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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO DE DIREITO
CAMPUS ITABAIANA
PROCESSO DO TRABALHO - N05

MICHAEL LIMA ANDRADE

RESUMO DO ARTIGO: NOVIDADES SOBRE A AÇÃO RESCISÓRIA NA JUSTIÇA


DO TRABALHO: LEI 11.495/2007

ITABAIANA
2022
O referido artigo escrito pelo Dr. Gustavo Filipe Barbosa Garcia traz a temática da
ação rescisória na justiça do trabalho. Segundo o autor a lei 11.495/2007 passou a exigir o
deposito prévio em ações rescisórias no âmbito do trabalho. Assim, ele apresenta também,
reflexos da referida modificação, o alcance e a eficácia da nova previsão legal.

O artigo 836 da CLT foi alterado pela lei 11.495/2007 sujeitando a ação rescisória no
âmbito da justiça do trabalho ao deposito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa,
salvo comprovado a miserabilidade do autor.

Anteriormente à modificação a súmula 338 do Supremo Tribunal Federal (STF)


estabelecia não ser cabível a ação rescisória no âmbito da justiça do trabalho. Na ação
rescisória discute-se a existência de vícios graves na sentença de mérito, permitindo-se a
desconstituição da coisa jugada material como previsto no artigo 485 do CPC. Ocorre que não
seria razoável a execução de seu cabimento na justiça do trabalho, em que os referidos
defeitos formais ou substanciais também podem ocorrer, merecendo correção, em respeito ao
ideal de justiça e à integridade do ordenamento jurídico.

Assim, a súmula 144 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que previa o cabimento
da ação rescisória na justiça do trabalho foi cancelada, ficando a Súmula 194 com a
disposição sobre o tema, mas apresentada de forma mais completa.

A questão então passou a ser analisada não mais quanto à possibilidade de aplicação
da ação rescisória na justiça do trabalho, mas quanto a necessidade de deposito para seu
ingresso. Deste modo, observou-se que não seria isonômico impor a necessidade de deposito
apenas quando ajuizada a rescisória pelo empregador. Segundo o entendimento anterior do
TST seria desnecessário o depósito previa previsto no CPC para a ação rescisória trabalhista,
entendimento este sumulado sob o número 194.

Apesar desses entendimentos a força da lei 11.495/2007 mudou esse panorama, assim,
passou-se a ser exigido o depósito prévio de 20% do valor da causa na ação ajuizada na justiça
do trabalho. Cabe destacar que no Processo Civil o deposito exigido pelo artigo 488, II, do
CPC é de 5% sobre o valor da causa, ou seja, no âmbito trabalhista a ação rescisória é quatro
vezes maior.

Na ação rescisória trabalhista o valor da causa na hipótese de desconstituir decisão da


fase de conhecimento, seja a decisão improcedente ou procedente, será o valor da causa
previsto na inicial ou aquele fixado pelo juiz, valor esse corrigido monetariamente.
Já a ação rescisória que visa desconstituir decisão proferida na fase de execução o
valor da causa será aquele fixado em liquidação de sentença também corrigido
monetariamente, ou seja, deve ser reajustado pela variação cumulada do INPC do IBGE até a
data do ajuizamento.

Destarte, observa-se que houveram várias modificações quanto a aplicação da ação


rescisória no âmbito da Justiça do Trabalho, quanto a exigência do depósito prévio para o
ingresso da ação e quanto ao valor da causa na ação rescisória trabalhista. Diante das
mudanças é notório o avanço doutrinário sobre o tema e também a disparidade entre o valor
do depósito prévio da esfera cível e da esfera trabalhista.

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