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EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 06/12/2022 a
12/12/2022, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra.
Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Raul Araújo, Antonio Carlos Ferreira e
Marco Buzzi votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Raul Araújo.
RELATÓRIO
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REsp 1616060 Petição : 701756/2022 C542425515083<50023209@ C4255<0092029032212218@
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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.616.060 - SC (2016/0193749-9)
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REsp 1616060 Petição : 701756/2022 C542425515083<50023209@ C4255<0092029032212218@
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VOTO
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1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o
prazo prescricional da ação para indenizar dano irreversível
causado por erro médico começa a fluir a partir do momento em
que a vítima tomou ciência inequívoca de sua invalidez, bem
como da extensão de sua incapacidade. Aplicação do princípio
da actio nata.
2. O acórdão recorrido fundamentou sua decisão no fato de que
o julgamento da lide pelo magistrado de primeiro grau, com
declaração da ocorrência da prescrição, foi prematuro, tendo em
vista que o delineamento da controvérsia depende ainda da
análise de um contexto probatório não produzido pelas partes .
3. Qualquer conclusão em sentido contrário ao que decidiu o
aresto impugnado envolve o reexame do contexto
fático-probatório dos autos, providência incabível em sede de
recurso especial, conforme o que dispõe a Súmula 7/STJ.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no Ag 1.098.461/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
Quarta Turma, julgado em 22.6.2010, DJe de 2.8.2010)
No caso dos autos, a Corte local expressamente consignou que a
recorrida tomou ciência inequívoca do dano por ela sofrido em
28.3.2011, sendo que a ação de indenização por danos materiais e
morais foi ajuizada em 22.11.2011.
Dessa forma, a pretensão da autora, ora recorrida, não se encontra
prescrita, pois não transcorrido o prazo quinquenal previsto no art. 27
do Código de Defesa do Consumidor.
Em face do exposto, nego provimento ao recurso especial.
Intimem-se.
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STJ. DISSÍDIO NÃO COMPROVADO. RECURSO
PROTELATÓRIO. INCIDÊNCIA DA MULTA DO ART. 1.021, § 4º,
DO NCPC. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO, COM
IMPOSIÇÃO DE MULTA.
1. Aplica-se o NCPC, a este recurso ante os termos do Enunciado
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de
9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015
(relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016)
serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do
novo CPC.
2. Nos termos do art. 27 do CDC, prescreve em cinco anos a
pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou
do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua
autoria.
3. A alteração do entendimento adotado pela Corte de origem, acerca
da data em que ocorreu a ciência inequívoca da ocorrência de erro
médico, dando início à contagem do prazo prescricional quinquenal,
demandaria, necessariamente, novo exame do acervo
fático-probatório constante dos autos, providência vedada na via
estreita do recurso especial, conforme o óbice previsto no enunciado
n. 7 da Súmula deste Tribunal Superior.
4. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que não é
possível o conhecimento do recurso especial interposto pela
divergência jurisprudencial na hipótese em que o dissídio é apoiado
em fatos e não na interpretação da lei. Isso porque a Súmula nº 7 do
STJ também se aplica aos recursos especiais interpostos pela alínea
c, do permissivo constitucional. Precedente: AgRg no Ag
1.276.510/SP, Rel. Ministro PAULO FURTADO (Desembargador
Convocado do TJ/BA), DJe 30/6/2010).
5. Em razão da improcedência do presente recurso, e da anterior
advertência em relação a incidência do NCPC, incide ao caso a multa
prevista no art. 1.021, § 4º, do NCPC, no percentual de 3% sobre o
valor atualizado da causa, ficando a interposição de qualquer outro
recurso condicionada ao depósito da respectiva quantia, nos termos
do § 5º daquele artigo de lei.
6. Agravo interno não provido, com imposição de multa.
(AgInt no REsp n. 1.782.848/RJ, relator Ministro Moura Ribeiro,
Terceira Turma, julgado em 15.4.2019, DJe de 22.4.2019.)
(...)
Argumenta a autora que a sua pretensão não se encontra prescrita,
porquanto a decisão do Conselho Regional de Medicina no processo
ético-profissional deflagrado contra o médico restou proferida em
28.03.2011 (fl 166).
Melhor sorte socorre à apelante.
O termo inicial da prescrição, concessa venia, não começou com a
reclamação à autarquia, mas sim no dia em que a apelante tomou
ciência do dano e inequivocamente de sua autoria. Deveras, o fato
ocorreu na data em que foi proferida a decisão pelo Conselho
Regional de Medicina.
Em outras palavras, o prazo prescricional não principiou quando a
autora ofereceu denúncia àquele conselho (21.03.2005 - fl. 197), mas
no momento em que ela teve acesso ao julgamento do ente
responsável por analisar o processo administrativo, decorrente do
defeito na prestação do serviço pelo médico (28.03.2011 - fl. 166).
Antes de tal pronunciamento, a recorrente não tinha certeza de
que havia falha profissional, requisito este imprescindível ao
marco da contagem da prescrição. Admitir-se o contrário
equivaleria a censurar quem age com prudência e evita uma lide
temerária.
(...)
Estreme de dúvidas que a prescrição, na espécie, iniciou-se na
oportunidade em que a demandante travou conhecimento
unívoco da responsabilidade subjetiva e dos danos sofridos,
qual seja, em 28.03.2011 (fl. 166).
Nesse desiderato, verifica-se que não se escoaram mais de cinco
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anos entre a data da ciência plena da autoria e dos danos sofridos
(28.03.2011) até o ajuizamento da ação, concretizado no dia
22.11.2011 (fl. 02). Por conseguinte, resulta inviável apontar-se como
prescrita a pretensão indenizatória da postulante.
(...) (destaquei)
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TERMO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no REsp 1.616.060 / SC
Número Registro: 2016/0193749-9 PROCESSO ELETRÔNICO
Número de Origem:
00106983120118240036 00941977920158240000 036110106984 20140162499 20140162499000100
20140162499000200 36110106984
Relator do AgInt
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO
Secretário
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVO INTERNO
TERMO