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APRESENTAÇÃO 6
Sobre o CESPE 6
Dicas de estudo: 7
Um pouco sobre o método: 7
LEIS MELHORES DE CUSTO BENEFÍCIO DE LER (TAMANHO/QUANTIDADE) 8
DIREITO URBANÍSTICO 9
Outros julgados importantes 11
DESMEMBRAMENTO e LOTEAMENTO. 12
Estatuto da Cidade 12
DIREITO AMBIENTAL 13
1) PRINCÍPIOS AMBIENTAIS 14
2) COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS 15
MUNICÍPIO PODE LEGISLAR SOBRE DIREITO AMBIENTAL? 16
LEI MUNICIPAL E PROIBIÇÃO DA QUEIMA DA CANA DE AÇÚCAR/USO DE FOGO
EM ATIVIDADES AGRÍCOLAS 17
LEI ESTADUAL-MUNICIPAL QUE PERMITE PERFURAÇÃO DE POÇO ARTESIANO
SEM AUTORIZAÇÃO 18
LEI ESTADUAL - AMIANTO 19
CONSTITUIÇÃO/LEI ESTADUAL - SETOR NUCLEAR 20
ENTES LEGISLANDO POR MEIO DE MEDIDA PROVISÓRIA EM DIREITO
AMBIENTAL 21
LEI ESTADUAL - PROIBIÇÃO DA DESTRUIÇÃO DE BENS APREENDIDOS 22
EIA-RIMA 23
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 26
LICENÇA PRÉVIA 27
LICENÇA DE INSTALAÇÃO 28
LICENÇA DE OPERAÇÃO 28
LC 140/2011. 29
OUTRAS DECISÕES IMPORTANTES SOBRE LICENCIAMENTO: 32
CONCESSÃO AUTOMÁTICA DE LICENÇA AMBIENTAL E
INCONSTITUCIONALIDADE 33
CRIAÇÃO DE MODALIDADE SIMPLIFICADA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 34
DISPENSA DE LICENCIAMENTO PARA DETERMINADAS ATIVIDADES POR
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL 36
COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL: 37
Competência municipal 37
Competência estadual 37
Competência federal 37
COMPETÊNCIA SUPLETIVA/SUBSIDIÁRIA 39
ESPAÇOS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS 40
APP 41
@profalvaroveras
APRESENTAÇÃO
Sou Álvaro Veras, professor, advogado e Procurador do Estado do Ceará. Já fui Procurador do
Estado do RN de 2016 a 2023, além de Defensor Público Federal de 2015 a 2016 (prova
CESPE). Fui aprovado/nomeado ainda nas provas da PGE-PI(CESPE), PGE-BA(CESPE),
DPE-CE, DPE-SP. Vou usar a experiência que tenho em concursos(já são 10 anos trabalhando
pelo menos com isso) para ajudar na aprovação de vocês :)
Sobre o CESPE
Tende a ser uma banca mais genérica na primeira fase! Claro que temas da Fazenda
Pública/relativos ao Estado têm uma maior probabilidade de serem cobrados, mas não
significa uma prova exclusivamente voltado à carreira
Assim, indico que vocês, ao fazer questões, usem como filtro não só as provas de Advocacia
Pública, mas também as provas da própria organizadora CESPE, ainda que de outras carreiras
de nível superior (Delegado, Juiz, Promotor, Defensor)
Sempre me preparei assim e sempre achei a forma mais produtiva.
Dicas de estudo:
O que aprova é o básico, o essencial e a constância.
Não existe uma fórmula mágica e nem de uma fórmula que funcione necessariamente pra
você;
@profalvaroveras
Existem inúmeros métodos de estudar. Vocês têm que ter AUTOCONHECIMENTO e saber o
que é melhor pra vocês.
LIVROS/SINOPSE/DOUTRINA/AULAS
IDEIA CENTRAL: Um material por disciplina. Tudo que você estudar ter como revisar.
O estudo é múltiplo. As fontes de conhecimento são múltiplas. Com o tempo e com outros
estudos(questões de concursos passados, jurisprudência, cursos de primeira-segunda fase)
vocês agregam mais conhecimento e que se complementam.
Adotar um livro que seja de Concursos. Existem vários possíveis e vários que não são
recomendados. Livro de concurso é especializado nisso.
JURISPRUDÊNCIA
Montar um caderno de jurisprudência. Vai servir para TODAS as suas frases.
Como o que mais importava, a meu ver, era a cronologia, eu separava por informativo.
Lia pelo Dizer o Direito (@dizerodireito) - ou mesmo no Informativo resumido deles.
Anotar a conclusão do julgado e mais dois fundamentos(essencial para provas discursivas!)
Revisava sempre e antes de cada prova.
No caso da objetiva, por exemplo: você revisa mais a conclusão do julgado do que os
fundamentos em si.
Ler LEI SECA!!! Isso é essencial para vocês!! Cada um tem um jeito de ler/quantidade de
artigos. Têm diplomas que valem ou não a leitura completa.
Vou colocar aqui para vocês jajá os que acho que mais compensam.
O CADERNO DE ESTUDO DE QUESTÕES OBJETIVAS
Eu aponto o caderno a principal razão para minhas boas aprovações nas provas objetivas. Foi
essencial!
Ou seja: o foco principal era nas questões. E eu vi que sempre se tinha um padrão no CESPE:
as questões se repetiam muito(!). E por vezes eu errava mais de uma vez. Decidi, então,
começar a anotar o que eu aprendia em cada uma dessas questões e montar um caderno de
questões.
Olhar todas as alternativas. Se for ABCDE, muitas vezes ali temos mais de uma afirmação
que está sendo discutida e que pode ser aproveitada;
Separar por disciplina e assunto/tema. Exemplo: Direito Administrativo - e lá dividir entre
Responsabilidade Civil do Estado, Servidores Públicos, etc etc (...)
Escrever ou digitar (eu comecei a fazer eles físicos, mas ficaram muito grandes e depois
passei pro computador) o que você aprendeu com cada questão, de forma resumida, ainda que
seja letra de lei.
Ex:
art. 182 CF/88: o plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, e
não eleitores(se a questão tiver colocado que eram eleitores).
Na revisão final pra prova, esses cadernos vão ser sempre essenciais!
Passada essas dicas mais introdutórias também de métodos, vou agora à matéria em si.
ESTATUTO DA CIDADE
(vou indicar depois também os melhores artigos)
DIREITO URBANÍSTICO
→ Constituição Estadual pode obrigar Municípios por terem mais de 10 mil habitantes a
terem Plano Diretor?
https://www.questoescritaseorais.com/direito-urbanistico/constituicao-estadual-pode-obrigar-
municipios-por-terem-mais-de-10-mil-habitantes-a-terem-plano-diretor/
Ou seja: segundo o STJ, o ITR não incide somente sobre os imóveis localizados na zona rural
do município, mas também sobre aqueles que, situados na área urbana, são comprovadamente
utilizados em exploração extrativa, vegetal, pecuária ou agroindustrial.
@profalvaroveras
MUITO IMPORTANTE!
Já cobrado em diversas provas do CESPE!!!
DESMEMBRAMENTO e LOTEAMENTO.
Muita atenção para a distinção.
§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,
com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou ampliação das vias existentes.
Art. 2º, § 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a
edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na
abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes.
Diferenciação prevista na Lei do Parcelamento do Solo Urbano.
É, sem dúvidas, um dos artigos que mais cai em Direito Urbanístico.
Estatuto da Cidade
Os artigos que eu entenderia como IMPRESCINDÍVEIS por serem muito cobrados:
Posso não ajudar vocês com todas as questões da prova, mas tenho certeza que com esse foco
que tô querendo botar pro estudo de vocês, dá pra ajudar demais no rendimento. Fazer o que é
importante/essencial é muito mais interessante do que ficar preso a um mundo de coisas. Eu
sempre brinco: tem questões que eu errava "com orgulho", por serem totalmente fora da
casinha. Tem que focar no que é essencial/imprescindível.
DIREITO AMBIENTAL
1) Princípios ambientais;
2) Competências ambientais
3) EIA-RIMA;
4) Licenciamento ambiental;
b) Lei 9.985/2000;
Principalmente: 1, 3, 4, 5, 6
Tudo aqui eu vou enumerar o que é mais importante. Vocês vão ter um ótimo resumo de
Direito Ambiental para Procuradorias.
1) PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
Princípios ambientais mais importantes
@profalvaroveras
d) Poluidor-pagador: aquele que poluir tem que arcar com custos sociais de sua
atividade(externalidades negativas). Evitar privatização dos lucros e socialização das perdas.
Não deve ser interpretado sob a ótica do poluir mediante pagamento de preço. Previsão no art.
14 da Lei 6938: responsabilidade independentemente de culpa(objetiva, risco integral);
e)Princípio do usuário-pagador: todos as pessoas que utilizam recursos naturais, ainda que não
haja poluição e a atividade seja lícita, devem pagar pela sua utilização. Caso da água.
Racionalizar utilização dos recursos naturais;
f) Princípio do limite ou controle: dever estatal de editar e efetivar normas jurídicas que
instituam padrões de máximos de poluição.
2) COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
D) Sobre os municípios: art. 30, I e II, cabe a eles legislar sobre assuntos e interesse local e
suplementar à legislação ambiental
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Boa parte das matérias de Direito Ambiental são, então, de competência concorrente(existem
temas que são de competência privativa da União).
"município é competente para legislar sobre o meio ambiente, com União e Estado, no
limite de seu interesse local, e desde que tal regramento seja suplementar e harmônico à
disciplina estabelecida pelos demais entes federados.”
Art. 38: ‘‘É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações: I - em
locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas
agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental
competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que
estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; II - emprego da queima
controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de
manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação,
visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas
estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; III - atividades de pesquisa
científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos
competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia
aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama’’.
Como já vimos, de acordo com entendimento do STF, o Município é competente para legislar
sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse local e desde que tal
regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art.
24, VI c/c 30, I e II da CRFB.
Desse modo, entendeu o STF pela inconstitucionalidade da lei municipal que proíbe a queima
da cana de açúcar.
Obs: No caso, existia também uma Lei Estadual de SP, 11.241/02 prevê a redução gradual da
queima da cana-de-açúcar, dispondo sobre a extinção do método apenas para o ano de 2.031,
o que também não se compatibilizava com o disposto na lei municipal. Entendeu-se que tal lei
estadual deveria prevalecer, em face da maior compatibilidade com o disposto na lei federal, o
sopesamento dos interesses e com a CF-88.
O Tema 145 do STF está assim ementado: “O município é competente para legislar
sobre o meio ambiente com a União e o Estado, no limite do seu interesse local e desde
que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes
federados (Art. 24, VI, c/c 30, I e II, da Constituição Federal)”. Considerando a lei
municipal objeto da controvérsia que originou o Tema 145 do STF, bem como o teor da
respectiva decisão, assinale a alternativa correta. A) A afirmação da competência
municipal para legislar sobre o meio ambiente, reconhecida no Tema 145 do STF,
possibilita aos Municípios proibirem a queima de palha de cana de açúcar e o uso de
fogo em atividades agrícolas, por ser método rudimentar e primitivo. B) A existência de
Lei Federal sobre mesmo conteúdo da Lei Municipal afasta a competência municipal
para dispor sobre matéria com idêntico conteúdo, mesmo que Municípios tenham
competência para legislar sobre meio ambiente. C) A Lei Federal proíbe a queima da
palha da cana de açúcar, não abrindo espaço legislativo para o exercício de competência
estadual ou municipal, sendo a legislação local reforço do dispositivo federal. D) A Lei
Estadual do Estado de São Paulo criou uma forma progressiva de mecanização do
cultivo da lavoura de cana de açúcar, compatibilizando a redução ao máximo do aspecto
negativo ambiental com as repercussões sociais da mudança do modo de cultivo,
devendo ser aplicada a todos municípios paulistas. E) Sendo Tema do STF, a Lei
estadual paulista deve ser aplicada aos demais entes federativos brasileiros, dado a
repercussão geral de decisão desta espécie.
Gabarito: D
Uma lei estadual/municipal previa, de modo genérico, que seria possível a perfuração de
poços artesianos, sem exigência de autorização específica. Tal lei é constitucional?
Veja-se:
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de
recursos hídricos:
II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo
produtivo;
Assim, existe lei geral federal que de forma expressa legisla sobre o tema - devendo-se
ressaltar que, nos termos da CF/88, compete privativamente à União legislar sobre águas(art.
22, IV).
Amianto trata-se de uma substância muito usada no âmbito industrial - tem-se, no entanto, que
há muitas décadas discute-se o seu impacto na saúde dos trabalhadores e nos consumidores
que utilizam tais produtos, incluindo se aposentado como uma substância de natureza
cancerígena.
Inicialmente, entendia-se que as leis estaduais que versavam sobre a proibição do uso do
amianto eram inconstitucionais, pelo fato de a lei federal permitir(lei 9.055/1995).
Tem-se, no entanto, que o STF, na ADI 3937/SP, modificou substancialmente tal posição.
Segundo a Corte:
Destaca-se, inclusive, a Convenção 162 da OIT, ratificada pelo Brasil, que prevê, dentre seus
princípios gerais, a necessidade de revisão da legislação nacional sempre que o
desenvolvimento técnico e o progresso no conhecimento científico o requeiram (art. 3º, § 2).
Assim, a permissão dada pela lei federal para uso do amianto deve ser considerada
inconstitucional(existência de inconstitucionalidade superveniente), em razão de: ofensa ao
direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88), ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao
trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88), e à
proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88).
Assim, a lei estadual passa a valer. No caso, a lei estadual de SP não possui os mesmos vícios
de inconstitucionalidade material, estando então em consonância com os preceitos materiais
violados pela lei federal.
Constituição/lei estadual passa a dispor que é proibido no Estado que se implantem usinas
nucleares ou mesmo que se entrem, armazene ou se processe material radioativo no território
estadual.
Segundo a CF:
Assim, lei estadual não pode dispor sobre o tema, sendo inconstitucional.
Consoante entendimento do STF (Info 896), é possível editar MP sobre meio ambiente, desde
que favoráveis para veicular normas favoráveis à sua proteção.
Se for para diminuir a proteção, é necessária a edição de uma lei formal – já que com isso se
tem debate parlamentar e participação da sociedade, órgãos de defesa ambiental.
Constitui, desse modo, a proteção ao meio ambiente como sendo um limite implícito à edição
de MPs, ainda que não conste especificamente nas limitações da CRFB/88.
Com o objetivo de construir uma usina hidrelétrica com capacidade instalada superior a
quinhentos megawatts sobreposta a um parque estadual no estado do Ceará, o
governador do estado editou uma medida provisória para desafetar a área protegida
necessária à construção do empreendimento. No dia seguinte, o empreendedor solicitou
o licenciamento ambiental ao órgão ambiental responsável. Um mês depois, o órgão
ambiental analisou os estudos e concedeu a licença ambiental.
c) Apresente o posicionamento do STF acerca de medidas provisórias como a editada
pelo governador e o princípio constitucional envolvido nesse ato. [valor: 1,00 ponto]
O gabarito da banca nessa pergunta específica:
O STF firmou a posição de que as medidas provisórias não podem veicular norma que
altere espaços territoriais especialmente protegidos, sob pena de ofensa ao art. 225, § 1.º,
inc. III, da CF. As alterações promovidas pela referida medida provisória importaram
diminuição da proteção dos ecossistemas abrangidos pela unidade de conservação por
ela atingida, acarretando ofensa ao princípio da proibição de retrocesso socioambiental
@profalvaroveras
Lei Estadual previu que seria proibido a órgãos ambientais e a Polícia Militar destruir ou
inutilizar bens particulares apreendidos em operações e fiscalizações ambientais.
No caso, a Lei de Crimes Ambientais (Lei federal 9.605/1998) prevê as sanções de apreensão
e destruição de produtos e instrumentos de infrações ambientais. Esses dispositivos foram
regulamentados pelo Decreto 6.514/2008, que disciplinou a atuação do agente responsável
pelas medidas.
Outro aspecto inconstitucional: tal lei, ao impor a destinação a ser dada aos produtos e
instrumentos apreendidos em operações de fiscalização ambiental, usurpou competência
privativa da União para legislar sobre matéria de direito penal e processual penal.
EIA-RIMA
Aspectos importantes sobre EIA-RIMA:
Note-se, então, que NÃO são todos os casos de atividades que exigem a realização de
EIA-RIMA, mas apenas aquelas POTENCIALMENTE causadoras de SIGNIFICATIVA
degradação do meio ambiente.
CARÁTER PÚBLICO: No que tange ao caráter público, aduz o autor que é com o objetivo
de permitir o pleno acesso da comunidade sobre seu conteúdo, visando conferir real eficácia
aos instrumentos de participação popular.
Atenção: ocorreu uma mudança na legislação infralegal (em 1997), com a revogação do artigo
7 da Resolução CONAMA 01/1986, no sentido de que não existe mais a necessidade de que
essa equipe profissional multidisciplinar seja independente do proponente do projeto(mudança
essa muito criticada por ambientalistas).
Assim, por exemplo, profissionais que têm vinculo empregatício com o empreendedor podem
fazer parte dessa equipe.
Segundo entendimento do STF (ADI 1.086), não é constitucional tal norma, uma vez que cria
exceção incompatível com o disposto no inciso IV, parágrafo primeiro, art. 225, da CF/88.
Tem que ser avaliado o projeto no caso concreto para que o órgão ambiental decida se o
EIA-RIMA será exigível(caso preenchido requisito constitucional de atividade de potencial
degradação ambiental significativa).
Outro caso semelhante: Estado do MT criou lei que dispensou EIA-RIMA para obras
hidrelétricas que tinham potencial de 10 a 30MW e que tivessem determinada extensão de
área inundada.
Segundo o STF,
ADI 4529/MT
Gabarito: E
Julgados cobrados:
realização de EIA/RIMA, atrai a incidência, por analogia, dos óbices das Súmulas n. 283
e 284, ambas do STF. IV - Eventual análise da pretensão tal como postulado,
demandaria incursão em disposições constitucionais, legislação estadual e até mesmo ato
de natureza normativa, que não equivale à lei federal para o fim colimado. Incidência da
Súmula n. 280/STF. V - Tanto a legislação federal quanto a estadual dispõem ser
imprescindível a prévia existência de EIA/RIMA para a imposição da condicionante de
compensação ambiental, exigência que não pode se dar a puro e simples critério de
conveniência e oportunidade do órgão ambiental. VI - É dever da autoridade ambiental
estadual, nos casos em que o empreendimento seja potencialmente causador de
significativa degradação ambiental, exigir que o empreendedor realize o EIA/RIMA e, a
partir dele e se necessário, exigir eventual compensação ambiental, o que não ocorreu.
VII - Agravo conhecido para não conhecer do recurso especial. (AREsp n.
1.186.280/MG, relator Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, julgado em
14/9/2021, DJe de 23/9/2021)”.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
De forma resumida e simples: é o processo administrativo pelo qual se tem que passar para
emitir a licença ambiental.
Fiorillo, mencionado por Frederico Amado: “podemos afirmar que a licença ambiental -
enquanto licença - deixa de ser um ato vinculado para ser um ato com discricionariedade sui
generis”.
Segundo entendimento do STF(ADI 1.505), é inconstitucional tal disposição da CE, uma vez
que a concessão de autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao
meio ambiente consubstancia ato do poder de polícia, de exclusividade nesse caso do Poder
Executivo.
Art. 19. O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os
condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença
expedida, quando ocorrer:
LICENÇA PRÉVIA
LICENÇA DE INSTALAÇÃO
Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especifi cações
constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.(Resolução
27/1997, CONAMA)
Prazo não pode ser superior a 6 anos.
@profalvaroveras
LICENÇA DE OPERAÇÃO
LC 140/2011.
Buscou trazer regras para disciplinar competências administrativas comuns entre União,
Estados, DF e Municípios, especialmente sobre o licenciamento ambiental.
Ou seja: caso a licença ambiental fosse requerida com antecedência mínima de 120 dias antes
de expirar o seu prazo de validade, ela ficaria automaticamente prorrogada até que se
manifestasse o órgão ambiental.
O STF entendeu que essa norma foi insuficiente em frente aos deveres de tutela do meio
ambiente, já que não prevê nenhuma consequência para a omissão/mora motivada ou
desproporcional do órgão ambiental.
Segundo a Corte, então, deveria ser aplicado o art. 15, sobre a competência supletiva, que é a
resposta adequada do sistema dada quando inexiste órgão ambiente fiscalizador em
determinada região. Assim, mesmo resultado normativo deve incidir para a omissão ou mora
imotivada e desproporcional do órgão ambiental diante de pedido de renovação de licença
ambiental, disciplinado no referido § 4º do art. 14.
@profalvaroveras
2) O fato de se ter o licenciamento por um órgão não exclui o poder de fiscalização dos
demais. Nesse sentido, o art. 17 da LC 140/2011:
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a
legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por
órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.
(Vide ADI 4757)
Tal artigo sofreu interpretação conforme pelo STF na já mencionada ADI 4757:
Assim, realizando tal interpretação conforme, entendeu o STF que: “ao § 3º do art. 17 da Lei
Complementar nº 140/2011, esclarecendo que a prevalência do auto de infração lavrado
pelo órgão originalmente competente para o licenciamento ou autorização ambiental não
exclui a atuação supletiva de outro ente federado, desde que comprovada omissão ou
insuficiência na tutela fiscalizatória.”
Ou seja: pode-se exigir uma atuação supletiva(de acordo com a LC 140/2011,”ação do ente da
Federação que se substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuições, nas
hipóteses definidas nesta Lei Complementar;”), quando exista omissão/insuficiência na tutela
fiscalizatória.
O MDB (partido político) ajuizou ADI contra tal dispositivo. Segundo o relatório do julgado,
alegou-se que tal dispositivo, ao impor a anuência de órgãos estaduais para o licenciamento
ambiental, violou o princípio federativo e a autonomia municipal. Narrou, ainda, que o
Governo do Estado do Ceará, por meio de seus órgãos administrativos dotados de
competência ambiental e com fundamento no dispositivo impugnado, impôs ao Município de
Fortaleza a assinatura de convênio de cooperação técnica e administrativa para licenciamento
e fiscalização de atividades que tenham impacto ambiental local, sujeitando-o às normas de
caráter estadual.
Segundo a Corte, no tema 145/STF, o Município é competente para legislar sobre o meio
ambiente no limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a
disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c 30, I e II, da CF)
No caso, então, o dispositivo deve ser aplicado apenas para as atividades que devem ser
licenciadas pelo Estado - e não de competência do Município. Cabe aos municípios promover
o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos possam causar impacto
ambiental de âmbito local.
Tal norma previu, ainda, que a vedação da coleta adicional pelos órgãos competentes à
realizada pelo sistema responsável pela integração para a emissão das licenças e alvarás para o
funcionamento do empresário ou da pessoa jurídica, sejam essas licenças ambientais ou não
De acordo com a Corte, tal vedação de se pedir dados adicionais pelos órgãos competentes
não tem fundamento constitucional válido, em especial quando se tratar de licenciamentos
ambientais. Retira-se, então, do órgão responsável, no momento da concessão da licença ou
alvará, se se mostrar necessário, a coleta de dados ou documentos que comprovem a
regularidade da empresa.
Assim, entende o STF que são inconstitucionais as normas no que tange às licenças
ambientais:
Julgou-se, então, o pedido parcialmente procedente para dar conforme à Constituição ao art.
6º-A e ao inc. III do art. 11-A da Lei n. 14.195/2021 no sentido de excluir a aplicação desses
dispositivos às licenças em matéria ambiental.
Lei Estadual de Rondônia, dentre outros aspectos, criou uma modalidade simplificada de
licenciamento ambiental para atividade garimpeira. Veja-se:
Art. 3º. O Licenciamento Ambiental para Atividade de Lavra Garimpeira far-se-á por
meio de Licença de Operação Direta, a ser expedida pela Fundação Estadual do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos - FEMARH, devendo ser apresentado estudo ambiental
para análise técnica, conforme Termo de Referência constante no Anexo II desta Lei e
que dela é parte integrante.
Salienta-se que compete privativamente à União legislar sobre jazidas, minas, outros recursos
minerais e metalurgia (art. 22, XII, da CF).
Outro caso semelhante: Estado do MT criou lei que dispensou EIA-RIMA/licenciamento para
obras hidrelétricas que tinham potencial de 10 a 30MW e que tivessem determinada extensão
de área inundada.
Segundo o STF,
Essa norma viola a competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (art.
22, IV, da CF/88) e a competência exclusiva da União para explorar esses serviços (art. 21,
XI).
Ainda que sob a justificativa de proteger, defender e conservar o meio ambiente local e seus
recursos naturais, a lei estadual impugnada, ao criar uma obrigação às empresas prestadoras
de serviços de telecomunicações e estipular critérios para a instalação de infraestruturas a ele
relacionadas, invadiu a competência da União para dispor sobre a matéria e interferiu
diretamente na relação contratual formalizada entre o Poder concedente e as concessionárias.
STF. Plenário. ADI 7.321/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/6/2023 (Info 1097).
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
Competência municipal
1) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
2) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
Competência estadual
Critério residual
Competência federal
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;
COMPETÊNCIA SUPLETIVA/SUBSIDIÁRIA
Supletiva: Aqui existe uma substituição. Só o ente que vai substituir atua. Ocorre quando não
existem órgãos capacitados no ente que é o detentor da competência.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações
administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
@profalvaroveras
SUBSIDIÁRIA:
Ocorre quando um ente, que é o competente para licenciar, solicita a ajuda de outro.
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de
apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de
cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente
detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar.
Art. 2o
Art. 7o, inciso XIV (com destaque para os casos de licenciamento da União que já destaquei)
e parágrafo ùnico
Art. 8o, inciso XIV, XV, XVI
Art. 9o, inciso XIV, XV
Art. 12
Art. 13
Art. 14
Art. 15
Art. 17
Obs: lembrar da interpretação conforme que eu falei que foi feita na ADI 4757 do art.
14, parágrafo quarto, da LC 140/2011.
Previsão constitucional:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
Se for para aumentar - não precisa. Se for para alterar mantendo o que já estava protegido, aí
não precisa de lei.
Pode-se instituir um espaço ambiental por lei ou mesmo por via decreto. Nesse sentido, o
STF:
Mesmo que o espaço protegido seja instituído por meio de decreto, sua alteração diminuindo
algum espaço protegido/supressão somente vai se dar por lei.
@profalvaroveras
Sobre medida provisória, lembrando entendimento importante do STF - no sentido de que elas
não podem veicular norma que alterem espaços territoriais especialmente protegidos para
diminuí-los:
As medidas provisórias não podem veicular norma que altere espaços territoriais
especialmente protegidos, sob pena de ofensa ao art. 225, inc. III, da Constituição da
República. 4. As alterações promovidas pela Lei n. 12.678/2012 importaram diminuição
da proteção dos ecossistemas abrangidos pelas unidades de conservação por ela
atingidas, acarretando ofensa ao princípio da proibição de retrocesso socioambiental,
pois atingiram o núcleo essencial do direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado previsto no art. 225 da Constituição da República. 5. Ação
direta de inconstitucionalidade parcialmente conhecida e, nessa parte, julgada
procedente, sem pronúncia de nulidade.
(ADI 4717, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 05/04/2018,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-031 DIVULG 14-02-2019 PUBLIC 15-02-2019)
APP
Pode-se ter:
a) pela lei;
b) por decreto do Poder Executivo;
c) resoluções do CONAMA - importantes entendimentos do STF sobre revogação.
A) POR LEI:
Imposição legal do art. 4o - incidência ex lege - independente de alguma adoção de ação pela
Administração Pública.
@profalvaroveras
São consideradas limitações administrativas - ausência de direito como regra a ser indenizado,
a não ser que comprovem prejuízo - REsp 1.233.257 (Frederico Amado, Direito Ambiental
Esquematizado)
B) APPs do art. 6o
Possível que Poder Público, por meio das entidades políticas, instituam novas áreas de APP.
Bem específico nos casos (obs: dificilmente são cobradas em concurso tais hipóteses)
Agora, cria-se por meio de decreto do Prefeito, Governador e Presidente nos casos
especificados do art. 6o do Código Florestal
Fonte: Frederico Amado, Direito Ambiental Esquematizado
@profalvaroveras
A revogação das Resoluções nºs 302/2002 e 303/2002 distancia-se dos objetivos definidos
no art. 225 da CF, baliza material da atividade normativa do CONAMA. Aparente
estado de anomia e descontrole regulatório, a configurar material retrocesso no tocante à
satisfação do dever de proteger e preservar o equilíbrio do meio ambiente, incompatível
com a ordem constitucional e o princípio da precaução. Precedentes. Aparente
retrocesso na proteção e defesa dos direitos fundamentais à vida (art. 5º, caput, da CF), à
saúde (art. 6º da CF) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, caput, da
CF). Fumus boni juris demonstrado. 3. Elevado risco de degradação de ecossistemas
essenciais à preservação da vida sadia, comprometimento da integridade de processos
ecológicos essenciais e perda de biodiversidade, a evidenciar o periculum in mora. 4.
Liminar deferida, ad referendum do Plenário, para suspender os efeitos da Resolução
CONAMA nº 500/2020, com a imediata restauração da vigência e eficácia das
Resoluções CONAMA nºs 284/2001, 302/2002 e 303/2002. 5. Medida liminar
referendada. (ADPF 747 MC-Ref, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado
em 30/11/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-289 DIVULG 09-12-2020 PUBLIC
10-12-2020)
UTILIDADE PÚBLICA
INTERESSE SOCIAL
BAIXO IMPACTO AMBIENTAL
(a) Art. 3º, inciso VIII, alínea ‘ b’, e inciso IX (Alargamento das hipóteses que
configuram interesse social e utilidade pública): As hipóteses de intervenção em áreas de
preservação permanente por utilidade pública e interesse social devem ser legítimas e
razoáveis para compatibilizar a proteção ambiental com o atendimento a outros valores
constitucionais, a saber: prestação de serviços públicos (art. 6º e 175 da CRFB); políticas
agrícola (art. 187 da CRFB) e de desenvolvimento urbano (art. 182 da CRFB); proteção
de pequenos produtores rurais, famílias de baixa renda e comunidades tradicionais; o
incentivo ao esporte (art. 217 da CRFB), à cultura (art. 215 da CRFB) e à pesquisa
científica (art. 218 da CRFB); e o saneamento básico (artigos 21, XX, e 23, IX, da
CRFB). O regime de proteção das áreas de preservação permanente (APPs) apenas se
justifica se as intervenções forem excepcionais, na hipótese de inexistência de alternativa
técnica e/ou locacional. No entanto, o art. 3º, inciso IX, alínea g, limitou-se a mencionar a
necessidade de comprovação de alternativa técnica e/ou locacional em caráter residual,
sem exigir essa circunstância como regra geral para todas as hipóteses. Essa omissão
acaba por autorizar interpretações equivocadas segundo as quais a intervenção em áreas
de preservação permanente é regra, e não exceção. Ademais, não há justificativa
razoável para se permitir intervenção em APPs para fins de gestão de resíduos e de
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, sob pena de
subversão da prioridade constitucional concedida ao meio ambiente em relação aos
demais bens jurídicos envolvidos nos dispositivos respectivos; CONCLUSÃO : (i)
interpretação conforme à Constituição aos incisos VIII e IX do artigo 3º da Lei n.
12.651/2012, de modo a se condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse
social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à
atividade proposta, e (ii) declaração de inconstitucionalidade das expressões “gestão de
resíduos” e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais,
nacionais ou internacionais”, do artigo 3º, VIII, b, da Lei n. 12.651/2012;
Decisão recente nova e interessante sobre o tema (Fonte: Buscador Dizer o Direito)
@profalvaroveras
Os arts. 2º, III; 3º, II, “c”; e 17, da Lei nº 20.922/2013, do Estado de Minas Gerais,
ampliaram os casos de ocupação antrópica em áreas de preservação permanente previstos na
norma federal vigente à época (no caso, a Lei nº 11.977/2009, revogada pela Lei nº
13.465/2017).Com isso, essa lei estadual, além de estar em descompasso com o conjunto
normativo elaborado pela União, flexibilizou a proteção ao meio ambiente local, tornando-o
mais propenso a sofrer danos.A legislação mineira, ao flexibilizar os casos de ocupação
antrópica em áreas de Preservação Permanente, invadiu a competência da União, que já
havia editado norma que tratava da regularização e ocupação fundiária em APPs.STF.
Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2021 (Info
1042).
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação
dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o
abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;
Obs: apenas incidem reservas legais em áreas RURAIS! Isso é bastante cobrado.
Obs2: Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei
municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal,
que só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos
aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que
trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal.
Também se caracteriza como limitação administrativa - não gerando, como regra, direito à
indenização. (STJ, Resp 1.240.122)
Deveres associados às APPS e à Reserva legal têm natureza de obrigação propter em, ou seja,
aderem ao título de domínio ou de posse (Resp. 948.921)
interpretação conforme do art. 48, parágrafo segundo - deve-se dar interpretação conforme
a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas entre áreas com
identidade ecológica.
Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa
jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo
adquirente.
(...)
§ 2º A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no
mesmo bioma da área à qual o título está vinculado.
O novo Código Florestal adotou o critério do bioma para fins de compensação da Reserva
Legal. Assim, o § 2º do art. 48 previu que a CRA pode ser utilizada para compensar Reserva
Legal de imóvel situado no mesmo bioma da área à qual o título está vinculado. Em outras
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palavras, o proprietário que quiser adquirir CRA deverá comprar de imóveis rurais situados
no “mesmo bioma”.
O STF entendeu que a aquisição de uma área no mesmo bioma é insuficiente como
mecanismo de compensação. Isso porque pode acontecer de, dentro de um mesmo bioma,
existir uma alta heterogeneidade de formações vegetais. Assim, pela redação legal, o
proprietário poderia, dentro de um mesmo bioma, “compensar” áreas com formações
vegetais completamente diferentes, já que, como dito, existe essa grande heterogeneidade.
Desse modo, o STF acolheu os argumentos técnicos no sentido de que as compensações
devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente equivalentes, considerando-se não
apenas o mesmo bioma, mas também as diferenças de composição de espécies e estrutura dos
ecossistemas que ocorrem dentro de cada bioma.
Em outras palavras, não basta que a área seja do mesmo bioma, é necessário também que
haja identidade ecológica entre elas.
Aqui, MUITO importante a leitura da lei. Saber o que é ou não de domínio público, o que
permite ingresso de pessoas, etc etc. Vou colocar aqui um resumo principal sobre o que eu,
particularmente, focava.
Art. 6º O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama,
com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o
Sistema; e
III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os
órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de atuação. (Redação dada pela Lei nº 11.516, 2007)
Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama,
unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a
peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser
satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas
características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
@profalvaroveras
Lembrar a distinção:
Objetivo básico: preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos
naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. (Art. 7o, parágrafo primeiro)
Proibição de visita pública, exceto com objetivos educacionais: Estação Ecológica, Reserva
Biológica
Visitação pública permitida, desde está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano
de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração,
e àquelas previstas em regulamento: Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida
Silvestre
DE USO SUSTENTÁVEL
Obs: Importante saber também a definição de cada uma dessas unidades de conservação - isso
é bastante cobrado!
Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema,
integram os limites das unidades de conservação. (Regulamento)
ZONA DE AMORTECIMENTO
MOSAICO
PLANO DE MANEJO
elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).
e) Possibilidade de responsabilização civil posterior por dano ambiental que foi objeto de
compensação nos termos do art. 36 da Lei n. 9985/00.
De início, é preciso destacar que a Constituição Federal de 1988, no art.225 caput, impôs ao
Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as
presentes e futuras gerações.
Ocorre que não é novidade que numerosos empreendimentos, em suas diversas etapas e fases,
acabam por muitas vezes atingirem de maneira prejudicial o meio ambiente.
Outro argumento que ganhou destaque foi no sentido de reconhecer a natureza tributária do
instituto, mais precisamente da espécie taxa. Contudo, o valor atinente a compensação
ambiental não se confunde com a taxa cobrada pelo licenciamento ambiental, tendo em vista
que o licenciamento advém do exercício regular do poder de polícia, enquanto que a
compensação se compõe de uma forma de reparação de danos a que está sujeito o
empreendedor, independentemente, de uma atividade ou contraprestação exercida pelo Poder
Público.
Por fim, o entendimento mais aceito na doutrina e na jurisprudência é no sentido de que a
compensação ambiental possui natureza jurídica de obrigação econômica de reparação pelo
uso do meio ambiente.
@profalvaroveras
Com isso, as principais funções da compensação não se resumem a reparação dos danos
causados, com foco no passado e na responsabilidade civil, mas também objetivam a
prevenção de danos graves e, por vezes, irreversíveis, orientada para o futuro.
Obs: isso gera alguma divergência também em questões de concursos públicos - pois, por
vezes, as bancas apenas colocam o princípio do poluidor Em nossa opinião,
Desse modo, em provas, pode aparecer também que esse artigo concretiza o princípio do
poluidor-pagador(em nossa opinião, o mais correto seria usuário-pagador, uma vez que revela
a visão do STF).
Além disso, observa-se que a dimensão do dano ambiental da atividade deverá ser calculada
pelo respectivo EIA/RIMA que, em conjunto com o licenciamento, fundamentará a fixação do
valor a ser pago pelo empreendedor.
Assim, o parâmetro do quantum devido será avaliado, caso a caso, pelo órgão licenciador nos
limites previstos no estudo técnico da obra/atividade, sendo inconstitucional qualquer
tentativa de antever esse montante, conforme destaca o STF ao afastar a constitucionalidade
da expressão “não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a
implantação do empreendimento”, prevista no art. 36, §1º, da Lei 9.985/2000. É esse, então,
um outro aspecto muito cobrado em concurso!
Para consolidação dessa matéria tão importante em Direito Ambiental, é necessário ler com
atenção a jurisprudência do STF referente à ADI 3378/DF:
Sim! Entende-se que a compensação ambiental é um ponto de partida em relação à análise dos
danos causados, pois, posteriormente ao início da atividade, existirão possivelmente outros
impactos ambientais não previstos no EIA/RIMA, o que não excluirá a responsabilidade
objetiva do usuário/empreendedor, tendo em vista que vigora no Direito Ambiental a teoria do
risco integral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
– AMADO, Frederico. DIREITO AMBIENTAL, Sinopses para Concursos.7ª ed –
Salvador/BA: Juspodivm, 2019, p. 60-67.
– CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O erro na concessão de licença ambiental não
configura fato de terceiro capaz de interromper o nexo causal na reparação por lesão ao meio
ambiente. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ad8d3a0a0f0a084a97fad3
57c649438c>. Acesso em: 29/07/2021.
– STF – ADI: 3378 DF, Relator: CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 09/04/2008,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-112 DIVULG 19-06-2008 PUBLIC 20-06-2008
EMENTA VOL-02324-02 PP-00242
@profalvaroveras
Tríplice responsabilidade.
Independência de instâncias.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos
inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os
transgressores:
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no
máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada
em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua
cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios
ou pelos Municípios.
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
IV - à suspensão de sua atividade.
→ Tema MUITO importante(inclusive o mais cobrado) sobre tal aspecto: qual a natureza de
tal responsabilidade? Objetiva ou subjetiva, com a necessidade de demonstração de
culpa/dolo?
Inclusive, argumenta-se que a parte que fala no parágrafo primeiro do art. 14 sobre a dispensa
da necessidade de se comprovar a culpa aplica-se apenas à responsabilidade civil. No que
cumpre à responsabilidade administrativa que, como vimos, está prevista no caput do art. 14,
não existe tal forma de isenção.
O conceito de poluidor estabelecido pela Lei 6.938/81(art. 3º, IV) é: a pessoa física ou
jurídica, de direito público ou privado, responsável, diretamente ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental.”.
Ou seja: pode ser pessoa jurídica de direito público ou público e abrange os conceitos de
poluidor direto e indireto.
Súmula 623, STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo
admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do
credor
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
No AgInt no REsp 1.869.374/PR9 o STJ disse que "a existência de boa-fé no ato de
arrematação não afasta a responsabilidade do novo proprietário do imóvel, em razão da
natureza propter rem das obrigações decorrentes de danos ambientais", ou seja, no
referido caso concreto o arrematante adquiriu em leilão judicial um bem imóvel onde
não constava nenhum ônus sobre o mesmo quando da aquisição, mas posteriormente o
adquirente veio a ser demandado e condenado pelos danos ambientais existentes na
propriedade adquirida, tendo em sequência, já no curso do cumprimento de sentença,
sido proferida decisão que determinou a "averbação na matrícula do imóvel adquirido
em hasta pública da obrigação de recuperação dos danos ambientais fixados no título
judicial".
Fonte:
https://www.migalhas.com.br/depeso/366964/a-arrematacao-de-bem-imovel-em-leilao-public
o-nao-e-um-kinder-ovo
Gabarito: D
@profalvaroveras
Para melhor compreensão dos significados e das consequências práticas das conclusões acima
pontuadas, oportuno conferir a elucidativa jurisprudência da Corte Superior:
Cabe destacar, ainda, decisão do STJ - Informativo 783(22-08-2023) que se relaciona ao tema:
Súmula 613, STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de
Direito Ambiental.
Já cobrado em concurso:
Aquele que causa dano ambiental amparado em licença ambiental válida e eficaz pode
ser demandado em ação civil pública para fim de reparar dano derivado dessa
atividade?
Os danos ambientais são regidos pela teoria do risco integral. A pessoa que explora a
atividade econômica ocupa a posição de garantidor da preservação ambiental, sendo sempre
considerado responsável pelos danos vinculados à atividade. Logo, não se pode admitir a
exclusão da responsabilidade pelo fato exclusivo de terceiro ou força maior. No caso
concreto, a construção de um posto de gasolina causou danos em área ambiental protegida.
Mesmo tendo havido a concessão de licença ambiental – que se mostrou equivocada – isso
não é causa excludente da responsabilidade do proprietário do estabelecimento. Mesmo que
se considere que a instalação do posto de combustível somente tenha ocorrido em razão de
erro na concessão da licença ambiental, é o exercício dessa atividade, de responsabilidade do
empreendedor, que gera o risco concretizado no dano ambiental, razão pela qual não há
possibilidade de eximir-se da obrigação de reparar a lesão verificada. STJ. 3ª Turma. REsp
1612887-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/04/2020 (Info 671). Fonte: Buscador
Dizer o Direito.
Como destaca Flávio Tartuce (Manual de Direito Civil, 2015, 497 p.), a natureza da
indenização por danos morais não é ponto pacífico na doutrina. Dentre as correntes
prevalecentes, existe aquela que aduz que a indenização tem um caráter eminentemente
punitivo ou disciplinador, tese que é adotada nos Estados Unidos da América, com o conceito
de punitive damages.
Pois bem, o Colendo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.354.536, deixou
límpido que no caso de compensação de danos morais decorrentes de dano ambiental, a
função precípua da responsabilidade civil é a eliminação de fatores capazes de produzir riscos
intoleráveis, visto que a função punitiva cabe ao direito penal e ao administrativo, veja-se:
Para fundamentar a sua posição, o Tribunal utilizou basicamente dois argumentos. O primeiro
é que a responsabilidade civil por dano ambiental prescinde de culpa, nos moldes do
estabelecido no §3º do artigo 225 da CRFB, observe-se:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
(…) § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (grifou-se).
Ademais, caso a compensação revestisse caráter meramente punitivo haveria bis in idem, pois
a punição imediata é tarefa específica do direito administrativo e do direito penal.
Por fim, ressalta-se que o Tribunal asseverou que na fixação da indenização por danos morais,
é plenamente recomendável que o arbitramento seja feito com moderação, proporcionalmente
ao grau de culpa, ao nível socioeconômico dos autores e, ainda, ao porte da empresa recorrida,
orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com
razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à realidade da vida e às
peculiaridades de cada caso.
Em primeiro lugar, impende destacar que o Código de Processo Civil como regra adotou a
chamada teoria estática de distribuição do ônus da prova, cabendo ao autor da ação o ônus de
provar os fatos constitutivos de seu direito e ao réu o ônus de provar a existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
O artigo 6°, VIII, da Lei 8.078 (CDC), entretanto, no desiderato de garantir a facilitação da
defesa dos direitos do consumidor, conferiu a possibilidade de inversão do ônus probatório em
@profalvaroveras
favor deste, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
Assim, com essa inversão do ônus da prova, o próprio empreendedor é que irá ter que
demonstrar que a sua atividade possui segurança.
Cabe salientar, ainda, que a menção feita ao art. 6o, VIII, da Lei 8.078, diz respeito à
aplicação do microssistema de tutela coletiva, da qual faz parte a legislação de Direito do
Consumidor. Buscam, então, esses sistemas se autocompletar em lacunas. (fundamentar
melhor depois)
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
@profalvaroveras
RESPONSABILIDADE PENAL
Deve-se aplicar a teoria da dupla imputação no que tange aos crimes ambientais cometidos
por pessoas jurídicas?
1) No atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a existência de efeitos
nocivos da exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e
eletromagnéticos gerados por sistemas de energia elétrica, não existem impedimentos, por ora,
a que sejam adotados os parâmetros propostos pela Organização Mundial de Saúde, conforme
estabelece a Lei nº 11.934/2009. (Tema 479, RE 627189)
3) Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter transnacional que
envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes exóticas ou protegidas por
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil
4) O município é competente para legislar sobre o meio ambiente com a União e o Estado, no
limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina
@profalvaroveras
estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c 30, I e II, da Constituição
Federal).(Tema 145, RE 586224)
5) Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter transnacional que
envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes exóticas ou protegidas por
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.(Tema 648, RE 835558)
O Fundo Nacional sobre a Mudança do Clima foi criado em 2009, por meio da Lei 12.114.
Veja-se:
Art. 1º Esta Lei cria o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima - FNMC, dispondo
sobre sua natureza, finalidade, fonte e aplicação de recursos e altera os arts. 6º e 50 da
Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, que dispõe sobre a Política Energética Nacional, as
atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política
Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.
Art. 2º Fica criado o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima - FNMC, de natureza
contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de assegurar
recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que
visem à mitigação da mudança do clima e à adaptação à mudança do clima e aos seus
efeitos.
Ajuizou-se, em 2020, uma ADPF alegando que a União manteve o Fundo Nacional sobre
Mudança do Clima (Fundo Clima) inoperante durante os anos de 2019 e 2020, deixando de
destinar vultosos recursos para o enfrentamento das mudanças climáticas.
De acordo com entendimento do STF, demonstrou-se que ocorreu uma efetiva omissão da
União durante os anos de 2019 e 2020, não alocando recursos, sendo essa uma decisão
deliberada do Executivo, até que fosse possível alterar a constituição do Comitê Gestor do
Fundo, de modo a controlar as informações e decisões pertinentes à alocação de seus recursos.
sociedade civil em seu âmbito, com vistas à sua captura. Tais providências já foram
consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal em reiteradas decisões.
Nesse sentido: ADI 6121, Rel. Min. Marco Aurélio (referente à extinção de múltiplos órgãos
colegiados); ADPF 622, Rel. Min. Luís Roberto Barroso (sobre alteração do funcionamento
do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente – CONANDA); ADPF 623-MC, Relª.
Minª. Rosa Weber (sobre a mesma problemática no Conselho Nacional de Meio Ambiente –
CONAMA); ADPF 651, Relª. Minª. Cármen Lúcia (pertinente ao Conselho Deliberativo do
Fundo Nacional do Meio Ambiente - FMNA)
Firmou-se, então, o sentido de que é vedado contingenciar valores do Fundo Clima, em razão:
(i) do grave contexto em que se encontra a situação ambiental brasileira, que guarda
estrita relação de dependência com o núcleo essencial de múltiplos direitos
fundamentais; (ii) de tais valores se vincularem a despesa objeto de deliberação do
Legislativo, voltada ao cumprimento de obrigação constitucional e legal, com destinação
específica. Inteligência do art. 2º, da CF e do art. 9º, § 2º, da Lei de Responsabilidade
Fiscal - LC 101/2000 (LRF). Precedente: ADPF 347-MC, Rel. Min. Marco Aurélio.
(i) reconhecer a omissão da União, em razão da não alocação integral dos recursos do Fundo
Clima referentes a 2019;
(ii) determinar à União que se abstenha de se omitir em fazer funcionar o Fundo Clima ou em
destinar seus recursos;
ambiente (CF, art. 225), de direitos e compromissos internacionais assumidos pelo Brasil
(CF, art. 5º, § 2º), bem como do princípio constitucional da separação dos poderes (CF,
art. 2º, c/c o art. 9º, § 2º, LRF).”
Para que haja a apreensão de veículo utilizado na prática de infração ambiental não é
necessário que se comprove que o bem era utilizado de forma específica, exclusiva ou
habitual na prática de ilícitos ambientais
Os danos ambientais são regidos pela teoria do risco integral. A pessoa que explora a
atividade econômica ocupa a posição de garantidor da preservação ambiental, sendo sempre
considerado responsável pelos danos vinculados à atividade. Logo, não se pode admitir a
exclusão da responsabilidade pelo fato exclusivo de terceiro ou força maior.No caso concreto,
a construção de um posto de gasolina causou danos em área ambiental protegida. Mesmo
tendo havido a concessão de licença ambiental – que se mostrou equivocada – isso não é
causa excludente da responsabilidade do proprietário do estabelecimento.Mesmo que se
considere que a instalação do posto de combustível somente tenha ocorrido em razão de erro
na concessão da licença ambiental, é o exercício dessa atividade, de responsabilidade do
empreendedor, que gera o risco concretizado no dano ambiental, razão pela qual não há
possibilidade de eximir-se da obrigação de reparar a lesão verificada.STJ. 3ª Turma. REsp
1612887-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/04/2020 (Info 671). (Fonte: Buscador
Dizer o Direito)
Entre 2022-2023, as que considero mais importantes(fazer adaptação às matérias que serão
cobradas):
0991
RE 1059819
Acórdão
Afronta o princípio da separação dos poderes a anulação judicial de cláusula de contrato de
concessão firmado por Agência Reguladora e prestadora de serviço de telefonia que, em
observância aos marcos regulatórios estabelecidos pelo Legislador, autoriza a incidência de
reajuste de alguns itens tarifários em percentual superior ao do índice inflacionário fixado,
quando este não é superado pela média ponderada de todos os itens.
21/02/2022
1127
RE 1307334
Acórdão
É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja
residencial, seja comercial.
10/03/2022
0336
RE 630790
Acórdão
As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de
se beneficiarem da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, que
abrangerá não só os impostos sobre o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os
impostos sobre a importação de bens a serem utilizados na consecução de seus objetivos
estatutários.
21/03/2022
1157
ARE 1306505
Acórdão
@profalvaroveras
1207
RE 1322195
Acórdão
A promoção por acesso de servidor a classe distinta na carreira não representa ascensão a
cargo diverso daquele em que já estava efetivado, de modo que, para fins de aposentadoria, o
prazo mínimo de cinco anos no cargo efetivo, exigido pelo artigo 40, § 1º, inciso III, da
Constituição Federal, na redação da Emenda Constitucional 20/1998, e pelos artigos 6º da
Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 47/2005, não recomeça a
contar pela alteração de classe.
01/04/2022
1213
RE 1367790
Acórdão
É inconstitucional a contagem do tempo pretérito à investidura no cargo efetivo, exercido
exclusivamente em cargo comissionado, para fins de incorporação de quintos como VPNI,
com fundamento no artigo 1º da Lei 15.138/2010 do Estado de Santa Catarina.
29/04/2022
0559
RE 614384
Acórdão
A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado sem consulta
plebiscitária e, nesse contexto, não retirou o vício de ilegitimidade ativa existente nas
execuções fiscais que haviam sido propostas por município ao qual fora acrescida, sem tal
consulta, área de outro para a cobrança do IPTU quanto a imóveis nela localizados.
02/05/2022
1182
RE 1348854
Acórdão
À luz do art. 227 da CF, que confere proteção integral da criança com absoluta prioridade e do
princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da
@profalvaroveras
CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da Lei 8.112/1990, estende-se ao pai genitor
monoparental.
12/05/2022
1079
RE 1224374
Acórdão
Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções administrativas ao
condutor de veículo automotor que se recuse à realização dos testes, exames clínicos ou
perícias voltados a aferir a influência de álcool ou outra substância psicoativa (art. 165-A e
art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei
13.281/2016).
19/05/2022
1046
ARE 1121633
Acórdão
São constitucionais os acordos e as convenções coletivos que, ao considerarem a adequação
setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas,
independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que
respeitados os direitos absolutamente indisponíveis.
02/06/2022
0638
RE 999435
Acórdão
A intervenção sindical prévia é exigência procedimental imprescindível para a dispensa em
massa de trabalhadores, que não se confunde com autorização prévia por parte da entidade
sindical ou celebração de convenção ou acordo coletivo.
08/06/2022
0900
RE 964659
Acórdão
É defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor
público, ainda que labore em jornada reduzida de trabalho.
08/08/2022
1199
ARE 843989
@profalvaroveras
Acórdão
1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de
improbidade administrativa, exigindo-se - nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA - a presença do
elemento subjetivo - DOLO;
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 - revogação da modalidade culposa do ato de
improbidade administrativa -, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal, não tendo incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem
tampouco durante o processo de execução das penas e seus incidentes;
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos
praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado,
em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente analisar
eventual dolo por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei
14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos temporais a partir da
publicação da lei.
18/08/2022
1231
RE 1359139
Acórdão
(I) As unidades federadas podem fixar os limites das respectivas requisições de pequeno valor
em patamares inferiores aos previstos no artigo 87 do ADCT, desde que o façam em
consonância com sua capacidade econômica. (II) A aferição da capacidade econômica, para
este fim, deve refletir não somente a receita, mas igualmente os graus de endividamento e de
litigiosidade do ente federado. (III) A ausência de demonstração concreta da
desproporcionalidade na fixação do teto das requisições de pequeno valor impõe a deferência
do Poder Judiciário ao juízo político-administrativo externado pela legislação local.
02/09/2022
1063
RE 929886
Acórdão
Os Advogados da União não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias, nos termos da
legislação constitucional e infraconstitucional vigentes.
05/09/2022
1235
ARE 1370232
Acórdão
É inconstitucional a Lei 13.756/2004 do Município de São Paulo, por configurar invasão à
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações e radiodifusão (artigo
22, IV, da Constituição Federal).
@profalvaroveras
09/09/2022
0548
RE 1008166
Acórdão
1. A educação básica em todas as suas fases - educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio - constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas
constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 2. A educação infantil
compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo Poder
Público pode ser exigida individualmente, como no caso examinado neste processo. 3. O
Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre
acesso à educação básica.
22/09/2022
0922
RE 820823
Acórdão
É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito
referente a benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento de multa.
03/10/2022
0970
RE 732686
Acórdão
É constitucional - formal e materialmente - lei municipal que obriga à substituição de sacos e
sacolas plásticos por sacos e sacolas biodegradáveis.
19/10/2022
0699
RE 612686
Acórdão
É constitucional a cobrança, em face das entidades fechadas de previdência complementar não
imunes, do imposto de renda retido na fonte (IRRF) e da contribuição social sobre o lucro
líquido (CSLL).
03/11/2022
1004
RE 629647
Acórdão
Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho em face de empresa
estatal, com o propósito de invalidar a contratação irregular de pessoal, não é cabível o
@profalvaroveras
0221
RE 593448
Acórdão
No exercício da autonomia legislativa municipal, não pode o Município, ao disciplinar o
regime jurídico de seus servidores, restringir o direito de férias a servidor em licença saúde de
maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais previsto no art. 7º, XVII, da Constituição
Federal de 1988.
05/12/2022
0919
RE 776594
Acórdão
A instituição de taxa de fiscalização do funcionamento de torres e antenas de transmissão e
recepção de dados e voz é de competência privativa da União, nos termos do art. 22, IV, da
Constituição Federal, não competindo aos Municípios instituir referida taxa.
05/12/2022
1238
ARE 1316369
Acórdão
São inadmissíveis, em processos administrativos de qualquer espécie, provas consideradas
ilícitas pelo Poder Judiciário.
09/12/2022
1239
RE 1400775
Acórdão
Não tem direito à indenização de férias prêmio o servidor estadual cujo vínculo com a
Administração Pública, decorrente da Lei Complementar mineira nº 100/2007, foi declarado
nulo, por inobservância dos princípios constitucionais que regem o ingresso no serviço
público.
16/12/2022
1240
RE 1394401
Acórdão
@profalvaroveras
1241
RE 1400787
Acórdão
O adicional de 1/3 (um terço) previsto no art. 7º, XVII, da Constituição Federal incide sobre a
remuneração relativa a todo período de férias.
16/12/2022
0627
RE 658999
Acórdão
Em se tratando de cargos constitucionalmente acumuláveis, descabe aplicar a vedação de
acumulação de aposentadorias e pensões contida na parte final do artigo 11 da Emenda
Constitucional 20/98, porquanto destinada apenas aos casos de que trata, ou seja, aos
reingressos no serviço público por meio de concurso público antes da publicação da referida
emenda e que envolvam cargos inacumuláveis.
17/12/2022
1097
RE 1237867
Acórdão
Aos servidores públicos estaduais e municipais é aplicado, para todos os efeitos, o art. 98, § 2°
e § 3°, da Lei 8.112/1990.
17/12/2022
1172
RE 1288634
Acórdão
Os programas de diferimento ou postergação de pagamento de ICMS - a exemplo do
FOMENTAR e do PRODUZIR, do Estado de Goiás - não violam o sistema constitucional de
repartição de receitas tributárias previsto no art. 158, IV, da Constituição Federal, desde que
seja preservado o repasse da parcela pertencente aos Municípios quando do efetivo ingresso
do tributo nos cofres públicos estaduais.
18/12/2022
1096
RE 918315
Acórdão
@profalvaroveras
A enfermidade ou doença mental, ainda que tenha sido estabelecida a curatela, não configura,
por si, elemento suficiente para determinar que a pessoa com deficiência não tenha
discernimento para os atos da vida civil.
19/12/2022
0390
RE 636562
Acórdão
É constitucional o art. 40 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais LEF), tendo
natureza processual o prazo de 1 (um) ano de suspensão da execução fiscal. Após o decurso
desse prazo, inicia-se automaticamente a contagem do prazo prescricional tributário de 5
(cinco) anos.
22/02/2023
0477
RE 1116485
Acórdão
1. A revogação ou modificação do ato normativo em que se fundou a edição de enunciado de
súmula vinculante acarreta, em regra, a necessidade de sua revisão ou cancelamento pelo
Supremo Tribunal Federal, conforme o caso.2. É constitucional a previsão legislativa de perda
dos dias remidos pelo condenado que comete falta grave no curso da execução penal
01/03/2023
0736
RE 796939
Acórdão
É inconstitucional a multa isolada prevista em lei para incidir diante da mera negativa de
homologação de compensação tributária por não consistir em ato ilícito com aptidão para
propiciar automática penalidade pecuniária.
20/03/2023
1246
ARE 1418846
Acórdão
O art. 268 do Código Penal veicula norma penal em branco que pode ser complementada por
atos normativos infralegais editados pelos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios), respeitadas as respectivas esferas de atuação, sem que isso implique ofensa à
competência privativa da União para legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).
25/03/2023
@profalvaroveras
DIREITO ADMINISTRATIVO
3) Atos Administrativos;
4) Poderes Administrativos;
5) Servidores Públicos
7) Improbidade Administrativa
Trata-se do procedimento utilizado pela Administração Pública para punir as faltas dos
servidores administrativamente
Quando existe uma falta funcional de algum agente público, ele pode responder nas seguintes
esferas: administrativa, civil e penal.
Aplica-se a teoria da independência das instâncias: como regra, nenhuma decisão em uma
esfera faz interferência em outra uma não interfere na outra, como regra.
Absolvição criminal do agente público em matéria penal apenas gera repercussão nas esferas
administrativas se houver reconhecimento da negativa da autoria ou inexistência do fato.
@profalvaroveras
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão
colegiada, impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com
todos os fundamentos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Vide ADI 7236)
O STF, no entanto, na ADI 7236, em decisão liminar dada pelo Min. Alexandre de Moraes,
entendeu que deveria prevalecer o princípio da independência de instâncias, suspendendo a
vigência do dispositivo por enquanto.
FALTA RESIDUAL
Súmula 18, STF: “Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo
criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.”
Prova de Delegado-PF-Oral-2018-CESPE:
SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA
@profalvaroveras
Temos, ainda, que se pode instaurar o PAD sem sindicância prévia(modo de apuração
preliminar dos fatos pela Administração Pública).
Lembrando que sindicância pode ser(Fonte: livro do Rafael Carvalho, Curso de Direito
Administrativo):
Entendimento importante:
SV 14, STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.
Com base nessa súmula, buscou-se argumentar que se deveria ter acesso também de forma
integral às sindicâncias meramente investigatórias.
No caso da sindicância punitiva, como processo sumário de aplicar sanções, pode ela punir o
servidor com suspensão de até 30 dias(e, aqui, faz sentido se aplicar a súmula vinculante 14).
O STF, instado a se pronunciar sobre o tema, entendeu que tal súmula NÃO se aplica aos
procedimentos de sindicância meramente investigatória. Vejamos parte do julgado:
@profalvaroveras
O principal argumento utilizado para tal decisão foi a de que o próprio verbete sumular deixa
bem claro que a sindicância administrativa não está incluída, notadamente porque não se trata
de procedimento de investigação realizado por órgão com competência de polícia judiciária.
Além disso, também se deixou consignado na medida cautelar relativa a tal processo que a
adequação do verbete está claro no próprio enunciado: há de existir acusado. Assim, simples
sindicância repousa em notícia de fatos a serem elucidados quanto à materialização de
infração administrativa, inclusive no tocante a indícios de envolvimento de servidores, por ora
indefinidos.
(MP PE 2022 FCC) A Súmula Vinculante 14, do STF, que dispõe que é direito do
defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova, por
analogia, é plenamente aplicável nos casos de sindicância, que objetiva elucidar o
cometimento de infrações administrativas.
Gabarito: 1. Incorreto. Nos casos de sindicâncias meramente investigativas, não se pode
aplicar tal enunciado.
Dizer o Direito:
Somente após a instrução probatória é que a Comissão Processante terá condições de fazer
um relato circunstanciado das condutas supostamente praticadas pelo servidor indiciado,
capitulando as infrações porventura cometidas.
Desse modo, a descrição minuciosa dos fatos se faz necessária apenas quando o servidor for
indiciado (etapa de indiciamento), não sendo imprescindível que conste da portaria de
instauração.
STF(RMS 32357):
A estabilidade prevista no art. 149 da Lei nº 8.112/90 deve ser no cargo, não sendo
suficiente que o membro da comissão goze de estabilidade no serviço público. Consagra
a imparcialidade no cargo o fato de ser membro de estabilidade no cargo - não ser alvo
fácil de pressões advindas de seus superiores.
A imparcialidade de membro de comissão não fica prejudicada tão somente por este
compor mais de uma comissão processante instituída para apuração de fatos distintos
que envolvam o mesmo servidor. Acórdãos MS 21773/DF, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2019, DJe 28/10/2019
PRESCRIÇÃO NO PAD
PROVAS NO PAD
NULIDADES NO PAD
@profalvaroveras
Caso concreto: foi instaurado PAD para apurar a conduta de João, servidor do INSS.
Pedro, outro servidor da autarquia que trabalhava no mesmo setor do investigado, foi
convocado para depor na condição de testemunha, tendo assinado termo de
compromisso de dizer a verdade. Ocorre que Pedro não apenas confirmou as imputações
feitas contra João, mas também confessou que participou dos ilícitos em apuração. Ao
final do PAD, João e Pedro foram demitidos. Pedro alegou que que o PAD que originou
sua demissão se encontraria eivado de ilicitude, considerando que foi obrigado a
produzir provas contra si mesmo. Não houve nulidade. Quando o servidor foi chamado,
ele não era investigado. Ele prestou voluntariamente seu depoimento e, em nenhum
momento, insurgiu-se contra isso, o que permite concluir que, também voluntariamente,
ele dispensou o uso da faculdade de não incriminar a si próprio. Logo, ele não pode,
posteriormente, invocar o direito ao silêncio considerando que, por sua própria vontade,
apontou, durante sua oitiva, fatos que atraíram para si a responsabilidade solidária
pelos ilícitos em apuração. STJ. 1ª Seção. MS 21.205-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina,
julgado em 14/10/2020 (Info 682). Fonte: Buscador DoD.
PENA EM PAD.
EXECUÇÃO É IMEDIATA?
A autoridade julgadora não está vinculada ao relatório da comissão processante, podendo dela
divergir, desde que o faça, obrigatoriamente, de modo fundamentado, e apontando provas nos
autos para sustentar seu posicionamento.(item certo, prova PGE MS-2014)
@profalvaroveras
“Art. 240 – O servidor que responde a processo disciplinar só poderá ser exonerado a
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a sua conclusão e o cumprimento da
penalidade, acaso aplicada. Parágrafo único – Ocorrida a exoneração de que trata o
artigo 46, o ato será convertido em demissão, se for ocaso.
Trata-se, inclusive, de réplica do que dispõe a Lei 8.112/90, em seu art. 172(o que inclusive é
bem comum).
Segundo a Corte, a Administração Pública não tem discricionariedade para deixar de aplicar
penas disciplinares quando os fatos incidem no tipo legal – devendo então realizar a apuração
e a punição de condutas faltosas.
Por um outro lado, o tempo que se espera concluir o PAD pode ser exagerado e acabar
atingindo, ainda que de modo indireto, o direito à aposentadoria. Caso isso ocorra, deve-se
verificar no caso concreto, o real motivo da demora: desídia, abuso do direito de defesa,
complexidade do caso, necessidade de produção de provas.
A depender, então, do motivo, é possível que tal regra seja afastada e que se permita a
aposentadoria do servidor mesmo com a pendência do PAD.
STF, ADI 6.591/DF
Outros temas:
→ Na composição de comissão de processo administrativo disciplinar, é possível a
designação de servidores lotados em órgão diverso daquele em que atua o servidor
@profalvaroveras
investigado, não existindo óbice nas legislações que disciplinam a apuração das infrações
funcionais.Inexistência de previsão legal vedando e colocando isso como requisito. STJ:
MS 17796/DF.
→ A imparcialidade de membro de comissão não fica prejudicada tão somente por este
compor mais de uma comissão processante instituída para apuração de fatos distintos
que envolvam o mesmo servidor.Acórdãos MS 21773/DF, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2019, DJe 28/10/2019
(art. 22, I, CF/88, competência da União), ajuizou-se uma ADI impugnando tal lei.
De acordo com a Corte, tal lei é meramente redundante. A aplicação subsidiária do CPP
decorre da própria LINDB, art. 4º, sendo método bastante utilizado no meio jurídico, a ponto
de ter recebido consagração legal há muitas décadas(inclusive por lei federal).
Desse modo, o Estado não legislou sobre direito processual, apenas tendo remetido a omissão
da lei local é colmatação da norma federal(o que a própria LINDB já determina).
O fato de o servidor público estar em gozo de licença médica não impede a aplicação da
penalidade de demissão. (MS 14.372/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/06/2011, DJe 30/08/2011)
Explicando melhor:
Tem-se, então, que se começou a questionar se a aplicação de tal artigo, no caso das pessoas
jurídicas prestadoras de serviços públicos, abrangeria pessoas que fossem também não
usuários deles no caso em concreto.
O STF entendeu que sim – a responsabilidade objetiva alcança sim terceiros não usuários.
Alegou que não existe diferenciação na norma legal, razão pela qual não se pode fazê-lá.
A vítima pode propor a ação diretamente contra o servidor causador do dano? Entendimento
majoritário, do STJ e do STF (RE 327904): Não! Vítima apenas pode ajuizar a ação contra o
Estado - se este for condenado, ingressa com ação de regresso.
O que significa? Que se garante o particular, que ajuiza ação contra o Estado para discutir
responsabilidade objetiva, quanto também se garante o próprio servidor público, que apenas
depois de o Estado ser condenado é que pode ser instado a responder sobre os seus atos.
E o caso das omissões? Visão mais tradicional(omissão específica/ omissão genérica) - ainda
adotada em alguns precedentes do STJ e algumas bancas como a FCC.
Faz a diferença então entre uma omissão genérica(em que o Estado não atua como garante,
como por exemplo em um assalto) - aqui, adotaria a responsabilidade subjetiva, com base na
culpa administrativa(necessidade de demonstrar que o Estado falhou/se omitiu na prestação
do serviço)
Gabarito:
@profalvaroveras
Segundo o STF:
"para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes
do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista violação de um dever jurídico
específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem
as cautelas legais, ou quando for de conhecimento do Poder Público eventuais
irregularidades praticadas pelo particular."
ATOS LEGISLATIVOS
@profalvaroveras
Função decorrente da soberania popular, como regra geral não gerando indenização.
Exceções: leis de efeito concretos e leis declaradas inconstitucionais;
ATOS JURISDICIONAIS
erros praticados no exercício da função jurisdicional como regra não são indenizáveis no
âmbito civil. No âmbito penal – aplicação do art. 5º, LXXV. Erro judiciário ou ficar preso por
tempo além do limite fixado na sentença.
STF(RE-Agr 429.518): quando réu for absolvido na decisão definitiva, prisão provisória não
gera indenização. Requisitos estavam ali presentes - não havendo que se falar como regra
geral em erro judiciário.
OUTROS CASOS:
STF(ADI 1358): inconstitucional lei que preveja pagamento de pensão especial pelo Estado
em benefício de vítimas de crimes hediondos, independentemente de o autor do crime ser ou
não agente do Estado. Ampliação desarrazoada da responsabilidade do art. 37, parágrafo
sexto, da CF/88.
Art. 1o O Estado X indenizará, nos termos desta Lei, as pessoas que, presas ou detidas,
legal ou ilegalmente, por motivos políticos entre os dias 02 de setembro de l961 a 15.de
agosto de l979, que tenham sofrido sevícias ou maus tratos, que acarretaram danos
físicos ou psicológicos, quando se encontravam sob a guarda e responsabilidade ou sob
poder de coação de órgãos ou agentes públicos estaduais ou tenham sofrido perdas e
danos materiais, em razão de terem cerceados direitos inerentes ao exercício
profissional, por motivos políticos, no período mencionado neste artigo.
De acordo com o STF, tal lei é constitucional, pois estabelece a responsabilidade do ente
estatal que tenha causado danos a custodiado, ante a coação de órgão ou agente público. Não
se confunde, assim, com a responsabilidade da União, que responde nos casos em que atuou.
Tal norma é, ainda, harmônica com o art. 37, § 6o, da CF/88 e está em consonância com o
precedente da Corte IDH do caso “Gomes Lund”, mostrando a importância de apurar e
indenizar fatos ocorridos no contexto da institucionalização de políticas estatais de violência
De acordo com entendimento do STF, não há que se falar em direito à indenização nesse caso,
uma vez que não foi demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta
praticada. Nesse caso, destaca-se o intervalo entre o o fato administrativo e o crime e a
existência de causas supervenientes independentes que deram origem a novo nexo de
causalidade, como o ingresso de Manoel em organização criminosa.
Tese fixada:
Cobrada na PGM-Recife-2022-CESPE:
Gabarito: Errado
“O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que,
no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso
contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade
administrativa”.
Cobrada na PGE-RS-2021:
Espelho:
O fato de os serviços serem prestados por meio de delegação não é capaz de afastar a
responsabilidade objetiva do Estado em casos envolvendo tabeliães e registradores.
Cobrada na DPDF-CESPE-2019:
→ No caso de vítima atingida por projétil de arma de fogo durante uma operação
policial, é dever do Estado, em decorrência de sua responsabilidade civil objetiva, provar
a exclusão do nexo causal entre o ato e o dano, pois ele é presumido.
STF. 2ª Turma. ARE 1382159 AgR/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão
Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/03/2023 (Info 1089).(Fonte: Buscador Dizer o
Direito)
externo (fato de terceiro), o qual rompe o nexo de causalidade, nos termos do art. 14, §
3º, II, do CDC.
STJ. 3ª Turma. REsp 1872260-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
04/10/2022 (Info 752).
Cuidado. O STF já reconheceu a responsabilidade civil da concessionária que
administra a rodovia por FURTO ocorrido em seu pátio: STF. 1ª Turma. RE 598356/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).(Fonte: Buscador Dizer o
Direito)
Súmula 647, STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e
materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos
fundamentais ocorridos durante o regime militar.
PODER DE POLÍCIA
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
@profalvaroveras
Discursiva PF-2018-CESPE:
De acordo com Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo, 2017), o poder de polícia
é “a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em
benefício do interesse público”. Em resumo, o poder de polícia é o poder de que dispõe a
administração pública para, na forma da lei, condicionar ou restringir o uso de bens, o
exercício de direitos e a prática de atividades privadas, com vistas a proteger o interesse
público (Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de Direito Administrativo, 2016). São
exemplos do poder de polícia: licença para construir, autorização para porte de arma de
fogo, imposição de multas administrativas, apreensão de mercadorias etc
Discursiva PF-2018-CESPE:
“Poder de polícia não se confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é
prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com
exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da segurança pública. 2. A
fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente previstas,
embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não
havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais. (…) e fixação, em
repercussão geral, da seguinte tese: é constitucional a atribuição às guardas municipais
do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções
administrativas legalmente previstas” (RE 658.570, Pleno, Relator(a): min. Marco
Aurélio, rel. p/ acórdão min. Roberto Barroso, repercussão geral – mérito, j. 06.08.2015,
DJe 29/9/2015.)
pena de esvaziamento da finalidade para a qual aquelas entidades foram criadas. (Buscador
DoD)
Muito se discutiu sobre o exercício do poder de polícia por pessoa jurídica de direito
privado. Após intensos debates doutrinários e jurisprudenciais, o Supremo Tribunal
Federal estabeleceu as balizas para o manejo dessa modalidade de Direito
Administrativo Sancionador. Sob essa ótica, nos termos do que decido pela Corte
Constitucional, quais os requisitos para a utilização do poder de polícia por sociedade de
economia mista?
Espelho:
PODERES ADMINISTRATIVOS
Além dos já citados, precedentes mais importantes sobre poderes administrativos (Fonte:
Buscador Dizer o Direito)
1) A Lei não pode estipular um prazo para que o chefe do Poder Executivo faça a sua
regulamentação
Ofende os arts. 2º e 84, II, da Constituição Federal norma de legislação estadual que
estabelece prazo para o chefe do Poder Executivo apresentar a regulamentação de
disposições legais.Exemplo: Art. 9º O Chefe do Poder Executivo regulamentará a matéria no
âmbito da Administração Pública Estadual no prazo de 90 dias.Essa previsão é
@profalvaroveras
inconstitucional.STF. Plenário. ADI 4728/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2021
(Info 1037).
Em cidades tomadas por veículos automotores, a maior parte deles a serviço de minoria
privilegiada, calçadas integram o mínimo existencial de espaço público dos pedestres, a
maioria da população.No Estado Social de Direito, o ato de se deslocar a pé, em segurança e
com conforto, qualifica-se como direito de todos, com atenção redobrada para a
acessibilidade dos mais vulneráveis, aí incluídos idosos, crianças e pessoas com
deficiência.Vale ressaltar que as calçadas são consideradas bens públicos, como bens de uso
comum do povo (art. 99, I, do Código Civil).A ninguém é lícito ocupar espaço público (no
caso, a calçada), exceto se estritamente conforme a legislação e após regular procedimento
administrativo.Se o apossamento do espaço urbano público ocorre ilegalmente, incumbe ao
administrador, sob risco de cometimento de improbidade e infração disciplinar, fazer a
imediata demolição de eventuais construções irregulares e a desocupação de bem turbado ou
esbulhado.STJ. 2ª Turma. REsp 1846075-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
03/03/2020 (Info 671).
PODER REGULAMENTAR
O poder regulamentar, consoante entendimento de Alexandre Mazza, pode ser definido como
sendo:
Podemos dizer que existem dois tipos de regulamento: autônomo e executivo. A regra no
ordenamento jurídico brasileiro é o regulamento executivo, que complementa a lei e é seu
fundamento de validade. O autônomo, em sentido contrário, não depende de lei anterior e tem
na Constituição o seu fundamento de figura.
Hoje, a figura do regulamento autônomo é possível com a edição da EC 32/01, que alterou o
inciso VI, art. 84, CF/88. Atualmente, tal inciso diz que o Presidente da República pode,
mediante decreto, organizar e administrar a Administração Pública Federal, não implicando
aumento de despesa nem criação/extinção de órgãos públicos, além de poder também
extinguir cargos ou funções públicas quando vagas.
@profalvaroveras
Outra diferença entre eles, tratada na questão, é com relação à possibilidade de delegação. A
competência para expedir regulamento autônomo, ao contrário do que ocorre com o
regulamento executivo, é DELEGÁVEL a Ministro de Estado, PGR ou AGU, consoante ao
art. 84, parágrafo único da CF/88:
Obs: leis que ditam um prazo para o Executivo regulamentar uma determinada questão vem
sendo, há muito, declaradas inconstitucionais pelo STF, por violar a separação dos poderes.
Exemplo: ADI 4728/DF
PODER DISCIPLINAR
Consoante Rafael Carvalho, o poder disciplinar pode ser aplicado tanto a agentes públicos
quanto a particulares que estão na intimidade da Administração, traço importantíssimo para
diferenciá-lo do poder de polícia:
Tem-se, então, que enquanto o poder de polícia aplica-se quando existem relações genéricas
entre Estado e cidadão, o poder disciplinar existe quando existem vínculos jurídicos especiais
– como é o caso dos estudantes de escolas públicas.
SERVIDORES PÚBLICOS:
Passemos, então, a tratar desse tema por demais importante também para concursos de
Advocacia Pública: servidores públicos.
CARGOS EM COMISSÃO
Por exemplo: criação de cargo em comissão de médico - aqui, não seria possível, pois não
existe essa relação de confiança pessoal
Aprofundando o tema:
Em 2018, o STF(RE 1041210/SP) por por meio da Tese a seguir detalhada, os requisitos para
a constitucionalidade da criação de cargos em comissão, quais sejam:
Com relação ao requisito 4 - destacou ainda a Corte que não basta ter, por exemplo, o nome de
“assessor” - tem que se ver especificamente as atribuições que se impõe a ele.
No entendimento do STF, a idade para aposentadoria compulsória não se aplica aos cargos
comissionados (RE 786.540)
Há omissão legislativa ou inércia do legislador ordinário quanto à edição de lei nacional que
discipline a matéria do inciso V do art. 37 da Constituição Federal?
Segundo a CF:
Tem-se, então, que a lei vai estipular condições e percentuais mínimos em que os cargos em
comissão serão ocupados por servidores efetivos.
Foi ajuizada uma ADO alegando que existia omissão legislativa em não se regular
nacionalmente o tema.
Segundo o STF:
@profalvaroveras
Não há omissão legislativa nem inércia do legislador ordinário quanto à edição de lei
nacional que discipline a matéria do inciso V do art. 37 da Constituição Federal,
cabendo a cada ente federado definir as condições e percentuais mínimos para o
preenchimento dos cargos em comissão para servidores de carreira, a depender de suas
necessidades burocráticas.
ADO 44/STF.
Exemplo: servidor passa para ser técnico do TJ no Ceará. Quer usar tempo que antes exerceu
cargo em comissão de assessor para ter direito a quinto(aumento de acordo com número de
anos de serviço). O STF entende que isso não é possível.
Obs: Isso também acontece com quem exerce cargo temporário(que inclusive iremos falar
depois):
Vamos imaginar que o servidor público adquiriu direito a uma determinada gratificação (como
por exemplo a um adicional a tempo de serviço).
Posteriormente, o Estado edita uma norma determinando, por exemplo, que a remuneração a
partir desse momento será por subsídio (que, em tese, não comporta essa espécie de
gratificação - pois é fixado em parcela única).
Obs: O STF (ADI 4941/AL) entendeu que o regime de subsídio não impede de modo absoluto
o pagamento de outras verbas além do subsídio. O que é impedido é o acréscimo injustificável
de outras espécies remuneratórias ordinárias, devidas em decorrência do trabalho normal de
servidor submetido ao subsídio. Nesse sentido, por ser modelo de remuneração por
performance com vistas à eficiência do servidor público, o STF declarou constitucional os
honorários advocatícios sucumbenciais percebidos pelos advogados públicos(ADI 6053).
Voltando ao caso tratado: o servidor público entende que foi prejudicado e ingressa com uma
ação. Possui ele direito adquirido ao adicional por tempo de serviço?
Assim, o que irá acontecer com esse servidor: caso essa modificação legal tenha acarretado
em diminuição de vencimentos, em razão da garantia da irredutibilidade de vencimentos ele
passará a receber uma vantagem pessoal no valor dessa diferença, justamente em face da
garantia de irredutibilidade de vencimentos(art. 37, XV, CF/88).
Por outro lado, se essa modificação legal não tenha acarretado em diminuição de
vencimentos, ele não possui direito adquirido a continuar recebendo o adicional por tempo de
serviço.
Nesse sentido:
I - O art. 37, XIV, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional
19/1998, é autoaplicável;
II - Não há direito adquirido a regime jurídico, notadamente à forma de composição da
remuneração de servidores públicos, observada a garantia da irredutibilidade de
vencimentos.[Tese definida no RE 563.708, rel. min. Cármen Lúcia, P, j. 6-2-2013, DJE
81 de 2-5-2013, Tema 24.]
Trata-se, então, de suma importância para atuação das Procuradorias do Estado no dia-a-dia.
@profalvaroveras
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
Art. 37. IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
O contratado temporário não ocupa nem cargo e nem emprego público – desempenha uma
função administrativa com regime próprio. De quem é a competência para julgar suas
demandas em face da Administração Pública? Segundo o STF, da Justiça Estadual(Rcl 4351
MC-Agr).
Obs: Caso distinto julgado recentemente pelo STJ(Fonte: Buscador Dizer o Direito):
Servidor celetista admitido antes da CF/88, sem concurso público, pede verbas
trabalhistas e a nulidade de contrato temporária: a competência é da Justiça do
Trabalho
"Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas
acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em
sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela
Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou
prorrogações”.
Como se verifica no art. 37, IX, da CF/88, é necessária a edição de lei por cada ente federativo
para que possa ocorrer a contratação temporária – isso ocorre até pelo fato de ser uma exceção
à regra da obrigatoriedade do concurso público(art. 37, II, CF/88).
“O conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição Federal pode ser resumido,
ratificando-se, dessa forma, o entendimento da Corte Suprema de que, para que se
considere válida a contratação temporária, é preciso que: a) os casos excepcionais
estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja predeterminado; c) a
necessidade seja temporária; d) o interesse público seja excepcional; e) a necessidade de
contratação seja indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários
permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da
Administração.”
Obs: Em julgado recente, publicado em 06/03, na ADI 6812,o STF adotou uma corrente mais
ampliava sobre a natureza da atividade, entendendo que que
@profalvaroveras
Para além das exceções que não envolvem a necessidade de obediência da regra do
concurso(cargo em comissão, cargo temporário - processo seletivo simplificado), existem as
hipóteses em que a Administração Pública ofende, inegavelmente, a regra do concurso
público do art. 37, II. Nesses casos, quais são os direitos dessas pessoas que laboraram?
Segundo o STF, tais contratações são nulas e impõe sanções à autoridade responsável (CF,
art. 37, § 2º).
Sobre quem foi contratado, essas contratações ilegítimas não geram quaisquer efeitos
jurídicos válidos, a não ser o direito à percepção dos salários referentes ao período trabalhado
e, nos termos do art. 19-A da Lei 8.036/90, ao levantamento dos depósitos efetuados no
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS.
Art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da
lei;
STF(RE 544.655): norma que confere direito ao estrangeiro não é autoaplicável – eficácia
limitada. Depende, assim, de legislação para que possa fazer efeito.
STF(RE 544.655 e AI 590.663 AgR): por não ser tal norma de competência privativa da
União, tem-se a possibilidade de iniciativa dos Estados membros. Ou seja: pode o Estado
legislar a respeito de como se dará o ingresso de estrangeiros como servidores públicos.
O tema foi recentemente debatido pelo STF no Tema 1.032 de RG(Informativo 1.088 do STF,
de 31/03).
Segundo a Corte:
No caso, observa-se que no âmbito federal já existe regulamentação sobre o tema – Lei
9.515/1997, dispondo sobre a admissão de professores, técnicos e cientistas estrangeiros pelas
universidades e pelas instituições de pesquisa científica e tecnológica federais.
Assim, a negativa, além de não obedecer à legislação, também viola o princípio da isonomia
(CF/1988, art. 5º, “caput”).
De acordo com a Lei 8.112/90, que rege o estatuto jurídico dos servidores públicos federais:
Foi ajuizada ADI sobre o tema, alegando que tal dispositivo impugnado impõe pena de caráter
perpétuo aos servidores públicos federais, conduta supostamente vedada pela Carta Magna.
Assim, aduz que a proibição de retorno ao serviço público constitui pena de interdição de
direitos, devendo, portanto, obedecer ao comando de proibição de perpetuidade das penas.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“Art. 5º. […] XLVII - não haverá penas: […]b) de caráter perpétuo;”
Aduz, ainda, que um critério razoável para a delimitação constitucional da atividade punitiva
parece ser a impossibilidade da imposição de sanções administrativas mais graves que as
penas aplicadas pela prática de crimes, já que os conceitos de subsidiariedade e da intervenção
penal mínima corroboram a afirmação de Nélson Hungria, quando afirma que o ilícito
administrativo seria um minus em relação às infrações penais.
@profalvaroveras
Assim, conclui-se que a norma constante do art. 5º, XLVII, “b”, da CF/88 se aplica às sanções
administrativas para impedir a imposição de pena administrativa perpétua.
Conforme decidido:
(ii) para esclarecer a aplicabilidade da sanção prevista no art. 137, caput, da Lei nº
8.112/1990 às situações previstas no seu parágrafo único, cuja inconstitucionalidade foi
declarada por este Tribunal, até que sobrevenha lei a dispor sobre a matéria.
Ou seja, nesses casos, vai ser aplicada a pena prevista no caput(5 anos de incompatibilização),
até ocorrer nova lei sobre o tema.
Não.
De acordo com a Corte, tal norma ofende o princípio do concurso público(art. 37, II, CF/88),
uma vez que permite a mudança de cargo sem que seja feito um novo concurso.
Imagine que um servidor público tenha carga horária, por lei, de 20h semanais. É possível que
ele receba valor inferior ao salário mínimo?
De acordo com o STF, não. Fixou-se a seguinte tese em Repercussão Geral(RE 964659 / RS:
“Aos servidores públicos estaduais e municipais é aplicado, para todos os efeitos, o art.
98, § 2° e § 3°, da Lei 8.112 /1990”.
Ou seja: servidor estadual e municipal responsável por pessoa com deficiência tem direito a
jornada reduzida
Servidora pública que pede exoneração e fica inerte por mais de 3 anos até
ingressar com ação judicial requerendo declaração de nulidade do ato
administrativo e a consequente reintegração ao cargo, não tem direito à
indenização de valores retroativos à exoneração, por configurar enriquecimento
sem causa.
Na explicação do Informativo:
REsp 2.005.114-RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, por unanimidade,
julgado em 22/8/2023.
VEDAÇÃO AO NEPOTISMO
Resolução 7 do CNJ foi editada para vedar tal prática, no que se seguiu o CNMP. O STF,
instado a se manifestar sobre o tema na ADC 12, definiu que: : a) não é inconstitucional tal
vedação; b)não se necessita de lei formal, sendo decorrente dos princípios republicanos como
igualdade, eficiência, moralidade e impessoalidade
Importantes observações:
1) Ao restringir aos parentes de terceiro grau, não se vedou a nomeação de primos, uma vez
que parentes de quarto grau;
2) O próprio STF fez uma restrição à aplicação dessa súmula – e vem a reafirmando RE
825.682: agentes políticos, como secretários estaduais e municipais, não estão submetidos à
tal vedação. São cargos de natureza política, não administrativa, caracterizados por ter um
munús decorrente da Constituição Federal. Caso que aconteceu no Ceará: Cid Gomes e Ciro
Gomes.
1) Na ADI 3745/GO, o STF decidiu que é inconstitucional lei que veda o nepotismo, porém
adiciona a exceção de que é permitida a nomeação de até dois parentes por autoridade do
Estado. Incidência verticalizada e direta do instituto em razão da CF/88(desnecessidade de lei
formal). Ofende o intuito moralizador do sistema;
2) No informativo 771, do STF, RE 570.392 foi decidido de que as leis que vedam o
nepotismo não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo. Decorrem diretamente da
CF e não precisaria nem de lei formal. Ou seja: pode um Município, por meio de lei de
iniciativa parlamentar, editar uma norma específica que vede novas formas de nepotismo(por
exemplo, no que tange à Licitações e contratos com empresas de sócios que são parentes de
autoridades);
4) No Informativo 786 do STF, ADI 524, ficou decidido que impede o nepotismo não alcança
os servidores de provimento efetivo – poderia inibir o próprio provimento de cargos públicos
e viola o livre acesso aos cargos, empregos e funções públicas. Regra é constitucional para
cargos em comissão, função gratificada, de direção e de assessoramento. Inexiste proteção ou
apadrinhamento quando a pessoa é aprovada em concurso público.
A1 – De acordo com jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deve ser dada à norma
estadual mencionada no enunciado interpretação conforme à Constituição da República. 1.00
A2 – A norma estadual referida no enunciado que veda o nepotismo deve incidir
exclusivamente sobre cargos de provimento em comissão, função gratificada (de confiança) e
cargos de direção e assessoramento, de maneira que não atinja os servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo. 1.00 B1 – No parecer a ser lançado a pedido da Governadora,
deve ser indicado que, consoante orientação jurisprudencial do STF, em regra, é válida a
nomeação promovida pela Chefe do Executivo do Estado Alfa de seu marido para o cardo de
Secretário Estadual de Transportes, pois a proibição da Súmula Vinculante 13 do STF não se
aplica para cargos públicos de natureza política, como Secretário de Estado. 1.00 B2 – No
entanto, será considerada inválida a citada nomeação por nepotismo, caso reste demonstrada
a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação
técnica ou inidoneidade moral do nomeado.
@profalvaroveras
"é assegurado ao servidor estável o direito à licença sem remuneração para desempenho
de mandato em central sindical, confederação, federação, associação de classe de âmbito
estadual, sindicato representativo da categoria de servidores públicos estaduais ou
entidade fiscalizadora da profissão, regularmente registrados no órgão competente ”
Sustentou violação do disposto nos arts. 8º, inciso I, e 37, inciso VI, da Constituição, por
retirar o direito dos servidores estaduais de perceber licença remunerada para exercício de
mandato em central sindical, bem como aponta ofensa ao princípio da vedação ao retrocesso
social.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:(…)
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;”
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
@profalvaroveras
O STF decidiu que a lei estadual é constitucional. Passo a juntar os argumentos elencados.
Contudo, isso não significa que o texto constitucional tenha conferido aos servidores o direito
de afastamento remunerado para o desempenho de mandato em entidade sindical.
Assim, a regulamentação do exercício de mandato classista por servidor não representa ofensa
aos direitos de livre associação e à autonomia sindical.
Inclusive, relembra-se que essa mudança no regime jurídico em Goiás foi feita para
uniformizar com o regime federal, em que a lei 8.112/90 já prevê tal licença sem
remuneração.
Além disso, segundo o STF, não há que se falar em retirada de direito dos servidores estaduais
de perceber licença remunerada para exercício de mandato em central sindical ou de
interferência do Poder Público na organização sindical. Há de se verificar, então, que a
atuação do Poder Público foi pautada nas diretrizes legais e não representa interferência ou
intervenção indevida à liberdade sindical.
Tema bem importante e que vem sendo cobrado bastante em provas CESPE.
O STJ faz uma diferenciação entre erro de direito/erro de fato para falar sobre o direito de a
Administração Pública buscar de volta valores recebidos a maior por servidores públicos.
ERRO DE DIREITO: É aquele que se dá por meio de uma interpretação errônea de uma lei.
@profalvaroveras
A é devida a exigência de devolução dos valores pagos a maior pelo servidor beneficiado,
de forma solidária com os demais servidores que o orientaram a permanecer inerte,
sendo adequada a interrupção do pagamento do excedente na folha de pagamento.
B é indevida a exigência de devolução da quantia paga a maior pela administração, uma
vez que não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor, além
de ser exigível a manutenção do pagamento do excedente, já que o servidor não
concorreu para o erro e a remuneração é irredutível, por força de disposição
constitucional.
C é indevida a exigência de devolução da quantia paga a maior pela administração, uma
vez que não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor,
embora a administração possua a prerrogativa de corrigir o erro, no exercício do seu
poder de autotutela.
D é devida a exigência de devolução dos valores pagos a maior ao servidor,
independentemente de o pagamento ter ocorrido em razão de erro operacional, de
cálculo ou decorrente de incorreta ou inadequada interpretação da lei, podendo o erário
interromper o pagamento da parcela em excesso.
E é devida a exigência de devolução dos valores pagos a maior ao servidor, mesmo que
ele não tenha concorrido para o erro da administração, sendo também adequada a
interrupção do pagamento do excedente na folha de pagamento.
Gabarito: Trata-se, aqui, de nítido erro de fato, operacional, que o servidor logo constatou.
Assim, aplica-se o Tema 1009 - então o gabarito é E
“O adicional de 1/3 (um terço) previsto no art. 7º, XVII, da Constituição Federal incide
sobre a remuneração relativa a todo período de férias.”
Nela, também se prevê que o acréscimo de 1/3 incide apenas sobre 30 dias.
Segundo a Corte, o art. 7º, XVII, da CF/1988 assegura ao trabalhador o gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal, sem limitar o tempo
da sua duração, razão pela qual esse adicional deve incidir sobre todo o tempo de descanso
previsto em lei.
@profalvaroveras
João é servidor público ocupante do cargo efetivo de professor no Município Alfa. Não
obstante lei local em vigor desse Município preveja o direito de férias anuais de 45 dias
aos professores municipais, o atual prefeito, com base em parecer da Procuradoria Geral
do Município, determinou que tais servidores somente possuem direito a 30 dias de
férias por ano, período sobre o qual deve recair o pagamento do terço constitucional de
férias, com base na Constituição da República de 1988. Inconformado, João aforou ação
judicial visando a garantir seu direito de férias de 45 dias anuais, requerendo que sobre
esse período incida o terço constitucional de férias.Com base na jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal sobre o tema, o magistrado deve decidir que a pretensão de João é:
(A) procedente, pois a norma municipal que prevê 45 dias de férias é constitucional e o
terço adicional de férias incide sobre a remuneração relativa a todo o período de
férias;(B) improcedente, pois a norma municipal que prevê 45 dias de férias é
inconstitucional, haja vista que a Constituição da República de 1988 prevê que os
servidores públicos têm. direito de férias pelo período de 30 dias;(C) procedente em
parte, pois a norma municipal que prevê 45 dias de férias deve ser objeto de
interpretação conforme à Constituição da República de 1988, de maneira que os
servidores municipais podem gozar dos 45 dias de férias, mas o terço adicional incide
apenas sobre 30 dias;(D) procedente em parte, pois a norma municipal que prevê 45 dias
de férias deve ser objeto de interpretação conforme à Constituição da República de
1988, de maneira que os servidores municipais podem gozar apenas 30 dias de férias,
mas o terço adicional deve incidir sobre 45 dias;(E) improcedente, pois a norma
municipal que prevê 45 dias de férias é inconstitucional, haja vista que a Constituição da
República de 1988 prevê que os empregados celetistas têm direito de férias pelo período
de 30 dias e tal regra é aplicável por analogia aos servidores públicos.
Gabarito: A
HORA DO INFORMATIVO
Oi, gente! Vou tentar ficar colocando aqui para vocês os informativos que eu for lendo e
vendo o que é mais importante para a prova de vocês.
INFORMATIVO 1.104
2) Sociedades de economia mista, como o Metrô-DF, desde que prestem serviço público
essencial em regime de exclusividade (monopólio natural) e sem intuito lucrativo,
submetem-se ao regime constitucional de precatórios para o adimplemento de seus débitos
ADPF 524/DF
O Supremo Tribunal Federal possui precedente (RE 724347/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 26.2.2015. Informativo 775) exarando o
entendimento de que na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial,
o servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em
@profalvaroveras
momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante - uma vez que não existe o
exercício do cargo para que se possa falar em remuneração.
A Suprema Corte (RE 629392 RG/MT, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 8.6.2017.
Informativo 868) fixou, ainda, tese no sentido de que, além de não gerar direito a indenização,
salvo no caso de arbitrariedade flagrante, a nomeação tardia de candidatos aprovados em
concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito
às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse ocorrido, a tempo e
modo, a nomeação.
Ou seja: entendeu o STF que não se pode conferir o direito a essas promoções, pois elas
pressupõem o próprio exercício do cargo, com a avaliação do servidor.
Cabe destacar, ainda, que essa inexistência de indenização também se aplica quando o próprio
erro for reconhecida pela Administração Pública. Segundo o Buscador Dizer o Direito:
"Esse entendimento do STF aplica-se mesmo que o erro tenha sido reconhecido
administrativamente pelo Poder Público (e não por decisão judicial).
Assim, a nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não gera direito
à indenização, ainda que a demora tenha origem em erro reconhecido pela própria
Administração Pública.
STJ. 1ª Turma.REsp 1238344-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 30/11/2017
(Info 617)."
Um dos temas mais importantes em servidores públicos é sobre greve no serviço público.
‘‘Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(…)
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica’’.
Assim, vislumbra-se que os servidores públicos possuem direito à greve. Ocorre que a lei
regulamentadora nunca foi editada, o que representava um entrave ao gozo desse direito.
Por meio de Mandado de Injunção, o STF (STF Plenário. MI 708, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 25/10/2007) decidiu que os servidores públicos podem fazer greve, devendo ser
@profalvaroveras
aplicadas as leis que regulamentam a greve para os trabalhadores da iniciativa privada (Lei nº
7.701/88 e Lei nº 7.783/89).
O Supremo Tribunal Federal (ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 – repercussão geral – Info 860) fixou tese
em sede de repercussão geral que o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou
modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do
art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
Ademais, revela inaceitável ofensa ao princípio da isonomia, uma vez que assegura
tratamento diferenciado entre servidores estáveis e não estáveis – diferenciação essa que não
possui previsão constitucional.
Nesse sentido, entendimento do STF em ADI contra decreto do Estado de Alagoas nesse
sentido:
O Supremo Tribunal (STF Plenário RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
27/10/2016 – repercussão geral – Info 845) entende que o servidor público pode exercer seu
direito de greve, através da lei que rege a greve no setor privado, e que dessa forma estará
sujeito ao ônus que daí decorre, como os descontos dos dias parados, já que a movimento
paredista suspende o contrato de trabalho segundo o art. 7º da Lei 7.783/89.
‘‘Administração Pública deve descontar os dias não trabalhados por servidor público em
greve. A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da
suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a compensação em caso de
acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845)’’. Fonte: Dizer o
direito.
Pode ser realizado acordo entre o servidor público e a Administração para compensação dos
dias não trabalhados. Ressalte-se, no entanto, que no entendimento do STF, a Administração
Pública não é obrigada a fazer o acordo.
O desconto dos dias parados não tem nenhum aspecto punitivo, mas sim o objetivo de seguir a
legislação atinente ao tema, além de evitar o enriquecimento sem causa do servidor público.
Temos, contudo, uma exceção, bem destacada no julgamento – o desconto não será devido
quando o Poder Público agir de maneira abusiva provocando a greve. Dá-se o exemplo de ato
abusivo pelo Poder Público apto a gerar greve configurando-se como conduta ilícita o atraso
no pagamento dos servidores públicos.
No que tange ao parcelamento dos valores devidos pelos dias parados, o STJ (STJ. 2ª Turma.
RMS 49.339-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 6/10/2016 – Info 592) já havia
decidido que poderia ocorrer, não se mostrando razoável a possibilidade de desconto em
parcela única sobre a remuneração do servidor público dos dias parados e não compensados
provenientes do exercício do direito de greve, entendimento reafirmado pelo Tribunal no
recentíssimo REsp: 1599098 MT 2016/0115858-0, Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO,
Data de Publicação: DJ 05/04/2017.
Sistematizando:
1) Os servidores públicos podem fazer greve que será regida, enquanto a lei específica
não é editada, pela lei nº 7.783/89.(STF Plenário. MI 708, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 25/10/2007).
2) É constitucional o desconto dos dias parados em decorrência de greve.(STF Plenário.
RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 – repercussão geral – Info
845).
3) Pode haver acordo para a compensação das horas de trabalho. Sendo que a
Administração Pública não é obrigada a aceitar. (STF Plenário. RE 693456/RJ, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 – repercussão geral – Info 845).
4) Caso o Poder Público dê causa à grave com comportamento ilícito, o desconto dos dias
não trabalhados será indevido.(STF Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 27/10/2016 – repercussão geral – Info 845).
5) Não é necessário processo administrativo para que se proceda ao desconto. (STJ
REsp: 1599098 MT 2016/0115858-0, Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data de
Publicação: DJ 05/04/2017).
6) Revela-se razoável o parcelamento do desconto pelos dias não trabalhos por conta do
movimento paredista.(STJ. 2ª Turma. RMS 49.339-SP, Rel. Min. Francisco Falcão,
julgado em 6/10/2016 – Info 592).
Temos, então, que existem diversos importantes entendimentos sobre greve nos Tribunais
Superiores para serem cobrados.
(RE 846854, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE
DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-022 DIVULG 06-02-2018 PUBLIC 07-02-2018)
Segundo o STF, a licença-paternidade do “pai solo” tem que ser igual à licença-maternidade.
“À luz do art. 227 da CF, que confere proteção integral da criança com absoluta
prioridade e do princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no
art. 7º, XVIII, da CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da Lei 8.112/1990, estende-se ao
pai genitor monoparental.”
“Os prazos da licença adotante não podem ser inferiores aos prazos da licença gestante,
o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença adotante, não é
possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada”. (RE 778889,
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2016,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159 DIVULG
29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016)
Cobrado na PGM-Recife-2022-CESPE:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(…)
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices;”
Tem por objetivo beneficiar todos os servidores, repondo perdas inflancionárias.
A iniciativa legislativa é do Chefe do Poder Executivo:
“Art. 61. (…)
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
(…)
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica
ou aumento de sua remuneração;”
Sobre a discussão de direito à indenização quando ela não acontece, entende o STF que:
Outro tema: é possível que lei que prevê a revisão geral anual contenha índices diferentes de
atualização a depender do cargo e da remuneração?
O STF decidiu em 01/03 que tal forma de previsão ofende o art. 37, X, da CF/88 – que prevê
a a necessidade de não existir distinção de índices.
Segundo a Corte, nem se justifica, também, utilizar a revisão anual para que se busque
isonomia entre vencimentos de todos os Poderes(justificando, assim, tal forma de previsão
diferenciada). Ainda que seja relevante tal objetivo, não deve ser buscada por esse meio – e
sim por propostas legislativas específicas.
ADI 1156/PB
Imaginemos uma lei estadual que prevê o seguinte: em caso de um servidor estadual ser
processado criminalmente, os seus vencimentos serão reduzidos.
Não!
Segundo entendimento do STF, tal norma ofende a presunção de inocência, ao gerar uma
antecipação de pena, e também o princípio da irredutibilidade dos vencimentos dos públicos.
Veja-se trecho da ementa:
EMENTA: ART. 2o DA LEI ESTADUAL 2.364/61 DO ESTADO DE MINAS GERAIS,
QUE DEU NOVA REDAÇÃO À LEI ESTADUAL 869/52, AUTORIZANDO A
@profalvaroveras
Cabe ressaltar, ainda, que no âmbito do STF o entendimento é no sentido de que a presunção
de não culpabilidade, emanada do art. 5º, LVII, da Constituição Federal, deve ser estendida
até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Assim, a tramitação do processo
criminal, por si só, não autoriza a supressão do pagamento do servidor público acusado de
crime.
Assim, o termo "com supressão das vantagens previstas em lei" foi declarado inconstitucional.
@profalvaroveras
Obs: O afastamento do servidor pode sim ser feito - o que não se pode é justamente retirar as
suas vantagens patrimoniais.
Art. 37. XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98)
a) de dois cargos de professor;
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
Acumulação de cargos públicos: é possível que lei estadual limite a soma da carga horária
semanal desses cargos acumulados a 60h? Como deve auferir-se o teto remuneratório nesses
casos?
O que importa é que não existe esse requisito na CF: que optou por não disciplinar isso.
Apenas se exigiu a compatibilidade de horários(ou seja, que os horários não se choquem).
Outro tema interessante: nesses casos de acumulação de cargos públicos, como deve ser
observado o teto remuneratório? Aplica-se para a soma dos cargos ou para cada um
isoladamente?
Segundo entendimento do STF, deve-se considerar nesse caso cada cargo de forma isolada
para fins do teto remunerário. De acordo com a Corte, entender em sentido contrário seria
ofender a irredutibilidade de vencimentos e o princípio da igualdade.
Não confundam com a Tese 359 de RG do STF(aqui, existe uma pensão percebida pelo
servidor e não 2 cargos públicos):
CONCURSOS PÚBLICOS
Trata-se de tema que foi discutido no RE 898.450, em que o STF entendeu que:
“editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo
situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”.
@profalvaroveras
“A tatuagem considerada obscena deve submeter-se ao Miller-Test, que, por seu turno,
reclama três requisitos que repugnam essa forma de pigmentação, a saber: (i) o homem
médio, seguindo padrões contemporâneos da comunidade, considere que a obra, tida
como um todo, atrai o interesse lascivo; (ii) quando a obra retrata ou descreve, de modo
ofensivo, conduta sexual, nos termos do que definido na legislação estadual aplicável,
(iii) quando a obra, como um todo, não possua um sério valor literário, artístico, político
ou científico.”
Tratam-se de critérios definidos pela Suprema Corte dos EUA no caso Miller vs Califórnia em
1973
Como regra geral: Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda
chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de
caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver previsão no edital permitindo essa
possibilidade. STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013
(repercussão geral) (Info 706) - Buscador DoD
Decisão recente do STF(RE 1.357.064 AgR), inclusive, aplicou tal Tema de Repercussão
Geral também quando na realização de exames clínicos, foi considerada inapta para
@profalvaroveras
STF(RE 837.311):
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à
@profalvaroveras
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca
necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser
demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Existe ainda uma outra hipótese: STF(AgRg no RMS 41.031-PR): Direito de ser chamado de
candidato aprovado fora do número de vagas, mas que entrou nas vagas em razão de
desistências na sua frente.
Ocorre que essa desistência tem que ocorrer durante o prazo de validade do concurso para
que possa surgir esse direito subjetivo do outro candidato ser nomeado. Se for posteriormente,
não se terá esse direito - por ausência de previsão legal e também pelo próprio concurso ainda
não estar vigendo. Entendimento do STJ recente, em 2021, STJ, AgInt no RMS 63676/RS
Cabe destacar, ainda, que no Informativo Especial 8 do STJ, foi proferida decisão no seguinte
sentido:
Como regra geral, prestigiando-se a separação de poderes, não cabe ao Poder Judiciário, no
controle jurisdicional de legalidade, substituir-se à banca examinadora do concurso público
para reexaminar os critérios de correção da prova e o conteúdo das questões formuladas (STF,
MS 27.260).
@profalvaroveras
Obs: Sobre atualizações legislativas, caso o tema esteja indicado no edital(como por exemplo,
no caso abaixo citado, “Poder Judiciário”) e não se vede expressamente a cobrança de
legislação superveniente, o STJ admite sim que elas sejam cobradas. Vejamos:
“De acordo com a jurisprudência desta Corte é cabível a exigência, pela banca
examinadora de concurso público, de legislação superveniente à publicação do edital,
quando este não veda expressamente tal cobrança. Desse modo, previsto no edital o tema
alusivo ao “Poder Judiciário”, é possível o questionamento sobre a Emenda
Constitucional 45/2004, promulgada justamente com o objetivo de alterar a estrutura do
Judiciário pátrio.” (AgRg no RMS 22.730/ES, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 10/05/2010)
c)O grave erro no enunciado – reconhecido pela própria banca examinadora – constitui
flagrante ilegalidade apta a ensejar a nulidade da questão(STJ, 2ª Turma, RMS 49.896-RS).
Segundo a decisão, explicando um pouco melhor a controvérsia:
Candidato aprovado em concurso público pode assumir cargo que, segundo o edital, exige
título de Ensino Médio profissionalizante ou completo com curso técnico em área específica,
@profalvaroveras
caso não seja portador desse título mas detenha diploma de nível superior na mesma área
profissional?
O STJ decidiu que sim! Destaca-se trecho importante da ementa, que inclusive fala sobre
análise econômica do direito(tão na moda) e o art. 20 da LINDB:
"O candidato aprovado em concurso público pode assumir cargo que, segundo o edital,
exige título de Ensino Médio profissionalizante ou completo com curso técnico em área
específica, caso não seja portador desse título mas detenha diploma de nível superior na
mesma área profissional.".
Outro tema importantíssimo, agora decidido pelo STF - direito dos candidatos com
deficiência e provas físicas de concurso público.
“excluir a previsão de adaptação das provas físicas para candidatos com deficiência e
estabelecer que os critérios de aprovação dessas provas poderão seguir os mesmos
critérios aplicados aos demais candidatos”.
Ou seja, estabelecia que os critérios de aprovação das pessoas com deficiência em provas
físicas seria o mesmo dos outros candidatos.
Segundo o STF:
“De acordo com o art. 2º da Convenção de Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPD,
a recusa de adaptação razoável é considerada discriminação por motivo de deficiência.
3. O art. 3º, VI, do Decreto nº 9.508/2018, estabelece uma faculdade em benefício do
candidato com deficiência, que pode utilizar suas próprias tecnologias assistivas e
adaptações adicionais, se assim preferir. É inconstitucional a interpretação que exclua o
direito desses candidatos à adaptação razoável.”
Ademais, a respeito da exigência dos mesmos critérios entre candidatos com e sem
deficiência:
“O art. 4º, § 4º, do Decreto nº 9.508/2018, que estabelece que os critérios de aprovação
nas provas físicas poderão ser os mesmos para candidatos com e sem deficiência,
somente é aplicável às hipóteses em que essa exigência for indispensável ao exercício das
funções próprias de um cargo público específico. É inconstitucional a interpretação que
submeta candidatos com e sem deficiência aos mesmos critérios nas provas físicas, sem a
demonstração da sua necessidade para o desempenho da função pública.”
Ou seja: decidiu-se que não se pode retirar a adaptação razoável nessa prova dos candidatos
com deficiência e a imposição mesmos critérios depende de que se demonstre a necessidade
disso para o exercício da função pública.
Suponha a seguinte situação: a lei dos concursos públicos de um determinado Estado prevê
que, em caso de empate na pontuação entre dois candidatos, deveria ficar melhor colocado
aquele que tivesse mais tempo público prestado no Estado que estava elaborando o concurso.
Assim, por entender que tal norma viola a CF/88, art. 19, inciso III, por criar preferências e
distinções entre brasileiros, foi ela declarada inconstitucional.
“É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para
provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública
direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios
subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana
e garantidos o contraditório e a ampla defesa”
O STJ entendeu ainda, no RMS 62040-MG, que o candidato apenas pode ser excluído das
cotas com o contraditório e a ampla defesa.
@profalvaroveras
Outro tema decidido pelo STJ muito importante foi no AREsp 1806617-DF, em 2020.
É possível que em investigação social se exclua um candidato de concurso público pelo fato
de ter sido usuário de drogas há 7 anos?
Ou seja: analisa-se de forma ampla o candidato, justamente para que a Administração Pública
possa selecionar candidatos aptos para essas carreiras tão sensíveis. No julgado, ainda se fala
que tal análise deve se pautar pela proporcionalidade e razoabilidade.
“No caso, tem-se o relato de um fato pelo próprio candidato, no respectivo formulário de
ingresso na incorporação, de que foi usuário de drogas quando tinha 19 (dezenove) anos
de idade e que não mais possui essa adição há sete anos. Destaca-se, ainda, a informação
de que o referido candidato, atualmente, é servidor público do Distrito Federal,
exercendo o cargo de professor, não havendo qualquer registro sobre o envolvimento em
qualquer ato desabonador de sua reputação moral. E mais, há o registro de que esse
mesmo candidato foi aprovado na fase de investigação social no concurso para Soldado
da Polícia Militar do Estado do Maranhão. 5. Impedir que o recorrente prossiga no
certame público para ingresso nas fileiras da Política Militar do Distrito Federal, além
de revelar uma postura contraditória da própria Administração Pública, que reputa
como inidôneo um candidato que já é integrante dos quadros do serviço público distrital,
acaba por aplicá-lo uma sanção de caráter perpétuo, dado o grande lastro temporal
entre o fato tido como desabonador e o momento da investigação social.”
Inclusive, ainda sobre essa questão de investigação social, em 2020 teve-se uma decisão
muito importante do STF(Fonte: Buscador Dizer o Direito):
Info 965 STF: Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima
a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples
fato de responder a inquérito ou a ação penal.
Fase de investigação social.
"A partir do voto do Min. Roberto Barroso, é possível que apontemos algumas
conclusões sobre o tema:
Em regra, não é permitida a eliminação de candidato a concurso público pelo simples
fato de ele responder a inquérito ou a ação penal. Isso viola os princípios da presunção
de inocência, da liberdade profissional e da ampla acessibilidade aos cargos públicos.
É possível, no entanto, que a lei preveja, para determinados cargos públicos, a exigência
de qualificações mais restritas e rígidas ao candidato, como, por exemplo, as carreiras da
magistratura, das funções essenciais à justiça — Ministério Público, Advocacia Pública e
Defensoria Pública — e da segurança pública.
Para esses cargos, é possível que a lei preveja a eliminação do candidado que tenha
contra si condenação definitiva ou condenação de órgão colegiado (ainda que sujeita a
recurso). Vale ressaltar também que é necessário que exista uma relação de
incompatibilidade entre a natureza do crime e as atribuições do cargo. Logo, a lei não
@profalvaroveras
pode prever, de forma genérica, que toda condenação penal deva ensejar a proibição do
indivíduo de se candidatar a concurso público"
Diante desse conflito, o Min. Relator Luis Roberto Barroso apresentou duas regras para a
ponderação dos valores em jogo e a determinação objetiva de idoneidade moral, quando
aplicável ao ingresso no serviço público mediante concurso:
- pelo menos a existência de condenação por órgão colegiado (ex: Tribunal de Justiça),
aplicando-se por analogia o que prevê a Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010), critério que já foi
aplicado mesmo fora da seara penal.
Entretanto, para concorrer a determinados cargos públicos, pela natureza deles, é possível, por
meio de lei, a exigência de qualificações mais restritas e rígidas ao candidato. Por exemplo, as
carreiras da magistratura, das funções essenciais à justiça — Ministério Público, Advocacia
Pública e Defensoria Pública — e da segurança pública.
O relator concluiu que a solução mediante o emprego dessas regras satisfaz o princípio da
razoabilidade ou proporcionalidade, visto que é:
b) não excessiva, uma vez que, após a condenação em segundo grau, a probabilidade de
manutenção da condenação é muito grande e a exigência de relação entre a infração e as
atribuições do cargo mitiga a restrição; e
“Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de
edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de
responder a inquérito ou ação penal”.
A respeito dessa tese de repercussão geral, fixada pelo STF nos autos do RE 560.900,
assinale a opção correta.
A) No julgamento, o STF sinalizou uma tendência de mutação constitucional quanto ao
significado e ao alcance do princípio da presunção de não culpabilidade.
B) Ao julgar o caso, o STF reconheceu que o princípio da presunção de inocência
somente se aplica na seara penal.
C) O princípio da razoabilidade foi rechaçado como vetor de composição dos valores
constitucionais em tensão na hipótese em julgamento.
D) De acordo com a tese firmada, será inconstitucional lei estadual que vede a inscrição
de candidatos condenados criminalmente por órgão colegiado, sem o trânsito em
julgado.
Gabarito: Letra A - justamente por se ter permitido que candidatos condenados em órgão
colegiado, sem trânsito em julgado, fossem excluídos de concursos públicos com o
preenchimento dos requisitos acima delineados.
Obs: Julgado recente sobre o tema - inclusive solidificando o tema de que na investigação
social dos concursos policias a análise é mais efetiva:
A Primeira Turma (Rcl 47.586-AgR, red. do ac. Min. Alexandre de Moraes, sessão de
8/2/22) firmou o entendimento de que a mitigação da tese do Tema 22 da Repercussão
Geral é legítima quando o debate envolver certame para as carreiras policiais, mantendo
a exclusão do candidato feita por banca de concurso público quando justificada no
desabono da conduta social fundado em fatos narrados em inquérito policial ou ação
penal, em conformidade com a fase de investigação social prevista no edital do
respectivo concurso.
@profalvaroveras
[Rcl 48.525 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-4-2022, 1ª T, DJE de 13-5-2022.]
Vide RE 560.900, rel. min. Roberto Barroso, j. 6-2-2020, P, DJE de 17-8-2020, Tema 22
Outro tema muito interessante do STF - inclusive, definido em RG com a fixação da seguinte
tese:
“Nos termos do art. 5º, VIII, da CF, é possível a realização de etapas de concurso público
em datas e horários distintos dos previstos em edital por candidato que invoca a escusa
de consciência por motivo de crença religiosa, desde que presente a razoabilidade da
alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus
desproporcional à Administração pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada."
Decidiu-se, nos termos do acórdão, que o Estado deve implementar prestações positivas que
assegurem a plena vivência da liberdade religiosa, que não são apenas compatíveis, como
também recomendadas pela Constituição da República, a teor do inciso VII do art. 5º, CRFB,
que assegura a “prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva”, bem como do art. 210, §1º, CRFB, o qual dispõe que o “ensino religioso, de
matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental"
Destacou-se, ainda, que a laicidade imposta ao Estado não se confunde com laicismo(que
rejeita as influências de instituições religiosas).
Estabeleceu-se que o Estado deve proteger a diversidade, em sua mais ampla dimensão,
dentre as quais se inclui a liberdade religiosa e de culto - e que o próprio limite está no próprio
texto constitucional, nos termos do inciso VI do art. 5º.
"por motivos de crença religiosa do candidato em concurso público, de data e/ou horário
alternativos para realização de etapas do certame deve ser permitida, dentro de limites
de adaptação
razoável, após manifestação prévia e fundamentada de objeção de consciência por
motivos religiosos. Trata-se de prática a ser adotada pelo Estado, na medida em que
representa concretização do exercício da liberdade religiosa sem prejuízo de outros
direitos fundamentais."
Segundo o STF:
Algumas leis estaduais previam que os servidores públicos estaduais teriam isenção da taxa de
inscrição em concursos públicos dos estados.
@profalvaroveras
Exemplo: um técnico do TJ-CE, por exemplo, teria isenção no concurso da PGE-CE, pelo fato
de ser servidor público do Estado do Ceará.
“Ao conceder a isenção a uma categoria que teria condições de arcar com os custos da
inscrição no certame, o Estado amplia a desvantagem daqueles que, por insuficiência de
recursos, não conseguem pagar tal quantia – e, portanto, nem sequer têm a chance de
concorrer a um cargo na administração estadual –, restringindo, consequentemente, o
acesso à via do concurso público. A porta de entrada para o concurso público deve ser
igualmente acessível a todos os cidadãos, sendo válidas as medidas que fomentem essa
igualdade de acesso, mas não as que ampliem a desigualdade entre os possíveis
candidatos.”
Há que ser feita, então, na visão da Corte, duas formas de tratamento diferenciado:
No caso, o STF reconheceu que a norma estadual se enquadrava na situação “b”, pois fazia o
agrupamento de candidatos em dois grupos bem distintos – os que já são servidores públicos e
os que não o são – e concede preferência apenas ao primeiro grupo, resultando em um
discrímen desarrazoado e desprovido de fundamento jurídico.
STF, ADI 3918
Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público
realizado por órgãos e entidades da Administração Pública para contratação de
empregados celetistas
ATOS ADMINISTRATIVOS
Ato administrativo significa uma manifestação de vontade, exercida pelo Estado, no exercício
de função administrativa.
Devem ser diferenciados os atos da administração dos atos administrativos. Segundo a
corrente majoritária, seguida também pelos concursos públicos, os atos da administração são
aqueles que a própria Administração elabora, seja de regime público seja de regime privado
possuindo, assim, um conceito amplo.
Quando forem elaborados sob o regime público, também serão considerados atos
administrativos.
@profalvaroveras
Ocorre que existem atos administrativos que também são elaborados por particulares,
submetidos ao regime de direito público. Esse é o caso dos atos praticados por
concessionárias e permissionárias.
PADRÃO DE RESPOSTA
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
Tema que diz respeito a ato administrativo e a sua motivação (um de seus elementos).
Segundo Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo):
Iremos tratar melhor do tema em Processo Administrativo. De todo modo, falo desde logo
dessa importante decisão do STF:
Não - viola o princípio da isonomia(maioria dos outros Estados considera prazo de 5).
STF, ADI 6019/SP
2) Desaparecimento de sujeito/objeto;
@profalvaroveras
4) Revogação e anulação:
Apenas se podem revogar atos válidos(caso não sejam válidos, devem-se anular);
vedado ao Poder Judiciário, em razão da separação de poderes, revogar um ato administrativo
quando estiver exercendo a jurisdição; realizá-lo no exercício de função jurisdicional;
Efeitos ex nunc(ou seja, eventuais projeções da revogação do ato são para o futuro);
Atos que não podem ser revogados: vinculados, aqueles que já tiveram seus efeitos exauridos,
meros atos administrativos, atos que integram procedimento, já que aqui com um novo ato
ocorre a preclusão do anterior.
Defina o que significa a convalidação de ato administrativo. É cabível em casos de ato com
desvio de finalidade?
Trata-se de questão realizada na prova do TCE-AP-FCC-2011.
Segundo o gabarito da banca:
Primeiramente, o STJ já decidiu que se aplica, sim, o venire contra factum proprium contra os
atos da Administração Pública, pois a boa-fé objetiva irradia seus efeitos para todo o
ordenamento jurídico.
É possível mencionar alguns exemplos de aplicação da teoria dos atos próprios no Direito
Administrativo: nulidade da imposição de multa de trânsito por irregularidade no veículo,
constatada em fiscalização realizada pela Secretaria de Trânsito na saída do pátio de
DETRAN, logo depois de o veículo ser vistoriado e devidamente licenciado; imposição ao
Município de proceder ao loteamento dos imóveis alienados pelo próprio Ente municipal aos
particulares, sendo descabida a pretensão de anulação dos contratos de compra e venda.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.
@profalvaroveras
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.
Complementar esse tópico com o que já vimos ali em cima em atos administrativos sobre
anulação/revogação/convalidação. Súmulas importantes e sempre cobradas sobre o tema:
Súmula 346, STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios
atos.
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo
decadencial para a revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública
federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente
norma local e específica que regule a matéria.
Tem-se, então, que o prazo decadencial pra a Administração Pública anular atos
administrativos tem prazo de decadência de 5 anos(art. 54, Lei 9.784). A própria lei já elenca
a má-fé como um caso em que esse prazo de 5 anos não vai se aplicar. Existe outro!
Exceções ao prazo decadencial de 5 anos:
a) má-fé;
b) ato que viole diretamente a Constituição Federal(nesse sentido, por exemplo, o MS
19.070-DF, STJ e o MS 29415/DF, STF)
O decurso do lapso temporal de 5 (cinco) anos não é causa impeditiva bastante para
inibir a Administração Pública de revisar os atos de concessão de anistia a cabos da
Aeronáutica relativos à Portaria 1.104, editada pelo Ministro de Estado da Aeronáutica,
em 12 de outubro de 1964.
STJ. 1ª Seção. MS 17526-DF, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do
TRF da 5ª Região), julgado em 9/11/2022 (Info Especial 8).
@profalvaroveras
Obs: Um tema importante que aí é abordado: imagine que uma lei estadual tenha
colocado o prazo de 10 anos para que ocorra a decadência da Administração Pública de
anular seus atos ilegais. Tal lei é constitucional?
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 6019/SP (Relator: MARCO AURÉLIO, Relator
p/ Acórdão: ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 12/05/2021, PROCESSO
ELETRÔNICO Dje‐134 DIVULG 05‐07‐2021 PUBLIC 06‐07‐2021), compreendeu pela
inconstitucionalidade do artigo 10, inciso I, da Lei de Processo Administrativo do Estado de
São Paulo (Lei Estadual n.º 10.177, de 1998), que fixava o prazo decadencial de 10 (dez)
anos para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela Administração Pública
estadual.
fundamento constitucional que justificasse uma situação excepcional ao Estado de São Paulo,
revelando‐se necessário o tratamento igualitário nas relações Estado‐cidadão.
Seguindo essa linha de intelecção, conclui‐se que, à luz da jurisprudência firmada pelo
Supremo Tribunal Federal em caso análogo, seria inconstitucional que o Estado de Mato
Grosso do Sul fixasse o prazo decadencial de 10 (dez) anos para a anulação de atos
administrativos ilegais, por violação ao princípio da isonomia.
Ou seja: pela violação da isonomia, tal lei deve ser considerada inconstitucional.
Obs: Prazo para Tribunal de Contas anular aposentadoria. MUITO importante! Mudança de
Entendimento:
Estabeleceu, ainda, que não se pode aproveitar tais provas ilícitas em processo de fiscalização
inaugurado para apuração de suposta formação de cartel.
No inteiro teor:
(...)
II - O art. 5º, XL, da Constituição da República prevê a possibilidade de retroatividade
da lei penal, sendo cabível extrair-se do dispositivo constitucional princípio implícito do
@profalvaroveras
Direito Sancionatório, segundo o qual a lei mais benéfica retroage no caso de sanções
menos graves, como a administrativa. Precedentes.
(AgInt no REsp n. 2.024.133/ES, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira
Turma, julgado em 13/3/2023, DJe de 16/3/2023.)
Súmula 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,
contra ela cabe o mandado de segurança.
@profalvaroveras
Avocação de competência
Fenômeno inverso;
Superior hierárquico traz para si uma competência;
Não cabe fora da linha hierárquica;
Providência excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados;
Temporária – não pode ser por tempo indeterminado.
LEI 9784
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência
dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo
conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.
Essa aqui é ESSENCIAL!! Improbidade administrativa é sempre uma boa pedida. As decisões
sobre a “nova” lei acabam sendo ainda mais!
ADI 4295-DF
ADI 3238-PE
ADI 3.093-RJ
4) É constitucional — pois inserida dentro da competência comum dos entes federados para
proteger documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, monumentos,
paisagens naturais notáveis e sítios arqueológicos (CF/1988, art. 23, III), e da competência
concorrente para legislar sobre esses temas (CF/1988, art. 24, VII) — a instituição, pela Lei
fluminense 5.198/2008, de feriado comemorativo do “Dia de São Jorge”.
ADI 4.092-RJ
ADPF 995-DF
Trata-se de tema muito interessante julgado recentemente pelo STF e que vem sendo muito
cobrado em provas!
De acordo com o art. 78-B, da Lei 10.233/2001:
Tal lei dispõe, nessa parte, sobre os processos processos administrativos sancionadores
instaurados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e pela Agência
Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ
(i) informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança do Estado e da sociedade (art. 5º,
XXXIII, parte final);
(ii) proteção à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas (arts. 5º, X e 37, § 3, II,
CF/1988)
@profalvaroveras
Desse modo, tal restrição em abstrato imposta pela lei não se encontra nessa exceção. Não se
vislumbra, em tese, nos processos administrativos instaurados pela ANTT e pela ANTAQ
para apuração de infrações e/ou aplicação de penalidades, nenhuma informação cujo sigilo
seja imprescindível à segurança do Estado e da sociedade ou que configure violação ao núcleo
essencial dos direitos da personalidade.
Decisão já cobrada várias vezes desde então: MP-AM-2023-CESPE, TJSC 2022,
DELEGADO PC SP 2022.
Um dos temas que sempre foi muito cobrado e, agora, com "Nova Lei de Improbidade
Administrativa", que em verdade são grandes alterações feitas pela Lei 14.230, tem-se que
vem sendo ainda mais cobrado.
A leitura, então, de TODA a lei 8.429/92 é imprescindível. É uma daquelas leis que falo que
tem o custo-benefício excelente. Vou destacar aqui alguns pontos que considero mais
importantes e também trazer decisões dos Tribunais Superiores.
Ou seja: NÃO existe mais atualmente a punição por atos culposos de improbidade.
Art. 3o. § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de
improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração
pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
Importante dispositivo para evitar a punição dupla para a pessoa jurídica.
@profalvaroveras
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer
ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da
herança ou do patrimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também
na hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de
cisão societária. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da
sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite
do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta
Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação,
exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
DAS PENAS
PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA
Segundo a lei:
Art. 12. § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do
caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente
público ou político detinha com o poder público na época do cometimento da infração,
podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em caráter
excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a
gravidade da infração. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236)
Foi deferida liminar, no entanto, na ADI 7236. Vejamos a informação do Buscador Dizer o
Direito:
Obs: O STF julgou, em agosto de 2023, a ADI 4295, que julgou a constitucionalidade de se
impõem sanções também à pessoa jurídica da qual o agente é sócio majoritário.
Segundo o SITE:
Intransmissibilidade da sanção
@profalvaroveras
O artigo 12 estende a punição do agente para pessoa jurídica da qual ele seja sócio
majoritário. Para o ministro Gilmar Mendes, a regra é razoável e necessária, para evitar
que o agente fraude a sanção imposta, obtendo benefícios fiscais ou celebrando contratos
públicos por meio de pessoa jurídica.
No informativo:
A proibição do responsável pelo ato de improbidade de contratar com o Poder Público,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica (LIA, art. 12, I, II e III), não viola o
princípio da incomunicabilidade das punições (CF/1988, art. 5º, XLV), pois, ao atuar
ostensivamente no controle e direcionamento da atividade empresarial, evita fraude à
sanção imposta.
DECLARAÇÃO DE BENS
O STF declarou recentemente tal dispositivo constitucional, em agosto de 2023, na ADI 4295:
Imposto de Renda
O ministro também considerou válido o artigo 13, que obriga todo agente público a apresentar
declaração de Imposto de Renda e proventos de qualquer natureza para posse e exercício do
cargo. Segundo ele, a finalidade é permitir que o patrimônio de todo servidor público seja
igualmente examinado, “sem lacunas ou distinções”.
No informativo:
A obrigatoriedade de todo agente público apresentar sua declaração de imposto de
renda e proventos de qualquer natureza (LIA, art. 13) visa assegurar mecanismos de
@profalvaroveras
O STF declarou recentemente tal dispositivo constitucional, em agosto de 2023, na ADI 4295:
Ministério Público
Também foi validado o artigo 15, que prevê o acompanhamento do procedimento
administrativo sobre possível ato de improbidade pelo Ministério Público, por não
ofender a separação entre os Poderes, pois o mero acompanhamento do processo não
representa interferência em sua condução.
No informativo:
A intimação do Ministério Público e do Tribunal de Contas (LIA, art.15) não fere o
princípio da separação de Poderes. Em verdade, concretiza o princípio da eficiência
(CF/1988, art. 37, caput), notadamente porque cabe ao Parquet — como instituição
essencial à função jurisdicional do Estado — promover as medidas necessárias à
garantia de sua missão constitucional e de suas respectivas funções institucionais
(CF/1988, arts. 127 e 129).
O STF declarou recentemente tal dispositivo constitucional, em agosto de 2023, na ADI 4295:
Patrimônio público
Por fim, foi julgado constitucional o artigo 21, inciso I, segundo o qual a aplicação das
sanções previstas na lei independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
Segundo o ministro Gilmar, a defesa da probidade administrativa não se restringe à proteção
do erário sob o prisma patrimonial.
No informativo:
Por fim, a defesa da probidade administrativa não se restringe à proteção do erário, sob
o prisma patrimonial. Portanto, dada a desnecessidade de comprovação do dano ao
patrimônio público para a configuração de determinados atos de improbidade, inexiste a
alegada violação ao devido processo legal.
STF. Plenário. ARE 843989/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/8/2022
(Repercussão Geral – Tema 1.199) (Info 1065). (Buscador Dizer o Direito)
Decisão muito importante do STF em julho de 2023. Tema 1043 de Repercussão Geral:
(1) Realizado o acordo de colaboração premiada, serão remetidos ao juiz, para análise, o
respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz
ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade em que
analisará os seguintes aspectos na homologação: regularidade, legalidade e
voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o
colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares, nos termos dos §§ 6º e 7º do
artigo 4º da referida Lei 12.850/2013; (2) As declarações do agente colaborador,
desacompanhadas de outros elementos de prova, são insuficientes para o início da ação
civil por ato de improbidade; (3) A obrigação de ressarcimento do dano causado ao
erário pelo agente colaborador deve ser integral, não podendo ser objeto de transação ou
acordo, sendo válida a negociação em torno do modo e das condições para a
indenização; (4) O acordo de colaboração deve ser celebrado pelo Ministério Público,
com a interveniência da pessoa jurídica interessada e devidamente homologado pela
autoridade judicial; (5) Os acordos já firmados somente pelo Ministério Público ficam
preservados até a data deste julgamento, desde que haja previsão de total ressarcimento
do dano, tenham sido devidamente homologados em Juízo e regularmente cumpridos
pelo beneficiado".
Art. 17. § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia
dos atos administrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada a
defendê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por improbidade
administrativa, até que a decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
Decidiu-se, então:
A ANAPE, Associação Nacional dos Procuradores Estaduais, ajuizou ADI sobre o tema,
argumentando pela inconstitucionalidade de tal mudança.
§ 1º – A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na
lei.
Desse modo, suprimir a legitimidade ativa das pessoas jurídicas interessadas para a
propositura da ação por ato de improbidade representa uma inconstitucional limitação ao
@profalvaroveras
amplo acesso à jurisdição (CF, art. 5º, XXXV) e a defesa do patrimônio público, com
ferimento ao princípio da eficiência (CF, art. 37, caput) e significativo retrocesso quanto ao
imperativo constitucional de combate à improbidade administrativa.
Ainda: a legitimidade para firmar acordo de não persecução civil no contexto do combate à
improbidade administrativa é decorrência lógica da própria legitimidade para a ação, razão
pela qual estende-se às pessoas jurídicas interessadas.
Julgado muito importante e que vem sendo bastante cobrado(Fonte - Buscador Dizer o
Direito):
É cabível a apreensão de passaporte e a suspensão da CNH no bojo do cumprimento de
sentença proferida em ação de improbidade administrativa.
Em regra, a jurisprudência do STJ entende ser possível a aplicação de medidas
executivas atípicas na execução e no cumprimento de sentença comum, desde que,
verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável,
tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha
fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do
contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade.
Na ação de improbidade administrativa, com ainda mais razão, há a possibilidade de
aplicação das medidas executivas atípicas, pois se tutela a moralidade e o patrimônio
público. No que diz respeito à proporcionalidade, o fato de se tratar de uma ação de
improbidade administrativa deve ser levado em consideração na análise do cabimento
da medida aflitiva não pessoal no caso concreto, já que envolve maior interesse público.
STJ. 2ª Turma, REsp 1929230-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/05/2021
(Info 695). (Buscador Dizer o Direito)
O acordo de não persecução cível pode ser celebrado mesmo que a ação de improbidade
administrativa já esteja em fase de recurso
É possível a homologação judicial de acordo de não persecução cível no âmbito da ação de
improbidade administrativa em fase recursal.
STJ. 1ª Seção. EAREsp 102585-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 09/03/2022 (Info
728).
@profalvaroveras
Mesmo que o juiz reconheça a prescrição das penas pela prática do ato de improbidade,
a ação poderá continuar para analisar o pedido de ressarcimento ao erário, não sendo
necessária uma ação autônoma apenas para discutir isso
Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa é possível o prosseguimento da
demanda para pleitear o ressarcimento do dano ao erário, ainda que sejam declaradas
prescritas as demais sanções previstas no art. 12 da Lei nº 8.429/92.
STJ. 1ª Seção. REsp 1899455-AC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 22/09/2021
(Recurso Repetitivo – Tema 1089) (Info 710).
Não é permitido que Constituição Estadual institua foro por prerrogativa de função
para processos de natureza cível
@profalvaroveras
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
O edital de licitação não pode fixar um preço mínimo a ser oferecido pelos licitantes (art.
40, X, da Lei nº 8.666/93). Só um preço máximo. Essa vedação se justifica porque o objetivo
da licitação é o de selecionar a proposta mais vantajosa.
@profalvaroveras
Ocorre que algumas propostas apresentadas são claramente inexequíveis, ou seja, o licitante
não conseguirá custear o bem ou prestar o serviço e ainda ter lucro. Isso significa que, mais a
frente, haverá transtornos para a Administração Pública com a inexecução do contrato.
Diante disso, alguns entes públicos passaram a exigir algo que denominaram de “taxa de
administração”. Essa taxa é o percentual de remuneração que a empresa irá obter com aquela
venda ou serviço. Se a taxa for equivalente a zero ou mesmo negativa, a proposta é claramente
inexequível considerando que não haverá lucro para a empresa.
Assim, alguns editais passaram a exigir um percentual mínimo de taxa de administração (ex: a
empresa deverá demonstrar que, na planilha de custos que gerou o preço, está prevista a sua
remuneração em, no mínimo, 1%). Essa prática é válida? O ente público pode estipular
cláusula editalícia em licitação/pregão prevendo percentual mínimo de taxa de administração
como forma de se resguardar de eventuais propostas inexequíveis?
Não. A fixação de percentual mínimo de taxa de administração em edital de licitação/pregão
fere expressamente a norma contida no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/93.
A taxa de administração é uma forma de remuneração do contratado pela Administração
Pública, integrando, portanto, o conceito de preço. Logo, ao exigir um percentual mínimo de
taxa de administração, o edital está fixando um preço mínimo.
Sendo o objetivo da licitação selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração (art.
3º da Lei nº 8.666/93), a fixação de um preço mínimo atenta contra essa finalidade.
A Lei de Licitações prevê outros mecanismos de combate às propostas inexequíveis em
certames licitatórios, permitindo que o licitante preste garantia adicional, tal como caução em
dinheiro ou em títulos da dívida pública, seguro-garantia e fiança bancária.
STJ. 1ª Seção. REsp 1840113-CE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/09/2020 (Recurso
Repetitivo – Tema 1038) (Info 683).
"Os editais de licitação ou pregão não podem conter cláusula prevendo percentual
mínimo referente à taxa de administração, sob pena de ofensa ao artigo 40, inciso X, da
Lei nº 8.666/1993."
LICITAÇÕES
@profalvaroveras
Não contrariando a lei nem sendo abusivo, o contrato administrativo pode tratar de
renúncia a direito do contratado. Esta renúncia será eficaz e produzirá seus regulares
efeitos na hipótese em que houver expressa concordância do contratado.Especificamente
com relação aos advogados, o Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) dispõe serem do
advogado os honorários de sucumbência. Havia previsão expressa a respeito da
impossibilidade de retirar-lhes esse direito. Estava no art. 24, § 3º. Contudo, em 2009, o
STF declarou a inconstitucionalidade da regra, uma vez que se trata de direito
disponível e, por isso, negociável com o constituinte do mandato (ADI 1194, Relatora p/
Acórdão Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 20/05/2009).Nessa linha, não
se pode concluir pela abusividade ou ilegalidade da cláusula contratual que prevê a
renúncia do direito aos honorários de sucumbência, notadamente quando a parte
contratada, por livre e espontânea vontade, manifesta sua concordância e procede ao
@profalvaroveras
Adicionei, ainda, PDF com os artigos principais da Lei de Licitações e Contratos. Ver no
grupo :)
Daria destaque para: contratação direta, instrumentos auxiliares, contratos administrativos, das
😅
infrações e sanções administrativas
É o tipo do tema que vocês tem que ler a lei e não dá pra fugir muito disso
REQUISIÇÃO
Art. 5o. XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Obs: Um grande tema que sempre é cobrado em provas é que a requisição pode versar
também sobre serviços(ao contrário, por exemplo, da desapropriação).
Nesse sentido:
Mais recentemente, isso restou confirmado pelo STF em caso versando sobre seringas/agulhas
compradas por Estado para imunização de vacinas no COVID:
“Em regra, a União não pode requisitar bens integrantes do patrimônio público estadual
e municipal. A CF/88 só autorizou que isso ocorra em caso de estado de defesa (art. 136,
§ 1º, II, da CF/88) e estado de sítio (art. 139, VII)”
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
Sobre servidão administrativa, importante e recente julgado:
Não incide imposto de renda sobre a indenização recebida pela instituição de servidão
administrativa
Não incide imposto de renda sobre a compensação pela limitação decorrente da instalação de
linhas de alta tensão na propriedade privada - servidão administrativa.
O fato gerador do imposto de renda é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica
decorrente de acréscimo patrimonial (art. 43 do CTN).
Os valores pagos a título de compensação por servidão administrativa não configuram
acréscimo patrimonial.
A servidão administrativa se dá quando o Poder Público intervém no direito de propriedade
do particular, fixando condições e limites ao seu livre exercício sem, contudo, privá-lo por
completo.
Nesse sentido, a compensação pela limitação decorrente da instalação de linhas de alta
tensão na propriedade privada possui nítido caráter indenizatório, cujo valor tem por
finalidade recompor o patrimônio, não gerando acréscimo patrimonial do proprietário do
imóvel.
STJ. 2ª Turma. REsp 1992514-CE, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 21/3/2023 (Info
769). Fonte: Buscador Dizer o Direito.
TOMBAMENTO
Temos, então, que o Poder Legislativo pode, por meio de lei de efeitos concretos, decretar o
tombamento provisório de um bem – e aí, com a posterior implementação da notificação do
proprietário por parte do Poder Executivo, e com a conclusão dos demais procedimentos,
ter-se-á o tombamento definitivo.
@profalvaroveras
§ 2º Será exigida autorização legislativa para a desapropriação dos bens de domínio dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal pela União e dos bens de domínio dos
Municípios pelos Estados. (Redação dada pela Lei nº 14.620, de 2023)
§ 2º-A. Será dispensada a autorização legislativa a que se refere o § 2º quando a
desapropriação for realizada mediante acordo entre os entes federativos, no qual serão
fixadas as respectivas responsabilidades financeiras quanto ao pagamento das
indenizações correspondentes. (Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023)
Obs.: Ressalte-se que parte da doutrina, argumentando que a CF/88 não admitiria tal
diferenciação em face da autonomia dos entes políticos, entende que tal artigo é
inconstitucional. Tem predominado, no entanto, o entendimento de que é ele constitucional
em razão do princípio da predominância do interesse.
Tal artigo deveria ser aplicado também ao tombamento? Consoante a doutrina majoritária e a
jurisprudência, tem-se que não.
Desse modo, é perfeitamente possível o tombamento de bem da União por parte de Estado, e
vice-versa (como também por Município).
DESAPROPRIAÇÃO
Como visto acima, no procedimento em tela, o Poder Público declara expressamente sua
intenção em desapropriar determinado bem, podendo inclusive ingressar com demanda
judicial para concretizar tal objetivo.
TREDESTINAÇÃO LÍCITA-ILÍCITA
Tal tema foi cobrado na prova subjetiva do MPE-PR-2014. Segue gabarito da banca:
Obs: a súmula 119 do STJ está superada (Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação
indireta prescreve em vinte anos).
Espelho:
"O Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil não
estão obrigados a prestar contas ao Tribunal de Contas da União nem a qualquer outra
entidade externa ”.
Segundo a ementa:
DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER CONSTITUINTE
Mais especificamente: o poder constituinte derivado decorrente - poder que o Estado tem de
editar a sua própria Constituição
Não é inicial, não é ilimitado - assim, é condicionado, derivado da Constituição que o origina
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
O STF(ADI 486), aplicando o princípio da simetria, entende que a Constituição Estadual deve
espelhar no que couber as regras para sua alteração de forma semelhante às postas na CF.
Ou seja: afirmou que por exemplo não podia a Constituição Estadual estabelecer um quórum
de 4/5 para reforma de seu texto.
Como já falamos, tal poder não é ilimitado. A própria norma do art. 25 da CF assevera que
devem os Estados observar os princípios estabelecidos na CF/88.
Temos, então, que são aqueles mencionados para permitir a intervenção federal da União nos
Estados
Segundo Marcelo Novelino(Direito Constitucional, Editora Método, 5a Edição, pag. 612):
Por último, os princípios estabelecidos - segundo Daniel Sarmento, são de natureza bem
variada, sendo difíceis de identificar.
"são normas que limitam a autonomia organizatória dos Estados; são aquelas regras
que revelam, previamente, a matéria de sua organização e as normas constitucionais de
caráter vedatório, bem como os princípios de organização política, social e econômica,
que determinam o retraimento da autonomia estadual."
"esses princípios são de caráter vedatório ou mandatório, pois tanto podem proibir
como ordenar algo ao Estado-membro. Podem, ainda, ser de natureza expressa,
implícita e decorrente do sistema constitucional adotado."
Decisões importantes sobre como a Constituição Estadual deve disciplinar alguns temas:
Fonte das considerações aqui traçadas: SARMENTO, Daniel. SOUZA NETO, Claudio
Pereira de. Direito Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho. 2. ed. Belo
Horizonte: Editora Fórum, 2021.
Um tema interessante foi decidido recentemente pelo STF sobre a Constituição Estadual e
intervenção estadual:
O STF ainda reafirmou isso no precedente, em 2020, da ADI 2917 - entendendo de que as
hipótes trazidas pela CF são taxativas. Não pode, por exemplo, a CE de um Estado prever a
possibilidade desse Estado em Município em caso, por exemplo, de "atos de corrupção"
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO ESPECIFICAMENTE CONSTITUCIONAIS
FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
Jurídica(Hans Kelsen): Norma pura, puro dever-ser. Constituição em sentido lógico- jurídico
e em sentido jurídico positivo;
Lógico-jurídica: norma hipotética fundamental. “todos devem obedecer à Constituição”
Fundamento de validade de todas as normas de uma ordem jurídica
Jurídico-positiva: conjunto de normas que regula a produção de outras normas;
Outro tema que vem sendo muito cobrado pelo CESPE e dispõe sobre as questões de
interpretação constitucional: mutação constitucional ou poder constituinte difuso.
Não se pode deixar de notar que o tema da mutação envolve muita complexidade.Ao mesmo
tempo que se precisa de uma Constituição com estabilidade e rigidez, há que se conferir um
certo dinamismo à Constituição, possibilitando que ela se adapte à realidade (SOUZA NETO;
SARMENTO, 2021, p. 343).
@profalvaroveras
Ressalte-se que a mutação constitucional não pode ser considerada como sendo ilimitada.
Quando se ultrapassam os limites, diz-se que está se pretendendo uma mutação constitucional
inconstitucional ou exogenética(Canotilho).
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
DUPLA VACÂNCIA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL E AUTONOMIA
DOS ESTADOS
Tema muito interesse que tratam a respeito da separação de poderes e sua harmonia.
Existem alguns temas que são de iniciativa exclusiva do Poder Executivo para propor um lei.
Trazendo ao Presidente tal competência, ela está disposta no art. 84, III. Vejamos:
Imaginemos que uma Constituição Estadual determine que ele deve apresentar um
determinado projeto de lei em, no máximo, 6 meses. Seria tal disposição constitucional?
Segundo entendimento do STF, não, por afetar a independência e a harmonia entre os poderes.
Vejamos:
Por força do art. 22, I da CRFB/88, a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal se
consolidou no sentido de que o Estado-membro não está autorizado a ampliar o rol de
autoridades sujeitas à fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de
responsabilidade.
@profalvaroveras
Aplica-se, também, a Súmula Vinculante 46, segundo a qual a definição dos crimes de
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da
competência legislativa privativa da União.
Explicação do Buscador Dizer o Direito para a competência privativa da União para legislar
nesses casos de crimes de responsabilidade:
“Porque o STF entende que definir o que seja crime de responsabilidade e prever as
regras de processo e julgamento dessas infrações significa legislar sobre Direito Penal e
Processual Penal, matérias que são de competência privativa da União, nos termos do
art. 22, I, e art. 85, parágrafo único, da CF:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
(...)
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.
Nesse sentido:
@profalvaroveras
Impossibilidade de Estado legislar a forma como serão julgados. Nesse sentido, entendimento
já reiterado do STF:
“O Estado-membro não pode dispor sobre crime de responsabilidade, ainda que seja na
Constituição estadual. Isso porque a competência para legislar sobre crime de
responsabilidade é privativa da União, nos termos do art. 22, I, e art. 85 da CF/88.
As Constituições estaduais não podem prever que os Governadores serão julgados pela
Assembleia Legislativa em caso de crimes de responsabilidade. Isso porque o art. 78, § 3º
da Lei 1.079/50 afirma que a competência para julgar os Governadores de Estado em
caso de crimes de responsabilidade é de um “Tribunal Especial”, composto
especialmente para julgar o fato e que será formado por 5 Deputados Estaduais e 5
Desembargadores, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça.
STF. Plenário. ADI 4791/PR, Rel. Min. Teori Zavascki; ADI 4800/RO e ADI 4792/ES,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgados em 12/2/2015 (Info 774). Buscador Dizer o Direito.”
Obs: no âmbito federal, não existe a previsão de iniciativa popular para emenda
constitucional.
@profalvaroveras
PODER LEGISLATIVO
Requisitos: (a) requerimento de um terço dos membros da Casa; (b) apuração de fato
determinado; (c) prazo certo de duração.
Natureza jurídica: Direito subjetivo das minorias - justamente por isso a CF previu o quorum
de 1/3 dos membros. STF(MS 26.441): essa exigência do requerimento deve ser examinada
no momento do protocolo do pedido perante a mesma Casa Legislativa, não sendo necessária
uma posterior ratificação.
Tema importante: fatos novos podem ser investigados, desde que conexos (Inq. 2245/MG);
a)Pode quebrar sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados (informáticos). Contudo, não
pode realizar interceptação telefônica.
b) Pode buscar e apreender documentos, desde que não estejam protegidos por sigilo, como o
de domicílio.
c) Pode conduzir coercitivamente para prestar depoimento. O STF já decidiu que uma CPI
não pode exigir a presença de indígena no Congresso Nacional, o que não impede de ouvi-lo
dentro da sua própria comunidade.
d) Pode determinar a realização de exames periciais
@profalvaroveras
A CPI tem o dever de fundamentar satisfatoriamente todas essas decisões, além de observar
princípio da colegialidade, o qual informa que as decisões devem ser tomadas pela maioria
dos votos e não isoladamente. STF, MS 24.817
Vejamos:
Temos, então, que existe a particularidade pelo fato de não existir Poder Judiciário Municipal,
justificando que a CPI municipal possua poderes mais restritos do que CPI estadual e federal.
Oi, gente! Boa tarde! No informativo 787 do STJ, 2 decisões muito importantes em Direito
Ambiental:
REsp 1.984.746-AL, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Seção, por
unanimidade, julgado em 13/9/2023, DJe 19/9/2023. (Tema 1159).
REsp 1.993.783-PA, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Seção, por
unanimidade, julgado em 13/9/2023, DJe 19/9/2023 (Tema 1159).
MEDIDA PROVISÓRIA
O Poder Legislativo pode emendar projeto de lei de conversão de medida provisória quando
a emenda estiver associada ao tema e à finalidade original da medida provisória.
É constitucional o art. 6º da Lei 14.131/2021, que simplificou o processo de concessão de
benefício de auxílio por incapacidade temporária.
@profalvaroveras
STF. Plenário. ADI 6928/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2021 (Info 1038).
Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da CF a edição de MP
no mesmo dia em que o Presidente sanciona ou veta projeto de lei com conteúdo
semelhante
STF. Plenário.ADI 6062 MC-Ref/DF, ADI 6172 MC-Ref/DF, ADI 6173 MC-Ref/DF, ADI 6174
MC-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 1º/8/2019 (Info 946).
Se for editada MP revogando lei que está sendo questionada por meio de ADI, esta ação
poderá ser julgada enquanto a MP não for votada (enquanto a MP não for votada, não
há perda do objeto)
O § 11 do art. 62 da CF/88 deve ser interpretado com cautela, não se podendo protrair
indefinidamente a vigência de medidas provisórias rejeitadas ou não apreciadas
Diversas empresas fizeram o requerimento pedindo a instalação desses Centros. Ocorre que,
antes que a Receita examinasse todos os pedidos, a MP foi rejeitada pelo Senado.
O Congresso Nacional não editou decreto legislativo disciplinando as situações ocorridas
durante o período em que a MP vigorou (§ 3º do art. 62 da CF/88).
Diante disso, as empresas defendiam a tese de que os requerimentos formulados deveriam ser
apreciados pela Receita Federal com base no § 11 do art. 62:
“§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.”
O STF não concordou e afirmou que os pedidos formulados pelos interessados durante a
vigência da MP 320/2006 não foram sequer examinados. Logo, não se pode dizer que havia
ato jurídico perfeito.
O simples fato de ter sido feito o requerimento não significa “relação jurídica constituída”,
de sorte que não se pode invocar o § 11 para justificar a aplicação da medida provisória
rejeitada.
O mero protocolo do pedido não constitui uma “relação jurídica constituída” de que trata o §
11.
STF. Plenário.ADPF 216/DF, Rel. Min. Cámen Lúcia, julgado em 14/3/2018 (Info 894).
Outros julgados muito importantes e que estão sendo cobrados em Poder Legislativo:
[RE 1.297.884, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-6-2021, P, DJE de 4-8-2021, Tema 1.120, com
mérito julgado.]
Existe, ainda, um precedente muito interessante sobre a denúncia de tratados - ADC 39-DF.
“Art. 27 […]
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.”
Tem-se, assim, que referido dispositivo constitucional estabelece o percentual de 75% (setenta
e cinco por cento) do subsídio dos deputados federais como limite máximo ao subsídio dos
deputados estaduais.
Pergunta-se: é possível que Emenda Constitucional estadual estabeleça que o subsídio dos
deputados estaduais será 75% do subsídio dos deputados federais?
Segundo o STF, não. O estabelecido na CF/88, não dá autorização para que a lei estabeleça
pura e simples vinculação do subsídio dos deputados estaduais ao subsídio dos deputados
federais, o que faria com que qualquer aumento no valor deste implique, automaticamente,
aumento daquele. A norma constitucional apenas estabelece um limite.
Assim, respeitados os limites constitucionais, os Estados federados possuem autonomia para a
fixação da remuneração de seus agentes políticos (art. 25, caput , CF).
Tem-se, ainda, que o art. 37, XIII, da Constituição Federal, veda a vinculação ou equiparação
de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público, objetivando impedir majorações remuneratórias em cadeia.
De acordo com o STF, é constitucional norma de Constituição Estadual que prevê que as
mesmas imunidades parlamentares dos membros do Congresso Nacional(deputados e
senadores) aos Deputados Estaduais.
Veja-se(ADI 5824-RJ):
(i) a eleição dos membros das Mesas das Assembleias Legislativas estaduais deve
observar o limite de uma única reeleição ou recondução, limite cuja observância
independe de os mandatos consecutivos referirem-se à mesma legislatura;
(ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo cargo da mesa
diretora, não impedindo que membro da mesa anterior se mantenha no órgão de
direção, desde que em cargo distinto;
(iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve orientar a
formação da Mesa da Assembleia Legislativa no período posterior à data de publicação
da ata de julgamento da ADI 6.524, de modo que não serão consideradas, para fins de
inelegibilidade, as composições eleitas antes de 7.1.2021, salvo se configurada a
antecipação fraudulenta das eleições como burla ao entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
STF. Plenário. ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI 6683/AP,
ADI 6686/PE, ADI 6687/PI e ADI 6711/PI, Rel. Min. Nunes Marques, julgados em
7/12/2022 (Info 1079). Fonte: Buscador Dizer o Direito
1. O art. 57, § 4º, da CF, não é norma de reprodução obrigatória por parte dos
Estados-membros.
2. É inconstitucional a reeleição em número ilimitado, para mandatos consecutivos, dos
membros das Mesas Diretoras das Assembleias Legislativas Estaduais para os mesmos
cargos que ocupam, sendo-lhes permitida uma única recondução.
STF. Plenário. ADI 6720/AL, ADI 6721/RJ e ADI 6722/RO, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgados em 24/9/2021 (Info 1031). Fonte: Buscador Dizer o Direito
O art. 101 da CE/RJ estabelecia que “a qualquer Deputado” seria permitido formular
requerimento de informação ao Poder Executivo, constituindo crime de responsabilidade, nos
termos da lei, o não atendimento no prazo de trinta dias, ou a prestação de informações
falsas.
O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “a qualquer Deputado” constante do
caput desse dispositivo.
O art. 49, X, da CF/88 é taxativo ao conferir exclusivamente às Casas do Poder Legislativo a
competência para fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Não se admite que norma estadual crie outras modalidades de controle ou inovem a forma de
exercício desse controle ultrapassando aquilo que foi previsto na Constituição Federal, sob
pena de violação ao princípio da separação dos poderes (art. 2º).
@profalvaroveras
STF. Plenário. ADI 4700/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2021 (Info 1041).
Fonte: Buscador Dizer o Direito
PROCESSO LEGISLATIVO
Muito embora a regra contida na S. 5/STF, de 13.12.1963 (“a sanção do projeto supre a
falta de iniciativa. do Poder Executivo”), pode-se dizer que o seu conteúdo está superado
desde o advento da EC n. 1/69, nos termos de seu art. 57, parágrafo único, que fixava a
impossibilidade de emendas parlamentares a projetos de iniciativa exclusiva do
Presidente da República (cf. Rp 890, RTJ 69/625). Assim, sanção presidencial não
convalida vício de iniciativa. Trata-se de vício formal insanável, incurável. Em julgados
dos últimos anos, o STF vem confirmando o teor desse entendimento e da não aplicação
mais do entendimento sumulado, tendo inclusive já o cancelado. (LENZA, Pedro. Direito
Constitucional Esquematizado, 18a edição, 2014, Editora Saraiva, pag. 692)
Obs: no âmbito federal, não existe a previsão de iniciativa popular para emenda
constitucional.
O STF, instado a se pronunciar sobre o tema, entendeu que não, notadamente por a CF/88 em
nada dispor a respeito do tema:
“A Constituição Federal de 1988 não fixou um intervalo temporal mínimo entre os dois
turnos de votação para fins de aprovação de emendas à Constituição (CF, art. 60, § 2º),
de sorte que inexiste parâmetro objetivo que oriente o exame judicial do grau de solidez
da vontade política de reformar a Lei Maior. A interferência judicial no âmago do
processo político, verdadeiro locus da atuação típica dos agentes do Poder Legislativo,
tem de gozar de lastro forte e categórico no que prevê o texto da CF.” (ADI 4.425, rel. p/
o ac. min. Luiz Fux, julgamento em 14-3-2013, Plenário,DJE de 19-12-2013.)
“O poder de veto previsto no art. 66, § 1º, da Constituição não pode ser exercido após o
decurso do prazo constitucional de 15 (quinze) dias”.
“No caso presente, o prazo para exercício da prerrogativa de vetar o projeto de lei de
conversão se entendeu até 14.07.2021. Nessa data, o Presidente da República editou
mensagem de veto e encaminhou o texto legal para publicação, sem manifestar a
intenção de vetar o art. 8º do projeto de lei. Foi somente no dia seguinte, quando o prazo
já havia expirado, que se providenciou a publicação de edição extra do diário oficial
para a divulgação de novo texto legal com a aposição adicional de veto a dispositivo que
havia sido sancionado anteriormente. 4. Ultrapassado o prazo de 15 (quinze) dias do art.
66, § 1º, da Constituição, o texto do projeto de lei é, necessariamente, sancionado (art.
66, § 3º), e o poder de veto não pode mais ser exercido. O fato de o veto extemporâneo
ter sido mantido na forma do art. 66, § 4º, da Constituição não altera a conclusão pela
sua inconstitucionalidade. O ato apreciado pelo Congresso Nacional nem sequer poderia
ter sido praticado. 5. Pedido julgado procedente, para declarar a inconstitucionalidade
do veto impugnado e, assim, restabelecer a vigência do art. 8º da Lei nº 14.183/2021.”
(ADPF 893, julgado em 21/06/2022)
@profalvaroveras
JULGADOS IMPORTANTES
A Constituição estadual só pode exigir lei complementar para tratar das matérias que a
Constituição Federal também exigiu lei complementar
A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei complementar, ou
seja, não pode criar outras hipóteses em que é exigida lei complementar, além daquelas que
já são previstas na Constituição Federal.
Se a Constituição Estadual amplia o rol de matérias que deve ser tratada por meio de lei
complementar, isso restringe indevidamente o “arranjo democrático-representativo
desenhado pela Constituição Federal”.
@profalvaroveras
Tema de Repercussão Geral do STF decidido essa semana - sobre marco temporal indígena -
muito bom para ser cobrado na objetiva:
Informativo 1109:
STF em 11-09:
É inconstitucional lei do Estado do RS que determinava a realização de consulta direta à
população para definir investimentos prioritários de interesse municipal e regional,
obrigando sua inclusão no orçamento estadual.
ADI 2037
Iniciativa reservada
Em seu voto, o ministro Nunes Marques (relator) explicou que a lei orçamentária anual
é iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo, podendo o Legislativo emendar a
proposta em tramitação. Portanto, o caráter vinculante atribuído às consultas populares
não está previsto na Constituição Federal nem nas normas gerais de direito financeiro
editadas pela União.
Norma infraconstitucional
@profalvaroveras
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Um dos temas mais cobrados - diante da imensidão de decisões que envolvem o STF.
Na explicação do Informativo:
Tema importante decidido pelo STF também - constitucionalidade da lei do RJ que institui o
feriado de São Jorge.
Segundo o STF
No Informativo:
A Lei federal 9.043/1995, que dispõe sobre feriados, não restringe a competência
legislativa dos estados e dos municípios apenas para os casos que elenca nem afasta o
exercício de proteção dos bens histórico-culturais imateriais pelos entes federados. Na
espécie, o Estado do Rio de Janeiro, nos moldes da proteção visada pela norma,
justificou a instituição de feriado de alta significação étnica ao demonstrar a relevância
religiosa e cultural do santo católico São Jorge. Assim, na linha de compreensão do
federalismo cooperativo e consoante a atual jurisprudência desta Corte, deve ser
reconhecida a legitimidade das razões invocadas pelo Poder Público estadual.
ADI 4092-RJ
Art. 1o O Estado X indenizará, nos termos desta Lei, as pessoas que, presas ou detidas,
legal ou ilegalmente, por motivos políticos entre os dias 02 de setembro de l961 a 15.de
agosto de l979, que tenham sofrido sevícias ou maus tratos, que acarretaram danos
físicos ou psicológicos, quando se encontravam sob a guarda e responsabilidade ou sob
poder de coação de órgãos ou agentes públicos estaduais ou tenham sofrido perdas e
danos materiais, em razão de terem cerceados direitos inerentes ao exercício
profissional, por motivos políticos, no período mencionado neste artigo.
De acordo com o STF, tal lei é constitucional, pois estabelece a responsabilidade do ente
estatal que tenha causado danos a custodiado, ante a coação de órgão ou agente público. Não
se confunde, assim, com a responsabilidade da União, que responde nos casos em que atuou.
Tal norma é, ainda, harmônica com o art. 37, § 6o, da CF/88 e está em consonância com o
precedente da Corte IDH do caso “Gomes Lund”, mostrando a importância de apurar e
indenizar fatos ocorridos no contexto da institucionalização de políticas estatais de violência.
Assim:
Lei estadual e responsabilidade por atos praticados na ditadura: ADI 3738/ES
Compatibilidade com o art. 37, parágrafo sexto, da CF/88;
Estabelece a responsabilidade do ente estatal que tenha causado danos a custodiado, ante a
coação de órgão ou agente público;
Não se confunde, assim, com a responsabilidade da União, que responde nos casos em que
atuou;
Consonância com o precedente da Corte IDH do caso “Gomes Lund”(Guerrilha do Araguaia)
e mostra a importância de apurar e indenizar fatos ocorridos no contexto da
institucionalização de políticas estatais de violência.
STF, ADI 3738/ES
Outro tema interessante: lei estadual do PR que proibiu instituições financeiras e similares de
realizar qualquer atividade de telemarketing ativo, oferta comercial, proposta, publicidade ou
@profalvaroveras
O STF entendeu que essa lei é constitucional, estando abrangida pela competência
concorrente dos Estados em legislar sobre direito do consumidor.
Entendeu-se, assim, que a lei estadual reforça uma classe especial de consumidores
vulneráveis: aposentados e pensionistas - sendo obrigação de todos, nos termos do art. 230 da
CF, protegê-los.
Observemos, então, que tal legislação estabelecia uma série de obrigações para as empresas
de plano de saúde - inclusive, em outros artigos posteriores, prevendo multa em caso de
desatendido de tais determinações.
De acordo com entendimento do STF, tal lei é inconstitucional, por ofensa à competência da
União - que regular mercado de planos de saúde, o que inclui a normatização da matéria
(CF/1988, art. 22, VII), bem como toda a fiscalização do setor (CF/1988, art. 21, VIII).
Veja-se:
A lei estadual, assim, interfere diretamente na regulação dos planos de saúde, mais
especificamente na relação jurídica entre as suas operadoras e usuários, matéria que já possui
vasta normatização federal, seja pela Lei 9.656/1998 ou pelas resoluções da ANS que regulam
o rol de procedimentos e eventos em saúde.
Lei do DF prevê:
Art. 1º As multas aplicadas aos veículos automotores, emitidas por órgão ou entidade
executiva de trânsito e executiva rodoviária do Distrito Federal, podem ser parceladas
em até 12 vezes.
Parágrafo único. A solicitação do parcelamento previsto no caput e o pagamento da
primeira parcela garantem ao proprietário do veículo a emissão do Certificado de
Registro e Licenciamento do Veículo.
Art. 2º Os débitos junto ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal –
DETRAN-DF podem ser pagos com cartão de crédito, ficando a cargo dos usuários
todas as taxas cobradas pela respectiva operadora do cartão de crédito.
Observa-se, então, que a lei estadual prevê o parcelamento de multas de trânsito, além
de dispor sobre formas de pagamento.
Trata-se de tema recentemente julgado pelo STF – em sessão virtual finalizada em 26-05.
O Estado do Ceará, por lei estadual, optou por normatizar restrições mais severas à utilização
de pesticidas no território, sujeitando o infrator à multa.
@profalvaroveras
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ajuizou ADI, alegando que tal
norma invadiu competência privativa da União, por estar legislando sobre navegação aérea e
proteção ao meio ambiente.
Quanto ao controle por agrotóxicos, relembrou que a jurisprudência do STF já admitiu normas
mais restritivas por estados/municípios:
A lei estadual no caso impugnada dispôs que seria possível o aproveitamento de títulos e
diplomas de cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu obtidos em instituições
sediadas em países membros do Mercosul, e permitiu a sua equiparação com os cursos
oferecidos por instituições de ensino superior sediadas no Brasil com o consequente
pagamento de gratificação aos servidores a partir da data do requerimento.
Desse modo, tratou do tema de modo diverso do previsto na legislação federal (Lei
9.394/1996, arts. 44 e 48), que exige um processo de revalidação de tal diploma.
Foram ajuizadas ADIs sobre o tema, sob a justificativa de que a legislação ofendia a
competência privativa da União para legislar sobre direito do trabalho(art. 22, I, CF/88).
Entende, assim, que tal lei viola a competência legislativa da União, a quem compete
privativamente editar leis sobre direito do trabalho e sobre condições para o exercício de
profissões(art. 22, I, CF/88).
@profalvaroveras
Também entendeu que a norma de que trata o art. 5º, XIII, da Carta Magna, que assegura ser
“livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer”, deve ter caráter nacional, não se admitindo que haja
diferenças entre os entes federados quanto aos requisitos ou condições para o exercício de
atividade profissional.
Em outro julgado, na ADI 5412, entendeu a Corte que aos Estados-membros e ao Distrito
Federal, em tema de regulamentação das profissões, cabe dispor apenas sobre questões
específicas relacionadas aos interesses locais e somente quando houver delegação legislativa
da União operada por meio de lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único), inexistente nos
casos.
É inconstitucional lei estadual mineira que confere à Defensoria Pública o poder de requisição
de instauração de inquérito policial.
"Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão
desta quarta-feira (4), que condenados aprovados em concursos públicos podem ser
nomeados e empossados, desde que não haja incompatibilidade entre o cargo a ser
exercido e o crime cometido nem conflito de horários entre a jornada de trabalho e o
regime de cumprimento da pena."
“É inconstitucional lei estadual que (a) reduza o conceito de pessoas com deficiência
previsto na Constituição, na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, de estatura constitucional, e na lei federal de normas gerais; (b)
desconsidere, para a aferição da deficiência, a avaliação biopsicossocial por equipe
multiprofissional e interdisciplinar prevista pela lei federal; ou (c) exclua o dever de
adaptação de unidade escolar para o ensino inclusivo.”
ADI 7.028-AP
Informativo 1101 STF
O Estado que edita lei concedendo meia-entrada para os professores das redes públicas
estadual e municipais de ensino atua no exercício da competência suplementar prevista
no art. 24, § 2º, da Constituição Federal.
@profalvaroveras
Os arts. 1º e 32, caput e § 1º, do Decreto-Lei 204/1967 não foram recepcionados pela
Constituição Federal de 1988.
STF. Plenário. ADPF 492/RJ, ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgados em 30/9/2020 (Info 993). (Buscador Dizer o Direito)
Pode projeto de lei estadual determinar que entidade universitária estadual, de natureza
autárquica, seja obrigada a prestar por meio de escritório de prática jurídica universitária, em
regime de plantão durante os finais de semana, serviço de assistência judiciária aos
necessitados presos em flagrante delito?
O Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003) foi revogado pela Lei Geral do Esporte (Lei
nº 14.597/2023). A Lei Geral do Esporte não traz dispositivo semelhante ao revogado.
Isso apenas reforça o que o STF já decidiu. (Buscador Dizer o Direito)
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino
e de telefonia celular a obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes
preexistentes.
STF. Plenário. ADI 5399/SP e ADI 6191/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em
9/6/2022 (Info 1058).
STF. Plenário. ADI 6333 ED/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 9/6/2022 (Info 1058). Buscador Dizer o Direito.
Lei do Município de Lei Itapetininga (SP) proíbe, em toda zona urbana municipal, a soltura de
fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam estampido.
O Min. Luis Fux aduziu que a jurisprudência do STF tem reconhecido a iniciativa legislativa
dos Municípios para proteger interesses locais, em face da competência legislativa
concorrente para tratar de proteção à saúde e ao meio ambiente.
@profalvaroveras
Ainda: rememorou que na ADPF 567 o STF validou lei da capital paulista que havia
implementado essa medida de proteção em razão dos impactos negativos documentados que
fogos com efeito sonoro ruidoso causam às pessoas autistas e a diversas espécies animais.
Destacou, ainda, que a Resolução Conama 2/90, que dispõe sobre o Programa Nacional de
Educação e Controle da Poluição Sonora, autoriza expressamente a fixação de limites de
emissão de ruídos em valores mais rígidos em níveis estadual e municipal. Desse modo, a lei
de Itapetininga está de acordo com a disciplina federal, tratando-se, na verdade, de
regulamentação mais protetiva, levando em conta os impactos negativos à saúde e ao meio
ambiente.
Ainda: tem-se que a lei não inviabiliza o exercício de atividade econômica, pois a restrição se
aplica apenas aos artefatos que produzam efeitos ruidosos, permitindo espetáculos de
pirotecnia silenciosos.
O STF decidiu na ADPF 279 pela possibilidade de Município instituir serviços de assistência
jurídica à população economicamente vulnerável, sem que se possa falar em ofensa à
competência para atuar da Defensoria Pública.
“Note-se, ademais, que entes até mesmo particulares, como faculdades de direito e
seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil formulam estruturas e prestam serviços
de assistência judiciária, sem jamais ter sido aventada a inconstitucionalidade daquela
atuação. Bem ao contrário, o que se tem é atuação que se solidariza na busca de maior e
melhor garantia de direitos para os que precisam ter acesso a consultas, assessoramentos
e serviços jurídicos”
A cláusula de reserva de plenário, ou regra do full of bench, está prevista no art. 97 da CF.
“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.”
Ocorre que tal regra possui diversas exceções. Muitas delas nem deveriam ser chamadas de
exceções, uma vez que nem se enquadram na regra geral.
6. Correto.
7. Errado.
8. Correto.
Cabe lembrar, inclusive, que existe uma discussão muito interesse a respeito do art. 52, X,
CF/88 e a decisão do Senado Federal de suspender norma declarada inconstitucional.
Argumenta-se que tal artigo teria sofrido uma mutação Constitucional.
Obs. De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal (ADI 3.406 e ADI
3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017,Informativo 886), o artigo 52, X, da CRFB/88
sofreu mutação constitucional, motivo pelo qual o Senado Federal teria a função apenas
em dar publicidade às decisões tomadas pelo STF em controle difuso de
constitucionalidade e não mais suspender norma. Assim, também será aceita tal
argumentação, desde que o candidato fundamente devidamente sua resposta nesse novo
julgamento.