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APOSTILA
Estatuto da OAB | 11ª ed.

SUMÁRIO

1. NOÇÕES PRELIMINARES 4

2. DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO 4

DOS DIREITOS 4

DOS DIREITOS DA ADVOGADA


(art. 7º-A do EAOAB) 11

DOS DEVERES 11

3. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES 12

INFRAÇÕES – (EAOAB, art. 34) 13

CENSURA 13

SUSPENSÃO 15

EXCLUSÃO 17

MULTA (EAOAB, art. 39) 17

ATENUANTES (EAOAB, art. 40), 17

PRESCRIÇÃO DA PUNIBILIDADE (EAOAB, art.43) 18

4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 18

TIPOS DE HONORÁRIOS 19

5. DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA 23

6. INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO 27

7. ESTRUTURA E ÓRGÃOS DA OAB 30

ÓRGÃOS DA OAB 30

8. SOCIEDADE DE ADVOGADOS 39

9. ELEIÇÕES E MANDATOS 43

10. PROCURAÇÃO E SUBSTABELECIMENTO 45

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11. INSCRIÇÃO NA OAB 47

CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO 49

12. CONTRIBUIÇÕES 51

13. ESPÉCIES DE ADVOGADO 51

ADVOGADO EMPREGADO 51

14. CÓDIGO DE ÉTICA 54

15. PROCESSO NA OAB E PROCESSO DISCIPLINAR 54

16. RECURSOS 55

17. DIÁRIO ELETRÔNICO DA OAB 56

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1. NOÇÕES PRELIMINARES
Primeiramente, vale ressaltar que, além da Constituição Federal, a atividade advocatícia é regida
por três institutos com algumas semelhanças, porém distintos um do outro.

São eles: Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94); Regulamento Geral do EAOAB; Código
de Ética e Disciplina.

Juntos, legislam acerca da atividade da advocacia, da inscrição dos advogados nos quadros da
Ordem, dos direitos dos advogados, das infrações, processo e sanções disciplinares, dos
honorários advocatícios e das sociedades de advogados.

Nesta apostila, você encontrará as atualizações legislativas mais recentes, além de uma revisão
geral e otimização de seu conteúdo para apresentar um enfoque ainda maior nos temas que são
mais recorrentes no Exame de Ordem.

2. DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO


Este é o assunto mais recorrente entre as questões de Ética. A possibilidade de ao menos uma
questão tratar sobre este tema em sua prova é muito grande.

DOS DIREITOS

Os direitos dos advogados encontram-se disciplinados nos arts. 6º e 7º do EAOAB.

Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do


Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos (EAOAB,
art. 6º).

Além disso, o §1º do art. 6º do Estatuto, reforça sobre o dever das autoridades e os servidores
públicos dos Poderes da República, os serventuários da Justiça e os membros do Ministério
Público devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a
dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho, preservando e
resguardando, de ofício, a imagem, a reputação e a integridade do advogado nos termos desta
Lei.

São direitos dos advogados (EAOAB, art. 7º):

I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;

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II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de


trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas
ao exercício da advocacia;

Requisitos para o afastamento da Inviolabilidade:

a) deverá conter indícios de autoria e de materialidade da prática de crime cometido pelo


advogado;
b) decretação de quebra da inviolabilidade por autoridade judiciária competente (conforme
as regras de competência determinadas, v. g., o juiz cível não poderia determinar a
quebra);
c) decisão que exponha as razões da busca e apreensão;
d) expedição de mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado (que
determine o objeto da medida) e;
e) cumprimento do mandado na presença de representante da Ordem dos Advogados do
Brasil (exemplo: presidente da subsecção local) (Júnior, 2010).

III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis;

IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao
exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;

Comentário: com relação ao inciso IV, vale o destaque para duas situações distintas: a) prisão
em flagrante do advogado que cometeu crime inafiançável, por motivo ligado ao exercício da
advocacia; e b) prisão simples. No primeiro caso, a presença de representante da OAB é
obrigatória, sob pena de nulidade do auto respectivo. Na segunda hipótese, por sua vez, exige-se
apenas a comunicação expressa (formal) à seccional da OAB. Em sede de ADIn (nº1.127-8), o
STF declarou que se a OAB não enviar um representante em tempo hábil, mantém-se a validade
da prisão em flagrante.

V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado
Maior, com instalações e comodidades condignas, e na sua falta, em prisão domiciliar;

Comentário: o advogado preso cautelarmente deve ser encaminhado à sala de Estado Maior.
Diferentemente de uma “cela”, que contém grades que objetivam o aprisionamento, ao advogado

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é garantido que lhe seja destinada uma “sala” ou local que lhe ofereça “instalações e
comodidades condignas”.

ATENÇÃO: A violação dos direitos e prerrogativas dispostos nos incisos II, III, IV e V
constitui crime sujeito à pena de detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa - art.
7º-B do EAOAB.

VI - ingressar livremente:

a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte
reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça,
serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora
de expediente e independentemente da presença de seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço
público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao
exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido,
desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente,
ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;

VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior,


independentemente de licença;

VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho,


independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem
de chegada;

Comentário: é dever do advogado tratar os juízes, bem como a qualquer servidor público, com
respeito, cordialidade e urbanidade, sendo a recíproca verdadeira. Os magistrados possuem a
obrigação de oferecer tratamento cordial ao receber advogados em seus gabinetes.

X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão de


deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de inquérito, mediante
intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, a
documentos ou a afirmações que influam na decisão;

XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a
inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;

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XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração
Pública ou do Poder Legislativo;

XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração


Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração,
quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de
cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; - aplica-se também a processos e
procedimentos eletrônicos.

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em
meio físico ou digital; - aplica-se também a processos e procedimentos eletrônicos.

XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na


repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;

XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias;

Comentário: a vista não será concedida quando o processo contiver documentos originais de
difícil restauração que justifique a permanência deste em cartório. Nessa hipótese, é garantido o
fornecimento de cópia dos autos sob pena de caracterizar o cerceamento de defesa.

XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão


dela;

Comentário: o desagravo público será promovido pela classe em sessão pública e solene,
quando o advogado for ofendido no exercício da profissão ou de cargo ou função da OAB. O
desagravo poderá ser deferido ou não através de procedimento administrativo que garante ao
ofensor ampla defesa acerca dos fatos.

XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado;

Comentário: o Provimento nº 81 do Conselho Federal da OAB definiu como símbolos do


advogado: vestes, insígnias, etc.

XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou
sobre fato relacionado a pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou
solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;

Comentário: o advogado sequer precisa comparecer no dia determinado para o testemunho,


bastando comunicado formal ao juízo sobre o seu impedimento.

1
Para conferir acesse: http://www.oab.org.br/leisnormas/legislacao/provimentos/08-1964

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Jurisprudência sobre o tema

O Superior Tribunal de Justiça decidiu que o sigilo profissional, previsto no artigo 7º, inciso XIX,
que acoberta o advogado, está relacionado “`à qualidade de testemunha”, mas não quando o
advogado é acusado em ação penal da prática de crime (RT 718/473).

O advogado pode e deve recusar-se a comparecer e depor sobre fatos conhecidos no exercício
profissional, cuja revelação possa produzir dano a outrem (RTJ 88/847; RT 523/438; 531/401).

XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta
minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva
presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo.

XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade
absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo,
inclusive, no curso da respectiva apuração:

● apresentar razões e quesitos;

§ 2º-B. Poderá o advogado realizar a sustentação oral no recurso interposto contra a decisão
monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes recursos ou ações:

● recurso de apelação;
● recurso ordinário;
● recurso especial;
● recurso extraordinário;
● embargos de divergência;
● ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras
ações de competência originária.

Posição do Advogado em relação ao magistrado

Durante as audiências de instrução e julgamento realizadas no Poder Judiciário, nos


procedimentos de jurisdição contenciosa ou voluntária, os advogados do autor e do requerido
devem permanecer no mesmo plano topográfico e em posição equidistante em relação ao
magistrado que as presidir

Retenção abusiva dos autos

O advogado que comprovadamente estiver retendo os autos a fim de atrapalhar o bom


andamento do processo, devolvendo-o apenas após ser intimado, poderá ter o seu direito de
retirá-lo em carga cassado até o seu término. Vale ressaltar, ainda, a inovação trazida pelo Novo

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CPC, que determinou a aplicação de sanção pecuniária ao advogado que, após ser intimado, não
devolver os autos em 03 (três) dias.

Outros direitos do advogado

IMPORTANTE: § 2º-B. Poderá o advogado realizar a sustentação oral no recurso interposto


contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito, ou não conhecer dos seguintes
recursos, ou ações:

I - recurso de apelação;

II - recurso ordinário;

III - recurso especial;

IV - recurso extraordinário;

V - embargos de divergência;

VI - ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações de


competência originária.

§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da


profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo.

§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns,


tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados,
com uso assegurado à OAB.

§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função


de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem
prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.

§ 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de


advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade
de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de
busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da
OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos
objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de
trabalho que contenham informações sobre clientes.

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§ 6º-D. No caso de inviabilidade técnica quanto à segregação da documentação, da mídia ou dos


objetos não relacionados à investigação, em razão da sua natureza ou volume, no momento da
execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada do material, a cadeia de custódia
preservará o sigilo do seu conteúdo, assegurada a presença do representante da OAB, nos
termos dos §§ 6º-F e 6º-G deste artigo.

§ 6º-E. Na hipótese de inobservância do § 6º-D deste artigo pelo agente público responsável pelo
cumprimento do mandado de busca e apreensão, o representante da OAB fará o relatório do fato
ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores, dará conhecimento à autoridade judiciária e o
encaminhará à OAB para a elaboração de notícia-crime.

§ 6º-I. É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu
cliente, e a inobservância disso importará em processo disciplinar, que poderá culminar com a
aplicação do disposto no inciso III do caput do art. 35 desta Lei, sem prejuízo das penas previstas
no art. 154 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

§ 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado


averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou coautores
pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade.

§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício
dos direitos de que trata o inciso XIV.
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso
do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não
documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou
da finalidade das diligências.

§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de


autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno
investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do
responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa,
sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente.

§ 13. O disposto nos incisos XIII e XIV do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos
e a procedimentos eletrônicos, ressalvado o disposto nos §§ 10 e 11 deste artigo.

§ 14. Cabe, privativamente, ao Conselho Federal da OAB, em processo disciplinar próprio, dispor,
analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advogado.

§ 15. Cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e decidir sobre os honorários
advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado, resguardado o sigilo, nos termos do
Capítulo VI desta Lei, e observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição
Federal.

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§ 16. É nulo, em qualquer esfera de responsabilização, o ato praticado com violação da competência
privativa do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo.

DOS DIREITOS DA ADVOGADA


(art. 7º-A do EAOAB)

Gestantes
a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X;
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais

Lactantes
I - lactante, adotante ou que der à luz, acesso à creche, onde houver, ou a local adequado ao
atendimento das necessidades do bebê;
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações orais e
das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição;

Os direitos das Gestantes e Lactantes são mantidos enquanto durar a circunstância que lhe
garante.

Adotantes ou que deram à luz


IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da
causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente.

ATENÇÃO:
Após a adoção ou dar à luz, se for a única patrona da causa e notificar o cliente por escrito, serão
suspensos os prazos processuais por 30 dias.

DOS DEVERES

Os deveres dos advogados estão disciplinados no art. 2º do Novo Código de Ética e Disciplina:

● Preservar a honra, a nobreza e a dignidade da profissão;


● Atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade,
dignidade e boa-fé;
● Zelar por sua reputação pessoal e profissional;
● Empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional;
● Contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;

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● Estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a


instauração de litígios;
● Aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial;
● Ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados;
● Zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
● Adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da
Justiça;
● Pugnar pela solução de problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos
individuais, coletivos e difusos.

O advogado deve abster-se de:

● Utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;


● Patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que
também atue;
● Vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso;
● Emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a
dignidade da pessoa humana;
● Entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o
assentimento deste;
● Ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridade com as
quais tenha vínculos negociais ou familiares;
● Contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.

3. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES


O tema “Infrações e Sanções Disciplinares” é quase tão recorrente quanto o anterior, ficando
atrás por uma diferença muito pequena de incidência.

O Estatuto estabelece 29 condutas infratoras passíveis de alguma sanção. As penas, de acordo


com a sua gravidade, são as de advertência, censura e exclusão. A multa é sanção acessória que
pode ser aplicada cumulativamente a outra.

Antes de iniciarmos a análise dos pontos específicos de cada infração e sanção correspondente,
é importante destacar que:

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1) Cabe, privativamente, ao Conselho Federal da OAB, em processo disciplinar


próprio, dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico
realizado pelo advogado.
2) É nulo, em qualquer esfera de responsabilização, o ato praticado com violação da
competência privativa do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo.

INFRAÇÕES – (EAOAB, art. 34)

a) as sanções disciplinares consistem em (EAOAB, art. 35):


● Censura;
● Suspensão;
● Exclusão;
● Multa.

b) as sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado


da decisão, não podendo ser objeto de publicidade e de censura;
c) é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu
cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento;
d) quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal;
e) fica impedido de exercer o mandato o profissional a quem forem aplicadas as sanções
disciplinares de suspensão ou exclusão;
f) aquele que exercer ilegalmente a profissão não se submete a este regime disciplinar,
ficando sujeito às penas do regime penal.

CENSURA

A censura é aplicável nos casos de:

a) infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34;


b) violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;
c) violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção
mais grave.

Se for constatado, na aplicação da censura, que o advogado punido apresenta circunstância


atenuante, a censura deverá ser convertida em advertência escrita por ofício reservado.

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As hipóteses de censura são as seguintes:

I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício
aos não inscritos, proibidos ou impedidos;

II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;

III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;

Comentário: o agenciador de causas é normalmente um terceiro que está incumbido de angariar


clientes sob a promessa de uma comissão para tanto.

IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;

Comentário: esta hipótese trata da prática de publicidade imoderada, o que caracteriza a


mercantilização da profissão, e é vedada pelo EAOAB. O disparo de e-mails, publicidade em
home page, quiosques em shopping center e outdoor são exemplos de publicidade imoderada.

Todavia, há que se ponderar que não infringe postura ética o advogado que se apresenta de
forma discreta e moderada, mantendo um site com informações sobre suas áreas de atuação,
endereço profissional e formas de contato, por exemplo. Ou, concedendo entrevista informativa,
em que presta esclarecimentos à população sobre determinado tema.

V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha
feito, ou em que não tenha colaborado;

Comentário: não incorrerá nesta infração o advogado que subscreve petição de acordo elaborada
pela parte contrária, nem aquele que assinar petição a rogo e ditada, diante da impossibilidade do
colega fazê-lo em razão de debilidade física.

VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na


inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;

VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;

Comentário: a justa causa se caracteriza, por exemplo, quando o cliente comunica o advogado de
que irá cometer um crime, e este avisa a polícia. Ou, também, quando uma informação do cliente
é imprescindível para a defesa do próprio causídico.

VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do
advogado contrário.

IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;

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Comentário: são exemplos de culpa grave: a) não comparecimento à audiência aprazada; b) falta
de distribuição de ações ou de queixa-crime que acarrete a decadência; c) falta de acionamento
das vias recursais, deixando o prazo correr in albis; d) redação de peças ineptas; e) perda de
prazo peremptório; etc.

X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que


funcione;

XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da
renúncia;

XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de
impossibilidade da Defensoria Pública;

XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas


a causas pendentes;

XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de
depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o
juiz da causa;

XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato
definido como crime;

[...]

XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.

SUSPENSÃO

A suspensão é aplicável nos casos de:

a) infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;


b) reincidência em infração disciplinar.

A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território


nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses.

Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que satisfaça
integralmente a dívida, inclusive com correção monetária.

Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que o suspenso preste novas
provas de habilitação.

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As hipóteses de suspensão são as seguintes:

XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado
a fraudá-la;

Comentário: o exemplo mais corriqueiro neste tipo de infração ocorre quando advogados, em
conluio, simulam reclamatória trabalhista tendo acordo previamente estabelecido a fim de obter a
sua homologação pelo Judiciário - o que não aconteceria perante o sindicato, por exemplo.

Assim, protegem o empregador pela coisa julgada formal. Outro exemplo que a doutrina traz é o
do advogado que se utiliza de alvará de soltura falso para libertar clientes.

XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou


desonesta;

Comentário: exemplo disso é o do advogado que recebe valor oriundo da venda de


entorpecentes, por exemplo, para que seja aplicado em subornos no intento de melhorar a
situação carcerária do detento.

XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato,
sem expressa autorização do constituinte;

XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta
pessoa;

Comentário: locupletar-se, no Direito, significa toda espécie de enriquecimento. São exemplos de


condutas que caracterizam esta infração: cobrar valor para prestação de serviço que não irá
realizar; criar situações fictícias sobre dificuldades no processo que exijam o desembolso de
algum valor; apropriação de bens destinados ao seu cliente, valendo-se de mandato que lhe foi
conferido; etc.

XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de


terceiros por conta dele;

Comentário: a prestação de contas é obrigação do causídico, tendo que fazê-lo sempre que
solicitado pelo cliente. É praxe que isso seja feito ao final da demanda independentemente de
haver requisição.

XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;

XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente notificado a fazê-lo;

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Comentário: admite-se a incidência da prescrição quinquenal sobre os valores. No entanto, o


Conselho Federal tem decidido no sentido de que a prescrição do crédito não exclui a pretensão
punitiva decorrente da infração, aplicando-se, de qualquer forma, a pena de suspensão.

XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;

XXV - manter conduta incompatível com a advocacia.

EXCLUSÃO

A exclusão é aplicável nos casos de:

a) aplicação, por três vezes, de suspensão;


b) infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.

Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de


dois terços dos membros do Conselho Seccional competente.

As hipóteses de exclusão são as seguintes:

XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;

XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;

Comentário: a análise da incidência desta hipótese de exclusão é verificada caso a caso, ocasião
em que será avaliado se a conduta do advogado (que cometeu um crime hediondo, por exemplo)
pode lhe tornar moralmente inidôneo para o exercício da advocacia.

XXVIII - praticar crime infamante;

MULTA (EAOAB, art. 39)

A multa é uma sanção acessória.


Varia entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de dez. É aplicável
cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.
Depois de um ano do cumprimento, é possível requerer a reabilitação, em face de provas efetivas
de bom comportamento.

ATENUANTES (EAOAB, art. 40),

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Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes
circunstâncias, entre outras:

● Falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;


● Ausência de punição disciplinar anterior;
● Exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;
● Prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

PRESCRIÇÃO DA PUNIBILIDADE (EAOAB, art.43)

A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data
da constatação oficial do fato.

Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de
despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte
interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.

A prescrição interrompe-se:

a) pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao


representado;
b) pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.

4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
A matéria sobre os honorários de advogados está regulada nos arts. 22 a 26 do EAOAB e nos
arts. 48 a 54 do Novo Código de Ética e Disciplina.

Entende-se por honorários advocatícios a contraprestação paga pelos serviços judiciais ou


extrajudiciais executados pelo advogado.

A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que o estipular são títulos
executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores,
insolvência civil e liquidação extrajudicial (EAOAB, art. 24).

Os honorários são cobrados por meio de cumprimento de sentença (execução) nos próprios
autos.

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Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência,


proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais
(EAOAB, art. 24, § 2º).

A advocacia pro bono é uma inovação trazida pelo Novo Código de Ética e Disciplina, que em seu
Art. 30, estabelece que esta pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente,
não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar um advogado. - §2°
do Art. 30 do Novo Código de Ética e Disciplina.

Vale ressaltar, todavia, que a advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins
político-partidários ou como instrumento de publicidade para captação de clientela.

O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a
intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento (EAOAB, art. 26).

ATENÇÃO: os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários mínimos (súmula 201
do STJ).

TIPOS DE HONORÁRIOS

A prestação de serviço profissional garante aos advogados direito aos seguintes tipos de
honorários:

a) honorários convencionados – são os honorários estabelecidos entre cliente e advogado,


por meio de um contrato escrito ou verbal; Consideram-se também honorários
convencionados aqueles decorrentes da indicação de cliente entre advogados ou
sociedade de advogados, aplicada a regra prevista no § 9º do art. 15 do EAOAB.
b) honorários por arbitramento judicial – são os honorários arbitrados por juiz togado ou
juízo arbitral, quando não houve prévia estipulação entre o cliente e o advogado, e
persistir desentendimento entre o valor;
● Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento
judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da
questão, observado obrigatoriamente o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 6º-A, 8º,
8º-A, 9º e 10 do art. 85 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil).

c) honorários de sucumbência – são os honorários fixados pelo juiz à parte vencedora na


ação. A parte perdedora pagará à vencedora os honorários sucumbenciais.

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Se o mandato outorgado ao advogado for imotivadamente cassado no curso do processo (antes


da sentença), ele não pode ser excluído do pagamento dos honorários sucumbenciais, ainda que
proporcionalmente.

A sucumbência é fixada pelo juiz na sentença e varia entre 10% e 20%. O Código de Ética e
Disciplina estabelece critérios para a fixação dos honorários de sucumbência.

Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao


advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer
que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor (EAOAB, art. 23).

No caso de bloqueio universal do patrimônio do cliente por decisão judicial, garantir-se-á ao


advogado a liberação de até 20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para fins de recebimento
de honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas relacionadas aos
crimes previstos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de Drogas), e observado o
disposto no parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal (art. 24-A do EAOAB).

É permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a título de


juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de precatórios,
como complementação de fundos constitucionais.

Além disso, a dedução a que se refere o caput do art. 22-A não será permitida aos advogados
nas causas que decorram da execução de título judicial constituído em ação civil pública ajuizada
pelo Ministério Público Federal.

AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS: PRESCRIÇÃO

Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à ação de cobrança de honorários de advogado,


contando o prazo (EAOAB, art. 25):

● Do vencimento do contrato, se houver;


● Do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
● Da ultimação do serviço extrajudicial;
● Da desistência ou transação;
● Da renúncia ou revogação do mandato.

É permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a título de


juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de precatórios,
como complementação de fundos constitucionais.

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APOSTILA
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Contudo, essa dedução não será permitida aos advogados nas causas que decorram da
execução de título judicial constituído em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público
Federal.

Nos casos judiciais e administrativos, as disposições, as cláusulas, os regulamentos ou as


convenções individuais ou coletivas que retirem do sócio o direito ao recebimento dos honorários
de sucumbência serão válidos somente após o protocolo de petição que revogue os poderes que
lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a eles, e os honorários serão devidos
proporcionalmente ao trabalho realizado nos processos.

Sobre eventual acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do
profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por
sentença.

Salvo renúncia expressa do advogado aos honorários pactuados na hipótese de encerramento da


relação contratual com o cliente, o advogado mantém o direito aos honorários proporcionais ao
trabalho realizado nos processos judiciais e administrativos em que tenha atuado, nos exatos
termos do contrato celebrado, inclusive em relação aos eventos de sucesso que porventura
venham a ocorrer após o encerramento da relação contratual.

O distrato e a rescisão do contrato de prestação de serviços advocatícios, mesmo que


formalmente celebrados, não configuram renúncia expressa aos honorários pactuados.

Na ausência do contrato referido no § 6º deste artigo, os honorários advocatícios serão arbitrados


conforme o disposto no art. 22 desta Lei.

No caso de bloqueio universal do patrimônio do cliente por decisão judicial, garantir-se-á ao


advogado a liberação de até 20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para fins de recebimento
de honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas relacionadas aos
crimes previstos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de Drogas), e observado o
disposto no parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal.

O pedido de desbloqueio de bens será feito em autos apartados, que permanecerão em sigilo,
mediante a apresentação do respectivo contrato.

O desbloqueio de bens observará, preferencialmente, a ordem estabelecida no art. 835 do CPC.

Quando se tratar de dinheiro em espécie, de depósito ou de aplicação em instituição financeira,


os valores serão transferidos diretamente para a conta do advogado ou do escritório de advocacia
responsável pela defesa.

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Nos demais casos, o advogado poderá optar pela adjudicação do próprio bem ou por sua venda
em hasta pública para satisfação dos honorários devidos, nos termos do art. 879 e seguintes do
CPC.

O valor excedente deverá ser depositado em conta vinculada ao processo judicial.

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5. DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA
Juntamente com o tema “Impedimentos e Incompatibilidades”, a “Atividade da Advocacia” divide a
quarta posição em incidência no Exame de Ordem.

A Constituição Federal de 1988 preceitua:

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Recentemente, essa importância foi reforçada no próprio Estatuto, em seu art. 2º-A, que prevê
que o advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas
jurídicas, no âmbito dos Poderes da República.

ATIVIDADES DA ADVOCACIA RELACIONADAS NO ART. 1º DO ESTATUTO DA OAB2

I – a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;

II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

I - A postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais:

a) O STF, pela ADIN 1.127-8, reconheceu a constitucionalidade deste dispositivo, mas


excluiu sua aplicação aos Juizados Especiais, à Justiça do Trabalho e à Justiça de Paz.
Nesses órgãos, a parte pode postular diretamente, isto é, sem a presença de advogado.
b) Súmula 425, TST. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT,
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.
c) Lei n.º 9.099/95. No Juizado Especial Cível, somente se exige a presença do advogado
nas causas de 20 (vinte) a 40 (quarenta) salários mínimos e em sede de recurso.
d) Impetração de habeas corpus – não constitui atividade privativa de advocacia, em
qualquer instância ou tribunal (EAOB, art. 1º, § 1º).

2
EAOAB. “Art. 1º. São atividades privativas de advocacia: I - a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos
juizados especiais; II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. § 1º Não se inclui na
atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. § 2º Os
atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a
registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. § 3º É vedada a divulgação de
advocacia em conjunto com outra atividade”.

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II - As atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas:

A atividade de consultoria consiste no atendimento a clientes visando a responder a seus


questionamentos, a elaboração de parecer jurídico a fim de sanar dúvidas sobre determinado
assunto, ou mesmo o aconselhamento jurídico a quem busca orientação do advogado.

A assessoria jurídica consiste, mas não se restringe, na elaboração de contratos, no


acompanhamento de um cliente a um cartório para efetuar alguma prática de registro público, ou
na elaboração de termo de transação extrajudicial entre partes em conflito.

Atividade de assessoria exercida por estagiário: admite-se o exercício da advocacia por estagiário
inscrito na OAB e desde que os atos sejam praticados em conjunto com o advogado ou o
defensor público (EAOAB, art. 3º, § 2º; RGOAB, art. 29).

O estagiário pode praticar isoladamente, mas sob a responsabilidade do advogado, os seguintes


atos:

● Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;


● Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de
processos em curso ou findos;
● Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

ATENÇÃO 1 - Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as


atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado
no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer
meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas
modalidades.

ATENÇÃO 2 - Se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos,


sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados
a viabilizar a realização da atividade de estágio prevista no § 5º do art. 9 do Estatuto, essa
informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio.

Ainda, e no exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando


receber autorização ou substabelecimento do advogado.

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A direção jurídica significa que em empresas que possuam departamento jurídico na sua
estrutura organizacional, seja empresa pública, privada, ou instituição financeira, a função de
diretoria ou gerência jurídica é atividade privativa de advogado regularmente inscrito na
OAB.

OBSERVAÇÕES: as atividades de consultoria e direção jurídica são atividades que só


podem ser exercidas por advogados inscritos na OAB porque se tratam de atos
definitivos e principais. Já a atividade de assessoria também pode ser exercida por
estagiário.

Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime do Estatuto da OAB, além do regime


próprio a que se subordinam, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da
Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração
indireta e fundacional (EAOB, art. 3º, §1º).

São nulos os atos privativos de advogado praticados por quem não seja advogado, sujeitando-se
às sanções civis, penais e administrativas (EAOAB, art. 4º).

Também são nulos os atos praticados por advogado impedido3 (no âmbito do impedimento),
licenciado, suspenso ou que exercer a advocacia em atividade com esta incompatível (EAOAB,
art. 4º, parágrafo único).

A anulação é: absoluta, “ex tunc” e “ab initio”; imprescritível; declarada de ofício; não convalesce;
e não pode ser suprida ou sanada.

ATOS E CONTRATOS CONSTITUTIVOS DE PESSOAS JURÍDICAS: (EAOAB, ART. 1º, § 2º)

3
EAOAB. “Art.30. São impedidos de exercer a advocacia: I – os servidores da administração direta, indireta
ou fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade
empregadora; II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das
pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas,
entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Parágrafo
único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos cursos jurídicos”.

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Sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando
visados4 por advogados.

Exceto: quando se tratar de contratos de empresas enquadradas na categoria de Microempresa


(ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP).

DIVULGAÇÃO DE ADVOCACIA EM CONJUNTO COM OUTRA ATIVIDADE (EAOAB, ART. 1º, §


3º)
A divulgação da advocacia deve se dar de forma isolada, não podendo ser feita em conjunto com
outra atividade, seja civil, comercial, lucrativa, não lucrativa, pública ou privada.

A proibição implica não tratar a advocacia de maneira empresarial, impedindo a captação de


clientela e de causas.

Divulgação por mala direta: é permitida para quem já é cliente do advogado. Proibida, no entanto,
para quem não é cliente.

Publicidade:

a) é permitida a publicidade em jornais, revistas, periódicos: nestes meios, pode constar a


titulação acadêmica, a área de atuação, telefone, endereço, telefone, site, e-mail.

b) é permitida a participação de eventos na mídia para tratar de assuntos genéricos, de forma


educativa e informativa.

Não pode:

● Tratar de casos em que está atuando, pois fere a Ética profissional;


● Tratar de casos sob patrocínio de terceiros;
● Conceder consultas (fere o princípio da pessoalidade);
● Tratar de assuntos específicos visando à autopromoção;
● Caracterizar a captação de clientela.

Comentário: Existe uma tendência mundial à liberação do uso das mais variadas formas de
publicidade na advocacia, principalmente pelo avanço dos meios tecnológicos. Nos EUA, por
exemplo, a publicidade é liberada desde 1977, permitindo, inclusive, anúncios em meios

4
Segundo Paulo Luiz Netto: “o visto do advogado não é mera formalidade; importa e comprometimento de
autoria, da forma e do conteúdo do ato. Responde o advogado em correspondência aos seus deveres
ético-profissionais e à responsabilidade civil culposa por danos decorrentes”.

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televisivos. No entanto, no Brasil, até o momento, existem sérias restrições que devem ser
observadas por todos aqueles que exercer atividade advocatícia.

O Novo Código de Ética e Disciplina da OAB, de 2015 (Art. 39 a 47), bem como o Provimento nº
94/2000, versam de forma mais extensiva sobre a divulgação da atividade advocatícia.

6. INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO
Incompatibilidade

Significa a proibição total para o exercício da advocacia.

As hipóteses de incompatibilidade estão contempladas no art. 28 do Estatuto de Disciplina da


OAB, nos seguintes termos:

Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:

I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;

● Todos os parlamentares advogados, no âmbito federal, estadual e municipal, sofrem


impedimento parcial, impossibilitando-os de advogar, a favor ou contra pessoas de
direito público, quer da administração direta, quer da indireta (art. 30, II EOAB);
● Se ocuparem cargos de titulares ou suplentes nas mesas diretoras do Poder Legislativo,
ocorrerá a incompatibilidade (art. 28, I EAOAB);
● A incompatibilidade, no caso dos chefes do Poder Executivo, também se estende aos
vices.

II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de


contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que
exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta
ou indireta;

Comentário: sobre este inciso, vale o destaque de decisão proferida pelo STF em sede de ADIn
sob o nº 1.127-8, em que ficou entendido que não há impedimentos dos juízes eleitorais e seus
suplentes de advogar.

Não obstante, sobre a função do conciliador, o STJ, no Resp 380.176/RS, esclareceu que:

Não se conforma a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Rio Grande do Sul com o
decisum da Corte de origem que autorizou a inscrição da impetrante, bacharel em Direito, no

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mencionado órgão de classe, nada obstante exerça a função de conciliadora do Juizado Especial
Cível. O bacharel em Direito que atua como conciliador e não ocupa cargo efetivo ou em
comissão no Judiciário não se subsume às hipóteses de incompatibilidade previstas no art. 28 do
Estatuto dos advogados e da OAB (Lei n. 8.906/94). A vedação, como não poderia deixar de ser,
existe tão somente para o patrocínio de ações propostas no próprio juizado especial. Esse
impedimento, de caráter relativo, prevalece para diversos cargos em que é autorizado o exercício
da advocacia, a exemplo dos procuradores do Distrito Federal, para os quais é defeso atuar nas
causas em que for ré a pessoa jurídica que os remunera. Hodiernamente, a questão não enseja
maiores digressões, visto que a controvérsia já restou superada até mesmo no âmbito do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Recurso especial não conhecido.

III – ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública direta ou


indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público;

Comentário: vale ressaltar que essa hipótese de incompatibilidade se baseia no poder de decisão
que o cargo possui. Se, por exemplo, o cargo seja de chefia, mas não haja o poder de decisão,
não restará caracterizada a incompatibilidade.

Exceção - Direção Acadêmica de Cursos de Direito: nada obstante, isso não se aplica aos
advogados que componham, exclusivamente, a direção acadêmica de curso de Direito, em
instituição pública. Sendo de outros cursos, como, por exemplo, Pedagogia, Biologia, etc., a
incompatibilidade é aplicável.

IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do


Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

● A hipótese contempla os serventuários da Justiça e todos que exerçam função ou cargo


no próprio Poder Judiciário.

V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de


qualquer natureza;

● Todos os policiais e funcionários da polícia civil e militar estão incompatibilizados com a


advocacia, inclusive os prestadores de serviço, ainda que empregados de empresas
privadas.

VI – militares de qualquer natureza, na ativa;

VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou


fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

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● Ou seja, todos aqueles que tenham atribuições para lançamento, arrecadação ou


fiscalização de tributos.

VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.

§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de


exercê-lo temporariamente.

● A incompatibilidade só cessa com a aposentadoria, demissão ou exoneração.

§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante
sobre interesses de terceiro, a juízo do Conselho competente da OAB, bem como a administração
acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.

ATENÇÃO: As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do caput


do art. 28 do EAOAB, não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente
para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB,
vedada a participação em sociedade de advogados.

Impedimento

Significa proibição parcial, isto é, a limitação para o exercício da advocacia.

As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 30 do Estatuto de Disciplina da OAB, nos


seguintes termos:

Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:

I – os servidores da administração direta, indireta ou fundacional, contra a Fazenda Pública que


os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;

II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas
jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço
público.

Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos cursos jurídicos.

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7. ESTRUTURA E ÓRGÃOS DA OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidade de serviço público, dotada de personalidade
jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

● Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos


humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida
administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;

● Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos


advogados em toda a República Federativa do Brasil.

A OAB não mantém qualquer vínculo funcional ou hierárquico com órgãos da Administração
Pública, e o uso da sigla da OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil.

A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a seus bens,
rendas e serviços.

Os atos dos órgãos da OAB, exceto quando reservados ou de administração interna, devem ser
publicados na imprensa oficial ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo.

PATRIMÔNIO

O Patrimônio dos Órgãos da OAB é constituído por bens móveis e imóveis.

A alienação ou oneração de bens imóveis depende de aprovação do Conselho Federal ou do


Conselho Seccional, que se dá pela autorização da maioria das delegações do Conselho Federal
ou pela maioria dos membros efetivos do Conselho Seccional.

ÓRGÃOS DA OAB

CONSELHO FEDERAL

● É o órgão máximo da OAB, dotado de personalidade jurídica própria e tem sede na


Capital da República;

● Tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento Geral da OAB;

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● É composto:

a) pelos conselheiros federais, integrantes das delegações de cada unidade


federativa, cada delegação sendo composta por 3 conselheiros federais;

b) pelos ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios. Os


ex-presidentes têm direito apenas a voz nas sessões.

● Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sessões do Conselho Federal, têm lugar
reservado junto à delegação respectiva e têm direito somente a voz;

● O Presidente, nas deliberações do Conselho, tem apenas o voto de qualidade;

● Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da


delegação terá direito a 1 (um) voto, vedado aos membros honorários vitalícios;

● A diretoria do Conselho Federal é formada de 01 (um) Presidente, 01 (um)


Vice-Presidente, 01 (um) Secretário-Geral, 01 (um) Secretário-Geral Adjunto, e de 01
(um) Tesoureiro;

● O Presidente do Conselho Federal é conhecido também como Presidente Nacional da


OAB;

● Atribuições do Conselho Federal – (EAOAB, art. 54).

O Conselho Federal atua por meio dos seguintes órgãos:

● Conselho Pleno;
● Órgão Especial do Conselho Pleno;
● Primeira, Segunda e Terceira Câmaras;
● Diretoria;
● Presidente.

DELEGAÇÃO

Uma delegação é formada por três conselheiros federais. Cada delegação tem direito a um voto.

O Conselheiro, na sua delegação, é substituto dos demais, em qualquer órgão do Conselho, nas
faltas ou impedimentos ocasionais ou no caso de licença.

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Estatuto da OAB | 11ª ed.

Quando estiverem presentes dois substitutos, concomitantemente, a preferência é do mais antigo


no Conselho e, em caso de coincidência, do que tiver inscrição mais antiga. A delegação indica
seu representante ao Órgão Especial do Conselho Pleno.

ATENÇÃO: na eleição dos membros da Diretoria do Conselho Federal, somente


votam os Conselheiros Federais, individualmente.

CONSELHEIRO FEDERAL

O Conselheiro Federal exerce cargo incompatível com o de membro de outros órgãos da OAB,
salvo quando se tratar de ex-presidente do Conselho Federal e do Conselho Seccional.

Além disso, é impedido de votar as matérias em deliberação local.

Competência do Conselho Federal

O Conselho Federal, como órgão situado no topo da estrutura da OAB, possui competência para:

● Representar os interesses coletivos ou individuais dos advogados, em juízo ou


fora dele, sem necessidade de procuração de cada um deles;
● Zelar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;
● Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
● Editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e
Provimentos (inclusive o que regula o Exame de Ordem);
● Adotar medidas que assegurem o regular funcionamento dos Conselhos
Seccionais;
● Cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato de órgão
ou autoridade da OAB contrário ao Estatuto da OAB, ao Código de Ética e
Disciplina e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão;
● Intervir nos Conselhos Seccionais quando houver grave violação do Estatuto da
OAB ou do Regulamento Geral (a intervenção depende da aprovação de dois
terços das delegações);
● Julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais,
nos casos previstos no Estatuto e no Regulamento Geral;
● Dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos
símbolos privativos;
● Apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;

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● Elaborar as listas constitucionalmente previstas (como o quinto constitucional, por


exemplo), para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito
nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da
profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou outro
órgão da OAB;
● Ajuizar ADI de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de
segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe
seja outorgada por lei;
● Colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente nos
pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, em relação ao
reconhecimento ou credenciamento desses cursos;
● Autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de
seus bens imóveis;
● Participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em
todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual.

CONSELHO PLENO

O Conselho Pleno é integrado por três Conselheiros Federais das Delegações de cada Estado
brasileiro e do Distrito Federal (oitenta e um membros) e pelos ex-Presidentes do Conselho
Federal (Membros Honorários Vitalícios). O Conselho Pleno é presidido pelo Presidente da
Entidade e secretariado pelo Secretário-Geral.

Competência do Conselho Pleno

Compete ao Conselho Pleno deliberar sobre propostas e indicações relacionadas às finalidades


institucionais da OAB, em caráter nacional.

Bem como:

a) eleger o sucessor dos membros da Diretoria do Conselho Federal, em caso de


vacância;

b) regular, mediante resolução, matérias de sua competência que não exijam edição
de Provimento;

c) instituir, mediante Provimento, comissões permanentes para assessorar o


Conselho Federal e a Diretoria;

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d) decidir sobre todas as matérias privativas de seu órgão Especial, quando o


presidente atribuir-lhes caráter de urgência e grande relevância.

Compete ao Conselho Pleno deliberar sobre propostas e indicações relacionadas às finalidades


institucionais da OAB, em caráter nacional.

Órgão Especial do Conselho Federal

Integrado por um Conselheiro Federal indicado pela própria Delegação de cada Estado e do
Distrito Federal (vinte e sete membros), sem prejuízo de sua participação no Conselho Pleno, e
pelos ex-Presidentes da Instituição (Membros Honorários Vitalícios), o Órgão Especial do
Conselho Pleno é presidido pelo Vice-Presidente da Entidade e secretariado pelo
Secretário-Geral Adjunto.

Compete ao Órgão Especial deliberar, privativamente e em caráter irrecorrível, sobre:

a) recurso contra decisões das Câmaras, quando não tenham sido unânimes ou,
sendo unânimes, contrariem o Estatuto, o Regulamento Geral, o Código de Ética
e Disciplina ou os Provimentos;

b) recurso contra decisões unânimes das Turmas, quando estas contrariarem a


Constituição, as leis, o Estatuto, decisões do Conselho Federal, o Regulamento
Geral, o Código de Ética e Disciplina ou os Provimentos;

c) recurso contra decisões do Presidente ou da Diretoria do Conselho Federal e do


Presidente do Órgão Especial;

d) consultas escritas, formuladas em tese, relativas às matérias de competência das


Câmaras especializadas ou à interpretação do Estatuto, do Regulamento Geral,
do Código de Ética e Disciplina e dos Provimentos, devendo todos os Conselhos
Seccionais serem cientificados do conteúdo das respostas;

e) conflitos ou divergências entre órgãos da OAB;

f) determinação ao Conselho Seccional competente para instaurar processo,


quando, em autos ou peças submetidos ao conhecimento do Conselho Federal,
encontrar fato que constitua infração disciplinar.

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Os recursos ao Órgão Especial podem ser manifestados pelo Presidente do Conselho Federal,
pelas partes ou pelos recorrentes originários.

O relator pode propor ao Presidente do Órgão Especial o arquivamento da consulta, quando não
se revestir de caráter geral ou não tiver pertinência com as finalidades da OAB, ou ainda o seu
encaminhamento ao Conselho Seccional, quando a matéria for de interesse local.

A decisão do Órgão Especial constitui orientação dominante da OAB sobre a matéria, quando
consolidada em súmula publicada na imprensa oficial.5

Além disso, há a Primeira Câmara, Segunda Câmara e suas turmas e a Terceira Câmara. Para
entender um pouco mais sobre elas e quais são suas atribuições, faça a leitura dos arts. 88 a 90
do Regulamento Geral.

CONSELHOS SECCIONAIS

● Dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios


dos Estados-membros e Distrito Federal;

● Compõem-se de conselheiros em número proporcional ao de seus inscritos, segundo


critérios estabelecidos pelo Regulamento Geral (mínimo de 30, máximo de 80
conselheiros);

● Os ex-presidentes são membros honorários vitalícios, somente com direito a voz em


suas sessões;

● Atribuições dos Conselhos Seccionais – (EAOAB, art. 58).

Competência do Conselho Seccional

Compete ao Conselho Seccional:

● Criar as Subseções e as Caixas de Assistência;


● Definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina e
escolher seus membros;
● Julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua
diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da
Caixa de Assistência dos Advogados;

5
OAB (Brasil). INSTITUCIONAL / ÓRGÃOS COLEGIADOS: Órgãos Colegiados. Disponível em:
<https://www.oab.org.br/institucionalinstituicao/orgaoscolegiados>. Acesso em: 16 out. 2019.

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● Fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o


balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e das Caixas
de Assistência;
● Fixar a tabela de honorários válida para todo o território estadual;
● Operacionalizar e realizar o Exame de Ordem em seu território;
● Decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;
● Manter cadastro de seus inscritos;
● Fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas;
● Participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos
casos previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;
● Determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício
profissional;
● Aprovar e modificar o seu orçamento anual;
● Eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos
nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do provimento
do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de
qualquer órgão da OAB;
● Intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados

Além disso, poderá ajuizar, após deliberação:

a) ADI de leis ou atos normativos estaduais e municipais, em face da Constituição


Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal;
b) Ação Civil Pública, para defesa de interesses difusos de caráter geral e coletivos
e individuais homogêneos;
c) MS Coletivo, em defesa de seus inscritos, independentemente de autorização
pessoal dos interessados;
d) Mandado de Injunção, em face da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do
Distrito Federal - no caso de urgência ou recesso do Conselho Seccional, o
ajuizamento é decidido pela diretoria.

SUBSEÇÕES

● Partes autônomas do Conselho Seccional, na forma de seu ato constitutivo;

● A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e
seus limites de competência e autonomia;

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● A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte do


município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de 15 advogados
nela profissionalmente domiciliados;

● A Subseção é administrada por uma diretoria, com atribuições e composição


equivalentes às da Diretoria do Conselho Seccional;

● No caso da Subseção ser integrada por mais de cem advogados, ela pode ser integrada
por um Conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional;

● A extinção de uma Subseção depende da aprovação da maioria dos membros do


Conselho Seccional;

● Atribuições das Subseções – (EAOAB, art. 61).

Conselho de Subseção

Quando há mais de 100 (cem) advogados, a Subseção pode ser integrada também por um
conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional.

Competência da Subseção

● Editar regimento interno a ser referendado pelo Conselho Seccional;


● Editar Resoluções;
● Instaurar e instruir Processos Disciplinares para julgamento do Tribunal de Ética.

ATENÇÃO: caso haja conflito de atribuições entre o Conselho Seccional e a


Subseção, o conflito será tratado pelo Conselho Seccional, sem interferência do
Conselho Federal, em respeito ao Princípio da Supremacia dos Poderes, salvo na
hipótese de instância recursal regular e no envolvimento de conselheiros e diretores
na decisão.

CAIXAS DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS

● Dotadas de personalidade jurídica própria, e criada pelos Conselhos Seccionais quando


estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos;

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● Destinam-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional ao qual se


vinculem;

● A Caixa de Assistência dos Advogados é criada por Estatuto e adquire personalidade


jurídica com o registro do Estatuto no respectivo Conselho Seccional da OAB;

● Pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar;

● A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu


Regimento Interno;

● A metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o


valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias, é destinada à Caixa;

● Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio é incorporado ao


Conselho Seccional respectivo.

Cargo de Conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB:

● É de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive


para fins de disponibilidade e aposentadoria.

Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB:

● Têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente em processos que envolvam


inscritos na OAB;

● Podem requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal,


magistrado, cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional;

O STF, na ADIN 1.127-8, decidiu que os Presidentes devem motivar o pedido e se


responsabilizar pelo custo da requisição.

COMISSÕES

Cada unidade da OAB pode compor comissões permanentes ou temporárias voltadas para uma
temática específica, como por exemplo:

● Advocacia Pública;
● Advogado Assalariado;
● Defesa do Consumidor;

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● Direitos Humanos;
● Exame de Ordem;
● Meio Ambiente;
● Mulher Advogada;
● Obras e Patrimônio;
● Orçamento e Contas.

Essas comissões se reúnem regularmente com diferentes assuntos em pauta, tanto para debate
como para entendimento de questões que estão sendo abordadas pela opinião pública.

8. SOCIEDADE DE ADVOGADOS
O assunto em epígrafe sofreu alterações relevantes em decorrência da publicação da Lei nº
13.247/16, que trouxe a figura da sociedade unipessoal de advocacia. Senão vejamos:

A condição para a formação de sociedade de advogados está disciplinada no art. 15 do EAOAB.

● A sociedade poderá ser formada por dois ou mais sócios, ambos devendo ser inscritos
na OAB;

● O advogado que não desejar compor sociedade com outros colegas poderá optar pela
Sociedade Unipessoal. A sociedade unipessoal de advocacia é a solução para o
advogado que deseja ingressar no Simples Nacional, sistema de tributação com
vantagens econômicas e burocráticas, mas não quer formar sociedade com outro
profissional. Essa figura jurídica criada para a advocacia é equivalente à Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI);

● Estagiário não pode figurar como sócio;

● No que couber, o Código de Ética e Disciplina é aplicado à sociedade de advogados


bem como à sociedade unipessoal. No caso de punição, a sociedade é punida na figura
dos sócios;

● A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal podem ter filial. Porém, no caso de


abrirem filial em outro estado da federação, todos os sócios deverão também estar
inscritos naquele estado (inscrição suplementar);

● A outorga de poderes deverá ser feita na pessoa física dos sócios; nunca para a pessoa
jurídica.

● Sócios de uma mesma sociedade não poderão atuar, no mesmo processo, para clientes
opostos.

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● Cabem ao Conselho Federal da OAB a fiscalização, o acompanhamento e a definição


de parâmetros e de diretrizes da relação jurídica mantida entre advogados e sociedades
de advogados ou entre escritório de advogados sócios e advogado associado, inclusive
no que se refere ao cumprimento dos requisitos norteadores da associação sem vínculo
empregatício autorizada expressamente neste artigo.

● Não será admitida a averbação do contrato de associação que contenha, em conjunto,


os elementos caracterizadores de relação de emprego previstos na Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

● A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia deverão recolher


seus tributos sobre a parcela da receita que efetivamente lhes couber, com a exclusão
da receita que for transferida a outros advogados ou a sociedades que atuem em forma
de parceria para o atendimento do cliente.

● Nas sociedades de advogados, a escolha do sócio-administrador poderá recair sobre


advogado que atue como servidor da administração direta, indireta e fundacional, desde
que não esteja sujeito ao regime de dedicação exclusiva, não lhe sendo aplicável o
disposto no inciso X do caput do art. 117 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
no que se refere à sociedade de advogados.

● Ver também: art. 17, art. 17-A e 17-B do EAOAB.

ATENÇÃO: O impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o


exclui da sociedade de advogados à qual pertença e deve ser averbado no registro da sociedade,
observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 e 30 desta Lei e proibida, em qualquer hipótese, a
exploração de seu nome e de sua imagem em favor da sociedade.

Patrocínio Infiel

Previsto no art. 355 do Código Penal.

Art. 355 – Trair, na qualidade advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando


interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio Simultâneo ou tergiversação

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Parágrafo único – incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende,
na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.

● Pratica o crime de patrocínio infiel aquele que trai, na qualidade de advogado ou


procurador, o dever profissional, prejudicando interesse cujo patrocínio, em juízo, lhe é
confiado;

● O delito em questão é apenado com detenção, de seis meses a três anos, e multa;

● O crime consuma-se no momento em que o agente praticar o ato de traição, mesmo que
inexista prejuízo material efetivo para o Estado ou para terceiros;

● Incorrerá nessa mesma pena o advogado ou o procurador que defender, na mesma


causa, o interesse de partes contrárias. A este delito dá-se o nome de patrocínio
simultâneo ou tergiversação.

Personalidade Jurídica

A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade


jurídica com o registro do ato de constituição (contrato) registrado, exclusivamente, no Conselho
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.

● É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas ou nas juntas
comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia;

● Todos os sócios deverão estar inscritos na OAB;

● A pessoa jurídica também deverá ser inscrita na OAB e pagará anuidade.

Responsabilidade dos sócios: (art. 17 do EAOAB)

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem
subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício
da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possa incorrer.

● Responsabilidade Criminal: A responsabilidade dos sócios é individual;

● Responsabilidade Disciplinar: O Tribunal de Ética e Disciplina julga os advogados e não


a sociedade – responsabilidade individual;

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● Responsabilidade Civil: A responsabilidade dos sócios para com a sociedade é


subsidiária e ilimitada, isto é, só atinge os bens dos sócios depois de esgotado o
patrimônio da sociedade.

O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades


unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo
empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do
Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB.”

“Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A desta Lei dar-se-á por meio de pactuação de
contrato próprio, que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada causa ou trabalho
e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede a
sociedade de advogados que dele tomar parte.

Parágrafo único. No contrato de associação, o advogado sócio ou associado e a sociedade


pactuarão as condições para o desempenho da atividade advocatícia e estipularão livremente os
critérios para a partilha dos resultados dela decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo:

● qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho


Seccional da OAB competente;
● especificação e delimitação do serviço a ser prestado;
● forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a atribuição
da totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas;
● responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio das
despesas necessárias à execução dos serviços;
● prazo de duração do contrato.”

Nome da Sociedade: (art. 16 do EAOAB)

● O nome da sociedade deve conter, pelo menos, o nome de um advogado responsável


pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que tal possibilidade
esteja prevista no contrato de constituição da sociedade;

● A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente


formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade
Individual de Advocacia’.

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Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de
advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como
sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou
totalmente proibida de advogar.

Licenciamento de sócio

● O licenciamento temporário de sócio para exercer atividade incompatível com a


advocacia deve ser averbado no registro da sociedade, sem que tal fato altere a
constituição da sociedade;

● Se o licenciamento for permanente, por conta de exercício de atividade incompatível, a


composição da sociedade deverá ser alterada.

9. ELEIÇÕES E MANDATOS
ELEIÇÃO (EAOAB, arts. 63 e 64)

● A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena
do mês de novembro do último ano dos mandatos, mediante cédula única e votação
direta dos advogados regularmente inscritos;

● O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos, sob pena de multa de 20%
do valor da anuidade;

● A ausência pode ser justificada por escrito e será apreciada pela Diretoria do Conselho
Seccional.

Requisitos para candidatura:

a) comprovar situação regular junto à OAB;


b) não ocupar cargo exonerável ad nutum;
c) não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação; e,
d) exercer efetivamente a profissão há mais 3 (três) anos, nas eleições para os cargos de
Conselheiro Seccional e das Subseções e há mais de 5 (cinco) anos para os demais
cargos.

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● Com exceção do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa


deverão ser conselheiros federais eleitos;
● Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria
dos votos válidos;
● A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta pelos candidatos ao
Conselho e à sua Diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à
Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta;
● A chapa para a Subseção deve ser composta pelos candidatos à diretoria, e por
seu Conselho quando houver;
● O eleitor deverá estar em dia com suas mensalidades;
● O advogado com inscrição suplementar pode exercer opção de voto,
comunicando ao Conselho em que tenha inscrição principal.

MANDATO (EAOAB, arts. 65 e 66)

● O mandato, em qualquer órgão da OAB, é de três anos, iniciando-se em primeiro de


janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal.

● Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano


seguinte ao da eleição.

● O mandato extingue-se automaticamente, antes do seu término, quando:

a) Ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do


profissional;
b) O titular sofrer condenação disciplinar;
c) O titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de
cada órgão deliberativo do Conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de
Assistência dos Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de
mandato.

● No caso de extinção de qualquer mandato, cabe ao Conselho Seccional escolher o


substituto, caso não haja suplente.

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10. PROCURAÇÃO E SUBSTABELECIMENTO


Mandato é o contrato pelo qual o cliente, denominado outorgante, outorga poderes ao advogado,
denominado outorgado, para que este o represente em juízo ou fora dele.

● Para postular em juízo, o advogado deve possuir mandato (EAOAB, art. 5º);
Exceção: As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de
modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de
outorga de mandato ou de formalização por contrato de honrorários.

● O mandato é sempre escrito e tem início com a assinatura da procuração;

● Em caso de urgência, o advogado pode atuar sem procuração, devendo


apresentá-la no prazo de 15 dias. Este prazo pode ser prorrogado por igual período
(EAOAB, art. 5º, § 1º);

● O advogado pode ser constituído por instrumento de mandato (procuração), ou por


nomeação. No caso de nomeação, dispensa-se a procuração;

● A nomeação pode ser: “apud acta” – o nome do advogado é registrado na ata de


audiência, ou “ad hoc”, quando os poderes do advogado são limitados a um único ato;

● A procuração para o foro em geral (antiga cláusula ad juditia) habilita o advogado a


praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam
poderes especiais (EAOAB, art. 5º, § 2º).

● A procuração com poderes específicos (cláusula ad judicia et extra) se dá quando a


legislação exige poderes específicos para a atuação do advogado. Por exemplo:
oferecimento de representação criminal, oferecimento de queixa-crime, recebimento de
citação inicial em nome do cliente, confissão, reconhecimento de procedência do pedido,
desistência da ação, quitação, etc.

O Código de Ética e Disciplina (CED) estabelece:

● Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes, e não estando
acordes os interessados, com a devida prudência e discernimento, optará o advogado
por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado o sigilo profissional;

● Art. 21. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou


ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o segredo profissional;

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● Art. 22. Ao advogado, cumpre abster-se de patrocinar causa contrária à validade ou


legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja colaborado ou intervindo de qualquer
maneira; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ou o da sociedade que
integre quando houver conflito de interesses motivado por intervenção anterior no trato
do assunto que se prenda ao patrocínio solicitado;

● Art. 25. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como


patrono e preposto do empregador ou cliente.

Extinção do Mandato:

● Renúncia: o advogado pode renunciar ao mandato. Entretanto, deverá, durante os dez


dias seguintes à notificação da renúncia, continuar a representar o outorgante, exceto se
for substituído antes do término desse prazo (EAOAB, art. 5º, § 3º).

● Substabelecimento com ou sem reserva de poderes: transferência de poderes para o


advogado constituído (substabelecente). Pode ser:
a) com reserva de poderes – é ato pessoal do advogado da causa. O advogado
somente pode exigir os honorários advocatícios e o substabelecido deve ajustar
antecipadamente seus honorários com o substabelecente.
b) sem reserva de poderes – para a efetivação do ato, o cliente deve dar anuência ao
advogado que substabelece os poderes que lhe foram conferidos.

ATENÇÃO: Advogado só responde por atos de substabelecido nos autos


se houver prova de sua participação. Segundo decisão proferida no
acórdão do REsp 1.742.246, para o reconhecimento da culpa in eligendo
do substabelecente, é indispensável que este, no momento da escolha,
tenha inequívoca ciência a respeito da ausência de capacidade legal, de condição
técnica ou de idoneidade do substabelecido para o exercício do mandato

● Revogação: é ato privativo e unilateral do mandante (cliente-outorgante) em qualquer


fase do processo. Após a revogação, o advogado desobriga-se a realizar qualquer ato, e
não se implica qualquer responsabilidade posterior. A revogação não retira do advogado
o direito aos honorários, que deverão ser pagos proporcionalmente. O advogado
também poderá receber os honorários sucumbenciais de forma proporcional ao trabalho
realizado nos autos.

● Arquivamento dos autos ou extinção do feito: é uma forma implícita de extinção do


mandato.

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11. INSCRIÇÃO NA OAB


Requisitos: (EAOB, art. 8º)

I - capacidade civil;

● Comprovação através de documento de identidade;


● Conclusão em curso superior é causa de emancipação. Assim, se uma pessoa conclui,
aos 17 anos, o curso de graduação em Direito, pode inscrever-se.

II - diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em instituição de ensino oficialmente


autorizada e credenciada;

● Diploma ou certidão de colação de grau e o histórico escolar em cópia autenticada.

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro do sexo masculino;

IV - aprovação em Exame de Ordem;

● Validade do certificado por tempo indeterminado (Provimento 81/96, art. 8º).

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

● Vide (art. 28 EAOAB - rol exemplificativo);


● Aplica-se tanto para inscrição de advogado quanto para a de estagiário.

VI - idoneidade moral;

● Nunca ter sido condenado pela prática de crime infamante6, salvo reabilitação judicial;
● Qualquer pessoa pode requerer à OAB a declaração de inidoneidade moral do
candidato à inscrição.

VII - prestar compromisso perante o conselho.

● O compromisso é ato formal, indelegável, personalíssimo;


● “Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os
deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do
Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a

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Crime infamante é todo crime que provoque para seu autor desonra, má fama.

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rápida administração da Justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições


jurídicas”. (Regimento Geral, art. 20).

OBSERVAÇÕES: o estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em Direito no


Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira,
devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos no art. 8º do
EAOAB.

Vale destacar, ainda, que o STJ, em decisão exarada no REsp 1.710.155, manifestou
entendimento no sentido de que não há necessidade de inscrição na ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL para servidores que exercerem a carreira da Defensoria Pública.

Nome Social

De acordo com a resolução 5/2016 do Conselho Federal, desde 2017, é reconhecido aos
travestis, transexuais e transgêneros o direito de usar nome social no lugar do nome civil para
exercer a profissão.

De acordo com o art. 33, parágrafo único, do Regimento Geral da OAB, o nome social é a
designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida.
Ele será inserido na identificação do advogado mediante requerimento.

Espécies de Inscrição

● Principal;
● Suplementar;
● Por Transferência;
● Nova Inscrição;
● Do Estagiário.

Inscrição Principal - É feita perante o Conselho Seccional do domicílio profissional7.

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Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o
domicílio da pessoa física do advogado. (EAOAB, art. 10, § 1º).

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Inscrição Suplementar – É uma segunda inscrição. É obrigatória quando o profissional passa a


exercer habitualmente a profissão em outro Estado. Considera-se “habitualmente” a intervenção
judicial que exceder 5 (cinco)8 causas por ano.

Inscrição por Transferência – Quando o advogado decide mudar definitivamente o seu domicílio
profissional.

Novo Pedido de Inscrição – Quando o profissional teve a sua inscrição cancelada, é necessário
que obtenha uma nova.

● Nesta hipótese, perde o número da inscrição anterior, e para obter nova, o novo pedido
de inscrição deve ser acompanhado de provas de reabilitação;
● Para a obtenção de nova inscrição, o interessado deve atender os requisitos dos arts.
8º; 11, §§ 1º e 2º; e art. 41 do EAOAB.

Inscrição de Estagiário

● Para inscrição como estagiário, o candidato deve preencher os requisitos do art. 8,


incisos I, III, V, VI e VII, do EAOAB.
● A inscrição é feita no Conselho Seccional do local onde está cursando o curso jurídico.
● O estágio profissional tem duração de 2 (dois) anos e o interessado deve estar cursando
os últimos anos do curso jurídico.

CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO

Existem duas modalidades de interrupções da inscrição dos quadros da OAB.

● Cancelamento;
● Licenciamento.

Cancelamento – art. 11 do EAOAB

I. Por interesse do próprio profissional (personalíssimo).

● Pode ser realizado a qualquer momento, sem justificativa de motivo;


● O requerimento é personalíssimo e deve ser dirigido ao Conselho Seccional
competente.

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Os processos dos anos anteriores que ainda não terminaram deverão ser considerados na contagem das
cinco causas no ano seguinte.

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II. Sofrer penalidade de exclusão.

● Quando tiver sofrido a penalidade de exclusão, terá que provar reabilitação, em


conformidade com o parágrafo 3º do art. 11-E do EAOAB.

III. Falecimento

IV. Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia.

● Cargos ou função públicos impedem o exercício profissional, mesmo que em causa


própria. Previsão do art. 28 do EAOAB9.

V. Por perda de qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.

Nas hipóteses de exclusão, falecimento e de atividade incompatível com a advocacia, o


cancelamento é promovido “de ofício” pelo Conselho da Seccional de inscrição do advogado, ou
por comunicação de qualquer interessado.

Com o cancelamento, o advogado ou o estagiário perdem o seu número de registro.

Licenciamento – art. 12 do EAOAB

Entende-se por licenciamento o afastamento temporário do exercício profissional.

● O licenciamento deverá ser requerido pelo próprio interessado, declinando o motivo;


● No caso do exercício de cargo incompatível com a advocacia, deverá juntar ao pedido o
ato de nomeação respectivo;
● No ato do protocolo do pedido, o requerente deverá estar em dia com a tesouraria da
Seccional à qual pertence. A carteira e o cartão do advogado serão recolhidos.
● Após o deferimento da licença, a carteira será devolvida com a anotação de “advogado
licenciado”.

9
EAOAB. “Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: I –
chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; II – membros
de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados
especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento
em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta; III – ocupantes de cargos ou
funções de direção em órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas
empresas controladas ou concessionárias de serviço público; IV – ocupantes de cargos ou funções
vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais
e de registro; V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza; VI – militares de qualquer natureza, na ativa; VII – ocupantes de cargos ou funções que
tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; VIII
– ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas”.

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● O advogado licenciado pagará 50% da anuidade regular (Regimento Interno da


OAB/SC).
● O licenciamento pode ocorrer por ato voluntário ou de ofício pelo Conselho.

Hipóteses de licenciamento:

I - assim o requerer, por motivo justificado;

● Pedido justificado do advogado.

II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia;

● Incompatibilidade temporária do advogado. Por exemplo: exercício de cargo ou função


pública.

III - sofrer doença mental considerada curável.

● No caso de doença mental curável, a inscrição é cancelada pela perda dos requisitos da
inscrição.

12. CONTRIBUIÇÕES
● Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e
multas;
● Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela diretoria do Conselho
competente, relativa a estes créditos;
● O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do
pagamento obrigatório da contribuição sindical.

13. ESPÉCIES DE ADVOGADO


ADVOGADO EMPREGADO

● O advogado empregado não é obrigado a prestar serviços profissionais de interesse


pessoal do empregador fora da relação de emprego;

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● Caso ocorra contração para serviços estranhos à atividade constante da relação


empregatícia, tal fato obriga ao pagamento dos devidos honorários;

● Na hipótese de o empregador, ou pessoa por ele representada, figurar como parte na


ação, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados (EAOAB,
art. 21);

● No caso de sociedade de advogados, os honorários de sucumbência percebidos


deverão ser divididos entre ele e a sociedade, na forma estabelecida em acordo
(EAOAB, art. 21, parágrafo único);

● As disposições constantes no Capítulo V – DO ADVOGADO EMPREGADO – do


Estatuto da OAB não se aplicam à Administração Pública direta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como às autarquias, às fundações instituídas
pelo Poder Público, às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
conforme dispõe o Art. 4º da Lei nº 9.527, de 10.12.97, nestes termos:

Art. 4º As disposições constantes do Capítulo V, Título I, da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994,


não se aplicam à Administração Pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como às suas autarquias, às fundações instituídas pelo Poder Público, às
empresas e às sociedades de economia mista.

Regime de Trabalho do Advogado Empregado

As atividades do advogado empregado poderão ser realizadas, a critério do empregador, em


qualquer um dos seguintes regimes:

a) exclusivamente presencial: modalidade na qual o advogado empregado, desde


o início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados
pelo empregador;
b) não presencial, teletrabalho ou trabalho a distância: modalidade na qual,
desde o início da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora
das dependências do empregador, observado que o comparecimento nas
dependências de forma não permanente, variável ou para participação em
reuniões ou em eventos presenciais não descaracterizará o regime não
presencial;
c) misto: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais,
no estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais,
conforme as condições definidas pelo empregador em seu regulamento
empresarial, independentemente de preponderância ou não.

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É possível a alteração do regime? Na vigência da relação de emprego, as partes


poderão pactuar, por acordo individual simples, a alteração de um regime para outro.

ATENÇÃO: A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para


empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta)
horas semanais.

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14. CÓDIGO DE ÉTICA


Constitui obrigação do advogado o cumprimento rigoroso do Novo Código de Ética e Disciplina, o
qual regula:

● Os deveres do advogado perante: a comunidade, o cliente, outro profissional;


● A publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de
urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.

15. PROCESSO NA OAB E PROCESSO DISCIPLINAR


PROCESSO NA OAB (EAOAB, arts. 68 e 69)

● Salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar as


regras da legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais
do procedimento administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem;

● PRAZOS - Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e


terceiros, nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para
interposição de recursos.

✓ Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de notificação pessoal, o prazo se


conta a partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento;

✓ Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-se no


primeiro dia útil seguinte.

PROCESSO DISCIPLINAR (EAOAB, arts. 70 a 74)

● É competência exclusiva do Conselho Seccional, dentro do seu território, a PUNIÇÃO


DISCIPLINAR dos inscritos na OAB, salvo se a falta for cometida perante o Conselho
Federal;

● Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, JULGAR os


processos disciplinares instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio
Conselho;

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● A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho


Seccional em que o representado tenha inscrição principal, para constar dos respectivos
assentamentos;

● O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho em que o acusado tenha inscrição principal


pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da
advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a
comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve
ser concluído no prazo máximo de noventa dias;

● A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou


contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes;

● O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer


autoridade ou pessoa interessada;

● O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da


representação e os procedimentos disciplinares;

● O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas
informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente;

● Recebida a representação, o Presidente deve designar relator, a quem compete a


instrução do processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao
Tribunal de Ética e Disciplina.

16. RECURSOS
Os arts. 75 a 77 do EAOAB dispõem acerca dos recursos:

● Cabe recurso de todas as decisões definitivas do Conselho Seccional quando não


tenham sido unânimes;
● Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legitimado a interpor
recurso;
● Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu
Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da
Caixa de Assistência dos Advogados;

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● Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições, de


suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina e de cancelamento da
inscrição obtida com falsa prova;
● O Regulamento Geral disciplina o cabimento de recursos específicos, no âmbito de cada
órgão julgador.

17. DIÁRIO ELETRÔNICO DA OAB


A Lei 13.688/2018 acrescentou, ao art. 45 e 69 do Estatuto da OAB, os §§ 6 e 2,
respectivamente, os quais instituem o Diário Eletrônico da OAB, uma nova modalidade de
comunicação dos atos do órgão. Funciona mais ou menos como o Diário Oficial da União.

Os atos, as notificações e as decisões dos órgãos da OAB, salvo quando reservados ou de


administração interna, serão publicados no Diário Eletrônico da Ordem dos Advogados do Brasil,
a ser disponibilizado na internet, podendo ser afixados no fórum local, na íntegra ou em resumo.

No caso de atos, notificações e decisões divulgados por meio do Diário Eletrônico da Ordem dos
Advogados do Brasil, o prazo terá início no primeiro dia útil seguinte à publicação, assim
considerado o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário.

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