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ACÓRDÃO
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“Isto posto, julgo procedente o pedido inicial e converto em
definitiva a decisão de fls. 56. Com base no princípio da
razoabilidade, condeno a ré à indenização a título de danos
morais no valor de R$4.000,00 (quatro mil reais), acrescido
de juros da citação e correção monetária desta data, bem
como, nas custas, despesas do processo, e honorários
advocatícios de 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação. P.R.I. Niterói, 05/05/2022. Cristiane da Silva
Brandão Lima - Juiz em Exercício”.
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Em seu apelo, a parte ré alega que “a parte autora foi beneficiária do plano
coletivo por adesão, através de CONTRATO EMPRESARIAL, firmado entre a Amil e o
C D A CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE ALUMINIIO REPRESENTAÇÕES LTDA, e,
neste caso em específico, tendo como titular o SR. FABIANO PINHEIRO SANTANA, e
não a parte autora, sendo, portanto, um plano de saúde coletivo por adesão, o qual
foi cancelado em decorrência do óbito do titular. Neste Sentido, contrariamente ao que
consta da r. sentença ora guerreada, em razão do aumento repentino no número
dos beneficiários, foi realizada auditoria interna na empresa Ré que identificou
diversas irregularidades nos documentos e informações fornecidas pela contratante
ao incluir os beneficiários no plano de saúde coletivo. Urge observar que as
Afirma que, “de maneira que se exige por parte das empresas fornecedoras
ou prestadoras de serviços respeito aos direitos do consumidor, sob pena de severas
punições, não raras vezes, reparações por danos morais, a mesma expectativa deve
recair sobre o consumidor. Pelo exposto, é certo que se a parte autora aderiu ao contrato
de plano de saúde, logo, espera-se da autora, em nome do princípio da boa-fé, que
respeite o instrumento em sua íntegra, e não, ao revés, busque cumprimento só daquilo
que, em tese, beneficia-lhe individualmente”.
conduta lesiva. Destarte, resta claro que a Recorrente não cometeu qualquer
conduta ilícita, muito pelo contrário, agiu em perfeita consonância com a lei e, por
conseguinte, com o contrato que rege a relação entre as partes, razão pela qual,
impossível lhe imputar qualquer tipo de dano”.
É o Relatório.
Em réplica, a autora afirmou que “não foi informado pela a empresa que o
plano estava cancelado, desconhecendo a fraude apresentada pela empresa ré” e que
“em nenhum momento foi comunicado sobre o cancelamento do seu plano de saúde
empresarial, já que constava na relação dos empregados da empresa e os descontos
sendo realizados”.
Com efeito, resta evidente que a seguradora de saúde foi vítima de fraude,
haja vista que a empresa estipulante contratou seguro coletivo perante a ré Amil, fazendo
constar que os beneficiários eram seus funcionários, o que, todavia, não correspondia à
verdade. Por outro lado, verifica-se que não há qualquer comprovação de vínculo
empregatício entre o autor e a referida empresa, e por tal razão a ré cancelou o contrato
firmado com a referida empresa CDA – Centro de Distribuição de Alumínio
Representações Ltda.
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“0011564-67.2016.8.19.0209 – APELAÇÃO - Des(a). CINTIA
SANTAREM CARDINALI - Julgamento: 23/05/2018 -
VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. HIPÓTESE
QUE VERSA SOBRE SUPOSTA FALHA NA PRESTAÇÃO
DE SERVIÇO DA PARTE RÉ, REFERENTE A
ALTERAÇÕES EFETUADAS UNILATERALMENTE NO
PLANO DE SAÚDE CONTRATADO PELA AUTORA.
Frise-se, ademais, que tal hipótese versa sobre contrato de plano de saúde,
portanto o cancelamento unilateral importa em desassistência dos beneficiários em
tratamento contínuo de doenças, bem como em casos de necessidade de tratamento
emergencial, sem aviso prévio.
Assim sendo, a sentença recorrida deve ser mantida, tendo em vista que
restou caracterizada a falha na prestação do serviço.
sem aviso prévio e sem oferta de alternativa para manutenção do contrato, o que legitima
a reparação por dano moral.