Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2016
Sumário
1. DIREITO COMERCIAL: 11
I. NORMATIZAÇÃO 35
II. FUNÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 36
III. PRINCÍPIOS DO DIREITO CAMBIÁRIO 37
IV. NATUREZA DA OBRIGAÇÃO CAMBIAL 40
V. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 42
VI. TÍTULOS CAMBIAIS E TÍTULOS CAMBIARIFORMES. 43
VII. A INFORMÁTICA E O FUTURO DO DIREITO CAMBIÁRIO 44
VIII. RIGOR CAMBIÁRIO 44
2.1. TÍTULOS DE CRÉDITOS: LETRA DE CÂMBIO, CHEQUE, NOTA PROMISSÓRIA, DUPLICATA. 45
2.1.1 LETRA DE CÂMBIO 45
2.1.1.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL – DECRETO N. 57.663/66 – LEI UNIFORME DE GENEBRA 45
2.1.2 CONCEITO 45
2.1.3 ELEMENTOS PESSOAIS 46
2.1.4 REQUISITOS DA LETRA DE CÂMBIO 46
2.1.5 SAQUE 48
2.1.6 ACEITE 48
2.1.7 FORMAS DE VENCIMENTO DA LETRA DE CÂMBIO (ART. 33) 50
2.1.8 ENDOSSO 51
2.1.9 AVAL 55
2.1.10 PAGAMENTO 59
2.1.11 PROTESTO CAMBIAL 61
2.2 NOTA PROMISSÓRIA 70
2.2.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL – DECRETO N. 57.663/66 – LEI UNIFORME DE GENEBRA 70
2.2.2 CONCEITO 70
2.2.3 ELEMENTOS PESSOAIS 71
2.2.4 REQUISITOS 71
2.2.5 APLICAÇÃO DAS REGRAS DA LETRA DE CÂMBIO 72
2.2.6 VENCIMENTO E PAGAMENTO 72
2.2.7 NP PRO SOLUTO X NP PRO SOLVENDO 74
2.2.8 COMPARATIVO: NOTA PROMISSÓRIA (NP) X LETRA DE CÂMBIO(LC) 74
2.3 DUPLICATA 75
2.3.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 76
2.3.2 CARACTERÍSTICAS 76
2.3.3 ELEMENTOS PESSOAIS 77
2.3.4 A DUPLICATA E O PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE 77
2.3.5 ACEITE OU RECUSA DO ACEITE 78
2.3.6 ENDOSSO 79
2.3.7 AVAL 80
2.3.8 VENCIMENTO 80
2.3.9 PROTESTO DA DUPLICATA 81
2.3.10 EXECUÇÃO DA DUPLICATA (ART.15) 82
2.3.11 PRESCRIÇÃO 82
2.3.12 DUPLICATA VIRTUAL 82
2.4 CHEQUE 83
2.4.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 83
2.4.2 ELEMENTOS PESSOAIS 84
2.4.3 REQUISITOS 84
2.4.4 TIPOS DE CHEQUE 84
2.4.5 PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DO CHEQUE – ART. 33 DA LEI DO CHEQUE 85
2.4.6 SUSTAÇÃO DO CHEQUE 86
2.4.7 ACEITE 87
2.4.8 ENDOSSO 87
2.4.9 AVAL 87
2.4.10 PAGAMENTO 88
2.4.11 PRESCRIÇÃO 88
2.4.12 AÇÕES CABÍVEIS 89
2.4.13 ASPECTOS CRIMINAIS 92
2.2. ACEITE, AVAL, ENDOSSO, PROTESTO, PRESCRIÇÃO. (ITEM TRABALHADO EM CADA ESPÉCIE DE TÍTULO DE
CRÉDITO) 94
2.3. AÇÕES CAMBIAIS. 94
3. ESPÉCIES DE EMPRESA. 95
Todo esse contexto fez com que a definição da comercialidade das relações
jurídicas no país se transformasse em um grande problema. Nessa difícil tarefa em
delimitar o conteúdo da matéria comercial utilizou-se como referência os atos de
comércio enumerados no revogado Regulamento n° 737 de 1850, o disposto em lei como
sendo matéria comercial (sociedades anônimas, empresas de construção civil) e a
jurisprudência, já que várias decisões envolvendo complexos casos passaram a definir a
natureza comercial de certas atividades econômicas.
1.3. Autonomia
Para Rubens Requião, fontes do direito comercial são o modo pelo qual
surgem as normas jurídicas de natureza comercial, constituindo um direito especial.
a) A Constituição Federal
b) O Código Civil: que trata das sociedades simples, ltda. etc.
c) O Código Comercial: segunda parte, que trata do direito marítimo
d) Leis especiais, tais como: a lei de falências (Lei 11.101/2005), lei das sociedades
anônimas (lei nº 6.404/76 e alterações da 10.303/01); lei das duplicatas (lei nº 5.474/68); lei
da propriedade industrial (lei nº 9.279 /96) etc.
e) Decreto nº 2044/1908 – letra de cambio e NP;
f) Os tratados internacionais (Decretos 57.595/1966 – Lei Uniforme em matéria de
cheques; 57.663/1966 – lei uniforme em matéria de LC e NP) IMPORTANTE: Os decretos
trazem as leis uniformes em seus ANEXOS.
a) Os usos e costumes: a lei não distingue o uso do costume, mas boa parte da doutrina
entende que o uso é estabelecido por convenção das partes (prática uniforme, constante e
por certo tempo e exercido de boa-fé), enquanto o costume é mais imperativo (regra
subsidiária às normas).
Pode ser dividido em usos comerciais propriamente ditos (é generalizado, equivale à lei e
obriga as partes) e o uso convencional (interpretativo ou de fato / advém da vontade das
partes, ainda que tacitamente e demanda prova).
b) A doutrina, a jurisprudência, analogia, princípios gerais do direito, a lei civil
(excetuada a hipótese acima), tratados e convenções internacionais (parâmetro).
1.5. Características
CC/02, Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus
parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
II. Inscrição.
i. Atos de registro
I - o arquivamento:
Enunciado 209 da III Jornada de Direito Civil - O art. 986 deve ser
interpretado em sintonia com os arts. 985 e 1.150, de modo a ser
considerada em comum a sociedade que não tiver seu ato constitutivo
inscrito no registro próprio ou em desacordo com as normas legais previstas
para esse registro (art. 1.150), ressalvadas as hipóteses de registros
efetuados de boa-fé.
III. Capacidade.
Enunciado 197 do CJF – Arts. 966, 967 e 972: A pessoa natural, maior de 16
e menor de 18 anos, é reputada empresário regular se satisfizer os
requisitos dos arts. 966 e 967; todavia, não tem direito a concordata
preventiva, por não exercer regularmente a atividade por mais de dois
anos. [O benefício da concordata foi extinto com o advento da Lei
11.101/05, mas continua a proibição de obter a recuperação judicial]
Lei 11.101/05, Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,
no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2
(dois) anos e que atenda aos requisitos, cumulativamente.
1
Age de modo negativo quando a lei por disposição cogente declara a inabilitação de certas pessoas para a
prática de certos atos devido a alguma situação irremovível em que elas se acham, ou quando mantém o
impedimento durante a persistência de determinadas situações especiais, caracterizando-se, na primeira
hipótese, de ilegitimação absoluta ou inalterável pela vontade dos agentes e, na segunda hipótese, a da
ilegitimidade relativa.
2
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
Enunciado 205 do CJF – Art. 977: Adotar as seguintes interpretações ao art.
977: (1) a vedação à participação de cônjuges casados nas condições
previstas no artigo refere-se unicamente a uma mesma sociedade; (2) o
artigo abrange tanto a participação originária (na constituição da sociedade)
quanto a derivada, isto é, fica vedado o ingresso de sócio casado em
sociedade de que já participa o outro cônjuge.
d) Falido não reabilitado – diversamente das outras hipóteses, a proibição ao falido não
diz respeito à ética comercial.
e) Pessoa que esteja condenada pela prática de crime cuja pena vede o acesso à
atividade mercantil; (Lei 8.934/94, Art. 35, II). Afora a condenação por crime falimentar (Lei
11.105/05, Art. 181), não há previsão específica, podendo ser aplicado o Art. 1011, § 1º do
CC/02 (referente ao impedimento do administrador).
CC/02, Art. 1011 (omissis), § 1o Não podem ser administradores, além das
pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda
que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar,
de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a
economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas
de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a
propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
A empresa deve ser enquadrada em uma nova categoria jurídica, pois não
se trata nem de sujeito nem de objeto de direito, enquadrando-se perfeitamente na noção
de fato jurídico em sentido amplo. Tal noção se mostra mais adequada que a de ato
jurídico, pois falamos da atividade, do conjunto de atos, e não de cada ato isolado, que
poderia ser enquadrado na condição de ato jurídico.
i. Normatização
O CC/02 não está valendo para: letra de câmbio, nota promissória, cheque
e duplicata, porque o artigo 903 dispõe que estão ressalvadas as leis especiais. Ou seja, o
Código Civil não revogou as legislações anteriores, sendo que cada título específico
permanece com seu regulamento especial. As regras do CC/02 são supletivas às leis
especiais.
(ii) o CC quis estabelecer uma teoria geral dos títulos de crédito, de modo
que, quando não são aplicáveis as normas constantes da legislação especial, seriam
aplicáveis as normas do CC. Crítica: quase todas as matérias que o CC regula já se
encontram previstas em leis especiais; regulou de forma contraditória em relação, por
exemplo, à proibição de aval parcial.
Art. 889, §3º - O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados
em computador ou meio técnico equivalente e que constem da
escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste
artigo.
b) Literalidade:
Toda e qualquer obrigação só é válida se estiver escrita na cártula.
Somente produzem efeitos jurídico-cambiais os atos lançados no próprio título de crédito.
A quitação deve estar representada por título. Atos documentados em instrumentos
apartados, ainda que válidos e eficazes entre os sujeitos diretamente envolvidos (ex. aval
concedido fora do título poderá ser tido como fiança), não produzirão efeitos perante o
portador do título, mas vigoram entre os signatários originais como qualquer obrigação
civil.
c) Autonomia:
De acordo com o Princípio da Autonomia das relações cambiárias, cada
relação jurídica existente no título é autônoma em relação a outra. Por consequência,
quando um único título representa mais de uma obrigação (do emitente, do avalista, do
endossante e outros) a eventual invalidade de qualquer delas não prejudica as demais.
Obs: todos os títulos são autônomos. Mas alguns títulos não são
classificados como abstratos: determinados títulos de crédito podem resultar de qualquer
causa, mas dela se libertam após a sua criação, o que não ocorre com os títulos causais
(duplicata), que, embora circulem, mantêm vínculo com a causa que os gerou.
Observação:
Para outra teoria, o título se diz abstrato se a lei que o tenha instituído não
tenha prescrito os negócios jurídicos que autorizam a sua emissão. Se a lei cria o título,
mas não menciona os negócios que autorizam a emissão, poderemos emiti-los tendo em
vista qualquer negócio lícito. Ex: cheque, nota promissória e letra de cambio. Qualquer
atividade licita é apta a permitir emissão do título.
Várias teorias tentam explicar a natureza dos títulos de crédito. São elas:
i. Teoria do Contrato com Incerta Pessoa: Esta teoria foi adotada por Savigny, seguido
por Jolly, Goldschmidt e Unger. Conforme seu enunciado, se contrata com alguém que não
se sabe quem é, só o vindo a saber no momento da apresentação do título, ou seja, quando
da sua exigibilidade. Nesse momento se descobrirá quem é o credor do título. Parte Savigny
da ideia de que quem emite o título geralmente o faz em massa, estando a posse de fato
sempre unida à presunção de propriedade.
ii. Teoria do Germe: enunciada pelo famoso jurista Von Ihering, para esta teoria, o
título seria como um germe que surge em mãos do devedor, mas que se formava quando
circulava. O título só tem sentido para circular, é esse o seu objetivo, sua razão. O credor é o
último portador.
iii. Teoria da Personificação do Título: formulada por Schweppe, declara que o título é
bastante em si, como se ele mesmo fosse o credor. Quando se assina um título, o devedor
passa para ele um pouco de si, de sua personalidade, credibilidade, imagem. Como o título
personifica o devedor, quem vai pagá-lo, paga a ele mesmo, ou seja, quando se paga o título
é porque se quer resgatá-lo, não importando nas mãos de quem ele esteja. A pessoa se
reintegrava com a aquisição do título que emitiu. Essa teoria foi contestada sob o argumento
de que não pode haver crédito sem credor, uma vez que as coisas materiais não podem ser
sujeito de direitos.
iv. Teoria da Promessa Unilateral: segundo essa teoria, que tem como precursores
Einnert e Kuntze, o devedor promete sozinho, unilateralmente. Essa teoria inspirou um
pouco o pensamento moderno no sentido de que o título não é simples documento
probatório: a) é veículo de promessa; b) a promessa de pagamento é abstrata; independe da
relação fundamental; c) não se trata de contrato, mas de promessa unilateral. Assim, surgiu
a dúvida se o título é válido quando é emitido ou quando é criado, pois ele poderia ser
extorquido.
SUB-TEORIAS:
a) Quanto ao Modelo:
Livres: cujo formato não segue um rigor absoluto. Ex.: nota promissória no
caderno.
b) Quanto à Estrutura:
Ordem de Pagamento: ordem dada por uma pessoa (sacador) para que
outro (sacado) pague ao beneficiário (tomador). Ex.: letra de câmbio.
Todo título é feito para circular, mas a forma de circulação varia de título
para título:
2.1.2 Conceito
Ordem dada, por escrito, a uma pessoa, para que pague a um beneficiário
indicado, ou à ordem deste, uma determinada importância em dinheiro. Ou seja, é um
título de crédito por meio do qual uma pessoa (sacador) declara que certa pessoa (sacado)
pagará a certa pessoa (tomador ou beneficiário) uma quantia certa, num determinado local
ou data.
É possível que sacador e sacado sejam a mesma pessoa (nesse caso, a letra
de câmbio acaba tendo as mesmas funções de uma nota promissória, conforme art. 3º da
Lei Uniforme).
iii) lugar de emissão (quando não houver, considera-se que a letra foi
passada no lugar designado ao lado do nome do sacador).
- assinatura do emitente.
2.1.5 Saque
2.1.6 Aceite
Pode ainda haver a recusa parcial, que ocorre quando o sacado aceita a
letra parcialmente, podendo ser limitativo (do valor constante do título) ou modificativo
(aceita pagar, mas modifica alguns requisitos). Nestes casos, o aceitante se vincula ao
pagamento do título nos exatos termos de seu aceite, mas se opera o vencimento
antecipado da letra de câmbio, que poderá, por isto, ser cobrada de imediato do sacador. A
única diferença entre a recusa total e a recusa parcial, pois, relaciona-se à posição assumida
pelo sacado, eis que no primeiro caso, ele não assume obrigação cambial nenhuma.
A recusa do aceite deve ser comprovada pelo protesto do título (art.14). À
vista do protesto por falta de aceite, vencendo-se antecipadamente a letra, caberá ao
portador o direito de ação executiva contra o emitente da letra e os demais obrigados
(endossantes e avalistas).
O sacado somente vai assinar a letra se houver uma relação jurídica entre
ele e o sacador.
b) a dia certo: no dia que consta no título, que já está ali fixado.
2.1.8 Endosso
2.1.9 Aval
Aval é a declaração cambiária decorrente de uma manifestação
unilateral de vontade, pela qual uma pessoa, natural ou jurídica (avalista), assume
obrigação cambiária autônoma e incondicional de garantir, total ou parcialmente, no
vencimento, o pagamento do título nas condições nele estabelecidas.
Características:
AVAL X FIANÇA:
AVAL FIANÇA
Em caso de morte,
incapacidade ou falência do avalizado, o
avalista continua responsável.
JURISPRUDÊNCIA:
2.1.10Pagamento
A Lei Uniforme dispõe que a letra deve ser apresentada para pagamento
no dia do vencimento ou em um dos dois dias subsequentes. O Brasil, todavia, usou da
reserva, razão pela qual, em relação às letras pagáveis em seu território, deverá o portador
fazer a apresentação no próprio dia do vencimento.
Tal regra, evidentemente, não se aplica às letras à vista, as quais podem
ser apresentadas em qualquer momento, no prazo de um ano.
O portador não pode recusar o pagamento que se lhe queira efetuar, seja
total ou parcial, se for oferecido no dia do vencimento (no direito civil, o credor pode
recusar o pagamento parcial). Art. 902, § 1°, CC: no vencimento, não pode o credor recusar
pagamento, ainda que parcial. O pagamento antecipado, seja total ou parcial, pode ser
recusado.
Se a apresentação da letra ou o seu protesto não puder ser feito dentro dos
prazos indicados por motivo insuperável (caso fortuito ou força maior), esses prazos serão
prorrogados. É a mesma regra da apresentação para aceite.
2.1.11Protesto cambial
2.1.11.2 Definição
O protesto cambial não cria direitos, sendo simples meio de prova para o
exercício do direito cambiário, como acentua Pontes de Miranda e uma forma de coerção
para que o devedor cumpra sua obrigação sem que seja necessária ação judicial.
a) O credor (ou outra pessoa que esteja portando o documento) leva o título até o
tabelionato de protesto e faz a apresentação, pedindo que haja o protesto e informando que
os dados e endereço do devedor;
b) O tabelião de protesto examina os caracteres formais do título;
c) Se o título não apresentar vícios formais, o tabelião realiza a intimação do suposto
devedor no endereço apresentado pelo credor (art. 14 da lei de Protesto);
d) A intimação é realizada para que o apontado devedor, no prazo de 3 dias, pague ou
providencie a sustação do protesto antes de ele ser lavrado;
e) Após a intimação, poderão ocorrer quatro situações: (i) o devedor paga (art. 19); (ii) o
apresentante desiste do protesto e retira o título (art. 16); (iii) o protesto é sustado
judicialmente (art. 17); (iv) o devedor fica inerte ou não consegue sustar o protesto.
Se ocorrer as situações (i), (ii) ou (iii), o título não será protestado;
Se ocorrer a situação (iv), o título será protestado (será lavrado e registrado o protesto).
§ 1º Na impossibilidade de apresentação do
original do título ou documento de dívida protestado, será
exigida a declaração de anuência, com identificação e firma
reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como
credor, originário ou por endosso translativo. (...)
O art. 1º da Lei n. 9.497 permite que seja realizado protesto não apenas
sobre títulos como também com relação a outros documentos de dívida (documento de
dívida é todo e qualquer meio de prova escrita que comprove a existência de uma
obrigação líquida, certa e exigível). Passou-se a discutir a possibilidade de protestar
certidão de dívida ativa da Fazenda Pública. De início, o STJ afirmou que não haveria
interesse jurídico em realizar o protesto da CDA considerando que, por ser título
executivo, é possível o ajuizamento, desde logo, da execução fiscal (STJ, AgRg no Ag
1316190/PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 1ª Turma, DJe 25.05.2011). Com a
superveniência da Lei n. 12.767/2012, incluindo parágrafo único ao art. 1º da Lei n.
9.492/97, com o seguinte teor “Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões
de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das
respectivas autarquias e fundações públicas”, passou a existir expressa previsão legal do
protesto de CDA. No final de 2013, o STJ, alterando sua antiga posição, passou a entender
que é possível o protesto da certidão de dívida ativa (CDA). Confira a ementa do referido
julgado:
2.2.2 Conceito
A nota promissória é um título de crédito emitido pelo devedor, sob a
forma de PROMESSA direta e unilateral de pagamento (e não uma ordem de
pagamento), a determinada pessoa, de quantia determinada, à vista ou a prazo, nas
condições dela constantes, efetuada, em caráter solene, pelo promitente-‐devedor ao
promissário-‐credor.
Isso significa que, se o credor primitivo (que é o banco) transferir essa nota
promissória para terceiro, aquilo que poderia ser alegado para o credor primitivo também
pode ser alegado contra o terceiro, em sede de embargos (ex: valor dos juros, saldo
devedor, comissão de permanência, etc). Afasta-se a não-oponibilidade, subprincípio da
autonomia.
2.2.4 Requisitos
- assinatura do emitente.
A LU considera requisitos não essenciais (art. 76):
- lugar de emissão;
4) Por ser uma promessa direta de pagamento, não existe aceite na NP,
todavia, a LUG, no art. 78, disciplinou a figura da NP pagável a certo termo de vista.
Funciona da seguinte forma - o subscritor promete pagar quantia determinada, ao término
de prazo por ele definido e cujo início se opera a partir do visto, a ser oportunamente dado
na NP. O portador da cambial tem um prazo (ver art. 23) a contar da data da emissão da
NP para apresentá-la ao visto do emitente. Dado o visto, começa a fluir o prazo
mencionado no título para vencimento.
Se o visto for negado pelo emitente, cabe protesto, nos termos do art. 25.
Porém, a recusa do visto não antecipa o vencimento.
NOTA L
PROMISSÓRIA
É uma PROMESSA de ETRA
É uma DE de pagamento,
ORDEM
pagamento, com 2 figuras: com 3 figuras:
2.3 Duplicata
A doutrina aponta que a duplicata é título de crédito concebido pelo
direito brasileiro, que nasceu como instrumento de política fiscal e se consolidou em razão
do pouquíssimo uso da letra de câmbio na praxe comercial nacional.
Segundo disposição legal, toda vez que há uma compra e venda mercantil
ou uma prestação de serviços, é obrigatória a emissão de fatura. Do crédito representado
na fatura, poderá ser extraída uma duplicada. A emissão da duplicada não é obrigatória
(podem ser emitidos outros títulos de crédito).
2.3.2 Características
Ordem de pagamento.
Título causal.
Se a duplicata não for à vista, o sacador, após sua emissão, deverá fazer a
remessa da duplicata ao sacado, no prazo de 30 dias, para que ele dê o aceite. O sacado,
por sua vez, ao receber a duplicata, terá prazo de 10 dias para devolver a duplicata ao
sacador com o devido aceite, ou com as razões da sua recusa.
2.3.6 Endosso
2.3.7 Aval
2.3.8 Vencimento
A duplicata somente pode ser à vista ou com data certa, não se admitindo
duplicata a certo termo de vista ou a certo termo de data.
a) Por falta de aceite: para a recusa do aceite, o sacado deve justificar com uma das
hipóteses legais. Se não fizer isso, é possível o protesto.
b) Por falta de devolução: se a duplicada, enviada ao sacado para aceite, não for
devolvida no prazo de 10 dias, cabe o protesto por indicações. Esse protesto excepciona o
princípio da cartularidade, já que o credor não está na posse do título retido.
c) Por falta de pagamento.
Título Executivo: (i) duplicata aceita, protestada ou não. (ii) duplicata não
aceita (triplicata ou por indicação) + protesto + documento de comprovação da entrega da
mercadoria – recusa justificada.
2.3.11Prescrição
2.3.12Duplicata virtual
- a expressão “cheque”;
- a data do saque;
Súmula 600 do STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas,
ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que
não prescrita a ação cambiária.
2.4.7 Aceite
2.4.9 Aval
2.4.10Pagamento
Pagamento parcial: segundo o artigo 38, parágrafo único da lei, diz que “o
portador não pode recusar pagamento parcial...”;
2.4.12Ações cabíveis
JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE:
CONTA CONJUNTA: segundo o STJ, na conta
conjunta há solidariedade ativa, no sentido de que ambos
podem movimentar a conta, mas não há solidariedade passiva.
A responsabilidade passiva é do emitente do cheque. (Resp.
336.632/ES, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, DJ.
31.03.2003).
RESPONSABILIDADE DE NOTIFICAÇÃO
PELA INCLUSÃO NO CCF: O Banco do Brasil, na condição de
gestor do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos
(CCF), não tem a responsabilidade de notificar previamente o
devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco
legitimidade passiva para as ações de reparação de danos
diante da ausência de prévia comunicação. (INF. 568/STJ).
PROTESTO DE CHEQUE NÃO PRESCRITO:
É legítimo o protesto de cheque efetuado contra o EMITENTE
depois do prazo de apresentação, desde que não escoado o
prazo prescricional relativo à ação cambial de execução. A
exigência de realização do protesto ANTES de expirado o prazo
de apresentação prevista no art. 48 da Lei 7.357/1985 é dirigida
apenas ao protesto NECESSÁRIO, isto é, contra os coobrigados,
para o exercício do direito de regresso, e não em relação ao
emitente do título. Portanto, nada impede o protesto
FACULTATIVO do cheque, mesmo que apresentado DEPOIS
do prazo mencionado no art. 48, c/c o art. 33, ambos da Lei
7.357/1985. Isso porque o protesto do título pode ser utilizado
pelo credor com outras finalidades que não o ajuizamento da
ação de execução do título executivo. (INF 556/STJ - REsp
1.297.797-MG).
2.4.13Aspectos criminais
O cheque é do emitente.
Antes da reforma não existia tal instituto e nos termos da Súmula 554 do
STF, o pagamento efetuado antes do recebimento da denúncia retirava a justa causa para a
ação penal (“O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento
da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”).
2.3.Ações cambiais.
3. Espécies de empresa.
Sociedades estrangeiras têm sua sede fora do Brasil. Neste caso, a análise
da sua constituição será conforme o local de constituição (lex loci actus), conforme art. 11 da
LINDB. A sociedade estrangeira pode ser acionista de sociedade anônima brasileira, mas
só poderá ter filiais, agências ou estabelecimentos no Brasil após aprovação pelo Poder
Executivo (art. 1.134 do NCC), que pode estipular condições convenientes à defesa dos
interesses nacionais (art. 1.135). Após obter autorização para funcionamento, a sociedade
estrangeira deverá se inscrever “no registro próprio” (art. 1.136 do NCC), podendo utilizar
seu nome de origem acrescido de “do Brasil” ou “para o Brasil”.
Importante frisar que recentemente foi publicada uma súmula pelo STJ
(final do ano de 2015), consignando que a responsabilidade da empresa sucessora, em caso
de sucessão empresarial, abarca tanto os tributos devidos pela empresa sucedida como
também as multas moratórias ou punitivas, vejamos:
Súmula 554 do STJ: Na hipótese de sucessão
empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores até
a data da sucessão.
CLT, Art. 2º, § 2º. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle
ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de
emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das
subordinadas.
LSA, art. 111, §1º. As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o
exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não
superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos
fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o
pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam
pagos os cumulativos em atraso.
PROCESSO FALIMENTAR:
3.4.Segredo comercial.
Violação de segredo. Crime. O art. 195 da Lei 9.279/96 tipifica como crime
de concorrência desleal a exploração, sem autorização, de “conhecimentos, informações ou
dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos
aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no
assunto”. Também há crime se o acesso ao segredo foi fraudulento ou derivou de relação
contratual ou empregatícia (LPI, art. 195, XII e XI).
[...] falta ao autor interesse de agir para a ação em que postula a obtenção
de documentos com dados societários, se não logra demonstrar: a) haver
apresentado requerimento formal à ré nesse sentido; b) o pagamento pelo
custo do serviço respectivo, quando a empresa lhe exigir, legitimamente
respaldada no art. 100, §1º da Lei 6.404/76. (REsp 982133, D.J. 10.09.2008).
2º) Para ser considerada empresária, a sociedade rural deverá registrar seu ato
constitutivo na Junta Comercial, já que sua inscrição é facultativa. (Enunciado 202 da III Jornada de
Direito Civil)
REQUISITOS DA SOCIEDADE:
OBS 01: O autor André Luiz Santa Cruz Ramos aponta como exceção ao requisito
da Pluralidades de Sócios apenas o casa da sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade
anônima que tem como único sócio uma sociedade brasileira (art. 251, § 2º, da LSA). Outros
autores indicam também o caso da empresa pública unipessoal e da Sociedade Unipessoal
Temporária (art. 1.033, IV, do CC). No que diz respeito a esta última, parece mais acertada a visão
do professor Sérgio Campinho no sentido de que, como esta sociedade unipessoal tem um prazo
de existência limitado a 180 dias, não se trata genuinamente de uma exceção ao requisito da
pluralidades de sócios.
Importante frisar que esta relação entre sociedade limitada como sendo
sociedade de pessoas e sociedade anônima como sendo sociedade de capital, apesar de ser a
regra, não é, contudo, uma conclusão absoluta e inarredável.
Basta a gente lembrar de uma S/A como a rede globo, que é uma anônima de
capital fechado, em que a condição como membro de uma família (Marinho) tem grande
relevância para ser considerado acionista. Há também sociedades limitadas que assumem feição
capitalista.
Como toda S/A é de capital, nunca haverá dissolução de S/A por ausência de
affectio societtatis (Certo ou Errado)?
Esta questão está errada, pois nem sempre uma S/A será um sociedade de
capital, podendo ser de pessoa e, nesse caso, imprescindível o pressuposto da affectio societatis.
4.1.Personalização da sociedade.
1. Possibilidade de a desconsideração da
personalidade jurídica da sociedade limitada atingir os bens de
sócios que não exercem função de gerência ou administração.
2. Em virtude da adoção da Teoria Maior da
Desconsideração, é necessário comprovar, para fins de
desconsideração da personalidade jurídica, a prática de ato
abusivo ou fraudulento por gerente ou administrador.
Formalidades: informal, provando-se por todos os meios de direito (art. 992, CC).
Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio
sem o consentimento expresso dos demais.
Sociedades simples
Será constituída por contrato escrito particular ou público que será registrado no
órgão competente, que é o cartório de registro de pessoas jurídicas (artigos 997 e 998, CC).
Independentemente de ter sido feito o ato constitutivo por instrumento público ou particular, as
alterações contratuais ou estatutárias poderão ser efetivadas por instrumento particular (art. 53 4
da Lei 8.934/94).
Capital social: Os sócios podem contribuir para a formação do capital social com
bens, direitos e serviços (art. 997, CC).
3
CC/02, Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções,
sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o
cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como
sócio.
4
Lei 8.934/94, Art. 53. As alterações contratuais ou estatutárias poderão ser efetivadas por escritura
pública ou particular, independentemente da forma adotada no ato constitutivo.
983, 2ª parte). Quando se tratar de sócio que contribui com serviço, não poderá haver penhora
das verbas descritas no art. 1026, CC, se de caráter alimentar.
O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde
pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito.
TEORIA ULTRA VIRES (art. 1015, CC/02): Significa “além das forças”. Ato ultra
vires é aquele praticado pelo administrador com extrapolação dos limites de seus poderes
previstos no contrato social. Segundo esta teoria, não é imputável à sociedade o ato ultra vires.
Atendendo as críticas contra a teoria ultra vires, o direito vem adotando a teoria
da aparência, segundo a qual se o ato tiver aparência de validade, mesmo que o administrador
tenha exorbitado de seus poderes, o ato é válido, a sociedade responde perante os credores, mas,
é-lhe reservado o direito de regresso contra o administrador que exorbitou nos poderes.
[ANDRÉ LUIZ SANTA CRUZ RAMOS] Ressalte-se, entretanto, que a teoria ultra
vires, após surgir na Inglaterra e nos Estados Unidos, foi sendo gradativamente abandonada, o que
nos permite dizer que, de certo modo, a adoção dessa teoria pelo Código Civil de 2002 representa
um retrocesso. É que na maioria das vezes, em razão do dinamismo inerente às atividades
econômicas, é muito difícil analisar, em todas as transações negociais, se os poderes dos
administradores lhe permitem firmar aquela relação jurídica específica. Portanto, a teoria ultra
vires, é inegável, traz consigo uma certa insegurança jurídica para o mercado. Melhor seria, talvez,
em homenagem à boa-fé dos terceiros que contratam com a sociedade limitada, reconhecer sua
responsabilidade pelos atos ultra vires, mas assegurar-lhe a possibilidade de voltar-se em regresso
contra o administrador que se excedeu.
Participação nos lucros e nas perdas: a cláusula que exclua o(s) sócio(s) de
participar dos lucros e das perdas é NULA (artigo 1008, CC). Nula será a cláusula, não o contrato.
CESSÃO DE COTAS: pode ser total ou parcial, mas deve ser feita com anuência
dos demais sócios (a sociedade simples pura é de pessoas, na qual existe uma forte affectio
societatis entre os sócios), sob pena de não surtir efeitos perante os terceiros e a sociedade;
mesmo com a anuência dos demais sócios, o cedente responde solidariamente com o cessionário
pelo prazo de 02 anos. Note-se que o registro também é requisito de validade da cessão.
O sócio remisso (que não integralizou sua parte do capital no prazo estabelecido)
será notificado e no prazo de 30 dias deve cumprir sua obrigação contribuindo para o capital
social, sob pena de responsabilizar-se pelo dano emergente da mora (artigo 1004). Os demais
sócios podem exigir do remisso: a) indenização pela mora; b) sua exclusão da sociedade, com
ressarcimento do que ele integralizou; ou c) redução da quota ao montante já realizado (PU do
artigo 1004 do CC/02). Nos casos a) e b) acima, o capital social sofrerá redução, salvo se os demais
sócios suprirem o valor da quota (§ 1°, artigo 1031 CC);
O artigo 1031 do Código Civil dispõe que quando um sócio sai da sociedade,
receberá o valor da cota com base na situação patrimonial à data da resolução, verificada em
balanço especialmente levantado, salvo se houver estipulação contratual em contrário. O
pagamento deverá ser efetuado em dinheiro, no prazo de 90 (noventa) dias subsequentes à saída;
ao acordo e ao contrato está reservado o direito de estipulação de outras regras para o
pagamento relacionadas a bens e prazos (§2°, artigo 1031, CC).
Foi o primeiro tipo societário que trouxe responsabilidade mista para os sócios.
Existem 02 tipos de sócios (artigo 1045):
Comanditário – obrigados somente pelo valor de sua quota. Pode ser pessoa
física ou jurídica. Não pode praticar atos de gestão (art. 1047, PU do CC/02) e nem dar nome à
sociedade, sob pena de a sua responsabilidade tornar-se ilimitada (Art. 1157, PU do CC/02). Pode
fiscalizar a sociedade, participar nas deliberações e ser constituído procurador da sociedade para
negócio determinado e com poderes especiais. Morrendo sócio comanditário, a sociedade
continuará com os seus sucessores, que designarão quem os representará, salvo disposição em
contrário no contrato social (Art. 1050 do CC/02).
Está prevista no CC/02 (artigo 1090 a 1092 do CC/02) e na Lei de Sociedade por
ações (LSA, Arts. 280 a 284), sendo que os dispositivos legais são compatíveis entre si. É uma
sociedade de capital, regida por estatuto (institucional) e de responsabilidade mista. O seu capital
está dividido em ações, regendo-se subsidiariamente pelas normas relativas à sociedade anônima
(Art. 1090 do CC/02 e Art. 280 da LSA). Pode adotar como nome empresarial tanto a firma
composta somente pelo nome dos diretores quanto denominação indicativa do objeto social
acompanhada da expressão “Comandita por ações”, por extenso ou abreviadamente “C/A”.
São sociedades simples [por força de lei] sujeitas à inscrição nas juntas
comerciais. (Lei 8.934/94, Art. 32). Nada obstante a sua natureza de sociedade simples, pode ser
sócia de qualquer tipo societário e desenvolver atividade empresarial (Enunciado 207).
O Código Civil permite cooperativa sem capital (REQUIÃO, Rubens. Curso, vol.
1, 27ª ed.)
Obs: Serviço de segurança não pode ser prestado através de cooperativa, pois a
Lei 7.102/83, que estabelece normas para a constituição e funcionamento de empresas que
exploram serviços de vigilância exige a relação de emprego para a prestação de serviço de
vigilância (RESP 506.117/RS).
Sociedades coligadas
c) Fusão – ocorre quando duas ou mais sociedades se fundem para formar uma NOVA
sociedade, que a ela sucederá em direitos e obrigações. Se gerar concentração de mercado,
haverá apreciação de CADE (Vide Enunciado 232 do CJF).
5
Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar
unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais
do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia.
CC/02, Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma
estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que
pretendam unir-se.
d) Cisão – operação pela qual a sociedade transfere parcelas do seu patrimônio para
uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, podendo ocorrer ou
não a sua extinção. Se for total, a sociedade desaparece formando duas ou mais sociedades.
Se for parcial, a sociedade continua existindo, mas, parte dela ou se incorpora à outra
sociedade que já existe ou forma uma nova sociedade.
Como estas três últimas operações societárias podem prejudicar os direitos dos
credores, o art. 1122 do CC/02 assegura aos credores o direito de pedir a anulação destes atos
no prazo de até 90 dias. Trata-se de um prazo decadencial. Caso a sociedade deposite o seu valor
(consignação em pagamento) ou garanta a sua execução, fica obstada a pretensão anulatória,
prosseguindo a ação de cobrança, pois a sociedade pode reputar a dívida indevida.
Liquidação
Ocorrida a dissolução por qualquer motivo (Arts. 1033 e 1034 do CC/02), operar-
se-á a liquidação da sociedade. A pessoa jurídica não se extingue imediatamente, permanecendo
a sua personalidade até que ocorra a sua conclusão. As normas previstas no art. 1.102 a 1.112
aplicam-se às sociedades simples e empresárias e às demais pessoas jurídicas de direito privado.
4.7.Sociedade Limitada.
v. Constituição
vii. Características
Se, por exemplo, o capital social estiver totalmente integralizado, os sócios não
deverão responder com seu patrimônio pessoal pelas dívidas da sociedade. Todavia, se o capital
social não estiver totalmente integralizado, os sócios responderão solidariamente com seu
patrimônio pessoal pelas dívidas sociais até o montante que faltar para a integralização. Daí por
que a responsabilidade se diz limitada: porque possui este limite.
No que toca à dívida tributária, nos atos praticados com excesso de poderes ou
infração à lei, dispõe o CTN que ficará pessoalmente responsável o administrador (e não os
sócios).
O artigo 1055, § 1º, estabelece que o cotista pode integralizar as cotas com bens,
em valores por ele atribuído. Durante o prazo de até 05 anos após a integralização, o cotista será
responsável pela estimativa que ele fez sobre os bens. Essa responsabilidade é solidária entre
todos os cotistas, pois, eles aceitaram a integralização dos bens pela estimativa feita pelo cotista
que se utilizou da integralização de capital por meio de bens.
É uma novidade. Desde que o contrato seja omisso, o sócio pode ceder sua
quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente, da audiência dos outros,
ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de ¼ do capital social.
b) Para não sócio – depende da anuência de 75% do capital social, pelo menos.
O sócio que não integralizar o que subscreveu torna-se remisso (artigo 1058),
podendo ter suas quotas tomadas pelos demais sócios ou transferidas a terceiros. Ainda, pode o
sócio ser executado, excluí-lo (artigo 1004), ou ter sua participação reduzida ao “ quantum” foi
pago.
Se, por outro lado, o administrador foi nomeado em contrato social, mas
tratar-se de não sócio, seus poderes são revogáveis.
Se for nomeado em ato separado, pouco importa se é sócio ou não sócio: seus
poderes são revogáveis.
Vale também para a sociedade limitada a afirmação de que ela não pode ser
administrada por pessoa jurídica, em razão de o art. 997, inciso VI, do Código Civil fazer uso da
expressão pessoas naturais para se referir aos administradores.
Nos termos do art. 1.013 do CC, na omissão do contrato – e não havendo ato em
separado – a administração compete separadamente a cada um dos sócios.
Ora, sendo o administrador, como vimos, órgão da pessoa jurídica que externa
sua própria vontade, em princípio a sociedade responde por todos os atos por ele praticados.
Aliás, em homenagem à teoria da aparência, muito aplicada nas relações jurídico-empresariais, a
sociedade, em regra, responde inclusive pelos atos com excesso de poderes praticados pelo
administrador. Somente em situações excepcionais o excesso do administrador afastará a sua
responsabilidade.
O capital social também pode ser reduzido (artigo 1082), tanto antes quanto
depois da integralização do capital social. Essa redução só se dará depois de total integralização,
quando houver perdas irreparáveis ou quando o capital estiver estipulado em valor superior ao
objeto da sociedade.
Trata-se, é bom destacar, de mera faculdade, a qual só tem sido exercida pelas
sociedades limitadas maiores. Em sociedades limitadas pequenas, com poucos sócios, a existência
de conselho fiscal é totalmente desnecessária.
Pode ser total ou parcial. A dissolução parcial ocorre quando um ou mais sócios
saem da sociedade, porém ela é mantida, em razão do princípio da PRESERVAÇÃO DA EMPRESA.
CASOS DE DISSOLUÇÃO PARCIAL:
Ocorrida a dissolução por qualquer motivo (Arts. 1033 e 1034 do CC/02), operar-
se-á a liquidação da sociedade. A pessoa jurídica não se extingue imediatamente, permanecendo a
sua personalidade até que ocorra a sua conclusão. As normas previstas no art. 1.102 a 1.112
aplicam-se as sociedades simples e empresárias e as demais pessoas jurídicas de direito privado.
7
A averbação é uma espécie de arquivamento e corresponde à anotação de nova
situação contratual feita à margem do registro originário.
CC/02, Art. 1102 (omissis), Parágrafo único. O liquidante, que não
seja administrador da sociedade, investir-se-á nas funções, averbada
a sua nomeação no registro próprio.
CC/02, Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante: (...) IV - ultimar
os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o passivo e partilhar
o remanescente entre os sócios ou acionistas;
CC/02, Art. 1.105. Compete ao liquidante
representar a sociedade e praticar todos os atos necessários à sua
liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir,
receber e dar quitação.
Pode-se dizer até que a responsabilidade limitada dos acionistas de uma S/A é
ainda “mais limitada” do que a responsabilidade limitada dos quotistas de uma sociedade
limitada. Afinal, vimos que estes, além de responderem pela respectiva integralização das quotas
que subscreveram, são solidariamente responsáveis pela integralização total do capital social,
conforme dispõe o art. 1.052 do Código Civil. Os acionistas, por sua vez, respondem tão somente
pela integralização de suas ações, não havendo, para eles, a previsão de responsabilidade solidária
quanto à integralização de todo o capital social.
Poderá ser de duas modalidades: (i) por subscrição pública: impõe-se para as
sociedades abertas; (ii) por subscrição particular: aplica-se às sociedades anônimas que não
oferecerão ao público suas ações.
ii. Realização, como entrada, em dinheiro, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das
ações subscritas. Nas instituições financeiras essa porcentagem é de 50%.
iii. O fundador terá 5 dias, contados do recebimento das quantias, em nome do
subscritor e a favor da sociedade, para fazer o depósito no estabelecimento bancário
autorizado pela CVM.
iv. Arquivamento do estatuto social da empresa na Junta comercial e publicação pela
imprensa de seus atos constitutivos;
v. Transferência para a companhia, por transcrição no registro público competente, dos
bens com que o subscritor tenha contribuído para a formação do capital social.
a) Cia aberta
A constituição da CIA aberta é chamada subscrição pública ou sucessiva:
B) Cia fechada
Nesse ponto, é importante fazer outra observação sobre o capital social, relativa
à diferença existente entre o capital social subscrito e o capital social integralizado (ou realizado).
i. Valor nominal – O valor nominal da ação é alcançado por meio de uma simples
operação aritmética: divide-se o capital social total da S/A – calculado em moeda corrente – pelo
número total de ações por ela emitidas e tem-se, com precisão, o valor nominal de cada uma
delas.
ii. Valor ou preço de emissão – é o pago pelo subscritor da ação (fixado pelos
fundadores na constituição da empresa). Além das operações de compra e venda de ações,
realizadas no mercado de capitais secundário e nas quais se observa o valor de negociação, há
também as operações de emissão e subscrição de novas ações, as quais, conforme já estudado
anteriormente, se desenvolvem no âmbito do mercado de capitais primário.
Golden share: são ações especiais titularizadas pelo ente desestatizante, sem
direito de voto, mas com o poder especial de veto às deliberações da assembleia geral. Permitiu-
se que o Estado alienasse o controle das companhias em que detinha maioria do capital votante,
mas conservasse ações preferenciais especiais (golden share) conferindo-lhe direito de veto em
determinadas deliberações.
PARTES BENEFICIÁRIAS - são títulos que conferem aos seus titulares um direito
de crédito eventual contra a companhia, isto é, depende de o resultado da companhia, no
respectivo exercício social, ter sido positivo, pois do contrário não haverá lucros a serem
partilhados. Somente as companhias fechadas podem emitir partes beneficiárias.
Direitos podem ser: ESSENCIAIS (não podem ser retirados do acionista) ou NÃO-
ESSENCIAIS (direito de voto é dessa natureza, tanto que existem ações sem esse direito garantido).
Dentro dessa perspectiva, pode-se concluir que é entre os acionistas com direito
de voto, em regra os acionistas empreendedores, que se estabelecem as maiores batalhas pelo
poder de controle da companhia. É nessa categoria de acionistas, pois, que se formarão os
controladores da sociedade.
II. Por decisão judicial: ocorrerá quando: a) for anulada a sua constituição em
ação proposta por qualquer acionista; b) for provado que não poderá alcançar o seu objetivo em
ação proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital social; c) for decretada a
falência, na forma da respectiva lei.
Como nova espécie de pessoa jurídica incluída no rol do art. 44 do CC, a EIRELI
tem personalidade distinta da pessoa que concentra a totalidade de seu capital. Personalidade
essa que faz plenamente compreensível a opção do legislador em limitar a responsabilidade pelo
pagamento de dívidas contraídas em nome dessa empresa ao capital integralizado, cujo valor
mínimo foi fixado em 100 (cem) salários mínimos.
Se atentar para o fato de que este valor de 100 (cem) salários mínimos não
sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações do salário mínimo – valor fixo na
data da constituição (leitura do enunciado 04 da I Jornada de Direito Comercial).
Segundo Andre Luiz Ramos, a lei foi mal redigida, pois deveria ter-se optado por
duas figuras jurídicas: (i) o empresário individual de responsabilidade limitada; ou (ii) a sociedade
limitada unipessoal. Contudo, foi utilizada nomenclatura atécnica, confundindo-se a empresa
(atividade econômica organizada) com o empresário (pessoa que exerce atividade econômica
organizada). Outro equívoco que o legislador cometeu, segundo o autor, foi criar um novo tipo de
pessoa jurídica, pois bastaria prever um patrimônio de afetação, especial.
Por fim, eis uma polêmica suscitada tão logo veio a lume a lei instituidora da
“EIRELI”: prestigiosa corrente doutrinária, retratada no Enunciado n. 468 da V Jornada de Direito
Civil, e que conta atualmente com o apoio do Departamento Nacional de Registro do Comércio
(DNRC), preconiza somente poder figurar, como titular da totalidade do capital de uma “EIRELI”,
pessoa natural.
5. Estabelecimento Empresarial.
5.3. Nome.
Se a firma não for composta pelo nome de todos esses sócios, deverá ser seguida
da expressão “e companhia” ou sua abreviatura “& Cia”. Não pode ser usado no início para não
confundir com sociedade anônima.
Firma Denominação
Nome empresarial adotado pelos Nome Empresarial adotado pelas
empresários individuais (firma individual) e pelas
sociedades anônimas (S.A) e, opcionalmente, pelas
sociedades (firma social ou razão social) simples,
sociedades limitadas (Ltda.) e sociedades em
em nome coletivo (N/C), em comandita simples
comanditas por ações (C/A).
(C/S) e, opcionalmente, pelas sociedades limitadas
(Ltda.) e sociedades em comandita por ações
(C/A).
Por conta da veracidade, o nome de sócio que vier a falecer, for excluído
ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. Exceção: Sociedade anônima,
porque, ainda que conste o nome do fundador, acionista ou pessoa, será tratado como
denominação.
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Contudo o art. 1.164
do CC, par. único, consagra uma exceção: O adquirente de estabelecimento, por ato entre
vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio,
com a qualificação de sucessor. Enunciado 72 da I Jornada de Direito Civil pede a
supressão do art. 1.164 do novo Código Civil8.
8
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o
nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial. A empresa mercantil
deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou
por edital, para os fins deste artigo. A junta comercial fará comunicação do cancelamento
às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias. A reativação da empresa
obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição.
5.4.Prepostos
9
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas
averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma
da lei especial.
10
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
11
Art. 8º: “o nome empresarial será protegido em todos os países da União sem obrigação de depósito ou de
registro, quer faça ou não parte de uma marca de fábrica ou de comércio”.
Os prepostos, nos interesses da empresa, celebram contratos com terceiros,
o que leva à responsabilidade desta última pelos atos que aqueles realizarem, praticados
nos seus estabelecimentos, desde que relativos à atividade da empresa, ainda que não
expressamente autorizados por escrito, “salvo se provado serem conhecidas da pessoa que
tratou com o gerente.”.
xxxi. Contabilista
5.5. Escrituração.
LIVROS EMPRESARIAIS:
OBS: Levantar balanço anual (artigo 1179) não quer dizer que sejam
obrigados a publicar, mas somente levantar. As S/As são obrigadas a publicar. As S/As
que distribuem lucros semestralmente e as Instituições Financeiras devem levantar
balanço semestralmente.
7. Contratos empresariais:
OBS: Alguns autores dizem não haver mais contratos mercantis solenes,
pois a dinâmica empresarial é incompatível com a submissão de contratos a determinadas
formalidades específicas. Outros apontam que alguns contratos ainda são solenes, tal
como o contrato de seguro.
I. Teoria dos riscos: a coisa perece para o dono (res peret domino), pois na
medida em que o contrato, por si só, não transfere a propriedade, o risco corre por conta
do vendedor até que o transfira por meio da tradição/registro.
Exige-se que a coisa tenha expressão econômica. Só não podem ser objeto
da compra e venda bens personalíssimos, herança de pessoa viva e coisas fora do comércio
(chamados de bens clausulados – inalienabilidade, incomunicabilidade e
impenhorabilidade). O art. 1911 do CC dispõe que a cláusula de inalienabilidade gera a
presunção da existência das demais; a recíproca, contudo, não é verdadeira. O art. 1848 do
CC permite que o juiz da vara de registros públicos promova o levantamento da cláusula.
Se o bem foi recebido por contrato gratuito (ex. doação), não haverá direito
a indenização se ocorrer a evicção, salvo se for estipulado expressamente esta garantia no
pacto. Se a doação for onerosa (também chamada de doação com encargo ou modal), o
doador se responsabiliza pela evicção até o limite do encargo.
Apesar da redação do art. 70, I, do CPC e do art. 456 do CC, ainda que o
evicto não faça a denunciação da lide, ele NÃO perde o direito de ser indenizado. Para o
STJ, não se pode fazer uma interpretação literal dos dispositivos acima mencionados.
Dessa feita, a falta de denunciação da lide fará apenas com que o réu perca a possibilidade
de obter a indenização regressiva do alienante no mesmo processo em que perdeu o bem.
No entanto, nada impede que, mesmo sem ter feito a denunciação da lide, o evicto ajuíze
uma demanda autônoma contra o vendedor.
b) 2 anos Se imóvel.
“O fato de a lei nova dispor que '[a venda] não se reputará perfeita
enquanto o adquirente não manifestar o seu agrado' apenas reforça seu
caráter condicional, não significando que a manifestação de aprovação da
coisa tenha de ser expressa, somente. Esta pode consistir em atos
incompatíveis com a vontade de rejeitar a coisa” [Tepedino]
VI. Pacto comissório (não tem previsão no CC, sendo inclusive vedado
pelo art. 1428)
7.2.Comissão.
Por outro lado, como regra, o comissário não responde pela insolvência
das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa ou se do contrato de comissão
constar a cláusula del credere (responderá o comissário solidariamente com as pessoas
com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em
12
Diniz (2003:383)
13
Entretanto, segundo Venosa, pode haver interesse mercadológico na divulgação do comitente, como fator de
dinamização das vendas ou negócios em geral.
contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus
assumido, na forma prevista no art. 698 do CC).
JURISPRUDÊNCIA:
DEE - RESOLUÇÃO DE CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO
COMERCIAL POR JUSTA CAUSA E PAGAMENTO DE AVISO PRÉVIO.
7.4.Concessão comercial.
Logo, tem que haver como fundamento geral da resolução uma justa
causa, um fato suscetível de impedir a execução do fim de cooperação que o contrato se
propõe e de alterar os resultados comerciais que uma das partes podia legitimamente
esperar da execução do negócio.
OBS:
7.5.Franquia (Franchising).
Contrato de franquia
JURISPRUDÊNCIA:
DIREITO DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DE
FRANQUEADORA EM FACE DE CONSUMIDOR.A franqueadora pode ser
solidariamente responsabilizada por eventuais danos causados a consumidor por
franqueada. No contrato de franquia empresarial, estabelece-se um vínculo
associativo entre sociedades empresárias distintas, o qual, conforme a
doutrina, caracteriza-se pelo "uso necessário de bens intelectuais do
franqueador (franchisor) e a participação no aviamento do franqueado
(franchise)". Dessa forma, verifica-se, novamente com base na doutrina, que o
contrato de franquia tem relevância apenas na estrita esfera das empresas
contratantes, traduzindo uma clássica obrigação contratual inter partes.
Ademais, o STJ já decidiu por afastar a incidência do CDC para a disciplina
da relação contratual entre franqueador e franqueado (AgRg no REsp
1.193.293-SP, Terceira Turma, DJe 11/12/2012; e AgRg no REsp 1.336.491-SP,
Quarta Turma, DJe 13/12/2012). Aos olhos do consumidor, entretanto, trata-
se de mera intermediação ou revenda de bens ou serviços do franqueador,
que é fornecedor no mercado de consumo, ainda que de bens imateriais.
Aliás, essa arquitetura comercial - na qual o consumidor tem acesso a
produtos vinculados a uma empresa terceira, estranha à relação contratual
diretamente estabelecida entre consumidor e vendedor - não é novidade no
cenário consumerista e, além disso, não ocorre apenas nos contratos de
franquia. Desse modo, extraindo-se dos arts. 14 e 18 do CDC a
responsabilização solidária por eventuais defeitos ou vícios de todos que
participem da introdução do produto ou serviço no mercado (REsp
1.058.221-PR, Terceira Turma, DJe 14/10/2011; e REsp 1.309.981-SP, Quarta
Turma, DJe 17/12/2013) - inclusive daqueles que organizem a cadeia de
fornecimento -, as franqueadoras atraem para si responsabilidade solidária
pelos danos decorrentes da inadequação dos serviços prestados em razão da
franquia, tendo em vista que cabe a elas a organização da cadeia de
franqueados do serviço. REsp 1.426.578-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 23/6/2015, DJe 22/9/2015.
7.6. Distribuição.
14
(...) 2. Até o advento do CC/02, o contrato de distribuição era atípico, ou seja, sem regulamentação específica
em lei, de sorte que sua formalização seguia a regra geral, caracterizando-se, em princípio, como um negócio
não solene, podendo a sua existência ser provada por qualquer meio previsto em lei.
3. A complexidade da relação de distribuição torna, via de regra, impraticável a sua contratação verbal.
Todavia, sendo possível, a partir das provas carreadas aos autos, extrair todos os elementos necessários à
análise da relação comercial estabelecida entre as partes, nada impede que se reconheça a existência do
contrato verbal de distribuição. (...) (REsp 1255315/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 13/09/2011, DJe 27/09/2011)
direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos
herdeiros no caso de morte.
15
,RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial. Salvador: Jus podivm, 2010. p. 559
16
Tartuce. Direito Civil. 2011, p. 967.
devedor se mantém com a posse direta. Destarte, todo contrato de alienação fiduciária
apresenta a cláusula constituti (constituto possessório): o credor fiduciário recebe posse,
embora não tenha contato físico com a coisa.
7.7.3 Cessão
Como regra geral, o art. 304 dispõe que o pagamento feito por terceiro
interessado gera sub-rogação; se é feito por terceiro não interessado, não há sub-rogação.
Essa regra não se aplica a alienação fiduciária, pois para facilitar o cumprimento da
obrigação, a lei determina que o pagamento, seja por terceiro interessado, seja por terceiro
não interessado, gera sub-rogação.
Essa foi uma das mudanças operadas pela Lei n.° 13.043/2014 no § 2º do art.
2º do DL 911/69. (Antes: O credor deveria demonstrar a mora do devedor por duas formas, isto é,
por carta registada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto
do título realizado pelo Tabelionato de Protesto).
A Lei nº 13.043/2014 alterou o § 2º do art. 2º do DL 911/69, deixando
expressamente previsto que não se exige que a assinatura constante do aviso de
recebimento seja a do próprio destinatário. Antes disso, a jurisprudência do STJ já
entendia que a notificação não precisava ser pessoal, bastando a entrega no endereço do
devedor.
Quando o juiz decreta a busca e apreensão, ele próprio, com sua senha, deverá
inserir diretamente a restrição judicial no RENAVAM. Caso ele não tenha acesso à base de dados,
deverá expedir um ofício ao DETRAN para que:
Caso o bem seja localizado em comarca diferente da qual onde está tramitando a
ação (ex: o processo tramita em Belo Horizonte e o carro foi encontrado em Lavras), a parte
interessada poderá requerer diretamente ao juízo dessa comarca pedindo a apreensão do
veículo, bastando que em tal requerimento conste a cópia da petição inicial da ação e, quando for o
caso, a cópia do despacho que concedeu a busca e apreensão do veículo (§ 12 do art. 3º do DL
911/69, acrescentado pela Lei n.° 13.043/2014).
Caso o credor tenha optado por recorrer à ação executiva, serão penhorados, a
critério do autor da ação, tantos bens do devedor quantos bastem para assegurar a execução (art. 5º
do DL 911/69, com redação dada pela Lei n.°13.043/2014).
OBS:
2) Não será aceito bloqueio judicial de bens constituídos por alienação fiduciária
de que trata o DL 911/69. Se outros credores quiserem alegar que possuem créditos preferenciais
em relação à instituição financeira mutuante, tal discussão sobre concursos de preferências deverá
ser resolvida pelo valor da venda do bem após ele ser apreendido (art. 7º-A do DL 911/69, inserido
pela Lei n.° 13.043/2014).
3) O STJ entende não ser cabível a utilização concomitante das duas vias
(busca e apreensão/imissão na posse e, ao mesmo tempo, execução do contrato) – RESP
576.081, j. 25.05.2010 (i- 436).
JURISPRUDÊNCIA:
i.A medida de busca e apreensão prevista no art. 3º do
DL 911/69 somente pode ser proposta por instituição financeira ou pessoa
jurídica de direito público titular de créditos fiscais e previdenciários. Isso
porque, de acordo com o art. 8º-A do referido DL, o procedimento ali
previsto somente é aplicável quando se tratar de operações do mercado
financeiro e de capitais ou de garantia de débitos fiscais ou previdenciários.
(STJ, REsp 1.101.375-RS, JULGADO EM 04.06.2014, INF 526)
7.8.Faturização (Factoring).
7.8.1 Modalidades
JURISPRUDÊNCIA:
O leasing pode ter por objeto tanto bens MÓVEIS quanto bens IMÓVEIS
e esses bens podem ser de fabricação nacional ou estrangeira, estes desde que autorizados
pelo Conselho Monetário Nacional, nos termos do art. 10 da Lei 6.099/74.
7.9.1 Opções do arrendatário
De início, o STJ entendia que a opção de compra deve ser feita ao final do
contrato e, assim, momento em que o VRG deveria ser cobrado. Se ele fosse cobrado desde
o início do contrato, na verdade, não haveria leasing, mas sim compra e venda em
prestações. Esse foi o primeiro posicionamento do STJ (Súmula 263: “A cobrança do valor
residual (VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em
compra e venda a prestação”).
Todavia, o STJ também entendeu que, caso não haja opção de compra ao
final do contrato, a parte terá de devolver o valor residual garantido pago
antecipadamente. Segundo o tribunal, o prazo prescricional para se pleitear essa
devolução é o prazo geral de 10 anos, pois não se trata de pedido fundado na vedação do
enriquecimento sem causa, mas de restituição de quantia em razão do desfazimento de
arrendamento mercantil. (REsp 1.174.760. Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 1.12.2011, 3ª T)
JURISPRUDÊNCIA:
a) Títular (ou usuário): é aquele que faz uso do cartão ao afetuar uma
compra ou receber um serviço. O titular recebe mensalmente do emissor uma relação das
compras realizadas em que foi utilizado o cartão, para que, em data preestabelecida, efetue
o pagamento. Em caso de atraso, o emissor pode cobrar juros na fatura do mês seguinte. É
também possível que o titular pague apenas uma parte do valor, hipótese em que a
diferença será cobrada no vencimento do mês seguinte, evidentemente acrescida de juros.
JURISPRUDÊNCIA:
i. As operadoras de cartão de crédito são instituições
financeiras e, assim, não há limitação de juros à 12% a.a. previsto na lei de
usura (Súmula 283 do STJ).
22. Não se presume solidariedade passiva (art. 265 do Código Civil) pelo
simples fato de duas ou mais pessoas jurídicas integrarem o mesmo grupo econômico.
26. O contrato empresarial cumpre sua função social quando não acarreta
prejuízo a direitos ou interesses, difusos ou coletivos, de titularidade de sujeitos não
participantes da relação negocial.
8. Contratos bancários:
8.1. Generalidades
Por atividade bancária entende-se, juridicamente, a coleta, intermediação
ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional ou
estrangeira. Conceito que deflui do artigo 17 da Lei n° 4.595/64 (Lei da Reforma Bancária).
Contratos bancários são aqueles em que não apenas uma das partes é,
necessariamente, um banco, mas também que somente podem ser praticados com um
banco, ou seja, são aqueles que configurariam infração à lei caso fossem praticados com
pessoa física ou jurídica não autorizada a funcionar como instituição financeira. (Ulhoa, p.
452/453)
Súmula 379 - Nos contratos bancários não regidos por legislação específica,
os juros moratórios poderão ser convencionados até o limite de 1% ao mês.
Súmula 288 - A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pode ser utilizada como
indexador de correção monetária nos contratos bancários.
Súmula 287 - A Taxa Básica Financeira (TBF) não pode ser utilizada como
indexador de correção monetária nos contratos bancários.
Súmula 259 - A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular
de conta-corrente bancária.
Assim, uma factoring (que não é uma instituição financeira), não pode
cobrar juros com capitalização inferior a um ano. Um banco, por sua vez, tem autorização
legal para tanto, desde que o contrato assinado preveja expressamente.
LC 105/01
Art. 5º Art. 6º
(favoráveis a (contrários a
constitucionalidade) constitucionalidade)
17
O princípio da capacidade contributiva é aquele segundo o qual o contribuinte será tributado de acordo com
o seu grau de riqueza. A CF então possibilita que a administração identifique o patrimônio e a capacidade
econômica do contribuinte.
Segundo o STJ, os dados obtidos pela Receita Federal com fundamento no art.
6º da LC 105/2001, mediante requisição direta às instituições bancárias (sem autorização
judicial) podem ser utilizados contra o contribuinte?
• Em processo administrativo fiscal: SIM.
• Em processo penal: NÃO.
Essa diferença de entendimento existe por força de um singelo motivo: quem julga
os processos tributários é a 1ª e a 2ª Turmas (1ª Seção) e quem aprecia os processos criminais é a 5ª
e 6ª Turmas (3ª Seção).
Os Ministros da 1ª Seção firmaram entendimento de que essa requisição direta do
Fisco é válida, enquanto que os Ministros da 3ª Seção concluíram que não, exigindo autorização
judicial.
Caberá ao STF, quando julgar o RE 601.314-SP dirimir o tema.
8.3.Depósito bancário.
8.4.Conta-corrente.
8.5.Aplicação financeira.
Não vigora para o mútuo bancário a limitação nas taxas de juros prescrita
no Código Civil (arts. 406 e 591) e na Lei de Usura (Decreto 22.626/1933), porque a Lei n°
18
Curso de ... vol. 3, 8ª edição.
4.595/1964, no artigo 4°, IX, delegou ao Conselho Monetário Nacional a atribuição de fixar
as taxas de juros.
O art. 192, §3°, da Constituição que limitava a taxa de juros reais a 12% ao
ano foi revogado pela Emenda Constitucional n° 40 de 2003.
Mesmo a cláusula sendo nula, o banco poderá cobrar a dívida com juros.
Isso porque, mesmo quando não prevista no contrato, a incidência dos juros é presumida
no caso de empréstimos destinados a fins econômicos. Art. 591 do CC/02: Destinando-se o
mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não
poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
Existe também uma súmula antiga do STF que afirma isso: Súmula 596-
STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933 não se aplicam às taxas de juros e aos
outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas,
que integram o sistema financeiro nacional.
Diante da ausência de lei que imponha limites aos juros cobrados pelas
instituições financeiras, o STJ construiu a seguinte regra: os juros cobrados pelos bancos
devem utilizar como índice a taxa média de mercado, que é calculada e divulgada pelo
Banco Central (BACEN) em sua página na internet.
Súmula 288. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pode ser utilizada como
indexador de correção monetária nos contratos bancários.
Súmula 287. A Taxa Básica Financeira (TBF) não pode ser utilizada como
indexador de correção monetária nos contratos bancários.
Súmula 286. A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida
não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos
contratos anteriores.
8.7. Desconto.
Resumindo:
O contrato de abertura de crédito fixo é título executivo.
STJ. 4a Turma. REsp 1.022.034-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 12/3/2013.
É um contrato autônomo.
9.1 Origem
O SFN é o conjunto de instituições intermediadoras de recursos
financeiros na economia. Conforme o conceito da Lei 4.595/64, em seu art. 17, consideram-
se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas
públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Para os efeitos
desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas
físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente
ou eventual.
Por sua vez, o art. 1º da Lei 7.492/86 (crimes contra o SFN),dispõe que
instituição financeira, para efeito desta lei, é a pessoa jurídica de direito público ou
privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a
captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em
moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação,
intermediação ou administração de valores mobiliários. Equipara-se à instituição
financeira: a) a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio,
capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; b) a pessoa natural
que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.
Só são consideradas aquelas que lidam com recursos de terceiros.
- Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo
menos duas das seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de
aceite, de desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos
alcançam;
- Bolsas de Valores;
B Autarquia vinculada ao MF
ACEN Presidente e diretores: escolha e nomeação pelo Presidente da
República, com aprovação do Senado Federal (previsto na CF)
Autarquia vinculada ao MF
Criado pela Lei n. 4.595/64, o CMN é, segundo o art. 16, VIII da Lei n.
9.649/98, órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional (SFN), integrante da estrutura do
Ministério da Fazenda, presidido, por disposição legal dada pela Lei n. 9.069/95, em seu
art. 8º, pelo Ministro dessa pasta. Os objetivos e a competência de sua política são ditados
nos arts. 2º e 3º da Lei de 64, em conjunto com o art. 3º, I e II, da Lei n. 6.385/76.
b) BACEN
Mas, ADCT art. 25: Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da
promulgação da Constituição, sujeito este prazo a prorrogação por lei, todos os
dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo competência
assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente no que tange a: I -
ação normativa;
A ministra Eliana Calmon entende que a tese do CADE não pode prevalecer, pois
a CF/88 confere ao presidente da República o poder-dever de exercer a direção superior da
Administração Federal, podendo dispor sobre a organização e funcionamento de seus órgãos e
entidades. O sistema financeiro é regulado por dispositivos que impõem algumas restrições à Lei n.
8.884/94, inexistindo previsão legal para a atuação decisória do Cade nesse “específico e sensível”
setor. Acolher a tese defendida pelo Cade nesse ponto, além de vulnerar o princípio da legalidade,
importa em atribuir à autarquia poderes superiores aos do dirigente máximo da nação, conferidos
diretamente pelo próprio constituinte originário.
Lei complementar
Alguns defendem que sim, afirmando inclusive que o rol inserido no texto
original da CF era meramente exemplificativo.
Apesar das matérias atinentes ao SFN deverem ser regidas por lei
complementar, na vigência da redação original do artigo 192, muitas delas foram
disciplinadas por meio de lei ordinária ou medida provisória. São exemplos: a) a alteração
da composição do CMN; b) aumento de competência do Bacen; c) da Lei nº 10.411/02,
que alterou os artigos 5º e 6º da Lei nº 6.385/76, transformando a CVM numa agência
reguladora.
As alterações da estrutura do CMN refletiram no perfil do órgão em
comento, e, como consequência, nos normativos emitidos pelo mesmo. Com a redução
para três membros, o CMN passou a ser um órgão menos político e mais técnico,
portanto, teoricamente, mais ágil, mais adequado às exigências de um mercado financeiro
moderno. Contudo, todas essas leis posteriores à promulgação da Carta e essas medidas
provisórias estão eivadas de flagrante inconstitucionalidade, já que somente lei
complementar poderia tratar da revogação dos artigos que dispõem sobre a constituição, a
vinculação, a organização e a competência do CMN (pois estão relacionados à estrutura, à
ordem e à unidade do Sistema Financeiro Nacional).
A mudança das leis que tratam da CVM faz parte de uma política de
fortalecimento da entidade, a qual foi transformada em agência reguladora nos moldes
das agências já existentes, tais como Anatel, Aneel e ANP. Embora necessária, essa
mudança é profunda demais para ser realizada por lei ordinária, já que altera a estrutura
do mercado de capitais, portanto é inconstitucional.
Pelas expressões "em todas as partes que o compõe" e "regulado por leis
complementares", a partir de então, tanto o mercado financeiro quanto o de capitais estão
disciplinados neste artigo, portanto, esses mercados devem se subordinar aos princípios
neles contidos e devem ser regulados por leis complementares, mas somente quanto à
estrutura, à ordem e à unidade do Sistema Financeiro Nacional.
Essa deve ser a interpretação a ser adotada pela doutrina brasileira, pois,
caso se interprete que qualquer matéria relativa ao Sistema Financeiro Nacional necessite
de lei complementar, não se obterá a flexibilidade que o mundo do ser está a exigir.
9.4.1 Intervenção
Em resumo:
Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, esta
Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos
no Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966 , na Lei no6.024, de 13 de
março de 1974, no Decreto-Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987 , e
na Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997.
Central
* Liquidante responderá civil e criminalmente por seus atos – Art. 33
Jurisprudência do STJ:
(...) 4. Inexiste previsão no art. 109 da Constituição da República que atribua
a competência para processar e julgar demanda envolvendo sociedade de
economia mista à Justiça Federal, ainda que a instituição financeira esteja
sob a intervenção do Banco Central. Ao revés, o referido dispositivo
constitucional é explícito ao excluir da competência da Justiça Federal as
causas relativas à falência - cujo raciocínio é extensível aos procedimentos
concursais administrativos, como soem ser a intervenção e a liquidação
extrajudicial -, o que aponta inequivocamente para a competência da
Justiça comum, a qual ostenta caráter residual. Precedentes. (...) (REsp
1093819/TO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 19/03/2013, DJe 09/04/2013)
10.2 O FCVS
IV. A lei estabelece apenas que as prestações são reajustadas pelo PES. Ao
saldo devedor são aplicados outros índices, o que acaba gerando a seguinte distorção: o
valor da prestação é pequeno, porque, via de regra, os reajustes salariais o são, enquanto o
saldo devedor cresce em ritmo acelerado, pois é reajustado por outro índice, quase sempre
superior ao dos salários. “Consoante a pacífica jurisprudência deste Superior Tribunal, o
Plano de Equivalência Salarial – PES não constitui índice de correção monetária do valor
financiado, mas sim regra para o reajustamento da prestação mensal”. STJ. AgRg no REsp
577.209/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
26/05/2009. As mais recentes decisões do STJ tem sido sempre pela
INAPLICABILIDADE DO PES AO SALDO DEVEDOR.
ATENÇÃO agora para o art. 15-A da Lei 4.380/64 com redação dada pela
Lei nº 11.977, de 2009:
(...)
STJ:
Art. 50. Nas ações judiciais que tenham por objeto obrigação decorrente de
empréstimo, financiamento ou alienação imobiliários, o autor deverá discriminar na petição
inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o
valor incontroverso, sob pena de inépcia. (…)
(…) observa-se que a Lei 10.931/2004, especialmente seu art. 50, inspirou-se na
efetividade, celeridade e boa-fé perseguidos pelo processo civil moderno, cujo entendimento é de
que todo litígio a ser composto, dentre eles os de cunho econômico, deve apresentar pedido
objetivo e apontar precisa e claramente a espécie e o alcance do abuso contratual que
fundamenta a ação de revisão do contrato. As regras expressas no art. 50 e seus parágrafos têm a
clara intenção de garantir o cumprimento dos contratos de financiamento de imóveis tal como
pactuados, gerando segurança para os contratantes.
Cabe ressaltar, ainda, que no CPC foi introduzido, por meio da Lei 12.810/2013,
artigo com redação idêntica ao art. 50 da Lei 10.931/2004.
Art. 285-B. Nos litígios que tenham por objeto obrigações decorrentes de
empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil, o autor deverá discriminar na petição
inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o
valor incontroverso. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) (…)
Nota: O CPC 2015 também prevê a mesma regra em seu art. 220, § 2º: § 2º Nas
ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento
ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial,
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o
valor incontroverso do débito.
XVI – ENTENDIMENTO STF - AG. REG. NO ARE N. 863.862-CE, RELATOR: MIN.
ROBERTO BARROSO
Abaixo estão transcritas decisões do STJ sobre os aspectos que geram mais
discussão nos processos.
VII. Nos avisos de cobrança de que trata o art. 2º, IV, da Lei n. 5.741/1971
devem constar o valor da dívida cobrada ou, pelo menos, quais as prestações estão em
atraso, sendo, contudo, desnecessário que contenha o detalhamento da dívida. (STJ. 3ª
Turma. REsp 332.117-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 4/10/2012)
Lei n. 5.741/1971, Art. 7º. Não havendo licitante na praça pública, o Juiz
adjudicará, dentro de quarenta e oito horas, ao exequente o imóvel
hipotecado, ficando exonerado o executado da obrigação de pagar o
restante da dívida.
Lei n. 5.741/1971, Art. 9º. Constitui crime de ação pública, punido com a
pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa de cinco a vinte
salários mínimos, invadir alguém, ou ocupar, com o fim de esbulho
possessório, terreno ou unidade residencial, construída ou em construção,
objeto de financiamento do Sistema Financeiro da Habitação. § 1º Se o
agente usa de violência, incorre também nas penas a esta cominada. § 2º É
isento da pena de esbulho o agente que, espontaneamente, desocupa o
imóvel antes de qualquer medida coativa. 3º O salário a que se refere este
artigo é o maior mensal vigente no País, à época do fato.
Súmula 422. O art. 6º, e, da Lei n. 4.380/64 não estabelece limitação aos
juros remuneratórios nos contratos vinculados ao SFH.
Súmula 327. Nas ações referentes ao SFH, a CEF tem legitimidade como
sucessora do Banco Nacional de Habitação.
IV – qualquer credor.
Pela literalidade da Lei não cabe elisão da falência nos casos dos atos de
falência descritos no inciso III do art. 94 da Lei (atos de falência em sentido estrito).
- as que demandam quantia ilíquida (art. 6º, §1º), até que o valor devido
seja devidamente apurado e liquidado;
As regras dos arts. 117 e 118 são excepcionadas quando o contrato possuir
a chamada cláusula de resolução por falência.
11.2.7.4 A disciplina especial de alguns contratos
A consequência que a Lei atribui, tanto para os atos do art. 129 (atos
objetivamente ineficazes) como para os atos do art. 130 (atos subjetivamente ineficazes)
é a ineficácia perante a massa, ou seja, trata-se de atos válidos, mas que não produzem
efeitos jurídicos perante a massa.
VI – a venda ou transferência de
estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o
pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não
tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu
passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver
oposição dos credores, após serem devidamente notificados,
judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e
documentos;
Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser
proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo
Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da
falência.
II – propostas fechadas;
III – pregão.
Por outro lado, a própria Lei de Falências, em seu art. 141, § 1º,
“excepciona a sua exceção”:
20
O STF, no julgamento da ADI 3934/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 27.5.2009,
afastou a alegada inconstitucionalidade do referido inciso, conforme noticiado no Informativo 548: “O
Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo
Partido Democrático Trabalhista - PDT contra artigos da Lei 11.101/2005. Rejeitou-se a alegação de que os artigos 60,
parágrafo único, e 141, II, da lei em questão seriam inconstitucionais por estabelecerem que o arrematante das empresas
em recuperação judicial não responderia pelas obrigações do devedor, em especial as derivadas da legislação do trabalho,
uma vez que o legislador, teria optado por dar concreção a determinados valores constitucionais, quais sejam, a livre
iniciativa e a função social da propriedade em detrimento de outros”.
III – identificado como agente do falido com o
objetivo de fraudar a sucessão.
Os créditos com privilégio especial, tal como os créditos com garantia real,
possuem uma particularidade: são créditos que não se sujeitam a rateio, ou seja, seu
pagamento deve ser feito, preferencialmente, com o produto da venda do bem sobre o
qual recai o privilégio. Ressalte-se que esta particularidade não afasta a observância
irrestrita à ordem de classificação dos créditos e somente se efetivará após a satisfação dos
créditos previstos nos incisos I, II e III do art. 83.
5º) Créditos com privilégio geral
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido
poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas
extintas por sentença.
Exceções: §§ 3º e 4º do art. 49
II – na recuperação judicial:
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá
propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
Art. 161, § 1o: Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos
de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes
de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3 o, e
86, inciso II do caput, desta Lei.
Neste caso (art. 163), o devedor tem que fazer o pedido de homologação
do plano, se quiser obrigar os credores que a ele não aderiram, devendo para tanto obter
assinatura de 3/5 de cada espécie.
Enunciados do CJF:
12 Propriedade Industrial.
Previsão constitucional: Art 5°, XXIX, CF/88: “a lei assegurará aos autores
de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
do País”.
21
CERQUEIRA, João da Gama. Tratado da propriedade intelectual, 1982, p. 49.
Direito autoral Propriedade industrial
12.1.2Proteção
12.2.1Invenção
É o produto da inteligência humana de efeito técnico ou industrial, ou seja,
que objetiva criar bens até então desconhecidos, para aplicação técnica ou industrial.
Dos quatro bens, a invenção é a única não definida pela lei, pois há uma
dificuldade de se conceituar o instituto. Assim, o legislador preferiu usar um critério de
exclusão, apresentando uma lista de manifestações do intelecto humano que não se
consideram abrangidas no conceito. Neste sentido, não são invenções:
VI - apresentação de informações;
12.2.2Modelo de utilidade
12.2.4Titularidade
O Brasil adotou o Sistema Declarativo: há uma presunção de que o titular
é aquele que depositou primeiro. Não é quem inventou primeiro ou quem teve a ideia
primeiro.
12.2.5Licença compulsória
- Deve ser declarado por ato do Poder Executivo Federal. (Recentemente editou-
se o Decreto Federal n. 6.108/2007, declarando interesse público aos coquetéis de AIDS).
-
Essa
12.2.6Prazos
12.3.1Desenho Industrial
22
Ulhôa, Vol. I, pp 148-149
c) DESIMPEDIMENTO: que são as hipóteses taxativamente previstas na
lei em que será negado o registro; assim, não se pode registrar:
OBS.: o período de graça do desenho industrial é de 180 dias (art. 96, §3º)
12.3.1.2 Prazo
12.3.2Marca
Marca notória só vai ter essa proteção dentro do seu ramo de atividade.
A Resolução n. 121/05 do INPI, em seu art. 2º, fornece um conceito para
marca de alto renome: “Considera-se de alto renome a marca que goza de uma autoridade
incontestável, de um conhecimento e prestígio diferidos, resultantes da sua tradição e
qualificação no mercado e da qualidade e confiança que inspira, vinculadas,
essencialmente, à boa imagem dos produtos ou serviços a que se aplica, exercendo um
acentuado magnetismo, uma extraordinária força atrativa sobre o público em geral,
indistintamente, elevando-se sobre os diferentes mercados e transcendendo a função a que
se prestava primitivamente, projetando-se apta a atrair clientela pela sua simples
presença.”
O titular de uma marca detém legítimo interesse em obter, por via direta,
uma declaração geral e abstrata de que sua marca é de alto renome. Cuida-se de um direito
do titular, inerente ao direito constitucional de proteção integral da marca.
O art. 125 da LPI não estabeleceu os requisitos necessários à caracterização
do alto renome de uma marca, sujeitando o dispositivo legal à regulamentação do INPI.
A sistemática imposta pelo INPI por intermédio da Resolução nº 121/05
somente admite que o interessado obtenha o reconhecimento do alto renome de uma marca
pela via incidental.
Há, portanto, uma lacuna existente na Resolução nº 121/05 considerando que
ela prevê a declaração do alto renome apenas pela via incidental. Essa omissão do INPI na
regulamentação do art. 125 da LPI justifica a intervenção do Poder Judiciário.
Vale ressaltar, no entanto, que ainda que haja inércia da Administração
Pública, o Poder Judiciário não pode suprir essa omissão e decidir o mérito do processo
administrativo, mas apenas determinar que o procedimento seja concluído em tempo
razoável. Dessa forma, até que haja a manifestação do INPI pela via direta, a única
ilegalidade praticada será a inércia da Administração Pública, sendo incabível, nesse
momento, a ingerência do Poder Judiciário no mérito do ato omissivo.
Por outro lado, os atos do INPI relacionados com o registro do alto renome
de uma marca, por derivarem do exercício de uma discricionariedade técnica e vinculada,
encontram-se sujeitos a controle pelo Poder Judiciário, sem que isso implique violação do
princípio da separação dos poderes.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.162.281-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
19/2/2013 (Info 517).
STJ: Para que o juízo estadual negue a proteção conferida pelo registro da
marca ou do desenho industrial, é necessário que, antes, a invalidade desse
registro tenha sido reconhecida pelo juízo federal competente, em processo
que conte com a participação do INPI. Segundo o art. 57 da Lei n. 9.279/96
(Lei de Propriedade Intelectual), a ação de nulidade de patente será
ajuizada no foro da Justiça Federal e o INPI, quando não for autor, intervirá
no feito. Assim, para que o juízo estadual negue a proteção conferida pelo
registro do desenho industrial, seria necessário que, antes, a invalidade
desse registro tivesse sido reconhecida pelo juízo federal competente, em
processo que contasse com a participação do INPI. Ainda que a LPI preveja,
em seu art. 56, §1o, a possibilidade de alegação de nulidade do registro
como matéria de defesa, a melhor interpretação de tal dispositivo aponta
no sentido de que ele deve estar inserido numa ação que discuta, na Justiça
Federal, a nulidade do registro. Não faria sentido exigir que, para o
reconhecimento da nulidade pela via principal, seja prevista uma regra
especial de competência e a indispensável participação do INPI, mas para o
mero reconhecimento incidental da invalidade do registro não se exija
cautela alguma. (REsp 1.132.449-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/3/2012).
Lei n. 9.279/1996.
Dessa forma, a não observância dos padrões dos produtos e serviços pelo
licenciado para o uso da marca demonstra seu uso indevido e autoriza a tutela inibitória
para impedir a utilização.
A Lei n. 9.279/96 proíbe o registro de marcas genéricas: Art. 124. Não são
registráveis como marca: (...) VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou
simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou
aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou serviço,
quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de
prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
Por outro lado, o STJ considerou que esta recusa de vender ocorrida de
forma repentina gerou o direito do antigo importador ser indenizado pelos lucros
cessantes experimentados.
Obs1: situações excepcionais em que a “importação paralela” é permitida,
como no caso de ser necessário fornecer determinados produtos à população, estimular a
concorrência para evitar a formação de monopólios ou cartéis ou, então, para atender
determinadas áreas do consumo. Como exemplo de situação excepcional, podemos
mencionar a importação de medicamentos.
Vale ressaltar que este art. 132, III, da LPI também consagra o “Princípio
da exaustão” (“exaustão dos direitos sobre a marca”).
Lei n. 9.279/1996:
(STJ. 4ª Turma. REsp 1.377.911-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 2/10/2014)
O STJ decidiu que a empresa “A” mesmo tendo sido registrada na Junta
Comercial antes de a empresa “B” obter o registro da marca no INPI não tem direito a
marca, ainda que esta coincida com seu nome empresarial. Isso porque as formas de
proteção do nome empresarial e da marca comercial não se confundem. Uma coisa é nome
empresarial, outra é marca comercial.
Sobre o tema, vale transcrever a ementa do seguinte julgado do STJ que foi
paradigmático:
No mesmo sentido: STJ. 4ª Turma. Resp 1.184.867-SC, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 15/05/2014.
12.3.2.4 Prazo
Registr Registr
Patente Patente
(INPI) (INPI)
(INPI) (INPI)
Prorrog
Não
ável em até 3 vezes,
Improrr Improrr possui limite de
cada prorrogação c/
ogável ogável prorrogação (tendo,
prazo máximo de 5
cada uma, 10 anos).
anos.
Pedido
Pedido
de prorrogação: no
de prorrogação: no
último ano de vigência
último ano de vigência
do registro. Se feito
- - do registro. Se feito
depois deste prazo, até
depois deste prazo, até
6 meses após o fim do
180 dias após o fim do
registro sob pagamento
registro sob pagamento.
de retribuição
adicional.
- Exame técnico
Patente de empresa
O titular de uma patente pode ser tanto uma pessoa natural quanto uma pessoa
jurídica pública ou privada. Quando a invenção/modelo de utilidade é criada pelo empregado, há
discussão sobre a titularidade da patente:
INFORMATIVO
B. CONCESSÃO DE REGISTRO
i. Desenho industrial
ii. Marca
C. DIREITO DE PRIORIDADE
Art. 54. Decorrido o prazo fixado no artigo anterior, mesmo que não
apresentadas as manifestações, o processo será decidido pelo Presidente
do INPI, encerrando-se a instância administrativa.
Registro: idem.
(4ª turma. Resp 1.320.842-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
14/05/2013).
(STJ. 4a Turma. REsp 1.188.105-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 5/3/2013.)
Patente “pipeline”:
Chave: sim, pois além de serem previstos em lei, são de ordem técnica e
podem ser objeto de perícia.
3. Diferencie marca notória e marca de alto renome. A qualificação da
segunda pelo INPI pode ser objeto de discussão em sede de ação judicial? Quem teria
legitimidade para tanto?
Resposta: pode, pois a lei faculta tal alternativa ao autor (art. 49 da LPI).
13.1 Introdução
Comércio eletrônico é a venda de produtos virtuais ou físicos, ou a
prestação de serviços realizada em estabelecimento virtual. A oferta e o contrato são feitos
por transmissão e recepção eletrônica de dados. O comércio eletrônico pode realizar-se por
meio da internet ou fora dela.
13.4.2Meio de prova
Qual seria o meio de prova mais apropriado para o contrato-e? Duas são
as preocupações da tecnologia jurídica:
Para Ulhoa (2010), a questão probatória deve ser feita em juízo, não por
juntada de documento ou testemunhos, mas por perícia técnica (mais adequada ao caso),
em que reste esclarecido se o estabelecimento virtual em que o contrato-e foi celebrado
está organizado de forma a conferir os maiores graus de segurança tecnicamente
possíveis, quanto à identificação da parte e à inalterabilidade do registro. Se não
apresentar essa qualidade, os relatórios impressos em papel não são confiáveis para a
prova do contrato.