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DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, afirma, nos termos do art. 98 c/c caput e pará grafo 3º do artigo 99, ambos do
NCPC, nã o possuir recursos suficientes para arcar com as custas, as despesas processuais e
os honorá rios advocatícios, motivo pelo qual exerce neste ato o direito constitucionalmente
assegurado à assistência jurídica integral e gratuita.
O Requerente é autô nomo, percebendo cerca de R$ xxxx mensalmente para sua
subsistência, encontrando-se dentro da margem de isençã o perante a Secretaria da Receita
Federal, consoante anexas certidõ es do IR dos anos 2015, 2014 e 2013.
DOS FATOS
O (A) Autor (a) é possuidor (a) do terreno situado na Rua xxxxxxx, _____________, há mais de
xxxx anos, tendo o adquirido, por meio de um contrato particular de compra e venda de
xxxxx (nome do vendedor), conforme documentos anexos.
Dentre a cadeia registral do imó vel figura como proprietá rio o (a) Sr (a) xxxxx, de acordo
com certidã o do cartó rio do RI do xxxº Ofício de Duque de Caxias. Contudo, a posse do
terreno vem sendo alienada reiteradamente, sendo a primeira transferência da posse sido
realizada em xxxx, do (a) proprietá rio (a) para o (a) Sr (a) xxxxxa, conforme contrato de
promessa de compra e venda juntado a esta exordial.
Em xxxx, novamente, a posse do imó vel foi alienada, sendo certo que o (a) Sr (a) xxxx o
transferiu para o (a) Sr (a) xxxxx. Este (a) alienou o bem para o (a) Sr (a) xxxxxxxxxxx e,
por fim, o imó vel foi adquirido pelo (a) autor (a), que se tornou o (a) real possuidor (a) do
bem.
De acordo com o rol probató rio arrolado junto à demanda, há os contratos realizados entre
as partes, testemunhas que presenciaram e que conhecem o histó rico do terreno.
O pleito visa reintegrar o bem ao seu real possuidor, tendo em vista que em xxxxx o (a)
autor (a) foi esbulhado (a) do imó vel pelo réu. Este adentrou o imó vel (DESCREVER COMO
ACONTECEU O ESBULHO) impedindo o (a) autor (a) de preservar e manter a sua posse.
Entrementes, quando solicitado (a) a comparecer na Defensoria Pú blica com a finalidade de
promover um acordo entre as partes, o (a) réu (ré) quedou-se inerte e nã o trouxe qualquer
documentaçã o que comprovasse sua propriedade do terreno (JUNTAR SOC).
Dessa forma, nã o restou ao (à ) Autor (a) outra alternativa se nã o a de buscar a Tutela
Jurisdicional do Estado para reaver o bem que possui há muitos anos, bem como, os danos
que sofreu com a invasã o.
Assim, o esbulho praticado pelo (a) Réu (Ré), até a presente data, vem trazendo incô modos
e prejuízos ao (à ) Autor (a), que teve seu patrimô nio afetado, necessitando assim, ser
reintegrado (a) na posse do imó vel por conta do esbulho possesó rio.
DO DIREITO:
Segundo o ilustre Magistrado Sérgio Ricardo de Arruda Fernandes, em sua obra “Questõ es
Importantes de Processo Civil Teoria Geral do Processo”, 1ª ed., Editora DP&A, 1999. Pag.
21:
“Restaria inó cua, dentro do sistema constitucional, a funçã o legislativa, caso nã o existisse a
funçã o jurisdicional. Decerto, nada valeria ao Estado estabelecer normas abstratas,
definindo direitos e deveres, se diante de um conflito de interesses, na ausência da
interferência estatal, fosse prevalecer à vontade da parte mais poderosa, e nã o o comando
legal.”
Ao tratar dos Direitos e Garantias Fundamentais, a Constituiçã o Federal vigente assevera,
em seu art. 5º. que,
XXX - a lei não excluirá do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Assim, dirige-se o (à (Autor (a) ao Poder Judiciá rio para que seja resolvido o conflito de
interesses, posto sua pretensã o encontrar amparo no direito.
Dispõ e, o artigo 1196 do Código Civil Brasileiro :
"Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno, ou não, de
alguns dos poderes inerentes à propriedade".
Ao comentar a norma, o festejado Professor e Desembargador, Marco Aurélio Bezerra de
Melo, em sua obra Novo Có digo Civil Anotado, Editora Lú men Jú ris, 2002, vol V, p.2, assim
se manifesta:
“O Có digo mantém-se fiel a teoria objetiva de Ihering, definindo a posse como a
exteriorizaçã o de um ou alguns dos poderes ínsitos à propriedade, quais sejam o de usar,
fruir (gozar), dispor ou reaver o bem, no caso de quem quer que detenha ou, até mesmo,
seja proprietá rio nã o possuidor do bem, de vez que permanece a autonomia do instituto
em relaçã o à propriedade, mister que ao possuidor seja possível, no â mbito do
ordenamento jurídico, exercer em seu nome, pelo menos um dos referidos poderes, total ou
parcialmente.”
O mestre Carvalho Santos (In : Código Civil Brasileiro Interpretado, vol.VII,p.83) arrola os
efeitos que a posse produz:
"Em face do nosso Código, a posse produz estes efeitos: 1) dá direito ao uso dos interditos;
2) o do desforço incontinente; 3) o de haver indenização dos prejuízos sofridos; 4) o de
perceber os frutos da coisa possuída; 5) o direito de retenção por benfeitorias; 6) conduzir ao
usucapião; 7) certas regalias resultantes do fato da posse, exteriorizar a propriedade, embora
não induza, sempre, a presunção de propriedade.(...)
Ademais, se a posse produz consequências jurídicas, que a própria lei reconhece, não se podia
compreender como pudesse esta deixar de ampará-lo, para que possa produzir aquelas
consequências.
A posse, pois, é um direito, que, como tal, merece proteção, sendo aceitáveis muitas das razões
que a justificam, ou melhor, que a reforçam.(...).
Para aqueles que julgam a posse uma exteriorização da propriedade, justifica-se a proteção à
posse porque o possuidor deve ser tratado como proprietário. Uma ofensa à posse em uma
ofensa ao direito de propriedade, no seu exercício. Pelo que se garantindo a posse, pois, o que
se garante em última análise, é a própria propriedade, o que, aliás, é um dever fundamental
do Estado, inscrito entre as garantias constitucionais.” (Grifos nossos)
Legitimam, ainda, a pretensã o Autoral as regras processuais acerca da matéria, posto que o
artigo 560 do Código de Processo Civil determina que:
" O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado
no caso de esbulho ".
Respaldo legal, ainda, oferece o artigo 555 do mesmo Có digo:
"É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e
danos; II - indenização dos frutos;
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e
adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.".
Com efeito, pelos fatos narrados e documentaçã o acostada está caracterizado o esbulho.
A posse do (a) Réu (Ré) é injusta e de má -fé, pois tem pleno conhecimento dos
impedimentos da aludida ocupaçã o, eis que o lote e sua acessã o pertencem ao (à ) Autor (a),
com exclusividade, há de xxxx anos.
DA TUTELA DE URGÊNCIA:
É cediço que as tutelas de urgência sã o evocadas quando se está diante de um risco
plausível de que a tutela jurisdicional nã o se possa efetivar, sendo assim medidas devem
ser promovidas, imediatamente, para garantir a execuçã o ou antecipar os efeitos da decisã o
final, sob pena da impossibilidade de execuçã o futura e do direito em lide.
Ademais, foram observados os requisitos previstos no artigo 927 do Có digo Civil, vez que
restam demonstrados a posse anterior do Autor (jus possessionis) ao esbulho praticado pelo
(a) Réu (Ré). Desse modo, assiste-lhe o direito de reaver a posse de seu imó vel na
integralidade, que lhe foi retirado indevidamente, liminarmente ou sem justificaçã o prévia,
ouvindo-se as testemunhas arroladas no documento em anexo.
O artigo 300 do Novo Có digo de Processo Civil prevê a possibilidade da Tutela de Urgência
desde que se evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado ú til do processo.
No caso em tela, verifica-se a reuniã o dos pressupostos autorizadores para propositura da
tutela de urgência.
DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, requer o (a) Autor (a):
a) A concessã o da gratuidade de Justiça;
b) A concessão da tutela de urgência para o fim de reintegração do Autor na posse
integral do imóvel, situado na xxxxxxx, ___________________, com a expediçã o de Mandado de
REINTEGRAÇÃO DE POSSE, para que seja assegurada a posse sobre o aludido imó vel,
considerando-se estar amparada a pretensã o autoral em prova documental irrecusá vel;
c) A CITAÇÃ O do réu, para querendo contestar ao presente pedido, sob pena de revelia e de
confissã o, quanto à matéria de fato;
d) A procedência do pedido, com a reintegração do (a) Autor (a) na posse do imóvel,
situado na ___________, bem como a cominaçã o de pagamento da multa diá ria, no valor de
R$200,00 (duzentos reais), no caso de nã o restituir;
e) A condenaçã o do Réu ao pagamento das custas processuais e honorá rios advocatícios.
Protesta pela produçã o de todas as provas em direito permitidas, notadamente depoimento
pessoal da Ré, sob pena de confesso, perícias e oitiva das testemunhas arroladas no
documento em anexo, as quais deverã o ser intimadas a comparecer em audiência, sob pena
de conduçã o coercitiva.
Dá à causa o valor de R$ xxxxxx.
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, Data.
ADVOGADO
OAB/UF