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Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal

Filosofia 11ºano

Desafios da tecnologia no mundo do trabalho

«A ideia de que, em certo sentido, a tecnologia é mais “esperta” do que nós é


inquietante.» - Daniel Susskind em O Futuro das Profissões

Mariana Lourenço Chaves, nº21, 11ºA


Introdução

A capacidade da humanidade de armazenar, enviar e manipular informações expandiu-


se enormemente nos últimos anos em resultado de inovações nas tecnologias da
informação e das telecomunicações. Estas tecnologias da informação e da comunicação
(TIC) têm efeitos significativos em quase todas as áreas da economia, levando a uma
aceleração geral no ritmo do avanço tecnológico. Ao mesmo tempo, o trabalho, o seu
conteúdo, a sua organização e conceção, a sua regulamentação e proteção enfrentam
grandes mudanças nesta era digital. Frequentemente, tais mudanças acarretam também
uma diluição das fronteiras entre as diferentes dimensões do trabalho e entre o trabalho,
o emprego e a atividade não profissional.

IMPACTOS NOS POSTOS DE TRABALHO


A transformação digital vem acompanhada da automação e, consequentemente, da
extinção de inúmeros postos de trabalho. Os robôs dominarão uma série de funções,
inclusive nas áreas médica e jurídica. Por ora, os postos preservados são aqueles
relacionados ao relacionamento humano, a aspetos cognitivos e a poder de decisão.

Cada vez mais o custo dessas máquinas está a ser reduzido e, em países como China e
Estados Unidos, em 10 anos a automação já deve ser sensível na sociedade.

Ao mesmo tempo em que vagas são extintas, outras são criadas — ainda que em menor
proporção —, afinal, a mente humana é necessária para operar as máquinas e interpretar
os dados por ela produzidos. Eis aí uma oportunidade de se manter competitivo em
meio à invasão robótica.
Quando pensamos em transformação digital e mercado de trabalho, tudo pode parecer
muito distante, tanto em relação a tempo quanto a geografia (afinal, mencionamos aqui
China e Estados Unidos). Mas, se pensarmos em nossa realidade, já identificamos
reflexos dessa transformação.

Já temos mais caixas de Auto atendimento em bancos do que funcionários para nos
atender em agências menores. O mesmo observamos nos aeroportos, quando vamos
fazer o procedimento de check in.

São máquinas que falam connosco nas centrais de atendimentos telefónicos, sem contar
com a Inteligência Artificial, que cria uma nova realidade para os mais diversificados
setores da economia. A educação é mais um campo que precisa se adequar à revolução
digital.

Esta não pode continuar a seguir o modelo tradicional no meio de uma sociedade
permeada por tecnologias disruptivas. É preciso que professores e alunos estejam
alinhados tecnologicamente para que a educação seja eficaz.

Carreira em risco

Os avanços da tecnologia estão a trazer grandes inovações e seus impactos já podem ser
vistos em inúmeros setores. Por exemplo, no setor de serviços, alguns postos de
trabalho estão a ser extintos pelo uso cada vez mais frequente dos softwares, ou seja,
profissões estão a tornar-se em programas de computador.

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Oxford estudou cerca de 700 profissões,


e metade delas corriam o risco de serem extintas na próxima década devido ao uso da
tecnologia. Embora esse estudo não tenha sido desenvolvido em Portugal, devemos
estar atentos para essas tendências em trabalhos desenvolvidos dentro de escritórios,
como contadores, secretárias, operadores de telemarketing, entre outros.
O trabalho em diversos países

O “futuro” já chegou para os profissionais de telemarketing e, no Japão, a seguradora


Fukoku Mutual Life substituiu 34 funcionários pelo sistema de computação cognitiva
Watson da IBM. A nova ferramenta tecnológica tem a capacidade de responder
perguntas complexas e de gerar diagnósticos com altíssimo grau de eficácia. Softwares
de computação cognitiva como o Watson serão ferramentas indispensáveis para manter
padrões de produtividade e de competitividade de empresas nas áreas de seguros,
serviços financeiros, saúde e consultoria jurídica, entre outras.

Enquanto não houver um detalhado diagnóstico sobre a dinâmica da substituição de


mão-de-obra pelas novas tecnologias, os governos, blocos económicos, trabalhadores e
empregadores seguirão debruçando-se sobre o tema criando medidas paliativas que não
atacam a raiz do problema: Quais atividades serão exercidas por humanos nas próximas
décadas e qual o tipo de formação educacional e profissional será adequado para
responder aos desafios do Século XXI.

Somando a crescente industrialização da China com a emergência dos processos de


substituição de mão-de-obra pelo uso de tecnologias de automação produtiva, temos
como resultado um número cada vez menor de vagas de empregos nos países em
desenvolvimento e a situação é ainda mais preocupante nos países pobres. Estima-se
que dois terços dos empregos existentes hoje no mundo não precisariam mais existir em
aproximadamente vinte anos.

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