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Contabilidade Geral para SEFAZ/PA

Teoria e exercícios comentados


Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa に Aula
00

AULA 00:
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...........................................................................................................................1
O CURSO, EDITAL E PROVA............................................................................................................3
PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE....................................................................................................8
PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESOLUÇÃO 1.282/2010 DO CFC..............................................................9
RESOLUÇÃO N. 750/93 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (ATUALIZADA).............................9
CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA...................................................................9
CAPÍTULO II - DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO..............................................10
SEÇÃO I - O PRINCÍPIO DA ENTIDADE...........................................................................................11
SEÇÃO II - O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE...................................................................................12
SEÇÃO III - O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE.................................................................................13
SEÇÃO IV - O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL........................................................13
SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA....................................................................................18
SEÇÃO VII - O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA......................................................................................19
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS X CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS........20
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS.........................................................................20
RELEVÂNCIA..............................................................................................................................20
REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA.......................................................................................................22
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA............................................................................23
COMPARABILIDADE.....................................................................................................................23
VERIFICABILIDADE......................................................................................................................24
TEMPESTIVIDADE........................................................................................................................24
COMPREENSIBILIDADE................................................................................................................24
QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................................26
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA..........................................................................................38
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA....................................................................42

APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?!

É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, o


melhor site de preparação para concursos públicos, para ministrar para vocês a
disciplina de Contabilidade Geral para o concurso de Auditor Fiscal da
Receita Estadual e Fiscal da Receita Estadual, integrante da carreira da
Secretaria da Fazenda do Estado do Pará.

O Estratégia conta com os melhores professores do Brasil, não tenha dúvidas.


Certamente, estudando pelo material que ofereceremos aqui, em todas as
disciplinas, você não precisará de mais nada para ter uma preparação sólida e
focada para este certame.

O cargo dispensa maiores comentários, posto que, além da excelente


remuneração, tem importância vital na arrecadação das receitas do estado.

Antes de mais nada, permita que nos apresentemos:

Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 1 de


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Meu nome é Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda
do Estado do Rio de Janeiro, tendo, também, dentre outros, exercido o cargo
de Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo.

Sou professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no sítio do


Estratégia.

Ministro, também, contabilidade e direito empresarial em cursos presenciais


preparatórios para concursos e, em videoaula, no Eu Vou Passar.

Sou autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito Empresarial –


FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito Administrativo – ESAF,
este último em co-autoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados
pela Editora Método.

Meu nome é Luciano Rosa, sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria da


Fazenda do Estado de São Paulo, aprovado no concurso de 2009.
Anteriormente, trabalhei durante 10 anos na Assembléia Legislativa de São
Paulo, aprovado em 1º lugar no concurso de 1999, ocupando os cargos de
Agente Técnico Legislativo Especializado – área de finanças, e, em comissão,
durante 7 anos, o cargo de Diretor Técnico Legislativo do Serviço Técnico de
Programação Financeira. Sou professor de contabilidade para concursos. Autor
de diversos cursos na área de contabilidade.

Sou formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia e


Administração – FEA – USP. Possuo 17 anos de experiência em empresas
privadas, na área de Controladoria, tendo ocupado os cargos de Assistente de
Auditoria, Analista de Custo, Chefe da Contabilidade Financeira e Controller.

Além disso, lançamos juntos, pela Editora Método, o


livro Contabilidade Avançada Facilitada para
Concursos – Teoria e questões e mais de 200
questões comentadas. Este livro é baseado nos
Pronunciamentos Contábeis emanados do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis e está disponível para
venda no site da editora e nas diversas livrarias.

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O CURSO, EDITAL E PROVA

Atenção: Este curso abarcará a disciplina de contabilidade geral,


Ao todo, serão disponibilizadas 100 vagas para Auditor Fiscal da Receita
falando sobre os CPCs quando necessário. Todavia, para o cargo de
Estadual e 100 vagas para Fiscal da Receita Estadual. Uma quantidade
Auditor Fiscal tão-somente, os cursos de contabilidade avançada e
excelente. Indubitavelmente uma delas pode ser sua. Basta muito esforço até
contabilidade de custos serão ministrados separadamente.
a realização do certame.

A banca que irá realizar o certame, cujo edital foi publicado em 02.08.2013,
será a Universidade do Estado do Pará (UEPA).

As provas serão realizadas nas datas de 28 e 29 de setembro de 2013.

A remuneração prevista no edital é de R$ 5.772,64 para auditor e R$


4.560,38 para fiscal. Todavia, as informações obtidas através de rádio corredor
dão conta de que estes valores podem chegar inicialmente a aproximados R$
15.000,00 e R$ 13.000,00, respectivamente.

Ofereceremos aqui, no Estratégia, cursos completos nas seguintes disciplinas:

- Contabilidade geral;
- Contabilidade avançada e Pronunciamentos contábeis do CPC constantes do
edital de auditoria;
- Contabilidade de custos.

As vantagens de estudar conosco são:

- Curso completo com todo o edital do ICMS PA;


- Questões comentadas da UEPA;
- Questões de outros fiscos e certames de 2012 que julgarmos interessantes;
- Acesso direto para perguntas através do Fórum de Dúvidas;
- Curso atualizado com as últimas modificações contábeis existentes;
- Conteúdo objetivo, direto e explicado de maneira clara e compreensível.

O quadro de disciplinas previsto no edital é o que se segue:

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Auditor Fiscal da Receita Estadual:

Vê-se, assim, que, para auditor, teremos 10 questões de contabilidade geral,


valendo, cada uma 0,15 pontos, o que totaliza 1,5 pontos.

Do total de 30 pontos (soma de todas as provas objetivas) contabilidade geral


equivale a 5%, uma quantia significativa. Além disso, o mínimo a se realizar
nesta disciplina é de 0,6 pontos.

É lógico que, isoladamente, a disciplina não é a mais relevante do certame.


Contudo, é mister lembrar que a contabilidade geral representa o pilar para o
entendimento de muitos aspectos da contabilidade avançada, principalmente, e
também da contabilidade de custos.

Para fiscal a situação não é diferente. Senão vejamos:

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Fiscal da Receita Estadual:

Assim, de 30 pontos no máximo, 1,5 são de contabilidade geral, o que equivale


a 5% do total.

O mínimo de pontos para fiscal é também de 0,6.

O candidato deverá também fazer 60% no conjunto das provas, devendo somar
pelo menos 18 pontos.

Pois bem. Vejamos a nossa ementa:

Contabilidade Geral: Conceito, objeto, objetivos, campo de atuação e usuários da inform

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patrimoniais do ativo, do passivo e do patrimônio líquido; Demonstrações
contábeis – Balanço patrimonial, Demonstração do resultado do exercício,
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, demonstração das mutações
do patrimônio líquido, demonstração dos fluxos de caixa e demonstração do
valor adicionado; Notas explicativas às demonstrações contábeis – conteúdo,
forma de apresentação e exigências legais de informações. Ajustes,
classificações e avaliações dos itens patrimoniais exigidos pelas novas práticas
contábeis adotadas no Brasil trazidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09;
Estoques – tipos de inventários, critérios e métodos de avaliação. Apuração do
custo das mercadorias vendidas; Tratamento contábil dos tributos incidentes
em operações de compras e vendas. Conceitos sobre o SPED Contábil.
Sociedades empresariais e não empresariais. Código Civil – Lei n.º
10.406/2002, artigos 1179 a 1195; Aspectos contábeis do Código de Processo
Civil Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Em especial: A escrituração
contábil é indivisível: se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são
favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão
considerados em conjunto como unidade; Aspectos intrínsecos e extrínsecos
dos livros contábeis: Ênfase nos livros contábeis Diário – Diário auxiliar – Razão
Sintético e Razão Analítico.

(Observação: Os itens abordados no programa devem estar de conformidade


com as normas atualizadas, exaradas por CFC, CVM - Comissão de Valores
Mobiliários e Legislação Societária).

Sua aprovação simplesmente depende de você estar afiadíssimo nesta


disciplina.

Então, venha estudar conosco e saia à frente da concorrência!

Este curso, especificamente, tratará da contabilidade geral, cobrada


Nossas aulas, por seu turno, serão assim divididas:
na Prova 2 – Conhecimentos Básicos. Mas, atenção, este assunto
também pode ser cobrado na Prova 3 – Conhecimentos Específicos.
Aula Data Conteúdo
Princípios e Normas Brasileiras de Contabilidade emanadas
Aula 0 06/08/2013
pelo CFC - Conselho Federal de Contabilidade.
Contabilidade: Conceito, objeto, objetivos, campo de atuação
e usuários da informação contábil. Conceitos, forma de
avaliação, evidenciação, natureza, espécie e estrutura: Atos e
fatos administrativos; Livros contábeis obrigatórios e
documentação contábil; Variação do patrimônio líquido -
Aula 1 10/08/2013
receita, despesa, ganhos e perdas; Apuração dos resultados;
Regimes de apuração - caixa e competência; Escrituração
contábil - lançamentos contábeis; contas patrimoniais,
resultado. Fatos contábeis - permutativos, modificativos e
mistos.

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Itens Patrimoniais: conteúdo, conceitos, estrutura, formas de
avaliação e classificação dos itens patrimoniais do ativo, do
passivo e do patrimônio líquido; Demonstrações contábeis -
Balanço patrimonial. Notas e plicativas às demonstrações
Aula 2 14/08/2013 contábeis - conteúdo, forma de apresentação e exigências
legais de informações. Ajustes, classificações e avaliações dos
itens patrimoniais exigidos pelas novas práticas contábeis
adotadas no Brasil trazidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº
11.941/09.
Itens Patrimoniais: conteúdo, conceitos, estrutura, formas de
avaliação e classificação dos itens patrimoniais do ativo, do
passivo e do patrimônio líquido; Demonstrações contábeis -
Balanço patrimonial. Notas explicativas às demonstrações
Aula 3 18/08/2013 contábeis - conteúdo, forma de apresentação e exigências
legais de informações. Ajustes, classificações e avaliações dos
itens patrimoniais exigidos pelas novas práticas contábeis
adotadas no Brasil trazidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº
11.941/09.

Aula 4 24/08/2013 Demonstração do resultado do exercício.

Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados,


Aula 5 29/08/2013
demonstração das mutações do patrimônio líquido.

Demonstração dos fluxos de caixa e demonstração do valor


Aula 6 03/09/2013
adicionado;

Estoques - tipos de inventários, critérios e métodos de


avaliação. Apuração do custo das mercadorias vendidas;
Aula 7 08/09/2013 Tratamento contábil dos tributos incidentes em operações de
compras e vendas.

Conceitos sobre o SPED Contábil. Sociedades empresariais e


não empresariais. Código Civil – Lei nº 10.406/2002, artigos
1179 a 1195; Aspectos contábeis do Código de Processo Civil
Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Em especial: A
escrituração contábil é indivisível: se dos fatos que resultam
Aula 8 15/09/2013
dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor
e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em
conjunto como unidade; Aspectos intrínsecos e extrínsecos dos
livros contábeis: Ênfase nos livros contábeis Diário – Diário
auxiliar – Razão Sintético e Razão Analítico.

Além da teoria, traremos grande parte das questões de 2009, 2010, 2011 e
2012 comentadas para vocês se divertirem (obviamente, as que estiverem no
edital), com foco, é claro, na nossa banca examinadora, a Universidade do
Estado do Pará. Contudo, como o arsenal de questões desta banca é deveras
reduzido, utilizaremos aqui, também, questões atuais da FCC, FGV, ESAF e
CESPE.

Nossos e-mails, para dúvidas, são:

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comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
As ciências contábeis ajudam a controlar e conhecer os elementos que o
integram. Exemplifiquemos: Através da contabilidade, podemos saber quantas
mercadorias a empresa X possui em seu estoque, quantos carros possui à
disposição para realizar o frete destas mercadorias, qual o gasto mensal que
esta empresa tem com salários, etc.

Como ciência, também, a contabilidade pauta-se em princípios. Princípio pode


ser definido como a causa primária, o momento, o local ou trecho em que algo,
uma ação ou um conhecimento, tem origem. E na Contabilidade não é
diferente.

Os princípios fundamentais que norteiam a contabilidade (conhecidos como


princípios de contabilidade) estão previstos na Resolução do Conselho Federal
de Contabilidade n. 750/93. Essa Resolução já passou por algumas mudanças,
contudo, as mais importantes foram sem dúvidas as promovidas pela Resolução
do CFC n. 1.282/10, cujo teor será o objeto de estudo desta aula.

De antemão, as principais alterações promovidas pela Resolução de 2010


foram:

PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESOLUÇÃO 1.282/2010 DO CFC

1 – Mudança de nomenclatura: os princípios não são mais denominados


princípios fundamentais de contabilidade, mas tão-somente princípios de
contabilidade.
2 – Possuíamos 7 princípios, agora são somente 6, a saber: entidade,
continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e
prudência.
3 – O princípio da atualização monetária foi incorporado ao do registro pelo
valor original.

Agora, vamos fazer um pequeno passeio na legislação antes de iniciarmos as


questões.

RESOLUÇÃO N. 750/93 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE


CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA
(ATUALIZADA)

Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por


esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no


exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBC).

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comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
Eis aqui um primeiro aspecto importante da norma. Houve mudança de
nomenclatura. Antes os princípios eram chamados de Princípios
Fundamentais da Contabilidade. Com a mudança, passam a ser tratados
como Princípios de Contabilidade. Esse já é um primeiro aspecto que pode
ser cobrado em prova, por que não?

Com efeito, se sou contabilista legalmente habilitado, deverei observar sempre


a aplicação dos princípios de contabilidade quando do exercício da profissão.

De igual sorte, quando da elaboração de alguma norma de contabilidade, os


órgãos que a emitir deverá sempre o fazer em consonância com os princípios de
contabilidade.

§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a


Como exemplo deste parágrafo temos a seguinte situação: em regra, os bens
essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
registrados contabilmente na empresa são os de propriedade da empresa.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
Contudo, na situação de arrendamento mercantil (leasing) financeiro, embora o
imobilizado não seja de propriedade formal da empresa, por ser muito provável
que a empresa adquirirá o bem ao final do contrato, o registro é feito no
arrendatário, considerando a essência sobre a forma.

Assim, quando ALFA promove o arrendamento de um veículo de BETA e este


arrendamento caracteriza-se, nos termos do CPC 06, como um arrendamento
mercantil financeiro, devemos considera-lo como um ativo de ALFA, mesmo que
juridicamente seja uma propriedade de BETA. Esta é, pois, uma exceção à regra
de que na contabilidade devemos registrar somente os bens, direitos e
obrigações da entidade que elabora as demonstrações contábeis.

CAPÍTULO II - DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e


A importância deste artigo está em enaltecer a importância dos princípios de
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento
contabilidade, sendo a essências das doutrinas e teorias das ciências
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem,
contábeis.
pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto
é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
Reconhece, ainda, o patrimônio como objeto de estudo da Contabilidade.
1.282/10)
Continuemos...

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comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano

Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº.
1.282/10)

1) da ENTIDADE;
2) o da CONTINUIDADE;
3) o da OPORTUNIDADE
4) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
5) da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC
nº. 1.282/10)
6) o da COMPETÊNCIA
7) o da PRUDÊNCIA.

Antes das alterações possuíamos 7 princípios de Contabilidade. Agora,


restaram-nos somente 6.

O princípio da atualização monetária foi incorporado ao princípio do


registro pelo valor original.

SEÇÃO I - O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da


Quando A e B celebram contrato para constituir uma sociedade LTDA e
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
entregam para esta entidade cada um o montante de R$ 100.000,00, não
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
poderão, a seu bel prazer e a qualquer tempo, reaver tal dinheiro em caso de
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa,
necessidade. Uma vez constituída, passa a existir distinção entre a sociedade e
um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza
a figura de seus sócios. No direito empresarial, tal distinção é conhecida como
ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o
princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica. Para nós, na
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no
contabilidade, será chamada de princípio da entidade.
caso de sociedade ou instituição.
O cerne deste princípio está em separar o patrimônio dos sócios do
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não
patrimônio da pessoa jurídica.
é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não
resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil.

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É a pessoa jurídica que é objeto de direito, e não os seus sócios. Assim, é a
sociedade que realiza a compra de mercadorias, pertencendo a ela (e não aos
sócios) o produto que fora comprado. As receitas são reconhecidas pela
entidade também e não como patrimônio pessoal dos sócios e assim por diante.

Acerca do parágrafo único, façamos as considerações pertinentes. O parágrafo


único do artigo 4º propõe que o ”patrimônio pertence à entidade, mas a
recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios
autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza
econômico-contábil”.

Imagine-se que uma pessoa jurídica possui um estabelecimento empresarial.


Suponhamos que essa empresa possua um carro. Ora, este carro pertence à
empresa, mas a empresa não pertence a este carro, de modo que pode o
veículo sofrer operações como compra/venda, permuta, etc, sem que se altere
a natureza da entidade. Assim, concluímos que o patrimônio pertence à
entidade, mas a recíproca não é verdadeira.

A segunda parte da norma diz que a soma ou agregação contábil de


patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de
natureza econômico-contábil. Assim, no caso de consolidação de balanços entre
empresas controladas ou coligadas com influência significativa, não teremos
uma nova entidade, mas somente uma unidade de natureza econômico-
contábil, que será evidenciada, por exemplo, pelas demonstrações
consolidadas.

SEÇÃO II - O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em


O princípio da continuidade teve sua redação alterada. Contudo, sua essência é
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos
a mesma: a empresa deve ser avaliada e escriturada na suposição de
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação
que a entidade não será extinta, está em funcionamento contínuo. As
dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
mudanças apenas facilitaram o entendimento anterior.

O princípio da continuidade está diretamente ligado à avaliação dos ativos e


passivos da empresa.

Basicamente, todo o ativo fica registrado por valores de entrada. Por


exemplo, as máquinas e equipamentos ficam registrados pelos valores que a
empresa pagou, menos a depreciação acumulada e eventual ajuste para
perdas. Esse critério de avaliação é válido em função da continuidade esperada
da empresa.

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Se não houver continuidade (se a empresa for fechar as portas), aí não importa
mais quanto a empresa pagou pelas máquinas; interessa saber por quanto elas
serão vendidas.

Assim, na ausência de continuidade, saímos de uma contabilidade


basicamente a preços de entrada para uma contabilidade a preços de
saída.

No caso do passivo, se a empresa tiver dívidas a longo prazo e houver


descontinuidade, as dívidas passam a ter vencimento antecipado (ninguém vai
ficar com dívidas de uma empresa fechada; se houver falência, os credores irão
se habilitar junto à massa falida, enfim , vão tomar as providências necessárias
para receber a dívida).

SEÇÃO III - O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e


Este princípio também ganhou nova roupagem, mais enxuta. A informação
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações
contábil necessita ser tempestiva e íntegra (essas são as duas palavras
íntegras e tempestivas.
chaves). A tempestividade ajuda de modo consistente na produção de
informação para a tomada de decisões acertadas. Quanto mais tempestiva
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na
(rápida) uma informação, mais subjetiva ela se torna, uma vez que a rápida
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância,
produção de uma informação contábil pode estar desprovida de elementos que
por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a
provem sua integridade e confiabilidade, e vice-versa.
confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
Por exemplo, uma S/A anuncia a venda de uma filial no momento em seguida à
realização da venda (logo após fechar o negócio). O anúncio é feito
verbalmente na imprensa, sem explicar pormenorizadamente a situação. Essa
informação foi tempestiva (até demais), porém, não foi íntegra, pois não se
pautou em documentos, notas, contratos, que são documentos que garantiriam
a fidedignidade da informação contábil. Por isso, deve-se fazer a ponderação
entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

SEÇÃO IV - O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

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Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os


componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda nacional.

Os fatos contábeis serão registrados pelo seu valor original! Exemplo: Se


compramos um carro por R$ 30.000, esse é o valor que deverá constar na
contabilidade, o chamado custo histórico.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus


Exemplifiquemos. Compramos um veículo por R$ 30.000,00. Este é o custo
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
histórico, pois é o valor pago (em caixa) para aquisição deste ativo. Se, ao
revés, adquirimos mercadorias, por R$ 50.000,00, este é o nosso custo
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem
histórico, pois é o quanto será necessário para liquidar este passivo no curso
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que
normal das operações (o quanto sairá do caixa). Todavia, estes valores podem
são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são
sofrer variações. São as chamadas variações do custo histórico a que o CFC 750
registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da
alude no item II a seguir. São variações do custo histórico: custo corrente,
obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou
valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária.
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no
curso normal das operações; e
Atenção: Cada tipo de ativo/passivo estará sujeito a uma ou mais espécies de
variações, mas não necessariamente todas. Isso será estudado com maior
tenacidade ao longo do curso. Mas é essencial que fique claro desde já. Por
exemplo, o veículo adquirido acima está sujeito ao teste de recuperabilidade
(previsto no artigo 183, §3º da Lei 6.404/76 e regulamentando no CPC 01). Se
o veículo tiver um valor recuperável de somente R$ 25.000,00, faremos um
ajuste em seu custo histórico, para adequá-lo ao valor recuperável. Não
trabalhamos, neste caso, com o conceito de valor presente, valor justo,
atualização monetária e custo corrente. A este caso aplicou-se tão-somente o
ajuste a valor recuperável. É essencial que isso fique claro.

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes pat

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de

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Teoria e exercícios
comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou n

O que vem a ser o custo corrente? Vejamos...

Os estoques são contabilizados pelo valor de compra (valor original). Depois,


devem ser avaliados pela regra custo ou mercado, dos dois o menor.
Atualmente, o “valor de mercado” é chamado de “valor justo”. Então agora
temos custo ou valor justo, dos dois o menor.

Pois bem. Imagine-se que uma empresa comprou matéria prima, digamos,
comprou ácido sulfônico para usar em alguns produtos químicos.

Chegado a época de fechar o balanço, a empresa ainda tem ácido sulfônico em


estoque.

O que seria o valor justo para o ácido sulfônico?

Se a empresa não costuma vender esse material, não podemos usar o valor que
a empresa conseguiria numa eventual venda de ácido sulfônico. Se ela não tem
tradição, não fabrica ácido sulfônico, não conhece ou não tem relacionamento
comercial com possíveis compradores desse produto, então o preço que ela
poderia estimar numa eventual venda não é o valor justo (provavelmente seria
menor que o valor justo).

Assim, para as matérias primas, o valor justo é o valor que a empresa iria
gastar para comprar o produto dos fabricante/vendedores de ácido sulfônico.

Veja o texto da lei 6404/76:

§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:


(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual


possam ser repostos, mediante compra no mercado;

O que isso tem a ver com o custo corrente?

Veja a definição de custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores em


caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou
ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das
demonstrações contábeis.

Ou seja, o custo corrente é o custo de reposição, ou melhor, o valor que a


empresa pagaria hoje pela matéria prima, se fosse comprá-la.

Os estoques destinados à venda (estoques de produtos acabados) só podem


gerar dinheiro (futuros benefícios econômicos) para a empresa com a venda.

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No caso de matéria prima, elas podem ser vendidas ou podem ser usadas na
fabricação de produtos acabados.

Vamos voltar ao exemplo do ácido sulfônico: se o valor do estoque for de R$


10.000, e o custo corrente (custo de reposição, o preço que vai custar para
comprar mais ácido sulfônico) cair e for de R$ 9.500, em princípio, deveríamos
reconhecer uma perda (debita “despesa com perda em estoque – resultado” e
credita “ajuste para perdas prováveis em estoque – retificadora do ativo).

Mas se os produtos nos quais o ácido sulfônico não tiver queda de preço, então
não há perda.

É semelhante ao teste de recuperabilidade, temos o valor realizável líquido (no


caso é o custo corrente) e o valor em uso (referente ao uso da matéria prima
para fabricar os produtos acabados).

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou


Suponha que a empresa Alfa tenha mercadorias registradas por R$ 100,00. O
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma
CPC 16, que trata sobre estoques prescreve:
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para
9. Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da
de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

O próprio CPC traz uma noção do que diz ser valor realizável:

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos


negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos
estimados necessários para se concretizar a venda.

Se, por exemplo, este estoque só puder ser vendido por R$ 90,00, com
despesas de vendas de R$ 5,00, nosso valor realizável líquido será, portanto,
de R$ 85,00.

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado


do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo
item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos
pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que
se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das
operações da Entidade;

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Em lição comezinha, valor presente é quanto vale hoje um ativo ou passivo
pertencente à empresa. O ajuste a valor presente está previsto na Lei 6.404/76
para ativos e passivos de longo prazo e para os de curto prazo (estes apenas
quando houver efeito relevante) – artigo 183, VIII e artigo 184, III. Se tenho
um ativo de longo prazo, uma duplicata a receber, por exemplo, no valor de R$
200.000,00, com juros sobre este valor de R$ 50.000,00. Qual o seu valor
presente? É no valor de R$ 150.000,00.

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo
Valor justo de um ativo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem
partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com
favorecimentos; e
ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que
caracterizem uma transação compulsória. A norma diz a palavra “trocado”.
Lembre-se, contudo, que essa troca do ativo pode ser realizada entre ATIVO x
DINHEIRO, o que configuraria uma venda. Geralmente esse valor justo vai
corresponder ao valor de mercado. Uma pessoa quer comprar algo, procura
alguém que tenha esse algo e tenha também interesse na venda, fecham um
negócio naturalmente, sem influências um sobre o outro. Esse é o valor justo.

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os


seguintes critérios:

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos


e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo
prazo:
a) pelo seu VALOR JUSTO, quando se tratar de aplicações destinadas à
negociação ou disponíveis para venda;

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da


moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não


representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das


transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda
nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos
componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; e

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III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente
o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a
aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do
poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela
Resolução CFC nº. 1.282/10)

O princípio da atualização monetária continua com o mesmo teor do que


prescrevia a Resolução antes do CFC 1.282/10. O que houve foi a mudança de
posicionamento, tornando-se “espécie” do genérico princípio do Registro pelo
Valor Original.

SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e


Exemplificando, se a remuneração de pessoal de uma empresa referente ao
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
mês de dezembro de 2010 atrasar. O pagamento só vai ocorrer em janeiro de
independentemente do recebimento ou pagamento.
2011. Quando será feito o registro na Contabilidade? Ora, o pagamento se
referirá a que mês? Em que mês houve o fato gerador dessa despesa? Bem, em
dezembro. Logo, dar-se-á o registro contábil ainda no mês de dezembro,
independentemente do pagamento. O mesmo vale para as receitas.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a


Assim, quando realizo a venda de uma mercadoria e procedo à sua entrega,
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.
devo reconhecer simultaneamente a receita de vendas e todas as despesas que
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10).
correspondam a essa venda.

Atenção: O regime a se utilizar na contabilidade é o da competência, que


contabiliza receitas e despesas quando incorridas. Todavia, as micro e pequenas
empresas podem se utilizar do regime de caixa.

Dispõe a Resolução n. 94 do Comitê Gestor do Simples Nacional que:

Art. 61. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá adotar para os
registros e controles das operações e prestações por ela realizadas: (Lei
Complementar n º 123, de 2006, art. 26, §§ 2 º e 4 º )

I - Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentação


financeira e bancária;

(...)

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§ 3 º A apresentação da escrituração contábil, em especial do Livro Diário e do


Livro Razão, dispensa a apresentação do Livro Caixa.

O livro caixa escritura receitas e despesas conforme haja pagamento ou


recebimento. Por seu turno, livros diário e razão coadunam com o princípio da
competência. Portanto, a questão tomou como absoluto algo que comporta uma
pequena exceção.

SEÇÃO VII - O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os


O entendimento é o seguinte: quando se apresentem alternativas válidas para
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se
quantificação das mutações patrimoniais que alterem o PL, escolhe-se o menor
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações
valor para o ativo, e maior valor para o Passivo. Assim, se é possível que a
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
conta clientes fique avaliada pelo total de vendas, no montante de R$
100.000,00, mas, se é possível também estimar que 5% desses valores não
serão recebíveis, deveremos fazer a provisão adequada, em homenagem ao
princípio da prudência.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau


Neste parágrafo único o princípio da Prudência adverte sobre o cuidado a ser
de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em
tomado quando da utilização de valorações de ativos e passivos que envolvam
certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam
condições de incerteza, isto é, de subjetividade. Assim, ao mesmo tempo em
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados,
que o contabilista reconhece as variações patrimoniais decorrentes, por
atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação
exemplo, da ação do tempo, intempéries (como a depreciação), em virtude do
dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
princípio do registro pelo valor original deve ter o zelo necessário para retratar
sempre a realidade existente na empresa.

Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas


alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de
1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em
vigor a partir de 1º de janeiro de 1994.

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PRINCÍPIOS CONTÁBEIS X CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS


DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Prezados alunos, ao estudarmos hoje os princípios contábeis, temos de tomar


cuidado para não confundi-los com as características qualitativas das
demonstrações contábeis. E que são essas características qualitativas,
professor? Vejamos.

As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações


contábeis úteis para os usuários. Estão previstas no CPC 00, que versa sobre a
Estrutura conceitual básica da contabilidade.

Texto do Pronunciamento Conceitual básico

QC4. Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser


Comentário:
relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A
utilidade da informação contábil-financeira é melhorada se ela for
As características qualitativas foram divididas em duas categorias:
comparável, verificável, tempestiva e compreensível.
- Características qualitativas fundamentais (relevância e representação
3 Ao longo de toda esta Estrutura Conceitual, os termos características
fidedigna); e
qualitativas e restrição irão se referir a características qualitativas da
- Características qualitativas de melhoria (comparabilidade,
informação contábil-financeira útil e à restrição da informação contábil-
verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade)
financeira útil.
Quanto à Restrição mencionada no Pronunciamento, refere-se ao custo de gerar
as informações.

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS

QC5. As características qualitativas fundamentais são relevância e


representação fidedigna.

RELEVÂNCIA

Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer


diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários.

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A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se
tiver valor preditivo, valor confirmatório ou ambos.

A informação contábil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada


pelos usuários para predizer futuros resultados. A informação contábil-
financeira não precisa ser uma predição ou uma projeção para que possua valor
preditivo. A informação contábil-financeira com valor preditivo é empregada
pelos usuários ao fazerem suas próprias predições.

A informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retro-


alimentar – servir de feedback – avaliações prévias (confirmá-las ou
alterá-las).

QC10. O valor preditivo e o valor confirmatório da informação contábil-


financeira estão inter-relacionados. A informação que tem valor
preditivo muitas vezes também tem valor confirmatório. Por exemplo, a
informação sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como
base para predizer receitas para anos futuros, também pode ser comparada
com predições de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos
anteriores. Os resultados dessas comparações podem auxiliar os usuários a
corrigirem e a melhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais
predições.

Materialidade

QC11. A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação


distorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuários
tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade
específica que reporta a informação. Em outras palavras, a materialidade é
um aspecto de relevância específico da entidade baseado na natureza
ou na magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a informação está
relacionada no contexto do relatório contábil-financeiro de uma entidade em
particular.

Consequentemente, não se pode especificar um limite quantitativo uniforme


para materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para uma
situação particular.

Comentário:

A materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade, baseado na


natureza ou na magnitude. Ou seja, o que é material para uma empresa pode
não ser para outra. Não é possível determinar um valor ou um percentual
uniforme para todas as empresas.

Um item pode ter valor pequeno, mas ser material devido à sua natureza. Por
exemplo, se uma grande empresa inicia um novo negócio, este pode ter,

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originariamente, valor pequeno em relação às operações da empresa. Mas pode
ter muito potencial de rentabilidade e crescimento, ou de inovação, o que
justifica a sua materialidade. Por exemplo, quando as empresas começaram a
fabricar aparelhos de DVD, esse era um negócio pequeno, frente à operação de
vídeo-cassete (que já estava estabelecida). Após alguns anos, os aparelhos de
video-cassete sumiram, e só restaram os DVD (que estão sumindo também –
estão perdendo espaço para os aparelhos de Blu-ray).

REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA

QC12. Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico


Comentário:
em palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não
tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem também que
A Representação Fidedigna refere-se a três atributos, precisando ser completa,
representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para
neutra e livre de erro.
ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade retratada
precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de
Para ser completa, a informação deve conter o necessário para que o usuário
erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar
compreenda o fenômeno sendo retratado.
referidos atributos na extensão que seja possível.
Para ser neutra, deve estar livre de viés na seleção ou na apresentação, não
podendo ser distorcida para mais ou para menos.

Finalmente, ser livre de erros não significa total exatidão, mas sim que o
processo para obtenção da informação tenha sido selecionado e aplicado livre
de erros. No caso de estimativas, ela é considerada como tendo representação
fidedigna se, além disso, o montante for claramente descrito como sendo
estimativa e se a natureza e as limitações do processo forem devidamente
revelados.

QC16. Representação fidedigna, por si só, não resulta necessariamente em informação útil

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estimativa e tiver revelado quaisquer incertezas que afetam significativamente a estimat

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA

QC19. Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e


compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade da

COMPARABILIDADE

QC20. As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por


Diferentemente de outras características qualitativas, a comparabilidade não
exemplo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou
está relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois
noutra. Consequentemente, a informação acerca da entidade que reporta
itens.
informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar
sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade para
QC22. Consistência,
outro período embora
ou para outra esteja relacionada com a comparabilidade, não
data.
significa o mesmo. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos
para
QC21. os mesmos itens, étanto
Comparabilidade de um período
a característica para outro
qualitativa queconsiderando
permite que a
mesma entidade que reporta a informação, quanto para um
os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e único período
entre entidades.
diferenças entreComparabilidade
eles. é o objetivo; a consistência auxilia a
alcançar esse objetivo.

QC23. Comparabilidade não significa uniformidade. Para que a


informação seja comparável, coisas iguais precisam parecer iguais e coisas
diferentes precisam parecer diferentes. A comparabilidade da informação
contábilfinanceira não é aprimorada ao se fazer com que coisas diferentes
pareçam iguais ou ainda ao se fazer coisas iguais parecerem diferentes.

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VERIFICABILIDADE

QC26. A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a


TEMPESTIVIDADE
informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se
propõe representar. A verificabilidade significa que diferentes observadores,
QC29.
cônscios Tempestividade
e independentes, significa
podem chegar ter informação
a um consenso,disponível
embora paranão
COMPREENSIBILIDADE
tomadores de decisão aa um
cheguem necessariamente tempo
completode acordo,
poder influenciá-los em
quanto ao retrato de suas
uma
decisões.
realidade Em geral, a informação
econômica em particular mais ser
antiga é a representação
uma que tem menos fidedigna.
utilidade.
QC30.
Contudo,Classificar,
certa caracterizar
informação pode e
ter apresentar
o seu a
atributoinformação com
tempestividade clareza
prolongado
Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser e
Comentário:
concisão
após
verificável.torna-a
o encerramento compreensível.
Uma faixado de
período contábil,
possíveis em decorrência
montantes de alguns
com suas usuários,
probabilidades
por exemplo,
respectivas necessitarem
pode também seridentificar e avaliar tendências.
verificável.
As Características qualitativas de melhoria são comparabilidade,
QC31. Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser
verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade.
facilmente compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenos
dos relatórios contábil-financeiros pode tornar a informação constante em
referidos relatórios mais facilmente compreendida. Contudo, referidos
relatórios seriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos
(misleading).

QC32. Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm


conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem
e analisem a informação diligentemente.

Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir a


necessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da informação

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Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários
identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.

A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa


fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar

Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão


a tempo de poder influenciá-los em suas decisões.

Compreensibilidade significa que a classificação, a caracterização e a


apresentação da informação são feitas com clareza e concisão, tornando-a
compreensível. Mas não é admissível a exclusão de informação complexa e não
facilmente compreensível se isso tornar o relatório incompleto e distorcido.

As características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas na extensão


possível. Entretanto, as características qualitativas de melhoria, quer sejam
individualmente ou em grupo, não podem tornar a informação útil se dita
informação for irrelevante ou não for representação fidedigna.

Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório contábil-


O custo para gerar a informação é uma restrição, que impede a geração de toda
financeiro útil
a informação considerada relevante para o usuário. Assim, é necessária a
consideração da relação custo-benefício da informação, por parte dos órgãos
QC35. O custo de gerar a informação é uma restrição sempre presente na
normatizadores.
entidade no processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro. O processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-
Meus amigos, na aula de hoje era isso o que tínhamos a expor. Para acertarem
financeiro impõe custos, sendo importante que ditos custos sejam justificados
as questões de prova sobre esta resolução é: leiam, leiam e leiam o máximo
pelos benefícios gerados pela divulgação da informação. Existem variados
que puderem este CFC (pelo menos umas 10 vezes). Após, tentem
tipos de custos e benefícios a considerar.
compreender de maneira prática, com exemplos contábeis. Por fim, resolvam a
maior quantidade de questões sobre o assunto que aparecerem. Fazendo isso,
indubitavelmente, o êxito é certo!

Vamos agora às questões sobre o assunto!

Um forte abraço e, precisando, estamos à disposição!

GABRIEL LO/LUCIANO ROSA

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (FCC/Assembleia Legislativa do Estado de SP/2011) A empresa Correção S.A.


tem a prática de dar garantia de um ano de seus produtos a seus clientes. A
média de reclamações é de 2%, mas a empresa constitui provisão de 5% para
atender ao princípio da prudência. O procedimento realizado pela empresa é

(A) adequado, pois apresenta a posição mais conservadora que a empresa pode
adotar, resultando na menor situação econômico financeira que a empresa pode
obter.
(B) inadequado, visto que reconhece uma provisão excessiva superavaliando o
passivo e apresentando demonstrações contábeis não confiáveis, devido à falta
de neutralidade.
(C) correto, visto que as estimativas e provisões são de responsabilidade do
contabilista, que deve adotar o procedimento que melhor lhe resguarde, quando
for questionado.
(D) permitido, desde que apresente uma posição econômico-financeira mais
conservadora, com valores que conduzam a uma visão de valor inferior ao que
efetivamente a empresa tenha.
(E) proibido, em decorrência de estar fundamentado na essência e não na
forma, gerando uma subavaliação dos passivos.

Comentários

Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser
neutra (neutralidade), isto é, imparcial. As demonstrações contábeis não são
neutras se, pela escolha ou apresentação da informação, elas induzirem a
tomada de decisão ou um julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho
predeterminado.

Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que


inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a
possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida
útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações
cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas
pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na
preparação das demonstrações contábeis.

Prudência, enquanto princípio, consiste no emprego de um certo grau de


precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas
condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam
superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados.

Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a


criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação

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deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de
passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de
ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

Gabarito, portanto, letra B.

Gabarito  B.

2. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2007) Em relação ao princípio contábil da


Competência, é correto afirmar que

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo


desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.
(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um
ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.
(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior
não devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não
estão correlacionadas com a realização de receitas.
(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros,
quando estes efetuarem o pagamento.
(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento
concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de
receita.

Comentários

As contas de resultado servem para apurar o lucro/prejuízo do exercício. Essas


contas de resultado podem ser de receita ou de despesa. Se as receitas se
sobrepuserem às despesas, teremos então lucro. Ao revés, prejuízo.

Regime de caixa é o regime contábil que apropria as receitas e despesas no


período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente,
independentemente do momento em que são realizadas.

Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de


sua realização, independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do
pagamento das despesas.

o regime a ser utilizado na contabilidade é o de competência. Assim, se


temos uma conta de luz que vence em janeiro de 2010, referente a janeiro de
2010, devemos lançar este valor como despesa em janeiro de 2010, mesmo se
o pagamento se der, por exemplo, só em março de 2010.

Se anteciparmos o pagamento de um empregado em junho de 2011, por um


serviço que ele prestará somente em março de 2012, a despesa com salário só

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será lançada em março de 2012, pois é nesse período que houve a efetiva
despesa.

Por exemplo:

Recebimento da fatura de luz em dezembro de 2009, referente ao mês de


novembro de 2009, para pagamento em janeiro de 2010.

Quando lançaremos como despesa de acordo com o regime de competência?

Ora, temos de procurar a quando a prestação, fatura, se refere. Utilizamos a luz


em novembro. Então, em novembro devemos lançar como despesa, pelo
lançamento:

D – Despesa com energia elétrica (Despesa – Resultado)


C – Contas a pagar (Passivo)

Aí, quando do pagamento, vamos fazer o lançamento para dar baixa no


passivo, assim:

D – Contas a pagar
C – Caixa

Esse é o regime de competência. Ele está consagrado em um princípio contábil


de mesmo nome, chamado princípio da competência. Esse princípio está
previsto na Resolução 750/93, do CFC, que prega:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e


Passemos agora ao regime de caixa.
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento.
O regime de caixa, como já dito acima, é o regime contábil que apropria as
receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento,
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da
respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas.
confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela
Resolução CFC nº. 1.282/10).
Assim, para o regime de caixa, se o salário foi pago em dezembro, é neste mês
que devemos considerar a despesa como incorrida. Se uma venda teve seu
recebimento em janeiro, independentemente se a entrega das mercadorias for
a posteriori, reconheceremos a receita em janeiro! E assim por diante.

Analisemos as assertivas:

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Teoria e exercícios
comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o


efetivo desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou
o gasto.

O item está incorreto, pois se refere ao regime de caixa.

(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de


um ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

O item b está incorreto. O surgimento de um ativo sem o corresponde


desaparecimento de um passivo é considerado como uma receita.

Por exemplo, recebimento de juros no valor de R$ 100,00 relativos a um


empréstimo efetuado pela empresa ALFA. O lançamento é o seguinte:

D – Bancos (ativo) 100,00


C – Receita de juros (receita) 100,00

(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força


maior não devem ser computadas na apuração do resultado do
exercício, porque não estão correlacionadas com a realização de
receitas.

O item está incorreto. Remetendo à contabilidade de custos, temos o seguinte:


Perda é um bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

PERDAS NORMAIS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO: são consideradas parte


do custo dos produtos.

PERDAS ANORMAIS: vão diretamente para o resultado do período.

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com


terceiros, quando estes efetuarem o pagamento.

A letra d está incorreta, pois o regime de competência considera as receita no


momento em que incorrerem, independentemente de recebimento ou
pagamento.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o


desaparecimento concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é
considerada realização de receita.

A letra e é nosso gabarito. Imaginemos que tenhamos uma dívida com um


fornecedor e, repentinamente, temos o valor desta obrigação anistiado por ele.
Neste caso, reconheceremos uma receita no resultado do exercício.

Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 29 de


Contabilidade Geral para SEFAZ/PA
Teoria e exercícios
comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
Gabarito  E.

3. O princípio contábil que se relaciona diretamente à quantificação dos


componentes patrimoniais e à formação do resultado, além de constituir dado
importante para aferir a capacidade futura de geração de resultados é o
Princípio

(A) da Continuidade.
(B) do Registro pelo valor original.
(C) da Oportunidade.
(D) da Entidade.
(E) da Prudência.

Comentários

A questão se refere ao princípio da continuidade. Pelo princípio da


continuidade, devemos trabalhar pressupondo que a empresa se manterá em
exercício, continuará operando. Quantificaremos componentes patrimoniais e
registraremos receitas e despesas partindo desses pressupostos.

Gabarito  A.

4. (FCC/Analista Contábil/TRE-MS/2007) A empresa Alfa manufatura calçados,


sendo que o processo produtivo se inicia com a compra do couro em peles e
termina com a confecção final dos calçados. A empresa iniciou suas atividades
em 01.01.2006. Em 31.12.2006 todos os custos de mão de obra direta e custos
indiretos de fabricação referentes ao exercício de 2006 haviam sido apropriados
ao resultado do exercício. Na contagem física dos inventários constatou-se que
um quinto de toda a produção de calçados do exercício não havia sido vendida.
De acordo com estas informações podemos afirmar que a empresa Alfa nas
suas demonstrações contábeis NÃO observou o Principio Fundamental de
Contabilidade – Resolução CFC no 750;

(A) Entidade.
(B) Oportunidade.
(C) Competência.
(D) Atualização Monetária.
(E) Prudência.

Comentários

O princípio ferido pelo Contabilista no exercício de suas funções foi o da


Competência, uma vez que tem como cerne que as receitas e as despesas
devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem,
sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de

Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 30 de


Contabilidade Geral para SEFAZ/PA
Teoria e exercícios
comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
recebimento ou pagamento. Vejam que as despesas para produção de todo o
estoque foi reconhecido antes que a produção estivesse totalmente acabada.

Gabarito  C.

5. (FCC/Analista Contábil/TRE SE/2007) De acordo com a Resolução CFC


750/93, o Princípio Fundamental de Contabilidade, que se refere
simultaneamente à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e
das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a
extensão correta, independentemente das causas que as originaram, é o da

(A) Entidade.
(B) Competência.
(C) Integridade.
(D) Oportunidade.
(E) Continuidade.

Comentários

O princípio da oportunidade refere-se ao momento em que devem ser


registradas as variações patrimoniais. Devem ser feitas imediatamente e de
forma integral, independentemente das causas que as originaram,
contemplando os aspectos físicos e monetários.

Quando se tratar de um fato futuro, o registro deverá ser feito desde que
tecnicamente estimável mesmo existindo razoável certeza de sua ocorrência.
São os casos de Provisões para Férias, para Contingências, etc. A questão
refere-se ao princípio da Oportunidade.

Gabarito  Letra D.

6. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRE-PB) De acordo com os Princípios


Contábeis Fundamentais de Contabilidade, ao se verificar a extinção de um
passivo, qualquer que seja o motivo, a utilização de um ativo de valor superior
gera na entidade na qual esse evento foi identificado

(A) um ganho patrimonial registrado em Patrimônio Líquido.


(B) uma despesa no período em que o fato ocorrer.
(C) uma receita não operacional reconhecida no exercício.
(D) um lançamento em conta de resultado de exercícios futuros.
(E) um ganho de capital registrado em conta de Patrimônio Líquido.

Comentários

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Teoria e exercícios
comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
Tomemos como exemplo um empréstimo que a empresa tenha feito, no valor
de R$ 1.000, com juros de 10%, para pagamento único. Quando for efetuado o
pagamento, será feito o seguinte lançamento:

D – Empréstimos a pagar (PC) 1.000


D – Despesas de Juros (Resultado) 100
C – Caixa (AC) 1.100

Vejam que houve extinção de um passivo, em contrapartida, a utilização do


ativo se dá em valor superior ao do passivo. Haverá, portanto, geração de
despesas. O gabarito da questão é a letra B.

Gabarito  B.

7. (FCC/Analista Legislativo/Contador/2007) A Cia. Astral tem como sócio


presidente o Sr. Carlos Alberto. A empresa, neste último exercício, vem
atravessando sérias dificuldades financeiras em função de dois outros
concorrentes terem se instalado na mesma região, disputando mercado que
anteriormente era somente seu.

O Sr. Carlos Alberto habitualmente apresenta suas despesas pessoais para


serem contabilizadas e pagas pela empresa. Ao fazer isso o Sr. Carlos Alberto
está infringindo o Princípio/Norma Contábil

(A) da continuidade.
(B) do conservadorismo.
(C) da entidade.
(D) do custo como base de valor.
(E) da competência.

Comentários

O princípio ferido empresa é o princípio da entidade, haja vista que ele


reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Gabarito  C.

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Teoria e exercícios
comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
8. (FCC/AFRE SEFAZ PB/2006) O princípio contábil que impõe a escolha de
hipótese que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções
igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais da
Contabilidade, é o Princípio da

(A) Prudência.
(B) Oportunidade.
(C) Competência.
(D) Entidade.
(E) Continuidade.

Comentários

O princípio da prudência especifica que ante duas alternativas, igualmente


válidas, para a quantificação da variação patrimonial, será adotado o menor
valor para os bens ou direitos e o maior valor para as obrigações ou
exigibilidades. Assim, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis
diante dos outros princípios fundamentais de contabilidade será escolhido a
opção que diminui ou aumentar menos valor do Patrimônio Líquido. Baseia-se
na premissa de "nunca antecipar lucros e sempre prever possíveis prejuízos”.

Gabarito  A.

9. (FCC/Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) A empresa Amandia S.A. atua no


mercado varejista, em todo território nacional, emitindo mais de um milhão de
notas fiscais/mês. Sua cobrança é realizada integralmente por intermédio do
Banco Cobrança S.A. Por seus serviços, o Banco cobra R$ 2,20 por título
enviado. A empresa contabiliza o serviço bancário contratado no ato do débito
da despesa em conta corrente, que ocorre no momento da efetivação da
cobrança pelo banco. A adoção desse procedimento, pela empresa, evidencia a
aplicação:

(A) do regime de competência.


(B) do regime de caixa.
(C) da essência sobre a forma.
(D) do princípio da materialidade.
(E) da confiabilidade.

Comentários

Análise das alternativas:

(A) do regime de competência.

Errada. Pela competência, o valor da cobrança deveria ser reconhecido assim


que o serviço fosse prestado, independente do pagamento.

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(B) do regime de caixa.

Correta. A empresa está usando o regime de caixa, pois só reconhece a


despesa quando do pagamento. Lembramos que, contabilmente, deve ser
usado o Regime de Competência.

(C) da essência sobre a forma.

Errada. Este princípio não se aplica neste caso. Não há conflito entre essência e
forma.

(D) do princípio da materialidade.

Errada. Não temos informação suficiente para saber se a despesa é material ou


não, portanto não podemos afirmar que tal princípio está sendo aplicado.

(E) da confiabilidade.

Errada. A confiabilidade é uma das características qualitativas da informação


contábil, e não um princípio.Estabelece que, para ser útil, a informação deve
ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes. Não se
aplica a este caso.

Gabarito  B.

10. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT/16ª/2009) O valor de aquisição


de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em
condições de gerar benefícios para a entidade representa um parâmetro correto
para seu registro contábil. Essa afirmação está de acordo com o seguinte
Princípio de Contabilidade:

(A) Oportunidade.
(B) Entidade.
(C) Conservadorismo.
(D) Prudência.
(E) Registro pelo Valor Original.

Comentários

Análise das alternativas:

Letra a: Errada.

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e


à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que

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Teoria e exercícios
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este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das
causas que as originaram.

Letra b: Errada.

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade


e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes,
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Letra c: Errada.

É outro nome para o Princípio da Prudência

Letra d: Errada.

Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor


patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis
diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade

Letra e: Correta. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que


a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores
de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os
agentes externos ou da imposição destes; uma vez integrado no patrimônio, o
bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos,
admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua
agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; o valor original
será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio,
inclusive quando da saída deste;,

Gabarito  E.

11. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ RJ/2011) São princípios


contábeis, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (Resolução
750/93)

(A) essência e forma e prudência.


(B) reavaliação e competência.
(C) oportunidade e atualização monetária.
(D) continuidade e competência.
(E) registro pelo valor original e reserva de ajuste de avaliação patrimonial.

Comentários

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Segundo a Resolução n. 750/93, do CFC, atualizada pelo CFC n. 1.282/2010:

Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº.
Gabarito  D.
1282/10)

I) o da entidade;
12.
II) o (ESAF/Analista
da continuidade; de Finanças e Controle/STN/2013) O Princípio de
Contabilidade, segundo as normas do Conselho Federal de Contabilidade, que
III) o da oportunidade;
pressupõe a simultaneidade
IV) o do registro no reconhecimento das despesas e receitas
pelo valor original;
relativas a uma determinada venda de produto ou serviço, é o Princípio da
VI) o da competência; e
VII) o da prudência.
a) Continuidade.
b) Oportunidade.
c) Atualização monetária.
d) Competência.
e) Prudência.

Comentários

A questão versa sobre o princípio da competência, que pressupõe a


simultaneidade no reconhecimento das despesas e receitas relativas a uma
determinada venda de produto ou serviço.

Gabarito  D.

13. (CESGRANRIO/Técnico Administrativo/BNDES/2013) Há um princípio que


obriga a Contabilidade a reconhecer a receita, no momento da emissão de seu
documento fiscal, independente de seu recebimento.

Tal princípio é o do(a)

a) regime de competência
b) regime de caixa
c) relevância
d) confiabilidade
e) continuidade

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Comentários

O princípio que obriga a Contabilidade a reconhecer a receita, no momento da


emissão de seu documento fiscal, independente de seu recebimento, é o da
competência.

Gabarito  A.

14. (FUNCAB/Analista Contábil/MPE/RO/2012) A redução ao valor recuperável


(impairment test) é um exemplo de aplicação do Princípio Contábil da:

a) Continuidade
b) Prudência.
c) Oportunidade
d) Correção Monetária.
e) Entidade.

Comentários

O teste de recuperabilidade (também conhecido por “impairment test”) tem


como finalidade principal apresentar o valor real pelo qual um ativo será
realizado.

Essa realização poderá ser feita tanto pela venda do bem, quanto pela sua
utilização nas atividades empresariais.

O CPC 01 prega que a finalidade do teste de recuperabilidade é assegurar que


seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não
exceda seus valores de recuperação.

A norma define como valor recuperável de um ativo ou de uma unidade


geradora de caixa é o maior valor entre o valor justo líquido de despesas de
venda (nova nomenclatura para o antigo valor líquido de venda) de um ativo e
seu valor em uso.

Desta forma, temos de comparar o valor contábil líquido (isto é, subtraído de


depreciação, amortização, exaustão) com o valor recuperável (que é o maior
valor entre o valor de venda do ativo ou o valor de uso deste bem/direito).

A aplicação do teste de recuperabilidade está em plena consonância com o


princípio da prudência.

Gabarito  B.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FCC/Assembleia Legislativa do Estado de SP/2011) A empresa Correção S.A.


tem a prática de dar garantia de um ano de seus produtos a seus clientes. A
média de reclamações é de 2%, mas a empresa constitui provisão de 5% para
atender ao princípio da prudência. O procedimento realizado pela empresa é

(A) adequado, pois apresenta a posição mais conservadora que a empresa pode
adotar, resultando na menor situação econômico financeira que a empresa pode
obter.
(B) inadequado, visto que reconhece uma provisão excessiva superavaliando o
passivo e apresentando demonstrações contábeis não confiáveis, devido à falta
de neutralidade.
(C) correto, visto que as estimativas e provisões são de responsabilidade do
contabilista, que deve adotar o procedimento que melhor lhe resguarde, quando
for questionado.
(D) permitido, desde que apresente uma posição econômico-financeira mais
conservadora, com valores que conduzam a uma visão de valor inferior ao que
efetivamente a empresa tenha.
(E) proibido, em decorrência de estar fundamentado na essência e não na
forma, gerando uma subavaliação dos passivos.

2. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2007) Em relação ao princípio contábil da


Competência, é correto afirmar que

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo


desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.
(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um
ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.
(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior
não devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não
estão correlacionadas com a realização de receitas.
(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros,
quando estes efetuarem o pagamento.
(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento
concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de
receita.

3. O princípio contábil que se relaciona diretamente à quantificação dos


componentes patrimoniais e à formação do resultado, além de constituir dado
importante para aferir a capacidade futura de geração de resultados é o
Princípio

(A) da Continuidade.
(B) do Registro pelo valor original.
(C) da Oportunidade.

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comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano
(D) da Entidade.
(E) da Prudência.

4. (FCC/Analista Contábil/TRE-MS/2007) A empresa Alfa manufatura calçados,


sendo que o processo produtivo se inicia com a compra do couro em peles e
termina com a confecção final dos calçados. A empresa iniciou suas atividades
em 01.01.2006. Em 31.12.2006 todos os custos de mão de obra direta e custos
indiretos de fabricação referentes ao exercício de 2006 haviam sido apropriados
ao resultado do exercício. Na contagem física dos inventários constatou-se que
um quinto de toda a produção de calçados do exercício não havia sido vendida.
De acordo com estas informações podemos afirmar que a empresa Alfa nas
suas demonstrações contábeis NÃO observou o Principio Fundamental de
Contabilidade – Resolução CFC no 750;

(A) Entidade.
(B) Oportunidade.
(C) Competência.
(D) Atualização Monetária.
(E) Prudência.

5. (FCC/Analista Contábil/TRE-SE/2007) De acordo com a Resolução CFC


750/93, o Princípio Fundamental de Contabilidade, que se refere
simultaneamente à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e
das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a
extensão correta, independentemente das causas que as originaram, é o da

(A) Entidade.
(B) Competência.
(C) Integridade.
(D) Oportunidade.
(E) Continuidade.

6. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRE-PB) De acordo com os Princípios


Contábeis Fundamentais de Contabilidade, ao se verificar a extinção de um
passivo, qualquer que seja o motivo, a utilização de um ativo de valor superior
gera na entidade na qual esse evento foi identificado

(A) um ganho patrimonial registrado em Patrimônio Líquido.


(B) uma despesa no período em que o fato ocorrer.
(C) uma receita não operacional reconhecida no exercício.
(D) um lançamento em conta de resultado de exercícios futuros.
(E) um ganho de capital registrado em conta de Patrimônio Líquido.

7. (FCC/Analista Legislativo/Contador/2007) A Cia. Astral tem como sócio


presidente o Sr. Carlos Alberto. A empresa, neste último exercício, vem
atravessando sérias dificuldades financeiras em função de dois outros

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concorrentes terem se instalado na mesma região, disputando mercado que
anteriormente era somente seu.

O Sr. Carlos Alberto habitualmente apresenta suas despesas pessoais para


serem contabilizadas e pagas pela empresa. Ao fazer isso o Sr. Carlos Alberto
está infringindo o Princípio/Norma Contábil

(A) da continuidade.
(B) do conservadorismo.
(C) da entidade.
(D) do custo como base de valor.
(E) da competência.

8. (FCC/AFRE SEFAZ PB/2006) O princípio contábil que impõe a escolha de


hipótese que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções
igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais da
Contabilidade, é o Princípio da

(A) Prudência.
(B) Oportunidade.
(C) Competência.
(D) Entidade.
(E) Continuidade.

9. (FCC/Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) A empresa Amandia S.A. atua no


mercado varejista, em todo território nacional, emitindo mais de um milhão de
notas fiscais/mês. Sua cobrança é realizada integralmente por intermédio do
Banco Cobrança S.A. Por seus serviços, o Banco cobra R$ 2,20 por título
enviado. A empresa contabiliza o serviço bancário contratado no ato do débito
da despesa em conta corrente, que ocorre no momento da efetivação da
cobrança pelo banco. A adoção desse procedimento, pela empresa, evidencia a
aplicação:

(A) do regime de competência.


(B) do regime de caixa.
(C) da essência sobre a forma.
(D) do princípio da materialidade.
(E) da confiabilidade.

10. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT/16ª/2009) O valor de aquisição


de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em
condições de gerar benefícios para a entidade representa um parâmetro correto
para seu registro contábil. Essa afirmação está de acordo com o seguinte
Princípio de Contabilidade:

(A) Oportunidade.
(B) Entidade.

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Contabilidade Geral para SEFAZ/PA
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(C) Conservadorismo.
(D) Prudência.
(E) Registro pelo Valor Original.

11. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ RJ/2011) São princípios


contábeis, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (Resolução
750/93)

(A) essência e forma e prudência.


(B) reavaliação e competência.
(C) oportunidade e atualização monetária.
(D) continuidade e competência.
(E) registro pelo valor original e reserva de ajuste de avaliação patrimonial.

12. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/STN/2013) O Princípio de


Contabilidade, segundo as normas do Conselho Federal de Contabilidade, que
pressupõe a simultaneidade no reconhecimento das despesas e receitas
relativas a uma determinada venda de produto ou serviço, é o Princípio da

a) Continuidade.
b) Oportunidade.
c) Atualização monetária.
d) Competência.
e) Prudência.

13. (CESGRANRIO/Técnico Administrativo/BNDES/2013) Há um princípio que


obriga a Contabilidade a reconhecer a receita, no momento da emissão de seu
documento fiscal, independente de seu recebimento.

Tal princípio é o do(a)

a) regime de competência
b) regime de caixa
c) relevância
d) confiabilidade
e) continuidade

14. (FUNCAB/Analista Contábil/MPE/RO/2012) A redução ao valor recuperável


(impairment test) é um exemplo de aplicação do Princípio Contábil da:

a) Continuidade
b) Prudência.
c) Oportunidade
d) Correção Monetária.
e) Entidade.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 B
2 E
3 A
4 C
5 D
6 B
7 C
8 A
9 B
10 E
11 D
12 D
13 A
14 B

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