Você está na página 1de 622

II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

II CONGRESSO INTERNACIONAL SAÚDE E SOCIEDADE


Coordenação
Izabelle Mont’Alverne Napoleão Albuquerque
Percy Antonio Galimbertti Catanio

Organização
Izabelle Mont‘Alverne Napoleão Albuquerque Marcos Aguiar Ribeiro
Percy Antonio Galimbertti Catanio Maristela Inês Osawa Vasconcelos
Andrea Carvalho Araújo Moreira Natália Frota Goyanna
Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas Rebeca Sales Viana
Eliany Nazaré Oliveira Roberta Cavalcante Muniz Lira
Ivaldinete de Araújo Delmiro Gemes Roselane da Conceição Lomeo
Lorena Pereira da Ponte Pierre Alana Mikaele Monte de Sousa
Maria Adelane Monteiro da Silva Igor Antonio Gomes Teles
Maria Amélia Carneiro Bezerra José da Silva Sousa
Maria do Socorro Melo Carneiro Karina Oliveira de Mesquita
Maria Socorro de Araújo Dias Pedro Leonardo de Araújo Carvalho

Comissão Científica
Roberta Cavalcante Muniz Lira
Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas

Colaboradores/Avaliadores da Comissão Científica


Alexsandro do Vale Silva Marcos Aguiar Ribeiro
Andrea Carvalho Araújo Moreira Maria Adelane Monteiro da Silva
Antonia Márcia Macedo de Sousa Maria Amélia Carneiro Bezerra
Carina Guerra Cunha Maria do Socorro Melo Carneiro
Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas Maria do Socorro Teixeira de Sousa
Edine Dias Pimentel Gomes Maria José Galdino Saraiva
Eliany Nazaré Oliveira Maria Socorro de Araújo Dias
Francisca Elzenita Alexandre Maristela Inês Osawa Vasconcelos
Germana Cely Medeiros de Souza Natália Frota Goyanna
Isabel Cristina Kowal Olm Cunha Noraney Alves Lima
Ivaldinete de Araújo Delmiro Gemes Osmar Arruda da Ponte Neto
Izabelle Mont‘Alverne Napoleão Albuquerque Percy Antonio Galimberttti Catanio
Jose Machado Linhares Rebeca Sales Viana
José Reginaldo Feijão Parente Roberta Cavlacante Muniz Lira
Karina Oliveira de Mesquita Romulo Carlos de Aguiar
Lielma Carla Chagas da Silva Roselane da Conceição Lomeo
Lorena Pereira da Ponte Pierre Shirley Moreira Alves
Luciana Maria Montenegro Santiago Silvinha de Sousa Vasconcelos Costa
Marcia Maria Santos da Silva Viviane Oliveira Mendes Cavalcante

Anais No 02
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Comissão Cultural
Eliany Nazaré Oliveira Maria Amélia Bezerra Carneiro
Francisca Isaelly dos Santos Dias Maristela Inês Osawa Vasconcelos
Igor Carneiro Gomes Pedro Leonardo de Araújo Carvalho
Ivaldinete de Araújo Delmiro Gémes Rebeca Sales Vianna
Lorenna Saraiva Viana Roberta Magda Martins Moreira
Lycélia da Silva Oliveira Roselane da Conceição Lomeo

Comissão de monitoria
Andréa Carvalho Araújo Moreira
Natália Frota Goyanna

Comissão de logística e infraestrutura


Alana Mikaele Monte de Sousa Marcos Aguiar Ribeiro
Ana Karoline Soares Arruda Maristela Inês Osawa Vasconcelos
Elainy Cristiny Silva Ponte Pedro Leonardo de Araújo Carvalho
Izabelle Mont`Alverne Napoleão Albuquerque Raíssa MontÀlverne Barreto
Jamilly Coelho Teixeira Braga

Comissão de inscrição/credenciamento
Igor Antônio Gomes Teles
Quitéria Larissa Teodoro Farias

Comissão de comunicação
Ana Suellen Pedroza Cavalcante Marcos Aguiar Ribeiro
Carlos Romualdo de Carvalho e Araújo Nayana Cintia Silveira
Francisco Wellington Dourado Júnior Quitéria Larissa Teodoro Farias
Gladys Dantas Borges Rafaela Rodrigues Viana
Igor Antônio Gomes Teles Thamires Sales Macêdo

Monitores
Adriana Vasconcelos Gomes Bruno Cavalcante Frota Gabriel Pereira Maciel
Agnes Oliveira Costa e Silva Camila Martins de Oliveira Gardênia Craveiro Alves
Alexsandra de Oliveira Costa Cananda Kelli Silva Cedrisno Geniane Soares Adriano
Altenório Lopes de Sousa Filho (in memorian) Carla Suyane Gomes de Andrade George do Amaral Rodrigues
Alyce Marina Almeida Ávila Carlos Romualdo de Carvalho e Araújo George Luiz Costa de Paula
Alzyra Hingrid Hardi Lima Aragão Caroline Ponte Aragão Gladys Dantas Borges
Ana Beatriz Oliveira do Nascimento Daniela Sandra Rego Queiroz Helena Márcia Dias Ripardo
Ana Caroline Lira Bezerra Daniele Lima Ferreira Heryca Laiz Linhares Balica
Ana Célia Oliveira Silva Dariane Veríssimo de Araújo Igor Carneiro Gomes
Ana Jéssyca Campos David Gomes Araújo Júnior Ingrid Kelly Morais Oliveira
Anagécia Sousa Linhares Dennis Moreira Gomes Isabelle Frota Ribeiro Queiroz
Anderson Medeiros Vasconcelos Francisca Andreza Nascimento Carvalho Isabelly Oliveira Ferreira
Andressa Galdino Carvalho Francisca Erandielly Lopes Ivan Gabriel Sousa Feijó
Anny Caroline dos Santos Olímpio Francisca Isabelly dos Santos Dias Ívina Alessa Bispo Silva
Antonia Tainá Bezerra Castro Francisca Mayara Brasileiro Gomes Jaciara Alves de Sousa
Antônia Verônica Fonseca Salustiano Francisco Eduardo Silva de Oliveira Janaína de Almeida Prado
Antônio Ademar Moreira Fontenele Júnior Francisco Eduardo Silva de Oliveira Jéssica Elisa Carvalho Rocha
Benedita Shirley Carlos Rosa Francisco Thiago Araújo Cunha Jessica Ketleen Caetano Lopes
Bianca Waylla Ribeiro Dionisio Francisco Wellington Dourado Júnior João Victor Ferreira Sampaio
Bruna Torres Melo Francisco Willian Melo de Sousa Joaquim Ismael de Sousa Teixeira

Anais No 02
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

José Amauri da Silva Júnior Maria das Graças Rodrigues Moreira Ricardo Costa Frota
Josiane da Silva Gomes Maria Edvirgens Rodrigues Alves Roberta Magda Martins Moreira
Juliana Kelle Pereira Maria Elisa Gomes de Matos Rosane Sales Lima
Kairo Cardoso da Frota Mariana Bonfim de Araújo Sabrina Silva França
Lara Silva de Sousa Mariana de Menezes Prado Pinto Santeza de Maria Nunes Moita
Layse Fernandes Queiroz Vasconcelos Mariana Moreira da Costa Sara de Andrade Frederico
Letícia Costa de Araújo Mariana Rodrigues Bezerra Sara Maria da Ponte Parente
Lorenna Saraiva Viana Marina Pereira Moita Saulo Barreto Cunha dos Santos
Lucas Carlos Teixeira Milena Melo Vieira Saulo de Castro
Lucas Teixeira de Sousa Santos Naiara Teixeira Fernandes Sayonara Loiola Ferreira
Luciane Silva Oliveira Natália Ângela O. Fontenele Tainá de Jesus Alves Portela
Lycelia da Silva Oliveira Natasha Vasconcelos Sobrinho Thamires Sales Macêdo
Manoelise Linhares Ferreira Gomes Nayana Cintia Silveira Vanessa Silva Farias
Marcelo Bitu de Almeida Nívea Marília Costa dos Santos Victor de Oliveira e Silva
Marcos Pires Campos Otávia Cassimiro Aragão Vitória Lídia Pereira Sousa
Maria Aline Moreira Ximenes Pedro Henrique Bezerra Lima Yandra Kelline Brandão Braga
Maria Aparecida Fernandes Cardoso Pedro Henrique Magalhães de Araújo Yanka Alcântara Cavalcante
Maria da Conceição Gaspar Martins Rafaela Rodrigues Viana

Produção
Comunicação da Escola de Saúde da Púbica Visconde de Saboia
Antônio Felipe de Vasconcelos Neto (Diagramação)

C749a Congresso Internacional Saúde e Sociedade (2.: 2019: Sobral, CE)

Anais do II Congresso Internacional Saúde e Sociedade, 4 a 6 de setembro de 2019


[recurso eletrônico] / Izabelle Mont'Alverne Napoleão Albuquerque et. al.
[Realização Universidade Estadual Vale do Acaraú, Universidade Federal do Ceará e
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia] - Sobral: UVA, 2019.

558 p.: PDF

1. Saúde – Congresso. 2. Pesquisa – Anais. 3. Sociedade – Eventos.


I. Título.

CDD 610

Anais No 02
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SUMÁRIO

Promoção da Saúde - Comunicação Oral Curta................................................................. 6


Promoção da Saúde - Comunicação Oral. . ......................................................................... 85

Avaliação de Políticas e Programas de Saúde - Comunicação Oral Curta. . ......................... 98


Avaliação de Políticas e Programas de Saúde - Comunicação Oral.................................... 147

Educação na Saúde - Comunicação Oral Curta.................................................................. 160


Educação na Saúde - Comunicação Oral............................................................................ 265

Atenção Psicossocial - Comunicação Oral Curta............................................................... 292


Atenção Psicossocial - Comunicação Oral......................................................................... 403

Políticas Públicas e Gestão em Saúde - Comunicação Oral Curta....................................... 493


Políticas Públicas e Gestão em Saúde - Comunicação Oral................................................. 525

Outras Linguagens........................................................................................................... 546

ERRATAS - Avaliação de Políticas Públicas......................................................................... 558


ERRATAS - Políticas Pública e Gestão em Saúde - Comunicação Oral................................... 577
ERRATAS - Políticas Pública e Gestão em Saúde - Comunicação Oral Curta......................... 591

Anais No 02
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CARTA DE SOBRAL
II CONGRESSO INTERNACIONAL SAÚDE E SOCIEDADE:
Democracia e desafios contemporâneos

O II Congresso Internacional Saúde e Sociedade – Democracia e desafios contemporâneos -, realizado em Sobral, Ceará, no perí-
odo de 04 a 06 de setembro 2019, agregou mais de 700 participantes oriundos das cinco regiões do país. O deslocamento deste
expressivo contingente para um município do semiárido cearense revela a ousadia e a determinação necessárias para enfrenta-
mento das iniquidades e retrocessos atuais em políticas estruturantes para o desenvolvimento de nosso país.
O coletivo de pesquisadores, gestores, professores, profissionais de saúde, estudantes de graduação e pós-graduação e socieda-
de civil apresentaram por meio de 871 produções científicas, conferências e mesas redondas, evidências científicas e táticas da
análise histórica das políticas de Saúde, de Educação e de Ciência e Tecnologia em nosso país. Esta significativa produção atestou
atuais e possíveis impactos decorrentes das reduções nos investimentos públicos que denotam riscos à sustentabilidade das po-
líticas e processos em curso.
Do exposto, nós, integrantes do II Congresso Internacional Saúde e Sociedade, manifestamos nosso compromisso com a defesa
e fortalecimento do Sistema Único de Saúde, com uma educação pública e de qualidade, com a ciência, tecnologia e inovação
orientadas para o desenvolvimento social e; nossa posição contrária a políticas de austeridade fiscal. Nessa senda, subscrevemos
nossa posição em defesa de uma sociedade mais igualitária, justa e solidária. Para tanto, entendemos ser necessário:
1. Políticas que promovam a justiça social, a equidade e que coloquem a economia à serviço do bem-estar social;
2. Utilizar evidências como instrumento para mudança social positiva;
3. Assegurar a sustentabilidade ambiental;
4. Defender a saúde como direito e não como objeto de consumo;
5. Defender, incondicionalmente, a sustentabilidade do SUS;
6. Retomar os investimentos no CNPQ e CAPES para produção de ciência, tecnologia e inovação com cunho social;
7. Investir no ensino público e de qualidade, em todos os níveis;
8. Defender a manutenção e autonomia das universidades;
9. Preservar e ampliar o fomento à produção científica de qualidade e
10. Combater todas as formas de violência, discriminação, intolerância, segregação e exclusão com o propósito de reduzir desi-
gualdades.
Nesse sentido, fica reafirmado o compromisso com a promoção da solidariedade entre povos e instituições, com a formação
profissional de qualidade, crítica e ética, com a defesa da saúde como direito do cidadão e dever do Estado, com a produção
científica, tecnológica e inovação como dispositivos essenciais ao desenvolvimento econômico e social, sustentáveis, justos e
democráticos.
Com as energias renovadas, nós, organizadores e congressistas conclamamos governantes, gestores, trabalhadores, estudantes e
sociedade civil a lutarem contra toda expressão de retrocesso e ajudar a construir, esperançosamente, um país mais democrático,
solidário e inclusivo, coadunando com o princípio da dignidade da pessoa humana assumido em tratados internacionais e com o
direito à vida expresso em nossa carta magna.

Sobral, 06 de setembro de 2019.

Anais No 02
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:
Promoção da Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral Curta
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA MORTALIDADE INFANTIL PRECOCE E TARDIA NA


MACRORREGIÃO DE SOBRAL NO PERÍODO DE 2010 À 2016
MARIA DO CARMO RAQUEL GOMES DA SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA LARISSA MORAES PORTELLA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA ROBERTA GOMES SEVERIANO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ELLEN DE MIRANDA BEZERRA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
TIAGO MORAIS LIMA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
PET TER RICHARD HALL
Centro Universitário INTA ( UNINTA)

Introdução:
A mortalidade constitui um indicador chave na avaliação da situação de saúde da população1. Nesse sentido, o acompanhamento
das taxas de mortalidade representa uma oportunidade para o desenvolvimento de estratégias preventivas direcionadas à re-
dução do risco de morte nessa faixa etária. Ademais, o primeiro ano de vida constitui-se em um dos períodos de maior risco de
morte infantil2.

Objetivos:
Analisar quantitativa e qualitativamente a mortalidade infantil precoce na macrorregião de Sobral e comparativamente com o
estado do Ceará em um período de 5 anos.

Metodologia:
Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e retrospectivo para o período 2010-2016. A amostra da pesquisa
consistiu no número de óbitos neonatais precoces, coletados no banco de dados do DATASUS, no Sistema de Informações sobre
Mortalidade - SIM (instrumento de coleta de dados: atestado de óbito - DO). Para ser incluído na amostra do estudo, os óbitos
tiveram que ser registrados no DATASUS, entre 2010 e 2016, com residência no município de Sobral, morte até o sétimo dia de
vida, identificando a causa básica do óbito. As porcentagens que serviram de base para a atenção básica foram processadas, a fim
de identificar os principais fatores de risco.

Resultados:
Identificou-se que as principais patologias causadoras de óbitos em menores de 28 dias são as infecções do período neonatal;
transtorno respiratório específico do período neonatal(n=124), hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer(n=91). Com esses dados
referentes à macrorregião de Sobral(n=1.314), essas patologias representam 47,7% do total de óbitos na região e comparando ao
estado do Ceará(n= 11.551), observou-se que o n total de óbitos do estado do CE representa 5,42%. Ademais, comparando esses
valores aos óbitos em menores de 28 dias do país(n=269.958), representando 4,27% do total de óbitos do estado do Ceará e, em
comparativo Sobral representa um total de 0,23% dos óbitos.

Conclusões:
Evidenciou-se que a cidade de Sobral, em relação à macrorregião de Sobral, apresenta um maior número de casos em comparação
com os demais municípios da região.Isso mostra, que o fato de a maior parte dos óbitos se concentrar no primeiro mês de vida
evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós-parto para a redução da mortalidade na infância ao nível
compatível com o desenvolvimento econômico do país.

Comunicação Oral Curta 7


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
United Nations. United Nations Millennium Declaration. 2000. Disponível em: www.un.org/millennium/declaration/ares552e.htm
(Acessado em: 06 de abril de 2017).

8 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

APLICAÇÃO DO JOGO “ASMANÓ” COMO FERRAMENTA DE


APRENDIZAGEM DOS ASPECTOS IMUNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO
MÉDICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
VITÓRIA SANTOS DA SILVA
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
LUIS GUSTAVO MACEDO SOBREIRA DA SILVA
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
ROBERTA STOFELES CECON
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
MARIA AUGUSTA VASCONCELOS PALÁCIO
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
IUKARY TAKENAMI
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

Período de realização:
A atividade desenvolvida foi realizada no dia 24 de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Aplicação do jogo “Asmanó” sobre os aspectos imunológicos da asma para os discentes do quarto período da graduação em me-
dicina.

Objetivos:
Relatar a experiência de aprendizagem de discentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco, campus Paulo Afonso,
sobre a aplicação de um jogo educativo, baseado no dominó clássico, como método promotor de participação ativa, bem como
avaliar sua efetividade na educação médica.

Metodologia:
O jogo consiste em 31 peças de dominó com desenhos e/ou assertivas sobre o tema e sobre eventos sem relação com a temática
proposta. Os discentes foram divididos em cinco equipes, cada uma com cinco pontos iniciais. O objetivo era construir uma se-
quência correta de eventos imunológicos correlatos à asma, conseguindo identificar quais peças se aplicavam em cada momento.
Caso a peça errada fosse colocada, perdia-se um ponto. O objetivo era manter a pontuação inicial para ganhar.

Resultados:
Durante a realização do jogo era perceptível a participação dos discentes com intuito de melhor estabelecer a sequência imuno-
lógica correta. No início, foi observada uma ansiedade das equipes em relação a tentativa de posicionar suas peças o quanto antes,
porém ao longo do jogo ficou evidente a necessidade da elaboração de estratégias quanto ao momento ideal para a colocação
da peça, pois uma jogada precipitada causaria a perda de pontos.

Análise Crítica:
A utilização de estratégias mais dinâmicas voltadas para o ensino permite uma participação dos discentes no processo de apren-
dizagem1, algo presente durante a realização do jogo. Nesse contexto, também foi possível observar a formulação de estratégias
dentro dos grupos e uma melhor esquematização do processo imunológico da asma, possibilitando o aprendizado mediante erros
e acertos, algo que estimula a flexibilidade das equipes e a comunicação entre seus membros.

Conclusões:
Entende-se que a aplicação do jogo proposto desenvolveu o seu propósito de maneira efetiva por permitir uma construção de
conhecimento voltado a esquematização de ideias e a comunicação. Dentro desse contexto, deve-se pensar na realização de pes-

Comunicação Oral Curta 9


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

quisas voltadas para avaliar a eficácia desse tipo de metodologia para a construção do conhecimento.

Referências:
Farias PAM de; Martin ALAR Cristo CS. Aprendizagem Ativa na Educação em Saúde: Percurso Histórico e Aplicações. Rev Bras Educ
Méd 2015;39(1)143–150.

10 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ASPECTOS CONCEITUAIS E OS DESAFIOS PRÁTICOS DA


EQUIDADE NO SUS
LAIS BARRETO DE BRITO GONCALVES
(Universidade Regional do Cariri - URCA)
SUZY HELEN CARVALHO BEZERRA
(Universidade Regional do Cariri - URCA)
DANIELLE ELIAS GONÇALVES
(Universidade Regional do Cariri - URCA)
WONESKA RODRIGUES PINHEIRO
(Universidade Regional do Cariri – URCA)

Introdução:
A equidade, enquanto princípio do Sistema Único de Saúde (SUS) implica a responsabilidade de nivelar no âmbito do acesso aos
serviços de saúde, todas as camadas sociais, principalmente as menos favorecidas. Seu alcance requer investimentos proporcio-
nais às necessidades da população. Contudo, ao longo dos últimos anos esses recursos se tornaram mais escassos, o que compro-
meteu o direto à saúde.

Objetivos:
Avaliar os desafios no processo de promoção da equidade no SUS em tempos de austeridade através de uma revisão sistemática
de literatura.

Metodologia:
Revisão sistemática de literatura, tipo metanálise, realizada entre fevereiro a novembro de 2018. A pesquisa foi realizada na BVS,
nas bases de dados: BDENF, SCIELO, LILACS e BIREME, MEDLINE, e na PubMed. A revisão sistemática seguiu os critérios da “Pre-
ferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analysis Protocols” (PRISMA-P). A construção da pergunta de pesquisa
e busca bibliográfica seguiu o protocolo PVO (População, Variável e Outcomes). Os dados foram organizados por categorização
temática. Foi elaborado um quadro contendo as seguintes informações: nome do autor, ano, local e principais resultados; em
seguida foi realizada uma análise criteriosa dos artigos selecionados.

Resultados:
A pesquisa resultou em 268 artigos na BVS e 35 na PubMed. Após análise do título e resumo, foram excluídos artigos sem enqua-
dramento com a temática, incompletos, abordando outros princípios do SUS e não realizados no Brasil, totalizando uma amostra
de nove artigos. Em relação ao conceito, a equidade objetiva considerar todas as pessoas de acordo com a ideia de igualdade e
universalidade do acesso, priorizando os que mais precisam segundo a condição socioeconômica e grupos específicos a partir de
critérios de riscos. Segundo os estudos analisados, a complexidade conceitual em torno do termo equidade torna sua aplicação
prática difícil de ser executada.

Conclusões:
A promoção da equidade requer o fortalecimento do processo democrático e inclusão dos atores envolvidos. Deve-se compreen-
der a importância de tratar os indivíduos de acordo com suas especificidades para garantir o pleno direito à saúde. Dessa forma,
a equidade cumprirá seu papel de nivelar o acesso à saúde entre os diferentes grupos sociais. Pesquisas precisam ser realizadas
para analisar como a equidade tem sido alcançada nas práticas de saúde.

Referências:

BARROS, F. P. C.; SOUSA, M. F. Equidade: seus conceitos, significações e implicações para o SUS. Saude soc., São Paulo , v. 25, n.
1, p. 9-18, Mar. 2016 .

ZOBOLI, E. L. C. P.; FRACOLLI, L. A.; GRANJA, G. F. Equidade no SUS: em construção uma concepção política de justiça em saúde.
Rev. Bioethikos, p. 180–188, 2010

Comunicação Oral Curta 11


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DA QUALIDADE


DE VIDA DO IDOSO: REVISÃO INTEGRATIVA

DÉBORA PINHEIRO CISNE


Centro Universitário INTA – UNINTA
EDINA MARIA ARAÚJO
Centro Universitário INTA – UNINTA
ALESANDRO LIMA DE VASCONCELOS
Centro Universitário INTA – UNINTA
BRUNA ALINE ARRUDA DOS SANTOS
Centro Universitário INTA – UNINTA
FRANCISCO MEYKELAMANCIO GOMES
Centro Universitário INTA-UNINTA
ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA ALBUQUERQUE
Centro Universitário INTA – UNINTA

Introdução:
O Estatuto do Idoso define pessoa idosa como aqueles com 60 anos ou mais e que, a partir desta idade, podem apresentar alguma
decaída em seu estado de saúde e condições cognitivas, também podem viver de forma saudável durante muitos anos, alcançan-
do idades avançadas e ainda mantendo boa qualidade de vida.

Objetivos:
Descrever ancorado em publicações científicas a atuação do enfermeiro na promoção da qualidade de vida do idoso.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no ano de 2018, através de evidências disponíveis na literatura, a pesquisa foi
realizada por meio de banco de dados online com os descritores: qualidade de vida, idoso e cuidados de enfermagem. Onde foi
utilizado como critério de inclusão texto completo, disponível na íntegra e em português. Após aplicar estes critérios seleciona-
ram-se onze artigos que foram analisados nesta pesquisa. Destacando assim a importância da realização de mais estudos acerca
da temática.

Resultados:
A pesquisa possibilitou a observação que a figura do enfermeiro, uma vez capacitado, poderá trazer contribuições para a reorgani-
zação das ações de saúde, como também para a concretização das propostas das políticas de saúde para atenção ao idoso. Obser-
vou-se nos estudos pesquisados que as principais ações de enfermagem frente à promoção da qualidade de vida dos idosos são
de ajudar o cliente a identificar suas necessidades frente aos problemas reais e potenciais decorrentes de patologias crônicas, im-
plementando ações educativas que promovam melhoria na sua qualidade de vida, como alimentação saudável e atividade física.

Conclusões:
Pode-se concluir que o enfermeiro deve atuar na promoção, educação, manutenção e recuperação da saúde deste ser. Respeitar
a independência do idoso, primando a participação deste no processo de cuidado, pode ser considerada uma meta para a assis-
tência qualificada e assim, para que o idoso tenha um envelhecimento ativo e saudável, objetivando efetivamente uma melhora
na saúde e na promoção de sua qualidade de vida.

Referências:
ALMEIDA, Marcos Antonio Bettine de; GUTIERREZ, Gustavo Luis; MARQUES, Renato. Qualidade de vida: definição, conceitos e
interfaces com outras áreas, de pesquisa. São Paulo: Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH/USP, 2012.

ALVES, L.C.; LEITE, I. C.; MACHADO, C.J. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Re-
vista de Saúde Pública, São Paulo, v. 44, n. 3, p. 1-11, maio, 2010.

12 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÃO CASA SÃO FRANCISCO

JOSÉ SAMUEL ARAÚJO VASCONCELOS


Universidade Federal do Ceará (UFC)
BRUNA ARAUJO AGUIAR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
SILVIA FLÁVIA ALVES DE FREITAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANA CAROLINE DE MORAES MIT TRI
Universidade Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCA THALIA MAGALHÃES RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
PATRÍCIA MYRLA MADEIRO MOREIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
Dia vinte e cinco (25) de maio de dois mil e dezenove (2019) no período entre às 15 e 17 horas.

Objetivo da Experiência:
A ação teve como propósito ressaltar a importância da higiene pessoal e da alimentação, tendo como público alvo as crianças da
Casa São Francisco.

Objetivos:
Promover a integração entre os acadêmicos da Universidade Federal do Ceará com as crianças da Casa São Francisco, com intuito
de transmitir, por intermédio de atividades lúdicas, conhecimentos e informações básicas da área de saúde.

Metodologia:
A ação foi constituída por acadêmicos do Núcleo de Desenvolvimento Médico de Sobral do curso de Medicina e de integrantes
do curso de Odontologia. O projeto foi realizado na Casa São Francisco, instituição que acolhe crianças de 0 a 6 anos em situação
de risco social. Foram realizadas atividades, como teatro de fantoches, por meio de contação de história e de música sobre os
cuidados com a Alimentação e Higiene pessoal, distribuição de lanches e, em seguida, escovação supervisionada.

Resultados:
Os resultados foram positivos, pois se destaca a felicidade das crianças em receber o grupo de estudantes, visto que nenhuma
criança se isolou, mas sim estavam bastante disponíveis para participar das atividades realizadas. Ressalte-se que o teatro de
fantoches contribuiu para aumentar o nível de atenção das crianças, que ficaram bastante curiosas, o que foi crucial para que a
mensagem fosse repassada. Além disso, todas participaram da escovação e obedeciam aos comandos dos alunos da odontologia.

Análise Crítica:
Essa atividade foi bastante satisfatória, pois demonstrou que ações conjuntas, quando tomadas por estudantes, podem propor-
cionar uma melhoria da realidade dos indivíduos excluídos socialmente. Ademais, tal trabalho comprova que a solidariedade é
fundamental para a formação dos acadêmicos da área da saúde, além de expor a necessidade de uma maior integração da esfera
universitária com o panorama hodierno do Brasil, comprovando que essa instituição tem um notório papel no desenvolvimento
do país.

Conclusões:
A ação foi enriquecedora tanto para os estudantes quanto para as crianças, visto que promoveu, bilateralmente, um crescimento
cognitivo e pessoal mediante a troca de conhecimentos e experiências entre os agentes, promovendo um aprimoramento dos
hábitos básicos de saúde das crianças que compunham a Casa São Francisco, além de propiciar uma ampliação da visão de mundo

Comunicação Oral Curta 13


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

dos idealizadores de tal projeto.


Referências:

COMUNIDADE SHALOM. A Casa São Francisco também pode ser seu lar. Disponível em: https://www.comshalom.org/
casa-sao-francisco-tambem-pode-ser-seu-lar/ Acesso em: 10 julho 2019.

BRASIL. Ministério da Educação e Ministério da Saúde. Semana Saúde na Escola Guia de Sugestões de Atividades,
2012.

CARDOSO, K P. Ações de Educação em Saúde em um Lar de Crianças: Um Relato

14 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CARACTERIZAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM


APRESENTADOS POR MULHERES ATENDIDAS EM UM BANCO
DE LEITE HUMANO
NACHIELLE DA SILVA PINHEIRO
Centro Universitário da Grande Fortaleza (Unigrande)
FERNANDA CAVALCANTE FONTENELE
( Maternidade Escola Assis Chateaubriand)
JANAINA LANDIM DE SOUSA
( Maternidade Escola Assis Chateaubriand)
ANA KAROLINE XAVIER DA SILVA
( Maternidade Escola Assis Chateaubriand)
CAMILA PEREIRA DO NASCIMENTO
( Maternidade Escola Assis Chateaubriand)
JOSEFA RODRIGUES DOS SANTOS
( Maternidade Escola Assis Chateaubriand)

Introdução:
Um Diagnóstico de Enfermagem (DE) é um julgamento clínico sobe uma resposta humana a condições de Saúde/processo de vida,
ou uma vulnerabilidade a tal resposta de um indivíduo uma família ou grupo (NANDA-I, 2018). A identificação precisa dos Diag-
nósticos de Enfermagem favorece a determinação das intervenções a serem realizadas respeitando a individualidade da mulher
com dificuldade em amamentar.

Objetivos:
Caracterizar os principais diagnósticos de enfermagem apresentados por mulheres atendidas em um banco de leite humano.

Metodologia:
Estudo descritivo realizado em um Banco de Leite Humano de uma instituição pública referência em Boas Práticas no atendimento
materno-infantil, na cidade de Fortaleza-CE. Coleta realizada no período de maio a julho/2019, através da consulta dos registros
realizados em 217 fichas de atendimento de enfermagem no primeiro trimestre de 2019. Dados organizados com base nas carac-
terísticas definidoras e fatores relacionados dos diagnósticos de enfermagem referentes à amamentação da NANDA International,
versão 2018-2020. Parecer do Comitê de Ética: 3.361.687.

Resultados:
Diagnósticos de Enfermagem: 1.Disposição para amamentação melhorada 114(52%), caracterizada pelo desejo expresso da mãe
de melhorar a capacidade de amamentar com exclusividade. 2.Dor aguda 192(88%), caracterizada pelo comportamento expressi-
vo e expressão facial de dor, relacionada a agente lesivo por uso de compressas, pega e posicionamento inadequados. 3.Amamen-
tação ineficaz 185(85%), caracterizada pelo esvaziamento insuficiente da mama, relacionada ao conhecimento insuficiente dos
pais sobre técnicas de amamentação. 4.Integridade da pele prejudicada 122(56%), caracterizada por vermelhidão, relacionada a
agente lesivo por uso de compressa quente, pega e posicionamento inadequados.

Conclusões:
A assistência da equipe de enfermagem mostrou-se eficaz, no restabelecimento da amamentação beneficiando mãe e filho. Os
diagnósticos de enfermagem identificados favoreceram a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

Referências:
NANDA Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação 2018-2020. Porto Alegre: Artmed;
2018.

Comunicação Oral Curta 15


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A SAÚDE BUCAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA E O


DESENVOLVIMENTO INFANTIL NOS PRIMEIROS MIL DIAS DE
VIDA: REVISÃO INTEGRATIVA
SABRINA SILVA DOS SANTOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
SARA SILVA DOS SANTOS
Residência Integrada em Saúde. Escola de
Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP- CE)
VICTOR DE OLIVEIRA REBOUÇAS CASTRO
Prefeitura Municipal de Icapuí- Ceará
FRANCO JUAN BRAGA
Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC)
JULLYET KHEROLAINY CARNEIRO DA SILVA
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP-CE)
ANTÔNIA FERNANDA SOUSA BRITO
Escolade Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP-CE)

Introdução:
A complexidade envolvida no desenvolvimento infantil está além da verificação das medidas antropométricas do infante, pois
tal fenômeno abrange questões específicas às quais requerem ações integradas e multidisciplinares. Nesse sentindo, a condição
da saúde bucal do lactente durante as consultas de acompanhamento é fator importante para esse momento de desenvolvimento
e crescimento.

Objetivos:
Analisar a relação da saúde bucal com o marcos do desenvolvimento infantil nos primeiros mil dias de vida tendo por base a pro-
dução cientifica presente na literatura nacional e internacional.

Metodologia:
Estudo descritivo, tendo por base a técnica da Revisão Integrativa, realizada em junho e julho/2019 em base nacional Literatura
Latino-americano e do Caribe em Ciências da Saúde- LILACS e internacional U. S. National Library of Medicine- PubMed. (Descri-
tores utilizados: Saúde Bucal, Assistência Odontológica, lactente, desenvolvimento e crescimento, os quais foram combinados
sendo possível estabelecer quatro cruzamentos, sendo esses agregados pelos operadores booleanos AND e OR. 1) saúde bucal
AND lactente; 2) saúde bucal OR assistência odontológica AND lactente; 3) saúde bucal AND desenvolvimento AND lactente; 4)
lactente AND assistência odontológica AND desenvolvimento AND crescimento.

Resultados:
O total de 2.298 foi verificado por meio dos cruzamentos na base LILACS e 2.529 na base PubMed. Após a leitura do título e resu-
mo foram selecionados 142 artigos e 765, respectivamente. Os artigos foram submetidos a uma nova análise onde foram obtidos
o resultado final 10 (LILACS) e 24 (PubMed) totalizando assim 44. A produção internacional se mostra mais robusta que a nacional
e compreende outros campos que não somente as condições patológicas da saúde bucal. A produção nacional tem enfatizado
mais as questões de promoção da saúde referente à temática e centrada na odontologia. A literatura apresenta a produção dos
últimos vinte anos, mas é crescente esse tema a partir dos anos dois mil.

Conclusões:
Verifica-se que o acompanhamento das condições de saúde bucal como fator para dimensionar o desenvolvimento infantil ainda
necessita serem incorporadas as práticas cínicas dos profissionais da saúde, pois a produção nacional, principalmente, aponta
para o foco patológico das condições de saúde bucal não associando essa como marco para dimensionar esse fenômeno. Ademais,
faz-se necessário o acompanhamento integral e multidisciplinar.

16 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
GALVÃO, C. M.; MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. C. P. Revisão integrativa: método de revisão para sintetizar as evidências dispo-
níveis na literatura. In: BREVIDELLI, M. M.; SERTÓRIO, S. C. M. (Eds.). TCC (trabalho de conclusão de curso)- Guia prático para
docentes e alunos da área da saúde. São Paulo. 2010.

BERGER, K. S. O desenvolvimento da pessoa: da infância à terceira idade. Rio de Janeiro: LTC; 2011.

KYLE, T. Enfermagem Pediátrica. Guanabara Koogan. Rio de Jeneiro, 2011.

MONTEIRO, F. P. M. Construção de um diagnóstico de enfermagem na categoria de promoção da saúde para o crescimento/de-


senvolvimento: estudos em lactentes. Tese (doutorado em enfermagem)- Pós- graduação, Universidade Federal do Ceará- UFC,
Fortaleza. 2013.

WONG, Fundamentos de enfermagem pediátrica. In: Marilyn J. Hockenberry; [coedição David Wilso; tradução Maria Inês Corrêa
Nascimento...[et al].- Rio de Janeiro: Elsivier, 2011.p.1245.

BOYD, D; BEE, H. A criança em crescimento. Porto Alegre: Artemd, 2011.p.62

Comunicação Oral Curta 17


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL DE ESCOLARES DO BAIRRO PADRE


PALHANO EM SOBRAL, CEARÁ: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

PEDRO ISAC FONTENELE SALDANHA


Universidade Federal do Ceará (UFC)
IRLA MARIA SOUSA MOURA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARTA PARENTE RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANNA VICTORIA PONTES PINHEIRO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARIANA RAMALHO DE FARIAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JACQUES ANTONIO CAVALCANTE MACIEL
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A atividade foi desenvolvida nos meses de junho e julho de 2019, na Universidade Estadual do Ceará.

Objetivo da Experiência:
Compreensão dos conceitos de Saúde e Promoção da Saúde por meio de metodologias participativas, interativas, em destaque: o
Photovoice.

Introdução:
Os levantamentos epidemiológicos são realizados periodicamente para avaliar os níveis de saúde bucal pública; estes consistem
na aplicação de alguns índices de avaliação, como o CPO-D, que mede o número de dentes cariados, perdidos e obturados, aos
12 anos de idade e o levantamento de necessidades, que quantifica carências de tratamentos odontológicos em um dado grupo
social.

Objetivos:
Esta pesquisa objetivou analisar as condições de saúde bucal de escolares pré- adolescentes, a partir da coleta de dados epide-
miológicos e cálculos do CPO-D e da estratificação de riscos de desordens bucais, por meio de levantamento de necessidades.

Metodologia:
Logo, realizou-se visitas periódicas, ao longo de 1 mês, à Escola Padre Palhano de EF, localizada em um bairro periférico e de baixa
situação socioeconômica na cidade de Sobral/CE. Nas visitas, foram feitos exames epidemiológicos e levantamento de necessi-
dades que englobavam condições de higidez dentária, traumas, presença de cárie, exodontias e periodontia em 69 alunos das
turmas de 4º e 5º anos do EF. Os exames para coleta de dados aconteceram pela manhã, em uma área aberta à luz do sol e os
avaliadores fizeram uso de EPIs e Kits Clínicos com bandeja, espelho clínico, sonda OMS e abaixadores de língua, além de fichas
adequadas à anotação dos dados do CPO-D e levantamento de necessidades.

Resultados:
Os resultados obtidos e enviados ao Centro de Saúde da Família de referência revelaram que apesar de as turmas possuírem CPO-D
Médio considerado baixo (0,96), estas têm riscos de problemas odontológicos relativamente altos segundo o ponto de coorte (4º
ano: 5,4 e 5º ano: 7,7), além de moderada prevalência de cárie (50,8%). Quanto aos componentes do CPO-D de ambas as turmas, o
componente Cariado (C) mostrou-se elevado (76%), o componente Obturado (O) obteve percentual de 24%, enquanto o componente
Perdido (P) não pontuou (0%) bem como a Prevalência de Traumas (0%). Acerca da estratificação de riscos, 42,8% e 23,8% dos

18 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

alunos do 4º e 5º anos, respectivamente, estão em situação de alto risco.


Análise Crítica:
Por se tratar de um método de pesquisa participativa (MARQUES et. al, 2015), o Photovoice permitiu um diálogo crítico sobre as po-
tencialidades da Promoção da Saúde. A atividade que, aparentemente, parecia simples mostrou aos alunos o desafio de compre-
ender a diversidade das situações registradas. Como futuros Terapeutas Ocupacionais, entenderam a importância de olhar além
do óbvio e perceberam que vários espaços podem ser potentes promotores de saúde.

Conclusões:
Destarte, nota-se uma polarização de doenças bucais nas turmas avaliadas, onde determinados alunos, com baixa qualidade de
saúde bucal, concentram grandes necessidades de tratamentos, rebaixando os dados das turmas. Além disso, a alta demanda do
bairro por assistência odontológica e o baixo número de equipes de saúde bucal disponíveis, dificulta o acesso dos moradores aos
tratamentos, içando o aumento da prevalência de desordens odontológicas.

Referências:
PEREIRA, Antônio Carlos et al. Tratado de Saúde Coletiva. Nova Odessa: Napoleão, 2009. ANTUNES, José Leopoldo; PERES, Marco Auré-
lio. Epidemiologia da Saúde Bucal. Guanabara Koogan, 2006.

PINTO, VITOR G. Saúde Bucal Coletiva. 4ª edição. Livraria Editora Santos. São Paulo, 2000. Capítulo 5, pág. 181-186.

LEAVELL Hugh R.; CLARK, Edwin G. Medicina Preventiva. SP, McGraw-Hill do Brasil, RJ FENAME, 1978.

Comunicação Oral Curta 19


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EVIDÊNCIAS DO TRABALHO INTERPROFISSIONAL NO


CONTEXTO DA SAÚDE COLETIVA REVISÃO DE LITERATURA
MARIANA DE MENEZES PRADO PINTO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
RAFAELA RODRIGUES VIANA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
KARINA OLIVEIRA DE MESQUITA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
OTÁVIA CASSIMIRO ARAGÃO
Universidade Íbero Americana
LIELMA CARLA CHAGAS DA SILVA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
A educação Interprofissional em saúde é efetivada quando estudantes de duas ou mais profissões trocam conhecimentos e expe-
riencias entre si, em prol da melhorar os paramentos de saúde pública através da pratica colaborativa.

Objetivos:
Analisar evidencias do trabalho interprofissional no contexto da saúde coletiva.

Metodologia:
Revisão integrativa da literatura, feita no período de abril de 2018 à março de 2019. A busca de dados ocorreu nas bases: ME-
DLINE, LILACS, Cochrane Library e Scielo, incluindo produções que abordam o tema da Educação Interprofissional e prática cola-
borativa em saúde. Foram usados os descritores: Educação; Saúde pública; Práticas interdisciplinares; Educação interprofissional.

Resultados:
A colaboração interprofissional é um importante elo entre a equipe, pois a diferença nas expectativas e experiências do profis-
sional enriquece o cotidiano do serviço. Além disso, a boa comunicação, o respeito mútuo e o foco no paciente são elementos
essenciais no trabalho colaborativo. Outro fator determinante para o trabalho interprofissional é o papel do paciente como
sujeito ativo no processo de cuidado, bem como a importância dos profissionais em fornecer cuidado centrado no processo de
cuidado do paciente (BERNSTEIN; JUDITH et al., 2017). Entretanto, o estresse é apontado como fator que prejudica a relação entre
os profissionais e reverbera negativamente na qualidade do serviço prestado.

Conclusões:
Formar equipes interprofissionais não garante que a prática colaborativa seja efetivada no sistema organizacional se a equipe não
estiver preparada para trabalhar em conjunto, por isso é necessário enfatizar a educação interprofissional como estratégia para
formação de profissionais mais qualificados e dispostos a lidar com as diferentes categorias da equipe de trabalho.

Referências:

BERNSTEIN, JUDITH et AL. “Ouvindo enfermeiras de cuidados primários pediátricos: um estudo qualitativo do potencial para a prá-
tica de saúde bucal interprofissional em seis centros de saúde federais em Massachusetts e Maryland.

20 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FATORES RELACIONADOS A NÃO ADESÃO AO EXAME


PAPANICOLAOU

ANA HIRLEY RODRIGUES MAGALHÃES


(Centro Universitário INTA- UNINTA)
GLAUCINEIDE MACHADO PINTO
(Centro Universitário INTA- UNINTA)
KEILA MARIA CARVALHO MARTINS
(Centro Universitário INTA- UNINTA)
QUIRIANE MARANHÃO ALMEIDA
(Centro Universitário INTA- UNINTA)
LIDYANE PARENTE ARRUDA
(Centro Universitário INTA- UNINTA)
INGRID CAVALCANTE TAVARES BALREIRA
(Centro Universitário INTA- (UNINTA)

Introdução:
As estimativas do câncer de colo uterino (CCU) no Brasil para 2018/2019 são de 16.370 novos casos com risco estimado de 15,43
casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2018). Contudo, esse tipo de câncer é um dos poucos que pode ser prevenido em quase
90% através do exame Papanicolaou, principal estratégia para detectar lesões precursoras, reduzindo, portanto a mortalidade pelo
CCU (FERREIRA, 2009).

Objetivos:
Investigar os motivos que influenciam as mulheres a não realização do exame Papanicolaou.

Metodologia:
Pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa realizada na Estratégia Saúde da Família de um município da zona norte do
Estado do Ceará. A coleta de dados ocorreu no período de abril a maio de 2018 por meio de entrevista semiestruturada. Participaram
25 mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos que nunca realizaram exame Papanicolaou e/ou que estavam com exames atrasados há
mais de três anos. Os dados foram analisados por meio da análise temática de Minayo. Esta pesquisa é parte de uma pesquisa maior,
cujo projeto foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário INTA (CEP/UNINTA), sob parecer nº
2.533.815. O estudo respeitou a resolução 466/12.

Resultados:
Constatou-se desconhecimento das mulheres sobre a finalidade do exame Papanicolaou, não havendo associação do exame com
a prevenção do câncer de colo do útero. Quanto aos fatores que interferiam na adesão ao exame mencionado pelas entrevista-
das, a combinação entre a vergonha, timidez, a falta de conhecimento e os tabus que as cercam, acarretam no constrangimento
para a realização do procedimento. O medo do resultado positivo para alguma doença também foi identificado como um fator
impeditivo, assim como a falta de tempo relacionado ao trabalho das participantes, uma vez que os horários para a realização do
exame estabelecidos pela unidade de saúde não são compatíveis à rotina da mulher.

Conclusões:
Os significados emergidos nos discursos das mulheres apontam para o direcionamento de um caminho estratégico que leve à
transformação da prática assistencial. Assim, torna-se evidente a importância de ações educativas que possam ser concretizadas
com o fortalecimento de momentos dialógicos na comunidade e orientações individuais que estimulem a adesão das mulheres ao
exame, a fim de desvendar crenças prejudiciais para a prevenção em saúde.

Comunicação Oral Curta 21


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. Estatística para câncer de colo do útero. 2018. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteu-
do/estatistica-para-cancer-de-colo-do-utero/6717/283/ . Acesso em 05 jul. 2018.

FERREIRA, M.L.S.M. Motivos que influenciam a não realização do exame de papanicolaou segundo a percepção de mulheres. Es-
cola Anna Nery, Revista de Enfermagem, abr-jun; v. 13 , n. 2, p. 378-384, 2009.

22 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PUERICULTURA COLETIVA: ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL


PARA CRIANÇAS DE 3 ANOS

AUXILIADORA ELAYNE PARENTE LINHARES


Santa Casa de Misericórdia de Sobral-SCMS
MARIA VALDERLANYA VASCONCELOS FROTA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral-SCMS
TEREZA CRISTINA LINHARES COSTA MELO
Santa Casa de Misericórdia de Sobral-SCMS
AHRIMSA SAMANDHI FORTE OLIVEIRA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral-SCMS
FRANCISCO ANDRÉ DE LIMA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral-SCMS

Período de realização:
Ação realizada no dia 18 de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Proporcionar uma abordagem multiprofissional na puericultura de crianças com 3 anos.

Objetivos:
Relatar uma ação de puericultura coletiva desenvolvida pelos residentes multiprofissionais em neonatologia com crianças de 3
anos.

Metodologia:
Trata-se de um estudo qualitativo-descritivo do tipo relato de experiência realizado pelos residentes de neonatologia da Santa Casa
de Misericórdia de Sobral. A ação foi realizada com 12 crianças com a faixa etária de 3 anos adscritos em um Centro de Saúde da Famí-
lia (CSF) da cidade de Sobral-Ceará, no mês de junho de 2019. Como melhor forma de abordar o desenvolvimento infantil foi dividido
os profissionais em estações. A pesquisa respeitou a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados:
Para abordar as mães e crianças na puericultura coletiva, os residentes se dividiram em estações. Inicialmente, a abordagem come-
çava com a enfermeira, que colhia a queixa principal, em seguida passava pela farmacêutica para ser explicado sobre medicações
e vacinas, depois iam para a fisioterapeuta, com a finalidade de avaliar o desenvolvimento motor da criança e por fim o nutri-
cionista, para verificar e orientar sobre alimentação infantil. No final, houve a oferta de um lanche.

Análise Crítica:
A ideia da realização da ação originou-se a partir da estratificação infantil no CSF em questão. Com isso, percebeu-se que existia uma
elevada quantidade de crianças da faixa etária de 3 a 5 anos que não estavam fazendo o acompanhamento anual do seu desenvolvi-
mento. O que se tornou um desafio devido a quantidade de criança deveriam ser abordadas, pela cultura local de só levar a criança
caso tenha algum problema de saúde e até mesmo pela falta de informação da importância da puericultura.

Conclusões:
A puericultura se caracteriza pelo acompanhamento do desenvolvimento e crescimento infantil com a finalidade de manter e
promover a saúde das crianças, assim como detectar doenças presentes.Com isso, percebe-se que em toda consulta de pue-
ricultura, os profissionais envolvidos devem ressaltar a importância da puericultura e qual a faixa etária ela se aplica, para que
assim, possa ter maior adesão na sua realização.

Comunicação Oral Curta 23


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
LIMA, P.A.P.; BARBALHO, E. V. Evidências científicas sobre a política nacional de atenção à saúde da criança. Revista pesquisa em
fisioterapia. Salvador.v. 5, n. 2, p. 134-142, ago, 2015.

24 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GRUPO, SAÚDE E RESISTÊNCIA: A LUTA PELO DIREITO À


CONVIVÊNCIA
JOSÉ LUCAS SOARES DE ARAÚJO
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
ANA ESTER MARIA MELO
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
THALIA ARIADNE PENA ARAGÃO
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
KEROLAYNE CASTRO FONTENELE
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
BRENDA BRITA RAMOS
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
DEBORAH ALVES SOUSA
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Período de realização:
A experiência ocorreu durante seis meses no semestre acadêmico de 2018.2.

Objetivo da Experiência:
Tenda do conto como dispositivo de cuidado na atenção básica em saúde.

Objetivos:
Apresentar a tenda do conto como dispositivo de cuidado psicossocial na atenção básica; resgatar os afetos e a história da comu-
nidade; fortalecer a identidade dos sujeitos inseridos no processo.

Metodologia:
A metodologia de trabalho se ancora nas abordagens qualitativas de pesquisa. A técnica utilizada foi a observação participante.
Iniciamos propomos a tenda do conto para de iniciar um grupo de escuta e acolhimento e mapear os territórios afetivos dos morado-
res. A tenda do conto é caracterizada dentro da concepção teórica das metodologias participativas, é uma prática integrativa
de cuidado em (FÉLIX-SILVA et al, 2014). A sistematização da experiência ocorreu através do diário de campo.

Resultados:
A partir da tenda do conto conseguimos mobilizar afetos ligados a infância, a convivência dos moradores e a história de luta e de cons-
trução da comunidade. O grupo atuou como um dispositivo importante na atenção básica visto que produziu um espaço de ajuda e
apoio de demandas psicossociais. Agrupar-se pode significar uma saída fundamental contra o isolamento social (BARROS, 2013).
Tomamos o grupo como dispositivo incitador de novos processos de subjetivação. Tal processo caminha em direção à cor.

Análise Crítica:
Compreendemos que a formação em saúde não desenvolve processos pedagógicos de estudos, pesquisa e intervenções no âmbito
com grupo. Outro desafio é ausência de recursos financeiros para o desenvolvimento de trabalhos. Finalmente o grupo é historica-
mente compreendido de forma funcionalista e cartesiana permitindo pouca autonomia dos atores inseridos no processo. A propos-
ta desta facilitação psicossocial foi compreender o grupo como dispositivo e devir de novos processos de subjetivação.

Conclusões:
Concluir-se que o grupo, potencializado pela tenda do conto, se mostrou como um dispositivo importante para a elaboração do sofri-
mento psicossocial decorrente do isolamento ao incitar a solidariedade e a coletividade nos moradores da comunidade resgatando a
história de luta dos moradores para o enfretamento das vulnerabilidades psicossociais promovendo saúde e cidadania.

Comunicação Oral Curta 25


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BARROS, R. B. Grupo: A afirmação de um simulacro. 3. Ed. Porto Alegre: Editora Meridional, 2013.

FÉLIX-SILVA, A. V.; NASCIMENTO, M; ALBUQUERQUE, M.; CUNHA, M. & GADELHA, M. A Tenda do Conto como prática integrativa de
cuidado na atenção básica. Natal: Editora Univ. Potiguar, 2014.

FERNANDES, E. T. SOUZA, M. N. RODRIGUES, S. M. Práticas de grupo do Núcleo de Apoio à Saúde da Família: perspectiva do usuário. Phy-
sis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1. p. 1-18, nov. -fev. 2019.

26 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE IDOSOS


HOSPITALIZADOS NO SETOR DE EMERGÊNCIA
FRANCISCO EDUARDO SILVA DE OLIVEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LUIZA BRUNA FREIRE SAMPAIO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANDRÉA CARVALHO ARAÚJO MONTEIRO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
NATÁLIA FROTA GOYANNA, IANE XIMENES TEIXEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
VITÓRIA LÍDIA PEREIRA SOUSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
Nas unidades de emergência, é comum o atendimento ao idoso devido à maior frequência de problemas relacionados à idade
avançada, exigindo profissionais preparados para assistência imediata, reduzindo risco de maiores complicações ou morte, sendo
a presença destes indispensáveis para efetividade de um cuidado integral e humanizado (COUTINHO, 2015).

Objetivos:
Traçar o perfil epidemiológico e clínico de idosos atendidos em um serviço de emergência (SE).

Metodologia:
Estudo transversal, realizado no período de julho a agosto de 2018.A pesquisa ocorreu em um hospital de referência da zona
norte do Estado do Ceará, no setor de urgência e emergência. Participaram 80 idosos que estavam hospitalizados no setor de
emergência durante o período da coleta de dados. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário estruturado com
variáveis epidemiológicas, clínicas e de cuidados de enfermagem. Os dados foram tabulados no excel e organizados em tabelas e
gráficos. A pesquisa obedeceu a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012), sendo aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

Resultados:
Houve prevalência do sexo masculino 51,25%, com faixa etária de até 76 anos e 6 meses. A maioria eram casados (58,75%), com
ensino fundamental incompleto (47,5%) e grande proporção de aposentados (91,25%). O motivo predominante da internação foi
o acidente vascular encefálico (38,75%) com tempo de permanência de até três dias. Mais da metade dos idosos e seus acompa-
nhantes (52,5%) não receberam orientações quanto ao estado de saúde, porém avaliaram os cuidados de enfermagem como bom
(62,5%). As sugestões apontadas foram: melhoria do serviço, agilidade no atendimento (23,75%), melhora quanto a privacidade
(18,75%) e da estrutura física (21,25%).

Conclusões:
Foi possível detectar uma variedade de informações que são relevantes para se estabelecer medidas estratégicas, visando à saúde
da pessoa idosa. Sendo assim, o estudo contribui com a visão acerca dos serviços de cuidados de curta duração, conduzido por
profissionais habilitados, para que possam assegurar uma melhor assistência aos idosos que buscam os serviços de emergência.

Referências:
BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil. v. 13, n.150, p.59-62, 2013.

COUTINHO, M. L. N.et al. Perfil sociodemográfico e processo de hospitalização de idosos atendidos em um hospital de emergên-
cias. Rev Rene. v.16, n.6, p. 908-1005,2015.

Comunicação Oral Curta 27


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DE PACIENTES


TRANSPLANTADOS DE CÓRNEA EM UM HOSPITAL DE
REFERÊNCIA NO CEARÁ
LAÍS ROCHA DE AGUIAR
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
KEILA MARIA DE AZEVEDO PONTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
TAMIRES MARIA SILVEIRA ARAÚJO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
FRANCISCO BRENO DE SOUSA LIMA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
RAFAELLE ROCHA DE AGUIAR
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O programa de transplantes no Brasil se destaca pelo crescimento da taxa de doadores e número de transplantes realizados
nos últimos anos, bem como pelo investimento público no processo de transplante. Entretanto, esse programa demanda contí-
nuo aperfeiçoamento para proporcionar melhora na qualidade de vida dos pacientes que necessitam de transplantes (GARCIA,
PEREIRA, GARCIA, 2015).

Objetivos:
Descrever o perfil sócio demográfico dos pacientes submetidos a transplante de córneas em um hospital do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo exploratório do tipo descritivo, de abordagem quantitativa do tipo documental, realizada no Serviço de
Arquivo Médico e Estatística na Santa Casa de Misericórdia de Sobral. A coleta de dados deu-se através de 231 prontuários de pa-
cientes receptores de córneas da SCMS no período de 2014 a 2018, através de instrumento semi-estruturado. Pesquisa aprovada
pelo Comitê de Ética e Pesquisa com o número 3.095.410, sendo resguardados os princípios éticos e legais da pesquisa com seres
humanos da resolução 466/2012.

Resultados:
Em relação ao sexo, os pacientes foram predominantemente do sexo feminino 137(59%). Os pacientes casados foram predomi-
nantes nos resultados, totalizando 46,32%, seguidos pelos pacientes solteiros, que representaram 45,02% do total. Em relação à ida-
de, todas as faixas etárias foram encontradas nos resultados, com a predominância de idosos, perfazendo um total de 59,30%, se-
guidos da faixa etária adulto, que corresponde a 34,63%. Quanto à procedência, observou-se que 74,89% dos pacientes residiam
em cidades circunvizinhas a Sobral (74,89%), 24,24% dos pacientes residiam em Sobral e 0,86% eram provenientes de outroestado.

Conclusões:
Esse estudo mostrou que o transplante de córnea varia de acordo com diversas características, e possibilita a identificação de
grupos de risco para fins de prevenção. Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para a melhoria do atendimento
aos pacientes submetidos a transplante de córnea, bem como propor aos profissionais de saúde, em especial aos de enfermagem,
maior conhecimento acerca do tema.

Referências:
GARCIA, C.D; PEREIRA, J.D; GARCIA, V.D. Doação e transplante de órgãos e tecidos.São Paulo: Segmento Farma, 2015.

28 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E A INCIDÊNCIA DE DIARREIA


EM CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS RESIDENTES DE UM
MUNICÍPIO DO INTERIOR DO CEARÁ

BRENA SHELLEM BESSA DE OLIVEIRA


Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
FRANCISCA MAYRA DE SOUSA MELO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
RHAIANY KELLY LOPES DE OLIVEIRA
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
HÉVILA FERREIRA GOMES MEDEIROS BRAGA
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
AYNOAN DE SOUSA AMARO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
EMANUELLA SILVA JOVENTINO MELO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Introdução:
A mortalidade infantil se configura como um problema de saúde pública com maior prevalência em países em desenvolvimento,
sendo uma das principais causas do aumento dessa taxa a diarreia infantil, a qual está diretamente relacionada com condições
sociais, demográficas e sanitárias precárias. Assim, é importante conhecer o perfil sociodemográfico das famílias para se traçar
estratégias de combate.

Objetivos:
Descrever o perfil sociodemográfico e a ocorrência de diarreia infantil em crianças menores de cinco anos residentes de um mu-
nicípio do interior do Ceará.

Metodologia:
Estudo transversal realizado com 281 mães de crianças menores de cinco anos de idade residentes de Redenção-Ce. Utilizou-se
como critério de inclusão: mães com pelo menos um filho(a) com idade menor que cinco anos que fosse acompanhado por uma
das Unidades de Atenção Primária à Saúde de Redenção-Ce. Já como critério de exclusão, utilizou-se: mãe que possuísse alguma
limitação que a impedisse de compreender os instrumentos de coleta. A coleta de dados ocorreu nas próprias unidades de saúde
por meio de um formulário semi-estruturado validado por Joventino (2010). Os dados foram tabulados e analisados por meio
do Programa IBM SPSS (versão 22.0).

Resultados:
Verificou-se que as mães possuíam idade que variou de 17 a 46 anos, com média de 27,7 anos (DP ±6,7), tinha de nove a 12 anos
de estudo (n= 185; 68,0%), vivia em união consensual (n= 112; 39,9%), com renda per capita inferior a 234,25 reais (n= 211;
75,4%) e residia em casa de tijolo com reboco (n= 233; 82,9%). Quanto às crianças, percebeu-se que grande parte era do sexo fe-
minino (n= 143; 50,9%), mamou exclusivamente até o sexto mês (n= 99; 35,2%), já tinha apresentado episódios diarreicos prévios
à pesquisa (n= 177; 63,0%) e havia sido levada ao serviço de saúde durante a diarreia (n= 114; 64,4%), porém somente 14 (7,9%)
crianças foram internadas por essa patologia.

Conclusões:
Constatou-se que a diarreia infantil ainda é uma afecção prevalente no cenário estudado. Assim, torna-se importante a elaboração
de estratégias e tecnologias de educação em saúde que visem orientar os cuidadores acerca das formas de prevenção e tratamento
dessa patologia.

Comunicação Oral Curta 29


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
AZAGE, M.; KUMIE, A.; WORKU, A.; BAGTZOGLOU, A. C. Childhood diarrhea in high and low hotspot districts of Amhara Region, north-
west Ethiopia: a multilevel modeling. J. Health Popul. Nutr., v. 35, n. 13, p.1-14, 2016.

JOVENTINO, E. S. Construção e validação de escala para mensurar a autoeficácia materna na prevenção da diarréia infantil. 2010. 242
f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará,
2010.

30 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRODUTO DA VIVÊNCIA PRÁTICA NOS CUIDADOS DE


ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE CELULITE:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
FRANCISCO DANILO RODRIGUES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
HANA LETICIA FERREIRA ARAÚJO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
QUIRIANE MARANHÃO ALMEIDA
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
A experiência foi realizada nos meses de Outubro e Novembro de 2018.

Objeto da Experiência:
Um paciente usuário do sistema público de saúde de um Centro de Saúde da Família, com diagnóstico de celulite, sexo masculino, na-
turalidade de Jaibara.

Objetivos:
Aplicar os cuidados de enfermagem relacionados ao paciente com diagnóstico de Celulite.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, através de uma intervenção de acadêmicos de enfermagem do 5°
período de enfermagem do Centro Universitário Inta (UNINTA), com um usuário do sistema único de saúde portador de celulite. Os
cuidados de enfermagem foram aplicados através das teorias de enfermagem.

Resultados:
Através da coleta de dados e anamnese do paciente, que possui diagnóstico de Celulite, foram identificados 3 problemas em que
o individuo necessitava de cuidados os quais eram, dificuldade de deambulação, dificuldade na identificação de tomar os me-
dicamentos e relatou prurido intenso em local afetado. Planos de cuidados foram desenvolvidos e resultados positivos foram
alcançados.

Análise Crítica:
A partir dessa experiência, observou-se que ainda há falhas no sistema único de saúde, através da ESF, onde os pacientes neces-
sitam de um olhar holístico, mas ao mesmo tempo eles precisam de independência do sistema e incentivo do autocuidado. Na
qual as DCNT, que acometem grande parte da população mundial torna-se preocupante, pois, são esses usuários que tem chegado às
unidades e que enfrentam dificuldades principalmente com o passar da idade, necessitam de cuidados que geram autonomia do
usuário e que melhoram a qualidade de vida.

Conclusões:
Na percepção quanto acadêmicos, implementar os cuidados de enfermagem em ambientes desconhecidos ainda é um fator
desafiador, pois provoca um pouco deinvasão de privacidade e desconforto de inicio. Por outro lado contribuir com o avanço do
paciente e sua qualidade de vida no seu meio domiciliar são de uma oportunidade única e saldosa. A maior dificuldade é repassar
os fatores de risco que a celulite bacteriana pode trazer e, sobretudo os pacientes seguirem o que foi proposto no plano de cuida-
dos, sendo muita das vezes por questões culturais o paciente se nega ao tratamento criando barreiras adjuntas a comunidade de
profissionais.

Comunicação Oral Curta 31


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
RIBEIRO, M. A.; LAGES, J. S. S.; LOPES, M. H. B. M. Diagnósticos de enfermagem relacionados à pele: definições operacionais.
Rev. Latino-Am. Enfermagem 20(5): [10 telas] set. Out. 2012.

SOUZA, C. S. Infecções de tecidos moles: erisipela. Celulite. Síndromes infecciosas mediadas por toxinas. Medicina, Ribeirão Preto,
36, 351-356, abr./dez. 2003.

32 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA PUERICULTURA


COLETIVA COM POPULAÇÃO SOCIALMENTE VULNERÁVEL: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
MARIA IDELÂNIA ALVES DA SILVA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LÍVIA GUIMARÃES ALBUQUERQUE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
GLÓRIA CIBELE BEZERRA SIQUEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANA CLAÚDIA COSTA DE SAMPAIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
Ação realizada no dia 02 de julho de 2019, no período da tarde, com duração de 2h.

Objetivo da Experiência:
Realizar ações de promoção à saúde na puericultura coletiva para a estimulação da alimentação saudável enfatizando hábitos
adequados e acessíveis.

Objetivos:
Relatar a experiência do grupo de puericultura coletiva através da promoção da alimentação saudável.

Metodologia:
Estudo descritivo, tipo relato de experiência, mediado pela Liga de Enfermagem em Saúde da Família com 7 mães e 7 crianças de
5 anos em uma Unidade Básica de Saúde no interior do Ceará. A ação foi realizada por meio de metodologia ativa com enfoque
na alimentação saudável. Foi utilizado uma boneca em forma de pirâmide alimentar onde as crianças eram orientadas a indicar os
alimentos que faziam parte do seu dia a dia; a partir daí foram introduzidos alimentos saudáveis e acessíveis.

Resultados:
A partir desta atividade, foi possível perceber um déficit na alimentação das crianças, fato que pode estar relacionado ao pouco
conhecimento nutricional das mães, pois em diversos momentos se mostraram inseguras e culparam a situação financeira para
a não adesão a uma alimentação de qualidade. Dessa forma, a equipe conseguiu sensibilizá-las para a possibilidade de uma ali-
mentação adequada e ao mesmo tempo acessível a sua situação de vulnerabilidade social.

Análise Crítica:
A literatura evidencia que as ações do enfermeiro valorizam a cura da doença, e não da promoção à saúde¹, sendo que a puericul-
tura é voltada a prevenção². A efetividade dos grupos de puericultura coletiva ainda é um desafio, pois a implementação das ações
no cotidiano das famílias é difícil³. Conclusões: O comportamento alimentar é determinado por fatores nutricionais, demográfi-
cos, econômicos e culturais. Dito isto, conclui-se que a puericultura coletiva é um espaço primordial para a promoção da saúde,
sendo possível perceber isto através da sensibilização das mães para a importância da boa alimentação, que é fator primordial
para o crescimento saudável das crianças e melhora nas condições de vida dos familiares.

Referências:
Malaquias, Tsm; Baldissera, Vad; Higarashi, Ih. Percepções Da Equipe De Saúde E De Familiares Sobre A Consulta De Enfermagem.
Acesso Em Julho 26, 2019.

Ministério Da Saúde (Br) Saúde Da Criança: Acompanhamento Do Crescimento E Do Desenvolvimento. Acesso Em Julho 26, 2019.

Oliveira Ffs, Oliveira Ass, Lima Lho, Marques Mb, Felipe Gf, Sena Ivo. Child Care Consultations Held By Nurses Within The Family
Health Strategy. Acesso Em Julho 26, 2019.

Comunicação Oral Curta 33


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DE ASSISTÊNCIA INTEGRADA EM COMUNIDADE:


CONTRIBUIÇÕES À REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL
FERNANDA CLARA DA SILVA RIBEIRO
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
MARIA ALICE OLIVEIRA DA SILVA
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
THAYNNARA GOMES FERREIRA
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
LIZIANE DA CRUZ BRAGA
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
ANDRÉ RIBEIRO DE CASTRO JUNIOR
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
Intervenção realizada em agosto de 2018 no município de Fortaleza-CE.

Objetivo da Experiência:
População de uma comunidade do município de Fortaleza-CE atendida dentro de uma Rede de proteção social, apoio e desenvol-
vimento à juventude.

Objetivos:
Relatar a realização da ação na comunidade com a oferta de diversos serviços como jurídico, social e de saúde, com a presença
de profissionais do Direito, da Assistência Social, Psicologia, Enfermagem e Medicina, promovendo uma assistência integralizada
e equânime.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, com abordagem qualitativa (VARGA, 2009). A ação foi realizada por
profissionais de diversas áreas do conhecimento, onde os mesmos adentraram a comunidade para prestação de serviços voluntá-
rios em parceria com projeto de extensão da Universidade Estadual do Ceará-UECE, uma Rede de proteção social, apoio e desen-
volvimento à juventude e a Associação de moradores de um bairro de Fortaleza-CE.

Resultados:
O acesso a serviços sociais mais complexos. A enfermagem adentrou ao cenário com grande relevância, trazendo avaliação ambu-
latorial para hipertensos e diabéticos, realizou visitas domiciliares oportunizando um reconhecimento significativo do território e
da população que o compõe. Observou-se um grande interesse da população na assistência ofertada, bem como satisfação com
a diversidade de serviços disponibilizados.

Análise Crítica:
A ação propiciou uma visão do que realmente se trata a integralidade na assistência, desde reconhecimento da população e das
demandas do território, até o atendimento com abordagem aos diversos aspectos dos indivíduos que participaram. Segundo Men-
doza-Parra (2016), a enfermagem tem um relevante papel na investigação dos nichos de desigualdade e possui uma atuação forte
no enfrentamento para a diminuição das mesmas, provendo assim a universalidade, a integralidade e uma assistência equânime.

Conclusões:
Conclui-se que é de suma importância que ações integrativas e que possibilitem o acesso a áreas de interesse popular sejam cada
vez mais inseridas dentro de espaços destinados ao convívio dessa população, oportunizando o estabelecimento de vínculos e

34 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

o aumento da credibilidade referente ao espaço da Rede perante os indivíduos daquele território. Em contrapartida, fornecer à
profissionais e discente um reconhecimento de vivência contextual e prático.

Referências:
MENDOZA-PARRA, Sara. Coverage, universal access and equity in health: a characterization of scientific production in nursing. Rev.
Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 24, e2669, 2016.

VARGA, C.R.R. ALMEIDA, V.C. et al. Relato de experiência: o uso de simulações no processo ensino-aprendizagem em Medicina.
Rev. Bras. Educação Médica. São Paulo, v.33,n.2, p 291-297, 2009.

Comunicação Oral Curta 35


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA: CAPACITANDO


PROFESSORES SOBRE EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS
RINNA KHARLA SOUSA MOREIRA
Universiddae Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA PARECIDA FERNANDES CARDOSO
Universiddae Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ALANA FERRERIRA RIOS
Universiddae Estadual Vale do Acaraú (UVA)
RENÁLIA OLIVEIRA DE SOUSA
Universiddae Estadual Vale do Acaraú (UVA)
FRANCISCA NAIRA SOUSA DUARTE
Universiddae Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LUCIANA MARIA MONTENEGRO SANTIAGO
Universiddae Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
O estudo foi realizado no período de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Capacitar professores escolares de um Centro de Educação Infantil (CEI) acerca das emergências pediátricas.

Objetivos:
Descrever a experiência e contribuição de uma capacitação realizada por acadêmicos de enfermagem para professores infantis
sobre emergências pediátricas.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, com abordagem qualitativa, realizada por acadêmicos de enfer-
magem membros do Núcleo de Ensino e Extensão em Assistência Pré-Hospitalar (NEEAPH), possuindo como público alvo profes-
sores da rede de ensino de um Centro de Educação Infantil (CEI) do município de Sobral-CE. Houve a presença de 10 professores
em momentos subdivididos em três etapas: Dinâmica inicial, ciclo teórico juntamente com prática e avaliação do momento.

Resultados:
Os professores relataram sobre o conhecimento prévio acerca da temática e descreveram situações reais, notou-se a fragilidade
em relação as situações emergenciais. Abordou-se sobre o tema engasgo de forma teórica e logo após todos praticaram a mano-
bra de Heimlich em lactente e crianças. Na temática de febre, convulsões e queimaduras foram explanadas condutas básicas para
minimizar complicações, como também a solução de dúvidas corriqueiras.Além da abordagem da Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP).

Análise Crítica:
Segundo Leite et al (2018) a escola é um local onde requer cuidados e atenção para com os alunos, seja qual for à faixa etária. Aci-
dentes e incidentes acontecem, porém, a escola é responsável pelo aluno e pela sua integridade física enquanto este estiver sob
sua guarda. Sendo assim, pode-se ressaltar a relevância em ter profissionais da educação capacitados a prestarem os primeiros
socorros, diante de eventuais situações de emergência em que os mesmos possam a vim presenciar.

Conclusões:
Conclui-se que os professores escolares se mostraram incentivados em aprender as maneiras corretas para agir em situações
que necessite dos primeiros socorros. Assim, o momento promovido foi de grande relevância não só para os professores, mas

36 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

também para os acadêmicos, ficando evidente o quanto é importante a contribuição dos acadêmicos de enfermagem acerca da
capacitação de primeiros socorros e a importância de se trabalhar essa habilidade ainda no processo de formação profissional.

Referências:
LEITE et al. PRIMEIROS SOCORROS NA ESCOLA: CONHECIMENTO DA EQUIPE QUE COMPÕE A GESTÃO EDUCACIONAL. Temas em
Saúde. João Pessoa, 2018. Disponível em: <http://temasemsaude.com/wp-content/uploads/2018/10/fip201819.pdf>. Acesso em
03 mar.2019.

Comunicação Oral Curta 37


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO À SAÚDE DE GESTANTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA:


UMA ESTRATÉGIA DE AMPLIAÇÃO DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL
REALIZADA POR RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA
GERMANA CELY MEDEIROS DE SOUZA MUNIZ
Universidade Federal do Ceará (UFC)
SUÊNIA EVELYN SIMPLÍCIO TEIXEIRA
Universidade Pitágoras UNOPAR
PAMELLA KAROLINE BARBOSA SOUSA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
TIAGO DA ROCHA OLIVEIRA
Escola de Saúde Publica Visconde de Sabóia
CLAUDIO SOARES BRITO NETO
Prefeitura Municipal de Boa Vista

Período de realização:
Fevereiro a julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Contribuir para promoção à saúde das gestantes atendidas em dois territórios da sede do município de Sobral, Ceará.

Objetivos:
Ampliar a atenção pré-natal por meio da abordagem grupal; Fomentar outras estratégias de cuidado integral; Ampliar o escopo
de ações da Residência em Saúde da Família nos territórios.

Metodologia:
Estudo do tipo descritivo, ocorrido em dois territórios da Estratégia Saúde da Família da sede do município de Sobral, Ceará.
Ocorreu no período de fevereiro a julho de 2019, com de participação de 20 gestantes, durante encontros em grupo quinzenais e
mensal nos quais eram discutidas temáticas pertinentes ao período gestacional, parto e pós-parto com metodologias dialógicas
e promotoras da autonomia. Os dados foram registrados em diário de campo. Respeitou-se os princípios da Resolução 196/2012.

Resultados:
Os encontros iniciaram a partir da busca ativa, culminando com o primeiro encontro no qual foi abordado a importância do pré-
-natal, e em seguida foram pactuados com as gestantes a periodicidade e as temáticas que seriam abordadas em cada encontro,
sendo elas: Mitos e Verdades na Gravidez, Alimentação Saudável, Amamentação, Pré-natal odontológico, Direitos da gestante,
Exercícios do assoalho pélvico, Parto Humanizado, Enxoval e cuidados com recém-nascido e Saúde Mental na gestação e puerpé-
rio.

Análise Crítica:
Um dos problemas elencados para o aumento da morbimortalidade materno e neonatal é o não acesso uma atenção pré-natal de
qualidade. A Rede Cegonha orienta a realização do pré-natal e que sejam implementadas estratégias de comunicação e programas
educativos, assim a atenção em grupos contribuem para operacionalização da mesma, e para ampliação do cuidado a gestante
para além do enfoque clínico, aproximando-se das necessidades de aprendizagem destas gestantes para com seu cuidado e re-
cém-nascido.

Conclusões:
Os encontros com as gestantes possibilitaram a troca de conhecimento, o esclarecimento de dúvidas, o fortalecimentos do vín-
culo e a melhoria da atenção pré-natal, ao passo que ampliou-se as estratégias de cuidado por meio da educação em saúde e do

38 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

cuidado em grupo. Percebe-se como fragilidade a não adesão de todas as gestantes dos territórios. Entende-se que estratégias
como essa devem ser incentivadas e cada vez mais sistemáticas.

Referências:
Departamento de Atencão Básica, Ministério da Saúde. Atencão ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

Albuquerque RA, Jorge MSB. Construção da autonomia no ato de cuidar das mulheres: sujeito autônomo ou sujeitado? Rev. Baia-
na de Saúde Pública. 2010;34(2):397-408.

Zampieri MFM, Erdmann AL. Cuidado humanizado no pré-natal: um olhar para além das divergências e convergências. Rev. Bras.
Saúde Matern. Infant. 2010; 10(3):359-67.

Comunicação Oral Curta 39


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PSICOLOGIA HOSPITALAR E SEUS DESAFIOS: UM RELATO DE


EXPERIÊNCIA NA CIDADE DE SOBRAL-CE
DEYSILANE DOS SANTOS GONÇALVES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LAYRES DA CONCEIÇÃO LOIOLA SOARES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANA MIRELE RODRIGUES SENA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
DEIDIANE MOREIRA ALVES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANTÔNIO MATEUS BEZERRA DE SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LUANA VALE DE OLIVEIRA GIRÃO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
O período de vivencia está compreendido entre os meses de agosto e dezembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
O trabalho consiste de um relato de experiência, enquanto estagiária do setor de Psicologia, em um dos hospitais públicos da
cidade de Sobral, Ceara.

Objetivos:
Trazer situações vividas junto aos profissionais que compõem as equipes de cada setor mencionado e como o trabalho da Psico-
logia se desenvolve e é atravessado pela dinâmica hospitalar e o fazer desses outros profissionais.

Metodologia:
O delineamento utilizado no presente artigo foi a Observação Participante, uma metodologia cientifica qualitativa utilizada para
observação em campo, onde o pesquisador analisa o contexto do campo no qual está inserido, buscando apreender situações,
fatos e comportamentos inerentes àquela realidade.

Resultados:
Diante do observado pudemos perceber que há um desconhecimento do que consiste a atuação do profissional de psicologia na
instituição hospital, dos limites do seu fazer e de como o mesmo pode atravessar o trabalho dos outros profissionais. Nosso tra-
balho, enquanto estagiários de psicologia, era atenuar conflitos de modo a facilitar a comunicação entre os serviços demandados
e os realizados pelas equipes dos setores.

Análise Crítica:
Analisando os desdobramentos do cotidiano nas alas hospitalar, percebemos que fatores como humor, disposição e logística
variam dependendo das especificidades do atendimento de cada serviço oferecido. Á exemplo, temos a emergência, que devido
ao grande fluxo de pacientes, familiares e profissionais gera um ambiente aversivo para ambos e reflete na qualidade do serviço
oferecido. A escuta era a principal ferramenta utilizada para acolher a demanda de sofrimento.

Conclusões:
Concluímos que o profissional de psicologia entra quando as outras especialidades mais usuais dentro do hospital (medicina, en-
fermagem e serviço social) falham, como um apagador de incêndios. E, portanto, é preciso reiterar a importância do profissional
de psicologia naquele espaço e colocar em pratica os princípios do trabalho multiprofissional, no qual o psicólogo possa atuar
com mais protagonismo.

40 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BARCELLOS, G.B. Comunicação entre os profissionais de saúde e a segurança do paciente. In: SOUSA, P., and MENDES, W., orgs.
Segurança do Paciente: criando organizações de saúde seguras [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2014, pp. 139-158. Vol.
2. ISBN: 978-85-7541-594-8.

FOSSI, L.B., GUARESCHI, N.M.F.; A psicologia hospitalar e as equipes multidisciplinares. LIMA, M.A.D.S., ALMEIDA, M.C.P., LIMA,
C.C.; A utilização da observação participante e da entrevista semi-estruturada na pesquisa em enfermagem. Porto Alegre, 1999.
MACEDO, P.C.M. Desafios atuais no trabalho multiprofissional em saúde. Rev. SBPH v.10 n.2 Rio de Janeiro dez. 2007.

SAAR, S.R.C., TREVIZAN, M.A. Papéis profissionais de uma equipe: visão de seus integrantes. Rev Latino-am Enfermagem 2007
janeiro-fevereiro.

TONETTO, A.M., GOMES, W.B. A prática do psicólogo hospitalar em equipe multidisciplinar. Estudos de Psicologia I Campinas I
24(1) I 89-98 I janeiro - março 2007.

Comunicação Oral Curta 41


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATO DA IMPLANTAÇÃO DE POSTO DE COLETA DE LEITE


HUMANO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
MARIA JÚLIA BARBOSA MUNIZ
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
ILZIANE TOMAZ FERREIRA
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
BIANCA IANNE CARLOS GONÇALVES
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
MARIA ADELAIDE DE ARAÚJO
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
FRANCISCO MARCOS DE LIMA MESSIAS
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)
SAIWORI DE JESUS SILVA BEZERRA DOS ANJOS
Universiddae Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A atividade foi realizada no período de junho a julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Acompanhamento da implantação do Posto de Coleta de Leite Humano, em uma unidade de saúde da família, a fim de incentivar
a amamentação.

Objetivos:
Relatar a experiência de uma residente em enfermagem obstétrica na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno por
meio da implantação de um posto de Coleta de Leite Humano.

Metodologia:
Estudo de natureza descritiva, tipo relato de experiência. O presente estudo foi realizado em uma unidade de saúde da família, em
Fortaleza (CE), durante o período de junho a julho de 2019. A unidade em parceria com Hospital Infantil Albert Sabin implantou
um Posto de Coleta de Leite Humano com objetivo de fortalecer o apoio e incentivo ao aleitamento.

Resultados:
O primeiro mês de implantação do Posto de Coleta foi marcado por baixa adesão de gestantes e nutrizes, apesar dos esforços em
conjunto com a residência e os profissionais de saúde. Nesse período foram realizadas sete consultas às puérperas que compare-
ceram ao serviço, em sua maioria, em busca de orientação acerca do aleitamento materno, ordenha, armazenamento correto do
leite materno e possível doação, assim como a resolução de problemas na lactação (ingurgitamento mamário).

Análise Crítica:
A Estratégia Saúde da Família é um espaço fecundo para a promoção, proteção e apoio à amamentação. O papel dos profissio-
nais de saúde deve ser iniciado no pré-natal ao compartilhar informações essenciais para a mulher e sua família, destacando a
importância do aleitamento para o binômio, explicitando a fisiologia da lactação, as possíveis dificuldades que podem surgir e as
estratégias para prevenção e superação da mesma durante o aleitamento (RAMOS et al., 2018; CARREIRO et al., 2018).

Conclusões:
O processo de implantação do Posto de Coleta foi enriquecedor para construção dos conhecimentos dos envolvidos. Apesar de
ainda sentir falta do apoio de alguns profissionais envolvidos nesse processo, que necessitam ser sensibilizados, principalmente
os agentes comunitários e os enfermeiros que tem contato com as puérperas nos primeiros dias pós-parto. Assim como a realiza-
ção de ações para mobilizar e captar ainda no pré-natal as gestantes.

42 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
RAMOS, A. E.; RAMOS, C.V.; SANTOS, M. M.; ALMEIDA, C.A.P.L.; MARTINS, M. C. C. Conhecimento sobre aleitamento materno e
alimentação complementar dos profissionais de saúde. Rev Bras Enferm [Internet], v.71, n.6, p. 2953-2960, 2018. DOI: http://
dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0494.

CARREIRO, J. A; FRANCISCO, A. A; ABRÃO, A.C.F.V; MARCACINE, K. O; ABUCHAIM, E. S. V; COCA, K.P. Dificuldades relacionadas ao
aleitamento materno: análise de um serviço especializado em amamentação. Acta paul. enferm. [Internet], v.31, n.4, p.430-438,
2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v31n4/1982-0194-ape-31-04-0430.pdf. [acesso em 21 jun 2019].

Comunicação Oral Curta 43


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM


ÊNFASE NA SAÚDE DO HOMEM REALIZADA NO NOVEMBRO
AZUL
ANA KARINE COELHO PONTE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ELINE TORRES PASSOS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
VITÓRIA RÉGIA XIMENES PAIVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
RAFAELA DE ALBUQUERQUE CUNHA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
JOSIANE ALVES DORNELES
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
Novembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Homens considerados em grupos de risco, moradores da área de abrangência do CSF Santo Antônio, Sobral/CE.

Objetivos:
Compreender de modo prático a dinâmica de projetos desenvolvidos nos centros de saúde da família; Relatar tanto a acompanha-
mento ao atendimento médico feito na triagem quanto a vivência na roda de conversa desenvolvida no momento da ação com
os participantes.

Metodologia:
O movimento novembro azul trata-se de uma campanha nacional a favor da saúde masculina, principalmente no que diz respei-
to ao combate ao câncer de próstata, e adesão aos exames preventivos, sendo a época do ano que os homens mais procuram
atendimento médico. Diante da importância da disseminação dessas informações, acadêmicos do curso de Medicina do Centro
Universitário INTA participaram da realização de uma ação de promoção à saúde com ênfase na saúde do homem, no dia 22 de
novembro de 2018.

Resultados:
Inicialmente, realizou-se uma dinâmica na sala de espera para o atendimento médico, onde os acadêmicos ressaltaram a impor-
tância do autocuidado e de exames preventivos. Somado a isso, alguns acadêmicos puderam acompanhar o atendimento médico
da unidade, onde se realizou análise de pacientes pertencentes a grupos de risco e, mediante uma triagem, foi feita solicitação
do exame de PSA. Além disso, foi desenvolvido o denominado “clube do bolinha”, um espaço expansivo a perguntas e relatos de
casos.

Análise Crítica:
Os homens presentes participaram ativamente no decorrer da ação e mostraram-se bastante interessados. Pareciam desconhecer
o câncer de próstata e de pênis e possuíam muitas dúvidas, principalmente em relação aos métodos diagnósticos. Evidencia-se,
também, que a unidade básica de saúde, por ocasião da ação, oportunizou aos participantes, também, testes rápidos de doenças
sexualmente transmissíveis, ato que obteve ampla aceitação.

Conclusões:
A realização de campanhas de prevenção do câncer de próstata é de grande valor para alertar os homens sobre a importância de

44 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

cuidarem da saúde e para oportunizar o diagnóstico precoce da doença. O envolvimento dos acadêmicos de medicina, colaboran-
do na realização de tais campanhas, é relevante e proporciona enriquecedora experiência a esses por possibilitar a interação com
a comunidade e a promoção de saúde.

Referências:
Ministério da Saúde. Câncer de Próstata. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_prostata.pdf.
Acessado em 7 jul. 2019.

Comunicação Oral Curta 45


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELAÇÃO DO CONHECIMENTO DAS MULHERES SOBRE O


CLIMATÉRIO E INTENSIDADE DOS SINTOMAS
CLARISSE GUIMARÃES MATOS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MARIANA ROSY SALES ARAÚJO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANA VIRGÍNA DE MELO FIALHO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
DIANE SOUSA SALES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
AMANDA CABOCLO FLOR
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
CAROLINE MEDEIROS BATISTA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
O climatério é o período fisiológico e natural do ciclo de vida da mulher, ocorrendo entre os 45 a 60 anos e tem como marco final
a menopausa. Sua sintomatologia compreende manifestações físicas de irregularidade da menstruação, ondas de calor, sudorese
noturna, calafrios, insônia, perda de memória, fadiga, irritabilidade, ansiedade, depressão e diminuição da libido (BRASIL, 2016).

Objetivos:
Notou-se a importância de estudar acerca do conhecimento que as mulheres tem sobre a sintomatologia do mesmo. O estudo
tem como objetivo descrever a relação da percepção dos sintomas do climatério com o conhecimento da mulher acerca do mes-
mo.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases de dados eletrônicas – LILACS, BDENF, IBECS e PubMed utilizando os
descritores: “Saúde da mulher“, climatério, Enfermagem. Utilizando o operador boleano “and”. A busca dos estudos teve como
base a pergunta norteadora “Qual a percepção das mulheres sobre o climatério e seus sintomas?” e foi realizada no mês de abril
de 2019. Após a busca, obteve-se 680 estudos (29 LILACS, 31 BDENF, 1 IBECS e 619 PubMed), dos quais foram selecionados 38
artigos para serem lidos na integra. Para coletar as informações dos estudos, utilizou-se um instrumento previamente elaborado
e validado de Ursi (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Resultados:
Nazarpour, Simbar, Tehrani (2016) apontam que aquelas que referem mais complicações, ou que sentem os sintomas com mais
intensidade possuem menor grau de escolaridade. O cuidado para essas mulheres não é restrito ao tratamento medicamentoso,
o conhecimento dessa fase abordando os aspectos individuais diferenciam a assistência e a qualidade de vida nesse momento.
Atenção básica é a porta de entrada da população nos serviços de saúde, exigindo do enfermeiro aptidão para ofertar informações
sobre manejo dos sintomas e resolução dos problemas apresentados pelas mulheres climatéricas, utilizando a educação em saúde
como ferramenta (OLIVEIRA et al, 2017).

Conclusões:
Portanto, conclui-se que o conhecimento das mulheres sobre a sintomatologia e alívio delas possui relação direta com a inten-
sidade dos sintomas apresentado pelas mesmas. A capacitação do profissional na atenção básica se faz necessária para que ele
possa assistir as mulheres que se apresentarem nesse período especifico do ciclo de vida, tendo em vista a atenção básica porta
de entrada dessas mulheres no serviço.

46 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de
Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.

NAZARPOUR, S.; SIMBAR, M.; TEHRANI, F. R.;.Factorsaffecting sexual function in menopause: A reviewarticle. TaiwaneseJourna-
lofObstetricsandGynecology. 2016. Disponível em: Acesso em 15 abr. 2019.

OLIVEIRA, Z.M.; et al. Cuidado de enfermagem no climatério: perspectiva desmedicalizadora na atenção primária de saúde. Re-
venferm UFPE online., Recife, 11(Supl. 2):1032-43, fev., 2017. Disponível em: Acesso em 15 abr. 2019.
Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. 2010; 8(1): 102-6.

Comunicação Oral Curta 47


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REVELANDO SENTIMENTOS E EMOÇÕES: GRUPO DE


GESTANTES
BEATRIZ DA SILVA SOUSA
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
SAMYLLA LOUISE LIMA BARBOSA
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
HELEYSÂNIA OLIMPIO MARINHO
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
BRENDA BRITO RAMOS
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
ANA CLARA MACIEL BARROSO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
SILVINHA DE SOUSA VASCONCELOS COSTA
Sistema Saúde Escola de Sobral

Período de realização:
Maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Oficina das sensações e Roda de Conversa com gestantes de um Centro de Saúde da Família (CSF) de Sobral-Ceará, sobre senti-
mentos e emoções.

Objetivos:
Relatar a experiência de uma oficina das sensações e roda de conversa sobre os sentimentos e emoções advindos da maternidade
com um grupo de gestantes de um CSF do município de Sobral-Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, a partir de uma atividade desenvolvida pelos Residentes em
Saúde da Família com um grupo de gestantes, em maio de 2019, abordando os sentimentos e emoções na gestação, participaram
9 gestantes. O primeiro momento deu-se com acolhimento e apresentação dos participantes, em seguida fez-se a oficina das sen-
sações objetivando um ambiente de sensibilidade, depois abriu-se espaço para roda de conversa e encerrou-se com a avaliação
do momento.

Resultados:
Após o acolhimento, as gestantes com os olhos fechados receberam alguns estímulos aos sentidos como o cheiro de perfume de
bebê, segurar uma boneca e ao fundo musical uma música que remetia à maternidade, cantada e tocada por um dos profissionais,
observou-se reações fortes como chorar após sentir o cheiro de bebê e forte abraço ao tocar a boneca. Na roda de conversa, hou-
ve tanto aquelas felizes, por sua gravidez planejada, quanto aquelas que relataram surpresa e preocupação.

Análise Crítica:
Vivenciar a maternidade é uma experiência única, que perpassa diversas mudanças tanto sociais, como físicas e emocionais.
Dessa forma, promover espaços que proporcionem às gestantes expressaram seus sentimentos, suas dúvidas e suas necessidades
vivenciadas na gestação, ainda é algo que precisa ser intensificado, uma vez que nem sempre o momento da consulta de pré-natal
contempla tais necessidades.

Conclusões:
Notou-se que a atividade realizada proporcionou às participantes um momento de descontração e aprendizagem significativa,
pois possibilitou a gestante a tornar-se mais ativa e corresponsável pelo cuidado. Evidenciou-se a importância do trabalho inter-

48 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

disciplinar na condução de um grupo de promoção à saúde, sendo uma prática compartilhada e de troca de saberes, a ser desen-
volvida no cotidiano do trabalho em saúde, de forma lúdica e interativa.

Referências:
Zanettini A, Urio A, Souza JB, et al. As Vivências da Maternidade e a Concepção da Interação Mãe-Bebê: Interfaces Entre as
Mães Primíparas Adultas e Adolescentes. Rev Fund Care Online.2019. abr./jun. 11(3):655-663. DOI: http://dx.doi.
org/10.9789/2175-5361.2019.v11i3.655-663

Comunicação Oral Curta 49


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE MENTAL E DOCÊNCIA: UM ESTUDO HISTÓRICO-


CULTURAL SOBRE O MAL- ESTAR NO PROFESSOR
THIAGO COSTA ALVES
Centro Universitário Católica de Quixadá
ANDREZA MÔNICA BATISTA DA SILVA
Centro Universitário Católica de Quixadá
CÂNDIDA MARIA FARIAS CÂMARA
Centro Universitário Católica de Quixadá
MILENA DE HOLANDA OLIVEIRA BEZERRA
Centro Universitário Católica de Quixadá
Introdução:
A Psicologia Histórico-Cultural considera que a manifestação psicológica cresce no decorrer do tempo, e o fenômeno psicológico
está intimamente ligado à situação econômica e cultural em que se encontra o ser humano. Para a Psicologia Histórico-Cultural,
discutir o fenômeno psicológico é necessariamente falar da sociedade, pois o psiquismo do indivíduo é conhecido pelo meio da
interiorização social.

Objetivos:
O objetivo deste estudo foi investigar, por uma ótica da Psicologia Histórico- Cultural, como se constitui a saúde mental dos pro-
fessores na contemporaneidade.

Metodologia:
Esta pesquisa se trata de uma revisão de literatura com caráter descritivo e exploratório, de cunho qualitativo, que por sua vez
buscou levantar obras científicas (artigos, teses, dissertações) em fontes de divulgação de ideias (revistas, periódicos, etc.,) rela-
cionadas ao tema, sendo obtidas através dos indexadores Google Acadêmico e Scielo, usando as palavras-chave para busca “saú-
de mental e docência”, “mal-estar docente” e “saúde do professor”. As literaturas incluídas no estudo foram aquelas de autores
relevantes na temática e com datas de publicação dentro dos últimos 5 anos; foram excluídos todos aqueles com mais de 5 anos
de publicação, finalizando com 22 obras.

Resultados:
Foram encontrados alguns aspectos que incidem no subjetivo e identitário do professor, desencadeando o mal-estar docente, são
eles: sentimentos de sofrimento, angústia, aflição, ansiedade, desvalorização e falta de apoio. Apatia, desânimo, estresse físico
e mental, isolamento, depressão, baixo autoestima, e desejo de deixar a profissão. Portanto, o professor como um dos atores
principais desse cenário de trabalho, corre o risco constante de interiorizar o sofrimento causando-lhe problemas no seu processo
de formação identitária, em sua subjetividade, chegando a provocar um mal-estar decorrente do exercício da profissão em um
contexto histórico-cultural.

Conclusões:
O trabalho do docente está hoje traçado por uma lógica que busca servir ao capitalismo. Desta forma, o trabalho que deveria
funcionar como fator benéfico para o desenvolvimento humano, mostra-se na contemporaneidade como dispositivo alienante e
inumano. E ainda, cresce cada vez mais a cobrança para com o professor; o docente vem exercendo funções novas sendo sobre-
carregados. Eles estão cada vez mais sendo desvalorizados em sua função.

Referências:
BARROS, M. E. de; HECKERT, A. L; MARGOTO, L. (Org.). Trabalho e saúde do professor cartografias no percurso. Belo Horizonte:
Autentica, p. 79-100, 2008.

BOCK, B. M, Ana; GOÇALVES, M. Graça M; FURTADO, Odair (orgs.). Psicologia sócio- histórica: uma perspectiva critica em psico-
logia. 3. ed. - São Paulo: Cortez, 2007.

ESTEVE, J. M. Mudanças sociais e função docente. In: NÓVOA, A. (org.). Profissão professor. Lisboa, Porto Editora, 1999.

50 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AS POTENCIALIDADES DA PALMA-FORRAGEIRA (OPUNTIA


FICUS-INDICA L. MILL.) NO NORDESTE DO BRASIL

ROSANA SOLON TAJRA
Universidade Estadual Vale Do Acaraú (Uva)
MARÍZIA MENEZES DIAS PEREIRA
Universidade de Évora
ANA SANCHA MALVEIRA BATISTA
JOÃO MANUEL BERNARD

Introdução:
A Opuntia ficus-indica (L.) Mills. é uma Cactaceae originária da América Central, provavelmente do México, estando distribuída
principalmente pelas regiões áridas da América Central e do Sul e da região mediterrânica. Foi introduzida no Brasil pelos por-
tugueses, no período colonial e pode ser utilizada como pigmento nas indústrias de vestuário, cosmética, tintas, farmacêutica e
alimentação.

Objetivos:
Este estudo objetiva informar as propriedades nutritivas da Opuntia ficus-indica (L.) Mill., também conhecida como palma-forra-
geira, figueira da índia ou palmatória como é conhecida no Nordeste do Brasil.

Metodologia:
Em continuidade ao trabalho apresentado no III Congreso de la Sociedad Española de Geobotânica/XXVI Jornadas Internacionales
de Fitosociologia, este trabalho de Revisão de Literatura utilizou artigos publicados em periódicos relevantes nas áreas de Saúde
e Botânica, publicados a partir do ano 2004, nos idiomas inglês e português (Brasil e Portugal), que têm como tema principal o
potencial nutritivo da Opuntia ficus-indica L. Mills.

Resultados:
No Brasil, a quase totalidade do cultivo, concentrado na Região Nordeste, é destinada a alimentação animal, diferente de outros
países, como o México, EUA e Japão, onde é utilizada na alimentação humana.É usada na medicina tradicional no México e em
algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, com benefícios à saúde pública.Contém ácido ascórbico,vitamina E, ômega-3,ácido
linoleico,carotenoides, flavonoides,fibras,aminoácidos e antioxidantes.O fruto, figo-da-índia, é constituído por água, açúcares
redutores, proteínas, lípidos, fibra, tendo reduzido valor calórico (50 kcal/100 g).O teor total de aminoácidos livres é elevado
que lhe confere interesse a nível nutracêutico.

Conclusões:
Devido a sua composição da planta e dos frutos, poderá constituir um recurso importante para utilização na alimentação humana,
especialmente nas regiões semiáridas, com suas características peculiares e com populações carentes, como é o caso do Nordeste
do Brasil.

Referências:
OLIVEIRA, E. A.; JUNQUEIRA, S. F.; MASCARENHAS, R. J. Caracterização físico-química e nutricional do fruto da Palma (Opuntia
ficus indica L. Mill) cultivada no sertão do sub-médio São Francisco. HOLOS, ano 27, vol 3, 2011.

VINHOLI JÚNIOR, A. J.; VARGAS, I. A. de. Saberes Tradicionais sobre plantas medicinais: interfaces com o ensino de Botânica. Ima-
gens da Educação, v. 4, n.3, p 37-48,2014.

Comunicação Oral Curta 51


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FATORES DE RISCO PARA O ADOECIMENTO CARDIOVASCULAR


– UMA REVISÃO INTEGRATIVA
ALANA FREIRE CISNE
MARIA IZABEL SILVA DE CARVALHO
Centro Universitário Inta (UNINTA)
EVA WILMA MATINS TIMBÓ
QUITÉRIA EVELINE MARTINS TIMBÓ
Centro Universitário Inta (UNINTA)
ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA
Universidade De Fortaleza (UNIFOR)
MARIA DO SOCORRO VASCONCELOS SILVA SALES
Universidade Federal Do Ceará (UFC)

Introdução:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2017) as Doenças Cardiovasculares (DCV) causam mais mortes anualmente
do que qualquer outra enfermidade. Em, 2015, estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares,
retrata 31% de todas as mortes em nível global.

Objetivos:
Este estudo objetiva averiguar a produção científica acerca dos fatores de risco para adoecimento cardiovascular.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa realizada de abril e maio de 2018 na Biblioteca Virtual em Saúde. Para busca dos artigos usou-
-se os descritores “Doenças cardiovasculares” e “Fatores de risco”. Como critério de inclusão adotou-se os artigos disponíveis na
íntegra, em português, publicados entre 2013-2016. Como critério de exclusão foram todos os artigos que surgiram na busca, mas
que não abordavam o tema em questão. Assim, diante desses critérios foram selecionados 31 artigos.

Resultados:
Na análise dos artigos a Revista Brasileira de Hipertensão foi a que mais publicou. Os instrumentos de coleta de dados mais utili-
zados foram questionários, entrevistas, verificação da pressão arterial e cálculo do índice de massa corporal. Destacando-se o ano
de 2013. Crianças e adolescentes foram à amostra mais presente nos artigos. Autores principais, os médicos e enfermeiros. Os
ambulatórios foram locais mais utilizados. Descritores encontrados com maior frequência nos artigos: fatores de risco e doenças
cardiovasculares. Os fatores de riscos hipertensão arterial, diabetes mellitus, sedentarismo, hábitos alimentares inadequados,
sexo/gênero, níveis de colesterol elevado, tabagismo.

Conclusões:
O trabalho da enfermagem nas doenças cardiovasculares é baseado em ações preventivas e toda ação deve ser planejada. Para
isso, a identificação desses fatores de risco por meio deste estudo oferece importantes ferramentas para o planejamento e a
execução dessas ações.

Referências:
OPAS/OMS Brasil. Doenças Cardiovasculares. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&-
view=article&id=5253:doencas-cardiovasculares&Itemid=1096#:~:text=As%20doen%C3%A7as%20cardiovasculares%20s%-
C3%A3o%20a,as%20mortes%20em%20n%C3%ADvel%20global. Acessado em: 02 jun. 2019.

52 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GRUPO DE GESTANTES: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA


SAÚDE E CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE
DA FAMÍLIA
JULIANE BRAGA DA SILVA
ROSANA PARENTE PORTELA LEITÃO
Prefeitura Municipal De Sobral
FLÁVIA CAMPOS
LARA SICÍLIA ARAGÃO DE VASCONCELOS
SALÉZIA DARLYANE CARNEIRO VASCOCELOS GONZALEZ
MARIA DO SOCORRO TEIXEIRA DE SOUSA

Período de realização:
O Grupo de Gestantes acontece quinzenalmente às quartas feiras, de 15h às 17h no CSF Padre Palhano.

Objetivo da Experiência:
Gestantes do território, Enfermeiras, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Gerente da unidade e Residentes Multiprofissionais
em Saúde da Família.

Objetivos:
Relato de experiência de um grupo de gestantes nos territórios da Estratégia Saúde da Família, que tem como principais objetivos:
Fortalecer o vínculo da gestante com os profissionais de saúde, e promover estratégias de cuidados para a mãe e a criança.

Metodologia:
Relato de experiencia do grupo de gestantes criado por enfermeiras e agentes comunitários de saúde do Centro de Saúde da
Família Padre Palhano em Sobral. Acontece quinzenalmente às quartas feiras de 15 às 17 horas no próprio CSF. As equipes usam
metodologias participativas, trazendo temas da amamentação, alimentação, importância do pré-natal, uso de medicações, cuida-
dos com o recém-nascido, exames, sinais e sintomas de risco, trabalho de parto direitos da gestante.

Resultados:
Como resultados, temos o fortalecimento dos vínculos entre equipes de saúde e as gestantes do território, aumentando assim a
adesão ao pré-natal hoje com indicador de 100%, em nosso território. As gestantes demonstram mais segurança no seu autocui-
dado no período que antecede, durante e após o parto. Diminuição considerável da resistência para a realização de exames, o uso
das medicações prescritas e maior adesão à puericultura.

Análise Crítica:
Consideramos como um desafio a adesão das gestantes ao grupo. A fragilidade de vínculo que a equipe ainda encontra com algu-
mas gestantes torna dificultoso o processo de cuidar. Contudo precisamos considerar o contexto da gestante, seus arranjos e o seu
tempo. É no período gestacional que a mulher mais necessita de apoio e informações sobre seu processo de cuidado.

Conclusões:
Um grupo de gestantes é um espaço que possibilita o processo de conhecimentos, por isso é considerado a melhor forma de pro-
mover a compreensão da gestação (MS, 2011). É necessário criação de vínculos a fim de possibilitar a confiança para o cuidado
à saúde da mulher e da criança. Segundo relatos das próprias gestantes, no grupo conhecem seus direitos, compartilham experi-
ências, promovendo essa troca através de suas histórias de vida.

Referências:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Diretrizes
Gerais e Operacionais da Rede Cegonha. Brasília – DF, 2011. Disponível em: http://www.portalsaude.gov.br. Acessado em: 02 jun.
2019.

Comunicação Oral Curta 53


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DAS CONDIÇÕES DE


SAÚDE DOS COLABORADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ATENÇÃO ESPECIALIZADA: TECENDO AÇÕES DE PROMOÇÃO À
SAÚDE DO TRABALHADOR
THALLYNNE ROSENDO DA COSTA
Fundação oswaldo Cruz (Fiocruz)
PAULO VITOR DA COSTA
FRANCISCA LOPES DE SOUZA
EDVANIELE COELHO LIMA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
A presente pesquisa foi desenvolvida entre os dias 12 à 17 de Junho do presente ano.

Objetivo da Experiência:
O Relato descreve as ações realizadas para o levantamento epidemiológico de colaboradores da Policlínica da 11ª microrregião
de saúde do Ceará.

Objetivos:
Traçar perfil epidemiológico dos colaboradores da instituição com o intuito de fomentar o Programa de Qualidade de Vida dos
trabalhadores; e Desenvolver ações de promoção da saúde destes colaboradores.

Metodologia:
O instrumental foi elaborado pelo setor pessoal considerando alguns indicadores, como as condições de saúde do trabalhador,
seu histórico de doenças, satisfação com o trabalho e acumulação de horas trabalhadas. O link da pesquisa foi disponibilizado
por meios eletrônicos da policlínica e solicitada a participação dos colaboradores de acordo com a disponibilidade de cada um.
O questionário foi executado no período de 5 dias, tendo alcançado 66 participantes, representando 69,4% dos colaboradores.

Resultados:
Com os dados da pesquisa foram possíveis sinalizar as demandas dos colaboradores. A partir dessa análise conseguimos desenhar
propostas de promoção à saúde, ofertando aos trabalhadores serviços e ações que deverá estimular a melhoria da qualidade de
vida destes. Promover saúde implica em buscar estratégias que diminuam os riscos de adoecimento desse trabalhador, dentro e
fora do ambiente de trabalho, envolvendo dessa forma, mudança de comportamentos de risco e a criação de hábitos saudáveis.

Análise Crítica:
Descortinar os riscos de saúde enfrentados por cuidadores de saúde e de sujeitos de adoecimento, fomenta uma política de saúde
do trabalhador ainda pouco explorada nas instituições públicas. Como nos diz Souza e Reis (2013), o mundo do trabalho preconiza
uma noção de competência que desencadeia pressão e competição, junto a isso está a exploração de uma subjetividade de seus
recursos pessoais, como saberes, atitudes e capacidades.

Conclusões:
O levantamento viabilizará a criação de estratégias para atenuar os danos do processo saúde/doença em que são acometidos os
trabalhadores da atenção secundária, direcionando o olhar da gestão para a relevância de ações de promoção à saúde disparada
pela própria instituição. Portanto, executar a política de promoção da saúde no serviço público de saúde é imprescindível para o
incentivo destas ações nas diferentes políticas públicas.

Referências:
SOUZA, Zelma Borges de; REIS, Lélia Marília dos. Entre o atender e o ser atendido: políticas em saúde para o trabalhador do ser-
viço público. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo , v. 16, n. 1, p. 87-106, jun. 2013 . Disponível em . acessos em 25 jul. 2019.

54 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

“POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS”: TRANCAR NÃO É


TRATAR, LIBERDADE É O MELHOR CUIDADO
TATIANA MEDEIROS SOUSA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
IARA SILVA COELHO
ANTÔNIA ROSENILDA OLIVINDO RODRIGUES
Instituto Pedagógico de Minas Gerais
CONCEIÇÃO DE MARIA CASTRO DE ARAGÃO
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
ANA CAMILA DE SOUSA OLIVEIRA
Faculdade Latino Americana de Educação (FLATED)
MARIA JANILEILA DA SILVA CORDEIRO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Período de realização:
O referido trabalho teve um período de realização de uma semana, no mês de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Promover uma Mobilização Social sobre a Luta Antimanicomial.

Objetivos:
Sensibilizar a população de Ubajara-CE sobre a luta antimanicomial, propagando uma vivência de lazer para os usuários e seus
familiares; Capacitar os profissionais de saúde do município e tornar os discentes das escolas do públicas conhecedores da luta e
das campanhas antimanicomiais.

Metodologia:
Foram propostas várias ações tais quais: Palestras nas escolas públicas do município; Blitz Educativa e caminhada nas ruas da ci-
dade; Capacitação e I Workshop de Saúde Mental com o intuito de ampliar o conhecimento da sociedade e dos trabalhadores do
SUS sobre a causa; Incentivamos a socialização dos pacientes e seus familiares por meio do convívio comunitário como uma das
partes mais importante para efetivação do tratamento.

Resultados:
As atividades desenvolvidas contribuíram para despertar o interesse dos usuários do CAPS, seus familiares, os profissionais de
saúde e a sociedade em geral. Cooperando com a diminuição da distância entre a sociedade e o paciente psiquiátrico. Ao longo
da realização do projeto foram trabalhadas a evolução dos cuidados em saúde mental e a estigmatização de pessoas com doenças
mentais.

Análise Crítica:
Analisou-se que a luta antimanicomial é um desafio desde os seus indícios e que ainda existe uma estigmatizarão a respeito dos
transtornos mentais. Ao desenvolvimento das atividades, sejam elas com os profissionais ou com os pacientes e famílias, obser-
vou-se que de certo modo o objetivo foi alcançado, havendo ainda impasses para a internalização e mudança do olhar empático
para as pessoas que possuem algum diagnóstico ou sintomas relacionados à saúde mental.

Conclusões:
As pessoas foram receptivas e participativas nas diferentes atividades realizadas ao longo do projeto, passando a ver o CAPS com
um novo olhar com menos preconceito e estigma. Após a realização do projeto houve um aumento da procura dos atendimentos
no CAPS. Ainda assim, a luta antimanicomial deve ser contínua, para que não aconteça o retrocesso.

Referências:

AMARANTE, Paulo; NUNES, Mônica de Oliveira. A Reforma Psiquiátrica no SUS e a Luta por uma Sociedade sem Manicômios. 2018.

JÚNIOR, Quirino. Esclarecimentos sobre as Mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional
sobre Drogas. Ministério da Saúde. 2019.

Comunicação Oral Curta 55


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS COLABORATIVAS INTERPROFISSIONAL: A


RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E O
CUIDADO INTEGRAL À PACIENTES RESTRITOS AO LAR
SILVIA SILANNE XIMENES ARAGÃO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
FRANCISCO THIAGO PAIVA MONTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
FRANCISCA JUCIARA DA SILVA LINHARES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
YVINA KARINE PARENTE CARNEIRO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CARINA GUERRA CUNHA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JADE MOURO LEMOS
Período de realização:
A ação deu-se início em julho de 2018 e tem caráter permanente.

Objetivo da Experiência:
Descrever a experiência da atuação multiprofissional enquanto prática colaborativa para a atenção à saúde de usuários restritos
ao lar.

Objetivos:
Ofertar atenção integral e multiprofissional a usuários restritos ao lar, promovendo saúde e prevenindo agravos.

Metodologia:
Estudo descritivo, do tipo relato de experiência realizado no município de Sobral, Ceará. As práticas colaborativas interprofissio-
nais realizadas pelos residentes em saúde da família (odontóloga, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista), foram desenvolvidas
por meio de visitas domiciliares a usuários restritos ao lar contado com apoio da Docente do Sistema Saúde Escola. Para tanto,
realizou-se o compartilhamento inicial dos casos com as equipes de saúde da família priorizando os casos urgentes.

Resultados:
Com a realização das intervisitas domiciliar identificou-se as principais necessidades de saúde dos usuários restritos ao lar, cuja
maioria versa sobre doenças crônicas e dependência para as atividades da vida diária. Com o exposto, os residentes, de forma
compartilhada à equipe de saúde de saúde da família, puderam elaborar um plano de cuidado buscando a oferta de uma assistên-
cia integral com vistas a melhoria das condicionalidades de saúde destes usuários e apoio à sua família.

Análise Crítica:
A visita domiciliar, como um instrumento de intervenção fundamental aos usuários restritos ao lar, tem apresentado fragilidades
uma vez não ser realizada de forma sistemática pela equipe de saúde da família. Considerando que estes usuários, em sua grande
maioria, são acometidos por doenças crônicas, com limitações e dependências para atividades da vida diária, a visita domiciliar
em caráter multiprofissional urge como uma necessidade para a oferta de uma assistência em saúde integral.

Conclusões:
A visita domiciliar como prática colaborativa interprofissional aos usuários restritos ao lar, mostrou-se efetiva uma vez ter propi-
ciado o conhecimento pela equipe de saúde das necessidades de saúde deste público, com intervenções oportunas, além da ofer-
ta de uma assistência multiprofissional. Além disso, pode-se ainda ofertar o apoio necessário para a promoção do autocuidado
bem como ofertar à família orientações pertinentes ao cuidado em saúde.

Referências:
SHINKAI, R. S. A.; DEL BEL CURY, A. A. O papel da odontologia na equipe interdisciplinar: contribuindo para a atenção integral ao
idoso. Cadernos de Saúde Pública, v. 16, p. 1099-1109, 2000.

BRUNETTI, R. F.; MONTENEGRO, F. L. B. Odontogeriatria. Noções de interesse clinico. São Paulo: Artes Médicas, 2002.

56 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NO PROGRAMA DE


RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
LAIANNE FARIAS TAVARES
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MYLENA XIMENES AGUIAR
Centro Universitário Estácio do Ceará
JOHNNY COSTA PONTE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
CRISTIANE COSME VIANNA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
BENEDITA CLEIANE CAMELO DE MAGALHÃES
ANTÔNIA MÁRCIA MACEDO DE SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A territorialização ocorreu em abril de 2019 no processo de adaptação dos residentes ao território.

Objetivo da Experiência:
O processo de territorialização da equipe de residentes multiprofissionais de Saúde da Família responsáveis pelos territórios
Centro e Pedrinhas.

Objetivos:
O período de territorialização foi realizado com objetivo de integrar os residentes ingressantes nos respectivos territórios de
forma a promover o conhecimento teórico e prático, buscando promover uma base de compreensão das demandas de atuação.

Metodologia:
A territorialização foi realizada através do reconhecimento prático do território, sendo executada através da exploração geográfica
por mapeamento e fisicamente com o auxílio dos agentes comunitários de saúde sendo portanto detectados os espaços de cuida-
dos, equipamentos sociais disponíveis e da cultura e características próprias das áreas e dos moradores da comunidade além de
ser realizadas entrevistas com lideranças comunitárias e visitas a espaços socioculturais.

Resultados:
A partir dessa experiência, foi possível executar a nossa adaptação como indivíduos comunitários e como residentes, conhecer as
condições da vida do local e sua influencia na vida e na saúde das pessoas da comunidade, mantendo através do reconhecimento
prático pelos bairros, uma aproximação da comunidade, percebendo suas vulnerabilidades, potencialidades, suas necessidades
de intervenção e de fortalecimento de ações já existentes, promovendo assim, a integração com o território.

Análise Crítica:
A territorialização é um fator importante para conseguir elaborar estratégias de promoção de saúde. Esse processo visa o conhe-
cimento não só do espaço, ou seja, as praças, casas, lugares fixos, mas em conjunto com isso conhecer a comunidade que está
inserida naquele lugar, as diferenças sociais existentes, modos de vida, condições de renda, a cultura, as crenças, os diferentes
atores, os diversos interesses envolvidos naquele espaço, as forças políticas etc.

Conclusões:
O território não constitui apenas um espaço geográfico, mas também a representação de uma população com necessidades e po-
tencialidades que permitem aos residentes, desenvolver um trabalho diferenciado e ao mesmo tempo unificado com as equipes

Comunicação Oral Curta 57


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NO PROGRAMA DE


RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
LAIANNE FARIAS TAVARES
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MYLENA XIMENES AGUIAR
Centro Universitário Estácio do Ceará
JOHNNY COSTA PONTE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
CRISTIANE COSME VIANNA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
BENEDITA CLEIANE CAMELO DE MAGALHÃES
ANTÔNIA MÁRCIA MACEDO DE SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A territorialização ocorreu em abril de 2019 no processo de adaptação dos residentes ao território.

Objetivo da Experiência:
O processo de territorialização da equipe de residentes multiprofissionais de Saúde da Família responsáveis pelos territórios
Centro e Pedrinhas.

Objetivos:
O período de territorialização foi realizado com objetivo de integrar os residentes ingressantes nos respectivos territórios de
forma a promover o conhecimento teórico e prático, buscando promover uma base de compreensão das demandas de atuação.

Metodologia:
A territorialização foi realizada através do reconhecimento prático do território, sendo executada através da exploração geográfica
por mapeamento e fisicamente com o auxílio dos agentes comunitários de saúde sendo portanto detectados os espaços de cuida-
dos, equipamentos sociais disponíveis e da cultura e características próprias das áreas e dos moradores da comunidade além de
ser realizadas entrevistas com lideranças comunitárias e visitas a espaços socioculturais.

Resultados:
A partir dessa experiência, foi possível executar a nossa adaptação como indivíduos comunitários e como residentes, conhecer as
condições da vida do local e sua influencia na vida e na saúde das pessoas da comunidade, mantendo através do reconhecimento
prático pelos bairros, uma aproximação da comunidade, percebendo suas vulnerabilidades, potencialidades, suas necessidades
de intervenção e de fortalecimento de ações já existentes, promovendo assim, a integração com o território.

Análise Crítica:
A territorialização é um fator importante para conseguir elaborar estratégias de promoção de saúde. Esse processo visa o conhe-
cimento não só do espaço, ou seja, as praças, casas, lugares fixos, mas em conjunto com isso conhecer a comunidade que está
inserida naquele lugar, as diferenças sociais existentes, modos de vida, condições de renda, a cultura, as crenças, os diferentes
atores, os diversos interesses envolvidos naquele espaço, as forças políticas etc.

Conclusões:
O território não constitui apenas um espaço geográfico, mas também a representação de uma população com necessidades e po-
tencialidades que permitem aos residentes, desenvolver um trabalho diferenciado e ao mesmo tempo unificado com as equipes

58 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

dos CSFs, construindo assim uma rede de vínculos que fortaleçam as atividades realizadas e alcancem a comunidade promovem
uma melhor qualidade de vida a todos.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Política Nacional de Promoção da Saúde - PNPS: revisão da Portaria MS/ GM nº 687, de 30 de
março de 2006. Brasília: MS; 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_p romocao_sau-
de_3ed.pdf Acesso em: 08 Mar. 2019.

POLIGNANO, M. V. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão. Disponível em:< http://medicinadeemer-
gencia.org/wp-content/uploads/2015/04/historia-das-politicas-desaud e-no-brasil-16-030112-SES-MT.pdf>. Acesso em: 08 mar.
2019.

Comunicação Oral Curta 59


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROCESSO GRUPAL COM MÃES EM UMA UTI NEONATAL: UM


COADJUVANTE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
TAMARA COSME RODRIGUES FERREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA THAYANE JORGE FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MISLANNA LOPES BARROS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
DARLIANE KELLY BARROSO DE SOUZA
MAYARA ALCÂNTARA DE ALBUQUERQUE
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
KEILA MARIA CARVALHO MARTINS
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
O processo grupal ocorreu por meio de encontros durante o mês de junho e julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A importância do processo grupal com mães de bebês internados em UTI neonatal como método coadjuvante na assistência à
saúde neonatal.

Objetivos:
Descrever o processo grupal com mães de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em um hospital da zona
norte do estado do Ceará.

Metodologia:
Relato de experiência realizado por residentes em Neonatologia em um hospital da zona norte do estado do Ceará, acerca do
processo grupal com mães de bebês internados em uma UTI neonatal. O grupo foi criado em junho de 2019 como um espaço para
conhecer, compreender e acolher as mães em suas variadas demandas. Foram definidos o nome do grupo – Mamãe coruja, local,
dia da semana e horário para os encontros e os temas a serem abordados foram listados a partir de um brainstorm realizado com
as mães.

Resultados:
O primeiro encontro envolveu as necessidades das mães trazidas em um brainstorm incluindo a promoção de momentos terapêu-
ticos e de um espaço tira dúvidas quanto à saúde da mulher e da criança, prevenção da prematuridade, métodos contraceptivos,
nutrição materno-infantil, dentre outros. Nos demais encontros houveram momentos terapêuticos e com abordagem de algumas
temáticas. As participantes demonstraram interesse e entusiasmo com o grupo, havendo forte interação com as facilitadoras do
projeto.

Análise Crítica:
A rotina hospitalar traz uma sobrecarga de responsabilidades e fragilidades que se concentram principalmente em torno das mães
que ficam em regime de internação junto aos filhos e acompanham as oscilações diárias no quadro clínico do neonato. Assim, é
crucial o desenvolvimento de grupos que promovam o acolhimento dessas mães, contribuindo para a redução do estresse gerado
pela hospitalização, além de possibilitar a construção de conhecimento em saúde.

Conclusões:
O processo grupal tem trazido resultados positivos, pois permite maior interação entre as mães e a equipe, promove educação

60 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROCESSO GRUPAL COM MÃES EM UMA UTI NEONATAL: UM


COADJUVANTE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
TAMARA COSME RODRIGUES FERREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA THAYANE JORGE FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MISLANNA LOPES BARROS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
DARLIANE KELLY BARROSO DE SOUZA
MAYARA ALCÂNTARA DE ALBUQUERQUE
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
KEILA MARIA CARVALHO MARTINS
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
O processo grupal ocorreu por meio de encontros durante o mês de junho e julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A importância do processo grupal com mães de bebês internados em UTI neonatal como método coadjuvante na assistência à
saúde neonatal.

Objetivos:
Descrever o processo grupal com mães de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em um hospital da zona
norte do estado do Ceará.

Metodologia:
Relato de experiência realizado por residentes em Neonatologia em um hospital da zona norte do estado do Ceará, acerca do
processo grupal com mães de bebês internados em uma UTI neonatal. O grupo foi criado em junho de 2019 como um espaço para
conhecer, compreender e acolher as mães em suas variadas demandas. Foram definidos o nome do grupo – Mamãe coruja, local,
dia da semana e horário para os encontros e os temas a serem abordados foram listados a partir de um brainstorm realizado com
as mães.

Resultados:
O primeiro encontro envolveu as necessidades das mães trazidas em um brainstorm incluindo a promoção de momentos terapêu-
ticos e de um espaço tira dúvidas quanto à saúde da mulher e da criança, prevenção da prematuridade, métodos contraceptivos,
nutrição materno-infantil, dentre outros. Nos demais encontros houveram momentos terapêuticos e com abordagem de algumas
temáticas. As participantes demonstraram interesse e entusiasmo com o grupo, havendo forte interação com as facilitadoras do
projeto.

Análise Crítica:
A rotina hospitalar traz uma sobrecarga de responsabilidades e fragilidades que se concentram principalmente em torno das mães
que ficam em regime de internação junto aos filhos e acompanham as oscilações diárias no quadro clínico do neonato. Assim, é
crucial o desenvolvimento de grupos que promovam o acolhimento dessas mães, contribuindo para a redução do estresse gerado
pela hospitalização, além de possibilitar a construção de conhecimento em saúde.

Conclusões:
O processo grupal tem trazido resultados positivos, pois permite maior interação entre as mães e a equipe, promove educação

Comunicação Oral Curta 61


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

em saúde e favorece a continuidade do cuidado no ambiente extra hospitalar. Os momentos terapêuticos têm sido fundamentais
no manejo do estresse, fortalecendo as mães no processo de internação.

Referências:
SERRA, Sueli Olívia Andreo; SCOCHI, Carmen Gracinda Silvan. Dificuldades maternas no processo de aleitamento materno de pre-
maturos em uma UTI neonatal. Revista Latino- Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. 4, p. 597-605, 2004.

COSTA, M. C.; ARANTES, M.; BRITO, M. A UTI Neonatal sob a ótica das mães. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 12, n. 4, p. 698-
704, 31 dez. 2010

62 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR COMO


ESTRATÉGIA PARA PREVENÇÃO DO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS
DROGAS
AMANDA LUIZA MARINHO FEITOSA
Universidade de Quixeramobim
ANA MARIA MOURA SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA SAMYLLE ALVES MOURA
Universiddae Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCA FERNANDA ARAÚJO ROCHA
Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia
FRANCISCO LÁZARO ARRUDA
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
THIAGO DE MENEZES

Período de realização:
A experiência ocorreu em junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A ação ocorreu em uma escola estadual da cidade de Sobral- Ceará, sendo selecionada uma sala do 1° ano do ensino médio.

Objetivos:
Relatar uma ação de promoção a saúde do adolescente na prevenção do uso de álcool e outras drogas.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, realizado pela equipe de residência que encontra-se inserida no território da escola onde a
ação foi realizada, no período da VIII semana municipal de prevenção as drogas, onde diversas ações que envolvem esse contexto
são realizadas, no momento da roda de conversa haviam 35 estudantes sendo estes divididos em grupos e entregue aos mesmo
tarjetas contendo perguntas sobre e temática para análise de seus conhecimentos prévios.

Resultados:
A temática abordada de maneira lúdica e com a estratégia de divisão em grupos, foi essencial para a interação do grupo e reco-
nhecimento prévio do saber dos adolescentes sobre o tema, alguns atribuíram o uso de drogas a “influência de amigos”, “no uso
de bebidas alcoólicas as droga ilícitas eram um complemento”, notou-se que os adolescentes sabiam diferenciar as drogas ilícitas
e lícitas, reconheciam alguns efeitos colaterais que as mesmas poderiam proporcionar ao organismo.

Análise Crítica:
A abordagem da temática do uso de álcool e outras drogas ainda apresenta limitações no contexto escolar, apesar dos adolescen-
tes terem um conhecimento prévio, este apresenta-se limitado e ainda intercalado com a atribuição do uso de drogas a situações
momentâneas da adolescência, a mídia tem sido a principal aliada para o reconhecimento de diversas questões sobre a temática
para os adolescentes, a divisão de grupos proporcionou uma discussão conjunta.

Conclusões:
O uso de drogas representa um problema transversal, perpassando por dificuldades de enfrentamento no âmbito pessoal, cultural
e social, as drogas representam um grande problema para a saúde pública em vista das conseqüências que proporcionam. A ação
proporcionou um diagnóstico situacional do conhecimento dos alunos, a implementação de programas de prevenção do uso de
álcool e outras drogas no contexto escolar deve ocorrer de maneira intersetorial.

Comunicação Oral Curta 63


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR COMO


ESTRATÉGIA PARA PREVENÇÃO DO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS
DROGAS
AMANDA LUIZA MARINHO FEITOSA
Universidade de Quixeramobim
ANA MARIA MOURA SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA SAMYLLE ALVES MOURA
Universiddae Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCA FERNANDA ARAÚJO ROCHA
Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia
FRANCISCO LÁZARO ARRUDA
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
THIAGO DE MENEZES

Período de realização:
A experiência ocorreu em junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A ação ocorreu em uma escola estadual da cidade de Sobral- Ceará, sendo selecionada uma sala do 1° ano do ensino médio.

Objetivos:
Relatar uma ação de promoção a saúde do adolescente na prevenção do uso de álcool e outras drogas.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, realizado pela equipe de residência que encontra-se inserida no território da escola onde a
ação foi realizada, no período da VIII semana municipal de prevenção as drogas, onde diversas ações que envolvem esse contexto
são realizadas, no momento da roda de conversa haviam 35 estudantes sendo estes divididos em grupos e entregue aos mesmo
tarjetas contendo perguntas sobre e temática para análise de seus conhecimentos prévios.

Resultados:
A temática abordada de maneira lúdica e com a estratégia de divisão em grupos, foi essencial para a interação do grupo e reco-
nhecimento prévio do saber dos adolescentes sobre o tema, alguns atribuíram o uso de drogas a “influência de amigos”, “no uso
de bebidas alcoólicas as droga ilícitas eram um complemento”, notou-se que os adolescentes sabiam diferenciar as drogas ilícitas
e lícitas, reconheciam alguns efeitos colaterais que as mesmas poderiam proporcionar ao organismo.

Análise Crítica:
A abordagem da temática do uso de álcool e outras drogas ainda apresenta limitações no contexto escolar, apesar dos adolescen-
tes terem um conhecimento prévio, este apresenta-se limitado e ainda intercalado com a atribuição do uso de drogas a situações
momentâneas da adolescência, a mídia tem sido a principal aliada para o reconhecimento de diversas questões sobre a temática
para os adolescentes, a divisão de grupos proporcionou uma discussão conjunta.

Conclusões:
O uso de drogas representa um problema transversal, perpassando por dificuldades de enfrentamento no âmbito pessoal, cultural
e social, as drogas representam um grande problema para a saúde pública em vista das conseqüências que proporcionam. A ação
proporcionou um diagnóstico situacional do conhecimento dos alunos, a implementação de programas de prevenção do uso de
álcool e outras drogas no contexto escolar deve ocorrer de maneira intersetorial.

64 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
HIRDES, Alice et al. Prevenção ao uso de álcool e outras drogas e tratamento na Atenção Primária à Saúde em um município do
Sul do Brasil. Aletheia, v. 46, p. 74-89, 2015.

BORGES, Claudia Daiana; DE JESUS, Luciana Oliveira; SCHNEIDER, Daniela Ribeiro. Prevenção e promoção da saúde: revisão inte-
grativa de pesquisas sobre drogas. Revista Psicologia em Pesquisa, v. 12, n. 2, 2018.

Comunicação Oral Curta 65


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO AOS PACIENTES COM


TRANSTORNO MENTAL NO TERRITÓRIO DO CENTRO DE SAÚDE
DA FAMÍLIA DO JUNCO

LISANDRA TEIXEIRA RIOS


Universidade Federal do Ceará (UFC)
VALDELYA NARA PEREIRA AGUIAR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LÍLLIAN DAVID ALVES
SAMUEL TEXEIRA RIOS
SANAYLA MARIA ALBUQUERQUE QUEIROZ
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JESSICA RODRIGUES BRITO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
Agosto a Novembro de 2016.

Objetivo da Experiência:
A autoimagem e o autocuidado dos pacientes portadores de transtornos mentais.

Objetivos:
Objetivou-se avaliar o autocuidado e melhorar a percepção da autoimagem dos pacientes portadores de transtornos mentais
adscritos no território do CSF Junco.

Metodologia:
Relato de experiência acerca da intervenção desenvolvida pelas estagiárias de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. Pri-
meiramente foi realizada a estratificação dos pacientes, juntamente com o psicólogo residente, de acordo com a medicação que
tomavam, sendo assim, foram selecionados os pacientes aptos a receberem vistas. Durante as visitas domiciliares foram aplicados
questionários, aconselhamento acerca de saúde bucal e higiene pessoal e entrega de escovas dental e dentifrícios.

Resultados:
Observou-se que grande parte dos pacientes visitados não se sentiam satisfeitos com sua aparência e achavam-se acima do peso,
sendo que boa parte nem mesmo sentiam-se à vontade em olhar- se no espelho. Não houve nenhum dado preocupante em rela-
ção aos cuidados com a higiene, uma vez que, todos relatavam ter cuidados básicos, como banhar-se todos os dias e escovar os
dentes.

Análise Crítica:
A partir de tal intervenção, observou-se que apesar dos pacientes com transtornos mentais receberem um bom acompanhamento
psicológico, como referido no decorrer das visitas, pode-se perceber que grande parte destes usavam remédios controlados ape-
nas para mascarar um problema. É necessário voltar os olhos para o “sentir-se bem” durante o tratamento destes pacientes, res-
gatando a autoimagem e autoestima dos mesmos. Além de se observar o papel importante que Odontologia tem nesse processo.

Conclusões:
Conclui-se que é necessário um acompanhamento psicológico mais próximo destes pacientes, uma vez que muitas das enfermi-
dades podem ser tratadas sem o uso de terapia medicamentosa. Salientando ainda o importante papel da odontologia quanto a
percepção da autoimagem, mostrando a necessidade de se estimular o trabalho multiprofissional desta categoria.

66 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO AOS PACIENTES COM


TRANSTORNO MENTAL NO TERRITÓRIO DO CENTRO DE SAÚDE
DA FAMÍLIA DO JUNCO

LISANDRA TEIXEIRA RIOS


Universidade Federal do Ceará (UFC)
VALDELYA NARA PEREIRA AGUIAR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LÍLLIAN DAVID ALVES
SAMUEL TEXEIRA RIOS
SANAYLA MARIA ALBUQUERQUE QUEIROZ
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JESSICA RODRIGUES BRITO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
Agosto a Novembro de 2016.

Objetivo da Experiência:
A autoimagem e o autocuidado dos pacientes portadores de transtornos mentais.

Objetivos:
Objetivou-se avaliar o autocuidado e melhorar a percepção da autoimagem dos pacientes portadores de transtornos mentais
adscritos no território do CSF Junco.

Metodologia:
Relato de experiência acerca da intervenção desenvolvida pelas estagiárias de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. Pri-
meiramente foi realizada a estratificação dos pacientes, juntamente com o psicólogo residente, de acordo com a medicação que
tomavam, sendo assim, foram selecionados os pacientes aptos a receberem vistas. Durante as visitas domiciliares foram aplicados
questionários, aconselhamento acerca de saúde bucal e higiene pessoal e entrega de escovas dental e dentifrícios.

Resultados:
Observou-se que grande parte dos pacientes visitados não se sentiam satisfeitos com sua aparência e achavam-se acima do peso,
sendo que boa parte nem mesmo sentiam-se à vontade em olhar- se no espelho. Não houve nenhum dado preocupante em rela-
ção aos cuidados com a higiene, uma vez que, todos relatavam ter cuidados básicos, como banhar-se todos os dias e escovar os
dentes.

Análise Crítica:
A partir de tal intervenção, observou-se que apesar dos pacientes com transtornos mentais receberem um bom acompanhamento
psicológico, como referido no decorrer das visitas, pode-se perceber que grande parte destes usavam remédios controlados ape-
nas para mascarar um problema. É necessário voltar os olhos para o “sentir-se bem” durante o tratamento destes pacientes, res-
gatando a autoimagem e autoestima dos mesmos. Além de se observar o papel importante que Odontologia tem nesse processo.

Conclusões:
Conclui-se que é necessário um acompanhamento psicológico mais próximo destes pacientes, uma vez que muitas das enfermi-
dades podem ser tratadas sem o uso de terapia medicamentosa. Salientando ainda o importante papel da odontologia quanto a
percepção da autoimagem, mostrando a necessidade de se estimular o trabalho multiprofissional desta categoria.

Comunicação Oral Curta 67


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

HESBEEN, Walter – A Reabilitação. Criar novos caminhos. Loures: Lusociência, 2003. ISBN: 972-8383-43-6;

MINISTÉRIO DA SAÚDE – Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016. Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2008. Diário da
República, 1.ª série — N.º 47 — 6 de Março de 2008, pp. 1395 -1409.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - Relatório Sobre A Saúde no Mundo 2001. Saúde Mental: nova conceção, nova esperança. 1ª
Edição, Lisboa: Climepsi Editores. Direção Geral de Saúde, 2002. ISBN 972-675- 082-2.

68 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATÓRIO INDIVIDUAL: PRÁTICA NA COMUNIDADE

VANESSA SILVA FARIAS


GOMES, D.M
QUEIROZ, D.S.R
FROTA, R.C
MENDONÇA, K.M

Introdução:
O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais, entre trabalhadores de saúde e
usuários, nos atos de receber e escutar pessoas, podendo acontecer de formas variadas (BRASIL, 2015).

Objetivos:
Identificar uma família de risco máximo, segundo a escala de Coelho e Savassi.

Metodologia:
Foi utilizado como critério de escolha a escala de Coelho e Savassi a qual é um instrumento de estratificação de risco da família,
com ela pretende-se avaliar os riscos sociais de saúde, refletindo sobre o potencial de adoecimento de cada núcleo familiar, pode
ser aplicada por qualquer membro da equipe, podendo a família ser classificada em Risco 1, Risco 2 ou Risco 3, (leve, médio e
máximo, respectivamente). A família em questão apresentou risco 3.

Resultados:
A família escolhida fica domiciliada na zona rural de Barroquinha, composta por 5 pessoas, um casal e três filhas. A paciente
M.B.R, de anos é portadora de HAS (1) e desempregada (1). O paciente L.C.S., 49 anos, é desempregado (1). Moram com os pais
M.L.R.A., 21 anos, teve paralisia cerebral, acamada desde o nascimento (3), deficiente física(3) e deficiente mental (3), analfabeta
(1), aposentada pela previdência e seu aposento é a renda da família além de incentivo do governo, a outra filha, M.M.R.S., 15
anos, estudante e F.L.R.S, 8 anos, estudante. A casa contem dois quarto, sala e cozinha, não há banheiro dentro do domicílio. A
relação morador/cômodo é menor que 1 (3). Alto risco (16).

Conclusões:
Com a aplicação da escala de Coelho e Savassi em todas as famílias, a equipe passa a ter maior compreensão sobre a relação entre
os determinantes de saúde e as situações vividas por elas. Além disso, a escala oferece subsídios à equipe para destinar tempo
e metodologias de intervenções diferenciadas, conforme os riscos apresentados pelas famílias de seu território de abrangência,
buscando ter uma agenda de prioridades.

Referências:
COELHO, Flávio Lúcio G.; SAVASSI, Leonardo C. M. . Aplicação de escala de risco familiar como instrumento de priorização das
visitas domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. , v. 1, n. 2, p.19-26, 2004.

Brasil. Acolhimento à demanda espontânea. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_deman-


da_espontanea_cab28v1.pdf. Acessado em: 4 de abr. 2019.

Comunicação Oral Curta 69


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AS POTENCIALIDADES DA PALMA-FORRAGEIRA (OPUNTIA


FICUS-INDICA L. MILL.) NO NORDESTE DO BRASIL

ROSANA SOLON TAJRA
Universidade Estadual Vale Do Acaraú (Uva)
MARÍZIA MENEZES DIAS PEREIRA
Universidade de Évora
ANA SANCHA MALVEIRA BATISTA
JOÃO MANUEL BERNARD

Introdução:
A Opuntia ficus-indica (L.) Mills. é uma Cactaceae originária da América Central, provavelmente do México, estando distribuída
principalmente pelas regiões áridas da América Central e do Sul e da região mediterrânica. Foi introduzida no Brasil pelos por-
tugueses, no período colonial e pode ser utilizada como pigmento nas indústrias de vestuário, cosmética, tintas, farmacêutica e
alimentação.

Objetivos:
Este estudo objetiva informar as propriedades nutritivas da Opuntia ficus-indica (L.) Mill., também conhecida como palma-forra-
geira, figueira da índia ou palmatória como é conhecida no Nordeste do Brasil.

Metodologia:
Em continuidade ao trabalho apresentado no III Congreso de la Sociedad Española de Geobotânica/XXVI Jornadas Internacionales
de Fitosociologia, este trabalho de Revisão de Literatura utilizou artigos publicados em periódicos relevantes nas áreas de Saúde
e Botânica, publicados a partir do ano 2004, nos idiomas inglês e português (Brasil e Portugal), que têm como tema principal o
potencial nutritivo da Opuntia ficus-indica L. Mills.

Resultados:
No Brasil, a quase totalidade do cultivo, concentrado na Região Nordeste, é destinada a alimentação animal, diferente de outros
países, como o México, EUA e Japão, onde é utilizada na alimentação humana.É usada na medicina tradicional no México e em
algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, com benefícios à saúde pública.Contém ácido ascórbico,vitamina E, ômega-3,ácido
linoleico,carotenoides, flavonoides,fibras,aminoácidos e antioxidantes.O fruto, figo-da-índia, é constituído por água, açúcares
redutores, proteínas, lípidos, fibra, tendo reduzido valor calórico (50 kcal/100 g).O teor total de aminoácidos livres é elevado
que lhe confere interesse a nível nutracêutico.

Conclusões:
Devido a sua composição da planta e dos frutos, poderá constituir um recurso importante para utilização na alimentação humana,
especialmente nas regiões semiáridas, com suas características peculiares e com populações carentes, como é o caso do Nordeste
do Brasil.

Referências:
OLIVEIRA, E. A.; JUNQUEIRA, S. F.; MASCARENHAS, R. J. Caracterização físico-química e nutricional do fruto da Palma (Opuntia
ficus indica L. Mill) cultivada no sertão do sub-médio São Francisco. HOLOS, ano 27, vol 3, 2011.

VINHOLI JÚNIOR, A. J.; VARGAS, I. A. de. Saberes Tradicionais sobre plantas medicinais: interfaces com o ensino de Botânica. Ima-
gens da Educação, v. 4, n.3, p 37-48,2014.

70 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FATORES DE RISCO PARA O ADOECIMENTO CARDIOVASCULAR


– UMA REVISÃO INTEGRATIVA
ALANA FREIRE CISNE
MARIA IZABEL SILVA DE CARVALHO
Centro Universitário Inta (UNINTA)
EVA WILMA MATINS TIMBÓ
QUITÉRIA EVELINE MARTINS TIMBÓ
Centro Universitário Inta (UNINTA)
ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA
Universidade De Fortaleza (UNIFOR)
MARIA DO SOCORRO VASCONCELOS SILVA SALES
Universidade Federal Do Ceará (UFC)

Introdução:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2017) as Doenças Cardiovasculares (DCV) causam mais mortes anualmente
do que qualquer outra enfermidade. Em, 2015, estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares,
retrata 31% de todas as mortes em nível global.

Objetivos:
Este estudo objetiva averiguar a produção científica acerca dos fatores de risco para adoecimento cardiovascular.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa realizada de abril e maio de 2018 na Biblioteca Virtual em Saúde. Para busca dos artigos usou-
-se os descritores “Doenças cardiovasculares” e “Fatores de risco”. Como critério de inclusão adotou-se os artigos disponíveis na
íntegra, em português, publicados entre 2013-2016. Como critério de exclusão foram todos os artigos que surgiram na busca, mas
que não abordavam o tema em questão. Assim, diante desses critérios foram selecionados 31 artigos.

Resultados:
Na análise dos artigos a Revista Brasileira de Hipertensão foi a que mais publicou. Os instrumentos de coleta de dados mais utili-
zados foram questionários, entrevistas, verificação da pressão arterial e cálculo do índice de massa corporal. Destacando-se o ano
de 2013. Crianças e adolescentes foram à amostra mais presente nos artigos. Autores principais, os médicos e enfermeiros. Os
ambulatórios foram locais mais utilizados. Descritores encontrados com maior frequência nos artigos: fatores de risco e doenças
cardiovasculares. Os fatores de riscos hipertensão arterial, diabetes mellitus, sedentarismo, hábitos alimentares inadequados,
sexo/gênero, níveis de colesterol elevado, tabagismo.

Conclusões:
O trabalho da enfermagem nas doenças cardiovasculares é baseado em ações preventivas e toda ação deve ser planejada. Para
isso, a identificação desses fatores de risco por meio deste estudo oferece importantes ferramentas para o planejamento e a
execução dessas ações.

Referências:
OPAS/OMS Brasil. Doenças Cardiovasculares. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&-
view=article&id=5253:doencas-cardiovasculares&Itemid=1096#:~:text=As%20doen%C3%A7as%20cardiovasculares%20s%-
C3%A3o%20a,as%20mortes%20em%20n%C3%ADvel%20global. Acessado em: 02 jun. 2019.

Comunicação Oral Curta 71


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GRUPO DE GESTANTES: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA


SAÚDE E CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE
DA FAMÍLIA
JULIANE BRAGA DA SILVA
ROSANA PARENTE PORTELA LEITÃO
Prefeitura Municipal De Sobral
FLÁVIA CAMPOS
LARA SICÍLIA ARAGÃO DE VASCONCELOS
SALÉZIA DARLYANE CARNEIRO VASCOCELOS GONZALEZ
MARIA DO SOCORRO TEIXEIRA DE SOUSA

Período de realização:
O Grupo de Gestantes acontece quinzenalmente às quartas feiras, de 15h às 17h no CSF Padre Palhano.

Objetivo da Experiência:
Gestantes do território, Enfermeiras, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Gerente da unidade e Residentes Multiprofissionais
em Saúde da Família.

Objetivos:
Relato de experiência de um grupo de gestantes nos territórios da Estratégia Saúde da Família, que tem como principais objetivos:
Fortalecer o vínculo da gestante com os profissionais de saúde, e promover estratégias de cuidados para a mãe e a criança.

Metodologia:
Relato de experiencia do grupo de gestantes criado por enfermeiras e agentes comunitários de saúde do Centro de Saúde da
Família Padre Palhano em Sobral. Acontece quinzenalmente às quartas feiras de 15 às 17 horas no próprio CSF. As equipes usam
metodologias participativas, trazendo temas da amamentação, alimentação, importância do pré-natal, uso de medicações, cuida-
dos com o recém-nascido, exames, sinais e sintomas de risco, trabalho de parto direitos da gestante.

Resultados:
Como resultados, temos o fortalecimento dos vínculos entre equipes de saúde e as gestantes do território, aumentando assim a
adesão ao pré-natal hoje com indicador de 100%, em nosso território. As gestantes demonstram mais segurança no seu autocui-
dado no período que antecede, durante e após o parto. Diminuição considerável da resistência para a realização de exames, o uso
das medicações prescritas e maior adesão à puericultura.

Análise Crítica:
Consideramos como um desafio a adesão das gestantes ao grupo. A fragilidade de vínculo que a equipe ainda encontra com algu-
mas gestantes torna dificultoso o processo de cuidar. Contudo precisamos considerar o contexto da gestante, seus arranjos e o seu
tempo. É no período gestacional que a mulher mais necessita de apoio e informações sobre seu processo de cuidado.

Conclusões:
Um grupo de gestantes é um espaço que possibilita o processo de conhecimentos, por isso é considerado a melhor forma de pro-
mover a compreensão da gestação (MS, 2011). É necessário criação de vínculos a fim de possibilitar a confiança para o cuidado
à saúde da mulher e da criança. Segundo relatos das próprias gestantes, no grupo conhecem seus direitos, compartilham experi-
ências, promovendo essa troca através de suas histórias de vida.

Referências:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Diretrizes
Gerais e Operacionais da Rede Cegonha. Brasília – DF, 2011. Disponível em: http://www.portalsaude.gov.br. Acessado em: 02 jun.
2019.

72 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DAS CONDIÇÕES DE


SAÚDE DOS COLABORADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ATENÇÃO ESPECIALIZADA: TECENDO AÇÕES DE PROMOÇÃO À
SAÚDE DO TRABALHADOR
THALLYNNE ROSENDO DA COSTA
Fundação oswaldo Cruz (Fiocruz)
PAULO VITOR DA COSTA
FRANCISCA LOPES DE SOUZA
EDVANIELE COELHO LIMA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
A presente pesquisa foi desenvolvida entre os dias 12 à 17 de Junho do presente ano.

Objetivo da Experiência:
O Relato descreve as ações realizadas para o levantamento epidemiológico de colaboradores da Policlínica da 11ª microrregião
de saúde do Ceará.

Objetivos:
Traçar perfil epidemiológico dos colaboradores da instituição com o intuito de fomentar o Programa de Qualidade de Vida dos
trabalhadores; e Desenvolver ações de promoção da saúde destes colaboradores.

Metodologia:
O instrumental foi elaborado pelo setor pessoal considerando alguns indicadores, como as condições de saúde do trabalhador,
seu histórico de doenças, satisfação com o trabalho e acumulação de horas trabalhadas. O link da pesquisa foi disponibilizado
por meios eletrônicos da policlínica e solicitada a participação dos colaboradores de acordo com a disponibilidade de cada um.
O questionário foi executado no período de 5 dias, tendo alcançado 66 participantes, representando 69,4% dos colaboradores.

Resultados:
Com os dados da pesquisa foram possíveis sinalizar as demandas dos colaboradores. A partir dessa análise conseguimos desenhar
propostas de promoção à saúde, ofertando aos trabalhadores serviços e ações que deverá estimular a melhoria da qualidade de
vida destes. Promover saúde implica em buscar estratégias que diminuam os riscos de adoecimento desse trabalhador, dentro e
fora do ambiente de trabalho, envolvendo dessa forma, mudança de comportamentos de risco e a criação de hábitos saudáveis.

Análise Crítica:
Descortinar os riscos de saúde enfrentados por cuidadores de saúde e de sujeitos de adoecimento, fomenta uma política de saúde
do trabalhador ainda pouco explorada nas instituições públicas. Como nos diz Souza e Reis (2013), o mundo do trabalho preconiza
uma noção de competência que desencadeia pressão e competição, junto a isso está a exploração de uma subjetividade de seus
recursos pessoais, como saberes, atitudes e capacidades.

Conclusões:
O levantamento viabilizará a criação de estratégias para atenuar os danos do processo saúde/doença em que são acometidos os
trabalhadores da atenção secundária, direcionando o olhar da gestão para a relevância de ações de promoção à saúde disparada
pela própria instituição. Portanto, executar a política de promoção da saúde no serviço público de saúde é imprescindível para o
incentivo destas ações nas diferentes políticas públicas.

Referências:
SOUZA, Zelma Borges de; REIS, Lélia Marília dos. Entre o atender e o ser atendido: políticas em saúde para o trabalhador do ser-
viço público. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo , v. 16, n. 1, p. 87-106, jun. 2013 . Disponível em . acessos em 25 jul. 2019.

Comunicação Oral Curta 73


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

“POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS”: TRANCAR NÃO É


TRATAR, LIBERDADE É O MELHOR CUIDADO
TATIANA MEDEIROS SOUSA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
IARA SILVA COELHO
ANTÔNIA ROSENILDA OLIVINDO RODRIGUES
Instituto Pedagógico de Minas Gerais
CONCEIÇÃO DE MARIA CASTRO DE ARAGÃO
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
ANA CAMILA DE SOUSA OLIVEIRA
Faculdade Latino Americana de Educação (FLATED)
MARIA JANILEILA DA SILVA CORDEIRO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Período de realização:
O referido trabalho teve um período de realização de uma semana, no mês de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Promover uma Mobilização Social sobre a Luta Antimanicomial.

Objetivos:
Sensibilizar a população de Ubajara-CE sobre a luta antimanicomial, propagando uma vivência de lazer para os usuários e seus
familiares; Capacitar os profissionais de saúde do município e tornar os discentes das escolas do públicas conhecedores da luta e
das campanhas antimanicomiais.

Metodologia:
Foram propostas várias ações tais quais: Palestras nas escolas públicas do município; Blitz Educativa e caminhada nas ruas da ci-
dade; Capacitação e I Workshop de Saúde Mental com o intuito de ampliar o conhecimento da sociedade e dos trabalhadores do
SUS sobre a causa; Incentivamos a socialização dos pacientes e seus familiares por meio do convívio comunitário como uma das
partes mais importante para efetivação do tratamento.

Resultados:
As atividades desenvolvidas contribuíram para despertar o interesse dos usuários do CAPS, seus familiares, os profissionais de
saúde e a sociedade em geral. Cooperando com a diminuição da distância entre a sociedade e o paciente psiquiátrico. Ao longo
da realização do projeto foram trabalhadas a evolução dos cuidados em saúde mental e a estigmatização de pessoas com doenças
mentais.

Análise Crítica:
Analisou-se que a luta antimanicomial é um desafio desde os seus indícios e que ainda existe uma estigmatizarão a respeito dos
transtornos mentais. Ao desenvolvimento das atividades, sejam elas com os profissionais ou com os pacientes e famílias, obser-
vou-se que de certo modo o objetivo foi alcançado, havendo ainda impasses para a internalização e mudança do olhar empático
para as pessoas que possuem algum diagnóstico ou sintomas relacionados à saúde mental.

Conclusões:
As pessoas foram receptivas e participativas nas diferentes atividades realizadas ao longo do projeto, passando a ver o CAPS com
um novo olhar com menos preconceito e estigma. Após a realização do projeto houve um aumento da procura dos atendimentos
no CAPS. Ainda assim, a luta antimanicomial deve ser contínua, para que não aconteça o retrocesso.

Referências:

AMARANTE, Paulo; NUNES, Mônica de Oliveira. A Reforma Psiquiátrica no SUS e a Luta por uma Sociedade sem Manicômios. 2018.

JÚNIOR, Quirino. Esclarecimentos sobre as Mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional
sobre Drogas. Ministério da Saúde. 2019.

74 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS COLABORATIVAS INTERPROFISSIONAL: A


RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E O
CUIDADO INTEGRAL À PACIENTES RESTRITOS AO LAR
SILVIA SILANNE XIMENES ARAGÃO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
FRANCISCO THIAGO PAIVA MONTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
FRANCISCA JUCIARA DA SILVA LINHARES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
YVINA KARINE PARENTE CARNEIRO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CARINA GUERRA CUNHA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JADE MOURO LEMOS
Período de realização:
A ação deu-se início em julho de 2018 e tem caráter permanente.

Objetivo da Experiência:
Descrever a experiência da atuação multiprofissional enquanto prática colaborativa para a atenção à saúde de usuários restritos
ao lar.

Objetivos:
Ofertar atenção integral e multiprofissional a usuários restritos ao lar, promovendo saúde e prevenindo agravos.

Metodologia:
Estudo descritivo, do tipo relato de experiência realizado no município de Sobral, Ceará. As práticas colaborativas interprofissio-
nais realizadas pelos residentes em saúde da família (odontóloga, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista), foram desenvolvidas
por meio de visitas domiciliares a usuários restritos ao lar contado com apoio da Docente do Sistema Saúde Escola. Para tanto,
realizou-se o compartilhamento inicial dos casos com as equipes de saúde da família priorizando os casos urgentes.

Resultados:
Com a realização das intervisitas domiciliar identificou-se as principais necessidades de saúde dos usuários restritos ao lar, cuja
maioria versa sobre doenças crônicas e dependência para as atividades da vida diária. Com o exposto, os residentes, de forma
compartilhada à equipe de saúde de saúde da família, puderam elaborar um plano de cuidado buscando a oferta de uma assistên-
cia integral com vistas a melhoria das condicionalidades de saúde destes usuários e apoio à sua família.

Análise Crítica:
A visita domiciliar, como um instrumento de intervenção fundamental aos usuários restritos ao lar, tem apresentado fragilidades
uma vez não ser realizada de forma sistemática pela equipe de saúde da família. Considerando que estes usuários, em sua grande
maioria, são acometidos por doenças crônicas, com limitações e dependências para atividades da vida diária, a visita domiciliar
em caráter multiprofissional urge como uma necessidade para a oferta de uma assistência em saúde integral.

Conclusões:
A visita domiciliar como prática colaborativa interprofissional aos usuários restritos ao lar, mostrou-se efetiva uma vez ter propi-
ciado o conhecimento pela equipe de saúde das necessidades de saúde deste público, com intervenções oportunas, além da ofer-
ta de uma assistência multiprofissional. Além disso, pode-se ainda ofertar o apoio necessário para a promoção do autocuidado
bem como ofertar à família orientações pertinentes ao cuidado em saúde.

Referências:
SHINKAI, R. S. A.; DEL BEL CURY, A. A. O papel da odontologia na equipe interdisciplinar: contribuindo para a atenção integral ao
idoso. Cadernos de Saúde Pública, v. 16, p. 1099-1109, 2000.

BRUNETTI, R. F.; MONTENEGRO, F. L. B. Odontogeriatria. Noções de interesse clinico. São Paulo: Artes Médicas, 2002.

Comunicação Oral Curta 75


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NO PROGRAMA DE


RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
LAIANNE FARIAS TAVARES
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MYLENA XIMENES AGUIAR
Centro Universitário Estácio do Ceará
JOHNNY COSTA PONTE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
CRISTIANE COSME VIANNA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
BENEDITA CLEIANE CAMELO DE MAGALHÃES
ANTÔNIA MÁRCIA MACEDO DE SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A territorialização ocorreu em abril de 2019 no processo de adaptação dos residentes ao território.

Objetivo da Experiência:
O processo de territorialização da equipe de residentes multiprofissionais de Saúde da Família responsáveis pelos territórios
Centro e Pedrinhas.

Objetivos:
O período de territorialização foi realizado com objetivo de integrar os residentes ingressantes nos respectivos territórios de
forma a promover o conhecimento teórico e prático, buscando promover uma base de compreensão das demandas de atuação.

Metodologia:
A territorialização foi realizada através do reconhecimento prático do território, sendo executada através da exploração geográfica
por mapeamento e fisicamente com o auxílio dos agentes comunitários de saúde sendo portanto detectados os espaços de cuida-
dos, equipamentos sociais disponíveis e da cultura e características próprias das áreas e dos moradores da comunidade além de
ser realizadas entrevistas com lideranças comunitárias e visitas a espaços socioculturais.

Resultados:
A partir dessa experiência, foi possível executar a nossa adaptação como indivíduos comunitários e como residentes, conhecer as
condições da vida do local e sua influencia na vida e na saúde das pessoas da comunidade, mantendo através do reconhecimento
prático pelos bairros, uma aproximação da comunidade, percebendo suas vulnerabilidades, potencialidades, suas necessidades
de intervenção e de fortalecimento de ações já existentes, promovendo assim, a integração com o território.

Análise Crítica:
A territorialização é um fator importante para conseguir elaborar estratégias de promoção de saúde. Esse processo visa o conhe-
cimento não só do espaço, ou seja, as praças, casas, lugares fixos, mas em conjunto com isso conhecer a comunidade que está
inserida naquele lugar, as diferenças sociais existentes, modos de vida, condições de renda, a cultura, as crenças, os diferentes
atores, os diversos interesses envolvidos naquele espaço, as forças políticas etc.

Conclusões:
O território não constitui apenas um espaço geográfico, mas também a representação de uma população com necessidades e po-
tencialidades que permitem aos residentes, desenvolver um trabalho diferenciado e ao mesmo tempo unificado com as equipes

76 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

dos CSFs, construindo assim uma rede de vínculos que fortaleçam as atividades realizadas e alcancem a comunidade promovem
uma melhor qualidade de vida a todos.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Política Nacional de Promoção da Saúde - PNPS: revisão da Portaria MS/ GM nº 687, de 30 de
março de 2006. Brasília: MS; 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_p romocao_sau-
de_3ed.pdf Acesso em: 08 Mar. 2019.

POLIGNANO, M. V. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão. Disponível em:< http://medicinadeemer-
gencia.org/wp-content/uploads/2015/04/historia-das-politicas-desaud e-no-brasil-16-030112-SES-MT.pdf>. Acesso em: 08 mar.
2019.

Comunicação Oral Curta 77


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROCESSO GRUPAL COM MÃES EM UMA UTI NEONATAL: UM


COADJUVANTE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
TAMARA COSME RODRIGUES FERREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA THAYANE JORGE FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MISLANNA LOPES BARROS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
DARLIANE KELLY BARROSO DE SOUZA
MAYARA ALCÂNTARA DE ALBUQUERQUE
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
KEILA MARIA CARVALHO MARTINS
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
O processo grupal ocorreu por meio de encontros durante o mês de junho e julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A importância do processo grupal com mães de bebês internados em UTI neonatal como método coadjuvante na assistência à
saúde neonatal.

Objetivos:
Descrever o processo grupal com mães de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em um hospital da zona
norte do estado do Ceará.

Metodologia:
Relato de experiência realizado por residentes em Neonatologia em um hospital da zona norte do estado do Ceará, acerca do
processo grupal com mães de bebês internados em uma UTI neonatal. O grupo foi criado em junho de 2019 como um espaço para
conhecer, compreender e acolher as mães em suas variadas demandas. Foram definidos o nome do grupo – Mamãe coruja, local,
dia da semana e horário para os encontros e os temas a serem abordados foram listados a partir de um brainstorm realizado com
as mães.

Resultados:
O primeiro encontro envolveu as necessidades das mães trazidas em um brainstorm incluindo a promoção de momentos terapêu-
ticos e de um espaço tira dúvidas quanto à saúde da mulher e da criança, prevenção da prematuridade, métodos contraceptivos,
nutrição materno-infantil, dentre outros. Nos demais encontros houveram momentos terapêuticos e com abordagem de algumas
temáticas. As participantes demonstraram interesse e entusiasmo com o grupo, havendo forte interação com as facilitadoras do
projeto.

Análise Crítica:
A rotina hospitalar traz uma sobrecarga de responsabilidades e fragilidades que se concentram principalmente em torno das mães
que ficam em regime de internação junto aos filhos e acompanham as oscilações diárias no quadro clínico do neonato. Assim, é
crucial o desenvolvimento de grupos que promovam o acolhimento dessas mães, contribuindo para a redução do estresse gerado
pela hospitalização, além de possibilitar a construção de conhecimento em saúde.

Conclusões:
O processo grupal tem trazido resultados positivos, pois permite maior interação entre as mães e a equipe, promove educação

78 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

em saúde e favorece a continuidade do cuidado no ambiente extra hospitalar. Os momentos terapêuticos têm sido fundamentais
no manejo do estresse, fortalecendo as mães no processo de internação.

Referências:
SERRA, Sueli Olívia Andreo; SCOCHI, Carmen Gracinda Silvan. Dificuldades maternas no processo de aleitamento materno de pre-
maturos em uma UTI neonatal. Revista Latino- Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. 4, p. 597-605, 2004.

COSTA, M. C.; ARANTES, M.; BRITO, M. A UTI Neonatal sob a ótica das mães. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 12, n. 4, p. 698-
704, 31 dez. 2010

Comunicação Oral Curta 79


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR COMO


ESTRATÉGIA PARA PREVENÇÃO DO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS
DROGAS
AMANDA LUIZA MARINHO FEITOSA
Universidade de Quixeramobim
ANA MARIA MOURA SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA SAMYLLE ALVES MOURA
Universiddae Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCA FERNANDA ARAÚJO ROCHA
Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia
FRANCISCO LÁZARO ARRUDA
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
THIAGO DE MENEZES

Período de realização:
A experiência ocorreu em junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A ação ocorreu em uma escola estadual da cidade de Sobral- Ceará, sendo selecionada uma sala do 1° ano do ensino médio.

Objetivos:
Relatar uma ação de promoção a saúde do adolescente na prevenção do uso de álcool e outras drogas.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, realizado pela equipe de residência que encontra-se inserida no território da escola onde a
ação foi realizada, no período da VIII semana municipal de prevenção as drogas, onde diversas ações que envolvem esse contexto
são realizadas, no momento da roda de conversa haviam 35 estudantes sendo estes divididos em grupos e entregue aos mesmo
tarjetas contendo perguntas sobre e temática para análise de seus conhecimentos prévios.

Resultados:
A temática abordada de maneira lúdica e com a estratégia de divisão em grupos, foi essencial para a interação do grupo e reco-
nhecimento prévio do saber dos adolescentes sobre o tema, alguns atribuíram o uso de drogas a “influência de amigos”, “no uso
de bebidas alcoólicas as droga ilícitas eram um complemento”, notou-se que os adolescentes sabiam diferenciar as drogas ilícitas
e lícitas, reconheciam alguns efeitos colaterais que as mesmas poderiam proporcionar ao organismo.

Análise Crítica:
A abordagem da temática do uso de álcool e outras drogas ainda apresenta limitações no contexto escolar, apesar dos adolescen-
tes terem um conhecimento prévio, este apresenta-se limitado e ainda intercalado com a atribuição do uso de drogas a situações
momentâneas da adolescência, a mídia tem sido a principal aliada para o reconhecimento de diversas questões sobre a temática
para os adolescentes, a divisão de grupos proporcionou uma discussão conjunta.

Conclusões:
O uso de drogas representa um problema transversal, perpassando por dificuldades de enfrentamento no âmbito pessoal, cultural
e social, as drogas representam um grande problema para a saúde pública em vista das conseqüências que proporcionam. A ação
proporcionou um diagnóstico situacional do conhecimento dos alunos, a implementação de programas de prevenção do uso de
álcool e outras drogas no contexto escolar deve ocorrer de maneira intersetorial.

80 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
HIRDES, Alice et al. Prevenção ao uso de álcool e outras drogas e tratamento na Atenção Primária à Saúde em um município do
Sul do Brasil. Aletheia, v. 46, p. 74-89, 2015.

BORGES, Claudia Daiana; DE JESUS, Luciana Oliveira; SCHNEIDER, Daniela Ribeiro. Prevenção e promoção da saúde: revisão inte-
grativa de pesquisas sobre drogas. Revista Psicologia em Pesquisa, v. 12, n. 2, 2018.

Comunicação Oral Curta 81


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO AOS PACIENTES COM


TRANSTORNO MENTAL NO TERRITÓRIO DO CENTRO DE SAÚDE
DA FAMÍLIA DO JUNCO
LISANDRA TEIXEIRA RIOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VALDELYA NARA PEREIRA AGUIAR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LÍLLIAN DAVID ALVES
SAMUEL TEXEIRA RIOS
SANAYLA MARIA ALBUQUERQUE QUEIROZ
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JESSICA RODRIGUES BRITO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
Agosto a Novembro de 2016.

Objetivo da Experiência:
A autoimagem e o autocuidado dos pacientes portadores de transtornos mentais.

Objetivos:
Objetivou-se avaliar o autocuidado e melhorar a percepção da autoimagem dos pacientes portadores de transtornos mentais
adscritos no território do CSF Junco.

Metodologia:
Relato de experiência acerca da intervenção desenvolvida pelas estagiárias de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. Pri-
meiramente foi realizada a estratificação dos pacientes, juntamente com o psicólogo residente, de acordo com a medicação que
tomavam, sendo assim, foram selecionados os pacientes aptos a receberem vistas. Durante as visitas domiciliares foram aplicados
questionários, aconselhamento acerca de saúde bucal e higiene pessoal e entrega de escovas dental e dentifrícios.

Resultados:
Observou-se que grande parte dos pacientes visitados não se sentiam satisfeitos com sua aparência e achavam-se acima do peso,
sendo que boa parte nem mesmo sentiam-se à vontade em olhar- se no espelho. Não houve nenhum dado preocupante em rela-
ção aos cuidados com a higiene, uma vez que, todos relatavam ter cuidados básicos, como banhar-se todos os dias e escovar os
dentes.

Análise Crítica:
A partir de tal intervenção, observou-se que apesar dos pacientes com transtornos mentais receberem um bom acompanhamento
psicológico, como referido no decorrer das visitas, pode-se perceber que grande parte destes usavam remédios controlados ape-
nas para mascarar um problema. É necessário voltar os olhos para o “sentir-se bem” durante o tratamento destes pacientes, res-
gatando a autoimagem e autoestima dos mesmos. Além de se observar o papel importante que Odontologia tem nesse processo.

Conclusões:
Conclui-se que é necessário um acompanhamento psicológico mais próximo destes pacientes, uma vez que muitas das enfermi-
dades podem ser tratadas sem o uso de terapia medicamentosa. Salientando ainda o importante papel da odontologia quanto a
percepção da autoimagem, mostrando a necessidade de se estimular o trabalho multiprofissional desta categoria.

82 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

HESBEEN, Walter – A Reabilitação. Criar novos caminhos. Loures: Lusociência, 2003. ISBN: 972-8383-43-6;

MINISTÉRIO DA SAÚDE – Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016. Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2008. Diário da
República, 1.ª série — N.º 47 — 6 de Março de 2008, pp. 1395 -1409.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - Relatório Sobre A Saúde no Mundo 2001. Saúde Mental: nova conceção, nova esperança. 1ª
Edição, Lisboa: Climepsi Editores. Direção Geral de Saúde, 2002. ISBN 972-675- 082-2

Comunicação Oral Curta 83


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATÓRIO INDIVIDUAL: PRÁTICA NA COMUNIDADE

VANESSA SILVA FARIAS


GOMES, D.M
QUEIROZ, D.S.R
FROTA, R.C
MENDONÇA, K.M

Introdução:
O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais, entre trabalhadores de saúde e
usuários, nos atos de receber e escutar pessoas, podendo acontecer de formas variadas (BRASIL, 2015).

Objetivos:
Identificar uma família de risco máximo, segundo a escala de Coelho e Savassi.

Metodologia:
Foi utilizado como critério de escolha a escala de Coelho e Savassi a qual é um instrumento de estratificação de risco da família,
com ela pretende-se avaliar os riscos sociais de saúde, refletindo sobre o potencial de adoecimento de cada núcleo familiar, pode
ser aplicada por qualquer membro da equipe, podendo a família ser classificada em Risco 1, Risco 2 ou Risco 3, (leve, médio e
máximo, respectivamente). A família em questão apresentou risco 3.

Resultados:
A família escolhida fica domiciliada na zona rural de Barroquinha, composta por 5 pessoas, um casal e três filhas. A paciente
M.B.R, de anos é portadora de HAS (1) e desempregada (1). O paciente L.C.S., 49 anos, é desempregado (1). Moram com os pais
M.L.R.A., 21 anos, teve paralisia cerebral, acamada desde o nascimento (3), deficiente física(3) e deficiente mental (3), analfabeta
(1), aposentada pela previdência e seu aposento é a renda da família além de incentivo do governo, a outra filha, M.M.R.S., 15
anos, estudante e F.L.R.S, 8 anos, estudante. A casa contem dois quarto, sala e cozinha, não há banheiro dentro do domicílio. A
relação morador/cômodo é menor que 1 (3). Alto risco (16).

Conclusões:
Com a aplicação da escala de Coelho e Savassi em todas as famílias, a equipe passa a ter maior compreensão sobre a relação entre
os determinantes de saúde e as situações vividas por elas. Além disso, a escala oferece subsídios à equipe para destinar tempo
e metodologias de intervenções diferenciadas, conforme os riscos apresentados pelas famílias de seu território de abrangência,
buscando ter uma agenda de prioridades.

Referências:
COELHO, Flávio Lúcio G.; SAVASSI, Leonardo C. M. . Aplicação de escala de risco familiar como instrumento de priorização das
visitas domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. , v. 1, n. 2, p.19-26, 2004.

Brasil. Acolhimento à demanda espontânea. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_deman-


da_espontanea_cab28v1.pdf. Acessado em: 4 de abr. 2019.

84 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:
Promoção da Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CARACTERÍSTICAS SÓCIO-OBSTÉTRICAS DAS GESTANTES


DIAGNOSTICADAS COM SÍFILIS

MARIA ISABEL DE ARAÚJO DOURADO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA NEUMA ARAÚJO CARVALHO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
FRANCISCO MEYKEL AMANCIO GOMES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
LYRLANDA MARIA CAVALCANTE DE ALMEIDA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
JACQUELINE CRISTINA MATOS DE FREITAS
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Introdução:
A sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica, que ainda permanece como um grande problema de saú de
pú blica. E causada pelo Treponema pallidum, uma bacté ria gram-negativa, do grupo das espiroquetas, de alta patogenicidade. Se
não tratada, poderá evoluir gradativamente, podendo comprometer especialmente o sistema nervoso e o sistema cardiovascular
(BRASIL, 2014). A infecç ão dessa enfermidade é maior por transmissão sexual (cerca de 60%) nos está gios iniciais (primá ria, secundá
ria e latente recente), reduzindo gradualmente com o passar do tempo (latente tardia e terciá ria), seguido pela transmissão ver-
tical quando a gestante, acometida por sıf́ ilis, deixa de ser tratada ou é tratada inadequadamente (BRASIL, 2016). Assim, como a
sıf́ ilis pode ser transmitida durante a gestaç ão, o acesso precoce ao diagnó stico e o tratamento adequado são momentos cruciais
para a prevenç ão da sıf́ ilis congê nita. Dessa maneira, sendo a sífilis uma infecção que pode levar a graves implicações para a saúde
de um indivíduo, principalmente a mulher e seu concepto, causando em grande maioria resultados adversos, faz-se necessário
à detecção e o controle desse agravo, por meio da notificação compulsória, com o intuito de reduzir a incidência até alcançar a
sua eliminação. Em 1993, o Ministério da Saúde do Brasil sugeriu um Projeto de Eliminação da Sífilis Congênita, de acordo com a
proposta de controle do agravo nas Américas formulado pela Organização Mundial e Pan-Americana de Saúde, determinando seu
alcance com a meta de uma incidência menor ou igual a 1 caso/1000 nascidos vivos. De acordo com a OMS, o cenário da situação
de sífilis no período compreendido entre 1997 e 2003, havia 2 milhões de casos de sífilis gestacional por ano no mundo, sendo
que 25% nos países da América Latina e Caribe, correspondendo a uma realidade de 460 mil casos anuais de sífilis gestacional,
com uma evolução estimada de 144.000 a 344.000 casos anuais para sífilis congênita (LINS, 2014). Em 2009, a Organização Pan-
-Americana da Saúde (OPAS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), lançaram novamente a “Iniciativa Regional
para a Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e da sífilis na América Latina e Caribe”. Em 2010, essa iniciativa regional se arti-
culou ao “Plano Global para eliminação de novas infecções pelo HIV entre crianças até 2015 e manter suas mães vivas” (BRASIL,
2014). De 1998 a junho de 2014, a ocorrência de sífilis congênita em menores de um ano de idade foi de 104.853 casos, dos quais
48.015 (45,8%) na Região Sudeste, 32.884 (31,4%) no Nordeste, 8.959 (8,5%) no Sul, 8.856 (8,4%) no Norte e 6.139 (5,9%) no
Centro-Oeste (BRASIL, 2015). No Ceará, de acordo com os dados do boletim epidemiológico de 2016, até 20 de junho, 399 crianças
foram identificadas com sífilis congênita. Verificando os últimos dois anos, nota-se que, em 2014 foram notificados 1.212 casos da
doença em crianças menores de 1 ano de idade, com taxa de detecção de 9,0 por mil nascidos vivos, e que em 2015 a taxa subiu
para 9,6 e o número de casos aumentou em 4,2% passando para 1263 (CEARÁ, 2016). Neste ensaio surgiu a seguinte indagação:
Quais as características sócio-obstétricas das gestantes diagnosticadas com sífilis? O interesse por esse estudo surgiu mediante a
disciplina de Saúde da Mulher, durante as vivências práticas em Unidade Básica de saúde e Unidade Hospitalar, devido o grande
número de sífilis apresentado em gestantes.

Objetivos:
Descrever as características sócio-obstétricas das gestantes diagnosticadas com sífilis.

86 Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
Essa pesquisa segue um modelo de estudo do tipo documental retrospectivo, com abordagem qualitativa, realizado durante o mê
s de dezembro, na Secretaria Municipal de Saú de, especificamente, na Vigilâ ncia Epidemioló gica, setor onde se faz a investigaç
ão e preenchimento correto da ficha de notificaç ão de acordo com o agravo, e posteriormente registrada no Sistema de Informa-
ção de Agravos de Notificaç ão (SINAN). Alé m da Vigilâ ncia Epidemioló gica, também foi realizada investigaç ão nas equipes da Estraté-
gia Saú de da Famıĺ ia do municıpio de Bela Cruz - Ceará . A coleta das informaç ões foi, primeiramente, realizada por meio da busca
no Sistema de Informaç ão de Agravos de Notificaç ão (SINAN), na Vigilâ ncia Epidemioló gica, utilizando o Termo de Compromisso, no
qual foram localizados os casos de sıf́ ilis congê nita. De posse dessas informaç ões, foi feita a busca nos prontuá rios das gestantes
correspondentes aos casos de sıf́ ilis congê nita nos CSF em que os casos foram acompanhados, envolvendo sede e distritos. Como
instrumento de coleta de dados, foi utilizado um formulá rio, tipo de questioná rio preenchido pelo pró prio pesquisador de acor-
do com as respostas do informante (PRODANOV, 2013), contendo itens sobre as condiçõessó cio-obstétricas e sobre o diagnó
stico, tratamento e acompanhamento da sıf́ilis durante a gestaç ão e apó s o diagnó stico do bebê com sıf́ ilis congê nita. Inicialmente,
foi solicitada a anuê ncia da pesquisa ao municıpio de Bela Cruz. Apó s a anuê ncia da secretaria de saú de da cidade, o projeto foi
submetido à Plataforma Brasil para a permissão da coleta das informaç ões a partir do parecer de Nº 3.033.909 . Em posse da per-
missão do comitê , foi feita uma visita a vigilâ ncia epidemioló gica do municıpio de Bela Cruz para apresentação da pesquisa e de seus
objetivos, para em seguida proceder-se a captaç ão das informaç ões dos casos de sıf́ ilis congê nita dos anos de 2007 a 2017. Munidos
da confirmaç ão dos casos, com endereç o das unidades de saú de onde esses pacientes foram acompanhados, foi feita uma visita as
Unidades de Saú de, onde por meio de conversa com o gerente e pesquisa nos prontuá rios foram coletados para avaliaç ão das in-
formaç ões. A pesquisa teve como critérios de inclusão o registro das Fichas de Notificaç ão de casos de sıf́ ilis congê nita confirmada
entre os anos de 2007 e 2017. Como crité rio de exclusão, consideramos o preenchimento incompleto das informaç ões de registro
nas fichas de notificaç ão ou erro de notificaç ão, uma vez que impossibilita a obtenç ão dos resultados. A pesquisa foi realizada se-
guindo os preceitos da Resoluç ão do Conselho Nacional de Saú de (CNS/MS) No 466/12 sobre pesquisas que envolvem seres 26
humanos, onde seus direitos são protegidos, assegurando-se cuidados pelos princıpios bá sicos da bioé tica: autonomia, beneficê
ncia, nãomaleficê ncia e justiç a (BRASIL, 2012). Inicialmente, a pesquisa contava com dez participantes, sendo eles mulheres ges-
tantes acometidas com sı́filis durante suas gestações e que tiveram filhos diagnosticados comsıf́ilis congênita, no perıodo de 2007 a
2017. Os dados foram obtidos atravé s do Sistema de Informaç ão de Agravos de Notificaç ão (SINAN), porém, apó s ter em mãos as
informaç ões dessas gestantes, foi iniciada a busca pelos prontuá rios das mesmas e atravé s deles foram selecionados pelos critérios
de inclusão e exclusão, quais deles estariam aptos a participarem da pesquisa. Depois de selecionados, apenas seis se encaixavam
nos crité rios de inclusão. Duas mulheres não possuıam prontuá rio no municıpio e, provavelmente, nunca realizaram exames de pré
-natal. E duas foram notificadas incorretamente no sistema, pois tiveram a gravidez interrompida por aborto espontâ neo. Dessa
forma, trê s prontuá rios foram excluıdos e foi traç ado um breve perfil das seis participantes da pesquisa, descrito a seguir: a coleta
foi realizada a partir dos prontuá rios de seis pacientes, todas do sexo feminino, com resultado reagente para sıf́ ilis, que estiveram
gestantes e realizaram o pré-natal nos anos de 2007 a 2017. E um caso de sıf́ ilis na gestação os casos em que a gestante apresenta
evidência clinica. De sıfilis e/ou com sorologia não treponê mica reagente, tendo qualquer titulagem, mesmo na ausê ncia de resul-
tado de teste treponê mico, realizada no pré - natal ou no momento do parto ou curetagem (BRASIL, 2008) . Com relaç ão à faixa etá
ria das participantes da pesquisa, as mães se encontravam entre quinze a vinte e sete anos. Em âmbito nacional, entre 2005 a
2017, observou-se que 51,6% das gestantes com sıf́ ilis encontravam-se na faixa etá ria de 20 a 29 anos, 24,3% na de 15 a 19 anos
e 20,2% na de 30 a 39 anos. Desde 2005, a proporç ão de gestantes entre 30 e 39 anos vinha sendo superior à proporç ão entre as
de 15 a 19 anos, tendo-se observado uma inversão dessa relaç ão em 2011, que permanece (BRASIL, 2015). No quesito escolarida-
de, cinco possuíam fundamental incompleto e apenas uma era analfabeta. O Boletim Epidemiológico sobre Sífilis (2017), refere
que em 28,0% dos casos, a informação foi ignorada em 2016. Além disso, 53,6% das mulheres não tinham o ensino médio com-
pleto. A baixa escolaridade dos pacientes pode repercutir na assimilação dos problemas de saúde e na aptidão para o entendi-
mento das informações nessa área, como também no consumo e na utilização dos serviços de saúde e na aceitação quanto aos
procedimentos terapêuticos (BRASIL, 2015). Quanto ao estado civil, quatro informaram estar solteiras e duas em união estável. A
renda familiar estava entre menos de um até três salário mínimo, duas participantes sustentavam-se com menos de um salário
mínimo, três relataram possuir até dois salários, enquanto apenas uma referiu receber até três salários. Quatro pacientes estavam
gestantes pela primeira vez. Uma estava grávida pela quarta vez, porém em sua terceira gravidez havia perdido o bebê em um

Comunicação Oral 87
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

aborto espontâneo, onde já havia sigo diagnosticada com sífilis. E, a última, estava gestante pela segunda vez, sem registro de
sífilis na gestação anterior. Apenas três gestantes tiveram mais de sete consultas de pré-natal com enfermeira e médica da unida-
de de saúde em que estavam sendo acompanhadas. Uma delas foi acompanhada com seis consultas de pré-natal no total, en-
quanto duas tiveram apenas uma consulta de pré- natal. Segundo as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde, na portaria
no 570, de 01 de junho de 2000, que estabelece o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, os retornos pré- natais
devem ser compostos de no mínimo seis consultas, sendo preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo, e três
no terceiro trimestre de gestação (BRASIL, 2000). O primeiro contato e capacitação das gestantes acontece, principalmente, atra-
vés dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), durante as visitas domiciliares. O agente é o responsável por iniciar e fortalecer o
vínculo entre a gestante e equipe de saúde. Esse profissional também deve lembrar-se que a assistência domiciliar é integral e
deve abranger não somente as gestantes, mas também a família e todo o contexto social em que vivem. Dessa forma, o agente
precisa estar atento aos fatores de risco e quaisquer alterações que ocorram com a gestante e sua família, realizando sempre o
registro e discutindo com a equipe da Unidade Básica de Saúde (BRASIL, 2000). Quanto à intervenção do enfermeiro, esta se ini-
cia, muitas vezes, quando a mulher procura o serviço de saúde ainda em dúvida sobre a sua gestação, apresentado suas dúvidas
e medos. Durante a consulta de enfermagem, é importante valorizar as queixas referidas pelas mulheres, fortalecendo assim o
vínculo e confiança entre profissional e paciente. A escuta e as respostas diretas e seguras às dúvidas e queixas apresentadas são
essenciais para o bem-estar da mulher e sua família (RUGULO, 2004). Havendo suspeita de gravidez, com presença de sintomas
característicos referidos pela mulher, como atraso menstrual, náuseas e vômitos, sensibilidade nos seios, aumento do volume
abdominal, entre outros, na ocasião de ser solicitado exame confirmatório de gravidez (BRASIL, 2001). Após confirmada a gesta-
ção, o Ministério da Saúde (2000), preconiza que o calendário de atendimento pré-natal deve ser estabelecido na primeira con-
sulta, dessa forma, dando as condições adequadas para a coleta de dados necessários, de acordo com a idade gestacional, pro-
movendo um bom segmento da gestação. De acordo com Duarte (2006), durante o pré-natal, o enfermeiro deve levar em
consideração as questões emocionais, visto que esse não deve ser um momento apenas técnico centrado em um fenômeno bio-
lógico. Durante as consultas, considerar o emocional da paciente criará o vínculo necessário para uma boa relação enfermeiro/
paciente, de forma a criar a rede de atenção necessária e satisfatória para o cuidado da gestante, seu companheiro e sua família.

Conclusões:
Por intermédio da pesquisa realizada, observou-se que o contexto social em que essas mulheres estão inseridas, a precariedade
socioeconômica, baixa escolaridade e multiplicidade de parceiros são realidades vivenciadas por essas pessoas, que são fatores
predisponentes para os crescentes indicies de doenças infecto contagiosas, em especial a sífilis congênita. Como limitações da
pesquisa, foi evidenciado a dificuldade no acesso aos prontuários necessários para a pesquisa, relacionado a desorganização dos
mesmos e falta de interesse e solicitude de alguns profissionais responsáveis pelo Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME)
em colaborar com a pesquisa. A falta de colaboração limita o acesso a novas informações e, automaticamente, crescimento do
serviço de saúde, pois a partir dos resultados é possível enxergar as falhas e estudar possíveis estratégias para a melhoria do
trabalho oferecido. Dessa forma, fica evidente que o aconselhamento como forma de atenção especial ao cliente, a qualificação
profissional contínua e a construção do vínculo estabelecido com as gestantes e seus parceiros portadores de sífilis, facilitam o
acesso ao serviço, a adesão no tratamento e o tratamento adequado, evitando assim, a transmissão vertical.

Referências:

AVELLEIRA, João Carlos Regazzi; BOTTINO Giuliana. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. Anais Brasileiros de Dermatologia.
2006. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2018.

AZULAY, R.D. História da Sífilis. Anais Brasileiros de Dermatologia. V. 63, n. 1, p.3-4, jan/fev. 1988. Disponível em: . Acesso em: 05
nov. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência pré-natal. Manual técnico. Brasília: 2000.

. . Coordenação. Sífilis congênita e sífilis na gestação. Rev Saúde Pública, v. 42, n. 4, p. 768-72, 2008.

. . Cadernos de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. N. 32.Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

88 Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

. . Instituto para o Desenvolvimento de Saúde-IDS. Manual de enfermagem. São Paulo: 2001.

. . Sífilis: Estratégias para diagnóstico no Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Depar-
tamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Brasília : Ministério da Saúde, 2010.

. . Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

. . Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Trans-
missíveis. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Brasília: Minis-
tério da Saúde, 2016.

. . Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Atenção Integral as Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

. . Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília, v 48, n 36, 2017. Disponível em: Acesso
em: 20 jun. 2018.
. . Transmissão Vertical do Hiv e Sífilis: estratégias para redução e eliminação. Brasília, 2016.

CAVALCANTE, M.S. et al. Transmissão vertical do HIV em Fortaleza: revelando a situação epidemiológica em uma capital do nor-
deste. Rev Bras Ginecol Obstet, 2004; 26:131-8.

COSTA PAZ, L. et al. Nova definição de casos de Sífilis Congênita para fins de vigilância epidemiológica no Brasil, 2004. Revista
Brasileira de Enfermagem [en linea] 2005, 58 (Julio- Agosto) Disponível em: Acesso em: 10 nov 2018.

DOMINGUES, R.M.S.M; LAURIA, Lilian de Mello; SARACENI, Valeria and LEAL, Maria do Carmo. Manejo da sífilis na gestação: co-
nhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro. Ciênc. Saúde coletiva
[online]. 2013, vol.18, n.5, pp.1341-1351.

DUARTE, S.J.H.; OLIVEIRA, A.; SÔNIA, M. Assistência pré-natal no programa saúde da família.
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. 2006. Disponível em: Acesso em: 04 dez. 2018.

FELICIANO, K.V.O.; KOVACS M.H. As necessidades comunicacionais das práticas educativas na prevenção da transmissão materno-
-fetal do HIV. Rev Bras Saúde Matern Infant, 2003; 4:393-400.

GUERREIRO, E.M.; RODRIGUES, D.P.; SILVEIRA, M.A.M.; LUCENA, N.B.F. O cuidado pré-natal na atenção básica de saúde sob o olhar
de gestantes e enfermeiros. Rev REME, 2011. Disponível em: < http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/533> Acesso em: 10 nov.
2018.

HILDEBRAND, V.L.P.C. Sífilis congênita: fatores associados ao tratamento das gestantes e seus parceiros [dissertação]. Rio de Janei-
ro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; 2010.

Klausner JD. The sound of silence: missing the opportunity to save lives at birth. Bull World Health Organ, 2013.

LIMA, M.G. et al. Incidência e fatores de risco para sífilis congênita em Belo Horizonte, Minas Gerias, 2001-2008. In: Ciênc. Saúde
coletiva, v. 18, n. 2, Rio de Janeiro, 2013.

LINS, C.D.M. Epidemiologia da sífilis gestacional e congênita no extremo Setentrional da Amazônia. Boa Vista [Dissertação de
mestrado]: Mestrado profissional em Ciência da Saúde, Universidade Federal de Roraima, 2014.

Comunicação Oral 89
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONTRIBUIÇÃO DE TECNOLOGIAS EDUCATIVAS PARA


PROMOÇÃO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR DE ESTUDANTES
UNIVERSITÁRIOS
YANDRA KELLINE BRANDÃO BRAGA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ROBERTA BRENA DE SOUSA VIEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA APARECIDA FERNANDES CARDOSO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
KEILA MARIA DE AZEVEDO PONTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte e incapacidade no Brasil e em muitos países, acarretando
mais de sete milhões de óbitos por ano em todo o mundo, principalmente em grupos vulneráveis, como idosos, mulheres, pessoas
de menor renda e escolaridade (BONOTTO et al., 2016). Nesse contexto, a prevenção de doenças e a promoção da saúde nunca
foram tão urgentes. A necessidade de promover a saúde da população e, consequentemente, de diminuir os índices de morbidade
e mortalidade por doenças crônicas, dentre elas as DCV, tem levado a reflexões sobre a utilização de estratégias de promoção
da saúde eficientes (SOUZA et al. 2014). Uma forma útil muito utilizada é a educação em saúde, onde pode ser feita de várias
maneiras dentro de diferentes cenários, segundo Silva et al. (2015) a educação em saúde é vista como um meio para alcançar e
disseminar maior conhecimento para compreensão da população acerca do seu estado de saúde. Dessa forma, se faz necessária
ampliação dos investimentos que envolvam essa temática em saúde, afim de que possam ser atingidos os objetivos relacionados
aos cuidados em saúde. A utilização de tecnologias educativas revela-se uma maneira eficaz para este cuidado, segundo Souza et
al. (2014) são estratégias que podem ser utilizadas na promoção de comportamentos saudáveis, por meio da aprendizagem de
habilidades para os cuidados de saúde no enfrentamento do processo saúde-doença. Desse modo, a tecnologia educacional tem
se destacado por proporcionar educação e promoção da saúde à população ao permitir a identificação sistemática de desenvol-
vimento, organização ou utilização de recursos educacionais e manuseio desses processos (SOUZA et al. 2014). Assim, trazendo
melhorias na saúde dos indivíduos que venham a utilizar dessas tecnologias. A educação em saúde, embora possua métodos e
segmentos distintos, não se limita apenas a transmitir conhecimento, mas estabelece vínculos entre assistidos e profissionais, e
promove a participação ativa do paciente e constantes remodelagens conceituais destes indivíduos quanto a hábitos que com-
prometam a saúde e a qualidade de vida (JANINI; BESSLER; VARGAS, 2015). Com base no exposto, este estudo emergiu a partir
da participação no Grupo de Estudos em Políticas, Cuidado e Tecnologia em Saúde à Populações Vulneráveis (GEVS) do Curso de
Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú em Sobral-Ceará. Na ocasião foi possível elaborar estratégias educativas
voltadas a prevenção das DCV, o que nos instigou a conhecer a percepção das pessoas quanto estas estratégias e a construção
destas. Assim, destaca-se a importância de estratégias educativas para buscar minimizar por meio de educação e saúde essas
doenças. Buscando proporcionar uma reflexão, aumentando o conhecimento e a compreensão das situações e assim transformar
a população em um participante ativo e conhecedor, favorecendo sua autonomia e o melhor cuidado com a sua saúde.

Objetivos:
Descrever a contribuição de tecnologias educativas para promoção da saúde cardiovascular de acadêmicos de uma universidade
pública.

Desenvolvimento:
Trata-se de uma pesquisa do tipo observação participante, com abordagem qualitativa realizada de agosto de 2017 a abril de 2018

90 Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), localizada em Sobral, Ceará. Caracterizada uma Instituição de Ensino Superior
(IES) de Administração Pública Indireta do Estado do Ceará sob a formação de Fundação Pública. Esta possui unidades acadêmicas
e administrativas em quatro campus: campus da Betânia que concentra o maior número de Cursos de Graduação e o Mestrado
Acadêmico em Zootecnia, além de unidades administrativas e a Reitoria da UVA; campus do Junco; campus do Derby e campus da
CIDAO. O estudo teve como critério de inclusão: ser estudante de graduação de algum curso da UVA e ter faixa etária acima de 18
anos. Como critérios excludentes foram estar de férias ou licença no período da coleta de dados. A escolha dos participantes foi
não probabilística e ocasional, e foram convidados a participar os estudantes que estavam no local do estudo durante o período
da coleta. Utilizou-se cinco tecnologias educativas elaboradas pelos participantes do Grupo de Estudos em Vulnerabilidade e
Saúde (GEVS) do curso de Enfermagem da UVA: Dominocardio, Pintando o coração, Giracardio, Amarelinha do coração e Semáfo-
ro do coração. A escolha das tecnologias para a aplicação era de forma aleatória. Assim, cada acadêmico participou de uma tec-
nologia. O Pintando o Coração é composta por um varal feito de corda contendo figuras de hábitos saudáveis e não saudáveis
presos por pregador de madeira personalizado, quais sejam: banana, batata doce, atividade física, mamão, vinho, linhaça, uva,
cigarro, abacate, chocolate, peixe, sal, açúcar, bebida alcoólica, estresse, coxinha, laranja, sedentarismo, carne vermelha e café. A
tecnologia possui outros materiais como papel, tinta e pincel. Ademais foi elaborado um informativo indicando sete passos para
a mudança de hábito de vida que irão garantir uma melhora significativa na saúde cardiovascular. O Giracardio constitui-se dos
seguintes materiais: uma roleta subdividida em seis espaços de cores vermelho, branco e azul, 60 cartas de papel e corações pro-
duzidos de EtilVinitoAcetato. As cartas de cores vermelhas possuíam perguntas relacionadas aos aspectos cardiovasculares, as
cartas brancas traziam sentenças que o jogador deveria julgar como mito ou verdade sobre o adoecimento cardiovascular e as
cartas de cores azuis possuíam curiosidades e reflexões. O Dominocardio foi produzido com 28 peças de dominó, onde as peças
foram substituídas por figuras que indicam fatores que não contribuem para a saúde cardiovascular, quais sejam: dois hambúr-
gueres, duas frituras em excesso, dois refrigerantes, dois leites integrais, duas manteigas, dois cachorros quentes, duas pizzas,
dois bacons, dois açúcares e duas imagens de sal em excesso; e dezesseis fatores benéficos, quais sejam: duas uvas, dois peixes,
dois tomates, duas bananas, duas maçãs, duas cenouras, dois azeites extra virgem, dois chás verdes, dois alhos, duas acerolas,
dois morangos, duas laranjas, duas pipocas, dois vinhos, dois feijões preto; duas imagens de exercícios físicos e quatro figuras de
corações, de modo que é necessário a presença de dois participantes para a realização do jogo. Assim sendo necessário a presen-
ça de dois participantes para a realização do jogo. O Semáfaro do coração possui três placas nas cores vermelho, amarelo e verde
que indicam perigo, atenção e sem perigo. Como também placas de perguntas sobre hábitos que possam influenciar ou não no
desenvolvimento de DCV, imagens de hábitos saudáveis e não saudáveis e alguns hábitos de vida, como a prática de exercício fí-
sico. Como também cartelas com os sinais do semáforo, que foi utilizado para a contagem de pontos. Participaram da aplicação
das tecnologias um total de quarenta acadêmicos. Os mesmos chegavam aleatoriamente ao local e eram recebidos com a explica-
ção do objetivo da pesquisa e logo em seguida era aplicado uma das tecnologias educativas. A escolha das tecnologias era alea-
tória e se utilizava uma por semana. Após a aplicação, foi questionado aos participantes individualmente: Qual a contribuição
dessa tecnologia para prevenção das Doenças Cardiovasculares? Este estudo obedeceu aos preceitos da ética em pesquisa seres
humanos, tendo seu projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer número 2.312.655. As tecnologias educati-
vas utilizadas são estratégias lúdicas para cuidar da saúde cardiovascular. A aplicação do Pintando o Coração se inicia quando
pedimos para o participante desenhar de forma simbólica o seu coração. Depois ele é direcionado pelo facilitador a um varal que
terá alguns hábitos de vida bons e ruins para a saúde cardiovascular. Em seguida o participante deve pegar no varal tudo que
fosse familiar a seu estilo de vida e colocar no coração que ele pintou. Em seguida realiza-se uma análise crítica de como estava a
sua saúde cardiovascular, permitindo assim que ele fizesse uma reflexão e conscientização de seus hábitos de vida. Quando não
era adequado à saúde eles eram estimulados a mudança e quando o resultado era positivo o participante recebia incentivo para
continuar. Após esse momento, o participante junto com a facilitadora fazia a leitura das informações obtidas em cada emoji de
acordo com as imagens escolhidas. Dessa forma, os hábitos bons têm um emoji com expressão feliz e os hábitos ruins com expres-
são triste e atrás de cada imagem tinha informações do motivo do malefício e benefício de cada hábito. Assim, proporcionando
uma conscientização para não aderir mais a um estilo de vida que não faz bem para saúde. No final os participantes receberam
um informativo indicando sete passos para aderir a uma alimentação adequada com intuito de incentivar a uma mudança dos
fatores que prejudicam a saúde. A tecnologia educativa pintando o coração proporcionou um conhecimento sobre os hábitos de
vida que fazem bem e mal à saúde cardiovascular de acordo com o hábito de vida de cada participante possibilitando uma refle-

Comunicação Oral 91
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

xão e conscientização de forma que promova um incentivo para mudanças do estilo de vida que não são favoráveis à saúde. Na
aplicação do GiraCardio os participantes eram incentivados a jogar em dupla e girar uma roleta, cada um por vez, para retirarem
uma carta de um montante da mesma cor do espaço onde a roleta parou. A cada acerto de pergunta ou de julgamento correto da
sentença o participante recebia um coração. Era considerado vencedor o jogador que acumulava a maior quantidade de corações.
O objetivo da atividade foi promover, de forma lúdica, a reflexão acerca dos hábitos de vida que podem acarretar em DCV, além
de possibilitar o esclarecimento de dúvidas acerca das cardiopatias. O Dominocardio é dividido em três etapas, a primeira etapa
são distribuídos sete peças para cada jogador e restando 14 peças na reserva; a segunda etapa é o jogo em si, onde cada partici-
pante irá pegar uma peça e explicar o que ele entende sobre a imagem com respeito a saúde do coração, caso necessário, o joga-
dor deve recorrer as peças na reserva para continuar o jogo e caso a explicação não seja adequada o jogador passa a vez para o
segundo participante; a terceira etapa, é a finalização do jogo com o ganhador que acabar suas peças mais rapidamente. Assim,
os participantes aprimoram seus conhecimentos sobre as doenças cardiovasculares de forma dinâmica e lúdica. Já no Semáforo
do Coração, cada participante iniciava com uma cartela, e a medida que o aplicador ia apresentando as perguntas e imagens o
jogador respondia, diante das respostas o aplicador indicava em qual dos sinais do semáforo a resposta se encaixava, equivalendo
a cada uma um ponto, que era marcado na cartela. No final era feito a soma de pontos em cada um dos sinais, que indicava se o
participante estava em perigo ou não ou ainda se estava em estado de alerta. Os resultados mostraram que as tecnologias educa-
tivas contribuem para mudanças de hábitos de vida, promoção a saúde e prevenção das DCV, bem como permitiram adquirir no-
vos conhecimentos na área de forma lúdica. Os participantes revelaram que a contribuição das tecnologias educativas estava re-
lacionada à manutenção ou mudança nos hábitos de vida: “Essa tecnologia contribuiu para me informar sobre hábitos de vida que
fazem bem e mal à saúde cardiovascular” (E 1) “Me possibilitou uma reflexão e conscientização para que eu possa mudar o meu
estilo de vida que não está favorável à minha saúde” (E 4) “A tecnologia educativa pintando o coração proporcionou um momen-
to bastante reflexivo onde pude fazer analogia do coração pintado e meu coração e com isso me fez refletir na quantidade de
coisas que eu faço que não fazem bem a minha saúde” “Promoveu incentivo para mudanças do estilo de vida que fazem mal a
saúde” (E 12) Observa-se que as tecnologias são significativas para o processo aprendizado pois conseguem aliar a reflexão e a
conscientização de forma dinâmica e lúdica. Segundo os participantes, a aplicação destas tecnologias foram essenciais para a
promoção da saúde no âmbito da universidade. As tecnologias educativas tem uma concepção de educação crítico-reflexiva com
base em estímulo no processo ensino-aprendizagem, resultando em envolvimento por parte do educando na busca pelo conheci-
mento. Estas são utilizadas em vários lugares no mundo e, embora apresentem suas limitações, demonstram resultados positivos
na autonomia do educando (MACEDO et al, 2018; FARIAS et al, 2015). As metodologias ativas de ensino aprendizagem que são
entendidas como um meio que proporciona o aprender a aprender, centrando-se nos princípios de uma pedagogia crítica, reflexi-
va e interativa. Então, o conceito de aprender fazendo, baseia-se na produção do conhecimento através da ação-reflexão-ação,
reafirmando a premissa de que o processo de ensino e de aprendizagem precisa estar vinculado ao contexto prático presente ao
longo de toda a carreira do estudante (ZALUSKI, 2018). Dessa forma, as metodologias ativas de aprendizagem se propõem a subs-
tituir a memorização e a simples transferência de informações e de habilidades, pela construção do conhecimento a partir da vi-
vência de situações reais ou simuladas da prática profissional, estimulando as capacidades de análise crítica e reflexiva e o apren-
der. Também é importante ressaltar como as metodologias ativas contribuem na disseminação de conteúdos sobre a saúde
cardiovascular de uma maneira mais sutil e que facilita o aprendizado do participante, contribuindo com a promoção da saúde e
prevenção de doenças futuras. Todas as tecnologias produzidas pelo grupo visam esse processo educativo simples, com linguajar
adequado para os diferentes públicos, para que possam atingi-los de maneira efetiva. Os participantes apresentaram através de
seus relatos que as tecnologias educativas contribuem para a promoção da saúde cardiovascular e que adquiriram novos conhe-
cimentos na área. “Tecnologia educativa bem interessante que foi de grande contribuição para adquirir alguns conhecimentos
sobre os fatores que provoca o adoecimento cardiovascular” (E 23) “Aprendi bastante sobre diversos hábitos que fazem mal a
saúde cardiovascular” (E 27) “Contribuiu para sanar várias dúvidas que eu tinha sobre o assunto” (E 35) “Um jogo que traz infor-
mações interessantes e que foi de grande ajuda, pois me proporcionou conhecimentos” (E 36) Segundo o Ministério da Saúde
(2018), a promoção da saúde é um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, que se
caracteriza pela articulação e cooperação da rede e do âmbito social. Assim, reconhece as demais políticas e tecnologias existen-
tes visando à equidade e à qualidade de vida, com redução de vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes
sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. As tecnologias são estratégias que podem ser utilizadas na promoção de

92 Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

comportamentos saudáveis, por meio da aprendizagem de habilidades para os cuidados de saúde no enfrentamento do processo
saúde-doença (SOUZA, 2014). Sendo assim, as tecnologias educativas foram importantes para aprimorar os conhecimentos e es-
clarecer as dúvidas dos participantes que não conheciam bem o assunto sobre DCV, desencadeando desse modo, de forma lúdica
um aprendizado e consequentemente melhorias na forma de lidar com os fatores de risco para essas doenças. Baseado nisso,
pode-se notar o quão é importante discutir promoção da saúde por meio das tecnologias e o quanto elas são significativas. De
acordo com a proposta da Carta de Ottawa, a promoção da saúde visa assegurar a igualdade de oportunidades e proporcionar os
meios para que indivíduos e comunidades tenham oportunidade de conhecer e controlar os fatores determinantes da sua saúde.
Nesse sentido, a tecnologia educacional tem se destacado por proporcionar educação à população a fim de propiciar a transfor-
mação dos modos de vida dos indivíduos e da coletividade e, consequentemente, promover qualidade de vida e saúde (MALL-
MANN et al, 2015). Os participantes revelaram que as tecnologias educativas contribuíram também para a prevenção das DCV:
“Aprendi várias informações para a prevenção do adoecimento cardiovascular” (E 13) A diversidade de tecnologias e sua utilização
no contexto da saúde têm proporcionado mudanças de paradigmas na prevenção, controle e tratamento de doenças crônicas,
sejam elas transmissíveis ou não transmissíveis. Nos agravos crônicos não transmissíveis, essas tecnologias têm propiciado a
transmissão de conhecimento para a população, a troca de experiências e a busca de novas formas de cuidado (SOUZA, 2014).
Dentro da prevenção, o monitoramento da prevalência dos fatores de risco para DCV, especialmente os de natureza comporta-
mental, permitem, por meio das evidências observadas, a implementação de ações preventivas com maior custo-efetividade (RI-
BEIRO, 2012). Nesse contexto, as tecnologias implementadas, serviram para os participantes como uma fonte de informações
sobre como prevenir o adoecimento cardiovascular. Possibilitando a promoção de saúde através dos jogos descontraídos e com
uma linguagem efetiva para a compreensão de todos. Além disso, os pesquisadores também puderam conhecer o perfil dos par-
ticipantes acerca de atitudes e do conhecimento prévio sobre o assunto. Foi possível esclarecer dúvidas que surgiam durante a
aplicação da tecnologia e assim possibilitar um momento de conhecimento mútuo.

Conclusões:
Neste estudo foi possível identificar que as tecnologias educativas foram bastante efetivas no aprendizado dos participantes, pois
associado a um momento de distração os acadêmicos aprenderam informações necessárias para a melhora dos hábitos de vida e
o não comprometimento da saúde cardiovascular. Os resultados mostraram que as tecnologias educativas contribuem para mu-
danças de hábitos de vida, promoção à saúde e prevenção das DCV, bem como permitiram adquirir novos conhecimentos na área
de forma lúdica. Espera-se que esse tipo de metodologia seja disseminado entre os profissionais de saúde para um cuidado mais
efetivo. Assim, tornando o paciente ativo e conhecedor, favorecendo sua autonomia e o melhor cuidado com a sua saúde. Como
fragilidade do estudo aponta-se o tempo limitado que os participantes tiveram para participar do estudo.

Referências:
BONOTTO, G. M., MENDOÇA, R.A., SUSIN, L.R.O. Conhecimento dos fatores de risco modificáveis para doença cardiovascular entre
mulheres e seus fatores associados: um estudo de base populacional. Ciência & Saúde Coletiva, v.21, n.1, p. 293-302, 2016. Dis-
ponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n1/1413-8123-csc-21-01-0293.pdf. Acesso em 22 de janeiro de 2019

SOUZA, A. C. C.; MOREIRA, T. M. M.; BORGES, J. W. P. Tecnologias educacionais desenvolvidas para promoção da saúde cardio-
vascular em adultos: revisão integrativa. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 48, n. 5, p. 944-951, Outubro, 2014.
Disponível em: . Acesso em 22 de janeiro de 2019

SILVA, C. T. S., CARVALHO, J. M., CARVALHO, F. L. Q. Tecnologias Voltadas para Educação em Saúde: O que temos para a saúde
dos idosos. II STAES: Seminário de Tecnologias Aplicadas a Educação em Saúde. Revista UNEB, Salvador, p. 14-21, Outubro, 2015.
Disponível em: . Acesso em 22 de janeiro de 2019

JANINI, J. P., BESSLER, D., VARGAS, A. B. Educação em saúde e promoção da saúde: impacto na qualidade de vida do idoso. Saúde
Debate, Rio de Janeiro, v. 39, n. 105, p.480-490, abr- ju, 2015. Disponível em: . Acesso em 22 de janeiro de 2019

MACEDO, KDS et al. Active learning methodologies: possible paths to innovation in health teaching. Esc. Anna Nery, Rio de Janei-
ro, v. 22, n. 3, e20170435, 2018. Available from . access on 26 July 2019. Epub July 02, 2018.
http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0435.

FARIAS PAM, MARTIN ALAR, CRISTO CS. Aprendizagem Ativa na Educação em Saúde: Percurso Histórico e Aplicações. Rev Bras
Educ Méd, 2015, v. 1, n 39, p. 143-50. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022015000100143&lng=en&nrm=isso. Acesso em: 22 de julho de 2019.

Comunicação Oral 93
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ZALUSKI, F.C; OLIVEIRA, T.D. Metodologias ativas: uma reflexão teórica sobre o processo de ensino e aprendizagem. Educação e
Tecnologias: inovação em cenários de transição. 2018. Rio Grande do Sul. Disponível em: http://we-
bcache.googleusercontent.com/search?q=cache:4H0UP_uVjPkJ:cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2018/article/down-
load/556/79/+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

BRASIL. Política Nacional de Promoção da Saúde: PNPS. Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude.pdf. ISBN.978-85-334-2670-2. Acesso em: 23 de
julho de 2019.

MALLMANN, D. G. Necessidades de educação em saúde dos idosos à luz da Teoria de Madeleine Leininger. Recife – PE: UFPE,
2014. 107 p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife - PE, 2014.

RIBEIRO, A. G., COTTA, R. M. M. RIBEIRO, S. M. R. A. promoção da saúde e a prevenção integrada dos fatores de risco para doen-
ças cardiovasculares. Ciênc. saúde coletiva. v.17, n.1 , Rio de Janeiro, janeiro, 2012. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000100002.

94 Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GUIA PARA PREPARAÇÃO DE CASAIS PARA O PARTO: UMA


TECNOLOGIA PARA APOIAR A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
NA ESF
ANA JESSYCA CAMPOS SOUSA
Uuniversidade Federal Do Ceará (UFC)
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA
Universidade Estadual Vale Do Acaraú (UVA)
GUILHERME FREDERICO ABDUL NOUR
Uuniversidade Federal Do Ceará (UFC)
ANA CÉLIA OLIVEIRA SILVA
Universidade Estadual Vale Do Acaraú (UVA)
CONCEIÇÃO DE MARIA FARIAS SOUSA
Universidade Estadual Vale Do Acaraú (UVA)

Introdução:
O parto é considerado uma questão de saúde, e o modelo escolhido deve ser o mais adequado para cada caso e o mais saudável
para a mãe e para o bebê (BRASIL, 2015). Observa-se que o modelo hegemônico no Brasil mostra-se inadequado, pois apresenta
como resultado um percentual nacional de 55,4% de cesarianas e índices de morte materna incompatíveis com o nível de desenvolvi-
mento do país (BRASIL, 2013). A participação do pai no parto é garantida através da Lei 11.108 (Lei do Acompanhante) instituída em
2005, a mesma garante as parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Dessa forma, os serviços de Saúde ficam obrigados a permitir a presença, junto à
parturiente, de um acompanhante de sua livre escolha durante todo o período parturitivo (BRASIL, 2005). Esta participação pater-
na é algo que deve ser encorajado pelos profissionais de saúde e também pelas instituições, pois promove envolvimento afetivo
com o bebê, proporciona maior bem-estar físico e emocional para a mulher, sentindo-se acolhida, amparada e mais segura durante
o processo parturitivo. Porém, o que se observa nos serviços de saúde é a ausência ou a passividade paterna, necessitando de mais
assuntos sobre a temática e melhor empenho dos profissionais no encorajamento e na preparação paterna para o momento (SAN-
TOS, 2016). Carvalho et al (2015) dizem que essa participação passiva está relacionada à falta de preparo e conhecimento quan-
to ao processo parturitivo, impossibilidade de se ausentar do trabalho, falha na comunicação entre o homem/casal e profissionais,
bem como o fato de acreditarem que não tem papel importante no nascimento do filho. Diante do exposto, as tecnologias em
saúde têm importante valia para os profissionais, funcionando como suporte para orientações das dúvidas que permeiam o casal
durante o ciclo, auxiliando também na preparação para o parto. Esses instrumentos utilizam a abordagem participativa buscando
atender as necessidades educativas das gestantes e são eficazes no processo de empoderamento das mesmas para a prática do
autocuidado (REBERTE et al, 2012; SOUZA et al, 2014). Para Teles (2011), as tecnologias devem ser trabalhadas preferencialmente
durante o pré-natal, tendo em vista a possibilidade de trabalhar ações educativas nesse período. Dessa forma, o companheiro deve
ser incentivado a participar das consultas juntamente com a gestante para também ser preparado.

Objetivos:
Descrever a construção de um guia sobre o preparo de casais para o parto a ser utilizado pelo enfermeiro da Estratégia Saúde da Famí-
lia durante grupos de gestantes /ou consultas de pré natal.

Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo descritivo metodológico com abordagem qualitativa (PASQUALI, 1999; MINAYO, 2010). O Guia foi construí-
do a partir das evidências presentes na literatura de acordo com o método Pasquali (1999), durante o mês de julho a dezembro de
2018. A literatura destaca as seguintes etapas a serem seguidas no processo de construção de instrumentos: I - Estabelecimento
da estrutura conceitual; II - Definição dos objetivos do instrumento e da população envolvida; III - Construção dos itens e das esca-
las de resposta; IV - Seleção e organização dos itens; V - Estruturação do instrumento; VI -Validade de Conteúdo; e VII - Pré-teste,
no entanto não serão utilizadas as etapas VI e VII (COLUCI, ALEXANDRE, MILANI, 2015). Os procedimentos éticos da pesquisa

Comunicação Oral 95
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

foram garantidos através dos princípios bioéticos postulados na Resolução nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O estudo faz
parte de uma pesquisa maior que possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual Vale do Acaraú
(UVA), com parecer número 2.442.627. O Guia sugere um hool de temáticas que o enfermeiro pode utilizar, para que, ao fim das
abordagens, o casal esteja preparado para o parto normal. Por ser um material que poderá ser utilizado tanto nas abordagens
grupais como nas consultas de pré natal, optou-se por dividi-lo em 6 encontros, conforme o número de consultas preconizadas
pelo Ministério da Saúde. No Primeiro Encontro, o enfermeiro deve abordar sobre a Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005,
mais conhecida como a Lei do Acompanhante, que determina que os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada,
são obrigados a permitir a gestante o direito à presença de acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e
pós-parto. Deve-se informar ao casal que esse acompanhante é alguém escolhido pela gestante, podendo ser o companheiro, a
mãe, uma amiga, ou outra pessoa de sua escolha. Vale ressaltar que a Lei é válida tanto para parto vaginal ou cesárea. Deve ser
explicado ainda ao homem que nenhum profissional da saúde pode impedi-lo de ser acompanhante. Deve-se enfatizar ainda,
que sua participação pode ajudar a garantir um melhor atendimento à parceira, favorecer o aleitamento materno, diminuir a ocor-
rência de depressão pós parto, entre outros (BRASIL, 2005). No Segundo Encontro será abordado os Sinais do Trabalho de Parto.
Orientar quanto a isso é fazê-la ciente do momento que se deve procurar a maternidade, para que tanto sua segurança como
a do bebê seja mantida. Para isso, faz-se necessário dizer que a perda de líquido pela vagina que escorra pelas pernas, contra-
ções uterinas regulares cada vez mais intensas e perda do tampão mucoso são alertas para que a gestante procure o serviço de
saúde e seja avaliada por um profissional (MONTENEGRO, REZENDE FILHO, 2014). É válido ainda, informar à gestante que alguns
procedimentos realizados nas maternidades são específicos e necessários somente em alguns casos, de forma que informando-a
quais são, as mesmas estarão aptas a questionar caso os profissionais do hospital queiram fazer. A caderneta da gestante traz a
lavagem intestinal, raspagem dos pelos íntimos, rompimento artificial da bolsa, soro com ocitocina e episiotomia como exemplos
de procedimentos desnecessários na maioria dos casos. As Técnicas que favorecem o Parto serão abordadas no Terceiro Encontro.
Controlar a dor durante o trabalho de parto é um dos objetivos do cuidado a mulher em parturição. Assim, existem algumas téc-
nicas que facilitam e agilizam o trabalho de parto e amenizam a dor. Lehugeur; Strapasson; Fronza (2017) trazem que a gestante
deve ser informada e preparada para executar todas estas técnicas, assim como seu parceiro deve ser instruído a auxiliá-la no
cumprimento desses métodos. Os mesmos autores sugerem a deambulação como uma dessas práticas, sendo capaz de acelerar o
trabalho de parto, porém é importante enfatizar que durante as contrações a mulher pode adotar a posição que sentir-se mais
confortável. O banho no chuveiro reduz a dor, alivia a ansiedade e oportuniza o relaxamento. A massagem proporciona conforto,
analgesia e alívio da dor, podendo ser executada pelo companheiro. A bola de pilates ou bolsa suíça pode contribuir na distração da
parturiente, tornando o trabalho de parto mais tranquilo. As posições assumidas pela mulher serão explicadas no Quarto Encontro.
Estas devem ser escolhidas por elas próprias de forma a facilitar o conforto diante da dor do trabalho de parto e parto. Porém, isso
modificou-se, e a gestante passou a posicionar-se conforme orientações dos profissionais, onde estes passaram a ser mais ativos
na condução desse processo (CARDOSO, 2015). Deve-se explanar as várias posições que a mulher pode assumir no trabalho de
parto e como o companheiro poderá auxiliá-la. Acomodar-se de cócoras, sentada ou de joelhos são melhores para favorecer a saída
do bebê, pois o canal de parto fica mais curto, a abertura da vagina fica maior e a circulação de oxigênio para o bebê é melhor.
Além destas, semi sentada, lateralizada, de quatro apoios ou em pé também podem ser opções. Apoiar-se no acompanhante pode
ajudar a dar força no período final do parto. Orienta-se que a escolha da posição deve ser a que mais adeque-se em cada situação,
para cada gestante (BRASIL, 2015). O bebê nasce com muitas necessidades fisiológicas e sem recursos de determinar como elas
poderiam ser satisfeitas. É neste momento que a mãe vai provê a satisfação de todas as necessidades. Ressalta-se que estas não
são apenas as vitais, mas também as afetivas (MARCIANO; AMARAL, 2015). É no Quinto Encontro que será abordado o Contato
Pós-Parto. O que ocorre neste momento é crucial para o desenvolvimento do vínculo dos pais com o bebê. O contato pele a pele deve
ser estimulado por no mínimo, uma hora; o casal deve manter o bebê aquecido com panos secos; a amamentação também deve ser
estimulada na primeira hora de vida (NOUR, 2018). A cesárea pode ser necessária em alguns casos, indicada quando o bebê está em
sofrimento ou diante de algumas doenças, portanto, o Sexto Encontro trará “E se a cesárea acontecer?”. Se comparada ao parto
vaginal, apresenta maiores riscos tanto para a mãe como para o bebê, como mais dor no pós operatório, risco de infecção, etc. Por
isso, deve ocorrer apenas sob indicação médica (BRASIL, 2015). Com isso, o casal deve ser informado e preparado quanto à pos-
sibilidade da ocorrência de uma cesárea. Nour (2018) diz que o companheiro, ao estar presente durante a intervenção cirúrgica,
deve posicionar-se ao lado da mulher, para transmitir-lhe mais apoio e segurança. Ainda, o toque nos instrumentos ou andar na

96 Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

sala cirúrgica não deve ocorrer, para evitar infecções. O companheiro deve ser instruído também a buscar informações com a equipe
acerca de sua presença durante o procedimento.

Conclusões:
O Guia foi construído tendo por base as evidências apresentadas na literatura, possibilitando ao profissional realizar uma melhor
preparação para o parto, o que contribuirá no desenvolvimento de pais mais seguros e integrados ao evento parturitivo e conse-
quentemente, um parto humanizado. Percebeu-se na literatura encontrada, o despreparo dos profissionais e de algumas institui-
ções no que diz respeito a preparação do casal para o parto, podendo levar a prática de determinadas condutas na assistência, pro-
piciando um parto intervencionista e com procedimentos sem evidências científicas, contribuindo com maiores riscos de desfechos
indesejáveis. É evidente que a construção de uma tecnologia que auxilie o enfermeiro nas orientações ao parto com traz expressiva
contribuição na promoção à saúde integral e igualitária à mulher, ao pai e à criança além de possibilitar a discussão da problemática
do uso de tecnologias, sendo possível compreender e atuar melhor nesse campo, desvelando avanços e desafios a serem superados.

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. Lei nº 11.108, de 07 de abril de 2005. Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir
as parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do
Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Medidas para estímulo ao parto normal na saúde suplementar. Brasília, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Gravidez, parto e nascimento com saúde, qualidade de vida e bem-
-estar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Área Técnica de
Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Área Técnica de Saúde da Mulher. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013.

CARDOSO, DCFL. As posições maternas durante o trabalho de parto e a sua influência nas variedades occipito posteriores fetais.
Relatório de estágio orientado. Porto, 2015.

CARVALHO, CSF; CARVALHO, IS; BRITO RS; VITOR, AF; LIRA, ALBC. O companheiro como
acompanhante no processo de parturição. Revista Rene. Fortaleza, vol.16, n04, p.613-21. 2015.

COLUCI, M. Z. O.; ALEXANDRE, N. M. C.; MILANI, D. Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio
de Janeiro , v. 20, n. 3, p. 925-936, Mar. 2015 . Disponível em: . Acesso em: 16 dez. 2016.

LEHUGEUR, D; STRAPASSON, MJ; FRONZA, E. Manejo não farmacológico de alívio da dor em partos assistidos por enfermeira obsté-
trica. Rev enferm UFPE on line., v. 11, n.12, p.4929-37, 2017.

MARCIANO, RP; AMARAL, WN. O vínculo mãe-bebê da gestação ao pós-parto: uma revisão sistemática de artigos empíricos publi-
cados na língua portuguesa. FEMINA, v. 43, n. 4, 2015.

MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 29 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. MONTENEGRO, CAB; REZENDE
FILHO, J. Obstetrícia Fundamental. 13ª edição. Editora: Guanabara Koogan. 2014.

NOUR, GFA. Presença de Pai. Cartilha para o envolvimento do pai no parto e nascimento. 1ª Ed. Fortaleza, 2018.

PASQUALI, L. Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília: LabPAM/IBAPP, 1999.

REBERTE, LM; HOGA, LAK; GOMES, ALZ. O processo de construção de material educativo para a promoção da saúde da gestante.
Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 20, n.1, 2012.

SANTOS, RS; GONCALVES, TLC. Sentimentos, sensações e emoções dos pais que vivenciaram o nascimento de seus filhos. Cienc.
enferm., Concepción , v. 22, n. 1, p. 125-133, nov. 2016 . Disponível em: . acesso em: 06 nov. 2016.

SOUZA, VB; SILVA, JS; BARROS, MC et al. Tecnologias leves na saúde como pontencializadores para qualidade da assistência às
gestantes. Rev enferm UFPE on line, Recife, v. 8, n. 5, p.1388-93, 2014.

TELES, LMR. Construção e validação de tecnologia educativa para acompanhantes durante o trabalho de parto e parto. 2011.
Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem,
Fortaleza. 2011.

Comunicação Oral 97
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Avaliação de Políticas
e Programas de Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral Curta
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO COMO


ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO CUIDADO: RELATO DE
EXPERIÊNCIA

VITÓRIA FERREIRA DO AMARAL


Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
BEATRIZ DA SILVA SOUSA
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
LUÍZA JOCYMARA LIMA FREIRE DIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANDERSON BARROS DE SOUSA
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
ANNA KARLA RODRIGUES DINO
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
ANA KARINA DE SOUSA GADELHA
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)

Período de realização:
Meses de maio e junho em 2019, nas reuniões de uma equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Objetivo da Experiência:
Educação Permanente sobre Acolhimento com Classificação de Risco aplicada pela equipe da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família na ESF

Objetivos:
Relatar a vivência de uma equipe RMSF no desenvolvimento de oficinas sobre “Acolhimento com Classificação de Risco” executa-
do em uma equipe da ESF.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência do desenvolvimento de oficinas sobre “Acolhimento com Classificação de Risco”, como estra-
tégia de educação permanente por uma equipe de RMSF na ESF do município de Sobral, Ceará. Os participantes da oficina, foram
os trabalhadores e profissionais de uma equipe de saúde da ESF. As oficinas compreenderam dois encontros com os seguintes
temas, o primeiro “Acolhimento”, e e o segundo “Classificação de Risco”.

Resultados:
Na primeira oficina foram trabalhadas temáticas de reflexão e avalição de como era efetivado o acolhimento pela equipe de saúde
da ESF, em seguida elaborado novas estratégias de realizar o acolhimento, conforme realidade local e orientações do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2013). Na segunda oficina, realizada após um mês, foi avaliado o processo de implementação do acolhimento,
sendo avaliado como exitoso e em seguida debatida a temática Estratificação de Risco incorporada ao acolhimento.

Análise Crítica:
A efetivação do “Acolhimento com classificação de risco” com êxito, exige como desafio a agregação de profissionais e trabalha-
dores que sejam capazes de se implicar com a gestão do cuidado na ESF (BRASIL, 2013). Assim, os resultados exitosos obtidos
na primeira oficina é reflexo da integração dos trabalhadores e profissionais de saúde, como da sensibilização e compressão dos
usuários de saúde, da necessidade de reorganização dos fluxos de cuidados.

Comunicação Oral Curta 99


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Conclusões:
A forma como era realizado o “Acolhimento com classificação de risco”, após o processo das oficinas, demonstrou boa aceitação
por parte dos usuários, em decorrência da implicação com a forma de organização do gerenciamento da ESF. Existe a necessidade
de reforçar atividades que promovam a incorporação de estratégias de gestão do cuidado e reflexão por parte dos usuários na
unidade e na rede de saúde.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. – 1. ed.; 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

100 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA QUALIDADE DOS REGISTROS EM PRONTUÁRIOS


FÍSICOS E ELETRÔNICOS DA POLICLÍNICA BERNARDO FÉLIX DA
SILVA, SOBRAL-CE
JANAYNA DOS SANTOS MOURA
(Policlínica Bernardo Félix da Silva)
FRANCISCA JOELMA DE ARAÚJO CRUZ
(Policlínica Bernardo Félix da Silva)
ALINNE BASTOS VIANA
(Policlínica Bernardo Félix da Silva)
LIDUÍNA JOYCE PRADO LINHARES
(Policlínica Bernardo Félix da Silva)
MICHELE SANFORD RANGEL PARENTE
(Policlínica Bernardo Félix da Silva)
CLAYCIANE MONTE COELHO SÁ
(Policlínica Bernardo Félix da Silva)

Introdução:
O registro em prontuário representa um indicador da qualidade da atenção especializada, além de ser, um instrumento que serve
para avaliar e identificar as fragilidades nas evoluções dos profissionais e que facilita a elaboração de estratégias que fortaleçam
a importância do registro seguro com intuito de evita possíveis processos jurídicos.

Objetivos:
Analisar as informações e a qualidade dos registros nos prontuários físicos e eletrônicos e verificar a forma de registro e se cada
especialidade seguia os parâmetros de evoluções dos seus respectivos conselhos de classe.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo, elaborado durante minha trajetória na comissão de prontuário no período de
2017-2018. A pesquisa foi realizada da em uma policlínica do tipo II que atende os cidadãos dos 24 municípios da Região de
Saúde de Sobral, com uma população de aproximadamente 614 mil habitantes. As amostras de prontuários são selecionadas por
especialidade (5 prontuários físico) e municípios ( 3 prontuários eletrônico). Seguindo o Check list de análise dos prontuários. A
pesquisa não envolveu seres humanos. Para tanta foi solicitado a autorização a comissão de prontuário e direção geral da policlí-
nica, através da carta de anuência para autorização de pesquisa.

Resultados:
Foram analisados internamente 240 prontuários físicos e 50 eletrônicos do período de 2017 e 2018. A taxa de não conformidades
de prontuários físicos, referente ao ciclo I (2017) e ciclo II (2018), foi observado que as não conformidades encontradas no ciclo
I foram: sem evolução médica 27% . E já no ciclo II, as não conformidades foram: falta de carimbo e assinatura dos profissionais
11% ; lote de medicação 28% e sem evolução médica 16% . Na análise dos prontuários eletrônicos, identificamos que o registro
de anamnese no ciclo I (2017) encontra-se não conforme em 43% e no ciclo II (2018), 55% . No que se refere a conduta final e
orientações, temos 33% no ciclo I e 30% no ciclo II.

Conclusões:
As análises dos prontuários internos foram fundamentais para detectarem as falhas nas evoluções dos prontuários, pois através
do relatório que é gerado é possível avaliar e orientar a equipe assistencial. Instruindo os profissionais a registrarem de forma
segura e legível, sem abreviaturas, seguindo as orientações dos seus respectivos conselhos, com o respaldo ético e legal, frente
aos conselhos e associações de classe jurídica.

Referências:
BRASIL, Coletania da Legislação Arquivista e Correlata. Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), 2016. BRASIL. Ministério da
Saúde. Sistema Nacional de Auditoria. História de auditoria em saúde. BrasíliaDF, 2002.

Comunicação Oral Curta 101


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A IMPORTÂNCIA DOS CONSELHOS LOCAIS DE SAÚDE PARA O


CONTROLE SOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
LIA CAVALCANTE DE ARAÚJO
Faculdade Santa Maria de Cajazeiras (FSM)
YNDRI FROTA FARIAS MARQUES
Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba
SÂMIA EMANUELY DA SILVA PEREIRA MARQUES
ANA BRENA XIMENES DE SOUSA
SANDRINY MARIA DE ALMEIDA OLIVEIRA
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
JOARA CUNHA SANTOS MENDES GONÇALVES

Período de realização:
Junho de 2018.

Objetivo da Experiência:
Foram realizados debates em um Conselho Local de Saúde (CLS), visando a criação de políticas públicas de saúde.

Objetivos:
Relatar a experiência de acadêmicos de medicina e profissionais de saúde durante as reuniões do CLS para discutir as ações na
Estratégia Saúde da Família (ESF) em Boa Vista, município de Cajueiro da Praia, Piauí.

Metodologia:
Estudo descritivo, desenvolvido a partir das reuniões no CLS, caracterizado como um espaço de discussões construtivas, no qual as
demandas dos usuários foram alocadas para uma melhor resolutividade das necessidades apontadas. Foi utilizada uma pesquisa
observacional assistemática dos espaços existentes e usados pela população para participar nas decisões em saúde.

Resultados:
Observou-se um contexto de fortalecimento de vínculo usuário-profissional e usuário-acadêmico, em que as tomadas de decisões
ocorrem de forma participativa. O CLS é primordial para a melhoria da saúde coletiva, bem como a vigilância na gestão nas unida-
des de saúde e, sobretudo para o direito do cidadão na participação dos problemas da comunidade e em sua resolução, visando
o controle social e o fortalecimento dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Análise Crítica:
A discussão nos CLS como prática de cuidado tem fortalecido o SUS através da participação direta da comunidade na tomada
de decisões sobre a saúde, bem como na deliberação das políticas públicas e na formação de lideranças locais que auxiliem nas
ações. Dessa forma, os CLS tornam-se espaços ideais para a manifestar as necessidades da comunidade, representando a legiti-
midade democrática da participação popular em sua base.

Conclusões:
Constatou-se a existência de uma relação indissociável entre a participação em saúde, controle social e ESF. Desse modo, o CLS
vem atuando na organização dos serviços públicos locais de saúde respondendo à demanda assistencial local, sendo apontado
como um instrumento propulsor de mudanças e transformações na qualidade de vida e saúde da população.

Referências:
BRITO RIBEIRO, Fernanda de; ALVES DO NASCIMENTO, Maria Ângela. Exercício de cidadania nos conselhos locais de Saúde: a (re)
significação do “ser sujeito”. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 35, p. 151, 2011.

CORTES, Soraya Maria Vargas. Conselhos municipais de saúde: a possibilidade dos usuários participarem e os determinantes da
participação. Ciência & Saúde Coletiva, v. 3, p. 5-17, 1998.

102 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO PARA O TRABALHO DE


PARTO PREMATURO NO BRASIL E ESTRATÉGIAS PARA A SUA
PREVENÇÃO- UMA REVISÃO
RAYANY RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CAMILA DE OLIVEIRA GREGÓRIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JANICE OLIVEIRA FONTENELE BARCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VENERANDA ILARISSE DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
O parto prematuro é definido como o nascimento que ocorre antes de 37 semanas de gestação, representando a maior causa de
morbidade e mortalidade neonatal no mundo. Isto constitui um desafio significativo para a saúde pública devido aos efeitos na
saúde a longo prazo. A etiologia do parto prematuro envolve fatores econômicos, sociais, maternos, assistenciais, entre outros.

Objetivos:
Conhecer por meio de uma revisão de literatura algumas variáveis que atuam como fator de risco para a ocorrência de trabalho
de parto prematuro e estratégias para a sua prevenção no Brasil.

Metodologia:
Os dados foram obtidos através de pesquisa sobre os fatores de risco para o trabalho de parto prematuro, buscando os eventos
determinantes a nível nacional. A pesquisa foi realizada em fontes online como artigos científicos, resoluções e protocolos. Dos
quais foram selecionadas as três principais fontes do trabalho: Nascer no Brasil, Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento;
Gestação de Alto Risco, Manual Técnico do Ministério da Saúde e uma revisão sobre o tema intitulada Trabalho de parto Prema-
turo, predição e prevenção. A seguir, os dados foram comparados e agrupados por categorias: fatores sociais, fatores maternos e
fatores relacionados à assistência ao parto.

Resultados:
Na análise, foram encontrados indicadores relacionados ao parto prematuro, esses dados estão categorizados a seguir: fatores
sociais mais comuns são gravidez na adolescência, nível de escolaridade mais baixo, inadequação do pré-natal; fatores mater-
nos como parto prematuro anterior, nuliparidade com história de morte fetal, gravidez múltipla, descolamento de placenta e
infecções contribuem para o aumento das taxas de parto prematuro; quanto aos fatores associados à assistência ao parto estão
gravidez em idade avançada, dois ou mais partos cesáreos prévios, gravidez múltipla e qualquer patologia materna ou fetal que
acabam acarretando na indicação da interrupção da gestação antes do termo.

Conclusões:
A maioria dos esforços para diminuir os partos prematuros tem sido intervencionista. Essas medidas reduzem a morbidade e
mortalidade perinatal. No entanto, a alta taxa de nascimento prematuro nos grupos sociais mais desfavorecidos, reafirma a ne-
cessidade da redução das desigualdades sociais e de saúde como prioridade nacional. Ademais, é importante avaliar a indicação
de cesárea eletiva antes do termo, observando o risco-benefício a longo prazo.

Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto
risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.

– 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. 302 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Dória MT, Spautz CC.
Trabalho de parto prematuro: predição e prevenção. Femina, Setembro de 2011, vol 39 n°9.

AROUCA. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio (ENSP). Projeto- Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento.
Disponível em: [Acesso em 20 de Jul de 2019].

Comunicação Oral Curta 103


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AUTISMO, SAÚDE PÚBLICA E PSICANÁLISE: AS


REVERBERAÇÕES DO DIAGNÓSTICO E DO DISCURSO
BIOMÉDICO NOS DISPOSITIVOS DE SAÚDE, E AS POSSÍVEIS
CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE
LEILANE MOUTA BABALHO VIANA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ROBERT PESSOA COSTA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LUIS ACHILLES RODRIGUES FURTADO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Introdução:
Esse trabalho pretende levantar dados dos dispositivos de saúde pública de Sobral que atendem crianças ditas “autistas”, de modo
elaborar uma análise política, crítica às reverberações do discurso biomédico, e comparativa com o projeto “Água de chocalho”
vinculado à liga da psicanálise e psicopatologia da Universidade Federal do Ceará, para destacar a relevância deste no contexto
da região.

Objetivos:
Procuramos levantar, analisar e comparar dados qualitativos e quantitativos dos dispositivos de saúde pública do município de
Sobral que atendem crianças ditas “autistas”, com os mesmos dados respectivos ao projeto “Água de chocalho”.

Metodologia:
A metodologia de coleta de dados será feita por meio de entrevistas com os principais representantes de cada dispositivo e, quan-
do necessário, entrevistas com profissionais atuantes nos respectivos dispositivos que possuem contato direto com as crianças,
entre eles, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Além disso, a bibliografia utilizada para análise posterior a coleta, será
com base em textos psicanalíticos de autores reconhecidos, textos de saúde coletiva e demais literaturas que abordam o tema
“autismo”.

Resultados:
A pesquisa se encontra em curso, mas já podemos citar algumas constatações qualitativas. Percebemos que o discurso biomédico
que tenta localizar o dito “autismo” como uma doença psicogenética ou mesmo o entender de abordagens psicológicas que o
colocam não como doente, mas como deficiente mental (RIBEIRO; MARTINHO; MIRANDA, 2012), possui reverberação no manejo
dessas crianças na rede de saúde pública de Sobral, condicionando a criança a seguir um protocolo de atividades alheias ao seu
desejo, em contraste com a abordagem do projeto “água de chocalho” que sustenta práticas direcionadas pelo viés do desejo e
possuem resultados na abertura do sujeito para a linguagem e na relação com o outro.

Conclusões:
A controvérsia do termo “autismo” é demonstrada até hoje nas redes de saúde através de uma confusão diagnóstica que produz
estigma, segregação e medicalização da infância e da vida. A consequência disso, é a cronificação do quadro através de uma iden-
tificação do sujeito com o diagnóstico. Sendo assim, o retorno ao sujeito da psicanálise aparece como via fértil para o tratamento
dessas crianças principalmente no que diz respeito à saúde coletiva.

Referências:
COSTA VAL, Alexandre et al. Psicanálise e Saúde Coletiva: aproximações e possibilidades de contribuições. Physis, Rio de Janeiro ,
v. 27, n. 4, p. 1287-1307, dez. 2017.

RIBEIRO, M.A.C, et al. (2012). O sujeito autista e seus objetos. A Peste: Revista de Psicanálise e Sociedade e Filosofia. São Paulo,
v. 4, nº 2, p. 77-89; 2012.

FURTADO, L. A (2013). Sua Majestade o Autista: fascínio, intolerância e exclusão no mundo contemporâneo. Curitiba: CRV, 2013.

104 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NA


ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA VISÃO MULTIDISCIPLINAR

JOÃO VITOR TEIXEIRA DE SOUSA


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA DO SOCORRO MELO CARNEIRO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
A cultura de segurança do paciente é um assunto moderno e tem se inserido como quesito de qualidade nos serviços. Em 2012,
a OMS formou um grupo para estudar a segurança na Atenção Primária à Saúde (APS) com o objetivo de reconhecer os riscos
em cuidados primários e identificar a magnitude e a natureza dos eventos adversos devido às práticas inseguras na realização de
procedimentos ¹.

Objetivos:
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a cultura de segurança do paciente na Atenção Primária à Saúde.

Metodologia:
Se caracteriza como estudo avaliativo, quantitativo, realizado de julho de 2017 a outubro de 2018, com os profissionais de nível
superior e técnico dos Centros de Saúde da Família (CSF) da sede do município de Sobral. Foi utilizado um instrumento desenvol-
vido pela Agency for Healthcare and Research in Quality, traduzido para o português em 2016 e que apresenta coeficiente alfa
de Cronbach de 0,95, o qual representa alta confiabilidade e se apresenta em forma de escala likert ². Os dados coletados foram
analisados descritivamente através do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 23.

Resultados:
A pesquisa mostrou resultados sobre segurança do paciente e qualidade, comunicação entre APS e outros níveis de atenção, in-
formações sobre o serviço, avaliação dos profissionais em relação ao apoio da gestão, relações interprofissionais e uma avalição
global da APS do município em relação à atenção ao cliente, efetividade, pontualidade, eficiência e imparcialidade, tendo atingido
a excelência na imparcialidade. Em relação a gestão, foi evidenciado um “bom” nível de investimento em melhorias, uma “ótima”
atenção à resolução dos erros, uma “ótima” aplicabilidade em melhorias de processos, e uma “boa” tomada de decisão em rela-
ção aos processos que visam o usuário.

Conclusões:
Foi possível aferir uma avaliação positiva, porém cabe ressaltar a incompreensão de alguns profissionais em relação a pesquisas,
pois muitos se mostram temerosos em respondê-las. Não foram avaliadas respostas dos usuários, o que pode ser tomado como
fragilidade, inviabilizando comparações. Portando, faz-se necessário o desenvolvimento de ferramentas que possibilitem esta
comparação, abrindo possiblidades de continuidade desta pesquisa.

Referências:
MARCHON, S. G.; MENDES JUNIOR, W. V. Segurança do paciente na atenção primária à saúde: revisão sistemática. Cad. Saúde
Pública. Rio de Janeiro, v.30, n.9, p.1-21. Set. 2014.

TIMM, M; RODRIGUES, M. C. S. Adaptação transcultural de instrumento de cultura de segurança para a Atenção Primária. Acta
Paul Enferm. V.29, n.1, p.26-37. 2016.

Comunicação Oral Curta 105


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA


FAMÍLIA DE SOBRAL, CEARÁ A PARTIR DA ESTRUTURA DAS
UNIDADES BÁSICAS

RAISSA MONT’ ALVERNE BARRETO


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
IZABELLE MONT’ALVERNE NAPOLEÃO ALBUQUERQUE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ISABEL CRISTINA KOWAL OLM CUNHA
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Introdução:
Apesar de grandes avanços conquistados na Atenção Primária e sendo considerada imprescindível para a efetividade dos sistemas
de saúde, ainda há muitos desafios a serem superados, como a carência de infraestrutura adequada nas unidades, sendo impor-
tante a realização de pesquisas avaliativas no sentido de produzir reflexos diretos das práticas de saúde.

Objetivos:
O estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da dimensão estrutura das Unidades Básicas de Saúde do município de Sobral,
Ceará, a partir do referencial teórico de Avedis Donabedian.

Metodologia:
Trata-se de estudo avaliativo com abordagem quantitativa. Para coleta dos dados aplicou-se uma adaptação do Instrumento de
Avaliação de Serviços de Atenção Básica (QualiAB) com 22 gerentes e 46 equipes de saúde da família pertencentes à zona urbana.
Para aplicação online do questionário foi utilizado um software livre de plataforma web denominado LimeSurvey, e disponibiliza-
do para cada Unidade somente o link, via e-mail, juntamente com seu token de acesso. Para análise dos dados foram utilizadas
técnicas de estatística descritiva simples, a partir da tabulação, processamento dos dados e produção das tabelas pelo programa
Excel.

Resultados:
De forma geral, constatou-se bom desempenho, mas vale ressaltar aspectos que comprometem esta assistência, como o fato de
três Unidades estarem sem médico e 50% delas apresentarem quantidade de equipes inferior ao recomendado pela PNAB, refle-
tindo, consequentemente, na alta demanda assistencial nos territórios. Além disso, visualizou-se a necessidade de melhorias na
acessibilidade para portadores de deficiência; insuficiência de equipamentos de urgência e emergência; ausência de veículo para
uso das Unidades; número insuficiente de salas e consultórios; e deficiência na disponibilidade de alguns medicamentos.

Conclusões:
Conclui-se que a estrutura das unidades estudadas necessita de um olhar mais atento por parte dos gestores a partir de maior
compromisso político com prioridade para a Estratégia Saúde da Família, visto que uma boa estrutura reflete diretamente no bom
desempenho nas áreas de processo e de resultados.

Referências:
ARANTES, L.J.; SHIMIZU, H.E.; MERCHÁN-HAMANN, E. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primá-
ria à Saúde no Brasil: Revisão da literatura. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 21, n. 5, p. 1499-1509. 2016.

DONABEDIAN, A. The definition of quality and approaches to its assessment. In: DONABEDIAN, A. The quality of medical care: a
concept in search of a definition. J FarmPract. 1982; 9:975-92.

106 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO ACESSO NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE: O QUE DIZ A POPULAÇÃO LGBT?
Ana Hirley Rodrigues Magalhães
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Glaudens Maria Braz Ricardo
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Roberlândia Evangelista Lopes
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Viviane Oliveira Mendes Cavalcante
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Francisco Meykel Amâncio Gomes
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Rejânio Aguiar Aragão
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Introdução:
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais objetiva o acesso integral à
saúde dessa população, redução das desigualdades e consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo (BRASIL,
2013). Entretanto, tais políticas não são suficientes para extinguir a homofobia dos serviços, comprometendo o direito desses
cidadãos.

Objetivos:
Analisar o acesso aos serviços da Atenção Primária à Saúde por meio da percepção dos usuários LGBT de um município do Nor-
deste brasileiro.

Metodologia:
Pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa realizada com um grupo de pessoas LGBT de um município do Nordeste
brasileiro. A coleta de dados ocorreu no período de abril a maio de 2018 através de entrevista semiestruturada. Participaram 13
integrantes LGBT na faixa etária de 19 a 37 anos que buscaram e/ou foram atendidos em algum serviço de saúde do município
em questão. Os dados foram analisados por meio da análise temática de Minayo. Esta pesquisa é parte de uma pesquisa maior,
cujo projeto foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário INTA, sob parecer nº 2.596.587.
O estudo respeitou a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados:
Os usuários LGBT descrevem o acesso ao serviço da Atenção Primária como algo excludente e discriminatório, com manifestações
de preconceito pelos profissionais de saúde e a própria comunidade. Destacaram ainda a invisibilidade da questão de gênero e
identidade sexual nas práticas de saúde, não sendo levada em consideração a equidade da assistência especialmente nos proces-
sos de adequação do corpo físico às identidades de gênero, como travestis e transexuais. Consideram que a atenção à saúde não
é adequada, e que os profissionais não estão preparados para atender as necessidades de saúde da população LGBT por desco-
nhecimento da Política e falta de qualificação para um atendimento específico.

Conclusões:
Nas narrativas dos usuários percebe-se que não está consolidada a incorporação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT na
Atenção Primária, com falhas no acesso e tratamento diferenciado devido à identidade de gênero ou orientação sexual. Os pro-
fissionais de saúde devem estar sensibilizados para mudança de atitude e desconstrução de estereótipos negativos sobre práticas
sexuais prestando uma assistência qualificada a essas minorias sociais.

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Po-
lítica Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília: 1.ed. Ministério da Saúde, 2013.

Comunicação Oral Curta 107


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DE GRUPOS DE GESTANTES NA PERSPECTIVA DAS


PARTICIPANTES
OTÁVIA CASSIMIRO ARAGÃO
Hospital Regional Norte (HRN)
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
KARINA OLIVEIRA DE MESQUITA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JOSÉ JEOVÁ MOURÃO NET TO
Hospital Regional Norte (HRN)
ANA CLÁUDIA BARROSO CAVALCANTE
Hemocentro Regional de Sobral (HEMOCE)

Período de realização:
Fevereiro a outubro de 2017.

Objetivo da Experiência:
Investigação de fatores que influenciam a aprendizagem de gestantes e suas repercussões no autocuidado e no cuidado com o
futuro filho.

Objetivos:
De modo geral, avaliar as ações educativas do grupo de gestante da Estratégia Saúde da Família, em Forquilha-Ceará; e especifica-
mente, identificar compreensão, satisfação e aplicabilidade dos conteúdos ministrados na percepção das participantes.

Metodologia:
Relato de experiência em grupo de gestantes, com 25 participantes, pelo Modelo de Vida de Roper, Logan e Tierney (1995), en-
trevista semiestruturada e observação não participante, numa abordagem qualitativa de caráter descritivo e exploratório, do tipo
estudo de caso, sob enfoque etnográfico. Os achados foram organizados pelo método de análise de conteúdo de Bardin (2011).
Obedeceu às regras de: exaustividade, representatividade, homogeneidade, pertinência e exclusividade.

Resultados:
Vários aspectos das atividades da vida tiveram influência na capacidade de compreensão das gestantes: idade, escolaridade,
paridade, timidez, questões culturais, cansaço e dificuldade de concentração interferiram na assimilação dos conteúdos. Foram
fatores de influência negativa: linguagem técnica, uso de palestras, falta de engajamento e fraco vínculo com equipe. Os conteú-
dos foram considerados oportunos e nenhuma participante apresentou rejeição à proposta do aleitamento materno.

Análise Crítica:
O valor das ações de saúde não justifica a tendência à racionalidade técnica distante da realidade, onde outras dimensões devem
ser consideradas e valorizadas, com busca da construção compartilhada de conhecimentos e de sentidos sociais. Merece desta-
que a necessidade de projetos políticos pedagógicos comprometidos com a autonomia dos sujeitos e a mudança de condições de
vida. As práticas educativas devem ser problematizadas e contextualizadas na dimensão social e humana em que são produzidas.

Conclusões:
Os achados apontam para um contraste com a teoria pesquisada. As ações educativas realizadas no grupo não propiciaram os
benefícios a que se destinam. O grupo foi considerado uma experiência negativa pelo conjunto dos membros. Recomenda-se
mudança na abordagem com incentivo à participação de modo a permitir a identificação entre as integrantes e o melhor compar-
tilhamento de experiências.

Referências:
AMARAL, E.M. et al. Pré-natal e puerpério: manual técnico. São Paulo: 2017. CARVALHO, M.S.et al. Educação em saúde durante o
pré-natal com foco nos cuidados relacionados ao recém-nascido. Ciên. Biol. e de Saúde, 2016, Aracaju, v3, n3, p195-208.

MENEZES, K.K.P.; AVELINO, P.R. Grupos operativos na APS como prática de discussão e educação: uma revisão. Cad. Saúde Colet.,
2016, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 124-130.

108 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO CANGURU NO


RECÉM-NASCIDO PREMATURO EM UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA
MISLANNA LOPES BARROS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA THAYANE JORGE FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
DARLIANE KELLY BARROSO DE SOUSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MAYARA ALCANTARA DE ALBUQUERQUE
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
TAMARA COSME RODRIGUES FERREIRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ARIANNA LIMA CARVALHO
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Período de realização:
O estudo foi realizado em um período de três meses (abril a junho de 2019).

Objetivo da Experiência:
O objeto deste estudo de relato de experiência foram os recém--nascidos prematuros que realizavam o Método Canguru em uma
Unidade de Terapia Intensiva.

Objetivos:
Apontar os benefícios da utilização do método canguru no recém-nascido prematuro em unidade de terapia intensiva.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência a partir da vivência da Residência na UTI Neonatal, de um Hospital
de Ensino da Região Norte do Ceará, inserida num contexto de equipe multiprofissional, buscando descrever a importância do
método canguru e identificar seus os benefícios para o recém-nascido prematuro.

Resultados:
O Método Canguru promove a melhora da temperatura corporal, o aumento da saturação periférica de oxigênio, a redução na
frequência respiratória, dessa forma promove alterações fisiológicas benéficas, bem como, evita longos períodos sem estimulação
sensorial no bebê diminuindo o tempo de separação da família, proporcionando uma maior inserção de confiança dos pais no ma-
nuseio dos seus filhos, redução da morbidade, melhoria na incidência e duração da amamentação, facilita estabilidade da criança.

Análise Crítica:
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é um ambiente onde há exposição intensa, ocasionando por vezes estresse e a dor, nesse
contexto o método canguru (PINHEIRO; CARR, 2019) auxilia a modificar o prognóstico e a sobrevida dos bebês, promove a atenção
humanizada, ajudando na redução do tempo em que o neonato mantido na incubadora, estimula o contato pele a pele, no colo
materno, além de facilitar a alimentação exclusiva, trazendo benefícios e melhora geral do recém-nascido (SOUZA et al., 2019).

Conclusões:
O Método Canguru é um modelo de assistência que potencializa a qualidade de vida e sobrevida dos prematuros, proporcionando
o vínculo mãe e filho, bem como, promove alterações fisiológicas benéficas no recém-nascido prematuro, contribuindo de forma
significativa para o seu controle fisiológico, portanto, merece grande incentivo, pois, por ser simples, eficaz e de baixo custo, po-
dendo ser um recurso adicional no tratamento.

Referências:
SOUZA, J. R.S. et al. MÉTODO CANGURU NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UMA UNIDADE DE NEONATOLOGIA.
Enferm Foco, Brasília, v. 10, n. 2, p. 30-35, 2019. PINHEIRO, MARCELA RIBAS; CARR, ANA MARIA GONÇALVES. A eficácia do método
mãe canguru em comparação aos cuidados convencionais em uma UTI Neonatal. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 1039-
1048, mar./apr. 2019.

Comunicação Oral Curta 109


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

BUSCA ATIVA E ATUALIZAÇÃO DE CARTEIRA VACINAL DE


CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS EM UMA UNIDADE BÁSICA
DE SAÚDE
MARIA HELENICE ALMEIDA LEITÃO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ILANNA ESTEVAM CONRADO
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
ÉRICA DE CASTRO DUARTE
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SAMILLY GIRÃO DE OLIVEIRA
Escola Superior de Saúde Publica
CRISTIANO AGUIAR FARIAS LAGES
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
MARIA SINARA FARIAS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Período de realização:
Janeiro - Junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Atualização de vacinação em crianças menores de 05 anos.

Objetivos:
Relatar a experiência da vivência e busca de atualização de vacinas na área adscrita da UAPS Regina Maria Severino.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo-narrativo de uma experiência da busca ativa e de atualização de vacinas na área adscrita da UAPS
Regina Maria Severino.

Resultados:
Com esta atividade os profissionais de várias áreas da saúde perceberam a importância e a necessidade de uma maior conscienti-
zação da importância da vacinação por parte da sociedade em geral tendo em vista que essa é essencial para o alto desempenho
na prevenção e no controle de doenças imunopreveníveis. Ao final, percebemos que temos uma cobertura vacinal de 100%, im-
portância esta devido a população está totalmente prevenida através da vacinação e registrada no sistema eletrônico.

Análise Crítica:
Um dos avanços mais notáveis na história da humanidade foi a descoberta das vacinas e sua popularização em escala global, com
o objetivo de erradicar as doenças infecciosas ou, ao menos, mantê-las sob controle. Procuramos manter o controle e a erradica-
ção das doenças previníveis através do calendário de vacinação que compreende desde o nascimento até a vida adulta.

Conclusões:
A medida que maiores taxas de coberturas vacinais são alcançadas, surgem maiores problemas relacionados à segurança, eficácia
e logística dos imunobiológicos. Como nenhuma vacina é perfeitamente segura ou efetiva, surge o questionamento do risco de se
adoecer e morrer por doença natural versus o risco inerente ao procedimento da vacinação. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), porém os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas do Calendário Vacinal.

Referências:
ARAUJO, Tânia Maria de; SOUZA, Fernanda de Oliveira; PINHO, Paloma de Sousa. Vacinação e fatores associados entre trabalha-
dores da saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 35, n. 4, e00169618, 2019 . Available from . access on 04 Aug. 2019. Epub
May 02, 2019. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00169618.

MARTINS, Jéssica Rauane Teixeira et al . Vaccination in everyday life: experiences indicate Permanent Education. Esc. Anna Nery,
Rio de Janeiro , v. 23, n. 4, e20180365, 2019 . A v a i l a b l e f r o m . a c c e s s o n 0 4 A u g . 2 0 1 9 . E p u b J u l y 2 9 , 2 0 1 9 .
http://dx.doi.org /10.1590/2177-9465-ean-2018-0365.

110 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CASOS DE PACIENTES NOTIFICADOS COM TUBERCULOSE NO


MUNICÍPIO DE SANTANA DO ACARAÚ-CE (2010 A 2017)

RAFAELA NAYANA CARNEIRO


Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA THAÍS DE LIMA SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MARIA SOCORRO CARNEIRO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA ÂNGELA CARNEIRO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RAFAELLY MARIA PINHEITO SIQUEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa provocada pela Mycobacterium tuberculosis. Atualmente, são mais de 100
espécies sendo algumas patogênicas ao ser humano. São bacilos Gram-indefinido. É uma doença de notificação compulsória, e
encarada como um grave problema de saúde pública. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos em todo
mundo com mais de um milhão de óbitos.

Objetivos:
Avaliar os casos de pacientes notificados com tuberculose no município de Santana do Acaraú no período de 2010 a 2017.

Metodologia:
Estudo retrospectivo, quantitativo, realizado por meio de levantamento de dados secundários dos casos de TB notificados de 2010
a 2017 em Santana do Acaraú. A amostra foi composta por fichas de notificação obtidas no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), de pacientes em tratamento de tuberculose no município de estudo. A coleta de dados se deu por meio de
consulta das seguintes informações: número de casos, sexo, faixa etária, diagnóstico laboratorial da doença e casos notificados de
recidiva. Os dados obtidos da pesquisa foram organizados e interpretados em forma de gráficos, de acordo com a necessidade e
especificidade do estudo por meio do programa EXCEL 2010.

Resultados:
De acordo com o SINAN, no período de estudo houve 87 notificações da doença no município de Santana do Acaraú, sendo o ano
de 2012 o que mais apresentou casos, com 22 notificações (25,29%), seguido de 2011 com 17 (19,54%). O sexo masculino foi o
que teve mais notificações 59,77% (52 casos), o feminino 40,23% (35 casos). A prevalência da doença foi no público com idade que
entre 20 a 59 anos. A maioria dos casos suspeitos de TB tiveram confirmação laboratorial. Os anos de 2012, 2013, 2015 e 2017
apresentaram maiores índices sugestivos da patologia sem confirmação laboratorial. Os anos de 2010 e 2012 foram os anos que
mais apresentaram notificações por recidiva da doença com quatro em cada ano.

Conclusões:
A pesquisa demonstrou a importância da notificação no SINAN dos casos de TB, visto que esta é uma patologia silenciosa, mani-
festando-se somente em estágio avançado, requerendo acompanhamento constante. O município de Santana do Acaraú necessita
melhorar propostas nacionais de combate e redução da TB, aprimorar políticas públicas já existentes de controle da patologia,
para adequar-se e contribuir com as metas existentes de equilíbrio da mesma.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da TB no Brasil. Brasília. Disponível em: < http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_b rasil.pdf>.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Disponível em:.

DUCATI, R .G. et al.The resumption of consumption — a review on tuberculosis. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 101, n. 7. 2006.

Comunicação Oral Curta 111


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CASOS DE TUBERCULOSE DO ESTADO DO CEARÁ


REGISTRADOS NO PERÍODO DE 2015 A 2018
DERIVANIA VIEIRA CASTELO BRANCO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
DANIELE BRITO MIRANDA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA VITÓRIA LAURINDO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ADNA VASCONCELOS FONTELES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
NAYARA ARAUJO CARDOSO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
RENAN RHONALITY ROCHA
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Introdução:
A tuberculose ainda é uma das principais causas de morbi-mortalidade no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde,
em 2016, houve 10,4 milhões de novos casos com 1,7 milhão de mortes no mundo (OMS, 2016). É causada pelo Mycobacterium
tuberculosis ou Bacilo de Koch, apresentando características marcantes como um longo período de latência e preferência pelos
pulmões (NOGUEIRA et al., 2012).

Objetivos:
Considerando que a TB, sua magnitude, potencial de disseminação e vulnerabilidade, o estudo tem como objetivo avaliar o perfil
epidemiológico dos casos de TB do estado do Ceará – Brasil.

Metodologia:
O presente estudo consiste em uma pesquisa descritiva, quantitativa, documental e retrospectiva. Sendo realizada com base nas
notificações dos casos de TB do estado do Ceará por meio de dados coletados no sistema DATASUS no mês de maio de 2019, tendo
como referência todas as notificações da patologia dos anos entre 2015 a 2018. As informações colhidas foram: casos confirma-
dos, sexo, zona de moradia e situação final. Os dados foram organizados no programa Microsoft Office Excel® versão 2019, sendo
computados e apresentados em gráficos e tabelas. Seguiu-se a Resolução nº 466/12, não necessitando de liberação de comitê de
ética e pesquisa por utilizar apenas dados de relatórios.

Resultados:
Foram confirmados 16.776 casos distribuídos nos anos de 2015 (4.015 – 23,94%), 2016 (4.031 – 24,03%), 2017 (4.320 – 25,75%) e
2018 (4.410 - 26,28%). O sexo mais prevalente foi o masculino com 11.254 casos (67%) sobre o feminino com 5.522 casos (33%).
Em relação a zona de moradia, 13.961 (83%) dos pacientes em zona urbana, 2.103 (13%) dos pacientes residiam em zona rural e
712 (4%) foi ignorado ou branco. Na situação final 8.946 (53%) dos pacientes evoluíra para cura, seguidos de 3.056 (18%) ignorado
ou branco, 2.127 (13%) para abandonos, mais 1.479 também para transferências (9%) e 1.168 (7%) para óbitos.

Conclusões:
Diante do exposto observou-se que a TB ainda é um persistente problema de saúde pública e se tornando cada vez mais resistente
aos tratamentos disponibilizados, possuindo, ainda, elevada taxa de desistência ao tratamento devido ao seu longo período. Por-
tanto, por meio da utilização de dados publicados, ao se conhecer o perfil de cada região, pode-se obter melhorias nos serviços,
contribuindo para uma Saúde Pública consolidada.

Referências:
OMS - Organização Mundial de Saúde. Geneva: World Health Organization; Global tuberculosis report. 2017.

NOGUEIRA, A. F. et al. Tuberculose: uma abordagem geral dos principais aspectos. Rev. Bras. Farm. v. 93, n. 1, p. 3-9, 2012.

112 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL E FATORES ASSOCIADOS EM


JOVENS DO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEARÁ.
DIEGO RAMOS AGUIAR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ADRIANO DE AGUIAR FILGUEIRA
Secretaria da Saúde de Sobral
BRUNNA THAIS LUCKWU DE LUCENA
Univeridade Federal da Paraíba (UFPI)
TATIANA DE MEDEIROS CARVALHO MENDES
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
ANA KARINE MACEDO TEIXEIRA
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
LUIZ ROBERTO AUGUSTO NORO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Introdução:
As políticas públicas de saúde voltadas para os adolescentes ainda são incipientes, mesmo sendo um ciclo de vida que merece
cuidados e atenção diferenciada no que tange a saúde física e mental. Levantamentos epidemiológicos em saúde bucal apontam
para aumento considerável da prevalência do índice CPOD em adolescentes quando comparado com indivíduos de 5 e 12 anos.

Objetivos:
Este estudo teve por objetivo analisar os fatores associados com a saúde bucal em jovens de 17 a 21 anos residentes no município
de Sobral, Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo transversal realizado no município de Sobral, Ceará, no ano de 2012. A amostra final consistiu em 460 jo-
vens de 17 a 21 anos que responderam um questionário demográfico e socioeconômico, além de terem a cavidade oral examinada
de acordo com a metodologia preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o levantamento epidemiológico em
saúde bucal. Uma análise de cluster foi realizada inicialmente e três perfis de condições de saúde bucal foram definidos: Condição
Melhor, Condição Intermediária e Condição Ruim. Realizou-se regressão de Poisson para realizar a análise bivariada e multivaria-
da. Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú - parecer favorável N. 1019.

Resultados:
Baixa renda familiar, menor escolaridade e classificação de saúde bucal autorreferida como ruim/regular apresentaram associa-
ção com uma pior condição de saúde bucal mesmo após a análise multivariada.

Conclusões:
Os resultados apontam a necessidade de priorização de ações direcionadas aos determinantes sociais de saúde bucal da popula-
ção jovem, a fim de contribuir para redução das iniquidades em saúde bucal.

Referências:

Antunes JLF, Toporcov TN, Bastos JL, Frazão P, Narvai PC, Peres MA. A saúde bucal na agenda de prioridades em saúde pública.
Rev Saude Publica. 2016;50:57.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Projeto SB Brasil 2010. Pesquisa Na-
cional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

Silva Junior IF, Aguiar NL, Barros WRC, Arantes DC, Nascimento LS. Saúde Bucal do Adolescente: revisão de literatura. Adolesc.
Saúde, Rio de Janeiro, ago. 2016: 13 (1): 95-103.

Comunicação Oral Curta 113


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE ISHIKAWA PARA


OTIMIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS NO
ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO
AMANDA ALBUQUERQUE ROCHA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
KYLVIA GARDENIA TORRES EDUARDO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JULIANA SOLON FURADO
LIA LUMA PRADO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
HANNA LYNNE ROCHA
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
Os dados para construção do diagrama de Ishkawa foram coletados durante o mês de abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
Avaliação da conduta dos profissionais de saúde no atendimento antirrábico humano.

Objetivos:
Investigar o problema de maior impacto na qualidade das ações de vigilância em saúde relacionadas ao atendimento antirrábico
no município de Sobral, Ceará. Elencar as causas relacionadas ao problema principal e propor recomendações quando possível.

Metodologia:
Foi realizada reunião com profissionais de vigilância em saúde do município, onde foi apresentado o perfil de atendimento antir-
rábico humano de Sobral, de 2008 a 2018. Posteriormente, foram levantados os problemas relacionados ao atendimento e suas
causas. Foi gerado um estudo descritivo, através da construção do diagrama de Ishkawa, cuja finalidade é organizar o raciocínio
em discussões de um problema prioritário.

Resultados:
O problema foi definido como desperdício de imunobiológicos no atendimento antirrábico (soro e vacina) e as causas relaciona-
das: desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença e o preenchimento correto das fichas de notificação, abandono
do tratamento prescrito, falta de informativos e momentos de atualização nas unidades básicas de saúde, esquema profilático
complexo e insuficiência de imunobiológicos, rotatividade de profissionais e distanciamento da vigilância com os territórios.

Análise Crítica:
O desperdício de imunobiológicos é um problema multisetorial e não depende apenas da conduta dos profissionais de saúde:
fatores externos à atenção básica ou à vigilância também estão envolvidos. A aproximação da vigilância dos profissionais das uni-
dades é fundamental para coesão nos procedimentos tomados, maior rapidez no fluxo das informações e melhor atendimento ao
paciente, revertendo-se em diminuição dos erros, maior propriedade dos profissionais com a doença e medidas a serem adotadas.

Conclusões:
Uma melhor integração entre vigilância em saúde e atenção básica pode acarretar em menor desperdício de imunobiológicos e
otimização na utilização destes, através de capacitações permanentes e periódicas, com todos os profissionais de saúde, além de
fornecimento de materiais gráficos informativos sobre a doença, esquema profilático e forma de notificação correta para todas
as unidades de saúde.

Referências:
Brasil. ministério da saúde. secretaria de vigilância em saúde. departamento de vigilância epidemiológica.manual de diagnóstico
laboratorial da raiva. 2008.

Oliveira, v. m. r. et al. mordedura canina e atendimento antirrábico humano em minas gerais. r. interd. v. 7, n. 2, p. 103-111, abr.
mai. jun. 2014.

Wada, m.y.; rocha, s.m.; maia-elkhoury, a.n.s. situação da raiva no brasil, 2000 a 2009. epidemiol serv saude. 2011 out-
-dez;20(4):509-18.

114 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO COMO CONSELHEIRO DE


SAÚDE PARA A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ENFERMEIRO

ANTÔNIO VICENTE JÚNIOR GONÇALVES DIAS


Centro Universitário INTA (UNINTA)
HERMINIA MARIA SOUSA DA PONTE
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
Na saúde, a partir da lei 8.142/90 o controle social é compreendido com a participação direta da população na gestão pública,
resultando na apropriação de meios e instrumentos para planejar, fiscalizar e analisar as ações e os serviços de saúde. Nesse
contexto, o enfermeiro destaca-se como potencial fortalecedor, incentivando a participação dos usuários, através do exercício de
suas funções.

Objetivos:
Analisar as implicações da participação do enfermeiro no Conselho Municipal de Saúde (CMS) para sua vida profissional.

Metodologia:
Pesquisa de campo, exploratória-descritiva, com abordagem qualitativa, realizada entre setembro e outubro de 2016 em Sobral-
-CE. Foram entrevistados oito enfermeiros que atuaram como conselheiros de saúde no município no período de 2008 a 2016,
no segmento de profissionais de saúde, por meio de entrevista semiestruturada com um roteiro elaborado pelos autores. Os
participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As falas foram analisadas segundo a análise temática de
Minayo (2010). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú com o número:
887.078.

Resultados:
Quando os enfermeiros foram indagados sobre como sua participação no CMS contribuiu para sua formação profissional, refe-
riram a melhora do vínculo com a comunidade, a aproximação com a realidade local e compreensão das necessidades da comu-
nidade. Entendemos que esta interação dos membros da comunidade entre si e com os enfermeiros pode criar as bases para a
transformação da realidade vivida. (MARTINS; SANTOS, 2012) Os profissionais elencaram também como contribuição a compreen-
são da estrutura e funcionamento gestão do SUS. A função de gestor é inerente à prática profissional do enfermeiro e atualmente,
essa função é concebida como um processo contínuo de aprendizado (TREVISAN et al, 2013).

Conclusões:
Observamos que ao participar do conselho de saúde, o enfermeiro obtém conhecimento para a vida pessoal e profissional, atra-
vés de suas funções diárias e das capacitações, passando a ser um profissional participativo que opinar e que tem a consciência
dos seus direitos e deveres. Por tanto, acreditamos que a enfermagem está no caminho certo para realização do cuidado através
do controle social.

Referências:
TREVISAN, D. D; MINZON, D. T; TESTI, C. V; RAMOS, N. A; CARMONA, E. V; SILVA, E. M. Formação de enfermeiros: distanciamento
entre a graduação e a prática profissional. Rev. Cienc. Cuid. Saúde. v.12. n. 2. p. 331-337, Abr/Jun. Maringá, 2013. Disponível em:
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/19643. Acesso em: 17 de nov 2016.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12ª ed. Editora: Hucitec. São Paulo, 2010.

Comunicação Oral Curta 115


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DIZEI-ME O QUE TU FAZES QUE TE DIREI QUEM SERÁS: A


RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL
GLEISSON FERREIRA LIMA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
THATIANNA SOUZA DA SILVEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANA KARINA DE SOUSA GADELHA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANAGÉCIA SOUSA LINHARES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANA LÍGIA ASSUNÇÃO LIVALTER
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
Março de 2019 a Julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
As características da formação na Residência Multiprofissional em Saúde Mental em Sobral, Ceará.

Objetivos:
Relatar como acontece o processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde Mental no Município de Sobral, Ceará.

Metodologia:
É um Curso de Especialização com Caráter de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, certificado pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú - UVA, com regime de tempo integral e dedicação exclusiva, caracterizando-se como educação para
o trabalho, por meio da aprendizagem em serviço, no âmbito do Sistema Municipal de Saúde de Sobral, sob a orientação de
profissionais com qualificação técnica e compromisso ético, com duração de 02 (dois) anos, sendo a carga horária total de 5.760
horas.

Resultados:
São atividades do programa: elaboração conjunta com docentes do plano de trabalho com as ações a serem realizadas; apoio
e desenvolvimento de atividades nos serviços da rede de saúde integral à saúde mental; participação em módulos teóricos que
compõem o processo formativo e em atividades de apoio; organização, mobilização e participação comunitária executadas nos
territórios/serviço de atuação, inclusive nos finais de semana. A cada módulo é exigido uma produção textual e um seminário.

Análise Crítica:
O investimento na Rede de Saúde Integral à Saúde Mental como local de oferta de cuidado para o usuário e, ao mesmo tempo,
como local privilegiado para os processos de ensino-aprendizagem parece ser um bom caminho para a transformação de práticas.
O processo de formação de profissionais para o SUS em Sobral, mesmo com suas vulnerabilidades tem caminhado de forma po-
tente, tendo como eixo a interdisciplinaridade e interprofissionalidade.

Conclusões:
A possibilidade de utilizar a Rede de Saúde Integral à Saúde Mental como cenário de práticas, e não apenas uma instituição,
enriquece os processos formativos, inclusive para trabalhadores da saúde mental que já estão inseridos na rede. Dessa forma, a
proposta da educação interprofissional também é ampliada para aqueles que passaram por processos tradicionais de formação.
Aprender juntos para fazer juntos é algo necessário no setor saúde.

Referências:
LIMA, Isabella Cristina Barral Faria; PASSOS, Izabel Christina Friche. RESIDÊNCIAS INTEGRADAS EM SAÚDE MENTAL: PARA ALÉM
DO TECNICISMO. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro , v. 17, n. 2, e0020940, 2019 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. Epub
06- Maio-2019. http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00209.

PIRES BOPSIN, A., ESPÍNDOLA MARTINS, D.. Formação e a Residência Multiprofissional em Saúde Mental: Análise, críticas e suges-
tões. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, ##plugins.citationFormat.abnt.location##, 6, jul.
2014. Disponível em: . Acesso em: 03 Ago. 2019.

116 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE MEDIADA POR


TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA PESQUISA AVALIATIVA
Isabelly Oliveira Ferreira
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
Quitéria Larissa Teodoro Farias
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Maristela Ines Osawa Vasconcelos
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
Ana Suelen Pedroza Cavalcante
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Jacques Antônio Maciel Cavalcante
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Igor Antônio Gomes Teles
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
Considerando o mundo tecnológico vem sendo criado pelo Estado programas e políticas de Educação Permanente em saúde em
modalidade de Educação à Distância. Tornando-se assim, importante a constante avaliação se esses investimentos vêm gerando
resultado na formação dos profissionais no/para o trabalho, fornecendo subsídios para a gestão em saúde (CEZAR; COSTA; MA-
GALHÃES, 2017; BRASIL, 2007).

Objetivos:
Avaliar o processo de Educação Permanente em Saúde mediada por Tecnologias da Informação e Comunicação dos profissionais
da Estratégia Saúde da Família.

Metodologia:
Pesquisa avaliativa, transversal, de abordagem quantitativa, desenvolvida com os profissionais de ensino superior dos 22 Centros
de Saúde da Família da zona urbana da cidade de Sobral/Ceará que aceitaram participar da pesquisa, já tinham realizado algum
curso em modalidade de Educação a Distância e estavam em exercício pleno da profissão. A coleta se deu em novembro e dezem-
bro de 2018, por meio da aplicação do instrumento validado de avaliação do processo de ensino-aprendizagem em saúde mediado
por TDIC e analisados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Foram respeitados os princípios éticos previstos na
resolução 466/12 sob parecer do Comitê de Ética em Pesquisa: 2.989.377.

Resultados:
Participaram do estudo 71 profissionais, sendo 33,9% enfermeiros, 23,9% cirurgiões-dentistas, 23,9% gerentes da ESF e 18,3%
médicos. A aprendizagem por meio das TIC, dos participantes com processo de trabalho assistencial na ESF, apresentou-se na
linha tênue entre parcialmente efetiva e totalmente efetiva para EPS. Já os participantes que atuam num processo de trabalho
gerencial, apresentaram uma aprendizagem por meio das TIC totalmente efetiva para EPS. Os cursos em modalidade EaD possibi-
litam a aprendizagem significativa e a modificação das práticas em serviço, podendo ser considerada uma ferramenta estratégica
para as práticas da EPS no município.

Conclusões:
O estudo mostra um impacto positivo de cursos de Educação Permanente mediados por Tecnologias da Informação e Comunica-
ção nos profissionais da ESF do município de Sobral/CE. Sugere-se, o desenvolvimento de outros estudos que possibilitem essa
avaliação mediante outras realidades, bem como, possa abranger um quantitativo maior de profissionais, incluindo os de nível
médio/técnico.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1.996 GM/MS. Política Nacional de Educação Permanente. Brasília (DF), 2007.

CEZAR, D.M; COSTA, M.R; MAGALHÃES, C.R. Educação a Distância como estratégia para Educação Permanente em Saúde?. Em
Rede Rev de Educ. Dist. v. 4, n. 1. 2017.

Comunicação Oral Curta 117


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E


O SURGIMENTO DO PROJETO TREVO DE QUATRO FOLHAS EM
SOBRAL- UM ESTUDO DE REVISÃO
JANICE OLIVEIRA FONTENELE BARCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RAYANY RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CAMILA DE OLIVEIRA GREGÓRIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VENERANDA ILARYSSA DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
TIAGO SAMPAIO DOS REIS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
NATÁLIA ÂNGELA OLIVEIRA FONTENELE
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
A mortalidade materna é uma tragédia evitável. E seria 92% menor caso as condições de saúde dos países em desenvolvimento,
equivalessem as dos desenvolvidos. No Brasil, o monitoramento da morte materna ainda é difícil, prejudicando o desenvolvi-
mento de estratégias preventivas. Pensando justamente na prevenção desse terrível desfecho, a cidade de Sobral desenvolveu o
projeto trevo de quatro folhas.

Objetivos:
Descrever as estratégias para prevenção de mortalidade materna a nível nacional, e local como o projeto trevo de quatro folhas
e a metodologia empregada nele para a prevenção da mortalidade materna.

Metodologia:
Os dados foram obtidos através de pesquisa sobre estratégias de prevenção, investigação e monitoramento da mortalidade ma-
terna, buscando as medidas adotadas a nível nacional, como resoluções do Ministério da Saúde (MS) e também locais, em que
se destacou o projeto Trevo de quatro folhas. A pesquisa foi realizada em fontes online como em artigos científicos, resoluções
e protocolos e revistas científicas. Dos quais, foram selecionadas as duas principais fontes do trabalho: Manual dos Comitês de
Mortalidade Materna e um capítulo sobre o Projeto Trevo de Quatro Folhas da revista Sanare, em que constavam as principais
medidas tomadas pelo Ministério da Saúde, e descrevem o projeto trevo.

Resultados:
A nível nacional, o MS ampliou a captação dos óbitos maternos através da DO. Estabeleceu como notificação compulsória o óbito
materno e criou os conselhos de morte materna. Em Sobral, o Trevo, fez uma ponte entre família da vítima de óbito materno
e serviço, tornando possível a identificação dos fatores “de risco”, que possivelmente, estariam ligados a morte materna, desta
forma identificou-se que a falha assistencial tinha ocorrido na maioria dos casos. E embora, muitas das pacientes tivessem acesso
ao sistema de saúde não tinham como cumprir todas as recomendações médicas, por exemplo a do repouso. O que aumentava o
risco de intercorrências gestacionais, que prejudicam a vida da mãe e bebê.

Conclusões:
Os comitês de morte materna são essenciais na prevenção dessas mortes, mas seu sucesso depende de outros órgãos. O Trevo viu
que o risco social pode se sobrepor ao biológico muitas vezes, então criou estratégias que melhoram a condição social e cuidado
na gestação e puerpério. A mãe que tem orientação médica de repouso ou dificuldade em cuidar de si ou do bebê é identificada
e selecionada pelo Trevo e recebe cuidados dos padrinhos do projeto.

Referências:
SANARE, Sobral, V.11. n.1.,p. 60-65, jan./jun. – 2012,DISPONÍVEL EM:https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/downlo-
ad/268/241.

Manual comitês de mortalidade materna, 2003, disponível em :bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_comites_mortalida-


de_materna.pdf SANARE.

Sobral,v.14 n.1,2005, DISPONÍVEL EM : https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/881.

118 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES E VIOLÊNCIAS NA


INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NOTIFICADOS EM UM HOSPITAL
REFERÊNCIA NA ZONA NORTE DO CEARÁ
FRANCISCA MAYARA BRASILEIRO GOMES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JOSÉ HENRIQUE LINHARES
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
FRANCISCO LEANDRO FONTELES MOREIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCO ROSEMIRO GUIMARÃES XIMENES NETO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
Os acidentes e violências compõem as chamadas causas externas e representam uma das principais causas de morbimortalidade
entre crianças e adolescentes. Nos últimos anos, cerca de 452.000 crianças e adolescentes foram vítimas de algum tipo de violên-
cia, sendo a região nordeste a terceira no ranking, atrás apenas das regiões sudeste e sul, respectivamente.

Objetivos:
Analisar a demanda de crianças e adolescentes vítimas de acidentes e violências notificados em um Hospital de referência na zona
norte do Ceará.

Metodologia:
Estudo descritivo exploratório, com abordagem quantitativa do tipo documental retrospectivo, realizado no Núcleo Hospitalar de
Epidemiologia de um Hospital de referência na zona norte do Ceará, com pacientes na faixa etária de 0 a 19 anos, de ambos os
sexos, vítimas de acidentes ou violência, em um quantitativo amostral de 234 fichas de notificação referente ao período de janeiro
a dezembro de 2017. A análise se deu através das informações organizadas e processadas com intermédio do programa Microsoft
Office Excel e SPSS. O estudo é regido pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, tendo aprovação do comitê de ética
e pesquisa com parecer de número 3.022.015.

Resultados:
O perfil dos usuários notificados foi predominantemente composto pelo sexo masculino 142 casos (60,7%) na faixa etária de 15
a 19 anos, seguido pelo sexo feminino 92 (39,3%) nessa mesma faixa etária. A preponderância do sexo masculino pode ser jus-
tificada culturalmente, pelas atividades realizadas, envolvendo velocidade, impacto corporal, ficando expostos a situações que
antecedem os acidentes. A zona de ocorrência urbana teve maior representatividade com 124 (53%), sendo 61 (26,1%) ocorrendo
em via pública. Dentre os tipos de violência, negligência e abandono 182 casos (77,8%) foi a de maior predominância, sendo os
pais (pai/mãe) os maiores envolvidos na faixa etária de 25 a 59 anos.

Conclusões:
Nessa conjuntura, compreender o perfil das crianças e adolescentes vítimas de violência, bem como os principais tipos e quem
eram seus agressores, permite repensar as fragilidades existentes e estratégias eficazes a serem implementadas, principalmente
quando esses resultados se distanciam do cenário nacional, além dos incalculáveis reflexos emocionais causados.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de saúde. Resolução 466/12. Brasília, DF, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Sinan Net. Disponível em . Acesso em: 17 jan.
2018.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Atendimentos por acidentes e violências na infância em serviços de emergências públicas. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 5, p. 1095-1105, May 2015.

Comunicação Oral Curta 119


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ESTÁGIO CURRICULAR EM AMBIENTE HOSPITALAR:


AMPARO DO SUS PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL DO
ACADÊMICO DE ENFERMAGEM
JESSICA LIMA DE OLIVEIRA
Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB)
JOSÉ ADELMO DA SILVA FILHO
Universidade Regional de Cariri (URCA)
ROGER RODRIGUES DA SILVA
Universidade Regional de Cariri (URCA)
ANTONIO GERMANE ALVES PINTO
Universidade Regional de Cariri (URCA)

Período de realização:
Outubro a dezembro de 2017.

Objetivo da Experiência:
Amparo do Sistema Único de Saúde no estágio curricular em ambiente hospitalar

Objetivos:
Expor a relevância que o SUS oferece para a vivência de estágio na esfera hospitalar, bem como a importância desse transcurso
para aperfeiçoamento do discente.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, acerca das vivências de estágio em cumprimento da carga horária
do curso de enfermagem da Universidade Regional do Cariri. O estágio ocorreu em um hospital público de alta complexidade no
município de Iguatu-Ceará, no contexto da disciplina Enfermagem no processo de cuidar do adulto em situações clínicas e cirúr-
gicas.

Resultados:
O hospital em questão é uma instituição de nível avançado, que promove procedimentos múltiplos como procedimentos invasi-
vos, processos cirúrgicos, consultas diagnósticas, vivência em Unidade de Terapia Intensiva, setor de parto normal e cesariano,
ala de expurgo, dentre diversos outros. Desta maneira, o aluno obtém uma visão abrangente do processo de sistematização de
políticas públicas, que promovem a promoção de saúde, tratamento e reabilitação da saúde da população.

Análise Crítica:
O estágio curricular em ambiente hospitalar mostra-se bastante necessário, pois é através das vivências que se tem durante esse
período que se constroem os conhecimentos práticos acerca do cuidar em Enfermagem. Além disso, a inserção do aluno no con-
texto da saúde pública durante a graduação prepara o mesmo para atuar no SUS quando profissional.

Conclusões:
O Sistema Único de Saúde sem dúvida é um composto altamente sofisticado que contribui demasiadamente para otimizar as
intuições vinculadas a si, fornecendo serviços de saúde e proporcionando ainda um abrangente amparo científico/prático para
evolução e aperfeiçoamento de futuros profissionais da saúde.

Referências:
RIGOBELO, J. L. Estágio Curricular Supervisionado e o desenvolvimento das competências gerenciais: a visão de egressos, gradu-
andos e docentes. Escola Anna Nery: Rev de Enfermagem. n.22, v.2, p.9, 2018.

120 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FATORES PRIMORDIAIS À EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA


NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM:
REVISÃO INTEGRATIVA
IASMIN BELÉM SILVA QUEIROZ
Centro Universitário Unigrande
DENIZIELE BRUNA MARINS DE OLIVEIRA SAMPAIO
Faculdade Leão Sampaio
CARLOS BRUNO SILVEIRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
CÍCERA ALVES DE LUNA
Faculdade Leão Sampaio
NACHIELLE DA SILVA PINHEIRO
Centro Universitário Unigrande
SAMYRA MARIA LIMA SAMPAIO
Faculdade Santa Maria de Cajazeiras (FSM)

Introdução:
A efetivação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) encontra diversos entraves. Neste contexto, o
comportamento de saúde da população masculina envolve diversos fatores, e estes necessitam ser considerados no planejamento
das ações e serviços prestados, de forma a aumentar a proteção da saúde e reduzir a ocorrência de danos evitáveis (ARRUDA;
MARCON, 2018).

Objetivos:
Identificar na literatura os fatores considerados como primordiais à efetivação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
do Homem.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa, realizada nas bases de dados LILACS, Scielo e PubMed.
Utilizou-se os descritores: Política Pública, Enfermagem e Saúde do Homem. Elaborou-se a seguinte questão problema: “Quais os
fatores essenciais para a efetivação da PNAISH?” Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis na íntegra; publicados na lín-
gua inglesa, portuguesa ou espanhola; no período de 2014 à 2019 e os critérios de exclusão: não responder à questão problema;
estudo não realizado pela enfermagem e repetidos nas bases de dados. Identificaram-se 21 artigos, porém apenas 11 correspon-
deram a todos os critérios para o estudo.

Resultados:
Foram elencados como fatores primordiais para a efetivação da PNAISH: atenção às singularidades masculinas; superação das
barreiras de gênero; efetivação de políticas, legislação e práticas de saúde; acolhimento e ampliação do acesso nos serviços de
saúde; atenção aos comportamentos de risco dos homens; educação permanente, para romper com o conhecimento ineficiente
dos profissionais de saúde; aplicação de atividades que promovam a integração do homem com a Atenção Básica; participação e
apoio da gestão; atendimento empático com exame físico de qualidade; conhecimento de fatores socioeconômicos, demográficos
e indicadores de saúde; rompimento com a medicina estritamente curativa.

Conclusões:
Os fatores evidenciados sugerem a superação de barreiras organizacionais, profissionais e da gestão que comprometem a efetiva-
ção da PNAISH, bem como a própria atenção integral à saúde do homem. É fundamental a compreensão das necessidades dessa
população por parte de todos os atores de saúde, a fim de gerar o comprometimento com prestação de atendimento de qualidade
pautado em cuidados singulares e individualizados.

Referências:
ARRUDA, G.O.; MARCON, S.S. Comportamentos de riscos à saúde de homens da região sul do Brasil. Texto Contexto Enferm. v. 27,
n. 2, p . 1-12, 2018.

Comunicação Oral Curta 121


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OFICINA DE TERRITORIALIZAÇÃO COM A COMUNIDADE: UM


RELATO DE EXPERIÊNCIA
JOABSON ROMARIO BORGES MENDONÇA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANA CELIA RODRIGUES COELHO
Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN)
LUANA EMANUELLA BONFIM CAVALCANTE
Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
LIVIA KARYNNE MARTINS MESQUITA
Centro Universitário Leão Sampaio (UNILEÃO)

Período de realização:
No mês de Abril de 2019, deu-se a oficina de territorialização com a comunidade Maratoan.

Objetivo da Experiência:
UAPS Maratoan e sua respectiva área adstrita territorializada pelos profissionais residentes (RIS/ESP-CE).

Objetivos:
Demonstrar os achados e percepções apreendidas a partir das visitas realizadas no território. Visou-se ainda, compartilhar estes
achados com os populares, estimulando-os a reconhecer sua comunidade como espaço de produção de saúde, garantindo ainda
apropriação e pertencimento.

Metodologia:
Deu-se inicialmente com convite oral convidando pessoas dotadas de protagonismo na comunidade. Após ocorreu a oficina,
seguindo alguns passos: acolhimento, apresentação da metodologia, divisão dos grupos, síntese e refeição. Escolheu-se utilizar
de uma “árvore dos problemas”, como método para esquematizar as informações sobre o território. As raízes simbolizavam os
problemas, enquanto que a copa seria as potencialidades. Finalizou-se, elegendo saídas possíveis para os problemas – os frutos.

Resultados:
A territorialização em saúde se apresenta como uma metodologia capaz de operar mudanças no modelo assistencial e nas práticas
sanitárias vigentes, desenhando novas configurações loco-regionais, a partir do reconhecimento do território, atentando a lógica
das relações entre ambiente, condições de vida, situação de saúde e acesso às ações e serviços de saúde (SOUZA, 2004).

Análise Crítica:
A amostra era composta por um grupo heterogêneo de idosos de diversas regiões e idades distintas e, ainda assim, a atividade
realizada revelou maioria de idosos informados corretamente a respeito das imunizações. Todavia, o tempo de conversa não era o
ideal, visto que grande parte estava apenas de passagem pelo mercado. Pela extensa participação, formou-se uma fila de espera
para conversar com os estudantes, que deixava alguns idosos impacientes. Ainda assim, houve grande participação.

Conclusões:
Esta experiência buscou retomar a importância de se conhecer o território no qual as equipes de saúde se inserem. Faz-se neces-
sário buscar-se uma assistência de saúde concernente às realidades impostas nas comunidades; outro olhar possibilita reconhe-
cer que a cultura, os modos de produção, as diferenciações sociais, os ambientes, entre outros aspectos, são elementos-chaves
na dinamicidade do processo saúde-doença.

Referências:
SOUZA, M.A. Uso do território e Saúde. Refletindo sobre “municípios saudáveis”. In: Ana Maria Girotti Sperandio. (Org.). O proces-
so de construção da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis. 1ª Ed. Campinas: IPES Editorial, 2004, v.2,p.57-77.

122 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÃO DO IDOSO A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DE


IMUNIZAÇÕES NO ATUAL CONTEXTO DE ANTIVACINA
DEBORA FONTENELE ALVES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
GUSTAVO PESSOA PINTO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AMANDA BEATRIZ SOBREIRA DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCA THALIA MAGALHÃES RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
THALES DAVI DOMINGUES DA SILVA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANDRESSA MARIA GUEDES LEMOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A ação ocorreu no dia 30 de Maio de 2019. Das 8h às 11 horas da manhã.

Objetivo da Experiência:
A experiência desenvolvida teve como objetos transeuntes do Mercado Público de Sobral de todas as idades, todavia com ênfase
na população idosa. Objetivos: Objetivou-se sondar o conhecimento da população idosa a respeito da importância das imuniza-
ções através de uma breve conversa, assim como informar e desfazer mitos espalhados inadvertidamente.

Metodologia:
Inicialmente, foi realizada uma aula com os ligantes sobre cobertura vacinal em idosos. A realização da campanha ocorreu na pra-
ça do Mercado Central de Sobral, onde mesas foram colocadas próximas a um banner com informações. No banner haviam mitos e
verdades sobre vacinação e uma lista de vacinas importantes (Influenza, Pneumocócica e outras). Depois da conversa, cada idoso
recebeu um calendário de vacinação atualizado para idosos, assim como um folheto listando vacinas importantes.

Resultados:
Observou-se um interesse de várias faixas etárias, pois muitos jovens possuem parentes idosos que não têm uma cobertura va-
cinal ideal. Ao longo de pouco mais de uma hora, mais de 40 idosos foram atendidos pelos ligantes. Notou-se que muitos idosos
mantêm vacinas atualizadas devido a campanhas realizadas nos postos de saúde. Ainda assim, existem idosos que nunca foram
vacinados, ou têm medo de ser vacinado, e essa preocupante realidade é um dos motivos para a realização de campanhas como
essa.

Análise Crítica:
A amostra era composta por um grupo heterogêneo de idosos de diversas regiões e idades distintas e, ainda assim, a atividade
realizada revelou maioria de idosos informados corretamente a respeito das imunizações. Todavia, o tempo de conversa não era o
ideal, visto que grande parte estava apenas de passagem pelo mercado. Pela extensa participação, formou-se uma fila de espera
para conversar com os estudantes, que deixava alguns idosos impacientes. Ainda assim, houve grande participação.

Conclusões:
Apesar de grande parte dos participantes observados mostrarem-se bem informados sobre o tema, a imunização de pessoas ido-
sas representa uma questão de saúde pública e se revela de extrema relevância para programas e campanhas de conscientização.
Ademais, a crescente quantidade de notícias falsas sobre as vacinas dissemina dúvidas e cria tabus, tornando imprescindível a
realização de mais experiências como a relatada.

Referências:
SUCCI, Regina Célia de Menezes. Vaccine refusal – what we need to know. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 94, n. 6, p.574-
581, nov. 2018. Elsevier BV

Tratado de Geriatria e Gerontologia. Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.C.; Gorzoni, M.L.; Doll, J. 3ª. Edição. Grupo
Editorial Nacional (GEN), 2011.

Hazzard’s - Geriatric Medicine and Gerontology. Halter, J.B.; Ouslander, J.G.; Tinetti, M.E.; High, K. P.; Asthana, S. Sixth Edition.
Mcgraw-Hill Companies, 2009.

Comunicação Oral Curta 123


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM


SETOR DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL DE ENSINO DO
INTERIOR DO CEARÁ COMPONENTE DA REDE DE ATENÇÃO AS
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

MARIA SANTANA DO NASCIMENTO


Centro Universitário Inta (UNINTA)
KÉSIA MARQUES MORAES
Centro Universitário Inta (UNINTA)
LARISSA CUNHA ALVES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
LIDYANE PARENTE ARRUDA
Centro Universitário Inta (UNINTA)

Introdução:
A segurança do paciente é definida como o ato de evitar e prevenir eventos relacionados a assistência. Em 2002, a Organização
Mundial de Saúde (OMS), estabeleceu a aliança mundial para a segurança do paciente onde foram criadas diretrizes e estratégias
para incentivar e divulgar práticas que garantissem a segurança do paciente, tendo como a primeira meta a identificação dos
pacientes.

Objetivos:
Evidenciar a percepção dos profissionais de enfermagem do setor de urgência e emergência de um hospital de ensino acerca da
identificação do paciente.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa realizada em um setor de emergência de um Hospital de Ensino do
Interior do Ceará, a coleta das informações ocorreu no período de janeiro a março de 2018, e se deu pela aplicação de uma entre-
vista semiestruturada, utilizando como recurso um dispositivo móvel para gravação dos áudios. Para análise dos dados aplicou-se
a análise de conteúdo de Minayo (2010). Esta pesquisa respeitou os aspectos éticos da Resolução 466 de 2012, sob o parecer do
comitê de ética Universidade Estadual Vale do Acaraú número 1.771.661.

Resultados:
Percebeu-se que os profissionais entendem que segurança do paciente é de extrema importância visto que na unidade há diversas
potencialidades para que ocorra eventos adversos tendo como exemplo a predominância de superlotação, alta rotatividade de
pacientes e déficit de recursos humanos. A pulseira de identificação é de suma relevância para garantir que o cuidado seja pres-
tado de maneira segura, pois como evidenciados nas falas estas possuem o nome do paciente, da mãe, data de nascimento, e o
número de registro do atendimento, aumentando o número de indicadores quando ele é admitido no serviço para observação ou
internação, corroborando assim para a construção da segurança do paciente.

Conclusões:
Identificou-se assim que os profissionais têm conhecimentos sobre como promover a segurança do paciente apesar das limitações
existentes, preconizando no serviço que a principal meta do programa nacional de segurança do paciente que consiste na identi-
ficação do paciente seja efetiva no setor.

Referências:
Ministério da Saúde (BR). Segundo desafio global para a segurança do paciente: orientações para cirurgia segura da OMS. Rio de
Janeiro: Ministério da Saúde; 2009. MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12 ed.São Paulo:
Hucitec, 2010.

124 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL SOCIODEMOGRAFICO DOS DOADORES DE SANGUE


COM SOROLOGIA ALTERADA EM UM HEMOCENTRO REGIONAL
DO CEARÁ

FERNANDO NOGUEIRA CAVALCANTE


FRANCISCA JÚLIA DOS SANTOS SOUSA
Hemocentro Regional de Sobral-(CE)
JOÃO HENRIQUE VASCONCELOS CAVALCANTE
Hemocentro Regional de Sobral-(CE)
LILIANA LIMA CAVALCANTE
Hemocentro Regional de Sobral-(CE)
CRISTIANE COELHO TIMBÓ FERREIRA GOMES
Hemocentro Regional de Sobral-(CE)
KAREN SABÓIA ARAGÃO E SILVA
Hemocentro Regional de Sobral-(CE)

Introdução:
A legislação brasileira regulamenta que candidatos a doação de sangue sejam submetidos a uma triagem clínica e sorológica. O
rastreamento de marcadores sorológicos é realizado com por meio de exames de alta sensibilidade, que incluem pesquisa para
Sífilis, Hepatites B e C, Doença de Chagas, HIV, e HTLV, e é uma medida que busca mitigar os riscos inerentes à hemoterapia.

Objetivos:
Descrever o perfil das inaptidões sorológicas entre doadores de sangue do Hemocentro Regional de Sobral (HRS) ocorrida no ano
de 2018.

Metodologia:
Estudo epidemiológico, retrospectivo, documental, realizado com base em relatórios gerenciais do SBSWEB, Sistema de Banco
de Sangue, utilizado na Hemorrede do Ceará para o cadastro, triagem clínica e sorológica dos candidatos a doação de sangue e
transfusão sanguínea. Dentre doadores que tiveram inaptidão sorológica no ano de 2018, foram coletadas informações tais como:
idade, gênero, raça, procedência e sorologias alteradas. Um banco de dados foi criado em planilha do Microsoft Excel e tabulado
com uso do recurso da tabela dinâmica, para análise por meio de recursos da estatística descritiva com análise uni variada, como
medidas de dispersão e de tendência central.

Resultados:
Em 2018, 245 doadores apresentaram inaptidão sorológica, isto representou 1,56% do total de doações, sendo distribuídas de for-
ma homogênea ao longo dos meses, com um desvio padrão de apenas 0,36%. Predominaram as inaptidões entre doadores de 30
a 49 anos, com proporção entre sexos de 1:1 e com 88,6% destes tendo se declarado moreno/pardo. Somente 21% dos doadores
residiam em zona rural. As sorologias alteradas mais predominantes foram para Sífilis, Hepatite B e Doença de Chagas (75%, 58%
e 39% respectivamente), que manteve a mesma ordem de distribuição na zona urbana, mas sendo alterada na zona rural com:
Hepatite B (27,5%), Doença de Chagas (25,5%) e Sífilis (19,6%).

Conclusões:
O percentual de inaptidão, menor que a média nacional, revela maior qualidade na triagem clínica e se traduz em menor perda de
hemocomponentes. Os dados identificados têm potencial para melhorar os processos de qualificação dos profissionais, com ên-
fase nos principais agravos e características dos candidatos à doação, além de guardar sua função epidemiológica no diagnóstico
de agravos, muitas vezes de difícil identificação na população geral.

Referências:
BRASIL. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde
do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, N. 190, seção 1, suplemento, p.360. 03
out. 2017.

Comunicação Oral Curta 125


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE: UM ARTIGO DE REVISÃO


SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL

FRANCISCO DANÚBIO TIMBÓ DE SOUSA


Faculdade Princesa do Oeste de Crateús
ANA LÚCIA PEREIRA MARTINS DE SOUSA
Universidade Pitágoras Unopar de Londrina

Introdução:
As Políticas Públicas de Saúde são conceituadas como a ação ou omissão do Estado perante as demandas de saúde da população
(SANTOS; TEIXEIRA, 2017). Malta et al (2016) afirmam que, a saúde no Brasil é garantida pela constituição através do Sistema
Único de Saúde (SUS) e que este se articula com os poderes político-sociais.

Objetivos:
Geral: Explicar o que é o SUS. Específicos: Descrever o contexto histórico do SUS; Descrever como é estabelecido o SUS no Brasil;
Relatar a importância do SUS na atualidade.

Metodologia:
A metodologia utilizada para alcançar o objetivo geral e os objetivos específicos deste trabalho foi elaborada através de uma
revisão bibliográfica, abrangendo os principais assuntos referentes ao SUS: contexto histórico, significado, estrutura, princípios,
gestão, financiamento, as estratégias e sua importância nos dias atuais. A pesquisa foi realizada através de ferramentas de buscas
eletrônicas da web, das quais utilizou-se como principais ferramentas de pesquisa o site Google Acadêmico e o site Scientific
Electronic Library Online (SciELO).

Resultados:
O SUS foi criado pela CRFB em 1988 em meio as mudanças políticas entre o Estado e a sociedade brasileira. Em 1990 a Lei n°
8080/90 estabeleceu diretrizes para a evolução do SUS. O SUS dispõe de sistemas integrados e necessita de uma boa adminis-
tração e utilização dos seus serviços e recursos financeiros. A APS é a principal porta de entrada do usuário no SUS. O SUS como
uma política pública de saúde possibilitou resultados importantes para o cenário epidemiológico do país, dos quais destacamos a
redução da taxa de mortalidade infantil e o controle de doenças infecciosas.

Conclusões:
O Movimento da Reforma Sanitária foi um marco histórico para o surgimento e a implantação do SUS no Brasil. O SUS é esta-
belecido por meio de princípios, está presente nas esferas de governo, sua principal fonte de recursos são as contribuições da
população e o MS é o principal gestor. O SUS é uma conquista social, atende quase 80% da população, é o principal empregador
de profissionais de saúde e teve um grande avanço com a criação ESF.

Referências:
MALTA, D. C.; SANTOS, M. A. S.; STOPA, S. R.; VIEIRA, J. E. B.; MELO, E. A.; REIS, A. A. C. D. A Cobertura da Estratégia de Saúde da
Família (ESF) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, p. 327-338, 2016.

SANTOS, J. S.; TEIXEIRA, C. F. Política de Saúde no Brasil: Produção Científica 1988-2014. 2017.

126 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRINCIPAIS DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE


PARA ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS EM MUNICÍPIOS PEQUENO E MÉDIO PORTE
DO NORDESTE BRASILEIRO
ANA CELIA RODRIGUES COELHO
Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN)
THIAGO BRASILEIRO VASCONCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
A linha de base para a construção de políticas públicas eficazes deve ser influenciada pela avaliação e monitoramento das condi-
ções de saúde da população a ser beneficiada. Dessa forma, as pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) neces-
sitam de maior atenção e cuidado, especialmente na atenção primária com enfoque na prevenção e promoção da saúde.

Objetivos:
Identificar os principais desafios das Políticas Públicas de Saúde para o enfrentamento das DCNT nos municípios de pequeno e
médio porte do nordeste brasileiro.

Metodologia:
Realizou-se a revisão sistemática a partir de artigos publicados nas bases de dados Google Acadêmico, Lilacs e Scielo, publicados
nos últimos dez anos, no idioma Português e que abordassem a temática dos principais desafios das Políticas Públicas de Saúde
para o enfrentamento das DCNT. Após a composição sistemática, os artigos foram agrupados em tabelas e apresentados na forma
de resultados e discussão, frente a dois subtemas: “Políticas Públicas de Saúde” e “Principais Desafios para Enfrentamento das
DCNT”.

Resultados:
É importante destacar que são poucos os estudos que refletem a realidade da oferta de programas e serviços no âmbito municipal
da região nordeste do país. No entanto, esta revisão reúne trabalhos que apontam a fragilidade dessas políticas, observando-se,
com mais frequência, publicações sobre o Sistema Hiperdia, que pouco contribui para o cuidado integral e de educação em saúde.
Em contrapartida, estudos que permitem o conhecimento e avaliação das necessidades específicas das pessoas com DCNT são
de extrema importância para a produção de Políticas Públicas direcionadas, de caráter intersetorial e de prevenção e promoção
da saúde.

Conclusões:
Diante dos diversos desafios identificados em todos os níveis de produção e conhecimento, há necessidade de focar em práticas
realmente transformadoras para a sociedade. Sugere-se, portanto, que mais estudos sejam realizados considerando o contexto
das condições crônicas e que pesquisas posteriores transcrevam as demandas a partir dos gestores e usuários, uma vez que estes
estão inteiramente inseridos no cenário das políticas públicas.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas
linhas de cuidado prioritárias. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília:
Ministério da Saúde, 2013.

MALTA, D. C.; et al. Doenças crônicas não transmissíveis e o suporte das ações intersetoriais no seu enfrentamento. Ciência e
Saúde Coletiva, v. 19, n. 11, p. 4341-4350, [s.l.], 2014.

Comunicação Oral Curta 127


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE): DIALOGANDO SOBRE


PROMOÇÃO DA CULTURA DE PAZ

ISMAEL LEE DA CUNHA MARQUES


Centro Universitário INTA (UNINTA)
CIRLIANE DE ARAÚJO MORAIS
REBECA MESQUITA MORAIS DIAS
Escola de Saúde Visconde de Sabóia
DÉBORA MARIA XIMENS FONTENELE
FRANCISCA ELZENITA ALEXANDRE
Escola de Saúde Visconde de Sabóia
LUAN ROMÁRIO VASCONCELOS ALVES
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
A ação aconteceu no dia 21 de maio às 15h30min.

Objetivo da Experiência:
Contribuir para o fortalecimento da Cultura de Paz nos territórios.

Objetivos:
O relato de experiência teve como objetivo mostrar a importância do fortalecimento da Cultura de Paz em Sobral, bem como
fortalecer ações intersetoriais entre Saúde/Educação e desenvolver ações que visam à promoção da saúde.

Metodologia:
A experiência aconteceu no CEI José Lourenço. A ação faz parte do cronograma do PSE e foi realizada com pais e mães dos alunos,
tendo 20 pessoas presentes. Inicialmente, foi realizada a acolhida, seguido da pergunta geradora “O que você faz para promover
a Paz?”, onde cada participante recebeu um tecido para responder a pergunta e apresentar sua construção. Na sequência, foi
realizado o momento de teorização, onde apresentamos os princípios da Paz referente a UNESCO, finalizando com uma música.

Resultados:
Ao término da programação, deixamos o espaço aberto, para que as pessoas presentes falassem o que acharam da atividade, e
muitos ficaram muito felizes com o que foi dialogado e sugeriram que isso fosse realizado em outros turnos, já que infelizmente a
violência tem crescido e se fazia necessário esses momentos de discussão e formação com a comunidade.

Análise Crítica:
Para muitas pessoas a Promoção da Cultura de Paz está muito relacionada com os altos índices de criminalidade, mas no sentido
amplo da Paz, tornar isso cultural é respeitar, dar amor, ajudar uns aos outros e viver em sociedade, conhecendo seus direitos e
deveres perante a comunidade. Promover a Cultura de Paz é eliminar do dia-a-dia tudo aquilo que adoece as pessoas.

Conclusões:
Nesse sentido, fica clara a importância de fortalecer a Cultura de Paz nos territórios, já que a ausência de paz pode interferir di-
retamente na saúde das pessoas, lhes tornando mais ansiosas ou até mesmo gerando alterações fisiológicas na pressão arterial,
respiração e gerando dores. É importante salientar também que o PSE é uma ótima ferramenta para trabalhar essas temáticas e
fortalecer as ações intersetoriais.

Referências:
Brasil EGM, Silva RM, Silva MRF, Rodrigues DP, Queiroz MVO. Adolescent health promotion and the School Health Program: com-
plexity in the articulation of health and education. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03276.

128 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROJETO FLORESCER NA PROMOÇÃO DE SAÚDE NO ENSINO


SUPERIOR – RELATO DE EXPERIÊNCIA
TEREZINHA TEIXEIRA JOCA
Faculdade Frassinetti do Recife (FRAFIRE)
MICHELLE GALVÃO DE SOUSA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
HENRIQUE LUIS DO CARMO SÁ
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANA REBECA MEDEIROS NUNES OLIVEIRA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Período de realização:
De setembro de 2018 a julho de 2019, com cinco encontros que ocorreram entre as avaliações.

Objetivo da Experiência:
A promoção de um espaço de ações desenvolvidas com atividades abertas de convivência no campus, com o intuito de amenizar
o sofrimento psíquico.

Objetivos:
Geral: descrever a experiência desenvolvida por um projeto de promoção de saúde no ensino superior. Específicos: 1. Desenvolver
atividades reflexivas de autoconhecimento e proporcionar relaxamento aos estudantes. 2. Analisar a proposta como política de
promoção da saúde no Ensino Superior.

Metodologia:
A atividade do projeto é aberta a todos os estudantes, com meditação, música, pintura, colagem, mensagens, ikebana e origami,
além de procura colocar o estudante como protagonista para criação das peças de divulgação, como apoio nas atividades, como
facilitador e como apresentador de atividades artísticas. De forma que tanto os participantes como os facilitadores tenham a ex-
periência para além das atividades acadêmicas e seja possível promover saúde no meio educacional.

Resultados:
Durante o período das atividades realizadas, torna-se difícil obter dados numéricos de participantes, por conta de serem ativida-
des abertas e, por pretender retirar o foco da sala de aula, o registro de frequência não é rígido. Qualitativamente registrou- -se
o comentário dos participantes em avaliação que refere o projeto ao sentimento de paz, tranquilidade, acolhimento, empatia e
solidariedade, além de suscitar a preocupação, por parte da instituição, com a saúde e o bem-estar do estudante.

Análise Crítica:
Atualmente, registra-se o aumento da queixa em relação a saúde mental da sociedade em todos os meios, como também há a
indicação de altos índices de sofrimento psíquico e do adoecimento de universitários. Desse modo, ao se criar um projeto que leve
o jovem a pensar fora da caixa e retirar o foco da enteléquia, denota-se importância significativa para levar o estudante a pensar
em si e no outro e em relação ao mundo em seu entorno, habilidades tão necessárias para educação do século XXI.

Conclusões:
A partir dos dados registrados, podemos concluir que o projeto denota importância primordial a ser desenvolvida nas habilidades
da comunidade acadêmica para enfrentar a vida de uma forma mais ampla, para seu autoconhecimento e pode vir a ser consti-
tuída como política institucional de promoção de saúde no meio universitário, a partir de ações sistemáticas que amenizem os
estresses provocados pelas obrigações acadêmicas e de seu modus vivendi.

Referências:
Ferreira, I. G., Carreira, L. B., Botelho, N. M. & Souza, L. E. A. Atividades Extracurriculares e formação médica: diversidade e flexi-
bilidade curricular. Interd Journal of Health Education. 1(2) 114-124, 2016.

Teixeira, M. O. & Costa, C. J. Carreira e bem-estar subjetivo no ensino superior: determinantes pessoais e situacionais. Rev Bras de
Orientação Profissional. 18 (1) 19-29, 2017.

Rogers, C. R. Tornar-se pessoa (6a ed). Trad: M. J. Ferreira e A. Lamparelli. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

Comunicação Oral Curta 129


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REDE CEGONHA: CONTRIBUIÇÕES E AVANÇOS EVIDENCIADOS


A PARTIR DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE 2011 A 2017

DENISE LIMA NOGUEIRA


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA DO SOCORRO DE SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MÁRCIA MARIA TAVARES MACHADO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
A Rede Cegonha foi instituída em 2011 como uma estratégia para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e
atenção humanizada durante a gravidez, parto e puerpério, e à criança o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvol-
vimento saudáveis (BRASIL, 2011). Isto posto, questiona-se: quais foram as contribuições/avanços da Rede Cegonha na atenção
à saúde materno-infantil?

Objetivos:
Identificar as contribuições/avanços da Rede Cegonha no Brasil a partir da publicação científica disponível no período de 2011 a
2017.

Metodologia:
Revisão integrativa realizada nos Periódicos CAPES, no período de julho de 2017 a fevereiro de 2018. Para a busca, utilizou-se a pa-
lavra-chave “Rede Cegonha”. Os critérios de inclusão adotados foram: artigos científicos sobre a temática, disponíveis na íntegra,
publicados no período de 2011 a junho de 2017. Foram excluídos: artigos duplicados, artigos de revisão, relatos de experiência, e
os que não abordavam a Rede Cegonha como tema principal. Inicialmente, foram identificadas 129 publicações. Destas, 87 arti-
gos, 27 teses e 14 artigos de jornal. Ao aplicar os critérios de inclusão e exclusão, 10 artigos foram selecionados para comporem
a amostra da revisão.

Resultados:
Os artigos que compuseram a revisão representaram 7,7% da produção científica disponível na referida base de dados. Constatou-
-se que as primeiras publicações emergiram em 2013, que 2016 foi o ano em que houve maior acúmulo de publicação e ausências
de publicações no primeiro semestre de 2017. Quanto às contribuições da Rede Cegonha para a atenção materno-infantil, apenas
8 artigos evidenciaram contribuições/avanços, dos quais pode-se citar: aumento no número de consultas de pré--natal, redução
de complicações durante a gravidez e parto, acolhimento com classificação de risco adequado, redução de demandas não perti-
nentes ao SAMU, humanização da assistência, e periodicidade da puericultura.

Conclusões:
Os estudos apontaram que houve mudanças na atenção ao pré-natal, parto e puerpério, após a implementação dessa rede, porém
de forma tímida, e que ainda existem desafios a serem enfrentados. Dado o reduzido número de pesquisas sobre essa temática,
são necessários novos estudos para avaliar os avanços e desafios da implementação dessa rede no país.

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Portaria MS/GM nº 1.459, de
24 de junho de 2011. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2016.

130 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RISCOS E CUIDADOS: REDE DE ATENDIMENTO AS GESTANTES


USUÁRIAS DE CRACK NO MUNICÍPIO DE SOBRAL - CEARÁ
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO
Prefeitura Municipal de Sobral
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LEILA LOPES VASCONCELOS
Prefeitura Municipal de Sobral
FRANCISCO JOSÉ LEAL DE VASCONCELOS
Mestrado Profissional em Saúde da Família
JOSÉ NILTON RODRIGUES
Prefeitura Municipal de Sobral
TARCIANA FERREIRA SERAFIM
Prefeitura Municipal de Sobral,

Período de realização:
Período da vivência foi compreendido entre outubro de 2018 a julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Rede de atenção à saúde e Redução da mortalidade materna e infantil, tendo como articuladores os serviços CAPS AD e Trevo de
Quatro Folhas Objetivas: Relatar experiência vivenciada nos serviços da rede de atenção à saúde no cuidado as gestantes usuárias
de crack, reconhecendo os riscos tendo em vista a redução da mortalidade materna e infantil no Município de Sobral - Ceará.

Objetivos:
Relatar experiência vivenciada nos serviços da rede de atenção à saúde no cuidado as gestantes usuárias de crack, reconhecendo
os riscos tendo em vista a redução da mortalidade materna e infantil no Município de Sobral- Ceará.

Metodologia:
Relato de Experiência sobre a articulação dos serviços e programas de saúde do Município de Sobral- CE sobre a produção de
cuidado às gestantes usuárias de crack. A vivência refere-se a integração e articulação dos Centro de Saúde da Família – CSF, Estra-
tégia Trevo de Quadro Folhas, CAPS AD, NASF, Residências Multiprofissional em Saúde da Família e Saúde e Saúde Mental, entre
outros. Foram acompanhados 36 casos de gestantes usuárias de crack.

Resultados:
Os profissionais dos serviços e programas se reuniam quinzenalmente para pensarem estratégias de manejo dos casos. Estas
reuniões aconteciam alternadamente nos serviços que prestavam cuidados as gestantes. Para cada caso eram criados planos
terapêuticos singulares, com divisão de tarefas e acompanhamento das atividades previstas no plano. As reuniões serviam tanto
para acompanhamento dos casos, como para inclusão de casos novos.

Análise Crítica:
O acompanhamento das gestantes usuárias de crack é fundamental que os serviços de saúde sejam comprometidos e estabele-
çam prioridades, devendo ocorrer conexões com outras políticas e recursos da comunidade, visando resultados efetivos, pois a re-
dução da mortalidade materna e infantil é prioridade. Porém não podemos esquecer do contexto social, situação de extrema po-
breza, vínculos fragilizados, gestações não desejadas, nem aceitas, baixo vínculo com serviços de saúde e outras vulnerabilidades.

Conclusões:
O uso de crack na população obstétrica compromete o binômio mãe-feto, além dos riscos clínicos existentes, constituindo pro-
blema de saúde pública. A articulação da rede é fundamental, mas constitui-se como desafios, e sua efetivação no cotidiano vêm
sendo fortalecida. Compreendendo a rede como estratégia de cuidado e canais de diálogo entre os serviços e setores das políticas
públicas e ONG que contribuem na superação das vulnerabilidades.

Referências:
REIS, Fernando Teixeira; LOUREIRO, Rubens José. O uso do crack durante a gestação e suas repercussões biopsicossociais e espi-
rituais. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto , v. 11, n. 2, p. 105-111, jun. 2015 . Disponível
em . acessos em 01 ago. 2019.

Comunicação Oral Curta 131


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UMA REVISÃO SOBRE AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO


BRASIL

ANA LÚCIA PEREIRA MARTINS DE SOUSA


Universidade Pitágoras Unopar
FRANCISCO DANÚBIO TIMBÓ DE SOUSA
Faculdade Princesa do Oeste de Crateús

Introdução:
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são consideradas como arranjos organizacionais que são realizados nas ações e serviços de
saúde. Albuquerque e Viana (2015) afirmam que, as RAS preconizam diretrizes que se equiparam as diretrizes internacionais dos
sistemas universais de saúde, surgem como um novo modelo de organização territorial do SUS.

Objetivos:
Geral: Explicar o que é o SUS. Específicos: Descrever o contexto histórico do SUS; Descrever como é estabelecido o SUS no Brasil;
Relatar a importância do SUS na atualidade.

Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão do tipo bibliográfico. Realizou-se uma pesquisa em bases de dados virtuais dos sites Google Aca-
dêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Para a realização deste estudo foram selecionados 37 artigos. Utilizaram-se
como critérios de inclusão os artigos publicados entre os anos de 2013 a 2018 e como critérios de exclusão os artigos publicados
antes de 2013.

Resultados:
As RAS são organizações poliárquicas, responsáveis pelos serviços de saúde, articuladas e vinculadas entre si, possuem uma única
missão, atuam através de ação cooperativa e interdependente garantindo uma assistência integral e continua aos usuários do SUS
e a APS é a coordenadora das ações desenvolvidas pelas RAS. Santos (2017) afirma que, para se organizar e garantir uma resoluti-
vidade das RAS faz-se necessário estabelecer e manter os serviços de saúde conforme os níveis de complexidade.

Conclusões:
Desde a elaboração até a publicação da CRFB (1988), as RAS já estavam predestinadas a serem implantadas de forma hierarqui-
zada e regionalizada nos serviços de saúde conforme estabelece o artigo n° 198. As RAS são estabelecidas através de diretrizes
oriundas do MS, que dividem as tarefas para a organização dos serviços de saúde e APS deve garantir o acesso dos usuários aos
serviços de saúde e oferecer uma assistência integral e contínua.

Referências:
ALBUQUERQUE, M. V. D.; VIANA, A. L. D. Perspectivas de Região e Redes na Política de Saúde Brasileira. Saúde em Debate, v. 39,
p. 28-38, 2015.

SANTOS, L. Região de Saúde e Suas Redes de Atenção: Modelo Organizativo-sistêmico do SUS. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p.
1281-1289, 2017.

132 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS NO ESTADO DO CEARÁ E A


NECESSIDADE DE INCENTIVO A DENÚNCIAS
FRANCISCA THALIA MAGALHAES RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
THALES DAVI GONÇALVES DA SILVA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
DEBORA FONTENELE ALVES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
GUSTAVO PESSOA PINTO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AMANDA BEATRIZ SOBREIRA DE CAVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VIT TÓRIA DORYA MARTINS MOREIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
O Ceará possui uma população de 1,2 milhão de idosos, refletindo o crescimento da expectativa de vida, que teve como conse-
quência o aumento da violência contra esse grupo, representando um problema social, pois nos últimos anos ocorreram mais de
1900 casos. Assim, é necessário discutir acerca das políticas públicas atuais, objetivando a ampliação das denúncias e das medidas
de proteção aos idosos.

Objetivos:
Identificar e analisar dados relacionados à violência contra a população idosa no Ceará, buscando compreender o perfil dos atos
cometidos contra esse grupo e incentivar as denúncias.

Metodologia:
Estudo ecológico descritivo, em que os dados foram coletados no mês de julho de 2019, a partir do Sistema de Informações de
Saúde (TABNET) referentes aos dados de epidemiológicas e morbidade hospitalar do SUS (SIH/SUS) acerca da violência doméstica,
sexual e/ou outras violências no Ceará. Foi escolhida a faixa etária de pessoas com 60 anos ou mais, em que as informações foram
analisadas no período compreendido entre 2009 e 2017. A partir do relatório das notificações, foi realizado o cruzamento entre
os dados segundo tipo de violência, incidência conforme o sexo, local mais comum de ocorrência, município e agressor. A análise
dos dados foi realizada utilizando o Microsoft Excel.

Resultados:
Nesse período houve um total de 1922 casos, sendo o maior número em 2017 com 593 e o menor número em 2009 com 32, em
que 1030 casos ocorreram com homens e 892 com mulheres. O tipo de violência mais comum é a negligência/abandono com
1044 casos, idosas com 483 e idosos com 561, a física com 815, idosas com 345 e idosos com 470, e a psicológica/moral com 411,
idosas com 269 e idosos com 142. O local de maior ocorrência é na residência com 1143, na via pública com 379 e no bar com 27.
O município de maior incidência foi Sobral com 751, Fortaleza com 454 e Juazeiro do Norte com 98. Os agressores são, sobretudo,
os filhos com 843, amigos/conhecidos com 270, desconhecidos com 262 e cônjuges com 242.

Conclusões:
Notam-se que as agressões ocorrem, sobretudo, no âmbito familiar, tornando esse panorama mais complexo. Entretanto, a res-
ponsabilidade pelo bem-estar dos idosos não é apenas da família, mas também do estado e da sociedade, por isso é necessária a
prática de políticas públicas, que realizem promoção de saúde entre a comunidade, informando acerca do perfil dessa violência e
estimulando as denúncias, para que os direitos dos idosos não sejam violados.

Referências:
Brasil. Lei nº. 12.461, de 26 de julho de 2011. Altera a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, para estabelecer a notificação
compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso atendido em serviço de saúde.

Manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. É possível prevenir. É necessário superar. / Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República;

Texto de Maria Cecília de Souza Minayo. Brasília, DF:Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2014

Comunicação Oral Curta 133


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

WEB SEMINÁRIO: DISCUTINDO AS POLÍTICAS DE EQUIDADE


EM SAÚDE COM A POPULAÇÃO QUILOMBOLA E SUAS
VULNERABILIDADES
TAYANA VIVIAN RIBEIRO MATOS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
NATÉRCIA BRÍGIDO LINHARES FERNANDES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
GERMANA PINHEIRO CORREIA LIMA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
REBECA NOGUEIRA FEITOSA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
LARISSA DE FEREITAS XAVIER
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
RAIMUNDO AUGUSTO MARTINS TORRES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Período de realização:
Abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
Apresentar seminário através da web rádio AJIR acerca das políticas públicas de saúde voltadas pra a população quilombola e
gerar uma discussão.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada pelas acadêmicas de enfermagem com relação a discussão gerada através da Web Rádio AJIR em
torno das políticas públicas de saúde para a população quilombola e sua situação de vulnerabilidade.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência acerca de um seminário conduzido por graduandos de Enferma-
gem no Programa Enfermagem Digital da web rádio AJIR como conteúdo da disciplina de Políticas e Saberes em Saúde Coletiva
da Universidade Estadual do Ceará. Foi utilizado uma pergunta âncora a fim de gerar e mediar interações com o público através
de mídias sociais. Como referencial para a discussão, utilizou-se as políticas públicas específicas para a população quilombola.

Resultados:
As acadêmicas apresentaram à temática: “Populações em Situação de Vulnerabilidade: população quilombola” através da web
rádio e, para mediar uma discussão por meio das mídias sociais, foi lançado a pergunta âncora: “Por que os problemas de saúde
são tão recorrentes nesse segmento populacional?”, permitindo que os ouvintes enviassem suas respostas a fim de gerar debate.
Com isso, as alunas explicaram sobre o tema de forma simplificada, mas de maneira que as principais políticas fossem abordadas.

Análise Crítica:
Notou-se que há uma maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde pela população quilombola. Uma possível explicação para
essa realidade, é que as desigualdades enfrentadas por eles vão além das dificuldades no acesso e utilização de serviços, sendo
expressas, sobretudo, pelas condições sociais e econômicas. (GOMES, et al. 2013) É preciso, portanto, considerar que os agravos
à saúde desta população resultam das condições de desigualdades às quais foram submetidas historicamente no Brasil.

Conclusões:
O seminário apresentado por meio da Web Rádio AJIR-UECE possibilitou uma experiência inédita, tendo em vista que esse recurso
metodológico é pouco utilizado no âmbito acadêmico. Reconheceu-se como ganho, durante o preparo e apresentação do seminá-
rio, o conhecimento adquirido acerca da temática trabalhada, uma vez que as políticas direcionadas às comunidades quilombolas
são pouco visadas e discutidas por profissionais e estudantes da saúde.

Referências:
GOMES, K.O. et al. Utilização de serviços de saúde por população quilombola do Sudoeste da Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio
de Janeiro. V.29, N.9, P.1829-1842, set, 2013.

134 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IDENTIFICANDO AS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM


REALIZADAS A PUÉRPERAS QUE BUSCARAM ATENDIMENTO
NO BANCO DE LEITE HUMANO

Introdução:
O leite materno é o alimento ideal para a criança nos primeiros 6 meses de vida, sendo o Banco de Leite Humano (BLH) uma
estratégia exitosa de Políticas Públicas na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno (BRASIL, 2008). A assistência de
enfermagem deve ser realizada de forma humanizada, privativa, respeitando as particularidades de cada puérpera que busca
atendimento.

Objetivos:
Identificar as intervenções de enfermagem realizadas a puérperas que buscaram atendimento no banco de leite humano.

Metodologia:
Realizou-se um estudo descritivo, retrospectivo, transversal em um banco de leite humano de uma maternidade referência na
Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), nos meses de janeiro a junho de 2019, através da análise das fichas de atendimentos
de enfermagem. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética da instituição com parecer: 3.361.687.

Resultados:
No primeiro semestre de 2019 registrou-se 906 atendimentos: 837(92%) eram externas e 69(8%) estavam internadas. Quanto
a procura do atendimento, 860(95%) mencionaram dificuldade em amamentar, 36(4%) doação de leite humano e 10(1%) eram
mulheres trabalhadoras que amamentam. Intervenções de enfermagem: acolhimento da mulher e família, investigação dos pro-
blemas e orientações sobre importância da amamentação, como reconhecer os sinais de fome do bebê, não oferecer bicos ou
chupeta, leite anterior e leite posterior, correção de pega e posicionamento do bebê ao seio, massagem e ordenha das mamas,
coleta, armazenamento, transporte e oferta de leite materno ao bebê sob livre demanda.

Conclusões:
As intervenções de enfermagem realizadas mostraram-se adequadas ao atendimento das puérperas que buscaram apoio no ban-
co de leite humano.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e
controle de riscos. Brasília: Anvisa, 2008.

Comunicação Oral Curta 135


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES DO PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO CAMPO


DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE

Período de realização:
Vivência ocorrida durante uma semana do mês de julho de 2019, durante evento EXPOCRATO.

Objetivo da Experiência:
Desenvolvimento de ações de vigilância sanitária por alunos bolsistas do PET Saúde Inteprofissionalidade como experiência de
formação para o trabalho.

Objetivos:
Relatar experiência de integração ensino serviço comunidade no âmbito da formação interprofissional em saúde para o desenvol-
vimento de ações de vigilância em saúde por estudantes do PET Saúde Interprofissionalidade.

Metodologia:
Relato de experiência da inserção de estudantes dos cursos de Enfermagem, Educação Física e Ciências Biológicas do PET Saú-
de Interprofissionalidade nos plantões de vigilância sanitária ocorridos durante evento de grande porte no município do Crato,
Ceará. A partir da necessidade de fiscalização e investigação dos produtos produzidos e consumidos durante o evento, houve a
mobilização de equipes formadas por estudantes, preceptores e demais trabalhadores de saúde.

Resultados:
A partir da delimitação do processo de trabalho, a preceptora vinculada à vigilância sanitária em saúde mediou a inclusão dos
estudantes durante os turnos de plantão para um trabalho colaborativo junto à equipe de trabalhadores. Os estudantes puderam
conhecer e se inserir na dinâmica do processo de fiscalização e notificação de estabelecimentos para garantir a segurança alimen-
tar durante o evento. Ainda, colocaramse como protagonistas na oferta de ações em saúde.

Análise Crítica:
A integração ensino-serviço-comunidade mostra-se como estratégia para a formação de profissionais para o Sistema Ùnico de
Saúde (SUS) segundo uma lógica alinhada às necessidades de saúde. Na experiência, além das ações articuladas às demandas em
saúde os estudantes tiveram a oportunidade de desenvolver competências no campo da educação interprofissional, com a apre-
ensão de conceitos e práticas no campo da vigilância sanitária bem como no trabalho colaborativo em saúde.

Conclusões:
No contexto da formação em saúde, experiências que fomentam a integração ensino-serviço-comunidade possuem grande poten-
cial no processo de qualificação da assistência bem como no atendimento nas demandas nos contextos reais em saúde. As ações
de vigilância sanitária executadas pelo PET Saúde Interprofissionalidade em parceira com a rede de saúde proporcionaram novas
experiencias de atenção em saúde sob sob uma perspectiva interprofissional.

Referências:
PIZZINATO, Adolfo et al . A integração ensino-serviço como estratégia na formação profissional para o SUS. Rev. bras. educ. med.,
Rio de Janeiro , v. 36, n. 1, supl. 2,p. 170-177, Mar. 2012 .

SILVA, José Agenor Alvares da; COSTA, Ediná Alves; LUCCHESE, Geraldo. SUS 30 anos: Vigilância Sanitária. Ciênc. saúde coleti-
va, Rio de Janeiro , v. 23, n. 6, p. 1953-1961, June 2018 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S1413-81232018000601953&lng=en&nrm=iso>. access 4 Agosto 2019
https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.04972018.

136 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OS PRINCÍPIOS DO SUS APLICADOS À SOCIEDADE EM


VULNERABILIDADE.

Introdução:
A saúde é um direito reconhecido pela Constituição Federal e garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como princí-
pios: universalidade (trato a todos), equidade (acolhimento igualitário) e integralidade (inclusão de todas as demandas para tratar
e prevenir doença). A vulnerabilidade associa-se à desfavorecidos de escolaridade, renda, acesso à terra, à água, ao saneamento
e à habitação.

Objetivos:
Investigar a aplicabilidade dos princípios e diretrizes do SUS em indivíduos em vulnerabilidade social.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura com abordagem descritiva, orientada pela questão norteadora “Grupos vulnerá-
veis têm assistência integral e gratuita à saúde garantida pelo SUS? ”. A busca foi realizada em agosto de 2019 nas bases de dados
LILACS, MEDLINE, BDENF e Sec. Est. Saúde SP. Adotaram-se os descritores “Vulnerabilidade social”, “Políticas Públicas” e “SUS”,
em português e inglês, com o operador booleano “AND”. Incluíram-se artigos completos, de 2014 a 2018, disponíveis gratuita-
mente e foram excluídos aqueles que não retratavam o problema como objeto principal. Foram encontrados 20 artigos dos quais
selecionaram-se oito para compor a amostra final.

Resultados:
Todos os artigos selecionados referiram a importância da discussão sobre aplicação das diretrizes do SUS ante indivíduos em
vulnerabilidade. Dois deles relataram que a falta de identificação e moradia fixa de pessoas em situação de rua limita o acesso ao
serviço de saúde, comprometendo integralidade e equidade. Um artigo abordou o preconceito comum à população negra, afe-
tando a inclusão e/ou retorno destes ao SUS. Os demais descreveram que o atendimento à pessoa privada de liberdade limita-se
ao pronto atendimento, com foco na resolutividade, sem prevenção de agravos e cuidado integral. Curiosamente, nenhum dos
artigos citou a aplicabilidade do SUS em mais de um grupo vulnerável.

Conclusões:
Apesar da existência de políticas públicas para a efetivação dos princípios do SUS, a literatura mostrou, não obstante, falhas na
sua aplicabilidade, havendo, ainda, grupos em vulnerabilidade sem acesso a saúde. Entretanto, avanços na discussão dessa rea-
lidade foram observados, implicando na condecoração da necessidade de retificar ações em desacordo com os direitos humanos
já reconhecidos.

Referências:
CARMO, Michelly Eustáquia do; GUIZARDI, Francini Lube. O conceito de vulnerabilidade e seus sentidos para as políticas públicas
de saúde e assistência social.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 34, n. 3, e00101417, 2018 . Available from . access on 03 Aug.
2019. Epub Mar 26, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00101417.

CHEHUEN NETO, José Antônio et al . Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: implementação, conhecimento e
aspectos socioeconômicos sob a perspectiva desse segmento populacional. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 20, n. 6, p.
1909-1916, jun. 2015 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015206.17212014.

D’ÁVILA, L.; SALIBA, G. A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E SUA INTERFACE COM A JUSTIÇA SOCIAL. Revista de Direito Sanitário,
v. 17, n. 3, p. 15-38, 9 mar. 2017.. 2.

HALLAIS, Janaína Alves da Silveira; BARROS, Nelson Filice de. Consultório na Rua: visibilidades, invisibilidades e hipervisibilidade.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 31, n. 7, p. 1497-1504, jul. 2015 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. http://dx.doi.
org/10.1590/0102-311X00143114.

Comunicação Oral Curta 137


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LERMEN, Helena Salgueiro et al . Saúde no cárcere: análise das políticas sociais de saúde voltadas à população prisional brasileira.
Physis, Rio de Janeiro , v. 25, n. 3, p. 905-924, set. 2015 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/
S0103-73312015000300012.

OLIVEIRA, Roberta Gondim. Práticas de saúde em contextos de vulnerabilização e negligência de doenças, sujeitos e territórios:
potencialidades e contradições na atenção à saúde de pessoas em situação de rua. Saude soc., São Paulo , v. 27, n. 1, p. 37-50,
Jan. 2018 . Available from . access on 03 Aug. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902018170915.

Políticas Públicas de Saúde. – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2015.

D’ÁVILA, L.; SALIBA, G. A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E SUA INTERFACE COM A JUSTIÇA SOCIAL. Revista de Direito Sanitário,
v. 17, n. 3, p. 15-38, 9 mar. 2017.. 2.

SILVA, Márcia Maria Freitas e. As Demandas dos Sujeitos das Políticas de Promoção da Equidade em Saúde no Sistema Ouvidor-
SUS. 2015. 60 f.

Políticas Públicas de Saúde. – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2015.

VALIM, Edna Maria Alves; DAIBEM, Ana Maria Lombardi; HOSSNE, William Saad. Atenção à saúde de pessoas privadas de liberdade.
Rev. Bioét., Brasília , v. 26, n. 2, p. 282-290, jun. 2018 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1983-
80422018262249.

138 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA


MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

Período de realização:
A atividade foi desenvolvida no período de Agosto/2018 a Fevereiro de 2019.

Objetivo da Experiência:
Avaliação dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) desenvolvidos pela Escola de Saúde Pública Visconde
de Saboia (ESP-VS).

Objetivos:
Conhecer as potencialidades e fragilidades dos programas de RMS desenvolvidos pela ESP-VS; Identificar estratégias de aprendi-
zagem que se mostram efetivas; Ampliar a consciência pedagógica dos sujeitos envolvidos nestes Programas; Construir alternati-
vas para a superação dos desafios percebidos.

Metodologia:
A partir do planejamento com docentes, discentes e gestores, a ESP-VS definiu um grupo condutor. Foi elaborado um instrumento
avaliativo, enviado por email para docentes, discentes e gestores das RMS. Este apresentava aspectos quantitativos e qualitativos
referentes aos eixos Programa, Coordenação, Corpo Docente e Corpo Discente. As informações colhidas foram sistematizadas e
apresentadas aos coletivos dos Programas, em uma oficina avaliativa para reflexão, validação e construção de propostas.

Resultados:
A avaliação permitiu identificar potencialidades e limitações nos Programas. Foi instigada a postura autocrítica e dialógica, fun-
damentais para a reflexão sobre a corresponsabilidade dos sujeitos e a qualidade dos processos. A oficina avaliativa favoreceu a
análise sobre conteúdos, metodologias e práticas adotadas nas RMS, e culminou na validação e construção coletiva de propostas
para superação dos desafios, apontando indicativos preciosos no sentido da reorientação das práticas.

Análise Crítica:
Por meio da avaliação foi possível apreender aspectos diversos, a partir de um conjunto significativo de dimensões e indicadores,
que não foram vistos de forma isoladas. Tais dimensões apontaram uma relação orgânica que representa os aspectos técnicos,
teóricos, metodológicos e políticos da aprendizagem proposta nas RMS. O processo favoreceu o amadurecimento de posturas e a
reflexão propositiva sobre o desenho dos Programas, em consonância com os contextos local e nacional.

Conclusões:
Ao reconhecer as diversas nuances que perpassam os Programas, identificando potencialidades e limitações, a avaliação figura
com elemento relevante na formação de trabalhadores para o SUS. Deve manter-se como um processo cíclico nas RMS, para que
possibilite análises permanentes que contribuam na tomada de decisões, posto que as RMS são processos vivos, em constantes
ressignificações.

Referências:

BRASIL. Resolução Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde nº 2, de 13 de abril de 2012. Brasília, 2012.

VASCONCELOS, Maristela I. Osawa, SOUZA , Francisca Lopes; LIRA, GeisonVasconcelos; DIAS, Maria Socorro de Araújo; SILVA,
Geórgia S. Nogueira da.. Avaliação de programas de residência multiprofissional em saúde da família por indicadores. Trab. Educ.
Saúde, Rio de Janeiro , v. 13, supl. 2, p. 53-77, 2015 .

Comunicação Oral Curta 139


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA GESTÃO DA ATENÇÃO


BÁSICA EM SOBRAL

Período de realização:
A atividade foi desenvolvida no período de Fevereiro a Junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Avaliação de desempenho dos gerentes da Atenção Básica em Sobral/CE.

Objetivos:
Promover a cultura do diálogo, da troca de feedbaks e do aperfeiçoamento contínuo das práticas de trabalho na Atenção Básica;
Oportunizar o alinhamento nos comportamentos laborais que se mostrem mais efetivos ao alcance das metas e objetivos da Se-
cretaria Municipal da Saúde de Sobral (SMSS).

Metodologia:
Com apoio pedagógico da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia, o sistema de avaliação de desempenho, compreende 07
etapas: Constituição do comitê gestor para coordenar e viabilizar a proposta; Agendamento dos encontros avaliativos; Preenchi-
mento de instrumento avaliativo pela chefia imediata do profissional; Auto avaliação do profissional; consolidação dos resultados;
Apresentação da síntese dos instrumentos preenchidos; Feedback ao profissional e tomada de providências gerenciais.

Resultados:
A avaliação de desempenho contribuiu na análise e na tomada de providências frente aos problemas decorrentes do processo de
trabalho, favorecendo a ressignificação de práticas e posturas. Possibilitou identificar e trabalhar, de maneira sistêmica, as dife-
renças de desempenho entre os profissionais avaliados. Contribuiu para o autoconhecimento em relação ao desempenho laboral
e fomentou o diálogo entre profissionais e as chefias às quais se encontram vinculados.

Análise Crítica:
A avaliação de desempenho na saúde deve considerar a correlação entre o contexto político, a situação dos serviços de saúde
e as mudanças estruturais como elementos fundamentais no entendimento do processo de trabalho de cada profissional. Na
Atenção Primária, ela permitiu uma análise referente aos resultados alcançados, e sua conexão com a estratégia organizacional e
as orientações da gestão local. Um destaque foi a auto avaliação, etapa desafiadora em função da consciência crítica necessária.

Conclusões:
Na gestão em Saúde os profissionais devem ser reconhecidos como importantes parceiros, pois fornecem conhecimentos, habi-
lidades, competências e, podem contribuir forma assertiva nas práticas que imprimem significado e corroboram os objetivos da
gestão. Importa, pois, realizar práticas avaliativas que promovam a reflexão, a autocrítica e possibilitem o desenvolvimento dos
profissionais, bem como a tomada de decisões por parte dos gestores.

Referências:

MORAES, Paulo N.; IGUTI, Aparecida Mari. Avaliação do desempenho do trabalhador como forma peculiar de prescrição do traba-
lho: uma análise do PMAQ-AB. Saúde em Debate. Rio de Janeiro, v. 37, n. 98, jul/set 2013

PAULA, Weslla Karla Albuquerque Silva de et al . Avaliação da atenção básica à saúde sob a ótica dos usuários: uma revisão siste-
mática. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 50, n. 2, p. 335-345, abr. 2016.

VIACAVA, Francisco et al . Avaliação de Desempenho de Sistemas de Saúde: um modelo de análise. Ciênc. saúde coletiva, Rio de
Janeiro , v. 17, n. 4, p. 921-934, Apr. 2012 .

140 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A EFETIVIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL


LGBT PARA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NO MUNICÍPIO DE
PARNAÍBA-PI.

Introdução:
Na tentativa de reparar a desassistência, promover saúde integral, equidade e ações para minimizar o preconceito e atender
integralmente a essa população, a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais foi
sancionada em 2011, com o intuito de que se voltassem os olhares, especificamente no âmbito da saúde, para as demandas desse
universo (BRASIL,2013).

Objetivos:
Averiguar a efetivação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT e os possíveis entraves para a incorporação dessa Política a
partir da experiência de travestis e transexuais e do olhar de profissionais de uma instituição hospitalar de Parnaíba-PI.

Metodologia:
O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa qualitativa (MINAYO, 2017). Os dados foram coletados a partir de entrevistas
semiestruturadas com profissionais de saúde de uma instituição hospitalar e travestis/transexuais usuárias que buscaram esse e
outros dispositivos de saúde; além das técnicas do método etnográfico, observação participante e construção de diários de cam-
po. Para análise do material coletado, foi utilizada a Análise de Discurso (FERREIRA, 2010). As questões éticas de pesquisa foram
cumpridas de acordo com a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados:
Após a análise e comparação das entrevistas, percebeu-se em comum entre profissionais e usuárias o desconhecimento da exis-
tência da Política, assim como dos direitos garantidos a esse público por meio dessa e de outras políticas no que diz respeito à saú-
de. As usuárias entrevistadas relatam ter vivido situações de preconceito nos dispositivos de saúde em que buscaram assistência.
A narrativa dos profissionais entrevistados de que nunca receberam em seus plantões usuários trans com queixas relacionadas ao
processo de mudança corpórea, faz surgir um questionamento para o pesquisador: por que esses usuários não chegam ao servi-
ço? E, se chegam, por que não são percebidos?

Conclusões:
Demonstra-se a necessidade de um trabalho ético-estético na saúde, apartado de juízos de valor, comprometido com a supressão
do preconceito, discriminação e violência (inclusive institucional), bem como de um posicionamento contrário à violação dos
direitos humanos. É indispensável o investimento no preparo de profissionais da área para que estejam sensíveis e humanizados
no atendimento dessas e de outras populações vulneráveis.

Referências:

MINAYO, M.C.S. AMOSTRAGEM E SATURAÇÃO EM PESQUISA QUALITATIVA: CONSENSOS E CONTROVÉRSIAS. Revista Pesq. Quali.
v. 5, p. 1-12-12, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília : 1. ed., 1. reimp.

BRASIL.Ministério da Saúde, 2013. FERREIRA, M. C. L. Análise do Discurso e suas interfaces: o lugar do sujeito na trama do discur-
so. ORGANON. v. 24, n. 48, 2010.

Comunicação Oral Curta 141


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTEGRAÇÃO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO


NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Introdução:
Conforme preconizado pelos Ministérios da Saúde e da Educação em 2007, o Programa Saúde na Escola (PSE), é uma iniciativa
que visa a contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção
de doenças e agravos, promoção e atenção à saúde. Essas exigem a integração entre profissionais da saúde e da educação para o
alcance desse objetivo.

Objetivos:
Teve como objetivo de apresentar o Programa Saúde na Escola e mostrar a importância da integração entre os profissionais da
Saúde e Educação uma vez que possui grande relevância em busca de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos estudantes.

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujos dados foram coletados através do levantamento das produções cientificas sobre a
integração entre profissionais de saúde e educação no Programa Saúde na Escola com o intuito de obter uma comparação destes
para a produção de conclusões.

Resultados:
Em nossa realidade, a Atenção Básica ainda não consegue ser uma porta aberta para crianças e adolescentes, ou seja, não se
sintam a vontade para frequentar a Unidade Básica de Saúde. Sendo a escola como um espaço referencial para crianças e adoles-
centes e saúde como referência das ações de prevenção, promoção e atenção à saúde, percebe-se que unindo esses setores con-
segue-se levar a saúde até a escola promovendo e prevenindo a saúde para crianças, adolescentes e jovens. Consequentemente,
é uma das formas de evitar problemas de saúde maiores futuramente e reduzir as demandas da atenção secundária.

Conclusões:
Através de ações obrigatórias, torna-se possível uma maior aproximação de jovens a saúde já que esses não possuem hábito
de frequentar Unidade Básica de Saúde e consequentemente evita problemas de saúde maiores no futuro. E por ser um novo
desenho na política de saúde, é necessário que todos profissionais de saúde e educação tenham maior conhecimento sobre o
programa.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Programa Saúde na Escola. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008b.
Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_24.pdf>. Acesso em 03 jan. 2019.

JACÓE, N.B.,et al. O olhar dos profissionais de uma Unidade Básica de Saúde sobre a implantação do Programa Saúde na Escola.
Rev. méd. Minas Gerais;v.24, fev. 2014.. Acesso em: 11 dez.2018.

142 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AS PRÁTICAS DE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA EM


SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA - PI

Introdução:
Com o advento da Reforma Psiquiátrica desencadeou-se na Atenção Básica, uma priorização nos atendimentos de pessoas com
doença mental na comunidade, implicando em um aumento na demanda destes usuários nas unidades de saúde. Nesse aspecto
compreendemos que as ações de saúde mental na saúde da família devem estar fundamentadas tanto nos princípios do SUS
quanto nos princípios da Reforma Psiquiátrica

Objetivos:
Este trabalho tem como propósito esboçar os caminhos percorridos pela Saúde Mental através da experiência do município de
Parnaíba – PI. Assim, a pesquisa tem como objetivo geral a compreensão das práticas de Saúde Mental na Atenção Básica.

Metodologia:
Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo, uma vez que trabalha com questões históricas e culturais a medida em que
são sujeitos sociais. Para coleta dos dados foram utilizadas as técnicas da observação participante, produção sistemática de diá-
rios de campo e entrevistas. A seguir foram realizadas entrevistas semiestruturadas. Os sujeitos da pesquisa foram profissionais
da ABS no município de Parnaíba – PI. Por fim, em um terceiro momento os resultados foram analisados através da Análise de
Conteúdo. As questões éticas de pesquisa foram cumpridas de acordo com a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Con-
selho Nacional de Saúde.

Resultados:
Após a análise dos dados, compreendemos que as práticas de saúde mental na ABS, no município de Parnaíba, giram em torno de
ações de Territorialização, do desenvolvimento da Clínica Psicossocial e de Grupos Terapêuticos, do Apoio Matricial e do Acolhi-
mento, bem como do desenvolvimento de Projeto Terapêutico Singular (PTS). Ao longo das entrevistas percebemos que a Saúde
mental ainda é uma lacuna na formação dos profissionais e a não articulação intersetorial é um dos entraves, uma vez que leva à
falta de desenvolvimento de estratégias multidisciplinares de enfrentamento.

Conclusões:
Compreendemos que a atenção a saúde mental dos usuários consiste em espaços de construção de um sistema de saúde orien-
tado para as reais necessidades de saúde da população. Consideramos que é necessário a organização de processos de educação
permanente em saúde orientados para a transformação da formação e da atuação do trabalho em saúde.

Referências:
GIOVANELLA, L. A atenção primária à saúde nos países da União Européia: configurações e reformas organizacionais na década de
1990. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p. 951-96, 2006.

GIOVANELLA, L. Atenção Primária à Saúde: seletiva ou coordenadorados cuidados? . Rio de Janeiro: CEBES, 2012. ONOCKO, C.
Saúde mental na atenção primária à saúde: estudo avaliativo em uma grande cidade brasileira. Cienc. Saude Colet., v.16, n.12,
p.4643-52, 2011.

Comunicação Oral Curta 143


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANALYSIS OF THE EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF HANSEN’S


DISEASE IN BRAZIL BETWEEN 2015 AND 2018

Introdução:
The World Health Organization (WHO) classifies Hansen’s Disease as a public health problem, especially in countries where pre-
valence rates exceed one case per 10.000 inhabitants.1 In this context, Brazil, as well as other countries, outpatient treatment
policies, campaigns and guidelines for disease control have been implemented.2

Objetivos:
To characterize the epidemiological profile of patients treated at public health centers in Brazil in the period from 2015 to 2018,
analyzing the characteristics of patients and verifying the historical evolution of Hansen’s Disease.

Metodologia:
This is a descriptive and retrospective population-based study, with documental data collection. Data was collected from TABNET
/ DATASUS electronic databases for all Hansen’s disease cases occurring between 2015 and 2018 in all geographical regions of
Brazil. The variables analyzed were: Age (≤14 years or ≥15 years); Sex; Operational Classification at Diagnosis (paucibacillary and
multibacillary); Assessment of Disability at Diagnosis (grades 0, 1, 2, unassessed and blank); Mode of Detection (referral, sponta-
neous demand, community examination, contact examination and others) and Therapeutic Regimen (paucibacillary polychemo-
therapy or multibacillary polychemotherapy).

Resultados:
Men presented more cases than women in country as well as in the individual regions. The northern region followed by the sou-
theastern region were those with the highest rates of the population aged 15 years or older diagnosed; 8% and 9%, respectively.
In all regions, there was a predominance of the multibacillary polychemotherapy regimen compared to the paucibacillary poly-
chemotherapy regimen. A total of 30,297 (24.34%) paucibacillary and 93,978 cases (75.51%) multibacillary cases were observed
in Brazil. Multibacillary cases were more prevalent in the northeast (70.3% of cases) when compared to the other regions.

Conclusões:
An increase in the number of absolute cases of Hansen’s Disease in Brazil were observed heterogeneously in all regions. This
shows a probable failure in the prevention and control of Hansen’s Disease, or an increase in the notification of cases. Data from
this study will serve for future analysis by health managers, for the implementation of public policies and individualized measures
aiming at the need of each region.

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano integrado de ações estratégicas de eliminação da hansení-
ase, filariose, esquistossomose e oncocercose como problema de saúde pública, tracoma como causa de cegueira e controle de
geohelmintíases: plano de ação 2011-2015. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

GOMES, F.G.; FRADE, M.A.C.; Foss NT. Úlceras cutâneas na hanseníase: perfil clínicoepidemiológico dos pacientes. An. Bras. Der-
matol. v. 82, n. 5, p. 433-477, 2007.

144 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROGRAMA DE PUERICULTURA SOB UMA ABORDAGEM


INTERPROFISSIONAL

Período de realização:
Maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Interprofissionalidade de Residentes em Saúde da Família na realização de consultas de puericultura, em crianças de 2 a 12 meses
de idade.

Objetivos:
Relatar a vivência de profissionais de saúde, residentes em saúde da família de diferentes profissões de um Centro de Saúde da
Família (CSF) em Sobral-Ceará, frente às suas experiências na realização de consultas compartilhadas de puericultura.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, de uma puericultura realizada pelos Residentes em Saúde da
Família em um CSF localizado em Sobral- Ceará. Ocorreu no mês de maio de 2019 em um grupo de 11 crianças, de 2 a 12 meses de
idade O primeiro momento deu-se com uma breve apresentação da equipe, posteriormente abriu-se espaço para uma oficina de
Shantala, na qual as mães praticaram massagem em suas crianças, que em seguida foram avaliadas pela equipe multiprofissional.

Resultados:
Durante a Shantala foi possível observar o quanto as mães envolveram-se na atividade e mostraram-se interessadas em esclarecer
dúvidas sobre a técnica da massagem, ao realizarem em suas crianças. Em seguida, na avaliação pela equipe multiprofissional
notou-se que a forma interprofissional como estava sendo realizado o atendimento propiciava a troca de experiências entre
residentes e as mães. Houve grande disponibilidade de orientações com o intuito de melhorar a qualidade de vida das crianças.

Análise Crítica:
O Programa de Puericultura é um dos instrumentos utilizados para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil,
no CSF, engloba um conjunto de ações e cuidados preventivos capazes de orientar a promoção da saúde e do bem-estar. Essa con-
sulta realizada de modo interprofissional é essencial para promover uma abordagem ampliada e ações de saúde compartilhadas,
no entanto, pouco se observa na realidade dos CSF e há poucos relatos na literatura sobre tal realização.

Conclusões:
O desenvolvimento da consulta interprofissional de puericultura foi um espaço rico, de troca de conhecimentos e experiências,
proporcionou aos profissionais uma troca de saberes específicos de cada profissão, trabalhando de maneira efetiva a interdis-
ciplinaridade e possibilitando uma visão holística e integral de modo a proporcionar uma assistência resolutiva e de qualidade.

Referências:
MAIA, R.L.S.M et al. A interconsulta na atenção básica: uma experiência multiprofissional no atendimento de puericultura. IN: II
congresso brasileiro de ciências da saúde, 2017.

Comunicação Oral Curta 145


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS COMO ESTRATÉGIAS DE


PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA DE
UM CSF, SOBRAL -CEARÁ

Período de realização:
Grupo de convivência CSF ativo há mais de 10 anos, sempre às segundas-feiras (horário vespertino).

Objetivo da Experiência:
O Grupo da Paz é formado por adultos e idosos do território georeferenciados pelo CSF Junco, tendo como cuidadores ACS e
apoiado pela equipe do NASF.

Objetivos:
Relatar a experiência das práticas integrativas como estratégias de promoção da saúde no grupo de convivência do CSF Junco, no
município de Sobral- CE.

Metodologia:
O estudo apresentado é descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em um grupo do CSF na atenção primária. Os encon-
tros do grupo se dão no período vespertino às segundas-feiras acontecendo diversas temáticas abordadas semanalmente como,
Educação em saúde, Prática expressivas e comunicativas, Terapias manuais e datas comemorativas. A avaliação dos encontros
acontecem após cada momento. Os dados foram analisados a luz de um referencial teórico de acordo com o tema deste estudo.

Resultados:
As atividades desenvolvidas no grupo visa a diminuição de estresse, coordenação motora, socialização, saúde mental, auto-es-
tima, entre outras. Facilitado por profissionais da saúde interligando e estimulando a realização de atividades intergrupos com
outros serviços da rede de atenção à saúde. Como momento realizado com o grupo de música do CAPS AD em um momento
comemorativo onde a escolha do repertorio evocava lembranças, propiciando relaxamento e expressões positivas dentre os par-
ticipantes.

Análise Crítica:
O grupo tem como cuidadores profissionais da equipe mínima (ACS) e apoiados pelo NASF, que trabalham conforme planejamento
mensal, com recursos custeados por estes profissionais e buscando parcerias com setor privado para fortalecer as atividades. Vale
ressaltar, que se faz relevante a participação ativa da equipe mínima (nível superior) e a compreensão do grupo como estratégia
potente de cuidado encaminhando pacientes com perfil, assim como material pedagógico e didático para manter o grupo.

Conclusões:
A realização de práticas integrativas e complementares a saúde contribui para prevenir e cuidado ao adoecimento da população,
buscando através de tecnologias leves a humanização do cuidado e a melhoria do fortalecimento de vínculos com a comunidade,
com o CSF e com a família. Reconhecendo o cuidado em grupo como forma de troca de saberes em um espaço dialógico, linear
e construtivo.

Referências:

146 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Avaliação de Políticas e
Programas de Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DIANTE DA PRESENÇA


DAS ESPECIALIDADES DE PEDIATRIA E GINECO-OBSTETRÍCIA
EM RELAÇÃO AO MUNICÍPIO DE SOBRAL/CE: FOCO NA
RESOLUTIVIDADE
YANKA ALCÂNTARA CAVALCANTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
TAMIRES MARIA SILVEIRA ARAÚJO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JOSIANE ALVES GOMES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MAKSOANE NOBRE DO NASCIMENTO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
APARECIDA LARA CARLOS XAVIER
Universidade Estadual Vale do Acaraú ( UVA)
MARISTELA INÊS OSAWA VASCONCELOS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
A partir de 1994 a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi instituída como a forma organizativa da Atenção Primária no Brasil. A
ESF tem como objetivo substituir práticas tradicionais hospitalocêntricas de assistência à saúde, anteriormente estabelecidas no
país, por ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, de forma integral e contínua, tendo
como locus de seu trabalho as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o território adscrito a estas (GIOVANELLA; MENDONÇA, 2012).
O município de Sobral, localizado na zona norte do Estado do Ceará é polo de atendimento de bens e possui uma história de
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e da ESF, tendo, desde 1997, organizado sua Atenção Primária com 64 equipes de
ESF, distribuídas em 36 UBS e salienta-se a presença de seis equipes de Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF-AB), havendo
cobertura assistencial de 98% da população, equivalente a 214.206 pessoas em acompanhamento (SOBRAL, 2015). O município
utilizava do modelo de gestão de coletivos baseado no método da roda proposto por Campos (2000), que formenta processos
de democracia institucional e de descentralização de poder, com auxílio de profissionais de diferentes áreas da saúde para pro-
moção/prevenção à saúde. As UBS abrigam, em alguns casos, além dos profissionais da ESF, profissionais dos NASF, residentes
em saúde da família e especialistas. Há várias formas de atuação destes especialistas, entre elas, as quais chamamos de atenção
paralela, em que o especialista desenvolve suas atividades no mesmo espaço físico da ESF, mas sem interação com esta; de enca-
minhamento interno, ou seja, os profissionais da ESF encaminham aos especialistas da UBS os casos que acreditam necessitar de
um olhar especializado, utilizando mecanismos internos da UBS de encaminhamento, mas sem passar pelas centrais de regulação;
e de apoio matricial, em que os especialistas ofertam suporte técnico especializado às equipes da ESF. Entre as especialidades
encontradas, duas possuíam destaque, sendo elas: Ginecologia e Obstetrícia (GO) e Pediatria. Estas se relacionam a políticas de
governo ligadas a assistência à mulher e à criança, e contribuem no acompanhamento da gestação e primeira infância, épocas
da vida que o cuidado da Atenção Primária é necessário de forma ativa. Ambas fazem parte do escopo de práticas inseridas no
contexto da Atenção Básica de Saúde e possuem sua relevância comprovada (BRASIL, 2010; LEITE, BERCINI, 2005). Compreende-se
como resolutividade, a capacidade do sistema em resolver situações relacionadas à saúde/doença dos usuários e/ou atendê-los
de forma adequada em todos os níveis de atenção, tem provocado reflexões no campo dos saberes e das práticas. Reunindo-se
os diferentes enfoques é possível dizer que a resolutividade – como princípio organizativo do SUS - envolve aspectos relativos à
demanda, à satisfação do cliente, às tecnologias dos serviços de saúde, à existência de um sistema de referência preestabelecido,
à acessibilidade dos serviços, à formação dos recursos humanos, às necessidades de saúde da população, à adesão ao tratamento
e aos aspectos culturais e socioeconômicos da clientela (TURRINI; LEBRÃO; CESAR, 2008). Acredita-se que a forma de organização
da ESF, assim como a presença ou não de especialistas e a forma de atuação destes nas UBS, podem influenciar a resolutividade
da atenção prestada aos usuários das UBS, entretanto, sendo limitados os estudos avaliando estas questões.

148 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Objetivos:
Descrever a resolutividade do atendimento prestado nas UBS de diferentes regimes de atendimento das especialidades GO e
Pediatria a partir da compreensão de profissionais aliados aos serviços de Atenção Secundária do município.

Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa, fundamentando-se à característica de observação,
classificação e descrição de fenômenos complexos referentes à temática central (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). O lócus da pes-
quisa concentrou-se no município de Sobral/CE, em um período de ocorrência de fevereiro a maio de 2018, com a seleção dos
profissionais pelos critérios de inclusão: gestores da atenção especializada, que aceitassem a participação na pesquisa voluntaria-
mente, participantes dos diferentes tipos de atendimento em GO e Pediatria. Os critérios de exclusão foram aqueles que não
atendiam aos de inclusão. Ao final, os participantes da pesquisa foram 05 profissionais, sendo gestores da Atenção Secundária do
município em questão. A coleta de dados se deu através de entrevista semiestruturada, sendo posteriormente, gravadas. Após
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), com duração média entre 20 a 40 minutos. Para a apreciação
das entrevistas utilizou-se a Análise Temática, uma das modalidades de análise de conteúdo (MINAYO, 2010). Ao serem analisadas
as entrevistas transcritas, foram percorridos os passos da modalidade, onde na pré-análise realiza-se a tomada de decisão sobre
o que se pretende investigar, consistindo na determinação da unidade de registro e de contexto, forma de categorização e moda-
lidade de codificação. Por meio de leitura flutuante, considerando-se os critérios de exaustividade, representatividade, homoge-
neidade e pertinência. Na segunda etapa, houve a exploração do material, das unidades de registro que são frases ou texto signi-
ficativos nas categorias para compreensão do texto. Posteriormente, foram elaboradas sínteses das falas e por meio da
compreensão dessas, identificamos os núcleos de sentido: 1- A rede de atenção à saúde materno-infantil; 2- A resolutividade das
Unidades Básicas de Saúde; 3- Mortalidade materno-infantil no município de Sobral-CE e 4- Estratégias utilizadas na assistência à
saúde materno-infantil (MINAYO, 2010). No que concerne aos aspectos éticos, a pesquisa foi realizada de acordo com a resolução
466/2012, da Comissão Nacional de Saúde, que consiste em tratar os indivíduos com dignidade, respeitando sua autonomia e
defendendo em sua vulnerabilidade; comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; garantindo
que danos previsíveis sejam evitados; certificando a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua
destinação sócio-humanitária (BRASIL, 2012). Menciona-se que a presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesqui-
sa (CEP) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) com o protocolo de n° 1.224..881. Sendo assim, segue abaixo os núcleos
de sentido selecionados para discussão dos resultados obtidos para com as falas dos entrevistados: A REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE
MATERNOINFANTIL Os profissionais de saúde participantes do estudo declararam nas falas a importância da articulação entre os
serviços que compõem a rede de saúde na redução da mortalidade materno-infantil, destacando a necessidade de avaliação dos
pontos de atendimento para obtenção de melhorias na resolutividade das UBS. Os achados são evidenciados nas seguintes falas:
“[...]em todos os âmbitos, em todos os cenários [...]é uma coisa que não demanda, e que não depende apenas um setor, mas que
depende de toda uma rede, e essa[...]precisa estar toda articulada.” P01 “A articulação das redes faz com que o atendimento seja
mais resolutivo.” P03 “[...]com a avaliação de todos os pontos de atendimento da rede de atenção é possível obter melhoras na
resolutividade.” P04 As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são entendidas como arranjos organizativos entre os serviços de saúde,
onde há procedimentos de diferentes densidades tecnológicas, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, com a finalidade de garantir o cuidado integral em saúde num determinado território (GRYSCHEK, 2014). Com o propósito
de assegurar a assistência contínua à saúde materna-infantil, no ano de 2011 criou-se a Rede Cegonha, cuja meta é superar os
elevados níveis de segmentação e fragmentação dos sistemas de atenção à saúde das mulheres e crianças, tendo como prioridade
a redução da mortalidade materna-infantil, por meio da ampliação e qualificação das ações e serviços de saúde, do combate da
violência obstétrica, oferta de boas práticas, da redução da medicalização e mercantilização do parto (UNASUS 2015). Como men-
cionado pelos entrevistados para o alcance dos objetivos propostos pela Rede Cegonha, faz-se necessário a avaliação da qualida-
de do serviço prestado na área da assistência maternoinfantil, que inclua indicadores de processo, estrutura e resultado, sendo
está pratica uma abordagem de fundamental importância para reorganização do dos serviços ofertados pelas unidades de saúde,
possibilitando o melhor acompanhamento dos programas e auxiliando no planejamento das prioridades e intervenções necessá-
rias ao público (LIMA, 2011). A RESOLUTIVIDADE DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Quanto à resolutividade das UBS no que
tange a estrutura e ao atendimento prestado as gestantes e aos menores de 5 anos, cujo um dos objetivos é a redução da morta-

Comunicação Oral 149


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

lidade materno-infantil, os participantes foram unânimes em afirmar que os serviços são comprometidos com a causa e oportu-
nizam aos profissionais debates sobre o tema junto ao Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna, Perinatal e Infan-
til. Outro aspecto pouco ou nada que favoreceu no enfrentamento da mortalidade materno-infantil destacado por parte dos
profissionais foi a presença de especialistas pediatras e/ou gineco-obstetra. Assim se manifestaram os participantes: “No que
cabe de responsabilidades para atenção materno-infantil na APS, no município[...] a UBS é resolutiva e efetiva.” P02 “A presença
de especialistas pediatras e/ou gineco-obstetra parece não ter influência na efetividade e resolutividade da Atenção prestada as
mulheres e crianças, pois não temos matriciamento de pediatria e de obstetrícia, desde junho de 2015, e mesmo assim o indica-
dor de Mortalidade Infantil vem em queda, e o Mortalidade Materna permanece constante”. P04 “A assistência ao pré-natal efe-
tivo colabora para a redução da mortalidade materna e infantil.” P05 Dentre os grupos-alvo de atenção das UBS, destaca-se o
grupo materno-infantil, que enfoca principalmente a necessidade do cuidado e da promoção da saúde à mulher e à criança, par-
tindo do pressuposto de que o desenvolvimento de ações destinadas ao cuidado da saúde das mulheres pode gerar um impacto
direto na redução dos índices negativos de saúde da criança, como a prematuridade, baixo peso ao nascer, dentre outros agravos
(LIMA, 2011). Em um estudo realizado no ano de 2012 sobre efetividade e resolutividade das Estratégias de Saúde da Família (ESF)
no Brasil, ao analisar o grupo materno-infantil, aproximadamente 71% das mulheres entrevistadas mencionaram ter realizado a
maioria das consultas de pré-natal na UBS de referência e 76% realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, o que indica certa
qualidade em relação à resolutividade, esses dados corroboram com os achados dos entrevistados ao afirmarem a importância da
eficiência dos serviços na redução da mortalidade materno-infantil (FAUSTO; GIOVANELLA; MENDONÇA et al, 2014). MORTALIDA-
DE MATERNO-INFANTIL NO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CEARÁ Os participantes relataram que a redução da mortalidade materno-in-
fantil no município veem decrescendo ao longo dos anos, principalmente no que se refere as condições sensíveis a APS. Relataram
que antes as causas de mortes em menores de 5 anos eram associadas principalmente por agravos causados pelas pneumonias e
diarreias, porém nos dias de hoje os desafios enfrentados são causados pelas mortalidades maternas que poderiam ser evitadas.
Alguns depoimentos corroboram estas afirmações: “Nossa taxa de mortalidade[...]vem decrescendo ao longo dos anos”. P01 “[...]
a gente vê que já diminuiu demais a mortalidade infantil, principalmente, é, por doenças evitáveis, pneumonias e diarreias, essas
mortes, elas quase não existem mais no município de Sobral, então isso significa que a nossa ponta na Atenção Primária tá resol-
vendo todos os problemas no que diz respeito à pneumonia e diarreia”. P05 “Esse resultado é alcançado pela conjugação de di-
versos fatores, como os estruturais (recursos humanos capacitados, apesar da rotatividade; estrutura física das UBS; disponibili-
dade de exames complementares e de medicações pertinentes as patologias tratadas no referido período), e os fatores ligados ao
processo de assistência pré-natal, como a existência de protocolo assistencial, que norteia a execução dessa assistência”. P05 A
mortalidade infantil é classicamente considerada um dos melhores indicadores do nível de vida e bem estar social de uma popu-
lação. Porém o Brasil, ainda conta com níveis alarmantes e eticamente inaceitáveis de mortalidade infantil, apesar das taxas de-
crescentes nos últimos dez anos. A mortalidade nos primeiros dias de vida expressa a complexa conjunção de fatores biológicos,
socioeconômicos e assistenciais, esses últimos relacionados à atenção à gestante e ao recém-nascido. No Brasil, na última década,
observou-se uma redução dos óbitos infantis, em todas as regiões do país, particularmente daqueles ocorridos no período pós-
-neonatal (LANSKY; FRICHE; SILVA et al, 2014). Nas duas últimas décadas, Sobral vem consolidando números decrescentes, situan-
do a cidade em lugar de destaque frente aos registros do Estado e do País. Em 2016, a taxa de mortalidade infantil no Brasil foi de
14,44, no Ceará de 14,63, e em Sobral de 9,15. Em 1996, a cidade apresentava uma taxa de 54,67, o que representa uma redução
nos óbitos infantis de 86% em duas décadas, uma queda duas vezes maior do que a obtida pelo Brasil (RAMOS; VASCONCELOS;
ALBUQUERQUE et al, 2016). Em Sobral, dados apontam uma redução do índice de mortalidade infantil nos últimos 15 anos, veri-
ficar uma significativa redução do indicador no período de 2001 a 2016. Contudo, também se observa que esse declínio não
ocorreu de forma contínua, havendo crescimento do indicador nos anos de 2003, 2004, 2009, 2011 e 2013, se for considerado o
ano anterior a cada um destes. Uma iniciativa relevante adotada pelo município foi a implantação da Estratégia Trevo de Quatro
Folhas, em 2001. Esta busca contribuir na melhoria da qualidade da atenção materno-infantil, com apoio social às gestantes e
puérperas, por meio da atuação das mães sociais, visando à redução de morbimortalidade materna, perinatal e infantil (SOBRAL,
2017). Quanto à mortalidade materna, a Organização das Nações Unidas estimou a razão de mortalidade materna em 58 por
100.000 nascidos vivos para o ano de 2008. Entretanto é fato que as estimativas das razões de mortalidade materna no Brasil são
afetadas pelo subregistro de óbitos, principalmente nas áreas rurais e pequenas cidades, locais onde a mortalidade tende a ser
maior, outra dificuldade é a subnotificação de causas maternas nas mortes registradas (GRYSCHEK, 2014). De fato a mortalidade

150 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

materna ainda é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por ser uma tragédia evitável na maioria dos
casos, e por ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento. Um estudo realizado pela Secretaria de saúde do Estado do
Ceará no ano de 2016 evidenciou que as hemorragias e a hipertensão foram as principais causas do óbito obstétrico, ambas com
18,2% das ocorrências, seguidas por complicação no parto com 15,9% (SOBRAL, 2017). ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NA ASSISTÊNCIA
À SAÚDE MATERNOINFANTIL Na percepção dos entrevistados a redução da mortalidade materno-infantil, ocorreu mediante al-
guns determinantes, sendo as UBS destacadas, segundo os entrevistados pela reorganização da assistência à mulher e à criança
que proporcionou a ampliação na oferta do pré-natal, o tratamento de agravos comuns a gestação, ofertas de exames e medica-
mentos, além do acompanhamento do Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil ao incentivar ao aleita-
mento materno e a prevenção da mortalidade, por meio de ações de educação permanente com os profissionais atuantes nos
diferentes pontos da rede de atenção à saúde. Alguns dos participantes também relataram a presença de estratégias a nível
municipal que apoiam as mães e crianças em estados de vulnerabilidades. Nas falas a seguir, podemos identificar as estratégias
utilizadas na assistência a esses grupos: [...]o Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna, Perinatal e Infantil, que
investiga todos os casos[...]contribuí para os desfechos negativos, possibilitando assim os ajustes necessários para constante re-
dução dos óbitos evitáveis”. P04 “Temos além das unidades de saúde o apoio do Instituto Trevo de Quatro Folhas, que é exclusivo
do município[...]o projeto Coala, onde as crianças que nascem com situação de risco, principalmente as menores de dois quilos
são liberadas para ir para casa e tem o apoio das mães sociais[...]e o Flor do Mandacaru de acompanhamento das adolescentes,
especialmente aquelas que tem dificuldade em realizar o seu pré-natal.” P02 No Brasil, a implantação dos Comitês Estaduais de
Morte Materna tem sido adotada como estratégia da Política de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), delineada em
1984 pelo Ministério da Saúde. Os Comitês de Morte Materna são organismos de natureza interinstitucional, multiprofissional e
confidencial que visam analisar todos os óbitos maternos e apontar medidas de intervenção para a sua redução na região de
abrangência. Representam, também, um importante instrumento de acompanhamento e avaliação permanente das políticas de
atenção à saúde da mulher (FAUSTO, 2014). O município de Sobral conta com algumas estratégias para que haja o alcance de as-
sistência pautada no cuidado qualificado a mãe e a criança, dentre os serviços disponibilizados aos cidadãos temos: o Trevo de
Quatro Folhas, implantado no ano de 2001 e que surgiu a partir das análises dos óbitos ocorridos que demonstraram a dificulda-
de das mulheres para exercer a maternidade quando não contavam com o apoio de outras pessoas da família. A principal estraté-
gia do programa é a “mãe social”, representada por uma mulher da comunidade que é capacitada para auxiliar nos casos de ges-
tação e partos de risco e instruir as famílias no cuidado com os recém-nascidos, o sucesso do programa é por contar com o apoio
de outros setores no suporte às famílias assistidas (SOBRAL, 2017).

Conclusões:
A assistência em saúde nas especialidades de GO e Pediatria tem-se transformado ao passo que os regimes de atendimento
passaram por mudanças e restaurações em necessidade ao contexto local, o que determinou a criação de novas estratégias de
enfrentamento à mortalidade materno-infantil, como a implantação da Rede Cegonha e a Estratégia Trevo de Quatro Folhas,
sendo esta uma proposta municipal, ao passo que houve a diminuição dos aspectos relacionados aos indicadores de mortalidade
e desta forma, a potencialização à capacidade resolutiva do atendimento prestado pela Atenção Primária em parceria com a Aten-
ção Secundária. Enquanto limitações de estudo, o matriciamento em GO e Pediatria, até então intitulado como “preceptoria” pelo
município, não desempenhou tamanha resolutividade aos cuidados em saúde para diminuição da mortalidade materno-infantil,
sendo desligadas da ESF em meados de 2015, o que dificultou o processo de coleta de informações para este tipo de regime de
atendimento, havendo a necessidade em se aprofundar nas demais formas para melhor captação de dados relacionados à ava-
liação da APS.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio Saúde da Família. Brasília, n. 27, 2010. Disponível em: . Acesso
em: 15 set. 2018.

CAMPOS, G. W. Um método para análise e co-gestão de coletivos. A construção do sujeito, a produção de valor de uso e a demo-
cracia em instituições: o método da roda. São Paulo: Hucitec, 2000.

FAUSTO, M.C.R.; GIOVANELLA, L.; MENDONÇA, M.H.M.; SEIDL, H.; GAGNO, J. A posição da Estratégia Saúde da Família na rede de
atenção à saúde na perspectiva das equipes e usuários participantes do PMAQ-AB. Saude Debate 2014; 38(n. esp.):13-33.

Comunicação Oral 151


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GIOVANELLA, L.; MENDONÇA, M. H. M. Atenção primária à saúde. In: GIOVANELLA, L.; ESCOREL, S.; LOBATO, L. V. C. Políticas e
Sistema de saúde no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2012. p. 575-626.

GRYSCHEK, A.L.F.P.L.; NICHIATA, L.Y..I.; FRACOLLI, L.A.; OLIVEIRA, M.A.F.; PINHO, P.H. Tecendo a rede de atenção à saúde da mu-
lher em direção à construção da linha de cuidado da gestante e puérpera, no Colegiado de Gestão Regional do Alto Capivari? São
Paulo. Saude soc. [online]. v(23), n(2), p.689-700; 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200027.

LANSKY, S.; FRICHE, A.A.L.; SILVA, A.A.M.; CAMPOS, D.; BITTENCOURT, S.D.A.; et al. Pesquisa Nascer no Brasil: perfil da mortalida-
de neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 30 Sup:S192-S207, 2014.
Disponível em:http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00133213.

LEITE, G. B.; BERCINI, L. O. Caracterização das crianças atendidas na puericultura do programa saúde da família do município de
Campo Mourão, Paraná, em 2003. Ciência, Cuidado e Saúde, v(4); n(3); p. 224-230; 2005.

LIMA, L. Rede Cegonha: que será lançada amanhã funcionará primeiramente em nove cidades. 2011.

MINAYO, M.C.S. Técnicas de análise domaterial qualitativo. In: Minayo MCS. O Desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. São Paulo: Hucitec; .p. 303-60; 2010.

POLIT D.F.; BECK, C.T.; HUNGLER, B.P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto
Alegre: Artmed; 2004.

RAMOS, V.M.; VASCONCELOS, M.A.; ALBUQUERQUE, I.M.N.; SANTOS, D.F. Avaliação dos óbitos neonatais em um hospital de ensi-
no. SANARE, Sobral. v(15); n(1), p.39-46, Jan./Jun.; 2016.

SOBRAL. Vigilância epidemiológica. Dados da atenção básica à saúde. Sobral: Editora da Secretaria de Saúde; 2015.

SOBRAL. Dados da estratégia trevo de quatro folhas. Sobral: Secretaria da Saúde e Ação Social; 2017.

TURRINI, R. N. T.; LEBRÃO, M. L.; Galvão Cesar, C. L. Resolutividade dos serviços de saúde por inquérito domiciliar: percepção do
usuário. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, supl. 3, p. 663-674, 2008.

UNA-SUS/UFMA Redes de atenção à saúde: a Rede Cegonha/Consuelo Penha Castro Marques. - São Luís, 64 f. 2016.

152 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DISCENTE SOBRE A FORMAÇÃO


DIDÁTICO PEDAGÓGICA DE UM MESTRADO PROFISSIONAL
RAFAELA RODRIGUES VIANA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
TAMIRES MARIA SILVEIRA ARAÚJO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MILENA MELO VIEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú ( UVA)
MARISTELA INÊS OSAWA VASCONCELOS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O Mestrado Profissional constitui papel fundamental na formação de profissionais de alto nível. O conhecimento disposto na sala
de aula, corresponde à demanda da tecnologia e reflexão em que o mundo atual está inserido, tencionando a atualização e avan-
ço do trabalho profissional (TREVISAN RIBEIRO, 2017). A formação em um Mestrado Profissional, deve convergir entre pesquisa
e prática pedagógica, oportunizando a reflexão crítica sobre sua própria prática profissional e de análise sobre seu trabalho, a
fim de subsidiar a desenvoltura de requisitos para implementar uma educação de qualidade destinada ao futuro da sociedade
(ANDRE, 2017). Entende-se a formação didático-pedagógica como a estruturação curricular de um programa de pós-graduação,
com a intenção de subsidiar a formação docente. A maneira que o programa está disposto, pode desencadear desde a formação
através de linhas de pesquisa até a proposta de disciplinas voltadas à enfermagem prática e teórica (ZAMPROGNA, 2018). A
formação didático-pedagógica, institui aos discentes a prática de uma visão crítica e reflexiva acerca do propósito docente, partin-
do do pressuposto de que a docência não significa apenas a instrumentação. É necessário debater a essência do fazer do mestre
universitário, levando em conta as experiências adquiridas durante a formação destes para proporcionar melhorias em torno do
desenvolvimento dessa atuação (ABENSUR, 2015). Torna-se imprescindível realizar pesquisas que visem identificar e analisar a
formação didáticopedagógica de pós-graduação da área da saúde, através das metodologias de ensino que são dispostas pelos
professores, no intuito de colaborar com reflexões e discussões nessas instituições de ensino, assim como ampliar aspectos da
prática docente para a melhoria da formação dos seus alunos e futuros professores, em busca da eficácia do exercício da apren-
dizagem. A escolha deste campo teórico define-se a partir da vinculação desse estudo a um projeto maior sobre metodologias
de ensino-aprendizagem e aspectos da formação didático-pedagógica de um mestrado profissional da área da saúde. O levan-
tamento de dados sobre a percepção discente durante a sua formação, em programas de pós graduação no interior do Ceará,
pode tornar-se um instrumento para a realização de possíveis propostas em favor de uma melhor prática docente, podendo vir a
expandir-se, implementando nesses programas reflexões críticas acerca do fazer docente, para que posteriormente sejam postos
em prática.

Objetivos:
Analisar a percepção discente sobre a formação didático-pedagógica de um mestrado profissional.

Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo exploratório descritivo de abordagem qualitativa sobre a formação didático pedagógica de um mestrado
profissional. O método qualitativo é definido como aquele que se envolve com o sentido subjetivo relacionando à realidade cole-
tiva, sendo abordado por meio da interpretação dos significados, da cultura, valores, crenças, história e motivos dos protagonistas
sociais (TAQUETTE; MINAYO 2015). A produção é um recorte de uma pesquisa de iniciação científica intitulada: “Formação didá-
tico-pedagógica e metodologias de ensino aprendizagem em um Mestrado Profissional da área da Saúde” realizada de abril à
dezembro de 2019. Nessa fase do estudo participaram 23 alunos de um Mestrado Profissional em Saúde da região norte do esta-
do do Ceará. O Mestrado Profissional que foi cenário da pesquisa tem uma estrutura curricular diferenciada, tendo desde sua
construção há o uso/estímulo de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. A seleção da amostra obedeceu aos seguintes
critérios de inclusão dos discentes: Estar regularmente matriculado no curso de pós-graduação, estar no segundo semestre do
mestrado e aceitar a participação na pesquisa. O segundo semestre do programa foi escolhido pela maior vivência nas aulas teó-

Comunicação Oral 153


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ricas do mestrado, levando em consideração que o primeiro, o aluno ainda não teve as vivências suficientes em sala de aula e o
último ano é dedicado a dissertação. Os critérios de exclusão dos discentes foram a desistência da participação no estudo após o
início da coleta. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um instrumento já utilizado por Manuel (2016) que foi
adaptado. Deste, foi exposto a pergunta: A partir de suas experiências no mestrado, você acha que essa pós-graduação o prepara
para o trabalho docente? Os dados foram analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (2011) e utilizado o
software n-vivo 11. O NVivo é um software que suporta métodos qualitativos e variados de pesquisa. Ele é projetado para ajudar
na organização, análise e para encontrar informações em dados não estruturados ou qualitativos como: entrevistas, respostas
abertas de pesquisa, artigos, mídia social e conteúdo web (NVIVO, 2018). A pesquisa foi realizada de acordo com a Resolução de
Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, a qual contém diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas que envolvem
seres humanos. Esta pesquisa obedeceu aos princípios da bioética autonomia, beneficência, não maleficência e justiça (BRASIL,
2012). Tem parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa, com número do parecer: 2.806.642. Assim, a partir análise realiza-
da das falas dos discentes no software N-vivo delineou-se as palavras mais citadas, no qual foram docência, prática e metodolo-
gias, podendo considerar que a configuração adotada pelo mestrado, através do uso de métodos ativos desde sua construção
tenham como consequência o favorecimento na prática docente. Foram também citadas as palavras experiência, habilidade,
profissional, trabalho, competências, crítico e formação, em referência as características que beneficiam a formação docente no
mestrado profissional. Portanto, a maioria dos discentes concordaram com a afirmação de que o programa de mestrado prepara
para a formação docente, confirmando-se por meio dos trechos a seguir: “Inquestionavelmente, a docência é estimulada em cada
atividade desenvolvida, principalmente ao estímulo a crítica e autoconhecimento” (DISCENTE A01). “Com certeza, uma vez que
estimula o pensamento crítico, a busca por novos e autoconhecimentos, além de preparar-nos para sermos facilitadores de ou-
tros, no futuro” (DISCENTE A06). “Completamente. Associado à vivência e prática que trazemos e o método científico formarão
um docente com formação sólida esperada” (DISCENTE A02). “Sim, pois trabalha e estimula o pensamento crítico e reflexivo das
situações cotidianas em uma articulação teórico-prática, além de valorizar as experiências prévias como forma de aprendizado”
(DISCENTE A07). “Sim, prepara para formação auto-crítica do profissional docente e para o protagonismo no campo da educação”
(DISCENTE A05). “O Mestrado Profissional tem o seu foco na prática profissional, mas também contribui com a formação para o
trabalho docente, a medida que adquirimos mais conhecimentos teóricos e metodológicos. Além disso, cabe ressaltar a experiên-
cia com as metodologias ativas que contribuem para o desenvolvimento da habilidade docente” (DISCENTE A03). Em conformida-
de aos relatos expostos acima, Treviso (2015) traz a importância da formação pedagógica para os profissionais da área da saúde,
devido o englobamento desta área em diferentes campos de atuação, não se restringindo apenas a processos de assistência téc-
nica, bem como a área da pesquisa, educação, administração e gerenciamento e na tecnologia. O mesmo autor, traz o fato da
necessidade de formação específica para a educação, no que tange, a frequente prática do cuidado coletivo, envolvendo esses
profissionais em atividades educativas e lúdicas de educação em saúde, através de orientações e oficinas com abordagem
dinâmica, que possui como público pacientes, família e sociedade. Assim como também, a atuação em formações de profissionais
acadêmicos de nível superior de formação, em universidades, especializações e pós-graduações. Tendo em vista que para traba-
lhar em diversos âmbitos da saúde requer grande preparo, a área da docência também não seria diferente, visto a necessidade de
transmitir saberes de maneira que possa ser lecionado e aprendido. Posto isso, o aperfeiçoamento das práticas docentes no mes-
trado profissional, encorajam o manuseio dessas estratégias de métodos ativos para a formação profissional dos alunos. Dessa
forma, o fomento às práticas docentes no mestrado profissional, estimula os formandos a se apropriarem de novas estratégias e
métodos educativos para serem empregados em seu fazer cotidiano. Essas estratégias configuram uma possibilidade de abertura
para novas práticas, pois despertam autonomia, trabalho em equipe e protagonismo nesses discentes, favorecendo o
desenvolvimento de um olhar crítico, preparando o mestrando, para a sua atuação com base nas experiências obtidas em sala de
aula, adaptando-as para a realidade diária na qual estes estarão inseridos (PAIVA, 2016). No entanto, alguns discentes ainda pos-
suem a necessidade de vivências com maior enfoque na docência, assegurando que o mestrado profissional preestabelece sabe-
res de forma parcial para a prática docente, no qual podemos perceber de acordo com as seguintes afirmações: “Acredito que
prepara parcialmente e que a segurança e a apropriação para o trabalho docente se fortalece com as experiências práticas (no
espaço da sala de aula)” (DISCENTE A08). “Em parte, com relação ao estímulo a produção científica, mas com relação a didática
em sala de aula o preparo é insuficiente” (DISCENTE A11). Sim, mas não completamente. Percebo que o foco principal deste mes-
trado é voltado para a assistência, mas de alguma forma consegue desenrolar/estimular competências de docência mesmo que

154 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

indiretamente (DISCENTE A09). O Mestrado Profissional confere idênticos graus e prerrogativas em relação ao mestrado acadêmi-
co, inclusive para o exercício da docência, e, como todo programa de pósgraduação stricto sensu tem a validade nacional do di-
ploma condicionada ao reconhecimento prévio do curso, possibilitando atuação em espaços diversificados, tanto públicos quanto
privados em diferentes instituições profissionais (GIACOMAZZO; LEITE 2014). Em consonância a isso, é válido reiterar que o do-
cente necessita em de uma formação alicerçada em preceitos teóricos que fortaleçam sua prática experiencial, ou seja, não exis-
te o “fazer” sem antes ter-se a reflexão sobre o porquê realizar determinada intervenção (PIMENTA e ANASTASIOU, 2014). Desse
modo a docência sempre traz consigo o desejo por transformações que reverberem no meio social por meio de uma prática
educativa que liberte e amplie o olhar do discente diante da sua vivência. Em específico no mestrado profissional, esse desejo por
mudança deve despertar os mestrandos na busca por um constante aperfeiçoamento em sua práxis (FREIRE, 2013). Mesmo com
a possibilidade de que alguns dos estudantes vejam desafios na formação didáticapedagógico de um Mestrado Profissional, com
relação à maioria discente, cabe considerar que a profissionalização é moldada pelo engajamento e compromisso individual, bem
como a transição do conhecimento para tornar-se profissional docente visto que é um processo complexo, de acordo com as
competências necessárias para desempenhar essa atividade.

Conclusões:
Diante do exposto é possível verificar diante da abordagem realizada, que a formação didático-pedagógica no Mestrado Profis-
sional, facilita o processo de aprendizagem e desenvolvimento eficaz de um docente autônomo. No entanto, há desafios nessa
prática, devido à dificuldade em apresentação das atribuições necessárias por alguns discentes, como a corresponsabilização e
pensamento crítico envolvendo a necessidade de propor diretrizes que institucionalize essa modalidade nas pós-graduações, a
fim de uma formação docente de qualidade para lançar profissionais capacitados no sistema de saúde. Instiga-se o desenvolvi-
mento de estudos sobre a formação dos discentes nas demais instituições de graduação e pós-graduação, por ser espaço para
formação de profissionais, no qual gera necessidade de avaliação de eficácia, a fim contemplar um ensino de qualidade.

Referências:
TREVISAN RIBEIRO, R.; NÓBREGA, C.C.L. O mestrado profissional em projeto e patrimônio do proarq/fau/ufrj. Revista Projetar -
Projeto e Percepção do Ambiente, v. 2, n. 2, p. 134-166, 30 ago. 2017.

ABENSUR, P.L.D.; CARVALHO, G.P.M.; RUIZ-MORENO L. O processo de formação didáticopedagógica em saúde: aprendizagens
percebidas na voz dos pós-graduandos. ABCS Health Sci. v. 40, n. 3, p 158-163, 2015.

TAQUETTE, S.R.; MINAYO, M.C. Análise de estudos qualitativos conduzidos por médicos publicados em periódicos científicos bra-
sileiros entre 2004 e 2013. Physis, Rio de Janeiro , v. 26, n. 2, p. 417-434, June 2016 .

TREVISO, P; COSTA, B.E.P. Percepção dos profissionais da área da saúde sobre a formação em sua atividade docente. Texto Con-
texto Enferm, v. 26, n. 1, 2017.

ANDRE, M.E.D.A. de. Mestrado profissional e mestrado acadêmico: aproximações e diferenças. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 17,
n. 53, p. 823-841, 2017.

ZAMPROGNA, K.M. et al. Caracterização da formação didático-pedagógica em programas brasileiros de pós-graduação stricto
sensu em enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 53, e03430, 2019.

MANUEL, K.B. Análise comparativa das metodologias de ensino adotadas pelos docentes de contabilidade de uma instituição de
ensino superior do Brasil e de Angola. Mestrado em Contabilidade, Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, 2016.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011 NVivo. Nvivo: O software número 1º para a análise qualitativa de
dados. 2018. Disponível em: < http://www.qsrinternational.com/nvivo-portuguese> Acesso em: 12 de fevereiro de 2018.

BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. Resolução n o 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília, 2012. PAIVA, M.R.F. et al. Metodo-
logias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. SANARE. Sobral. v.15, n.02, p.145-153, Jun./Dez. – 2016.

GIACOMAZZO, G; LEITE, D. O mestrado profissional no âmbito das políticas públicas na educação: Reflexões sobre a produção do
conhecimento científico. Educ. temat. digit, v.16 n.3 p.475-493, 2014.

PIMENTA, S. G. ANASTASIOU, L. G. C. Docência no ensino superior. 5. Ed. São Paulo: Cortez, 2014.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

Comunicação Oral 155


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RECOMENDAÇÕES DE PREVENÇÃO DO ZIKA VÍRUS ÀS


MULHERES EM IDADE FÉRTIL DE FORTALEZA/CE
KELLY ALVES DE ALMEIDA FURTADO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CARL KENDAL
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LÍGIA REGINA FRANCO SANSIGOLO KERR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARIANA CAMPOS DA ROCHA FEITOSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MAYARA PAZ ALBINO DOS SANTOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANA ECILDA LIMA ELLERY
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
Em 2015, o Brasil registrou os primeiros casos humanos autóctones de Zika, confirmando a entrada do arbovírus no país, repre-
sentando um potencial desafio para a Saúde Pública em muitos aspectos, como a exposição do risco da população a infecção,
ausência de vacinas disponíveis como método profilático e de antivirais efetivos ao tratamento, bem como o desconhecimento
dos profissionais da saúde, pesquisadores e população acerca das complicações da doença (LIMA, 2016 e CHANCEY et al, 2015).
Como porta de entrada do sistema, os profissionais da Atenção Primária à Saúde, passaram a ter atribuições específicas quanto
ao enfrentamento da epidemia, voltadas à conscientização da população para a prevenção individual e coletiva da epidemia,
realizando ações educativas e de incentivo no combate ao vetor, amparados pela Portaria GM/MS nº 2.121, de 18 de Dezembro
de 2015 (BRASIL, 2015). Durante o período emergencial da doença, o Ministério da Saúde buscou garantir à população, por inter-
médio dos profissionais da saúde e mídias, acesso fácil a informações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento acerca do Zika
vírus, incluindo recomendações preventivas focalizadas por público alvo. No caso das mulheres, o foco das ações preventivas
foi o público que desejava engravidar, as que não queriam engravidar, as viajantes gestantes ou mulheres em idade fértil com
possibilidade de engravidar e as gestantes, a fim de facilitar a apreensão dessas orientações e consequentemente a prática (BRA-
SIL, 20016). Nesse contexto, surgiu o seguinte questionamento: Que orientações às mulheres têm recebido pelos profissionais
de saúde para prevenção do Zika Vírus? Quais categorias de profissionais da saúde transmitiram orientações acerca de práticas
preventivas do zika vírus às mulheres em idade fértil? A relevância da pesquisa ora apresentada justifica-se que a partir do
conhecimento da visão dessas mulheres sobre as informações repassadas por profissionais da saúde e que poderá subsidiar as
autoridades para o planejamento e elaboração de estratégias que visem um modo adequado à abordagem desse público quanto
a essa temática, conscientizá-las sobre a transmissão e apoiá-las durante esse processo.

Objetivos:
Avaliar as principais orientações fornecidas por profissionais da saúde para prevenção do zika vírus para mulheres em idade fér-
til; Analisar quais categorias de profissionais da saúde transmitiram orientações acerca de práticas preventivas do zika vírus às
mulheres em idade fértil.

Desenvolvimento:
Método Essa investigação está inserida em um projeto mais amplo intitulado Zika em Fortaleza: respostas de uma coorte de mu-
lheres entre 15 e 39 anos, usuárias dos Serviços de Atenção Primária à Saúde da cidade de Fortaleza. Tem como objetivo caracte-
rizar como as intenções de engravidar e os comportamentos das mulheres e de seus parceiros têm sido influenciados pela infeção
pelo Zika vírus, quais as recomendações conhecidas por essas mulheres e os comportamentos para evitar a gravidez. Esse estudo
busca somar esforços a essa investigação com o objetivo de contribuir, por meio de uma abordagem qualitativa em um direcio-
namento críticointerpretativo, compreender os conhecimentos, as percepções e as práticas preventivas de mulheres em idade
fértil na prevenção do Zika vírus. Este estudo foi realizado no município de Fortaleza, capital do estado do Ceará, localizado na
região do semiárido do Nordeste brasileiro. Esta capital é a quinta maior cidade do Brasil, com um número estimado de 2.643.247

156 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

habitantes (BRASIL, 2018).. Desde o surgimento da doença na cidade, em 2016, infecções por Zika, incluindo casos de microcefa-
lia foram relatados, e mais recentemente, em 2018, notificaram 97 casos, sendo que destes, 17 foram em gestantes, com dois
casos confirmados (BRASIL, 2019). A coleta de dados ocorreu entre Julho de 2017 a Janeiro de 2019, em cinco Unidades Básicas
de Saúde da Família (UBS) com maior incidência e em uma clínica privada, que realizava atendimento ginecológico e obstétrico a
mulheres que utilizavam a rede de saúde suplementar, a fim de ampliar a diversidade de localização, nível de escolaridade, renda
e idade. Vale ressaltar, que não era mais considerado pelo Ministério da Saúde como período de epidemia de zika vírus no Brasil,
durante a coleta de dados desta pesquisa. As informações foram levantadas por meio de diário de campo para registro de obser-
vações do estudo e entrevistas semiestruturadas realizadas individualmente e em local reservado nas Unidades Básicas de Saúde
e na clínica selecionada com duração média de 35 minutos, baseada em um guia (Apêndice A) desenvolvido a partir da literatura
científica nas temáticas abordadas, como o National Survey of Family Growth (Pesquisa Nacional de Crescimento Familiar), e da
experiência dos pesquisadores em projetos anteriores. Após o primeiro desenho, o instrumento foi adaptado pelas pesquisadoras
em campo através de entrevistas piloto com mulheres que correspondiam aos critérios de elegibilidade para identificação de la-
cunas e aspectos importantes para o objetivo do estudo. O guia continha perguntas que buscavam explorar qualitativamente te-
mas que são comuns em pesquisas sobre conhecimento, atitudes e práticas (KAP) sobre o Zika vírus. As seções utilizadas para esse
estudo foram relacionadas a perfil sócio demográfico e acessibilidade (Acompanhamento na Unidade de Saúde, Suspeição de Zika
e Quais profissionais da saúde orientaram acerca de prevenção do Zika Vírus?) A amostra foi composta por mulheres abordadas
intencionalmente pelas pesquisadoras de campo durante os dias de atendimento nas UBS e clínica privada, que se encontravam
na sala de espera desses locais, que atendiam aos seguintes critérios: ter entre 15 e 39 anos, gestante ou não, ser sexualmente
ativa e não relatar laqueadura, totalizando 53 mulheres. Para a elegibilidade do número final de entrevistadas, considerou o cri-
tério de saturação dos dados, técnica empregada com frequência em pesquisas qualitativas, uma vez que sua intenção é a busca
pela compreensão dos fatos e não apenas a quantidade de pessoas entrevistadas (MINAYO, 2017). As entrevistas foram gravadas
por meio de registro de áudio (equipamento digital), transcritas, lidas pelas próprias pesquisadoras e submetidos a leituras e re-
leituras a fim de reunir as informações importantes para apreensão e análise do objeto estudado bem como a identificação e
agrupamento de eixos temáticos agregando as diversas dimensões emergentes das falas. A formação dos temas identificados foi
discutida e formulada, mediante a literatura existente sobre o tema. O estudo respeitou integralmente a resolução 466/2012,
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do CAAE nº 2.108.291 do Conselho
Nacional de Saúde. Foi apresentado, lido e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por todas as participan-
tes da pesquisa, antes do início da coleta dos dados. Não há exposição das entrevistadas de modo que foram utilizadas para a
escrita deste artigo nome de rosas (exemplo: Jasmin, Lírio, Margarida, entre outras). Resultados e Discussão: O perfil sociodemo-
gráfico mostra que a idade média das participantes foi de 26,8 ± 6,3 anos variando de 16 a 39 anos de idade. Eram predominan-
temente casadas, católicas, pardas, com ensino médio completo, desenvolviam atividade remunerada e naturalidade da cidade
de Fortaleza. Dentre aquelas que têm filhos a média do número de filhos foi de 1,7 ± 0,7 filhos. A partir do processo da análise de
dados, construíram-se duas categorias, a saber: orientações fornecidas por profissionais da saúde para prevenção do zika vírus
para mulheres em idade fértil e Categorias de profissionais da saúde que mencionaram orientações acerca de práticas preventivas
do Zika vírus. Orientações fornecidas por profissionais da saúde para prevenção do zika vírus para mulheres em idade fértil Como
porta de entrada no sistema de saúde, a atenção primária deve ser o foco para a captação e a conscientização da população para
a prevenção de epidemias. É preciso não negligenciar os casos de dengue, zika e chikungunya e trabalhar em conjunto para que
seja realizada a educação em saúde que ensine e incentive atitudes protetivas em relação ao vetor (LIMA, et al, 2018). Verificamos
que a maioria das mulheres já havia recebido alguma orientação dos profissionais de saúde. Entretanto, houve mulheres as quais
nunca receberam nenhuma orientação sobre prevenção dessa doença e enfatizou o repasse superficial dessas informações. Como
evidenciado nas falas abaixo: “Eu vi em panfleto sobre Zika, ninguém me abordou. Eu vim com a minha mãe para ela se consultar
e vi os panfletos espalhados. Ninguém me falou sobre zika aqui no posto” (Lírio). “Só tive uma orientação da enfermeira, no co-
meço da gravidez. A médica só pergunta o que eu estou sentindo. Você acha que você pegou? Eu digo que não senti os sintomas
que falam que apresentam. Ela só pergunta isto, mas não orienta nada”(Orquídea). “Quando eu estava com a Zika, o médico que
fez meu atendimento disse que era para as pessoas que moram comigo usar repelente. Porque geralmente quando tem uma pes-
soa em casa, todo mundo tem, parece que o mosquito sai picando todo mundo” (Rosa). “A minha primeira consulta eu fiz parti-
cular porque aqui no posto demora muito. Esse médico que paguei particular ele falou sobre a Zika, disse para usar roupas com-

Comunicação Oral 157


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

pridas, usar repelente e se eu fosse viajar para um lugar que tivesse muito mosquito, era para eu usar repelente” (Jasmin). Esses
achados demonstram que alguns profissionais de saúde estão transmitindo orientações acerca da doença, reforçando a importân-
cia de algumas práticas preventivas, em destaque uso do repelente, porém é preocupante a negligência de alguns diante dessa
problemática, em especial, por tratar-se de mulheres em idade fértil. Outro destaque, é que as orientações, estavam com enfoque
apenas no uso do repelente e roupas com compridas, porém, não enfocavam a utilização do uso do preservativo e/ou outras
práticas preventivas. Conforme as falas a seguir: “Não sabia que pode ser transmitido pela relação sexual, mas acho difícil a pes-
soa evitar com medo de pegar a doença (Jasmin)”. “Tem que se prevenir com muito repelente que até aqui no posto eles dão.
Passava direto mesmo. Só andava com repelente. Passando, passando. Já com água parada não tinha cuidado, Só quando tinha
muita água parada da chuva (Alfazema)” Durante o período de enfrentamento da epidemia, foi elaborada a estratégia de respos-
ta ao vírus zika e o combate ao mosquito transmissor, com o objetivo de reunir as principais ações do Governo Brasileiro em um
único documento consolidando os protocolos, diretrizes e planos, na tentativa de subsidiar outros países que enfrentam proble-
mas semelhantes. Desse modo, diversas recomendações foram divulgadas a sociedade sobre medidas preventivas, voltadas prin-
cipalmente, a técnicas de combate aos criadouros de mosquito, cuidados necessários em casas e apartamentos, instruções sobre
como efetuar a limpeza dos reservatórios de água, orientações para utilização de água sanitária e formas de evitar criadouros em
vasilhas para alimentos de animais, em geladeiras, caixas d´água, entre outros. Além das recomendações, alertavam também aos
profissionais da saúde, quanto à importância que a transmissão dessas orientações fosse feitas de forma eficiente, recomendan-
do, que as estratégias variassem, de acordo com o público, no caso de crianças, que a comunicação fosse realizada de forma lúdi-
ca e para o público adulto de forma mais direta, de modo a garantir, o entendimento pela população. (BRASIL, 2016). Faz-se ne-
cessário, que enfoque em práticas preventivas de combate ao zika, seja realizado continuamente, não apenas no período de
epidemia e que as ações sejam variadas de acordo com o público alvo, fornecendo informações básicas sobre o vírus zika, como
prevenir, sinais e sintomas da doença, como e quando buscar atendimento de saúde, envolvimento da comunidade para controle
dos vetores nos níveis ambientais e domésticos, assessoria as populações de alto risco, mulheres em idade reprodutiva, mulheres
grávidas que planejam engravidar no futuro próximo, incluindo conselhos sobre a prevenção de transmissão sexual (WHO, 2016).
Categorias de profissionais da saúde que mencionaram orientações acerca de práticas preventivas do Zika vírus. Apesar de ser
amplamente divulgada por meios de comunicação e nas unidades de saúde, a prevenção das arboviroses ainda é um desafio. In-
vestir na prevenção é atividade fundamental para o controle das arboviroses e deve ser executada de forma correta pelos profis-
sionais de saúde e gestores em saúde. As ações de vigilância epidemiológica e educação em saúde são dois eixos da prevenção
que não podem ser negligenciados. A vigilância epidemiológica deve ter um sistema de notificações eficaz, para que seja possível
traçar estratégias e ações em regiões endêmicas, buscando o controle do vetor (CÂMARA, 2016). Nesse contexto, quando às en-
trevistadas foram interrogadas, acerca de quais profissionais de saúde que mais mencionaram informações acerca de práticas
preventivas do zika vírus, foi verificado que a categoria médica, enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS), se fez presente
consideravelmente. Esses achados podem ser vistos nas falas abaixo: “Já, a enfermeira durante uma palestra. Quando a gente tá
aqui elas sempre fazem palestras durante o acolhimento (Antúrio)”. “A médica sempre fala pra eu me prevenir das doenças, da
zika...usar o repelente.” “Quando eu estava fazendo pré-natal meu médico falou e minha agente de saúde. O doutor falou dos
cuidados para o bebê não pegar microcefalia”(Calêndula). As ações de prevenção em saúde devem incorporar práticas educativas
em saúde nas unidades básicas, no qual os profissionais de saúde assumem papel determinante por serem agentes multiplicado-
res de conhecimento, extrapolando o ambiente da unidade de saúde e chegando a todos os locais destes profissionais (SANTOS
et al., 2016).

Conclusões:
A referida pesquisa possibilitou conhecer as principais orientações preventivas repassadas pelos profissionais de saúde acerca
do zika vírus à mulheres em idade fértil. Muitas destas orientações, baseavam-se principalmente, sobre a importância do uso do
repelente, entretanto, negligenciavam outras orientações no que tange a outros cuidados preconizados pelo Ministério da Saúde.
Foi possível observar que a maioria das mulheres já havia recebido alguma orientação dos profissionais de saúde. Porém, tam-
bém houve mulheres as quais nunca receberam nenhuma orientação sobre prevenção dessa doença, necessitando um enfoque
maior nas orientações a esse público, principalmente no que se refere, a transmissão sexual do zika vírus. Dentre os profissionais
da saúde que mais mencionaram orientações acerca de práticas preventivas do zika vírus, destacamos a categoria médica, de

158 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

enfermagem e agente comunitário de Saúde (ACS). Dentre as limitações encontradas no estudo, foi termos realizado, apenas
uma vez, as entrevistas com mulheres participantes, não garantindo que esse mesmo conhecimento, se manterá em longo prazo,
sugerimos, portanto, o aprofundamento desta pesquisa em outros estudos, tais como os longitudinais, visando corroborar com
os resultados já alcançados.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 2.121, de 18 de dezembro de 2015. Altera o AnexoI da Portaria no 2.488/GM/MS, de 21
de outubro de 2011, para reforcar as acoes voltadas ao controle e reducao dos riscos em saude pelas Equipes de Atencao Basica.
Brasilia: MS, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. # Zika Zero Enfrentamento de Resposta ao vírus Zika e o combate
ao mosquito transmissor, 2016. http://www.casacivil.gov.br/.arquivos/estrategia-de-resposta-ao-virus-zika.pdf

BRASIL.. Sistema de Contas Nacionais- Brasil 2018. Censo demográfico. 2018- Available from: https://www.ibge.gov.br/cidades-
-e-estados/ce/fortaleza.html?

BRASIL. Governo do Estado do Ceará. Coordenadoria de Vigilância em Saúde. Núcleo de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará. Boletim Epidemiológico Dengue, Chikungunya e Zika. 18 de Janeiro de 2019, páginas:1-17.

CÂMARA, Tamara Nunes Lima. Arboviroses emergentes e novos desafios em saúde pública no Brasil. Rev. Saúde Pública. São Pau-
lo, v.50, p.1-7, jun. 2016.

CHANCEY, C.; GRINEV, A, VOLKOVA, E.; RIOS, M. The global ecology and epidemiology of West Nile virus. Biomed Res Int.
2015;2015:376230. DOI:10.1155/2015/376230

LIMA, B.B.; FARIAS, S.N.P.; COROPES, V.B.A.S.; SIQUEIRA, J.M. Estratégia Saúde da Família na prevenção de Dengue, Zika vírus e
febre chicungunha. Revista de Enfermagem UFPE on line, Recife, v. 12, n. 5, p.1454-1462, maio.2018.

LIMA-CAMARA, Tamara Nunes. Arboviroses emergentes e novos desafios para a saúde pública no Brasil. Rev. Saúde Pública, São
Paulo , v. 50, n, 36, 2016 .

MINAYO, M.C.S. Amostragem e saturação em pesquisa qualitativa: consensos e controvérsias. Rev Pesq Qual [Internet]. 2017 [ci-
tado 2018 jan. 12]; v. 5, n. 7,p. 1-12. Disponível em: https://editora. sepq.org.br/index.php/rpq/article/view/82/59

SANTOS, Gabriel Augusto Cordeiro et al. Dengue: Prevenção, Controle e Cuidados de Enfermagem - Revisão Integrativa da Litera-
tura 2008-2013. Rev. Bras. Ciênc. Saúde. [Internet], v.20, n.1, p.71-78, 2016.

WORL HEALTH ORGANIZATION REGIONAL OFFICE FOR THE AMERICAS. Zika virus infection: step by step guide on Risk Com-
munications and Community Engagement. 2016. Available online at http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_doc-
man&task=doc_view&Itemid=270&gid =33051〈=en

Comunicação Oral 159


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Educação na Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral Curta
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FORMAÇÃO EM PRECEPTORIA NA SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO


SISTEMA SAÚDE ESCOLA DE SOBRAL

KARINA OLIVEIRA DE MESQUITA


Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
MARIA JOSÉ GALDINO SARAIVA
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
ANTONIA KEILIANY LINHARES DO NASCIMENTO
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
JOSÉ REGINALDO FEIJÃO PARENTE
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
GERARDO CRISTINO FILHO
Secretaria da Saúde de Sobral

Período de realização:
A formação em preceptoria foi planejada e desenvolvida no período de agosto a novembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Formação em preceptoria na saúde para os profissionais do sistema municipal de saúde de Sobral que atuam como preceptores
de estágio nos serviços.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada no processo de planejamento e desenvolvimento da formação em preceptoria na saúde para os
profissionais do Sistema Saúde Escola de Sobral.

Metodologia:
:Relato de experiência sobre a formação dos preceptores do Sistema Saúde Escola de Sobral. O processo foi organizado e imple-
mentado na Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia em Sobral-CE, com os docentes desta Escola e das instituições de ensino
que compõem o Fórum do Sistema Saúde Escola. Realizaram-se 12 encontros, totalizando 480 profissionais da Atenção Básica.
Atualmente está em fase de planejamento a formação dos profissionais da Atenção Especializada, prevista para setembro de 2019.

Resultados:
As discussões sobre o papel do preceptor de estágio, a concepção teórico-metodológica do Sistema Saúde Escola e a lei dos está-
gios permitiu a ressignificação de conceitos junto aos profissionais que acolhem os estudantes. Evidenciou-se que os profissionais
acreditam na potência da aprendizagem em serviço e na necessidade da integração ensino-serviço-comunidade. Afirmam que seu
papel de preceptor é primordial enquanto mediador teoria-prática e como corresponsável na formação dos discentes. Análise
Crítica: Refletir sobre a preceptoria no cenário do Sistema Saúde Escola, que constitui os espaços de educação contextualizada e
desenvolvimento profissional, potencializa as ações de integração ensino-serviço-comunidade nos territórios. Partindo do conjun-
to dos fazeres, das experiências acumuladas e diálogos que ocorrem nos cenários de prática, os profissionais são oportunizados a
valorizar sua postura ética e pedagógica no processo de trabalho, tendo como pressuposto básico a educação permanente.

Conclusões:
A aprendizagem dos estudantes e profissionais é potencializada quando existe a articulação efetiva entre a gestão, a assistência,
o ensino e a pesquisa. O sistema aprendente é o espaço onde se constrói e se fortalece essa rede. Espera-se que os processos
formativos sejam sustentados para que os movimentos de reestruturação da educação na saúde se mantenham, garantindo o
compromisso com um SUS que oriente mudanças na formação dos profissionais.

Comunicação Oral Curta 161


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
SOARES, C. H. A. et al. Sistema de Saúde Escola de Sobral-CE. Sanare, Sobral, v. 7, n. 2, p. 7-13, 2008.

SOBRAL. Lei n° 1685 de 08 de novembro de 2017. Institui, no âmbito do município de Sobral, o Sistema Municipal Saúde Escola, e
dá outras providências. Ano I, Nº 184, 2017.

162 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÃO DAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA


ACERCA DOS SEUS DIREITOS
ETELVINA SAMPAIO MELO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARIA AUXILIADORA FERREIRA ARAÚJO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA
Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Introdução:
O Brasil possui legislação e políticas públicas voltadas à população com deficiência, sendo ainda assentado no modelo biomédico.
É preciso que a família reconheça os direitos da criança para que o desenvolvimento e a segurança dela sejam coerentes, eficaz
e integral.

Objetivos:
O estudo propôs analisar o conhecimento das famílias com crianças com deficiência acerca dos direitos pertencentes a essas
crianças.

Metodologia:
Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizado no Centro de Reabilitação de Sobral-CE, no período de julho a setembro
de 2018 com 12 familiares de crianças com deficiência. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo de
Bardin, resultando em duas categorias temáticas: conhecimento adequado quanto aos direitos da criança e busca de informações;
e conhecimento limitado ou o não conhecimento dos direitos da criança.

Resultados:
Foi realizado a caracterização sociodemográfica dos participantes, sendo a maioria do gênero feminino, ensino médio completo,
casadas e com baixa renda mensal. Diante das categorias temáticas foi identificado que uma minoria conhecia os direitos e outros
que não possuíam o adequado conhecimento buscavam informações para que pudessem cobrar seus benefícios. Quanto ao co-
nhecimento limitado ou o não conhecimento foi identificado a falta de acesso a essas informações, o que restringiam os direitos
das crianças apenas ao que possuíam ou ao que foi ofertado de imediato.

Conclusões:
As percepções acerca dos direitos das crianças com deficiência, mostrou-se fragilizada de informações e de falta de conhecimen-
to. Faz-se necessário refletir sobre formas de acesso a esse conhecimento para que os direitos assegurados a essas crianças não
sejam impedidos ou anulados, dificultando as suas liberdades fundamentais.

Referências:
________. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei n. 13146 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF. 2015. [acesso em 2018 set 15] Disponível em:http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. BARDIN, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Comunicação Oral Curta 163


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A IMPORTÂNCIA DE PREVENIR A SÍFILIS CONGÊNITA: RELATO


DE EXPERIÊNCIA
CYNARA DAMASCENO LOPES
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)
FRANCISCO WANDERSON DA SILVA
Universidade Federal do Cariri (UFCA)
SIMONE REGINA CABREIRA SOARES
Universidade da região da Campanha (URCAMP)

Período de realização:
Realizado no dia 10 de junho de 2019, no período da manhã.

Objetivo da Experiência:
Discentes realizaram na Unidade Básica de Saúde – Sítio São João, no Município de Fortaleza–Ce, uma ação educativa, utilizando
um teatro de fantoches. Objetivos: Relatar a experiência de discentes em educação em saúde acerca da importância de prevenção
e tratamento da sífilis.

Metodologia:
Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, realizado por discentes de enfermagem do Centro Universitário Ateneu
(UniAteneu). Onde foi desempenhado uma ação educativa como a metodologia ativa, contendo informações básicas e objetivas
de forma lúdica e dinâmica sobre a sífilis congênita. Entretanto, utilizadas ferramentas como: Teatro de fantoches, panfletos
informativos, preservativos e brindes.

Resultados:
A apresentação contou com 16 ouvintes, dos quais eram homens, mulheres, jovens adolescentes, idosos e além dos profissionais
que atuam no local. Alguns já tinham ouvido falar sobre a doença, a maioria dos presentes desconhecia a forma de transmissão,
duas pessoas comentaram sobre o tratamento, poucos conheciam os sinais e sintomas. O tema gerou participação ativa, com
questionamentos básicos: “Como prevenir? Como é o tratamento? É fácil realizar o exame? E o resultado é demorado?”.

Análise Crítica:
Nos dias atuais, a internet é um serviço de buscas de conhecimentos, mas, ainda nos deparamos com pessoas leigas, quando se
aborda o tema infecção sexualmente transmissível. O interesse por alguma doença específica se dar, quando o sujeito é acome-
tido pela doença. O Ministério da Saúde, a mídia e as campanhas, divulgam, os riscos, como prevenir, mas o ser humano, nunca
acha que ele próprio ou alguém próximo, poderão ser infectados por qualquer doença.

Conclusões:
Foi notório no decorrer da ação educativa o envolvimento de todos participando direta e indiretamente através de dúvidas. E evi-
denciou-se uma carência por temas sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST), na unidade básica de saúde. Ainda dentro
deste cenário, sugeri-se uma educação continuada e pontual, servindo como uma estratégia na redução do número de casos da
sífilis congênita e outras doenças infecto contagiosas.

Referências:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde. Vol. 48 – 2017. Disponível em: . Acesso em
13 de junho de 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sífilis: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em: . Acesso em 12 de
julho de 2019.

164 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA:


UMA REVISÃO INTEGRATIVA
MARIA ÂNGELA CARNEIRO
Instituto Sueprior de Teologia Aplicada (INTA)
ANA MAYRA BRANDÃO
Faculdade Estácio do Ceará
MARIA SOCORRO CARNEIRO
Instituto Sueprior de Teologia Aplicada (INTA)
JOSÉ MARIA FILHO
Instituto Sueprior de Teologia Aplicada (INTA)
RAFAELLY MARIA PINHEIRO SIQUEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RAFAELA NAYANA CARNEIRO
Instituto Sueprior de Teologia Aplicada (INTA)

Introdução:
A paralisia facial acomete milhares de pessoas em todas as idades e suas causas são objeto de estudo por serem na maioria das
vezes desconhecidas ou ignoradas. Pode associar-se a uma série de comprometimentos tanto de ordem fisiológica quanto fun-
cional, incluindo ainda a estética e psicológica. A paralisia facial ocorre devido uma interrupção do influxo nervoso de qualquer
segmento do nervo facial.

Objetivos:
Analisar a atuação da fisioterapia em casos de Paralisia Facial Periférica através de uma revisão integrativa.

Metodologia:
O presente estudo é uma revisão integrativa da literatura. Para a elaboração da presente pesquisa, as seguintes etapas foram
realizadas: definição da questão norteadora e objetivos da pesquisa; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão das
publicações; busca na literatura; análise e categorização dos estudos, apresentação e análise dos resultados. A busca dos textos
foi realizada no período de agosto a novembro de 2017. A busca ocorreu com base no banco de dados dos Descritores em Ciências
da Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde. A análise das informações foi realizada de acordo com Minayo (2001), logo após ocorreu
a separação em categorias de análise, por proximidade temática.

Resultados:
A Organização Mundial da Saúde afirma que o trabalho multiprofissional proporciona aos profissionais da área da saúde as ha-
bilidades preponderantes para coordenar a prestação de assistência aos sujeitos. O objetivo primordial do acompanhamento do
fisioterapeuta em sujeitos acometidos por Paralisia Facial Periférica (PFP) é o reestabelecimento da função motora dos músculos
da face em um menor espaço de tempo. Porém, alguns pacientes podem não atingir esse objetivo. Os recursos fisioterapêuticos
mais utilizados no tratamento da PFP são cinesioterapia com ou sem feedback visual com espelho, o biofeedback com aparelho
eletromiográfico, a crioterapia e a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.

Conclusões:
O papel do fisioterapeuta na PFP, tem o objetivo de devolver os movimentos e expressões faciais que foram prejudicados com a
lesão, minimizando sequelas e reestabelecendo a saúde e qualidade de vida dos pacientes. A PFP tem forte impacto na vida dos
acometidos, pois reflete em sua saúde física, emocional e seu contato social. Reestabelecer suas feições e movimentos vão além
da melhora na estética, devolve ao sujeito uma qualidade de vida e saúde.

Referências:
ARAKIAN, M.G., MEJIA, D. P. M. Fisioterapia no Tratamento da Paralisia Facial Periférica. Trabalho de Conclusão de Curso. Pós-Gra-
duação em Fisioterapia em Neurofuncional – Faculdades Ávila, 2011.

MINAYO, M. C. S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, M. C. S (Org.). Pesquisa social: teoria, método
e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

OMS. Organização Mundial de Saúde. Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa. Genebra: OMS.
2010.

Comunicação Oral Curta 165


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O DESAFIO DE EDUCAR NO AMBIENTE HOSPITALAR: O


PROTOCOLO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À ASSISTÊNCIA À
SAÚDE
JOAQUIM ISMAEL DE SOUSA TEIXEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ISABELLY OLIVEIRA FERREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
PALOMA MACEDO DE FARIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
REGISLANIA LIRA AZEVEDO
Hospital Regional Norte (HRN)
CLARISSA MARIA TOMAS TEIXEIRA
Hospital Regional Norte (HRN)
KEILA MARIA DE AZEVEDO PONTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
A ação foi realizada no período de maio a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Trata-se de uma ação educativa realizada com acompanhantes de pacientes admitidos nos setores da clínica cirúrgica e clínica
pediátrica.

Objetivos:
O presente estudo tem o objetivo de relatar uma estratégia de educação em saúde sobre o Protocolo de Pneumonia Associada a
Assistência à Saúde (PRAS) com acompanhantes dos pacientes de um hospital da região norte do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência acerca de uma ação educativa sobre o protocolo PRAS realizada por internos de Enfermagem
da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Inicialmente, foi feito a escolha do tema juntamente a coordenação dos setores. A meto-
dologia utilizada foi o jogo verdadeiro ou falso, onde foi confeccionadas plaquinhas com as assertivas verdade e falso, e elaborado
duas perguntas e doze afirmações para serem julgadas como certo ou errado de acordo com o conhecimento do público.

Resultados:
Muitos dos acompanhantes não conheciam o protocolo, nem sabiam dos riscos da broncoaspiração. Aqueles que relataram ter
conhecimento sobre o PRAS, eram acompanhantes de pacientes internados a mais tempos nas clínicas e por isso já haviam visto
ações relacionadas a prevenção da pneumonia. Enquanto acadêmicos a ação proporcionou o desenvolvimento de competências
indispensáveis para a formação profissional, como autonomia e responsabilidade no planejamento e realização da intervenção.

Análise Crítica:
A prática de momentos educativos ainda apresenta resistência em cenários como os hospitais. Nestes locais, os papéis e a as-
sistência contínua ao paciente requerem dos profissionais um tempo e atenção que muitas vezes os sobrecarregam e limitam a
realização de ações como essa. A educação em saúde deve ser uma tarefa multidisciplinar e sistemática, a fim de se conseguir
melhores resultados na prestação de um cuidado compartilhado e integral ao paciente (MANSANO; BELEI; VINCI et al., 2017).

Conclusões:
Recomenda-se que práticas como essa possam ter agenda cativa nos serviços hospitalares, visto que a intervenção contribuiu
para um melhor entendimento do cuidado prestado ao paciente, a partir do repasse de informações importantes em relação aos
cuidados ofertados, medidas de prevenção, fatores de risco, além de espaço aberto para perguntas e esclarecimento de dúvidas
a respeito da prevenção da pneumonia associada a assistência à saúde.

Referências:
MANSANO F.P.N; BELEI, R.A; VINCI, L.A.S. et al. Impacto de ação educativa na manutenção do decúbito elevado como medida
preventiva de pneumonia associada à ventilação mecânica em Unidade de Terapia Intensiva. ABCS Health Sciences, v.42, n.1,
p.21-26, 2017.

166 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERPROFISSIONALIDADE EM SOBRAL-CE: NOVAS


PERSPECTIVAS PARA GRADUANDOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA
SABRINA BRAGA TEIXEIRA
Universidade Estadual vale do Acaraú (UVA)
IANDRA KARLA DA SILVA CAVALCANTE
Universidade Estadual vale do Acaraú (UVA)
ROSELANE DA CONCEIÇÃO LOMEO
Universidade Estadual vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
As vivências aconteceram no período de abril a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Extensão universitária através do programa de educação pelo trabalho para a saúde (pet-saúde interprofissionalidade).

Objetivos:
Relatar experiências vivenciadas no pet-saúde interprofissionalidade, enquanto graduanda de Educação física; descrever os de-
safios na formação em educação interprofissional e práticas colaborativas.

Metodologia:
A inserção no pet saúde interprofissionalidade de Sobral constou de formação ead de educação interprofissional e estudos para
alinhamento do tema. A participação no grupo tutorial, com foco em atividades para desenvolvimento da docência e preceptoria
na saúde, constou na elaboração do regimento, diretrizes e termo de compromisso das instituições integrantes, exigidos para
formação do núcleo interinstitucional de educação interprofissional e pesquisa diagnóstico situacional na formação e prática.

Resultados:
A capacitação em educação interprofissional foi primordial e apresentou conteúdos ainda não abordados na graduação de edu-
cação física, o que tornou necessário o alinhamento do tema junto ao grupo tutorial para melhor compreensão desta temática.
as metodologias utilizadas para o alinhamento e construção dos documentos para formação do núcleo foram se tornando claras
com a qualificação do conhecimento.

Análise Crítica:
Dentre os cursos da saúde envolvidos no pet-saúde/interprofissionalidade, está a educação física, que é a menos privilegiada em
ações da saúde coletiva. A vivência no programa evidencia a grande contribuição proporcionada aos graduandos e futuros profis-
sionais de educação física para atuação no SUS (Sistema Único de Saúde). no entanto percebe-se a necessidade de revisão na
matriz curricular dos cursos de educação física e a inserção de atividades extensionistas interprofissionais nos serviços de saúde
de Sobral.

Conclusões:
É notório a importância que o pet-saúde/interprofissionalidade proporciona de conhecimentos e amadurecimento enquanto gra-
duandos e profissionais da saúde. Percebe-se a necessidade de ínfimas discussões a cerca do tema para apropriação adequada do
conhecimento e sua efetiva aplicabilidade. Fazer parte deste programa é uma grande experiência que contribuirá para a formação
e atuação em equipes de serviços do SUS.

Referências:
ROVIGATTI, alessandro. carvalho, yara maria. Formação em educação física: experiências de integração ensino-serviço na aten-
ção básica em saúde. Movimento. Porto Alegre, v.22, n.2. p. 635-646. abr/jun. 2016.

Batista, Nildo Alves et al . Educação interprofissional na formação em saúde: a experiência da Universidade Federal de São Paulo,
campus Baixada Santista, Santos, Brasil. Interface, Botucatu, v. 22, supl. 2, p. 1705-1715, 2018.

Comunicação Oral Curta 167


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FORMAÇÃO PARA INTEGRALIDADE EM GRADUAÇÃO DE


FISIOTERAPIA NO SERTÃO CENTRAL DO CEARÁ
JOICE FABRÍCIO DE SOUZA
Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte (ESTÁCIO/FMJ)
MARIA UDETE FACUNDO BARBOSA
Centro Universitário Católica de Quixadá (UNICATÓLICA)
JESSICA LIMA DE OLIVEIRA
Universidade Regional do Cariri (URCA)
RAUANA DOS SANTOS FAUSTINO
Universidade Regional do Cariri (URCA)
GEANNE MARIA DA COSTA TORRES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANTONIO GERMANE ALVES PINTO
Universidade Regional do Cariri (URCA)

Introdução:
A Fisioterapia é caracterizada pela atuação profissional no processo de reabilitação do paciente e prevenção de agravos. No Brasil,
as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o ensino superior estão associadas à realidade da saúde pública. Os Projetos Peda-
gógicos de Cursos (PPC) da área da saúde indicam e orientam as propostas curriculares e as práticas de ensino na rede de saúde.

Objetivos:
Descrever a integralidade como conteúdo na formação de fisioterapeutas em uma Instituição de Ensino Superior no Sertão Central
do Ceará.

Metodologia:
Estudo de caso com abordagem qualitativa realizada no Centro Universitário Católica (UNICATÓLICA) na cidade de Quixadá, Estado
do Ceará, Brasil. Participaram da pesquisa quatro docentes de disciplinas básica, aplicada e específica de saúde pública, oito dis-
centes do 3º e 10º semestres de fisioterapia e quatro egressos do curso, inseridos no SUS. A coleta de dados ocorreu por meio de
entrevistas com os docentes e questionários com os discentes e egressos, no período de outubro a dezembro de 2015, cuja análise
pautou-se na categorização temática do conteúdo. Respeitou-se aos aspectos éticos e legais preconizados pelas Resoluções n°
466/2012 e n° 510/2016, sob o Parecer n° 1.276.296.

Resultados:
O PPC do curso pauta-se na formação de profissionais generalistas, capazes de interpelar o indivíduo e as coletividades de forma
integral em todas as suas necessidades. Na matriz curricular, os estudantes começam a estudar políticas públicas de saúde no
terceiro semestre, constando no curso oito disciplinas sobre políticas do SUS. Os docentes utilizam as metodologias ativas como
práticas pedagógicas na formação de profissionais críticos, reflexivos, generalistas e humanistas, de acordo com as diretrizes cur-
riculares fundamentadas em princípios dinâmicos e flexíveis. No perfil do egresso, evidencia a prática sustentada por visão crítica
e ampliada das condições de vida e saúde das populações.

Conclusões:
Os desafios na formação de fisioterapeutas estão ligados ao desenvolvimento de competências e habilidades para o atendimento
da população. No entanto, ao analisar o PPC de Fisioterapia, observou-se sua conformidade com as DCN de Saúde para uma for-
mação generalista, humanista e voltada à promoção da saúde, com enfoque na integralidade. O curso está direcionado a preparar
o profissional para atender às necessidades e realidades do SUS.

Referências:
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação
fisioterapia. Brasília; 2002.

GAUER, Ana Paula Maihack et al. Ações de reorientação da formação profissional em Fisioterapia: enfoque sobre cenários de
prática. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 22, n. 65, p. 565-576, Abr. 2018

168 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ARTICULAÇÃO COM OS COORDENADORES DOS CURSOS


ENVOLVIDOS NO PROJETO PET.
AMANDA CRISTINA DE OLIVEIRA FONTELES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ROBERTA CAVALCANTE MUNIZ LIRA
Universidade de são Paulo (USP)
MARIA DO SOCORRO MELO CARNEIRO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
SAMYLLE CARVALHO FÉLIX
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
SÁVIO MARTINS ALVES
Universidade Federal do ceará (UFC)
VITÓRIA RÉGIA MARINHO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
De abril a julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Articulação com a gestão dos cursos da área da saúde envolvidos no PET Saúde Interprofissionalidade de Sobral.

Objetivos:
Relatar a experiência do envolvimento da gestão dos cursos para a inserção da EIP (Educação Interprofissional) na formação em
saúde dentro dos PPP (Projetos Políticos Pedagógicos).

Metodologia:
Estudo do tipo relato de experiência. Envolveu a participação de discentes dos cursos de Enfermagem e Educação Física da Univer-
sidade Estadual Vale do Acaraú, Psicologia, Medicina e Odontologia, da Universidade Federal do Ceará, e docentes destas institui-
ções. Identificando potencialidades para a EIP, destacadas dos PPP dos cursos, foi necessário o envolvimento dos coordenadores.
Foram realizadas reuniões para apresentar o objetivo do PET-Saúde e pedir o apoio na implementação de intervenção.

Resultados:
Todos os coordenadores dos cursos envolvidos apresentaram uma predisposição a ajudar com a proposta do projeto, dando
abertura para a realização de futuras intervenções no campo da EIP. Alguns apresentaram sugestões, pontuando a importância
de se trabalhar esta temática dentro da graduação e relatando fragilidades nas matrizes curriculares vigentes. Além disso, foram
acordados futuros encontros com o NDE (Núcleo Docente Estruturante) e com os colegiados docentes dos cursos.

Análise Crítica:
Essa articulação revela a importância da escuta docente sobre as mudanças curriculares necessárias. Pois o modelo hegemônico
não favorece a comunicação entre os cursos para o desenvolvimento de atividades conjuntas. Sendo assim, percebe-se que a
EIP ainda é timidamente trabalhada nos cursos, mas o envolvimento dos gestores, juntamente com políticas, como o PET Saúde,
poderão promover as melhorias desejadas para uma formação em saúde que viabilize uma visão integral da saúde dos indivíduos.

Conclusões:
Verificamos através das articulações com as coordenações, a relevância do apoio destes, para a efetivação das ações proposta
pelo projeto. Uma vez que, eles são a porta de entrada para o desenvolvimento das ações e articulação entre os cursos. Observa-
mos também, que o contato com os gestores dos cursos facilitará a realização de atividades interdisciplinares.

Referências:
Girotto, Leticia Cabrini. Preceptores do Sistema Único de Saúde: como percebem seu papel em processos educacionais na saúde.
2016. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

FARIAS, Danyelle Nóbrega de et al. Interdisciplinaridade e interprofissionalidade na estratégia saúde da família. Trab. educ. saúde,
Rio de Janeiro, v.16, n.1, p.141-162, abr. 2018. Disponível em . acessos

Comunicação Oral Curta 169


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROJETO INTERDISCIPLINARIDADE EM SAÚDE:


POTENCIALIDADES DO CUIDADO INTEGRAL - RELATO DE
EXPERIÊNCIA
SARAH VASCONCELOS DE OLIVEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARTA PARENTE RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MYRNA MARIA ARCANJO FROTA BARROS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
O presente projeto iniciou-se em maio de 2019 e encontra-se em andamento.

Objetivo da Experiência:
Este trabalho tem como objetivo relatar as experiências das bolsistas do Projeto Interdisciplinaridade em Saúde.

Objetivos:
O projeto propõe potencializar e executar a interdisciplinaridade em Saúde Coletiva através do uso de metodologias ativas nos
Cursos de Odontologia e Psicologia da Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral.

Metodologia:
Conta com a participação de alunos do curso de Odontologia e Psicologia e de uma professora orientadora. São realizadas reuni-
ões periódicas de planejamento e execução das atividades com os integrantes do grupo. As ações são executadas com uso de me-
todologias ativas de aprendizagem, como a elaboração de casos clínicos interdisciplinares com foco na autonomia dos estudantes.

Resultados:
Os planos de ensino dos cursos de Odontologia e Psicologia foram analisados e identificados as disciplinas e conteúdos comuns.
Assim, foram definidos os conteúdos passíveis de transversalização para criação de casos clínicos simulados que serão utilizados
ao logo do semestre em disciplinas do Curso de Odontologia, inicialmente. Serão realizadas visitas aos campos de estágio comuns
e participação ativa das bolsistas nas aulas que utilizem os estudos de casos interdisciplinares.

Análise Crítica:
A interdisciplinaridade tem sido cada vez mais discutida na Educação em Saúde na busca por um currículo integrado e humaniza-
do. No entanto, apesar da importância da interdisciplinaridade na formação profissional em saúde não ser questionada, poucas
experiências são relatadas na prática do ensino universitário. Além disso, há pouco conhecimento entre os conteúdos comuns
dentro dos cursos da saúde e pouco ou nenhum diálogo é firmado entre esses futuros profissionais.

Conclusões:
A interdisciplinaridade em saúde é necessária para a formação de profissionais humanizados, que saibam trabalhar em equipe e
preparados para as exigências do mercado de trabalho. As universidades devem estimular o diálogo entre os cursos da área da
saúde para que ações como esta seja cada vez mais frequentes.

Referências:
CARCERERI, Daniela Lemos et al. Formação em odontologia e interdisciplinaridade: o Pró- Saúde da UFSC. Revista da ABENO, v.
11, n. 1, p. 62-70, 2011.

COUTO, Leandra Lúcia Moraes; SCHIMITH, Polyana Barbosa; DALBELLO-ARAUJO, Maristela. Psicologia em ação no SUS: a interdis-
ciplinaridade posta à prova. Psicologia Ciência e Profissão, v. 33, n. 2, p. 500-511, 2013.

170 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONSTRUÇÃO DE DIÁLOGOS SOBRE VIOLÊNCIA E GÊNERO


COM ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA ATRAVÉS
DO PROJETO DE EXTENSÃO EM SINTONIA COM A SAÚDE
JOSENICE VASCONCELOS MARTINS
Faculdade de Quixeramobim (UNIQ)
RAIMUNDO AUGUSTO MARTINS TORRES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
KARLLA DA CONCEIÇÃO BEZERRA BRITO VERAS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
EDINE DIAS PIMENTEL GOMES
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
LEIDY DAYANE PAIVA DE ABREU
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
TERESA LENINE NOGUEIRA DA GAMA MOTA
Faculdade Luciano Feijão (FLF)

Período de realização:
A experiência ocorreu no dia 05/06/2019, na Faculdade Luciano Feijão, através da Web Rádio AJIR.

Objetivo da Experiência:
Projeto de Extensão em Sintonia com a Saúde, articulado com uma Instituição de nível superior (Faculdade Luciano Feijão).

Objetivos:
Relatar a experiência da aplicação do projeto de extensão “Em Sintonia com a Saúde”, com a temática Violência e Gênero, na
Faculdade Luciano Feijão (FLF) com os alunos de graduação em Psicologia, com o intuito de debater com os estudantes a impor-
tância do tema no âmbito da sua formação acadêmica.

Metodologia:
Relato de experiência que descreve as ações de intervenção de três articuladoras do projeto extensão em sintonia a saúde, junto
a 40 estudantes de graduação em psicologia da Faculdade Luciano Feijão (FLF) no município de Sobral, Ceará, veiculado pela Web
Rádio AJIR, para debates sobre o tema “Violência e Gêneros”. A Web Rádio é um canal de comunicação digital articulado com o
Laboratório de Práticas Coletivas em Saúde – LAPRACS/CCS da Universidade Estadual do Ceará- UECE (TORRES, 2015).

Resultados:
Para a transmissão do programa em sintonia com a saúde, através da web rádio ajir, foi convidada uma psicóloga para debater
sobre o assunto com os estudantes. Ressalta-se que o Programa em “Sintonia com a Saúde” é transmitido todas as quartas--feiras
no período da tarde entre o horário de 16 às 17h ao vivo, direto de Fortaleza. O processo interativo entre os estudantes e o con-
vidado-debatedor ocorreu de forma online através do acesso ao site da Web Rádio, por meio do link: www.uece.ajir.com.

Análise Crítica:
O programa iniciou com uma pergunta âncora: “Qual a lei que pune o crime contra a violência contra a mulher?”; 29 estudantes
responderam que é a lei Maria da Penha. Assim, surgiram questionamentos realizados pelos estudantes sobre direitos de igualda-
des e melhorias das leis, onde também expressaram suas opiniões e relataram a escassez de discussões no ambiente formativo e
na sociedade, na qual a web rádio facilitou o processo de ensino-aprendizagem e favoreceu a discussão sobre o tema.

Conclusões:
A construção deste estudo possibilitou uma maior aproximação entre a formação de futuros psicólogos no âmbito local e suas
percepções sobre violência de gênero a partir das discussões através da web rádio, onde puderam debater com um profissional

Comunicação Oral Curta 171


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

especialista na área. Isto levantou a necessidade de introduzir conteúdos específicos e transversais sobre a violência e gênero no
cotidiano dos estudantes de graduação em psicologia.

Referências:
ARAÚJO, Maria de Fátima. Diferença e igualdade nas relações de gênero: revisitando o debate. Psicol. clin., Rio de Janeiro , v. 17,
n. 2, p. 41-52, 2005 . Disponível em . acessos em 23 jul. 2019.

TORRES, R. A. M. et al. Comunicação em saúde: uso de uma web rádio com escolares. J. health inform. V. 7, n. 2, p. 58-61, abr.-jun.
de 2015.

172 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GRUPO DE GESTANTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA


TEREZA CRISTINA LINHARES COSTA MELO
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
AUXILIADORA ELAYNE PARENTE LINHARES
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCSM)
MARIA VALDERLANYA VASCONCELOS FROTA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
AHRIMSA SAMANDHI FORTE OLIVEIRA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
FRANCISCO ANDRÉ DE LIMA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)

Período de realização:
O estudo foi realizado no dia 27 de junho, no período da tarde.

Objetivo da Experiência:
Participaram do grupo 18 gestantes cadastradas no CSF Sinhá Sabóia, em Sobral-CE.

Objetivos:
Relatar a experiência desenvolvida pelo Programa de Residência Multiprofissional em Neonatologia, na promoção da saúde inte-
gral individual e coletiva das gestantes e do recém-nascido.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa do tipo relato de experiência, a partir da vivência como Residentes do
Programa de Residência Multiprofissional em Neonatologia, com um grupo de gestantes do CSF Sinhá Saboia, em Sobral - CE. O
grupo aconteceu em um salão paroquial localizado no território do bairro Sinhá Sabóia e foi organizado e dirigido pelos Residentes
Multiprofissionais de Neonatologia que é composto por:1 Nutricionista, 1 Farmacêutica, 1 Fisioterapeuta e 2 Enfermeira.

Resultados:
Os grupos de gestantes acontecem uma vez no mês, no momento são abordados temas relevantes à saúde da mulher e do recém-
-nascido. O tema escolhido pelas próprias gestantes, foi trabalho de parto, onde foram abordados: sinais de trabalho de parto, o
que fazer quando os sinais iniciarem, a dilatação, tipos de parto, direitos da gestante e fisioterapia no trabalho de parto. Foram
utilizados: notebook, bonecos, panfletos, data-show, e ofertados lanches e brindes para as participantes do grupo.

Análise Crítica:
Durante a vivência, observou-se que o grupo pode atingir grandes resultados, de forma dinâmica complementou as consultas de
pré-natal, criando um maior vínculo entre as gestantes e a equipe do Centro de Saúde da Família. Assim com o fortalecimento
desse vínculo, pretende-se levar a uma melhor detecção dos problemas obstétricos e neonatais, facilitando, uma intervenção
ampla na tentativa de solucioná-los, além da maior aderência ao pré-natal.

Conclusões:
A vivência oportunizou conhecer, compreender e identificar as necessidades e fragilidades dessa fase tão singular que é a gesta-
ção. Pode-se construir um vínculo mais estreito através do diálogo, levando informações e passando segurança sobre o período
gestacional, proporcionando momentos de aprendizagem a todos os envolvidos, reafirmando a ideia de que as ações de promo-
ção da saúde devem ser eminentemente participativas e transformadoras.

Referências:
COSTA, N. R. Estado, educação e saúde: a higiene da vida cotidiana. Cad. Cedes, n.4, p.5-27, 1987.

VIEIRA, Sônia M. et al. Percepção das puérperas sobre a assistência prestada pela equipe de saúde no pré-natal. Texto contexto -
enferm. [online] 2011, vol.20, n.spe, pp. 255-262. ISSN 0104-0707. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072011000500032.

Comunicação Oral Curta 173


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ENSINO DE CONHECIMENTOS CLÍNICOS ACERCA DE DIABETES


MELLITUS AOS ALUNOS DE MEDICINA DO SEGUNDO
SEMESTRE DURANTE O MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA
BÁSICA: UM RELATO DE CASO
LÚCIO SOARES E SILVA NETO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LETICIA MAIA VASCONCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
GABRIELA MACHADO DE OLIVEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANNA LUÍSA RAMALHO JOHANNESSON
Universidade Federal do Ceará (UFC)
NAÍSE LIMA MOURÃO SOARES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AMANDA KATHLEEN MENDONÇA RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A aula foi ministrada no dia 20 de maio de 2019 das 18:00 às 19:00 horas.

Objetivo da Experiência:
Levar mais conhecimento aos alunos do segundo semestre do curso de Medicina da UFC Sobral sobre os principais aspectos da
Diabetes Mellitus (DM).

Objetivos:
O objetivo do presente estudo é demonstrar a importância da realização de ações de ensino em saúde, durante a formação do
estudante de Medicina, trazendo uma abordagem mais clínica nos primeiros semestres do curso, a fim de contribuir com o pro-
cesso de ensino-aprendizagem.

Metodologia:
A aula foi realizada na faculdade de Medicina da UFC Sobral. Dois integrantes da Liga de Endocrinologia e Metabologia de Sobral
(LIEMS) responsabilizaram-se por elaborar e ministrar a aula sobre Diabetes Mellitus (DM) fazendo uso de bibliografias relevantes
sobre o tema. A abordagem foi feita por meio de uma apresentação oral em sala. Ademais, foi aplicado um questionário que ava-
liou, previamente, o conhecimento dos alunos sobre o assunto e ao final realizou--se um debate sobre um caso clínico.

Resultados:
Pode-se observar que a aula acrescentou conhecimento aos estudantes acerca do DM e contribuiu com o desenvolvimento do
raciocínio clínico. Durante a aula foi debatido sobre: definição, tipos, manifestações clínicas, tratamento, diagnóstico, exemplos
de aplicação do conhecimento e apresentação de casos clínicos. Ademais, a participação ativa dos estudantes permitiu a retirada
de algumas dúvidas pertinentes e um melhor esclarecimento do tema.

Análise Crítica:
Pode-se perceber a importância das ações de ensino para os estudantes de Medicina como uma forma distinta e complementar
de aprendizagem no âmbito da saúde, a fim de desenvolver, desde os primeiros semestres do curso, a competência clínica. Esse
método, permite trazer para sala de aula situações frequentes na prática de forma mais dinâmica além de contribuir para assimi-
lação dos conteúdos programáticos. Isso amplia as possibilidades de aprendizagem e favorece a formação dos envolvidos.

Conclusões:
Dessa forma, observamos que o intercâmbio de conhecimentos entre os estudantes do segundo semestre e os ligantes da LIEMS

174 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

trazem uma série de benefícios para os envolvidos e seria de suma importância tornar esses momentos mais frequente. Essas
aulas, devem apresentar temas consideráveis da prática clínica em Endocrinologia e prezar por uma abordagem que facilite o
aprendizado. Sempre que possível deve-se fazer uso de metodologia criativas.

Referências:
VILAR, Lucio et al (Ed.). Endocrinologia Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Comunicação Oral Curta 175


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CURRÍCULO INTEGRADO: EXPERIÊNCIA DE UM MESTRADO


PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE
ANNA YÁSKARA CAVALCANTE CARVALHO DE ARAÚJO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MARIA DO SOCORRO DE SOUSA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
KENILE LOPES JULIÃO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
JULIANA SOARES RODRIGUES PINHEIRO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ROSIMEYRE ANASTÁCIO DA SILVA BARROS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
EUNICE MINERVINO DE CARVALHO NETA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A experiência foi desenvolvida entre março de 2019 e junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
O objeto da experiência é integração curricular em um curso de mestrado profissional, na área do ensino na saúde.

Objetivos:
Descrever a integração curricular, através da experiência do primeiro módulo dos três que compõem o desenho do currículo do
curso de Mestrado Profissional Ensino na Saúde em uma Instituição do Ensino Superior (IES) do Ceará.

Metodologia:
A disciplina Desenho de Currículo instigou os mestrandos a produzir um texto integrando conceitos, concepções, saberes e prá-
ticas. Três etapas foram seguidas: 1. Contextualização da formação profissional em saúde e o papel dos mestrados profissionais.
2. Uma indagação norteou a segunda parte: Quais as relações que podem se estabelecer entre os conteúdos e as práticas das
disciplinas do primeiro Módulo? 3. O texto foi estruturado e avaliado o nível de integração vivenciada no Módulo.

Resultados:
A produção escrita integrou conceitos, concepções, saberes e práticas de três disciplinas: Concepções, Teorias e Princípios da
Aprendizagem do Adulto, Gestão de Programas Educacionais e Desenho de Currículo. Possibilitou uma visão integrada e ampliada
dos mestrandos, a construção do conhecimento, ancorado em experiências significativas e a compreensão do processo de ensi-
no e aprendizagem rompendo com a fragmentação, consolidando-se em um Seminário Integrativo, que marcou a conclusão do
módulo.

Análise Crítica:
Os currículos dos cursos de saúde estão organizados, na maioria, em disciplinas habitualmente ensinadas isoladas, embora nas
últimas décadas a recomendação de integração curricular tenha se intensificado. Neste sentido, a modalidade de Mestrado Profis-
sional, reconhecida pela Portaria nº 80 de 16 de dezembro de 1998, anuncia a formação de profissionais pós-graduados com
desempenho diferenciado e desafia as IES para uma análise do processo de organização, desenvolvimento e avaliação curricular.

Conclusões:
O estudo e a prática da integração curricular possibilitou a conexão entre os conteúdos curriculares com os saberes prévios dos
mestrandos, promovendo a autonomia e o desenvolvimento de competências, em especial a que se referem a capacidade de
aprender continuamente, para atuar de forma integrada e interdisciplinar, ferramentas indispensáveis à formação de um profis-
sional crítico e reflexivo, capaz de superar os problemas cotidianos.

176 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
AQUINO, Carlos Tasso Eira. Como aprender: andragogia e habilidades de aprendizagem. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.

BRASIL. Portaria n. 80, de 16 de dezembro de 1998. Dispõe sobre o reconhecimento dos mestrados profissionais e dá outras pro-
vidências. Brasília, 1999.

IGLÉSIAS, Alessandro Giraldes; BOLLELA, Valdes Roberto. Integração Curricular: um desafio para os cursos de graduação na área
de saúde. Medicina, Ribeirão Preto, v. 3, n. 48, p. 265-272, jun. 2015.

Comunicação Oral Curta 177


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CAPACITAÇÕES INTERNAS NA LIGA DE ENDOCRINOLOGIA E


METABOLOGIA DE SOBRAL: UMA FORMA DE EDUCAÇÃO EM
SAÚDE E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
NAÍSE LIMA MOURÃO SOARES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CRISLAY MARIA PEREIRA FONTENELE
Universidade Estadual vale do acaraú (UVA)
AMANDA KATHLEEN MENDONÇA RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JOSÉ VALMIR DOS SANTOS FILHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MADAMILE PESSOA ALTINO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RENAN LOPES VASCONCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
As capacitações internas iniciaram em 04 de abril de 2019 e finalizaram em 30 de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Promover um maior conhecimento aos ligantes acerca de temas relacionados à Endocrinologia e, assim, colaborar com uma for-
mação médica de qualidade.

Objetivos:
Demonstrar a relevância do estudo de membros da liga, visando uma maior aquisição de conhecimentos e, dessa forma, promo-
vendo capacitações que permitam o compartilhamento de dados mais atualizados acerca de assuntos da área e que possibilitem
uma melhor formação dos futuros profissionais médicos.

Metodologia:
Formaram-se duplas de membros da LIEMS, os quais ficaram responsáveis por estudar determinados temas da Endocrinologia,
como diagnóstico e tratamento de Diabetes Mellitus tipos 1 e 2, emergências diabéticas e condutas, hiper e hipotireoidismo e nó-
dulos da tireoide. Os discentes, em datas determinadas, ministraram aulas de capacitação acerca desses assuntos nas reuniões se-
manais da liga no semestre 2019.1. Ademais, realizou-se um pré e um pós-teste com os presentes para testar seus conhecimentos.

Resultados:
Pode-se notar uma aquisição de conhecimentos e melhor preparação dos membros da liga, verificados após as aulas ministradas
pelos colegas, com os maiores acertos das questões do pós-teste, em relação à identificação de certas comorbidades comuns em
ambulatórios de Endocrinologia, como Diabetes Mellitus, hipo e hipertireoidismo, além de uma formação acerca das condutas
necessárias diante desses diagnósticos.

Análise Crítica:
Percebe-se a importância da realização de capacitações internas da LIEMS, ministradas pelos graduandos em Medicina, pois pro-
porciona um maior empenho destes em seu aprendizado individual, além de oferecer uma formação para o grupo de estudos.
Ademais, é válido ressaltar que tais conhecimentos colaboram para diagnósticos e condutas mais seguras dos futuros profissionais
da saúde, visto que esse aprendizado é adquirido além da grade curricular e requer maior desempenho e compromisso.

Conclusões:
Dessa forma, torna-se essencial a realização de capacitações internas semestrais na liga para que haja uma constante atualização
de conhecimentos dos estudantes acercas dos mais variados temas da Endocrinologia. Isso favorece um aprendizado mais amplo
e eficiente, que refletirá, futuramente, em profissionais de saúde mais aptos para exercer suas funções na promoção de uma me-
lhor assistência médica aos pacientes.

Referências:
VILAR, Lucio et al (Ed.). Endocrinologia Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

178 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ACOMPANHAMENTO DE


GESTANTES DE ALTO RISCO QUANTO À SUA FARMACOTERAPIA
JAMES BANNER DE VASCONCELOS OLIVEIRA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
CARINA DOS SANTOS FERNANDES
Centro Universitário INTA (UNINTA)
LAYANNE MARIA ARAÚJO FARIAS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA DANARA ALVES OTAVIANO
Centro Univertário INTA (UNINTA)
ANA ROBERTA ARAÚJO DA SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
RAFAELLY MARIA PINHEIRO SIQUEIRA
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
Dias 29 a 31 de maio e dia 1 e 4 de junho de 2018.

Objetivo da Experiência:
Entendimento e adesão da farmacoterapia por gestantes de alto risco hospitalizadas.

Objetivos:
Relatar as impressões de uma equipe multiprofissional em neonatologia acerca do entendimento de gestantes internadas em
maternidade de alto risco de um hospital de ensino do norte do Ceará quanto à farmacoterapia adotada no hospital.

Metodologia:
Consiste de um relato de experiência de acompanhamento multiprofissional, realizado com gestantes internadas em enfermarias
de alto risco de um hospital de ensino da região norte do Ceará. Durante o período citado, foram acompanhadas um total de 26
pacientes que se encontravam entre o início do segundo trimestre gestacional e final do terceiro trimestre

Resultados:
Foi observado que, de acordo com seu nível de escolaridade e senso comum, a maioria das gestantes sabia o motivo da sua inter-
nação na unidade hospitalar e a importância de tal conduta para a saúde da mesma e do seu bebê. Em relação à farmacoterapia,
enquanto quase todas as gestantes sabiam a indicação dos medicamentos, poucas conseguiam dizer quais eram estes, seja por
esquecimento do nome dos medicamentos ou por não terem recebido essa informação do profissional responsável pela adminis-
tração.

Análise Crítica:
Foi notado que mesmo que as pacientes saibam o porquê de sua internação e os motivos pelos quais estão sendo administrados
medicamentos às mesmas, elas não são completamente apropriadas quanto à sua farmacoterapia. Deste modo, a paciente não
se apresenta como protagonista da sua terapia e o foco da assistência deixa de ser centrado na pessoa e passa a se configurar no
medicamento.

Conclusões:
É importante que a equipe de saúde tenha consciência do protagonismo do paciente na terapia e se atente para a forma como
são repassadas as justificativas da internação e da terapia escolhida. Uma possível intervenção consiste de visitas realizadas pela
equipe multiprofissional aos pacientes internados, de modo a esclarecer-lhes sobre diagnóstico, internação e objetivo das condu-
tas clínicas tomadas pela equipe.

Comunicação Oral Curta 179


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
MUNICÍPIO DO VALE DO TAQUARI – RS. Revista Destaques Acadêmicos, [s.l.], v. 8, n. 3, p.7-19, 30 out. 2016. Editora Univates.

NASCIMENTO, A.M.D. et al. Avaliação do uso de medicamentos por gestantes em unidades básicas de saúde de Rondonópolis,
Mato Grosso. Revista Eletronica Gestão & Saúde, [s.l.],

RICHTER, F. M. et al. UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR GESTANTES USUÁRIAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM UM
v. 7, n. 1, p.96-112, 23 jun. 2016. Revista Gestao e Saude/NESPROM.

180 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

METODOLOGIAS DE ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO


INTERPROFISSIONAL EM GRUPO TUTORIAL DO PET-SAÚDE/
INTERPROFISSIONALIDADE EM SOBRAL –CE
LUCAS NEPOMUCENO SANTOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARIA JOSÉ GALDINO SARAIVA
Universidade Estadual do ceará (UECE)
MÁRCIA MARIA SANTOS DA SILVA
Universidade Estadual do ceará (UECE)
ROSELANE DA CONCEIÇÃO LOMEO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
O estudo foi planejado e desenvolvido no período de abril a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Alinhamento dos fundamentos teórico-metodológicos da EIP e Prática Colaborativa, de forma dialógica e participativa, para inte-
grantes do PET-Saúde.

Objetivos:
Compreender os conceitos de Interprofissionalidade, Multiprofissionalidade e Interdisciplinaridade; Refletir sobre as práticas co-
laborativas no âmbito do SUS; Verificar a inserção das temáticas relacionadas à Educação Interprofissional em Saúde no contexto
da formação e da atenção à saúde.

Metodologia:
O planejamento requereu a seleção de textos e preparação de material de apoio. O encontro foi iniciado com acolhida e apresen-
tação do objetivo de aprendizagem. Foram escolhidos relator e guardião do tempo. Os participantes foram convidados a escolher,
individualmente, recortes textuais, sobre os quais teceriam suas considerações. Ao final, o relator efetuou a leitura da sinopse
textual, que foi validada pelos demais e configurou-se como uma síntese disponibilizada para todos.

Resultados:
As discussões sobre Interprofissionalidade, Multiprofissionalidade e Interdisciplinaridade permitiram compreender melhor a dis-
tinção e a aplicação vocabular mais coerente dos termos. O estudo por meio de metodologias diversificadas, com leitura aprecia-
tiva, qualificou a compreensão. Evidenciou-se uma diversidade de interpretações sobre o assunto em tela. Contudo, mesmo com
o intenso debate, apresentou-se, ainda, certa dificuldade no entendimento holístico dos termos propostos.

Análise Crítica:
Refletir sobre a formação e a atenção em saúde faz emergir discussões focadas na contribuição de saberes distintos que conver-
gem na necessidade da colaboração e do trabalho em equipe, e permitem ampliar a resolutividade dos serviços e a qualidade da
atenção à saúde. Suscita, ainda, a necessidade de revisão das matrizes curriculares (onde predomina o fazer uniprofissional) para
guardar coerência com as DCN, que enfatizam o trabalho multidisciplinar.

Conclusões:
Verificou-se, de início, uma insipiência quanto aos termos estudados. Recomenda-se que as discussões sobre a EIP sejam cons-
tantemente ampliadas para potencializar a efetivação nos serviços de saúde e seja iniciada nos espaços acadêmicos de formação,

Comunicação Oral Curta 181


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

impulsionando as reflexões, a exemplo das discussões tecidas pelos grupos tutoriais do PET-Saúde/Interprofissionalidade, que
coadunam com os objetivos do referido Programa.

Referências:
CECCIM, Ricardo Burg.Conexões e fronteiras da interprofissionalidade: forma e formação.Interface (Botucatu), São Paulo, v. 22,
p.1739-1749, 2018. DOI: 10.1590/1807-

COSTA, Marcelo Viana et al.A Educação e o trabalho interprofissional alinhados ao compromisso histórico de fortalecimento e
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).Interface,(Botucatu), São Paulo, v. 22, p. 1507-1510, 2018.

182 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERPROFISSIONALIDADE NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: A


EXPERIÊNCIA DO PET SAÚDE/INTEPROFISSIONALIDADE NO
ESTUDO DOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS
ANTONIA CRISTIANE FERREIRA TORRES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ALLAN CRISTHYAN ALVES CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JAMINE YSLAILLA VASCONCELOS RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LARISSE DAMASCENO PONTES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA DO SOCORRO MELO CARNEIRO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
JULIANA SOLON FURTADO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
De abril a julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Estudo dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) dos cursos da área da saúde envolvidos no PET Saúde/Interprofissionalidade em
Sobral.

Objetivos:
Relatar a experiência do grupo PET-Saúde/Interprofissionalidade no fortalecimento da Educação Interprofissional (EIP) nos currí-
culos da área da saúde; Identificar nos PPP de cada curso as disciplinas com maior potencialidade para a interprofissionalidade e
trabalho colaborativo.

Metodologia:
Relato de experiência, envolvendo alunos dos cursos de Enfermagem e educação física, da Universidade Estadual Vale do Acaraú,
Medicina, Odontologia e Psicologia, da Universidade Federal do Ceará, e docente destas instituições. Inicialmente, solicitou-se
os PPP dos cursos envolvidos para a leitura e discussão acerca das disciplinas com potencialidades para a EIP. Foi elaborada uma
matriz contendo curso, disciplina, semestre, ementa e atividades realizadas, a fim de organizar o material estudado.

Resultados:
Entre os 5 PPP estudados, foram elencadas 42 disciplinas com possibilidade para a EIP. Destas, 18 são do curso de Enfermagem, 7
de Medicina, 7 de Odontologia, 6 de Educação Física e 4 de Psicologia. Foram identificadas disciplinas semelhantes em diferentes
cursos, sobretudo aquelas que abordam a territorialização em saúde, sendo esta a temática da primeira proposta de intervenção.

Análise Crítica:
Apesar da quantidade de disciplinas elencadas com essa potencialidade, não se observa uma integração entre os cursos, o que
denota a fragilidade da formação em saúde para o trabalho colaborativo. Tal fato leva à repetição e individualização de atividades
que poderiam ser compartilhadas entre as diferentes profissões, comprometendo a integralidade na atenção à saúde. Isso cor-
robora com o que Costa (2016) pontua que a lógica e estrutura atual do ensino superior ainda são obstáculos para a EIP.

Conclusões:
Destaca-se a importância do debruçamento sobre os PPP a fim de que as especificidades de cada curso sejam vistas como com-
plementares na atenção à saúde e que os seus aspectos semelhantes sejam melhor aproveitados na construção de praticas

Comunicação Oral Curta 183


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

colaborativas. Para isto, é necessária uma integração entre as instituições de ensino e os serviços de saúde. Identificou-se a terri-
torialização em saúde como potencial para experimentar as mudanças esperadas.

Referências:
COSTA, M. V. A educação interprofissional no contexto brasileiro: algumas reflexões. Interface comunicação saúde educação
,20(56): 197-8, Botucatu: 2016.

SANTOS, L. C., SIMONETTI, J. P., CYRINO, A. P. A educação profissional na graduação de Medicina e Enfermagem em prática na
Atenção Primária à Saúde: a perspectiva dos estudantes. Interface comunicação saúde educação, vol 22, supl 2, Botucatu, 2018.

184 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SIGNIFICADOS DE UM GRUPO DE GESTANTES A PARTIR DE


UMA ABORDAGEM COM O CÍRCULO DE CULTURA
VIVIANE OLIVEIRA MENDES CAVALCANTE
Escola De Saúde Pública Visconde De Sabóia
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ÂNGELA MARIA ALVES E SOUZA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JOSÉ REGINALDO FEIJÃO PARENTE
ANNA LARISSA MORAES MESQUITA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O trabalho grupal pode ser utilizado como estratégia do processo educativo, a partir da interação entre seres humanos. O grupo
de gestantes possibilita o intercâmbio de experiências e conhecimentos. O método do círculo de cultura é uma abordagem que
possibilita a fala, trocas de experiências, oportunizando a conscientização e autonomia, por meio do diálogo.

Objetivos:
Relatar os significados de um grupo de gestantes a partir de uma abordagem com o Círculo de cultura

Metodologia:
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo de abordagem qualitativa realizada no Centro de Saúde da Família de Sobral-CE,
a partir de um recorte de uma dissertação de mestrado “Tecnologia grupal para promoção da saúde de gestantes na Estratégia
Saúde da Família” com parecer do CEP: 1402.430. Os participantes foram 09 gestantes. Para coleta das informações utilizou-se
entrevista semiestruturada. Ocorreram 08 encontros grupais com gestantes mediados pelo Círculo de cultura, através do diálogo
e problematização, oportunizando a conscientização, aprendizagem crítica e reflexiva e empoderamento.

Resultados:
Ao final dos encontros, realizamos uma entrevista para compreender os significados do grupo. Evidenciou-se a possibilidade de
aprendizagem através de diálogo, trocas de saberes e afetos, onde as gestantes foram protagonistas de seu processo de conhe-
cimento. Referiram ainda, que nos grupos de gestantes se cria um espaço onde os participantes podem dizer seus problemas e
refletir sobre eles, o que gerou mobilizações entre as participantes para aprenderem o que consideravam importantes para si e
oportunizando a elaboração e ressignificação a sua própria vivência enquanto mãe.

Conclusões:
Considera-se que o aprendizado ocorreu através de trocas de afeto, cuidado, carinho, amizade, companheirismo entre elas e
profissionais que facilitaram o grupo. Os momentos desenvolvidos em grupo com gestantes, através do método do Círculo de cul-
tura, foram facilitadores de espaços dialógicos e primaram pelo desenvolvimento da aprendizagem e desenvolvimento de afetos,
através da participação ativa de todos, no diálogo com reflexão e amorosidade.

Referências:
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 14. Ed. Ver. Atual.- Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 2011.

. Pedagogia do Oprimido. 58 ed. Ver. e atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

Comunicação Oral Curta 185


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DA


REDE PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ ACERCA DA VACINAÇÃO
CONTRA HPV
CAMILA DE OLIVEIRA GREGÓRIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CARINA DE OLIVEIRA GREGÓRIO
Centro Universotári Christus (UNICRISTUS)
MIGUEL COSTA RODRIGUES JÚNIOR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VENERANDA ILARISSE DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RAYANY RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARCOS VÍNICIUS SOUZA MARQUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JANICE OLIVEIRA FONTENELE BARCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Introdução:
O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulhe-
res, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus). Essa consiste em uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST),
apresentando prevalência geral estimada de HPV de 54,6%, sendo o HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer de colo
de útero.

Objetivos:
Avaliar o conhecimento de estudantes do ensino médio a cerca da função da vacina contra o HPV.

Metodologia:
Foram aplicados questionários para 21 estudantes do terceiro ano do ensino médio da rede estadual do Piauí na cidade de Tere-
sina no dia 3 de julho de 2019 por uma acadêmica de Medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará). Após isso, foi ministrada
uma aula através de exposição midiática pela acadêmica sobre o HPV, esclarecendo a cerca da importância e finalidade da vacina
contra HPV. Em seguida, foi reaplicado o mesmo questionário avaliando o conhecimento obtido durante a aula. Para confrontar
os dados foi usada a tabela do Excel 2007.

Resultados:
Foram aplicados 21 questionários previamente avaliando o conhecimento dos alunos a cerca da finalidade da vacina contra o HPV.
Desses, 06 ( 29%) responderam de forma errada o questionamento, sendo que desses, 04 (67% ) responderam que a prevenção
de IST´s seria a finalidade da vacinação contra HPV. Já os outros 02 (33%) responderam que prevenção da contaminação pelo HIV
seria a finalidade da vacinação contra HPV. Após ministrada a aula sobre HPV foram reaplicados os questionários. Os que respon-
deram erroneamente foram 02 (10%) respondendo que a prevenção da contaminação pelo HIV seria a finalidade da vacinação
contra HPV.

Conclusões:
Os estudantes apresentaram um déficit a cerca do tema. Isso se torna preocupante, pois esses têm entre 16 e 18 anos, ou seja são
o primeiro grupo de adolescentes que receberam a vacinação, sendo a possível causa da baixa adesão à vacinação. Dessa forma,
apesar dos 19 (90%) compreenderem que o câncer de colo de útero pode ser evitado com a vacinação, ainda 10% mesmo com a
aula desconhecem a finalidade da vacinação.

Referências:
ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR MOINHOS DE VENTO. Es-tudo epidemiológico sobre a prevalência nacional de infecção pelo hpv (POP
Brasil): Resultados Prelimina-res. 1o Ed., Porto Alegre, 2017

DE VUYST H, LILLO F, BROUTET N, SMITH JS. HIV, hu-man papillomavirus, and cervical neoplasia and can-cer in the era of highly
active antiretroviral therapy. European Journal of Cancer Prevention. 2008; v. 17, nº6, p.545-554

186 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E PATOLÓGICAS DO


ENVELHECIMENTO: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE COM UM
GRUPO DE IDOSOS
LETÍCIA COSTA DE ARAÚJO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARINA PEREIRA MOITA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JANAINA DE ALMEIDA PRADO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
HERYCA LAIZ LINHARES BALICA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANDRÉA CARVALHO DE ARAÚJO MOREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
A experiência ocorreu durante o mês de setembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
A atividade educativa teve como objeto da experiência um grupo de idosos que está inserido em um Centro de Saúde da Família
em Sobral, no Ceará.

Objetivos:
Relatar a experiência de discentes de Enfermagem em uma ação de educação em saúde com idosos sobre as alterações fisiológicas
e patológicas do envelhecimento.

Metodologia:
Trata-se de relato de experiência, resultante de vivência do módulo Práticas Interdisciplinares em Pesquisa, Ensino e Extensão IV
do curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú, onde realizou-se uma oficina educativa sobre as alterações
fisiológicas e patológicas do processo de envelhecimento. Para isso, utilizou-se tarjetas, contendo as alterações nas quais os ido-
sos deveriam relacionar como fisiológica. O momento ocorreu em três etapas: acolhimento, implementação e avaliação.

Resultados:
A oficina teve duração de 1h30min. Primeiramente, relatou-se os objetivos e benefícios da oficina e após isso, repassou-se de uma
forma simples e eficaz as alterações fisiológicas e patológicas de alguns sistemas do corpo humano, previamente selecionados, e
construiu-se um mural com tarjetas contendo tais alterações. Os idosos sanaram dúvidas e alterações que aconteceram consigo,
sendo um espaço de construção de vínculos e discussão da temática, que é de suma relevância para essa faixa etária.

Análise Crítica:
A atuação do enfermeiro, diante do processo de envelhecimento saudável e envelhecimento patológico, devem estar centrada
na educação em saúde, visando o cuidado à saúde do idoso e à atenção às suas necessidades básicas e no alcance da sua inde-
pendência e autonomia. A promoção da saúde do idoso é de âmbito multidisciplinar, contudo o enfermeiro é apto a desenvolver
os cuidados à pessoa idosa, estimulando o autocuidado, contribuindo para a construção de sua dignidade. (CIRILO et al., 2010).

Conclusões:
O processo de envelhecimento é caracterizado por diversas mudanças no âmbito da fisiologia corpórea, levando ao aumento da
vulnerabilidade do idoso à aquisição de eventos patológicos. Com isso, torna-se importante a educação em saúde nessa faixa

Comunicação Oral Curta 187


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

etária, visando à promoção do bem-estar biopsicossocial e a prevenção de agravos, além de promover conhecimentos sobre o
próprio corpo, incentivando assim o autocuidado.

Referências:
CIRILO, A.C., AFFONSO, B.D., HORTA, H.H.L. A enfermagem na promoção do envelhecimento saudável: preparo do idoso e sua
família Investigação, v. 10, n. 1, p. 19-25, 2010. Acesso em: 20 abr. 2019. Disponível em: .

188 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DOENÇAS FALCIFORMES: A EMERGÊNCIA DE AÇÕES


EDUCATIVAS RELACIONADAS AO CONHECIMENTO
APROFUNDADO DA ANEMIA FALCIFORME
MARIA DO PERPETUO SOCORRO DE VASCONCELOS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
IVALDINETE DE ARAÚJO DELMIRO GEMES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
Com base em todo processo histórico e cultural que as doenças falciformes foram se propagando ao longo do tempo, nota-se a
necessidade de ações educativas eficientes voltadas à maior abrangência de aprendizagem sobre as mesmas, no que se refere
principalmente ao contágio e tratamento. Este trabalho congrega estudos de leituras sobre Anemia Falciforme acerca de um olhar
crítico e diferenciado.

Objetivos:
Refletir sobre como a doença é apresentada e as informações que possam vim a ser reforçadas com o auxílio de políticas educa-
cionais/ações educativas, para que os diversos sujeitos que convivem com a anemia falciforme possam melhor compreendê-la.

Metodologia:
O estudo de revisão possui uma abordagem qualitativa, nas quais foram realizadas leituras de artigos. Os argumentos usados
neste trabalho tiveram como referência o artigo Políticas Ontológicas e Realidades Múltiplas: a doença falciforme performada na
prática, da autora Ana Cláudia Rodrigues da Silva. Além disso, o estudo do artigo das autoras Debora Diniz e Cristiano Guedes,
intitulado Anemia Falciforme: Um Problema Nosso. Uma abordagem bioética sobre a nova genética, também colaborou de forma
significativa nos resultados e discussões deste trabalho.

Resultados:
A cada mil crianças nascidas no Brasil, uma possui a doença falciforme e uma a cada 35 possui o traço falciforme, tornando a
doença muito incidente no país e nascendo a preocupação relacionada ao tratamento. O Ministério da Saúde lança como ação
educativa o folheto Anemia Falciforme: Um Problema Nosso. Porém, somente ações educativas como esta, não são suficientes
para disseminar as informações necessárias sobre a doença para todos os públicos, pois o compromisso é com todos, pensando
nas formas de acessibilidade possível, as dificuldades específicas de compreensão de cada um e a problemática de descaracteri-
zação da doença que já vem sendo posta na sociedade desde o início de sua descoberta.

Conclusões:
É a partir do conhecimento que se encontra estratégias de cuidar e ser cuidado. Daí a importância de serem feitas ações educati-
vas para anemia falciforme, considerando a diversidade. Os artigos propuseram o olhar integral de práticas cuidativas, a partir do
reconhecimento de direitos. Promoção técnica por meio da educação, sem perder a conexão com estruturas societais e coletivas
de integralidade para promoção a saúde, é fundamental ao bem-estar.

Referências:
DINIZ, Débora. GUEDES, Cristiano. Anemia Falciforme: Um Problema Nosso. Uma abordagem bioética sobre a nova genética. Rev.
Cad. Saúde Pública vol.19 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. 2003.

SILVA, Ana Cláudia Rodrigues da. Políticas Ontológicas e Realidades Múltiplas: a doença falciforme performada na prática. Rev.
ANTHROPOLÓGICAS Ano 20, 27(2):169-195, 2016.

Comunicação Oral Curta 189


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

NOVAS ESTRATÉGIAS NO ENSINO DE EMBRIOLOGIA: UM


RELATO DE EXPERIÊNCIA
JORDÂNIA MARQUES DE OLIVEIRA FREIRE- FREIRE
Faculdade Ieducare-(FIED)
ANTÔNIA EVELINE AGUIAR LIMA- LIMA
Faculdade Ieducare-(FIED)
CLAYRTIANE MARIA PEREIRA DOS SANTOS
Faculdade Ieducare-(FIED)
TATIANE DE PINHO BRITO
Faculdade Ieducare-(FIED)
ALINE PONTES DE AGUIAR
Faculdade Ieducare (FIED)
JOSIELE SOUZA DA SILVA
Faculdade Ieducare-(FIED)

Período de realização:
O trabalho foi realizado do período de março a junho.

Objetivo da Experiência:
Promover uma maior fixação do conteúdo dado em sala de aula pelos alunos do curso de Enfermagem e Fsioterapia. Objetivos:
Proporcionar aos acadêmicos uma interação entre teoria e prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. Bem como levar
esses conhecimentos de forma lúdica para às unidades de saúde da Serra da Ibiapaba.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciado pelos alunos do segundo semestre dos cursos de en-
fermagem e fisioterapia da Faculdade Ieducare-FIED. As ações foram realizadas nas unidades básicas de saúde Maria Felícia dos
Santos, Maria da Costa dos Nascimento, em Tianguá-CE, na unidade básica do Caranguejo, em Viçosa do Ceará, unidade de saúde
da família da Moitinga, em Ubajara e no Centro de Saúde em Guaraciaba do Norte.

Resultados:
Os alunos durante o semestre de 2019.1 confeccionaram um portfólio, denominado Baby Center, onde deveriam registrar da for-
ma mais lúdica possível os principais eventos do período gestacional de uma mulher, bem como curiosidades sobre a gravidez e
dicas para as gestantes. Após a confecção os trabalhos foram doados para as unidades de saúde. Cada equipe realizou as entregas
para os grupos de gestantes de cada unidade.

Análise Crítica:
Durante a confecção e entrega do portfólio os alunos acolheram bem a proposta, demonstrando entusiasmo e ideias inovadoras
para a confecção e entrega do trabalho, relataram também uma melhor fixação dos conteúdos de embriologia vistos em sala de
aula. No entanto, ainda é necessário um trabalho com os discentes para elaboração de melhores estratégias em grupo, pois os
mesmo relataram alguns conflitos de ideias e de aceitação por parte dos envolvidos no trabalho.

Conclusões:
As ações contribuíram para um melhor aproveitamento dos conteúdos estudados em sala de aula, pois associou teoria e prática.
Além do mais, permitiu um contato dos alunos com profissionais da área e membros da comunidade, desta forma contribuindo
na busca dos conhecimentos e na formação de futuros profissionais mais capacitados.

Referências:
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas em correlação com a biologia celular e molecular. 4. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2012.

190 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CAPACITAÇÃO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA


PROFISSIONAIS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
MARIA NATHÁLIA DA SILVA SOUSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LARISSE DO NASCIMENTO LINHARES.
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
AMANDA VASCONCELOS DIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
MARIA ISABEL CAVALCANTE.
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
LUCIANA MARIA MONTENEGRO SANTIAGO.
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

Período de realização:
O relato ocorreu no dia 24 de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Atualização de Suporte Básico de Vida facilitado por integrantes das ligas de urgência e emergência de enfermagem com profis-
sionais da área da saúde.

Objetivos:
Relatar a experiência de ligantes de urgência e emergência do curso de enfermagem, mediante ação de extensão focada em edu-
cação em saúde dentro do serviço de atenção secundária.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência desenvolvido por acadêmicos de enfermagem em um centro de atenção secundária com 12
profissionais da unidade com nível técnico. O encontrou dividiu-se em momento teórico com embasamento no referencial teórico
atualizações das diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE) e
outro momento foi realizado prática com manequim inflável para treinamento de ressuscitação cardiopulmonar.

Resultados:
Inicialmente, foi realizado a explanação do conteúdo teórico, identificando a desatualização dos profissionais acerca das informa-
ções repassadas, onde as acadêmicas eram questionadas constantemente quando falado um detalhe modificado atualmente nas
diretrizes. E durante o momento prático, foi possível observar a falta de habilidade dos profissionais ao utilizarem o manequim de
treinamento após demonstrado diversas vezes.

Análise Crítica:
De acordo com Silva (2017) evidência-se à escassez de conhecimento da equipe de enfermagem sobre o SBV. Ressaltando a im-
portância da capacitação da equipe de enfermagem frente ao diagnóstico da PCR, a fim de estabelecer imediatamente medidas
de suporte de vida. Sabe-se o grande desafio de capacitar, sendo necessário o treinamento eficiente e continuado, resultando na
melhoria das ações e possibilitando o enfrentamento dos obstáculos para um atendimento de qualidade à vítima.

Conclusões:
As ações de extensão promovem o aperfeiçoamento das técnicas aprendidas em sala de aula e favorecem que estas sejam apli-
cadas. Além de exercer um dos tripés da formação de uma liga acadêmica, a extensão. Ademais, sendo possível capacitar os en-
volvidos para situações que podem ocorrer durante o serviço podendo estes aplicarem técnicas efetivas para atender o indivíduo
em situação de emergência.

Referências:
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E O SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR: O Saber Acadêmico. Santa Maria,
v. 43, n.1, p. 53-59, jan./abr. 2017.

Silva,K.R, Araújo,S.A.S.T, Almeida,W.S, Pereira, I.V.D, Carvalho,E.A.P, Abreu,M.N.S. PARADA

Comunicação Oral Curta 191


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM BOLSISTA DO PROENSINO


DENTRO DA 1ª OFICINA DE ATIVAÇÃO E EMPODERAMENTO DE
PESSOAS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS DO ESTADO DO CEARÁ
FRANCISCO BRENO BARBOSA DE OLIVEIRA
Centro Universitário Fametro (UINTA)
ANDREA CAPRARA
Universidade Estadual do Ceará (Uece)
DANIEL FREITAS OLIVEIRA DAMASCENO
Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO)
LADY DIANA ARRUDA MOTA
Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA)
MARIA DE FÁTIMA FAÇANHA ELIAS REIS
Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP)
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO MARTINS BRECKENFELD
Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA).

Período de realização:
Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2019.

Objetivo da Experiência:
Oficina de Ativação e Empoderamento de Pessoas com Condições Crônicas do Estado do Ceará.

Objetivos:
Relatar a experiência de um bolsista do Proensino no desenvolvimento de uma nova metodologia de autocuidado a Pessoas com
Condições Crônicas do Estado do Ceará.

Metodologia:
As sessões da oficina ocorreram em um hotel na cidade de Fortaleza/CE. Com 57 pessoas que possuíam ou tinham alguma ligação
próxima a alguém com condição crônica. O bolsista e acadêmico de enfermagem sob a supervisão da enfermeira líder do projeto,
participou da organização e acompanhou as formações da oficina. Ficando este, responsável pela organização do local e produção
do material utilizado, assim como funções administrativas de documentação, frequência e apoio nas sessões.

Resultados:
O bolsista conseguiu acompanhar a influência da metodologia aplicada nas oficinas sobre a vida e condição de cada participante.
Observando a cada sessão a evolução desses, as conquistas e as dificuldades que cada pessoa teve com seu plano de ação realiza-
do nos encontros para assumir o controle de sua saúde. O mesmo conseguiu ainda, associar a teoria científica aprendida em sua
vida acadêmica à prática vivenciada na oficina. Compreendendo a dimensão da sua futura profissão em espaços diversos.

Análise Crítica:
É nítido o impacto positivo do empoderamento das pessoas com condições crônicas. E estudos já apontam a necessidade de
mudanças no cuidado com novas visões, ferramentas e métodos. Tornando a população também, autor no seu próprio processo
de cuidar (CAPRARA; MATOS; MACÊDO, 2018). O processo de adaptação dos participantes a nova metodologia do autocuidado
não foi fácil. Mas, como disse González em 2017, o autocuidado é primordial para evitar complicações secundárias e mortalidade
prematura.

Conclusões:
O uso de novos métodos que favorecem o autocuidado de pessoas com condições crônicas é de grande valia para promoção da

192 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

saúde. Contudo, a inserção ainda enquanto acadêmicos, dos futuros profissionais da saúde que irão trabalhar com esse público no
desenvolvimento desses métodos, é de suma importância. E o programa Proensino é fundamental para essa realização, daqueles
que querem unir teoria educacional à prática profissional.

Referências:
CAPRARA, A.; MATOS, J. O.; MACÊDO, S. F. Tempo de saúde: empoderamento e cuidados de pessoas com doenças crônicas. 1. ed.
Fortaleza/CE, LC Gráfica e Editora, 2018.

GONZÁLEZ, V. et al. Assumindo o Controle de sua Saúde: Autocuidado de doenças cardíacas, artrose, diabetes, depressão, asma,
bronquite, enfisema e outras condições crônicas. 4. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2017.

Comunicação Oral Curta 193


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE NO PROCESSO DE TRABALHO E


NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
MARIA JANILEILA DA SILVA CORDEIRO
Secretaria de Saúde Ubajara-CE
VIVIANE CUNHA DE ABREU
Prefeitura Municipal de Moraújo-Ceará.
LORENNA SARAIVA VIANA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ALANA VALERIA AGUIAR MOITA
Centro Universitário INTA(UNINTA)

Introdução:
Observa-se que há diversas lacunas no processo formativo no âmbito da saúde, com carência de envolvimento dos atores no seu
contexto de ensino e de construção refletiva acerca do seu processo de trabalho. Nessa perspectiva, a Educação Permanente em
Saúde (EPS) surge como uma importante política para formação dos sujeitos, com uma lógica crítica e transformadora das práti-
cas.

Objetivos:
Pesquisar as publicações anexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nos anos de 2017 a 2018 acerca da EPS.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada no período de novembro de 2018 a fevereiro de 2019. Utilizaram-se os artigos
publicados na BVS e seguiu os Descritores: Saúde, Educação Permanente e Serviços de Saúde. Após aplicação dos critérios de
inclusão (artigos originais completos, estarem no período selecionado e em Português), totalizaram-se 30 artigos, desses, seis
apresentaram duplicidade e um se repetiu três vezes. A partir da leitura, surgiram três categorias: Ações de educação perma-
nente em saúde dentro das instituições; a transformação das práticas em saúde; os desafios a serem superados na efetivação da
Educação Permanente.

Resultados:
Obteve-se como resultados principais que a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho promo-
ve o envolvimento de todas as equipes, e não apenas dos trabalhadores corporativamente organizados. Compreende-se que o
enfoque multiprofissional provoca a disseminação dos diferentes saberes e conexões, pela atividade dos distintos atores sociais.
Neste sentido, visualiza-se que as possibilidades de mudanças através das ações de EPS podem constituir-se em formas alterna-
tivas de transcender aos modos tradicionais de educação ao preconizar atividades educativas inseridas no contexto histórico,
social, econômico, político e ético.

Conclusões:
Conclui-se que com o melhor dimensionamento dos recursos, maior investimento em cursos, e maior valorização profissional,
melhorarão positivamente o sistema de saúde pública do país. Portanto, este estudo contribuiu para a melhoria da saúde pública
e possibilitará outras pesquisas, através dela podem surgir novos conceitos e investigações pautadas no que foi encontrado.

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. A Educação como nos dias atuais. 2016. Disponível em: . SILVA, J. A. Processo Constitucional de For-
mação das Leis. São Paulo: Malheiros, 2016.

194 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INICIAÇÃO À DOCÊNCIA SOB A ÓTICA DA MONITORIA


ACADÊMICA
LETÍCIA PEREIRA FELIPE
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
DAVIDE CARLOS JOAQUIM,
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
JULIANA JALES DE HOLLANDA CELESTINO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
ANA CAROLINE ROCHA DE MELO LEITE,
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Período de realização:
Essa atividade de monitoria ocorreu no ano de 2018 e no primeiro semestre de 2019.

Objetivo da Experiência:
Discentes de Enfermagem de uma universidade brasileira de cunho internacional, cursando a disciplina de Histologia e Embrio-
logia Humana.

Objetivos:
O objetivo da monitoria consistiu em potenciar a formação básica profissional do acadêmico e seu rendimento na disciplina,
quanto ao conteúdo teórico e prático, bem como despertar na monitora seu interesse pela docência.

Metodologia:
Para o conteúdo teórico, as atividades desenvolvidas focaram em apresentações e discussões semanais em sala de aula, utilizan-
do-se recursos audiovisuais e lousa branca. A parte prática foi abordada em encontros regulares em laboratório de microscopia.
Durante os encontros, imagens histológicas eram exibidas e discutidas, seguida pela visualização de lâminas em microscópio
óptico. Material de suporte elaborado pela monitora foi disponibilizado aos discentes.

Resultados:
Durante as atividades realizadas, foram perceptíveis a dinamicidade e a interação entre os estudantes e o monitor, além do
interesse e da motivação para estudar. Quanto à avaliação da aprendizagem do conteúdo teórico e prático, houve um aumento
progressivo das notas durante o semestre, principalmente as relacionadas à prática. Para a monitora, as atividades permitiram
o amadurecimento, a consolidação do conhecimento teórico e prático da disciplina e a habilidade no manuseio do microscópio.

Análise Crítica:
A educação superior no Brasil tem crescido nos últimos anos, tanto no âmbito da iniciativa pública quanto da privada. Nesse
sentido, Programas de Bolsa de Monitoria possibilitam uma formação profissional de melhor qualidade aos discentes por eles
assistidos, bem como permitem uma aproximação do monitor com a realidade vivenciada pela docência. Assim, a monitoria, no
cenário curricular, propicia uma ampliação da qualidade do ensino e aprendizagem no contexto dos cursos de graduação.

Conclusões:
A monitoria é uma ferramenta facilitadora para a efetivação do processo de ensino-aprendizagem. Especificamente, o uso de
metodologias ativas de aprendizagem e a revisão dos conteúdos de forma dinâmica contribuíram para um melhor rendimento
dos acadêmicos na disciplina e aprofundamento do conhecimento, bem como desenvolvimento da habilidade técnica, por parte
da monitora.

Referências:
ANDRADE, E. G. R. et al. Contribuição da monitoria acadêmica para o processo ensino- aprendizagem na graduação em enferma-
gem. Rev Bras Enferm., v, 71 (suppl 4), p. 1690-1698, 2018.

Comunicação Oral Curta 195


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM AÇÃO NO PROGRAMA


SAÚDE NA ESCOLA: ABORDAGEM AOS ADOLESCENTES SOBRE
A PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
DENISE TAVARES DE MESQUITA TORRES
Residência Integrada em Saúde pela Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS - ESPCE)
ANTONIA ALANNE PAIVA BENDÔ
Residência Integrada em Saúde pela Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS - ESPCE)
BENEDITA KAMILY OLIVEIRA MAGALHÃES
. Residência Integrada em Saúde pela Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS - ESPCE)
MILENA GONÇALVES DA SILVA
Residência Integrada em Saúde pela Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS - ESPCE)
MARIA VALDENI GONÇALVES DA COSTA
Residência Integrada em Saúde pela Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS - ESPCE)
GLÍCIA MESQUITA MARTINIANO MENDONÇA
Programa de Pós Graduação Cuidados Clínico (UECE)

Período de realização:
As ações ocorreram no mês de maio e junho de 2019, durante as aulas de sociologia e formação humana.

Objetivo da Experiência:
Realizar Educação em Saúde abordando o tema de Prevenção ao álcool e outras drogas, a fim de contribuir para a formação in-
tegral dos adolescentes.

Objetivos:
Realizar ações de promoção em saúde para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento
dos jovens da rede pública de ensino; Apresentar os meios de prevenção ao uso de álcool e outras drogas, esclarecendo o perigo
e os riscos que podem acometer.

Metodologia:
Estudo de natureza descritiva com estilo relato de experiência. As atividades de educação e saúde do PSE ocorreram com os
adolescentes das Escolas Municipais e Estaduais do Município de Santa Quitéria, definidas segundo a área de abrangência da Es-
tratégia Saúde da Família. Foram realizadas pelas residentes multiprofissionais da RIS e por profissionais da saúde do município.
Utilizamos métodos de palestras, depoimentos, dinâmicas e exposição de imagens.

Resultados:
Diante do tema abordado observou-se o entusiasmo e a interação dos adolescentes, mostraram curiosidade e alguns tinham
bastante conhecimento. Relataram conhecer diversas drogas, sabiam o que eram drogas lícitas e ilícitas,além dos efeitos que oca-
sionam no corpo. Afirmaram os motivos que levam a usar é a curiosidade, as amizades, o álcool, os problemas de casa e da vida.
Observamos a atitude dos adolescentes perante os meios de prevenção e também ao expor cenas fortes de pessoas no mundo
das drogas. Análise Crítica: Essas ações devem aproximar a comunidade da escola, possibilitando que a abordagem dos temas
relacionados ao uso e abuso de álcool ou outras drogas ultrapassem os muros da escola. Poucos sabem do perigo e risco que
traz para sua vida e da família. O intuito é de elaborar estratégias que poderão ser desenvolvidas para modificar essa realidade,
diminuindo os fatores de vulnerabilidade e aumentando os fatores de proteção.

Conclusões:
Observa-se que trabalhos de promoção da saúde com adolescentes são extremamente importantes. Faz-se necessário trabalhar
também as questões de vulnerabilidades. Assim, é interessante articular o trabalho da escola e da Estratégia de Saúde da Família,
para que se possam envolver toda a comunidade nessa reflexão em busca de uma melhoria da qualidade de vida dos estudantes.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa saúde e prevenção na escola. Brasília: MS, 2009.

GIACOMOZZI, A. I.; ITOKASU M.C.; LUZARDO, A. R.; FIGUEIREDO, C. D. S.; Levantamento sobre Uso de Álcool e Outras Drogas e
Vulnerabilidades Relacionadas de Estudantes de Escolas Públicas Participantes do Programa Saúde do Escolar/Saúde e Prevenção
nas Escolas no município de Florianópolis. Saúde Soc. São Paulo, v.21, n.3, p.612-622, 2012.

196 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UTILIZAÇÃO DA REALIDADE AUMENTADA NO ENSINO MÉDICO


CIRÚRGICO
JÉSSICA RAQUEL DE SANTANA
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN)
SAMILLYS VALESKA BEZERRA DE FRANÇA SILVA
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN)
JILIÉLISSON OLIVEIRA SOUSA
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN)
LÍVIA VIVIANE GUIMARÃES COUTO
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN)
THALES ALLYRIO ARAÚJO DE MEDEIROS FERNANDES
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN)

Introdução:
O avanço da tecnologia, e a busca por métodos inovadores levaram pesquisadores a desenvolverem um novo sistema de visuali-
zação de informação, a Realidade Aumentada (R.A.) que é um sistema resultante da evolução da chamada Realidade Virtual (R.V.).
A medicina foi uma das áreas que mais diligenciaram o uso de R.V. e R.A. em educação, treinamento, diagnóstico, tratamento e
simulação.

Objetivos:
Identificar a utilização da realidade aumentada no ensino médico-cirúrgico e analisar sua aplicabilidade, eficiência e importância
na instrução dessas técnicas.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão de literatura, cujo intuito foi conhecer as formas de utilização de R.A. no ensino médico-cirurgico. Foram
efetuadas buscas nas bases BVS, Pubmed, Springer Link, Scopus e Web of Science, com os descritores Augmented reality; Medical
education; Patient simulation e Surgery, recuperaram-se artigos publicados até 24 de julho de 2019. Analisaram-se 36 artigos
que discorriam sobre a temática. Foram excluídos os trabalhos que possuíam os termos R.V. com ou sem R.A., artigos de revisão
sistemática e de literatura e os relatos que não se relacionavam com o contexto de aprendizagem dos profissionais médicos e/ou
acadêmicos em medicina e anais de congresso.

Resultados:
As publicações se concentram de 2008 a 2019, sendo 50% trabalhos publicados nos últimos 03 (três) anos. A análise dos trabalhos
deu origem a duas categorias de estudo: Técnicas de realidade aumentada para aperfeiçoamento do ensino médico-cirúrgico
e eficiência dos programas de realidade aumentada em técnicas cirúrgicas. Os resultados revelaram que sua aplicabilidade se
expande a diversas áreas de ensino cirúrgico, cirurgias ortopédicas, urológicas, neurovasculares e, principalmente, em cirurgias
laparoscópicas.

Conclusões:
Os artigos demonstraram vantagens diferenciadas com a utilização da realidade aumentada, proporcionando ao usuário maior
precisão, segurança e eficácia nas cirurgias e outros procedimentos. Essa pesquisa reforça que a R.A. é uma ferramenta de grande
valia no ensino e formação de alunos e profissionais médicos, pois permite a realização de mecanismos inovadores e aplicação de
procedimentos com técnicas eficientes, além da minimização de erros.

Referências:
CHU, Michael WA et al. Augmented reality image guidance improves navigation for beating heart mitral valve repair. Innovations:
Technology and Techniques in Cardiothoracic and Vascular Surgery, v. 7, n. 4, p. 274-281, 2012.

ZHOU, Feng; DUH, Henry Been-Lirn; BILLINGHURST, Mark. Trends in augmented reality tracking, interaction and display: A review
of ten years of ISMAR. In: Proceedings of the 7th IEEE/ACM International Symposium on Mixed and Augmented Reality. IEEE Com-
puter Society, 2008.

Comunicação Oral Curta 197


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

“COM FORÇA E LUTA QUE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


SE FAZ”: INTERVENÇÃO POLÍTICA E EDUCATIVA EM UM
MUNICÍPIO DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ
LORENNA SARAIVA VIANA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ADRIANA VASCONCELOS GOMES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
BIANCA WAYLLA RIBEIRO DIONÍSIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CARLIANE VANESSA SOUZA VASCONCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
DASSAYEVE TÁVORA LIMA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JOSÉ CARLOS FONTENELE
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A intervenção ocorreu em maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Intervenção política e educativa junto à população de Sobral-Ceará em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivos:
Relatar a experiência de mestrandos em saúde da família e de um residente em saúde mental em uma intervenção política e edu-
cativa fundamentada nos eixos estratégicos da Educação Popular em Saúde (EPS).

Metodologia:
A intervenção foi realizada com a população que utilizou o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da cidade no dia/hora da intervenção.
Com intuito de mediar uma experiência acolhedora e dialogada, utilizou-se fanzines por ser uma tecnologia leve/dura artesanal e
acessível. A realização da ação no final da tarde foi estratégica visto que, neste momento, era fim de expediente dos trabalhadores
e horário de saída das escolas/faculdades.

Resultados:
Teceram-se reflexões sobre o SUS e Saúde do Trabalhador a partir de dois fanzines com temáticas correspondentes e, na estação,
a fim de facilitar a condução do momento, os acadêmicos dividiram-se em duas equipes para distribuir e discutir um dos temas
do fanzine. Percebeu-se que a comunidade estava propensa a interagir e encontravam-se atentos, lendo e questionando. Muitas
pessoas demonstraram-se surpresas com as informações, até então desconhecidas, presentes no fanzine.

Análise Crítica:
Percebeu-se quão importante é a aproximação da academia com os espaços comunitários que perpassam e configuram diferentes
contextos de vida. A ação proporcionou diálogos e, sobretudo, uma construção coletiva de conhecimentos sobre o SUS a partir da
intersetorialidade numa perspectiva multicultural. A experiência fomentou também a participação coletiva dos mestrandos. No
entanto, uma limitação foi a carência de recursos financeiros para que a intervenção tivesse maior alcance.

Conclusões:
O atual cenário político-social brasileiro motiva os cidadãos e torna essencial profissionais, academias e estabelecimentos de
saúde promover diálogo pautado na construção compartilhada do conhecimento através de uma linguagem acessível e interativa
que vise aproximar-se do sujeito com amorosidade, problematizando e esclarecendo sobre a política de saúde de acesso universal
e integral regulamentada como direito na Constituição Federal.

Referências:
BORBA, J.S. A confecção de fanzines como recurso didático no ensino de sociologia para o ensino médio. 2015. Trabalho de Con-
clusão de Curso (Licenciatura em ciências sociais). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015.

PAIM, J. S. Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência e saúde coletiva [online], Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1723-28, 2018.

198 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA


DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOBRE O
ENVELHECIMENTO E SENILIDADE UTILIZANDO O
QUESTIONÁRIO DE PALMORE ADAPTADO
GUSTAVO PESSOA PINTO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
DÉBORA FONTENELE ALVES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANDRESSA MARIA GUEDES LEMOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VIT TÓRIA DORYS MARTINS MOREIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCA THALIA MAGALHÃES RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANA REBECA SOUSA DE FREITAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
A população idosa no Brasil está em crescimento, e é preciso entender a percepção de futuros profissionais da saúde sobre o en-
velhecimento e suas consequências. Para muitos prevalece a ideia de um processo decadente e com inevitáveis perdas funcionais
severas, marcado pela imagem do idoso “Senil”. Para dimensionar essas noções existe o questionário “Facts on Aging Quiz” criado
por Erdman Palmore.

Objetivos:
Realizar uma análise da percepção de acadêmicos de medicina, dos três primeiros anos de curso na Universidade Federal do Ceará
– Campus Sobral, sobre o envelhecimento e sua possível relação com a senilidade em idosos.

Metodologia:
Este é um estudo seccional realizado com o questionário de Palmore adaptado e validado em turmas do 1°, 3° e 5° semestre (S1,
S3 e S5) do curso de Medicina da UFC – Campus Sobral. O questionário possui 25 afirmativas com respostas no formato de “ver-
dadeiro ou falso”. Foi utilizada, para nossa análise, a afirmativa N°1 “A maioria dos idosos (idade acima de 65 anos) é senil? (Tem
memória deficiente, são desorientados ou dementes)”. Foram coletadas informações de sexo e idade dos participantes, sendo
garantido sigilo de suas identidades. Foram descartados questionários que não responderam dentro dos padrões de alternativas
“V” ou “F”, assim como com a falta de informações de sexo ou idade.

Resultados:
No total 93 questionários foram recolhidos e foi necessário descartar 11 deles. Um total 82 questionários válidos sobraram, sendo
que 31 foram recolhidos do S1, 29 do S3 e 22 do S5. Um total de 48 homens e 34 mulheres foram contabilizados. No resultado
geral 21% dos participantes acreditam que a afirmativa é verdadeira e não houve diferença significativa entre os sexos. Observou-
-se ainda um aumento proporcional dessa percepção ao longo dos semestres, uma vez que 13% alunos do S1, 21% alunos do S3
e 32% dos alunos do S5 marcaram “Verdadeiro”. Nos participantes com menos de 20 anos, 9% marcaram “Verdadeiro”, enquanto
entre aqueles com 20 ou mais anos, 25% marcaram essa mesma alternativa.

Conclusões:
Notou-se que acadêmicos mais experientes em semestres mais avançados acreditaram em maior número na afirmativa como ver-
dadeira. Isso é preocupante pois essa afirmativa é falsa e não reflete a realidade do envelhecimento. Esses resultados levantam
uma preocupação com a formação de futuros profissionais, já que para se estabelecer uma boa relação de cuidado com o paciente
idoso é necessária uma correta compreensão dos impactos da avançada idade.

Referências:
KOCH FILHO, Herbert Rubens et al. Um instrumento de pesquisa para a investigação de informações sobre o envelhecimento
humano no Brasil: o questionário de Palmore adaptado. Revista de Clinica e Pesquisa Odontológica, Curitiba, v. 3, n. 2, p.89-100,
ago. 2007.

FREITAS, Elizabete Viana de; PY, Ligia. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Comunicação Oral Curta 199


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA


SAÚDE BUCAL: RELATOS DE UMA PUERICULTURA
ISABELLY OLIVEIRA FERREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
PALOMA MACÊDO DE FARIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LETICIA XIMENES ALBUQUERQUE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA THAYANE JORGE FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CÉSAR WÉVERTON QUINTELA SILVEIRA
Residencia Multiprofissional em Saúde da Família (ESPVS)
NORMANDA DE ALMEIRA CAVALCANTE LEAL
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A ação foi realizada no mês de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
O objeto é a Puericultura individual e coletiva como estratégia de orientação para promoção da saúde bucal de crianças.

Objetivos:
Descrever uma puericultura individual e coletiva realizada pela equipe multiprofissional em saúde e residência multiprofissional
em saúde da família sobre os cuidados com a saúde bucal de crianças atendidas por uma unidade básica de saúde (UBS) de um
município da Região Norte do Estado do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência de uma ação realizada na atenção primária. As consultas de puericultura foram realizadas de
forma individual e coletiva, tendo como público alvo as crianças de quatro anos e seus responsáveis. No intuito de que todos en-
tendessem o assunto e dúvidas pertinentes fossem esclarecidas, foram utilizadas metodologias ativas, como fantoche em formato
de dente saudável e dente com cárie, desenhos ilustrativos, recursos áudio visuais e orientações individuais.

Resultados:
Inicialmente, foram realizadas orientações de pelo odontólogo sobre o passo a passo de como escovar os dentes e alimentos que
prejudicam a saúde bucal, durante a explicação eram realizadas perguntas às crianças para que estas se sentissem estimuladas a
participar, estratégia que se mostrou positiva. No segundo momento, as crianças foram atendidas individualmente pela a enfer-
meira, onde foram verificadas as medidas antropométricas, calendário vacinal e reforçado sobre os cuidados com a saúde bucal.

Análise Crítica:
A saúde e o bem-estar da criança é uma prioridade dentro da Atenção Primária, tendo o intuito de garantir o crescimento e o
desenvolvimento adequado dos menores nos aspectos físico, emocional e social. A partir de ações de prevenção e promoção da
saúde, com o propósito de manter a criança saudável, de modo que atinja a vida adulta sem influências negativas e problemas
trazidos da infância (ARAÚJO; LUCENA; TAVARES et al, 2018).

Conclusões:
Momentos de educação em saúde realizadas de forma individual e coletiva mostram-se como uma estratégia benéfica para a
promoção da saúde e para a melhoria da qualidade de acesso às informações pelos pais sobre os cuidados aos seus filhos, além
de estimular que as crianças corresponsabilizem-se pelo seu autocuidado. Recomenda-se que momentos como esses sejam rea-
lizados trazendo outros assuntos sobre a saúde da criança.

Referências:
ARAÚJO, D.C; LUCENA, E.E.S; TAVARES, T.R.P et al,2018. Promoção de Saúde Bucal nas Consultas de Crescimento e Desenvolvimen-
to Na Atenção Primária: Um Relato de Colaboração Interprofissional. Revista Ciência Plural, v.4, n.2,2018.

200 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GRUPO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CENTRO DE


ATENÇÃO PSICOSSOCIAL III: VIVÊNCIAS NA RESIDÊNCIA
MULTIPROFISSIONAL
JOSÉ ADELMO DA SILVA FILHO
Universidade Regional do Cariri (URCA)
ANTONIO GERMANE ALVES PINTO
Universidade Regional do Cariri (URCA)

Período de realização:
Junho de 2017 a dezembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Grupo terapêutico “Educação, Saúde e Enfermagem”.

Objetivos:
Relatar a implementação de um grupo terapêutico no CAPS III voltado para a educação em saúde.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciado por enfermeiros residentes do Programa de Residên-
cia Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva, vinculado à Escola de Saúde Pública do Ceará. O cenário da vivência foi o grupo
“Educação, Saúde e Enfermagem”, idealizado e implementado pelos residentes da enfermagem entre junho de 2017 a dezembro
de 2018 em um CAPS III de um município do Centro Sul cearense.

Resultados:
Na etapa inicial do desenvolvimento, houve uma reunião com a equipe de profissionais do CAPS para nomear os usuários poten-
cialmente integrantes do grupo. Posteriormente, elaborou-se Projeto Terapêutico Singular junto aos usuários selecionados, para
pactuar a participação no grupo. Em seguida, nas reuniões realizadas pela equipe que iria conduzir as atividades, ficou acordado
um encontro semanal no serviço ou extra CAPS, em dia e horário pré-estabelecidos, com duração entre 50 e 60 minutos.

Análise Crítica:
Optou-se por atividades como oficinas, dinâmicas e rodas de conversas. As temáticas das atividades também eram diversificadas,
abordando assuntos como alimentação saudável, higiene pessoal, e orientações de enfermagem de promoção da saúde e pre-
venção de doenças crônicas. Ao final do encontro, questionava-se sobre a contribuição da temática para a vida de cada um. Foi
perceptível o impacto das temáticas na vida dos participantes na medida em que o grupo se desenvolvia, por meio dos relatos.

Conclusões:
Ademais, a implementação do grupo proporcionou aos residentes o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e compe-
tências essenciais para atuação no CAPS, em consonância com o proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Assim, a experi-
ência apresenta-se positiva para os usuários, familiares e para o serviço, evidenciando o fortalecimento da assistência oferecida
e da construção de vínculo entre profissionais-serviço-usuário.

Referências:
DE QUEIROZ SILVA, Francisca Ingridy et al. Educação Em Saúde E Integralidade Do Cuidado Em Pacientes Com Sofrimento Psíquico:
Um Relato De Experiência. Mostra Interdisciplinar do curso de Enfermagem, v. 4, n. 2, 2019.

Comunicação Oral Curta 201


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA E DO MÉTODO PILATES NA


REABILITAÇÃO DE FRATURA DE JOELHO
MICHELE SANFORD RANGEL PARENTE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
KARLA MARA COELHO PONTE DE OLIVEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
THAMYRES ROCHA MONTE E SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
YARANARA LINHARES ARAGÃO
Escola de Saúde Publica do Ceará (ESP - CE)

Período de realização:
O estudo de caso ocorreu de outubro 2018 até junho de 2019, numa Instituição do Sistema Único de Saúde.

Objetivo da Experiência:
Trata-se de um paciente J.F.M., sexo masculino, 60 anos de idade com diagnóstico de fratura de joelho esquerdo.

Objetivos:
Relatar a atuação da fisioterapia e do método pilates solo e bola na reabilitação de um paciente com fratura de joelho esquerdo.

Metodologia:
O estudo de caso foi realizado no Sest Senat, localizado na cidade de Sobral - CE. Foram feitos atendimentos três vezes por semana
de fisioterapia convencional e duas vezes por semana de pilates solo e bola. A amostra foi composta por um paciente J.F.M.,sexo
masculino, 60 anos de idade, com diagnóstico de fratura de tíbia pós-acidente de moto. Na avaliação o paciente apresentava mui-
ta dor no joelho, fazia uso de muletas axilares e diminuição de amplitude de movimento (ADM) para flexão de joelho.

Resultados:
Após a realização de 7 meses de fisioterapia convencional e 1 mês de pilates, o paciente não faz mais uso de muletas, deambula
quase sem claudicar, houve ganho de ADM para flexão de joelho, diminuição do edema, diminuição significativa da dor local.

Análise Crítica:
Em um estudo realizado aplicando o pilates como forma de reabilitação para o pré e pós-operatório de cirurgia de joelho, foi visto
que o método pilates foi capaz de aumentar a força muscular, a mobilidade e a ADM da articulação acometida, maximizando a
função e a flexibilidade de acordo com nosso estudo. Outras pesquisas relatam que os recursos utilizados na fisioterapia conven-
cional têm a finalidade de melhorar as condições circulatórias e inflamatórias.

Conclusões:
O pilates pode ser uma ferramenta eficaz para o fisioterapeuta na reabilitação, apresentando benefícios variados, quando aplica-
do de acordo com seus princípios, assim como, também, os recursos da fisioterapia convencional, que vêm demonstrando bons
resultados e boa aceitabilidade por parte dos pacientes. No entanto, há carência de estudos principalmente, sobre o pilates, em
diferentes aplicações, utilizando amostras maiores.

Referências:
COMUNELLO, J. F. Benefícios do método pilates e sua aplicação na reabilitação. Instituto Salus, maio-junho 2011.

MORGAN,C.R.; SANTOS,F.S.Estudo da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) nível sensório para efeito de analgesia em
pacientes com osteoartrose de joelho.Fisioter.Mov., Curitiba, v. 24, n. 4, p. 637-646, out./dez. 2011.

202 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

USO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA


PARA MELHORAR AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
ALINNE BASTOS VIANA
Policlínica Bernardo Félix da Silva
MICHELE SANFORD RANGEL PARENTE
Policlínica Bernardo Félix da Silva
LIDUINA JOYCE PRADO LINHARES
Policlínica Bernardo Félix da Silva
JANAYNA DOS SANTOS MOURA
Policlínica Bernardo Félix da Silva
FRANCISCA JOELMA DE ARAÚJO CRUZ
Centro Universitário INTA (UNINTA)
CLAYCIANE MONTE COELHO SÁ
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Período de realização:
A pesquisa foi realizada no período de julho a dezembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Promover estratégias para melhorar as relações interpessoais dos colaboradores dessa instituição através de uma educação per-
manente.

Objetivos:
Promover a interação e fortalecimento das relações interpessoais no ambiente de trabalho.

Metodologia:
Com intuito de aproximar as relações entre a equipe, além de sincronizar planejamentos, foi realizado uma atividade com os
funcionários da instituição. Os participantes se dividiram em subgrupos, onde escreviam em tarjetas quais as barreiras de comu-
nicação encontradas no ambiente de trabalho. Em seguida os participantes se reuniram para discutir maneiras ou estratégias de
superação na comunicação de relações interpessoais que foram listadas no encontro.

Resultados:
Durante o momento houve discussão das fragilidades de comunicação além de ser observado a não adesão dos profissionais da
coordenação na atividade, pois houve divergência entre a coordenação e os demais profissionais quanto à metodologia utilizada
e dos resultados alcançados.

Análise Crítica:
O Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) como estratégia do Sistema Único
de Saúde (SUS) para a formação e o desenvolvimento de seus profissionais e trabalhadores, buscando articular a integração entre
ensino, sérico e comunidade, além de assumir a regionalização da gestão do SUS, como base para o desenvolvimento de iniciativas
qualificadas ao enfrentamento das necessidades e dificuldades do sistema.

Conclusões:
Com a atividade desenvolvida, pode-se observar que a instituição não realiza planejamento e reuniões com a equipe, fragilizando
o vínculo e aumentando a barreira de comunicação entre todos os funcionários. Os objetivos da Educação Permanente não foram
alcançados, pelo motivo que a coordenação não compreendeu o propósito e tão pouco aderiu à atividade.

Referências:
Plano Cearense de Educação Permanente em Saúde. Secretária da Saúde, 2018. Disponível em: <https://www.saude.ce.gov.br/
ensino-e-pesquisa/educacao-permanente/ >. Acesso em 01 de Dezembro de 2018.

Comunicação Oral Curta 203


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SALA DE ESPERA INTERATIVA: ORIENTAÇÕES SOBRE


ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA IDOSOS DIABÉTICOS E
HIPERTENSOS
Maria Larysse Muniz Pereira
Faculdade Princesa do Oeste (FPO)
Daielle Oliveira Miranda Daiele Oliveira Miranda
Faculdade Princesa do Oeste (FPO)
Francisco Arlysson da Silva Verissimo
Instituto Educacional Glória

Período de realização:
De 06 de maio a 10 de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Idosos acometidos por Hipertensão e/ou Diabetes Mellitus sobre a prática da alimentação correta.

Objetivos:
Relatar a experiência da importância da orientação na sala de espera, a fim de orientar idosos hipertensos e diabéticos sobre a
alimentação correta.

Metodologia:
Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, do tipo relato de experiência, que foi desenvolvido durante a disciplina de Processo
de Cuidar da Saúde do Idoso, ofertada no VI semestre do curso de Enfermagem, da Faculdade Princesa do Oeste - FPO, no perío-
do de fevereiro a junho, de 2019. A proposta foi obtida pela observação da quantidade de idosos que ficavam ociosos enquanto
aguardavam os atendimentos em uma Estratégia Saúde da Família, as estagiárias buscaram informações sobre a alimentação.

Resultados:
Os tópicos trabalhados na sala de espera foram: alimentos que são consumidos diariamente e que aumentam os níveis glicê-
micos e pressóricos e quais os alimentos adequados para o consumo. Foram utilizadas imagens ilustrativas de viandas que são
consumidos cotidianamente, como: feijoada, cuscuz, arroz, macarrão, tapioca, e em cada imagem mostrada, as acadêmicas iriam
relatando o porquê de aquele alimento fazer bem ou não a saúde, e o que contribui para o tratamento da diabetes e hipertensão.

Análise Crítica:
É notório que há uma escassez de conhecimento na sociedade, principalmente entre a população idosa, sobre hábitos saudáveis e
como os mesmos promovem qualidade de vida. Existe a necessidade da educação em saúde para esse público, tanto pela falta de
informações como pela falta de acesso. É necessário ainda, buscar estratégias a fim de repassar essas informações e, dessa forma,
auxiliar em conjunto com a terapia medicamentosa para o tratamento de diabetes e/ou hipertensão.

Conclusões:
A ação desenvolvida buscou promover contra os agravos decorrentes dessas doenças crônicas e promover saúde através do co-
nhecimento repassado de forma clara e objetiva sobre a alimentação saudável, bem como melhorar a qualidade de vida e regime
terapêutico dos mesmos. A realização da sala de espera interativa foi importante para a formação das acadêmicas, pois possibili-
tou o contato com a população e a troca de experiência.

Referências:
FEITOSA, Antonio Lucas Ferreira et al. Sala de espera: estratégia de educação em saúde no contexto da atenção básica. Revista
Brasileira de Educação e Saúde, v. 9, n. 2, p. 67-70, 2019.

204 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS: UMA ABORDAGEM LÚDICA


NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
THAIS ELLEN RIBEIRO PORTELA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
DARAH DA PAZ ARAÚJO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
JÉSSICA PALOMA MOURÃO DOS SANTOS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA MORGANA BEZERRA COSTA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
NICOLE ARAÚJO MARTINS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
RAFAEL LIMA BARROSO
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
A construção do jogo foi realizada entre outubro e dezembro de 2017.

Objetivo da Experiência:
Construção de um jogo que trate de distúrbios hemodinâmicos, com o intuito de facilitar o aprendizado do público.

Objetivos:
Informar publicamente em âmbito acadêmico os resultados obtidos por um grupo de graduandos através de uma prática peda-
gógica utilizando jogo de cartas.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, voltado para uma prática educativa desenvolvida por acadêmicos
de Farmácia na disciplina de Patologia. Na elaboração do jogo, buscou-se enfatizar a participação dos voluntários como forma
de uma aquisição de conhecimento mais fatível aos que se submetem a participar do jogo. Sendo este desenvolvido inicialmente
com elaboração de perguntas sobre tais distúrbios e distribuídos em cartas contendo perguntas e dicas que levam as respostas.

Resultados:
Alterações hemodinâmicas são perturbações que afetam por algum motivo a circulação sanguínea no organismo de um ser,
resultando em uma patogenia ou até mesmo levando ao óbito. A estratégia pedagógica escolhida para enfatizar os distúrbios
hemodinâmicos, apresentou uma série de informações que funcionaram como arcabouço para facilitar o entendimento e assimi-
lação das patogenias descritas no desenvolver do jogo, proporcionando dessa forma uma compressão abrangente e dinâmica ao
participante.

Análise Crítica:
Pelo fato de o jogo ser de forma simples, manual e pequeno, não se pode alcançar um grande público e dessa forma apenas aque-
les que se submeterem a jogar terão acesso ao conteúdo.

Conclusões:
A prática educativa utilizada contribuiu para estimular e aprimorar o conhecimento daqueles que se submetem a participar do
jogo.

Referências:
Kumar, V.; Abbas, A.K. & Aster, J.C. – Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças, 9ª Ed., São Paulo: Elsevier, 2016;

Rocha PN. Hiponatremia: conceitos básicos e abordagem prática. J Brás nefrol [internet]. 2011 [cited 2013 Dec 09]; 33(2): 248-
260. Available from: http://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n2/a22v33n2.pdf .

Comunicação Oral Curta 205


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CURSOS DE ATUALIZAÇÃO COMO FORMA DE EDUCAÇÃO


PERMANENTE EM SAÚDE

PEDRO TÚLIO MONTEIRO ARAÚJO


Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANTÔNIO LUAN MESQUITA FONSECA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ÍTALO IVO DE CARVALHO ARAÚJO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LETÍCIA FREITAS DE MESQUITA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
NAÍSE LIMA MOURÃO SOARES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
TAINÁ MACHADO STUDART GURGEL DE OLIVEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
Mediante a busca por práticas médicas integradas que compreendam o contexto social e epidemiológico das populações, os
cursos de atualização surgem como uma estratégia de Educação Permanente em Saúde. Diante disso, a Liga de Medicina de Fa-
mília e Comunidade realizou uma pesquisa para avaliar a efetividade desses cursos na qualificação profissional dos estudantes de
medicina da UFC - Sobral.

Objetivos:
O objetivo do presente trabalho é avaliar a importância da participação em cursos de atualização em saúde (CAS) como uma forma
de aquisição e solidificação de conhecimentos, os quais serão fundamentais na vida profissional.

Metodologia:
Corresponde a uma pesquisa transversal, de caráter quantitativo e descritivo. Foi desenvolvido um questionário online contendo
oito questões objetivas de múltipla escolha, aplicado aos acadêmicos do primeiro ao décimo segundo semestre de Medicina da
Universidade Federal do Ceará no início do mês de julho de 2019. A pesquisa consta com a participação de 34 alunos.

Resultados:
73,5% dos alunos participaram de CAS; para 78,6%, os conteúdos de CAS foram úteis na vida profissional, para 46,4%, o nível de
esclarecimento gerado foi 3, numa escala de 1- 4. Já para 100% dos acadêmicos, o investimento em cursos para profissionais da
saúde é válido para obter novos conhecimentos e têm preferência por CAS com aulas práticas nos cronogramas. Para 87,9%, o
rendimento de aprendizagem melhoraria se professores cedessem material de estudo, embasado na aula ministrada no curso. O
conteúdo ministrado é o fator principal para 84,8%, ao escolher um CAS. E para 51,5%, os cursos deviam ser obrigatórios, pelo
menos uma vez ao ano, para todos os profissionais e estudantes da saúde.

Conclusões:
Dessa forma, pode-se evidenciar, a partir dos dados obtidos, que a maioria dos alunos entrevistados julga importante para a
qualificação profissional a participação em CAS. Pode-se concluir, também, que para uma maior efetividade em relação ao nível
de conhecimento proporcionado por CAS, faz-se importante a administração de aulas práticas e, também, o fornecimento de
materiais didáticos para que os alunos reforcem os conteúdos trabalhados.

Referências:
SILVA, Jaqueline Alcântara Marcelino da; OGATA, Márcia Niituma; MACHADO, Maria Lúcia Teixeira. Capacitação dos trabalhadores
de saúde na atenção básica: impactos e perspectivas. Revista Eletrônica de Enfermagem, [S. l.], v. 09, n. 02, p. 390-391, 2007.
Disponível em: <https://www.fen.ufg.br/revista/v9/n2/v9n2a08.htm>. Acesso em: 22 jul. 2019.

206 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO EM SAÚDE ACERCA DO TRATAMENTO PARA


SÍFILIS COM GESTANTES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
MARIA BRUNA COELHO DINIZ
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)
REGIANE THAÍS SILVA
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)
EMANUELLA KASSIA PAIVA DAMASCENO
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)
PAOLA KAROLINE GONÇALVES DA SILVA
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)
FRANCISCA DALILA PAIVA DAMASCENO DE LIMA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ADRIANA SOUSA CARVALHO DE AGUIAR
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)

Período de realização:
Outubro e novembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem a respeito de ações realizadas com gestantes de uma Unidade Básica de
Saúde - UBS sobre a sífilis.

Objetivos:
Educar as gestantes com dados a respeito da doença com foco na importância da realização completa do tratamento; avaliar o
resultado das informações repassadas a essas gestantes; e relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem com a realização
destas ações.

Metodologia:
Estudo descritivo, tipo relato de experiência realizado por acadêmicos de enfermagem. Ocorreu nos meses de outubro e novem-
bro de 2018. Participaram 21 gestantes de uma UBS em Fortaleza. Foram excluídas as gestantes que recusaram realizar o teste.
A execução iniciou convidando as gestantes durante a consulta de pré-natal, em seguida foi realizado o teste rápido para a sífilis
e durante todo este processo foi repassado informações e explicações através de uma apresentação expositiva e dialogada, com
cartazes.

Resultados:
As gestantes participantes foram informadas sobre: o que é a sífilis, complicação, transmissão, contágio, tratamento completo,
tratamento do parceiro, e teste rápido. Destas 21, três mulheres, que negaram infecção anterior, tiveram teste rápido positivo,
assim foi possível aos acadêmicos vivenciar casos desta infecção e experimentar e praticar formas de trabalhar com esta situação.
Estas gestantes saíram da consulta cientes da importância de trazem os parceiros e de completarem o tratamento.

Análise Crítica:
A identificação precoce da infecção por essa bactéria contribui para a diminuição de complicações decorrentes da doença, assim
como a aquisição de conhecimento. Aos acadêmicos possibilitou: a prática de conteúdos estudados; vivência sobre como lidar e
agir nesta situação; habilidade para tratar com este público; experiência de como realizar o teste rápido assim como agregou e
fixo conhecimento a respeito da sífilis e os diversos assuntos sobre essa infecção sexualmente transmissível.

Conclusões:
Percebe-se que a educação em saúde foi exitosa, pois verificou-se que as 3 mulheres trouxeram seus parceiros e que eles junto
com as parceiras completaram o tratamento. Diante disto faz-se necessário a realização continua desta busca ativa em todo o
decorrer da gestação, assim como é imprescindível que os acadêmicos continuem sempre estudando e buscando se aprofundar
nesta temática para adquirir efetividade nos resultados do tratamento.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexual-
mente Transmissíveis/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

Comunicação Oral Curta 207


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E RELIGIOSIDADE: UMA


AÇÃO EDUCATIVA ENTRE MÃES DE BEBÊS INTERNADOS EM
ENFERMARIA CANGURU
ANTONIA MARIA RAILENE DE LIMA CUNHA LINHARES
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
MARIA MARIANE DO NASCIMENTO TEODOSIO
Santa Casa de Misericórdia de Sobral/UNINTA
TAMARA COSME RODRIGUES FERREIRA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral/UNINTA
ARIANNA LIMA CARVALHO
Santa Casa de Misericórdia de Sobral/UNINTA
ANA LAÍS MARTINS DE ALCÂNTARA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral/UNINTA
KEILA MARIA CARVALHO MARTINS
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
A ação educativa foi realizada no mês de abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
A necessidade de trabalhar o relacionamento interpessoal e a religiosidade como fortalecimento das mães de bebês internados
em enfermaria canguru.

Objetivos:
Descrever uma ação educativa com abordagem no relacionamento interpessoal e na religiosidade com mães de bebês internados
em enfermaria canguru de um hospital escola do interior do Ceará.

Metodologia:
Relato de experiência realizados por residentes em Neonatologia no mês de abril de 2019, provindo de uma ação educativa de-
senvolvida com 12 mães de bebês internados em enfermaria canguru de um hospital escola do interior do Ceará. Na ação ocor-
reu a ornamentação da enfermaria com detalhes pascais para abordar a religiosidade e a dinâmica do “repolho” onde as mães
expressaram sentimentos acerca da vivência de internação. Em sequência, houve um momento de reflexão acerca do significado
da Páscoa.

Resultados:
O cenário proporcionou um espaço terapêutico que favoreceu uma memória afetiva de família, contribuindo para fortalecimen-
to dos vínculos criados entre as mães. Com a dinâmica foi percebida a relevância do relacionamento interpessoal envolvendo a
construção desses vínculos. Percebeu-se que a religiosidade é um suporte emocional para a situação vivenciada pelas mães, assim
como a atenção da equipe multiprofissional enquanto residentes e o compartilhamento das experiências entre as mães.

Análise Crítica:
O relacionamento interpessoal proporciona um efeito positivo na vida das mães de bebês com internamento de longa duração,
visto que é considerado um espaço de novas amizades, aconselhamentos com troca de experiência, amenizando, deste modo, as
angústias inerentes à hospitalização. Além disso, outro ponto fundamental para ajudar essas mães é a utilização de estratégias
religiosas como apoio para as situações advindas com o nascimento antes da hora.

Conclusões:
A prática de atividades educativas em saúde torna-se um instrumento de apoio e suporte para as situações vivenciadas em am-
biente hospitalar. Dessa forma a atividade teve êxito considerando que essas mães puderam sair da rotina e com isso recuperar o

208 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ânimo e o estímulo no enfrentamento das dificuldades.

Referências:
VERAS, R. M; VIEIRA, J.M.F; MORAIS, F. R.R. A maternidade prematura: o suporte emocional através da fé e religiosidade. Psicol.
estud.,Maringá, v. 15, n. 2, p. 325-332, Junho 2010.

SÁ, F. E; SÁ, R. C.; PINHEIRO, L.M.F; OLIVEIRA,F.E; CALLOU. Relações interpessoais entre os profissionais e as mães de prematuros
da unidade canguru. Revista brasileira em promoção da saúde., Fortaleza, v.23, n.2, p.144-149, abr.-jun. 2010.

Comunicação Oral Curta 209


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM UMA


SIMULAÇÃO DE INCIDENTE COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
DOMENNIQUE MIRANDA VASCONCELOS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
TAYNARA VIANA PAIVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA GABRIELE OLIVEIRA CARDOSO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
PEDRO DAVI LIMA DE SOUSA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
IANKA BRUNA MOREIRA DA SILVA
Centro Universitário INTA. (UNINTA)
DEAN CARLOS NASCIMENTO DE MOURA
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
O presente estudo foi realizado durante o mês de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
A simulação foi organizada através de um roteiro, em que foi estabelecido a cada aluno uma função, bem como os materiais que
seriam utilizados.

Objetivos:
Relatar a experiência de práticas de atendimento pré-hospitalar em uma simulação de incidente com múltiplas vítimas (IMV).

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência de uma simulação realística realizada por acadêmicos do curso de Enfermagem durantes as
vivências práticas da disciplina de Urgência e Emergência em uma Instituição de Ensino Superior.

Resultados:
O incidente tratou-se de uma colisão frontal entre um carro e duas motocicletas. Os participantes foram designados para as fun-
ções: socorristas, triadores, maqueiros e vítimas. Estes foram paramentados com maquiagens, representando escoriações e danos
mais graves. Os triadores utilizaram o método START para classificar o risco das vítimas, que posteriormente foram transportadas
pelos maqueiros até lonas montadas no local de atendimento, onde os socorristas prestaram os primeiros cuidados.

Análise Crítica:
As simulações são necessárias para proporcionar aos futuros profissionais experiências que permitam aproximar os conhecimen-
tos teóricos e a abordagem prática, além de fomentar conhecimentos e habilidades para o aperfeiçoamento da assistência no
atendimento pré-hospitalar, ou em alguma situação de urgência e/ou emergência.

Conclusões:
A ação permitiu aos estudantes a experiência de atuar de forma mais realística nas práticas de atendimento pré-hospitalar, que
são experiências escassas durante a graduação. Além disso, evidenciou a importância da atuação organizada entre a equipe, e
possibilitou vivenciar as dificuldades que permeiam o processo, como o estresse diante da situação, a escassez de recursos mate-
riais e humanos, e até mesmo a experiência de lidar com a população.

Referências:
SALVADOR, Pétala Tuani Candido de Oliveira et al. A formação acadêmica de enfermagem e os incidentes com múltiplas vítimas:
revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 46, n. 3, p. 742-751, Jun. 2012.

210 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PARTICIPAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA


PALESTRA SOBRE PRÉ E PÓS-TRANSPLANTE RENAL

MARIA ALAILCE PEREIRA GERMANO


Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
ERIKA VERÍSSIMO DIAS SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LIZANDRA SAMPAIO DE OLIVEIRA
Centro Universitário Ateneu (UNIATENEU)
JOSELANY AFIO CAETANO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A experiência foi realizada no período de maio no ano de 2019.

Objetivo da Experiência:
Educação em saúde direcionada a pacientes renais no pré-transplante.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada pelos discentes de enfermagem no ambulatório de transplante renal.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, ocorreu através de uma ação educativa por meio da participação
de uma palestra com orientações sobre o pré e o pós-transplante renal. Foram abordados temas como transplante renal, e os cui-
dados no pré e no pós-transplante. Ocorreu no ambulatório de um hospital de ensino, com duração de duas horas, participaram
cerca de dez pacientes, uma enfermeira e três graduandos. Foi utilizado slides como recurso visual.

Resultados:
Por meio da vivência no ambulatório de transplante foi possível participar de palestras ministradas pelos enfermeiros para os pa-
cientes do pré-transplante, orientando-os quanto à cirurgia em si. Os temas abordados foram: transplante renal; compatibilidade
do doador; seleção do receptor; internamento; cuidados pré, trans e pós-operatório; fármacos e consultas ambulatórias. Também
funciona como um espaço para os pacientes tirar suas dúvidas a respeito do transplante com a equipe multiprofissional.

Análise Crítica:
O transplante renal é considerado a modalidade mais completa de terapia substitutiva da função renal. A palestra oferecida aos
pacientes que almejam o transplante renal é essencial, já que ajuda a compreender a importância da realização dos exames e
avaliações médicas antes do transplante, como também a necessidade de manter um autocuidado para a manutenção do órgão
implantado e reduzir riscos de rejeição. A participação dos alunos deixa claro à importância de estratégias de educação em saúde.

Conclusões:
A parceria do ambulatório de transplante renal com a liga acadêmica de enfermagem em nefrologia possibilitou a participação dos
alunos na palestra, desta forma, contribuindo para observar a atuação do enfermeiro que possui vivência na área de transplantes,
como também ampliar o conhecimento sobre as fases que englobam o transplante renal, visto que as orientações apresentadas
são de suma importância para o sucesso dos pacientes no tratamento.

Referências:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Transplante renal. São Paulo, 2019. Disponível em: https://sbn.org.br/publico/tratata-
mentos/transplante-renal/. Acesso em: 23 jul. 2019.

Comunicação Oral Curta 211


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROMOÇÃO E PREVENÇÃO A SAÚDE DOS IDOSOS EM UMA


INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA MEDIADO PELA
METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO
DAIELLE OLIVEIRA MIRANDA
Faculdade Princesa do Oeste (FPO)
DANIEL FERREIRA VIEIRA
Faculdade Princesa do Oeste (FPO)
FRANCISCO ARLYSSON DA SILVA VERÍSSIMO
Faculdade Princesa do Oeste (FPO)
MARIA LARYSSE MUNIZ PEREIRA
Faculdade Princesa do Oeste (FPO)

Período de realização:
Ocorrido durante o mês de novembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
A metodologia da problematização de Charles Maguerez.

Objetivos:
Relatar a experiência da aplicação do Arco de Maguerez no estágio da disciplina de Processo do Cuidar da Saúde do Idoso em uma
Instituição de Longa Permanência.

Metodologia:
Relato de experiência ocorrido em uma Instituição de Longa Permanência na cidade de Crateús-CE, utilizando-se o Arco de Ma-
guerez. A aplicação foi realizada por sete acadêmicos do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Princesa do Oeste
– FPO como proposta da disciplina de Processo do Cuidar da Saúde do Idoso durante os estágios. A metodologia consiste em cinco
etapas: observação da realidade, levantamento de ponto-chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade.

Resultados:
Foi realizada uma visita para observação da realidade, após isso, foi discutido os pontos-chave observados. Depois de realizar a
teorização através de literaturas para embasamento teórico necessário para as etapas seguintes, foram levantadas hipóteses de
solução para resolutividade dos problemas encontrados. Por fim, foi realizada intervenção com foco no compartilhamento de
materiais perfurocortantes, atentando para o surgimento de doenças infecto-contagiosas e a importância da vacina em idosos.

Análise Crítica:
Há dificuldades relacionadas a resolução das problemáticas encontradas a partir da realidade observada na instituição supracita-
da. A aplicação do Arco é eficaz para o cuidado integral de pacientes, pois abre uma vasta possibilidade de intervenções, porém a
implantação torna-se um desafio devido à escassez de recursos financeiros, no caso dessa instituição. Visto isso, a educação em
saúde e a imunização como forma de intervenção foi a solução ideal para garantir que o cuidado fosse realizado.

Conclusões:
A vivência permitiu desenvolver um processo de ação-reflexão-ação das atividades docentes durante a estadia na instituição, ten-
do relevância tanto na formação dos intervencionistas, quanto na qualidade de vida dos idosos. Vale ressaltar que experiências
como essa despertam um olhar holístico e crítico diante de problemáticas encontradas no cotidiano dos serviços de saúde dos
futuros profissionais, além de auxiliá-los a solucionar esses desafios.

Referências:
NERI, A. J. F. Qualidade de vida no adulto maduro: Interpretações teóricas e evidências de pesquisa. In: Qualidade de vida e idade
madura. 2 ed. São Paulo: Papirus, 1999, p. 9-47.      

212 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

“EU TREINO É PRA COMER” – PERCEPÇÃO DE MULHERES


PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA SOBRE OS
RESULTADOS DE SUA AVALIAÇÃO FÍSICA
ANDREIA PAGANI MARANHÃO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
AMANDA NOGUEIRA LOURENÇO
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Período de realização:
As avaliações são semestrais e foram considerados os dados coletados em março de 2019.

Objetivo da Experiência:
Avaliação física e discussão dos resultados com participantes do grupo de convivência do Núcleo de Atendimentos e Práticas
Integrativas – UNINTA.

Objetivos:
Realizar uma avaliação física no contexto de clínica ampliada, que compreenda o perfil de funcionalidade e incapacidade, bem
como as condições antropométricas das mulheres participantes do grupo de convivência do Núcleo de Atendimentos e Práticas
Integrativas – NAPI/UNINTA.

Metodologia:
Avaliação realizada com 47 mulheres, entre 26 e 87 anos. Os testes foram realizados em dois momentos. Dia 1. Medidas antro-
pométricas básicas e Protocolo de Guedes (1994) para obtenção de percentual de gordura. Dia 2. Testes de condicionamento
físico, a partir de adaptações ao protocolo da ACSM: 1,6k de caminhada ou corrida; um minuto de repetições máximas de flexões,
abdominal e agachamento; sentar e alcançar. Os resultados foram entregues em uma roda de conversa.

Resultados:
Constatou-se sobrepeso em 68% das mulheres e obesidade II em 8%. A média de percentual de gordura é 36%, oscilando entre 28
e 56%. As mulheres mais jovens obtiveram resultados similares ao grupo mais idoso nos quesitos de resistência localizada. O nível
de flexibilidade é de 35 pontos na escala de Wells, acima da média. A capacidade cardiorrespiratória é o aspecto mais desgastado,
com os piores resultados da avaliação. Evidenciou-se desvios posturais em 15%.

Análise Crítica:
A Obesidade atinge um percentual significativo das populações periféricas, e a incidência é visível no grupo estudado, que pratica
atividade física e é orientado regularmente em relação à alimentação e outros determinantes da saúde. A discussão evidenciou
um mito que apesar de infundamentado, ainda é presente no imaginário dos praticantes de atividade física “eu treino é pra co-
mer”. Os desvios posturais, ao contrário, foram percebidos como resultado de longo prazo do trabalho doméstico.

Conclusões:
A avaliação física é base do planejamento e ajuste de práticas corporais terapêuticas, possibilitando ao aluno-paciente uma
consciência de suas capacidades e maior desenvolvimento individual e coletivo. Perpassa a funcionalidade, antropometria e
capacidades físicas, sendo uma interação entre os fatores ambientais, pessoais e práticas de saúde. A discussão trouxe questões
prementes no imaginário popular e pontos de partida para novas intervenções.

Referências:
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionada à saúde. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

FERIGATO, S. H.; CARVALHO, S. R.; Teixeira, R. R. Os Centros de Convivência: Dispositivos híbridos para a produção de redes que
extrapolam as fronteiras sanitárias. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental. Florianópolis, v.8, n.20, p.80-103, 2016.

GUEDES, D.P. Composição corporal: princípios, técnicas e aplicações. 2ª ed. Londrina: APEF, 1994.

Comunicação Oral Curta 213


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CUIDADO INTERPROFISSIONAL ÀS GESTANTES NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA E REFLEXÕES
DO DIÁRIO DE CAMPO
ENIO RENAN MARTINS ROCHA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CARLA RIBEIRO DE SOUSA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANA AURIANE MARQUES XAVIER
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
CSF Dr. José Silvestre Cavalcante Coelho
JACQUES ANTONIO CAVALCANTE MACIEL
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CAMILLA ARAÚJO LOPES VIEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
O relato de experiência compreende uma atividade ocorrida em junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Relações interprofissionais e a prática colaborativa envolvidas no cuidado às gestantes em abordagem educativa grupal.

Objetivos:
Apresentar as primeiras vivências e impressões sobre as relações interprofissionais e práticas colaborativas em um Centro de Saú-
de da Família (CSF), através do acompanhamento de estudantes de graduação da área da saúde junto a profissionais da unidade
e das gestantes.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência fomentado a partir das visitas do grupo tutorial do Programa de Educação pelo Trabalho para
a Saúde (PET Saúde – Interprofissionalidade) a um CSF da cidade de Sobral – CE. Realizou-se discussão das práticas e vivências
neste cenário a fim de propiciar o reconhecimento das relações interprofissionais e de sua relevância à assistência de qualidade
às gestantes. Valeu-se do diário de campo e observações dos participantes como fonte de dados.

Resultados:
Durante as primeiras vivências no CSF, observou-se a importância do cuidado multiprofissional. Constatando-se a relevância da re-
lação interprofissional para promoção da saúde da gestante e, por conseguinte da criança vindoura. Já que a atuação em conjunto
propiciou às gestantes o esclarecimento de dúvidas, anseios e inseguranças características do período gestacional. Metodologias
ativas contribuíram para a participação do público-alvo e um maior envolvimento dos profissionais.

Análise Crítica:
A vivência do momento em presença das gestantes e de profissionais da unidade proporciona uma visão em dupla ótica da impor-
tância do cuidado interprofissional às gestantes. Esse envolvimento propicia a prática colaborativa de saúde, favorece às relações
interpessoais entre os trabalhadores da saúde e é importante ressaltar que a aprendizagem baseada na comunidade e no trabalho
é um fator que também se encontra atrelado a melhoria da qualidade da formação em saúde.

Conclusões:
A abordagem educativa grupal, aqui representado pelo cuidado às gestantes necessita não somente da participação de diversas
categorias profissionais, mas também da interação e envolvimento entre elas, sendo, portanto, pertinente a eficiência não ape-
nas das categorias profissionais de modo isolado, mas também de suas interações e coparticipações para com o cuidado.

214 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
ROSSIT, Rosana Aparecida Salvador et al. Constructing professional identity in Interprofissional Health Education as perceived by
graduates. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 22, p. 1399-1410, 2018

SILVA J.A.M. et al. Educação interprofissional e prática colaborativa na Atenção Primária à Saúde, Revista da escola de enferma-
gem da universidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015; 49(Esp2):16-24

Comunicação Oral Curta 215


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA NA ADESÃO


AOS TRATAMENTOS DE DOENÇAS CRÔNICAS EM IDOSOS NA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
CATARINA DE VASCONCELOS PESSOA
Universidade Estadual Vale Do Acaraú (UVA)
DENNIS MOREIRA GOMES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARCELO BITU ALMEIDA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARCIONÍLIA ARAÚJO LIMA NETA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
NATÁLIA REIS CARVALHO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
Desenvolveu-se no mês de março de 2019 no grupo de idosos da Estratégia Saúde da Família (ESF).

Objetivo da Experiência:
Desenvolver ação de educação em saúde que estimule idosos a adesão correta ao tratamento das doenças crônicas, motivando-os
a hábitos mais saudáveis.

Objetivos:
Através da educação em saúde, sensibilizar idosos sobre a importância da adesão aos tratamentos das doenças crônicas, identifi-
cando o conhecimento dos mesmos sobre o assunto e a partir daí os principais motivos da não adesão aos tratamentos, incenti-
vando práticas de autocuidado e promoção da saúde.

Metodologia:
Como estratégia metodológica foi escolhida a roda de conversa pois possibilita encontros dialógicos (CECCIM, 2007). Foi elabo-
rado cronograma de execução com os seguintes passos: elaboração do projeto e apresentação à equipe da UBS, adaptando-o às
realidades locais e mobilização dos idosos através dos agentes de saúde. Na execução, ocorreu a dinâmica de acolhimento, dra-
matização de um caso de negligência do auto-cuidado para problematizar, roda de conversa e avaliação da ação.

Resultados:
Realizamos avaliação com os idosos, colhendo opiniões sobre a problematização discutida na roda de conversa, tentando identifi-
car potencialidades e vulnerabilidades. Em sua grande maioria, eles relataram ter gostado de participar da atividade, pois tiveram
a oportunidade de relatar seu contexto de vida e processo saúde-doença. Apresentou-se os resultados aos membros da ESF visan-
do replanejamento conjunto das próximas ações, qualificando o monitoramento nas especificidades de cada um.

Análise Crítica:
Deve-se fomentar a realização de práticas de educação e promoção a saúde no território da ESF, pois constatou-se um grande
número de idosos com alta prevalência de doenças crônicas, histórico de internações e/ou complicações adquiridas devido a
doença, baixo a médio nível sócioeconômico, pouca frequência às consultas/atividades na UBS, uso irregular de medicações
prescritas, ausência de um membro da família como cuidador e resistência à prática de hábitos de vida e nutricionais saudáveis.

Conclusões:
O SUS dispõe de uma rede de ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde (PAIM, 2009). Os benefícios da
adesão ao tratamento se estende à família, sistema de saúde e economia do país (BORGES E PORTO,2014). Incentivar o acompa-
nhamento e monitoramento contínuo por uma equipe multidisciplinar, bem como a participação da família no cotidiano, torna-se

216 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

essencial para efetivar a adesão ao tratamento das doenças crônicas pelos idosos.

Referências:
BORGES, SAC; PORTO, PN. Por que os pacientes não aderem ao tratamento? Dispositivos metodológicos para a educação em saú-
de. Saúde Debate. Rio de Janeiro, v. 38, n. 101, p. 338-346, abr-jun, 2014.

CECCIM, RB. Pacientes impacientes: Paulo Freire. In: Ministério da Saúde. Caderno de educação popular e saúde. Brasília (DF):
Ministério da Saúde; 2007 p.33.

PAIM, J.S. O que é o SUS. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009.

Comunicação Oral Curta 217


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL COMO


APORTE PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA
MATEUS XAVIER CASTRO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
LIDUINA LARA XIMENES LIMA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ENIO RENAN MARTINS ROCHA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ERALDO DINIZ COSTA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
SABRINA MORAIS LOPES
Universidade Vale do Acaraú (UVA)
Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP – CE)

Introdução:
Com o aumento da demanda dos usuários dos sistemas de saúde, tornou-se necessário desenvolver métodos eficazes na forma-
ção de estudantes de graduação em Ciências da Saúde para atender as expectativas da comunidade. Diante do exposto, indaga-se
como a Educação Interprofissional colabora para o desenvolvimento de habilidades necessárias para um serviço satisfatório em
saúde.

Objetivos:
Analisar as ações que contemplem aspectos da Educação Interprofissional na formação dos estudantes dos cursos de Graduação
em Ciências da Saúde.

Metodologia:
Trata-se de uma Revisão Integrativa, construída a partir de uma busca na plataforma PubMed, usando os termos “Benefits”,
“Interprofessional Education” e “University”, na estratégia de busca “advanced”, optando-se pelo conectivo “and” entre os des-
critores. Posteriormente, a pesquisa foi refinada, optando-se somente por artigos publicados nos últimos 5 anos. Por fim, foram
selecionados os primeiros 35 artigos, quando ordenados em “best match”, de um total de 95 artigos. Os artigos foram seleciona-
dos independentemente do idioma em que foram publicados.

Resultados:
A literatura sondada aponta benefícios da EIP quando aplicada ao ensino baseado nos eventos da realidade, a imersão em casos
clínicos une distintas categorias profissionais na solução de impasses. Nos estudos analisados, discentes e tutores citaram maior
compreensão do papel de profissionais e melhoria na prestação de cuidados. A análise do impacto do uso da EIP em estudos em
ambulatórios clínicos destacou que os alunos relataram grande desenvolvimento de habilidades frutíferas em sua prática futura
pelo envolvimento interprofissional. Cabe frisar que muitos estudos apontam um subaproveitamento da integração entre estu-
dantes de cursos distintos como ferramenta pedagógica da formação em saúde.

Conclusões:
A partir das leituras dos artigos selecionados, pode-se afirmar que a concepção teórico-metodológica de EIP em saúde ainda
precisa ser melhor discutida nos processos formativos docentes, assim como sua possibilidade de inserção nos currículos univer-
sitários, pois aprimora a formação e a realidade organizacional em saúde, com práticas pautadas na humanização, no sentido de
proporcionar qualidade na assistência que visam o bem-estar dos pacientes.

Referências:
Ceccim RB. Connections and boundaries of interprofessionality: form and formation. Interface (Botucatu). 2018; 22(Supl. 2):1739-
49.

Reeves S. Why we need interprofessional education to improve the delivery of safe and effective care. Interface (Botu-
catu). 2016; 20(56):185-96.

SHRADER, Sarah et al. Determining the impact of an interprofessional learning in practice model on learners and pa-
tients. Journal of interprofessional care, p. 1-8, 2018.

218 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A IMPORTÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA EM SAÚDE NO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO PSICÓLOGO
ANA ALICE PEREIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ANDRÉ SOUSA ROCHA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CAMILLA ARAÚJO LOPES VIEIRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
PAULO HENRIQUE DIAS QUINDERÉ
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
Março - dezembro de 2019.

Objetivo da Experiência:
Fortalecer a articulação teórico-prática e a aproximação com a docência a partir do protagonismo estudantil no processo de en-
sino-aprendizagem.

Objetivos:
Descrever a experiência do processo de monitoria e as contribuições para a formação acadêmica. > Compreender Interprofissio-
nalidade em Saúde a partir da aproximação com os diversos espaços de atuação do Psicólogo.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, produzido a partir das vivências de dois monitores inseridos no
programa de monitoria intitulado Psicologia e Saúde Pública Coletiva: Fortalecendo a Interprofissionalidade em Saúde do curso
de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral. As atividades estão acontecendo no ano de 2019,
portanto, os dados aqui apresentados oferecem um recorte do que foi realizado até julho do ano vigente.

Resultados:
Os monitores participaram da construção da disciplina em conjunto aos demais estudantes, assim foram propostos métodos de
avaliação alternativos, resultando na produção de um curta-metragem sobre violência contra a mulher. Além disso, foram realiza-
das atividades que contaram com a presença de profissionais de outros campos, fomentando o debate de temáticas para além da
psicologia, pensando a interdisciplinaridade e a prática colaborativa.

Análise Crítica:
O Programa de Iniciação à Docência possibilita a ascensão do conhecimento dos discentes, além de promover autonomia e res-
ponsabilidade. O projeto Psicologia e Saúde Pública Coletiva: Fortalecendo a Interprofissionalidade em Saúde aproxima ainda
mais teoria e prática ao promover o debate da Psicologia com outros campos articulado ao trabalho multidisciplinar e pensar a
importância do trabalho em rede. Assim, se amplia a percepção e a possibilidade de atuação do profissional de psicologia.

Conclusões:
Concluímos que, ser monitor é uma experiência honrosa na vida dos futuros profissionais, por promover habilidades relacionadas
à docência. Além de consolidar noções de aprendizado na área de atuação, responsabilidade, autonomia, fatores que são indis-
pensáveis na trajetória acadêmica. A monitoria é uma das principais formas de exercer o protagonismo estudantil, o que permite
a construção de um processo de ensino-aprendizagem melhor e de qualidade.

Referências:
FRISON,L. M .B. Monitoria: uma modalidade de ensino que potencializa a aprendizagem colaborativa e autorregulada. Pro-Posi-
ções | v. 27, n. 1 (79) | p. 133-153 | jan./abr. 2016.

MATOSO, L. M. L. A importância da monitoria na formação acadêmica do monitor: um relato de experiência. Revista Científica da
Escola da Saúde, v. 3, p. 77-83, 2014.

Comunicação Oral Curta 219


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PREVENÇÃO E PRIMEIROS SOCORROS DE QUEIMADURAS EM


AMBIENTE ESCOLAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ANA RITA DA SILVA NUNES
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
ADRIANO PAIVA SOUSA
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
ERICK AUGUSTO DOS SANTOS OLIVEIRA
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
MARIA LUIZA VIEIRA DOS SANTOS
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
NARAJA MENEZES DE SOUZA
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
THIAGO DUTRA MENDONÇA
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Período de realização:
A ação de educação em saúde foi realizada em 06 de junho, Dia Nacional da Luta Contra as Queimaduras.

Objetivo da Experiência:
Promover saúde, alertando estudantes sobre os riscos de queimaduras, informando medidas simples de prevenção e primeiros
socorros ante sua ocorrência.

Objetivos:
O estudo tem por objetivo relatar as ações de prevenção e primeiros socorros a queimaduras realizadas pelos acadêmicos de
Medicina da Liga de Cirurgia Plástica e Queimaduras (LCPQ) da UFMA em uma escola pública do município de São Luís, MA, Brasil.

Metodologia:
No dia da ação educativa, inicialmente foram realizadas palestras orais e dinâmicas pelos acadêmicos da LCPQ, com relação ao
conceito, classificação, tipos de queimaduras e como prevenir. Posteriormente, ocorreram dinâmicas em formato de questionário
no slide demonstrando situações reais de queimaduras em fotos ou vídeos e dadas as opções de primeiros socorros em alternati-
vas, à medida que os alunos iam respondendo, as dúvidas iam sendo explicadas, bem como as soluções corretas a serem usadas.

Resultados:
Os alunos da escola de aplicação se mostraram interessados na temática, porém poucos eram os que acertavam o que fazer dian-
te das situações demonstradas. Muitos afirmaram estourar as bolhas formadas, assim como colocar gelo, manteiga e pasta de
dente diante de uma queimadura. Desse modo, ao final das situações-problema, as medidas corretas de primeiros socorros eram
explicadas, além da reafirmação de procurar sempre atendimento médico, além de solicitar os bombeiros quando necessário.

Análise Crítica:
Cerca de 90% dos acidentes por queimaduras poderiam ser evitados por meio de ações de educação em saúde e de políticas pú-
blicas. Sendo essa uma responsabilidade tanto dos profissionais (saúde e educação), como das instituições (escolas ou empresas)
e da população em geral. Porém, é sabido e preocupante diante da alta incidência de queimados, que pouco se é falado no am-
biente escolar, tanto ao se analisar os erros nas respostas advindas dos alunos, como na experiência relatada pelos professores.

Conclusões:
As palestras nas escolas transmitiram informações aos estudantes que os tornaram capazes de reconhecer os primeiros sinais de
queimadura, pedir ajuda e atuar como multiplicadores na prevenção e nos primeiros socorros de um tema tão importante. Dessa
forma, quanto mais pessoas forem ensinadas, menor será a possibilidade de pessoas sem informação tentarem ajudar e agravar
os casos ou mesmo se tornarem novas vítimas.

Referências:
Rocha HJS, Lira SVG, Abreu RNDC, Xavier EP, Viera LJES. Perfil dos acidentes por líquidos aquecidos em crianças atendidas em
centro de referência de Fortaleza. Rev Bras Promoç Saúde. 2007;20(2):86-91.

Vale ECS. Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do dermatologista. An Bras Dermatol. 2005;80(1):9-19.

220 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

BANHO NO LEITO E INFECÇÃO PRIMÁRIA DE CORRENTE


SANGUÍNEA: EDUCAÇÃO PERMANENTE NO CONTEXTO DA
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
ARIANNA LIMA CARVALHO
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL (SCMS)
ANA LAÍS MARTINS DE ALCÂNTARA
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL (SCMS)
ANTÔNIA MARIA RAILENE DE LIMA CUNHA LINHARES
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL (SCMS)
SÁVIO SELTON DE CASTRO MESQUITA
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL (SCMS)
MISLANNA LOPES BARROS
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL (SCMS)
MARIA MARIANE DO NASCIMENTO TEODOSIO
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SOBRAL (SCMS)

Período de realização:
A estratégia foi realizada no mês de junho e julho de 2019, dividida em seis reuniões.

Objetivo da Experiência:
Equipe de enfermagem de uma unidade pediátrica.

Objetivos:
O propósito dos residentes multiprofissionais foi abordar o tema sobre infecção primária de corrente sanguínea e banho no leito.

Metodologia:
Relato de experiência qualitativo, realizado em um hospital escola da região norte do Ceará. Executando-se seis encontros com
as equipes da UTI Pediátrica, utilizou-se a dinâmica denominada Sinalização de Boas Práticas como método de ensino em serviço.
Foram entregues perguntas acerca do tema, a posteriori os profissionais classificaram-nas em verde, se ação sempre realizar;
amarelo, se exigisse atenção e vermelho, se não pudesse ser realizada. Por fim, as mesmas foram discutidas.

Resultados:
Mediante a participação dos profissionais do setor, notou-se uma mudança favorável na rotina, de acordo com o sugerido durante
a discussão das condutas ao final de cada dinâmica. Contamos ainda com um feedback positivo por parte dos profissionais sobre
a importância do tema na vivência e na prática clínica no serviço. Detivemos como desfecho o cumprimento do objetivo proposto,
o que resultou na melhor articulação das ações desenvolvidas.

Análise Crítica:
Constatou-se a necessidade de atualizações e reciclagens dos profissionais do referido setor, a respeito das temáticas “banho no
leito e infecção primária de corrente sanguínea”. Sendo assim, torna-se importante discutir temas rotineiros dentro da unidade
para que haja um melhoramento do cuidado e aprimoramento da assistência prestada, assim como também ressaltar a contribui-
ção dos residentes na elaboração das educações em saúde e troca de experiência.

Conclusões:
O conceito de educação em saúde envolve não só a aproximação da teoria com a prática, como também a permuta de saberes
entre diferentes categorias relacionados à alguns quesitos que provocam debate e diferentes formas de pensamento a respeito
do tema apontado. Trazendo assim, dinâmica e desenvoltura para expor um conteúdo técnico.

Referências:
Campos K. F. C., Educação permanente nos serviços de saúde, Escola Anna Nery, 2017, 21(4):e20160317.

Vendruscolo C., Produção do plano de educação permanente em saúde: relato de experiência no oeste catarinense, Cogitare
Enferm., 2015, jul/set; 20(3): 632-635.

Comunicação Oral Curta 221


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO


MÉDIO ACERCA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
JANICE OLIVEIRA FONTENELE BARCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARCOS VINICIUS DE SOUZA MARQUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CAMILA DE OLIVEIRA GREGÓRIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VENERANDA ILARISSE DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RAYANY RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
TIAGO SAMPAIO DOS REIS
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
3 de julho de 2019 na escola estadual do Piauí Barão de Gurguéia das 13:30 às 14:30h.

Objetivo da Experiência:
Conhecimento prévio dos alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola estadual de Teresina do Piauí sobre as principais
ISTs e do HIV.

Objetivos:
Avaliar o conhecimento dos estudantes a cerca do tratamento das IST´s e da transmissão do HIV através de um questionário, e
construir através da aula expositiva, conhecimento correto e essencial aos alunos, fazendo desta intervenção uma forma de pre-
venção para essa população potencialmente exposta.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, com 21 alunos do terceiro ano de uma escola de ensino médio em Teresina, em 3 de julho
de 2019, em que por aplicação de questionário avaliou-se o conhecimento deles sobre ISTS. Logo após, foi feita uma apresentação
com slides das IST´s mais prevalentes: HIV, Sífilis, herpes genital, condiloma e gonorreia, e reaplicado o questionário para compa-
rar o conhecimento prévio e o obtido na aula. Depois fez se a tabulação das respostas pré e pós aula por planilha.

Resultados:
Foram aplicados 21 questionários, com as seguintes perguntas: como tratar IST´s? 10%(2) responderam: uso de preservativo
e 90%(19): medicamento prescrito pelo médico. A segunda pergunta abordou como não se transmite o HIV,19% (4) responde-
ram: por sexo vaginal e 81% (17) por masturbação. Após a aula, foram reaplicados os questionários e todos responderam que o
tratamento para IST´s é medicamento prescrito pelo médico. Apenas 2 erraram como não se transmite o HIV, tendo os demais
acertado.

Análise Crítica:
Os estudantes mostraram conhecimento raso sobre o tema e a percepção sobre algumas questões importantes como o tratamen-
to das IST´s e a transmissão do HIV eram erradas, o que ratifica a importância dessa intervenção. Assim são essenciais mais ações
de educação em saúde ou uma nova abordagem do repasse de informações, já que ficou claro que o conhecimento dos jovens
ainda é deficitário e as políticas de educação em saúde, ainda insuficientes.

Conclusões:
É visível que os alunos possuem um déficit de conhecimento sobre o assunto, notada quando 10% deles erraram qual a forma

222 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

de tratar IST´s e 19% não souberam como não se transmite o HIV, vê-se que os alunos não aprendem o suficiente IST´s na escola.
Portanto, é essencial que o tema seja discutido mais efetivamente, e que hajam mais ações educativas, para que através disso
possamos prevenir as IST’S nesses alunos, que são uma faixa etária de risco.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Como é a prevenção das IST. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br, acessado em: 17 de Abril,
2017. 2016d

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT): Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexu-
almente Transmissíveis (IST). Brasília – DF, 2015.

Comunicação Oral Curta 223


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CAMPANHA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE EPILEPSIA


NOS POSTOS DE SAÚDE DE SOBRAL/CE, UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
ALANA PONTE CORREIA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCO DANILO BEZERRA MACEDO JÚNIOR
Universidade Federal do Ceará (UFC)
TATIELLE MARIA GONÇALVES NASCIMENTO
. Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A campanha foi realizada em 02 de abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
Conhecimento da população em geral sobre epilepsia.

Objetivos:
É sabido que a epilepsia é uma doença cercada de desconhecimentos e inverdades, sendo bastante estereotipada pela população
em geral. Sendo o objetivo da campanha, esclarecer para a população alguns mitos, firmar conhecimentos verdadeiros e diminuir
pré-conceitos que permeiam a doença.

Metodologia:
A campanha ocorreu no ambiente da sala de espera em 11 Postos de Saúde da Família de Sobral, participando os indivíduos
que estavam presentes no momento, homens e mulheres de variadas faixas etárias. Inicialmente foram levantadas perguntas de
sim ou não sobre epilepsia e crises convulsivas que logo após, eram explicadas. Em todo momento a população era incentivada
interagir. Ao final, foi feita uma breve explicação sobre o tema, além do que havia sido explanado durante o jogo de perguntas.

Resultados:
No decorrer da ação, ficou nítido o reduzido nível de conhecimento acerca do tema. A maioria dos participantes não sabia agir
corretamente ao presenciar uma crise e acreditava que a doença era de fundo psiquiátrico, relacionada com atraso do desenvol-
vimento mental e não uma doença neurológica. Evidenciou-se também um desconhecimento geral sobre fatores desencadeantes
de crises.

Análise Crítica:
Evidenciou-se que o conhecimento público acerca do tema é escasso e tem influência negativa e direta em questões como a
abordagem ao paciente com crise convulsiva e a estigmatização da pessoa com epilepsia. É notável a necessidade de mais ações
de conscientização sobre o assunto e a correta informação da população a fim de firmar conhecimentos verdadeiros e pertinen-
tes acerca do tópico e reforçar que pessoas com a doença devidamente controlada são capazes de levar a vida de forma normal.

Conclusões:
Apesar do conhecimento restrito dos participantes a respeito da epilepsia, a ação mostrou-se efetiva em seu propósito de levar
informação aos usuários do CSF. Existe um impacto negativo que o estigma relacionado a tal doença acarreta, principalmente na
condução em situações de crise. Ressalta-se a necessidade da implementação mais ações que proporcionem maior conhecimento
sobre a epilepsia.

Referências:
Yacubian, E.M.T. Conviver com a epilepsia. São Paulo: Hornet, 2010

Aminoff, Michael J.; Simon,Roger P.; Greenberg,David A. Neurologia Clínica - 8ª Ed. . Mcgraw Hill - Artmed, 2014

224 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM UMA UNIDADE DE


INTERNAMENTO PEDIÁTRICO
GERMANA BRAGA LOPES
Centro Universitário Inta (UNINTA)
DERIVÂNIA VIEIRA CASTELO BRANCO
Centro Universitário Inta (UNINTA)
JAMILA MARIA AZEVEDO AGUIAR
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CLARISSA DE MARIA TOMAS FARIAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ISABELLY OLIVEIRA FERREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
YANE MATOS MADEIRO
Centro Universitário Inta (UNINTA)

Período de realização:
A experiência aqui relatada realizou-se em maio de 2019 em três diferentes turnos.

Objetivo da Experiência:
O objeto da experiência é uma ação estratégica de educação permanente em saúde (EPS) para controle da Infecção Primária de
Corrente Sanguínea (IPCS).

Objetivos:
Descrever como se deu uma ação estratégica de educação permanente sobre o manejo seguro do cateter central de inserção pe-
riférica (PICC) e cateter central, envolvendo profissionais de nível técnico, atuantes em uma unidade de internamento pediátrico
de um hospital da Região Norte do estado do Ceará.

Metodologia:
A ação estratégica de educação permanente foi desenvolvida por enfermeiras e uma estudante de Enfermagem. Abrangeu todos
os técnicos de enfermagem do setor, realizando-se nos respectivos expedientes de trabalho. Constou de explanação oral com
recursos audiovisuais sobre dados de ocorrência de IPCS no Brasil, riscos para o paciente e modos seguros de evitá-la (BRASIL,
2017). Na ocasião, fez-se necessário redimensionar conhecimentos e sanar dúvidas do público-alvo. Avaliação processual.

Resultados:
Depois da ação estratégica em pauta, os resultados positivos veem sendo observados pela gestão do setor por meio de dois in-
dicadores principais: dos procedimentos diários dos técnicos de enfermagem na manipulação segura dos dispositivos de PICC e
cateter central, sobretudo, pelos consequentes índices de ocorrência de IPCS, registrados nas planilhas de gestão do setor: três
casos no início de 2019 e nenhum depois da ação aqui relatada, isto é, depois de maio último até a presente data.

Análise Crítica:
Os casos de IPCS ocorridos na clínica pediátrica no início de 2018, que motivaram a ação aqui relatada, confirmam os riscos da
internação hospitalar ao expor os pacientes a ocorrência de infecções relacionadas com procedimentos de assistência à saúde
(IRAS). Danski et al (2017) atestam a incidência da infecção primária da corrente sanguínea em pacientes com uso de cateter ve-
noso central, por tempo superior a 48 horas, sem evidência de outro foco infeccioso identificado.

Conclusões:
Os momentos de formação educativa realizadas com profissionais de saúde que prestam assistência direta a pacientes internados
em unidades hospitalares é uma ferramenta que potencializar boas práticas das medidas de prevenção de controle das infecções
hospitalares. Assim, recomenda-se a realização de momentos EPS nas unidades hospitalares, focalizando diferentes assuntos,
visando à garantia da segurança do paciente e assistência de qualidade.

Referências:
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITARIA. MEDEIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À
SAÚDE. BRASÍLIA: ANVISA, 2017.

DANSKI, M. T. R; PEDROLO ,E; BOOSTEL,R et al. CUSTOS DA INFECÇÃO RELACIONADA A CATETER VENOSO CENTRAL EM ADULTOS:
REVISÃO INTEGRATIVA.Rev. baiana enferm., Salvador, v. 31, n. 3, e18394, 2017.

Comunicação Oral Curta 225


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A IMPORTÂNCIA DE UMA METODOLOGIA PARA O


DESENVOLVIMENTO DA NATAÇÃO INFANTIL
FELIPE BASTOS MACIEL DA SILVA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JÔNIA TÍRCIA PARENTE JARDIM ALBUQUERQUE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANA RÁYRA FREIRE ALCÂNTARA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
Três meses.

Objetivo da Experiência:
Voltado para crianças praticantes de natação até 12 anos.

Objetivos:
Relatar como a metodologia de ensino na natação, ajuda no desenvolvimento e saúde da criança praticante, em que ao final de
cada período de três meses os professores relatam em uma avaliação escrita, o quanto as crianças evoluíram.

Metodologia:
A metodologia utilizada é dividida em quatro fases, cada fase é relacionada a um animal, a primeira é a estrela-do-mar (adaptação
ao meio líquido), a segunda é a tartaruga (deslocamento com pouca ajuda, nado “cachorrinho” e respiração), os terceiros o peixe
(crawl e costa, saltos e mergulhos) e a quarta fase o golfinho (nado peito e borboleta, independência no meio líquido). Dessa
forma, analisar e avaliar, como e em que velocidade as crianças evoluem, observando suas melhoras.

Resultados:
Utilizando a metodologia nas aulas, é possível observar que o desenvolvimento dos alunos são bem notáveis e rápidos, no entan-
to, como cada aluno possui um tempo de aprendizagem, alguns demoram mais que outros para evoluírem de nível, mas existe
uma média dentro dos três meses de análise, em que a grande maioria apresentou melhoras em vários aspectos, 7 em cada 10
alunos, passam para a próxima fase dentro desse período de tempo.

Análise Crítica:
Segundo Elkington (1977, apud MANSOLDO, 1986) a natação é considerada como uma atividade que contribui com o crescimento
e desenvolvimento infantil, através dos elementos: educação, disciplina, segurança, destreza, saúde e recreação. Uma metodo-
logia lúdica, indo para além do ensino dos quatro nados. A ideia é reforçada por Limonegelli (2006) ao dizer que não existe um
padrão de ensino na natação e, que o foco das aulas, não é a técnica dos nados, mas sim em ser capaz de ver o aluno por inteiro.

Conclusões:
As metodologias de ensino têm um papel fundamental no processo de incremento da autonomia do aluno na aprendizagem. Elas
incluem estratégias, técnicas e atividades voltadas a diferentes situações didáticas vivenciadas nas aulas, tendo como objetivo
oportunizar condições para que o aluno possa tomar os conhecimentos propostos. A técnica pela técnica é uma forma ultrapas-
sada de ensino, principalmente quando falamos de criança.

Referências:
LIMONEGELLI, Ana Martha de Almeida. Formação de Professores de Natação/ Educação Física: contribuições de princípios e con-
ceitos Wallonianos. Tese de Doutorado em Educação pela PUC/SP. São Paulo, 2006.

MANSOLDO, Antonio C. Estudo Comparativo da Eficiência do Aprendizado da Natação (estilo crawl) entre crianças de três a oito
anos de idade. Dissertação do Título de Mestre em Educação Física pela USP. São Paulo, 1986.

226 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CUIDADORES DE UMA


INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS
MATHEUS TAVARES FRANÇA DA SILVA
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
THAYNARA FERREIRA LOPES
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
MARIA BEATRIZ NUNES DE CARVALHO
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
GERALDO LUCAS ALVES MONTE
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
GERMANA PINHEIRO CORREIA LIMA
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
RHANNA EMANUELA FONTENELE LIMA DE CARVALHO
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)

Período de realização:
A atividade foi realizada em julho de 2019, no período da tarde.

Objetivo da Experiência:
Educação em saúde com cuidadores de uma Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI), sobre Incontinência Urinária e
cuidados com a pele.

Objetivos:
Relatar a experiência dos bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do
Ceará, durante uma atividade de educação em saúde com cuidadores de uma Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI),
sobre incontinência urinária e cuidados com a pele.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado pelos bolsistas do PET Enfermagem UECE. A educação
em saúde sobre incontinência urinária e cuidados com a pele do idoso foi realizada com três cuidadores da ILPI. Por meio de uma
roda de conversa, com duração de duas horas, em que foi utilizado um folder contendo mitos e verdades relacionados à temática.
Tal método valorizou os saberes que estes já possuíam, ressaltando as práticas corretas e desconstruindo as errôneas.

Resultados:
Identificou-se lacunas no conhecimento dos cuidadores quanto ao uso de fraldas geriátricas e aos processos da assistência aos
idosos institucionalizados que apresentavam algum tipo de incontinência. Condutas obsoletas ainda eram realizadas, como o uso
de talco após o banho para prevenção de dermatites, aplicação de óleo de girassol para hidratação da pele e irregularidade na
troca das fraldas.

Análise Crítica:
O déficit no conhecimento dos cuidadores sobre os cuidados da pele, associado ao uso indiscriminado de fraldas em idosos in-
continentes, reforça a necessidade de atualização constante das práticas de cuidado. Segundo Bitencourt, Alves e Santana (2018),
as fraldas para adultos são um exemplo de tecnologias incorporadas na assistência sem as devidas indicações de uso, tempo,
processo ou produtos adequados. Tal desatualização contribui para a ocorrência de lesões de pele e maior custo na assistência.

Conclusões:
Diante disso, ressalta-se que atividade de educação em saúde pôde proporcionar experiências proveitosas, tanto para os cuida-
dores - que puderam elucidar dúvidas sobre a temática abordada, quanto para os bolsistas, uma vez que a intervenção viabilizou
troca de experiências e agregou conhecimento. Dessa forma, busca-se a realização de outras ações semelhantes, a fim de estimu-
lar aprendizado entre os bolsistas PET e os participantes envolvidos.

Referências:
BITENCOURT, G. R; ALVES, L.A. F; SANTANA, R. F. Prática do uso de fraldas em adultos e idosos hospitalizados: estudo transversal.
Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 71, n. 2, p. 343-349, 2018. Disponível em: . Acesso em: 21 jul. 2019.

Comunicação Oral Curta 227


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO MÉDICA:


RELATO DE EXPERIÊNCIA ACADÊMICA DURANTE O PRIMEIRO
SEMESTRE EM FACULDADES FEDERAIS DO NORTE E DO
NORDESTE DO BRASIL
KARINA MARQUES DE MENDONCA
Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC)
SARA MARIA GOMES BIÉ
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
TAMIRES BARBOSA DA SILVA
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
LIA CAVALCANTE DE ARAÚJO
Faculdade Santa Maria
YURI DE ALMEIDA OLIVEIRA
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
TALITA PONTE MENDES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A experiência ocorreu no primeiro semestre de 2018, nos meses de março a julho.

Objetivo da Experiência:
Curso de Medicina de duas Faculdades Federais que utilizam a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem Based
Learning (PBL).

Objetivos:
Relatar a experiência acadêmica durante o primeiro semestre do curso de medicina, em duas Faculdades Federais, expondo os
benefícios que a metodologia ativa traz para a formação acadêmica em comparação aos modelos de ensino tradicional.

Metodologia:
A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) baseia-se na discussão de um problema em grupo, de modo a instigar a participa-
ção e a análise crítica pelos estudantes. No curso de medicina dessas faculdades, os estudantes foram divididos em grupos de 6 a
10 pessoas, sendo cada grupo orientado por um tutor que conduz a discussão e faz perguntas sobre o caso clínico discutido, além
de um coordenador e um secretário, que são dois estudantes, que também ajudam na condução da tutoria.

Resultados:
Constatou-se que esse tipo de metodologia ativa exigiu uma mínima interação e desenvoltura por parte dos estudantes, que
tinham o dever de expor os resultados dos seus estudos sobre o tema discutido para a obtenção de uma nota. Nas primeiras tuto-
rias, observou-se a preocupação e a hesitação dos alunos em abordar seu ponto de vista sobre o problema, mas depois tornou-se
prazeroso e competitivo debater em grupo e trazer informações relevantes sobre o assunto.

Análise Crítica:
Observou-se que a maioria estava adaptada ao processo de aprendizagem passivo ou tradicional, o que resultou na dificuldade
de adaptação no início do semestre, já que o estudante se colocava apenas como sujeito receptor. Porém, no decorrer do PBL,
os acadêmicos foram mostrando mais confiança e ousadia para falar em público e debater de forma crítica sobre o caso clínico
abordado. Isto é, todos foram agregando as características que os tornaram mais ativos no processo de aprendizagem.

Conclusões:
O processo de adaptação em metodologias ativas é distinto para cada aluno, mas é uma modalidade de ensino que o instiga a

228 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

se envolver com a discussão, ao ponto de desenvolver, desde cedo, um pensamento crítico e transformador. Por isso, é notória a
importância do uso de metodologias ativas na formação acadêmica, para que os estudantes se tornem ativos na busca do conhe-
cimento e tenham uma visão mais ampla sobre teoria e prática.

Referências:
FREITAS, Cilene Maria et al . Uso de metodologias ativas de aprendizagem para a educação na saúde: análise da produção científi-
ca. Trab. educ. saúde. Rio de Janeiro, v. 13, supl. 2, p. 117-130, 2015. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S1981-77462015000500117&lng=e n&nrm=iso. Acesso em: 25 jul. 2019.

LIMBERGER, Jane Beatriz. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem para educação farmacêutica: um relato de experiência.
Interface (Botucatu). Botucatu, v. 17, n. 47, p. 969-975, dez. 2013. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S1414-32832013000400020&lng=e n&nrm=iso. Acesso em: 25 jul. 2019.

Comunicação Oral Curta 229


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OTIMIZAÇÃO DO ESFORÇO FÍSICO NAS ATIVIDADES DIÁRIAS


DE PESSOAS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
MARIA JÚLIA BARBOSA MUNIZ
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
BIANCA IANNE CARLOS GONÇALVES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
LETÍCIA FONTENELE LIMA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SAIWORI DE JESUS SILVA BEZERRA DOS ANJOS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
VERA LUCIA MENDES DE PAULA PESSOA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A atividade educativa foi realizada em 21 de maio de 2018.

Objetivo da Experiência:
Realização de atividade educativa direcionada às pessoas com insuficiência cardíaca acerca da otimização do esforço físico nas
atividades diárias.

Objetivos:
Objetivou-se relatar a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem na realização de atividade educativa junto aos
pacientes com insuficiência cardíaca a fim de orientar aos participantes quanto à otimização do esforço físico em favor de uma
melhor qualidade de vida.

Metodologia:
Realizou-se atividade educativa na unidade de um hospital referência em Fortaleza-CE, com balões de água simulando o órgão
cardíaco, na qual solicitou-se ao participante para esticar o braço perpendicular ao corpo e apertar repetidamente o balão com o
punho fechado, o que demonstrou de forma lúdica a sobrecarga cardíaca na realização atividades rotineiras (das mais simples às
mais complexas). Ao final da atividade foi explicitado como o coração bombeia o sangue, utilizando um livro de anatomia.

Resultados:
A atividade teve uma avaliação satisfatória, pois o público em sua maioria era leigo sobre o assunto e, apesar de conviverem com
a insuficiência cardíaca há anos, ainda tinham dúvidas sobre a doença. Após a apresentação da dinâmica dos balões, foi realizada
uma breve explanação acerca do sistema cardiovascular, demonstrando guras em relevo no livro interativo de anatomia e com-
partilhado um momento de “tira dúvidas” entre os participantes: pacientes e cuidadores/acompanhantes.

Análise Crítica:
A finalidade da educação em saúde consiste em apoiar as pessoas a enfrentarem as situações diversas provocadas pelo agrava-
mento da condição cardíaca decorrentes da insuficiência cardíaca (Gonçalves, Albuquerque, 2014). Destarte, enfatiza-se a impor-
tância de intervenções dessa natureza como fundamentais para o tratamento da doença, pois permite ao paciente conhecer sobre
a própria situação e obter conhecimento para tomar decisões que potencializem seu autocuidado e a melhoria na qualidade de
vida.

Conclusões:
Essa atividade proporcionou um olhar diferenciado sobre as práticas do enfermeiro que influenciam na saúde do paciente, além
da perspectiva curativa. Ao destinar um momento para realizar essa intervenção educativa, pôde-se observar o impacto que esta
teve na atitude dos pacientes. Através da informação, eles serão capazes de distinguir atividades que piorem os sintomas da in-
suficiência, resultando em descompensação clínica.

Referências:
GONÇALVES, F. G; ALBUQUERQUE, D. C. Educação em saúde de pacientes portadores de insuficiência cardíaca. Rev enferm UERJ,
Rio de Janeiro, 2014 mai/jun; v.22, n.3, p. 422-428.

230 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM AS VISITADORAS DO


PROGRAMA CRIANÇA FELIZ DE SANTA QUITÉRIA - CE: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
MILENA GONÇALVES DA SILVA
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS )
ANTONIA ALANNE PAIVA BENDÔ
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS)
BENEDITA KAMILY OLIVEIRA MAGALHÃES
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS)
DENISE TAVARES DE MESQUITA TORRES
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS)
GLÍCIA MESQUITA MARTINIANO MENDONÇA
Programa de Pós-graduação Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde (UECE)
PALOMA MARIA ARAÚJO LOPES
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS)

Período de realização:
Os encontros aconteceram mensalmente de abril a junho de 2019, com duração de duas horas.

Objetivo da Experiência:
Vinte visitadoras do Programa Criança Feliz do município de Santa Quitéria – CE.

Objetivos:
- Instruir sobre os benefícios de uma alimentação saudável na gestação e puerpério. - Descrever a importância do aleitamento
materno e uma introdução alimentar adequada para o desenvolvimento da criança.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência sobre a capacitação das visitadoras do Programa Criança Feliz no município de Santa Quitéria
– CE. As ações foram realizadas através de palestras, dinâmicas e rodas de conversa, com abordagem de temas como pré-natal,
alimentação saudável da gestante e puérpera, aleitamento materno e introdução alimentar.

Resultados:
De acordo com os temas discutidos foi possível observar interesse das visitadoras em compartilhar suas vivências e ânimo para a
obtenção de conhecimento. Durante os encontros foram relatados casos de inúmeras famílias, com o intuito de buscar a melhor
estratégia de levar orientações. As visitadoras se mostraram participativas durante os encontros elaborando questionamentos
relacionados aos temas e analisando como poderiam utilizar o conhecimento adquirido com as famílias.

Análise Crítica:
Essas ações de educação em saúde buscam capacitar os profissionais que mantem contato direto com a comunidade, para repas-
sar conhecimentos básicos de como agir em determinadas situações cotidianas durante a gestação e puerpério. Este período para
algumas pessoas é cercado de dúvidas e recebe um aglomerado de opiniões leigas. O intuito é proporcionar o aumento de pessoas
que recebem informações fidedignas e busca de apoio em profissionais adequados para os devidos esclarecimentos.

Conclusões:
Observa-se um fortalecimento de vínculos e trocas de conhecimentos entre profissionais através das ações de educação em
saúde. Torna-se necessário trabalhar as individualidades de cada sujeito, evitando que os processos sejam comparados, com o
intuito de enaltecer ou diminuir a evolução do outro. Sendo assim, é de suma importância articular atividades e meios de repassar
conhecimento, respeitando a vivência de cada família.

Referências:
BRASILIA, A intersetorialidade na visita domiciliar. Programa Criança Feliz. Ed. 2017.

Comunicação Oral Curta 231


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL COMO FORTALECIMENTO DA


SEGURANÇA E QUALIDADE DOS PROCESSOS: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
KAREN SABÓIA ARAGÃO E SILVA
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
LADY ROSANY SILVA ALMEIDA VENÂNCIO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
LADY ROSANY SILVA ALMEIDA VENÂNCIO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
PAULO JOSÉ DE MEDEIROS
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
RAÍLA SOUTO PINTO MENEZES
Hemocentro Regional de Sobral (HRS)
JOÃO HENRIQUE VASCONCELOS CAVALCANTE
Hemocentro Regional de Sobral (HRS)

Período de realização:
O estudo foi realizado no período de maio de 2019 em um Hemocentro Regional do Ceará.

Objetivo da Experiência:
Colaboradores do Hemocentro Regional de Sobral (HRS) que realizam notificações de não conformidades.

Objetivos:
Capacitar aos colaboradores do HRS no seguimento aos relatórios de não conformidades. Não conformidade é o não atendimento
aos requisitos solicitados, definidos, regulamentados, ou ainda, contratados, nos produtos produzidos ou serviços prestados,
conceito esse definido pela ISO 9001 (ABNT, 2015).

Metodologia:
Estudo do tipo relato de experiência, descritivo, realizado com base na utilização dos relatórios de não conformidades, um for-
mulário padronizado do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) da hemorrede estadual do Ceará. Em maio deste, foi realizada
uma oficina com 18 colaboradores para discussão das tratativas aos relatórios de não-conformidades. Foram divididos 2 grupos e
analisadas 4 não conformidades fictícias. Após o primeiro momento, foi aberto para argumentação e troca de experiências.

Resultados:
A análise das não conformidades faz parte dos processos de segurança no uso do sangue. Durante a oficina, os participantes
expressaram suas dificuldades desde a compreensão do que seria uma não conformidade, análise de causa raiz, assim como a
identificação dos responsáveis pela execução da mesma. A intervenção permitiu redefinir os fluxos das tratativas aos relatórios de
não conformidades, viabilizando a garantia de um serviço de excelência através de uma assistência segura.

Análise Crítica:
As atividades e ações desenvolvidas ampliaram a consciência dos participantes quanto a busca contínua de oportunidades de
melhoria, havido uma superação de barreiras a partir da desmitificação do próprio conceito de não conformidade. Assim como,
uma maior aproximação no uso das ferramentas da qualidade e a necessidade do trabalho em equipe para a eficiência do serviço.

Conclusões:
Diante do estudo proposto constatou-se que a capacitação profissional faz com que os colaboradores treinados adquiriram novas
habilidades e melhorem seu desempenho em suas funções, possibilitando uma crescente busca na melhoria e aprimoramento
dos processos de trabalho.

Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001:2015: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos, 2015

232 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERVENÇÃO SOBRE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM


PACIENTES E ACOMPANHANTES DE UM HOSPITAL DE
REFERÊNCIA EM CARDIOLOGIA DE FORTALEZA- CE: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
LAÍS VITÓRIA ARAÚJO DA SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
APARECIDA IARA BEZERRA PINHEIRO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
JORDANA MARJORIE BARBOSA DO NASCIMENTO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
TAYNAN DA COSTA ALVES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANA THALINI ARAÚJO DA SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
VERA MENDES PESSOA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A intervenção ocorreu no dia 14 de maio de 2018.

Objetivo da Experiência:
Tecnologia educativa e metodologias ativas utilizadas para apropriação do conhecimento de pacientes e acompanhantes acerca
da Insuficiência Cardíaca.

Objetivos:
Relatar a experiência de acadêmicas de Enfermagem em uma intervenção sobre Insuficiência Cardíaca desenvolvida em um Hos-
pital de referência em Fortaleza - CE, durante a disciplina de Saúde do Adulto em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará.

Metodologia:
Foi elaborado um folder pelas autoras, com os seguintes tópicos: definição, fatores de risco cardíaco e sinais e sintomas; além
desse material, foi utilizado um painel com imagens, onde cada tópico abordado era explicado e exemplificado pelas figuras. Em-
pregou-se um quiz de mitos e verdades, no qual foram apresentadas algumas afirmações a respeito da Insuficiência Cardíaca e os
participantes responderam a partir dos conhecimentos que possuíam acerca da temática em questão.

Resultados:
Por meio da intervenção podemos perceber a curiosidade e necessidade de conhecimento sobre o tema que alguns pacientes e
acompanhantes possuíam. Além disso, foram identificados déficits acerca de hábitos de autocuidado, como desconhecimento da
importância de utilizar as medicações conforme prescrito, da adoção de métodos não farmacológicos para alívio da dor, a partição
de exercícios físicos adequados para a sua condição e hábitos alimentares que podem auxiliar na prevenção de complicações.

Análise Crítica:
A Insuficiência Cardíaca é uma síndrome clínica complexa, na qual ocorre uma modificação da função cardíaca e que afeta mais
de 23 milhões de pessoas no mundo, sendo considerado um grave problema de saúde pública (SBC, 2018). Devido a isso, é neces-
sário que ocorram atividades de educação em saúde a fim de prevenir a sua ocorrência e suas complicações, nos casos em que o
indivíduo já está em situação de adoecimento cardíaco.

Conclusões:
Portanto, é notório a importância de abordar a educação em saúde com a população, pois através da mesma é possível denotar

Comunicação Oral Curta 233


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

a importância de diversos temas e assuntos relevantes para a saúde, introduzindo informação e saberes pertinentes às proble-
máticas da comunidade. Desse modo, a insuficiência cardíaca é uma síndrome que afeta amplas áreas da vida de um portador,
elencando diversas complicações que dificultam o seguimento da qualidade de vida.

Referências:
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq. Bras. Cardiol.,v. 111,
n. 3, p. 436-539, 2018.

234 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REALIZAÇÃO DE AÇÃO EDUCATIVA E PREVENTIVA DE


CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O CÂNCER DE PELE EM SOBRAL
RAYANY RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
CAMILA DE OLIVEIRA GREGÓRIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JANICE OLIVEIRA FONTENELE BARCELOS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VENERANDA ILARISSE DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
De 23 a 27 de abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
Realizar uma ação educativa sobre o câncer de pele com os transeuntes do Beco do Cotovelo localizado no bairro Centro da cidade
de Sobral-Ceará.

Objetivos:
Relatar a experiência de uma ação educativa voltada para a promoção de saúde coletiva e prevenção do câncer de pele por meio
da abordagem realizada por uma Liga Acadêmica de Extensão proporcionando a participação da comunidade nesse processo.

Metodologia:
Inicialmente foi realizada uma capacitação dos ligantes no dia 23 de abril, com a abordagem dos principais tópicos sobre o as-
sunto. A ação educativa ocorreu no dia 27 abril, houve distribuição de panfletos educativos, seguida da explicação sobre o tema,
além do uso de fotos comparativas para identificação de lesões suspeitas de malignidade, na ocasião também foi ofertado o uso
do protetor solar. A ação findou-se com a aplicação de um questionário sobre os hábitos de exposição e proteção solar.

Resultados:
Durante a realização da ação foi possível esclarecer à comunidade dúvidas simples, mas de extrema importância para população,
tais como as consequências da exposição solar, a importância do uso de fotoproteção, o horário mais adequado para a exposição
solar, a importância do diagnóstico precoce e como identificar lesões suspeitas de pele. Na ocasião também foi orientada a pro-
cura do Sistema de Saúde na presença de quaisquer lesões suspeitas e incentivado o uso do protetor solar.

Análise Crítica:
A população reconhece os danos que a exposição solar pode acarretar, no entanto ainda se expõe de maneira excessiva ao sol e
em horários inadequados, haja vista a ocupação laboral dos participantes; quanto ao uso do protetor solar, metade admite nunca
usar. Um fator que pode ser determinante ao uso do protetor solar é o seu custo elevado, haja vista que mais da metade da po-
pulação participante, segundo dados coletados a partir dos questionários, tinha renda de um salário mínimo.

Conclusões:
É necessário investir em ações de promoção em saúde, usando estratégias que tenham uma maior participação da comunidade,
essas ações que visam informar são imprescindíveis para garantir a participação efetiva da população no processo de saúde/cui-
dado e podem inclusive ajudar na realização de um diagnóstico precoce. Outro fator importante para a promoção da saúde seria
a redução dos custos dos protetores solares, tornando-os acessíveis a todos.

Referências:
ANTUNES, R. C. P. Recomendações atuais na prevenção do câncer no Brasil. Prática Hospitalar, v25. P. 25-30, 2003

BRASIL Instituto Nacional do Câncer (INCA). Dezembro Laranja. Brasília: Ministério da Saúde.·.Disponível em:< https://www.inca.
gov.br/campanhas/cancer-de-pele/2018/dezembrolaranja-proteja-se-do-ca ncer-de-pele> [Homepage]. [Acesso 30 Jun 2019]

Comunicação Oral Curta 235


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A INFLUÊNCIA DO FISIOTERAPEUTA NA QUALIDADE DE VIDA


DE GESTANTES: REVISÃO INTEGRATIVA
TAINARA PAULINO DAMASCENO
Centro Universitário (UNINTA)
REGINA MÁRCIA RAMOS FÉLIX
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARA DAYANNE ALVES RIBEIRO
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Introdução:
O surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS) vem modificando distintas concepções e projetos referentes aos métodos assis-
tências antes empregadas. No que contempla a ação das profissões, vem crescendo a discussão em volta da indispensabilidade
da adequação dos profissionais na saúde da população (BISPO JUNIOR, 2010). A fisioterapia vem ganhando espaço em todas as
atenções e apesar de ser vista como uma profissão reabilitadora, ela vem desenvolvendo novas condições para que a saúde me-
lhore, integrando-se na atenção primária, adaptando-se a um novo conceito de fazer saúde. Focando na promoção, prevenção e
recuperação, fazendo isso sobre um novo olhar, o da saúde coletiva (DELAI e WISNIEWSKI, 2011). A atenção à saúde das mulheres
é indispensável em diversos períodos de suas vidas, supondo assim, que o contínuo esforço para uma análise mais ampliada,
que torne mais resolutivo a atenção de cuidados as mulheres e que conserve a responsabilidade com a promoção e prevenção
em saúde. Identificar as particularidades decorrentes do período gestacional pode proporcionar um novo modo de cuidado na
atenção primária (PIO e OLIVEIRA, 2014).

Objetivos:
Descrever a atuação do fisioterapeuta na qualidade de vida de mulheres no período gestacional, enfatizando as alterações fisio-
patológicas decorrentes desse momento.

Metodologia:
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa, realizada com a finalidade de levantar um debate sobre a saúde da mulher
gestante, onde ocorrem muitas mudanças, tanto físicas como psicológicas. Foram utilizados como fontes de referências os ban-
cos de dados do Scielo, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Lilacs e Pubmed através dos seguintes descritores: Saúde da mulher,
atenção primária a saúde e fisioterapia na gestação. A literatura consultada foi publicada no período de 2010 a 2019, nos idiomas
Português, Inglês e Espanhol. Utilizamos para a elaboração deste trabalho dez referências. A pesquisa foi realizada entre os me-
ses de janeiro de 2019 a julho de 2019, resultando no presente manuscrito de revisão integrativa. A procura dos artigos avaliou
os consequentes critérios de inclusão: estudos disponíveis na íntegra, publicações originais, analisando o material do estudo e o
protocolo de revisão organizado. A pesquisa avaliou como critérios de exclusão os artigos repetidos, artigos não acessíveis em
texto completo, artigos que não abordaram claramente o tema deste estudo, monografias e artigos divulgados fora do período de
análise. Os textos foram avaliados e resumidos de forma crítica, a fim de tratar as informações conseguidas que correspondam
especificamente ao assunto desejado para compor esta revisão.

Resultados:
Diante das análises dos artigos selecionados, identificou-se a expansão na atenção e no atendimento voltado para as gestantes,
promovendo melhorias de saúde para essas pessoas na atenção pré-natal. Porém, há grandes desafios para serem enfrentados,
envolvendo as desigualdades regionais e populacionais presentes nos dados referentes à disponibilidade de estrutura adequada
ao atendimento de alta e média complexidade (COSTA et. al., 2014). Nesse processo é fundamental que o fisioterapeuta esteja
presente para oferecer resultados significativos, sendo que estes profissionais estão habilitados a intervir na prevenção de doen-
ças, tratamentos, na referência e contrarreferência e na educação e promoção à saúde, sendo esta última a base prioritária em
saúde pública (NAVES, BRICK, 2011). Além disso, o profissional fisioterapeuta deve atuar junto com a equipe de saúde, intervindo
e desenvolvendo ações físicos e para as gestantes, através de protocolos de exercícios e educação em saúde, proporcionando

236 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

bem-estar físico e mental (DALVI et. al., 2010). O fisioterapeuta na Atenção Básica irá promover promoção e proteção de saúde
no atendimento à gestantes na fase do pré-natal, ajudando o acesso das gestantes nas políticas e ações em saúde, favorecendo
seu bem estar físico, mental e social (CASTRO E FRACOLLI 2013). Neste contexto, o profissional fisioterapeuta tem competência
técnica para estar inserido em diversas áreas e em serviços de proteção básica (MAIA, CASTRO, 2013).

Conclusões:
A inserção do fisioterapeuta na saúde das gestantes proporciona diversos benefícios, melhorando seu bem-estar, eliminando ou
reduzindo doenças ou limitações. Sendo assim, a assistência fisioterápica na Atenção Básica voltada à saúde das gestantes pro-
move maior segurança e reduz as taxas de morbidade e mortalidade materno infantil.

Referências:
BISPO JÚNIOR JOSÉ PATRÍCIO. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais. Ciênc. saúde coleti-
va. v. 15. n. 1, 1627-1636, 2010

CASTRO, D. F. A., FRACOLLI, L. A. Qualidade de vida e promoção da saúde: em foco as gestantes. O Mundo da Saúde, São Paulo, v.
37, n. 02, p. 159-165, 2013.

COSTA E SILVA SP, PRATES RCG, CAMPELO BQA. Parto normal ou cesariana? Fatores que influenciam na escolha da gestante. Revis-
ta de Enfermagem da UFSM. v. 4, n. 1, p. 1-9, 2014.

COSTA, G. D.; COTTA, R. M. M.; REIS, J. R. R.; BATISTA R. S.; GOMES, A.P. G.; FRANCESCHINI, S. C. C. Avaliação do cuidado à saúde
da gestante no contexto do Programa Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva v. 14, n. 1, p. 1347-1357, 2014.

Comunicação Oral Curta 237


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A ATUAÇÃO DO GRUPO TUTORIAL 5 DO PET – SAÚDE


/ INTERPROFISSIONALIDADE SOBRAL: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
REBECA PAIVA BEZERRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ROBERTA CAVALCANTE MUNIZ LIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
KARLA DA SILVA MACHADO
Universidade Federak do Piauí (UFPI)
ANTONIA CRISTIANE FERREIRA TORRES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CAIO CARREIRO TORRES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
As atividades realizadas foram desenvolvidas no período de abril a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Atividades realizadas nos três primeiros meses de atuação do grupo tutorial 5 do PET- Saúde /Interprofissionalidade.

Objetivos:
Relatar as atividades realizadas pelo grupo tutorial 5; Apresentar os instrumentais produzidos pelo grupo; Apontar o aprendizado
adquirido até o momento.

Metodologia:
As atividades exibidas foram desenvolvidas pelo grupo tutorial 5 no eixo Adequação dos Cursos de Graduação às Diretrizes Curri-
culares Nacionais, com Ênfase na Interprofissionalidade, composto por nove alunos monitores dos cursos de Medicina, Psicologia,
Educação Física, Odontologia e Enfermagem, quatro preceptoras profissionais da rede municipal de saúde e duas professoras
tutoras. Os dados apresentados foram extraídos das atas das reuniões do grupo e dos diários de atividades dos integrantes.

Resultados:
Dentre os resultados obtidos estão: a organização de um cronograma de reuniões coletivas e estudos individuais; a construção
de uma matriz curricular dos cursos envolvidos através do estudo dos respectivos Projetos Político Pedagógicos, onde se elencou
disciplinas com potencialidade para a educação interprofissional; elaboração de biblioteca online e formulação de instrumentos
de controle de atividades como relatórios de atividades, fichas de controle, atas de reuniões e lista de frequências.

Análise Crítica:
A vivência de aprendizagem na EIP é reconhecida como promotora do desenvolvimento de competências para a prática colabora-
tiva. A atuação do grupo PET sinaliza o desafio que é reunir alunos e colaboradores dos diferentes núcleos de saber na construção
compartilhada de instrumentos de intervenção. As atividades apresentadas descrevem a oportunidade singular de trocar, ampliar
olhares e projetar novos caminhos na formação de profissionais de saúde melhor preparados para práticas compartilhadas.

Conclusões:
Conclui-se que, a socialização das vivências apresentadas pelo grupo tutorial 5 do PET-Saúde Interprofissionalidade é de demasia-
da importância para o repasse de aprendizados, experiências e instrumentalizações, viabilizando uma melhor compreensão de
políticas e metodologias a serem introduzidas e utilizadas no âmbito da saúde, de acordo com os conceitos trabalhados e discuti-
dos pelo grupo tutorial 5, baseando-se contexto da EIP.

Referências:
Batista N. A. Educação interprofissional em saúde: concepções e práticas. Cad. FNEPAS 2012.

Peduzzi M, Norman IJ, Germani ACCG, Silva JAM, Souza GC. Educação interprofissional: formação de profissionais de saúde para
o trabalho em equipe com foco nos usuários. Rev Esc Enferm. USP 2013; 47(4):977-83.

Peduzzi M. O SUS é interprofissional. Interface (Botucatu). Interface. 2016; 20(56):199-201.

238 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO MÉDICA:


RELATO DE EXPERIÊNCIA ACADÊMICA DURANTE O PRIMEIRO
SEMESTRE EM FACULDADES FEDERAIS DO NORTE E DO
NORDESTE DO BRASIL
SANDRINY MARIA DE ALMEIDA OLIVEIRA
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
SARA MARIA GOMES BIÉ
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
DAVID TORRES DE SOUZA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LIA CAVALCANTE DE ARAÚJO
Faculdade Santa Maria
YURI DE ALMEIDA OLIVEIRA
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
TALITA PONTE MENDES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A experiência ocorreu no primeiro semestre de 2018, nos meses de março a julho.

Objetivo da Experiência:
Curso de Medicina de duas Faculdades Federais que utilizam a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem Based
Learning (PBL).

Objetivos:
Relatar a experiência acadêmica durante o primeiro semestre do curso de medicina, em duas Faculdades Federais, expondo os
benefícios que a metodologia ativa traz para a formação acadêmica em comparação aos modelos de ensino tradicional.

Metodologia:
A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) baseia-se na discussão de um problema em grupo, de modo a instigar a participa-
ção e a análise crítica pelos estudantes. No curso de Medicina dessas faculdades, os estudantes foram divididos em grupos de 6 a
10 pessoas, sendo cada grupo orientado por um tutor que conduz a discussão e faz perguntas sobre o caso clínico discutido, além
de um coordenador e um secretário, que são dois estudantes, que também ajudam na condução da tutoria.

Resultados:
Constatou-se que esse tipo de metodologia ativa exigiu uma mínima interação e desenvoltura por parte dos estudantes, que
tinham o dever de expor os resultados dos seus estudos sobre o tema discutido para a obtenção de uma nota. Nas primeiras tuto-
rias, observou-se a preocupação e a hesitação dos alunos em abordar seu ponto de vista sobre o problema, mas depois tornou-se
prazeroso e competitivo debater em grupo e trazer informações relevantes sobre o assunto.

Análise Crítica:
Observou-se que a maioria estava adaptada ao processo de aprendizagem passivo ou tradicional, o que resultou na dificuldade
de adaptação no início do semestre, já que o estudante se colocava apenas como sujeito receptor. Porém no decorrer do PBL, os
acadêmicos foram mostrando mais confiança e ousadia para falar em público e debater de forma crítica sobre o caso clínico abor-
dado. Isto é, todos foram agregando as características que os tornaram mais ativos no processo de aprendizagem.

Conclusões:
O processo de adaptação em metodologias ativas é distinto para cada aluno, mas é uma modalidade de ensino que o instiga a
se envolver com a discussão, ao ponto de desenvolver, desde cedo, um pensamento crítico e transformador. Por isso, é notória a

Comunicação Oral Curta 239


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

importância do uso de metodologias ativas na formação acadêmica, para que os estudantes se tornem ativos na busca do conhe-
cimento e tenham uma visão mais ampla sobre teoria e prática.

Referências:
FREITAS, Cilene Maria et al . Uso de metodologias ativas de aprendizagem para a educação na saúde: análise da produção científi-
ca. Trab. educ. saúde. Rio de Janeiro, v. 13, supl. 2, p. 117-130, 2015. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S1981-77462015000500117&lng=e n&nrm=iso. Acesso em: 25 jul. 2019.

LIMBERGER, Jane Beatriz. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem para educação farmacêutica: um relato de experiência.
Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 17, n. 47, p. 969-975, dez. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?s-
cript=sci_arttext&pid=S1414-32832013000400020&lng=e n&nrm=iso. Acesso em: 25 jul. 2019.

240 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONSUMO DE DROGAS NA ESCOLA: ANÁLISE DE


UM CONTEXTO
TATIANE DE SOUSA PAIVA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
GLEISSON FERREIRA LIMA
Residência Multiprofissional em Saúde Mental-ESFS Sobral-Ceara
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARIANA RODRIGUES BEZERRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
JOYCE MAZZA NUNES ARAGÃO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O consumo abusivo de substâncias psicoativas e sua dependência podem ser considerados como um grave problema de saúde
pública. No ano de 2012, entre 162 a 324 milhões de indivíduos com faixa etária entre 15 a 64 anos, consumiram pelo menos uma
vez drogas ilícitas. Além disso, estima-se 16 a 39 milhões dependentes e 183 mil mortes relacionadas a esse agravo (SILVA, et al,
2018).

Objetivos:
Realizar um diagnóstico sobre o consumo de droga na escola Y tendo como parâmetro o ASSIST - OMS Vs3.1.

Metodologia:
Estudo exploratório, descritivo com abordagem quantitativa, realizado na Escola de Ensino Fundamental e Médio Profa. Carmo-
sina Ferreira Gomes, com alunos regularmente matriculados e frequentado as aulas. A coleta dos dados aconteceu entre março
a maio de 2019 com a aplicação do Questionário para triagem do uso de álcool, tabaco e outras substâncias ASSIST - OMS Vs3.1.
É um questionário estruturado contendo oito questões sobre o uso de nove classes de substâncias psicoativas (tabaco, álcool,
maconha, cocaína, estimulantes, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos).

Resultados:
A amostra foi composta por 245 estudantes, quanto ao sexo 54,6% masculino e 45,31% feminino. Quanto ao uso da substância
pelo menos uma vez na vida, 60.4% afirmaram já terem consumido álcool, 29,8% maconha, 18,4%. tabaco, 15,5% inalantes, 6,5%
hipnóticos, 5,3% cocaína, 3,6% êxtase, 2,4% alucinógenos, 0,81% opiodes e 1,6% as outras substâncias. Durante os três últimos
meses, 7,75 % afirmaram usar diariamente maconha, 2,44% bebidas alcoólicas e 1,22% derivados de tabaco. Ademais, 8,97% já
apresentaram desejo ou urgências em consumir substâncias psicoativas, 45,71% já tentaram controlar, diminuir ou parar o uso de
substâncias, porém não conseguiu, e 0,82% já usaram drogas injetáveis.

Conclusões:
Os alunos revelaram as substâncias que já experimentaram, e este diagnóstico é a melhor ferramenta para planejar intervenções
dentro da escola. Ressalta-se a relevância do desenvolvimento de pesquisas com adolescentes do ensino médio. Salienta-se que,
embora o uso substâncias psicoativas esteja associado a prejuízos escolares, deve-se intervir com promoção a saúde com esse
público, para que assim ocorra adesão escolar e os jovens não usem drogas.

Referências:
SILVA, Érika Barbosa de Oliveira; PEREIRA, Adriana Lenho de Figueiredo; PENNA, Lúcia Helena Garcia. Estereótipos de gênero no
cuidado psicossocial das usuárias de cocaína e crack. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 5, e00110317, 2018 . Available
from. access on 14 July 2018. Epub May 10, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00110317.

Comunicação Oral Curta 241


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE


DA POLICLÍNICA CORONEL LIBÓRIO GOMES DA SILVA:
HUMANIZAÇÃO
HERBERT COELHO DE SOUZA JUNIOR
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
DÁRIO DA SILVA MOTA
Policlínica Cel Libório Gomes da Silva
FERNANDO MAGALHÃES ANGELIM
Consórcio Público de Saúde da Microrregião de Camocim
GILMARA DE SOUSA SOTERO
Policlínica Cel Libório Gomes da Silva
MARIA EULÁLIA MOREIRA ANGELIM
Policlínica Cel Libório Gomes da Silva
MORGANA MAGALHÃES DA PENHA
Policlínica Cel Libório Gomes da Silva

Período de realização:
O momento de educação permanente foi realizado no mês de julho de 2019, no período da manhã.

Objetivo da Experiência:
Profissionais da Policlínica Coronel Libório Gomes da Silva tais como, serviços gerias, vigias, recepcionistas, enfermeiros, técnicos
de enfermagem.

Objetivos:
Capacitar os profissionais da Unidade no que se refere à humanização, com a finalidade de qualificar os mesmos, visando à cons-
trução de um atendimento ético e humanizado.

Metodologia:
Esta pesquisa consistiu em um relato de experiência que descreve um momento de Educação Permanente (EP) voltado para
humanização, na forma de como tratar o cliente, usuário do SUS. Trata-se de um olhar qualitativo, que abordou a problemática
desenhada a partir de métodos observacionais. O momento foi realizado na Policlínica Coronel Libório Gomes da Silva, localizado
na cidade de Camocim-CE, sendo autorizado pela direção, realizado pelos profissionais de enfermagem da Unidade.

Resultados:
Foram convocados para o momento todos os profissionais que teriam contato direto ou indireto com o usuário. A apresentação
aconteceu na forma de slides, onde foi descrito a definição de humanização, diferença entre educação permanente e educação
em saúde, motivo da realização do momento com esse tema. E por fim como abordar o usuário. Após a apresentação, abriu-se
um momento para sugestões e dicas.

Análise Crítica:
De acordo com os próprios profissionais que participaram da Educação Permanente, o momento foi de suma importância para
saber a melhor forma de como abordar o cliente, esse que muitas vezes vem fragilizado, necessitando de um cuidado. O ato de
ser bem recepcionado é mais do que direito do usuário. Profissionais dos serviços gerais, por exemplo, sabem que têm um contato
menor com o usuário, contudo a humanização tem de ser repassada para todos os profissionais que trabalhe no serviço de saúde.

Conclusões:
Os profissionais avaliaram positivamente a experiência e sugeriram outros temas para próximas apresentações, não apenas Edu-
cação Permanente, mas também Educação em saúde abordando os usuários da Unidade, com temas de acordo com as especiali-
dades que são realizadas. Momentos como esse, habilita o profissional como todo, pois os profissionais de saúde sempre tem de
está se atualizados para a melhoria da qualidade e assistência.

Referências:
Ministério da Saúde. Secretaria executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: Humaniza SUS:
Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias
do SUS, Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004 acesso em: 20/07/2019, disponibilizado em: http://www.scielo.br/scielo.php?s-
cript=sci_arttext&pid=S0034-71672013000400015

242 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A GAMEFICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM NA


EDUCAÇÃO MÉDICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
VITÓRIA SANTO DA SILVA
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
LUIS GUSTAVO MACEDO SOBREIRA DA SILVA
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
LORRANY JUNIA LOPES DE LIMA
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
WELLEN ZANE NUNES ANDRADE
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
MARIA AUGUSTA VASCONCELOS PALÁCIO
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
IUKARY TAKENAMI
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

Período de realização:
A atividade desenvolvida foi realizada no dia 29 de maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Aplicação de um jogo sobre Hepatites Virais para discentes do quarto período da graduação em medicina.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco, campus Paulo
Afonso, durante a aplicação do jogo, bem como discutir o uso da gameficação como ferramenta educacional efetiva e estimulado-
ra do aprendizado e participação ativa.

Metodologia:
O jogo intitulado Hepatitis Game é composto por um tabuleiro, 65 perguntas, cinco peões, um dado e cartas de penalidades e
bonificação. As 35 casas foram estratificadas em cinco partes, as quais abordavam dados sobre o agente etiológico e os fatores
relacionados aos pacientes infectados pelos vírus da Hepatite. As cinco equipes formadas deveriam chegar juntas ao ponto “tra-
tamento e/ou cura” em um período de duas horas.

Resultados:
Durante a realização do jogo notou-se a grande participação dos 32 discentes, interação e motivação para a realização da ativi-
dade. Os estudantes mostraram-se atentos e não ocorreu fuga do tema para outro assunto que não fosse o conteúdo do jogo. No
início, houve certa competitividade, porém no final da atividade ficou perceptível que aqueles que errassem ou não respondes-
sem alguma questão deveriam também ser ajudados para que todos avançassem no jogo.

Análise Crítica:
Essa estratégia de ensino possibilita aos discentes do ensino superior a aprendizagem dinâmica por um método que os instiga a
solucionar perguntas e situações de forma holística, promovendo a participação ativa1. As regras permitem estabelecer comuni-
cação com outras equipes, estruturando coletivamente o conhecimento. Ademais, estimula qualidades necessárias ao trabalho
em grupo, como escuta ativa, confiança, comunicação e flexibilidade2-3.

Conclusões:
Compreende-se que a estratégia de gameficação por meio do Hepatitis Game possibilitou trabalhar o conteúdo de forma efetiva
por expressar situações práticas e contextualizadas, que permitem uma construção ampla do conhecimento relacionado à aten-
ção integral à saúde.

Referências:
Farias PAM de; Martin ALAR Cristo CS. Aprendizagem Ativa na Educação em Saúde: Percurso Histórico e Aplicações. Rev Bras Educ
Méd 2015;39(1)143–150.

Gurgel PC, Fernandes MC. Jogos educacionais no ensino da enfermagem em saúde coletiva: relato de experiência. Rev enferm
UFPE on line. 2015;9(9)9320-3.

Shaw GL, Ribeiro MSS. Games no ensino de ciências: desafios e possibilidades. REVASF 2014; 4(6)98-110.

Comunicação Oral Curta 243


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

NECESSIDADE DE EDUCAÇÃO PERMANENTE SOBRE SAÚDE DO


HOMEM PARA OS PROFISISONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
JOSÉ CARLOS ARAÚJO FONTENELE
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VIVIANE OLIVEIRA MENDES CAVALCANTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
SILVINHA DE SOUSA VASCONCELOS COSTA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
SANAYLA MARIA ALBUQUERQUE QUEIROZ
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA SELMARA ALBUQUERQUE QUEIROZ
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Introdução:
Dentre as mudanças e acontecimentos voltados para a promoção da saúde do homem no Brasil, a necessidade emergente de
se modificar o papel das profissões da área da saúde quanto ao desenvolvimento de ações direcionadas ao grupo populacional
masculino, fez o Ministério da Saúde (MS) desenvolver a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) em
2008 (SCHWARZ et al., 2012).

Objetivos:
Relatar a necessidade de qualificação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para o cuidado integral à Saúde do homem.

Metodologia:
Trata-se de um estudo exploratório, de intervenção, descritivo e de abordagem qualitativa, realizado no Centro de Saúde da
Família (CSF) Junco, realizado a partir de um recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família, vinculado a Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia, intitulado “Saúde do homem: processo de construção
de uma cartilha para Agentes Comunitários de Saúde com proposta para população masculina” com o parecer técnico: 2.739.362.
Os participantes do estudo foram os 16 ACS do CSF Junco. Foi realizado entrevista semiestruturada com a pergunta: “O que você
considera importante para a qualificação do seu trabalho referente à saúde.

Resultados:
Notou-se após entrevista a falta de manejo dos ACS para trabalhar com o público masculino, o que se confirma nas falas: “Deve-
mos ter educação permanentes voltadas para saúde dos homens, para que tenhamos o manejo de chegar até eles”. Durante as
visitas a conversa com eles se torna difícil.” e “Necessitamos de informações, acesso aos programas específicos da área de saúde
do homem para que a gente possa acompanhar com mais qualidade esse público. Sendo a Educação Permanente (EP) indispen-
sável para a nossa formação”. A falta de EPS sobre saúde do homem dificulta o trabalho dos profissionais, desempenhando seu
papel de forma ineficaz frente a essa política.

Conclusões:
Os profissionais inseridos na Atenção Primária à Saúde, principalmente os ACS necessitam de EP para desempenhar seu papel de
promotor de saúde na comunidade referente ao público masculino desempenhando ações preventivas e promotoras de saúde.
Nota-se a importância de EP sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), garantindo o acolhimento
e acesso a essa população

Referências:
SCHWARZ, E. et al., Política de saúde do homem. Rev. Saúde Pública, São aulo, v. 46, supl. 1, dez., 2012

244 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÕES, PRÁTICAS E DESAFIOS DOS PROFISSIONAIS DO


NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE – REVISÃO DE LITERATURA
ANAGÉCIA SOUSA LINHARES
Universidade Federal do Ceará (UFC)
VILTON MUDESTO ARRUDA JÚNIOR
Centro Universitário (UNINTA)
ANNY CAROLINE DOS SANTOS OLÍMPIO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JOÃO BRENO CAVALCANTE COSTA
Centro Universitário (UNINTA)
ROBERTA CAVALCANTE MUNIZ LIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
A Educação Permanente em Saúde (EPS) é incorporada no cotidiano do processo de trabalho dos profissionais e nas organizações
das suas práticas, com a possibilidade de ser uma formação transformadora, é realizada a partir dos problemas enfrentados na
realidade, levando em consideração as experiências e os conhecimentos já adquiridos durante a trajetória profissional (BRASIL,
2009).

Objetivos:
Analisar as produções científicas e apresentar as percepções, práticas e desafios dos profissionais do Núcleo Ampliado em Saúde
da Família sobre educação permanente.

Metodologia:
Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com produções publicadas no período de 2008 a 2019. Inicialmente, foi reali-
zada a busca por meio do levantamento das produções relacionadas à temática “Educação Permanente no Núcleo de Apoio em
Saúde da Família” nos principais periódicos da saúde nacionais, internacionais e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para isso,
foram cruzados os descritores “Núcleo de Apoio a Saúde da Família”, “Educação Permanente” e “Atenção Primária à Saúde”, con-
sultados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e palavras-chaves acerca do assunto. O cruzamento foi feito com o operador
booleano and. Resultou em 09 produções das três buscas bibliográficas.

Resultados:
Observou-se que os estudos foram realizados a partir de 2013 a 2019 e todos encontrados em periódicos nacionais. Nos achados,
evidenciaram que os processos de EPS são insuficientes para os profissionais do Núcleo Ampliado em Saúde da Família-NASF e en-
frentam diversos desafios, dessa forma não se sentem capacitados para desenvolver o apoio técnico-pedagógico para as equipes
apoiadas na Estratégia Saúde da Família, visto que não recebem formação de forma qualificada para sua atuação, realizam poucas
atividades de EPS e de forma muito pontual. Percebe-se ainda que o NASF e os profissionais das equipes não compreendem que
EPS se configura além de treinamentos, capacitações e cursos.

Conclusões:
Há uma desvalorização dos processos de EPS, fragilizando a perspectiva de ampliar o cuidado e qualificar o trabalho em saúde,
não desfrutando da EPS como potencialidade enquanto transformadora e contribuinte no fortalecimento do SUS, sejam pelos pró-
prios trabalhadores como também da gestão. Destaca-se que ainda é escassa a produção científica sobre a análise dos processos
de Educação Permanente para os profissionais do NASF.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanen-
te em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

BISPO JÚNIOR, J.P.; MOREIRA, D.C. Educação permanente e apoio matricial: formação, vivências e práticas dos profissionais dos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família e das equipes apoiadas. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro/RJ, 2017.

Comunicação Oral Curta 245


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RELATO DE EXPERIÊNCIA DAS VIVÊNCIAS NOS CENTROS DE


SAÚDE DA FAMÍLIA DE SOBRAL REALIZADAS POR UM GRUPO
DO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE
MARIA MILENA FURTADO RODRIGUES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CLARISSA MARIA SILVA FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LUIZA CLARA PAIVA SOUZA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIANA RAMALHO DE FARIAS
Tutora PET- Saúde Interprofissionalidade
SUELEM DIAS MONTEIRO OLIVEIRA
PRECEPTORA PET- Saúde e interprofissionalidade

Período de realização:
Período de 13 de junho a 4 de julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Foi a equipe multiprofissional dos Centros de Saúde da Família da cidade de Sobral: Terrenos Novos I, Alto do Cristo e Junco.

Objetivos:
Os objetivos consistiram em compreender como se dá a prática interprofissional nos CSF’s, observando suas potencialidades e
fragilidades tendo em vista a integração do ensino/serviço/comunidade a fim de, posteriormente, intervir e sugerir melhorias
para o fortalecimento da interprofissionalidade.

Metodologia:
Foram realizadas três visitas, uma em cada unidade, pela equipe mini do PET - Saúde Interprofissionalidade, composta por três es-
tudantes sendo duas graduandas de Enfermagem e uma de Educação Física e uma preceptora na formação de enfermeira. Durante
as visitas foi acompanhada a ação da equipe multiprofissional do NASF (Núcleo Ampliado em saúde da Família), Residência Mul-
tiprofissional em Saúde da Família e da equipe da própria unidade. Ao final de cada prática eram discutidos os principais pontos.

Resultados:
A partir das visitas elaboradas pelo grupo PET – Interprofissional nos CSF´s dos bairros Terrenos Novos I, Alto do Cristo e Junco,
percebeu-se o funcionamento dos serviços de cada Centro de Saúde, as particularidades de cada território e comunidades, sendo
que as equipes de saúde da família apresentavam uma similaridade, que era o desconhecimento da função de cada profissional e
de que modo os atendimentos poderiam ser potencializados utilizando a interprofissionalidade.

Análise Crítica:
A participação da equipe mini do PET-Saúde e interprofissionalidade permitiu o conhecimento sobre o funcionamento das unida-
des básicas e entender como ocorre a integração da equipe tanto do NASF quanto residência. É notório que a interprofissionali-
dade na prática existe dificuldade de ser elaborada e o papel fundamental da equipe do PET é intervir na melhoria dessas pratici-
dades, visto que o programa tende a participação de duas ou mais profissões para o melhor entendimento da situação problema.

Conclusões:
O programa PET contempla acadêmicos de diversos cursos compartilhando e aprendendo em conjunto sobre os mesmo, foi vi-
venciado por meio de visitas a CSF e domiciliares com o intuito de entender como funciona e a importância desses profissionais
trabalharem em conjunto para melhoria da qualidade de vida da população.

Referências:
SILVA, J. A. M; PEDUZZI, M.; ORCHARD, C.; LEONELLO, V. M. Educação interprofissional e a prática colaborativa na Atenção Primária
à Saúde. Revista da Escola de Enfermagem USP, São Paulo 2015, vol. 49, p. 16-24. Disponível em: Acesso em: 19/07/2019

246 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LITERATURA DE CORDEL COMO INSTRUMENTO PARA


EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ALISSAN KARINE LIMA MARTINS
Universidade Regional do Cariri (URCA)
TAINÁ ARAÚJO ROCHA
Universidade Regional do Cariri (URCA)
JOÃO EMANUEL PEREIRA DOMINGOS
Universidade Regional do Cariri (URCA)
MIKAELLE YSIS DE OLIVEIRA
Regional do Cariri (URCA)
JOSÉ JACKSON COELHO SAMPAIO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
O Sistema Único de Saúde é fruto das lutas pela democratização da saúde a partir do envolvimento de diferentes atores sociais.
A literatura de cordel mostra-se como expressão da cultura popular nordestina com o potencial de expor situações do cotidiano.
Assim, o uso do cordel coloca-se como instrumento para educação em saúde capaz de fomentar o exercício do controle social no
SUS.

Objetivos:
Desse modo, o estudo objetivou discutir a experiência de construção de literatura de cordel sobre a consolidação do Sistema
Único de Saúde.

Metodologia:
Estudo vinculado ao projeto de pesquisa “Construção de tecnologias educacionais para o ensino de saúde coletiva” desenvolvido
no contexto do curso de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri nos meses de agosto e setembro de 2017, durante a dis-
ciplina Enfermagem no Processo de Cuidar em Saúde Coletiva I. A partir das discussões promovidas, os discentes se apropriaram
dos elementos técnicos como rima, métrica e oralidade para elaboração da literatura de cordel sobre a consolidação do SUS. Os
versos foram criados, analisados e fundamentados à luz da literatura pertinente. Os aspectos éticos da Resolução N° 466/2012
foram atendidos com a aprovação do projeto de pesquisa no Comitê de Ética.

Resultados:
Foram elaboradas 21 estrofes com seis versos cada uma abordando sobre o histórico das políticas públicas, as influências do
movimento da Reforma Sanitária Brasileira e os princípios e conceitos relacionados ao SUS. O cordel mescla no decorrer da sua
construção elementos relacionados à história evidenciando os limites do modelo de atenção médico hospitalocêntrico e avança
apresentando o SUS em seu vínculo com o modelo de atenção integral em saúde, além do conceito da atenção primária à saúde
e dos princípios e diretrizes do SUS.

Conclusões:
A literatura de cordel oportuniza através de uma linguagem popular e artística a apreensão de conhecimentos importantes para
o exercício da cidadania em saúde. Desse modo, mostra-se como ferramenta potente no campo da saúde na medida em que é
capaz de empoderar os sujeitos para a prática política em saúde para um consciente e capaz de atuar ativamente na garantia dos
seus direitos à saúde.

Referências:
CASTRO, M.C.S.; COSTA, I.C.C. A literatura de cordel como instrumento didático-pedagógico na educação, motivação e promoção
da saúde bucal. Rio grande do Norte: Revista Ciência Plural, 2015.

MARTINS, A.K.L. et al. Literatura de cordel: tecnologia de educação para saúde e enfermagem. Rio de Janeiro: Rev. enferm. UERJ,
2011. Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Métricas. 2019. Disponível em: .

Comunicação Oral Curta 247


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO INICIAL AO


PACIENTE COM AVE AGUDO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
ELIS DE SOUZA ALBUQUERQUE
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
RAQUEL SAMPAIO FLORENCIO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ISMENIA MARIA MARQUES MOREIRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
CLEIDE MARIA CARNEIRO DE IBIAPABA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ALEFE ALBUQUERQUE CUNHA
Universidade INTA (UNINTA)
ANDRINY ALBUQUERQUE CUNHA
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Introdução:
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) pode ser definido como uma patologia onde se verificam alterações estruturais no cérebro
que conduzem a múltiplos défices cognitivos e lesões permanentes (sequelas, incapacidades). O AVC é considerado multifatorial,
já que inclui formas variadas, diferentes manifestações clínicas e diversos fatores etiológicos (FERNANDES, 2016). Na América Lati-
na, a taxa de incidência do AVE gira em torno de 150 casos por 100.000 habitantes e as taxas de letalidade variam de 10 a 55%. O
Brasil apresenta a quarta taxa de mortalidade por AVE entre os países da América Latina e Caribe. A mortalidade nos primeiros 30
dias é de 10%, atingindo 40% no primeiro ano pós-evento. A imensa maioria dos sobreviventes necessita de reabilitação para as
sequelas neurológicas consequentes, sendo que aproximadamente 70% não retornam ao seu trabalho e 30% necessita de auxílio
para caminhar (LIMA, 2016). Fatores de risco, classificação e etiologia dos AVEs Os fatores de risco do AVE se dividem em modifi-
cáveis e não modificáveis. Os fatores de risco considerados não modificáveis são aqueles em que os profissionais de saúde não
podem intervir tratar ou modificar, ao passo que os modificáveis sim. Apesar de não poder agir em linha reta sobre esses fatores,
é extremamente importante o conhecimento sobre eles, pois eles elevam diretamente o risco e devem ser observados junto aos
modificáveis no agravamento que o paciente possa ter e no projeto de cuidados a ser colocado em prática. Dentre eles estão:
idade, sexo, raça/cor e genética/história família. Os fatores de risco modificáveis incluem hipertensão, fibrilação atrial, diabetes
mellitus, tabagismo e dislipidemias (CARVALHO; DEODATO,2016). Os AVEs podem ser divididos em duas categorias: não-hemorrá-
gicos e hemorrágicos. Um AVE não- hemorrágico ou isquêmico geralmente resulta de um dos três eventos: trombose por coágulo
sangüíneo dentro de um vaso do cérebro ou pescoço), embolia cerebral (coágulo sangüíneo ou outro material transportado para
o cérebro a partir de outra parte do corpo) ou isquemia (diminuição do fluxo sanguíneo para uma área do cérebro) . Enquanto
um AVE hemorrágico é uma hemorragia cerebral (ruptura de um vaso sanguíneo cerebral com sangramento para dentro do tecido
cerebral ou dos espaços que circundam o cérebro). Em ambos os tipos de AVEs, o resultado é uma interrupção no suprimento
sanguíneo para o cérebro, causando perda temporária ou permanente do movimento, pensamento, memória, fala ou sensação
(CUNHA,2014). Atendimento incial ao paciente com AVE e a Enfermagem. Os pacientes podem apresentar como sintomas de
prenúncio do AVE: tontura, disartria, lapsos de memória, paresias fugazes nas extremidades e cefaleia. O coma e o torpor quando
presentes, denunciam lesão direta ou indireta do tronco cerebral. Os sinais e sintomas mais comuns do AVE são: fraqueza, inco-
ordenação ou sensação de peso em hemicorpo ou somente em um dos membros (mão, braço, perna) ou face, perda de sensibili-
dade, formigamento, distúrbios da linguagem, disartria, afasia, visão borrada, diplopia e cegueira monocular (CARVALHO,2017). O
cuidado na fase aguda deve ser oportuno no tempo e efetivo para impedir a morte do tecido cerebral. É necessário um conjunto
mínimo de tecnologias disponíveis no tempo correto, como a realização da tomografia computadorizada, uso da terapia trombo-
lítica e outros suportes propiciados, em geral, por unidades especializadas . Nas últimas décadas, com o advento de novas abor-
dagens da fase aguda dos pacientes com AVC, a execução da terapia trombolítica e os cuidados em Unidades de Acidente Vascular
Cerebral (UAVC), contribuíram com o prognóstico aos pacientes (NUNES et al, 2018). Nesse contexto, a enfermagem exerce papel
fundamental na prestação de cuidados as vítimas com estas patologias nas emergências por atuar na prestação, supervisão dos

248 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

cuidados e gerenciamento dos serviços, durante 24 horas, além de avaliar e classificar a gravidade dos que procuram atendimento
de urgência. De modo que, a formação dos profissionais deve contar com a junção de competências técnicas, éticas e políticas
pretendendo que a população acometida por agravos agudos seja acolhida em qualquer nível de atenção no sistema de saúde
sendo o paciente referenciado ao devido encaminhamento em respeito a suas necessidades. A classificação de risco é uma fer-
ramenta que auxilia o enfermeiro a assumir a função na regulação da demanda assistencial e na determinação da prioridade no
atendimento desses pacientes (PEREIRA et al, 2017). Justificativa e relevância do estudo. O interesse pela temática surgiu como
coordenadora de um setor de qualidade nas Unidades de Pronto atendimento da capital do Ceará, por perceber a necessidade de
se desenvolver um estudo que permitisse ampliar os conhecimentos acerca da assistência de enfermagem no atendimento inicial
ao portador de AVE, realizando para tanto uma exploração literária sobre o assunto, visando responder o seguinte questionamen-
to: Quais as evidências acerca da assistência de enfermagem realizada no atendimento inicial ao portador de AVE? Acreditamos
que o estudo seja relevante por propiciar uma reflexão sobre a importância do atendimento inicial de enfermagem ao portador
de AVE, assim como apresentar as pesquisas realizadas na área, permitindo também posteriores aprofundamentos na temática.

Objetivos:
Revisar a literatura acerca da assistência de enfermagem no atendimento inicial ao paciente com AVE agudo.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura pois este estudo caracteriza-se como uma abordagem metodológica mais ampla
referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para a compreensão completa do
fenômeno analisado (SOARES et al,2014). Para o levantamento dos artigos na literatura, realizamos busca nas seguintes bases de
dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) no período de março a maio de 2019. A seleção destas bases justifica-se em virtude da vasta disponibilização
de artigos nacionais e internacionais de amplo impacto na área da saúde. Foram utilizados, para a busca dos artigos, os seguintes
descritores controlados, indexados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH): e suas com-
binações nas línguas inglesa e portuguesa. Os descritores serão entrecruzados, combinados com operadores booleanos AND a fim
de refinar os estudos de acordo com o tema em questão.: Stroke AND Initial Nursing Care in stroke Sequela of stroke AND Initial
Nursing Care in stroke Deficit after Encephalic Vascular Accident and Initial Nursing Interventions in Acute Encephalic Vascular
Accident

Resultados:
Após a busca dos artigos nas bases de dados foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão, resultando em uma mostra final
de 06 artigos distribuídos nas bases de dados. Dos artigos selecionados, quatro foram identificados na base medline e dois na base
LILACS. Desses, dois estavam publicados em periódicos relacionados a temáticas cerebrovasculares, dois em revistas de enferma-
gem e dois em revista de medicina. Dois artigos foram redigidos por seis enfermeiros em parceria com médicos, dois por médicos
e um apenas por enfermeiros. Em uma publicação não foi possível identificar a categoria profissional dos autores Com relação ao
delineamento metodológico, cinco artigos foram classificados como estudo descritivo e um estudo de corte. Publicações ameri-
canas foram os prevalentes com o total de 04 artigos, uma em Português e uma colombiana. A língua inglesa predominou em 04
estudos. Apenas um artigo estavam em Espanhol e um, em Português. O ano de publicação prevalente foi 2017, com três, seguido
por 2016, 2015 e 2013 com um estudos em cada ano.

Conclusões:
O presente estudo, diante das literaturas encontradas, mostra a importância do atendimento inicial aos indivíduos acometidos
pelo AVC, evidenciado como uma das primeiras causas de mortalidade na população mundial e responsável por um elevado nú-
mero de complicações. O atendimento inicial deve ser feito de forma assertiva e rápida com avaliação dos principais sinais e sin-
tomas provenientes da doença, histórico patológico pregresso e início das manifestações considerando a necessidade de terapias
específicas (trombólise) e o risco de agravamento e irreversibilidade para o paciente. Ao final deste trabalho, é possível entender
a relevância do papel da enfermagem no cuidado ao paciente com AVE, contudo mesmo com os avanços no tratamento e cuidados

Comunicação Oral Curta 249


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ofertados a pacientes em estado de AVE, é essencial melhorar e treinar mais a equipe de enfermagem para receber, tratar e cuidar
destes pacientes otimizando suas intervenções e respostas rápidas e emergenciais.

Referências:
CARVALHO I.A.; DEODATO L.F.F; Fatores de risco do acidente vascular encefálico. Revista Científica da FASETE
2016.2. Disponível em: https://www.fasete.edu.br/revistarios/media/revistas/2016/11/fatores_de_risco_do_acidente_
vascular_encefalico.pdf. Acesso em: 10/03/2018

CUNHA M.G.T, Cuidados de Enfermagem de Reabilitação no doente com AVC isquémico e a demora média de internamento hospi-
talar. Trabalho de Projeto apresentado à Escola Superior de Saúde de Bragança para obtenção do grau de Mestre em Enfermagem
de Reabilitação. Instituto Politécnico de Bragança- Escola Superior de Saúde 2014. Bragança- São Paulo.

FARIA, A.C.A et al; Percurso da pessoa com acidente vascular encefálico: do evento à reabilitação. Revista Brasileira de Enfermagem.
vol.70 no.3 Brasília mai./jun. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0579. Acesso em: 13/04/2017.

250 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES DE ENSINO, PESQUISA E


EXTENSÃO: VIVÊNCIAS NA MONITORIA ACADÊMICA
MILENA MELO VIEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
YANKA ALCÂNTARA CAVALCANTE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
RAFAELA RODRIGUES VIANA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
TAMIRES MARIA SILVEIRA ARAÚJO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
QUITERIA LARISSA TEODORO FARIAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARISTELA INÊS OSAWA VASCONCELOS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
Durante novembro de 2018 a agosto de 2019.

Objetivo da Experiência:
Monitoria no módulo curricular Práticas Interdisciplinares de Ensino, Pesquisa e Extensão I (PIEPE I).

Objetivos:
Apresentar as atividades de monitoria executadas para o módulo de PIEPE I.

Metodologia:
O módulo acontece no quarto semestre, contabilizando 80 horas-aula com momentos teóricos em sala de aula, além das vivên-
cias de extensão que compõe a maior parte da carga horária, tornando um diferencial dos outros módulos da grade curricular do
curso. As extensões ocorrem nas escolas estaduais, Estações da Juventude, praças e Centros de Referência e Assistência Social
(CRAS). Assim, o módulo curricular conta com três monitoras divididas para acompanhar as equipes nos territórios.

Resultados:
A função de acompanhamento dos discentes foi possível desenvolver habilidade de comunicação e adaptação no primeiro contato
com o serviço, organização nas temáticas que o público necessita e ajuda no enfrentamento das dificuldades por meio de uma
escuta ativa e observação crítica das atividades. Por conseguinte, houve a possibilidade de sugestões de estratégias para melhor
alcance dos jovens.

Análise Crítica:
Deve-se reconhecer a relevância dos acompanhamentos de monitores no processo de vivências práticas em diferentes territórios
de vulnerabilidade no qual o público adolescente está inserido. Nesse sentido, é repassado conhecimentos, motivação, confiança
e apoio tanto nos momentos de planejamento quanto durante a execução.

Conclusões:
Recomenda-se que todos os processos formativos envolvidos na universidade se apropriem de fato de seus pilares de modo a
potencializar o ensino e formar profissionais comprometidos com a sociedade.

Referências:
Congresso Nacional. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências.
Diário Oficial da União, de 10 de janeiro de 2001, p. 128.

Comunicação Oral Curta 251


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROJETO SAÚDE NA ESCOLA


SILVIA FLÁVIA ALVES DE FREITAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Francisca Thalia Magalhães Rodrigues
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Vitoria Campelo de Andrade Rodrigues
Universidade Federaldo Ceará (UFC)
José Samuel Araújo Vasconcelos
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Tiago Sampaio dos Reis
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Bruna Araújo Aguiar
Universidade Federal do Ceará (UFC)

Período de realização:
A ação foi realizada no mês de maio de 2018 às quintas-feiras no período da manhã das 7 às 8 horas.

Objetivo da Experiência:
O projeto teve como propósito ressaltar temas relacionados a área da saúde, tendo como público alvo estudantes do ensino mé-
dio de escolas públicas.

Objetivos:
Promover a integração entre os acadêmicos de medicina e os alunos do ensino médio, de escolas públicas, buscando repassar
e discutir conhecimentos e informações básicos na área de saúde, que possibilitem o entendimento das mudanças fisiológicas,
patológicas e psicológicas mais relevantes.

Metodologia:
O Núcleo de Desenvolvimento Médico de Sobral (NUDEMES) do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará promoveu
a ação no Colégio Estadual Dom José do Tupinambá da Frota em Sobral com jovens do 1º e 2º ano do ensino médio. Foram rea-
lizados encontros semanais com abordagem de temas, como Arboviroses, Distúrbios Alimentares, Bullying, Primeiros Socorros,
Automedicação e Drogas, por intermédio de explanações usando recursos midiáticos, dinâmicas em grupo e simulações práticas.

Resultados:
A massiva participação dos jovens demonstrou o quanto essa atividade foi proveitosa. A partir disso, a liga teve a oportunidade de
tirar dúvidas sobre os vários temas debatidos, possibilitando uma troca de informações entre os ligantes e os estudantes. Desse
modo, a experiência vivenciada proporcionou a ampliação dos conhecimentos dos alunos do ensino médio, tornando-os mais
capacitados para refletir junto aos professores, familiares e conhecidos, acerca dos temas abordados.

Análise Crítica:
O Projeto Saúde na Escola do NUDEMES conseguiu alcançar seu objetivo de transmitir conhecimentos básicos e importantes da
área da saúde aos estudantes envolvidos na ação. A facilidade de diálogo e interação tornou os encontros mais proveitosos, uma
vez que os estudantes da escola se sentiam à vontade para tirar dúvidas com os estudantes de medicina. Assim, o diálogo amplo
realmente permitiu um bom compartilhamento de informações, vivências e orientações, algumas delas bilateralmente.

Conclusões:
O projeto foi bastante enriquecedor tanto para os alunos quanto para os ligantes, pois existiu uma troca de conhecimentos faci-
litada pela forma interativa de abordagem dos assuntos. Os temas geraram proveitosos debates que puderam deixar mensagens
importantes para cada participante. Com isso, o NUDEMES promoveu uma prática de promoção de saúde, contribuindo para a
autonomia e o empoderamento dos jovens em relação às várias temáticas abordadas.

Referências:
LIBERAL, E.F.; KUSCHNIR, F.; SANTOS, D.O.; AIRES, M.T.; AIRES, S.T. 2002. Projeto Saúde na Escola: uma iniciativa bem sucedida de
educação em saúde nos CIESPS do estado Rio de janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ. 8p.

SAMPAIO, A.R.R.; ANDRADE, A.P.L.; ROLIM, L.L. Projeto Educação em Saúde em Escolas da Rede Pública, 2004.

VASCONCELOS, E. M. A terapêutica médica e as práticas populares da saúde. Revista Saúde em Debate, n. 49-50, 1996.

252 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO DO PICC EM


NEONATO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SABRINA MARIA NASCIMENTO DA SILVA
Centro Universitário Da Grande Fortaleza (UNIGRANDE)
HASHILLEY ALBERTO DA SILVA
Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)
ISABELLE CERQUEIRA SOUSA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
ANA OFÉLIA PORTELA LIMA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
ANA MARIA FONTENELLE CATRIB
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MARIA VIEIRA DE LIMA SAINTRAIN
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Introdução:
Os cuidados prestados aos neonatos que necessitam de terapia intravenosa exigem dos enfermeiros uma maior especificidade
devido à alta complexidade. Dentre os avanços tecnológicos na saúde, destaca-se o cateterismo venoso central que exige dos
enfermeiros conhecimentos técnicos em relação a sua manipulação e manutenção, a fim de evitar as complicações (GOMES;
NASCIMENTO, 2013).

Objetivos:
Analisar as evidências disponíveis na literatura acerca dos cuidados de enfermagem na manutenção do cateter central de inserção
periférica (PICC) no neonato.

Metodologia:
Tratou-se de uma revisão integrativa de literatura. A coleta de dados ocorreu de janeiro a abril de 2019. Foi realizada busca nas
seguintes bases de dados BVS, Lilacs e Scielo, através do cruzamento dos descritores: “cuidados de enfermagem” and “cateteris-
mo periférico”, “cateterismo periférico” and “neonato”, “cateterismo venoso central” and “enfermagem neonatal”. Foram inclusos
na revisão, cinco artigos. A análise dos artigos foi realizada baseada nos objetivos da pesquisa e que responderam à questão
norteadora. A apresentação dos resultados foi realizada em forma de tabela, na qual consta a identificação, o título do artigo,
autores, ano de publicação e periódico ao qual foi publicado.

Resultados:
As evidências dos estudos demostraram que os cuidados de enfermagem na manutenção do cateter de inserção periférica em ne-
onatos são técnicas assépticas para o manuseio do dispositivo, correta fixação atentando para os sinais flogísticos, tracionamento
do cateter, lavagem dos cateteres com solução fisiológica 0,9% antes e após infusão de quaisquer medicamentos intravenosos,
desinfecção das conexões com solução de clorexidina alcoólica, administração de concentrações de heparina para desobstrução
e realização de troca de curativos.

Conclusões:
Conclui-se que é possível que a assistência seja aprimorada com a elaboração de protocolos e rotinas para a padronização das
ações no uso do PICC visando especificar os cuidados na utilização relacionados a inserção, manutenção e remoção. Algumas limi-
tações estão relacionadas a quantidade mínima de artigos enfatizarem os cuidados específicos para manutenção do dispositivo,
houve uma predominância de artigos abordando a inserção do cateter.

Referências:
GOMES, Aline Verônica de Oliveira; NASCIMENTO, Maria Aparecida de Luca. O processo do cateterismo venoso central em Unida-
de de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 47, n. 4, p. 794-800, 2013.

Comunicação Oral Curta 253


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SEXUALIDADE, REPRODUÇÃO E GRAVIDEZ: RELATO DE


EXPERIÊNCIA JUNTO A ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM
MARIA VALDERLANYA DE VASCONCELOS FROTA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
YURY RIBEIRO BEZERRA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
AUXILIADORA ELAYNE PARENTE LINHARES
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
TEREZA CRISTINA LINHARES COSTA MELO
Santa Casa de Misericórdia de Sobral ( SCMS)
AHRIMSA SAMANDHI FORTE OLIVEIRA
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
MARIA DAS GRAÇAS CRUZ LINHARES
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)

Período de realização:
A experiência foi desenvolvida no dia 15 de maio de 2019, das 14 horas até as 17 horas.

Objetivo da Experiência:
O objeto da pesquisa foram 30 alunos de enfermagem de uma Universidade do Município de Sobral-CE.

Objetivos:
Orientar e promover educação em saúde acerca da sexualidade, reprodução e gravidez para jovens graduandos em enfermagem.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, realizado com uma turma de acadêmicos de enfermagem do 4º semestre de graduação,
estimulando a promoção e a prevenção de saúde sexual, reprodutiva e o entendimento sobre o período gestacional. A referida
ação foi realizada por profissionais da saúde residentes em neonatologia. O método de abordagem a esse público ocorreu através
de realização de oficinas, com aconselhamento e explicações sobre o tema, esclarecendo dúvidas e conscientizando os mesmos.

Resultados:
A oficina teve início com a apresentação da equipe, promovendo assim um melhor vínculo com os jovens, em seguida, foi realiza-
do o jogo “mito ou verdade”, no qual se caracteriza como um jogo de perguntas e repostas sobre a temática. Após essa dinâmica
é realizado orientação sobre os métodos contraceptivos, a fim de evitar a transmissão de IST, orientações sobre o período gesta-
cional e reprodutivo afim de promover educação em saúde com embasamentos teóricos.

Análise Crítica:
A adolescência e a juventude são etapas fundamentais do desenvolvimento humano, assim como as demais etapas da vida. Esse
grupo populacional precisa ter assegurados seus Direitos Humanos fundamentais, com isso, se indaga a seguinte questão, será
que todos jovens tem conhecimento sobre o processo reprodutivo e sexual e quais são os seus direitos?

Conclusões:
O aconselhamento aos acadêmicos deixou nítido a importância da conscientização e esclarecimento sobre o assunto, essa oficina
serviu para a conscientização dos jovens fazendo com que os mesmos reconheçam importância de uma orientação adequada.

Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva
/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério
da Saúde, 2013.300 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 26)

254 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OCORRÊNCIA DE NÃO CONFORMIDADES NAS FASES


DE ELABORAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS EM UM
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS NO MUNICÍPIO DE
SOBRAL, CEARÁ NO PERÍODO DE 2018
ALANA SALES CAVALCANTE
Centro Universitário Inta (UNINTA)
ANA VALESKA COSTA VASCONCELOS
Centro Universitário Inta (UNINTA)
IANNA VASCONCELOS FEIJÃO
Centro Universitário Inta (UNINTA)
TICIANA MONT’ALVERNE PARENTE FEIJÃO
Universidade Federal do Ceará (UFC)
BRUNA LINHARES PRADO
Centro Universitário Inta (UNINTA)
INGRID FREIRE SILVA
Centro Universitário Inta (UNINTA)

Introdução:
Os testes realizados em laboratórios de análises clínicas passam por três fases, fase pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase
pré-analítica é a que apresenta a maior frequência de erros, de 60 a 90% dos erros laboratoriais, esta fase é que a apresenta a
maior taxa de erro humano, pois envolvem na maioria das vezes tarefas manuais.

Objetivos:
Investigar as não conformidades ocorridas em um laboratório de análises clínicas, evidenciando as não conformidades que mais
ocorreram neste período, como também as que menos, de acordo com dados concedidos pelo laboratório em análise.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, do tipo relato de pesquisa original, na oportunidade do estágio supervisionado
em análises clínicas em um laboratório particular, localizado no município de Sobral-Ceará, no qual foram avaliados indicadores
de qualidade, como as não conformidades, considerando a ocorrência de erros nas fases pré-analítica, analítica e pós-analítica
no período de 2018.

Resultados:
O erro no cadastro de pacientes foi a não conformidade com maior percentual, representando 34% das analisadas; em seguida os
erros na identificação das amostras, com 17%. Os erros durante a coleta apresentam uma taxa de 8%. A entrega de laudo errado,
a troca de materiais e desvio de qualidade de material são as que apresentaram a menor taxa de não conformidades no período
de 2018, representando 1% na taxa erros.

Conclusões:
Os processos desenvolvidos na fase pré-analítica foram os que apresentaram maior taxa de não conformidades. Tendo em vista
que a eliminação desses erros é difícil, busca-se a redução através da padronização das técnicas no laboratório clínico e educação
permanente dos seus colaboradores, com a finalidade de prevenir, identificar e corrigir os possíveis erros que podem ocorrer
durante as fases da realização dos testes.

Referências:
GUIMARÃES, A. C. et al. O laboratório clínico e os erros pré-analíticos. Revista HCPA, v. 31, n. 1, p. 66-72, 2011.

MARTELLI, A. Gestão da qualidade em laboratórios de análises clínicas. UNOPAR científica. Ciências biológicas e da saúde, v.13,
n. 1, p. 363-368, 2011.

Comunicação Oral Curta 255


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO EM DIABETES COMO FOCO DA CONSULTA DE


ENFERMAGEM
AMELINA DE BRITO BELCHIOR
Universidade Estadual Do Ceará (UECE)
CARLA SIEBRA DE ALENCAR
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANA KAROLINE BARROS BEZERRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SHERIDA KARANINI PAZ DE OLIVEIRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
O estudo foi realizado durante os anos de 2017 a 2019 no decorrer da residência multiprofissional.

Objetivo da Experiência:
Educação em Diabetes por meio da Consulta de enfermagem em um ambulatório de endocrinologia de referência no município
de Fortaleza-CE.

Objetivos:
Descrever a experiência de enfermeiras acerca da educação em diabetes durante as consultas de enfermagem para pessoas com
diabetes.

Metodologia:
O presente estudo é fruto da experiência de enfermeiras ex-residentes da área de concentração em diabetes. Foi realizado em um
ambulatório de endocrinologia de referência de um Hospital Universitário, em Fortaleza-CE durante os anos de 2017 a 2019 no
decorrer da residência multiprofissional. Os resultados foram analisados de forma descritiva e qualitativa, explicitando a impor-
tância da educação em diabetes durante as consultas de enfermagem para o paciente e o enfermeiro.

Resultados:
A consulta de enfermagem com foco na educação em diabetes e nos comportamentos de autocuidado é uma ferramenta de bai-
xo custo e efetiva para o desenvolvimento de habilidades e atitudes e empoderamento das pessoas para o manejo do diabetes.
Durante as consultas eram abordadas diferentes temáticas, conforme os comportamentos do autocuidado e necessidades do
paciente. Tornando a pessoa ativa no seu processo de cuidar, melhorando a qualidade de vida e prevenindo ou retardando as
complicações.

Análise Crítica:
A consulta de enfermagem é um momento oportuno para a realização da educação em diabetes, sendo um desafio diante algumas
realidades com profissionais insuficientes e elevada demanda de pacientes. Dessa forma, o cuidado torna-se fragmentado uma
vez que o manejo da diabetes envolve diferentes aspectos, além da terapia medicamentosa.

Conclusões:
O estudo aponta a importância da educação em diabetes nas consultas de enfermagem, pois é um meio para capacitar o indivíduo
para o autocuidado e, assim, melhorar os resultados clınicos, sendo uma ferramenta essencial no contexto da atuação do enfer-
meiro. A educação em diabetes é parte integral da atenção a pessoa com diabetes pois estimula o diálogo e promove a autonomia
dos pacientes resultando em melhor manejo da condição crônica.

Referências:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes. Tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus. São Paulo: Socieda-
de Brasileira de Diabetes, 2017-2018.

256 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DOSES DO SABER LIGA ACADÊMICA DE FARMÁCIA


CLÍNICA (LAFAC): UM CICLO INTEGRATIVO EM UM CENTRO
UNIVERSITÁRIO DE SOBRAL-CE
ANA VALESKA COSTA VASCONCELOS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ALANA SALES CAVALCANTE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
IANNA VASCONCELOS FEIJÃO
Centro Universitário INTA (UNINTA)
CÉSAR VIRGILIO FREITAS NOBRE
Centro Universitário INTA (UNINTA)
ANA PAULA MACÊDO SANTANA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
INGRID FREIRE SILVA
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Período de realização:
As sessões clínicas foram realizadas quinzenalmente, de abril a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Promover um evento focado nas áreas da Farmácia, Enfermagem, Medicina, Fisioterapia e Nutrição, organizadas por ligantes com
supervisão de professores.

Objetivos:
Descrever a experiência de realizar um ciclo de educação multiprofissional na saúde; Promover a interação entre acadêmicos de
diversas categorias; Fomentar a atuação multiprofissional e expansão da visão de mundo profissional.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo e qualitativo. A experiência ocorreu no Centro Universitário INTA
(UNINTA), na cidade de Sobral-Ceará, um evento multiprofissional organizado por 7 ligantes e 4 docentes. Foram convidados
profissionais especialistas nas áreas de cuidados paliativos, saúde da mulher, interações medicamentosas e entre medicamento e
alimentos, prevenção e identificação de sepse hospitalar.

Resultados:
Compareceram ao evento cerca de 50 estudantes, sendo a maioria dos cursos de Farmácia, Nutrição e Enfermagem, os quais
relataram não saber como agia uma equipe multiprofissional, inclusive qual o seu papel como profissional quando atuante nesta,
enfatizando o interesse em eventos com essa abordagem. Cada momento de integração teve duração média de duas horas, tota-
lizando 15 horas ao final, ofertando certificação aos participantes.

Análise Crítica:
Esta experiência dos integrantes da Liga Acadêmica mostrou-se como potente estratégia para a formação na saúde. A protago-
nização por discentes, com supervisão por docentes, integraram atividades de ensino, pesquisa e extensão, oportunizaram a
vivência da responsabilidade de promoção de eventos com esse foco, sendo essencial para que haja uma maior autonomia dos
ligantes como profissionais, bem como consiste numa forma dinâmica e atualizada para educação na saúde de acadêmicos para
acadêmicos.

Conclusões:
A promoção do ciclo de palestras exigiu dos ligantes responsabilidades imprescindíveis durante a graduação, pois a realização do
evento dependeria do comprometimento dos mesmos. Além da oportunidade de conhecer profissionais de outras áreas, e pro-
mover palestras de educação na saúde para outros colegas acadêmicos, promovendo momentos de interação importantes para
uma futura atuação multiprofissional.

Referências:
CAVALCANTE, A. L. P. et al. As Ligas Acadêmicas na Área da Saúde: Lacunas do Conhecimento na Produção Científica Brasileira.
Revista Brasileira de Educação Médica. v, 42. n, 1. p, 197 – 204. 2018.

Comunicação Oral Curta 257


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS: SINGULARIDADES DE


IDOSOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO E DIABETES

ALTENÓRIO LOPES DE SOUSA FILHO


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MAGDA ALMEIDA FREIRE
Universidade Federal do Ceará (UFC)
MARCOS CAMPOS PIRES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA DAS GRAÇAS RODRIGUES MOREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
CARLA SUYANE GOMES DE ANDRADE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
A população mundial apresenta um rápido processo de envelhecimento que representa um salto populacional de pessoas idosas,
porém há agravos na qualidade de vida, tendo em vista o significativo aumento das doenças crônicas que acometem as pessoas,
onde a Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Mellitus estão entre as mais frequentes, especialmente durante o processo
de envelhecimento.

Objetivos:
Caracterizar idosos portadores de hipertensão e diabetes acompanhados pela estratégia Saúde da Família.

Metodologia:
Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa realizado na cidade de Sobral, Ceará no período de maio a julho de 2019 nos
Centros de Saúde da Família, onde foram abordados 154 idosos, destas 42 em um distrito de Sobral e 112 na sede. Vale ressaltar
que o presente estudo trata-se de um recorte de uma pesquisa maior intitulada: Doenças crônicas não transmissíveis e sinais e
sintomas de depressão em idosos acompanhados pela estratégia saúde da família do Município de Sobral.

Resultados:
Quanto ao sexo 64,2% feminino e 35,7% masculino. Sobre a faixa etária 53,2% possuem 60 a 69 anos, 39,6% possuem entre 70 a
79 e mais de 80 anos 7%. Quanto ao consumo de tabaco, nunca fumou 50%, ex- fumante 38,3%, são fumantes 9,1% . Em relação
ao consumo de álcool, Nunca bebeu 69,5% e bebem socialmente 26,6%. Sobre o desenvolvimento de atividade física 65.6% não
praticam e 34,4% revelaram que se exercitam. Sobre a realização de dieta, 64,3% seguem uma restrição alimentar e 35,7% afir-
mam não realizar dieta. Sobre a participação em grupo de idosos, 63,6% não participam.

Conclusões:
Caracterizar este grupo populacional é imprescindível. Este diagnóstico rápido é uma potente ferramenta para construção de
estratégias de cuidados. Ao conhecer as especificidades destes idosos tem-se elementos para condução dos planos de cuidados
tanto, individual com coletivo.

Referências:
BRASIL. Projeção da população do Brasil e das unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE; 2017.

258 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O(A) ENFERMEIRO(A) COMO EDUCADOR(A) EM SAÚDE NA


PREVENÇÃO DE ACIDENTES
THAYNNARA GOMES FERREIRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
NARA INGRID LIMA SOUTO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANDRÉ RIBEIRO DE CASTRO JÚNIOR
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
Trabalho ocorreu durante o período de julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A intervenção abordou a população de jovens e adultos de uma rede de proteção social, de apoio e desenvolvimento da juventu-
de, localizada em Fortaleza.

Objetivos:
Relatar as vivências dos acadêmicos de enfermagem na prevenção de acidentes durante a realização de uma feira educativa sobre
primeiros socorros.

Metodologia:
O trabalho se caracteriza como descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. A atividade foi construída
pelos acadêmicos de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará, em que organizaram a ação através de quatro estações, no
qual a primeira abordava sobre RCP e afogamento, seguindo para hemorragias, queimaduras e choque respectivamente, fazendo
a utilização de cartazes e a demonstração de manobras.

Resultados:
Conseguiu-se abordar um total de 16 pessoas, dentre elas, crianças e adultos em um intervalo de tempo de uma hora. Notou-se
maior interesse por parte dos adultos que manifestaram dúvidas sobre a temática relacionando aos seus familiares. Além disso,
alguns indivíduos demonstraram conhecimentos empíricos que não se aplicavam corretamente a prática que foram reconstruídos
com auxílio das alunas.

Análise Crítica:
Ainda que o conteúdo abordado seja de grande relevância, há uma escassez de profissionais que debatam a temática, pois muitos
desconsideram a importância da educação de leigos a respeito do assunto sendo esta uma questão importante a ser incorporada
no cotidiano de instituições que lidam com aglomerados frequentes de sujeitos. Portanto, observou-se interesse dos participantes
com a atividade proposta, sendo um meio significante de compartilhamento de conhecimentos e de experiências.

Conclusões:
A educação popular em saúde é de relevante importância para a diminuição de acidentes e agravos, já que os indivíduos poderão
possuir maior arcabouço teórico a respeito da temática. Portanto, os profissionais devem apropriar- -se das práticas educativas
de saúde com a finalidade de realizar a prevenção primária de acidentes que é constituída de medidas de segurança e abordagens
educacionais.

Referências:
RIBEIRO, G. C. et al. Avaliando o nível de conhecimento em primeiros socorros dos acadêmicos de enfermagem em um centro
universitário do sertão central. Mostra Interdisciplinar do Curso de Enfermagem. v. 2, n. 2. Dez/ 2016.

Comunicação Oral Curta 259


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE DOENÇAS


DIARREÍCAS AGUDAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE
UM MUNICÍPIO, DO INTERIOR DO CEARÁ
NICOLE ARAÚJO MARTINS
Centro Universitário (UNINTA)
MARIA THALITA ARAÚJO MARTINS
Centro Universitário INTA (UNINTA)
MARIA MORGANA BEZERRA COSTA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
THAIS ELLEN RIBEIRO PORTELA
Centro Universitário INTA (UNINTA)
THALIA MILENA LOPES DE ROCHA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ANA LÍVIA LOIOLA PONTES
Centro Universitário INTA (UNINTA)

Introdução:
Atualmente a diarreia é considerada umas das maiores causas de morbidade no mundo. É definida pela diminuição da consistên-
cia das fezes, aumento no volume e frequência, e é considerada aguda quando tem duração de até duas semanas. A diarreia em
crianças é um importante problema de saúde infantil, pois as consequências tornam-se mais graves, pelas diferenças fisiológicas
com o público adulto.

Objetivos:
Realizar uma investigação epidemiológica dos casos de doenças diarreícas agudas ocorrido no início do ano de 2019 em uma
Unidade Básica de Saúde, no município de Varjota, Ceará.

Metodologia:
Estudo descritivo do tipo quantitativo, realizado no município de Varjota, CE, Bairro Pedreiras, no período de janeiro a abril de
2019. A coleta de dados foi realizada por consulta ao Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica Doenças Diarréicas
Agudas (Sivep-DDA) e planilhas de monitoramento da Unidade Básica de Saúde.

Resultados:
Foi identificado um surto de 49 casos de diarreia, acometendo a população que vive às margem de um açude, dos quais apenas 01
foi classificado como grave, 03 foram classificados como formas leves tratados com reidratação oral, e 45 dos casos foi notificado
como diarreia sem desidratação. Os mais acometidos foram crianças de 1 a 4 anos de idade (20 casos), seguido de maiores de 10
anos (12 casos). Identificou-se que na localidade acometida, não há cobertura satisfatória de saneamento básico, há constante
despejo de lixo,além de trajeto final de esgoto direto para o açude. A comunidade faz uso da água para atividades diárias.

Conclusões:
Verificou-se que o maior número de registro de casos ocorre com a população que utiliza água do açude e os que se encontram
mais próximos a áreas com lixo a céu aberto. Assim, deve ser estimulada a realização de estudo na região para verificar a qualida-
de da água. É necessário a realização de atividades de educação em saúde, visando a capacitação dos profissionais da área e da
população para manejo adequado em suas necessidades diárias.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância
epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologi-
ca_7ed.pdf Acesso em: 19 abril. 2019.

Guimarães ZA, Costa MCN, Paim JS, Silva LMV. Declínio e desigualdades sociais na mortalidade infantil por diarréia. Rev Soc Bras
Med Trop 2001; 34:473-8.

Ministério da Saúde (BR). SIVEP-DDA: Controle de doenças diarreicas agudas. [Internet]. VARJOTA-CE: Ministério da Saúde; 2014
Disponível em: http://portalweb04.saude.gov.br/sivep_dda

Secretaria Municipal de Saúde (Varjota-Ce). Subsecretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria de Vigilância epidemiológica. Gerên-
cia de Vigilância Epidemiológica e Imunização. Planilha de dados de monitorização das doenças diarreicas agudas: 2019. CEARÁ:
Secretaria de Estado de Saúde; 2019.

260 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO, REDUÇÃO DE


ACIDENTES E MORTALIDADE NO TRÂNSITO: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
ANTONIA ROZÂNGELA SOUZA DE OLIVEIRA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
HOZANA WANESSA ALVES PEREIRA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
KARINE OLIVEIRA DE FARIAS COSTA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MARIA VILMA NEVES DE LIMA
Assessora Técnica para as ações de Vigilância de Acidentes e Violências.
MABEL KALLYNE MELO BESERRA
Assessora Técnica da Vigilância epidemiológica
ADRIANO RODRIGUES DE SOUZA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Período de realização:
Relato de experiência realizado no período de abril e maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Treinamento de agentes de educação em saúde nas atividades de orientação e preparação da campanha de prevenção de aci-
dentes de trânsito.

Objetivos:
O estudo tem-se como objetivo principal relatar a experiência da realização de uma oficina de educação em saúde para os agentes
de endemias, visando articular ações de intervenção no trânsito.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, com abordagem descritiva. Foi elaborado na Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica
(CEVEPI), no município de Fortaleza, ocorrido no período de 22 de abril a 10 de maio de 2019. Participaram desta experiência 35
agentes de endemias, das Secretarias Regionais I, II, III, IV, V e VI. Foram realizados dois dias de educação em saúde no trânsito,
com finalidade de promover conhecimento teórico-prático para os agentes endêmicos.

Resultados:
Entre os 35 participantes, 54,2% (19) eram do sexo masculino e 45,8% (16) do sexo feminino, com idade entre 30 e 68 anos.
Em relação ao estado civil, constatou-se que 42,8% (15) eram casados (as), 28,5% (10) viviam em união estável, 2,85% (1) viúva,
17,14% (6) divorciados (as) e 8,57% (3) solteiros(as). Quanto ao grau de escolaridade, com ensino médio completo 71,42% (25),
com nível superior 8,57% (3), 2,85% (1) com ensino fundamental completo e 17,14% (6) com pós-graduação.

Análise Crítica:
A educação em saúde nos proporcionou grande conhecimento, que para nosso crescimento como acadêmicas de Enfermagem é
muito importante. Com o envolvimento da equipe da CEVEPI, podemos promover um treinamento de qualidade para os agentes
de endemias de toda região de Fortaleza. Assim, eles podem levar as informações vivenciadas à população, incentivando-as aos
bons hábitos no trânsito. A dificuldade apresentada pelos participantes foi quanto à distância de onde ocorreu a educação em
saúde.

Conclusões:
Concluímos que para programar um serviço requer planejamento, organização e profissionais qualificados. Desta forma, faz-se ne-

Comunicação Oral Curta 261


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

cessário a construção de uma educação em saúde em prol de uma melhor implementação das atividades, com o envolvimento da
equipe multiprofissional, órgãos governamentais e políticas públicas. Contudo, percebemos que os ACEs se encontram treinados
a realizarem atividades, ampliando os conhecimentos para toda população.

Referências:
DIÁRIO DO NORDESTE. Ceará, 06 fev. 2018. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/onli-
ne/ceara-registrou-10-vez es-mais-acidentes-com-motos-em-2017-aponta-estudo-1.1890853. Acesso em: 26 abr. 2019. SAÚDE,
Ministério da. Aumenta o número de brasileiros que admitem beber álcool e dirigir. 2018. Disponível em: . Acesso em: 26 abr.
2019.

262 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÃO EDUCATIVA NA COMUNIDADE DE VIÇOSA-CE SOBRE


DOENÇA DE CHAGAS – PARASITOSE POUCO CONHECIDA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA

FRANCIANE PEREIRA DO NASCIMENTO


Faculdade Ieducare (FIED)
RENATA RODRIGUES DE SOUSA CARNEIRO
Faculdade Ieducare (FIED).
ZUÍLA MARIA FERREIRA XAVIER
Faculdade Ieducare (FIED)
JUSCILÂNIA FURTADO ARAÚJO
Faculdade Ieducare (FIED)

Período de realização:
A experiência ocorreu no dia 19 de julho de 2019 na cidade de Viçosa do Ceará.

Objetivo da Experiência:
Levar a comunidade local conhecimentos, sobre doença de Chagas, desenvolvidos dentro da sala de aula, através de metodologias
lúdicas.

Objetivos:
Relatar a experiência das discentes do curso de enfermagem na condução de uma ação educativa e participativa sobre a doença
de chagas na comunidade de Viçosa-CE, levando à conscientização de formas de prevenção a doença.

Metodologia:
Procede-se de um relato de experiência que emerge de atividades desenvolvidas nas disciplinas de Parasitologia e Educação e
Saúde. A ação foi desenvolvida em duas etapas; na primeira, ocorreu a explanação sobre a doença, tais como: transmissão, sinto-
mas, tratamentos e profilaxia através de materiais didáticos. No segundo, o ouvinte era convidado a participar da roleta interativa,
para melhor fixação das informações, com perguntas sobre o assunto explanado, seguido por entrega de panfletos.

Resultados:
Dentre os aspectos observados, está à falta de conhecimento da população sobre a parasitose, principalmente sobre formas de
transmissão tais como: consumir açaí in natura, bebida feita com cana de açúcar e transfusão de sangue, apesar de não ser mui-
to comum, devido à alta inspeção nos bancos de sangue. Percebeu-se que maioria das pessoas tinham dúvidas sobre o vetor, o
barbeiro (Triatoma infestans), pois acreditavam, erroneamente, que contraiam a doença pela injeção do aparelho bucal na pele.

Análise Crítica:
Através dessa iniciativa foi observado que a população tem interesse em aprender mais sobre educação em saúde, pela ótima
aceitação que o público mostrou em participar, ponto favorável para execução da ação. A metodologia utilizada para apresentar o
assunto foi satisfatória. Uma das dificuldades encontrada foi a estrutura, pois com uma tenda para apoio poderia ter contribuído
para a extensão do projeto pela manhã ensolarada.

Conclusões:
Portanto, a tripanossomíase americana apesar de ser uma doença bastante presente, apenas 10% das pessoas infectadas é diag-
nosticada e dessas, 1% recebem o tratamento antiparasitário. Contudo deve-se aumentar a disseminação de informações, através
de cartazes, propagandas e campanhas educativas, bem como levar para dentro das escolas, ações que visem agregar aprendizado
acerca de doenças de difíceis diagnóstico.

Referências:
DIAS, João Carlos Pinto et al. II Consenso Brasileiro em doença de Chagas, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 25, p. 7-86,
2016.

GALVÃO, Cleber. Vetores da doença de chagas no Brasil. SciELO-Sociedade Brasileira de Zoologia, 2014.

NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.

Comunicação Oral Curta 263


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ATIVIDADE EDUCATIVA SOBRE PREVENÇÃO DE PÉ DIABÉTICO


PARA PACIENTES EM UMA UNIDADE HOSPITALAR

FERNANDA ABRANTES DE OLIVEIRA MATIAS


Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANA CAROLINA FERNANDES PINHEIRO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
RUTE LOPES BEZERRA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SUIANNE BRAGA DE SOUSA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
TAIANE PONTE DA SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
LUCIANA VIEIRA DE CARVALHO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Período de realização:
A atividade foi realizada em setembro de 2018 durante o estágio supervisionado de Saúde do Adulto.

Objetivo da Experiência:
Atividade educativa sobre prevenção de pé diabético com pacientes portadores de diabetes internados em serviço hospitalar.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada por discentes durante uma atividade educativa sobre prevenção de pé diabético com pacientes
portadores de diabetes.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência vivenciado por discentes da Graduação em Enfermagem da Uni-
versidade Estadual do Ceará, durante os estágios em um hospital público de grande porte localizado na cidade de Fortaleza-CE. A
atividade educativa foi desenvolvida através da explanação acerca das principais medidas que devem ser realizadas para prevenir
o pé diabético, ao mesmo tempo em que era repassado o conteúdo teórico, imagens ilustrativas dos cuidados eram mostradas.

Resultados:
O pé diabético caracteriza-se por lesões que surgem nos pés da pessoa diabética. Cubas et al. (2013), afirma que para evitar o apa-
recimento são necessárias orientações ao portador da doença. As alunas explanaram aos pacientes diabéticos internados sobre
medidas preventivas, como realização da higiene diária e inspeção dos pés. Pacientes relataram a não sapiência dessas medidas e
que, por esse motivo, já haviam sido acometidos pelo pé diabético, denota-se assim a importância da atividade.

Análise Crítica:
Durante a realização da atividade, notou-se a presença de algumas facilidades e dificuldades. O uso de imagens facilitou o proces-
so, visto que os pacientes associaram a explanação do conteúdo teórico de forma mais concreta e eficaz a partir da observação. Já
a acuidade visual diminuída em alguns acarretou dificuldade em prestar as orientações, diante disso, as mesmas foram dirigidas
aos acompanhantes que estavam presentes e que habitualmente cuidavam dos portadores de diabetes.

Conclusões:
Dessa forma, foi possível observar com essa atividade que o simples ato de repassar informações acerca dos cuidados cotidianos
em saúde a indivíduos com diabetes, pode prevenir complicações e proporcionar qualidade de vida para esses. Ademais, a expe-
riência para as alunas foi de grande relevância, pois as mesmas perceberam a necessidade de realizar essas orientações durante
a prática de saúde, em qualquer nível de atenção.

Referências:
CUBAS, M. R. et al. Pé diabético: orientações e conhecimento sobre cuidados preventivos. Fisioter Mov. , n. 26, v.3, p. 647-655,
jul/set 2013.

264 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Educação na Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

TESTE DA LINGUINHA COMO PRÁTICA NO ATENDIMENTO NAS


PUERICULTURAS
MARIA PETRILIA ROCHA FERNANDES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANTONIA AMANDA SOUZA ARAÚJO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
IVNA ARRUDA SOUSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
KARLLA DA CONCEIÇÃO BEZERRA BRITO VERAS
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
EDINE DIAS PIMENTEL GOMES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
RAIMUNDO AUGUSTO MARTINS TORRES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos mo-
vimentos da língua causadas pela língua presa que podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar
e falar (MARTINELLI,2014). A língua é um órgão é localizado na cavidade oral, onde tem como função: sucção, fala, mastigação
e deglutição, ela é essencial para que aja uma boa funcionalidade desses aspectos. Há um tecido que faz a ligação da língua ao
assoalho, esse tecido é denominado frênulo lingual. Para que haja uma harmonia entre esses movimentos, todas as estruturas
devem estar dentro de sua normalidade, se não houver harmonia entre esses movimentos pode ser que a criança esteja com uma
má formação no frênulo lingual (MARCHESAN,2010). Essa má formação do frênulo lingual é uma alteração congênita e, normal-
mente, parentes próximos podem apresentar o mesmo problema. Por falta de informação, muitos sofrem em silêncio as várias
dificuldades que essa alteração pode causar (MARTINELLI, 2014). Nesta perspectiva, é de extrema importância observar certos
aspectos da língua e do frênulo, bem como a articulação, mobilidade, frênulo e posição habitual de língua, quanto ao resultado
vai depender do avaliador se é necessário a cirurgia, devido aos frequentes diagnósticos de alterações do frênulo lingual em crian-
ças mais velhas, foi criado assim o “Teste da Linguinha” (LOUIS; MISSOURI; MOSBY,1998). O “Teste da Linguinha” foi criado em
2012, sendo estabelecido como obrigatório inicialmente no Município de Brotas - São Paulo. A partir de então, vários municípios
passaram a aprovar Leis Municipais a respeito da obrigatoriedade do exame. Consequentemente, foi proposto e aprovado sob Lei
Federal n° 13.002, em 20 de junho de 2014, entrando em vigor 180 dias após a publicação oficial (BRASIL, 2014). Essa avaliação
do Frênulo da Língua em Bebês, deve ser realizado em crianças nascidas, em hospitais e maternidades brasileiras, como também
em unidade básicas de saúde até o sexto mês de vida do recém-nascido. Desse modo, a aplicação do protocolo é essencial para
que se tenha a diminuição de casos diagnosticados com frênulo lingual alterado tardios, onde o maior problema evidenciado está
no profissional de saúde que realizam as puericultura não observam a cavidade oral da criança.

Objetivos:
Inserir o teste da linguinha como rotina nas consultas de puericultura do CSF das Pedrinhas.

Desenvolvimento:
O presente trabalho constitui-se de uma pesquisa intervencionista com abordagem qualitativa onde as atividades foram realiza-
das através da definição de um problema identificado, transformando o mesmo em ação e análise dos passos a serem seguidos a
fim de tentar solucioná-los (LIMA, 2011). Desta forma, o pesquisador atuou como um ator dentro do contexto, mas para produzir
teoria é necessário revelar razões práticas, com o propósito de discutir os resultados à luz da literatura pertinente. Em síntese, o
pesquisador é visto como um facilitador, no lugar de ser um simples observador e para isso ele exerce uma influência na organi-
zação pesquisada (SUOMALA et al., 2010). Elegemos a abordagem qualitativa para análise dos elementos deste estudo, que se-
gundo Minayo (2014), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e ati-
tudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos

266 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

à operacionalização de variáveis. Esse método viabiliza encontrar um problema identificado, mudando uma ideia em ação, definir
a análise e seguir passos e assim tentar solucionar o mesmo. O trabalho de intervenção foi realizado no CSF José Mendes Mont’
Alverne, situado no bairro Pedrinhas, do município de Sobral, CE. Sua abrangência de área é de 13 km², divididos entre perímetro
urbano e rural, que abrange o bairro parte do Centro, Pedrinhas, Derby Clube, Parque das Nações (Boa Vizinhança) e a zona rural
Marrecas. O mesmo é coberto por duas equipes completas da Estratégia Saúde da Família, duas de Saúde Bucal e apresenta co-
bertura de treze agentes Comunitários de Saúde (ACS). Conta com uma estrutura física composta por quatro consultórios, um
consultório odontológico com duas equipes, sala de reuniões, uma farmácia, uma sala de espera para, um SAME, uma sala de
marcação de consultas juntamente com sistema de informação (E-SUS), uma sala de esterilização, uma sala de procedimento /
observação, uma sala de vacinas, uma copa, almoxarifado e dois banheiros para profissionais e dois para usuários. Os profissionais
que compõem a equipe são os seguintes: uma gerente, dois médicos, três enfermeiros, três técnicos de enfermagem, treze agen-
tes comunitários de saúde, dois auxiliares de serviços gerais, quatro dentistas, duas auxiliares de saúde bucal, quatro vigilantes,
uma atendente de farmácia três auxiliares administrativos. O CSF, também tem o apoio da equipe da Residência Multiprofissional
em Saúde da Família, onde a mesma se divide entre dois territórios, as categorias que fazem parte são: Dentista, Educadora Física,
Farmacêutico, Fonoaudióloga, Nutricionista, Psicóloga e Terapeuta Ocupacional. Os participantes desta intervenção foram espe-
cificamente 2 (dois) Enfermeiros, 3 (três) Dentistas, 2 (dois) Médicos, 1 (uma) Auxiliar de Saúde Bucal (ASB), 1 (um) gerente e 2
(dois) internos de medicina que atuam no CSF José Mendes Mont’Alverne. Nessa proposta enumeramos alguns critérios de inclu-
são: Ser Dentista, Enfermeiro, Médico, acadêmico de medicina, ASB e Gerente. Classificamos assim, que o critério de exclusão
será: os que estiverem de licença por motivos de saúde e maternidade e profissionais que não seja da categoria listada acima. A
pesquisa de intervenção foi realizada através de duas oficinas educativas que aconteceram nos dias 6 e 13 no mês de novembro
de 2018 no CSF Pedrinhas. Os momentos foram previamente agendados com a gerente e os profissionais do CSF, para assim não
atrapalhar os atendimentos. Foram realizados apenas duas oficinas devido à ausência de dois profissionais que entrariam de fé-
rias na semana seguinte, um dentista e uma enfermeira, e todos eram importantes encontrarem- -se presentes para compreen-
der a importância do teste nas puericulturas. Nessas oficinas foi utilizado o arco de Charles Maguerez, ele foi elaborado na déca-
da de 70 do século XX, e tornado público por Bordenave e Pereira (1989) a partir de 1977, inspirado em Paulo Freire. O Arco
consiste em um método de aprendizagem que se baseia na teoria da problematização buscando a participação ativa dos sujeitos
considerando suas experiências prévias sobre o objeto da intervenção, promovendo as reconstruções conceituais de saberes e
práticas para aplicação de intervenções participativas para resolução do problema através de cinco etapas (COLOMBO; BERBEL,
2007). Etapas de intervenção: Dia 06 de Novembro de 2018, 1º Momento: Explicado o projeto de intervenção e esclarecido os
objetivos da intervenção e a sua importância de ser implantado na unidade saúde. Neste passo tentamos alcançar o objetivo de
sensibilizar médicos, enfermeiros, dentistas, USB, acadêmicos de medicina e gerente sobre a importância de implantar o teste da
linguinha nas puericulturas. Ao final os profissionais assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) É de extrema
importância ressaltar que durante todas as atividades ocorreu o registro através de fotos dos momentos. 2º Momento: (Observa-
ção da realidade). Nesse momento demos início ao primeiro passo do arco de Maguerez, foi possível a observação da realidade
dos profissionais, em relação ao tema abordado. Buscamos novamente sensibilizar médicos, enfermeiros, dentistas, ASB e inter-
nos de medicina, para avaliarem a cavidade oral do bebê. 3º Momento (Pontos – Chaves): Logo após foi aplicado os pontos-
-chaves, na qual os participantes observaram o que foi exposto na realidade e selecionaram os pontos mais relevantes e identifi-
cando os pontos-chaves do problema. 4º Momento (Teorização): Em seguida aplicada a 3ª fase do arco de Maguerez. A teorização
foi o momento que os participantes passam a questionar o porquê dos acontecimentos observados nas fases anteriores. Por
exemplo: O que pode ser feito para a diminuição dos casos de frênulo curto diagnosticados tardiamente. Dia 13 de Novembro de
2018, 5º Momento (Hipótese de Solução): Aplicação do quarto e quinto passo do arco. Na hipótese de solução, foi elaborado al-
ternativas possíveis para resolver os problemas identificados nas fases anteriores do Arco, posteriormente pensar todos juntos o
que poderá ser feito no último encontro das oficinas. 6º Momento (Aplicação a Realidade): Em seguida na Aplicação a realidade
a facilitadora fez uso de data show para explicar sobre o protocolo de Martinelli aprovado sob Lei Federal n° 13.002, em 20 de
junho de 2014, tirando algumas dúvidas sobre o tema. RESULTADOS: Evidenciamos que os profissionais de saúde reconhecem os
malefícios que um frênulo lingual curto pode causar para o bebê e em todas as fases da vida do ser humano, como também para
a puérpera no momento da amamentação, caso não ocorra uma pega correta. Essas alterações são dificuldades na sucção no
momento da extração do leite que muitas das vezes não diagnosticada de imediato pode ocasionar o desmame precoce e a perda

Comunicação Oral 267


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

de peso do bebê, como também na deglutição, fala e articulação entre outras alterações que o frênulo lingual curto pode ocasio-
nar. (MOREIRA;, 1998). Desta forma os profissionais de saúde devem ter o conhecimento básico para identificar um frênulo lingual
curto, para assim não haver nenhum risco para o bebê e a puérpera. Assim concordando com a afirmação de Souza (2014), que se
faz necessário Equipe de Saúde da Família (ESF) a responsabilidade de intervir de forma direta e ampla nos problemas da comu-
nidade, cabendo a ela orientar as famílias durante o acompanhamento do pré-natal sobre como evitar os possíveis problemas
advindos do frênulo lingual curto. Podemos notar através das falas dos profissionais que os desafios são a falta de tempo durante
as puericulturas, visto que o mesmo já avaliam outros aspectos como perímetro cefálico, peso, comprimento entre outros aspec-
tos. Sabe-se que, na ESF, o processo de trabalho do enfermeiro é amplo e reativo, e na atenção à saúde da criança, envolve um
conjunto de ações que devem ser realizadas para dar conta da demanda espontânea, derivada das necessidades de saúde da
criança e de sua família (PINTO et al, 2016). Mesmo sabendo da demanda que os enfermeiros enfrenta durante seu dia a dia é de
extrema importância que os mesmos realizem prevenções de agravos, confirmando com os autores Pinto et al (2016) ressalta que,
na puericultura, devem ser realizadas ações de proteção, prevenção de agravos e promoção da saúde da criança na ESF pelo mé-
dico e pelo enfermeiro. Identificamos nas respostas que os profissionais tem o interesse em implantar o teste nas puericulturas.
Hoje, já é realidade de alguns profissionais do posto avaliar a cavidade oral de todos os bebês e após a cada avaliação encaminha-
do a fonoaudióloga para assim o profissional ter a certeza que aquele frênulo lingual apresenta alterações, aqueles que ainda não
é realidade aplicar o teste, já tem um grande começo que é observando a cavidade oral durante um choro de vacinação ou algum
procedimento que faça a criança apresentar o choro. Ainda existe o receio da realização do teste, já que não há a prática do mes-
mo. Assim fazendo necessário uma capacitação mais longa para os profissionais realizarem o teste com segurança. Correlacionan-
do com Melo et al (2011), afirmando que a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, do Ministério da Saúde, visa o
desenvolvimento de habilidades profissionais para fortalecer as atividades dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF), uma vez
que, se faz necessário a presença de profissionais preparados atendendo a uma perspectiva integral em saúde, com atividades
que possam contemplar uma prática multiprofissional e multidisciplinar. A equipe refletiu a respeito do que poderia ser realizado
para proporcionar orientações sobre o teste da linguinha e a importância de sua aplicabilidade na puericultura. Onde todos viram
que é de suma importância essa rotina ser mudada e trabalhando de forma interdisciplinar.

Conclusões:
A intervenção mostrou que a Estratégia Saúde da Família (ESF) tem importância fundamental para diagnosticar frênulos linguais
alterados, assim como informar os malefícios que o mesmo causa. Foi possível observar ainda que a inserção do teste da linguinha
dentro das puericulturas possibilita o diagnóstico precoce de alterações na amamentação, deglutição e fala, assim diminuiria
casos de crianças com ganho baixo peso, mães com problemas nas mamas por acontecer a má pega, crianças com alterações na
fala, entre outras alterações existentes em um indivíduo que tenha frênulo curto. Esta pesquisa de intervenção com a educação
permanente apontou integração entre os profissionais do Centro Saúde da Família (CSF) Pedrinhas, através do conhecimento que
adquiriram durante a EP. Dessa forma, proporcionou a esses profissionais bases teóricas para o diagnóstico e intervenção precoce
do frênulo lingual alterado. Também destacou a necessidade de os profissionais se atualizarem, não ficar “adormecidos” em seu
local de trabalho, sempre buscar requalificação para melhor atender os pacientes. Com a finalização da intervenção, concluímos
que a metodologia da problematização através do Método do Arco de Charles de Maguerez proporcionou que os objetivos fossem
alcançados com êxito, tendo ocorrido a sensibilização, orientação e a “capacitação” dos profissionais quanto ao teste da linguinha.
Durante os encontros, todos os profissionais mostram-se atentos as orientações que foram lhe dadas, como também a maioria já
começaram colocar em prática do teste da linguinha na unidade de saúde.

Referências:
BRASIL. Presidência da República. Lei n° 13.002, de 20 de Junho de 2014. Obriga a Realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo
da Língua em Bebês. Diário Oficial [da União]. Brasília, DF; 23 jun. 2014. Seção 1, p. 4.

COLOMBO, A.P; BERBEL.N. A. V; Problematization Methodology with Maguerez :relation to teachers’ knowledge- Ciências Sociais
e Humanas, Londrina, v. 28, n. 2, p. 121-146, jul./dez. 2007 .

GUÊNES.G.M.T; FIGUEIREDOS.C.H.M.C. O teste da linguinha na visão de cirurgiões-dentistas e enfermeiros da Atenção Básica de


Saúde, Patos-PB, Brasil, 2018.

268 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LIMA, W. A. Implantação do Acolhimento nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família no Município de Guapé MG: Mudanças
Percebidas pelos Profissionais Atuantes. Monografia (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família) - Universidade Fe-
deral de Minas Gerais, Formiga – MG, 2011.

MARCHESAN, I.Q. Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua. Rev CEFAC, v.12, n.6, p. 977-89, 2010.

MARTINELLI, R.L.C. Relação entre as Características Anatômicas do Frênulo Lingual e as Funções de Sucção e Deglutição em Bebês
[Dissertação]. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo; 2013.

MARTINELLI, R.L.C.; MARCHESAN, I.Q.; RODRIGUES, A.C.; BERRETIN, F.G. Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês.
Rev. CEFAC. v.14; n.1, p. 138-145, 2013.

MINAYO M.C.S, org. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 6. ed. Petrópolis: Vozes; 2014.

MOREIRA, M. Desenvolvimento anatomofuncional da boca da fase pré-natal aos três anos de idade. In: Correa MSNP. Odontope-
diatria na primeira infância. São Paulo: Santos; 1998. p.516-8.

PINTO, C.A.G; GIGANTE, R.L; PARAGUAY,N.L.B.B; OLIVEIRA, M.M; FERRER, A.L; EMERICH, B.F, et al. Study of the traditions that
inform the National Policy for Comprehensive Child Health Care (PNAISC). Divulg. Saúde Debate 2016.

Comunicação Oral 269


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ADOLESCENTES ESCOLARES E AS NECESSIDADES DE


ORIENTAÇÕES SOBRE RISCOS CARDIOVASCULARES
VANUSA MARIA GOMES NAPOLEÃO SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UFC)
HUGO TEIXEIRA HOLANDA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANA RAQUEL BEZERRA SARAIVA TAVARES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
LIDIANE DO NASCIMENTO RODRIGUES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
CAMILA ALMEIDA LEANDRO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
EDNA MARIA CAMELO CHAVES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
A Doença Cardiovascular (DCV) é responsável por índices elevados de morbimortalidade no Brasil e no mundo, acometendo cada
vez mais jovens. Algumas doenças possuem relação direta com a DCV, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e obesidade,
que constituem fatores de risco para as complicações cardiovasculares futuras. São doenças responsáveis por provocarem com-
plicações na saúde dos indivíduos, acarretando a hospitalização, invalidez, e até mesmo a morte precoce. As mudanças biológicas,
sociais e de comportamento fazem parte da adolescência e afetam de forma significativa os hábitos alimentares dessa parcela
populacional. Nessa fase, os adolescentes se tornam mais independentes, realizam alterações em seus hábitos alimentares, o
que comprometem a vida na fase adulta (CAMELO et al., 2012). Os casos de crianças e adolescentes portadores de hipertensão
primária estão aumentando, embora a hipertensão secundária, ainda, esteja mais presente. Esse fato se deve ao sobrepeso e a
obesidade evidenciada entre adolescentes devidos principalmente pelo estilo de vida e alimentação, sendo considerados outros
fatores de risco associados a esse tipo de hipertensão. Nesse sentido, torna-se de suma importância que sejam realizados estudos
voltados para avaliar os fatores de risco nos adolescentes que levaram ao aparecimento da HAS. Dessa forma, realizando traba-
lhos de detecção e prevenção as alterações dos fatores condicionantes poderão ser trabalhadas entre os adolescentes, familiares
pelos profissionais de saúde, levando a medidas adequadas e eficientes de promoção da saúde e prevenção de agravos.

Objetivos:
Identificar as necessidades de orientações dos adolescentes escolares sobre riscos cardiovasculares.

Metodologia:
Trata-se de pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, com adolescentes, realizada com estudantes do 1º ano do Ensino
Médio, do município de Fortaleza, Estado do Ceará. O estudo foi realizado na Escola Estadual de Educação Profissional em regime
integral, no território adscrito da Regional III, no período de março de 2019. Como critérios de inclusão foram admitidos alunos
entre 14 e 15 anos, regularmente matriculados no ensino médio, independente de sexo. Foram excluídos alunos que apresenta-
ram algum tipo de deficiência visual. Assim, a população foi composta por 166 participantes, sendo amostra composta por 43 par-
ticipantes que estavam na faixa etária entre 14 e 15 anos (25,9% da amostra), 35 do sexo feminino e 08 do sexo masculino. Dados
coletados por meio de questionário de fevereiro a março de 2019. Foram obedecidos os preceitos éticos contidos na Resolução
466/12 do Conselho Nacional de Saúde, tendo sido o projeto aprovado com númerodo Parecer: 3.126.587.

Resultados:
Diante da análise e coleta dos dados, podemos perceber que os adolescentes possuem pouco conhecimento sobre as doenças
cardiovasculares, bem como suas causas, fatores de risco, forma de prevenção e tratamento. Contudo, mostraram interesse e dis-
posição em aprender, relatando através de respostas abertas sobre que tipo de material poderiam ser produzidos para esclarecer
sobre as DCV e quais orientações seriam importantes ser mencionadas, com mostra as tabelas a seguir: Tabela 1: Distribuição
das respostas acerca do tipo de material sobre DCV. Fortaleza, 2019. Pergunta 1: Que tipo de material poderia ser produzido

270 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

para esclarecer sobre DCV? Tipo de material Quantidade Alunos Materiais eletrônicos 10 A1, A15, A25, A85, A151, A152, A160,
A165, A171, A177. Livros, panfletos, palestras. 23 A2, A6, A9,A13, A14, A16, A19, A25, A41, A45, A50, A54, A55, A82, A85, A95,
A96, A147, A150, A152, A167, A180, A181. Atividades artísticas 05 A3, A5, A28, A152, A165. Aulas 05 A10, A11, A12, A44, A48.
Eventos e campanhas 04 A7, A26, A44, A48. Não citado 02 A35, A154 Em relação ao tipo de material que poderia ser produzido,
53,49% (23), dos jovens afirmaram que livros, panfletos e palestras seriam as melhores opções para o aprendizado, contrastando
com a realidade que nos deparamos em que os jovens estão intimamente ligados com a tecnologia. Apenas 2,33% (10) citaram
os materiais eletrônicos. O estudo de Silva, Ananias e Marques (2017), realizado com 40 alunos de uma escola estadual de ensino
profissionalizante, sobre tecnologia educativa no conhecimento de problemas cardiovasculares evidenciou que os adolescentes
preferiam as atividades práticas para o aprendizado, seguido de palestras. Na tabela 2, quando avaliam as orientações que con-
siderariam importantes para melhorar o seu conhecimento, foi possível evidenciar que 50% (20) não souberam responder, mas
os adolescentes citaram a patologia (14) e a prevenção e promoção da saúde (10). Neste caso, cabe aos profissionais orientar
por meio de atividades educativas para facilitar o aprendizado dos alunos, O trabalho educativo consiste numa valiosa estratégia
para realizar a promoção da saúde, permitindo o aprofundamento de discussões, ampliação de conhecimentos, de modo que as
pessoas superem suas dificuldades e obtenham autonomia, melhores condições de saúde e qualidade de vida (SANTOS; LIMA,
2008). Tabela 2: Distribuição das respostas acerca das orientações mais relevantes sobre DCV. Fortaleza, 2019. Pergunta 2: Que
orientações considera importantes para melhorar seu conhecimento sobre as DCV? Orientações Quantidade Alunos Sobre a pa-
tologia (conceito, fatores de risco, tratamento, reabilitação) 14 A7, A10, A25, A28, A50, A54, A82, A147, A150, A152, A154, A160,
A171,A181.Prevenção e promoção da saúde 10 A11, A26, A41, A44, A45, A48, A95, A181, A167, A142. Não souberam responder
20 A1, A2, A3, A5, A6, A9, A12, A13, A14, A15, A16, A35, A55, A85, A96, A151, A165, A177, A180.

Conclusões:
Educação em saúde trabalha nos fatores de promoção da saúde e prevenção de doenças e/ou agravos. Neste sentido, as ações
educativas servem de alerta para os estudantes que resultam no desenvolvimento de hábitos saudáveis de vida.

Referências:
CAMELO, L.V. et al . Lazer sedentário e consumo de alimentos entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Es-
colar (PeNSE), 2009. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 28, n. 11, p. 2155-2162, Nov. 2012 .

CATRIB, A.M.F., BATISTA, M.H., BRILHANTE, A.V.M. Educação para a saúde e comportamentos saudáveis / Ana Maria Fontenelle
Catrib, Maxmiria Holanda Batista, Aline Veras Morais Brilhante (Organizadoras). - Fortaleza: EdUECE, 2018. 328 p. ISBN: 978-85-
7826-598-4.

SILVA,J.F.M.;ANANIAS,D.V.; MARQUES,K.M.A.P. Aplicação de tecnologia educativa no conhecimento de problemas cardiovascula-


res. RevistaEm extensão, v.16,n.1,p.36-53,2017.

Comunicação Oral 271


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

COMPLICAÇÕES PÓS TRANSPLANTE RENAL EM CRIANÇAS E


ADOLESCENTES
ISANA SOUSA GOMES DA SILVA
Centro Universitário Da Grande Fortaleza (UNIGRANDE)
DÉBORA BRENNA COSTA DE ALMEIDA
Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)
ISABELLE CERQUEIRA SOUSA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
ANA OFÉLIA PORTELA LIMA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
ANA MARIA FONTENELLE CATRIB
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MARIA VIEIRA DE LIMA SAINTRAIN
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Introdução:
A Doença Renal Crônica (DRC), é uma lesão com perda gradativa e irreversível da função renal, as causas principais são as doenças
crônicas hipertensão e diabetes. Atualmente, a DRC é um problema de saúde pública que gera altos gastos para a saúde, além
do impacto social significativo na vida das famílias envolvidas (SANTOS; DA COSTA; ANDRADE, 2019). De acordo com a National
Kidney Foundation (2018), a DRC é classificada em cinco estágios e sua gravidade é dada em função do grau de redução de fil-
tração glomerular, sendo o estágio 1 caraterizado por um ritmo de filtração glomerular maior ou igual a 90 ml/min, e o estágio 5
que indica necessidade de terapia renal substitutiva (TRS) é compreendido por uma taxa menor que 10 ml/min na população em
geral e menor 15 ml/min em diabéticos e crianças/adolescente. Em relação as terapias renais substitutivas disponíveis incluem, a
hemodiálise, diálise peritoneal e o transplante. O transplante renal é uma modalidade de terapia substitutiva que irá proporcionar
melhor qualidade de vida ao paciente (FURTADO; SOARES, 2018). O registro brasileiro de transplante (RBT, 2018) registrou 5923
transplantes renais realizados no Brasil, sendo entre esses 220 realizados no estado do Ceará, oitavo lugar entre os estados. Entre
crianças e adolescentes, obtivemos 326 transplantes renais no país e 15 foram no estado do Ceará. O ano de 2018 finalizou com
11 crianças/adolescentes aguardando em lista de espera. O transplante renal apresenta o grande desafio de evitar o surgimento
de complicações pós-cirúrgico que possam comprometer o funcionamento do novo órgão, e para isso não ocorrer, é impres-
cindível que haja envolvimento da família/paciente no complexo contexto que envolve todo o processo do transplante, antes e
após o procedimento cirúrgico, especialmente no que diz respeito a adesão ao tratamento pós transplante (SHAMS et al., 2017).
A adesão é um processo dinâmico que envolve características associadas as pessoas, a idade, nível de instrução, bem como ao
regime terapêutico e a estrutura de saúde, devendo por tanto ser planejada de acordo com o perfil da criança/adolescente e
familiares (LIBERATO et al., 2014). O autocuidado é um processo de saúde e bem-estar onde os indivíduos que precisam tomar
iniciativa de forma eficaz no desenvolvimento do seu potencial para a sua saúde através do autocuidado. Entende-se assim, que
o autocuidado está associado a autonomia, independência e responsabilidade pessoal, sendo por tanto um fenômeno complexo
e multidimensional, que na criança e no adolescente, merece atenção especial pela necessidade de manter equilíbrio entre o
lazer e a adesão ao tratamento (CHEN et al, 2017). O enfermeiro enquanto integrante da equipe de transplante renal de crianças
e adolescentes, atua com papel crucial em todo o processo de educação e saúde com enfoque na prevenção, promoção, proteção
e reabilitação dos pacientes pós e pré-transplante renal, com orientações de paciente e família para diminuir riscos de complica-
ções, e esse processo inicia na primeira consulta de enfermagem.

Objetivos:
Identificar as complicações pós transplante renal de crianças e adolescentes.

Desenvolvimento:
Estudo descritivo, documental com abordagem quantitativa. O estudo descritivo tem como propósito observar e descrever um
fenômeno, apoiando-se em métodos de análise estatística descritiva ou numa pesquisa explicativa, que busca explicar os fenôme-

272 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

nos que são analisados (MATIAS-PEREIRA, 2019). A pesquisa foi realizada no ambulatório de transplante renal de um hospital
público terciário do município de Fortaleza, centro de referência em todo o Estado, que atende adultos, crianças e adolescentes
da região norte e nordeste do Brasil. A população foi constituída por crianças e adolescente de faixa etária de dois a dezoito anos
transplantados, no período de junho de 2012 a março de 2017, independente do sexo ou tipo de doador. Foram excluídos do es-
tudo adultos e transplantes duplos. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro e março de 2018, através de um ins-
trumento padronizado elaborado para o alcance dos objetivos propostos através contendo as seguintes variáveis: nome, idade,
tempo de diálise, status do citomegalovírus, DGF, tempo de internação, complicações pós transplante, diabetes e função do en-
xerto. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico IBM Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 22. Na
estatística descritiva, foi utilizado o cálculo de frequência, média e desvio padrão. Na estatística correlacional, calculou-se o co-
eficiente de correlação de Pearson. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Geral de Fortaleza sob o Parecer Nº
754.462 seguindo os preceitos éticos da Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, que consis-
te em tratar os indivíduos com dignidade, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos (BRASIL,
2012). RESULTADOS Salienta-se que foram incluídos no estudo 117 prontuários de crianças e adolescentes que foram submetidos
a transplante renal, entre os anos de 2012 a 2017. Sobre a população analisada no estudo, prevaleceu pessoas do sexo masculino
com 62 indivíduos (53%), com idade entre 2 e 18 anos, sendo maior o registro, entre 14 a 18 anos (41,9%), onde a maioria, 51
pessoas dialisaram pelo período de até 12 meses (43,6%). Observa-se que, em relação as complicações que surgiram nos casos
analisados, a maioria dos pacientes apresentaram infecção por citomegalovírus (CMV) em 91 pessoas (77,8%). Em relação a fun-
ção retardada do enxerto, 92 deles não apresentaram tal complicação (78,6%) (p<0,000). A menor parte dos pacientes transplan-
tados apresentam como complicação a diabetes, apenas 4 pessoas (3,4%), já que no contexto da infância e adolescência, a DRC
manifesta-se através do desenvolvimento de patologias com predominância nas Glomerulopatias (42,7%), Bexiga Neurogênica (
9,4% ) e Displasia Renal ( 6,0%). DISCUSSÃO Como apresentado nos resultados, observa-se o predomínio de pessoas do sexo mas-
culino (53%), a maioria com idade entre 14 e 18 anos (41,9%), com predomínio de peso entre 36 e 44 kg (29,1%). Diante desses
dados, pode-se perceber que a maioria dos casos avaliados foi constituído por jovens adolescentes, onde faz-se necessário que a
assistência de enfermagem seja concretizada com maior presença do profissional enfermeiro, que deve enfatizar a importância da
adesão ao tratamento pós transplante para garantir melhor qualidade de vida, sendo primordial uma parceria de confiança e le-
aldade entre enfermeiro e paciente. Crianças e adolescentes apresentam necessidades próprias à sua faixa etária, o que requer
uma abordagem terapêutica diferenciada para esse público, a fim de promover o máximo de sua independência e autonomia nas
atividades do cotidiano que foram prejudicadas devido ao processo da doença (SOUZA et al., 2019). No estudo de Hernández
(2018), mostrou que os pacientes apresentaram modificações corporais com perda de massa muscular, apresentaram também
restrição a atividades básicas do cotidiano, como banho, vestir, andar, entre outros. O que evidencia a debilidade ocasionada no
paciente com DRC, o que ocasiona uma dependência de cuidados e restrições, ficando basicamente dependente do tratamento
para sobreviver. A atitude do enfermeiro requer um saber técnico-científico cuidadoso, com uma linguagem simples por parte do
profissional envolvido nesse cuidado, possibilitando assim a construção de um saber sobre o processo saúde/doença que respon-
sabilize, oriente e capacite os indivíduos envolvidos nesse cuidado, na compreensão de sua própria responsabilidade (BONFIM et
al., 2017). Portanto, o enfermeiro no processo de comunicação com o paciente deve orientá-lo quanto ao cuidado com sua saúde,
comunicando-se de maneira adequada, efetiva, acolhedora, atenta às individualidades de cada criança e adolescente, buscando
sempre um atendimento individualizado, estimulando mudanças e reforçando sempre as informações e o aprendizado com cada
paciente em atendimento (FURTADO; SOARES, 2018). Em relação a diálise, a minoria, 11 pacientes (13,1%), não realizou diálise.
Entretanto, a maioria dessas crianças e jovens precisaram de diálise antes do transplante, representando 51 pacientes (43,6%)
que dialisaram entre o período de um ano. Os pacientes que realizam diálise como tratamento para a DRC, enfrentam uma redu-
ção na capacidade física, funcional e apresentam uma baixa tolerância ao exercício pela falta de condicionamento físico, o que
pode comprometer diretamente a realização das atividades de vida diária, prejudicar a saúde, a qualidade de vida, o lazer e seu
estado psicológico (BÖHM; MONTEIRO; THOME, 2012). O transplante renal representa a melhor opção de tratamento para quem
sofre com DRC. Caracteriza-se por ser um procedimento cirúrgico seguro, onde um rim saudável, de uma pessoa viva ou falecida,
é doado a um paciente portador de DRC, devendo para isso haver compatibilidade do sistema ABO, antígenos de histocompatibi-
lidade leucocitária (HLA) e a prova cruzada (cross-match) (PRIMO; HAYAKAWA, 2018). O transplante renal é considerado o melhor
tratamento para a DRC, quando comparado a outros métodos dialíticos, indicando que a sobrevida de pacientes transplantados,

Comunicação Oral 273


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

adultos ou pediátricos, é superior à sobrevida daqueles em diálise, o que traz a esperança de uma melhor qualidade de vida (AL-
VES et al., 2010). O transplante significa a possibilidade de não mais ter que se deslocar para as sessões de hemodiálise, além de
aproximar essas crianças e adolescentes de uma vida normal, livrando-os do estigma que sofrem em decorrência das alterações
em sua aparência física e em suas vidas (ABREU et al., 2014). O transplante renal pediátrico apresenta suas peculiaridades, tanto
do ponto de vista da técnica cirúrgica, como também metabólico, imunológico e psicológico, além das necessidades próprias de
crianças e adolescentes em alcançar um desenvolvimento cognitivo e psicológico normais (NGA et al., 2017). Acerca da doença de
base, 50 pacientes (42,7%), apresentaram como doença de base glomerulopatias, e em menor número, a displasia renal em 7
pacientes do estudo (6,0%). A criança e o adolescente sofrem com as limitações impostas pela doença, onde são obrigadas a
adaptar-se à rigidez dietética, mudanças no contexto familiar, ocupacional, social, assim como as graves alterações relacionadas
ao crescimento e desenvolvimento (PENNAFORT; QUEIROZ; JORGE, 2012). Na análise dos dados sobre as complicações que surgi-
ram após o transplante, teve predomínio a infecção por citomegalovírus em 91 dos casos (77,8%), seguida pela função retardada
do enxerto em 42 pacientes avaliados (21,4%), e a complicação que surgiu em menor quantidade foi a diabetes com 4 casos
(3,4%). A não adesão ao tratamento é uma das causas mais preocupantes que tem impacto direto no aumento da morbidade e
diminuição da qualidade de vida dos pacientes transplantados podendo levar a rejeição do transplante. Isso remete a importância
da atuação da equipe de saúde, reforçando para o paciente, a necessidade da adesão de estratégias que resultem em uma melhor
aderência frente aos cuidados necessários após o transplante (PRATES et al., 2016). O mau uso ou a não utilização da medicação
imunossupressora, são um dos fatores que mais aumentam as taxas de morbidade e mortalidade de pacientes transplantados,
além de reduzir a qualidade de vida, acarretando aumento dos custos médicos e excesso hospitalizações e de utilização dos ser-
viços de saúde, podendo ser causa direta das mortes e dos insucessos do transplante renal (MEDEIROS; MEDEIROS, 2013). A in-
fecção por citomegalovírus (CMV) possui alto índice de morbidade e mortalidade nos pacientes transplantados. O vírus propaga-
-se rapidamente, geralmente do sistema do trato gastrointestinal, provocando vasculite e trombose seguido por processo
inflamatório, causando isquemia. A rejeição aguda pode estar associada à doença ou a infecção por CMV (TIZO; MACEDO, 2018).
Quanto a terapia CMV, a preempitiva, hoje é a mais utilizada, sendo a mais sensível e o diagnóstico é feito baseado na pesquisa
da carga viral, podendo ser realizadas por antigenemia para o pp65 ou PCR para CMV, carga viral positiva por um desses dois mé-
todos é um indicador independente de risco para doença pelo citomegalovírus (REQUIÃO-MOURA et al., 2015).

Conclusões:
Conclui-se afirmando que as complicações em crianças e adolescentes após o transplante renal foram caracterizadas pelo de-
senvolvimento de diabetes (3,4%), infecções (34,2%), perda do enxerto (21,0%) e citomegalovírus (77,8%). O transplante renal
apesar de apresentar inúmeros benefícios, como melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida das crianças e adolescentes,
pode ocorrer diversas complicações, e essas geralmente estão relacionadas a cirurgia, a patologias entre doador e receptor e
aos imunossupressores. Nessa perspectiva, é importante ressaltar o autocuidado e adesão ao tratamento, trazendo autonomia
ao paciente na diminuição de possíveis complicações. Embora o transplante renal não seja uma cura, e sim outra forma de trata-
mento substitutivo, abre possibilidades para o estudo, esporte, lazer e um melhor crescimento/desenvolvimento em comparação
à forma de tratamento através da diálise. Sugerimos estudos futuros nos estados do Brasil que tenham amostras de crianças e
adolescentes, permitindo comparativos com amostras maiores e estudos com intuito de identificação da adesão e autocuidado
para construir tecnologias ativas de educação em saúde nessa perspectiva, com foco na crianças, adolescentes e família.

Referências:
ABREU, Isabella Schroeder et al. Crianças e adolescentes em hemodiálise: atributos associados à qualidade de vida. Rev da Esc de
Enf da USP, v. 48, n. 4, p. 601-609, 2014.

ALVES, Líndia Kalliana da Costa Araújo et al. Fatores de risco cardiovascular em pacientes pediátricos após um ano de transplante
renal. Acta Paulista de Enf, v. 23, n. 1, p. 114-118, 2010.

BOMFIM, Eliane dos Santos et al. Nurse activity on educational practices in the family health strategy. Journ of Nursing UFPE/Rev
de Enf UFPE, v. 3, 2017.

BÖHM, Joseane; MONTEIRO, Mariane Borba; THOMÉ, Fernando Saldanha. Efeitos do exercício aeróbio durante a hemodiálise em
pacientes com doença renal crônica: uma revisão da literatura. J. bras. nefrol, v. 34, n. 2, p. 189-194, 2012.

274 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CHEN, Yuxia et al. Family caregiver contribution to self-care of heart failure: an application of the information-motivation-behav-
ioral skills model. Journal of Cardiovascular Nursing, v. 32, n. 6, p. 576-583, 2017.

FURTADO, Adriana María de Oliveira; SOARES, Enedina. The communication as an educational tool during kidney transplantation
preoperative period. Rev de Pesquisa: Cuidado é fundam online, v. 10, n. 3, p. 753-757, 2018.

HERNÁNDEZ, A.; MONGUÍ, K.; ROJAS, Y. Descripción de la composición corporal, fuerza muscular y actividad física en pacientes
con insuficiencia renal crónica en hemodiálisis en una unidad renal en Bogotá, Colombia. Rev Andaluza de Medicina del Deporte,
v. 11, n. 2, p. 52-56, 2018.

LIBERATO, Samilly Márjore Dantas; SOUZA, Amanda Jéssica Gomes; GOMES, Andréa Tayse de Lima; MEDEIROS, Lays Pinheiro de;
COSTA, Isabelle Katherinne Fernandes; TORRES, Gilson de Vasconcelos. Relationship between treatment adherence and quality of
life: an integrative review of the literature. Goiânia: Rev Eletrôn de Enf, v. 16, n.1, 2014.

MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Atlas, 4. ed., 2019.

MEDEIROS, Alice Junielly de Sousa ; MEDEIROS, Elainy Maria Dias de . Desafios do tratamento hemodialítico para o portador de
insuficiência renal crônica e a contribuição da enfermagem. Pombal-PB: REBES, v.3, n.1, 2013.

NATIONAL KIDNEY FUNDATION. Annual Report Fy 2018. National Kidney Fundation. New York, 2018.

NGA, Hong Si et al. Evaluation of the 1000 renal transplants carried out at the University Hospital of the Botucatu Medical School
(HCFMB)-UNESP and their evolution over the years. Braz Journal of Nephrology, v. 40, n. 2, p. 162-169, 2018.

PENNAFORT, Viviane Peixoto dos Santos; QUEIROZ, Maria Veraci Oliveira; JORGE, Maria Salete Bessa. Crianças e adolescentes
renais crônicos em espaço educativo-terapêutico: subsídios para o cuidado cultural de enfermagem. Rev da Esc de Enf da USP, v.
46, n. 5, p. 1057-65, 2012.

PRIMO, Hingrithi Francini Barbosa Da Cunha; HAYAKAWA, Liliana Yukie. Conhecimento da equipe de enfermagem na assistência
ao paciente em pós-operatorio de transplante renal. REVISTA UNINGÁ REVIEW, v. 29, n. 3, 2018.

PRATES, Daiane da Silva et al. Transplante renal: percepções de pacientes transplantados e profissionais da saúde. Rev. enferm.
UFPE on line, v. 10, n. 4, p. 1264-72, 2016.

REQUIÃO-MOURA, Lúcio Roberto; MATOS, Ana Cristina Carvalho de; PACHECO-SILVA, Alvaro. Cytomegalovirus infection in renal
transplantation: clinical aspects, management and the perspectives. Einstein (São Paulo), v. 13, n. 1, p. 142-148, 2015.

SANTOS, Kelb Bousquet; COSTA, Luciane da Graça da; ANDRADE, Joanlise Marco De Leon. Nutritional status of individuals with
chronic renal failure in hemodialysis in the Unified Health System. Ciencia & saúde colet, v. 24, n. 3, p. 1189-1199, 2019.

SHAMS, Seyyede Fatemeh et al. Urinary tract infections in kidney transplant recipients 1st year after transplantation. Journal of
research in medical sciences: the official journal of Isfahan University of Medical Sciences, v. 22, 2017.

SOUZA, Thaís Thaler et al. Impactos da Doença Renal Crônica no desempenho ocupacional de crianças e adolescentes em he-
modiálise/Impacts of Chronic Kidney Disease on occupational performance of children and adolescents on hemodialysis. Cad
Brasil de Terapia Ocupacional, v. 27, n. 1, 2019.

TIZO, Juliana Moura; MACEDO, Luciana Conci. Principais complicações e efeitos colaterais pós-transplante renal. Rev Uningá Rev,
v. 24, n. 1, 2018.

Comunicação Oral 275


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

HEMORRAGIA PERI-INTRAVENTRICULAR ASSOCIADO A


PREMATURIDADE: UM ESTUDO DE CASO
MARIA EUNICE NOGUEIRA GALENO RODRIGUES
Universidade Estadual Do Ceará (Uece)
KARINE SALES BRAGA
Centro Universitário Inta (UNINTA)
ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA ALBUQUERQUE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ILVANA LIMA VERDE GOMES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O nascimento prematuro é um problema de saúde pública, podendo ser definido como prematuro aquele que nasce antes das
37 semanas completas de gestação e classificados como prematuro extremos os que atingem Idade Gestacional (IG) inferior a 32
semanas (GOMES, 2016). Nesse contexto, a prematuridade representa a principal causa de morte nos primeiros 28 dias de vida, e
a segunda principal causa de morte entre as crianças com idade inferior a cinco anos. Estima-se que a cada ano, no mundo, cerca
de 15 milhões de bebês nasçam antes de chegar ao termo, ou seja, mais de um em cada dez nascimentos. Mais de um milhão deles
morrem a cada ano devido as complicações da prematuridade (ALCANTARAS et al., 2017). Com o surgimento do ambiente da Uni-
dade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), esses prematuros passaram a ter uma sobrevida, porém em alguns casos a intensa ma-
nipulação desses recém--nascidos (RN), principalmente os prematuros extremos, diante das intercorrências apresentadas, pode
desencadear comprometimentos permanentes que influenciarão o desenvolvimento e o crescimento dessas crianças, colocando-
-as em uma condição crônica (GALDINO et al., 2016). Nesse âmbito, a maior e mais frequente complicação no período neonatal,
destaca-se a hemorragia peri-intraventricular (HPIV) que é causada pela obliteração da circulação do sistema liquórico no sistema
ventricular ou na região aracnóide, com formação de coágulos, impedindo a circulação (MARINHO, et al., 2007). Portanto a HPIV é
significativa, pois há grande número de casos de Incidência de Hemorragia Intracraniana (HIC) com início logo após o nascimento
portanto, estreita relação com os aspectos perinatais (SILVA et al., 2015). As principais estratégias de cuidado aos RN prematuros
internados em UTIN’s na prevenção de HPIV consiste em vários fatores como: colocar o RN na incubadora com cabeceira elevada a
30° e cabeça em posição mediana, evitar ruídos, luminosidade e manuseio, bem como a privação de sono, visto que esses fatores
causam estresse, choro, irritação e, consequentemente, aumento da pressão intracraniana (KNAK e PAZ, 2016). Sabe-se que a
enfermagem, em parceria com a equipe multidisciplinar, deve trabalhar com práticas baseadas em evidências, com foco sempre
na segurança do paciente, principalmente na prevenção dessa ocorrência no prematuro. Dessa forma, os bebês egressos das
unidades neonatais terão menos sequelas, como a hidrocefalia, proporcionando mais qualidade e perspectiva de vida, bem como
maiores chances de reintegração na sociedade. A partir deste estudo pode-se perceber a importância que a equipe de enferma-
gem e a família têm nos cuidados oferecidos ao recém-nascido pré- termo (RNPT). Assim, surge a pergunta norteadora: Quais são
os cuidados de enfermagem prestados ao RNPT com hemorragia peri-intraventricular em uma UTIN e os cuidados realizados em
domicílio pela família da criança? A pesquisa torna-se importante devido sua relevância para pacientes acometidos pela patologia
visto que poderão conhecer doença. Também para as equipes de neonatologia que poderão obter fontes de informações sobre a
HPIV, sinais e sintomas, causas, diagnósticos, tratamento e principalmente sobre prevenção.

Objetivos:
Objetivo Geral - Discutir os cuidados de enfermagem e da família com o recém-nascido pré-termo com Hemorragia Peri-intra-
ventricular na UTIN. Objetivo Específico - Conhecer as fragilidades do prematuro em relação à HPIV; Compreender o cotidiano de
pacientes com HPIV pós-alta hospitalar.

Desenvolvimento:
Trata-se de uma pesquisa do tipo estudo de caso descritivo e documental. O estudo de caso é uma investigação empírica que in-

276 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

vestiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o
fenômeno e o contexto não são claramente evidentes (YIN, 2010). Na pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa biblio-
gráfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes, visto que a pesquisa documental se vale de materiais que não
receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL,
2008). A pesquisa foi realizada em um hospital de grande porte da cidade de Sobral-CE, referência para 55 municípios. A pesquisa
ocorreu na UTIN constituída por 10 leitos, e a UCIN por 30 leitos, estando atualmente 25 leitos ativos. A equipe profissional é
formada por 20 enfermeiros, 54 técnicos de enfermagem e 11 médicos, que juntamente com o fonoaudiólogo, nutricionista, fisio-
terapeuta, psicólogo e assistente social prestam assistência a mãe e ao recém-nascido ali internado. O participante selecionado
para o estudo foi o prematuro de menor baixo peso acometido por hidrocefalia a receber alta melhorada da unidade neonatal es-
colhida. Esta pesquisa foi realizada em janeiro a dezembro de 2017 e teve a coleta de dados entre outubro e novembro. A primeira
etapa foi a aproximação com o local do estudo. A segunda etapa consistiu na coleta a partir do prontuário do paciente. A terceira
foi a análise das informações e a quarta a elaboração de um relatório. Os dados foram discutidos com literatura pertinente a partir
da teoria da complexidade de Edgar Morim (2008), que nos remete o pensamento de não isolar ou diminuir um ao outro o todo e
as partes. Há que unir sempre esses termos. O todo e as partes estão sempre interligados, isso é um sistema. O reconhecimento
dessa complexidade permite-nos compreender que o cuidado deve ser realizado de forma que as partes se relacionam com o
todo. A pesquisa respeitou as diretrizes da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde com os quatros princípios de bioé-
tica: beneficência, não maleficência, autonomia e justiça (BRASIL, 2012).

Resultados e Discussão:
L.F.M., 29 anos, G:01; A:0; P:1; apresentou Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) durante o segundo trimestre de
gravidez. Deu entrada no hospital de referência para pré-natal de alto risco inúmeras vezes, sendo em uma delas prescritos me-
dicações anti-hipertensivas. Mesmo em uso de medicações, a pressão arterial (PA) não apresentou parâmetros normais o que
levou a cliente a passar por outras internações. Na última internação e mais douradora, dia 12/02/2014 foi submetida a vários
exames e diversas consultas com especialistas. Ao realizar a cardiotocografia, que segundo Sousa, Melo e Amorim (2011) é um
método de avaliação biofísica da vitalidade fetal, onde tem como objetivo avaliar a frequência cardíaca fetal (FCF) e a contratili-
dade uterina no momento do parto, com isso, não foi possível conseguir escutar os batimentos do feto, estando a gestante com
28 e 5 dias semanas o que causou uma apreensão intensa em toda a equipe. Após laudo médico, o plantonista teve uma conversa
com a paciente, no qual informou que o feto estaria morto, visto que não apresentou batimentos cardiofetais durante a realização
do exame. A paciente não aceitou totalmente o que foi dito, exigindo assim que fosse realizado uma ultrassonografia (US) obsté-
trica, que de acordo com Gomes e Piccinini (2010) esta US tem capacidade de determinar características gerais do feto e identifi-
car gestações múltiplas, é também capaz de diminuir dúvidas quanto à saúde e o bem-estar fetal. A gestante disse que queria
realizar este exame para que pudesse ver através das imagens se o que estava sendo dito era verídico, ela disse que precisava “ver
para crer”, pois queria muito seu filho independente de qualquer coisa. O médico explicou o caso que nascendo naquele momen-
to ele não estaria preparado fisiologicamente para o nascimento, mas que era a única opção no momento, afinal ela e o feto es-
tavam correndo risco de vida. No hospital que ela se encontrava, no momento não estava com leito de UTIN disponíveis. Então foi
decidido transferir a gestante para outro hospital da cidade. O contato com a regulação de leito foi realizado e regulado assim, a
vaga para a gestante e RN. A gestante durante uma conversa com a equipe de profissionais do hospital de onde estava internada,
relatou: “- Eu quero meu bebê, independente de como ele pode nascer.” Algumas estratégias foram criadas para aumentar as
condições de acesso da gestante de gestão do SUS, como a organização da rede de Centrais Estaduais de Regulação (CER), com a
missão de qualificar o ingresso do cidadão aos serviços e procedimentos de alta e média complexidade, de forma organizada, por
áreas temáticas, colocando-se a serviço da defesa do direito à saúde. As CER administram as demandas de saúde existentes e os
recursos disponíveis, de modo a oferecer a melhor resposta assistencial em tempo oportuno. A regulação para leitos de UTI é
realizada mediante critérios de prioridades técnicas, seguindo protocolos hierarquizados construídos em consensos das socieda-
des de especialidades médicas, priorizando o atendimento dos casos de maior gravidade (GOLDWASSER, et al., 2016). O parto
aconteceu dia 21/02/2014, as 11:52, APGAR: 1 min: 7; 5 min.: 8; com 29 semanas, pesando: 640g, prematuro extremo, muito
baixo peso, sexo: masculino. Ainda no centro cirúrgico obstétrico foi realizado a intubação e realizado ventilação manual até o
momento da transferência para a UTIN. Esteve com todo o aparato necessário para uma transferência de êxito. Ao ser admitido

Comunicação Oral 277


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

no setor, foi colocado no leito 8 da UTIN, onde foi prontamente atendido. Foi colocado no RN equipamentos para que que ocor-
resse uma ventilação mecânica, com parâmetros altos devido a prematuridade. Foi também realizado cateterismo umbilical. Ali
permaneceu internado por 56 dias. Dias dolorosos para a genitora e para o RN. Após 72h de internamento pós-parto, a genitora
teve alta hospitalar. Após alta ela dirigiu-se ao setor de internamento de seu filho onde tornou-se acompanhante. A Hemorragia
Intraventricular é uma patologia comum em RN prematuro devido o paciente a termo possuir facilidade extrema de sofrer com
hemorragias cerebrais. No caso do A.M.F, prematuro extremo, sua hemorragia alcançou o nível IV, sendo conhecida por hidroce-
falia. Tendo diagnóstico fechado aos 42 dias de nascido. Quando o paciente se encontra neste estágio o mesmo deve ser subme-
tido a uma derivação ventrículo peritoneal, porém, o RN para realizar este procedimento deve pesar no mínimo 1.500g, o que no
caso estudado no momento do diagnosticado pesava bem menos que isso. Então optou-se para realização da derivação ventrícu-
lo subgaleal para amenizar os sinais e sintomas da doença, até que se pudesse realizar um procedimento definitivo. Após melho-
ra clínica, aos 56 dias de vida, o RN foi encaminhado para a UCIN, que segundo Gaiva (2006), UCIN é um setor que tem como um
dos principais focos a assistência ao prematuro, sendo ainda um local de capacitação e o amadurecimento emocional da família.
Ali permaneceu internado por 65 dias. Durante seu internamento na UCIN, quando alcançou 1.500g, o peso aceitável para o pro-
cedimento cirúrgico, o mesmo foi realizado. O paciente que já não estava mais em uso de antibioticoterapia, voltou ao tratamen-
to devido ao procedimento invasivo, apresentou episódios de febre e hipossaturação. Passou alguns dias com quadro instável,
depois apresentou melhora e estabilidade. Depois do quadro de hidrocefalia resolvido com a válvula, o próximo passo para a alta
seria conseguir se alimentar sem auxílio de sondas orogástrica, sendo este um dispositivo alternativo para alimentação, visto que
já não estava mais em uso de oxigenoterapia. A genitora não desanimou nenhum momento durante a internação de seu filho,
mesmo após esse processo de tentativas de amamentação, tendo desfecho não positivo ela ainda relatou: “Meu filho, não vai
conseguir mamar, mas isso a gente conseguirá vencer”. Dia 01/06/2014, a alta hospitalar é concedida. Assim o A.M.F., passa a ser
atendido pela Atenção Básica de Saúde (ABS) do bairro para consultas de puericultura e consultas de followp no hospital de inter-
namento. Foi orientado a genitora para que procurasse a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) para acompanha-
mento com especialistas para seu filho, visto que precisava ser acompanhado de perto para que pudesse ser observado e diagnos-
ticar rápido limitações causadas pela patologia de base. Após alta, a mãe de A.M.F., descreveu a sensação com algumas palavras:
“- Não há sensação, não há sentimento melhor do que este estou sentindo agora. Sair do hospital com meu filho bem, é inexpli-
cável”. O Princípio da Reintrodução do Conhecimento em Todo o Conhecimento, para Morin, pressupõe que: “todo conhecimento
é uma reconstrução ou tradução por um cérebro, numa cultura e um tempo determinados (ARRUDA, et al., 2015). Percebe-se que
o RN teve um tempo de internamento para evoluir com alta, pois foi com o tempo que o cliente foi adquirindo e construindo fa-
tores necessários para a vida fora do aparato hospitalar. Sempre que o bebê necessita de cuidados intensivos na fase neonatal,
surgem as preocupações iniciais acerca de sua sobrevida, sempre acompanhadas pelo receio quanto a qualidade de vida dos re-
cém-nascido. As clínicas de acompanhamento são adjuvantes importantes e necessários a terapia intensiva neonatal, assim o
follow-ap, pode ser compreendido como um acompanhamento da equipe multidisciplinar em relação a evolução clínica e ao de-
senvolvimento das crianças egressas da UTIN (GUANABARA, 2012). Com 6 meses após alta o lactente apresentou vômitos, convul-
sões e aumento do perímetro cefálico. A genitora levou para o hospital onde foi realizado exames e diagnosticado obstrução da
DVP, que de acordo com Cunha (2014), essa obstrução pode originar-se por de infecção, maior consistência do LCR, ou ainda
causas indefinidas. O paciente ficou internado na UTI pediátrica, onde recebeu os cuidados. Foi encaminhado ao centro cirúrgico
para realização do procedimento, voltando para o setor de internamento após realização de intervenção. Ali permaneceu inter-
nado até estabelecimento da saúde. A Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica é caracterizada como uma unidade reservada,
complexa, dotada de monitorização contínua e admite pacientes potencialmente graves ou descompensados de um ou mais sis-
temas orgânicos (FEITOSA et al., 2011). Com 2 anos e 6 meses o paciente volta a apresentar vômitos e convulsões mesmo em uso
de anticonvulsivantes. Ao levar para o hospital, percebeu-se novamente a obstrução da válvula. Sendo necessário a troca do dis-
positivo de DVP e uma nova internação. O Princípio do Círculo Retroativo baseia-se na ideia de circularidade ou recursividade, na
qual os efeitos retroagem sobre as causas e as realimentam. Trata-se da evolução da causalidade linear (causa e efeito) para uma
relação não linear, que circula entre causa e efeito (ARRUDA et al., 2015). Observa-se que a obstrução da DVP é uma causa, que
tem um efeito, isto é, ocasiona um novo procedimento cirúrgico na criança, e que é um acontecimento que pode voltar a aconte-
cer. A.M.F., está com 2 anos e 9 meses de idade e é acompanhado pela APAE, tendo consultas semestrais em Fortaleza com espe-
cialista, tais: nutricionista, pediatra, fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Apresenta atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

278 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Anda com auxílio e falar poucas palavras, essas sem conexões de frases. De acordo com genitora, o filho aceita somente mingau
e alguns tipos de sucos, quando introduzido outro alimento a criança vomita e faz eliminações espontânea, porém em fralda. Na
Teoria dos Sistemas, Morin assume outro princípio da Complexidade, conhecido como o Princípio da Auto-eco-organização: auto-
nomia/dependência (HAMMERSCHMIDT, SANTOS, 2012). Neste caso a criança que nasceu prematura e que adquiriu hidrocefalia,
tem autonomia de respirar sem aparelhos, alimentar-se sem ajuda de dispositivos, e ao mesmo tempo torna-se dependente por
não conseguir caminhar sem ajuda, por exemplo. Possuindo assim autonomia e dependências, uma interagindo com a outra e
compactuando com definição do princípio que um ser nunca pode ser somente autônomo e nem somente dependente. O Princí-
pio Hologramático enfatiza que “não apenas a parte está no todo, mas o todo está em cada uma das partes que compõe o todo.
Na atuação dos profissionais de saúde percebemos que existe uma assistência integrada. Todos os profissional trabalhando de
forma conjunta, buscando o mesmo objetivo (que configura o “todo” nesse caso) afinal, embora a maioria realize sua assistência
de forma individual, sabe-se da necessidade das articulações e conexões com outros profissionais e serviços para proporcionar a
continuidade da assistência (ARRUDA, et al, 2015). O Retardo do Desenvolvimento Neuropsicomotor (RDNPM) é um transtorno
neuropsiquiátrico comuns em crianças e adolescentes. É difícil de ser definido, pois varia conforme o referencial adotado – neu-
rológico, psicológico, fonoaudiológico ou outros. A característica essencial do RDNPM é quando a pessoa tem um funcionamento
intelectual significativamente inferior à média. Ocorre acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em
pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relaciona-
mento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança
(MENDES et al., 2015). No momento, com 3 anos e 10 meses, a criança encontra-se consciente, afebril, com dieta livre, porém
com melhor aceitação de dieta liquida e pastosa, corado e hidratado, com pele e mucosas íntegra. Cabelo sem presença de para-
sitas. Cabeça com alargamento e cicatrizes. Apresenta rigidez em membros inferiores, pouco apoio em região cervical e atraso na
fala e linguagem. DVP funcionante podendo ser percebida através de uma protuberância na região cefálica que se estende até o
tórax. Normocárdico, eupnéico, abdômen flácido a palpação com RH+. Eliminações normais e extremidades não cianóticas. Du-
rante a entrevista com a genitora, percebeu-se em todas suas falas um carinho e dedicação exclusiva a seu filho, onde em um dos
momentos ela explanou tudo que sentia em uma frase: “- Sou a mãe mais feliz do mundo, vivo para meu filho. Seu sorriso em cada
amanhecer é meu motivo de viver.”

Conclusões:
A partir deste estudo, observou-se que a hidrocefalia é comum em neonatos prematuros, podendo ser resultado de traumas,
barulho excessivo e transporte inadequado. Sua prevenção se dá através da busca por tratamento que visem um parto a termo,
bem como um manejo cuidadoso da equipe multidisciplinar para com o RNPT. No decorrer da pesquisa, percebeu-se que as publi-
cações sobre o assunto eram em sua maioria médicas, dificultando a realização do estudo e a compreensão da doença pela equipe
de enfermagem. Desta forma, procurou-se extrair da clínica da doença tudo aquilo que pudessem ser trabalhado pela enferma-
gem, visando a busca pelo um cuidado eficaz. A família de crianças com hidrocefalia é uma peça importante no cuidado do dia a
dia, percebendo que muitas vezes os cuidados se dão a partir de suas crenças, costumes e condições. O enfermeiro exerce papel
ativo na prevenção e na resolutividade dos problemas levantados, sendo necessário conhecimento da função neurológica, dos
sinais e sintomas da doença e do tratamento, buscando a melhor qualidade de vida da criança com hidrocefalia. Neste contexto,
espera-se que haja um incentivo para realização de demais estudos abordando a hemorragia intraventricular pelos profissionais
de enfermagem, visto que é um assunto pertinente e de grande interesse a classe. Espera-se que a criação de protocolos e práticas
assistências de qualidade voltadas para RNPT e crianças com hidrocefalia sejam aplicadas de forma mais intensa nas unidades
hospitalar.

Referências:
ALCÂNTARA, K. L., et al., Orientações Familiares Necessárias Para Uma Alta Hospitalar Segura do Recém-Nascido Prematuro: Re-
visão Integrativa. Rev. Enferm. Ufpe On Line., Recife, Fev., 2017.

ARRUDA, C., et al., Redes de atenção à saúde sob a luz da teoria da complexidade. Esc. Anna Nery 2015;19(1):169-17.

CUNHA, A. H. G. B. Hidrocefalia Na Infância Revista Brasileira De Neurologia E Psiquiatria. Pernambuco, 2014 Maio/Ago;18(2):85-
93.

Comunicação Oral 279


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FEITOSA, M.S., et al. Unidade De Terapia Intensiva Pediatrica: O Cuidar Do Paciente Oncológico. Xv Encontro Latino Americano De
Iniciação Científica E Xi Encontro Latino Americano De Pós-Graduação – Universidade Do Vale Do Paraíba, Julho de 2011.

GIL, A.G., Métodos E Técnicas De Pesquisa Social .6. ed. - São Paulo : Atlas, 2008

GOLDWASSER, R.S. et al. Dificuldades de acesso e estimativas de leitos públicos para unidades de terapia intensiva no estado do
Rio de Janeiro. Rev Saúde Pública 2016; 50:19.

GOMES, I.F., et al., Vivências De Famílias No Cuidado À Criança Com Complicações Da Prematuridade. Cienc. Cuid. Saude, Minas
Gerais, v.1, 2016.

KNAK, D., PAZ, I. Cuidando Do Cérebro Em Desenvolvimento: Estratégias De Prevenção Da Hemorragia Intracraniana Peri-Intraven-
tricular Em Uti Neonatal. Ciências Biológicas e da Saúde, Santa Cruz do Sul, 2016.

LIMA, V.C. et al. Puericultura Na Atenção Primária À Saúde: Atuação Do Enfermeiro. Cogitare Enferm. 2012 Jan/Mar; 17(1):119-25.

MARIONHO, R. S. et al., Hemorragia Periventricular, Intraventricular E Mecanismos Associados À Lesão Em Recém-Nascidos Pré-
-Termos. Instituto de Medicina Física e reabilitação. V.14. N.3, São Paulo 2007.

MENDES, M.V.S. et al. Crianças com retardo do desenvolvimento neuropsicomotor: musicoterapia promovendo qualidade de vida.
Rev Bras Enferm. 2015 set-out; 68(5):797-802.

PIMENTEL, I. R.S. et al. Caracterização da demanda em uma Unidade de Saúde da Família. Rev bras med fam comunidade. Floria-
nópolis, 2011 Jul-Set; 6(20): 175-81.

SILVA, R., et al. Aspectos perinatais relacionados à hemorragia intracraniana em recém- nascidos de muito baixo peso no Sul do
Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2015; 37(4):159-63.

VENTURA, M. M. O Estudo de Caso como Modalidade de Pesquisa. Rev SOCERJ. 2007;20(5):383-386, setembro/outubro.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.

280 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADORA PARA O


PLANEJAMENTO EM SAÚDE
DÉBORA ROSANA ALVES BRAGA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
MARIA VIEIRA DE LIMA SAINTRAIN
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
SUZANNE VIEIRA SAINTRAIN
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
ANA OFÉLIA LIMA PORTELA
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
CESARIO RUI CALLOU FILHO
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Introdução:
O Planejamento em Saúde, enquanto visa a Promoção da Saúde, deve levar em conta características das comunidades em seus
diferentes aspectos. Portanto, esse enfrentamento deve partir de uma noção ampla do processo saúde- -doença e de seus de-
terminantes, buscando encadear a mobilização de recursos, institucionais e da sociedade, como também de saberes técnicos e
locais (BUSS, 2000). Segundo Carlos Matus (1987), as características do planejamento com enfoque “normativo” repousam sobre
a planificação de um objeto e um sujeito independentes (o Eu e a Realidade), na qual a planificação procura conhecer a realida-
de somente através do diagnóstico único. Isto representa uma realidade objetiva que apresenta comportamentos previsíveis e
estáveis, ocasionando viés economicista e o enfoque final trabalha com sistema fechado (única chegada e única trajetória). En-
quanto isto, o Planejamento Estratégico Situacional enfatiza o fato de que o planejador deve estar dentro da realidade (histórica)
e coexistindo com outros atores, repousa em diferentes explicações, situações ou diagnósticos, condicionados pelo lugar que os
atores ocupam nessa realidade, onde a conduta é um processo criativo, pouco estruturado, a previsão supõe um cálculo estra-
tégico, a normatividade econômica não é única e o enfoque trabalha com sistemas de final aberto (probabilístico). É sabido que
o processo ensino-aprendizagem em relação à reprodução do conhecimento, no qual o educador detém o monopólio do poder,
assumindo o papel de transmissor de conteúdos e formulador de questões, contrapõe-se a uma adequada aprendizagem. Esta
prática pedagógica que se baseia na concepção “bancária”, para a qual a educação é o ato de depositar, transferir e reproduzir
valores e conhecimentos representa um obstáculo para o pleno desenvolvimento dos profissionais de saúde (COTTA et al., 2012).
Foi neste contexto, que a Disciplina de Planejamento em Saúde, por meio de metodologia problematizadora, contribuiu no intuito
de facilitar a melhor compreensão dos discentes face ao Planejamento em Saúde.

Objetivos:
Utilizar da Educação Problematizadora como um meio facilitador para o Planejamento em Saúde, com vistas a realizar oficinas de
Planejamento Estratégico Situacional utilizando-se do Método Altadir de Planejamento Popular - MAPP.

Desenvolvimento:
Tratou-se de uma experiência de ensino-aprendizagem com alunos de um curso de pós-graduação em Saúde Coletiva. Torna-se
importante enfatizar que promover a saúde é trabalhar nas causas do adoecer, como também incentivar a participação efetiva
das pessoas como atores de sua própria vida e saúde (CARVALHO, 2013). Os trabalhos foram realizados em duas etapas: primeira-
mente, tomou-se como metodologia o “método do arco” cuja base teórica é a chamada “educação problematizadora” de Borde-
nave (1994). Para Bordenave (1994), os problemas não existem somente em suas manifestações empíricas ou situacionais. Estes
requerem os princípios teóricos que o explicam e direcionam o plano de ação. Consequentemente, com base na metodologia
da problematização e para conhecer a “realidade dos serviços de saúde” as atividades foram construídas a partir das necessida-
des resgatadas da própria realidade dos profissionais de saúde e de usuários das unidades de atenção básica. Assim sendo, foi
solicitado ao gestor/coordenador, agente comunitário de saúde e usuários da Unidade Básica de Saúde da Família (UBASF) para
responder a questão norteadora: Quais os principais problemas que dificultam o bom desempenho da UBASF? Nesta conjuntura,
as manifestações empíricas ou problemas elegidos pelos profissionais das Unidades Básicas de Saúde da Família, foram discutidos

Comunicação Oral 281


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

pelos discentes em seus pontos chaves, ou seja, suas causas e consequências, para melhor compreensão na busca de hipóteses de
soluções, compartilhadas nas discussões do grupo e serem aplicadas no Sistema da Atenção Básica da Saúde. Portanto, explora-
ram-se temas e problemas mais comumente vivenciados no cotidiano destas Unidades de Saúde. Nas atividades de consolidação,
utilizando os dados colhidos, ressaltaram-se falta de material de consumo, dificuldade quanto aos recursos humanos, problemas
sociais como drogas, dentre outros. Na lição de Bordenave (1980), “todos os processos educativos, assim como suas respectivas
metodologias e meios de ensino-aprendizagem se baseiam em uma determinada pedagogia, ou seja, em uma concepção de que
as pessoas aprendam alguma coisa e modifique o seu comportamento”. Assim sendo, neste segundo momento aplicou-se o Mé-
todo Altadir de Planejamento Popular que tem por finalidade auxiliar no Planejamento Operacional, levando em conta que a sua
aplicação nas Unidades, Sistemas Locais menos complexos e por ser simples e criativo, viabiliza a planificação a partir de uma base
popular. Favorece, sobretudo, a comunidade e suas lideranças com a análise e enfrentamento de seus problemas, bem explana-
do por Wright et al., (2009) de que um dos desafios é fazer a ponte entre o conhecimento habitual e o senso científico, ou seja,
aplicar as teorias generalizáveis sobre as causas dos problemas de saúde e suas soluções. Neste segundo momento, realizou-se,
em uma oficina de trabalho, a consolidação dos problemas elencados por ordem de prioridade. O uso de targetas com as quais,
mediante discussão e análise detalhada, abasteceram os discentes na construção de uma “espinha de peixe” dando visibilidade
ao problema central, suas causas e consequências. Esta atividade foi de grande importância para a compreensão das ações a
serem desenvolvidas no planejamento, assim como compreender que a comunidade é parte integrante do sistema e essencial
para compartilhar no desenvolvimento e bom desempenho destas ações. O Planejamento Estratégico Situacional desenvolvido
por Carlos Matus em 1970, surgiu para substituir o modelo tradicional, ou seja, o planejamento normativo (FRANCO, 2000). Ao
utilizar o MAPP, como um método de participação popular, as atividades foram discutidas e programadas com os profissionais e a
comunidade e se planeja para resolver as reais necessidades encontradas, portanto, é um importante colaborador social. O Pla-
nejamento Estratégico Situacional (PES), nos anos 1970, passou a ter abordagens acadêmicas e a ser explorado cientificamente
por ser focado na complexidade dos problemas sociais. A hipótese de que o PES dialoga com uma perspectiva de gestão partici-
pativa, democracia deliberativa que leva a uma perspectiva mais substantiva da administração é bastante diferente dos modelos
gerencialistas do planejamento estratégico tradicional (SILVA et al., 2017). O fato de este experimento ter se consolidado como
uma prática de ensino-aprendizado, não teve seu conteúdo submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, considerando-se como
limitação do estudo. Entretanto, foi desenvolvido obedecendo todos os preceitos éticos, como bem determinados pelo Conselho
Nacional da Saúde, a serem cumpridos conforme a Resolução 466 de 2012.

Conclusões:
Destacou-se que os discentes, por meio da participação e trabalho coletivo na oficina, compreenderam a necessidade de buscar
os problemas relacionados à realidade da comunidade, analisando os pontos-chaves, suas causas e consequências e a busca de
soluções dos problemas. Os mesmos apreenderam como essencial que: o Planejamento Estratégico em Saúde se diferencia pela
sua importância para a sociedade em programar políticas de saúde com base no território; por constituir um instrumento de
trabalho na Gestão da Saúde; funcionar como prática social transformadora, e, sobretudo, colaborar como Método de Ação Go-
vernamental para produção de Políticas Públicas.

Referências:
______. El método del arco: una forma de hacer educación problematizadora. Consultor Internacional en Comunicación y Educa-
ción/Asunción, Paraguay. Decisio Enero-Abril 2005; p. 46-50.

. La transferencia de tecnologia apropriada ao pequeno agricultor – Biblioteca Digital CREFAL, p. 75-102, 1980.

BORDENAVE, J. E. D. Alguns fatores pedagógicos. Capacitação pedagógica para o instrutor/supervisor: área da saúde. Brasília:
Ministério da Saúde. 1994.

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União,
13 jun 2013 – Seção 1 – Página 59.

BUSS, P.M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, n.1, p.163-177. 2000.

CARVALHO, G. A saúde pública no Brasil. Estudos Avançados, v. 2, n. 78, p. 7-26, 2013.

282 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

COTTA, R. M. M. et al. Construção de Portfólios coletivos em currículos tradicionais: uma proposta inovadora de ensino-aprendi-
zagem. Ciência & Saúde Coletiva, v.17, n.3, p.787-796, 2012.

FRANCO A. Por que Precisamos de Desenvolvimento Local Integrado e sustentável Cadernos da Oficina Social. Desenvolvimento
Local, Centro de Tecnologia, Trabalho e Cidadania. Ilha do Fundão/RJ; 2000.

MATUS, C. Adiós Sr. Presidente. Caracas: Pomaire Ensayos. 1987

SILVA, A. K. et al. Planejamento Estratégico Situacional - PES: uma análise bibliométrica da produção científica brasileira. Revista
do Serviço Público Brasília, v. 68, n.2, p. 365-388, abr/jun. 2017.

WRIGHT, M. T. et al. A call an International colaboration on participatory research for health. Health Promotion International, v.25,
n.1, p.115-122, 2009.

Comunicação Oral 283


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REALIZAÇÃO DE GRUPO EDUCATIVO PARA ACOMPANHANTES


DE PACIENTES VÍTIMAS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
NATÁLIA DE SOUSA ARAÚJO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MILENA SAMPAIO GAMA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
ALYNE NOGUEIRA PAZ
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SARAH VIEIRA FIGUEIREDO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) caracteriza-se pela perda súbita de função cerebral, em consequência da interrupção da ir-
rigação sanguínea de uma parte do cérebro. Essa interrupção pode ser causada tanto pela obstrução ou ruptura de algum vaso
sanguíneo, recebendo as classificações de AVC isquêmico e AVC hemorrágico, respectivamente (BRASIL, 2017). A pessoa que teve
AVC e ficou com sequelas transitórias ou definitiva precisa de alguém que lhe ajude ou mesmo preste- -lhe cuidados. Em geral,
um familiar assume este processo de cuidar muitas vezes sem nenhum preparo para desenvolvê-los. Tal fato, ocorre muitas vezes
de maneira súbita, exigindo deste cuidador, uma rotina completamente nova e adaptada às necessidades do familiar acometido
pelo AVC. (PIOLLI; DECESARO; SALES, 2018). Torna-se, portanto, necessário que a equipe de saúde, principalmente o profissional
enfermeiro, ainda durante a internação do paciente, esteja junto da família também, visto que a hospitalização é algo temporário
e o cuidado domiciliar será permanente (PAIVA; VALADARES, 2013; BONELLI et al., 2014; OLIVEIRA et al., 2017). A fim de estabele-
cer uma relação de confiança para auxiliá-lo a compreender e enfrentar esse novo desafio, que é o assumir o cuidado do paciente.
Para poder melhor orientar os familiares, é importante que o enfermeiro entenda qual a percepção que o cuidador tem acerca da
doença, pois além da experiência prévia, faz-se necessário o ensino de competências básicas ao cuidador, dando-lhe informações
sobre como realizar o cuidado de um paciente vitimado de AVC. (MENDONÇA; GARANHANI; MARTINS, 2008; SILVA; MONTEIRO;
SANTOS, 2015). Para que assim a assistência seja prestada de maneira singular, de acordo com o seu conhecimento sobre a doença
e os cuidados e de acordo com as necessidades de cuidado específicas do paciente.

Objetivos:
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de uma interna de enfermagem ao realizar um grupo de educação em saúde na
atenção terciária, junto a cuidadores de pacientes vítimas de AVC.

Desenvolvimento:
Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo relato de experiência, que visa compartilhar a vivência de uma aluna
no período do internato do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE), na realização de um
grupo educativo durante o mês de abril, em uma unidade própria para pacientes vitimados por AVC, em um hospital de referência
em Fortaleza – CE. A atividade foi desenvolvida com os acompanhantes dos pacientes que tiveram AVC e aceitaram ao convite
verbal para participar do momento. Inicialmente, foi realizada uma roda de apresentação, onde cada participante foi convidado a
falar seu nome, quem estava acompanhando e se era cuidador formal ou familiar. Participaram da atividade 9 acompanhantes e
nenhum deles era cuidador formal, todos configuravam-se como cuidadores familiares ou parentes e amigos próximos. O segundo
momento foi iniciado com uma pergunta: “O que você acha que significa AVC?”. Os acompanhantes então começaram a falar quais
eram as suas percepções sobre a doença, onde tinham ouvido falar dela. A partir destas discussões, foi falado aos acompanhan-
tes o que era o AVC, quais eram os tipos existentes de AVC e como acontecia cada um deles. Além disto, foram apresentados os
principais sinais e sintomas característicos de um AVC, os acompanhantes foram orientados a como reconhecer sinais e sintomas
através da sigla SAMU (sorriso – abraço – mensagem – urgência) e visualmente, através de imagens que retratassem os sinais
e sintomas mais comuns, por exemplo, o desvio de comissura labial. Outro ponto discutido com os acompanhantes foi sobre os
fatores de risco, se existem formas de prevenir o AVC e o que fazer para ter um estilo de vida mais saudável, praticando atividade
física, sem consumo excessivo de sal, bebidas alcoólicas, cigarro, dentre outros fatores que acometem e trazem prejuízos à saú-

284 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

de. Os participantes se mostraram bem atentos e contribuindo com relatos de como eram seus hábitos de vida e os hábitos de
vida de seus amigos/familiares que tiveram o AVC e vivências de mudanças de estilo de vida. Grande parte da preocupação dos
acompanhantes era voltar a cuidar muito bem as sua própria saúde para não acabar sendo acometido pela mesma doença de
seus pacientes. O terceiro momento foi sobre os cuidados com os pacientes vitimados de AVC pós-alta. Foi explicado que o AVC
pode causar sequelas e algumas delas são irreversíveis, fazendo com que o paciente fique dependendo de cuidados durante toda
sua vida. Assim, foram orientados quanto ao estimular seu paciente a ter uma vida saudável, praticar atividades físicas e adesão
a terapia medicamentosa. Além de terem sido orientados sobre a disposição de móveis, brinquedos e calçados pela casa, a fim
de evitar o maior risco de quedas, quanto às formas de estimular o lado afetado em momentos como, de como se vestir, levar o
alimento até a boca. Durante todo o momento realizado, os acompanhantes se sentiram à vontade para contribuir e tirar quais-
quer dúvidas sobre a temática. Ao final, foi feita uma síntese oral com os acompanhantes de tudo que foi visto. Entende-se que
uma das principais etapas do tratamento e reabilitação do paciente acontece no período pós alta hospitalar, ou seja, quando o
paciente retorna para sua casa e suas necessidades de cuidado passam a ser supridas pelo cuidador familiar. O cuidado prestado
ao paciente no ambiente domiciliar deve ser feito de forma adequada, pois se for realizado de forma empírica e sem orientações,
pode trazer prejuízos à vida do paciente (SOUZA et al., 2014). Assim, tem-se que o cuidar de um paciente vítima de AVC configura-
-se uma tarefa de grande responsabilidade, sendo um desafio para o cuidador. Por estes motivos, é imprescindível que a educação
e orientações de cuidado sejam fornecidas pelo enfermeiro aos cuidadores ainda durante a hospitalização, como cuidados com
o banho no leito, importância da mudança de decúbito para alívio da pressão e prevenção de lesões, uso das medicações no ho-
rário prescrito, cuidados com a alimentação e como diminuir o risco de broncoaspiração, dentre outros cuidados. (DELATORRE et
al., 2013; SILVA; MONTEIRO; SANTOS, 2015; NUNES; FONTES; LIMA, 2017). Assim, o enfermeiro pode contribuir não só durante a
hospitalização, mas orientando os cuidadores para que estes realizem os cuidados de maneira eficiente após a alta, no ambiente
domiciliar, contribuindo para a prevenção de complicações associadas ao desconhecimento de como cuidar e, consequentemen-
te, para a recuperação adequada do paciente.

Conclusões:
A vivência de poder e conduzir o grupo com acompanhantes de pacientes vítimas de AVC proporcionou ganho considerável na
formação acadêmica e profissional da aluna. Ao término deste estudo foi possível afirmar que a realização de atividades em edu-
cação em saúde é de grande relevância para todos os níveis de atenção e que é possível realizar educação em saúde até mesmo
em níveis terciários, sendo de grande importância para os acompanhantes, que foram orientados acerca desta doença, seus sinais
e sintomas, fatores de risco, cuidados.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Acidente vascular cerebral (AVC): uma das principais causas de mortes no mundo, doença pode ser
prevenida com hábitos saudáveis de vida. Brasília, 2017. Disponível em: . Acesso em 15 abr. 2019.

BONELLI, M.A. et al. Acidente Vascular Cerebral: importância do conhecimento para o cuidador após a alta hospitalar. Rev. CuidAr-
te Enferm., v. 8, n. 1, p. 16-23, abr./jun., 2014.

DELATORRE, P. G. et al. Planejamento para a alta hospitalar como estratégia de cuidado de enfermagem: revisão integrativa. Rev.
Enferm. UFPE, v. 7, n. 12, p. 7151-7159, 2013.

MENDONÇA, F.F; GARANHANI, M.L.; MARTINS, V.L. Cuidador familiar de sequelados de acidente vascular cerebral: significado e
implicações. Physis Rev. Saúde Col., Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 143-158, 2008.

NUNES, D.L.S; FONTES, W.S; LIMA, M.A. Cuidados de enfermagem ao paciente vítima de acidente vascular cerebral. Rev. Bras.
Ciências da Saúde, v. 21, n. 1, p. 87-96, 2017.

PIOLLI, K.C; DECESARO, M.N; SALES, C.A. O (des)cuidar-se como mulher ao ser cuidadora do companheiro com câncer. Rev. Gaúcha
Enferm.,v. 39, n. e., p. 01 – 07, 2018.

PAIVA, R.S; VALADARES, G.V. Circunstâncias que influenciam na significaçãoa da alta hospitalar. Esc. Anna Nery, v. 17, n. 2, p. 249-
255, abr./jun., 2013.

OLIVEIRA, E.C. et al. Cuidados pós-alta em pacientes idosos com sequelas de acidente vascular cerebral: planejamento de alta
hospitalar. Rev. Saúde e Desenvolv., v. 11, n. 9, p. 172-197, 2017.

Comunicação Oral 285


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SILVA, R.C.; MONTEIRO, G.L.; SANTOS, A.G. O enfermeiro na educação e cuidadores de pacientes com sequelas de acidente vascu-
lar cerebral. Rev. de Atenção à Saúde, v. 13, n. 45, p. 114-120, jul./set., 2015.

SOUZA, I. C. P. et al. Perfil de pacientes dependentes hospitalizados e cuidadores familiares: conhecimento e preparo para as prá-
ticas do cuidado domiciliar. Rev. Min. Enferm., v. 18, n. 1, p.164-172, 2014.

286 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

JOGO DE TABULEIRO COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL


PARA PREVENÇÃO DO USO DO ÁLCOOL E DE OUTRAS DROGAS
PELOS ADOLESCENTES

MIKAELLE YSIS DA SILVA


Universidade Regional do Cariri (URCA)
ÁLISSAN KARINE LIMA MARTINS
Universidade Regional do Cariri (URCA).

Introdução:
A adolescência caracteriza-se como uma etapa permeada por mudanças biológicas, físicas, sociais e psicológicas, onde muitas
vezes podem estar relacionadas com outros fatores, como o ambiental, devido a conjuntura sociocultural, e predispor o início
experimental ao mundo do álcool ou outras drogas (MOURA; MONTEIRO; FREITAS, 2016). O uso do álcool e de outras drogas
pelos adolescentes é considerado um problema de saúde pública, com ênfase as discussões sobre a temática diante de todas as
consequências (ELICKER et al., 2015). Todavia, a educação em saúde apresenta-se como um meio propício para a discussão de
problemas sociais. Não se limita apenas à transmissão do conhecimento e tem como finalidade propor subsídios à população
para o alcance de uma reflexão crítica acerca da realidade vivenciada, inferindo diretamente no processo de cuidado (JANINI
et al., 2015). Na prática da educação em saúde, ainda há um predomínio de métodos bancárias, como a palestra, momentos
centrados na prática clínica, individual e curativa (COUTINHO et al., 2017). Destarte, a importância da utilização das tecnologias
educacionais como um meio oportuno para o desenvolvimento das atividades de educação em saúde junto aos adolescentes.
Em específico aos jogos educacionais, que é ancorado pela esfera das tecnologias educacionais, apresentam-se como uma das
principais tecnologias que podem estar presentes no contexto das atividades (FERREIRA et al., 2019). Por considerar que o jogo
em sua essência envolve o caráter lúdico e interativo, promovendo o diálogo e a problematização do fenômeno abordado. O jogo
de tabuleiro junto aos adolescentes apresenta a característica lúdica como o ponto forte para integrar o público a discussão da
problemática durante a realização da atividade (LIMA et al., 2017). Ressalta-se a importância de pautar as práticas educativas ao
contexto da diminuição dos fatores de risco ao uso de drogas com a finalidade de sugerir estratégias que protejam os adolescentes
(CASELA et al., 2014). Nessa perspectiva, pressupõe que a realização de momentos educacionais que se proponham abordar a
problemática da prevenção ao uso do álcool e outras drogas pelos adolescentes apresentam-se como uma estratégia viável nesse
contexto traçado. Diante disso, questiona-se: “Qual a viabilidade do uso de uma tecnologia educacional do tipo jogo de tabuleiro
junto aos adolescentes escolares com ênfase a prevenção do uso do álcool e outras drogas?” Permeia-se a justificativa desse estu-
do em descrever a aplicabilidade de uma tecnologia lúdica, dialógica e problematizadora junto aos adolescentes escolares utiliza-
da para a condução do processo de educação em saúde com ênfase a prevenção ao uso do álcool e de outras drogas. Acredita-se
na relevância do estudo, diante da possibilidade de descrever a aplicabilidade de uma tecnologia educacional que pode favorecer
os momentos de educação em saúde junto aos adolescentes, a fim de alcançar maior apreensão pela temática a ser trabalhada,
com a finalidade de sensibilizá-los com ênfase aos aspectos da prevenção e do autocuidado.

Objetivos:
Descrever a aplicação de uma tecnologia educacional do tipo jogo de tabuleiro em uma atividade de educação em saúde com
ênfase a prevenção do uso do álcool e de outras drogas junto aos adolescentes escolares.

Desenvolvimento:
MÉTODO Estudo exploratório de cunho descritivo, que visa explorar e descrever os fenômenos envoltos no processo de aplicabi-
lidade da tecnologia educacional do tipo jogo de tabuleiro. O estudo possui como referencial teórico metodológico a problema-
tização proposta por Paulo Freire com a utilização dos Círculos de Cultura para abordagem no campo da educação em saúde. A
aplicabilidade do jogo de tabuleiro ocorreu dentro das ações do Projeto de extensão “Prevenção do uso de drogas no ambiente
escolar: uma abordagem para educadores e educandos de escolas públicas”, desenvolvido pelo curso de Enfermagem da Univer-

Comunicação Oral 287


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

sidade Regional do Cariri (URCA), que utiliza como abordagem metodológica os Círculos de Cultura de Paulo Freire. O estudo foi
realizado em uma escola pública de ensino médio no município do Crato, localizado na região do Cariri do Estado do Ceará, com
população no último censo de 121.428 habitantes (IBGE, 2010). A referida instituição de ensino possui turmas de Ensino Funda-
mental (anos finais) e turmas do Ensino Médio, envolvendo um número significativo de adolescentes. Houve a participação de
11 adolescentes matriculados na turma do segundo ano, seis homens e cinco mulheres. A escolha dos participantes ocorreu por
meio de uma seleção não probabilística do tipo intencional, com a finalidade de tornar livre a adesão dos adolescentes quanto
a participação. O jogo de tabuleiro utilizado no presente estudo foi construído com a finalidade de trabalhar temáticas educa-
cionais em saúde. Conforme objetivos definidos e estruturação da problemática a ser abordada, o jogo pode ser aplicado em
diferentes contextos, mas todos na ênfase da educação em saúde. A coleta dos dados ocorreu no mês de março de 2019, no turno
da tarde, com duração de 36 min e 54 seg. O procedimento de coleta se deu a partir da aplicabilidade do jogo de tabuleiro e os
instrumentos de coleta envolveram a observação, gravação de vídeo, registros fotográficos e utilização do diário de bordo. Para a
análise dos dados procedeu-se com a descrição da aplicabilidade do jogo, considerando olhar ao objeto por meio da observação
participante, análise das fotografias e vídeos, com a finalidade de identificar os significados expressos. Posteriormente, todos os
descritos foram conversados com a literatura pertinente (MINAYO, 2012). Quanto aos aspectos éticos seguiram-se os preceitos
para realização de pesquisa com seres humanos, conforme a resolução 466/2012 (BRASIL, 2013). Os adolescentes menores de
18 anos juntamente com os seus responsáveis preencheram e assinaram o Termo de Assentimento Livre Esclarecido (TALE) e ao
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os adolescentes maiores de 18 anos procederam com o preenchimento e assi-
natura do TCLE. A pesquisa possui parecer do Comitê de Ética em Pesquisa, com o número 3.045.646.

Resultados:
Os resultados apresentam-se conforme a descrição da tecnologia educacional e a ênfase ao processo de aplicabilidade do jogo
junto aos adolescentes. DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL DO TIPO JOGO DE TABULEIRO O jogo é composto por treze
casas, sendo que uma casa corresponde ao “INÍCIO”, oito casas as “CARTAS PERGUNTAS” com perguntas acerca do assunto a ser
problematizado, duas casas “CARTA CILADA” com a descrição de “Volte uma casa”, “Volte ao início”, uma casa “CARTA BÔNUS”
com a descrição de “Avance duas casas”, e uma casa com a identificação de “FIM” do jogo. As oito casas de “CARTAS PERGUNTAS”,
incluíam perguntas como: “O que são drogas?”, “Existe diferença entre o uso, abuso e dependência? Se sim, justifique!”, “Toda
droga provoca dependência?”, “Quais os principais efeitos do uso de drogas?”, “Bebidas alcoólicas, cigarros e alguns remédios são
tipos de drogas lícitas?”, “Cocaína, maconha, crack, Lysergsäurediethylamid (LSD), Exctasy, Heroína, solventes ou inalantes (cola,
benzina, éter, gasolina, acetona - Lança-perfume) são tipos de drogas ilíctas?”, “O cigarro é uma droga?”, “Quais as consequências
do uso de drogas?”, “A maconha afeta a memória?”. “Uma pessoa sob o efeito do álcool está mais vulnerável a contrair o Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV)?”, “Por que os adolescentes estão mais vulneráveis ao uso do álcool e de outras drogas?” As per-
guntas foram definidas através de um momento prévio com os adolescentes em que buscou problematizar a temática e identificar
pontos específicos que melhor deveriam ser discutidos com a finalidade de empoderamento dos adolescentes. Formuladas junto
ao guia Adolescentes e Jovens para a educação entre pares. Saúde e Prevenção nas Escolas – Álcool e outras drogas (BRASIL,
2010). As cartas do jogo foram construídas com papel do tipo dupla face, cortadas em formato de quadrado, como uma dimensão
aproximada de 25x25cm, dispostas no centro da sala de aula, formando um caminho unidirecional. O jogo contém como instru-
mento auxiliar o dado, para possibilitar a condução dos jogadores. A aplicação do jogo deve obrigatoriamente contar com dois
auxiliares, um condutor e um observador. O condutor deve explanar sobre as regras do jogo e permear todos os momentos junto
com os jogadores. O observador é responsável pela apreensão do fenômeno e realizar os registros durante o momento da condu-
ção. O objetivo do jogo é propor a discussão da temática do uso do álcool e outras drogas pelos adolescentes com ênfase a pre-
venção, permeando as características lúdicas, dialógicas e problematizadoras. APLICABILIDADE DO JOGO DE TABULEIRO JUNTO
AOS ADOLESCENTES Na aplicabilidade do jogo de tabuleiro, iniciou-se a abordagem junto aos adolescentes acerca da problemáti-
ca da prevenção do uso do álcool e outras drogas, posteriormente foi explanado o método e as regras do jogo. Solicitou aos ado-
lescentes que se dividissem nas Equipes A e B e cada uma elegeu seu representante que seria responsável pela condução do dado.
Para definir quem iria iniciar as duas equipes jogaram “Par ou ímpar”. Com o resultado, o jogo foi iniciado pela Equipe A. O repre-
sentante da equipe deveria jogar o dado e conforme a casa responder a pergunta juntamente com o seu grupo, o outro grupo não
deveria inferir na resposta. Se a resposta estivesse correta ou incorreta, o condutor do jogo relatava informações adicionais com

288 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

a finalidade de permear as discussões. Com ênfase as perguntas do jogo, os adolescentes de forma breve conseguiram abordar o
que são drogas e diferi-las em dois grupos, as lícitas e as ilícitas, mas em alguns momentos demonstraram confusão entre os ti-
pos. Vincularam o termo droga ao prejuízo à saúde. Relataram a mudança de comportamento, dependência e o vício como o
principal efeito do uso de drogas e abordaram a diferença entre o uso, abuso e dependência. Quando indagados se a maconha
afeta a memória, foi afirmado que sim, mas não houve justificativa sobre. Vincularam a vulnerabilidade de uma pessoa sob o
efeito do álcool contrair o HIV, em relação ao uso de drogas injetáveis. Mas não abordaram a relação sexual sem o uso do preser-
vativo. Quando indagados sobre o porquê que os adolescentes estão mais vulneráveis ao uso do álcool e de outras drogas, abor-
daram a relação acerca da pouca idade e das influências das amizades e destacaram a morte e o prejuízo financeiro como uma das
principais consequências do uso de drogas. Após o decorrer do jogo a equipe que primeiro chegou ao final, foi a equipe B. A últi-
ma carta, em seu verso possuía uma mensagem que deveria ser lida para todos da turma, que dizia: “Não há modo de transformar
o uso de drogas em um comportamento sem nenhum risco. O melhor e o mais saudável é não tomar bebidas alcoólicas e não usar
outros tipos de drogas, desenvolver modos alternativos de relaxar, namorar, celebrar situações, lidar com o estresse ou mesmo
reduzir o consumo a poucas e controladas situações. Tenha sempre em mente que uma grande proporção de jovens e adultos não
bebem e, nem por isso, suas vidas são menos agradáveis ou mais estressantes do que a daqueles que tomam bebidas alcoólicas”
(BRASIL, 2010). Quando a equipe B conseguiu chegar ao final do jogo, os adolescentes da equipe em questão vibraram e a equipe
A mostrou-se insatisfeita com o momento. Houve grande envolvimento dos adolescentes durante a aplicabilidade do jogo, de-
monstraram interesse nas perguntas com a finalidade de discuti-las. Mas também observou que quando uma equipe estava na vez
do jogo a outra mantinha-se dispersa, pois a pergunta era destinada a equipe que estava em jogo, mas todos deveriam estarem
atentos. Em alguns momentos os adolescentes demonstraram dúvidas acerca das perguntas, mas conseguiram responder todas
juntamente com a sua equipe. O que definiu a equipe vencedora não foi o número de acertos ou erros das perguntas e sim a
CARTA BÔNUS e as CARTAS CILADAS. DISCUSSÕES Os jogos educativos possibilitam aos adolescentes a execução do processo de
educação através de fatores como a união entre informação, discussão, reflexão, interação e participação grupal, provendo o di-
álogo e a tomada de decisão (BARBOSA et al., 2010). Em específico ao jogo de tabuleiro como ferramenta de educação em saúde
para adolescentes, permite torná-lo autor do seu próprio cuidado, predispondo momentos interativos e dialógicos na conjuntura
da aprendizagem em saúde (LIMA et al., 2017). Com ênfase a característica do jogo em que os adolescentes escolares apresenta-
ram apreensão pelo momento, em estudo que utilizou um jogo pedagógico demonstrou resultados semelhantes quanto às ques-
tões de apreensão, relatando que frequentemente os alunos vivenciam aulas expositivas, sendo inovador o momento de aplica-
bilidade da tecnologia (LARA et al., 2017). Cabendo inferir, que em muitas ocasiões há a necessidade de descontruir as técnicas
tradicionais e reinventar o processo de educação em saúde, com a finalidade de alcançar respostas eficazes dentro da conjuntura
esperada. Pode-se identificar que os adolescentes possuem conhecimento acerca da problemática abordada no jogo, mas em
muitos momentos foi aferido que estes apresentam-se na superficialidade, não havendo robustez nas informações expressas.
Esse achado é contrário ao resultado de um estudo que objetivou conhecer os níveis de informação, crenças e atitudes de esco-
lares acerca do uso de álcool e outras drogas, que identificou o nível de informações demonstrado pelos adolescentes sobre a
temática como satisfatório, mas o estudo em questão abordou que as informações são facilmente absorvidas e descartadas (TA-
VARES et al., 2019). Como identificado nos resultados, em que os adolescentes não vincularam a relação sexual ao não uso do
preservativo como uma vulnerabilidade de uma pessoa sob o efeito do álcool para contrair o HIV, um estudo com adolescentes
demonstrou resultado semelhante, em que mais da metade dos entrevistados afirmaram desconhecer as possíveis implicações
dessa articulação (ADADE; MONTEIRO, 2014). A limitação de informações acerca de alguns assuntos específicos pode estar vincu-
lada à deficiência ou ausência de propostas educativas continuadas, como identificou o estudo de Adade; Monteiro, 2014. Duran-
te o momento das perguntas do jogo, os adolescentes encontraram possibilidade de respostas nas experiências vivenciadas na
comunidade ou na escola, citando terceiros, sendo uma tendência dos jovens não abordarem sua vivência pessoal (ADADE; MON-
TEIRO, 2014). Destaca-se que a proposta da discussão em grupo permitiu compartilhar e aprofundar assuntos relevantes para o
alcance do empoderamento dos adolescentes, possibilitado pela problematização da realidade em que estão inseridos (BARROS;
COLAÇO, 2015). As características do jogo de tabuleiro dialogam com as necessidades do grupo ao permitir discutir assuntos que
muitas vezes não são falados abertamente, por receio de retalhação ou por estarem envoltos na proposta do proibicionismo
(BARROS; COLAÇO, 2015). Para o alcance de resultados satisfatórios com ênfase as atividades de prevenção com os adolescentes,
os facilitadores devem dispor de meios e mecanismos que venham a facilitar o processo, tornando os adolescentes mais livres e

Comunicação Oral 289


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

democráticos (OLIVEIRA et al., 2016). Ressalta-se a importância do envolvimento da família e da escola durante a realização das
atividades de educação em saúde com ênfase a prevenção ao uso do álcool e de outras drogas, pois muitos fatores podem ser
trabalhados de maneira contínua no ambiente familiar e no ambiente escolar junto aos educadores, tendo cada um desses, con-
tribuição significativa para o alcance da prevenção através do autocuidado (ELICKER et al., 2015).

Conclusões:
A descrição da aplicabilidade do jogo de tabuleiro permite dar visibilidade a relevância da utilização de tecnologias educacionais
junto aos adolescentes, diante do interesse dos mesmos por métodos lúdicos e por fortalecer as questões de educação em saúde
através do diálogo. Acreditar no uso de tecnologias educacionais junto aos adolescentes é confiar em um método que irá possibi-
litar maior apreensão desse público e consequentemente melhores resultados esperados. Quanto ao fenômeno da prevenção do
uso do álcool e outras drogas pelos adolescentes o ambiente escolar é ideal para o desenvolvimento do processo de educação em
saúde, onde devem ser potencializados os fatores humanos e sociais ali inseridos, para que em demais momentos estes estejam
possibilitando o uso das tecnologias educacionais no contexto da condução das atividades de educação em saúde. Ressalta-se a
importância de buscar no processo de educação em saúde estratégias que visem potencializar o momento e fortalecer o contexto
da prevenção para o alcance de uma melhor conjuntura de vida no âmbito da saúde e sociedade. As limitações do estudo se esta-
belecem no fato do jogo de tabuleiro não ser validado, diante da possibilidade de garanti maior robustez ao alcance dos objetivos
traçados. Como também engloba a ocorrência da aplicabilidade só ter acontecido com um único grupo de adolescentes. Assim,
pressupõe-se a realização de novos estudos que venham a abordar fenômenos ainda não descritos ou investigados.

Referências:
ADADE, M; MONTEIRO, S. Educação sobre drogas: uma proposta orientada pela redução de danos. Educ. Pesqui; São Paulo, v. 40,
n. 1, p. 215-230, 2014.

BARBOSA, S.M; DIAS, F.L.A; PINHEIRO, A.K.B; PINHEIRO, P.N.C; VIEIRA, N.F.C. Jogo educativo como estratégia de educação em
saúde para adolescentes na prevenção às DST/AIDS. Rev. Eletr. Enf. [Internet]; V.12, n.2, p.337-41, 2010.

BARROS, J.P.P; COLAÇO, V.F.R. Drogas na Escola: análise das vozes sociais em jogo. Educação & Realidade; Porto Alegre, v. 40, n.
1, p. 253-273, 2015.

BRASIL. Álcool e outras Drogas. Adolescentes e jovens para a educação entre pares. Saúde e Prevenção nas Escolas. Biblioteca
Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesqui-
sas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília: 2013.

CASELA, A.L.M; MONTEIRO, E.P; FREITAS, J.V.T; SILVEIRA, P.S. As práticas de prevenção ao uso de drogas no Brasil. In: RONZANI,
T.M; SILVEIRA, P.S. Prevenção ao uso de álcool e outras drogas no contexto escolar. – Juiz de Fora: Ed. UFJF, 160 p; 2014.

COUTINHO, B.L.M; FEITOSA, A.A; DINIZ, C.B.C; RAMOS, J.L.S; RIBEIRO, L.Z; AMORIM, S.R; CASTRO, C.F.D; BEZERRA, I.M.P. Álcool e
drogas na adolescência: processo de trabalho no programa saúde na escola. J Hum Growth Dev; V.27, n.1, p.28-34, 2017.

ELICKER; AERTS; ALVES; PALAZZO; CÂMARA. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares de Porto Velho-RO,
Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde; V.24, n.3, p.399-410, 2015.

FERREIRA M.A; FERNANDES M.C; LEANDRO G.B; ROLIM, A.L.G; ANDRADE, M.E. Tecnologias educacionais no empoderamento do
adolescente acerca da depressão. Rev enferm UFPE on line; V.13, n.1, p.275-80, 2019.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados do município de Crato, Ceará. 2010.

JANINI, J.P; BESSLER, D; VARGAS, A.B. Educação em saúde e promoção da saúde: impacto na qualidade de vida do idoso. Saúde
Debate. V. 39, n. 105, p.480-490, 2015.

LARA, P; BOZZA , E.C; JAROCHYNSKI, N.F; KAICK, T. PROCOPIAK, L.K. Desenvolvimento e aplicação de um jogo sobre interações
ecológicas no ensino de biologia. Experiências em Ensino de Ciências; V.12, n.8, 2017.

LIMA, N.K.G; ARAÚJO, M.M; GOMES, E.B; OLIVEIRA, C.J; FÉLIX, N.D.C. Proposta de jogo como tecnologia educacional para a pro-
moção da saúde cardiovascular do adolescente. In: III Seminário de Tecnologias aplicadas em educação e saúde. Anais do Semi-
nário Tecnologias Aplicadas a Educação e Saúde. ISSN: 2446-5364. Salvador, 2017.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Ciência & Saúde Coletiva; V. 17 n. 3, p. 621-
626, 2012.

290 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

MOURA, N.A; MONTEIRO, A.R.M; FREITAS, R.J.M. Adolescentes usuários de drogas (i)lícitas e práticas de violência. Rev enferm
UFPE on line; V.10, n. 5, p. 1685-93, 2016.

OLIVEIRA, R.N.G; GESSNER, R; SOUZA, V; FONSECA, R.M.G.S. Limites e possibilidades de um jogo online para a construção de co-
nhecimento de adolescentes sobre a sexualidade. Ciência & Saúde Coletiva; V.21, n.8, p.2383-2392, 2016.

TAVARES, M.L.O; REINALDO, M.A.S; VILLA, E.A; PEREIRA, M.O; MONTEIRO, M.A.M. Information, beliefs and attitudes of schoolchil-
dren about the use of alcohol and other drugs. SMAD, Rev Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog; V.15, n.2, p.45-51, 2019.

Comunicação Oral 291


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:
Atenção Psicossocial

Modalidade:
Comunicação Oral Curta
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

(RE)PENSANDO O CORPO: OFICINA COM JOVENS ESTUDANTES


DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
EMANOEL AVELAR MUNIZ
Instituto Federal do Ceará/ Universidade Estadual do Ceará
ELIDIANE FERREIRA SERPA (SERPA, E.F.)
Instituto Federal do Ceará (IFCE) - Campus
ACARAÚ JÚLIA MOTA FARIAS (FARIAS, J.M.)
Instituto Federal do Ceará (IFCE) - Campus Acaraú
DAIANA CRISTINA DE SOUZA NASCIMENTO (NASCIMENTO, D.C. DE S.)
Instituto Federal do Ceará (IFCE) - Campus Acaraú
Período de realização:
26/02/2019

Objetivo da Experiência:
Atividade educativa desenvolvida com jovens sobre a importância da imagem corporal e das relações afetivas.

Objetivos:
Proporcionar um momento de vivência de atividades corporais e reflexões, a partir de discussões sobre como os jovens tem se
relacionado com seus corpos em uma dimensão subjetiva e social.

Metodologia:
A oficina teve como público-alvo os discentes dos cursos de ensino técnico e superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará – Campus Acaraú, especialmente aqueles que recebem auxílios estudantis. Ela foi facilitada pelos profissio-
nais da equipe de assistência estudantil do campus, enfermeiro, psicóloga, assistente social e técnica de enfermagem. A atividade
teve duração de aproximadamente 2 horas e contou com a participação de 10 estudantes.

Resultados:
Iniciou-se com a dinâmica espelho mental que teve como objetivo auxiliar o jovem a tomar consciência da imagem que ele tem
do seu próprio corpo. No segundo momento, foi realizado um trabalho individual no qual cada participante esquematizou sua
imagem corporal e compartilhou formando um painel. No terceiro momento, os estudantes foram divididos três grupos para re-
alizarem uma discussão e em seguida apresentação sobre os temas: O corpo que sente prazer; O corpo que se reproduz; O corpo
que sofre.

Análise Crítica:
Os participantes da oficina se envolveram nas atividades propostas refletindo sobre os questionamentos e provocações apresenta-
dos, esclarecendo dúvidas e tabus sobre o tema. Percebeu-se também uma dificuldade inicial dos estudantes em se expressarem,
realizarem discussões após a formação dos grupos, sendo necessária a inserção de um facilitador para fomentar os diálogos e lhes
auxiliar nos trabalhos a serem construídos. Destaca-se como ponto negativo o reduzido número de alunos que compareceram.

Conclusões:
A realização da oficina demonstrou a importância de (re)pensar o corpo em uma perspectiva ampliada com os jovens, além de
propiciar um momento de autoconhecimento e reflexão sobre prazer e respeito com o corpo. É necessário ampliar essa discussão
com outros grupos de jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social com possibilidade de melhorar as relações
afetivas e sexuais estabelecidas.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Ministério da
Educação. Secretaria de Educação Básica. Adolescentes e jovens para a educação entre pares: sexualidades e saúde reprodutiva.
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

Comunicação Oral Curta 293


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A FACULDADE COMO UM ESPAÇO DE CUIDADO: UM


RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A TERAPIA DO ABRAÇO NA
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO
ANDERSON WEINY BARBALHO SILVA
Faculdade Ibiapaba
MARIA JOELMA DOS SANTOS COSTA
Faculdade Ibiapaba
MARGARIDA MARIA UCHÔA RODRIGUES
Faculdade Ibiapaba
ANA KARINE ALMEIDA MARJORIE
Faculdade Ibiapaba
ANGELA OLIVEIRA THALES DE VASCONCELOS PESSOA
Faculdade Ibiapaba

Período de realização:
Dentre os meses de maio a julho de 2019, foram realizadas ações de prevenção ao suicídio

Objetivo da Experiência:
Docentes e discentes do curso de graduação em Psicologia da Faculdade Ibiapaba (FACIBI) no município de Tianguá-CE

Objetivos:
Relatar a experiência acadêmica na orientação da população, divulgando a importância do abraço na prevenção ao suicídio, opor-
tunizando aos acadêmicos do curso de Psicologia uma interação com a sociedade compreendendo a importância da educação em
saúde.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, do tipo descritivo, desenvolvido pelos estudantes do curso de Psicologia da Faculdade Ibia-
paba (FACIBI) mediante a realização do Projeto: Suicídio e Situações Extremas no Contexto Acadêmico. Pode-se sugerir a terapia
do abraço como ação de prevenção, representando um ato de apoio emocional capaz de provocar diminuição do nível de hormô-
nios ligados ao estresse - cortisol e noradrenalina (TESSER & SOUSA, 2012).

Resultados:
Em um ato coletivo realizado pelos discentes foram apresentadas informações à sociedade acerca da estimulação tátil, explicando
que é uma terapia capaz de realizar a promoção a saúde, sendo utilizada para aliviar sintomas como depressão, ansiedade, ten-
sões, insônia, sensação de solidão e de medo. Nessa perspectiva de levar à informação a comunidade em geral, foram promovidas
ações com a temática proposta por esse movimento.

Análise Crítica:
A partir da abordagem estratégica do conteúdo junto à população, percebeu- -se que as ações propostas obtiveram um rendi-
mento satisfatório, à medida que, um grande número de pessoas foram abordadas, e foi frequente o esclarecimento de dúvidas
por parte do público em geral. Contudo ainda há a necessidade de se discutir sobre este tema, levando a uma reflexão perante
as ações de promoções de saúde, que podem ser desenvolvidas no cotidianamente de uma forma interativa, educacional e pre-
ventiva.

Conclusões:
Conclui-se que a vivência que os alunos adquirem na prática, os auxiliam a atingir e desenvolver plenamente suas habilidades
e competências para o seu futuro fazer profissional. Além disso, este estudo apresenta um olhar cuidadoso para a promoção a

294 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

saúde, esclarecendo sua importância dentro do contexto do cuidado multidisciplinar, já que o suicídio trata-se de um problema
social de grande relevância para a saúde pública, e que pode ser evitado.

Referências:
Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MCS. Lesão autoprovocada em todos os ciclos de vida: perfil das vítimas em serviços de
urgência e emergência de capitais do Brasil. Cien Saude Colet; 22(9):2841-2850, 2017.

TESSER, Charles Dalcanale; SOUSA, Islândia Maria Carvalho de. Atenção Primária, Atenção Psicossocial, Práticas Integrativas e
Complementares e suas Afinidades Eletivas. Saúde Social. São Paulo, v. 21, p.336-350, 2012.

Leenaars AA. Effective Public health strategies in suicides prevention are possible: a selective review recent studies. Clin Neurop-
sychiatry.;2(1);21-31, 2005.

Comunicação Oral Curta 295


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAIS


NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO.

GERDANIA GOMES DE LIMA


(Universidade Federal do Ceará)
Lima,Gerdania.Universidade Federal do Ceará.Gerdanialima@hotmail.com

Introdução:
O suicídio atualmente se caracteriza como um importante problema de saúde pública. segundo a organização mundial da Saúde,
representa a 13ªcausa mundial de morte da população geral. os transtornos mentais são um dos fatores de risco relacionados ao
suicídio. assim,os centros de atenção psicossociais, nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos para a
prevenção do suicídio.

Objetivos:
o trabalho objetiva demonstrar como os centros de atenção psicossociais, em suas diferentes modalidades, podem ser pontos es-
tratégicos de diminuição do suicídio no Brasil, através da prevenção e tratamento adequado a pacientes com transtornos mentais

Metodologia:
O trabalho trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Buscou -se identificar, analisar e sintetizar informações retiradas de
artigos e sites do Ministério da Saúde relacionados ao tema. A revisão se pautou em colher informações confiáveis e dados verí-
dicos sobre a diminuição das taxas de suicídio nos locais onde há a existência dos centros de atenção psicossociais que atendem
pacientes com transtornos mentais e risco de suicídio.

Resultados:
uma revisão de casos conduzida pela organização mundial da saúde com dados de 15.629 suicídios em 2018 ilustra que: 35,8%
das vítimas tinham transtorno de humor; 22,4% eram dependentes químicas; 10,6% tinham esquizofrenia; 11,6%, transtorno de
personalidade. Para atingir a meta da OMS de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020, o ministério da saúde lançou em
2018 uma agenda estratégica de prevenção. Uma das ações realizada foi a habilitação de 109 centros de atenção psicossocial, lo-
calizados em 20 estados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos locais onde existem centros de atenção psicossociais,
uma iniciativa do SUS, o risco de suicídio reduz em até 14%.

Conclusões:
estudos mostram que os transtornos mentais mais relacionados com o suicídio são os transtornos de humor (depressão e trans-
torno bipolar), alcoolismo e esquizofrenia(who, 2014). Os Centros de Atenção Psicossocial, são alguns dos equipamentos res-
ponsáveis pelo cuidado dessas pessoas e deve proporcionar um acolhimento e cuidado próximo com tais usuários, garantindo a
prevenção e minimização das taxas de suicídio em pacientes em risco.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Centro de Atenção Psicossocial. Disponível em:. Acesso em:02 de Julho de 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Novos dados reforçam a importância da prevenção do suicídio.Disponível em: http://www.saude.
gov.br/noticias/agencia- saude/44404-novos-dados-reforcam-a-importanci a-da-prevencao-do-suicidio. Acesso em:02 de Julho
de 2019. WHO.(2014).preventing suicide:A perspective.

296 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A INSERÇÃO DA RESIDÊNCIA EM SAÚDE DA FAMÍLIA NAS


ATIVIDADES DE APOIO MATRICIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ANA MARIA MOURA SILVA
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
AMANDA LUIZA MARINHO FEITOSA (FEITOSA, A.L.M)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
ANA SAMYLLE ALVES MOURA (MOURA, A.S.A)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
FRANCISCA FERNANDA ARAÚJO ROCHA (ROCHA, F.F.A)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
FRANCISCO LÁZARO ARRUDA (ARRUDA, F.L)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
THIAGO DE MENEZES (MENEZES, T)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia

Período de realização:
A ação está acontecendo.

Objetivo da Experiência:
A ação está acontecendo em dois Centro de Saúde da Família - CSF em que os residentes atuam na cidade de Sobral - CE.

Objetivos:
O presente trabalho tem como objetivo fazer um relato de experiência sobre a inserção de residentes em saúde da família nas
atividades de apoio matricial no município de Sobral - CE.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência descritivo, por residentes em saúde da família do Programa de Residência da Escola de
Saúde Pública Visconde de Saboia. O apoio matricial é realizado quinzenalmente nos dois territórios em que os residentes atuam
realizando juntamente com a equipe dos CAPS do município de Sobral para discussão dos casos sobre usuários pertencentes ao
território, onde a equipe traz as dificuldades em resolver as demandas referentes aos mesmos.

Resultados:
A discussão de casos em equipe interdisciplinar permite que a equipe construa estratégias em comum, através das diferentes
visões e fontes de informação, possibilitando construir um projeto terapêutico ampliado e singular. Observa-se também, fragilida-
des nos CSF, frente ao desconhecimento dos casos, essa dificuldade pode ser enfrentada, através do planejamento das ações em
saúde no território, construindo cada competência de cada dispositivo da rede de atenção desenvolvido na comunidade.

Análise Crítica:
Com a expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF), a oferta de ações de saúde mental na atenção básica ganhou importân-
cia, de forma que deve ser articulada a partir de ações embasadas no território, nas redes de serviços e na intersetorialidade. O
Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde, através de intervenção pedagógico-terapêutica, onde as
equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) funcionam como equipes de referência interdisciplinares.

Conclusões:
O estudo propiciou relatar as experiências de residentes em saúde da família frente às atividades de apoio matricial nos Centros
de Saúde da Família - CSF. Considera-se tais atividades importantes para a formação do profissional residente, como relevante
auxílio às equipes de saúde apoiadas.

Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação de Saúde Mental e Coordenação de Gestão da Atenção. Básica. Saúde mental e atenção
básica: o vínculo e o diálogo necessário. Brasília (DF), 2003. 2.

Comunicação Oral Curta 297


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A INTERPROFISSIONALIDADE MEDIADA PELO PROJETO


TERAPÊUTICO SINGULAR NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL:
ESTUDO DE REVISÃO
LIDUINA LARA XIMENES LIMA
Universidade Federal do Ceará – UFC
MARIA DA CONCEIÇÃO COELHO BRITO (BRITO, M. C. C.)
Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia
ROSEANE ROCHA ARAÚJO (ARAÚJO, R. R.)
CAPS Damião Ximenes Lopes
ANA THAYNARA BRITO MOREIRA (MOREIRA, A. T. B.)
Universidade Federal do Ceará - UFC
BRUNA DOURADO MARTINS (MARTINS, B. D.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
JOYCE MAZZA NUNES ARAGÃO (ARAGÃO, J. M. N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
Introdução:
Com a Reforma Psiquiátrica brasileira tornou-se necessária a utilização de ferramentas na atenção psicossocial que favorecessem
a integralidade e a humanização (BITTENCOURT et al., 2018). Então, indaga-se: o que as evidências sinalizam sobre a utilização
do Projeto Terapêutico Singular (PTS) para a qualificação da atenção psicossocial, mediada pelo fortalecimento da atuação inter-
profissional?

Objetivos:
Discutir como o Projeto Terapêutico Singular influência na atuação profissional, na perspectiva da interprofissionalidade, e contri-
bui para a qualificação da atenção psicossocial.

Metodologia:
Revisão integrativa realizada nas bases SciELO e LILACS, mediante cruzamentos simultâneos e/ou pareados entre as palavras-cha-
ve “interprofissionalidade”, “projeto terapêutico singular” e “atenção psicossocial”. Ao total, foram identificados 23 artigos, sendo
7 na SciELO e 16 na LILACS. Foram excluídos: estudos duplicados (6), de revisão (1) e que não respondiam à questão norteadora
(8). A inclusão de artigos se fundamentou na articulação entre PTS e interprofissionalidade na atenção psicossocial para resposta
à questão norteadora, sem restrição temporal ou de idioma. Oito artigos foram selecionados e lidos na íntegra. Realizou-se uma
análise compreensiva e interpretativa das evidências.

Resultados:
Os artigos apontam o PTS como incentivador da corresponsabilização entre as equipes de referência, o que aumenta a capaci-
dade resolutiva dos problemas ao oferecer uma atenção ampliada em saúde ao usuário. Todavia, reconhece-se que a falta de
capacitação e de aderência entre os profissionais, e a fragmentação do trabalho em saúde, são dificultadores do projeto. Ainda, a
interprofissionalidade, estimulada pelo PTS, incita o olhar holístico na atenção e a valorização do usuário no seu processo saúde-
-doença, cria estratégias eficientes, aumenta a adesão aos tratamentos e ratifica a Reforma Psiquiátrica brasileira ao promover a
luta contra intervenções manicomiais ou somente biomédicas.

Conclusões:
Os resultados evidenciam que há uma colaboração efetiva da interprofissionalidade na organização do PTS, ao elaborar planos de
intervenção de maneira singular, coparticipativa e dinâmica. Ademais, a prática colaborativa atua como enfrentamento de inter-
venções que desrespeitam a ideia de humanização no processo de cuidado. Porém, ainda há a necessidade de combater impasses
conjunturais que prejudicam a eficiência desse sinergismo.

Referências:

BITTENCOURT, Marina Nolli et al. Ombudsman’s experience in Psychosocial Care Centers for alcohol/drugs. Rev. Bras. Enferm.,
Brasília, v. 71, supl. 5, p. 2287-2294, 2018 acessos em 29 jul. 2019.

SILVA, Danielle Silveira da. Apoio matricial em saúde mental: uma análise sob ótica dos profissionais de saúde da atenção primá-
ria. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, Porto, n. 6, p. 20-27, dez.2011. acessos em 29 jul. 2019.

298 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE: ANÁLISE DO


CONSUMO DE DROGAS EM ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO
MARIANA RODRIGUES BEZERRA; BEZERRA, M.R
Graduanda pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA; rmariana774@gmail.com
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA; OLIVEIRA, E.N
Docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA; elianyy@hotmail.com
MARISTELA INÊS OSAWA VASCONCELOS; VASCONCEL, M.I.O
Docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA; miosawa@gmail.com
TATIANE DE SOUSA PAIVA; PAVA, T.S;
Graduanda pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA; tatianesousa503@gmail.com
JOYCE MAZZA NUNES ARAGÃO, ARAGÃO, J.M.N
Docente da Universidade estadual Vale do Acaraú – UVA; joycemazza@hotmail.com
GLEISSON FERREIRA LIMA; LIMA, G.F
Residência Multiprofissional em Saúde Mental – ESFS; gleisson_nega@hotmail.com

Introdução:
O consumo de drogas lícitas e ilícitas é considerado problema de saúde, devido aos seus danos. Para Marques e Cruz (2000) a
adolescência é um momento significativo na vida, neste período, o jovem rejeita orientações, tornando-os suscetíveis a ter con-
tato com essas substâncias. Tendo em vista, que grande parte deles se encontram na escola, esse espaço foi escolhido para a
realização da pesquisa.

Objetivos:
Realizar um diagnóstico sobre o consumo de droga nas escolas X e Y tendo como parâmetro o ASSIST - OMS Vs3.1.

Metodologia:
Trata-se de um estudo exploratório descritiva com abordagem quantitativa. Realizado em duas escolas de ensino médio no mu-
nicípio de Sobral, durante fevereiro a maio de 2019. Para a coleta dos dados, foi aplicado o Questionário para triagem do uso de
álcool, tabaco e outras substâncias ASSIST - OMS Vs3.1. Alguns estudantes das escolas selecionadas receberam treinamento e
tiveram o apoio dos pesquisadores para aplicação do questionário. Após a coleta, os dados foram processados nas seguintes eta-
pas: Análise estatística descritiva e inferencial através do software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS versão 24.0.
Foi aprovado em comitê de ética sob o parecer n° 2.989.395.

Resultados:
Perante a distribuição do número de estudantes, segundo as escolas e o sexo, constatou-se que 121 é do sexo feminino e 138
masculinos de 259 da escola X, e da escola Y de 305 alunos entrevistado são 175 feminino e 130 masculino, totalizando 564
participantes. De acordo com os resultados sobre os relatos de substâncias que já usou na vida, na escola X predominou o uso
álcool (59,8%), maconha (28,6%), tabaco (18,1%). Já na escola Y foi recorrente o uso de álcool (76,1%), tabaco (18,6%), maconha
(12,7%). Segundo a prevalência das categorias de severidade de uso de substâncias definidas pelo ASSIST conforme escola, em
ambas se sobressaíram álcool, tabaco, maconha e cocaína/crack.

Conclusões:
Diante dos resultados mostrados, percebe-se que a grande maioria dos adolescentes tem ou já tiveram contato com algum tipo
de droga, um fato preocupante, tendo em vista as inúmeras consequências que essas substâncias podem ocasionar ao corpo, e a
sociedade. Vale ressaltar, a importância de medidas preventivas nas escolas com intuito de dizer não as drogas, considerando que
educação em saúde é uma prática de promover saúde e prevenir agravos.

Referências:
MARQUES, Ana Cecília Petta Roselli; CRUZ, Marcelo S. O adolescente e o uso de drogas. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 22, supl.
2, p. 32-36, Dec. 2000 . Available from . access on 14 July 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600009.

Comunicação Oral Curta 299


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO


INSTRUMENTO DE CUIDADO PARA A AUTONOMIA DO SER
FRANCISCO ARIEL SANTOS DA COSTA
Hospital do Coração de Sobral
GABRIELA MOTA SOUSA KAIRO CARDOSO DA FROTA

Período de realização:
Agosto de 2017 à fevereiro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Aplicação da Terapia Comunitária Integrativa (TCI).

Objetivos:
Evidenciar os benefícios da TCI para a autonomia social e mental de grupos de indivíduos atendidos/acompanhados em rodas de
terapia.

Metodologia:
O presente estudo trata-se de um relato de experiência vivenciado no município de Cruz (CE), como parte das práticas do curso
em formação complementar como terapeuta comunitário disponibilizado pelo Movimento de Saúde Mental e Comunitária em
parceria com a Universidade Estadual do Ceará. Realizado no período de seis meses entre Agosto de 2017 e Fevereiro de 2018.
Utilizando-se das vivências dos encontros realizados na comunidade.

Resultados:
Observou-se durante o período das vivências a importância do acolhimento em grupo e a necessidade de se dar voz ao indiví-
duo, que muitas vezes inibido inicialmente pela exposição, se apropria com o decorrer das rodas de TCI de sua própria história, a
partir de então outras pessoas são motivadas a fazer o mesmo e ao desenvolver das atividades percebem o quanto compartilham
de sentimentos e situações semelhantes, podendo ajudar-se mutuamente.

Análise Crítica:
Cuidar de si é cuidar do outro, cuidar do outro é cuidar de si. O processo de adoecimento físico muitas vezes pode ser desenca-
deado pelo sofrimento psicossocial, pois quando a boca cala os órgãos falam, a TCI apresenta uma nova alternativa para a busca
de um conceito de saúde física, mental e social tão difundido e pouco alcançado, que engloba inúmeros aspectos e implicações.

Conclusões:
O empírico se encontra com o científico e parecem que podem caminhar juntos. Ao observar durante este período o comparti-
lhamento de experiências vividas de cada indivíduo pudemos perceber que cada um tem o seu saber e esse saber não pode e
nem deve ser julgado como menor, cabe ao terapeuta comunitário o ouvir e agir, mais como articulador do que como orador, as
ferramentas já estão dispostas, só cabe agora usa-las de forma correta.

Referências:
Barreto A. Terapia comunitária passo a passo. Fortaleza: Gráfica LCR; 2005. Bittencourt DL. Na terapia comunitária, a palavra é
remédio. COEP. 03 out 2007.

Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. O projeto da terapia comunitária na atenção. Brasília.

300 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ACOLHIMENTO INICIAL POR CENTRO DE ATENÇÃO


PSICOSSOCIAL EM GRUPO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
JOSÉ EVANGLEYSON DE PAIVA GIRÃO
Centro de Atenção Psicossocial - Pentecoste/CE
ROBERTA SAMPAIO DE BRITO MAMEDE (MAMEDE, R. S. B)
Universidade Estadual de Ceará – UECE
RAYANA SILVA DE LIMA (LIMA, R. S)
Centro de Atenção Psicossocial – CAPS I / Pentecoste – CE
MARIA SALETE BESSA JORGE (JORGE, M. S. B)
Universidade Estadual de Ceará – UECE

Período de realização:
Atividade realizada em maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Acolhimento inicial por CAPS em uma abordagem grupal.

Objetivos:
Oportunizar fala coletiva com questões sobre sofrimentos psíquicos, em acolhimento inicial no CAPS. Orientar a respeito de quei-
xas principais, focando nos serviços prestados pela rede de apoio. Direcionar demandas iniciais apresentadas com abordagem
grupal, na perspectiva da lógica matricial.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência. Atividade planejada, com foco em abordagem grupal de 5 casos agendados que buscavam
pela primeira vez o CAPS. A ação foi iniciada mediante exposição sobre a proposta articulada, seguindo com apresentação de cada
participante e breve explanação sobre o serviço prestado. As falas foram expressas livremente, com escuta facilitada pela equipe
multiprofissional. Após avaliação da vivência, foram realizadas as orientações e articulações pertinentes.

Resultados:
Clientes expressaram contentamento com a realização da atividade, compreendendo a coletivização da demanda. Os profissionais
orientaram sobre estratégias para lidar com os sofrimentos apresentados e referiram a respeito da Rede de Atenção Psicossocial.
Ao final, geraram-se novos atendimentos para casos de sofrimento grave e persistente e referências para outros serviços da rede
de apoio, havendo ainda uma maior comunicação com profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS).

Análise Crítica:
Diante da experiência, foi possível observar a necessidade de fortalecimento do apoio matricial junto à APS. Existem lacunas na
Atenção Básica (AB) sobre as ações em saúde mental. Tais lacunas refletem em uma crença de que o cuidado em saúde mental
deve ser especializado. Isso pode restringir o CAPS à um perfil institucional que credita status ao sofrimento dos indivíduos, es-
tritamente.

Conclusões:
Esclarecer aos usuários sobre o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial é importante nesse processo de acolhimento em
grupo, pois desmistifica diversos padrões. Porém, entendemos que o processo de apoio matricial pelo nível secundário é essen-
cial no direcionamento das equipes em outras estruturas de atenção, assim como ações no território que precisam incentivar o
protagonismo dos indivíduos sobre suas vidas.

Referências:

CONSTANTINIDIS, Teresinha Cid et al. Concepções de profissionais de saúde mental acerca de atividades terapêuticas em CAPS.
Trends in Psychology, v. 26, n. 2, p. 911-926, 2018.

GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. Tradução de Dante Moreira Leite. 7ª edição. São Paulo: Editora Perspectiva,
2001.

AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2007. 120p.

Comunicação Oral Curta 301


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE CRIANÇA E ADOLESCENTE


DO MUNICÍPIO DE SOBRAL- CE: APLICAÇÃO DO PROJETO
TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) E A INTERSETORIALIDADE.
GIZELLE NORONHA ALMEIDA (ALMEIDA, G. N)
Universidade Federal do Ceará- UFC
HELLYNE MARIA TELES AGUIAR (AGUIAR, H.M.T) –
Universidade Federal do Ceará- UFC
NATACHA OLIVEIRA JULIO (JULIO, N.O)
Universidade Federal do Ceará- UFC
MARIA SUELY ALVES COSTA (COSTA, M.S.A)
Universidade Federal do Ceará- UFC
SABRINA OLIVEIRA SILVA (SILVA, S.O)

Período de realização:
A experiência no Acolhimento ocorreu durante os meses de janeiro de 2018 a março de 2019.

Objetivo da Experiência:
O PTS (Projeto Terapêutico Singular) como instrumento de cooperação e compartilhamento de saberes resultante de discussão e
construção coletiva de uma equipe multidisciplinar.

Objetivos:
Descrever as ações intersetoriais suscitadas por meio da utilização do PTS com as famílias de crianças e adolescentes em situação
de Acolhimento Institucional.

Metodologia:
Trata-se de um ensaio descritivo do tipo relato de experiência constituído por assistentes sociais e estudantes da Universidade
Federal do Ceará – campus Sobral. O cenário do estudo foi o Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes, Sobral-CE. A
sistematização da experiência ocorreu de forma descritiva por meio de reuniões e consultas aos relatórios dos acolhidos. As ações
foram efetuadas no ano de 2018, com as equipes do Abrigo domiciliar e as unidades de assistência social do município

Resultados:
Com a construção do PTS apontam-se as dificuldades que enfrentam as famílias de crianças e adolescentes institucionalizados
para suprir suas necessidades básicas. Tendo em vista que estão inseridas em uma realidade política, econômica e social que não
oferece as condições necessárias para o exercício de tal responsabilidade. Além da relevância do trabalho intersetorial para o
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

Análise Crítica:
Ao fazer uma análise das atribuições da equipe técnica e seu dever de articulação com outros equipamentos da assistência, em
prol de proteger os direitos dos acolhidos, é possível observar um conjunto de fatores a serem compreendidos para entender o
contexto que atravessa a história de vida de cada acolhido. Desse modo, a construção do PTS como estratégia central auxilia na
promoção do cuidado e a organização do trabalho.

Conclusões:
Em virtude do que foi mencionado, o PTS ocorre a partir das práticas colaborativas, portanto implica numa interação entre os
profissionais que prestam serviços com base na integralidade da saúde, atribuindo uma centralidade ao usuário, família e comuni-
dade para uma prestação de serviços de melhor qualidade. Logo, conclui-se a relevância da atuação interprofissional na resolução
dos problemas que surgem nesse contexto de fragilidade social.

302 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BRASIL.Estatuto da Criança e Adolescente. Lei n.8.069/90 Brasília Senado Federal, 1990.

HORI, A. A.; NASCIMENTO, A. F. O Projeto Terapêutico Singular e as práticas de saúde mental nos Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (NASF) em Guarulhos (SP), Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 19(8):3561-3571, 2014.

ROCHA EN, LUCENA AF. Projeto Terapêutico Singular e Processo de Enfermagem em uma perspectiva de cuidado interdisciplinar.
Rev Gaúcha Enferm. 2018; 39: e 2017- 0057.

Comunicação Oral Curta 303


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ACOLHIMENTO INTERPROFISSIONAL: VIVÊNCIA EM UM


CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE SOBRAL – CE
ANA THAYNARA BRITO MOREIRA
Universidade Federal do Ceará
LIDUINA LARA XIMENES LIMA (LIMA, L. L. X.)
Universidade Federal do Ceará
BRUNA DOURADO MARTINS (MARTINS, B. D)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
MARIA DA CONCEIÇÃO COELHO BRITO (BRITO, M. C. C.)
Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia
ROSEANE ROCHA ARAÚJO (ARAÚJO, R. R.)
CAPS Damião Ximenes Lopes
JOYCE MAZZA NUNES ARAGÃO (ARAGÃO, J. M. N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

Período de realização:
As atividades que se configuraram na vivência aconteceram de 19 de junho à 3 de julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
O acolhimento, com sua particularidade interprofissional no serviço cenário da experiência, como estratégia que qualifica a aten-
ção à saúde.

Objetivos:
Descrever a experiência resultante das inserções nas atividades de campo do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde
(PET-Saúde/Interprofissionalidade); Refletir sobre o acolhimento como estratégia potente para a otimização e resolutividade da
atenção às pessoas e coletividades.

Metodologia:
Estudo do tipo relato de experiência desenvolvido a partir das atividades de campo do PET-Saúde/Interprofissionalidade. O cená-
rio das vivências foi o CAPS II Damião Ximenes Lopes, em Sobral-CE. Durante as vivências, foram observadas atividades de acolhi-
mento, grupos de vivência, interconsultas e evolução de Projeto Terapêutico Singular. Contudo, a atividade focada neste trabalho
é o acolhimento, com a proposta de conhecer a atuação dos profissionais com vistas à interprofissionalidade.

Resultados:
Na vivência, acompanhamos a equipe que conduzia o acolhimento com a intencionalidade de compreender o processo de tra-
balho, os fluxos, o compartilhamento dos casos e as pactuações necessárias. O acolhimento era realizado por pelo menos dois
profissionais de categorias diferentes e, dependendo do caso, outras categorias eram acionadas para discutir e pactuarem as
condutas mais adequadas ao caso. Refletiu-se sobre essas práticas articuladas e o caráter interprofissional inerente a elas.

Análise Crítica:
O acolhimento é um modo de organizar o trabalho para atender aos que procuram os serviços de saúde mediante escuta ativa,
análise de necessidade/demanda dos usuários, com uma postura capaz de acolher e dar respostas efetivas (COELHO; JORGE;
ARAÚJO, 2010). Compreendendo a complexidade dos casos, é possível apontar que a prática interprofissional quando exercida
no acolhimento traz à tona percepções de diferentes categorias, atuando de forma resolutiva e eficaz para uma atenção integral
e potente.

Conclusões:
A experiência permitiu vivenciar o acolhimento mediado por uma atuação interprofissional e colaborativa, a fim de solucionar
a demanda do usuário que ali chegara. Ressalta--se a importância do desenvolvimento de práticas orientadas pela interprofis-

304 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

sionalidade e que estas devem ser estimuladas e fortalecidas, pois qualificam a atenção ao usuário e favorecem a otimização de
práticas e recursos no sistema de saúde.

Referências:
COELHO, M. O.; JORGE, M. S. B.; ARAÚJO, M. E. O acesso por meio do acolhimento na atenção básica à saúde. Revista Baiana de
Saúde Pública, v. 33, n. 3, p. 440-452, jul./set., 2010.

Comunicação Oral Curta 305


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ADOLESCÊNCIA E O SUICÍDIO: CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO E


CUIDADO A SAÚDE MENTAL
ANA CLARA MACIEL BARROSO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
SOUSA BEATRIZ DA SILVA SOUSA (SOUSA, B.S)
Escola Saúde Pública Visconde de Saboia - ESP-VS
MARIA DAS GRAÇAS CRUZ LINHARES (LINHARES, M.G.C)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

Período de realização:
A ação foi realizada durante o mês de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
A experiência de enfermeiras e psicóloga em ação de promoção da saúde mental e prevenção ao suicídio de adolescentes numa
Unidade Básica de Saúde (UBS).

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada por enfermeiras e psicóloga da estratégia de saúde da família na promoção da saúde mental e
prevenção ao suicídio em um grupo de adolescentes através da realização de rodas de conversa.

Metodologia:
A ação foi planejada em reunião. Ocorreu no mês de junho de 2019, no horário de 16:00h às 17:00h, teve como público um grupo
com dez adolescentes de uma UBS na cidade de Canindé. Inicialmente uma dinâmica de acolhimento com música de fundo e
entrega de chocolates e frase motivante, em seguida o tema de promoção da saúde mental e prevenção ao suicídio foi dialogado
por meio de roda de conversa com auxílio de álbum seriado, finalizamos com avaliação do momento pelos presentes e um lanche.

Resultados:
Durante a abordagem aos adolescentes percebemos a relevância da educação em saúde em grupos na UBS na prevenção ao sui-
cídio. Visto que na medida em que era folheado o álbum seriado eram instigados a explanarem suas opiniões, alguns relataram
sobre terem conhecido amigos e/ou parentes com ideia de suicídio e a importância de manter-se saudável. Percebemos pela roda
de conversa, suas dúvidas e o surgimento da troca de conhecimento entre eles e os profissionais.

Análise Crítica:
A atenção psicossocial de adolescentes no contexto da UBS encontra-se em permanente construção, isso, pelo papel estratégico
que as unidades da atenção primária ocupam para a garantia do acesso e a ordenação longitudinal do cuidado. Percebe-se a
importância do enfermeiro na UBS e sua atuação ao desempenhar ações de saúde para estes usuários, pois fortalece habilidades
como a escuta e utilização dos métodos participativos, instigando seus usuários à promoção da saúde fortalecimento do vínculo.

Conclusões:
Percebe-se que os enfermeiros estão desenvolvendo, seus espaços nas equipes de saúde, tornando possível um melhor atendi-
mento aos adolescentes no que tange a atenção psicossocial de adolescentes e prevenção ao suicídio. O atendimento coletivo,
realizado por meio de grupos, é uma atividade essencial a UBS, pois fornece instrumentos facilitadores do bom desenvolvimento
do processo de acompanhamento desses jovens.

Referências:
BARROS, Raquel Porto et al. Adolescente e adolescência: compreensão das necessidades em saúde para atenção integral.
CIAIQ2019, v. 2, p. 1627-1636, 2019. Disponível em: https://proceedings.ciaiq.org/index.php/CIAIQ2019/article/view/2381.

SILVA, Jaqueline Ferreira da et al. Adolescência e saúde mental: a perspectiva de profissionais da Atenção Básica em Saúde. In-
terface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, p. e18063, 2019. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/icse/2019.v23/
e18063/pt

306 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DO PERFIL DOS PRESCRITORES DE PSICOTRÓPICOS


EM UMA FARMÁCIA DE MÉDIO PORTE DO MUNICÍPIO DE
SOBRAL, CEARÁ
NÍCOLAS MATHEUS PONTE
Centro Universitário Inta
DANIELLE ROCHA DO VAL
Centro Universitário Inta
MARIA AUXILIADORA SILVA OLIVEIRA
Centro Universitário Inta

Introdução:
Os fármacos psicotrópicos são definidos como aqueles que modificam seletivamente o sistema nervoso central promovendo
alterações no comportamento e no humor. Podem ser classificados em ansiolíticos, neurolépticos, antidepressivos, estimulantes
psicomotores, psicomiméticos e potencializadores da cognição. Esses medicamentos são cada vez mais utilizados pela população,
causando forte impacto social.

Objetivos:
raçar o perfil dos profissionais prescritores em receituários de psicotrópicos dispensados em uma farmácia de médio porte do
município de Sobral, Ceará.

Metodologia:
Foi realizado um estudo transversal, descritivo e retrospectivo, de caráter quantitativo em uma farmácia do município de Sobral,
onde foram coletadas 849 prescrições de psicotrópicos, referentes aos meses de fevereiro e março de 2016, observando, dentre
outras variáveis, a classe médica que mais prescreveu. Os resultados foram registrados em tabelas e os dados organizados no
Programa Microsoft Excel 2017 e expressos como frequência absoluta (n) e frequência relativa (%). O projeto foi cadastrado na
Plataforma Brasil e submetido ao Comitê de Ética em Pesquisas envolvendo Seres Humanos (CEP), da Universidade Estadual do
Vale do Acaraú tendo sido aprovado com o número de parecer 2.054.257.

Resultados:
A especialidade médica que mais prescreveu foi a Clínica Geral, representando 35,92% do total, seguida pela Psiquiatria (28,15%),
pela Neurologia (11,66%) e pela Dermatologia (6,24%). Tais dados demonstram que o médico generalista é o profissional que
mais prescreve essa classe de medicamento, o que pode ser justificado em virtude de ser o profissional mais atuante em saúde
mental no Brasil, somado ao fato de conhecerem menos os efeitos adversos desses medicamentos, prescrevendo-os amplamente.

Conclusões:
O presente estudo não apresentou discrepâncias significativas no que se concerne ao perfil dos profissionais prescritores de
fármacos psicotrópicos, quando comparado a estudos prévios com a mesma temática. Ainda foi possível observar especialidades
médicas pouco prováveis de se encontrar prescrevendo psicotrópicos, o que pode estar associado a condições especiais, como
plantões de emergência, ou abuso no consumo dessas substâncias.

Referências:
ASSINI, F. L.; BACK, J. T. Análise das prescrições de psicotrópicos em farmácias privadas na cidade de Monte Carlo, Santa Catarina.
Revista Eletrônica de Farmácia, v. 14, n.2, p. 5-14, 2017.

RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M.; FLOWER, R. J. Farmacologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007.

Comunicação Oral Curta 307


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ARTE TERAPIA: UM DISPOSITIVO DE PROMOÇÃO EM SAÚDE


DE PUERPERAS
JOAO VICTOR FERREIRA SAMPAIO
Universidade Estadual Vale do Acaraú
MARCOS PIRES CAMPOS (CAMPOS, M.P)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
THAMIRES SALES MACÊDO (MECÊDO, T.S)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
DARIANE VERISSIMO DE ARAÚJO (ARAÚJO, D.V)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
LIVIA MORERA BARROS (BARROS, L.M)
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Período de realização:
26 de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Utilizar práticas de arte-terapia como dispositivo de promoção da saúde de puérperas.

Objetivos:
Relatar a experiência do uso de arte-terapia em uma casa de apoio para puérperas.

Metodologia:
Relato de experiência do tipo qualitativo, realizado no módulo Práticas Interdisciplinares em Ensino, Pesquisa e Extensão, do curso
de Enfermagem, da UVA. As práticas aconteceram no local que abriga puérperas da macroregião de Sobral e seus recém-nascidos
internados em unidades hospitalares. Teve participação de 5 acadêmicos de enfermagem e 12 puérperas. O método foi a arte
terapia: ‘’Mapa da Saudade’’. As puérperas demonstraram sentimentos e desejos momentâneo em forma de desenhos/frases.

Resultados:
A arte-terapia uma ferramenta para fornecer apoio emocional e reduzir danos psicológicos. Teve como proposta um conforto
psicológico e de reflexão sobre as vivências das mães. Revelando sentimentos de saudades pelos seus filhos, demonstrado em
desenhos e frases. Uma puérpera chamou a atenção ao pintar dois bebês: um dormindo e outro representando um anjo, descrevia
o acontecido com ela, a perda de um de seus gêmeos. A mesma verbalizou ‘’A viam sorrindo, mas não sabiam o que passava por
trás’’.

Análise Crítica:
O pós-parto caracterizado por alterações fisiológicas, psicológicas e nas atividades de vida diária (MEDEIROS,2018). Nesse senti-
do, observa-se, alterações psicológicas nas puérperas ao período de afastamento dos filhos, afetando a relação do binômio mãe-
-filho. A arte terapia visa o trabalho na promoção da saúde mental e auxilia resolver conflitos emocionais (Associação Americana
de Arteterapia,2018). Dessa forma, houve o retorno positivo da atividade, com o desabafo de cada puérpera.

Conclusões:
A experiência adquirida no estágio foi fundamental para expandir habilidades de promoção a saúde e redução de danos à saúde
mental de grupos, principalmente no período do puerpério. A atividade proporcionou um espaço em que as puérperas podiam
expor suas dificuldades e problemas vivenciados, melhorando seu estado de bem-estar emocional.

Referências:

1.MEDEIROS, Taíse Morgane de Lima; MARCELINO, Juliana Fonsêca de Queiroz. Percepção de puérperas sobre o seu desempenho
ocupacional no pós-operatório da cesariana 1. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, v. 26, n. 1, p. 97-109, 2018. https://
search.proquest.com/openview/b1fd19fccce2adaeacb5a1438f2919a1/1?pq-origsite=gscholar&cbl=1156344.

2. Associação Americana de Arteterapia (2018). Sobre Art Therapy . Disponível online em: https://arttherapy.org/about-art-the-
rapy/.

308 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL NA IDENTIFICAÇÃO E MANEJO


DE NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS EM ESCOLARES
MARIA AUXILIADORA RESENDE SAMPAIO
Escola de Saúde Púbica Visconde de Saboia
JULIANE BRAGA DA SILVA (SILVA, J. B)
Escola de Saúde Púbica Visconde de Saboia
SARAH CARVALHO FÉLIX (FÉLIX, S. C)
Escola de Saúde Púbica Visconde de Saboia
LUAN ROMÁRIO VASCONCELOS ALVES (ALVES, L. R. V)
Escola de Saúde Púbica Visconde de Saboia
LETICIA MARIA ALVES ARAÚJO (ARAÚJO, L. M. A)
Escola de Saúde Púbica Visconde de Saboia
SILVANNA ROCHA SOUZA (SOUZA, S. R)
Escola de Saúde Púbica Visconde de Saboia

Período de realização:
O projeto teve início no período de março de 2019 com previsão de término em novembro do mesmo ano.

Objetivo da Experiência:
Professores de uma escola estadual de ensino médio do município de Sobral-CE.

Objetivos:
Promover articulação intersetorial buscando na identificação e manejo de necessidades psicossociais de uma escola de Sobral-CE.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência acerca de um grupo operativo realizado por uma equipe de Residência Multiprofissional em
Saúde da Família com professores de uma escola de ensino médio. Através de encontros mensais e metodologias ativas, são abor-
dados temas que auxiliam na identificação e manejo de demandas psicossociais apresentadas pelos estudantes. Entre os temas
abordados estão: Determinantes sociais e saúde mental, mudanças nos aspectos comportamentais, rede de atenção psicossocial.

Resultados:
Desde os primeiros encontros, foi perceptível o envolvimento e a participação dos professores através do compartilhamento de
seus conhecimentos prévios e de experiências sobre os temas discutidos. De acordo com os relatos dos profissionais percebe-se
uma melhor compreensão sobre o assunto e maior sensibilidade frente às situações vivenciadas. A partir dessas ações percebe-se
um fortalecimento das ações intersetoriais entre educação e saúde.

Análise Crítica:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é comum o aparecimento de sintomas relacionados a transtornos mentais na
adolescência. A atenção voltada para a saúde mental dos jovens ainda é insuficiente, tal fato se evidencia pelo pequeno número
de pesquisas envolvendo a saúde mental na adolescência, principalmente no âmbito escolar. A escola consiste um espaço privile-
giado na detecção precoce de problemas psicossociais, bem como é espaço estratégico para a promoção de saúde mental destes.

Conclusões:
A experiência em questão evidencia a importância de se trabalhar o tema de saúde mental dentro de outros espaços e com a
contribuição de diferentes atores, ampliando o acesso ao cuidado psicossocial em sua integralidade. A partir das vivências nota-se
a necessidade da continuidade de ações voltadas para esse cenário, assim como promoção de ações voltadas a saúde mental dos
docentes que frequentemente se deparam com as mais complexas situações.

Referências:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório sobre a Saúde no Mundo – saúde mental: nova concepção, nova esperança.
2001.

ROBAERT, Damaris Wehrmann; SCHONARDIE, Elisiane Felzke. EDUCAÇÃO E PRÁTICAS PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL NA
ADOLESCÊNCIA. Revista Contexto & Educação, v. 32, n. 103, p. 191-212, 2017.

Comunicação Oral Curta 309


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NOS CASOS DE ABORTAMENTO E


ÓBITO FETAL NUM HOSPITAL REGIONAL PÚBLICO DE SOBRAL-
CE
ALANA ROCHA GOMES
Universidade Federal do Ceará
ANA BEATRIZ ALBUQUERQUE ALMEIDA MARTINS
RAÍZA RIBEIRO SOUSA E VASCONCELOS
IZABELLA CARVALHO E SILVA

Período de realização:
A intervenção psicológica descrita é realizada num serviço de obstetrícia há cerca de cincos anos.

Objetivo da Experiência:
Apoio psicológico ao processo de luto gestacional no contexto hospitalar.

Objetivos:
Este trabalho tem como objetivo descrever uma intervenção psicológica realizada por psicólogos num hospital público em Sobral,
com mulheres e seus familiares vivenciando o luto por perda gestacional, seja por aborto ou por óbito fetal.

Metodologia:
O psicólogo faz abordagem trabalhando com escuta qualificada, com o objetivo de acolher as demandas da paciente, estimular
a elaboração do luto e prepará-la para as etapas do tratamento. O atendimento psicológico se estende à rede de apoio familiar,
ofertando escuta e o preparando para o acompanhamento do trabalho de parto, em alguns casos. As pacientes são encaminhadas
para a rede quando identificada a necessidade de seguimento em psicologia.

Resultados:
Em nossa experiência, percebemos que as pacientes apresentam questões como sentimento de culpa pela perda, receios quanto
aos procedimentos e/ou contato com o feto. O atendimento psicológico favorece a criação de estratégias de enfrentamento dian-
te dos processos que a paciente viverá, contribui para a elaboração do luto saudável e a prevenção dos agravos à saúde mental da
mulher e/ou da família, uma vez que a rede é acionada nos casos em que o suporte psicoterapêutico é necessário.

Análise Crítica:
O luto é um tema negado e pouco acolhido no atual contexto social. A perda de um filho em gestação, em alguns casos, não é
reconhecido como perda familiar. Para os pais, é possível que surja uma sensação de isolamento em cultura que valoriza a ma-
ternidade, podendo tornar seu luto de mais difícil resolução. O psicólogo pode atuar nesse contexto junto aos pais e familiares,
no sentido de que se apropriem da situação vivida, para posteriormente conseguirem assimilar, e bem posteriormente aceitar.

Conclusões:
É importante que a elaboração do luto ocorra de forma a devolver a saúde mental e a reestruturação psíquica dos que sofreram
com a perda. O acolhimento dos profissionais de saúde que acompanham a família também é importante para que este processo
ocorra, desse modo, faz-se necessário que as formações incorporem espaços de diálogo e sensibilização das questões relaciona-
das à perda gestacional e o acolhimento da família enlutada.

Referências:
MUZA et. al. Quando a morte visita a maternidade. Psicologia Teoria e Prática, v.15, São Paulo, 2013.

SALGADO, POLIDO. Como lidar com o Luto Perinatal. Ema Livros, São Paulos, 2018.

310 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AS SITUAÇÕES DE POBREZA


KYAYA GOMES DE CARVALHO
Universidade Federal do Ceará - UFC
PAULO HENRIQUE DIAS QUINDERÉ (QUINDERÉ, P. H. D.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução:
A Psicologia no Brasil concentrou-se inicialmente a intervenções voltadas às populações economicamente favorecidas, seja na
área organizacional seja na clínica em consultórios privados. Contudo, o que vemos agora é um movimento de inserção desses
profissionais em espaços antes não ocupados, como em serviços públicos de saúde e assistência, onde realidades atravessadas
pela pobreza são presentes.

Objetivos:
Compreender como se dá a atuação do profissional de Psicologia frente as situações de pobreza.

Metodologia:
Este se configura como um estudo hermenêutico-dialético que se enquadra no método qualitativo de pesquisa. Foi feito um levan-
tamento bibliográfico sobre as produções dos últimos anos acerca da atuação do profissional de Psicologia diante das realidades
de pobreza e vulnerabilidade, e como se dá esse processo laboração. A parte prática da pesquisa se dará na cidade de Sobral, mais
especificamente, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), onde pretendo entrevistar os profissionais do serviço e os
usuários acerca do trabalho da Psicologia e identificar as compreensões de pobreza dos profissionais como também caracterizar
o trabalho do psicólogo frente as situações de pobreza.

Resultados
Pouco se encontra na literatura trabalhos voltados para essa temática. Quando alguém decide falar sobre pobreza em pesquisa,
coloca a mesma apenas como mais um fator que caracteriza certa população ou sujeito, e não como um fator em si, como algo
não inato ou natural, mas construído socialmente. São poucas as reflexões sobre a temática, e quando são abordadas trazem um
caráter de causalidade. Com a inserção da Psicologia em novos campos de atuação, se faz necessário perceber como se dá essa
prática diante de realidades tão diferentes das iniciais.

Conclusões:
Foram poucos trabalhos encontrados que estejam voltados a perceber e elaborar práticas de intervenção nesses casos, de refletir
como a Psicologia pode intervir de uma maneira mais efetiva na compreensão dessa realidade, como também na transformação
da mesma. É preciso conhecer as desigualdades existentes, para assim, desenvolver medidas de intervenção que venham a pro-
mover tanto uma reflexão sobre esse estar, como uma transformação do mesmo.

Referências:
CRUZ, L. R. E GUARESCHI, N. Políticas públicas e assistência social: Diálogo com as práticas psicológicas. 5. Ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2014.

DANTAS, C. M. B., OLIVEIRA, I. F. & YAMAMOTO, O. H. Psicologia e pobreza no Brasil: produção de conhecimento e atuação do
psicólogo. Psicologia & Sociedade, 22(1), 104-111,2010.

Oliveira, I. F., Solon, A. F. A. C., Amorim, K. M. O., & Dantas, C. M. B. (2011). A prática psicológica na proteção social básica do SUAS.
Psicologia & Sociedade, 23(n. spe.), 140-149.

SENRA, C. M. G. & GUZZO, R. S. L. Assistência social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço
público. Psicologia & Sociedade, 24(2), 293-299, 2012.

Comunicação Oral Curta 311


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ATUAÇÃO EM PLANTÃO PSICOLÓGICO NA CLÍNICA ESCOLA DE


PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
KEILYANE DE SOUSA OLIVEIRA GOMES
Centro Universitário Farias Brito
FRANCISCO LUAN DE SOUZA CARVALHO (CARVALHO, F. L. S.)
JUREMA BARROS DANTAS (DANTAS, J. B.)

Período de realização:
De fevereiro a junho de 2019, no turno da tarde (13h às 17h) as terças--feiras.

Objetivo da Experiência:
O público em geral que, a partir de procura espontânea ou por encaminhamento, busca os serviços psicológicos na Clínica Escola
de Psicologia da UFC.

Objetivos:
Apresenta-se nesse relato como objetivo geral a explanação da atuação do plantonista dentro do Plantão Psicológico na Clínica
Escola da UFC, tendo em vista como uma modalidade clínica contemporânea. Oferecendo um espaço de acolhimento e escuta
para aquele que estar em sofrimento.

Metodologia:
De caráter descritivo com pesquisa teórica e empírica de resultados, vivida pelos autores, no Plantão Psicológico da Clínica Escola
de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) por meio de uma extensão universitária vinculada ao Laboratório de Estudos
em Psicoterapia, Fenomenologia e Sociedade (LAPFES). Em alguns momentos alguns atendimentos, são feitos em duplas, com o
objetivo de alargar a troca de experiências, oferecendo suporte durante o atendimento.

Resultados:
Diante disso, percebe-se este espaço como um ponto de referência para tais situações emergenciais, fazendo-se necessária a
discussão de tal fenômeno em seu contexto clínico e social. Os atendimentos no Plantão Psicológico ocorrem sem tempo determi-
nado, procurando estabelecer apenas em que momento este se inicia, se estendendo pelo tempo que for necessário para a mini-
mização da angústia e escuta do sofrimento, sem que haja uma prioridade voltada a categorização e enquadramento diagnóstico.

Análise Crítica:
Dessa forma, pensando sobre a prática do Plantão Psicológico, entende-se que este configura-se como uma possibilidade de in-
tervenção cujo potencial é promover a saúde na sociedade contemporânea como um todo, frente as diversas questões que estão
relacionadas ao próprio contexto ao qual se está inserido.

Conclusões:
Para os autores, ser plantonista é tornar-se agente de transformação, sendo assim o fio de condução que leva à ressignificação.
Portanto, sendo o Plantão Psicológico uma prática clínica da contemporaneidade, na medida em que ela promove uma abertura
para o novo, o diferente e oferece um espaço de escuta a alguém que apresenta uma demanda psíquica, um sofrimento, oferece
um momento no qual esse sujeito que sofre se sinta verdadeiramente ouvido.

312 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

AMORIM, Fázia Beatriz Torres; ANDRADE, Andréa Batista de; BRANCO, Paulo Coelho Castelo. Plantão psicológico como estratégia
de clínica ampliada na atenção básica em saúde. Contextos Clínic, São Leopoldo , v. 8, n. 2, p. 141- 152, dez. 2015.

BEZERRA, E. N. Plantão Psicológico como modalidade de atendimento em psicologia escolar: limites e possibilidades. Estudos e
Pesquisas em Psicologia. Rio de Janeiro, v. 14, n.1, p. 129-143, jan. /abr. 2014a.

DANTAS, J. B. Plantão Psicológico: ampliando possibilidades de escuta. Revista de Psicologia. Fortaleza, 2016.

Morato, H. T. P. (1999). Aconselhamento psicológico: uma passagem para a transdisciplinariedade. Em H. T. P. Morato (Org.), Acon-
selhamento psicológico centrado na pessoa: novos desafios (p. 61-89). São Paulo: Casa do Psicólogo.

REBOUÇAS, M. S. S; DUTRA, E. (2010). Plantão psicológico: uma prática clínica da contemporaneidade. Rev. Abordagem Gestalt,
Goiânia, v. 16, n. 1, jun.

Comunicação Oral Curta 313


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ANSIEDADE EM ALUNOS DE UMA


UNIVERSIDADE PÚBLICA DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ
RAFAELA ALVES OLIVEIRA DAS CHAGAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú
RAISSA MONT’ALVERNE BARRETO (BARRETO, R.M.A)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
GENIANE SOARES ADRIANO (ADRIANO, G.S)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
CYNTHIA MELO MORAIS (MORAIS, C.M)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
ANA NAYSA ALBUQUERQUE TEIXEIRA (TEIXEIRA, A.N.A)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
LUIZA JOCYMARA LIMA FREIRE DIAS (DIAS, L.J.L.F)
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Introdução:
O processo de adaptação vivenciado na transição entre ensino médio e o início da universidade, as exigências da vida universitá-
ria, as elevadas expectativas, as demandas inerentes ao mercado de trabalho e as aspirações pelo futuro profissional e pessoal,
desafiam o estudante a apresentar recursos cognitivos e emocionais complexos, que proporcionam o desenvolvimento da ansie-
dade.

Objetivos:
Avaliar os níveis de ansiedade em acadêmicos de enfermagem pertencentes aos internatos I, II e III de uma Universidade Pública
da região norte do Ceará.

Metodologia:
Essa pesquisa trata-se de um estudo transversal descritivo de abordagem quantitativa. Para a coleta de dados foi utilizado o
instrumento Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) criado por Spielberger (1970). O Estudo foi realizado na Universidade
Estadual Vale do Acaraú, com acadêmicos pertencentes aos internatos I, II e III, por terem maior probabilidade de enfrentar situ-
ações que elevam o nível da ansiedade. Os dados obtidos foram analisados seguindo o referencial metodológico de Spielberger,
a partir de técnicas de estatística descritiva simples, por meio de tabulação, processamento dos dados e produção das tabelas.

Resultados:
A ansiedade estado buscou analisar a ansiedade quanto ao estado emocional transitório, já a ansiedade traço mediu a propensão
em enfrentar sintomas de ansiedade em situações ameaçadoras. Participaram do estudo 23 alunos do internato I, 34 do internato
II e 19 do internato III, correspondendo ao 8º, 9º e 10º semestre respectivamente. Destes, constatou-se que 61 (80%) apresen-
taram níveis médios de ansiedade estado e 54 (71%) também apresentaram níveis médios de ansiedade traço de acordo com a
classificação de Spielberger. Este resultado nos instiga a refletir sobre as possíveis e graves consequências que a ansiedade pode
ocasionar no desempenho acadêmico e no futuro profissional destes alunos.

Conclusões:
Observou-se que a ansiedade está presente de forma frequente na rotina do discente de enfermagem da Universidade estudada
e, a partir dos resultados deste estudo, torna--se importante a reflexão sobre a necessidade de intervenções que auxiliem na
melhoria da saúde mental destes estudantes para evitar que os níveis de ansiedade se tornem elevados, e para aperfeiçoar a
qualidade de vida dos acadêmicos.

314 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
FERREIRA C.L.; ALMONDES K.M.; BRAGA L.B.; MATA A.N.S.; LEMOS C.A.; MAIA E.M.C. Evaluation of trait and state anxiety in first
year students. Cien Saude Colet. Vol.14, N.3, pp.973-81. 2009.

BAYRAM, N.; BILGEL, N. The prevalence and socio-demographic correlations of depression, anxiety and stress among a group of
university students. Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology. Vol.43, N.8, pp.667-672. 2008.

PADOVANI, R.C. et al. Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Revista Brasileira de Terapias Cogniti-
vas. Rio de Janeiro, V.10, N.1, pp.2-10. 2015.

CHAVES, E. LUNES, D. MOURA, C. CARVALHO, L. SILVA, A. CARVALHO, E. Ansiedade e espiritualidade em estudantes universitários:
um estudo transversal. Rev Bras Enferm. Vol.68, N.3, pp.444-449. 2015.

SPIELBERGER, C. D.; GORSUCH, R. L.; LUSHENE, R. E. Manual for the state-trait anxiety inventory. Paio Alto, California, Consulting
Psychologist Press, 1970.

Comunicação Oral Curta 315


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ÁGUA DE CHOCALHO: A IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA


DE EXTENSÃO COM CRIANÇAS EM GRAVE SOFRIMENTO
PSÍQUICO NO CAPS GERAL II DO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE
TÁVINA ROMÃO SILVA
Universidade Federal do Ceará
MARIANA RIBEIRO PINTO
Universidade Federal do Ceará
LUIS ACHILLES RODRIGUES FURTADO
Universidade Federal do Ceará
Período de realização:
A referida experiência teve início no primeiro semestre de 2018 e ainda está em curso, em 2019.

Objetivo da Experiência:
O projeto atende, grupalmente, crianças em grave sofrimento psíquico, as quais são usuárias do dispositivo de saúde mental
supracitado.

Objetivos:
No grupo, intenciona-se atendimento integral e inclusão social de crianças, a partir de recursos suportáveis para elas, evitando
imposições e normatizações de comportamento. Ademais, objetiva-se a construção de espaços onde se expressem livremente a
partir de seus interesses, como pintura e música.

Metodologia:
O grupo acontece quinzenalmente e é mediado por extensionistas do projeto, uma Terapeuta Ocupacional e uma Psicopedagoga.
As crianças ocupam uma sala onde as atividades são realizadas a partir da disposição de materiais, para que se utilizem dos que
lhes forem mais interessantes. Esse manejo, de acordo com Dubois (2008), permite o resgate da subjetividade e a inserção social
das crianças na cultura. Ademais, acontecem planejamentos, discussão de casos clínicos e evolução de prontuários.

Resultados:
Houve, pelos alunos, amadurecimento clínico e profissional relativo ao campo da saúde mental no auxílio aos profissionais do
CAPS. Percebeu-se produção de significação do grupo como uma atividade lúdica e não como relativa a crianças usuárias do CAPS,
o que significa, portanto, esvaziamento dos estigmas relacionados ao sofrimento psíquico. O trabalho propiciou maior interação
entre os usuários da instituição. Houve um amadurecimento da articulação entre a rede de saúde mental e a universidade.

Análise Crítica:
A proposta de secretariar o trabalho das crianças permite progressos clínicos uma vez que elas se tornam protagonistas no pro-
cesso. É válido destacar que o projeto é signatário da proposta da educação inclusiva e da ética da psicanálise. As crianças são
consideradas como sujeitos para além de um diagnóstico psiquiátrico, seu posicionamento na linguagem e suas articulações com-
portamentais são legitimadas como modos de expressão singulares.

Conclusões:
Essa experiência de extensão tem-se mostrado fundamental na formação profissional em Psicologia. Nessa perspectiva, a expe-
riência relatada possibilita a significativa vivência em campo para as extensionistas, a comunicação com profissionais de outras
áreas, além do contato direto com a comunidade extra acadêmica. O trabalho está articulado a pesquisas financiadas e convênios
nacionais e internacionais.

Referências:
DUBOIS, Rejane Caspani. A criação de Oficinas: respeitando a diversidade. In: CHARCZUK, Maria Solange Bicca. FOLBERG, Maria
Nestrovsky. (Organizadoras). Crianças psicóticas e autismo: a construção de uma escola. 2o ed. Editora Mediação. Porto Alegre,
2008.

316 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA:


COMORBIDADES CLÍNICAS PRESENTES EM USUÁRIOS
ACOMPANHADOS EM UM CAPS AD
GLEISSON FERREIRA LIMA (LIMA, G.F)
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia – Residência Multiprofissional em Saúde Mental
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N)
Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R. M. M)
Universidade Federal do Ceará, UFC
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO (ARAGÃO, H. L)
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas, CAPS AD
ANDRESSA GALDINO CARVALHO (CARVALHO, A.G)
Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA)
MARIA DAS GRAÇAS RODRIGUES MOREIRA (MOREIRA, M.G.R)
Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA

Introdução:
O consumo abusivo de substâncias psicoativas e sua dependência pode ser considerado como um grave problema de saúde mun-
dial, e o Brasil é um dos países onde esta problemática vem crescendo paulatinamente ao longo dos anos. O aumento do número
de sujeitos que consumiram drogas pode ser consequência de uma maior disseminação e acesso dessas substâncias na sociedade
ou em determinada localidade.

Objetivos:
Identificar as comorbidades clínicas por sistemas mais presentes em usuários de substâncias psicoativas acompanhados por um
CAPS AD.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Realizado no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Dro-
gas de Sobral com amostra de 306 participantes. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada com
questões dos aspectos clínicos dos usuários. Foram excluídos aqueles que apresentaram algum déficit cognitivo grave ou que não
tinham condições de serem entrevistados por falta de comunicação verbal ou por estarem sob o efeito de alguma substância.
Os dados foram processados no Microsoft Excel e analisados com estatística descritiva O estudo foi aprovado com parecer nº
2.739.560.

Resultados:
Quanto ao sexo, os 306 participantes estão representados por masculino 84,3% e feminino 15,7%, a faixa etária de maior pro-
porção foi de 21 a 40 anos com 53,9%. Em relação a ocupação surgiu a seguinte situação: sem ocupação 58,5%, informal 25,5%,
formal 9,8%, aposentado 3,6%, estudante 2,65. Em relação ao estado civil a maioria são solteiros 52,9%. As comorbidades clínicas
afetaram os seguintes sistemas: sistema cardiovascular 9,5%, sistema endócrino 8,2%, sistema gastrointestinais 7,8%, sistema
musculoesquelético 3,9%, sistema respiratório 2,6%, sistema urinário 1,3%, sistema sanguíneo 0,7%.

Conclusões:
Conhecer quais as comorbidades clinicas mais frequentes nesta população é fundamental para o planejamento de um plano de
cuidados efetivo, pois os aspectos clínicos são essenciais para o equilíbrio da saúde física e mental. Evidencia-se a importância dos
serviços de saúde mental no acompanhamento e cuidados aos usuários de substâncias psicoativas/drogas de forma integral e os
aspectos clínicos devem ser foco de monitoramento e intervenção.

Comunicação Oral Curta 317


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
LARANJEIRA, R. (Org.). Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. São Paulo: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
para Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas (INPAD), UNIFESP, 2014.

DE SORDI, Luisa Petelincar et al . Comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental. Revista Portuguesa de Enfermagem
de Saúde Mental, Porto, n. spe2, p. 89-94, fev. 2015.

318 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DOS NIVEIS DE ANSIEDADE POR MEIO DA


NEUROMETRIA: REVISÃO INTEGRATIVA
ALINE MARTINS DIOLINDO MENESES
Universidade Brasil
SANTOS, LAURITA DOS
MAGRI, MARCELO
CONCEIÇÃO, PEDRO WILSON RAMOS DA
FERREIRA, DANIELLE CARVALHO
SILVA, TAMMYA TERCIA OLIVEIRA RIBEIRO DA

Introdução:
A ansiedade é um problema psicológico frequente atualmente, devido a uma série de mudanças no âmbito econômico, social e
cultural. Nesse contexto, a realização de estudos sobre o tema é de extrema importância. Torna-se imprescindível buscar proce-
dimentos terapêuticos capazes de interferir de forma positiva na redução de transtornos ansiosos, entre os quais se destacam a
Neurometria Funcional.

Objetivos:
Avaliar, a partir da literatura, se o uso da Neurometria causa impactos na redução dos sintomas de ansiedade em estudantes.

Metodologia:
Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, realizado com textos publicados nas bases de dados: PubMed, Web of
Knowledge, Europe PMC; Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, LILACS e Scielo. Foram incluídos textos com-
pletos publicados em português, inglês ou espanhol, sem limites de tempo. Exclui-se editoriais, opinião de especialistas e outras
revisões. Foram usadas as seguintes combinações de descritores e palavras chaves: “neurometry” OR “functional neurometry”
AND “anxiety” and “College students” OR “academic”, nos três idiomas conforme as bases. A busca nas bases de dados resultou
em 58 textos, sendo 5 repetidos, totalizando 53 textos.

Resultados:
Após leitura do texto completo, apenas 04 textos foram selecionados. De uma forma geral, pouco se é produzido sobre o assunto,
sendo abordado de forma transversal nos estudos. Os manuscritos mostram que a neurometria funcional proporciona através de
exames e treinamentos intervenções na contração da musculatura, correção da respiração e desequilíbrios que acometem o siste-
ma nervoso do indivíduo e interferências realizadas no pulso e ondas cerebrais, funcionando com tratamento complementar em
saúde para transtornos de ansiedade, sendo útil em estudantes. Assim, consiste na construção de um processo de aprendizagem
para controle dos níveis de ansiedade e condicionamento do Sistema Nervoso.

Conclusões:
A Neurometria proporciona: um maior controle de pensamentos ansiosos e invasivos, percepção de estímulos geradores de an-
siedade, controle das respostas emocionais em relação a estímulos externos e aos estímulos internos, dentre outros, sendo útil
para avaliar níveis de ansiedade entre estudantes universitários.

Referências:

Cherniack, M. “Nerve conduction and sensorineural function in dental hygienists using high frequency ultrasound handpieces.”Am
J Ind medicine. 49.5 (2006): 313-326.

Canbulat T, Halit K. “Assessment of Educational Neuromyths among Teachers and Teacher Candidates.” J Educ Learning 6.2 (2017):
326-333.

Paquet LA. Utilising independent event-related potentials to determine if learners can be classified as attention deficit/hyperac-
tivity disorder based on their auditory difficulties. 2016.

Comunicação Oral Curta 319


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CAPS AD: A INTERDISCIPLINARIEDADE COMO PRINCÍPIO

LETÍCIA MARA CAVALCANTE LIMA (LIMA.L.M.C.)


Estudante de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO (ARAGÃO, H.L)
Gerente do CAPS AD; Prefeitura Municipal de Sobral-Ceará
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA. E.N.)
Docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

Período de realização:
Durante dois meses, junho e julho. No CAPS-Ad de Sobral-Ceará.

Objetivo da Experiência:
Apresentar vivencia no CAPS-Ad com a equipe interdisciplinar, observados por meio de acolhimento e atendimentos, individuais
e coletivos.

Objetivos:
Relatar experiências que ratifique a importância da interdisciplinaridade e da multiprofissionalidade no setor de atenção psicos-
social, visando ver a pessoa como um ser holístico, e não fragmentado.

Metodologia:
Durante junho e julho de 2019 aconteceu nossa imersão no CAPS - Ad por meio da Liga Interdisciplinar em Saúde Mental – LISAM.
A preceptoria é de responsabilidade da coordenadora do serviço, esta nos baliza, fazendo com que cada ligante possa desenvolver
atividades significativas. Como observar acolhimentos e consultas, despertando o interesse de elaborar um relato de experiência.
Resultados: Cada usuário acompanhado possui um técnico de referência (TR), que é um profissional da equipe multiprofissional. A
interconsulta é uma prática bastante desenvolvida e se dá entre o TR e o médico, visando discutir técnicas para promover a saúde
do usuário. Além disso, existem grupos sociais semanais, reforçando o acompanhamento e integração usuários. Percebemos que
o desenvolvimento, tanto psicológico como motor lograram êxito, confirmando o poder da equipe interdisciplinar.

Análise Crítica:
Ressaltamos que em todo esse processo existem resultados consideráveis, porém existem desafios a serem superados, como a
não colaboração do usuário, alguns geralmente só usam o serviço para terem acesso a medicamentos e entre alguns outros que
são superados a cada dia pela equipe.

Conclusões:
Concluímos que realmente o ser humano ser visto como um ser não fragmentado é sinônimo de melhor desenvolvimento. Uma
recomendação a ser feita seria o uso de equipes multiprofissionais em UBS’s independente de qualquer aspecto, sendo um pro-
jeto universal e mais abrangente.

Referências:

ANJOS FILHO, Nilton Correia dos; SOUZA, Ana Maria Portela de. A percepção sobre o trabalho em equipe multiprofissional dos
trabalhadores de um Centro de Atenção Psicossocial em Salvador, Bahia, Brasil. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 21, n. 60, p.
63-76, Mar. 2017 . Available from . access on 21 July 2019. Epub Aug 25, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622015.0428.

320 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CARACTERIZAÇÃO DAS CONTENÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS


NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ÀS URGÊNCIAS
PSIQUIÁTRICAS EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO ESTADO
DO CEARÁ
THAIANE VASCONCELOS CARVALHO
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
KAUANNY GOMES GONÇALVES. (GONÇALVES, K. G.)
Hospital do Coração de Sobral
HELTON SILVA ARCANJO (ARCANJO, H. S.)
Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS)
RAIMUNDO FAUSTINO DE SALES FILHO. (FILHO, R. F. S.)
Hospital do Coração de Sobral
MONALISA MARIA DO NASCIMENTO SOUSA (SOUSA, M. M. N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
IARA LAÍS LIMA DE SOUSA. (SOUSA, I. L. L.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução:
O Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU) é uma porta de entrada vinculada ao fluxo da rede de saúde mental para o
cuidado a pacientes psiquiátricos. Porém, são várias as barreiras sociais, emocionais e/ou culturais que dificultam a implantação e
a aceitação desse seguimento na atenção pré-hospitalar, visto que esses pacientes necessitam de exclusividade no atendimento.

Objetivos:
Caracterizar as contenções físicas e químicas nos pacientes psiquiátricos atendidos pelo SAMU de Sobral- Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com abordagem quantitativa, do tipo pesquisa documental retrospectiva, realizado
no período de junho de 2017 a fevereiro de 2019, tendo como cenário o SAMU, no município de Sobral- Ceará. Para análise dos
dados foi utilizado o software IBM SPSS Statistics versão 24, com nível de significância adotado de 5% e intervalo de confiança de
95%. A presente pesquisa obteve parecer favorável número 0049/2018 pelo Sistema Integrado da Comissão Científica (SICC), e
aprovado sob número 2.749.254 pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS).

Resultados:
As contenções químicas e físicas ocorreram em 25,58% (77) e 10,96% (33) atendimentos, respectivamente. A contenção física
esteve presente em 16,96% (28) ocorrências em que os pacientes apresentaram-se agitados, e em 17,03% (23) ocorrências em
que os pacientes apesentaram-se agressivos. Foi solicitado apoio da polícia em 6% (18) ocorrências, sendo que somente em 1,3%
(4) o paciente oferecia real perigo a equipe por portar objetos perfurantes. Nas ocorrências onde foi utilizada contenção química,
o Midazolam esteve presente em 22,9% (69), a Prometazina em 6,6% (20) e o Haloperidol em 6,6 (18).

Conclusões:
Observou-se que o serviço não é dependente do apoio da polícia, onde, muitas vezes, a contenção física acontece de forma re-
pressiva e violenta, perpetuando a execução de atitudes médico-repressivas. No entanto, podemos correlacionar os dados das
duas variáveis em estudo, já que a maioria dos pacientes tiveram sinais de agitação e agressividade, podendo ter sido a justifica-
tiva da realização das contenções físicas e químicas.

Referências:

BASTOS, F. et al. Saúde mental no atendimento pré-¬hospitalar móvel: concepções de profissionais. Revista Portuguesa de Enfer-
magem de Saúde Mental, v. 4, p. 17–24, 2016.

BRITO, AAC de, et al. Onde a reforma ainda não chegou: ecos da assistência às urgências psiquiátricas. Physis: Revista de Saúde
Coletiva [online]. v. 25, n. 4. 2015.

Comunicação Oral Curta 321


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CARACTERIZAÇÃO DE TENTATIVAS DE SUICÍDIOS POR


SUBSTÂNCIAS EXÓGENAS NO MUNICÍPIO DE CRATEÚS-CE
FRANCISCA MAYRA DE SOUSA MELO
Enfermeira. Docente da Faculdade Princesa do Oeste – FPO
MARIA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS OLIVEIRA CUNHA
SAMÍLA SÂMALA ALVES COSTA
TOBIAS JÚNIOR DO BONFIM FERREIRA
FRANCISCA NELLIE DE PAULA MELO
FRANCISCO ARLYSSON DA SILVA VERÍSSIMO

Introdução:
O suicídio é um fenômeno humano complexo, universal, que representa um problema de saúde pública em todo o mundo. As ten-
tativas de suicídio e o suicídio têm gerado um alto custo para a sociedade, pois se é utilizado de recursos públicos, que poderiam
ser utilizado de outra forma na assistência emergencial, e em quadros clínicos que adentram o serviço público de saúde.

Objetivos:
Caracterização de tentativas de suicídios por substâncias exógenas no período de Janeiro de 2013 a Dezembro de 2017, no mu-
nicípio de Crateús-CE.

Metodologia:
Trata-se de um estudo epidemiológico e documental, de abordagem quantitativa e de corte transversal dos casos registrados pelo
Sistema de Informação de Agravos de Notificação, período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. A coleta de dados ocorreu no
período de agosto e setembro de 2018. A pesquisa foi desenvolvida no setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde do municí-
pio de Crateús. Para compor os dados, foram analisadas todas as fichas de notificações epidemiológicas utilizadas às intoxicações
exógenas notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017.
Foram analisadas pelo programa de Epi Info 6.04.

Resultados:
Total de 61 fichas de notificação no município de Crateús, no período de Janeiro de 2013 a Dezembro de 2017. O agente tóxico
presente nas tentativas de suicídio mais utilizado foram medicamentos, com 43 (75,3 %). O perfil dos casos de vítimas de intoxica-
ção exógena foram pessoas do sexo feminino com 52 (85,3 %) e sexo masculino com 09 (14,7%) dos casos; sendo 13 (21,3%) com
ensino fundamental incompleto, 08 (13,2%) e ensino médio incompleto. O número de pessoas com nível superior e o de pessoas
analfabetas que tentam o suicídio ficou empate com 02 (3,2 %). A maioria dos casos é proveniente da zona urbana 47 (77,2 %).
Observou-se que 48 (78,6%) dos casos evoluíram sem sequelas.

Conclusões:
A subnotificação apresentou-se como um dos principais problemas para a identificação de dados com precisão, muitos profis-
sionais negligenciam ou mesmo desconhecem importância da compilação dos dados epidemiológicos desse agravo. É necessária
a discussão mais abrangente, em vista que grande parte dos meios utilizados para a realização são artefatos presentes de fácil
acesso no domicílio das vítimas.

Referências:
AGADIR SANTOS, Simone; LEGAY, Letícia Fortes and LOVISI, Giovanni Marcos. Substâncias tóxicas e tentativas e suicídios: conside-
rações sobre acesso e medidas restritivas. Cad. saúde colet.[online]. 2013, vol.21, n.1, pp.53-61.

DANTAS, Jacklyne Stroisner de Sousa; et al., Perfil do paciente com intoxicação exógena por “chumbinho” na abordagem inicial
em serviço de emergência. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2013 jan/mar;15(1):54-60.

322 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SAÚDE MENTAL: IMPLICAÇÕES


CLÍNICAS, ÉTICAS E SÓCIO-POLÍTICAS
GEORGE LUIZ COSTA DE PAULA
Universidade Federal do Ceará – UFC
FURTADO, LUIS ACHILLES RODRIGUES
Universidade Federal do Ceará – UFC

Introdução:
Em sua interface com a saúde, o risco enquanto categoria contribuiu para a produção de determinadas racionalidades, estratégias
e subjetividades, sendo central na regulação e monitoração de indivíduos, grupos e instituições. Sendo assim, faz-se necessário
lançar bases para uma compreensão que abarque as dimensões epistemológica, clínica e política do uso do risco em saúde.

Objetivos:
Analisar criticamente os processos de classificação de risco em saúde mental, compreendendo a evolução do seu conceito e suas
implicações clínicas, éticas e sociopolíticas, bem como analisar o cotidiano dos serviços de saúde mental.

Metodologia:
Estudo de abordagem qualitativa e cunho exploratório-documental, adotando a pesquisa bibliográfica e observação participan-
te. O campo de estudo foi a cidade de Sobral - CE e o cenários de estudo a Rede de Atenção Integral a Saúde Mental de Sobral,
englobando também serviços de Atenção Primária à Saúde e instituições gestoras. Os participantes do estudo foram gestores,
profissionais e usuários da RAISM e Centro de Saúde da Família Alto da Brasília. Utilizou-se entrevista semiestruturada para a
coleta de dados, sendo as mesmas gravadas e realizadas mediante assinatura do Termo de Consentimento. Após a transcrição das
entrevistas, utilizou-se a categorização de dados e análise temática.

Resultados:
A pesquisa apontou para a divisão do risco em quatro categorias temáticas: conceito, processos de trabalho, aplicabilidade e
relação profissional-usuário. No conceito, o risco mostra-se como critério para decisões, recurso de trabalho e disparador do
cuidado. Nos processos de trabalho, a assistência e o trabalho intersetorial figuraram como campos possíveis. Na aplicabilidade,
o Questionário de Estratificação de Risco mostrou-se como instrumento principal, trazendo também outros desdobramentos.
Por fim, no quesito relação, observamos que os questionários não interferem na relação subjetiva entre profissionais e usuários,
sendo benéficos aos serviços e acontecendo por meio de outras vias.

Conclusões:
A classificação de risco possui diversos desdobramentos, sendo utilizada muito mais como recurso auxiliar no processo de traba-
lho do que na rotulação dos sujeitos. Há um necessário esforço de aproximar os profissionais do instrumento de estratificação de
risco e fomentar o diálogo entre as atenções primária e secundária. Por fim, a subjetividade das relações na saúde não acontece
por meio da aplicação única de questionários e instrumentos afins.

Referências:
ALMEIDA FILHO, N.; CASTIEL, L. D.; AYRES, J. R. Risco: conceito básico da Epidemiologia. In

ALMEIDA FILHO, N.; BARRETO, M. L. Epidemiologia & Saúde: fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 2013, p. 43-54.

CARVALHO, S. R. et al. Medicalização: uma crítica (im)pertinente? Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 25 [ 4 ]: 1251-
1269, 2015.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Trad. Roberto Machado. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

Comunicação Oral Curta 323


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

COMORBIDADES CLÍNICAS E PSIQUIÁTRICAS EM USUÁRIOS DE


SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
BRUNA TORRES MELO
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ANDRESSA GALDINO CARVALHO (CARVALHO, A.G)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R.M.M)
Universidade Federal do Ceará - UFC
FRANCISCO THIAGO ARAÚJO CUNHA (CUNHA, F.T.A)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Introdução:
O uso de substâncias psicoativas (SPA) é considerado um grave problema de saúde pública. Ao avaliar o processo de saúde e
doença, percebe-se que o uso abusivo pode influenciar no desenvolvimento de 60 tipos diferentes de doenças clínicas (OMS,
2011), assim como há associações significativas no que se refere à coexistência de transtorno mental comum e o abuso de SPA
(MERCHÁN-HAMANN et al., 2012).

Objetivos:
Identificar as principais comorbidades clínicas e psiquiátricas em usuários de substâncias psicoativas de municípios da 11ª Região
de Saúde do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado com 605 usuários de SPA. A coleta de dados foi realizada
em serviços de saúde de oito municípios pertencentes à 11ª Região de Saúde do Ceará, no período de janeiro a junho de 2019. Na
coleta de dados, utilizou-se questionário em que se avaliou o perfil sociodemográfico e clínico. Para análise, realizou-se estatística
descritiva. Esse estudo integra uma pesquisa maior intitulada: Saúde Mental e o Risco de Suicídio em Usuários de Drogas, a qual
obteve aprovação no Comitê de Ética nº 2.739.560.

Resultados:
Ao avaliar o perfil sociodemográfico, denotou-se o predomínio do sexo masculino (77%; n=466), faixa etária de 30 a 39 anos
(48,9%; n=296), em que se autodeclararam pardos (62%; n=379), sem ocupação (48%; n=290) e solteiros (48,4%; n=294). 31%
apresentaram comorbidades clínicas (n=188), com ênfase na hipertensão arterial sistêmica (10,5%; n=64), diabetes mellitus
(6,9%; n=42), distúrbios gastrointestinais (5,1%; n=31) e respiratórios (3,1%; n=19), bem como epilepsia (3%; n=18) e infecção se-
xualmente transmissível (0,6%; n=4). Quanto à comorbidades psiquiátricas, destaca-se alto índice (35%; n= 212), com predomínio
da depressão (17%; n=103), ansiedade (9,6%; n=58) e esquizofrenia (7,4%; n= 45).

Conclusões:
Portanto, evidencia-se a necessidade de uma reflexão crítica sobre a associação do uso abusivo de SPA com o processo de saúde/
doença. Assim como, destacasse a importância de fomentar ações de promoção da saúde nessa perspectiva a fim de evitar co-
morbidades associadas, visando o cuidado do indivíduo de forma integral, dando suporte às necessidades que estão interligadas
ao campo biopsicossocial.

Referências:
MERCHÁN-HAMANN, E. et al. Comorbilidad entre abuso/dependência de drogas y el distrés psicológico em siete países de latino
américa y uno del caribe. Texto Contexto Enferm., v. 21, p. 87-95, 2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Global status report on alcohol and health. Geneva: World Health Organization, 2011.
286 p.

324 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

COMPORTAMENTO AUTOLESIVO: POSSIBILIDADES


FUNCIONAIS E ESTRATÉGIA INTERVENTIVA
SOCORRO TAYNARA ARAÚJO CARVALHO
Centro Universitário Inta - UNINTA
ANA MARA FARIAS DE MELO ( MELO, A. M. F)
Centro Universitário Inta - UNINTA
ROSYMILE ANDRADE DE MOURA (MOURA, R. A)
Centro Universitário Inta - UNINTA

Introdução:
O Comportamento autolesivo é definido por atitudes, em que os indivíduos geram danos físicos a si mesmo, comprometendo sua
qualidade de vida, podendo tornar-se um problema crônico. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 62
mil adolescentes morreram em 2016 como resultado da autolesão, demonstrando assim ser um sério problema de saúde pública.

Objetivos:
Explicar o comportamento autolesivo e suas implicações na perspectiva da Análise do Comportamento (AC), trazendo possibilida-
des funcionais e estratégia de intervenção, baseada na Terapia Comportamental Dialética (DBT).

Metodologia:
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, exploratória e bibliográfica. Utilizamos a revisão integrativa como método de
pesquisa, pois este possibilita a busca, a avaliação crítica e a síntese de evidências disponíveis sobre o tema em estudo (SOUZA, et
al., 2010). Primeiramente, delimitamos a seguinte pergunta norteadora: “Quais são as possibilidades funcionais do comportamen-
to autolesivo?” Logo, selecionamos artigos que especificam a referida temática pelo viés da ciência comportamental da Psicologia
e que trazem o DBT como uma intervenção terapêutica viável. Assim, utilizamos apenas de publicações na língua portuguesa e
do ano de 2010 à 2019.

Resultados:
Na AC, compreendemos na autolesão, que os comportamentos são mantidos por suas consequências. Estas podem especificar
reforço e punição. No caso do comportamento aulesivo, uma possibilidade funcional é ser reforçador positivo, mantido por
afeto, carinho e regras, como é o caso de uma criança que aranha o braço (resposta) como consequência ela ganha atenção da
mãe (reforço positivo), nessa situação a adição de estímulo (atenção) mantém a autolesão. Logo, como intervenção terapêutica,
apresentamos o DBT que tem se mostrado eficaz, considerando a singularidade do sujeito, trabalhando com três paradigmas:
aceitação, mudança e dialética.

Conclusões:
Portanto, a autolesão é um comportamento, assim pode ser modificado, porém é necessário um tratamento eficaz e sério, como
a DBT que possui como princípios a psicoterapia, treinamento de habilidades, a consultoria por telefone e reunião de consultoria
entre terapeutas, um conjunto que trabalha em volta da subjetividade do sujeito, levando em consideração seus contextos filo-
genéticos, ontogenéticos e culturais.

Referências:
CEPPI, Bruno; BENVENUTI, Marcelo. Análise funcional do comportamento autolesivo. Rev Psiq Clín. vº 6. 2011.

SOUZA, M.T de, SILVA, M.D; CARVALHO, R de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. vº 8. p. 102-106, 2010.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Saúde mental dos adolescentes. Folha Informativa. vº 5. 2018

Comunicação Oral Curta 325


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

COMUNIDADES TERAPÊUTICAS: PRÁTICAS E DESAFIOS NA


CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE DOS SUJEITOS

BRUNA CLÉZIA MADEIRA NERI (NERI, B.C.M)


Centro Universitário - UNINTA
SOCORRO TAYNARA ARAÚJO CARVALHO (CARVALHO, S.T.A)
Centro Universitário - UNINTA

Período de realização:
Entre os dias cinco e doze de junho de 2019, das oito horas às onze da manhã.

Objetivo da Experiência:
Atrelar vivências e percepções encontradas nas aulas teóricas e na leitura do material específico, aos conhecimentos adquiridos
nas visitas práticas.

Objetivos:
O referido trabalho visa analisar os achados referentes à visita da Fazenda Esperança, e teve como foco principal conhecer a di-
nâmica de uma comunidade terapêutica, entender quais eram suas demandas, além de avaliar como as atividades empreendidas
pelos internos contribuíam para sua reabilitação.

Metodologia:
Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, do tipo relato de experiência, no qual foi utilizado levantamento bibliográfico e
pesquisa em campo. As revisões bibliográficas foram extraídas a partir da leitura de artigos e livros relacionados ao tema. O estu-
do em campo foi realizado através da observação minuciosa do lugar visitado. Neste sentido, foram levadas em consideração as
políticas atuais que regem as CT’s, bem como, os aspectos sociais e de saúde dos acolhidos nesses locais.

Resultados:
As Comunidades Terapêuticas em vigência no Brasil são regidas por associações religiosas, o que torna comum práticas que des-
respeitam a liberdade religiosa, diversidade sexual e identidade de gênero. No que se refere aos princípios proposto pelas CTs,
verifica-se que o modelo moral é predominante no atendimento disponível na maioria delas. Independente da linha adotada no
atendimento, a maioria delas tem por objetivo abstinência total do vício e exclusão do contato social durante a reabilitação.

Análise Crítica:
Na visita empreendida, ficou nítido que práticas de higiene, tanto pessoal como do ambiente, são prioridades, visto que, toda essa
ação diária remete à limpeza do vício, almejando uma possível readequação aos padrões sociais previamente estabelecidos. Além
disso, diferentes interesses de cunho social, político e econômico, vêm permeando a complexa história da saúde pública brasileira
e da atenção às pessoas em situação de drogadição, contribuindo para a manutenção do isolamento das mesmas.

Conclusões:
Portanto, podemos observar contrapontos no conceito de “comunidade”, seguindo os estudos de Bauman, no qual apresenta a
diferença entre “comunidade sonhada” e “comunidade realmente existente”. As comunidades, popularmente, são apresentadas
como um lugar de acolhimento e proteção. Em contrapartida, na comunidade realmente existente, as CT’s, os membros vivem
duras imposições; são privados de sua liberdade, visando um alívio geralmente transitório.

326 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

NUNES, F. C. M. Política de drogas em disputa: o que significa o avanço das Comunidades Terapêuticas no Brasil? Justificando,
2019. Disponível em: http://www.justificando.com/2019/03/01/politica-de-drogas-em-disputa-o-que-significa-o-avanco-das-co-
munidades-terapeuticas-no-brasil/ Acesso em: 03 de jun. de 2019.

RAMOS, R. C. M. B. Comunidades terapêuticas: “novas” perspectivas e propostas higienistas.Scielo,2015.Disponível em:http://


dx.doi.org/10.1590/S0104-59702015000400005. Acesso em: 11 de jun. de 2019.

BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar,
2003.

CAMPOS, R. H. F., LANE, T.M. S., SAWAIA, B. B., FREITAS, M. F. Q., GUARESCHI, P. et al. Psicologia social comunitária: Da solidarie-
dade à autonomia. Petrópolis: Vozes, 2012.

Comunicação Oral Curta 327


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONSTRUINDO INDICADORES DE ATUAÇÃO DA EQUIPE


PSICOSSOCIAL NO PROJETO LAÇOS DE FAMÍLIA EM SOBRAL-CE
CLÁUDIA DOS SANTOS COSTA
Faculdade Alencarina de Sobral-FAL
ELANAE MARIA BESERRA MENDES
MARIELE TORRES CARNEIRO
AMANDA OLIVEIRA FALCÃO
NARA ROZANA FERNANDES S. RIBEIRO
FRANCISCA MAGALHÃES RODRIGUES
Período de realização:
2018-2019

Objetivo da Experiência:
Construção de indicadores dos atendimentos por mediadores extrajudiciais e pela equipe psicossocial do Projeto Laços de Família
em Sobral-CE

Objetivos:
Apresentar o processo de construção dos indicadores de atendimento dos mediadores judiciais e pela equipe psicossocial do
Projeto Laços de Família, parceria entre a Defensoria Pública e o Centro Universitário UNINTA, em Sobral-CE

Metodologia:
Inicialmente, foi feito um mapeamento das principais ações desenvolvidas pelos mediadores e pela equipe psicossocial, bem
como compreender os fluxos de acolhimento, atendimento e acompanhamento dos assistidos do projeto. Identificadas as princi-
pais ações foram revisados os instrumentais utilizados para registro, verificando se estas ações estavam contempladas. Na etapa
seguinte foram reconstruídos os instrumentais e construída uma planilha de consolidação das informações.

Resultados:
A partir da experiência aqui relatada foi possível ter uma compreensão mais ampla a respeito das diferentes atividades desenvol-
vidas pelos mediadores e pela equipe psicossocial, reorganizando fluxos, especialmente no que diz respeito ao acolhimento dos
assistidos e no diagnóstico das demandas apresentadas, identificando o que se trata de demanda judicial e de demandas para
equipe do Serviço Social e da Psicologia e da necessidade mais urgente de contato com outros serviços.

Análise Crítica:
A construção dos indicadores de atendimento pelos mediadores e pela equipe psicossocial precisa ser reavaliada com mais regu-
laridade, considerando a pluralidade e a riqueza de demandas apresentadas ao Projeto Laços de Família. Percebe-se, em algumas
situações, que demandas mais complexas, com diferentes possibilidades de encaminhamento, como é o caso de famílias em situ-
ação de violência doméstica ou uso de álcool e drogas ainda não se possui um fluxo mais claro e definido de encaminhamentos.

Conclusões:
A partir da experiência conclui-se da necessidade de uma maior integração com equipamentos da rede de saúde e assistência
social. Recomenda-se ainda a inclusão de um profissional de pedagogia à equipe multidisciplinar, considerando o impacto dos
problemas familiares na vida escolar de crianças, especialmente nas questões de divórcio e guarda compartilhada.

Referências:

BARBOSA, Águida Arruda. Mediação Familiar Interdisciplinar. São Paulo: Atlas, 2015.

BERALDO, Anna de Moraes Salles. Guarda dos filhos e mediação familiar. Belo Horizonte: Del Rey, 2016

GROENINGA, Giselle. Do interesse à criança ao melhor interesse da criança – contribuições da mediação interdisciplinar. Revista
do Advogado, Associação dos advogados de São Paulo. São Paulo: n.62, 72-83, Março/2011

SIMÃO, José Fernando. Direito de família: novas tendências e julgamentos emblemáticos.

328 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DIÁLOGOS ENTRE SAÚDE MENTAL E SAÚDE COLETIVA


JORGE SAMUEL DE SOUSA TEIXEIRA (TEIXEIRA, J. S. S.)
Universidade Federal do Ceará; jorgesamuel199@gmail
ESTHELA SÁ CUNHA (CUNHA, E. S.)
Universidade Federal do Ceará;
HÉLYDA MOURA BORGES (BORGES, H. M.)
Universidade Federal do Ceará
MIKAELLY MONIQUE DO NASCIMENTO COSTA (COSTA, M. M. N.)
Universidade Federal do Ceará;
TAYNARA KELLE DE MENEZES LIMA (LIMA, T. K. M. L.)
Universidade Federal do Ceará;
VITÓRIA LIRA PONTE (PONTE, V. L.)
Universidade Federal do Ceará

Introdução:
As articulações que podem ser realizadas entre saúde mental e saúde coletiva são inúmeras e passíveis de serem visualizadas já
há um certo tempo. Desde a reforma brasileira psiquiátrica na década de 70, até a inserção de profissionais de saúde mental nos
serviços de saúde, esses dois campos se complementam e estão inter-relacionados.

Objetivos:
Traçar possíveis conexões entre os campos supracitados de atuação, focalizando na atuação do profissional de psicologia no con-
texto dos hospitais psiquiátricos e, posteriormente, nas unidades substitutivas.

Metodologia:
Procurou-se abordar os conceitos de saúde mental e saúde coletiva, além dos diálogos possíveis entre as duas áreas através de
pesquisa bibliográfica. As buscas foram realizadas nas bases de dados Google Acadêmico e SciELO, utilizando as palavras chave
“saúde mental”, “saúde coletiva” e “luta antimanicomial” na busca dessas literaturas. A primeira seleção dos artigos foi feita pelos
títulos, sendo posteriormente selecionados pelos seus respectivos resumos, excluindo-se aqueles que não tratassem especifica-
mente dos temas supracitados. Foram encontrados trinta e cinco textos mediante as buscas realizadas, sendo que desses, oito
artigos foram utilizados na realização das análises.

Resultados:
A saúde mental é um dos eixos fundamentais da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Os CAPS e as equipes volantes de saúde
mental associam-se às equipes de SF, contribuindo com a capacitação e trabalhando juntas. Desse modo, a articulação entre os
serviços que compõem a rede de atenção à saúde mental junto aos dispositivos de saúde coletiva contribui para um processo que
dê conta de uma maior humanização dos pacientes, além de enfatizar questões individuais e subjetivas dos mesmos. Além disso, a
multiprofissionalidade possibilitada pela inserção de diversos profissionais nas redes de saúde mental resulta em uma integração
de saberes diversos que auxiliam em uma promoção efetiva de saúde.

Conclusões:
A saúde mental é um campo de saberes e práticas que requer um olhar diferenciado para o indivíduo, se debruçando não apenas
em uma patologia ou problema específico, mas refletindo sobre seu contexto e repertório ontogenético. Portanto, as articulações
feitas junto à saúde coletiva prezam pela humanização dos pacientes, garantindo-lhes liberdade e autonomia como direitos fun-
damentais no estabelecimento do vínculo profissional-paciente.

Referências:

CANTELE, J. ARPINI, D. M., & ROSO, A. A Psicologia no modelo atual de atenção em saúde mental: Ciência e Profissão, 32 (4), 910-
925. 2012.

CREPOP. Referências Técnicas para atuação de Psicólogas (os) no CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. Brasília: CFP. 2013.

FOUCAULT, M. Resumo dos cursos do Collège de France. In: O Poder Psiquiátrico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

Comunicação Oral Curta 329


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DISCENTES E SUA RELAÇÃO COM A UNIVERSIDADE:


POSSIBLIDADES DE DOR E ENFRENTAMENTO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC CAMPUS SOBRAL
CARLOS MAGNO SÉRGIO LIMA
Universidade Federal do Ceará
CARLA RIBEIRO DE SOUSA
VÍRNIA PONTE ALCÂNTARA
CAMILLA ARAÚJO LOPES VIEIRA
FRANCISCO PABLO HUASCAR ARAGÃO PINHEIRO

Introdução:
O ingresso na universidade é marcado por importantes transformações psicossociais, cenário que pode suscitar sofrimento psí-
quico para os discentes. Tal sofrimento refere-se, aqui, aos conflitos decorrentes das experiências e vivências dos estudantes.
Neste sentido, destaca-se o papel da universidade mediante à oferta de um suporte institucional que favoreça a adaptação e
permanência do aluno.

Objetivos:
Conhecer os principais fatores que causam sofrimento psíquico nos alunos da
Universidade Federal do Ceará - UFC Campus de Sobral.

Metodologia:
A amostra não-probabilística foi composta por 270 alunos dos oito cursos ofertados pela universidade no campus Sobral, em sua
maior parte: homens, não-cotistas e com renda média menor que dois salários mínimos. Para coletar os dados utilizou-se um
formulário do site Google, enviado por email os quais foram disponibilizados a partir de consulta junto às coordenações. O ques-
tionário utilizado foi composto por questões demográficas e mais quatro seções relacionadas à experiência de ser universitário
(enfrentamentos, relação do aluno com o curso, relação dos alunos entre seus pares e a relação entre alunos e professores). As
análises foram realizadas utilizando o software SPSS (versão 22).

Resultados:
Em suas vivências, os estudantes apontaram terem passado por situações de tristeza, nervosismo e privação de alimentação.
Neste conjunto, destacam-se alunos dos cursos de saúde evidenciando, assim, maior incidência de sofrimento psíquico em pro-
cessos que envolvem cuidados e subjetividade. Outro ponto levantado, diz respeito, aos relatos sobre a carga horária excessiva.
Constou-se, ainda, que alunos cotistas sofrem mais agressões verbais na relação com seus pares; denotando-se a lógica socioeco-
nômica excludente à qual atende o ensino superior. Questões de gênero também foram investigadas, destacando-se, humilhações
e assédio sexual sofridos pelas discentes.

Conclusões:
A pesquisa revela a existência de grupos vulneráveis ao sofrimento psíquicos dentre o conjunto de alunos investigados. No contex-
to acadêmico, estudantes dos cursos de saúde, cotistas e mulheres foram aqueles que apontaram mais variáveis de sofrimento.
Diante de tal cenário, faz-se mister a existência de um suporte psicopedagógico que atenda à necessidade desses estudantes.

Referências:
Andrade, AS, Tiraboschi, GA, Antunes, NA, Viana, PVBA, Zanoto, PA & Curilla, RT (2016). Vivências Acadêmicas e Sofrimento Psí-
quico de Estudantes de Psicologia. Psicologia: Ciência e Profissão, 36 (4), 831-846.

Tanaka, EM (2013). A política de cotas para estudantes egressos de escolas públicas e a expansão da educação superior no Brasil:
o PROUNI e o REUNI em foco. Dissertação de Mestrado, Programa de Educação, Universidade Estadual de Maringá, 129p.

330 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO FÍSICA E DESINSTITUCIONALIZAÇÃO NA SAÚDE


MENTAL: EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES DE SOBRAL, CEARÁ
JOEL DE ALMEIDA SIQUEIRA JUNIOR
Escola da Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
ANTÔNIO CLEILSON NOBRE BANDEIRA (BANDEIRA, A.C.N)
Escola da Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
ANTÔNIO CLEANO MESQUITA DE VASCONCELOS (VASCONCELOS, A.C.M)
Escola da Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)
ANAGÉCIA SOUSA LINHARES (LINHARES, A.S)
Universidade Federal do Ceará -UFC
ANA LUISA BATISTA SANTOS (SANTOS, A.L.B)
Universidade Estadual do Ceará - UECE
LUAN ROMÁRIO VASCONCELOS ALVES (ALVES, L.R.V)
Escola da Saúde Pública Visconde de Sabóia (ESP-VS)

Período de realização:
Março de 2018 a março de 2019

Objetivo da Experiência:
Integração dos usuários do serviço CAPS com a sociedade como forma de desinstitucionalização.

Objetivos:
Este trabalho tem como objetivo relatar a prática dos professores de educação física na Residência Multiprofissional em Saúde
Mental na busca da desinstitucionalização e autonomia dos sujeitos, com outra perspectiva de cuidado.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência de professores de educação física, inseridos na Rede de Atenção Integral à Saúde Mental
(RAISM) de Sobral/CE, através do programa de residência em saúde mental no período de março de 2018 ao primeiro trimestre
de 2019.

Resultados:
Foram vivenciados e percebido que o fazer da educação física no cenário da saúde mental tem relevantes resultados no que se
refere à desinstitucionalização e busca pela autonomia dos usuários, pois estes podem por meio das práticas corporais e ativida-
des lúdicas promover resultados positivos em aspectos físicos, psicológicos, cognitivos e até sociais, onde o acontecimento da sua
prática vão para além dos espaços institucionais.

Análise Crítica:
A reforma psiquiátrica brasileira possibilitou que os hospitais psiquiátricos dessem lugar aos Centros de Atenção Psicossocial,
proporcionando aos usuários a oferta de um serviço terapêutico que vai além do medicamento. Entretanto para que haja devida
desinstitucionalização desses espaços é necessário que os usuários se tornem menos dependente do serviço, mais autônomo e
integrado com a sociedade.

Conclusões:
O olhar da educação física nos compartilhamentos de casos traz uma visão ampliada que agrega mais possibilidades para o trata-
mento não ser apenas medicamentoso. Foi possível observar pontos positivos na presença da educação física dentre os cuidado-
res da saúde mental, o que torna necessário a garantia de mais profissionais ocupando todos os espaços da rede.

Referências:
SILVA, A.B. PINHO, L.B. Território e Saúde Mental: contribuições conceituais da geografia para o campo psicossocial. Rev. Enferm.
UERJ. 23(3)420-4. 2015

FERREIRA, J.T. MESQUITA, N.N.M. SILVA, T.A. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Uma Instituição de Referência no Atendi-
mento à Saúde Mental. Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909

HIRDES, A. A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re)visão. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 297-305, 2009.

FURTADO, R.P. SOUSA, M.F. MARTINEZ, J.F.N. Desinstitucionalizar o cuidado e institucionalizar parcerias: desafios dos profissionais
de Educação Física dos CAPS de Goiânia em intervenções no território. Saúde Soc. São Paulo, v.26, n.1, p.183-195, 2017.

Comunicação Oral Curta 331


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIAS DE


REORGANIZAÇÃO DO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL
NO TERRITÓRIO
TIARA BRUNA TEIXEIRA TEODÓSIO
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
TIEL BRASILINO TORRES
Enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
MARIA DANIELE DE VASCONCELOS COELHO
Enfermeira Coordenadora de Enfermagem da Escola Profissionalizante Dom Walfrido Teixeira Vieira
ANA CINDY DE SOUZA FONTELES

Período de realização:
A experiência ocorreu em maio de 2018.

Objetivo da Experiência:
Reflexão do processo de educação permanente como estratégia fortalecedora para refletir a prática cotidiana dos processos de
trabalho, buscando melhor matriciamento em saúde mental.

Objetivos:
Relatar a experiência de reorganização do processo de matriciamento em saúde mental em um Centro de Saúde da Família (CSF),
Sobral-CE.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, com abordagem qualitativa, ocorrido em maio de 2018. Realizado por residentes multipro-
fissional em saúde mental no CSF do bairro Terrenos Novos, no município de Sobral-CE. Contou com a participação de aproxima-
damente 35 profissionais do serviço. A experiência teve dois encontros: primeiro encontro, no qual foi realizado um planejamento
do processo de Educação Permanente frente as necessidades identificadas pela equipe. No segundo encontro, foi realizado o
momento de educação permanente com a temática saúde mental, apoio matricial e classificação/estratificação de risco dos casos
de saúde mental para discussão.

Resultados:
O momento foi importante para refletir e melhorar a prática frente o processo de matriciamento no CSF; o entendimento sobre
os principais transtornos mentais acometidos na população; compreensão do fluxo dos casos, para onde encaminhar e quando
encaminhar, com a apresentação também do novo instrumento de estratificação de risco para os casos de saúde mental.

Análise Crítica:
O apoio matricial se trata de um suporte técnico especializado ofertado a uma equipe interdisciplinar em saúde a fim de ampliar
e qualificar suas ações (FIGUEIREDO, 2009). Observamos que esses momentos têm contribuídos para o cuidado às pessoas com
sofrimento mental no território, além de ajudar os profissionais nos manejos dos casos, reduzir a prescrição de psicotrópicos
desnecessários ao cuidado, bem como contribui para redução da superlotação CAPS II por demandas que são possíveis de serem
acompanhadas nos matriciamentos.

Conclusões:
A reorganização do fluxo dos casos de saúde mental no território, através de estratégias de Educação Permanente, proporcionou
uma organização na agenda dos profissionais, otimizando a assistência e melhorando o fluxo na atenção secundária, além de tor-
nar o matriciamento mais eficaz, resolutivo e com uma boa participação da equipe que passaram a se sentir parte desse espaço.

Referências:
FIGUEIREDO, M.D. CAMPOS, R.O. Saúde Mental na atenção básica à saúde de Campinas, SP: uma rede ou um emaranhado? Ciênc.
saúde coletiva vol.14 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2009.

332 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE EM UM CAPS-AD: UM


RELATO DE EXPERIÊNCIA
BIANCA IANNE CARLOS GONÇALVES
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE
DAYCIANE GOMES DE OLIVEIRA (OLIVEIRA, D.G)
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE
TAYNAN DA COSTA ALVES (ALVES, T.C)
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE
NARA INGRID LIMA SOUTO (SOUTO, N.I.L)
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE
CLARA CASTELO BRANCO DA SILVA (SILVA, C.C.B)
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE
SAIWORI DE JESUS SILVA BEZERRA DOS ANJOS (ANJOS, S.J.S.B)
Doutora de Enfermagem, Professora Adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - UECE

Período de realização:
Experiência vivenciada no dia 12 de abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
Atividade educativa destinada a um Grupo Terapêutico formado, em sua maioria, por homens usuários de álcool e outras drogas.

Objetivos:
Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem no que se refere à prática de educação em saúde diante de contexto popula-
cional particularmente vulnerável, bem como enfatizar a relevância da temática, tendo em vista a prevenção e redução de danos.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. Desenvolvido por acadêmicas de enfermagem da Universidade
Estadual do Ceará, como parte das atividades obrigatórias da disciplina de Saúde Coletiva. A prática ocorreu no Centro de Atenção
Psicossocial de Álcool e Drogas com foco nas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) prevalente em homens. Utilizou-se de
mídias não impressas e realização de dinâmicas em grupo para interação dos participantes.

Resultados:
A atividade proporcionou ao público o compartilhamento de informações sobre as IST de forma que os mesmos pudessem iden-
tificar precocemente sinais/ sintomas, assim como conhecer a importância da prevenção e redução de danos. O desenvolvimento
deu-se por meio de exposição dialogada, priorizando imagens, somando-se a uma linguagem de simples compreensão, construin-
do espaço para o debate. Para avaliação da referida atividade, utilizou-se a dinâmica de placas com mitos ou verdades acerca do
assunto.

Análise Crítica:
A Educação Popular em Saúde constitui uma prática político-pedagógica que visa à implantação de processos educativos não
convencionais por meio do conhecimento da população e da valorização de suas experiências (PINHEIRO; BITTAR, 2016). Esta
torna-se particularmente essencial quando realizadas junto aos grupos vulneráveis, no que tange a exposição aos fatores de risco,
reforçando a relevância de uma condução objetiva neste processo de aprendizado.

Conclusões:
Percebeu-se a importância de atividades a exemplo desta, no tocante a suprir uma necessidade demandada do grupo, além de
promover o autocuidado e escolhas pautadas na redução de danos. Reforça-se que a escuta terapêutica dos usuários do CAPS-AD
possibilita conhecer a percepção destes diante das questões apresentadas, oferecendo ao público a oportunidade de comparti-
lhamento de relatos e reflexão de condutas.

Referências:

PINHEIRO, Bruna Cardoso; BITTAR, Cléria Maria Lobo. Práticas de educação popular em saúde na atenção primária: uma revisão
integrativa. Cinergis, Santa Cruz do Sul, v. 18, n. 1, p. 77-82, out. 2016. ISSN 2177-4005.

Comunicação Oral Curta 333


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ENCONTRO DE MULHERES NO CAPS: UM RELATO DE


EXPERIÊNCIA EM CRATEÚS, CEARÁ
THAÍS FELIX CRUZ
Faculdade Princesa do Oeste - FPO
YASMIM BEZERRA FURTADO DE PINHO
KEVIN SAMUEL ALVES BATISTA

Período de realização:
A observação no “Encontro de mulheres do CAPS” ocorreu nos meses de abril e maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
A experiência teve como objeto o grupo de mulheres, que tem como público alvo mulheres de todas as idades que estejam em
situação de violência ou não.

Objetivos:
Este trabalho trata-se de um relato de experiência no intuito de demonstrar a importância de estratégias de promoção de saúde
mental em um centro de atenção psicossocial, a partir de um grupo específico de mulheres no município de Crateús-CE.

Metodologia:
Para esse trabalho, foi utilizada a metodologia de observação participante, a partir do qual buscamos a inserção e a vivência de
ações como membras ativas do grupo, participando e observando as discussões, respeitando acima de tudo a ética do espaço.

Resultados:
Grupos terapêuticos como esse foram inseridos nos centros de atenção psicossociais como uma estratégia de promoção de saúde
mental às usuárias. O encontro se consolida na medida em que se constata melhorias nas relações sociais destas mulheres, no-
vas perspectivas de si e de suas imagens corporais. E percebeu-se ainda a presença de maior protagonismo nas histórias dessas
mulheres, auxiliando na descoberta de novas maneiras de lidar com o sofrimento, desenvolvendo a autoconfiança e autonomia.

Análise Crítica:
Com a utilização desta metodologia, as profissionais conseguem contemplar um número maior de usuárias, compondo outras
formatações de intervenções para além da individual, sem desvalorizar sua importância em alguns casos. Entendemos que há a
possibilidade de articulação conjunta na potencialização dos resultados, trazendo maior contribuição no lidar com o sofrimento
psíquico e promovendo, por vezes, o desmame gradativo da medicação.

Conclusões:
Desta forma, podemos concluir que o “Encontro de mulheres do CAPS” vem transformando a vida de dezenas de mulheres em
Crateús, promovendo um movimento de reflexão-crítica, autocuidado e protagonismo. Vale ressaltar que com a superlotação dos
equipamentos de saúde, os grupos terapêuticos são utilizados como estratégia eficaz para o cuidado coletivo, descongestionando
as demandas do equipamento.

Referências:
BENEVIDES, D. S. et al. Cuidado em saúde mental por meio de grupos terapêuticos de um hospital-dia: perspectivas dos trabalha-
dores de saúde. Ceara, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.14, n.32, P. 127 – 138.

JORGE, M. S. B. et al. Promoção da Saúde Mental – Tecnologias do Cuidado: vínculo, acolhimento, co-responsabilização e autono-
mia. Ciência & Saúde Coletiva. Fortaleza, 2011.

334 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ESTRATEGIAS DE COPING ADOTADAS POR FAMILIAS DE


CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
ANA NAYSA ALBUQUERQUE TEIXEIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
JULIANA KELLE PEREIRA (PEREIRA, J.K)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ALAN CARLOS SILVEIRA TEÓFILO (TEOFILO, A.C.S)
Hospital Regional Norte - HRN
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS (FREITAS, C.A.S.L)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA (MAZZA, V.A)
Universidade Federal do Paraná - UFPR
RAFAELA ALVES OLIVEIRA DAS CHAGAS (CHAGAS, R.A.O)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

Introdução:
Desde que Leo Kanner descreveu o autismo pela primeira vez em 1943, foram inúmeras as pesquisas através de diferentes pers-
pectivas. A diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) pode fazer com as relações familiares tenham uma mudança ou
rompimento de vínculos, agregando uma série de dificuldades, expondo os cuidadores a altos níveis de estresse (TABAQUIM, et
al, 2015).

Objetivos:
Analisar as principais estratégias de coping de familiares de crianças com diagnostico de Transtorno do Espectro no Autismo.

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem quantitativa. Os dados da pesquisa foram coletados Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE), principal referência em atendimento de crianças com deficiência do município e oferece aten-
dimento com diversas especialidades médicas e serviço de atendimento educacional especializado (AEE). Os respondentes da
pesquisa foram familiares de crianças com diagnóstico de TEA atendidos pelo serviço supracitado. A coleta de dados se deu 11/06
a 19/07 de 2019 por meio da aplicação da Escala Toulousaine de Coping Reduzida (ETC-R), que identifica as estratégias de enfren-
tamento em situações percebidas como estressantes.

Resultados:
A pesquisa contou com um total de dezessete respondentes, todas do sexo feminino, a maioria mães das crianças (94%), com
faixa etária predominante de 31 a 40 anos (53%), com renda familiar de até um salário mínimo por mês (53%). Quando as estra-
tégias de coping utilizadas, 100% utilizam estratégias de controle, 23,5% de recusa, 41,1% de conversão, 64,7% de suporte social
e 47% de distração. As categorias de controle, suporte social e distração tem característica positivas de enfrentamento. Já recusa
e conversão são tidas como negativas. As principais conclusões a foram que as estratégias positivas se mostram mais presentes
do que as estratégias negativas.

Conclusões:
Os achados da pesquisa apontaram para uma perspectiva interessante. Apesar dos percalços de um diagnóstico de TEA e do es-
tresse gerado pelos cuidados diários, a maioria das famílias procuram estratégias positivas de enfrentamento. A busca pela face
positiva dos problemas é indício de um amadurecimento frente ao problema, possivelmente devido ao suporte biopsicossocial
recebido por eles no serviço especializado a qual frequentam.

Referências:

KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, New York, v. 2, p.217-250, 1943.

TABAQUIM, M. L. M. et. al. Autoeficácia de cuidadores de crianças com o transtorno do espectro autista. Rev. Psicopedagogia, v.
32, n. 99, p. 285-292, 2015.

Comunicação Oral Curta 335


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EXPERIÊNCIA DOS ENFERMEIROS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE


DA FAMÍLIA SOBRE DEPRESSÃO PÓS-PARTO

MÔNICA SILVA FARIAS


ISABELLY OLIVEIRA FERREIRA
LYSRAYANE KERULLEN DAVID BARROSO
NORMANDA DE ALMEIDA CAVALCANTE LEAL
LETICIA XIMENES ALBUQUERQUE
GLADYS DANTAS BORGES

Introdução:
A depressão pós-parto é uma patologia derivada de fatores relacionados ao sofrimento biopsicossocial, muitas vezes não contro-
lada, atuando de forma implacável ao seu surgimento tendo como principais fatores de risco a menoridade da mãe, ser solteira
ou divorciada, condições socioeconômicas (LIMA; SOUZA; SANTOS et al., 2018).

Objetivos:
Desta forma objetivou-se analisar em produções científicas as experiências dos enfermeiros acerca da depressão pós-parto na
Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Para a seleção dos artigos que atendesse a proposta foi realizado um levanta-
mento científico em duas bases de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS); Biblioteca Científica Eletrô-
nica em Online (SCIELO), constituindo-se de 14 artigos entre os anos de 2009 à 2019. Durante a pesquisa nas plataformas foram
utilizadas diversas palavras-chave, sendo que os descritores que melhor respondeu as questões norteadoras foram: Depressão
Pós-parto e Estratégia Saúde da Família.

Resultados:
Estudos mostraram à importância de ampliar as discussões sobre a inclusão das ações de saúde mental na atenção básica, for-
talecendo novas formas de cuidado. Observou-se que entre os fatores de riscos associados à depressão pós-parto incluem os
determinantes sociais, como baixo nível socioeconômico e os relacionamentos interpessoais. Isto, pode estar associado ao difícil
acesso ao serviço de saúde na ESF. Evidencia-se que o enfermeiro tem importante atuação na ESF e pode melhor compreender as
necessidades de seus usuários. No entanto, muitos enfermeiros não identificam como responsabilidade profissional à atenção à
saúde mental, interferindo assim, na detecção precoce da depressão pós-parto.

Conclusões:
O enfermeiro é um profissional indispensável no diagnóstico e no tratamento de saúde das mulheres que desenvolveram depres-
são pós-parto, sendo capazes de implementar ações que auxiliam na melhora dessa condição clinica. Desta forma, esse estudo
permitiu identificar a percepção dos enfermeiros acerca do assunto, a necessidade de qualificação e rastreamento indicativo de
mulheres com depressão pós-parto.

Referências:

LIMA, S. S. SOUZA, A. C. O.; SANTOS, A. V. et al. DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UM OLHAR CRITERIOSO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM.
Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT, v. 4, n. 3, p. 71, 2018.

336 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EXPERIÊNCIAS NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO


TRABALHO PARA A SAÚDE (PET SAUDE): PRÁTICAS
INTERPROFISSIONAIS NO MATRICIAMENTO EM SAÚDE
MENTAL
MATHEUS RÉGIS CARNEIRO
Universidade Federal do Ceará- UFC
ANDRESSA FROTA ANDRADE
INGRID DE OLIVEIRA NELO
PATRÍCIA BEZERRA GOMES
MARIANA RAMALHO DE FARIAS
DIMAS SAMPAIO CAVALCANTE

Período de realização:
11 de junho de 2019 a 2 de julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Apresentar experiências vivenciadas no Matriciamento em Saúde Mental nos Centros de Saúde da Família em Sobral como cená-
rio de práticas colaborativas.

Objetivos:
Relatar as experiências vivenciadas do PET SAÚDE no Matriciamento em Saúde Mental como potencial espaço de intervenções
interprofissionais, além de desenvolver integração ensino-serviço-comunidade viabilizando práticas colaborativas e formação
profissional.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, na modalidade relato de experiência, desenvolvido a partir da vivência de integrantes do Progra-
ma de Educação pelo Trabalho para a Saúde no matriciamento em saúde mental. A coleta de dados se deu por meio da observação
e diário de campo. Foram realizadas ações em três Centros de Saúde da Família: CAIC, Rafael Arruda e Coelce. O matriciamento
como potencial trabalho interprofissional em casos de saúde mental com a proposta de intervenção pedagógicaterapêutica.

Resultados:
A partir da experiência em matriciamento, nas terças-feiras, foi possível a identificação de ações por equipes interprofissionais
no manejo de casos de saúde mental. Tendo a discussão da importância ensino-aprendizagem utilizando o matriciamento nos
territórios como cenário de práticas colaborativas e reconhecimento da extensão como espaço potente para a formação de com-
petências interprofissionais.

Análise Crítica:
A participação dos integrantes do PET Saúde nos modos de produzir saúde possibilita uma aproximação com a realidade apresen-
tada do Sistema Único de Saúde, nos invocando valorizar o trabalho em equipe como premissa para integralidade. No matricia-
mento, foi possível analisar a relevância do trabalho com equipes de diversas categorias profissionais na condução/abordagem dos
casos de saúde mental, tornando viável diversas terapêuticas em conjunto, bem como identificar dificuldades e potencialidades.

Conclusões:
É notória a grande relevância da abordagem interprofissional, pois esta foi de suma importância para o incremento de conhe-
cimentos, habilidades e atitudes para os profissionais presentes, bem como para os integrantes do PET Interprofissionalidade.
Destarte, é inquestionável que o PET é um excelente difusor de conhecimento, assim como promotor da interprofissionalidade,
pois é capaz de criar vivências práticas entre todos os membros do projeto.

Referências:

PEDUZZI, Marina; AGRELI, Heloise Fernandes. Trabalho em equipe e prática colaborativa na Atenção Primária à Saúde. Interface -
Comunicação, Saúde, Educação, [s.l.], v. 22, n. 2,p.1525-1534, 2018.

BATISTA, Ruth Ester Assayag; PEDUZZI, Marina. Prática interprofissional colaborativa no serviço de emergência: atribuições priva-
tivas e compartilhadas dos fisioterapeutas. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, [s.l.], v. 22, n. 2, p.1685-1695, 2018.

Comunicação Oral Curta 337


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA


EM ENFERMAGEM SOB PERSPECTIVAS PSICOLÓGICAS
SUZANNA LOIOLA RODRIGUES
Faculdade Luciano Feijão -FLF
PONTE LIA BRITO (PONTE, L.B)
Faculdade Luciano Feijão -FLF
MARIA IDELANIA ALVES DA SILVA (SILVA, M.I.A)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
RODRIGUES FELIPHY CUSTÓDIO (RODRIGUES, F.C)

Período de realização:
A experiência deste trabalho foi realizada por curto tempo de uma tarde, no mês de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Um trabalho com uma adolescente gestante aos 12 anos, na qual teve assistência pré-natal e o acompanhamento multidisciplinar
em muitos fatores.

Objetivos:
Relatar a vivência de uma acadêmica de enfermagem na assistência pré-natal de uma adolescente de 12 anos, sob perspectivas
psicológicas, tecendo uma análise crítica sobre os métodos facilitadores e dificultosos que ocorreram durante esse processo.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência com abordagem descritiva, no qual foi realizado num Centro de Saúde da Família da Zona
Norte do Ceará, durante a consulta de enfermagem no pré-natal, no período de fevereiro de 2019. E um estudo de revisão com
perspectivas psicológicas acerca do processo de acompanhamento durante o pré-natal.

Resultados:
Durante a abordagem inicial da adolescente, observou-se todo o cuidado da enfermeira em realizar os testes e esclarecer todas
as dúvidas da gestante e dos familiares presentes na consulta; a adolescente se demonstrava aflita e insegura, e sua mãe muito
frágil, com o emocional abalado frente a situação. Ressalta-se uma mobilização especial de toda a equipe multiprofissional não só
para com a gestante, mas juntamente com os familiares que também lidam com a situação e são afetados por ela.

Análise Crítica:
Correa (1991) aponta o fato que a gravidez representa mudanças físicas, fisiológicas, familiares, econômicas e sociais profundas.
Organizar a atenção de forma integral a saúde dos adolescentes é um desafio dos profissionais de atenção primária à saúde.
Quando a gravidez e a adolescência se cruzam é necessário compreender os aspectos biopsicossociais que perpassam essas fases
e as consequências que podem aparecer. E a ação da psicologia perpassa a prevenção, acolhimento e acompanhamento da mãe.

Conclusões:
Ressalta-se a importância do preparo dos profissionais de enfermagem e psicologia, juntamente com toda a equipe multiprofissio-
nal frente a esta situação, sempre em busca da promoção do bem-estar materno e fetal, associado ao melhor resultado perinatal.
Pontua-se a relevância do momento para observar a conduta da assistência psicológica e de enfermagem frente a esta vulnerabi-
lidade, concluindo que a experiência foi de grande relevância para todos.

Referências:

BRASIL. Lei 8.069, de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da justiça, 1980. Disponível
em://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.html. Nascimento, Alana Sousa, and Andréa Batista de Andrade. “A atuação da
psicologia na atenção básica frente à gravidez na adolescência.” Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental
Health 5.12 (2013): 118-142.

CORREA, M.D. Riscos obstetricos. MAAKAROUN, Marília de Freitas; SOUSA, Ronald Pagnocelli de; CRUZ, Amadeu Roselli [et al].
Tratado de adolescência: um estado multidisciplinar.

338 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

HUMOR ANSIOSO E DEPRESSIVO EM ADOLESCENTES


USUÁRIOS DE DROGAS
MARIA DAS GRAÇAS RODRIGUES MOREIRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R.M.M)
Universidade Federal do Ceará - UFC
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO (ARAGÃO, H. L)
Secretaria de Saúde do Município de Sobral - Ceará
ALTENÓRIO LOPES DE SOUSA FILHO (FILHO SOUSA, A. L)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA (, L. S)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução:
A adolescência compreende pessoas de idade entre 10 a 19 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde, a qual considera uma
fase constituída por inúmeras mudanças biológicas, emocionais e sociais permeadas por incertezas, tornando esses indivíduos
vulneráveis a comportamentos de risco, tais como o uso de drogas, o qual deve ser investigado, uma vez que afeta várias dimen-
sões na vida.

Objetivos:
Descrever os sintomas relacionados a humor ansioso e depressivo referidos por adolescentes usuários de drogas.

Metodologia:
Estudo transversal realizado com 48 adolescentes usuários de drogas atendidos nos serviços de saúde de oito municípios perten-
centes à 11ª Região de Saúde do Ceará. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a junho de 2019 por meio do Self-Re-
porting Questionnaire (SQR-20) utilizado para rastreamento de sofrimento mental e investigação da presença de humor ansioso
e depressivo. Para análise, realizou-se estatística descritiva. Esse estudo integra uma pesquisa maior intitulada: Saúde Mental e o
Risco de Suicídio em Usuários de Drogas, a qual obteve aprovação no Comitê de Ética nº 2.739.560.

Resultados:
Ao avaliar os adolescentes usuários de drogas, 77,1 % (n=37) apresentaram rastreamento positivo para sofrimento mental. Dentre
os sintomas relacionados à presença de humor ansioso e depressivo, 39,6% (n=19) referiram-se assustar com facilidade, 68,7%
(n=33) sentem-se nervoso, tenso ou preocupado, 60,4% (n=29) afirmaram-se sentir infelizes e tristes nos últimos 30 dias e 45,8%
(n=22) têm chorado mais do que o comum. Além disso, a maioria (85,4%; n=41) apresentou transtorno mental e comportamental
devido ao uso de múltiplas drogas e referiram histórico familiar de uso de drogas.

Conclusões:
Portanto, observa-se o alto nível de sofrimento mental nos adolescentes usuários de drogas, principalmente no que concerne a
presença de humor ansioso e depressivo, em que se reflete acerca do uso precoce das drogas que acarreta também em um adoe-
cimento precoce, como observado na amostra, necessitando de ações de cuidado para intervir nesses sintomas a fim de prevenir
futuras complicações referentes a transtorno mental e suicídio.

Referências:
NADALETI, N.P., et al. Habilidades de vida: estratégia de prevenção do uso de substâncias psicoativas entre adolescentes. Adolesc
Saude., v. 15, n.3, p. 36-43, 2018.

MARQUES, Ana Cecília Petta Roselli; CRUZ, Marcelo S. O adolescente e o uso de drogas. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 22, supl.
2, p. 32-36, Dec. 2000 . Available from . access on 03 Aug. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600009.

Comunicação Oral Curta 339


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IMPACTOS PSICOSSOCIAIS EM FAMÍLIAS COM CRIANÇAS


PORTADORAS DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

ANA VITÓRIA ARAÚJO DE CASTRO


Universidade Estadual do Ceará
GISLEI FROTA ARAGÃO (ARAGÃO, G.F)
Universidade Estadual do Ceará

Introdução:
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada pelo prejuízo funcional da comuni-
cação e comportamento, limitando as interações sociais em todos os aspectos, trazendo impactos não só individuais, causando
preocupação para os pais devido ao comportamento imprevisível e interrompendo a rotina familiar, tornando-se um estressor
para a família como um todo.

Objetivos:
O objetivo deste trabalho é identificar através da literatura de que forma pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista
pode impactar nas relações psicossociais familiares.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa, em que foram utilizadas as bases de dados LILACS, Scielo e Pubmed, onde por meio dos des-
critores “autism, family relationships and autism impact in the family”, foram encontrados 18 artigos no total, e selecionados 10
artigos. Os critérios de inclusão foram estudos dos últimos 6 anos em português ou inglês. Os critérios de exclusão foram artigos
publicados em outras línguas e fora do período estabelecido.

Resultados:
A partir de um diagnóstico confirmado de TEA, cria-se uma situação de impacto familiar devido a necessidades de acompanha-
mento da criança, repercutindo na rotina familiar. Isto implica na adaptação em novos papéis e na mudança das rotinas diária,
trazendo efeitos em vários aspectos, sejam emocionais, financeiros e nas relações sociais, ocasionando efeitos diversos no âmbito
ocupacional e psicossocial. O membro familiar mais afetado é a mãe que adquire na maioria das vezes o papel de cuidadora inte-
gral, e acabam passando por um misto de sentimentos de dúvidas e incertezas, que acabam se intensificando pelo sentimento de
isolamento, devido à falta de uma rede de apoio, na maioria dos casos.

Conclusões:
As dificuldades de intercomunicação podem afetar diretamente as relações familiares, existindo necessidade de intervenção e
planejamento da equipe de saúde para proporcionar apoio adequado, considerando a importância familiar no tratamento e acom-
panhamento, além de elaborar estratégias de comunicação que possam auxiliar a rotina familiar a se estabelecer de maneira mais
efetiva, levando em conta a percepção do paciente e seu papel familiar.

Referências:

MINATEL, M.M, MATSUKURA, T.S. Famílias de crianças e adolescentes com autismo: cotidiano e realidade de cuidados em diferen-
tes etapas do desenvolvimento. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. São Paulo, v.25, n.2, p.126-34, mai/ago, 2014.

MEIMES, M.A et al. Adaptação materna ao transtorno do espectro autismo: relações entre crenças, sentimentos e fatores psicos-
sociais. Psico (Porto Alegre). Porto Alegre, v.46, n.4, dez. 2015.

340 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IMPACTOS PSICOSSOCIAIS RELACIONADOS COM A


QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA

MANOEL VIEIRA DO NASCIMENTO JUNIOR


Universidade Federal do Ceará
JORDÂNIA MARQUES DE OLIVEIRA FREIRE
LUANA RODRIGUES PORTELA
GRACIELE GOMES SOUSA

Introdução:
O câncer de mama continua sendo uma das principais causas de morte de mulheres no mundo, sendo considerado um importante
problema de saúde pública. O processo de adoecimento e seu tratamento geram sérias consequências que podem ser temporá-
rias ou permanentes na vida da mulher, as quais interferem negativamente em várias áreas de suas vidas, seja psicológica, social
ou familiar.

Objetivos:
Este estudo objetiva compreender como os aspectos psicossociais advindos com o processo de adoecimento e o tratamento do
câncer de mama podem interferir na qualidade de vida da mulher.

Metodologia:
Foi realizada uma busca sistemática utilizando as bases de dados SciELO e LILACS. Os critérios de inclusão foram artigos publicados
entre 2014 e 2018, em português, inglês e espanhol e com similaridade ao tema proposto. Foram usadas as seguintes combina-
ções de descritores: “psychosocial aspects and breast cancer” e “aspectos psicossociais e câncer de mama”. Vinte e cinco estudos
estavam de acordo com a metodologia de busca.

Resultados:
As alterações físicas ocasionadas pela mastectomia, tais como a manutenção da sensação corporal da região que foi removida, a
dor fantasma e a assimetria corporal, percebida visualmente, contribuem para que as mulheres com câncer de mama apresentem
elevada insatisfação com a imagem corporal. Além disso, manifestam sentimentos de menor valia e de inutilidade relacionados
a efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia, como a fadiga, além da limitação do cumprimento de atividades anteriores.
Ademais, identificou-se que mulheres mais jovens, sem reconstrução da mama, casadas e em tratamento de quimioterapia apre-
sentaram maiores perdas da qualidade de vida.

Conclusões:
Esse estudo possibilitou explicitar alguns aspectos que podem contribuir para a compreensão das repercussões físicas, psicosso-
ciais e culturais que o câncer de mama e seus tratamentos podem ocasionar na vida da mulher acometida por esta doença. Em
contrapartida, destaca-se a importância de intervenções que promovam melhor qualidade de vida a essas pacientes, com atuação
interdisciplinar eficaz por parte da equipe de saúde.

Referências:
BUENO, Juliana Nishimura et al . Evaluation of body image, quality of life, tactile sensitivity and pain in women with breast cancer
submitted to surgical intervention. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 64, n. 6, p. 530-536, June 2018 .

GARCIA, Sabrina Nunes et al . Os domínios afetados na qualidade de vida de mulheres com neoplasia mamária. Rev. Gaúcha En-
ferm., Porto Alegre , v. 36, n. 2, p. 89-96, jun. 2015 .

Comunicação Oral Curta 341


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IMPLEMENTAÇÃO DO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL


EM UM MUNICÍPIO DA SERRA DA IBIAPABA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA

Maria Janileila da Silva Cordeiro; CORDEIRO, M. J. da S;


Universidade Paulista – UNIP. Secretaria de Saúde de Ubajara - CE.

Período de realização:
A realização das intervenções se deu de agosto a novembro de 2017.

Objetivo da Experiência:
Implementação do Matriciamento em Saúde Mental junto a profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS).

Objetivos:
Relatar a implantação do matriciamento no município de Ubajara-Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, realizado no município de Ubajara- Ceará. Os encontros de matriciamento tinham como
proposta favorecer a interlocução entre a APS e dispositivos em saúde mental além de gerar e ampliar conhecimentos e ações em
saúde mental para as equipes dos Centros de Saúde da Família (CSF) do município.

Resultados:
A implementação se deu inicialmente por uma enfermeira do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Posteriormente, planejou-se
uma visita mensal a unidade e se discutiu a importância dessa estratégia de cuidado. Os resultados apontam que a prática do
apoio matricial favoreceu as estratégias de cuidados em saúde mental na APS; a corresponsabilidade no cuidado; a escuta quali-
ficada; o aumento da resolutividade neste nível de atenção; e a diminuição dos encaminhamentos sem critérios.

Análise Crítica:
A troca de experiências e o esclarecimento das dúvidas da equipe do CSF gerou a reflexão sobre estigmas de atendimento às
pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais, surgindo conceitos mais humanizados, dentro de uma visão psicossocial do
cuidado e da rede que os atende. Nesse caso, a demanda psicossocial é um impasse para prática humanizada e integral aos usuá-
rios. Sendo assim, podem-se visualizar os efeitos que os encontros de matriciamento provocaram no território.

Conclusões:
Diante do contexto atual da saúde mental, é de fundamental importância a implantação e a consolidação do apoio matricial como
também de eixos norteadores para esse arranjo institucional, almejando uma responsabilidade compartilhada pelos casos. A
proposta nessa região é nova, necessita de planejamento e vinculação estruturada entre os serviços, porém é possível ser eficaz
se os profissionais envolvidos forem parceiros na luta.

Referências:
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Secretaria de Atenção à Saúde. De-
partamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília, DF: Ministério da Saúde. 2004. MOURA, J.A.; et al. Matriciamento na
Atenção Básica. III Conferência Municipal de Saúde Mental. 2010.

342 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS EM SAÚDE MENTAL DE


USUÁRIOS DO CAPS DE QUIXADÁ-CE

CARLOS EDUARDO MENEZES AMARAL


Centro Universitário Unicatólica de Quixadá
CLAUDIONE CAVALCANTE DE LIMA
VALESKA DE SOUZA SILVA
ANA BEATRIZ ALMEIDA SAMPAIO
ERINALDO DOMINGOS ALVES THIAGO COSTA ALVES

Introdução:
Compreender os Itinerários Terapêuticos (IT) é fundamental para a organização dos cuidados em saúde mental (SM). O IT consiste
na maneira como cada usuário, frente ao seu adoecimento, estabelece sua procura por serviços formais ou informais, de modo a
obter cuidados para seu sofrimento mental a partir do que compreende como necessário, útil e possível à sua situação.

Objetivos:
Identificar os ITs dos usuários do CAPS de Quixadá, compreendendo a influência dos estigmas sociais, aspectos religiosos e aspec-
tos socioeconômicos na busca por serviços de saúde mental.

Metodologia:
A pesquisa ocorreu no CAPS de Quixadá-CE, utilizando métodos mistos. Realizamos análise de prontuários de 60 usuários que
iniciaram tratamento em 2018, identificando a distribuição de gênero, idade e forma de encaminhamento ao CAPS. A partir des-
sa amostra inicial, selecionamos 4 participantes por amostragem intencional para a fase qualitativa, escolhidos pelo critério de
máxima heterogeneidade de ITs. Os participantes foram entrevistados a partir do roteiro da McGill Entrevista Narrativa de Adoe-
cimento, e as informações foram submetidas à análise de conteúdo temática, originando quatro categorias: “Veredas do Sertão”;
“Quem diz aonde vou?”; “CAPS como lugar de doido”; e “Religiosidade”.

Resultados:
Predomina no CAPS o gênero feminino, faixa etária de 20 a 30 anos, oriundos da AB. Há diversidade de ITs, com usuários indo ra-
pidamente do primeiro local procurado até o CAPS (<15 dias), ou levando meses para chegar ao serviço, transitando previamente
por vários outros locais. A busca por cuidados nem sempre ocorre por iniciativa do indivíduo, havendo determinação pela rede de
apoio familiar/social. Ocorre resistência em buscar diretamente o CAPS pelo o estigma do adoecimento mental e serviços de SM.
Identificamos alguns serviços religiosos oferecendo acolhimento, colaborando na compreensão do caso e direcionamento para
serviços de SM, enquanto outros prejudicam a busca por auxílio formal.

Conclusões:
Conclui-se que fatores do itinerário terapêutico, como direcionamentos por terceiros, estigma em relação aos serviços de saúde
mental, aspectos religiosos e econômicos afetam consideravelmente o formato, celeridade e eficácia do percurso de cada indi-
víduo, produzindo barreiras de acesso e/ou fatores que aumentam o abandono do acompanhamento de transtornos de saúde
mental por parte de serviços de saúde.

Referências:

Amaral CEM, Onocko-Campos R, de Oliveira PRS, Pereira MB, Ricci ÉC, Pequeno ML, et al. Systematic review of pathways to mental
health care in Brazil: narrative synthesis of quantitative and qualitative studies. Int J Ment Health Syst [Internet] 2018;12(1):65

Comunicação Oral Curta 343


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ALVES, P.C. Itinerário terapêutico e os nexus de significados da doença. Política & Trabalho Rev Ciênc Soc, 42: 29-43, 2015

CABRAL, A. L.L. V. et al. Itinerários terapêuticos: o estudo da arte da produção cientifica no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio
de Janeiro, v. 16, n.11, p, 4433-4442, 2011.

GERHARDT, T.E. Itinerários terapêuticos em situações de pobreza. Cad Saúd Púb, 22: 2449-2463, 2006.

KLEINMAN A. Patients and Healers in the Context of Culture. Berkeley: University of California Press; 1980.

LEAL, E et al. McGill Entrevista Narrativa de Adoecimento - MINI: tradução e adaptação transcultural para o português. Ciênc &
Saúd Coletiv, 21(8):2393-2402, 2016

344 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

NA CAMA QUE FARÁS, NELA TE DEITARÁS: PADRÃO DE


CONSUMO DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
ACOMPANHADAS EM UM CAPS AD
EDIJANE ARAÚJO DA SILVA
Prefeitura de Sobral
Eliany Nazaré Oliveira, OLIVEIRA, E.N.
Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
Heliandra Linhares Aragão, ARAGÃO, H.L.
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas

Introdução:
O uso de substâncias psicoativas acompanha o ser humano desde os tempos mais remotos, apresentando características e signifi-
cados diversos de acordo com as particularidades de cada população e com o seu momento histórico. O fenômeno da dependên-
cia, por sua vez, é extremamente complexo e envolve uma série de fatores, sendo considerado hoje como um grande Problema
de Saúde Pública e de ordem social.

Objetivos:
Averiguar o padrão de consumo de substâncias psicoativas de usuários acompanhados pelo CAPS AD de Sobral, Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas
de Sobral com amostra de 306 participantes, no período de março a junho de 2019. A coleta de dados foi realizada por meio de
questionário semiestruturado, o qual foi possível avaliar o padrão de consumo de substâncias Psicoativas a que esses usuários
estão habituados, tempo de abstinência, primeiro contato com a substância e a que eles associam como de maior problema.
Os dados foram processados no Microsoft Excel e analisados com estatística descritiva. O estudo foi aprovado com parecer nº
2.739.560.

Resultados:
84,3% (n=258) são do sexo masculino e 15,7% (n=48) feminino. Quanto à cor a maioria são pardos 71,2% (N=218), e brancos 16%
(n=49) Declararam ser Católico 44,8% (n=137) e Evangélica 24,5% (n=75). Quanto à renda familiar 60% (n=186) declaram ser 2 a 3
salários, e 23,9% (n=73) menos de 01 salário. Quanto ao início do consumo da SPA, 91,8% (n=281) teve seu primeiro uso entre 7
a 18 anos e 8,2% (n=25) entre 19 a 30 anos de idade. Quanto à substância mais utilizada o álcool aparece em primeiro lugar com
87,9% (n=269), seguida do tabaco com 64,4% (n=167) e cocaína/crack 48,4% (n=148). Em relação à substância declarada como
problema, 44,1% (n=135) destacam o álcool e 40,2% (n= 123) apontam a cocaína/crack.

Conclusões:
Ao averiguar o padrão de consumo de usuários de substâncias psicoativas em serviços de saúde mental, têm-se ferramentas para
pensar estratégias de cuidado de forma mais fatores associados ao início do consumo eficaz. O estudo será útil para construção
de estratégias de promoção da saúde mental tendo em vista e dependência.

Referências:

MIOZZO, Luciane et al. Consumo de substâncias psicoativas em uma amostra de adolescentes e sua relação com o comportamento
sexual. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 62, n. 2, p. 93-100, June 2013 . Available from . access on 28 July 2019. http://dx.doi.
org/10.1590/S0047-20852013000200001

Comunicação Oral Curta 345


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

“NOVA” POLITICA DE SAÚDE MENTAL: AVANÇOS OU


RETROCESSOS?

KELYANE MARIA NASCIMENTO MESQUITA


Faculdade Alencarina
ARAGÃO, HELIANDRA LINHARES

Introdução:
A Reforma Psiquiátrica é um processo que traz como desafio mudança nas práticas sociais sob um novo olhar a pessoa com
transtorno mental. Em 2019, o Ministério da Saúde divulgou a Nota Técnica n° 11, intitulada “Esclarecimentos sobre as mudanças
na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes na Política Nacional sobre Drogas”, que vem causando muitas discussões e
debates.

Objetivos:
Realizar estudo sobre a “nova” política de Saúde Mental visando compreender se as mudanças irão proporcionar avanços ou
retrocessos para os usuários.

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que buscou explicar o tema, a partir de referências teóricas com abordagem qualitativa
a qual possibilita considerações variáveis relativas ao tema que se pretende abordar, em bases de dados oficiais / acadêmicas.

Resultados:
A nota apresenta, pontos que representam a desconstrução direta dos princípios da reforma, como recolocar o hospital psiqui-
átrico e demais serviços de internação, maior investimento nas comunidades terapêuticas no que nos serviços de tratamento
como os CAPS, no centro da assistência em saúde mental, desvalorizando toda a rede de atenção psicossocial ou atribuindo-lhe
apenas o papel de auxiliar de suporte para entrada e saída das internações, incentivando assim o retorno à lógica manicomial.
O Ministério da Saúde também passa a financiar a compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia dentro da Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS).

Conclusões:
As alterações representam o retrocesso dos princípios legais, assistenciais e das várias estratégias de atenção psicossocial conso-
lidados pela Reforma Psiquiátrica brasileira. Diante da atual conjuntura de avanço do conservadorismo e de redução de recursos
para as políticas públicas sociais, através de sucessivas contrarreformas, é preciso reforçar a desconstrução do modelo asilar e
combater a cada dia o manicômio em suas várias formas.

Referências:

AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2007.

BRITES, C. Psicoativos (drogas) e Serviço Social: uma crítica ao proibicionismo. SP: Cortez Editora, 2017.

IPEA. Nota Técnica no 21. Perfil das Comunidades Terapêuticas Brasileiras. Brasília: Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das
Instituições e da Democracia, IPEA, março 2017

VASCONCELOS, E.M.(org) Saúde mental e serviço social: o desafio da subjetividade e da interdisciplinaridade. SP, Cortez

346 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

NOVOS PAPÉIS, ANTIGOS VALORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA


SOBRE O SER FEMININO NO CONTEMPORÂNEO E OS SEUS
POSSÍVEIS ENLACES COM O SOFRIMENTO
MAYARA DE OLIVEIRA FERREIRA
Universidade Federal do Ceará - UFC
TALITA DA SILVA QUEIROZ (QUEIROZ, T. S)
Universidade Federal do Ceará - UFC
MARIANA TAVARES CAVALCANTI LIBERATO (LIBERATO, M. T. C.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Período de realização:
A experiência se deu nos semestres de 2018.2 e 2019.1

Objetivo da Experiência:
Atendimentos de Psicologia realizados por estagiárias da Universidade Federal do Ceará (UFC) em um Centro de Atenção Psicos-
social (CAPS) de Fortaleza.

Objetivos:
Discutir as transformações dos papéis femininos na sociedade a fim de analisar os possíveis enlaces para a saúde mental das
mulheres na contemporaneidade através de um relato de experiência de duas estagiárias de Psicologia em um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS), do município de Fortaleza.

Metodologia:
Para tecer a discussão proposta, reunimos narrativas de usuárias do equipamento de saúde mental, atendidas no serviço de Plan-
tão Psicológico ou nos atendimentos regulares prestados pelas estagiárias. Diante dos relatos procurarmos estruturar categorias a
partir dos aspectos mais presentes nas falas e em suas histórias de vida: Quem cuida da eterna cuidadora?; Violência velada: “mas
ele não me bate”; Ser mãe é “naturalmente lindo”?; Marcas de um amor pregresso: banalização da agressão física.

Resultados:
Os resultados apontam para a manutenção de antigos estereótipos sobre a mulher, a sobrecarga de papéis e as violências como
fatores de vulnerabilidade à saúde mental. Percebeu-se também a problemática acerca da utilização de critérios diagnósticos que
não considerem as questões de gênero, bem como o consequente uso de psicofármacos como fatores que invisibilizam o sofri-
mento dessas mulheres.

Análise Crítica:
Compreender o sofrimento psíquico e seus enlaces com o ser mulher, bem como suas transformações e atualizações ao longo
do tempo, corroboram com a perspectiva de entender esse sofrer como um fenômeno multifacetado. Essa compreensão vai de
encontro com uma prática universalizante de algumas abordagens em saúde mental, uma vez que busca considerar as especifici-
dades que atravessam esse sujeito como alguém singular, mas que ao mesmo tempo está imerso dentro de uma estrutura social.

Conclusões:
Pode-se observar que os avanços conquistados convivem com antigos estereótipos sobre o ser mulher, com violências estruturais
e relações de gênero desiguais que se tornam fatores de vulnerabilidade à saúde mental da mulher. Atreladas às relações de gê-
nero, é notória a necessidade das políticas públicas e das abordagens em saúde mental considerarem as interseccionalidades que
marcam a sociedade contemporânea, como gênero, raças, etnias e classes.

Comunicação Oral Curta 347


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

COUTINHO, S.M.S., MENANDRO, P.R.M. Representações sociais do ser mulher no contexto familiar: um estudo intergeracional.
Psicologia e Saber Social, v.4, p.52-71, 2015.

CAMPOS, I; ZANELLO, V. Sofrimento psíquico, gênero e violência: narrativas de mulheres atendidas em um Centro de Atenção
Psicossocial (Caps II). In: STEVENS C.; OLIVEIRA, S.;

ZANELLO, V.; SILVA E.; PORTELA C. (Org.). Mulheres e violências: interseccionalidades. Brasília, DF: Technopolitik, 2017.

348 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O ACOLHIMENTO DA QUEIXA DE APRENDIZAGEM COMO


PROMOÇÃO DA SAÚDE E BEM-ESTAR NO ENSINO SUPERIOR:
UM RELATO SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
VIVIANNE MORAES LOPES PARENTE
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
ANA REBECA MEDEIROS NUNES OLIVEIRA
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
TEREZINHA TEIXEIRA JOCA
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
MARILENE CALDERARO MUNGUBA
Universidade Federal do Ceará

Período de realização:
Envolve um relato sobre atendimentos realizados de fevereiro a dezembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Descrever o acompanhamento de aluna com deficiência intelectual, voltado para inclusão e permanência no ensino superior,
como promoção da saúde.

Objetivos:
Descrever o acolhimento das diferenças em ambiente universitário como promoção do bem-estar e da saúde de aluna com de-
ficiência intelectual, bem como constatar a forma de estruturação do autoconhecimento e empoderamento da estudante com
deficiência intelectual na sua aprendizagem significativa.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência que ocorreu no programa de apoio ao estudante em uma universidade privada, em Fortaleza,
Ceará. Com a periodicidade de dois encontros semanais, totalizou 63 encontros, sendo 29 no primeiro semestre e 34 no segundo
semestre de 2018. Visou-se o autoconhecimento e empoderamento da estudante com deficiência, propiciando bem-estar. Du-
rante o processo, empregou-se a observação participante utilizando diário de campo para o registro das vivências nos encontros.

Resultados:
Os atendimentos foram conduzidos na busca por empoderamento e desenvolvimento por meio da aprendizagem significativa, na
qual se desconstruiu o processo de mecanização para aprender, apresentado pela aluna, com pouca implicação e ausência de au-
tonomia no percurso acadêmico. As intervenções propiciaram a convocação do sujeito aprendiz para uma aquisição significativa,
possibilitando que a aluna vivenciasse seus sentimentos e descobrisse os significados de suas experiências.

Análise Crítica:
A deficiência intelectual é mensurada pelo quociente de inteligência e considera o funcionamento adaptativo. Foi necessário
perceber as possíveis formas de intervenção, não se disponibilizando de um modelo normativo para condução dos encontros.
Ressalta-se que a aluna com deficiência intelectual, quando aceita e compreendida com o seu jeito de ser e com foco na pessoa e
não na deficiência, tornou-se consciente de suas capacidades e seguiu em direção ao crescimento.

Conclusões:
A aluna manifestou dificuldades de aprender necessitando ser vista na totalidade de um aprendiz. Para se colocar no lugar de
facilitador do processo de aprendizagem, fez-se necessário percebê-la como pessoa que apresenta tendência ao crescimento e
aceitá-la com suas limitações e possibilidades, com capacidade de superar fatores adversos e articular entre o subjetivo, biológico,
histórico e social, caracterizando o processo de promoção da saúde.

Referências:
JOCA, T. T. et al. Nuances da Inclusão no Ensino Superior. Jundiaí: Paco Editorial, 2018. MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. 29a ed. Petrópolis: Vozes, 2016.

ROGERS, C. R. Tornar-se pessoa. 6. ed. (M.J. Ferreira e A. Lamparelli, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. 2009. (Obra Original pu-
blicada em 1961).

Comunicação Oral Curta 349


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O AFLORAR DAS EMOÇÕES: OFICINA DAS SENSAÇÕES COMO


FERRAMENTA DE CUIDADO ÀS GESTANTES
SILVIA SILANNE XIMENES ARAGÃO
Escola de Saúde Pública Visconde Sabóia - ESPVS
FRANCISCO THIAGO PAIVA MONTE (MONTE, F. T. P)
Escola de Saúde Pública Visconde Sabóia - ESPVS
FRANCISCA JUCIARA DA SILVA LINHARES (LINHARES, F. J. S.)
Escola de Saúde Pública Visconde Sabóia - ESPVS
YVINA KARINE PARENTE CARNEIRO (CARNEIRO, Y. K. P.)
Escola de Saúde Pública Visconde Sabóia - ESPVS
CARINA GUERRA CUNHA (CUNHA, C. G.)
Escola de Saúde Pública Visconde Sabóia - ESPVS
RAÍSSA DOS SANTOS LIBERATO DE SOUSA (DE SOUSA, R. S. L)
UNINTA

Período de realização:
Ação realizada em abril de 2019 com periodicidade trimestral.

Objetivo da Experiência:
Descrever a utilização da Oficina das Sensações como forma de promover o cuidado das gestantes com vistas a uma gestação,
parto e puerpério saudável. Objetivos: Fortalecer vínculo entre gestantes e equipe de saúde da família; aumentar adesão ao pré-
-natal; promover o cuidado físico e emocional das gestantes.

Metodologia:
Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no município de Sobral, Ceará. A Oficina das Sensações é desenvolvido
no grupo de gestantes articulando os sentidos do corpo humano, trazendo memórias relacionadas a estes sentidos. A experiência
foi dividida em estações, conforme os sentidos a ser explorados, tendo sido utilizados objetos que remetem ao enxoval do recém-
-nascido, tendo sido realizado ainda uma roda de conversa acerca das sensações vivenciadas.

Resultados:
Durante a ação pode-se perceber a expressão das reações nas gestantes que evoluíam gradualmente de surpresa, preocupação
com o inesperado, alegria, emoção, recordação agradável, entusiasmo e ansiedade pela chegada do recém-nascido. Na roda de
conversa as mesmas expressaram a importância do momento e do cuidado recebido, evidenciando o toque e o cheiro como as
principais experiências vivenciadas, além de trocarem experiências acerca da experiência materna e a importância do cuidado na
gestação.

Análise Crítica:
A gravidez é um dos processos de transformações mais intensas que o corpo humano pode experimentar. Essas alterações acar-
retam impactos emocionais, demandando a necessidade de compartilhamento e suporte as essas mulheres para que vivenciem
essa fase da forma mais natural possível, sendo necessário momentos que propiciem auxilio e cuidado para que as mesmas com-
preendam essas mudanças. Diante disso, a participação espontânea mostra-se como resultado satisfatório.

Conclusões:
A Oficina das Sensações enquanto ação de cuidado e educação em saúde, propiciam o cuidado, fortalecem o vínculo entre equipe
de saúde e gestantes, aumentam a adesão ao pré-natal, proporcionando qualidade de vida durante a gestação, parto e puerpério.

Referências:
MARTINS, G. F.; VIEIRA, L. G. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES PARA O BEM ESTAR DA GESTANTE. Revista Brasileira
de Ciências da Vida, [S.l.], v. 6, n. Especial, abr.2018. ISSN 2525-359X.

RODRIGUES, P. C. et al. USO E CONHECIMENTO DAS TERAPIAS ALTERNATIVAS E COMPLEMENTARES DURANTE O TRABALHO DE
PARTO POR GESTANTES DE UM MUNICÍPIO PAULISTA. Revista Eletrônica de Enfermagem do Vale do Paraíba, [S.l.], v. 1, n. 03, ago.
2017. ISSN 2237-7646.

350 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O CUIDADO COM A SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA


À SAÚDE-APS: A BUSCA PELA EFETIVAÇÃO DOS PRINCÍPIOS
REFORMA PSIQUIÁTRICA
LEANDRO FERNANDES VALENTE
Universidade Federal do Ceará
FRANCISCA DENISE SILVA VASCONCELOS (VASCONCELOS, F.D. S.)

Período de realização:
Desenvolvida de dezembro 2018 a março de 2019, em um Centro de Saúde da Família-CSF, em Sobral.

Objetivo da Experiência:
Promover o cuidado da saúde das pessoas com sofrimento mental na Estratégia Saúde da Família- ESF à luz da Reforma Psiquiá-
trica.

Objetivos:
Realizar Educação Permanente- EP sobre o cuidado das pessoas com sofrimento mental na Atenção Primária Realizar estratifica-
ção de risco em Saúde mental dos usuários em um CSF; Traçar linhas de cuidados singulares para todos os usuários estratificados
de acordo com seu grau de risco.

Metodologia:
No primeiro momento, foi realizado um encontro para educação permanente com os profissionais de um CSF abordando o cuida-
do dos pacientes psiquiátricos na ESF. Para a efetivação da estratificação de risco, todos os(as) usuários(as) foram atendidos, por
enfermeira ou psicóloga, e na ocasião fora aplicado formulário para estratificação. Após isto, os usuários foram classificados em
leve, grave e moderado. Obtidos os resultados, estratégias de cuidados estão sendo construídas para cada paciente.

Resultados:
Foram estratificadas 125 pessoas que não estavam tendo um acompanhamento efetivo pela estratégia saúde da Família. Foi um
momento oportuno para o conhecimento de todos os pacientes que usam de medicação controlada no Centro de Saúde e que
possuem algum sofrimento metal. Percebeu-se também que outrora, antes da estratificação, muitos usuários eram classificados
de forma errônea, alguns eram avaliados como risco leve, mas após o processo tiveram o risco leve como resultado, ou vice-versa.

Análise Crítica:
Diante da experiência, foi percebido que a discussão sobre o cuidado do sofrimento mental na atenção primária não era tida como
prioridade. Desta forma, torna-se cada vez mais evidente a difusão dos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira, para que seja
superada a lógica manicomial no trato da saúde mental dos usuários. Ressalte-se também a importância da estratificação como
estratégia para o acompanhamento equânime dos pacientes, evitando tratar todos com a mesma terapêutica.

Conclusões:
A experiência da educação permanente em saúde mental e Atenção Primária à Saúde despertou a necessidade da ampliação
do cuidado dos pacientes com sofrimento mental. Foi possível perceber que estes estavam distantes da APS. Agora munidos do
perfil dos usuários, os profissionais estão acompanhando-os, possibilitando o cuidado continuado mais próximo da realidade dos
pacientes. Este processo tornou-se rotina no Centro de Saúde da Família.

Referências:
ALVES, Domingos Sávio; GULJOR, Ana Paula. “O cuidado em Saúde Mental”.In: Cuidado: as fronteiras da integralidade. Roseni
Pinheiro e Ruben Araujo de Matos (org). Rio de Janeiro, Hucitec, ABRASCO, 2004. p.221-239.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2015Ceccim RB 2005. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface Comunic, Saúde, Educ
9(16):161-168.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. 2017.

Comunicação Oral Curta 351


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O CUIDADO PSICOSSOCIAL E O LAZER: OFICINAS


TERAPÊUTICAS NO ÂMBITO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
LARISSE CAMPOS RIBEIRO
Centro Universitário INTA - UNINTA
MARIA SELMARA ALBUQUERQUE QUEIROZ (QUEIROZ, M.S.A)
Centro Universitário INTA - UNINTA
MARIA SANTANA DO NASCIMENTO (NASCIMENTO, M.S)
Centro Universitário INTA - UNINTA
JOSÉ FLASON MARQUES DA SILVA (SILVA, J.F.M)
Centro Universitário INTA - UNINTA

Período de realização:
Oficinas realizadas no dia 14 de março de 2019 e no dia 11 de junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Unidade psiquiátrica de um hospital de referência da região Norte do estado do Ceará.

Objetivos:
Desenvolver oficinas terapêuticas para trabalhar a autoestima dos pacientes psiquiátricos de um hospital de referência da região
Norte do estado do Ceará.

Metodologia:
A presente pesquisa é um estudo de natureza descritiva, tipo relato de experiência. Foram realizadas oficinas com música e pro-
dutos de beleza com cerca 20 pacientes de um hospital de referência da região Norte do estado do Ceará, com idades entre 18
a 50 anos. As oficinas foram realizadas uma vez na semana em meses distintos, totalizando 2 encontros de uma hora cada. Os
encontros foram conduzidos pelo o enfermeiro responsável pelo o setor e por acadêmicos de enfermagem.

Resultados:
A primeira ação desenvolvida foi a oficina da beleza, no decorrer, os pacientes após o seu banho matinal eram orientados a se
dirigir até uma área de lazer da psiquiatria para poder se cuidar, utilizando cremes, hidratantes, perfumes, foram oferecidos tam-
bém cuidados com as unhas e cabelos dos pacientes, os mesmos higienizados. A segunda ação realizada foi um momento musical
junina, no qual os pacientes participaram de uma quadrilha, desenvolvendo um momento de lazer e interação com os outros.

Análise Crítica:
Diante da experiência vivenciada pode-se observar que saber lidar com pacientes em momentos retraídos da sua doença, seja ela
transtorno afetivo bipolar, depressão e esquizofrenia, pois as três eram as mais recorrentes, era bastante difícil buscar a interação
e a comunicação com o grupo. Em relação aos aspectos positivos houve um encorajamento maior nas atividades pessoais durante
o decorrer da semana. Como exemplo, levantar do leito, escovar os dentes, alimentação e banho.

Conclusões:
As oficinas terapêuticas realizadas se construíram em espaços nos quais os usuários em sofrimento psíquico conseguiram se
expressar em diferentes formas, seja verbal ou não verbal, e que tiveram como resultado principal a redução do sofrimento vi-
venciado.

Referências:
NASCIMENTO, Elisiane Damasceno Marques et al. OFICINAS TERAPÊUTICAS COM MÚSICA, EM SAÚDE MENTAL. Revista Contexto
& Saúde, v. 18, n. 34, p. 15-19, 2018.

SOUSA, Maiza Silva et al. Oficinas Terapêuticas: Relato de Experiência sobre os Instrumentos de Cuidado Relacionados ao Empre-
endedorismo em um CAPS no Estado do Pará. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 25, p. e731-e731, 2019.
GALLETTI, M. C. Oficina em saúde mental: instrumento terapêutico ou intercessor clínico? Goiânia: Editora UCG, 2004.

352 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO HUMANIZADO EM


CUIDADOS PALIATIVOS
KECIO JHONS CUNHA ARAÚJO
Centro Universitário INTA - UNINTA
ANA CLAUDIA DE SÁ BARBOSA DIAS (DIAS. A. C. S)
Anhaguera Educacional Participações
JEORGIA TAVARES CARVALHO (CARVALHO. J. T)
Centro Universitário INTA - UNINTA
KARLA LIDIANE CARVALHO (CARVALHO. K. L)
Centro Universitário INTA - UNINTA
SAMYA ALVES RODRIGUES (RODRIGUES. S. A)
Centro Universitário INTA - UNINTA
JOÃO HENRIQUE VASCONCELOS CAVALCANTE (CAVALCANTE. J. H.V)
Centro Universitário INTA - UNINTA

Introdução:
É necessário aprender a lidar com as perdas em um contexto de doença sem prognóstico. Este é um desafio que poucos se dispo-
nibilizam a discutir, e muito menos a enfrentar. Cuidar de indivíduos com doenças terminais e de seus familiares é uma atividade
ou um modelo de atenção à saúde que é denominado “cuidado paliativo”. O enfermeiro minimiza os danos e proporciona maior
conforto e alívio.

Objetivos:
Verificar as principais ações do enfermeiro na atenção aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos.

Metodologia:
Trata-se de um estudo bibliográfico, de cunho descritivo. A pesquisa foi realizada durante o mês de abril de 2018 na Biblioteca
Virtual da Saúde (BVS). Foram utilizados os seguintes descritores: Humanização da Assistência; Cuidados de Enfermagem; Cuida-
dos Paliativos. Sendo incluídos apenas artigos com textos completos, escritos em Português. Do total de 21 artigos lidos, após a
análise descritiva feita, foram selecionados 4 artigos para discussão, que atendiam ao propósito da pesquisa.

Resultados:
A equipe destinada aos cuidados paliativos faz planos de cuidado especifico para cada paciente, tendo em vista que cada paciente
sente e tem uma necessidade diferente, mesmo sendo a mesma patologia. Uma das principais preocupações com esses pacientes
é o surgimento de lesão por pressão. Outra maior preocupação é a saúde psicológica do paciente, pois quando a família fica ciente
da situação, logo despreza-o, como se o paciente já estivesse morto. Os planos de cuidados nos artigos lidos têm em comum a
realização de desejos dos pacientes, os mais comuns são em fazer algum tipo de artesanato, reunir familiares, realizar orações/
missas em sua residência e não estar sozinho (a).

Conclusões:
Neste momento é delicado é necessário que o enfermeiro trabalhe esse processo junto e para com a família valorizando as habili-
dades, capacidades cognitivas e físicas como também sua autonomia afim de o paciente não se sentir inútil e evitar pensamentos
desnecessários. É de fundamental importância que a família siga orientações dos profissionais de enfermagem e entender que o
paciente, mesmo sem chances de cura, não deva apenas esperar a morte.

Referências:
Frossard A. Os cuidados paliativos como política pública: notas introdutórias. Cad. EBAPE.BR [Internet] 2016 jul [acesso em 15
abril 2018]; 14 (esp.14) 640-655. Disponível em: www.scielo.br/pdf/cebape/v14nspe/1679-3951-cebape-14-spe-00640.pdf

França JRFS, Costa SFG, Nóbrega MML, Lopes MEL. Cuidados paliativos à criança comcâncer. Rev. Enferm. UERJ [internet]. 2013
dez [acesso em 19 abril 2017]; 21 (esp.2): 779-84. Disponível em: www.facenf.uerj.br/v21esp2/v21e2a14.pdf

Coropes VBAS, Valente, GSC, Oliveira ACF, Paula CL, Souza CQS, Camancho ACLF. A Assistência dos enfermeiros aos pacientes com
câncer em fase terminal: revisão integrativa. J Nurs UFPE on line [internet]. 2016 dez [acesso em 18 abril 2017]; 10 (Supl. 6): 4920-
6. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/viewFile/8422/pdf_2
042

Comunicação Oral Curta 353


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O SUJEITO ANESTESIADO: A TENDÊNCIA ABUSIVA DA BUSCA


PELO RECURSO MEDICAMENTOSO NA CONTEMPORANEIDADE
LAIS BARRETO DE BRITO GONCALVES
Universidade Regional do Cariri - URCA
BRENA FERNANDES CUSTÓDIO (CUSTÓDIO, B. F.)
TATIANA ARAÚJO FELIZARDO (FELIZARDO, T. A.)
DAILON DE ARAÚJO ALVES (ALVES, D. A.)
IZABEL CRISTINA SANTIAGO LEMOS DE BELTRÃO (LEMOS, I. C. S.)
Universidade Regional do Cariri - URCA

Introdução:
Os psicofármacos, inicialmente introduzidos no tratamento da loucura e como método de interseção para controle dos sintomas
de difícil manejo dos transtornos mentais, progridem concomitante ao avanço da indústria farmacêutica e repercussões midiáti-
cas, para a crescente utilização da prescrição como única terapêutica plausível capaz de responder a qualquer manifestação de
sofrimento psíquico.

Objetivos:
Investigar os fatores que influenciam o consumo e a prescrição de psicofármacos como fenômeno global no campo da assistência
em saúde mental.

Metodologia:
A pesquisa é uma Revisão Integrativa de Literatura. Foi utilizada a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através da consulta das ba-
ses de dados da Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e do Sistema Online de Busca e Análise
de Literatura Médica (MEDLINE). Para a pesquisa conduzida na BVS foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (Decs):
Psicotrópicos; Medicalização; Saúde Mental e Psicologia. Os descritores foram utilizados através do método de associação por
categoria Decs e operadores booleanos “and” e “or”. A busca também incluiu as bases de dados Web of Science e Scopus, com os
termos previamente elencados.

Resultados:
Para a amostra final, foram selecionados pelos critérios de elegibilidade 21 artigos. Os resultados apresentados na pesquisa ratifi-
cam as evidências vivenciadas na prática, no que tange ao consumo desmedido de psicofármacos, aliados à prescrição compulsó-
ria dessa medicação; inclusive dentro dos serviços substitutivos de assistência em saúde mental. O modelo de formação médica,
a resistência às práticas psicodinâmicas por parte da sociedade e de profissionais médicos da assistência em saúde, estariam,
segundo a literatura, atuando na disseminação do processo de medicalização da vida humana em detrimento às outras formas de
abordar e de tratar o sofrimento mental.

Conclusões:
São pertinentes estudos que problematizem o exercício de prescrição indiscriminada de receitas psicofarmacológicas; que bus-
quem esclarecer as queixas e/ou outros fatores relacionados ao início da utilização desses medicamentos, bem como os efeitos
nocivos à manutenção prolongada dessa alternativa terapêutica e que discorram sobre as contribuições da psicoterapia enquanto
possibilidade de mediação entre sofrimento e processo de desmedicalização.

Referências:

Collin, J. (2015). Universal cures for idiosyncratic illnesses: A genealogy of therapeutic reasoning in the mental health field. Health,
19(3), 245-62. Ferrazza, D. de A.; Luzio, C. A.; Rocha, L. C.; Sanches, R. R. (2010). A banalização da prescrição de psicofármacos em
um ambulatório de saúde mental. Paidéia, 20(47), 381-390.

354 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OFICINAS COM FAMÍLIAS: CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DE


DIÁLOGO E TROCA DE SABERES EM UM CENTRO DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL
ROBERTA SAMPAIO DE BRITO MAMEDE
Universidade Estadual de Ceará – UECE
MARIA SALETE BESSA JORGE (JORGE, M. S. B)
Universidade Estadual de Ceará – UECE
JOSÉ EVANGLEYSON DE PAIVA GIRÃO (GIRÃO, J. E. P)
Centro de Atenção Psicossocial – CAPS I / Pentecoste – CE
RAYANA SILVA DE LIMA (LIMA, R. S)
Centro de Atenção Psicossocial – CAPS I / Pentecoste – CE

Período de realização:
Experiência vivenciada entre os meses de maio e junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Oficinas com famílias enquanto espaço de diálogo e troca de saberes em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Objetivos:
Oportunizar espaço de diálogo e troca de saberes entre os familiares de usuários do CAPS visando a corresponsabilização no
cuidado em saúde mental; Prestar esclarecimentos e orientações, no campo da saúde mental, frente às demandas levantadas;
Promover a sociabilidade e o exercício da cidadania.

Metodologia:
Relato de experiência. “Oficinas com famílias” realizadas semanalmente em um CAPS, com duração média de 90 minutos. Par-
ticiparam a equipe multiprofissional e familiares de usuários do CAPS. Os encontros, no total de seis, foram divididos em cinco
momentos: apresentação inicial e alinhamento metodológico; expressão das vivências através de falas livres pelos participantes;
esclarecimentos e orientações conduzidas pela equipe técnica; realização de práticas corporais e avaliação do encontro.

Resultados:
As oficinas foram consideradas como experiências valorosas pelos participantes. Assemelham-se, em parte, aos atendimentos a
familiares, “ações voltadas para o acolhimento [...] coletivo dos familiares e suas demandas, que garantam a corresponsabilização
no contexto do cuidado, propiciando o compartilhamento de experiências e informações” (BRASIL, 2013, p. 9). Ao coletivizar as
experiências, criou-se um ciclo empático entre os envolvidos, favorecendo o processo de cuidado em saúde mental.

Análise Crítica:
A adesão às atividades coletivas ainda é desafio dentro dos dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial. A lógica medicalocên-
trica, “onde o único profissional visto pela população capaz de resolver seus problemas é o médico” (PINALI, 2015, p.9), recebe
aceitação entre parte da população assistida e seus familiares. O que dificulta a condução de grupos e oficinas propostas em um
espaço como o CAPS. Entretanto, quando estas são possíveis, colaboram positivamente no cuidado em saúde mental.

Conclusões:
As oficinas com famílias proporcionam um espaço de diálogo e troca de experiências entre os envolvidos, potencializando o enca-
minhamento de demandas e estabelecendo empatia e sociabilidade. Mesmo com a cultura medicalocêntrica em confronto com
a perspectiva da atenção psicossocial, vale investir em abordagens coletivas no campo da saúde mental, visando a ampliação da
cidadania e melhoramentos na linha de cuidado.

Referências:
BRASIL. Manual de Estrutura Física dos Centros de Atenção Psicossocial e Unidades de Acolhimento: Orientações para Elaboração
de Projetos de Construção de CAPS e de UA como lugares da Atenção Psicossocial nos territórios. - Brasília: Ministério da Saúde,
2013.

PINALI, T. A. Sensibilização comunitária para enfrentamento do aumento da demanda espontânea em Estratégia Saúde da Família.
UFMG (especialização), 2015

Comunicação Oral Curta 355


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OS DESAFIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RELATO DE


EXPERIÊNCIA A PARTIR DE UM ESTÁGIO NO CREAS
ANA ALICE PEREIRA
Universidade Federal do Ceará
CAMILLA ARAÚJO LOPES VIEIRA
Universidade Federal do Ceará
DEIDIANE MOREIRA ALVES

Período de realização:
Agosto - Dezembro de 2018

Objetivo da Experiência:
Compreender as práticas do psicólogo em Políticas Públicas, tendo como perspectiva a Assistência Social e o trabalho em rede.

Objetivos:
Compreender as práticas das políticas públicas de Assistência Social e as competências de cada Serviço, bem como a atuação do
psicólogo nesse contexto. > Compreender a Política Social e como os profissionais contribuem para enfrentar desafios que atra-
vessam esse campo.

Metodologia:
Esse trabalho trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, produzido a partir das vivências de estágio realizado
do Centro de Referência Especializado de Assistência Social. No período de estágio, fez-se observações do trabalho da psicóloga
em seus atendimentos, atividades com grupos, visitas institucionais e domiciliares. Além disso, fez-se leituras teóricas que deu
suporte para compreender as vivências no serviço, como cartilhas sobre a atuação profissional e trabalho em rede.

Resultados:
Os resultados foram feitos por meio de uma discussão teórica, atravessada pela experiência como estudante e estagiária. Defi-
niu-se os seguintes pontos como fundamentais para esse trabalho: Além das competências e (Des)efetivação da Política Social,
pois compreendes-se que essas questões estão estritamente relacionadas ao que foi discutido no percurso acadêmico e o que foi
vivenciado no campo. Além disso, contempla aspectos do cenário sócio-político e desafios para a psicologia na assistência.

Análise Crítica:
Considera-se que o estágio no CREAS fortaleceu a articulação entre teoria e prática experiencial, além de provocar muitas inquie-
tações enquanto estudante. Foi possível potencializar estudos e reflexões na área social, e percebi-se como futuros profissionais
do serviço pelo contato com o campo. Pude refletir sobre como a psicologia afirma sua prática na política assistencial, e sobre as
possibilidades de articulação do SUAS em rede, bem como se configuram equipes multiprofissionais.

Conclusões:
Conclui-se que trabalhar com políticas públicas é trabalhar com limites, visto que existem pontos que os profissionais e os pró-
prios dispositivos como o CREAS não chegam, e não se pode dar conta de tanto. Em muitos momentos parece que os espaços de
prática nessas políticas não foram feitos para estudantes e profissionais de psicologia, e por serem espaços que não são dados,
precisa-se defender para continuar existindo e resistindo.

Referências:
BRASIL. Ministério Do Desenvolvimento Social. Caderno de Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistên-
cia Social – CREAS. Brasília, 2011a.

CAMARGO JR., K. R. As armadilhas da “concepção positiva de saúde”. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol.17, n.1,
pp.63-76, 2007.

GONÇALVES, M. G. M. Psicologia, Subjetividade e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez, 2010. YAZBEK, M.C. Classes subalternas e
assistência social. 5° ed. São Paulo: Cortez, 2006.

356 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PADRÃO DO CONSUMO DE DROGAS DE USUÁRIOS ATENDIDOS


NOS MUNICÍPIOS DA 11º REGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DO
CEARÁ
FRANCISCO THIAGO ARAÚJO CUNHA
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E. N)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R. M.M)
Universidade Federal do Ceará - UFC
NATASHA VASCONCELOS SOBRINHO (SOBRINHO, N. V)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ANA KELLY CÂNDIDO VASCONCELOS (VASCONCELOS, A. K.C)
Secretaria de Saúde do Município de Sobral, Ceará
MARCOS PIRES CAMPOS (CAMPOS, M.P)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

Introdução:
O uso de drogas é um hábito recorrente na sociedade, no entanto, a partir da década de 60 o uso abusivo dessas substâncias
aumentou consideravelmente, tornando-se um grave problema de saúde pública. Em 2012, entre 162 a 324 milhões de indivíduos
com faixa etária de 15 a 64 anos, que representam 3,5% a 7,0% da população mundial, consumiram pelo menos uma vez drogas
ilícitas (UNITED NATIONS, 2014).

Objetivos:
Descrever o padrão do consumo de drogas em usuários de substâncias ilícitas atendidos nos serviços de saúde mental dos muni-
cípios da 11ª Coordenadoria Regional de saúde (11 CRES) do Estado do Ceará.

Metodologia:
Estudo transversal realizado com 605 usuários de drogas atendidos nos serviços de saúde mental da 11 CRES entre os meses de
janeiro a junho de 2019. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, em que foi questionado: a idade
e a droga de primeiro uso; a droga mais utilizada e a droga problema. Para a classificação das drogas, utilizou-se o teste de triagem
do envolvimento com álcool, cigarro e outras substâncias (ASSIST) que divide as drogas em nove classes. Utilizou-se estatística
descritiva para análise. A pesquisa foi aprovada com parecer do Comitê de Ética nº 2.739.560.

Resultados:
A idade de primeiro uso de drogas variou de 10 a 34 anos, com média de 14 anos. Quanto às drogas, considera-se a bebida alcoó-
lica como um grave problema para esses indivíduos, uma vez que aparece como maioria na droga de primeiro uso (56%; n= 339),
entre as mais utilizadas (82,5%; n=499) e ainda com ênfase no predomínio como droga problema (43,8%; n=265). A segunda droga
de maior incidência são as derivadas do tabaco, aparecendo em 409 (67,6%) usuários como sendo a droga mais utilizada, o que
proporciona uma reflexão sobre sua “licitude” e a permissão em utilizá-la normalmente. Além disso, destaca-se a cocaína e crack
como droga problema, elencado por 33,7% da amostra (n=204).

Conclusões:
Portanto, o estudo revelou que os usuários apresentam em sua maioria a bebida alcoólica como droga de primeiro uso e como
sendo a mais utilizada. Além disso, foi elencada como a de maior potencialidade para causar problemas, caracterizando-se como
a droga problema para boa parte dos usuários. Com isso, destaca-se a importância de investigar o uso das drogas lícitas, as quais
também podem causar problemas para o indivíduo, quando uso abusivo.

Referências:
UNITED NATIONS. United Nations Office on Drugs and Crime. World Drug Report. New York: United Nations, 2014.

Comunicação Oral Curta 357


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÃO E VIVÊNCIAS DE FAMÍLIAS NO CUIDADO DE


CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
MARIA AUXILIADORA FERREIRA ARAÚJO
Universidade Federal do Ceará
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS
EDNA NAELLE SALES CRISPIM VERÔNICA DE AZEVEDO
MAZZA ETELVINA SAMPAIO MELO
ANDREIA CARVALHO ARAÚJO MOREIRA

Introdução:
Segundo IBGE (2012), cerca de 46 milhões de brasileiros apresenta algum tipo de deficiência. A vivência no ambiente familiar de
uma doença altera, significativamente, a maneira de pensar e agir de seus integrantes, podendo contribuir para o desencadea-
mento de doenças de origem emocional. A família da criança com deficiência passa por vários desafios, desde o diagnóstico ao
tratamento.

Objetivos:
Compreender o contexto das famílias de crianças com deficiência acompanhadas na Rede de Saúde Mental (CAPS) em Sobral,
Ceará.

Metodologia:
Trata-se de pesquisa descritiva, realizada nos meses de agosto e setembro de 2018 com cinco famílias constituídas com crian-
ças com deficiência de 4 a 10 anos de idade, atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial de Sobral - CE, através de entrevista
semi-estruturada, sendo utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011). Este estudo é um recorte da pesquisa mul-
ticêntrica “Vivências de Famílias constituídas com Crianças com Deficiências: Organização, Práticas e Necessidades” vinculada
aos Grupos de Estudos Família, Saúde e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná e Grupo de Estudos e Pesquisa em
Vulnerabilidade e Saúde da UVA, com financiamento do CNPq.

Resultados:
A mãe é a figura principal que desenvolve o cuidado com crianças deficientes. A família, diante do processo de adaptação à nova
situação gerada pelas necessidades da criança, precisa repensar sua organização. Os principais sentimentos relatados, voltam-se
a negatividade, preconceito e exclusão. Quando se tem um filho com deficiência mental, a pessoa conta com a família e acre-
dita que ela estará junto acolhendo, compartilhando e protegendo. É evidente a necessidade de melhor orientação, visando as
necessidades da criança. A família busca nas instituições a solução para o tratamento da criança e melhoras na qualidade de vida
de toda a família.

Conclusões:
Foi possível perceber que as famílias encontram dificuldades em lidar com a deficiência, passando por um processo de adaptação.
No ambiente familiar a convivência com a deficiência afeta a família, comprometendo aspectos psicológicos, emocionais, sociais
e funcionais. As dificuldades se mostram presentes, principalmente, com o desconhecimento sobre as deficiências e suas implica-
ções sobre o desenvolvimento da criança e dinâmica familiar.

Referências:
Silva, C. C. Reações dos familiares frente a descoberta da deficiências dos filhos. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 22, n. 1, p.
15-23, 2014.

Barbosa , A. M.M et al .Cuidado Centrado na Familia no Contexto da Criança Com Deficiência e Sua Família : Uma analise Reflexiva.
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2012.

Givigi, R. C. . Implicações de um diagnóstico : o que sentem as famílias dos sujeitos com deficiências. Distúrbios Comun. São Paulo,
27(3):445-453, setembro, 2015.

358 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÕES DE FAMILIAS DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO


DO ESPECTRO AUTISTA – TEA
BENEDITA SHIRLEY CARLOS ROSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ANTÔNIA GABRIELA ARAGÃO DE OLIVEIRA MACÊDO (MACÊDO, A.G.O)
Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS (FREITAS, C.A.S.L)
Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA
VERÔNICA MAZZA DE AZEVEDO (AZEVEDO, V.M.A)
Universidade Federal do Paraná-UFPR
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA (SILVA, M.A.M)
Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA
ETELVINA SAMPAIO MELO (MELO, E.S)
Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA

Introdução:
O Transtorno do Espectro Autista-TEA caracterizando-se alterações funcionais nas áreas psicossociais. Estima-se que 70 milhões
de pessoas no mundo são acometidas pelo transtorno. A criança com autismo demanda cuidados e atenção dos pais ou cuidado-
res, produzindo impactos na família. As expectativas criadas que fazem acerca da vida dos filhos em contrapartida, as frustrações
com o diagnóstico.

Objetivos:
Nesse sentindo, esta pesquisa teve como objetivo conhecer as percepções das famílias que convivem com crianças com o Trans-
torno do Espectro do Autismo (TEA).

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. Realizada no Centro de Reabilitação Dr. Pedro Mendes Carneiro
Neto, no município do interior do Ceará. Este estudo foi desenvolvido com os pais de crianças com o TEA atendidos pelo serviço
supracitado, no período de 2017 a 2018. A pesquisa foi permeada por amostragem proposital, uma vez que esta técnica permite
a seleção de participantes relevantes à pesquisa. O instrumento de coleta de informações aplicado foi um roteiro de entrevista
semiestruturada consistindo em questionamentos sobre a vida diária dos pais de crianças com TEA, buscando colher dados acerca
das suas vivências.

Resultados:
Identificou-se que a maioria dos cuidadores responsáveis por respaldar as crianças eram mulheres, sendo que 11 eram mães das
crianças. Outros graus de parentesco detectados foram: pai (01), avó (01) e irmã (01). Pode-se constatar que as famílias que pos-
suem criança com diagnóstico do TEA tiverem desafios no cuidado. A partir dos resultados observa-se que o diagnóstico de TEA
apresenta repercussões importantes no âmbito familiar, sobretudo nas relações familiares, acarretando sentimentos de medo
e ansiedade, podendo ser atribuído ao desconhecimento acerca do transtorno, o que fomenta a necessidade de melhor apoio e
atenção dos profissionais.

Conclusões:
O autismo representa mudanças nas relações familiares, estando associada a falta de conhecimento e enfrentamento, é impor-
tante que a rede de cuidado familiar e dos profissionais da saúde esteja em sintonia, possibilitando a criação de vínculos e trocas
de conhecimentos, favorecendo o manejo adequado dos pacientes e de seus cuidadores.

Comunicação Oral Curta 359


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
ASSUMPÇÃO, FB; PIMENTEL, ACM. Autismo infantil.Rev. Bras. Psiquiatr, são paulo, v. 22, n. 2, p. 37-39, 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3795.pdf>. Acessoem:02 set. 2017.

BARBOSA, MRP; FERNANDES, FDM. Qualidade de vida dos cuidadores de crianças com transtorno do espectro autístico. Revso-
cbrasfonoaudiol.V. 14, n.3, p:482-6, 2009.

GOMES, PTM.; LIMA, LHL.; BUENO, MKG.; ARAÚJO, LA.; SOUZA, NM. Autismo no brasil, desafios familiares e estratégias de supe-
ração: revisão sistemática. J. Pediatr. Vol.91 no.2 Porto Alegre mar./apr. 2015.

GUIMARAES PM, MATOS, CFF. Causas neurológicas do autismo. O Mosaico- Revista de Pesquisa em Artes da Faculdade de Artes
do Paraná. O Mosaico- Número 5. 2011| ISSN:2175 0769 | http://goo.gl/nuqUp.

LOPES, T. Centro de Reabilitação Física de Sobral. Disponível em: <http://centrodereabilitacaodesobralce.webnode.com.br/sobre-


-nos>. Acesso em: 02 de setembro/2017

360 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL DE PACIENTES COM COMPORTAMENTO/IDEAÇÃO


SUICIDA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
DOMENNIQUE MIRANDA VASCONCELOS
Centro Universitário INTA – UNINTA
MARIA VITALINA ALVES DE SOUSA (SOUSA, M.V.A)
Centro Universitário INTA – UNINTA
TAYNARA VIANA PAIVA (PAIVA, T.V)
Centro Universitário INTA – UNINTA
MARIA GABRIELE OLIVEIRA CARDOSO (CARDOSO, M.G.O)
Centro Universitário INTA – UNINTA
IANKA BRUNA MOREIRA DA SILVA (SILVA, I.B.M)
Centro Universitário INTA – UNINTA
FRANCISCA ALANNY ROCHA AGUIAR (AGUIAR, F.A.R)
Centro Universitário INTA – UNINTA

Introdução:
Comportamentos suicidas aparecem sob a forma de ideação, ou seja, quando há pensamentos que fomentam o desejo de acabar
com a existência. Estes se agravam quando estão acompanhados de um plano suicida, o qual se formula um método, que pode
causar a morte ou não.

Objetivos:
Investigar nas publicações científicas o perfil de pacientes com comportamento e ideação suicida.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada no mês de julho de 2019, elaborada através da consulta dos descrito-
res: Suicídio, perfil e saúde mental, nas bases de dados: LILACS, BDENF E MEDLINE. Foram utilizados como critérios de inclusão:
Texto completo, dos últimos cinco anos de publicação e nos idiomas em Português, Inglês e Espanhol, totalizando 20 artigos, após
leitura dos objetivos, percebeu-se que apenas 11 artigos respondiam a seguinte pergunta de pesquisa: Qual perfil predominante
em pacientes que apresentam comportamento ou ideação suicida?

Resultados:
Com relação a variável gênero, a literatura apresenta divergências de prevalência, porém, a leitura dos artigos demonstrou um
discreto predomínio do sexo feminino. A ideação suicida mostrou-se prevalente nos pacientes com diagnóstico de depressão,
embora os pacientes com esquizofrenia sejam os que mais tentam consumar o ato. Além disso, conclui-se que os adultos jovens,
de raça parda, estudantes e pessoas sem atividade laborativa formal, são os mais afetados, e o principal fator desencadeante
é a ruptura sentimental. Entre os métodos mais utilizados nas tentativas estão a ingestão de tóxicos e medicamentos, e o local
preferido é a própria residência.

Conclusões:
Percebe-se que o suicídio é um grande problema de saúde pública, sendo necessário uma vigilância epidemiológica e políticas
públicas resolutivas, que possam oferecer condições para uma melhor qualidade de atendimento nas redes de atenção à saúde
mental. Além disso, os profissionais de saúde têm um papel essencial nesse contexto, para a identificação dos fatores de risco e
planejamento de ações preventivas ao suicídio.

Referências:

PAIVA, Rosemary et al. Análise do perfil de usuários atendidos em um centro de atenção psicossocial, Journal Health NPEPS. For-
taleza, v. 4, n. 1, p. 132-143, 2019.

BORBA, Letícia et al. Perfil do portador de transtorno mental em tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Revista
Mineira de Enfermagem. Curitiba, v. 21:e1010, p. 1- 8, 2017.

Comunicação Oral Curta 361


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E O SOFRIMENTO MENTAL EM


USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMÍLIA
ANDRESSA GALDINO CARVALHO
Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA
BRUNA TORRES MELO (MELO, B.T.)
Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R.M.M.)
Universidade Federal do Ceará - UFC
FRANCISCO THIAGO ARAÚJO CUNHA (CUNHA, F.T.A)
Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N.)
Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA

Introdução:
O uso abusivo de substâncias psicoativas (SPA) se configura como um problema crítico de saúde pública no contexto mundial e
nacional, o qual reflete no indivíduo, envolvendo aspectos econômicos, psicossociais e familiares (CANTÃO; BOTTI, 2016), tornan-
do-se necessário investigar o contexto relacionado principalmente na perspectiva da saúde mental, a qual apresenta associação
direta.

Objetivos:
Analisar o perfil sociodemográfico e a presença de sofrimento mental em usuários de substâncias psicoativas acompanhados na
Estratégia Saúde da Família.

Metodologia:
Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado no período de janeiro a junho de 2019 com 108 usuários
de SPA atendidos nos serviços da Atenção Primária em Saúde de oito municípios da 11ª Coordenadoria Regional de Saúde. Utili-
zou-se instrumentos de avaliação sociodemográfica e o Self-Reporting Questionnaire (SQR-20) para rastreamento de sofrimento
mental. Os dados foram organizados no Microsoft Excel 2017 e analisados mediante estatística descritiva. Esse estudo integra
uma pesquisa maior: Saúde mental e o risco de suicídio em usuários de SPA, com aprovação no comitê de ética nº2.739.560.

Resultados:
Observou-se que a maioria dos usuários é do sexo masculino (63,8%; n=69), pardos (45,3%; n=49); solteiros (41,6%; n =45); sem
ocupação (41,4%; n=34); com ensino fundamental incompleto (50%; n=54); com faixa etária de 21-40 anos (37%; n=40); católicos
(57,4%; n=62), com renda familiar inferior a um salário mínimo (37%; n=40) e moram em casa própria (75%; n=62). 63% possuem
comorbidades clínicas (n=68) e 85,2% comorbidades psiquiátricas (n=92). As drogas mais utilizadas pelos usuários foram deriva-
dos do tabaco (48,9%; n=91) e bebida alcóolica 33,8% (n=63). 52,77% (n=57) apresentaram rastreamento positivo para sofrimento
mental e 50% (n=54) utilizavam múltiplas drogas.

Conclusões:
Portanto, esse estudo possibilitou identificar o perfil sociodemográfico dos usuários e o rastreamento para o sofrimento mental,
o qual se encontra elevado nessa população. Com isso, ressalta-se a importância de se fortalecer as ações de saúde mental na
atenção básica com ênfase na promoção de saúde e prevenção desses transtornos, por meio de políticas públicas relacionadas a
essa problemática.

Referências:
CANTÃO, L.; BOTTI, N.C.L. Suicidal behavior among drug addicts. Rev Bras Enferm, v. 69, n.2, p. 366-73, 2016.

362 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PESQUISA COM IDOSOS: ESPECIFICIDADES NA ABORDAGEM E


HABILIDADES PARA COLETA DE DADOS
MAGDA ALMEIDA FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E. N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
RAIARA AGUIAR SILVA ( SILVA, R. A.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
MARCELA ALMEIDA FREIRE ( FREIRE, M. A.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
FRANCISCA NATAIANE MACIEL LIMA (LIMA, F. N. M.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
LEANDRO FERNANDES VALENTE (VALENTE, L. F.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Período de realização:
A coleta de dados foi realizada entre os meses de maio e julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
dosos portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus e os não portadores dessas enfermidades.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem e enfermeiros durante o processo de coleta de dados realiza-
da com idosos com o objetivo de conhecer as condições sociodemográficas e clínicas e avaliar o nível de sinais e sintomas de
depressão nessa população.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência que ocorreu na Estratégia Saúde da Família do município de Sobral-Ceará, junto a enfermei-
ros e acadêmicos de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. A coleta de dados foi realizada com 157 idosos
por meio da aplicação de um questionário para caracterização do perfil sociodemográfico e clínico, o questionário PHQ-9 e a
escala de depressão geriátrica (EDG-15), que avaliam a presença de sinais e sintomas de depressão.

Resultados:
Os desafios estiveram presentes pelas condições físicas e/ou mentais dos idosos frente às perguntas realizadas, como problemas
na audição e visão, além da diminuição da compreensão causados pela própria senilidade que acarretavam maior duração das
entrevistas. Condições como baixa escolaridade, visto que 29% dos idosos entrevistados são analfabetos também se constituiu
em um importante desafio para os entrevistadores, assim como dificuldade na abordagem e preenchimento dos questionários.

Análise Crítica:
A capacitação dos entrevistadores para participação em uma pesquisa é fundamental, pois possibilita o conhecimento de todo o
processo, incluindo o instrumento de coleta de dados e o público-alvo. Considerando que o processo de envelhecimento humano
acarreta déficit na capacidade funcional, cognitiva e psíquica torna-se fundamental o treinamento de habilidades para aborda-
gem dos idosos, incluindo uma escuta qualificada e a redução das barreiras de comunicação durante as entrevistas.

Conclusões:
Foi perceptível a satisfação dos idosos em participar da pesquisa oportunizando a comunicação por meio de desabafos sobre pro-
blemas cotidianos e esclarecimentos sobre os cuidados necessários frente às doenças crônicas. Evidenciou-se a importância da
participação de acadêmicos em pesquisas, ao proporcionar tanto a convivência com questões advindas das práticas profissionais
quanto aos aspectos relacionados à execução de um projeto de investigação.

Comunicação Oral Curta 363


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BORGES, C. L. et al. Prática clínica do enfermeiro no cuidado ao idoso fragilizado: estudo de reflexão. Rev Enferm UFPE online, v.
10, n. Supl 2, p. 914-8, 2016.

IBGE.Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI. Diretoria de Pes-
quisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estudos e Análises. Informação Demográfica e Socioeconômica. Número
3. Rio de Janeiro, 2015.

364 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PESQUISA COM IDOSOS: ESPECIFICIDADES NA ABORDAGEM E


HABILIDADES PARA COLETA DE DADOS
MAGDA ALMEIDA FREIRE
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E. N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
RAIARA AGUIAR SILVA ( SILVA, R. A.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
MARCELA ALMEIDA FREIRE ( FREIRE, M. A.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
FRANCISCA NATAIANE MACIEL LIMA (LIMA, F. N. M.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
LEANDRO FERNANDES VALENTE (VALENTE, L. F.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Período de realização:
A coleta de dados foi realizada entre os meses de maio e julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Idosos portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus e os não portadores dessas enfermidades.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem e enfermeiros durante o processo de coleta de dados realiza-
da com idosos com o objetivo de conhecer as condições sociodemográficas e clínicas e avaliar o nível de sinais e sintomas de
depressão nessa população.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência que ocorreu na Estratégia Saúde da Família do município de Sobral-Ceará, junto a enfermei-
ros e acadêmicos de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. A coleta de dados foi realizada com 157 idosos
por meio da aplicação de um questionário para caracterização do perfil sociodemográfico e clínico, o questionário PHQ-9 e a
escala de depressão geriátrica (EDG-15), que avaliam a presença de sinais e sintomas de depressão.

Resultados:
Os desafios estiveram presentes pelas condições físicas e/ou mentais dos idosos frente às perguntas realizadas, como problemas
na audição e visão, além da diminuição da compreensão causados pela própria senilidade que acarretavam maior duração das
entrevistas. Condições como baixa escolaridade, visto que 29% dos idosos entrevistados são analfabetos também se constituiu
em um importante desafio para os entrevistadores, assim como dificuldade na abordagem e preenchimento dos questionários.

Análise Crítica:
A capacitação dos entrevistadores para participação em uma pesquisa é fundamental, pois possibilita o conhecimento de todo o
processo, incluindo o instrumento de coleta de dados e o público-alvo. Considerando que o processo de envelhecimento humano
acarreta déficit na capacidade funcional, cognitiva e psíquica torna-se fundamental o treinamento de habilidades para aborda-
gem dos idosos, incluindo uma escuta qualificada e a redução das barreiras de comunicação durante as entrevistas.

Conclusões:
Foi perceptível a satisfação dos idosos em participar da pesquisa oportunizando a comunicação por meio de desabafos sobre pro-
blemas cotidianos e esclarecimentos sobre os cuidados necessários frente às doenças crônicas. Evidenciou-se a importância da
participação de acadêmicos em pesquisas, ao proporcionar tanto a convivência com questões advindas das práticas profissionais
quanto aos aspectos relacionados à execução de um projeto de investigação.

Comunicação Oral Curta 365


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

BORGES, C. L. et al. Prática clínica do enfermeiro no cuidado ao idoso fragilizado: estudo de reflexão. Rev Enferm UFPE online, v.
10, n. Supl 2, p. 914-8, 2016.

IBGE.Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI. Diretoria de Pes-
quisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estudos e Análises. Informação Demográfica e Socioeconômica. Número
3. Rio de Janeiro, 2015.

366 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PLANTÃO PSICOLÓGICO E ACOLHIMENTO À COMUNIDADE EM


UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
FRANCISCO ILO LIMA FILHO
Universidade Federal do Ceará - UFC
MAYARA DE OLIVEIRA FERREIRA (FERREIRA, M. O.)
Universidade Federal do Ceará - UFC
FRANCISCO LUAN DE SOUZA CARVALHO (CARVALHO, F. L. S.)
Universidade Federal do Ceará - UFC
KARIANNE NAYARA DA COSTA FERREIRA (FERREIRA, K. N. C.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Período de realização:
Estágio realizado em uma Unidade Básica de Saúde em Fortaleza- CE de abril de 2018 a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Moradores da Regional III de Fortaleza que, por demanda espontânea, procuraram o serviço de Plantão Psicológico da UaPS
Anastácio Magalhães.

Objetivos:
Apresentar as possibilidades e desafios da inserção da modalidade de Plantão Psicológico na rede da atenção primária à saúde
no município de Fortaleza.

Metodologia:
Relato de experiência de caráter descritivo, vivido por estagiários e extensionistas em uma Unidade Básica de Saúde no município
de Fortaleza - CE. Os atendimentos ocorrem semanalmente nas sextas-feiras, de 8h às 12h. Além dos atendimentos realizados em
Plantão Psicológico, há a Sala de Espera, grupos terapêuticos, pesquisas de satisfação a respeito do serviço, supervisão, e grupos
de estudo com a equipe de Plantão para um aprofundamento teórico-vivencial diante dos casos e da teoria recente.

Resultados:
Sendo o Plantão Psicológico uma modalidade clínica contemporânea voltada a situações de crise, dentro de uma UBS (pelo
contexto socioeconômico diverso) encontra-se na faixa dos 15 atendimentos semanais diferentes enunciações de sofrimento e
também de acolhimento. A ressignificação do sofrimento, a psicoeducação e o encaminhamento são algumas das possibilidades
do encontro com o usuário que tantas vezes sente-se perdido no momento de pedir ajuda.

Análise Crítica:
O Plantão Psicológico, neste contexto, se apresenta como um serviço capaz de acolher, orientar e encaminhar de forma efetiva a
comunidade em geral. A busca espontânea, característica do serviço, diz respeito à compreensão dos usuários de que o Plantão
Psicológico não procura “solucionar ou aprofundar a demanda apresentada pela pessoa, mas visa proporcionar um momento
de escuta e compreensão acerca do seu sofrimento” (DANTAS et al, 2018, p. 124), agindo como potencial gerador de mudanças.

Conclusões:
A presença do Plantão Psicológico na atenção básica é de grande importância pois, além das questões de sofrimento envolvendo
desde situações socioeconômicas até o adoecimento psíquico, percebe-se que, em sua constituição e forma de funcionamento, o
Plantão encontra terreno fértil neste âmbito, sendo potente no atendimento ao sofrimento leve/moderado que nele é encontra-
do, tornando-se assim referência em saúde mental na comunidade.

Referências:

BORGES, I. L. F.; DANTAS, J. B.; DE SOUSA BRITO, L.. Plantão Psicológico: Acolhimento e Escuta na Clínica Escola da UFC. Extensão
em Ação, v. 2, n. 14, p. 94-107, 2017.

DANTAS, J. B.; DUTRA, A. B.; ALVES, A. C.; BENIGNO, G. G. F.; DE SOUSA BRITO, L.;
BARRETO, R. E. M.. Plantão psicológico: ampliando possibilidades de escuta. Revista de Psicologia, v. 7, n. 1, p. 232-241, 2016.

ROCHA, M. C.. Plantão psicológico e triagem: aproximações e distanciamentos.Rev. NUFEN, São Paulo , v. 3, n. 1, p. 119-134, 2011
. Disponível em . acessos em 02 ago. 2019.

Comunicação Oral Curta 367


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS E REDUÇÃO DE DANOS DE


ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
PAULIANA ALENCAR MONTEIRO
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
MATEUS XAVIER CASTRO LIDUINA
LARA XIMENES LIMA

Período de realização:
As atividades foram realizadas no período de outubro e novembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Trabalhar a prevenção e redução de danos com adolescentes (a partir de 12 anos), independente de serem usuários de algum
tipo de droga ou não.

Objetivos:
Conhecer os fatores que influenciam o uso de álcool e outras drogas, facilitando um diálogo aberto com os adolescentes na pers-
pectiva da política de redução de danos, pois substâncias psicotrópicas fazem parte do cotidiano desse público, se não pelo uso,
no seu meio social e/ou familiar.

Metodologia:
A intervenção foi realizada na Unidade Básica de Saúde pela equipe de Residentes Multiprofissionais do Centro de Atenção Psi-
cossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) do Município de Brejo Santo/CE. Utilizando-se do teatro do oprimido um método
teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais e de dinâmicas pedagógicas foi possível o desenvolvimento das atividades
programadas para dois dias consecutivos no turno noturno.

Resultados:
A intervenção possibilitou esclarecer dúvidas e reduzir os anseios sobre o uso álcool e outras drogas. Bem como, salientou a
importância de observar o outro e identificar possíveis mudanças, sejam estas físicas ou comportamentais, pois muitas vezes um
colega ou familiar passa a mudar o comportamento devido ao uso de substâncias químicas e é importante que se perceba aquela
mudança e ofereça ajuda sem fazer julgamentos.

Análise Crítica:
Estudos que abordam a temática sobre uso de álcool e outras drogas na juventude são de suma importância, pois esse comporta-
mento está associado direto e indiretamente com a morbimortalidade na adolescência, sendo considerado um problema de gran-
de impacto na saúde pública. Sendo necessário a criação de políticas públicas de intervenção, além do fortalecimento e maior visi-
bilidade as já existentes, buscando-se alcançar melhores perspectivas na qualidade de vida da população jovem (Martinez, 2011).

Conclusões:
Estas atividades foram de suma importância para a formação enquanto residentes inseridos como profissionais de saúde no CAPS
AD, pois observamos que o uso de substâncias químicas tem aumentado cada vez mais na sociedade, principalmente na faixa
etária que compreende a adolescência, por se tratar de uma fase de maior vulnerabilidade e ganho de autonomia. Ressaltando-se
que ainda existem muitos mitos relacionados a este problema de saúde pública.

Referências:

Martinez Moldonado R, Pedrão LJ, Alonso Castillo MM, López Garcia KS, Oliva Rodriguez NN. Auto-estima, auto-eficácia percebi-
da, consumo de tabaco e álcool entre estudantes do ensino fundamental, das áreas urbana e rural, de Monterrey, Nuevo León,
México. Rev LatinoAm Enfermagem [Internet]. 2008 mai-jun [citado 2011 abr 29];16(spec):614-20.

368 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS IDENTIFICADOS EM


PESSOAS QUE VIVEM COM HIV
LIZANDRA SAMPAIO DE OLIVEIRA
Centro Universitário Ateneu – UniAteneu
FRANCISCO JEDFFERSON SOUZA (SOUZA, F.J)
Centro Universitário Ateneu – UniAteneu
CAROLINE CARVALHO MOTA (MOTA, C.C)
Centro Universitário Ateneu – UniAteneu
MILENA MONTE DA SILVA (SILVA, M.M)
Centro Universitário Ateneu – UniAteneu
LARISSA CARNEIRO DE FREITAS (FREITAS, L.C)
Centro Universitário Ateneu – UniAteneu
VANESSA DA FROTA SANTOS (SANTOS, V.F)
Centro Universitário Ateneu - UniAteneu

Introdução:
Apesar dos avanços no tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), são observados transtornos mentais,
desencadeados pela ação no sistema nervoso central, doenças oportunistas, ação de medicamentos utilizados no tratamento,
progressão da doença e das limitações, baixa autoestima, inexistência de cura, impacto psicossocial, perspectivas do futuro e
autoculpabilização.

Objetivos:
Identificar na literatura os principais transtornos mentais em pessoas que vivem com HIV.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura orientada pela questão norteadora “Quais os transtornos mentais evidenciados
em pessoas com HIV”. Inclui-se artigos completos de 2001 a 2019, disponíveis gratuitamente e foram excluídos os artigos que não
retratavam o problema como objeto principal. A busca foi realizada em julho de 2019 em quatro bases de dados: SciELO, LILACS,
MEDLINE, BDENF. Utilizaram-se os descritores “HIV”, “Transtornos Mentais” e “depressão”, em português, com o operador bo-
oleano “AND”. Foram encontrados 30 artigos e foram selecionados 6 para compor a amostra final. Os artigos serão avaliados de
acordo com os níveis de evidencias: I, II, III, IV, V, VI (MELNYK, 2011).

Resultados:
Dos artigos selecionados, todos eles relatam a depressão leve a grave como um dos transtornos psicológicos mais comum jun-
tamente com o desejo de morte, presente em alguns casos; na maioria dos artigos selecionados, foi observado a prevalência de
transtornos de ansiedade, transtorno do pânico e transtorno bipolar; em um dos artigos foi relatado fadiga, insônia, disritmia,
distúrbios do sono e síndrome psicótica em pessoas com HIV. Ainda foi possível correlacionar o uso de drogas lícitas e ilícitas posi-
tivamente com o transtorno. E em relação aos níveis de evidencia apenas um teve nível de evidencia V e os demais foram nível VI.

Conclusões:
Por fim, o diagnóstico de HIV tem um impacto psicossocial nas pessoas que vivem com o vírus, implicando em: revisão das pers-
pectivas do futuro; necessidade de redefinição dos objetivos pessoais; reavaliação de expectativas, crenças e benefícios com
relação ao tratamento; necessidade de fortalecimento dos vínculos afetivos e também orientações das pessoas acerca da doença
para reduzir o preconceito e estigma vivenciados e imposto pela sociedade.

Referências:

CAMARGO, Luiza Azem; CAPITAO, Cláudio Garcia; FILIPE, Elvira Maria Ventura. Saúde mental, suporte familiar e adesão ao trata-
mento: associações no contexto HIV/Aids. Psico- USF, Itatiba , v. 19, n. 2, p. 221-232, Aug. 2014 . Disponível em . Acessos em 24
July 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712014019002013.

Comunicação Oral Curta 369


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

MALBERGIER, André; SCHOFFEL, Adriana C. Tratamento de depressão em indivíduos infectados pelo HIV. Rev. Bras. Psiquiatr.,
São Paulo , v. 23, n. 3, p. 160-167, set. 2001 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-
44462001000300009.

NOGUEIRA, Graziela Sousa; SEIDL, Eliane Maria Fleury. Associação entre percepção de doença e ansiedade, depressão e autoefi-
cácia em pessoas com HIV/Aids. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 24, n. 2, p. 595-608, jun. 2016 . Disponível em . Acesso em 03
ago. 2019. http://dx.doi.org/10.9788/TP2016.2-12.

REIS, Ana Catarina et al . Relação entre sintomatologia psicopatológica, adesão ao tratamento e qualidade de vida na infecção
HIV e AIDS. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v. 23, n. 3, p. 420-429, 2010 . Available from . access on 03 Aug. 2019. http://dx.doi.
org/10.1590/S0102-79722010000300002.

JÚNIOR, Sergio Vital da Silva, SILVA, Wilton José de Carvalho, LOURENÇO, Natália Silva e et al. Qualidade de vida de pessoas viven-
do com o vírus e síndrome da imunodeficiência humana. Rev Rene. 2019;20:e39638. Disponivel em < http://www.periodicos.ufc.
br/rene/article/view/39638/pdf_1 > acesso em 03 ago. 2019. DOI: 10.15253/2175-6783.20192039638

PINHO, C, S, N. Transtornos mentais em pacientes portadores de hiv: um estudo de prevalência e fatores associados. 98 f. Disser-
tação (Mestrado em saúde pública) apresentada ao Curso de Mestrado em Saúde Pública do Departamento de Saúde Comunitária
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Ceara, 2015.

Melnyk BM, Fineout-Overholt E. Evidence-based practice in nursing & healthcare: A guide to best practice. Philadelphia: Lippin-
cott Williams & Wilkins; 2011.

370 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRODUÇÃO CIENTÍFICA ACERCA DA SÍNDROME DE BURNOUT


NOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM
ERIKA NAYARA BENÍCIO GONÇALVES DE SALES
Centro Universitário Estácio do Ceará
CRISTINA COSTA BESSA (BESSA, C.C)
Centro Universitário Estácio do Ceará
LEONARDO ALEXANDRINO SILVA (SILVA, L.A)
Universidade Federal do Ceará – UFC
MAYRA ÁVILA SALES (SALES, M.A)
Centro Universitário Estácio do Ceará
MARIA MICHELLE BISPO CAVALCANTE (CAVALCANTE, M.M.B)
Centro Universitário INTA - UNINTA

Introdução:
A Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional afeta muitos trabalhadores da saúde, sendo a Enfermagem uma das profis-
sões mais acometidas. O enfermeiro do trabalho cumpre relevante papel no cuidado desses profissionais, diante da premissa de
que quem cuida deve ser cuidado. Conhecer dados nessa temática ajuda a prevenir o Burnout e na implementação do plano de
cuidados para população acometida.

Objetivos:
Caracterizar o perfil das publicações científicas brasileiras acerca da Síndrome de Burnout nos trabalhadores de Enfermagem.

Metodologia:
Realizou-se um estudo bibliométrico das publicações científicas brasileiras no período de 2012 a 2016. A busca das produções foi
conduzida nas bases de dados: Scielo, LILACS e PubMed/Medline, por meio dos descritores Burnout, Enfermagem e Nursing. Para
combinação na busca, utilizou-se o operador booleano AND. Utilizou-se como critérios de inclusão: artigos publicados entre os
anos de 2012 a 2016 que abordavam a temática Burnout em trabalhadores de enfermagem brasileiros, disponibilizados eletroni-
camente na íntegra, nos idiomas Português e Inglês. Foram excluídas da amostra final as produções repetidas e estudos realizados
com sujeitos que não eram trabalhadores de enfermagem.

Resultados:
A amostra final foi composta por 10 publicações científicas. O maior ano de publicações foi 2015 e a região Sudeste se destacou
com 60% dos estudos publicados. Todas as pesquisas foram quantitativas, sendo nove (90%) transversais e um estudo quase
experimental. No que concerne aos objetos de estudo, 50% das publicações analisadas trouxe informações sobre prevalência da
Síndrome na Enfermagem e 40% apresentou fatores de associação (pouca autonomia, sobrecarga na realização de procedimentos
e acúmulo de funções). O cenário de pesquisa mais prevalente foi a atenção terciária, em setores de cuidado à pacientes críticos.
A população investigada envolvia, em sua maioria toda equipe de Enfermagem.

Conclusões:
Conclui-se que urge a necessidade da realização de estudos que abordem a participação do Enfermeiro do Trabalho enquanto pro-
motor dos cuidados de saúde para os profissionais que compõe a equipe de enfermagem. A sensibilização por meio do destaque à
importância de novos hábitos de vida e redução do estresse representam algumas formas de diminuição dos efeitos da Síndrome
de Burnout na vida pessoal e profissional.

Referências:
BRASIL. Ministério do Trabalho. Abril Verde alerta para saúde e segurança do trabalhador. Brasília, 2016. Disponível em: . Acesso
em: 07 nov. 2017.

CAMPOS, I. C. M. et al. Fatores sociodemográficos e ocupacionais associados à Síndrome de Burnout em profissionais de enferma-
gem. Psychology, v. 28, n. 4, p. 764-771, 2015.

Comunicação Oral Curta 371


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LEAL, A. T. A. et al. O efeito da ginástica laboral nas doenças ocupacionais em funcionários de uma instituição de ensino superior.
Disciplinarum Scientia Saúde, v. 14, n. 2, p. 227-232, 2016.

RAMOS, É, L.; SOUZA, N. V. D. O.; GONÇALVES, F. G. A.; PIRES, A.S., SANTOS, D. M. Qualidade de vida no trabalho: repercussões
para a saúde do trabalhador de enfermagem de terapia intensiva. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online [Internet],
v.6, n.2, p.571-583, 2014. Recuperado de: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=505750622013

372 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICA DOS PSICÓLOGOS NOS CENTROS DE ATENÇÃO


PSICOSSOCIAL DO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE
PAULO HENRIQUE DIAS QUINDERÉ
Universidade Federal Ceará
JULIANA YASMIM LOPES GOMES
BÁRBARA LOBO PAZ
ANTÔNIA JOSIANY TEIXEIRA DA SILVA

Introdução:
Os psicólogos têm integrado as equipes de saúde mental no modelo de atenção psicossocial, juntos aos centros de atenção psi-
cossocial – Caps, nas suas diversas modalidades. Ao longo desta sua inserção tem consolidado suas práticas e absorvido novas
estratégias de intervenção que antes não estavam incorporadas ao rol de suas ações.

Objetivos:
Assim, o estudo objetiva compreender as novas práticas incorporadas ao trabalho do psicólogo nos centros de atenção psicosso-
cial do município de Sobral-CE.

Metodologia:
Trata-se de um estudo qualitativo interpretativo. Estabeleceram-se três grupos de Informantes-chave. Grupo I: 3 Psicólogos que
atuam nos Caps tipo II (Geral e Caps Álcool e Drogas). Grupo II: 3 Profissionais de saúde que atuam junto aos psicólogos Grupo III:
2 Usuários acompanhados pelos psicólogos. Os instrumentos de coleta foram: entrevistas semiestruturadas e roteiro de observa-
ção de campo que versavam sobre a compreensão das práticas dos psicólogos em ambos os Caps. Procedeu-se uma análise her-
menêutica das informações levantadas. O projeto foi apreciado pelo comitê de ética em pesquisa sob o n. de parecer 2.897.649.

Resultados:
Os resultados demonstram que os psicólogos têm incorporado nas suas práticas o trabalho interprofissional. Embora, esse ainda
seja um desafio dentro dos serviços Caps, já se observa a construção de projetos terapêuticos em conjunto com os demais profis-
sionais da equipe, além de ações de apoio matricial e atividades grupais, coproduzidos com outros profissionais. Quanto à clínica
álcool e drogas, os psicólogos apresentam inconsistências na compreensão da política de redução de danos, centralizando sua
prática no espaço de atendimento individual psicoterápico. Limitação percebida como dificuldade central do Caps Álcool e Drogas
em realizar atividades extramuros, nas próprias cenas de uso.

Conclusões:
Destarte, o psicólogo insere outras práticas profissionais ao seu fazer, ampliando seu leque de intervenções. Sua inserção nestes
equipamentos viabiliza transformações na sua atuação clínica, no entanto existem desafios a serem suplantados quanto à política
de redução de danos, no sentido de ampliar seu escopo de práticas com intervenções nas cenas de uso, antecipando-se aos pro-
blemas relacionados ao abuso de álcool e outras drogas.

Referências:

FEITOSA, K.M.A et al. (Re) construção das práticas em saúde mental: compreensão dos profissionais sobre o processo de desins-
titucionalização. Rev.Psicologia:Teoria e Prática. São Paulo, V. 14, n.1, 2012.

SOUZA, T. P. Redução de danos no Brasil: a clínica e a política em movimento. 2017. 116 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) -
Departamento de Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2017.

Comunicação Oral Curta 373


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS COLABORATIVAS EM SAÚDE MENTAL:


REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL EM UM
CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE SOBRAL,
CEARÁ
FRANCISCO THIAGO PAIVA MONTE
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia – ESPVS
YVINA KARINE PARENTE CARNEIRO (CARNEIRO, Y. K. P.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia – ESPVS
FRANCISCA JUCIARA DA SILVA LINHARES (LINHARES, F. J. S.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia – ESPVS
SILVIA SILANNE XIMENES ARAGÃO (ARAGÃO, S. S. X.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia – ESPVS
GUERRA CUNHA (CUNHA, C. G.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia – ESPVS

Período de realização:
A intervenção teve início em agosto de 2018 e encontra-se em desenvolvimento permanente.

Objetivo da Experiência:
Estruturação e organização das ações de saúde mental desenvolvidas em um Centro de Saúde da Família (CSF) do Município de
Sobral.

Objetivos:
Descrever a experiência de organização da atenção à saúde mental em um território da Estratégia Saúde Família (ESF) do muni-
cípio de Sobral, Ceará.

Metodologia:
Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no município de Sobral, Ceará. A organização da atenção à saúde mental
deu-se início em agosto de 2018, realizada pela equipe de saúde da família e de saúde mental com a educação permanente acerca
da estratificação de risco em saúde mental, seguida da aplicação do instrumento, conhecimento das medicações por usuário e
elaboração de fluxograma, delineando os fluxos assistenciais e encaminhamento do usuário na rede de atenção.

Resultados:
O processo organizacional da atenção à saúde mental fora provocado pelas evidências acerca das dificuldades vivenciadas pela
equipe de saúde para o desenvolvimento do trabalho em rede e condução dos casos na atenção básica. Após a intervenção, os
usuários com condições de saúde mental foram devidamente identificados e estratificados por grau de risco, estabelecido fluxos
assistenciais conforme riscos identificados, possibilitando o conhecimento das condições de saúde e melhoria da atenção.

Análise Crítica:
A atenção à saúde mental necessita cada vez mais ser discutida e reorganizada, uma vez que ainda sofre a fragmentação da
atenção nos níveis assistenciais. Sendo a atenção básica a coordenadora do cuidado em saúde, o conhecimento dos usuários em
condições de saúde mental e a elaboração de fluxos assistenciais, bem como a adoção de práticas colaborativas com as equipes
de saúde mental, faz-se cada vez mais necessário, uma vez que favorece a desfragmentação assistencial sofrida por estes usuários.

Conclusões:
A organização da atenção à saúde mental proporcionou a superação dos desafios vivenciados pelas equipes de saúde da família
no que se refere a assistência dos usuários com condições em saúde mental e a atenção psicossocial, fortalecendo a articulação
do serviço com a rede de saúde mental, conhecimento dos usuários e seus graus de risco, medicações em uso, fortalecendo ainda

374 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

o vínculo entre profissionais da saúde e usuário/família.

Referências:

GAZIGNATO, E. C. S.; SILVA, C. R. C. Saúde mental na atenção básica: o trabalho em rede e o matriciamento em saúde mental na
Estratégia de Saúde da Família. Saúde em Debate, v. 38, p. 296-304, 2014.

ARAÚJO, L. N. et al. A importancia do matriciamento em saude mental para a populacao na estrategia saude da familia: relatando
experiencias. SANARE-Revista de Políticas Públicas, v. 14, 2015.

Comunicação Oral Curta 375


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS DE CUIDADO E DE RESISTÊNCIA: PESQUISA-


INTERVENÇÃO COM O GUIA DE GESTÃO AUTÔNOMA DA
MEDICAÇÃO (GAM) NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE NATAL/RN
ALEXANDRE MELO DINIZ
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
ANA KARENINA DE MELO ARRAES AMORIM (AMORIM, A.K.M.A)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Introdução:
O fenômeno contemporâneo de medicalização da vida se remete à ideia de algo que “tornou-se médico”, vinculado ao exercício
da medicina ou mesmo do cuidado por meio de medicamentos. No entanto, este termo se refere a um fenômeno social complexo
e que não deve ser compreendido em sentido único e universal. Porém, de modo geral, se refere à apropriação dos modos de vida
humana pela jurisdição médica.

Objetivos:
O objetivo foi investigar as práticas de cuidado e de resistência à medicalização da vida que se revelam na experiência de usuá-
rios participantes de um grupo de gestão autônoma da medicação em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas.

Metodologia:
Pautados nos pressupostos da pesquisa-intervenção institucionalista, que defende a pesquisa como intervenção e rompe com
o método tradicional cartesiano em seus dualismos sujeito-objeto, conhecer-fazer. Inspirados nesta perspectiva, realizamos a
pesquisa entre fevereiro e novembro de 2018. O primeiro momento da pesquisa envolveu o trabalho de sensibilização da equipe
e dos usuários do referido serviço substitutivo, oportunidade em que apresentamos um breve histórico da GAM, o guia, seus
passos e metodologia. Nesta fase da pesquisa também foram pactuados os detalhes de como se processariam os encontros, que
ocorreram semanalmente, com duração média de 1h30min, totalizando 36 encontros.

Resultados:
Os resultados do estudo foram estruturados nos seguintes eixos analisadores: 1. Modelos e práticas de cuidado em suas contra-
dições e tensões; 2. Relações com a família e experiências de desamparo e solidão; 3. Efeitos dos medicamentos na vida cotidiana
e resistências possíveis na produção de vida livre. De modo geral, a análise dos resultados nos permite afirmar que o comparti-
lhamento de experiências com medicamentos psiquiátricos promoveu debates e inventividades. O grupo GAM possibilitou maior
informação aos usuários sobre seus direitos, sobre a medicação e seus efeitos, ampliou a rede de apoio, ensejou mudanças nas
relações de poder nas instituições envolvidas pautadas no diálogo.

Conclusões:
A experiência promoveu maior participação dos usuários em seus tratamentos e na composição de territórios existenciais outros.
Deste modo, a GAM se mostra como dispositivo potente na reafirmação das diferenças e na produção de vida em liberdade no
campo da saúde mental. Deste modo, a GAM se mostra como dispositivo potente na reafirmação das diferenças e na produção de
vida em liberdade no campo da saúde mental.

Referências:

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FREITAS, F.; AMARANTE, P. Medicalização em Psiquiatria. (Coleção Temas em Saúde). Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2015.

LOURAU, R. Objeto e método da Análise Institucional. In: ALTOÉ, S. (Org.), René Lourau: analista institucional em tempo integral.
São Paulo: Hucitec, p. 66-86, 2004.

376 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ONOCKO CAMPOS, R.T. et al. Multicenter adaptation of the guide for autonomous management of medication. Interface - Comu-
nic., Saude, Educ., v.16, n.43, p.967-80, out./dez, 2012.

RODRIGUEZ, L.; POIREL, M. Émergence d’ espaces de parole et d’action autour de l’ utilisation de psychotropes La Gestion auto-
nome. Nouvelles pratiques sociales, v. 19, p.111–127, 2007.

Paulon, S. M. (2005). A análise de implicação como ferramenta na pesquisa-intervenção. Psicologia & Sociedade, 17(3), 18–25.

Romagnoli, R.C. (2007). A resistência como invenção: por uma clínica menor. Vivencia (Natal), 32, 97-107.

Comunicação Oral Curta 377


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PRÁTICAS EXITOSAS NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA


ATENÇÃO PRIMÁRIA
MIKAELLE YSIS DA SILVA
Universidade Regional do Cariri - URCA
DUCIELE ARAUJO PINHEIRO BIONE (BIONE, D.A.P)
Secretaria Municipal de Saúde - SMS -Prefeitura Municipal do Crato
ÁLISSAN KARINE LIMA MARTINS (MARTINS, A.K.L)
Universidade Regional do Cariri - URCA

Período de realização:
Abril de 2018 a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Estratégias de cuidado em Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde (APS).

Objetivos:
Relatar a experiência de práticas exitosas no cuidado em saúde mental na atenção primária.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, com ênfase a descrição das estratégias de cuidado implementadas por meio da disciplina
de Enfermagem no Processo de Cuidar em Saúde Mental da Universidade Regional do Cariri em uma unidade básica de saúde no
município de Crato, Ceará. Os momentos foram conduzidos por uma docente e uma mestranda em enfermagem, que juntamente
com os discentes e os profissionais da unidade de saúde realizaram a implementação e a condução das estratégias.

Resultados:
Para implantação e condução das estratégias de cuidado em saúde mental, o primeiro momento envolveu a discussão em grupo
juntamente com os profissionais da unidade, com finalidade de delimitar as estratégias conforme as necessidades de saúde do
serviço. As estratégias englobaram: Sistematização da Assistência de Enfermagem; Genograma e Ecomapa; Projeto terapêutico
singular; Visita domiciliar; Educação em saúde; Ambientação do serviço; Formação continuada em saúde mental junto aos profis-
sionais.

Análise Crítica:
A proposição de práticas pioneiras nesse campo no contexto da atenção primária propiciou fortalecer e potencializar o cuidado
em saúde mental, por meio do uso de ferramentas transversais. Tornou-se possível compreender que este é um processo viável
e de grande valia para os assistidos. Cabe ressaltar a importância da integração ensino-serviço- comunidade, evidenciado pela
participação dos profissionais e dos usuários no planejamento das ações.

Conclusões:
A implementação e condução das estratégias de cuidado delimitadas junto ao serviço, apresentaram-se como práticas exitosas,
uma vez que possibilitou o fortalecimento da assistência em saúde mental. Estas devem ser compartilhadas com a finalidade de
difundir as experiências de um trabalho por meio da integração ensino-serviço-comunidade que visa potencializar o serviço atra-
vés de uma assistência eficaz.

Referências:

FERNANDES, A. D. S. A.; MATSUKURA, T. S.; LOURENÇO, M. S. G. Práticas de cuidado em saúde mental na Atenção Básica: identifi-
cando pesquisas no contexto brasileiro. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v. 26, n. 4, p. 904-914, 2018.

FROSI, R. V.; TESSER, C. D. Práticas assistenciais em saúde mental na atenção primária à saúde: análise a partir de experiências
desenvolvidas em Florianópolis, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 10, p. 3151-3161, 2015.

378 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROJETO SOMAR: A ARTICULAÇÃO QUE TEM DADO CERTO


NA REDUÇÃO DE DANOS E AGRAVOS À SAÚDE MENTAL DE
ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO FUNDAMENTAL
DE UM INTERIOR DO CEARÁ
GERARDO TEIXEIRA AZEVEDO NETO
Tatiane de Fátima Sousa Almeida (ALMEIDA, T.F.S)

Período de realização:
Realizada no primeiro semestre de 2019, período letivo dos alunos.

Objetivo da Experiência:
Minimizar o sofrimento biopsicossocial de pré-adolescentes e adolescentes em conflitos internos.
Objetivos: Reaproximar a escola e os familiares nessa fase, diminuindo os índices de vulnerabilidades psicossociais, tornando o
convívio social e familiar mais harmônico e entendido do processo de desenvolvimento humano e suas interações.

Metodologia:
Para a organização da metodologia do projeto, a escola identificou em busca ativa, alunos do 8º e 9º ano que apresentavam com-
portamentos de vulnerabilidades psicossociais, estabeleceu-se rodas de conversas quinzenais em espaço cedido pela escola, com
duração de 2 horas. Os encontros eram pautados em 2 temáticas escolhidas pelos alunos nas reuniões. Onde foi possível construir
pontos sobre: Construção do eu; Interações sociais e familiares; transtornos de ansiedade; Abusos sexuais e depressão.

Resultados:
A escola observou que os alunos que participavam das rodas começaram a buscar alunos de outras turmas em situação de vul-
nerabilidade. Havia certa euforia entre os pequenos grupos quanto aos temas das rodas; observou-se que outros pontos e com
outros atores eram criados. Viu-se também, interesse dos alunos que os pais participassem dos encontros. Como feedback da
direção escolar, pôde-se ver melhora das interações entre alunos-escola-familiares, e melhora do desenvolvimento pessoal e
estudantil.

Análise Crítica:
Logo, faz-se necessário continuidade das práticas do projeto, fortalecendo o empoderamento de cada um e propagando os bene-
fícios das rodas de conversas com assuntos construtivos, levando essa prática para além dos muros da escola.

Conclusões:
Quando os diferentes pontos de cuidado da rede de atenção primária a saúde se articulam com instituições de forte poder na
construção e articulação social, como as escolas; ver-se grande possibilidade de fortalecimento do cuidado em saúde nos dife-
rentes níveis sociais. Tornando ações dessa natureza ferramenta indispensável à gestão e planejamento de saúde, favorecendo
mudanças sociais, e minimizando dados e agravos biopsicossociais.

Referências:
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Cadernos de Atenção Básica: Saúde mental. n.34. Brasília, 2013.

ROSA, Merval. Psicologia evolutiva: psicologia da infância. vol 2, 6ª Edição. Petrópolis-RJ: Vozes, 1982.

Comunicação Oral Curta 379


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) E


INTERPROFISSIONALIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) DO MUNICÍPIO
DE SOBRAL-CE
WALLACE OSMAR AGUIAR FERREIRA
Universidade Federal do Ceará - UFC
GIZELLE NORONHA ALMEIDA (ALMEIDA, G. N.)
Universidade Federal do Ceará - UFC
POLYANNE RODRIGUES VASCONCELOS (VASCONCELOS, P. R.) –
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ARISTIDES PARENTE DA PONTE FILHO (PONTE FILHO, A. P.)
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS (FREITAS, C. A. S. L.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
RICARDO LIMA DOS SANTOS (SANTOS, R. L.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

Período de realização:
A sistematização da experiência se deu em maio e junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
O uso do Projeto Terapêutico Singular (PTS) como ferramenta para a prática colaborativa junto à equipe do Centro de Apoio
Psicossocial (CAPS).

Objetivos:
Relatar a utilização do PTS como instrumento de trabalho interprofissional pela equipe do CAPS.

Metodologia:
Trata-se de um ensaio descritivo do tipo relato de experiência sistematizado por integrantes do PET-Saúde Interprofissionalidade
de Sobral, Ceará. O cenário do estudo foi o CAPS Damião Ximenes Lopes, Sobral-CE. As ações/reuniões são realizadas quando
atestada a devida necessidade e conta com diversos profissionais do CAPS. A sistematização é descritiva por meio dos relatos das
conversas com profissionais do CAPS durante vivências do PET e consultas aos registros do serviço.

Resultados:
A construção do PTS no CAPS se dá por meio de uma reunião, denominada “roda de discussão”, que estão presentes os diferentes
atores do processo, para que juntos possam elaborar estratégias de promoção da saúde. Logo, “a roda de discussão” é o momento
que o prontuário de algum usuário do serviço é escolhido para ser debatido entre os profissionais segundo suas especialidades,
porém as abordagens de intervenção são pensadas em equipe para melhorar a qualidade da atenção à saúde.

Análise Crítica:
Em um ambiente que trabalhe vários profissionais, com formações diferentes e com visões terapêuticas diferentes, naturalmente
irão aparecer dificuldades em promover um projeto terapêutico comum ao paciente, que considere o indivíduo na sua integralida-
de. Nessa perspectiva, o PTS - que é uma agregação de propostas de atuações terapêuticas articuladas para um indivíduo, família
ou grupo – é uma ferramenta que pressupõe a busca de uma singularidade de ações a partir do diagnóstico firmado.

Conclusões:
Desse modo, o PTS se configura como um aliado eficiente na resolução dos problemas que acompanham os sujeitos assistidos no
contexto da saúde mental, uma vez que o caráter dinâmico e complexo presente nos equipamentos que atuam com a interprofis-
sionalidade exigem profissionais capazes de assegurar uma melhor atenção à saúde, dispondo de respostas necessárias para as

380 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

múltiplas demandas trazidas pelos pacientes.

Referências:

QUINHÕES, T.A.; FAVA, V. M. D. Intersetorialidade e transversalidade: a estratégia dos programas complementares do Bolsa Famí-
lia. Revista do Serviço Público, v. 61, n. 1, p.67-96, 2010.

WETZEL, C.; KOHLRAUSCH, E.R.; PAVANI, F. M.; BATISTELLA, F. S.; PINHO, L. B. Analysis of interprofessional in-service education in
a Psychosocial Care Center. Interface (Botucatu), v. 22, n. 2, p.1729-38, 2018.

MERHY, E. E. SAÚDE: a cartografia do trabalho vivo. 3a Ed. São Paulo: Editora Hucitec; 2002.

Comunicação Oral Curta 381


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PSICOLOGIA E SOCIEDADE: OBSERVATÓRIO DAS RELAÇÕES


SOCIAIS DE FORTALEZA
SÂMIA ERBÊNIA DE OLIVEIRA
Centro Universitário Farias Brito
KEILYANE DE SOUSA OLIVEIRA GOMES (GOMES, K.S.O)
Centro Universitário Farias Brito
FRANCISCO LUAN DE SOUZA CARVALHO (CARVALHO, F.L.S)
Centro Universitário Farias Brito
LÍDIA VALESCA BONFIM PIMENTEL RODRIGUES (RODRIGUES, L.V.B.P)
Centro Universitário Farias Brito

Período de realização:
O relato de experiência aqui apresentado é referente ao período de outubro de 2018 a Junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Entende-se como objeto desta pesquisa os usuários do Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Universitário Farias Brito nas me-
diações de conflitos.

Objetivos:
O projeto apresenta como objetivo principal a compreensão das relações sociais por meio de observações de mediações de confli-
tos, bem como grupos de estudo voltados a questões sociais, em vista da realização de ações que venham a culminar o que se
apreende nos momentos de discussão e observação.

Metodologia:
O resumo diz respeito a um relato de experiência de cunho descritivo acerca da participação de alunos de graduação em Psicolo-
gia e Direito do Centro Universitário Farias Brito no Observatório das Relações Sociais, projeto desta IES, proporcionando obser-
vações as mediações de conflitos no NPJ da instituição, bem como grupos de estudos e formações em vista de ações baseadas nas
pesquisas. Os encontros são semanais com o objetivo de estudo e planejamento de atividades.

Resultados:
Diante das discussões, percebe-se a necessidade de adentrar às questões relacionadas ao Suicídio na realidade de Fortaleza-CE,
visando os casos de um modo geral neste município. Sendo assim, entende-se a importância de tal estudo de maneira que se
projetem ações voltadas ao acolhimento e escuta nos contextos mais vulneráveis. Para tanto, procura-se um conhecimento mais
aprofundado acerca das questões sociais, tanto pelo estudo quanto pela observação, tal como se propõe a essência do projeto.

Análise Crítica:
Entendendo a configuração do observatório, bem como a realidade social em que este está inserido e ao que se propõe observar
e promover propostas de intervenção e cuidado com a sociedade local, deve-se compreender que toda realidade pode ser modifi-
cada. Um alargamento de possibilidades emerge diante da observação e discussão das realidades sociais as quais por vezes não
são vistas de forma significativas, em vista de transcender o olhar que percebe e adentrar o toque que cuida.

Conclusões:
Conclui-se, portanto, que existem questões de grande relevância referentes as relações familiares que aparecem frequentemen-
te nas mediações de conflitos, bem como ao suicídio, motivando assim os estudos e discussões, visando possibilidades de inter-
venção e cuidado. Assim como afirma (FINE, 2005) se pensarmos no cuidado como algo essencial a vida humana é imprescindível
compreendê-lo como uma necessidade às questões de vulnerabilidade social.

Referências:

CASTEL, R. A insegurança social: o que é ser protegido? Petrópolis: Vozes, 2005.

FINE, Michael. Individualization, risk and the body: Sociology and care. Journal of Sociology, v. 41, n. 3, p. 247-266, 2005.

382 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS QUE VIVENCIAM SITUAÇÃO


DE RUA SOB OLHAR DA ENFERMAGEM
MARIA ALINE MOREIRA XIMENES, XIMENES, M.A.M.
Universidade Estadual Vale do Acaraú
MARIA GIRLANE SOUSA ALBUQUERQUE BRANDÃO, BRANDÃO, M.G.S.A.
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
CAROLINE PONTE ARAGÃO, ARAGÃO, C.P.
Universidade Estadual Vale do Acaraú
RICARDO JOSÉ DA SILVA, SILVA, R.J.
Secretaria de Direitos Humanos, Habitação e Assistência Social de Sobral
THIAGO MOURA DE ARAÚJO, ARAÚJO, T.M.A.,
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
LÍVIA MOREIRA BARROS, BARROS, L.M.

Período de realização:
A atividade foi realizada em julho de 2019, no período da tarde.

Objetivo da Experiência:
Educação em saúde com cuidadores de uma Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI), sobre Incontinência Urinária e
cuidados com a pele.

Introdução:
O ambiente inóspito que pessoas em situação de rua são sujeitas influencia diretamente na qualidade de vida, principalmente nos
domínios saúde física, relações sociais e psicológicas (WONG et al., 2018). Entender como esta população avalia aspectos asso-
ciados à sua qualidade de vida poderá viabilizar estratégias de ações de saúde que englobem o ser holístico e seus determinantes
sociais de saúde.

Objetivos:
Esse estudo tem como objetivo identificar qual o nível de qualidade de vida de pessoas em situação de rua.

Metodologia:
Estudo exploratório, descritivo com abordagem quantitativa, realizado de maio a dezembro de 2018, no Centro de Referência Es-
pecializado para População em Situação de Rua (Centro POP) em Sobral, Ceará, Brasil. Fizeram parte da amostra 33 participantes
que possuíam idade igual ou superior a 18 anos e estavam em atendimento no Centro POP. Os critérios de exclusão foram: estar
sob efeito de substâncias psicotrópicas ou estar vinculado ao abrigo do Centro POP. Os dados foram coletados por entrevista
através de dois instrumentos: um sobre o perfil sociodemográfico e o outro era o Whoqol-bref para avaliar a qualidade de vida.

Resultados:
O perfil dos participantes foi de homens, com idade média de 36,33, solteiros e com filhos, com ensino fundamental incompleto,
católicos e sem renda fixa. Quanto as médias dos escores do Whoqol-bref, o domínio físico apresentou o maior escore médio
(13,77 ±2,25), seguido pelos domínios psicológico (13,01 ±2,71) e relações sociais (11,60 ±3,14). O domínio que apresentou o
menor escore médio foi o do meio ambiente (9,55 ±2,19). Com relação as facetas dos domínios de qualidade de vida as médias
mais baixas foram novas informações e habilidades (16,66), recursos financeiros (17,42), dor e desconforto (27,27), atividades
cotidianas (28,78), recreação e lazer (31,06) e transporte (31,06).

Análise Crítica:
O déficit no conhecimento dos cuidadores sobre os cuidados da pele, associado ao uso indiscriminado de fraldas em idosos in-
continentes, reforça a necessidade de atualização constante das práticas de cuidado. Segundo Bitencourt, Alves e Santana (2018),
as fraldas para adultos são um exemplo de tecnologias incorporadas na assistência sem as devidas indicações de uso, tempo,

Comunicação Oral Curta 383


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

processo ou produtos adequados. Tal desatualização contribui para a ocorrência de lesões de pele e maior custo na assistência.

Conclusões:
Este estudo evidencia uma qualidade de vida negativa, posto que todos os domínios de avaliação se encontram afetados, princi-
palmente no que concerne ao meio ambiente, o que reflete o quanto o fato de viver nas ruas é prejudicial à saúde e ao bem-estar
do indivíduo. Nesse contexto, é importante que os profissionais de saúde considerem estas evidências no direcionamento ações
que promovam melhorias a qualidade de vida desta clientela.

Referências:
WONG, F.Y., YANG, L., JOHN, W. M., YUEN, J.W.M., CHANG, K.K.P., WONG, F.K.Y. Assessing quality of life using WHOQOL-BREF: a
cross-sectional study on the association between quality of life and neighborhood environmental satisfaction, and the mediating
effect of health-related behaviors. BMC Public Health, v. 18, n. 1, p. 1113, sep 2018.

384 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

QUANDO A CABEÇA NÃO PENSA O CORPO PADECE:


CARACTERÍSTICAS DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS ACOMPANHADOS POR UM CAPS AD
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO
Prefeitura Municipal de Sobral
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R.M.M.)
Universidade Federal do Ceará
EDIJANE ARAÚJO DA SILVA - SILVA, E.A.
Prefeitura Municipal de Sobral, Assistente Social do CAPS AD de Sobral
LEILA LOPES VASCONCELOS (VASCONCELOS, L.L)
Prefeitura Municipal de Sobral, Psicóloga do CAPS AD de Sobral
JOSÉ NILTON RODRIGUES (RODRIGUES, J.N.)
Prefeitura Municipal de Sobral, Psiquiatra e Coordenador da Residência de Psiquiatria

Introdução:
O uso abusivo de substâncias psicoativas é considerado um problema de saúde pública. Visto que favorece a ocorrência de aci-
dentes, criminalidade, violência, distúrbios de conduta, transtornos mentais, desenvolvimento psicossocial prejudicado, gravidez
indesejada e maior exposição às infeções sexualmente transmissíveis.

Objetivos:
Traçar as características de usuários de substâncias psicoativas acompanhados pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras
Drogas de Sobral, Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Realizado no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras
Drogas de Sobral com amostra de 306 participantes. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada
contendo aspectos clínicos e de padrão de consumo. Foram excluídos aqueles que apresentaram algum déficit cognitivo grave
ou que não tinham condições de serem entrevistados por falta de comunicação verbal ou por estarem sob o efeito de alguma
substância. Os dados foram processados no Microsoft Excel e analisados com estatística descritiva O estudo foi aprovado com
parecer nº 2.739.560.

Resultados:
Em relação a SPA Problema, a Cocaína/Crack foi identificada em 40,25% (n=123), Álcool em 44,1% (n=135), Tabaco em 11,8%
(n=36) e Maconha em 7,8% (n=24). Sobre os Diagnósticos mais presentes entres os usuários acompanhados o F19 76,8% (n=235),
e F10 17% (n=52) foram os de maior proporção. Quanto ao histórico de internação psiquiátrica 55,2 % (n=169) afirmaram já terem
sido internados para tratamento. Características sócio demográficas: 84,3% do sexo masculino, a faixa etária que prevaleceu foi
de 30 – 49 anos, com 170 usuários; 34,6% possui apenas o Ensino fundamental incompleto; e renda familiar de 73 dos entrevis-
tados é menor que 01 salário mínimo, a maior parcela.

Conclusões:
Conhecer as características dos usuários acompanhados nos serviços de saúde mental é uma das melhores estratégias para ela-
boração dos projetos terapêuticos singulares. Entendendo a relação entre suicídio e uso de substâncias psicoativas é fundamental
para identificar quais são os sinais de risco em torno dessa problemática podendo fazer toda a diferença na abordagem e abrir
caminho para a prevenção e cuidado dos usuários e familiares.

Referências:
BATISTA, L. S. S; BATISTA, M; CONSTANTINO, P. Perfil de usuários de substância psicoativas do CAPSAD em 2000 e 2009, Campos
dos Goytacazes, RJ. Ciências Biológicas e da Saúde, v. 7, n. 2, p. 23-38, 2012.

Comunicação Oral Curta 385


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REPERCUSSÃO DA SAÚDE MENTAL DEVIDO AO PROCESSO DE


ALIENAÇÃO PARENTAL: REVISÃO INTEGRATIVA
ISABELLE CERQUEIRA SOUSA
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
ANA OFÉLIA PORTELA LIMA (LIMA, A.O.P)
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
CESÁRIO RUI CALLOU FILHO (FILHO, C.R.C)
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
ANNA KARYNNE MELO (MELO, A.K)
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
ANA PAULA ABDON (ABDON, A.P)
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
ANA MARIA FONTENELLE CATRIB (CATRIB, A.M.F)
Universidade de Fortaleza – UNIFOR

Introdução:
Alienação parental é uma junção de fatores que prejudica a relação dos filhos com os pais, quando sofrem com o afastamento do
genitor. Além do divórcio dos pais, os problemas de saúde mental na criança podem estar associados a tensão familiar, ansiedade
e medo no menor. O estudo teve como objetivo identificar os danos mentais provocados na criança que sofre com a alienação
parental.

Objetivos:
Identificar na literatura científica, os danos mentais provocados na criança que sofre com a alienação parental e que pode causar
prejuízos durante toda a vida.

Metodologia:
Trata-se de revisão integrativa de literatura, desenvolvida em julho de 2019, através de um levantamento eletrônico na Bibliote-
ca Virtual de Saúde (BVS). Na primeira etapa foi realizada a busca utilizando os descritores em saúde (DECs): “Alienação social”,
“Crianças” e “Saúde mental”. Na segunda etapa foi feita a leitura dos resumos selecionados, para verificar quais estudos eram
pertinentes ao objetivo deste trabalho. Como terceira etapa, os artigos foram selecionados a partir da leitura dos textos comple-
tos, publicados em português de 2010 a 2018. Foram excluídas as teses, dissertações e referências sem acesso ao texto completo.
Após análise criteriosa a amostra final totalizou 32 artigos.

Resultados:
Utida, Santos e Oliveira (2018) relatam que as crianças que enfrentam a alienação parental apresentam sentimentos que prejudi-
cam o desenvolvimento infantil: baixa autoestima, depressão, isolamento, insegurança e culpa, podendo desenvolver a Síndrome
de Alienação Parental. Catenace e Scapin (2018) falam que a lei 12.318/10 foi criada para proteger nesses casos, para evitar que
a alienação se transforme na Síndrome de Alienação Parental (SAP), pois os malefícios psicológicos nas vítimas são muitos: medo,
agressividade, bloqueio nas relações sociais, dificuldades escolares, depressão, transtornos de personalidade, desespero, culpa,
envolvimento com drogas e suicídio (CATENACE e SCAPIN, 2018).

Conclusões:
Conclui-se que as consequências negativas da alienação parental para a saúde mental das crianças são muitas, prejudicando o seu
desenvolvimento de uma forma global, as relações sociais e toda a sua forma de perceber o mundo. Portanto, essa revisão sugere
que novos estudos sejam conduzidos na área da saúde mental, ressaltando a importância da implementação de estratégias sociais
para evitar os danos mentais e sofrimento de toda a família.

Referências:
BARBOSA, Charles Wesley; ZANDONADI, Antônio Carlos. Alienação parental e seus impactos no desenvolvimento psicológico da
criança e do adolescente. Revista FAROL, v. 7, n. 7, p. 58-72, 2018.

386 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CARDIN, Valéria Silva Galdino; RUIZ, Ivan Aparecido. Da mediação na alienação parental. Revista Em Tempo, v. 16, n. 01, p. 287-
306, 2018.

CATENACE, RODOLFO VINÍCIOS; SCAPIN, ANDRÉ LUÍS. Síndrome da alienação parental: efeitos psicológicos gerados na tríade fa-
miliar pela síndrome da alienação parental. Revista Uningá Review, v. 28, n. 1, 2018

MADALENO, A.C.C. Síndrome de alienação parental: a importância de sua detecção com seus aspectos legais e processuais. Rolf
Madaleno. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Editora, Forense, 2014.

UTIDA, Fania M.M.; SANTOS, José Roberto O. A família sob o olhar da alienação parental. Revista Uningá Review, v. 28, n. 2, 2018

RECH, Leticia Cristina et al. Alienação parental: as consequências de um problema social. Mostra IFTec em Resumos, n. 5, 2018.

Comunicação Oral Curta 387


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE HUMANIZAÇÃO E


MULTIDISCIPLINARIDADE, NO CONTEXTO HOSPITALAR
MÁRCIA FERNANDA ARRAIS RODRIGUES
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
ERILENE ALVES DE SOUSA (SOUSA, E. A.)
Centro Universitário INTA–UNINTA
JESSICA TARCYLLA BEVILAQUA AGUIAR (AGUIAR, J. T. B.)
Universidade Federal do Ceará-UFC

Introdução:
Humanizar a assistência em saúde demanda um lugar para o usuário e para os profissionais da saúde, de maneira que consigam
fazer parte de uma rede de comunicação, que pense e possibilite as ações e propostas que prezem a ética, o respeito, o reco-
nhecimento mútuo e a solidariedade (BECK; MINUZI, 2011). Nesse contexto, a conduta multidisciplinar mostra--se uma maneira
promissora de atendimento.

Objetivos:
Discutir sobre humanização na assistência multidisciplinar, considerando o contexto hospitalar.

Metodologia:
Revisão integrativa, realizada no banco de dados da Scielo (Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-ame-
ricana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram utilizados os descritores: Humanização; Hospital; Assistência Multidisciplinar,
obtendo-se o resultado de 118 artigos. Os critérios de inclusão foram: artigos nacionais completos que versavam sobre a temática,
publicados em 2009 a 2019. Foram excluídos 108, por não estarem de acordo com os critérios de inclusão. Assim, foram selecio-
nados 10 artigos: 3 publicados em 2010, 2 em 2011, 3 em 2012 e 1 em 2013.

Resultados:
Segundo Moraes et al. (2011) humanizar consiste, fundamentalmente, em tornar bela a prática assistencial, por mais que ela lide
com o que tem de mais degradante, doloroso e triste na natureza humana: o sofrimento a deterioração e a morte. Refere-se por
tanto, a possibilidade de assumir uma posição ética e de respeito aos limites do outro. Sobre a assistência multidisciplinar, pontu-
a-se que atividade de cada profissional no hospital é inerente a de seu colega, o que provoca, logicamente, em responsabilidade
ética compartida (ANUNCIAÇÃO, 2010).

Conclusões:
A fim de promover um tratamento digno e ético aos pacientes hospitalizados, é coerente que se enfatize a necessidade de uma
equipe multiprofissional que precisa assumir o compromisso de negociar um objetivo comum (BIFULCO; FERNANDES; BARBOZA,
2010), que deve ser, prioritariamente, a humanização. Para tanto, é fundamental que articular conhecimento técnico, científico,
humano e afetivo dos profissionais entre si e para com o paciente.

Referências:
ANUNCIACAO, A.L. Hospital: valores éticos que expressam sua missão. Rev. Assoc. Med. Bras, São Paulo, v. 54, n. 6, 2010.

BECK, C.L.C; MINUZI, D. O acolhimento como proposta de reorganização da assistência à saúde: Uma Análise Bibliográfica. Saúde,
v.34, n.1, pp 37-43. 2011.

BIFULCO, V.R; FERNANDES, H.J; BARBOZA, A.B. Câncer uma visão multiprofissional. São Paulo: Editora Manole, 2010.

MORAES, J.C.; GARCIA, V. da G.L.; FONSECA, A. da S. Assistência prestada na unidade de terapia intensiva adulta: Visão dos clien-
tes. Revista Nursing.v.79, n.7, 2004.

388 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ATENÇÃO


BÁSICA EM SAÚDE
KEROLAYNE DE CASTRO FONTENELE
Universidade Federal do Piauí - UFPI
ANA ESTER MARIA MELO MOREIRA (MOREIRA, A.E.M.M)
Universidade Federal do Piauí - UFPI
THALIA ARIADNE PENÃ ARAGÃO (ARAGÃO, T.A.P)
Universidade Federal do Piauí - UFPI
JOSÉ LUCAS SOARES DE ARAÚJO (ARAÚJO, J.L.S)
Universidade Federal do Piauí - UFPI
BRENDA BRITO RAMOS (RAMOS, B.B)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
DEBORA ALVES SOUSA (SOUSA, D.A
Universidade Federal do Piauí - UFPI

Período de realização:
A experiência foi realizada teve a duração de seis meses no semestre de 2018.2.

Objetivo da Experiência:
Atenção Integral a Saúde Mental de Crianças e Adolescente.

Objetivos:
O presente trabalho objetiva apresentar a experiência de atenção integral à saúde mental de crianças e adolescentes com sinto-
mas de ansiedade e compreender como os contextos de vulnerabilidade psicossocial no qual estão inseridos, acarretam processos
de adoecimento.

Metodologia:
A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa participativa tendo como estratégia metodológica a observação participante.
As metodologias participativas de pesquisa e facilitação psicossocial que buscam construir conhecimento compartilhado entre
saber acadêmico e saber popular, construindo caminhos de transformação da sociedade. A sistematização ocorreu através da
técnica do diário de campo. A abordagem compreende a importância de construção de conhecimento para transformação social.

Resultados:
A atuação possibilitou a imersão em questões de atenção integral a saúde mental de crianças e adolescentes. Receio, medo e an-
siedade emergiam nas narrativas. Foram estabelecidos vínculos e cuidado psicossocial, tendo o brincar como estratégia terapêu-
tica. Além disso, foi desenvolvido espaço de cuidado com a família e atuação intersetorial na rede, com a Clínica Escola de Psico-
logia e Conselho Tutelar. Entendemos que a clínica ampliada é composta de atividades de abordagem comunitária e intersetoriais

Análise Crítica:
A atenção integral a saúde mental de crianças e adolescentes é um desafio a formação e ao cotidiano do trabalho dos profissio-
nais da Estratégia Saúde da Família (ESF). Compreendemos como importante desenvolver estratégias de cuidado psicossocial a
infância e adolescência na atenção básica em saúde. Ao longo da vivência percebemos ausência de atuação no âmbito da clínica
psicossocial, abordagem comunitária e ações intersetorial no âmbito da infância e adolescência.

Conclusões:
Compreendemos que a atenção a saúde mental de crianças e adolescentes consiste em espaços de construção de um sistema
de saúde orientado para as necessidades de saúde da população. O processo de facilitação psicossocial potencializa a atuação
em direção a integralidade do cuidado. Consideramos que é necessário a organização de processos de educação permanente em
saúde orientados para a transformação da formação e do trabalho em saúde.

Comunicação Oral Curta 389


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
Arce VAR, Sousa MF de, Lima MG. A práxis da Saúde Mental no Âmbito da Estratégia Saúde da Família: contribuições para a cons-
trução de um cuidado integrado. Physis Revista de Saúde Coletiva 2011; 21(2):541-560.

Camuri D, Dimenstein M. Processos de trabalho em saúde: práticas de cuidado em saúde mental na estratégia saúde da família.
Saúde Soc 2010; 19(4):803-813.

Dalla Vecchia MD, Martins STF. Concepções dos cuidados em saúde mental por uma equipe de saúde da família, em perspectiva
histórico-cultural. Cien Saude Colet 2009; 14(1):183-193.

390 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE MENTAL E SITUAÇÃO DE RUA: AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS


DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO DE PESSOAS ATENDIDAS POR
UM CENTRO POP
MARIA GIRLANE SOUSA ALBUQUERQUE BRANDÃO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
MARIA ALINE MOREIRA XIMENES
Universidade Estadual Vale do Acaraú
CAROLINE PONTE ARAGÃO
Universidade Estadual Vale do Acaraú
THIAGO MOURA DE ARAÚJO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
LÍVIA MOREIRA BARROS
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Introdução:
Pessoas em situação rua (PsR) utilizam ambientes públicos como local de moradia e apresentam fatores de risco que potenciali-
zam o surgimento de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, as quais podem intervir no seguimento de tratamentos,
reinserção social, dificultar a conquista de moradia estável, obtenção de emprego e a procura por serviços de saúde (LOWRIE et
al., 2019).

Objetivos:
Avaliar os níveis de ansiedade e depressão de pessoas em situação de rua.

Metodologia:
Estudo exploratório descritivo realizado com 33 PsR atendidas em Centro de Referência Especializado para a População em Situ-
ação de Rua (Centro POP) de cidade do Ceará, no período de maio a dezembro de 2018, selecionadas por meio dos critérios de
inclusão: PsR atendidas no Centro POP, com idade igual ou superior a 18 anos; e critérios de exclusão: ter comprometimento cog-
nitivo ou estar sob efeito de agentes psicotrópicos. Para coleta de dados aplicou-se questionário sociodemográfico e Inventário de
Ansiedade e Depressão de Beck. Todos os participantes assinaram o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). O estudo
foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú (n°2.083.621/2017).

Resultados:
Todos os participantes do estudo eram do sexo masculino com idade média de 36,33 (±8,66). A maioria tinha ensino fundamental
incompleto (42,4%) ausência de renda mensal (60,6%). Na avaliação da ansiedade, verificou-se que quatro PsR foram considera-
das com sintomas normais e oito com sintomas de ansiedade leves. Identificou-se grau moderado de ansiedade em 13 partici-
pantes e oito com grau de ansiedade severo. Em relação à análise da depressão, verificou-se que apenas uma PsR foi classificada
com sintomas normais, enquanto nove foram consideradas com sintomas depressivos leves. Foi constatado grau moderado de
depressão em 10 participantes, e 13 PsR apresentam grau severo de depressão.

Conclusões:
A situação de rua acomete predominantemente homens com grau severo de depressão e grau moderado de ansiedade. É essen-
cial refletir as problemáticas sociais e de saúde desses indivíduos e instituir uma rede de apoio diferenciada e livre de precon-
ceitos que possa subsidiar ações direcionadas, que venham a cooperar com a qualidade da assistência em saúde psicossocial às
pessoas em situação de rua, além de coadjuvar com a reinserção familiar.

Referências:
LOWRIE, F.; GIBSON, L.; TOWLE, I.; LOWRIE, R. A descriptive study of a novel pharmacist led health outreach service for those
experiencing homelessness. Int J Pharm Pract. v.8, n.1, p.1-7, 2019.

Comunicação Oral Curta 391


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SOBRECARGA EMOCIONAL DOS FAMILIARES CUIDADORES DE


PESSOAS COM ESQUIZOFRENIA
MARIANA SOUSA NASCIMENTO
Faculdade IEDCUCARE
JOYCE MARIA PORTELA DE BRITO (BRITO, J.M.P)
Centro Universitário Inta - UNINTA
IASMIM CUNHA MARANGUAPE ARAÚJO (ARAÚJO, I.M.C)
Universidade Estadual Vale do Acaraú –UVA
ANA CARLA SOUSA NASCIMENTO (NASCIMENTO, A.C.S)
Universidade Estácio de Sá
JANETE ALVES DA SILVA (SILVA, J.A)
Universidade Estadual Vale do Acaraú –UVA
FRANCISCA EDINETE DE ALMEIDA OLIVINDO (OLIVINDO, F.E.A)
Centro Universitário Inta - UNINTA

Introdução:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2018), existem vários tipos de transtornos mentais e que geralmente afetam a
organização do pensamento, percepções, emoções e comportamentos que implicam nas relações pessoais da pessoa acometida.
Entre eles estão a depressão, esquizofrenia e outras psicoses, deficiência intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo
o autismo.

Objetivos:
Investigar os fatores emocionais de sobrecarga diária do familiar cuidador de pessoas com esquizofrenia, descrever os aspectos
relacionados ao desgaste emocional e identificar mecanismos utilizados para minimizar a sobrecarga.

Metodologia:
É uma pesquisa de campo do tipo exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa e quantitativa, que foi realizada na Farmácia
Municipal de Tianguá-CE em outubro de 2018. Participaram da pesquisa 36 familiares que cuidam de pessoas com esquizofre-
nia a pelo menos um ano, independentemente de grau de instrução e que aceitaram participar da pesquisa. Foi utilizado como
instrumento para coleta de dados um questionário baseado na escala de verificação de Likert. Os aspectos éticos foram respeita-
dos, conforme a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). A pesquisa obteve aprovação com o parecer
3.063.476 e CAEE: 02668818.3.0000.8133.

Resultados:
Verificou-se uma grande sobrecarga emocional nos cuidadores, onde 48% sentem--se totalmente sobrecarregadas e 1/3 se dedi-
cam inteiramente ao cuidado do paciente. Identificou-se que um em cada cinco cuidadores desta população realizava tratamento
medicamentoso para depressão, podendo este distúrbio afetivo estar relacionado ao excesso de afazeres por exercer este papel. A
estratégia de minimização mais utilizada pelos participantes é exercer sua espiritualidade, onde 55% dos entrevistados responde-
ram exercê-la para reduzir ou aliviar sua sobrecarga. Quanto às opiniões de suporte 47% referiram as Unidades Básicas de Saúde
como contexto de suporte.

Conclusão:
Essa pesquisa contribui para que unidades e profissionais de saúde mental trabalhem estratégias de conhecimento, enfrentamen-
to e atuação sobre esses fatores. No qual, também colaborará repassando informações mais atualizadas sobre a sobrecarga de
cuidado desses familiares, ressaltando a necessidade de mais estudos aprofundados sobre o tema.

Referências:
BRASIL. resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. 2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Folha informativa- transtornos mentais, 2018. Disponível em:
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5652:folha-info rmativa-transtornos-mentais&Ite-
mid=839 Acesso em: 23. Set. 2018.

392 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SOFRIMENTO PSÍQUICO E QUALIDADE DE VIDA DOS


PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
TACYLA GEYCE FREIRE MUNIZ JANUÁRIO JANUARIO, T. G. F. M.;
Universidade Regional do Cariri - URCA; Acadêmica de Enfermagem
da Universidade Regional do Cariri
MARIA ISABEL CAETANO DA SILVA; SILVA, M. I. C.;
Acadêmica de Enfermagem da
Universidade Regional do Cariri - URCA;
RAUL RORISTON GOMES DA SILVA; SILVA, R. R. G.;
Acadêmico de Enfermagem da
Universidade Regional do Cariri - URCA;
SIMONE MARCELINO LOPES; LOPES, S. M.;
Acadêmica de Enfermagem da Universidade
Regional do Cariri - URCA;
WONESKA RODRIGUES PINHEIRO; PINHEIRO, W. R.;
Professora do Curso de Enfermagem
da Universidade Regional do Cariri – URCA
MARIA CORINA AMARAL VIANA; VIANA, M. C. A.;
Professora do Curso de Enfermagem da
Universidade Regional do Cariri – URCA.

Introdução:
Dentre os profissionais da saúde que estão mais susceptíveis ao comprometimento do bem-estar mental, a equipe de enfer-
magem tem se destacado. A interação constante com os pacientes e familiares, condições, ambiente e a elevada carga horária
de trabalho da maioria, tem contribuído para o aumento do estresse e tensão emocional, provocando assim o desgaste físico e
mental desses profissionais.

Objetivos:
Identificar na literatura as condições de trabalho que levam ao comprometimento da saúde mental e da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa, realizada na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nos meses de abril a junho de 2019, nas bases
de dados: Medical Literature Analysis andRetrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS) e Base de dados de Enfermagem (BDENF). Os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) foram: Saúde Mental,
Qualidade de Vida, Profissionais de Enfermagem. A aplicação dos filtros: Texto completo disponível; idiomas português e inglês;
tipo de documento artigo, nos anos de 2010 a 2019; resultou em 214 artigos. Com a leitura de títulos e resumos, obtiveram-se 34
estudos, que após leitura na íntegra, restaram apenas 15.

Resultados:
Constatou-se que maioria dos profissionais de enfermagem apresentam elevada jornada de trabalho, algo que contribui para o
cansaço mental e físico das pessoas. Estudos mostram que este fator não influencia na qualidade de vida, mas sim o esforço físico
realizado pelo profissional dentro do serviço. Indivíduos que trabalham no horário noturno e nos setores de emergência e Uni-
dade de Terapia Intensiva apresentaram impactos importantes no seu bem-estar, por estarem em contato frequente com fatores
estressores como a morte, pelas situações relacionadas ao ambiente, ao processo saúde-doença dos pacientes, falta de apoio
social, cansaço, sono e à organização do processo de trabalho.

Conclusões:
Dessa forma, faz-se necessário uma atenção especial aos profissionais de enfermagem, tendo em vista que as condições de tra-

Comunicação Oral Curta 393


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

balho e os fatores estressores que contribuem para o sofrimento mental e adoecimento físico desse público são modificáveis.
Ademais, o acompanhamento psicológico da equipe de saúde em geral é importante, pois contribui tanto com a melhoria da
qualidade de vida dos profissionais, como influencia na qualidade da assistência.

Referências:
ALVES, S. R.; SANTOS R. P.; YAMAGUCHI, M. U. Satisfaction of thenursingteam in mental healthservices – a comparativestudybe-
tweenpublicandprivateinstitutionprofessionals. REME Rev Min Enferm., v. 21, 2017.

REZENDE, L. C. M. et. al. Occupationalaccidentsandtheirimpacttothehealth of nursingprofessionals. Rev Baiana Enferm., v. 29, n.


4, p. 307-317, 2015.

394 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SOMANDO VÍNCULOS, REDUZINDO DANOS: IMPLANTAÇÃO DE


UM GRUPO INTERSETORIAL SOBRE REDUÇÃO DE DANOS NO
SERVIÇO CENTRO-POP DE SOBRAL, CEARÁ
Francisco Annielton Borges Sousa
Universidade Federal do Ceará
Joel de Almeida Siqueira Junior
Ana Cindy de Sousa Fonteles
Antonia Sheilane Carioca Silva
Dassayeve Távora Lima
Paulo Henrique Dias Quinderé

Período de realização:
Abril à novembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
Explicitar a experiência da implantação de um grupo intersetorial pautado na ética da redução de danos no serviço assistencial
Centro-Pop.

Objetivos:
A implantação de um grupo intersetorial pautado na ética da redução de danos no serviço assistencial Centro-Pop.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado no ano de 2018, por residentes de saúde mental. Contou
com a participação de dez usuários do serviço e foi abordado temas como acesso a saúde, direitos sociais, redução de danos no
uso de álcool e outras drogas, uso de medicações e construção de insumos para redução de danos.

Resultados:
Mediante as atividades desenvolvidas foi possível tornar o grupo como estratégia de cuidado aos usuários, obter novos conheci-
mentos e desenvolvimento de consciência crítica e reflexiva, junto aos usuários e profissionais do serviço, e sensibilizar a equipe
do serviço e população em geral sobre preconceitos e estigmas, assim como fortalecer a Política de Redução de Danos no serviço
Centro-Pop.

Análise Crítica:
Dentro da sociedade contemporânea, particularmente nos grandes centros urbanos, a existência da população em situação de rua
é uma questão social que assumem novas expressões sociais. Esse grupo apresenta condições de vida e inserção social precárias,
habitam logradouros ou albergues públicos e vivenciam situações de trabalhos informais. A redução de danos situa o uso de dro-
gas como uma questão de saúde pública, visando à elaboração de estratégias de cuidado mais próximas da realidade.

Conclusões:
Tais iniciativas apostam na corresponsabilização da assistência e colaboração interprofissional, como estratégia de potencializa-
ção dos diversos dispositivos que compõem a rede intersetorial.

Referências:
A psicologia e a população em situação de rua: novas propostas, velhos desafios / Conselho Regional de Psicologia Minas Gerais
(CRP-MG), organizador. -- Belo Horizonte : CRP 04, 2015.

Saúde mental das pessoas em situação de rua: conceitos e práticas para profissionais da assistência social / Carmen Lúcia Albu-
querque de Santana, Anderson da Silva Rosa, organizadores. -- São Paulo : Epidaurus Medicina e Arte, 2016.

Comunicação Oral Curta 395


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

TERAPIA DE RESGATE DA AUTOESTIMA PARA CUIDADORES DE


PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FRANCISCA JANIELLE LIMA DUTRA SOARES
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
ALBERTINA ANTONIELLY SYDNEY DE SOUSA- SOUSA, A. A. S.
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Período de realização:
A vivência correu no período de outubro de 2018.

Objetivo da Experiência:
A terapia de grupo foi idealizada para minimizar os efeitos da baixa autoestima identificada entre cuidadores de pessoas com
deficiências.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada por uma acadêmica de Enfermagem acerca da realização de uma terapia de grupo voltada a cui-
dadores de pessoas com deficiências atendidas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do município de Guaiúba.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência realizado durante as práticas da disciplina de Processo de Cuidar na Saúde Mental do curso
de Enfermagem da UNILAB. A ação teve duração de uma hora e trinta minutos e foi desenvolvida em três etapas: dinâmica de
“quebra- -gelo” para reflexão da autoimagem, seguida de uma discussão sobre autoestima e maneiras de elevá-la. Na última etapa
a dinâmica intitulada “o que afeta e o que recupera sua autoestima?” promoveu diálogos e troca de experiências entre o grupo.

Resultados:
Participaram da terapia quatro cuidadores de pessoas acompanhadas na APAE. A dinâmica de quebra-gelo utilizando o espelho
evidenciou uma insatisfação com a própria imagem. Através da dinâmica “o que afeta e o que recupera sua autoestima?”, as par-
ticipantes mencionaram que, por conta da elevada demanda de cuidados, não tinham tempo para si; coisas simples como cuidar
da aparência foram mencionadas como estratégias para melhorar a autoestima.

Análise Crítica:
As participantes se mostraram motivadas a buscar melhorias na sua qualidade de vida, identificando-se uma autopercepção mais
positiva após a vivência. Além disso, essa experiência possibilitou o alinhamento entre a teoria e prática, contribuindo para a
formação acadêmica.

Conclusões:
Ressaltamos a importância das abordagens grupais não só a pessoas portadoras de deficiências ou outras condições crônicas, mas
também com os cuidadores, devido à sua acentuada carga de estresse e ansiedade. O grupo terapêutico potencializa as trocas
dialógicas, o compartilhamento de experiências e melhoria na qualidade de vida, principalmente no contexto da sobrecarga de
tarefas e acúmulo de papeis do cuidador (SANTANA et al, 2005).

Referências:
SANTANA, R. F.; SANTOS, I.; CALDAS C. P. Cuidando de idosos com demência: um estudo a partir da prática ambulatorial de enfer-
magem. Rev Bras Enferm 2005;58(1):44-8.

396 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

TRANSTORNO DO PÂNICO: UM ESTUDO DE REVISÃO


ESTHELA SÁ CUNHA
Universidade Federal do Ceará
ERICA DE PAULA SOUSA
JORGE SAMUEL DE SOUSA TEIXEIRA
MIKAELLY MONIQUE NO NASCIMENTO COSTA
TAYNARA KELLE DE MENESES LIMA

Introdução:
Os Transtornos de Ansiedade estão cada vez mais presentes na população global. Segundo relatório de 2015 da OMS, afetam cerca
de 9,3% (18.657.943) dos brasileiros. A etiologia, sintomas, tratamento e a epidemiologia, embora apresentados à luz de múlti-
plos campos, são aspectos importantes de conhecimento para a efetivação de práticas de identificação, prevenção e tratamento
desses transtornos.

Objetivos:
Delinear um panorama das principais causas levantadas em estudos anteriores acerca do Transtorno do Pânico (TP) propostos
por campos como a psicologia, psiquiatria, farmacologia e medicina, tais como etiologia, sintomas, tratamento e epidemiologia.

Metodologia:
Foram realizadas buscas por trabalhos científicos que contemplassem estudos e pesquisas acerca do Transtorno do Pânico. Sen-
do tais buscas efetivadas utilizando-se as plataformas de bases de dados Scielo, Google Acadêmico e Eric (Education Resources
Information Center); tendo como palavras-chave empregadas para a busca “Transtorno do Pânico”; “etiologia”, “sintomas” e “tra-
tamento”. Inicialmente, foram encontrados 76 artigos, selecionados por seus respectivos resumos; posteriormente, excluíram-se
aqueles que não se adequavam à temática proposta, restando 33 trabalhos para análise e constituição da referência bibliográfica
da presente revisão.

Resultados:
A literatura acerca do TP apresenta concepções distintas sobre o transtorno, sobretudo ao tipo de tratamento, embora não in-
compatíveis entre si. Diversos fatores são atribuídos à etiologia: biológicos, cognitivos, comportamentais e psicossociais. Sensa-
ção de taquicardia, respiração irregular, aperto no peito, tontura, sudorese e agorafobia são os principais sintomas. Existem três
principais formas de tratamento: psicofarmacológico, psicoterapêutico e o combinado (Salum, Blaya & Manfro, 2009), a psico-
terapia pode variar de acordo com a abordagem psicológica. Embora o transtorno seja abordado por vários campos da saúde, os
trabalhos encontrados apresentam diálogos promissores entre as áreas.

Conclusões:
O conhecimento das formas de apresentação dos transtornos mentais é importante à efetivação de práticas de manejo clínico
e promoção da saúde. O caráter dinâmico do psiquismo e das relações sociais entre os seres humanos propõe a necessidade de
constante revisão das teorias e manuais diagnósticos. Embora cada campo da saúde apresente uma concepção particular, é ne-
cessária uma maior integração para que se possa aumentar o escopo de informações.

Referências:
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed Editora, 2018.

GOODWIN, R. D., FERGUSSON, D. M., HORWOOD, L. J. Childhood abuse and familial violence and the risk of panic attacks and
panic disorder in young adulthood. Psychological medicine, v. 35, n. 6, p. 881-890, 2005.

SALUM, G. A., BLAYA, C., & MANFRO, G. G. Transtorno do pânico. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 86-94, 2009.

Comunicação Oral Curta 397


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA


SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A PSICOLOGIA E A TEMÁTICA DAS
DOENÇAS CRÔNICAS
PEDRO IGOR DA FROTA VIANA DO NASCIMENTO
Universidade Federal do Ceará - UFC
LUIZ AUGUSTO SOUZA BARBOSA (BARBOSA, L. A. S.)
Universidade Federal do Ceará - UFC
MARIA SUELY ALVES COSTA (COSTA, M. S. A.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução:
As Doenças Crônicas são caracterizadas por sua progressão lenta no decorrer da vida. No Brasil, em 2015, algumas delas foram
responsáveis por mais de 50% dos óbitos. Os sujeitos acometidos por tais doenças demandam de uma atenção multiprofissional.
É evidente o sofrimento psíquico diante de tais condições. A Psicologia é um relevante saber que auxilia no acolhimento e no
planejamento interventivo.

Objetivos:
Realizar um estudo de revisão bibliográfica sistemática de artigos que apontam a relação entre a Psicologia e a temática das Do-
enças Crônicas, visando identificar a contribuição do conhecimento psicológico na lida com as patologias crônicas.

Metodologia:
A revisão sistemática de literatura foi realizada nas Bases de Dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e no Portal da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), tendo como descritores: Psicologia, Doenças, Crônicas, tendo o resumo como campo nos três
descritores. O Critério de Inclusão: artigos brasileiros, escritos em língua portuguesa; publicados no período de 2010 a 2019;
contendo os três descritores supracitados no resumo dos artigos. O Critério de Exclusão: todos os artigos que não cumprissem,
necessariamente, todos os requisitos de inclusão na pesquisa.

Resultados:
Foram localizados 3 artigos na plataforma SciELO e 6 artigos no portal da BVS, sendo 1 repetido. Foram selecionados 8 artigos para
a leitura integral, pois se adequavam aos critérios da pesquisa. O estudo identificou 1 artigo publicado em 2010, 1 em 2011; 1 em
2013; 1 em 2014; 1 em 2015; e 3 artigos em 2017. Dos 8 artigos encontrados 2 eram estudos exploratórios; 2 artigos teóricos de
revisão; 2 escritos a partir de estudos de caso; 1 artigo de levantamento de dados; e 1 artigo de relato de experiência. Três artigos
tratavam o tema da psicologia e doenças crônicas relacionados ao idoso; 2 estudos tratavam, especificamente, sobre diabetes; 2
artigos mencionavam cuidados paliativos no título.

Conclusões:
Verificou-se um número reduzido de artigos publicados sobre a temática. Dos 8 artigos selecionados, apenas 3 demonstraram a
contribuição da Psicologia na lida com as Doenças Crônicas: um estudo de caso, sobre o atendimento a um paciente crônico; um
estudo de revisão, sobra a psicoeducação; e um estudo de levantamento, que tratou sobre o psicodiagnóstico. Portanto, se faz
necessário o desenvolvimento de mais estudos da Psicologia sobre a temática.

Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: Estratégias para o Cuidado da Pessoa com Doença Crônica. Brasília-DF,
2014.

CASTAN, J. U.; JUNGES, N.; CUNEGATTO, F. R. O psicodiagnóstico no trabalho em equipe multiprofissional em unidade de interna-
ção psiquiátrica de crianças e adolescentes em hospital geral. Aletheia, v. 47, n. 48, p. 79-90, maio/dez., 2015.

COMBINATO, D. S.; MARTIN, S. T. F. Necessidades da vida na morte. Interface, Botucatu, v. 21, n. 63, p. 869-880, 2017.

LANGARO, F. “Salva o Velho!”: Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e Cuidados Paliativos. Psicologia: Ciência e Profis-
são, v. 37, n.1, p. 224-235, jan./mar., 2017.
LEMES, C. B.; NETO, J. O. Aplicações da Psicoeducação no Contexto da Saúde. Temas em Psicologia, v. 25, n. 1, p. 17-28, mar., 2017.
PORTO, G.; LUSTOSA, M. A. Psicologia Hospitalar e Cuidados Paliativos. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, jun., 2010.

398 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UMA REFLEXÃO-CRÍTICA SOBRE CORPO E NORMALIDADE


PELA LENTE DE GEORGES CANGUILHEM
Ana Karla Ramalho Paixão
Universidade de Fortaleza
Lucas Lima Campos (CAMPOS, L. L.)
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
Aline Veras Morais Brilhante (BRILHANTE, A. V. M.)
Universidade de Fortaleza - UNIFOR
Anna Karynne Melo (MELO, A. K.)
Universidade de Fortaleza - UNIFOR

Introdução:
A cultura, como forma de organização social, adota diferentes contornos para a expressão de valores, crenças e saberes de indi-
víduos em um determinado período histórico (BORIS; CESÍDIO, 2007). Os determinantes socioculturais indicam padrões estéticos
de sensualidade, saúde e postura a seguir que vem desempenhando efeito marcante para o desencadeamento e/ou manutenção
dos transtornos alimentares.

Objetivos:
Realizar uma leitura crítica e reflexiva sobre a representação do corpo na cultura ocidental e suas influências no desencadeamento
e propagação dos transtornos alimentares, utilizando como condutor os conceitos de normal e patológico de Canguilhem.

Metodologia:
Trata-se de um artigo crítico-reflexivo de cunho documental (GIL, 2018), de abordagem qualitativa sob a ótica dos ensaios de
Canguilhem. Foi realizada busca na Biblioteca Virtual em Saúde a partir das temáticas corpo, cultura e transtornos alimentares,
com o auxílio dos operadores booleanos “OR” e “AND”, visando selecionar pesquisas teóricas ou empíricas indexadas na BVS, que
estivessem disponíveis na íntegra, fossem de acesso livre e estivessem em inglês ou português. Inicialmente, selecionamos doze
artigos, que após a exclusão de trabalhos repetidos ou que não contemplassem a temática central desejada, restaram seis artigos
que foram utilizados para auxiliar na construção dos resultados.

Resultados:
No contemporâneo, o conceito de (a)normalidade, atrelado a parâmetros biologicistas e hedonistas cria uma polarização entre o
normal e o patológico para os corpos. Os transtornos alimentares manifestam-se na tentativa de responder a essa normatização
da Hipermodernidade inserida na sociedade do consumo. Para tanto, Canguilhem (2000) problematiza as conceituações sobre
o corpo (a)normal, lançando mecanismos de não julgamento da vida humana apenas como uma forma de existência, mas de-
senvolvendo uma pluralidade vital que possibilita o realizar de novas formas de compreensão da normalidade, sendo essa nova
percepção uma possibilidade de nova (a)normalidade.

Conclusões:
Salienta-se a repercussão da Hipermodernidade sobre as representações do corpo na cultura ocidental e como tal égide tem
influenciado no desencadeamento e propagação dos transtornos alimentares. A polarização entre o normal e o patológico pro-
blematizada por Canguilhem levanta a tese da impossibilidade em julgar o (a)normal, desvelando novas formas de enxergar o
humano, contribuindo para a reflexão de cadeias normativas produtoras de adoecimentos.

Referências:
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2018.

BORIS, Georges Daniel JanjaBloc; CESÍDIO, Mirella De Holanda. Mulher, corpo e subjetividade: uma análise desde o patriarcado
à contemporaneidade. Revista Mal-Estar e Subjetividade. Fortaleza. v. 7, n. 2, p. 451-478, 2007. Disponível em: https://www.
redalyc.org/pdf/271/27170212.pdf Acesso em: 09 jul 2019.

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

Comunicação Oral Curta 399


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A SAÚDE BUCAL DA


POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
DIEGO RAMOS AGUIAR
Secretaria da Saúde de Sobral
ADRIANO DE AGUIAR FILGUEIRA (FILGUEIRA, A.A)
Centro Universitário UNINTA
SILVANA JÉSSICA CARLOS DA SILVA (SILVA, S.J.C)
Universidade Federal do Ceará – UFC
CARLOS ROMUALDO DE CARVALHO E ARAÚJO (ARAÚJO, C.R.C)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução:
O relatório da Comissão das Nações Unidas para Direitos Humanos estima-se que cerca de 100 milhões de pessoas vivem nas ruas.
Políticas públicas, incluindo de saúde bucal, voltadas para esse grupo populacional podem contribuir com a melhoria da qualidade
de vida e promover a inclusão social.

Objetivos:
Este trabalho teve por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a saúde bucal da população em situação de rua.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão de literatura com busca nas bases de dados do Pubmed e da Biblioteca Virtual em Saúde (com filtros para
Lilacs e Medline). Utilizou-se os descritores “Oral Health” e “HomelessPersons”, adotando o período de 2015 a 2019. Ao todo
foram encontrados 118 artigos, dos quais, após a remoção das duplicações e da análise dos resumos e dos artigos completos,
apenas 6 foram incluídos no presente estudo.

Resultados:
Os estudos apontam uma prevalência elevada de doenças e agravos em saúde bucal como perdas dentárias, cárie e doença perio-
dontal, além da dificuldade de acesso aos serviços odontológicos devido a diversas barreiras que vão desde a falta de moradia fixa
ao medo do tratamento odontológico. Os estudos também apontaram os problemas odontológicos como fatores que atrapalham
o desenvolvimento das atividades diárias como dormir e se alimentar.

Conclusões:
Há a necessidade, portanto, de aprimorar ou, até mesmo, inovar, os serviços de saúde bucal para que sejam apropriados e aptos a
responder às necessidades odontológicas da população em situação de rua a fim de garantir o acesso e o direito à saúde, visando
à melhoria da qualidade de vida e inclusão social desses indivíduos.

Referências:
BEATON, Laura et al Homeless in Scotland Na Oral Health andPsychosocialNeedsAssessmentUniversity of Stirlingdecember, 2018

COLES E, Freeman R Exploringthe oral healthexperiences of homelesspeople a deconstructionreconstructionformulationCommu-


nityDent Oral Epidemiol 2016 44 53 63 © 2015 John Wiley Sons A/S Publishedby John Wiley Sons
Ltd

DOLCE, et al Journal of Health Care for the A CooperativeEducationModel for Pomoting Oral Health andPrimaryCareIntegra-
tionwithin a Health Care for theHomelessProgramPoorandUnderserved, Volume 29 Number 2 May 2018 pp 591 600.

LAWDER, J A C et al Impacto da condição dentária na qualidade de vida de indivíduos em situação de rua Unversidade Federal de
Goiás Programa de Pós graduação em odontologia Revista de Saúde Pública 2019 53 22

400 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

USO NÃO PRESCRITO DE METILFENIDATO POR ESTUDANTES


DE MEDICINA: PREVALÊNCIAS E MOTIVAÇÕES
SAMILLYSVALESKA BEZERRA DE FRANÇA SILVA
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
LETÍCIA BATISTA COSTA
THALES ALLYRIO ARAÚJO DE MEDEIROS FERNANDES
JILIÉLISSON OLIVEIRA DE SOUSA VALÉRIA DUARTE DE ALMEIDA

Introdução:
O Cloridrato de Metilfenidato está enquadrado no grupo de substâncias psicoestimulantes, as quais favorecem o estado excitató-
rio cerebral, promovendo a redução do sono, elevação do humor e da motivação. Seu mecanismo de ação consiste em inibir a re-
captação de dopamina, norepinefrina e serotonina, aumentando a disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica.

Objetivos:
Realizar uma revisão de literatura avaliando aspectos de prevalência e possíveis motivações para uso não prescrito do Cloridrato
de Metilfenidrato entre acadêmicos dos cursos médicos.

Metodologia:
Busca nas bases Scopus, PubMed, SciELO, Web of Science e na ferramenta de pesquisa Google Acadêmico utilizando os descritores
“Methylphenidate” e “Medical Student”; “Metilfenidato” e “Estudantes de Medicina”. Foram recuperados 472 artigos, dos quais
24 foram incluídos para leitura na íntegra e discussão, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos.

Resultados:
O percentual de universitários que utilizavam a droga sem o diagnóstico é alarmante. Variando de 0,51% na Lituânia a 35% na
Colômbia. Nos Estados Unidos, Irã e Israel as taxas de uso ficaram entre 6,6% e 8,7%. Já no Brasil, a prevalência alcançou valores
superiores a 20% entre universitários. No tocante as formas de aquisição, quase 70% mostraram que os amigos eram os principais
intermediários. As principais motivações eram melhorar os resultados acadêmicos, o estado de alerta e auxílio na concentração
durante o estudo.

Conclusões:
O uso não prescrito de Cloridrato de Metilfenidato no Brasil e no mundo é uma tendência real, e não há estudos científicos ques-
tionando o uso de medicações psicoestimulantes para fins de aprimoramento cognitivo por jovens saudáveis, o que torna o uso,
além de ilegal, não fundamentado. Tornando essa condição um importante problema de saúde pública.

Referências:
Boutrel, B., &Koob, G. F. (2004). Whatkeepsusawake: theneuropharmacology of stimulantsandwakefulness-promotingmedica-
tions. Sleep, 27(6):1181–94.

Pinto, B. (2011). O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, com foco nos diagnósticos diferenciais descritos pelo DSM-V.
Edu. Unisalesiano, (14):1–6.

Comunicação Oral Curta 401


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

WEB SEMINÁRIO: DISCUTINDO AS POLÍTICAS DE EQUIDADE


EM SAÚDE COM A POPULAÇÃO QUILOMBOLA E SUAS
VULNERABILIDADES
TAYANA VIVIAN RIBEIRO MATOS
NATÉRCIA BRÍGIDO LINHARES FERNANDES
GERMANA PINHEIRO CORREIA LIMA
REBECA NOGUEIRA FEITOSA
LARISSA DE FEREITAS XAVIER
RAIMUNDO AUGUSTO MARTINS TORRES

Período de realização:
Abril de 2019.

Objetivo da Experiência:
Apresentar seminário através da web rádio AJIR acerca das políticas públicas de saúde voltadas pra a população quilombola e
gerar uma discussão.

Objetivos:
Relatar a experiência vivenciada pelas acadêmicas de enfermagem com relação a discussão gerada através da Web Rádio AJIR em
torno das políticas públicas de saúde para a população quilombola e sua situação de vulnerabilidade.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência acerca de um seminário conduzido por graduandos de Enferma-
gem no Programa Enfermagem Digital da web rádio AJIR como conteúdo da disciplina de Políticas e Saberes em Saúde Coletiva
da Universidade Estadual do Ceará. Foi utilizado uma pergunta âncora a fim de gerar e mediar interações com o público através
de mídias sociais. Como referencial para a discussão, utilizou-se as políticas públicas específicas para a população quilombola.

Resultados:
As acadêmicas apresentaram à temática: “Populações em Situação de Vulnerabilidade: população quilombola” através da web
rádio e, para mediar uma discussão por meio das mídias sociais, foi lançado a pergunta âncora: “Por que os problemas de saúde
são tão recorrentes nesse segmento populacional?”, permitindo que os ouvintes enviassem suas respostas a fim de gerar debate.
Com isso, as alunas explicaram sobre o tema de forma simplificada, mas de maneira que as principais políticas fossem abordadas.

Análise Crítica:
Notou-se que há uma maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde pela população quilombola. Uma possível explicação para
essa realidade, é que as desigualdades enfrentadas por eles vão além das dificuldades no acesso e utilização de serviços, sendo
expressas, sobretudo, pelas condições sociais e econômicas. (GOMES, et al. 2013) É preciso, portanto, considerar que os agravos
à saúde desta população resultam das condições de desigualdades às quais foram submetidas historicamente no Brasil.

Conclusões:
O seminário apresentado por meio da Web Rádio AJIR-UECE possibilitou uma experiência inédita, tendo em vista que esse recurso
metodológico é pouco utilizado no âmbito acadêmico. Reconheceu-se como ganho, durante o preparo e apresentação do seminá-
rio, o conhecimento adquirido acerca da temática trabalhada, uma vez que as políticas direcionadas às comunidades quilombolas
são pouco visadas e discutidas por profissionais e estudantes da saúde.

Referências:
GOMES, K.O. et al. Utilização de serviços de saúde por população quilombola do Sudoeste da Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio
de Janeiro. V.29, N.9, P.1829-1842, set, 2013.

402 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:
Atenção Psicossocial

Modalidade:
Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

(CON)TEXTOS DA ASSISTÊNCIA UNIVERSITÁRIA E REFLEXOS NA


SAÚDE PSICOSSOCIAL ESTUDANTIL
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA
Psicóloga. Estudante da Pós-graduação- Mestrado em Saúde da Família-UFC-Campus Sobral.
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Enfermeira. Pós-Doutorado pela Universidade do Porto. Docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
PAULO CÉSAR DE ALMEIDA
Graduado em Estatística pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Doutorado em Saúde Pública - Fac. Saúde Pública da USP e Professor.
Adj. Universidade Estadual do Ceará
MARIA SUELY ALVES COSTA (
Psicóloga. Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará, Doutora em Psicologia Aplicada pela Universidade do Minho
Portugal.
ANTONIO MAIRLON PONTE ROCHA
Graduado em Ciências da Computação- Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O Brasil possui até o ano de 2016, 197 universidades, equivalendo a 8,2% do total de Instituições de Ensino Superior (IES) e de-
tendo 53,7% das matrículas em cursos de graduação, contando, atualmente com um público aproximado de 8.052.2544 universi-
tários. Entre 2006 e 2016, a matrícula na Educação Superior (ES) aumentou 62,8%, com uma média anual de 5% de crescimento
(BRASIL, 2016). Considerando o aumento de jovens nas universidades brasileiras, na última década, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, reflexões são suscitadas, seja pela maior heterogeneidade no que se refere às características
dos estudantes, como também pelas necessidades acadêmicas ou psicossociais apresentadas (IBGE, 2016; WANDEREI; COSTA,
2015). A saúde dos discentes é considerada um aspecto importante das políticas de assistência estudantil e apontada como
um componente essencial para a permanência e a integralização do curso em tempo adequado (SANCHES, 2014). Uma atenção
especial tem sido requerida aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como mostra o levantamento
realizado pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE, 2011). O acesso à Educação
Superior (ES) tem vindo a ser alargado a grupos sociais que anos atrás, detinham baixas aspirações e expectativas de ingresso
num sistema de ensino vocacionado apenas para a elite. Atualmente, novos públicos com origens familiares diferenciados têm
acesso ao ES, trazendo consigo novas expectativas, metas e estratégias de sobrevivência (DIAS; SÁ, 2014). Durante a formação
na universidade, os estudantes passam por processos de adaptação que podem gerar situações de crises, com o surgimento de
depressões, dificuldade de relacionamento, entre outras. Dessa forma, torna-se essencial conhecer melhor a realidade vivenciada
pelos universitários como uma forma de identificar, não apenas fatores que podem gerar evasão escolar, mas também aspectos
benéficos relacionados ao desenvolvimento psicossocial (DAMASCENO et al., 2016). Assim, apesar do aumento quantitativo de
estabelecimentos de ensino superior no Brasil na última década, pouco se conhece sobre a relação do ambiente acadêmico com
a qualidade de vida e saúde mental da população universitária. Diante das diversas áreas relacionadas à assistência estudantil, há
uma carência de estudos sobre o perfil do estudante universitário, principalmente em relação a seu ingresso na vida universitária
e os aspectos que podem interferir na sua permanência (HERINGER; HONORATO, 2015). Logo, faz-se necessário ampliar o conhe-
cimento sobre o modo como os jovens vivenciam a universidade, as dificuldades enfrentadas e as repercussões dessa experiência
em seu desenvolvimento (OLIVEIRA et al., 2014). Conhecer essa realidade pode auxiliar os gestores em educação a identificar
fatores associados ao desenvolvimento acadêmicos e a transformar positivamente os processos educacionais (SOARES; PEREIRA;
CANAVARRO, 2014).

Objetivos:
Este estudo tem como objetivo identificar o perfil psicossocial de estudantes universitários da instituição pública de ensino supe-
rior, Universidade Estadual Vale do Acaraú, que recebem algum tipo assistência universitária.

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, realizado em uma Instituição Pública de Ensino Superior
localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil. A pesquisa detém sua análise a um recorte da pesquisa de mestrado, intitulado

404 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

“Qualidade de Vida e Saúde Mental de Estudantes Universitários”. A população foi composta por estudantes do curso de adminis-
tração, ciências biológicas, ciências contábeis, ciências da computação, ciências sociais, educação física, enfermagem, engenharia
civil, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia, superior em construção de edifícios, zootecnia, direito e
química. Mediante realização de cálculo amostral com parâmetros de IC95%, erro de 5% e frequência esperada para os fatores
investigados de 50%. Para o cálculo do tamanho da amostra fixou- se P em 50% e nível de significância de 5% (α = 0,05) em todos
os testes estatísticos estimados o intervalo de 95% de confiança para todas as variáveis do estudo e um erro amostral relativo de
8% (erro amostral absoluto = 4%). Dessa forma, a pesquisa necessitou um público amostral mínimo de 557 estudantes para o
desenvolvimento do estudo. A amostra de participantes foi realizada a partir do cálculo da quantidade de alunos matriculados na
instituição (7007 estudantes), constituindo assim uma amostragem probabilística. A amostra final foi constituída de 880 alunos
matriculados na UVA durante o período de 2019.1. Os critérios de inclusão são: estudantes do primeiro ao último ano, de ambos
os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos; devendo estar matriculado e frequentar a universidade durante o período de
coleta, bem como e terem disponibilidade em participar da pesquisa, por meio do aceite expresso no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Entre os critérios de exclusão estão alunos menores de 18 anos, que não estiverem devidamente matriculados
e cursando algum curso superior na instituição, estar incapacitado de responder os instrumentos da pesquisa, bem como estu-
dantes que responderem de forma incompleta os instrumentos. A coleta de dados ocorreu durante os meses de abril a junho de
2019 e foi realizada de duas formas, presencial durante os horários das aulas e em todos os campi de ensino, e de forma on-line,
em que foi disponibilizado e divulgado o formulário eletrônico. O instrumento de coleta foi disponibilizado para os discentes por
meio de WhatsApp, e também por e-mail. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário estruturado de autopreenchimen-
to, contendo informações sociodemográficas (idade, sexo, local de residência, renda, lazer, atividades laborais) e acadêmicas,
além do Instrumento que mede a qualidade de vida, Whoqol-Bref e o instrumento que mede a saúde mental MHI (Inventário de
Saúde Mental). Os dados foram organizados e armazenados em um banco de dados estruturado do Microsoft Excel e posterior-
mente foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 e licença de número
10101131007. A análise estatística foi organizada por meio de frequências e porcentagens. A pesquisa segue os pressupostos
éticos da Resolução n. 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP), da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), sob Parecer n° 3.241.897. Perfil dos estudantes universitários Quanto à
faixa etária, os estudantes apresentam as seguintes proporções: 85,8% têm entre 18 e 25 anos; 11,8 % estão compreendidas entre
26. e 33 anos, e 2,1% apresentam idade acima de 34 anos. Sobre o sexo 58,2% é do sexo feminino (n= 512), e 41,8% é do sexo
masculino (n= 368). Em relação à raça, 61,4% estudantes consideram-se pardos, 24,7% são brancos, 10,1%, identificam-se, cultu-
ralmente, como pretos e 2%, classificam-se como amarelos. Quanto ao semestre que está matriculado 30,9% estão matriculados
do primeiro ao terceiro semestre (semestres iniciais), 46,5% do quarto ao sétimo (semestres intermediários) e 22,6% estão no
oitavo ao décimo semestre (semestres finais). No que se refere a quantidade de disciplinas ou módulos cursados no semestre em
questão, 22,2% dos alunos indicaram estarem matriculados em até três disciplinas e/ou módulos, 71,3% entre quatro e sete, e
6,5% com oito a 12 disciplinas e/ou módulos. Em relação ao turno em que frequenta as aulas 23,3% são apenas do turno matuti-
no; 5,2% vespertino; 39,7% somente noturno e 31,8% dos alunos indicam estudar em período integral. Quanto as áreas do curso
de graduação 21,9% dos estudantes são das ciências exatas, 51,9% cursam graduação das ciências humanas, e 26,2% nas ciências
biológicas. É valido ressaltar que 32,3% dos discentes que participarão da pesquisa, além da graduação, exercessem atividade
laboral remunerada. Considerando o aspecto laboral, percebe-se, atualmente, uma nova caracterização dos estudantes no mer-
cado de trabalho. Assim, na pesquisa de Planas e Enciso (2014), demonstram que nos semestres intermediários e finais da gradu-
ação a maioria dos alunos tende a estarem trabalhando, ou procurarem um emprego, devido às necessidades financeiras. Perfil
dos estudantes em relação a benefício universitários. Em relação ao perfil socioeconômico prevalente, as pesquisas indicam que
muitos são oriundos de outros municípios ou estados, moram em alojamentos universitários e fazem uso de bolsa assistencial, ou
seja, constituem um público que necessita de um conjunto de ações, envolvendo vários campos, entre eles, saúde, moradia, ali-
mentação, manutenção e meios de transporte (OLIVEIRA; PADOVANI, 2014). Dessa forma, nessa pesquisa dos 880 participantes,
238 estudantes (27%) de ambos os sexos, indicaram que recebem algum tipo de auxílio universitário, confirmando assim ser um
número substancial de universitários que necessitam de apoio para manter-se no meio acadêmico. Entre os universitários, em sua
maioria na faixa dos 18 aos 28 anos, encontram-se pessoas que trabalham oito horas por dia, se locomovem de casa para o traba-
lho, estudam, e, raramente, possuem tempo livre. Esses jovens, atualmente, quando não estão preocupados com a produtividade

Comunicação Oral 405


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

e o mundo do trabalho, estão buscando uma forma de adquirir mais competência, na busca da melhoria das condições de vida
(AGUIAR; BONINI, 2015). Diante disso, a presente pesquisa contou com um público de 284 estudantes (32,3%) que além de estu-
darem, tem o seu tempo preenchido com a realização de atividades profissionais. Para fins de análise da referente pesquisa, esta
não contou com o auxílio-transporte como um benefício a ser ofertado aos universitários, porém, identificamos que o transporte
prioritário dos estudantes, consiste no ônibus coletivo universitário, ofertado pelos diferentes distritos que fazem parte de Sobral.
Assim, como o apresentado em pesquisas anteriores realizadas no contexto sobralense que apontam que a maioria dos universi-
tários viajantes dependem de transporte públicos municipais, muitas vezes em situação precária, para se deslocarem até suas
faculdades (BEZERRA, 2013). Dessa forma, do público total, 480 estudantes (54,54%) relataram fazer uso desse transporte para
chegar a faculdade e para retornar a sua residência de origem. Diante da grande quantidade de estudante, 364 se deslocam dia-
riamente para sua casa, indicando uma porcentagem de 41,4% dos estudantes, 104 estudantes (11,8%) que retornam somente
aos fins de semana, 23 estudantes (2,61%) que retornam para casa quinzenalmente e 19 estudantes com um percentual de 2,2%
que retornam mensalmente. Assim, esse deslocamento pode comprometer a qualidade de vida do estudante, como apresentado
na pesquisa de Moura et al, 2018 que indicou que no domínio Meio Ambiente do instrumento whoqol- Bref, apresentou menor
média. Esse domínio se refere à presença de recursos financeiros, segurança e ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima e
transporte). Neste estudo, conjectura-se que a pontuação baixa nesse domínio tenha relação com as possíveis dificuldades
financeiras decorrentes da vida universitária, a precariedade do transporte público e os problemas de segurança pública (MACIEL
et al, 2013). Alguns exemplos de programas assistenciais ofertados pela instituição são: Programa Institucional de Bolsa de Inicia-
ção à Docência (PIBID), Programa de Iniciação Científica (PIC) e Programa de Bolsa de Permanência Universidade (PBPU) e o Pro-
grama de Residência Universitária (PRU). No que se refere aos acadêmicos que recebem algum tipo de auxílio da universidade,
854 (73%) dos alunos indicaram não serem contemplados, diante de apenas 63 estudantes (27%) que recebem. Assim, uma ampla
quantidade de alunos não é assistida, realizando deslocamentos diários, bem como, podem acarretar alguma dificuldade, seja
financeira, como a falta de recursos financeiros para moradia, fato esse que pode acarretar problemas também de ordem psico-
lógica, causada pela falta de estimulo para continuar a vida acadêmica. A Universidade Estadual Vale do Acaraú, dispõe de recur-
sos assistenciais para os acadêmicos, como Residência Universitária e Bolsas de Estudos, tendo a última, o intuito de prover ao
estudante um auxílio financeiro, bem como, incentivá-lo e envolvê-lo em programas, projetos e pesquisas da universidade, enten-
dendo-se que os programas e projetos de assistência estudantil devam ser desenvolvidos como instrumentos de acesso, perma-
nência e conclusão de curso de estudantes nas instituições públicas, tendo como pressuposto que a Assistência Estudantil é uma
política essencial no contexto do ensino, da pesquisa e da extensão (IMPERATORI, 2017). Diante disso, 842 estudantes (95,7%)
não recebem a bolsa do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), sendo contemplados apenas 38 estudan-
tes (4,3%). O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) que possui vários objetivos, dentre eles, visa incen-
tivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica, elevar a qualidade da formação inicial de professores nos
cursos de licenciatura, promovendo a integração entre Educação Superior e Educação Básica, bem como inserir no cotidiano de
escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidade de criação e participação em experiências metodológi-
cas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados
no processo de ensino aprendizagem (UEVA, 2013). No que consiste ao Programa de Iniciação Científica (PIC), 843 estudantes
(95,8%) dos universitários não possuem esse auxílio, com 37 estudantes (4,2%) adquirem a bolsa, quanto a Bolsa Universitária,
aponta-se que 845 estudantes (96%) dos alunos não possuem assistência diante de apenas 35 estudantes (4%). Assim, o Programa
de Iniciação Científica (PIC) e Programa de Bolsa de Permanência Universidade (PBPU) tendo a primeira o intuito de estimular
pesquisadores produtivos a engajarem estudantes de graduação em suas investigações científicas, desenvolvendo a capacidade
de orientação à pesquisa na Universidade Estadual Vale do Acaraú, assim como a segunda, sendo uma bolsa ofertada com o intui-
to de atender aos estudantes em dificuldade socioeconômica, objetivando-se a permanência e manutenção do mesmo (UEVA,
2019). Em relação a quantidade de alunos que são beneficiadas pelo PBPU, estão 75 estudantes (8,5%), diante de 805 estudantes
(91, 5%). Assim, o Programa bolsa de Extensão (PBEX) tem como objetivo integrar as ações de Assistência Estudantil da UVA,
financiadas pelo Programa Bolsa Universidade (PBPU), o qual prioriza o atendimento a estudantes em dificuldades socioeconômi-
cas, com o objetivo de viabilizar a permanência e manutenção do estudante na Universidade (UEVA, 2018). A graduação pode
comprometer a qualidade de vida. Assim, a literatura enfatiza a função e papel da universidade em ofertar um espaço de sociabi-
lização no ambiente acadêmico, além do aprendizado, possibilitando aos estudantes a busca por uma melhora na vida social, fato

406 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

este que deve ser proporcionado e estimulado (WANDEREI; COSTA, 2015). Com isso, a instituição oferta bolsas vinculadas a pro-
gramas que estão presentes em todos os cursos da Universidade, proporcionando ao estudante o acesso a algum tipo de assistên-
cia. No que se refere a Residência Universitária, apenas 63 estudantes (7,1%) indicaram ser beneficiados, O Programa de Residên-
cia Universitária (PRU) proporciona aos estudantes que moram em outras cidades uma assistência residencial, haja vista que o
número de estudantes que diariamente se deslocam de suas cidades para a faculdade é maior, assim realizando um percurso
exaustivo como também advindos em sua maioria de situações de dificuldades financeiras contam com uma assistência em mo-
radias estudantis, assim como diz na literatura, que residir em campos aumenta significativamente a probabilidade de os estudan-
tes persistirem nos estudos, assim como de concluí-los (GARRIDO; MERCURI, 2013). A Residência Universitária tem como objetivo
viabilizar e ajudar nas possibilidades de frequência do ensino superior a estudantes que, de outro modo, vindos de locais distan-
tes da Universidade, não possuem outra forma de residência próxima. Contudo, ser beneficiado pelo Programa de Residência
Universitária (PRU) também acarreta um certo distanciamento familiar, causando um sofrimento pelo longo período de tempo
que passam afastados da família, pois os estudantes necessitam de se adaptar a esta nova situação (TAVARES; PACHECO; PEREIRA,
2018). Nesse contexto, de acordo com Lameu, Salazar e Souza, (2016), o tipo de moradia e a presença/ausência da família são
objetos de análise para identificar níveis de estresse em universitários, dessa forma, foi encontrada maior prevalência de estresse
em alunos que moravam em residências privadas, sejam elas repúblicas ou outros tipos de moradia (55%), e menor prevalência
entre aqueles que vivem com a família (41,8%). Assim, ao residir com a família, o aluno conta com maior suporte social. Outro
fator relevante para a manutenção da saúde mental está relacionado com a importância da convivência familiar. Assim, Tassini et
al. (2017) afirma que diante das grandes mudanças na vida psicossocial, profissional, o afastamento do seio familiar contribui para
o malefício do estilo de vida. Diante do exposto, Padovani et al. (2014) afirma que a universidade deve incentivar uma maior con-
vivência com a família, seja por meio de apoio financeiro, ou através de melhorias nos transportes. Dessa forma, os estudantes
beneficiados pelo auxílio da Residência Universitária têm por um lado o suporte residencial evitando deslocamentos diários, por
outro lado podem apresentar um maior distanciamento do ambiente familiar, fato esse que pode ser um ponto comprometedor
da saúde mental do mesmo.

Conclusões:
Poucos artigos construíram sua análise partir da importância da política de assistência estudantil, fato esse que indica que apesar
de avançarmos na quantidade de publicações acerca do assunto, ainda se encontram poucas publicações com ênfase em cons-
truir estratégias de cuidado, portanto estando distante assim da função social que deve ser estimulada pela universidade. Mesmo
diante de quantidade baixa de estudantes beneficiados pela residência universitária, verifica-se que um amplo número de alunos
se desloca todos os dias de sua cidade de origem para o desempenho das atividades estudantis. Dessa forma, a ampliação do
número de vagas nesse programa poderia beneficiar uma contingente maior de estudantes que se veem obrigados a diariamente
se deslocar e a percorrer longas distâncias até chegar em sua residência, fato esse que compromete sua saúde mental e qualidade
de vida. Dessa forma, destaca-se a necessidade de realizar políticas públicas de educação, que além de ampliar o acesso à univer-
sidade, garanta a permanência do estudante e sua efetiva conclusão do curso. Assim, faz-se necessária a ampliação e adoção de
programas de assistência estudantil que proporcione a permanência do estudante no ensino superior.

Referências:

AGUIAR; C. A. B. R.S; BONINI, L. M. M. Dignidade humana e o direito ao lazer entre universitários do alto tietê. Licere, Belo Hori-
zonte, v.18, n.2, 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2018.

BEZERRA, T. S. Vidas em trânsito: juventude rural e mobilidade(s) pelo acesso ao ensino superior (Dissertação de Mestrado). Uni-
versidade Federal do Ceará, Programa de Pós- Graduação em Sociologia, Fortaleza-CE, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- INEP. Notas Estatísticas:
Censo da Educação Superior. 2016. Disponível em:. Acesso em: 9 de maio. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 466/12 - Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos,
Brasília, 2012.

Comunicação Oral 407


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DAMASCENO, R. O et al. Uso de álcool, tabaco e outras drogas e qualidade de vida de estudantes. Rev. Baiana de Enfermagem, v.
30, n. 3, 2016. Disponível em: .Acesso em: 9 jul. 2019.

FÓRUM NACIONAL DE PRÓ-REITORES DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS E ESTUDANTIS (FONAPRACE). Relatório do Perfil socioeconô-
mico e cultural dos estudantes de graduação das universidades federais brasileiras. Brasília: Associação Nacional dos Dirigentes
das Instituições Nacionais de Ensino Superior (ANDIFES), 2011.

GARRIDO, E. N; MERCURI, E. N. G. S. A moradia estudantil universitária como tema na produção científica nacional. Psicol. Esc.
Educ., Maringá, v.17, n.1, p.87-95, 2013. Disponível em: . Acesso em: 26 Jul. 2019.

IMPERATORI, T. K. Uma trajetória da escola estudantil na educação superior brasileira. Serv Soc. n. 129, p. 285-303, 2017. Dispo-
nível em . Acesso em 24 de julho de 2019.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), 2016. Número de estudantes universitários. Disponível em: Acesso
em: 01 ago. 2018.

LAMEU, J. N; SALAZAR, T. L; SOUZA, W. F. Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicol.
educ, n. 42, p. 13-22, 2016. Disponível em: . Acesso em: 19 maio. 2018.

MACIEL, E. S. et al. Correlação entre nível de renda e os domínios da qualidade de vida de população universitária brasileira. Re-
vista Brasileira de Qualidade de Vida, v. 5, n.1, p.53-62, 2013. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2018

MOURA, D. P. F et al. Qualidade de vida em universitários viajantes do interior do ceará. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 9 n. 2,
p. 31-39, 2018. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2018

OLIVEIRA, C. T et al. Adaptação acadêmica e coping em estudantes universitários brasileiros: uma revisão de literatura. Revista
Brasileira de Orientação Profissional, v. 15, n. 2, p. 177- 186, 2014. Disponível em: . Acesso em: 9 maio.

408 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A INFLUÊNCIA DOS VÍNCULOS AFETIVOS NO FENÔMENO


SUICÍDIO DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO NORTE DO ESTADO
DO CEARÁ
SARAH OLIVEIRA AGUIAR
Faculdade Luciano Feijão - FLF
FRANCISCO ROMULO ALVES DINIZ
Faculdade Luciano Feijão – FLF

Introdução:
O século XXI evidenciou muitas questões humanas, que antes eram circunscritas a ambientes delimitados e, o avanço tecnológico,
não apenas mostrou, mas afetou o cotidiano das pessoas. Um dos fenômenos que mais evidenciou-se nos noticiários nacionais,
das discussões acerca de saúde pública e, principalmente, no universo dos profissionais que trabalham as questões humanas e
saúde mental, foi o suicídio. Caracterizado pela atitude do homem ao atentar contra a própria vida, o suicídio tornou-se conhecido
a partir de inúmeros casos, principalmente neste século, onde as pesquisas e campanhas para a promoção de vida alcançaram
uma grande proporção a nível mundial. Os números cada vez mais crescentes de suicídios no Brasil chamam atenção para as pos-
síveis causas, os contextos em que ocorrem, a frequência e a maneira de realização do ato final. Observou-se assim, dentro deste
panorama, especificamente no Ceará, um crescente número de suicídios no município de Viçosa do Ceará, despertando com isto,
o interesse de professores e alunos, sobre qual o contexto que circundou tal fenômeno. Émile Durkheim (1858 – 1917), inicia seus
estudos sobre suicídio na Europa e é uma referência na temática. Partindo da ideia de humano como ser constituído e construtor
da sociedade, autores como Zigmunt Bauman (1925 -2017) e Martin Heidegger (1889 – 1976) contribuem com uma discussão
em torno do homem como um ser que além de fazer parte da comunidade onde vive, estabelece relações e vínculos afetivos
determinantes no seu processo de existência. Com a publicação de “O Suicídio”, no final do século XIX, primeira obra científica
tratando do suicídio e suas possíveis causas, escrito por Émile Durkheim, considerado precursor dos estudos em ciências sociais,
inaugura as pesquisas acerca do fenômeno, enumerando uma série de fatores e possíveis justificativas que levariam uma pessoa a
interromper a própria vida. Dentre os fatores estudados, ele voltou sua atenção sobre os fatos sociais e seus impactos no sujeito.
Uma ideia que vem sendo difundida desde Aristóteles, que considera o homem Zoon politikon, um animal sociável por natureza,
uma vez que o mesmo assim o é, partindo do ideal de que nada seria sem suas relações com a cultura, família e a sociedade e
como um todo, o fenômeno do suicídio desafia essa compreensão. Contudo, em linhas atuais, voltando-se para o município de
Viçosa do Ceará e aos casos de suicídio, a realidade dos fatos traz uma visão mais delicada e complexa em relação aos estudos
realizados no século XIX. Ao assumirmos a premissa de Durkheim de que o ser humano se desenvolve e realiza como ser humano
exatamente por sua interação com outros seres humanos, com isso também queremos reforçar a ideia segundo a qual um indi-
víduo, quanto mais fortes forem os laços afetivos construídos e mantidos socialmente, mais ele terá motivos para promover um
desenvolvimento pleno de sua vida e daqueles que o cercam. A partir disto, laços afetivos fragilizados teriam impactos mais pro-
fundos e marcantes nas vidas das pessoas, sendo tal fenômeno observado nos contextos estudados no que tange o acometimento
de suicídio em Viçosa do Ceará. A análise e percepção de tal contingência, conseguidas por meio de entrevistas com os familiares,
deixa uma questão de como o fenômeno suicídio fica em aberto no que delineia acerca dos motivos que levaram a tal ato, assim
como, o mesmo deve ser estudado com cautela e prudência diante dos que ficaram frente a tal ato de um familiar.

Objetivos:
Consequente de uma investigação acerca da média de suicídios na cidade de Viçosa do Ceará, que se encontrou maior do que a
média nacional no intervalo de 2011 a 2013, o trabalho tem como pergunta norteadora: Qual a influência dos vínculos afetivos
presentes nos casos estudados em Viçosa do Ceará? Objetivando estabelecer vínculos entre os casos e o que traz a literatura
sobre o fenômeno.

Comunicação Oral 409


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
A palavra fenômeno tem em seu significado o sentido de manifestação, sinal, sintoma. Iniciando por meio deste, a expressão
“fenômeno social” teria em sua essência, a manifestação social proveniente de um movimento ou formação cultural. Essa defini-
ção se tornará importantíssima para a compreensão do que será exposto sobre o fenômeno suicídio. Nos primeiros estudos
acerca do suicídio, Émile Durkheim, em sua obra “O Suicídio”, coloca em discussão uma associação do fato em si com os fatores
extra sociais a exemplo de clima, latitude e imitação, frequentemente divergentes em sua época. Estas ligações foram desacredi-
tadas pelo autor posteriormente em sua obra, que tomava para suas discussões, desta forma, a noção da inviabilidade de que tais
fatores fossem responsáveis pelas taxas de suicídio. Também não descobrimos relações definidas entre o movimento dos suicídios
e os estados do meio físico que se consideram como tendo uma ação poderosa sobre o sistema nervoso, tais como a raça, o clima
e a temperatura. É que, se o neuropata pode, em certas condições, manifestar certa tendência para o suicídio, não está necessa-
riamente predestinado a suicidar-se; e a ação dos fatores cósmicos não é suficiente para conduzir nessa direção precisa as ten-
dências gerais da natureza” (DURKHEIM, 1897, p. 327) A partir disso, Durkheim, analisando mais cuidadosamente as variáveis que
circundam o homem, elaborou em seu discurso uma explicação lógica referente a fatores que trazem influências possíveis para
que alguém objetive o fim de sua existência, com isto, ele principia a ideia do suicídio como um fator social. “ É na constituição
moral da sociedade que fixa em cada instante o contingente dos mortos voluntários. Existe, portanto, para cada povo uma energia
determinada que leva os homens a matar-se” Avançando nesta modificação de valores, é posto pelo teórico que cada sociedade
influência de modo diferente os homens que nela vivem. Levando a formulação da compreensão de que, pessoas que moram em
diferentes lugares têm uma variável distinta para a possível ocorrência de suicídio uma vez que os padrões de vida não são iguais
e por assim ser, afetam os indivíduos de forma particular e singular. No contexto de Viçosa do Ceará, a cidade toma destaque
dentro dessa temática uma vez que a média de casos, especificamente do período de 2011 a 2013, encontrou-se maior do que a
média de suicídios do Brasil. Assim sendo, foram mapeados os casos da cidade e por meio de entrevistas foram conhecidas algu-
mas realidades que estavam presentes nesse período nas vítimas. Nos três casos estudados, dois deles eram homens, entre a
idade de 30 e 40 anos, e uma adolescente de 16 anos. Todos residentes no município de Viçosa do Ceará, na família de agricul-
tores, sendo os dois homens praticantes de atividades agrícolas. Nos casos estudados, observou-se como característica comum
vínculos afetivos marcantes nas vidas das três pessoas analisados. A partir das entrevistas realizadas com parentes das vítimas,
estes evidenciaram em seus relatos que, as relações sociais se faziam muito relevantes e evidentes no cotidiano dos agricultores
e que em ambos os casos, vínculos afetivos de relacionamentos marcaram um antes e depois na história de cada um deles. Assim,
o presente trabalho encontra seu ponto de encontro na vida dos agricultores e o vincula a estudos sobre a influência das relações
sociais e afetivas. A partir dos relatos estudados, fica evidente o bem- -estar e um sentimento de pertencimento e aceitação do
outro frente a si mesmo, depositando na relação valor afetivo e agregando sentido em suas existências. Com isto, utilizando de
estudos e reflexões de Martin Heidegger, compreende-se que nas dadas relações, os seres se encontravam lançados em disponi-
bilidades para os outros, sendo assim “entidades mundanas”, seres humanos lançados em um mundo, constituindo- se, modifi-
cando-se, afetando-se e tendo no seu mundo e em suas relações novas formas de pensar sobre si mesmo. Em Heidegger (1927),
fica claro que entidades, é a condição humana de constituir-se em suas relações com os outros e pela forma como o mesmo ver
e reage à esses entes. Sendo cada mundo único e pessoal. Desta forma, ressalta-se que, nem todos os indivíduos que vivem em
condições sociais distintas, a exemplo de agricultores, seriam afetados de uma forma que os levasse a findar com a vida. Há tam-
bém uma linha de pensamento em que, o homem em sua completude passa por dificuldades e é por elas modificado tornando-o,
em sua maioria, uma pessoa mais forte e mais resistente as fases difíceis da vida. Desta forma, apenas em uma certa quantidade
de indivíduos haveria respostas negativas, dentro de sua singularidade, que gerariam influências a ponto de pensarem em tirar a
própria vida. Assim, o suicídio se enquadrou, a partir deste pressuposto, em um movimento social, onde, para cada povo uma
força diferente exerceria influência na possibilidade de interromper a vida. Consequentemente, uma vez que a vida social perma-
necia imutável, as taxas de suicídio não mudavam também, afirmando a hipótese que o homem acompanha a sociedade e, assim
sendo, caso mudassem as condições sociais, assim mudaria o número de suicídios. Dentro desta conjuntura observou-se nos ca-
sos estudados que mudanças nas relações estabelecidas, especificamente a quebra de vínculos afetivos significativos, em suas
vidas, tornou-se um fator propenso a causa de sofrimentos e sintomas ansiosos, como também, a maneira como entendiam o
valor de suas vidas foi posto em questão, buscando-se uma nova fonte de sentido da existência. Neste ponto, os três casos estu-
dados, deixam evidente a mudança que há na vida das três pessoas. Sendo os vínculos essencialmente advindos de relaciona-

410 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

mentos afetivos, onde havia uma maior disponibilização de tempo e cuidado para com o outro, estes contavam com significados
únicos e importantes para cada um deles. É certo que, Bauman (2009) deixa claro que não se pode negar que as condições sociais
afetam diretamente a vida dos indivíduos, positiva ou negativamente, principalmente em sociedades que pautam a felicidade no
consumo e onde há o medo como elemento inerente ao ser humano. Desse modo, estar vinculado às condições sociais que per-
mitem um bom fluxo das satisfações fundamentais da existência se torna significativo para entender o fenômeno do suicídio, o
que torna o pensamento de Durkheim e suas revoluções, noções norteadoras e de extrema importância. Podendo ser notados
relações claras na vida dos agricultores. Por outro lado, hoje se sabe que o fenômeno é complexo e não se pode direcionar apenas
uma etiologia para explicá-lo, pois, a abrangência e singularidade de cada caso, devendo-se levar em conta além de sua base te-
órica, retomando-a em seus contextos atuais. Este novo direcionamento no panorama global do suicídio advém das novas dinâ-
micas de vida social. O suicídio não é, desta forma, concordando com o que foi dito anteriormente, tão somente uma tragédia
pessoal, mas também um caso que representa toda uma questão de saúde pública no contexto de atualidade e suas mudanças
nas dinâmicas sociais. (BOTEGA, 2015, N. J.). Nesta premissa, investigou-se no município de Viçosa do Ceará que tipos de ações
para com essa demanda foram implementadas, ou pensadas, tendo em vista os números relevantes de casos, não obtendo res-
postas positivas no que tange intervenções sociais, junto com a população. Cada vez mais, no panorama mundial atual, procura-se
estar ao mesmo tempo que estável, atualizado também com as tecnologias e demandas que dela provém, que de forma constan-
te sofrem modificações. Isto, quando posto em comparação a época em que Durkheim escreveu sobre o suicídio, revela elemen-
tos semelhantes, que exercem fortes impactos no homem. Uma vez que a cultura está a todo momento sendo modificada pelo
homem, ela exerce certas pressões sobre o mesmo, de modo que assim este possa se enquadrar em determinados padrões e
aceitar mudanças que podem ir contra sua moral. Mudanças essas, que fazem com que as pessoas se encontrem em constante
processo de ressignificação de seus sentimentos, uma vez que podem são ser notadas e valorizadas, quando expostas a situações
que precisam se sentir contempladas pelo outro. Tudo isto aparece conforme também a noção da afetividade, no sentido do afe-
tar-se diante das impressões e relações. Partindo de uma visão da contemporaneidade onde, as relações são superficiais e a
partir disso as pessoas se encontram resguardadas em seus sentimentos rasos e longe de “danos maiores”, existe uma sociedade
que encontra no medo uma de suas formas de viver e sendo esse o sentimento que delimita e influência boa parte das ações do
homem. Nos casos estudados, as vítimas presenciavam relacionamentos afetivos bem firmes, duradouros e com características
peculiares dentro do contexto de cada sujeito, e a partir do momento em que esses relacionamentos tiveram um fim, os sujeitos
enfrentaram momentos de busca de sentindo e ressignificar suas próprias vidas. Assim, o processo de busca de sentido e esse
movimento de estar lançado para uma relação em ‘ser para o outro’, tem pontos peculiares na história de vida de cada indivíduo,
como, a quebra de vínculos afetivos significativos nos relacionamentos estabelecidos, descontrole emocional frente a essa situ-
ação de desamparo e a perda de sentido gerando uma dor psíquica evidente e emergente, levando ao ato final. Zygmunt Bauman
(2006), traz em um de seus estudos da sociedade contemporânea um viés de que a morte enfim, significaria a perca de um mun-
do onde não se é mais possível ter sentido de viver nele: “Cada morte é a perda de um mundo- uma perda definitiva, irreversível
e irreparável. A ausência desse mundo é que jamais acabará – sendo, a partir de agora, eterna. ” (BAUMAN, 2006, p.60). “Nesta
composição contemporânea se dá a convivência, análoga à caracterização cultural do consumo, do imediatismo e do passageiro
que enaltece, justamente, a satisfação rápida e garantida. Traz, junto consigo, a fragilidade dos vínculos afetivos e a insegurança,
os desejos conflitantes de ligação e liberdade entre os seres humanos e, mais especificamente, a tensão que perpassa a escolha
egocêntrica que, ao mesmo tempo, também é atingida pelo mal--estar atual do estado de desamparo. ” (CASADORE; HASHIMOTO,
2012, p. 190) Percebendo o ser humano dentro da dimensão de cuidado consigo mesmo e, dentro da sua busca de sentido, há
uma aura afetiva, onde nela o homem se sente implicado nas relações podendo ter como consequências uma perda desse cuida-
do consigo, junto com a não visualização de sentido na existência, levando ao suicídio. Nos contextos estudados, pode-se então
perceber que, ao findar com uma relação afetiva, os comportamentos e expressões dos sujeitos encontravam-se em sofrimento
profundo, deixando de olhar por si e depositando no outro uma grande responsabilidade pelo seu bem-estar. Diante disto, poucos
dias após a quebra dos vínculos, o ato de suicídio ocorreu. Como seres-para-a-morte, segundo Heidegger (1927), estamos cada
vez mais lançados no mundo de afetos e neste mundo, é possível que em determinado momento o Dasein não encontra mais
espaço de acolhimento e pertencimento, e dentro da sua percepção há um esgotamento de possibilidades, sendo assim, o instan-
te preciso que a morte obtém sentido, tendo em vista que segundo o autor: “O ser que existe para essa possibilidade coloca
diante de si a pura e simples impossibilidade de existência. ” (HEIDEGGER, 1927, p. 37-38) Compreendendo o suicídio como um

Comunicação Oral 411


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

fenômeno complexo e que necessita de um cuidado para ser estudado, principalmente, quando vai ser acessado a família das ví-
timas. Nos relatos, foi possível encontrar linhas pertencentes nas histórias de vida das três pessoas, como: no período que ante-
cedeu o ato final, estavam mais quietos, mostravam-se evidentemente cabisbaixos e deprimidos, ficou claro para as famílias que
o rompimento de vínculos era o maior causador de tais comportamentos, mesmo que, as mesmas não verbalizassem muito sobre
os motivos de suas angustias. O principal ponto de encontro é a falta de sentido na vida e a não comunicação dos mesmos. “ Há
tempos na nossa vida onde as palavras não chegam. Tempos onde entramos em contato com o que há de mais profundo em nós
mesmos, buscando respostas, sentidos, verdade. O tempo de morrer é um desses momentos. ” (ARANTES, 2016, p. 62-63) Em um
dos casos, a pessoa chega a anunciar que não irá aguentar tamanha dor, caso a mesma relação não fosse reatada. Tendo em vista
tal acontecimento, a descrição de tal situação sucinta reflexões que tangem o contexto das relações e as formas como as mesmas
refletem na realidade da população de um modo geral, uma vez que, findado a vida das pessoas estudadas, as famílias encon-
tram-se num processo de questionamento e busca de respostas, que não são encontradas de forma incontestável. Neste momen-
to, Bauman (2006) quando pensa a questão da morte e como o medo circunda todos que nela pensam ou falam, traz a influência
irremediável da mesma na vida das pessoas, e aprofunda sua discussão diante do rompimento nas relações afetivas: “O que é
saudado por um dos lados como um ato bem-vindo de libertação é percebido e vivenciado pelo outro como um ato abominável
de rejeição e/ou exclusão – um ato de crueldade, uma punição imerecida ou no mínimo uma prova de insensibilidade. ” (BAU-
MAN, 2006, p. 66).

Conclusões:
A análise dos casos e o conhecimento da dinâmica das vidas dos que se suicidaram, bem como, de suas famílias, possibilita per-
ceber que houve uma quebra de frequência e sentido nos acontecimentos, diante do rompimento de relacionamentos afetivos.
Desta forma, causando dor e sofrimento, relatado pelos familiares que conviveram com os mesmos dias antes do acontecimento.
Compreendendo o ser humano como um ser de relações e afetos, fica claro, assim, o encadeamento existente entre o momento
de angustia e luto que segue após um rompimento, tendo em vista que o outro já não estará mais disponível para consigo, e o
medo e a incerteza, acompanham a fragilização do nexo de existir no mundo, bem como de se sentir pertencido pelo mesmo. Os
relatos das famílias, assim, são esclarecedores sobre as mudanças ocorridas das vidas dos três agricultores. Partindo de um lugar
onde, não é possível saber a causa certa que os levou ao ato final, porém, nos três casos tendo como fator relevante e comum a
perda de ligações afetivas em relacionamentos significantes em suas vidas, permitindo-nos, assim, relacionar tais eventos com o
sofrimento desencadeado que podem ter levado os mesmo ao suicídio. Desta forma, a hipótese se fortalece e abre outras ques-
tões a serem exploradas na cidade de Viçosa do Ceará, como, evidencia a necessidade de cuidado e atenção psicossocial voltados
para a população, as famílias dos que ficaram e a saúde em geral no município, afim de cuidar do cenário supracitado.

Referências:
ARANTES, A.C.Q. A morte é um dia que vale a pena viver – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016. 192 p.

BAUMAN, Z. Medo Líquido – Rio de Janeiro: Zahar, 2008. (Tradução, Carlos Alberto Medeiros. Original publicado em 2006)

BOTEGA, N. J. Crise suicida : avaliação e manejo – Porto Alegre : Artmed, 2015. e-PUB.

BOTEGA, Neury José. Suicídio: saindo da sombra em direção a um Plano Nacional de Prevenção. Rev. Bras. Psiquiatr. 2007;29(1):7-
8

CASADORE, M. M.; HASHIMOTO, F. Reflexões sobre o estabelecimento de vínculos afetivos interpessoais na atualidade. Revista
Mal-Estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. XII – Nº 1-2 p.117-204 – Mar/Jun 2012.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia.; tradução Monia Stahel – São Paulo: Martin Fontes, 2000. – (Coleção Tópicos)
Original publicado em 1897

GONÇALVES, L.R.C.; GANÇALVES, E.; JÚNIOR, L.B.O. Determinantes espaciais e socioeconômicos do suicídio no Brasil: uma abor-
dagem regional. Nova Economia_ Belo Horizonte_ 21 (2)_281-316_ maio-agosto de 2011

HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Parte I. (8. ed.). Tradução de Márcia de Sá Cavalcante. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. (Original publi-
cado em 1927)

412 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LENZI, Bruno; FERRARI, Carla Fernanda Bastos. Conversando com famílias, adolescentes e suicídio. Nova Perspectiva Sistêmica, n.
58, p. 125-130, agosto 2017.

MARÍN-LEÓN, Leticia; BARROS, Marilisa B A. Mortes por suicídio: diferenças de gênero e nível socioeconômico. Rev Saúde Pública
2003;37(3):357-63.

SANTOS, D.G.; SÁ, R.N. A existência como “cuidado”: elaborações fenomenológicas sobre a psicoterapia na contemporaneidade.
Revista de Abordagem Gestáltica – Phenomenological Studies – XIX(1): 53-59, jan-jul, 2013.

Comunicação Oral 413


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

APLICABILIDADE DA CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE


(CARS) EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)
EDINA MARIA ARAÚJO
Centro Universitário INTA - UNINTA
ANTONIO HENRIQUE OLIVEIRA DA SILVA (SILVA, A. H. O
Centro Universitário INTA - UNINTA
ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA ALBUQUERQUE (ALBUQUERQUE, R. A. S)
Centro Universitário INTA - UNINTA
ALESANDRO LIMA DE VASCONCELOS (VASCONCELOS, A. L)
Centro Universitário INTA - UNINTA
LARISSE ARAÚJO DE SOUSA (SOUSA, L. A)
Prefeitura Municipal de Sobral – PMS
ILVANA LIMA VERDE GOMES (GOMES, I. L. V)
Universidade Estadual do Ceará – UECE

Introdução:
Os transtornos mentais são frequentemente associados à incapacidade e sofrimentos significativos que afetam a vida, ativida-
des sociais, profissionais e outras atividades que venham a ser realizada pelo indivíduo (DSM-5, 2014). O Autismo é um desses
transtornos, o mesmo é considerado uma condição neurológica que é caracterizada pelo fato de prejudicar as interações sociais,
o comportamento e o desenvolvimento acentuadamente anormal nas modalidades de comunicação (APA, 2014). Os primeiros
sintomas do transtorno dos espectros autistas geralmente envolvem o desinteresse social, padrões incomuns de comunicação e
padrões estranhos de brincadeiras (DSM-5, 2014). No entanto, Nitkin et al. (2015) afirmam que as crianças autistas desde o pri-
meiro ano de vida apresentam isolamento social e possuem dificuldades em desenvolver relações pessoais, dificultando até mes-
mo o vínculo materno. O tratamento do TEA pode ser de forma medicamentosa, terapias familiares ou terapia comportamental.
No âmbito do tratamento medicamentoso faz-se o uso de Neurolépticos. Este tipo de medicação traz uma melhoria na agitação
psicomotora e nos comportamentos das crianças com TEA, logo a criança deverá ser acompanhada por uma equipe multiprofis-
sional de saúde, como: terapeutas ocupacionais, psicólogos, entre outros (MAIA, 2016). Dentre várias escalas para diagnóstico
precoce e avaliação do TEA, destacamos a escala de CARS, que sua sigla é definida como Childhood Autism Rating Scale ou Escala
de Avaliação do Autismo na Infância. Trata-se de uma escala com 15 itens que auxiliam o diagnóstico e identificação de crianças
com autismo, além de ser sensível na distinção entre o autismo e outros atrasos no desenvolvimento. A sua importância é baseada
na capacidade de diferenciar o grau de comprometimento do autismo entre leve, moderado e severo (MAGYAR; PANDOLFI, 2007;
SCHOPLER; REICHLER; RENNER, 1988). Sua aplicação é rápida e adequada a qualquer criança a partir de dois anos de idade. Nesta
perspectiva o enfermeiro como profissional, ao lidar com o autismo infantil, precisa prestar atenção nos sinais e sintomas apre-
sentados pela criança, principalmente aquelas que ainda não tem diagnóstico, prestando sempre a assistência de enfermagem o
mais precoce possível, principalmente apoiando a família, transmitindo-lhe segurança e tranquilidade, garantindo o bem-estar da
criança, esclarecendo dúvidas e motivando o tratamento e acompanhamento do autista (NITKIN et al., 2015). Optou-se por abor-
dar o referido tema e realizar a busca do aprofundamento teórico, científico e prático, sobre o TEA no município de Tianguá-CE,
mediante a quantidade de casos de crianças com o TEA nos anos inicias da rede de Escola Pública do Município. Neste estudo
realizou-se a aplicação da escala de CARS, onde obteve-se resposta para seguinte pergunta norteadora: Qual a aplicabilidade da
Childhood Autism Rating Scale (CARS) em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? A pesquisa torna-se relevante por
mediante aplicabilidade da escala realizar-se-á orientações adequadas para cada tipo de grau, sendo eles: o leve, o moderado e o
severo. Percebe-se que mesmo existindo um considerável quantitativo de crianças com o TEA e grandes fontes de informações a
respeito, ainda se nota uma falta de conhecimento e até mesmo preconceito por parte familiar e social, onde as mesmas encon-
tram-se inseridas.

Objetivos:
Analisar a aplicabilidade da Childhood Autism Rating Scale (CARS) em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

414 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa, teve como cenário de estudo o município de
Tianguá-CE, contando como participantes os pais ou responsáveis de crianças com diagnóstico de TEA, assim, realizou-se uma
entrevista semiestruturada e aplicou-se a escala de CARS, que foi o instrumento chave para a coleta de dados e informações das
crianças diagnosticadas com o TEA, pois a escala tem uma avalição dos 15 domínios mais afetados no autismo, somadas a uma
categoria única que visa descrever a impressão geral. Os quinze domínios de avaliação são: (1) interação com as pessoas, (2) imi-
tação, (3) resposta emocional, (4) uso do corpo, (5) uso de objetos, (6) adaptação à mudança, (7) reação a estímulos visuais e (8)
auditivos, (9) a resposta e uso da gustação, olfato e tato; (10) medo ou nervosismo, (11) comunicação verbal, (12) comunicação
não verbal, (13) nível de atividade, (14) o nível e a coerência da resposta intelectual e, finalmente, as (15) impressões gerais, cada
domínio presente tem uma pontuação atribuída a eles que varia de 1, que significa dentro dos limites de normalidade, e 4 que já
é definido como um sintoma autístico grave. A pontuação da somatória dos domínios vai de 15 – 60 pontos, onde tem como pon-
tuação corte do autismo 30 pontos. Ao término da coleta de dados, realizou-se uma apresentação através de gráficos sendo
quantificados em porcentagem simples e seus resultados discutidos mediante a literatura pertinente. O estudo foi apreciado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário INTA - UNINTA de Sobral-Ceará, sendo considerado aprovado sob o parecer
com número: 3.036.754, respeitando a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na qual contêm diretrizes e
normas regulamentadoras de pesquisas que envolvam seres humanos. Os resultados da pesquisa realizada no município de Tian-
guá-CE, no período de novembro a dezembro de 2018, mostram o grau de comprometimento do Transtorno do Espectro Autista
(TEA) em crianças, que emergiram duas categorias: 1) Caracterização do perfil dos participantes e 2) Avaliação do comprometi-
mento do TEA em crianças segundo a escala de CARS. Na categoria caracterização do perfil dos participantes, foram entrevistados
20 pais de crianças com diagnóstico de transtorno do espectro autista que atenderam aos critérios de inclusão. A faixa etária de
idade dos participantes variou entre 22 a 48 anos. Para a grande maioria dos entrevistados, prevaleceu o sexo feminino totalizan-
do 95% em relação ao sexo masculino, que se findou em apenas 5%. Em relação às crianças com diagnóstico de TEA, a idade varia
de 3 a 11 anos, sendo 80% do sexo masculino e 20% feminino, assim, demonstrou-se que a predominância permaneceu masculina
nesta pesquisa. Seguindo, assim, a afirmação de Fombonne (2009), o autismo tem prevalência quatro vezes maior em meninos do
que em meninas. Apesar de diversas teorias, como a do “cérebro supermasculino”, tentarem explicar a diferença na prevalência
entre os sexos, não se sabe até o momento a relação exata entre sexo e diagnóstico de autismo (BARON; COHEN, 2002). Quanto
à cor da pele, as crianças apresentavam variações, sendo majoritariamente 60% da cor parda, 30% da cor branca e apenas 10% da
cor negra. Sobre complicações na gestação ou parto, 60% responderam que tiveram complicações no parto, sendo que 15% rela-
taram que tiveram infecção urinaria, 15% afirmaram que o nascimento da criança passou da data provável do parto, 10% tiveram
pré-eclâmpsia, enquanto 15% apresentaram eclâmpsia e 5% tiveram parto prematuro. Em relação à etiologia, em uma tentativa
de entender as questões multifatoriais do transtorno, procurou-se explicar, através de teorias, as possíveis causas de tamanha
heterogeneidade. Entre as teorias, foi sugerida a teoria do Patamar Comum (BOLTON; COHEN, 2002). Basicamente, a teoria suge-
rida refere que diferentes fatores são responsáveis pela determinação de padrões comportamentais, cognitivos e neurológicos do
que chamamos de autismo, ou seja, a sintomatologia do TEA é o resultado de questões multifatoriais. Desse modo, a teoria des-
crita é importante, porque faz uma síntese de outras tantas tentativas isoladas de explicações e buscas por uma etiologia única,
unificando-as e conseguindo integrá-las. Na categoria avaliação do comprometimento do TEA em crianças segundo a escala de
CARS, observou-se que o grau sem sinais de autismo e autismo leve se mantiveram em 30% dos avaliados. Em relação ao grau sem
sinais de autismo, no momento da entrevista, a criança não demostrava nenhum sinal aparente de autismo, sendo relatado por
20% dos entrevistados que as crianças que não tinha compatibilidade com sinais de autismo, anteriormente já tinham chegado a
apresentar sinais de autismo, no entanto, com ajuda de terapias, os sinais foram desaparecendo. Corroborando com o exposto,
Silva, Herrera e Vitto (2007), ressaltam que existe uma variedade de fundamentos teóricos que intervém terapeuticamente no
autismo, buscando melhorar as habilidades linguísticas, sociais e cognitivas. No eixo do Autismo moderado, apresenta-se que 15%
das crianças mantinham compatibilidade com este grau de acordo com a escala aplicada, a criança no autismo moderado, apre-
senta uma intensificação um pouco maior nos domínios estabelecidos na escala de CARS, esta intensificação pode ser estabeleci-
da em apenas alguns domínios, como no caso do domínio da relação com pessoas, onde se pôde encontrar uma diferença na va-
riação de uma criança para outra. Em relação ao Autismo severo, que se manteve presente em 25% das crianças da pesquisa, este
tem um comprometimento maior nos domínios, estabelecendo uma pontuação igual ou superior a 39 pontos na escala de CARS,

Comunicação Oral 415


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

este grau de autismo é representado principalmente pela ausência da verbalização, adaptação às mudanças e relação com as
pessoas, porém vale lembrar que não existe uma regra específica para os sinais de autismo, pois uma criança pode apresentar um
déficit maior em um domínio em relação a outra neste mesmo domínio. Entretanto, estudos demonstram que os comportamen-
tos atípicos que caracterizam esta síndrome se manifestam de maneira heterogênea com diferentes níveis de gravidade. Logo
podemos encontrar: crianças que verbalizam e outras que não utilizam a linguagem verbal; crianças sem nenhum tipo de contato
social e outras com relacionamento atípico; além disso, algumas crianças podem apresentar retardo mental e outro quociente
intelectual dentro da variação média normal (LAMPREIA, 2004; BEJEROT, 2007). Assim, o grau de severidade do autismo está as-
sociado com a quantidade de comorbidades e a sua gravidade (KOHANE et al., 2012). No domínio da relação com pessoas, obser-
va que 40% das crianças da pesquisa apresentaram nível leve, que é caracterizado de acordo com a escala de CARS de Schopleret
al. (1988), como um nível onde a criança evita olhar nos olhos do adulto, e quando tem essa interação forçada, pode demostrar
sinais de aborrecimento, pode ser também representada por uma criança excessivamente tímida, onde não responde o adulto,
como deveria responder qualquer criança dessa idade. O nível moderado do mesmo domínio, encontra-se presente em 35% das
crianças da pesquisa, este nível é representado por um distanciamento da criança com outras, parecendo ausente por certos
momentos, já no caso do nível severo, mostra-se presente em 15% das crianças pesquisadas, onde estas apresentam-se desinte-
ressadas por coisas que o adulto venha a realizar e quase nunca iniciam ou respondem um contato com o mesmo, desta forma,
mostrando-se distante e indiferente, ao contrário de uma criança sem sinais de autismo, que poderia demonstrar alguns sinais de
timidez, porém, isso não implicaria em contato futuro com adultos e até mesmo na percepção de interesse em realizar atividades
propostas por estes. Neste eixo da pesquisa, elencou-se o domínio da imitação, onde 35% das crianças da pesquisa mantiveram
um grau normal para o grau leve, sendo representado por uma criança capaz de imitar sons, palavras e movimentos de forma
adequada ou imita somente comportamentos simples como o bater de palmas, ou sons simples na maior parte do tempo. Seguin-
do o mesmo eixo, a pesquisa também possibilita ver o grau moderado presente, sendo que 25%, onde pode realizar a imitação só
parte do tempo, porém precisa de grande persistência e ajuda de outra pessoa, já no grau severo sendo apresentado em 5% das
crianças, que raramente ou nunca emitem sons, palavras ou movimentos, mesmo tendo ajuda de outras pessoas. A resposta
emocional de autistas pode variar de criança para criança, algumas tendem a demonstrar um tipo e um grau de resposta adequa-
da, como também pode ser que outras raramente demostrem, quando relacionado a certas situações, ou até mesmo mostrar-se
uma reação fora do contexto da situação presente. Demonstrando que 60% das crianças pesquisadas, mantiveram um comprome-
timento moderado, representado por uma resposta desajustada, com reações apagadas ou excessivas, onde não mantinha rela-
ção com a atual situação, podendo gritar ou rir sem motivos aparentes. No uso do corpo, algumas peculiaridades podem estar
presentes entre crianças autistas, tais como uma criança desajeitada, tendo uma coordenação motora pobre ou até mesmo mo-
vimentos repetitivos presentes e segundo Ferreira e Thompson (2002), mostra que o autista apresenta dificuldade de compreen-
der seu corpo em sua globalidade, em segmentos, assim, como seu corpo em movimento. Quando partes do corpo não são per-
cebidas e as funções de cada uma são ignoradas, pode-se observar movimentos, ações e gestos pouco adaptados. O distúrbio na
estruturação do esquema corporal prejudica também o desenvolvimento do equilíbrio estático, da lateralidade, da noção de re-
versibilidade; funções de base necessárias à aquisição da autonomia e aprendizagens cognitivas. Este eixo apresentou um quan-
titativo no comprometimento moderado em 40% das crianças pesquisadas, onde uma das peculiaridades mais presentes era o
movimento repetitivo, e comportamentos nitidamente estranhos, como movimentos finos dos dedos e balanceio. Alguns estudos
apresentam que este comportamento repetitivo ou estereotipado dificulta a aprendizagem e a adaptação ao meio social. Afinal,
com um repertório comportamental restrito, é mais difícil que novos comportamentos ocorram uma primeira vez para serem re-
forçados e, assim, aprendidos (BOUCHER, 1977; BARON; COHEN, 2002; GILLBERG, 2005). No domínio da adaptação às mudanças,
o comprometimento maior nas crianças pesquisadas, foi em nível severo, alcançando 40% de comprometimento neste domínio,
e sendo representado por uma mudança na reação intensa, difícil de eliminar, mostrando-se extremamente agressiva e não cola-
borativa, respondendo com birras. Apesar deste índice no campo severo, as crianças com Transtorno Autístico não têm como
características principais à agressividade (APA, 2014). As crianças que permaneceram entre o nível leve e moderado, apresenta-
vam uma aceitação melhor em relação à mudança imposta, embora às vezes precisando de um esforço, mas acalma-se facilmente.
De acordo com Gauderer (1993), o autismo manifestasse por profundas alterações do comportamento, que se instalam precoce-
mente na infância. A resposta auditiva ao som pode ter algumas variações, muitas vezes a criança pode ignorar um som, ou ao
contrário, podendo apresentar uma sensibilidade alta e severa, neste gráfico percebe-se que 85% das crianças pesquisadas, man-

416 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

tiveram um grau moderado em relação a sua resposta auditiva, enquanto outras crianças mantiveram-se em níveis normais ou
leves. A comunicação verbal das crianças autistas da pesquisa mostrou-se maior no nível moderado, alcançando 40% em relação
às outras categorias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na Classificação Internacional de Doenças, o autismo é
uma síndrome presente desde o nascimento, que se manifesta antes dos 30 meses, apresentando respostas anormais a estímulos
visuais ou auditivos, assim também, como dificuldades nas interações comunicativas. Verifica-se que as crianças com autismo
exibem diferenças significativas no que diz respeito às suas capacidades linguísticas, mantendo-se alguns deles incapazes de falar
durante toda a vida, enquanto que outros parecem ter uma boa aptidão na estrutura da linguagem, utilizando frases completas
ao falar, lendo e escrevendo bem. Contudo, e tendo em conta estas diferenças em relação à capacidade de linguagem, todas as
crianças com autismo sofrem de uma perturbação da comunicação (JORDAN, 2000). Sobre a resposta intelectual de crianças au-
tistas as seguintes categorias: normal, leve, moderado e severo. A categoria severa apresentou uma porcentagem de 40%, em
relação às outras categorias. Ao considerar o autismo como uma deficiência intelectual, uma limitação na linguagem e nas fun-
ções executivas, pode-se afirmar que os sujeitos com autismo estão configurados com um impedimento neurológico e biológico
que determinam uma incapacidade e que não atendem aos padrões de normalidade. Assim, os portadores do espectro autista
possuem comportamentos desviantes que resultam em prejuízos para eles e para a família e transformam a sociedade, segundo
os padrões de normalidade por eles determinados (FARIA, 2017). No eixo medo e ansiedade, analisou-se um grau de severidade
de 25% para as crianças pesquisadas. Há, por parte dos autistas, uma relutância em comunicar seus sentimentos, uma ansiedade
devastadora diante das situações de exposição diante da própria existência. Mas, isso não significa que a criança não seja capaz
de compreender o que lhe é dito. Apesar das causas do autismo ainda não serem totalmente compreendidas, sabe-se que esta
síndrome não tem cura, mas que o tratamento pode ajudar a controlar alguns sintomas e tornar a convivência familiar um pouco
mais facilitada (SUN; FERNANDES, 2014).

Conclusões:
O Transtorno do Espectro Autista é algo que precisa ser conhecido em diversos aspectos, uma criança com Autismo não necessa-
riamente precisa demostrar sinais como outras crianças, o autismo hoje tem uma ampla possibilidade de ser diagnosticado, pois
existem diversos instrumentos que possibilitam o diagnóstico precoce, como exemplo a escala de CARS, onde foi o instrumento
chave aplicado nesta pesquisa, pois esta escala, além de possibilitar a identificação do grau de autismo, ainda avalia em que do-
mínio existe um maior déficit, isso é um grande recurso para quem deseja trabalhar com crianças autistas, pois poderá conhecer
melhor os sinais mais presentes naquela criança e com isso realizar trabalhos que estimulem a melhora de um domínio específico.
Observou-se que as crianças autistas que tinham uma frequência em terapias de desenvolvimento, obtiveram um avanço maior
em vários domínios dos sinais de autismo, algumas chegando até níveis de sem sinais de autismo de acordo com a escala, isso
no ponto de vista, pode significar que o autismo ainda pode ser uma situação controlável, ou então uma situação que pode ser
melhorada, com isso a criança poderá ter um desenvolvimento satisfatório que chega a acompanhar conforme outras crianças da
mesma idade.

Referências:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5 – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed,
2014.

BARON; COHEN, S. The extreme male braintheory of autism. Trends in CognitiveSciences, v. 6, p. 248-254, 2002.

BOUCHER, J. Alternation and sequencingbehavior, and response tonovelty in autisticchildren. Journal of ChildPsychology and
Psychiatry, v. 18, n. 2, p. 67-72, 1977.

FARIA, M. E. B. Autismo: da deficiência cognitiva e intelectual à singularidade da decisão de ser. Dissertação (Programa de Mes-
trado em Psicologia). Universidade Federal de São João del Rei, 2017.

FERREIRA, C. A. M.; THOMPSON, R. Imagem e Esquema Corporal. São Paulo: Lovise, 2002.

FOMBONNE, E. Epidemiology of pervasivedevelopmental disorders. PediatricResearch, v.65, n. 6, p. 591-598, 2009.

GAUDERER, C. E. Autismo. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1993.

Comunicação Oral 417


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GILLBERG, C. Transtornos do espectro do autismo. Trabalho apresentado no Auditório do InCor, São Paulo, 2005.

JORDAN, R.A Educação de Crianças e Jovens com Autismo. Lisboa: Instituto da Inovação Educacional – Ministério da Educação.
2000.

KOHANE , I . S . etal. Theco-morbidityburdenofchildrenandyoungadultswithautismspectrum disorders.PLoSOne, v. 7, n. 4, 2012.

LAMPREIA, C. Os enfoques cognitivista e desenvolvimentista no autismo: Uma análise preliminar. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.
17, p. 111-120, 2004.

MAGYAR, C. I.; PANDOLFI, V. Factorstructureevaluation of thechildhoodautism rating scale. Journal of Autism and Developmental
Disorders,v. 37, n. 22, p. 1787-1794, 2007.

MAIA, F. A. et al. Importância do acolhimento de pais que tiveram diagnóstico do transtorno do espectro do autismo de um filho.
Caderno de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 228-234, jun. 2016.

NITKIN, D. I. R. K. et al. Proposta de cuidado de enfermagem à criança autista: contribuições da psicanálise. 2015.

SCHOPLER, E.; REICHLER, R.; RENNER, B. R. The Childhood Autism Rating Scale (CARS). 10. ed. Los Angeles, CA:WesternPsycholog-
ical Services; 1988.

SILVA, R. A. D.; HERRERA S. A. L.; VITTO L. P. M. D. Distúrbio de linguagem como parte de um transtorno global do desenvolvimento:
descrição de um processo terapêutico fonoaudiólogo. Revista da sociedade brasileira de fonoaudiologia, São Paulo, v.12, n. 4, p.
322-328, 2007.

SUN, I. Y. I.; FERNANDES, F. D. M. Dificuldades de comunicação percebidas pelos pais de crianças com distúrbio do desenvolvimen-
to. CoDAS, São Paulo , v. 26, n. 4, p. 270-275, jul. 2014 .

418 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVANÇOS E RETROCESSOS NA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL


LEIDIANE CARVALHO DE AGUIAR
Centro Universitário Inta-UNINTA
ANA MARA FARIAS DE MELO
FLÁVIA CARNEIRO ROCHA
DJÂNIA MARIA BATISTA DE SOUSA

Introdução:
O presente artigo configura-se como um espaço de reflexão sobre as transformações na Política de Saúde Mental implantada
no Brasil e seus impactos no cotidiano das instituições. Para alcançar este objetivo, primeiramente, foi realizado um percurso
histórico do Movimento de Reforma Psiquiátrica. Esse movimento se constituiu como um instrumento de luta social, responsável
pela mudança do posicionamento do Estado em relação ao modelo de atenção e gestão praticado no âmbito da Saúde Mental,
possibilitando avanços na assistência, priorizando a oferta dos serviços de base comunitária em detrimento ao modelo manico-
mial outrora praticado. Contudo, há uma lógica ética e clínica no contexto das práticas desumanas antes adotadas por espaços
institucionalizados, onde durante décadas adotaram medidas contrárias à ética humana. Dessa forma, o objetivo é propor uma
discussão sobre avanços e retrocessos que foram se desencadeando durante o período da Reforma Psiquiátrica até os dias de
hoje, de modo a elucidar, à luz da literatura de grandes referências na Saúde Pública, o trato de questões centradas em emba-
tes subjetivos das práticas psicossociais, impactos das intervenções hospitalocêntricas e medicalizantes, e desdobramentos dos
novos dispositivos e novas tecnologias de cuidado. Segundo Simões, 2013 a Reforma Psiquiátrica Brasileira consiste em longo e
complexo processo de reorientação do modelo assistencial em saúde mental, que envolve um amplo questionamento sobre for-
mas de assistência e cuidado à população acometida por sofrimentos psíquicos graves. Seu início pode ser remontado ao final da
década de 1970, e sua progressiva operacionalização vem ocorrendo desde a década de 1980. Dentro de um campo teórico-con-
ceitual a Reforma Psiquiátrica apresenta diversas implicações críticas no âmbito político, cultural e jurídico, este último, por sua
vez, foi fundamental para modificar práticas de violação dos direitos de indivíduos tidos como indesejáveis socialmente, os quais
eram submetidos a tratamentos desumanos pelo fato de apresentarem uma deficiência física ou mental, ou tratados como seres
alienados sujeitos a maus-tratos, torturas e abandono. É perceptível a forma indigna que o Estado brasileiro se posicionou e legi-
timou práticas relacionadas a esses indivíduos e em contraproposta é apresentado aqui a luta antimanicomial como a superação
deste paradigma. A trajetória da Reforma Psiquiátrica e do Movimento da Luta Antimanicomial no Brasil também delimitaram
novas perspectivas sob a ótica do início de um processo de mudanças dentro do contexto de atendimento à Saúde Mental, pos-
sibilitando benefícios incontestáveis aos sujeitos necessitado de um tratamento diferenciado onde contemple, minimamente, a
dignidade humana, tendo em vista de tratar-se de pessoas que merecem respeito considerando a contextualização de sua história
de vida. Por estes motivos, o referido artigo considerando seus pressupostos, busca desenvolver uma reflexão questionadora sob
o viés da articulação psicológica combatendo a “involução” na política de saúde mental, o que se configura uma regressão aos
padrões de tratamento. É fato que tivemos avanços ao longo dos anos, no entanto é válido apontar a fraqueza e as delimitações
em que devem ocorrer maiores investimentos, de modo particular na atenção primária, tendo em vista que a atenção secundária
e terciária possui maior expressividade de recursos, contudo não contempla as necessidades da população em sua totalidade.

Objetivos:
Apresentar discussões de uma pesquisa pautada na investigação dos avanços e retrocessos que foram se desencadeando durante
o período da Reforma Psiquiátrica até os dias de hoje, de modo a elucidar, a luz da literatura de grandes referências na Saúde
Pública, questões centradas em embates subjetivos das práticas psicossociais, levando-nos a refletir os impactos das intervenções
hospitalocêntricas.

Desenvolvimento:
No sentido de investigar e gerar mais conhecimentos sobre os avanços e retrocessos na política de saúde mental, é importante
fomentar saberes, nos quais nos referenciamos com artigos e implicações críticas. Falar em saúde mental é estarmos eminentemente
ligados a contextualizações dos diversos fatores históricos, econômicos, políticos, social e até mesmo afetivo. Assim é pertinente

Comunicação Oral 419


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

introduzir inferências relacionadas a esses contextos sócio- -históricos para entendermos a lógica das políticas atuais e alguns
pontos pertinentes em relação a mesma, principalmente no que diz respeito as perspectivas da Reforma Psiquiátrica. Segundo o
Ministério da saúde (2005), a Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo, composto de atores, instituições e
forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades,
no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus
familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. Compreendida como um conjunto de
transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações
interpessoais que avança marcada por impasses, tensões, conflitos e desafios. Então, foi a partir do entendimento de alguns
profissionais, estudantes, comunidades e familiares de pacientes que sofriam maus-tratos dentro dos moldes hospitalocêntricos
e manicomiais que começaram manifestações e intervenções visando direitos e os deveres de pelo menos estes pacientes que
eram enclausurados. Segundo o Ministério da Saúde (2005) é somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso
Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original,
que traz modificações importantes no texto normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a assistência em saúde mental,
privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária e dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
com transtornos mentais. Porém, não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. A promulgação da
lei 10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. É no contexto da promulgação
da lei 10.216 e da realização da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de saúde mental do governo federal,
alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, passa a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade. Com a
reforma psiquiátrica, busca-se adotar a noção de atenção psicossocial, que compreende uma abordagem mais ampla de cuidado
em saúde mental, com a inserção de diferentes disciplinas do conhecimento e a inserção do usuário como fundamental ator
social. Nesse sentido, a atenção psicossocial inclui um conjunto de ações teórico-práticas, político-ideológicas e éticas, norteadas
pela pretensão de substituírem o modo asilar e o próprio paradigma da psiquiatria, e propõe-se à abertura para a inclusão de
inovações nesse campo. Uma dessas inovações, que busca substituir o modo asilar e operar com outra conotação teórica e técnica
que não a da psiquiatria tradicional, é o CAPS. Seus pressupostos destacam o atendimento aos sujeitos em sofrimento psíquico,
assim como a reabilitação psicossocial, visando promover o exercício da cidadania, maior grau de autonomia possível e interação
social. (NASI, 2005) Segundo Foucault (1984, p.28), “Não existe conduta moral que não implique a constituição de si mesmo como
sujeito moral; nem tampouco constituição do sujeito moral sem ‘modos de subjetivação’ sem uma ‘ascética’ ou sem ‘práticas
de si’ que as apoiem”. O autor aponta, dentro de um caráter psicossocial, as novas vertentes implicadas dentro de uma gestão
governamental onde traz para os temos atuais medidas de retrocesso na conduta de subjetivação do sujeito, fazendo com que
direitos adquiridos a alto custo, sejam facilmente esquecidos e desconstruídos socialmente e moralmente. A Atenção Psicossocial é
composta por quatro dimensões: a dimensão jurídico-política (mudanças nas legislações e portarias); dimensão teórico-conceitual
(novas bases teóricas que sustentam esse campo); dimensão técnico-assistencial (novas formas de operar o cuidado em saúde
mental) e a dimensão sociocultural (que é a transformação ética e política do pensamento manicomial reproduzido nas relações
sociais). Esse novo campo rompe com a psiquiatria tradicional e suas bases de sustentação. Assim, discutir o relacionamento
entre os serviços substitutivos e o hospital psiquiátrico é inserir na arena de debates, o ‘velho’ e o ‘novo’, enfim, a relação
entre os opostos (AMARANTE, 2007). Sendo assim, temos avanços bastante pertinente, e um deles é a assistência do Centro
de Atenção Psicossocial CAPS para a saúde pública no Brasil, especificamente, no que diz respeito à política de saúde mental,
tendo em vista que estes têm como objetivo e práticas proporcionar um cuidado mais específico e um trabalho em rede que
visibiliza o cuidado, a humanização, a empatia e a sensibilidade. Porém, o que é questionável, trata-se de perceber que a política
pública em saúde mental está numa encruzilhada política na qual encontra-se sobre eminentes ameaças a indústria de leitos e a
mercantilização do sofrimento, sendo perceptível possíveis retrocessos enclausuradores e estigmatizadores em relação à loucura,
o que denominamos de transtornos mentais . Também, nesse sentido, Amarante et al. (2016) afirmam que não há como negar
o perigo de retrocesso nessas conquistas da Reforma Psiquiátrica, especialmente com as mudanças ocorridas na coordenação
nacional de saúde mental e na condução da política de atenção psicossocial no país, atualmente sob o comando dos partidos
conservadores que governam o país Segundo Pinho (2018) nota-se que o conjunto de portarias e iniciativas de desconfiguração
da Rede de Atenção Psicossocial RAPS combinou três movimentos centrais: o ataque a capacidade de execução e implementação
da RAPS; a mudança de prioridades orçamentárias; o retorno dos dispositivos e da lógica manicomial (a internação, o isolamento

420 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

social como estratégia central da política em saúde mental). Ao apostar novamente no fortalecimento dos Hospitais Psiquiátricos,
na valorização das internações acima de 90 dias, na ampliação do financiamento público das Comunidades Terapêuticas e no
incentivo a ambulatorização do cuidado. Essas medidas de desconfiguração e de retrocessos nas políticas públicas de saúde mental
ocorreu através de “canetadas” da Coordenação Nacional de Saúde Mental. Quirino instituiu um novo método para construir suas
iniciativas, “de dialogar”, apenas com os “amigos”, a ABP/CFM/Confederação de Comunidades Terapêuticas e os gestores públicos.
Instituindo assim, uma democracia de baixa intensidade contrariando, nesse aspecto, o processo histórico da reforma psiquiátrica,
marcado por uma forte presença de participação e mobilização social (PINHO, 2018 p.06). Trazendo essas informações para uma
visão crítica, é notório perceber retrocessos na política de saúde mental, na qual estamos vivenciando momentos de extrema
relevância, no que diz respeito a questão das lutas de direitos violados. Manifestações, o olhar das comunidades, profissionais,
estudantes devem ser representantes desses movimentos que se faz tão significativo para a dignidade e a humanização dos
sujeitos, tendo em vista que esse modelo que querem aderir já se mostrou bastante preconceituoso e violento, pois as pessoas
merecem vivem socialmente, ser enxergados como humanos.

Conclusões:
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise do percurso histórico, no que se refere a reforma psiquiátrica,
podemos perceber que tivemos grandes avanços relacionado a saúde mental, e é notório o quão grande é o espaço que a atenção
psicossocial ganhou, com os movimentos sociais e a implementação dos CAPS, e seu atendimento humanizado, modificando o
olhar nosológico e individualizado, e passa a não mais ver o sujeito doente e sim o sujeito em sofrimento psíquico. Fazendo uma
análise a todo esse avanço histórico e ao que se diz respeito ao momento em que vivemos hoje é perceptível como estamos nos
aproximando novamente desse modelo hospitalocêntrico, enfocando a doença em si, pois há um padrão sociocultural que legiti-
ma a segregação das diferenças, apesar dos avanços. Isso caracteriza um grande travamento na sociedade que não nos permite
evoluir com o olhar humanizado sobre esse público que necessita desse cuidado, causando assim um adoecimento tanto da parte
usuária quanto dos trabalhadores de saúde mental. Como já esmiuçado nos resultados e discussões, podemos inferir com clareza
que houve retrocessos na política de saúde mental sendo que estamos vivenciando hoje momentos de grande relevância para
uma sensibilização cultural e política em relação a esta contextualização psicossocial. Nesse sentido faz-se necessário estudos
mais aprofundados em relação a esta temática, tendo em vista os retrocessos e configurações permeados pela as políticas públi-
cas atuais.

Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Reforma Psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Conferência Regional de Reforma dos
Serviços de Saúde Mental:15 anos depois de Caracas Brasília, 2005.

NASI, Cíntia; SCHNEIDER, Jacó Fernando. O Centro de Atenção Psicossocial no cotidiano dos seus usuários. Rev. esc. en-
ferm. USP, São Paulo, v.45, n. 5, p.1157-1163.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0080-62342011000500018. Acesso em 18.06.2019

PERRONE, P. A comunidade terapêutica para a recuperação de dependência do álcool e outras drogas no Brasil: mão ou contramão
de reforma psiquiátrica? Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19 no.2, p. 571 – 577, Fev. 2014.

PINHO, L. Saúde Mental: Retrocessos ou Contra-Reforma? . 1. Ed Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME) : São Paulo,
2018.

REPÚBLICA. P. Congresso Nacional. Disponível em:Acesso em 21 jun. 2019.

SIMÕES, C.; FERNANDES, R.; AIELLO-VAISBERG, T. O profissional de saúde mental na reforma psiquiátrica, Estudos de Psicologia
Campinas, v. 30 n.2, p. 276, abril – junho 2013.

SOUSA, F. S. P; JORGE, M.S. B. O retorno da centralidade do hospital psiquiátrico: retrocessos recentes na política de saúde men-
tal. Rev. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, 2019, v o1, p. 03. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tes/v17n1/0102-6909-tes-
17-1-e0017201.pdf. Acesso em 18.06.2019

Comunicação Oral 421


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CORPOS INERTES: A ATIVIDADE FÍSICA NO COTIDIANO DE


ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
CARLOS HENRIQUE LINHARES RIPARDO
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
ÍVINA ALESSA BISPO SILVA
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA
Psicóloga. Estudante da Pós-graduação- Mestrado em Saúde da Família-UFC
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Enfermeira. Pós-Doutorado pela Universidade do Porto. Docente adjunto da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
PAULO CÉSAR DE ALMEIDA
Graduado em Estatística pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Doutorado em Saúde Pública - Fac. Saúde Pública da USP e Professor.
Adj. Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MARIA SUELY ALVES COSTA
Psicóloga. Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará, Doutora em Psicologia Aplicada pela Universidade do Minho –
Portugal.
ANTONIO MAIRLON PONTE ROCHA
Graduado em Ciências da Computação. Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Período de realização:
Ação realizada no período de agosto a setembro de 2018.

Objetivo da Experiência:
A utilização de materiais educativos durante o atendimento às gestantes na atenção primária à saúde.

Introdução:
A atividade física vem assumindo um papel fundamental na promoção da saúde. Desta forma, torna-se interessante seu estudo
nas diversas fases da vida, especialmente por observar um aumento na quantidade de estudantes universitários em nosso país
que ao ingressarem na universidade podem assumir condutas nocivas à saúde, tal como a diminuição do nível de atividade física
(OLIVEIRA et al, 2014). Assim, a saúde dos universitários tem sido uma área bastante investigada, devido aos impactos ocasio-
nados na saúde devido ao estilo de vida dos estudantes. A questão de se discutirem estudos sobre a importância da atividade
física no público universitário fundamenta-se nos estudos fisiológicos que indicam comprometimentos a saúde, causados pelos
indicadores de pressão arterial, gordura corporal no início da fase adulta, devido ao pouco hábito de prática de atividade física,
e que por sua vez ocasionam limitações metabólicas e funcionais, ocasionando nos adultos a improdutividade e problemas de
saúde (APARECIDO et al, 2015). Estudos epidemiológicos apontam seus resultados para o crescimento de mortes relacionadas
às doenças crônicas não transmissíveis, ocasionadas por fatores de risco, como a hipertensão arterial, glicemia sanguínea ele-
vada, inatividade física e obesidade (SOUZA et al, 2012). A atividade física é considerada, dentre outros fatores, um importante
elemento na promoção da saúde e qualidade de vida da população. Alguns estudos demonstram que o sedentarismo ou a falta
de atividade física, juntamente com o tabagismo e a dieta inadequada, são fatores de risco associados ao estilo de vida, o que
pressupõe aumento substancial no risco de desenvolver/agravar várias doenças (SOUZA et al, 2012). A baixa Qualidade de vida
dos estudantes pode ser evidenciada durante o processo de adaptação ao ensino superior, uma vez que, nesse momento, os aca-
dêmicos estão passando por diversas situações novas, como a adaptação ao mecanismo de ensino aprendizagem da instituição
e a dupla ou tripla jornada, ocasionando queixas físicas, entre elas, as mais frequentes estão a fadiga, dores de cabeça e dores
nas costas, bem como a presença de hábitos alimentares desfavoráveis à saúde (BORINE; WANDERLEYI; BASSITTI, 2015.) Nesse
período de vida acadêmica, é possível vislumbrar fatores que influenciam as morbidades, muitas vezes confirmadas apenas no en-
velhecimento, mas que poderiam ser identificadas enquanto jovens. Isso possibilita meios de preveni-las, minimizar os prejuízos
à saúde e promover hábitos saudáveis (SANTOS et al., 2015). A existência dessas atitudes inadequadas entre universitários pode
estar relacionada a diversos fatores, como a rápida mudança no estilo de vida. Diante do exposto, identifica-se que os padrões de
realização de atividades físicas mostram-se em declínio com o ingresso no ensino superior. Tassini et al. (2017) indica que as mu-
danças de estilo de vida estão relacionadas a inserção do jovem na universidade ser marcada por intensas obrigações, iniciando
e enraizando comportamentos menos saudáveis. Assim, com o incremento da demanda de atividades acadêmicas e a inatividade

422 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

física durante este período, há uma elevação dos níveis de estresses. Dessa forma, temos como hipótese que devido a intensa vida
acadêmica, a prática de atividade física tende a se mostrar em declínio com o passar dos semestres.

Objetivos:
Dessa forma, objetiva-se com essa pesquisa identificar o nível de atividade física realizada por estudantes universitários de uma
Instituição Pública de Ensino Superior, localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil.

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, realizado em uma Instituição Pública de Ensino Superior
localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil. A pesquisa detém sua análise a um recorte da pesquisa de mestrado, intitulado
“Qualidade de Vida e Saúde Mental de Estudantes Universitários”. A população foi composta por estudantes do curso de adminis-
tração, ciências biológicas, ciências contábeis, ciências da computação, ciências sociais, educação física, enfermagem, engenharia
civil, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia, superior em construção de edifícios, zootecnia, direito e
química. Mediante realização de cálculo amostral com parâmetros de IC95%, erro de 5% e frequência esperada para os fatores
investigados de 50%. Para o cálculo do tamanho da amostra fixou-se P em 50% e nível de significância de 5% (α = 0,05) em todos
os testes estatísticos estimado o intervalo de 95% de confiança para todas as variáveis do estudo e um erro amostral relativo de
8% (erro amostral absoluto = 4%). Dessa forma, a pesquisa necessitou um público amostral mínimo de 557 estudantes para o
desenvolvimento do estudo. A amostra de participantes foi realizada a partir do cálculo da quantidade de alunos matriculados na
instituição (7007 estudantes), constituindo assim uma amostragem probabilística aleatória. A amostra final foi constituída de 880
alunos matriculados na UVA durante o período de 2019.1. Os critérios de inclusão são: estudantes do primeiro ao último ano, de
ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos; devendo estar matriculado e frequentar a universidade durante o período
de coleta, bem como terem disponibilidade em participar da pesquisa, por meio do aceite expresso no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Entre os critérios de exclusão estão alunos menores de 18 anos, que não estiverem devidamente matriculados
e cursando algum curso superior na instituição, estar incapacitado de responder os instrumentos da pesquisa, bem como estu-
dantes que responderem de forma incompleta os instrumentos. A coleta de dados ocorreu durante os meses de abril a junho de
2019 e foi realizada de duas formas, presencial durante os horários das aulas e em todos os campi de ensino, e de forma on-line,
em que foi disponibilizado e divulgado o formulário eletrônico. O instrumento de coleta foi disponibilizado para os discentes por
meio de WhatsApp, e também por e-mail. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário estruturado de autopreenchimen-
to, contendo informações sociodemográficas (idade, sexo, local de residência, renda, lazer, atividades laborais) e acadêmicas,
além do Instrumento que mede a qualidade de vida, Whoqol-Bref e o instrumento que mede a saúde mental MHI (Inventário de
Saúde Mental). Os dados foram organizados e armazenados em um banco de dados estruturado do Microsoft Excel e posterior-
mente foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 e licença de número
10101131007. A análise estatística foi organizada por meio de frequências e porcentagens. A pesquisa segue os pressupostos
éticos da Resolução n. 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP), da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), sob Parecer n° 3.241.897. Características dos estudantes universitários O
presente estudo contou com a participação de 880 estudantes da Instituição de Ensino Superior com 26 cursos diferentes oferta-
dos pela Instituição, sendo 512 do sexo feminino (58,2%) e 368 do sexo masculino (41,8%), com idade de mínima de 18 a 52 anos,
sendo dividida em população jovens (18-24 anos), adulto jovem (25-44), e adultos (45-52). Na amostra, destaca-se a maior quan-
tidade de participantes na faixa etária de jovens: 18 anos (6,5%), 19 anos (15,1%), 20 anos (15,8%), 21 anos (15,5%), 22 anos
(13,6%), 23 anos (9,8%), 24 anos (6,0%). O curso mais representado foi a Enfermagem (11,5%), seguido de Pedagogia (10,2%),
Letras (7,7%) e Ciências Biológicas (6,4%). Foi considerado para esta pesquisa alunos que estivesse cursando do 1º ao 10º semes-
tre, sendo classificado em semestre inicial (1º ao 3º semestre), semestre intermediários (4º ao 7º semestre) e semestre final (8º
ao 10º semestre). Desse modo, quanto ao semestre em que estão matriculados, 30,9% estudantes estão matriculados do primei-
ro ao terceiro semestre (semestres iniciais), 46,5% estudantes estão no quarto ao sétimo (semestres intermediários) e 22,6% es-
tudantes estão no oitavo ao décimo semestre (semestres finais). No que se refere a quantidade de disciplinas ou módulos cursa-
dos no semestre em questão, 22,2% dos alunos indicaram estarem matriculados em até três disciplinas e/ou módulos, 71,3%
entre quatro e sete disciplinas/módulos, e 6,5% com oito a 12 disciplinas ou módulos. Em relação ao turno em que frequenta as

Comunicação Oral 423


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

aulas 23,3% são apenas do turno matutino; 5,2% vespertino; 39,7% somente noturno e 31,8% dos alunos indicam estudar em
período integral. Quanto as áreas do curso de graduação 21,9% dos estudantes são das ciências exatas, 51,9% cursam graduação
das ciências humanas, e 26,2% nas ciências biológicas. Em relação à raça, 61,4% estudantes consideram-se pardos, 24,7% são
brancos, 10,1% identificam-se culturalmente como pretos e 2% classificam-se como amarelos. A prática de atividade física e seus
impactos na saúde. Quando questionados sobre desenvolver algum tipo de atividade física de forma regular, o resultado foi pre-
ocupante, pois 566 estudantes (64,3%) afirmaram não praticar nenhum tipo de atividade física, enquanto apenas 314 estudantes
(35,7%) afirmaram realizar algum tipo de atividade física. Além disso, dos 566 estudantes que afirmaram não praticar algum tipo
de atividade física, as mulheres despontaram com o total de 382 estudantes que não realizam nenhum tipo de atividade física
(74,60%), em detrimento de 184 homens que não realizam atividade física (50,0%), ou seja do público total de homens, metade
deles não realiza atividade física. A prática de atividades física das mulheres em relação aos homens em todas as frequência as de
atividades física as mulheres apresentaram baixa quantidade de horas em relação ao público masculino, indicando que 18 mulhe-
res (3,51%) realizam atividades física no nível baixo (um a dois dias), em detrimento de 33 homens, assim como 66 mulheres
(12,8%) realizam atividade física intermediária em detrimento de 83 homens (22,55%) e por fim, 46 mulheres (8,98%) realizaram
atividade física durante cinco à sete dias, diante de 68 homens (18,47%). Em pesquisa realizada com estudantes da Universidade
Federal do Piauí também indicou que em 605 estudantes, 52% foram considerados sedentários (agrupando as categorias insufi-
cientemente ativo e sedentário), sendo que, novamente, as mulheres foram consideradas mais inativas que os homens (MARTINS
et al, 2010). Semelhante a outras pesquisas, é identificável que o sexo predominante na prática de atividade física é o sexo mas-
culino, assim, o estudo demonstrou que os homens são mais ativos que as mulheres no que se refere a atividade física total. Entre
os cursos que apresenta os maiores índices de inatividades física, ou seja, aqueles que não realizam atividades física em nenhum
dia estão o curso de letras (n=56 alunos), indicou que 81,1% dos alunos não desempenham nenhuma atividade física, o curso de
pedagogia (n= 69 alunos), indicou76,6% não desempenham nenhum dia de atividade física, e o curso de enfermagem (n= 82 alu-
nos), indicou que 81,1% não realizou nenhum dia de atividade física. Os graduandos da área da saúde possuem maiores
esclarecimentos sobre a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis, contudo parece que não colocam em prática os
conhecimentos adquiridos. Assim, a qualidade de vida dessa população, de maioria jovem e em latente processo de formação
profissional, pode estar sinalizando fragilidade em termos de condição de vida física (BARALDI et al., 2015). Entre os cursos que
despontam na prática de atividade física estão, o curso de educação física e a graduação de engenharia civil. Em relação ao curso
de educação física, foi identificado que 32 alunos (66,66%) realizam alguma frequência de atividade física, em detrimento de 16
alunos (33,33%) que relataram não apresentar em sua rotina o hábito da prática de exercício. Diante dessa informação verifica-se
que apesar do curso preconizar a prática de exercício, ainda é evidente uma quantidade relevante de estudantes que não aderem
a uma vida mais saudável. Em comparação com outras publicações visualiza que a quantidade de alunos que realizam atividade
física mostra-se inferior, como na pesquisa de Neto; Silva e Oliveira (2017), em que os resultados, apontam, quanto ao indicativo
relacionado à saúde, que 71% dos universitários do curso de Bacharelado em Educação Física são fisicamente ativos. No entanto,
28,9% dos indivíduos apresentaram baixos índices de atividade física, isso implica dizer que essa parcela de sujeitos não apresen-
ta padrão satisfatório para uma vida fisicamente ativa. Estudantes das áreas de saúde são mais vulneráveis aos problemas de
saúde quando comparados aos outros estudantes. Castro et al. (2017) expõem que entre os graduandos em Educação Física, nem
todos os discentes apresentam um estilo de vida concernente com a manutenção da saúde e qualidade de vida. No estudo, o
período acadêmico apresenta interferência na prática de atividade física, a qual se apresenta reduzida com o avançar dos perío-
dos. Resultados semelhantes foram encontrados em outras publicações em que os jovens do início do curso apresentaram maio-
res níveis de atividades física. Consideramos para fins de análise 4 categorias: inativo, onde estão incluídos alunos que não exer-
cem atividade física; pouco ativo aqueles que despenham atividade durante uma a dois dias; moderadamente ativo que incluem
os estudantes que destinam de três a quatro dias, e muito ativo, com discentes com cinco ou mais dias. Em relação aos indicado-
res do nível de atividade física do curso de educação física, 3 discentes (6,25%) são pouco ativos, 15 discentes (31,25%) modera-
damente ativo e 14 discentes (29,16%) são muito ativos. Outro curso que desponta na prática de atividade física é a graduação
em engenharia civil, apresentando 31 estudantes (59,61%) que realizam em algum nível de frequência atividade física, sendo que
desse total, 5 estudantes (16,12%) são pouco ativos, 12 discentes (38,70%) são moderadamente ativos e 14 discentes (45,16%)
são muito ativos. Em estudo realizado na Universidade Federal de Pelotas, os pesquisadores concentraram suas atenções na ati-
vidade física dos universitários, em que foram analisados 485 universitários de 17 cursos representando cinco áreas acadêmicas:

424 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas, Ciências Humanas. A pesquisa demonstrou que alunos de Educação Física
e Engenharia eram mais ativos fisicamente. Assim, esses dados corroboram achados da presente pesquisa que também indicam
que o curso de engenharia civil apresenta alto níveis de atividade física (MIELKE et al, 2010). Para fins de análise foi dividido os
discentes em semestres iniciais: primeiro ao terceiro semestre, semestres intermediários: do quarto ao sétimo e semestres finais
do oitavo ao décimo. Diante da análise por semestres identifica-se haver uma redução da prática de atividade física no nível pou-
co ativo, decrescendo de 19,04% nos semestres iniciais, para 11,76% nos semestres finais, enquanto que no nível moderado de
atividade física, registrasse um aumento de 36,90% para 64,70% nos semestres finais. Também se registra uma redução do nível
de atividade física elevada, ou muito ativa, de 44,04% nos semestres iniciais, para 23,52% nos semestres finais, indicando por fim
que a quantidade de atividades física básica e elevada tende a reduzir no decorrer dos semestres. Acredita-se que a baixo nível
de atividade física nos cursos de graduação pode estar relacionado à grande exigência a que os estudantes são impostos durante
o período de graduação nas esferas do ensino, da pesquisa e da extensão, bem como de atividades laborais que muitas vezes são
necessárias para a subsistência do universitário (OLIVEIRA et al, 2014). Estudos a respeito dos níveis de atividade física de univer-
sitários ainda muito escassos, apesar de serem fundamentais para conscientização sobre os determinantes e condicionantes de
saúde da população de estudantes do Ensino Superior. Dessa forma, o artigo chama atenção para o fato de que o sedentarismo
inatividade pode provar na saúde e qualidade de vida, sendo um desafio urgente mudar esse comportamento (LOURENÇO et al,
2016).

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência acerca de uma ação educativa abordando o desenvolvimento do período gestacional reali-
zada por internos de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú, tendo como público alvo as gestantes que realizam
o pré-natal em uma unidade de saúde da atenção primária. Utilizou-se como recurso um álbum seriado que eram apresentados
às gestante durante as consultas de pré-natal com o propósito de facilitar a compreensão sobre o desenvolvimento da gestação.

Resultados:
Observou-se que as gestantes se mostraram interessadas e foram instigadas a buscarem mais informações sobre a gestação. As
ilustrações do álbum são bem educativas e mostram com clareza todas as transformações que acontecem no corpo da mulher com
a gravidez e o desenvolvimento do feto. Este recurso ajuda a compreender de forma mais simples e didática o período da gravidez,
e a minimizar as dúvidas frequentes das gestantes, que relataram um melhor entendimento da gestação após folhearem o álbum.

Análise Crítica:
Para uma boa assistência pré-natal é necessário a existência de informações sobre a saúde materno-infantil, contribuindo assim,
com as ações de autocuidado e redução de risco. No Brasil, apenas uma cobertura adequada da assistência pré-natal não é su-
ficiente para diminuir as intercorrências na gravidez. Entre os muitos obstáculos para uma avaliação de qualidade da assistência
pré-natal é a utilização de diferentes instrumentos como fontes de informação (POLGLIAN; NETO; ZANDONADE, 2014).

Conclusões:
Nesta perspectiva, nota-se que os resultados obtidos em relação a atividade física demonstram uma prevalência de inatividade
física. Assim, sendo esse um problema de saúde pública, torna-se, portanto, indispensável que haja uma reflexão direta sobre es-
ses aspectos apontados e que seja proporcionada e estimulada aos universitários possibilidades variadas de práticas de atividade
física, para que possam adotar um estilo de vida ativo. Neste sentido, é importante que a universidade assuma um papel de pro-
motora de oportunidades para uma vida mais saudável com o intento de construir uma universidade saudável, a partir da criação
de uma vivência acadêmica saudáveis, ampliando a importância da saúde e da promoção da saúde dos estudantes. É importante
destacar que devido a pesquisa ser de caráter transversal, torna-se impossível garantir com certeza que os alunos diminuem a
frequência de atividade física, por isso sugere-se que demais trabalhos com caráter longitudinal possam ser elaborados. É valido
destacar também na pesquisa que não foi avaliado quais os tipos de atividades físicas realizadas pelos estudantes, bem como os
hábitos alimentares fato esse que merece maior atenção, sugerindo assim que pesquisas possam ser aprofundadas sobre esse
assunto.

Comunicação Oral 425


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
APARECIDO, J. M. L et al. Avaliação da aptidão física de crianças e adolescentes obesos. Sci Health 2015; v. 6, n. 2, p:80-88, 2015.
Disponível em: . Acesso em: 22 jul 2019.

BARALDI, S et al. Avaliação da qualidade de vida de estudantes de nutrição. Trab Educ Saúde, v. 13, n. 2, p.515-31, 2015. Disponível
em:. Acesso em: 20 out. 2018.

BORINE, R. C. C; WANDERLEYI, K. S; BASSITTI, D. P. Relação entre a qualidade de vida e o estresse em acadêmicos da área da saúde.
Est. Inter. Psicol, v. 6, 2015. Disponível em: .Acesso em: 04 ago. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 466/12 - Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos,
Brasília, 2012.

CASTRO, J. B. P et al. Perfil do estilo de vida de universitários de Educação Física da cidade do Rio de Janeiro. R. bras. Ci. e Mov, v.
25, n.2, p.73-83, 2017. Disponível em:. Acesso em: 29 out.2018.

LOURENÇO, C. L. M et al. Comportamento sedentário em estudantes universitários. Rev Bras Ativ Fis Saúde. v. 21, n.1, 2016. Dis-
ponível em: . Acesso em: 22 jul 2019.

MARTINS, M. C. C et al. Pressão arterial, excesso de peso e nível de atividade física em estudantes de universidade pública. Arq
Bras de Cardiologia. v. 95, n. 2, p. 192-9, 2010. Disponível em: . Acesso em: 22 jul 2019.

MIELKE G. I et al. Atividade física e fatores associados em universitários do primeiro ano da Universidade Federal de Pelotas. Rev
Bras de Atividade Física e Saúde. 2010; 15(1):57-64. Disponível em: . Acesso em: 04 ago. 2018.

SOUZA, T. F et al. MONISA study: characteristics and methodological aspects. Rev Bras Epidemiol, v.15,n.4, 2012. Disponível em .
Acesso em: 22 jul. 2019.

TASSINI, C. C et al. Avaliação do Estilo de Vida em Discentes Universitários da Área da Saúde através do Questionário Fantástico.
Int J Cardiovasc Sci, v. 30. n.2, p.117-122, 2017.

426 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DEPRESSÃO PÓS-PARTO E AS IMPLICAÇÕES NO VÍNCULO MÃE


E FILHO
LYRLANDA MARIA CAVALCANTE DE ALMEIDA
Centro Universitario INTA UNINTA
FRANCISCO DIOGO CARDOZO DA SILVA (SILVA, F.D.C)
Centro Universitário INTA-UNINTA
ROBERLANDIA EVANGELISTA LOPES (LOPES, R.E)
Doutora em educação pela Universidade Estadual do Ceará UECE
MARIA VITALINA ALVES DE SOUSA (SOUSA, M.V.A)
Centro Universitário INTA-UNINTA
TEREZA CRISTINA NOGUEIRA CAMERINO (CAMERINO, T.C.N)
Faculdade Alencarina de Sobral FAL
FRANCISCA AYLA DE FARIAS (FARIAS, F.A)
Centro Universitário INTA-UNINTA

Introdução:
A gestação e o nascimento de um bebê podem ser considerados um evento propício de questionamentos e problemas emocionais
para os pais, pois são marcados por grandes mudanças e existência de sentimentos, de incertezas. Essa desordem de sentimentos
pode promover uma instabilidade no quadro emocional da mulher, que se altera entre euforia e depressão (SILVA, 2018). Obser-
va-se o efeito que a imaginação da gravidez e do bebê pode acarretar na mãe e nos familiares, isto é, a criação de perspectivas
alegres com a chegada do bebê. No entanto, mediante os sentimentos ambivalentes, as dificuldades e mudanças ocasionadas
pela maternidade, tal idealização é chocada e a mãe ideal e perfeita passa a ser algo inalcançável para a mulher, o que pode
trazer sentimentos como as frustrações e cobranças futura (CORRÊA; SERRALHA, 2015). Neste sentido, o período pós-parto é um
momento que a puérpera enfrenta adaptações e desafios, tanto fisiológicos como psicológicos em que é necessário adaptar-se a
uma nova realidade de vida. No dia-a-dia a mulher passa a ter uma nova rotina, altera seus hábitos, passa a ter novas responsabi-
lidades inerentes à maternidade. Essa fase de transformação emocional, permeada por sentimentos ambivalentes torna-se muito
propícia ao surgimento de problemas emocionais que incluem a tristeza puerperal e a Depressão pós-parto (DPP) (ALMEIDA;
ARRAIS, 2016). A tristeza puerperal é classificada como um distúrbio transitório de humor, qualificado por um curto período de
emoções voláteis, que ocorre, comumente, entre o segundo e o quinto dia após o parto, atingindo grande parte das novas mães
e, normalmente, tem remissão espontânea (ALMEIDA; ARRAIS, 2016). No entanto, a DPP é um transtorno semelhante a qualquer
outro tipo de depressão, caracterizada pelo isolamento social, tristeza, apetite e sono alterados. A diferença na DPP, é que esses
sintomas aparecem na mãe, no período de um mês a um ano após o nascimento da criança. É um distúrbio psicológico, biológico
e social que afeta cerca de 60% das mães (SILVA, 2018). O aparecimento do quadro acontece, a partir das quatro semanas após o
parto, alcançando sua intensidade máxima nos seis primeiros meses. Dentre os sintomas mais comuns, encontramos o desânimo
persistente, sentimento de culpa, alterações do sono, medo em machucar o próprio filho e ideias obsessivas em cometer suicídio.
Compete ressaltar que, a DPP deve se diferenciar de psicose puerperal, onde a mulher pode ter alucinações ou delírios (WHO,
2017). Diante disso, a DPP cada vez tem se configurado como sério problema de saúde materna, pois provoca várias alterações
sejam elas emocionais e comportamentais na mãe depressiva, e pode atingir aproximadamente cerca de 10 a 15% de mulheres,
após o nascimento do filho, exigindo assim um tratamento adequado (TOLENTINO et al., 2016). Assim, a criança se torna o maior
alvo da doença, pois acaba sofrendo toda a rejeição da mãe, deixando assim de se beneficiar do carinho e do amor materno. A
interação mãe-bebê tem principal importância no desenvolvimento infantil, pois é o carinho, o amor e o afeto pelo qual o bebê
aprende o mundo em que vive. É na infância que as crianças aprendem a desenvolver padrões de interações sociais, adquirem
e estabelecem laços parentais e acima de tudo aprende a importância da comunicação (SILVA; AIROLDI, 2014). Partindo desse
princípio, este estudo pretende responder ao seguinte questionamento: de que maneira a DPP influência no vínculo do binômio
mãe e filho?

Objetivos:
Averiguar as implicações da depressão pós-parto no vínculo mãe e filho.

Comunicação Oral 427


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
A presente pesquisa é do tipo exploratório descritiva de abordagem qualitativa, realizada com 20 mulheres com DPP acima de 18
anos, no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) geral situado na cidade de Sobral-CE. O CAPS geral é um serviço de saúde aberto
e comunitário do SUS, local de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses
graves e persistentes e demais quadros que justifiquem sua permanência num dispositivo de atenção diária, personalizado e
promotor da vida. Para obtenção dos dados, foram selecionados para a amostra 20 mulheres com DPP atendidas pelo CAPS geral,
e que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. Os critérios de exclusão adotados foram mulheres que se mudaram para
outra cidade ou que vieram a óbito. A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro a novembro de 2018, onde optou-se
por utilizar a entrevista semiestruturada. O período de duração da entrevista foi em média de trinta minutos, sendo gravada me-
diante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e aplicada no ambiente em que a participante se sentia
confortável. O instrumento de coleta de dados consistiu em quatro perguntas voltadas para a percepção dos sentimentos das
participantes em relação à DPP, sendo elas: Para você a DPP afetou sua vida? A relação entre seu bebê e você foi prejudicada?
Quais estratégias de cuidados que você recebeu para efetivar o vínculo mãe e filho? Coletaram-se ainda dados referentes à idade,
renda familiar, função laboral, escolaridade, quantidade de filhos, e histórico de depressão anterior à gestação. Após a coleta das
informações, os documentos foram analisados de acordo com a análise temática proposta por Minayo, que apresenta as seguintes
etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento/interpretação dos resultados (MINAYO, 2010). Objetivando assegurar a
confidencialidade e a privacidade, as participantes foram identificadas pela letra M e um número ordinal na ordem em que ocor-
reram as entrevistas, exemplificando: M significa mulher e 1 ordem das entrevistas, M1, M2... M20. O estudo respeitou a Resolu-
ção 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário
INTA/UNINTA, sob o parecer nº 2.959.291. Na categoria: Mudanças na rotina pós DPP, foi possível explanar a rotina das mulheres
que participaram da pesquisa, tendo como base as respostas obtidas na fase exploratória. Para isso utilizou-se a seguinte indaga-
ção para obtenção dos dados: Como a DPP afetou sua vida? Por intermédio da análise realizada e por meio do material empírico,
foi evidenciado que a DPP interfere na vida dessas mulheres, afetando o vinculo familiar, o humor, a função laboral e a vida social,
como é descrito nas falas das participantes. Sim, no começo nas primeiras horas do parto. Eu rejeitei totalmente a criança. Então
a partir daí começou a afetar minha vida social. Até hoje eu tenho medo de sair de casa, prejudicou muito meu relacionamento
com a minha família, até para eu voltar a trabalhar foi difícil. (M1) Afetou sim o meu vínculo com a família. Minha vida social, até
hoje eu sinto dificuldade de me socializar no meio do povo. (M17) Sim. Mais a relação com meu filho não. Já na minha vida eu
muitas vezes me sentia e até sinto ainda insegurança em está em lugares que tem muita gente. Minha família se distanciou um
pouco de mim, hoje eu não consigo arranjar emprego, até porque eu tenho medo de ir para o trabalho e deixar minha filha só,
penso que alguma coisa ruim vai acontecer com ela. (M3) Afetou muito. Eu pensava em tirar minha própria vida antes de causar
algum mal ao meu filho, me distanciei da minha família, mesmo eles só querendo me ajudar, até hoje tenho vergonha disso,
até hoje pra eu me socializar eu encontro dificuldade. (M5) A DPP constitui-se em uma grave doença que afeta a saúde da mulher,
repercutindo na relação social com toda a família e em especial com seu bebê, levando assim a diversas complicações tais como
o vínculo familiar inadequado, vida social prejudicada, podendo também ocasionar um déficit no desenvolvimento da criança
(TOLENTINO et al., 2016). Essa doença interfere também no vinculo familiar, na medida em que o sintoma muda a personalidade
da mãe fazendo com que ocorra um distanciamento entre eles, implicando diretamente no desenvolvimento da criança seja ela
motor, amamentação, mental ou na própria comunicação (FIGUEIREDO, 2013). No contexto do seio familiar a mulher muda seu
estilo de vida, onde irão ocasionar dificuldades no relacionamento familiar e social (CARDILLO et al., 2016). A depressão puerperal
causa um impacto negativo na vida social e laboral da mulher, influenciando diretamente no vínculo mãe-filho-família, podendo
assim desencadear várias consequências incapacitantes na vida da mesma (DRURY et al., 2016). Por outro lado, duas participan-
tes relataram que seu humor foi o mais prejudicado, e que ainda persiste nos dias de hoje, provocando um distanciamento fami-
liar e dos amigos próximos, como mostra o relato a seguir. Meu humor ficou de um jeito que ninguém aguentava nem eu mesma,
mais ainda hoje eu sou mal humorada e isso me causa um distanciamento das pessoas que eu gosto e que gostam de mim. (m20)
Não tenho mais tanto humor, nem paciência. Não sei o que houve, mas estou diferente. (m8) No período puerperal as mudanças
de humor são comuns em razão aos fatores que chegam e afetam as alterações emocionais da mãe, como a queda dos hormônios
progesterona e estrogênio, e a relação entre o papel materno e a insegurança pessoal, responsável pela difícil adaptação ao mais
novo estilo de vida, pois por muitas vezes os pais não estão preparados para receber o bebê (MELO et al., 2015). As variações de

428 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

humor passam em algumas vezes despercebidas ou irão ficando sempre em segundo plano, considerando normal sua ocorrência,
porque toda a atenção é concentrada no bebê, de forma em que a mãe, muitas vezes, forneça o apoio necessário, incluindo o
suporte necessário (TAVARES et al., 2014). Contudo, é frequente um período em que a mãe apresente humor oscilante após o
parto, podendo evoluir por um certo período de tempo, porém, com ou sem repercussões (SANTOS, 2014). Conforme expressa a
categoria: DPP x Relação mãe e filho, esta relata a relação entre mãe e filho pós DPP. Trás por meio desta, as principais respostas
do seguinte questionamento: Com a DPP, o que alterou entre você e seu filho? Percebe-se que a DPP altera e prejudica o vinculo
entre mãe e filho, acometendo o desenvolvimento adequado e de qualidade de vida de ambos, como é evidenciado nas falas das
participantes. Sim, logo após a DPP. Devido o pouco contato com meu filho. Eu fiquei sem saber dar os cuidados necessários.
Precisei muito de ajuda. (M2) A amamentação. Meu Deus era a pior parte. Eu não sentia mais vontade de amamentar nem um
pouco. (M15) Eu não conseguia ter aquele vínculo igual eu via as outras mães tendo com seus filhos. Depois da DPP quando meu
filho chorava com fome eu ficava com raiva, por que não gostava de amamentar e, muitas vezes, eu me negava. (M7) O vinculo
mãe e bebê pode ficar prejudicado, e assim causar repercussões futuramente na vida criança, comprometendo assim seu desen-
volvimento e relacionamento a longo prazo (SAMPAIO, ALVARO 2013). Isso porque a DPP está diretamente associada ao desmame
precoce, fazendo com que a mulher perca toda a vontade de amamentar o filho, distanciando-se de um vínculo afetivo e de pres-
tar cuidados adequados, onde os mesmos são fatores basilares para o desenvolvimento da mãe e da criança (SILVA, 2018). A
amamentação é um período de tempo em que a mãe supre as necessidades do filho de maneira saudável, contribuindo para seu
desenvolvimento, em alguns casos, as mulheres com DPP não amamenta, e quando inicia o processo muitas vezes é interrompido.
A falta de confiança e até mesmo o medo de não conseguir amamentar gera incapacidade de exercer a função materna (ABUCHAIM
et al., 2016). A ausência do aleitamento materno é um fator de risco para o surgimento da DPP, podendo ocasionar vários
problemas na saúde da mulher (MORAIS et al., 2015). Nessa fase, dificuldades na relação entre a mãe e o filho ocorrem, inclusive,
pela incapacidade da mãe oferecer ao filho o cuidado necessário (SANTOS, 2014). Pode ocorrer ainda um distanciamento afetivo
que confirma as informações anteriores quanto a pouca disponibilidade afetiva para cuidar e atender as suas necessidades (CO-
TRIN, 2013). Por outro lado, algumas participantes relataram que ações como: lazer e carinho, foi o que mais prejudicou na rela-
ção mãe e filho, como mostra o relato a seguir. Depois que a depressão passou, eu não saía com meu filho pra passear. Eu não
tinha vontade de sair com ele. (M1) Sabe. Olhava para ela. Para minha filha. E não sentia nada. E me cobrava demais. Cadê o amor
que toda mãe fala. (M8) Eu não passeava com meu filho e o meu carinho por ele era igual carinho de qualquer mãe que não pas-
sou pelo problema. Mais, eu me sentia insegura em sair com ele. Para ele, ter lazer os tios vinham pegar ele pra passear. (M10)
Sempre via as mães em uma pracinha aqui do bairro com os filhos. Não me sentia a vontade de ir com minha filha. Sentia medo.
(M 19) Após a DPP o medo em prejudicar o filho novamente faz com que a mulher evite expor o filho nas práticas de lazer, por
medo de que algo ruim possa vim a acontecer (ALMEIDA; ARRAIS, 2016). A ausência do carinho, do lazer e do amor materno tem
principal impacto no desenvolvimento infantil, pois afeta diretamente a interação mãe e filho, nas quais são ações pelo qual o
filho aprende o mundo em que vive (SILVA; AIROLDI, 2014). O autor supracitado relata que o filho necessita do carinho da mãe
para desenvolver suas habilidades motoras, físicas e psicológicas. Assim como também do lazer para se ter um desenvolvimento
de forma adequada sem risco eminente a saúde do filho, fortalecendo seu meio social (SILVA; AIROLDI, 2014). A categoria: Estra-
tégia de cuidado da DPP, tem o objetivo de relatar quais as estratégias de cuidados utilizadas para efetivar o vínculo mãe e filho.
As principais respostas surgiram mediante o seguinte questionamento: Quais as estratégias de cuidado que você recebeu para
efetivar o vínculo mãe e filho? Na estratégia de cuidado com a família houve o apoio, o cuidado e o conselho para efetivar o vin-
culo entre a díade mãe e filho. O CAPS atuou por intermédio de gincanas, danças e artesanato, a Estratégia de Saúde da Família
contribuiu por meio da visita domiciliar, cuidado e amamentação. Com base no que foi descrito acima, percebe-se que houve
estratégias de cuidados para efetivar o vínculo mãe e filho. Tal constatação pode ser acompanhada nas falas abaixo: Minha família
me ajudou muito, me dando apoio pra enfrentar tudo aquilo que eu estava passando. Tive muitas visitas domiciliares do pessoal
do posto de saúde. Eles me ajudavam muito na amamentação. Já no CAPS eu brincava com meu filho, dançava, fazia artesanatos
mais as outras mulheres que também passavam pelo mesmo problema que eu. (M1) O apoio da minha família foi muito impor-
tante. Mas o que fez eu me aproximar mesmo do meu filho foi o CAPS. As enfermeiras, os psicólogos me ensinavam a amar o meu
filho. A pegar o meu filho. Eu dançava com ele no colo. (M3) O CAPS me procurou. Só não sei quem procurou o CAPS pra dizer que
eu estava doente. Mas graças a Deus, que alguém fez isso por mim. Quando comecei a frequentar lá, o pessoal me estimulava
muito. (M2) A enfermeira do PSF. Ela veio fazer uma visita aqui em casa. Meu filho tinha uns 7 dias. Não tinha vontade de ama-

Comunicação Oral 429


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

mentar. Ela perguntou o motivo. E, não sei por que, ela notou. Ela viu que eu tinha algo de errado. Chamou o povo do CAPS. (M15)
A existência do apoio familiar efetivo resulta-se em efeitos positivos e sensações de pertencimento, carinho e bem-estar fortale-
cendo o processo recíproco de unidades entre os membros da família e favorecendo uma relação que gera efeitos tanto para
quem recebe como para quem oferece o apoio (MARQUES, 2015). A participação da mãe com DPP no CAPS é de suma importância
para que a mesma possa adquirir vínculo com seu filho, ainda relata que a participação do familiar junto a essa mulher é essencial
na busca do enfrentamento do problema com maior agilidade (TAVARES et al., 2014). O autor supracitado afirma que as mulheres
que procuram e que frequentam as unidades de tratamento em busca de ajuda, tendem a ter uma recuperação mais rápida e
eficaz, fortalecendo o vínculo com seu filho, e fortificando o desenvolvimento do mesmo (TAVARES et al., 2014). Por outro lado,
três das participantes relata que a única estratégia de cuidados que recebeu para efetivar o vínculo mãe e filho partiu do CAPS,
pois a sua família se distanciou quando a viu adoecer, como mostra na fala da participante. Logo no início foi muito difícil, eu sofri
muita rejeição da minha família, meu esposo me largou logo no inicio e um vizinho mandado por Deus me levou pro CAPS, lá eu
pude receber todos os cuidados, dançava com meu filho, brincava, era orientada no cuidado, o que mais me dói foi a minha famí-
lia não ter querido saber de mim nessa fase mais difícil da minha vida. (M4) Me senti desassistida. Até meu marido me deixou. Foi
uma gestação muito difícil. Muito só. (M6) Me senti muito só. Minha família não entendia. Achava que era frescura. Não tive
apoio. Se não fosse o CAPS. Eu não sei. (M12) O não recebimento de apoio pode influenciar no agravamento da sintomatologia
depressiva, pois a mulher pode sentir-se sozinha, perdida e, em alguns casos, apresentar sensações de abandono e impotência
frente aos cuidados com o seu bebê e às demais tarefas cotidianas. Essa lacuna deixada pela falta do apoio familiar pode contri-
buir efetivamente para a fragilidade do desenvolvimento do bebê, que irá viver e crescer em um ambiente conflituoso ou distan-
te ao lado da mãe que, geralmente, também precisa de cuidados (MARQUES, 2015).

Conclusões:
Com base nos dados obtidos, foi possível afirmar que as mulheres com diagnóstico de DPP, apresentam mudanças na rotina de
vida, desde a vida social até a laboral. Foi possível sobretudo, compreender que há uma interferência de forma negativa na relação
mãe e filho, entre elas, o vínculo, a amamentação, o lazer e o carinho. Neste interim, acredita-se que essas mulheres precisam ser
vistas, por meio dos espaços de saúde, que devem trabalhar na perspectiva de identificar precocemente a DPP, para que medidas
necessárias sejam tomadas para a realização de um tratamento adequado, possibilitando o vínculo entre mãe e filho. Entretanto,
o estudo nos mostra a necessidade de valorizar os aspectos psicológicos da gestante no acompanhamento das consultas de pré-
-natal, alicerçando uma atenção centrada na atuação da família em consonância com a estratégia de saúde da família (ESF). Este
estudo tem limitações, pois traz uma realidade micro recortada, ou seja, foram utilizadas apenas vinte mulheres, apesar disto,
não invalida a importância do mesmo, porque a riqueza das respostas mostrou que a DPP afetou o vínculo mãe e filho, e isso, qua-
litativamente, representa um achado relevante, capaz de gerar reflexão acerca do cuidado em saúde mental. Nesta perspectiva,
o estudo aponta que novos trabalhos sejam produzidos nessa área, uma vez que, essa temática necessita de atenção, devido à
dificuldade em reconhecer a problemática, e na busca da melhora da qualidade do cuidado a esse grupo.

Referências:
SILVA DC. Depressão Pós-Parto: O Papel do Enfermeiro Durante o Pré-Natal. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhe-
cimento. 2018; 07: 138-162.

Corrêa FP, Serralha CA. A depressão pós-parto e a figura materna: uma análise retrospectiva e contextual. Acta Colombiana de
Psicologia. São Paulo: 2015. http://www.dx.doi.org/10.14718/ACP.2015.18.1.11

Almeida NMC, Arrais AR (2016). O pré-natal psicológico como programa de prevenção à depressão pós-parto. Psicologia: Ciência
e Profissão. 2016; 36(4): 847-863. https://doi.org/10.1590/1982-3703001382014

World Health Organization. Depression and Other Common Mental Disorders Global Health Estimates. OMS: Genebra, 2017.
http://www.who.int/iris/handle/10665/254610.

Tolentino EC, et al. Depressão pós-parto: conhecimento sobre os sinais e sintomas em puérperas. Rev. Ciênc. Saúde Nova Esperan-
ça. 2016; 14(1):59-66. https://sistemas.facene.com.br/revista/artigos/167/download.

Silva MR, Airoldi MJ. A influência do familiar na aquisição de habilidades funcionais da criança com deficiência visual. Rev Ter
Ocup Univ São Paulo, 2014; 25(1):36-42. http://www.revistas.usp.br/rto/article/download/62504/87288/0

430 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Carvalho FA, Morais MLS. Relação entre Depressão Pós-Parto e Apoio Social: Revisão Sistemática da Literatura. Psico PUCRS(Porto
Alegre). 2014; 45(4):463-474. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2014.4.15423

Morais MLS, et al. Fatores psicossociais e sociodemográficos associados à depressão pós- parto: Um estudo em hospitais público
e privado da cidade de São Paulo. Estud. Psicol. 2015; 20(1):40-49. http://dx.doi.org/10.5935/1678-4669.20150006.

MINAYO M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12ª ed. São Paulo: Hucitec; 2010.

Silva MR, Airoldi MJ. A influência do familiar na aquisição de habilidades funcionais da criança com deficiência visual. Rev Ter
Ocup Univ São Paulo, 2014; 25(1):36-42. http://www.revistas.usp.br/rto/article/download/62504/87288/0

Carvalho FA, Morais MLS. Relação entre Depressão Pós-Parto e Apoio Social: Revisão Sistemática da Literatura. Psico PUCRS(Porto
Alegre). 2014; 45(4):463-474. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2014.4.15423

Morais MLS, et al. Fatores psicossociais e sociodemográficos associados à depressão pós- parto: Um estudo em hospitais público
e privado da cidade de São Paulo. Estud. Psicol. 2015; 20(1):40-49. http://dx.doi.org/10.5935/1678-4669.20150006.

Tavares GL, et al. Eu e a depressão puerperal: um relato de experiência. Estudos. 2014; 41(2):291-305. http://seer.pucgoias.edu.
br/index.php/estudos/article/view/3385

Santos IRA. Fatores determinantes da depressão pós-parto avaliados pelo enfermeiro durante o acompanhamento do pré-natal.
[Trabalho de conclusão de curso- bacharelado em enfermagem]. Brasília: Faculdades de Ciências da Educação e Saúde, centro
universitário de Brasília; 2014. http://www.conhecer.org.br/enciclop/2018a/sau/fatores%20associados.pdf

Sampaio Neto LF, Álvaro LB. O papel do obstetra e do psicólogo na depressão pós-parto. Revista da faculdade e ciências médicas
de Sorocaba. 2013; 15:180-183. http://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/13171

Abuchaim E, et. al. Depressão pós-parto e auto eficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paulista de En-
fermagem. 2016; 29 (6): 664-70. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201600093.

Cotrin JTD. Depressão pós-parto e suas implicações no desenvolvimento infantil. Revista panorâmica on-line Barra do Garça.
2013;14:15-34 http://revistas.cua.ufmt.br/index.php/revistapanoramica/article/view/454

Marques LA. Apoio familiar às mulheres com sintomas de depressão pós-parto. [Dissertação]. Rio Grande do Sul: Programa de Pós-
-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande; 2015 https://ppgenf.furg.br/images/05_Dissertacoes/2015/
Leticia.pdf

Comunicação Oral 431


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DROGAS E SAÚDE MENTAL: EXPERIÊNCIAS DE CUIDADO SOB O


OLHAR DOS ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA –
CEARÁ
FABRÍCIA SANTOS FERREIRA
Escola de Saúde Pública do Ceará
MARIA LÚCIA MAGALHÃES BOSI

Introdução:
A Reforma Psiquiátrica brasileira reivindicou a efetivação de um modelo assistencial pautado no cuidado em liberdade, na condi-
ção de cidadania dos sujeitos e na integralidade e humanização das práticas e das instituições no campo da Saúde Mental (SM).
Em relação ao público adolescente, com base na promulgação da Lei n° 8.069, inaugurou-se a compreensão de crianças e de
adolescentes como sujeitos de direito, bem como a necessidade de reconfigurações do cuidado consoantes com essa nova con-
cepção no campo da SM. A consideração de adolescentes como sujeitos cidadãos é recente, bem como a estruturação de políticas
e práticas assistenciais ofertadas para este público. Além disso, no que se refere aos adolescentes com demandas de sofrimento
psíquico relacionado ao uso/abuso de álcool e outras drogas, nota-se que as abordagens e o manejo a esta situação são ainda
mais recentes sob a lente do Modelo da Atenção Psicossocial. Este caráter de novidade aponta novos direcionamentos advindos
das transformações sociais e ainda possibilita a reflexão de que a insipiência quanto às políticas de atenção aos adolescentes em
sofrimento psíquico pelo uso abusivo de álcool e outras drogas produz reflexos nas práticas assistenciais cotidianas dos serviços
de SM. Observa--se, assim, que as transformações nas políticas, nos serviços e nas práticas ocorreram de modo tardio e ainda se
caracterizam como incipientes. No que diz respeito às propostas dirigidas aos adolescentes em sofrimento psíquico decorrente
do uso de álcool e outras drogas, observa-se a permanência de muitos desafios na efetivação de propostas que busquem romper
com posturas e práticas históricas, nas quais as perspectivas morais e higienistas despontam como hegemônicas. O lugar do ado-
lescente, no plano teórico, permanece sob o signo da imprecisão. Percebe-se que, no âmbito do serviço de SM investigado, este
lugar ainda está em processo de desenvolvimento, uma vez que até o momento não foi plenamente ocupado. Compreende-se as
adolescências como percursos subjetivos e sociais distintos ao longo de períodos históricos também distintos. Sem, no entanto,
desconsiderarmos as peculiaridades atribuídas aos adolescentes, por exemplo, a puberdade enquanto expressão biológica de
maturação física do corpo humano. Em conformidade com o campo da SM, orienta-se, objetivamente, em concordância com as
deliberações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as quais definem o adolescente como pessoa entre a faixa etária de
doze e dezoito anos e garantem o reconhecimento desta como sujeito de direitos. É possível observar que, no campo da SM no
que se relaciona com questões relacionadas às políticas sobre drogas¸ estão presentes discussões e posicionamentos críticos, que
reafirmam a condição de sujeitos de direitos dos adolescentes, reconhecendo-os em suas singularidades, considerando-os em
seus contextos de vida e pautando o imperativo ético de um cuidado que garanta a liberdade e autonomia destes adolescentes
no escopo das principais normativas da SM que se relacionam aos adolescentes. No entanto, acredita-se que os fundamentos
diretivos que servem para orientar as ações em SM precisam ser incorporados aos cotidianos dos serviços e das práticas, bem
como se faz necessária a construção de conhecimentos acerca dos efeitos subjetivos que estas normatizações têm produzido
nestes contextos.

Objetivos:
Compreender experiências de cuidado junto a adolescentes em sofrimento psíquico relacionado ao uso/abuso de drogas em um
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) do município de Fortaleza – CE. Identificar as concepções de
cuidado de adolescentes usuários do serviço selecionado; Analisar as dimensões do cuidado a eles ofertado consoante os depoi-
mentos dos adolescentes.

Desenvolvimento:
Fundamentação teórica: O objeto sobre o estudo consiste em compreender as experiências de cuidado junto a adolescentes, logo,
está circunscrito no âmbito dos fenômenos subjetivos. Os estudos qualitativos proporcionam condições técnicas, éticas e políticas

432 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

que possibilitam ao pesquisador adentrar no universo de complexidade que constitui o estudo das relações, das representações,
das opiniões, das experiências, enfim das produções humanas relacionadas aos modos que os homens organizam e significam as
múltiplas dimensões de suas vidas. Esta pesquisa qualitativa insere-se na vertente compreensiva, logo assume uma postura inter-
pretativa diante dos fenômenos, a partir das formulações teóricas oriundas da fenomenologia de Merleau--Ponty. Um dos pres-
supostos fundantes para a pesquisa qualitativa é a interação do investigador com a realidade investigada. Especificamente, nesta
configuração, entendemos a relação entre o investigado e o investigador a partir de contextos intersubjetivos, embasados na ideia
de que “o enraizamento fundamental do indivíduo no contexto social, enquanto ser que é desde sempre ser com-os-outros”. O
outro não é tomado como mero objeto de investigações e o pesquisador não assume uma postura neutra, excluindo-se do pro-
cesso investigativo enquanto sujeito. Compreende-se o outro a partir da sua dimensão subjetiva, ou seja, do que lhe é próprio e
do que o torna singular, leva em conta também que suas experiências subjetivas se desenrolam de acordo com os diferentes
tempos históricos e os distintos contextos sociais em que os sujeitos estão inseridos. Além disso, compreender também se rela-
ciona com a interpretação, à medida que interpretar, significa a apropriação que o sujeito faz daquilo que ele compreende. Desse
modo, o ato de compreender estará sempre circunscrito por aspectos parciais da realidade, tornando a compreensão contingente
e incompleta, visto que a realidade nunca poderá ser tomada em sua totalidade. Neste sentido, reconhece-se que a realidade se
caracteriza como múltipla e perpassada por processos complexos, simbólicos, objetivos e dinâmicos, da qual o homem é produto
e produtor numa relação dialética a partir da interação social. Não é possível compreender uma realidade universal em si mesma,
mas apenas a construção de realidades a partir de diferentes interpretações e significações. Na pesquisa qualitativa, destaca-se,
pois o caráter flexível do modelo que pode sofrer mudanças e assumir novas configurações, ao longo do processo investigativo,
sem que esta postura denote um aspecto de fragilidade das técnicas. Esse estudo, guia-nos a partir deste modelo espiral e, por
conseguinte, estaremos atentos à complexidade da realidade da qual os pesquisados intenta compreender algumas dimensões
relativas às experiências de adolescentes sobre o cuidado. O foco de interesse situa-se na experiência vivida, naquilo que aconte-
ce aos sujeitos e os toca. A experiência é constitutiva da existência humana, por o estudo se voltar para as experiências dos ado-
lescentes. A partir deste objetivo, o desenho metodológico embasa-se numa perspectiva fenomenológica, especificamente, a
Fenomenologia sob a ótica do filósofo Maurice Merleau-Ponty (1908-1961). Nesta concepção, a experiência não é reduzida à
postura dualista que põe em lados antagônicos o sujeito e o objeto. A busca pelo seu significado caracterizará sempre a principal
finalidade da pesquisa sob a orientação da lente fenomenológica. Nesta concepção, considera-se que o mundo e o homem cons-
tituem-se mutuamente, possibilitando a condição do enraizamento do homem no mundo, ou seu atolamento congênito. Esta
condição torna-se possível pela inserção do homem no mundo. O corpo é, portanto, o lugar em que se localizam e se expressam
os múltiplos aspectos da vida. Figura como elemento importante o fato de que, ao destacarmos o ser, numa condição de enraiza-
mento no mundo, ou seja, de “ser-em-situação”, necessariamente, precisamos considerar este modo de ser a partir da intersub-
jetividade, pois, como já discutimos no tópico referente ao cuidado, ser é sempre ser-com. Considera-se que outra dimensão re-
levante para o entendimento da experiência relaciona-se à impossibilidade de esgotamento das significações, compreendidas
aqui como a “relação intrínseca entre o sentido da linguagem e a situação enunciativa”. Existe um excesso de sentindo inesgotável
e inassimilável na experiência. Na Fenomenologia, o modo através do qual se pode aproximar- se dos sentidos da experiência
como dimensões da realidade é a redução fenomenológica, a qual pode ser caracterizada como um “artifício lógico” através do
qual o pesquisador poderá alcançar algumas dimensões da realidade, pois nunca o conseguirá fazer de modo completo. A propos-
ta do método fenomenológico aponta para uma ciência preocupada com a descrição e compreensão do vivido, por meio dos de-
poimentos e das informações fornecidas e vividas pelos informantes. Caracteriza-se, pois numa tentativa de compreensão da re-
alidade humana, a partir de uma postura de abertura à experiência e à vivência, construindo, dessa forma, a compreensão de algo
– sentido que aquele objeto assume para a consciência – a partir do desvelamento para o nível da consciência e, consequente-
mente, para a reflexão. O olhar da pesquisa fenomenológica orientou a procurar ou desvelar de sentidos revelados nas falas dos
adolescentes a partir de suas experiências. Considerando-se que há modalidades distintas de pesquisas sob este olhar, essa pes-
quisa, como estudo compreensivo, fundamentou-se também na hermenêutica de Hans-Georg Gadamer (1900-2002). A herme-
nêutica tem por fundamentos a descrição e a interpretação da realidade investigada. Ressalta-se que, sob o ponto de vista de
Gadamer, o compreender é uma condição necessária para o interpretar, isto é, apenas é possível produzir interpretação sobre o
que eu compreendo. Assim, dada a relação de interdependência entre os dois, não é possível considerá-los de modo separado.
Nessa pesquisa assume-se o estatuto compreensivo, logo interpretativo, sob a perspectiva dos pressupostos da fenomenologia

Comunicação Oral 433


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

em conjunção com a hermenêutica crítica, uma vez que se intenciona a compreensão dos sentidos das experiências de cuidado
dos adolescentes situadas no contexto de um serviço da Rede de Atenção Psicossocial do município de Fortaleza – Ceará. Aspec-
tos metodológicos: objetivou- -se a realização de um estudo de campo de caráter exploratório sobre a compreensão de experiên-
cias de cuidado junto aos adolescentes que vivenciam algum sofrimento psíquico relacionado ao uso de drogas e estejam em
acompanhamento em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) do município de Fortaleza – CE no ano
de 2017. O CAPS AD, pertencente a uma das seis SER, configurou-se como cenário para nossa pesquisa. A opção pelo serviço jus-
tificou-se pelo fato do público adolescente com demandas de sofrimento psíquico relacionado ao uso de álcool e outras drogas
também ser atendido neste tipo de serviço em acordo com a Portaria MS n° 336. Especificamente, no município de Fortaleza, os
adolescentes acompanhados neste tipo de CAPS situam-se na faixa etária entre dezesseis e dezessete anos. O serviço oferece
atendimentos individuais, grupais e visitas domiciliares para o público adolescente e adulto com demandas relacionadas ao uso
de drogas, bem como oferece apoio para os familiares dos usuários. Ao todo, o quadro de técnicos era composto por um psicólo-
go, um médico psiquiatra, três assistentes sociais, duas terapeutas ocupacionais, uma pedagoga, uma farmacêutica e três enfer-
meiras. Na investigação de campo, utilizou-se o procedimento de triangulação das técnicas, próprio às pesquisas qualitativas, o
qual consiste na conjugação de mais de uma técnica na abordagem aos objetos de interesse, permitindo-nos, olhá-lo a partir de
perspectivas diferentes. A técnica utilizada para a “construção compartilhada de informações” sobre as experiências dos adoles-
centes foi a entrevista semi-estruturada, com a pretensão de compreender as concepções de cuidado dos adolescentes, identifi-
car as modalidades de cuidado apontadas por eles e analisar as dimensões do cuidado a eles ofertado consoante os depoimentos
que resultarão destas entrevistas. Entende-se ser esta uma técnica que nos permitiu que os respondentes fossem cobertos pelos
mesmos temas, além de haver possibilidade de liberdade na expressão mais autêntica dos entrevistados acerca de suas experiên-
cias. O roteiro com perguntas estruturadas objetivou contemplar as seguintes dimensões: a compreensão e os sentimentos em
relação ao serviço de SM em que o adolescente estava vinculado. Ao todo, entraram-se em contato com sete adolescentes e com
seus respectivos responsáveis. Destes, cinco disponibilizaram-se a participar da pesquisa. Todas as entrevistas foram realizadas
após as atividades dos adolescentes, no serviço, em horário de maior conveniência para os sujeitos e para a instituição. As entre-
vistas tiveram uma duração média de trinta minutos cada e foram transcritas pela pesquisadora que as realizou. Não houve, por
parte desta, interesse precípuo de generalizar as evidências das informações construídas com os participantes. Buscou-se apre-
ender os sentidos das experiências dos adolescentes, sem o intuito de esgotarmos as possibilidades de compreensão destes, de-
vido ao fato de ser impossível que os sentidos das experiências pudessem ser esgotados ou assimilados inteiramente, conforme
já apontado. Preocupou-se, assim, com a consecução de novos dados ou a ampliação dos conhecimentos relativos à compreensão
de adolescentes em sofrimento psíquico relacionado ao uso de álcool e outras drogas, acerca de suas experiências de cuidado nos
serviços de SM do município de Fortaleza. No momento final da pesquisa de ordenação das informações, organizaram-se as en-
trevistas, separadamente, e realizou-se uma leitura atenciosa, reiterativa e questionadora sobre o conteúdo das falas dos adoles-
centes, com o intuito de compreender o material oriundo do campo. Esta leitura caracteriza-se como vertical e caracterizou esta
fase da pesquisa como sendo um momento de “impregnação” na pesquisa. Após esta fase, realizou-se uma leitura horizontal
através da tipificação do nosso material, que consistiu em nomear categorias e caracterizá-las a partir das recorrências que surgi-
ram nas falas individuais dos adolescentes e das possíveis relações temáticas entre estas falas. Esta construção foi ser feita de
modo livre e sem a preocupação de tecerem-se compreensões sobre estas informações. A categorização das informações possi-
bilitou a composição de uma rede de significados, desdobrada em temas e dimensões intrinsecamente articulados, por meio da
qual fizemos o exercício interpretativo sobre as informações do campo, promovendo articulações com elementos contextuais
presentes na sociedade e dialogando com as referências teóricas do nosso campo de estudo, sem desconsiderar o excesso de
significações presente na realidade, o que torna o exercício interpretativo sempre incompleto. Apreenderam-se três temáticas
centrais a partir da categorização do material, a saber: 1) o CAPS AD; 2) o cuidado; e 3) as modalidades de cuidado.

Conclusões:
O interesse pelo público adolescente conduziu à reflexão sobre o lugar dos adolescentes no campo da Saúde Mental. A ausência
de adolescentes no CAPS I e o reduzido número de adolescentes vinculados ao CAPS AD dificultaram a investigação. Acredita-se
que o lugar dos adolescentes, no âmbito dos serviços e ações de SM, também está associado ao caráter de imprecisão, implicando
em condições de silenciamento. Sobre os elementos que emergiram do campo a partir da fala dos adolescentes, evidenciou-se

434 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

que a iniciativa em buscar acompanhamento junto ao CAPS AD partiu do interesse dos familiares e não dos adolescentes. Outro
aspecto revelado diz respeito aos conhecimentos prévios sobre o CAPS AD que se relacionavam ao entendimento do serviço
como sendo um lugar o tratamento da “loucura”. Após a entrada no CAPS AD, emergiram novas concepções sobre o CAPS AD
como sendo um serviço com propostas de cuidado em liberdade, a qual emergiu como um elemento basilar das propostas deste
serviço. Os depoimentos evidenciaram que este CAPS AD consegue incorporar as estratégias de Redução de Danos. Evidenciou-se
que o cuidado apareceu sob dimensões plurais. Em relação à dimensão técnica, a precariedade dos vínculos empregatícios dos
profissionais revelou a fragilidade na manutenção dos vínculos destes com os usuários. Sobre a dimensão política, o respeito à
singularidade revelou aspectos importantes no que concerne ao processo de consolidação da humanização.

Referências:
AMARANTE, P. Loucos pela vida: a trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.

BOSI, M. L. M. Pesquisa qualitativa em Saúde Coletiva: panorama e desafios. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3,
p. 575-586, 2012. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2017.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
1990a. Disponível em: . Acesso em: 2 set. 2014.

CARVALHO, L. B.; BOSI, M. L. M.; FREIRE, J. C. Dimensão ética do cuidado em saúde mental na rede pública de serviços. Rev. Saúde
Pública, v. 42, n. 4, p. 700-706, 2008. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2017.

COSTA-ROSA, A.; LUZIO, C.A.; YASUI, S. Atenção psicossocial: rumo a um novo paradigma na saúde mental coletiva. In: AMARANTE,
P. (Coord.). Archivos de saúde mental e atenção psicossocial. Rio de janeiro: NAU Editora, 2003.

COUTO, M. C. V. Por uma política pública de saúde mental para crianças e adolescentes. In: FERREIRA, T. (Org). A criança e a saúde
mental: enlaces entre a clínica e a política. Belo Horizonte: Autêntica: FHC-FUMEC, 2004. p. 61-74.

COUTO, M. C. V.; DELGADO, P. G. G. Crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira: inclusão tardia, desafios
atuais. Psicol. Clin., Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 17-40, 2015. Disponível em: . Acesso em: 6 maio 2016.

COUTO, M. C. V.; DUARTE, C. S.; DELGADO, P. G. G. A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação atual e desafios.
Rev. Bras. Psiquiatr., v. 30, n. 4, p. 384-389, 2008. Disponível em: . Acesso em: 7 abril 2016.

MOREIRA, V. O Método Fenomenológico de Merleau-Ponty como Ferramenta Crítica na Pesquisa em Psicopatologia. Psicologia:
Reflexão e Crítica, v. 17, n. 3, p. 447-456, 2004. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2017.

PINHEIRO, A. Criança e Adolescente no Brasil: porque o abismo entre a lei e a realidade. Fortaleza: UFC, 2005.

Comunicação Oral 435


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EVOLUÇÃO DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR


TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS NO BRASIL
NILA LARISSE SILVA DE ALBUQUERQUE
Universidade Federal do Ceará
LUCAS DIAS MACHADO LUCAS DIAS MACHADO
Ministério da Saúde
VALÉRIA JÂNE JÁCOME FERNANDES
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
ISABELLE SILVA DE ALBUQUERQUE
Prefeitura Municipal de Parnamirim
JOSÉ CLÁUDIO BORGES DA SILVA FILHO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
RENATA CASTELO BRANCO ARAÚJO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Introdução
No Brasil, as diretrizes políticas da reforma sanitária foram normatizadas na Constituição de 1988, o que contribuiu para o de-
senvolvimento de um novo modelo de atenção em saúde mental no país, com consequente melhora no desempenho do Sistema
Único de Saúde (RIBEIRO; INGLEZ-DIAS, 2011). A despeito disso, os transtornos mentais e comportamentais representam elevada
carga total de doenças no Brasil, variando em prevalência e diagnósticos principais a depender da região, da faixa etária e do sexo
(SILVA et al., 2018). Apesar de ser notória a importância dos agravamentos relacionados à saúde mental na população brasileira,
os estudos publicados no país tendem a analisar o panorama presente em localidades limitadas, como municípios e alguns esta-
dos (PEREIRA et al., 2012) ou faixas etárias específicas (SANTOS et al., 2017). A compreensão da situação epidemiológica nacional
sobre o tema faz--se necessária para fomentar o planejamento de políticas públicas voltadas para as atuais prioridades, isto é, os
transtornos mentais que permanecem prevalentes e incidentes na população mesmo com o incremento do modelo de atenção
à saúde mental. A distribuição regional e etária de ocorrências ligadas a transtornos mentais e comportamentais é peça funda-
mental na disponibilização da oferta de Centros de Atenção Psicossocial e serviços de atenção básica, os quais possuem relevante
importâcia na continuidade e no aprimoramento das políticas relacionadas à reforma psiquiátrica e sanitária (MILLIAUSKAS et al.,
2019).

Objetivo
Analisar a evolução das internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais no Brasil, entre 2009 e 2016.

Desenvolvimento
Estudo ecológico de séries temporais, cujas unidades de análises são as internações hospitalares por transtornos mentais e com-
portamentais (F00-F99, na 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças, CID-10) ocorridas no Brasil no período entre
2009 e 2016. As variáveis incluídas neste estudo foram: quantidade de internações hospitalares por cada diagnóstico do Capítulo
V da CID-10 e distribuição das internações por região brasileira e por sexo, para cada diagnóstico médico estudado. Os dados fo-
ram obtidos mediante acesso ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponível para
acesso público no endereço eletrônico do Departamento de Informática do SUS — DATASUS (http://www.datasus.gov.br). As
consultas foram realizadas entre maio e junho de 2019. Para fins de cálculo da taxa de internação, adotou-se como população
estimada em cada região a média da população projetada para cada ano, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia (2018). O cálculo seguiu a fórmula padronizada para 10 mil habitantes: Tx internação por região = (nº de internações por
transtornos mentais e comportamentais na região entre 2009 e 2016 ÷ média da população anual entre 2009 e 2016) x 10.000
habitantes. O programa Tab para Windows (TabWin), versão 3.6b, foi utilizado para tabulação e análise descritiva dos dados ex-
traídos. O cálculo da variação percentual das internações no período seguiu padronização adotada na literatura pertinente, que
utiliza a fórmula: Variação percentual no período = (nº de internações no último ano analisado – nº de internações no primeiro
ano analisado) ÷ nº de internações no primeiro ano analisado. Uma vez que os dados foram extraídos de bases de acesso público,

436 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

a submissão do estudo a Comitê de Ética em Pesquisa não foi necessária. Entre 2009 e 2016, ocorreram 4.053.726 internações
hospitalares por transtornos mentais e comportamentais no Brasil. Destas, 1.808.107 (44,06%) foram ocasionadas por esquizofre-
nia, 576.928 (14,23%) por uso abusivo de álcool, 524.685 (12,94%) por transtornos de humor, 492.854 (12,18%) por uso abusivo
de outras substâncias psicoativas, 337.882 (8,33%) por outros transtornos, 234.779 (5,79%) por retardo mental, 78.532 (1,29%)
por demência e 24.827 (0,61%) por transtornos neuróticos. Ao considerar a taxa de internação, em vez da quantidade bruta, a
ordem de prevalência dos transtornos na população brasileira não foi alterada. A maior carga de internações por esse capítulo da
CID-10 foi gerada pela esquizofrenia, que apresentou maior taxa em 2010, com 13,2 internações a cada 10.000 habitantes no país,
e menor em 2016 com 5,01. Estudo de Ferreira et al. (2007) investigou internações por causas relacionadas à psiquiatria entre
1999 e 2005 e à época já identificou a elevada carga causada pela esquizofrenia. Esta doença é caracterizada como um trans-
torno mental de evolução crônica com mudanças cognitivas, afetivas e comportamentais (SILVA; PADOVANI; NEVES, 2011). Trata-
-se de uma das doenças psiquiátricas mais graves e desafiadoras (OLIVEIRA; FACINA; SIQUEIRA JUNIOR, 2012). Com isso, tem-se
intensa estigmatização do portador de esquizofrenia no Brasil, o que por vezes contribui para enfraquecer as decisões políticas e
econômicas voltadas a esse espectro da saúde mental (GUARNIERO; BELLINGHINI; GATTAZ, 2012). O impacto epidemiológico sus-
tentado da doença na população brasileira demanda alinhamento das políticas públicas à necessária detecção e proteção de
portadores do transtorno. As internações hospitalares pelo uso abusivo de álcool ocuparam a segunda posição dentre os diagnós-
ticos analisados, com taxa máxima também em 2010, de 4,31, e mínima em 2016 com 2,27. Dados da mais recente Pesquisa Na-
cional de Saúde apontam prevalência elevada do consumo de álcool no país (GARCIA; FREITAS, 2015). É sabido que a mortalidade
e as limitações funcionais causadas pelo abuso do álcool acarretam danos sociais e altos custos ao sistema de saúde (MONTEIRO
et al., 2011). As políticas públicas do álcool abordam a promoção da saúde de modo ainda pontual, com estratégias voltadas,
principalmente, à redução de danos e sem abrangência suficiente para a minimização de problemas decorrentes do abuso de ál-
cool, como hospitalizações, acidentes, violência, desemprego etc. (MANGUEIRA et al., 2015). Apesar das ainda incipientes políti-
cas em diagnósticos específicos do âmbito de saúde mental no Brasil, ao analisar a variação percentual das internações hospita-
lares por transtornos mentais e comportamentais ocorridas no país, identificou-se padrão de redução em todas as subcausas:
-63% de hospitalizações por demência, -62% por retardo mental, -62% por outros transtornos, -59% por esquizofrenia, -46% por
álcool, -27% transtornos de humor, -25% por uso de substâncias psicoativas e -20% por transtornos neuróticos. Considera-se que
as reduções de internação alcançadas são derivadas de um conjunto complexo de fatores sociais, políticos e econômicos desen-
volvidos ao longo de décadas, os quais incluem fortalecimento do sistema de atenção à saúde mental, capacitação de profissio-
nais em saúde mental, organização de protocolos de atendimento e incremento no financiamento da política e dos serviços pú-
blicos disponíveis (RIBEIRO; INGLEZ-DIAS, 2011). No Brasil, tem-se alguns marcos nesse âmbito: A promulgação da Lei 10.216, de
2001, que redirecionou o modelo assistencial em saúde mental (BRASIL, 2001), a atualização da organização dos Centros de
Atenção Psicossociais (CAPS) pela Portaria 366 de 2002 (BRASIL, 2002) e a instituição da Rede de Atenção Psicossocial para pes-
soas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (BRASIL, 2011). A distribuição das internações por
regiões brasileiras também foi investigada. A região Sul concentrou a maior quantidade de internações, com 2.102.377. Em segui-
da, a região Sudeste, com 830.495 e a Nordeste, com 815.448. Na região Sul, identificou-se taxa de 292,84 internações por trans-
tornos mentais e comportamentais a cada 10.000 habitantes, no período estudado. Essa taxa supera em 15,9% a da região Sudes-
te, que é de 252,72. O Nordeste e o Norte apresentam as menores taxas do país, com 149,47 e 39,59, respectivamente. O
transtorno com maior carga em todas as regiões é a esquizofrenia, com taxas de internação significativamente maiores que os
demais diagnósticos, exceto no Sul. Nessa região, as taxas médias do período ocasionadas pela esquizofrenia (75,77) aproximam-
-se àquelas causadas por uso de álcool (70,31) e de substâncias psicoativas (61,47). A variação percentual das internações por
todas as causas investigadas neste estudo apresentou padrões distintos em cada região. No Norte, as hospitalizações por uso de
substâncias psicoativas aumentaram em 158% em 2016, quando comparadas ao ano de 2009, enquanto as demais causas reduzi-
ram entre 6% e 80%, sendo esta por demência. Todos os diagnósticos apresentaram redução percentual na região Nordeste, com
destaque para outros transtornos mentais e comportamentais, com diminuição de 81% nas internações e esquizofrenia, com 60%
internações a menos no período. No Sudeste, nenhuma causa de internação estudada apresentou redução inferior a 30% no pe-
ríodo. A maior diminuição foi nas hospitalizações por retardo mental (-65%), seguida pela esquizofrenia (-63%). A menor foi no
uso de substâncias psicoativas (-31%). A região Sul apresentou as menores tendências de redução percentual das internações.
Além disso, as taxas de hospitalizações por retardo mental cresceram em 140% e as por outros transtornos em 20%. A maior va-

Comunicação Oral 437


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

riação percentual para menos foi identificada na causa demência (-47%), seguida por esquizofrenia (-35%). Na região Centro-Oes-
te todas as causas de internação abordadas apresentaram redução percentual no período, sendo os transtornos causados por uso
de álcool aqueles com maior redução (-56%). Dentre as regiões brasileiras, a Centro-Oeste foi a que mais reduziu as hospitaliza-
ções por uso de substâncias psicoativas (-50%). No Brasil, constatou-se aumento progressivo nas internações por transtornos
mentais e comportamentais em adultos a partir do aumento de faixa etária, com taxas de 7% entre indivíduos com 20 a 24
anos, 11,4% entre 30 a 34 anos, 11,9% entre 35 a 39 anos, 12,2% entre 40 a 44 anos e 12,1% entre 45 a 49. Nas faixas etárias a
partir de 50 anos as taxas de internação reduziram progressivamente, sendo a menor em pessoas com 80 anos e mais (1,2%).
Estudo de Santos et al. (2018) identificou tendência de redução em hospitalizações por transtornos mentais em idosos em todas
as regiões, exceto no sul do país. Nesta região, encontrou-se estacionariedade na tendência, o que corrobora os achados do pre-
sente estudo quanto à dificuldade presente na região Sul em reduzir a carga de internações hospitalares por transtornos mentais
e comportamentais. Ao considerar todo o período entre 2009 e 2016, identifica-se que houve redução percentual de 46,7% nas
taxas de internação de indivíduos com idade superior a 20 anos por transtornos mentais e comportamentais. Nesse grupo de
adultos, a principal causa de internação hospitalar passou a ser esquizofrenia em todas as faixas etárias. O ápice das ocorrências
de hospitalizações por esse diagnóstico ocorreu em brasileiros com idade entre 60 e 64 anos. É sabido que pessoas idosas são
mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos mentais, devido a maior propensão de experimentarem eventos como luto,
declínio da condição socioeconômica com a aposentadoria e aparecimento de limitações físicas ou mentais (SANTOS et al., 2017).
Há, ainda, o decréscimo na procura por serviços de saúde mental com o passar da idade, para o que afluem vários fatores, entre
eles as crenças e atitudes dos idosos diante dos transtornos mentais (WONG; CARVALHO, 2006). O provimento de informações
sobre o comportamento das internações hospitalares em idosos, somado às fragilidades já conhecidas nessa faixa etária, deve
contribuir para fomentar a priorização de estratégias de promoção da saúde mental. É fundamental que o elo condutor dessas
ações sejam os profissionais da Estratégia Saúde da Família, eu possuem atuação mais próxima a essa população. Em crianças,
as taxas de internação foram predominantemente baixas. A partir da faixa de 15 a 19 anos, as taxas superaram os 3% a cada
10.000 habitantes e aumentaram progressivamente. Entre adolescentes, a principal causa identificada foi o uso de substâncias
psicoativas. Foi analisado também o padrão epidemiológico de internações hospitalares por sexo. Ao considerar o número bruto
de hospitalizações pelos transtornos investigados, houve predominância de ocorrências do sexo masculino (64,6%), principalmen-
te no diagnóstico de uso abusivo de álcool. Por essa condição, homens internaram 8,6 vezes mais que as mulheres. A concentra-
ção de internações masculinas por esse diagnóstico encontra-se na faixa etária entre 35 a 54 anos, com predominância entre 45
a 49 anos. A partir de 2012, identifica-se tendência de redução de internações hospitalares masculinas por uso abusivo de álcool,
com variação de – 43% no período estudado. No ano de 2011, foi instituída no Brasil a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas
com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do
Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2011), o que representou um importante marco de fomento ao cuidado integral e transversal a
pessoas em situação de abuso de substâncias. A redução identificada possivelmente relaciona-se à eficiência dessa política públi-
ca. É preponderante expandir os esforços para reduzir o uso abusivo de álcool e demais substâncias psicoativas, uma vez que o
Brasil ainda apresenta alta prevalência de consumo (GARCIA; FREITAS, 2015). Nesse âmbito, os homens, mesmo em faixas etárias
diferentes, permanecem sendo o público que interna com maior frequência para tratar dependência química, o que representa
sinal de alerta para a inicipiência de ações voltadas à saúde masculina na perspectiva do cuidado à saúde mental (ARAUJO et al.,
2019). A esquizofrenia também apresentou prevalência de internações em homens (61,5%) consideravelmente maior que em
mulheres. No período, houve variação percentual de - 47% na quantidade de internações masculinas por esquizofrenia e de -
43,7% nas femininas. A quantidade de internações hospitalares femininas foi superior a masculina somente para o diagnóstico de
transtornos de humor (65,6%). Este diagnóstico passou a apresentar redução entre brasileiras a partir de 2013. No período com-
preendido neste estudo, houve uma diminuição de 23% das taxas. Trata-se de fraca tendência de redução, uma vez que as hospi-
talizações por diagnósticos médicos mais prevalentes em homens apresentaram variação percentual maior de redução. À medida
que políticas públicas são implementadas, faz-se necessária a realização de estudos de avaliação dos serviços, assim como o de-
senvolvimento de índices e taxas que permitam esta análise. Apesar da relevância, são escassas as pesquisas que avaliam a efeti-
vidade dos serviços substitutivos às instituições manicomiais (MILLIAUSKAS et al., 2019). Este estudo buscou contribuir para a
compreensão da evolução das internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais no Brasil, o que pode fomen-
tar a avaliação da efetividade das políticas públicas do país no âmbito da saúde mental. A tendência de redução das hospitaliza-

438 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ções por transtornos mentais e comportamentais em todas as regiões brasileiras, faixas etárias e sexos possivelmente se trata de
reflexo de implementação de políticas públicas voltadas à reorganização dos serviços de saúde mental no país e à concentração
de ações de promoção da saúde e prevenção de acometimentos que possam ocasionar agravamento de condições crônicas, como
esquizofrenia e transtornos de humor. Entretanto, vê-se que há, ainda, importante carga de adoecimento no âmbito da saúde
mental no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, nas faixas etárias entre 20 a 49 anos, no sexo masculino para o abuso
de substâncias e no sexo feminino o que tange aos transtornos de humor. Entende-se que, apesar dos avanços que reconhecida-
mente levaram à substituição do modelo centrado em hospitalização por cuidados multidisciplinares e ambulatoriais, a articula-
ção entre a saúde mental e a atenção básica ainda é fragil e com desenvolvimento desigual no país (GERBALDO et al., 2018). O
estudo apresenta limitações relacionadas ao acesso a dados secundários e ao recorte temporal curto. A despeito de o SIH/SUS
possuir abrangência nacional e representar o principal repositório de dados epidemiológicos do país, o registro de internações
hospitalares pode apresentar subnotificação ou ausência de dados relevantes. Já o intervalo temporal entre 2009 e 2016 deu-se
por esse período compreender a consolidação das informações sobre o objeto deste estudo até o momento de sua realização.

Conclusões:
No período entre 2009 e 2016 houve redução absoluta e percentual das internações hospitalares por transtornos mentais e com-
portamentais no Brasil. A demência foi a subcausa de hospitalização com maior tendência de diminuição, seguida por retardo
mental e esquizofrenia. Não obstante, a esquizofrenia apresentou-se como o transtorno com maior carga de hospitalizações em
todas as regiões brasileiras. O padrão de internação hospitalar por transtornos mentais e comportamentais identificado no país é
diverso e varia significativamente entre as regiões geográficas. No entanto, no período investigado houve redução das internações
hospitalares por transtornos mentais e comportamentais em todas as regiões brasileiras, bem como entre crianças, adultos e ido-
sos e em ambos os sexos. Apesar de se tratar de um resultado multifatorial, depreende-se a evolução identificada neste estudo
como um reflexo da eficiência das políticas de saúde mental no país. No entanto, considera-se que o fomento da integração das
ações de promoção da saúde mental, principalmente na atenção primária, é preponderante para reduzir a carga ainda elevada
dos transtornos mentais e comportamentais no Brasil.

Referências
ARAUJO, R.J.S.; SOBRAL, J.P.C.P.; SOUZA, R.V.; SOUZA, Y.V. Internações hospitalares por dependência química no Brasil: um estudo
epidemiológico. Enfermagem Brasil, n.18, v.3, 2019.

BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Diário Oficial da União, de 6 de abril de 2001. BRASIL. Portaria nº 3.088, de 23 de
dezembro de 2011. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 2011.

esquizofrenia. Revista Brasileira de Enfermagem, n.65, v.2, 2012.

GARCIA, L.P.; FREITAS, L.R.S. Consumo abusivo de álcool no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Revista Brasi-
leira de Epidemiologia, v.24, n.2, 2015.

GERBALDO, T.B.; ARRUDA, A.T.; HORTA, B.L.; GARNELO, L. Avaliação da organização do cuidado em saúde mental na atenção básica
à saúde do Brasil. Trabalho, educação & Saúde, v.16, n.2, 2018.

GUARNIERO, F.B.; BELLINGHINI, R.H.; GATTAZ, W.F. O estigma da esquizofrenia na mídia: um levantamento de notícias publicadas
em veículos brasileiros de grande circulação. Revista de Psiquiatria Clínica, v.39, n.3, 2012.

MANGUEIRA, S.O.; GUIMARÃES, F.J.; MANGUEIRA, J.O.; FERNANDES, A.F.; LOPES, M.V.O. Promoção da saúde e políticas públicas
do álcool no Brasil: revisão integrativa da literatura. Psicologia & Sociedade, v.27, n.1, 2015.

MILIAUSKAS, C.R.; FAUS, D.P.; JUNKES, L.; RODRIGUES, R.B.; JUNGER, W. Associação entre Internações psiquiátricas, cobertura de
CAPS e atenção básica em regiões metropolitanas do RJ e SP, Brasil. Ciência & Saúde coletiva, v.24, n.5, 2019.

MONTEIRO, C.F.S.; DOURADO, G.O.L.; GRAÇA JUNIOR, C.A.G.; FREIRE, A.K.N. Mulheres em uso prejudicial de bebidas alcóolicas.
Escola Anna Nery, v.15, n.3, 2011.

OLIVEIRA, R.M.; FACINA, P.C.B.R.; SIQUEIRA JUNIOR, A.C. A realidade de viver com RIBEIRO, J.M.; INGLEZ-DIAS, A. Políticas e ino-
vação em atenção à saúde mental: limites ao descolamento do desempenho do SUS. Ciência & Saúde Coletiva, v.16, n.12, 2011.

Comunicação Oral 439


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SANTOS, V.C.; ANJOS, K.F.; BOERY, R.N.S.O; MOREIRA, R.M.; CRUZ, D.P.; BOERY, E.N. Internação e mortalidade hospitalar de idosos
por transtornos mentais e comportamentais no Brasil, 2008-2014. Epidemiologia & Serviços de Saúde, n.26, v.1, 2017.

SILVA, R.C.B.; PADOVANI, R.C.; NEVES, M.O. O delírio na perspectiva das neurociências e da terapia cognitiva. Revista Brasileira de
Terapia Cognitiva, v.7, n.1, 2011.

WONG, L.L.R.; CARVALHO, J.A. O rápido processo de envelhecimento populacional do Brasil: sérios desafios para as políticas pú-
blicas. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, v.23, n.1, 2006.

440 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IMPLEMENTAÇÃO DA PSICOLOGIA INCLUSIVA PARA


DEFICIENTES AUDITIVOS NA REDE DE ATENDIMENTO
PSICOSSOCIAL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
LARA MARIA DA FROTA
Universidade Estadual Vale do Acaraú
CICERO TELES ALBUQUERQUE JUNIOR
Universidade Estadual Vale do Acaraú
WELLINGTON AGUIAR PONTE FILHO
Universidade Estadual Vale do Acaraú
BETÂNEA MOREIRA DE MORAES
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Introdução
Ao lembrarmos da Rede de Atenção Psicossocial (RAP), pensamos no “[...] modelo de atenção em saúde mental, a partir do acesso
e da promoção de direitos das pessoas, baseado na convivência dentro da sociedade”, que, além de mais acessível, este ainda
objetiva “articular ações e serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade” (BRASIL, 2019, p. 01). Sabe--se que o processo
terapêutico é tido comumente como um processo de falar e escutar. Contudo, frente a proposta acessível afirmada, há efetiva-
mente atendimento psicológico especializado para aqueles que não falam, como é o caso dos deficientes auditivos, em especial
os surdos- -mudos? Faremos uma investigação teórico-bibliográfica e documental acerca do assunto. Ao tratarmos de um modelo
que se baseia no acesso e na promoção de direitos das pessoas, cumpri-nos lembrar que por força da Lei 13.146/15, conhecida
como Lei Brasileira de Inclusão (LBI), é garantido às pessoas com deficiência, entre elas aos deficientes auditivos, conforme o art.
18: “[...] atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garan-
tido acesso universal e igualitário” (BRASIL, 2015, p. 5). Aliás, garante o §4º deste mesmo artigo, que versa sobre o que deve ser
assegurado pelas ações e pelos serviços de saúde pública destinadas as pessoas com deficiência, em seu inciso V: “atendimento
psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais” (BRASIL, 2015, p. 6). Dessa forma, temos subsídios para concluir
que, como afirma o Conselho Regional de Psicologia da 11ª Região (2017, p.13): [...] é possível perceber que as pessoas com
deficiência possuem uma extensa, progressista e importante rede de proteção com cristalina fundamentação legal que precisa
ser respeitada em todos os campos da sociedade. A Psicologia, enquanto ciência e profissão, não pode se eximir desta responsa-
bilidade e deve tomar providência no sentido de adaptar ou reinventar sua prática para que ela, de fato, seja inclusiva e atenta às
mudanças de paradigma na construção do conhecimento e no exercício profissional. Isto posto, é indubitável que o atendimento
psicológico destinado aos deficientes auditivos, bem como seus familiares e atendentes pessoais, é uma necessidade e um direito
que não deve ser negligenciado, mormente se analisarmos a segregação e o estigma social que perpassam esses sujeitos, nas mais
diversas fases e relações que estabelecem em suas vidas, que podem gerar problemas psicológicos determinantes para a saúde
mental destes, como podemos perceber em Barroso (2016, p. 7): Esses fatos denunciam uma separação e uma exclusão do surdo
na sua família. Que, por serem ‘diferentes’, causam um sentimento de estranheza no meio familiar. Pois a própria família tem
dificuldade de lidar com o estranho, com o diferente e acaba realizando um movimento de afastamento, excluindo-o linguística
e culturalmente o acaba por gerar também um sofrimento psíquico neste indivíduo e também na família sobretudo na figura da
mãe. Assim, a surdez do filho, provoca um sentimento de estranheza, tanto por parte dos pais quanto do filho surdo, fazendo com
que o filho surdo pareça um estrangeiro dentro da própria família. Logo, torna-se mister fazermos uma análise que nos permita
investigar a situação do atendimento psicológico que deve ser prestado aos deficientes auditivos, mormente no que concerne aos
desafios e possibilidades da implementação de uma Psicologia Inclusiva na RAP.

Objetivos
Esta pesquisa objetiva analisar, através de um estudo teórico bibliográfico e documental, a pertinência da adesão da Psicologia
Inclusiva para o atendimento de pessoas com deficiência auditiva no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, afirmando seus
direitos à atenção psicossocial, a evolução histórica e o que seria essa psicologia, mencionando os desafios e as possibilidades
dessa implementação.

Comunicação Oral 441


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento
Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil possui cerca de 23,9% de sua população com-
posta por pessoas com deficiência, dentre elas sendo 9,7 milhões (5,1%) de brasileiros que possuem alguma deficiência auditiva,
sendo estes 2,1 milhões possuem deficiência auditiva severa, 1,7 milhões grande dificuldade de ouvir e 344,2 mil pessoas surdas
(23,9% DOS BRASILEIROS..., 2012, p. 2). Ou seja, é inegável que há grande parcela de pessoas com deficiência auditiva no país,
a qual representam uma demanda que necessita de suporte psicológico pelos mais diversos motivos e que, como já dito, tem o
direito de tê-lo. Contudo, essa é uma realidade distante desses, principalmente daqueles que se comunicam através da Língua
Brasileira de Sinais (Libras). Não obstante, para uma melhor compreensão do tema aqui abordado, dividiremos o presente estudo
em dois tópicos, a seguir: 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA NO TRATAMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
A priori, é mister colocarmos que as dificuldades ao acesso aos serviços de saúde por esse grupo, sejam públicos ou não, acontece
de forma generalizada, sendo as principais: a barreira comunicacional, o déficit na relação entre profissional e paciente, o baixo
conhecimento dos surdos sobre os processos de saúde-doença, e o processo de inclusão dos deficientes auditivos na sociedade
(SOUZA et al, 2019). Contudo, o foco do presente trabalho é no que concerne a atenção psicológica, por mais que essas causas
também recaiam sobre esta. A grande maioria dos surdos não possui ou nunca teve acesso aos serviços psicológicos, seja por
condições financeiras, ou unicamente porque o Sistema Único de Saúde precariamente oferece este tipo de atendimento. A oferta
é precária, sem profissionais capacitados para essa especialidade, pois raros são os psicólogos que têm interesse por esse novo
desafio de aprendizagem da língua de sinais, mesmo sendo indispensável ao trabalho terapêutico com os surdos (GONÇALVES,
2011 apud SANTOS, ASSIS, 2015, p. 25). Desse modo, cumpri-nos frisar a exclusão e a vulnerabilidade histórica que acompanha
os deficientes auditivos, que na Antiguidade eram taxados como imperfeitos e, por isso, isolados, tendo apenas séculos depois
começado a serem vistos como “defeituosos” que precisavam ser “consertados”, ou seja, passavam por procedimentos que lhes
integrassem no modelo ouvinte, já que fugiam dos padrões de normalidade estabelecidos pela medicina e psicologia (MACÊDO,
TORRES, 2015), que desconsideravam a deficiência auditiva, principalmente a surdez, como parte da diversidade humana que
deve ser respeitada da forma que se apresenta. Logo, os tratamentos se centravam na reabilitação/adequação do deficiente au-
ditivo ao modelo ouvinte, sem respeitar efetivamente sua singularidade linguística-cultural. Os profissionais da época tinham
suas crenças voltadas para a ideia de que apenas as pessoas altamente qualificadas, e, isto incluía apenas os indivíduos altamente
verbais, ou seja, aqueles que não possuíam dificuldades para se comunicar verbalmente, poderiam se beneficiar de um tratamen-
to terapêutico. O que se oferecia em assistência aos surdos resumia-se, historicamente, em conselhos, orientações, instruções,
palestras e advertências. Sendo que, os profissionais que estiveram envolvidos a princípio eram professores, atletas, treinadores,
membros do clero, assistentes sociais e conselheiros de reabilitação profissional (LEIGH, 2010). (PEREIRA, LOURENÇO, 2017, p.
10). Segundo Skliar (1997 apud BARROSO, 2016), foi entre as décadas de 1950 e 1960 que a psicologia clínico-terapêutica ganhou
força e assim surgiu a Psicologia da Surdez, que considerava, neste momento, características inerentes às pessoas com deficiência
auditiva à agressividade, à lentidão na aprendizagem, à impulsividade, às dificuldades motoras e de encontrar limites, estabe-
lecendo que havia relação direta entre a deficiência auditiva e certos problemas emocionais, intelectuais, sociais e linguísticos.
Assim, percebe-se que este modelo ainda estava pautado em diversos preconceitos e ignorância, o que dificultava a devida
assistência psicológica necessária a essas pessoas. Na década de 1960, o modelo de psicologia clínico- -terapêutica para
atendimento de pessoas com deficiência auditiva começou a sofrer questionamentos profundos que permitiram a ascensão de
um novo modelo de compreensão da surdez e do tratamento psicológico para esse público, como se é possível perceber através
do modelo socioantropológico que, em conjunto com o ressurgimento das contribuições teóricas do intelectual russo Vigotski a
partir da década de 1980, inseriu na psicologia uma nova percepção sobre a surdez. Nesse sentido, segundo Góes (1999, p. 37
apud BISOL, SIMIONI, SPERB, 2017, p. 396): [...] nessa perspectiva teórica, o desenvolvimento da criança surda deve ser compre-
endido como processo social, e suas experiências de linguagem concebidas como instâncias de significação e de mediação
nas suas relações com a cultura, nas interações com o outro. Hodiernamente, ainda é escassa a produção bibliográfica acerca
do atendimento psicológico de pessoas com deficiência auditiva, contudo, segundo Santana (2007 apud PEREIRA, LOURENÇO,
2017), os últimos dez anos foram marcados por mudanças significativas para esse público, abrangendo novas abordagens educa-
cionais e clínicas, bem como ocorreu um avanço nas tecnologias assistivas. Assim, é possível perceber que, principalmente após
a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada em Nova Iorque no ano de 2007, considerada
um marco para substituição do modelo integracionista pelo modelo da inclusão social da pessoa com deficiência, a tendência é

442 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

que a psicologia da surdez adquira cada vez mais um viés pautado na inclusão e no reconhecimento da capacidade e autonomia
dos deficientes auditivos, fundamentando-se numa compreensão socioantropológica da deficiência, sendo importante considerar
os benefícios da Psicologia Inclusiva para os mais diversos tipos desta, cabendo apreciar no caso da deficiência auditiva que: [...]
a Psicologia Inclusiva vem como instrumento estimulador no processo de ir além da reflexão, para a elevação da consciência
destes profissionais e futuros profissionais, o anseio por conhecerem a cultura surda, a construção da sua identidade e a grande
importância para o sujeito de ser reconhecido e legitimação deste como ser de direitos. (MACÊDO, TORRES, 2017, p. 7).
2 PSICOLOGIA INCLUSIVA PARA DEFICIENTES AUDITIVOS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO.
Primordialmente, faz-se necessário o esclarecimento de que o presente estudo não pretende exaurir o tema proposto nesse tópi-
co, mas apenas introduzir a discussão acerca, que ainda necessita de muitas contribuições, como podemos perceber: [...] Segundo
o Relatório Mundial da Deficiência (2012), apesar da considerável magnitude que possui a questão da deficiência, destaca-se uma
falta significativa de consciência e informação científica a respeito, pois, o número de documentos em análise e compilação de-
senvolvendo políticas e respostas para abordar as necessidades das pessoas com deficiência são escassos. (PEREIRA, LOURENÇO,
2017, p. 4). Isto posto, iniciaremos a questão principal sobre o estabelecimento da comunicação entre o profissional e o paciente,
cumprindo lembrar que, por força do Decreto nº 5.626, de 2005, ao abordar o Direito à Saúde das pessoas com deficiência audi-
tiva, afirma em seu art. 25: Art. 25. CAPUT IX - atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do
SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados
para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e X - apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de servi-
ços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação. § 1º O disposto neste artigo deve ser garantido também para os
alunos surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras. (BRASIL, 2005, p. 6). Assim, após termos a ciência desse direito
atribuído aos deficientes auditivos, reafirmamos a surdez como manifestação linguístico-cultural, sendo necessária uma compre-
ensão acerca da complexidade do “ser surdo/deficiente auditivo”, pois, como afirma Perlin (2010 apud BARROSO, 2016, p. 1), ser
surdo numa sociedade de ouvintes é o caso de uma identidade reprimida. E, portanto, no caso dos surdos-mudos ou dos deficien-
tes auditivos que utilizam as libras para se comunicar, é imprescindível a comunicação por esta linguagem, pois: De acordo com
Lieu, Sadler, Fullerton e Stohlmann (2007), a interação que ocorre entre o profissional de saúde e as pessoas com deficiência au-
ditiva deixa clara a dificuldade do paciente ao ser imposto a uma linguagem que não é a de sua apropriação, mas que lhe é impos-
ta como se fosse sua primeira língua. Apesar de alguns profissionais tentarem algumas maneiras de se comunicar gestualmente,
gestos estes que não equivalem à linguagem de sinais, é extremamente clara a dificuldade de compreensão desta comunicação
para o surdo. (PEREIRA, LOURENÇO, 2017, p. 10). Todavia, cabe ressaltar que o ideal é a comunicação entre o profissional e o
paciente de forma direta, sem mediações por intérpretes ou familiares, como bem expõe Piret (2007 apud SANTOS, ASSIS, 2015,
p. 25) ao afirmar que pelo fato do interprete não possuir a formação necessária que o familiarize com o mundo das formações do
inconsciente, os relatos, os fragmentos do discurso e as situações expostas na psicoterapia podem afetar suas condições psíqui-
cas, dependendo da história e vivências que este possui, já que a comunicação para o terapeuta só será realizada através do in-
consciente desse interprete, dessa forma, podendo comprometer o contrato terapêutico entre terapeuta e paciente, assim como
o sigilo profissional do psicólogo, o respeito ao indivíduo e seus direitos fundamentais. Ademais, mesmo a utilização de Libras
sendo um mecanismo essencial para o público supracitado, há indivíduos com deficiência auditiva que não se comunicam através
dessa linguagem, outros que são até oralizados por terem adquirido a surdez posteriormente, assim, há necessidade de mecanis-
mo que possam contribuir, fora a libras, quanto ao atendimento desse público, o que pode ser percebido com a inclusão de estra-
tégias como: a realização de atividades clínicas mais visuais, como a inserção de desenhos, vídeos, infográficos etc; bem como a
utilização de expressão facial e corporal para melhor identificar a intensidade do que quer ser expressado (BARROSO, 2016, p. 8).
Quanto às atividades que envolvem leitura e escrita, é imprescindível que o profissional tenha a consciência que há distinções em
pensar em Libras e pensar em Português, que devem ser levadas em consideração na elaboração de testes psicológicos, como
bem pontua Barroso (2016, p. 3): Todos pensam que o surdo sabe ler e escrever bem, mas isto só ocorre quando o mesmo nasce
ouvinte de depois perde audição, infelizmente, os que nascem surdos com perda severa e profunda possuem grande dificuldade
de compreensão em qualquer texto, sendo necessário ler várias vezes e outra pessoa auxiliar com relação a duvidas para ter o
entendimento real do texto do contrário, infelizmente muitos não passam de analfabetos funcionais e por isso muitos testes psi-
cológicos devem ser adaptados o teste de QI por exemplo, mas não que o QI do ouvinte seja superior ao QI do surdo, veja a difi-
culdade de leitura e escrita pelos surdos decorre não de falta de inteligência, mas da estrutura da Libras e do Português. Pensar

Comunicação Oral 443


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

em Libras é diferente de pensar em Português. O sujeito surdo apenas precisa aprender a pensar em Português desde a infância
sendo ensinado corretamente. Quando o ouvinte não consegue pensar em Libras, tem a mesma dificuldade de entender Libras e
usa o “Português sinalizado”. Ainda no que concerne aos testes psicológicos e sua aplicação às pessoas com deficiência, foi apon-
tado que profissionais não especializados para o atendimento de pessoas surdas recorrem aos testes psicológicos como forma de
adentrar o universo peculiar desses pacientes (MACÊDO, TORRES, 2017). Contudo, é mister transcrever o parecer do Conselho
Regional de Psicologia da 11ª Região (2017, p. 13, grifo nosso) quanto essa aplicação: 1. Os testes psicológicos existentes são, em
sua quase totalidade, inviáveis para utilização por pessoas com deficiência; 2. As tentativas de adaptação de alguns instrumentos
dos referidos Testes com a finalidade de contribuir com a inclusão de processos de aprendizagem das pessoas com deficiência não
são recomendadas pelo CFP, bem como podem interferir negativamente nos resultados obtidos pela aplicação dos instrumentos;
3. Existe uma demanda relevante de realização e estudos de adaptação, revalidação ou de construção de novos testes psicológi-
cos para serem utilizados com a população com deficiência; 4. Precisa-se, no entanto, avançar neste campo com a tomada de al-
gumas providências com vistas a inclusão coerente das pessoas com deficiência nos processos de ensino e aprendizado de Psico-
logia, bem como que os instrumentos de avaliação psicológica se adaptem à realidade das pessoas e não o contrário. Após essa
breve exposição, cumpre citar as questões éticas e socioculturais relevantes para a escassez de produção científica e profissionais
qualificados para o atendimento de pessoas surdas, o que também reflete na Rede de Atenção Psicossocial (RAP) para os deficien-
tes auditivos, já que são apontados como dificuldades dos psicólogos no atendimento dessas pessoas o: desinteresse, descaso,
negligência e anacronismo; sendo importante citar que não há incentivos por parte do governo, das instituições, do mercado,
nem mesmo das universidades para o desenvolvimento desse estudo, tornando a prática profissional para esse público a critério
de cada um (SANTOS, ASSIS, 2015). Além do mais, o desenvolvimento desse trabalho envolve mais do que a formação acadêmica,
mas: [...] A formação cultural, social e a personalidade do terapeuta são fatores que exercerem profunda influência na atividade
profissional de cada um. Isso vale para todas as profissões, mas é essencial no caso da psicoterapia. Não raro, profissionais expe-
rientes cometem erros sucessivos, que são consequência de suas personalidades, de suas próprias formas de ser no mundo.
(BARROSO, 2016, p. 10). Por fim, após o exposto, é preciso considerar a Psicologia Inclusiva como parte da transformação neces-
sária ao atendimento psicológico adequado aos deficientes auditivos, pois esta estaria atenta a essas e outras considerações ne-
cessárias a respeito da singularidade das pessoas com deficiência, sendo, no mínimo, interessante considerar sua inclusão como
parte da grade curricular dos cursos de psicologia brasileiros, bem como necessária a RAP em acordo com os direitos dessa mino-
ria linguístico-cultural.

Conclusões
Em acordo com a pesquisa realizada, pode-se ilidir que a Rede de Atenção Psicossocial tem o dever de prestar um serviço adequa-
damente adaptado para a efetivação dos direitos atribuídos aos deficientes auditivos, garantindo a inclusão destes, bem como
das demais pessoas com deficiência, sendo os investimentos na implementação da Psicologia Inclusiva uma alternativa viável,
ousamos dizer necessária e urgente, como forma de garantir o respeito aos direitos humanos, promovendo a equidade através
do combate aos estigmas e os preconceitos, que impedem a realização de uma atenção humanizada e centrada nas necessidades
desses indivíduos. Dessarte, concluímos reafirmando que a Psicologia Inclusiva se mostra como um instrumento adequado a
consolidação da efetiva inclusão desses sujeitos no atendimento psicológico, seja na Rede de Atenção Psicossocial ou não, afinal,
essa se propõe a analisar as circunstância biopsicossociais que adjetivam a existência dos deficientes auditivos, ficando atenta as
necessidades específicas para a consolidação da acessibilidade para esse público, como do uso da Libras, bem como dos mecanis-
mos visuais, de expressão corporal, do agir ético profissional e do entendimento mais aprofundado acerca da cultura surda, assim
como essa em contato com a cultura ouvinte, reconhecendo que aquela é uma população vulnerável frente a esta, o que a torna
não apenas uma demanda crescente e promissora, mas que necessita de um maior suporte.

Referências
23,9% DOS BRASILEIROS DECLARAM TER ALGUMA DEFICIÊNCIA, diz IBGE. G1, São Paulo, 27 abr. 2012. Disponível
em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/239-dos-brasileiros-declaram-ter-alguma-deficien cia-diz-ibge.html. Acesso em:
24 jul. 2019.

444 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

BARROSO, Francieli. Psicologia para surdos. 2016. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/psicologia-para-sur-


dos/145499. Acesso em: 23 jul. 2019.

BISOL, Cláudia A.; SIMIONI, Janaína; SPERB, Tânia. Contribuições da Psicologia Brasileira para o estudo da Surdez. CEFAC: Psicolo-
gia: Reflexão e Crítica, Rio Grande do Sul, v. 3, n.21, p.392-400, 2007.

BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Brasília, DF: 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm. Acesso em: 23 jul. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Disponível em: http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/
rede-de-atencao-psicossocial-raps. Acesso em: 24 jul. 2019.

BRASIL. Lei n º 13. 146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência). Brasília, DF: 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015 /Lei/L13146.htm.
Acesso em: 23 jul. 2019.

CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA 11ª REGIÃO. Parecer a Respeito do Ensino de Métodos e Técnicas de Psicologia em Discipli-
nas de Avaliação Psicológica para Estudantes com Deficiência – Orientações e Reflexões. 2017.

MACÊDO, Ludmilla da Silva; TORRES, Claudia Regina Vaz. Psicologia inclusiva: recurso para a intervenção psicológica com surdos.
2017. Disponível em: http://www.uefs.br/vcbei/PSICOLOGIA%20INCLUSIVA%20RECURSO%20PARA%20A%20INTER VENCAO%20
PSICOLOGICA%20COM%20SURDOS.pdf. Acesso em: 23 jul. 2019.

PEREIRA, Bianca Aparecida Marques; LOURENÇO, Lélio Moura. Surdez e psicologia clínica: contribuições da literatura. PSICOLO-
GIA.PT, v. 1, p. 1-26, 2017.

SANTOS, Jonas Fonseca; ASSIS, Monique Ribeiro de. As dificuldades do psicólogo no atendimento à pessoa com deficiência audi-
tiva. Conexões Psi, v. 3, n. 1, p. 23-33, jan./jun. 2015.

SOUZA, Maria Fernanda Neves Silveira de, et al. Principais dificuldades e obstáculos enfrentados pela comunidade surda no aces-
so à saúde: uma revisão integrativa de literatura. CEFAC: Psicologia: Reflexão e Crítica, Rio Grande do Sul, v. 3, n. 19, p. 395-405,
2017.

Comunicação Oral 445


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL SEGUNDO


ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
LUDMILLA ALVES SANTOS
Enfermeira Residente em Saúde Mental pela Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia
ABREU, T.R
Universidade Estadual do Ceará – UECE
GOMES, M.C
Universidade Federal do Piauí – UFPI
SANTOS, R.A
Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF
VASCONCELOS, A.C.M
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

Introdução:
A assistência à saúde mental brasileira surgiu da função saneadora dos primeiros hospícios, passando a assumir um papel ex-
cludente. Baseando-se exclusivamente no foco patológico, esquecendo assim, a compreensão do indivíduo como totalidade.
Desta forma, os serviços substitutivos ao modelo hospitalocêntrico, eclodem na intenção de que este sujeito doente ou adoecido
psiquicamente seja visto a partir de outro paradigma, o da reabilitação psicossocial (SANTOS, et. al., 2017). A Portaria 3.088 de
dezembro de 2011 que institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) reafirma que os serviços de saúde devem ofertar assistência
universal, integral e igualitária a todos os cidadãos, dentre estes serviços à Atenção Primária (AP) se constitui como um integrante
fundamental para o cuidado a este público, por ser considerada como a porta de entrada do usuário adoecido psiquicamente aos
outros pontos de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2013). Desta forma, o apoio matricial em saúde mental surge
como um novo modelo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, compartilham de seus conhecimentos e criam uma ou
mais propostas de intervenção pedagógico-terapêutica para assistir ao usuário e sua família. E visa transformar a lógica tradicio-
nal dos sistemas de saúde no cuidado compartilhado, ou seja, permitindo que os mais variados saberes se unam em função do
indivíduo e da família que necessita de cuidado (CHIAVERINI, et., al. 2011). Inglesas e Avellar (2014) reforçam que o matriciamen-
to em saúde mental traz como princípio norteador o objetivo de contribuir para o acolhimento dos pacientes nos espaços comu-
nitários em que vivem, buscando a extinção do estigma destinado aos usuários em sofrimento mental através de uma construção
coletiva de saberes. Esta articulação entre a rede de Saúde Mental e à atenção primária à saúde proposta pelo matriciamento,
incentiva a assistência a partir da clínica ampliada, além de trazer para as equipes de saúde o compartilhamento do cuidado a
estes pacientes, realizando a integração dialógica entre diferentes categorias e setores profissionais e fortalecendo as ações de
promoção à saúde, como também a criação de variadas ofertas terapêuticas. Diante desse contexto, é necessário indagar se os
enfermeiros atuantes na atenção primária detêm conhecimento sobre a importância desta ferramenta de apoio que atua dentro
do município. O matriciamento possibilita a reorganização do trabalho para a saúde pública, particularmente no cuidado à saúde
mental, entretanto, para que isso aconteça de forma efetiva é importante que estes profissionais reconheçam o apoio matricial
como potente auxílio no manejo dos casos mais complexos em saúde mental.

Objetivos:
O objetivo desse estudo é investigar o conhecimento do apoio matricial em saúde mental segundo os enfermeiros que atuam na
atenção básica no município de Mauriti – CE. - Identificar se os enfermeiros que atuam na atenção primária à saúde reconhecem
o apoio matricial como potencial estratégia de cuidado aos casos de saúde mental em Mauriti- CE.

Desenvolvimento:
O cuidado integral em saúde pode ser entendido em qualquer instância, se guiado pela articulação de alguns elementos principais
em seu curso: como o acesso, a responsabilização e autonomia. No ano de 1994, o Governo Federal implantou como método de
cuidado aos usuários do SUS, o Programa de Saúde da Família, atualmente conhecido como Estratégia de Saúde da Família (ESF),
na atenção primária de saúde dos municípios. Essa nova estratégia busca enfrentar problemas que envolvem a saúde pública
brasileira, como a centralização e superlotação dos serviços e equipamentos especializados, a baixa resolutividade e a cronifica-

446 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ção de doenças e outros agravos à saúde. Neste sentido, as equipes da ESF têm responsabilidade no cuidado integral dos indivíduos
e prestam essa assistência por meio de equipe multidisciplinar (PEGORARO, et. al., 2014). Bezerra e Dimenstein (2008) reforçam
que no contexto da atenção básica, a ESF, nasceu da necessidade de romper com o antigo modelo assistencial de saúde no Brasil,
caracterizado por uma atenção curativa, medicalizante, verticalizada, centrada no médico e com baixa resolutividade no que se
refere às dificuldades de saúde da população usuária dos serviços. A ESF tem sido componente importante na reorganização da
atenção primária. Para Medeiros (2015), o apoio matricial se coloca como a organização do trabalho em saúde, apontando para o
segundo tempo lógico do cuidado integral ao constituir-se como prática de colaboração entre equipes de ESF e suas referências
de apoio, setoriais e intersetoriais, e como modo de potencializar a assistência com os cuidados primários em saúde em toda sua
complexidade. Quando se fala em matriciamento, nos referimos a um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equi-
pes, através da construção compartilhada, organizam propostas de intervenção para o cuidado de pessoas. Essa nova forma de
construir saúde difere da lógica tradicional dos antigos modelos assistenciais, que ocorrem por meio da responsabilização unila-
teral de cada especialidade, fugindo a perspectiva do apoio matricial, onde este último almeja o compartilhamento das estraté-
gias de cuidado. Outro ponto positivo desta nova modalidade, é que possibilita a integração de diferentes saberes nos mais diver-
sos níveis assistenciais do sistema de saúde. A ESF se constitui dentro da ótica do AM como equipe de referência para as pessoas
da sua área de abrangência, sendo responsável pelo cuidado integral ao longo da vida dessas pessoas. Já a equipe de AM será a
equipe de Saúde Mental (CAPS) ou Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), atuando em conjunto com a ESF quando está ne-
cessitar de ajuda (CHIAVERINI, et. al., 2011). Campos e Domitti (2007) complementam que o termo matriz perpassa por vários
sentidos; por um lado, em sua origem latina, significa o lugar onde se motivam e se criam coisas; por outro, foi utilizado para in-
dicar um conjunto de números que guardam relação entre si quer os avaliemos na vertical, na horizontal ou em linhas transver-
sais. A utilização do nome - matricial - indica essa possibilidade, a de recomendar que profissionais de referência e especialistas
cultivem uma relação horizontal, e não apenas vertical como recomenda a tradição dos sistemas de saúde. Trata-se de uma expe-
riência de amenizar a rigidez dos sistemas de saúde quando planejados de maneira muito estreita segundo as diretrizes clássicas
de hierarquização e regionalização. Em 2008, com a implantação do NASF na atenção à saúde pública, o apoio matricial passou a
ser de responsabilidade das equipes dos NASF unido à Atenção Básica. No caso do AM em saúde mental, as equipes do NASF
devem dar suporte aos casos de pessoas com transtorno mental, construir estratégias dirigidas a grupos vulneráveis para melho-
ria do cuidado, reduzir ações que promovam a medicalização e psiquiatrização, expandir o modelo não manicomial de cuidado,
construir parceria com as famílias para o cuidado dos usuários e mobilizar recursos comunitários para desenvolver as ações ne-
cessárias às comunidades atendidas pela ESF. Desta forma, fica evidente o quando é importante que a ESF utilize desta nova fer-
ramenta para melhorar a assistência às populações (PEGORARO, et. al., 2014). O enfermeiro tem na prática desenvolvida em
unidades de atenção primária à saúde o desafio de programar o cuidado em enfermagem na construção de relações interpessoais
de diálogo, escuta, humanização e respeito. Esta prática ultrapassa, portanto, pela compreensão do enfermeiro sobre o significa-
do do seu fazer profissional, ou seja, do praticar o cuidado de enfermagem na atenção básica em saúde. O cuidado é considerado
como a essência da enfermagem, pois essa profissão envolve vários conhecimentos, entre eles, o conhecimento afetivo. Compre-
endendo que o processo de cuidar relaciona-se com atos diferenciados, desta forma as intervenções realizadas pelo enfermeiro
se caracterizam como cuidado no momento em que comportamentos de cuidar sejam exibidos, tais como o respeito, a gentileza,
a atenção, a solidariedade e o interesse (ACIOLI, et. al., 2014). Segundo Vilella e Scartena (2004), o processo de busca na prática
da enfermagem psiquiátrica exige do profissional a capacidade de observação disciplinada e o desenvolvimento de aptidões que
possibilitem integrar os conhecimentos teóricos com a vivência profissional, buscando o estabelecimento de uma relação inter-
pessoal de ajuda compartilhada com o paciente. Como princípios básicos para essa prática a capacidade de ser resiliente, o co-
nhecimento técnico e científico e a consciência crítica faz parte da construção da relação enfermeiro-paciente. Desta forma, o
enfermeiro não deve solucionar os problemas do sujeito, mas sim trabalhar com ele, buscando encontrar a solução mais adequa-
da para a sua condição, utilizando seus conhecimentos e habilidades profissionais e emocionais. As funções do enfermeiro na área
de saúde mental estão focadas na promoção da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, principalmente no que diz
respeito ao uso prejudicial de álcool e outras drogas, na ajuda ao paciente a enfrentar as pressões da doença mental e na capaci-
dade de assistir à família e à comunidade, ajudando-os a encontrarem a melhor forma de assistência aos indivíduos. Entretanto,
para que o cuidado ofertado pelo profissional de enfermagem seja integral no que tange à assistência aos portadores de transtor-
nos mentais na atenção primária se faz necessário o conhecimento sobre a evolução histórica da saúde mental no Brasil como

Comunicação Oral 447


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

também a Política Nacional de Saúde Mental vigente. A partir do saber cronológico é possível valorizar a humanização na assis-
tência a este público especifico, tornando possível a socialização do paciente dentro da comunidade, a redução do estigma e
preconceito, e o desenvolvimento de habilidades pessoais dos sujeitos. Com o fortalecimento dos pontos de atenção à saúde
mental descritos na portaria nº 3.088 do Ministério da Saúde em 2011, é possível ofertar uma assistência livre de negligência e
hospitalização excessiva a quem sofre psiquicamente (ACIOLI, et. al., 2014). São corriqueiras as reações de raiva e medo em rela-
ção às pessoas com transtornos mentais, que resultam em comportamentos preconceituosos e diminuem as iniciativas de ajuda.
As manifestações do estigma podem variar e ser observadas de acordo com a cultura local. As pessoas com transtornos mentais
graves reconhecem que também podem ter preconceitos contra si mesmos e ser alvo do próprio estigma, o que coopera para
esses pacientes, muitas vezes, não buscarem atendimento e tratamento para seu problema de saúde. Os profissionais de saúde
também podem desenvolver atitudes preconceituosas a respeito dos transtornos mentais e contribuírem para o aumento do es-
tigma social. (CHIAVERINE, et. al., 2011). Segundo Campos e Domitti (2007), os departamentos voltados diretamente para a aten-
ção à a saúde do usuário, encontram-se separados por especialidades de atendimentos, por exemplo, departamento de enferma-
gem, de ortopedia, de psiquiatria, infectologia etc. Dentro desses serviços, há uma composição multiprofissional de pessoal, com
grau reduzido de coordenação, comunicação e integração entre as distintas especialidade e profissões. Até mesmo a estrutura
física da maioria dos ambulatórios reflete essa lógica de ferro: uma sucessão de pequenas salas para consultório ou procedimen-
tos que, de tão divididos, poderiam funcionar em espaços geográficos distintos. Essa estrutura cria problemas gerenciais extre-
mos e constitui-se em um obstáculo estrutural à adoção do método de trabalho do apoio matricial (MOLL, et. al., 2017). É preciso
que tanto a equipe de referência que é a UBS, quanto à equipe especializada como o CAPS e o NASF mantenha relações profissio-
nais acessíveis e facilitadas para que as dificuldades a serem resolvidas ganhem mais oportunidades de soluções. Outro obstácu-
lo que se configura como obstáculo na efetivação do AM é a dificuldade de empatia entre o profissional e o paciente. Uma relação
que não estabelece laços de confiança entre as partes envolvidas no cuidado, reduz significativamente a possibilidade de melhora
ou cura clínica (SILVA, 2011). A flexibilidade, a empatia, o acolhimento e o comprometimento se constituem como o elenco de
capacidades atitudinais na prática do cuidado, e deve estar presente na caixa de ferramentas dos profissionais da saúde. Além da
prática rotineira de atitudes, é importante que estes profissionais, possuam a capacidade de receber críticas e refletir sobre elas,
dando possibilidade a mudanças intencionais para a melhor harmonização da assistência prestada. É de extrema importância que
o respeito esteja como ponto chave dentro do compartilhamento de ideias e a frente da tomada de decisões (MINOZZO; COSTA;
2013). Outro assunto que deve ser trabalhado na implementação do AM como estratégia de cuidado se referiu aos recursos hu-
manos e financeiros disponíveis para atender a demanda do SUS. Há evidências indicando que o número de serviços ofertados
à população brasileira ainda é insuficiente. Deste modo, reconhece-se que esses recursos poderiam ter um uso mais adequado e
racional, caso ocorressem reordenações no modelo de gestão e de atenção. Neste aspecto, o papel que a construção de uma rede
básica com ampla cobertura populacional e capacidade de resolver problemas têm tido na viabilidade de sistemas nacionais de
saúde deixa a desejar quanto aos princípios doutrinários que regem o SUS, como a integralidade da assistência e a equidade nos
atendimentos oferecidos (CHIAVERINI, et.al., 2011). Entre outros arranjos, o apoio matricial poder ser relevante para racionalizar
o acesso e o uso de recursos especializados, alterando-se ainda a ordenação predominantemente multidisciplinar do sistema
para outra mais consentânea com a interdisciplinaridade. Essa estratégia permite um uso racional de recursos, quando cria opor-
tunidade para que um único especialista integre organicamente seu trabalho com o de várias equipes de referência (CAMPOS;
DOMITTI, 2007). Neste estudo, foi solicitada a participação voluntária de 18 enfermeiros que atuam no município de Mauriti – CE,
entre os meses de março e abril de 2018, os quais concordaram em participar da pesquisa por meio da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário semiestruturado contendo
cinco perguntas objetivas, que abordaram o conhecimento básico sobre o apoio matricial em saúde mental. O estudo possui ca-
ráter descritivo e abordagem quantitativa. Os resultados encontrados possibilitarão a discussão sobre o AM em saúde mental por
profissionais da atenção básica, contribuindo desta forma, para o enriquecimento de novos conhecimentos a respeito do tema. A
pesquisa mostrou que dez (55,5%) dos profissionais têm conhecimento sobre o apoio matricial junto à atenção primária (AP), no
entanto, oito (44,5%) afirmaram não conhecer o matriciamento em saúde mental como forma de cuidado. Questionados a respei-
to dos pontos de atenção à saúde dentro do município que fazem parte do apoio matricial, dez (55,5%) disseram saber identificar
estes serviços e oito enfermeiros (44,5%) disseram não conhecer sobre os serviços de saúde que estão articulados a matriciamen-
to em saúde mental. Em relação ao conhecimento de ações matriciais desenvolvidas pelo NASF na AP, treze (72,2%) profissionais

448 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

afirmaram não saber sobre esta prática, e seis (27,8%) disseram conhecer as ações desenvolvidas junto à comunidade e a equipe
do NASF. Se tratando sobre a facilidade de encaminhamento da AP para o serviço especializado em saúde mental, quinze (83,3%)
enfermeiros afirmaram que há facilidade no encaminhamento de casos específicos para a atenção secundária, e três (16,7%) dis-
seram que não existe facilidade no encaminhamento dos casos que necessitam de avaliação pelo psiquiatra e da equipe especia-
lizada. Questionados sobre a contra referência dos casos encaminhados da AP para o serviço especializado, treze (72,2%) profis-
sionais disseram que não existe contra referência entre os dois serviços, e apenas cinco (27,8%) dos pesquisados afirmaram que
casos encaminhados são contra referenciados com a AP.

Conclusões:
O AM em saúde mental tornou-se uma importante ferramenta de apoio aos profissionais de saúde na atenção primária. Em sín-
tese, o trabalho identificou que os profissionais conhecem o AM em saúde mental e reconhecem quais os pontos de atenção à
saúde se incluem nesta dinâmica assistencial. Porém, é considerável o número dos que não sabem identificar se o NASF realiza
AM, revelando a fragmentação na assistência. Este fato pode estar relacionado à dificuldade de comunicação entre as equipes e
a falta de recursos necessários para a continuidade do cuidado. Constatou-se que há facilidade no processo de encaminhamento
de casos complexos para a atenção especializada, identificando apenas o CAPS como o principal componente da RAPS dentro do
município. Entretanto, segundo os pesquisados a contra referência é bastante reduzida o que demonstra fragilidade na articula-
ção entre estes serviços. Deste modo, é possível considerar que o fortalecimento do vínculo entre os profissionais e a articulação
entre os setores assistenciais disponíveis no município, como também a disponibilização de recursos se constituam como algumas
estratégias para o fortalecimento do AM. Diante deste contexto, acredita-se que o conhecimento da realidade investigada venha
a contribuir na construção do saber da enfermagem como também, mostrar as dificuldades enfrentadas no dia a dia dos serviços
de saúde sensibilizando os gestores do setor a buscarem suprir tais carências.

Referências:
ACIOLI, Sonia et al. Práticas de cuidado: o papel do enfermeiro na atenção básica. Revista Enfermagem – UFRJ, Rio de Janeiro, set/
out; 22(5):637-42

Ministério da Saúde. Saúde mental. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2013. 176 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34).

BEZERRA, Edilane; DIMENSTEIN, Magda. Os CAPS e o trabalho em rede: tecendo o apoio matricial na atenção básica. Artigo. Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Norte. 2008. pag.632-645

CHIAVERINI, Dulce Helena et al. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde: Centro de
Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.

CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa; DOMITTI, Ana Carla. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão
do trabalho interdisciplinar em saúde. Artigo. Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz, C. P. 6111,
Campinas, SP. 2007. 13084-971, Brasil. pag.300-407

IGLESIAS, Alexandra; AVELLAR, Luziane Zacché. As contribuições dos psicólogos para o matriciamento em saúde mental. Artigo.
Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão Abr/Jun. 2016 v. 36 n° 2, 364-379

MEDEIROS. Roberto Henrique Amorim. Uma noção de matriciamento que merece ser resgatada para o encontro colaborativo
entre equipes de saúde e serviços no SUS. Artigo. s Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro n° 25 - 2015 [ 4 ]: 1165-1184

MINOZZO, Fabiane; COSTA, Ileno Izídio. Apoio matricial em saúde mental entre CAPS e Saúde da Família: trilhando caminhos pos-
síveis. Artigo. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 18, n. 1, jan./abril 2013. p. 151-160

MOLL, Marciana Fernandes et al. O conhecimento dos enfermeiros sobre as redes de atenção à saúde. Artigo. Revista de Enfer-
magem - UFPE on line., Recife, janiro, 2017. pag. 86-93.

PEGORARO, Renata Fabiana; CASSIMIRO, Tiago José Luiz; LEÃO, Nara Cristina. Matriciamento em saúde mental segundo profissio-
nais da estratégia da saúde da família. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 19, n. 4, out./dez. 2014, p. 621-631

SANTOS, Rosimeire Aparecida Bezerra de Gois; FIGUEIREDO Lúcia da Rocha Uchôa; LIMA Laura Câmara. Apoio matricial e ações na
atenção primária: experiência de profissionais de ESF e Nasf. Artigo. Saúde Debate – Rio de Janeiro, V. 41, N. 114, JUL-SET 2017.
pag. 694-706

Comunicação Oral 449


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SILVA, Danielle Silveira. Apoio matricial em saúde mental: uma análise sob ótica dos profissionais de saúde da atenção primária.
Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, Aracajú, 6 (DEZ., 2011). pag. 20-27

VILLELA, Sueli de Carvalho; SCARTENA Maria Cecília Moraes. A enfermagem e o cuidar na área de saúde mental. Revista Brasileira
de Enfermagem, Brasília (DF) 2004 nov/dez;57(6):738-41

450 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O REFLEXO DA QUANTIDADE DE HORAS DE SONO NA


QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
MARCOS PIRES CAMPOS
Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA
Mestrado em Saúde da Família-UFC
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA
Pós-Doutorado pela Universidade do Porto. Docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA
PAULO CÉSAR DE ALMEIDA
Doutorado em Saúde Pública - Fac. Saúde Pública da USP e Professor. Adj. Universidade Estadual do Ceará (UECE)
MARIA SUELY ALVES COSTA
Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará, Doutora em Psicologia Aplicada pela Universidade do Minho – Portugal
ANTONIO MAIRLON PONTE ROCHA
Graduado em ciências da computação- Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
A graduação é um importante período para a formação profissional, contudo, representa uma fase composta por mudanças físicas
e mentais, fatores esses que podem afetar a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde. Sendo assim, o impacto da vivência acadêmi-
ca nos estudantes, tanto nos alunos que ingressaram quando aqueles que estão concluindo o ensino superior mostram-se como
um importante foco de investigação (ARTIGAS; MOREIRA; CAMPOS, 2017). Diante do aumento de jovens nas universidades brasi-
leiras torna-se essencial discutir o significado de Qualidade de Vida, bem como sua configuração e expressão subjetiva. Entre os
universitários, em sua maioria na faixa dos 18 aos 28 anos, encontram-se pessoas que trabalham oito horas por dia, se locomovem
de casa para o trabalho, estudam, e, raramente, possuem tempo livre. Esses jovens, atualmente, quando não estão preocupados
com a produtividade e o mundo do trabalho, estão buscando uma forma de adquirir mais competência para aumentar a produ-
tividade (AGUIAR; BONINI, 2015). A vida acadêmica de alunos mostra--se extremamente agitada. Diariamente, esses indivíduos
recebem uma carga de informações novas que os obriga a viver em busca da atualização. Constantemente, encontram-se frente
a transformações que exigem adaptações, o que geram desgastes físicos e emocionais. Alguns acadêmicos conseguem se adaptar
à nova rotina de estudos e trabalho, porém essas constantes mudanças podem influenciar negativamente na qualidade de vida,
podendo propiciar com maior frequência problemas relacionados ao sono (BORINE; WANDERLEYI; BASSITTI, 2015). É sabido que
a má qualidade do sono afeta diretamente a qualidade de vida humana, pois interfere de forma negativa na saúde dos indivíduos,
os estudos apontam haver uma relação intrínseca entra a má qualidade de sono com o aumento da morbidade por distúrbios
psiquiátricos (ARAUJO et al, 2013). O relatório da American College Health Association divulga que no total 43,7% (37,7% homens
e 46,9 % mulheres) dos estudantes reportam níveis de estresse acima da média e que 11% referem ter estresse extremo (8,2%
homens e 12,5% mulheres); quanto ao sono, 27,1% dos estudantes dizem ter problemas com sono (23,8% homens e 28,7% mulhe-
res). No que se refere acompanhamento por um profissional nos últimos 12 meses, registaram-se 14,3 % devido a problemas de
ansiedade; 12% (7,6% homens e 14,2% mulheres) devido a depressão; 4% (3% homens e 4,5% mulheres) devido a insônia (ACHA,
2014). Há evidências importantes das consequências da associação entre baixa qualidade de vida e aparecimento de problemas
de saúde mental. Assim, embora este comprometimento possa ser evidenciado entre alunos dos primeiros semestres, nos demais
anos de graduação também é identificável um prejuízo progressivo na saúde. Sugerindo assim, que à medida que o aluno entra
em contato com as disciplinas específicas do curso, os conflitos emocionais tendem a emergir (LANTYER et al., 2016), podendo
refletir por sua vez na quantidade de horas de sono. Dessa forma temos como hipótese que a medida que os estudantes transcor-
rem os semestres a quantidade de horas de sono tendem a diminuir

Objetivos:
Dessa forma, objetiva-se com essa pesquisa avaliar a quantidade de horas de sono, e evidenciar o reflexo da quantidade de horas
de sono na qualidade de vida de estudantes de uma instituição pública de ensino superior localizada no município de Sobral,
Ceará, Brasil.

Comunicação Oral 451


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, realizado em uma Instituição Pública de Ensino Superior
localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil. A pesquisa detém sua análise a um recorte da pesquisa de mestrado, intitulado
“Qualidade de Vida e Saúde Mental de Estudantes Universitários”. A população foi composta por estudantes do curso de adminis-
tração, ciências biológicas, ciências contábeis, ciências da computação, ciências sociais, educação física, enfermagem, engenharia
civil, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia, superior em construção de edifícios, zootecnia, direito e
química. Mediante realização de cálculo amostral com parâmetros de IC95%, erro de 5% e frequência esperada para os fatores
investigados de 50%. Para o cálculo do tamanho da amostra fixou-se P em 50% e nível de significância de 5% (a = 0,05) em todos
os testes estatísticos estimado o intervalo de 95% de confiança para todas as variáveis do estudo e um erro amostral relativo de
8% (erro amostral absoluto = 4%). Dessa forma, a pesquisa necessitou um público amostral mínimo de 557 estudantes para o
desenvolvimento do estudo. A amostra de participantes foi realizada a partir do cálculo da quantidade de alunos matriculados na
instituição (7007 estudantes), constituindo assim uma amostragem probabilística. A amostra final foi constituída de 880 alunos
matriculados na UVA durante o período de 2019.1. Os critérios de inclusão são: estudantes do primeiro ao último ano, de ambos
os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos; devendo estar matriculado e frequentar a universidade durante o período de
coleta, bem como e terem disponibilidade em participar da pesquisa, por meio do aceite expresso no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Entre os critérios de exclusão estão alunos menores de 18 anos, que não estiverem devidamente matriculados
e cursando algum curso superior na instituição, estar incapacitado de responder os instrumentos da pesquisa, bem como estu-
dantes que responderem de forma incompleta os instrumentos. A coleta de dados ocorreu durante os meses de abril a junho de
2019 e foi realizada de duas formas, presencial durante os horários das aulas e em todos os campi de ensino, e de forma on-line,
em que foi disponibilizado e divulgado o formulário eletrônico. O instrumento de coleta foi disponibilizado para os discentes por
meio de WhatsApp, e também por e-mail. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário estruturado de autopreenchimen-
to, contendo informações sociodemográficas (idade, sexo, local de residência, renda, lazer, atividades laborais) e acadêmicas,
além do Instrumento que mede a qualidade de vida, Whoqol-Bref e o instrumento que mede a saúde mental MHI (Inventário de
Saúde Mental). Os dados foram organizados e armazenados em um banco de dados estruturado do Microsoft Excel e posterior-
mente foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 e licença de número
10101131007. A análise estatística foi organizada por meio de frequências e porcentagens. A pesquisa segue os pressupostos
éticos da Resolução n. 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP), da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), sob Parecer n° 3.241.897. Características dos estudantes universitários:
Quanto à faixa etária, os estudantes apresentam as seguintes proporções: 85,8% têm entre 18 e 25 anos; 11,8 % estão compreen-
didas entre 26 e 33 anos, e 2,1% apresentam idade acima de 34 anos. Sobre o sexo 58,2% é do sexo feminino (n= 512), e 41,8% é
do sexo masculino (n= 368). Em relação à raça, 61,4% estudantes consideram-se pardos, 24,7% são brancos, 10,1% identificam-se
culturalmente como pretos e 2% classificam-se como amarelos. Quanto ao semestre que está matriculado 30,9% estão matricula-
dos do primeiro ao terceiro semestre (semestres iniciais), 46,5% do quarto ao sétimo (semestres intermediários) e 22,6% estão
no oitavo ao décimo semestre (semestres finais). No que se refere a quantidade de disciplinas ou módulos cursados no semestre
em questão, 22,2% dos alunos indicaram estarem matriculados em até três disciplinas e/ou módulos, 71,3% entre quatro e sete,
e 6,5% com oito a 12 disciplinas e/ou módulos. Em relação ao turno em que frequenta as aulas 23,3% são apenas do turno matu-
tino; 5,2% vespertino; 39,7% somente noturno e 31,8% dos alunos indicam estudar em período integral. Quanto as áreas do curso
de graduação 21,9% dos estudantes são das ciências exatas, 51,9% cursam graduação das ciências humanas, e 26,2% nas ciências
biológicas. É valido ressaltar que 32,3% dos discentes que participarão da pesquisa, além da graduação, exercessem atividade
laboral remunerada. Considerando o aspecto laboral, percebe-se, atualmente, uma nova caracterização dos estudantes no mer-
cado de trabalho. Assim, na pesquisa de Planas e Enciso (2014), demonstram que nos semestres intermediários e finais da gradu-
ação a maioria dos alunos tendem a estarem trabalhando, ou procurarem um emprego, devido às necessidades financeiras. Horas
de sono diário e qualidade de vida de estudantes universitários: No que concerne às horas de sono 6,5% dos estudantes relatam
dormir de duas a quatro horas por dia. Como foi supracitado, esse público pode está em risco no que se refere a sua saúde mental,
haja vista apresentam quantidades mínimas de sono, valor inferior à média geral da população adulta brasileira (7-9 horas). Já
15,7% dos estudantes indicaram dormir cinco horas; 34,3% seis horas; 25,3% sete horas, e 18,2% dormem oito horas ou mais. É
considerado padrões satisfatórios de horas de sono de acordo com a literatura, aqueles que apresentam no mínimo sete horas

452 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

diárias. Em todos os semestres há uma preponderância de alunos que relatam apresentar uma quantidade de horas de sono in-
termediárias (6 e 7 horas), não havendo, portanto, indicio significativos que afirmem que a medida que os semestres avançam as
quantidades de horas de sono diminuem. Dessa forma, 150 estudantes do primeiro ao terceiro semestres indicaram dormir 6 a 7
horas, em detrimento de 251 estudantes do quarto ao sétimo que chamaremos de semestres intermediários, e 124 do oitavo ao
décimo, que para fins de estudo são considerados semestres finais. Porém, destaca-se que no decorrer dos semestres a quantida-
de de alunos que indicam apresentar de 2 a 5 horas de sono diminuem, sendo inicialmente 52 pessoas nos semestres iniciais, e
finalizando com 48 pessoas nos semestres finais, bem como a quantidade de alunos que indicaram apresentar entre 8 a 12 horas
também se mostra em decréscimo, sendo 70 estudantes nos semestres iniciais e reduzindo para 27 estudantes. É valido destacar
que a presente pesquisa não adentrou na qualidade do sono apresentada pelos estudantes, restringindo a sua avaliação apenas
ao aspecto que se refere a quantificação de horas dormidas. A faixa etária dos estudantes universitários com maior proporção foi
de 18 a 25 anos revelando que, em geral, pessoas mais jovens estão adentrando as universidades, em um período marcado por
uma fase mais madura do desenvolvimento humano. Assim, ao agrupar as idades de 18 a 33 anos esta porcentagem corresponde
a 97,6%. Estudo realizado com 24 cursos de graduação na Universidade Federal do Ceará mostra que metade dos participantes
(54%) considerou a qualidade do seu sono no último mês ruim. Boa parte dos estudantes entrevistados (60, 1%) levou 15 minutos
ou menos para adormecer no último mês. No panorama geral, os estudantes universitários entrevistados levam em média 19,7
minutos para iniciar seu sono após se deitar. Em relação às horas de sono apenas 18,8% conseguem dormir mais de oito horas por
dia, a média de sono é cerca de 5 a 6 horas de sono, trazendo para a média brasileira 7 a 9 horas, mostrando um valor inferior,
essa realidade não difere de outros estudos realizados em outras universidades brasileiras, evidenciando a má qualidade de sono
dos estudantes universitários (ARAUJO et al, 2013). Pesquisas com estudantes do curso de enfermagem indicam que alunos do 2º
e 3º ano que se caracterizam pelas aulas práticas supervisionadas, são os mais desgastantes e com menor qualidade de vida,
podendo ser neste período que os estudantes são mais afetados por priorizarem as atividades acadêmicas. Em relação ao domínio
do Estado Geral de Saúde, o baixo escore pode estar ligado ao estresse e a má qualidade do sono a que os alunos estão susceptí-
veis, causando desatenção, dores e depressão (ARAÚJO et al., 2014). Em termos gerais, a maioria dos artigos trazem reflexões a
acerca da necessidade de padrões adequados de sono, como estratégias de manutenção da saúde mental. Os graduandos estão
suscetíveis a desenvolver privação do sono, uma vez que, além de enfrentar uma grande de carga curricular em busca de uma boa
qualificação profissional, complementam o curso com atividades extracurriculares (CASTRO et al, 2017). Quando há alguma alte-
ração no ciclo do sono, ou seja, dorme-se tarde e sente-se sono durante o dia, afetam negativamente os estudos, o humor, e a
saúde, causando estresse e perda da qualidade de vida (BARDINI et al., 2017). Conforme vão avançando nos períodos da gradua-
ção, os discentes tendem a uma menor quantidade de sono, interferindo no bem-estar físico e psicológico (CASTRO et al., 2017).
O estudante, ao ingressar na universidade, se depara com as incertezas naturais da escolha profissional. No contexto acadêmico,
podem-se encontrar estressores externos como avaliações, prazos para cumprir, metodologia do professor, dentre outros; e es-
tressores internos como falta de assertividade, dificuldade de relacionamento, autoestima entre outros. De forma geral, estão
constantemente submetidos ao estresse de provas e cobranças (pessoais, familiares e sociais) para um excelente desempenho
nos estudos, pressões estas, que podem gerar um estado constante de ansiedade e afetar o sono (LAMEU; SALAZAR; SOUZA,
2016).

Conclusões:
Após a análise dos resultados, fica evidente que uma parcela substancial dos alunos que participaram da pesquisa apresenta uma
baixa quantidade de horas de sono, indicando estarem mais suscetíveis a apresentam uma baixa qualidade de horas dormidas,
não sendo satisfatórias e condizentes com a necessidade diária apresentadas pelos estudantes. Em consonância com os outros
estudos apresentados, fica claro que a quantidade de horas destinadas ao descanso de universitários é um problema de saúde
pública e que interfere negativamente tanto na saúde mental como no desenvolvimento adequado da vivência acadêmica. Assim,
enfatiza-se a necessidade de uma maior conscientização a respeito desse assunto. Acredita-se ser crucial a criação uma política
que tenha como objetivo ações transformadoras dirigidas ao fortalecimento da consciência cidadã destinadas a esses estudantes
universitários, contra a má qualidade de sono de forma que se possa construir um panorama nacional mais consistente deste
assunto, vale ressaltar que o presente estudo não avaliou a qualidade do sono, apenas padrões e quantificações de horas de sono
e assim é sugerido que outras pesquisas possam aprofundar essa temática.

Comunicação Oral 453


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
ARTIGAS, J. S; MOREIRA, N. B; CAMPOS, W. Percepção da qualidade de vida em universitários: comparação entre períodos de
graduação. Arq. Cienc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v.21,n. 2, p. 85-91, 2017. Dispnível em:< http://www.revistas.unipar.br/index.
php/saude/article/view/5525>. Acesso em: 19 maio. 2019.

AGUIAR; C. A. B. R.S; BONINI, L. M. M. Dignidade humana e o direito ao lazer entre universitários do alto tietê. Licere, Belo Hori-
zonte, v.18, n.2, 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2019.

ARAÚJO, A. M; ALMEIDA, L. S. Adaptação ao Ensino Superior: O papel moderador das expectativas acadêmicas. Lumen Educare, v.
1, n.1, p: 13-32, 2015. Disponível em: Acesso em: 08 out. 2018.

ARAUJO, M. F. M. et al. Avaliação da qualidade do sono de estudantes universitários de Fortaleza-CE. Texto contexto - enferm.,
Florianópolis, v. 22, n. 2, p. 352-360, 2013. Disponível em:. Access em: 23 Jul. 2019.

AMERICAN COLLEGE HEALTH ASSOCIATION (ACHA). Spring 2014. Reference Group Executive Summary Table of Contents. 2014.
Hanover.

BARDINI, R et al. prevalência de sonolência excessiva diurna e fatores associados em adolescentes universitários do sul catarinen-
se. Arq. Catarin Med, v.46, n.1, p. 107-124, 2017. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 466/12 - Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos,
Brasília, 2012.

BORINE, R. C. C; WANDERLEYI, K. S; BASSITTI, D. P. Relação entre a qualidade de vida e o estresse em acadêmicos da área da saúde.
Est. Inter. Psicol, v. 6, 2015. Disponível em: . Acesso em: 04 ago. 2018.

CASTRO, J. B. P et al. Perfil do estilo de vida de universitários de Educação Física da cidade do Rio de Janeiro. R. bras. Ci. e Mov, v.
25, n.2, p.73-83, 2017. Disponível em: . Acesso em: 29 Out. 2018.

LAMEU, J. N; SALAZAR, T. L; SOUZA, W. F. Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicol.
educ, n. 42, p. 13-22, 2016. Disponível em: . Acesso em: 19 maio. 2018.

PLANAS-COLL, J; ENCISO-AVILA, I. M. Os alunos que trabalham: o trabalho durante os estudos tem valor profissional? Rev. ibero-
am. educ super , México, v. 5, n. 12, p. 23-38, 2014. Disponível em: . Acesso em 22 Jul. 2019.

454 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O USO DE MEDICAMENTOS ANSIOLÍTICOS E


ANTIDEPRESSIVOS EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA E. N)
Enfermeira. Pós-Doutorado pela Universidade do Porto. Docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA
PAULO CÉSAR DE ALMEIDA (ALMEIDA, P. C)
Graduado em Estatística pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Doutorado em Saúde Pública - Fac. Saúde Pública da USP e Professor.
Adj. Universidade Estadual do Ceará (UECE).
MARIA SUELY ALVES COSTA (COSTA, M. S. L)
Psicóloga. Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará, Doutora em Psicologia Aplicada pela Universidade do Minho –
Portugal
ANTONIO MAIRLON PONTE ROCHA (ROCHA, A. M. P)
Graduação em Ciências da Computação- Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
LAVINA CARNEIRO ALENCAR
(ALENCAR, L. C)
Farmacêutica Bioquímica- Universidade Santo Agostino-UniFSA

Introdução:
Nas últimas décadas, têm sido crescentes os estudos sobre estudantes universitários e algumas dessas pesquisas têm analisado a
saúde dos estudantes e sua relação com o contexto universitário (SOUZA; BAPTISTA; BAPTISTA, 2015; BOLSONI-SILVA; LOUREIRO,
2016). Destarte, a literatura nacional chama a atenção para a observação de relatos de sofrimento, como experiências negati-
vas, sentimentos de nervosismo e depressão, podendo afetar a concentração nos estudos, e comprometendo a saúde mental
e emocional (OLIVEIRA et al., 2015). Assim, entre as principais queixas evidenciadas entre os estudantes universitários estão a
presença de sintomas ansiosos e depressivos. A ansiedade se caracteriza como uma emoção própria da vivência humana, sendo
considerada uma reação natural e fundamental à autopreservação, mesmo gerando sensações de apreensão e alterações físicas
desagradáveis (ALVES, 2015; CLAUDINO; CORDEIRO, 2016). Por outro lado, em sua condição patológica, apresenta-se de forma
mais frequente e intensa, com sintomas que podem causar grande sofrimento e prejuízo na vida cotidiana, como evasão escolar,
abandono de emprego e abuso de substâncias (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 2014) A depressão é considerada um
transtorno multifatorial que acomete cerca de 5,8% da população brasileira, e apresenta fatores de risco, como a afetividade
negativa, experiências adversas na infância, eventos estressantes, transtornos subjacentes, condições médicas crônicas (WHO,
2017). Dessa forma, caracteriza-se por tristeza ou irritabilidade, desinteresse ou desprazer, sentimento de culpa ou baixa auto-
estima, distúrbios do sono ou apetite, fadiga, dificuldades cognitivas e ideias recorrentes de morte (SADOCK; SADOCK, 2011)
Ingressar na vida universitária configura-se como um momento de mudanças, expectativas e dificuldades (PINHO; TUPINAMBÁ;
BASTOS, 2016). Nesse período, o universitário é submetido a uma série de desafios, tanto pessoais quanto profissionais, que exi-
gem capacidades e habilidades. Dentre os principais receios relacionados à execução das atividades acadêmicas estão o medo de
errar e a necessidade de administrar o tempo para exercer tais atividades (ARAÚJO; ALMEIDA, 2015; SILVA; COSTA, 2015). Assim, a
vida acadêmica de alunos mostra-se extremamente agitada. Constantemente, encontram-se frente a transformações que exigem
adaptações, o que geram desgastes físicos e emocionais. (BORINE; WANDERLEYI; BASSITTI, 2015), comprometendo ainda mais
a saúde dos mesmos, pois esses estudantes universitários não recebem formação adequada sobre os tópicos de saúde mental
e frequentemente se expõem a situações estressantes, o que pode levá-los a um mau desempenho acadêmico e adoecimento
psíquico (CARVALHO, 2015). A literatura expõe os impactos ocasionados pelo estresse, caracterizado por sintomas depressivos
e ansiosos e que estes podem causar consequências negativas na saúde mental (NASCIMENTO, 2016). Diante do exposto e com-
preendendo que o ingresso na universidade coloca os alunos em contato com estressores como; medo, ansiedade, inseguranças,
dúvidas, desilusões (BEITER et al., 2015). Assim, como torna-se evidente que durante a formação acadêmica, os estudantes pas-
sam por processos de adaptação que podem gerar situações de crises, com o surgimento de depressões. Diante desse aspecto,
conjectura-se uma alta incidência de estudantes universitários que apresentam comportamentos ansiosos e depressivos, e que
por sua vez fazem uso de medicação.

Comunicação Oral 455


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Objetivos:
Dessa forma, o presente trabalho objetiva avaliar a quantidade de estudantes universitários de uma instituição pública de ensino
superior localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil, que fazem uso de medicamentos para tratar sintomas de ansiedade e
depressão.

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, realizado em uma Instituição Pública de Ensino Superior
localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil. A pesquisa detém sua análise a um recorte da pesquisa de mestrado, intitulado
“Qualidade de Vida e Saúde Mental de Estudantes Universitários”. A população foi composta por estudantes do curso de adminis-
tração, ciências biológicas, ciências contábeis, ciências da computação, ciências sociais, educação física, enfermagem, engenharia
civil, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia, superior em construção de edifícios, zootecnia, direito e
química. Mediante realização de cálculo amostral com parâmetros de IC95%, erro de 5% e frequência esperada para os fatores
investigados de 50%. Para o cálculo do tamanho da amostra fixou-se P em 50% e nível de significância de 5% (a = 0,05) em todos
os testes estatísticos estimado o intervalo de 95% de confiança para todas as variáveis do estudo e um erro amostral relativo de
8% (erro amostral absoluto = 4%). Dessa forma, a pesquisa necessitou um público amostral mínimo de 557 estudantes para o
desenvolvimento do estudo. A amostra de participantes foi realizada a partir do cálculo da quantidade de alunos matriculados na
instituição (7007 estudantes), constituindo assim uma amostragem probabilística. A amostra final foi constituída de 880 alunos
matriculados na UVA durante o período de 2019.1. Os critérios de inclusão são: estudantes do primeiro ao último ano, de ambos
os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos; devendo estar matriculado e frequentar a universidade durante o período de
coleta, bem como e terem disponibilidade em participar da pesquisa, por meio do aceite expresso no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Entre os critérios de exclusão estão alunos menores de 18 anos, que não estiverem devidamente matriculados
e cursando algum curso superior na instituição, estar incapacitado de responder os instrumentos da pesquisa, ou responderem
de forma incompleta. A coleta de dados ocorreu durante os meses de abril a junho de 2019 e foi realizada de duas formas, pre-
sencial durante os horários das aulas e em todos os campi de ensino, e de forma on-line, em que foi disponibilizado e divulgado
o formulário eletrônico. O instrumento de coleta foi disponibilizado para os discentes por meio de WhatsApp, e também por
e-mail. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário estruturado de autopreenchimento, contendo informações sociode-
mográficas (idade, sexo, local de residência, renda, lazer, atividades laborais) e acadêmicas, além do Instrumento que mede a
qualidade de vida, Whoqol-Bref e o instrumento que mede a saúde mental MHI (Inventário de Saúde Mental). Os dados foram
organizados e armazenados em um banco de dados estruturado do Microsoft Excel e posteriormente foram analisados no softwa-
re Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 e licença de número 10101131007. A análise estatística foi orga-
nizada por meio de frequências e porcentagens. A pesquisa segue os pressupostos éticos da Resolução n. 466/2012, do Conselho
Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da Universidade Estadual Vale do Acaraú
(UVA), sob Parecer n° 3.241.897 Características dos estudantes universitários. Quanto à faixa etária, os estudantes apresentam as
seguintes proporções: 85,8% têm entre 18 e 25 anos; 11,8 % estão compreendidas entre 26 e 33 anos, e 2,1% apresentam idade
acima de 34 anos. Sobre o sexo 58,2% é do sexo feminino (n= 512), e 41,8% é do sexo masculino (n= 368). Em relação à raça, 61,4%
estudantes consideram-se pardos, 24,7% são brancos, 10,1% identificam-se culturalmente como pretos e 2% classificam--se como
amarelos. Quanto ao semestre que está matriculado 30,9% estão matriculados do primeiro ao terceiro semestre (semestres ini-
ciais), 46,5% do quarto ao sétimo (semestres intermediários) e 22,6% estão no oitavo ao décimo semestre (semestres finais). No
que se refere a quantidade de disciplinas ou módulos cursados no semestre em questão, 22,2% dos alunos indicaram estarem
matriculados em até três disciplinas e/ou módulos, 71,3% entre quatro e sete, e 6,5% com oito a 12 disciplinas e/ou módulos. Em
relação ao turno em que frequenta as aulas 23,3% são apenas do turno matutino; 5,2% vespertino; 39,7% somente noturno e
31,8% dos alunos indicam estudar em período integral. Quanto as áreas do curso de graduação 21,9% dos estudantes são das ci-
ências exatas, 51,9% cursam graduação das ciências humanas, e 26,2% nas ciências biológicas. É valido ressaltar que 32,3% dos
discentes que participarão da pesquisa, além da graduação, exercessem atividade laboral remunerada. Perfil de estudantes rela-
cionado ao uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos Em relação ao uso de medicamentos contínuos para tratamento
da saúde, 115 estudantes (13, 06%) relataram fazer uso de algum tipo de medicamentos, entre eles: antidepressivos; ansiolíticos;
relaxante muscular, psicoestimulantes; antipiscóticos e psicotrópicos; antialérgicos, tratamento hormonal, anticonvulsivante; an-

456 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

tiepilético, antiflamatório e analgésico, problemas gastrointestinais e gástricos e para doenças respiratórias. Entre as principais
medicações citadas pelos estudantes estão fluoxetina, calmam, sertralina, paroxetina, desvenlafaxina, hemifumarato de quetiapi-
na, amitriptilina, imipramina escitalopram, nervocalm, pregabalina, valeriana, venlift, citalopram e bupropiona. No que se refere
a quantidades de estudantes que fazem uso de algum tratamento para saúde, foi identificado em relação ao quantitativo total,
um público de 434 estudantes do sexo feminino (84,76%) que não fazem uso de nenhum tipo de medicação, diante de 78 mulhe-
res que fazem uso (15,23%). Em relação aos homens, foi identificado um público de 331 homens (89, 94%) que não fazem uso, em
comparado com 37 homens que fazem (10, 05%). Para fins de análise, deteremos nossa pesquisa, aos estudantes que utilizam
medicamentos com a finalidade de tratar sintomas ansiosos e depressivos. Destes, 45 estudantes de ambos os sexos (5,11%) in-
dicaram fazer uso continuo de medicação ansiolítica e antidepressiva. Assim, em relação ao público total por sexo, foi encontrada
um quantitativo de 24 mulheres (4,68%), diante de 21 homens (5,70%), ou seja, apesar de nominalmente a quantidade de mulhe-
res ter sido superior, o quantitativo percentual de homens prevalece. Assim, em relação ao sexo, as produções em sua maioria
alertam o público feminino, por este apresentar maior adoecimento diante do masculino (LAMEU; SALAZAR; SOUZA, 2016), fato
que é reforçado nas publicações analisadas, em que a saúde mental das universitárias evidencia maior necessidade de cuidados
e estratégias de saúde, em especial por estas mostrarem que nas mulheres é prevalente os sintomas de ansiedade (LANTYER et
al., 2016), estresse (LAMEU; SALAZAR; SOUZA, 2016; TASSINI et al., 2017) e depressão (PADOVANI et al., 2014). O relatório da
American College Health Association (ACHA) de 2014 divulga que no total 43,7% (37,7% homens e 46,9 % mulheres) dos estudan-
tes reportam ser acompanhado por um profissional nos últimos 12 meses e registaram-se 14,3% devido a problemas de ansieda-
de; 12% (7,6% homens e 14,2% mulheres) devido a depressão. Assim, a graduação cursada também são objetos de estudo en-
quanto variáveis indicadoras de saúde mental. Sendo identificada uma alta prevalência de transtornos em estudantes da área de
saúde (56,3%), enquanto as áreas de ciências básicas, exatas e tecnológicas apresentaram baixa prevalência (4,7%) (BOLSONI-SIL-
VA; GUERRA, 2014). Dessa forma, também foi avaliada a quantidade de estudantes por curso de graduação que indicaram fazer
uso de medicação ansiolítica e antidepressiva. Assim, em ordem crescente de porcentagem, o curso de química, matemática,
engenharia civil e geografia não apresentou estudantes(0%), enquanto que estiveram presentes 1 aluno do curso de pedagogia
(1,11%), 1 estudante de construção de edifício (3, 22%), 2 estudantes de História (3,77%), 4 estudantes de enfermagem (3,96%),
1 estudante de zootecnia (4%), 2 estudantes de ciências contábeis e administração (4,16%), 2 estudantes de filosofia (6,06%), 4
estudantes de ciências sociais (8, 51%), 5 estudantes de ciências biológicas (8, 9%), 2 estudantes de física (9, 09%), 3 estudantes
de computação (12%), e 10 estudantes de letras (14,70%). Assim, apesar de Bolsoni-Silva e Guerra, chamarem a atenção para os
cursos da área da saúde, na presente pesquisa evidencia- -se a necessidade de maiores cuidados com estudantes área de exatas,
humanas e tecnológicas. Na presente pesquisa, também foi investigado qual a frequências que os alunos vivenciavam sentimen-
tos negativos, como mau humor, desespero, ansiedade e depressão. Nesse quesito os alunos poderiam indicar cinco variáveis;
nunca, algumas vezes, frequentemente, muito frequentemente e sempre. Desse modo, foram identificados por sexo feminino
que 9 mulheres (1,75%) nunca apresentaram tais sintomas, 215 (41, 99%) indicaram sentir algumas vezes, 131(25,58%) relataram
sentir frequentemente, 88 (17,18%) mulheres relataram sentir muito frequentemente e 69 (13,47%) expuseram sentir sempre.
Em relação aos homens, 28 (7,60%) indicaram nunca sentir, 176 (47, 82%) sentir algumas vezes, 62 (16,84%) frequentemente,
67(18,20%) muito frequentemente e 35 homens (9,51%) sempre. Em ambas as análises, a frequências mais dominantes é a de
algumas vezes e logo em seguida a resposta de frequentemente para as mulheres e muito frequentemente para os homens, evi-
denciando que o público masculino percebe ser afetado por tais sintomas de forma mais persistente do que as mulheres. Padova-
ni et al. (2014) indicou em seu estudo que aproximadamente 40% dos estudantes apresentaram sintomas de sofrimento psicoló-
gico e outras manifestações relacionados a ansiedade e a depressão. No que se refere aos sintomas, 13,5% apresentaram sintomas
significativos de ansiedade e 7,26% sintomas depressivos. Os resultados da pesquisa se assemelha aos encontrados na presente
análise, trazendo com forte evidência, ser este um comprometimento de saúde a ser superado. Gress-Smith et al., (2015). Em sua
pesquisa indicou uma percentagem elevada com preponderância de estresse, ansiedade, perturbações do humor, do sono, ali-
mentares, abuso de substâncias psicoativas e comportamentos auto-lesivos, em estudantes universitários, semelhantes aos acha-
dos da presente pesquisa que indicam níveis alarmantes para sintomas e sentimentos negativos de mau humor, desespero, ansie-
dade e depressão, evidenciado uma quantidade mínima de estudantes que não apresentarem tais sintomas. Dessa forma, os
universitários relatam não estarem completamente satisfeitos com sua condição pessoal de vida, sobretudo no que se refere a
experimentar sentimentos negativos (LANGAME et al., 2016). Os sentimentos vivenciados pelos estudantes podem indicar uma

Comunicação Oral 457


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

situação de risco aumentado para o desenvolvimento de transtornos mentais (ANDRADE et al., 2016), e considerando-se que os
universitários são tidos como um grupo especial de investimento social do país, é necessário que se empreendam estudos focados
nessa área, dando ênfase às dimensões mais vulneráveis nessa fase da vida a fim de identificar os fatores que influenciam na
saúde mental (PADOVANI et al., 2014). Por fim, diante da hipótese apresentada, presente pesquisa indica uma alta incidência de
estudantes universitários que apresentam comportamentos ansiosos e depressivos, porém essa incidência não é acompanhada
por níveis elevados de uso de medicação ansiolítica e antidepressiva.

Conclusões:
De uma forma geral, os estudos apontam diversas manifestações associadas ao sofrimento mental, porém se por um lado, as
pesquisas citadas revelam uma significativa incidência de sofrimento, por outro lado, evidencia-se escassez de ofertas de ações e
serviços de atendimento psicoterapêutico aos estudantes. Assim, conclui que intervenções psicológicas nas universidades são de
extrema importância, considerando o período de estudo na universidade, os danos que a depressão e outros transtornos podem
ocasionar, uma vez que o profissional com baixa competência social e comunicação ineficaz, apresenta prejuízos para sua vida
profissional. É valido destacar que os estudantes universitários geralmente não recebem formação adequada sobre os tópicos
de saúde mental e frequentemente se expõem a situações estressantes, o que pode levá-los a um adoecimento psíquico, assim,
sugere-se diante da alta prevalência de transtornos mentais, a necessidade de cuidar da saúde mental e qualidade de vida, esti-
mulando a universidade em informar e oferecer serviços psicológicos, não reduzindo o tratamento apenas ao uso de medicações.

Referências:
ANDRADE, A. S. et al. Vivências Acadêmicas e Sofrimento Psíquico de Estudantes de Psicologia. Psicol. cienc. prof, Brasília. v. 36,
n. 4, p. 831-846, 2016. Disponível em:. Acesso em: 19 maio. 2018.

AMERICAN COLLEGE HEALTH ASSOCIATION (ACHA). Spring 2014. Reference Group Executive Summary Table of Contents. 2014.
Hanover.

ARAÚJO, A. M; ALMEIDA, L. S. Adaptação ao Ensino Superior: O papel moderador das expectativas acadêmicas. Lumen Educare, v.
1, n.1, p: 13-32, 2015. Disponível em: Acesso em: 08 out. 2018.

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. Manual diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais- DSM-5. Artmed Editora;
2014

ALVES, T. C. D. F. Depressão e ansiedade entre estudantes da área de saúde. Revista de Medicina. v.93, n.3, p:101-5, 2015. Dispo-
nível em: Acesso em: 01 ago. 2019.

BOLSONI-SILVA, A. T; GUERRA, B. T. O impacto da depressão para as interações sociais de universitários. Estudos e Pesquisas em
Psicologia, Rio de Janeiro v. 14 n. 2 p. 429-452, 2014. Disponível em: . Acesso em: 10 maio. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 466/12 - Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos,
Brasília, 2012.

BORINE, R. C. C; WANDERLEYI, K. S; BASSITTI, D. P. Relação entre a qualidade de vida e o estresse em acadêmicos da área da saúde.
Est. Inter. Psicol, v. 6, 2015. Disponível em:.Acesso em: 04 ago. 2018.

BOLSONI-SILVA, A. T; LOUREIRO, S. R. O Impacto das Habilidades Sociais para a Depressão em Estudantes Universitários Psicol.
teor. Pesqui, v. 32, n.4, p. 1-8, 2016. Disponível em: .Acesso em: 29 out. 2018.

BEITER, R. et al. The prevalence and correlates of depression, anxiety, and stress in a sample of college students. Journal of Affec-
tive Disorders, v. 173, p. 90–96, 2015. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2018

CARVALHO, E. A et al. Índice de ansiedade em universitários ingressantes e concluintes de uma instituição de ensino superior/
Anxiety scores in university entering and graduating students from a higher education institution. Ciência, Cuidado e Saúde.
2015;14(3):1290-8. Disponível em:. Acesso em: 01 ago. 2019.

CLAUDINO J; CORDEIRO R. Níveis de ansiedade e depressão nos alunos do curso de licenciatura em enfermagem. O caso particular
dos alunos da Escola Superior de Saúde de Portalegre. Millenium-Journal of Education, Technologies, and Health. 2016 (32):197-
210. Disponível em: .Acesso em: 01 ago. 2019.

GRESS-SMITH, J. L et al. Prevalence, severity and risk factors for depressive symptoms and insomnia in college undergraduates.
Stress and Health : Journal of the International Society for the Investigation of Stress, v. 31, n.1, p. 63–70, 2015. Disponível em:.
Acesso em: 01 ago. 2019.

458 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LAMEU, J. N; SALAZAR, T. L; SOUZA, W. F. Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicol.
educ, n. 42, p. 13-22, 2016. Disponível em: . Acesso em: 19 maio. 2018.

LANTYER, A. S et al. Ansiedade e Qualidade de Vida entre Estudantes Universitários Ingressantes: Avaliação e Intervenção. Revista
Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 18, n. 2, p. 4-19, 2016. Disponível em: . Acesso em: 10 maio. 2018.

LANGAME, A. P et al. Qualidade de vida do estudante universitário e o rendimento acadêmico. Rev. Brasileira em promoção da
saúde, v. 29, n. 3, 2016. Disponível em:. Acesso em: 29 jul. 2018.

NASCIMENTO, M. G. Stress among dental students and related factors. 2016. 93p. Dissertação (Mestrado em Hebiatria) Universi-
dade de Pernambuco, Campus Camaragibe, Recife, Pernambuco, 2016.

OLIVEIRA, H. F. R et al. Estresse e qualidade de vida de estudantes universitários. Revista CPAQV - Centro de Pesquisas Avançadas
em Qualidade de Vida, v. 7, n. 2, p. 1-8, 2015. Disponível em: . Acesso em: 8 maio. 2018.

PADOVANI, R. C et al. Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Revista Brasileira de Terapias Cogniti-
vas, v.10, n.1, p. 2-10, 2014. Disponível em:. Acesso em: 20 jul. 2018.

PINHO, A. P. M; TUPINAMBÁ, A. C. R; BASTOS, A. V. B. O desenvolvimento de uma escala de transição e adaptação acadêmica.


Revista de Psicologia, v.7, n.1, p. 51-64, 2016 Disponível em:< http://www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/4394>.
Acesso em: 08 out. 2018.

SADOCK, B. J; SADOCK VA. Manual Conciso de Psiquiatria da Infância e da Adolescência: Kaplan & Sadock. Porto Alegre: Artmed;
2011

SOUZA, M. S; BAPTISTA, A. S. D; BAPTISTA, M. N. Relação entre suporte familiar, saúde mental e comportamentos de risco em
estudantes universitários. Acta colombiana de Psicologia, v. 13, n. 1, p. 143-154, 2015. Disponível em:. Acesso em: 08 out. 2018.

SILVA, R. S; COSTA, L. A. Prevalência de transtornos mentais comuns entre estudantes universitários da área da saúde. Encontro:
Revista de Psicologia, v. 15, n. 23, 105-112, 2015. Disponível em: .Acesso em: 08 out. 2018.

TASSINI, C. C et al. Avaliação do Estilo de Vida em Discentes Universitários da Área da Saúde através do Questionário Fantástico. Int
J Cardiovasc Sci, v. 30. n.2, p.117-122, 2017. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S235956472017000200117&s-
cript=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 27 out. 2018.

WHO. Depression and Other Common Mental Disordes: Global Health Estimates. World Health Organization ed. Geneva. 2017.

Comunicação Oral 459


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O USO DE SUBTÂNCIAS PSICOATIVAS POR ESTUDANTES


UNIVERSITARIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DO NORDESTE
BRASILEIRO
NATASHA VASCONCELOS SOBRINHO
Universidade Estadual Vele do Acaraú – UVA
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA (OLIVEIRA, L.S)
Universidade Federal do Ceará – UFC
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N)
Universidade Estadual Vele do Acaraú – UVA
PAULO CÉSAR DE ALMEIDA (ALMEIDA, P.C)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA (MOREIRA, R.M.M)
Universidade Federal do Ceará - UFC
ANTONIO MAIRLON PONTE ROCHA (ROCHA, A.M.P)
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

Introdução:
O uso prejudicial de drogas consiste em um problema de saúde multifatorial envolvendo as dimensões biológicas, psíquicas, so-
ciais e culturais, constituindo-se como um desafio para a implementação de políticas integradas e abrangentes (TEIXEIRA et al.,
2017). No atual cenário, há um aumento sem precedentes no uso de substâncias psicoativas por diversos grupos e classes. Um dos
segmentos sociais que chama a atenção da comunidade científica é o dos estudantes universitários, que em vivenciam uma fase
da vida que apresenta uma série de conflitos que podem comprometer a saúde e desempenho acadêmico (ZEFERINO et al, 2015).
O ingresso na universidade, junto com a ausência da relação familiar podem também serem fatores de sofrimento e adoecimento.
Assim, jovens ao ingressarem na universidade, ambiente que favorece o crescimento pessoal e profissional, sofrem uma série de
mudanças no cotidiano como, formação de novas amizades, maior independência, novas formas de lazer, interação e maior res-
ponsabilidade frente às cobranças acadêmicas. Esta nova realidade pode influenciar na saúde do indivíduo, principalmente em
relação ao risco para o uso de substâncias psicoativas (ZEFERINO et al, 2015). Os estudantes encontram-se num período crítico
do seu desenvolvimento com repercussões futuras ao nível da sua segurança econômica e bem-estar. Havendo uma percenta-
gem elevada de estudantes que apresentam sintomas de estresse, ansiedade, perturbações do humor, transtornos alimentares
e abuso de substâncias psicoativas, bem como outros transtornos mentais (ACHA, 2014; GRESS-SMITH et al., 2015) Trindade et
al, (2018), observou que o consumo de álcool e outras substâncias psicoativas é maior entre universitários quando comparado
à população em geral e a estudantes do ensino médio. Assim, em relação ao abuso de substâncias, apesar de um número consi-
derável de esforços de prevenção do uso em estudantes, este ainda é um problema prevalente nos campi universitários, sendo o
álcool, a substância psicoativa mais utilizada, sendo comum encontrar consumos abusivos, o que constitui um grave problema de
Saúde Pública e que por sua vez afeta outras áreas do desenvolvimento (WHO, 2015). A partir de estudos, observa-se que grande
parcela dos universitários coloca em risco sua saúde através de comportamentos “autodestrutivos“. Destacam-se como fatores
desencadeantes para esse consumo, ansiedade, depressão, problemas psicológicos e interpessoais, baixa autoestima, falta de
perspectiva de vida, baixa condição socioeconômica, acessibilidade aumentada às substâncias, relações familiares fragilizadas,
extensas cargas horárias de atividades acadêmicas e a pressão social (SILVA et al., 2017). Diante da necessidade de compreender
melhor esse assunto e identificar como as substâncias psicoativas estão presentes na vivência acadêmica, assim como compreen-
der os efeitos negativos na qualidade de vida e a saúde metal dos estudantes, tem-se como hipótese a ser investigada; que o uso
de substâncias psicoativas de caráter licito, em especial o álcool, apresentam-se em maiores índices do que as substâncias ilícitas.

Objetivos:
Diante deste contexto, este estudo tem como objetivo investigar qual o perfil de uso de substância psicoativa apresentada pelos
estudantes universitários de uma instituição pública de ensino superior localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil.

460 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, realizado em uma Instituição Pública de Ensino Superior
localizada no município de Sobral, Ceará, Brasil. A pesquisa detém sua análise a um recorte da pesquisa de mestrado, intitulado
“Qualidade de Vida e Saúde Mental de Estudantes Universitários”. A população foi composta por estudantes do curso de adminis-
tração, ciências biológicas, ciências contábeis, ciências da computação, ciências sociais, educação física, enfermagem, engenharia
civil, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia, superior em construção de edifícios, zootecnia, direito e
química. Mediante realização de cálculo amostral com parâmetros de IC95%, erro de 5% e frequência esperada para os fatores
investigados de 50%. Para o cálculo do tamanho da amostra fixou-se P em 50% e nível de significância de 5% (a = 0,05) em todos
os testes estatísticos estimado o intervalo de 95% de confiança para todas as variáveis do estudo e um erro amostral relativo de
8% (erro amostral absoluto = 4%). Dessa forma, a pesquisa necessitou um público amostral mínimo de 557 estudantes para o
desenvolvimento do estudo. A amostra de participantes foi realizada a partir do cálculo da quantidade de alunos matriculados na
instituição (7007 estudantes), constituindo assim uma amostragem probabilística. A amostra final foi constituída de 880 alunos
matriculados na UVA durante o período de 2019.1. Os critérios de inclusão são: estudantes do primeiro ao último ano, de ambos
os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos; devendo estar matriculado e frequentar a universidade durante o período de
coleta, bem como e terem disponibilidade em participar da pesquisa, por meio do aceite expresso no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Entre os critérios de exclusão estão alunos menores de 18 anos, que não estiverem devidamente matriculados
e cursando algum curso superior na instituição, estar incapacitado de responder os instrumentos da pesquisa, bem como estu-
dantes que responderem de forma incompleta os instrumentos. A coleta de dados ocorreu durante os meses de abril a junho de
2019 e foi realizada de duas formas, presencial durante os horários das aulas e em todos os campi de ensino, e de forma on-line,
em que foi disponibilizado e divulgado o formulário eletrônico. O instrumento de coleta foi disponibilizado para os discentes por
meio de WhatsApp, e também por e-mail. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário estruturado de autopreenchimen-
to, contendo informações sociodemográficas (idade, sexo, local de residência, renda, lazer, atividades laborais) e acadêmicas,
além do Instrumento que mede a qualidade de vida WHOQOL-bref, o instrumento que mede a saúde mental MHI (Inventário de
Saúde Mental). E o Questionário para Triagem do Uso de Álcool, Tabaco e outras Substâncias (ASSIST). Para apresente pesquisa
enfatizaremos a análise do instrumento ASSIST com a finalidade de avaliar o padrão de consumo de álcool e outras drogas. Os
dados foram organizados e armazenados em um banco de dados estruturado do Microsoft Excel e posteriormente foram analisa-
dos no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 e licença de número 10101131007. A análise esta-
tística foi organizada por meio de frequências e porcentagens. A pesquisa segue os pressupostos éticos da Resolução n. 466/2012,
do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da Universidade Estadual
Vale do Acaraú (UVA), sob Parecer n° 3.241.897. Caracterização dos estudantes universitários: Para uma melhor avaliação, o estu-
do foi dividido em cinco variáveis, sendo elas: sexo, idade, curso, semestre de graduação, uso e frequência de substâncias psico-
ativas. A amostra foi composta por 880 indivíduos, com 512 estudantes sendo do sexo feminino (58,2%) e 368 estudantes do sexo
masculino (41,8%). Em relação à raça, 61,4% estudantes consideram-se pardos, 24,7% são brancos, aproximadamente 10% iden-
tificam-se culturalmente como pretos e 2% classificam-se como amarelos. Em relação a faixa etária, esta variou entre 18 a 52
anos, com prevalência entre as idades de 18 a 22 anos, sendo a idade de 20 anos a mais frequente, com (15,8%). Assim, os estu-
dantes apresentam as seguintes proporções: 85,8% têm entre 18 e 25 anos; 11,8% estão compreendidas entre 26 e 33 anos, e
2,1% apresentam idade acima de 34 anos. Quanto ao semestre, 30,9% estão matriculados do primeiro ao terceiro semestre (se-
mestres iniciais), 46,5% do quarto ao sétimo (semestres intermediários) e 22,6% estão no oitavo ao décimo semestre (semestres
finais). No que se refere a quantidade de disciplinas ou módulos cursados no semestre em questão, 22,2% dos alunos indicaram
estarem matriculados em até três disciplinas e/ou módulos, 71,3% entre quatro e sete, e 6,5% com oito a 12 disciplinas e/ou
módulos. Em relação ao turno em que frequenta as aulas 23,3% são apenas do turno matutino; 5,2% vespertino; 39,7% somente
noturno e 31,8% dos alunos indicam estudar em período integral. Quanto as áreas do curso de graduação 21,9% dos estudantes
são das ciências exatas, 51,9% cursam graduação das ciências humanas, e 26,2% nas ciências biológicas. Em relação ao curso de
graduação, a área mais frequente foi a de ciências da natureza com 371 universitários (42%), abrangendo dez cursos de gradua-
ção, sendo eles, ciências biológicas, ciências contábeis, matemática, física, engenharia civil, superior em tecnologia de edifícios,
zootecnia, química, administração e computação, seguida por ciências humanas com 202 universitários (22,9%), língua portugue-
sa com 158 (17,9%) e ciências da saúde, com 149 universitários (16,9%), abrangendo os cursos de enfermagem e educação física,

Comunicação Oral 461


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

com 101 estudantes (11,5%) e 48 estudantes (5,5%), respectivamente. Ressalta-se que o curso de enfermagem, chama atenção
por obter a maior quantidade de participantes, e que ao avaliar o semestre, os de maior referência são o quinto e o sétimo semes-
tre, com que se referem ao encerramento de módulos acadêmicos e a inserção no período do internato, ocasionando estresse nos
acadêmicos. Durante esse período, o consumo de SPA tende a se tornar mais frequente. Identificando o uso de substâncias psico-
ativas em estudantes universitários No que concerne ao uso de substâncias psicoativas, os participantes tiveram a oportunidade
de indicar a substância utilizada nos últimos três meses, bem como a frequência utilizada. Assim, avaliou-se a frequência do uso
e os tipos diferentes de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas. Dessa forma, destaca-se que 632 estudantes (71,8%) dos estudan-
tes relataram não utilizaram nenhuma substância enquanto 244 estudantes (27,27%) da amostra indicaram consumir. Para fins de
análise as substâncias avaliadas no presente trabalho foram divididas em oito categorias, sendo elas: bebidas alcoólicas (cerveja,
vinho, licor); derivados do tabaco (cigarro, charuto); maconha (baseado, erva); drogas estimulantes (crack, cocaína, rebites); dro-
gas inalantes (lança-perfume, cola); hipnóticos/sedativos (ansiolíticos, tranquilizantes; alucinógenos (LSD e ecsatasy) e Opióides
(Morfina, heroína, codeína e ópio). Em relação ao sexo, o público feminino indicou a presença de 116 mulheres (22, 65%) que
fazem uso de alguma substância, enquanto que o público masculino apresentou um total de 128 homens (34, 78%) que fazem uso
de alguma SPA, indicando por sua vez que os homens possuem um maior quantitativo de uso. Ao especificar o uso de substância
por sexo, encontra-se no sexo feminino em ordem decrescente, um uso acentuado de álcool, com 102 mulheres (46,36%), logo
em seguida, o uso de tabaco com 13 mulheres (32, 5%), 16 mulheres (43, 24%) com uso de maconha, 2 mulheres (28, 57%) fazem
uso de drogas estimulantes, 4 mulheres (57, 14%) utilizam drogas inalantes, 11 mulheres (52, 38%) com uso de substância hipnó-
ticas ou sedativos e por fim 1 mulher indicou fazer uso de alucinógenos (25%) e 1 mulher com uso de opióides. É importante
destacar que algumas mulheres indicaram fazer associação entre as substâncias, por exemplo álcool com tabaco. Em relação aos
público masculino foi identificado um valor de 118 homens (53, 63%) que fazem uso de álcool, 27 homens (67,5%) que fazem uso
de tabaco, 21 (56, 75%) que fazem uso de maconha, 5 (71, 42%) que utilizam drogas estimulantes, 3 (42, 85%) que fazem uso de
inalantes, 10 (47, 61%) com uso de sedativos e 3 homens com uso de alucinógenos (75%), não apresentando consumo de opiói-
des. Em relação a frequência de consumo das substâncias no geral, a maior prevalência consta-se no uso de uma ou duas vezes,
com 94 estudantes (10,7%) e semanalmente com 78 estudantes (8,9%), seguida de mensalmente correspondendo a 50 estudan-
tes (5,7%) e diariamente correspondendo a 22 estudantes (2,5%). Ressalta-se, a maior frequência no consumo mensal de álcool,
destacando-se a área da saúde, com o consumo de uma ou duas vezes nos últimos três meses, correspondendo 10 alunos (55, 5%)
no curso de enfermagem e 6 alunos (42, 85%) no curso de educação física. Dessa forma, ao se referir ao tipo de SPA, o álcool lide-
ra sendo a mais consumida entre os universitários e a preferida entre as drogas lícitas, correspondendo a 220 estudantes de am-
bos os sexos, correspondendo a 25% do total de estudantes. Também em relação a ambos os sexos, o tabaco, a maconha e os
hipnóticos/sedativos correspondem a 40 estudantes (4,5%), 37 estudantes (4,2%) e 21 estudantes (2,4%) respectivamente. Entre
as drogas ilícitas observa-se que a maconha é a terceira em frequência de consumo geral e a primeira entre as consideradas ile-
gais. Vale ressaltar que as demais substâncias, como estimulantes, alucinógenos e opióides, referem-se a valores baixos, corres-
pondendo 7 (0,8%), 4 (0,5%) e 1 (0,1%) respectivamente, assim, não apresentam forte evidencia de uso. O uso e abuso de SPA é
considerado uma válvula de escalpe para os conflitos diários vivenciados pelos estudantes no que se refere a dinâmica acadêmica.
Assim, ao trazer essa realidade ao contexto universitário, percebe-se que há uma maior frequência no consumo, principalmente
em acadêmicos de semestres intermediários à avançados, em que a mudança na rotina, a cobrança por novos desafios e a preo-
cupação relacionado a futura inserção no mercado de trabalho, favorecem a vulnerabilidade do jovem a fatores de adoecimento,
bem como o maior acesso as drogas licitas e ilícitas (DAMASCENO et al., 2016). Dázio et al, (2016) em sua pesquisa sobre o uso de
álcool e outras drogas entre universitários do sexo masculino, apresentam resultados equivalentes aos desse estudo, em que as
substâncias mais utilizadas pelos acadêmicos foram o álcool, tabaco e a maconha. O maior uso dessas substâncias pode estar re-
lacionado ao fato de serem os mais acessíveis, bem como referente ao álcool e tabaco serem legalizados. O álcool é o mais fre-
quente, com um percentil de 25% do total de estudantes. Silva et al (2015) pesquisaram o consumo de álcool em universitários do
curso de administração por períodos e encontraram resultados pouco divergentes ao apontados nesse estudo, sendo 6% dos es-
tudantes fazem uso durante o segundo e quinto período, 12% durante o terceiro e sétimo período, 50% dos estudantes no quarto
período, 8% no sexto período e 5% do oitavo período. Nos resultados do presente estudo, destacou-se o quinto período com 38
estudantes (17,27%), seguido pelo oitavo semestre com 32 estudantes (14,54%), indicando ser os semestres mais avançados
apresentam maior índice de consumo de álcool. No que se refere a uso de álcool por estudantes de ambos os sexos, e em cada

462 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

curso em ordem crescente encontra-se, o curso de física com 3 estudantes (1, 36%), 4 estudantes da geografia (1, 81%), 5 estu-
dantes da matemática (2, 27%), 7 estudantes da filosofia e do curso de química (3, 18%), 7 estudantes da computação (3, 81%),
9 estudantes da zootecnia (4, 09%), 11 estudantes do curso de direito e de história (5%), 12 estudantes das ciências contábeis (5,
45%), 13 estudantes da pedagogia e educação física (5, 90%), 15 estudantes da administração (6, 81%), 14 estudantes do curso
superior em construção de edifício (6,36%), 17 estudantes das ciências biológicas e enfermagem cada (7,72%), 18 estudantes das
letras (8,18%) e 22 estudantes da engenharia civil (10%). Assim, apesar de na pesquisa de Fernandes et al, (2017), os cursos da
área da saúde destacaram-se por apresentar 23 estudos sobre o consumo de álcool e outras drogas no contexto acadêmico, sendo
os principais cursos representados por Medicina (2.400 estudantes) e Enfermagem (1.175 estudantes). Em comparação com esse
estudo os acadêmicos da área da saúde, em especial, o curso de enfermagem indicou (7, 72%), sendo superado em percentagem
pelo curso de letras e engenharia civil. Indicando que apesar de muitas pesquisas enfatizarem o uso de substâncias restritas a área
da saúde, é fundamental também ser analisados outros cursos, nas áreas de exatas e humanas. Na pesquisa de Fernandes et al.,
(2017), o álcool foi a substância psicoativa de maior prevalência, sendo citado em 27 dos 29 artigos analisados, seguidos do taba-
co, que foi mencionado em 13 artigos e em terceiro lugar, apareceu a maconha como a mais consumida de maneira geral e como
a droga ilícita mais utilizada pelos universitários. A única divergência apresentada na pesquisa com esse estudo é que no presen-
te estudo o álcool foi apontado como a substância mais utilizada, e a maconha como a droga ilícita mais utilizada. Em relação aos
cursos de graduação pertencentes a área da saúde, ou seja enfermagem e educação física que fazem uso de substâncias estimu-
lantes, encontramos um percentual prevalente entre o público masculino, assim como também apresentado em outras pesquisas,
tais como Damasceno et al, (2016) e Souza et al. (2018), que indicam o sexo masculino com o maior uso dessas substâncias, fato
esse que se mostra comprometedor a saúde física e inclusive pode ocasionar dificuldades em relação a dinâmica acadêmica. Em
relação ao uso de substâncias hipnóticas na área de saúde observa-se a proximidade, haja vista foi encontrado duas estudantes
com uso de hipnóticos no curso de enfermagem, diante de dois estudantes do curso de educação física de ambos os sexos, diante
de uma quantidade total de 21 estudantes que afirmaram fazer uso em alguma frequência dessa substância. Ao se referir as dro-
gas estimulantes, no curso de enfermagem não houve consumo, diante de 1 estudante no curso de educação física que faz uso da
referida substância, diante de um total de 7 estudantes. Em todos os aspectos citados a presente pesquisa chama a atenção para
o uso dessas substâncias nesse público. Assim, identifica-se a necessidade de ações e medidas de prevenção e promoção da saú-
de que favoreçam a conscientização do universitário envolvendo os comportamentos de risco (JUNIOR e GAYA, 2015).

Conclusões:
Assim, concluem-se que as drogas mais utilizadas no contexto universitários foram as lícitas, destacando-se o álcool. Como essas
substâncias são legalizadas, o acesso torna-se mais fácil desencadeando um consumo exagerado. Essa problemática desperta uma
maior atenção no contexto universitário, pois observou-se baixa distinção entre os sexos e que o uso foi apontado como válvula
de escalpe da realidade para amenizar os sofrimentos. Assim, os jovens tendem a diante de problemas psicossociais ou em mo-
mentos de descontração e lazer fazer uso das substâncias. O estudo obteve como limitações a abordagem de alunos dos semes-
tres mais avançados de alguns cursos como enfermagem, educação física, pedagogia e letras, já que esses nos últimos semestres
possuem estágios ou internato, apresentando assim dificuldades em serem encontrados durante a coleta da pesquisa. Outra
limitação observada foi que os estudantes podem ter sentido resistência a responder tais dados no instrumento impresso. Com
os resultados obtidos nesse estudo, evidenciamos a importância de estratégias de prevenção ao uso de substâncias, bem como
adotar estratégia de promoção a saúde, ofertando aos estudantes a necessidade de um espaço de escuta e troca de experiências
para que os universitários possam disponibilizar de um suporte profissional no campo da saúde, para oferecer o melhor suporte a
esses estudantes, referente a promoção da saúde e prevenção a serem desenvolvidas nos campis da universidade.

Referências:
AMERICAN COLLEGE HEALTH ASSOCIATION (ACHA). Spring 2014. Reference Group Executive Summary Table of Contents. 2014.
Hanover.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 466/12 - Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos,
Brasília, 2012.

Comunicação Oral 463


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DAMASCENO, O. R. et al. Uso de álcool, tabaco e outras drogas e qualidade de vida de estudantes universitários. Revista Baia-
na de Enfermagem. Salvador, 2016, v.30, n.3, p.1-10. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/
view/15533. Acesso em: 12 jul. 2019.

DÁZIO, E. M. R et al. Use of alcohol and other drugs among male university students and its meanings. Revista Esc Enfermagem.
São Paulo, 2016, v.50, n.5, p.785-91. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v50n5/pt_0080-6234-reeusp-50-05-0786.
pdf. Acesso em: 25 jul. 2019.

FERNANDES, T. F. et al. Uso de substâncias psicoativas entre universitários brasileiros: perfil epidemiológico, contextos de uso e
limitações metodológicas dos estudos. Caderno Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, 2017, v.25, n.4. Disponível em: http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S1414-462X2017000400498&script=sci_arttext Acesso em: 27 jul. 2019.

GRESS-SMITH, J. L et al. Prevalence, severity and risk factors for depressive symptoms and insomnia in college undergraduates.
Stress and Health: Journal of the International Society for the Investigation of Stress, v.31, n.1, p.63–70, 2015. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23897800. Acesso em: 01 ago. 2018.

JUNIOR e GAYA, et al. O uso de droga associado ao comportamento de risco universitário. Saúde e Pesquisa. 2015, v.8, p.9-17.
Disponível em: http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/3761/2520. Acesso em: 27 jul. 2019.

SILVA, J. N. et al. Alcohol consumption among college students. Revista Brasileira de Pesquisa em Ciências da Saúde. 2015, v.2, n.2,
pp.35-40. Disponível em: http://revistas.icesp.br/index.php/RBPeCS/article/viewFile/45/44 Acesso em: 12 jul. 2019.

SILVA, S. L.C. et al. Análise dos principais comportamentos de risco à saúde adotados por homens jovens e universitários. Id on
Line: Revista Multidisciplinar e de Psicologia. 2017, v.11, n.38. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id Acesso em:
16 jul. 2019.

SOUZA, de J. et al. Consumo de drogas e conhecimento sobre suas consequências entre estudantes de graduação em en-
fermagem. Texto Contexto Enfermagem. 2018, v.27, n.2, p.1-10.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S0104-07072018000200319&script=sci_abstract&tl ng=pt. Acesso em: 15 jul. 2019.

TEIXEIRA, M. B. et al. Tensões paradigmáticas nas políticas públicas sobre drogas: análise da legislação brasileira no período
de 2000 a 2016. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2017, v.22, n.5. p.1455-66. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-
81232017225.32772016. Acesso em: 29 Mar. 2018.

TRINDADE, B. P. A. et al. Uso de drogas entre estudantes universitários: uma perspectiva nacional. Revista de Medicina e Saúde
de Brasília. 2018, v.7, n.1, p.52-60. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rmsbr/article/view/8641 Acesso em:
29 Mar. 2018.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). European health report 2015 Targets beyond-reaching new frontiers in evidence. 2015.
UN City Copenhagen.

ZEFERINO, M. T. Consumo de drogas entre estudantes universitários: família, espiritualidade e entretenimento moderando a
influência dos pares. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, 2015, v.24, n.1, p.125-35. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S010407072015000600125&script=sci_abstract&tlng= pt. Acesso em: 12 out. 2018.

464 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PACIENTES ATENDIDOS POR TENTATIVAS SUICÍDIOS


EM UNIDADES HOSPITALARES: REVELANDO O PERFIL
SOCIODEMOGRÁFICO
MARIA VITALINA ALVES DE SOUSA
Centro Universitário INTA – UNINTA
LAURA CRISTINA RIPARDO OLIVEIRA
Centro Universitário INTA - UNINTA
ROBERLÂNDIA EVANGELISTA LOPES
Universidade Estadual do Ceará – UECE
LYRLANDA MARIA CAVALCANTE DE ALMEIDA
Centro Universitário INTA - UNINTA
TEREZA CRISTINA NOGUEIRA CAMERINO
Faculdade Alencarina – FAL

Introdução
Para Moreira et al (2017) o suicídio é considerado por uma conduta auto lesivo que abrange desde a ideação suicida até a autoa-
gressão fatal, no conjunto em que a vítima decide eliminar a própria vida como formar de escape para uma dor psíquica conside-
rada insuportável. O Brasil está entre os 10 países que registram os maiores números de suicídio, entre membros da Organização
Mundial de Saúde (OMS), com média de 24 suicídios por dia (BAHIA et al., 2017). Avaliar-se que no período de 2011 a 2016
ocorrências de lesão autoprovocada, 48.204 (27,4%) casos de tentativa de suicídio, sendo 33.269 (69,0%) em mulheres e 14.931
(31,0%) em homens (BRASIL, 2017). Se tornando assim, uma dificuldade para o qual não existe uma única justificação ou uma só
razão, o suicídio procede de uma interação de fatores, que abrange doença mental e física, abuso de álcool ou drogas, doença
crônica, sofrimento emocional agudo, violência, uma alteração súbita e importante na vida de um indivíduo, tais como perda de
emprego, separação de um parceiro ou outros eventos adversos. Pode-se abordar, ainda, em muitos casos, de uma combinação
destes fatores (SILVA et al.,2018) Diante do contexto surge a pergunta norteadora: “Qual perfil sócio econômico dos pacientes
atendidos por tentativas suicídios em unidades hospitalares?”. O interesse em desenvolver o estudo foi manifestado a partir do
quadro epidemiológico existente, contribuir com dados atuais sobre o tema. Assim, a relevância desta pesquisa se materializa na
contribuição que estes dados primários e atuais podem trazer para subsidiar a prática baseada em evidência, permitindo o acesso
aos indicadores do perfil da tentativa de suicídio, subsidiando, assim, a tomada de decisão da gestão para ações de prevenção ao
suicídio.

Objetivo
Descrever as evidências científicas sobre o perfil sociodemográfico dos pacientes atendidos por tentativas suicídios em unidades
hospitalares.

Desenvolvimento
O estudo se configura do tipo revisão integrativa (Mendes, Silveira e Galvão 2008) a revisão integrativa incide na construção de
uma análise vasta da literatura, colaborando para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas, assim como ponderações
e concretização de estudos posteriores. A partir deste manuscrito, e compreendendo a relevância do seu objetivo, o estudo foi
conduzido mediante a seguinte questão: qual perfil sociodemográfico dos pacientes atendidos por tentativas de suicídios em
unidades hospitalares descritos na literatura? A coleta de dados aconteceu entre abril e maio de 2019. A busca online foi realizada
através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de abril e maio de 2019, onde foram utilizadas as seguintes bases de
dados: Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), assim como Google acadêmico. A decisão por estas bases se apoia devido o
acúmulo de material existente nestas que envolvem a temática. Para os critérios de inclusão, levaram-se em consideração artigos
disponíveis na íntegra e indexados nos últimos quatro anos (2014 a 2018), em Português com vista a verificar as produções na-
cionais. Destaca--se que a escolha do ano, a partir de 2014, deu-se devido a PORTARIA Nº 1.271, DE 6 DE JUNHO DE 2014 que
define a obrigatoriedade do uso da Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, nos

Comunicação Oral 465


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional (BRASIL, 2014). Como critérios de exclusão, foram excluídos
documentos técnicos, resumos de congressos, anais, editoriais, monografias, dissertações e teses de doutorado. Foi utilizada a
terminologia padronizada dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS). Para isto, realizou-se o cruzamento dos três descritores
selecionados nas bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF e Google acadêmico, sendo utilizada a combinação “suicídio” and
“saúde mental” “suicídio and serviços de emergências psiquiátricas”, “saúde mental” and “serviços de emergências psiquiátri-
cas”. Com os cruzamentos exposto anteriormente obteve-se uma amostra total de 57.346 artigos nas bases de dados LILACS,
BDENF, MEDLINE, Google acadêmico. Após a utilização dos filtros nas respectivas bases obteve-se um total de 11.721 a serem
explorados através da leitara dos títulos. Para a identificação das publicações, dividiu-se em etapas. A primeira realizou-se uma
criteriosa leitura dos títulos, com isso foram excluídos 11.241 artigos, dentre eles 1.033 artigos que eram repetidos ou indisponí-
veis. Restando assim para segunda etapa 480 publicações que serviram de objeto de análise. Nessa etapa, utilizou a leitura dos
resumos como forma de exclusão e inclusão. Após leitura de cada material selecionado, a fim de verificar a pertinência do estudo
com a pergunta norteadora, verificou-se que treze (13) produções científicas serviriam como fonte de dados para esta pesquisa.
Destaca-se, ainda, que a pesquisa teve conformidade com as recomendações PRISMA (2015), em que consiste em um checklist
cujo objetivo é ajudar os autores a aprimorarem o relato de revisões sistemáticas e meta-análise, levando-se em consideração
as especificidades da revisão integrativa. Para avaliação crítica dos estudos, estes ainda foram classificados de acordo com o
nível de evidência proposta por Melnyk e Fineout-Overholt (2005). As análises dos dados foram feitas através da categorização
de Minayo (2014). A pesquisa não envolve seres humanos, entretanto, as autoras garantiram a não plagiar os artigos. Diante das
evidencias científica foram selecionados 13 artigos completos com suas características, utilizado os seguintes critérios, o ano,
título/nível de evidência, autores, delineamento metodológico e objetivos. Os anos com maiores números de publicações foi
o de 2016 e 2017. Acredita-se que o aumento das publicações em 2016 e 2017 é fruto das discussões ocorrido dois anos antes
(2014), em que houve a obrigatoriedade de notificar os casos de tentativas de suicídios e lesões autoprovocadas, isso pode ter
predisposto um significativo aumento nas publicações sobre a temática. Referente ao nível de evidência foi possível classificar a
amostra das 13 publicações, de acordo com Melnyk e Fineout-Overholt (2005), apresentando uma distribuição de 92,3% (n=12)
de força de evidência VI, e com 7,7% de menor prevalência nível IV. Em relação ao quantitativo das produções segundo objetivo
de estudo, foi possível identificar, que a maioria dos estudos encontrados foram sobre tentativas de suicídio (n=6), mortalidade
(n=2), perfil epidemiológico (n=2) lesão auto provocada (n=2), fatores de risco (n=1) e fatores emocionais (n=1). Feita esta análise
inicial, a sequência desta pesquisa resgata a questão problema deste trabalho, ou seja, qual perfil sócio econômico dos pacientes
atendidos por tentativas suicídios em unidades hospitalares? A partir disso, consultou os resultados encontrados nos 13 artigos
analisados e, obedecendo à análise temática de Minayo (2016). Após uma leitura crítica e com o objetivo de facilitar o entendi-
mento da discussão da literatura consultada, optou-se pela sistematização do conhecimento em temáticas e categorias, ou seja,
agrupou os dados encontrados por similaridade. Criou-se a temática aspectos sócio demográficos. Categorias gênero, faixa etária,
estado civil e escolaridade. Esta unidade temática mostra o detalhamento referente aos aspectos sócios demográficos das vítimas
de tentativas de suicídio/suicídio. Uma pesquisa realizada por Fernandes, Ferreira, Castro (2017) destaca que no Brasil, a maior
representatividade de tentativas de suicídio foi do sexo feminino com 1.595 casos em 2009 e 14.333 em 2014. O gênero feminino
como predominância nas tentativas de suicídio e o sexo masculino sendo mais efetivo no suicídio. Isso pode estar relacionado ao
fato de que os homens usam mais os meios letais quando tentam suicídio (ALEXANDRE E SILVA, 2018). Como evidencia Moreira
et al (2015) em sua pesquisa que a população feminina tem maiores chances de ideação suicida do que os homens, compondo
assim a maior parcela da população que tenta suicídio. Já a população masculina apesar das tentativas ser menores, essa mesma
população utiliza meios mais letais em seu intento, se tornando assim uma representatividade maior nos casos de suicídio VIDAL
et al., (2014). Referente à faixa etária destacou-se sete (07) artigos que através de pesquisas realizada chegaram à conclusão
que a faixa etária de 20 a 39 anos está propensa à tentativa de suicídio. Esta categoria compreendeu que 06 dos 13 artigos que
compuseram esse estudo, destacam os solteiros com um risco alto para tentativa de suicídio e suicídio, conforme elucidado na
pesquisa realizada em Palmas – Tocantins por Fernandes, Ferreira, Castro (2017) 53%,81 dos participantes eram solteiros, seguido
dos casados ou união estável com 28,3%, viúvos 5%, e incompletude 11,59%. Esta categoria evidenciou o nível de escolaridade,
dos 13 artigos, 4 traziam que pessoas com baixa escolaridade é um potencial a mais para tentativas de suicídio. E 9 artigos não
traziam esse dado, apresentando assim incompletude, pois os artigos que compuseram esse trabalho destacaram em suas pes-
quisas que o nível de escolaridade nem sempre é notificado. Pessoas com baixa instrução educacional tendem a desenvolver o

466 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

percurso de autoagressão com maior facilidade e mais rapidamente devido a sua reduzida compreensão acerca do tratamento ou
a sentimentos de culpa e inferioridade (ARAÚJO et al., 2015).

Conclusões
Esta revisão integrativa evidenciou que os estudos sobre o perfil dos pacientes atendidos por tentativas suicídios em unidades
hospitalares foram publicados, em sua maioria em 2016 e 2017, notou-se que com a obrigatoriedade de notificar as violências
autoprovocadas a partir dos anos de 2014, foi o que contribuiu para este aumento de publicações sobre a temática nos anos
seguintes. Foram identificados fatores ligados ao perfil sóciodemográfico na tentativa de suicídio e suicídio, como, gênero, faixa
etária, estado civil, escolaridade. Acerca do perfil há uma incidência maior no sexo feminino, de 20 a 39 anos, estar solteiro, ter
um nível de escolaridade baixa. Desse modo, é preciso discutir o tema abertamente entre todos os setores da sociedade, pois
o suicídio é de fato uma realidade dos adultos jovens e demanda medidas preventivas por parte das autoridades. É necessário
que a sociedade abrace as políticas que valorizam a vida, compartilhe adversidades, resgate autoestima e redimensione a lógica
do atendimento em saúde. Referindo as limitações deste estudo, destaca-se a quantidade de estudos mapeados, ou seja, 13
artigos, assim como artigos exclusivamente em português. Porém, os achados desta pesquisa têm uma relevância ímpar, pela
sua cuidadosa análise e pela necessidade ampliar os resultados a comunidade científica. Isto atende os pressupostos da revisão
integrativa, visto que, lança “mão” de resultados que nortearão a prática baseada em evidência.

Referências
BAHIA, Camila Alves et al. Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergên-
cia de capitais do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2017, v. 22, n. 9 [Acessado 8 Junho 2019], pp. 2841-2850. Disponível
em: ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 1.271, de 24 de junho de 2014. Define a lista nacional de notificação compulsória de
doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos
do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União; jun. 2014. 9(108): seção I, p. 67.

MINAYO, Maria Cecília de Souza; CAVALCANTE, Fátima Gonçalves. Tentativas de suicídio entre pessoas idosas: revisão de lite-
ratura (2002/2013). Ciênc. saúde co-letiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, p. 1751-1762, Junho 2015. Disponivel em: http://dx.doi.
org/10.1590/1413-81232015206.10962014. Data de acesso em: 21 set. 2018.

MELNYK, B.M; FINEOUT-OVERHOLT, E.: Making the case for evidence based practice. In: Melnyk B.M.; Fineout-Overholt E. Evi-
dence based practice in nursing & healthcare. A guide to best practice. Philadelphia: Lippincot Williams & Wilkins; 2005.p.3-24.

MENDES, K.D.S; SILVEIRA R.C.C.P; GALVÃO C.M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na
saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008; 17 (4): 758-764.

MONTEIRO, Rosane Aparecida, Bahia Alves, Camila Paiva Anjos, Eneida, Bandeira de Sá, Naiza Nayla, de Souza Minayo, Maria
Cecília, Hospitalizações relacionadas com lesões intencionalmente auto - infligidas - Brasil, 2002 a 2013. Ciência & Saúde Coletiva
[online] 2015, 20 (março-PY): [de consulta: 08 de junho de 2019]. Disponível em: ISSN 1413-8123

MOREIRA, Lenice Carrilho de Oliveira; BASTOS, Paulo Roberto Haidamus de Oliveira. Prevalência e fatores associados à ideação
suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol. Esc. Educ., Maringá, v. 19, n. 3, p. 445-453, Dec. 2015. Disponivel em. Data
de acesso accesso 24 out. 2018.

VIDAL, C. E. L. et al. Perfil epidemiológico do suicídio na microrregião de Barbacena, Minas Gerais, no período de 1997 a 2012.
Cadernos Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p.158-164. 2014

Comunicação Oral 467


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

RISCO DA SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE ACADÊMICOS DA


ÁREA DA SAÚDE
EMANUELLA KASSIA PAIVA DAMASCENO. DAMASCENO, E. K. P.
Estudante de enfermagem da UniaAteneu
CARLA ADJANY SARAIVA DE SOUZA. SOUZA, C.A.S.
Estudante de enfermagem da UniaAteneu
FABIANA NADJA ALVES FORTE. FORTE, F.N.A.
Estudante de enfermagem da UniaAteneu
MYRNA KELLY DA SILVA. SILVA, M.K.
Estudante de enfermagem da UniaAteneu
RAQUEL MOURA CHAGAS. CHAGAS, R.M.
Estudante de enfermagem da UniaAteneu
ADRIANA SOUSA CARVALHO DE AGUIAR. AGUIAR, A.S.C.
Estudante de enfermagem da UniaAteneu

Introdução:
O tema Burnout ainda não tem uma definição universalmente aceita, descrevendo como uma síndrome psicológica composta
por exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal que apresentam em seres humanos que experimen-
tam relações interpessoais no trabalho. A palavra “Burnout” se traduz em estar queimado, ou esgotado e quando esse estresse
passa a ser crônico e não é tratado adequadamente causa consequências à saúde. Esses efeitos se apresentam tanto na esfera
psicológica e social, como na área biológica e bioquímica. Caracteriza-se por exaustão emocional, despersonalização e baixa
realização pessoal atingindo pessoas que tem contato direto com o público. A SB é reconhecida, mundialmente, como um dos
grandes problemas psicossociais que afetam a qualidade de vida de diversas áreas, principalmente daquelas que envolvem cui-
dados com saúde, educação e serviços humanos, gerando uma importante questão ocupacional e social (CHAGAS, 2016); (SILVA,
2015). Os sintomas do Burnout são de cunho psicossomático, psicológico e comportamental e produzem consequências negativas
individualmente, profissionalmente e socialmente. Apresentando exaustão física e irritação, ansiedade ou tristeza. Sendo capaz a
desencadear úlceras, insônia, dores de cabeça e hipertensão, além de abuso no álcool e medicamentos, promovendo problemas
familiares e conflitos sociais. Podendo envolver pessoas de qualquer faixa etária (CARDOSO et al., 2017). Diante do manifestado,
e da importância do tema para os estudantes da área da saúde e dos fatores associados no acometimento desta síndrome no
contexto do ensino, é necessário o conhecimento da produção científica sobre a síndrome de Burnout entre os estudantes da área
da saúde a fim de reduzir os efeitos e a dificuldade de tratamento e condução na qualidade de vida destes (PEREIRA et al., 2018).
Reconhecendo-se a vivência da síndrome de Burnout entre estudantes da área da saúde, questiona-se: Quais manifestações da
SB estão presentes entre os estudantes de graduação da área da saúde? Justifica-se este estudo, devido a um número significativo
da ocorrência da Síndrome de Burnout nos estudantes da área da saúde e o fato de ser pouco conhecida em nossa realidade, pois
ela pode ser considerada um problema de saúde pública. Para que se possa entender a síndrome de Burnout, faz-se necessário
interpretar a natureza e a progresso dos fatores estressores que os trabalhadores são submetidos; especialmente os acadêmicos
da área da saúde, pois além de estudarem ainda precisam trabalhar, e também por ter que saber lidar com pacientes em estágio
terminal (SILVA, 2014). Por haver um grande aumento de Síndrome de Burnout, é fundamental aprofundar os estudos acerca
desse tema para que possa identificar sinais de um possível acometimento por essa doença. A importância desse estudo na
identificação das manifestações da síndrome de Burnout, desde sua formação acadêmica é importante, pois profissionais da área
da saúde, por prestarem cuidados de saúde direitos a outras pessoas, estão constantemente sujeitos a uma enorme variedade de
estresse (DE OLIVEIRA, RF et al., 2017).

Objetivos:
Objetivos Específicos - Descrever o perfil sociodemográfico e acadêmico dos participantes do estudo. - Identificar as manifesta-
ções preditivas e risco da síndrome de Burnout entre acadêmicos da área da saúde.

Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa. De acordo com Gil (2017, p. 26) “as pesquisas descritivas

468 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

têm como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno. Podem ser elaboradas também com
a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”. A pesquisa quantitativa centra-se na objetividade e acredita que a
veracidade só é capaz de ser entendida com conhecimento na análise de informações brutas, coletados utilizando instrumentos
formais e objetivos (DE ARAUJO, 2018). O estudo ocorreu em uma instituição de ensino superior privada localizada na cidade de
Fortaleza, Ceará. O período de realização do estudo foi de fevereiro a junho de 2019. A população da pesquisa foi composta por
graduandos nos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição do turno matutino e noturno com o total de 353 alunos. Como
critérios de inclusão foram adotados: alunos de ambos os sexos, maiores de 18 anos matriculados no turno matutino e noturno
dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição. Destes, foram adotados como critério de exclusão aqueles que não estiverem
presentes no período de coleta de dados. O tamanho da amostra foi constituído por 353 acadêmicos. A coleta de dados foi por
meio da aplicação de dois questionários. Um investigou variáveis relacionadas à idade, sexo, ano de ingresso no curso, semestre
atual, estado civil, filhos, qual a principal de renda, se trabalha, quantas horas trabalham semanalmente, se possui alguma ativi-
dade de lazer. O outro foi um instrumento para investigação das manifestações da síndrome de Burnout, em estudantes da área
da saúde, composto de 21 questões, adaptado do instrumento Maslach Burnout Inventory – Student Survey. O instrumento para
a identificação das manifestações da síndrome Burnout em estudantes da área da saúde, adaptado de Maslach Burnout Inventory
– Student Survey contempla as particularidades do contexto dos estudantes de graduação na área da saúde, considerando as es-
pecificidades das situações por eles vivenciadas, especialmente, em suas aulas práticas e estágios. O instrumento apresenta três
sub escalas: Exaustão Emocional, Descrença e Eficácia Profissional, onde foi respondido por meio de uma escala de frequência de
seis pontos, utilizando-se 1 para “nunca”, 2 para “uma vez ao ano ou menos”, 3 para “uma vez ao mês ou menos”, 4para “algumas
vezes ao mês”, 5 para “algumas vezes por semana” e 6 para “todos os dias” (TOMASCHEWSKI-BARLEM, 2014). Os dados foram
organizados em tabelas e analisados estatisticamente com o programa Microsoft Excel. Foi calculado a frequência absoluta, per-
centual e a média das variáveis quantitativas. Para maior precisão dos dados, no processo de digitação, aconteceram com dupla
digitação a fim de minimizar os erros, no caso de haver discordância, o digitador responsável pelo instrumento realizará a correção
utilizando como base o respectivo questionário. Verificou-se que dos 353 sujeitos a maioria era do sexo feminino, totalizando 83%.
A maior parte (69,7%) equivaleu a faixa etária de 20 a 40 anos, 70% eram solteiros (78,2%) não possuía filhos e a maioria trabalha-
va e estudava (51%). Observou-se predominância de estudantes do sexo feminino no estudo, possivelmente pelo fato de a maior
parte ser do curso de enfermagem, categoria profissional historicamente desempenhada por mulheres, pelo caráter solidário, de
ter em sua essência a caridade e o cuidado (LIMA, 2018). Quanto às características acadêmicas dos estudantes, a maioria fazia o
primeiro semestre (28,3%), em sua maior parte não exerciam atividades extracurriculares (61,8%) e 31,2% pensava em abandonar
o curso. A maior parte tinha bom relacionamento com os colegas (98%), e pagava a universidade através de financiamento ou
bolsa (55,8%). No que se referiu aos resultados da avaliação das manifestações preditivas da síndrome de Burnoult , através da
escala Maslach Burnout Inventory – Student Survey, a análise descritiva permitiu verificar que o fator exaustão emocional apre-
sentou a média 3,2 do instrumento, assinalando a existência de exaustão nos estudantes, especialmente, no final do dia em que
tiveram alguma aula, seja ela teórica ou prática ou em atividades de laboratório ou estágio (3,2), bem como quando se levantam
para enfrentar outro dia de aula, em sala de aula ou laboratório (3,3) ou ainda sentem-se emocionalmente esgotados pelos estu-
dos (3,3). Essas situações são enfrentadas com frequência média próxima a “uma vez por semana” ou “algumas vezes ao mês”. No
fator descrença, a média correspondente foi igual a 2,2 assinalando que os estudantes se sentem distantes e céticos em relação
aos estudos, principalmente ao questionar o sentido e a importância dos estudos (2,9), bem como, descrença em relação ao seu
potencial nos estudos (2,5). Essas situações são enfrentadas com frequência próxima a “uma vez ao mês ou menos” ou “algumas
vezes ao mês”. O fator eficácia profissional apresentou média 4,4, assinalando que os estudantes percebiam que estavam sendo
eficazes nos estudos, especialmente por aprenderem muitas coisas interessantes no decorrer do curso (5,2) e se considerarem
bons estudantes (4,2), com frequência próxima a “uma vez por semana”, ou “algumas vezes por semana”. O conteúdo Burnout
tem mais de 40 anos de busca científica. Inúmeros estudos já foram realizados, sendo reparado o dito fenômeno, tende a ser mais
observados em grupos ligados à área da saúde, docência, esportes, bem como estudantes. Ao passar dos anos, investigações que
realizaram revisão sobre Burnout passaram a ser foco de pesquisadores, tanto no âmbito internacional como nacional (CARDOSO,
2017). Com à semelhança de sintomas, a Burnout pode ser confundida com outros transtornos mentais, como por exemplo: a
depressão, ficando em destaque a importância em fazer um adequado diagnóstico diferencial. Com isso, aponta-se a necessidade
de esclarecer ao estudante sobre os sintomas e efeitos da síndrome de Burnout. Tal medida deve voltar-se para a prevenção e re-

Comunicação Oral 469


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

abilitação evitando a associação de doenças. Cabe evidenciar que o diagnóstico deve ter, entrevistas clínicas, contemplando todas
as suas dimensões e outros métodos de avaliação psicológica (MARIA, 2016). É muito importante que as instituições conheçam
a Síndrome de Burnout, e avaliem quais fatores podem contribuir para o surgimento da mesma e de que forma interfere na saú-
de de seus alunos, com isso possam criar estratégias de intervenção, buscando a prevenção de problemas psicossociais (MOTA,
2014). A fase da síndrome de Burnout é gradativa, cumulativa, com acréscimo progressivo em rigor, não sendo descoberto pelo
sujeito, que geralmente se recusa a aceitar que estar acontecendo algo de errado com o mesmo (BARBOSA, 2016).

Conclusões:
Os acadêmicos dos cursos da área da saúde, além da exaustiva carga horária também exige que os estudantes cumpram atividades
práticas relacionadas às áreas de atuação. Diante dessa situação, os estudantes acabam se deparando com vários fatores estres-
santes, no decorrer da graduação o que pode ocasionar uma sobrecarga emocional e como consequência afetar negativamente na
saúde mental desses acadêmicos, inclusive causando a síndrome de Burnout. Destaca-se a importância de desenvolver novas in-
vestigações em acadêmicos da área da saúde com o objetivo de prevenir, neutralizar ou acabar com as manifestações de Burnout
em sua fase mais inicial, para que as tarefas e as demandas de pesquisas sejam efetivadas com êxito e satisfação no decorrer da
formação inicial. Sugere-se a continuação de pesquisas sobre esse tema, pois a formação dos acadêmicos da área da saúde deve
ser global, visando a melhoria da qualidade de vida dos estudantes. O Estudo apresentou limitações em sua população e amostra,
sua definição pode ser considerada um fator limitante, pois ela não é aleatória. Outra limitação é o tamanho da amostra, pois os
resultados encontrados foram feitos apenas com a população em questão, também foi fator limitante o preenchimento dos ques-
tionários que foram dentro de sala de aula, houve questionários em brancos, ou não estavam bem preenchidos, e alguns alunos
recusaram-se a preencher. Também por serem questionários grandes o que se tornou cansativo.

Referências:
BARBOSA, Andrea Loly Kraft Horta. A Síndrome de Burnout em professores Universitários. 2016. Tese de Doutorado.

CARDOSO, Hugo Ferrari et al. Síndrome de burnout: Análise da literatura nacional entre 2006 e 2015. Revista Psicologia Organiza-
ções e Trabalho, v. 17, n. 2, p. 121-128, 2017.

CHAGAS, Maria Karoline Souza et al. Ocorrência da Síndrome de Burnout em acadêmicos de

medicina de instituição de ensino no interior de Minas Gerais. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, v. 5, n. 2, 234-45, 2016.

DE ARAÚJO, Elaine Conceição et al. Desvendando a violência contra mulher numa instituição de ensino superior da baixada cuia-
bana. TCC-Enfermagem, 2018.

DE OLIVEIRA, Raquel Fátima; DE LIMA, Gilberto Gonçalves; DE SOUSA VILELA, Gláucia. Incidência da Síndrome de Burnout nos
profissionais de enfermagem: uma revisão integrativa. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 7, 2017.

GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa:como elaborar projetos de pesquisa. 6ed São Paulo, Atlas. 2017. 27 p.

LIMA, Amanda de Souza; FARAH, Beatriz Francisco; BUSTAMANTE-TEIXEIRA, Maria Teresa. Analysis of the prevalence of burnout
syndrome in professionals of primary health care.Trabalho, Educação e Saúde, v. 16, n. 1, p. 283-304, 2018.

MARIA, Anderson Leandro. Síndrome de Burnout em diferentes áreas profissionais e seus efeitos. Acta Brasileira do Movimento
Humano, v. 6, n. 3, p. 1-12, 2016.

MOTA, Caroline Mascarenhas; DOSEA, Giselle Santana; NUNES, Paula Santos.Avaliação da presença da Síndrome de Burnout em
Agentes Comunitários de Saúde no município de Aracaju, Sergipe, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 4719-4726, 2014.

PEREIRA, EricaBianchessi; ANTONIASSI, Raquel Pinheiro Niehues. Sindrome de Burnout entre profissionais da área da saúde: revi-
são integrativa. RevistaUningá, v. 41, n. 1, 2018.

SILVA, Guadalupe de Moraes Santos et al. Sídrome de Burnout em professores de educação física da rede pública estadual de
Sergipe. 2014.

SILVA, Salvyana Carla Palmeira Sarmento et al. A síndrome de burnout em profissionais da Rede de Atenção Primária à Saúde de
Aracaju, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, p. 3011-3020, 2015.

TOMASCHEWSKI-BARLEM, Jamila Geri et al. Síndrome de Burnout entre estudantes de graduação em enfermagem de uma univer-
sidade pública. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 22, n. 6, p. 934-941, 2014.

470 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE MENTAL E A CARTOGRAFIA COMO FERRAMENTA DE


PESQUISA
CLAUDENIA MESQUITA BARROSO
Faculdade Luciano Feijão
GALIMBERT TI, PERCY.

Período de realização:
O referido trabalho foi desenvolvido no CAPS Geral II de Sobral durante o ano de 2017.

Objetivo da Experiência:
Mapeamento da área de saúde mental, a subjetividade e as influências culturais encontradas nas diversas épocas, que envolvem
e definem o universo da

Objetivos
Perceber as relações sociais e seus aspectos presentes nos processos de cuidados em saúde. Foram realizadas entrevistas semies-
truturadas com profissionais e usuários do serviço. E também traz a narrativa de como se deu a Reforma Psiquiátrica no Brasil e
em Sobral especificamente, propiciando o surgimento de novas práticas de cuidado em saúde mental. Houve nesse processo de
mudança de postura e de como lidar com a doença mental, não só uma transformação do cuidado e acolhimento, mas uma mu-
dança de comportamento e de visão sobre a doença, que resultou em uma profunda mudança do sistema de saúde, em relação
ao doente mental, e que chamou a atenção para a questão da sua individualidade e humanidade na sociedade.

Metodologia:
A metodologia escolhida nos auxiliou nesse processo de investigação e nos ajudou a refletir de modo geral qual o papel do profis-
sional e qual o lugar do sujeito acometido pelo transtorno mental na sociedade na qual está inserido, e onde se pretende chegar.
Partimos da técnica da observação participante para adentramos no campo e conhecê-lo melhor; logo depois realizamos as en-
trevistas, no próprio espaço do CAPS, como forma de conhecer e ouvir o que os atores dessa trama nos tinham a dizer. Atrelado
às técnicas de pesquisa descritas, recorremos ao método cartográfico para mapear as ações, gestos e palavras que compõem as
questões subjetivas surgidas ao longo da pesquisa, como método de análise, e as leituras que nos proporcionaram um conheci-
mento maior sobre o tema e nos permitiu dialogar com estudiosos da área.

Resultados:
Entre os resultados destacamos as ações dos profissionais que ficam na linha de frente do serviço, parecem estar engessadas
pelo processo de burocratização do serviço e pelos protocolos a serem seguidos, dificultando um pouco o fluir das ações. Mesmo
enfrentando essas dificuldades, os profissionais procuram demonstrar interesse e dedicação ao que fazem, buscando sempre
alternativas para driblar a burocratização excessiva. Entre as dificuldades apresentadas pelo CAPS Geral II de Sobral, também per-
cebemos a falta de estrutura física para a realização de um trabalho satisfatório, tanto para os profissionais quanto para os usuá-
rios, que às vezes ficam limitados pela falta de espaço. Também destacamos a ambulatorização dos atendimentos, que acontece
de forma muito constante e por mais que sejam propostas alternativas, os profissionais não conseguem se desvencilhar disso.
De acordo com estudiosos e profissionais da área é preciso que haja uma consciência coletiva e interdisciplinar no manejo com
pacientes psiquiátricos. É preciso superar barreiras que impeçam a evolução na discussão sobre tratamento humanizado, levando
em conta pontos de vista de várias áreas e profissionais que possam pensar em uma conduta coletiva possível e que contemple o
ser humano em sua complexidade, e assim lutar por sua reinserção na comunidade da qual faz parte.

Análise Crítica:
A saúde como campo de estudo foi se revelando um território rico e que envolvia subjetividades sobre o entendimento do que
era saúde e doença. A doença em si acarretava além do desconforto próprio causado pela ausência de saúde, vários questiona-
mentos e aspectos que envolviam desde o histórico familiar, até o contexto social e o lugar do doente na sociedade, perpassando

Comunicação Oral 471


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

pela subjetividade do próprio entendimento da pessoa sobre sua condição física e pessoal a partir da sua história de vida e do
lugar que ocupa na comunidade, que são os fatores que chamamos de determinantes sociais de saúde. Hoje cada vez mais sur-
gem trabalhos que se propõem a investigar os determinantes sociais de saúde e sua importância na vida do indivíduo. Assim aos
poucos os autores e intelectuais interessados em quebrar barreiras e estudar a saúde com enfoque subjetivo vão questionando o
saber dominante biomédico sobre a doença. A saúde mental nos traz em seu bojo de articulações, vários fatores que nos mostram
que não há apenas um caminho a ser seguido e que podemos caminhar desenvolvendo parcerias múltiplas que nos permitem
visualizar a questão com um olhar ampliado, através de várias frentes, o que pode contribuir para a proposição e implementação
de atitudes que privilegiem a humanização no cuidado em saúde. Esse tipo de cuidado compartilhado é algo a ser (re)construído
não só dentro dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), mas em todos os espaços de convivência, e com a ajuda e participação
de todos aqueles que integram a vida dos sujeitos em sofrimento emocional, principalmente aqueles portadores de transtornos
graves e persistentes. A autonomia de ir e vir, de realizar atividades “simples” do dia a dia, de conviver em comunidade não pode
ser apenas algo dado ou permitido, mas algo a ser buscado e construído pelos profissionais, usuários e familiares através de uma
rede de cuidados presentes nas comunidades, nos domicílios e nos equipamentos de saúde. Refletir sobre saúde mental exige de
nós mais do que um enfoque baseado na biomedicina sobre o que é o transtorno mental, pois a desordem que esse transtorno
traz à vida do indivíduo afeta todos os campos ligados a esse sujeito: sua vida pessoal, seu trabalho, sua família, suas relações
sociais, de maneira geral. Trazer apenas a visão biomédica para o estudo do transtorno mental seria deixar de dar importância
a uma parte crucial da vida do indivíduo, necessária para compreendê-lo e compreender melhor seus sintomas, seu transtorno,
possibilitando a construção conjunta de um plano terapêutico mais apropriado, mais holístico e humanizado.

Conclusões:
O estudo sobre a loucura nos proporciona um universo de possibilidades de representações que permeiam nossas ações e nossos
pensamentos sobre como desenvolver um trabalho baseado na ética e no cuidado humanizado. O caráter da doença nos traz
um terreno em constante transformação e quebra de paradigmas nas formas de como acolher e cuidar, sem tutelar ou anular o
indivíduo, buscando fortalecer uma consciência profunda sobre a delicadeza e a singularidade presentes na doença mental, tanto
nos profissionais quanto nos usuários e preparando estes para a ressocialização e convivência familiar. Em meio a esse processo,
as ações dos profissionais que ficam na linha de frente do serviço, parecem estar engessadas pelo processo de burocratização do
serviço e pelos protocolos a serem seguidos, dificultando um pouco o fluir das ações. Mesmo enfrentando essas dificuldades, os
profissionais procuram demonstrar interesse e dedicação ao que fazem, buscando sempre alternativas para driblar a burocratiza-
ção excessiva. Entre as dificuldades apresentadas pelo CAPS Geral II de Sobral, também percebemos a falta de estrutura física para
a realização de um trabalho satisfatório, tanto para os profissionais quanto para os usuários, que às vezes ficam limitados pela
falta de espaço. Também destacamos a ambulatorização dos atendimentos, que acontece de forma muito constante e por mais
que sejam propostas alternativas, os profissionais não conseguem se desvencilhar disso. De acordo com estudiosos e profissionais
da área é preciso que haja uma consciência coletiva e interdisciplinar no manejo com pacientes psiquiátricos. É preciso superar
barreiras que impeçam a evolução na discussão sobre tratamento humanizado, levando em conta pontos de vista de várias áreas e
profissionais que possam pensar em uma conduta coletiva possível e que contemple o ser humano em sua complexidade, e assim
lutar por sua reinserção na comunidade da qual faz parte. Fazer um estudo sobre tais relações nos mostra a complexidade desse
processo, onde se captura o indivíduo e seus sistemas de significados.

Referências:
ALMEIDA, E.H.R. Dignidade, autonomia e doença mental. Revista Bioética (impresso), v. 18, p. 381- 395, 2010.

ANDRADE, L. O.; MARTINS JÚNIOR, T. Saúde da família: Construindo um novo modelo – A Experiência de Sobral. SANARE, Sobral,
v.1, p. 7- 17, 1999. Disponível em: https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/215/202. Acesso em: 18/05/2017.

ANDRIOLO, A. A psicologia da arte no olhar de Osório César: leituras e escritos. Psicologia e Ciência e Profissão, Brasília, DF, v. 23,
n.4, p. 74-81, 2003. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v23n4/v23n4a11.pdf. Acesso em: 19/05/207.

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. Disponível em: http://www.pet.eco.ufrj.br/images/
PDF/hannah.pdf. Acesso em 19/05/2017.

472 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AZEVEDO J. J. G. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e Design, 2007. 59 p.: il.

BASAGLIA, F. (2010). Escritos selecionados em saúde mental e reforma psiquiátrica (J. A. A. Melo, trad.). Rio de janeiro: Garamond.
(original publicado em 1924).

BARROS, M. M. M.; JORGE, M. S. B. Prática de Saúde Mental nos Centros de Atenção Psicossocial: O discurso do sujeito coletivo.
Revista Baiana Saúde Pública Miolo. V. 34_ n.3. indd, p. 468-481. 2010.

________________________________ Concepções e Práticas de Atenção na Saúde Mental – O Discurso do Sujeito Coletivo. For-
taleza: EdUECE, 2011.

BATISTA, M. D. G. Breve Historia da loucura, movimentos de contestação e reforma psiquiátrica na Itália, França e no Brasil. Polí-
tica & Trabalho (online), v. 1, p. 391- 404, 2014. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/
article/view/16690/11177. Acesso em: 20/05/2017.

BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

BILBAO, G. G. L.; CURY, V. E. O artista e sua arte: um estudo fenomenológico. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 16, p. 91- 100, 2006.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/paideia/v16n33/12.pdf. Acesso em: 20/05/2017.

BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
Disponível em: https://cienciastecnologiassociedades.files.wordpress.com/2011/10/pierre_bourdieu_-_os_us os_so-
ciais_da_cic3aancia.pdf. Acesso em 20/05/2017.

BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 176 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34)

BRASIL, Portaria No 2.488, de 21 de Outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da
Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Disponível em:HTTP://www.brasilsus.com.
br/legislações/gm/110154-2488.html acesso em 08/05/2017.

CAMURI, D.; DIMENSTEIN, M. . Processos de Trabalho em Saúde: práticas em saúde mental na Estratégia de Saúde da Família.
Saúde e Sociedade (USP. Impresso), v. 19, p. 803-813, 2010.

CARVALHO, M, R. Terapia Cognitiva e Comportamental através da Arteterapia. Trabalho apresentado no 3 Congresso das Terapias
Cognitivas, São Paulo, 2001. Disponível em: http://www.nacsantos.com.br>. Acesso em 09/05/2017.

CARVALHO, F, B.; QUEIROZ, M, S. Saúde mental, interdisciplinaridade e um serviço de saúde. Revista UNIVAP, v. 13, p- 2735 – 2737,
2006. Disponível em: http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2006/epg/03/EPG00000625-ok.pdf. Acesso em 09/05/2017.

CHARLESWORTH, M. La bioética en una sociedad liberal. Cambridge: Cambridge, 1996: V,131.

CHIAVERNI, D. H. (Org.). (2011). Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde/ Centro de
Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva.

COHEN, C.; SALGADO, M. T. M. Reflexão sobre a autonomia civil das pessoas portadoras de transtornos mentais. Revista bio-
ética (online), v.17, p.157-341, 2009. Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/
view/163/168. Acesso em 10/05/2017.

COUTINHO, V. Arteterapia com crianças. Rio de Janeiro: Wak. 2007. DELEUZE.; GUATARI. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.
. O que é um dispositivo? Disponível em:. Acesso em: 24 de março, 2017.

& GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. I. São Paulo: Ed.34, 1995.

FELTES, D. L.; HOCH, V. A. Saúde Mental: (re)conhecendo a pessoa em sofrimento psíquico em suas potencialidades. 2015. (Apre-
sentação de Trabalho/Outra). Disponível em: http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2015/02/Artigo-Danielle-La-
sarotto-Felt es.pdf. Acesso em 11/05/2017.

FERREIRA, G. Desinstitucionalização e integralidade: um estudo do processo da Reforma Psiquiátrica no Brasil. In: GULJOR, A.
P. (Org.). Desinstitucionalização da Saúde Mental: contribuições para estudos avaliativos. Rio de Janeiro: CEPESC – IMS/UERJ –
ABRASCO, 2007. p. 209-223.

Comunicação Oral 473


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA INTERVENÇÃO DE


ARTETERAPIA COM MULHERES EM UM CENTRO DE SAÚDE DA
FAMÍLIA EM SOBRAL/CE
VIRNIA PONTE ALCANTARA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
FRANCISCO GILMÁRIO REBOUÇAS JÚNIOR
Rede Albert Einstein
CAMILLA ARAÚJO LOPES VIEIRA
Universidade Federal do Ceará – UFC
SAMARA VASCONCELOS ALVES
Universidade Federal do Ceará – UFC
FRANCISCA ISAELLY DOS SANTOS DIAS
Universidade Federal do Ceará - UFC
LIA PONTE ALCÂNTARA
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução
O cuidado em saúde mental no SUS e na Atenção Primária à Saúde se deu mediante um processo de luta social que repensou os
modelos de atenção e assistência à saúde nas décadas de 1970 e 1980, com os movimentos da reforma psiquiátrica e da reforma
sanitária (SOUSA et al, 2012). Na década de 1970, o movimento da Luta Antimanicomial denunciou graves violações do siste-
ma nacional de assistência psiquiátrica, envolvendo maus-tratos, superlotação e aprisionamento (SANTO; ARAUJO; AMARANTE;
2016). Apesar de muitas lutas, foi apenas em 2001 que a Presidência da República sancionou a lei nº 10.216/2001 – Lei da Refor-
ma Psiquiátrica Brasileira que dispunha acerca da proteção das pessoas com transtorno mental. É devido à articulação das Refor-
mas Sanitárias e Psiquiátricas, que hoje é possível existir uma rede de assistência em Saúde Mental, tendo também como porta
de entrada as Unidades Básicas de Saúde, em que equipes multidisciplinares se responsabilizam pelo cuidado à população, orien-
tados pela Estratégia Saúde da Família (MOURA; LUZIO, 2013). Na Atenção Primária, as demandas de saúde mental se inserem em
um perfil semelhante: mulheres adultas apresentando queixas psicossomáticas, como dores de cabeça, nervosismo, insônia, além
de transtornos de depressão ou ansiedade mais leves, nomeadas pela psiquiatria de Transtornos Mentais Comuns - TCM (VIDAL
et al, 2013; GAMA; ONOCKO CAMPOS; FERRER, 2014). O aparecimento de quadros de adoecimento da população vulnerável está
fortemente relacionado com as questões políticas e materiais de uma sociedade marcada pela exclusão e pela desigualdade. Nes-
ses casos, não se pode deixar de considerar questões de sobrevivência imediata como a fome, a violência, o desemprego ou a de-
sorganização familiar, além de aspectos como o constante estresse, a baixa resistência imunológica, a má alimentação, os hábitos
de higiene, a dificuldade ao acesso de tratamentos, dentre outros (GOIS, 2008). A principal alternativa para os cuidados em saúde
mental ainda tem sido a utilização de tratamento medicamentoso com psicofármacos. (BORGES et al, 2015; CAMBUY, AMATUZZI,
2012), no entanto, outras práticas despontam como novos modelos de atendimento, como o Projeto Terapêutico Singular – PTS,
a clínica ampliada, (FERREIRA NETO, 2007; PALOMBINI et al, 2013) e as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – PICS.
As PICS estão relacionadas com os sistemas médicos complexos e também com os recursos terapêuticos complementares e alter-
nativos (BRASIL, 2015). Esses recursos compartilham de uma visão ampliada do processo saúde-doença, da promoção do cuidado
e também do autocuidado, buscando estimular a prevenção de agravos e recuperação da saúde através do vínculo terapêutico,
da escuta acolhedora e da utilização de novas tecnologias (BRASIL, 2015). Uma das PICS reconhecidas pelo Ministério da Saúde
é a Arteterapia, dentre outras (BRASIL, 2017). A portaria nº 849/2017 descreve a arteterapia como uma prática que utiliza a arte
como fundamento do processo terapêutico e ainda discrimina a pintura, a música, a colagem, a tecelagem, dentre outras técnicas,
que podem ser utilizadas no processo realizado em grupos ou individualmente (BRASIL, 2017). Logo, o objetivo dessa pesquisa
intervenção foi trabalhar a arterapia junto a mulheres com problemas de saúde mental, atendidas em um Centro de Saúde da
Família de Sobral – Ceará.

Objetivos
Objetivo Geral: Trabalhar a arterapia junto a mulheres com problemas de saúde mental, atendidas em um Centro de Saúde da

474 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Família de Sobral – Ceará.

Objetivos Específicos:
Desenvolver um trabalho grupal com mulheres que possuam demanda em saúde mental; Dar visibilidade a arteterapia como
metodologia alternativa de cuidado, frente aos tratamentos com psicofármacos.

Desenvolvimento
Tratou-se de um estudo de caráter qualitativo que associou dois delineamentos de pesquisa complementares: a pesquisa-inter-
venção e a sociopoética. No campo da saúde, as abordagens qualitativas se constituem em torno da compreensão do processo
saúde-doença, partindo dos sentidos e significados que as pessoas atribuem a esse processo em suas vidas (TURATO, 2005). A
pesquisa-intervenção é um tipo de estudo que se afirma como uma prática ética, estética e política e que rompe com as perspec-
tivas tradicionais de pesquisa, pois propõe intervenções transformadoras da realidade e da experiência social (ROCHA, 2013). Na
pesquisa intervenção existe uma radicalização no entendimento da interferência do pesquisador na realidade, desconsiderando
a neutralidade e tomando a relação entre os participantes como a condição para a própria pesquisa (ROCHA, 2013). De modo
muito semelhante, a sociopoética é um método de pesquisa, iniciado pelo pedagogo e filósofo Jacques Gauthier, que se opõe aos
métodos indutivos tradicionais e considera as dimensões da produção do conhecimento, partindo não apenas do saber científico
consolidado, mas também dos saberes popular, artístico, filosófico, intuitivo e ademais. Pois, além de considerar a produção do
conhecimento como uma atitude dotada de interesses e objetivos políticos, a sociopoética busca as “verdades”, instituídas pelo
contexto histórico e cultural, para desconstruí-las, em favor da abertura para a produção de uma consciência crítica, tanto dos
pesquisadores, quanto dos participantes, que são entendidos como copesquisadoras (SILVEIRA et al, 2008). Deste modo, tanto
a pesquisa-intervenção, quanto a sociopoética favoreceram os objetivos da pesquisa e possibilitaram que fosse trabalhada a
arteterapia não enquanto abordagem consolidada pelo saber técnico- científico, mas como possibilidade de criação estética, de
corporalidade, de encontro, de devir, de potência e de criatividade no cuidado em saúde mental. Cenário da Intervenção: a inter-
venção se deu em um Centro de Saúde da Família – CSF - da cidade de Sobral-CE. O CSF terá seu nome omitido para consolidar
o sigilo dos participantes. Participantes da Intervenção: os participantes da intervenção foram mulheres adultas e idosas, que
estavam realizando tratamento para saúde mental. Foram selecionadas aquelas que estivessem fazendo uso de psicofármacos
destinados ao tratamento dos Transtornos Mentais Comuns, compreendidos, nessa pesquisa, como os benzodiazepínicos e/ou os
antidepressivos. As informações referentes ao uso de medicação foram baseadas nos dados contidos nas planilhas de avaliação do
PMAQ-AB, levantadas por área de Agentes de Saúde. Do total encontrado, foi selecionada uma amostra de dez participantes para
integrarem o grupo-pesquisador. A amostra foi selecionada por conveniência, baseada em contato prévio da pesquisadora com
mulheres, dentro do perfil, e com disponibilidade para o trabalho grupal. Entendendo que as participantes da pesquisa- interven-
ção sofrem com algum transtorno mental, quando necessário, a mediação entre as participantes e a pesquisadora foi realizada
pelo profissional de referência na atenção à saúde mental das participantes (enfermeira, Agentes Comunitários de Saúde ou a
própria pesquisadora, enquanto psicóloga atuante no CSF).
Período da Intervenção: Os preparativos e mobilização se deram em outubro de 2017, enquanto que a realização da intervenção
se deu em novembro de 2017.
Procedimentos da Intervenção: A intervenção se deu em três momentos distintos. O primeiro deles foi a mobilização da equipe de
saúde para apoio da proposta; o segundo foi a mobilização das mulheres, previamente selecionadas, para participarem do GP de
arteterapia e saúde mental e o terceiro foi a realização dos encontros do grupo. Realização dos Encontros do Grupo de Pesquisa:
o Grupo de Pesquisa – GP ocorreu em três etapas, a saber: a negociação do grupo (em que foi pactuada a instituição do GP,
discussão do perfil das participantes, a apresentação da pesquisadora, das profissionais apoiadoras, pactuação da proposta e da
participação das mulheres, leitura e assinatura dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE e termos de Autorização
de Uso de Depoimentos); Escolha do tema orientador da pesquisa (em que foram discutidas e elencadas quatro diferentes abor-
dagens de arteterapia para serem trabalhadas no GP: pintura em tecido, escultura em argila, oficina de cantos e jogos teatrais);
E oficina sociopoética (em que houve a produção dos dados da pesquisa). As reuniões se deram em quatro encontros semanais,
com duração entre uma hora e meia e duas horas cada encontro. As oficinas iniciaram sempre com dinâmicas de relaxamento e
sensibilidade, como recomenda Santos et al (2006), para motivação da atividade proposta; seguindo com a execução das oficinas,

Comunicação Oral 475


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

descritas posteriormente; e a discussão e avaliação das atividades realizadas no dia. Como a intenção do grupo era ser terapêuti-
co, a meta foi proporcionar um ambiente acolhedor para as falas e expressão dos sentidos, sentimentos e experiências.
Monitoramento e Avaliação Geral: O monitoramento e as avaliações foram sendo realizadas, de forma sistemática, após cada
etapa da intervenção. A avaliação se deu por duas diferentes perguntas: “Como se sentiram realizando a atividade?”, em que fo-
ram estimuladas a falar se a ação foi positiva ou negativa, quais benefícios imediatos obtiveram no momento terapêutico, se o
momento foi proveitoso ou não e também “O que pensaram da atividade realizada?”, em que puderam falar se a atividade foi bem
articulada, bem conduzida ou se poderia ter acontecido de maneira diferente. Ao final da intervenção, foi proposto que se ava-
liasse a intervenção de modo geral: o que houve de bom, o que aconteceu de desagradável e o que poderia acontecer para forta-
lecer as ações. Para isso foram utilizados as tarjetas “Gostei”, “Poderia ser melhor” e “E se fosse assim?”. As considerações foram
refletidas junto aos profissionais de saúde, para que se pensasse a continuação do grupo após o término da pesquisa. O monito-
ramento foi realizado pela lista de presença e pelo diário de campo, em que foram anotados e registrados as percepções sobre os
encontros. Todos os encontros foram gravados, para análise posterior. Aspectos Éticos: a pesquisa intervenção foi submetida ao
Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA (parecer 83/2017), conforme a Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012). Resultados: O primeiro
passo para corporificar a pesquisa foi a apresentação da proposta do projeto de intervenção no CSF, convidando todas as catego-
rias profissionais, que faziam parte da composição da equipe, para assistirem a apresentação. Essa estratégia foi uma maneira
encontrada para que todos os profissionais ficassem, não apenas cientes da intervenção, mas mobilizados e empolgados com a
ideia e, caso interessados, colaborassem enquanto apoiadores. Deste modo foi preparado um momento com a equipe, utilizando
como metodologia para o encontro, uma das oficinas sociopoéticas que seriam trabalhadas com as participantes posteriormente.
A oficina escolhida foi a de pintura e foi proporcionado uma mostra do que seria realizado no grupo. Na ocasião, participaram
onze profissionais (quatro ACS´s, uma enfermeira, uma auxiliar de serviços gerais, a tutora da Residência Multiprofissional em
Saúde da Família, uma nutricionista, um educador físico e uma enfermeira também residentes, além da pesquisadora). Os profis-
sionais presentes foram convidados a colaborarem com a pesquisa, enquanto apoiadores, e quatro profissionais se colocaram à
disposição (três ACS´s e uma das enfermeiras). A oficina foi avaliada como muito boa, pois os que participaram, além de terem
relatado aspectos positivos do momento vivenciado por eles, se posicionaram a favor da experiência, demonstrando animação e
envolvimento, vibrando pelas mulheres que participariam do processo. Essa etapa foi considerada muito proveitosa, visto que,
após a realização, quatro profissionais se disponibilizaram para acompanhar os encontros. A segunda etapa anterior ao grupo, foi
referente à escolha das participantes selecionadas. O processo se deu, primeiramente, por uma investigação prévia nas planilhas
do PMAQ-AB, nas listas dos usuários de saúde mental, excluindo-se o público infanto-juvenil e o público masculino. Tomou-se
para análise, dentre as mulheres adultas e idosas, aquelas que faziam uso de psicofármacos benzodiazepínicos, antidepressivos e
ansiolíticos, considerados usuais no tratamento de transtornos mentais comuns. Dentre aquelas possíveis para serem seleciona-
das, foram priorizadas as mulheres que já tinham participado de atividades anteriores no CSF (grupos de convivência, grupos de
práticas corporais) ou tinham tido alguma aproximação com a psicóloga pesquisadora (seja em atividades coletivas ou atendimen-
tos individuais). O critério decisivo foi a abertura para vinculação com a equipe de saúde, já que para participar do grupo seriam
necessários envolvimento afetivo e subjetivo. Após a seleção interna, as mulheres foram convidadas pelos profissionais de refe-
rência, aqueles com quem já tinham vínculo ou aproximação, eram estes: as enfermeiras; ACS´s; residentes em saúde da família;
ou a própria pesquisadora. Os profissionais que participaram da mobilização foram tanto os apoiadores da pesquisa, quanto ou-
tros interessados em contribuir. O convite foi realizado por meio de visitas domiciliares na qual os profissionais explicavam os
objetivos do grupo, o caráter da pesquisa, as metodologias que seriam utilizadas e as informações sobre dia e horário. No fim da
visita, caso a mulher selecionada demonstrasse interesse em participar, o profissional deixava um convite por escrito, detalhando
as informações que explicavam o dia e a hora. Essa fase da pesquisa também foi bem avaliada, já que das dez mulheres que
confirmaram a participação, nove compareceram no dia combinado e iniciaram a pesquisa, o que demonstra sucesso na mobiliza-
ção, além da força do vínculo entre os profissionais e usuários, que atenderam à proposta da pesquisa. A terceira etapa foram as
oficinas sociopoéticas, precedidas da leitura e assinatura do TCLE e pactuação dos momentos vindouros. Todas as oficinas tiveram
uma preparação do ambiente, com decoração, música e os materiais lúdicos que seriam utilizados. As oficinas começavam com
exercícios de respiração e relaxamento, facilitados pela pesquisadora. A primeira oficina foi de pintura em tecido, a segunda foi
de escultura em argila, a terceira foi de canto musical e a última de jogos teatrais. Discussão: Através dos sentidos e observações

476 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

construídas ao longo da pesquisa, no contato com o grupo pesquisador, aquilo que ficou mais claro, mais palpável foi a importân-
cia do vínculo no cuidado em saúde. A promoção da saúde, principalmente a saúde mental, depende desse estreitamento entre
profissionais e usuários. O vínculo, a escuta, o acolhimento e aproximação entre usuário e profissional são entendidos como
tecnologias relacionais ou tecnologias leves (ABREU; AMENDOLA; TROVO, 2017). O sofrimento das pessoas é idiossincrático,
complexo e deve ser visto de muitos ângulos diferentes: singular, social e histórico. Logo, esse trabalho vivo permite a produção
de relações através do acolhimento, da escuta, da confiança, do interesse e principalmente da construção de vínculos. Esse vín-
culo possibilita captar a singularidade, a cultura, o contexto e modos de viver dos usuários, ampliando os processos produtivos
entre eles e os profissionais. É por meio desse encontro, dessa relação, que as pessoas conseguem interagir e afetar umas às ou-
tras (MERHY; FEUERWERKER, 2009). Por conseguinte, foi justamente as tecnologias relacionais, dentre elas, o acolhimento, a
vinculação e o interesse pela vida das mulheres que provocou afetamentos, que possibilitou as falas durante os momentos da
pesquisa. Outra experiência interessante foi perceber como a expressão da subjetividade possibilitou experiências terapêuticas
no curso da pesquisa. A utilização da arteterapia foi um recurso muito precioso, pois além de possibilitar outras linguagens, ou-
tros modos de dizer, ainda potencializava as falas. Cada encontro que acontecia, mais o grupo era reconhecido como um lugar
propício para dizer ou para mostrar, expressar, cantar, dançar e ser. Mesmo em quatro oficinas, foi notável os efeitos produzidos
no percurso de cada uma. O uso da arte, com a finalidade terapêutica, possibilita uma linguagem que reflete as experiências in-
teriores, proporcionando uma ampliação da consciência de si, dos outros e das relações estabelecidas no mundo. Essa linguagem,
muitas vezes, consegue expressar mais conteúdos subjetivos do que a linguagem verbal, pois permite que algo seja dito, além da
capacidade da fala, sobretudo em pacientes psiquiátricos cuja comunicação é prejudicada. Deste modo, o exercício da arte, para
além dos seus objetivos estéticos, exercita o processo de criação e essa criatividade proporciona a produção de modos de subje-
tivação. Logo, o fazer artístico é mediador no processo de autoconhecimento e de ressignificação do sujeito acerca de si mesmo
e de sua relação com o mundo (REIS, 2014). Foi importante perceber que o grupo, em sua ação comunitária e de base territorial,
para além de terapêutico, foi também uma ferramenta política de transformação da realidade. Entendendo que não existe cuida-
do que não se proponha transformador, a escuta, a fala e o diálogo ganham novo sentido, quando possibilitam mudanças nas
formas de ver, de sentir e de viver. A psicologia comunitária traz consigo essa compreensão de que os modos de vida e a realidade
social podem ser transformados, a partir da relação estabelecida entre as pessoas, a partir das singularidades do processo. Isso
porque a ação comunitária é um aprofundamento da consciência e também um fortalecimento da identidade comunitária das
mulheres, tanto em seus aspectos coletivos, como também em seus aspectos individuais. Os grupos de mulheres comunitários
são uma estratégia bastante pertinente, pois faz emergir conteúdos e situações de opressão, violência e pobreza em que as par-
ticipantes estão imersas. É um contexto que surge sempre, tanto como pano de fundo, quanto como pauta principal das discus-
sões (FERREIRA MOURA JR et al, 2014). Logo um grupo que se propõe terapêutico tem seu valor político, quando possibilita o
crescimento de si mesmo através das relações e, com isso, se transforma a realidade. Importante frisar que a pesquisa teve seu
caráter de intervenção, justamente, para proporcionar essa transformação comunitária, através de atividades que pudessem de-
senvolver potencialidades individuais e coletivas.

Conclusões
É possível visualizar como produto dessa pesquisa, não uma impactante transformação na vida das mulheres participantes e
apoiadoras, mas pequenas e singelas mudanças, tomadas de consciência, diálogos, gestos, sorrisos, afetações e lágrimas. O
objetivo de trabalhar a arteterapia e as PICS, para proporcionar cuidados em saúde mental às mulheres adoecidas desse território
foi alcançado com sucesso. Da mesma forma os objetivos específicos foram contemplados, pois o grupo de cuidados em saúde
mental foi formado, assim como foi utilizada a arteterapia como proposta metodológica. O único objetivo que não foi possível
mensurar, por conta da proposta metodológica, foi o impacto no uso de psicofármacos. Devido ao pouco tempo de realização das
oficinas – pouco mais de um mês – não foi possível perceber alterações consideráveis relacionadas ao uso da medicação. Apesar
de terem havido algumas menções das mulheres acerca da utilização de medicamentos, nenhuma deixou de fazer uso. De forma
prática não se pode dizer que houve impacto, mas de modo subjetivo pode-se dizer que houve diálogo, ouve aumento da percep-
ção de si e tomada de consciência de um hábito que talvez nunca tenha sido questionado, que é o uso da medicação controlada.
As reflexões que ficam é que é possível instituir políticas, fortalecer o senso comunitário, inventar novas formas de experenciar a
coletividade e se utilizar mais do processo criativo para produzir tecnologias em saúde.

Comunicação Oral 477


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências
ABREU TFK, AMENDOLA F, TROVO MM. Tecnologias relacionais como instrumentos para o cuidado na Estratégia Saúde da Família.
Rev Bras Enferm [Internet], 70(5):981-7, 2017.

BORGES TL et al. Prevalência do uso de psicotrópicos e fatores associados na atenção primária à saúde. Acta Paul Enferm.
28(4):344-9; 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Conselho Nacional de Saúde (BR). Diretrizes e Normas
regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução N. 466 de 12 de dezembro de 2012- CNS. Brasília, DF, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de práticas
integrativas e complementares no SUS : atitude de ampliação de acesso / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

BRASIL. Decreto nº 849, de 27 de março de 2017. Inclui a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musico-
terapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Diário Oficial, Brasília, DF, 28 de março de 2017, nº 60, seção 1, p. 68

CAMBUY, K. & AMATUZZI, M. M. Experiências comunitárias: repensando a clínica psicológica no SUS. Psicologia & Sociedade;
24(3): 674-683, 2012.

FERREIRA MOURA JR, J et al . Intervención comunitaria con mujeres a partir de la actuación en Red en Psicología Comunitaria: Una
experiencia en una comunidad de Brasil. Psicoperspectivas, Valparaíso , v. 13, n. 2, p. 133-143, mayo 2014 .

FERREIRA NETO, JL. Práticas Transversalizadas da Clínica em Saúde Mental. Psicologia: Reflexão e Crítica, 21(1), 110-118, 2007.

GAMA, C. A. P. da; ONOCKO CAMPOS, R. T., & FERRER, A. L. Saúde Mental e Vulnerabilidade Social: a direção do tratamento. Re-
vista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 17(1), 69-84, março de 2014.

GOIS, C.W.L. Saúde comunitária: pensar e fazer. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008. MERHY, E.E.; FEUERWERKER, L.C.M. Novo
olhar sobre as tecnologias de saúde: uma necessidade contemporânea. In: MANDARINO, A.C.S.; GOMBERG, E. (Orgs.). Leituras de
novas tecnologias e saúde. São Cristóvão: Editora UFS, 2009. p.29-74.

MOURA, RH; LUZIO, CA. A Psicologia na Saúde Pùblica: algumas reflexões para a atuação profissional. In: EMIDIO, TS; HASHIMOTO,
F. A psicologia e seus campos de atuação: demandas contemporâneas. São Paulo: CulturaAcadêmica, 2013, pp. 51-83

PALOMBINI, AL. et al. Relações entre pesquisa e clínica em estudos em cogestão com usuários de saúde mental. Ciência & Saúde
coletiva, 18(10): 2899-2908, 2013.

REIS, A.C. dos. A Dança do Eu: Sentidos da Experiência da Biodança nos Movimentos da Subjetividade. Pesquisas e Práticas Psi-
cossociais 7(1), São João del-Rei, janeiro/junho, 2012. REIS, A.C. Arteterapia: a Arte como Instrumento no Trabalho do Psicólogo.
Psicologia: ciência e profissão, 2014, 34 (1), 142-157.

ROCHA, BS; WERLANG, MC. Psicofármacos na Estratégia Saúde da Família: perfil de utilização, acesso e estratégias para a promo-
ção do uso racional. Ciência & Saúde Coletiva, 18(11):3291-3300, 2013

SANTO, W.E.; ARAUJO, I.S.; AMARANTE, P. Comunicação e saúde mental: análise discursiva de cartazes do Movimento Nacional de
Luta Antimanicomial do Brasil. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.23, n.2, abr.-jun. 2016, p.453-471.

SANTOS et al. A Perspectiva Estética no Cuidar/Educar junto às Pessoas: Apropriação e contribuição da Sociopoética. Texto Con-
texto Enfermagem, Florianópolis, 15 (Esp): 31-8. 2006.

SILVEIRA, L.C. et al. A sociopoética como dispositivo para produção de conhecimento. Interface: Comunicação Saúde Educação.
v.12, n.27, p.873-81, out./dez. 2008.

TURATO, E.R. Métodos Qualitativos e Quantitativos na área da Saúde: definições, diferençase seus objetos de pesquisa. Revista
Saúde Pública 39 (3). 507-14, 2005.

VIDAL, CEL. et al. Transtornos mentais comuns e uso de psicofármacos em mulheres. Cad. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 21 (4):
457-64, 2013.

478 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

TENTATIVA DE SUICÍDIO: REVELANDO O CONTEXTO DA


AUTOAGRESSÃO
TEREZA CRISTINA NOGUEIRA CAMERINO
Faculdade Alencarina de Sobral – FAL
KARINA KASSIA GOMES BARROSO VERAS
Centro universitário Inta-UNINTA
ROBERLANDIA LOPES EVANGELISTA
Dr, pela Universidade Estadual do Ceará- UECE
MARIA VITALINA ALVES DE SOUSA
Centro Universitário Inta-UNINTA
LYRLANDA MARIA CAVALCANTE DE ALMEIDA
Centro Universitário Inta-UNINTA
NATÁLIA FREIRE SANTANA
Centro Universitário Inta- UNINTA

Introdução
O suicídio é caracterizado como uma auto violência, como um ato intencional para acabar com a própria vida (WHO, 2014). O
suicídio hoje é considerado como um fenômeno multidimensional, como consequência de uma indução mútua complicada entre
causas ambientais, sociais, fisiológicos, genéticos e biológicos, sendo considerada como um tema tabu na sociedade (CESCON et
al, 2018). O comportamento suicida tem sido ligado diretamente a quadros de transtorno psiquiátrico. Contudo, nem sempre o
ato suicida evolui para morte, assim tendo que determinar o contexto da autoagressão e a evolução das tentativas de suicídio
(FÉLIX,2016). O suicídio epidemiologicamente é o segundo principal motivo de óbito em adolescentes e adultos em nosso país. De
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente ele é responsável por um milhão de óbitos (o que corresponde
a 1,4% do total de mortes), por exemplo, em 2012, foram registradas 11.821 mortes por suicídio, no país, sendo 9.198 homens e
2.623 em mulheres (WHO, 2014). Por se tratar de um país com grande população, o Brasil se encontra em oitavo lugar em relação
ao número de mortes por autoagressão no mundo; isso acontece a despeito de possuir um nível de suicídio um pouco a baixo (me-
nos de oito por 100 mil habitantes/ano) se for comparar ao de países do hemisfério norte, que registram taxas de 20 a 30 por 100
mil habitantes/ano (BOTEGA, 2014). O Ceará está em quinto lugar no ranking de suicídios do Brasil, conforme o 10º Anuário de
Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estado apresentou uma média de seis casos por 100
mil habitantes, um número elevado em relação à média nacional 4,2, tendo 533 casos registrados apenas 2015 (O POVO, 2016).
Todo esse cenário, torna a pesquisa relevante, pois oferecerá uma melhor compreensão sobre a gestão do cuidado de pessoas
que tentam o suicídio, além de servir de base para serviços e profissionais na área da saúde, em futuras pesquisas sobre suicídio,
ampliando assim o conhecimento sobre o tema.

Objetivo
Conhecer o contexto de autoagressão e como são conduzidas as evoluções de casos de tentativas de suicídio conforme a literatura
científica.

Desenvolvimento
O estudo se configura do tipo revisão integrativa. E teve a seguinte questão: Qual o contexto da autoagressão da tentativa de
suicídio? A aproximação às bases de dados deste trabalho se deu entre fevereiro e junho de 2019. A busca online foi realizada
através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foi realizada a terminologia padronizada dos Descritores em Ciências da Saúde
(DECS), a saber: Tentativa de suicídio, Suicídio e Saúde Mental. Sendo utilizados os operadores Bolleanos and. Para os critérios de
inclusão, levaram-se em consideração artigos disponíveis na íntegra e indexada nos últimos quatro anos (2014 a 2018). Como
critérios de exclusão, foram excluídos documentos técnicos, resumos de congressos, anais, editoriais, monografias, dissertações
e teses de doutorado. Com o cruzamento a partir dos descritores mencionados anteriormente nas bases de dados, foram encon-
trados 49 artigos disponíveis, sendo incluídos 15 artigos. Destaca-se, ainda, que a pesquisa teve conformidade com as recomen-
dações PRISMA (2015). E para avaliação crítica dos estudos, estes também serão classificados de acordo com o nível de evidência
proposta por Melnyk e Fineout-Overholt (2005). A análise dos artigos atendeu Minayo (2014). Assim, apresenta-se os 15 artigos

Comunicação Oral 479


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

selecionados, com o ano de publicação, titulo/nível de evidência, delineamento metodológico e objetivo: • Tentativas e suicídios
por intoxicação exógena no Rio de Janeiro, Brasil: análise das informações através do linkageprobabilístico, (2014). Nível VI. Um
estudo seccional descritivo , que teve por objetivo melhorar a qualidade das informações acerca de uma dos três principais meios
utilizados nas tentativas de suicídio, que é a intoxicação exógena . • Fatores de risco relacionados com suicídios em Palmas (TO),
Brasil, 2006-2009, investigados por meio de autópsia psicossocial,(2014). Nível VI. Utilizou-se o método de autópsia psicológica e
psicossocial, a qual, por meio de entrevistas com familiares, com o objetivo de analisar e descrever os fatores de risco e seus de-
terminantes, associados a 24 casos de suicídio socorridos na cidade de Palmas (TO), no período de 2006 a 2009. • Os Motivos da
Escolha do Fogo nas Tentativas de Suicídio Realizadas por Mulheres, (2014). Nível VI (2014). Trata-se de uma pesquisa qualitativa
de natureza exploratória e o seu objetivo é compreender os significados da escolha do fogo como um dispositivo para a tentativa
de suicídio em mulheres. • Tentativa de autoextermínio entre adolescentes e jovens: uma análise compreensiva, (2014). Nível VI
(2014). Uma Pesquisa fenomenológica desenvolvida em uma cidade do interior de Minas Gerais e o seu objetivo é compreender
o significado da tentativa de autoextermínio na vida de jovens e adolescentes que atentaram contra a própria vida. • Suicídio e
trabalho em metrópoles brasileiras: um estudo ecológico, (2014). Nível VI . Estudo ecológico, cujo desfecho é o coeficiente de
mortalidade por suicídio, com o objetivo de relacionar a mortalidade por suicídio com indicadores de saúde e trabalho em seis
metrópoles brasileiras: Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. • Tentativa de suicídio infanto-
-juvenil: lesão da parte ou do todo? (2015). Nível VI. Trata-se de uma pesquisa documental e descritiva, com o objetivo de verificar
o registro e o número de casos de tentativa de suicídio entre crianças e adolescentes do município de Matozinhos, Minas Gerais,
Brasil. • Influências dos problemas e conflitos familiares nas ideações e tentativas de suicídio de pessoas idosas, (2015). Nível VI.
Um estudo qualitativo com o objetivo de Analisar o que influência os problemas e conflitos familiares nas ideações e tentativas de
suicídio de pessoas idosas • Fatores associados aos óbitos entre homens envenenados por carbamato (“chumbinho”), (20160.
Nível VI. Um Estudo retrospectivo, epidemiológico tipo caso-controle, com o objetivo de determinar os fatores associados aos
óbitos em vítimas de envenenamento por carbamato(“chumbinho”). • Tentativas de suicídio e suicídios na atenção pré-hospitalar,
(2016). Nível IV. Estudo descritivo transversal, com o objetivo de caracterizar as tentativas de suicídio e suicídios ocorridos em um
município do Noroeste do Estado do Paraná, atendidos em serviço pré-hospitalar. • Tentativas de suicídio por exposição a agentes
tóxicos registradas em um Centro de Informação e Assistência Toxicológica em Fortaleza, Ceará, 2013,( 2016) . Nível II. Estudo
descritivo, com o objetivo de descrever casos de tentativa de suicídio por exposição a agentes tóxicos registrados pelo Centro de
Informação e Assistência Toxicológica em Fortaleza, Ceará, Brasil. • Do acolhimento ao encaminhamento: O atendimento às
tentativas de suicídio nos contextos hospitalares,( 2017). Nível VI. De caráter qualitativo, a pesquisa investiga o acolhimento, o
atendimento e os encaminhamentos feitos aos usuários atendidos por tentativa de suicídio, em duas urgências e duas emergências
hospitalares de um município do Sul do Brasil. • Comportamentos suicidários: caracterização e discussão de fatores de vulnerabi-
lidade,(2017). Nível VI. Foi realizada uma análise descritiva, com o objetivo de caracterizar a população de doentes observados
em primeira consulta na Unidade de Comportamentos suicidários (UCS) do serviço de psiquiatria do Hospital de Braga (HB) du-
rante os anos 2014-2015. • Relação entre comportamento suicida e transtornos alimentares: uma revisão sistematizada, (2018).
Nível V. Foi realizada uma busca em bases de dados, com o objetivo de realizar uma revisão sistematizada da literatura acerca dos
transtornos alimentares e sua relação com o comportamento suicida, analisando o conteúdo das publicações. • Suicídio, cultura
e trabalho em município de colonização alemã no sul do Brasil, (2018). Nível II. Um estudo de caso social, com o objetivo de refle-
tir sobre a cultura alemã e a ética do trabalho como determinantes do suicídio, em um município colonizado por alemães. • Pro-
jeto Vida: integração da Vigilância Epidemiológica e setor da Saúde Mental frente às tentativas de suicídio em Fraiburgo, Santa
Catarina, 2014-2017, (2018). Nível IV. Projeto desenvolvido de forma integrada entre os serviços de Vigilância Epidemiológica,
com o objetivo de descrever a experiência da implantação do Projeto Vida no período 2014-2017 em Fraiburgo, Santa Catarina,
Brasil. O ano com maior número de publicações desse estudo monográfico foi do ano de 2014 com 05 artigos publicados. Nas
pesquisas envolvidas neste estudo 11 das 15 se apresentaram no Nível VI, caracterizando “Evidências derivadas de um único
estudo descritivo ou qualitativo. Em relação aos delineamentos metodológicos dos 15 artigos, os tipos de estudos que predomi-
naram foram (12) estudos qualitativo-descritivos. Geralmente, temáticas envolvendo subjetividade e suicídio faz o perfil de pes-
quisas qualitativas, pois trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. (GONÇALVES;
SILVA; FERREIRA, 2015). Em relação ao quantitativo e aos objetivos dos estudos, foi possível compreender o uso de métodos
violentos na tentativa de suicídio (n=5), o uso de agentes tóxicos (n=4), fatores de risco (n=3) e evoluções das tentativas de suicí-

480 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

dio (n=3). Rosa et al., (2016) considera importante a relevância das tentativas de suicídio para uma boa evolução de um caso, pois,
mesmo sendo considerada muitas vezes uma injuria com baixa intencionalidade de morte e com possibilidade de intervenção
para diminuir e evitar as mortes por suicídio, esse evento causa um forte impacto social, assim objetivou seu estudo em analisar
as características de tentativas de suicídio em uma unidade pré-hospitalar. Feita esta análise inicial, a sequência desta pesquisa
resgata a questão problema deste trabalho, ou seja, qual o contexto da autoagressão e evolução da tentativa de suicídio? A partir
disso, consultou os resultados encontrados nos 15 artigos analisados e, obedecendo à análise temática de Minayo (2014) sistema-
tizaram-se as categorias temáticas. Assim as categorias foram agrupadas por similaridade do seguinte modo: unidade temáticas-
-conflitos familiares e meios utilizados (doze dos quinze artigos analisados), obtiveram às seguintes categorias: contexto familiar
e meios utilizados. Já a unidade temática evolução das tentativas de suicídio, 3 artigos, contemplando as seguintes categorias:
óbito e cura. Contexto de autoagressão: A literatura constata a conexão do contexto social e familiar com os casos de suicídio,
bem como o impacto desses casos nas famílias e no círculo social, assim, os problemas familiares concorrem com outros fatores
associados ao comportamento suicida. A fragilidade das relações interpessoais se mostrou predominante como gatilho, por pes-
soas que tentaram suicídio, afetando assim seu emocional, acabando por induzir a pessoa à autoagressão (SILVA, et al 2015). O
uso de medicamentos psicoativos é um dos meios mais utilizados em indivíduos com algum transtorno mental, esse meio é inclu-
ído nas tentativas de suicídio por agentes tóxicos, que está dentre as inúmeras situações cotidianas vivenciadas no atendimento
de emergência nas instituições de saúde, constituindo quantitativo relevante de casos, especialmente aqueles decorrentes da
ingestão de carbamato, também conhecido como “chumbinho” (SILVA; COELHO, PINTO, 2016). Pôde ser constatado que o uso de
agentes tóxicos se encontra entre os principais métodos utilizados em tentativas de suicídio. (GONDIM, et al 2017). Evolução das
tentativas de suicídio em unidades de saúde: Com respeito à evolução desses indivíduos Gondim, et al (2017) observou em sua
pesquisa que, 47,0% evoluíram para a cura, 27,3% para a cura não confirmada, 4,1% para óbito, 0,3% para óbito por outra causa,
0,3% para sequela e 21% para outra forma de evolução. Estas intoxicações apresentam-se em sua maioria leves; o tempo de bus-
ca por atendimento é curto e o suporte de emergência eficaz o que permite a evolução da maioria dos casos com alta melhorada
sem sequelas (56,7%). (OLIVEIRA, et al 2016). É observada que paciente que tentam contra sua vida com métodos mais violentos,
como, fogo, enforcamento, arma branca ou arma de fogo e que evoluem para cura ou possíveis curas acabam por carregar cicatri-
zes e sequelas para toda vida (FREITAS; BORGES, 2017).

Conclusões
Nos estudos observados, publicados em sua maioria em 2014, notou-se que com a obrigatoriedade de notificar as violências
autoprovocadas a partir deste ano, foi o que contribuiu para este aumento, contudo, obtiveram-se poucos estudos que abordem
as evoluções das tentativas de suicídio e suicídio, evidenciando poucas produções nacionais no período de 2014-2018. Foram
identificados fatores de risco ligados ao contexto da tentativa de suicídio e suicídio, como, conflitos familiares, o que diz respeito
ao trabalho, às relações humanas, características pessoais, e o risco de tentativa de suicídio relacionado com a presença de trans-
-torno mental e ao ambiente profissional. Referindo as limitações deste estudo, destaca-se a quantidade de estudos mapeados,
ou seja, 15 artigos, assim como artigos exclusivamente em Português. Porém, os achados desta pesquisa têm uma relevância ím-
par, pela sua cuidadosa análise e pela necessidade ampliar os resultados a comunidade científica. Isto atende os pressupostos da
revisão integrativa, visto que, lança a “mão” de resultados que nortearão a prática baseada em evidência. Vale ressaltar, que este
estudo corrobora a necessidade de maiores pesquisas de campo na área, visto o pouco número de artigos perante a uma temática
tão abordada em nosso país nos últimos anos, assim, esse levantamento de dados e de literatura, poderá servir como base para
uma futura pesquisa de campo, a fim de aumentar essa carência de publicações na área.

Referências
BOTEGA, n. J. Comportamento suicida: epidemiologia. Revista de Psicologia da USP, v. 25, n. 3, p. 231-236, 2014.

CESCON, Luciana França; CAPOZZOLO, Angela Aparecida; LIMA, Laura Camara. Aproximações e distanciamentos ao suicídio: ana-
lisadores de um serviço de atenção psicossocial. Saude soc., São Paulo, v. 27, n. 1, p. 185-200, Jan. 2018. Disponível em . Acesso
em 19 Set. 2018.

FÉLIX, T.; OLIVEIRA, E.; LOPES, M. V.; PARENTE, J. R.; DIAS, M. S.; MOREIRA, R. M. Fatores de risco para tentativa de suicídio: pro-
dução de conhecimento no brasil. Revista Contexto & Saúde, v. 16, n. 31, p. 173-185, 22 dez. 2016.

Comunicação Oral 481


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

GONÇALVES, Patrícia Ivanca de Espíndola; SILVA, Roseane Amorim da; FERREIRA, Lindair Araújo. Comportamento suicida: percep-
ções e práticas de cuidado?. Psicol. hosp. (São Paulo), São Paulo , v. 13, n. 2, p. 64-87, ago. 2015 . Disponível em http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092015000200005&l ng=pt&nrm=iso

GONDIM, Ana Paula Soares et al. Tentativas de suicídio por exposição a agentes tóxicos registradas em um Centro de Informação e
Assistência Toxicológica em Fortaleza, Ceará, 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 26, n. 1, p. 109-119, Mar. 2017. Disponível
em. Acesso dia 21 Jun 2019.

ROSA, Natalina Maria da et al . Tentativas de suicídio e suicídios na atenção pré-hospitalar.


J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 65, n. 3, p. 231-238, Sept. 2016 . Available from .

SILVA, Júlio César Santos da; COELHO, Maria José; PINTO, Cecília Maria Izidoro. Fatores associados aos óbitos entre homens en-
venenados por carbamato (“chumbinho”). Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 37, n. 2, e54799, 2016 . Disponivel em. Acesso
em 21 Jun 2019.

SILVA, Júlio César Santos da; COELHO, Maria José; PINTO, Cecília Maria Izidoro. Fatores associados aos óbitos entre homens enve-
nenados por carbamato (“chumbinho”). Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 37, n. 2, e54799, 2016 . Disponível em .
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (2014). Preventing suicide: A global imperative. Geneva: World Health Organization.

482 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

TRANSTORNO MENTAL E O RISCO DE SUICÍDIO EM USUÁRIOS


DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
ROBERTA MAGDA MARTINS MOREIRA
Universidade Federal do Ceará - UFC
ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA (OLIVEIRA, E.N.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ROBERLÂNDIA EVANGELISTA LOPES (LOPES, R.E)
Centro Universitário INTA – UNINTA
MARCOS VENÍCIOS DE OLIVEIRA LOPES (LOPES, M.V.O.)
Universidade Federal do Ceará – UFC
LYCÉLIA DA SILVA OLIVEIRA (OLIVEIRA, L.S.)
Universidade Federal do Ceará – UFC
LORENNA SARAIVA VIANA (VIANA, L.S.)
Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução:
As substâncias psicoativas (SPA) atuam no sistema nervoso central, provocando efeitos nas funções cognitivas, comportamentais
e psicológicas, que causam alterações de humor, comportamento e consciência (CERQUEIRA, 2015). Dentre essas, destaca-se o
álcool, opiáceos, cannabis, anfetaminas, sedativos e hipnóticos, cocaína, inalantes, alucinógenos e tabaco, os quais com o uso
constante e de forma abusiva podem decorrer em inúmeros prejuízos ao indivíduo (SCHOLZE et al., 2017). Nesse sentido, o
consumo abusivo de SPA pode ser considerado um grave problema de saúde pública. No ano de 2012, entre 162 a 324 milhões
de indivíduos com faixa etária entre 15 a 64 anos, o que representa 3,5% a 7,0% da população mundial, consumiram pelo menos
uma vez substâncias ilícitas. Além disso, estima-se 16 a 39 milhões dependentes e 183 mil mortes relacionadas a esse agravo
(OMS, 2014). O Brasil é um dos países em que esta problemática é crescente, o qual representa 20% do consumo mundial de
cocaína, constituindo o maior mercado de crack. Pesquisas evidenciam que cerca de 67 milhões de pessoas consomem álcool
regularmente, das quais 17% apresentam uso abusivo. Quanto à maconha, os resultados revelam que 3% da população adulta a
utilizam frequentemente (LARANJEIRA, 2014). Ademais, o consumo abusivo dessas substâncias influencia de forma decisiva no
processo de saúde-doença mental dos usuários. Dessarte, esse problema apresenta relação direta com o suicídio, constituindo
fator de risco para tal ação, como é possível observar em alguns estudos de Cantão e Botti (2016); Félix et al. (2018), os quais
afirmam que independentemente da substância utilizada, essa contribui para o comportamento suicida. Além disso, alguns es-
tudos demonstram associação entre presença de transtornos mentais (TM) e o uso e abuso de SPA (LUCCHESE, 2017; SABAN et
al., 2014). No Brasil, a ansiedade e a depressão são as mais presentes e oscilam em média de 44,9% e 28%, respectivamente,
nesses indivíduos, apontando que o uso de SPA proporciona maior probabilidade para desenvolver TM (MERCHÁN-HAMANN et
al., 2012). A presença desses transtornos mentais em usuários de SPA potencializa o risco paracomportamento suicida, o qual
também é considerado um problema de saúde pública, com taxa de 11,6 mortes por 100 mil habitantes, representado por cerca
de 804 mil óbitos, no ano de 2012. Nesse ínterim, os dados nacionais evidenciam que a cada dez tentativas de autoextermínio
ou suicídio, duas ou mais estão relacionadas ao uso de álcool (LARANJEIRA, 2014). Assim, perante a magnitude dessas temáticas,
as quais são consideradas problemas de saúde pública, torna-se necessário investigar acerca da associação entre a presença de
transtorno mental e o risco de suicídio nos usuários de SPA, a fim de aprimorar a atenção à saúde de indivíduos envolvidos com
as SPA, principalmente no âmbito da saúde mental, bem como para conhecer os fatores envolvidos nesse contexto e delinear os
grupos em risco para o suicídio com o objetivo de evitar a antecipação do fim de vida. Diante disso, esse estudo se desenvolveu
por meio das seguintes questões norteadoras: Em que medida o transtorno mental está presente na vida dos usuários de SPA?
Como se encontra o risco para suicídio nos usuários de SPA? Qual a relação entre a presença de transtorno mental e o risco de
suicídio em usuários de SPA?

Objetivos:
Analisar a relação entre a presença de transtorno mental e o risco de suicídio em usuários de substâncias psicoativas.

Comunicação Oral 483


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo descritivo com delineamento transversal sob abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em oito mu-
nicípios localizados na 11ª Região de Saúde (11ª CRES), a saber: Cariré, Coreaú, Forquilha, Graça, Ipu, Santa Quitéria, Varjota e
Sobral, os quais foram escolhidos devido possuir um serviço de saúde mental de referência para atendimento ao usuário de SPA.
Dessa maneira, realizou-se a coleta em três modalidades de serviços, tais como: Estratégia Saúde da Família, Centro de Atenção
Psicossocial Geral e Álcool e outras Drogas, bem como em comunidades terapêuticas. Para delimitação da amostra, utilizou-se a
amostra estratificada simples com a fórmula da variável desfecho qualitativa supondo população finita, em que se fixou um nível
de significância de 95%, proporção de 50% de usuários e erro absoluto de 5%, totalizando 605 usuários que foram incluídos me-
diante estar acompanhado nos serviços supracitados devido ao uso de SPA e foram excluídos aqueles que apresentaram algum
déficit cognitivo grave ou que não tinham condições de serem entrevistados por falta de comunicação verbal ou por estarem sob
o efeito de alguma substância. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada subsidiada por dois
instrumentos, que constam do Self-ReportingQuestionnaire (SQR-20) e o Índice de RIsco de Suicídio (IRIS). O SQR 20 apresenta 20
questões e utiliza o ponto de corte 7/8 para a presença de transtorno mental, em que se destaca a sua funcionalidade para ras-
treamento e não diagnóstico, apresentando alta sensibilidade e especificidade de 89,3% (GUIRADO; PEREIRA, 2016). Enquanto
isso, o IRIS é composto por 12 itens que investiga o risco de suicídio, referente aos aspectos sociodemográficos, o contexto envol-
vido e a esfera suicida, em que o score total máximo é 20. Para isso, estimou-se pontos de cortes, divididos em três grupos, tais
como: risco reduzido com score menor que 5, risco intermédiario com score total entre 5 a 9 e risco elevado com valor total maior
ou igual a 10 (VEIGA et al., 2014). Para a análise, os dados foram organizados no Microsoft Excel 2017 e posteriormente, utilizou-
-se o software R versão 3.4.2 para análise estatística descritiva e inferencial, em que se utilizou a correlação de Pearson para
comparar as variáveis numéricas do risco de suicídio relacionado ao IRIS e o transtorno mental obtido pelo SQR-20. Ademais,
ressalta-se que o estudo integra uma pesquisa maior intitulada: Saúde mental e o risco de suicídio em usuários de drogas, a qual
obteve parecer favorável com nº 2.739.560, respeitando a Resolução de nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacio-
nal de Saúde (BRASIL, 2012), em que o consentimento dos participantes foi legitimado por meio do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE). Transtorno mental e o risco de suicídio nos usuários de SPA, ao avaliar os 605 casos entrevistados, 73,6%
(n=445) apresentaram rastreamento positivo para transtorno mental comum. Nessa perspectiva, estudos apontam que o uso
abusivo de SPA afeta gravemente a saúde mental, aumentando a probabilidade para transtornos psiquiátricos de uma forma geral
(DALGALARRONDO, 2019). Dessa maneira, investigou-se quatro domínios relacionados à presença de transtorno mental, a saber:
humor ansioso e depressivo, sintomas somáticos, decréscimo de energia e pensamentos depressivos. Quanto ao humor ansioso
e depressivo, 74,9% (n=453) referiram se sentir nervoso, tenso ou preocupado; 51,1% (n=309) se assustam ou ficam com medo
com facilidade; 60,3% (n=365) se sentem infeliz ou triste ultimamente e 35,4% (n=214) têm chorado mais do que o comum. Nesse
aspecto, autores ratificam a presença de transtorno mental em usuários de SPA, em que se destacam os transtornos de humor
como as principais comorbidades apresentadas, principalmente a depressão e transtorno bipolar, seguido de ansiedade e esqui-
zofrenia (GATES et al., 2017). Esses dados corroboram com o encontrado nesse estudo, uma vez que se observa alta porcentagem
dos sintomas referentes ao humor ansioso e depressivo. Ademais, observou-se uma frequência maior na avaliação dos sintomas
somáticos, em que 75,5% (n=457) dos usuários relataram que dormem mal, 46,4% (n=281) sentem dor de cabeça com frequência,
51,1% (n=309) apresentaram falta de apetite, 52,2% (n=316) afirmaram que as mãos tremem, 36,5% (n=221) referiram sensações
desagradáveis no estômago e 34,9% (n=211) sofrem com má digestão. Enfatiza-se o predomínio dos sintomas somáticos nesse
público, que pode estar relacionado a modificação que a SPA causa na atividade mental desses indivíduos, que repercute nas es-
feras psíquicas, somáticas e neurovegetativas (CERQUEIRA, 2015). Além disso, essas manifestações somáticas estão relacionadas
diretamente a presença de sofrimento mental, em que estudo desenvolvido na Índia apontou que a maior causa da insônia ou
outros sintomas relacionados foram justificados pelo alto nível de tensão, depressão e tristeza relatada pelos entrevistados (STE-
PHENSON; WINTER; HINDIN, 2013). Esses sintomas refletem o comprometimento na saúde desses indivíduos, ao mesmo tempo
em que afeta a qualidade de vida e pode gerar problemas mais graves. Tornando-se necessário identificar a causa desses sintomas
para uma intervenção precoce e assim, favorecer atividades que promovam a saúde desses indivíduos e consequentemente, sua
autonomia, uma vez que esses sintomas geram dificuldades para realizar atividades antes desempenhadas devido gerar diminui-
ção de energia. Nesse sentido, ao investigar o decréscimo de energia vital, constatou-se que 64% (n=387) dos usuários afirmaram
que ficam cansados com facilidade e 54% (n=327) se sentem cansado todo tempo, além disso, 48,6% (n=294) apresentaram difi-

484 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

culdades para tomar decisões, 46,3% (n=280) têm dificuldades de pensar claramente, 33,5% (n=203) relataram resistência em ter
satisfação nas atividades diárias e 20,5% (n=124) afirmaram que o trabalho causa sofrimento. Esses fatores contribuem para a
presença de pensamentos depressivos, no qual se observou que 47,9% (n=290) dos usuários referiram ter perdido o interesse nas
coisas, 28,6% (n=173) se sentiram incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida, 20,2% (n=122) se sentem inúteis e 47,9%
(n=290) afirmaram já ter pensado em tentar suicídio ou em acabar com a vida, no último mês. Em relação a isso, um estudo caso
controle apresenta que o uso abusivo de SPA dobra as chances para a tentativa de suicídio, enquanto que a presença de um trans-
torno mental eleva em dez vezes o risco para tal prática, constituindo condições importantes que aumentam o número de violên-
cia autoprovocada, principalmente quando associadas (FÉLIX et al., 2018). Nesse ínterim, foi avaliado o risco de suicídio dos
usuários de SPA, em que 11,4% (n=69) apresentaram risco reduzido, 43% (n=260) intermediário e 45,6% (n=276) elevado. Nos
fatores de risco para o suicídio relacionados ao perfil sociodemográfico conforme o IRIS, os resultados demonstraram 77,3%
(n=468) usuários do sexo masculino, 33,7% (n=204) na faixa etária de 45 ou mais anos e 40,7% (n=246) sem religiosidade. Nessa
perspectiva, observa-se o alto número de usuários de SPA do sexo masculino, o qual é consolidado como de maior risco para o
suicídio, devido apresentar comportamentos impulsivos e escolher meios mais violentos para execução do ato, como enforcamen-
to, uso de arma de fogo e precipitação de locais elevados (THESOLIM et al., 2016). Além disso, discute-se acerca da faixa etária de
maior risco, em que a Organização Mundial de Saúde considerava os idosos como grupo populacional de maior risco para o suicí-
dio, todavia, dados mostram que a taxa brasileira de suicídio em idosos estão estáveis nos últimos trinta anos, com valores em
torno de 7 por 100 mil habitantes (OMS, 2014). Enquanto isso, aumenta-se o número de pessoas que se suicidam na faixa etária
de adolescentes e adultos jovens, tornando--se as de maiores ocorrência em estudos que avaliam o perfil de pessoas que tenta-
ram suicídio (RIBEIRO et al., 2018; FÉLIX et al., 2018). Para corroborar com isso, o novo relatório da OMS aponta o suicídio como
a segunda maior causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos (OMS, 2014). Logo, reflete-se sobre a necessidade de rediscutir a
faixa etária utilizada como parâmetro de maior risco para o suicídio, em que o IRIS utiliza pessoas com idade igual ou maior do
que 45 anos, todavia, percebe-se na literatura que esses dados estão invertendo, com predomínio do grupo etário mais jovem.
Entretanto, ainda se ressalta o quanto o suicídio é multidimensional, necessitando de outras avaliações para além da idade. Nes-
se ínterim, destaca-se alguns fatores de proteção para o comportamento suicida, como a religiosidade, item também avaliado no
IRIS, em que se observou ausência dessa em cerca de 40,2% de usuários (n=243), constituindo um risco para o suicídio. Estudos
apontam que maiores níveis de envolvimento religioso influenciam positivamente no bem-estar psicológico e satisfação com a
vida, enquanto a sua ausência pode estar associado a diagnósticos de depressão, abuso de SPA e pensamentos suicidas (SANTOS
et al., 2016). Dessa maneira, o consumo de SPA apresenta relação direta com a religião, uma vez que afasta o indivíduo dessa
prática bem como de outras relações sociais, devido o papel que a SPA representa na vida desses usuários (ALVAREZ; GOMES;
XAVIER, 2014). Dessarte, o uso de SPA pode aumentar as chances de o indivíduo viver sozinho ou sem apoio familiar ou social,
gerando o isolamento, visto em 36,8% (n=223) da amostra. E isso constitui fator preditor de sofrimento psíquico e do risco para o
suicídio, uma vez que as relações fragilizadas são vistas como principais motivações para a autoagressão por usuários (RIBEIRO et
al., 2018). Ademais, 58,7% dos usuários (n=355) relataram perda recente marcante referente a luto, desemprego, perda material
ou de estatuto. Esses dados corroboram com o encontrado em demais estudos, que mostram perdas de figuras parentais na in-
fância, términos de relacionamentos amorosos e morte familiar em usuários de drogas atendidos em um CAPS, em que cerca de
9% dessas perdas foram próximas à admissão no serviço (CANTÃO; BOTTI, 2016). Nesse contexto, destaca-se o quanto a perda ou
experiências traumáticas afetam a saúde mental desses usuários, pois provocam sentimentos de vulnerabilidade, desamparo e
frustação que associado ao uso de SPA, aumenta o risco para o suicídio (SANTOS et al., 2016). Ainda, alguns fatores associados
podem potencializar o risco para o suicídio, tais como a presença de uma doença física incapacitante ou terminal, observado em
14,2% (n=86) dos entrevistados. Essa condição limita o indivíduo, tornando- o dependente ou incapacitado para desenvolver ati-
vidades de vida diária, desenvolvendo sentimentos de inutilidade que também favorece para uma redução na autoestima e saúde
mental, constituindo assim, risco para o comportamento suicida. Outro elemento crucial para o suicídio é o uso abusivo de álcool
e outras substâncias, elencado na maioria (96,2%; n=582) dos entrevistados. Vásquez et al. (2013) afirmam que o uso abusivo de
drogas atua como fator de motivação ou estimulante para o suicídio, decorrente de comportamentos impulsivos provocados pelo
uso no momento da intoxicação e o episódio depressivo no momento da abstinência. Nesse intento, o uso de drogas pode desen-
cadear um transtorno mental, o qual foi observado em 32,6% (n=197) da amostra. Estudo evidencia que o usuário de drogas
apresenta 1,62 vezes mais chances de desenvolver um transtorno mental (KEDZIOR; LAEBER, 2014). Além disso, essa condição

Comunicação Oral 485


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

também pode ser precursora do abuso de drogas e o padrão de consumo abusivo agrava o sofrimento mental (DALGALARRONDO,
2019). Essas comorbidades aumentam a probabilidade de um internamento psiquiátrico, visto em 46,8% (n=283) dos entrevista-
dos, o que denota a gravidade dos casos, que necessitaram de uma intervenção hospitalar ou em comunidade terapêutica para
reabilitação a fim de restabelecer a saúde desses indivíduos. Esses dados foram similares a um estudo desenvolvido em um CAPS,
no qual cerca de 57,6% dos usuários de drogas apresentaram histórico de internação hospitalar e a maioria (54,3%) desses mani-
festaram alto risco de suicídio (CANTÃO; BOTTI, 2016). Outrossim, aponta-se o histórico de suicídio na família como fator preditor
para o comportamento suicida, o qual foi visualizado em 17% (n= 103) da amostra. Esse dado prediz o convívio com pessoas que
apresentam ideação suicida, tornando-se prejudicial para esse usuário, além da herança genética que se sugere haver influência
na autoagressão, bem como, estudo revela que a escolha do método tende a se repetir ou ser a mesma nesses núcleos familiares
(OMRANI et al., 2012). Nesse âmbito, torna-se essencial avaliar a esfera suicida dos usuários para facilitar a identificação do risco
de suicídio. Nessa pesquisa, 38,2% (n=231) apresentaram histórico de comportamento suicida com pelo menos duas tentativas
prévias ou uma considerada grave com método violento que necessitou de cuidados intensivos. A tentativa prévia de suicídio
consiste em um importante elemento preditor para um novo comportamento autolesivo, uma vez que aumenta o risco em sete
vezes mais para o episódio atual de autoagressão, além de predispor uma progressiva letalidade do método, aumentando assim,
as chances para a consumação do suicídio (FÉLIX et al., 2018). Esses dados denotam a necessidade de uma intervenção precoce
aos usuários que tentam suicídio. Para isso, é essencial investigar se há plano suicida bem como o acesso a meios letais, o que
torna esse risco elevado, por si só. Nesse intento, 8,3% (n=50) dos usuários apresentaram um plano suicida com pensamentos
consistentes e exequíveis. O planejamento consiste em considerar um método ou meio para a autoagressão e constitui o anteces-
sor imediato à tentativa de suicídio, uma vez que o comportamento suicida envolve o pensamento, a ideação, o planejamento e
a tentativa (CLAUMANN et al., 2018). Logo, quando presente deve haver uma intervenção imediata para reduzir as chances da
tentativa. Por fim, realizou-se correlação de Pearson entre os valores encontrados no SQR -20 para sofrimento mental e no IRIS
para risco de suicídio. Em que possibilitou uma correlação positiva moderada estatisticamente significante com valores de p<0,01
e correlação de 0,58, que mostra uma relação proporcional em que quanto maior o valor na escala para sofrimento mental, maior
o risco de suicídio nesses usuários. Logo, ressalta-se a necessidade de investir em fluxo de cuidado a esses usuários, em que se
observou um predomínio de transtorno mental, o qual está correlacionado com o risco de suicídio, necessitando de uma articu-
lação intersetorial efetiva para identificar os elementos estressores e fornecer estratégias de prevenção do comportamento lesi-
vo.

Conclusões:
Portanto, observa-se que os usuários de SPA apresentam uma alta porcentagem no rastreamento para transtorno mental, com ên-
fase nos sintomas somáticos e humor ansioso e depressivo, entretanto, ainda se destaca o decréscimo de energia e pensamentos
depressivos que contribuem para uma baixa qualidade vida desses indivíduos e consequentemente para o risco de suicídio, o qual
se mostrou correlacionado com a presença de transtorno mental, de maneira proporcional, em que quanto maior a pontuação
na escala para transtorno mental, maior se torna o risco de suicídio. Dessa maneira, reflete-se quanto à necessidade de políticas
públicas direcionadas para os usuários de SPA que promovam um cuidado para além do proibicionismo, mas que busquem co-
nhecer esses usuários e as relações que estabelecem com a SPA, com a finalidade de promover uma maior qualidade de vida e
saúde mental nesses indivíduos e assim, minimizar as chances para o transtorno mental e o suicídio, visto que são considerados
de risco para esses acontecimentos. Ademais, enfatiza-se que esse estudo apresentou grande relevância por possuir uma amos-
tragem representativa e evidenciar associação estatisticamente significante entre os dois agravos nos usuários de SPA. Entretanto,
destaca-se a necessidade de outras pesquisas para avaliar a qualidade de vida desses usuários bem como, para compreender o
fenômeno envolvido no que concerne ao uso de SPA, relações afetivas e a percepção desses, sobre a saúde mental e o suicídio.

Referências:
ALVAREZ, S.Q.; GOMES, G.C.; XAVIER, D.M. Causes of addictionand its consequences for theuserandthefamily. J Nurs UFPE online.,
v.8, n.3, p. 641-48, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de saúde. Resolução de Nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília: Ministério
da saúde, 2012.

486 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CANTÃO, L.; BOTTI, N.C.L. Comportamento suicida entre dependentes químicos. RevBrasEnferm., v. 69, n. 2, p. 389-396, mar./abr.
2016.

CERQUEIRA, G.L.C. Fatores de influência dos efeitos das substâncias psicoativas no organismo. Psicologia. Pt. 2015.

CLAUMANN, G.S. et al. Prevalência de pensamentos e comportamentos suicidas e associação com a insatisfação corporal em
adolescentes. J Bras Psiquiatr., v. 67, n.1, p. 3-9, 2018.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.

FELIX, T.A. et al. Riesgo para laviolencia autoprovocada: preanuncio de tragedia, oportunidad de prevención. Enf Global., v. 18,
n.1, p. 373-88, 2018.

GATES, M.L. et al. Associationsamongsubstance use, mental healthdisorders, and self- harm in a prisonpopulation: examining-
grouprisk for suicide attempt. Int J Environ Res Public Health., v. 14, n. 317, 16 p. mar. 2017.

GUIRADO, G.M.P.; PEREIRA, N.M.P. Uso do Self-ReportingQuestionnaire (SRQ-20) para determinação dos sintomas físicos e psi-
coemocionais em funcionários de uma indústria metalúrgica do Vale do Paraíba/SP. Cad. Saúde Colet., v.24, n.1, p. 92-8, 2016.

KEDZIOR, K.K.; LAEBER, L.T. A positive associationbetweenanxietydisordersandcannabis use orcannabis use disorders in the gen-
eral population- a meta-analysis of 31 studies. BMC Psychiatry., v. 14, n. 136, p. 1-22, 2014.

LARANJEIRA, R. Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. São Paulo: INPAD, UNIFESP, 2014.

LUCCHESE, R. Transtorno mental comum entre indivíduos que abusam de álcool e drogas: estudo transversal. Texto Contexto
Enferm, v.26, n.1, 7 p. 2017.

MERCHÁN-HAMANN, E. et al. Comorbilidad entre abuso/dependência de drogas y eldistrés psicológico em siete países de latino
américa y uno del caribe. Texto Contexto Enferm., v. 21, p. 87-95, 2012.

OMRANI, M. D. et al. A associação do TGFβ1 codão 10 polimorfismo com comportamento suicida. Am J MedGenetPart B, v.159,
n. 7, p. 772-5. 2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório de status global sobre álcool e saúde. Suíça: OMS, 2014.

RIBEIRO, J.F. et al. Perfilsociodemográfico da mortalidade por suicídio. Revenferm UFPE online., v.12, n.1, p. 44-50, 2018.

SANTOS, W.S. et al. A influência de fatores de risco e proteção frente à ideação suicida. Psicol. saúde doenças., v.17, n.3, p. 515-
26, 2016.

SCHOLZE, A.R. et al. Uso de substâncias psicoativas entre trabalhadores da enfermagem. Rev. port. enferm. saúde mental., n. 18,
p. 23-30, 2017.

STEPHENSON, R.; WINTER, A.; HINDIN, M. Frequency of intimatepartnerviolenceand rural women’s mental health in four Indian-
states. ViolenceAgainstWoman, v. 19, n. 9, p. 1133-50, 2013.

THESOLIM, B.L. et al. Suicídios em município do interior de São Paulo: caracterização e prevalência de gêneros. RevBrasMultidis-
ciplinar,v.19, n.1, p. 139-47, 2016.

VEIGA, F.A. et al. IRIS: Um novo índice de avaliação do risco de suicídio. Psiquiatr. clín., v. 35, n.2, p. 65-72, 2014.

Comunicação Oral 487


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UM AUTISTA NA FAMÍLIA, E AGORA? ALEGRIAS E DESAFIOS DO


DIAGNÓSTICO NO CONTEXTO FAMILIAR
ANA CAROLINE LIRA BEZERRA
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
VANESSA SOUSA TAVARES
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
ETELVINA SAMPAIO MELO
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA

Universidade Federal do Paraná - UFPR

Introdução
A chegada de um novo membro na família é permeada por anseios e expectativas dos pais que sonham com uma criança perfeita
e saudável, e depositam nos filhos a possibilidade da realização dos seus sonhos e ideais. Quando a família toma conhecimento de
que a criança idealizada possui uma deficiência, como o autismo, os sonhos e as expectativas criadas podem tornar-se frágeis; os
pais tomam ciência de que o filho poderá não corresponder às expectativas criadas em torno dele e sabem que, a partir daquele
momento, a dinâmica de suas vidas será modificada (SMEHA; CEZAR, 2011). Nesse contexto de convivência com a deficiência se
insere o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o qual é definido como uma síndrome comportamental de etiologias múltiplas
com presença de alterações qualitativas e quantitativas na comunicação social e na interação social, bem como comportamen-
tos, interesses e presença de atividades repetitivas e restritas. Caracteriza-se como uma síndrome comportamental de etiologias
múltiplas que compromete o processo do desenvolvimento infantil (SCHMIDT & BOSA, 2003). O autismo infantil é considerado
um transtorno global do desenvolvimento, manifestado antes dos três anos de idade e caracterizado pelo comprometimento de
três áreas: a comunicação, a interação social e a presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados e repetiti-
vos (CARNIEL; SALDANHA; FENSTERSEIFER, 2010). As rotinas das mães são definidas pelas necessidades e demandas de cuidado
com o filho autista (Monteiro et al., 2008; Schmidt & Bosa, 2007). De acordo com Cuvero (2008), as mães relatam um prejuízo
em sua vida social e na carreira profissional, tendo, frequentemente, que abandonar o emprego para cuidar do filho. Andrade e
Rodrigues (2010) dizem ser necessária uma capacitação específica para dar melhores condições para os profissionais informarem,
orientarem e treinarem as famílias e assim eles poderem ajudar no tratamento, promovendo uma qualidade de vida mais satisfa-
tória das crianças com diagnóstico e de sua própria família. Conhecer o cotidiano de famílias que convivem com o autismo infantil
proporciona ao enfermeiro subsídios para planejar o cuidado voltado às necessidades da criança e da família considerando suas
realidades. Salienta-se ainda que o cuidado somente será efetivo e congruente com as necessidades a partir do momento em
que o enfermeiro tiver embasamento teórico que lhe proporcione segurança para propor ações junto a essas famílias (CARNIEL;
SALDANHA; FENSTERSEIFER, 2010). Dessa forma, faz-se necessário entender como o diagnóstico de autismo influencia a vida da
família, tornando necessária a discussão sobre o assunto e enriquecimento da literatura para que mais estudos sejam realizados
e os profissionais tenham fundamentação para o manejo de famílias de crianças com TEA. Assim, têm-se como perguntas norte-
adoras: De que maneira o diagnóstico de TEA e o processo de adaptação ao mundo do autismo interfere na qualidade de vida da
família? O desejo de desenvolver um estudo com TEA se justifica pela vivência e proximidade dos autores com crianças autistas,
presenciando no cotidiano os inúmeros desafios próprios dessa condição de saúde, que influenciam a forma de ver a vida, o
mundo e de ser.

Objetivo
Conhecer, por meio dos relatos da vida cotidiana, como o diagnóstico de TEA interfere no desenvolvimento pessoal e social da
família de crianças com autismo.

488 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Desenvolvimento
Trata-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa, desenvolvida no Centro de Reabilitação de um município do estado do Ceará, em
2018, com 16 famílias de crianças autistas. Obtiveram como critérios de inclusão na pesquisa, famílias de crianças entre 4 a 10
anos com diagnóstico conclusivo de TEA. A coleta de dados foi por meio de entrevista semiestruturada, tendo como perguntas
norteadoras: “Quais dificuldades a família enfrenta no cotidiano tendo uma criança com autismo?” e “O que tem de bom em ter
uma criança com autismo na família?” As entrevistas foram transcritas, codificadas e analisadas conforme a técnica de análise de
conteúdo de Bardin (2011), onde se intentou resgatar as dores e as alegrias do universo familiar da pessoa com autismo. O estudo
está em consonância com a Resolução nº466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)/MS e foi aprovado pelo Comitê de Ética
e Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual Vale de Acaraú – UVA, conforme CAAE Nº 73197617.0.1001.0192.
Após a entrevista, as respostas foram transcritas e subdividas de acordo com a similaridade destas, sendo abordadas de forma
mais específica para análise, organizando as informações de forma que abordassem os desafios e as alegrias de forma separada.
Obtiveram duas categorias, a saber: Impacto do autismo para a família: dificuldades e limitações vivenciadas; e, Autismo: Possi-
bilidades, descobertas e enfrentamentos de familiares. Impacto do autismo para a família: dificuldades e limitações vivenciadas
A fala dos participantes nesta categoria expressou a preocupação frente aos desafios que frequentemente são vivenciados pelas
famílias de crianças autistas. As rotinas das mães muitas vezes se resumem aos cuidados com o filho autista, o que lhes confere
uma perda de identidade, pois ao passo que vivem integralmente para a criança e os cuidados com a casa, por exemplo, acabam
por renunciar muitas vezes o cuidado consigo mesma (SEGEREN; FRANÇOZO, 2014), como pode ser ressaltado na fala a seguir,
quando perguntado a uma das participantes “Quais as dificuldades enfrentadas tendo uma criança com autismo na família?”:
“São muitas, quando sai tem que levar ele, se eu for ao dentista, tenho que levar ele, se eu for ao ginecologista tenho que levar
ele, se eu vier no mercado eu tenho que trazer, se eu for tomar banho ele fica na porta... São várias, e só tenho ajuda do meu
marido e das minhas filhas mesmo, mas é isso aí, vai levando...” (Entrevistada 1) Segundo Segeren e Françozo (2014), o diagnós-
tico de autismo acarreta medo, ansiedade e insegurança para as mães, que desenvolvem uma superproteção e podem afastar as
pessoas próximas do cuidado com a criança, restringindo a sua rede de apoio. Entre as características definidoras do autismo está
o isolamento social (ZANATTA, 2014). Isso vem de encontro à fala de uma das genitoras entrevistadas ainda em relação às dificul-
dades do diagnóstico no contexto familiar: “As dificuldades que eu encontro com o Marcos é de sair de casa com ele, eu pergunto
todo mundo o que eu faço para acostumar o Marcos a sair de casa. O Marcos não gosta, pode ser o lugar mais interessante do
mundo, tipo essa sala, qualquer criança daria tudo pra tá nessa sala, na hora que abre a porta, ele diz: ‘mamãe eu preciso da
minha casinha’, e a gente já tem que ir para casa.” (Entrevistada 2). Um fato que gera desconforto e preocupação para os cuida-
dores se refere à deficiência na fala ou restrição dela, pois os mesmos precisam estar atentos aos sinais que a criança dá para
atender às suas necessidades, o que se configura como um fator estressante no cuidado (SILVA, CARVALHO FILHA, LIMA et al.,
2017), como se pode perceber com a fala, sobre a pergunta relacionada às dificuldades: “[Dificuldades] É muita né? Porque você
tem que entender as coisas que ele quer, que às vezes a G quer alguma coisa e eu não sei o que ela quer, por causa que ela não
fala direito, aí eu não posso entender o que ela quer.” (Entrevistada 3). “Há dificuldade, assim, ele tá sentindo alguma coisa e a
gente não saber o que ele tá sentindo né, porque assim, quando ele quer uma água, uma coisa ele vai me leva, aí aponta, quan-
do ele tá com fome ele aponta pro liquidificador né, porque ele quer comer, eu acho que a maior dificuldade é quando ele tiver
doente, sentindo alguma coisa que a gente não sabe o que ele tá sentindo.” (Entrevistada 15). Outro fator preocupante para os
cuidadores está relacionado à aprendizagem da criança com autismo, evidenciada nas falas: ”A escola, porque eu queria que ele
aprendesse só que é difícil. (Entrevistada 4). “Ela tem dificuldade muito de aprender, ela não sabe ainda escrever o nome dela,
não sabe o alfabeto, nem os números e ela não sabe os dias da semana.” (Entrevistada 13) Outro entrave se dá a falta de preparo
dos profissionais, que é percebida pelos pais e motivo de incômodo para os mesmos: “A minha maior dificuldade é o colégio,
ainda é o colégio. As pessoas não sabem lidar com autista.” (Entrevistada 7). Silva, Carvalho Filha, Lima et al. (2007) trazem ainda
que é fundamental que os professores e demais funcionários da escola tenham o preparo necessário para identificar as potencia-
lidades da criança a fim de incluí-las nas atividades. Para isso, é necessária uma disposição dos professores para adotar novas
metodologias de ensino, com o objetivo de melhorar o aprendizado da criança com espectro e das outras crianças, que terão uma
nova visão sobre a relação com o mundo e as pessoas. Na fala a seguir percebe-se essa sobrecarga que o cuidado acarreta e o
impedimento da genitora de ocupar outro papel que não o de cuidadora, a fim de ajudar no provimento de recursos para o lar: “É
difícil. Eu já passei muita dificuldade com ele, muito mesmo. Hoje é que melhorou mais. Por conta do benefício dele, porque eu

Comunicação Oral 489


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

não trabalhava, não tinha ajuda de ninguém. Aí essa ajuda aí para comprar remédio, para alimentos, porque ele se alimenta mui-
to bem (risos). Aí nesse caso, aí melhorou mais. Mas eu já passei por muita dificuldade.” (Entrevistada 6). Outro aspecto impor-
tante a considerar entre as dificuldades estão as situações que colocam a criança com autismo em risco, a exemplo de um passeio:
“A gente vai para um lugar eles não têm noção do perigo. Agora mesmo, eu fui para o shopping com ela e enquanto eu parei para
comprar, eu estava segurando a mão e a gente tinha acabado de chegar, aí ela soltou a minha mão e quando eu virei para o lado,
cadê?” (Entrevistada 8). Dentre vários sinais característicos do autismo a insensibilidade a dor, ou a falta de noção de perigo é
motivo de preocupação e angústia para os cuidadores diretos, que centram o cuidado para si por querer superproteger a criança
dos perigos reais, materiais e das pessoas, que podem agir com más intenções. “E já teve outros momentos... que eu sei que ela
não tem noção do perigo, que ela atravessa a rua sem olhar e a mais eu tenho o maior cuidado com isso. E mais é ter, é ter, cui-
dado com o comportamento dela.”(Entrevistada 8). Além disso, algumas crianças parecem desconhecer perigos reais, como falar
com pessoas estranhas ao seu convívio e manter um diálogo ou contato físico, como pode-se perceber com a fala seguinte: “Por-
que eu tenho que ter muito cuidado, ela, ela... chega em um restaurante ela vai pra outra mesa, ela fala com outras pessoas que
ela não conhece, ai... eu procuro chamar a atenção dela pra poder ficar perto de mim, mas quando ela quer uma coisa... [...] Toda
criança que ela vê, ela quer fazer amizade, agora tem criança que... eu não posso mudar o jeito da criança e... é o jeito da L, é
assim. Não sei o que se passa na cabeça dela, ela mesmo vê que a criança não quer se aproxima e ela não... ela procura outra.”
(Entrevistada 8). O preconceito também se configurou como uma dificuldade enfrentada, visto que, segundo Mannoni (1999) e
Smeha, Cezar (2011) o olhar de outras pessoas a partir do comportamento dos filhos é sentido pelas mães como um gesto de
preconceito e ofensa, como se fosse dirigido a elas próprias, fazendo com que se sintam frágeis diante da fragilidade a qual os
filhos estão expostos, despertando o desejo de proteger ainda mais o filho, justificando a entrega, quase exclusiva, à maternidade.
“Bom, as dificuldades é mesmo quando a gente saía, agora mais não, mas quando ele era mais novo a dificuldade era quando os
outros olhavam ele assim com desprezo, mas graças a Deus tá diferente agora.” (Entrevistada 10). Autismo: Possibilidades, desco-
bertas e enfrentamentos dos familiares. Em contrapartida, há relatos de pais que não encontram dificuldades em ter um filho com
autismo e veem nos pontos positivos motivos suficientes para sobrepor os desafios de se conviver e cuidar de uma criança autis-
ta. “Tem muita dificuldade não, graças a Deus ela é leve né, graças a Deus não tem muita dificuldade não.” (Entrevistado 14).
“Mas se eu for falar das dificuldades...porque dificuldade eu tive com todos os meus filhos, eu tenho um filho de 25 anos e passei
pela adolescência dele, eu tô passando por uma adolescente, e ai eu não consigo ver esse quadro, eu consigo ver o que ele tem
de bom, entende? Se eu tenho um carro, aí eu tenho que levar meu carro pro conserto, ai depois ele fica bom, ok, isso preocupa,
então tu tem que ver o que tem de melhor nas pessoas, não as dificuldades delas, se for pra procurar dificuldade procura as tuas...
é difícil, mas como eu te falei, eu só tenho a agradecer quando vejo todas essas crianças.” (Entrevistada 16) Quando questionadas
sobre as alegrias de se conviver com uma criança autista, a partir da pergunta: “O que tem de bom em ter uma criança com autis-
mo na família?”, percebeu-se, através das falas dos cuidadores, que o diagnóstico e a vivência com uma criança com autismo
podem gerar stress e desgaste emocional, sendo um agravante para adoecimento mental, pois a maioria relata que vive a rotina
do filho e seu principal papel exercido é o de cuidadora em tempo integral. Apesar disso, elas podem descobrir uma força diante
de situações adversas e um amor nunca antes sentido, decorrentes da superproteção, cuidado e contato com a criança autista. “A
gente tem porque a gente tem que dar muito carinho, mas né, muito mais do que ela merece muito mais. pra ficar mais à vontade
com as pessoas da gente da família, porque ela tem que ser assim.” (Entrevistada 3) “Mulher, o que tem de bom, eu não sei nem
te dizer, porque eu vejo ele assim com tanto amor, que eu só vejo coisas boas, assim, só me acrescenta sabe, eu me tornei um ser
humano melhor depois dele, e digo isso com toda a minha fraqueza.” (Entrevistada 9). Pôde-se perceber com as falas que as
demonstrações de carinho da criança são acolhidas com alegria pelos cuidadores, visto que a maioria não costuma ter contato
físico, nem mesmo com as pessoas do núcleo familiar. Além disso, relatam que trouxeram alegria e união para a família: “Que eles
são uma pérola doce, são amoroso.” (Entrevistada 4). Quando ele sai lá de casa, todo mundo diz ‘ah, a casa tá um buraco, a casa
tá escura, sem ele aqui’. Ele deu vida! Juro por Deus, ele deu vida, assim... até pra mim mesmo, porque antes dele eu vivia com
problemas de depressão, por outros problemas e tudo e ele assim, preencheu tanto assim que não tenho tempo nem pra pensar
em besteira. E só penso, sabe, assim, em prol dele, eu sempre quero tá bem por ele, sabe? Ele é tudo na minha vida! E na minha
família todinha. Se tu falar... se tu chegar lá em casa perguntando pra cada um, tu vai ter a mesma resposta que eu tô falando
aqui. Ele é o pivô da família, logo é o neto mais novo também, né? Não tem outro, aí, minha filha, tudo é ele. Tudo gira em torno
dele! E é maravilhoso, né?” (Entrevistada 5). Alguns dos cuidadores entrevistados relataram o amor pelos filhos e a reciprocidade

490 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

do sentimento. No entanto, pôde-se perceber que o processo de aceitação se restringiu à criança e não ao transtorno em si: “Mu-
lher, ele é uma criança muito... muito amada. A gente tratando ele bem. Porque assim, o autista é uma pessoa agitada, mas tra-
tando ele muito bem ele é uma pessoa amável. Uma criança amada.” (Entrevistada 6). “Assim, a gente nunca tinha passado por
essa experiência né, mas fora essa inquietação ele é uma criança saudável, fora isso né...” (Entrevistada 11). “O bom? ... O bom
que ela é minha filha né?! (Risos). Pra mim ela é uma criança cheia de vida, ela é muito alegre, ai quando ela quer uma coisa ela
é bem disposta, ela pede mesmo não tem vergonha não tem nada.” (Entrevistado 14). O aprendizado adquirido a partir da vivên-
cia com crianças autistas e a percepção diferenciada acerca das pessoas e do mundo também foram relatados por algumas mães,
que afirmaram ter se tornado pessoas melhores e viverem em constante processo de aprendizagem e evolução pessoal. Além
disso, relataram que o exercício da paciência é constante, pois precisam aprender a lidar com as peculiaridades do transtorno:
“Ela é muito verdadeira, é carinhosa, diz o tempo todo que me ama. A gente passa a ser mais humana, a ter mais paciência, a
gente aprende muito a ter paciência. Ela me ensina muito, do jeito dela, sabe? Eu não conhecia assim, esse lado..., o autismo, mas
eu vi que a gente aprende muito com eles.” (Entrevistada 8). “O que tem de bom, é que a gente aprende muito com elas. Eu
aprendi muitas coisas e creio que vou aprender mais ainda, eu aprendi a olhar pros outros de um jeito diferente, de entender
mais, principalmente as crianças que não são “normais” né, porque pra mim ela é normal, mas o povo não vê como normal e
tendo ela me ensinou a ver as crianças de outra forma, as que são especiais.” (Entrevistada 12). Em contrapartida, algumas das
entrevistadas relataram não ter nada de bom no diagnóstico, em partes pelo desconhecimento do assunto, ou pelas dificuldades
que o autismo acarreta, como à indiferença a perigos reais: “Pra ela assim, ela não sabe de nada, por exemplo, e um roubo, acon-
teceu um roubo comigo e ela não sabe pra ela foi uma brincadeira né, ela não sabe, não entende.” (Entrevistada 13). “ (Risos da
mãe) Não sei... Fala de um dos filhos: “ela é alegre mãe”...Não sei. Mas assim, de bom mulher? Mas eu acho que não tem nada de
bom não, porque eu tenho medo de tudo dela.” (Entrevistada 7). “O que tem de bom? Mulher, tem não.” (Entrevistada 15). As
dificuldades elencadas se dão principalmente à dependência da criança, dificuldade de interação social, dificuldade da fala, difi-
culdade financeira, preconceito. A associação de outros tipos de deficiência e as particularidades próprias do autismo são citadas
em algumas falas como fator causador de dificuldade e/ou stress na família. Fatores apontados como causadores de alegria se
referem ao afeto criado com a criança, a descoberta de uma força e amor incondicional por parte dos cuidadores, e um aprendi-
zado diário sobre a relação com o mundo e as pessoas. Outros entrevistados não viram no autismo nenhum ponto positivo, de-
monstrando sentimento de dor.

Conclusões:
Diante do exposto, tem-se que o diagnóstico de TEA gera repercussões para toda a família, no que diz respeito a relações sociais
e fraternas, pois ocorre uma readaptação de papéis, a fim de garantir um cuidado maior para a criança com autismo. Cada fase
do desenvolvimento tem características próprias e a criação de uma rede de apoio para o cuidador principal é fundamental para
que se atendam todas as necessidades do indivíduo com autismo em todos os seus níveis de vida. Os dados expressos pelas falas
mostraram que ainda existem muitos desafios na convivência com a criança autista, no que diz respeito, principalmente à falta
de apoio familiar e social aos cuidadores, as dificuldades financeiras, o despreparo das escolas para receber e educar as crianças,
além do preconceito, que leva as famílias a uma reclusão social. O apoio emocional e o suporte às famílias devem ser dados desde
o momento do diagnóstico. Estratégias de enfrentamento devem ser traçadas tanto por profissionais de saúde como pela escola,
para que as famílias consigam manejar situações diárias, e consequentemente, trabalhar as potencialidades das crianças autistas.

Referências
ANDRADE, F. RODRIGUES, L. C. Estresse familiar e autismo: estratégias para melhoria da qualidade de vida. Psicologia IESB, 2(2),
69-81, 2010.

ARAUJO, R. R.; SILVA, J. R. S.; D’ANTINO, M. E. F. Breve discussão sobre o impacto de se ter um irmão com Transtorno do Espectro
do Autismo. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.12, n.1, p. 9-15, 2012. Disponível em
:http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/artic le/ viewFile / 11186/6945. Acesso em: 07/10/2018

CARNIEL, E. L.; SALDANHA, L. B.; FENSTERSEIFER, L. M. Atuação do enfermeiro frente à criança autista. Pediatria, São Paulo, v. 32,
n. 4, p. 255-260, 2010.

Comunicação Oral 491


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FAVERO-NUNES, M.; SANTOS, M. A. Depressão e qualidade de vida em mães de crianças com transtornos invasivos do de-
senvolvimento. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 18(1), 1-9, 2010. Disponível em: http://www.redalyc.org/
html/2814/281421931006/. Acesso em: 07/10/2018

FAVERO-NUNES, M.; SANTOS, M. A. Itinerário terapêutico percorrido por mães de crianças com transtorno autístico. Psicol. Reflex.
Crit., Porto Alegre , v. 23, n. 2, p. 208-221, 2010 . Disponível em . acessos em 07 out. 2018.

MENEGOLI, E.B., MENDONÇA, I., GIUNCO, C.T. Capacitação de agentes comunitários de saúde sobre o espectro autista. Cuid’Arte
Enferm [Internet]. 2010 [citado 2012 jul 30];2(1):7-11. Available in: http://www.fundacaopadrealbino.org.br/facfipa/ner/pdf/
CuidArte%20Enfermagem%20v.%20 4%20n.%201%20jan.jun.%202010.pdf . acesso em: 07/10/2018

SEGEREN, L.; FRANCOZO, M. F. C. As vivências de mães de jovens autistas. Psicol. estud., Maringá , v. 19, n. 1, p. 39-46, Mar. 2014
. disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v19n1/05.pdf. Acesso em: 07/10/2018.

SILVA, R. N. A. et al. Avaliação da qualidade de vida de crianças que estão no espectro do autismo. Rev enferm UFPE on line., Recife,
11(9):3461-70, set., 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/110246/22187.
Acesso em : 07/10/2018.

SMEHA, L. N., & CEZAR, P. K. (2011). A vivência da maternidade de mães de crianças com autismo. Psicologia em Estudo 16(1),
43-50. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v16n1/a06v16n1. Acesso em: 07/10/2018.

ZANATTA, E. A.; MENEGAZZO, E.; GUIMARÃES, A. N.; FERRAZ, L.; MOTTA, M. G. C. Cotidiano de famílias que convivem com o au-
tismo infantil. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 28, n. 3, p. 271-282, set./dez. 2014

492 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Políticas Públicas e
Gestão em Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral Curta
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE ITINERÁRIOS


TERAPÊUTICOS EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL

CARLOS EDUARDO MENEZES AMARAL


(Centro Universitário Unicatólica de Quixadá)
ROSANA ONOCKO-CAMPOS
(Centro Universitário Unicatólica de Quixadá)

Introdução:
Itinerários Terapêuticos são as ações e estratégias empregadas por indivíduos para conseguir auxílio para problemas de saúde, e
os processos associados por parte dos provedores de cuidado. Nas várias revisões sistemáticas acerca de itinerários terapêuticos
em saúde mental (ITSM), não estão presentes estudos brasileiros, constituindo importante lacuna na literatura de avaliação dos
serviços.

Objetivos:
Revisar a literatura nacional e internacional, sintetizando resultados de pesquisas qualitativas e quantitativas sobre itinerários
terapêuticos em saúde mental no Brasil, de modo a avaliar o desenvolvimento da rede de serviços de saúde mental.

Metodologia:
As bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO foram pesquisadas por estudos sobre ITSM no Brasil. Os resultados foram organi-
zados por estágios do percurso, com base no modelo de Níveis e Filtros de Goldberg e Huxley, e no enquadre de Kleinman de
“setores de saúde”, incluindo os setores Comunitário, Tradicional e Profissional. A análise também considerou as mudanças na
política nacional de saúde mental ao longo do tempo, buscando identificar evidências na literatura de seus efeitos. Fizemos uso
de Síntese Narrativa, e análise da qualidade dos artigos seguiu o checklist Critical Appraisal Skills Program (CASP). Foram incluídos
25 estudos, com dados entre 1989 e 2013.

Resultados:
Rede sociais complexas estão envolvidas na identificação inicial de problemas de saúde mental (PSM). Os pontos de primeiro
contato preferidos também variam segundo a natureza e severidade dos PSM. Alta proporção de pacientes é tratada em serviços
especializados, inclusive casos leves. Há limitada capacidade da atenção básica de identificar e tratar PSM, com melhora recente
a partir de práticas de cuidado colaborativo. O modelo de manejo de crise e atenção a quadros agudos é pouco claro: poucas
evidências encontradas sobre arranjos utilizados, em geral enfatizando a falta de integração entre serviços de emergência, hospi-
talares e comunitários, assim como uma fraca continuidade do cuidado.

Conclusões:
O desempenho da atenção básica e a regulação de demandas agudas, especialmente o manejo das crises, são os aspectos mais
críticos dos itinerários terapêutico em saúde mental. Ainda que se observem melhorias no desempenho da atenção primária, o
equilíbrio na provisão e a integração entre serviços para atenção adequada a situações agudas e crônicas ainda não foi estabele-
cido.

Referências:
GOLBERG, D.; HUXLEY, P. Mental illness in the community: the pathway to psychiatric care. London: Tavistock Publications Ltd,
1980

ROGLER, L.; CORTES,D. Help-seeking pathways: a unifying concept in mental health care. Am J Psychiatry, v. 150,n. 4, p. 554-561,
1993.

494 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EVANS-LACKO, S.; JARRET, M.; MCCRONE P.; THORNICROFT,G. Clinical pathways in psychiatry. Br J Psychiatry, v. 193, n.1,p. 4-5,2008.

CABRAL, ALLV.; MARTINEZ-HEMÁZ.; ANDRADE, EIG.; CHERCHIGLIA ML. Itinerários terapêuticos: o estado da arte da produção
científica no Brasil. Cien Saude Colet, v.16,n. 11,p.4433-4442, 2011.

VOLPE, U.; MIHAI, A.; JORDANOVA, J.; SARTORIUS,N. The pathways to mental healthcare worldwide: a systematic review. Curr
Opin Psychiatry, v.28, n.4,p.299-306, 2015.

SING,SP.; GRANGE, T. Measuring pathways to care in first-episode psychosis: a systematic review. v. 81,n. 1,p.75-82, 2006.

ANDERSON, KK.; FUHRER, R.; MALLA,AK. The pathways to mental health care of first-episode psychosis patients: a systematic
review. Psychol Med, v. 40,n. 10,p. 1585-1597, 2010.

Comunicação Oral Curta 495


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PESQUISA EM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:


RELATO DE EXPERIÊNCIA
SARA DO NASCIMENTO CAVALCANTE
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
-Brasileira e Enfermeira (UNILAB)
KARLA MAYARA FLORENTINO FERNANDES
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
-Brasileira e Enfermeira (UNILAB)
ELIZIÊ PEREIRA PINHEIRO
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
-Brasileira e Enfermeira (UNILAB)
EYSLANE GONÇALVES MAIA
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
-Brasileira e Enfermeira (UNILAB)
MICHAEL PABLO FRANÇA DA SILVA
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
-Brasileira e Enfermeira (UNILAB)

Período de realização:
Pesquisa realizada de abril a maio de 2019 com servidores de instituição federal de ensino (IFE).

Objetivo da Experiência:
Pesquisa desenvolvida para avaliar a qualidade de vida e do trabalho de servidores e colaboradores de uma IFE.

Objetivos:
A pesquisa visou verificar a situação da saúde e qualidade de vida no trabalho dos trabalhadores da universidade utilizando o
instrumento QWLQ – 78 como ferramenta de avaliação para posteriormente utilizar os resultados como subsídios para criação
de um programa de qualidade de vida.

Metodologia:
Relato de experiência sobre a aplicação do questionário de qualidade de vida no trabalho QWLQ - 78 com servidores técnicos,
docentes e terceirizados de instituição de ensino no Ceará e na Bahia. O questionário foi aplicado em duas fases: a primeira com
servidores do setor de gestão de pessoas, de forma física e a segunda foi aberto à universidade através de formulário eletrônico
disponibilizado durante um mês para preenchimento.

Resultados:
O questionário possui 78 questões, sintaxe e escala avaliativa próprias para análise dos resultados. Foram obtidos 288 respostas
ao questionário de qualidade de vida no trabalho (QVT), tal quantitativo corresponde à 40,60% da população total de servidores
da universidade. De acordo com a estatística descritiva da aplicação do questionário, a situação da QVT na universidade em por-
centagem é de 68,94%, o que corresponde dentro da classificação proposta para o QWLQ-78 à nível satisfatório de QVT.

Análise Crítica:
A Qualidade de Vida no Trabalho, apesar da nomenclatura, representa o indivíduo dentro e fora da organização de trabalho e
como se apresenta essa relação. Partindo desse princípio, Mendes e Leite (2004), reforçam essa afirmação, dizendo que a QV está
relacionada diretamente ao trabalho, mas sem estar isolada da vida do indivíduo fora da empresa. Portanto, o questionário foi
instrumento de pesquisa e análise desses apontamentos a partir das questões em seus diferentes domínios.

Conclusões:
No setor público, as ações de QVT acontecem timidamente, para Oliveira e Medeiros (2011), a organização deve compreender que
há necessidade de promover a valorização dos membros internos, proporcionando condições adequadas e dignas para trabalhar.
Desse modo, a pesquisa na instituição busca alavancar e dar voz aos anseios, apontar obstáculos e proporcionar a construção de
forma conjunta de um plano estratégico de melhorias do cotidiano laboral.

Referências:
MENDES, R. A.; LEITE. N. Ginástica Laboral, princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004.

OLIVEIRA, J. A.; MEDEIROS, M. P. M. Gestão de Pessoas no Setor Público. Florianópolis: UFSC, 2011

496 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CASOS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM ADULTOS


JOVENS NA MACRORREGIÃO DE SOBRAL - CE

JOÃO VITOR TEIXEIRA DE SOUSA VITOR SOUSA


(Universidade Estadual Vale do Acaraú)
CLEICIANE DE SOUSA AZEVEDO
(Universidade Estadual Vale do Acaraú)

Introdução:
A pressão arterial elevada pode causar complicações, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio ou
doença renal crônica. O AVC ocorre quando a passagem de sangue, que é responsável pelo transporte de nutrientes essenciais e
oxigénio para o cérebro, é interrompida. Desse modo, as células cerebrais podem serem lesadas impossibilitando-as de realizar a
sua função (SILOCCHI e JUNGES, 2017).

Objetivos:
A pesquisa teve como objetivo analisar a relação da ocorrência de AVC em adultos jovens na Macrorregião de Saúde de Sobral, a
qual é composta por 5 microrregiões.

Metodologia:
Estudo do tipo descritivo, documental, de caráter retrospectivo, com abordagem quantitativa, onde foram utilizados para coleta
de dados, os registros do Sistema de Informação referentes aos pacientes 18 a 40 anos, internados no setor de Emergência de
um hospital escola na região norte do Ceará acometidos por AVC (CID 10 I64 - Acidente vascular cerebral, não especificado como
hemorrágico ou isquêmico) nos anos de 2013 a 2017. A coleta ocorreu no período de julho a agosto de 2018.

Resultados:
Foram coletados 2366 casos, sendo 110 casos selecionados. Todos os casos recebidos foram da Macrorregião de Saúde de Sobral,
que abrange 5 Microrregionais de Saúde. Das 33 cidades, 17 tiveram casos de AVC e deram entrada no hospital com pelo menos
um caso, destes não houve nenhum óbito. Portanto, 16 cidades obtiveram pelo menos um óbito. A cidade com mais óbitos foi
Guaraciaba do Norte, que contou com quatro óbitos. A microrregião de Sobral apresentou 58 casos de AVC, seguida de Tianguá
com 22 casos, a Microrregião de Acaraú apresentou 12 casos, Crateús apresentou nove casos e Microrregião de Camocim, oito
casos.

Conclusões:
Ao analisar os casos e relacionar com a procedência, foi observado que a Microrregião de Sobral apresentou maior número de
casos, seguido de Tianguá, que também possui a maior taxa de óbitos, dentre os municípios. É possível relacionar a maior taxa de
óbitos com a distância da sede do munícipio até Sobral, fator que compromete o cuidado adequado ao jovem acometido pelo AVC.

Referências:

SILOCCHI, Cassiane; JUNGES, José Roque. EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA: DIFICULDADES NO CUIDADO DE PESSOAS COM DOEN-
ÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro , v. 15, n. 2, p. 599-615, Aug. 2017 .

Comunicação Oral Curta 497


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS


COMO FERRAMENTA PARA O PLANEJAMENTO E A GESTÃO
EM SAÚDE: PERFIL DAS GESTANTES ADOLESCENTES DO
MUNICÍPIO DE SOBRAL – CEARÁ
JOANA KARREN PEREIRA VIANA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ALINE ÁVILA VASCONCELOS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
DÉBORA SÂMARA GUIMARÃES DANTAS
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
FRANCISCO JOSÉ MAIA PINTO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
SANJA SAMIA ROLIM FERNANDES XIMENES
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
RAFAELLA MARIA MONTEIRO SAMPAIO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos é uma ferramenta imprescindível no que se refere à gestação na adolescência.
De acordo com Ferreira et al (2018), as informações epidemiológicas disponibilizadas por meio dos sistemas de informações em
saúde possibilitam ao gestor planejar as ações e aplicar os recursos existentes, estabelecendo prioridades de acordo com a situ-
ação de saúde real.

Objetivos:
Analisar a importância do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, como ferramenta para o planejamento e a gestão em
saúde, por meio da caracterização do perfil das gestantes adolescentes do município de Sobral – Ceará.

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica de corte transversal com abordagem descritiva, realizada no município de Sobral – Cea-
rá, no ano de 2017. Utilizou-se a coleta de dados baseada no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, tido como relevante
ferramenta para o planejamento e a gestão em saúde. Os critérios de inclusão foram gestantes com faixa etária de 10 a 19 anos,
residentes e com parto realizado em Sobral. Foram analisados frequencialmente, fatores socioeconômicos e de gestação.

Resultados:
Foi registrado no SINASC, no ano de 2017, um total de 510 adolescentes gestantes. Com relação as variáveis socioeconômicas, a
maioria: 95,1% estava na faixa etária de 15 a 19 anos, 83% considerava-se parda, 86,7% estava fora da escola, 84,5% apresentava
de 8 a 11 anos de estudo e 66,6% vivia em uma união estável. Quanto as variáveis referentes à gestação, verificou-se que a maioria
era: 83% era primigesta, 76,6% teve filho com 36 a 39 semanas de gestação, 99,6% teve gravidez única, o tipo de parto eviden-
ciou 53,3% de cesarianas, em relação ao número de consultas, 84,1% esteve presente em 7 ou mais consultas de pré-natal, cujos
recém-nascidos eram do sexo masculino, representando 52%.

Conclusões:
Permitiu-se identificar a importância do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos para o acompanhamento dos indicadores
de saúde materno-infantil, visto que o referido sistema é fundamental para o suporte ao gestor, no sentido de subsidiar o plane-
jamento e a gestão em saúde, contribuindo na tomada de decisões, além de possibilitar possíveis mudanças sociais, econômicas
e na assistência pré-natal.

Referências:
FERREIRA, Jéssica et al. Planejamento regional dos serviços de saúde: o que dizem dizem os gestores?. Saude soc., São Paulo, v.
27, n.1, p. 69-79, jan. 2018. Disponível em: . Acesso em 10 jul. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902018170296.

498 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

COMPETÊNCIAS INTERPROFISSIONAIS PARA A GESTÃO DO


CUIDADO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
À SAÚDE
JACIARA ALVES DE SOUSA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARCOS AGUIAR RIBEIRO
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
IZABELLE MONT´ALVERNE NAPOLEÃO ALBUQUERQUER
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
ISABEL CRISTINA KOWAL OLM CUNHA
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
MARIANA MOREIRA DA COSTA
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIANA BOMFIM DE ARAÚJO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
A gestão do cuidado é utilizada como estratégia para melhor organização das redes de atenção à saúde visando a integralidade(-
SODER et al, 2018) na qual é pensada através de cinco dimensões: individual, familiar, profissional, organizacional, sistêmica e
societária(CECÍLIO et al, 2012) Assim, questiona-se: Quais competências interprofissionais para a gestão do cuidado as condições
crônicas na APS?

Objetivos:
Conhecer as competências interprofissionais para a gestão do cuidado às condições crônicas na Atenção Primária à Saúde (APS)

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa realizada na BVS acessando as bases MedLine e LILACS, a partir de duas operações de busca:
“Competência Profissional” OR “Práticas Interdisciplinares” OR “Competência Interprofissional” OR “Equipe de Assistência ao Pa-
ciente” AND “doença crônica” OR “condição crônica” AND “atenção primária à saúde” OR “estratégia saúde da família”; e “gestão
do cuidado” OR “gestão em saúde” AND “doença crônica” OR “condição crônica” AND “atenção primária à saúde” OR “estratégia
saúde da família” resultando em 452 produções. Como critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra, dos últimos 05 anos e
que respondessem à questão norteadora, o que resultou em 08 artigos.

Resultados:
Dentre as competências interprofissionais observadas em relação à condição crônica pode-se citar a referência para os demais
níveis de atenção garantindo a continuidade do cuidado, gestão dos casos, estímulo à autogestão e à autonomia, construção de
um plano de cuidado integral, comunicação efetiva, capacitações para utilização de um modelo de atenção próprio às condições
crônicas, informações sobre as condições do paciente, desenvolvimento de saberes compartilhados através da partilha de expe-
riências, adoção de uma postura ética, de um bom vínculo entre profissional-usuário, operação competente do seu saber profis-
sional, qualificação do sistema de apoio e criação de vínculo com a comunidade.

Conclusões:
As competências interprofissionais visualizam de uma maneira mais precisa a dimensão profissional da gestão do cuidado e pres-
supõem o compartilhamento de saberes para articulação da Redes de atenção à saúde. Verifica-se que os profissionais da APS
possuem maiores responsabilidades tendo em vista a sua posição de coordenadora do cuidado. Vale salientar que a gestão do
cuidado não é considerada pelas produções no que se refere as suas dimensões.

Referências:
SODER, Rafael et al. Desafios da gestão do cuidado na atenção básica. Perspectiva da equipe de enfermagem. Enferm. Foco. v. 9,
n. 3, p. 76-80. 2018. Disponível em: Acesso em 23 de Jul. 2019.

CECÍLIO, Luiz Carlos Oliveira. Apontamentos teórico-conceituais sobre processos avaliativos considerando as múltiplas dimensões
da gestão do cuidado em saúde. Interface. v. 15, n. 37, p. 589-99. 2011.

Comunicação Oral Curta 499


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IMPLANTAÇÃO DO COLEGIADO DE GESTÃO NAS UNIDADES


DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROFISSIONAL
RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA
ANA CÉLIA RODRIGUES COELHO
(Residência Integrada em Saúde RIS-ESP/CE)
MARIA DANIELA OLIVEIRA DA SILVA
(Residência Integrada em Saúde RIS-ESP/CE)
JOABSON ROMÁRIO BORGES MENDONÇA
(Residência Integrada em Saúde RIS-ESP/CE)
LÍVIA KARYNNE MARTINS MESQUITA
(Residência Integrada em Saúde RIS-ESP/CE)
ANA PATRÍCIA TIMBÓ BATISTA RIBEIRO
(Residência Integrada em Saúde RIS-ESP/CE)

Período de realização:
Experiência em curso, iniciada em maio de 2019. Objetivo da Experiência: Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), municí-
pio de Crateús/CE, e suas respectivas equipes e população do território adscrito.

Objetivos:
Compartilhar o percurso formativo na ênfase Saúde da Família e Comunidade, priorizando o relato de implantação do Colegiado
de Gestão nas Unidades de Saúde e retratar a importância do profissional sanitarista na Atenção Primária em Saúde.

Metodologia:
Foi realizado o reconhecimento do território e adequação da agenda profissional para a Atenção Básica e núcleo gestor municipal.
Iniciou-se o percurso observando as demandas comuns e aquelas referidas pelos profissionais. O Colegiado de Gestão aconteceu
em 2 UAPS, ficando a terceira para o mês de agosto. Foram utilizados descritores específicos para o embasamento teórico e aná-
lise crítica, cujo enfoque se deu sobre a aplicação do Colegiado e o Modelo de Gestão Participativa do SUS.

Resultados:
O estudo não apresenta resultados finais, uma vez que a aplicabilidade encontra-se em curso. Porém, já é possível identificar
mudanças positivas e aquisição de aprendizado prático e constante no cotidiano das Unidades de Saúde.

Análise Crítica:
O SUS é uma experiência exitosa (FRUTUOSO, 2010) que se apoia no trabalho em equipe e em colegiados (CUNHA, MAGAJEWSK,
2012) para transformar positivamente a realidade e promover a corresponsabilidade dos profissionais e usuários. Embora exis-
tam os desafios operacionais e políticos, a participação cidadã no SUS deve ser estimulada através de ferramentas já existentes
e inovação para responder às necessidades de cada realidade, fortalecendo o sistema de saúde e os cuidados prestados na APS.

Conclusões:
Esta experiência resume o contexto teórico e prático do SUS e prevê ações futuras de maior impacto para usuários e comunidade
geral. Para o desenvolvimento dessas ações, o profissional sanitarista tem papel fundamental, transformando as demandas em
respostas resolutivas na realidade da atenção primária. Recomenda-se, portanto, que o projeto de Colegiado seja contínuo e
atinja o objetivo comum para profissionais, usuários e núcleos gestores.

Referências:
CUNHA, Penha F; MAGAJEWSK, Flávio. Gestão participativa e valorização dos trabalhadores: avanços no âmbito do SUS. Saúde
Coletiva, v. 21, s. 1, p.71-79, São Paulo, 2012.

FRUTUOSO, Jurandi. A gestão do sistema único de saúde. In: Romualdo Portela de Oliveira e Wagner Santana (Organizadores).
Educação e Federalismo no Brasil: combater as desigualdades, garantir a diversidade. UNESCO, Brasília, 2010 (p. 89-105).

500 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DE INAPTIDÃO CLÍNICA EM CANDIDATOS À DOAÇAO


DE SANGUE TOTAL EM UM HEMOCENTRO REGIONAL DO
CEARÁ
FRANCISCO NOGUEIRA CAVALCANTE
Centro Universitário Inta (UNINTA)
CRISTIANE COELHO TIMBÓ FERREIRA GOMES
(Enfermeira e colaboradora do Hemocentro Regional de Sobral-CE)
LILIANA LIMA CAVALCANTE
(Enfermeira do Hemocentro Regional de Sobral-CE)
ANA CLAUDIA BARROSO CAVALCANTE PAIVA
(Enfermeira do Hemocentro Regional de Sobral-CE)
ISRAEL ALMEIDA FERNANDES
(Enfermeiro do Hemocentro Regional de Sobral-CE)
RAILA SOUTO PINTO MENEZES
(Docente nas Faculdades UNINTA e Coordenadora de Ensino e Pesquisa do Hemocentro
Regional de Sobral-CE)

Período de realização:
O estudo foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2018 em um Hemocentro Regional do Ceará. Objetivo da Experiên-
cia: Candidatos à doação de sangue total que se apresentaram inaptos durante a triagem clínica em um Hemocentro Regional do
Ceará.

Objetivos:
Analisar as inaptidões clínicas de candidatos à doação de sangue total em um Hemocentro Regional do Ceará.

Metodologia:
Estudo descritivo, retrospectivo e documental, através dos dados coletados no sistema SBS WEB do Hemocentro Regional, refe-
rente ao ano de 2018. Para coleta dos dados, foi utilizada uma planilha com as variáveis pertinentes ao alcance do objetivo deste
estudo, para sua posterior análise. A coleta dos dados ocorreu no mês junho 2019, sendo tomadas todas as medidas de forma a
atender os princípios de resolução CNS 466/2012 (BRASIL, 2012).

Resultados:
Foram registrados 15.627 doadores aptos e 4.079 inaptos, representando este 26% do total. Os principais motivos de inaptidão fo-
ram: presença de lesões no corpo 1.223 (29,98%), comportamento sexual de risco 692 (16,96%), hemoglobina baixa 431 (10,56%),
medicamentos 184 (4,51%), estado gripal 168 (4,11%), endoscopia digestiva 98 (2,40%), tatuagem 75 (1,83%) e pressão arterial
elevada 70 (1,71%), outros motivos 1138 (27,89%). Constatou-se que 70% das inaptidões clínicas ocorreram no sexo feminino.

Análise Crítica:
O índice de inaptidão mostrou-se em torno de 26%, o que o torna superior ao nacional de 22% (ANVISA, 2017). Isto gera redução
nos estoques de sangue, podendo impactar no atendimento á demanda transfusional. As etapas de doação seguem a rígidos pa-
drões de qualidade, visando garantir a segurança do doador e paciente. Dentre os motivos de inaptidão destacou-se a presença
de lesões no corpo, comportamento sexual de risco e hemoglobina baixa. As inaptidões clínicas foram evidentes no sexo feminino.

Conclusões:
Constata-se que o percentual de inaptidão deste hemocentro está acima do índice nacional, o que nos leva a refletir acerca do
processo de captação de doadores. Os motivos de inaptidões poderiam ser minimizados, caso esses doadores fossem mais bem
orientados quanto às condições ideais para doação. Logo, ressalta-se a importância de reforçar as ações educativas de forma a
minimizar os índices de inaptidões relacionadas á doação de sangue.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução nº 466/12: sobre
pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 2013.

ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 6º Boletim de produção hemoterapica, hemoprod 2017.

Comunicação Oral Curta 501


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CENTRO POP: UMA


EXPERIÊNCIA EM ESTÁGIO BÁSICO II
ANTONIO JONH LENNON DA COSTA MARQUES
Centro Universitário Inta (UNINTA)
SOCORRO TAYNARA ARAÚJO CARVALHO
Centro Universitário Inta (UNINTA)
ROSYMILE ANDRADE DE MOURA
Centro Universitário Inta (UNINTA)

Período de realização:
Ocorreu no dia 28 de março de 2019.

Objetivo da Experiência:
Trata-se de uma visita técnica da disciplina de estágio básico II em Políticas Públicas, ao Centro POP.

Objetivos:
Apresentar as percepções encontradas durante a visita de estágio, promovendo uma discussão sobre atuação do Psicólogo no
Centro Pop. Metodologia: Apresentamos aqui um trabalho de viés qualitativo, exploratório, sendo um relato de experiência, no
qual utilizamos uma revisão bibliográfica, através da teoria apresentada na disciplina de Estágio Básico II em políticas públicas.

Resultados:
O centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua fornece um serviço de atendimento à população em
situação de rua, oferecendo escuta qualificada e serviços essenciais (banho, alimentação), além de encaminhamentos às outras
políticas públicas.

Análise Crítica:
O psicólogo enquanto profissional que está inserido neste equipamento, integrado a uma equipe multidisciplinar, tem uma parti-
cipação de suma importância no acolhimento e no trato da saúde desses usuários, onde realiza-se diversas propostas para que o
sujeito possa se reconhecer como cidadão mesmo que sejam Invisíveis para a sociedade onde encontram-se.

Conclusões:
Portanto, compreendemos essa Política pública, fundamental dentro da rede assistência Social, pois esta leva em consideração a
autonomia do sujeito, proporcionando uma assistência humanizada com serviços especializados, afastando dessa ideia de carida-
de, quando fala-se sobre pessoas em situação de rua.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto nº 7.053 de dezembro de 2009. Política Nacional para a População em Situação de Rua;
2009.

BRASIL. Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializada para a População em Situação de Rua – SUAS e População em
Situação de Rua. Brasília: Editora Brasil LTDA, V.3, 2011.

COSTA, Ana Paula Motta, SILVA, Marta Borba. População em Situação de Rua: desafio às políticas públicas brasileiras. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2009.

PIZZATO, Rejane. A trajetória do protagonismo dos grupos e dos movimentos da população em situação de rua. A Rua em Movi-
mento: debates acerca da população adulta em situação de rua na cidade de Porto Alegre.In: DORNELLES, Aline Espíndola; OBST,
Júlia; Patrice Schuch; Ivaldo Gehlen; Aline; Espindola Dornelles; Marta Borba Silva; Emília Estivalet Broide; Jorge Broide; Rejane
Margarete Scherolt Pizzato; Julia Obst; Lirene Finkler; Suely Silva Santos; Márcia Nectoux; Simone Machado; Simone Ritta dos
Santos; Kevin Krieger -2012.

502 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE NO


ADOECIMENTO POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM
SOBRAL-CEARÁ
ANA KAROLINE SOARES ARRUDA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
IZABELLE MONT’ALVERNE NAPOLEÃO ALBUQUERQUE
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
FERNANDO DANIEL MAYORGA
Universidade Federal do Ceará (UFC)
JOSÉ CLEANO DIAS ARRUDA
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Introdução:
O Acidente Vascular Cerebral é a primeira causa de morte no Brasil, a segunda no mundo e em países desenvolvidos, prevalecen-
do, ainda, as disparidades para as condições de saúde de acordo com o extrato socioeconômico, sendo as condições de saúde
autorreferidas piores entre aqueles de renda mais baixa, com comprometimento da mobilidade e incapacidade para realizar
atividades da vida diária.

Objetivos:
Determinar o nível de comprometimento neurológico de pessoas acometidas por Acidente Vascular Cerebral ( AVC) utilizando a
escala de Rankin modificada e sua associação com determinantes sociais da saúde.

Metodologia:
Estudo ecológico observacional descritivo de corte transversal com abordagem quantitativa, que integra pesquisa maior intitu-
lada: Registro Epidemiológico e Biobanco Brasileiro de Acidente Cerebroavascular (REBBAVC), submetida ao Comitê de Ética em
Pesquisa com parecer favorável, nº 828.538. A amostra foi coletada no banco de dados do REBBAVC constituída por 366 pessoas
diagnosticadas com AVC no município de Sobral, Ceará entre 2015 e 2016. Utilizou-se a análise estatística descritiva e inferencial
(teste qui-quadrado de Person), para as variáveis categóricas (classificação de Rankin modificada, sexo, etnia, classe social e nível
de escolaridade), por meio do uso do software livre acesso R.

Resultados:
Dois terços dos participantes eram considerados analfabetos ou com ensino fundamental incompleto, recebiam até um salário
mínimo, além de manifestarem o primeiro episódio de AVC. Quanto à presença de incapacidades, 42,7% pessoas acometidas por
AVC evoluíram sem sintomas, sem incapacidade ou incapacidade leve, o que permitem às mesmas realizarem suas atividades
sem auxílio de terceiros, havendo, contudo, expressiva letalidade, com um terço dos doentes evoluindo para óbito. Houve, ainda,
significância estatística entre o grau de comprometimento neurológico pós-AVC, escolaridade e etnia (α =0,05), sugerindo que o
nível de escolaridade e etnia influenciam o grau de comprometimento neurológico.

Conclusões:
Apesar da magnitude do AVC, seu impacto pode ser revertido por meio de intervenções amplas e custo-efetivas de promoção à
saúde, vigilância e monitoramento, especialmente atuando de maneira integrada na redução de seus fatores de risco e que bene-
ficiam, em geral, a maioria da população, não se restringindo aos doentes. Portanto, ações realizadas prioritariamente na atenção
primária à saúde colaboram para a redução da morbimortalidade do AVC.

Referências:
BENSENOR, I. M. et al. Prevalência de acidente vascular cerebral e de incapacidade associada no Brasil: Pesquisa nacional de saú-
de - 2013. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 73, n. 9, p. 746–750, 2015.

GOULART, A. C. EMMA study: A Brazilian community-based cohort study of stroke mortality and morbidity. Sao Paulo Medical
Journal, v. 134, n. 6, p. 543–554, 2016.

IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. INSTITUTO BRASILEIRO DE GE-
OGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015.

LOTUFO, P. A. et al. Doença cerebrovascular no Brasil de 1990 a 2015: Global Burden of Disease 2015. Revista Brasileira de Epide-
miologia, v. 20, n. suppl 1, p. 129–141, 2017.

Comunicação Oral Curta 503


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE VÍTIMAS DE ACIDENTE DE


TRÂNSITO NO MUNICÍPIO DE NOVO ORIENTE DE 2013 A 2017
MARIA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS OLIVEIRA CUNHA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SANDRA OLIVEIRA DA SILVA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
FRANCISCO DIONES ARAÚJO RODRIGUE
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
RAIMUNDO AUGUSTO MARTINS TORRES
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
FRANCISCA NELLIE DE PAULA MELO
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
SAMUEL RAMALHO TORRES MAIA
Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Introdução:
Os altos índices de acidentes de trânsitos no Brasil preocupam autoridades em todo o mundo. Em nível mundial, acidente de
trânsito é considerado o oitavo maior motivo de morte, e até 2030, vem mostrando tendências que se tornará o quinto. Além
das sequelas deixadas nas vítimas de acidentes de trânsitos que, muitas vezes, podem ser permanentes e ocasionar aumento no
orçamento hospitalar.

Objetivos:
Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de acidentes de trânsitos atendidos no Hospital público no município de
Novo Oriente-CE, no período de 2013-2017.

Metodologia:
Trata-se de um estudo documental, exploratório, quantitativo. A pesquisa foi realizada com dados secundários das fichas de
primeiro atendimento das vítimas de acidente de trânsito atendidos na urgência do hospital municipal na cidade de Novo Orien-
te-CE. A população total foi composta por 4.658 fichas de primeiro atendimento de vítimas de acidentes de trânsito, entre leves,
moderados e graves no período de 2013–2017. Para definir a amostra, empregou-se a seleção das fichas a amostragem aleatória
sistemática de uma população finita. Os dados foram coletados entre o mês de agosto e setembro de 2018. A análise dos dados
coletados foi realizada com a utilização do programa Microsoft Excel 2010.

Resultados:
Foram analisadas 261 fichas no ano de 2013; 291 fichas no ano de 2014; 280 fichas no ano de 2015; 256 no ano de 2016 e 247
no ano de 2017. As idades das vítimas foram predominantemente entre 18 a 30 anos em todos os anos, classe economicamente
ativa, com situação conjugal solteiro, em sua grande maioria agricultores. O sexo das vítimas de acidentes de trânsitos observa-se
a predominância do sexo masculino, como mostra a porcentagem para o ano de 2016, masculino 200 (69,34%) e sexo feminino
56 (30,65%). Sobre o número de alta após atendimento foi maiores em 2015 com 174 (62,14%) e 2016 com 150 (58,59%). Sobre
casos de óbitos o maior ano foi em 2013 com 8 (3,06%).

Conclusões:
Este estudo revelou que as taxas de acidentes de trânsitos, mesmo com índices alarmantes no ano 2013, mostra um decréscimo
quando comparado com o ano de 2017. Assim sendo, vê-se a necessidade de atenção para com esses indivíduos, no sentido de
que seja executado um sistema de políticas públicas destinadas a atender às necessidades desse público para que esses índices
possam diminuir.

Referências:
IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras caracterização, tendên-
cias e custos para a sociedade. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Brasília, 2015.

GODOI, Vanessa Carolina Grigini et al. Reception with risk classification: Characteristics of the demand in an emergency unit.
Cogitare Enferm, v. 21, n. 3, 2016.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global status report on road safety 2015. Geneva: WHO; 2015.

504 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ACESSO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA À ATENÇÃO


BÁSICA

ANA THIENA APOLIANO


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
MARIA DA CONCEIÇÃO COELHO BRITO
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Introdução:
Sobre o atendimento da população de rua na Atenção Básica, reconhece-se que isso permeia complexidades e particularidades
dos modos de vida dessas pessoas, exigindo do Sistema Único de Saúde - SUS, flexibilidade e inovação.

Objetivos:
Analisar as evidências científicas sobre o acesso da população em situação de rua à Atenção Básica em Saúde.

Metodologia:
Visando alcançar o objetivo de compreender os caminhos percorridos pela população em situação de rua no atendimento à
saúde, construiu-se uma revisão integrativa da literatura. Este método permite sumarizar pesquisas realizadas anteriormente e
a partir delas obter conclusões para analisar o conhecimento científico sobre o tema a ser pesquisado. Para guiar a condução
dessa Revisão Integrativa, elaborouse a seguinte questão norteadora: De que forma a literatura apresenta a questão do acesso da
população em situação de rua na atenção básica.

Resultados:
Foram selecionados 10 artigos que estavam disponibilizados artigos no Portal Biblioteca Virtual da Saúde e que responderiam
aos critérios de inclusão. Esse quantitativo distribuiu-se entre os anos de 2013 a 2017, sendo em 2013 o ano de maior frequência
de publicações, com três publicações. Compreender a caracterização da população de rua contida nos artigos é importante para
explicar os processos de acesso à saúde, bem como o cuidado à saúde dessa população que exige um atendimento peculiar, con-
siderando suas particularidades.

Conclusões:
Diante das situações expostas nesta revisão, e reconhecendo a importância de se efetivar assistência de qualidade às pessoas
que vivenciam condição de rua, deve ser fortalecida a inclusão deste tema em graduações da área da saúde, para que os envol-
vidos conheçam e incorporem esse conhecimento às suas práticas por meio do ensino, pesquisa, extensão e também educação
permanente.

Referências:
ARANTES, L. J.; SHIMIZU, H. E.; MERCHÁN-HAMANN, E. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primá-
ria à Saúde no Brasil: revisão da literatura. Ciência &amp; Saúde Coletiva, v. 21, n. 5, p. 1499–1510, 2016. Disponível em: . Acesso
em: 07 de outubro de 2018.

Bertolli Filho C 1986. Epidemia e sociedade: a gripe espanhola no município de São Paulo. Dissertação de mestrado. Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Comunicação Oral Curta 505


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REGIMENTO INTERNO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO


INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: PROTAGONISMO DO PET-
SAÚDE EM SOBRAL/CE

Período de realização:
A elaboração e a implantação do Regimento compreenderam o período de abril a junho de 2019. Objetivo da Experiência: Criação
e implantação do Regimento Interno do Núcleo de Educação Interprofissional em Saúde, enquanto ação do PET-Saúde Interpro-
fissionalidade.

Objetivos:
Contribuir na criação do Núcleo Interinstitucional de Educação Interprofissional em Saúde de Sobral (NIEIS) para fortalecer ações
de interprofissionalidade; Propor objetivos, ações e estrutura organizacional do NIEIS; Elaborar o Regimento Interno; Validar o
Regimento no colegiado gestor do PET-Saúde

Metodologia:
Inicialmente foram aprofundados conhecimentos sobre Educação Interprofissional, além da leitura e discussão do Projeto PET/
Interprofissionalidade em Sobral. Foram definidas as orientações e normatizações mínimas para o funcionamento do NIEIS e,
posteriormente, a sistematização escrita do Regimento Interno foi realizada. A versão preliminar foi apresentada ao colegiado
gestor do PET-Saúde, que elencou importantes sugestões, as quais compuseram o documento final, após os ajustes realizados.

Resultados:
A produção de normas e orientações evidenciou importante processo formativo para o grupo tutorial do PET-Saúde responsável
pela atividade, tanto no que concerne à sistematização escrita quanto ao aprofundamento teórico necessários na elaboração do
documento. Enquanto produto, a experiência agregou o Regimento Interno do NIEIS, o qual norteou a estruturação e funciona-
mento do Núcleo, e promoveu reflexões sobre possibilidades de fomento à educação interprofissional no município.

Análise Crítica:
A partir dos estudos realizados foram identificadas poucas experiências semelhantes ao NIEIS. Por conseguinte, ainda que a
Educação Interprofissional em Saúde (EIP), com toda sua importância no desenvolvimento de competências colaborativas para
melhorar o serviço em saúde, venha ampliando sua visibilidade mundial nos últimos anos, destacou-se a necessidade da institu-
cionalização de espaços que impulsionem reflexões acerca da educação interprofissional, bem como das práticas colaborativas.

Conclusões:
A Educação Interprofissional em Saúde mostra-se fundamental para a melhora do trabalho em equipe e consequente eficiência
do sistema de saúde. Importa, assim, a busca de estratégias de inserção ou fortalecimento da EIP nos espaços de formação e de
desenvolvimento das práticas de cuidado, a exemplo do NIEIS, que se propõe ao fomento da EIP guardando coerência com os
princípios do SUS e o perfil profissional demandado pelas necessidades de saúde.

Referências:
BRASIL.Ministério da Saúde. SGTES. Relatório final da oficina de alinhamento conceitual sobre educação e trabalho interprofis-
sional em saúde. Brasília, 2017.

CECCIM, R.B. Conexões e fronteiras da interprofissionalidade: forma e formação. Interface (Botucatu). v. 22, n. 2, p. 1739-1749,
2018.

D’Amour, D. et al. (2005). Conceptual basis for interprofessional collaboration: Core concepts and theoretical frameworks. Journal
of Interprofessional Care, Supplement 1.

506 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

APLICAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS EM SAÚDE CONFORME A


LEI COMPLEMENTAR 141/2012 EM PARNAMIRIM, RIO GRANDE
DO NORTE

Introdução:
A promulgação da Lei Complementar 141/2012 regulamentou o rateio do financiamento da saúde pública para cada esfera go-
vernamental. De acordo com a lei, os municípios devem aplicar anualmente no mínimo 15% da sua arrecadação de impostos
em ações e serviços públicos de saúde, no intuito de ampliar o atendimento às necessidades de saúde da população (MENDES;
CARNUT; GUERRA, 2018).

Objetivos:
Analisar a aplicação de recursos próprios em saúde conforme a Lei Complementar 141/2012 no município de Parnamirim, locali-
zado no estado do Rio Grande do Norte.

Metodologia:
Estudo ecológico, cuja unidade de análise foi a aplicação de recursos próprios em saúde em Parnamirim, entre 2014 e 2018. Os
dados foram extraídos do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), que disponibiliza acesso aberto
e gratuito. No SIOPS, acessou-se a aba Cálculo do % aplicado em Saúde – conforme LC141/2012 e foram selecionadas as despesas
empenhadas até o fim do 6º bimestre de cada ano no município. Na consulta disponibilizada, foram coletadas as informações
financeiras dos campos Despesas com Recursos Próprios e Despesa mínima a ser aplicada em ASPS. Os dados foram exportados e
analisados descritivamente no Microsoft Excel 2010.

Resultados:
Em 2014, Parnamirim aplicou em saúde 84,8% a mais do que o mínimo estipulado pela LC 141/2012. Já em 2015, esse percentual
subiu para 95,9 e em 2016 chegou ao máximo do período analisado, 116,4% a mais do que o exigido em Lei. Em 2017 aplicou-se
94,19% a mais e em 2018, 98,8%. A maior aplicação foi destinada à atenção básica, seguida pela assistência de média e alta com-
plexidade. Esse perfil exitoso de execução financeira em ações e serviços de saúde apresentado por Parnamirim contribui para o
panorama geral do Rio Grande do Norte, que, segundo estudo de Leite, Lima e Vasconcelos (2012), é composto por municípios
que têm aumentado sua participação na composição dos recursos do setor saúde.

Conclusões:
Em todos os anos analisados o município de Parnamirim cumpriu mais do que o percentual mínimo de aplicação de recursos
próprios em saúde determinado pela Lei Complementar 141/2012. Com isso, percebe-se o compromisso e a responsabilidade
sanitária do município com o sistema de saúde, principalmente no âmbito do fortalecimento da atenção básica. Sua participação
contribui para efetividade das políticas de saúde no estado do Rio Grande do Norte.

Referências:
MENDES, A.; CARNUT, L.; GUERRA, L.D.S. Reflexões acerca do financiamento federal da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde.
Saúde & Debate, v.42, 2018.

LEITE, V.R.; LIMA, K.C.; VASCONCELOS, C.M. Financiamento, gasto público e gestão dos recursos em saúde: o cenário de um estado
brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, v.17, n.7, 2012

Comunicação Oral Curta 507


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO EM PACIENTES COM


DIABETES MELLITUS ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA:
REVISÃO INTEGRATIVA

Introdução:
No cuidado às pessoas com Diabetes Mellitus (DM), a atenção básica realiza um acompanhamento que permite a aproximação
com o contexto social do usuário do serviço e de suas necessidades, singularidade e história de vida. Destacando as ações de
prevenção e promoção da saúde do usuário, família e comunidade, já que a DM é considerada um problema crescente (FELIPE et
al., 2011).

Objetivos:
Analisar as estratégias de intervenção em pacientes com Diabetes Mellitus atendidos na Atenção Primária, através de uma revisão
integrativa da literatura.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, dividida em etapas, após a identificação dos artigos, foi realizada a seleção dos
estudos primários, de acordo com a questão norteadora, e os critérios de inclusão previamente definidos. Os artigos foram dis-
postos em um quadro estruturado, esse instrumento foi elaborado com a finalidade de extrair e analisar os dados dos estudos
incluídos. Após a seleção dos artigos, procedeu-se a análise dos dados, sendo elaborados e expostos em forma de quadro para
organização da análise dos artigos contendo os itens: título do artigo, ano da publicação, objetivo geral e intervenção/acolhimen-
to e realizadas análises qualitativas de cada artigo.

Resultados:
Nos estudos analisados foram vistos que a abordagem em grupo tem a capacidade de tornar o paciente com Diabetes, emponde-
rado, torna a convivência familiar de boa qualidade e mais fácil. Observou-se também que as visitas domiciliares são realizadas na
tentativa de melhorar a adesão dos usuários ao sistema de saúde e ao tratamento, sobretudo utilizando como meio que favorece
essa ligação as visitas domiciliares, um cuidado prestado à comunidade. Necessário também que os profissionais busquem cada
vez mais o aperfeiçoamento do atendimento e atualizações, ainda sobre as formas de trabalhar a prevenção e promoção da saúde
em doenças crônicas, que apresentam elevada incidência, como a Diabetes.

Conclusões:
Almeja-se que este estudo de revisão integrativa de literatura possa adicionar saberes no que se refere a estratégias para trata-
mento e prevenção da Diabetes Mellitus na Atenção Básica à Saúde, focando na importância de haver uma equipe que trabalhe
em consonância e busque a qualidade de vida e de tratamento para indivíduos com doenças crônicas como essa, tornando-o
capaz de se emancipar e ampliar seus conhecimentos.

Referências:
FELIPE, J. F. et al. Consulta de Enfermagem ao Usuário Hipertenso Acompanhado na Atenção Básica. Rev. Rene. Fortaleza, v.12,
n.2, p. 287-94, 2012. Disponivel em: http:// www. Revistarene.ufc.br/vol12n2_pdf/a09v12n2.pdf. Acesso em: 29 de maio de 2019.

508 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA E SUAS FAMÍLIAS: UM ESTUDO


SOBRE AS REDES DE APOIO SOCIAL

Introdução:
As mudanças na vida da criança e da família, ao se depararem com a doença crônica podem relacionar-se a alterações orgânicas,
físicas emocionais e sociais. As redes sociais de apoio, são mecanismos de suporte. A família busca ajuda em variados espaços,
uma tentativa de acolhimento de suas angustias e maior qualidade de vida para a criança, bem como para os demais membros
da família.

Objetivos:
Mapear os elementos da rede social de apoio e descrever como as famílias de crianças com deficiências utilizam.

Metodologia:
Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso realizada no município de Sobral - CE, desenvolvida no Cen-
tro de Reabilitação do sistema de saúde local com 21 familiares de crianças com deficiências atendidos em 2018. A coleta de da-
dos ocorreu por meio de entrevista semiestruturada com familiar de crianças com deficiência. Trata-se de um recorte da pesquisa
multicêntrica “Vivências de Famílias constituídas com Crianças com Deficiências: Organização, Práticas e Necessidades” vinculada
aos Grupos de Estudos Família, Saúde e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná e Grupo de Estudos e Pesquisa em
Vulnerabilidade e Saúde da UVA, com financiamento do CNPq.

Resultados:
As redes sociais mostraram-se como importantes recursos utilizados pela família na busca de acolhimento de suas angustias e
maior qualidade de vida para a criança com deficiência e sua família. As famílias apresentaram conhecimentos incipientes sobre
os recursos aos quais têm direito. Os mais utilizados pelas famílias relacionavam-se a: benefício financeiro, transporte, medica-
mento, órtese e um quantitativo relevante diz não fazer uso de nenhum recurso, o equivalente a 38,1% dos entrevistados. O fato
de muitas famílias não receberem nenhum tipo de recurso chamou atenção dos pesquisadores, suscitando a hipótese de que
provavelmente essas crianças não estejam recebendo tratamentos eficientes.

Conclusões:
As redes sociais de apoio mostraram-se como importantes recursos as quais as famílias utilizam, sendo percebidas como o resul-
tado de uma soma de todas as relações que um sujeito compreende como relevante. Foi possível perceber que há limitação do
conhecimento dos familiares sobre seus direitos e recursos que uma criança com deficiência pode dispor. As respostas mostra-
ram-se fragilizadas, talvez isso seja em decorrência desse desconhecimento.

Referências:
ALEXANDRE, A.M.C; LABRONICI, L.M.; MAFTUM, M.A.; MAZZA, V.A. Mapa da rede social de apoio às famílias para a promoção do
desenvolvimento infantil. Rev Esc Enferm. v. 46, n.2, p. 271-279, 2012.

BARBIERI, M.C., et al. Rede de suporte da família da criança e adolescente com deficiência visual. Ciência & Saúde Coletiva, v.21,
n.10, p.3213-3222, 2016.

SLUZKI, C.E. A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. 147p.

Comunicação Oral Curta 509


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO PRAS


(PNEUMONIA RELACIONADA À ASSISTÊNCIA) EM UMA
UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL DE
REFERÊNCIA

Período de realização:
Junho a Julho de 2019. Objetivo da Experiência: Protocolo de pneumonia relacionada à assistência (PRAS), utilizado em uma uni-
dade de internação pediátrica.

Objetivos:
Descrever a percepção dos enfermeiros sobre a experiência da utilização de um protocolo de cuidados para evitar pneumonia
hospitalar relacionada à assistência.

Metodologia:
Relato de experiência vivenciado por enfermeiros da clínica pediátrica de um hospital de referência da cidade de Sobral - CE. O
protocolo foi implantado em março de 2017, com os seguintes cuidados: cabeceira elevada de 30º a 45º graus; higiene oral; aspi-
ração de vias áreas quando necessário. Para abertura do protocolo, faz-se necessário identificar os pacientes que predispõem ao
maior risco, assim como correlacionar as medidas que são necessárias para cada perfil.

Resultados:
Desde a implantação, o protocolo foi uma ferramenta que contribuiu na redução em 100% no primeiro ano (2018) de broncoas-
piração e 43,6% dos índices de pneumonia acometida durante o internamento. Houve também a ausência desses eventos no mês
de setembro de 2018 e janeiro de 2019. No primeiro semestre de 2019 a mediana foi de 1,14, uma de melhoria 49,77% quando
comparada ao mesmo período de 2018 com densidade de 2,27.

Análise Crítica:
Tal enfermidade pode trazer sérias consequências para o paciente (aumento da permanência e substancial do risco de morte) e
para o hospital (maior custo com o paciente), é preciso buscar medidas de prevenção para esta complicação. São raros os estudos
e Bundles elaborados para a prevenção de PRAS em pacientes adultos e pediátricos internados em enfermaria, o que nos remete
a importância em discutir essa temática, tendo em vista o crescente impacto na garantia da segurança do paciente.

Conclusões:
O acompanhamento dos índices de PRAS é importante por ser um dos indicadores que mede a qualidade do atendimento pres-
tado pelo serviço de saúde. É necessário que os profissionais de saúde tenham conhecimento aprofundado sobre esta temática,
para prevenir complicações, dentre elas a PRAS, no qual é um fator imprescindível para a diminuição da incidência desta infecção,
bem como de sua morbimortalidade.

Referências:
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios Diagnósticos de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde/Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2017a.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Série:
Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília: ANVISA, 2017b.

510 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ATENÇÃO À SAÚDE:


EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
PAULO MARTINS RODRIGUES (ESP/CE)

Período de realização:
junho de 2018 a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Atividades desenvolvidas no eixo de Educação Permanente em Atenção à Saúde para profissionais de saúde e sociedade, no Es-
tado do Ceará.

Objetivos:
Este trabalho objetiva relatar e destacar a experiência no Centro de Educação Permanente em Atenção à Saúde (CEATS) da Escola
de Saúde Pública do Ceará Paulo Martins Rodrigues, no que tange às atividades ofertadas aos profissionais de Saúde do Estado
do Ceará.

Metodologia:
O Centro de Educação Permanente em Atenção à Saúde (CEATS) é composto por uma equipe de profissionais da saúde de diver-
sas categorias, que elaboram projetos e programas pedagógicos para a execução de cursos livres e Especializações voltados para
capacitar e formar profissionais para uma atuação efetiva na área de Atenção em Saúde. As temáticas dos cursos são ofertadas a
partir de demandas vinculadas ao Eixo de Educação Permanente do Governo do Estado do Ceará e Instituições parceiras.

Resultados:
Os cursos e demais atividades desenvolvidas pelo CEATS tem atendido à demandas de localidades variadas no Estado do Ceará.
Após construção da matriz curricular é divulgado no site institucional da ESP/CE e aberto ao público interessado. Os alunos ava-
liam o serviço por instrumento institucional, desenvolvido pelo CEATS, como satisfatório e importante para o percurso profissio-
nal. As turmas apresentam adesão significativa, atingindo a média de aprovação superior a 85% na maioria das turmas.

Análise Crítica:
A execução de atividades voltadas para a capacitação e formação de profissionais de saúde alinhadas às demandas cotidianas e
aos Indicadores de saúde do Estado do Ceará é considerada como potencializadora no que tange à melhoria da qualidade do ser-
viço ofertado e da relação do profissional de saúde com os demais cidadãos. Promover educação permanente em saúde contribui
para fortalecer a gestão em saúde e mapear dificuldades e demandas.

Conclusões:
A Escola de Saúde Pública do Ceara objetiva fortalecer a qualificação dos profissionais na área de Atenção à Saúde através de uma
participação satisfatória e envolvimento dos profissionais de saúde às atividade promovidas pelo CEATS, fincadas nas diretrizes da
Política de Educação Permanente em Saúde, do Estado do Ceará e alinhado ao desenvolvimento e qualificação interprofissional
em saúde.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação
na Saúde. A educação permanente entra na roda: pólos de educação permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer.
2. ed. Brasília, DF; 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 198, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Perma-
nente em Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2004. Seção 1

Comunicação Oral Curta 511


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROGRAMAS DE SAÚDE PARA MORADORES DE RUA: REVISÃO


SISTEMÁTICA

Introdução:
O acesso a saúde aos moradores de rua é ineficaz devido às concepções de doença e organização do sistema. A principal legisla-
ção é a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR), criada em 2009. Em 2012, a Política Nacional de Atenção
Básica propôs os Consultórios na Rua. A Lei 13.714, de 2018, proíbe a recusa de atendimento pelo SUS de indivíduos em situação
de risco social.

Objetivos:
Buscar na literatura a existência de programas de saúde destinados a população de rua.

Metodologia:
Foi realizada uma revisão sistemática em busca de programas de saúde direcionados as pessoas em situação de rua. Inicialmente
foi estabelecida a questão; “Quais programas públicos de saúde existem em prol das pessoas em situação de rua?”, para res-
ponder foi feito uma pesquisa virtual nas plataformas Scielo e Pubmed com os descritores “programas para moradores de rua”
e “consultório na rua”. Os critérios de seleção de artigos científicos foram: em língua portuguesa, ser gratuito e dissertar sobre
programas públicos brasileiros. Depois, foram escolhidos 8 artigos, sendo lidos na íntegra por duas pesquisadoras.

Resultados:
Ainda que haja a PNPSR e outras políticas locais, elas não garantem o cuidado integral devido características heterogêneas do
grupo. Na literatura, o único programa que está se consolidando e efetivando é o de Consultórios na Rua (CRs), com pesquisas
demonstrando indicadores de saúde do grupo além de vários relatos que demonstram aproximação entre o SUS e os moradores
de rua. Mais um passo foi dado, com a recente Lei 13.714 que assegura o atendimento de pacientes com vulnerabilidade social
mesmo sem residência fixa.

Conclusões:
Visto a discreta atuação pública em programas de saúde para os moradores de rua é evidente a necessidade da criação de pro-
gramas direcionados a este grupo, e ainda uma formação acadêmica de profissionais de saúde capacitados para o atendimento
destes. Os trabalhos científicos sobre o tema ainda são escassos na literatura brasileira, portanto é notória a importância de pes-
quisas científicas relacionadas a este grupo de pacientes.

Referências:
CARNEIRO JUNIOR, N. et al. Serviços de saúde e população de rua: contribuição para um debate. Saúde e Sociedade, São Paulo,
v. 7, n. 2, p. 47-62, ago./dez.1998.

COELHO, E. A. C.; FONSECA, R. M. G. S. Pensando o cuidado na relação dialética entre sujeitos sociais. Rev Bras Enferm, Brasília,
DF, v. 58, n. 2, p. 216, mar./abr. 2005.

Ministério da Saúde. Portaria nº 122, de 25 de janeiro de 2011. Proposta de Consultórios na Rua da Política Nacional de Atenção
Básica.

512 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A CONTRIBUIÇÃO DOS RELATÓRIOS DO E-SUS PARA O


MONITORAMENTO E PRODUÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE
UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Período de realização:
Janeiro de 2017 à junho 2019 Objetivo da Experiência: Contribuição dos relatórios do e-sus para o monitoramento das ações e
produção dos profissionais de uma unidade básica de saúde.

Objetivos:
Relatar a experiência da gerência no monitoramento das ações e da produção dos profissionais de uma unidade Básica de Saúde,
visando instrumentalizar a tomada de decisões a partir dos relatórios do e-SUS.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, com abordagem qualitativa, onde se descreve os aspectos vivenciados na utilização dos
relatórios do e-sus na prática cotidiana da gestão de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A práxis que resultou na redação deste
relato aconteceu de janeiro de 2017 a junho de 2019 em uma UBS na cidade de Catunda, CE. Os dados obtidos foram analisados
e apresentados de forma descritiva de acordo com a experiência vivida como gerente de uma UBS.

Resultados:
Os resultados alcançados emergiram a partir da vivência da gerência utilizando os relatórios do sistema e-sus, no qual podemos
observar quatro principais contribuições do sistema: Monitoramento da produção dos profissionais; acompanhamento das prin-
cipais doenças; Maior agilidade e organização do trabalho e supervisão do número de população adscrita. Verificamos ainda com
este estudo a importância dos sistemas de informação para a tomada de decisão por parte dos gestores.

Análise Crítica:
Os relatórios do sistema e-sus são imprescindíveis para realizar um trabalho mais ágil e organizado, dando mais fluidez nos pro-
cessos, diminuindo a utilização manual e acumulo de papeis, que muitas vezes geram dificuldades na interpretação e avaliação
das ações desenvolvidas. A partir do que é alimentado no sistema pôde-se realizar o acompanhamento da população adscrita e
as principais doenças que incidem sobe a população para que assim se trace estratégia de promoção e prevenção desses agravos.

Conclusões:
O Sistema e-sus constitui uma ferramenta essencial para ações dentro do sistema de saúde. Por ele, torna-se possível o desenvol-
vimento do processo informação, decisão e ação dando suporte para a organização das ações do serviço de saúde, corroborando
para a melhoria da assistência ao indivíduo. Isto posto, faz necessário uma maior produção cientifica que aborde a temática, assim
como qualificação para os profissionais para utilização do sistema.

Referências:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes Nacionais de Implantação da Estratégia e-SUS AB [recurso eletrônico]. Brasília, 2014, 11 p.
Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/diretrizes_nacionais_esus.pdf. Acesso em: 02/06/2019.

BRÜGGER. M. T. C.. Metodologia da pesquisa e da produção cientifica. Brasília. WEducacional e cursos Ltda, 2011.

Comunicação Oral Curta 513


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DE MULHERES IMIGRANTES


HAITIANAS

Introdução:
As migrações sempre fizeram parte da história da humanidade. Entretanto, contemporaneamente, esses fluxos migratórios tem se
intensificado. Apesar de não repercutir necessariamente como uma ameaça à saúde, os processos migratórios podem acarretar
uma maior vulnerabilidade, principalmente para as mulheres que vão enfrentar particulares riscos para a saúde, especialmente
à saúde sexual e reprodutiva

Objetivos:
Caracterizar e descrever os cuidados em saúde sexual e reprodutiva de mulheres haitianas cadastradas na Unidade Básica de
Saúde Expansul (UBS) no município de Aparecida de Goiânia, Goiás.

Metodologia:
Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa e de caráter exploratório, com uma amostra de 36 mulheres imigrantes haitia-
nas cadastradas na referida UBS. Os dados foram coletados no período de novembro de 2016 a abril de 2017 e analisados através
do mapeamento e construção de tabelas de frequência simples e a correlação entre variáveis sócio-econômico demográficas.

Resultados:
As entrevistadas encontravam-se na faixa etária de 19 a 57 anos e chegaram ao Brasil entre os anos de 2011 e 2017. A maioria
delas acessou o território brasileiro pelos estados do Acre e do Amazonas (33,3%). Verificou-se que 11% das entrevistadas desco-
nhecia ser ou não portadora de HIV ou outra IST. A maioria das entrevistadas tinha entre 2 e 3 filhos e apenas 38.9% dessas mães
realizaram o acompanhamento pré-natal durante a última gravidez. Mais de 70% delas nunca havia realizado exame preventivo
de câncer de útero e 63,9% não utilizavam nenhum método contraceptivo.

Conclusões:
Conclui-se que é preciso aprofundar na discussão sobre ações e políticas em saúde pública voltadas às necessidades de saúde
sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes presentes no território brasileiro.

Referências:
TOPA, Joana; NEVES, Sofia; NOGUEIRA, Conceição. Imigração e saúde: a (in)acessibilidade das mulheres imigrantes aos cuida-
dos de saúde. Saúde e Sociedade, São Paulo, Abr/Jun 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextπ-
d=S0104-12902013000200006&lng=p t&tlng=pt. Acesso em: 24 ago. 2018.

VENTURA, Míriam. Imigração, saúde global e direitos humanos. Cadernos de Saúde Pública, [S. l.], 2018. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/csp/v34n4/1678-4464-csp-34-04-e00054118.pdf

514 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CONDIÇÕES CRÔNICAS


SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SEUS FATORES
INTERVENIENTES EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DO CEARÁ

Introdução:
As internações por condições sensíveis à atenção primária à saúde são amplamente utilizadas por vários países do mundo para
se avaliar a qualidade em nível primário e tem ampla relação com fatores como a cobertura da Estratégia Saúde da Família e os
indicadores socioeconômicos.

Objetivos:
Correlacionar os indicadores socioeconômicos e da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) com as taxas de internação de
idosos por condições crônicas sensíveis à atenção primária à saúde.

Metodologia:
Estudo ecológico, misto e analítico, de 2012 a 2018, na 11ª Região de Saúde do Ceará com idosos entre 60-74 anos. A variável
dependente foi a taxa de ICSAP crônicas e variáveis independentes as taxas de cobertura da ESF e os indicadores socioeconômicos
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, índice de Gini, analfabetismo em maiores de 15 anos, população em domicílio
com banheiro e água encanada, vulneráveis à pobreza e extremamente pobres. A coleta de dados ocorreu em novembro de 2018
à fevereiro de 2019 pelo DATASUS, e-Gestor e atlas de desenvolvimento humano. Para verificação da normalidade aplicou-se o
teste de Kolmorogov Smirnov e para correlação o coeficiente de Pearson.

Resultados:
No período de análise houveram 5.322 internações por ICSAP, sendo 64,18% do grupo de condições crônicas. A tendência das
taxas dessas internações se mostrou em diminuição ao longo dos anos. Os resultados revelaram relações positivas e negativas,
porém fortes entre as variáveis. O índice de Gini teve r= 0,78 e para as demais variáveis a correlação variou entre r= -0,87 e 0,88,
sendo o indicador porcentagem de domicílios com banheiro e água encanada (r= -0,89) de maior destaque.

Conclusões:
É provável que o aumento da cobertura da ESF e a melhora dos indicadores socioeconômicos tenham influenciado a redução das
taxas de internação por condição crônica ao longo dos anos. Como limitação do estudo aponta-se a exclusão de alguns municípios
da amostra que não tinha registros no DATASUS. Recomenda-se a continuidade deste tipo de estudo para que se possa realizar
análises mais robustas para melhor definir a relação entre as variáveis.

Referências:
LABERGE, Maude; WODCHIS, Walter P; BARNSLEY, Jan; LAPORTE, Audrey. Hospitalizations for ambulatory care sensitive conditions
across primary care models in Ontario, Canada. Soc. sci. med. Vol. 181, pp. 24–33, 2017. DOI:10.1016/j.socscimed.2017.03.040

Comunicação Oral Curta 515


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA ÁGUA QUE ABASTECE BALNEÁRIOS DA CIDADE DE


AÇAILÂNDIA, MARANHÃO
Introdução:
A água é um recurso finito e indispensável à sobrevivência da humanidade e várias outras espécies. As cidades brasileiras devem
considerar os impactos causados aos corpos hídricos, devido ao crescimento populacional, rápida industrialização e despejo do
esgoto doméstico gerando transtornos e interferindo na qualidade de vida das pessoas.

Objetivos:
Avaliar as condições da água dos balneários Vale dos Peixes, Walter Figueiredo, Pantanal e Águas Rasas que é abastecido pelo
córrego Mosquito localizado em Açailândia, Maranhão, Brasil.

Metodologia:
Foi executada a caracterização do local e análise das amostras d’água de balneários que são abastecidos pelo córrego mosquito no
município de Açailândia – MA. Na caracterização das áreas de estudo utilizou-se a analise de imagens de satélite, com a utilização
de georeferenciamento pela ferramenta Google Earth. A partir desta análise, obteve-se a localização, as características e melhores
locais para a realização da coleta das amostras, nos balneários do Córrego Mosquito. As análises laboratoriais foram realizadas
conforme o manual prático de análise de água da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2013). O monitoramento foi realizado
no mês de maio de 2019.

Resultados:
Foram utilizados os parâmetros físico-químicos e biológicos, pH, turbidez, Ferro, nitrato nitrito óleos e graxas sólidos totais,
coliformes fecais e totais. Os resultados obtidos das análises comparados às legislações classificaram as águas no perímetro como
classe três. Alguns parâmetros apresentaram valores acima dos tolerados, ferro, nitratos nitritos e coliformes termotolerantes.
O enquadramento de corpos de água se mostra uma ferramenta para controle e manutenção desse bem natural de uso comum,
além de assegurar a saúde e a sadia qualidade de vida dos usuários dos corpos de água, seja qual for o uso.

Conclusões:
O enquadramento dos corpos hídricos se mostra uma ferramenta eficaz para determinar os usos para os diversos tipos de água.
O presente trabalho mostra que a qualidade da água dos balneários está aquém da permitida na legislação, assim podendo afetar
a saúde da população do município de forma geral.

Referências:
ALMEIDA, Jaqueline Colvara de. Avaliação o índice de Qualidade da Água na Lagoa dos Patos. Pelotas, 2013.

BORTOLI, Jaqueline de. Qualidade físico-química e microbiológica da água utilizada para consumo humano e dessedentação de
animal em propriedade rurais produtoras de leite na região do vele do taquari/RS. Lajeado. 2016.

FUNASA, Fundação Nacional de Saúde. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS. Bra-
sílias, 2014.

516 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O ACIDENTE DE TRABALHO FATAL E OS FAMILIARES

Introdução:
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, atualmente, em todas as regiões do mundo, ocorre o aumento da mortalidade
por causas externas, reflexo do aumento da violência. Esse crescimento tem especial impacto na população trabalhadora. A mor-
te do trabalhador desequilibra toda a estrutura familiar, financeira e emocional. A Constituição Federal do Brasil garante à todo
trabalhador aos direito.

Objetivos:
Dar visibilidade aos familiares do trabalhador morto de Acidente de Trabalho Fatal (ATF) no núcleo familiar e social, a partir da
análise do acesso à seguridade social e aos direitos indenizatórios.

Metodologia:
O estudo foi realizado na cidade de Campinas-SP. Foi realizada uma revisita após 2entrevistas com os familiares de moradores que
vieram à óbito por acidente de trabalho no período de 01/01/2015 à 31/12/2015 (82 casos). A primeira foi logo após o óbito e a
segunda entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Durante as entrevistas foi aplicado o instrumento de autópsia verbal. Na se-
gunda entrevista, o instrumento foi utilizado para verificar se houve algum fato novo e também realizadas questões semiabertas,
com questões como: “Vocês receberam algum apoio da empresa, sindicato ou órgão público”, “O que mudou na sua vida e da sua
família” que foram analisadas a partir de técnicas de análise de conteúdo.

Resultados:
Das 82 entrevistas realizadas, 14 (17%) não foi encontrada nenhuma informação complementar, ou diferente da primeira entrevis-
ta. Deste modo, os resultados aqui apresentados referem-se a 68 (83%) das entrevistas. Entre as 68 famílias apenas 25 (37%) estão
recebendo a pensão de morte, 23 (34%) receberam o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e apenas 8 (12%) entraram
com algum tipo de ação indenizatória pela morte do trabalhador. Entre os 40 óbitos por acidentes de trabalho/trânsito, 29 (72,5%)
dos familiares das vítimas receberam o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Conclusões:
O estudo buscou contextualizar o impacto do acidente de trabalho fatal para a família do trabalhador. A análise das narrativas
possibilitou a visibilidade de questões como o desconhecimento dos direitos trabalhistas e a falta do suporte social e psicológico
aos familiares por parte da empresa ou do Estado, sobretudo para os trabalhadores do mercado informal. Mostra-se, dessa forma,
a necessidade de ações preventivas e de suporte às famílias.

Referências:
Organização Mundial da Saúde. CID-10. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10a
revisão. São Paulo: EDUSP; 1996.

Organização Mundial de Saúde (OMS). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra; 2002. [cited 2011 jan 11]. Available
from: http://www.opas.org.br/cedoc/hpp/ml03/03 29.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Aspectos demográficos. In:Síntese de indicadores sociais: uma análise das condi-
ções de vida da populalação.

Comunicação Oral Curta 517


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL DA SEPSE NO EIXO PEDIÁTRICO DE UM HOSPITAL


TERCIÁRIO DE REFERÊNCIA

Introdução:
A sepse é um conjunto de manifestações graves no organismo produzidas por uma infecção. Atualmente, no Brasil, é a principal
causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o in-
farto e o câncer. A sepse reflete, também, a realidade do hospital em estudo, sendo à causa primordial de morte, especialmente
na pediatria.

Objetivos:
Face ao problema representado pela elevada incidência e mortalidade da sepse nos serviços de pediatria do hospital em estudo,
objetiva-se, com esta pesquisa, descrever o perfil epidemiológico da sepse no eixo pediátrico bem como seu desfecho em um
hospital de referência do interior do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, analítico e retrospectivo de abordagem quantitativa, desenvolvido no eixo pediátrico de um
hospital de grande porte do interior do Ceará, durante os anos de 2017 e 2018. Sua amostra foi composta por 180 prontuários
de pacientes atendidos na emergência, clínica ou UTI pediátrica com diagnóstico de sepse, sepse grave ou choque séptico. Foram
excluídos os pacientes com diagnóstico indefinido de sepse. O estudo respaldou os preceitos éticos com aprovações dos Comitês
de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar com pareceres
consubstanciados de números 2.451.431 e 2.368.143, respectivamente.

Resultados:
Foram avaliados 180 prontuários: 126 da emergência (70%), 35 da UTI (19,4%) e 19 da clínica pediátrica (10,5%). Todos os pacien-
tes foram inseridos no protocolo sepse do hospital e o perfil global teve uma representatividade de 93 (51,6%) lactentes, seguidos
de 44 (24,4%) pré-escolares (faixa etária de 2 a 4 anos), 28 (15,5%) escolares (faixa etária de 5 a 10 anos) e 15 (8,3%) adolescentes
(faixa etária de 11 a 17 anos). A prevalência foi do sexo masculino - 103 (57,2%) e o principal foco de sepse observado foi o pul-
monar, com 104 casos (57,7%). 164 pacientes tiveram desfecho favorável (91%), ou seja, não evoluíram com óbito.

Conclusões:
A predominância do sexo masculino é similar a estudos que também observam uma maior evidência da sepse em meninos. Quan-
to à faixa etária, há um destaque para lactentes de 0 a 2 anos (São Pedro et al, 2015; Hartman et al, 2013). O desfecho favorável
pode ser associado à existência e adesão ao protocolo clínico instituído no hospital. É evidente a necessidade de pesquisas nesse
contexto a fim de viabilizar melhores tratamentos e condutas à sepse.

Referências:
PEDRO, Taís da Costa São; MORCILLO, André Moreno; BARACAT, Emílio Carlos Elias. Etiologia e fatores prognósticos da sepse em
crianças e adolescentes admitidos em terapia intensiva.Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo , v. 27,n. 3,p. 240-246, Sept. 2015 .

HARTMAN, ME.; LINDER-ZWIRBLE WT.; ANGUS, DC.; WATSON, RS.Trends in the epidemiology of pediatric severe sepsis. Pedia-
tr Crit Care Med, v.14, n. 7, 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23897242 doi 10.1097/PCC.0b013e-
3182917fad.

518 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES DE COMBATE AO AEDES AEGYPTI: RELATO DE UMA


EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL

Período de realização:
A experiência foi realizada durante todo o ano de 2017, dividindose em ciclos para avaliações.

Objetivo da Experiência:
A experiência tem como objeto a ação interprofissional diante do alto índice de infestação do mosquito Aedes em um distrito de
Sobral, CE. Objetivos: Descrever as ações de controle do índice de proliferação elevado do mosquito Aedes Aegypti, com enfoque
na interprofissionalidade.

Metodologia:
Trata-se de um ensaio descritivo do tipo relato de experiência sistematizado por membros do Pet-Saúde Interprofissionalidade de
Sobral, Ceará. O cenário do estudo foi o distrito de Rafael Arruda, localizado no município de Sobral. As ações foram realizadas no
Centro de Saúde do distrito, seguem as Diretrizes da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério da Saúde. A sistematização se
deu de forma descritiva por meio da consulta aos relatórios e registros em diário da equipe do Centro de Saúde. Resultados: As
ações foram planejadas e executadas em conjunto com os profissionais da equipe mínima de saúde, por meio de reuniões com
os profissionais, bem como debates interprofissionais com o coletivo da equipe para realizar mutirões com os profissionais da
equipe e visitas domiciliares. No primeiro ciclo realizado em 2017, foi encontrado um índice de 5.81, e a partir do terceiro ciclo,
em meados de julho do ano citado, o índice baixou para 5.04, e 2.89 e 1.80 no quarto e quinto ciclo respectivamente.

Análise Crítica:
A experiência demonstrou a relevância do trabalho interprofissional, uma vez que observou-se o declínio dos números de pro-
liferação do mosquito, e consequentemente epidemias das arboviroses no distrito. A ação trouxe reflexões importantes sobre a
potência do trabalho em equipe e destaca ainda a importância da educação interprofissional no campo da formação e do trabalho
em saúde, visando qualificar o cuidado à população e gerar discussões sobre os estereótipos já construídos sobre cada profissão.

Conclusões:
A experiência foi desenvolvida em um período considerado insuficiente para afirmar mudanças em relação a diminuição de focos
de mosquitos ao longo dos meses. No entanto, foi possível verificar que a experiência possibilitou a mudança do foco do trabalho,
quando se deixou de pensar individualmente, para iniciar um processo de reflexão sobre a importância do trabalho coletivo para
a realização de um planejamento de ações e tomada de decisões.

Referências:
LIMA-CAMARA, Tamara Nunes. Arboviroses emergentes e desafios de saúde pública no Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.
50, 2016.

MARTINS, Francisca Eugênia Paiva. Promoção à saúde no combate à dengue em Sobral (CE): relato de experiência. Sanare: Revista
de Políticas Públicas, Sobral, v. 15, 2016

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Combate ao Aedes Aegypti: prevenção e controle da Dengue, Chikungunya e Zika. Disponível em: http://
www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aedes-aegypti. Acesso em: 14 jun. 2019

Comunicação Oral Curta 519


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DAS REAÇÕES ADVERSAS À DOAÇAO DE SANGUE


EM UM HEMOCENTRO REGIONAL DO CEARÁ

Período de realização:
O estudo foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2018 em um Hemocentro Regional do Ceará.

Objetivo da Experiência:
Doadores de sangue total que apresentaram reações adversas durante o procedimento de coleta em um Hemocentro Regional
do Ceará.

Objetivos:
Analisar as principais reações adversas à doação de sangue total em um Hemocentro Regional do Ceará.

Metodologia:
Estudo descritivo, retrospectivo e documental, realizado com base na estatística mensal de doações de sangue via sistema SBS
WEB do Hemocentro Regional, referente ao ano de 2018. Para coleta dos dados foi utilizada uma planilha com as variáveis per-
tinentes ao alcance do objetivo deste estudo para posterior análise. A coleta dos dados se deu no mês de maio de 2019, sendo
atendido os princípios conforme a resolução CNS 466/2012 (BRASIL, 2012).

Resultados:
Foram efetuadas 15.627 doações de sangue total, sendo 260 eventos adversos notificados. Constatou-se que 55% ocorreram
em doadores do sexo feminino, com prevalência da reação vasovagal 94% seguida de hematoma 6%. Destacam-se os seguintes
sinais/sintomas: tontura (36,60%), palidez cutânea (26%), sudorese (19,50%), náuseas (4,80%) e turvação visual (4,80%). Houve
um predomínio das reações leves 95% seguida das graves com 4% e moderadas em 1%. Quanto à reação local obteve-se apenas
o hematoma.

Análise Crítica:
As reações adversas foram evidentes no sexo feminino. Houve prevalência das reações vasovagais, podendo ser classificadas em
leves, moderadas e graves (BRASIL, 2013). Destacaram-se tontura, palidez e sudorese, sendo estes classificados como reação
sistêmica leve. A reação local/hematoma, apesar do baixo índice, a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos mínimos sinais.
Ao constatar o início das reações adversas, deve-se realizar de imediato algumas condutas, a fim de que estes não se agravem.

Conclusões:
Constatou-se que a reação sistêmica vasovagal leve foi prevalente e que o sexo feminino se sobressaiu na ocorrência das reações
adversas. A reação local/hematoma demonstrou que, embora seja um número pequeno é necessário cuidados e orientação ao
doador a fim de minimizá-los. A equipe de enfermagem deve dar assistência especializada e maior atenção a estas reações, para
que, as mesmas não se agravem e tragam prejuízos aos doadores.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução nº 466/12: sobre
pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Técnico em hemoterapia: livro texto /
Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde
– Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

520 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONTRIBUIÇÕES DA “FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO


PARA ABANDONO DE TRATAMENTO DA TUBERCULOSE” NUM
SISTEMA DE SAÚDE DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ

Período de realização:
O estudo ocorreu durante os meses de maio e junho/2019.

Objetivo da Experiência:
Contribuições da implementação de uma ficha de classificação de risco, com vista a diminuir as taxas de abandono no tratamento
da tuberculose (TB).

Objetivos:
Descrever as contribuições da utilização de uma ficha de classificação de risco para reduzir as taxas de abandono no tratamento
da tuberculose.

Metodologia:
Trata-se de um ensaio descritivo do tipo relato de experiência sistematizado por membros do Pet-Saúde Interprofissionalidade de
Sobral, Ceará. O cenário do estudo foi a Vigilância à Saúde de Sobral,CE. A imersão de estudantes da saúde no serviço instigou a
sistematização do processo de elaboração e implementação de uma Ficha de Classificação de Risco para o abandono de tratamen-
to da TB, desde 2017. A síntese se deu de forma descritiva por meio da consulta aos relatórios e registros de vigilância

Resultados:
Nas reuniões de trabalho com profissionais das mais diversas categorias foram constatadas várias vulnerabilidades sociais que
poderiam influenciar nas taxas de abandono ao tratamento. Cada fator de risco recebeu uma pontuação com base na frequência
com que foram constatados. Durante o ano de 2016 a taxa de abandono no tratamento TB no município de Sobral foi de 5,1%.
Depois da aplicação da ficha no final de agosto de 2017, nos 36 centros da saúde da família, em Sobral, essa taxa foi para 2,4%.

Análise Crítica:
A redução da taxa de abandono da TB, mostra a importância que essa ficha teve para mudar a realidade de Sobral além da po-
tência do trabalho interprofissional. Esses resultados exitosos também se deve a articulação efetiva na Rede de Atenção à Saúde.
Após a confirmação do caso de TB, a ficha de notificação é preenchida e encaminhada para a Vigilância Epidemiológica de Sobral,
onde são analisados os escores e feito os encaminhamentos. Contudo, é necessário realizar alterações nos escores da ficha.

Conclusões:
É possível concluir que a “Ficha de classificação de risco para abandono de tratamento da tuberculose” obteve resultados sig-
nificativos na redução da taxa de abandono da TB no município de Sobral. Essa ferramenta possibilitou aos profissionais uma
intervenção efetiva, garantindo que a maioria dos pacientes finalizassem o tratamento e, com isso, atuou diminuindo a cadeia de
transmissão dessa doença.

Referências:
CEARÁ, Governo do Estado do Ceará. Boletim Epidemiológico Tuberculose. 2019. Disponível em: Acesso em: 24 de julho de 2019
SILVA, D. R. et al. Fatores de risco para tuberculose: diabetes, tabagismo, álcool e uso de outras drogas. J. bras. pneumol., São
Paulo, v.44, n.2, p.145-152, abr. 2018.

Comunicação Oral Curta 521


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DESENVOLVENDO CONCEITOS E CONHECIMENTOS SOBRE


POLÍTICAS PÚBLICAS E TERAPIA OCUPACIONAL

Período de realização:
A experiência foi realizada em julho de 2019 na primeira turma de Graduação em Terapia Ocupacional.

Objetivo da Experiência:
Conhecimento em Terapia Ocupacional e sua interlocução com as Políticas Públicas por meio de metodologias ativas, aulas par-
ticipativas e interativas.

Objetivos:
Relatar a construção do conhecimento sobre a interface da Política Pública e a Terapia Ocupacional, no primeiro Curso de Terapia
Ocupacional da Universidade Estadual do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um relato com abordagem qualitativa. Segundo Minayo (2014), uma pesquisa qualitativa vai ocupar-se nas ciências,
com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado, valoriza o plano dos significados, crenças, aspirações
e atitudes. A experiência está ocorrendo durante a disciplina de Políticas Públicas e Terapia Ocupacional I, sendo os sujeitos, os
alunos da primeira turma de Terapia Ocupacional da Universidade Estadual do Ceará.

Resultados:
No que se refere ao conceito de política pública, os alunos tiveram incertezas quanto à resposta, alguns opinaram com uma pala-
vra, e como conclusão deste primeiro momento, todos conseguiram realizar a atividade mediante aos conhecimentos prévios prá-
ticos. No segundo momento, a professora construiu uma visualização móvel mostrando as respostas e indagando a respeito das
mesmas (LIMA, 2017). As principais palavras destacadas foram: Direitos, cidadãos, leis, ações do governo, população e estado.

Análise Crítica:
Um fato curioso foi que a palavra Governo foi preponderante, mostrando assim que, para os alunos, o governo é parte fundamen-
tal para que a política pública seja aplicada. O conceito apresentado pelos alunos não estava totalmente errado, apenas incom-
pleto. Compreendeu-se que, nós somos parte integrante, ao passo que os problemas e as insatisfações iniciam por visualização
nossa e podem, ou não, serem levadas aos poderes políticos para uma possível resolução.

Conclusões:
A experiência tem mostrado que muitas coisas são visualizadas em nosso dia a dia e muitas medidas podem ser tomadas a partir
da força de nossas vozes. É necessária uma busca pelo conhecimento e uma real participação do ciclo social, pois os meios ativos
são dados. As atividades realizadas de forma participativa contribuem para a emancipação e formação de profissionais aptos a
atuar em um contexto de criação e gestão da Política Pública.

Referências:
LIMA, V.V. Espiral Construtivista: uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem. InterfaceComunicação, Saúde e Educação 21
(61) Apr-Jun, 2017.

MINAYO, M. C. S. Desafio do Conhecimento. 14. ed. São Paulo, SP: Hucitec, 2014.

522 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN NOS EXAMES E


SEGUIMENTOS DOS CASOS DE CÂNCER DO CENTRO DE
ESPECIALIDADES MÉDICAS (CEM) DE SOBRAL/CE
Período de realização:
O início das atividades se deu em setembro de 2017 e se estendem até o período atual.

Objetivo da Experiência:
Exames do CEM nos serviços de Radiografia, Citopatologia e Mamografia e no retorno de consultas para os casos de biopsias
positivas para câncer.

Objetivos:
Relatar a experiência de gestão no Centro de Especialidades Médicas (CEM) de Sobral/CE, a partir da utilização da metodologia
Lean visando reduzir e otimizar o Lead Time (tempo total do processo) nos resultados de exames e seguimentos dos casos de
câncer desse serviço.

Metodologia:
Relato que descreve a experiência de gestão no CEM de Sobral/CE, onde se realizou uma intervenção a partir da ferramenta A3 da
metolodogia Lean, que se refere a um método que busca identificar a natureza de um determinado problema, propondo contra-
medidas possíveis para solucioná-lo (SOBEK & SMALLEY, 2010). Tal método, baseado também em modelos de gestão tem objetivo
de aplicar formas de intervenção que obtenha resultados com maior eficiência e menos gastos e esforços (BUZZI & PLYTIUK, 2011).

Resultados:
Houve uma redução do tempo de espera de 83% nos exames de radiografia, 69% de citopatologia, 80% de mamografia, 74% de
biópsias e 78% de retornos com biópsia de casos de câncer. Os resultados impactaram na satisfação dos clientes do CEM de Sobral,
além da melhoria no clima laboral entre os colaboradores. Das principais conquistas obtidas com o projeto, pode-se elencar a me-
lhoria considerável nos Tempos Médios de Atendimento dos serviços prestados e a padronização e automatização de atividades.

Análise Crítica:
O CEM antes da intervenção apresentava um elevado Lead Time para resultados de exames e de seguimentos de casos de cân-
cer. A insatisfação dos pacientes era evidente, pois existia uma grande demora dos processos. Observou-se grande desperdício
de tempo dos gestores devido a grande instabilidade dos processos. A eficácia se deu com mapeamento dos fluxos de valor dos
exames, desenvolvimento de relatórios operacionais, implantação do Round Diário de Melhoria e acompanhamento da gestão(-
SILBER, 2006).

Conclusões:
Considerando a urgência de algumas demandas de saúde, mais especificamente de doenças como o câncer tornou-se oportuno
intervir diretamente no tempo de efetivação de processos relacionados a exames e retornos dos pacientes. Assim, foram propos-
tas ações que diminuíssem o tempo de espera a partir da ferramenta A3 do método Lean, no qual teve o objetivo de permitir uma
compreensão mais aprofundada dos problemas e possibilidades no contexto do CEM.

Referências:
SOBEK II, D.K.; SMALLEY,A. Entendendo o pensamento A3 Toyota. Porto Alegre: Bookman. 2010.

BUZZI D, PLYTIUK CF. Pensamento enxuto e sistemas de saúde: um estudo da aplicabilidade de conceitos e ferramentas lean em
contexto hospitalar. Rev Qualidade Emergente, v.2,n. 2,p.18-38, 2011.

SILBER, ACL. Um estudo de casos sobre a aplicação de princípios enxutos em serviços de saúde no Brasil [dissertação]. Rio de
Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2006.

Comunicação Oral Curta 523


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A LEI 13.438 À LUZ DA TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS


(TRS)
Introdução:
A Lei 13.438 diz ser “obrigatório a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco
para o seu desenvolvimento psíquico” (BRASIL, 2017). Assim, a TRS vai contribuir para a reflexão sobre a linguagem e o significado
desta lei.

Objetivos:
O objetivo desse trabalho é articular a Lei 13.438 a partir da teoria das Representações Sociais (RS).

Metodologia:
Pesquisa documental que compreende como documentos, segundo a perspectiva de Richardson (1999), o registro escrito que
pode ser utilizado como informações acerca das relações sociais com o intuito de potencializar os entendimentos dos diversos
comportamentos interpessoais ou mesmo situações que manifestam contextos de produção (trabalho) e reprodução social (for-
mas de viver). Assim, o documento principal é a própria Lei 13.438 e para o exame da letra da lei será utilizado a análise do con-
teúdo, já que este instrumento “é um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e
objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 2011, p. 38).

Resultados:
A noção de risco psíquico que a letra da Lei 13.438 sugere pode estar atrelada às formas do senso comum dos ditos “louco, do-
ente mental, doido”, assim, “a transferência é efetivada pela separação de conceitos e percepções normalmente interligados e
pela sua colocação em um contexto onde o incomum se torna comum, onde o desconhecido pode ser incluído em uma categoria
conhecida” (MOSCOVICI, 2007, pp. 56-57), por essa perspectiva, o risco psíquico se transforma no “ser doido”, no “estar louco”,
no “ter doença mental”. Essas palavras já bem conhecidas e muito utilizadas para abordar o campo da saúde mental e que separa
o dito “normal” daquele que é percebido como “diferente”.

Conclusões:
As Representações Sociais presentes na Lei 13.438, em especial sob o termo risco psíquico, fundamenta o que é tido e visto como
loucura. Essa categoria forjada pressupõe aproximação ao campo dos graves sofrimentos psíquicos como autismo, psicose e neu-
roses graves, introjetando uma maneira de agir e pensar a partir de fenômenos, valores e conceitos que já existiam e os quais
agora são validados, aceitos e compreendidos no meio social.

Referências:
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.

BRASIL. (2017). Lei nº 13.438, de 26 de abril de 2017.

Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 para tornar obrigatória a adoção pelo Sistema Único de Saúde de protocolo que
estabeleça padrões para a avaliação de riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças. Diário Oficial da União (DOU). Bra-
sília, DF, 26 de abril de 2017. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=2&da-
ta=27/04/ 2017.

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Tradução: Mana Thereza Redig de Carvalho Barrocas. 6.ed. rev. - Rio de Janeiro: Fo-
rense Universitária, 2009.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Trad. Pedrinho A. Guareschi. 5ª ed. Petrópolis, Rio de
Janeiro: Vozes, 2007. POPE, C.; MAYS, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

524 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Políticas Públicas e
Gestão em Saúde

Modalidade:
Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O PAPEL DO ENFERMEIRO OBSTETRA EM UMA MATERNIDADE


E CENTRO DE PARTO NORMAL

FRANCISCO DANÚBIO TIMBÓ DE SOUSA


(EEEP JOSÉ VIDAL ALVES - Canindé CE)
ANA LÚCIA PEREIRA MARTINS DE SOUSA
(EEEP JOSÉ VIDAL ALVES - Canindé CE)

Introdução:
A gravidez é um período muito especial e marcante na vida da mulher, acarretado de mudanças fisiológicas e psicológicas com
reflexo direto na sua vida pessoal, social e familiar e traz como consequências a apreciação de emoções fortes (PEREIRA, 2014).
Segundo Giovanni (2014), o parto é um evento natural e fisiológico da mulher, e que em decorrência dos anos passou por mudan-
ças no contexto social e cultural. No decorrer dos anos, a partir do início do século passado, o parto que antes ocorria de forma
natural passou a ser realizado de forma invasiva e intervencionista pelos médicos através de um procedimento cirúrgico denomi-
nado “Cesariana” (FERREIRA; MACHADO; MESQUITA, 2014). Malheiros et al (2012) afirma que a história do parto e nascimento
passa por modificações progressivas durante toda a história e que desde a introdução das parteiras ocorreram mudanças em
decorrência do desenvolvimento e aplicação de tecnologias na medicina fazendo com que o parto fosse considerado um procedi-
mento cirúrgico realizado por médicos no ambiente hospitalar. Diante do contexto apresentado sobre o parto normal observou-se
que a enfermagem obstétrica, através da participação do enfermeiro obstetra, surgiria como uma nova maneira de humanizar o
parto normal. O COFEN (2016) atribui ao enfermeiro obstetra a competência de acolher a mulher, avaliar as condições clínicas e
obstétricas (materna e fetal), promover um modelo de assistência ao parto e nascimento, ofertar métodos não farmacológicos
de alívio da dor, promover a liberdade de posição no parto, preservação da integridade perineal, promover contato mãe e recém-
-nascido, incentivar o aleitamento materno e respeitar às questões étnicas e culturais da mulher e familiares. Prata, Progianti e
Pereira (2010) afirmam que desde 1990 o Ministério da Saúde incentiva a inclusão do enfermeiro obstetra na assistência ao parto
nos hospitais, promovendo condições favoráveis para que eles lutem pela implantação e desenvolvimento das práticas humaniza-
das de saúde. O Ministério da Saúde optou por novas formas de humanizar o parto normal, e através da portaria nº 1.459/2011
institui a Rede Cegonha, e esta dispõe das seguintes propostas: reduzir a mortalidade materna e a violência obstétrica; reduzir a
baixa qualidade da atenção prestada ao parto e nascimento; assegurar o direito ao planejamento sexual e reprodutivo; humanizar
o pré-natal, o parto e puerpério; atenção humanizada ao abortamento; nascimento seguro e acompanhamento até os dois anos
de idade assegurando o crescimento e desenvolvimento (BRASIL, 2012). Portanto, com base nas informações citadas, surgem às
seguintes questões inquisitivas: Qual o papel do enfermeiro obstetra em uma maternidade e Centro de Parto Normal? Quais as
dificuldades encontradas por estes? Qual o seu grau de satisfação? O presente estudo mostrou o papel do enfermeiro obstetra na
assistência à mulher nos períodos do parto, justificado pelo fato de que o parto humanizado é bem visto pelas políticas públicas
de saúde e estas enfatizam que os profissionais devem estimular e proporcionar condições favoráveis ao parto normal, com o
mínimo de intervenções possíveis.

Objetivos:
Verificar o papel do enfermeiro obstetra em uma maternidade e CPN. Específicos: Caracterizar o perfil dos enfermeiros obstetras;
Conhecer as ações realizadas pelo enfermeiro obstetra na assistência ao pré-parto, parto e pós-parto; Identificar as dificuldades
enfrentadas pelo enfermeiro obstetra no cotidiano; Verificar o grau de satisfação do enfermeiro obstetra no ambiente de trabalho.

Desenvolvimento:
Tipo de Pesquisa e Abordagem: Tratou-se de um estudo do tipo exploratório com abordagem qualitativa, mostrando a realidade
dos fatos a partir da observação e a coleta de dados o qual foi realizado diretamente no ambiente em que os fatos acontecem. A
Pesquisa Qualitativa é aquela cujo ambiente natural é a principal fonte de coleta de dados e tem o pesquisador como o principal

526 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

instrumento de pesquisa. Os dados coletados são descritivos e o pesquisador verifica como um determinado problema influência
nas atividades diárias das pessoas (MONTEIRO, 2016). Espaço da Pesquisa: Os dados da pesquisa foram coletados na Maternidade
Dr. Francisco Soares Costa e Centro de Parto Normal (CPN) do Hospital São Lucas (HSL) que se encontra sob administração da
Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC), sendo também integrante da Rede Cegonha e atendendo pelo SUS, com localização à
Rua Ubaldino Souto Maior, 1052, Centro, Crateús-CE. A maternidade Dr. Francisco Soares Costa dispõe de 22 leitos (alojamento
conjunto) e Centro de Parto Normal intra-hospitalar, onde são realizados os partos vaginais de risco habitual pelos enfermeiros
obstetras e os partos normais de alto risco pelo médico obstetra com o apoio dos enfermeiros obstetras. O Centro de Parto Nor-
mal dispõe de cinco quartos PPP’s (pré-parto, parto e pós-parto), ambientes confortáveis de acordo com o que é preconizado
pela RDC 36/2008 e com amplo espaço para deambulação das parturientes. Dispõe também em sua área externa de recursos que
auxiliam na evolução do parto e métodos não-farmacológicos para alivio da dor (banco obstétrico, bola suíça, chuveiro, cavalinho
obstétrico e escada de Ling). O Hospital São Lucas é um hospital-polo de médio porte e atende gestantes e parturientes de onze
municípios da 15ª CRES. Participantes da Pesquisa: Os participantes do presente estudo foram os sete enfermeiros obstetras
que atuam na Maternidade e CPN do Hospital São Lucas em Crateús – CE, e que aceitaram participar da pesquisa. Os mesmos
tiveram nomes fictícios de pedras preciosas, a saber: Jade, Onix, Opala, Pérola, Quartzo, Rubi e Topázio. Foram incluídos todos
os enfermeiros que atuam nestes setores há, no mínimo um mês. Serão excluídos os que tiverem menos de um mês que atuam
nestes setores.

Instrumentos de Coleta de Dados:


O período de realização da coleta de dados junto aos participantes foi no mês de fevereiro de 2017. O instrumento de coleta de
dados desta pesquisa foi um questionário semiestruturado que foi elaborado pelo pesquisador, em conformidade com os objeti-
vos da pesquisa. O questionário um instrumento que, quando bem elaborado e com qualidade, torna-se um pré-requisito para se
validar as conclusões de um estudo (CHOR, et al., 2013).

Análise e Interpretação dos Dados:


Os dados coletados foram analisados e interpretados por meio do método de análise temática, onde o conceito central é o tema,
e discutidos de acordo com literatura pertinente. A partir dessa análise podemos agregar inúmeras relações que podem ser
graficamente expressadas e apresentadas por meio de uma palavra, frase ou resumo. Trabalhar com análise temática é desco-
brir os núcleos de sentido que compõem a comunicação, de modo que quando se verifica a presença ou frequência de aparição
(repetição), estas podem significar alguma coisa para o objetivo escolhido (MINAYO, 2010). Princípios Éticos: O presente estudo
foi encaminhado e analisado junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Princesa do Oeste, e contou com Termo de Con-
sentimento Livre a Esclarecido, respeitando o que preconiza a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que diz
respeito à pesquisa com seres humanos. Aprovado o estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos da Faculdade
Princesa do Oeste através do parecer favorável n° 0074/2017 (Anexo A) e autorizado pelo diretor administrativo do Hospital São
Lucas através do Termo de Anuência (Anexo B), realizou-se a coleta de dados da pesquisa. Os profissionais que aceitaram parti-
cipar do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no qual informa os objetivos do estudo, assegurando
o direito à privacidade, sigilo, acesso aos dados, e liberdade de se retirar a qualquer momento da pesquisa, caso convenha. Para
garantir o anonimato dos participantes estes receberam nomes fictícios de pedras preciosas.

Conclusões:
Os resultados deste estudo apresentaram aspectos que nos norteiam sobre o papel do enfermeiro obstetra em uma Maternidade
e CPN, o perfil dos profissionais, as ações realizadas por estes na assistência as fases do parto, as dificuldades enfrentadas no co-
tidiano e o grau de satisfação no ambiente de trabalho. Observa-se que existe um número bem significante de profissionais, sendo
que as mulheres prevalecem em idade, quantidade e maior tempo de serviço. Todos prestam apenas os cuidados assistenciais e
relataram dificuldades no cotidiano. Os entrevistados, em unanimidade, se apresentam satisfeitos com o ambiente de trabalho,
são respeitados e atuam em conformidade com a legislação. Ressalta-se que ocorrem algumas dificuldades que fogem da com-
petência dos enfermeiros obstetras das quais se destacam a superlotação dos hospitais e a ineficácia do sistema de regulação do
SUS. Destaca-se através da literatura pesquisada que o enfermeiro obstetra é um agente de promoção do parto humanizado e por

Comunicação Oral 527


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

melhor que sejam as condições oferecidas para a sua atuação, estes enfrentam dificuldades na atualidade.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Rede Cegonha. Brasília: Departamento de Atenção Básica, 2012.

CHOR, D.; ALVES, M. G. D. M.; GIATTI, L.; CADE, N. V.; NUNES, M. A.; MOLINA, M. D. C. B.; FONSECA, M. D. J. M. D. Questionário do
ELSA-Brasil: desafios na elaboração de instrumento multidimensional. Revista de Saúde Pública, v. 47, n. suppl 2, p. 27-36, 2013.

COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 0516 de 27 de junho de 2016. Normatiza a atuação e a responsabilidade
do Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz na assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos nos Servi-
ços de Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e outros locais onde ocorra essa assistência; estabelece critérios
para registro de títulos de Enfermeiro Obstetra e Obstetriz no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, e
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2016.

FERREIRA, K. M.; MACHADO, L. V.; MESQUITA, M. D. A. HUMANIZAÇÃO DO PARTO NORMAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA/HU-
MANIZATION NORMAL CHILD BIRTH: A REVIEW OF LITERATURE. Saúde em Foco, v. 1, n. 2, p. 134-148, 2014.

GIOVANNI, M. D. Rede Cegonha: da concepção à implantação. 2014.

MALHEIROS, P. A.; ALVES, V. H.; RANGEL, T. S. A.; VARGENS, O. M. D. C. Parto e nascimento: saberes e práticas humanizadas. Texto
and Contexto Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 329, 2012.

MINAYO, M. C. de S. O Desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde. 12° edição, São Paulo: Hucitec, 2010.

MONTEIRO, R. C. Pesquisa qualitativa como opção metodológica. Pro-Posições, v. 2, n. 2, p. 27-35, 2016.

PEREIRA, A. R. D. A. S. Vivência da Gravidez e Importância Atribuída pelas Mães à Consulta de Enfermagem: Um Estudo de Caso
numa Unidade de Saúde Familiar. Escola Superior de Saúde Instituto Politécnico de Viana do Castelo, p. 28, 2014.

PRATA, J. A.; PROGIANTI, J. M.; PEREIRA, A. L. D. F. O contexto brasileiro de inserção das enfermeiras na assistência ao parto hu-
manizado. Rev. enferm. UERJ, v. 20, n. 1, p. 105-110, 2012.

528 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR HIPERTENSÃO ESSENCIAL


NO ESTADO DO CEARÁ: PROJEÇÕES DE ACORDO COM A
COBERTURA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Introdução:
Hipertensão essencial, ou primária, é definida como a manutenção de valores pressóricos elevados, mesmo quando causas se-
cundárias, como doença renovascular ou de Cushing, não estão presentes no indivíduo. Entretanto, a hipertensão essencial
possui fatores intrínsecos e extrínsecos que contribuem para sua patogênese, tais como idade, raça e alimentação rica em sódio
(GARFINKLE, 2017). A hipertensão possui importante impacto epidemiológico no Brasil. Conforme dados da mais recente Pesquisa
Nacional de Saúde, a prevalência da doença na população brasileira encontra-se entre 21,4% e 32,3%, sendo a variação explicada
pelo critério diagnóstico adotado (MALTA et al, 2018). Uma vez que o perfil de morbimortalidade da hipertensão essencial pode
ser reduzido ou modificado por meio da atenção primária resolutiva e eficiente, essa doença está inclusa na lista brasileira de
condições sensíveis á atenção primária (CSAP), publicada pela Portaria GM/MS 221 de 2008, publicada pelo Ministério da Saúde
(BRASIL, 2008). A partir da lista, é possível acompanhar as taxas de internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP)
e com isso avaliar o desempenho dos serviços de saúde e a efetividade das políticas públicas voltadas à atenção primária (MAIA et
al., 2018) A inclusão da hipertensão essencial na lista de ICSAP e suas características de cronicidade e multifatorialidade a tornam
objeto de destaque da atuação da Estratégia Saúde da Família (ESF). Esta acontece por meio de acompanhamentos individuais
periódicos por enfermeiros ou médicos, ações coletivas com portadores do diagnóstico e monitoramento contínuo da sintoma-
tologia e das respostas ao tratamento medicamentoso e não-medicamentoso (DANTAS; RONCALLI, 2019). Destaca-se que a plena
atuação da ESF no ambito da prevenção de ICSAP depende do fortalecimento e da estruturação da Atenção Primária à Saúde
para que seu caráter de ordenadora de ações em saúde possa garantir a cobertura necessária para que a ESF seja resolutiva e
acessível à população (FERNANDES et al., 2009). Estudo de Neves et al. (2018) analisou a tendência temporal da cobertura da ESF
no Brasil entre 2006 e 2016 e identificou que as cinco regiões do país mostraram crescimento na cobertura. O estado do Ceará
destacou-se, ao estar entre as 14 Unidades da Federação que apresentaram coberturas entre 75 e 100% no período. A relação
entre aumento da cobertura da ESF e redução de ICSAP tem sido evidenciada em estudos nacionais (MENDONÇA; ALBUQUERQUE,
2014; PINTO JUNIOR et al., 2018). Cabe ressaltar a redução das taxas ocorre em contextos sociais permeados por determinantes
sociais da saúde, os quais são, em certa medida, também influenciados pelas ações e serviços de saúde prestados pelas equipes
da ESF. A prevalência da hipertensão no estado do Ceará é a terceira maior do Norte-Nordeste brasileiro (MALTA et al., 2018), no
entanto a literatura pertinente dispõe de informações incipientes sobre taxas de internações hospitalares por esse diagnóstico
no estado. Apesar de a taxa de cobertura da ESF estar entre as cinco maiores do Norte-Nordeste (NEVES et al., 2018), também
identificam-se lacunas no conhecimento quanto à associação entre hospitalizações por hipertensão essencial e a evolução da
cobertura ao longo dos anos.

Objetivos:
Analisar o efeito da cobertura da Estratégia Saúde da Família sobre a ocorrência de internações hospitalares por hipertensão es-
sencial no estado do Ceará e projetar taxas de internação por esse diagnóstico de acordo com a tendência recente de cobertura.

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo ecológico de séries temporais, cujas unidades de análises são as internações hospitalares por hipertensão es-
sencial ocorridas no estado do Ceará entre 2010 e 2017. Séries temporais são uma forma de organizar no tempo as informações
quantitativas (ANTUNES; CARDOSO, 2015), sendo, portanto, um método pertinente aos objetivos deste estudo. Os dados deste
estudo são oriundos dos registros eletrônicos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A quanti-
dade de autorizações de internação hospitalar (AIH) pelo diagnóstico médico hipertensão essencial, listado como I10 na Classifi-
cação Internacional de Doenças (CID-10), foi obtida em consulta ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de
Saúde (SIH/SUS). Foram analisadas as AIHs registradas até 2017 por ser este o último ano de consolidação integral do sistema. As

Comunicação Oral 529


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

consultas foram realizadas entre maio e junho de 2019. A taxa de internação hospitalar mensal para 10 mil habitantes foi calcula-
da por meio da razão entre o número de autorizações de internação hospitalar por hipertensão essencial e a estimativa
populacional no período, multiplicado por 10.000. A estimativa populacional utilizada foi extraída do Instituto Brasileiro de Geo-
grafica e Estatística. A variável independente principal foi a cobertura da ESF no estado do Ceará durante o interstício abordado
neste estudo. A taxa mensal de cobertura da ESF foi identificada no Histórico de Cobertura por competência e unidade geográfica
do portal e-Gestor Atenção Básica, mantido pelo Ministério da Saúde. Foram coletadas as informações entre janeiro de 2010 e
maio de 2017, sendo este o último mês de consolidação do relatório público. Como variável independente secundária, incluiu-se
o valor gasto com AIHs pelo diagnóstico estudado no Sistema Único de Saúde. Os dados foram tabulados no programa TabWin
4.1.1. A variação percentual das taxas de internação no período foi calculada ao subtrair o valor da taxa no último ano pelo valor
da taxa no primeiro ano e dividindo essa diferença pela taxa no primeiro ano, conforme realizado nos estudos de Costa, Junior &
Silva (2017) e de Moura et al. (2010). O mesmo procedimento foi executado para analisar a variação dos gastos com AIH por hi-
pertensão essencial. Para análise descritiva da taxa de cobertura da ESF no horizonte temporal estudado, observou-se sua varia-
ção mensal e calculou-se a média para cada ano. As informações sobre a cobertura da ESF no horizonte temporal em estudo foram
analisadas de maneira descritiva, por meio de medidas de tendência central e de cálculo da variação anual do percentual de co-
bertura. A presença de correlação entre a variável dependente e a variável independente principal foi investigada e apresentada,
considerando direção e força. A técnica de regressão linear simples foi utilizada para verificação de relação entre a cobertura da
ESF e as taxas de internação hospitalar por hipertensão essencial, bem como para fins de projeção das taxas de acordo com a
tendência de cobertura da ESF identificada na análise descritiva. A adequação do modelo de regressão linear foi testada aplican-
do-se o teste Shapiro-Wilk para verificação de normalidade e o teste de BreuschGodfrey para avaliação de autocorrelação, além
de análise da significância estatística do modelo e de seu coeficiente de determinação (R²). Os dados foram analisados no softwa-
re R-3.5.1. Entre 2010 e 2017, ocorreram 12.646 internações por hipertensão essencial no estado do Ceará. A taxa anual de inter-
nações hospitalares a cada 10.000 habitantes por esse diagnóstico em equipamentos do SUS no estado do Ceará foi de: 3,15 em
2010, 2,78 em 2011, 2,54 em 2012, 2,49 em 2013, 2,16 em 2014, 1,59 em 2015, 1,12 em 2016 e 1,07 em 2017. O ano de 2010 foi
o que apresentou maior quantidade bruta e percentual de internações. Percebe-se que a taxa de internação ajustada para 10.000
habitantes apresentou queda progressiva no período. A análise de tendência temporal indica que houve redução de 66,03% nas
internações por hipertensão essencial nos últimos oito anos no estado do Ceará. A evolução do valor total das AIHs por hiperten-
são essencial evidencia que houve diminuição de 48,13% dos gastos do Sistema Único de Saúde com esse motivo de hospitaliza-
ção, o que acompanha a tendência de redução bruta e proporcional das hospitalizações. O maior valor gasto foi em 2010, totali-
zando R$ 651.739,52, e o menor em 2017, somando R$ 338.005,82. Depreendese a partir desses resultados que a hipertensão
essencial tem sido controlado com maior eficiência pelas equipes da Estratégia Saúde da Família, haja vista que as ações de
promoção de hábitos saudáveis de vida e acompanhamento terapêutico voltadas ao controle da hipertensão são
predominantemente realizadas no nível primário de atenção à saúde por equipes multiprofissionais compostas por, no mínimo,
enfermeiro, médico, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (BRASIL, 2006). Frente
a isso, analisou-se a variação da cobertura da ESF no estado do Ceará. No período, houve, em geral, aumento progressivo na co-
bertura, como é possível perceber na cobertura média apresentada a seguir: 69,25% em 2010, 70,78% em 2011, 69,76% em 2012,
72,11% em 2013, 78,3% em 2014, 80,24% em 2015, 80,22% em 2016, 80,24% em 2017, 81,19% em 2018 e 77,79% em 2019 até o
momento. A análise de tendência evidencia que houve expansão de 12,33% da cobertura considerando todo o período. No entan-
to, os anos de 2012, 2018 e 2019 apresentam-se como pontos de inflexão, nos quais o percentual de cobertura decaiu. A análise
de variação anual de cobertura no estado permite evidenciar flutuações importantes que possivelmente possuem efeitos diretos
nas internações hospitalares por condições sensíveis à atenção primária, como a hipertensão essencial. Na série histórica analisa-
da, tem-se as variações anuais: -4,18% entre 2018 e 2019, +1,18 entre 2017 e 2018, +0,02% entre 2016 e 2017, +0,02% entre 2015
e 2016, +2,47% entre 2014 e 2015, +8,58% entre 2013 e 2014, +3,36% entre 2012 e 2013, -1,44% entre 2011 e 2012 e +1,47%
entre 2010 e 2011. A partir dessas informações é possível apontar que o estado do Ceará teve o maior crescimento anual de co-
bertura da ESF em 2014, queda relevante na tendência de expansão da cobertura em 2016 e redução importante na cobertura em
2019. Identificou-se presença de correlação (r= -0,92) negativa e muito forte entre taxa de internação por hipertensão essencial
e cobertura da ESF. Depreende-se, assim, que a medida que a cobertura da ESF aumenta, reduz-se a quantidade de internações
hospitalares por hipertensão essencial. Estudo de Campos e Theme-Filha (2012), realizado na região Centro-Oeste do Brasil, tam-

530 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

bém encontrou correlação inversa entre a cobertura da ESF e os coeficientes de ICSAP, estando a hipertensão dentre as condições
analisadas. Esses dados corroboram o importante papel da atenção básica no controle terapêutico medicamentoso e não-medi-
came ntoso da hipertensão, o qual é capaz de evitar agravamentos da doença e aumentar qualidade de vida e produtividade de
indivíduos portadores da doença (RADIGONDA; SOUZA; CORDONI JUIOR, 2015; REGO; RADOVANOVIC, 2018). O baixo crescimento
da expansão da cobertura da ESF desde 2016 e a queda na cobertura evidenciada no primeiro semestre de 2019 possuem, por-
tanto, implicações na ocorrência de futuros agravamentos relacionados à hipertensão primária na população cearense e, por
consequência, na quantidade de internações hospitalares por esse diagnóstico. Entende-se que a cobertura de serviços básicos
de saúde no Brasil nos últimos anos também tem sido modificada por políticas públicas de fortalecimento da atenção primária à
saúde, como o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e o Programa Mais Médi-
cos (PMM). O PMAQ-AB, instituído pela Portaria nº 1.654 GM/MS, tem por objetivo ampliar o acesso e melhorar a qualidade da
atenção básica, além de fomentar a qualidade dos serviços prestados (BRASIL, 2015). O PMM compartilha o objetivo de aumentar
a qualidade e a cobertura dos serviços de atenção primária, por meio da ampliação de acesso de profissionais médicos às unidades
básicas de saúde brasileiras no intuito de fortalecer a resolutividade das redes de atenção (SANTOS; COSTA; GIRARDI, 2015). As-
sim, ambos os programas ampliam a capacidade da atenção primária à saúde de promover saúde e prevenir agravos, como a
ocorrência de eventos negativos associados à hipertensão arterial. As políticas públicas de expansão e qualificação da atenção
básica são vinculadas às condições de financiamento do SUS. Segundo Mendes, Carnut e Guerra (2018), o sistema público de
saúde brasileiro possui uma trajetória histórica de redução da concepção da atenção primária que se reflete no progressivo enxu-
tamento da alocação de recursos, principalmente federais. O financiamento do Sistema Único de Saúde passou por reestrutura-
ções nos últimos cinco anos, sendo as principais a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 86, em 2015, e a EC nº 95, de
2016. A EC 86/2015 tornou obrigatória a execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto na Cons-
tituição Federal de 1988 e estabeleceu como parâmetro para as transferências obrigatórias da União a receita corrente líquida do
respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (BRASIL, 2015). Com isso, estimava-se expansão do financiamento
do SUS e, por consequência, fortalecimento da atenção primária à saúde. Entretanto, a promulgação da EC 95/2016 instituiu novo
regime fiscal que prevê que as execuções orçamentárias em ações e serviços de saúde previstas na Constituição Federal de 1988
corresponderão ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido pela variação do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou de outro índice que vier a substituí-lo (BRASIL, 2016). Com isso, a expansão do financia-
mento da saúde pública que se esperava foi cerceada pelas limitações orçamentárias impostas pelas novas regras. Soma-se a esse
cenário de agravamento do subfinanciamento do SUS o novo formato de transferência de verbas federais adotado pelo Ministério
da Saúde a partir de 2018, por meio da Portaria nº 3.992/2017. Esta norma excluiu os blocos de financiamento que vigoravam
desde 2009, destacando-se o de atenção básica, e estabeleceu duas modalidades únicas de repasse: capital e custeio (BRASIL,
2017). Com isso, a discricionariedade de investimentos em componentes específicos, como a atenção básica e a gestão do SUS,
deixou de existir. O cenário descrito configura tendência de redução dos gastos com saúde, uma vez que as unidades federativas
que ainda não aplicavam o valor mínimo constitucional em ações e serviços de saúde não poderão despender mais do que já
gastavam no ano anterior, de acordo com as novas normativas constitucionais (MAZON et al., 2018). O contexto brasileiro econô-
mico, fiscal e social na atualidade, marcado por reduções na projeção do Produto Interno Bruto para os próximos anos, congela-
mento da expansão de execuções orçamentárias em ações e serviços de saúde e reformulação dos blocos de financiamento pro-
duz insegurança quanto à sustentabilidade do financiamento do SUS e, por consequência, remete à necessidade de analisar o
impacto que o cenário austero poderá produzir na prevalência de condições sensíveis à atenção primária. Por estimar-se que a
hipertensão essencial está atualmente presente em 25% da população adulta brasileira (MOREIRA; MORAES; LUIZ, 2013), o que a
coloca como a morbidade de maior acometimento no país, e considerar que a prevenção e o controle da doença são fundamen-
talmente abordados na atenção primária à saúde (DANTAS; RONCALLI, 2019), optou-se por projetar a ocorrência do agravamento
desse desfecho de saúde diante dos cenários atuais de subfinanciamento da saúde que podem acarretar mudanças nas taxas de
cobertura da ESF. Assim, foram estabelecidas previsões das taxas de internação por hipertensão essencial de acordo com a ten-
dência de cobertura da ESF no estado do Ceará. Para tanto, obteve-se como coeficientes após aplicação de técnica de regressão
linear: intercepto igual a 0.9864436 e β igual a -0.0108453. A seguinte equação de regressão de 1º grau foi obtida: Y=
0.9864436-0.0108453*Percentual de cobertura da ESF. O modelo de regressão linear apresentou p<0.001 e coeficiente de deter-
minação de 60,29%. Os resíduos foram avaliados como homocedásticos e contendo distribuição normal (p=0.07). Assim, conside-

Comunicação Oral 531


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ra-se o modelo ajustado para seu propósito. Ao considerar a manutenção da cobertura da ESF de 77,79% no restante de 2019,
projeta-se taxa de internação por hipertensão essencial de 0,14/10.000 habitantes no estado do Ceará, o que representa aumen-
to de 57% em comparação com a taxa média de internação em 2017, quando a taxa de cobertura da ESF era de 81,19%, a maior
do período analisado. Em um cenário de nova redução de 4,18% de cobertura da ESF em 2020, o que representaria cobertura
anual média de 73,61%, a taxa de internação por hipertensão arterial será de 0,18/10.000 habitantes no Ceará, de acordo com o
modelo estimado. Com isso, haverá aumento de 102,24% na quantidade de admissões hospitalares por hipertensão primária no
estado. Como consequência, os gastos com internações por essa causa serão proporcionalmente elevados, onerando, assim, o
financiamento do SUS no estado do Ceará. Cabe ressaltar que as as futuras taxas de cobertura da ESF estão sujeitas a múltiplos
fatores, como execução financeira com ações e serviços de saúde nas três esferas, crescimento do PIB no país, priorização de
políticas públicas, disponibilidade de profissionais, dentre outras. Diante do impacto epidemiológico da hipertensão arterial,
considera-se pertinente que os dados apresentados neste estudo sejam utilizados para o planejamento da aplicação de recursos
públicos em saúde, com priorização para a expansão da cobertura da ESF. Tem-se como limitações desta pesquisa a análise restri-
ta a internações hospitalares registradas em equipamentos de saúde do SUS, a fonte secundária de informações e a ausência de
análises de registros das hospitalizações entre 2018 e 2019, uma vez que o DATASUS não dispõe dessas informações consolidadas.

Conclusões:
A cobertura da Estratégia Saúde da Família possui forte efeito negativo sobre a ocorrência de internações hospitalares por hiper-
tensão essencial no estado do Ceará, de maneira que a expansão da cobertura entre 2010 e 2017 no estado contribuiu para a pro-
gressiva redução nas hospitalizações pela doença. De acordo com o modelo estimado, caso a tendência de queda na cobertura da
Estratégia Saúde da Família identificada no primeiro semestre de 2019 seja mantida, projeta-se aumento significativo do número
de internações por hipertensão no Ceará, o que, por consequência, trará implicações sociais para a população e orçamentárias
para o financiamento do Sistema Único de Saúde no estado.

Referências:
ANTUNES, J.L.F. et al. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiologia & Serviços de Saúde, v.24,
n.3, 2015.

BRASIL. Portaria n° 221, de 17 de abril de 2008. Brasília (DF): 2008.

DANTAS, R.C.O.; RONCALLI, A.G. Protocolo para indivíduos hipertensos assistidos na Atenção Básica em Saúde. Ciência & Saúde
Coletiva, n.24,v.1, 2019.

FERNANDES, V.B.L. et al. Internações sensíveis na atenção primária como indicador de avaliação da Estratégia Saúde da Família.
Revista de Saúde Pública, v.43, n.6, 2009.

GARFINKLE, M.C. Salt and essential hypertension: pathophysiology and implications for treatment. Journal of American Society
of Hypertension, v.11,n.6, 2017.

MAIA, L.G. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: um estudo ecológico. Revista de Saúde Pública, v.53,
2018.

MALTA, D.C. et al. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos: Pesquisa Nacional de Saúde. Re-
vista Bras de Epidemiologia, v.21,n.1, 2018.

MAZON, L.M. et al. Execução financeira dos blocos de financiamento da saúde nos municípios de Santa Catarina, Brasil. Saúde e
debate, n.116, v.42, 2018. doi: 10.1590/0103-1104201811603

MENDES, A. et al. Reflexões acerca do financiamento federal da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde. Saúde & Debate, v.42,
n.1, 2018.

MENDONÇA, S.S. et al. Perfil das internações por condições sensíveis à atenção primária em Pernambuco, 2008 a 2012. Epidemio-
logia & Serviços de Saúde, v.23, n.3, 2014.

MOREIRA, J.P.L et al. A prevalência de hipertensão arterial sistêmica autorreferida nos ambientes urbano e rural do Brasil: um
estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, n.29,v.1, 2013.

NEVES, R.G. et al. Tendência temporal da cobertura da Estratégia Saúde da Família no Brasil, regiões e Unidades da Federação,
2006-2016. Epidemiologia & Serviços de saúde, n.27,v.3, 2018.

532 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PINTO, E.P. et al. Efeito da Estratégia Saúde da Família nas internações por condições sensíveis à atenção primária em menores de
um ano na Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v.34, n.2, 2018.

RADIGONDA, B. et al. Avaliação da cobertura da Atenção Básica na detecção de adultos com diabetes e hipertensão. Saúde &
Debate, v.39,n.5, 2015.

REGO, A.S. et al. Adesão/vínculo de pessoas com hipertensão arterial na Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfer-
magem, v.71,n.3, 2018.

SANTOS, L.M.P. et al. Programa Mais Médicos: uma ação efetiva para reduzir iniquidades em saúde. Ciência & Saúde Coleti-
va,v.20,2015

Comunicação Oral 533


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES INTERSETORIAIS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE


SAÚDE PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE DE ADOLESCENTES

Introdução:
A adolescência é um período da vida marcada por alterações físicas, psicológicas e sociais. Esse desenvolvimento natural desper-
ta, nos indivíduos, a necessidade de experimentar comportamentos que os tornam mais vulneráveis aos danos à saúde (Melo et
al., 2014). A promoção da saúde, direcionada a essa clientela, é importante para favorecer sua qualidade de vida. No escopo de
suas ações, destaca-se a intersetorialidade como proposta de articulação entre os diversos setores sociais, além da saúde, para
garantia do controle social. Desse modo, um dos aspectos que define a intersetorialidade é a corresponsabilidade entre os setores
da sociedade, haja vista que as ações que integram os diversos campos da saúde, constituem-se em alicerce para as transforma-
ções sociais, na perspectiva da qualidade de vida para os indivíduos (SALVADOR; SILVA 2018). As medidas de enfrentamento dos
problemas emergentes, da adolescência, ultrapassaram as fronteiras da saúde e alcançaram proporções intersetoriais importan-
tes (PINHEIRO et al., 2017). Uma estratégia para favorecer a promoção da saúde, inclusive dos adolescentes, foi a propagação da
Estratégia Saúde da Família (ESF), como proposta de reorientação dos serviços de saúde. A ESF é apontada como alternativa para
reorganização da oferta de serviços de saúde e a proposta insere-se no âmbito do debate em torno das opções para reorientação
do modelo assistencial vigente, predominantemente hospitalocêntrico e curativo (BENETTI et al., 2018). A ESF contém uma equipe
compreendida por enfermeiro, técnico em enfermagem, médico, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), odontólogo e o técnico de
higiene dental. Dentre os profissionais que integram as ESF, destacam-se os ACS, pelo trabalho realizado junto às famílias de suas
responsabilidades em suas microáreas de abrangência. Estes são responsáveis pela interlocução entre os usuários e os serviços
de saúde. O estudo de Melo et al. (2014) constatou que trabalhar as ações direcionadas aos adolescentes parece serem melhores
otimizadas na atenção primária à saúde, destacando a ESF como espaço singular destas atividades. Elenca que para este trabalho,
a condução em grupo é uma importante estratégia. Contudo, parece haver dificuldades para as ações intersetoriais junto a este
público que de fato, resulte no alcance do empoderamento individual e coletivo. Considerando esta problemática, este estudo
pretendeu conhecer as ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde para promoção da saúde de adolescentes. Assim,
o estudo foi conduzido pela seguinte pergunta norteadora: quais ações intersetoriais são realizadas por agentes comunitários de
saúde para promoção da saúde de adolescentes? A relevância do estudo advém da necessidade de discutir a dinâmica laboral
destes profissionais, no que se refere ao seu perfil de competência profissional, especialmente no atual cenário de promoção da
saúde coletiva. O estudo também privilegiou contribuir com o aperfeiçoamento e a melhoria das atividades em saúde realizadas
pelos ACS, no sentido de estas serem compreendidas para promoção da saúde dos adolescentes.

Objetivos:
Este estudo tem como objetivo conhecer as ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde para promoção da saúde de
adolescentes.

Desenvolvimento:
Esta pesquisa é descritiva com abordagem qualitativa. Foi realizada em um município do Estado do Ceará. Os participantes do
estudo foram ACS vinculadas à ESF. Os critérios de inclusão foram: ser ACS vinculado à ESF e atuar como ACS há no mínimo um
ano. Como critério de exclusão: aqueles que estiveram ausentes do serviço de saúde por qualquer natureza. Encerrou-se a coleta
de dados quando se observou a saturação dos dados. Portanto, compuseram esta pesquisa 16 ACS. O período de coleta de dados
ocorreu entre janeiro e fevereiro de 2016. Assim, os participantes deste estudo foram identificadas segundo a denominação: ACS,
seguido de numeração crescente, de acordo com a ordem de análise de dados. Para a coleta de dados utilizou-se um roteiro de
entrevista semiestruturada com a perspectiva de obter opiniões próprias dos entrevistados. As entrevistas ocorreram após devi-
damente acordados o dia e horário com os profissionais ACS, através de ligações telefônicas para agendamento de encontro indi-
vidual com os informantes. As entrevistas aconteceram em local reservado da própria unidade de saúde. Os dados foram subme-
tidos à técnica da análise de conteúdo, organizados em categorias temáticas. A este respeito, Bardin (2015) afirma que a análise

534 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

de conteúdo compreende as seguintes fases: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados e interpretação. Na
primeira fase, há organização do material coletado. Na segunda fase, há leitura do material da fase anterior. Segue-se com o re-
conhecimento das informações, incluindo-se as informações e características do fenômeno analisado. Finalmente, procedeu-se
com a interpretação dos dados. As categorias temáticas foram subsidiadas pelas falas dos participantes, agrupadas mediantes as
falas. A análise dos dados foi realizada com base às referências da literatura pertinente. Os aspectos éticos e legais da pesquisa
foram observados. Este estudo é recorte de outra pesquisa maior. A pesquisa seguiu às exigências do Conselho Nacional de Saúde
(CNS) através da Resolução nº 466/12 (BRASIL, 2012). O projeto foi submetido à apreciação ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP),
obtendo parecer favorável sob número 1.367.290. Foram entrevistadas 16 ACS. Todas eram do sexo feminino, com uma idade
máxima de 57 anos. Esse achado se assemelha à investigação realizada, em uma capital da região Sudeste brasileira, quando evi-
denciou que os ACS entrevistados possuíam faixa etária entre 41 e 50 anos (MELO; QUINTÃO; CARMO, 2015). A compreensão
acerca da idade das participantes poderá refletir na perspectiva do trabalho de promoção da saúde por estas profissionais, ao
apontar que a idade, pode sugerir experiências e/ou vivências que contribuam para as práticas de promoção da saúde desenvol-
vidas por estes sujeitos. A maioria das ACS desta pesquisa se declararam casadas. No estudo de Souza et al. (2015), bem como a
outro estudo realizado com os ACS de Campina Grande, na Paraíba, houve prevalência do sexo feminino, cuja maioria declarou-se
casada ou que mantinham união estável (MUSSE et al., 2015). Compreender o estado civil destes profissionais pode indicar esta-
bilidade na microárea de trabalho (FREITAS et al., 2015). A seguir, apresenta-se a categoria temática que emergiu para este estu-
do: Ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde para promoção da saúde de adolescentes. Para a composição desta
categoria, foi apreendido quais ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde são desenvolvidas para promoção da saúde
de adolescentes. Nas falas das informantes, perceberam-se evidências que sinalizaram a incorporação dessa dimensão. “[...]du-
rante o período de PSE [...] Conversa a respeito das doenças mesmos, né? Das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST); claro
por alto porque depende da idade [...] na minha área tinha muita gente dependente de droga [...] eu fui buscar ajuda no Centro
de Atenção Psicossocial (CAPS) CAPS 3, no CAPS AD.” (ACS3) “[...] a gente procura a direção da escola e aqueles da faixa etária
alvo, como os adolescentes... a gente realiza trabalho orientando a gravidez na adolescência, como drogas, como também é... a
higiene do lar e ambiental. [...] A gente tem parceria com a assistente social também [...]. Ela vem para realizar palestra com as
gestantes: que antes era o Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (NASF)” (ACS 4) “A gente vai para a escola, até quando não existia
o PSE, a gente já fazia porque já estavam lá. [...] Entrava a saúde e a educação juntos. Ai a gente tem as palestras sobre Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), sempre tem essas coisas...” (ACS 10) “[...] combino também com a igreja porque tem a doutri-
na. Porque na minha área tanto tem de uma outra religião como tem da católica [...] A respeito da escola, de DST, da educação...”.
(ACS 11) As falas das ACS verbalizaram que em sua prática laboral havia articulação entre diversos setores sociais como escola,
igreja e CAPS. Os assuntos trabalhados, junto aos adolescentes, eram diversos como gravidez na adolescência, drogas, Infecções
Sexualmente Transmissíveis, higiene, educação. Percebe-se que a escola foi a articulação intersetorial mais prevalente entre os
ACS dessa pesquisa. Estudo realizado em uma ESF, de Curitiba, percebeu-se que a intersetorialidade é uma preocupação presente
no cotidiano de trabalho dos profissionais da ESF (FERRO et al., 2014). Isto pode contribuir para a efetividade de suas ações de
promoção da saúde, por se considerar este espaço potencial para se trabalhar com a saúde do adolescente. Neste local, o adoles-
cente estabelece relações interpessoais, internaliza outros saberes e cidadania. Pensar na intersetorialidade significa entendê-la
como uma das estratégias para promoção da saúde. A intersetorialidade, aponte a necessidade da relação entre os serviços e
requer vínculos entre os diferentes equipamentos que são sustentados por diferentes relações e vivências entre sujeitos, alvos de
cotidianos enfrentamentos e negociações que permeiam a prática do cuidado em saúde (FERRO et al., 2014). A fala de outra ACS
retratou o trabalho no espaço escolar para a promoção da saúde do adolescente, antes mesmo da implantação do Programa Saú-
de na Escola (PSE). Desse modo, o programa reafirmou a necessidade de articulação entre os diversos setores sociais, para o
fortalecimento de suas ações e efetividades de suas práticas com ações estratégias de produção da saúde. Este, propôs o fortale-
cimento e articulação sustentável entre as políticas de educação básica e de saúde, atuando nos territórios, privilegiando as ne-
cessidades das comunidades para o desenvolvimento de ações e atuação dos profissionais de educação e saúde no espaço escolar
(PRADO et al., 2017). O PSE fortalece a articulação entre os setores da saúde e da educação, assim como entre os diversos setores
da sociedade, de forma a contribuir para a melhoria das condições de vida da comunidade escolar e do acesso aos serviços de
saúde de atenção básica (SALVADOR; SILVA 2018). Dessa forma, torna-se importante trabalhar a intersetorialidade no espaço es-
colar, pois este é considerado local privilegiado para a abordagem ao adolescente. A escola deve constituir-se como o local privi-

Comunicação Oral 535


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

legiado ao desenvolvimento de ações de promoção da saúde, pois pressupõe-se que ela permita reflexões, contribuindo para as
tomadas de decisões acerca dos comportamentos considerados de risco (SALVADOR; SILVA 2018). Portanto, reconhece-se que a
intersetorialidade, para o trabalho junto ao adolescente no espaço escolar, é uma potencialidade para se promover ações de pro-
moção da saúde. Outra articulação intersetorial referida pelas ACS foi a igreja. A fala da ACS afirma este local como espaço, na
comunidade, que possibilita ações de promoção da saúde para com os adolescentes. Nesse local, assuntos como IST e educação
eram discutidos entre o profissional ACS e adolescentes. A igreja foi referida como local propício ao desempenho de ações de
prevenção e reabilitação, com a realização de atividades de cunho social, educativo, profissionalizante. Este espaço propicia a
interação social, formação de grupos e atitudes cooperativas (RIBEIRO; MINAYO 2014). Evidencia-se com isto o papel intersetorial,
necessária à promoção da saúde, ao contemplar distintas abordagens, considerando os espaços sociais em que se encontram os
indivíduos, de modo a superar a lógica centralizada e verticalizadora de produzir saúde. A fala de uma ACS afirmou que em sua
área, continha uma quantidade considerável de adolescentes usuários de drogas. A mesma cita, por esta ocasião, que se dirigiu
ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para obter tal ajuda. Percebeu-se a importante mobilização, por parte da profissional
ACS, em recorrer a outro serviço de saúde. A mobilização social significa a oportunidade de atuar frente à realidade, possibilitan-
do autonomia e transformação desta própria condição. Este processo conduz ao percurso de aprendizagem, desenvolvimento de
competências e habilidades potencializadoras para se atuar na realidade em que se vive e/ou trabalha (BISCARDE; SANTOS; SILVA;
2014). A promoção da saúde se estabelece em atividades que impactem positivamente na saúde dos indivíduos através da mobi-
lização social e reforço à ação comunitária, repercutindo no desempenho da postura ética e cidadã que resulte em transformar a
realidade dos sujeitos frente às demandas suscitadas. O estudo apresenta como limitação a impossibilidade de ter se vivenciado
as ações de promoção da saúde junto ao adolescente. Contudo, este estudo aponta como contribuição às políticas públicas e
enfermagem a perspectiva de discussão quanto à gestão dos serviços de saúde no que se refere ao fortalecimento de parceiras
intersetoriais que visem à promoção da saúde dos sujeitos, especialmente, na agenda dos serviços de saúde que impactem na
qualidade de vida dos adolescentes.

Conclusões:
Percebe-se que a intersetorialidade é uma estratégia potenciadora da promoção da saúde junto aos adolescentes. As ações inter-
setoriais realizadas pelas ACS, desse estudo, estavam articuladas principalmente a escola, igreja, CAPS. Nestes setores, assuntos
como drogas, gravidez na adolescência e Infecções Sexualmente Transmissíveis; eram os mais prevalentes nas discussões com os
adolescentes. Sugere-se que tais ações possam ser valorizadas na proposição do processo dialógico, em que se proporcione a
autonomia dos usuários, considerando o contexto social que estão inseridos.

Referências:
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2015. BENETTI, K.V.; FARIAS, S.N.P.; SOUZA, N.H.M.; MAURO, N.Y.C.; MEDEI-
ROS, C.R.S.; PARREIRA, P.M.D. Desempenho dos serviços de saúde na atenção à tuberculose na estratégia de saúde da família. Rev
enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 26, jul. 2018.

BISCARDE, D. G. S.; PEREIRA, M. S.; SILVA, L. B. Formação em saúde, extensão universitária e Sistema Único de Saúde (SUS): co-
nexões necessárias entre conhecimento e intervenção centradas na realidade e repercussões no processo formativo. Interface
(Botucatu), Botucatu, v. 18, n. 48, p. 177-186, jan. 2014.

FERRO, L.P.; SILVA, E.C.; ZIMMERMANN, A.B.; CASTANHARO, R.C.T.; OLIVEIRA, F.R.L. Interdisciplinaridade e intersetorialidade na
Estratégia Saúde da Família e no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: potencialidades e desafios. O Mundo da Saúde, São Paulo,
v. 38, n. 2, p. 129-138, mar. 2014.

FREITAS, L. M., MARINUS, M.W.L.C.; LIMA, L.S.; MORENO, L.R. Formação dos agentes comunitários de saúde no município de Al-
tamira (PA), Brasil. ABCS Health Sci.; v. 40, n.3, p. 171-177, 2015.

PRADO, N.M.B.L.; MEDINA, M.G.; AQUINO, R. Intervenção intersetorial para promoção da saúde em sistemas locais: um estudo de
avaliabilidade. Saúde debate.; Rio de Janeiro, v. 41 n. esp. 3, p. 214-227, Set. 2017

MELO, G. C.; ALMEIDA, L.M.W.S.; MARQUES, E.S.; GOMES, N.C.C. Grupo de Educação em Saúde com Adolescentes de uma Comu-
nidade Adscrita a uma Unidade de Saúde da Família: Uma Experiência de Aprendizado do Âmbito do Programa de Educação Pelo
Trabalho. Rev. APS.; v. 17, n. 2, p. 268-272, abr./jun. 2014.

MELO, M. B. de; QUINTAO, A. F.; CARMO, R. F. O Programa de Qualificação e Desenvolvimento do Agente Comunitário de Saúde na
perspectiva dos diversos sujeitos envolvidos na atenção primária em saúde. Saude soc., São Paulo, v. 24, n. 1, p. 86-99, mar. 2015.

536 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

MUSSE, J. O. et al. Avaliação de competências de Agentes Comunitários de Saúde para coleta de dados epidemiológicos. Ciênc.
saúde coletiva; v. 20, n. 2, p. 525-536, 2015.

RIBEIRO, F. M. L.; MINAYO, M. C. S. O papel da religião na promoção da saúde, na prevenção da violência e na reabilitação de pes-
soas envolvidas com a criminalidade: revisão de literatura. Ciênc. saúde coletiva; v. 19, n. 6, p. 1773-1789, 2014.

SALVADOR, M.; SILVA, E.M. Programa Saúde na Escola: saberes e diálogos na promoção da educação sexual de adolescentes. Tem-
pus, actas de saúde colet, Brasília, v. 12, n. 1, p. 73-82, dez, 2018.

Comunicação Oral 537


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

LISTA DE VERIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE


SAÚDE PARA PARTOS SEGUROS: DESAFIOS NA PRÁTICA

Introdução:
O parto seguro é caracterizado pela redução de riscos e/ou danos frente à assistência prestada durante o processo parturitivo.
Quando esta questão é compreendida se torna notório os benefícios gerados, estes que são expressos pelos profissionais e mu-
lheres que recebem os cuidados (DALPIAZ; PEREIRA; OMIZZOLO, 2018). São diversos os diálogos existentes quanto à segurança da
parturiente, com maior ênfase para aquelas que apresentam maiores vulnerabilidades e/ou risco não habitual, cabendo definir
medidas que minimizem riscos e/ou danos bem como a incidência de possíveis complicações (RIEGEL; JUNIOR, 2017). Dentro
dessa perspectiva, destacamos que o Programa de Nacional de Segurança do Paciente, instituído pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), tem como principal meta a redução de riscos em todos os níveis de assistência à saúde. Na necessidade de efeti-
var o programa foram criadas listas de verificações, que funcionam como checklists e determinam o que deve ser feito passo a
passo. A implementação das listas reduz gradativamente riscos, complicações e até mesmo mortalidade, devendo estar sempre
de acordo com os padrões da OMS, no entanto, podem sofrer adaptações não invasivas a partir do interesse das instituições que
as empregam (PRAXEDES, 2017). Com a finalidade de avaliar com maior especificidade todas as etapas do processo parturitivo,
inclusive a assistência prestada tanto para partos naturais quanto cesarianas, foi criada a Lista de Verificação da OMS para Partos
Seguros, tendo como objetivo primordial o aperfeiçoamento dos cuidados prestados a mulher no parto (WHO, 2015). É notável
a importância de seguir as etapas preconizadas pela lista no parto, pois os estudos apontam benefícios significativos a partir da
sua implementação, em destaque estão a minimização dos riscos e aprimoramento da qualidade assistencial (CARVALHO, 2016).
A implementação da lista qualifica significativamente a assistência à mulher em trabalho de parto, pois permite uma observação
ampla de todos os processos envolvidos. No entanto, por ser uma ferramenta relativamente recente ela ainda é desconhecida
por alguns profissionais, fazendo com que a sua adoção seja um pouco “perturbadora”, haja vista que todo método novo é temido
em âmbito laboral, principalmente quando não existe qualificação para tal finalidade (SPECTOR et al., 2012). Com base nestas
informações, é preciso observar os obstáculos encontrados na utilização da lista proposta pela OMS, bem como os desafios
expressos pelos profissionais que a aderem nos serviços de saúde, o que proporcionará a formulação de metodologias objeti-
vadas na preparação do sujeito para com o manejo da ferramenta. Dentro dessa perspectiva emergiram questionamentos que
conduziram ao objeto deste estudo, tais são: Há pontos negativos na construção ou aplicabilidade da lista proposta pela OMS?
Existem etapas na lista com grau de complexidade elevado, dificultando a sua implementação? As dificuldades encontradas estão
associadas à falta de informações, ou atreladas à construção da ferramenta? Destaca-se, portanto, que o conhecimento dos desa-
fios que permeiam o processo de implementação da Lista proporcionou o levantamento de discussões que possibilitaram pensar
estratégias para implementação desse instrumento de forma descomplicada, sendo que alguns desafios foram conhecidos com
esse estudo e poderão contribuir efetivamente na melhoria da aplicabilidade do método.

Objetivos:
Identificar os principais desafios quanto à aplicabilidade da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros; Especificar em quais
etapas há maior dificuldade no preenchimento; Descrever intercorrências/problemas identificados na implementação e destacar
pontos positivos;

Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, tendo como procedimento técnico o estudo de cam-
po, desenvolvido em um Hospital do interior do Ceará após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 2.793.332.
Participaram do estudo 15 acadêmicos do décimo semestre do curso de enfermagem de uma Faculdade do interior do estado.
Utilizou-se a letra D seguida do número correspondente a entrevista para apresentar as falas dos participantes. A coleta dos da-
dos ocorreu entre setembro e outubro de 2018, onde os participantes implementaram a Lista de Verificação da OMS para Partos
Seguros durante o estágio curricular supervisionado na clínica obstétrica. Após o ciclo de estágios realizou-se entrevista semies-

538 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

truturada e os dados coletados foram tratados pelas etapas da Análise de Conteúdo. Após as etapas de análise emergiram duas
categorias temáticas, que são abordadas a seguir: 1 - Desafios durante o período de implementação da lista de verificação para
partos seguros Esta categoria apresenta os principais desafios na implementação da Lista, ressaltando as principais dificuldades,
as facilidades e intercorrências encontradas. Os acadêmicos, quando indagados sobre as dificuldades encontradas, a maioria
(53,3%) relatou não ter encontrado dificuldades na implementação, expressando que o instrumento possui passos simples, é or-
ganizado, autoexplicativo e melhora a qualidade dos partos, como demonstram as falas a seguir: D1 “Eu não encontrei nenhuma
dificuldade, achei todos os passos simples”. D3 “Nenhuma, a lista de verificação é uma lista organizada de práticas essenciais de
parto pois esta está baseada em evidencias melhora a qualidade dos partos realizados em unidades de saúde para as mães e os
recém-nascidos”. D4 “Nenhum pois eu achei autoexplicativo”. O fato de a maioria ter achado a implementação da lista simples,
reforça a ideia de que ela pode ser implementada em mais instituições. Segundo Gomes et al. (2016), o uso da lista de verificação
pode proporcionar o aprimoramento do gerenciamento de risco dos pacientes, influenciando diretamente na qualidade da assis-
tência prestada, com ênfase na segurança. A mesma possibilita aos profissionais de enfermagem avaliar o cuidado ofertado, mi-
nimizando e/ou evitando eventos adversos. É extremamente relevante a aprovação dos profissionais envolvidos na utilização do
checklist, para assegurar o uso eficaz da Lista de Verificação. Nesse sentido, Cunha et al. (2018), complementam ainda que além
do uso do checklist possibilitar a segurança do paciente e equipe, por meio da organização dos procedimentos, sua utilização não
atrapalha a assistência prestada, assegurando os profissionais na certeza de que estão fazendo uso de um cuidado de qualidade,
embasado em evidencias cientificas. Como facilidades, foram citadas que a lista é de fácil preenchimento e explicação, facilita na
execução dos procedimentos da equipe, possui linguagem clara e traz melhorias ao atendimento, como elucidam as falas: D1 “Eu
achei super explicativo tão bem fácil de preencher, então não encontrei nenhuma dificuldade”. D6 “[...] e a facilidade é que ela vai
facilitar os procedimentos da equipe”. D8 “Eu não encontrei nenhuma dificuldade e a facilidade foi que ela tinha uma linguagem
bem clara”. As facilidades apresentadas pelos discentes vão de encontro ao que concerne a finalidade de todo o processo de
construção da lista de verificação. Esta é baseada em evidências e organizada de maneira prática, autoexplicativa, contendo infor-
mações adicionais através de descrições, sendo imprescindível que todo e qualquer profissional esteja apto a manuseá-la. Cada
tarefa da Lista de Verificação é uma ação crucial que, se não for executada, pode provocar sérios danos à mãe, ao recém-nascido,
ou a ambos (WHO, 2015). No que se refere às dificuldades, os discentes mencionaram a organização da sala de parto, pois há uma
etapa/pergunta na Lista de Verificação que se refere ao momento antes da expulsão ou antes da cesariana, onde é expresso uma
lista de materiais que devem estar contidos e organizados na sala parto. Visto os cenários de saúde da atualidade, principalmente
em unidades hospitalares não compreendidas como grandes centros – no que tange aos profissionais – essa dificuldade geral-
mente está associada à desorganização do serviço e a sua gerencia, principalmente pelas equipes de saúde que são reduzidas nos
hospitais de pequeno porte. Já para os acadêmicos, a dificuldade está atrelada a ausência de conhecimento do espaço, e/ou afi-
nidade com a equipe que está em campo, o que dificulta significativamente o desenvolvimento de toda e qualquer atividade. Para
um maior entendimento dos espaços seria necessário mais tempo, e os estágios curriculares obrigatórios, infelizmente, não
abrem espaço para isso. D2 “A dificuldade maior foi reorganizar a sala em questão de colocar os equipamentos todos em seus
devidos locais e assim depois que reorganizamos a sala né ficou bem mais fácil saber onde é que estava cada equipamento para
poder fazer uma anamnese melhor do paciente”. Alguns participantes relataram que a lista era de difícil compreensão ou até
mesmo confusa, bem como algumas questões não estavam devidamente especificadas, porém houve afirmação que se realmente
tudo aquilo fosse colocado em prática haveria mais qualidade na assistência. Além disso, um dos motivos que, segundo eles jus-
tificativa às dificuldades apresentadas, foi o fato da lista ser algo novo em suas vivências, necessitando-se de um período de
adaptação por parte dos discentes. D6“A dificuldade que eu achei é porque ela é um pouco complicada de entender [...]”. D7“Os
principais desafios que entrou durante o período foi que eu não entendi muito bem em responder as perguntas né, porque assim
é uma coisa bem interessante de você aprender o que tá assim no papel, se fosse posto em pratica ficaria muito interessante uma
assistência de qualidade perfeita na minha opinião”. D9“Só fiquei confusa na compreensão da lista, não encontrei outra dificulda-
de na implementação”. Cunha et al. (2018), evidenciam que as dificuldades vivenciadas que envolvem o manuseio e preenchi-
mento do checklist, pela a equipe de Enfermagem, relacionam-se principalmente com as informações incompletas do cartão do
pré-natal da gestante; falta de comunicação e ainda a organização do tempo da equipe multiprofissional durante a realização do
checklist; além da falta de conhecimento das parturientes sobre informações da gestação. Vale ressaltar que todos os itens da
Lista de Verificação são relevantes como fonte de informação para todos os partos, embora seu preenchimento possa parecer

Comunicação Oral 539


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

moroso.Todavia, o tempo de utilização e manuseio possibilitará executar a prática da assistência com maior segurança e facilida-
de, auxiliando os profissionais responsáveis na checagem dos itens e seguindo todo o processo necessário durante a realização do
parto (OMS, 2017). Por outro lado, a falta de conhecimento, incompreensão de algumas perguntas contidas na lista, levando as-
sim a dificuldade de preenchimento, a falta de interpretação e ligação com o que é aplicado no dia-a-dia do hospital, foram alguns
dos desafios elencados, sendo representados pelos seguintes discursos: D2“As dificuldades é porque eu não conhecia e a partir
do momento foi implementação nova já não ficou mas sendo dificuldade [...]”. D5“Em alguns momentos como eu estou falando
dela teve essa grande dificuldade com relação a saber realmente o que ela queria dizer se marcava se fosse sim ou não, quando
tinha as opções a gente acha realmente que é mais simples mas fácil, alguma das vezes também a gente tinha uma dificuldadezi-
nha[...]”. D10“Assim na questão da admissão né, tem algumas questões que não são muito bem explicadas, então como é o pri-
meiro contato que a gente tem, a gente tem uma certa dificuldade em relação a interpretar e em fazer uma ligação com o que é
aplicado no dia a dia do hospital”. Algumas dessas dificuldades podem ser devidas ao fato de o instrumento ser novo para a
maioria dos acadêmicos participantes dessa pesquisa.Logo, Monteiro e Silva (2014) apontam que a ausência de conhecimento e
não compreensão do checklist dificultam a assistência. É de extrema relevância que o profissional tenha conhecimento e esteja
treinado para a utilização do checklist, estando apto a interromper qualquer das etapas, caso julgue necessário, ou dar prossegui-
mento para a próxima fase. Os profissionais envolvidos no processo necessitam ter conhecimento sobre esse instrumento, com-
preender a sua importância e incorporá-la na prática diária. Todo e qualquer participante da equipe é peça chave para o sucesso
de sua implementação, considerando que todos são responsáveis pela segurança do paciente (MONTEIRO; SILVA, 2014). Todos os
entrevistados relataram a ausência de intercorrências durante a aplicação da lista. D4“Não, não aconteceu de achar nenhuma”.
D5“Não, no momento que a gente estava que foi eu no caso que implementei a lista realmente não teve nenhum tipo de intercor-
rência com a paciente, porque graças a Deus ocorreu tudo dentro da normalidade”. D7“Nenhuma, nenhuma intercorrência nem
com paciente, nem com instituição nem com nada”. D14“Não, não tive nenhuma intercorrência não, foi tudo tranquilo”. Frente
aos discursos apresentados pelos entrevistados, não foram encontrados pela pesquisadora, pesquisas que evidenciam ou retra-
tem a ausência e/ou existência de intercorrências durante a aplicação da lista, inferindo-se assim a necessidade de maiores estu-
dos acerca desta temática. Diante do que foi explanado, a lista de verificação se mostrou um instrumento relevante e indispensá-
vel para a assistência ao parto. A mesma é provida de achados próprios, baseado em evidencias, onde o profissional, além de
executar suas ações com excelência, poderá aprender e aprimorar seus conhecimentos, apesar das dificuldades relatadas e da
necessidade de ações de educação continuada e um período de adaptação por parte dos mesmos. 2 - Pontos positivos e negativos
quanto à implementação da lista de verificação para partos seguros Diante das entrevistas, foram citados como pontos positivos
para implementação da lista: é boa para a instituição e diminuição da mortalidade materna e fetal; controle da terapêutica ofere-
cida a gestante; oferece um direcionamento e suporte para a equipe na realização da assistência; proporciona qualidade a assis-
tência prestada e segurança do paciente durante as quatro etapas do parto mencionadas na lista; facilita o atendimento; garante
um parto seguro e maior sobrevida para a criança e para a mãe, sendo exemplificadas pelos seguintes relatos: D1“Os pontos po-
sitivos é que é uma coisa nova que vai trazer diversos benefícios, como por exemplo mostrar para a organização mundial de saúde
quais as principais intercorrências que podem acontecer dessa forma ele vai nos mostrar que a gente pode fazer para intervir
nessas intercorrências [...]”. D2“Os pontos positivos é que foi muito bom para a instituição e assim vai melhorar a vida de muita
gente principalmente dos profissionais que ali estão para atender as suas gestantes[...]”. D3“Positivo com a criação da lista da
OMS a diminuição de mortalidade relacionada ao nascimento é uma prioridade de saúde global [...]”. D6“Os pontos positivos é
exatamente que ela vai dá um norte para se seguir, pra equipe seguir, dá um maior suporte para a equipe em relação ao suporte
a dar a paciente [...]”. D8“Os positivos são que oferecem uma maior segurança a paciente [...]”. Os pontos positivos citados incum-
bem os profissionais a uma assistência mais segura voltada para humanização do parto, além de favorecer a diminuição da
mortalidade materna relacionada ao nascimento com o uso desse instrumento. Este fato, corrobora com Cunha et al. (2018), que
trazem a humanização a parturiente e recém-nascido como uma potencialidade oferecida pela utilização do checklist, como tam-
bém o mesmo previne possíveis riscos e eventos adversos. Ademais, os resultados apresentados por Cunha et al. (2018), eviden-
ciam também grande importância na segurança do paciente contribuindo assim para a organização, integralidade e qualidade na
assistência prestada a parturiente e recémnascido, além de influenciar nos indicadores de mortalidade materno-infantil. Vale
destacar a existência de poucos estudos acerca da avaliação da Lista de Verificação para partos seguros, sendo mais exaltados nos
estudos encontrados pela pesquisadora, as barreiras e dificuldades encontradas em sua implementação. O que foi mencionado

540 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

como positivo se fez presente e foi relatado nos parágrafos supracitados. Quanto aos pontos negativos, foi citado pelos discentes:
a instituição nem sempre conta com o número suficiente de profissionais para o preenchimento da lista diante da intercorrência,
realizando seu preenchimento somente após a intervenção, como também a mesma não se adequa a realidade do ambiente;
falta de tempo para o preenchimento; muita burocracia; é de difícil compreensão, além da falta de conhecimento por parte dos
profissionais de saúde. D1“[...] o negativo que eu pude perceber foi só a questão que nas nossas instituições nem sempre conta
com um número muito grande de profissionais então o preenchimento da lista diante de uma intercorrência vai ser muito difícil
então no caso o preenchimento sempre será depois de um intercorrência”. D4“[...]o negativo é justamente o tempo para preen-
cher esse questionário porque na hora não dá tempo”. D7“[...] os negativos assim que a gente não consegue pôr em pratica nem
tudo que tá no papel a gente põe em pratica, esses são os pontos negativos”. D9“[...] ponto negativo é a questão da parte buro-
crática que é muito grande, são mais papeis para assinar e as vezes falta assistência a mãe por conta da parte burocrática”.
D13“[...] o único ponto negativo que eu vejo é mais papel para os enfermeiros terem que assimilar com tantas outras coisas que
a gente já tem para fazer”. Com base no que foi apresentado pelos discentes, merece destaque a falta de tempo para preenchi-
mento correto do instrumento por parte dos próprios profissionais. Diante destas alegações, a lista se mostra um desafio para os
profissionais, sendo a rotina frenética de trabalho, empecilho concreto, resultando na falta de tempo, além do cansaço e satura-
ção de ações burocráticas. Os gestores devem se fazer presentes e estimular seus profissionais por meio de treinamentos e capa-
citações para que os mesmos se sintam seguros na utilização da lista e aptos a executá-la em sua rotina de trabalho; aperfeiçoem
o tempo para execução de suas ações, trabalhando sempre em equipe com as demais categorias profissionais, ressaltando seus
efeitos benéficos na assistência ao parto.

Conclusões:
A Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros ainda é um instrumento – pode-se dizer – de recente implantação, e que exige
aos profissionais que o utilizam um entendimento prévio e seguro, facilitando assim o seu manejo. Este conhecimento prévio
é possível através da educação continuada em saúde, bem como dos estudos – como este – que possibilitam a exploração de
achados a partir de vivencias práticas pessoais, que corroboram com o respaldo literário disponível. No que diz respeito aos prin-
cipais desafios na implementação da Lista, este estudo identificou poucos desafios para a implementação da lista, sendo apenas
enfático para etapas específicas, como a organização da sala de parto. Ainda durante a execução não houve intercorrências incia-
tivas que atrapalhassem o desenvolvimento do método, o que reafirma a possibilidade de sua aplicação em outras instituições,
mesmo sendo explicito o desconhecimento dos acadêmicos em relação a lista,o seu manejo após a apresentação da mesma foi
relativamente acessível e fácil, haja vista que houve uma preparação prévia e que norteou com fidedignidade o seu uso. Visto as
informações anteriores,a implementação da lista através do estudo serve de exemplo para que outras unidades possam fazer o
seu uso, a fim de implementar novos saberes que favoreçam a saúde da pessoa humana, neste cenário, favorecendo especifica-
mente a saúde materna e fetal.

Referências:
BROCA, P. V.; FERREIRA, M. A. Processo de comunicação na equipe de enfermagem fundamentado no diálogo entre Berlo e King.
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v.19, n.3, p.467-474, 2015.

CARVALHO, I. C. B. M. Adaptação e validação da lista de verificação do parto seguro da Organização Mundial de Saúde (OMS)
para o contexto brasileiro. 2016. 110 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, 2016.

CUNHA, M. M.. PARTO SEGURO: A percepção de uma equipe de enfermagem no uso do checklist. RIES, ISSN 2238-832X, Caçador,
v.7, nº 1, p. 303-318, 2018.

DALPIAZ, G.; PEREIRA, C. R.; OMIZZOLO, J. A. E. Educação em serviço com a equipe do centro obstétrico e alojamento conjunto
sobre o checklist. Revista UNIPLAC, Santa Catarina, v. 6, n. 1, p. 1, 2018.

GOMES, C. D. P. P. et al. Percepção de uma equipe de enfermagem sobre a utilização do checklist cirúrgico. Sobecc. São Paulo,
p.140-145, 22 jul., 2016.

MONTEIRO, F.; SILVA, L. “Checklist” Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica: avaliação e intervenção. Revista de CiênciasMédi-
cas e Biológicas, v.12, n.4, p.482-485, 2014.

OMS. Organização Mundial da Saúde. Guia de Implementação da Lista de Verificação da OMS para Partos Seguros: melhorar a

Comunicação Oral 541


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

qualidade dos partos realizados em unidades de saúde para as mães e os recém-nascidos. Genebra: Organização Mundial da
Saúde, 2017.

PRAXEDES, A. O.; ARRAIS, L.; ARAÚJO, M. A. A.; SILVA, E. M. M.; GAMA, Z. A. S.; FREITAS, M. R. Avaliação da adesão à lista de ve-
rificação de segurança no parto em uma maternidade pública no nordeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro,
v. 33, n. 10, p. 1-14, 2017.

RIEGEL, F.; OLIVEIRA JUNIOR, N. J. Processo de enfermagem: implicações para a segurança do paciente em centro cirúrgico. Cogi-
tare Enfermagem, Paraná, v. 22, n. 4, p. 1-5, 2017.

SPECTOR, J. M.; AGRAWAL, P.; KODKANY, B.; LIPSITZ, S.; LASHOHER, A.; DZIEKAN, G.; BAHL, R.; MERIALDI, M.; MATHAI, M.; LEMER,
C.; GAWANDE, A. Improving quality of care for maternal and newborn health: prospective pilot study of the who safe childbirth
checklist program. PLoS ONE, Estados Unidos, v. 7, n. 5, p. 1-7, 2012.

WHO. World Health Organization. Checklist targets major causes of maternal and newborn deaths in health facilities. 2015.

542 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CUIDADOS DE ENFERMAGEM A MULHERES SUBMETIDAS AO


TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA CERVICAL: O OLHAR DA
PACIENTE
Introdução:
O câncer de colo uterino é um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, embora seja uma doença con-
trolável quando diagnosticada precocemente, suas taxas de incidência são consideradas elevadas (SILVA et al., 2018). O INCA
estima 16.370 novos casos de câncer do colo uterino no Brasil para cada ano do biênio 2018-2019, ocupando a terceira posição
de neoplasias mais incidentes, perdendo apenas para o câncer de mama e próstata respectivamente (BRASIL, 2017). As opções de
tratamento do câncer invasivo são a cirurgia, radioterapia e quimioterapia (OPAS, 2015). Essas três opções de tratamento podem
ser utilizadas combinadas ou de forma isoladas, entretanto, os estadiamentos mais avançados opta-se pela radioterapia associada
a esquemas de quimioterapia. (MARTINS, 2016). O tratamento radioterápico pode ser aplicado sob duas formas ou tipos: teletera-
pia e braquiterapia (ROSA et al., 2016). A teleterapia concomitante com a braquiterapia constitui-se uma das principais formas de
tratamento para os estágios avançados (BANERJEE; MITCHELL, 2014). A braquiterapia pélvica pode causar efeitos adversos difíceis
de serem revertidos. Segundo Plotti et al., (2018) esse tratamento pode ocasionar mudanças na saúde sexual. Consequentemen-
te, pode haver repercussões negativas na funcionalidade e qualidade de vida das mulheres (TAX et al., 2017). Dentro dos cuidados
multiprofissionais prestados a essa paciente com câncer, destacamos a enfermagem. Tal profissão é inserida no contexto onco-
lógico com a intenção de promover cuidado integral para a promoção à saúde, como também no tratamento do câncer. (ARAUJO
et al., 2017). O enfermeiro fornece orientações relativas às medidas preventivas, explica como será o tratamento prescrito pelo
oncologista, identifica precocemente os efeitos colaterais do tratamento a fim de minimizá-los, orienta e acompanha a paciente e
respectiva família, mantendo em mente que as ações de enfermagem devem ser individualizadas, levando em consideração suas
características pessoais e sociais (GONZAGA; CONCEIÇÃO, 2018). A autora, por ter vivenciado o acompanhamento de enfermagem
no setor de radioterapia, perceber que alguns profissionais acabam por cuidar apenas da neoplasia, fornecendo apenas o cuidado
de forma generalizada a essas pacientes, esquecendo de fornecer assistência holística e individualizada, isso poderá influenciar na
adequação e aceitação ao tratamento da usuária a radioterapia cervical. Diante do exposto, observa-se que o enfermeiro deve ter
conhecimento necessário acerca do procedimento de radioterapia, e os possíveis efeitos colaterais ocasionados pelo tratamento,
para poder intervir com ações preventivas, cuidados individualizados e assistência holística durante as consultas de enfermagem,
auxiliando no desconforto e melhorando a qualidade de vida dessas pacientes. Frente a essas considerações, questiona-se quais
as percepções das usuárias nos cuidados de enfermagem prestados as mulheres submetidas ao tratamento de radioterapia cervi-
cal? Este estudo busca identificar os cuidados e orientações para com as pacientes para serem trabalhados melhorias do fazer do
enfermeiro sobre a radioterapia cervical. Logo esta pesquisa auxiliará enfermeiros e profissionais da equipe multidisciplinar, atu-
antes na área da saúde da mulher na oncologia, a refletirem sobre os conhecimentos, as orientações e ações que visem melhora
o trabalho da equipe acerca dessa terapia.

Objetivos:
Descrever a percepção de mulheres submetidas à radioterapia cervical acerca dos cuidados de enfermagem.

Metodologia:
A pesquisa foi regida de acordo com a Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, com o
parecer consubstanciado do Conselho de Ética em Pesquisa: 3.261.151. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com abor-
dagem qualitativa. A coleta de informações ocorreu nos dias 06 e 07 de maio de 2019, nos turnos da manhã e tarde, através de
entrevistas semiestruturadas de acordo com os objetivos propostos no estudo. Foram abordadas 13 mulheres com diagnóstico
de câncer do colo do útero submetidas ao tratamento de radioterapia cervical, atendidas no Centro de Tratamento Oncológico
localizado em Fortaleza, 2 recusaram, 4 não passaram pela consulta de enfermagem, chegando no total de 7 participantes da
pesquisa, onde para chegar ao total de participantes foi utilizado o método de saturação teórica das respostas. Salientado que
todas as participantes do estudo já haviam concluído as seções de teleterapia, e estavam voltando para unidade de radioterapia

Comunicação Oral 543


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

para concluir o tratamento com as seções de braquiterapia. Como critérios de inclusão: mulheres diagnosticadas com câncer do
colo do útero em tratamento de teleterapia, braquiterapia ou as duas terapias concomitantes no Centro de tratamento oncológico
localizado na cidade de Fortaleza, que tenham condições clínicas de responder a pesquisa, sem restrição de estadiamento e nem o
tempo de tratamento. Os critérios de exclusão foram: menores de idade, pacientes que já tenham concluído o tratamento na uni-
dade de tratamento em Oncologia da cidade de Fortaleza, e que não tenham passado pela consulta de enfermagem na instituição.

Resultados e discussões:
A caracterização do perfil das participantes do estudo mostra que a maioria das mulheres tem filhos, sendo das 7 participantes 5
são multíparas, estão na faixa etária considerada de rastreamento, com idade entre 30 a 75 anos, e em relação ao estado civil das
entrevistadas, quatro participantes são casadas e três são solteiras. Em relação a escolaridade o estudo mostra que a maioria das
mulheres tem ensino fundamental completo, profissão doméstica e são procedentes de estado do Ceará. Em relação ao número
de consultas de enfermagem, das sete participantes, apenas duas tiveram consultas subsequentes de acompanhamento com
enfermagem, porém, todas as entrevistadas estavam informadas sobre a quantidade de seções de teleterapia e braquiterapia,
evidenciando que todas as participantes estavam cientes da duração do tratamento, além dos números de seções de cada tera-
pia que seriam realizadas. Entretanto, apesar de todas as participantes estarem informadas sobre as quantidades de seções que
seriam realizadas durante o tratamento, o número de consulta de enfermagem que cada paciente passou foi inferior ao sugerido
pelo protocolo do INCA, que evidencia as quantidades de consultas de enfermagem na radioterapia, pois apenas duas pacientes
E6, E7, relataram que fizeram duas consultas de enfermagem subsequentes de acompanhamento, as demais participantes E1, E2,
E3, E4, E5 relataram que passaram apenas por uma única consulta de enfermagem, ficando uma lacuna durante o acompanha-
mento dessa pacientes. Em relação sobre as orientações e cuidados de enfermagem sobre o tratamento da radioterapia cervical
na promoção do autocuidado, entre os principais cuidados citados pelas pacientes deste estudo foram: utilização do chá de ca-
momila e possíveis efeitos colaterais 4 (E1, E2, E4, E6), alimentação adequada e incentivo a ingestão de líquidos 4 (E1, E2, E4, E7),
manutenção com as unhas aparadas e limpas 3 (E1, E5, E7), utilização de sabonete neutro e cuidado com higiene intima 6 (E1,
E2, E4, E5, E6, E7), evitar esforços físicos 1 (E6). Nos relatos das participantes, foi possível verificar a importância dos cuidados e
orientações repassadas as pacientes durante as consultas de enfermagem, para promoverem seu próprio autocuidado. De modo
geral, as participantes deste estudo estavam orientadas e informadas sobre os principais cuidados em relação a radioterapia,
porém, ficou sugestivo uma lacuna nos cuidados na consulta de enfermagem, a falta das consultas subsequentes durante o tra-
tamento. Desta forma, a uma necessidade de rever a maneira como estas mulheres estão sendo orientadas, pois foram poucas
consultas de acompanhamento de enfermagem quando comparadas ao número de seções de radioterapia. Ressaltando que não
só a quantidade conta, mas a qualidade das informações repassadas. Essas consultas de acompanhamento ajudam a reforçar as
orientações fornecidas e saber se as pacientes realmente assimilaram as informações repassadas na primeira consulta, pois são
mulheres que podem esta fragilizadas em seu estado social, espiritual e emocional. Em relação sobre as orientações de enfer-
magem acerca do procedimento da braquiterapia cervical, as entrevistadas E2, E5, E6, E7, relataram que receberam orientações
sobre o procedimento da braquiterapia, porém não souberam repassar as informações fornecidas na consulta de enfermagem
de forma exata, sugerindo uma possível falta de comunicação entre o profissional e paciente, para posterior entendimento do
procedimento. A paciente E4 em seu relato, sugeriu que a cliente só descobriu como era a realização do procedimento de bra-
quiterapia ginecológica, apenas no momento da realização do primeiro procedimento. Apesar do tratamento de braquiterapia
cervical ser realizado de maneira ambulatorial, facilitando o trabalho dos profissionais, diminuindo os custos com as internações e
abrangendo um número maior de mulheres a serem tratadas por essa terapia, esse tratamento é invasivo, doloroso quando feito
sem anestesia, e pode trazer sequelas inevitáveis para vida dessas mulheres. Neste estudo, apenas uma participante relatou não
ter sido informada sobre o procedimento, as demais estavam cientes, porém, não sabiam expressa de forma objetiva a realização
da braquiterapia cervical. Desta forma, na consulta de enfermagem, as pacientes devem ser informadas como é a realização desse
procedimento, evitando estresse e um sofrimento psicossocial antecipado por medo de não saber realmente como é realizado
esse tratamento, evitando o trauma de descobrir apenas na hora da realização do procedimento. Em relação as orientações de
enfermagem sobre as possíveis reações do tratamento da braquiterapia cervical, as participantes do estudo relataram: reações
gastrointestinais 2 (E2, E6), reações do geniturinário 3 (E1, E5, E6), sendo as alterações citadas pelas participantes foram as rea-
ções gastrointestinais, sangramento, cólica, menopausa precoce, estenose vaginal e infecção urinaria. De modo geral, os relatos

544 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

citados pelas participantes do estudo corroboram com as orientações que devem ser fornecidas na consulta de enfermagem,
evidenciando que as clientes estavam informadas sobre as principais reações ocasionadas pelo tratamento. Entretanto apenas
a cliente E5, relatou o cuidado e orientação para prevenção da estenose vaginal. As reações ocasionadas por esse tratamento,
tem um impacto muito relativo na vida dessas mulheres, apesar de as participantes desse estudo, não relatarem todos os efei-
tos relativos ao tratamento, mas de modo geral estavam orientadas sobres os principais, entretanto é preocupante que apenas
uma paciente citado o cuidado em relação a estenose vaginal, pois quando não informadas sobre essa sequela e nem orientadas
da necessidade de mante-se sexualmente ativa, ou da utilização dos dilatadores vaginais através dos exercícios ensinados pelo
profissional fisioterapeuta, acarretara no fechamento ou diminuição do comprimento do canal vaginal, dificultando no acompa-
nhamento das consultas de rotinas com o oncologista e de manter atividade sexual. Dessa forma, as consultas de enfermagem
subsequentes durante o tratamento tornam-se extremamente necessárias para o acompanhamento dessas mulheres, pois na
identificação de qualquer reação ou efeito ocasionado pela braquiterapia o profissional entra em ação, encaminhando essas mu-
lheres para outros profissionais especialistas nesse tratamento, para sanar ou minimizar esses efeitos.

Conclusões:
De modo geral as participantes estavam orientadas e informadas sobre os procedimentos, os possíveis efeitos do tratamento e a
promoção para seu próprio autocuidado, porém, em relação as informações e orientações do tratamento de braquiterapia cer-
vical, ficou sugestivo uma lacuna nas consulta de enfermagem referente a comunicação, pois quando questionadas, as pacientes
relataram informações superficiais ou incompletas sobre essa terapia. Houve duas limitações de estudo nesta pesquisa, a primeira
foi a veracidade das respostas, pois a pesquisadora não acompanhou o decorrer da terapia dessas mulheres, e a segunda foi a
baixa escolaridade, que pode ter influenciado a qualidade das respostas. Conclui-se que é preciso estimular o desenvolvimento de
novos estudos relacionados à essa temática, com outras metodo¬logias que permitam explorar de forma mais cuidadosa os fato-
res que determinam uma comunicação mais eficiente entre as pacientes e os profissionais, contribuindo para a o preenchimento
dessas lacunas. Destacamos a importância da Enfermagem na promoção do cuidado a mulheres submetida a radioterapia cervical.

Referências:
ARAÚJO, Claudia Regina Gomes de. et al. O fenômeno vivido por mulheres na consulta de enfermagem na braquiterapia ginecoló-
gica. Texto Contexto Enferm. [s.I]. v: 26. n. 2. abrjun. 2017. Disponível em: < http://www.index-f.com/textocontexto/2017/262su-
mario.php>

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto nacional de câncer Jose Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância.
Estimativa 2018: incidência de câncer no brasil. Rio de Janeiro. 2017. 130 p.

BANERJEE, Robyn. MITCHELL, Kamrava. Brachytherapy in the treatment of cervical cancer: a review. Int J Womens Health. [s.I]. v:
6. p: 555-564. mai. 2014. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4045176/>

Comunicação Oral 545


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Eixo:

Outras Linguagens
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDITORIAL

O II Congresso Internacional Saúde e Sociedade enfatiza o estudo dos determinantes sociais da saúde, compreendendo
sua relevância no processo saúde-doença e para o desenvolvimento de políticas públicas integrais e equitativas. Discutir e dar
visibilidade a essa temática contribui para efetivação de uma formação em saúde comprometida com as necessidades de saúde
da população. Nesta edição do evento foram propostos cinco eixos temáticos (Promoção da Saúde; Avaliação de Políticas e Pro-
gramas de Saúde; Educação na Saúde; Saúde e Atenção Psicossocial e Políticas Públicas e Gestão em Saúde) que dialogam com
a temática central “Democracia e Desafios Contemporâneos”. Esta temática suscita um amplo debate, capaz de mobilizar profis-
sionais e estudantes da área de saúde, bem como a sociedade civil, no sentido de reverter um quadro de retrocessos no apoio à
saúde pública no Brasil, que se constitui uma ameaça à democracia no país.
Nesse contexto desafiador, onde a inovação e a criatividade são essenciais para construção de novos cenários para saú-
de, o II Congresso Internacional Saúde e Sociedade, afirma sua visão ampla e holística dos processos de educação e saúde possi-
bilitando a apresentação de trabalhos, além do formato científico já consagrado em eventos acadêmicos, em “outras linguagens”.
No EIXO OUTRAS LINGUAGENS ganham espaço e visibilidade múltiplas práticas e reflexões sobre saúde e sociedade que se expres-
sem em linguagens mais artísticas e menos convencionais.
Linguagem é o sistema através do qual o homem comunica suas ideias e sentimentos; é a capacidade que o ser humano
possui de se expressar através de signos. A linguagem é a base da cultura; um recurso que se utiliza para o alcance dos desejos.
Para o linguista francês Louis Hjelmslev linguagem é ferramenta, espelho, lugar. Ferramenta por ser veículo de comunicação;
espelho por refletir e traduzir o ser humano; lugar porque mostra a pessoa no meio onde vive. Para o poeta maranhense Ferreira
Goulart, “uma parte de mim é só vertigem, outra parte linguagem”, que leva ao questionamento: “traduzir uma parte na outra
parte (...) será arte?”
Encontrar arte nas vivências de profissionais de saúde, estudantes, professores e pesquisadores; transformar em arte o
conhecimento adquirido; as doçuras e agruras do trabalho em saúde; trazer arte para a vida das pessoas... tudo isso desperta uma
dimensão de atenção fundamental, baseada na observação e sensibilidade, que apreende de forma crítica, a sociedade. Assim,
também se promove saúde.
As linguagens artísticas, ao traduzirem a realidade criativamente, podem produzir bons resultados na educação em saú-
de atingindo pessoas de diferentes origens culturais, de forma dialógica e inclusiva; sendo ainda facilitadora do desenvolvimento
profissional e humano na universidade.
Dessa forma, o II Congresso Internacional Saúde e Sociedade, através do EIXO OUTRAS LINGUAGENS, promove um profícuo en-
contro daquilo que inquieta dentro de cada um, com aquilo que se pode expressar artisticamente; com pessoas que se abrem a
experiências novas e outras que estão dispostas a admirar e aprender com essas experiências.
Os poemas, fotografias e desenhos que fizeram parte do evento foram uma pequena mostra do potencial criativo dos
participantes, de quem vivencia o cotidiano de luta em nosso país, atuando de forma crítica e responsável para preservar o direito
a saúde e a democracia. Espera-se que a presença destes trabalhos, inspirem e motivem a participação dos Congressistas.

Profa. Rebeca Sales Viana


(UVA- Curadora da mostra “Outras Linguagens”)

Outras linguagens 547


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Linguagem: FOTOGRAFIA

A FORMAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE –


DETERMINANTES DA SAÚDE E DESAFIOS PARA A EQUIDADE
MARIA AUGUSTA PALÁCIO

A formação em saúde envolve múltiplos desafios, tanto do ponto de vista pedagógico como da complexidade inerente ao cuidado
em saúde. Estamos falando de dois campos que dialogam, Saúde e Educação, e, portanto, o processo de ensino-aprendizagem
precisa incluir os diferentes sujeitos, espaços e conceitos (a teoria da clínica e do social) e promover no educando um movimento
reflexivo, que o faço compreender, por exemplo, o quão difícil é alcançar a equidade em contextos de desigualdade social e econô-
mica. E, o primeiro passo para entendê-la, longe dos livros, é na pratica, conhecendo a realidade do outro. Como é possível cuidar
e promover saúde em espaços tão plurais e com condições de vida extremas? As fotografias apresentadas revelam o olhar de uma
pesquisadora durante seu processo de doutoramento, quando acompanhou por mais de um ano, acadêmicos de medicina de uma
universidade pública brasileira, durante atividades práticas em uma Clínica da Família e em uma comunidade que na época estava
pacificada (Morro Dona Marta, Rio de Janeiro-RJ). A cada semana, subíamos o Morro e nos deparávamos com situações muito sin-
gulares. Para os alunos, era o momento de aprender medicina longe do consultório, entender o processo saúde-doença-cuidado
junto das pessoas e suas famílias, como os determinantes sociais da saúde estavam presentes nesse território, pensar estratégias
de promoção da saúde e trabalhar de forma interdisciplinar. Essas experiências eram compartilhadas pelos alunos em blogs. A
partir de textos, imagens e vídeos retrataram vivências e reflexões desse processo de formação. As fotos escolhidas revelam: (1)
o olhar do aluno para esse espaço, diante de um dos cartões postais do Rio de Janeiro, e o exercício reconhecer o entorno e suas
particularidades; (2)o caminhar por esses espaços da comunidade, estar no território, fazer visitas domiciliares; (3)ilustra os brin-
quedos das crianças e nos faz pensar que algumas necessidades delas não são diferentes das demais; (4)revela os contrastes do
Morro, o desafio de promover saúde e cuidar de uma população com tantas carências. Essas experiências nos fazem refletir: Como
ser um bom profissional de saúde se não dou espaço para que o outro fale, se não subo o Morro com ele, ando pelos interiores e
vejo suas necessidades? A formação em saúde precisa transversalizar o encontro com a comunidade no processo de ensino-apren-
dizagem e promover reflexões sobre os desafios da prática profissional em cenários tão diversos.

Fotografias de Maria Augusta Plácido

548 Outras linguagens


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Linguagem: DESENHO

VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO, JUNTOS SOMOS MAIS FORTES

ALESSANDRA SOARES VIDAL

O tratamento oncológico envolve diversas etapas, e para cada uma delas existe um profissional especializado, que juntos formam
uma equipe multidisciplinar, composta por diversos especialistas altamente qualificados, cada um responsável por diferentes
cuidados e demandas de cada paciente. Desta forma, esses profissionais utilizam seus os conhecimentos científicos, técnicas e
práticos para obtenção da cura dessa neoplasia. Além dos profissionais, o suporte dos amigos e da família é base essencial para
o tratamento. Faz parte dessa caminhada não só cuidar da saúde, mas também das relações afetivas. Logo, o paciente com boa
sustentação e amparo familiar, tende a se sentir mais motivada para seguir com o tratamento. Aos pacientes que lutam ou luta-
ram contra essa neoplasia, mostrando a força, superação e que desistir nunca será uma opção. O desenho mostra 09 pessoas, as
sombras dos super-heróis, representado pela família, amigos e a esquipe da saúde, o paciente e representado pela sombra do
guerreiro, e no final do desenho o nascer do sol na praia representa uma nova chance para continuar lutando pela vida, e que
todos juntos somos mais fortes.

Desenho realizado em 06 folhas de papel A4, com a utilização de lapís grafite B, 3b, 6B, 8B, borracha técnica e esfuminho 05.

Outras linguagens 549


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Linguagem: POESIA

PROPRIEDADES

VICTOR DE OLIVEIRA E SILVA

Tenho afinidade com a escrita desde criança e, desde a infância, costumo fazer poemas e poesias. Algumas vezes escrevi para
publicações da própria escola, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio, pois a arte, tanto escrita quanto musical,
sempre me motivou a explanar dons artísticos. Acredito que o que é mais marcante na minha escrita é a criticidade e o resgate
histórico. E usar tais artifícios, como na poesia PROPRIEDADES, ajudou bastante no quesito respeitar a temática do Congresso,
pois, mesmo as Outras Linguagens, onde o autor está intimamente ligado e seus sentimentos estão explicitamente expressos na
obra, devem apresentar a mesma criticidade e beleza das outras modalidades.

Tão inerente ao mundo contemporâneo


Está o pressuposto “Meu direito”.

Convicção clara e precisa, que ultrapassa o dever humano


À medida que se quer um mundo perfeito.

Tão inerente ao ser humano


Está a concepção da supremacia individual
Na qual só você importa mais. Você pode! Você deve!

E não pode, na fila, ficar no final.

Tão inerente à cidadania


Está a ideia da relatividade
Onde, eticamente, eu preciso cumprir algo
E, moralmente, respeitar a diversidade.

Tão inerente ao dever pessoal


Está a certeza de que se deve fazer muito mais
Muito mais pelo próximo e pelo bem comum
Tendo em vista a equidade, que trata igual os desiguais.

Tão inerente à democracia


Fica evidente que há um longo caminho
Onde muita gente destemida, por meio da educação,
Enfrenta dragões e moinhos.

550 Outras linguagens


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Linguagem: POESIA

VIDA NAS RUAS

CAROLINE PONTE ARAGÃO


MARIA ALINE MOREIRA XIMENES
JOSIANE DA SILVA GOMES
LÍVIA MOREIRA BARROS
MARIA GIRLANE SOUSA ALBUQUERQUE BRANDÃO
LUCAS CARLOS TEIXEIRA

A poesia intitulada “Vida nas Ruas” foi construída com base no referencial de Roper, Logan e Tierney que preconiza que os in-
divíduos são capazes de realizar doze atividades de vida básicas, a saber: manter o ambiente seguro, respiração, alimentação,
eliminação, comunicação, higiene pessoal e do vestuário, controle da temperatura corporal, trabalhar e divertir-se, mobilidade,
sexualidade, dormir e morrer. Foi realizada uma revisão de literatura sobre a População em Situação de Rua (PSR) e, depois, uma
entrevista semiestruturada com quinze participantes que frequentavam o Centro de Referência Especializado para a População
em Situação de Rua (Centro POP) de Sobral, Ceará, no período de junho a agosto de 2017. O instrumento continha perguntas
relacionadas aos desafios de “viver nas ruas”, bem como o comprometimento das atividades de vida básicas. O cordel é composto
por 23 estrofes, cada um contendo seis versos, com rimas ABAB. A primeira parte contextualiza o referencial teórico e, as outras,
referem-se às atividades de vida diária. As entrevistas extraíram informações do cotidiano vivenciado por essas pessoas. Foi
verificado que a maioria dessas atividades estava prejudicadas. Viver nas ruas impõe uma série de riscos à saúde que demanda
uma atenção especial a essa população. Manter o ambiente seguro foi uma das atividades mais citadas dentre os participantes.
A qualidade do sono, então, é prejudicada, pois muitos dormem sob vigília ou quando está amanhecendo. A falta de empatia da
sociedade em relação a essas pessoas, por diversas vezes, torna a comunicação um processo dificultoso, o que exclui essas pes-
soas dos espaços urbanos. Ademais, a PSR é vista com preconceito, uma vez que são percebidas como delinqüentes, pedintes ou
drogados. As atividades fisiológicas são realizadas em ambientes sujos e inapropriados, o que acarreta diversas infecções. Apesar
de algumas políticas já serem instituídas, elas estão longe de serem efetivadas. Observa-se, políticas já serem instituídas, elas
estão longe de serem efetivadas. Observa-se, portanto, que viver na rua é uma luta diária pela sobrevivência. O desafio é incluir
essas pessoas na sociedade, com políticas em longo prazo e que visem atender e escutar as pessoas em suas principais necessi-
dades. A literatura de cordel é uma tecnologia educativa que proporciona o acesso à informação e a cultura popular nordestina,
funcionando como um veículo de comunicação entre profissionais da saúde e a população em situação de rua. O cordel visa dar
visibilidade a PSR, valorizando suas histórias.

Outras linguagens 551


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

VIVER NAS RUAS


Apresentação
Pessoas em Situação de Rua
São um grupo populacional
Regido pela heterogeneidade
Ainda muito presente no cenário mundial
Que exercem atividades produtivas
Para garantir o que à sobrevivência é essencial

Os vínculos familiares
Da maioria estão
Um tanto que fragilizados
Ou com total interrupção,
Trazendo tristeza para muitos
E sentimento de solidão

Antônio, José, Francisca, Maria


Luciana, Bartolomeu, João,
São vários os nomes e muitas as histórias
Dos que em Situação de Rua estão,
Sendo os mesmos carentes de amor,
Respeito, saúde e atenção

Feridas no corpo, muitos carregam,
Feridas na alma também,
Dor aguda por saberem
Que para muitos não são ninguém,
Fazendo-se necessário que
Sejam vistos como alguém

O modelo de Roper Logan e Tierney


Diz que os indivíduos são capazes de realizar
Doze atividades de vida, e de acordo com ele
Nos propusemos a trabalhar,
Fazendo jus à definição
De que a enfermagem é “a arte do cuidar”

Manter o ambiente seguro


A primeira dessas atividades de vida
Que o ser humano é capaz de operar
É manter o ambiente seguro
Para da maldade alheia se livrar,
Atividade essa que para pessoas em Situação de Rua
É mais difícil de executar

552 Outras linguagens


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Baseado em relatos pessoais,


Foi possível constatar
Que a maioria dessas pessoas
Já teve que enfrentar
Situações ameaçadoras
À sua vida particular

Muitos carregam no corpo marcas


Que levarão por toda a lida,
Marcas que representam mais que
O lugar onde um dia foi uma ferida,
Mas também a insegurança à qual está sujeita
Uma população que de muitos é esquecida

Respiração
A segunda atividade de vida
É a respiração,
Indispensável para que a vida humana
Tenha continuação,
Sem a qual seria impossível
Das demais tarefas a execução

Alimentação
A alimentação é um ponto crítico,
Pois o consumo de nutrientes é irregular
Já que a falta de recursos
Os faz comer em qualquer lugar:
Bares, lanchonetes, doações e até no lixo,
Tudo que os derem têm que aceitar

Eliminação
A eliminação consiste na liberação de resíduos
Que nosso corpo não precisa mais,
E viver na rua sem casa, banheiro ou pia
Condiciona que ocorra doenças eventuais,
Que muitas vezes nem são tratadas,
Fazendo com que se prolonguem cada vez mais

Comunicação
A comunicação pode ser verbal ou não
No entanto, não há muita interrelação,
O olhar é de vergonha e indignidade
Devido à atual situação
Há o medo de se comunicar outras pessoas
Pois os culpam por sua condição

Outras linguagens 553


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Higiene pessoal e vestuário


A higiene pessoal é, às vezes, impraticável,
Mas sempre há vontade
De no fim de dia
Tomar um banho de verdade,
Mas higienizar os dentes e lavar as mãos, porém,
Não são práticas feitas com regularidade

Temperatura do corpo
Naturalmente o ser humano consegue
Sua temperatura corporal regular,
Mas para quem vive nas ruas
Ela é mais difícil de estabilizar,
Pois estão sujeitos ao frio da madrugada,
E desenvolvem febre por infecção, ficando a tremular

Trabalhar e divertir
Renda fixa o grupo não tem
E as atividades executadas
São vigiar carros, carregar cargas,
As quais são pouco remuneradas,
Sendo que muitos nem isso conseguem
Pelo preconceito, uso de drogas, idades avançadas

Mobilidade
Caminhar faz parte do cotidiano
E é do grupo uma atividade vital,
Que se desloca a pé
De um para outro local,
Ficando mais propenso a acidentes, assaltos
E sob risco acentual
Sexualidade
A sexualidade faz parte
Da vida da humanidade
E discutir o assunto com essas pessoas
Não é de tão grande dificuldade,
Sendo necessário abordar o tema
Respeitando cada particularidade

Dormir
Dormir é outra atividade de vida
Extremamente importante,
Mas para quem vive nas ruas
A noite é momento de ficar vigilante,
Com “um olho aberto e outro fechado”,
Pois a insegurança é constante

554 Outras linguagens


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O frio incomoda,
E também a dureza do chão,
E, na maioria das vezes,
A cama é um pedaço de papelão
Tendo como cobertor
O céu em sua imensidão

Para adormecer nas ruas


É preciso se acostumar
Com o barulho dos carros e o chão frio,
Situação difícil de suportar,
Sendo percebida a vinda de outro dia de luta,
Quando se ouve o galo a cantar

Morrer
Morrer é outra atividade de vida,
Onde há o findar das demais, o suspiro final,
A qual é encarada por alguns
Como um evento natural,
Inclusive, muitos até já tentaram suicídio,
Por consequência do uso de drogas, crise existencial

Manifestamos nossa imensa


Gratidão e satisfação
Por podermos adentrar
Em um mundo de tamanha significação,
Onde pudemos refletir a respeito
Dessa delicada condição

Nossa visão agora


Se tornou mais ampliada
E muita coisa dentro de nós
Com certeza, foi mudada,
Os nossos aplausos vão para vocês,
Que de grande luta já têm uma jornada.

Outras linguagens 555


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Linguagem: POESIA

REDES DE ATENÇÃO É A SOLUÇÃO


CARINE MERES ALBUQUERQUE DA SILVA
TIAGO SOUSA DE MELO
ALINE MARIA CARVALHO FURTADO
ANA CAROLINA MARINHO FERREIRA
MARIA DA CONCEIÇÃO LIMA PAIVA
CARLA TAMIRES FARIAS ABREU

Esta poesia foi produto do módulo teórico “Sistema Único de Saúde – SUS” no programa de Residência Multiprofissional de Ur-
gência e Emergência. A escolha por esta linguagem se deu no intuito de envolver os residentes na leitura, convidando à reflexão
acerca dos modelos de atenção, traçando um paralelo entre o modelo hegemônico e o atual disposto em Rede de Atenção à Saú-
de. Para tanto, criamos uma história fictícia contada em versos, de uma usuária do SUS, a qual descrevesse como se procedeu seu
atendimento fragmentado e pouco resolutivo e como a mesma se beneficiou com outra forma de assistência mais holística com
melhor resolubilidade de suas necessidades. A experiência logrou êxito ao despertar a participação de todos no compartilhamen-
to de vivências em ambos os modelos.

Com dor no joelho eu procurei


O hospital da região
O médico disse, cê vai pra casa
Seu caso é só uma injeção

Dias depois a dor voltou


E no hospital também voltei
Mas dessa vez outro médico disse
Que eu precisava de outra atenção

Quando no posto eu cheguei


Uma enfermeira me acolheu
Fez a triagem e Interconsulta
E o médico da equipe, logo me atendeu

O mesmo fez questão de me ver


E logo foi me examinar
Pediu exames e me agendou
Pra em quinze dias eu retornar

No dia marcado eu voltei


Com os exames todos em mãos
Quando eu entrei no consultório
Tinha uma equipe multi de prontidão
Eles disseram vamos elaborar

556 Outras linguagens


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Um plano terapêutico para lhe ajudar

Ó médico então me relatou,


que com artrose eu estou
Me disse ainda que a hipertensão
Precisa também de atenção

Com sobrepeso eu estou


A nutricionista então falou
Vamos cuidar do coração
Melhorar sua vida e alimentação

Da fisioterapeuta ouvi também


Que quedas tenho que evitar
E além disso, me encaminhou
Para o centro me reabilitar

A farmacêutica por sua vez


Me orientou como tomar
Todos os remédios, na hora certa
E assim eu não me atrapalhar

O médico então finalizou


Pro ortopedista vou lhe encaminhar
E eu sai bem satisfeita
Do meu problema vou melhorar
Eu lhe asseguro duvide não
Redes de atenção é a solução!

Outras linguagens 557


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ERRATAS

Eixo
Avaliação de Políticas Públicas
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANALYSIS OF THE EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF HANSEN’S


DISEASE IN BRAZIL BETWEEN 2015 AND 2018
JULIA CAROLINE PEIXOTO MARTINS
Centro Universitário INTA - UNINTA
ANA RITA SAMPAIO CARNEIRO (CARNEIRO, A.R.S)
Centro Universitário INTA – UNINTA
BILLY IAN SILVA VAZ (VAZ, B.I.S
Centro Universitário INTA – UNINTA
JUREMA SIQUEIRA DE OLIVEIRA (OLIVEIRA, J.S)
Centro Universitário INTA – UNINTA
RAYANA CIBELLE VIANA DE MELO (MELO, R.C.V)
Centro Universitário INTA – UNINTA
TAÍSSA BRAGA DA SILVA (SILVA, T.B)
Centro Universitário INTA – UNINTA

Introdução:
The World Health Organization (WHO) classifies Hansen’s Disease as a public health problem, especially in countries where prevalence
rates exceed one case per 10.000 inhabitants.1 In this context, Brazil, as well as other countries, outpatient treatment policies,
campaigns and guidelines for disease control have been implemented.2

Objetivos:
To characterize the epidemiological profile of patients treated at public health centers in Brazil in the period from 2015 to 2018,
analyzing the characteristics of patients and verifying the historical evolution of Hansen’s Disease.

Metodologia:
This is a descriptive and retrospective population-based study, with documental data collection. Data was collected from TABNET
/ DATASUS electronic databases for all Hansen’s disease cases occurring between 2015 and 2018 in all geographical regions of
Brazil. The variables analyzed were: Age (≤14 years or ≥15 years); Sex; Operational Classification at Diagnosis (paucibacillary and
multibacillary); Assessment of Disability at Diagnosis (grades 0, 1, 2, unassessed and blank); Mode of Detection (referral, sponta-
neous demand, community examination, contact examination and others) and Therapeutic Regimen (paucibacillary polyche-
motherapy or multibacillary polychemotherapy).

Resultados:
Men presented more cases than women in country as well as in the individual regions. The northern region followed by the sou-
theastern region were those with the highest rates of the population aged 15 years or older diagnosed; 8% and 9%, respectively.
In all regions, there was a predominance of the multibacillary polychemotherapy regimen compared to the paucibacillary poly-
chemotherapy regimen. A total of 30,297 (24.34%) paucibacillary and 93,978 cases (75.51%) multibacillary cases were observed in
Brazil. Multibacillary cases were more prevalent in the northeast (70.3% of cases) when compared to the other regions.

Conclusões:
An increase in the number of absolute cases of Hansen’s Disease in Brazil were observed heterogeneously in all regions. This shows
a probable failure in the prevention and control of Hansen’s Disease, or an increase in the notification of cases. Data from this study
will serve for future analysis by health managers, for the implementation of public policies and individualized measures aiming at
the need of each region.

Comunicação Oral Curta 559


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
Gomes FG, Frade MAC, Foss NT. Úlceras cutâneas na hanseníase: perfil clínico- epidemiológico dos pacientes. An. Bras. Derma-
tol. 2007; 82(5):433-437

Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano integrado de ações estratégicas de eliminação da hanseníase,
filariose, esquistossomose e oncocercose como problema de saúde pública, tracoma como causa de cegueira e controle de
geohelmintíases: plano de ação 2011-2015. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

560 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AS PRÁTICAS DE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE


NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA - PI
Kerolayne de Castro Fontenele (UFPI)

Introdução:
Com o advento da Reforma Psiquiátrica desencadeou-se na Atenção Básica, uma priorização nos atendimentos de pessoas com
doença mental na comunidade, implicando em um aumento na demanda destes usuários nas unidades de saúde. Nesse aspecto
compreendemos que as ações de saúde mental na saúde da família devem estar fundamentadas tanto nos princípios do SUS
quanto nos princípios da Reforma Psiquiátrica

Objetivos:
Este trabalho tem como propósito esboçar os caminhos percorridos pela Saúde Mental através da experiência do município de
Parnaíba – PI. Assim, a pesquisa tem como objetivo geral a compreensão das práticas de Saúde Mental na Atenção Básica.

Metodologia:
Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo, uma vez que trabalha com questões históricas e culturais a medida em que
são sujeitos sociais. Para coleta dos dados foram utilizadas as técnicas da observação participante, produção sistemática de diários de
campo e entrevistas. A seguir foram realizadas entrevistas semiestruturadas. Os sujeitos da pesquisa foram profissionais da ABS
no município de Parnaíba – PI. Por fim, em um terceiro momento os resultados foram analisados através da Análise de Conteúdo.
As questões éticas de pesquisa foram cumpridas de acordo com a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional
de Saúde.

Resultados:
Após a análise dos dados, compreendemos que as práticas de saúde mental na ABS, no município de Parnaíba, giram em torno
de ações de Territorialização, do desenvolvimento da Clínica Psicossocial e de Grupos Terapêuticos, do Apoio Matricial e do Aco-
lhimento, bem como do desenvolvimento de Projeto Terapêutico Singular (PTS). Ao longo das entrevistas percebemos que a Saúde
mental ainda é uma lacuna na formação dos profissionais e a não articulação intersetorial é um dos entraves, uma vez que leva
à falta de desenvolvimento de estratégias multidisciplinares de enfrentamento.

Conclusões:
Compreendemos que a atenção a saúde mental dos usuários consiste em espaços de construção de um sistema de saúde orien-
tado para as reais necessidades de saúde da população. Consideramos que é necessário a organização de processos de educação
permanente em saúde orientados para a transformação da formação e da atuação do trabalho em saúde.

Referências:

GIOVANELLA, L. A atenção primária à saúde nos países da União Européia: configurações e reformas organizacionais na década de
1990. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p. 951-96, 2006.

GIOVANELLA, L. Atenção Primária à Saúde: seletiva ou coordenadorados cuidados? . Rio de Janeiro: CEBES, 2012.

ONOCKO, C. Saúde mental na atenção primária à saúde: estudo avaliativo em uma grande cidade brasileira. Cienc. Saude Colet.,
v.16, n.12, p.4643-52, 2011.

Comunicação Oral Curta 561


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A EFETIVIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL


LGBT PARA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NO MUNICÍPIO DE
PARNAÍBA-PI.
THALIA ARIADNE PEÑA ARAGÃO (UFPI)
FRANCISCO JANDER DE SOUSA NOGUEIRA (NOGUEIRA, F.J.S)
Universidade Federal do Piauí - UFPI

Introdução:
Na tentativa de reparar a desassistência, promover saúde integral, equidade e ações para minimizar o preconceito e atender
integralmente a essa população, a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais foi
sancionada em 2011, com o intuito de que se voltassem os olhares, especificamente no âmbito da saúde, para as demandas desse
universo (BRASIL,2013).

Objetivos:
Averiguar a efetivação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT e os possíveis entraves para a incorporação dessa Política a
partir da experiência de travestis e transexuais e do olhar de profissionais de uma instituição hospitalar de Parnaíba-PI.

Metodologia:
O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa qualitativa (MINAYO, 2017). Os dados foram coletados a partir de entrevistas
semiestruturadas com profissionais de saúde de uma instituição hospitalar e travestis/transexuais usuárias que buscaram esse
e outros dispositivos de saúde; além das técnicas do método etnográfico, observação participante e construção de diários de
campo. Para análise do material coletado, foi utilizada a Análise de Discurso (FERREIRA, 2010). As questões éticas de pesquisa foram
cumpridas de acordo com a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados:
Após a análise e comparação das entrevistas, percebeu-se em comum entre profissionais e usuárias o desconhecimento da exis-
tência da Política, assim como dos direitos garantidos a esse público por meio dessa e de outras políticas no que diz respeito
à saúde. As usuárias entrevistadas relatam ter vivido situações de preconceito nos dispositivos de saúde em que buscaram
assistência. A narrativa dos profissionais entrevistados de que nunca receberam em seus plantões usuários trans com queixas rela-
cionadas ao processo de mudança corpórea, faz surgir um questionamento para o pesquisador: por que esses usuários não chegam
ao serviço? E, se chegam, por que não são percebidos?

Conclusões:
Demonstra-se a necessidade de um trabalho ético-estético na saúde, apartado de juízos de valor, comprometido com a supressão
do preconceito, discriminação e violência (inclusive institucional), bem como de um posicionamento contrário à violação dos
direitos humanos. É indispensável o investimento no preparo de profissionais da área para que estejam sensíveis e humanizados
no atendimento dessas e de outras populações vulneráveis.

Referências:

MINAYO, M.C.S. AMOSTRAGEM E SATURAÇÃO EM PESQUISA QUALITATIVA: CONSENSOS E CONTROVÉRSIAS. Revista Pesq. Quali.
v. 5, p. 1-12-12, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília: 1. ed., 1. reimp. Ministério da Saúde, 2013.

FERREIRA, M. C. L. Análise do Discurso e suas interfaces: o lugar do sujeito na trama do discurso. ORGANON. v. 24, n. 48, 2010.

562 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA GESTÃO DA ATENÇÃO


BÁSICA EM SOBRAL
MÁRCIA MARIA SANTOS DA SILVA
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS.(DIAS,M.S.A.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
JOSÉ REGINALDO FEIJÃO PARENTE. (PARENTE, J.R.F.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
GERARDO CRISTINO FILHO (CRISTINO FILHO, G.)
Secretaria Municipal de Saúde de Sobral
FRANCISCO JOSÉ LEAL DE VASCONCELOS (VASCONCELOS,F.J.L.)
Secretaria Municipal de Saúde de Sobral
ANA GERUSIA SOUZA RIBEIRO GURGEL.(GURGEL,AGSR)
Secretaria Municipal de Saúde de Sobral

Período de realização:
A atividade foi desenvolvida no período de Fevereiro a Junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Avaliação de desempenho dos gerentes da Atenção Básica em Sobral/CE.

Objetivos:
Promover a cultura do diálogo, da troca de feedbaks e do aperfeiçoamento contínuo das práticas de trabalho na Atenção Básica;
Oportunizar o alinhamento nos comportamentos laborais que se mostrem mais efetivos ao alcance das metas e objetivos da Se-
cretaria Municipal da Saúde de Sobral (SMSS).

Metodologia:
Com apoio pedagógico da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia, o sistema de avaliação de desempenho, compreende 07 eta-
pas: Constituição do comitê gestor para coordenar e viabilizar a proposta; Agendamento dos encontros avaliativos; Preenchimento
de instrumento avaliativo pela chefia imediata do profissional; Auto avaliação do profissional; consolidação dos resultados; Apre-
sentação da síntese dos instrumentospreenchidos;Feedbackaoprofissionaletomadadeprovidênciasgerenciais.

Resultados:
A avaliação de desempenho contribuiu na análise e na tomada de providências frente aos problemas decorrentes do processo de
trabalho, favorecendo a ressignificação de práticas e posturas. Possibilitou identificar e trabalhar, de maneira sistêmica, as dife-
renças de desempenho entre os profissionais avaliados. Contribuiu para o autoconhecimento em relação ao desempenho laboral
e fomentou o diálogo entre profissionais e as chefias às quais se encontram vinculados.

Análise Crítica:
A avaliação de desempenho na saúde deve considerar a correlação entre o contexto político, a situação dos serviços de saúde e as
mudanças estruturais como elementos fundamentais no entendimento do processo de trabalho de cada profissional. Na Atenção
Primária, ela permitiu uma análise referente aos resultados alcançados, e sua conexão com a estratégia organizacional e as orienta-
ções da gestão local. Um destaque foi aautoavaliação,etapadesafiadoraemfunçãodaconsciênciacríticanecessária.

Conclusões:
Na gestão em Saúde os profissionais devem ser reconhecidos como importantes parceiros, pois fornecem conhecimentos, habi-
lidades, competências e, podem contribuir forma assertiva nas práticas que imprimem significado e corroboram os objetivos da

Comunicação Oral Curta 563


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

gestão. Importa, pois, realizar práticas avaliativas que promovam a reflexão, a autocrítica e possibilitem o desenvolvimento dos
profissionais, bem como a tomada de decisões por parte dosgestores.

Referências:
MORAES, Paulo N.; IGUTI, Aparecida Mari. Avaliação do desempenho do trabalhador como forma peculiar de prescrição do traba-
lho: uma análise do PMAQ-AB. Saúde em Debate. Rio de Janeiro, v. 37, n. 98, jul/set2013

PAULA, Weslla Karla A. Silva de, et al. Avaliação da atenção básica à saúde sob a ótica dos usuários: uma revisão sistemática. Rev
Esc Enferm. USP 50(2), 2016

VIACAVA, Francisco et al. Avaliação de Desempenho de Sistemas de Saúde: um modelo de análise. Ciência & Saúde Coletiva,
17(4),2012

564 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA


MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE
M A R I A J O S É G A L D I N O SA R A I VA
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
M Á RC I A M A R I A SA N TO S DA S I LVA. (S I LVA, M.M.S.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
JOSÉ REGINALDO FEIJÃO PARENTE. (PARENTE, J.R.F.)
Universidade Estadual Vale do Acaraú
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS. (DIAS, M.S.A.)
Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
GERARDO CRISTINO FILHO (CRISTINO FILHO, G.)
Secretaria Municipal de Saúde de Sobral

Período de realização:
A atividade foi desenvolvida no período de Agosto/2018 a Fevereiro de 2019.

Objetivo da Experiência:
Avaliação dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) desenvolvidos pela Escola de Saúde Pública Visconde
de Saboia (ESP-VS).

Objetivos:
Conhecer as potencialidades e fragilidades dos programas de RMS desenvolvidos pela ESP-VS; Identificar estratégias de aprendiza-
gem que se mostram efetivas; Ampliar a consciência pedagógica dos sujeitos envolvidos nestes Programas; Construir alternativas
para a superação dos desafios percebidos.

Metodologia:
A partir do planejamento com docentes, discentes e gestores, a ESP-VS definiu um grupo condutor. Foi elaborado um instrumento
avaliativo, enviado por email para docentes, discentes e gestores das RMS. Este apresentava aspectos quantitativos e qualitativos
referentes aos eixos Programa, Coordenação, Corpo Docente e Corpo Discente. As informações colhidas foram sistematizadas e apre-
sentadas aos coletivos dos Programas, em uma oficina avaliativa para reflexão, validação e construção de propostas.

Resultados:
A avaliação permitiu identificar potencialidades e limitações nos Programas. Foi instigada a postura autocrítica e dialógica, fun-
damentais para a reflexão sobre a corresponsabilidade dos sujeitos e a qualidade dos processos. A oficina avaliativa favoreceu a
análise sobre conteúdos, metodologias e práticas adotadas nas RMS, e culminou na validação e construção coletiva de propostas
para superação dos desafios, apontando indicativos preciosos no sentido da reorientação das práticas.

Análise Crítica:
Por meio da avaliação foi possível apreender aspectos diversos, a partir de um conjunto significativo de dimensões e indicadores,
que não foram vistos de forma isoladas. Tais dimensões apontaram uma relação orgânica que representa os aspectos técnicos, te-
óricos, metodológicos e políticos da aprendizagem proposta nas RMS. O processo favoreceu o amadurecimento de posturas e a
reflexão propositiva sobre o desenho dos Programas, em consonância com os contextos local e nacional.

Conclusões:
Ao reconhecer as diversas nuances que perpassam os Programas, identificando potencialidades e limitações, a avaliação figura
com elemento relevante na formação de trabalhadores para o SUS. Deve manter-se como um processo cíclico nas RMS, para que
possibilite análises permanentes que contribuam na tomada de decisões, posto que as RMS são processos vivos, em constantes
ressignificações.

Comunicação Oral Curta 565


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:

BRASIL. Resolução Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde nº 2, de 13 de abril de 2012. Brasília, 2012.

VASCONCELOS, Maristela I. Osawa, SOUZA , Francisca Lopes; LIRA, GeisonVasconcelos; DIAS, Maria Socorro de Araújo; SILVA, Geór-
gia S. Nogueira da.. Avaliação de programas de residência multiprofissional em saúde da família por indicadores. Trab. Educ. Saúde
(Rio de Janeiro). 12(13/2): 53-77; 2015.

566 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES DO PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO CAMPO


DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE
ALISSAN KARINE LIMA MARTINS
Universidade Regional do Cariri
ANA LÍGIA BATISTA DE AQUINO RODRIGUES (RODRIGUES, A.L.B.A.)
Secretaria Municipal de Saúde do Crato
JOÃO AGOSTINHO NETO (AGOSTINHO NETO, J.)
Secretaria Municipal de Saúde do Crato
EDILMA GOMES ROCHA CAVALCANTE (CAVALCANTE, E.G.R)
Universidade Regional do Cariri - URCA
MIKAELLE YSIS DA SILVA (SILVA, M.Y.)
Universidade Regional do Cariri - URCA
DANIELLE DE NORÕES MOTA (MOTA, D.N.)
Secretaria Municipal de Saúde do Crato

Período de realização:
Vivência ocorrida durante uma semana do mês de julho de 2019, durante evento EXPOCRATO.

Objetivo da Experiência:
Desenvolvimento de ações de vigilância sanitária por alunos bolsistas do PET Saúde Inteprofissionalidade como experiência de
formação para o trabalho.

Objetivos:
Relatar experiência de integração ensino serviço comunidade no âmbito da formação interprofissional em saúde para o desenvolvi-
mento de ações de vigilância em saúde por estudantes do PET SaúdeInterprofissionalidade.

Metodologia:
Relato de experiência da inserção de estudantes dos cursos de Enfermagem, Educação Física e Ciências Biológicas do PET Saú-
de Interprofissionalidade nos plantões de vigilância sanitária ocorridos durante evento de grande porte no município do Crato,
Ceará. A partir da necessidade de fiscalização e investigação dos produtos produzidos e consumidos durante o evento, houve a
mobilização de equipes formadas por estudantes, preceptores e demais trabalhadores desaúde.

Resultados:
A partir da delimitação do processo de trabalho, a preceptora vinculada à vigilância sanitária em saúde mediou a inclusão dos
estudantes durante os turnos de plantão para um trabalho colaborativo junto à equipe de trabalhadores. Os estudantes puderam
conhecer e se inserir na dinâmica do processo de fiscalização e notificação de estabelecimentos para garantir a segurança alimen-
tar durante o evento. Ainda, colocaram- se como protagonistas na oferta de ações emsaúde.

Análise Crítica:
A integração ensino-serviço-comunidade mostra-se como estratégia para a formação de profissionais para o Sistema Ùnico de
Saúde (SUS) segundo uma lógica alinhada às necessidades de saúde. Na experiência, além das ações articuladas às demandas
em saúde os estudantes tiveram a oportunidade de desenvolver competências no campo da educação interprofissional, com a
apreensão de conceitos e práticas no campo davigilânciasanitáriabemcomonotrabalhocolaborativoemsaúde.

Conclusões:
No contexto da formação em saúde, experiências que fomentam a integração ensino-serviço-comunidade possuem grande poten-
cial no processo de qualificação da assistência bem como no atendimento nas demandas nos contextos reais em saúde. As ações

Comunicação Oral Curta 567


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

de vigilância sanitária executadas pelo PET Saúde Interprofissionalidade em parceira com a rede de saúde proporcionaram novas
experiencias de atenção em saúde sob sob uma perspectiva interprofissional.

Referências:
Silva, José Agenor Alvares da, Costa, Ediná Alves e Lucchese, Geraldo. SUS 30 anos: Vigilância Sanitária. Ciência & Saúde Co-
letiva [online]. 2018, v. 23, n. 6 [Acessado 4 Agosto 2019] , pp. 1953-1961. Disponível em: . ISSN 1678-4561. https://doi.
org/10.1590/1413-81232018236.04972018.

Pizinatto, A. et al. A Integração Ensino-Serviço como Estratégia na Formação Profissionalpara o SUS. REVISTA BRASILEIRA DE EDU-
CAÇÃO MÉDICA, 170 36 (1, Supl.2) : 170-177;
2012.

568 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

IDENTIFICANDO AS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM


REALIZADAS A PUÉRPERAS QUEBUSCARAM ATENDIMENTO
NO BANCO DE LEITE HUMANO
NACHIELLE DA SILVA PINHEIRO
Unigrande
FERNANDA CAVALCANTE FONTENELE (FONTENELE,F.C.)
JANAINA LANDIM DE SOUSA (SOUSA,J.L.)
ANA KAROLINE XAVIER DA SILVA (SILVA,A.K.X.)
CAMILA PEREIRA DO NASCIMENTO (NASCIMENTO,C.P.)
JOSEFA RODRIGUES DOS SANTOS (SANTOS,J.R.)

Introdução:
Oleitematernoéoalimentoidealparaacriançanosprimeiros6mesesde vida,sendooBancodeLeiteHumano(BLH)umaestratégiaexitosa-
dePolíticasPúblicasna promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno (BRASIL, 2008). A assistência de enfermagem deve ser
realizada de forma humanizada, privativa, respeitando as particularidadesdecadapuérperaquebuscaatendimento.

Objetivos:
Identificar as intervenções de enfermagem realizadas a puérperas que buscaram atendimento no banco de leite humano.

Metodologia:
Realizou-se um estudo descritivo, retrospectivo, transversal em umbanco de leite humano de uma maternidade referência na Ini-
ciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), nos meses de janeiro a junho de 2019, através da análise das fichas de atendimentos de
enfermagem. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética da instituição com parecer:3.361.687.

Resultados:
No primeiro semestre de 2019 registrou-se 906 atendimentos: 837(92%) eramexternase69(8%)estavaminternadas.Quantoaprocu-
radoatendimento,860(95%) mencionaram dificuldade em amamentar, 36(4%) doação de leite humano e 10(1%) eram mulheres
trabalhadoras que amamentam. Intervenções de enfermagem: acolhimento da mulher e família, investigação dos problemas e
orientações sobre importância da amamentação,comoreconhecerossinaisdefomedobebê,nãooferecerbicosouchupeta, leite an-
terior e leite posterior, correção de pega e posicionamento do bebê ao seio, massagem e ordenha das mamas, coleta, armazena-
mento, transporte e oferta de leite materno ao bebê sob livredemanda.

Conclusões:
As intervenções de enfermagem realizadas mostraram-se adequadas ao atendimento das puérperas que buscaram apoio no ban-
co de leite humano.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e con-
trole de riscos. Brasília: Anvisa, 2008.

Comunicação Oral Curta 569


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTEGRAÇÃO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO


NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
JESSICA FERNANDES LOPES
Universidade Estadual Vale do Acaraú

Introdução:
Conforme preconizado pelos Ministérios da Saúde e da Educação em 2007, o Programa Saúde na Escola (PSE), é uma iniciativa que
visa a contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção
de doenças e agravos, promoção e atenção à saúde. Essas exigem a integração entre profissionais da saúde e da educação para o
alcance desse objetivo.

Objetivos:
Teve como objetivo de apresentar o Programa Saúde na Escola e mostrar a importância da integração entre os profissionais da Saúde
e Educação uma vez que possui grande relevância em busca de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos estudantes.

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujos dados foram coletados através do levantamento das produções cientificas sobre a inte-
gração entre profissionais de saúde e educação no Programa Saúde na Escola com o intuito de obter uma comparação destes para
a produção de conclusões.

Resultados:
Em nossa realidade, a Atenção Básica ainda não consegue ser uma porta aberta para crianças e adolescentes, ou seja, não se sintam
a vontade para frequentar a Unidade Básica de Saúde. Sendo a escola como um espaço referencial para crianças e adolescentes e
saúde como referência das ações de prevenção, promoção e atenção à saúde, percebe-se que unindo esses setores consegue-se
levar a saúde até a escola promovendo e prevenindo a saúde para crianças, adolescentes e jovens. Consequentemente, é
uma das formas de evitar problemas de saúde maiores futuramente e reduzir as demandas da atençãosecundária.

Conclusões:
Através de ações obrigatórias, torna-se possível uma maior aproximação de jovens a saúde já que esses não possuem hábito de fre-
quentar Unidade Básica de Saúde e consequentemente evita problemas de saúde maiores no futuro. E por ser um novo desenho
na política de saúde, é necessário que todos profissionais de saúde e educação tenham maior conhecimento sobre oprograma.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Programa Saúde na Escola. Brasília: E d i t o r a do M i n i s t é r i o da S a ú d e ,
2 0 0 8 b . D i s p o n í v e l e m : < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_24.pdf>. Acesso em 03 jan.
2019.

JACÓE, N.B.,et al. O olhar dos profissionais de uma Unidade Básica de Saúde sobre a implantação do Programa Saúde na Escola.
Rev. méd. Minas Gerais;v.24, fev. 2014.. Acesso em: 11 dez.2018.

570 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS COMO ESTRATÉGIAS DE


PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA DE
UM CSF, SOBRAL-CEARÁ
YARANARA LINHARES ARAGAO
SEST SENAT
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO (ARAGÃO, H.L.)
Prefeitura Municipal de Sobral
MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES SILVA (SILVA, M. C. A. S.)
Prefeitura Municipal de Sobral
ANA EDMIR EDMIR VASCONCELOS DE BARROS (BARROS, A.E.V.)
Prefeitura Municipal de Sobral
EMERSON RODRIGUES SILVA(SILVA,E.R.)
SEST-SENAT Sobral
MICHELE SANFORD RANGEL PARENTE (PARENTE, M.S.R.)
SEST SENAT Sobral

Período de realização:
Grupo de convivência CSF ativo há mais de 10 anos, sempre às segundas-feiras (horário vespertino).

Objetivo da Experiência:
O Grupo da Paz é formado por adultos e idosos do território georeferenciados pelo CSF Junco, tendo como cuidadores ACS e
apoiado pela equipe do NASF.

Objetivos:
Relatar a experiência das práticas integrativas como estratégias de promoção dasaúdenogrupodeconvivênciadoCSFJunco,nomu-
nicípiodeSobral-CE.

Metodologia:
O estudo apresentado é descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em um grupo do CSF na atenção primária. Os encontros
do grupo se dão no período vespertino às segundas-feiras acontecendo diversas temáticas abordadas semanalmente como, Educa-
ção em saúde, Prática expressivas e comunicativas, Terapias manuais e datascomemorativas. A avaliação dos encontros acontecem
após cada momento. Os dados foram analisa dos a luz de um referencial teórico de acordo como tema deste estudo.

Resultados:
As atividades desenvolvidas no grupo visa a diminuição de estresse, coordenação motora, socialização, saúde mental, auto-es-
tima, entre outras. Facilitado por profissionais da saúde interligando e estimulando a realização de atividades intergrupos com
outros serviços da rede de atenção à saúde. Como momento realizado com o grupo de música do CAPS AD em um momento come-
morativo onde a escolha do repertorio evocava lembranças,propiciandorelaxamentoeexpressõespositivasdentreosparticipantes.

Análise Crítica:
O grupo tem como cuidadores profissionais da equipe mínima (ACS) e apoiados pelo NASF, que trabalham conforme planejamento
mensal, com recursos custeados por estes profissionais e buscando parcerias com setor privado para fortalecer as atividades. Vale
ressaltar, que se faz relevante a participação ativa da equipe mínima (nível superior) e a compreensão do grupo como estratégia
potente de cuidado encaminhando pacientes com perfil, assim como material pedagógico e didático para manter o grupo.

Conclusões:
A realização de práticas integrativas e complementares a saúde contribui para prevenir e cuidado ao adoecimento da população,

Comunicação Oral Curta 571


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

buscando através de tecnologias leves a humanização do cuidado e a melhoria do fortalecimento de vínculos com a comunidade,
com o CSF e com a família. Reconhecendo o cuidado em grupo como forma de troca de saberes em um espaço dialógico, linear
e construtivo.

Referências:

572 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

OS PRINCÍPIOS DO SUS APLICADOS À SOCIEDADE EM


VULNERABILIDADE.
LIZANDRA SAMPAIO DE OLIVEIRA
(Centro Universitário Ateneu)
MARIA DA PENHA PEREIRA SILVA (SILVA, M,P,P)
(Centro Universitário Ateneu- UniAteneu)
LUNA JESSICA DE SOUZA MORAIS (MORAIS, L,J,S)
(Centro Universitário Ateneu- UniAteneu)
NICELLY MATOS MONTEIRO (MONTEIRO,N,M)
(Centro Universitário Ateneu- UniAteneu)
DANIELE DA SILVA MATOS (MATOS, D,S)
(Centro Universitário Ateneu- UniAteneu)
CAMILLE MARIA DE HOLANDA ANGELIM ALVES (ALVES, C,M,H,A)
Centro Universitário Ateneu- UniAteneu

Introdução:
A saúde é um direito reconhecido pela Constituição Federal e garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como princípios:
universalidade (trato a todos), equidade (acolhimento igualitário) e integralidade (inclusão de todas as demandas para tratar e pre-
venir doença). A vulnerabilidade associa-se à desfavorecidos de escolaridade, renda, acesso à terra, à água, ao saneamento e à
habitação.

Objetivos:
Investigar a aplicabilidade dos princípios e diretrizes do SUS em indivíduos em vulnerabilidade social.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura com abordagem descritiva, orientada pela questão norteadora “Grupos vulneráveis
têm assistência integral e gratuita à saúde garantida pelo SUS? ”. A busca foi realizada em agosto de 2019 nas bases de dados
LILACS, MEDLINE, BDENF e Sec. Est. Saúde SP. Adotaram-se os descritores “Vulnerabilidade social”, “Políticas Públicas” e “SUS”, em por-
tuguês e inglês, com o operador booleano “AND”. Incluíram-se artigos completos, de 2014 a 2018, disponíveis gratuitamente e foram
excluídos aqueles que não retratavam o problema como objeto principal. Foram encontrados 20 artigos dos quais selecionaram-
-se oito para compor a amostra final

Resultados:
Todos os artigos selecionados referiram a importância da discussão sobre aplicação das diretrizes do SUS ante indivíduos em
vulnerabilidade. Dois deles relataram que a falta de identificação e moradia fixa de pessoas em situação de rua limita o acesso
ao serviço de saúde, comprometendo integralidade e equidade. Um artigo abordou o preconceito comum à população negra,
afetando a inclusão e/ou retorno destes ao SUS. Os demais descreveram que o atendimento à pessoa privada de liberdade limita-
se ao pronto atendimento, com foco na resolutividade, sem prevenção de agravos e cuidado integral. Curiosamente, nenhum dos
artigos citou a aplicabilidade do SUS em mais de um grupo vulnerável.

Conclusões:
Apesar da existência de políticas públicas para a efetivação dos princípios do SUS, a literatura mostrou, não obstante, falhas na sua
aplicabilidade, havendo, ainda, grupos em vulnerabilidade sem acesso a saúde. Entretanto, avanços na discussão dessa realidade
foram observados, implicando na condecoração da necessidade de retificar ações em desacordo com os direitos humanos já reco-
nhecidos.

Referências:
D’ÁVILA, L.; SALIBA, G. A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E SUA INTERFACE COM A JUSTIÇA SOCIAL. Revista de Direito Sanitário, v.
17, n. 3, p. 15-38, 9 mar. 2017.

Comunicação Oral Curta 573


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SILVA, Márcia Maria Freitas e. As Demandas dos Sujeitos das Políticas de Promoção da Equidade em Saúde no Sistema OuvidorSUS.
2015. 60 f. 1 Políticas Públicas de Saúde. – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2015.

LERMEN, Helena Salgueiro et al . Saúde no cárcere: análise das políticas sociais de saúde voltadas à população prisional brasileira.
Physis, Rio de Janeiro , v. 25, n. 3, p. 905-924, set. 2 0 1 5 . D i s p o n í v e l em . a c e s s o s em 03 a g o . 2 0 1 9 . http://dx.doi.
org /10.1590/S0103-73312015000300012.

VALIM, Edna Maria Alves; DAIBEM, Ana Maria Lombardi; HOSSNE, William Saad. Atenção à saúde de pessoas privadas de liberdade.
Rev. Bioét., Brasília , v. 26, n. 2, p. 282-290, jun. 2 0 1 8 . D i s p o n í v e l em . a c e s s o s em 03 a g o . 2 0 1 9 . http://dx.doi.
org /10.1590/1983-80422018262249.

CHEHUEN NETO, José Antônio et al . Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: implementação, conhecimento e aspectos
socioeconômicos sob a perspectiva desse segmento populacional. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 20, n. 6, p. 1909-1916,
jun. 2 0 1 5 . D i s p o n í v e l em . a c e s s o s em 03 a g o . 2 0 1 9 . http://dx.doi.org /10.1590/1413-81232015206.17212014.

OLIVEIRA, Roberta Gondim. Práticas de saúde em contextos de vulnerabilização e negligência de doenças, sujeitos e territórios:
potencialidades e contradições na atenção à saúde de pessoas em situação de rua. Saude soc., São Paulo , v. 27, n. 1, p. 37-50, Jan.
2 0 1 8 . A v a i l a b l e f r o m . a c c e s s on 03 A u g . 2 0 1 9 . http://dx.doi.org /10.1590/s0104-12902018170915.

HALLAIS, Janaína Alves da Silveira; BARROS, Nelson Filice de. Consultório na Rua: visibilidades, invisibilidades e hipervisibilidade.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 31, n. 7, p. 1497-1504, jul. 2015 . Disponível em . acessos em 03 ago. 2019. http://
dx.doi.org /10.1590/0102-311X00143114.

CARMO, Michelly Eustáquia do; GUIZARDI, Francini Lube. O conceito de vulnerabilidade e seus sentidos para as políticas públicas de
saúde e assistência social.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 34, n. 3, e00101417, 2018 . Available from . access on 03 Aug. 2019.
Epub Mar 26, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00101417.

574 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROGRAMA DE PUERICULTURA SOB UMA ABORDAGEM


INTERPROFISSIONAL

BEATRIZ DA SILVA SOUSA


(Escolade Saúde Pública Visconde de Saboia)
HELEYSANIA OLIMPIO MARINHO(MARINHO,H.O)
AssistenteSocial.Residente em Saúde da Família pela Escola de Saúde Pública Visconde Saboia(ESP-VS)
SAMYLLA LOUISE LIMA BARBOSA(BARBOSA,S.L.L)
Fisioterapeuta.Residente em Saúde da Família pela Escola de Saúde Pública Visconde Saboia(ESP-VS)
ANA CLARA MACIEL BARROSO ( BARROSO, A.C.M)
Enfermeira. Especialista em Urgência e Emergência.
MARIA DAS GRAÇAS CRUZ LINHARES (LINHARES, M.G.C)
Enfermeira pela Universidade Estadual Vale doAcaraú(UVA)
SILVINHA DE SOUSA VASCONCELOS COSTA (COSTA,S.S.V)
Enfermeira-Docente do Sistema Saúde Escola de Sobral (ESP-VS)

Período de realização:
Maio de 2019.

Objetivo da Experiência:
Interprofissionalidade de Residentes em Saúde da Família na realização de consultas de puericultura, em crianças de 2 a 12 meses
de idade.

Objetivos:
Relatar a vivência de profissionais de saúde, residentes em saúde da família de diferentes profissões de um Centro de Saúde da
Família (CSF) em Sobral-Ceará, frente às suas experiências na realização de consultas compartilhadas de puericultura.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, de uma puericultura realizada pelos Residentes em Saúde da
Família em um CSF localizado em Sobral- Ceará. Ocorreu no mês de maio de 2019 em um grupo de 11 crianças, de 2 a 12 meses de
idade O primeiro momento deu-se com uma breve apresentação da equipe, posteriormente abriu-se espaço para uma oficina de
Shantala, na qual as mães praticaram massagem em suas crianças, que em seguida foram avaliadas pela equipe multiprofissional.

Resultados:
Durante a Shantala foi possível observar o quanto as mães envolveram-se na atividade e mostraram-se interessadas em esclarecer
dúvidas sobre a técnica da massagem, ao realizarem em suas crianças. Em seguida, na avaliação pela equipe multiprofissional
notou-se que a forma interprofissional como estava sendo realizado o atendimento propiciava a troca de experiências entre
residentes e as mães. Houve grande disponibilidade de orientações com o intuito de melhorar a qualidade de vida das crianças.

Análise Crítica:
O Programa de Puericultura é um dos instrumentos utilizados para o acompanhamentodocrescimentoedesenvolvimentoinfan-
til,noCSF,englobaumconjunto deaçõesecuidadospreventivoscapazesdeorientarapromoçãodasaúdeedobem-estar. Essa consulta
realizada de modo interprofissional é essencial para promover uma abordagem ampliada e ações de saúde compartilhadas, no
entanto, pouco se observa na realidadedosCSFehápoucosrelatosnaliteraturasobretalrealização.

Conclusões:
O desenvolvimento da consulta interprofissional de puericultura foi um espaço rico, de troca de conhecimentos e experiências,

Comunicação Oral Curta 575


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

proporcionou aos profissionais uma troca de saberes específicos de cada profissão, trabalhando de maneira efetiva a interdiscipli-
naridade e possibilitando uma visão holística e integral de modo a proporcionar uma assistência resolutiva e dequalidade.

Referências:
MAIA, R.L.S.M et al. A interconsulta na atenção básica: uma experiência multiprofissional no atendimento de puericultura. IN: II
congresso brasileiro de ciências da saúde, 2017.

576 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ERRATAS

Eixo
Políticas Pública e Gestão em Saúde
Modalidade
Comunicação Oral
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES INTERSETORIAIS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE


PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE DE ADOLESCENTES
ANTONIA JUSSARA OLINDA OLIVEIRA
(Universidade Regional do Cariri- URCA)
ANTONIA JUSSARA OLINDA OLIVEIRA, OLIVEIRA, A.J.O.
Universidade Regional do Cariri- URCA
YGOR CLEITON DE OLIVEIRA SAMPAIO, SAMPAIO, Y.C.O.
Universidade Regional do Cariri- URCA
AGOSTINHO PORFIRIO DOS SANTOS, SANTOS, A. P.
Escola Técnica de Saúde do SUS
MARIA DE FÁTIMA ANTERO SOUSA MACHADO, MACHADO, M.F.S.
Universidade Regional do Cariri-URCA
ROSELY LEYLIANE DOS SANTOS, SANTOS, R.L.
Universidade Regional do Cariri-URCA.

Introdução:
A adolescência é um período da vida marcada por alterações físicas, psicológicas e sociais. Esse desenvolvimento natural desper-
ta, nos indivíduos, a necessidade de experimentar comportamentos que os tornam mais vulneráveis aos danos à saúde (Melo et
al., 2014). A promoção da saúde, direcionada a essa clientela, é importante para favorecer sua qualidade de vida. No escopo de
suas ações, destaca-se a intersetorialidade como proposta de articulação entre os diversos setores sociais, além da saúde, para
garantia do controle social. Desse modo, um dos aspectos que define a intersetorialidade é a corresponsabilidade entre os setores
da sociedade, haja vista que as ações que integram os diversos campos da saúde, constituem-se em alicerce para as transforma-
ções sociais, na perspectiva da qualidade de vida para os indivíduos (SALVADOR; SILVA 2018). As medidas de enfrentamento dos
problemas emergentes, da adolescência, ultrapassaram as fronteiras da saúde e alcançaram proporções intersetoriais importan-
tes (PINHEIRO et al., 2017). Uma estratégia para favorecer a promoção da saúde, inclusive dos adolescentes, foi a propagação da
Estratégia Saúde da Família (ESF), como proposta de reorientação dos serviços de saúde. A ESF é apontada como alternativa para
reorganização da oferta de serviços de saúde e a proposta insere-se no âmbito do debate em torno das opções para reorientação
do modelo assistencial vigente, predominantemente hospitalocêntrico e curativo (BENETTI et al., 2018). A ESF contém uma equipe
compreendida por enfermeiro, técnico em enfermagem, médico, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), odontólogo e o técnico de
higiene dental. Dentre os profissionais que integram as ESF, destacam-se os ACS, pelo trabalho realizado junto às famílias de suas
responsabilidades em suas microáreas de abrangência. Estes são responsáveis pela interlocução entre os usuários e os serviços
de saúde. O estudo de Melo et al. (2014) constatou que trabalhar as ações direcionadas aos adolescentes parece serem melhores
otimizadas na atenção primária à saúde, destacando a ESF como espaço singular destas atividades. Elenca que para este trabalho,
a condução em grupo é uma importante estratégia. Contudo, parece haver dificuldades para as ações intersetoriais junto a este
público que de fato, resulte no alcance do empoderamento individual e coletivo. Considerando esta problemática, este estudo
pretendeu conhecer as ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde para promoção da saúde de adolescentes. Assim,
o estudo foi conduzido pela seguinte pergunta norteadora: quais ações intersetoriais são realizadas por agentes comunitários de
saúde para promoção da saúde de adolescentes? A relevância do estudo advém da necessidade de discutir a dinâmica laboral
destes profissionais, no que se refere ao seu perfil de competência profissional, especialmente no atual cenário de promoção da
saúde coletiva. O estudo também privilegiou contribuir com o aperfeiçoamento e a melhoria das atividades em saúde realizadas
pelos ACS, no sentido de estas serem compreendidas para promoção da saúde dos adolescentes.

Objetivos:
Este estudo tem como objetivo conhecer as ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde para promoção da saúde de
adolescentes.

Desenvolvimento:
Esta pesquisa é descritiva com abordagem qualitativa. Foi realizada em um município do Estado do Ceará. Os participantes do

578 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

estudo foram ACS vinculadas à ESF. Os critérios de inclusão foram: ser ACS vinculado à ESF e atuar como ACS há no mínimo um
ano. Como critério de exclusão: aqueles que estiveram ausentes do serviço de saúde por qualquer natureza. Encerrou-se a cole-
ta de dados quando se observou a saturação dos dados. Portanto, compuseram esta pesquisa 16 ACS. O período de coleta de
dados ocorreu entre janeiro e fevereiro de 2016. Assim, os participantes deste estudo foram identificadas segundo a denomina-
ção: ACS, seguido de numeração crescente, de acordo com a ordem de análise de dados. Para a coleta de dados utilizou-se um
roteiro de entrevista semiestruturada com a perspectiva de obter opiniões próprias dos entrevistados. As entrevistas ocorreram
após devidamente acordados o dia e horário com os profissionais ACS, através de ligações telefônicas para agendamento de encon-
tro individual com os informantes. As entrevistas aconteceram em local reservado da própria unidade de saúde. Os dados foram
submetidos à técnica da análise de conteúdo, organizados em categorias temáticas. A este respeito, Bardin (2015) afirma que a
análise de conteúdo compreende as seguintes fases: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados e interpre-
tação. Na primeira fase, há organização do material coletado. Na segunda fase, há leitura do material da fase anterior. Segue-se
com o reconhecimento das informações, incluindo-se as informações e características do fenômeno analisado. Finalmente,
procedeu-se com a interpretação dos dados. As categorias temáticas foram subsidiadas pelas falas dos participantes, agrupadas
mediantes as falas. A análise dos dados foi realizada com base às referências da literatura pertinente. Os aspectos éticos e legais
da pesquisa foram observados. Este estudo é recorte de outra pesquisa maior. A pesquisa seguiu às exigências do Conselho Nacio-
nal de Saúde (CNS) através da Resolução nº 466/12 (BRASIL, 2012). O projeto foi submetido à apreciação ao Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP), obtendo parecer favorável sob número 1.367.290. Foram entrevistadas 16 ACS. Todas eram do sexo feminino, com
uma idade máxima de 57 anos. Esse achado se assemelha à investigação realizada, em uma capital da região Sudeste brasileira,
quando evidenciou que os ACS entrevistados possuíam faixa etária entre 41 e 50 anos (MELO; QUINTÃO; CARMO, 2015). A compreensão
acerca da idade das participantes poderá refletir na perspectiva do trabalho de promoção da saúde por estas profissionais, ao
apontar que a idade, pode sugerir experiências e/ou vivências que contribuam para as práticas de promoção da saúde desenvolvi-
das por estes sujeitos. A maioria das ACS desta pesquisa se declararam casadas. No estudo de Souza et al. (2015), bem como a outro
estudo realizado com os ACS de Campina Grande, na Paraíba, houve prevalência do sexo feminino, cuja maioria declarou-se casada
ou que mantinham união estável (MUSSE et al., 2015). Compreender o estado civil destes profissionais pode indicar estabilidade
na microárea de trabalho (FREITAS et al., 2015). A seguir, apresenta-se a categoria temática que emergiu para este estudo: Ações
intersetoriais de agentes comunitários de saúde para promoção da saúde deadolescentes. Para a composição desta categoria, foi
apreendido quais ações intersetoriais de agentes comunitários de saúde são desenvolvidas para promoção da saúde de adolescen-
tes. Nas falas das informantes, perceberam-se evidências que sinalizaram a incorporação dessa dimensão. “[...]durante o período de
PSE [...] Conversa a respeito das doenças mesmos, né? Das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST); claro por alto porque depen-
de da idade [...] na minha área tinha muita gente dependente de droga [...] eu fui buscar ajuda no Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) CAPS 3, no CAPS AD.” (ACS3) “[...] a gente procura a direção da escola e aqueles da faixa etária alvo, como os adolescentes... a
gente realiza trabalho orientando a gravidez na adolescência, como drogas, como também é... a higiene do lar e ambiental. [...]
A gente tem parceria com a assistente social também [...]. Ela vem para realizar palestra com as gestantes: que antes era o Núcleo
de Apoio ao Saúde da Família (NASF)” (ACS 4) “A gente vai para a escola, até quando não existia o PSE, a gente já fazia porque já esta-
vam lá. [...] Entrava a saúde e a educação juntos. Ai a gente tem as palestras sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST),
sempre tem essas coisas...” (ACS 10) “[...] combino também com a igreja porque tem a doutrina. Porque na minha área tanto tem de
uma outra religião como tem da católica [...] A respeito da escola, de DST, da educação...”. (ACS 11) As falas das ACS verbalizaram que
em sua prática laboral havia articulação entre diversos setores sociais como escola, igreja e CAPS. Os assuntos trabalhados, junto
aos adolescentes, eram diversos como gravidez na adolescência, drogas, Infecções Sexualmente Transmissíveis, higiene, educação.
Percebe-se que a escola foi a articulação intersetorial mais prevalente entre os ACS dessa pesquisa. Estudo realizado em uma ESF, de
Curitiba, percebeu-se que a intersetorialidade é uma preocupação presente no cotidiano de trabalho dos profissionais da ESF (FER-
RO et al., 2014). Isto pode contribuir para a efetividade de suas ações de promoção da saúde, por se considerar este espaço poten-
cial para se trabalhar com a saúde do adolescente. Neste local, o adolescente estabelece relações interpessoais, internaliza ou-
tros saberes e cidadania. Pensar na intersetorialidade significa entendê-la como uma das estratégias para promoção da saúde. A
intersetorialidade, aponte a necessidade da relação entre os serviços e requer vínculos entre os diferentes equipamentos que são
sustentados por diferentes relações e vivências entre sujeitos, alvos de cotidianos enfrentamentos e negociações que permeiam
a prática do cuidado em saúde (FERRO et al., 2014). A fala de outra ACS retratou o trabalho no espaço escolar para a promoção da

Comunicação Oral 579


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

saúde do adolescente, antes mesmo da implantação do Programa Saúde na Escola (PSE). Desse modo, o programa reafirmou a
necessidade de articulação entre os diversos setores sociais, para o fortalecimento de suas ações e efetividades de suas práticas
com ações estratégias de produção da saúde. Este, propôs o fortalecimento e articulação sustentável entre as políticas de educa-
ção básica e de saúde, atuando nos territórios, privilegiando as necessidades das comunidades para o desenvolvimento de
ações e atuação dos profissionais de educação e saúde no espaço escolar (PRADO et al., 2017). O PSE fortalece a articulação entre
os setores da saúde e da educação, assim como entre os diversos setores da sociedade, de forma a contribuir para a melhoria das
condições de vida da comunidade escolar e do acesso aos serviços de saúde de atenção básica (SALVADOR; SILVA 2018). Dessa
forma, torna-se importante trabalhar a intersetorialidade no espaço escolar, pois este é considerado local privilegiado para a abor-
dagem ao adolescente. A escola deve constituir-se como o local privilegiado ao desenvolvimento de ações de promoção da saú-
de, pois pressupõe-se que ela permita reflexões, contribuindo para as tomadas de decisões acerca dos comportamentos conside-
rados de risco (SALVADOR; SILVA 2018). Portanto, reconhece-se que a intersetorialidade, para o trabalho junto ao
adolescente no espaço escolar, é uma potencialidade para se promover ações de promoção da saúde. Outra articulação inter-
setorial referida pelas ACS foi a igreja. A fala da ACS afirma este local como espaço, na comunidade, que possibilita ações de
promoção da saúde para com os adolescentes. Nesse local, assuntos como IST e educação eram discutidos entre o profissional
ACS e adolescentes. A igreja foi referida como local propício ao desempenho de ações de prevenção e reabilitação, com a reali-
zação de atividades de cunho social, educativo, profissionalizante. Este espaço propicia a interação social, formação de grupos e
atitudes cooperativas (RIBEIRO; MINAYO 2014). Evidencia-se com isto o papel intersetorial, necessária à promoção da saúde, ao
contemplar distintas abordagens, considerando os espaços sociais em que se encontram os indivíduos, de modo a superar a ló-
gica centralizada e verticalizadora de produzir saúde. A fala de uma ACS afirmou que em sua área, continha uma quantidade
considerável de adolescentes usuários de drogas. A mesma cita, por esta ocasião, que se dirigiu ao Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) para obter tal ajuda. Percebeu-se a importante mobilização, por parte da profissional ACS, em recorrer a outro serviço de
saúde. A mobilização social significa a oportunidade de atuar frente à realidade, possibilitando autonomia e transformação desta
própria condição. Este processo conduz ao percurso de aprendizagem, desenvolvimento de competências e habilidades potenciali-
zadoras para se atuar na realidade em que se vive e/ou trabalha (BISCARDE; SANTOS; SILVA; 2014). A promoção da saúde se esta-
belece em atividades que impactem positivamente na saúde dos indivíduos através da mobilização social e reforço à ação comuni-
tária, repercutindo no desempenho da postura ética e cidadã que resulte em transformar a realidade dos sujeitos frente às
demandas suscitadas. O estudo apresenta como limitação a impossibilidade de ter se vivenciado as ações de promoção da saúde
junto ao adolescente. Contudo, este estudo aponta como contribuição às políticas públicas e enfermagem a perspectiva de discus-
são quanto à gestão dos serviços de saúde no que se refere ao fortalecimento de parceiras intersetoriais que visem à promoção da
saúde dos sujeitos, especialmente, na agenda dos serviços de saúde que impactem na qualidade de vida dos adolescentes.

Conclusões:
Percebe-se que a intersetorialidade é uma estratégia potenciadora da promoção da saúde junto aos adolescentes. As ações
intersetoriais realizadas pelas ACS, desse estudo, estavam articuladas principalmente a escola, igreja, CAPS. Nestes setores, as-
suntos como drogas, gravidez na adolescência e Infecções Sexualmente Transmissíveis; eram os mais prevalentes nas discussões
com os adolescentes. Sugere-se que tais ações possam ser valorizadas na proposição do processo dialógico, em que se proporcione
a autonomia dos usuários, considerando o contexto social que estão inseridos.

Referências:
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2015.

BENETTI, K.V.; FARIAS, S.N.P.; SOUZA, N.H.M.; MAURO, N.Y.C.; MEDEIROS, C.R.S.; PARREIRA,
P.M.D. Desempenho dos serviços de saúde na atenção à tuberculose na estratégia de saúde da família. Rev enferm UERJ, Rio de Ja-
neiro, v. 26, jul. 2018.

BISCARDE, D. G. S.; PEREIRA, M. S.; SILVA, L. B. Formação em saúde, extensão universitária e Sistema Único de Saúde (SUS): conexões
necessárias entre conhecimento e intervenção centradas na realidade e repercussões no processo formativo. Interface (Botuca-
tu), Botucatu, v. 18, n. 48, p. 177-186, jan. 2014.

580 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

FERRO, L.P.; SILVA, E.C.; ZIMMERMANN, A.B.; CASTANHARO, R.C.T.; OLIVEIRA, F.R.L.
Interdisciplinaridade e intersetorialidade na Estratégia Saúde da Família e no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: potencialidades e
desafios. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 38, n. 2, p. 129-138, mar. 2014.

FREITAS, L. M., MARINUS, M.W.L.C.; LIMA, L.S.; MORENO, L.R. Formação dos agentes
comunitários de saúde no município de Altamira (PA), Brasil. ABCS Health Sci.; v. 40, n.3, p. 171-177, 2015.

PRADO, N.M.B.L.; MEDINA, M.G.; AQUINO, R. Intervenção intersetorial para promoção da saúde em sistemas locais:
um estudo de avaliabilidade. Saúde debate.; Rio de Janeiro, v. 41 n. esp. 3, p. 214-227, Set. 2017

MELO, G. C.; ALMEIDA, L.M.W.S.; MARQUES, E.S.; GOMES, N.C.C. Grupo de Educação em
Saúde com Adolescentes de uma Comunidade Adscrita a uma Unidade de Saúde da Família: Uma Experiência de Aprendizado do Âm-
bito do Programa de Educação Pelo Trabalho. Rev. APS.; v. 17, n. 2, p. 268-272, abr./jun. 2014.

MELO, M. B. de; QUINTAO, A. F.; CARMO, R. F. O Programa de Qualificação e Desenvolvimento do Agente Comunitário de Saúde na
perspectiva dos diversos sujeitos envolvidos na atenção primária em saúde. Saude soc., São Paulo, v. 24, n. 1, p. 86-99, mar. 2015.

MUSSE, J. O. et al. Avaliação de competências de Agentes Comunitários de Saúde para coleta de dados epidemiológicos. Ciênc.
saúde coletiva; v. 20, n. 2, p. 525-536, 2015.

RIBEIRO, F. M. L.; MINAYO, M. C. S. O papel da religião na promoção da saúde, na prevenção da violência e na reabilitação de pessoas
envolvidas com a criminalidade: revisão de literatura. Ciênc. saúde coletiva; v. 19, n. 6, p. 1773-1789, 2014.

SALVADOR, M.; SILVA, E.M. Programa Saúde na Escola: saberes e diálogos na promoção da educação sexual de adolescentes. Tempus,
actas de saúde colet, Brasília, v. 12, n. 1, p. 73-82, dez, 2018.

Comunicação Oral 581


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CUIDADOS DE ENFERMAGEM A MULHERES SUBMETIDAS AO


TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA CERVICAL: O OLHAR DA
PACIENTE
ALESSANDRA SOARES VIDAL
(Centro Universitário UNINTA)
AMÉLIA ROMANA ALMEIDA TORRES (TORRES, A.R.A)
(Centro Universitário INTA – UNINTA)
FRANCISCO FREITAS GURGEL JÚNIOR (JUNIOR, F.F.G)
(Centro Universitário INTA – UNINTA)
JOÃO HENRIQUE VASCONCELOS CAVALCANTE (CAVALCANTE, J.H.V)
(Centro Universitário INTA – UNINTA)

Introdução:
O câncer de colo uterino é um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, embora seja uma doença con-
trolável quando diagnosticada precocemente, suas taxas de incidência são consideradas elevadas (SILVA et al., 2018). O INCA
estima 16.370 novos casos de câncer do colo uterino no Brasil para cada ano do biênio 2018-2019, ocupando a terceira posição de
neoplasias mais incidentes, perdendo apenas para o câncer de mama e próstata respectivamente (BRASIL, 2017). As opções de
tratamento do câncer invasivo são a cirurgia, radioterapia e quimioterapia (OPAS, 2015). Essas três opções de tratamento podem
ser utilizadas combinadas ou de forma isoladas, entretanto, os estadiamentos mais avançados opta-se pela radioterapia associada
a esquemas de quimioterapia. (MARTINS, 2016). O tratamento radioterápico pode ser aplicado sob duas formas ou tipos: telete-
rapia e braquiterapia (ROSA et al., 2016). A teleterapia concomitante com a braquiterapia constitui-se uma das principais formas de
tratamento para os estágios avançados (BANERJEE; MITCHELL, 2014). A braquiterapia pélvica pode causar efeitos adversos difíceis
de serem revertidos. Segundo Plotti et al., (2018) esse tratamento pode ocasionar mudanças na saúde sexual. Consequentemente,
pode haver repercussões negativas na funcionalidade e qualidade de vida das mulheres (TAX et al., 2017). Dentro dos cuidados
multiprofissionais prestados a essa paciente com câncer, destacamos a enfermagem. Tal profissão é inserida no contexto oncoló-
gico com a intenção de promover cuidado integral para a promoção à saúde, como também no tratamento do câncer. (ARAUJO
et al., 2017). O enfermeiro fornece orientações relativas às medidas preventivas, explica como será o tratamento prescrito pelo
oncologista, identifica precocemente os efeitos colaterais do tratamento a fim de minimizá-los, orienta e acompanha a paciente
e respectiva família, mantendo em mente que as ações de enfermagem devem ser individualizadas, levando em consideração suas
características pessoais e sociais (GONZAGA; CONCEIÇÃO, 2018). A autora, por ter vivenciado o acompanhamento de enfermagem
no setor de radioterapia, perceber que alguns profissionais acabam por cuidar apenas da neoplasia, fornecendo apenas o cuidado
de forma generalizada a essas pacientes, esquecendo de fornecer assistência holística e individualizada, isso poderá influenciar na
adequação e aceitação ao tratamento da usuária a radioterapia cervical. Diante do exposto, observa-se que o enfermeiro deve ter
conhecimento necessário acerca do procedimento de radioterapia, e os possíveis efeitos colaterais ocasionados pelo tratamento,
para poder intervir com ações preventivas, cuidados individualizados e assistência holística durante as consultas de enfermagem,
auxiliando no desconforto e melhorando a qualidade de vida dessas pacientes. Frente a essas considerações, questiona-se quais
as percepções das usuárias nos cuidados de enfermagem prestados as mulheres submetidas ao tratamento de radioterapia cervi-
cal? Este estudo busca identificar os cuidados e orientações para com as pacientes para serem trabalhados melhorias do fazer do
enfermeiro sobre a radioterapia cervical. Logo esta pesquisa auxiliará enfermeiros e profissionais da equipe multidisciplinar, atu-
antes na área da saúde da mulher na oncologia, a refletirem sobre os conhecimentos, as orientações e ações que visem melhora
o trabalho da equipe acerca dessa terapia.

Objetivos:
Descrever a percepção de mulheres submetidas à radioterapia cervical acerca dos cuidados de enfermagem.

Desenvolvimento:
Metodologia: A pesquisa foi regida de acordo com a Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saú-

582 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

de, com o parecer consubstanciado do Conselho de Ética em Pesquisa: 3.261.151. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo,
com abordagem qualitativa. A coleta de informações ocorreu nos dias 06 e 07 de maio de 2019, nos turnos da manhã e tarde,
através de entrevistas semiestruturadas de acordo com os objetivos propostos no estudo. Foram abordadas 13 mulheres com diag-
nóstico de câncer do colo do útero submetidas ao tratamento de radioterapia cervical, atendidas no Centro de Tratamento Onco-
lógico localizado em Fortaleza, 2 recusaram, 4 não passaram pela consulta de enfermagem, chegando no total de 7 participantes
da pesquisa, onde para chegar ao total de participantes foi utilizado o método de saturação teórica das respostas. Salientado que
todas as participantes do estudo já haviam concluído as seções de teleterapia, e estavam voltando para unidade de radioterapia
para concluir o tratamento com as seções de braquiterapia. Como critérios de inclusão: mulheres diagnosticadas com câncer do
colo do útero em tratamento de teleterapia, braquiterapia ou as duas terapias concomitantes no Centro de tratamento oncológico
localizado na cidade de Fortaleza, que tenham condições clínicas de responder a pesquisa, sem restrição de estadiamento e nem o
tempo de tratamento. Os critérios de exclusão foram: menores de idade, pacientes que já tenham concluído o tratamento na unida-
de de tratamento em Oncologia da cidade de Fortaleza, e que não tenham passado pela consulta de enfermagem na instituição.
Resultados e discussões: A caracterização do perfil das participantes do estudo mostra que a maioria das mulheres tem filhos, sendo
das 7 participantes 5 são multíparas, estão na faixa etária considerada de rastreamento, com idade entre 30 a 75 anos, e em
relação ao estado civil das entrevistadas, quatro participantes são casadas e três são solteiras. Em relação a escolaridade o es-
tudo mostra que a maioria das mulheres tem ensino fundamental completo, profissão doméstica e são procedentes de estado do
Ceará. Em relação ao número de consultas de enfermagem, das sete participantes, apenas duas tiveram consultas subsequentes de
acompanhamento com enfermagem, porém, todas as entrevistadas estavam informadas sobre a quantidade de seções de teletera-
pia e braquiterapia, evidenciando que todas as participantes estavam cientes da duração do tratamento, além dos números de se-
ções de cada terapia que seriam realizadas. Entretanto, apesar de todas as participantes estarem informadas sobre as quantidades
de seções que seriam realizadas durante o tratamento, o número deconsulta de enfermagem que cada paciente passou foi inferior
ao sugerido pelo protocolo do INCA, que evidencia as quantidades de consultas de enfermagem na radioterapia, pois apenas duas
pacientes E6, E7, relataram que fizeram duas consultas de enfermagem subsequentes de acompanhamento, as demais participan-
tes E1, E2, E3, E4, E5 relataram que passaram apenas por uma única consulta de enfermagem, ficando uma lacuna durante o
acompanhamento dessa pacientes. Em relação sobre as orientações e cuidados de enfermagem sobre o tratamento da radiote-
rapia cervical na promoção do autocuidado, entre os principais cuidados citados pelas pacientes deste estudo foram: utilização do
chá de camomila e possíveis efeitos colaterais 4 (E1, E2, E4, E6), alimentação adequada e incentivo a ingestão de líquidos 4 (E1, E2,
E4, E7), manutenção com as unhas aparadas e limpas 3 (E1, E5, E7), utilização de sabonete neutro e cuidado com higiene intima 6
(E1, E2, E4, E5, E6, E7), evitar esforços físicos 1 (E6). Nos relatos das participantes, foi possível verificar a importância dos cuidados
e orientações repassadas as pacientes durante as consultas de enfermagem, para promoverem seu próprio autocuidado. De modo
geral, as participantes deste estudo estavam orientadas e informadas sobre os principais cuidados em relação a radioterapia,
porém, ficou sugestivo uma lacuna nos cuidados na consulta de enfermagem, a falta das consultas subsequentes durante o trata-
mento. Desta forma, a uma necessidade de rever a maneira como estas mulheres estão sendo orientadas, pois foram poucas
consultas de acompanhamento de enfermagem quando comparadas ao número de seções de radioterapia. Ressaltando que não
só a quantidade conta, mas a qualidade das informações repassadas. Essas consultas de acompanhamento ajudam a reforçar as
orientações fornecidas e saber se as pacientes realmente assimilaram as informações repassadas na primeira consulta, pois são
mulheres que podem esta fragilizadas em seu estado social, espiritual e emocional. Em relação sobre as orientações de enfermagem
acerca do procedimento da braquiterapia cervical, as entrevistadas E2, E5, E6, E7, relataram que receberam orientações sobre o
procedimento da braquiterapia, porém não souberam repassar as informações fornecidas na consulta de enfermagem de forma
exata, sugerindo uma possível falta de comunicação entre o profissional e paciente, para posterior entendimento do procedimento.
A paciente E4 em seu relato, sugeriu que a cliente só descobriu como era a realização do procedimento de braquiterapia ginecológi-
ca, apenas no momento da realização do primeiro procedimento. Apesar do tratamento de braquiterapia cervical ser realizado de
maneira ambulatorial, facilitando o trabalho dos profissionais, diminuindo os custos com as internações e abrangendo um número
maior de mulheres a serem tratadas por essa terapia, esse tratamento é invasivo, doloroso quando feito sem anestesia, e pode trazer
sequelas inevitáveis para vida dessas mulheres. Neste estudo, apenas uma participante relatou não ter sido informada sobre o
procedimento, as demais estavam cientes, porém, não sabiam expressa de forma objetiva a realização da braquiterapia cervi-
cal. Desta forma, na consulta de enfermagem, as pacientes devem ser informadas como é a realização desse procedimento, evitan-

Comunicação Oral 583


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

do estresse e um sofrimento psicossocial antecipado por medo de não saber realmente como é realizado esse tratamento, evi-
tando o trauma de descobrir apenas na hora da realização do procedimento. Em relação as orientações de enfermagem sobre as
possíveis reações do tratamento da braquiterapia cervical, as participantes do estudo relataram: reações gastrointestinais 2 (E2, E6),
reações do geniturinário 3 (E1, E5, E6), sendo as alterações citadas pelas participantes foram as reações gastrointestinais, san-
gramento, cólica, menopausa precoce, estenose vaginal e infecção urinaria. De modo geral, os relatos citados pelas participantes
do estudo corroboram com as orientações que devem ser fornecidas na consulta de enfermagem, evidenciando que as clientes
estavam informadas sobre as principais reações ocasionadas pelo tratamento. Entretanto apenas a cliente E5, relatou o cuidado
e orientação para prevenção da estenose vaginal. As reações ocasionadas por esse tratamento, tem um impacto muito relativo
na vida dessas mulheres, apesar de as participantes desse estudo, não relatarem todos os efeitos relativos ao tratamento, mas de
modo geral estavam orientadas sobres os principais, entretanto é preocupante que apenas uma paciente citado o cuidado em rela-
ção a estenose vaginal, pois quando não informadas sobre essa sequela e nem orientadas da necessidade de mante-se sexualmente
ativa, ou da utilização dos dilatadores vaginais através dos exercícios ensinados pelo profissional fisioterapeuta, acarretara no fe-
chamento ou diminuição do comprimento do canal vaginal, dificultando no acompanhamento das consultas de rotinas com o
oncologista e de manter atividade sexual. Dessa forma, as consultas de enfermagem subsequentes durante o tratamento tornam-
-se extremamente necessárias para o acompanhamento dessas mulheres, pois na identificação de qualquer reação ou efeito
ocasionado pela braquiterapia o profissional entra em ação, encaminhando essas mulheres para outros profissionais especialistas
nesse tratamento, para sanar ou minimizar esses efeitos.

Conclusões:
De modo geral as participantes estavam orientadas e informadas sobre os procedimentos, os possíveis efeitos do tratamento e a
promoção para seu próprio autocuidado, porém, em relação as informações e orientações do tratamento de braquiterapia
cervical, ficou sugestivo uma lacuna nas consulta de enfermagem referente a comunicação, pois quando questionadas, as pa-
cientes relataram informações superficiais ou incompletas sobre essa terapia. Houve duas limitações de estudo nesta pesquisa, a
primeira foi a veracidade das respostas, pois a pesquisadora não acompanhou o decorrer da terapia dessas mulheres, e a segunda
foi a baixa escolaridade, que pode ter influenciado a qualidade das respostas. Conclui-se que é preciso estimular o desenvolvimento
de novos estudos relacionados à essa temática, com outras metodo¬logias que permitam explorar de forma mais cuidadosa os fa-
tores que determinam uma comunicação mais eficiente entre as pacientes e os profissionais, contribuindo para a o preenchimento
dessas lacunas. Destacamos a importância da Enfermagem na promoção do cuidado a mulheres submetida a radioterapia cervical.

Referências:
ARAÚJO, Claudia Regina Gomes de. et al. O fenômeno vivido por mulheres na consulta de enfermagem na braquiterapia gineco-
lógica. Texto Contexto Enferm. [s.I]. v: 26. n. 2. abr- jun. 2017. Disponível em: < http://www.index-f.com/textocontexto/2017/
262sumario.php>

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto nacional de câncer Jose Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Esti-
mativa 2018: incidência de câncer no brasil. Rio de Janeiro. 2017. 130 p.

BANERJEE,Robyn. MITCHELL, Kamrava.Brachytherapy in the treatment of cervical cancer: a review. Int J Womens Health. [s.I]. v: 6. p:
555-564. mai. 2014. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4045176/>

GONZAGA, Danielle Soares. CONCEIÇÃO, Silva Cezar da. Intervenções de Enfermagem para Clientes em Radioterapia. Revisão Integra-
tiva. Revista Pró-Universidade SUS. Rio de Janeiro. v. 0 9 , n. 0 1 , p. 3 8 - 4 5 . J a n / J u n . 2 0 1 8 . D i s p o n i v e l e m : < https://
scholar.google.com/scholar?biw=1517&bih=730&um=1&ie=UTF-8&lr&q=related:bw LVSu8gSwIfaM:scholar.google.com/>

MARTINS, Jumara. Fatores associados à variação no comprimento e diâmetro vaginal após radioterapia pélvica para câncer do
colo uterino. Campinas. [s.n]. 2016. Originalmente apresentada como Dissertação de mestrado, Faculdade de Ciências Médicas
da Universidade Estadual de Campinas. 2016. Disponível em: < http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/319196>

ORGANIZAÇÃO PAN - AMERICANA DA SAÚDE – OPAS. Tratamento Do Câncer De Colo Do Útero: Folheto informativo 5. p. 4. 2015.

PLOTTI, Francesco. et al. Avaliação da Qualidade de Vida e da Função Urinária eSexual Após Histerectomia Radical em Sobreviventes
de Câncer de Colo Uterino de Longo Prazo. International Journal of Gynecological Cancer, v. 28, n. 4, p. 6, 2018. Disponível em: <
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29538249 >

ROSA, Luciana Martins da. et al. Avaliação e classificação da estenose vaginal pós- braquiterapia. Texto & Contexto. Florianópolis.

584 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

v. 25. n. 2. p. 8. jun. 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010407072016000200501&l-


ng=en &nrm=iso >

SILVA, José Irnaldo da. et al. Fatores de risco associados ao desenvolvimento de alterações cervicouterinas em mulheres que rea-
lizam exame citopatológico. Arquivos de Ciências da S a ú d e , [ s . l ] , v. 2 5 , n. 2, p. 4 1 . j u n . 2 0 1 8 . D i s p o n í v e l e m : <
http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/1033>

TAX, Casper. et al. Medindo a qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com câncer de colo uterino: uma revisão siste-
mática dos questionários mais utilizados e sua validade. BMC Medical Research Methodology, v.17, n.1, p.15-22, jan. 2017.

Comunicação Oral 585


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR HIPERTENSÃO ESSENCIAL NO


ESTADO DO CEARÁ: PROJEÇÕES DE ACORDO COM A COBERTURA
DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
NILA LARISSE SILVA DE ALBUQUERQUE
(Universidade Federal do Ceará)
LUCAS DIAS MACHADO
(Ministério da Saúde)
ISABELLE SILVA DE ALBUQUERQUE
(Prefeitura Municipal de Parnamirim)
THELMA LEITE DE ARAUJO
(Universidade Federal do Ceará)

Introdução:
Hipertensão essencial, ou primária, é definida como a manutenção de valores pressóricos elevados, mesmo quando causas secun-
dárias, como doença renovascular ou de Cushing, não estão presentes no indivíduo. Entretanto, a hipertensão essencial possui fa-
tores intrínsecos e extrínsecos que contribuem para sua patogênese, tais como idade, raça e alimentação rica em sódio (GARFINKLE,
2017). A hipertensão possui importante impacto epidemiológico no Brasil. Conforme dados da mais recente Pesquisa Nacional de
Saúde, a prevalência da doença na população brasileira encontra-se entre 21,4% e 32,3%, sendo a variação explicada pelo critério
diagnóstico adotado (MALTA et al, 2018). Uma vez que o perfil de morbimortalidade da hipertensão essencial pode ser reduzido
ou modificado por meio da atenção primária resolutiva e eficiente, essa doença está inclusa na lista brasileira de condições sensí-
veis á atenção primária (CSAP), publicada pela Portaria GM/MS 221 de 2008, publicada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2008).
A partir da lista, é possível acompanhar as taxas de internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) e com isso
avaliar o desempenho dos serviços de saúde e a efetividade das políticas públicas voltadas à atenção primária (MAIA et al., 2018)
A inclusão da hipertensão essencial na lista de ICSAP e suas características de cronicidade e multifatorialidade a tornam objeto de
destaque da atuação da Estratégia Saúde da Família (ESF). Esta acontece por meio de acompanhamentos individuais periódicos
por enfermeiros ou médicos, ações coletivas com portadores do diagnóstico e monitoramento contínuo da sintomatologia e das
respostas ao tratamento medicamentoso e não-medicamentoso (DANTAS; RONCALLI, 2019). Destaca-se que a plena atuação da
ESF no ambito da prevenção de ICSAP depende do fortalecimento e da estruturação da Atenção Primária à Saúde para que seu
caráter de ordenadora de ações em saúde possa garantir a cobertura necessária para que a ESF seja resolutiva e acessível à
população (FERNANDES et al., 2009). Estudo de Neves et al. (2018) analisou a tendência temporal da cobertura da ESF no Brasil
entre 2006 e 2016 e identificou que as cinco regiões do país mostraram crescimento na cobertura. O estado do Ceará destacou-se,
ao estar entre as 14 Unidades da Federação que apresentaram coberturas entre 75 e 100% no período. A relação entre aumento
da cobertura da ESF e redução de ICSAP tem sido evidenciada em estudos nacionais (MENDONÇA; ALBUQUERQUE, 2014; PINTO
JUNIOR et al., 2018). Cabe ressaltar a redução das taxas ocorre em contextos sociais permeados por determinantes sociais da
saúde, os quais são, em certa medida, também influenciados pelas ações e serviços de saúde prestados pelas equipes da ESF. A
prevalência da hipertensão no estado do Ceará é a terceira maior do Norte-Nordeste brasileiro (MALTA et al., 2018), no entanto
a literatura pertinente dispõe de informações incipientes sobre taxas de internações hospitalares por esse diagnóstico no estado.
Apesar de a taxa de cobertura da ESF estar entre as cinco maiores do Norte-Nordeste (NEVES et al., 2018), também identificam-se
lacunas no conhecimento quanto à associação entre hospitalizações por hipertensão essencial e a evolução da cobertura ao
longo dos anos.

Objetivos:
Analisar o efeito da cobertura da Estratégia Saúde da Família sobre a ocorrência de internações hospitalares por hipertensão es-
sencial no estado do Ceará e projetar taxas de internação por esse diagnóstico de acordo com a tendência recente de cobertura.

Desenvolvimento:
Trata-se de estudo ecológico de séries temporais, cujas unidades de análises são as internações hospitalares por hipertensão es-

586 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

sencial ocorridas no estado do Ceará entre 2010 e 2017. Séries temporais são uma forma de organizar no tempo as informações
quantitativas (ANTUNES; CARDOSO, 2015), sendo, portanto, um método pertinente aos objetivos deste estudo. Os dados deste
estudo são oriundos dos registros eletrônicos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A quantidade
de autorizações de internação hospitalar (AIH) pelo diagnóstico médico hipertensão essencial, listado como I10 na Classificação
Internacional de Doenças (CID-10), foi obtida em consulta ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde
(SIH/SUS). Foram analisadas as AIHs registradas até 2017 por ser este o último ano de consolidação integral do sistema. As consultas
foram realizadas entre maio e junho de 2019. A taxa de internação hospitalar mensal para 10 mil habitantes foi calculada por meio
da razão entre o número de autorizações de internação hospitalar por hipertensão essencial e a estimativa populacional no perí-
odo, multiplicado por 10.000. A estimativa populacional utilizada foi extraída do Instituto Brasileiro de Geografica e Estatística. A
variável independente principal foi a cobertura da ESF no estado do Ceará durante o interstício abordado neste estudo. A taxa
mensal de cobertura da ESF foi identificada no Histórico de Cobertura por competência e unidade geográfica do portal e-Gestor
Atenção Básica, mantido pelo Ministério da Saúde. Foram coletadas as informações entre janeiro de 2010 e maio de 2017, sendo
este o último mês de consolidação do relatório público. Como variável independente secundária, incluiu-se o valor gasto com AIHs
pelo diagnóstico estudado no Sistema Único de Saúde. Os dados foram tabulados no programa TabWin 4.1.1. A variação percen-
tual das taxas de internação no período foi calculada ao subtrair o valor da taxa no último ano pelo valor da taxa no primeiro ano
e dividindo essa diferença pela taxa no primeiro ano, conforme realizado nos estudos de Costa, Junior & Silva (2017) e de Moura
et al. (2010). O mesmo procedimento foi executado para analisar a variação dos gastos com AIH por hipertensão essencial. Para
análise descritiva da taxa de cobertura da ESF no horizonte temporal estudado, observou-se sua variação mensal e calculou-se a
média para cada ano. As informações sobre a cobertura da ESF no horizonte temporal em estudo foram analisadas de maneira
descritiva, por meio de medidas de tendência central e de cálculo da variação anual do percentual de cobertura. A presença de
correlação entre a variável dependente e a variável independente principal foi investigada e apresentada, considerando dire-
ção e força. A técnica de regressão linear simples foi utilizada para verificação de relação entre a cobertura da ESF e as taxas de
internação hospitalar por hipertensão essencial, bem como para fins de projeção das taxas de acordo com a tendência de cober-
tura da ESF identificada na análise descritiva. A adequação do modelo de regressão linear foi testada aplicando-se o teste Shapi-
ro-Wilk para verificação de normalidade e o teste de BreuschGodfrey para avaliação de autocorrelação, além de análise da signifi-
cância estatística do modelo e de seu coeficiente de determinação (R²). Os dados foram analisados no software R-3.5.1. Entre
2010 e 2017, ocorreram 12.646 internações por hipertensão essencial no estado do Ceará. A taxa anual de internações hospitala-
res a cada 10.000 habitantes por esse diagnóstico em equipamentos do SUS no estado do Ceará foi de: 3,15 em 2010, 2,78 em
2011, 2,54 em 2012, 2,49 em 2013, 2,16 em 2014, 1,59 em 2015, 1,12 em 2016 e 1,07 em 2017. O ano de 2010 foi o que
apresentou maior quantidade bruta e percentual de internações. Percebe-se que a taxa de internação ajustada para 10.000 habi-
tantes apresentou queda progressiva no período. A análise de tendência temporal indica que houve redução de 66,03% nas inter-
nações por hipertensão essencial nos últimos oito anos no estado do Ceará. A evolução do valor total das AIHs por hipertensão
essencial evidencia que houve diminuição de 48,13% dos gastos do Sistema Único de Saúde com esse motivo de hospitalização,
o que acompanha a tendência de redução bruta e proporcional das hospitalizações. O maior valor gasto foi em 2010, totalizando
R$ 651.739,52, e o menor em 2017, somando R$ 338.005,82. Depreende- se a partir desses resultados que a hipertensão essen-
cial tem sido controlado com maior eficiência pelas equipes da Estratégia Saúde da Família, haja vista que as ações de promoção
de hábitos saudáveis de vida e acompanhamento terapêutico voltadas ao controle da hipertensão são predominantemente rea-
lizadas no nível primário de atenção à saúde por equipes multiprofissionais compostas por, no mínimo, enfermeiro, médico, auxi-
liar de enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (BRASIL, 2006). Frente a isso, analisou-se a varia-
ção da cobertura da ESF no estado do Ceará. No período, houve, em geral, aumento progressivo na cobertura, como é possível
perceber na cobertura média apresentada a seguir: 69,25% em 2010, 70,78% em 2011, 69,76% em 2012, 72,11% em 2013,
78,3% em 2014, 80,24% em 2015, 80,22% em 2016, 80,24% em 2017, 81,19% em 2018 e 77,79% em 2019 até o momento. A
análise de tendência evidencia que houve expansão de 12,33% da cobertura considerando todo o período. No entanto, os anos de
2012, 2018 e 2019 apresentam-se como pontos de inflexão, nos quais o percentual de cobertura decaiu. A análise de variação
anual de cobertura no estado permite evidenciar flutuações importantes que possivelmente possuem efeitos diretos nas internações
hospitalares por condições sensíveis à atenção primária, como a hipertensão essencial. Na série histórica analisada, tem-se as varia-
ções anuais: -4,18% entre 2018 e 2019, +1,18 entre 2017 e 2018, +0,02% entre 2016 e 2017, +0,02% entre 2015 e 2016, +2,47% entre

Comunicação Oral 587


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

2014 e 2015, +8,58% entre 2013 e 2014, +3,36% entre 2012 e 2013, -1,44% entre 2011 e 2012 e +1,47% entre 2010 e 2011. A
partir dessas informações é possível apontar que o estado do Ceará teve o maior crescimento anual de cobertura da ESF em 2014,
queda relevante na tendência de expansão da cobertura em 2016 e redução importante na cobertura em 2019. Identificou-se
presença de correlação (r= -0,92) negativa e muito forte entre taxa de internação por hipertensão essencial e cobertura da ESF.
Depreende-se, assim, que a medida que a cobertura da ESF aumenta, reduz-se a quantidade de internações hospitalares por hiper-
tensão essencial. Estudo de Campos e Theme-Filha (2012), realizado na região Centro-Oeste do Brasil, também encontrou corre-
lação inversa entre a cobertura da ESF e os coeficientes de ICSAP, estando a hipertensão dentre as condições analisadas. Esses
dados corroboram o importante papel da atenção básica no controle terapêutico medicamentoso e não-medicamentoso da hi-
pertensão, o qual é capaz de evitar agravamentos da doença e aumentar qualidade de vida e produtividade de indivíduos portadores
da doença (RADIGONDA; SOUZA; CORDONI JUIOR, 2015; REGO; RADOVANOVIC, 2018). O baixo crescimento da expansão da co-
bertura da ESF desde 2016 e a queda na cobertura evidenciada no primeiro semestre de 2019 possuem, portanto, implicações na
ocorrência de futuros agravamentos relacionados à hipertensão primária na população cearense e, por consequência, na quanti-
dade de internações hospitalares por esse diagnóstico. Entende-se que a cobertura de serviços básicos de saúde no Brasil nos últi-
mos anos também tem sido modificada por políticas públicas de fortalecimento da atenção primária à saúde, como o Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e o Programa Mais Médicos (PMM). O PMAQ-AB,
instituído pela Portaria nº 1.654 GM/MS, tem por objetivo ampliar o acesso e melhorar a qualidade da atenção básica, além de
fomentar a qualidade dos serviços prestados (BRASIL, 2015). O PMM compartilha o objetivo de aumentar a qualidade e a cober-
tura dos serviços de atenção primária, por meio da ampliação de acesso de profissionais médicos às unidades básicas de saúde
brasileiras no intuito de fortalecer a resolutividade das redes de atenção (SANTOS; COSTA; GIRARDI, 2015). Assim, ambos os progra-
mas ampliam a capacidade da atenção primária à saúde de promover saúde e prevenir agravos, como a ocorrência de eventos
negativos associados à hipertensão arterial. As políticas públicas de expansão e qualificação da atenção básica são vinculadas às
condições de financiamento do SUS. Segundo Mendes, Carnut e Guerra (2018), o sistema público de saúde brasileiro possui uma
trajetória histórica de redução da concepção da atenção primária que se reflete no progressivo enxutamento da alocação de recur-
sos, principalmente federais. O financiamento do Sistema Único de Saúde passou por reestruturações nos últimos cinco anos,
sendo as principais a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 86, em 2015, e a EC nº 95, de 2016. A EC 86/2015 tornou
obrigatória a execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto na Constituição Federal de 1988 e
estabeleceu como parâmetro para as transferências obrigatórias da União a receita corrente líquida do respectivo exercício finan-
ceiro, não podendo ser inferior a 15% (BRASIL, 2015). Com isso, estimava-se expansão do financiamento do SUS e, por conse-
quência, fortalecimento da atenção primária à saúde. Entretanto, a promulgação da EC 95/2016 instituiu novo regime fiscal que
prevê que as execuções orçamentárias em ações e serviços de saúde previstas na Constituição Federal de 1988 corresponderão
ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), ou de outro índice que vier a substituí-lo (BRASIL, 2016). Com isso, a expansão do financiamento da saúde pública
que se esperava foi cerceada pelas limitações orçamentárias impostas pelas novas regras. Soma-se a esse cenário de agravamento
do subfinanciamento do SUS o novo formato de transferência de verbas federais adotado pelo Ministério da Saúde a partir de
2018, por meio da Portaria nº 3.992/2017. Esta norma excluiu os blocos de financiamento que vigoravam desde 2009, desta-
cando-se o de atenção básica, e estabeleceu duas modalidades únicas de repasse: capital e custeio (BRASIL, 2017). Com isso, a discri-
cionariedade de investimentos em componentes específicos, como a atenção básica e a gestão do SUS, deixou de existir. O cenário
descrito configura tendência de redução dos gastos com saúde, uma vez que as unidades federativas que ainda não aplicavam o
valor mínimo constitucional em ações e serviços de saúde não poderão despender mais do que já gastavam no ano anterior, de
acordo com as novas normativas constitucionais (MAZON et al., 2018). O contexto brasileiro econômico, fiscal e social na atuali-
dade, marcado por reduções na projeção do Produto Interno Bruto para os próximos anos, congelamento da expansão de execuções
orçamentárias em ações e serviços de saúde e reformulação dos blocos de financiamento produz insegurança quanto à sustenta-
bilidade do financiamento do SUS e, por consequência, remete à necessidade de analisar o impacto que o cenário austero poderá
produzir na prevalência de condições sensíveis à atenção primária. Por estimar-se que a hipertensão essencial está atualmente
presente em 25% da população adulta brasileira (MOREIRA; MORAES; LUIZ, 2013), o que a coloca como a morbidade de maior aco-
metimento no país, e considerar que a prevenção e o controle da doença são fundamentalmente abordados na atenção primária à
saúde (DANTAS; RONCALLI, 2019), optou-se por projetar a ocorrência do agravamento desse desfecho de saúde diante dos cená-

588 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

rios atuais de subfinanciamento da saúde que podem acarretar mudanças nas taxas de cobertura da ESF. Assim, foram estabeleci-
das previsões das taxas de internação por hipertensão essencial de acordo com a tendência de cobertura da ESF no estado do Ceará.
Para tanto, obteve-se como coeficientes após aplicação de técnica de regressão linear: intercepto igual a 0.9864436 e β igual a
-0.0108453. A seguinte equação de regressão de 1º grau foi obtida: Y= 0.9864436-0.0108453*Percentual de cobertura da ESF. O
modelo de regressão linear apresentou p<0.001 e coeficiente de determinação de 60,29%. Os resíduos foram avaliados como
homocedásticos e contendo distribuição normal (p=0.07). Assim, considera-se o modelo ajustado para seu propósito. Ao considerar a
manutenção da cobertura da ESF de 77,79% no restante de 2019, projeta-se taxa de internação por hipertensão essencial de
0,14/10.000 habitantes no estado do Ceará, o que representa aumento de 57% em comparação com a taxa média de internação em
2017, quando a taxa de cobertura da ESF era de 81,19%, a maior do período analisado. Em um cenário de nova redução de 4,18%
de cobertura da ESF em 2020, o que representaria cobertura anual média de 73,61%, a taxa de internação por hipertensão arte-
rial será de 0,18/10.000 habitantes no Ceará, de acordo com o modelo estimado. Com isso, haverá aumento de 102,24% na quanti-
dade de admissões hospitalares por hipertensão primária no estado. Como consequência, os gastos com internações por essa
causa serão proporcionalmente elevados, onerando, assim, o financiamento do SUS no estado do Ceará. Cabe ressaltar que as as
futuras taxas de cobertura da ESF estão sujeitas a múltiplos fatores, como execução financeira com ações e serviços de saúde nas
três esferas, crescimento do PIB no país, priorização de políticas públicas, disponibilidade de profissionais, dentre outras. Diante do
impacto epidemiológico da hipertensão arterial, considera-se pertinente que os dados apresentados neste estudo sejam utiliza-
dos para o planejamento da aplicação de recursos públicos em saúde, com priorização para a expansão da cobertura da ESF.
Tem-se como limitações desta pesquisa a análise restrita a internações hospitalares registradas em equipamentos de saúde do SUS, a
fonte secundária de informações e a ausência de análises de registros das hospitalizações entre 2018 e 2019, uma vez que o DATA-
SUS não dispõe dessas informações consolidadas.

Conclusões:
A cobertura da Estratégia Saúde da Família possui forte efeito negativo sobre a ocorrência de internações hospitalares por hiper-
tensão essencial no estado do Ceará, de maneira que a expansão da cobertura entre 2010 e 2017 no estado contribuiu para a pro-
gressiva redução nas hospitalizações pela doença. De acordo com o modelo estimado, caso a tendência de queda na cobertura da
Estratégia Saúde da Família identificada no primeiro semestre de 2019 seja mantida, projeta-se aumento significativo do número
de internações por hipertensão no Ceará, o que, por consequência, trará implicações sociais para a população e orçamentárias
para o financiamento do Sistema Único de Saúde no estado.

Referências:
ANTUNES, J.L.F. et al. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiologia & Serviços de Saúde, v.24,
n.3, 2015.

BRASIL. Portaria n° 221, de 17 de abril de 2008. Brasília (DF): 2008.

DANTAS, R.C.O.; RONCALLI, A.G. Protocolo para indivíduos hipertensos assistidos na Atenção Básica em Saúde. Ciência & Saúde
Coletiva, n.24,v.1, 2019.

FERNANDES, V.B.L. et al. Internações sensíveis na atenção primária como indicador de avaliação da Estratégia Saúde da Família.
Revista de Saúde Pública, v.43, n.6, 2009.

GARFINKLE, M.C. Salt and essential hypertension: pathophysiology and implications for treatment. Journal of American Society of
Hypertension, v.11,n.6, 2017.

MAIA, L.G. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: um estudo ecológico. Revista de Saúde Pública, v.53,
2018.

MALTA, D.C. et al. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos: Pesquisa Nacional de Saúde. Re-
vista Bras de Epidemiologia, v.21,n.1, 2018.

MAZON, L.M. et al. Execução financeira dos blocos de financiamento da saúde nos municípios de Santa Catarina, Brasil. Saúde e
debate, n.116, v.42, 2018. doi: 10.1590/0103-1104201811603

MENDES, A. et al. Reflexões acerca do financiamento federal da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde. Saúde & Debate, v.42,
n.1, 2018.

Comunicação Oral 589


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

MENDONÇA, S.S. et al. Perfil das internações por condições sensíveis à atenção primária em Pernambuco, 2008 a 2012. Epidemio-
logia & Serviços de Saúde, v.23, n.3, 2014.

MOREIRA, J.P.L et al. A prevalência de hipertensão arterial sistêmica autorreferida nos ambientes urbano e rural do Brasil: um
estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, n.29,v.1, 2013.

NEVES, R.G. et al. Tendência temporal da cobertura da Estratégia Saúde da Família no Brasil, regiões e Unidades da Federação,
2006-2016. Epidemiologia & Serviços de saúde, n.27,v.3, 2018.

PINTO, E.P. et al. Efeito da Estratégia Saúde da Família nas internações por condições sensíveis à atenção primária em menores de
um ano na Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v.34, n.2, 2018.

RADIGONDA, B. et al. Avaliação da coberturada Atenção Básica na detecção de adultos com diabetes e hipertensão. Saúde & Deba-
te, v.39,n.5, 2015.

REGO, A.S. et al. Adesão/vínculo de pessoas com hipertensão arterial na Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfer-
magem, v.71,n.3, 2018.

SANTOS, L.M.P. et al. Programa Mais Médicos: uma ação efetiva para reduzir iniquidades em saúde. Ciência & Saúde Coleti-
va,v.20,2015

590 Comunicação Oral


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ERRATAS

Eixo
Políticas Pública e Gestão em Saúde
Modalidade
Comunicação Oral Curta
II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A CONTRIBUIÇÃO DOS RELATÓRIOS DO E-SUS PARA O


MONITORAMENTO E PRODUÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE
UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

ANTONIO VICENTE JÚNIOR GONÇALVES SILVA


(Prefeitura Municipal de Catunda)
MARIA SINARA FARIAS
ROGÉRIO RODRIGUES DE MENDONÇA

Período de realização:
Janeiro de 2017 à junho 2019

Objetivo da Experiência:
Contribuição dos relatórios do e-sus para o monitoramento das ações e produção dos profissionais de uma unidade básica de
saúde.

Objetivos:
Relatar a experiência da gerência no monitoramento das ações e da produção dos profissionais de uma unidade Básica de Saúde,
visando instrumentalizar a tomada de decisões a partir dos relatórios do e-SUS.

Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, com abordagem qualitativa, onde se descreve os aspectos vivenciados na utilização dos
relatórios do e-sus na prática cotidiana da gestão de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A práxis que resultou na redação deste
relato aconteceu de janeiro de 2017 a junho de 2019 em uma UBS na cidade de Catunda, CE. Os dados obtidos foram analisados
e apresentados de forma descritiva de acordo com a experiência vivida como gerente de uma UBS.

Resultados:
Os resultados alcançados emergiram a partir da vivência da gerência utilizando os relatórios do sistema e-sus, no qual podemos
observar quatro principais contribuições do sistema: Monitoramento da produção dos profissionais; acompanhamento das prin-
cipais doenças; Maior agilidade e organização do trabalho e supervisão do número de população adscrita. Verificamos ainda com
este estudo a importância dos sistemas de informação para a tomada de decisão por parte dos gestores.

Análise Crítica:
Os relatórios do sistema e-sus são imprescindíveis para realizar um trabalho mais ágil e organizado, dando mais fluidez nos pro-
cessos, diminuindo a utilização manual e acumulo de papeis, que muitas vezes geram dificuldades na interpretação e avaliação
das ações desenvolvidas. A partir do que é alimentado no sistema pôde-se realizar o acompanhamento da população adscrita e
as principais doenças que incidem sobe a população para que assim se trace estratégia de promoção e prevenção desses agravos.

Conclusões:
O Sistema e-sus constitui uma ferramenta essencial para ações dentro do sistema de saúde. Por ele, torna-se possível o desenvol-
vimento do processo informação, decisão e ação dando suporte para a organização das ações do serviço de saúde, corroborando
para a melhoria da assistência ao indivíduo. Isto posto, faz necessário uma maior produção cientifica que aborde a temática, assim
como qualificação para os profissionais para utilização do sistema.

Referências:

592 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes Nacionais de Implantação da Estratégia e-SUS AB [recurso eletrônico]. Brasília, 2014, 11 p.
Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/diretrizes_nacionais_esus.pdf. Acesso em: 02/06/2019.

BRÜGGER. M. T. C.. Metodologia da pesquisa e da produção cientifica. Brasília. WEducacional e cursos Ltda, 2011.

Comunicação Oral Curta 593


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

A LEI 13.438 À LUZ DA TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS


(TRS)

THAMIRES QUEIROZ CASTRO


(Universidade Federal do Ceará)
FRANCISCA DENISE SILVA DO NASCIMENTO
LUIS ACHILLES RODRIGUES FURTADO

Introdução:
A Lei 13.438 diz ser “obrigatório a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco
para o seu desenvolvimento psíquico” (BRASIL, 2017). Assim, a TRS vai contribuir para a reflexão sobre a linguagem e o significado
desta lei.

Objetivos:
O objetivo desse trabalho é articular a Lei 13.438 a partir da teoria das Representações Sociais (RS).

Metodologia:
Pesquisa documental que compreende como documentos, segundo a perspectiva de Richardson (1999), o registro escrito que
pode ser utilizado como informações acerca das relações sociais com o intuito de potencializar os entendimentos dos diversos
comportamentos interpessoais ou mesmo situações que manifestam contextos de produção (trabalho) e reprodução social (for-
mas de viver). Assim, o documento principal é a própria Lei 13.438 e para o exame da letra da lei será utilizado a análise do con-
teúdo, já que este instrumento “é um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos
e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 2011, p. 38).

Resultados:
noção de risco psíquico que a letra da Lei 13.438 sugere pode estar atrelada às formas do senso comum dos ditos “louco, doente
mental, doido”, assim, “a transferência é efetivada pela separação de conceitos e percepções normalmente interligados e pela sua
colocação em um contexto onde o incomum se torna comum, onde o desconhecido pode ser incluído em uma categoria conheci-
da” (MOSCOVICI, 2007, pp. 56-57), por essa perspectiva, o risco psíquico se transforma no “ser doido”, no “estar louco”, no “ter
doença mental”. Essas palavras já bem conhecidas e muito utilizadas para abordar o campo da saúde mental e que separa o dito
“normal” daquele que é percebido como “diferente”.

Conclusões:
As Representações Sociais presentes na Lei 13.438, em especial sob o termo risco psíquico, fundamenta o que é tido e visto como
loucura. Essa categoria forjada pressupõe aproximação ao campo dos graves sofrimentos psíquicos como autismo, psicose e neu-
roses graves, introjetando uma maneira de agir e pensar a partir de fenômenos, valores e conceitos que já existiam e os quais
agora são validados, aceitos e compreendidos no meio social.

Referências:
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.

BRASIL. (2017). Lei nº 13.438, de 26 de abril de 2017. Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 para tornar obrigatória a adoção
pelo Sistema Único de Saúde de protocolo que estabeleça padrões para a avaliação de riscos para o desenvolvimento psíquico das
crianças. Diário Oficial da União (DOU). Brasília, DF, 26 de abril de 2017. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/
visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=2&data=27/04/ 2017.

594 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Tradução: Mana Thereza Redig de Carvalho Barrocas. 6.ed. rev. - Rio de Janeiro: Foren-
se Universitária, 2009.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Trad. Pedrinho


A. Guareschi. 5ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.

POPE, C.; MAYS, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Comunicação Oral Curta 595


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ANÁLISE DA ÁGUA QUE ABASTECE BALNEÁRIOS DA CIDADE DE


AÇAILÂNDIA, MARANHÃO
MARILIA LOPES PERNAMBUCO
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)
LUCIENE DE OLIVEIRA
(Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão)
MIKAELY ALENCAR BARBOSA
(Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão)
MARIA APARECIDA ALVES DE OLIVEIRA SERRA
(Universidade Federal do Maranhão)
FRANCISCO JOSEMAR ALVES DE OLIVEIRA
(Universidade Federal do Ceará)
CARLOS ALBERTO ANDRADE SERRA DOS SANTOS
(Universidade Federal do Maranhão)

Introdução:
A água é um recurso finito e indispensável à sobrevivência da humanidade e várias outras espécies. As cidades brasileiras devem
considerar os impactos causados aos corpos hídricos, devido ao crescimento populacional, rápida industrialização e despejo do
esgoto doméstico gerando transtornos e interferindo na qualidade de vida das pessoas.

Objetivos:
Avaliar as condições da água dos balneários Vale dos Peixes, Walter Figueiredo, Pantanal e Águas Rasas que é abastecido pelo
córrego Mosquito localizado em Açailândia, Maranhão, Brasil.

Metodologia:
Foi executada a caracterização do local e análise das amostras d’água de balneários que são abastecidos pelo córrego mosquito no
município de Açailândia – MA. Na caracterização das áreas de estudo utilizou-se a analise de imagens de satélite, com a utilização
de georeferenciamento pela ferramenta Google Earth. A partir desta análise, obteve-se a localização, as características e melhores
locais para a realização da coleta das amostras, nos balneários do Córrego Mosquito. As análises laboratoriais foram realizadas
conforme o manual prático de análise de água da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2013). O monitoramento foi realizado
no mês de maio de 2019.

Resultados:
Foram utilizados os parâmetros físico-químicos e biológicos, pH, turbidez, Ferro, nitrato nitrito óleos e graxas sólidos totais, co-
liformes fecais e totais. Os resultados obtidos das análises comparados às legislações classificaram as águas no perímetro como
classe três. Alguns parâmetros apresentaram valores acima dos tolerados, ferro, nitratos nitritos e coliformes termotolerantes.
O enquadramento de corpos de água se mostra uma ferramenta para controle e manutenção desse bem natural de uso comum,
além de assegurar a saúde e a sadia qualidade de vida dos usuários dos corpos de água, seja qual for o uso.

Conclusões:
O enquadramento dos corpos hídricos se mostra uma ferramenta eficaz para determinar os usos para os diversos tipos de água.
O presente trabalho mostra que a qualidade da água dos balneários está aquém da permitida na legislação, assim podendo afetar
a saúde da população do município de forma geral.

Referências:
ALMEIDA, Jaqueline Colvara de. Avaliação o índice de Qualidade da Água na Lagoa dos Patos. Pelotas, 2013.

596 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

BORTOLI, Jaqueline de. Qualidade físico-química e microbiológica da água utilizada para consumo humano e dessedentação de
animal em propriedade rurais produtoras de leite na região do vele do taquari/RS. Lajeado. 2016.

FUNASA, Fundação Nacional de Saúde. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS. Brasílias,
2014.

Comunicação Oral Curta 597


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

APLICAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS EM SAÚDE CONFORME A


LEI COMPLEMENTAR 141/2012 EM PARNAMIRIM, RIO GRANDE
DO NORTE
ISABELLE SILVA DE ALBUQUERQUE
(Prefeitura Municipal de Parnamirim)
JORGE LACERDA DE FREITAS
(Prefeitura Municipal de Parnamirim)
SEVERINO AZEVEDO DE OLIVEIRA JUNIOR
(Prefeitura Municipal de Parnamirim)

Introdução:
A promulgação da Lei Complementar 141/2012 regulamentou o rateio do financiamento da saúde pública para cada esfera go-
vernamental. De acordo com a lei, os municípios devem aplicar anualmente no mínimo 15% da sua arrecadação de impostos
em ações e serviços públicos de saúde, no intuito de ampliar o atendimento às necessidades de saúde da população (MENDES;
CARNUT; GUERRA, 2018).

Objetivos:
Analisar a aplicação de recursos próprios em saúde conforme a Lei Complementar 141/2012 no município de Parnamirim, lo-
calizado no estado do Rio Grande do Norte.

Metodologia:
Estudo ecológico, cuja unidade de análise foi a aplicação de recursos próprios em saúde em Parnamirim, entre 2014 e 2018. Os
dados foram extraídos do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), que disponibiliza acesso aberto
e gratuito. No SIOPS, acessou-se a aba Cálculo do % aplicado em Saúde – conforme LC141/2012 e foram selecionadas as despesas
empenhadas até o fim do 6º bimestre de cada ano no município. Na consulta disponibilizada, foram coletadas as informações
financeiras dos campos Despesas com Recursos Próprios e Despesa mínima a ser aplicada em ASPS. Os dados foram exportados e
analisados descritivamente no Microsoft Excel 2010.

Resultados:
Em 2014, Parnamirim aplicou em saúde 84,8% a mais do que o mínimo estipulado pela LC 141/2012. Já em 2015, esse percentual
subiu para 95,9 e em 2016 chegou ao máximo do período analisado, 116,4% a mais do que o exigido em Lei. Em 2017 aplicou-se
94,19% a mais e em 2018, 98,8%. A maior aplicação foi destinada à atenção básica, seguida pela assistência de média e alta com-
plexidade. Esse perfil exitoso de execução financeira em ações e serviços de saúde apresentado por Parnamirim contribui para o
panorama geral do Rio Grande do Norte, que, segundo estudo de Leite, Lima e Vasconcelos (2012), é composto por municípios
que têm aumentado sua participação na composição dos recursos do setor saúde.

Conclusões:
Em todos os anos analisados o município de Parnamirim cumpriu mais do que o percentual mínimo de aplicação de recursos
próprios em saúde determinado pela Lei Complementar 141/2012. Com isso, percebe-se o compromisso e a responsabilidade
sanitária do município com o sistema de saúde, principalmente no âmbito do fortalecimento da atenção básica. Sua participação
contribui para efetividade das políticas de saúde no estado do Rio Grande do Norte.

Referências:
MENDES, A.; CARNUT, L.; GUERRA, L.D.S. Reflexões acerca do financiamento federal da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde.
Saúde & Debate, v.42, 2018.

LEITE, V.R.; LIMA, K.C.; VASCONCELOS, C.M. Financiamento, gasto público e gestão dos recursos em saúde: o cenário de um estado
brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, v.17, n.7, 2012.

598 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AVALIAÇÃO DAS REAÇÕES ADVERSAS À DOAÇAO DE SANGUE


EM UM HEMOCENTRO REGIONAL DO CEARÁ

CRISTIANE COELHO TIMBÓ FERREIRA GOMES


(Hemocentro Regional de Sobral-HEMOCE)
(CAVALCANTE, L.L)
(Enfemeira do Hemocentro Regional de Sobral - HEMOCE)
(CAVALCANTE, F.N)
(Discente do curso de Farmácia do Centro Universitário -UNINTA)
(MENEZES, R.S.P)
(Enfermeira Coordenadora de Ensino e Pesquisa do Hemocentro Regional de Sobral - HEMOCE)
(LOPES, V.T.M)
(Médica do Hemocentro Regional de Sobral - HEMOCE)

Período de realização:
O estudo foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2018 em um Hemocentro Regional do Ceará.

Objetivo da Experiência:
Doadores de sangue total que apresentaram reações adversas durante o procedimento de coleta em um Hemocentro Regional
do Ceará.

Objetivos:
Analisar as principais reações adversas à doação de sangue total em um Hemocentro Regional do Ceará.

Metodologia:
Estudo descritivo, retrospectivo e documental, realizado com base na estatística mensal de doações de sangue via sistema SBS WEB
do Hemocentro Regional, referente ao ano de 2018. Para coleta dos dados foi utilizada uma planilha com as variáveis pertinentes
ao alcance do objetivo deste estudo para posterior análise. A coleta dos dados se deu no mês de maio de 2019, sendo atendido os
princípios conforme a resolução CNS 466/2012 (BRASIL, 2012).

Resultados:
Foram efetuadas 15.627 doações de sangue total, sendo 260 eventos adversos notificados. Constatou-se que 55% ocorreram
em doadores do sexo feminino, com prevalência da reação vasovagal 94% seguida de hematoma 6%. Destacam-se os seguintes
sinais/sintomas: tontura (36,60%), palidez cutânea (26%), sudorese (19,50%), náuseas (4,80%) e turvação visual (4,80%). Houve
um predomínio das reações leves 95% seguida das graves com 4% e moderadas em 1%. Quanto à reação local obteve-se apenas
o hematoma.

Análise Crítica:
As reações adversas foram evidentes no sexo feminino. Houve prevalência das reações vasovagais, podendo ser classificadas em
leves, moderadas e graves (BRASIL, 2013). Destacaram-se tontura, palidez e sudorese, sendo estes classificados como reação
sistêmica leve. A reação local/hematoma, apesar do baixo índice, a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos mínimos sinais.
Ao constatar o início das reações adversas, deve-se realizar de imediato algumas condutas, a fim de que estes não se agravem.

Conclusões:
Constatou-se que a reação sistêmica vasovagal leve foi prevalente e que o sexo feminino se sobressaiu na ocorrência das reações
adversas. A reação local/hematoma demonstrou que, embora seja um número pequeno é necessário cuidados e orientação ao
doador a fim de minimizá-los. A equipe de enfermagem deve dar assistência especializada e maior atenção a estas reações, para
que, as mesmas não se agravem e tragam prejuízos aos doadores.

Comunicação Oral Curta 599


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução nº 466/12: sobre
pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação
na Saúde. Técnico em hemoterapia: livro texto / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Departamento de Gestão da Educação na Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

600 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

AÇÕES DE COMBATE AO AEDES AEGYPTI: RELATO DE UMA


EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL
REBECA NUNES DE SOUZA
(Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA)
WALYSON ARAÚJO RODRIGUES, (RODRIGUES W. A.)
Estudante de Odontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.
TASSIA CAMILA MIRANDA MACIEL BECCO, (BECCO T. C. M. M.)
Enfermeira do sistema de saúde de Sobral, CE. Preceptora do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS, (FREITAS C. A. S. L.)
Docente do Curso de Enfermagem da UVA. Tutora do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.
RICARDO LIMA DOS SANTOS, (SANTOS R. L.)
Docente do Curso de Educação Física da UVA. Tutor do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS, (DIAS M. S. A.)
Docente do Curso de Enfermagem da UVA. Diretora da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia. Coordenadora geral do
Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.

Período de realização:
A experiência foi realizada durante todo o ano de 2017, dividindo- se em ciclos para avaliações.

Objetivo da Experiência:
A experiência tem como objeto a ação interprofissional diante do alto índice de infestação do mosquito Aedes em um distrito de
Sobral, CE.

Objetivos:
Descrever as ações de controle do índice de proliferação elevado do mosquito Aedes Aegypti, com enfoque na interprofissiona-
lidade.

Metodologia:
Trata-se de um ensaio descritivo do tipo relato de experiência sistematizado por membros do Pet-Saúde Interprofissionalidade de
Sobral, Ceará. O cenário do estudo foi o distrito de Rafael Arruda, localizado no município de Sobral. As ações foram realizadas no
Centro de Saúde do distrito, seguem as Diretrizes da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério da Saúde. A sistematização se
deu de forma descritiva por meio da consulta aos relatórios e registros em diário da equipe do Centro de Saúde.

Resultados:
As ações foram planejadas e executadas em conjunto com os profissionais da equipe mínima de saúde, por meio de reuniões com
os profissionais, bem como debates interprofissionais com o coletivo da equipe para realizar mutirões com os profissionais da
equipe e visitas domiciliares. No primeiro ciclo realizado em 2017, foi encontrado um índice de 5.81, e a partir do terceiro ciclo,
em meados de julho do ano citado, o índice baixou para 5.04, e 2.89 e 1.80 no quarto e quinto ciclo respectivamente.

Análise Crítica:
A experiência demonstrou a relevância do trabalho interprofissional, uma vez que observou-se o declínio dos números de pro-
liferação do mosquito, e consequentemente epidemias das arboviroses no distrito. A ação trouxe reflexões importantes sobre a
potência do trabalho em equipe e destaca ainda a importância da educação interprofissional no campo da formação e do trabalho
em saúde, visando qualificar o cuidado à população e gerar discussões sobre os estereótipos já construídos sobre cada profissão

Conclusões:
A experiência foi desenvolvida em um período considerado insuficiente para afirmar mudanças em relação a diminuição de focos
de mosquitos ao longo dos meses. No entanto, foi possível verificar que a experiência possibilitou a mudança do foco do trabalho,

Comunicação Oral Curta 601


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

quando se deixou de pensar individualmente, para iniciar um processo de reflexão sobre a importância do trabalho coletivo para
a realização de um planejamento de ações e tomada de decisões.

Referências:
LIMA-CAMARA, Tamara Nunes. Arboviroses emergentes e desafios de saúde pública no Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.
50, 2016

MARTINS, Francisca Eugênia Paiva. Promoção à saúde no combate à dengue em Sobral (CE): relato de experiência. Sanare: Revista
de Políticas Públicas, Sobral, v. 15, 2016

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Combate ao Aedes Aegypti: prevenção e controle da Dengue, Chikungunya e Zika. Disponível em: http://
www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aedes-aegypti. Acesso em: 14 jun. 2019

602 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CONTRIBUIÇÕES DA “FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO


PARA ABANDONO DE TRATAMENTO DA TUBERCULOSE” NUM
SISTEMA DE SAÚDE DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ
ANA CLARA DE SOUZA CORREA
(Estudante de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE)
MARIA CECÍLIA DO CARMO LEÃO (LEAO, M.C.C)
(Estudante de Educação Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Bolsista do Pet saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE. )
SANDRA MARIA CARNEIRO FLOR (FLOR, S.M.C)
(Enfermeira do sistema de saúde de Sobral, CE. Preceptora do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.)
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS (FREITAS C. A. S. L.)
(Docente do Curso de Enfermagem da UVA. Tutora do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE.)
RICARDO LIMA DOS SANTOS (SANTOS R. L.)
(Docente do Curso de Educação Física da UVA. Tutor do Pet-saúde Interprofissionalidade de Sobral, CE. )
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS (DIAS M. S. A.)
(Docente do Curso de Enfermagem da UVA. Diretora da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia. Coordenadora geral do Pet-saúde
Interprofissionalidade de Sobral, CE.)

Período de realização:
O estudo ocorreu durante os meses de maio e junho/2019.

Objetivo da Experiência:
Contribuições da implementação de uma ficha de classificação de risco, com vista a diminuir as taxas de abandono no tratamento
da tuberculose (TB).

Objetivos:
Descrever as contribuições da utilização de uma ficha de classificação de risco para reduzir as taxas de abandono no tratamento
da tuberculose.

Metodologia:
Trata-se de um ensaio descritivo do tipo relato de experiência sistematizado por membros do Pet-Saúde Interprofissionalidade de
Sobral, Ceará. O cenário do estudo foi a Vigilância à Saúde de Sobral,CE. A imersão de estudantes da saúde no serviço instigou a
sistematização do processo de elaboração e implementação de uma Ficha de Classificação de Risco para o abandono de tratamen-
to da TB, desde 2017. A síntese se deu de forma descritiva por meio da consulta aos relatórios e registros de vigilância

Resultados:
Nas reuniões de trabalho com profissionais das mais diversas categorias foram constatadas várias vulnerabilidades sociais que
poderiam influenciar nas taxas de abandono ao tratamento. Cada fator de risco recebeu uma pontuação com base na frequência
com que foram constatados. Durante o ano de 2016 a taxa de abandono no tratamento TB no município de Sobral foi de 5,1%.
Depois da aplicação da ficha no final de agosto de 2017, nos 36 centros da saúde da família, em Sobral, essa taxa foi para 2,4%.

Análise Crítica:
A redução da taxa de abandono da TB, mostra a importância que essa ficha teve para mudar a realidade de Sobral além da po-
tência do trabalho interprofissional. Esses resultados exitosos também se deve a articulação efetiva na Rede de Atenção à Saúde.
Após a confirmação do caso de TB, a ficha de notificação é preenchida e encaminhada para a Vigilância Epidemiológica de Sobral,
onde são analisados os escores e feito os encaminhamentos. Contudo, é necessário realizar alterações nos escores da ficha.

Conclusões:
É possível concluir que a “Ficha de classificação de risco para abandono de tratamento da tuberculose” obteve resultados sig-

Comunicação Oral Curta 603


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

nificativos na redução da taxa de abandono da TB no município de Sobral. Essa ferramenta possibilitou aos profissionais uma
intervenção efetiva, garantindo que a maioria dos pacientes finalizassem o tratamento e, com isso, atuou diminuindo a cadeia de
transmissão dessa doença.

Referências:
CEARÁ, Governo do Estado do Ceará. Boletim Epidemiológico Tuberculose. 2019. Disponível em: Acesso em: 24 de julho de 2019

SILVA, D. R. et al. Fatores de risco para tuberculose: diabetes, tabagismo, álcool e uso de outras drogas. J. bras. pneumol., São
Paulo, v.44, n.2, p.145-152, abr. 2018.

604 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA E SUAS FAMÍLIAS: UM ESTUDO


SOBRE AS REDES DE APOIO SOCIAL
MARIA AUXILIADORA FERREIRA ARAÚJO
(Universidade Federal do Ceará)
CIBELLY ALINY SIQUEIRA LIMA FREITAS
VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA
ETELVINA SAMPAIO MELO
ANA NAYSA ALBUQUERQUE TEIXEIRA

Introdução:
As mudanças na vida da criança e da família, ao se depararem com a doença crônica podem relacionar-se a alterações orgânicas,
físicas emocionais e sociais. As redes sociais de apoio, são mecanismos de suporte. A família busca ajuda em variados espaços,
uma tentativa de acolhimento de suas angustias e maior qualidade de vida para a criança, bem como para os demais membros
da família.

Objetivos:
Mapear os elementos da rede social de apoio e descrever como as famílias de crianças com deficiências utilizam.

Metodologia:
Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso realizada no município de Sobral - CE, desenvolvida no
Centro de Reabilitação do sistema de saúde local com 21 familiares de crianças com deficiências atendidos em 2018. A coleta de
dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada com familiar de crianças com deficiência. Trata-se de um recorte da pesquisa
multicêntrica “Vivências de Famílias constituídas com Crianças com Deficiências: Organização, Práticas e Necessidades” vinculada
aos Grupos de Estudos Família, Saúde e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná e Grupo de Estudos e Pesquisa em
Vulnerabilidade e Saúde da UVA, com financiamento do CNPq.

Resultados:
As redes sociais mostraram-se como importantes recursos utilizados pela família na busca de acolhimento de suas angustias e
maior qualidade de vida para a criança com deficiência e sua família. As famílias apresentaram conhecimentos incipientes sobre
os recursos aos quais têm direito. Os mais utilizados pelas famílias relacionavam-se a: benefício financeiro, transporte, medica-
mento, órtese e um quantitativo relevante diz não fazer uso de nenhum recurso, o equivalente a 38,1% dos entrevistados. O fato
de muitas famílias não receberem nenhum tipo de recurso chamou atenção dos pesquisadores, suscitando a hipótese de que
provavelmente essas crianças não estejam recebendo tratamentos eficientes.

Conclusões:
As redes sociais de apoio mostraram-se como importantes recursos as quais as famílias utilizam, sendo percebidas como o resul-
tado de uma soma de todas as relações que um sujeito compreende como relevante. Foi possível perceber que há limitação do
conhecimento dos familiares sobre seus direitos e recursos que uma criança com deficiência pode dispor. As respostas mostra-
ram-se fragilizadas, talvez isso seja em decorrência desse desconhecimento.

Referências:
ALEXANDRE, A.M.C; LABRONICI, L.M.; MAFTUM, M.A.; MAZZA, V.A. Mapa da rede social de
apoio às famílias para a promoção do desenvolvimento infantil. Rev Esc Enferm. v. 46, n.2, p. 271-279, 2012.

BARBIERI, M.C., et al. Rede de suporte da família da criança e adolescente com deficiência visual. Ciência & Saúde Coletiva, v.21,
n.10, p.3213-3222, 2016

SLUZKI, C.E. A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. 147p.

Comunicação Oral Curta 605


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

DESENVOLVENDO CONCEITOS E CONHECIMENTOS SOBRE


POLÍTICAS PÚBLICAS E TERAPIA OCUPACIONAL.
PAULO VITOR OLIVEIRA AMARAL
(Universidade Estadual do Ceará)
KARYNY DIAS GOMES
CLAUDIANA MARIA LEITE GONÇALVES
CINDY RAFAELLI KELLISON CAMPOS CATUNDA
LUCYLA OLIVEIRA

Período de realização:
A experiência foi realizada em julho de 2019 na primeira turma de Graduação em Terapia Ocupacional.

Objetivo da Experiência:
Conhecimento em Terapia Ocupacional e sua interlocução com as Políticas Públicas por meio de metodologias ativas, aulas par-
ticipativas e interativas.

Objetivos:
Relatar a construção do conhecimento sobre a interface da Política Pública e a Terapia Ocupacional, no primeiro Curso de Terapia
Ocupacional da Universidade Estadual do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um relato com abordagem qualitativa. Segundo Minayo (2014), uma pesquisa qualitativa vai ocupar-se nas ciências,
com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado, valoriza o plano dos significados, crenças, aspirações
e atitudes. A experiência está ocorrendo durante a disciplina de Políticas Públicas e Terapia Ocupacional I, sendo os sujeitos, os
alunos da primeira turma de Terapia Ocupacional da Universidade Estadual do Ceará.

Resultados:
No que se refere ao conceito de política pública, os alunos tiveram incertezas quanto à resposta, alguns opinaram com uma pa-
lavra, e como conclusão deste primeiro momento, todos conseguiram realizar a atividade mediante aos conhecimentos prévios
práticos. No segundo momento, a professora construiu uma visualização móvel mostrando as respostas e indagando a respeito
das mesmas (LIMA, 2017). As principais palavras destacadas foram: Direitos, cidadãos, leis, ações do governo, população e estado.

Análise Crítica:
Um fato curioso foi que a palavra Governo foi preponderante, mostrando assim que, para os alunos, o governo é parte fundamen-
tal para que a política pública seja aplicada. O conceito apresentado pelos alunos não estava totalmente errado, apenas incomple-
to. Compreendeu-se que, nós somos parte integrante, ao passo que os problemas e as insatisfações iniciam por visualização nossa
e podem, ou não, serem levadas aos poderes políticos para uma possível resolução.

Conclusões:
A experiência tem mostrado que muitas coisas são visualizadas em nosso dia a dia e muitas medidas podem ser tomadas a partir
da força de nossas vozes. É necessária uma busca pelo conhecimento e uma real participação do ciclo social, pois os meios ativos
são dados. As atividades realizadas de forma participativa contribuem para a emancipação e formação de profissionais aptos a
atuar em um contexto de criação e gestão da Política Pública.

Referências:
LIMA, V.V. Espiral Construtivista: uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem. Interface- Comunicação, Saúde e Educação 21
(61) Apr-Jun, 2017.

MINAYO, M. C. S. Desafio do Conhecimento. 14. ed. São Paulo, SP: Hucitec, 2014.

606 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ATENÇÃO À SAÚDE:


EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
PAULO MARTINS RODRIGUES (ESP/CE)
NAZKA FERNANDES FARIAS
(Escola de Saúde Pública do Ceará)

Período de realização:
junho de 2018 a junho de 2019

Objetivo da Experiência:
Atividades desenvolvidas no eixo de Educação Permanente em Atenção à Saúde para profissionais de saúde e sociedade, no Es-
tado do Ceará.

Objetivos:
Este trabalho objetiva relatar e destacar a experiência no Centro de Educação Permanente em Atenção à Saúde (CEATS) da Escola
de Saúde Pública do Ceará Paulo Martins Rodrigues, no que tange às atividades ofertadas aos profissionais de Saúde do Estado
do Ceará.

Metodologia:
O Centro de Educação Permanente em Atenção à Saúde (CEATS) é composto por uma equipe de profissionais da saúde de diver-
sas categorias, que elaboram projetos e programas pedagógicos para a execução de cursos livres e Especializações voltados para
capacitar e formar profissionais para uma atuação efetiva na área de Atenção em Saúde. As temáticas dos cursos são ofertadas a
partir de demandas vinculadas ao Eixo de Educação Permanente do Governo do Estado do Ceará e Instituições parceiras.

Resultados:
Os cursos e demais atividades desenvolvidas pelo CEATS tem atendido à demandas de localidades variadas no Estado do Ceará.
Após construção da matriz curricular é divulgado no site institucional da ESP/CE e aberto ao público interessado. Os alunos ava-
liam o serviço por instrumento institucional, desenvolvido pelo CEATS, como satisfatório e importante para o percurso profissio-
nal. As turmas apresentam adesão significativa, atingindo a média de aprovação superior a 85% na maioria das turmas.

Análise Crítica:
A execução de atividades voltadas para a capacitação e formação de profissionais de saúde alinhadas às demandas cotidianas e
aos Indicadores de saúde do Estado do Ceará é considerada como potencializadora no que tange à melhoria da qualidade do ser-
viço ofertado e da relação do profissional de saúde com os demais cidadãos. Promover educação permanente em saúde contribui
para fortalecer a gestão em saúde e mapear dificuldades e demandas.

Conclusões:
A Escola de Saúde Pública do Ceara objetiva fortalecer a qualificação dos profissionais na área de Atenção à Saúde através de uma
participação satisfatória e envolvimento dos profissionais de saúde às atividade promovidas pelo CEATS, fincadas nas diretrizes da
Política de Educação Permanente em Saúde, do Estado do Ceará e alinhado ao desenvolvimento e qualificação interprofissional
em saúde.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação
na Saúde. A educação permanente entra na roda: pólos de educação permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer. 2.
ed. Brasília, DF; 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 198, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Perma-
nente em Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2004. Seção 1

Comunicação Oral Curta 607


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO EM PACIENTES COM


DIABETES MELLITUS ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA:
REVISÃO INTEGRATIVA
MISLANNA LOPES BARROS
(Santa Casa de Misericórdia de Sobral)
MISLANNA LOPES BARROS MARIA
THAYANE JORGE FREIRE
DARLIANE KELLY BARROSO DE SOUSA
MAYARA ALCANTARA DE ALBUQUERQUE
TAMARA COSME RODRIGUES FERREIRA
ALEXANDRE DE CARVALHO LIMA

Introdução:
No cuidado às pessoas com Diabetes Mellitus (DM), a atenção básica realiza um acompanhamento que permite a aproximação
com o contexto social do usuário do serviço e de suas necessidades, singularidade e história de vida. Destacando as ações de
prevenção e promoção da saúde do usuário, família e comunidade, já que a DM é considerada um problema crescente (FELIPE et
al., 2011).

Objetivos:
Analisar as estratégias de intervenção em pacientes com Diabetes Mellitus atendidos na Atenção Primária, através de uma revisão
integrativa da literatura.

Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, dividida em etapas, após a identificação dos artigos, foi realizada a seleção dos
estudos primários, de acordo com a questão norteadora, e os critérios de inclusão previamente definidos. Os artigos foram dis-
postos em um quadro estruturado, esse instrumento foi elaborado com a finalidade de extrair e analisar os dados dos estudos
incluídos. Após a seleção dos artigos, procedeu-se a análise dos dados, sendo elaborados e expostos em forma de quadro para
organização da análise dos artigos contendo os itens: título do artigo, ano da publicação, objetivo geral e intervenção/acolhimen-
to e realizadas análises qualitativas de cada artigo.

Resultados:
Nos estudos analisados foram vistos que a abordagem em grupo tem a capacidade de tornar o paciente com Diabetes, emponde-
rado, torna a convivência familiar de boa qualidade e mais fácil. Observou-se também que as visitas domiciliares são realizadas na
tentativa de melhorar a adesão dos usuários ao sistema de saúde e ao tratamento, sobretudo utilizando como meio que favorece
essa ligação as visitas domiciliares, um cuidado prestado à comunidade. Necessário também que os profissionais busquem cada
vez mais o aperfeiçoamento do atendimento e atualizações, ainda sobre as formas de trabalhar a prevenção e promoção da saúde
em doenças crônicas, que apresentam elevada incidência, como a Diabetes.

Conclusões:
Almeja-se que este estudo de revisão integrativa de literatura possa adicionar saberes no que se refere a estratégias para trata-
mento e prevenção da Diabetes Mellitus na Atenção Básica à Saúde, focando na importância de haver uma equipe que trabalhe
em consonância e busque a qualidade de vida e de tratamento para indivíduos com doenças crônicas como essa, tornando-o
capaz de se emancipar e ampliar seus conhecimentos.

Referências:
FELIPE, J. F. et al. Consulta de Enfermagem ao Usuário Hipertenso Acompanhado na Atenção Básica. Rev. Rene. Fortaleza, v.12,
n.2, p. 287-94, 2012. Disponivel em: http:// www. Revistarene.ufc.br/vol12n2_pdf/a09v12n2.pdf. Acesso em: 29 de maio de 2019.

608 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CONDIÇÕES CRÔNICAS


SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SEUS FATORES
INTERVENIENTES EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DO CEARÁ

NAIARA TEIXEIRA FERNANDES


(Universidade Estadual Vale do Acaraú)
ANDRÉA CARVALHO ARAÚJO MOREIRA (MOREIRA, A.C.A)
(Universidade Estadual Vale do Acaraú)
SAMIR GABRIEL VASCONCELOS AZEVEDO (AZEVEDO, S.G.V)
(Universidade Estadual Vale do Acaraú)
NATÁLIA REIS DE CARVALHO (CARVALHO, N.R)
(Universidade Estadual Vale do Acaraú)
MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA (SILVA, M.A.M)
(Universidade Estadual Vale do Acaraú)

Introdução:
As internações por condições sensíveis à atenção primária à saúde são amplamente utilizadas por vários países do mundo para
se avaliar a qualidade em nível primário e tem ampla relação com fatores como a cobertura da Estratégia Saúde da Família e os
indicadores socioeconômicos.

Objetivos:
Correlacionar os indicadores socioeconômicos e da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) com as taxas de internação de
idosos por condições crônicas sensíveis à atenção primária à saúde.

Metodologia:
Estudo ecológico, misto e analítico, de 2012 a 2018, na 11ª Região de Saúde do Ceará com idosos entre 60-74 anos. A variável
dependente foi a taxa de ICSAP crônicas e variáveis independentes as taxas de cobertura da ESF e os indicadores socioeconômicos
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, índice de Gini, analfabetismo em maiores de 15 anos, população em domicílio
com banheiro e água encanada, vulneráveis à pobreza e extremamente pobres. A coleta de dados ocorreu em novembro de 2018 à
fevereiro de 2019 pelo DATASUS, e-Gestor e atlas de desenvolvimento humano. Para verificação da normalidade aplicou-se o teste
de Kolmorogov Smirnov e para correlação o coeficiente de Pearson.

Resultados:
No período de análise houveram 5.322 internações por ICSAP, sendo 64,18% do grupo de condições crônicas. A tendência das
taxas dessas internações se mostrou em diminuição ao longo dos anos. Os resultados revelaram relações positivas e negativas,
porém fortes entre as variáveis. O índice de Gini teve r= 0,78 e para as demais variáveis a correlação variou entre r= -0,87 e 0,88,
sendo o indicador porcentagem de domicílios com banheiro e água encanada (r= -0,89) de maior destaque.

Conclusões:
É provável que o aumento da cobertura da ESF e a melhora dos indicadores socioeconômicos tenham influenciado a redução das
taxas de internação por condição crônica ao longo dos anos. Como limitação do estudo aponta-se a exclusão de alguns municípios
da amostra que não tinha registros no DATASUS. Recomenda-se a continuidade deste tipo de estudo para que se possa realizar
análises mais robustas para melhor definir a relação entre as variáveis.

Referências:
LABERGE, Maude; WODCHIS, Walter P; BARNSLEY, Jan; LAPORTE, Audrey. Hospitalizations for ambulatory care sensitive conditions
across primary care models in Ontario, Canada. Soc. sci. med. Vol. 181, pp. 24–33, 2017. DOI:10.1016/j.socscimed.2017.03.040

Comunicação Oral Curta 609


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

O ACIDENTE DE TRABALHO FATAL E OS FAMILIARES


ANA CLAUDIA ALVES MARTINS
(Universidade Estadual de Campinas)
GUARNIERI
JUSSARA FARIA
PEDRO HENRIQUE KOMODA
DENIS SATOSHI
CINTRA
MARÍLIA CORDEIRO
RICARDO

Introdução:
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, atualmente, em todas as regiões do mundo, ocorre o aumento da mortalidade
por causas externas, reflexo do aumento da violência. Esse crescimento tem especial impacto na população trabalhadora. A mor-
te do trabalhador desequilibra toda a estrutura familiar, financeira e emocional. A Constituição Federal do Brasil garante à todo
trabalhador o direito ao s

Objetivos:
Dar visibilidade aos familiares do trabalhador morto de Acidente de Trabalho Fatal (ATF) no núcleo familiar e social, a partir da
análise do acesso à seguridade social e aos direitos indenizatórios.

Metodologia:
O estudo foi realizado na cidade de Campinas-SP. Foi realizada uma revisita após 2entrevistas com os familiares de moradores que
vieram à óbito por acidente de trabalho no período de 01/01/2015 à 31/12/2015 (82 casos). A primeira foi logo após o óbito e a
segunda entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Durante as entrevistas foi aplicado o instrumento de autópsia verbal. Na se-
gunda entrevista, o instrumento foi utilizado para verificar se houve algum fato novo e também realizadas questões semiabertas,
com questões como: “Vocês receberam algum apoio da empresa, sindicato ou órgão público”, “O que mudou na sua vida e da sua
família” que foram analisadas a partir de técnicas de análise de conteúdo

Resultados:
Das 82 entrevistas realizadas, 14 (17%) não foi encontrada nenhuma informação complementar, ou diferente da primeira entrevis-
ta. Deste modo, os resultados aqui apresentados referem-se a 68 (83%) das entrevistas. Entre as 68 famílias apenas 25 (37%) estão
recebendo a pensão de morte, 23 (34%) receberam o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e apenas 8 (12%) entraram
com algum tipo de ação indenizatória pela morte do trabalhador. Entre os 40 óbitos por acidentes de trabalho/trânsito, 29 (72,5%)
dos familiares das vítimas receberam o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Conclusões:
O estudo buscou contextualizar o impacto do acidente de trabalho fatal para a família do trabalhador. A análise das narrativas
possibilitou a visibilidade de questões como o desconhecimento dos direitos trabalhistas e a falta do suporte social e psicológico
aos familiares por parte da empresa ou do Estado, sobretudo para os trabalhadores do mercado informal. Mostra-se, dessa forma,
a necessidade de ações preventivas e de suporte às famílias.

Referências:
Organização Mundial da Saúde. CID-10. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10a
revisão. São Paulo: EDUSP; 1996.

Organização Mundial de Saúde (OMS). Relatório mundial sobre violência e saúde. G e n e b r a ; 2 0 0 2 . [ c i t e d 2 0 1 1 j a n 1 1 ] .


A v a i l a b l e f r o m : http://www.opas.org.br/cedoc/hpp/ml03/03 29.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Aspectos demográficos. In:Síntese de indicadores sociais: uma análise das condi-
ções de vida da popula

610 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERCEPÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO PRAS


(PNEUMONIA RELACIONADA À ASSISTÊNCIA) EM UMA
UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL DE
REFERÊNCIA
DERIVÂNIA VIEIRA CASTELO
BRANCO JAMILA MARIA AZEVEDO AGUIAR
CLARISSA DE MARIA TOMAS FARIAS
GERMANA BRAGA LOPES
KLEVER CORREIA DA SILVA
RENAN RHONALTY ROCHA

Período de realização:
Junho a Julho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Protocolo de pneumonia relacionada à assistência (PRAS), utilizado em uma unidade de internação pediátrica.

Objetivos:
Descrever a percepção dos enfermeiros sobre a experiência da utilização de um protocolo de cuidados para evitar pneumonia
hospitalar relacionada à assistência.

Metodologia:
Relato de experiência vivenciado por enfermeiros da clínica pediátrica de um hospital de referência da cidade de Sobral - CE. O
protocolo foi implantado em março de 2017, com os seguintes cuidados: cabeceira elevada de 30º a 45º graus; higiene oral; aspi-
ração de vias áreas quando necessário. Para abertura do protocolo, faz-se necessário identificar os pacientes que predispõem ao
maior risco, assim como correlacionar as medidas que são necessárias para cada perfil.

Resultados:
Desde a implantação, o protocolo foi uma ferramenta que contribuiu na redução em 100% no primeiro ano (2018) de broncoas-
piração e 43,6% dos índices de pneumonia acometida durante o internamento. Houve também a ausência desses eventos no mês
de setembro de 2018 e janeiro de 2019. No primeiro semestre de 2019 a mediana foi de 1,14, uma de melhoria 49,77% quando
comparada ao mesmo período de 2018 com densidade de 2,27.

Análise Crítica:
Tal enfermidade pode trazer sérias consequências para o paciente (aumento da permanência e substancial do risco de morte) e
para o hospital (maior custo com o paciente), é preciso buscar medidas de prevenção para esta complicação. São raros os estudos
e Bundles elaborados para a prevenção de PRAS em pacientes adultos e pediátricos internados em enfermaria, o que nos remete
a importância em discutir essa temática, tendo em vista o crescente impacto na garantia da segurança do paciente.

Conclusões:
O acompanhamento dos índices de PRAS é importante por ser um dos indicadores que mede a qualidade do atendimento pres-
tado pelo serviço de saúde. É necessário que os profissionais de saúde tenham conhecimento aprofundado sobre esta temática,
para prevenir complicações, dentre elas a PRAS, no qual é um fator imprescindível para a diminuição da incidência desta infecção,
bem como de sua morbimortalidade.

Comunicação Oral Curta 611


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios Diagnósticos de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde/Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2017a.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Série:
Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília: ANVISA, 2017b.

612 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PERFIL DA SEPSE NO EIXO PEDIÁTRICO DE UM HOSPITAL


TERCIÁRIO DE REFERÊNCIA.
ANA EGLINY SABINO CAVALCANTE
(Hospital Regional Norte)
ANTONIA REGYNARA MOREIRA RODRIGUES
(Universidade Estadual do Ceará - UECE)
FRANCISCA BRUNNA DE CARVALHO COSTA VASCONCELOS
(Hospital Regional Norte - HRN)
ANTONIO MEDEIROS JUNIOR
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN)
JÉSSICA COSTA BRITO PACHECO
(Hospital Regional Norte - HRN)
LILIANE BORGES PINHEIRO
(Hospital Regional Norte - HRN)

Introdução:
A sepse é um conjunto de manifestações graves no organismo produzidas por uma infecção. Atualmente, no Brasil, é a principal
causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o in-
farto e o câncer. A sepse reflete, também, a realidade do hospital em estudo, sendo à causa primordial de morte, especialmente
na pediatria.

Objetivos:
Face ao problema representado pela elevada incidência e mortalidade da sepse nos serviços de pediatria do hospital em estudo,
objetiva-se, com esta pesquisa, descrever o perfil epidemiológico da sepse no eixo pediátrico bem como seu desfecho em um
hospital de referência do interior do Ceará.

Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, analítico e retrospectivo de abordagem quantitativa, desenvolvido no eixo pediátrico de um
hospital de grande porte do interior do Ceará, durante os anos de 2017 e 2018. Sua amostra foi composta por 180 prontuários
de pacientes atendidos na emergência, clínica ou UTI pediátrica com diagnóstico de sepse, sepse grave ou choque séptico. Foram
excluídos os pacientes com diagnóstico indefinido de sepse. O estudo respaldou os preceitos éticos com aprovações dos Comitês
de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar com pareceres
consubstanciados de números 2.451.431 e 2.368.143, respectivamente.

Resultados:
Foram avaliados 180 prontuários: 126 da emergência (70%), 35 da UTI (19,4%) e 19 da clínica pediátrica (10,5%). Todos os pacien-
tes foram inseridos no protocolo sepse do hospital e o perfil global teve uma representatividade de 93 (51,6%) lactentes, seguidos
de 44 (24,4%) pré-escolares (faixa etária de 2 a 4 anos), 28 (15,5%) escolares (faixa etária de 5 a 10 anos) e 15 (8,3%) adolescentes
(faixa etária de 11 a 17 anos). A prevalência foi do sexo masculino - 103 (57,2%) e o principal foco de sepse observado foi o pul-
monar, com 104 casos (57,7%). 164 pacientes tiveram desfecho favorável (91%), ou seja, não evoluíram com óbito.

Conclusões:
A predominância do sexo masculino é similar a estudos que também observam uma maior evidência da sepse em meninos. Quan-
to à faixa etária, há um destaque para lactentes de 0 a 2 anos (São Pedro et al, 2015; Hartman et al, 2013). O desfecho favorável
pode ser associado à existência e adesão ao protocolo clínico instituído no hospital. É evidente a necessidade de pesquisas nesse
contexto a fim de viabilizar melhores tratamentos e condutas à sepse.

Comunicação Oral Curta 613


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
São Pedro TC, Morcillo AM, Baracat EC. Etiologia e fatores prognósticos da sepse em crianças e adolescentes admitidos em terapia
intensiva. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2 0 1 5 2 7 ( 3 ) : 2 4 0 - 2 4 6 . D i s p o n í v e l e m : http://www.scielo.br/pdf/rbti/
v27n3/0103-507X-rbti-27-03-0240.pdf.

Hartman ME, Linde-Zwirble WT, Angus DC, Watson RS. Trends in the epidemiology of pediatric severe sepsis. Pediatr Crit Care Med
[Internet]. 2013 [citado em 2018 18 de junho];14(7): 686-93. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23897242
doi 10.1097/PCC.0b013e3182917fad.

614 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

PROGRAMAS DE SAÚDE PARA MORADORES DE RUA: REVISÃO


SISTEMÁTICA
RILLARY MARIA DE SOUSA CARVALHO
(UNINTA)
INGRID MORAIS DE MELO
(acadêmica de medicina do Centro Universitário INTA)
RODRIGO ANTUNES BEZERRA BORGES
(acadêmico de medicina do Centro Universitário INTA)
NARCELI AMÉRICA DE ALENCAR AZEVEDO
(professora de medicina do Centro Universitário INTA)

Introdução:
O acesso a saúde aos moradores de rua é ineficaz devido às concepções de doença e organização do sistema. A principal legisla-
ção é a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR), criada em 2009. Em 2012, a Política Nacional de Atenção
Básica propôs os Consultórios na Rua. A Lei 13.714, de 2018, proíbe a recusa de atendimento pelo SUS de indivíduos em situação
de risco social.

Objetivos:
Buscar na literatura a existência de programas de saúde destinados a população de rua.

Metodologia:
Foi realizada uma revisão sistemática em busca de programas de saúde direcionados as pessoas em situação de rua. Inicialmente
foi estabelecida a questão; “Quais programas públicos de saúde existem em prol das pessoas em situação de rua?”, para res-
ponder foi feito uma pesquisa virtual nas plataformas Scielo e Pubmed com os descritores “programas para moradores de rua”
e “consultório na rua”. Os critérios de seleção de artigos científicos foram: em língua portuguesa, ser gratuito e dissertar sobre
programas públicos brasileiros. Depois, foram escolhidos 8 artigos, sendo lidos na íntegra por duas pesquisadoras.

Resultados:
Ainda que haja a PNPSR e outras políticas locais, elas não garantem o cuidado integral devido características heterogêneas do
grupo. Na literatura, o único programa que está se consolidando e efetivando é o de Consultórios na Rua (CRs), com pesquisas
demonstrando indicadores de saúde do grupo além de vários relatos que demonstram aproximação entre o SUS e os moradores
de rua. Mais um passo foi dado, com a recente Lei 13.714 que assegura o atendimento de pacientes com vulnerabilidade social
mesmo sem residência fixa.

Conclusões:
Visto a discreta atuação pública em programas de saúde para os moradores de rua é evidente a necessidade da criação de pro-
gramas direcionados a este grupo, e ainda uma formação acadêmica de profissionais de saúde capacitados para o atendimento
destes. Os trabalhos científicos sobre o tema ainda são escassos na literatura brasileira, portanto é notória a importância de pes-
quisas científicas relacionadas a este grupo de pacientes.

Referências:
CARNEIRO JUNIOR, N. et al. Serviços de saúde e população de rua: contribuição para um debate. Saúde e Sociedade, São Paulo,
v. 7, n. 2, p. 47-62, ago./dez.1998.

COELHO, E. A. C.; FONSECA, R. M. G. S. Pensando o cuidado na relação dialética entre sujeitos sociais. Rev Bras Enferm, Brasília, DF,
v. 58, n. 2, p. 216, mar./abr. 2005.

Ministério da Saúde. Portaria nº 122, de 25 de janeiro de 2011. Proposta de Consultórios na Rua da Política Nacional de Atenção
Básica.

Comunicação Oral Curta 615


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

REGIMENTO INTERNO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO


INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: PROTAGONISMO DO PET-
SAÚDE EM SOBRAL/CE
LUCAS NEPOMUCENO SANTOS
(UFC)
LUCAS NEPOMUCENO SANTOS. SANTOS, L.N.
UFC
MÁRCIA MARIA SANTOS DA SILVA. SILVA, M.M.S.
ESP VS
MARIA JOSÉ GALDINO SARAIVA. SARAIVA, M.J.G.
ESP-VS
ROSELANE DA CONCEIÇÃO LOMEO. LOMEO, R.C.
UVA
MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS. DIAS, M.S.A .
ESP-VS

Período de realização:
A elaboração e a implantação do Regimento compreenderam o período de abril a junho de 2019.

Objetivo da Experiência:
Criação e implantação do Regimento Interno do Núcleo de Educação Interprofissional em Saúde, enquanto ação do PET-Saúde
Interprofissionalidade.

Objetivos:
Contribuir na criação do Núcleo Interinstitucional de Educação Interprofissional em Saúde de Sobral (NIEIS) para fortalecer ações
de interprofissionalidade; Propor objetivos, ações e estrutura organizacional do NIEIS; Elaborar o Regimento Interno; Validar o
Regimento no colegiado gestor do PET-Saúde

Metodologia:
Inicialmente foram aprofundados conhecimentos sobre Educação Interprofissional, além da leitura e discussão do Projeto PET/
Interprofissionalidade em Sobral. Foram definidas as orientações e normatizações mínimas para o funcionamento do NIEIS e, pos-
teriormente, a sistematização escrita do Regimento Interno foi realizada. A versão preliminar foi apresentada ao colegiado gestor
do PET-Saúde, que elencou importantes sugestões, as quais compuseram o documento final, após os ajustes realizados.

Resultados:
A produção de normas e orientações evidenciou importante processo formativo para o grupo tutorial do PET-Saúde responsável
pela atividade, tanto no que concerne à sistematização escrita quanto ao aprofundamento teórico necessários na elaboração do
documento. Enquanto produto, a experiência agregou o Regimento Interno do NIEIS, o qual norteou a estruturação e funciona-
mento do Núcleo, e promoveu reflexões sobre possibilidades de fomento à educação interprofissional no município.

Análise Crítica:
A partir dos estudos realizados foram identificadas poucas experiências semelhantes ao NIEIS. Por conseguinte, ainda que a
Educação Interprofissional em Saúde (EIP), com toda sua importância no desenvolvimento de competências colaborativas para
melhorar o serviço em saúde, venha ampliando sua visibilidade mundial nos últimos anos, destacou-se a necessidade da institu-
cionalização de espaços que impulsionem reflexões acerca da educação interprofissional, bem como das práticas colaborativas.

616 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Conclusões:
A Educação Interprofissional em Saúde mostra-se fundamental para a melhora do trabalho em equipe e consequente eficiência
do sistema de saúde. Importa, assim, a busca de estratégias de inserção ou fortalecimento da EIP nos espaços de formação e
de desenvolvimento das práticas de cuidado, a exemplo do NIEIS, que se propõe ao fomento da EIP guardando coerência com os
princípios do SUS e o perfil profissional demandado pelas necessidades de saúde.

Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. SGTES. Relatório final da oficina de alinhamento conceitual sobre educação e trabalho interprofis-
sional em saúde. Brasília, 2017.

CECCIM, R.B. Conexões e fronteiras da interprofissionalidade: forma e formação. Interface (Botucatu). 2018; 22(Supl. 2):1739-49.

D’Amour, D. et al. (2005). Conceptual basis for interprofessional collaboration: Core concepts and theoretical frameworks. Journal
of Interprofessional Care, Supplement 1.

Comunicação Oral Curta 617


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DE MULHERES IMIGRANTES


HAITIANAS
GIOVANNA CARLA COSTA RANGEL
(Universidade Federal de Goiás)
MARTA ROVERY DE SOUZA

Introdução:
As migrações sempre fizeram parte da história da humanidade. Entretanto, contemporaneamente, esses fluxos migratórios tem se
intensificado. Apesar de não repercutir necessariamente como uma ameaça à saúde, os processos migratórios podem acarretar
uma maior vulnerabilidade, principalmente para as mulheres que vão enfrentar particulares riscos para a saúde, especialmente
à saúde sexual e reprodutiva

Objetivos:
Caracterizar e descrever os cuidados em saúde sexual e reprodutiva de mulheres haitianas cadastradas na Unidade Básica de
Saúde Expansul (UBS) no município de Aparecida de Goiânia, Goiás.

Metodologia:
Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa e de caráter exploratório, com uma amostra de 36 mulheres imigrantes hai-
tianas cadastradas na referida UBS. Os dados foram coletados no período de novembro de 2016 a abril de 2017 e analisados atra-
vés do mapeamento e construção de tabelas de frequência simples e a correlação entre variáveis sócio-econômico demográficas.

Resultados:
As entrevistadas encontravam-se na faixa etária de 19 a 57 anos e chegaram ao Brasil entre os anos de 2011 e 2017. A maioria
delas acessou o território brasileiro pelos estados do Acre e do Amazonas (33,3%). Verificou-se que 11% das entrevistadas desco-
nhecia ser ou não portadora de HIV ou outra IST. A maioria das entrevistadas tinha entre 2 e 3 filhos e apenas 38.9% dessas mães
realizaram o acompanhamento pré-natal durante a última gravidez. Mais de 70% delas nunca havia realizado exame preventivo
de câncer de útero e 63,9% não utilizavam nenhum método contraceptivo.

Conclusões:
Conclui-se que é preciso aprofundar na discussão sobre ações e políticas em saúde pública voltadas às necessidades de saúde
sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes presentes no território brasileiro.

Referências:
TOPA, Joana; NEVES, Sofia; NOGUEIRA, Conceição. Imigração e saúde: a (in)acessibilidade das mulheres imigrantes aos cuidados de
saúde. Saúde e Sociedade, São Paulo, Abr/Jun 2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0104-12902013000200006&lng=p t&tlng=pt. Acesso em: 24 ago. 2018.

VENTURA, Míriam. Imigração, saúde global e direitos humanos. Cadernos de Saúde Pública, [ S . l . ] , 2 0 1 8 . D i s p o n í v e l e m :
http://www.scielo.br/pdf/csp/v34n4/1678-4464-csp-34-04-e00054118.pdf

618 Comunicação Oral Curta


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN NOS EXAMES E


SEGUIMENTOS DOS CASOS DE CÂNCER DO CENTRO DE
ESPECIALIDADES MÉDICAS (CEM) DE SOBRAL/CE
FRANCISCA WALKIRIA VIANA LANDIM
(Centro de Especialidades Médicas)
BEATRIZ ALVES VIANA GERARDO CRISTINO FILHO
JOÃO FRANCISCO LANDIM TAVARES

Período de realização:
O início das atividades se deu em setembro de 2017 e se estendem até o período atual.

Objetivo da Experiência:
Exames do CEM nos serviços de Radiografia, Citopatologia e Mamografia e no retorno de consultas para os casos de biopsias
positivas para câncer.

Objetivos:
Relatar a experiência de gestão no Centro de Especialidades Médicas (CEM) de Sobral/CE, a partir da utilização da metodologia
Lean visando reduzir e otimizar o Lead Time (tempo total do processo) nos resultados de exames e seguimentos dos casos de
câncer desse serviço.

Metodologia:
Relato que descreve a experiência de gestão no CEM de Sobral/CE, onde se realizou uma intervenção a partir da ferramenta A3 da
metolodogia Lean, que se refere a um método que busca identificar a natureza de um determinado problema, propondo contra-
medidas possíveis para solucioná-lo (SOBEK & SMALLEY, 2010). Tal método, baseado também em modelos de gestão tem objetivo
de aplicar formas de intervenção que obtenha resultados com maior eficiência e menos gastos e esforços (BUZZI & PLYTIUK, 2011).

Resultados:
Houve uma redução do tempo de espera de 83% nos exames de radiografia, 69% de citopatologia, 80% de mamografia, 74% de
biópsias e 78% de retornos com biópsia de casos de câncer. Os resultados impactaram na satisfação dos clientes do CEM de Sobral,
além da melhoria no clima laboral entre os colaboradores. Das principais conquistas obtidas com o projeto, pode-se elencar a me-
lhoria considerável nos Tempos Médios de Atendimento dos serviços prestados e a padronização e automatização de atividades.

Análise Crítica:
O CEM antes da intervenção apresentava um elevado Lead Time para resultados de exames e de seguimentos de casos de cân-
cer. A insatisfação dos pacientes era evidente, pois existia uma grande demora dos processos. Observou-se grande desperdício
de tempo dos gestores devido a grande instabilidade dos processos. A eficácia se deu com mapeamento dos fluxos de valor dos
exames, desenvolvimento de relatórios operacionais, implantação do Round Diário de Melhoria e acompanhamento da gestão(-
SILBER, 2006).

Conclusões:
Considerando a urgência de algumas demandas de saúde, mais especificamente de doenças como o câncer tornou-se oportuno
intervir diretamente no tempo de efetivação de processos relacionados a exames e retornos dos pacientes. Assim, foram propos-
tas ações que diminuíssem o tempo de espera a partir da ferramenta A3 do método Lean, no qual teve o objetivo de permitir uma
compreensão mais aprofundada dos problemas e possibilidades no contexto do CEM.

Comunicação Oral Curta 619


II Congresso Internacional Saúde e Sociedade - Sobral 2019

Referências:
SOBEK II, D.K.; SMALLEY,A. Entendendo o pensamento A3 Toyota. Porto Alegre: Bookman. 2010.

BUZZI D, PLYTIUK CF. Pensamento enxuto e sistemas de saúde: um estudo da aplicabilidade de conceitos e ferramentas lean em
contexto hospitalar. Rev Qualidade Emergente. 2011;2(2):18-38.

SILBER, ACL. Um estudo de casos sobre a aplicação de princípios enxutos em serviços de saúde no Brasil [dissertação]. Rio de
Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2006.

620 Comunicação Oral Curta

Você também pode gostar