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Trabalhadores
O benefício da justiça gratuita, além de estar previsto nos arts. 98 a 102 do CPC
(Código de Processo Civil), sempre possuiu regulamentação específica na legislação
trabalhista, estando seus requisitos presentes no art. 790 da CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho).
Ocorre que, com a entrada em vigor da Lei 13.467/2017 (Lei intitulada de reforma
trabalhista), houve a inclusão de novos requisitos para a concessão do benefício da
Justiça Gratuita, proporcionando imenso debate nos Tribunais e no campo acadêmico,
pois a implementação destas mudanças supostamente encontraria barreiras no
princípio do acesso à justiça.
Ainda assim, o aludido cenário trouxe relevante repercussão no âmbito dos principais
Tribunais Regionais do Trabalho do país, forçando com que o TST e o STF se
manifestassem a respeito, pacificando a matéria em âmbito jurisprudencial.
● Art. 790-B, §4º: Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que
em outro processo, a União responderá pelo encargo.
○ Estabelecia que a União só pagaria as custas processuais se o
trabalhador não tivesse créditos em outro processo. Essa restrição
impedia o acesso à justiça para aqueles que, em um momento de
dificuldade, necessitassem da tutela jurisdicional.
● Art. 791-A, §4º: Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha
obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a
despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição
suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais
obrigações do beneficiário.
○ Condicionava a suspensão da exigibilidade das custas processuais à
inexistência de créditos em outro processo. Essa exigência
desconsiderava a realidade socioeconômica dos trabalhadores e criava
obstáculos à defesa de seus direitos.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Lei nº 13.467, de 2017. Dispõe sobre a Reforma Trabalhista. Acesso em:
13 mar. 2024.
GALVÃO, Andréia; KREIN, José Dari; BIAVASCHI, Magda Barros; TEIXEIRA, Marilane
Olveira (et all). Contribuição crítica à reforma trabalhista. Campinas. GT: Reforma
Trabalhista CESIT/ IE/ UNICAMP. 2017.