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APOSTILA
SUMÁRIO
1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 3
2. SUJEITOS PROCESSUAIS 8
6. SENTENÇA 43
7. REVELIA 46
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Art. 5.º, LIII, da CF: Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente.
Juiz natural é aquele a quem a Constituição Federal confere competência para julgar
determinada infração penal. Portanto, caso haja mais de um juiz igualmente competente,
deve-se realizar a distribuição do feito, através de sorteio aleatório dos autos.
Segundo Reis e Gonçalves (Direito Processual Penal Esquematizado, 2014, p. 81), o Supremo
Tribunal Federal entende que “não fere o princípio do juiz natural o deslocamento de ação penal
já em andamento em razão da criação de vara especializada (que julgará todos os delitos de
determinada natureza, por exemplo) ou pela criação de nova Comarca”.
Art. 5.º, LIV, da CF: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal.
O devido processo legal significa respeitar o procedimento, ou seja, a sequência de atos que
podem ser praticados pelos sujeitos no processo. Este princípio determina que o
descumprimento das formalidades legais pode levar à nulidade do processo, dependendo do
vício (defeito) nos atos.
Cabe dizer que o “Due process of Law” ( devido processo legal) busca assegurar um processo
penal efetivamente justo e equilibrado.
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Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
Art. 5.º, LV, da CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes.
Esse princípio resguarda a observância da igualdade entre os conflitantes na lide, pois, confere
as mesmas oportunidades às partes quanto aos instrumentos processuais dos quais possam
utilizar para fazer valer seus direitos.
Contraditório: é o direito que o réu tem de se defender contra todas as acusações que lhe são
imputadas.
● Contraditório diferido (mediato): é aquele que ocorre posteriormente, como as provas
periciais. Ex: Laudo de constatação indireta de arrombamento, lesão corporal, etc. (a
prova é feita em um momento posterior).
Ampla Defesa: é exercer o contraditório usando todos os recursos lícitos disponíveis. Ex: A
acusação não pode ultrapassar o limite das provas.
Art. 5.º, LVI, da CF: São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
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Art. 157, caput, do CPP: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
Não faria sentido algum, o Estado permitir a utilização de provas obtidas a partir da violação das
normas jurídicas que ele mesmo impõe. O princípio da vedação da prova ilícita deveria ser
considerado absoluto, se analisados apenas os dois dispositivos legais supramencionados, mas
a doutrina tem aceitado a utilização da prova ilícita no processo quando esta for a ÚNICA capaz
de propiciar a absolvição do réu. O princípio constitucional da ampla defesa prevalece neste
caso.
Se o réu estiver de posse de uma prova ilícita que garanta sua liberdade, ele poderá
apresentá-la nos autos do processo. A prova é aceita para provar a inocência do réu.
Art. 5.º, LVII, da CF: Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória.
Apenas quando não couber mais recurso da sentença condenatória é que o réu será
considerado culpado, devendo ser tratado como inocente até o referido momento. Este princípio
não é absoluto, uma vez que a própria Constituição Federal admite a prisão provisória antes da
condenação nos casos do art. 5.º, LXI (flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária e transgressão ou crime propriamente militar).
Princípio da Publicidade
Art. 5.º, LX, da CF: A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa
da intimidade ou o interesse social o exigirem.
A publicidade dos atos processuais é a regra. Apesar disto, a própria Constituição delimita sua
restrição quando mostrar-se necessária a preservação da intimidade ou interesse social.
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O §1º do art. 792 do CPP determina ainda que as audiências, sessões e os atos processuais
serão, em regra, públicos, mas, se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual,
puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o
tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte, ou do Ministério
Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas
que possam estar presentes.
O art. 201, § 6.º, também do CPP, dispõe que o juiz tomará as providências necessárias à
preservação da intimidade do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça.
(…)
Toda decisão judicial deve ser fundamentada, exceto a decisão do TRIBUNAL DO JURI, em
virtude do sigilo nas votações.
Garantias do Júri
● Sigilo da votação.
● Soberania do Veredicto.
● Competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade (…).
Art. 263 do CPP: Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o
seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo
defender-se, caso tenha habilitação.
As partes devem receber o mesmo tratamento do Poder Judiciário, portanto, o réu terá um
defensor constituído cujo nível de conhecimento técnico seja o mesmo daquele que dispõe a
outra parte, de modo a se estabelecer o equilíbrio processual.
Art. 129, I, da CF: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei.
Não é o juiz quem dá início à ação penal, cabendo exclusivamente ao Ministério Público a
iniciativa da ação nos crimes de ação penal pública. No caso de ação penal privada, é o
ofendido quem deve iniciá-la.
O juiz é um ser humano e, está sujeito a falhas. Diante da possibilidade de erro na sentença por
ele proferida, o princípio do duplo grau de jurisdição confere às partes o direito a uma nova
apreciação, total ou parcial, da causa, por órgão superior do Poder Judiciário.
Este princípio não está descrito de forma expressa na Constituição ou no Código de Processo
Penal, entretanto, sendo o Brasil signatário do Pacto de San José da Costa Rica, e observadas
as competências recursais conferidas pela Constituição aos órgãos do Poder Judiciário nos
artigos 102, II e III; 105, II e III; 108, II, e 125, § 1.º, é possível perceber que esta garantia é
concedida à parte sucumbente (insatisfeita com a decisão).
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Princípio da Verdade Real
Art. 156 do CPP: A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz
de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação
e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
O juiz pode, de ofício, trazer para os autos do processo qualquer prova sem provocação das
partes. O juiz é livre para ouvir testemunhas e juntar provas que entenda serem necessárias.
2. SUJEITOS PROCESSUAIS
São chamadas de “sujeitos” no processo penal as pessoas que dele participam, de forma direta
ou indireta:
a) O Juiz;
b) O Ministério Público;
c) O Acusado;
d) Defensor do Acusado;
e) O Assistente;
f) Os Serventuários de Justiça.
Juiz
● Da Justiça Especial;
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○ Eleitoral: julga crimes eleitorais.
○ Militar
➢ Federal: julga militares das Forças Armadas (e civis);
➢ Estadual: julga policiais militares, Corpo de Bombeiros (não julga
civis).
● Da Justiça Comum.
○ Estadual: competência estadual (a delegacia de polícia investiga).
○ Federal: a CF determina a competência (arts. 108 e 109). Os crimes
que afetam a União são julgados na JF.
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➔ tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de
direito, sobre a questão;
➔ ele próprio (Juiz) ou seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta,
ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no
feito.
● Causas de Suspeição - As causas de suspeição constituem motivos de incapacidade
subjetiva do juiz, pois o vinculam a uma das partes, nesse caso, o juiz dar-se-á por
suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes (AVENA, 2019,
p. 111). São hipóteses de suspeição:
➔ se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
➔ se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo
por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
➔ se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau,
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado
por qualquer das partes;
➔ se tiver aconselhado qualquer das partes;
➔ se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
➔ se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Hipóteses Efeito
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no processo:”
● o sogro
● o padrasto
● o cunhado
● o genro
● enteado
Assim, no exemplo citado, não havendo descendência,
nada impedirá ao juiz divorciado de atuar no processo em
que for parte o sobrinho da ex-cônjuge, pois o divórcio fez
desaparecer o impedimento constante do art. 252, IV, do
CPP. Não poderá oficiar, contudo, no processo em que for
parte, por exemplo, seu cunhado, pois o impedimento daí
decorrente, por força do disposto no art. 255, in fine,
persiste mesmo sendo dissolvido o casamento sem
descendência (AVENA, 2019, p. 113).
Quadro esquematizado elaborado a partir das lições do professor Norberto Avena (Direito Processual Penal
Esquematizado)
Suspeição Causada pela Própria Parte - A suspeição não poderá ser declarada nem
reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la (Art. 255 do
CPP)
a) Considerações Gerais
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Acusado
a) Considerações Gerais: Acusado (ou réu) é o sujeito passivo da relação processual penal,
podendo ser:
● Pessoa física maior de 18 anos;
● Pessoa jurídica, no caso dos crimes ambientais (art. 225, §3º, CF/88 e art. 3.º da Lei n.º
9.605/98).
b) Garantias Processuais
● Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor.
● A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida
através de manifestação fundamentada.
● Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito
de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha
habilitação.
Defensor do Acusado
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● O defensor possui o dever de comparecer à audiência de instrução, por motivo justificado,
a audiência poderá ser adiada se o defensor não puder comparecer. Incumbe ao defensor
provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará
o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que
provisoriamente ou só para o efeito do ato.
Assistente
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f) Vedação para ser Assistente - O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como
assistente do Ministério Público (Art. 270 do CPP).
Serventuários de Justiça
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O Estado detém o poder de ditar as regras de convivência e também possui o direito de punir
aqueles que as desrespeitarem. A jurisdição, no que lhe concerne, é o Poder do Estado de atuar
na garantia de não se impor imediata e arbitrariamente uma pena ao acusado sem lhe
proporcionar oportunidades de defesa.
Quem exerce a jurisdição no Brasil é o Poder Judiciário, ou seja, todos os juízes brasileiros
podem julgar o caso concreto aplicando-lhes a lei abstrata para solucionar os conflitos de
interesse, disponibilizando, ao acusado, possibilidades de se defender.
Processo
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Não existe processo que termine sem decisão de provimento jurisdicional. Há decisões judiciais
sem processo, mas não há processo sem decisão / sentença (provimento jurisdicional).
Procedimentos
A sequência de atos processuais previstos em lei para a tramitação da ação penal é chamada
de procedimento. Por se tratar de matéria de ordem pública, não podem as partes adotar
procedimento que acreditem ser mais eficiente que aqueles determinados pela norma, sob pena
de nulidade.
Os procedimentos, também chamados de “ritos”, são a matéria de Direito Processual Penal mais
recorrente no Exame de Ordem, uma vez que sua inobservância pode acarretar nulidade
absoluta no processo.
Os parágrafos do artigo 394 do CPP ainda determinam que o procedimento COMUM será:
● Ordinário: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 anos, desde que não exista procedimento especial (ex.: Júri, Lei de Drogas,
etc.);
● Sumário: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja superior a 2
anos e inferior a 4 anos;
● Sumaríssimo: para as infrações penais de menor potencial ofensivo que tramitam
perante os Juizados Especiais Criminais – JEC, disposto na Lei 9.099/95 (contravenções
penais e os crimes cuja pena máxima não exceda 2 anos).
O critério para definir o rito (ordinário, sumário ou sumaríssimo) dentro do procedimento comum
é a pena máxima de cada crime.
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1.º Passo - O membro do Ministério Público ao receber os autos do Inquérito Policial poderá
adotar 4 (quatro) medidas, são elas: (1) Declinar da Competência (Arquivamento Indireto); (2)
Promover o Arquivamento do Inquérito Policial (quando visualizar ausência de Justa Causa); (3)
Requerer novas diligência a autoridade policial; (4) Oferecer Denúncia.
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Os professores Francisco Dirceu Barros e Vladimir Aras indicam que tal mudança privilegia o
princípio ou sistema acusatório, considerando que antes de deflagrada a ação penal, a inércia
do juiz em relação à persecução penal deve ser absoluta, não sendo possível a adoção de
medidas que promovam ou incentivem a decisão de acusar, sob pena de quebra do princípio da
imparcialidade objetiva.
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ATENÇÃO:
Súmula 524 do STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas.
Requisitos:
● Não for o caso de arquivamento do inquérito policial;
● Confissão do Acusado;
● Prática de Infração Penal sem violência ou grave ameaça;
● Pena mínima da Infração Penal inferior a 4 (quatro) anos;
● Necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
ATENÇÃO:
Para aferição da pena mínima cominada ao delito, serão consideradas as causas
de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto
Condições Obrigatórias
● reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
● renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime;
● prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo
juízo da execução, na forma da lei penal.
● pagar prestação pecuniária, na forma da lei penal, a entidade pública ou de interesse
social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito;
● cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
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● Se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem
conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas;
● Ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração,
em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do
processo;
● Nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra
a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor
● a) Formalidades - deve ser feito por escrito, com assinatura do Membro do MP,
investigado e seu defensor.
● b) Audiência - para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada
audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do
investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade.
● c) Rejeição Judicial das Condições do Acordo - se o juiz considerar inadequadas,
insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal,
devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo,
com concordância do investigado e seu defensor.
● d) Homologação do Acordo - homologado judicialmente o acordo de não persecução
penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução
perante o juízo de execução penal.
3.º Passo - Oferecida a Denúncia pelo Membro do MP o Juiz a receberá, salvo se:
a) A denúncia for manifestamente inepta
✓ Art. 41 do CPP. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol
das testemunhas.
b) Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal
c) Faltar justa causa para o exercício da ação penal.
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CITAÇÃO
O processo terá a sua formação completada quando for realizada a citação do acusado (art.
363, caput, CPP). A falta de citação é causa de nulidade absoluta do processo (art. 564, III, “e”,
CPP), exceto se o acusado comparecer em juízo no prazo legal, apresentando resposta escrita.
A citação real ocorre pessoalmente pelo oficial de justiça, através de mandado, carta precatória,
carta de ordem ou carta rogatória.
Mandado (art. 351, CPP): quando o acusado (inclusive o réu preso) se encontrar no território da
jurisdição do juiz que ordenou a citação, esta será realizada pelo oficial de justiça com a
leitura do mandado, entrega da contrafé (com dia e hora da citação) e declaração do oficial de
entrega da contrafé (certidão) sob aceitação ou recusa do acusado.
Precatória (art. 353, CPP): o juízo deprecado (onde está o citando), ao receber a carta
precatória do juízo deprecante (onde corre o processo), determina a citação do acusado, que
será cumprida pelo oficial.
● Caráter itinerante: se o acusado não estiver em sua comarca, encaminhará a precatória
àquela em que o citando estiver. Não devolve a carta ao juízo deprecante.
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Carta de Ordem (art. 236, §2ª do CPC/15): quando o acusado gozar de foro por prerrogativa
de função, o tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se
realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede. A Carta de Ordem serve para citar,
intimar, cumprir ato instrutório, etc.
Carta Rogatória (art. 368, CPP): estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu
cumprimento.
IMPORTANTE: A citação pode ser feita em qualquer dia, inclusive fins de semana e
feriados, e a qualquer hora, do dia ou da noite.
Efeitos no Efeitos no
Processo Civil Processo Penal
Não interrompe a
Citação Interrompe a prescrição.
prescrição.
Citação válida induz Não precisa de citação
Litispendência
litispendência. para configurar.
Citação válida torna Juiz que praticar 1.º ato
Prevenção juiz
prevento o juízo. processual.
A citação com hora certa (art. 362, CPP) é utilizada quando o réu tenta se ocultar do oficial de
justiça para não ser citado. Trata-se de uma modalidade de citação ficta.
O processo penal observará o mesmo procedimento do juízo cível: se, por duas vezes, o oficial
tiver procurado o acusado em sua residência/domicílio, sem encontrá-lo, e suspeitar que está se
escondendo, intimará qualquer pessoa da família ou vizinho do acusado, de que voltará, no dia
seguinte, de modo a efetuar a citação, na hora que designar (art. 252 do CPC/15).
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ocorrência com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o
nome.
Lembrando que, completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á
nomeado defensor dativo (art. 362, parágrafo único, do CPP), portanto, não será suspensa a
ação penal.
A citação será feita por meio de edital quando não for possível citar o réu pessoalmente, por isso
é considerada ficta (também chamada de “presumida”).
Os elementos que devem constar no edital estão previstos no art. 365 do CPP:
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ATENÇÃO: “Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal,
embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se
baseia.” (Súmula 366 do STF)
O edital será publicado no jornal local e fixado no fórum, devendo a afixação ser certificada pelo
oficial que a tiver feito, durante o prazo de 15 dias. Após esse prazo, o acusado deve apresentar
a resposta contra a acusação.
Se o acusado, citado por edital, segundo o art. 366 do CPP, não comparecer, nem constituir
advogado, suspendem-se o processo e a prescrição, podendo o juiz determinar a produção
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos
termos do art. 312 do CPP.
ATENÇÃO: A Súmula 455 do STJ diz que o decurso do tempo não é requisito
suficiente (idôneo) para que seja determinada a produção antecipada de provas,
devendo ser concretamente fundamentada a decisão.
Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos:
➔ o processo
➔ curso do prazo prescricional
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ATENÇÃO: Súmula 455 do STJ: “A decisão que determina a produção antecipada
de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada,
não a justificando unicamente o mero decurso do tempo”
Cálculo do Prazo de Suspensão - A suspensão do processo não pode ser eterna, portanto, deve
se utilizar como parâmetro o prazo prescricional relativo ao crime em análise.
Ex.: José foi denunciado pela prática de crime de furto simples. Recebida a Denúncia, o Juiz
mandou citar José pessoalmente. Os autos voltaram conclusos ao magistrado informando que
José não foi encontrado para efeito de citação pessoal, ouvido o Membro MP, que opinou pela
citação por Edital, o juiz determinou que José fosse citado por Edital, assinalando prazo 15
(quinze) dias para que o mesmo comparecesse ao processo ou constituísse advogado.
Decorrido o aludido prazo, sem o comparecimento de José, o MP solicitou a aplicação da regra
do art. 366 do CPP. A data da decisão de suspensão foi 10/10/2016, assim sendo, o decurso do
prazo de suspensão será em 09/10/2022 (considerando que o crime de furto simples prescreve
em oito anos).
RESPOSTA ESCRITA
O réu tem o prazo de 10 dias para apresentar resposta escrita (arts. 396 e 396-A do CPP) à
acusação feita na denúncia/queixa. Esta peça técnica (exige um advogado ou defensor) é
obrigatória para que o processo tenha continuidade.
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b) expor todos os argumentos que interessem à defesa do réu: prescrição do delito, fato
narrado não constitui crime, etc.;
c) apresentar documentos que auxiliem o acusado: em qualquer fase do processo as
partes poderão apresentar documentos, salvo casos expressos (art. 231, CPP);
d) expor justificações: causas excludentes de ilicitude (legítima defesa, estado de
necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito);
e) indicar as provas que pretende produzir: perícia, por exemplo;
f) arrolar testemunhas: até o máximo de 8 testemunhas, devidamente qualificadas,
requerendo sua intimação, sob pena de preclusão.
PRAZO DA RESPOSTA
O prazo de 10 dias para apresentação da resposta inicia-se a partir da data da citação (Súmula
710 do STF), sendo contado de forma processual, portanto, observando o disposto no art. 798,
§1º, CPP: excetua-se o dia do começo e se inclui o do final.
A falta de apresentação da resposta no processo penal constitui nulidade absoluta por violar os
princípios do contraditório e da ampla defesa (presunção de prejuízo - art. 563, CPP).
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IMPORTANTE: A decisão de absolver sumariamente o acusado deve ser
indubitável quanto às hipóteses anteriormente apresentadas. Caso contrário,
deve-se fazer prosseguir o feito para um melhor aprofundamento das provas.
A ordem na audiência de instrução e julgamento, prevista no art. 400 do CPP deve ser
respeitada, pois sua inobservância PODERÁ gerar nulidade.
Art. 400, caput, CPP: Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo
de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido,
à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
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ESQUEMAS
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5. PROVAS
Conceito, objeto e objetivo da Prova
a) Conceito de Prova - Nas palavras de Eugênio Pacelli, a prova judiciária tem um objetivo
claramente definido: a reconstrução dos fatos investigados no processo, buscando a maior
coincidência possível com a realidade histórica, isto é, com a verdade dos fatos, tal como
efetivamente ocorridos no espaço e no tempo.
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Ônus da prova
Art. 156, CPP. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
O ônus da prova no processo penal cabe a quem faz a alegação, mas, pelo princípio da
liberdade em produzir provas, permite-se utilizar todos os meios lícitos para se produzi-la.
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Pelo princípio da lealdade das partes, ao Ministério Público incube o ônus do fato constitutivo,
enquanto à defesa compete provar o contrário, então:
Meios de prova
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Teoria da Fonte Independente - Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova.
✓ Exemplo - Considere a existência de uma busca ilegal realizada pela autoridade policial
na residência do suspeito, resultando da diligência a apreensão de documentos que o
incriminam. Ora, tais documentos, na medida em que surgiram a partir de uma
ilegalidade, constituem prova ilícita por derivação. Considere-se, porém, que se venha a
constatar que já existia mandado de busca para o local, mandado este que se encontrava
em poder de outro delegado de polícia, o qual, no momento da diligência ilegal, estava se
deslocando para a casa do investigado. Neste caso, considerando a evidência de que os
mesmos documentos obtidos ilegalmente seriam inevitavelmente descobertos e
apreendidos por meios legais, afasta-se a ilicitude derivada, podendo ser aproveitada a
prova resultante daquela primeira apreensão (AVENA, 2019, p. 544).
✓ Exemplo - A autoridade policial prende Pedro de forma ilegal, vale dizer, sem que esteja
ele em situação de flagrância e sem que haja ordem escrita da autoridade judiciária
competente. No curso dessa prisão ilegal, sentindo-se coagido, Pedro vem a confessar o
crime de que está sendo investigado. Ora, esta confissão é uma prova ilícita por
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derivação, pois obtida durante o período em que se encontrava Pedro ilegalmente preso.
Considere-se, porém, que, mais tarde, ouvido em juízo, na presença de seu advogado e
livre de qualquer coação, Pedro venha a confessar ao magistrado seu envolvimento,
confirmando tudo o que referiu na fase policial. Essa nova confissão é válida, pois
expurga a contaminação determinada pela confissão anteriormente operada no âmbito da
delegacia de polícia.
Procedimento probatório
Para se exibir uma prova no processo penal é necessário observar a seguinte sequência de
atos:
I. Proposição ou requerimento (art. 396-A, CPP): a prova, em regra, deve ser requerida
com as peças processuais da acusação e da defesa.
● Incidente de insanidade mental (arts. 149 a 154 do CPP): pode ser requerido em
qualquer fase do processo.
● Documentos (art. 231, CPP): em regra, os documentos podem ser apresentados
em qualquer fase do processo.
II. Admissão: o juiz deve deferir (aceitar) a produção da prova requerida pelas partes.
● Tribunal do Júri: para serem admitidas provas no Tribunal do Júri, é preciso que
tenham sido juntadas aos autos com, no mínimo, 3 dias úteis de antecedência,
dando-se ciência à outra parte (art. 479, CPP).
III. Instrução ou produção: atos que trazem a juízo os elementos de convicção oferecidos
pelas partes.
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IV. Apreciação ou valoração: momento em que a prova está pronta para ser analisada pelo
magistrado.
Perícias
Exame de Corpo de Delito - O corpo de delito é, em regra, o objeto material do crime, ou seja, o
objeto sobre o qual recaiu uma ou alguma das ações delituosas (FISHER e PACELLI, 2019, p.
425). Pode também ser conceituado, nas lições de Norberto Avena, como a perícia destinada à
comprovação da materialidade das infrações que deixam vestígios (v.g., homicídio, lesões
corporais, furto qualificado pelo arrombamento, dano, etc.).
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particular da vítima que a tenha examinado logo após a ocorrência (AVENA, 2019, p.
596).
Prova pericial e habilitação técnica - O exame de corpo de delito e outras perícias serão
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
Ausência de Perito Oficial Habilitado - Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
Atuação do Assistente Técnico - O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e
após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.
Faculdade das Partes na Prova Pericial - Durante o curso do processo judicial, é permitido às
partes, quanto à perícia:
● requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos,
desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas
sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as
respostas em laudo complementar.
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● indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo
juiz ou ser inquiridos em audiência.
Perícia Complexa - é aquela que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, por
conseguinte, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais
de um assistente técnico.
Laudo Pericial - O laudo pericial é um dever do perito, onde descreverão minuciosamente o que
examinarem, e responderão aos quesitos formulado.
● Prazo - O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Tempo do Exame de Corpo de Delito - O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer
dia e a qualquer hora.
● Autópsia - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
● Morte Violenta - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
verificação de alguma circunstância relevante.
Perícias nos crimes de Lesão Corporal - Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido
ou do acusado, ou de seu defensor. A falta de exame complementar poderá ser suprida pela
prova testemunhal.
ATENÇÃO:
Caso os vestígios tenham desaparecido, impedindo a realização do exame de
corpo de delito, a utilização da prova testemunhal suprirá tal falta (art. 167 do CPP).
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Cadeia de Custódia
Confissão
Consiste na admissão voluntária, pelo acusado, dos fatos que lhe são imputados, oralmente
(durante o interrogatório) ou por termo (quando feita fora do interrogatório).
Características da confissão:
● Valor relativo: deve ser analisada em conjunto com outras provas (art. 197, CPP);
● Divisível: é possível aceitar apenas parte da confissão;
● Retratável: acusado pode negar a confissão feita anteriormente.
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ATENÇÃO: O silêncio do acusado não implica em confissão (art. 198 do CPP), pois não é
obrigado a produzir prova contra si mesmo.
Oitiva do ofendido
Conceito - Ofendido é a vítima, sujeito passivo da infração e titular do interesse jurídico lesado
pela conduta criminosa.
Direitos do Ofendido -
● O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada,
honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em
relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu
respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
● Se juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento
multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde,
a expensas do ofensor ou do Estado.
● Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado
para o ofendido.
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● designação de data para audiência
● sentença e respectivos acórdãos
Obs.: As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado,
admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
Prova testemunhal
A testemunha é a pessoa desinteressada que depõe no processo acerca daquilo que sabe sobre
o fato. O depoimento de uma testemunha deve ser:
Oral, objetivo, individual, incomunicável, mediante prestação de compromisso, e obrigatório
(exceções artigos, 206 e 207, CPP).
Poderão, entretanto, recusar-se a depor como testemunha, salvo quando não for possível, por
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias (art. 206, CPP):
● O ascendente;
● O descendente;
● O afim em linha reta;
● O cônjuge ou companheiro;
● Os irmãos do acusado.
A prova testemunhal é colhida, em regra, no decorrer do processo, mas pode ser colhida na fase
de inquérito. No inquérito, a autoridade policial é quem ouve as testemunhas, no processo são
arroladas na denúncia e na defesa.
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A quantidade de testemunhas dependerá do tipo de procedimento adotado.
A testemunha que não presta compromisso é chamada de informante (art. 208, CPP).
Acareações
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Conceito - Acareação é o procedimento que consiste em colocar frente a frente pessoas que já
prestaram depoimentos em momento anterior, para que esclareçam, mediante confirmação ou
retratação, aspectos que se evidenciaram contraditórios.
Pressupostos da acareação:
● Prévia oitiva das pessoas que serão acareadas;
● Existência de ponto divergente entre as declarações acerca de questão importante para o
deslinde da causa.
A acareação pode ser excepcionalmente procedida mediante carta precatória (art. 230, CPP).
Documentos
Comunicação Particular (Cartas, e-mail, whatsapp, etc) - A lógica é que se for interceptada ou
obtida por meios criminosos, não será admitida em juízo. Contudo, poderá ser exibida em juízo
pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do
signatário.
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Poderes do Juiz - Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da
acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das
partes, para sua juntada aos autos, se possível.
Interrogatório
Trata-se do momento em que o réu é ouvido pelo juiz, na presença de seu defensor (constituído
ou nomeado – art. 185, caput, CPP), podendo apresentar sua visão da infração que lhe é
imputada.
6. SENTENÇA
A sentença criminal (arts. 381 a 392 do CPP) é uma decisão definitiva, pois soluciona o mérito
da pretensão, pondo fim ao processo e julgando:
a) A procedência da acusação (sentença condenatória);
b) A improcedência da acusação (sentença absolutória própria); ou
c) A imposição de medida de segurança ao réu (sentença absolutória imprópria).
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● RELATÓRIO → inclui nomes das partes ou, quando não for possível, as indicações
necessárias para identificá-las, um resumo dos principais atos praticados no processo (se
foi decreta prisão preventiva, por exemplo) e exposição sucinta da acusação e da defesa;
● MOTIVAÇÃO → expõe os motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão, bem
como o enfrentamento das teses da defesa e da acusação;
● CONCLUSÃO → indicará os artigos de lei aplicados para fundamentar a decisão; o
dispositivo (se condena ou absolve o réu, se julga procedente ou improcedente a
acusação); a data e a assinatura do juiz.
Este princípio remete a dois institutos: “Emendatio Libelli” (art. 383, CPP) e “Mutatio Libelli”
(384, CPP).
● A mutatio libelli ocorre quando o juiz entende cabível nova definição jurídica do fato
descrito na inicial em consequência de prova constante dos autos referente a elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação (uma causa de aumento de
pena ou uma qualificadora que altere o crime narrado). Neste caso, deverá o MP aditar a
denúncia (no prazo de 5 dias) para que o acusado tenha a oportunidade de se defender
da nova imputação.
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Caso o MP não adite a denúncia, mesmo o juiz entendendo haver classificação diversa do
delito, aplica-se o disposto no art. 28 do CPP (art. 384, § 1.º, do CPP). Portanto, deverá o
magistrado remeter os autos ou peças de informação ao procurador-geral, e este aditará a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para aditá-la, ou insistirá na classificação
apresentada inicialmente, a qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Vale ressaltar, ainda que, por força do disposto no artigo 10 do CPC/15, o emendatio libeli não
poderá ser invocado sem que antes sejam previamente ouvidas acusação e, principalmente, a
defesa. Do mesmo modo, não será mais possível ao juiz a absolvição do réu, sem prévia oitiva
da acusação, com base em tese de defesa não pronunciada na defesa preliminar (art. 396-A do
CPP), mas apenas apresentada nas alegações finais da defesa.
● Sentença Absolutória Própria (art. 386, CPP): quando não acolhe a pretensão
punitiva, não impondo sanção ao acusado.
● Sentença Absolutória Imprópria (art. 386, parágrafo único, III, CPP): quando não
acolhe a pretensão punitiva, mas reconhece a prática da infração penal e impõe ao réu
uma medida de segurança.
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● Sentença Condenatória (art. 387, CPP): quando julga procedente, total ou
parcialmente, a tese acusatória.
Após a publicação da sentença condenatória (art. 389, CPP), esta produzirá os seguintes efeitos
(art. 91, CP):
7. REVELIA
Conceito
A revelia pressupõe a citação do réu para responder à acusação, assim sendo, o réu ainda não
citado não pode ser considerado revel. Nesse caso:
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APOSTILA
47
➢ Réu citado por edital que não comparece nem constitui advogado para sua defesa -
aplica-se a regra do art. 366 do CPP + decretação da revelia.
➢ Réu citado pessoalmente que:
✓ deixa de comparecer a algum ato do processo sem motivo justificado
✓ muda de residência e não comunicar o novo endereço ao juízo.
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APOSTILA
48
indispensável à
prova do ato
d) as alegações
de fato
formuladas pelo
autor forem
inverossímeis
ou estiverem
em contradição
com prova
constante dos
autos.
Referências
AVENA, Norberto. Processo penal. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018.
RANGEL, Paulo. Direito processual penal. São Paulo: Atlas, 2018.
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