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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ______________

NOME, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador (a) da carteira de identidade nº


xxxxx, expedida pelo xxxx, inscrito (a) no CPF sob o nº xxxxx, residente e domiciliado (a) na
xxxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxxxxx, Cep: xxxxx, telefone: _______, e-mail:________, vem através de
seu (sua) advogado (a), com fundamento no art. 666, do NCPC (Lei nº 13.105/15), e na Lei
n.º 6.858/80, regulamentada pelo Decreto n.º 85.845/81, requerer a V. Exa. a expediçã o do
competente:
AÇÃ O DE REINTEGRAÇÃ O DE POSSE C/ PEDIDO DE TUTELA DE URGÊ NCIA
em face de xxxxx, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador (a) da carteira de
identidade nº xxxxx, expedida pelo xxxx, inscrito (a) no CPF sob o nº xxxxx, residente e
domiciliado (a) na xxxxxxxxxxxx, Duque de Caxias, Cep: xxxxx, telefone: _______, e-
mail:________, e dos eventuais ocupantes do bem, com as seguintes razõ es de fato e de
direito:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, afirma, nos termos do art. 98 c/c caput e pará grafo 3º do artigo 99, ambos do
NCPC, nã o possuir recursos suficientes para arcar com as custas, as despesas processuais e
os honorá rios advocatícios, motivo pelo qual exerce neste ato o direito constitucionalmente
assegurado à assistência jurídica integral e gratuita.
O Requerente é autô nomo, percebendo cerca de R$ xxxx mensalmente para sua
subsistência, encontrando-se dentro da margem de isençã o perante a Secretaria da Receita
Federal, consoante anexas certidõ es do IR dos anos 2015, 2014 e 2013.

DOS FATOS
O (A) Autor (a) é possuidor (a) do terreno situado na Rua xxxxxxx, _____________, há mais de
xxxx anos, tendo o adquirido, por meio de um contrato particular de compra e venda de
xxxxx (nome do vendedor), conforme documentos anexos.
Dentre a cadeia registral do imó vel figura como proprietá rio o (a) Sr (a) xxxxx, de acordo
com certidã o do cartó rio do RI do xxxº Ofício de Duque de Caxias. Contudo, a posse do
terreno vem sendo alienada reiteradamente, sendo a primeira transferência da posse sido
realizada em xxxx, do (a) proprietá rio (a) para o (a) Sr (a) xxxxxa, conforme contrato de
promessa de compra e venda juntado a esta exordial.
Em xxxx, novamente, a posse do imó vel foi alienada, sendo certo que o (a) Sr (a) xxxx o
transferiu para o (a) Sr (a) xxxxx. Este (a) alienou o bem para o (a) Sr (a) xxxxxxxxxxx e,
por fim, o imó vel foi adquirido pelo (a) autor (a), que se tornou o (a) real possuidor (a) do
bem.
De acordo com o rol probató rio arrolado junto à demanda, há os contratos realizados entre
as partes, testemunhas que presenciaram e que conhecem o histó rico do terreno.
O pleito visa reintegrar o bem ao seu real possuidor, tendo em vista que em xxxxx o (a)
autor (a) foi esbulhado (a) do imó vel pelo réu. Este adentrou o imó vel (DESCREVER COMO
ACONTECEU O ESBULHO) impedindo o (a) autor (a) de preservar e manter a sua posse.
Entrementes, quando solicitado (a) a comparecer na Defensoria Pú blica com a finalidade de
promover um acordo entre as partes, o (a) réu (ré) quedou-se inerte e nã o trouxe qualquer
documentaçã o que comprovasse sua propriedade do terreno (JUNTAR SOC).
Dessa forma, nã o restou ao (à ) Autor (a) outra alternativa se nã o a de buscar a Tutela
Jurisdicional do Estado para reaver o bem que possui há muitos anos, bem como, os danos
que sofreu com a invasã o.
Assim, o esbulho praticado pelo (a) Réu (Ré), até a presente data, vem trazendo incô modos
e prejuízos ao (à ) Autor (a), que teve seu patrimô nio afetado, necessitando assim, ser
reintegrado (a) na posse do imó vel por conta do esbulho possesó rio.

DO DIREITO:

Segundo o ilustre Magistrado Sérgio Ricardo de Arruda Fernandes, em sua obra “Questõ es
Importantes de Processo Civil Teoria Geral do Processo”, 1ª ed., Editora DP&A, 1999. Pag.
21:
“Restaria inó cua, dentro do sistema constitucional, a funçã o legislativa, caso nã o existisse a
funçã o jurisdicional. Decerto, nada valeria ao Estado estabelecer normas abstratas,
definindo direitos e deveres, se diante de um conflito de interesses, na ausência da
interferência estatal, fosse prevalecer à vontade da parte mais poderosa, e nã o o comando
legal.”
Ao tratar dos Direitos e Garantias Fundamentais, a Constituiçã o Federal vigente assevera,
em seu art. 5º. que,
XXX - a lei não excluirá do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Assim, dirige-se o (à (Autor (a) ao Poder Judiciá rio para que seja resolvido o conflito de
interesses, posto sua pretensã o encontrar amparo no direito.
Dispõ e, o artigo 1196 do Código Civil Brasileiro :
"Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno, ou não, de
alguns dos poderes inerentes à propriedade".
Ao comentar a norma, o festejado Professor e Desembargador, Marco Aurélio Bezerra de
Melo, em sua obra Novo Có digo Civil Anotado, Editora Lú men Jú ris, 2002, vol V, p.2, assim
se manifesta:
“O Có digo mantém-se fiel a teoria objetiva de Ihering, definindo a posse como a
exteriorizaçã o de um ou alguns dos poderes ínsitos à propriedade, quais sejam o de usar,
fruir (gozar), dispor ou reaver o bem, no caso de quem quer que detenha ou, até mesmo,
seja proprietá rio nã o possuidor do bem, de vez que permanece a autonomia do instituto
em relaçã o à propriedade, mister que ao possuidor seja possível, no â mbito do
ordenamento jurídico, exercer em seu nome, pelo menos um dos referidos poderes, total ou
parcialmente.”
O mestre Carvalho Santos (In : Código Civil Brasileiro Interpretado, vol.VII,p.83) arrola os
efeitos que a posse produz:
"Em face do nosso Código, a posse produz estes efeitos: 1) dá direito ao uso dos interditos;
2) o do desforço incontinente; 3) o de haver indenização dos prejuízos sofridos; 4) o de
perceber os frutos da coisa possuída; 5) o direito de retenção por benfeitorias; 6) conduzir ao
usucapião; 7) certas regalias resultantes do fato da posse, exteriorizar a propriedade, embora
não induza, sempre, a presunção de propriedade.(...)

Ademais, se a posse produz consequências jurídicas, que a própria lei reconhece, não se podia
compreender como pudesse esta deixar de ampará-lo, para que possa produzir aquelas
consequências.

A posse, pois, é um direito, que, como tal, merece proteção, sendo aceitáveis muitas das razões
que a justificam, ou melhor, que a reforçam.(...).

Para aqueles que julgam a posse uma exteriorização da propriedade, justifica-se a proteção à
posse porque o possuidor deve ser tratado como proprietário. Uma ofensa à posse em uma
ofensa ao direito de propriedade, no seu exercício. Pelo que se garantindo a posse, pois, o que
se garante em última análise, é a própria propriedade, o que, aliás, é um dever fundamental
do Estado, inscrito entre as garantias constitucionais.” (Grifos nossos)
Legitimam, ainda, a pretensã o Autoral as regras processuais acerca da matéria, posto que o
artigo 560 do Código de Processo Civil determina que:

" O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado
no caso de esbulho ".
Respaldo legal, ainda, oferece o artigo 555 do mesmo Có digo:
"É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e
danos; II - indenização dos frutos;
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e
adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.".

Com efeito, pelos fatos narrados e documentaçã o acostada está caracterizado o esbulho.
A posse do (a) Réu (Ré) é injusta e de má -fé, pois tem pleno conhecimento dos
impedimentos da aludida ocupaçã o, eis que o lote e sua acessã o pertencem ao (à ) Autor (a),
com exclusividade, há de xxxx anos.

DA TUTELA DE URGÊNCIA:
É cediço que as tutelas de urgência sã o evocadas quando se está diante de um risco
plausível de que a tutela jurisdicional nã o se possa efetivar, sendo assim medidas devem
ser promovidas, imediatamente, para garantir a execuçã o ou antecipar os efeitos da decisã o
final, sob pena da impossibilidade de execuçã o futura e do direito em lide.
Ademais, foram observados os requisitos previstos no artigo 927 do Có digo Civil, vez que
restam demonstrados a posse anterior do Autor (jus possessionis) ao esbulho praticado pelo
(a) Réu (Ré). Desse modo, assiste-lhe o direito de reaver a posse de seu imó vel na
integralidade, que lhe foi retirado indevidamente, liminarmente ou sem justificaçã o prévia,
ouvindo-se as testemunhas arroladas no documento em anexo.
O artigo 300 do Novo Có digo de Processo Civil prevê a possibilidade da Tutela de Urgência
desde que se evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado ú til do processo.
No caso em tela, verifica-se a reuniã o dos pressupostos autorizadores para propositura da
tutela de urgência.
DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, requer o (a) Autor (a):
a) A concessã o da gratuidade de Justiça;
b) A concessão da tutela de urgência para o fim de reintegração do Autor na posse
integral do imóvel, situado na xxxxxxx, ___________________, com a expediçã o de Mandado de
REINTEGRAÇÃO DE POSSE, para que seja assegurada a posse sobre o aludido imó vel,
considerando-se estar amparada a pretensã o autoral em prova documental irrecusá vel;
c) A CITAÇÃ O do réu, para querendo contestar ao presente pedido, sob pena de revelia e de
confissã o, quanto à matéria de fato;
d) A procedência do pedido, com a reintegração do (a) Autor (a) na posse do imóvel,
situado na ___________, bem como a cominaçã o de pagamento da multa diá ria, no valor de
R$200,00 (duzentos reais), no caso de nã o restituir;
e) A condenaçã o do Réu ao pagamento das custas processuais e honorá rios advocatícios.
Protesta pela produçã o de todas as provas em direito permitidas, notadamente depoimento
pessoal da Ré, sob pena de confesso, perícias e oitiva das testemunhas arroladas no
documento em anexo, as quais deverã o ser intimadas a comparecer em audiência, sob pena
de conduçã o coercitiva.
Dá à causa o valor de R$ xxxxxx.
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, Data.
ADVOGADO
OAB/UF

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