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VIVIAN CESPEDES - 164.948.

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ADMINISTRATIVO

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 1
AGÊNCIAS REGULADORAS E FUNÇÃO NORMATIVA 1
EMPRESAS PÚBLICAS 2
PODERES ADMINISTRATIVOS 2
PODER DE POLÍCIA 2
SERVIDORES PÚBLICOS 2
ACUMULAÇÃO DE CARGOS 5
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 5
NEPOTISMO 5
FGTS 5
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 6
CONCURSO PÚBLICO 6
APOSENTADORIA 7
RESPONSABILIDADE CIVIL 8
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 9
DESAPROPRIAÇÃO 9
LICITAÇÃO E CONTRATOS 9
LICITAÇÃO 10
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 10
PRECATÓRIOS 10
TEMAS DIVERSOS 10
PLANO DIRETOR 10
IBGE 11
CÓDIGO DE TRÂNSITO 11
ROYALTIES 11
ACORDO DE LENIÊNCIA E COMPARTILHAMENTO DE PROVAS 11
ANISTIADO POLÍTICO 11
DIREITO EDUCACIONAL 11

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

O Município TEM LEGITIMIDADE AD CAUSAM para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos
consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias. Em relação ao Ministério Público e aos entes
políticos, que têm como finalidades institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa coletiva

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dos consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade adequada. STJ. 3ª Turma. REsp
1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626).

AGÊNCIAS REGULADORAS E FUNÇÃO NORMATIVA

É constitucional o art. 7º, III e XV, da Lei nº 9.782/99, que preveem que compete à ANVISA:
III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância
sanitária;
XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e
insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;
Entendeu-se que tais normas consagram o poder normativo desta agência reguladora, sendo importante
instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expressos na Constituição e
na legislação setorial. Além disso, o STF, após empate na votação, manteve a validade da Resolução RDC
14/2012-ANVISA, que proíbe a comercialização no Brasil de cigarros com sabor e aroma. Esta parte do
dispositivo não possui eficácia erga omnes e efeito vinculante. Significa dizer que, provavelmente, as empresas
continuarão ingressando com ações judiciais, em 1ª instância, alegando que a Resolução é inconstitucional e
pedindo a liberação da comercialização dos cigarros com aroma. Os juízes e Tribunais estarão livres para, se
assim entenderem, declararem inconstitucional a Resolução e autorizar a venda. Existem, inclusive, algumas
decisões nesse sentido e que continuam valendo. STF. (Info 889).

EMPRESAS PÚBLICAS

É possível aplicar o regime de precatórios às empresas públicas? Não se submetem ao regime de precatório
as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito privado com patrimônio próprio e autonomia
administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro. STF. 1ª Turma. RE
892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 7/8/2018 (Info 910).

Os Correios têm o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados. A Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus
empregados. STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão
geral) (Info 919).

PODERES ADMINISTRATIVOS

PODER DE POLÍCIA

É OBRIGATÓRIA a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de matéria-prima,


antes do beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser realizada no próprio
estabelecimento rural onde se desenvolve a carcinicultura. (Info 620).

SERVIDORES PÚBLICOS

O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a", da
Lei nº 8.112/90, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de
ofício, para atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo legal). STJ.
(Info 617).

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O acordo de partilha de pensão por morte, homologado judicialmente, não altera a ordem legal do
pensionamento, podendo, todavia, impor ao órgão de previdência a obrigação de depositar parcela do benefício
em favor do acordante que não figura como beneficiário perante a autarquia previdenciária. STJ. (Info 618).

VPNI: incorporação pelo subsídio e incidência do teto. O direito à percepção de VPNI não impede a sua
eventual absorção pelo subsídio e, do mesmo modo, não inviabiliza a aplicação do teto constitucional, que inclui
a vantagem de caráter pessoal no cômputo da remuneração do servidor para observância do teto. STJ. 1ª Turma.
RMS 33.744-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/04/2018 (Info 624).

Termo inicial do adicional de insalubridade. O termo inicial do adicional de insalubridade a que faz jus o
servidor público é a data do laudo pericial. STJ. 1ª Seção. PUIL 413-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
11/04/2018 (Info 624).

São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu em razão de
perseguição política praticada na época da ditadura militar. São imprescritíveis as ações de reintegração em
cargo público quando o afastamento se deu em razão de atos de exceção praticados durante o regime militar.
Ex: João era servidor da ALE/PR. Em 1963, João foi demitido em razão de perseguição política perpetrada na
época da ditadura militar. Em 2011, João ajuizou ação ordinária contra o Estado do Paraná pedindo a sua
reintegração ao cargo. Esta pretensão é considerada imprescritível considerando que envolve a efetivação da
dignidade da pessoa humana. Vale ressaltar, contudo, que a imprescritibilidade da ação que visa reparar danos
provocados pelos atos de exceção não implica no afastamento da prescrição quinquenal sobre as parcelas
eventualmente devidas ao autor. Não se deve confundir imprescritibilidade da ação de reintegração com
imprescritibilidade dos efeitos patrimoniais e funcionais dela decorrentes, sob pena de prestigiar a inércia do
Autor, o qual poderia ter buscado seu direito desde a publicação da Constituição da República. Em outras
palavras, o recebimento dos “atrasados” ficará restrito aos últimos 5 anos contados do pedido. STJ. 1ª Turma.
REsp 1.565.166-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 26/06/2018 (Info 630).
Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de
perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.

Inconstitucionalidade de norma que equipara remuneração de servidores públicos. A Constituição do


Estado do Ceará previa que deveria ser assegurado “aos servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do
mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de
caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.” O STF decidiu que é inconstitucional a
expressão “das autarquias e das fundações”. Isso porque a equiparação remuneratória entre servidores, a teor
da redação originária do art. 39, § 1º, da CF/88, restringiu-se aos servidores da administração direta, não
mencionando os entes da administração indireta, como o faz a norma impugnada. Além disso, o dispositivo
estadual não foi recepcionado, em sua integralidade, pela redação atual do art. 39 da Constituição Federal, na
forma EC 19/1998. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

Constitucionalidade de norma da CE que assegura equiparação salarial para professores com igual
titulação, respeitando-se o grau de ensino em que estiverem atuando. A Constituição do Estado do Ceará
prevê que deverá ser assegurada isonomia salarial para docentes em exercício, com titulação idêntica,
respeitando-se o grau de ensino em que estiverem atuando. O STF decidiu que essa regra é constitucional e que
não ofende o art. 37, XIII, da CF/88. Isso porque não há, no caso, equiparação salarial de carreiras distintas,
considerando que se trata especificamente da carreira de magistério público e de docentes com titulação
idêntica. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

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Inconstitucionalidade de normas da Constituição Estadual que tratam sobre remuneração e direitos dos
servidores públicos sem que existam previsões semelhantes na CF/88. São inconstitucionais os arts. 154, §
2º; 167, XII e XIII, §§ 1º e 2º; e 174, da Constituição do Estado do Ceará, e os arts. 27 e 28 do seu ADCT. Tais
dispositivos tratam de remuneração e direitos de servidores públicos, que, por não encontrarem similares na
CF/88, somente poderiam ser veiculados por meio de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. São previsões
específicas que não tratam da organização e estruturação do Estado-membro ou de seus órgãos, mas que
versam sobre o regime jurídico de servidores públicos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 20/6/2018 (Info 907).

Não é compatível com a CF/88 a norma de CE que estabelece que o servidor público inativo deverá
receber obrigatoriamente a mais do que percebia na ativa. A Constituição do Estado do Ceará previa que o
servidor, ao se aposentar, deveria receber, como proventos, o valor pecuniário correspondente ao padrão de
vencimento imediatamente superior ao da sua classe funcional, e, se já ocupasse o ultimo escalão, faria jus a
uma gratificação adicional de 20% sobre a sua remuneração. O STF decidiu que essa previsão não era
considerada materialmente inconstitucional à época da edição da Carta, uma vez que a superação da
remuneração em atividade era tolerada na redação original da CF. Porém, essa regra não foi recepcionada pela
EC 20/98 que proibiu a superação do patamar remuneratório da atividade e a impossibilidade de incorporação
da remuneração do cargo em comissão para fins de aposentadoria (art. 40, §§ 2º e 3º, da CF/88). STF. Plenário.
ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

STF decide modular os efeitos de decisão que mandou afastar Delegados de Polícia do cargo por ofensa à
regra do concurso público. Em 2001, foi editada uma lei estadual criando cargos e organizando a Polícia Civil do
Estado do Amazonas.
Nesta Lei foi previsto que, na estrutura da Polícia Civil, haveria cargos de Delegado de Polícia e de Comissário de
Polícia. Ainda em 2001, foi realizado um concurso público, com provas específicas para cada um desses cargos, e
os aprovados nomeados e empossados. Contudo, em 2004, houve duas leis modificando o cargo de Comissário
de Polícia.
• a primeira delas afirmou que Comissário de Polícia seria autoridade policial, juntamente com o Delegado de
Polícia, equiparando a remuneração dos dois cargos.
• a segunda lei, transformando o cargo de "Comissário de Polícia" em "Delegado de Polícia". Essas duas leis
foram impugnadas por meio de ADI.
Em 2015, o STF decidiu que elas são INCONSTITUCIONAIS porque representaram burla à exigência do concurso
público.
As referidas leis fizeram uma espécie de ASCENSÃO FUNCIONAL dos Comissários de Polícia porque
transformaram os ocupantes desses cargos em Delegados de Polícia sem que eles tivessem feito concurso
público para tanto.
No caso concreto, os Ministros entenderam que, quando o cargo de Comissário de Polícia foi criado, ele possuía
diferenças substanciais em relação ao de Delegado de Polícia, o que impediria a transformação, mesmo sob o
argumento de ser medida de racionalização administrativa.
Foram opostos embargos de declaração contra a decisão. Em 2018, o STF acolheu os embargos e aceitou
modular os efeitos da decisão proferida na ADI 3415. Além disso, o Tribunal determinou ao Estado do Amazonas
que promova, no prazo máximo de 18 meses, a contar da publicação da ata de julgamento (07/08/2018), a
abertura de concurso público para o cargo de Delegado de Polícia.
O Ministro Relator Alexandre de Moraes afirmou que mais de 70 delegacias de polícia ficariam sem delegados e
que a população amazonense é que sofreria as consequências. Além disso, na decisão dos embargos, os
Ministros esclareceram que são plenamente válidos os atos praticados nos cargos de Delegado de Polícia que

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serão afastados. STF. Plenário. ADI 3415 ED-segundos/AM, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2018
(Info 909).

Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de
provimento judicial precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada. Em
regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão
judicial tomada à base de cognição não-exauriente. Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato
consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão judicial provisória
posteriormente revista. Trata-se do entendimento firmado no RE 608482/RN (Tema 476).

A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão
de aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio
da proteção da confiança legítima incide com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que
autoriza a distinção (distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476). STF. 1ª Turma. RE
740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911).

Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes do
julgamento final do mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse exercício e após legítima
contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir
no certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria. STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600)

Servidor que fazia faculdade particular e é removido, de ofício, para outra cidade tem direito a matrícula
em universidade pública, se não existir instituição privada congênere no destino. É constitucional a
previsão legal que assegure, na hipótese de transferência ex officio de servidor, a matrícula em
instituição pública, se inexistir instituição congênere à de origem. Ex: Paulo é servidor público federal,
lotado em Recife (PE), onde faz faculdade de Medicina em uma universidade particular. Ele é transferido, de
ofício, para Rio Branco (AC). Suponhamos, hipoteticamente, que, em Rio Branco, as universidades privadas lá
existentes não possuem o curso de medicina. Neste caso, Paulo teria direito a uma vaga no curso de Medicina
da universidade pública. Fundamento legal: art. 1º da Lei nº 9.536/97. STF. Plenário. RE 601580/RS, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 19/9/2018 (repercussão geral) (Info 916).

O reajuste geral de 28,86%, concedido pelas Leis nº 8.622/93 e 8.627/93, não pode ser compensado pelas novas
gratificações criadas pela Lei nº 9.654/98. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.577.881-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 27/06/2018 (Info 631).

Não é possível a extensão a servidores públicos civis da majoração de vencimentos, no percentual de 45%,
concedida a servidores militares, a título de reestruturação de cargos, com base na Lei nº 8.237/91 e no princípio
da isonomia dos índices revisionais disciplinados na redação original do art. 37, X, da Constituição Federal. O
reajuste de vencimentos concedido aos integrantes das Forças Armadas, à base de 45%, pela Lei nº 8.237/91,
não configurou um aumento geral na remuneração dos servidores militares que autorizasse, com fundamento
no art. 37, X, da CF/88, a extensão aos servidores civis. STF. 2ª Turma. RE 229637/ SP, rel. Min. Marco Aurélio, red.
p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 6/11/2018 (Info 922).

Não deve ser determinada a devolução de valores recebidos de boa-fé por servidor público, percebidos a
título precário no período em que liminar produziu efeitos. É desnecessária a devolução dos valores
recebidos por liminar revogada, em razão de mudança de jurisprudência. Também é descabida a restituição
de valores recebidos indevidamente, circunstâncias em que o servidor público atuou de boa-fé. STF. 1ª
Turma. MS 32.185/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/11/2018 (Info 923)

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Incide o teto remuneratório constitucional aos substitutos interinos de serventias extrajudiciais. STF. 2ª
Turma. MS 29.039/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/11/2018 (Info 923)

Os agentes penitenciários possuem direito à aposentadoria especial. Os agentes penitenciários podem ingressar
com mandado de injunção pedindo a concessão de aposentadoria especial sob o argumento de que está
havendo uma omissão inconstitucional. Isso porque se trata de categoria que desempenha atividades com risco
imanente (inerente). STF. Decisão Monocrática. MI 6943, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/09/2018.
Obs: a EC 103/2019 (Reforma da Previdência) inseriu o seguinte parágrafo garantindo aos agentes penitenciários
(policiais penais) a possibilidade de aposentadoria especial:
Art. 40 (...)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela EC 103/2019)

ACUMULAÇÃO DE CARGOS

O Auditor Fiscal do Trabalho, com especialidade em medicina do trabalho, não pode cumular o exercício do seu
cargo com outro da área de saúde. STJ. 1ª Turma. REsp 1.460.331-CE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/04/2018 (Info 625).

A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, NÃO SE
SUJEITA AO LIMITE DE 60 HORAS SEMANAIS previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito
na Constituição Federal. O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários
no exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. STF. 1ª Turma.
RE 1.094.802 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2018. STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 2ª Turma. REsp 1.746.784-PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 23/08/2018 (Info 632).

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

CGU tem competência para aplicar pena de demissão a servidor do Poder Executivo Federal mesmo que
ele estivesse cedido para a Câmara dos Deputados. Compete ao Ministro de Estado Chefe da
Controladoria-Geral da União a aplicação da penalidade de demissão a servidor do Poder Executivo Federal,
independentemente de se encontrar cedido à época dos fatos para o Poder Legislativo Federal. STJ. 1ª Seção. MS
19.994-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/05/2018 (Info 598)

NEPOTISMO

A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público
de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. STF. 2ª Turma. Rcl 22339
AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018 (Info 914).
Em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo,
Secretário Municipal. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido
a permanência de parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática
não configura nepotismo. Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo
político caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de

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qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 29/05/2018.

FGTS

Aplica-se a TR para contas vinculadas ao FGTS


A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como
forma de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir o mencionado índice.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.614.874-SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/04/2018 (recurso repetitivo) (Info
625).
Vale ressaltar que o tema acima ainda poderá sofrer mudança. Isso porque existe uma ADI no STF na qual se
alega a inconstitucionalidade de trecho do art. 13, caput, da Lei nº 8.036/90 e do art. 17, caput, da Lei nº
8.177/91, ao argumento de que viola o direito de propriedade, o direito dos trabalhadores ao FGTS e o princípio
da moralidade administrativa a utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de correção monetária dos
depósitos vinculados ao FGTS. Assim, o Supremo é quem dará a palavra final sobre o assunto. Importante
mencionar, inclusive, que, em 06/09/2019, o Min. Roberto Barroso proferiu decisão cautelar para determinar a
suspensão de todos os feitos que versem sobre a matéria, até julgamento do mérito pelo Supremo Tribunal
Federal.

REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do
servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicional noturno e adicional de
insalubridade. STF. Plenário. RE 593068/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/10/2018 (repercussão
geral) (Info 919).

CONCURSO PÚBLICO

O STF, em sede de repercussão geral, fixou a seguinte tese: Na hipótese de posse em cargo público
determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que deveria
ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. STF. (Info 775).

Esse entendimento do STF aplica-se mesmo que o erro tenha sido reconhecido administrativamente pelo
Poder Público (e não por decisão judicial). Assim, a nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
público não gera direito à indenização, ainda que a demora tenha origem em erro reconhecido pela própria
Administração Pública. STJ. (Info 617).

Surgimento de novas vagas + necessidade do provimento + inexistência de restrição orçamentária =


direito subjetivo à nomeação. O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem
direito subjetivo à nomeação caso surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja
manifestação inequívoca da administração sobre a necessidade de seu provimento e não tenha restrição
orçamentária. STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/06/2018 (Info 630).

Os candidatos possuem direito à segunda chamada nos testes físicos em concursos públicos?
REGRA: NÃO. Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda chamada nos
testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força

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maior, salvo se houver previsão no edital permitindo essa possibilidade. STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013 (repercussão geral) (Info 706).
EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem. É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de
candidata que esteja grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em
edital do concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018
(repercussão geral) (Info 924).
Em concurso público, o teste de capacidade física somente pode ser exigido se:
a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do certame);
b) tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo;
c) estiver pautado em critérios objetivos;
d) for passível de recurso.
STJ. 1ª Turma. AgInt nos Edcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 07/08/2018. STJ. 2ª
Turma. AgRg no RMS 39.181/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 11/11/2014. STJ. 6ª Turma. RMS
26.927/RO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/08/2011.

É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o ingresso em carreira
militar, devendo esse requisito, contudo, encontrar previsão legal e não apenas editalícia. A jurisprudência dos
Tribunais Superiores é pacífica no sentido de que é constitucional a exigência de altura mínima para o ingresso
em carreiras militares, desde que haja previsão legal específica. Somente lei formal pode impor condições para o
preenchimento de cargos, empregos ou funções públicas. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1590450/PE, Rel. Min.
Francisco Falcão, julgado em 19/10/2017. STF. 2ª Turma. ARE 1073375 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
23/03/2018.

Não fere direitos dos candidatos a disposição do edital do certame que prevê limites mínimo e máximo de idade
para o ingresso na carreira militar, em razão da atividade peculiar nela exercida, desde que tal limitação esteja
prevista em legislação específica. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51864/SE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado
em 21/03/2017.

APOSENTADORIA

Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis
que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas. A CF/88 prevê que os servidores que exerçam
atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo requisitos e condições previstas em lei
complementar (art. 40, § 4º, II, “b”). Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário
garantir aposentadoria especial (art. 40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais. A aposentadoria especial
NÃO PODE ser estendida aos guardas civis, uma vez que suas atividades precípuas não são inequivocamente
perigosas e, ainda, pelo fato de não integrarem o conjunto de órgãos de segurança pública relacionados no art.
144, I a V, da CF/88. STF. Plenário. MI 6515/DF, MI 6770/DF, MI 6773/DF, MI 6780/DF, MI 6874/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgados em 20/6/2018 (Info 907).
* A Reforma da Previdência (EC 103/2019) alterou a redação do § 4º do art. 40:
ANTES DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA:
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos
pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de
servidores:
I - portadores de deficiência;

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I - que exerçam atividades de risco;


III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

DEPOIS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA:


Art. 40 (...)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio
de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação.

Funpresp e data limite para adesão ao regime de previdência complementar. O art. 3º, § 7º, da Lei nº
12.618/2012 e o art. 92 da Lei nº 13.328/2016 previram que os servidores titulares de cargos efetivos da União
(inclusive magistrados, membro do MP e do TCU) poderiam aderir, até o dia 29/07/2018, aos planos de
benefícios administrados por entidades fechadas de previdência complementar. Duas associações de
magistrados ingressaram com ação requerendo a prorrogação deste prazo. O STF, contudo, negou o pedido. O
deferimento do pleito representaria indevida manipulação de opção político-normativa do Parlamento. Ao STF, à
semelhança do que ocorre com as demais Cortes Constitucionais, cabe exercer o papel de legislador negativo. É
sua a relevante função de extirpar do ordenamento jurídico normas incompatíveis com a Lei Maior, devendo,
exatamente por esse motivo, atuar com parcimônia. Não há, sob o ângulo material ou formal, qualquer traço de
incompatibilidade direta com a Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 4885 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 27/6/2018 (Info 908).

RESPONSABILIDADE CIVIL

A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em razão
de dano decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da
CF/88. Caso concreto: o caminhão de uma empresa transportadora foi parado na balança de pesagem na
Rodovia Anhanguera (SP), quando se constatou excesso de peso. Os agentes da concessionária determinaram
que o condutor estacionasse o veículo no pátio da concessionária e, em seguida, conduziram-no até o escritório
para ser autuado. Aproximadamente 10 minutos depois, ao retornar da autuação para o caminhão, o condutor
observou que o veículo havia sido furtado. O STF condenou a Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa
concessionária responsável pela rodovia a indenizar a transportadora. O Supremo reconheceu a
responsabilidade civil da prestadora de serviço público, ao considerar que houve omissão no dever de vigilância
e falha na prestação e organização do serviço. STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
8/5/2018 (Info 901).

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Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento
por ela mantido para a utilização de usuários. A segurança que a concessionária deve fornecer aos usuários diz
respeito ao bom estado de conservação e sinalização da rodovia. Não tem, contudo, como a concessionária
garantir segurança privada ao longo da estrada, mesmo que seja em postos de pedágio ou de atendimento ao
usuário. O roubo com emprego de arma de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a força maior,
que exclui o dever de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera uma impossibilidade
absoluta de não ocorrência do dano.
STJ. 3ª Turma. REsp 1749941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/12/2018 (Info 640).
Cuidado. O STF já reconheceu a responsabilidade civil da concessionária que administra a rodovia por FURTO
ocorrido em seu pátio: STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).

O Ministério da Fazenda editou a Portaria nº 492/1994, reduzindo de 30% para 20% a alíquota do imposto de
importação dos brinquedos em geral. Com a redução da alíquota, houve a entrada de um enorme volume de
brinquedos importados no Brasil, oriundos especialmente da China, sendo estes bem mais baratos que os
nacionais. Como resultado, várias indústrias de brinquedos no Brasil foram à falência e, mesmo as que
permaneceram, sofreram grandes prejuízos. Uma famosa indústria de brinquedos ingressou com ação contra a
União afirmando que a Portaria, apesar de ser um ato lícito, gerou prejuízos e que, portanto, o Poder Público
deveria ser condenado a indenizá-la. O STJ não concordou com o pedido. Não se verifica o dever do Estado de
indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da alteração de política
econômico-tributária no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e previamente, por
meio de determinado planejamento específico. A referida Portaria tinha finalidade extrafiscal e a
possibilidade de alteração das alíquotas do imposto de importação decorre do próprio ordenamento jurídico,
não havendo que se falar em quebra do princípio da confiança. O impacto econômico-financeiro sobre a
produção e a comercialização de mercadorias pelas sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota
de tributos decorre do risco da atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. Não havia direito
subjetivo da indústria quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação. STJ. 1ª Turma. REsp
1.492.832-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/09/2018 (Info 634).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Os agentes políticos, COM EXCEÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, encontram-se sujeitos a duplo regime
sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade
administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns
NÃO É EXTENSÍVEL ÀS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min.
Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901).

A ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que
proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de responsabilidade.
STJ. Corte Especial. AgRg na Rcl 12514-MT, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 16/9/2013 (Info 527).

São IMPRESCRITÍVEIS as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ATO DOLOSO tipificado na
Lei de Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para
acórdão Min. Eds

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

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DESAPROPRIAÇÃO

Análise da constitucionalidade da MP 2.183-56/2001, que alterou o DL 3.365/41


O DL 3.365/41 dispõe sobre desapropriações por utilidade pública. Veja o que diz o art. 15-A, que foi incluído
pela MP 2.183-56/2001:
“Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e
interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o
valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por
cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo
de juros compostos.
§ 1º Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente sofrida
pelo proprietário.
§ 2º Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência
na exploração iguais a zero.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de indenização por apossamento
administrativo ou desapropriação indireta, bem assim às ações que visem a indenização por restrições
decorrentes de atos do Poder Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros
sobre o valor fixado na sentença.
§ 4º Nas ações referidas no § 3º, não será o Poder Público onerado por juros compensatórios relativos a período
anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação.”
O STF analisou a constitucionalidade do art. 15-A do DL 3.365/41 e chegou às seguintes conclusões:
1) em relação ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41:
1.a) reconheceu a constitucionalidade do percentual de juros compensatórios no patamar fixo de 6% ao
ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse de seu bem;
1.b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até”;
1.c) deu interpretação conforme a Constituição ao “caput” do art. 15-A, de maneira a incidir juros
compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor do
bem fixado na sentença;
2) declarou a constitucionalidade do § 1º do art. 15-A, que condiciona o pagamento dos juros
compensatórios à comprovação da “perda da renda comprovadamente sofrida pelo proprietário”;
3) declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 15-A, afastando o pagamento de juros compensatórios
quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência iguais a zero;
4) declarou a constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as regras e restrições de pagamento
dos juros compensatórios à desapropriação indireta.
5) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. 15-A;
6) declarou a constitucionalidade da estipulação de parâmetros mínimo (0,5%) e máximo (5%) para a
concessão de honorários advocatícios e a inconstitucionalidade da expressão “não podendo os
honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” prevista no § 1º do art. 27. STF.
Plenário. ADI 2332/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2018 (Info 902).
Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária descabe a restituição, pelo
expropriado sucumbente, de honorários periciais aos assistentes técnicos do INCRA e do MPF. STJ. 1ª Turma.
REsp 1.306.051-MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 08/05/2018 (Info 626).

LICITAÇÃO E CONTRATOS

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LICITAÇÃO

As regras gerais previstas na Lei nº 8.666/93 podem ser flexibilizadas no Programa Minha Casa Minha
Vida, por força do art. 4º, parágrafo único, da Lei nº 10.188/2001, desde que se observem os princípios gerais
da administração pública. STJ. 2ª Turma. REsp 1.687.381-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/04/2018
(Info 624).

Sociedade empresária em recuperação judicial pode participar de licitação, desde que demonstre, na fase de
habilitação, a sua viabilidade econômica. STJ. 1ª Turma. AREsp 309.867-ES, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado
em 26/06/2018 (Info 631)

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Os contratos das Agências de Correios Franqueadas em vigor em 27 de novembro de 2007 que não sejam
precedidos de licitação possuem eficácia até que as novas avenças sejam firmadas, ainda que descumprido o
prazo estabelecido pelo art. 7º, parágrafo único, da Lei nº 11.668/2008. STJ. (Info 616).

PRECATÓRIOS

As empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via
precatório. STF. RE 851711 AgR/DF (Info 888).

Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas de direito privado (execução
comum). No entanto, é possível sim aplicar o regime de precatórios para empresas públicas e sociedades de
economia mista que prestem serviços públicos e que não concorram com a iniciativa privada. Assim, é aplicável
o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. (Info 858).

É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 23/3/2017 (Info 858).

É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de economia mista
prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de pagamento de débitos trabalhistas.
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita ao regime de
precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e
serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação funcional
dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
17/10/2018 (Info 920).

TEMAS DIVERSOS

A concessionária de fornecimento de energia elétrica não pode exigir de órgão público, usuário do serviço,
multa por inadimplemento no pagamento de fatura, fundamentada no parágrafo único do art. 4º do Decreto-Lei
nº 2.432/88. A multa prevista no parágrafo único do art. 4º do DL 2.432/88 refere-se aos contratos de compra e
venda de energia elétrica entre concessionárias de serviço público de energia elétrica, não sendo aplicada para

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as relações entre a concessionária e os usuários do seu serviço, ou seja, não é uma multa a ser cobrada dos
clientes (usuários finais). STJ. 1ª Turma. REsp 1.396.808-AM, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/08/2018
(Info 632)

PLANO DIRETOR

O Ministério Público Federal é parte ilegítima para ajuizar ação civil pública que visa à anulação da tramitação
de Projeto de Lei do Plano Diretor de município, ao argumento da falta de participação popular nos respectivos
trabalhos legislativos. No caso concreto, o MPF ajuizou ACP contra o Município de Florianópolis e a União
argumentando que o Poder Executivo Municipal teria encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de Lei do
Plano Diretor da cidade sem a realização das necessárias audiências públicas, o que violaria o Estatuto da
Cidade. O STJ entendeu que a legitimidade para essa demanda seria do Ministério Público estadual (e não
do MPF). STJ. (Info 616).

IBGE

O IBGE está legalmente impedido de fornecer a quem quer que seja as informações individualizadas que coleta,
no desempenho de suas atribuições, para que sirvam de prova em quaisquer outros procedimentos
administrativos. STJ. (Info 617).

CÓDIGO DE TRÂNSITO

Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos de sua
propriedade como oficiais. (Info 619).

ROYALTIES

Pontos de entrega de gás canalizado e pagamento de royalties. A Lei nº 12.734/2012, que alterou os arts. 48,
§ 3º, e 49, § 7º, da Lei nº 9.478/1997 e passou a considerar os pontos de entrega de gás canalizado (city gates)
como instalações de embarque e desembarque, para fins de pagamento de royalties aos municípios afetados
por tais operações, não tem eficácia retroativa. STJ. 1ª Turma. REsp 1.452.798-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/04/2018 (Info 625).

ACORDO DE LENIÊNCIA E COMPARTILHAMENTO DE PROVAS

É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas obtidas no acordo
de leniência, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo em relação aos aderentes.
Assim, por exemplo, se uma empresa celebra acordo de leniência com o MPF aceitando fornecer provas contra
si, estas provas somente poderão ser utilizadas para as sanções que foram ajustadas no acordo. No entanto,
nada impede que tais provas sejam fornecidas (compartilhadas) para os órgãos de apuração para que sejam
propostas medidas contra as outras pessoas envolvidas nos ilícitos e que fizeram parte do acordo. STF. 2ª
Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018 (Info 913)

ANISTIADO POLÍTICO

Pagamento dos valores retroativos a anistiados políticos


1 - Reconhecido o direito à anistia política, a falta de cumprimento de requisição ou determinação de
providências por parte da União, por intermédio do órgão competente, no prazo previsto nos artigos 12,

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parágrafo 4º, e 18, caput, parágrafo único, da Lei 10.559 de 2002, caracteriza ilegalidade e violação de direito
líquido e certo.
2 - Havendo rubricas no orçamento destinadas ao pagamento das indenizações devidas aos anistiados políticos,
e não demonstrada a ausência de disponibilidade de caixa, a União há de promover o pagamento do valor ao
anistiado no prazo de 60 dias.
3 - Na ausência ou na insuficiência de disponibilidade orçamentária no exercício em curso, cumpre à União
promover sua previsão no projeto de lei orçamentária imediatamente seguinte. STF. Plenário. RE 553710/DF, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2016 (repercussão geral) (Info 847). STF. 1ª Turma. RMS 28201/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 25/9/2018 (Info 917).

Súmula 624-STJ: É possível cumular a indenização do dano moral com a reparação econômica da Lei nº
10.559/2002 (Lei da Anistia Política). STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.

DIREITO EDUCACIONAL

A emissão do certificado de conclusão do ensino médio, realizado de forma integrada com o técnico, ao
estudante aprovado nas disciplinas regulares independe do estágio profissionalizante. Caso concreto: João
fez o ensino médio em instituto federal de educação. Ocorre que optou por não concluir o estágio
profissionalizante. A única consequência negativa para ele vai ser não ter direito ao certificado
técnico-profissional. No entanto, não há nada que o impeça de ter direito ao certificado de conclusão do ensino
médio, considerando que efetivamente estudou e foi aprovado nas respectivas matérias. STJ. 1ª Turma. REsp
1.681.607-PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 20/09/2018 (Info 634)

Material extraído dos informativos (versão resumida), disponibilizados pelo prof. Márcio Cavalcante no site
https://www.dizerodireito.com.br, e destacados nas partes mais importantes pela equipe da Legislação Destacada.

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