próprio título, pois, do contrário, poderá ser
contestada. Com o aval e endosso ocorre o mesmo. Devem ser feitos no próprio título,
sob pena de não produzirem os efeitos de seus institutos.
Se o aval é feito, eventualmente, num instrumento separado do título, não será válido
como aval porque não respeita o princípio da literalidade. Poderá valer, no máximo, como
uma fiança, que é um instituto do direito civil assemelhado ao aval, porém com efeitos
jurídicos diversos.
Entendi professor, mas e se por acaso, por qualquer motivo, razão ou circunstâncias eu
tiver um título de crédito repleto de assinaturas, não tem mais lugar para assinar e eu
preciso assinar. Chegamos então a um limite de endossos, é isso?
Mais um exemplo: Você compra um carro. Dá 20 mil de entrada e depois assina 5 notas
promissórias de 5 mil reais. Ao ir pagar a primeira promissória, o vendedor lhe dá um
documentos escrito assim: “declaro, para os devidos fins, que fulano de tal, quitou a nota
promissória n.º 01/05 no valor de 5 mil reais.” Esse termo de quitação não tem validade
para o direito cambiário. A quitação tem que ser dada no título de crédito. Se você quitou
a nota promissória, ela é sua!! Imagina se essa promissória é roubada e repassada... Você
terá que pagar e ai ajuizar ação e até provar que focinho de porco não é tomada, irá
perder tempo, dinheiro etc.
Vivante ensina que “o direito representado num título de crédito é autônomo, porque a
SUA POSSE LEGÍTIMA CARACTERIZA A EXISTÊNCIA DE UM DIREITO PRÓPRIO, não
limitado nem destrutível por relações anteriores.
Desta forma, o endosso ou o aval dado por pessoa incapaz não atinge as demais
obrigações assumidas no título de crédito.
Nada disso! O que Tício fez ao entregar o cheque ao Mévio? Endossou! Exato, Mévio é
responsável pelo pagamento.
Mas a cártula não era falsificada? Não é nulo o negócio?
Negativo! Não é porque essa relação está viciada entre quem deu o cheque e o recebeu,
que esse vício vai contagiar a outra relação entre o Tício e Mévio. LEMBRE-SE:
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Por isso que quando um estabelecimento comercial recebe um cheque de terceiro não
fica perguntando a origem do cheque.
Abstração
Circulabilidade
B
A
Há situações que esse princípio pode sofrer mitigações. Como bem leciona Estefância
Rossignoli1:
“A situação que implicou tal discussão tem origem nas práticas bancárias.
Começou-se a tornar comum, na prática bancária, a exigência da assinatura de
nota promissória como garantia acessória aos contratos de abertura de crédito.
Seria a seguinte situação; a pessoa faz um contrato de cheque especial, mas não
se sabe qual o valor desse crédito ela irá utilizar. Assim as instituições bancárias
fazem com que o cliente assine uma nota promissória sem preencher o valor, que
somente será preenchido se houver vencimento da dívida do cheque especial,
sem que haja o correto pagamento.
Este procedimento pode trazer prejuízos ao cliente caso o banco execute o título.
É que como foi tratado acima, em obediência aos princípios da autonomia e
abstração, o valor firmado na nota promissória pode ser exigido independente de
discussão acerca do contrato que, teoricamente deu causa à sua emissão. E é daí
mesmo que surgem os riscos ao emitente do título que servirá de garantia a um
contrato de empréstimo bancário, pois a instituição financeira terá a posse de um
título executivo extrajudicial cuja discussão estará limitada apenas às exigências
formais do documento, além de uma possível cobrança de crédito já extinto ou
quitado.
Contrato de Abertura de Crédito Bancário: não tem liquidez. Portanto, não serve de título
executivo extrajudicial. Alguns bancos vinculam o contrato a uma Nota Promissória em
branco, tentando dar liquidez futura ao débito, o que não surtiu efeito, conforme Súmulas
abaixo.
STJ - SUM 233 - O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta
corrente, não é título executivo.
STJ – SUM 258 - A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Por Inoponibilidade das Exceções entende-se que não é permitido àquele que se obriga
em um título a recusar o pagamento ao portador alegando suas relações pessoais com o
sacador ou outros obrigados anteriores do título.
Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na
conformidade das normas que disciplinam a sua circulação.
A comprou o carro de B.
C não conseguiu depositar esse cheque e então dirige-se a A para receber o pagamento.
Suponhamos que o carro que foi comprado estava com sérios problemas mecânicos e
então, A está reivindicando de B que conserte ou não pagará (sustou o cheque).
Ocorre que, o detentor de direitos agora é C e este, não participou do negócio que
originou o título, ou seja, está livre dos vícios que relações pretéritas tenham adquirido (C
agiu de boa-fé, não tem ligação com a causa que originou o cheque).
PARA MEMORIZAR:
QUESTÃO 04 (OAB SP/2006/FCC) Pode ser omitida a data de vencimento do título de crédito.
COMENTÁRIOS: É considerado à vista o título de crédito que não contenha indicação de
vencimento. Cabe ao emissor a obrigação do preenchimento completo do título indicando
vencimento futuro.
CUIDADO com a desmaterialização dos títulos. Esta nova tendência permite a criação de títulos
não cartularizados, ou seja, feitos em formas que não sejam documentados em papel. É o que
ocorre, por exemplo, nas duplicatas virtuais.
Documentos não cartularizados dispensam o credor de apresentar o mesmo em juízo para
executá-lo. Pode fazê-lo, apenas, com a apresentação do instrumento de protesto por
indicações e do comprovante de entrega das mercadorias.
QUESTÃO 07 (Defensor Público - SP/2006/FCC) Sobre títulos de crédito, é correto afirmar que
pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé.
COMENTÁRIOS: Dispõe o art. 896 do CC que o título de crédito não pode ser reivindicado do
portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.
QUESTÃO 10 (Juiz Substituto TJDFT/ FCC) É correto afirmar que nas obrigações em geral o credor
não é obrigado a receber pagamento parcial, mas no caso do cheque, o portador não pode
recusar pagamento parcial.
COMENTÁRIOS: Nas obrigações em geral não é o credor obrigado a receber pagamento parcial,
como se vê neste excerto do Código Civil:
Art. 314 - Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Já para o
cheque, a legislação checaria prevê que o portador não pode recusar o seu pagamento parcial
(LC, art. 38, parágrafo único).
QUESTÃO 11 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Os títulos de crédito são atos jurídicos unilaterais que
contêm direito autônomo, o qual se revela mais fortemente no momento em que o título circula.
COMENTÁRIOS: A partir da emissão de um título de crédito fica criada uma obrigação jurídica, a
qual será representada por uma cártula, e assim constitui um ato jurídico unilateral, onde o
emitente afirma que existe uma obrigação jurídica a ser cumprida. Esse princípio é mais
perceptível por ocasião da circulação do título.
GABARITO DA QUESTÃO: CERTO
QUESTÃO 14 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) A abstração − princípio absoluto dos títulos de crédito
− é característica que serve à autonomia desses títulos e que é fundamental para a sua circulação.
COMENTÁRIOS: A abstração não é princípio absoluto já que comporta exceções. Um exemplo é
o entendimento sumulado do STJ:
SÚMULA 258: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia (entenda-se por abstração) em razão da iliquidez do título que a originou.
QUESTÃO 15 (CESPE - JF TRF1/TRF 1/2009) Os princípios aplicáveis aos títulos de crédito são
absolutos, assim entendidos na doutrina e na jurisprudência como forma de dar credibilidade ao
título que circula.
COMENTÁRIOS: Os princípios aplicáveis aos títulos de crédito NÃO SÃO ABSOLUTOS já que
comportam exceções.
GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO
QUESTÃO 16 (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2008) O sr. RJB firmou contrato de abertura de crédito
com determinado banco comercial no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por exigência do
banco, foi emitida uma nota promissória em branco, vinculada à avença, sendo que, nesse título
de crédito, apôs sua assinatura o sr. Antônio, na condição de avalista. Dez meses depois, o banco
ingressa com uma execução com base naquela nota promissória no valor de R$ 28.472,00,
decorrente da abertura da linha de crédito, ocorrida em favor do avalizado, que não possuía
capacidade econômica para pagar aquele débito.
A respeito da possibilidade de o avalista arguir a iliquidez da dívida, assinale a afirmativa correta.
a) O credor pode completar o título cambial em qualquer circunstância após as assinaturas do
emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e literalidade, sendo exigível, mesmo quando
não acompanhada do contrato de abertura de crédito.
b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em qualquer circunstância,
podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a cobrança, o que confere liquidez ao título.
c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas quando
completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança.
d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a ação na nota
promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão da causa debendi.
e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia, em
razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a discussão da causa debendi.
COMENTÁRIOS: Um dos princípios vigentes no âmbito dos títulos de crédito é o da autonomia.
Isto é, tão logo emitidos, os títulos deixam de ter vinculação à causa que originou a sua emissão,
porém nos contratos de abertura de crédito é mitigado:
Começou a se tornar comum, na prática bancária, a exigência da assinatura de nota promissória
como garantia acessória aos contratos de abertura de crédito. As instituições bancárias fazem
com que o cliente assine uma nota promissória sem preencher o valor, que somente será
preenchido se houver vencimento da dívida do cheque especial, sem que haja o correto
pagamento. Este procedimento pode trazer prejuízos ao cliente caso o banco execute o título.
Por isso no caso da nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia, em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a discussão do motivo
que gerou a dívida (causa debendi).
SÚMULA 258 STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza
de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
QUESTÃO 18 (VUNESP – 2013 – SPTrans – Advogado Pleno) São princípios basilares dos títulos
de crédito:
a) dependência, a cartularidade e a literalidade.
b) a autonomia, a cartularidade e a literalidade.
c) a autonomia, a fungibilidade e a intransmissibilidade.
d) a dependência, a fungibilidade e a abstração.
e) a abstração, a cartularidade e a intransmissibilidade.
COMENTÁRIOS: Questão tranquila:
Abstração
Autonomia Inoponibilidade das exceções
Princípios pessoais aos terceiros de
Informadores Cartularidade
boa-fé
Literalidade
QUESTÃO 19 (FUNCAB – 2013 – ANS – Técnico de Suporte) “O título de crédito é sempre emitido
em razão de um negócio jurídico subjacente. No entanto, subsiste e sobrevive sem que seja
necessário mencionar-se no próprio título a razão que ensejou a sua emissão (criação)”
Essa afirmação diz respeito ao elemento (princípio) da:
a) literalidade.
b) autonomia.
c) independência.
d) abstração.
e) cartularidade (ou incorporação).
COMENTÁRIOS: Calma! Eu sei que você está louco para marcar a autonomia, porém lembre-se
do princípio da "Abstração", em que o título pode circular sem vinculação ao negócio que lhe
deu origem.
QUESTÃO 20 (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE – 2007 – BNB – Analista Bancário) Leão compra uma
TV na loja da Márcia e, não tendo dinheiro para pagar à vista, emite um título de crédito tendo
como beneficiária Márcia. Esta, satisfeita com a venda, mas necessitando do dinheiro o quanto
antes, desconta o título num Banco. Todavia, a TV apresenta defeitos e Leão, insatisfeito, procura
por Márcia para desfazer o negócio e desobrigar-se do pagamento do título emitido. Por sua
vez, o Banco, atual credor do título, alega a inexistência de vínculo com a operação de compra e
venda e aciona Leão para honrar o título, informando que se ele desejar desfazer a operação de
compra da TV deverá demandar diretamente contra Márcia."
A situação narrada ilustra uma característica comum aos títulos de crédito. Assinale a opção que
a contempla.
a) Executividade
b) Cartularidade
c) Coobrigação
d) Autonomia
e) Causalidade
COMENTÁRIOS: Para Tudo! Cadê o princípio da abstração????
Lembre-se que o princípio da abstração deriva do da autonomia. Neste caso, não devemos brigar
com a banca!
MODELO LIVRE: são aqueles que a lei não estabeleceu um padrão específico, deixando
que os títulos sejam confeccionados livremente, porém, obedecendo alguns conceitos
básicos. São exemplos a nota promissória e a letra de câmbio.
Cuidado! Qualquer pedaço de papel pode dar origem a uma nota promissória. Não é
necessário usar aquele modelo que vende em papelaria. Pode ser feito no computador
ou em um guardanapo e gerar os mesmos efeitos.
MODELO VINCULADO: É aquele que deve observar uma padronização definida em lei,
pois esta o padronizou, definiu medidas, campos etc. São exemplos o cheque e a
duplicata mercantil.
PARA FIXAR:
em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite o título, ou seja, ordena
o pagamento;
em segundo lugar, tem-se a situação do sacado, contra quem o título é emitido,
ou seja, trata-se da pessoa que recebe a ordem de pagamento;
por fim, tem-se a figura do tomador (ou beneficiário), em favor de quem o título é
emitido, isto é, pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência à ordem que
lhe foi endereçada pelo sacador.
Explicando: Tem aquele que dá a ordem. Aquele que recebe a ordem (destinatário da
ordem) e vai ter também o favorecido, também chamado de tomador beneficiário.
Imagine o cheque. Cheque é uma ordem de pagamento à vista. Assim você dá a ordem
(sacador) para que o banco (sacado) pague a quantia estabelecida ao portador do cheque
(tomador)
Na letra de câmbio, por exemplo, o sacador subscreve o título, dando ordem ao sacado
para que pague determinado valor ao tomador. O sacado pode nem saber da existência
do título, razão pela qual o credor deve apresentar o documento ao devedor, para que
este verifique a existência da dívida e aceite honrar a obrigação no prazo previsto.
Caso o devedor tenha efetuado o pagamento do título ANTES de ter ciência da perda
deste pelo portador, EXONERA O DEVEDOR DE UM NOVO PAGAMENTO /EMISSÃO AO
PORTADOR, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato.
SAIBA MAIS: O art. 907 do Código Civil declara nulos os títulos ao portador emitidos sem
autorização da lei especial. Nesse sentido, segundo a Lei Uniforme de Genebra, não é
permitida a emissão de letra de câmbio e nota promissória ao portador. A Lei 8.088, em
seu art. 19, praticamente eliminou a forma ao portador dos títulos de crédito e estabeleceu
a forma nominativa, ao assim dispor: "todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão
emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em
preto". Por sua vez a Lei 9.096, de 29.06.1995, Plano Real, em seu art. 69, estabeleceu a
vedação de emissão, pagamento, compensação de cheque de valor superior a R$ 100,00,
sem identificação do beneficiário.
Há uma presunção de que os títulos de crédito são nominativos à ordem porque isso
traz mais segurança para a circulação. Traz mais segurança para quem vai receber o
título. Há necessidade de colocar “à ordem”? Não! Só há necessidade de colocar “não
à ordem” se você quiser transferir por cessão civil.
se você pegar esse título e o transferir para o seu irmão, você tem que me avisar dessa
transferência. Eu então, vou tirar o seu nome do livro e anotar o do seu irmão. No dia de
pagar, pagarei a seu irmão.
PARA FIXAR:
CAUSAL: Podem ser emitidas somente nas causas autorizadas por lei. Um exemplo é a
duplicata que é um título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de
compra e venda mercantil.
Por ser um título causal está vinculada à relação jurídica que lhe deu origem, porém tão
logo seja emitida, deixa de ter nexo com o negócio do qual derivou.
FIQUE ATENTO: Sempre caem questões dizendo que é duplicata é não causal.
ERRADO...Duplicata é causal, precisa de uma causa específica para ser emitida.
NÃO CAUSAL (ABSTRATO): A emissão não depende de hipótese específica, razão pela
qual serve para documentar qualquer negócio. O melhor exemplo é o cheque.
O cheque ostenta a natureza de título de crédito, portanto é não-causal, ou seja, em
decorrência de sua autonomia e abstração não comporta discussão sobre o negócio
jurídico originário. Entretanto, se o cheque não houver circulado, estando ainda atrelado
à relação jurídica originária estabelecida entre seu emitente (sacador) e seu beneficiário
(tomador), é possível que se discuta a causa debendi (causa da dívida).
Vamos treinar!
COMENTÁRIOS: Exato! De regra, os títulos de créditos são não causais, podem ser emitidos
livremente. Exceção fica por conta da duplicata mercantil que só pode ser emitida em função de
venda mercantil ou prestação de serviços.
QUESTÃO 25 (ESAF – 2006 – PFN) A omissão de algum requisito legal que tire do documento
sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem.
COMENTÁRIOS: A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 26 (ESAF – 2006 – PFN) O pagamento parcial do título não pode ser recusado pelo
credor, se no seu vencimento.
COMENTÁRIOS: O credor não é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título,
porém no vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
GABARITO: CERTO
a) Via de regra o título de crédito tem expresso seu destinatário, porém o título pode ser
endossado e o direito pertencer a outra pessoa. ERRADO
b) Nada disso! Nem sempre o possuidor é o seu legítimo beneficiário (pode ser furtado,
extraviado etc). ERRADO
c) Não exatamente. O titular pode endossar em branco e o título seja transferido para outro
beneficiário que não conste nos registros. ERRADO
e) CORRETO! Legitimado cambiário é aquele que tiver o direito cartular, seja o titular ou
beneficiário.
GABARITO: Letra E
Os títulos que vamos analisar na próxima aula são quase todos são ordens de pagamento:
cheque, letra de câmbio e duplicata e nota promissória. Porém vocês devem começar a
se familiarizar. Veja o quadro abaixo, ele será muito útil para resolução de provas.
9. Endosso
Endosso é o ato cambiário abstrato e formal, decorrente de declaração unilateral de
vontade e correspondendo a uma declaração cambiária eventual e sucessiva,
manifestada no título de crédito, ainda que dele não conste a cláusula à ordem, pela qual,
o beneficiário ou terceiro adquirente (endossante) transfere os direitos dele decorrentes
a outra pessoa (endossatário), ficando, em regra, o endossante responsável pelo aceite e
pelo pagamento2
Endosso é ato unilateral, solidário e autônomo pelo qual, além de transferir os direitos de
um título, é uma garantia.
Vamos a um exemplo: Você recebeu um cheque e vai usá-lo para comprar alguns livros.
Você é credor e está transferindo o direito que tem sobre esse crédito à livraria. Você
então endossa o cheque para a “Livraria Livro Novo”.
Olha só: Quem endossa é chamado de endossante e quem recebe por endosso é
chamado de endossatário.
Caso esse cheque volte por falta de fundos, você é responsável pelo pagamento. A livraria
Livro Novo irá cobrar você e o emitente do cheque.
ATENÇÃO: A transferência do título implica também a transferência dos direitos que lhe
são inerentes. Nos termos da Lei especial, o cheque, duplicata, nota promissória e letra
de câmbio, são títulos que mantêm o endossante como devedor solidário.
Agora, você deve ter uma atenção especial ao que diz o Código Civil. Trata-se da
irresponsabilidade do Endossante no novo código civil. (PRESTE MUITA
ATENÇÃO POIS JÁ FOI COBRADO EM PROVAS).
A lei especial diz que quem endossa responde pelo pagamento. Toda lei especial que
trata de título de crédito diz assim: quem endossa responde pela existência + pela
solvência. Só que nós temos uma regrinha no Código Civil. Mas antes de ir para o Código
Civil, eu quero que você responda: diante de uma lei geral e de uma lei especial, qual eu
aplico? Lei especial. Eu só vou aplicar o Código Civil quando lei especial não tratar do
assunto. A regra do CC, na prática não se aplica para nenhum título de crédito que temos
na atualidade, mas cai na prova, que é a regra do art. 914. E saber ou não saber a regra
do art. 914 não faz diferença nenhuma para quem vai atuar na área:
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde
o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
§ 1º Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário.
§ 2º Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores.
O que está dizendo o art. 914, do Código Civil? Que o endosso do Código Civil tem os
mesmos efeitos da cessão civil porque não responde pelo cumprimento da prestação, ou
seja, não responde pelo pagamento do título. Então, para o Código Civil, o endosso tem
os mesmos efeitos da cessão civil. Mas na prática, o art. 914 não se aplica. É a lei especial
que se aplica e a lei especial diz: “olha: responde pela existência e também pela solvência.”
O endosso pode ser cancelado? SIM! O endossante pode, antes de passar o título às
mãos do endossatário, cancelar o endosso dado no título. E como isso acontece? O
endosso deve ser riscado. Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou
parcialmente.
PARA FIXAR:
Responsabilidade do Endossante
O Endossante exime-se do
Admite cláusula em contrário pagamento caso haja cláusula sem
garantia no título
O que seria a “cláusula sem garantia”? Essa cláusula exonera expressamente o endossante
de responsabilidade pela obrigação constante do título. É obrigado? SIM! Caso queira
Em princípio, o endosso deve ser feito no verso do título, bastando para tanto a
assinatura do endossante. E se o documento estiver cheio de endossos no verso e não
couber mais nenhum?
O endosso então deve ser feito no anverso (frente) da cártula, deverá conter, além da
assinatura do endossante, menção expressa e que se trata de endosso. “Pague-
se a” ou “endosso a” ou “transfiro a”, são expressões que demonstram que você está
endossando, que você está transferindo aquele título de crédito.
E se não tiver mais espaço? Para atender o princípio da literalidade, você deve fazer o
prolongamento do título. Então, você pega um pedaço de papel, grampeia, cola, mas
terá que prolongar o título, se quiser dar o endosso atendendo ao princípio da
cartularidade.
Uma perguntinha rápida? Para a transferência dos direitos expressos no título, basta o
endosso? NÃO! Após o endosso deve-se ter a transferência da cártula. A transferência
por endosso completa-se com a tradição (entrega) do título.
IMPORTANTE: Quando se tem a posse do título de credito, mas descobre-se que este
foi furtado e o endosso ocorreu com a falsificação da assinatura, aquele que recebe do
furtador (adquirente) terá a tutela a non domino (art. 896 CC, 16 LUG, e 25 Lei do cheque)
por que tem o melhor título de propriedade. (NON DOMINO: Direito por parte de quem
não é dono. Diz-se da transferência de bens móveis ou imóveis, por quem não é seu
legítimo dono).
Efeitos do endosso:
Transferência da titularidade do crédito do endossante para o endossatário.
Tornar o endossante codevedor do título de crédito, corresponsável do título de crédito.
Lembrando que por se tratar de endosso, ele vai responder pela existência e pela
solvência.
Responda essa:
QUESTÃO 28 (INÉDITA – 2015 - ELABORADO PELO AUTOR) É possível afirmar que nas opções
de circulabilidade de títulos de crédito, caso haja endosso em branco, sempre haverá novo
endossatário que será responsável solidário.
COMENTÁRIOS: E então? Na verdade, essa afirmação é válida somente quando haja
endosso em preto, pois sempre terá que haver novo endosso para que haja a
transferência da cártula. No endosso em branco, é possível transferir o título sem praticar
novo endosso.
GABARITO: ERRADO
FIQUE LIGADO:
Só assinatura
ENDOSSO AVAL
No Verso Vale como endosso Vale como aval
No anverso Vale com aval Vale como endosso
Até agora tudo o que vimo é chamado de endosso próprio ou endosso translativo. Não
cai em provas o que é endosso próprio ou translativo. Temos ainda o chamado endosso
impróprio que quando o examinador quiser saber sobre ele, irá assim expressar.
Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram
oponíveis ao endossante. O mandato que resulta de um endosso por procuração não se
extingue por morte ou sobrevinda incapacidade do mandatário.
Por exemplo. Você precisa cobrar um título, porém contratou uma financeira para isso.
Só que para cobrar, ela tem que ter o título em mãos. Mas ela não será credora, só
queremos que ela faça a cobrança. E então como funciona? Você endossa por mandato.
É como se você estivesse dando uma procuração para que a financeira cobre o título. Por
isso coloca-se as expressões endosso por procuração, valor a cobrar, para cobrança etc.
É endosso impróprio na modalidade endosso-mandato, por procuração, para que ele
possa cobrar o título de crédito para você.
EXPLICO: Você precisa um empréstimo bancário, porém não tem bens para dar em
garantia. Mas você tem uma empresa e ela tem diversos títulos de crédito, duplicatas etc.
Você então usa esses títulos da empresa como garantia perante ao banco. O título é um
bem móvel e para dar em garantia, é necessário instituir um penhor sobre ele que é o
endosso-caução. Esse título fica com o banco até quitar as prestações. O título é garantia
de pagamento.
Situação 01: cheque clonado. Ele existe? Não. Ele tem um vício de existência. Então,
imagine: que você receba um cheque clonado em pagamento a um a dívida e a transfere
para mim. Tanto faz se você endossou ou fez cessão civil porque ele tem vício de
existência. Então, tanto no endosso quanto na cessão civil, você vai responder por esse
cheque que tem vício de existência.
Situação 02: cheque sem fundos. Se alguém lhe dá um cheque bom e você transfere esse
cheque bom a mim e o cheque volta por falta de fundos, ele não tem vício de existência.
Você só vai ter que responder pelo pagamento. Agora se você endossou o cheque, você
Como leciona RAMOS, uma outra diferença relevante entre endosso e cessão civil de
crédito está relacionada à (in)oponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé.
Em decorrência do princípio da autonomia e do subprincípio da abstração, o endosso
transfere o crédito sem nenhum vício relativo aos negócios feitos anteriormente com o
título. Assim, o devedor não poderá opor ao endossatário – se este recebeu o título de
boa-fé, o que em princípio se presume – exceções que não lhe digam respeito, ou seja,
exceções relacionadas a relações antecedentes. Na cessão civil de crédito, no entanto, o
mesmo não ocorre. O devedor pode opor contra o cessionário qualquer exceção pessoal
que tinha contra o cedente (nesse sentido é a regra do art. 294 do Código Civil).
PARA FIXAR:
10. Aval
Ato cambiário sucessivo e eventual decorrente de uma manifestação unilateral de
vontade, pela qual uma pessoa física ou jurídica, estranha à relação cartular
(avalista), ou que nela já figura, assume obrigação cambiária autônoma e incondicional
ENDOSSO Transferência
AVAL Garantia
O aval é dado no anverso do título (face), pela simples assinatura do avalista e no verso
do título, pela assinatura atrelada à expressão “POR AVAL”, “BOM POR AVAL”, (é ao
contrário do endosso, no qual a simples assinatura no verso corresponde ao endosso,
enquanto que no anverso deve ser acompanhada da expressão “por endosso”).
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do
avalista.
§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.
AVAL EM BRANCO – Não identifica o avalizado. CUIDADO! Imagine que você de um aval
em branco. Quem está sendo avalizado? Todo mundo? Qualquer pessoa? No aval em
branco o avalizado é o sacador, aquele que criou, que deu origem, que emitiu o título de
crédito.
AVAL PARCIAL: Sabemos que o Endosso parcial não é possível. E o aval, é possível ser
parcial? Depende! Como assim? A lei especial diz que pode, admite o aval parcial,
dizendo ser possível garantir só uma parte do valor. A lei admite o aval de toda a dívida,
como também de parte da dívida. Só que o Código Civil diz que não pode.
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Mas de novo isso professor? Calma, não acabou ainda. O Decreto 57.663/66 (lei uniforme)
diz no art. 30 o seguinte:
Artigo 30
O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.
Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.
Ah! Então são dois contra um, então pode! Nada disso. Ah! Então aplica-se o código civil
pelo princípio da “lei mais nova”? Também não. Então como é?
Vamos a um raciocínio: Caso tenhamos uma lei especial e uma lei geral, qual se aplica?
Aplica-se a lei especial!
Muitas vezes que questão do tipo “é possível aval parcial, sim ou não” foram anuladas,
porque o examinador não deixou claro sob qual prisma ele queria a resposta.
AVAL SIMPLES E PLURAL: O ilustre jurista Luiz Emygdio aduz que o aval pode ser simples,
quando dado por uma pessoa, ou plural, quando dado por duas ou mais pessoas,
podendo ocorrer em três casos: “1) Dois ou mais avais dados em favor de obrigados
cambiários distintos, por exemplo: “C” é avalista do emitente “A” e “D” é avalista do
endossante “B”. 2) Dois ou mais avalistas de uma mesma obrigação cambiária (avais
simultâneos e coavais). 3) Aval de aval (avais sucessivos). A primeira hipótese (avalizados
distintos) não apresenta qualquer dúvida porque todos os avalistas serão devedores
solidários de natureza cambiária sucessiva, e o portador pode acionar cambiariamente os
avalistas e avalizados, em conjunto ou isoladamente, sem estar sujeito a ordem a que se
obrigaram (LUG, art. 47, als. 1ª e 2ª, LC, art. 51 e § 1º). Se um dos avalistas pagar a quantia
cambiária, adquire os direitos decorrentes do título em relação ao avalizado e aos que o
garantem (LUG, art. 32, al. 2ª, LC, art. 31 e Lei Civil, art. 899, § 1º), por se tratar de
solidariedade cambiária de natureza sucessiva. As demais hipóteses de avais simultâneos
e sucessivos serão tratadas em separado.”
terá direito de regresso contra o outro avalista apenas em relação à sua parte – se forem
apenas dois avalistas, por exemplo, terá direito de regresso em relação a apenas metade
da dívida.
B AVALIZAM D
Por fim, de acordo com a Súmula 26 do STJ, “o avalista do título de crédito vinculado a
contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato
figurar como devedor solidário”.
A AVALIZA B AVALIZA C
CC - art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado).
AVAL SEM O ACEITE DO SACADO: O aval é pouco tratado na lei de Duplicatas, aplicando-
se, subsidiariamente, a Lei Uniforme de Genebra. Em último caso é aplicado o Código
Civil. Porém, quando se trata do aval sem o aceite do sacado, ambos diplomas silenciam.
Ah! Então não pode! Calma lá! Vale lembrar que o Direito Empresarial é ramo do direito
privado onde pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe. Ah é? Então pode! SIM! Tal
AVAL PRESTADO POR PESSOA CASADA: O Código Civil em seu art. 1.647, inciso III, tratou
da mesma forma o aval e a fiança no que tange à necessidade de outorga conjugal para
que tais garantias sejam prestadas, salvo se o regime de bens for o da separação absoluta.
O STJ já está aplicando a referida regra, declarando a nulidade de aval sem outorga
conjugal entendendo que é. Necessária a vênia conjugal para a prestação de aval por
pessoa casada:
EM SÍNTESE:
São duas as diferenças básicas entre aval e fiança. A primeira delas é decorrente da
submissão do aval ao princípio da autonomia, inerente aos títulos de crédito. Com efeito,
o aval, por ser um instituto do regime jurídico cambial, constitui uma obrigação autônoma
em relação à dívida assumida pelo avalizado. Assim, se a obrigação do avalizado,
eventualmente, for atingida por algum vício, este não se transmite para a obrigação do
avalista. Na fiança o mesmo não ocorre: ela, como obrigação acessória, leva a mesma
sorte da obrigação principal a que está relacionada.
Segundo João Eunápio Borges, a autonomia e a abstração do aval são tamanhas que se
admite até o aval contra a vontade do avalizado, bem como o chamado aval antecipado,
o qual é prestado antes mesmo do surgimento da obrigação do avalizado e sequer se
condiciona à sua futura constituição válida.
Outra distinção relevante entre o aval e a fiança diz respeito ao benefício de ordem,
presente nesta e ausente naquele. De fato, o aval não admite o chamado benefício de
ordem, razão pela qual o avalista pode ser acionado juntamente com o avalizado. Na
fiança, todavia, o benefício de ordem assegura ao fiador a prerrogativa de somente ser
acionado após o afiançado. A responsabilidade do fiador é, portanto, subsidiária.
AVAL FIANÇA
Em REsp julgado recentemente pelo STJ, o presidente de uma empresa emitiu uma letra
de câmbio em nome da empresa e avalizou essa letra de câmbio. A empresa faliu e o
aval permaneceu. Pouco importa o que aconteceu com o avalizado. O avalistas continua
responsável. Ele sempre continua responsável porque a obrigação é autônoma. É uma
obrigação cambiária autônoma. Se eu sou avalista e sou responsável pelo pagamento,
garanto pagamento, caso eu seja acionado (alguém ajuíza uma ação de execução contra
o avalista, ele vai ser obrigado a pagar), vou ter direito de regresso. Se o avalizado tem
direito de regresso, o avalista também tem. Se eu sou avalista de um devedor principal,
eu só vou ter direito de regresso contra o devedor principal. Não tenho direito de regresso
contra mais ninguém. Agora, se eu sou avalista de um codevedor e este codevedor tem
direitos, eu vou ter os mesmos direitos que esse codevedor. Eu estou garantindo João
como se fosse João. Então, se João tem direito de regresso, eu também vou ter os
mesmos direitos.
11. Protesto
Esse é fácil professor, protesto é a cobrança de um título atrasado! ERRADO!
Protesto pode ser definido como o ato formal pelo qual se atesta um fato relevante
para a relação cambial. Esse fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta
de devolução do título ou (iii) a falta de pagamento do título3.
O protesto tem como características principais ser um ato formal e solene. Só pode ser
feito por escrito e no local específico que é o Cartório de Protestos de Títulos e
Documentos. Por isso diz-se que o credor faz prova da inadimplência através de fé
pública.
Outro fato relevante é que o protesto é facultativo contra o devedor principal. Porém ele
é obrigatório contra os codevedores, tal como o endossante.
Há casos, porém, que o protesto é necessário, como por exemplo: na lei de falências que
exige títulos protestados para se requerer a falência e também no caso de contrato de
alienação fiduciária para que comprove a mora do devedor.
Contra os coobrigados e
Necessário
endossantes
FINALIDADES DO PROTESTO:
Art 44, Lei Uniforme: “A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal
(protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento). (...) O protesto por falta de aceite dispensa
a apresentação a pagamento e o protesto por falta de pagamento.
b) Falta de Aceite: O protesto por indicação, como também é conhecido, é feito por
falta de aceite, de devolução ou de pagamento. Existem títulos que não é o próprio
devedor quem o emite, sendo assim, não há manifestação de vontade dele na cártula.
Essa manifestação de vontade vai ser buscada da através da apresentação para aceite.
O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da
obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.
Quando o devedor se recusa a dar o aceite, a prova dessa recusa deverá ser feita através
do protesto. Esses títulos são a cédula de crédito bancário, a letra de câmbio e a duplicata.
Agora, se o sacador não remeteu ao sacado a duplicata para que fosse aposto o aceite,
não haverá o que se falar em protesto por indicação. Portanto, é requisito essencial do
protesto por indicação a prova de que o título foi encaminhado ao sacado.
Art. 202 do C.C./02 – A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-
á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover
no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito
pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,
ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 40. Não havendo prazo assinado, a data do registro do protesto é o termo inicial da incidência
de juros, taxas e atualizações monetárias sobre o valor da obrigação contida no título ou
documento de dívida.
Mas muito cuidado! Isso é aplicável aos contratos. Este artigo não se aplica aos títulos
de crédito (letra de câmbio, Nota promissória, cheque e duplicata) os juros
começam a contar da data do vencimento (mora ex re).
f) Autorizar o pedido de falência. Não é um protesto comum, mas sim para fins
falimentares. É um protesto especial que é feito no Tabelionato de Protestos;
g) Dá início ao termo legal. Na decretação da falência o juiz deve fixar o termo legal,
que será contado da data do primeiro protesto.
Art. 99 da Lei nº. 11.101/05 – A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras
determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo
seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados
do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de
pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
Vamos treinar:
QUESTÃO 29 (ESAF – 2006 – PFN) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou restrinja
direitos e obrigações além dos limites fixados em lei.
COMENTÁRIOS: Se no título de crédito vem escrito algo restringindo algum direito que a lei
concede aquele título, essa anotação não possui valor algum. É o teor do Código Civil:
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a
excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de
termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos
e obrigações.
Essas anotações são chamadas de cláusulas exorbitantes e são consideradas não escritas e não invalidam
o título.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 30 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O banco que desconta a duplicata em uma operação
de crédito recebe-a tão-somente por meio de endosso-mandato.
COMENTÁRIOS: Não existe previsão legal para isso. O banco, tradicionalmente, é quem
cobra a duplicata. O banco efetua a remessa e a cobrança da duplicata cobrando um
valor para isso, mas esse procedimento não é feito necessariamente por endosso.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 31 (ESAF – 2010 – SMF-RJ – Fiscal de Rendas) Assinale a assertiva em que todos os
títulos de créditos mencionados admitem protesto por indicação.
a) Letra de câmbio e nota promissória.
b) Cédula de crédito bancário e cheque.
c) Cheque e duplicata.
d) Nota promissória e cheque.
e) Duplicata e cédula de crédito bancário.
COMENTÁRIOS: É o protesto por falta de aceite. Quando o devedor se recusa a dar o aceite, a
prova dessa recusa deverá ser feita através do protesto. Esses títulos são a cédula de crédito
bancário, a letra de câmbio e a duplicata.
GABARITO: LETRA E
QUESTÃO 32 (FCC – 2014 – DPE-PB – Defensor Público) O protesto é ato não solene.
COMENTÁRIOS: Conforme a lei 9.492, Art. 1º, Protesto é o ato formal e solene.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 33 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.
COMENTÁRIOS: o aceite é ato a ser praticado pelo sacado. Extraído da LUG:
Art. 21 - A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu
domicílio , pelo portador ou até por um simples detentor.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 34 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) O aval é instituto
jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por contrato.
COMENTÁRIOS: O aval não tem por finalidade garantir satisfações contraídas por contrato, mas,
sim, as contraídas em títulos de crédito. Quem garante as obrigações em contrato é a fiança.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 35 (ESAF – 2006 – PFN) Com base no que dispõe o Código Civil, o pagamento de
título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval, total ou parcial.
COMENTÁRIOS: Cuidado! Muita atenção ao enunciado da questão. O código civil veda o aval
parcial, porém a LUG permite. A questão cobra o disposto no código civil.
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada,
pode ser garantido por aval.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 36 (FCC – 2014 – TJ-CE – Juiz) O protesto por falta de aceite somente poderá ser
efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a
devolução
COMENTÁRIOS: Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de
devolução.
§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da
obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 37 (ESAF – 2006 – PFN) O aval posterior ao vencimento do título de crédito não
produz efeitos.
COMENTÁRIOS: O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente
dado.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 38 (ESAF – 2010 – SMF-RJ) Marque a opção que contém um título de crédito que não
admite emissão com cláusula "não à ordem".
a) A letra de câmbio.
b) A duplicata mercantil.
c) A nota promissória.
d) O cheque.
e) A cédula de crédito bancário.
COMENTÁRIOS: A cláusula não à ordem impede a transferência do título por endosso a
terceiro.
QUESTÃO 39 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) O princípio da literalidade é relativizado pelo direito
brasileiro, de sorte que o aval tanto pode ser prestado mediante assinatura do avalista no próprio
título quanto em documento apartado.
COMENTÁRIOS: O princípio da literalidade é absoluto, como extrai-se da interpretação
do Código Civil:
QUESTÃO 40 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que se aplica
apenas para representar a transferência de titularidade.
COMENTÁRIOS: O endosso não serve para representar a transferência de titularidade mas sim
para legitimar a titularidade do crédito.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 41 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que serve para
determinar a legitimação cambiária.
COMENTÁRIOS: Essa é exatamente a função do endosso, LEGITIMAR as operações cambiárias
com os títulos de crédito.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 42 (VUNESP – 2012 – RJ-RJ – Juiz) Com relação aos avais simultâneos,
a) o pagamento do título por um dos avalistas libera os demais avalistas de um possível direito
de regresso em favor do que pagou.
b) assim como nos avais sucessivos, dependem da ordem cronológica para a atribuição da
responsabilidade do avalista.
c) um avalista se torna avalista dos outros.
d) o pagamento do título por um dos avalistas não libera o devedor principal do direito de
regresso em favor do que pagou.
COMENTÁRIOS: Também denominados de coavais, ocorrem quando duas ou mais
pessoas avalizam um título conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial.
Assim, nos avais simultâneos os avalistas são considerados uma só pessoa, razão pela
qual assumem responsabilidade solidária regida pelas regras do direito civil. Aval
Sucessivo - Ocorre quando o avalista possui também um avalista e assim sucessivamente.
A diferença do aval simultâneo se dá apenas no regresso. No sucessivo, caso algum dos
avalistas pague, ele poderá entrar com regresso apenas contra os devedores anteriores.
Ou seja, eu avalista que pago o crédito não posso cobrar do meu avalista.
Analisando as assertivas:
a) está errada, porque o avalista que paga pode cobrar dos outros;
b) está errada, porque apenas nos avais sucessivos se depende da ordem cronológica
para atribuição da responsabilidade. No simultâneo não depende dessa ordem;
d) está correta, porque o devedor principal poderá ser cobrado pelo avalista que pagou
GABARITO: Letra D
QUESTÃO 43 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O aval em uma duplicata pode ser dado antes mesmo
do seu aceite pelo sacado.
COMENTÁRIOS: Pergunta difícil! O aval é pouco tratado na lei de Duplicatas, aplicando-se,
subsidiariamente, a Lei Uniforme de Genebra. Em último caso é aplicado o Código Civil.
Porém, quando se trata do aval sem o aceite do sacado, ambos diplomas silenciam.
Ah! Então não pode! Calma lá! Vale lembrar que o Direito Empresarial é ramo do direito
privado onde pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe. Ah é? Então pode! SIM! Tal
entendimento é encontrado no art. 14 do Decreto das Operações Cambiárias (Dec.
2.044/1908).:
QUESTÃO 44 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O padrão formal das notas promissórias é definido em
lei.
COMENTÁRIOS: A nota promissória é de forma livre pois a lei não definiu forma a ela.
QUESTÃO 46 (CESPE – 2011 – TJ-PB – Juiz) De acordo com o princípio da literalidade, o título de
crédito deve satisfazer seus requisitos formais no momento da emissão, sendo, em regra, nulo o
título que, emitido em branco ou incompleto, venha depois a ser preenchido ou complementado
pelo beneficiário.
COMENTÁRIOS: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
QUESTÃO 51 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O cheque não é um título de crédito, porque foi proibido
por lei que seja endossado mais de uma vez.
COMENTÁRIOS: A Lei do Cheque (Lei 7.357/85) em nenhum momento define o cheque
como um título de crédito, por isso, dependendo do doutrinador, não é totalmente
verdadeira. Só que o examinador também disse que não pode ser endossado mais de
uma vez. Ai concluímos que a questão está errada, pois a lei permite que o cheque seja
endossado mais de uma vez.
Art . 17 da LCh. O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa à
ordem, é transmissível por via de endosso.
§ 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente
endossar o cheque.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 53 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) O aval, instituto típico do direito cambiário, é uma garantia
subjetiva e acessória prestada em título de crédito, que confere ao avalista a qualidade de
devedor solidário.
COMENTÁRIOS: Boa definição de aval. O aval é uma garantia cambial subjetiva, por ele o
avalista garante o pagamento do título sendo responsável solidário juntamente com o
devedor principal
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 54 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aval garante o pagamento do título de crédito e não
pode ser parcial.
COMENTÁRIOS: E agora? É pelo Código Civil ou pela legislação especial?
A lei especial diz que pode, admite o aval parcial, dizendo ser possível garantir só uma
parte do valor. A lei admite o aval de toda a dívida, como também de parte da dívida. Só que o
Código Civil, no seu art. 897, § único, diz que não pode.
Mas como responder se a questão não pede? No caso de omissão, vá pela lei especial!
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 55 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que impõe ao
endossante o dever de garantir a legitimidade dos endossos anteriores.
COMENTÁRIOS: O endossante que determina no título “não à ordem” (proibindo um novo
endosso) não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada,
garantindo tão somente o pagamento ao seu endossatário
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 56 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que deve ser
em preto para garantir a formação da cadeia de regresso.
COMENTÁRIOS: Tanto o endosso em preto quanto o endosso em branco garantem a formação
da cadeia de regresso.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 57 (ESAF – 2002 – AFRE-PA) O endosso é instituto de direito cambiário que serve para
indicar que alguém deixa de ser titular do direito cambiário.
COMENTÁRIOS: Mesmo ocorrendo o endosso, o endossante não deixa ser o titular do direito
cambiário nele expresso, no caso da espécie de endosso-mandato ou procuração.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 59 (CESPE – 2009 - Advogado da União) Para a validade do endosso dado no anverso
do título de crédito, é suficiente a assinatura do endossante, imediatamente após a qual ocorre
a transferência do referido título.
COMENTÁRIOS: Para endosso no anverso (face) do título, é necessário a declaração que
se trata de endosso. No verso, basta apenas a assinatura
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 60 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança prestada sem
autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia total da garantia.
COMENTÁRIOS: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total
da garantia. Este é o exato teor da Súmula 332 do STJ:
Súmula 332: "A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia
total da garantia
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 61 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança é instituto
jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigação assumida pelo devedor mediante
emissão de um título cambiário.
COMENTÁRIOS: A fiança não tem por finalidade garantir satisfações contraídas em título de
crédito, mas sim em contrato. Quem garante as obrigações em títulos é o aval.
GABARITO: ERRADO
GABARITO: ERRADO
GABARITO: ERRADO
Bem, por hoje é isso. Na próxima aula falaremos sobre os títulos de crédito em espécie
(cheque, duplicata, nota promissória e letra de câmbio). Aguardo vocês!
Tiago Zanolla
tiagozanolla@concurseiro24horas.com.br
13. Resumo
Conceito - É um documento formal, com força executiva, representativo de dívida líquida e certa,
de circulação desvinculada do negócio que o originou; título de crédito é um documento
necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado (Vivante).
Crédito - Consiste na extensão da troca, permitindo que esta, realizada no espaço, ganhe nova
dimensão, e possa ser, também, efetuada no tempo; é uma permissão para a utilização do capital
alheio.
Características
Força executiva: tem força idêntica a uma sentença judicial transitada em julgado, dando direito
diretamente ao processo de execução;
Formalidade: o título é formal, deve constar nele tudo o que a lei determinar;
Circulação: é sua característica básica, vez que têm eles por fim facilitar as operações de crédito
e a transmissão dos direitos neles incorporados.
Cessão de crédito - É contrato bilateral que não exige forma específica para ser considerado
válido; ocorrendo nulidade de uma cessão de crédito, todas as demais serão também atingidas;
o devedor pode opor exceção tanto contra o cessionário quanto contra o cedente, a partir do
momento em que tomar conhecimento da cessão.
Teoria da criação (sobre a natureza dos títulos de crédito) - Consiste em considerar o surgimento
do direito existente no título no momento de sua criação, e a obrigação dele constante, com sua
entrada em circulação; a existência do título cria a dívida nele indicada; assim, o título roubado
Teoria de emissão: consiste em considerar que a mera criação do título não faz surgir direito ao
crédito nele contido, o que somente ocorre após o abandono voluntário de sua posse, mediante
ato unilateral ou tradição; se o título for colocado em circulação de modo fraudulento, não será
reconhecida a obrigação nele contida.
Cláusula “não à ordem”: consiste na proibição, imposta pelo sacador ou pelo endossante, de que
o título seja transmitido por meio de endosso; a cláusula será válida desde que o título seja
nominativo, e a expressão “não à ordem”, ou outra equivalente, esteja escrita no verso do título;
a transmissão do título somente se fará na forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de
crédito.
Aceite: é o reconhecimento, feito por meio de assinatura, por parte do sacado, da validade da
ordem de pagamento a favor do beneficiário, obrigando-se o sacado, por meio do aceite, a
pagar o valor constante do título, na data do vencimento.
Apresentação: é o ato de levar o título de crédito ao sacado, para que aponha sua assinatura,
caracterizando o aceite, ou proceda ao pagamento; o título deve ser apresentado até o
vencimento, no domicílio do sacado.
Aval: é a garantia pessoal de pagamento, de que a obrigação constante do título será paga por
um terceiro ou por um dos signatários, prestado mediante simples assinatura do avalista no
próprio título ou em folha anexa; o avalista é solidariamente responsável com aquele em favor
de quem deu seu aval.
Natureza jurídica do aval: é obrigação formal, independente e autônoma, que se aperfeiçoa pela
simples assinatura do avalista no título.
Arguição em juízo do avalista (exceções): o poderá arguir em juízo somente direito pessoal
próprio, defeito formal do título ou falta de algumas condições da ação; não poderá invocar,
matéria relativa a direito do avalizado.
Aval limitado: consiste na garantia de somente uma parte do valor do título, dada pelo avalista.
Vencimento a certo termo de vista: é aquele em que o dia do pagamento será determinado a
partir da data do aceite ou, inexistindo, do protesto do título.
Vencimento a dia certo: é aquele em que o dia do pagamento vem expressamente indicado no
título.
Protesto: é um ato oficial, solene, extrajudicial e público, pelo qual o título é apresentado ao
devedor, para que o aceite como válido ou para pagamento, e que comprova a apresentação
da letra de câmbio, não tendo o portador do título recebido um ou outro, e que serve, também,
para comprovar a insolvência do aceitante, quando não efetua o pagamento na data do
vencimento; deve ser lavrado no Cartório de Protestos, em livro próprio, perante o oficial do
lugar onde a letra de câmbio deve ser aceita ou paga; pode ser obrigatório (tendo o objetivo de
preservação de direitos) e facultativo (cuja função é meramente a de fazer prova, sendo por
exemplo, imprescindível para constituir em mora o devedor).
Cancelamento do protesto: pode ser cancelado: a) por defeito formal do protesto; b) por defeito
do título, reconhecido por sentença judicial transitada em julgado; c) pelo pagamento da
obrigação, constante do título, com a concordância do credor.
Ressaque: é um novo título à vista, sacado contra qualquer dos coobrigados, e apresentado em
outra praça, pelo credor que, tendo já protestado o título original, não recebeu o pagamento
devido; atualmente não é utilizada essa prática, pois o credor pode acionar diretamente qualquer
um dos coobrigados.
Obrigação dos endossantes: são coobrigados; isso significa que o último da série de endossos
pode voltar-se contra quaisquer dos endossantes ou contra o primitivo beneficiário, diretamente;
efetuado o pagamento por qualquer um deles, estará extinta a obrigação cambial; se o
endossatário final exigir o pagamento do último endossante, este poderá voltar-se contra o
endossante anterior a ele, e assim sucessivamente, exercendo o chamado direito de regresso.
A palavras “letra de câmbio”, inseridas no próprio texto, não apenas no alto do título;
O nome do sacado;
O nome do tomador;
Assinatura do sacador.
A inobservância de qualquer dos requisitos de validade, tem como consequência jurídica, sua
descaracterização como título de crédito.
algumas adaptações; por exemplo, no caso de uma letra ser assinada por um incapaz, ela não
será considerada nula, pois, a legislação cambiária, levando em consideração os princípios da
autonomia das obrigações constantes nos títulos, e da independência das assinaturas, não impõe
nulidade à letra de câmbio.
Cambial financeira: é aquela sacada, emitida ou aceita por instituições financeiras que operam no
mercado de capitais, sob fiscalização do Banco Central, e que têm a função de papel financeiro,
sujeito à correção monetária.
c) Autonomia: Em face deste princípio, as obrigações representadas pelo mesmo título são
independentes entre si, de modo que cada interveniente assuma sua própria obrigação relativa
ao título (art. 43 do D. 2.044, de 31.12.1908). Por exemplo, se um consumidor adquire determinado
bem e emite nota promissória em favor do comerciante vendedor, e este transfere o título a um
terceiro, a devolução do bem pelo consumidor, por eventual vício redibitório do produto, não
libera tal consumidor da dívida perante o terceiro que recebe o título. Deve pagar e, depois, sim,
pedir ressarcimento junto ao comerciante.
Crédito - Crédito é o poder de compra conferido a quem não tem dinheiro necessário para
realizá-la. Crédito é a permissão de usar o capital de outrem; é a negociação de uma obrigação
futura. As duas modalidades mais usadas de crédito são a venda à prazo e o empréstimo. Na
noção de crédito temos dois elementos implícitos, que são: CONFIANÇA (crédito = crer)
"creditum, credere" TEMPO. A função do crédito é transferir riquezas, e não criar capitais.
CRÉDITO não cria capitais, apenas transfere riqueza de A p/ B, do mesmo modo que a troca não
cria mercadorias.
Requisitos dos Títulos de Crédito - Se o documento for um título de crédito, ele será sinal
imprescindível do direito que nele se contém, de forma que:
II. II.O D não pode ser exigido sem a exibição e a entrega do TC ao devedor que satisfaz a
obrigação nele prometida;
IV. O adquirente do título não é sucessor do cedente, na relação jurídica que o liga ao
devedor, mas se inexiste direito constante do título, como credor originário e autônomo. São lhe
inoponíveis as defesas pessoais do devedor contra seus antecessores, na propriedade do título.
Literalidade - O título é literal porque sua existência se regula pelo teor de seu conteúdo. Somente
o que nele está inserido é que se leva em consideração para determinação de sua existência,
conteúdo, extensão e modalidades do direito, é decisivo exclusivamente o teor do título.
Principal - O título de crédito é autônomo não em relação a sua causa, mas porque o
possuidor de boa fé exercita um direito próprio, que não pode ser restringido ou
destruído em virtude das relações existentes entre os anteriores possuidores e o devedor.
Cada obrigação que deriva do título é autônoma em relação às demais. Isto quer dizer
que nas relações entre devedor e terceiros que se afirma em toda sua nitidez e plenitude
a autonomia do direito cartular. Autonomia nesse aspecto significa a independência dos
diversos e sucessivos possuidores do título em relação a cada um dos outros.
Segundo aspecto - Inicialmente o título de crédito tem origem na relação de débito e crédito
que lhe deu causa. Há sempre um fundamento de ordem econômica com a evolução do instituto
dos títulos de créditos. O título de simples documento probatório passou a ser constitutivo de
um novo direito - O DIREITO CARTULAR - autônomo da relação que o gerou. Dessa forma, a
obrigação que incumbe ao comprador de pagar a mercadoria que comprou a prazo não se
confunde com a que ele assumiu; ao assinar em virtude de tal compra; um título de crédito.
Mesmo inexistindo a obrigação fundamental, que deu origem ao título, a obrigação do título
(obrigação cartular) pode eventualmente ser eficaz, obrigação essa, que embora conexa, é
autônoma em relação àquela.
Cartularidade - Do latim chartula, pequeno papel escrito. Todo título de crédito é representado
em forma de um documento. É a materialização do crédito. Formalização de um crédito num
título que lhe seja representativo. Pela cartularidade - também denominada incorporação - o
direito do credor se instrumentaliza num documento que vem a ser um título de crédito. Trata-
se de um requisito essencial da validade deste, a par da autonomia e da literalidade.
Abstração - Os títulos de crédito podem circular como documentos abstratos, sem ligação com
a causa que lhe deram origem. com a L. CÂMBIO, N.P., CHEQUE. A abstração está ligada também
a sua circulação - É absoluta quando põe em relação duas pessoas que NÃO contrataram entre
si, encontrando-se frente a frente em virtude do título. * D.P. (quanto a origem) é Título não
Abstrato.
À Ordem - Endossável.
Banker's acceptance - Expressão inglesa, significando título de crédito a curto prazo com aceite
bancário.
Bear - Termo inglês, significando portar, render, produzir, gerir; como substantivo, especulador
baixista. Bear interest - render juros. Bear market - mercado em baixa. Bearer - portador. Bearer
bond - título de crédito ao portador.
Aval - Dec. 57.663 (Art. 30 e31) - Dec. 2.044 - Art. 14 com exceção da 1ª parte - Garantia,
obrigação principal, independe da assinatura dos dois cônjuges.
Figuras do Aval
Sacador A - Sacado B (Se B não pagar, A pagará, porém se A não pagar, entra a figura do
Avalista. N.P. normalmente o aval é dado pelo emitente.
* Protesto - Não é cobrança, é um ato formal através do qual se caracteriza a inadimplência (falta
de pagamento, falta de aceite).
Cláusula à ordem - Cláusula que, lançada num Título de Crédito, significa que este enseja
transferência ou endosso.
Ação de anulação e substituição de título ao portador ou cambiário - arts. 907 a 913 CPC. Ação
que objetiva sustar a circulação de título de crédito extraviado ou subtraído. Após a decisão
judicial, o título será considerado não-válido. Havendo contestação, esta deverá ser
acompanhada pelo título, seguindo-se o rito ordinário. Se a ação for procedente, o juiz
determinará que o devedor lavre outro título em substituição, em prazo assinado.
Endosso - Do latim in dorsum, no dorso, nas costas (só existe nos títulos de crédito). Meio de
circulação de título de crédito - meio de se transferir um título de crédito.
Endosso é diferente de Cessão - Ato unilateral - Forma escrita diferente de Cessão. Efeitos
autônomos - A autonomia só passa a existir quando o título estiver em circulação. Se houver
circulação do título via endosso, inicia-se a autonomia. Portanto, endosso é a assinatura do
endossante aposta no verso em branco do título, que tem por efeito transferir a propriedade
deste, remanescente o endossante como um coobrigado solidário no cumprimento da
obrigação. O endosso pode ser dado em branco ou em preto, também chamado pleno. O
endosso permite que o título seja negociado livremente, transferindo-se de pessoa para pessoa.
Consoante advertência de Plácido e Silva "o endosso se distingue do aval, pois que este é dado
particularmente a um dos coobrigados do título ou para todos eles, pois esta é uma de suas
funções, ao passo que o endosso promove a solidariedade somente em relação a seu
endossatário, e aos que sucederem a este, por seu endosso" (Vocabulário Jurídico, Rio de Janeiro,
Forense, 2º v., 1982, p. 167). Assim, o endosso não vincula o endossante àqueles que intervieram
na letra anteriormente, mas vincula-o aos endossatários e endossantes que se seguirem a ele.
Modalidades do Endosso
Em preto - (Pague-se a) coloca-se o nome do endossatário - Pode ser NÃO À ORDEM (Não
pode mais circular, ou seja, não pode ser endossado a outro - Trata-se de cessão (Ação ordinária
de Cobrança)).
Espécies de Endosso
Fiduciário - Alienação fiduciária (Ex: financiamento de automóvel), garante o bem móvel até a
quitação integral do débito;
Endosso Tardio - Após o prazo para protesto passa a ter os efeitos de uma cessão.
Protesto - Não é cobrança, é um ato formal através do qual se caracteriza a inadimplência (falta
de pagamento, falta de aceite), é o meio solene de se provar a inadimplência.
PROTESTO NECESSÁRIO - Direito de acionar Sacados, Endossantes e Avalistas (1º dia útil após o
vencimento).
PROTESTO OBRIGATÓRIO - Lei de Falências, exige títulos protestados para se requerer a falência.
PROTESTO FACULTATIVO - Meio de prova não é necessário para se executar sacado (emitente)
e avalistas.
QUESTÃO 10 (Juiz Substituto TJDFT/ FCC) É correto afirmar que nas obrigações em geral
o credor não é obrigado a receber pagamento parcial, mas no caso do cheque, o
portador não pode recusar pagamento parcial.
QUESTÃO 18 (VUNESP – 2013 – SPTrans – Advogado Pleno) São princípios basilares dos
títulos de crédito:
a) dependência, a cartularidade e a literalidade.
b) a autonomia, a cartularidade e a literalidade.
c) a autonomia, a fungibilidade e a intransmissibilidade.
d) a dependência, a fungibilidade e a abstração.
e) a abstração, a cartularidade e a intransmissibilidade.
A situação narrada ilustra uma característica comum aos títulos de crédito. Assinale a
opção que a contempla.
a) Executividade
b) Cartularidade
c) Coobrigação
d) Autonomia
e) Causalidade
QUESTÃO 25 (ESAF – 2006 – PFN) A omissão de algum requisito legal que tire do
documento sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio
jurídico que lhe deu origem.
QUESTÃO 26 (ESAF – 2006 – PFN) O pagamento parcial do título não pode ser recusado
pelo credor, se no seu vencimento.
QUESTÃO 28 (INÉDITA – 2015 - ELABORADO PELO AUTOR) É possível afirmar que nas
opções de circulabilidade de títulos de crédito, caso haja endosso em branco, sempre
haverá novo endossatário que será responsável solidário.
QUESTÃO 29 (ESAF – 2006 – PFN) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou
restrinja direitos e obrigações além dos limites fixados em lei.
QUESTÃO 30 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O banco que desconta a duplicata em uma
operação de crédito recebe-a tão-somente por meio de endosso-mandato.
QUESTÃO 31 (ESAF – 2010 – SMF-RJ – Fiscal de Rendas) Assinale a assertiva em que todos
os títulos de créditos mencionados admitem protesto por indicação.
a) Letra de câmbio e nota promissória.
b) Cédula de crédito bancário e cheque.
c) Cheque e duplicata.
d) Nota promissória e cheque.
e) Duplicata e cédula de crédito bancário.
QUESTÃO 32 (FCC – 2014 – DPE-PB – Defensor Público) O protesto é ato não solene.
QUESTÃO 33 (FGV – 2010 – AFRE-RJ) O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.
QUESTÃO 34 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) O aval é
instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por
contrato.
QUESTÃO 35 (ESAF – 2006 – PFN) Com base no que dispõe o Código Civil, o pagamento
de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser
garantido por aval, total ou parcial.
QUESTÃO 36 (FCC – 2014 – TJ-CE – Juiz) O protesto por falta de aceite somente poderá
ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o
aceite ou a devolução
QUESTÃO 38 (ESAF – 2010 – SMF-RJ) Marque a opção que contém um título de crédito
que não admite emissão com cláusula "não à ordem".
a) A letra de câmbio.
b) A duplicata mercantil.
c) A nota promissória.
d) O cheque.
e) A cédula de crédito bancário.
QUESTÃO 42 (VUNESP – 2012 – RJ-RJ – Juiz) Com relação aos avais simultâneos,
a) o pagamento do título por um dos avalistas libera os demais avalistas de um possível
direito de regresso em favor do que pagou.
b) assim como nos avais sucessivos, dependem da ordem cronológica para a atribuição
da responsabilidade do avalista.
c) um avalista se torna avalista dos outros.
d) o pagamento do título por um dos avalistas não libera o devedor principal do direito
de regresso em favor do que pagou.
QUESTÃO 43 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O aval em uma duplicata pode ser dado antes
mesmo do seu aceite pelo sacado.
QUESTÃO 44 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O padrão formal das notas promissórias é
definido em lei.
QUESTÃO 51 (ESAF – 2007 – SEFAZ CE) O cheque não é um título de crédito, porque foi
proibido por lei que seja endossado mais de uma vez.
QUESTÃO 53 (FGV – 2007 - AFRE-RJ) O aval, instituto típico do direito cambiário, é uma
garantia subjetiva e acessória prestada em título de crédito, que confere ao avalista a
qualidade de devedor solidário.
QUESTÃO 60 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança
prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia total da garantia.
QUESTÃO 61 (FGV – 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ RJ) A fiança é
instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigação assumida pelo
devedor mediante emissão de um título cambiário.
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Letra E Errado Certo Certo Certo Errado Errado Certo Errado Certo
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Certo Errado Errado Errado Errado Letra E Errado Letra B Letra D Letra D
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Certo Certo Errado Certo Certo Certo Letra E Errado Errado Errado
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Letra E Errado Certo Errado Errado Certo Errado Letra B Errado Errado
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Certo Letra D Certo Errado Certo Errado Certo Errado Certo Errado
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Errado Certo Certo Errado Errado Errado Errado Errado Errado Certo
61 62 63
Errado Errado Errado
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1
Estefânia Rossignoli. Sinopse de Direito Comercial
2
Luiz Emydio F. da Rosa Jr.
3
André Luiz Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado. Editora Método.
4
Apud VENOSA, 2003, pág. 471.