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Daniel Almeida

bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49

´
POLiCIA ´
PENAL DO CEARA
Daniel Almeida
bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49

Olá, tudo bem? Sou Professor Erick Lima e vou ajudar você a ser
aprovado no seu tão sonhado cargo público.
Tenho uma vasta experiência em Concursos Públicos, sou Policial
Militar e atualmente estou graduando em Direito. Uso todos os meus
conhecimentos e técnicas de estudos para auxiliar na aprovação dos
meus alunos.
Deixa eu te fazer algumas perguntas: você tem dificuldade nos estudos
? Está procurando conteúdo totalmente atualizado e direcionado para
sua prova ? Quer encurtar o caminho até a aprovação ? Ótimo, então
você está no lugar certo. Temos o que você precisa para realizar esse
grande sonho de ser Servidor público.
CRONOGRAMA
CRONOGRAMA POR DISCIPLINA
1º DIA 2º DIA 3º DIA 4º DIA

Português Informática Noções de Português


Direito
Legislação Direitos Conhecimentos Legislação
Extravagante Humanos Específicos Extravagante

5º DIA 6º DIA 7º DIA


Noções de
Informática
Direito Revisão Geral
/ Exercícios
Direitos Conhecimentos / Simulados
Humanos Específicos

Daniel Almeida
bergalmeida96@gmail.com
CRONOGRAMA
768.507.063-49 POR HORAS
1º DIA 2º DIA 3º DIA 4º DIA 5º DIA 6º DIA
1º Disciplina 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h

2º Disciplina 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h 1:30h

Total 3h 3h 3h 3h 3h 3h

Avante, Imparáveis! Dá uma olhada nesse modelo de cronograma de estudos para PPCE. Seguindo o
cronograma, você vai estudar cada disciplina 2x por semana, além de reservar um dia para revisão e exercícios.
Vamos dar uma olhada nas instruções:
O modelo de cronograma apresentado tem como meta 3 horas de estudo líquido diário.
Os dias no cronograma não representam os dias da semana, você pode, por exemplo, começar os estudos do 1º
dia numa quarta e seguir sucessivamente. Se você não conseguir estudar as matérias de um dia qualquer e
voltar ao estudo, volte de onde parou. Essa é a parte boa de dividir em dias sem levar em conta os dias da
semana, assim você tem um estudo mais dinâmico e adaptável a sua rotina.
Evite ‘‘pular’’ dias do cronograma, sempre volte de onde parou o estudo, utilize o cronograma como um ciclo que
traz uma sequência de estudo e uma meta diária e não um guia definitivo de rotina. Não há problema, por
exemplo, em dividir o estudo ao longo do dia, estudando uma parte pela manhã, outra pela tarde ou noite.
O sétimo dia é reservado para revisar, exercitar e fazer simulados. Você pode fazer essas três coisas ou
escolher entre elas a depender da sua forma de estudo, mas todas são pilares importantes para a aprovação.

profericklima Professor Erick Lima


EDITAL
VERTICALIZADO
POLÍCIA PENAL
DO CEARÁ (PPCE)
LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Compreensão e interpretação de texto.
2. Tipologia e gêneros textuais.
3. Figuras de linguagem.
4. Significação de palavras e expressões.
5. Relações de sinonímia e de antonímia.
6. Ortografia.
7. Acentuação gráfica.
8. Uso da crase.
9. Divisão silábica.
10. Foné ca e Fonologia: som e fonema, encontros
vocálicos e consonantais e dígrafos.
11. Morfologia: classes de palavras variáveis e
invariáveis e seus empregos no texto. Daniel Almeida
12. Locuções verbais (perífrases verbais). bergalmeida96@gmail.com
13. Funções do “que” e do “se”. 768.507.063-49
14. Formação de palavras.
15. Elementos de comunicação.
16. Sintaxe: relações sintá co-semân cas
estabelecidas entre orações, períodos ou
parágrafos.
16.1 período simples
16.2 período composto por coordenação.
16.3 período composto por subordinação.
17. Concordância verbal e nominal.
18. Regência verbal e nominal.
19. Colocação pronominal.
20. Emprego dos sinais de pontuação e sua função
no texto.
21. Elementos de coesão.
22. Função textual dos vocábulos.
23. Variação linguís ca.

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VADE MECUM
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Conceitos e fundamentos básicos de
informá ca.
2. Conhecimento e u lização dos principais
so wares u litários (compactadores de arquivos,
chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo,
visualizadores de imagem, an vírus).
3. Iden ficação e manipulação de arquivos,
backup de arquivos.
4. Periféricos de computadores.
5. Ambientes operacionais.
5.1. U lização dos sistemas operacionais
Windows 7 e Windows 8.1.
6. U lização dos editores de texto (Microso Word
e LibreOffice Writer).
7. U lização dos editores de planilhas (Microso
Excel e LibreOffice Calc).
8. U lização do Microso PowerPoint.
9. U lização e configuração de e-mail no Microso
Outlook.
10. Conceitos de tecnologias relacionadas àDaniel Almeida
Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web,
bergalmeida96@gmail.com
Mecanismos de busca na Web. 768.507.063-49
11. Navegadores de internet (Internet Explorer,
Mozilla Firefox, Google Chrome).
12. Segurança na Internet, Vírus de computadores,
Spyware, Malware, Phishing.
13. Transferência de arquivos pela internet.

NOÇÕES DE DIREITO
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Direito Cons tucional:
1.1. Direitos e Garan as Fundamentais (ar go 5º).
1.2. Da Administração Pública (ar go 37).
1.3. Da Defesa do Estado e das Ins tuições
Democrá cas, do estado de defesa e do estado de
sí o (ar gos 136 ao 141).
1.4. Da Segurança Pública (ar go 144).
2. Direito Penal:
2.1. Do crime (ar go 13 ao 25).
2.2. Das Penas (ar gos 32 ao 52).
2.3. Dos crimes contra a honra (ar gos 138 ao 145).
2.4. Dos crimes contra a Pessoa (ar gos 121 ao
154).

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2.5. Dos crimes contra a liberdade individual


(ar gos 146 ao 150).
2.6. Dos crimes contra o Patrimônio (ar gos 155 ao
180).
2.7. Dos crimes pra cados por funcionário público
contra a Administração em Geral (ar gos 312 ao
327).

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA


Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. A Cons tuição da República Federa va do
Brasil de 1988:
1.1. Dos princípios fundamentais (ar gos 1 ao 4)
1.2. Direitos e garan as fundamentais (ar gos 5
ao 16).
2. Direitos Humanos:
2.1. Concepções.
2.2. O Estado e as garan as à pessoa em privação
de liberdade.
2.3. Carta das Nações Unidas (1945): art.1 e
art.55.
2.4. Declaração Universal dos Direitos Humanos Daniel Almeida
(adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III)
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– da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 768.507.063-49
de dezembro de 1948): universalidade, igualdade
e não discriminação (ar gos 1º, 2º e 7º); direito à
vida, à liberdade e à segurança (art.3º); direito de
ir e vir e proibição de prisão arbitrária (arts.9º e
13); asilo (art.14).
3. Convenção para a prevenção e a repressão do
crime de genocídio: conceito de genocídio
(art.2º), responsabilidade (art.4º), genocídio e
extradição (art.13).

LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Lei Federal Nº10.826, de 22/12/2003 e
posteriores alterações (Dispõe sobre registro,
posse e comercialização de armas de fogo e
munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
Sinarm).
2. Decreto Federal Nº5.123 (REVOGADO)
3. Lei Estadual Nº 15.455, de 08/11/2013,
publicada no Diário Oficial em 21/11/2013 (Dispõe
sobre o direito do porte de armas de fogo pelos
Agentes Penitenciários do Estado do Ceará e dá
outras providências).

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4. Lei Federal Nº7.210/84 e alterações posteriores


(Lei de Execução Penal):
4.1. Direitos preservados (ar go 3º);
4.2. Do condenado, do internado e egresso
(ar gos 5º ao 26);
4.3. Dos deveres, direitos e disciplina do
condenado (ar gos 38 ao 52);.
4.4. Dos estabelecimentos penais (ar gos 82 ao
104);
4.5. Dos regimes (ar gos 110 ao 118).
5. Leis Federais Nº 8.072/90 e Nº 8.930/94 (Dá
nova redação ao art.1º da Lei Nº 8.072, de 25 de
julho de 1990, que dispõe sobre os crimes
hediondos, nos termos do art.5º, inciso XLIII, da
Cons tuição Federal, e determina outras
providências).
6. Lei Federal Nº9.455/97 e alterações posteriores
(Define os crimes de tortura e dá outras
providências).
7. Lei Federal Nº11.343/06 e alterações
posteriores (Sistema Nacional de Polí cas
Públicas sobre Drogas – SISNAD): Título III -
Capítulo III, Dos crimes – arts.27 ao 30; Título IV -
Capítulo II, Dos Crimes – arts.33 ao 47.
Daniel Almeida
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exercícios Revisão
Assunto Teoria
Total Erros Acertos 1º 2º 3º
1. Direitos, deveres e regime disciplinar dos
Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará (Lei
Estadual Nº9.826, de 14 de maio de 1974).
2. Lei Nº14.582, de 21/12/09 (D.O.E de 28/12/09) e
suas alterações, redenomina a carreira guarda
penitenciária, e dá outras providências.
3. Sistema de Revistas nos Estabelecimentos Penais
do Estado do Ceará (Decreto Estadual Nº25.050, de
14 de julho de 1998, publicado no DOE de
16/07/98).
4. Regimento Geral dos Estabelecimentos
Prisionais do Estado do Ceará (Portaria Nº
1220/2014, de 10 de dezembro de 2014, publicada
no Diário Oficial de 16 de dezembro de 2014, e
posteriores alterações).
PALPITES DO PROFESSOR - CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Instrução Norma va 03
Portaria 900/2022
Lei 17.388/2021
Lei Complementar 258/2021

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POLÍCIA PENAL DO CEARÁ


Área de Conhecimento Nº de Itens Valor por Questões Valor Total
(Pontos) (Pontos)
Língua Portuguesa 12 1,5 18
Noções de Informá ca 6 0,5 3
Noções de Direito 10 1 10
Direitos Humanos e Cidadania 10 1 10
Legislação Especial 10 1,5 15
Conhecimentos Específicos 12 1,5 18

Total de Questões e Pontos 60 Questões 74 Pontos

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SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL 01

DIREITO PENAL 17

DIREITOS HUMANOS 41

LEGISLAÇÃO ESPECIAL 57

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
TÍTULO I IX - cooperação entre os povos para o pro-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS gresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, for-
Parágrafo único. A República Federativa do
mada pela união indissolúvel dos Estados e Muni- Brasil buscará a integração econômica, política, so-
cípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado cial e cultural dos povos da América Latina, visando
Democrático de Direito e tem como fundamentos: à formação de uma comunidade latino-americana
I - a soberania; de nações.
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana; TÍTULO II
IV - os valores sociais do trabalho e da livre ini- DOS DIREITOS E
ciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) GARANTIAS FUNDAMENTAIS
V - o pluralismo político.
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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, CAPÍTULO I
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que o exerce por meio de representantes eleitos ou DOS DIREITOS E DEVERES
diretamente, nos termos desta Constituição. INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 2º São Poderes da União, independentes
e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
o Judiciário. distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
República Federativa do Brasil: inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos se-
I - construir uma sociedade livre, justa e solidá- guintes:
ria;
STF: O estrangeiro em trânsito também está resguardado
II - garantir o desenvolvimento nacional; pelos direitos individuais, podendo, inclusive, utilizar-se de
remédios constitucionais. Contudo, ele não poderá fazer
III - erradicar a pobreza e a marginalização e uso de todos os direitos, a exemplo da ação popular, que é
reduzir as desigualdades sociais e regionais; privativa de brasileiro.

IV - promover o bem de todos, sem preconcei- I - homens e mulheres são iguais em direitos e
tos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer obrigações, nos termos desta Constituição;
outras formas de discriminação. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege- fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
se nas suas relações internacionais pelos seguin- III - ninguém será submetido a tortura nem a
tes princípios: tratamento desumano ou degradante;
I - independência nacional; IV - é livre a manifestação do pensamento,
II - prevalência dos direitos humanos; sendo vedado o anonimato;
III - autodeterminação dos povos;

1
STF: A defesa da legalização de drogas em espaços públi- STF: É lícita a gravação de conversa telefônica realizada
cos constitui legítimo exercício do direito à livre manifesta- por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ci-
ção do pensamento. ência do outro, quando há investida criminosa deste último.

V - é assegurado o direito de resposta, propor- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,


cional ao agravo, além da indenização por dano ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
material, moral ou à imagem; fissionais que a lei estabelecer;
STJ: Súmula 37 - São cumuláveis as indenizações por XIV - é assegurado a todos o acesso à infor-
dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. o do mação e resguardado o sigilo da fonte, quando ne-
pensamento.
cessário ao exercício profissional;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e
XV - é livre a locomoção no território nacional
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a pro-
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
teção aos locais de culto e a suas liturgias;
com seus bens;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a presta-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente,
ção de assistência religiosa nas entidades civis e
sem armas, em locais abertos ao público, indepen-
militares de internação coletiva;
dentemente de autorização, desde que não frus-
VIII - ninguém será privado de direitos por mo- trem outra reunião anteriormente convocada para o
tivo de crença religiosa ou de convicção filosófica mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de autoridade competente;
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
XVII - é plena a liberdade de associação para
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
XVIII - a criação de associações e, na forma da
artística, científica e de comunicação, independen-
lei, a de cooperativas independem de autorização,
temente de censura ou licença; Daniel Almeida
sendo vedada a interferência estatal em seu funci-
X - são invioláveis a intimidade, a vidabergalmeida96@gmail.com
privada, onamento;
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o di-
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XIX - as associações só poderão ser compul-
reito a indenização pelo dano material ou moral de-
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
corrente de sua violação;
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no pri-
STJ: Súmula 227 - Pessoa jurídica pode sofrer dano mo- meiro caso, o trânsito em julgado;
ral. STF: Admite as biografias não‐autorizadas, não exclu-
indo a possibilidade de indenização por dano material ou XX - ninguém poderá ser compelido a asso-
moral ciar-se ou a permanecer associado;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin- XXI - as entidades associativas, quando ex-
guém nela podendo penetrar sem consentimento pressamente autorizadas, têm legitimidade para re-
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou presentar seus filiados judicial ou extrajudicial-
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o mente;
dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105,
XXII - é garantido o direito de propriedade;
de 2015) (Vigência)
XXIII - a propriedade atenderá a sua função
STF: Casa é um termo amplo, consagrando consultório,
escritório e qualquer lugar privado não aberto ao público. social;
Contudo, não é um direito absoluto. XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e desapropriação por necessidade ou utilidade pú-
das comunicações telegráficas, de dados e das co- blica, ou por interesse social, mediante justa e pré-
municações telefônicas, salvo, no último caso, por via indenização em dinheiro, ressalvados os casos
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei previstos nesta Constituição;
estabelecer para fins de investigação criminal ou XXV - no caso de iminente perigo público, a
instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de autoridade competente poderá usar de propriedade
1996) particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;

2
XXVI - a pequena propriedade rural, assim de- XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Po-
finida em lei, desde que trabalhada pela família, der Judiciário lesão ou ameaça a direito;
não será objeto de penhora para pagamento de dé- XXXVI - a lei não prejudicará o direito adqui-
bitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- rido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu de-
senvolvimento; STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei,
prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República,
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado
de utilização, publicação ou reprodução de suas XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exce-
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que ção;
a lei fixar;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri,
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a proteção às participações individuais em a) a plenitude de defesa;
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o sigilo das votações;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento c) a soberania dos veredictos;


econômico das obras que criarem ou de que parti- d) a competência para o julgamento dos crimes
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respec- dolosos contra a vida;
tivas representações sindicais e associativas;
STF: Súmula Vinculante 45 - A competência constitucio-
XXIX - a lei assegurará aos autores de inven- nal do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerroga-
tiva de função estabelecido exclusivamente pela Constitui-
tos industriais privilégio temporário para sua utiliza- ção estadual
ção, bem como proteção às criações industriais, à
STF: Súmula 603 - A competência para o processo e jul-
propriedade das marcas, aos nomes de empresas gamento de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal
e a outros signos distintivos, tendo em vista o inte- do Júri.
resse social e o desenvolvimento tecnológico e
Daniel Almeida
bergalmeida96@gmail.com XXXIX - não há crime sem lei anterior que o
econômico do País;
defina, nem pena sem prévia cominação legal;
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XXX - é garantido o direito de herança;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para be-
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros si- neficiar o réu;
tuados no País será regulada pela lei brasileira em
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem- crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigên-
pre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanên-
do "de cujus"; cia.

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a XLI - a lei punirá qualquer discriminação aten-
defesa do consumidor; tatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos XLII - a prática do racismo constitui crime ina-
públicos informações de seu interesse particular, fiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclu-
ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta- são, nos termos da lei;
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
à segurança da sociedade e do Estado; (Regula- tura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
mento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) afins, o terrorismo e os definidos como crimes he-
XXXIV - são a todos assegurados, indepen- diondos, por eles respondendo os mandantes, os
dentemente do pagamento de taxas: executores e os que, podendo evitá-los, se omiti-
rem; (Regulamento)
a) o direito de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri-
abuso de poder; tível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrá-
b) a obtenção de certidões em repartições pú-
tico;
blicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;

3
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do STF: Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por
condenado, podendo a obrigação de reparar o advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no in-
teresse do representado, ter acesso amplo aos elementos
contra eles executadas, até o limite do valor do pa- de prova que, já documentados em procedimento investi-
trimônio transferido; gatório realizado por órgão com competência de polícia ju-
diciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena
STF: Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigên-
e adotará, entre outras, as seguintes: cia de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
a) privação ou restrição da liberdade; para admissibilidade de recurso administrativo.
STF: Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigên-
b) perda de bens; cia de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
c) multa; ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário
d) prestação social alternativa;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as pro-
e) suspensão ou interdição de direitos; vas obtidas por meios ilícitos;
XLVII - não haverá penas: STJ: Não se aplica a Teoria da Árvore dos Frutos Envene-
nados quando a prova considerada como ilícita é indepen-
a) de morte, salvo em caso de guerra decla- dente dos demais elementos de convicção coligidos nos
rada, nos termos do art. 84, XIX; autos, bastantes para fundamentar a condenação.
b) de caráter perpétuo; LVII - ninguém será considerado culpado até o
c) de trabalhos forçados; trânsito em julgado de sentença penal condenató-
ria;
d) de banimento;
LVIII - o civilmente identificado não será sub-
e) cruéis; metido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
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XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci- previstas em lei; (Regulamento)
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mentos distintos, de acordo com a natureza do de- LIX - será admitida ação privada nos crimes de
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lito, a idade e o sexo do apenado; ação pública, se esta não for intentada no prazo le-
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à gal;
integridade física e moral; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
L - às presidiárias serão asseguradas condi- atos processuais quando a defesa da intimidade ou
ções para que possam permanecer com seus filhos o interesse social o exigirem;
durante o período de amamentação; LXI - ninguém será preso senão em flagrante
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o delito ou por ordem escrita e fundamentada de au-
naturalizado, em caso de crime comum, praticado toridade judiciária competente, salvo nos casos de
antes da naturalização, ou de comprovado envolvi- transgressão militar ou crime propriamente militar,
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas definidos em lei;
afins, na forma da lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local
LII - não será concedida extradição de estran- onde se encontre serão comunicados imediata-
geiro por crime político ou de opinião; mente ao juiz competente e à família do preso ou à
LIII - ninguém será processado nem sentenci- pessoa por ele indicada;
ado senão pela autoridade competente; LXIII - o preso será informado de seus direitos,
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
seus bens sem o devido processo legal; assegurada a assistência da família e de advo-
gado;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou ad-
ministrativo, e aos acusados em geral são assegu- LXIV - o preso tem direito à identificação dos
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios responsáveis por sua prisão ou por seu interroga-
e recursos a ela inerentes; tório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente rela-
xada pela autoridade judiciária;

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LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela participe, à moralidade administrativa, ao meio am-
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
com ou sem fiança; autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas ju-
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo diciais e do ônus da sucumbência;
a do responsável pelo inadimplemento voluntário e LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
inescusável de obrigação alimentícia e a do depo- integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
sitário infiel; cia de recursos;
STF: Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil do de- LXXV - o Estado indenizará o condenado por
positário infiel, qualquer que seja a modalidade de depó- erro judiciário, assim como o que ficar preso além
sito.
do tempo fixado na sentença;
STJ: Súmula 419 - Descabe a prisão civil do depositário
infiel. LXXVI - são gratuitos para os reconhecida-
mente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844,
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre
de 1989)
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomo- a) o registro civil de nascimento;
ção, por ilegalidade ou abuso de poder; b) a certidão de óbito;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança LXXVII - são gratuitas as ações de habeas cor-
para proteger direito líquido e certo, não amparado pus e habeas data, e, na forma da lei, os atos ne-
por habeas corpus ou habeas data, quando o res- cessários ao exercício da cidadania.(Regulamento)
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e adminis-
exercício de atribuições do Poder Público; trativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de
LXX - o mandado de segurança coletivo pode sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucio-
ser impetrado por: Daniel Almeida
nal nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
bergalmeida96@gmail.com
a) partido político com representação no Con- LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o di-
gresso Nacional; 768.507.063-49
reito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos
b) organização sindical, entidade de classe ou meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucio-
associação legalmente constituída e em funciona- nal nº 115, de 2022)
mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte- § 1º As normas definidoras dos direitos e ga-
resses de seus membros ou associados; rantias fundamentais têm aplicação imediata.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção § 2º Os direitos e garantias expressos nesta
sempre que a falta de norma regulamentadora Constituição não excluem outros decorrentes do re-
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades gime e dos princípios por ela adotados, ou dos tra-
constitucionais e das prerrogativas inerentes à na- tados internacionais em que a República Federa-
cionalidade, à soberania e à cidadania; tiva do Brasil seja parte.
LXXII - conceder-se-á habeas data: § 3º Os tratados e convenções internacionais
a) para assegurar o conhecimento de informa- sobre direitos humanos que forem aprovados, em
ções relativas à pessoa do impetrante, constantes cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
de registros ou bancos de dados de entidades go- por três quintos dos votos dos respectivos mem-
vernamentais ou de caráter público; bros, serão equivalentes às emendas constitucio-
nais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
STJ: Súmula 2 - Não cabe o habeas data (CF, art. 5º,
LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações por de 2004) (Atos aprovados na forma deste pará-
parte da autoridade administrativa. grafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009,
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018) (Vide
b) para a retificação de dados, quando não se
ADIN 3392)
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou ad-
ministrativo; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribu-
nal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
festado adesão.
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado

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CAPÍTULO II STF: Súmula 213 - É devido o adicional de serviço noturno,
ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.
DOS DIREITOS SOCIAIS
X - proteção do salário na forma da lei, consti-
tuindo crime sua retenção dolosa;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a sa-
úde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o trans- XI – participação nos lucros, ou resultados,
porte, o lazer, a segurança, a previdência social, a desvinculada da remuneração, e, excepcional-
proteção à maternidade e à infância, a assistência mente, participação na gestão da empresa, con-
aos desamparados, na forma desta Constituição. forme definido em lei;

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação XII - salário-família pago em razão do depen-
de vulnerabilidade social terá direito a uma renda dente do trabalhador de baixa renda nos termos da
básica familiar, garantida pelo poder público em lei;
programa permanente de transferência de renda, XIII - duração do trabalho normal não superior
cujas normas e requisitos de acesso serão determi- a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
nados em lei, observada a legislação fiscal e orça- facultada a compensação de horários e a redução
mentária (Incluído pela Emenda Constitucional nº da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
114, de 2021) de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urba- XIV - jornada de seis horas para o trabalho re-
nos e rurais, além de outros que visem à melhoria alizado em turnos ininterruptos de revezamento,
de sua condição social: salvo negociação coletiva;
I - relação de emprego protegida contra despe- XV - repouso semanal remunerado, preferen-
dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de cialmente aos domingos;
lei complementar, que preverá indenização com- XVI - remuneração do serviço extraordinário
pensatória, dentre outros direitos; superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
Daniel Almeida
normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
II - seguro-desemprego, em caso bergalmeida96@gmail.com
de desem-
prego involuntário; 768.507.063-49 XVII - gozo de férias anuais remuneradas com,
III - fundo de garantia do tempo de serviço; pelo menos, um terço a mais do que o salário nor-
mal;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacional-
mente unificado, capaz de atender a suas necessi- XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do em-
dades vitais básicas e às de sua família com mora- prego e do salário, com a duração de cento e vinte
dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuá- dias;
rio, higiene, transporte e previdência social, com re- STF: Os prazos da licença-gestante não poderão ser supe-
ajustes periódicos que lhe preservem o poder aqui- riores aos prazos da licença-adotante.
sitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer XIX - licença-paternidade, nos termos fixados
fim; em lei;
STF: Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o es-
tabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo
XX - proteção do mercado de trabalho da mu-
para as praças prestadoras de serviço militar inicial. lher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
V - piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto da lei;
em convenção ou acordo coletivo;
XXII - redução dos riscos inerentes ao traba-
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mí- lho, por meio de normas de saúde, higiene e segu-
nimo, para os que percebem remuneração variável; rança;
VIII - décimo terceiro salário com base na re- XXIII - adicional de remuneração para as ativi-
muneração integral ou no valor da aposentadoria; dades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
IX – remuneração do trabalho noturno superior da lei;
à do diurno; XXIV - aposentadoria;

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XXV - assistência gratuita aos filhos e depen- Art. 8º É livre a associação profissional ou
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de sindical, observado o seguinte:
idade em creches e pré-escolas;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
XXVI - reconhecimento das convenções e para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
acordos coletivos de trabalho; no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
XXVII - proteção em face da automação, na interferência e a intervenção na organização sindi-
forma da lei; cal;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a II - é vedada a criação de mais de uma organi-
cargo do empregador, sem excluir a indenização a zação sindical, em qualquer grau, representativa de
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou categoria profissional ou econômica, na mesma
culpa; base territorial, que será definida pelos trabalhado-
res ou empregadores interessados, não podendo
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes
ser inferior à área de um Município;
das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e ru- III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
rais, até o limite de dois anos após a extinção do interesses coletivos ou individuais da categoria, in-
contrato de trabalho; clusive em questões judiciais ou administrativas;
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda STF: O sindicato atua como substituto processual, não ha-
vendo necessidade de prévia autorização dos trabalhado-
Constitucional nº 28, de 2000) res.
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda
IV - a assembleia geral fixará a contribuição
Constitucional nº 28, de 2000)
que, em se tratando de categoria profissional, será
XXX - proibição de diferença de salários, de descontada em folha, para custeio do sistema con-
exercício de funções e de critério de admissão por federativo da representação sindical respectiva, in-
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; Daniel Almeida
dependentemente da contribuição prevista em lei;
bergalmeida96@gmail.com
XXXI - proibição de qualquer discriminação no V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a man-
tocante a salário e critérios de admissão do768.507.063-49
traba- ter-se filiado a sindicato;
lhador portador de deficiência;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos
XXXII - proibição de distinção entre trabalho nas negociações coletivas de trabalho;
manual, técnico e intelectual ou entre os profissio- VII - o aposentado filiado tem direito a votar e
nais respectivos; ser votado nas organizações sindicais;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, peri-
VIII - é vedada a dispensa do empregado sin-
goso ou insalubre a menores de dezoito e de qual- dicalizado a partir do registro da candidatura a
quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
cargo de direção ou representação sindical e, se
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalha- do mandato, salvo se cometer falta grave nos ter-
dor com vínculo empregatício permanente e o tra- mos da lei.
balhador avulso. STF: A garantia constitucional assegurada ao empregado
Parágrafo único. São assegurados à categoria enquanto no cumprimento de mandato sindical não se des-
tina a ele propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à
dos trabalhadores domésticos os direitos previstos representação sindical de que se investe, que deixa de
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, existir, entretanto, se extinta a empresa empregadora.
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
Parágrafo único. As disposições deste artigo
XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
lei e observada a simplificação do cumprimento das
colônias de pescadores, atendidas as condições
obrigações tributárias, principais e acessórias, de-
que a lei estabelecer.
correntes da relação de trabalho e suas peculiari-
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV Art. 9º É assegurado o direito de greve, com-
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência petindo aos trabalhadores decidir sobre a oportuni-
social. dade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.

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STF: Não constitui falta grave a entrada do empregado em § 1º Aos portugueses com residência perma-
greve, desde que não se trate de movimento condenado nente no País, se houver reciprocidade em favor de
pela Justiça do Trabalho e desde que o comportamento
seja pacífico no pertinente brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constitui-
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades es- ção.
senciais e disporá sobre o atendimento das neces-
sidades inadiáveis da comunidade. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção en-
tre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos ca-
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os respon- sos previstos nesta Constituição.
sáveis às penas da lei.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
Art. 10. É assegurada a participação dos tra-
I - de Presidente e Vice-Presidente da Repú-
balhadores e empregadores nos colegiados dos ór-
blica;
gãos públicos em que seus interesses profissionais
ou previdenciários sejam objeto de discussão e de- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
liberação. III - de Presidente do Senado Federal;
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
empregados, é assegurada a eleição de um repre- V - da carreira diplomática;
sentante destes com a finalidade exclusiva de pro-
mover-lhes o entendimento direto com os empre- VI - de oficial das Forças Armadas.
gadores. VII - de Ministro de Estado da Defesa.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade
do brasileiro que:
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE I - tiver cancelada sua naturalização, por sen-
Daniel Almeidajudicial, em virtude de atividade nociva ao in-
tença
teresse nacional;
Art. 12. São brasileiros: bergalmeida96@gmail.com
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos ca-
768.507.063-49
I - natos: sos:
a) os nascidos na República Federativa do a) de reconhecimento de nacionalidade origi-
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que nária pela lei estrangeira;
estes não estejam a serviço de seu país;
b) de imposição de naturalização, pela norma
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro estrangeira, ao brasileiro residente em estado es-
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja trangeiro, como condição para permanência em
a serviço da República Federativa do Brasil; seu território ou para o exercício de direitos civis;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma ofi-
ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
cial da República Federativa do Brasil.
em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, § 1º São símbolos da República Federativa do
em qualquer tempo, depois de atingida a maiori- Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacio-
dade, pela nacionalidade brasileira; nais.
II - naturalizados: § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios poderão ter símbolos próprios.
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacio-
nalidade brasileira, exigidas aos originários de paí-
ses de língua portuguesa apenas residência por um CAPÍTULO IV
ano ininterrupto e idoneidade moral;
DOS DIREITOS POLÍTICOS
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condena- Art. 14. A soberania popular será exercida
ção penal, desde que requeiram a nacionalidade pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
brasileira.

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com valor igual para todos, e, nos termos da lei, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição
mediante: do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
I - plebiscito; ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou
II - referendo; Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
III - iniciativa popular. quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
eletivo e candidato à reeleição.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito
STF: Súmula vinculante 18 - A dissolução da sociedade
anos; ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição
II - facultativos para:
Federal
a) os analfabetos;
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
b) os maiores de setenta anos; seguintes condições:
c) os maiores de dezesseis e menores de de- I - se contar menos de dez anos de serviço,
zoito anos. deverá afastar-se da atividade;
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os II - se contar mais de dez anos de serviço, será
estrangeiros e, durante o período do serviço militar agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas-
obrigatório, os conscritos. sará automaticamente, no ato da diplomação, para
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma a inatividade.
da lei: § 9º Lei complementar estabelecerá outros ca-
I - a nacionalidade brasileira; sos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação,
a fim de proteger a probidade administrativa, a mo-
II - o pleno exercício dos direitos políticos; ralidade para exercício de mandato considerada
Daniel Almeida
III - o alistamento eleitoral; vida pregressa do candidato, e a normalidade e le-
bergalmeida96@gmail.com
gitimidade das eleições contra a influência do poder
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
768.507.063-49
econômico ou o abuso do exercício de função,
V - a filiação partidária; Regulamento cargo ou emprego na administração direta ou indi-
VI - a idade mínima de: reta.
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado
Presidente da República e Senador; ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com pro-
b) trinta anos para Governador e Vice-Gover-
vas de abuso do poder econômico, corrupção ou
nador de Estado e do Distrito Federal;
fraude.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
§ 11. A ação de impugnação de mandato tra-
putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
mitará em segredo de justiça, respondendo o autor,
e juiz de paz;
na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-
d) dezoito anos para Vereador. fé.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfa- § 12. Serão realizadas concomitantemente às
betos. eleições municipais as consultas populares sobre
§ 5º O Presidente da República, os Governa- questões locais aprovadas pelas Câmaras Munici-
dores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos pais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (no-
e quem os houver sucedido, ou substituído no venta) dias antes da data das eleições, observados
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um os limites operacionais relativos ao número de que-
único período subsequente. sitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111,
de 2021)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Pre-
sidente da República, os Governadores de Estado § 13. As manifestações favoráveis e contrárias
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renun- às questões submetidas às consultas populares
ciar aos respectivos mandatos até seis meses an- nos termos do § 12 ocorrerão durante as campa-
tes do pleito. nhas eleitorais, sem a utilização de propaganda

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gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
Emenda Constitucional nº 111, de 2021) natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea-
Art. 15. É vedada a cassação de direitos po-
ções para cargo em comissão declarado em lei de
líticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca- livre nomeação e exoneração;
sos de:
STF: Súmula 683 - O limite de idade para a inscrição em
I - cancelamento da naturalização por sen- concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
tença transitada em julgado; CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribui-
ções do cargo a ser preenchido.
II - incapacidade civil absoluta;
STF: Súmula 684 - É inconstitucional o veto não motivado
III - condenação criminal transitada em julgado, à participação de candidato a concurso público.
enquanto durarem seus efeitos; STF: Súmula 685 - É inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
IV - recusa de cumprir obrigação a todos im- aprovação em concurso público destinado ao seu provi-
posta ou prestação alternativa, nos termos do art. mento, em cargo que não integra a carreira na qual anteri-
5º, VIII; ormente investido.
STF: Súmula 686 - Só por lei se pode sujeitar a exame
V - improbidade administrativa, nos termos do psicotécnico a habilitação de candidato a concurso público.
art. 37, § 4º.
III - o prazo de validade do concurso público
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
entrará em vigor na data de sua publicação, não se igual período;
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
IV - durante o prazo improrrogável previsto no
de sua vigência.
edital de convocação, aquele aprovado em con-
STJ: Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos po- curso público de provas ou de provas e títulos será
liciais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
convocado com prioridade sobre novos concursa-
STJ: Súmula 280 - O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661,Daniel
de Almeida
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado
bergalmeida96@gmail.com
pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal STF: Os candidatos aprovados em concurso público têm
de 1988. 768.507.063-49
direito subjetivo à nomeação para a posse que vier a ser
dada nos cargos vagos existentes ou nos que vierem a va-
STJ: Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a inde-
gar no prazo de validade do concurso. A recusa da Admi-
nização pela publicação não autorizada da imagem de pes-
nistração Pública em prover cargos vagos, quando existen-
soa com fins econômicos ou comerciais.
tes candidatos aprovados em concurso público, deve ser
motivada, e esta motivação é suscetível de apreciação pelo
Poder Judiciário
CAPÍTULO VII
V - as funções de confiança, exercidas exclusi-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA vamente por servidores ocupantes de cargo efe-
tivo, e os cargos em comissão, a serem preenchi-
SEÇÃO I dos por servidores de carreira nos casos, condi-
DISPOSIÇÕES GERAIS ções e percentuais mínimos previstos em lei, desti-
nam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;
Art. 37. A administração pública direta e indi-
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta- STF: Súmula vinculante 13 - A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afi-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios obede- nidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nome-
cerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, ante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exer-
cício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
seguinte:
função gratificada na administração pública direta e indireta
I - os cargos, empregos e funções públicas são em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste me-
acessíveis aos brasileiros que preencham os requi- diante designações recíprocas, viola a Constituição Fede-
sitos estabelecidos em lei, assim como aos estran- ral.
geiros, na forma da lei;
VI - é garantido ao servidor público civil o di-
II - a investidura em cargo ou emprego público reito à livre associação sindical;
depende de aprovação prévia em concurso público

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VII - o direito de greve será exercido nos ter- XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
mos e nos limites definidos em lei específica; quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, remuneração de pessoal do serviço público;
de 1998) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e de 1998)
empregos públicos para as pessoas portadoras de XIV - os acréscimos pecuniários percebidos
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; por servidor público não serão computados nem
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação acumulados para fins de concessão de acréscimos
por tempo determinado para atender a necessi- ulteriores; (Redação dada pela Emenda
dade temporária de excepcional interesse público; Constitucional nº 19, de 1998)
(Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020) XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupan-
X - a remuneração dos servidores públicos e o tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente po- ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
derão ser fixados ou alterados por lei específica, artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
observada a iniciativa privativa em cada caso, as- 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
segurada revisão geral anual, sempre na mesma nº 19, de 1998)
data e sem distinção de índices; (Redação dada XVI - é vedada a acumulação remunerada de
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) cargos públicos, exceto, quando houver compatibi-
(Regulamento) lidade de horários, observado em qualquer caso o
STF: Súmula 679 - A fixação de vencimentos dos servido- disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda
res públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. Constitucional nº 19, de 1998)
STF: Súmula 681 - É inconstitucional a vinculação de ven- a) a de dois cargos de professor; (Redação
cimentos de servidores estaduais e municipais a índices fe- dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
derais de correção monetária.
Daniel Almeida
b) a de um cargo de professor com outro téc-
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes
bergalmeida96@gmail.com
nico ou científico; (Redação dada pela Emenda
de cargos, funções e empregos públicos da768.507.063-49
admi-
Constitucional nº 19, de 1998)
nistração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos c) a de dois cargos ou empregos privativos de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos profissionais de saúde, com profissões regulamen-
detentores de mandato eletivo e dos demais agen- tadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional
tes políticos e os proventos, pensões ou outra es- nº 34, de 2001)
pécie remuneratória, percebidos cumulativamente XVII - a proibição de acumular estende-se a
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de empregos e funções e abrange autarquias, funda-
qualquer outra natureza, não poderão exceder o ções, empresas públicas, sociedades de economia
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su- mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
premo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, direta ou indiretamente, pelo poder público;
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go- de 1998)
vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do XVIII - a administração fazendária e seus ser-
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargado- vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa intei- petência e jurisdição, precedência sobre os demais
ros e vinte e cinco centésimos por cento do subsí- setores administrativos, na forma da lei;
dio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo XIX – somente por lei específica poderá ser cri-
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, ada autarquia e autorizada a instituição de empresa
aplicável este limite aos membros do Ministério Pú- pública, de sociedade de economia mista e de fun-
blico, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; dação, cabendo à lei complementar, neste último
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Le- caso, definir as áreas de sua atuação; (Re-
gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser su- dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
periores aos pagos pelo Poder Executivo; 1998)

11
XX - depende de autorização legislativa, em III - a disciplina da representação contra o
cada caso, a criação de subsidiárias das entidades exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego
mencionadas no inciso anterior, assim como a par- ou função na administração pública. (Incluído pela
ticipação de qualquer delas em empresa privada; Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na § 4º - Os atos de improbidade administrativa
legislação, as obras, serviços, compras e aliena- importarão a suspensão dos direitos políticos, a
ções serão contratados mediante processo de lici- perda da função pública, a indisponibilidade dos
tação pública que assegure igualdade de condi- bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gra-
ções a todos os concorrentes, com cláusulas que dação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas cabível.
as condições efetivas da proposta, nos termos da § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
lei, o qual somente permitirá as exigências de qua- para ilícitos praticados por qualquer agente, servi-
lificação técnica e econômica indispensáveis à ga- dor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressal-
rantia do cumprimento das obrigações. (Regula- vadas as respectivas ações de ressarcimento.
mento)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e
XXII - as administrações tributárias da União, as de direito privado prestadoras de serviços públi-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cos responderão pelos danos que seus agentes,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
exercidas por servidores de carreiras específicas, rado o direito de regresso contra o responsável nos
terão recursos prioritários para a realização de casos de dolo ou culpa.
suas atividades e atuarão de forma integrada, in-
clusive com o compartilhamento de cadastros e de § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. trições ao ocupante de cargo ou emprego da admi-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de nistração direta e indireta que possibilite o acesso
19.12.2003) Daniel a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda
Almeida
Constitucional nº 19, de 1998)
bergalmeida96@gmail.com
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
768.507.063-49
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e fi-
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação nanceira dos órgãos e entidades da administração
social, dela não podendo constar nomes, símbolos direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de trato, a ser firmado entre seus administradores e o
autoridades ou servidores públicos. poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade,
§ 2º A não observância do disposto nos incisos cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
II e III implicará a nulidade do ato e a punição da Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento) (Vi-
autoridade responsável, nos termos da lei. gência)
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação I - o prazo de duração do contrato; (Incluído
do usuário na administração pública direta e indi- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
reta, regulando especialmente: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - os controles e critérios de avaliação de de-
sempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
I - as reclamações relativas à prestação dos dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucio-
serviços públicos em geral, asseguradas a manu- nal nº 19, de 1998)
tenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela
dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
nº 19, de 1998) § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às em-
II - o acesso dos usuários a registros adminis- presas públicas e às sociedades de economia
trativos e a informações sobre atos de governo, ob- mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos
servado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Municípios para pagamento de despesas de pes-
Lei nº 12.527, de 2011) soal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

12
§ 10. É vedada a percepção simultânea de pro- § 16. Os órgãos e entidades da administração
ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou pública, individual ou conjuntamente, devem reali-
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, zar avaliação das políticas públicas, inclusive com
emprego ou função pública, ressalvados os cargos divulgação do objeto a ser avaliado e dos resulta-
acumuláveis na forma desta Constituição, os car- dos alcançados, na forma da lei. (Incluído pela
gos eletivos e os cargos em comissão declarados Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) CAPÍTULO V
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos DA DEFESA DO ESTADO E DAS ONSTI-
limites remuneratórios de que trata o inciso XI do TUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
caput deste artigo, as parcelas de caráter indeniza-
tório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Cons- CAPÍTULO I
titucional nº 47, de 2005)
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do
DE SÍTIO
caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ- SEÇÃO I
nica, como limite único, o subsídio mensal dos De- DO ESTADO DE DEFESA
sembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési- Art. 136. O Presidente da República pode,
mos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o dis-
Defesa Nacional, decretar estado de defesa para
posto neste parágrafo aos subsídios dos Deputa-
preservar ou prontamente restabelecer, em locais
Daniel Almeida
dos Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz
bergalmeida96@gmail.com
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
social ameaçadas por grave e iminente instabili-
2005) 768.507.063-49
dade institucional ou atingidas por calamidades de
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo grandes proporções na natureza.
poderá ser readaptado para exercício de cargo cu-
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa
jas atribuições e responsabilidades sejam compatí-
determinará o tempo de sua duração, especificará
veis com a limitação que tenha sofrido em sua ca-
as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos
pacidade física ou mental, enquanto permanecer
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem,
nesta condição, desde que possua a habilitação e
dentre as seguintes:
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de
destino, mantida a remuneração do cargo de ori- I - restrições aos direitos de:
gem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, a) reunião, ainda que exercida no seio das as-
de 2019) sociações;
§ 14. A aposentadoria concedida com a utiliza- b) sigilo de correspondência;
ção de tempo de contribuição decorrente de cargo,
emprego ou função pública, inclusive do Regime c) sigilo de comunicação telegráfica e telefô-
Geral de Previdência Social, acarretará o rompi- nica;
mento do vínculo que gerou o referido tempo de II - ocupação e uso temporário de bens e ser-
contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional viços públicos, na hipótese de calamidade pública,
nº 103, de 2019) respondendo a União pelos danos e custos decor-
§ 15. É vedada a complementação de aposen- rentes.
tadorias de servidores públicos e de pensões por § 2º O tempo de duração do estado de defesa
morte a seus dependentes que não seja decorrente não será superior a trinta dias, podendo ser prorro-
do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não gado uma vez, por igual período, se persistirem as
seja prevista em lei que extinga regime próprio de razões que justificaram a sua decretação.
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitu- § 3º Na vigência do estado de defesa:
cional nº 103, de 2019)

13
I - a prisão por crime contra o Estado, determi- execução e as garantias constitucionais que ficarão
nada pelo executor da medida, será por este comu- suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
nicada imediatamente ao juiz competente, que a re- República designará o executor das medidas espe-
laxará, se não for legal, facultado ao preso requerer cíficas e as áreas abrangidas.
exame de corpo de delito à autoridade policial; § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I,
II - a comunicação será acompanhada de de- não poderá ser decretado por mais de trinta dias,
claração, pela autoridade, do estado físico e mental nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior;
do detido no momento de sua autuação; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada
não poderá ser superior a dez dias, salvo quando estrangeira.
autorizada pelo Poder Judiciário; § 2º - Solicitada autorização para decretar o es-
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. tado de sítio durante o recesso parlamentar, o Pre-
sidente do Senado Federal, de imediato, convocará
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua pror- extraordinariamente o Congresso Nacional para se
rogação, o Presidente da República, dentro de reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
vinte e quatro horas, submeterá o ato com a res-
pectiva justificação ao Congresso Nacional, que § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em
decidirá por maioria absoluta. funcionamento até o término das medidas coerciti-
vas.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em re-
cesso, será convocado, extraordinariamente, no Art. 139. Na vigência do estado de sítio de-
prazo de cinco dias. cretado com fundamento no art. 137, I, só poderão
ser tomadas contra as pessoas as seguintes medi-
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto
das:
dentro de dez dias contados de seu recebimento,
devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
Daniel I - obrigação de permanência em localidade
Almeida
estado de defesa. determinada;
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§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente II - detenção em edifício não destinado a acu-
768.507.063-49
o estado de defesa. sados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da cor-
respondência, ao sigilo das comunicações, à pres-
SEÇÃO II tação de informações e à liberdade de imprensa,
DO ESTADO DE SÍTIO radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
Art. 137. O Presidente da República pode, V - busca e apreensão em domicílio;
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional VI - intervenção nas empresas de serviços pú-
autorização para decretar o estado de sítio nos ca- blicos;
sos de: VII - requisição de bens.
I - comoção grave de repercussão nacional ou Parágrafo único. Não se inclui nas restrições
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de do inciso III a difusão de pronunciamentos de par-
medida tomada durante o estado de defesa; lamentares efetuados em suas Casas Legislativas,
II - declaração de estado de guerra ou resposta desde que liberada pela respectiva Mesa.
a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, CAPÍTULO III
ao solicitar autorização para decretar o estado de
DISPOSIÇÕES GERAIS
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos deter-
minantes do pedido, devendo o Congresso Nacio-
nal decidir por maioria absoluta. Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ou-
vidos os líderes partidários, designará Comissão
Art. 138. O decreto do estado de sítio indi-
composta de cinco de seus membros para
cará sua duração, as normas necessárias a sua

14
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entor-
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. pecentes e drogas afins, o contrabando e o desca-
minho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o
órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
estado de sítio, cessarão também seus efeitos, tência;
sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos co-
metidos por seus executores ou agentes. III - exercer as funções de polícia marítima, ae-
roportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da IV - exercer, com exclusividade, as funções de
República, em mensagem ao Congresso Nacional, polícia judiciária da União.
com especificação e justificação das providências § 2º A polícia rodoviária federal, órgão perma-
adotadas, com relação nominal dos atingidos e in- nente, organizado e mantido pela União e estrutu-
dicação das restrições aplicadas. rado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao pa-
trulhamento ostensivo das rodovias federais. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
CAPÍTULO III 1998)
DA SEGURANÇA PÚBLICA § 3º A polícia ferroviária federal, órgão perma-
nente, organizado e mantido pela União e estrutu-
Art. 144. A segurança pública, dever do Es- rado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao pa-
tado, direito e responsabilidade de todos, é exer- trulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Re-
cida para a preservação da ordem pública e da in- dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
columidade das pessoas e do patrimônio, através 1998)
dos seguintes órgãos: § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados
Daniel Almeida
de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
I - polícia federal; bergalmeida96@gmail.com
competência da União, as funções de polícia judi-
II - polícia rodoviária federal; 768.507.063-49
ciária e a apuração de infrações penais, exceto as
III - polícia ferroviária federal; militares.
IV - polícias civis; § 5º Às polícias militares cabem a polícia os-
V - polícias militares e corpos de bombeiros mi- tensiva e a preservação da ordem pública; aos cor-
litares. pos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades
VI - polícias penais federal, estaduais e distri- de defesa civil.
tal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
STF: A polícia militar, embora não seja polícia judiciária,
104, de 2019) pode realizar flagrantes ou participar da busca e apreensão
STF: A atividade de policiamento naval é uma atividade se- determinada por ordem judicial
cundária da Marinha de Guerra, possuindo caráter mera-
mente administrativo. Não se pode atribuir a essa função
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão
natureza militar, apesar de ser desempenhada pela Mari- administrador do sistema penal da unidade federa-
nha de Guerra. tiva a que pertencem, cabe a segurança dos esta-
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como ór- belecimentos penais. (Redação dada pela Emenda
gão permanente, organizado e mantido pela União Constitucional nº 104, de 2019)
e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação § 6º As polícias militares e os corpos de bom-
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) beiros militares, forças auxiliares e reserva do Exér-
I - apurar infrações penais contra a ordem po- cito subordinam-se, juntamente com as polícias ci-
lítica e social ou em detrimento de bens, serviços e vis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
interesses da União ou de suas entidades autárqui- Governadores dos Estados, do Distrito Federal e
cas e empresas públicas, assim como outras infra- dos Territórios. (Redação dada pela Emenda
ções cuja prática tenha repercussão interestadual Constitucional nº 104, de 2019)
ou internacional e exija repressão uniforme, se- § 7º A lei disciplinará a organização e o funcio-
gundo se dispuser em lei; namento dos órgãos responsáveis pela segurança

15
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
atividades. (Vide Lei nº 13.675, de 2018) Vigên-
cia
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a
lei. (Vide Lei nº 13.022, de 2014)
STF: Guardas Municipais podem exercer poder de polícia
de trânsito, aplicando sanções administrativas - multas -
aos infratores.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais in-


tegrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39.
§ 10. A segurança viária, exercida para a pre-
servação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fis-
calização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o di-
reito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito,Daniel Almeida
estruturados em Carreira, na forma da lei.
bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49

16
ao crime consumado, diminuída de um a dois ter-
ços.
Desistência voluntária e arrependimento
eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, de-
siste de prosseguir na execução ou impede que o
TÍTULO II resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.
DO CRIME
Arrependimento posterior

Relação de causalidade Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência


ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
Art. 13 - O resultado, de que depende a exis- restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
tência do crime, somente é imputável a quem lhe ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão será reduzida de um a dois terços.
sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Crime impossível
Superveniência de causa independente
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
§ 1º - A superveniência de causa relativamente
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impro-
independente exclui a imputação quando, por si só,
priedade do objeto, é impossível consumar-se o
produziu o resultado; os fatos anteriores,Daniel
entre- Almeida
crime.
tanto, imputam-se a quem os praticou.
bergalmeida96@gmail.com
STF: Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do
Relevância da omissão 768.507.063-49
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por mo-
quando o omitente devia e podia agir para evitar o nitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
resultado. O dever de agir incumbe a quem impossível a configuração do crime de furto
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
Art. 18 - Diz-se o crime:
ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade Crime doloso
de impedir o resultado; I - doloso, quando o agente quis o resultado ou
c) com seu comportamento anterior, criou o assumiu o risco de produzi-lo;
risco da ocorrência do resultado. Crime culposo
Art. 14 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao re-
sultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Crime consumado
Parágrafo único - Salvo os casos expressos
I - consumado, quando nele se reúnem todos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
os elementos de sua definição legal; como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Tentativa Agravação pelo resultado
II - tentado, quando, iniciada a execução, não
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especial-
se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente. mente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrá-
rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente

17
Erro sobre elementos do tipo Excesso punível
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo Parágrafo único - O agente, em qualquer das
do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
punição por crime culposo, se previsto em lei. doloso ou culposo.
Descriminantes putativas Estado de necessidade
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plena- Art. 24 - Considera-se em estado de necessi-
mente justificado pelas circunstâncias, supõe situ- dade quem pratica o fato para salvar de perigo
ação de fato que, se existisse, tornaria a ação legí- atual, que não provocou por sua vontade, nem po-
tima. Não há isenção de pena quando o erro deriva dia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
de culpa e o fato é punível como crime culposo. cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
Erro determinado por terceiro exigir-se.

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que de- § 1º - Não pode alegar estado de necessidade
termina o erro. quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

Erro sobre a pessoa § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifí-


cio do direito ameaçado, a pena poderá ser redu-
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o zida de um a dois terços.
crime é praticado não isenta de pena. Não se con-
sideram, neste caso, as condições ou qualidades Legítima defesa
da vítima, senão as da pessoa contra quem o Art. 25 - Entende-se em legítima defesa
agente queria praticar o crime. quem, usando moderadamente dos meios neces-
Erro sobre a ilicitude do fato sários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a
direito seu ou de outrem.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescu-
Daniel Almeida
sável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, Parágrafo único. Observados os requisitos pre-
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de vistos no caput deste artigo, considera-se também
bergalmeida96@gmail.com
um sexto a um terço. em legítima defesa o agente de segurança pública
768.507.063-49
que repele agressão ou risco de agressão a vítima
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro mantida refém durante a prática de crimes.
se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas cir-
cunstâncias, ter ou atingir essa consciência. TÍTULO V
Coação irresistível e obediência hierár- DAS PENAS
quica
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação ir- CAPÍTULO I
resistível ou em estrita obediência a ordem, não DAS ESPÉCIES DE PENA
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só
é punível o autor da coação ou da ordem.
Art. 32 - As penas são:
Exclusão de ilicitude
I - privativas de liberdade;
Art. 23 - Não há crime quando o agente pra-
II - restritivas de direitos;
tica o fato:
III - de multa.
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
SEÇÃO I
III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito. DAS PENAS PRIVATIVAS DE
LIBERDADES

18
Reclusão e detenção ocupações anteriores do condenado, desde que
compatíveis com a execução da pena.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cum-
prida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A § 3º - O trabalho externo é admissível, no re-
de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, gime fechado, em serviços ou obras públicas.
salvo necessidade de transferência a regime fe- Regras do regime semi-aberto
chado.
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste
§ 1º - Considera-se: Código, caput, ao condenado que inicie o cumpri-
a) regime fechado a execução da pena em es- mento da pena em regime semi-aberto.
tabelecimento de segurança máxima ou média; § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em
b) regime semi-aberto a execução da pena em comum durante o período diurno, em colônia agrí-
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento si- cola, industrial ou estabelecimento similar.
milar; § 2º - O trabalho externo é admissível, bem
c) regime aberto a execução da pena em casa como a frequência a cursos supletivos profissiona-
de albergado ou estabelecimento adequado. lizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão STJ: Súmula 520 - O benefício de saída temporária no âm-
ser executadas em forma progressiva, segundo o bito da execução penal é ato jurisdicional insuscetível de
delegação à autoridade administrativa do estabelecimento
mérito do condenado, observados os seguintes cri- prisional.
térios e ressalvadas as hipóteses de transferência
a regime mais rigoroso: Regras do regime aberto

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos Art. 36 - O regime aberto baseia-se na auto-
deverá começar a cumpri-la em regime fechado; disciplina e senso de responsabilidade do conde-
nado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja Almeida
Daniel
superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),
bergalmeida96@gmail.com § 1º - O condenado deverá, fora do estabeleci-
poderá, desde o princípio, cumpri-la em 768.507.063-49
regime mento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso
semi-aberto; ou exercer outra atividade autorizada, permane-
cendo recolhido durante o período noturno e nos
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja
dias de folga.
igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o
início, cumpri-la em regime aberto. § 2º - O condenado será transferido do regime
aberto, se praticar fato definido como crime doloso,
§ 3º - A determinação do regime inicial de cum-
se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não
primento da pena far-se-á com observância dos cri-
pagar a multa cumulativamente aplicada.
térios previstos no art. 59 deste Código.
TJ: Súmula 493 - É inadmissível a fixação de pena substi-
§ 4o O condenado por crime contra a adminis- tutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime
tração pública terá a progressão de regime do cum- aberto.
primento da pena condicionada à reparação do
Regime especial
dano que causou, ou à devolução do produto do ilí-
cito praticado, com os acréscimos legais. Art. 37 - As mulheres cumprem pena em es-
Regras do regime fechado tabelecimento próprio, observando-se os deveres e
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem
Art. 34 - O condenado será submetido, no iní- como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
cio do cumprimento da pena, a exame criminoló-
Direitos do preso
gico de classificação para individualização da exe-
cução. Art. 38 - O preso conserva todos os direitos
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se
período diurno e a isolamento durante o repouso a todas as autoridades o respeito à sua integridade
noturno. física e moral.
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do es-
tabelecimento, na conformidade das aptidões ou

19
Trabalho do preso III – a culpabilidade, os antecedentes, a con-
duta social e a personalidade do condenado, bem
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre re-
como os motivos e as circunstâncias indicarem que
munerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da essa substituição seja suficiente.
Previdência Social.
§ 1o (VETADO)
Legislação especial
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano,
Art. 40 - A legislação especial regulará a ma- a substituição pode ser feita por multa ou por uma
téria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a
como especificará os deveres e direitos do preso, pena privativa de liberdade pode ser substituída por
os critérios para revogação e transferência dos re- uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
gimes e estabelecerá as infrações disciplinares e restritivas de direitos.
correspondentes sanções.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz po-
Superveniência de doença mental derá aplicar a substituição, desde que, em face de
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém do- condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha ope-
ença mental deve ser recolhido a hospital de cus-
rado em virtude da prática do mesmo crime.
tódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro
estabelecimento adequado. § 4o A pena restritiva de direitos converte-se
em privativa de liberdade quando ocorrer o des-
Detração
cumprimento injustificado da restrição imposta. No
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de cálculo da pena privativa de liberdade a executar
liberdade e na medida de segurança, o tempo de será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias
prisão administrativa e o de internação em qualquer de detenção ou reclusão.
dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
Daniel Almeida§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa
bergalmeida96@gmail.com
de liberdade, por outro crime, o juiz da execução
768.507.063-49
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar
SEÇÃO II
de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
a pena substitutiva anterior.

Penas restritivas de direitos Conversão das penas restritivas de direitos

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: Art. 45. Na aplicação da substituição prevista
no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e
I - prestação pecuniária; dos arts. 46, 47 e 48.
II - perda de bens e valores; § 1o A prestação pecuniária consiste no paga-
III - limitação de fim de semana. mento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou
a entidade pública ou privada com destinação so-
IV - prestação de serviço à comunidade ou a
cial, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1
entidades públicas;
(um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos
V - interdição temporária de direitos; e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
VI - limitação de fim de semana. deduzido do montante de eventual condenação em
ação de reparação civil, se coincidentes os benefi-
Art. 44. As penas restritivas de direitos são ciários.
autônomas e substituem as privativas de liberdade,
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver
quando:
aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária
I – aplicada pena privativa de liberdade não su- pode consistir em prestação de outra natureza.
perior a quatro anos e o crime não for cometido com
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer
aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação
que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacio-
II – o réu não for reincidente em crime doloso; nal, e seu valor terá como teto – o que for maior –
o montante do prejuízo causado ou do provento

20
obtido pelo agente ou por terceiro, em consequên- Parágrafo único - Durante a permanência po-
cia da prática do crime. derão ser ministrados ao condenado cursos e pa-
§ 4o (VETADO) lestras ou atribuídas atividades educativas.

Prestação de serviços à comunidade ou a


entidades públicas SEÇÃO III
Art. 46. A prestação de serviços à comuni- DA PENA DE MULTA
dade ou a entidades públicas é aplicável às conde-
nações superiores a seis meses de privação da li- Multa
berdade.
Art. 49 - A pena de multa consiste no paga-
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou mento ao fundo penitenciário da quantia fixada na
a entidades públicas consiste na atribuição de tare- sentença e calculada em dias-multa. Será, no mí-
fas gratuitas ao condenado. nimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar- e sessenta) dias-multa.
se-á em entidades assistenciais, hospitais, esco- § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz
las, orfanatos e outros estabelecimentos congêne- não podendo ser inferior a um trigésimo do maior
res, em programas comunitários ou estatais. salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato,
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
atribuídas conforme as aptidões do condenado, de- § 2º - O valor da multa será atualizado, quando
vendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa da execução, pelos índices de correção monetária.
por dia de condenação, fixadas de modo a não pre-
STJ: Súmula 171 - Cominadas cumulativamente, em lei
judicar a jornada normal de trabalho.
especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é de-
§ 4o Se a pena substituída for superior a um feso a substituição da prisão por multa
ano, é facultado ao condenado cumprir a Daniel
pena AlmeidaPagamento da multa
substitutiva em menor tempo (art. 55),bergalmeida96@gmail.com
nunca infe-
rior à metade da pena privativa de liberdade768.507.063-49
fixada. Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10
(dez) dias depois de transitada em julgado a sen-
Interdição temporária de direitos
tença. A requerimento do condenado e conforme
Art. 47 - As penas de interdição temporária as circunstâncias, o juiz pode permitir que o paga-
de direitos são: mento se realize em parcelas mensais.
I - proibição do exercício de cargo, função ou § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se me-
atividade pública, bem como de mandato eletivo; diante desconto no vencimento ou salário do con-
denado quando:
II - proibição do exercício de profissão, ativi-
dade ou ofício que dependam de habilitação espe- a) aplicada isoladamente;
cial, de licença ou autorização do poder público; b) aplicada cumulativamente com pena restri-
III - suspensão de autorização ou de habilita- tiva de direitos;
ção para dirigir veículo. c) concedida a suspensão condicional da
IV – proibição de frequentar determinados lu- pena.
gares. § 2º - O desconto não deve incidir sobre os re-
V - proibição de inscrever-se em concurso, cursos indispensáveis ao sustento do condenado e
avaliação ou exame públicos. de sua família.
Limitação de fim de semana Conversão da Multa e revogação

Art. 48 - A limitação de fim de semana con- Art. 51. Transitada em julgado a sentença
siste na obrigação de permanecer, aos sábados e condenatória, a multa será executada perante o juiz
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de da execução penal e será considerada dívida de
albergado ou outro estabelecimento adequado. valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa
da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às
causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

21
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de Feminicídio
1º.4.1996) VI - contra a mulher por razões da condição de
§ 2º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de sexo feminino:
1º.4.1996) VII – contra autoridade ou agente descrito nos
Suspensão da execução da multa arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de
rança Pública, no exercício da função ou em decor-
multa, se sobrevém ao condenado doença mental. rência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição:
VIII - com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido:
Homicídio contra menor de 14 (quatorze)
anos. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigên-
TITULO I
cia
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (In-
cluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
CAPITULO I
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
§ 2o-A Considera-se que há razões de condi-
ção de sexo feminino quando o crime envolve:
Homicídio simples
I - violência doméstica e familiar;
Art. 121. Matar alguém:
II - menosprezo ou discriminação à condição
Daniel Almeida
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. de mulher.
bergalmeida96@gmail.com
Caso de diminuição de pena § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de
768.507.063-49
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por 14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela
motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
domínio de violenta emoção, logo em seguida a in- I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é
justa provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pessoa com deficiência ou com doença que impli-
pena de um sexto a um terço. que o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído
Homicídio qualificado pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência

§ 2° Se o homicídio é cometido: II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente,


padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, compa-
I - mediante paga ou promessa de recom- nheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
pensa, ou por outro motivo torpe; vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade
II - por motivo fútil; sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vi-
gência
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou Homicídio culposo
de que possa resultar perigo comum; § 3º Se o homicídio é culposo:
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dis- Pena - detenção, de um a três anos.
simulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossivel a defesa do ofendido; Aumento de pena

V - para assegurar a execução, a ocultação, a § 4o No homicídio culposo, a pena é aumen-


impunidade ou vantagem de outro crime: tada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inob-
servância de regra técnica de profissão, arte ou ofí-
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. cio, ou se o agente deixa de prestar imediato so-
corro à vítima, não procura diminuir as consequên-
cias do seu ato, ou foge para evitar prisão em

22
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é au- § 2º Se o suicídio se consuma ou se da auto-
mentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado mutilação resulta morte: (Incluído pela Lei nº
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 13.968, de 2019)
60 (sessenta) anos. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (In-
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
poderá deixar de aplicar a pena, se as consequên- § 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº
cias da infração atingirem o próprio agente de 13.968, de 2019)
forma tão grave que a sanção penal se torne des-
necessária. I - se o crime é praticado por motivo egoístico,
torpe ou fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
STJ: Súmula 18 - A sentença concessiva do perdão judi-
cial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsis- II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
tindo qualquer efeito condenatório. qualquer causa, a capacidade de resistência. (In-
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
a metade se o crime for praticado por milícia pri- § 4º A pena é aumentada até o dobro se a con-
vada, sob o pretexto de prestação de serviço de se- duta é realizada por meio da rede de computado-
gurança, ou por grupo de extermínio. res, de rede social ou transmitida em tempo
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
(um terço) até a metade se o crime for praticado: § 5º Aumenta-se a pena em metade se o
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede
posteriores ao parto; virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo
com deficiência ou com doenças degenerativas resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e
que acarretem condição limitante ou de vulnerabili- é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
Daniel
dade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº Almeida
contra quem, por enfermidade ou deficiência men-
14.344, de 2022) Vigência tal, não tem o necessário discernimento para a prá-
bergalmeida96@gmail.com
tica do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
768.507.063-49
III - na presença física ou virtual de descen-
pode oferecer resistência, responde o agente pelo
dente ou de ascendente da vítima; (Redação dada
crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (In-
pela Lei nº 13.771, de 2018)
cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
IV - em descumprimento das medidas proteti-
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo
vas de urgência previstas nos incisos I, II e III do
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto
contra quem não tem o necessário discernimento
de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
Induzimento, instigação ou auxílio a suicí- causa, não pode oferecer resistência, responde o
dio ou a automutilação (Redação dada pela Lei nº agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
13.968, de 2019) 121 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de
2019)
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suici-
dar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe Infanticídio
auxílio material para que o faça: (Redação dada Art. 123 - Matar, sob a influência do estado
pela Lei nº 13.968, de 2019)
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) após:
anos. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - detenção, de dois a seis anos.
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de
Aborto provocado pela gestante ou com
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou
seu consentimento
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129
deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.968, de Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou
2019) consentir que outrem lho provoque:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (In- Pena - detenção, de um a três anos.
cluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

23
Aborto provocado por terceiro III - debilidade permanente de membro, sentido
ou função;
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consenti-
mento da gestante: IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de três a dez anos. Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consenti- § 2° Se resulta:


mento da gestante: I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Pena - reclusão, de um a quatro anos. II - enfermidade incurável;
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo an- III perda ou inutilização do membro, sentido ou
terior, se a gestante não é maior de quatorze anos, função;
ou é alienada ou debil mental, ou se o consenti- IV - deformidade permanente;
mento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência V - aborto:

Forma qualificada Pena - reclusão, de dois a oito anos.


Lesão corporal seguida de morte
Art. 127 - As penas cominadas nos dois arti-
gos anteriores são aumentadas de um terço, se, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evi-
em consequência do aborto ou dos meios empre- denciam que o agente não quis o resultado, nem
gados para provocá-lo, a gestante sofre lesão cor- assumiu o risco de produzi-lo:
poral de natureza grave; e são duplicadas, se, por Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Diminuição de pena
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por
médico: motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
Daniel Almeida
Aborto necessário domínio de violenta emoção, logo em seguida a in-
bergalmeida96@gmail.com
justa provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
I - se não há outro meio de salvar a vida768.507.063-49
da
gestante; pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
Aborto no caso de gravidez resultante de
estupro § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto ainda substituir a pena de detenção pela de multa,
é precedido de consentimento da gestante ou, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
quando incapaz, de seu representante legal. I - se ocorre qualquer das hipóteses do pará-
grafo anterior;

CAPÍTULO II II - se as lesões são recíprocas.


DAS LESÕES CORPORAIS Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa:
Lesão corporal Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a Aumento de pena
saúde de outrem: § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
Pena - detenção, de três meses a um ano. ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do
art. 121 deste Código.
Lesão corporal de natureza grave
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no
§ 1º Se resulta:
§ 5º do art. 121.
I - Incapacidade para as ocupações habituais,
Violência Doméstica
por mais de trinta dias;
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascen-
II - perigo de vida;
dente, descendente, irmão, cônjuge ou compa-
nheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido,

24
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações Perigo de contágio de moléstia grave
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) outrem moléstia grave de que está contaminado,
anos. ato capaz de produzir o contágio:
STJ: Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher
é pública incondicionada. Perigo para a vida ou saúde de outrem
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § a perigo direto e iminente:
9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço). Pena - detenção, de três meses a um ano, se
o fato não constitui crime mais grave.
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena
será aumentada de um terço se o crime for come- Parágrafo único. A pena é aumentada de um
tido contra pessoa portadora de deficiência. sexto a um terço se a exposição da vida ou da sa-
úde de outrem a perigo decorre do transporte de
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade pessoas para a prestação de serviços em estabe-
ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti- lecimentos de qualquer natureza, em desacordo
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e com as normas legais.
da Força Nacional de Segurança Pública, no exer-
cício da função ou em decorrência dela, ou contra Abandono de incapaz
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguí- Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob
neo até terceiro grau, em razão dessa condição, a seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e,
pena é aumentada de um a dois terços. por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, riscos resultantes do abandono:
por razões da condição do sexo feminino, nos Daniel
ter- AlmeidaPena - detenção, de seis meses a três anos.
bergalmeida96@gmail.com
mos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído
pela Lei nº 14.188, de 2021) 768.507.063-49 § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal
de natureza grave:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021) Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:

CAPÍTULO III Pena - reclusão, de quatro a doze anos.


DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumen-
Perigo de contágio venéreo tam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
Art. 130 - Expor alguém, por meio de rela-
ções sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio II - se o agente é ascendente ou descendente,
de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
que está contaminado: III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou Exposição ou abandono de recém-nascido
multa.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nas-
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a mo-
cido, para ocultar desonra própria:
léstia:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de na-
§ 2º - Somente se procede mediante represen-
tureza grave:
tação.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:

25
Pena - detenção, de dois a seis anos. CAPÍTULO IV
Omissão de socorro DA RIXA
Art. 135 - Deixar de prestar assistência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à cri- Rixa
ança abandonada ou extraviada, ou à pessoa invá- Art. 137 - Participar de rixa, salvo para sepa-
lida ou ferida, ao desamparo ou em grave e imi-
rar os contendores:
nente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
da autoridade pública: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses,
ou multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão
corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
Parágrafo único - A pena é aumentada de me-
participação na rixa, a pena de detenção, de seis
tade, se da omissão resulta lesão corporal de natu-
meses a dois anos.
reza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Condicionamento de atendimento médico-
hospitalar emergencial CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota pro-
missória ou qualquer garantia, bem como o preen-
chimento prévio de formulários administrativos, Calúnia
como condição para o atendimento médico-hospi-
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe
talar emergencial:
falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e
ano, e multa.
multa.
Daniel Almeida
Parágrafo único. A pena é aumentada até o
bergalmeida96@gmail.com
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo
dobro se da negativa de atendimento resulta lesão768.507.063-49
falsa a imputação, a propala ou divulga.
corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta
a morte. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Maus-tratos Exceção da verdade
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilân- I - se, constituindo o fato imputado crime de
cia, para fim de educação, ensino, tratamento ou ação privada, o ofendido não foi condenado por
custódia, quer privando-a de alimentação ou cuida- sentença irrecorrível;
dos indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho II - se o fato é imputado a qualquer das pes-
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios soas indicadas no nº I do art. 141;
de correção ou disciplina:
III - se do crime imputado, embora de ação pú-
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou
blica, o ofendido foi absolvido por sentença irrecor-
multa. rível.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de na- Difamação
tureza grave:
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
fato ofensivo à sua reputação:
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. multa.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o Exceção da verdade
crime é praticado contra pessoa menor de 14 (ca-
torze) anos. Parágrafo único - A exceção da verdade so-
mente se admite se o ofendido é funcionário

26
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em
funções. quaisquer modalidades das redes sociais da rede
Injúria mundial de computadores, aplica-se em triplo a
pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a cia)
dignidade ou o decoro: Exclusão do crime
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
Art. 142 - Não constituem injúria ou difama-
multa.
ção punível:
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da
I - quando o ofendido, de forma reprovável, causa, pela parte ou por seu procurador;
provocou diretamente a injúria;
II - a opinião desfavorável da crítica literária,
II - no caso de retorsão imediata, que consista artística ou científica, salvo quando inequívoca a in-
em outra injúria. tenção de injuriar ou difamar;
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias III - o conceito desfavorável emitido por funcio-
de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empre- nário público, em apreciação ou informação que
gado, se considerem aviltantes: preste no cumprimento de dever do ofício.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, res-
multa, além da pena correspondente à violência. ponde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de ele- publicidade.
mentos referentes a religião ou à condição de pes- Retratação
soa idosa ou com deficiência: (Redação dada pela
Lei nº 14.532, de 2023) Art. 143 - O querelado que, antes da sen-
tença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difa-
Daniel Almeida
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
mação, fica isento de pena.
bergalmeida96@gmail.com
multa. (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)
768.507.063-49 Parágrafo único. Nos casos em que o quere-
Disposições comuns
lado tenha praticado a calúnia ou a difamação utili-
Art. 141 - As penas cominadas neste Capí- zando-se de meios de comunicação, a retratação
tulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos cri- dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mes-
mes é cometido: mos meios em que se praticou a ofensa.
I - contra o Presidente da República, ou contra Art. 144 - Se, de referências, alusões ou fra-
chefe de governo estrangeiro; ses, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem
II - contra funcionário público, em razão de se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz,
Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capí-
14.197, de 2021) (Vigência) tulo somente se procede mediante queixa, salvo
III - na presença de várias pessoas, ou por quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência re-
meio que facilite a divulgação da calúnia, da difa- sulta lesão corporal.
mação ou da injúria. Parágrafo único. Procede-se mediante requi-
IV - contra criança, adolescente, pessoa maior sição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do
de 60 (sessenta) anos ou pessoa com deficiência, caput do art. 141 deste Código, e mediante repre-
exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140 sentação do ofendido, no caso do inciso II do
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 14.344, mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art.
de 2022) Vigência 140 deste Código.
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou
promessa de recompensa, aplica-se a pena em do-
bro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

27
CAPÍTULO VI Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
DOS CRIMES CONTRA A anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.132, de
2021)
LIBERDADE INDIVIDUAL
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime
é cometido: (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
SEÇÃO I
I – contra criança, adolescente ou idoso; (In-
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
cluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
PESSOAL
II – contra mulher por razões da condição de
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121
Constrangimento ilegal deste Código; (Incluído pela Lei nº 14.132, de
Art. 146 - Constranger alguém, mediante vi- 2021)
olência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de pessoas ou com o emprego de arma. (Incluído
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a pela Lei nº 14.132, de 2021)
fazer o que ela não manda: § 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou prejuízo das correspondentes à violência. (Incluído
multa. pela Lei nº 14.132, de 2021)
Aumento de pena § 3º Somente se procede mediante represen-
tação. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e
em dobro, quando, para a execução do crime, se Violência psicológica contra a mulher (Incluído
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de pela Lei nº 14.188, de 2021)
armas.
Daniel AlmeidaArt. 147-B. Causar dano emocional à mu-
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se lher que a prejudique e perturbe seu pleno desen-
bergalmeida96@gmail.com
as correspondentes à violência. volvimento ou que vise a degradar ou a controlar
768.507.063-49
§ 3º - Não se compreendem na disposição suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
deste artigo: mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, chantagem, ridiculariza-
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o ção, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
consentimento do paciente ou de seu represen- meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e
tante legal, se justificada por iminente perigo de autodeterminação: (Incluído pela Lei nº 14.188, de
vida; 2021)
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Ameaça anos, e multa, se a conduta não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, es-
crito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de Sequestro e cárcere privado
causar-lhe mal injusto e grave: Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade,
Pena - detenção, de um a seis meses, ou mediante sequestro ou cárcere privado:
multa. Pena - reclusão, de um a três anos.
Parágrafo único - Somente se procede medi- § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco
ante representação. anos:
Perseguição
I – se a vítima é ascendente, descendente,
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiterada- cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60
mente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a inte- (sessenta) anos;
gridade física ou psicológica, restringindo-lhe a ca- II - se o crime é praticado mediante internação
pacidade de locomoção ou, de qualquer forma, in- da vítima em casa de saúde ou hospital;
vadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou
privacidade. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)

28
III - se a privação da liberdade dura mais de V - exploração sexual.
quinze dias. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 e multa.
(dezoito) anos; § 1o A pena é aumentada de um terço até a
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. metade se:
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus- I - o crime for cometido por funcionário público
tratos ou da natureza da detenção, grave sofri- no exercício de suas funções ou a pretexto de
mento físico ou moral: exercê-las;
Pena - reclusão, de dois a oito anos. II - o crime for cometido contra criança, adoles-
Redução a condição análoga à de escravo cente ou pessoa idosa ou com deficiência;
III - o agente se prevalecer de relações de pa-
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga
rentesco, domésticas, de coabitação, de hospitali-
à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos for- dade, de dependência econômica, de autoridade
çados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a ou de superioridade hierárquica inerente ao exercí-
condições degradantes de trabalho, quer restrin- cio de emprego, cargo ou função; ou
gindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão
de dívida contraída com o empregador ou preposto: IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada
do território nacional.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa,
além da pena correspondente à violência. § 2o A pena é reduzida de um a dois terços se
o agente for primário e não integrar organização cri-
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: minosa.
I – cerceia o uso de qualquer meio de trans-
porte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo
no local de trabalho; Daniel Almeida SEÇÃO II
bergalmeida96@gmail.comDOS CRIMES CONTRA A
II – mantém vigilância ostensiva no local de tra-
balho ou se apodera de documentos ou objetos 768.507.063-49 INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no lo-
cal de trabalho. Violação de domicílio
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina
crime é cometido:
ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa
I – contra criança ou adolescente; ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
II – por motivo de preconceito de raça, cor, et- suas dependências:
nia, religião ou origem. Pena - detenção, de um a três meses, ou
STF: É da Justiça Federal a competência para processar e multa.
julgar o crime de redução a condição análoga à de escravo.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite,
Tráfico de Pessoas ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência
ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, trans-
portar, transferir, comprar, alojar ou acolher pes- Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
soa, mediante grave ameaça, violência, coação, além da pena correspondente à violência.
fraude ou abuso, com a finalidade de: § 2º - (Revogado pela Lei nº 13.869, de
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do 2019) (Vigência)
corpo; § 3º - Não constitui crime a entrada ou perma-
II - submetê-la a trabalho em condições análo- nência em casa alheia ou em suas dependências:
gas à de escravo; I - durante o dia, com observância das formali-
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; dades legais, para efetuar prisão ou outra diligên-
cia;
IV - adoção ilegal; ou

29
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso
algum crime está sendo ali praticado ou na iminên- de função em serviço postal, telegráfico, radioelé-
cia de o ser. trico ou telefônico:
§ 4º - A expressão "casa" compreende: Pena - detenção, de um a três anos.
I - qualquer compartimento habitado; § 4º - Somente se procede mediante represen-
II - aposento ocupado de habitação coletiva; tação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.

III - compartimento não aberto ao público, onde Correspondência comercial


alguém exerce profissão ou atividade. Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou
§ 5º - Não se compreendem na expressão empregado de estabelecimento comercial ou in-
"casa": dustrial para, no todo ou em parte, desviar, sone-
gar, subtrair ou suprimir correspondência, ou reve-
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra
lar a estranho seu conteúdo:
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restri-
ção do n.º II do parágrafo anterior; Pena - detenção, de três meses a dois anos.
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo Parágrafo único - Somente se procede medi-
gênero. ante representação.

SEÇÃO III SEÇÃO IV


DOS CRIMES CONTRA A DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
CORRESPONDÊNCIA
Divulgação de segredo
Daniel Almeida
Violação de correspondência Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa,
bergalmeida96@gmail.com
conteúdo de documento particular ou de correspon-
768.507.063-49
Art. 151 - Devassar indevidamente o conte-
údo de correspondência fechada, dirigida a outrem: dência confidencial, de que é destinatário ou deten-
tor, e cuja divulgação possa produzir dano a ou-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou trem:
multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
Sonegação ou destruição de correspon- multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
dência
§ 1º Somente se procede mediante represen-
§ 1º - Na mesma pena incorre: tação.
I - quem se apossa indevidamente de corres- § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações
pondência alheia, embora não fechada e, no todo sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
ou em parte, a sonega ou destrói; contidas ou não nos sistemas de informações ou
Violação de comunicação telegráfica, radi- banco de dados da Administração Pública:
oelétrica ou telefônica Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
II - quem indevidamente divulga, transmite a e multa.
outrem ou utiliza abusivamente comunicação tele- § 2o Quando resultar prejuízo para a Adminis-
gráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou con- tração Pública, a ação penal será incondicionada.
versação telefônica entre outras pessoas;
Violação do segredo profissional
III - quem impede a comunicação ou a conver-
sação referidas no número anterior; Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa,
segredo, de que tem ciência em razão de função,
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação
radioelétrico, sem observância de disposição legal.
possa produzir dano a outrem:
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
há dano para outrem.
multa de um conto a dez contos de réis.

30
Parágrafo único - Somente se procede medi- Ação penal
ante representação.
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-
Invasão de dispositivo informático A, somente se procede mediante representação,
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de salvo se o crime é cometido contra a administração
uso alheio, conectado ou não à rede de computa- pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes
dores, com o fim de obter, adulterar ou destruir da- da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios
dos ou informações sem autorização expressa ou ou contra empresas concessionárias de serviços
tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vul- públicos.
nerabilidades para obter vantagem ilícita: (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.155, de 2021) TÍTULO II
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de
2021)
CAPÍTULO I
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz,
DO FURTO
oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou
programa de computador com o intuito de permitir
a prática da conduta definida no caput. Furto
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,
(dois terços) se da invasão resulta prejuízo econô- coisa alheia móvel:
mico. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de con-
STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por mo-
teúdo de comunicações eletrônicas privadas, se- nitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
gredos comerciais ou industriais, informações sigi- Almeida
Daniel interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
losas, assim definidas em lei, ou o controle remoto impossível a configuração do crime de furto.
bergalmeida96@gmail.com
não autorizado do dispositivo invadido: 768.507.063-49 § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, crime é praticado durante o repouso noturno.
e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de STJ: A causa especial de aumento de pena do furto come-
2021) tido durante o repouso noturno pode se configurar mesmo
quando o crime é cometido em estabelecimento comercial
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena ou residência desabitada, sendo indiferente o fato de a ví-
de um a dois terços se houver divulgação, comer- tima estar, ou não, efetivamente repousando
cialização ou transmissão a terceiro, a qualquer tí-
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pe-
tulo, dos dados ou informações obtidos.
queno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
se o crime for praticado contra: um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
I - Presidente da República, governadores e multa.
prefeitos; § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elé-
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; trica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Furto qualificado


Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Es- § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
tado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou e multa, se o crime é cometido:
de Câmara Municipal; ou
I - com destruição ou rompimento de obstáculo
IV - dirigente máximo da administração direta à subtração da coisa;
e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
II - com abuso de confiança, ou mediante
Federal.
fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;

31
IV - mediante concurso de duas ou mais pes- Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
soas. ou multa.
STJ: Súmula 442 - É inadmissível aplicar, no furto qualifi- § 1º - Somente se procede mediante represen-
cado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. tação.
STJ: Súmula 511 - É possível o reconhecimento do privi-
légio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime § 2º - Não é punível a subtração de coisa co-
de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade mum fungível, cujo valor não excede a quota a que
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for tem direito o agente.
de ordem objetiva.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10


(dez) anos e multa, se houver emprego de explo- CAPÍTULO II
sivo ou de artefato análogo que cause perigo co- DO ROUBO E DA EXTORÇÃO
mum.
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 Roubo
(oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou in- ou para outrem, mediante grave ameaça ou violên-
formático, conectado ou não à rede de computado- cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
res, com ou sem a violação de mecanismo de se- meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
gurança ou a utilização de programa malicioso, ou
STJ: Súmula 582 - Consuma-se o crime de roubo com a
por qualquer outro meio fraudulento análogo. (In- inversão da posse do bem mediante emprego de violência
cluído pela Lei nº 14.155, de 2021) ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida
à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou
considerada a relevância do resultado gravoso: (In- desvigiada.
cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
Daniel AlmeidaPena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo de-
bergalmeida96@gmail.com
terços), se o crime é praticado mediante a utiliza-
pois
768.507.063-49de subtraída a coisa, emprega violência contra
ção de servidor mantido fora do território nacio-
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a im-
nal; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
punidade do crime ou a detenção da coisa para si
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se ou para terceiro.
o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. (In-
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até
cluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
metade:
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos,
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº
se a subtração for de veículo automotor que venha
13.654, de 2018)
a ser transportado para outro Estado ou para o ex-
terior. II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 III - se a vítima está em serviço de transporte
(cinco) anos se a subtração for de semovente do- de valores e o agente conhece tal circunstância.
mesticável de produção, ainda que abatido ou divi- IV - se a subtração for de veículo automotor
dido em partes no local da subtração. que venha a ser transportado para outro Estado ou
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 para o exterior;
(dez) anos e multa, se a subtração for de substân- V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
cias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou restringindo sua liberdade.
isoladamente, possibilitem sua fabricação, monta-
gem ou emprego. VI – se a subtração for de substâncias explosi-
vas ou de acessórios que, conjunta ou isolada-
Furto de coisa comum mente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro emprego.
ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitima- VII - se a violência ou grave ameaça é exercida
mente a detém, a coisa comum: com emprego de arma branca;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):

32
I – se a violência ou ameaça é exercida com Extorsão mediante sequestro
emprego de arma de fogo;
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de
II – se há destruição ou rompimento de obstá- obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
culo mediante o emprego de explosivo ou de arte- como condição ou preço do resgate:
fato análogo que cause perigo comum.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exer-
cida com emprego de arma de fogo de uso restrito § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (de-
caput deste artigo. zoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
crime é cometido por bando ou quadrilha.
§ 3º Se da violência resulta:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de na-
tureza grave:
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a
30 (trinta) anos, e multa. Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
anos.
Roubo
§ 3º - Se resulta a morte:
STF: Súmula 610 - Há crime de latrocínio, quando o homi-
cídio se consuma, ainda que não se realize o agente a sub- Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
tração de bens da vítima.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o
STJ: Súmula 443 - O aumento na terceira fase de aplica-
ção da pena no crime de roubo circunstanciado exige fun- concorrente que o denunciar à autoridade, facili-
damentação concreta, não sendo suficiente para a sua tando a libertação do sequestrado, terá sua pena
exasperação a mera indicação do número de majorantes. reduzida de um a dois terços.
Extorsão Extorsão indireta
Daniel Almeida
Art. 158 - Constranger alguém, mediante vi-
bergalmeida96@gmail.comArt. 160 - Exigir ou receber, como garantia de
olência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
768.507.063-49 abusando da situação de alguém, docu-
dívida,
para si ou para outrem indevida vantagem econô- mento que pode dar causa a procedimento criminal
mica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer contra a vítima ou contra terceiro:
alguma coisa:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a CAPÍTULO III
pena de um terço até metade. DA USURPAÇÃO
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
Alteração de limites
violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restri- Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume,
ção da liberdade da vítima, e essa condição é ne- marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha
cessária para a obtenção da vantagem econômica, divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte,
a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, de coisa imóvel alheia:
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159,
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
§§ 2o e 3o, respectivamente.
Usurpação de águas
Extorsão
STJ: Súmula 96 - O crime de extorsão consuma-se inde- I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de
pendentemente da obtenção da vantagem indevida. outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave
ameaça, ou mediante concurso de mais de duas

33
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de Dano em coisa de valor artístico, arqueoló-
esbulho possessório. gico ou histórico
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar
também na pena a esta cominada. coisa tombada pela autoridade competente em vir-
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há tude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
emprego de violência, somente se procede medi- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e
ante queixa. multa.
Supressão ou alteração de marca em ani- Alteração de local especialmente protegido
mais
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, competente, o aspecto de local especialmente pro-
em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indica- tegido por lei:
tivo de propriedade:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
multa.
Ação penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV
CAPÍTULO IV
do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede
DO DANO mediante queixa.

Dano
CAPÍTULO V
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
coisa alheia: Daniel Almeida
Pena - detenção, de um a seis bergalmeida96@gmail.com
meses, ou Apropriação indébita
multa. 768.507.063-49
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel,
Dano qualificado
de que tem a posse ou a detenção:
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
Aumento de pena
II - com emprego de substância inflamável ou
§ 1º - A pena é aumentada de um terço,
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
quando o agente recebeu a coisa:
III - contra o patrimônio da União, de Estado,
I - em depósito necessário;
do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade de II - na qualidade de tutor, curador, síndico, li-
economia mista ou empresa concessionária de ser- quidatário, inventariante, testamenteiro ou deposi-
viços públicos; tário judicial;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo con- III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
siderável para a vítima: Apropriação indébita previdenciária
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência
multa, além da pena correspondente à violência.
social as contribuições recolhidas dos contribuin-
Introdução ou abandono de animais em tes, no prazo e forma legal ou convencional:
propriedade alheia
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em e multa.
propriedade alheia, sem consentimento de quem § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar
de direito, desde que o fato resulte prejuízo: de:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, I – recolher, no prazo legal, contribuição ou ou-
ou multa. tra importância destinada à previdência social que

34
tenha sido descontada de pagamento efetuado a Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; multa.
II – recolher contribuições devidas à previdên- Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
cia social que tenham integrado despesas contá- Apropriação de tesouro
beis ou custos relativos à venda de produtos ou à
prestação de serviços; I - quem acha tesouro em prédio alheio e se
apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem
III - pagar benefício devido a segurado, quando direito o proprietário do prédio;
as respectivas cotas ou valores já tiverem sido re-
embolsados à empresa pela previdência social. Apropriação de coisa achada
STF / STJ: Não se exige dolo específico. II - quem acha coisa alheia perdida e dela se
apropria, total ou parcialmente, deixando de resti-
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, es-
tuí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-
pontaneamente, declara, confessa e efetua o paga-
la à autoridade competente, dentro no prazo de
mento das contribuições, importâncias ou valores e
quinze dias.
presta as informações devidas à previdência social,
na forma definida em lei ou regulamento, antes do Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capí-
início da ação fiscal. tulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
STF / STJ: A quitação do débito decorrente de apropriação
indébita previdenciária enseja a extinção da punibilidade,
desde que realizada antes do trânsito em julgado da sen- CAPÍTULO VI
tença condenatória.
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena
ou aplicar somente a de multa se o agente for pri-
Estelionato
mário e de bons antecedentes, desde que:
STF / STJ: Atualmente, entende-se que deve haverDaniel
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, van-
a apli- Almeida
cação do princípio da insignificância quando o valor do dé- tagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou man-
bergalmeida96@gmail.com
bito seja igual ou inferior ao estabelecido pela previdência tendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
768.507.063-49
como sendo o mínimo para ajuizamento das ações fiscais.
O valor atual é de R$ 20.000,00.
qualquer outro meio fraudulento:

I – tenha promovido, após o início da ação fis- Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa,
cal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
da contribuição social previdenciária, inclusive § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pe-
acessórios; ou queno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena
II – o valor das contribuições devidas, inclusive conforme o disposto no art. 155, § 2º.
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabele- § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
cido pela previdência social, administrativamente, Disposição de coisa alheia como própria
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais. I - vende, permuta, dá em pagamento, em lo-
cação ou em garantia coisa alheia como própria;
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo
não se aplica aos casos de parcelamento de con- Alienação ou oneração fraudulenta de coisa
tribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja própria
superior àquele estabelecido, administrativamente, II - vende, permuta, dá em pagamento ou em
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus
execuções fiscais. ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a ter-
Apropriação de coisa havida por erro, caso ceiro, mediante pagamento em prestações, silenci-
fortuito ou força da natureza ando sobre qualquer dessas circunstâncias;

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa Defraudação de penhor


alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou III - defrauda, mediante alienação não consen-
força da natureza: tida pelo credor ou por outro modo, a garantia pig-
noratícia, quando tem a posse do objeto empe-
nhado;

35
Fraude na entrega de coisa Estelionato

IV - defrauda substância, qualidade ou quanti- STF: Súmula 246 - Comprovado não ter havido fraude,
não se configura o crime de emissão de cheque sem fun-
dade de coisa que deve entregar a alguém; dos.
Fraude para recebimento de indenização ou STF: Súmula 521 - O foro competente para o processo e
valor de seguro julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da
emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, STF: Súmula 554 - O pagamento de cheque emitido sem
ou agrava as consequências da lesão ou doença, provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não
com o intuito de haver indenização ou valor de se- obsta ao prosseguimento da ação penal.
guro; STJ: Súmula 17 - Quando o falso se exaure no estelionato,
sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Fraude no pagamento por meio de cheque
STJ: Súmula 24 - Aplica-se ao crime de estelionato, em
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de que figure como vítima entidade autárquica da previdência
social, a qualificadora do § 3º, do art. 171 do Código Penal.
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o paga-
STJ: Súmula 48 - Compete ao juízo do local da obtenção
mento. da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato
cometido mediante falsificação de cheque.
Fraude eletrônica
STJ: Súmula 73 - A utilização de papel moeda grosseira-
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 mente falsificado configura, em tese, o crime de estelio-
(oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a nato, da competência da Justiça Estadual.
utilização de informações fornecidas pela vítima ou STJ: Súmula 244 - Compete ao foro do local da recusa
por terceiro induzido a erro por meio de redes soci- processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque
ais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrô- sem provisão de fundos.
nico fraudulento, ou por qualquer outro meio frau- Duplicata simulada
dulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
Daniel AlmeidaArt. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de
2021)
venda que não corresponda à mercadoria vendida,
bergalmeida96@gmail.com
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço pres-
considerada a relevância do resultado gravoso,768.507.063-49
au- tado.
menta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
mantido fora do território nacional. (Incluído pela e multa.
Lei nº 14.155, de 2021) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do
crime é cometido em detrimento de entidade de di- Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
reito público ou de instituto de economia popular, nº 5.474. de 1968)
assistência social ou beneficência. Abuso de incapazes
Estelionato contra idoso ou vulnerável (Re- Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou
dação dada pela Lei nº 14.155, de 2021) alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao menor, ou da alienação ou debilidade mental de ou-
dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vul- trem, induzindo qualquer deles à prática de ato sus-
nerável, considerada a relevância do resultado gra- cetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo pró-
voso. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021) prio ou de terceiro:
§ 5º Somente se procede mediante represen- Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
tação, salvo se a vítima for: Induzimento à especulação
I - a Administração Pública, direta ou indireta; Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou
II - criança ou adolescente; alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou infe-
III - pessoa com deficiência mental; ou rioridade mental de outrem, induzindo-o à prática
de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou in- mercadorias, sabendo ou devendo saber que a
capaz. operação é ruinosa:

36
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. econômicas da sociedade, ou oculta fraudulenta-
Fraude no comércio mente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove,
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade
por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou
comercial, o adquirente ou consumidor: de outros títulos da sociedade;
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo
mercadoria falsificada ou deteriorada; à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de ter-
II - entregando uma mercadoria por outra: ceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, torização da assembleia geral;
ou multa. IV - o diretor ou o gerente que compra ou
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada vende, por conta da sociedade, ações por ela emi-
a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no tidas, salvo quando a lei o permite;
mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por ou- V - o diretor ou o gerente que, como garantia
tra de menor valor; vender pedra falsa por verda- de crédito social, aceita em penhor ou em caução
deira; vender, como precioso, metal de ou outra ações da própria sociedade;
qualidade: VI - o diretor ou o gerente que, na falta de ba-
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. lanço, em desacordo com este, ou mediante ba-
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. lanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;

Outras fraudes VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por


interposta pessoa, ou conluiado com acionista,
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, consegue a aprovação de conta ou parecer;
alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de trans-
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV,
porte sem dispor de recursos para efetuar oDaniel
paga- Almeida
V e VII;
mento: bergalmeida96@gmail.com
IX - o representante da sociedade anônima es-
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses,
768.507.063-49
trangeira, autorizada a funcionar no País, que pra-
ou multa.
tica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
Parágrafo único - Somente se procede medi- informação ao Governo.
ante representação, e o juiz pode, conforme as cir- § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis me-
cunstâncias, deixar de aplicar a pena.
ses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de
Fraudes e abusos na fundação ou adminis- obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
tração de sociedade por ações voto nas deliberações de assembleia geral.
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade Emissão irregular de conhecimento de de-
por ações, fazendo, em prospecto ou em comuni- pósito ou "warrant"
cação ao público ou à assembléia, afirmação falsa Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito
sobre a constituição da sociedade, ou ocultando ou warrant, em desacordo com disposição legal:
fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa,
se o fato não constitui crime contra a economia po- Fraude à execução
pular. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, des-
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não viando, destruindo ou danificando bens, ou simu-
constitui crime contra a economia popular: (Vide Lei lando dívidas:
nº 1.521, de 1951) Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade ou multa.
por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, Parágrafo único - Somente se procede medi-
balanço ou comunicação ao público ou à assem- ante queixa.
bleia, faz afirmação falsa sobre as condições

37
CAPÍTULO VII CAPÍTULO I
DA RECEPÇÃO DOS CRIMES PRATICADOS POR
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A
Receptação ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, con-
STJ: Súmula 599 - O princípio da insignificância é inapli-
duzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, cável aos crimes contra a administração pública.
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para
Peculato
que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, pú-
Receptação qualificada
blico ou particular, de que tem a posse em razão do
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, re- Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
montar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcioná-
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa rio público, embora não tendo a posse do dinheiro,
que deve saber ser produto de crime: valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para funcionário.
efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de co- Peculato culposo
mércio irregular ou clandestino, inclusive o exercí-
cio em residência. § 2º - Se o funcionário concorre culposamente
para o crime de outrem:
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, porDaniel
sua Almeida
natureza ou pela desproporção entre bergalmeida96@gmail.com
o valor e o Pena - detenção, de três meses a um ano.
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
768.507.063-49
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a repara-
presumir-se obtida por meio criminoso: ção do dano, se precede à sentença irrecorrível,
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
multa, ou ambas as penas. metade a pena imposta.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que des- Peculato mediante erro de outrem
conhecido ou isento de pena o autor do crime de Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qual-
que proveio a coisa. quer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é por erro de outrem:
primário, pode o juiz, tendo em consideração as cir- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
cunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na recepta-
ção dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. Inserção de dados falsos em sistema de in-
formações
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da
União, de Estado, do Distrito Federal, de Município Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
ou de autarquia, fundação pública, empresa pú- autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
blica, sociedade de economia mista ou empresa excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
concessionária de serviços públicos, aplica-se em informatizados ou bancos de dados da Administra-
dobro a pena prevista no caput deste artigo. ção Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:)

TÍTULO XI Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,


e multa.
DOS CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

38
Modificação ou alteração não autorizada de Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
sistema de informações Corrupção passiva
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcioná- Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para
rio, sistema de informações ou programa de infor- outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
mática sem autorização ou solicitação de autori- função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
dade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal van-
2000) tagem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
um terço até a metade se da modificação ou altera- consequência da vantagem ou promessa, o funcio-
ção resulta dano para a Administração Pública ou nário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
2000)
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou retarda ato de ofício, com infração de dever fun-
ou documento cional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
documento, de que tem a guarda em razão do multa.
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial-
Facilitação de contrabando ou descaminho
mente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato Art. 318 - Facilitar, com infração de dever fun-
não constitui crime mais grave. cional, a prática de contrabando ou descaminho
(art. 334):
Daniel Almeida
Emprego irregular de verbas ou rendas pú-
bergalmeida96@gmail.comPena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
blicas
768.507.063-49
multa.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas
Prevaricação
aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, in-
multa. devidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
posição expressa de lei, para satisfazer interesse
Concussão ou sentimento pessoal:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, di- Pena - detenção, de três meses a um ano, e
reta ou indiretamente, ainda que fora da função ou multa.
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) ou similar, que permita a comunicação com outros
Excesso de exação presos ou com o ambiente externo:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contri- Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
buição social que sabe ou deveria saber indevido, ano.
ou, quando devido, emprega na cobrança meio ve- Condescendência criminosa
xatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgên-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa. cia, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito pró- competência, não levar o fato ao conhecimento da
prio ou de outrem, o que recebeu indevidamente autoridade competente:
para recolher aos cofres públicos:

39
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre
multa. quem:
Advocacia administrativa I – permite ou facilita, mediante atribuição, for-
necimento e empréstimo de senha ou qualquer ou-
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente,
tra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
interesse privado perante a administração pública, sistemas de informações ou banco de dados da Ad-
valendo-se da qualidade de funcionário: ministração Pública;
Pena - detenção, de um a três meses, ou II – se utiliza, indevidamente, do acesso res-
multa. trito.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Ad-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ministração Pública ou a outrem:
além da multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
Violência arbitrária multa.
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de Violação do sigilo de proposta de concor-
função ou a pretexto de exercê-la: rência
Pena - detenção, de seis meses a três anos, Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de
além da pena correspondente à violência. concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o
Abandono de função ensejo de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos
multa.
casos permitidos em lei:
Funcionário público
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa. Daniel AlmeidaArt. 327 - Considera-se funcionário público,
bergalmeida96@gmail.com
para os efeitos penais, quem, embora transitoria-
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
768.507.063-49
mente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e prego ou função pública.
multa.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido exerce cargo, emprego ou função em entidade pa-
na faixa de fronteira: raestatal, e quem trabalha para empresa presta-
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. dora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pú-
Exercício funcional ilegalmente antecipado
blica.
ou prolongado
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte
Art. 324 - Entrar no exercício de função pú- quando os autores dos crimes previstos neste Ca-
blica antes de satisfeitas as exigências legais, ou pítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de de função de direção ou assessoramento de órgão
saber oficialmente que foi exonerado, removido, da administração direta, sociedade de economia
substituído ou suspenso: mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou poder público.
multa. STJ: Súmula 147 - Compete à Justiça Federal processar
e julgar os crimes praticados contra funcionário público fe-
Violação de sigilo funcional
deral, quando relacionados com o exercício da função.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em
razão do cargo e que deva permanecer em se-
gredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

40
as nossas forças para manter a paz e a segurança
internacionais, e a garantir, pela aceitação de prin-
cípios e a instituição dos métodos, que a força ar-
mada não será usada a não ser no interesse co-
mum, a empregar um mecanismo internacional
Art. 1º. Fica promulgada a Carta da Nações para promover o progresso econômico e social de
Unidas apensa por cópia ao presente decreto, da todos os povos.
qual faz parte integrante o anexo Estatuto da Corte Resolvemos conjugar nossos esforços para a
Internacional de Justiça, assinada em São Fran- consecução dêsses objetivos.
cisco, a 26 de junho de 1945. Em vista disso, nossos respectivos Governos,
por intermédio de representantes reunidos na ci-
ART. 2º Este decreto entrará em vigor na data
dade de São Francisco, depois de exibirem seus
de sua publicação.
plenos poderes, que foram achados em boa e de-
vida forma, concordaram com a presente Carta das
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1945, Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma
124º da Independência e 57º da República. organização internacional que será conhecida pelo
nome de Nações Unidas.
GETULIO VARGAS
P. Leão Velloso
Este texto não substitui o publicado na Coleção de CAPÍTULO I
Leis do Brasil de 1945 PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS
Daniel Almeida
Faço saber, aos que a presente bergalmeida96@gmail.com
Carta de ratifi-
768.507.063-49 Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas
cação vierem, que, entre a República dos Estados
Unidos e os países representados na Conferência são:
das Nações Unidas sobre Organização Internacio- 1. Manter a paz e a segurança internacionais
nal, foi concluída e assinada, pelos respectivos Ple- e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
nipotenciários, em São Francisco, a 26 de junho de efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os
1945, a Carta das Nações Unidas, da qual faz parte atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz
integrante o anexo Estatuto da Corte Internacional e chegar, por meios pacíficos e de conformidade
de Justiça, tudo do teor seguinte: com os princípios da justiça e do direito internacio-
NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, nal, a um ajuste ou solução das controvérsias ou
RESOLVIDOS: situações que possam levar a uma perturbação da
paz;
A preservar as gerações vindouras do flagelo
da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa 2. Desenvolver relações amistosas entre as
vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e nações, baseadas no respeito ao princípio de igual-
a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do ho- dade de direitos e de autodeterminação dos povos,
mem, na dignidade e no valor do ser humano, na e tomar outras medidas apropriadas ao fortaleci-
igualdade de direito dos homens e das mulheres, mento da paz universal;
assim como das nações grandes e pequenas, e a 3. Conseguir uma cooperação internacional
estabelecer condições sob as quais a justiça e o para resolver os problemas internacionais de cará-
respeito às obrigações decorrentes de tratados e ter econômico, social, cultural ou humanitário, e
de outras fontes do direito internacional possam ser para promover e estimular o respeito aos direitos
mantidos, e a promover o progresso social e me- humanos e às liberdades fundamentais para todos,
lhores condições de vida dentro de uma liberdade sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e
ampla.
4. Ser um centro destinado a harmonizar a
E para tais fins, praticar a tolerância e viver em ação das nações para a consecução desses obje-
paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir tivos comuns.

41
Artigo 2. A Organização e seus Membros, tendo assinado previamente a Declaração das Na-
para a realização dos propósitos mencionados no ções Unidas, de 1 de janeiro de 1942, assinarem a
Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princí- presente Carta, e a ratificarem, de acordo com o
pios: Artigo 110.
1. A Organização é baseada no princípio da Artigo 4. 1. A admissão como Membro das
igualdade de todos os seus Membros. Nações Unidas fica aberta a todos os Estados
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem amantes da paz que aceitarem as obrigações con-
para todos em geral os direitos e vantagens resul- tidas na presente Carta e que, a juízo da Organiza-
tantes de sua qualidade de Membros, deverão ção, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais
cumprir de boa fé as obrigações por eles assumi- obrigações.
das de acordo com a presente Carta. 2. A admissão de qualquer desses Estados
3. Todos os Membros deverão resolver suas como Membros das Nações Unidas será efetuada
controvérsias internacionais por meios pacíficos, por decisão da Assembléia Geral, mediante reco-
de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segu- mendação do Conselho de Segurança.
rança e a justiça internacionais. Artigo 5. O Membro das Nações Unidas,
4. Todos os Membros deverão evitar em suas contra o qual for levada a efeito ação preventiva ou
relações internacionais a ameaça ou o uso da força coercitiva por parte do Conselho de Segurança, po-
contra a integridade territorial ou a dependência po- derá ser suspenso do exercício dos direitos e privi-
lítica de qualquer Estado, ou qualquer outra ação légios de Membro pela Assembléia Geral, mediante
incompatível com os Propósitos das Nações Uni- recomendação do Conselho de Segurança. O exer-
das. cício desses direitos e privilégios poderá ser resta-
belecido pelo conselho de Segurança.
5. Todos os Membros darão às Nações toda
assistência em qualquer ação a que elas recorre-
Daniel AlmeidaArtigo 6. O Membro das Nações Unidas que
rem de acordo com a presente Carta e se absterão houver violado persistentemente os Princípios con-
bergalmeida96@gmail.com
de dar auxílio a qual Estado contra o qual as Na- tidos na presente Carta, poderá ser expulso da Or-
768.507.063-49
ções Unidas agirem de modo preventivo ou coerci- ganização pela Assembléia Geral mediante reco-
tivo. mendação do Conselho de Segurança.
6. A Organização fará com que os Estados que
não são Membros das Nações Unidas ajam de
acordo com esses Princípios em tudo quanto for CAPÍTULO III
necessário à manutenção da paz e da segurança ORGÃOS
internacionais.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta auto- Artigo 7. 1. Ficam estabelecidos como ór-
rizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos gãos principais das Nações Unidas: uma Assem-
que dependam essencialmente da jurisdição de bléia Geral, um Conselho de Segurança, um Con-
qualquer Estado ou obrigará os Membros a subme- selho Econômico e Social, um conselho de Tutela,
terem tais assuntos a uma solução, nos termos da uma Corte Internacional de Justiça e um Secretari-
presente Carta; este princípio, porém, não prejudi- ado.
cará a aplicação das medidas coercitivas constan- 2. Serão estabelecidos, de acordo com a pre-
tes do Capitulo VII. sente Carta, os órgãos subsidiários considerados
de necessidade.

CAPÍTULO II Artigo 8. As Nações Unidas não farão restri-


DOS MEMBROS ções quanto à elegibilidade de homens e mulheres
destinados a participar em qualquer caráter e em
condições de igualdade em seus órgãos principais
Artigo 3. Os Membros originais das Nações e subsidiários.
Unidas serão os Estados que, tendo participado da
Conferência das Nações Unidas sobre a Organiza-
ção Internacional, realizada em São Francisco, ou,

42
CAPÍTULO IV 4. As atribuições da Assembléia Geral enume-
ASSEMBLÉIA GERAL radas neste Artigo não limitarão a finalidade geral
do Artigo 10.

Composição Artigo 12. 1. Enquanto o Conselho de Segu-


rança estiver exercendo, em relação a qualquer
Artigo 9. 1. A Assembléia Geral será consti- controvérsia ou situação, as funções que lhe são
tuída por todos os Membros das Nações Unidas. atribuídas na presente Carta, a Assembléia Geral
2. Cada Membro não deverá ter mais de cinco não fará nenhuma recomendação a respeito dessa
representantes na Assembléia Geral. controvérsia ou situação, a menos que o Conselho
de Segurança a solicite.
Funções e atribuições
2. O Secretário-Geral, com o consentimento do
Artigo 10. A Assembléia Geral poderá discu- Conselho de Segurança, comunicará à Assembléia
tir quaisquer questões ou assuntos que estiverem Geral, em cada sessão, quaisquer assuntos relati-
dentro das finalidades da presente Carta ou que se vos à manutenção da paz e da segurança interna-
relacionarem com as atribuições e funções de qual- cionais que estiverem sendo tratados pelo Conse-
quer dos órgãos nela previstos e, com exceção do lho de Segurança, e da mesma maneira dará co-
estipulado no Artigo 12, poderá fazer recomenda- nhecimento de tais assuntos à Assembléia Geral,
ções aos Membros das Nações Unidas ou ao Con- ou aos Membros das Nações Unidas se a Assem-
selho de Segurança ou a este e àqueles, conjunta- bléia Geral não estiver em sessão, logo que o Con-
mente, com referência a qualquer daquelas ques- selho de Segurança terminar o exame dos referidos
tões ou assuntos. assuntos.
Artigo 11. 1. A Assembléia Geral poderá Artigo 13. 1. A Assembléia Geral iniciará es-
considerar os princípios gerais de cooperação na tudos e fará recomendações, destinados a:
manutenção da paz e da segurança internacionais,
Daniel Almeida
a) promover cooperação internacional no ter-
inclusive os princípios que disponham sobre o de-
bergalmeida96@gmail.com
reno político e incentivar o desenvolvimento pro-
sarmamento e a regulamentação dos armamentos,
768.507.063-49
gressivo do direito internacional e a sua codifica-
e poderá fazer recomendações relativas a tais prin-
ção;
cípios aos Membros ou ao Conselho de Segurança,
ou a este e àqueles conjuntamente. b) promover cooperação internacional nos ter-
renos econômico, social, cultural, educacional e sa-
2. A Assembléia Geral poderá discutir quais-
nitário e favorecer o pleno gozo dos direitos huma-
quer questões relativas à manutenção da paz e da
nos e das liberdades fundamentais, por parte de to-
segurança internacionais, que a ela forem subme-
dos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua
tidas por qualquer Membro das Nações Unidas, ou
ou religião.
pelo Conselho de Segurança, ou por um Estado
que não seja Membro das Nações unidas, de 2. As demais responsabilidades, funções e atri-
acordo com o Artigo 35, parágrafo 2, e, com exce- buições da Assembléia Geral, em relação aos as-
ção do que fica estipulado no Artigo 12, poderá fa- suntos mencionados no parágrafo 1(b) acima, es-
zer recomendações relativas a quaisquer destas tão enumeradas nos Capítulos IX e X.
questões ao Estado ou Estados interessados, ou
Artigo 14. A Assembléia Geral, sujeita aos
ao Conselho de Segurança ou a ambos. Qualquer
dispositivos do Artigo 12, poderá recomendar me-
destas questões, para cuja solução for necessária
didas para a solução pacífica de qualquer situação,
uma ação, será submetida ao Conselho de Segu-
qualquer que seja sua origem, que lhe pareça pre-
rança pela Assembléia Geral, antes ou depois da
judicial ao bem-estar geral ou às relações amisto-
discussão.
sas entre as nações, inclusive em situações que re-
3. A Assembléia Geral poderá solicitar a aten- sultem da violação dos dispositivos da presente
ção do Conselho de Segurança para situações que Carta que estabelecem os Propósitos e Princípios
possam constituir ameaça à paz e à segurança in- das Nações Unidas.
ternacionais.
Artigo 15. 1 . A Assembléia Geral receberá
e examinará os relatórios anuais e especiais do
Conselho de Segurança. Esses relatórios incluirão

43
uma relação das medidas que o Conselho de Se- atrasadas igualar ou exceder a soma das contribui-
gurança tenha adotado ou aplicado a fim de manter ções correspondentes aos dois anos anteriores
a paz e a segurança internacionais. completos. A Assembléia Geral poderá entretanto,
2. A Assembléia Geral receberá e examinará permitir que o referido Membro vote, se ficar pro-
os relatórios dos outros órgãos das Nações Unidas. vado que a falta de pagamento é devida a condi-
ções independentes de sua vontade.
Artigo 16. A Assembléia Geral desempe-
Processo
nhará, com relação ao sistema internacional de tu-
tela, as funções a ela atribuídas nos Capítulos XII e Artigo 20. A Assembléia Geral reunir-se-á
XIII, inclusive a aprovação de acordos de tutela re- em sessões anuais regulares e em sessões espe-
ferentes às zonas não designadas como estraté- ciais exigidas pelas circunstâncias. As sessões es-
gias. peciais serão convocadas pelo Secretário-Geral, a
pedido do Conselho de Segurança ou da maioria
Artigo 17. 1. A Assembléia Geral conside-
dos Membros das Nações Unidas.
rará e aprovará o orçamento da organização.
Artigo 21. A Assembléia Geral adotará suas
2. As despesas da Organização serão custea-
das pelos Membros, segundo cotas fixadas pela regras de processo e elegerá seu presidente para
Assembléia Geral. cada sessão.

3. A Assembléia Geral considerará e aprovará Artigo 22. A Assembléia Geral poderá esta-
quaisquer ajustes financeiros e orçamentários com belecer os órgãos subsidiários que julgar necessá-
as entidades especializadas, a que se refere o Ar- rios ao desempenho de suas funções.
tigo 57 e examinará os orçamentos administrativos
de tais instituições especializadas com o fim de
lhes fazer recomendações. CAPÍTULO V
Votação Daniel Almeida CONSELHO DE SEGURANÇA
bergalmeida96@gmail.com
Artigo 18. 1. Cada Membro da Assembléia 768.507.063-49Composição
Geral terá um voto.
2. As decisões da Assembléia Geral, em ques- Artigo 23. 1. O Conselho de Segurança será
tões importantes, serão tomadas por maioria de composto de quinze Membros das Nações Unidas.
dois terços dos Membros presentes e votantes. Es- A República da China, a França, a União das Re-
sas questões compreenderão: recomendações re- públicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da
lativas à manutenção da paz e da segurança inter- Grã-Bretanha e Irlanda do norte e os Estados uni-
nacionais; à eleição dos Membros não permanen- dos da América serão membros permanentes do
tes do Conselho de Segurança; à eleição dos Mem- Conselho de Segurança. A Assembléia Geral ele-
bros do Conselho Econômico e Social; à eleição gerá dez outros Membros das Nações Unidas para
dos Membros dos Conselho de Tutela, de acordo Membros não permanentes do Conselho de Segu-
como parágrafo 1 (c) do Artigo 86; à admissão de rança, tendo especialmente em vista, em primeiro
novos Membros das Nações Unidas; à suspensão lugar, a contribuição dos Membros das Nações Uni-
dos direitos e privilégios de Membros; à expulsão das para a manutenção da paz e da segurança in-
dos Membros; questões referentes o funciona- ternacionais e para osoutros propósitos da Organi-
mento do sistema de tutela e questões orçamentá- zação e também a distribuição geográfica equita-
rias. tiva.

3. As decisões sobre outras questões, inclu- 2. Os membros não permanentes do Conselho


sive a determinação de categoria adicionais de as- de Segurança serão eleitos por um período de dois
suntos a serem debatidos por uma maioria dos anos. Na primeira eleição dos Membros não per-
membros presentes e que votem. manentes do Conselho de Segurança, que se cele-
bre depois de haver-se aumentado de onze para
Artigo 19. O Membro das Nações Unidas quinze o número de membros do Conselho de Se-
que estiver em atraso no pagamento de sua contri- gurança, dois dos quatro membros novos serão
buição financeira à Organização não terá voto na eleitos por um período de um ano. Nenhum
Assembléia Geral, se o total de suas contribuições

44
membro que termine seu mandato poderá ser ree- Capítulo VI e no parágrafo 3 do Artigo 52, aquele
leito para o período imediato. que for parte em uma controvérsia se absterá de
3. Cada Membro do Conselho de Segurança votar.
terá um representante. Artigo 28. 1. O Conselho de Segurança será
Funções e atribuições organizado de maneira que possa funcionar conti-
nuamente. Cada membro do Conselho de Segu-
Artigo 24. 1. A fim de assegurar pronta e efi- rança será, para tal fim, em todos os momentos,
caz ação por parte das Nações Unidas, seus Mem- representado na sede da Organização.
bros conferem ao Conselho de Segurança a princi-
pal responsabilidade na manutenção da paz e da 2. O Conselho de Segurança terá reuniões pe-
segurança internacionais e concordam em que no riódicas, nas quais cada um de seus membros po-
cumprimento dos deveres impostos por essa res- derá, se assim o desejar, ser representado por um
ponsabilidade o Conselho de Segurança aja em membro do governo ou por outro representante es-
nome deles. pecialmente designado.

2. No cumprimento desses deveres, o Conse- 3. O Conselho de Segurança poderá reunir-se


lho de Segurança agirá de acordo com os Propósi- em outros lugares, fora da sede da Organização, e
tos e Princípios das Nações Unidas. As atribuições que, a seu juízo, possam facilitar o seu trabalho.
específicas do Conselho de Segurança para o cum- Artigo 29. O Conselho de Segurança poderá
primento desses deveres estão enumeradas nos estabelecer órgãos subsidiários que julgar neces-
Capítulos VI, VII, VIII e XII. sários para o desempenho de suas funções.
3. O Conselho de Segurança submeterá rela- Artigo 30. O Conselho de Segurança ado-
tórios anuais e, quando necessário, especiais à As-
tará seu próprio regulamento interno, que incluirá o
sembléia Geral para sua consideração.
método de escolha de seu Presidente.
Artigo 25. Os Membros das Nações Daniel Unidas Almeida
Artigo 31. Qualquer membro das Nações
concordam em aceitar e executar as bergalmeida96@gmail.com
decisões do
Unidas, que não for membro do Conselho de Segu-
Conselho de Segurança, de acordo com a presente
768.507.063-49
rança, poderá participar, sem direito a voto, na dis-
Carta.
cussão de qualquer questão submetida ao Conse-
Artigo 26. A fim de promover o estabeleci- lho de Segurança, sempre que este considere que
mento e a manutenção da paz e da segurança in- os interesses do referido Membro estão especial-
ternacionais, desviando para armamentos o menos mente em jogo.
possível dos recursos humanos e econômicos do Artigo 32. Qualquer Membro das Nações
mundo, o Conselho de Segurança terá o encargo
Unidas que não for Membro do Conselho de Segu-
de formular, com a assistência da Comissão de Es-
rança, ou qualquer Estado que não for Membro das
tado Maior, a que se refere o Artigo 47, os planos a
Nações Unidas será convidado,desde que seja
serem submetidos aos Membros das Nações Uni-
parte em uma controvérsia submetida ao Conselho
das, para o estabelecimento de um sistema de re-
de Segurança,a participar, sem voto, na discussão
gulamentação dos armamentos.
dessa controvérsia. O Conselho de Segurança de-
Votação terminará as condições que lhe parecerem justas
para a participação de um Estado que não for Mem-
Artigo 27. 1. Cada membro do Conselho de
bro das Nações Unidas.
Segurança terá um voto.
2. As decisões do conselho de Segurança, em
questões processuais, serão tomadas pelo voto CAPÍTULO VI
afirmativo de nove Membros. SOLUÇÃO PACÍFICA DE
3. As decisões do Conselho de Segurança, em CONTROVÉRSIAS
todos os outros assuntos, serão tomadas pelo voto
afirmativo de nove membros, inclusive os votos afir-
mativos de todos os membros permanentes, fi- Artigo 33. 1. As partes em uma controvérsia,
cando estabelecido que, nas decisões previstas no que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais, procurarão, antes de

45
tudo, chegar a uma solução por negociação, inqué- 33 não conseguirem resolve-la pelos meios indica-
rito, mediação, conciliação, arbitragem, solução ju- dos no mesmo Artigo, deverão submete-la ao Con-
dicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou selho de Segurança.
a qualquer outro meio pacífico à sua escolha. 2. O Conselho de Segurança, caso julgue que
2. O Conselho de Segurança convidará, a continuação dessa controvérsia poderá real-
quando julgar necessário, as referidas partes a re- mente constituir uma ameaça à manutenção da paz
solver, por tais meios, suas controvérsias. e da segurança internacionais, decidirá sobre a
conveniência de agir de acordo com o Artigo 36 ou
Artigo 34. O Conselho de Segurança poderá
recomendar as condições que lhe parecerem apro-
investigar sobre qualquer controvérsia ou situação priadas à sua solução.
suscetível de provocar atritos entre as Nações ou
dar origem a uma controvérsia, a fim de determinar Artigo 38. Sem prejuízo dos dispositivos dos
se a continuação de tal controvérsia ou situação Artigos 33 a 37, o Conselho de Segurança poderá,
pode constituir ameaça à manutenção da paz e da se todas as partes em uma controvérsia assim o
segurança internacionais. solicitarem, fazer recomendações às partes, tendo
em vista uma solução pacífica da controvérsia.
Artigo 35. 1. Qualquer Membro das Nações
Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer CAPÍTULO VII
controvérsia, ou qualquer situação, da natureza
AÇÃO RELATIVA A AMEAÇAS À PAZ,
das que se acham previstas no Artigo 34.
RUPTURA DA PAZ E ATOS DE
2. Um Estado que não for Membro das Nações
AGRESSÃO
Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer
controvérsia em que seja parte, uma vez que Artigo 39. O Conselho de Segurança deter-
Daniel Almeida
aceite, previamente, em relação a essa controvér- minará a existência de qualquer ameaça à paz, rup-
bergalmeida96@gmail.com
sia, as obrigações de solução pacífica previstas na tura da paz ou ato de agressão, e fará recomenda-
768.507.063-49
presente Carta. ções ou decidirá que medidas deverão ser tomadas
3. Os atos da Assembléia Geral, a respeito dos de acordo com os Artigos 41 e 42, a fim de manter
assuntos submetidos à sua atenção, de acordo ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.
com este Artigo, serão sujeitos aos dispositivos dos
Artigo 40. A fim de evitar que a situação se
Artigos 11 e 12.
agrave, o Conselho de Segurança poderá, antes de
Artigo 36. 1. O conselho de Segurança po- fazer as recomendações ou decidir a respeito das
derá, em qualquer fase de uma controvérsia da na- medidas previstas no Artigo 39, convidar as partes
tureza a que se refere o Artigo 33, ou de uma situ- interessadas a que aceitem as medidas provisórias
ação de natureza semelhante, recomendar proce- que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis.
dimentos ou métodos de solução apropriados. Tais medidas provisórias não prejudicarão os direi-
tos ou pretensões , nem a situação das partes inte-
2. O Conselho de Segurança deverá tomar em
ressadas. O Conselho de Segurança tomará de-
consideração quaisquer procedimentos para a so-
vida nota do não cumprimento dessas medidas.
lução de uma controvérsia que já tenham sido ado-
tados pelas partes. Artigo 41. O Conselho de Segurança deci-
3. Ao fazer recomendações, de acordo com dirá sobre as medidas que, sem envolver o em-
este Artigo, o Conselho de Segurança deverá to- prego de forças armadas, deverão ser tomadas
mar em consideração que as controvérsias de ca- para tornar efetivas suas decisões e poderá convi-
ráter jurídico devem, em regra geral, ser submeti- dar os Membros das Nações Unidas a aplicarem
das pelas partes à Corte Internacional de Justiça, tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção
de acordo com os dispositivos do Estatuto da completa ou parcial das relações econômicas, dos
Corte. meios de comunicação ferroviários, marítimos, aé-
reos , postais, telegráficos, radiofônicos, ou de ou-
Artigo 37. 1. No caso em que as partes em tra qualquer espécie e o rompimento das relações
controvérsia da natureza a que se refere o Artigo diplomáticas.

46
Artigo 42. No caso de o Conselho de Segu- Comissão de Estado Maior, dentro dos limites es-
rança considerar que as medidas previstas no Ar- tabelecidos no acordo ou acordos especiais a que
tigo 41 seriam ou demonstraram que são inadequa- se refere o Artigo 43.
das, poderá levar a efeito, por meio de forças aé- Artigo 46. O Conselho de Segurança, com a
reas, navais ou terrestres, a ação que julgar neces- assistência da Comissão de Estado Maior, fará pla-
sária para manter ou restabelecer a paz e a segu- nos para a aplicação das forças armadas.
rança internacionais. Tal ação poderá compreen-
der demonstrações, bloqueios e outras operações, Artigo 47. 1 . Será estabelecia uma Comis-
por parte das forças aéreas, navais ou terrestres são de Estado Maior destinada a orientar e assistir
dos Membros das Nações Unidas. o Conselho de Segurança, em todas as questões
relativas às exigências militares do mesmo Conse-
Artigo 43. 1. Todos os Membros das Nações
lho, para manutenção da paz e da segurança inter-
Unidas, a fim de contribuir para a manutenção da nacionais, utilização e comando das forças coloca-
paz e da segurança internacionais, se comprome- das à sua disposição, regulamentação de arma-
tem a proporcionar ao Conselho de Segurança, a mentos e possível desarmamento.
seu pedido e de conformidade com o acôrdo ou
acordos especiais, forças armadas, assistência e 2. A Comissão de Estado Maior será composta
facilidades, inclusive direitos de passagem, neces- dos Chefes de Estado Maior dos Membros Perma-
sários à manutenção da paz e da segurança inter- nentes do Conselho de Segurança ou de seus re-
nacionais. presentantes. Todo Membro das Nações Unidas
que não estiver permanentemente representado na
2. Tal acôrdo ou tais acordos determinarão o Comissão será por esta convidado a tomar parte
número e tipo das forças, seu grau de preparação nos seus trabalhos, sempre que a sua participação
e sua localização geral, bem como a natureza das for necessária ao eficiente cumprimento das res-
facilidades e da assistência a serem proporciona- ponsabilidades da Comissão.
das. Daniel Almeida
3. A Comissão de Estado Maior será respon-
3. O acôrdo ou acordos serão bergalmeida96@gmail.com
negociados o sável, sob a autoridade do Conselho de Segurança,
mais cedo possível, por iniciativa do Conselho de
768.507.063-49
pela direção estratégica de todas as forças arma-
Segurança. Serão concluídos entre o Conselho de das postas à disposição do dito Conselho. As ques-
Segurança e Membros da Organização ou entre o tões relativas ao comando dessas forças serão re-
Conselho de Segurança e grupos de Membros e solvidas ulteriormente.
submetidos à ratificação, pelos Estados signatá-
rios, de conformidade com seus respectivos pro- 4. A Comissão de Estado Maior, com autoriza-
cessos constitucionais. ção do Conselho de Segurança e depois de consul-
tar os organismos regionais adequados, poderá es-
Artigo 44. Quando o Conselho de Segurança tabelecer sob-comissões regionais.
decidir o emprego de força, deverá, antes de solici-
tar a um Membro nele não representado o forneci- Artigo 48. 1. A ação necessária ao cumpri-
mento de forças armadas em cumprimento das mento das decisões do Conselho de Segurança
obrigações assumidas em virtude do Artigo 43, para manutenção da paz e da segurança internaci-
convidar o referido Membro, se este assim o dese- onais será levada a efeito por todos os Membros
jar, a participar das decisões do Conselho de Se- das Nações Unidas ou por alguns deles, conforme
gurança relativas ao emprego de contingentes das seja determinado pelo Conselho de Segurança.
forças armadas do dito Membro. 2. Essas decisões serão executas pelos Mem-
Artigo 45. A fim de habilitar as Nações Uni- bros das Nações Unidas diretamente e, por seu in-
termédio, nos organismos internacionais apropria-
das a tomarem medidas militares urgentes, os
dos de que façam parte.
Membros das Nações Unidas deverão manter, ime-
diatamente utilizáveis, contingentes das forças aé- Artigo 49. Os Membros das Nações Unidas
reas nacionais para a execução combinada de uma prestar-se-ão assistência mútua para a execução
ação coercitiva internacional. A potência e o grau das medidas determinadas pelo Conselho de Se-
de preparação desses contingentes, como os pla- gurança.
nos de ação combinada, serão determinados pelo
Conselho de Segurança com a assistência da

47
Artigo 50. No caso de serem tomadas medi- Artigo 53. 1. O conselho de Segurança utili-
das preventivas ou coercitivas contra um Estado zará, quando for o caso, tais acordos e entidades
pelo Conselho de Segurança, qualquer outro Es- regionais para uma ação coercitiva sob a sua pró-
tado, Membro ou não das Nações unidas, que se pria autoridade. Nenhuma ação coercitiva será, no
sinta em presença de problemas especiais de na- entanto, levada a efeito de conformidade com acor-
tureza econômica, resultantes da execução daque- dos ou entidades regionais sem autorização do
las medidas, terá o direito de consultar o Conselho Conselho de Segurança, com exceção das medi-
de Segurança a respeito da solução de tais proble- das contra um Estado inimigo como está definido
mas. no parágrafo 2 deste Artigo, que forem determina-
das em consequência do Artigo 107 ou em acordos
Artigo 51. Nada na presente Carta prejudi-
regionais destinados a impedir a renovação de uma
cará o direito inerente de legítima defesa individual política agressiva por parte de qualquer desses Es-
ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado tados, até o momento em que a Organização
contra um Membro das Nações Unidas, até que o possa, a pedido dos Governos interessados, ser in-
Conselho de Segurança tenha tomado as medidas cumbida de impedir toda nova agressão por parte
necessárias para a manutenção da paz e da segu- de tal Estado.
rança internacionais. As medidas tomadas pelos
Membros no exercício desse direito de legítima de- 2. O termo Estado inimigo, usado no parágrafo
fesa serão comunicadas imediatamente ao Conse- 1 deste Artigo, aplica-se a qualquer Estado que, du-
lho de Segurança e não deverão, de modo algum, rante a Segunda Guerra Mundial, foi inimigo de
atingir a autoridade e a responsabilidade que a pre- qualquer signatário da presente Carta.
sente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, Artigo 54. O Conselho de Segurança será
em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à sempre informado de toda ação empreendida ou
manutenção ou ao restabelecimento da paz e da projetada de conformidade com os acordos ou en-
segurança internacionais. tidades regionais para manutenção da paz e da se-
Daniel Almeida
gurança internacionais.
bergalmeida96@gmail.com
CAPÍTULO VIII 768.507.063-49
ACORDOS REGIONAIS CAPÍTULO IX
COOPERAÇÃO ECONÔMICA E
Artigo 52. 1. Nada na presente Carta impede SOCIAL INTERNACIONAL
a existência de acordos ou de entidades regionais,
destinadas a tratar dos assuntos relativos à manu-
Artigo 55. Com o fim de criar condições de
tenção da paz e da segurança internacionais que
forem suscetíveis de uma ação regional, desde que estabilidade e bem estar, necessárias às relações
tais acordos ou entidades regionais e suas ativida- pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas
des sejam compatíveis com os Propósitos e Princí- no respeito ao princípio da igualdade de direitos e
pios das Nações Unidas. da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas
favorecerão:
2. Os Membros das Nações Unidas, que forem
parte em tais acordos ou que constituírem tais en- a) níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e
tidades, empregarão todo os esforços para chegar condições de progresso e desenvolvimento econô-
a uma solução pacífica das controvérsias locais por mico e social;
meio desses acordos e entidades regionais, antes b) a solução dos problemas internacionais
de as submeter ao Conselho de Segurança. econômicos, sociais, sanitários e conexos; a coo-
3. O Conselho de Segurança estimulará o de- peração internacional, de caráter cultural e educa-
senvolvimento da solução pacífica de controvérsias cional; e
locais mediante os referidos acordos ou entidades c) o respeito universal e efetivo dos direitos hu-
regionais, por iniciativa dos Estados interessados manos e das liberdades fundamentais para todos,
ou a instância do próprio conselho de Segurança. sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
4. Este Artigo não prejudica, de modo algum, a
aplicação dos Artigos 34 e 35.

48
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a
presente Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos como o ideal comum a ser atingido por todos
os povos e todas as nações, com o objetivo de que
cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo
sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DI- meio do ensino e da educação, por promover o res-
REITOS HUMANOS ADOTADA E PROCLA- peito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção
de medidas progressivas de caráter nacional e in-
MADA PELA ASSEMBLEIA GERAL DAS
ternacional, por assegurar o seu reconhecimento e
NAÇÕES UNIDAS (RESOLUÇÃO 217 A III) a sua observância universais e efetivos, tanto entre
EM 10 DE DEZEMBRO 1948. os povos dos próprios Países-Membros quanto en-
tre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Considerando que o reconhecimento da digni- Artigo I
dade inerente a todos os membros da família hu- Todos os seres humanos nascem livres e
mana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o iguais em dignidade e direitos. São dotados de ra-
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no zão e consciência e devem agir em relação uns aos
mundo, outros com espírito de fraternidade.
Considerando que o desprezo e o desrespeito
pelos direitos humanos resultaram em atos bárba- Observação: Referência aos ideais ilumi-
ros que ultrajaram a consciência da humanidade e nistas (base teórica) da Revolução Francesa
que o advento de um mundo em que mulheres e (1789) – Liberdade, Igualdade e fraternidade
homens gozem de liberdade de palavra, de crença (ou solidariedade). Os ideais também são utili-
e da liberdade de viverem a salvo do temor e da zados como valores-fonte para a classificação
Daniel Almeida
dos direitos humanos de acordo com suas ge-
necessidade foi proclamado como a mais alta aspi-
ração do ser humano comum,
bergalmeida96@gmail.com
rações ou dimensões.
768.507.063-49
Considerando ser essencial que os direitos hu-
Artigo II
manos sejam protegidos pelo império da lei, para
que o ser humano não seja compelido, como último 1 - Todo ser humano tem capacidade para go-
recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, zar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
Considerando ser essencial promover o de-
seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião po-
senvolvimento de relações amistosas entre as na-
lítica ou de outra natureza, origem nacional ou so-
ções,
cial, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condi-
Considerando que os povos das Nações Uni- ção.
das reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fun-
2 - Não será também feita nenhuma distinção
damentais do ser humano, na dignidade e no valor
fundada na condição política, jurídica ou internaci-
da pessoa humana e na igualdade de direitos do
onal do país ou território a que pertença uma pes-
homem e da mulher e que decidiram promover o
soa, quer se trate de um território independente,
progresso social e melhores condições de vida em
sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
uma liberdade mais ampla,
qualquer outra limitação de soberania.
Considerando que os Países-Membros se
comprometeram a promover, em cooperação com Artigo III
as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos Todo ser humano tem direito à vida, à liber-
e liberdades fundamentais do ser humano e a ob- dade e à segurança pessoal.
servância desses direitos e liberdades,
Observação: Não confundir com segu-
Considerando que uma compreensão comum
rança pública (dever do Estado, direito e res-
desses direitos e liberdades é da mais alta impor-
ponsabilidade de todos, é exercida para a pre-
tância para o pleno cumprimento desse compro-
servação da ordem pública e da incolumidade
misso,
das pessoas e do patrimônio).

49
Artigo IV Observação: A igualdade deve ser vista so-
Ninguém será mantido em escravidão ou ser- bre duplo aspecto...
vidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão • A igualdade em seu sentido puramente
proibidos em todas as suas formas. formal, também denominada igualdade perante
a lei ou igualdade jurídica, consiste no trata-
Observação: Não encontramos exceção mento equânime conferido pela lei aos indiví-
nos tratados internacionais e nem no ordena- duos, visando subordinar todos ao crivo da le-
mento brasileiro. Para alguns autores. por se gislação, independentemente de raça, cor,
tratar de uma vedação que protege o núcleo es- sexo, credo ou etnia.
sencial da dignidade da pessoa humana, se re-
veste de caráter absoluto. • Denominada por alguns de igualdade real
ou substancial, a igualdade material tem por fi-
Artigo V nalidade igualar os indivíduos, que essencial-
mente são desiguais. Na busca pela concretiza-
Ninguém será submetido à tortura nem a trata- ção da isonomia em sua feição substancial, é
mento ou castigo cruel, desumano ou degradante. legítimo ao legislador criar distinções com a fi-
nalidade de igualar oportunidades em prol de in-
Observação: Assim como no artigo IV, não divíduos e grupos menos favorecidos, uma vez
encontramos exceção nos tratados internacio- que, historicamente, negros, mulheres e idosos
nais e nem no ordenamento brasileiro. Para al- sempre se encontraram em situação de hipos-
guns autores, também por se tratar de uma ve- suficiência no seio da sociedade.
dação que protege o núcleo da dignidade da
pessoa humana, se reveste de caráter absoluto. Artigo VIII
Note que em tempos de guerra a vida pode ser
Todo ser humano tem direito a receber dos tri-
flexibilizada (adoção da pena de morte), o que
bunais nacionais competentes remédio efetivo para
Daniel Almeida
não acontece com a possibilidade de tortura por
os atos que violem os direitos fundamentais que lhe
bergalmeida96@gmail.com
exemplo.
sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
768.507.063-49
Artigo VI Artigo IX
Todo ser humano tem o direito de ser, em to- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou
dos os lugares, reconhecido como pessoa perante exilado.
a lei.
Artigo X
Observação: Para a declaração o direito Todo ser humano tem direito, em plena igual-
de adquirir uma personalidade jurídica, ou seja, dade, a uma justa e pública audiência por parte de
a capacidade de adquirir direitos e deveres, é um tribunal independente e imparcial, para decidir
de titularidade de todo ser humano. Portanto sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de
quando nos referimos ao conceito de pessoa, qualquer acusação criminal contra ele.
estamos falando de todo ser humano (pessoa
natural). Observação: Base do princípio do Juiz (ou ju-
ízo) Natural - Trata-se de um pressuposto para ga-
Artigo VII rantir a independência e a imparcialidade do órgão
julgador. Na verdade, evita que o Magistrado seja
Todos são iguais perante a lei e têm direito, “escolhido” para julgar determinado processo ou
sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. To- afastado do julgamento de um feito. Da mesma
dos têm direito a igual proteção contra qualquer dis- forma, essa garantia proíbe a criação de tribunais
criminação que viole a presente Declaração e con- extraordinários (de exceção) e a transferência do
tra qualquer incitamento a tal discriminação. processo para outro juízo. Institui, ainda, a exigên-
cia de que a competência do juízo seja prévia.
Trata-se de uma garantia vinculada ao próprio de-
vido processo legal, porque a legitimidade do pro-
cesso pressupõe que um terceiro imparcial exa-
mine as provas.

50
Artigo XI Observação: O direito de saída se refere a
1. Todo ser humano acusado de um ato delitu- qualquer país, porém a aceitação do regresso é
oso tem o direito de ser presumido inocente até que referente ao país de origem do indivíduo.
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo • A transferência de pessoas condenadas
com a lei, em julgamento público no qual lhe te- para cumprimento de pena em estabelecimen-
nham sido asseguradas todas as garantias neces- tos prisionais em seus países de origem tem cu-
sárias à sua defesa. nho essencialmente humanitário. Isso porque
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer objetiva aproximar o condenado de sua família
ação ou omissão que, no momento, não constitu- e de seu ambiente social e cultural, o que con-
íam delito perante o direito nacional ou internacio- fere importante apoio psicológico e emocional,
nal. Também não será imposta pena mais forte do além de facilitar sua reabilitação após o cumpri-
que aquela que, no momento da prática, era apli- mento da pena. Assim, diferente da extradição,
cável ao ato delituoso. que é um ato de cooperação jurídica internacio-
nal compulsório e que independe da vontade do
Artigo XII envolvido, a transferência da pessoa conde-
Ninguém será sujeito à interferência em sua nada é facultativa, tendo entre os seus requisi-
vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua tos o expresso consentimento do preso.
correspondência, nem a ataque à sua honra e re-
putação. Todo ser humano tem direito à proteção Artigo XIV
da lei contra tais interferências ou ataques. 1. Todo ser humano, vítima de perseguição,
tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
Observação: Base da inviolabilidade da in- países.
timidade, vida privada, honra, imagem, comuni-
cações (correspondências, telegráficas, dados Observação: No caso do asilo, as garantias
Daniel
e telefônicas) e domicílio. Lembrando que vá-
Almeida
são dadas apenas após a concessão. Antes
bergalmeida96@gmail.com
rios instrumentos normativos flexibilizarão, me- disso, a pessoa que estiver em território nacio-
768.507.063-49
diante regras rígidas, essas inviolabilidades. nal estará em situação de ilegalidade. O asilo
pode ser de dois tipos (diplomático – quando o
Artigo XIII requerente está em país estrangeiro e pede
asilo à embaixada brasileira - ou territorial –
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de quando o requerente está em território nacio-
locomoção e residência dentro das fronteiras de nal).
cada Estado.

Observação: A liberdade de locomoção é 2. Este direito não pode ser invocado em caso
um direito humanos de primeira geração que se de perseguição legitimamente motivada por crimes
goza em defesa da arbitrariedade do Estado no de direito comum ou por atos contrários aos objeti-
direito de ingressar, sair, permanecer e se loco- vos e princípios das Nações Unidas.
mover dentro de um território. Artigo XV
2. Todo ser humano tem o direito de deixar 1. Todo homem tem direito a uma nacionali-
qualquer país, inclusive o próprio, e a este regres- dade.
sar.
Observação: É um vínculo jurídico-político
que liga um indivíduo a um determinado Estado,
ao passo que, integrando ao povo, adquirindo
direito e obrigações. Note que a declaração fala
de “uma” nacionalidade, que pode ser primária
(originária ou involuntária) ou secundária (ad-
quirida ou voluntária).

51
2. Ninguém será arbitrariamente privado de Artigo XVIII
sua nacionalidade, nem do direito de mudar de na-
cionalidade. Todo ser humano tem direito à liberdade de
pensamento, consciência e religião; este direito in-
Observação: O direito de adquirir outra na- clui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
cionalidade não obriga que a nacionalidade an- liberdade de manifestar essa religião ou crença,
terior seja mantida, o que deve ser observado é pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela obser-
a possibilidade da condição de apátrida (ou hei- vância, em público ou em particular.
matlos).
Observação: a laicidade é característica
Artigo XVI dos Estados não confessionais que assumem
uma posição de neutralidade perante a religião,
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem a qual se traduz em respeito por todos os cre-
qualquer restrição de raça, nacionalidade ou reli- dos e inclusive pela ausência deles (agnosti-
gião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar cismo, ateísmo).
uma família. Gozam de iguais direitos em relação
ao casamento, sua duração e sua dissolução. Artigo XIX
Observação: Os direitos e deveres referen- Todo ser humano tem direito à liberdade de
tes à sociedade conjugal são exercidos igual- opinião e expressão; este direito inclui a liberdade
mente pelo homem e pela mulher. de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
receber e transmitir informações e idéias por quais-
2. O casamento não será válido senão com o
quer meios e independentemente de fronteiras
livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental Observação: Lembrando que a liberdade
da sociedade e tem direito à proteção da sociedade de opinião também não é direito absoluto, assim
e do Estado. Daniel Almeida
pode ser relativizada quando utilizada, por
exemplo, para promover o discurso de ódio.
bergalmeida96@gmail.com
Observação: A família, base da sociedade,
768.507.063-49
tem especial proteção do Estado. Para efeito da Artigo XX
proteção do Estado, é reconhecida a união es-
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
tável entre o homem e a mulher como entidade
reunião e associação pacífica.
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão
em casamento. Observação: A DUDH não faz referência ao
prévio aviso, porém, por ser um direito de liber-
Artigo XVII
dade, não necessita de autorização estatal.
1. Todo ser humano tem direito à propriedade,
só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de
uma associação.
Observação: Não confundir propriedade
com moradia, como é um direito de 1ª geração Observação: é um direito individual de ma-
a propriedade impõe ao Estado a obrigação de nifestação coletiva, portanto depende da von-
“não fazer”. tade do indivíduo fazer arte de uma associação.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de
sua propriedade.
O ARTIGO XXI TRATA DIRETAMENTE
Observação: Existem formas definidas pre- DOS DIREITOS POLÍTICOS.
viamente e amparadas no bem da coletividade
que flexibilizam (relativizam) o direito de propri-
edade, reforçando assim o caráter não absoluto
desse direito.

52
Artigo XXI Artigo XXII
1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte Todo ser humano, como membro da socie-
no governo de seu país diretamente ou por inter- dade, tem direito à segurança social, à realização
médio de representantes livremente escolhidos. pelo esforço nacional, pela cooperação internacio-
nal e de acordo com a organização e recursos de
Observação: Direitos políticos são aqueles cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e
que permitem a participação ativa do indivíduo culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
na vida do Estado. Os Direitos Políticos têm por desenvolvimento da sua personalidade.
finalidade permitir que os indivíduos participem
das decisões do Poder Estatal, garantindo-lhes, Observação: Os direitos de 2ª dimensão
dentre outros, os direitos de votar e de serem geram ao Estado uma obrigação de fazer (pres-
votados. tacional), por isso são mais onerosos e muitos
terão uma aplicabilidade mediata. Para a con-
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso secução, dos direitos econômicos, sociais e cul-
ao serviço público do seu país. turais, todos os povos podem dispor livremente
3. A vontade do povo será a base da autori- de suas riquezas e de seus recursos naturais.
dade do governo; esta vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio univer- Artigo XXIII
sal, por voto secreto ou processo equivalente que 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à
assegure a liberdade de voto. livre escolha de emprego, a condições justas e fa-
voráveis de trabalho e à proteção contra o desem-
Observação: Temos a soberania popular
prego.
como base da democracia (tácitamente citada
no parágrafo 1), que pode ser: Observação: A relação laboral afeta inevi-
• Democracia representativa, entende-se tavelmente a liberdade e exercícios de direitos
Daniel Almeida
fundamentais dos trabalhadores ainda no que
neste caso por “representar” o ato bergalmeida96@gmail.com
de uma pes-
soa ser eleita, por votação, para "representar" se refere à esfera privada, ou seja, atingindo os
768.507.063-49
um povo, uma população, determinado grupo, empregados nas suas relações extra laborais.
comunidade etc.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção,
• Democracia participativa é um regime tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
onde se pretende que existam efetivos meca-
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a
nismos de controle da sociedade civil sob a ad-
uma remuneração justa e satisfatória, que lhe as-
ministração pública, não se reduzindo o papel
segure, assim como à sua família, uma existência
democrático apenas ao voto, mas também es-
compatível com a dignidade humana e a que se
tendendo a democracia para a esfera social.
acrescentarão, se necessário, outros meios de pro-
Observação2: Não temos referência ao teção social.
voto direto, mas sim ao secreto, períodico e por
4. Todo ser humano tem direito a organizar sin-
sufrágio universal.
dicatos e a neles ingressar para proteção de seus
A PARTIR DAQUI TEREMOS REFERÊNCIAS interesses.
AOS DIREITOS DE 2ª GERAÇÃO OU DIMEN-
SÃO. (Ligados ao valor igualdade, os direitos
fundamentais de 2ª dimensão são os direitos
sociais, econômicos e culturais. São direitos de
titularidade coletiva e com caráter positivo, pois
exigem atuações do Estado.)

53
Observação: Discussões sobre o papel do Observação: A instrução técnico-profissio-
Estado na garantia da dignidade do trabalhador nal e a instrução superior (meritocrática) são
existem desde a Revolução Industrial. Vale res- acessíveis a todos, mas não são gratuitas e
saltar que em 1948, ano da DUDH, já tínhamos nem obrigatórias. A instrução fundamental será
a Organização Internacional do Trabalho (OIT). gratuita, mas não é obrigatória. A educação ele-
Fundada em 1919 para promover a justiça so- mentar é gratuita e obrigatória.
cial, a OIT é a única agência das Nações Unidas
que tem estrutura tripartite, na qual represen- 2. A instrução será orientada no sentido do
tantes de governos, de organizações de empre- pleno desenvolvimento da personalidade humana
gadores e de trabalhadores de 187 Estados- e do fortalecimento do respeito pelos direitos huma-
membros participam em situação de igualdade nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução
das diversas instâncias da Organização. promoverá a compreensão, a tolerância e a ami-
zade entre todas as nações e grupos raciais ou re-
Artigo XXIV ligiosos, e coadjuvará as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer,
inclusive a limitação razoável das horas de trabalho 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha
e a férias remuneradas periódicas. do gênero de instrução que será ministrada a seus
filhos.
Observação: Lazer é a entrega à ociosi-
dade repousante. Recreação é entrega ao di- Observação: um bom exemplo seria a es-
vertimento, ao esporte, ao brinquedo. Ambos se colha e uma educação confessional de cordo
destinam a refazer as forças depois da labuta com a crença dos pais.
diária e semanal. Sua natureza social decorre
do fato de constituírem prestações estatais que Artigo XXVII
interferem com as condições de trabalho e comDaniel Almeida1. Todo ser humano tem o direito de participar
a qualidade de vida. bergalmeida96@gmail.com
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
das artes e de participar do progresso científico e
768.507.063-49
Artigo XXV de seus benefícios.
1. Todo ser humano tem direito a um padrão Observação: Direitos Culturais são aqueles
de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, sa- afetos às artes, à memória coletiva e ao repasse
úde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, de saberes, que asseguram a seus titulares o
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais conhecimento e uso do passado, interferência
indispensáveis, e direito à segurança em caso de ativa no presente e possibilidade de previsão e
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou decisão de opções referentes ao futuro, visando
outros casos de perda dos meios de subsistência sempre à dignidade da pessoa humana.
em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cui- 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos
dados e assistência especiais. Todas as crianças, interesses morais e materiais decorrentes de qual-
nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da quer produção científica literária ou artística da qual
mesma proteção social. seja autor.
Artigo XXVI Observação: A propriedade intelectual ga-
rante a inventores ou responsáveis por qualquer
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A
produção do intelecto – seja nos domínios in-
instrução será gratuita, pelo menos nos graus ele-
dustrial, científico, literário ou artístico – o direito
mentares e fundamentais. A instrução elementar
de obter recompensa pela própria criação. Note
será obrigatória. A instrução técnico-profissional
que temos um direito de 1ª geração que está di-
será acessível a todos, bem como a instrução su-
retamente relacionado com os direitos de 2ª ge-
perior, está baseada no mérito.
ração.

54
Artigo XXVIII ARTIGO II
Todo ser humano tem direito a uma ordem so- Na presente Convenção entende-se por geno-
cial e internacional em que os direitos e liberdades cídio qualquer dos seguintes atos, cometidos com
estabelecidos na presente Declaração possam ser a intenção de destruir no todo ou em parte, um
plenamente realizados. grupo nacional. étnico, racial ou religioso, como tal:
Artigo XXIX a) matar membros do grupo;
1. Todo ser humano tem deveres para com a b) causar lesão grave à integridade física ou
comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvi- mental de membros do grupo;
mento de sua personalidade é possível. c) submeter intencionalmente o grupo a condi-
2. No exercício de seus direitos e liberdades, ção de existência capazes de ocasionar-lhe a des-
todo ser humano estará sujeito apenas às limita- truição física total ou parcial;
ções determinadas pela lei, exclusivamente com o d) adotar medidas destinadas a impedir os
fim de assegurar o devido reconhecimento e res- nascimentos no seio de grupo;
peito dos direitos e liberdades de outrem e de sa-
e) efetuar a transferência forçada de crianças
tisfazer as justas exigências da moral, da ordem
do grupo para outro grupo.
pública e do bem-estar de uma sociedade demo-
crática. ARTIGO IV
3. Esses direitos e liberdades não podem, em As pessoas que tiverem cometido o genocídio
hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos ou qualquer dos outros atos enumerados no Artigo
objetivos e princípios das Nações Unidas. III serão punidas, sejam governistas, funcionários
Artigo XXX ou particulares.

Nenhuma disposição da presente Declaração ARTIGO XIII


Daniel Almeida
pode ser interpretada como o reconhecimento a
bergalmeida96@gmail.comNa data em que os vinte primeiros instrumen-
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
768.507.063-49 ratificação ou adesão tiverem sido deposita-
tos de
exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato dos, o Secretário Geral lavrará uma ata, e transmi-
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e tirá cópia da mesma a todos os membros das Na-
liberdades aqui estabelecidos. ções Unidas e aos Estados não-membros a que se
refere o Artigo XI.
A presente Convenção entrará em vigor no-
venta dias após a data do depósito do vigésimo ins-
trumento de ratificação ou adesão.
Qualquer ratificação ou adesão efetuada pos-
teriormente à última data entrará em vigor noventa
As Partes Contratantes, dias após o deposito do instrumento de ratificação
ou adesão.
Considerando que a Assembléia Geral da Or-
ganização das Nações Unidas, em sua Resolução
96 (1) de 11 de dezembro de 1945, declarou que o
genocídio é um crime contra o Direito Internacional,
contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas
e que o mundo civilizado condena;
Reconhecendo que todos os méritos da histó-
ria o genocídio causou grandes perdas à humani-
dade;
Convencidas de que, para libertar a humani-
dade de flagelo tão odioso, a cooperação internaci-
onal é necessária:
Convém no seguinte

55
Daniel Almeida
bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49

56
X – cadastrar a identificação do cano da arma,
as características das impressões de raiamento e
de microestriamento de projétil disparado, con-
forme marcação e testes obrigatoriamente realiza-
dos pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pú-
blica dos Estados e do Distrito Federal os registros
e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro
CAPÍTULO I atualizado para consulta.
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS Parágrafo único. As disposições deste artigo
não alcançam as armas de fogo das Forças Arma-
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Si- das e Auxiliares, bem como as demais que cons-
narm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito tem dos seus registros próprios.
da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o ter-
ritório nacional.
CAPÍTULO II
Art. 2º Ao Sinarm compete: DO REGISTRO
I – identificar as características e a propriedade
de armas de fogo, mediante cadastro;
Daniel AlmeidaArt. 3º É obrigatório o registro de arma de
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, im- fogo no órgão competente.
bergalmeida96@gmail.com
portadas e vendidas no País; 768.507.063-49 Parágrafo único. As armas de fogo de uso res-
III – cadastrar as autorizações de porte de trito serão registradas no Comando do Exército, na
arma de fogo e as renovações expedidas pela Po- forma do regulamento desta Lei.
lícia Federal;
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso per-
IV – cadastrar as transferências de proprie-
mitido o interessado deverá, além de declarar a
dade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências
efetiva necessidade, atender aos seguintes requi-
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclu-
sitos:
sive as decorrentes de fechamento de empresas de
segurança privada e de transporte de valores; I - comprovação de idoneidade, com a apre-
sentação de certidões negativas de antecedentes
V – identificar as modificações que alterem as
criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual,
características ou o funcionamento de arma de
Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a in-
fogo;
quérito policial ou a processo criminal, que poderão
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação
existentes; dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
VII – cadastrar as apreensões de armas de II – apresentação de documento comprobató-
fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos poli- rio de ocupação lícita e de residência certa;
ciais e judiciais;
III – comprovação de capacidade técnica e de
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no aptidão psicológica para o manuseio de arma de
País, bem como conceder licença para exercer a fogo, atestadas na forma disposta no regulamento
atividade; desta Lei.
IX – cadastrar mediante registro os produtores, § 1o O Sinarm expedirá autorização de compra
atacadistas, varejistas, exportadores e importado- de arma de fogo após atendidos os requisitos ante-
res autorizados de armas de fogo, acessórios e mu- riormente estabelecidos, em nome do requerente e
nições;

57
para a arma indicada, sendo intransferível esta au- periodicamente, em período não inferior a 3 (três)
torização. anos, na conformidade do estabelecido no regula-
§ 2o A aquisição de munição somente poderá mento desta Lei, para a renovação do Certificado
ser feita no calibre correspondente à arma regis- de Registro de Arma de Fogo.
trada e na quantidade estabelecida no regulamento § 3o O proprietário de arma de fogo com certi-
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de ficados de registro de propriedade expedido por ór-
2008) gão estadual ou do Distrito Federal até a data da
§ 3o A empresa que comercializar arma de publicação desta Lei que não optar pela entrega es-
fogo em território nacional é obrigada a comunicar pontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá re-
a venda à autoridade competente, como também a nová-lo mediante o pertinente registro federal, até
manter banco de dados com todas as característi- o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresenta-
cas da arma e cópia dos documentos previstos ção de documento de identificação pessoal e com-
neste artigo. provante de residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais
§ 4o A empresa que comercializa armas de exigências constantes dos incisos I a III do ca-
fogo, acessórios e munições responde legalmente put do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
por essas mercadorias, ficando registradas como 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no
o
§ 5 A comercialização de armas de fogo, o
§ 3 deste artigo, o proprietário de arma de fogo po-
acessórios e munições entre pessoas físicas so- derá obter, no Departamento de Polícia Federal,
mente será efetivada mediante autorização do Si- certificado de registro provisório, expedido na rede
narm. mundial de computadores - internet, na forma do
§ 6o A expedição da autorização a que se re- regulamento e obedecidos os procedimentos a se-
fere o § 1o será concedida, ou recusada com a de- guir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
vida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias
Daniel Almeida
I - emissão de certificado de registro provisório
úteis, a contar da data do requerimentobergalmeida96@gmail.com
do interes- pela internet, com validade inicial de 90 (noventa)
sado. 768.507.063-49
dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
o
§ 7 O registro precário a que se refere o § II - revalidação pela unidade do Departamento
4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos in- de Polícia Federal do certificado de registro provi-
cisos I, II e III deste artigo. sório pelo prazo que estimar como necessário para
o
§ 8 Estará dispensado das exigências cons- a emissão definitiva do certificado de registro de
tantes do inciso III do caput deste artigo, na forma propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
do regulamento, o interessado em adquirir arma de § 5º Aos residentes em área rural, para os fins
fogo de uso permitido que comprove estar autori- do disposto no caput deste artigo, considera-se re-
zado a portar arma com as mesmas características sidência ou domicílio toda a extensão do respectivo
daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
11.706, de 2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de
CAPÍTULO III
Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo DO PORTE
exclusivamente no interior de sua residência ou do-
micílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o todo o território nacional, salvo para os casos pre-
responsável legal pelo estabelecimento ou em- vistos em legislação própria e para:
presa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
I – os integrantes das Forças Armadas;
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo
II - os integrantes de órgãos referidos nos inci-
será expedido pela Polícia Federal e será prece-
sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Consti-
dido de autorização do Sinarm.
tuição Federal e os da Força Nacional de
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II
e III do art. 4o deverão ser comprovados

58
Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento
Lei nº 13.500, de 2017) desta Lei, com validade em âmbito nacional para
III – os integrantes das guardas municipais das aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Reda-
capitais dos Estados e dos Municípios com mais de ção dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições § 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de
ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38) agentes e guardas prisionais poderão portar arma
IV - os integrantes das guardas municipais dos de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e respectiva corporação ou instituição, mesmo fora
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº
quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 12.993, de 2014)
10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN I - submetidos a regime de dedicação exclu-
5948) (Vide ADC 38) siva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
V – os agentes operacionais da Agência Brasi- II - sujeitos à formação funcional, nos termos
leira de Inteligência e os agentes do Departamento do regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de
de Segurança do Gabinete de Segurança Instituci- 2014)
onal da Presidência da República; (Vide Decreto nº
9.685, de 2019) III - subordinados a mecanismos de fiscaliza-
ção e de controle interno. (Incluído pela Lei nº
VI – os integrantes dos órgãos policiais referi- 12.993, de 2014)
dos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal; § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
12.993, de 2014)
VII – os integrantes do quadro efetivo dos
agentes e guardas prisionais, os integrantes das § 2o A autorização para o porte de arma de
escoltas de presos e as guardas portuárias; Daniel Almeida
fogo aos integrantes das instituições descritas nos
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está con-
bergalmeida96@gmail.com
VIII – as empresas de segurança privada e de dicionada à comprovação do requisito a que se re-
768.507.063-49
transporte de valores constituídas, nos termos fere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas
desta Lei; condições estabelecidas no regulamento desta
IX – para os integrantes das entidades de des- Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
porto legalmente constituídas, cujas atividades es- § 3o A autorização para o porte de arma de
portivas demandem o uso de armas de fogo, na fogo das guardas municipais está condicionada à
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no formação funcional de seus integrantes em estabe-
que couber, a legislação ambiental. lecimentos de ensino de atividade policial, à exis-
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da tência de mecanismos de fiscalização e de controle
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do interno, nas condições estabelecidas no regula-
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tribu- mento desta Lei, observada a supervisão do Minis-
tário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) tério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884,
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos de 2004)
no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das
Públicos da União e dos Estados, para uso exclu- polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
sivo de servidores de seus quadros pessoais que bem como os militares dos Estados e do Distrito
efetivamente estejam no exercício de funções de Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
segurança, na forma de regulamento a ser emitido ficam dispensados do cumprimento do disposto
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP. regulamento desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores
o
§ 1 As pessoas previstas nos incisos I, II, III, de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depen-
V e VI do caput deste artigo terão direito de portar der do emprego de arma de fogo para prover sua
arma de fogo de propriedade particular ou forne- subsistência alimentar familiar será concedido pela
cida pela respectiva corporação ou instituição, Polícia Federal o porte de arma de fogo, na

59
categoria caçador para subsistência, de uma arma § 3o A listagem dos empregados das empresas
de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 referidas neste artigo deverá ser atualizada semes-
(dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou infe- tralmente junto ao Sinarm.
rior a 16 (dezesseis), desde que o interessado com-
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos
prove a efetiva necessidade em requerimento ao
qual deverão ser anexados os seguintes documen- servidores das instituições descritas no inciso XI do
tos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente po-
I - documento de identificação pessoal; (Inclu- dendo ser utilizadas quando em serviço, devendo
ído pela Lei nº 11.706, de 2008) estas observar as condições de uso e de armaze-
II - comprovante de residência em área rural; nagem estabelecidas pelo órgão competente,
e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) sendo o certificado de registro e a autorização de
porte expedidos pela Polícia Federal em nome da
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído
instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o A autorização para o porte de arma de
§ 6o O caçador para subsistência que der ou-
fogo de que trata este artigo independe do paga-
tro uso à sua arma de fogo, independentemente de
mento de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
outras tipificações penais, responderá, conforme o
2012)
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Mi-
11.706, de 2008) nistério Público designará os servidores de seus
quadros pessoais no exercício de funções de segu-
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais
rança que poderão portar arma de fogo, respeitado
dos Municípios que integram regiões metropolita-
o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do
nas será autorizado porte de arma de fogo, quando
número de servidores que exerçam funções de se-
em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
gurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Daniel Almeida
Art. 7º As armas de fogo utilizadasbergalmeida96@gmail.com
pelos em- § 3o O porte de arma pelos servidores das ins-
pregados das empresas de segurança privada e de tituições de que trata este artigo fica condicionado
768.507.063-49
transporte de valores, constituídas na forma da lei, à apresentação de documentação comprobatória
serão de propriedade, responsabilidade e guarda do preenchimento dos requisitos constantes do art.
das respectivas empresas, somente podendo ser 4o desta Lei, bem como à formação funcional em
utilizadas quando em serviço, devendo essas ob- estabelecimentos de ensino de atividade policial e
servar as condições de uso e de armazenagem es- à existência de mecanismos de fiscalização e de
tabelecidas pelo órgão competente, sendo o certifi- controle interno, nas condições estabelecidas no
cado de registro e a autorização de porte expedidos regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694,
pela Polícia Federal em nome da empresa. de 2012)
o
§ 1 O proprietário ou diretor responsável de § 4o A listagem dos servidores das instituições
empresa de segurança privada e de transporte de de que trata este artigo deverá ser atualizada se-
valores responderá pelo crime previsto no pará- mestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº
grafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das 12.694, de 2012)
demais sanções administrativas e civis, se deixar
de registrar ocorrência policial e de comunicar à § 5o As instituições de que trata este artigo são
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas obrigadas a registrar ocorrência policial e a comu-
de extravio de armas de fogo, acessórios e muni- nicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 ou outras formas de extravio de armas de fogo,
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. acessórios e munições que estejam sob sua
guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas de-
§ 2o A empresa de segurança e de transporte pois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694,
de valores deverá apresentar documentação com- de 2012)
probatória do preenchimento dos requisitos cons-
tantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados Art. 8º As armas de fogo utilizadas em enti-
que portarão arma de fogo. dades desportivas legalmente constituídas devem
obedecer às condições de uso e de armazenagem

60
estabelecidas pelo órgão competente, respon- § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao
dendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma custeio e à manutenção das atividades do Sinarm,
pela sua guarda na forma do regulamento desta da Polícia Federal e do Comando do Exército, no
Lei. âmbito de suas respectivas responsabilidades.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a au- § 2o São isentas do pagamento das taxas pre-
torização do porte de arma para os responsáveis vistas neste artigo as pessoas e as instituições a
pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art.
ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e 2008)
a concessão de porte de trânsito de arma de fogo Art. 11-A. O Ministério da Justiça discipli-
para colecionadores, atiradores e caçadores e de nará a forma e as condições do credenciamento de
representantes estrangeiros em competição inter- profissionais pela Polícia Federal para comprova-
nacional oficial de tiro realizada no território nacio- ção da aptidão psicológica e da capacidade técnica
nal. para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela
Art. 10. A autorização para o porte de arma Lei nº 11.706, de 2008)
de fogo de uso permitido, em todo o território naci- § 1o Na comprovação da aptidão psicológica,
onal, é de competência da Polícia Federal e so- o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder
mente será concedida após autorização do Sinarm. ao valor médio dos honorários profissionais para
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá realização de avaliação psicológica constante do
ser concedida com eficácia temporária e territorial item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psico-
limitada, nos termos de atos regulamentares, e de- logia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
penderá de o requerente: § 2o Na comprovação da capacidade técnica,
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro
Daniel Almeida
não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acres-
exercício de atividade profissional de risco ou de
ameaça à sua integridade física; bergalmeida96@gmail.com
cido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
768.507.063-49
II – atender às exigências previstas no art.
4o desta Lei; § 3o A cobrança de valores superiores aos pre-
vistos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o des-
III – apresentar documentação de propriedade credenciamento do profissional pela Polícia Fede-
de arma de fogo, bem como o seu devido registro ral. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo,
prevista neste artigo, perderá automaticamente sua CAPÍTULO IV
eficácia caso o portador dela seja detido ou abor- DOS CRIMES E DAS PENAS
dado em estado de embriaguez ou sob efeito de
substâncias químicas ou alucinógenas.
Posse irregular de arma de fogo de uso per-
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, mitido
nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda
prestação de serviços relativos:
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi-
I – ao registro de arma de fogo; tido, em desacordo com determinação legal ou re-
II – à renovação de registro de arma de fogo; gulamentar, no interior de sua residência ou depen-
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho,
III – à expedição de segunda via de registro de
desde que seja o titular ou o responsável legal do
arma de fogo;
estabelecimento ou empresa:
IV – à expedição de porte federal de arma de
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
fogo;
multa.
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte fe-
deral de arma de fogo.

61
Omissão de cautela Disparo de arma de fogo
Art. 13. Deixar de observar as cautelas ne- Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar mu-
cessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) nição em lugar habitado ou em suas adjacências,
anos ou pessoa portadora de deficiência mental se em via pública ou em direção a ela, desde que essa
apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse conduta não tenha como finalidade a prática de ou-
ou que seja de sua propriedade: tro crime:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
multa. e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem Parágrafo único. O crime previsto neste artigo
o proprietário ou diretor responsável de empresa de é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
segurança e transporte de valores que deixarem de Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polí- uso restrito
cia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de arma de fogo, acessório ou munição Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, forne-
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 cer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
(vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, em-
Porte ilegal de arma de fogo de uso permi- pregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
tido fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem au-
torização e em desacordo com determinação legal
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, rece- ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº
ber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que 13.964, de 2019)
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, aces- multa.
sório ou munição, de uso permitido, sem autoriza- Daniel Almeida
ção e em desacordo com determinação bergalmeida96@gmail.com
legal ou re- § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Reda-
gulamentar: ção dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
768.507.063-49
Para os Tribunais Superiores, o crime de porte de arma de I – suprimir ou alterar marca, numeração ou
fogo consuma-se independentemente de estar a arma mu- qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
niciada. Porém, segundo o STJ, se o laudo pericial reco- artefato;
nhecer a ineficácia total da arma de fogo e das munições,
a conduta será atípica. II – modificar as características de arma de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de
e multa. fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de difi-
cultar ou de qualquer modo induzir a erro autori-
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo dade policial, perito ou juiz;
é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente, (Vide Adin 3.112-1) III – possuir, detiver, fabricar ou empregar ar-
tefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
- Declarado INCOSTITUCIONAL. em desacordo com determinação legal ou regula-
ADI 3112 – Informativo 465 do STF Relativamente aos mentar;
parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 10.826/2003,
que proíbem o estabelecimento de fiança, respectiva- IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou for-
mente, para os crimes de porte ilegal de arma de fogo de necer arma de fogo com numeração, marca ou
uso permitido e de disparo de arma de fogo, considerou-se
desarrazoada a vedação, ao fundamento de que tais deli-
qualquer outro sinal de identificação raspado, su-
tos não poderiam ser equiparados a terrorismo, prática de primido ou adulterado;
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes ou crimes hediondos
(CF, art. 5º, XLIII). Asseverou-se, ademais, cuidar-se, na
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
verdade, de crimes de mera conduta que, embora impli- gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição
quem redução no nível de segurança coletiva, não podem ou explosivo a criança ou adolescente; e
ser igualados aos crimes que acarretam lesão ou ameaça
de lesão à vida ou à propriedade. VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem auto-
rização legal, ou adulterar, de qualquer forma, mu-
nição ou explosivo.

62
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,
1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos
Comércio ilegal de arma de fogo e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, mon- II - o agente for reincidente específico em cri-
tar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou mes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou de 2019)
alheio, no exercício de atividade comercial ou in-
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17
dustrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
legal ou regulamentar: (Vide Adin 3.112-1)
- Declarado INCOSTITUCIONAL. ADI 3112-1 STF
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
CAPÍTULO V
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou in- DISPOSIÇÕES GERAIS
dustrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irre-
gular ou clandestino, inclusive o exercido em resi- Art. 22. O Ministério da Justiça poderá cele-
dência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de brar convênios com os Estados e o Distrito Federal
2019) para o cumprimento do disposto nesta Lei.
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou AlmeidaArt. 23. A classificação legal, técnica e geral
Daniel
entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
bem como a definição das armas de fogo e demais
bergalmeida96@gmail.com
autorização ou em desacordo com a determinação
produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
768.507.063-49
legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão
quando presentes elementos probatórios razoáveis
disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo
de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
Federal, mediante proposta do Comando do Exér-
nº 13.964, de 2019)
cito. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Tráfico internacional de arma de fogo
§ 1o Todas as munições comercializadas no
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a en- País deverão estar acondicionadas em embala-
trada ou saída do território nacional, a qualquer tí- gens com sistema de código de barras, gravado na
tulo, de arma de fogo, acessório ou munição, sem caixa, visando possibilitar a identificação do fabri-
autorização da autoridade competente: cante e do adquirente, entre outras informações de-
finidas pelo regulamento desta Lei.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis)
anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, so-
de 2019) mente serão expedidas autorizações de compra de
munição com identificação do lote e do adquirente
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
no culote dos projéteis, na forma do regulamento
vende ou entrega arma de fogo, acessório ou mu-
desta Lei.
nição, em operação de importação, sem autoriza-
ção da autoridade competente, a agente policial § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1
disfarçado, quando presentes elementos probató- (um) ano da data de publicação desta Lei conterão
rios razoáveis de conduta criminal preexistente. (In- dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regu-
lamento desta Lei, exclusive para os órgãos previs-
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e tos no art. 6o.
18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido § 4o As instituições de ensino policial e as
ou restrito. guardas municipais referidas nos incisos III e IV

63
do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº
adquirir insumos e máquinas de recarga de muni- 11.706, de 2008)
ção para o fim exclusivo de suprimento de suas ati- § 3o O transporte das armas de fogo doadas
vidades, mediante autorização concedida nos ter- será de responsabilidade da instituição benefici-
mos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei ada, que procederá ao seu cadastramento no Si-
nº 11.706, de 2008) narm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se 2008)
refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706,
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta- de 2008)
ção, importação, desembaraço alfandegário e o co-
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos
mércio de armas de fogo e demais produtos con-
para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma,
trolados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
conforme se trate de arma de uso permitido ou de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caça-
uso restrito, semestralmente, da relação de armas
dores.
acauteladas em juízo, mencionando suas caracte-
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após rísticas e o local onde se encontram. (Incluído pela
a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos Lei nº 11.706, de 2008)
autos, quando não mais interessarem à persecu-
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda,
ção penal serão encaminhadas pelo juiz compe-
a comercialização e a importação de brinquedos,
tente ao Comando do Exército, no prazo de até 48
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doação
estas se possam confundir.
aos órgãos de segurança pública ou às Forças Ar-
madas, na forma do regulamento desta Lei. (Reda- Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as
ção dada pela Lei nº 13.886, de 2019) réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
§ 1o As armas de fogo encaminhadas aoDanielCo- Almeida
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
mando do Exército que receberem parecer favorá-
bergalmeida96@gmail.com
vel à doação, obedecidos o padrão e a dotação768.507.063-49
de Art. 27. Caberá ao Comando do Exército au-
cada Força Armada ou órgão de segurança pú- torizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de
blica, atendidos os critérios de prioridade estabele- fogo de uso restrito.
cidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Co-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
mando do Exército, serão arroladas em relatório re-
se aplica às aquisições dos Comandos Militares.
servado trimestral a ser encaminhado àquelas ins-
tituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e
de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os
2008) integrantes das entidades constantes dos incisos I,
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreen- II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei.
didas em decorrência do tráfico de drogas de (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
abuso, ou de qualquer forma utilizadas em ativida- Art. 29. As autorizações de porte de armas
des ilícitas de produção ou comercialização de dro- de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa)
gas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiri- dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº
das com recursos provenientes do tráfico de drogas 10.884, de 2004)
de abuso, perdidas em favor da União e encami-
nhadas para o Comando do Exército, devem ser, Parágrafo único. O detentor de autorização
após perícia ou vistoria que atestem seu bom es- com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias
tado, destinadas com prioridade para os órgãos de poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas
segurança pública e do sistema penitenciário da condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo
unidade da federação responsável pela apreen- de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem
são. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) ônus para o requerente.

§ 2o O Comando do Exército encaminhará a Art. 30. Os possuidores e proprietários de


relação das armas a serem doadas ao juiz compe- arma de fogo de uso permitido ainda não registrada
tente, que determinará o seu perdimento em favor deverão solicitar seu registro até o dia 31 de

64
dezembro de 2008, mediante apresentação de do- eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da
cumento de identificação pessoal e comprovante Constituição Federal.
de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de Parágrafo único. As empresas responsáveis
compra ou comprovação da origem lícita da posse, pela prestação dos serviços de transporte interna-
pelos meios de prova admitidos em direito, ou de- cional e interestadual de passageiros adotarão as
claração firmada na qual constem as característi- providências necessárias para evitar o embarque
cas da arma e a sua condição de proprietário, fi- de passageiros armados.
cando este dispensado do pagamento de taxas e
do cumprimento das demais exigências constantes Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de
dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Re- registros balísticos serão armazenados no Banco
dação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorroga- Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº
ção de prazo) 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem
disposto no caput deste artigo, o proprietário de como objetivo cadastrar armas de fogo e armaze-
arma de fogo poderá obter, no Departamento de nar características de classe e individualizadoras
Polícia Federal, certificado de registro provisório, de projéteis e de estojos de munição deflagrados
expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (In- por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
cluído pela Lei nº 11.706, de 2008) 2019)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de ar- § 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
mas de fogo adquiridas regularmente poderão, a constituído pelos registros de elementos de muni-
qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, me- ção deflagrados por armas de fogo relacionados a
diante recibo e indenização, nos termos do regula- crimes, para subsidiar ações destinadas às apura-
mento desta Lei. ções criminais federais, estaduais e distritais. (In-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 32. Os possuidores e proprietários Danielde Almeida
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
arma de fogo poderão entregá-la,bergalmeida96@gmail.com
espontanea-
gerido pela unidade oficial de perícia criminal. (In-
mente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-
768.507.063-49
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi-
cando extinta a punibilidade de eventual posse ir- § 4º Os dados constantes do Banco Nacional
regular da referida arma. (Redação dada pela Lei de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele
nº 11.706, de 2008) que permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão ju-
Art. 33. Será aplicada multa de R$ dicial responderá civil, penal e administrativa-
100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (tre- mente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
zentos mil reais), conforme especificar o regula-
mento desta Lei: § 5º É vedada a comercialização, total ou par-
cial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que delibe-
radamente, por qualquer meio, faça, promova, faci- § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
lite ou permita o transporte de arma ou munição Nacional de Perfis Balísticos serão regulamenta-
sem a devida autorização ou com inobservância dos em ato do Poder Executivo federal. (Incluído
das normas de segurança; pela Lei nº 13.964, de 2019)

II – à empresa de produção ou comércio de ar-


mamentos que realize publicidade para venda, es- CAPÍTULO VI
timulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
DISPOSIÇÕES FINAIS
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais
fechados, com aglomeração superior a 1000 (um Art. 35. É proibida a comercialização de arma
mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabili- de fogo e munição em todo o território nacional,
dade, as providências necessárias para evitar o in- salvo para as entidades previstas no art. 6o desta
gresso de pessoas armadas, ressalvados os Lei.

65
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, de- TÍTULO II
penderá de aprovação mediante referendo popular, DO CONDENADO E DO INTERNADO
a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo po- CAPÍTULO I
pular, o disposto neste artigo entrará em vigor na
DA CLASSIFICAÇÃO
data de publicação de seu resultado pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
Art. 5º Os condenados serão classificados,
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de
segundo os seus antecedentes e personalidade,
fevereiro de 1997.
para orientar a individualização da execução penal.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de
Art. 6º A classificação será feita por Comis-
sua publicação.
são Técnica de Classificação que elaborará o pro-
grama individualizador da pena privativa de liber-
dade adequada ao condenado ou preso provisório.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação,
existente em cada estabelecimento, será presidida
pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois)
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicó-
TÍTULO I
logo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de
DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE condenado à pena privativa de liberdade.
EXECUÇÃO PENAL
Parágrafo único. Nos demais casos a Comis-
são atuará junto ao Juízo da Execução e será inte-
Daniel Almeida
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efe- grada por fiscais do serviço social.
bergalmeida96@gmail.com
tivar as disposições de sentença ou decisão crimi-
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena
768.507.063-49
nal e proporcionar condições para a harmônica in-
privativa de liberdade, em regime fechado, será
tegração social do condenado e do internado.
submetido a exame criminológico para a obtenção
Art. 2º A jurisdição penal dos juízes ou tribu- dos elementos necessários a uma adequada clas-
nais da justiça ordinária, em todo o território nacio- sificação e com vistas à individualização da execu-
nal, será exercida, no processo de execução, na ção.
conformidade desta Lei e do Código de Processo Parágrafo único. Ao exame de que trata este
Penal. artigo poderá ser submetido o condenado ao cum-
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igual- primento da pena privativa de liberdade em regime
mente ao preso provisório e ao condenado pela semi-aberto.
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a es-
Art. 9º A Comissão, no exame para a obten-
tabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
ção de dados reveladores da personalidade, obser-
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão vando a ética profissional e tendo sempre presen-
assegurados todos os direitos não atingidos pela tes peças ou informações do processo, poderá:
sentença ou pela lei. I - entrevistar pessoas;
Parágrafo único. Não haverá qualquer distin- II - requisitar, de repartições ou estabelecimen-
ção de natureza racial, social, religiosa ou política. tos privados, dados e informações a respeito do
Art. 4º O Estado deverá recorrer à coopera- condenado;
ção da comunidade nas atividades de execução da III - realizar outras diligências e exames neces-
pena e da medida de segurança. sários.
Art. 9º-A. O condenado por crime doloso pra-
ticado com violência grave contra a pessoa, bem
como por crime contra a vida, contra a liberdade

66
sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei nº
submetido, obrigatoriamente, à identificação do 13.964, de 2019) (Vigência)
perfil genético, mediante extração de DNA (ácido
desoxirribonucleico), por técnica adequada e indo-
lor, por ocasião do ingresso no estabelecimento pri- CAPÍTULO II
sional. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) DA ASSISTÊNCIA
(Vigência)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar SEÇÃO I
garantias mínimas de proteção de dados genéticos, DISPOSIÇÕES GERAIS
observando as melhores práticas da genética fo-
rense. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
gência) Art. 10. A assistência ao preso e ao internado
é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual,
orientar o retorno à convivência em sociedade.
poderá requerer ao juiz competente, no caso de in-
quérito instaurado, o acesso ao banco de dados de Parágrafo único. A assistência estende-se ao
identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei nº egresso.
12.654, de 2012) Art. 11. A assistência será:
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados I - material;
genéticos o acesso aos seus dados constantes nos
bancos de perfis genéticos, bem como a todos os II - à saúde;
documentos da cadeia de custódia que gerou esse III -jurídica;
dado, de maneira que possa ser contraditado pela
IV - educacional;
defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) Daniel AlmeidaV - social;
§ 4º O condenado pelos crimesbergalmeida96@gmail.com
previstos no VI - religiosa.
caput deste artigo que não tiver sido submetido à
768.507.063-49
identificação do perfil genético por ocasião do in-
gresso no estabelecimento prisional deverá ser SEÇÃO II
submetido ao procedimento durante o cumpri- DA ASSISTÊNCIA MATERIAL
mento da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
Art. 12. A assistência material ao preso e ao
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá internado consistirá no fornecimento de alimenta-
ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir ção, vestuário e instalações higiênicas.
a identificação pelo perfil genético, não estando au-
torizadas as práticas de fenotipagem genética ou Art. 13. O estabelecimento disporá de insta-
de busca familiar. (Incluído pela Lei nº 13.964, de lações e serviços que atendam aos presos nas
2019) (Vigência) suas necessidades pessoais, além de locais desti-
nados à venda de produtos e objetos permitidos e
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a
não fornecidos pela Administração.
amostra biológica recolhida nos termos do caput
deste artigo deverá ser correta e imediatamente
descartada, de maneira a impedir a sua utilização SEÇÃO III
para qualquer outro fim. (Incluído pela Lei nº
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
13.964, de 2019) (Vigência)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elabora- Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
ção do respectivo laudo serão realizadas por perito internado de caráter preventivo e curativo, compre-
oficial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- enderá atendimento médico, farmacêutico e odon-
gência) tológico.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do conde- § 1º (Vetado).
nado em submeter-se ao procedimento de

67
§ 2º Quando o estabelecimento penal não es- SEÇÃO V
tiver aparelhado para prover a assistência médica DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL
necessária, esta será prestada em outro local, me-
diante autorização da direção do estabelecimento.
Art. 17. A assistência educacional compreen-
§ 3º Será assegurado acompanhamento mé-
derá a instrução escolar e a formação profissional
dico à mulher, principalmente no pré-natal e no
do preso e do internado.
pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído
pela Lei nº 11.942, de 2009) Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,
§ 4º Será assegurado tratamento humanitário integrando-se no sistema escolar da Unidade Fe-
à mulher grávida durante os atos médico-hospitala- derativa.
res preparatórios para a realização do parto e du- Art. 18-A. O ensino médio, regular ou suple-
rante o trabalho de parto, bem como à mulher no tivo, com formação geral ou educação profissional
período de puerpério, cabendo ao poder público de nível médio, será implantado nos presídios, em
promover a assistência integral à sua saúde e à do obediência ao preceito constitucional de sua uni-
recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 14.326, de versalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
2022)
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas
integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de
SEÇÃO IV ensino e será mantido, administrativa e financeira-
AS ASSISTÊNCIA JURÍDICA mente, com o apoio da União, não só com os recur-
sos destinados à educação, mas pelo sistema es-
tadual de justiça ou administração penitenciária.
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
presos e aos internados sem recursos financeiros
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos pre-
para constituir advogado. Daniel Almeida
sos e às presas cursos supletivos de educação de
Art. 16. As Unidades da Federação bergalmeida96@gmail.com
deverão jovens e adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de
768.507.063-49
ter serviços de assistência jurídica, integral e gra- 2015)
tuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos es- § 3º A União, os Estados, os Municípios e o
tabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº Distrito Federal incluirão em seus programas de
12.313, de 2010). educação à distância e de utilização de novas tec-
§ 1º As Unidades da Federação deverão pres- nologias de ensino, o atendimento aos presos e às
tar auxílio estrutural, pessoal e material à Defenso- presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
ria Pública, no exercício de suas funções, dentro e Art. 19. O ensino profissional será ministrado
fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela
em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento téc-
Lei nº 12.313, de 2010).
nico.
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, ha-
Parágrafo único. A mulher condenada terá en-
verá local apropriado destinado ao atendimento
sino profissional adequado à sua condição.
pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010). Art. 20. As atividades educacionais podem
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão ser objeto de convênio com entidades públicas ou
implementados Núcleos Especializados da Defen- particulares, que instalem escolas ou ofereçam cur-
soria Pública para a prestação de assistência jurí- sos especializados.
dica integral e gratuita aos réus, sentenciados em Art. 21. Em atendimento às condições locais,
liberdade, egressos e seus familiares, sem recur- dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblio-
sos financeiros para constituir advogado. (Incluído teca, para uso de todas as categorias de reclusos,
pela Lei nº 12.313, de 2010). provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apu-
rar: (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

68
I - o nível de escolaridade dos presos e das SEÇÃO VII
presas; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
II - a existência de cursos nos níveis funda-
mental e médio e o número de presos e presas
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
de culto, será prestada aos presos e aos interna-
III - a implementação de cursos profissionais dos, permitindo-se-lhes a participação nos serviços
em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e organizados no estabelecimento penal, bem como
o número de presos e presas atendidos; (Incluído a posse de livros de instrução religiosa.
pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 1º No estabelecimento haverá local apropri-
IV - a existência de bibliotecas e as condições ado para os cultos religiosos.
de seu acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser
2015)
obrigado a participar de atividade religiosa.
V - outros dados relevantes para o aprimora-
mento educacional de presos e presas. (Incluído
pela Lei nº 13.163, de 2015) SEÇÃO VIII
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
SEÇÃO VI
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à
Art. 22. A assistência social tem por finali- vida em liberdade;
dade amparar o preso e o internado e prepará-los II - na concessão, se necessário, de aloja-
para o retorno à liberdade. Daniel Almeida e alimentação, em estabelecimento ade-
mento
quado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Art. 23. Incumbe ao serviço de bergalmeida96@gmail.com
assistência
social: 768.507.063-49 Parágrafo único. O prazo estabelecido no in-
ciso II poderá ser prorrogado uma única vez, com-
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou provado, por declaração do assistente social, o em-
exames; penho na obtenção de emprego.
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabele-
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos
cimento, os problemas e as dificuldades enfrenta-
desta Lei:
das pelo assistido;
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um)
III - acompanhar o resultado das permissões
ano a contar da saída do estabelecimento;
de saídas e das saídas temporárias;
II - o liberado condicional, durante o período de
IV - promover, no estabelecimento, pelos
prova.
meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase
final do cumprimento da pena, e do liberando, de CAPÍTULO IV
modo a facilitar o seu retorno à liberdade; DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA
VI - providenciar a obtenção de documentos, DISCIPLINA
dos benefícios da Previdência Social e do seguro
por acidente no trabalho; SEÇÃO I
VII - orientar e amparar, quando necessário, a DOS DEVERES
família do preso, do internado e da vítima.
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das
obrigações legais inerentes ao seu estado, subme-
ter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:

69
I - comportamento disciplinado e cumprimento VIII - proteção contra qualquer forma de sen-
fiel da sentença; sacionalismo;
II - obediência ao servidor e respeito a qual- IX - entrevista pessoal e reservada com o ad-
quer pessoa com quem deva relacionar-se; vogado;
III - urbanidade e respeito no trato com os de- X - visita do cônjuge, da companheira, de pa-
mais condenados; rentes e amigos em dias determinados;
IV - conduta oposta aos movimentos individu- XI - chamamento nominal;
ais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem XII - igualdade de tratamento salvo quanto às
ou à disciplina; exigências da individualização da pena;
V - execução do trabalho, das tarefas e das or- XIII - audiência especial com o diretor do esta-
dens recebidas; belecimento;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; XIV - representação e petição a qualquer auto-
VII - indenização à vitima ou aos seus suces- ridade, em defesa de direito;
sores; XV - contato com o mundo exterior por meio de
VIII - indenização ao Estado, quando possível, correspondência escrita, da leitura e de outros
das despesas realizadas com a sua manutenção, meios de informação que não comprometam a mo-
mediante desconto proporcional da remuneração ral e os bons costumes.
do trabalho; XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anu-
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou aloja- almente, sob pena da responsabilidade da autori-
mento; dade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº
X - conservação dos objetos de uso pessoal. 10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos inci-
Daniel Almeida
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório,
sos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringi-
no que couber, o disposto neste artigo. bergalmeida96@gmail.com
dos mediante ato motivado do diretor do estabele-
768.507.063-49
cimento.
SEÇÃO II Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao
DOS DIREITOS submetido à medida de segurança, no que couber,
o disposto nesta Seção.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar
respeito à integridade física e moral dos condena- médico de confiança pessoal do internado ou do
dos e dos presos provisórios. submetido a tratamento ambulatorial, por seus fa-
Art. 41 - Constituem direitos do preso: miliares ou dependentes, a fim de orientar e acom-
panhar o tratamento.
I - alimentação suficiente e vestuário;
Parágrafo único. As divergências entre o mé-
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; dico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz
III - Previdência Social; da execução.
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo SEÇÃO III
para o trabalho, o descanso e a recreação; DA DISCIPLINA
VI - exercício das atividades profissionais, inte-
lectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde SUBSEÇÃO I
que compatíveis com a execução da pena; DISPOSIÇÕES GERAIS
VII - assistência material, à saúde, jurídica,
educacional, social e religiosa; Art. 44. A disciplina consiste na colaboração
com a ordem, na obediência às determinações das

70
autoridades e seus agentes e no desempenho do V - descumprir, no regime aberto, as condições
trabalho. impostas;
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o VI - inobservar os deveres previstos nos inci-
condenado à pena privativa de liberdade ou restri- sos II e V, do artigo 39, desta Lei.
tiva de direitos e o preso provisório. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disci- aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
plinar sem expressa e anterior previsão legal ou re- a comunicação com outros presos ou com o ambi-
gulamentar. ente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
§ 1º As sanções não poderão colocar em pe- VIII - recusar submeter-se ao procedimento de
rigo a integridade física e moral do condenado. identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início
Art. 51. Comete falta grave o condenado à
da execução da pena ou da prisão, será cientifi-
cado das normas disciplinares. pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da
imposta;
pena privativa de liberdade, será exercido pela au-
toridade administrativa conforme as disposições re- II - retardar, injustificadamente, o cumprimento
gulamentares. da obrigação imposta;

Art. 48. Na execução das penas restritivas de III - inobservar os deveres previstos nos incisos
II e V, do artigo 39, desta Lei.
direitos, o poder disciplinar será exercido pela au-
toridade administrativa a que estiver sujeitoDaniel
o con- AlmeidaArt. 52. A prática de fato previsto como crime
denado. bergalmeida96@gmail.com
doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
768.507.063-49
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autori- subversão da ordem ou disciplina internas, sujei-
dade representará ao Juiz da execução para os fins tará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao re-
d, e 2º desta Lei. gime disciplinar diferenciado, com as seguintes ca-
racterísticas: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
SUBSEÇÃO II I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem
DAS FALTAS DISCIPLINARES prejuízo de repetição da sanção por nova falta
grave de mesma espécie; (Redação dada pela Lei
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se nº 13.964, de 2019)
em leves, médias e graves. A legislação local es- II - recolhimento em cela individual; (Redação
pecificará as leves e médias, bem assim as respec- dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
tivas sanções.
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a vez, a serem realizadas em instalações equipadas
sanção correspondente à falta consumada. para impedir o contato físico e a passagem de ob-
Art. 50. Comete falta grave o condenado à jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
pena privativa de liberdade que: autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas)
horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - incitar ou participar de movimento para sub-
verter a ordem ou a disciplina; IV - direito do preso à saída da cela por 2
(duas) horas diárias para banho de sol, em grupos
II - fugir; de até 4 (quatro) presos, desde que não haja con-
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz tato com presos do mesmo grupo criminoso; (Re-
de ofender a integridade física de outrem; dação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - provocar acidente de trabalho;

71
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº
aquelas com seu defensor, em instalações equipa- 13.964, de 2019)
das para impedir o contato físico e a passagem de § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo,
objetos, salvo expressa autorização judicial em o regime disciplinar diferenciado deverá contar com
contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) alta segurança interna e externa, principalmente no
VI - fiscalização do conteúdo da correspondên- que diz respeito à necessidade de se evitar contato
cia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) do preso com membros de sua organização crimi-
VII - participação em audiências judiciais pre- nosa, associação criminosa ou milícia privada, ou
ferencialmente por videoconferência, garantindo- de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
se a participação do defensor no mesmo ambiente 2019)
do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 6º A visita de que trata o inciso III do caput
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também deste artigo será gravada em sistema de áudio ou
será aplicado aos presos provisórios ou condena- de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fisca-
dos, nacionais ou estrangeiros: (Redação dada lizada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.964, de 2019) 13.964, de 2019)

I - que apresentem alto risco para a ordem e a § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de re-
segurança do estabelecimento penal ou da socie- gime disciplinar diferenciado, o preso que não re-
dade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) ceber a visita de que trata o inciso III do caput deste
artigo poderá, após prévio agendamento, ter con-
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas tato telefônico, que será gravado, com uma pessoa
de envolvimento ou participação, a qualquer título, da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
em organização criminosa, associação criminosa minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ou milícia privada, independentemente da prática
de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) Daniel Almeida
TÍTULO IV
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§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS
768.507.063-49
13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce CAPÍTULO I
liderança em organização criminosa, associação DIPOSIÇÕES GERAIS
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federa-
ção, o regime disciplinar diferenciado será obriga- Art. 82. Os estabelecimentos penais desti-
toriamente cumprido em estabelecimento prisional nam-se ao condenado, ao submetido à medida de
federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) segurança, ao preso provisório e ao egresso.

§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, se-


regime disciplinar diferenciado poderá ser prorro- paradamente, serão recolhidos a estabelecimento
gado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, próprio e adequado à sua condição pessoal.
existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 1997)
nº 13.964, de 2019) § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá
I - continua apresentando alto risco para a or- abrigar estabelecimentos de destinação diversa
dem e a segurança do estabelecimento penal de desde que devidamente isolados.
origem ou da sociedade; (Incluído pela Lei nº Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a
13.964, de 2019) sua natureza, deverá contar em suas dependên-
II - mantém os vínculos com organização crimi- cias com áreas e serviços destinados a dar assis-
nosa, associação criminosa ou milícia privada, con- tência, educação, trabalho, recreação e prática es-
siderados também o perfil criminal e a função de- portiva.
sempenhada por ele no grupo criminoso, a opera- § 1º Haverá instalação destinada a estágio de
ção duradoura do grupo, a superveniência de no- estudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº
vos processos criminais e os resultados do 9.046, de 1995)

72
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a IV - transporte de presos para órgãos do Poder
mulheres serão dotados de berçário, onde as con- Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
denadas possam cuidar de seus filhos, inclusive estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº
amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de 13.190, de 2015).
idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
Art. 84. O preso provisório ficará separado do
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2o condenado por sentença transitada em julgado.
deste artigo deverão possuir, exclusivamente,
agentes do sexo feminino na segurança de suas § 1º Os presos provisórios ficarão separados
dependências internas. (Incluído pela Lei nº de acordo com os seguintes critérios: (Redação
12.121, de 2009). dada pela Lei nº 13.167, de 2015)

§ 4º Serão instaladas salas de aulas destina- I - acusados pela prática de crimes hediondos
das a cursos do ensino básico e profissionalizante. ou equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de
(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010) 2015)

§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria II - acusados pela prática de crimes cometidos


Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.167, de 2015)
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução
III - acusados pela prática de outros crimes ou
indireta as atividades materiais acessórias, instru- contravenções diversos dos apontados nos incisos
mentais ou complementares desenvolvidas em es- I e II. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
tabelecimentos penais, e notadamente: (Incluído
pela Lei nº 13.190, de 2015). § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funci-
onário da Administração da Justiça Criminal ficará
I - serviços de conservação, limpeza, informá- em dependência separada.
tica, copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
telecomunicações, lavanderia e manutenção de Almeida§ 3º Os presos condenados ficarão separados
Daniel
prédios, instalações e equipamentos internos e ex- de acordo com os seguintes critérios: (Incluído pela
bergalmeida96@gmail.com
Lei nº 13.167, de 2015)
ternos; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).
768.507.063-49
II - serviços relacionados à execução de traba- I - condenados pela prática de crimes hedion-
lho pelo preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de dos ou equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167,
2015). de 2015)
§ 1º A execução indireta será realizada sob II - reincidentes condenados pela prática de cri-
supervisão e fiscalização do poder público. (Inclu- mes cometidos com violência ou grave ameaça à
ído pela Lei nº 13.190, de 2015). pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo po- III - primários condenados pela prática de cri-
derão compreender o fornecimento de materiais, mes cometidos com violência ou grave ameaça à
equipamentos, máquinas e profissionais. (Incluído pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
pela Lei nº 13.190, de 2015). IV - demais condenados pela prática de outros
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de crimes ou contravenções em situação diversa das
previstas nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº
direção, chefia e coordenação no âmbito do sis-
13.167, de 2015)
tema penal, bem como todas as atividades que exi-
jam o exercício do poder de polícia, e notadamente: § 4º O preso que tiver sua integridade física,
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). moral ou psicológica ameaçada pela convivência
com os demais presos ficará segregado em local
I - classificação de condenados; (Incluído pela
próprio. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
Lei nº 13.190, de 2015).
II - aplicação de sanções disciplinares; (Inclu- Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter
ído pela Lei nº 13.190, de 2015). lotação compatível com a sua estrutura e finali-
dade.
III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº
13.190, de 2015). Parágrafo único. O Conselho Nacional de Po-
lítica Criminal e Penitenciária determinará o limite

73
máximo de capacidade do estabelecimento, aten- Art. 89. Além dos requisitos referidos no art.
dendo a sua natureza e peculiaridades. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de se-
Art. 86. As penas privativas de liberdade apli- ção para gestante e parturiente e de creche para
cadas pela Justiça de uma Unidade Federativa po- abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e me-
dem ser executadas em outra unidade, em estabe- nores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir
lecimento local ou da União. a criança desamparada cuja responsável estiver
presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
§ 1º A União Federal poderá construir estabe-
lecimento penal em local distante da condenação Parágrafo único. São requisitos básicos da se-
para recolher os condenados, quando a medida se ção e da creche referidas neste artigo: (Incluído
justifique no interesse da segurança pública ou do pela Lei nº 11.942, de 2009)
próprio condenado. (Redação dada pela Lei nº I – atendimento por pessoal qualificado, de
10.792, de 2003) acordo com as diretrizes adotadas pela legislação
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, educacional e em unidades autônomas; e (In-
nele poderão trabalhar os liberados ou egressos cluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
que se dediquem a obras públicas ou ao aproveita- II – horário de funcionamento que garanta a
mento de terras ociosas. melhor assistência à criança e à sua responsável.
§ 3º Caberá ao juiz competente, a requeri- (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
mento da autoridade administrativa definir o esta- Art. 90. A penitenciária de homens será cons-
belecimento prisional adequado para abrigar o truída, em local afastado do centro urbano, à dis-
preso provisório ou condenado, em atenção ao re- tância que não restrinja a visitação.
gime e aos requisitos estabelecidos. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 2003)
CAPÍTULO III
Daniel Almeida
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL
CAPÍTULO II bergalmeida96@gmail.com
OU SIMILAR
DA PENITENCIÁRIA 768.507.063-49

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Si-


Art. 87. A penitenciária destina-se ao conde-
milar destina-se ao cumprimento da pena em re-
nado à pena de reclusão, em regime fechado. gime semi-aberto.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados,
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em
o Distrito Federal e os Territórios poderão construir
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos compartimento coletivo, observados os requisitos
presos provisórios e condenados que estejam em da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta
regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar dife- Lei.
renciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído Parágrafo único. São também requisitos bási-
pela Lei nº 10.792, de 2003) cos das dependências coletivas:
Art. 88. O condenado será alojado em cela a) a seleção adequada dos presos;
individual que conterá dormitório, aparelho sanitá- b) o limite de capacidade máxima que atenda
rio e lavatório. os objetivos de individualização da pena.
Parágrafo único. São requisitos básicos da uni-
dade celular:
CAPÍTULO IV
a) salubridade do ambiente pela concorrência DA CASA DO ALBERGADO
dos fatores de aeração, insolação e condiciona-
mento térmico adequado à existência humana;
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros qua-
cumprimento de pena privativa de liberdade, em re-
drados).
gime aberto, e da pena de limitação de fim de se-
mana.

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Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro Psiquiátrico ou em outro local com dependência
urbano, separado dos demais estabelecimentos, e médica adequada.
caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
contra a fuga.
CAPÍTULO VII
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, DA CADEIA PÚBLICA
uma Casa do Albergado, a qual deverá conter,
além dos aposentos para acomodar os presos, lo-
cal adequado para cursos e palestras. Art. 102. A cadeia pública destina-se ao re-
colhimento de presos provisórios.
Parágrafo único. O estabelecimento terá insta-
lações para os serviços de fiscalização e orienta- Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1
ção dos condenados. (uma) cadeia pública a fim de resguardar o inte-
resse da Administração da Justiça Criminal e a per-
manência do preso em local próximo ao seu meio
CAPÍTULO V social e familiar.
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO
Art. 104. O estabelecimento de que trata este
Capítulo será instalado próximo de centro urbano,
Art. 96. No Centro de Observação realizar- observando-se na construção as exigências míni-
se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos re- mas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único
sultados serão encaminhados à Comissão Técnica desta Lei.
de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser reali-
zadas pesquisas criminológicas. SEÇÃO II
DOS REGIMES
Art. 97. O Centro de Observação será insta- Almeida
Daniel
lado em unidade autônoma ou em anexo a estabe-
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Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o
lecimento penal. 768.507.063-49
regime no qual o condenado iniciará o cumprimento
Art. 98. Os exames poderão ser realizados da pena privativa de liberdade, observado o dis-
pela Comissão Técnica de Classificação, na falta posto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Pe-
do Centro de Observação. nal.
Art. 111. Quando houver condenação por
CAPÍTULO VI mais de um crime, no mesmo processo ou em pro-
cessos distintos, a determinação do regime de
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou
TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO unificação das penas, observada, quando for o
caso, a detração ou remição.
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Parágrafo único. Sobrevindo condenação no
Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-im- curso da execução, somar-se-á a pena ao restante
putáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo da que está sendo cumprida, para determinação do
único do Código Penal. regime.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que Art. 112. A pena privativa de liberdade será
couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, executada em forma progressiva com a transferên-
desta Lei. cia para regime menos rigoroso, a ser determinada
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
exames necessários ao tratamento são obrigató- (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
rios para todos os internados. gência)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto
apenado for primário e o crime tiver sido cometido
no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
realizado no Hospital de Custódia e Tratamento

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sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído § 2º A decisão do juiz que determinar a pro-
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) gressão de regime será sempre motivada e prece-
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o ape- dida de manifestação do Ministério Público e do de-
nado for reincidente em crime cometido sem violên- fensor, procedimento que também será adotado na
cia à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei concessão de livramento condicional, indulto e co-
nº 13.964, de 2019) (Vigência) mutação de penas, respeitados os prazos previstos
nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se 13.964, de 2019) (Vigência)
o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído § 3º No caso de mulher gestante ou que for
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, os requisitos para progressão de re-
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o ape- gime são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº
nado for reincidente em crime cometido com violên- 13.769, de 2018)
cia à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência) I - não ter cometido crime com violência ou
grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o 13.769, de 2018)
apenado for condenado pela prática de crime hedi-
ondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da
apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) pena no regime anterior; (Incluído pela Lei nº
(Vigência) 13.769, de 2018)

a) condenado pela prática de crime hediondo IV - ser primária e ter bom comportamento car-
ou equiparado, com resultado morte, se for primá- cerário, comprovado pelo diretor do estabeleci-
Daniel Almeida
mento; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
rio, vedado o livramento condicional; (Incluído pela
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Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 768.507.063-49V - não ter integrado organização criminosa.
b) condenado por exercer o comando, indivi- (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
dual ou coletivo, de organização criminosa estrutu- § 4º O cometimento de novo crime doloso ou
rada para a prática de crime hediondo ou equipa- falta grave implicará a revogação do benefício pre-
rado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) visto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
(Vigência) 13.769, de 2018)
c) condenado pela prática do crime de consti- § 5º Não se considera hediondo ou equipa-
tuição de milícia privada; (Incluído pela Lei nº rado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de
13.964, de 2019) (Vigência) drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343,
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº
apenado for reincidente na prática de crime hedi- 13.964, de 2019)
ondo ou equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, § 6º O cometimento de falta grave durante a
de 2019) (Vigência) execução da pena privativa de liberdade inter-
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o rompe o prazo para a obtenção da progressão no
apenado for reincidente em crime hediondo ou regime de cumprimento da pena, caso em que o
equiparado com resultado morte, vedado o livra- reinício da contagem do requisito objetivo terá
mento condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei
2019) (Vigência) nº 13.964, de 2019)

§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá di- § 7º O bom comportamento é readquirido após


reito à progressão de regime se ostentar boa con- 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
duta carcerária, comprovada pelo diretor do esta- cumprimento do requisito temporal exigível para a
belecimento, respeitadas as normas que vedam a obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
2019) (Vigência)

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Art. 113. O ingresso do condenado em re- I - praticar fato definido como crime doloso ou
gime aberto supõe a aceitação de seu programa e falta grave;
das condições impostas pelo Juiz. II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja
Art. 114. Somente poderá ingressar no re- pena, somada ao restante da pena em execução,
torne incabível o regime (artigo 111).
gime aberto o condenado que:
§ 1° O condenado será transferido do regime
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibi-
aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos
lidade de fazê-lo imediatamente;
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pa-
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou gar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
pelo resultado dos exames a que foi submetido,
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo
fundados indícios de que irá ajustar-se, com auto-
anterior, deverá ser ouvido previamente o conde-
disciplina e senso de responsabilidade, ao novo re-
nado.
gime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do
trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta SEÇÃO III
Lei. DAS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condi-
ções especiais para a concessão de regime aberto, SUBSEÇÃO I
sem prejuízo das seguintes condições gerais e DA PERMISSÃO DE SAÍDA
obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, du-
Art. 120. Os condenados que cumprem pena
rante o repouso e nos dias de folga;
em regime fechado ou semi-aberto e os presos pro-
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários visórios poderão obter permissão para sair do es-
Daniel Almeida
fixados; tabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer
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III - não se ausentar da cidade onde 768.507.063-49
reside, um dos seguintes fatos:
sem autorização judicial; I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
IV - comparecer a Juízo, para informar e justi- companheira, ascendente, descendente ou irmão;
ficar as suas atividades, quando for determinado. II - necessidade de tratamento médico (pará-
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condi- grafo único do art. 14).
ções estabelecidas, de ofício, a requerimento do Parágrafo único. A permissão de saída será
Ministério Público, da autoridade administrativa ou concedida pelo diretor do estabelecimento onde se
do condenado, desde que as circunstâncias assim encontra o preso.
o recomendem.
Art. 121. A permanência do preso fora do es-
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento tabelecimento terá a duração necessária à finali-
do beneficiário de regime aberto em residência par- dade da saída.
ticular quando se tratar de: Subseção II
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; Da saída temporária
II - condenado acometido de doença grave;
Art. 122. Os condenados que cumprem pena
III - condenada com filho menor ou deficiente em regime semi-aberto poderão obter autorização
físico ou mental; para saída temporária do estabelecimento, sem vi-
IV - condenada gestante. gilância direta, nos seguintes casos:

Art. 118. A execução da pena privativa de li- I - visita à família;


berdade ficará sujeita à forma regressiva, com a II - frequência a curso supletivo profissionali-
transferência para qualquer dos regimes mais rigo- zante, bem como de instrução do segundo grau ou
rosos, quando o condenado: superior, na Comarca do Juízo da Execução;

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III - participação em atividades que concorram superior, o tempo de saída será o necessário para
para o retorno ao convívio social. o cumprimento das atividades discentes. (Pará-
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede grafo acrescido pela Lei nº 12.258, de 15/6/2010)
a utilização de equipamento de monitoração eletrô- § 3º Nos demais casos, as autorizações de sa-
nica pelo condenado, quando assim determinar o ída somente poderão ser concedidas com prazo
juiz da execução. (Parágrafo único acrescido pela mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo
Lei nº 12.258, de 15/6/2010, e transformado em § entre uma e outra. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
1º pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na 12.258, de 15/6/2010)
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
Art. 125. O benefício será automaticamente
dias após a publicação)
revogado quando o condenado praticar fato defi-
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que nido como crime doloso, for punido por falta grave,
se refere o caput deste artigo o condenado que desatender as condições impostas na autorização
cumpre pena por praticar crime hediondo com re- ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
sultado morte. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra Parágrafo único. A recuperação do direito à sa-
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a ída temporária dependerá da absolvição no pro-
publicação) cesso penal, do cancelamento da punição discipli-
nar ou da demonstração do merecimento do con-
Art. 123. A autorização será concedida por denado.
ato motivado do juiz da execução, ouvidos o Minis-
tério Público e a administração penitenciária, e de-
penderá da satisfação dos seguintes requisitos: SEÇÃO IV
DA REMIÇÃO
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de um sexto da pena,
Daniel Almeida
se o condenado for primário, e um quarto, se rein- Art. 126. O condenado que cumpre a pena
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em regime fechado ou semiaberto poderá remir,
cidente;
768.507.063-49
por trabalho ou por estudo, parte do tempo de exe-
III - compatibilidade do benefício com os obje- cução da pena. (“Caput” do artigo com redação
tivos da pena. dada pela Lei nº 12.433, de 29/6/2011)
Art. 124. A autorização será concedida por § 1º A contagem de tempo referida no caput
prazo não superior a sete dias, podendo ser reno- será feita à razão de: (Parágrafo com redação dada
vada por mais quatro vezes durante o ano. pela Lei nº 12.433, de 29/6/2011)
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz im- I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas
porá ao beneficiário as seguintes condições, entre de frequência escolar - atividade de ensino funda-
outras que entender compatíveis com as circuns- mental, médio, inclusive profissionalizante, ou su-
tâncias do caso e a situação pessoal do conde- perior, ou ainda de requalificação profissional - di-
nado: (Parágrafo único transformado em § 1º, com vididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Inciso acres-
redação dada pela Lei nº 12.258, de 15/6/2010) cido pela Lei nº 12.433, de 29/6/2011)
I - fornecimento do endereço onde reside a fa- II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
mília a ser visitada ou onde poderá ser encontrado trabalho. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.433, de
durante o gozo do benefício; (Inciso acrescido pela 29/6/2011)
Lei nº 12.258, de 15/6/2010)
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o
II - recolhimento à residência visitada, no perí- § 1º deste artigo poderão ser desenvolvidas de
odo noturno; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.258, forma presencial ou por metodologia de ensino a
de 15/6/2010) distância e deverão ser certificadas pelas autorida-
III - proibição de frequentar bares, casas notur- des educacionais competentes dos cursos frequen-
nas e estabelecimentos congêneres. (Inciso acres- tados. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.433, de
cido pela Lei nº 12.258, de 15/6/2010) 29/6/2011)
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso § 3º Para fins de cumulação dos casos de re-
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou mição, as horas diárias de trabalho e de estudo

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serão definidas de forma a se compatibilizarem. § 1º O condenado autorizado a estudar fora do
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.433, de estabelecimento penal deverá comprovar mensal-
29/6/2011) mente, por meio de declaração da respectiva uni-
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de dade de ensino, a frequência e o aproveitamento
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a escolar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.433,
beneficiar-se com a remição. (Primitivo § 2º renu- de 29/6/2011)
merado e com nova redação dada pela Lei nº § 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus
12.433, de 29/6/2011) dias remidos. (Parágrafo único transformado em §
§ 5º O tempo a remir em função das horas de 2º, com redação dada pela Lei nº 12.433, de
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de 29/6/2011)
conclusão do ensino fundamental, médio ou supe- Art. 130. Constitui o crime do art. 299 do Có-
rior durante o cumprimento da pena, desde que digo Penal declarar ou atestar falsamente presta-
certificada pelo órgão competente do sistema de ção de serviço para fim de instruir pedido de remi-
educação. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.433, ção.
de 29/6/2011)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regi-
me aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade SEÇÃO V
condicional poderão remir, pela frequência a curso DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
de ensino regular ou de educação profissional,
parte do tempo de execução da pena ou do período
Art. 131. O livramento condicional poderá ser
de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º
concedido pelo Juiz da execução, presentes os re-
deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
quisitos do art. 83, incisos e parágrafo único, do Có-
12.433, de 29/6/2011)
digo Penal, ouvidos o Ministério Público e o Conse-
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipó- Almeida
Daniel lho Penitenciário.
teses de prisão cautelar. (Parágrafo acrescido pela
bergalmeida96@gmail.com
Lei nº 12.433, de 29/6/2011) 768.507.063-49 Art. 132. Deferido o pedido, o juiz especifi-
cará as condições a que fica subordinado o livra-
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da exe- mento.
cução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Pri-
mitivo § 3º renumerado e com nova redação dada § 1º Serão sempre impostas ao liberado condi-
pela Lei nº 12.433, de 29/6/2011) cional as obrigações seguintes:

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz po- a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razo-
ável se for apto para o trabalho;
derá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando a b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocu-
contagem a partir da data da infração disciplinar. pação;
(Artigo com redação dada pela Lei nº 12.433, de c) não mudar do território da Comarca do Juízo
29/6/2011) da Execução, sem prévia autorização deste.
Art. 128. O tempo remido será computado § 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado
como pena cumprida, para todos os efeitos. (Artigo condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
com redação dada pela Lei nº 12.433, de
a) não mudar de residência sem comunicação
29/6/2011)
ao juiz e à autoridade incumbida da observação
Art. 129. A autoridade administrativa encami- cautelar e de proteção;
nhará mensalmente ao juízo da execução cópia do b) recolher-se à habitação em hora fixada;
registro de todos os condenados que estejam tra-
balhando ou estudando, com informação dos dias c) não frequentar determinados lugares.
de trabalho ou das horas de frequência escolar ou Art. 133. Se for permitido ao liberado residir
de atividades de ensino de cada um deles. (“Caput” fora da Comarca do Juízo da Execução, remeter-
do artigo com redação dada pela Lei nº 12.433, de se-á cópia da sentença do livramento ao juízo do
29/6/2011) lugar para onde ele se houver transferido e à

79
autoridade incumbida da observação cautelar e de ficha de identificação ou o seu retrato pela descri-
proteção. ção dos sinais que possam identificá-lo.
Art. 134. O liberado será advertido da obriga- § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá
ção de apresentar-se imediatamente às autorida- haver espaço para consignar-se o cumprimento
des referidas no artigo anterior. das condições referidas no art. 132 desta Lei.

Art. 135. Reformada a sentença denegatória Art. 139. A observação cautelar e a proteção
do livramento, os autos baixarão ao Juízo da Exe- realizadas por serviço social penitenciário, Patro-
cução, para as providências cabíveis. nato ou Conselho da Comunidade terão a finali-
dade de:
Art. 136. Concedido o benefício, será expe-
I - fazer observar o cumprimento das condi-
dida a carta de livramento com a cópia integral da
ções especificadas na sentença concessiva do be-
sentença em duas vias, remetendo-se uma à auto-
nefício;
ridade administrativa incumbida da execução e ou-
tra ao Conselho Penitenciário. II - proteger o beneficiário, orientando-o na
execução de suas obrigações e auxiliando-o na ob-
Art. 137. A cerimônia do livramento condicio- tenção de atividade laborativa.
nal será realizada solenemente no dia marcado
pelo presidente do Conselho Penitenciário, no es- Parágrafo único. A entidade encarregada da
tabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observação cautelar e da proteção do liberado
observando-se o seguinte: apresentará relatório ao Conselho Penitenciário,
para efeito da representação prevista nos arts. 143
I - a sentença será lida ao liberando, na pre- e 144 desta Lei.
sença dos demais condenados, pelo presidente do
Conselho Penitenciário ou membro por ele desig- Art. 140. A revogação do livramento condici-
nado, ou, na falta, pelo juiz; onal dar-se-á nas hipóteses previstas nos arts. 86
Daniel Almeida
e 87 do Código Penal.
II - a autoridade administrativa chamará a aten-
bergalmeida96@gmail.com
ção do liberando para as condições impostas na Parágrafo único. Mantido o livramento condici-
768.507.063-49
sentença de livramento; onal, na hipótese da revogação facultativa, o juiz
deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
III - o liberando declarará se aceita as condi-
ções. Art. 141. Se a revogação for motivada por in-
§ 1º De tudo, em livro próprio, será lavrado fração penal anterior à vigência do livramento, com-
termo subscrito por quem presidir a cerimônia e putar-se-á como tempo de cumprimento da pena o
pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não sou- período de prova, sendo permitida, para a conces-
ber ou não puder escrever. são de novo livramento, a soma do tempo das duas
penas.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao
Juiz da execução. Art. 142. No caso de revogação por outro
motivo, não se computará na pena o tempo em que
Art. 138. Ao sair o liberado do estabeleci-
esteve solto o liberado, e tampouco se concederá,
mento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de em relação à mesma pena, novo livramento.
seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta,
que exibirá à autoridade judiciária ou administra- Art. 143. A revogação será decretada a re-
tiva, sempre que lhe for exigida. querimento do Ministério Público, mediante repre-
§ 1º A caderneta conterá: sentação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício,
pelo juiz, ouvido o liberado.
a) a identificação do liberado;
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do
b) o texto impresso do presente Capítulo;
Ministério Público, da Defensoria Pública ou medi-
c) as condições impostas. ante representação do Conselho Penitenciário, e
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao ouvido o liberado, poderá modificar as condições
liberado um salvo-conduto, em que constem as especificadas na sentença, devendo o respectivo
condições do livramento, podendo substituir-se a ato decisório ser lido ao liberado por uma das auto-
ridades ou funcionários indicados no inciso I do

80
caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto VII - advertência, por escrito, para todos os ca-
nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. sos em que o juiz da execução decida não aplicar
(Artigo com redação dada pela Lei nº 12.313, de alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI
19/8/2010) deste parágrafo. (Artigo acrescido pela Lei nº
12.258, de 15/6/2010)
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infra-
ção penal, o juiz poderá ordenar a sua prisão, ou- Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá
vidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Pú- ser revogada:
blico, suspendendo o curso do livramento condicio- I - quando se tornar desnecessária ou inade-
nal, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo quada;
da decisão final.
II - se o acusado ou condenado violar os deve-
Art. 146. O juiz, de ofício, a requerimento do res a que estiver sujeito durante a sua vigência ou
interessado, do Ministério Público ou mediante re- cometer falta grave. (Artigo acrescido pela Lei nº
presentação do Conselho Penitenciário, julgará ex- 12.258, de 15/6/2010)
tinta a pena privativa de liberdade, se expirar o
prazo do livramento sem revogação.
CAPÍTULO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
SEÇÃO VI
DA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
(Seção acrescida pela Lei nº 12.258, de SEÇÃO I
15/6/2010) DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 147. Transitada em julgado a sentença


Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscaliza-
Daniel Almeida aplicou a pena restritiva de direitos, o juiz da
que
ção por meio da monitoração eletrônica quando: execução, de ofício ou a requerimento do Ministério
bergalmeida96@gmail.com
II - autorizar a saída temporária no regime se- Público, promoverá a execução, podendo, para
768.507.063-49
miaberto; tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração
de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
IV - determinar a prisão domiciliar;
Art. 148. Em qualquer fase da execução, po-
Art. 146-C. O condenado será instruído derá o juiz, motivadamente, alterar a forma de cum-
acerca dos cuidados que deverá adotar com o equi- primento das penas de prestação de serviços à co-
pamento eletrônico e dos seguintes deveres: munidade e de limitação de fim de semana, ajus-
I - receber visitas do servidor responsável pela tando-as às condições pessoais do condenado e às
monitoração eletrônica, responder aos seus conta- características do estabelecimento, da entidade ou
tos e cumprir suas orientações; do programa comunitário ou estatal.
II - abster-se de remover, de violar, de modifi-
car, de danificar de qualquer forma o dispositivo de
SEÇÃO II
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça; DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMUNIDADE
Parágrafo único. A violação comprovada dos
deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a
critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Art. 149. Caberá ao juiz da execução:
Público e a defesa:
I - designar a entidade ou programa comunitá-
I - a regressão do regime; rio ou estatal, devidamente credenciado ou conven-
II - a revogação da autorização de saída tem- cionado, junto ao qual o condenado deverá traba-
porária; lhar gratuitamente, de acordo com as suas apti-
dões;
VI - a revogação da prisão domiciliar;

81
II - determinar a intimação do condenado, cien- SEÇÃO IV
tificando-o da entidade, dias e horário em que de- DA INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA
verá cumprir a pena;
DE DIREITOS
III - alterar a forma de execução, a fim de
ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de
trabalho. Art. 154. Caberá ao juiz da execução à auto-
ridade competente a pena aplicada, determinada a
§ 1º O trabalho terá a duração de oito horas intimação do condenado.
semanais e será realizado aos sábados, domingos
e feriados, ou em dias úteis, de modo a não preju- § 1º Na hipótese de pena de interdição do art.
dicar a jornada normal de trabalho, nos horários es- 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá,
tabelecidos pelo juiz. em vinte e quatro horas, contadas do recebimento
do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução
§ 2º A execução terá início a partir da data do terá seu início.
primeiro comparecimento.
§ 2º Nas hipóteses do art. 47, incisos II e III, do
Art. 150. A entidade beneficiada com a pres- Código Penal, o Juízo da Execução determinará a
tação de serviços encaminhará mensalmente, ao apreensão dos documentos, que autorizam o exer-
juiz da execução, relatório circunstanciado das ati- cício do direito interditado.
vidades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disci- Art. 155. A autoridade deverá comunicar
plinar. imediatamente ao juiz da execução o descumpri-
mento da pena.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste
SEÇÃO III artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.
DA LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
Daniel Almeida
bergalmeida96@gmail.com CAPÍTULO III
Art. 151. Caberá ao juiz da execução deter-
768.507.063-49DA SUSPENSÃO CONDICIONAL
minar a intimação do condenado, cientificando-o do
local, dias e horário em que deve cumprir a pena.
Parágrafo único. A execução terá início a partir Art. 156. O juiz poderá suspender, pelo perí-
da data do primeiro comparecimento. odo de dois a quatro anos, a execução da pena pri-
vativa de liberdade, não superior a dois anos, na
Art. 152. Poderão ser ministrados ao conde- forma prevista nos arts. 77 a 82 do Código Penal.
nado, durante o tempo de permanência, cursos e
palestras, ou atribuídas atividades educativas. Art. 157. O juiz ou Tribunal, na sentença que
aplicar pena privativa de liberdade, na situação de-
Parágrafo único. Nos casos de violência do- terminada no artigo anterior, deverá pronunciar-se,
méstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o motivadamente, sobre a suspensão condicional,
comparecimento obrigatório do agressor a progra- quer a conceda, quer a denegue.
mas de recuperação e reeducação. (Parágrafo
único acrescido pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, pu- Art. 158. Concedida a suspensão, o juiz es-
blicada no DOU de 8/8/2006, em vigor 45 dias após pecificará as condições a que fica sujeito o conde-
a publicação) nado, pelo prazo fixado, começando este a correr
da audiência prevista nos art. 160 desta Lei.
Art. 153. O estabelecimento designado enca-
minhará, mensalmente, ao juiz da execução, rela- § 1º As condições serão adequadas ao fato e
tório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a à situação pessoal do condenado, devendo ser in-
ausência ou a falta disciplinar do condenado. cluída entre as mesmas a de prestar serviços à co-
munidade, ou limitação de fim de semana, salvo hi-
pótese do art. 78, § 2º, do Código Penal.
§ 2º O juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício,
a requerimento do Ministério Público ou mediante
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as

82
condições e regras estabelecidas na sentença, ou- dar-se-ão na forma do art. 81 e respectivos pará-
vido o condenado. grafos do Código Penal.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condi- Art. 163. A sentença condenatória será regis-
ções, regulada nos Estados, Territórios e Distrito trada, com a nota de suspensão, em livro especial
Federal por normas supletivas, será atribuída a ser- do juízo a que couber a execução da pena.
viço social penitenciário, patronato, Conselho da
Comunidade ou instituição beneficiada com a pres- § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena,
tação de serviços, inspecionados pelo Conselho será o fato averbado à margem do registro.
Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, § 2º O registro e a averbação serão sigilosos,
devendo o juiz da execução suprir, por ato, a falta salvo para efeito de informações requisitadas por
das normas supletivas. órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para ins-
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodica- truir processo penal.
mente à entidade fiscalizadora, para comprovar a
observância das condições a que está sujeito, co-
CAPÍTULO IV
municará, também, a sua ocupação e os salários
ou proventos de que vive. DA PENA DE MULTA

§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comuni-


car imediatamente ao órgão de inspeção, para fins Art. 164. Extraída certidão da sentença con-
legais, qualquer fato capaz de acarretar a revoga- denatória com trânsito em julgado, que valerá como
ção do benefício, a prorrogação do prazo ou a mo- título executivo judicial, o Ministério Público reque-
dificação das condições. rerá, em autos apartados, a citação do condenado
para, no prazo de dez dias, pagar o valor da multa
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se,
ou nomear bens à penhora.
será feita comunicação ao juiz e à entidade fiscali-
zadora do local da nova residência, aos quais o pri- Almeida§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da
Daniel
meiro deverá apresentar-se imediatamente. multa, ou o depósito da respectiva importância, pro-
bergalmeida96@gmail.com
ceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bas-
768.507.063-49
Art. 159. Quando a suspensão condicional tem para garantir a execução.
da pena for concedida por Tribunal, a este caberá
estabelecer as condições do benefício. § 2º A nomeação de bens à penhora e a pos-
terior execução seguirão o que dispuser a lei pro-
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o tri- cessual civil.
bunal modificar as condições estabelecidas na sen-
tença recorrida. Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel,
os autos apartados serão remetidos ao juízo cível
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão con-
para prosseguimento.
dicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo
da Execução a incumbência de estabelecer as con- Art. 166. Recaindo a penhora em outros
dições do benefício, e, em qualquer caso, a de re- bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do 2º
alizar a audiência admonitória. do art. 164 desta Lei.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença Art. 167. A execução da pena de multa será
condenatória, o juiz a lerá ao condenado, em audi- suspensa quando sobrevier ao condenado doença
ência, advertindo-o das consequências de nova in- mental (art. 52 do Código Penal).
fração penal e do descumprimento das condições
impostas. Art. 168. O juiz poderá determinar que a co-
brança da multa se efetue mediante desconto no
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por vencimento ou salário do condenado, nas hipóte-
edital com prazo de vinte dias, o réu não compare- ses do art. 50, § 1º, do Código Penal, observando-
cer injustificadamente à audiência admonitória, a se o seguinte:
suspensão ficará sem efeito e será executada ime-
I - o limite máximo do desconto mensal será o
diatamente a pena.
da quarta parte da remuneração e o mínimo o de
Art. 162. A revogação da suspensão condici- um décimo;
onal da pena e a prorrogação do período de prova

83
II - o desconto será feito mediante ordem do cumprimento de medida de segurança, sem a guia
juiz a quem de direito; expedida pela autoridade judiciária.
III - o responsável pelo desconto será intimado Art. 173. A guia de internamento ou de trata-
a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo juiz, mento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a
a importância determinada. rubricará em todas as folhas e a subscreverá com
Art. 169. Até o término do prazo a que se re- o juiz, será remetida à autoridade administrativa in-
fere o art. 164 desta Lei, poderá o condenado re- cumbida da execução e conterá:
querer ao juiz o pagamento da multa em presta- I - a qualificação do agente e o número do re-
ções mensais, iguais e sucessivas. gistro geral do órgão oficial de identificação;
§ 1º O juiz, antes de decidir, poderá determinar II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que
diligências para verificar a real situação econômica tiver aplicado a medida de segurança, bem como a
do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará certidão do trânsito em julgado;
o número de prestações. III - a data em que terminará o prazo mínimo
§ 2º Se o condenado for impontual ou se me- de internação, ou do tratamento ambulatorial;
lhorar de situação econômica, o juiz, de ofício ou a IV - outras peças do processo reputadas indis-
requerimento do Ministério Público, revogará o be- pensáveis ao adequado tratamento ou interna-
nefício executando-se a multa, na forma prevista mento.
neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já
iniciada. § 1º Ao Ministério Público será dada ciência da
guia de recolhimento e de sujeição a tratamento.
Art. 170. Quando a pena de multa for apli-
§ 2º A guia será retificada sempre que sobre-
cada cumulativamente com pena privativa da liber-
vier modificação quanto ao prazo de execução.
dade, enquanto esta estiver sendo executada, po-
derá aquela ser cobrada mediante desconto naDaniel
re- AlmeidaArt. 174. Aplicar-se-á, na execução da me-
muneração do condenado (art. 168). bergalmeida96@gmail.com
dida de segurança, naquilo que couber, o disposto
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa nos arts. 8º e 9º desta Lei.
768.507.063-49
de liberdade ou obtiver livramento condicional, sem
haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos
termos deste capítulo. CAPÍTULO II
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo ante-
rior aos casos em que for concedida a suspensão
condicional da pena. Art. 175. A cessação da periculosidade será
averiguada no fim do prazo mínimo de duração da
medida de segurança, pelo exame das condições
TÍTULO VI pessoais do agente, observando-se o seguinte:
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS I - a autoridade administrativa, até um mês an-
DE SEGURANÇA tes de expirar o prazo de duração mínima da me-
dida, remeterá ao juiz minucioso relatório que o ha-
CAPÍTULO I bilite a resolver sobre a revogação ou permanência
DISPOSIÇÕES GERAIS da medida;
II - o relatório será instruído com o laudo psi-
quiátrico;
Art. 171. Transitada em julgado a sentença
que aplicar medida de segurança, será ordenada a III - juntado aos autos o relatório ou realizadas
expedição de guia para a execução. as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
Ministério Público e o curador ou defensor, no
Art. 172. Ninguém será internado em Hospi- prazo de três dias para cada um;
tal de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou sub-
metido a tratamento ambulatorial, para IV - o juiz nomeará curador ou defensor para o
agente que não o tiver;

84
V - o juiz, de ofício ou a requerimento de qual- § 1º A pena de prestação de serviços à comu-
quer das partes, poderá determinar novas diligên- nidade será convertida quando o condenado:
cias, ainda que expirado o prazo de duração mí- a) não for encontrado por estar em lugar in-
nima da medida de segurança; certo e não sabido, ou desatender a intimação por
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligên- edital;
cias a que se refere o inciso anterior, o juiz proferirá b) não comparecer, injustificadamente, à enti-
a sua decisão, no prazo de cinco dias. dade ou programa em que deva prestar serviço;
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no de- c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o
correr do prazo mínimo de duração da medida de serviço que lhe foi imposto;
segurança, poderá o juiz da execução, diante de
d) praticar falta grave;
requerimento fundamentado do Ministério Público
ou do interessado, seu procurador ou defensor, or- e) sofrer condenação por outro crime à pena
denar o exame para que se verifique a cessação da privativa de liberdade, cuja execução não tenha
periculosidade, procedendo-se nos termos do ar- sido suspensa.
tigo anterior. § 2º A pena de limitação de fim de semana será
Art. 177. Nos exames sucessivos para verifi- convertida quando o condenado não comparecer
car-se a cessação da periculosidade, observar-se- ao estabelecimento designado para o cumprimento
á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo an- da pena, recusar-se a exercer a atividade determi-
terior. nada pelo juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses
das letras a, d e e do parágrafo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos
de liberação (art. 97, § 3º, do Código Penal), apli-
será convertida quando o condenado exercer, in-
car-se-á o disposto nos arts. 132 e 133 desta Lei.
justificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
Daniel Almeida
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, qualquer das hipóteses das letras a e e do § 1º
deste artigo.
bergalmeida96@gmail.com
o juiz expedirá ordem para a desinternação ou a li-
beração. 768.507.063-49
Art. 183. Quando, no curso da execução da
pena privativa de liberdade, sobrevier doença men-
tal ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofí-
TÍTULO VII
cio, a requerimento do Ministério Público, da Defen-
DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO soria Pública ou da autoridade administrativa, po-
derá determinar a substituição da pena por medida
CAPÍTULO I de segurança. (Artigo com redação dada pela Lei
DAS CONVERSÕES nº 12.313, de 19/8/2010)
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não ser convertido em internação se o agente revelar
superior a dois anos, poderá ser convertida em res- incompatibilidade com a medida.
tritiva de direitos, desde que: Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mí-
I - o condenado a esteja cumprindo em regime nimo de internação será de um ano.
aberto;
II - tenha sido cumprido pelo menos um quarto CAPÍTULO II
da pena;
DO EXCESSO OU DESVIO
III - os antecedentes e a personalidade do con-
denado indiquem ser a conversão recomendável.
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de exe-
Art. 181. A pena restritiva de direitos será cução sempre que algum ato for praticado além dos
convertida em privativa de liberdade nas hipóteses limites fixados na sentença, em normas legais ou
e na forma do art. 45 e seus incisos do Código Pe- regulamentares.
nal.

85
Art. 186. Podem suscitar o incidente de ex- do interessado, do Ministério Público, ou por inicia-
cesso ou desvio de execução: tiva do Conselho Penitenciário ou da autoridade ad-
ministrativa, providenciará de acordo com o dis-
I - o Ministério Público; posto no artigo anterior.
II - o Conselho Penitenciário;
III - o sentenciado;
TÍTULO VIII
IV - qualquer dos demais órgãos da execução DO PROCEDIMENTO JUDICIAL
penal.

Art. 194. O procedimento correspondente às


CAPÍTULO III situações previstas nesta Lei será judicial, desen-
DA ANISTIA E DO INDULTO volvendo-se perante o Juízo da Execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á
Art. 187. Concedida a anistia, o juiz, de ofí- de oficio, a requerimento do Ministério Público, do
cio, a requerimento do interessado ou do Ministério interessado, de quem o represente, de seu côn-
Público, por proposta da autoridade administrativa juge, parente ou descendente, mediante proposta
ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autori-
punibilidade. dade administrativa.
Art. 188. O indulto individual poderá ser pro- Art. 196. A portaria ou petição será autuada
vocado por petição do condenado, por iniciativa do ouvindo-se, em três dias, o condenado e o Ministé-
Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou rio Público, quando não figurem como requerentes
da autoridade administrativa. da medida.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada § 1º Sendo desnecessária a produção de
Daniel Almeida
dos documentos que a instruírem, será entregue ao prova,
bergalmeida96@gmail.como juiz decidirá de plano, em igual prazo.
Conselho Penitenciário, para a elaboração de768.507.063-49
pa- § 2º Entendendo indispensável a realização de
recer e posterior encaminhamento ao Ministério da prova pericial ou oral, o juiz a ordenará, decidindo
Justiça. após a produção daquela ou na audiência desig-
nada.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista
dos autos do processo e do prontuário, promoverá Art. 197. Das decisões proferidas pelo juiz
as diligências que entender necessárias e fará, em caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
relatório, a narração do ilícito penal e dos funda-
mentos da sentença condenatória, a exposição dos
antecedentes do condenado e do procedimento TÍTULO IX
deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
o mérito do pedido e esclarecendo qualquer forma- TRANSITÓRIAS
lidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos
com documentos e o relatório do Conselho Peni- da execução penal, e ao servidor, a divulgação de
tenciário, a petição será submetida a despacho do ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina
Presidente da República, a quem serão presentes dos estabelecimentos, bem como exponha o preso
os autos do processo ou a certidão de qualquer de a inconveniente notoriedade, durante o cumpri-
suas peças, se ele o determinar. mento da pena.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos Art. 199. O emprego de algemas será disci-
autos cópia do decreto, o juiz declarará extinta a plinado por decreto federal.
pena ou ajustará a execução aos termos do de-
creto, no caso de comutação. Art. 200. O condenado por crime político não
está obrigado ao trabalho.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado
por indulto coletivo, o juiz, de ofício, a requerimento

86
Art. 201. Na falta de estabelecimento ade- SÚMULA 192: Compete ao juízo das execuções
quado, o cumprimento da prisão civil e da prisão penais do estado a execução das penas impostas
administrativa se efetivará em seção especial da a sentenciados pela justiça federal, militar ou elei-
Cadeia Pública. toral, quando recolhidos a estabelecimentos sujei-
tos a administração estadual.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não
constarão da folha corrida, atestados ou certidões SÚMULA 341: A frequência a curso de ensino for-
fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares mal é causa de remição de parte do tempo de exe-
da Justiça, qualquer notícia ou referência à conde- cução de pena sob regime fechado ou semi-
nação, salvo para instruir processo pela prática de aberto.
nova infração penal ou outros casos expressos em
Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pe-
lei.
las peculiaridades do caso, desde que em decisão
Art. 203. No prazo de seis meses, a contar motivada.
da publicação desta Lei, serão editadas as normas
complementares ou regulamentares necessárias à SÚMULA 441: A falta grave não interrompe o prazo
eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis. para obtenção de livramento condicional.

§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as uni- SÚMULA 471: Os condenados por crimes hedion-
dades federativas, em convênio com o Ministério dos ou assemelhados cometidos antes da vigência
da Justiça, projetar a adaptação, construção e equi- da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no
pamento de estabelecimentos e serviços penais art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Pe-
previstos nesta Lei. nal) para a progressão de regime prisional.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser Art. 112. A pena privativa de liberdade será
providenciada a aquisição ou desapropriação de executada em forma progressiva com a transferên-
prédios para instalação de casas de albergados. cia para regime menos rigoroso, a ser determinada
Daniel Almeida
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste ar- pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos
bergalmeida96@gmail.com
tigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho Na- um sexto da pena no regime anterior e ostentar
768.507.063-49
cional de Política Criminal e Penitenciária, medi- bom comportamento carcerário, comprovado pelo
ante justificada solicitação, instruída com os proje- diretor do estabelecimento, respeitadas as normas
tos de reforma ou de construção de estabelecimen- que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei
tos. nº 10.792, de 2003)

§ 4º O descumprimento injustificado dos deve- SÚMULA VINCUNLANTE 9: O disposto no artigo


res estabelecidos para as unidades federativas im- 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal)
plicará na suspensão de qualquer ajuda financeira foi recebido pela ordem constitucional vigente, e
a elas destinada pela União, para atender às des- não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput
pesas de execução das penas e medidas de segu- do artigo 58.
rança.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitan- revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, obser-
temente com a lei de reforma da Parte Geral do Có- vado o disposto no art. 57, recomeçando a conta-
digo Penal, revogadas as disposições em contrário, gem a partir da data da infração disciplinar. (Reda-
especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de ção dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
1957.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restri-
ção de direitos não poderão exceder a trinta dias,
ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferen-
ciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

SÚMULA 611: Transitada em julgado a sentença


SÚMULA 40 : Para obtenção dos benefícios de sa- condenatória, compete ao juízo das execuções a
ída temporária e trabalho externo, considera-se o aplicação de lei mais benígna.
tempo de cumprimento da pena no regime fechado.

87
SÚMULA 715 : A pena unificada para atender ao STJ: Súmula 617 - A ausência de suspensão ou
limite de trinta anos de cumprimento, determinado revogação do livramento condicional antes do tér-
pelo art. 75 do código penal, não é considerada mino do período de prova enseja a extinção da pu-
para a concessão de outros benefícios, como o li- nibilidade pelo integral cumprimento da pena.
vramento condicional ou regime mais favorável de
execução. STJ: Súmula 441 - A falta grave não interrompe o
prazo para obtenção do livramento condicional.
STJ: Súmula 491 - É inadmissível a chamada pro-
gressão per saltum de regime prisional. STJ: Súmula 439 - Admite-se o exame criminoló-
gico pelas peculiaridades do caso, desde que em
STF: A prática de falta grave pode resultar, obser- decisão motivada.
vado o contraditório e a ampla defesa, em regres-
são de regime. A prática de ‘fato definido como STF: Súmula 700 - É de cinco dias o prazo para
crime doloso, para fins de aplicação da sanção ad- interposição de agravo contra decisão do juiz da
ministrativa da regressão, não depende de trânsito execução penal.
em julgado da ação penal respectiva. A natureza
jurídica da regressão de regime lastreada nas hipó- STF: Súmula vinculante 56 - A falta de estabele-
teses do art. 118, I,da Lei de Execuções Penais é cimento penal adequado não autoriza a manuten-
sancionatória, enquanto aquela baseada no inciso ção do condenado em regime prisional mais gra-
II tem por escopo a correta individualização da voso, devendo-se observar, nesta hipótese, os pa-
pena. A regressão aplicada sob o fundamento do râmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE)
art. 118, I, segunda parte, não ofende ao princípio 641320.
da presunção de inocência ou ao vetor estrutural
da dignidade da pessoa humana. (HC STJ: Súmula 493 - É inadmissível a fixação de
93782/2008.) pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição es-
pecial ao regime aberto.
Daniel Almeida
STJ: É lícito ao Juiz estabelecer condições especi-
ais para a concessão do regime aberto, em com- STJ: Súmula 491 - É inadmissível a chamada pro-
bergalmeida96@gmail.com
plementação daquelas previstas no art. 115,768.507.063-49
da gressão per saltum de regime prisional.
LEP, mas não poderá adotar a esse título nenhum
efeito já classificado como pena substitutiva (art. 44 STJ: Súmula 562 - É possível a remição de parte
do CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis in do tempo de execução da pena quando o conde-
idem, importando na aplicação de dúplice sanção. nado, em regime fechado ou semiaberto, desem-
REsp. 1.107.314/PR e HC 212.692/SP penha atividade laborativa, ainda que extramuros.

STF: Não se admite a remição pelo trabalho no re- STF: Súmula 717 - Não impede a progressão de
gime aberto. A razão estaria no art. 36, parágrafo regime de execução da pena, fixada em sentença
1º, do CP, que aduz ser necessário que o apenado não transitada em julgado, o fato de o réu se en-
que cumpre pena em regime aberto trabalhe, fre- contrar em prisão especial.
quente curso ou exerça outra atividade autorizada.
Nessa linha, a realização de atividade laboral STF: Súmula 716 - Admite-se a progressão de re-
nesse regime de cumprimento de pena não seja, gime de cumprimento da pena ou a aplicação ime-
como nos demais estímulo para que o condenado, diata de regime menos severo nela determinada,
trabalhando, tivesse direito à remição da pena, na antes do trânsito em julgado da sentença condena-
medida em que, nesse regime, o labor não seria tória.
senão pressuposto da nova condição de cumpri-
mento de pena. (HC 98261/RS). STF: Súmula vinculante 26 - Para efeito de pro-
gressão de regime no cumprimento de pena por
STJ: Súmula 639 : Não fere o contraditório e o crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execu-
devido processo decisão que, sem ouvida prévia da ção observará a inconstitucionalidade do art. 2º da
defesa, determine transferência ou permanência Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de
de custodiado em estabelecimento penitenciário fe- avaliar se o condenado preenche, ou não, os requi-
deral. sitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico.

88
STF: Súmula 715 - A pena unificada para atender Execução Penal) para a progressão de regime pri-
ao limite de trinta anos de cumprimento, determi- sional.
nado pelo art. 75 do Código Penal, não é conside-
rada para a concessão de outros benefícios, como STJ: Súmula 192- Compete ao juízo das execu-
o livramento condicional ou regime mais favorável ções penais do Estado a execução das penas im-
de execução. postas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar
ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
STF: Súmula vinculante 9 - O disposto no artigo sujeitos à administração estadual.
127 da Lei 7.210/84 foi recebido pela ordem cons-
titucional vigente e não se lhe aplica o limite tempo-
ral previsto no caput do artigo 58.

STJ: Súmula 535 - A prática de falta grave não


interrompe o prazo para fim de comutação de pena
ou indulto.

STJ: Súmula 534 - A prática de falta grave inter-


rompe a contagem do prazo para a progressão de Art. 1º São considerados hediondos os se-
regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia
a partir do cometimento dessa infração. guintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Pe-
STJ: Súmula 526 - O reconhecimento de falta nal, consumados ou tentados: (Redação dada pela
grave decorrente do cometimento de fato definido Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
como crime doloso no cumprimento da pena pres- I - homicídio (art. 121), quando praticado em
cinde do trânsito em julgado de sentença penal atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
condenatória no processo penal instaurado para cometido por um só agente, e homicídio qualificado
apuração do fato. Daniel Almeida
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII,IX);
bergalmeida96@gmail.com
(Redação dada pela LEI Nº 14.344, de 2022)
STJ: Súmula 533 - Para o reconhecimento 768.507.063-49
da prá-
tica de falta disciplinar no âmbito da execução pe- I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravís-
nal, é imprescindível a instauração de procedi- sima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de
mento administrativo pelo diretor do estabeleci- morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra au-
mento prisional, assegurado o direito de defesa, a toridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
ser realizado por advogado constituído ou defensor Constituição Federal, integrantes do sistema prisi-
público nomeado. onal e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou
STJ: Súmula 341- A frequência a curso de ensino contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
formal é causa de remição de parte do tempo de sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa con-
execução de pena sob regime fechado ou semia- dição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
berto
II – roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
STJ: Súmula 40 - Para obtenção dos benefícios de de 2019)
saída temporária e trabalho externo, considera-se a) circunstanciado pela restrição de liberdade
o tempo de cumprimento da pena no regime fe-
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei
chado
nº 13.964, de 2019)
STJ: Súmula 520 - O benefício de saída tempo- b) circunstanciado pelo emprego de arma de
rária no âmbito da execução penal é ato jurisdicio- fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
nal insuscetível de delegação à autoridade admi- arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, §
nistrativa do estabelecimento prisional. 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

STJ: Súmula 471- Os condenados por crimes he- c) qualificado pelo resultado lesão corporal
diondos ou assemelhados cometidos antes da vi- grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei
gência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao dis- nº 13.964, de 2019)
posto no artigo 112 da Lei 7.210/1984 (Lei de

89
III - extorsão qualificada pela restrição da liber- V - o crime de organização criminosa, quando
dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº rado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
13.964, de 2019)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tor-
IV - extorsão mediante sequestro e na forma tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (In- e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
ciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Vinculaste)
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Re- I - anistia, graça e indulto;
dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464,
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e de 2007)
§§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009) § 1o A pena por crime previsto neste artigo
será cumprida inicialmente em regime fe-
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § chado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
STF: Súmula vinculante 26 - Para efeito de progressão
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
9.695, de 1998) equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucio-
nalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990,
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não,
alteração de produto destinado a fins terapêuticos os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realiza-
ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o- ção de exame criminológico.
B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de
julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, § 2º (Revogado)
de 1998) § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz
decidirá fundamentadamente se o réu poderá ape-
Daniel Almeida
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra
lar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº
forma de exploração sexual de criançabergalmeida96@gmail.com
ou adoles-
11.464, de 2007)
cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 768.507.063-49
1º e
2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014) § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe
IX - furto qualificado pelo emprego de explo- a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos cri-
sivo ou de artefato análogo que cause perigo co- mes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
mum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
de 2019) de extrema e comprovada necessidade. (Incluído
pela Lei nº 11.464, de 2007)
Parágrafo único. Consideram-se também hedi-
ondos, tentados ou consumados: (Redação dada Art. 3º A União manterá estabelecimentos pe-
pela Lei nº 13.964, de 2019) nais, de segurança máxima, destinados ao cumpri-
mento de penas impostas a condenados de alta pe-
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º,
riculosidade, cuja permanência em presídios esta-
2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de
duais ponha em risco a ordem ou incolumidade pú-
1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
blica.
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº Art. 4º (Vetado).
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a
Lei nº 13.964, de 2019) pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando
III - o crime de comércio ilegal de armas de se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou ter-
dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de rorismo.
2019) Parágrafo único. O participante e o associado
IV - o crime de tráfico internacional de arma de que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da possibilitando seu desmantelamento, terá a pena
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Inclu- reduzida de um a dois terços.
ído pela Lei nº 13.964, de 2019)

90
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os cri- § 3º Se resulta lesão corporal de natureza
mes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de qua-
caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com- tro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de
binação com o art. 223, caput e parágrafo oito a dezesseis anos.
único, 214 e sua combinação com o art. 223, ca- § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um
put e parágrafo único, todos do Código Penal, são terço:
acrescidas de metade, respeitado o limite superior
I - se o crime é cometido por agente público;
de trinta anos de reclusão, estando a vítima em
qualquer das hipóteses referidas no art. 224 tam- II – se o crime é cometido contra criança, ges-
bém do Código Penal. tante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela
Art. 11. (Vetado). Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua III - se o crime é cometido mediante sequestro.
publicação.
§ 5º A condenação acarretará a perda do
Art. 13. Revogam-se as disposições em con- cargo, função ou emprego público e a interdição
trário para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada.
Esse é um efeito extrapenal administrativo da condenação,
que, segundo o STF e o STJ, decore automaticamente da
condenação

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insus-


cetível de graça ou anistia.
O crime de tortura não é imprescritível, e, para o STF, o
Art. 1º Constitui crime de tortura: condenado também não poderá ser beneficiado com in-
Daniel Almeida
dulto.
I - constranger alguém com emprego de violên-
bergalmeida96@gmail.com
cia ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento fí-
768.507.063-49 § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
sico ou mental: salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
a) com o fim de obter informação, declaração pena em regime fechado.
ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Cumpre salientar que o STJ, em julgado recente, afirmou
não ser obrigatório que o condenado por crime de tortura
b) para provocar ação ou omissão de natureza inicie o cumprimento da pena em regime fechado.
criminosa; REsp 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC
c) em razão de discriminação racial ou religi- 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.
osa; Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder quando o crime não tenha sido cometido em terri-
ou autoridade, com emprego de violência ou grave tório nacional, sendo a vítima brasileira ou encon-
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, trando-se o agente em local sob jurisdição brasi-
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida leira.
de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prá-
tica de ato não previsto em lei ou não resultante de
medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas con-
dutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro
anos.

91
§ 5º A prestação de serviços à comunidade
será cumprida em programas comunitários, entida-
des educacionais ou assistenciais, hospitais, esta-
belecimentos congêneres, públicos ou privados
sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencial-
mente, da prevenção do consumo ou da recupera-
ção de usuários e dependentes de drogas.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS § 6º Para garantia do cumprimento das medi-
das educativas a que se refere o caput, nos incisos
I, II e III, a que injustificadamente se recuse o
CAPÍTULO III agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente
DOS CRIMES E DAS PENAS a:
I - admoestação verbal;
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo II - multa.
poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, § 7º O juiz determinará ao Poder Público que
bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos coloque à disposição do infrator, gratuitamente, es-
o Ministério Público e o defensor. tabelecimento de saúde, preferencialmente ambu-
latorial, para tratamento especializado.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em de-
pósito, transportar ou trouxer consigo, para con- Art. 29. Na imposição da medida educativa a
sumo pessoal, drogas sem autorização ou em de- que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz,
sacordo com determinação legal ou regulamentar atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o
será submetido às seguintes penas: número de dias-multa, em quantidade nunca infe-
Para o STF, o art. 28 da Lei de Drogas despenalizou a
Daniel rior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atri-
Almeida
posse de drogas para uso pessoal, mas as condutas pre- buindo depois a cada um, segundo a capacidade
bergalmeida96@gmail.com
vistas nesse dispositivo não deixaram de ser tipificadas econômica do agente, o valor de um trinta avos até
como crime. Cumpre observar que também não há cabi- 768.507.063-49
mento de penas privativas de liberdade aos usuários que
3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
utilizam drogas apenas para consumo pessoal. Parágrafo único. Os valores decorrentes da im-
I - advertência sobre os efeitos das drogas; posição da multa a que se refere o § 6º do art. 28
serão creditados à conta do Fundo Nacional Anti-
II - prestação de serviços à comunidade; drogas.
III - medida educativa de comparecimento a
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a impo-
programa ou curso educativo.
sição e a execução das penas, observado, no to-
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, cante à interrupção do prazo, o disposto nos arts.
para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou co- 107 e seguintes do Código Penal.
lhe plantas destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto capaz de cau-
sar dependência física ou psíquica. CAPÍTULO II
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se DOS CRIMES
a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às cir- Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
cunstâncias sociais e pessoais, bem como à con- produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
duta e aos antecedentes do agente. oferecer, ter em depósito, transportar, trazer con-
sigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a con-
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do
sumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente,
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo má-
sem autorização ou em desacordo com determina-
ximo de 5 (cinco) meses.
ção legal ou regulamentar:
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previs-
tas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

92
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos O STF declarou inconstitucional a vedação da conversão
e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e da pena privativa de liberdade em penas restritivas de di-
reitos por ofensa ao princípio da individualização da pena.
quinhentos) dias-multa. Habeas Corpus nº 97.256/RS
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer tí-
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tulo, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratui-
tem em depósito, transporta, traz consigo ou tamente, maquinário, aparelho, instrumento ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização qualquer objeto destinado à fabricação, prepara-
ou em desacordo com determinação legal ou regu- ção, produção ou transformação de drogas, sem
lamentar, matéria-prima, insumo ou produto quí- autorização ou em desacordo com determinação
mico destinado à preparação de drogas; legal ou regulamentar:
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem auto- Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
rização ou em desacordo com determinação legal pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
ou regulamentar, de plantas que se constituam em mil) dias-multa.
matéria-prima para a preparação de drogas;
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pes-
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza soas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
de que tem a propriedade, posse, administração,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele § 1º , e 34 desta Lei:
se utilize, ainda que gratuitamente, sem autoriza-
ção ou em desacordo com determinação legal ou Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e du-
zentos) dias-multa.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput
Daniel
de drogas, sem autorização ou em desacordo com
Almeida
deste artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada
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a determinação legal ou regulamentar, a agente po- do crime definido no art. 36 desta Lei.
licial disfarçado, quando presentes elementos768.507.063-49
pro- Art. 36. Financiar ou custear a prática de
batórios razoáveis de conduta criminal preexis- qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e
tente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º , e 34 desta Lei:
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e (quatro mil) dias-multa.
multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem ob- grupo, organização ou associação destinados à
jetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, prática de qualquer dos crimes previstos nos arts.
para juntos a consumirem: 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas dias-multa.
previstas no art. 28.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposa-
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º
mente, drogas, sem que delas necessite o paci-
deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de
ente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desa-
um sexto a dois terços, vedada a conversão em pe-
cordo com determinação legal ou regulamentar:
nas restritivas de direitos , desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
atividades criminosas nem integre organização cri- anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzen-
minosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) tos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condena-
ção ao Conselho Federal da categoria profissional
a que pertença o agente.

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Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave STJ: Súmula 607 - A majorante do tráfico transnacional de
drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura com a
após o consumo de drogas, expondo a dano poten- prova da destinação internacional das drogas, ainda que
cial a incolumidade de outrem: não consumada a transposição de fronteiras.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) STJ: Súmula 587 - Para a incidência da majorante prevista
no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva
anos, além da apreensão do veículo, cassação da transposição de fronteiras entre estados da federação,
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção
mesmo prazo da pena privativa de liberdade apli- de realizar o tráfico interestadual.
cada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (qua- Art. 41. O indiciado ou acusado que colabo-
trocentos) dias-multa.
rar voluntariamente com a investigação policial e o
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, processo criminal na identificação dos demais co-
aplicadas cumulativamente com as demais, serão autores ou partícipes do crime e na recuperação to-
de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocen- tal ou parcial do produto do crime, no caso de con-
tos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo re- denação, terá pena reduzida de um terço a dois ter-
ferido no caput deste artigo for de transporte cole- ços.
tivo de passageiros.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, consi-
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 derará, com preponderância sobre o previsto no
desta Lei são aumentadas de um sexto a dois ter- art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade
ços, se: da substância ou do produto, a personalidade e a
I - a natureza, a procedência da substância ou conduta social do agente.
do produto apreendido e as circunstâncias do fato Art. 43. Na fixação da multa a que se referem
evidenciarem a transnacionalidade do delito; os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de
de função pública ou no desempenho de missão de
Daniel dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as con-
Almeida
educação, poder familiar, guarda ou vigilância; dições econômicas dos acusados, valor não inferior
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III - a infração tiver sido cometida nas depen- a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o
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maior salário-mínimo.
dências ou imediações de estabelecimentos prisio-
nais, de ensino ou hospitalares, de sedes de enti- Parágrafo único. As multas, que em caso de
dades estudantis, sociais, culturais, recreativas, es- concurso de crimes serão impostas sempre cumu-
portivas, ou beneficentes, de locais de trabalho co- lativamente, podem ser aumentadas até o décuplo
letivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou se, em virtude da situação econômica do acusado,
diversões de qualquer natureza, de serviços de tra- considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas
tamento de dependentes de drogas ou de reinser- no máximo.
ção social, de unidades militares ou policiais ou em
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, ca-
transportes públicos;
put e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
IV - o crime tiver sido praticado com violência, insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e li-
grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qual- berdade provisória, vedada a conversão de suas
quer processo de intimidação difusa ou coletiva; penas em restritivas de direitos.
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Fe- O STF atestou a inconstitucionalidade da proibição da con-
deração ou entre estes e o Distrito Federal; cessão de liberdade provisória ao acusado de crimes rela-
cionados ao tráfico de drogas (Informativo nº 665).
VI - sua prática envolver ou visar a atingir cri-
ança ou adolescente ou a quem tenha, por qual- Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput
quer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após
de entendimento e determinação; o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
concessão ao reincidente específico.
VII - o agente financiar ou custear a prática do
crime. Art. 45. É isento de pena o agente que, em
STJ: Súmula 528 - Compete ao juiz federal do local da
razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente
apreensão da droga remetida do exterior pela via postal de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao
processar e julgar o crime de tráfico internacional. Terceira tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha
Seção, aprovada em 13/5/2015, DJe 18/5/2015.

94
sido a infração penal praticada, inteiramente inca-
paz de entender o caráter ilícito do fato ou de de-
terminar-se de acordo com esse entendimento. ]
Parágrafo único. Quando absolver o agente,
reconhecendo, por força pericial, que este apresen-
tava, à época do fato previsto neste artigo, as con-
dições referidas no caput deste artigo, poderá de-
terminar o juiz, na sentença, o seu encaminha-
mento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um
terço a dois terços se, por força das circunstâncias
previstas no art. 45 desta Lei, o agente não pos-
suía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena ca-
pacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz,
com base em avaliação que ateste a necessidade
de encaminhamento do agente para tratamento, re-
alizada por profissional de saúde com competência
específica na forma da lei, determinará que a tal se
proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

Daniel Almeida
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768.507.063-49

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Daniel Almeida
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96
Art. 5º - Para os efeitos deste Estatuto, consi-
dera-se Sistema Administrativo o complexo de ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Executivo e suas
entidades autárquicas.

TÍTULO II
DO PROVIMENTO DOS CARGOS

TÍTULO I CAPÍTULO I
DO REGIME JURÍDICO DO FUNCIONÁRIO DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO ÚNICO Art. 6º - Os cargos públicos do Estado do Ce-


DOS PRINCÍPIOS GERAIS ará são acessíveis a todos brasileiros, observadas
as condições prescritas em lei e regulamento.
Art. 1º - Regime Jurídico do Funcionário Civil Art. 7º - De acordo com a natureza dos car-
é o conjunto de normas e princípios, estabelecidos gos, o seu provimento pode ser em caráter efetivo
por este Estatuto e legislação complementar, re- ou em comissão.
gula- dores das relações entre o Estado eDaniel
o ocu- Almeida
pante de cargo público. Art. 8º - Os cargos em comissão serão provi-
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dos, por livre nomeação da autoridade competente,
Art. 2º - Aplica-se o regime jurídico de que dentre pessoas que possuam aptidão profissional e
768.507.063-49
trata esta lei: reúnam as condições necessárias à sua investi-
I - aos funcionários do Poder Executivo; dura, conforme se dispuser em regulamento.

II - aos funcionários autárquicos do Estado; § 1º - A escolha dos ocupantes de cargos em


comissão poderá recair, ou não, em funcionário do
III - aos funcionários administrativos do Poder Estado, na forma do regulamento.
Legislativo;
§ 2º - No caso de recair a escolha em servidor
IV - aos funcionários administrativos do Tribu- de entidade da Administração Indireta, ou em fun-
nal de Contas do Estado e do Conselho de Contas cionário não subordinado à autoridade competente
dos Municípios. para nomear, o ato de nomeação será precedido
Art. 3º - Funcionário Público Civil é o ocu- da necessária requisição.
pante de cargo público, ou o que, extinto ou decla- § 3º - A posse em cargo em comissão deter-
rado desnecessário o cargo, é posto em disponibi- mina o concomitante afastamento do funcionário do
lidade. cargo efetivo de que for titular, ressalvados os ca-
sos de comprovada acumulação legal.
Art. 4º - Cargo público é o lugar inserido no
Sistema Administrativo Civil do Estado, caracteri- Art. 9º - Os cargos públicos são providos por:
zando-se, cada um, por determinado conjunto de
I - nomeação;
atribuições e responsabilidades de natureza per-
manente. II - promoção;
Parágrafo único - Exclui-se da regra conceitual V - reintegração;
deste artigo o conjunto de empregos que, inserido VI - aproveitamento;
no Sistema Administrativo Civil do Estado, se su-
bordina à legislação trabalhista. VII - reversão;
VIII - transposição;

97
IX - transformação. a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar
de ingresso em categoria funcional que importe em
Art. 10º - O ato de provimento deverá indicar
exigência de curso de nível médio; e
a existência de vaga, com os elementos capazes
de identificá-la. b) de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar
de ingresso nas demais categorias;
Art. 11 - O disciplinamento normativo das for-
c) independerá dos limites previstos nas alí-
mas de provimento dos cargos públicos referidos
neas anteriores a inscrição do candidato que já
nos itens VIII e IX do art. 9º é objeto de legislação
ocupe cargo integrante do Grupo Segurança Pú-
específica.
blica.
§ 1º - Das inscrições para o concurso consta-
CAPÍTULO II rão, obrigatoriamente:
DO CONCURSO I - o limite de idade dos candidatos, que poderá
variar de dezoito (18) anos completos até cinquenta
Art. 12 - Compete a cada Poder e a cada Au- (50) anos incompletos, na forma estabelecida no
tarquia ou órgão auxiliar, autônomo, a iniciativa dos caput deste artigo;
concursos para provimento dos cargos vagos. II - o grau de instrução exigível, mediante
apresentação do respectivo certificado;
Art. 13 - A realização dos concursos para
provi- mento dos cargos da Administração Direta III - a quantidade de vagas a serem preenchi-
do Poder Executivo competirá ao Órgão Central do das, distribuídas por especialização da disciplina,
Sistema de Pessoal. quando referentes a cargo do Magistério e de ativi-
dades de nível superior ou outros de denominação
§ 1º - A execução dos concursos para pro- genérica;
vimento dos cargos da lotação do Tribunal de Con-
tas do Estado, do Conselho de Contas dos Muni- Daniel Almeida IV - o prazo de validade do concurso, de dois
(2) anos,
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cípios e das Autarquias receberá a orientação nor- prorrogável a juízo da autoridade que o
abriu ou o iniciou;
768.507.063-49
mativa e supervisão técnica do órgão central refe-
rido neste artigo. V - descrição sintética do cargo, incluindo
§ 2º - O Órgão Central do Sistema de Pessoal exemplificação de tarefas típicas, horário, condi-
poderá delegar a realização dos concursos aos ór- ções de trabalho e retribuição;
gãos setoriais e seccionais de pessoal das diversas VI - tipos e Programa das Provas;
repartições e entidades, desde que estes apresen-
VII - exigências outras, de acordo com as espe-
tem condições técnicas para efetivação das ativi-
cificações do cargo.
dades de recrutamento e seleção, permanecendo,
sempre, o órgão delegante, com a responsabili- § 2º - Independerá de idade, a inscrição do
dade pela perfeita execução da atividade delegada. candidato que seja servidor de Órgãos da Adminis-
tração Estadual Direta ou Indireta.
Art. 14 - É fixada em cinquenta (50) anos a
idade máxima para inscrição em concurso público § 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, a ha-
destina- do a ingresso nas categorias funcionais bilitação no concurso somente produzirá efeito se,
instituídas de acordo com a Lei Estadual nº. 9.634, no momento da posse ou exercício no novo cargo
de 30 de outubro de 1972, ressalvadas as exce- ou emprego, o candidato ainda possuir a qualidade
ções a seguir indicadas: de servidor ativo, vedada a aposentadoria conco-
mitante para elidir a acumulação do cargo.
I - para a inscrição em concurso para o Grupo
de Tributação e Arrecadação a idade limite é de Art. 15 - Encerradas as inscrições, legal-
trinta e cinco (35) anos. mente pro- cessadas, para concurso destinado ao
provimento de qualquer cargo, não se abrirão no-
II - e para inscrição em concurso destinado ao
vas inscrições antes da realização do concurso.
ingresso nas categorias funcionais do Grupo Segu-
rança Pública, são fixados os seguintes limites má- Art. 16 - Ressalvado o caso de expressa con-
ximos de idade: dição básica para provimento de cargo prevista em

98
regulamento, independerá de limite de idade a ins- em comissão ou outra forma de provimento para a
crição, em concurso, de ocupante em cargo público qual não se exija o concurso;
IX - ter atendido às condições especiais, pres-
critas em lei ou regulamento para determinados
CAPÍTULO III
cargos ou categorias funcionais.
DA NOEMAÇÃO
§ 1º - A prova das condições a que se refere
os itens I e II deste artigo não será exigida nos ca-
Art. 17 - A nomeação será feita: sos de transferência, aproveitamento e reversão.
I - em caráter vitalício, nos casos expressa- § 2º - Ninguém poderá ser empossado em
mente previstos na Constituição; cargo efetivo sem declarar, previamente, que não
II - em caráter efetivo, quando se tratar de no- ocupa outro cargo ou exerce função ou emprego
meação para cargo da classe inicial ou singular de público da União, dos Estados, dos Municípios, do
determinada categoria funcional; Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquias, em-
presas públicas e sociedades de economia mista,
III - em comissão, quando se tratar de cargo ou apresentar comprovante de exoneração ou dis-
que assim deve ser provido. pensa do outro cargo que ocupava, ou da função
Parágrafo único - Em caso de impedimento ou emprego que exerce, ou, ainda, nos casos de
temporário do titular do cargo em comissão, a au- acumulação legal, comprovante de ter sido a
toridade competente nomeará o substituto, exone- mesma julgada lícita pelo órgão competente.
rando-o, findo o período da substituição.
Art. 21 - São competentes para dar posse:
Art. 18 - Será tornada sem efeito a nomeação I - o Governador do Estado, às autoridades
quando, por ato ou omissão do nomeado, a posse que lhe são diretamente subordinadas;
não se verificar no prazo para esse fim estabele-
cido. Daniel AlmeidaII - os Secretários de Estado, aos dirigentes
de repartições que lhes são diretamente subordina-
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das;
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CAPÍTULO IV III - os dirigentes das Secretarias Administrati-
DA POSSE vas, ou unidades de administração geral equiva-
lente, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de
Contas do Estado, e do Conselho de Contas dos
Art. 19 - Posse é o fato que completa a inves-
Municípios, aos seus funcionários, se de outra ma-
tidura em cargo público. neira não estabelecerem as respectivas leis orgâ-
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos nicas e regi- mentos internos;
de promoção, acesso e reintegração. IV - o Diretor-Geral do órgão central do sis-
Art. 20 - Só poderá ser empossado em cargo tema de pessoal, aos demais funcionários da Ad-
público quem satisfizer os seguintes requisitos: ministração Direta;
I - ser brasileiro; V - os dirigentes das Autarquias, aos funcio-
nários dessas entidades.
II - ter completado 18 anos de idade;
Art. 22 - No ato da posse será apresentada
III - estar no gozo dos direitos políticos;
declaração, pelo funcionário empossado, dos bens
IV - estar quite com as obrigações militares e e valores que constituem o seu patrimônio, nos ter-
eleitorais; mos da regulamentação própria.
V - ter boa conduta; Art. 23 - Poderá haver posse por procuração,
VI - gozar saúde, comprovada em inspeção quando se tratar de funcionário ausente do País ou
médica, na forma legal e regulamentar; do Estado, ou, ainda, em casos especiais, a juízo
VII - possuir aptidão para o cargo; da autoridade competente.

VIII - ter-se habilitado previamente em con- Art. 24 - A autoridade de que der posse veri-
curso, exceto nos casos de nomeação para cargo ficará, sob pena de responsabilidade:

99
I - se foram satisfeitas as condições legais para contado do início do exercício funcional, durante o
a posse; qual é observado o atendimento dos requisitos ne-
II - se do ato de provimento consta a existência cessários à confirmação do servidor nomeado em
de vaga, com os elementos capazes de identificá- virtude de concurso público
la; § 1º - Como condição para aquisição da esta-
III - em caso de acumulação, se pelo órgão bilidade, é obrigatória a avaliação especial de de-
competente foi declarada lícita. sempenho por comissão instituída para essa finali-
dade.
Art. 25 - A posse ocorrerá no prazo de 30
§ 2º - A avaliação especial de desempenho do
(trinta) dias da publicação do ato de provimento no servidor será realizada:
órgão oficial.
a) extraordinariamente, ainda durante o está-
Parágrafo único - A requerimento do funcioná- gio probatório, diante da ocorrência de algum fato
rio ou de seu representante legal, a autoridade dela motivador, sem prejuízo da avaliação ordiná-
competente para dar posse poderá prorrogar o ria;
prazo previsto neste artigo, até o máximo de 60
(sessenta) dias contados do seu término. b) ordinariamente, logo após o término do es-
tágio probatório, devendo a comissão ater-se ex-
clusiva- mente ao desempenho do servidor durante
CAPÍTULO V o período do estágio.
DA FIANÇA § 2º - O estágio probatório corresponderá a
uma complementação do processo seletivo, de-
vendo ser obrigatoriamente supervisionado pela
Art. 26 - O funcionário nomeado para cargo
autoridade a que estiver sujeito hierarquicamente o
cujo provimento dependa de prestação de fiança
funcionário, ou nos termos do Regulamento.
não poderá entrar em exercício sem a prévia satis- Daniel Almeida
fação dessa exigência. § 3º - Além de outros específicos indicados em
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lei ou regulamento, os requisitos de que trata este
§ 1º - A fiança poderá ser prestada em: 768.507.063-49
artigo são os seguintes:
I - dinheiro;
I - adaptação do servidor ao trabalho, verifi-
II - título da dívida pública da União ou do Es- cada por meio de avaliação da capacidade e quali-
tado, ações de sociedade de economia mista que o dade no desempenho das atribuições do cargo;
Estado participe como acionista, e
II - equilíbrio emocional e capacidade de inte-
III - apólice de seguro-fidelidade funcional, emi- gração;
tida por instituição oficial ou legalmente autorizada
III - cumprimento dos deveres e obrigações do
para esse fim.
servidor público, inclusive com observância da
§ 2º - O seguro poderá ser feito pela própria ética profissional.
repartição em que terá exercício o funcionário.
§ 4º - O estágio probatório corresponderá a
§ 3º - Não se admitirá o levantamento da fiança uma complementação do concurso público a que
antes de tomada de contas do funcionário. se submeteu o servidor, devendo ser obrigatoria-
§ 4º - O responsável por alcance ou desvio de mente acompanhado e supervisionado pelo Chefe
bens do Estado não ficará isento da ação adminis- Imediato.
trativa que couber, ainda que o valor da fiança seja § 5º - Durante o estágio probatório, os cursos
superior ao dano verificado ao patrimônio público. de treinamento para formação profissional ou aper-
feiçoamento do servidor, promovidos gratuitamente
pela Administração, serão de participação obriga-
CAPÍTULO VI tória e o resultado obtido pelo servidor será consi-
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO derado por ocasião da avaliação especial de de-
sempenho, tendo a reprovação caráter eliminató-
rio.
Art. 27 - Estágio probatório é o triênio de efe-
tivo exercício no cargo de provimento efetivo,

100
§ 6º Fica vedada qualquer espécie de afasta- avaliação especial de desempenho será expedido
mento dos servidores em estágio probatório, res- pela autoridade competente para nomear.
salva- dos os casos previstos nos incisos I, II, III,
Art. 29 – O ato administrativo declaratório da
IV, V, VI, VIII, IX, X, XII, XIII, XV, XVI, XVII e XXI do
art. estabilidade do servidor no cargo de provimento
efetivo, após cumprimento do estágio probatório e
§ 7º - O servidor em estágio probatório não fará aprovação na avaliação especial de desempenho,
jus a ascensão funcional. será expedido pela autoridade competente para no-
§ 8º - As faltas disciplinares cometidas pelo mear, retroagindo seus efeitos à data do término do
servidor após o decurso do estágio probatório e an- período do estágio probatório.
tes da conclusão da avaliação especial de desem- Art. 30 - O funcionário estadual que, sendo
penho serão apuradas por meio de processo admi-
estável, tomar posse em outro cargo para cuja con-
nistrativo-disciplinar, precedido de sindicância, esta
firmação se exige estágio probatório, será afas-
quando necessária.
tado do exercício das atribuições do cargo que ocu-
§ 9º - São independentes as instâncias admi- pava, com suspensão do vínculo funcional nos ter-
nistrativas da avaliação especial de desempenho e mos do artigo 66, item I, alíneas a, b e c desta lei.
do processo administrativo-disciplinar, na hipótese
Parágrafo único - Não se aplica o disposto
do parágrafo anterior, sendo que resultando exone-
neste artigo aos casos de acumulação lícita.
ração ou demissão do servidor, em qualquer dos
pro- cedimentos, restará prejudicado o que estiver
ainda em andamento. CAPÍTULO VII
§ 10. Na hipótese de afastamento do servidor DO EXERCÍCIO
em estágio probatório para os fins previstos no in-
cisos V, VI, VIII, IX, X, XIII, XV, XVI, XVIII e XIX do
art. Daniel AlmeidaArt. 31 - O início, a interrupção e o reinício do
exercício das atribuições do cargo serão registra-
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§ 11. O servidor em estágio probatório poderá dos no cadastro individual do funcionário.
exercer cargo de provimento em comissão 768.507.063-49
ou fun-
ção de direção, chefia ou assessoramento no seu Art. 32 - Ao dirigente da repartição para onde
órgão ou entidade de origem, com função ou fun- for designado o funcionário compete dar-lhe exer-
ções similares ao cargo para o qual foi aprovado cício.
em concurso público, computando-se o tempo para
Art. 33 - O exercício funcional terá início no
avaliação essencial de desempenho do estágio
probatório. prazo de trinta dias, contados da data:

§ 12. O servidor em estágio probatório poderá I - da publicação oficial do ato, no caso de rein-
ser cedido para órgão da Administração Pública di- tegração;
reta ou indireta para exercer quaisquer cargos de II - da posse, nos demais casos.
provi- mento em comissão ou funções de direção, Art. 34 - O funcionário terá exercício na repar-
chefia ou assessoramento no âmbito Federal, Mu- tição onde for lotado o cargo por ele ocupado, não
nicipal ou Estadual, com ônus para o destino, res- podendo dela se afastar, salvo nos casos previstos
tando suspenso o computo do estágio probatório, em lei ou regulamento.
voltando este a ser contado a partir do término da
cessão e, consequente retorno à origem. § 1º - O afastamento não se prolongará por
mais de quatro anos consecutivos, salvo:
Art. 28 - O servidor que durante o estágio pro-
I - quando para exercer as atribuições de cargo
batório não satisfizer qualquer dos requisitos pre-
ou função de direção ou de Governo dos Estados,
vistos no § 3º do artigo anterior, será exonerado,
da União, Distrito Federal, Territórios e Municípios
nos casos dos itens I e II, e demitido na hipótese do
e respectivas entidades da administração indireta;
item III.
II - quando à disposição da Presidência da Re-
Parágrafo único - O ato de exoneração ou de
pública;
demissão do servidor em razão de reprovação na

101
III - quando para exercer mandato eletivo, es- sede do mandato eletivo, com todos os direitos e
tadual, federal ou municipal, observado, quanto a vantagens do cargo.
este, o disposto na legislação especial pertinente;
Art. 38 - A remoção por permuta será proces-
IV - quando convocado para serviço militar sada a pedido escrito de ambos os interessados e
obrigatório; de acordo com as demais disposições deste Capí-
V - quando se tratar de funcionário no gozo de tulo.
licença para acompanhar o cônjuge.
§ 2º - Preso preventivamente, pronunciado por CAPÍTULO IX
crime comum ou denunciado por crime inafiançá-
DA SUBSTITUIÇÃO
vel, em processo do qual não haja pronúncia, o fun-
cionário será afastado do exercício, até sentença
passada em julgado. Art. 39 - Haverá substituição nos casos de
§ 3º O funcionário afastado nos termos do pa- impedi- mento legal ou afastamento de titular de
rágrafo anterior terá direito à percepção do benefí- cargo em comissão.
cio do auxílio-reclusão, nos termos desta Lei. Art. 40 - A substituição será automática ou
Art. 35 - Para os efeitos deste Estatuto, en- dependerá de nomeação.
tendesse por lotação a quantidade de cargos, por § 1º - A substituição automática é estabelecida
grupo, categoria funcional e classe, fixada em re- em lei, regulamento, regimento ou manual de ser-
gulamento como necessária ao desenvolvimento viço, e pro- ceder-se-á independentemente de la-
das atividades das unidades e entidades do Sis- vratura de ato.
tema Administrativo Civil do Estado.
§ 2º - Quando depender de ato da adminis-
Art. 36 - Para entrar em exercício, o funcio- tração, o substituto será nomeado pelo Governa-
Daniel Almeida
nário é obrigado a apresentar ao órgão de pessoal dor, Presidente da Assembleia, Presidente do Tri-
bunal de Contas, Presidente do Conselho de Con-
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os elementos necessários à atualização de seu ca-
dastro individual. tas dos Municípios, ou dirigente autárquico, con-
768.507.063-49
forme o caso.
§ 3º - A substituição, nos termos dos parágra-
CAPÍTULO VIII
fos anteriores, será gratuita, salvo se exceder de 30
DA REMOÇÃO dias, quando então será remunerada por todo o pe-
ríodo.
Art. 37 - Remoção é o deslocamento do fun- Art. 41 - Em caso de vacância do cargo em
cionário de uma para outra unidade ou entidade do comissão e até seu provimento, poderá ser desig-
Sistema Administrativo, processada de ofício ou a nado, pela autoridade imediatamente superior, um
pedido do funcionário, atendidos o interesse pú- funcionário para responder pelo expediente.
blico e a conveniência administrativa.
Parágrafo único - Ao responsável pelo expedi-
§ 1º - A remoção respeitará a lotação das uni- ente se aplicam as disposições do art. 40, § 3º.
dades ou entidades administrativas interessadas e
será realiza- da, no âmbito de cada uma, pelos res- Art. 42 - Pelo tempo da substituição remune-
pectivos dirigentes e chefes, conforme se dispuser rada, o substituto perceberá o vencimento e a gra-
em regulamento. tificação de representação do cargo, ressalvado o
caso de opção, vedada, porém, a percepção cumu-
§ 2º - O funcionário estadual cujo cônjuge, tam-
lativa de vencimento, gratificações e vantagens.
bém servidor público, for designado ex-offício para
ter exercício em outro ponto do território estadual Art. 46 - Ascensão funcional é a elevação do
ou nacional ou for detentor de mandato eletivo, tem funcionário de um cargo para outro de maiores res-
direito a ser removido ou posto à disposição da uni- ponsabilidades e atribuições mais complexas, ou
dade de serviço estadual que houver no lugar de que exijam maior tempo de preparação profissio-
domicílio do cônjuge ou em que funcionar o órgão nal, de nível de vencimento mais elevado, ou de

102
atribuições mais compatíveis com as suas apti- Art. 54 - Reintegrado o funcionário, quem lhe
dões. houver ocupado o lugar será reconduzido ao cargo
Art. 47 - São formas de ascensão funcional: anteriormente ocupado, sem direito a qualquer in-
denização, ou ficará como excedente da lotação.
I - a promoção;
Art. 55 - O funcionário reintegrado será sub-
II - o acesso;
metido a inspeção médica e aposentado, se jul-
III - a transferência. gado incapaz.
Art. 48 - A promoção é a elevação do funcio-
nário à classe imediatamente superior àquela em SEÇÃO II
que se encontra dentro da mesma série de classes
DO APROVEITAMENTO
na categoria funcional a que pertencer.
Art. 49 - Acesso é a ascensão do funcionário
Art. 56 - Aproveitamento é o retorno ao exer-
de classe final da série de classes de uma catego-
cício do cargo do funcionário em disponibilidade.
ria funcional para a classe inicial da série de clas-
ses ou de outra categoria profissional afim. Art. 57 - A juízo e no interesse do Sistema
Art. 50 - Transferência é a passagem do fun- Administrativo, os funcionários estáveis, ocupantes
cionário de uma para outra categoria funcional, de cargos extintos ou declarados desnecessários,
dentro do mesmo quadro, ou não, e atenderá sem- poderão ser compulsoriamente aproveitados em
pre aos aspectos da vocação profissional. outros cargos compatíveis com a sua aptidão fun-
cional, mantido o vencimento do cargo, ou postos
Art. 51 - As formas de ascensão funcional em disponibilidade nos termos do art. 109, pará-
obedecerão sempre a critério seletivo, mediante grafo único da Constituição do Estado.
provas que sejam capazes de verificar a qualifica-
Daniel Almeida§ 1º - O aproveitamento dependerá de provas
ção e aptidão necessárias ao desempenho das atri- de habilitação, de sanidade e capacidade física me-
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buições do novo cargo, conforme se dispuser em diante exames de suficiência e inspeção médica.
768.507.063-49
regulamento.
§ 2º - Quando o aproveitamento ocorrer em
cargo cujo vencimento for inferior ao do anteri-
CAPÍTULO XI ormente ocupado, o funcionário perceberá a dife-
DO REINGRESSO NO SISTEMA rença a título de vantagem pessoal, incorporada ao
vencimento para fins de progressão horizontal, dis-
ADMINISTRATIVO ESTADUAL
ponibilidade e aposentadoria.
§ 3º - Não se abrirá concurso público, nem se
SEÇÃO I
preencherá vaga no Sistema Administrativo Esta-
DA REINTEGRAÇÃO dual sem que se verifique, previamente, a inexis-
tência de funcionário a aproveitar, possuidor da ne-
Art. 52 - A reintegração, que decorrerá de de- cessária habilitação.
cisão administrativa ou judicial, é o reingresso do Art. 58 - Na ocorrência de vagas nos quadros
funcionário no serviço administrativo, com ressarci- de pessoal do Estado o aproveitamento terá prece-
mento dos vencimentos relativos ao cargo. dência sobre as demais formas de provimento, res-
Parágrafo único - A decisão administrativa que salvadas as destinadas à promoção e acesso.
de- terminar a reintegração será proferida em re- Parágrafo único - Havendo mais de um concor-
curso ou em virtude de reabilitação funcional deter- rente à mesma vaga, preferência pela ordem:
minada em processo de revisão nos termos deste
Estatuto. I - o de melhor classificação em prova de ha-
bilitação;
Art. 53 - A reintegração será feita no cargo
II - o de maior tempo de disponibilidade; III - o
anteriormente ocupado, o qual será restabelecido
de maior tempo de serviço público; IV - o de maior
caso tenha sido extinto.
prole.

103
Art. 59 - Será tornado sem efeito o aproveita- IV - aposentadoria;
mento e cassada a disponibilidade do funcionário, V - falecimento.
se este, cientificado, expressamente, do ato de
aproveitamento, não tomar posse no prazo legal, Art. 63 - Dar-se-á exoneração:
salvo caso de doença comprovada em inspeção I - a pedido do funcionário;
médica.
II - de ofício, nos seguintes casos:
Parágrafo único - Provada em inspeção mé-
a) quando se tratar de cargo em comissão;
dica a incapacidade definitiva, a disponibilidade
será convertida em aposentadoria, com a sua con- b) quando se tratar de posse em outro cargo
sequente decretação. ou emprego da União, do Estado, do Município, do
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquia, de
Empresas Públicas ou de Sociedade de Economia
SEÇÃO III Mista, ressalvados os casos de substituição, cargo
DA REVERSÃO de Governo ou de direção, cargo em comissão e
acumulação legal desde que, no ato de provimento,
seja mencionada esta circunstância;
Art. 60 - Reversão é o reingresso no Sistema
c) na hipótese do não atendimento do prazo
Administrativo do aposentado por invalidez,
para início de exercício, de que trata o artigo 33;
quando insubsistentes os motivos da aposentado-
ria. d) na hipótese do não cumprimento dos requi-
sitos do estágio, nos termos do art. 27.
Art. 61 - A reversão far-se-á de ofício ou a
pedido, de preferência no mesmo cargo ou naquele Art. 64 - A vaga ocorrerá na data:
em que se tenha transformado, ou em cargo de I - da vigência do ato administrativo que lhe
vencimentos e atribuições equivalentes aos do der causa;
Daniel Almeida
cargo anteriormente ocupado, atendido o requisito
da habilitação profissional. II - da morte do ocupante do cargo;
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III - da vigência do ato que criar e conceder do-
Parágrafo único - São condições essenciais
para que a reversão se efetive: tação para o seu provimento ou do que determinar
esta última medida, se o cargo já estiver criado;
a) que o aposentado não haja completado 60
(sessenta) anos de idade; IV - da vigência do ato que extinguir cargo e
auto- rizar que sua dotação permita o preenchi-
b) que o inativo seja julgado apto em inspeção mento de cargo vago.
médica;
Parágrafo único - Verificada a vaga serão con-
c) que a Administração considere de interesse sideradas abertas, na mesma data, todas as que
do Sistema Administrativo o reingresso do apo- decorrerem de seu preenchimento.
senta- do na atividade.

CAPÍTULO II
TÍTULO III
DA SUSPENSÃO DO VÍNCULO
DA EXTINÇÃO E DA SUSPENÇÃO DO
FUNCIONAL
VÍNCULO FUNCIONAL

Art. 65 - O regime jurídico estabelecido neste


CAPÍTULO I
Estatuto não se aplicará, temporariamente, ao fun-
DA VACÂNCIA DOS CARGOS
cionário estadual:
I - Revogado
Art. 62 - A vacância do cargo resultará de:
II - no caso de opção em caráter temporário,
I - exoneração; pelo regime a que alude o art. 106 da Constituição
II - demissão; Federal ou pelo regime da legislação trabalhista;
III - ascensão funcional; III - no caso de disponibilidade;

104
IV - no caso de autorização para o trato de in- Art. 68 - Será considerado de efetivo exercí-
teresses particulares. cio o afastamento em virtude de:
Art. 66 - Os casos indicados no artigo anterior I - férias;
implicam em suspensão do vínculo funcional, acar- II - casamento, até oito dias;
retando os seguintes efeitos:
III - luto, até oito dias, por falecimento de côn-
I - Revogado juge ou companheiro, parentes, consanguíneos ou
II - na hipótese do item II do artigo anterior, o afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto e
funcionário não fará jus à percepção dos vencimen- pais adotivos;
tos, computando-se, entretanto, o período de sus- IV - luto, até dois dias, por falecimento de tio e
pensão do vínculo para fins de disponibilidade e cunhado;
aposentadoria, obrigando o funcionário a continuar
a pagar a sua contribuição de previdência com V - exercício das atribuições de outro cargo
base nos vencimentos do cargo de cujas atribui- esta- dual de provimento em comissão, inclusive da
ções se desvinculou; Administração Indireta do Estado;
III - Revogado VI - convocação para o Serviço Militar;
IV - na hipótese de autorização de afasta- VII - júri e outros serviços obrigatórios;
mento para o trato de interesses particulares, o ser- VIII - desempenho de função eletiva federal,
vidor não fará jus à percepção de vencimentos, esta- dual ou municipal, observada quanto a esta,
tendo porém que recolher mensalmente o percen- a legislação pertinente;
tual de 33 % (trinta e três por cento) incidente sobre
IX - exercício das atribuições de cargo ou fun-
o valor de sua última remuneração para fins de con-
ção de Governo ou direção, por nomeação do Go-
tribuição previdenciária, que será destinada ao Sis-
vernador do Estado;
tema Único de Previdência Social e dos Membros Daniel Almeida
de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC. X - licença por acidente no trabalho, agressão
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não provocada ou doença profissional;
§ 1° - A autorização de afastamento, 768.507.063-49
de que
trata o inciso IV deste artigo, poderá ser concedida XI - licença especial;
sem a obrigatoriedade do recolhimento mensal da XII - licença à funcionária gestante;
alíquota de 33 % (trinta e três por cento), não
sendo, porém, o referido tempo computado para XIII - licença para tratamento de saúde;
obtenção de qualquer benefício previdenciário, in- XIV - licença para tratamento de moléstias que
clusive aposentadoria. impossibilitem o funcionário definitivamente para o
§ 2° - Os valores de contribuição, referidos no trabalho, nos termos em que estabelecer Decreto
inciso IV deste artigo, serão reajustados nas mes- do Chefe do Poder Executivo;
mas proporções da remuneração do servidor no XV - doença, devidamente comprovada, até 36
respectivo cargo. dias por ano e não mais de 3 (três) dias por mês;
XVI - missão ou estudo noutras partes do terri-
tório nacional ou no estrangeiro, quando o afasta-
TÍTULO IV
mento houver sido expressamente autorizado pelo
DOS DIREITOS, VANTAGENS E Governador do Estado, ou pelos Chefes dos Pode-
AUTORIZAÇÕES res Legislativo e Judiciário;
XVII - decorrente de período de trânsito, de vi-
CAPÍTULO I agem do funcionário que mudar de sede, contado
DO CÔMPUTO DO TEMPO DE SERVIÇO da data do desligamento e até o máximo de 15 dias;
XVIII - prisão do funcionário, absolvido por sen-
Art. 67 - Tempo de serviço, para os efeitos tença transitada em julgado;
deste Estatuto, compreende o período de efetivo XIX - prisão administrativa, suspensão preven-
exercício das atribuições de cargo ou emprego pú- tiva, e o período de suspensão, neste último caso,
blico.

105
quando o funcionário for reabilitado em processo III - não será contado, por um sistema, o tempo
de revisão; de contribuição utilizado para a concessão de al-
XX – (Revogado) gum benefício, por outro.

XXI - nascimento de filho, até um dia, para fins § 3° - O tempo de contribuição, a que alude o
de registro civil. inciso I deste artigo, será computado à vista de cer-
tidões passadas com base em folha de pagamento.
§ 1º - Para os efeitos deste Estatuto, entende-
se por acidente de trabalho o evento que cause Art. 70 – A apuração do tempo de contribui-
dano físico ou mental ao funcionário, por efeito ou ção será feita em anos, meses e dias.
ocasião do serviço, inclusive no deslocamento para § 1° - O ano corresponderá a 365 (trezentos e
o trabalho ou deste para o domicílio do funcionário. sessenta e cinco) dias e o mês aos 30 (trinta) dias.
§ 2º - Equipara-se a acidente no trabalho a § 2° - Para o cálculo de qualquer benefício, de-
agressão, quando não provocada, sofrida pelo fun- pois de apurado o tempo de contribuição, este será
cionário no serviço ou em razão dele. convertido em dias, vedado qualquer forma de ar-
§ 3º - Por doença profissional, para os efeitos redondamento.
deste Estatuto, entende-se aquela peculiar ou ine- Art. 71 – É vedado:
rente ao trabalho exercido, comprovada, em qual-
quer hipótese, a relação de causa e efeito. I - o cômputo de tempo fictício para o cálculo
de benefício previdenciário;
§ 4º - Nos casos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º
deste artigo, o laudo resultante da inspeção médica II - a concessão de aposentadoria especial,
deve- rá estabelecer, expressamente, a caracteri- nos termos no art. 40, §4° da Constituição Federal,
zação do acidente no trabalho da doença profissio- até que Lei Complementar Federal discipline a ma-
nal. téria;

Art. 69 – Será computado para efeito deDaniel


dis- AlmeidaIII - a percepção de mais de uma aposentado-
ponibilidade e aposentadoria: ria à conta do Sistema Único de Previdência Social
bergalmeida96@gmail.com
dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos
768.507.063-49
I - o tempo de contribuição para o Regime Ge- Agentes
ral de Previdência Social – RGPS, bem como para
os Regimes Próprios de Previdência Social – IV - a percepção simultânea de proventos de
RPPS; aposentadoria decorrente de regime próprio de ser-
vidor titular de cargo efetivo, com a remuneração
II - o período de serviço ativo das Forças Ar- de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
madas; os cargos acumuláveis previstos na Constituição
III – o tempo de aposentadoria, desde que Federal, os eletivos e os cargos em comissão de-
ocorra reversão; clarados em Lei de livre nomeação e exoneração.
IV – a licença por motivo de doença em pessoa § 1° - Não se considera fictício o tempo defi-
da família, conforme previsto no art. 99 desta Lei, nido em Lei como tempo de contribuição para fins
desde que haja contribuição. de concessão de aposentadoria quando tenha ha-
vido, por parte do servidor, a prestação de serviço
§ 1° - No caso previsto no inciso IV, o afasta-
ou a correspondente contribuição.
mento superior a 6 (seis) meses obedecerá o pre-
visto no inciso IV, do art. 66, desta Lei. § 2° - A vedação prevista no inciso IV, não se
aplica aos membros de Poder e aos inativos, servi-
§ 2° - Na contagem do tempo, de que trata este
dores e militares que, até 16 de dezembro de 1998,
artigo, deverá ser observado o seguinte:
tenham ingressado novamente no serviço público
I - não será admitida a contagem em dobro ou por concurso público de provas ou de provas e títu-
em outras condições especiais; los, e pelas demais formas previstas na Constitui-
II - é vedada a contagem de tempo de contri- ção Federal, sendo-lhes proibida a percepção de
buição, quando concomitantes; mais de uma aposentadoria pelo Sistema Único de
Previdência Social dos Servidores Públicos Ci-
vis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Mem-
bros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC,

106
exceto se decorrentes de cargos acumuláveis pre- extinção do cargo, ou da decretação de sua desne-
vistos na Constituição Federal. cessidade.
§ 3° - O servidor inativo para ser investido em § 1º - Extinto o cargo ou declarada sua desne-
cargo público efetivo não acumulável com aquele cessidade, o servidor ficará em disponibilidade per-
que gerou a aposentadoria deverá renunciar aos cebendo remuneração proporcional por cada ano
pro- ventos desta. de serviço, à razão de:
§ 4° - O aposentado pelo Sistema Único de I - 1/12.775 (um doze mil, setecentos e setenta
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e e cinco avos) da remuneração por cada dia traba-
Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de lha- do, se homem; e
Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, que estiver II - 1/10.950 (hum dez mil, novecentos e cin-
exercendo ou que voltar a exercer atividade abran- quenta avos) da remuneração por cada dia traba-
gida por este regime é segurado obrigatório em re- lhado, se mulher.
lação a esta atividade, ficando sujeito às contribui-
ções, de que trata esta Lei, para fins de custeio da § 2º - A apuração do tempo de serviço será
Previdência Social, na qualidade de contribuinte feita em dias, sendo o número de dias convertido
solidário. em anos, considerando-se o ano de 365 (trezentos
e sessenta e cinco) dias, permitido o arredonda-
Art. 72 – Observadas as disposições do ar- mento para um ano, na conclusão da conversão, o
tigo anterior, o servidor poderá desaverbar, em que exceder a 182 (cento e oitenta e dois) dias.
qualquer época, total ou parcialmente, seu tempo
§ 3º - Aplicam-se aos vencimentos da disponi-
de contribuição, desde que não tenha sido compu-
bilidade os mesmos critérios de atualização, esta-
tado este tempo para a concessão de qualquer be-
belecidos para os funcionários ativos em geral.
nefício.

Daniel Almeida TÍTULO III


CAPÍTULO II bergalmeida96@gmail.com
DA EXTINÇÃO E DA SUSPENÇÃO DO
DA ESTABILIDADE E DA VITALICIEDADE
768.507.063-49
VÍNCULO FUNCIONAL

Art. 73 - Estabilidade é o direito que adquire


CAPÍTULO IV
o funcionário efetivo de não ser exonerado ou de-
DAS FÉRIAS
mitido, senão em virtude de sentença judicial ou in-
quérito administrativo, em que se lhe tenha sido as-
segura- da ampla defesa. Art. 78 - O funcionário gozará trinta dias con-
Art. 74 - A estabilidade assegura a perma- secutivos, ou não, de férias por ano, de acordo
nência do funcionário no Sistema Administrativo. com a escala organizada pelo dirigente da Unidade
Administrativa, na forma do regulamento.
Art. 75 - O funcionário nomeado em virtude
§ 1º - Se a escala não tiver sido organizada, ou
de concurso público adquire estabilidade depois de houver alteração do exercício funcional, com a mo-
decorridos dois anos de efetivo exercício. vimentação do funcionário, a este caberá requerer,
Parágrafo único - A estabilidade funcional é in- ao superior hierárquico, o gozo das férias, podendo
compatível com o cargo em comissão. a autoridade, apenas, fixar a oportunidade do de-
feri- mento do pedido, dentro do ano a que se vin-
Art. 76 - O funcionário perderá o cargo vitalí-
cular o direito do servidor.
cio somente em virtude de sentença judicial.
§ 2º - O funcionário não poderá gozar, por
ano, mais de dois períodos de férias.
CAPÍTULO III § 3º - O funcionário terá direito a férias após
DA DISPONIBILIDADE cada ano de exercício no Sistema Administrativo.
§ 4º - É vedado levar à conta de férias qualquer
Art. 77 - Disponibilidade é o afastamento de falta ao serviço.
exercício de funcionário estável em virtude da

107
§ 5º - Revogado. Art. 86 - São competentes para licenciar o
Art. 79 - A promoção, o acesso, a transferên- funcionário os dirigentes do Sistema Administrativo
cia e a remoção não interromperão as férias. Estadual, admitida a delegação, na forma do Regu-
lamento.
Art. 87 - VETADO.
CAPÍTULO V
DAS LICENÇAS
SEÇÃO II
SEÇÃO I DA LICENÇA PARA TRATAMENTO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DE SAÚDE

Art. 88 - A licença para tratamento de


Art. 80 - Será licenciado o funcionário:
saúde precederá a inspeção médica, nos termos do
I - para tratamento de saúde; Regulamento.
II - por acidente no trabalho, agressão não Art. 89 – O servidor será compulsoriamente
provo- cada e doença profissional; licenciado quando sofrer uma dessas doenças gra-
III - por motivo de doença em pessoa da famí- ves, contagiosas ou incuráveis: tuberculose ativa,
lia; alienação mental, neoplasia maligna, cegueira,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante,
IV - quando gestante;
cardiopatia grave, doença de Parkson, espondilo-
V - para serviço militar obrigatório; VI - para artrose anquilosante, epilepsia vera, nefropatia
acompanhar o cônjuge; VII - em caráter especial. grave, estado avançado da doença de Paget (os-
Art. 81 - A licença dependente de inspeção teite deformante), síndrome da deficiência imunoló-
Daniel Almeida
gica adquirida – Aids, contaminação por radiação,
médica terá a duração que for indicadabergalmeida96@gmail.com
no respec-
tivo laudo. com base em conclusão da medicina especiali-
768.507.063-49
zada, hepatopatia e outras que forem disciplinadas
§ 1º - Findo esse prazo, o paciente será sub- em Lei.
metido a nova inspeção, devendo o laudo concluir
pela volta do funcionário ao exercício, pela prorro- Art. 90 - Verificada a cura clínica, o funcioná-
gação da licença ou, se for o caso, pela aposenta- rio licenciado voltará ao exercício, ainda quando
doria. deva continuar o tratamento, desde que compro-
vada por inspeção médica capacidade para a ativi-
§ 2º - Terminada a licença o funcionário reas-
dade funcional.
sumirá imediatamente o exercício.
Art. 91 - Expirado o prazo de licença previsto
Art. 82 - A licença poderá ser determinada ou
no laudo médico, o funcionário será submetido a
prorrogada, de ofício ou a pedido.
nova inspeção, e aposentado, se for julgado invá-
Parágrafo único - O pedido de prorrogação de- lido.
verá ser apresentado antes de finda a licença, e, se
Art. 92 - No processamento das licenças para
indeferido, contar-se-á como licença o período
compreendido entre a data do término e a do co- tratamento de saúde será observado sigilo no que
nhecimento oficial do despacho. diz respeito aos laudos médicos.

Art. 83 - A licença gozada dentro de sessenta Art. 93 - No curso da licença, o funcionário


dias, contados da determinação da anterior será abster-se-á de qualquer atividade remunerada, sob
considerada como prorrogação. pena de interrupção imediata da mesma licença,
com perda total dos vencimentos, até que reas-
Art. 84 - O funcionário não poderá permane- suma o exercício.
cer em licença por prazo superior a vinte e quatro
meses, salvo nos casos dos itens II, III, V e VI do Art. 94 - O funcionário não poderá recusar a
art. 80, deste Estatuto. inspeção médica determinada pela autoridade
competente, sob pena de suspensão do
Art. 85 – Revogado.

108
pagamento dos vencimentos, até que seja reali- Art. 100 – Fica garantida a possibilidade de
zado exame. prorrogação, por mais 60 (sessenta) dias, da
Art. 95 - Considerado apto em inspeção mé- licença-maternidade, prevista nos art. 7º, inciso
dica, o funcionário reassumirá o exercício imedia- XVIII, e 39, §3º, da Constituição Federal destinada
tamente, sob pena de se apurarem como faltas os às servidoras públicas estaduais.
dias de ausência. §1° - A prorrogação de que trata este artigo
será assegurada à servidora estadual mediante re-
Art. 96 - No curso da licença poderá o funci-
querimento efetivado até o final do primeiro mês
onário requerer inspeção médica, caso se julgue após o parto, e concedida imediatamente após a
em condições de reassumir o exercício. fruição da licença-maternidade de que trata o art.
Art. 97 - Serão integrais os vencimentos do 7º, inciso XVIII, da Constituição Federal.(NR)
funcionário licenciado para tratamento de saúde. § 2° - Durante o período de prorrogação da li-
Parágrafo único. O pagamento dos vencimen- cença-maternidade, a servidora estadual terá di-
tos do servidor licenciado para tratamento de saúde reito à sua remuneração integral.
é mantido por recursos do respectivo órgão de ori- § 3° - É vedado durante a prorrogação da li-
gem. cença-maternidade tratada neste artigo o exercício
Art. 98 – Revogado. de qualquer atividade remunerada Pela servidora
beneficiária, e a criança não poderá ser mantida em
creches ou organização similar, sob pena da perda
SEÇÃO III do direito do benefício e consequente apuração da
responsabilidade funcional.(NR)
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA
EM PESSOA DA FAMÍLIA § 4º O pagamento dos vencimentos da servi-
dora em licença-maternidade, inclusive no período
Daniel Almeida
de prorrogação, é mantido por recursos do respec-
Art. 99 – O servidor poderá serbergalmeida96@gmail.com
licenciado por tivo órgão de origem.
motivo de doença na pessoa dos pais, filhos, côn-
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juge do qual não esteja separado e de compa-
nheiro(a), desde que prove ser indispensável a sua SEÇÃO V
assistência pessoal e esta não possa ser prestada DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
simultaneamente com exercício funcional. OBRIGATÓRIO
§ 1º - Provar-se-á a doença mediante inspeção
médica realizada conforme as exigências contidas
Art. 101 - O funcionário que for convocado
neste Estatuto quanto à licença para tratamento de
para o serviço militar será licenciado com venci-
saúde.
mentos integrais, ressalvado o direito de opção
§ 2º - A necessidade de assistência ao doente, pela retribuição financeira do serviço militar.
na forma deste artigo, será comprovada mediante
§ 1° - Ao servidor desincorporado conceder-se-
parecer do Serviço de Assistência Social, nos ter-
á prazo não excedente a 30 (trinta) dias para que
mos do Regulamento.
reassuma o exercício do cargo, sem perda de ven-
§ 3° - O funcionário licenciado, nos termos cimentos.
desta seção, perceberá vencimentos integrais até
§ 2° - O servidor, de que trata o caput deste
6 (seis) meses. Após este prazo o servidor obede-
artigo, contribuirá para o Sistema Único de Previ-
cerá o disposto no inciso IV, do art. 66 desta Lei,
dência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili-
até o limite de 4 (quatro) anos, devendo retornar a
tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Po-
suas atividades funcionais imediatamente ao fim do
der do
período.
Art. 102 - O funcionário, Oficial da Reserva
não remunerada das Forças Armadas, será licenci-
SEÇÃO IV ado, com vencimentos integrais, para cumprimento
DA LICENÇA À GESTANTE dos estágios previstos pela legislação militar, ga-
rantido o direito de opção.

109
SEÇÃO VI e) por luto, até 2 (dois) dias, por falecimento de
DA LICENÇA DO FUNCIONÁRIO PARA tio e cunhado;
ACOMPANHAR O CÔNJUGE f) for realizar missão oficial em outro ponto do
território nacional ou no estrangeiro.
Art. 103 - O funcionário terá direito a licença II - sem direito à percepção dos vencimentos,
sem vencimento, para acompanhar o cônjuge, tam- quando se tratar de afastamento para trato de inte-
bém servidor público, quando, de ofício, for resses particulares;
manda- do servir em outro ponto do Estado, do Ter-
III - com ou sem direito à percepção dos venci-
ritório Nacional, ou no Exterior.
mentos, conforme se dispuser em regulamento,
§ 1º - A licença dependerá do requerimento de- quando para o exercício das atribuições de cargo,
vidamente instruído, admitida a renovação, inde- função ou emprego em entidades e órgãos estra-
pendentemente de reassunção do exercício. nhos ao Sistema Administrativo Estadual.
§ 2º - Finda a causa da licença, o funcionário § 1° - Nos casos previstos nas alíneas a e b, o
retornará ao exercício de suas funções, no prazo servi- dor só poderá solicitar exoneração após o
de trinta dias, após o qual sua ausência será con- seu retorno, desde que trabalhe no mínimo o dobro
siderada abandono de cargo. do tempo em que esteve afastado, ou reembolse o
§ 3º - Existindo no novo local de residência re- montante corrigido monetariamente que o Estado
partição estadual, o funcionário nela será lotado, desembolsou durante seu afastamento.
enquanto durar a sua permanência ali. § 2° - Os dirigentes do Sistema Administrativo
Estadual poderão, ainda, autorizar o servidor, ocu-
Art. 104 - Nas mesmas condições estabele-
pante do cargo efetivo ou em comissão, a integrar
cidas no artigo anterior o funcionário será licenci-
ou assessorar comissões, grupos de trabalho ou
ado quando o outro cônjuge esteja no exercício de
programas, com ou sem afastamento do exercício
mandato eletivo fora de sua sede funcional. Daniel Almeida
funcional e sem prejuízo dos vencimentos.
bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49
CAPÍTULO VI
SEÇÃO II
DAS AUTORIZAÇÕES
DAS AUTORIZAÇÕES PARA INCENTIVO
À FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO
SEÇÃO I
FUNCIONÁRIO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 111 - Poderá ser autorizado o afasta-


Art. 110 - Os dirigentes do Sistema Adminis- mento, até duas horas diárias, ao funcionário que
trativo Estadual autorizarão o funcionário a se afas- frequente curso regular de 1º e 2º graus ou de en-
tar do exercício funcional de acordo com o disposto sino superior.
em Regulamento:
Parágrafo único - A autorização prevista neste
I - sem prejuízo dos vencimentos quando: artigo poderá dispor que a redução do horário dar-
a) for estudante, para incentivo à sua formação se-á por prorrogação do início ou antecipação do
profissional e dentro dos limites estabelecidos término do expediente, diário, conforme considerar
neste Estatuto; mais conveniente ao estudante e aos interesses da
repartição.
b) for estudar em outro ponto do território naci-
onal ou no estrangeiro; Art. 112 - Será autorizado o afastamento do
c) por motivo de casamento, até o máximo de exercício funcional nos dias em que o funcionário
8 (oito) dias; tiver que prestar exames para ingresso em curso
regular de ensino, ou que, estudante, se submeter
d) por motivo de luto até 8 (oito) dias, em de- a provas.
corrência de falecimento de cônjuge ou compa-
nheiro, parentes consanguíneos ou afins, até o 2º Art. 113 - O afastamento para missão ou es-
grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos; tudo fora do Estado em outro ponto do território

110
nacional ou no estrangeiro será autorizado nos Art. 120 - O funcionário somente poderá re-
mesmos atos que designarem o funcionário a rea- ceber nova autorização para o afastamento pre-
lizar a missão ou estudo, quando do interesse do visto nesta Seção após decorrido pelo menos um
Sistema Administrativo Estadual. ano do efetivo exercício, contado da data em que
Art. 114 - As autorizações previstas nesta reassumiu, em decorrência do término do prazo au-
Seção dependerão de comprovação, mediante do- torizado ou por motivo de desistência ou de cassa-
cumento oficial, das condições previstas para as ção da autorização concedida.
mesmas, podendo a autoridade competente exigi-
la prévia ou posteriormente, conforme julgar conve- CAPÍTULO VII
niente.
DA RETRIBUIÇÃO
Parágrafo único - Concedida a autorização, na
de- pendência da comprovação posterior, sem que SEÇÃO I
esta tenha sido efetuada no prazo estipulado, a au-
toridade anulará a autorização, sem prejuízo de ou- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
tras providências que considerar cabíveis.
Art. 121 - Todo funcionário, em razão do vín-
culo que mantém com o Sistema Administrativo
SEÇÃO III Estadual, tem direito a uma retribuição pecuniária,
DO AFASTAMENTO PARA O TRATO DE na forma deste Estatuto.
INTERESSES PARTICULARES Art. 122 - As formas de retribuição são as se-
guintes:
Art. 115 – Depois de três anos de efetivo I - vencimento;
exercício e após declaração de aquisição de esta-
Daniel AlmeidaII - ajuda de custo;
bilidade no cargo de provimento efetivo, o servidor
poderá obter autorização de afastamento para tra- III - diária;
bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49
tar de interesses particulares, por um período não IV - Revogado.
superior a quatro anos e sem percepção de remu-
V - gratificações.
neração.
§ 1º - O conjunto das retribuições constitui os
Parágrafo único - O funcionário aguardará em
vencimentos funcionais.
exercício a autorização do seu afastamento.
§ 2º - A retribuição do funcionário disponível
Art. 116 - Não será autorizado o afastamento constitui vencimentos para todos os efeitos legais.
do funcionário removido antes de ter assumido o
exercício. § 3º - A retribuição pecuniária atribuída ao fun-
cionário não sofrerá descontos além dos previstos
Art. 117 - O funcionário poderá, a qualquer expressamente em lei, nem serão objetos de ar-
tempo, desistir da autorização concedida, reassu- resto, sequestro ou penhora, salvo quando se tratar
mindo o exercício das atribuições do seu cargo. de:
Art. 118 - Quando o interesse do Sistema Ad- I - prestação de alimentos determinada judicial-
ministrativo o exigir, a autorização poderá ser cas- mente;
sada, a juízo da autoridade competente, devendo, II - reposição de indenização devida à Fazenda
neste caso, o funcionário ser expressamente notifi- Estadual;
cado para apresentar-se ao serviço no prazo de 30
III – auxílios e benefícios instituídos pela Admi-
(trinta) dias, prorrogável por igual período, findo o
nistração Pública.
qual caracterizar-se-á o abandono do cargo.
§ 4º - As reposições e indenizações devidas à
Art. 119 - A autorização para afastamento do Fazenda Pública Estadual serão descontadas em
exercício para o trato de interesses particulares so- parcelas mensais, não excedentes da décima parte
mente poderá ser prorrogada por período necessá- da remuneração do servidor, assim entendida
rio para complementar o prazo previsto no art. 115 como o vencimento-base, acrescido das vantagens
deste Estatuto. fixas e de caráter pessoal.

111
§ 5º - Se o funcionário for exonerado ou demi- Art. 125 - Será concedida ajuda de custo ao
tido, a quantia por ele devida será inscrita como dí- funcionário que for designado, de ofício, para ter
vida ativa para os efeitos legais. exercício em nova sede, mesmo fora do Estado.
Parágrafo único - A ajuda de custo destina-se
SEÇÃO II à indenização das despesas de viagem e de nova
insta- lação do funcionário.
DO VENCIMENTO
Art. 126 - A ajuda de custo não excederá de
Art. 123 - Considera-se vencimento a retri- três meses de vencimentos, salvo nos casos de de-
signação do funcionário para:
buição correspondente ao padrão, nível ou símbolo
do cargo a que esteja vinculado o funcionário, em a) ter exercício fora do Estado;
razão do efetivo exercício de função pública. b) serviço fora do Estado.
Art. 124 - O funcionário perderá: Parágrafo único - A ajuda de custo será arbi-
I - o vencimento do cargo efetivo, quando no- trada, dentro das respectivas áreas de competên-
meado para cargo em comissão, salvo o direito de cia, pelo Governador do Estado, Presidente da As-
opção e de acumulação lícita; sembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Tri-
bunal de Contas, do Conselho de Contas dos Mu-
II - o vencimento do cargo efetivo, quando no nicípios e das Autarquias.
exercício de mandato eletivo, federal ou estadual;
Art. 127 - A ajuda de custo para serviço
III - o vencimento do cargo efetivo, quando dele
fora do Estado será calculada na forma disposta
afastado para exercer mandato eletivo municipal
em Regulamento.
remunerado;
IV - o vencimento do dia, se não comparecer Art. 128 - O funcionário restituirá a ajuda de
Daniel
ao ser- viço, salvo motivo legal ou doença compro- custo:
Almeida
bergalmeida96@gmail.com
vada, de acordo com o disposto neste Estatuto; I - quando não se transportar para a nova sede
768.507.063-49
no prazo determinado;
V - um terço do vencimento do dia, se compa-
recer ao serviço dentro da hora seguinte à fixação II - quando, antes de terminada a incumbência,
para o início do expediente, quando se retirar antes regressar, pedir exoneração ou abandonar o ser-
de findo o período de trabalho; viço.
VI - um terço do vencimento, durante o afasta- § 1º - A restituição é de exclusiva responsabili-
mento por motivo de prisão administrativa, prisão dade pessoal e poderá ser feita parceladamente.
preventiva, pronúncia por crime comum, denúncia
§ 2º - Não haverá obrigação de restituir,
por crime funcional ou condenação por crime inafi-
quando o regresso do funcionário for determinado
ançável em processo no qual não haja pronúncia,
de ofício ou por doença comprovada, ou quando o
tendo direito à diferença, se absolvido;
mesmo for exonerado a pedido, após 90 (noventa)
VII - dois terços do vencimento durante o pe- dias de exercício na nova sede.
ríodo de afastamento em virtude de condenação
por sentença passada em julgado à pena de que
não resulte em demissão. SEÇÃO IV
Parágrafo único - O funcionário investido em DAS DIÁRIAS
mandato gratuito de vereador fará jus à percepção
dos seus vencimentos nos dias em que compare- Art. 129 - Ao funcionário que se deslocar da
cer às sessões da Câmara.
sua repartição em objeto de serviço, conceder-se-
á diária a título de indenização das despesas de ali-
mentação e hospedagem, na forma do Regula-
SEÇÃO III
mento.
DA AJUDA DE CUSTO

112
Art. 130 - O funcionário que receber diária in- normal de trabalho, apurado através da divisão do
devida será obrigado a restituí-la de uma só vez, valor da remuneração mensal do servidor por 30
ficando, ainda, sujeito à punição disciplinar. (trinta) e este resultado pelo número de horas cor-
respondentes à carga horária ou regime do servi-
dor.
SEÇÃO VI
§ 2º - No caso do inciso II, a gratificação será
DAS GRATIFICAÇÕES arbitrada previamente pelo dirigente do órgão ou
entidade da administração pública de qualquer dos
Art. 132 - Ao funcionário conceder-se-á gra- Poderes, através de ato que demonstre a proporci-
tificação em virtude de: onalidade do pagamento, com indicação da estima-
tiva dos dias e dos horários que serão necessários
I - prestação de serviços extraordinários; à consecução dos serviços.
II - representação de Gabinete; § 3º - A despesa total mensal com o paga-
III - exercício funcional em determinados lo- mento da gratificação de que trata este artigo em
cais; nenhuma hipótese poderá exceder a 1,5% (um e
meio por cento) do valor total da despesa mensal
IV - execução de trabalho relevante, técnico ou
com paga- mento de pessoal, do órgão ou entidade
científico;
considerado.
V - serviço ou estudo fora do Estado ou do
§ 4º - O descumprimento ao disposto neste ar-
País;
tigo acarretará responsabilidade para o dirigente do
VI - execução de trabalho em condições espe- órgão ou entidade e seus subordinados envolvi-
ciais, inclusive com risco de vida ou saúde; dos, que ficarão solidariamente obrigados a restituir
VII - participação em órgão de deliberação co- ao tesouro estadual as quantias pagas a maior.
letiva; Daniel AlmeidaArt. 134 - A gratificação pela representação
VIII - participação em comissãobergalmeida96@gmail.com
examinadora de Gabinete poderá ser concedida a funcionários
de concurso; e a pessoas estranhas ao Sistema Administrativo,
768.507.063-49
IX - exercício de magistério, em regime de sem qualquer vínculo, com exercício nos gabine-
tempo complementar; ou em cursos especiais, le- tes e órgãos de assessoramento técnico do referido
galmente instituídos, inclusive para treinamento de Sistema, na forma do Regulamento.
funcionários; Art. 135 - A gratificação pela elaboração ou
X - representação; execução de trabalho relevante, técnico ou ci-
entífico, será arbitrada e atribuída pelos dirigentes
XI - regime de tempo integral;
do Sistema Administrativo Estadual.
XII - de aumento de produtividade;
Art. 136 - A gratificação pela execução de tra-
XIII - exercício em órgãos fazendários. balho em condições especiais, inclusive com risco
Parágrafo único - As gratificações não defini- de vida ou de saúde, será atribuída pelos dirigentes
das nesta lei serão objeto de regulamento. do Sistema Administrativo Estadual, observado o
disposto em Regulamento.
Art. 133 - A gratificação pela prestação de
serviço extraordinário é a retribuição de serviço Art. 137 - A gratificação de representação é
cuja execução exija dedicação além do expedi- uma indenização atribuída aos ocupantes de car-
ente normal a que estiver sujeito o servidor e será gos em comissão e outros que a lei determinar,
paga proporcionalmente: tendo em vista despesas de natureza social e pro-
fissional de- terminadas pelo exercício funcional.
I - por hora de trabalho adicional; ou,
II - por tarefa especial, levando-se em conta Art. 138 - A gratificação por regime de tempo
estimativa do número de dias e de horas necessá- integral, que se destina ao incremento das ativida-
rios para sua realização. des de investigação científica, ou tecnológica, e
aumento da produtividade, no Sistema
§ 1º - O valor da hora de trabalho adicional será
50% (cinquenta por cento) maior que o da hora

113
Administrativo Estadual, será objeto de regulamen- Art. 141 - É assegurado ao funcionário e ao
tação específica. aposentado o direito de requerer, representar, pe-
§ 1º - No Regulamento de que trata este artigo dir reconsideração e recorrer.
serão obedecidas as seguintes diretrizes gerais; Art. 142 - A petição será dirigida à autoridade
I - proporcionalidade que variará de 60 % (ses- competente para decidir do pedido e encaminhada
senta por cento) a 100 % (cem por cento) do valor por intermédio daquela a quem estiver imediata-
do nível de vencimento ou função, observando-se mente subordinado o requerente se for o caso.
os seguintes fatores de variação;
Art. 143 - O direito de pedir reconsideração,
a) complexidade da tarefa; que será exercido perante a autoridade que houver
b) deslocamentos exigidos para execução das expedido o ato, ou proferido a primeira decisão, de-
tarefas; cairá após 60 (sessenta) dias da ciência do ato pelo
peticionante, ou de sua publicação quando esta for
c) a situação no mercado de trabalho;
obrigatória.
d) as condições de trabalho;
§ 1º - O requerimento e o pedido de reconside-
e) as prioridades dos programas, do cargo ou ração de que tratam os artigos anteriores deverão
grupo de cargos; e ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e deci-
f) a especialização exigida do funcionário. didos dentro de 30 (trinta) dias improrrogáveis.
II - A atribuição da gratificação a ocupantes de § 2º - É vedado repetir pedido de reconsidera-
cargos ou grupos de cargos será condicionada a ção ou recurso perante a mesma autoridade.
procedimentos administrativos que possibilitem a Art. 144 - Caberá recurso:
verificação das prioridades dos programas, para
aumento da produtividade ou incremento à investi- I - do indeferimento do pedido de reconsidera-
gação científica ou tecnológica, com as justificati- ção;
Daniel Almeida
vas dos programas e subprogramas, a relação dos II - das decisões sobre os recursos sucessiva-
bergalmeida96@gmail.com
servidores indispensáveis à sua execução, o prazo768.507.063-49interpostos, nos termos do § 1º deste artigo.
mente
de duração do regime e a despesa dele decorrente.
§ 1º - O recurso, interposto, perante a autori-
§ 2º - Excepcionalmente e até a aplicação do dade que tiver praticado o ato ou proferido a deci-
Plano de Classificação de Cargos de que trata a Lei são, será dirigido à autoridade imediatamente su-
nº 9.634, de 30 de outubro de 1972, o regime de perior e, sucessivamente, em escala ascendente,
tempo integral poderá ser atribuído a servidores às de- mais autoridades.
mensalistas, remanescentes das extintas Tabelas
§ 2º - No encaminhamento do recurso obser-
Numéricas de Mensalistas, inclusive tendo como
var-se-á o disposto na parte final do art. 142.
base de cálculo o nível de vencimentos do cargo
correspondente à respectiva qualificação profissio- Art. 145 - O pedido de reconsideração e o re-
nal. curso não têm efeito suspensivo, salvo disposição
Art. 139 - A gratificação de produtividade em contrário, e o que for provido retroagirá, nos
efeitos, à data do ato impugnado.
destina-se a incentivar o aumento de arrecadação
dos tributos estaduais, devendo ser objeto de Re- Art. 146 - O direito de pleitear na esfera ad-
gulamentação. ministrativa prescreverá em 120 (cento e vinte)
Art. 140 - A gratificação de exercício, atribu- dias, salvo estipulação em contrário, prevista ex-
pressamente em lei ou regulamento.
ída aos funcionários fazendários, constantes da Lei
nº 9.375, de 10.07.70, será objeto de regulamenta- Art. 147 - Os prazos estabelecidos neste Ca-
ção própria. pítulo são fatais e improrrogáveis, e o pedido de re-
consideração e o recurso, quando cabíveis, inter-
rompem a prescrição.
CAPÍTULO VIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO Art. 148 - Ao funcionário ou ao seu represen-
tante legalmente constituído é assegurado, para
efeito de recurso ou pedido de reconsideração, o

114
direito de vista ao processo na repartição compe- e controle será realizado por um Grupo de Traba-
tente durante todo o expediente regulamentar, as- lho, cuja composição e atribuições será determi-
segurado o livre manuseio do processo em local nado pelo Governo do Estado através do Instituto
conveniente. Se o representante do funcionário for de Previdência do Estado – IPEC, mediante ato
advogado, aplica-se o disposto na Lei Federal per- próprio.
tinente. § 2º - É assegurado assistência médica gra-
Art. 149 - O disposto neste Capítulo se tuita ao servidor acidentado em serviço ou que te-
aplica, no que couber, aos procedimentos discipli- nha contraído doença profissional, através do Es-
nares. tado.

TÍTULO V CAPÍTULO II
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA DA APOSENTADORIA

CAPÍTULO I Art. 152 – O servidor será aposentado, con-


DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES forme as regras estabelecidas no art. 40 da Cons-
tituição Federal.
Art. 150 – O Estado assegurará um sistema Parágrafo único – A aposentadoria por invali-
de previdência público que será mantido com a dez será sempre precedida de licença por período
contribuição de seus servidores, ativos, inativos, contínuo não inferior a 24 (vinte e quatro) meses,
pensionistas e do orçamento do Estado, o qual salvo quando a junta médica declarar a incapaci-
compreenderá os seguintes benefícios: dade definitiva para o serviço, ou na hipótese pre-
vista no art. 68, incisco X.
I – quanto ao servidor: Daniel Almeida
Art. 153 – O processo de aposentadoria se
a) aposentadoria; bergalmeida96@gmail.com
inicia:
768.507.063-49
b) salário-família do servidor aposentado;
I – com o requerimento do interessado, no
*Revogado pelo Art.7º da Lei Complementar nº caso de inatividade voluntária;
210/2019.
II – automaticamente, quando o servidor atinge
c) - Revogada a idade de 70 (setenta) anos;
Redação anterior: c) salário maternidade; III – automaticamente, quando o servidor for
d) - Revogada considerado inválido, na data fixada em laudo emi-
tido pela Perícia Médica Oficial do Estado ou na
II – quanto ao dependente: ocasião, em que verificada as demais hipóteses do
a) pensão por morte; art. 152, parágrafo único, desta Lei. (NR)
Art. 151 – O Estado assegurará a manuten- IV – Revogado
ção de um sistema de assistência que, dentre ou- Art. 154 - O funcionário quando aposentado
tros, pres- te os seguintes benefícios e serviços aos por invalidez terá provento integral, correspon-
servidores e aos seus dependentes: dente aos vencimentos, incorporáveis do cargo
I – assistência médica; efetivo, se a causa for doença grave, incurável ou
II – assistência hospitalar; contagiosa, a que se refere o artigo 89, ou acidente
no trabalho, ou doença profissional, nos termos do
III – assistência odontológica; inciso X do artigo 68; o provento será proporcional
IV – assistência social; ao tempo de serviço, nos demais casos.
V – auxílio funeral. § 1º - Somente nos casos de invalidez decor-
rente de acidente no trabalho ou doença profissio-
VI - auxílio-reclusão.
nal, como configurados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do ar-
§ 1º - A triagem dos casos apresentados para tigo 68, será aposentado o ocupante do cargo de
internamento hospitalar e consequente fiscalização

115
provimento em comissão, hipótese em que o res- mesmos parâmetros adotados pelo Instituto Nacio-
pectivo provento será integral. nal do Seguro Social, quanto à referida prestação
§ 2º - O funcionário aposentado em decorrên- assistencial, conforme definido em lei.
cia da invalidez por acidente em serviço, por mo- Art. 161 - O salário-família será pago, ainda,
léstia profissional, ou por doença grave contagiosa nos casos em que o funcionário deixar de perceber
ou in- curável, especificada em Lei, é considerado vencimento ou proventos, sem perda do cargo.
como em efetivo exercício, assegurando-se lhe to-
dos os direitos e vantagens atribuídas aos ocupan- Art. 163 - O salário-família não servirá de
tes de cargo de igual categoria em atividade, ainda base para qualquer contribuição, ainda que para
que o mencionado cargo tenha ou venha a mudar fim de pre- vidência social.
a de- nominação de nível de classificação ou pa- Art. 164 - Será suspenso o pagamento do sa-
drão de vencimento.
lário-família ao funcionário que comprovadamente
Art. 155 – Revogado. descurar da subsistência e educação dos seus de-
pendentes.
Art. 156 - O servidor aposentado compulsori-
amente por motivo de idade, ou nos termos do art. § 1º - Mediante autorização judicial a pessoa
154, terá os seus proventos proporcionais ao que estiver mantendo os dependentes do funcioná-
tempo de contribuição. rio poderá receber o salário-família enquanto durar
a situação prevista neste artigo.
§ 1º - A proporcionalidade dos proventos, com
base no tempo de contribuição, é a fração, cujo nu- § 2º - O pagamento voltará a ser feito ao funci-
merador corresponde ao total de dias de contribui- onário tão logo comprovado o desaparecimento
ção e o denominador, o tempo de dias necessários dos moti- vos determinantes da suspensão.
à respectiva aposentadoria voluntária com proven- Art. 165 - Para se habilitar à concessão do
tos integrais. salário-família o funcionário, o disponível, ou o apo-
Daniel Almeida
§ 2º - A fração de que trata o parágrafo anterior sentado apresentarão uma declaração de depen-
bergalmeida96@gmail.com
será aplicada sobre o valor dos proventos calcula- dentes, indicando o cargo que exercer, ou no qual
768.507.063-49
dos conforme a média aritmética simples das maio- estiver aposentado ou em disponibilidade, mencio-
res remunerações ou subsídios, observando-se, nando em relação a cada dependente:
previamente, que o valor encontrado não poderá I - nome completo, data e local de nascimento,
exceder à remuneração do servidor no cargo efe- comprovado por certidão do registro civil;
tivo em que se der a aposentadoria.
II - grau de parentesco ou dependência;
Art. 157 – Os proventos de aposentadoria e
III - no caso de se tratar de maior de 14 (qua-
as pensões serão reajustados na mesma data em torze) anos, se total e permanentemente inválido
que se der o reajuste dos benefícios do regime ge- para o trabalho, hipótese em que informará a causa
ral de previdência social, ressalvadas as aposenta- e a espécie de invalidez;
dorias concedidas conforme os arts. 6° e 7° da
Emenda Constitucional Estadual n° 56, de 7 de ja- Art. 166 - A declaração do servidor será pres-
neiro de 2004. (NR). tada a seu chefe imediato que a examinará e, após
o seu visto, a encaminhará ao órgão competente
para o processamento e atendimento da conces-
CAPÍTULO III são.
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Art. 167 - O salário-família será concedido à
vista das declarações prestadas, mediante simples
Art. 158 - O salário-família é o auxílio pecu- des- pacho que será comunicado ao órgão incum-
niário especial concedido pelo Estado ao funcioná- bido da elaboração de folhas de pagamento.
rio ativo e ao aposentado como contribuição ao
§1º - Será concedido ao declarante ativo ou
custeio das despesas de manutenção de seus de
inativo o prazo de 120 (cento e vinte) dias para o
Art. 159 - O salário-família será pago ao ser- esclarecimento de qualquer dúvida na declaração,
vidor, em quotas, na proporção do respectivo nú- o que poderá ser feito por meio de quaisquer pro-
mero de filhos ou equiparados, aplicando-se os vas admitidas em direito.

116
§2º - Não sendo apresentado no prazo o escla- auxílio-funeral será pago a quem promover o en-
recimento de que trata o § 1º, a autoridade conce- terro, mediante comprovação das despesas.
dente determinará a imediata suspensão do paga-
mento do salário-família, até que seja satisfeita a
exigência. CAPÍTULO VI
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
Art. 168 - Verificada, a qualquer tempo, a ine-
xatidão das declarações prestadas, será suspensa
a concessão do salário-família e determinada a re- Art. 173 - A O auxílio-reclusão é devido pelo
posição do indevidamente recebido, mediante o órgão de origem aos dependentes do servidor de
desconto mensal de 10% (dez por cento) da remu- baixa renda recolhido à prisão e que, nessa condi-
neração líquida, em folha de pagamento. ção, não esteja recebendo remuneração decor-
rente do seu cargo.
Art. 169 - O funcionário e o aposentado são
obriga- dos a comunicar a autoridade concedente, § 1º Para fins de definição da baixa renda e da
dentro do prazo de quinze dias, qualquer alteração qualificação dos dependentes, aplicam-se os mes-
que se verifique na situação dos dependentes, da mos parâmetros adotados pelo Instituto Nacional
qual de- corra supressão ou redução do salário-fa- do Seguro Social, quanto à referida prestação as-
mília. sistencial.
Parágrafo único - A não observância desta § 2º O auxílio-reclusão corresponde ao valor
dispo- sição acarretará as mesmas providências in- da remuneração do servidor, observado o limite da
dicadas no artigo anterior. baixa renda, sendo devido pelo período máximo de
12 (doze) meses e, somente, durante o tempo em
Art. 170 - O salário-família será devido em que estiver recolhido à prisão sob regime fechado
relação a cada dependente, a partir do mês em que ou semiaberto, e enquanto for titular desse cargo.
tiver ocorrido o ato ou fato que lhe der origem, dei- Almeida
Daniel
xando de ser devido igualmente em relação a cada § 3º O pagamento do auxílio-reclusão deve es-
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tar fundamentado em certidão de efetivo recolhi-
dependente no mês seguinte ao ato ou fato que de-
768.507.063-49
mento à prisão, sendo obrigatória, para a manuten-
terminar a sua supressão.
ção do pagamento, a apresentação de declaração
Art. 171 - O salário-família será pago junta- de permanência na condição de presidiário.
mente com os vencimentos ou proventos, pelos ór-
gãos pa- gadores, independentemente de publica-
ção do ato de concessão. TÍTULO VI
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IV
CAPÍTULO I
DO AUXÍLIO-DOENÇA
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 172 – Revogado.


Art. 174 - O funcionário público é administra-
tiva- mente responsável, perante seus superiores
CAPÍTULO III hierárquicos, pelos ilícitos que cometer.
DO AUXÍLIO-FUNERAL Art. 175 - Considera-se ilícito administrativo
a conduta comissiva ou omissiva, do funcionário,
que importe em violação de dever geral ou espe-
Art. 173 - Será concedido auxílio funeral à fa-
cial, ou de proibição, fixado neste Estatuto e em
mília do funcionário falecido, correspondente a 01
sua legislação complementar, ou que constitua
(um) mês de seus vencimentos ou proventos, limi-
comportamento in- compatível com o decoro funci-
tado o pagamento à quantia de R$ 1.200,00 (um
onal ou social.
mil e duzentos reais).
Parágrafo único - O ilícito administrativo é pu-
Parágrafo único - Quando não houver pessoa
nível, independentemente de acarretar resultado
da família do funcionário no local do falecimento, o
perturbador do serviço estadual.

117
Art. 176 - A apuração da responsabilidade § 3º - Se o comportamento funcional irregular
funcional será promovida, de ofício, ou mediante configurar, ao mesmo tempo, responsabilidade ad-
representação, pela autoridade de maior hierarquia ministrativa, civil e penal, a autoridade que determi-
no órgão ou na entidade administrativa em que tiver nou o procedimento disciplinar adotará providên-
ocorrido a irregularidade. Se se tratar de ilícito ad- cias para a apuração do ilícito civil ou penal,
ministrativo praticado fora do local de trabalho, a quando for o caso, durante ou depois de concluídos
apuração da responsabilidade será promovida pela a sindicância ou o inquérito.
autoridade de maior hierarquia no órgão ou na en- § 4º - Fixada a responsabilidade administrativa
tidade a que pertencer o funcionário a quem se im- do funcionário, a autoridade competente aplicará a
putar a prática da irregularidade. sanção que entender cabível, ou a que for tipificada
Parágrafo único - Se se imputar a prática do neste Estatuto para determinados ilícitos. Na apli-
ilícito a vários funcionários lotados em órgãos diver- cação da sanção, a autoridade levará em conta os
sos do Poder Executivo, a competência para deter- antecedentes do funcionário, as circunstâncias em
minar a apuração da responsabilidade caberá ao que o ilícito ocorreu, a gravidade da infração e os
Governador do Estado. danos que dela provierem para o serviço estatal de
terceiros.
Art. 177 - A responsabilidade civil decorre de
§ 5º - A legítima defesa e o estado de necessi-
conduta funcional, comissiva ou omissiva, dolosa
dade excluem a responsabilidade administrativa.
ou culposa, que acarrete prejuízo para o patrimônio
do Estado, de suas entidades ou de terceiros. § 6º - A alienação mental, comprovada através
de perícia médica oficial excluirá, também, a res-
§ 1º - A indenização de prejuízo causado ao
ponsabilidade administrativa, comunicando o sindi-
Estado ou às suas entidades, no que exceder os
cante ou a Comissão Permanente de Inquérito à
limites da fiança, quando for o caso, será liquidada
autoridade competente o fato, a fim de que seja
mediante prestações mensais descontadas em fo-
providenciada a aposentadoria do funcionário.
lha de paga- mento, não excedentes da décima Daniel Almeida
parte do venci- mento, à falta de outros bens que § 7º - Considera-se legítima defesa o revide
bergalmeida96@gmail.com
respondam pelo ressarcimento. moderado
768.507.063-49 e proporcional à agressão ou à iminên-
cia de agressão moral ou física, que atinja ou vise
§ 2º - Em caso de prejuízo a terceiro, o funcio-
a atingir o funcionário, ou seus superiores hierár-
nário responderá perante o Estado ou suas entida-
quicos ou colegas, ou o patrimônio da instituição
des, através de ação regressiva proposta depois de
administrativa a que servir.
transitar em julgado a decisão judicial, que houver
condenado a Fazenda Pública a indenizar o ter- § 8º - Considera-se em estado de necessidade
ceiro prejudicado. o funcionário que realiza atividade indispensável
ao atendimento de uma urgência administrativa, in-
Art. 178 - A responsabilidade penal abrange clusive para fins de preservação do patrimônio pú-
os crimes e contravenções imputados, por lei, ao blico.
funcionário, nesta qualidade.
§ 9º - O exercício da legítima defesa e de ati-
Art. 179 - São independentes as instâncias vidades em virtude do estado de necessidade não
administrativas civil e penal, e cumuláveis as res- serão excludentes de responsabilidade administra-
pectivas cominações. tiva quando houver excesso, imoderação ou des-
§ 1º - Sob pena de responsabilidade, o funcio- proporcionalidade, culposos ou dolosos, na con-
nário que exercer atribuições de chefia, tomando duta do funcionário.
conhecimento de um fato que possa vir a se confi- Art. 180 - A apuração da responsabilidade do
gurar, ou se configure como ilícito administrativo, é funcionário processar-se-á mesmo nos casos de al-
obrigado a representar perante a autoridade com- teração funcional, inclusive a perda do cargo.
petente, a fim de que esta promova a sua apura-
ção. Art. 181 - Extingue-se a responsabilidade ad-
ministrativa:
§ 2º - A apuração da responsabilidade funci-
onal será feita através de sindicância ou de inqué- I - com a morte do funcionário;
rito.

118
II - pela prescrição do direito de agir do Estado pertinente (Estatuto da Ordem dos Advogados do
ou de suas entidades em matéria disciplinar. Brasil).
Art. 182 - O direito ao exercício do poder dis- § 1º - A autoridade competente designará de-
ciplinar prescreve passados cinco anos da data em fensor para o funcionário que, pobre na forma da
que o ilícito tiver ocorrido. lei, ou revel, não indicar advogado, podendo a indi-
cação recair em advogado do Instituto de Previdên-
Parágrafo único - São imprescritíveis o ilícito cia do Estado do Ceará (IPEC).
de abandono de cargo e a respectiva sanção.
§ 2º - O funcionário poderá defender-se, pes-
Art. 183 - O inquérito administrativo para soal- mente, se tiver a qualidade de advogado.
apuração da responsabilidade do funcionário pro-
duzirá, preliminarmente, os seguintes efeitos: Art. 186 - O funcionário público fica sujeito ao
poder disciplinar desde a posse ou, se esta não for
I - afastamento do funcionário indiciado de seu exigida, desde o seu ingresso no exercício funcio-
cargo ou função, nos casos de prisão preventiva ou nal.
prisão administrativa;
Art. 187 - Se no transcurso do procedimento
II - sobrestamento do processo de aposenta-
doria voluntária; disciplinar outro funcionário for indiciado, o sindi-
cante ou a Comissão Permanente de Inquérito,
III - proibição do afastamento do exercício, conforme o caso, reabrirá os prazos de defesa para
salvo o caso do item I deste artigo; o novo indiciado.
IV - proibição de concessão de licença, ou o Art. 188 - A inobservância de qualquer dos
seu sobrestamento, salvo a concedida por motivo
preceitos deste Capítulo relativos à forma do pro-
de saúde;
cedimento, à competência e ao direito de ampla de-
V - cessação da disposição, com retorno do fesa acarretará a nulidade do procedimento disci-
funcionário ao seu órgão de origem. plinar
Daniel Almeida
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Art. 184 - Assegurar-se-á ao funcionário, no Art. 189 - Aplica-se o disposto neste Título ao
768.507.063-49
pro- cedimento disciplinar, ampla defesa, consis- procedimento em que for indiciado aposentado ou
tente, sobretudo: funcionário em disponibilidade.
I - no direito de prestar depoimento sobre a im-
putação que lhe é feita e sobre os fatos que a ge-
raram; CAPÍTULO II
DOS DEVERES
II - no direito de apresentar razões preliminares
e finais, por escrito, nos termos deste Estatuto;
Art. 190 - Os deveres do funcionário são ge-
III - no direito de ser defendido por advogado,
de sua indicação, ou por defensor público, também rais, quando fixados neste Estatuto e legislação
advogado, designado pela autoridade competente; complementar, e especiais, quando fixados tendo
em vista as peculiaridades das atribuições funcio-
IV - no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e nais.
contraditar testemunhas, e requerer acareações;
Art. 191 - São deveres gerais do funcionário:
V - no direito de requerer todas as provas em
direito permitidas, inclusive as de natureza pericial; I - lealdade e respeito às instituições constitu-
cionais e administrativas a que servir;
VI - no direito de argüir prescrição;
II - observância das normas constitucionais, le-
VII - no direito de levantar suspeições e argüir
gais e regulamentares;
impedimentos.
III - obediência às ordens de seus superiores
Art. 185 - A defesa do funcionário no proce- hierárquicos;
dimento disciplinar, que é de natureza contraditória,
é privativa de advogado, que a exercitará nos ter- IV - continência de comportamento, tendo em
mos deste Estatuto e nos da legislação federal vista o decoro funcional e social;

119
V - levar, por escrito, ao conhecimento da au- VI - a ordem configurar abuso ou excesso de
toridade superior irregularidades administrativas de poder ou de autoridade.
que tiver ciência em razão do cargo que ocupa, ou § 1º - Em qualquer dos casos referidos neste
da função que exerça; artigo, o funcionário representará contra a ordem,
VI - assiduidade; VII - pontualidade; VIII - urba- fundamentadamente, à autoridade imediatamente
nidade; IX - discrição; superior a que ordenou.
X - guardar sigilo sobre a documentação e os § 2º - Se se tratar de ordem emanada do Pre-
assuntos de natureza reservada de que tenha co- sidente da Assembleia Legislativa, do Chefe do Po-
nhecimento em razão do cargo que ocupa, ou da der Executivo, do Presidente do Tribunal de Contas
função que exerça; e do Presidente do Conselho de Contas dos Muni-
XI - zelar pela economia e conservação do ma- cípios, o funcionário justificará perante essas auto-
terial que lhe for confiado; ridades a escusa da obediência.

XII - atender às notificações para depor ou re-


alizar perícias ou vistorias, tendo em vista procedi- CAPÍTULO III
mentos disciplinares; DAS PROIBIÇÕES
XIII - atender, nos prazos de lei ou regulamen-
tares, as requisições para defesa da Fazenda Pú-
Art. 193 - Ao funcionário é proibido:
blica; XIV - atender, nos prazos que lhe forem assi-
nados por lei ou regulamento, os requerimentos de I - salvo as exceções constitucionais pertinen-
certidões para defesa de direitos e esclarecimentos tes, acumular cargos, funções e empregos públicos
de situações; remunerados, inclusive nas entidades da Adminis-
tração Indireta (autarquias, empresas públicas e
XV - providenciar para que esteja sempre em
sociedades de economia mista);
ordem, no assentamento individual, sua declara- Daniel Almeida
ção de família; II - referir-se de modo depreciativo às autori-
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dades em qualquer ato funcional que praticar, res-
XVI - atender, prontamente, e na medida768.507.063-49
de
salvado o direito de crítica doutrinária aos atos e
sua competência, os pedidos de informação do Po-
fatos administrativos, inclusive em trabalho público
der Legislativo e às requisições do Poder Judiciá-
e assinado;
rio;
III - retirar, modificar ou substituir qualquer do-
XVII - cumprir, na medida de sua competência,
cumento oficial, com o fim de constituir direito ou
as decisões judiciais ou facilitar-lhes a execução.
obrigação, ou de alterar a verdade dos fatos, bem
Art. 192 - O funcionário deixará de cumprir como apresentar documento falso com a mesma fi-
ordem de autoridade superior quando: nalidade;
I - a autoridade de quem emanar a ordem for IV - valer-se do exercício funcional para lograr
in- competente; proveito ilícito para si, ou para outrem;
II - não se contiver a ordem na área da compe- V - promover manifestação de desapreço ou
tência do órgão a que servir o funcionário seu des- fazer circular ou subscrever lista de donativos, no
tinatário, ou não se referir a nenhuma das atribui- recinto do trabalho;
ções do servidor; VI - coagir ou aliciar subordinados com objeti-
III - for a ordem expedida sem a forma exigida vos político-partidários;
por lei; VII - participar de diretoria, gerência, adminis-
IV - não tiver sido a ordem publicada, quando tração, conselho técnico ou administrativo, de em-
tal formalidade for essencial à sua validade; presa ou sociedades mercantis;
V - não tiver a ordem como causa uma neces- VIII - pleitear, como procurador ou intermediá-
sidade administrativa ou pública, ou visar a fins não rio, junto aos órgãos e entidades estaduais, salvo
estipulados na regra de competência da autoridade quando se tratar de percepção de vencimentos,
da qual promanou ou do funcionário a quem se di- proventos ou vantagens de parente consanguíneo
rige; ou afim, até o segundo grau civil;

120
IX - praticar a usura; Art. 195 - O aposentado compulsoriamente
X - receber propinas, vantagens ou comissões ou por invalidez não poderá acumular seus proven-
pela prática de atos de oficio; tos com a ocupação de cargo ou o exercício de fun-
ção ou emprego público.
XI - revelar fato de natureza sigilosa, de que
tenha ciência em razão do cargo ou função, salvo Parágrafo único - Não se compreendem na
quando se tratar de depoimento em processo judi- proibição de acumular nem estão sujeitos a quais-
cial, policial ou administrativo; quer limites:
XII - cometer a outrem, salvo os casos previs- I - a percepção conjunta de pensões civis e mi-
tos em lei ou ato administrativo, o desempenho de lita- res;
sua atividade funcional; II - a percepção de pensões com vencimento
XIII - entreter-se, nos locais e horas de traba- ou salário;
lho, com atividades estranhas às relacionadas com III - a percepção de pensões com vencimentos
as suas atribuições, causando prejuízos a estas; de disponibilidade e proventos de aposentadoria e
XIV - deixar de comparecer ao trabalho sem reforma;
causa justificada; IV - a percepção de proventos, quando resul-
XV - ser comerciante; tantes de cargos legalmente acumuláveis.
XVI - contratar com o Estado, ou suas entida-
des, salvo os casos de prestação de serviços téc- CAPÍTULO IV
nicos ou científicos, inclusive os de magistério em
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES E SEUS
caráter eventual;
EFEITOS
XVII - empregar bens do Estado e de suas en-
tidades em serviço particular;
Daniel AlmeidaArt. 196 - As sanções aplicáveis ao funcioná-
XVIII - atender pessoas estranhas ao serviço,
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rio são as seguintes:
no local de trabalho, para o trato de assuntos parti-
768.507.063-49
culares; I - repreensão;
XIX - retirar bens de órgãos ou entidades esta- II - suspensão;
duais, salvo quando autorizado pelo superior hie- III - multa;
rárquico e desde que para atender a interesse pú-
blico. IV - demissão;

Parágrafo único - Excluem-se da proibição do V - cassação de disponibilidade;


item XVI os contratos de cláusulas uniformes e os VI - cassação de aposentadoria.
de emprego, em geral, quando, no último caso, não
configurarem acumulação ilícita. Art. 197 - Aplicar-se-á a repreensão, sempre
por escrito, ao funcionário que, em caráter primário,
Art. 194 - É ressalvado ao funcionário o di- a juízo da autoridade competente, cometer falta
reito de acumular cargo, funções e empregos remu- leve, não cominável, por este Estatuto, com outro
nerados, nos casos excepcionais da Constituição tipo de sanção.
Federal.
Art. 198 - Aplicar-se-á a suspensão, através
§1º - Verificada, em inquérito administrativo, de ato escrito, por prazo não superior a 90 (no-
acumulação proibida e provada a boa-fé, o funcio- venta) dias, nos casos de reincidência de falta leve,
nário optará por um dos cargos, funções ou em- e nos de ilícito grave, salvo a expressa cominação,
pregos, não ficando obrigado a restituir o que hou- por lei, de outro tipo de sanção.
ver percebido durante o período da acumulação ve-
dada. Parágrafo único - Por conveniência do serviço,
a suspensão poderá ser convertida em multa, na
§2º - Provada a má-fé, o funcionário perderá base de 50% (cinquenta por cento) por dia de ven-
os cargos, funções ou empregos acumulados ilici- cimento, obrigado, neste caso, o funcionário a per-
tamente devolvendo ao Estado o que houver per- manecer em exercício.
cebido no período da acumulação.

121
Art. 199 - A demissão será obrigatoriamente Art. 201 - Ao ato que cominar sanção, prece-
aplicada nos seguintes casos: derá sempre procedimento disciplinar, assegurada
I - crime contra a administração pública; ao funcionário indiciado ampla defesa, nos termos
deste Estatuto, pena de nulidade da cominação im-
II - crime comum praticado em detrimento de posta.
dever inerente à função pública ou ao cargo pú-
blico, quando de natureza grave, a critério da auto- Parágrafo único - As sanções referidas nos
ridade competente; itens II e VI do artigo 196 serão cominadas por es-
crito e fundamentalmente, pena de nulidade.
III - abandono de cargo;
Art. 202 - São competentes para aplicação
IV - incontinência pública e escandalosa e prá-
das sanções disciplinares:
tica de jogos proibidos;
I - os Chefes dos Poderes Legislativo e Execu-
V - insubordinação grave em serviço;
tivo, em qualquer caso, e privativamente, nos casos
VI - ofensa física ou moral em serviço contra de demissão e cassação de aposentadoria ou dis-
funcionário ou terceiros; ponibilidade, salvo se se tratar de punição de fun-
VII - aplicação irregular dos dinheiros públicos, cionário autárquico;
que resultem em lesão para o Erário Estadual ou II - os dirigentes superiores das autarquias, em
dilapidação do seu patrimônio; qualquer caso, e, privativamente, nos casos de de-
VIII - quebra do dever de sigilo funcional; missão e cassação, da aposentadoria ou disponibi-
lidade;
IX - corrupção passiva, nos termos da lei penal;
III - os Secretários de Estado e demais dirigen-
X - falta de atendimento ao requisito do estágio tes de órgãos subordinados ou auxiliares, em todos
probatório estabelecido no art. 27, § 1º, item III; os casos, salvo os referidos nos itens I e II;
XI - desídia funcional; Daniel Almeida IV - os chefes de unidades administrativas em
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XII - descumprimento de dever especial ine- geral, nos casos de repreensão, suspensão até 30
rente a cargo em comissão. (trinta) dias e multa correspondente.
768.507.063-49
§ 1° - Considera-se abandono de cargo a deli- Art. 203 - Além da pena judicial que couber,
berada ausência ao serviço, sem justa causa, por serão considerados como de suspensão os dias
trinta (30) dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias, em que o funcionário, notificado deixar de atender
interpoladamente, durante 12 (doze) meses. à convocação para prestação de serviços estatais
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço compulsórios, salvo motivo justificado.
com justa causa não só a autorizada por lei, regu- Art. 204 - Será cassada a aposentadoria ou
lamento ou outro ato administrativo, como a que as- disponibilidade se ficar provado, em inquérito admi-
sim for considerada após comprovação em inqué- nistrativo, que o aposentado ou disponível:
rito ou justificação administrativa, esta última re-
querida ao superior hierárquico pelo funcionário in- I - praticou, quando no exercício funcional, ilí-
teressado, valendo a justificação, nos termos deste cito punível com demissão;
parágrafo, apenas para fins disciplinares. II - aceitou cargo ou função que, legalmente,
Art. 200 - Tendo em vista a gravidade do ilí- não poderia ocupar, ou exercer, provada a má-fé;
cito, a demissão poderá ser aplicada com a nota “a III - não assumiu o disponível, no prazo legal,
bem do serviço público”, a qual constará sempre o lugar funcional em que foi aproveitado, salvo mo-
nos casos de demissão referidos nos itens I e VII tivo de força maior;
do artigo 199. IV - perdeu a nacionalidade brasileira.
Parágrafo único - Salvo reabilitação obtida em Parágrafo único - A cassação da aposentado-
pro- cesso disciplinar de revisão, o funcionário de- ria ou disponibilidade extingue o vínculo do apo-
mitido com a nota a que se refere este artigo não sentado ou do disponível com o Estado ou suas en-
poderá reingressar nos quadros funcionais do Es- tidades autárquicas.
tado ou de suas entidades, a qualquer título.

122
Art. 205 - A suspensão preventiva será orde- CAPÍTULO V
nada pela autoridade que determinar a abertura do DA SINDICÂNCIA
inquérito administrativo, se, no transcurso deste, a
entender indispensável, nos termos do § 1º deste
artigo. Art. 209 - A sindicância é o procedimento su-
mário através do qual o Estado ou suas autarquias
§ 1º - A suspensão preventiva não ultrapassará reúnem elementos informativos para determinar a
o prazo de 90 (noventa) dias e somente será deter- verdade em torno de possíveis irregularidades que
minada quando o afastamento do funcionário for possam configurar, ou não, ilícitos administrativos,
necessário, para que, como indiciado, não venha a aberta pela autoridade de maior hierarquia, no ór-
influir na apuração de sua responsabilidade. gão em que ocorreu a irregularidade, ressalvadas
§ 2º - Suspenso preventivamente, o funcioná- em qual- quer caso, permitida a delegação de com-
rio terá, entretanto, direito: petência:
I - a computar o tempo de serviço relativo ao I - do Governador, em qualquer caso;
período de suspensão para todos os efeitos legais; II - dos Secretários de Estado, dos dirigentes
II - a computar o tempo de serviço para todos autárquicos e dos Presidentes da Assembleia Le-
os fins de lei, relativo ao período que ultrapassar o gislativa, Tribunal de Contas e do Conselho de
prazo da suspensão preventiva; Contas dos Municípios, em suas respectivas áreas
funcionais.
III - a perceber os vencimentos relativos ao pe-
ríodo de suspensão, se reconhecida a sua inocên- § 1º - Abrir-se-á, também, sindicância para
cia no inquérito administrativo; apuração das aptidões do funcionário, no estágio
IV - a perceber as gratificações por tempo de probatório, para fins de demissão ou exoneração,
serviço já prestado e o salário-família. quando for o caso, assegurada ao indiciado ampla
defesa, nos termos dos artigos estatutários que dis-
Daniel Almeida
Art. 206 - Os Chefes dos Poderes Legisla- ciplinam o inquérito administrativo, reduzidos os
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tivo, Executivo e Judiciário, os Presidentes do Tri- prazos neles estabelecidos, à metade.
768.507.063-49
bunal de Contas e do Conselho de Contas dos Mu- § 2º - Aberta a sindicância, suspende-se a flu-
nicípios, os Secretários de Estado e os dirigentes ência do período do estágio probatório.
das Autarquias poderão ordenar a prisão adminis-
trativa do funcionário responsável direto pelos di- § 3º - A sindicância será realizada por funcio-
nheiros e valores públicos, ou pelos bens que se nário estável, designado pela autoridade que deter-
encontrarem sob a guarda do Estado ou de suas minar a sua abertura.
Autarquias, no caso de alcance ou omissão no re- § 4º - A sindicância precede o inquérito admi-
colhimento ou na entrega a quem de direito nos nistrativo, quando for o caso, sendo-lhe anexada
prazos e na forma da lei. como peça informativa e preliminar.
§ 1º - Recolhida aos cofres públicos a impor- § 5º - A sindicância será realizada no prazo
tância desviada, a autoridade que ordenou a prisão máximo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual
revogará imediatamente o ato gerador da custódia. período, a pedido do sindicante, e a critério da au-
§ 2º - A autoridade que ordenar a prisão, que toridade que determinou a sua abertura.
não poderá ultrapassar a 90 (noventa) dias, comu- § 6º - Havendo ostensividade ou indícios fortes
nicará imediatamente o fato à autoridade judiciária de autoria do ilícito administrativo, o sindicante in-
competente e providenciará a abertura e realização diciará o funcionário, abrindo-lhe o prazo de 3 (três)
urgente do processo de tomada de contas. dias para defesa prévia. A seguir, com o seu rela-
Art. 207 - A prisão, a que se refere o artigo tório, encaminhará o processo de sindicância à au-
toridade que determinou a sua abertura.
anterior, será cumprida em local especial.
§ 7º - O sindicante poderá ser assessorado por
Art. 208 - Aplica-se à prisão administrativa o técnicos, de preferência pertencentes aos quadros
disposto no § 2º do art. 205 deste Estatuto. funcionais, devendo todos os atos da sindicância
serem reduzidos a termo por secretário designado

123
pelo sindicante, dentre os funcionários do órgão a ao desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive os
que pertencer. de secretário e assessoramento.
§ 8º - Ultimada a sindicância, não apurada a Art. 213 - Instaurado o inquérito administra-
responsabilidade administrativa, ou o descumpri- tivo, a autoridade encaminhará seu ato para a Co-
mento dos requisitos do estágio probatório, o pro- missão de Inquérito que for competente, tendo em
cesso será arquivado, fixada a responsabilidade vista o local da ocorrência da irregularidade verifi-
funcional, a autoridade que determinou a sindicân- cada, ou a vinculação funcional do servidor a quem
cia encaminhará os respectivos autos para a Co- se pretende imputar a responsabilidade administra-
missão Permanente de Inquérito Administrativo, tiva.
que funcionará:
Art. 214 - Abertos os trabalhos do inquérito,
I - no Poder Executivo, na Governadoria, nas
o Presidente da Comissão mandará citar o funcio-
Secretarias de Estado, órgãos desconcentrados e
nário acusado, para que, como indiciado, acompa-
nas autarquias;
nhe, na forma do estabelecido neste Estatuto, todo
II - no Poder Legislativo, na Diretoria Geral; o procedimento, requerendo o que for do interesse
III - no Tribunal de Contas e no Conselho de da defesa.
Contas dos Municípios. Parágrafo único - A citação será pessoal, me-
diante protocolo, devendo o servidor dele encarre-
gado consignar, por escrito, a recusa do funcionário
CAPÍTULO VI em recebê-la. Em caso de não ser encontrado o
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO funcionário, estando ele em lugar incerto e não
sabido, a citação far-se-á por edital, publicado no
Diário Oficial do Estado, com prazo de 15 (quinze)
Art. 210 - O inquérito administrativo é o pro-
dias, depois do que, não comparecendo o citado,
cedi- mento através do qual os órgãos e as autar- ser-lhe-á designado defensor, nos termos do art.
Daniel Almeida
quias do Estado apuram a responsabilidade disci- 184, item III e § 1º do art. 185.
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plinar do funcionário.
768.507.063-49
Art. 215 - Citado, o indiciado poderá requerer
Parágrafo único - São competentes para ins-
taurar o inquérito: suas provas no prazo de 5 (cinco) dias, podendo
renovar o pedido, no curso do inquérito, se neces-
I - o Governador, em qualquer caso; sário para demonstração de fatos novos.
II - os Secretários de Estado, os dirigentes das Art. 216 - A falta de notificação do indiciado
Autarquias e os Presidentes da Assembléia Legis-
ou de seu defensor, para todas as fases do inqué-
lativa, do Tribunal de Contas e do Conselho de
rito, de- terminará a nulidade do procedimento.
Contas dos Municípios, em suas áreas funcio- nais,
permitida a delegação de competência. Art. 217 - Encerrada a fase probatória, o in-
diciado será notificado para apresentar, por seu de-
Art. 211 - O inquérito administrativo será re-
fensor, no prazo de 10 (dez) dias, suas razões fi-
alizado por Comissões Permanentes, instituídas
nais de defesa.
por atos do Governador, do Presidente da Assem-
bleia Legislativa, do Presidente do Tribunal de Con- Art. 218 - Apresentadas as razões finais de
tas, do Presidente do Conselho de Contas dos Mu- defesa, a Comissão encaminhará os autos do in-
nicípios, dos dirigentes das Autarquias e dos ór- quérito, com relatório circunstanciado e conclusivo,
gãos desconcentrados, permitida a delegação de à autoridade competente para o seu julgamento.
poder, no caso do Governador, ao Secretário de
Administração. Art. 219 - Sob pena de nulidade, as reuniões
e as diligências realizadas pela Comissão de In-
Art. 212 - As Comissões Permanentes de In- quérito serão consignadas em atas.
quérito Administrativo compor-se-ão de três mem-
Art. 220 - Da decisão de autoridade julgadora
bros, todos funcionários estáveis do Estado ou de
suas autarquias, presidida pelo servidor que for de- cabe recurso no prazo de 10 (dez) dias, com efeito
signado pela autoridade competente, que colocará suspensivo, para a autoridade hierárquica
à disposição das Comissões o pessoal necessário

124
imediatamente superior, ou para a que for indicada aduzam fatos ou circunstâncias que possam justifi-
em regulamento ou regimento. car a inocência do requerente, mencionados ou
Parágrafo único - Das decisões dos Secretá- não no procedi- mento original.
rios de Estado e do Presidente do Conselho de Parágrafo único - Tratando-se de funcionário
Contas dos Municípios caberá recurso, com efeito falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser re-
suspensivo, no prazo deste artigo, para o Governa- que- rida pelo cônjuge, companheiro, descendente,
dor. Das de- cisões do Presidente da Assembleia ascendente colateral consanguíneo até o 2º grau
Legislativa e do Tribunal de Contas caberá recurso, civil.
com os efeitos deste parágrafo, para o Plenário da
Art. 229 - Processar-se-á a revisão em
Assembleia e do Tribunal, respectivamente.
apenso ao processo original.
Art. 221 - O inquérito administrativo será con-
Parágrafo único - Não constitui fundamento
cluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias, po- para a revisão a simples alegação de injustiça da
dendo ser prorrogado por igual período, a pedido sanção.
da Comissão, ou a requerimento do indiciado, diri-
gido à autoridade que determinou o procedimento. Art. 230 - O requerimento devidamente ins-
truído será dirigido à autoridade que aplicou a san-
Art. 222 - Em qualquer fase do inquérito será
ção, ou àquela que a tiver confirmado, em grau de
permitida a intervenção do indiciado, por si, ou por recurso.
seu defensor.
Parágrafo único - Para processar a revisão, a
Art. 223 - Havendo mais de um indiciado e autoridade que receber o requerimento nomeará
diversidade de sanções caberá o julgamento à au- uma comissão composta de três funcionários efeti-
toridade competente para imposição da sanção vos, de categoria igual ou superior à do requerente.
mais grave. Neste caso, os prazos assinados aos
indiciados correrão em comum. Art. 231 - Na inicial, o requerente pedirá dia
Daniel Almeida
e hora para inquirição das testemunhas que arrolar.
bergalmeida96@gmail.com
Art. 224 - O funcionário só poderá ser exone-
768.507.063-49 Parágrafo único - Será considerada informante
rado, estando respondendo a inquérito administra-
a testemunha que, residindo fora da sede onde fun-
tivo, depois de julgado este com a declaração de
cionar a comissão, prestar depoimento por escrito.
sua inocência.
Art. 232 - Concluído o encargo da comissão,
Art. 225 - Recebidos os autos do inquérito, a
no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por
autoridade julgadora proferirá sua decisão no prazo
trinta (30) dias, nos casos de força maior, será o
improrrogável de 20 (vinte) dias.
processo, com o respectivo relatório, encaminhado
Art. 226 - Declarada a nulidade do inquérito, à autoridade competente para o julgamento.
no todo ou em parte, por falta do cumprimento de Parágrafo único - O prazo para julgamento
formalidade essencial, inclusive o reconhecimento será de 20 (vinte) dias, prorrogável por igual perí-
de direito de defesa, novo procedimento será odo, no caso de serem determinadas novas diligên-
aberto. cias.
Art. 227 - No caso do artigo anterior e no de Art. 233 - Das decisões proferidas em proce-
esgotamento do prazo para a conclusão do inqué- dimento de revisão cabe recurso, na forma do art.
rito, o indiciado, se tiver sido afastado de seu cargo, 220.
retornará ao seu exercício funcional.

TÍTULO VII
CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
DA REVISÃO
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 228 - A qualquer tempo poderá ser re- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E
querida a revisão do procedimento administrativo TRASITÓRIAS
de que resultou sanção disciplinar, quando se

125
Art. 234 - O órgão central do sistema de pes- § 2º - O funcionário não perceberá, a qualquer
soal do Poder Executivo e os assemelhados do Po- título, importância mensal superior à recebida pelo
der Legislativo e entidades autárquicas fornecerão Governador do Estado, não se computando, entre-
ao funcionário cartão de identidade, dele devendo tanto, no cálculo, diárias, ajudas de custo, gratifica-
constar o retrato, a impressão digital, a filiação, a ção por serviço ou estudo fora do Estado e a pro-
data de nascimento e a qualificação funcional do gressão horizontal.
identificado. Art. 240 - É vedado pôr o funcionário à dis-
Parágrafo único - Será recolhido o cartão do posição de entidade de direito privado, estranha no
funcionário que for exonerado, demitido ou aposen- Sistema Administrativo, salvo em caso de convê-
tado. nio, ou para exercer função considerada pelo sis-
tema de rele- vante interesse social.
Art. 235 - Salvo disposição expressa em con-
trário, os prazos previstos neste Estatuto somente Art. 241 - São isentos de qualquer tributo ou
correrão nos dias úteis, excluindo-se o dia inicial. emolumentos os requerimentos, certidões e outros
papéis que interessem ao funcionário público ou a
Art. 236 - Nos dias úteis, só por determinação
aposentado, nessas qualidades.
dos Chefes dos Poderes Executivo e Legislativo
poderão deixar de funcionar os órgãos e entidades Art. 242 - Nenhum tributo estadual incidirá
estaduais. sobre os vencimentos, proventos ou qualquer van-
tagem do funcionário ou do aposentado, nem sobre
Art. 237 - É assegurado aos funcionários o
os atos ou títulos referentes à sua vida funcional.
direito de se agruparem em associação de classe,
sem caráter sindical ou político-partidário. Art. 243 - As normas do regime disciplinar
Parágrafo único - Essas Associações, que de- previstas neste Estatuto, salvo as de natureza ad-
verão ter personalidade jurídica de direito privado, jetiva, não se aplicam aos casos pendentes.
representarão os que integrarem o seu quadroDaniel
so- Almeida
Art. 244 - O afastamento do funcionário ocu-
bergalmeida96@gmail.com
cial perante as autoridades administrativas, em ma- pante de cargo de chefia, direção, fiscalização ou
téria de interesse da coletividade funcional. 768.507.063-49
arrecadação, para disputar mandato eletivo, dar-
Art. 238 - O dia 28 de outubro será consa- se-á nos termos da legislação eleitoral pertinente.
grado ao funcionário público estadual e comemo- Parágrafo único - Durante o afastamento de
rado, oficialmente, na forma do que for disposto em que trata este artigo o funcionário não perceberá os
Regulamento. vencimentos ou vantagens do cargo que momenta-
neamente detinha ou de que for ocupante efetivo,
Art. 239 - Ressalvadas as exceções constan-
exceto o salário-família, considerando-se o afasta-
tes de disposição expressa em lei, bem como os mento como autorização para o trato de interesses
casos de acumulação lícita, o funcionário não po- particulares.
derá receber, mensalmente, importância total su-
perior a noventa por cento da percebida pelos Se- Art. 245 - Ao ex-combatente da Força do
cretários de Estado. Exército, da Expedicionária Brasileira, da Força Aé-
§ 1º - Ficam excluídas do limite deste artigo: rea Brasileira, da Marinha de Guerra e da Marinha
Mercante do Brasil, que tenha participado efetiva-
I - a gratificação representação; mente de operações bélicas na segunda Guerra
II - salário-família; Mundial, e cuja situação se encontra definida na Lei
Federal nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, são
III - progressão horizontal;
assegurados os seguintes direitos:
IV - diárias e ajuda de custo;
I - estabilidade, se funcionário público;
V - gratificação pela participação em órgão de
II - aproveitamento no serviço público, sem a
deliberação coletiva;
exigência do disposto no art. 106, § 1º da Constitui-
VI - gratificação de exercício; ção do Estado;
VII - gratificação por prestação de serviço ex- III - aposentadoria com proventos integrais aos
traordinário. 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo, se

126
funcionário público da Administração direta ou au- oficial, será ele readaptado, mediante transferên-
tárquica; cia, em cargo de atribuições compatíveis com o seu
IV - benefício do Instituto de Previdência; novo estado psíquico ou somático.

V - promoção após interstício legal, e se hou- Parágrafo único - A readaptação obedecerá ao


ver vaga; disposto nos arts. 50 e 51 deste Estatuto.

VI - assistência médica, hospitalar e educacio- Art. 251 – É permitida a consignação faculta-


nal, se carente de recurso. tiva em folha de pagamento inerente à remunera-
ção, subsídios, proventos.
Art. 246 - As atuais funções gratificadas pas-
sam à categoria de cargos em comissão, conver- § 1º - A soma das consignações facultativas
tendo-se automaticamente os valores das gratifica- não excederá de 40% (quarenta por cento) da re-
ções em gratificações de representação, mantida a muneração, subsídios e proventos, deduzidas as
simbologia vigente até definição regulamentar. consignações obrigatórias.
§ 2º - Serão computados, para efeito do cálculo
Art. 247 - Aplica-se o regime desta lei aos es-
previsto neste artigo, o vencimento-base, as vanta-
tabilizados nos termos do § 2º do Art. 177 da Cons- gens fixas e as de caráter pessoal.
tituição Federal de 1967, com a redação dada pelo
art. 194 da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de § 3º - Não se aplica o disposto neste artigo aos
outubro de 1969, desde que sujeitos ao regime do ocupantes exclusivamente de cargo de provimento
Estatuto anterior, quando da aquisição da estabili- em comissão, bem como aos contratados por
dade. tempo determinado, de que trata o inciso XIV do
art. 154 da Constituição do Estado do Ceará.
Parágrafo único - Com a estabilidade, as fun-
ções de caráter eventual dos servidores em geral Art. 252 - A partir de 1º. de janeiro de 1974,
passam a ser de natureza permanente, caracteri- todas as gratificações adicionais por tempo de ser-
zando-se como cargo, devendo como tal,Danielserem Almeida
viço per- cebidas pelos funcionários deverão ser
bergalmeida96@gmail.com
considera- das, para todos os efeitos. convertidas na progressão horizontal prevista no
Capítulo X, Seção I, do Titulo II, deste Estatuto.
768.507.063-49
Art. 248 - O funcionário que esteja com o seu
vínculo funcional suspenso, ou no gozo de licença, Art. 253 - O Estado, na forma que dispuser
poderá ser, a qualquer tempo, citado para se de- Decreto do Governador do Estado, poderá assegu-
fender em procedimento disciplinar, ou notificado rar bolsa de estudo ao funcionário, como incentivo
para nele prestar depoimento, ou realizar ou se à sua profissionalização, em cursos não regulares
submeter a provas de natureza pericial, salvo ma- de formação, treinamento, aperfeiçoamento e de
nifesta impossibilidade por motivo de doença, justi- especialização profissionais, mantidos por entida-
ficada perante o sindicante ou Comissão Perma- des oficiais ou particulares, de reconhecida e notó-
nente de Inquérito. ria idoneidade.
Art. 249 - São considerados concursos públi- Parágrafo único - O Decreto a que se refere
cos, gerando todos os efeitos que lhe são atinen- este artigo poderá dispor sobre a concessão de bol-
tes, os exames de provas de habilitação ou seleção sas de estudo para funcionários em cursos de ex-
realizados para a admissão de candidatos a fun- tensão universitária e de pós-graduação.
ções das extintas TNM e que se revestiram das ca- Art. 254 – A carga horária de trabalho de
racterísticas essenciais dos concursos públicos, trinta (30) horas semanais, a que estão obrigados
consideradas, como tais, a acessibilidade a todos os servi- dores públicos do Sistema Administrativo
os brasileiros, o caráter competitivo e eliminatório e Estadual, será prestada, em período e tempo cor-
ampla divulgação. rido das segundas às sextas-feiras.
Parágrafo único - A declaração de equivalên- Parágrafo único – Os servidores que ocupam
cia será feita pelo órgão central do sistema de pes- cargo de magistrado, procurador, assessor jurídico,
soal, mediante provocação do interessado. professor, médico, engenheiro, agrônomo, servido-
Art. 250 - Reduzida a capacidade do funcio- res públicos estatutários e demais atividades asse-
nário para o exercício das atribuições do cargo que melhadas, bem como os que exercem cargo em
ocupa, comprovada através de perícia médica

127
comissão terão seus regimes de trabalho definidos Administrativo e Operacional, prevista no item 2, do
em regulamento próprio. anexo I, da Lei nº 12.386, de 9 de dezembro de
1994, fica redenominada para carreira Segurança
Art. 255 - Continuam em vigor as Leis e Re-
Penitenciária e estruturada na forma do anexo l
gulamentos que disciplinam os institutos previs- tos desta Lei, passando os Agentes Penitenciários a
neste Estatuto, desde que com ele não colidam, até ter as seguintes atribuições: atendimento, vigilân-
que novas normas sejam expedidas. cia, custódia, guarda, escolta, assistência e orien-
Art. 256 - Os Poderes Legislativo e Execu- tação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos
tivo, no âmbito de suas respectivas competências, penais estaduais. (Nova redação dada pela lei n.º
expedirão os atos necessários a complementação 14.966, de 13.07.11)
e explicitação deste Estatuto. Art. 2 Os ocupantes dos cargos/funções de
Art. 257 - Aplicam-se as disposições deste Agente Penitenciário, da carreira Segurança Peni-
Estatuto subsidiariamente, no que couber, ao Ma- tenciária redenominada pelo art.1º desta Lei, são
gistério Estadual em todos os graus de ensino, ao posicionados na forma do anexo II.
pessoal da Policia Civil de carreira e aos funcioná- Art. 3 A Tabela vencimental para a carreira
rios administrativos do Poder Judiciário. Segurança Penitenciária é a prevista no anexo III.
Art. 258 - Esta lei entrará em vigor a 1º de Art. 4 Os servidores integrantes da carreira
janeiro 1974, ficando revogadas todas as disposi- redenominada por esta Lei são submetidos ao re-
ções legais ou regulamentares que, implícita ou ex- gime de plantão de 24 (vinte e quatro) x 72 (setenta
plicitamente, colidam com este Estatuto, especial- e duas) horas. (Nova redação dada pela Lei n.º
mente a Lei nº 4.196, de 5 de setembro de 1958; a 16.583, de 03.07.18)
Lei nº 4.658, de 19 de novembro de 1959; a Lei nº
7.999, de 11 de maio de 1965; a Lei nº 8.384, de Art. 5 A estrutura remuneratória dos Agentes
10 de janeiro de 1966; a Lei nº 9.226, de 27 deDaniel
no- Penitenciários, integrantes da Carreira de Segu-
Almeida
vembro de 1968; a Lei nº 9.260, de 12 debergalmeida96@gmail.com
dezembro rança Penitenciária, é composta pelo vencimento
de 1968, no que diz respeito ao funcionário autár- base constante do anexo III, da Gratificação de Ati-
768.507.063-49
quico; a Lei nº 9.381, de 27 de julho de 1970; a Lei vidades Especiais e de Risco – GAER, prevista no
nº 9.443, de 9 de março de 1971 e a Lei nº 9.496, art. 7º e Adicional Noturno previsto no art. 8º, todos
de 19 julho de 1971. desta Lei.
§ 1º - Além das parcelas previstas no caput
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO deste artigo, o Agente Penitenciário integrante da
DO CEARÁ, em Fortaleza, 14 de maio de 1974. Carreira de Segurança Penitenciária, poderá rece-
ber vantagem pessoal, sendo esta compreendida
como o valor já incorporado à remuneração do
Agente decorrente do exercício de cargo em comis-
são e a Gratificação por Adicional de Tempo de
Serviço para aqueles que já tinham implementado
as condições para tanto quando da edição da Lei
nº 12.913, de 18 de junho de 1999.
§ 2º - Poderá ainda o Agente Penitenciário in-
tegrante da Carreira de Segurança Penitenciária
perceber complemento, este entendido como a
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ parte percebida pelo agente que ultrapasse os va-
lores decorrentes da presente Lei, percebida no
FAÇO SABER QUE A ASSEMBLEIA LEGISLA-
mês anterior ao da publicação desta norma, exclu-
TIVA DECRETOU E EU SANCIONO A SEGUINTE
LEI: ídas a vantagem pessoal e a gratificação por adici-
onal de tempo de serviço.
Art.5-A Fica instituído o Abono Especial por
Art. 1 A carreira Guarda Penitenciária, inte- Reforço Operacional ao Agente Penitenciário que,
grante do Grupo Ocupacional Atividades de Apoio em caráter voluntário, participar de serviço para o

128
qual seja designado eventualmente, nos termos decorrente da redenominação da Carreira de Se-
desta Lei e do respectivo regulamento. gurança Penitenciária.
§ 1º - O Abono Especial por Reforço Operaci- § 1º - O disposto no caput deste artigo aplica-
onal é de natureza voluntária e a operação de re- se aos aposentados e aos pensionistas.
forço operacional deverá ser planejada pela Secre- § 2º - O abono previsto neste artigo não poderá
taria da Justiça e Cidadania, utilizando-se no má- ser considerado ou computado para fins de conces-
ximo 50% (cinquenta por cento) do efetivo de Agen- são ou de cálculos de vantagens financeiras de
tes Penitenciários ativos, conforme a natureza do qualquer natureza, cessando integralmente os pa-
trabalho de segurança penitenciária a ser desen- gamentos a esse título quando da implementação
volvido nos termos do anexo único desta Lei. da tabela vencimental que trata o anexo III.
§ 2º - O abono de que trata este artigo não será
Art. 7 Fica instituída a Gratificação de Ativida-
incorporado aos vencimentos para nenhum efeito,
inclusive previdenciário, bem como não será consi- des Especiais e de Risco – GAER, devida aos ser-
derado para cálculo de quaisquer vantagens pecu- vidores em atividades ocupantes dos cargos/fun-
niárias. ções de Agente Penitenciário, integrantes da car-
reira de Segurança Penitenciária, no percentual de
§ 3º - O abono Especial por Reforço Operacio- 60% (sessenta por cento), incidente, exclusiva-
nal será limitado à execução de, no máximo, 84 (oi- mente, sobre o vencimento base, em razão do efe-
tenta e quatro) horas reforços operacionais por tivo exercício das funções específicas de segu-
mês, além da jornada normal de trabalho do Agente rança, internas e externas, nos estabelecimentos
Penitenciário, dispensado, em situações excepcio- prisionais do Estado. (Nova redação dada pela Lei
nais e devidamente motivadas, o cumprimento de n.º 15.154, de 09.05.12)
intervalo entre as jornadas regular e especial.
(Nova redação dada pela Lei n.º 16.825, 13.01.19) § 1º - A GAER prevista no caput é devida aos
integrantes da carreira prevista no art.1º desta Lei,
§ 4.º - No caso de agentes penitenciários es- Almeida
Daniel como compensação do acréscimo da jornada,
calados para os serviços de que trata este artigo,
bergalmeida96@gmail.com
quando no efetivo exercício sob regime de plantão
cujo número de horas mensais prestadas a esse tí- de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho por 72 (se-
768.507.063-49
tulo seja inferior ao limite previsto no § 3º, o respec- tenta e duas) horas de descanso, perfazendo uma
tivo excedente poderá ser remanejado, para a pres- carga horária semanal de 48 (quarenta e oito) ho-
tação de serviço operacional por outro agente es- ras. (Nova redação dada pela Lei n.º 16.583, de
calado para esse fim, observada a limitação do § 03.07.18)
1.º. (acrescentado pela Lei nº 17.167/2020)
§ 2º - Os servidores ocupantes dos
§ 5.º - Não se sujeitará ao limite a que se refere cargos/funções de Agentes Penitenciários quando
o § 3.º deste artigo, o agente penitenciário para o no exercício de cargos comissionados nas
qual seja remanejado, parcial ou totalmente, o ex- unidades prisionais, na Coordenadoria do Sistema
cedente de horas previsto no § 4. (acrescentado Penal, cujas atribuições sejam de natureza
pela Lei nº 17.167/2020) penitenciária, ou, ainda, na Célula de Inteligência
§ 6.º - Poderão participar do serviço a que se Penitenciária, vinculada ao Gabinete da Secretaria
refere o caput deste artigo, para fins de recebi- da Justiça e Cidadania, farão jus a GAER. (Nova
mento do Abono Especial por Reforço Operacional, redação dada pela Lei n.º 14.966, de 13.07.11)
agentes penitenciários que ocupem cargo de provi- Art. 8 É devido aos servidores ocupantes dos
mento em comissão ou estejam no exercício de
cargos/funções de Agente Penitenciário o adicional
função de confiança na sede da Secretaria da Ad-
por trabalho noturno nas seguintes condições:
ministração Penitenciária ou em unidades prisio-
nais do Estado. (acrescentado pela Lei nº § 1° - O adicional por trabalho noturno é devido
17.167/2020) ao servidor cujo trabalho seja executado entre 22
(vinte e duas horas) de um dia às 5 (cinco) horas
Art. 6 Fica concedido, a partir de 1º de setem- do dia seguinte;
bro de 2008, Abono aos Agentes Penitenciários na
forma do anexo IV, da presente Lei, valor este ab- § 2° - A hora de trabalho noturno será compu-
sorvido na composição da remuneração, tada como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
(trinta) segundos;

129
§ 3° - O trabalho noturno será remunerado com denominador será sempre o numeral 60 (ses-
um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) so- senta).
bre o valor da hora diurno. § 2° - O disposto neste artigo não se aplica
Art. 9 A Gratificação pela execução de traba- para os servidores que se aposentarem pelas re-
lho em condições especiais, inclusive com risco de gras previstas no art.40 da Constituição Federal,
vida ou de saúde, prevista no inciso VI, do art. 132, com a redação dada pela Emenda Constitucional
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, e no pará- Federal n° 41, de 19 de dezembro de 2003, nos ter-
grafo único, art. 1º, da Lei nº 9.598, de 28 de junho mos da Legislação Federal.
de 1972, e no art. 7° da Lei n° 9.788, de 4 de de- Art. 13 Ficam mantidas as regras instituídas
zembro de 1973, é incompatível com a percepção no Capítulo IV, da Lei n° 12.386, de 9 de dezembro
das gratificações previstas nesta Lei, sendo vedado de 1994, referente a ascensão funcional do servi-
o seu pagamento aos integrantes da carreira rede- dor ocupante do cargo/função de Agente Peniten-
nominada por esta Lei. ciário, conforme a estrutura e composição cons-
Art. 10 Fica extinta e cessa seu pagamento tante no anexo I, sem prejuízo do interstício em
em relação aos integrantes da carreira de Segu- curso.
rança Penitenciária a Gratificação Especial de Lo- Parágrafo único. Os critérios específicos e os
calização Carcerária, o Abono Provisório e o Acrés- procedimentos para aplicação do princípio do mé-
cimo de 40% (quarenta por cento) sobre o venci- rito e/ou da antiguidade para a efetivação da pro-
mento base, previstos no art. 1º e seus parágrafos, gressão e da promoção são os definidos no De-
no art. 2º e parágrafo único, e art. 3º, da Lei nº creto n° 22.793, de 1° de outubro de 1993, até que
13.095, de 12 de janeiro de 2001. sejam definidos novos critérios.
Art. 11 A gratificação que trata o art. 7º desta Art. 14 As despesas decorrentes desta Lei
Lei é incompatível com a percepção de qualquer correrão por conta de dotação orçamentária da Se-
Daniel Almeida
gratificação pela prestação de serviços extraordi- cretaria da Justiça e Cidadania - SEJUS, podendo
bergalmeida96@gmail.com
nários, com exceção dos serviços eventuais a que ser suplementada, em caso de necessidade. (Nova
estiverem inscritos voluntariamente os agentes768.507.063-49
pe- redação dada pela Lei n.º 16.063, 07.07.16)
nitenciários designados eventualmente pela Secre-
taria da Justiça e Cidadania, a título de Reforço Art. 15 Esta Lei entra em vigor na data de sua
Operacional, na forma do art. 5º- A desta Lei. (Nova publicação.
redação dada pela Lei n.º 16.063, 07.07.16) Art. 16 Ficam revogadas as disposições em
Art. 12 A Gratificação de que trata o art. 7° contrário.
desta Lei, será incorporada aos proventos de apo- PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ES-
sentadoria, desde que o servidor tenha contribuído TADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 21 de dezembro
por pelo menos 60 (sessenta) meses ininterruptos de 2009.
para o Sistema Único de Previdência Social dos
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
Ceará – SUPSEC. (Nova redação dada pela Lei n.º
15.154, de 09.05.12)
§ 1° - Para os servidores que implementarem
as regras dos arts. 3° e 6° da Emenda Constitucio-
nal Federal n° 41, de 19 de dezembro de 2003, ou
do art. 3°, da Emenda Constitucional Federal n° 47, Estabelece e padroniza normas e procedimen-
de 5 de julho de 2005, e cujo período de percepção tos operacionais do sistema penitenciário do es-
por ocasião do pedido de aposentadoria seja me- tado do Ceará.
nor do que 60 (sessenta) meses, será observada a
média aritmética do período de percepção, multipli-
cado pela fração cujo numerador será o número Art. 1 - Estabelecer e Padronizar as Normas
correspondente ao total de meses trabalhados e o
e regras de segurança do trabalho do Sistema

130
Penitenciário do Estado do Ceará e seus anexos, a III – o Secretário Executivo de Planejamento e
serem adotados e cumpridos no interior dos Esta- Gestão Interna;
belecimentos Prisionais, por todos os servidores, IV – o Coordenador Especial do Sistema Prisi-
colaboradores, presos, visitantes ou qualquer pes- onal;
soa que porventura necessite adentrar nos Estabe-
lecimentos Prisionais desta Unidade Federativa. V – o Supervisor da Célula de Segurança, Con-
trole e Disciplina;
VI – o Diretor de Unidade, Diretor Adjunto,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Chefe do Núcleo de Segurança e Disciplina, Ge-
rente de Patrimônio e o Chefe de Equipe.
Art. 2 - Eventuais regras de segurança ou as- Art. 7 - A direção da Unidade Prisional será
suntos não abordados nesta normativa deverão ser
composta pelo Diretor, Diretor Adjunto, Chefe de
formalizados através de documento próprio, rela- Segurança e Disciplina, Gerente de Patrimônio e
tando as possíveis sugestões ou problemas que te-
Chefe de Equipe.
nham ocorrido em função da lacuna legislativa exis-
tente.
Art. 3 - Os casos omissos ou excepcionais DAS ATRIBUIÇÕES
que não estão elencados nesta Instrução Norma-
tiva serão resolvidos pelo Secretário da Administra- Art. 8 - Ao Agente Penitenciário, compete:
ção Penitenciária ou, por ele encaminhado às pes-
I – observar as normas legais e regulamenta-
soas competentes, para se necessário, seja alte-
res, bem como cumprir as ordens superiores, salvo
rado o presente documento ou elaborado instru-
quando manifestamente ilegais;
mento específico.
II – tratar com urbanidade e cordialidade os
Art. 4 - A não observância do que está dis- Almeida
Daniel servidores, colaboradores e visitantes em geral;
posto nesta IN, ensejará sanções disciplinares em
bergalmeida96@gmail.com
desfavor do servidor, conforme previsto no Estatuto III – colaborar para a disciplina coletiva e efici-
768.507.063-49
dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ce- ência das atividades e operações;
ará e Legislações pertinentes. IV – ser assíduo e pontual ao serviço, exer-
cendo com zelo e dedicação as atribuições do
Art. 5 - Este dispositivo entrará em vigor na
cargo, bem como ser leal à Instituição;
data de sua publicação, revogadas a INSTRUÇÃO
NORMATIVA SEJUS Nº 02/2018 e as disposições V – atender com presteza e prontidão aos de-
em contrário. mais servidores do Sistema Prisional, servidores de
outras Instituições, bem como o público em geral,
prestando as informações requeridas, salvo
DA HIERARQUIA quando protegidas por sigilo ou que comprometam
a segurança e a disciplina na Unidade;
Art. 6 - A Secretaria da Administração Peni- VI – levar por escrito ao conhecimento da Che-
tenciária – SAP, não obstante a sua pluralidade se- fia Imediata as irregularidades de que tiver ciência
torial, prima pela observância ao sequenciamento em razão do cargo ou da função que exerça;
hierárquico bem como, por suas características es- VII – zelar pela economia do material e conser-
peciais; fundamenta-se também na hierarquia fun- vação do patrimônio público;
cional, disciplina e, sobretudo, na defesa dos direi-
tos e garantias individuais da pessoa humana, con- VIII – guardar sigilo sobre a documentação e
forme abaixo discriminado: os assuntos de natureza reservada de que tenha
conhecimento em razão do cargo que ocupa, ou da
I – o Secretário da Secretaria da Administração função que exerça;
Penitenciária;
XIX – desempenhar ações preventivas e re-
II – o Secretário Executivo da Administração pressivas, no âmbito do Sistema Prisional, visando
Penitenciária; coibir:
a) o tráfico e o uso de substâncias ilícitas;

131
b) o cometimento de crimes ou transgressões; devidamente uniformizado e com os equipamentos
c) a comunicação não autorizada de presos necessários ao desempenho da função;
com o mundo exterior; XXI – apresentar-se ao serviço com o devido
d) a entrada e permanência de armas, objetos asseio e apresentação pessoal;
ou instrumentos ilícitos que atentam contra a segu- XXII – comunicar, em tempo hábil ao chefe
rança e integridade física de servidores e/ou tercei- imediato, os abusos ou desvios dos quais tiver co-
ros e presos; e nhecimento;
e) a tentativa de fuga, verificando as grades, XXIII – colaborar com o asseio e a conserva-
cobogós e toda a estrutura; ção de seu local de trabalho bem como mantê-lo
X – garantir a ordem, a disciplina e a segurança limpo;
das Unidades Prisionais; XXIV – verificar previamente sua escala de
XI – preencher, redigir e digitar relatórios, for- serviço, bem como se apresentar, com antecedên-
mulários e comunicações internas e externas, bem cia, à chefia a que estiver subordinado, ou justificar
como manter atualizados os sistemas informatiza- de imediato a impossibilidade de fazê-lo;
dos; XXV – prestar auxílio, quando dispuser dos
XII – exercer atividades de escolta, custódia e meios para fazê-lo, às autoridades públicas ou a
condução de presos à presença de Autoridades, seus Agentes que, no exercício de suas funções,
quando requerido; necessitem de seu apoio imediato;

XIII – conduzir veículos oficiais e viaturas para XXVI – repassar imediatamente à chefia ime-
os quais esteja habilitado, conforme carteira nacio- diata, qualquer objeto achado, recuperado ou que
nal de habilitação - CNH; lhe seja entregue em razão de suas atribuições;

XIV – exercer atividades de escolta de Autori- XXVII – utilizar linguagem formal e respeitosa
Daniel Almeida
em comunicação oficial, informação ou ato seme-
dades e/ou Servidores do Sistema Prisional;
lhante;
bergalmeida96@gmail.com
XV – executar operações de escolta e custódia
768.507.063-49
de presos em movimentações internas, externas e XXVIII – não frequentar, uniformizado e em ra-
transferências entre Unidades Prisionais do Ceará zão de serviço, lugares incompatíveis com o decoro
ou para outros Estados; da função;

XVI – exercer atividades relacionadas ao mo- XXIX – não induzir superior ou colega a erro ou
nitoramento eletrônico e/ou outras tecnologias dire- engano;
cionadas aos presos; XXX – não veicular ou propiciar a divulgação
XVII – operar sistemas informatizados, de radi- de notícia falsa, documentação, imagens, áudios e
ocomunicação no âmbito das atividades internas e vídeos de fatos ocorridos nesta Instituição, con-
externas do Sistema Prisional; tendo informações reservadas ou que exponham a
estrutura física ou as regras de segurança de que
XVIII – desempenhar atribuições inerentes ao tenha conhecimento ou acesso em razão do cargo
cargo ocupado, aplicando, quando autorizado e ha- que ocupa, ou da função que exerça, nos meios de
bilitado para tal, técnicas de averiguação e pes- comunicação em geral, como jornais, sites, redes
quisa, bem como de inteligência, contrainteligência sociais, blogs, aplicativos, imprensa, etc.;
e monitoramento diversos;
XXXI – realizar, apenas quando previamente
XIX – ministrar treinamentos voltados à ativi- autorizado pelo superior hierárquico, trabalhos ou
dade de segurança penitenciária desde que devi- operações conjuntas com outros órgãos ou seus
damente habilitado e autorizado pela administra- Agentes;
ção superior da SAP, que prevaleça o interesse pú-
blico na qualificação do servidor e que o curso seja XXXII – não abandonar ou se ausentar do
compatível com o desempenho de sua função; posto de serviço em que esteja escalado sem pré-
via autorização de seu superior imediato, nem se
XX – deverá apresentar-se ao serviço, por- manter desatento ou displicente quando o estiver
tando identidade funcional, bem como ocupando, configurando desídia essas últimas con-
dutas;

132
XXXIII - não publicar, sem ordem expressa da III – adotar medidas necessárias à preserva-
autoridade competente, documentos oficiais, ainda ção dos Direitos e Garantias Individuais dos pre-
que não sejam de caráter reservado, ou ensejar a sos;
divulgação do seu conteúdo, no todo ou em parte; IV – dar cumprimento às determinações judici-
XXXIV – não dar, alugar, penhorar ou vender a ais e prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Pú-
qualquer pessoa ou instituição, peças de uniforme blico, Defensoria Pública e Conselho Penitenciário
ou de equipamento, novas ou usadas; as informações que lhe forem solicitadas, relativas
XXXV – primar pela compostura e sobriedade aos condenados e aos presos provisórios;
profissional quando em serviço ou em qualquer cir- V – assegurar o normal funcionamento da Uni-
cunstância em que se apresente como Agente Pe- dade, observando e fazendo observar as normas
nitenciário, uniformizado ou não; da Lei de Execução Penal e de normas correlatas;
XXXVI – não usar uniforme quando não estiver VI – administrar as Unidades traçando diretri-
de serviço; zes, orientando e controlando e fiscalizando a exe-
XXXVII – abster-se de fazer uso de bebidas al- cução das atividades sob sua responsabilidade;
coólicas ou se apresentar embriagado estando em VII – realizar outras atividades dentro de sua
serviço ou uniformizado; área de competência.
XXXVIII – manter atualizados junto à COGEP Parágrafo Único. O ocupante do cargo de Di-
os dados pessoais, comunicando qualquer altera- retor de Unidade Prisional será escolhido, obrigato-
ção de endereço e/ou telefone; riamente, entre os servidores estáveis de carreira
XXXIX - atender às requisições judiciais e ad- de segurança penitenciária da Secretaria da Admi-
ministrativas e, quando estiver de plantão, dar ciên- nistração Penitenciária, de acordo com os critérios
cia prévia à chefia imediata, da necessidade de au- estabelecidos no art. 75 da Lei de Execuções Pe-
sentar-se do posto de serviço, pelo tempo Daniel nais.
neces- Almeida
sário para atender à requisição, mediante apresen-
bergalmeida96@gmail.com Art. 10. Ao Diretor Adjunto, compete:
tação de documentação comprobatória, salvo ca-
768.507.063-49 I – assessorar diretamente o Diretor da Uni-
sos excepcionais que serão tratados com a direção
da Unidade/ Chefia imediata; dade Prisional no desempenho de suas atribuições,
principalmente na direção, coordenação, orienta-
XL - exercer atividades correlatas. ção e fiscalização dos trabalhos técnicos, adminis-
§ 1º. Todos os Agentes Penitenciários deverão trativos, operacionais, laborais, educativos, religio-
estar aptos à execução das atividades específicas sos, esportivos e culturais da Unidade respectiva;
de suas atribuições, consoante, a necessidade que II – substituir, em seus afastamentos, ausên-
lhe seja apresentada. cias e impedimentos legais, o Diretor da Unidade
§ 2º. A descrição e regulamentação quanto ao Prisional, independente de designação específica;
Uniforme estão dispostas no Decreto Nº 32.535, de III – autorizar a expedição de certidões relati-
27 de fevereiro de 2018, e em suas posteriores al- vas aos assuntos da Unidade;
terações.
IV – acompanhar a execução do plano de fé-
Art. 9. Ao Diretor de Unidade Prisional, com- rias dos servidores da Unidade;
pete: V – preparar dentro dos prazos estipulados os
I – comunicar, imediatamente, à CEAP e à documentos de controle de frequência, faltas, licen-
Gestão Superior da SAP sobre qualquer alteração ças e quaisquer alterações relativos aos servidores
ou eventualidade que venha ocorrer na Unidade e colaboradores, encaminhando-os à Coordenado-
Prisional; ria Especial de Administração Penitenciária –
II – dirigir, coordenar, orientar e fiscalizar os CEAP e Coordenadoria de Gestão de Pessoas -
trabalhos técnicos, administrativos, operacionais, COGEP;
laborais, educativos, religiosos, esportivos e cultu- VI – exercer outras atribuições que lhes forem
rais da Unidade respectiva conferidas ou delegadas.

133
§ 1º. A substituição prevista neste artigo será VII – elaborar o relatório anual das atividades
gratuita, salvo se exceder 30 (trinta) dias, quando inerentes ao serviço e do inventário patrimonial;
então será remunerada por todo o período, de VIII – efetuar o balancete mensal do estoque
acordo com o § 3º, do art. 40, da Lei Nº. 9.826, de de mercadoria existente;
14 de maio de 1974.
IX – proceder com a identificação, fiscalização
§ 2º. O termo substituição contempla as nome- e conferência de todo o material permanente em
ações que ocorrem em substituição ao titular do uso na unidade;
cargo em comissão em casos de afastamento ou
de impedimento do titular, por tempo determinado. X – adotar as medidas de segurança contra in-
cêndio nas dependências da Unidade especial-
§ 3º. É considerado afastamento para fins de mente na área de prontuário e almoxarifado;
substituição:
XI – fiscalizar e providenciar a manutenção
a) férias; preventiva e corretiva de veículos, máquinas, equi-
b) licença saúde; e pamentos e móveis em uso na unidade;
c) licença gestante. XII – zelar pela conservação e limpeza do pré-
§ 4º. O cargo de Diretor Adjunto deve, obriga- dio, acompanhando e fiscalizando as atividades a
toriamente, ser ocupado por servidor estável de serem executadas;
carreira de segurança penitenciária da Secretaria XIII – executar e controlar os serviços de repro-
da Administração Penitenciária. dução reprográfica ou similar de documentos, pu-
blicações e impressos de interesse da Unidade;
Art. 11. Ao Gerente Administrativo, compete:
XIV – organizar a prestação de contas dos su-
I – organizar, controlar, executar e fiscalizar as primentos de fundos destinados a Unidade Prisio-
atividades de apoio necessárias ao bom funciona- nal, conforme legislação específica;
mento operacional da Unidade Prisional, inclusive Daniel Almeida
a manutenção preventiva e corretiva; bergalmeida96@gmail.com XV – exercer outras atividades correlatas.
II – receber, controlar e distribuir gêneros768.507.063-49
ali- Parágrafo Único – O cargo de Gerente Admi-
mentícios, destinados ao consumo da Unidade; nistrativo deverá ser ocupado obrigatoriamente,
por servidor de carreira de segurança penitenciária
III – supervisionar os serviços de copa e de co- da Secretaria da Administração Penitenciária, pre-
zinha; ferencialmente estável, mediante indicação do dire-
IV – requisitar o material de expediente e pro- tor do estabelecimento e com anuência da Gestão
videnciar a redistribuição junto aos demais serviços Superior da SAP.
da Unidade Prisional;
Art. 12. Ao Chefe de Segurança e Disciplina
V – manter sob sua guarda e responsabilidade (CSD) compete:
todos os pertences do preso, de uso não permitido,
pelo prazo de 30 (trinta) dias, que deverão ser en- I – gerenciar o setor de Segurança e Disciplina,
tregues aos familiares, ao advogado ou quem o elaborando o plano de segurança interna da Uni-
preso indicar, fornecendo a estes comprovantes de dade Prisional, visando proteger a vida e a incolu-
recebimento. Expirado o prazo supracitado, e não midade física dos servidores de carreira, colabora-
realizada a retirada dos pertences nos termos dores, presos, visitantes em geral, a garantia das
acima, os bem de valor serão protocolados e guar- instalações físicas, bem como promover o conjunto
dados em local apropriado que serão entregues de medidas que assegurem o cumprimento da dis-
aos presos quando deixarem as Unidades Prisio- ciplina prisional;
nais; II – fiscalizar, organizar, controlar e orientar os
VI – manter em bom estado de funcionamento Agentes Penitenciários no exercício de suas atri-
as instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias buições na ocupação dos postos e execução das
e de climatização do prédio requisitando, com an- atividades inerentes;
tecedência, o material que for necessário para este III – orientar os presos quanto aos seus direi-
fim; tos, deveres e normas de conduta a serem obser-
vadas, quando de sua chegada à Unidade;

134
IV – demarcar a área de segurança e movi- §1º. O cargo de Chefe de Segurança e Disci-
mentação interna com as devidas sinalizações; plina deverá ser ocupado, obrigatoriamente, por
V – fazer constar no prontuário disciplinar dos servidor de carreira de segurança penitenciária da
presos as ocorrências e alterações havidas com Secretaria da Administração Penitenciária, prefe-
estes; rencialmente estável, mediante indicação do diretor
do estabelecimento e com anuência da Gestão Su-
VI – controlar e acompanhar a movimentação perior da SAP.
de preso, quando das transferências internas;
Art. 13. Ao Chefe de Equipe, compete:
VII – supervisionar e manter atualizada, no sis-
tema informatizado (SISPEN), a relação geral dos I – responder pela unidade prisional na ausên-
presos com sua devida localização dentro do esta- cia da direção;
belecimento prisional; II – supervisionar a equipe de plantão obser-
VIII – encaminhar ao Conselho Disciplinar as vando as determinações superiores;
faltas disciplinares, praticadas por presos para co- III – conferir e ler os relatórios das equipes an-
nhecimento e julgamento; teriores ao seu plantão;
IX – promover vistorias regulares nos presos e IV – conferir o material e equipamentos de se-
nas dependências da Unidade Prisional, de caráter gurança sob sua responsabilidade, discriminados
preventivo ou sempre que houver fundadas suspei- em relatório anterior, informando ao CSD, qualquer
tas de porte ou uso, de qualquer material ou objeto, divergência na quantidade, estado de conservação
ilícito ou proibido, que possam ser utilizados para e funcionamento dos mesmos;
prática de crimes ou faltas disciplinares;
V – elaborar a escala do serviço diário, distri-
X – manter atualizados registros e ocorrências buindo os Agentes para ocupação nos postos de
funcionais relativas aos Agentes Penitenciários; serviço, observando as diretrizes do plano de segu-
XI – organizar, supervisionar e fiscalizar a com-
Daniel rança;
Almeida
posição das equipes no desempenho e execução
bergalmeida96@gmail.comVI – registrar a frequência dos Agentes em ser-
de suas funções; 768.507.063-49
viço;
XII – propor à Direção a implantação e modifi- VII – comunicar, imediatamente, ao CSD da
cação de postos de serviço quando se fizer neces- Unidade a falta injustificada de servidor para que
sário à segurança e bom funcionamento da Uni- sejam tomadas as providências cabíveis;
dade;
VIII – fiscalizar a ocupação dos postos de ser-
XIII – zelar, orientar e fiscalizar, pelo bom fun- viço e a execução das atividades de rotina pelos
cionamento, a manutenção dos equipamentos e servidores de plantão;
implementos necessários à execução dos serviços
de segurança interna; IX – dar encaminhamento e supervisionar a
execução das determinações da Direção e do
XIV – promover mensalmente, em caráter ordi- Chefe de Segurança e Disciplina;
nário, reuniões com os Agentes Penitenciários e
extraordinariamente, quando necessário; X – comunicar, imediatamente, qualquer ocor-
rência que comprometa a ordem, a segurança e a
XV – sugerir ao diretor, quando solicitado, no- disciplina da Unidade, ao Chefe de Segurança e
mes para escolha e designação dos chefes de Disciplina e/ou Chefia Imediata e Diretor, relatando
equipes; em seguida, de forma circunstanciada, por escrito;
XVI – manter em arquivo o registro das pes- XI – em caso de emergência que comprometa
soas que visitam a Unidade; a integridade física do preso, autorizar transferên-
XVII – comunicar, diariamente, ao diretor e/ou cia interna, ou se for o caso, a saída temporária do
substituto, as alterações constantes no relatório de mesmo para atendimento médico, mediante es-
serviço diário; colta, diante da ausência de seu superior hierár-
quico, devendo ser observada a comunicação pos-
XVIII – manter informado o diretor sobre quais-
terior;
quer alterações havidas na Unidade;
XIX – exercer outras atividades correlatas.

135
XII – atualizar o sistema informatizado (SIS- § 1º. Os casos omissos serão analisados pelas
PEN), todas as vezes que fizer movimentação de direções e encaminhados à CEAP para delibera-
preso para cumprir sua pena em local diferente ao ção.
que ele ocupava anteriormente; § 2º. Ocorrendo remoção do servidor, antes da
XIII – exercer a vigilância, em conjunto com os reposição do serviço previamente agendado, essa
Agentes Penitenciários de plantão, cumprindo e fa- condição deverá ser informada a CEAP a fim de vi-
zendo cumprir as normas e regulamentos da Uni- abilizar a reposição e não acarretar prejuízo ao ser-
dade; viço.
XIV – elaborar relatório circunstanciado ao final Art. 17. O requerimento de permuta deverá
de seu plantão, registrando todas as ocorrências ser encaminhado à chefia imediata, através de for-
havidas; mulário padrão, anexo a esta IN que, posterior-
XV – exercer outras atividades correlatas. mente, o enviará ao Chefe de Segurança e Disci-
plina para análise que o remeterá à Direção que
Parágrafo Único – O cargo de Chefe de Equipe
decidirá sobre o deferimento.
dos Agentes Penitenciários deverá ser ocupado
obrigatoriamente por servidor de carreira de segu- Parágrafo único. É ato discricionário do Diretor
rança penitenciária da Secretaria da Administração o deferimento ou não da solicitação de permuta.
Penitenciária, preferencialmente estável, mediante Art. 18. O requerimento de permuta deverá
indicação do Chefe de Segurança e Disciplina com
conter as informações que se seguem, sob pena de
anuência do diretor da Unidade e da Gestão Supe-
indeferimento:
rior da SAP.
I. o nome completo e matrícula do substituto e
do substituído;
DA ESCALA DE SERVIÇO II. a justificativa para troca solicitada;
Daniel Almeida
III. quantidade de permutas realizadas no mês;
bergalmeida96@gmail.com
Art. 14. Os servidores de segurança peniten-
IV. datas em que ocorrerão as substituições;
ciária são submetidos ao regime de plantão de768.507.063-49
24
(vinte e quatro) x 72 (setenta e duas) horas, con- V. a assinatura de ambos servidores;
forme legislação vigente . VI. anuência do Chefe de Segurança e Disci-
plina.
DAS PERMUTAS E REPOSIÇÕES DE Art. 19. O pedido deverá ser efetuado com
PLANTÃO antecedência mínima de 05 (cinco) dias úteis, e,
caso seja autorizado, as partes interessadas rece-
berão uma cópia, para que apresentem aos chefes
Art. 15. Os Agentes Penitenciários em re- de plantão no dia de serviço da substituição.
gime de plantão poderão solicitar até 04 (quatro)
trocas de serviço durante o mês, não podendo ul- Parágrafo único. O requerimento original de
trapassar 48 (quarenta e oito) horas consecutivas, permuta deverá ser arquivado nos assentamentos
somados o dia de seu plantão com o dia da per- funcionais dos servidores.
muta. Art. 20. Caso ocorra a autorização da Dire-
Parágrafo único. A jornada de trabalho sema- ção e uma das partes envolvidas na solicitação
nal não poderá ser superior a 48 (quarenta e oito) descumpra o estabelecido por ocasião do pedido,
horas, somadas as horas trabalhadas da escala or- o responsável pelo descumprimento será impedido
dinária com o dia da troca do referido plantão. de efetuar nova solicitação por período de 90 (no-
venta) dias, sendo efetuado o desconto da falta ao
Art. 16. A permuta, em regra, ocorrerá entre serviço daquele que não compareceu e tomadas as
Agentes Penitenciários lotados na mesma Unidade demais medidas administrativas cabíveis.
Prisional e a reposição do serviço deverá ocorrer
no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados do Parágrafo único. A falta ao serviço do substi-
dia da sua solicitação. tuto não desobriga o substituído a cumprir com a
autorização anteriormente deferida, devendo esse

136
se apresentar ao trabalho no dia que consta no re- tempo hábil, tomar as medidas necessárias a fim
querimento administrativo. de minimizar os prejuízos às atividades do serviço.
Art. 21. Caso ambos descumpram o estabe- Parágrafo único. Em se tratando de licença de
lecido na solicitação, a Chefia imediata tomará as saúde o servidor deverá apresentar o atestado à
medidas necessárias para suprir a vacância do Unidade no prazo de 48h (quarenta e oito) horas,
posto. sob pena de ter lançado em sua ficha funcional a
falta ao serviço.
Art. 22. O Agente Penitenciário convocado
para suprir a vacância do posto, por solicitação da Art. 28. Na falta injustificada do servidor, o
Chefia Imediata, terá este período compensado de chefe de plantão deverá registrar no relatório diário
acordo com a legislação pertinente. e comunicar, imediatamente, ao Diretor da Unidade
Prisional através de relatório para que este o enca-
Art. 23. Os Agentes que descumprirem a so- minhe à CEAP para as providências cabíveis, tão
licitação de permuta, responderão procedimento logo tome ciência.
administrativo em razão do ocorrido, em conformi-
dade com o Estatuto dos Servidores Públicos do
Estado do Ceará. DOS PROTOCOLOS E PROCEDIMENTOS
Art. 24. Não será permitida a troca de plantão DE SEGURANÇA DOS RECURSOS E
remunerada, sob pena de responsabilidade admi- EQUIPAMENTOS DE USO DOS AGENTES
nistrativa dos envolvidos. PENITENCIÁRIOS
Art. 25. Não haverá distinção na escala de
Art. 29. Os agentes penitenciários poderão
plantão dos servidores lotados nas Unidades Prisi-
ter à sua disposição, conforme disponibilidade e
onais, devendo ser observado o estabelecido na
necessidade, para o exercício de atividade para o
Lei Nº. 14.582/2009 e suas posteriores alterações.
Daniel Almeida
qual estiver escalado, conforme determinação de
bergalmeida96@gmail.com
seu superior hierárquico, respeitada sua capaci-
768.507.063-49
DA FREQUÊNCIA DOS SERVIDORES dade técnica, os seguintes recursos e equipamen-
LOTADOS NAS UNIDADES tos abaixo elencados:
I - rádio HT;
Art. 26. As frequências dos servidores serão II - telefone;
registradas, obrigatoriamente, por meio de registro
biométrico e em modelo de frequência padrão dis- III - computador com acesso à Internet e ao
ponibilizado pela Coordenadoria de Gestão de Pes- SISPEN;
soas – COGEP, anexo a esta Instrução Normativa, IV - algemas e suas respectivas chaves;
estabelecido pela Secretaria da Administração Pe- V - tonfas;
nitenciária, considerando o início e o término de
sua jornada de trabalho. VI - colete balístico;
Parágrafo único. Na impossibilidade de se fa- VII - arma curta;
zer o registro biométrico, deverá o diretor da Uni- VIII - arma longa; e
dade Prisional, através de relatório próprio e jun-
IX - instrumentos de Menor Potencial Ofensivo;
tada de documentos comprobatórios, atestar a fre-
quência do referido servidor, sendo ele o responsá- X - outros que se façam necessários, especifi-
vel pela veracidade das informações contidas no camente ao posto.
relatório, sob pena de responder administrativa e Parágrafo único. A disponibilização quantita-
penalmente. tiva dos recursos e equipamentos elencados nos
Art. 27. Em caso de impossibilidade de com- incisos deste artigo respeitará as especificidades
parecimento ao serviço, com a falta devidamente próprias de cada Unidade Prisional.
justificada, deverá o servidor comunicar imediata-
mente ao chefe imediato para que este possa, em

137
DOS POSTOS DE SERVIÇO DOS POSTOS NOS BLOCOS E ALAS

Art. 30. Posto de serviço é o local, determi- Art. 36. Ao Agente Penitenciário de serviço
nado pela direção ou autoridade competente, do nos Blocos e Alas compete:
qual o profissional não pode se afastar, sob pena I – quando se tratar de atividade ordinária:
de perder a visão da área protegida, o controle de
acesso ou que de alguma forma comprometa a se- a) exercer a vigilância aproximada, sempre em
gurança da unidade. contato visual, ficando responsável pela guarda e
vigilância das alas como também pelo resguardo
Parágrafo único. O servidor somente poderá da ordem e disciplina nas mesmas;
se retirar do posto de serviço mediante rendição no
local ou quando determinado pela chefia imediata, b) ser responsável pelos materiais e equipa-
não podendo esse ficar abandonado ou desocu- mentos pertencentes ao posto escalado;
pado, ainda que temporária ou transitoriamente. c) permanecer em estado de alerta para iden-
Art. 31. Na troca de plantão, o servidor de- tificar, sempre que possível, presos que descum-
pram as normas de segurança a fim de que possam
verá aguardar rendição em seu posto de serviço,
ser responsabilizados pelas suas condutas, comu-
sob pena de responder, administrativa e penal-
nicando por HT qualquer situação que fuja à nor-
mente, pelo abandono do posto e por suas eventu-
malidade e que necessite de apoio;
ais consequências.
d) efetuar rondas minuciosas no interior das
Art. 32. O servidor que estiver assumindo o alas verificando portas, cadeados e as condições
posto de serviço deverá efetuar a conferência em no interior das celas da Unidade, bem como na
todo equipamento destinado à segurança do setor. área externa entre os blocos, nos fundos da cela
Parágrafo único. Diante da constatação de ir- onde ficam reclusos os presos, e pelas muralhas,
Daniel Almeida
regularidades de que trata este artigo, o servidor com o máximo de atenção, configurando desídia o
não cumprimento;
bergalmeida96@gmail.com
antes de assumir o posto de serviço, deverá infor-
mar o ocorrido ao seu superior imediato para768.507.063-49
to- e) proceder às ações de retirada e recolhi-
mada de providências cabíveis. mento de interno de dentro das celas devidamente
Art. 33. No momento da rendição do posto, o revistado e algemado,
servidor deverá tomar ciência de todas as ativida- f) acompanhar e fiscalizar a distribuição da ali-
des que estão sendo executadas e suas eventuais mentação e a execução da higienização das alas
alterações. feitas pelos internos;
Art. 34. No posto de serviço, o servidor de- g) executar a soltura, vigilância e recolhimento
verá se manter atento em toda e qualquer atividade do banho de sol;
de segurança em que esteja responsável pela vigi- h) realizar a contagem e a conferência nominal
lância e execução, devendo ainda acompanhar as dos presos;
mensagens pelo HT respondendo prontamente
quando chamado. i) resguardar o direito ao atendimento jurídico
e de saúde à pessoa presa;
Parágrafo único. Fica proibido portar ou utili-
zar, no posto de serviço, livros, apostilas, cadernos, j) executar vistorias estruturais dentro das ce-
revistas, jogos, resumos e similares, que não sejam las sempre que os presos estiverem em banho de
relacionados às atividades do local em virtude do sol e revistas gerais e estruturais sempre que se
comprometimento da atenção do servidor no exer- fizerem necessárias;
cício de suas atividades. l) acompanhar visual e pessoalmente qualquer
movimentação de interno pelas dependências da
Art. 35. O Sistema de Videomonitoramento,
Unidade;
em hipótese alguma, suprirá o trabalho e a pre-
sença física do Agente Penitenciário no posto de m) exercer outras atividades correlatas.
serviço, servindo apenas como item de segurança II – quando se tratar de motim, rebelião ou si-
suplementar. tuações da perturbação da ordem e disciplina:

138
a) tomando conhecimento, comunicar imedia- Parágrafo único. É vedado ao servidor aden-
tamente o fato, via HT ou outro meio disponível, ao trar nas dependências onde tenham contato com
chefe imediato para que este entre em contato com pessoas presas portando arma de fogo com muni-
o CIOPS e Direção, e providenciar de imediato os ção letal bem como facas, canivetes ou análogos,
equipamentos de segurança necessários e dispo- ressalvados aqueles autorizados pela direção da
níveis para restabelecer a ordem e a disciplina; Unidade ou autoridade superior da SAP.
b) tentar identificar e informar o local exato e a
extensão da emergência;
DO POSTO DE GUARDA EXTERNA
c) agir efetivamente, utilizando os meios ne-
cessários, para conter e evitar que a ação dos pre-
sos se propague a outras áreas da Unidade Prisio- Art. 37. Ao servidor escalado no posto de
nal; guarda externa, tais como guaritas, muralhas,
alambrados e portões de acesso, compete:
d) solicitar, se necessário, recursos adicionais
à chefia superior; I – fazer a segurança do perímetro externo e
interno da Unidade Prisional, contribuindo direta-
e) monitorar a movimentação dos presos até a mente para o seu normal funcionamento, mediante
chegada dos grupos de apoio especiais e de agen- a vigilância e segurança preventiva e combativa;
tes de outras unidades, caso seja necessário o
apoio; II – estar provido de armamento longo e curto,
com munição letal e colete balístico para garantia
f) acompanhar as mensagens e orientações da segurança do servidor, do setor e do serviço, e
pelos HTs; outros equipamentos que estejam disponíveis e
g) proceder com a retirada, de dentro da Uni- que possam auxiliar na execução das referidas ati-
dade Prisional, das pessoas que não atuam na vidades;
área operacional; Daniel AlmeidaIII – agir, imediatamente, diante de situações
h) estabelecer perímetro e isolarbergalmeida96@gmail.com
a área de se- provenientes de perigo identificado e passíveis de
gurança; comprometer a segurança orgânica da Unidade
768.507.063-49
i) manter a Direção informada, caso a mesma Prisional, a fim de conter e dispersar a ação de
não se encontre na Unidade Prisional, sobre as me- modo a eliminar ou minimizar, ao máximo, os riscos
didas adotadas para retomada da ordem e disci- à segurança de todos;
plina do local; IV – solicitar apoio e comunicar, imediata-
j) controlada a emergência, apoiar os procedi- mente, à chefia imediata e à autoridade compe-
mentos de revista nos presos, nas celas e demais tente para conhecimento e/ou providências, toda si-
locais indicados pelo Coordenador da operação; tuação identificada como possível risco a segu-
rança;
l) encerrada a emergência, prestar informa-
ções a fim de subsidiar a elaboração do Relatório V – exercer outras atividades correlatas.
minucioso sobre o fato e outros procedimentos ne-
cessários.
DOS PROCEDIMENTOS DE ENTRADA NO
m) proceder com o atendimento médico aos COMPLEXO PENITENCIÁRIO E NAS
presos, caso seja necessário, responsabilização
UNIDADES PRISIONAIS
administrativa e penal daqueles que forem identifi-
cados como participantes da ação de subversão a
ordem e a disciplina. Art. 38. Para efeitos desta normativa, consi-
n) quando devidamente autorizado ou determi- deram-se 02 (dois) tipos de acesso à área de segu-
nado por superior hierárquico, prestar apoio à outra rança prisional:
Unidade Prisional quando em momento de fato crí- I – acesso ao complexo penitenciário quando
tico; na área de segurança existir mais de uma unidade
o) exercer outras atividades correlatas. prisional;
II – acesso à unidade/estabelecimento prisio-
nal propriamente a partir de seu portão principal.

139
Art. 39. Os estabelecimentos prisionais se autorizados pela Direção ou autoridade superior ou
constituem em área de segurança e de acesso res- que a situação de emergência o exigir.
trito e controlado, exigindo a adoção de medidas Parágrafo único. Das pessoas autorizadas,
preventivas quando do ingresso de pessoas e veí- quando se fizer necessário que a arma seja reco-
culos, em prol da segurança, da ordem e da disci- lhida, essa deverá ser guardada em local seguro
plina. conforme determinado pela direção da Unidade.
Art. 44. Fica proibida a entrada, permanência
DO INGRESSO DE PESSOAS ou uso de aparelho de telefonia móvel celular, bem
como seus acessórios, e de qualquer outro equipa-
mento ou dispositivo eletrônico de comunicação,
Art. 40. Somente será autorizada a entrada capaz de transmitir ou receber sinais eletromagné-
de qualquer pessoa nos estabelecimentos prisio- ticos, no interior das Unidades Prisionais, Guaritas,
nais do Estado de Ceará mediante identificação ofi- Passadiços e áreas de circulação comum.
cial, válida e com foto, e demais procedimentos de
segurança que se fizerem necessários. Art. 45. Excetuam-se da proibição do artigo
anterior os equipamentos de radiocomunicação do
Art. 41. O servidor que estiver no controle de acervo da SAP, utilizados no serviço diário das Uni-
acesso da unidade prisional, deverá solicitar a iden- dades, bem como os aparelhos de telefonia móvel
tificação da pessoa e registrar em livro próprio os dos servidores e colaboradores lotados na UP, no
dados necessários. âmbito interno da área administrativa, previamente
Art. 42. As pessoas que tiverem acesso aos cadastrados junto à Direção da Unidade e das pes-
estabelecimentos prisionais sejam elas servidores, soas autorizadas pela Direção ou autoridade supe-
colaboradores da SAP ou de outros órgãos públi- rior desta Secretaria.
cos, prestadores de serviços, fornecedores, tercei-
Daniel Almeida
ros, advogados, dentre outros, deverão, obrigatori- DOS ADVOGADOS
amente, ser devidamente cadastradas bergalmeida96@gmail.com
e credenci-
adas no Sistema de Informações Penitenciárias 768.507.063-49

SISPEN, constando em registro o nome, número Art. 46. Não será permitido ao advogado o
do documento de identificação, dia e hora da en- acesso ao interior da Unidade Prisional acompa-
trada e saída bem como a finalidade do acesso, nhado de terceiros.
ressalvados aqueles devidamente autorizados pela
Art. 47. Na recepção o servidor efetuará o ca-
direção ou autoridade superior da SAP ou que a si-
dastramento e registro do advogado no Sistema -
tuação de emergência assim o exigir.
SISPEN, bem como fará constar no livro de in-
Art. 42. Os fornecedores e prestadores de gresso, onde será feito seu registro com o número
serviço deverão enviar, antecipadamente, os docu- da Ordem, qual o cliente que atenderá, a data, ho-
mentos e informações solicitadas pela SAP com a rário da entrada, horário da saída e assinatura do
identificação dos funcionários das empresas con- advogado.
tratadas que necessitarão de acesso às Unidades
Art. 48. O advogado deverá se identificar
Prisionais.
apresentando sua credencial de registro na Ordem
Parágrafo único. Sempre que ocorrerem mu- dos advogados do Brasil – OAB, para que seja ve-
danças das pessoas contratadas, essas só terão rificada a veracidade e validade do documento, in-
acesso às referidas Unidades após o cumprimento formando a que veio e com quem deseja falar; em
do caput deste artigo. seguida, o servidor que o atendeu deverá comuni-
Art. 43. É expressamente proibida a entrada car ao Chefe de Equipe para providenciar o enca-
minhamento do preso ao parlatório, devendo o Pro-
de qualquer pessoa portando arma de fogo e muni-
fissional do Direito aguardar a retirada de seu cli-
ções, de qualquer espécie, no interior dos estabe-
ente e autorização para seguir ao parlatório.
lecimentos prisionais em local que haja circulação
de pessoa presa ou a partir da área delimitada por Art. 49. Não será permitida ao advogado, du-
responsável pela segurança, Diretor ou autoridade rante atendimento jurídico, a entrega de alimentos
competente, salvo os casos excepcionais ou objetos destinados aos presos.

140
Art. 50. A entrega de material por advogado Art. 59. Os documentos solicitados ao Depar-
só será permitida com prévia autorização da Dire- tamento de Divisão de Prontuários - DIPRON, de-
ção da Unidade, quando o preso não receber visita verão ser requeridos no próprio setor e emitidos em
de familiar, ficando restrito ao kit de higiene, de- até 5 dias úteis contados da data da solicitação,
vendo submeter-se às regras de segurança, obser- salvo em situações urgentes a serem definidas pela
vando o rol de materiais permitidos em conformi- Direção da Unidade.
dade com a Portaria Nº. 04/2020 de 15 de janeiro
Art. 60. É vedada ao advogado, a entrada e
de 2020, suas posteriores alterações, ou outra que
venha substituí-la. a saída dos locais de atendimentos com cartas, bi-
lhetes ou objetos, sem análise prévia, exceto docu-
Art. 51. O advogado poderá estar acompa- mentos judiciais.
nhado de estagiário, desde que, este possua cre-
Art. 61. Não será permitida ao advogado a
dencial registrada no órgão de classe – OAB; con-
tudo, em hipótese alguma, o estagiário poderá retirada de pertences de seus clientes aos finais de
adentrar sem a companhia do advogado. semana e feriados.

Art. 52. O advogado não poderá adentrar à Art. 62. Não serão aceitos alvará de soltura e
Unidade portando materiais ou objetos que não es- decisões judiciais apresentados por advogado.
tejam autorizados, tais como: aparelho de telefone Art. 63. Após o horário de expediente, so-
móvel, carteira, agenda, cigarros, isqueiro, pasta, mente será permitido o ingresso para atendimento
chaves, aparelhos eletroeletrônicos, relógios den- se previamente agendado com a direção e medi-
tre outros. Contudo, caso necessário, o profissional ante autorização da CEAP a fim de resguardar a
será orientado a guardar seus pertences, em local segurança do causídico e que o atendimento seja
apropriado. incluído no plano de segurança do Estabeleci-
Art. 53. O advogado será conduzido até a mento.
Daniel Almeida
sala de espera, onde aguardará a autorização do Art. 64. Caso o advogado necessite de al-
bergalmeida96@gmail.com
Agente Penitenciário de plantão para seu desloca- guma outra informação, deverá ser encaminhado a
768.507.063-49
mento até a sala destinada para o atendimento ju- Direção da Unidade.
rídico ou ao destino final.
Art. 65. Em casos excepcionais nas rotinas
Art. 54. O advogado deverá ser submetido à das Unidades Prisionais tais como: dia de visitação,
busca eletrônica, na entrada e na saída de seu entregas de malote, vistorias, alterações de segu-
atendimento, através de body scan e, na falta rança, deverá prevalecer a preservação da integri-
deste, por detectores de metais. dade física do preso, bem como o interesse cole-
Art. 55. O profissional interessado no in- tivo, até que sejam concluídas as atividades em an-
gresso que se opuser ao cumprimento da determi- damento, ou restabelecida a ordem e a disciplina.
nação acima, terá sua entrada proibida e será co-
municado ao Órgão de Classe no qual está regis- OFICIAIS DE JUSTIÇA
trado.
Art. 56. Após a busca eletrônica o advogado Art. 66. No primeiro portão de acesso à Uni-
será conduzido, na entrada e na saída, por um dade Prisional, o oficial de justiça deverá apresen-
Agente Penitenciário até o local de atendimento. tar carteira funcional visando à identificação e
Art. 57. Ao término do atendimento, o advo- acesso ao estacionamento.
gado sairá da sala de parlatório ou local apropriado Art. 67. O acesso do oficial de justiça deverá
antes do preso, que ficará aguardando no local. ocorrer em horário de expediente da Unidade Prisi-
Art. 58. O preso deverá ser revistado sem onal, salvo em casos excepcionais, com prévia au-
roupas, e estas revistadas à parte, antes e depois torização da Direção e ratificação da Administração
de acessar as salas de parlatório ou sala de aten- Superior da Pasta.
dimento, não sendo permitida a saída do local com Art. 68. Somente será permitido o ingresso
qualquer tipo de objeto ou material. do oficial de justiça após o horário de expediente

141
da Unidade Prisional, se previamente agendado Art. 80. Caso o oficial de justiça necessite de
com a direção e autorizado pela CEAP. alguma outra informação deverá ser encaminhado
Art. 69. Depois de identificado, se o oficial de a Direção da Unidade.
justiça estiver com veículo próprio ou de serviço,
deverá ser orientado a deixar na vaga destinada ao
DO INGRESSO DE VEÍCULOS
estacionamento, quando houver.
Art. 70. Não será permitido ao Oficial de Jus-
Art. 81. Somente serão autorizados entrar
tiça o acesso ao interior da unidade, acompanhado
com veículo particular nos complexos penitenciá-
de terceiros.
rios:
Art. 71. Acompanhado de um Agente Peni- I – os servidores e colaboradores da SAP;
tenciário, o oficial deverá ser encaminhado até a re-
cepção ou setor de vistoria, objetivando a busca II – autoridades públicas ou servidores de ou-
eletrônica através de detectores de metais. tros órgãos, em razão de serviço;
III – fornecedores e prestadores de serviço de-
Art. 72. O serventuário da Justiça interes-
vidamente cadastrados e autorizados;
sado no ingresso, que se opuser ao cumprimento
da determinação acima, terá sua entrada proibida IV – advogados, no exercício da profissão;
e o fato será comunicado ao Juízo responsável. V – as pessoas devidamente autorizadas pelas
Art. 73. Sempre que o oficial da justiça in- Direções de unidade prisional ou autoridade Supe-
gressar em qualquer Unidade Prisional, deverá por- rior da SAP.
tar somente materiais ou objetos que sejam estrita- Art. 82. Os advogados poderão ter acesso
mente necessários para o cumprimento de seu de- com motoristas, caso necessário, e deverão estaci-
ver funcional. onar os veículos em local próprio, fora da Unidade
Daniel Almeida
Prisional.
Art. 74. Após busca eletrônica, obergalmeida96@gmail.com
oficial será
acompanhado, na entrada e na saída, por 768.507.063-49
um Art. 83. No controle de acesso ao Complexo
Agente Penitenciário até o local do atendimento, Penitenciário e estabelecimentos prisionais deverá
devendo o servidor permanecer até a conclusão do ser feita a identificação do motorista, do veículo e
procedimento. de seus ocupantes, em ficha própria, constando o
Art. 75. Não será permitida ao oficial de jus- nome do servidor que fez a identificação.
tiça a entrega de alimentos ou objetos destinados § 1º. A identificação do condutor deverá conter
aos presos. o nome, número do documento de identificação,
cargo/profissão, horário de entrada e saída, destino
Art. 76. Após dar ciência ao preso do teor da
e finalidade.
intimação/citação, deverá encaminhar a documen-
tação à direção para as providências cabíveis e § 2º. O veículo deverá ser identificado com nú-
posterior arquivamento no prontuário. mero da placa, modelo e cor predominante, exceto
as viaturas caracterizadas pertencentes à SAP.
Art. 77. Caso o referido setor esteja fechado,
o Oficial de Justiça entregará os documentos ao Art. 84. Todo e qualquer veículo que adentrar
Chefe de Equipe, que deverão ser registrados em nos estabelecimentos prisionais deverá ser revis-
livro de protocolo e remetidos ao setor responsável. tado na entrada e na saída, qualquer que seja o
usuário ou carga transportada, salvo veículo de ca-
Art. 78. Após o atendimento, o preso deverá ráter oficial, em serviço, nos casos de motim, rebe-
ser revistado sem roupas, e estas revistadas a lião, intervenção e movimentação de detentos em
parte, antes e depois de acessar as salas de aten- caráter de urgência.
dimento, não sendo permitida a saída do local com
§1º. Ao passar no posto de acesso o veículo
qualquer tipo de objeto ou material não permitido.
deverá ter os vidros abaixados e seu porta-malas
Art. 79. É vedada ao Oficial de Justiça a en- aberto pelo condutor do veículo.
trada e a saída dos locais de atendimento com car- §2º. Em se tratando de veículos com comparti-
tas ou objetos, exceto documentos judiciais. mento de carga isolado e fechado, do tipo baú, van

142
ou similar, este compartimento será também inspe- Art. 92. A realização de revista manual de-
cionado, bem como, a parte inferior do veículo. verá ser realizada por Agente Penitenciário e ocor-
Art. 85. O veículo que estiver estacionado na rerá nas seguintes hipóteses:
área de acesso das unidades prisionais deverá per- I – o estado de saúde impeça que a pessoa a
manecer devidamente fechado e sem qualquer ser revistada se submeta a determinados equipa-
ocupante no seu interior, ressalvados os veículos mentos de revista eletrônica;
oficiais de autoridades e viaturas operacionais. II – quando não existir equipamento eletrônico
ou este não estiver funcionando;
DAS REVISTAS III – após a realização da revista eletrônica,
subsistir fundada suspeita de porte ou posse de ob-
jetos, produtos ou substâncias, cuja entrada seja
Art. 86. Considera-se revista manual toda proibida.
inspeção realizada mediante contato físico da mão
do Agente público competente, sobre a roupa da § 1º. A revista prevista neste artigo deverá ser
pessoa revistada, sendo vedado o desnudamento realizada por servidor habilitado do mesmo sexo do
total ou parcial, o toque nas partes íntimas, o uso revistado.
de espelhos, o uso de cães farejadores, bem como § 2. O servidor ou a pessoa interessada no in-
a introdução de quaisquer objetos nas cavidades gresso, que se opuser ao cumprimento da determi-
corporais da pessoa revistada. nação do caput, terá seu ingresso proibido.
Parágrafo único. A retirada de calçados, casa- Art. 93. Os servidores plantonistas somente
cos, jaquetas e similares, bem como de acessórios, poderão adentrar no interior das Unidades Prisio-
não caracteriza desnudamento. nais com objetos necessários para o desenvolvi-
Art. 87. Considera-se revista eletrônica toda mento de suas funções e após os mesmos serem
Daniel Almeida
vistoriados.
inspeção realizada mediante uso de equipamentos
bergalmeida96@gmail.com
eletrônicos, detectores de metais, body scanners,
768.507.063-49 Art. 94. Os servidores que necessitarem utili-
aparelhos de raio-x ou similares. zar armários ficam previamente informados que, se
Art. 88. Considera-se revista material aquela necessário, a revista dos mesmos será realizada
realizada em pertences e objetos (bolsas, mochi- na presença de seus usuários. Caso ausente, o ar-
las, bornal, malas etc.) devendo ser feita de forma mário será aberto para revista sendo posterior-
manual e eletrônica ou com uso de cães farejado- mente lacrado e dada a ciência ao responsável.
res. Art. 95. Aparelhos de telefonia celular, cha-
Art. 89. Toda pessoa que adentrar na Uni- ves ou outros objetos que não são permitidos ao
dade Prisional, bem como os servidores e colabo- funcionário o porte e uso durante a permanência na
radores, deverão se submeter à revista eletrônica e Unidade, no momento do ingresso, deverão ficar
material, preservando-se a integridade física, psi- guardados nos veículos ou em armários.
cológica e moral da pessoa revistada. Art. 96. É expressamente proibido a qualquer
Art. 90. A revista pessoal à qual devem se pessoa que adentre no interior da Unidade Prisio-
submeter todos que queiram ter acesso a uma Uni- nal ou nas guaritas de vigilância, internas e exter-
dade Prisional para manter contato com pessoa nas, o uso e porte de aparelhos telefônicos, apare-
presa ou ainda para prestar serviços, ainda que lhos eletroeletrônicos, uso de mochilas ou valises e
exerçam qualquer cargo ou função pública, será re- o uso ou porte de cigarros, estando o infrator sujeito
alizada com respeito à dignidade da pessoa hu- às sanções previstas em Lei.
mana, sendo vedada qualquer forma de desnuda- Art. 97. Antes e depois das visitas, os presos
mento, tratamento desumano ou degradante. deverão ser submetidos à revista.
Art. 91. Onde houver body scan, obrigatoria- Art. 98. Os visitantes deverão ser revistados
mente, este será o meio utilizado para a revista ele- antes de adentrarem e na saída da Unidade Prisio-
trônica. nal.

143
PROCEDIMENTOS INTERNOS anotados, dentre outros, foto, seus dados de iden-
DO INGRESSO, DO REINGRESSO, DAS tificação e qualificação, de forma completa, dia e
hora da chegada, situação de saúde física e men-
TRANSFERÊNCIAS E DA SOLTURA
tal, aptidão profissional e alcunhas.
§ 1º. Nos prontuários físicos e eletrônicos fica-
Art. 99. O ingresso de preso em Unidade Pri- rão arquivados todos os documentos relativos ao
sional poderá ser por transferência da custódia da preso, inclusive, sempre que possível, certidão atu-
Polícia Civil para o Sistema Penitenciário, advindo alizada de antecedentes criminais, bem como com-
de outra Unidade, cumprimento de mandado de pri- provante do seu domicílio de origem.
são ou custódia excepcional e temporária, concre-
tizando-se com a conferência dos dados de identi- § 2º. O prontuário eletrônico acontecerá atra-
ficação e documentação obrigatória de ingresso es- vés de alimentação do Sistema de Informação Pe-
pecificada, além do cadastramento em sistema pró- nitenciária – SISPEN, e o preenchimento, em sua
prio desta Secretaria. integralidade, das informações solicitadas.
§ 3º. Em hipótese alguma o responsável pelo
Art. 100. O ingresso/admissão do preso pro-
cadastro dos presos deverá efetuar registros abre-
visório ou condenado precede a apresentação dos
viando iniciais de nome e sobrenome.
seguintes documentos:
Art. 103. Caso o preso já esteja cadastrado
I – guia do Auto de prisão em flagrante e/ou do
mandado de prisão judicial; no Sistema SISPEN, deverá ser realizada a atuali-
zação do banco de dados, inclusive fotos, contudo,
II – guia de recolhimento, expedida pela auto- o campo endereço não deverá ser alterado o ante-
ridade judiciária competente, observando-se o dis- rior, mas adicionado um novo endereço, se for o
posto nos Artigos 105 a 107 da Lei Nº. 7.210/84, caso.
em caso de preso condenado;
Daniel Almeida Art. 104. Na realização do cadastro, o res-
III – comprovação de que o mesmo foi subme-
ponsável
bergalmeida96@gmail.com deverá efetuar a matrícula interna do
tido a exame ad cautelam (exame de corpo de de-
preso, e anexar ao seu prontuário.
768.507.063-49
lito);
IV – comprovante de identificação precedida Art. 105. Nos ingressos de presos provisó-
de foto criminal do preso junto à Delegacia de Cap- rios, não haverá abertura de prontuário, permane-
turas e Polinter ou órgão da Secretaria de Segu- cendo o cadastro da Unidade de origem.
rança Pública e Defesa Social - SSPDS correspon- Art. 106. A todo preso que ingressar em Uni-
dente, quando possível; e dade Prisional deverá ser feita a preleção sobre os
V – documento de autorização da CATVA, e/ou direitos e deveres do preso, conforme legislação vi-
da Corregedoria no âmbito de suas respectivas gente, bem como as regras disciplinares das Uni-
competências, salvo nos casos de presos oriundos dades Prisionais, que deverá ser efetivada pela Di-
da audiência de custódia da Comarca de Fortaleza reção ou membros da segurança penitenciária.
ou por decisão judicial.
Art. 107. Os pertences trazidos com o preso
Parágrafo Único. O procedimento para in- cuja posse não seja permitida, bem como objetos
gresso do preso no Centro de Triagem e Observa- de valor e dinheiro serão inventariados e encami-
ção Criminológica será regulamentado em portaria nhados à Direção/Chefia Imediata, mediante re-
própria, considerando a especificidade desta Uni- cibo, e poderão ser entregues aos familiares, ao
dade. advogado ou a quem o preso autorizar por escrito.
Art. 101. Após a coleta da documentação ne- § 1º. Em caso de transferência de preso para
cessária para o ingresso do preso, o Agente/cola- outra Unidade e este possua pertences e objetos
borador responsável deverá, obrigatoriamente, re- inventariados na Unidade de ingresso, esses deve-
alizar o cadastramento do mesmo no SISPEN. rão ser encaminhados juntos com a transferência
do preso.
Art. 102. No ato do ingresso, será aberto em
nome do preso prontuário físico e eletrônico, devi- § 2º. Os pertences e objetos inventariados que
damente numerado em ordem seriada, onde serão não forem retirados pelas pessoas indicadas no

144
caput serão entregues ao preso quando de sua sa- Art. 113. O tempo para permanência do
ída da Unidade Prisional. preso em período de adaptação nas celas de tria-
§ 3º. Em caso de falecimento do preso, os va- gem e identificação, por ocasião de seu ingresso
lores e bens a este pertencente, devidamente in- em Unidade Prisional, será de 30 (trinta) dias, no
ventariados, serão entregues aos familiares, aten- mínimo, a fim de que possam se adaptar às regras
didas as disposições legais pertinentes. de segurança da Unidade Prisional, saindo em pe-
ríodo anterior somente com ordem da Direção ou
Art. 108. Os responsáveis pelo ingresso e em caso de emergência.
admissão do preso deverão encaminhar, ato contí-
nuo, à conclusão do procedimento, a relação dos Art. 114. Durante o período de adaptação, a
presos admitidos à Chefia de Segurança e Disci- pessoa presa não poderá receber visitas.
plina e/ou Administrador, para conhecimento e pro- Art. 115. Sempre que ocorrer o ingresso de
vidências relacionadas à realização da acolhida e
pessoa presa, o servidor ou colaborador deverá ve-
alocação.
rificar se o mesmo é provisório ou condenado para
Art. 109. Os estabelecimentos destinados a orientação a individualização da execução penal,
mulheres terão estrutura adequada às suas espe- segundo seus antecedentes e personalidade,
cificidades e os responsáveis pela segurança in- quando possível.
terna serão Agentes Penitenciários do sexo femi- Art. 116. Os presos com idade superior a 60
nino, exceto em eventos críticos ou festivos.
(sessenta) anos, sempre que possível, deverão ser
Art. 110. No momento do ingresso, será pro- alojados em local separado, devendo ser comuni-
videnciada a entrega, a pessoa presa, de uniforme cado à chefia imediata.
cedido pela Unidade Prisional, bem como do kit bá- Art. 117. A transferência é o deslocamento
sico de higiene, colchão, lençol e utensílios para re-
da pessoa presa de uma Unidade Prisional para
alizar suas refeições, mediante termo de Danielrecebi- Almeida
outra e se dará mediante autorização ou determi-
mento com o qual o custodiado também será res-
nação da CEAP.
bergalmeida96@gmail.com
ponsável pela guarda e conservação dos mesmos,
768.507.063-49
podendo responder, administrativa e penal e civil- Art. 118. A Direção/Administração da Uni-
mente, em caso de danos propositais nesses. dade Prisional deverá preparar a documentação do
§ 1º. Somente será feita a entrega de novo ma- preso com antecedência de 24 (vinte e quatro) ho-
terial por substituição daquele que foi entregue an- ras, a fim de agilizar a transferência e a escolta.
teriormente, com o recolhimento desse pelo servi- Art. 119. Após a adequação do SISPEN,
dor que efetivar a troca, mediante termo assinado uma vez que todos os documentos estiverem digi-
pela pessoa presa do recebimento. talizados e inseridos no referido Sistema, os pron-
§ 2º. Para as Unidades Prisionais que não te- tuários físicos padronizados do preso deverão se-
nham condições de entregar o uniforme à pessoa guir para a nova Unidade, permanecendo cópia na
presa, deverão oportunizar a entrada de roupas Unidade Prisional de origem.
que obedecem às características padrões das for- Art. 120. Todos os pertences e documenta-
necidas pelo Estado, vedando quaisquer outras.
ção recebidos e produzidos durante a custódia da
Art. 111. Os termos de recebimento de ma- pessoa presa na Unidade Prisional deverão ser en-
teriais assinados pelas pessoas presas deverão ser caminhados através da escolta.
arquivados em seus prontuários.
Art. 121. O alvará de soltura deverá ser cum-
Art.112. No ingresso de pessoa presa ao Sis- prido pelo Diretor da Unidade Prisional ou seu
tema Penitenciário, deverão ser providenciados o substituto, em 24h (vinte e quatro horas) contadas
corte do cabelo em tamanho único, retirada da do seu recebimento, após a realização das consul-
barba e do bigode, informando-a que é seu dever a tas aos bancos de dados necessários.
higiene pessoal e asseio da cela e o seu descum- Parágrafo único. Na Ausência do Diretor e Vice
primento resultará na adoção das medidas discipli- Diretor bem como nos finais de semana ou feriado
nares cabíveis de acordo com o estabelecido na Lei prolongado em que não se tenha expediente admi-
de Execução Penal e legislações correlatas. nistrativo, o chefe de plantão deverá comunicar a

145
Direção tão logo tome ciência para que sejam to- REVISTA DO PRESO E SEUS PERTENCES
madas as providências cabíveis ao cumprimento
do alvará.
Art. 126. O Agente Penitenciário deverá ori-
Art. 122. Deverá ser feita a comunicação ao entar o preso a tirar a roupa por completo, revistar
respectivo juiz que expediu o alvará de soltura bem as peças manualmente e individualmente e,
como ao juiz da Vara de Execuções Penais quanto quando necessário, passar o detector de metais
ao seu cumprimento ou as razões que o impossibi- nos chinelos, colchão e/ou em objetos de uso pes-
litaram justificando a manutenção da prisão. soal que não sejam maleáveis.
Art. 123. Nos casos em que o alvará de sol- Art. 127. Para a revista do preso, o Agente
tura esteja condicionado ao uso de tornozeleira ele- Penitenciário deverá solicitar aquele que abra a
trônica, tão logo tenha ciência, o Diretor da Unidade boca, levante a língua e com o dedo indicador abra
Prisional deverá entrar em contato com o setor de o canto das bochechas e gengivas. Em caso do uso
monitoramento eletrônico para que providencie as de prótese dentária, solicitar sua retirada para re-
medidas necessárias para sua execução a fim de vista, devolvendo-a a seguir; averiguar cabelo, cos-
dar cumprimento à determinação judicial conforme tas, sola dos pés, palmas das mãos estendidas,
o previsto no artigo 119. embaixo das axilas e o agachamento por quantas
vezes forem necessárias, visando averiguar as par-
tes íntimas.
HORÁRIOS DOS PROCEDIMENTOS
DIÁRIOS NAS UNIDADES PRISIONAIS
PROCEDIMENTOS DE REVISTAS
Art. 124. A rotina ordinária, nas Unidades Pri- DAS CELAS
sionais do Estado do Ceará, obedecerá como base
Daniel Almeida
os horários abaixo descritos, sem prejuízo das de- Art. 128. Quando o Agente Penitenciário for
mais atividades: bergalmeida96@gmail.com
executar alguma atividade no interior das alas, vi-
768.507.063-49
vências e celas, devem ser observados todos os
I – alvorada, contagem e conferência nominal
dos internos, distribuição do café da manhã, reco- procedimentos de segurança necessários.
lhimento de lixo, limpeza da Unidade e retirada de Art. 129. Durante o horário de banho de sol
internos para atendimentos diversos previamente dos presos, é obrigatório a realização da revista es-
relacionado e informado: 06h às 8h; trutural das celas, de acordo com os procedimentos
II – banho de sol matinal de: 08h às 12h; a seguir:
III – distribuição do almoço: 11h; I – os Agentes responsáveis pela revista deve-
IV – banho de sol vespertino de: 13h às 17h; rão entrar nas celas e fazer a verificação da estru-
tura física: piso, paredes, teto e instalações hidros-
V – distribuição do jantar: a partir das 16h; sanitárias, no intuito de verificar se houve qualquer
VI – contagem e conferência nominal dos inter- dano e/ou alteração estrutural na cela;
nos: Logo após o encerramento das atividades e II – verificar a existência de quaisquer materi-
trancamento de todos os presos. ais não permitidos e/ ou excessos, providenciando
Parágrafo único. A logística para distribuição a retirada, se houver;
de alimentação a partir de sua chegada à unidade, III – revistar as grades, olhando atentamente
não deverá ultrapassar o período de 01 (uma) hora, para averiguar se não estão serradas ou danifica-
sob pena do prejuízo nutricional dos alimentos. das;
Art. 125. A Direção organizará e informará IV – não permitir que sejam colados cartazes,
outros horários necessários para atendimentos, ati- cartolinas ou papelões nas paredes, seja nas celas,
vidades laborais, educativas, religiosas e visitas, ou em outros locais que porventura os presos de-
respeitando os protocolos adotados pela secreta- vam permanecer, bem como não permitir que seja
ria. riscado ou danificado o interior da cela; se isso
ocorrer, imediatamente fazer comunicação escrita

146
ao Chefe de equipe, que tomará as medidas cabí- Art. 134. Antes de abrir celas para retirada
veis; de preso, bem como nos procedimentos de saída e
V – assinar termo de vistoria, indicando as al- recolhimento do horário de banho de sol, atendi-
terações observadas no ato da revista. mentos de saúde, atendimento de advogado, ofici-
nas, sala de aula ou retorno de visita, o Agente Pe-
§ 1º. Caso seja encontrado qualquer ilícito, ou
nitenciário deverá certificar-se que os portões dos
dano ao patrimônio, identificado o autor, deverá ser
corredores e das demais celas estejam fechados.
encaminhado para registro de ocorrência na Dele-
gacia Policial e após o procedimento ser encami- Art. 135. Nas saídas e por todo o trajeto para
nhado à cela de isolamento disciplinar preventivo. as movimentações internas, será necessário o uso
§2º. Iniciar o Procedimento Administrativo Dis- de algemas, salvo em situações excepcionais,
ciplinar dos autores que foram identificados. desde que respeitado os padrões de segurança.

Art. 130. Caso seja verificado qualquer tipo Art. 136. É permitido ao preso, autorizado
de alteração, deverá ser imediatamente comuni- pelo Agente, retirar da cela o colchão, roupas de
cada ao Chefe de Equipe/Chefia Imediata, que de- cama e objetos de uso pessoal por ocasião de
terminará as providências a serem tomadas. transferência interna, desde que os materiais sejam
devidamente vistoriados.
Art. 137. Na saída e retorno do banho de sol
DA CONTAGEM E CONFERÊNCIA o preso não poderá levar consigo nenhum tipo de
NOMINAL DOS PRESOS objeto que não seja sua própria vestimenta.
Art. 138. É proibido o deslocamento de pre-
Art. 131. Caberá ao Agente Penitenciário a sos ao setor administrativo, salvo com prévia auto-
responsabilidade sobre a contagem e a conferência rização do Diretor ou da chefia imediata e devida-
nominal dos presos que deverá ser realizada diari- Almeida
Daniel mente escoltado por Agente Penitenciário.
amente ao final das rotinas do dia ebergalmeida96@gmail.com
na retomada
das atividades ao amanhecer e/ou quantas768.507.063-49
vezes Art. 139. A retirada dos presos deverá ser co-
forem necessárias ou determinado pela chefia ime- ordenada pelo Chefe de Equipe ou Chefia Imedi-
diata. ata, devendo ser observadas as regras de segu-
rança interna, bem como deve ser evitado o ex-
cesso de presos nos corredores.
DOS PROCEDIMENTOS DE ALGEMAÇÃO
Art. 140. Em caso de problemas de indisci-
plina ou que perturbem a ordem e segurança du-
Art. 132. O uso de algemas visa garantir a rante o procedimento realizado, imediatamente de-
segurança das pessoas e da Unidade Prisional du- verá ser isolado o local, realizado o fechamento de
rante a movimentação interna e externa de preso. todos os portões e acionada a chefia imediata para
Será obrigatório observado as ressalvas estabele- providências. Contudo, em hipótese alguma, po-
cidas desta IN. derá ocorrer o abandono do local até que sejam
restabelecidas a ordem e a disciplina.
Art. 141. O acesso de presos à área coletiva
DESLOCAMENTO INTERNO DE PRESOS
de visitas será estabelecido pelo Gestor da Uni-
dade Prisional, observando sempre as regras aqui
Art. 133. Para qualquer tipo de deslocamento definidas e as questões de segurança interna.
o preso deverá ser revistado sem roupas, e estas
revistadas a parte, antes e depois de acessar os
locais permitidos, não sendo autorizada a entrada DESLOCAMENTO EXTERNO DE PRESOS
e a saída do local com qualquer tipo de objeto ou
material, salvo com expressa autorização do Chefe Art. 142. Deslocamentos externos, devida-
de Equipe ou Chefia Imediata, o que deverá ser re-
mente autorizados, sempre deverão ser escoltados
gistrada em Relatório Diário de Plantão.
por Agentes Penitenciários observando as condi-
ções e procedimentos de segurança.

147
Art. 143. Qualquer atividade laboral envol- III – condução de presos para atendimento de
vendo presos e ferramentas deverão ser sempre saúde rotineiro ou emergencial;
acompanhadas. O preso deverá ser revistado na IV – encaminhamento de preso para compare-
saída e no retorno, constatando em Relatório de cer a sepultamento de ascendentes, descenden-
Plantão o número de ferramentas que serão utiliza- tes, irmãos e cônjuges; (Art. 120 LEP);
das no serviço.
V – acompanhamento de presos a cartórios,
bancos e demais instituições públicas, com a de-
DAS VISITAS ÀS PESSOAS PRIVADAS vida ordem judicial;
DE LIBERDADE E DO INGRESSO DE VI – condução de presos às delegacias, em
MATERIAIS E OBJETOS PERMITIDOS caso de infração pena; e
NAS UNIDADES VI – outras que forem determinadas por autori-
dade competente.
Art. 144. As visitas aos presos o ingresso de § 1º. A escolta externa para comparecimento a
objetos, alimentação e outros, nas Unidades Prisi- sepultamento será realizada mediante apresenta-
onais, além do disposto nesta normativa, estão re- ção do atestado de óbito e demais documentos, ob-
gulamentados através da Portaria SAP Nº. servadas as normas de segurança, não sendo per-
004/2020, publicada no DOE de 15 de janeiro de mitida escolta para velório.
2020, suas posteriores alterações ou outra que ve- Art. 148. Nas escoltas decorrentes de de-
nha substitui-la. mandas interestaduais deverão ser observadas as
seguintes diretrizes:
DAS ESCOLATAS DA ESCOLTA EXTERNA I – ao receber a requisição de outro Estado, re-
lativamente à escolta de preso, a Unidade Prisional
Daniel Almeida
deverá encaminhar a referida requisição, à Coorde-
bergalmeida96@gmail.com
Art. 145. A escolta externa de presos será re- nadoria Administrativa da CEAP que após análise,
alizada pelos Agentes Penitenciários da Unidade, 768.507.063-49
deliberará para Assessoria Operacional daquela
salvo em casos de presos, ou grupo de presos, que Coordenadoria operacionalizar a missão;
requeiram programa de segurança mais elaborado,
II – uma vez autorizada a escolta, a Unidade
ocasião em que será remetido aos grupos especi-
Prisional de destino deverá ser contatada pela
ais.
equipe da escolta, de modo a confirmar se está ci-
§ 1º. As escoltas, função indelegável, obrigato- ente do procedimento; e
riamente serão feitas por Agentes Penitenciários e
III – cabe à Assessoria Operacional da CEAP
em veículos oficiais em toda a sua composição.
gerenciar, junto às Unidades Prisionais e Células
§ 2º. A equipe da escolta será composta por Regionais, todas as etapas programáticas para efe-
número de integrantes da segurança condizentes tivação da Escolta, inclusive o registro dos escol-
com a proporção numérica de presos, perfil criminal tantes, escoltados e veículo.
e complexidade do evento.
Art. 149. Os Agentes Penitenciários escala-
Art. 146. A escolta de presos de alta pericu- dos para realização de escolta são legalmente res-
losidade será realizada pelos Grupos Especiais. ponsáveis pelos equipamentos que utilizam e pelos
Parágrafo único: Em nenhuma hipótese será presos que transportam, submetendo-se às san-
permitida a presença de colaboradores terceiriza- ções administrativas e penais cabíveis nos casos
dos neste procedimento, inclusive como motorista. de irregularidades.

Art. 147. A escolta será realizada nas seguin- Art. 150. As informações referentes ao pla-
tes ocasiões: nejamento da execução da escolta deverão ser tra-
tadas pela Direção/administração da Unidade dire-
I – transferência de presos entre Unidades da tamente com a Coordenação Operacional da
SAP; CEAP.
II – determinação de autoridade judicial;

148
Art. 151. No caso de transferência entre as VI – outros que se façam necessários especifi-
Unidades da SAP, é indispensável levar o ofício de camente ao posto.
apresentação e devidas autorizações e cópias dos Art. 155. A escolta em ambulância contará,
prontuários gerais padronizados do preso e a mo- minimamente, com um Agente Penitenciário, pre-
vimentação no SISPEN. sente junto à equipe de socorristas, no comparti-
Art. 152. No caso de realização de escolta mento de pacientes, durante todo o trajeto, sendo
coletiva, considerada a obrigação de preservar a in- que, na cabine, deverá estar outro Agente Peniten-
tegridade física e moral dos presos, deve-se obser- ciário.
var a condição de cada um: § 1º. A ambulância que esteja transportando
I – estado de saúde e gênero; presos, além da presença dos Agentes Penitenciá-
rios junto ao preso e ao motorista, poderá ser es-
II – existência de comparsas entre os presos a coltada por uma ou mais viaturas do Sistema Prisi-
serem escoltados juntos; e onal.
III – existência de inimigos ou problemas de § 2º. O Agente Penitenciário só não permane-
convivência entre os presos a serem escoltados cerá junto à equipe de socorristas quando sua pre-
juntos. sença inviabilizar o atendimento; contudo, dever-
Parágrafo único. No caso de escolta de presas se-á levar em conta a segurança dos socorristas e
há que observar também a existência de grávidas do próprio preso, sendo que tal situação deverá ser
e suas respectivas condições, visando estabelecer resolvida em comum acordo com os profissionais
procedimentos em consonância ao que estabelece da saúde.
o Código de Processo Penal, LEP e legislações § 3º. No caso previsto no § 2º deste artigo,
pertinentes. quando não houver consenso entre a equipe de es-
Art. 153. A Unidade Prisional, em eventual colta e os profissionais de saúde envolvidos na
Daniel Almeida
operação, a situação deverá ser rapidamente co-
impossibilidade de realização de procedimento de
bergalmeida96@gmail.com
escolta externa, comunicará o fato imediatamente municada à Direção/ Administração da Unidade
Prisional, a qual deverá orientar a conduta mais
768.507.063-49
à Assessoria Operacional da CEAP, de modo que
ainda disponha de tempo hábil para providenciar acertada por parte dos Agentes Penitenciários ou
apoio junto às demais Unidades Prisionais ou ori- comunicar a CEAP para as providências cabíveis.
entar a adoção de outros procedimentos.

DA ESCOLATA AÉREA
DA ESCOLATA EXTERNA HOSPITALAR
Art. 156. O planejamento da escolta aérea,
Art. 154. Define-se como escolta hospitalar o bem como a designação da equipe que irá executá-
acompanhamento, vigilância e custódia de presos la, deverá observar os seguintes requisitos:
em hospitais, clínicas médicas ou similares, públi- I – encaminhar os dados pessoais do preso
cas ou particulares, realizados por Agentes Peni- para a Coordenadoria de Inteligência para análise
tenciários, aos quais cumpre: de periculosidade;
I – a trajar obrigatoriamente o uniforme; II – enviar à Unidade Federativa de destino,
II – respeitar as normas da administração do com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis,
Estabelecimento Hospitalar, sem prejuízo dos cri- ofício de solicitação de apoio e informações acerca
térios de segurança da escolta; do pessoal que será designado a receber e prestar
o suporte necessário à escolta, informando, ainda,
III – manter sempre o preso dentro do seu
dados dos escoltantes e do (s) escoltado (s), nú-
campo de visão;
mero do voo, horário de embarque e desembarque
IV – não se afastar do posto de serviço sem nos aeroportos;
prévia rendição;
III – antes de iniciar o procedimento de cotação
V – observar o estrito cumprimento das regras e compra de passagens, verificar, via contato tele-
de algemação; e fônico ou por e-mail, se a Unidade Prisional de

149
destino do preso está ciente da realização da de- momento do desembarque e reembarque em outra
manda; e IV – montar pasta de viagem com toda aeronave.
documentação referente à demanda, a saber: § 1º. Durante o voo, o preso não deverá ser
a) cópia do ofício de solicitação de apoio enca- algemado a assentos, mesas ou a quaisquer outras
minhado ao Estado de destino do preso e resposta; partes da aeronave, devendo, quando aplicável,
b) ofício e/ou ordem judicial das autorizações permanecer algemado para frente, com as algemas
da transferência; presas no cinto de algemação.

c) cópia do prontuário do preso; § 2º. Quando da necessidade do uso de ba-


nheiro por parte do escoltado, deverão os escoltan-
d) recibo de entrega do preso; e tes vistoriar todo o local antes e após, certificando-
e) laudo do exame de corpo de delito. se da impossibilidade de acessos a fugas, bem
como da posse de materiais que possam ser utili-
Art. 157. A equipe que executará a escolta zados para fins que comprometam o êxito da mis-
aérea deverá ser integrada por, no mínimo, dois são.
Agentes Penitenciários para cada preso, em obser-
vância às regras dispostas na Resolução ANAC Nº
461 de 25 de janeiro de 2018, que dispõe sobre os DO USO DE VEÍCULOS OFICIAIS
procedimentos de embarque e desembarque de
passageiros armados, despacho de armas de fogo
e de munição e transporte de passageiros sob cus- Art. 158. Consideram-se veículos oficiais os
tódia a bordo de aeronaves civis, os quais deverão: de propriedade da SAP, bem como os locados, ce-
didos e aqueles objetos de convênio, caracteriza-
I – trajar roupa social, preferencialmente bla- dos ou não.
zer;
Art. 159. Os veículos oficiais serão sempre
II – ter sob cautela arma curta; Daniel Almeida
utilizadas de maneira adequada, no que tange a
III – portar algemas; bergalmeida96@gmail.com
limpeza, lotação máxima, velocidade compatível e
768.507.063-49
IV – conferir toda a documentação do preso; condições básicas de segurança para trafegar, de-
vendo seu condutor evitar expô-los a situações que
V – conferir nas passagens aéreas o nome dos
lhe acarretem desgastes e avarias, assim como
Agentes Penitenciários e o nome do (s) preso (s)
usá-los dentro das reais necessidades de serviço,
que embarcarão na aeronave;
de forma a economizar combustível, respondendo
VI – assegurar que o (s) preso (s) esteja tra- por eventuais danos causados a título de dolo ou
jando roupas comuns, sendo vedado o uso de ber- culpa.
mudas e camisetas;
Art. 160. É obrigatório uso de cinto de segu-
VII – chegar, no mínimo, com duas horas de rança e a observância de todas as normas de trân-
antecedência ao aeroporto; sito durante o uso dos veículos oficiais, sendo ve-
VIII – realizar o check in de todos que embar- dado aos condutores o uso de aparelho celular en-
carão, inclusive do preso; quanto estiver dirigindo bem como a utilização das
IX – dirigir-se ao posto da Polícia Federal para faixas exclusivas aos ônibus.
preenchimento do “Formulário de Embarque de Art. 161. O Livro de Registro de Movimenta-
Passageiro Portando Arma de Fogo”; ção será fornecido pelo Núcleo de Transporte - NU-
X – solicitar que a Polícia Federal local faça TRAN, e somente será substituído mediante a con-
contato com a Polícia Federal do aeroporto de des- tra-apresentação do anteriormente utilizado e esse
tino, a fim de dar ciência da chegada do grupo de deverá permanecer arquivado no referido Setor
escolta para eventual apoio; por, no mínimo, 05 (cinco) anos.
XI – realizar o procedimento de revista no Art. 162. Compete ao chefe do Núcleo de
preso em ambiente reservado no aeroporto; e Transporte - NUTRAN, e aos Gerentes de Patrimô-
XII – dirigir-se, nas viagens com escalas de nio das Unidades Prisionais realizar vistorias sema-
voo, à Polícia Federal ou Órgão competente no nais nos veículos oficiais, preferencialmente, no pe-
ríodo matutino das segundas- feiras, nas quais

150
serão observados todos os itens obrigatórios de se- mediante assinatura de termo de compromisso, in-
gurança e as condições gerais, inclusive limpeza, e dicando empresa particular para recuperação do
fiscalizar os registros de movimentação efetuados bem.
nas cadernetas de controle. § 2º. Caberá ao NUTRAN a aprovação do con-
Art. 163. Cabe ao chefe do NUTRAN e aos serto e caso seja constatado que a recuperação do
Gerentes de Patrimônio ter o conhecimento do es- bem tenha sido executada fora dos padrões de
tado geral dos veículos sob sua responsabilidade e qualidade exigidos, o condutor/responsável deverá
providenciar as manutenções periódicas indispen- adotar as providências necessárias, objetivando re-
sáveis à sua conservação para que se mantenham parar as falhas detectadas.
nas melhores condições possíveis de funciona- § 3º. O condutor se negando a reparar o dano
mento. ao veículo oficial em que deu causa por dolo ou
Art. 164. Incumbe ao condutor do veículo ofi- culpa, conforme parágrafo anterior, o Setor de
Transporte deverá tomar providência com as medi-
cial zelar pelas condições básicas de funciona-
das legais cabíveis.
mento e fazer as devidas anotações no respectivo
Livro de Registro de Movimentação, observando, Art. 168. Ficam proibidos a condução e o
antes de colocá-lo em circulação, o seu estado ge- abastecimento de veículos oficiais por quem não
ral de conservação e higiene, componentes de se- esteja devidamente autorizado.
gurança, nível de óleo do motor e do sistema hi-
dráulico, freios, embreagem, pneus e nível de água Art. 169. Recebidas as notificações de infra-
do sistema de arrefecimento. ções de trânsito, o NUTRAN, no prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, deverá, sob pena de responsabili-
Parágrafo único. A inobservância de qualquer dade solidária de seu chefe, encaminhá-las às Uni-
das providências do caput acarretará na responsa- dades Prisionais para as providências cabíveis.
bilização do servidor por eventual prejuízo.
Daniel AlmeidaArt. 170. Caberá ao condutor de veículo ofi-
Art. 165. Incumbe ainda aos condutores de
cial a responsabilidade pela justificativa das infra-
bergalmeida96@gmail.com
veículos oficiais portar sempre carteira funcional ou ções decorrentes de atos praticados por ele na di-
768.507.063-49
crachá, documentos de habilitação devidamente reção do veículo, nos termos do Código de Trânsito
atualizados, documentos e cartão de abasteci- Brasileiro, através de relatório que deverá ser en-
mento relativos ao veículo. caminhado ao NUTRAN, sob pena de assumir a
Art. 166. É obrigatório ao condutor de veículo responsabilidade pela infração caso não seja feita
oficial anotar os deslocamentos efetuados no res- a referida justificativa.
pectivo Livro de Registro de Movimentação indi- § 1º. Não sendo possível identificar o condutor
cando a data, o destino, a hora de saída e chegada do veículo oficial, por deficiência no controle de mo-
com os respectivos dados do hodômetro do veí- vimentação, assumirá a responsabilidade pelo ato
culo, sua identificação pessoal e matrícula, bem cometido aquele em que a veículo estiver sob sua
como os dados referentes a abastecimento, cautela.
quando for o efetuar, de forma legível.
§ 2º. No recurso, obrigatoriamente, constarão
Art. 167. Os danos de qualquer natureza nome, cargo, matrícula, lotação e as circunstâncias
ocasionados em viatura, decorrentes de acidente que o levaram a cometer o ato infracional.
de tráfego ou provocados por outrem, serão objeto
Art. 171. Utilização de viaturas em desa-
de registro de ocorrência policial, com descrição
cordo com as disposições desta Instrução Norma-
das circunstâncias precisas do evento e rol de tes-
tiva e legislações correlatas implicará em respon-
temunhas, devidamente individualizadas, e subme-
sabilidade civil, administrativa e penal, conforme o
tidos obrigatoriamente a exame pericial e serão,
caso.
imediatamente, comunicados ao NUTRAN.
§ 1º. Adotadas as providências, apurada a res-
ponsabilidade e comprovado que a causa determi-
nante do dano se deu por dolo ou culpa do condutor
do veículo oficial envolvido no acidente de trânsito,
este será responsável pelo reparo do dano

151
RELATÓRIO DIÁRIO DE PLANTÃO XIV – registro do número geral de presos por
ala/vivência e cela, e demais locais em que estejam
recolhidos; e
Art. 172. O Chefe de Equipe que estiver as-
sumindo o plantão efetuará a abertura do relatório XV – outras informações que a Direção enten-
diário do mesmo, seguindo o modelo padrão anexo der necessárias.
a esta IN, com o preenchimento das seguintes in-
formações:
PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS
I – titularidade e registro dos Agentes Peniten- EM SITUAÇÕES ADVERSAS
ciários de plantão, especificando os postos de ser-
viços e horários que cada integrante ocupará;
Art. 173. É proibido o ingresso de Agentes
II – recebimento e conferência do material per-
Penitenciários masculinos nas celas e/ou aloja-
manente e material de consumo, especificando
mentos das presas, salvo se acompanhados por
cada um deles;
uma Agente penitenciária feminina.
III – tomar conhecimento do registro da conta-
gem geral de presos e alterações que porventura Art. 174. Em caso de falta de energia elétrica
tenham ocorrido no plantão anterior; deverá ser feito contato telefônico com a Compa-
nhia de Energia Elétrica informando o problema
IV – registrar as movimentações internas e ex- ocorrido e solicitando conserto imediato, regis-
ternas de presos relatando a motivação, origem e trando o protocolo em relatório de plantão.
destino do deslocamento;
§ 1º. Durante a falta de energia elétrica, os
V – registrar as ocorrências do plantão; Agentes Penitenciários deverão ligar de imediato o
VI – entradas e saídas de presos, constando o gerador e efetuar rondas internas e externas em to-
número da cela onde ingressou e/ou para onde foi dos os setores.
Daniel Almeida
transferido; § 2º. Constar no relatório de plantão e fazer Bo-
bergalmeida96@gmail.com
VII – registro dos presos que receberam visitas letim
768.507.063-49 de Ocorrência Interna para o Chefe de Segu-
ou atendimento de advogados; rança relatando dia, horário da queda e da reto-
VIII – registros dos horários em que foram rea- mada da energia e providências tomadas, indi-
lizadas revistas e vistorias nas celas bem como os cando protocolo, nome de atendente e horário do
servidores que as executaram; contato telefônico com a Companhia Elétrica res-
ponsável, origem e motivo, quando possível.
IX – registros dos horários em que foram reali-
zadas as contagens e conferências nominais dos Art. 175. Em caso de tumultos durante o ho-
presos bem como os servidores que as executa- rário de visitas, o servidor escalado no posto de-
ram; verá comunicar imediatamente a Direção da Uni-
dade e providenciar a retirada dos visitantes, con-
X – registro dos presos que receberam atendi-
duzindo- os a um local seguro para posterior con-
mentos assistenciais, identificando os profissionais
ferência através do documento de identificação.
e especificando o tipo de atendimento realizado;
XI – registro das faltas disciplinares ocorridas, Art. 176. Após os visitantes serem identifica-
constando de forma circunstanciada, sobretudo o dos individualmente, com acompanhamento de um
nome completo dos envolvidos, independente da Agente Penitenciário, deverão ser encaminhados
comunicação interna por escrito enviada à chefia para fora da Unidade Prisional; contudo, as cartei-
imediata; ras dos visitantes deverão ser recolhidas e infor-
mado a todos que o documento poderá ser retirado
XII – alterações ocorridas que envolvam servi- posteriormente com a Direção.
dores, constando horários de saída e chegada,
sempre que porventura o Agente Penitenciário ne- Art. 177. Em casos de eventos críticos e ou-
cessitar se ausentar de seu posto de trabalho; tras situações complexas que necessitem de apoio
especializado deverá ser acionada, prioritaria-
XIII – registro de chegadas tardias de Agentes
mente, equipe especializada da Secretaria da Ad-
Penitenciários, bem como de faltas, informando se
ministração Penitenciária.
foram justificadas ou não;

152
Art. 178. Em caso de necessidade de inter- uso de imagem e depoimento anexo a esta norma-
venção da Polícia Militar, em caráter urgente e ex- tiva.
cepcional, em qualquer das Unidades Prisionais do Art. 184. É vedado qualquer registro e com-
Estado do Ceará, sua permanência no interior das partilhamento de fotos, áudio ou vídeo, em aplicati-
mesmas se dará pelo tempo estritamente necessá- vos de mensagens, redes sociais ou qualquer outro
rio ao restabelecimento da ordem e da segurança meio de comunicação, que exponham o sistema
interna. prisional ou seus servidores, no todo ou em parte,
Art. 179. Em caso de ocorrências diversas, salvo quando solicitado e autorizado formalmente
tais como: fugas, evasões, óbitos, acidentes, etc. o pela administração superior da pasta.
local será isolado e o evento será comunicado ime- Art. 185. Não é permitido compartilhar infor-
diatamente à CEAP que dará ciência à Administra- mações inerentes à administração institucional a
ção Superior, ao Poder Judiciário, à Polícia Judici- grupos de mensagens instantâneas, redes sociais,
ária e será solicitada, se for o caso, a Perícia Fo- jornais, revistas e outros.
rense. Para tanto, será elaborado relatório infor-
mando as circunstâncias em que ocorreu o inci-
dente. DISPOSIÇÕES FINAIS

DO RESGISTRO E PUBLICAÇÃO DE Art. 186. É proibido o uso ou porte de cigar-


IMAGENS E DO ACESSO AOS MEIOS ros e similares a qualquer pessoa que adentrar na
DE COMUNICAÇÃO Unidade Prisional em conformidade com a Lei Fe-
deral Nº. 12.546 de 2011.

Art. 180. É vedado, aos servidores e colabo- Art. 187. O descumprimento das normas vi-
radores desta Secretaria da AdministraçãoDaniel gentes acarretará Responsabilidade Administrativa
Peni- Almeida
tenciária, conceder informações institucionais aos e Penal, ficando as obrigações e direitos atrelados
bergalmeida96@gmail.com
meios de comunicação através de entrevistas e/ou ao disposto em Lei específica de cada categoria
768.507.063-49
declarações à imprensa sem prévia ciência e funcional.
anuência da administração superior da SAP, bem Art. 188. Casamentos civis, registro de filhos
como, da Assessoria de Comunicação – ASCOM. e reconhecimento de filhos em cartório serão feitos
Art. 181. Não é permitida a entrada da im- através do setor competente que poderá prestar as
prensa em qualquer Unidade Prisional desta Secre- orientações necessárias.
taria da Administração Penitenciária sem prévia Art. 189. Retirada de valores monetários em
anuência expressa da administração superior da instituições bancárias, por presos (as) somente se-
Pasta e ciência da assessoria de comunicação, rão realizadas com autorização do MM Juiz da Vara
com intuito de resguardar a segurança dos profissi- de Execuções Penais da Comarca.
onais de imprensa, dos servidores e presos.
Art. 190. Em caso de evasão, falecimento ou
Art. 182. O registro de quaisquer imagens transferência definitiva do preso (a), os familiares
dentro das Unidades Prisionais deve ser feito, es- terão um prazo máximo de 30 dias para retirar os
tritamente, pela Assessoria de Comunicação da pertences do mesmo. Caso isto não aconteça, os
Secretaria da Administração Penitenciária ou, ex- pertences serão doados.
cepcionalmente, pelos servidores responsáveis pe-
las atividades a serem desenvolvidas, sempre com Art. 191. É proibido a todos os colaboradores
a prévia ciência e autorização da referida Assesso- e servidores negociar e/ou receber presentes dos
ria, mediante apresentação de Termo de Autoriza- presos (as) e/ou de seus familiares.
ção do Servidor/Colaborador. Art. 192. Não será autorizado o repasse de
Art. 183. Os presos, porventura identificados informações pessoais de colaboradores ou servi-
em registros de imagens das Unidades Prisionais, dores. Caso ocorra ligação telefônica ou alguém
deverão autorizar o seu uso, por escrito, com o de- compareça na Unidade Prisional solicitando-as,
vido preenchimento do Termo de Autorização para deve ser orientado que as solicite formalmente

153
através de processo protocolado na sede da SAP, II – Comprovante de residência atual, no má-
o qual será encaminhado ao Comitê de Acesso à ximo de três meses, no nome do postulante a visi-
Informação da pasta. tante (fatura de água, luz ou telefone). Caso não
SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENI- possua, deverá apresentar declaração simples de
TENCIÁRIA, em Fortaleza, 19 de maio de 2020. próprio punho, devendo ser informada de que po-
derá receber visita in loco para verificação, não
Luis Mauro Albuquerque Araújo sendo óbice à visitação o fato da pessoa estar em
situação de rua ou acolhimento institucional.
III – 01(uma) foto 3x4, recente.
Art. 4º. Para a realização de cadastro de côn-
juge ou companheiro (a) será necessário, para
comprovação, a apresentação de documento con-
forme as especificações dos incisos abaixo:
REGULAMENTA E DISCIPLINAM OS PRO-
CEDIMENTOS DE VISITA AS PESSOAS PRIVA- I – Certidão de casamento civil; ou
DAS DE LIBERDADE NAS UNIDADES PRISIO- II – Escritura Pública Declaratória de União Es-
NAIS DO ESTADO DO CEARÁ. tável bilateral, devidamente registrada em cartório;
Art.1º. Regulamentar e disciplinar os procedi- ou
mentos de visita as pessoas privadas de liberdade III – Certidão de casamento religioso ou;
das Unidades Prisionais do Estado do Ceará. IV – Prova de encargos domésticos ou;
V – Comprovação de existência de sociedade
CAPÍTULO I ou comunhão nos atos da vida civil ou;
DOS DIAS DE VISITA VI – Declaração do imposto de renda em que
Daniel Almeida
conste
bergalmeida96@gmail.como (a) interessado (a) como dependente da
768.507.063-49 privadas de liberdade ou;
Art. 2º. A direção de cada Unidade Prisional, pessoa
após anuência da administração superior, determi- VII – Prova de mesmo domicílio ou;
nará os dias em que as pessoas privadas de liber- VIII – Conta bancária conjunta ou;
dade receberão a visita do cônjuge, companheiro,
parentes e amigos, considerando as condições es- IX – certidão de nascimento dos filhos em co-
truturais, de segurança e especificidades de cada mum ou;
estabelecimento, conforme o disposto no Art. 41, X – Outros documentos que possam levar à
inciso X, da Lei nº. 7.210/1984. convicção do fato a comprovar.
Parágrafo Único. Fica ainda, a cargo da dire- § 1º. A documentação apresentada pelo visi-
ção de cada Unidade Prisional, dar publicidade ao tante deverá ser anterior a data da prisão do visi-
cronograma de visitação as pessoas privadas de li- tado.
berdade.
§ 2º No cadastro de visitante não haverá dis-
criminação para com as relações homoafetivas.
CAPÍTULO II Art. 5º. Para a realização de cadastro de cri-
DO CADASTRO DE VISITANTES anças e adolescentes será necessário a apresen-
tação dos seguintes documentos abaixo relaciona-
Art. 3º. O cadastro de visita será realizado dos:
mediante apresentação dos seguintes documen- I – Original e cópia do documento oficial, com
tos: foto, do responsável legal;
I – Original e fotocópias da Identidade (RG) ou II – Original e cópia da certidão de nascimento
documento oficial de identidade legível com foto da criança ou adolescente;
(CNH, RG ou CTPS), no qual a fisionomia do visi-
tante não tenha sofrido grandes mudanças, e do III – 01 (uma) foto 3x4 recente.
CPF, frente e verso;

154
Art. 6º. Para cadastro de visita como parente CAPÍTULO IV
serão aceitos pedidos para aquelas pessoas que DO ACESSO DE VISITANTES EM
comprovarem o vínculo parental até o 2º grau, me- DIAS DE VISITAÇÃO
diante documento público, devidamente registrado
em cartório.
Art. 13. O agendamento de visita poderá/de-
Art. 7º. Caso o postulante à visitação esteja verá ser feito através de sistema informatizado,
na condição de vítima nos processos criminais im- com emissão de senha pessoal e intransferível, na
putados a pessoas privadas de liberdade, o cadas- internet, em endereço eletrônico a ser disponibili-
tro só será realizado mediante expressa autoriza- zado pela Secretaria.
ção judicial.
Parágrafo único. Caso a pessoa não tenha
Art. 8º. O cadastro de visita deverá ser reva- acesso à internet, o agendamento poderá ser reali-
lidado a cada 02 (dois) anos com a reapresentação zado na sede do Núcleo de Assistência à Família –
dos documentos necessários ao cadastro de visi- NUASF.
tante. O não cumprimento deste dispositivo impli- Art. 14. A pessoa interessada em visitar as
cará na suspensão da visita até a regularização da
pessoas privadas de liberdade nas Unidades Prisi-
mesma.
onais na condição de pais, cônjuge, companheiro
Parágrafo único. O Cadastro de visitação po- (a), filhos (as), demais parentes e amigos (as) de-
derá ser revalidada em até 30 (trinta) dias anterio- verá estar devidamente cadastrada, agendada e
res a data de seu vencimento. portando documento oficial com foto.
CAPÍTULO III DOS PRAZOS Parágrafo único. A criança e o adolescente só
poderão ingressar à Unidade Prisional se acompa-
Art. 9º. No caso de cancelamento de visita-
nhadas pelo responsável legal indicado no seu res-
ção de esposo (a), companheiro (a), parente ou
pectivo cadastro.
Daniel Almeida
amigo (a) por parte da pessoa privada de liberdade,
o (a) mesmo (a) terá que cumprir o bergalmeida96@gmail.com
prazo mínimo Art. 15. A permanência de visitante, previa-
768.507.063-49
de 30 (trinta) dias para requerer a reativação do mente cadastrado, compreenderá o período das
mesmo cadastro. 08h às 12h, para visitas sociais, no número máximo
Parágrafo Único. Se a reativação do cadastro de 02 (duas) pessoas adultas por custodiado nos
for realizada em até 90 (noventa) dias, não será ne- dias estabelecidos pela direção da Unidade Prisio-
cessária a realização de novo cadastro. nal, respeitando suas características particulares
após anuência da Administração Superior da SAP.
Art. 10. O (a) esposo (a), companheiro (a),
parente ou amigo que tiveram o cadastro cance- Art. 16. A visita social será realizada com vi-
lado pelas pessoas privadas de liberdade não po- gilância a fim de garantir segurança de todos, po-
derão requerer novo cadastro com o mesmo “sta- dendo ser realizada em ambientes setorizados.
tus” pelo prazo mínimo de 90 (noventa) dias. Art. 17. Não será permitida a realização de
Art. 11. Quando o cancelamento do cadastro visita no interior das alas e celas.
de visitante for requerido pelo mesmo, este so- Art. 18. Não será permitida, por ato devida-
mente poderá solicitar novo cadastro para visitação mente justificado pelo Diretor, a visita de pessoa
após 90 (noventa) dias daquele requerimento. que:
Art. 12. Somente serão realizados novos ca- I– Comprovadamente oferecer risco à segu-
dastros de esposo (a), companheiro (a), parente ou rança da Unidade Prisional;
amigo (a) após cumprido o prazo de 90 (noventa)
II – Chegar à Unidade Prisional em dia e hora
dias do cancelamento do cadastro da última pes-
não estabelecido para visitação;
soa visitante com o mesmo status cadastrado.
III – Não apresentar documento de identifica-
ção oficial com foto;

155
IV – Apresentar sintomas de embriaguez ou locomoção deverá comparecer à Unidade Prisio-
conduta alterada que levem a presunção de con- nal, em horário de expediente, das 08h às 17h, de
sumo de drogas e/ou entorpecentes; segunda a sexta-feira, para apresentar os referidos
V – Estiver visivelmente portando alguma do- laudos.
ença infectocontagiosa (ex. catapora, conjuntivite), § 1º As pessoas com deficiência, os idosos
com o fito de resguardar o bem comum da coletivi- com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos,
dade; as gestantes, as lactantes, as pessoas com crian-
VI – Estiver com gesso, curativos ou ataduras ças de colo, os obesos ou qualquer pessoa em con-
e cinta. dição de limitação física, terão atendimento priori-
tário.
Parágrafo único. A direção da Unidade Prisio-
nal poderá negar o cadastramento de visitante § 2º O cadastro do visitante prioritário com li-
quando a especificidade fática do delito ao qual res- mitação temporária deverá ser realizado junto à
pondem ou pelo qual foi condenada guarde relação própria Unidade Prisional ou nas sedes dos Nú-
com a vulneração do ambiente prisional, cabendo- cleos de Cadastro de Visitante - NUCAV em horário
lhe, em tais casos, expor de forma clara os motivos de expediente, das 08h às 17h, de segunda a
do indeferimento. sexta-feira, apresentando os referidos laudos mé-
dicos que comprovem tal condição.
§ 3º O cadastro do visitante prioritário com li-
SEÇÃO I mitação permanente deverá ser realizado junto às
DO ACESSO DE CRIANÇAS E sedes dos Núcleos de Cadastro de Visitante - NU-
DOS ADOLESCENTES CAV em horário de expediente, das 08h às 17h, de
segunda a sexta-feira, apresentando os referidos
Art. 19. Nos dias de visita serão limitados a laudos médicos que comprovem tal condição.
02 (dois) filhos (as) e/ou netos (as), crianças Daniel
com Almeida
idades compreendidas entre 06 (seis) meses a 12
bergalmeida96@gmail.com SEÇÃO III
(doze) anos incompletos, somente podendo ingres-768.507.063-49 DA MULHER GRÁVIDA
sar nas Unidades Prisionais se acompanhados de
pai, mãe ou responsável legal e que visite a mesma
pessoa privada de liberdade, portando documento Art. 22. A visitante terá assegurado o seu di-
oficial com foto com o devido cadastro e agenda- reito de visitação social, até o 7º (sétimo) mês de
mento, nos termos do parágrafo único, art.14. gestação, em local designado pela direção da Uni-
dade Prisional.
Art. 20. Ao adolescente, filho ou neto, com
idade compreendida entre 12 (doze) anos e 18 (de- Parágrafo único. A comprovação de gestação
zoito) anos incompletos, poderá ter seu direito à vi- deverá ser realizada por meio de atestado de
sita social quando devidamente cadastrado e pre- acompanhamento pré-natal, onde o NUCAV de-
viamente agendada, em local determinado pela Di- verá realizar o cadastro de acesso prioritário até o
reção da Unidade, somente podendo ingressar nas sétimo mês de gestação.
Unidades Prisionais se acompanhados de pai,
mãe, ou responsável legal, portando documento SEÇÃO IV
oficial com foto, nos termos do parágrafo único,
DA CUSTÓDIA E TRATAMENTO
art.14.
PSIQUIÁTRICO

SEÇÃO II Art. 23. A pessoa privada de liberdade reco-


DOS VISITANTES COM USO lhida em ala hospitalar ou enfermaria de Unidade
TEMPORÁRIO DE PRÓTESES E OBJETOS prisional, que por recomendação médica esteja im-
DE AUXÍLIO À LOCOMOÇÃO possibilitado de receber visitação em local determi-
nado, poderá solicitar agendamento de visita social
extraordinária, mediante autorização do Diretor,
Art. 21. Ao visitante que faça uso de muletas,
observando as orientações médicas.
cadeira de rodas ou outro objeto que auxilie em sua

156
Parágrafo único. A recusa de autorização de § 3º. Fica vedado o ingresso de visitante por-
visita social, presencial ou por meio de vídeo, por tando peças de roupas em duplicidade ou de time
parte da direção do estabelecimento deverá ser de futebol e acessórios, tais como: relógio, boné,
justificada e comunicada para a família e para a de- óculos esportivo, cinto, grampo de cabelo, fivela ou
fesa da pessoa internada. tipo similar de prendedor de cabelo, bijuterias, pe-
ças em prata e/ou ouro, jóias, adornos, afins e o
Art. 24. Por se tratar de estabelecimento para
uso ou porte de cigarros e similares.
cumprimento de Medida de Segurança e objeti-
vando auxiliar no tratamento do (a) internado (a)
portador (a) de transtorno mental, ficará a cargo e CAPÍTULO VI
sob a responsabilidade da Direção da Unidade Pe- DOS MATERIAIS OU OBJETOS COM
nal estabelecer horário e número de visitantes. ENTRADA PERMITIDA

SEÇÃO V DOS SETORES DE TRIAGEM Art. 27. O ingresso de material de limpeza,


peça de vestuário, gêneros alimentícios, produtos
Art. 25. Por se tratar de local de rotina dife- para higiene pessoal e medicamentos ficará condi-
renciada a pessoa privada de liberdade só poderá cionado ao cumprimento dos critérios de acondici-
receber visita após o término do período de triagem onamento, embalagem, quantidade e periodicidade
que será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e no má- estabelecidos no ANEXO ÚNICO desta Portaria.
ximo de até 60 (sessenta) dias. §1º. Os medicamentos somente serão aceitos
por solicitação e/ou prescrição médica do setor de
saúde da Unidade Prisional.
CAPÍTULO V
DAS VESTIMENTAS E ACESSÓRIOS Art. 28. Os materiais poderão ser entregues,
AOS VISITANTES Daniel por
Almeidavisitante devidamente cadastrado portando do-
cumento oficial com foto, a pessoa privada de liber-
bergalmeida96@gmail.com
dade para a qual faz visitação em dias e horários
768.507.063-49
Art. 26. Somente será permitida a entrada de estipulados por esta Secretaria e, aos fins de se-
visitante que: mana, para as pessoas que forem efetivamente vi-
I - estiver trajando camisetas ou blusas, com sitar pessoa privada de liberdade em qualquer das
exceção na cor preta, sem botões e sem estampas; Unidades Prisionais.
II - estiver trajando calças de tecidos finos, com §1º Os materiais que não estiverem em confor-
exceção na cor preta, sem cordões, sem massa midade com o Anexo Único desta portaria, não se-
metálica, sem bolsos, sem botões, e sem estam- rão recebidos e a Unidade Prisional não fará a
pas; guarda e nem se responsabilizará por materiais
abandonados e/ou não identificados.
III - estiver trajando saias ou vestidos, com ex-
ceção na cor preta, sem estampas, sem cordões, §2º Eventuais alterações posteriores referente
sem massa metálica, sem bolsos e sem botões; a lista dos materiais permitidos deverão ser publici-
zados com antecedência mínima de 07 (sete) dias
IV – usando prendedor de cabelo de plástico
para os visitantes.
ou tecido sem nenhum componente metálico.
V - estiver calçando sandálias de borracha com
solado único, na cor clara e sem estampas, tipo CAPÍTULO VII
rasteira. DA REVISTA DE VISITANTES
§ 1º. A visitante deverá estar usando roupas na
linha do joelho, cobrindo os ombros e os seios, sem Art. 29. Os visitantes deverão ser submetidos
transparência. à revista através de bodyscanner antes de serem
§ 2º. Será vedada a entrada de peças de ves- conduzidos ao local apropriado e, quando neces-
tuário, com bojo e aspas. sário, ao término da visitação, obedecendo aos pro-
cedimentos de segurança, preservando a

157
dignidade e a integridade física, psicológica e moral visitante terá assegurado o seu direito de visitação
das pessoas. social em local designado pela direção.
§1º. As revistas devem ser realizadas por pro- Art. 31. O (a) visitante que se opuser ao cum-
cedimentos visuais e eletrônicos, utilizando-se apa- primento das determinações supracitadas terá sua
relhos de imagens e detectores de metais, dentre entrada proibida.
outros.
§2º. Nos casos em que a revista por aparelho
CAPÍTULO VIII
eletrônico de inspeção apontar alguma irregulari-
dade, ou nos casos em que não for possível rea- DA VISITA ÍNTIMA
lizá-la, em razão de indisponibilidade ou das condi-
ções de saúde do visitante, a pessoa poderá ser Art. 32. A visita íntima, considerada uma re-
encaminhada para a revista manual. galia, poderá ser concedida a pessoa privada de li-
§3º. A revista manual será efetuada em local berdade, de forma excepcional e esporádica,
apropriado à natureza do procedimento, por servi- desde que preenchidos os requisitos de comporta-
dor penal do mesmo gênero do visitante, sendo ve- mento, disciplina e a realização do cadastro de côn-
dada a revista intima, o desnudamento ou qualquer juge ou companheiro (a) conforme o art. 4º desta
outra prática vexatória, tais como agachamentos ou portaria.
saltos. §1º A concessão da regalia será deferida pelo
§4º. No caso de visitante travesti, transexual ou Secretário ou a quem ele delegar, de acordo com a
intersexual, sua identidade de gênero definirá o gê- conveniência e discricionariedade.
nero de servidor penal responsável pelo procedi- § 2º. Só poderá haver visita íntima nas unida-
mento da revista manual, respeitando o direito ao des prisionais que dispuserem de local apropriado
uso do nome social, nos termos da Resolução CNJ destinado para tal finalidade, onde a mesma ocor-
nº.270 de 11 de dezembro de 2018, e resolução Daniel Almeida
rerá a critério da SAP.
CNJ nº.348, de 13 de outubro de 2020. bergalmeida96@gmail.com
§ 3º. Fica vedada a visita íntima no interior das
§5º. A revista manual deverá obedecer às768.507.063-49
se- celas ou em qualquer outro local que não esteja
guintes diretrizes: destinado para tal fim.
I – Autorização pela pessoa a ser revistada; §4º. A regalia deverá ser assegurada, vedada
II – Execução por servidor penal do mesmo gê- as restrições de gênero ou orientação sexual, res-
nero da pessoa visitante, respeitada a autoidentifi- peitado o direito ao uso do nome social, nos termos
cação de gênero das travestis, transexuais e inter- da Resolução CNJ nº. 270 de 11 de dezembro de
sexuais, nos termos dos parágrafos anteriores; 2018, e Resolução CNJ nº. 348, de 13 de outubro
de 2020.
III – Vedação de desnudamento ou toque nas
partes íntimas dos visitantes;
IV – Vedação de revista manual em crianças e CAPÍTULO IX
adolescentes, conforme os artigos 17 e 18 do Es- DA SUSPENSÃO DO DIREITO DE VISITA
tatuto da Criança e do Adolescente.
§6º. Havendo indícios de porte de material pro- Art. 33. A pessoa privada de liberdade que
ibido que, em tese, tipifique ilícito penal, o visitante cometer falta disciplinar leve, média ou grave, po-
será conduzido ao órgão policial local para as pro- derá ter restringido ou suspenso o direito a visita.
vidências legais cabíveis, devendo ser oportuni- §1º. Em nenhuma hipótese a suspensão do di-
zada comunicação previa com membro da família reito de visitas poderá ser aplicado como sanção
ou advogado. coletiva.
§7º. Crianças com fraldas deverão tê-las subs- §2º. Eventual suspensão do direito deverá ser
tituídas pelo seu responsável, mediante inspeção comunicada imediatamente à família da pessoa pri-
de servidor penal. vada de liberdade.
Art. 30. Na impossibilidade, por recomenda- §3º. Deverá ser assegurado o amplo conheci-
ção médica de passagem pelo bodyscanner, o (a) mento às pessoas privadas de liberdade e aos

158
visitantes acerca do rol de atividades compreendi- 6) Instrumento capaz de ofender a integridade
das como conduta ilícitas, explicitando as sanções física de outrem;
cabíveis em cada um dos casos. 7) Serra ou qualquer tipo de ferramentas.
§4º. No caso de realização de conduta ilícita b) No caso de reincidência de fatos previstos
pelo visitante deverá ser instaurado processo admi- no inciso anterior.
nistrativo, com garantia da ampla defesa e contra-
ditório, comunicando o interessado, Ministério Pú- §1º. O visitante flagrado por qualquer das con-
blico e a Defensoria Pública. dutas previstas neste artigo será apresentado à au-
toridade policial para as providências cabíveis.
§5º. Nos casos em que houver suspensão do
direito de visita ou restrição de algum familiar ou §2º. A Unidade Prisional deverá suspender o
amigo a compor o rol de visitantes, é recomendado cadastro da pessoa que tiver com o direito de visita
que sejam ouvidas as equipes multidisciplinares, suspenso.
especialmente as assistentes sociais ou psicólo- §3º. Comprovada a inocência, a visita será res-
gos, por meio de produção técnica, como relatórios, tabelecida mediante requerimento da parte interes-
a fim de que haja manifestação fundamentada sada.
acerca do direito à visita e composição de vínculos.
Art. 34. Em caso de rebelião, motins ou situ- CAPÍTULO X
ações de perturbação da ordem e disciplina que DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
comprometam a segurança, o diretor da Unidade
Prisional poderá suspender as visitas buscando
restabelecer a ordem, a segurança e a disciplina da Art. 36. Todos os setores que compõem as
mesma. Unidades Prisionais deverão cumprir integralmente
o presente regulamento, facilitando o processo
Art. 35. O (A) visitante poderá ter seu in- para todos que dele participam, principalmente as
Daniel Almeida
gresso suspenso, por decisão motivada da direção pessoas privadas de liberdade e seus familiares.
da unidade, pelos prazos a seguir: bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49 Art. 37. A constatação de falha decorrente de
I – 90 (noventa) dias a 180 (cento e oitenta)
negligência, facilitação ou conivência no acesso de
dias, quando:
visitantes às Unidades Prisionais em desconformi-
a) em decorrência, da sua conduta, resultar dade ao que preconiza esta Portaria estará passí-
qualquer fato danoso à ordem, à segurança e à dis- vel de sanções administrativas, civis e penais,
ciplina da Unidade; quando cabíveis.
b) tentar adentrar a Unidade com qualquer Art. 38. As situações excepcionais serão
substância ou objetos que comprometam à ordem, analisadas pelo Diretor da Unidade Prisional e sub-
à disciplina e à segurança da Unidade. metidas à Coordenadoria Especial da Administra-
II – Pelo período em que perdurar o processo ção Prisional, para deliberações.
de instrução e julgamento:
Art. 39. Esta Portaria entra em vigor a partir
a) quando for flagrado tentando entrar na Uni- de sua assinatura. Revogam-se as disposições
dade portando qualquer dos objetos relacionados contrárias, em especial as Portarias nº. 04/2020 e
abaixo: 1203/2021. SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO
1) Armas de fogo de qualquer espécie e muni- PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ, em
ções; Fortaleza, 28 de outubro de 2022
2) Explosivos;
3) Substâncias entorpecentes;
4) Aparelhos, peças ou acessórios de telefo-
nes celulares, chips, bips, pager, ou de qualquer
tipo de instrumento de comunicação;
5) Produto de circulação proibida em Lei;

159
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 26 de feve-
reiro de 2021.

Dispõe sobre a denominação do cargo, a car- ANEXO ÚNICO


reira e a estrutura remuneratória dos servidores pú- A QUE SE REFERE O ART. 2º
blicos regidos pela Lei N°14.582, de 21 de Dezem-
bro de 2009.
DA LEI Nº 17.388,
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou
e eu sanciono a seguinte Lei :
TABELA REMUNERATÓRIA DA
Art. 1º. A carreira de Segurança Penitenciá-
CARREIRA DE POLÍCIA PENAL
ria, disciplinada na Lei n.° 14.582, de 21 de dezem-
bro de 2009, passa a denominar-se, nos termos do
art.88-B, da Constituição do Estado, carreira de Po-
lícia Penal.
Parágrafo único. Em face do disposto no caput
deste artigo, os cargos ou as funções de Agente
Penitenciário, integrantes da estrutura da Secreta-
ria da Administração Penitenciária - SAP passam à
denominação de Policial Penal.
Art. 2º. A remuneração do ocupante do cargo
Daniel Almeida
ou da função de Policial Penal, a que se refere o
art. 1.° desta Lei, fica alterada na formabergalmeida96@gmail.com
do Anexo
Único desta Lei. 768.507.063-49

Art. 3º. Fica estabelecido auxílio-alimentação


no valor de R$259,57 (duzentos e cinquenta e nove
reais e cinquenta e sete centavos), a ser pago men-
salmente e de forma linear aos ocupantes do cargo
estadual de Policial Penal.
Parágrafo único. O valor do auxílio-alimenta-
ção a que se refere o caput deste artigo será atua-
lizado conforme os índices de revisão geral remu-
neratória dos servidores públicos estaduais, apli-
cando-se, quanto às condições de recebimento, o
disposto na Lei n.° 15.173, de 22 de junho de 2012,
com exceção do art. 6.° da referida Lei.
Art. 4º. O disposto nesta Lei aplica-se aos
servidores inativos dos cargos a que se refere seu
art. 1.°, bem como à pensão deles decorrentes,
desde que regido o benefício pela paridade consti-
tucional.
Art. 5º. Esta Lei entra em vigor a partir de 1.°
de janeiro de 2022, observado, quanto aos efeitos
financeiros, o disposto no seu Anexo Único.

160
Art. 3. Os policiais penais de carreira e os ser-
vidores públicos do quadro permanente da SAP
respondem civil, penal e administrativamente pelo
exercício irregular de suas atribuições, sujeitando-
se, cumulativamente, às cominações cabíveis nas
respectivas esferas.
Parágrafo único. O agente público legalmente
Dispõe sobre o regime disciplinar dos policiais afastado do exercício funcional não estará isento
penais e demais servidores públicos do quadro per- de responsabilidade, nos termos do caput deste ar-
manente da Secretaria da Administração penitenci- tigo, por infrações cometidas antes ou durante o
ária do Estado – sap. afastamento, observadas as disposições desta Lei.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Art. 4. A responsabilidade civil do agente pú-


Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou blico decorre de ato doloso ou culposo que, nos ter-
e eu sanciono a seguinte Lei: mos do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, im-
porte em dano ao Estado ou a terceiros.
§ 1º. A indenização devida em razão de res-
CAPÍTULO I ponsabilização será descontada da remuneração
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS do agente público, não lhe excedendo o desconto
a 1/10 (um décimo) do valor total, exceto nos casos
Art. 1. Esta Lei dispõe sobre o regime disci- de danos decorrentes de atos dolosos enquadra-
dos na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de
plinar aplicável aos agentes públicos do quadro
1992, situação em que o ressarcimento se dará de
permanente da Secretaria da Administração Peni-
uma só vez.
tenciária – SAP, definindo regras sobre o compor-
Daniel Almeida
tamento ético, bem como os procedimentos para § 2º. Em caso de prejuízo a terceiros, o servi-
bergalmeida96@gmail.com
dor responderá perante o Estado, em ação regres-
apuração da responsabilidade administrativa disci-
plinar. 768.507.063-49
siva proposta na forma da legislação.
Art. 2. Estão sujeitos às disposições desta Lei Art. 5. A apuração da responsabilidade funci-
os policiais penais de carreira e demais servidores onal, nos termos desta Lei, se processa por meio
públicos do quadro permanente da SAP. de investigação preliminar, de sindicância ou de
processo administrativo disciplinar, assegurados
§ 1º. Compete à Controladoria Geral de Disci-
em ambos o contraditório e a ampla defesa.
plina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário - CGD apurar a responsabilidade dis- § 1º. A investigação preliminar e a sindicância
ciplinar dos policiais penais de carreira, nos termos poderão tramitar perante a Secretaria da Adminis-
da Lei Complementar n.º 98, de 13 de junho de tração Penitenciária do Estado do Ceará – SAP,
2011. por delegação do Controlador-Geral de Disciplina
dos Órgãos de Segurança Pública.
§ 2º. É da competência da Procuradoria de
Processo Administrativo Disciplinar – Propad, ór- § 2º. Sob pena de responsabilização, o agente
gão de execução programática da Procuradoria- público exercente de função de chefia, ao tomar co-
Geral do Estado, apurar a responsabilidade disci- nhecimento de fato que possa configurar ilícito ad-
plinar dos demais servidores públicos do quadro ministrativo, deve representar perante autoridade
permanente da SAP, nos termos da Lei Comple- competente, para apuração do fato.
mentar n.º 58, de 31 de março de 2006. § 3º. Configurando a conduta funcional irregu-
lar, a um só tempo, ilícito administrativo, civil e pe-
nal, a autoridade competente para determinar a
CAPÍTULO II
abertura do procedimento disciplinar adotará provi-
DA RESPONSABILIDADE dências para a apuração da responsabilidade civil
ou penal, quando for o caso, durante ou após con-
cluída a sindicância ou o processo administrativo
disciplinar.

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§ 4º. A legítima defesa e o estado de necessi- VIII – preencher formulários próprios descritos
dade excluem a responsabilidade administrativa, no Procedimento Operacional Padrão (POP), den-
assim como a alienação mental ao tempo do fato, tre outros;
comprovada por perícia médica oficial. IX – utilizar, conservar e guardar adequada-
§ 5º. Considera-se legítima defesa o revide mente aparelhos, materiais, veículos, armamentos,
moderado e proporcional à agressão ou à iminên- equipamentos, banco de dados, operação de sis-
cia de agressão moral ou física, que atinja ou vise tema de monitoramento, sistemas de comunicação
a atingir o servidor, os seus superiores hierárqui- e outros disponíveis para o sistema prisional;
cos, colegas de trabalho ou o patrimônio da institui- X – desempenhar suas funções agindo sempre
ção administrativa a que servir. com discrição, honestidade, imparcialidade, respei-
§ 6º. Considera-se em estado de necessidade tando os princípios da legalidade, impessoalidade,
o agente público cuja conduta se revele indispen- moralidade, publicidade, bem como lealdade às
sável ao atendimento de urgência administrativa, normas constitucionais;
inclusive para fins de preservação do patrimônio XI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do
público. serviço público, obedecendo às ordens superiores,
§ 7º. A legítima defesa e o estado de necessi- exceto se manifestamente ilegal;
dade não excluem a responsabilização administra- XII – fazer cumprir as regras, os princípios e
tiva em caso de excesso, imoderação ou despro- fundamentos institucionais que regem o Sistema
porcionalidade do ato praticado, culposo ou doloso. Penitenciário;
XIII – comparecer no horário regular do expe-
CAPÍTULO III diente ou escala de plantão com pontualidade para
DOS DEVERES FUNCIONAIS exercer os atos de seu ofício;
XIV – ter irrepreensível conduta profissional,
Daniel Almeida
colaborando
bergalmeida96@gmail.com para o prestígio do serviço público e
Art. 6. São deveres dos agentes públicos
zelando
768.507.063-49 pela dignidade de suas funções;
abrangidos por esta Lei:
XV – desempenhar com zelo, presteza, efici-
I – desempenhar as atribuições legais e regu-
ência e produtividade, dentro dos prazos, os servi-
lamentares inerentes ao cargo ou função com zelo,
ços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhe sejam
dedicação, eficiência e probidade;
atribuídos;
II – participar, no caso de policiais penais, de
XVI – tratar as pessoas com urbanidade;
treinamentos ou cursos ofertados pelo Estado que
busquem manter a preparação física e intelectual XVII – zelar pela economia e conservação do
necessária para o exercício de sua função; material que lhe for confiado;
III – manter conduta pública e privada compa- XVIII – fazer uso correto do uniforme, identi-
tível com a dignidade da função; dade funcional, brevês e distintivos do Sistema Pe-
nitenciário, conforme disciplinado em regulamento
IV – adotar as providências cabíveis e fazer as
próprio;
comunicações devidas, em face das irregularida-
des que ocorram em serviço ou de que tenha co- XIX – guardar sigilo sobre assunto da reparti-
nhecimento; ção;
V – oferecer aos internos informações sobre as XX – levar as irregularidades de que tiver ciên-
normas que orientarão seu tratamento, regras dis- cia em razão do cargo ao conhecimento da autori-
ciplinares e seus direitos e deveres; dade superior ou, quando houver suspeita do en-
volvimento desta, ao conhecimento de outra auto-
VI – cumprir suas obrigações de maneira que
ridade competente para apuração;
inspirem respeito e exerçam influências benéficas
aos internos; XXI – cumprir de forma pessoal e integral a
carga horária do seu cargo e/ou função pública;
VII – registrar as atividades de trabalho de na-
tureza interna e externa em livros de ocorrências; XXII – representar contra ilegalidade, abuso de
poder ou omissão no cumprimento da lei;

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XXIII – manter atualizados junto à Coordena- X – deixar de repassar ou de comunicar imedi-
doria de Gestão de Pessoas da Secretaria da Ad- atamente ao superior hierárquico qualquer objeto
ministração Penitenciária os dados pessoais, co- achado, recuperado ou que lhe seja entregue em
municando qualquer alteração no estado civil, de razão de suas atribuições;
endereço e/ou telefone. XI – salvo justo motivo, chegar atrasado ao
Parágrafo único. O disposto neste artigo não serviço ou plantão para o qual estiver escalado,
exime o agente público da obediência a outros de- caso não reincidente.
veres previstos em lei, regulamento e norma in-
Art. 9. Configuram transgressões disciplina-
terna inerentes à natureza da função.
res de segundo grau:
I – negligenciar a guarda de bens, armas, ins-
CAPÍTULO IV trumentos ou valores pertencentes à repartição pe-
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES nitenciária ou valores e bens pertencentes a presos
ou a terceiros, que estejam sob sua responsabili-
dade;
Art. 7. Pela gravidade, as transgressões dis-
ciplinares classificam-se em: II – deixar de comunicar à autoridade compe-
tente informação que venha a comprometer a or-
I – de primeiro grau; dem pública ou o bom andamento do serviço;
II – de segundo grau; III – fazer uso indevido da cédula funcional ou
III – de terceiro grau; da arma que lhe haja sido confiada para o serviço,
caso não constitua falta mais grave;
IV – de quarto grau.
IV – indicar ou insinuar nome de advogado
Parágrafo único. As transgressões previstas
para assistir pessoa que esteja presa;
neste artigo aplicam-se aos servidores do quadro
Daniel AlmeidaV – deixar de frequentar com assiduidade,
permanente da SAP, no que for compatível com o
exercício das respectivas funções. bergalmeida96@gmail.com
salvo justo motivo, cursos em que haja sido matri-
768.507.063-49
culado pelo órgão responsável pelo sistema peni-
Art. 8. Configuram transgressões disciplina- tenciário ou por este designado;
res de primeiro grau:
VI – abster-se, sem justo motivo, de aceitar en-
I – permutar horário de serviço ou execução de cargos inerentes à categoria funcional;
tarefa sem expressa permissão da autoridade com-
petente; VII – ofender os colegas de trabalho e demais
servidores que compõem o sistema penitenciário,
II – usar vestuário inadequado para o serviço; com palavras, atos ou gestos, qualquer que seja o
III – exibir desnecessariamente arma, distintivo meio empregado;
ou algema; VIII – agir com dolo ou culpa, provocando o ex-
IV – deixar de ostentar distintivo, quando exi- travio ou danificando objetos, livros e material de
gido para o serviço; expediente do estabelecimento penitenciário, caso
não constitua falta mais grave;
V – não se apresentar ao serviço, sem justo
motivo, ao término de licença de qualquer natureza, IX – valer-se do cargo para lograr proveito pes-
férias ou dispensa de serviço; soal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública, caso não constitua falta mais grave;
VI – tratar de interesse particular na repartição;
X – participar de gerência ou administração de
VII – atribuir-se indevidamente qualidade fun-
sociedade privada, personificada ou não, exercer o
cional diversa do cargo ou da função que exerce;
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista
VIII – acionar desnecessariamente sirene de ou comanditário;
viatura policial;
XI – atuar, como procurador ou intermediário,
IX – utilizar a chefia seus agentes de forma in- junto a repartições públicas, salvo quando se tratar
compatível com o serviço policial penal; de benefícios previdenciários ou assistenciais de

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parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com- sociais, blogs, aplicativos, imprensa e demais
panheiro; meios de comunicação e interação social;
XII – aceitar comissão, emprego ou pensão de XXVIII – apresentar-se ao trabalho alcoolizado
estado estrangeiro; ou sob efeito de substância que determine depen-
XIII – praticar usura sob qualquer de suas for- dência física ou psíquica;
mas; XXIX – deixar de atender às requisições judici-
XIV – proceder de forma desidiosa; ais e administrativas ou deixar de dar ciência à che-
fia imediata, em caso de impossibilidade de fazê-lo;
XV – utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares; XXX – deixar de comunicar previamente à che-
fia imediata acerca da necessidade de ausentar-se
XVI – incumbir a terceiros o cumprimento da da unidade de serviço para atender requisição, me-
carga horária do seu cargo, salvo se previamente diante apresentação de documentação comproba-
autorizada a permuta de acordo com regulamento tória.
interno;
Art. 10. Configuram transgressões disciplina-
XVII – ausentar-se do serviço sem autorização
res do terceiro grau:
superior;
I – promover ou facilitar fuga de presos;
XVIII – retirar, sem prévia autorização da auto-
ridade competente, qualquer documento ou objeto II – aplicar de forma irregular dinheiro público;
da instituição, caso não constitua falta mais grave; III – abandonar cargo, tal considerada a injus-
XIX – permitir visitas, inobservando a fixação tificada ausência ao serviço por mais de 30 (trinta)
dos dias e horários próprios, de cônjuges, compa- dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias intercala-
nheiros, parentes e amigos dos presos; dos, no período de 12 (doze) meses;
XX – deixar de cumprir ordens emanadasDaniel de IV – cobrar carceragem, custas, emolumentos
Almeida
autoridades competentes, salvo se bergalmeida96@gmail.com
manifesta- ou qualquer outra despesa;
mente ilegal; V – praticar ato definido como crime que, por
768.507.063-49
XXI – eximir-se do cumprimento de suas fun- natureza e configuração, o incompatibilize para o
ções; exercício da função;
XXII – recusar-se ou criar dolosamente obstá- VI – promover ou facilitar a entrada de equipa-
culo a prestar depoimento e/ou ser acareado na mentos eletrônicos, armas, bebidas alcoólicas e
qualidade de testemunha, ou recusar-se a executar substâncias entorpecentes nas dependências das
trabalho solicitado para instruir processo judicial ou unidades prisionais;
administrativo; VII– praticar ato de improbidade administrativa;
XXIII – gerar por palavra ou gestos ofensivos VIII – adotar conduta que caracterize inconti-
descrédito à Instituição Penitenciária; nência pública ou postura escandalosa na reparti-
XXIV– desrespeitar decisão ou ordem judicial, ção;
ou procrastinar seu cumprimento; IX – provocar ou participar de greve ou parali-
XXV – praticar ato definido em lei como abuso sação total ou parcial, em prejuízo do serviço poli-
de poder; cial penal ou outros serviços inerentes à adminis-
tração penitenciária;
XXVI – salvo justo motivo, faltar ou chegar
atrasado ao serviço ou plantão para o qual estiver X – cometer crime tipificado em lei quando pra-
escalado, se reincidente, abandoná-lo ou deixar de ticado em detrimento de dever inerente ao cargo ou
comunicar, com antecedência, à autoridade supe- função, ou quando o crime for considerado de na-
rior a que estiver subordinado a impossibilidade de tureza grave, a critério da autoridade competente;
comparecer à instituição; XI– executar medida privativa da liberdade in-
XXVII – veicular ou propiciar a divulgação de dividual sem as formalidades legais ou com abuso
notícia falsa, documentação, imagens, áudios e ví- de poder;
deos de fatos ocorridos na SAP, nos meios de co-
municação em geral, como jornais, sites, redes

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XII – negligenciar na revista do preso, dei- IV – a demissão a bem do serviço público;
xando de apreender produtos ilícitos ou proibidos, V – a cassação de aposentadoria ou disponibi-
conforme disposições regulamentares; lidade.
XIII– permitir que os presos conservem em seu
Art. 13. A pena de repreensão será aplicada
poder instrumentos que possam causar danos nas
dependências a que estejam recolhidos, ou produ- por escrito no caso de inobservância aos deveres
zir lesões em terceiros; funcionais previstos no art. 6.º desta Lei.

XIV – dar, vender, ceder, alugar ou emprestar Art. 14. A suspensão será aplicada:
cédula de identidade, distintivo funcional, peças de I – por até 30 (trinta) dias na hipótese de trans-
uniformes ou de equipamentos novos ou usados; gressão de primeiro grau ou na reincidência de falta
XV – agredir fisicamente, em serviço, servidor já punida com repreensão;
ou particular, salvo em legítima defesa própria ou II – de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias na hipó-
de outrem; tese de transgressão de segundo grau.
XVI – fazer uso, em serviço ou uniformizado, § 1.º Durante o período de suspensão, o
de substância que acarrete dependência física ou agente público não fará jus aos direitos e vanta-
psíquica; gens inerentes ao exercício do cargo.
XVII – acumular cargos, funções e empregos § 2.º A autoridade competente para aplicar a
públicos remunerados, salvo nos casos permitidos pena de suspensão poderá convertê-la, antes do
na Constituição Federal, permitida a opção, ao final início de sua execução, em multa equivalente a
do processo disciplinar, caso constatada a boa-fé 50% (cinquenta por cento) da remuneração corres-
na acumulação. pondente ao período da suspensão, devendo o
Art. 11. Configuram transgressões disciplina- agente público permanecer em serviço.
res de quarto grau: Daniel AlmeidaArt. 15. A sanção cabível em casos de trans-
bergalmeida96@gmail.com
I – traficar substância que determine depen- gressão disciplinar de terceiro grau é a demissão.
dência física ou psíquica; 768.507.063-49 Parágrafo único. A demissão dar-se-á a bem
II – revelar dolosamente segredo ou assunto do serviço público na hipótese de transgressão dis-
de que tenha conhecimento, em razão de cargo ou ciplinar de quarto grau e de transgressão disciplinar
função, que possam prejudicar o bom andamento de terceiro grau em que a gravidade da infração
e/ou funcionamento do serviço na repartição ou em justificar a medida, a critério da autoridade julga-
unidades prisionais; dora.
III – praticar tortura ou crimes definidos como Art. 16. A sanção de cassação de aposenta-
hediondos; doria ou de disponibilidade será aplicada ao agente
IV – exigir, solicitar ou receber vantagem inde- público que houver praticado, em atividade, trans-
vida, ou aceitar promessa de tal vantagem, direta- gressão disciplinar sujeita à penalidade de demis-
mente ou por intermédio de outrem, para si ou para são, inclusive a bem do serviço.
terceiro, em razão das funções, ainda que fora Art. 17. As sanções disciplinares resultarão
desta. de sindicância e de procedimento administrativo
disciplinar, os quais reger-se-ão conforme disposto
no art. 20 desta Lei, assegurados o exercício do
CAPÍTULO V contraditório e da ampla defesa, bem como os re-
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES cursos e meios a ela inerentes.
Parágrafo único. Na aplicação da sanção, a
Art. 12. Constituem sanções disciplinares: autoridade competente levará em consideração os
I – a repreensão; antecedentes funcionais do agente público, as cir-
cunstâncias em que o ilícito ocorreu, a natureza e
II – a suspensão; a gravidade da infração e os danos que dela provi-
III – a demissão; erem.

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CAPÍTULO VI Segurança Pública e Sistema Penitenciário para
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE aplicar as sanções previstas nesta Lei.
Art. 20. A apuração disciplinar de que trata
Art. 18. Extingue-se a punibilidade da trans- esta Lei dar-se-á em atenção aos princípios da le-
gressão disciplinar: galidade, da moralidade, da impessoalidade e da
justa motivação, sem prejuízo da observância às
I – pela morte do agente público; demais normas éticas e comportamentais definidas
II – pela prescrição. como padrão de conduta para a gestão administra-
tiva estadual, levando em consideração, em espe-
§ 1.º A prescrição se consuma nos seguintes
cial, o disposto na Lei n.º 15.036, de 18 de novem-
prazos:
bro de 2011.
I – para infrações sujeitas à pena de repreen-
são, em 2 (dois) anos; Art. 21. Ao regime disciplinar de que trata
esta Lei aplicar-se-á subsidiariamente as disposi-
II – para infrações sujeitas à pena de suspen- ções estatutárias inerentes aos servidores públicos
são, em 4 (quatro) anos; em geral do Estado.
III – para infrações sujeitas à pena de demis-
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vi-
são, de demissão a bem do serviço público e de
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em gor na data de sua publicação.
6 (seis) anos.
§ 2.º Não se aplica o disposto no § 1.º deste PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
artigo: ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 26 de novem-
I – a ilícitos caracterizados como crime, cuja bro de 2021.
prescrição dar-se nos prazos e condições previstos Camilo Sobreira de Santana
Daniel Almeida
na legislação penal; GOVERNADOR DO ESTADO
bergalmeida96@gmail.com
II – no caso de abandono de cargo, cujo prazo
768.507.063-49
de prescrição não se inicia enquanto estiver em
curso o ilícito.
§ 3.º O prazo de prescrição inicia-se na data
em que conhecido o fato e interrompe-se pela aber-
tura de sindicância ou de processo administrativo,
quando for o caso.
§ 4.º Suspensa a tramitação de sindicância ou
de processo administrativo disciplinar por qualquer
motivo imperioso devidamente justificado pela au-
toridade competente, inclusive em razão de inci-
dente de insanidade mental, o curso da prescrição
também se considerará suspenso, sendo retomado
após o definitivo julgamento do incidente ou
quando findo o impedimento que motivou a suspen-
são.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19. Conforme previsto em legislação es-


pecífica, são competentes o Chefe do Executivo e
o Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de

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´
POLiCIA ´
PENAL DO CEARA

Daniel Almeida
bergalmeida96@gmail.com
768.507.063-49

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