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ORIGEM E EVOLUÇÃO DO ESTADO 4

COMUNIDADE MEDIEVAL (IDADE MÉDIA) 4


FRAGMENTAÇÃO DO PODER 4
PERSONALIZAÇÃO DO PODER 4
INDIVIDUALIZAÇÃO DO PODER 4
ESTADO MODERNO 4
CENTRALIZAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DO PODER 4
TERRITORIALIZAÇÃO DO PODER 4
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PODER 5
EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO 5
ESTADO DE DIREITO LIBERAL 5
ESTADO DE DIREITO SOCIAL 5

ELEMENTOS DO ESTADO 5

POVO 5
MINORIA NACIONAL 5
SOBERANIA 6
SOBERANIA JURÍDICA 6

CONSTITUIÇÃO 6

PRINCÍPIO DA CONSTITUCIONALIDADE 6
FUNÇÕES DA CONSTITUIÇÃO 6
INTEGRADORA 6
CONFORMADORA 7
PRINCÍPIO DA ESSENCIALIDADE 7
FORMAS CONSTITUCIONAIS 7
CONSTITUIÇÃO ESCRITA 7
CONSTITUIÇÃO NÃO ESCRITA 7
CONSTITUIÇÃO RÍGIDA 7
CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL 7
CONSTITUIÇÃO MATERIAL 7
CONSTITUIÇÃO FORMAL 7
CONSTITUIÇÃO ESTATUTÁRIA 7
CONSTITUIÇÃO PROGRAMÁTICA 7
CONSTITUIÇÃO SIMPLES 8
CONSTITUIÇÃO COMPLEXA 8
CONSTITUIÇÃO NORMATIVA 8
CONSTITUIÇÃO SEMÂNTICA 8
CONSTITUIÇÃO NOMINAL 8

TRIDIMENSIONALIDADE CONSTITUCIONAL 8

REALIDADE CONSTITUCIONAL 8
CULTURA CONSTITUCIONAL 8
TEXTO CONSTITUCIONAL 8
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 9

ATOS JURÍDICO-PÚBLICOS 9

ATOS NORMATIVOS 9
ATOS UNILATERAIS 9
ATOS PLURILATERAIS 9
HIERARQUIA DOS ATOS NORMATIVOS 9
CONSTITUIÇÃO 10
ATOS LEGISLATIVOS NACIONAIS 10
ATOS LEGISLATIVOS DA UE 10
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 10
REGULAMENTOS ADMINISTRATIVOS 11
ATOS NÃO NORMATIVOS 11
ATOS POLÍTICOS 11
ATOS JURISDICIONAIS 11
ATOS ADMINISTRATIVOS 11
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 11

PODER CONSTITUINTE 11

ORIGINÁRIO 12
DERIVADO 12
LIMITES MATERIAIS AO PODER CONSTITUINTE 12
HORIZONTAIS 12
VERTICAIS 12
NORMA SÓ FORMALMENTE CONSTITUCIONAL 12
NORMA CONSTITUCIONAL INCONSTITUCIONAL 12
12

PODER DE REVISÃO CONSTITUCIONAL 12

LIMITES FORMAIS AO PODER DE REVISÃO CONSTITUCIONAL 12


TEMPORAIS 12
PROCEDIMENTAIS 12
CIRCUNSTANCIAIS 13
LIMITES MATERIAIS AO PODER DE REVISÃO CONSTITUCIONAL 13
EXPRESSOS 13
IMPLÍCITOS 13
TIPOS DE REVISÃO 13
EXPRESSA 13
TÁCITA 13

TIPOLOGIA DAS NORMAS 13

PRECEITOS E PRINCÍPIOS 13
PRINCÍPIOS 13
PRINCÍPIOS JURÍDICOS FUNDAMENTAIS 13
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO SISTEMA CONSTITUCIONAL 13
PRINCÍPIOS-INCUMBÊNCIAS DO ESTADO 13
PRINCÍPIOS-GARANTIA OU INSTRUMENTAIS 14
PRECEITOS 14
NORMAS PROGRAMÁTICAS 14
NORMAS PRECETIVAS 14

FUNÇÕES DO ESTADO 14

FUNÇÃO POLÍTICA 14
FUNÇÃO LEGISLATIVA 14
FUNÇÃO GOVERNATIVA 14
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA 14
FUNÇÃO JURISDICIONAL 14

REGIMES POLÍTICOS 15

REGIME PARLAMENTAR 15
REGIME PRESIDENCIAL 15
REGIME PARLAMENTAR RACIONALIZADO 15

ÓRGÃOS DE SOBERANIA EM PORTUGAL 15

PR E GOVERNO 15
PR E AR 15
AR E GOVERNO 16
PR 16
AR 16
GOVERNO 16

PRINCÍPIOS ORDENADORES DAS RELAÇÕES ENTRE AS FONTES 16

PRINCÍPIO DA HIERARQUIA 16
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA HORIZONTAL 16
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA NORMATIVA VERTICAL 16
PRINCÍPIO DA RESERVA DA LEI E PRINCÍPIO DO PRIMADO DA LEI (ESTADO DE DIREITO) 17

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 17

LEI ORGÂNICA 17
LEI COM VALOR REFORÇADO 17
LEIS DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA 17
LIMITE DAS AUTORIZAÇÕES 17
CESSAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO 17
VÍCIOS DOS ATOS LEGISLATIVOS AUTORIZADOS 18
FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE 18

FISCALIZAÇÃO PREVENTIVA 18
EFEITOS DA PRONÚNCIA PELA INCONSTITUCIONALIDADE 18
FISCALIZAÇÃO SUCESSIVA ABSTRATA 18
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 18
FISCALIZAÇÃO SUCESSIVA CONCRETA 19
EFEITOS DO JULGAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE 19
FISCALIZAÇÃO SUCESSIVA MISTA 19

LEI 20

DECRETO-LEI 20

Origem e evolução do Estado


Comunidade medieval (Idade Média)
Fragmentação do poder
 Diversidade de organizações políticas, com estatutos, prerrogativas e aparelhos próprios
 Sujeição dos vários poderes a uma autoridade superior: Papa ou Imperador
 Contrapõe-se a centralização e concentração do poder

Personalização do poder
 Princípio da personalidade na aplicação do Direito
 Privilégios de foro que concediam autoridade a certos indivíduos
 Território como património de uma pessoa (coletiva ou individual)
 Contrapõe-se à territorialização do poder

Individualização do poder
 Poder reside na pessoa do soberano
 Insegurança e instabilidade na liderança
 Ruturas no plano da regulação
 Insegurança jurídica e falta de uniformidade na aplicação do Direito
 Contrapõe-se à institucionalização do poder

Estado moderno
Centralização e concentração do poder
 Aparelho de poder único
 Ordem jurídica una e uniforme, a todos aplicada
 Contrapõe-se a fragmentação do poder

Territorialização do poder
 Princípio da territorialidade na aplicação do Direito
 Território como património coletivo do Estado
 Definição da base geográfica do poder
 Associação do território ao Direito
 Contrapõe-se a personalização do poder

Institucionalização do poder
 Poder reside nas instituições, não nos indivíduos
 Pessoas são apenas titulares de cargos em órgãos de soberania
 Estabilidade da liderança
 Continuidade das regras vigentes independentemente do aplicador
 Autonomização do património dos governantes face ao do Estado
 Contrapõe-se a individualização do poder

Evolução do Estado moderno


Estado de Direito liberal
o Alcançado através das revoluções liberais
o Soberania passa do Rei para a Nação (soberania popular)
o Poder soberano exercido pelo parlamento, eleito (sufrágio censitário)
o Separação de poderes, submissão do Estado ao Direito e reconhecimento dos direitos
fundamentais
o Liberalismo económico
o Falhas do capitalismo e desigualdades económicas e sociais ditaram o seu declínio

Estado de Direito social


o Conserva e aprofunda as características mais importantes do liberalismo político
o Alargamento do sufrágio a toda a população (sufrágio universal)
o Repúdio do liberalismo económico: intervenção estatal na economia para atenuar
desigualdades e corrigir falhas de mercado
o Nalguns países, a intervenção estatal foi mais alargada, levando a nacionalizações de
setores chave (“democracia na política, socialismo na economia”)

Elementos do Estado
Povo
 Conceito jurídico-político: diferente de nação, pátria ou população
 Conjunto de cidadãos de um Estado, independentemente do local de residência
 Povo como sujeito e objeto do poder: possuem um vínculo que os associa ao Estado
 Soberania popular (art. 1º e 3.º/1)

Minoria nacional
Comunidade minoritária no Estado na qual se encontra, com laços que a une e distingue da
demais população.
O problema das minorias nacionais pode ser resolvido através da concessão de autonomia
pessoal, cultural ou territorial, no âmbito dos estados democráticos.
No contexto dos estados autoritários, estas minorias são reprimidas através da coação.
Relevo para o princípio da nacionalidade (cada nação tem direito a um Estado e cada
Estado deve assentar numa nação) e para o princípio da autodeterminação dos povos
(direito a escolher o regime político e económico em que vivem).

Soberania
Poder político.
Capacidade de impor, pela força, aos indivíduos membros de um grupo social a adoção de um
determinado comportamento.
Ultima ratio, mas indispensável para a eficácia do Estado.
Poder supremo a nível interno (monopólio do uso da força) e independente a nível externo
(nenhum se lhe pode impor sem o seu consentimento).
Desafios à soberania: separação de poderes e processos de integração internacional

Soberania jurídica
Possibilidade de adotar atos jurídicos de autoridade: declarações que produze uma
transformação na esfera jurídica dos seus destinatários sem necessidade do seu
consentimento.

Constituição
Estatuto jurídico fundamental de uma comunidade política.
Conceito ideal
Documento escrito que consagra o princípio da separação de poderes, os direitos e garantias
dos cidadãos.

Princípio da constitucionalidade
o art. 3º/3
o Superioridade normativa das normas constitucionais no ordenamento jurídico (lex
superior)
o Ressalva quanto às normas da EU (art. 8º/4)
o Autoprimazia normativa da constituição: o fundamento da sua validade é ela própria
(norma normarum)

Funções da Constituição
Integradora
Construção da unidade política da comunidade.
Consagra os valores fundamentais da sociedade e os procedimentos políticos de
composição de interesses.

Conformadora
Relacionada com a unidade jurídica da comunidade.
Condensa os valores jurídico-políticos fundamentais que servirão de critério de validade
das restantes normas de Direito (princípio da constitucionalidade).
Princípio da essencialidade
Para que seja duradouro e não perca normatividade, o texto constitucional deverá somente
consagrar aquilo que é verdadeiramente identificador de uma comunidade política.
Estabelece a forma de Estado, o sistema de governo, os valores jurídicos fundamentais e o
âmbito pessoal e territorial da soberania.

Formas constitucionais
Constituição escrita
Contida num livro (Portugal, CRP 1976).
Constituição não escrita
Dispersa em vários documentos (constitucionalismo do Reino Unido).

Constituição rígida
Distingue-se formalmente do Direito ordinário: a revisão da Constituição é mais difícil do
que a alteração das normas ordinárias.
A medida da rigidez é dada pelo grau de agravamento (limites formais ao poder de revisão
constitucional): quem pode pedir revisão, maioria necessária para aprovação, etc. (CRP).
Constituição flexível
Não se distingue formalmente do Direito ordinário: a alteração da Constituição tem o
mesmo grau de dificuldade da alteração das normas ordinárias.
Identifica-se com a Constituição não escrita (constitucionalismo do Reino Unido).

Constituição material
Conjunto de regras fundamentais da comunidade política, estejam ou não consagradas
numa constituição formal (Constituição europeia; constitucionalismo britânico).
Constituição formal
Conjunto de normas às quais se reconhece serem formalmente superiores às regras
ordinárias – identifica-se com a Constituição escrita/rígida (CRP).

Constituição estatutária
Limita-se a definir o estatuto do poder, os direitos e liberdades, não contendo qualquer
programa de ação (EUA, constituições liberais).
Constituição programática
Contém programas, diretrizes e metas da atividade do Estado nas áreas económica, social e
cultural.
Adere a valores (CRP).

Constituição simples
Unidade de valores: os princípios fundamentais da Constituição são perfeitamente
compatíveis e alinhados (constituições liberais).
Constituição complexa
Espelha um compromisso entre vários princípios fundamentais, potencialmente
contraditórios.

Constituição normativa
Distingue-se da constituição nominal ou semântica.
Está em vigor, é operante: a comunidade política revê-se no texto constitucional,
reconhece-lhe força vinculativa e sujeita-se aos seus comandos.
O texto constitucional acompanha a realidade constitucional (CRP).
Tese de Karl Löwenstein.
Constituição semântica
Retrato do momento histórico e político em que é elaborada.
As forças no poder tentam perpetuar o texto, com grande carga ideológica.
Risco de que se converta numa constituição nominal, caso não possua elementos
democráticos que lhe permitam acompanhar as alterações sentidas ao nível da realidade
constitucional (versão original CRP).
Constituição nominal
Não tem força vinculativa, o poder político não a respeita (constituição das ditaduras).
Desfasamento entre texto constitucional e realidade constitucional.

Tridimensionalidade constitucional
Tríade texto, realidade e cultura constitucionais.
Constituição como um “quadro normativo aberto” (mutações e revisões constitucionais);
conceção não estática; ordem de valores pluralista, não hierárquica.

Realidade constitucional
Factos políticos, económicos, sociais, militares e religiosos que exprimem as relações de força na
comunidade e que são revelados pelos atos legislativos, atos políticos e acórdãos sobre
questões constitucionais.
Cultura constitucional
Ambiente onde vai ser interpretado e aplicado o texto constitucional.
Valores sociais enraizados – “consciência jurídica geral” – que dão validade ao Direito.
Ordem de valores pluralista, não hierárquica, aberta e positiva.
Texto constitucional
Sistema normativo aberto de preceitos e princípios constitucionais.
Marca o ponto de partida e o limite das soluções constitucionais.
Princípio da constitucionalidade: as normas da Constituição têm de ser respeitadas, não são
meras proclamações.
Mutação constitucional
o Diferente interpretação do texto constitucional, sem que exista uma alteração formal do
mesmo
o Causada por mudanças da realidade ou cultura constitucionais
o Distinto de revisão constitucional ou de rutura constitucional
o Ideias de living constitution (necessidade de o texto constitucional acompanhar a
realidade constitucional) e de abertura constitucional (necessidade de a constituição
espelhar o devir societal, de forma a manter-se normativa)

Atos jurídico-públicos
Declarações que produzem ou visam produzir efeitos jurídicos (jurídico), emitidas por entes
públicos, que manifestam a sua autoridade e têm em vista a realização dos interesses da
comunidade (público).
Atos normativos
Atos jurídico-públicos gerais (aplicam-se a todas as pessoas) e abstratos (aplicam-se a todas as
situações).
Atos unilaterais
Declaração de um poder público (constituição, atos legislativos nacionais ou da EU,
regulamentos).
Atos plurilaterais
Conjunção de declarações de vários poderes públicos (convenções e tratados
internacionais).

Hierarquia dos atos normativos


Princípio da hierarquia: normas de hierarquia superior prevalecem sobre normas de hierarquia
inferior.
O princípio da competência prevalece sobre o princípio da hierarquia: em matérias de
competência dos estados, as normas da UE não prevalecem).

Jus cogens – Princípios jurídicos


fundamentais
Constituição

TRADICIONAL
Atos legislativos nacionais

Regulamentos administrativos
Jus cogens – Princípios jurídicos
fundamentais

Direito da UE

Constituição
NOVA

Convenções internacionais

Atos legislativos nacionais

Regulamentos administrativos

Constituição
Estatuto jurídico fundamental de uma comunidade política.
Declaração de regras e princípios.
Estabelece a forma de Estado, o sistema de governo, os valores jurídicos fundamentais e o
âmbito pessoal e territorial da soberania.

Atos legislativos nacionais


Declarações de normas jurídicas por órgãos de soberania nacionais, manifestando opções
políticas primárias.
A lei e o decreto-lei possuem o mesmo valor jurídico.
Lei (AR), decreto-lei (Governo) e decreto-lei regional (ALRA).

Atos legislativos da UE
Regulamentos (vigoram diretamente na ordem jurídica nacional), diretivas (têm de ser
transpostas para a ordem jurídica nacional) e decisões.
Declarações de normas jurídicas adotadas pelo Conselho da União Europeia ou em conjunto
com o Parlamento Europeu, nas matérias de competência exclusiva ou partilhada da UE.

Convenções internacionais
Acordos entre sujeitos do Direito Internacional destinados a produzir efeitos jurídicos de acordo
com o Direito Internacional.
As convenções internacionais de que Portugal faz parte vigoram na ordem jurídica nacional se
regularmente ratificadas e publicadas; automaticamente se fizerem parte do Direito
Internacional Geral; se ratificadas por todos os Estados-membros da EU (tratados da UE).

Regulamentos administrativos
Declarações de normas jurídicas emitidas pela Administração Pública, no exercício da função
administrativa (Governo, RA, autarquias locais e entidades administrativas públicas).
Referem-se a uma lei anterior, cujo conteúdo vêm concretizar e especificar, para garantir a sua
aplicabilidade prática aos casos concretos.
São uma instância normativa intermédia entre os atos legislativos nacionais e as decisões
concretas da Administração Pública.

Atos não normativos


Atos políticos
Ato jurídico-público não normativo.
Decisões concretas que manifestam o exercício da função governativa (eleições,
referendos, nomeação do PM, dissolução da AR, aprovação do programa do Governo).
Atos jurisdicionais
Ato jurídico-público não normativo.
Aplicação do Direito no caso concreto, definindo a solução que resulta do Direito, com
força vinculativa para os interessados.
Sentenças e acórdãos.
Pode envolver a apreciação da legalidade e constitucionalidade de normas jurídicas.
Atos administrativos
Ato jurídico-público não normativo.
Decisões administrativas unilaterais dirigidas à produção de efeitos jurídicos numa situação
individual e concreta.
Têm caráter imperativo. (licença de construção, ordem de demolição)
Contratos administrativos
Ato jurídico-público não normativo.
Acordos de vontade entre entidades públicas ou entre estas e particulares.
Não traduzem exercício de poder de autoridade, mas são uma forma jurídica de realização
de interesses públicos.

Poder constituinte
Poder de uma comunidade política se dotar de uma constituição escrita, no contexto do Estado.
o Pertence ao povo
o Originário (institui-se a ele mesmo)
o Autónomo (livre)
o Omnipotente (ilimitado – em causa)
o Inesgotável (permanentemente operacional)

Os poderes constituídos são criados e regulados pelo poder constituinte.


Originário
Poder de criar, de forma originária, a constituição.
Derivado
Poder de revisão constitucional (simultaneamente constituinte e constituído).
Limites materiais ao poder constituinte
Horizontais
Relativos à realidade constitucional:
 Imanentes: relativos à situação existencial da própria comunidade política
(independência nacional, unidade do Estado)
 Heterónomos: decorrentes da comunidade internacional (adesão à UE)

Verticais
Relativos à cultura constitucional:
 Superiores: princípios jurídicos fundamentais e jus cogens.
Norma constitucional inconstitucional
 Inferiores: princípio da essencialidade.
Norma só formalmente constitucional

Norma só formalmente constitucional


Normas que gozam de superioridade formal mas podem ferir o princípio da essencialidade (art.
39º/2).
Normas formalmente constitucionais e materialmente não constitucionais (violam apenas o
princípio da essencialidade, que pugna pela consagração constitucional somente daquilo que
verdadeiramente identifica uma Constituição).

Norma constitucional inconstitucional


Normas formalmente constitucionais e materialmente inconstitucionais: violam princípios
jurídicos fundamentais.
Discussão na doutrina sobre a existência destas normas

Poder de revisão constitucional


Limites formais ao poder de revisão constitucional
Característicos das constituições rígidas.
Temporais
Período temporal entre cada revisão (art. 284º).
Procedimentais
Titular do poder de revisão e maioria necessária à aprovação.
Circunstanciais
Circunstâncias em que pode ou não ser exercido o poder de revisão.

Limites materiais ao poder de revisão constitucional


Relativos ao conteúdo da própria constituição, impedindo a abolição dos seus princípios
identificadores, apesar de quaisquer consensos.
Trata-se de algemas constitucionais (Richard Albert) às gerações presentes pelas gerações
futuras.
Expressos
Formalizados no texto constitucional (art. 288º).
Implícitos
Depreendem-se da importância dada às matérias pelo texto constitucional.

Tipos de revisão
Expressa
As alterações são incorporadas no texto da constituição.
Tácita
Revisão tácita da CRP pelo Direito da EU (constituição económica).

Tipologia das normas


Preceitos e princípios
Preceitos Princípios
Grau de abstração - +
Grau de determinabilidade na aplicação ao caso concreto + -
Grau de fundamentalidade no sistema das fontes de
- +
Direito
Grau de proximidade à ideia de Direito - +
Natureza normogenética dos princípios Ratio do Direito
Ponderação vs Exclusão Exclusão Ponderação

Princípios
Princípios jurídicos fundamentais
Reserva de Direito. Limites materiais superiores ao poder constituinte.
Princípio da dignidade da pessoa humana
Princípios estruturantes do sistema constitucional
Identificam uma constituição e, por isso, são limites ao poder de revisão.
Princípio da separação dos poderes
Princípios-incumbências do Estado
Princípios-fins da atuação do Estado, normalmente contidos em normas programáticas.
Arts. 9º, 81º
Princípios-garantia ou instrumentais
Instituem garantias densificadas dos cidadãos e, pela sua relevância, são objetivados em
preceitos (in dúbio pro reu).
Preceitos
Normas programáticas
o Deixam um espaço de conformação ao legislador ordinário, que legislará tendo em
conta as necessidades das gerações presentes .
o Não permitem uma aplicação direta (não exequíveis por si mesmas)
o Necessitam de uma concretização legislativa do conteúdo
Normas precetivas
o Conteúdo determinado ou determinável a partir da norma
o Normas completas, claras, precisas e incondicionadas
o Diretamente aplicáveis

Funções do Estado
Função política
Função primária: definição inicial e global dos interesses públicos.
Escolha dos meios para os atingir.
Função legislativa
Emissão de atos normativos.
AR, Governo e ALRA
Função governativa
Emissão de atos não normativos que, por regra, não se dirigem aos cidadãos.
PR, AR e Governo

Função administrativa
Função secundária: está sempre sujeita à lei.
Satisfação quotidiana das necessidades coletivas definidas por lei.
Entidades da Administração Pública criam os serviços públicos necessários para fornecer bens e
serviços à população.
Distingue-se da função jurisdicional pela iniciativa, parcialidade, postura prospetiva, uso
instrumental do Direito e prossecução do interesse público.
Vinculação à Constituição e, sobretudo, por lei.
Governo, governos regionais, autarquias locais, entidades administrativas

Função jurisdicional
Função secundária: aplicação da lei.
Resolução de litígios entre pessoas, através do Direito, de modo a pacificar as relações jurídicas.
Exercida por tribunais.
Distingue-se da função administrativa pela passividade, imparcialidade, postura retrospetiva,
garantia do Direito e cumprimento de normas jurídicas.
Vinculação à Constituição e, sobretudo, à lei.
Tribunais

Regimes políticos
Regime parlamentar
o Autonomia do Governo
o Responsabilidade ministerial
o Governo responde perante a AR (arts. 190º e 191º)
o Apreciação do programa do Governo (art. 192º), moção de confiança (art. 193º)
e moção de censura (art. 194º)
o Referenda ministerial (art. 140º)

Regime presidencial
o Eleição direta do PR
o Direito de veto político (art. 136º)
o Poderes de direção política do PR (art. 133º, al. d) )

Regime parlamentar racionalizado


o Dupla responsabilidade do Governo perante PR e AR (art. 190º)
o Dissolução da AR pelo PR (art. 133º, al. d) e 172º)

Órgãos de soberania em Portugal


Art. 110º
PR e Governo
p PR nomeia o PM (art. 133º, al. f) e 187º/1) e os membros do governo (art. 133º, al. h) ) –
controlo primário
p PR demite o Governo (art. 133º, al. g) e 195º/2) e exonera o PM (art. 133º, al g), 186º/4)
– controlo primário
p PR tem poder de veto dos decretos-leis do Governo (art. 136º/4), sendo absoluto –
controlo secundário

PR e AR
p PR nomeia o Governo de acordo com os resultados das eleições legislativas (art. 187º/1,
147º), ouvidos os partidos representados na AR – controlo primário
p PR tem poder de veto em relação aos atos legislativos da AR (art. 136º/1), suspensivo,
podendo ser ultrapassado por nova aprovação pela AR (art. 136º/2 e 3) – controlo
secundário
p PR tem poder de suscitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade dos diplomas
da AR (art. 134º, al. g) )
p PR tem poder de dissolução da AR (art. 133º, al. e), 172º), que implica a demissão do
Governo (art. 195º/1, al. a) ) – controlo primário
AR e Governo
p Apreciação pela AR do programa de Governo (art. 192º): basta não ser rejeitado por
maioria absoluta (art. 192º/4) (investidura parlamentar tácita) – controlo secundário
p Moção de confiança (art. 193º): de iniciativa governamental, basta uma maioria relativa
para ser aprovada (art. 116º/3 e 195º/1, al. e), caso seja rejeitada, implica a demissão
automática do Governo – controlo primário
p Moção de censura (art. 194º): de iniciativa parlamentar, implica a demissão automática
do Governo caso seja aprovada por maioria absoluta (art. 195º/1, al. f) ) – controlo
primário
PR
p Declaração do estado de sítio ou do estado de emergência (art. 134º, al. d), 138º)
p Promulgação de leis, decretos-leis e decretos regulamentares (art. 134º, al. b) )

AR
p Competência política e legislativa
p Órgão legislativo primário: pode aprovar leis em todas as matérias
p Reservas legislativas (arts. 164º e 165º)
p Moção de censura: apresentada por um grupo parlamentar (180º/2, al. i) ) ou ¼ dos
deputados (art. 194º/1), aprovada por maioria absoluta (art. 163º, al. e) e 195º/1, al. f) )
p Moção de confiança: apresentada pelo Governo (art. 193º), é aprovada ou chumbada por
maioria simples (mais votos a favor do que contra ou vice-versa)

Governo
p Competência política, legislativa e administrativa
p Responsabilidade perante o PR e a AR (art. 191º/1)
p Reúne em Conselho de Ministros (art. 184º)
p Entra em plenitude de funções após aprovação do programa de Governo (art. 186º/5 e 192º)
p Investidura parlamentar tácita: o programa do Governo não é sujeito a votação
p Entra em gestão após a sua demissão (art. 186º/5 a contrario, 195º)

Princípios ordenadores das relações entre as fontes


Princípio da hierarquia
Art. 3º/3 e 112º/3, 6 e 7.
Nenhuma fonte de Direito positivo pode produzir outras fontes com eficácia igual ou superior à
sua, apenas com valor inferior.
Princípio da competência legislativa horizontal
Paridade entre lei, decreto-lei e decreto-lei regional (art. 112º/1 e 2).
Princípio da competência normativa vertical
Estado central, RA, autarquias locais, EU, comunidade internacional.
Princípio da reserva da lei e princípio do primado da lei (Estado de Direito)
Lei como ato normativo mais forte, a seguir à CRP.

Competência legislativa

A
B
C
198º/2
D
161º 164º 161º, c) e E
165º e
198º/1, b) 198º/1, a)
A: competência política legislativa da AR
B: competência legislativa de reserva absoluta da AR
C: competência legislativa de reserva relativa da AR
D: competência legislativa concorrente/paralela entre AR e Governo
E: competência legislativa exclusiva do Governo

Lei orgânica
Matérias de elevado grau de sensibilidade política:
o Aprovadas por maioria absoluta (art. 168º/5)
o Veto do PR só é superado por maioria de 2/3 dos deputados (art. 136º/3)

Lei com valor reforçado


Têm valor superior ao das outras leis: se forem violadas, existe uma fiscalização judicial da
legalidade.
Leis orgânicas, leis de bases, leis de autorização legislativa, leis-quadro, etc.

Leis de autorização legislativa


Autorizam o Governo (arts. 165º/2 e 198º/1, al. b) ) ou uma ALRA a legislar em matérias da
reserva relativa da AR.
Limite das autorizações
p Objeto: matéria sobre a qual vai incidir a autorização
p Sentido: orientação que o legislador deve seguir
p Extensão: limite ao sentido da legislação
p Duração: prazo de execução, conta até à aprovação do DL em Conselho de Ministros

Cessação da autorização
p Esgotamento do prazo
p Utilização pelo órgão autorizado: princípio da irrepetibilidade (mas possibilidade de
utilização parcial)
p Revogação (tácita ou expressa) da LAL pela AR
p Caducidade (art. 165º/4): demissão do Governo, termo da legislatura ou dissolução
da AR

Vícios dos atos legislativos autorizados


p Excesso de autorização: violação dos limites materiais (sentido e extensão) da LAL
(ilegalidade)
p Defeito de autorização: violação do objeto ou duração da autorização
(inconstitucionalidade) (art. 198º/3)
Se a LAL não define o sentido, extensão, objeto e duração da LAL, então o DLA é também
inconstitucional ou ilegal.
Fiscalização da constitucionalidade
Fiscalização preventiva
o Fiscalização abstrata
o Legitimidade ativa: PR (qualquer diploma que lhe seja submetido), Governo ou 1/5 dos
deputados à AR (leis orgânicas) - art. 278º, nº 1 e 4
o Prazo: 8 dias – art. 278º, nº3

Efeitos da pronúncia pela inconstitucionalidade


o Obrigação de veto pelo PR - art. 279º, nº1
o Devolução ao órgão que o aprovou - art. 279º, nº1
 A AR pode confirmar diploma por maioria de 2/3 dos deputados, podendo o PR
promulgar ou não – art. 279º, nº2

Fiscalização sucessiva abstrata


o Fiscalização abstrata
o Objeto: quaisquer normas (gerais e abstratas) – art. 281º, nº1, al. a)
o Prazo: não há prazo
o Legitimidade ativa: art. 281º, nº2

Efeitos da declaração de inconstitucionalidade


o Força de caso julgado – art. 282º
o Força obrigatória geral (erga omnes): vincula todos os órgãos constitucionais e todas as
pessoas – art. 281º
o Retroatividade (efeitos ex tunc): a norma deixa de produzir efeitos desde o momento da
sua entrada em vigor – art. 281º, nº1
o Repristinação da norma anterior – art. 282º, nº1
o Exceções: inconstitucionalidade superveniente (art. 282º, nº2), casos julgados (art.
282º, nº3), exceto quando a lei considerada inconstitucional for menos favorável ao
indivíduo, restrição de efeitos por decisão do TC (art. 282º, nº4)
o Caso o TC emita uma decisão negativa de inconstitucionalidade, não produz caso
julgado: é possível voltar a requerer a fiscalização

Fiscalização sucessiva concreta


o Qualquer tribunal deve desaplicar as normas que considerar inconstitucionais (influência
do sistema norte-americano de fiscalização da inconstitucionalidade) – art. 204º
o Da decisão de desaplicação pode haver recurso para o TC (tribunal ad quam) – art .
280º, nº 1 e 2
o Objeto: qualquer norma que deva ser aplicada
o Legitimidade ativa: partes (incluindo o MP, quando for parte) e juiz
o Recurso para o TC pode acontecer caso o tribunal a quo desaplique a norma ou caso a
questão de inconstitucionalidade tenha sido suscitada durante o processo – art. 280º,
nº1

o O recurso de decisão de desaplicação da norma é obrigatório para o MP – art. 280º, nº3


o O recurso de decisão da aplicação da norma só pode existir caso a questão de
inconstitucionalidade tenha sido suscitada durante o processo – art. 280º, nº1, al. b) –
pela parte que a suscitou – art. 280º, nº4 – esgotados os recursos ordinários – art. 70º,
nº2, LTC
o O recurso de decisão da aplicação da norma é obrigatório para o MP se a norma já tiver
sido julgada inconstitucional anteriormente – art. 280º, nº5 – sem ser necessário
esgotar os recursos ordinários – art. 70º, nº2, LTC

o A questão de inconstitucionalidade deve ser incidental


o O recurso deve incidir apenas sobre a questão de inconstitucionalidade – art. 280º, nº6

Efeitos do julgamento de inconstitucionalidade


o Decisão negativa de inconstitucionalidade: juiz do tribunal a quo aplica a norma com a
interpretação dada pelo TC – art. 80º nº3, LTC
o Decisão positiva de inconstitucionalidade: juiz do tribunal a quo desaplica a norma,
repristina norma anterior (salvo em matéria penal se violar o princípio da aplicação da
lei mais favorável)
o Força de caso julgado quanto à questão de inconstitucionalidade
o Efeitos inter partes

Fiscalização sucessiva mista


o Processo de fiscalização abstrata com base na fiscalização concreta
o Se uma norma tiver sido julgada inconstitucional em pelo menos 3 casos concretos – art.
281º, nº3
o Legitimidade ativa: juízes do TC e MP
o O TC pode declarar (ou não) a inconstitucionalidade da norma, com os efeitos previstos
no art. 282º
Lei
Ato jurídico-público (definir) ato normativo (definir); ato legislativo nacional (artigo 112º/1)
emanada pelo órgão legislativo de excelência (AR) e consagra opções políticas primárias
Art. 161º, c)

Decreto-lei
atos jurídico-públicos (definir) e atos normativos (definir)
emanado pelo Governo no exercício da sua função legislativa; consagra opções políticas
primárias
A L
Atos administrativos, 11 Lei, 20
Atos jurídico-públicos, 9 Limites ao poder constituinte, 12
Atos jurisdicionais, 11 Limites ao poder de revisão constitucional, 13
Atos legislativos da UE, 10 Limites formais ao poder de revisão constitucional, 12
Atos legislativos nacionais, 10 Limites materiais ao poder de revisão constitucional, 13
Atos normativos, 9
Atos políticos, 11 M
Minoria nacional, 5
C Mutação constitucional, 9
Constituição, 10
Constituição formal, 7 N
Constituição material, 7
Constituição normativa, 8 Norma constitucional inconstitucional, 12
Constituição semântica, 8 Norma só formalmente constitucional, 12
Contratos administrativos, 11 Normas precetivas, 14
Convenções internacionais, 10 Normas programáticas, 14
Cultura constitucional, 8
P
D Personalização do poder, 4
Decreto-lei, 20 Poder constituinte, 11
Povo, 5
Preceitos e princípios, 13
E Princípio da constitucionalidade, 6
Estado de Direito liberal, 5 Princípio da essencialidade, 7
Estado de Direito social, 5
R
F Realidade constitucional, 8
Fiscalização preventiva, 18 Regulamentos administrativos, 11
Fiscalização sucessiva abstrata, 18
Fiscalização sucessiva mista, 19 S
Fragmentação do poder, 4
Função administrativa, 14 Soberania, 6
Função governativa, 14 Soberania jurídica, 6
Função jurisdicional, 15
Função legislativa, 14 T
Função política, 14
Texto constitucional, 8
Tridimensionalidade constitucional, 8
I
Individualização do poder, 4

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