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O que mudou no tocante ao banco de horas com a reforma trabalhista?

Com a Reforma Trabalhista, o regime de banco de horas tornou-se mais


flexível, trazendo mais autonomia para negociação entre empregado e
empregador.

Antes da reforma, o banco de horas só poderia ser adotado se fosse


previsto em convenção coletiva, portanto, era imprescindível a
participação do sindicato da categoria na sua implementação. Vale destacar
que, essa modalidade de banco de horas continua a existir, está prevista no
§2º, art. 59 da CLT e sua validade para compensação é de 1 ano.

Após a reforma, surgiu a possibilidade de o banco de horas ser adotado por


meio de um acordo individual, isto é, pactuado diretamente entre
empregado e empregador. Contudo, a sua validade para compensação é de
6 meses.

Além disso, a nova lei também trouxe a possibilidade de o banco de horas


ser compensado mensalmente. Nesse caso, ele poderá ser pactuado
por um acordo tácito ou escrito, diretamente entre empregado e
empregador.

Veja a normativa sobre o tema:

Art. 59 [...]
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá ser
pactuado por acordo individual escrito, desde que a
compensação ocorra no período máximo de seis meses;

§ 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido


por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no
mesmo mês.

Em resumo, de acordo com a implementação desses dois parágrafos no art.


59 da CLT, o banco de horas também passou a funcionar da seguinte forma:

 Por acordo individual com compensação em até 6 meses; e

 Por acordo individual tácito ou escrito com compensação no mesmo


mês.
Observações:

 independentemente da modalidade adotada pelas partes (1 ano, 6


meses ou no mesmo mês), transcorrido o prazo para sua
compensação, o banco de horas será convertido em horas extras; e

 Ocorrendo a rescisão do contrato de trabalho, sem que o empregado


tenha compensado seu banco de horas, independentemente da
modalidade pactuada, o respectivo banco de horas será convertido
em horas extras e pago junto às verbas rescisórias – Art. 59, §3º da
CLT.

Conclusão
A média geral de horas extras do último ano no departamento de vendas é
de 40 a 60 horas por mês.
Levando em consideração a modalidade de banco de horas com
compensação em até 6 meses, sua implementação, à luz da minha análise,
é inviável. Pois, teríamos em média 240 horas de saldo mensal
(considerando que a lei permite no máximo 2 horas adicionais diárias,
independentemente se estamos tratando de horas extras ou banco de
horas), gerando assim um valor aproximado de R$ 6.422,84 a ser pago ao
colaborador pela não compensação. E se a modalidade for a compensação
no mês, além da problemática apresentada no tocante ao limite máximo de
2 horas diárias, provavelmente não conseguiríamos compensar todas as
horas dentro do mesmo mês, o que geraria a conversão desse banco de
horas não compensado em horas extras.
Minha sugestão seria a adoção da normativa prevista no artigo 62, I da CLT,
da mesma forma em que adotamos para o Pós-Venda.
Esta normativa é direcionada aos empregados que exercem atividade
externa incompatível com a fixação de horário. Em resumo, são
empregados sem controle de jornada. E trazendo para a nossa realidade,
como não controlaríamos a jornada de trabalho, a cobrança seria feita por
tarefas.

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