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REQUISITOS DO

VÍNCULO
DE EMPREGO

Profª. Carolina Giordano


RELAÇÃO DE EMPREGO X
RELAÇÃO DE TRABALHO
RELAÇÃO DE EMPREGO X
RELAÇÃO DE TRABALHO

gênero
espécie

RELAÇÃO DE EMPREGO X
RELAÇÃO DE TRABALHO
“TODO EMPREGADO É UM
TRABALHADOR, MAS NEM
TODO TRABALHADOR É UM
EMPREGADO”
RELAÇÃO DE TRABALHO

EMPREGADO AVULSO VOLUNTÁRIO AUTÔNOMO EVENTUAL ESTAGIÁRIO


CLT Lei n. 12.023/2009 Lei n. 9.608/1998 Relação cível Art. 12, V, g, Lei 8.212/91 Lei n. 11.788/2008
RELAÇÃO DE TRABALHO

EMPREGADO
CLT

Inclusos contratos de trabalho como:


- domésticos
- menor aprendiz
- temporário (período máximo de 180 dias, prorrogável por mais 90) – demanda específica. Ex. Natal.
- empregados públicos (aprovados em concurso mas contratados via CLT)
Quem é o EMPREGADO?
Quem é o EMPREGADO?
> Requisitos que caracterizam a relação de emprego
EMPREGADO

• Art. 3º da CLT

• Art. 2º da CLT
EMPREGADO
• Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.

• Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
EMPREGADO
• Pessoa física
• Pessoalidade
• Subordinação
• Onerosidade
• Não eventualidade ou habitualidade
• Alteridade
• Pessoa física
• Pessoalidade
• Subordinação
• Onerosidade Requisitos Cumulativos
• Não eventualidade ou habitualidade
• Alteridade
1) PESSOA FÍSICA
• PJ não é empregado

• Fenômeno da PEJOTIZAÇÃO
• Art. 9º da CLT

• Princípio da primazia da realidade


1) PESSOA FÍSICA
• Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos
praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos
preceitos contidos na presente
Consolidação.

• Princípio da primazia da realidade


DECISÃO REGIONAL PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017 . RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA . LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA ÁREA MÉDICA MEDIANTE "PEJOTIZAÇÃO". DESVIRTUAMENTO. FRAUDE À
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA CONSTATADA . A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e a desta Corte Superior firmaram-se no sentido de que o Ministério Público do Trabalho detém
legitimidade para ajuizar ação civil pública para tutela de interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis ou homogêneos socialmente
relevantes. No caso destes autos, o órgão ministerial alega configurado o desvirtuamento na contratação de médicos para trabalhar no hospital
Reclamado, mediante a chamada "pejotização", ou seja, há contratação de pessoas jurídicas como se fossem prestadoras de serviço, com
evidente fim de impedir a aplicação da legislação trabalhista, com enorme prejuízo social, o que configura fraude, nos termos do artigo
9º da CLT. O Ministério Público postula, assim, além da indenização por danos morais coletivos, a condenação das reclamadas na abstenção de
contratar e manter empregado como pessoa jurídica, como prestador de serviço, como autônomo, ou com intermediação de empresa ou
cooperativa quando incidirem na relação de trabalho os elementos fático-jurídicos da relação de emprego. Além disso, pretende que, na
contratação de pessoal, seja realizada seleção pública, de forma que sejam respeitados os princípios constitucionais que regem as contratações
de pessoal na Administração Pública, em especial o princípio da impessoalidade. Trata-se de direitos individuais homogêneos, de origem
comum. Precedentes. Assim, patentes a legitimidade ativa e o interesse de agir do Ministério Público do Trabalho. Inteligência dos artigos 127,
caput , e 129, III, da Constituição Federal; 5º, I, da Lei nº 7.347/85; 1º, 6º, VII, e 83, I e III, da Lei Complementar nº 75/93. Recurso de revista
conhecido e provido.
(TST - RR: 3015820185060313, Relator: Claudio Mascarenhas Brandao, Data de Julgamento: 16/06/2021, 7ª Turma, Data de Publicação:
25/06/2021)
2) PESSOALIDADE
2) PESSOALIDADE
• Impossibilidade de fazer-se substituir

• Obrigação personalíssima
3) SUBORDINAÇÃO
Sérgio Pinto Martins: “O obreiro exerce sua atividade com
dependência ao empregador, porque é dirigido. O obreiro é, por
conseguinte, um trabalhador subordinado, dirigido por seu
empregador”.
3) SUBORDINAÇÃO

a) Subordinação jurídica
b) Subordinação técnica
c) Subordinação econômica
4) ONEROSIDADE
• Contraprestação financeira

• Prova em processo trabalhista: extrato bancário

• Ex. Voluntário
5) NÃO EVENTUALIDADE OU
HABITUALIDADE
5) NÃO EVENTUALIDADE OU
HABITUALIDADE

• Ânimo da continuidade

• Princípio da continuidade na relação de emprego

• Ex. Escola > o Professor e o Encanador


6) ALTERIDADE
• Riscos do negócio

• Ex. Loja de roupas no shopping


EXCLUSIVIDADE E
PRESENCIALIDADE ?
EXCLUSIVIDADE
Compatibilidade de horário

Súmula 386 - POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM


EMPRESA PRIVADA. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de
relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento
de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

PRESENCIALIDADE
Teletrabalho – Arts. 75-A e seguintes da CLT
UBER e trabalhadores por aplicativo
A respeito dos requisitos da relação de emprego, oportuno esclarecer alguns aspectos:

a) a não-eventualidade diz respeito à continuidade, de modo intermitente ou contínuo, do labor prestado pelo
trabalhador em favor da empresa;

b) a CLT equipara os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados àquela
empreendida por meios pessoais e diretos (parágrafo único do art. 6º);

c) a liberdade quanto ao cumprimento da jornada de trabalho não é óbice ao reconhecimento do vínculo de


emprego;

d) a exclusividade não é requisito caracterizador da relação empregatícia.

8. O preposto da reclamada admitiu a existência de restrição à autonomia do trabalhador com relação à forma de
recebimento e ao veículo a ser utilizado

(TRT-15 - ROT: 00117101520195150032 0011710-15.2019.5.15.0032, Relator: JOAO BATISTA MARTINS


CESAR, 11ª Câmara, Data de Publicação: 26/04/2021)
No TST – não reconhecimento:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE INTERPOSTO SOB A


ÉGIDE DA LEI Nº 13.467/2017 - RITO SUMARÍSSIMO - UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA. -
TRABALHO PRESTADO POR PLATAFORMAS DIGITAIS - INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO DE EMPREGO -
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA O trabalho desempenhado pelas plataformas digitais não
cumpre os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT, não havendo vínculo de emprego entre os trabalhadores e a
respectiva plataforma. Julgados de Turmas desta Eg. Corte Superior. Agravo de Instrumento a que se nega
provimento.

(TST - AIRR: 0010609-35.2022.5.03.0140, Relator: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento:
27/02/2024, 4ª Turma, Data de Publicação: 01/03/2024)
No TST - reconhecimento:

RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017 . UBER
DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA. [...]. CONFLUÊNCIA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS HUMANISTAS E
SOCIAIS QUE ORIENTAM A MATÉRIA [...]. VÍNCULO DE EMPREGO. [....]. PRESENÇA DOS ELEMENTOS
INTEGRANTES DA RELAÇÃO EMPREGATÍCIA. INCIDÊNCIA, ENTRE OUTROS PRECEITOS, TAMBÉM DA
REGRA DISPOSTA NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 6º DA CLT [...]. PRESENÇA, POIS, DOS CINCO
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO, OU SEJA: PESSOA HUMANA PRESTANDO TRABALHO; COM
PESSOALIDADE; COM ONEROSIDADE; COM NÃO EVENTUALIDADE; COM SUBORDINAÇÃO. ÔNUS DA
PROVA DO TRABALHO AUTÔNOMO NÃO CUMPRIDO, PROCESSUALMENTE (ART 818, CLT), PELA
EMPRESA DE PLATAFORMA DIGITAL QUE ARREGIMENTA, ORGANIZA, DIRIGE E FISCALIZA A
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE. [...]. Dessa forma, deve ser
reformado o acórdão regional para se declarar a existência do vínculo de emprego entre as Partes, nos termos da
fundamentação. Recurso de revista conhecido e provido.

(TST - RR: 1003530220175010066, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 06/04/2022, 3ª Turma,
Data de Publicação: 11/04/2022)
PREPOSTA DO GOVERNO:

- Modalidade “trabalhador autônomo por aplicativo”

- Piso mínimo

- Sindicato

- Contribuição ao INSS
Quem é o EMPREGADOR?
EMPREGADOR
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
EMPREGADOR
• Grupo econômico

Art. 2º. § 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra (grupo econômico vertical), ou ainda
quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia (grupo econômico horizontal), integrem grupo
econômico, serão RESPONSÁVEIS SOLIDARIAMENTE pelas obrigações decorrentes da relação de
emprego.

§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes.
JULGADOS DO TRT-15 RECONHECENDO A CARACTERIZAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO

GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA SOLIDÁRIA. A caracterização de grupo


econômico para fins de responsabilidade solidária pelas obrigações trabalhistas se perfaz pela presença de liames subjetivos e
objetivos que evidenciem a existência de uma relação de coordenação entre os entes coligados, com orientação empresarial comum,
demonstrada pela efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta das empresas integrantes do grupo; mesmo que não evidenciada
a existência de uma relação de dominação entre as pessoas jurídicas, guardando cada uma delas a sua autonomia. Inteligência do art.
2º, §§ 2º e 3º, da CLT, com a redação dada pela Lei 13.467/2017.
(TRT-15 - AP: 00100646220135150134 0010064-62.2013.5.15.0134, Relator: EDISON DOS SANTOS PELEGRINI, 10ª Câmara, Data de Publicação:
19/07/2021)

GRUPO ECONÔMICO. INCLUSÃO NO POLO PASSIVO NA FASE DE EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE. PROVA DE RELAÇÃO
HIERÁRQUICA ENTRE AS RECLAMADAS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Com o cancelamento da Súmula nº 205 do C.
TST, não resta dúvida de que a pretensão de responsabilizar solidariamente outra empresa, com base na tese de existência de grupo
econômico, não se restringe à fase cognitiva processual, sendo amplamente aceita a sua inclusão na fase de execução. Para a
caracterização de grupo econômico com responsabilidade solidária, é necessária a demonstração de direção, controle ou administração
de uma empresa sobre a outra, o que foi amplamente demonstrado, em especial se considerado o vasto acervo probatório produzido
nos autos. Uma vez comprovada a ingerência da agravante na administração da 1ª reclamada, o que caracteriza grupo econômico,
tem-se, portanto, que são responsáveis solidárias pelos créditos oriundos da presente ação, nos termos do artigo 2º, § 2º, da CLT.
Agravo de petição não provido.
(TRT-15 - AP: 00115700920195150152 0011570-09.2019.5.15.0152, Relator: ADRIENE SIDNEI DE MOURA DAVID, 5ª Câmara, Data de Publicação:
23/09/2021)
JULGADO DO TRT-15 NÃO RECONHECENDO A CARACTERIZAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO

GRUPO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PROVA. Bem decidiu o MM. Magistrado, Dr Carlos Eduardo Vianna Mendes: "O
Juiz está preso à prova dos autos. Pode até mesmo em seu íntimo estar convicto da verdade sobre determinado fato, mas se as
provas do processo convergem em sentido contrário, não há como negá-las. No caso, não houve prova de que exista uma
convergência e unidade de interesses entre as reclamadas. Não há nenhum elemento nos autos que evidencie que decisões
técnicas, comerciais, administrativas e financeiras sejam tomadas em função dos interesses de lucro conjunto ou que exista uma
unidade de comando nas operações de pessoal. Só existe a prova de que a proprietária da 1ª é mãe de um dos sócios da 2ª
reclamada. Como esse reside fora do Brasil, é até natural que a mesma vez ou outra ajude em algum assunto, mas isso não
significa que aja como administradora. A simples relação de parentesco não prova, por si só, a existência do grupo econômico
familiar. Nego o pedido". (g/n)

(TRT-15 - ROT: 00106305620175150009 0010630-56.2017.5.15.0009, Relator: OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI, 1ª Câmara, Data de Publicação: 05/10/2020)
E SE A EMPRESA MUDA DE DONO?
EMPREGADOR
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao
período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do
contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I - a empresa devedora
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes

Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na
alteração societária decorrente da modificação do contrato.
EMPREGADOR
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos
empregados.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações
trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade
do sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na
transferência.

Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da
empresa.
DESCONSIDERAÇÃO DA PJ
Art. 855-A da CLT

- Fase processual
Código civil:
Art. 50

Código de processo civil:


Art. 135 CPC
Código civil:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

Código de processo civil:


Art. 135 CPC. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as
provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
DESCONSIDERAÇÃO DA PJ

Direito Reclamada Pedido de Patrimônio dos


reconhecido (Pessoa Jurídica) desconsideração sócios (pessoas
judicialmente sem patrimônio da PJ físicas)
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PJ

Direito Reclamada Pedido de


Patrimônio da
reconhecido (Pessoa Física) desconsideração
empresa (PJ)
judicialmente sem patrimônio INVERSA
DÚVIDAS?

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