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MÓDULO:
LEGISLAÇÃO SOCIAL
E
TRABALHISTA
2021 – 2024
DIRETORA GERAL
Suzana Karling
VICE-DIRETORA GERAL
Prof.ª Me. Daniela Caldas Acosta
DIRETOR PEDAGÓGICO
Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling
PRODUÇÃO DO MATERIAL
Profª. Monica Cameron Lavor Francischini
Histórico de Revisão
Professor Ano
Prof. Darlei Luiz Ida 2019
Prof.ª Me. Daniela Caldas Acosta 2020
Nenhuma parte deste fascículo pode ser reproduzida sem autorização expressa do IEC e dos autores.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 6
PLANO DE ENSINO 7
INTRODUÇÃO 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS 93
QUESTÕES DE ESTUDO 95
REFERÊNCIAS 97
LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA
APRESENTAÇÃO
Prezados acadêmicos:
Direção Pedagógica
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PLANO DE ENSINO
1. EMENTA
2. OBJETIVO
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INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico:
É com grande satisfação que o acolho para o módulo de Legislação Social e
Trabalhista. Este material possui o intuito de promover um maior conhecimento acerca
deste assunto e oferecer ferramentas para o gestor de Recursos Humanos a fim de que
este possa conhecer a importância do direito do trabalho, relações sindicais e negociações
trabalhistas.
- Na unidade 1 é retratado o ordenamento jurídico de proteção ao trabalho. Inicia
com a evolução do ordenamento jurídico de proteção ao trabalho, a história do direito do
trabalho no Brasil e as fontes do direito do trabalho.
- Na unidade 2 é abordada a incidência do direito do trabalho, o contrato individual e
o contrato coletivo de trabalho, os conceitos de empregado e empregador, bem como a
jornada de trabalho e suas características, como: férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS,
entre outros.
- As unidades 3 e 4 apresentam aspectos relacionados ao Direito Tributário.
Constata-se que são temas significantes para qualquer gestor organizacional,
diante de sua atuação no dia a dia com as pessoas da organização, essenciais para o
profissional que atuará nesta área.
Bom estudo!
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proteção do senhor feudal e
trabalhavam em suas terras, entregando parte da produção rural ao mesmo. O sistema
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feudal foi decaindo aos poucos e, no século X, teve início a comercialização de produtos
entre os trabalhadores e os mercadores e artesão, dando inícios às corporações de ofício.
As corporações de ofício tiveram seu auge no século XIII e início de seu declínio no
século XV. Eram representadas pela tríade mestre, aprendiz e companheiro, os operários.
Os mestres detinham o conhecimento de um ofício e comandavam os aprendizes e os
operários. Os aprendizes recebiam do mestre ensino e métodos de trabalho,
permanecendo sob sua responsabilidade pelo período de 2 a 12 anos. Não era raro os
pais pagarem aos mestres para que estes ensinassem seus filhos. Já os operários
produziam para os mestres, recebendo parca remuneração, apesar de haver interferência
do Estado, que mantinha rígido controle sobre os ofícios. Apesar do controle do
Estado não havia
proteção ao trabalhador, nem direito à livre associação.
Com o advento da revolução industrial surgiu o período liberal, alavancado pela
máquina a valor, gerando verdadeira transformação nas relações de trabalho, apesar de
ainda embrionária. O Estado deixou de interferir, passando o mercado a ditar as regras de
trabalho e lucro, gerando o que se passou a denominar capitalismo selvagem (exploração
do trabalho pelo capital).
As condições de trabalho eram péssimas, assim como as condições de saúde das
cidades, oportunizando o surgimento dos movimentos sindicalistas e o comunismo. Com
os movimentos sociais, os trabalhadores conseguiram o direito à livre associação, o que
fez com que se unissem e formassem a luta dos trabalhadores pelo reconhecimento da
dignidade humana, inexistente no período liberal.
No século XIX surgiram as primeiras regras de proteção ao trabalho, tais como:
proteção ao trabalho do menor, na Inglaterra; criação de Ministérios do Trabalho, etc. Em
1891 a igreja católica publicou a encíclica “RerumNovarum”, documento que destacava a
necessidade de uma nova postura por parte das classes dirigentes em relação às
questões sociais e à dignidade humana. Em 1917 a constituição do México,
estabeleceu direitos protetivos dos trabalhadores, seguida pela constituição da
Alemanha, no mesmo ano. Em 1919 foi criada a IOT – Organização Internacional do
Trabalho. A partir destes fatos a maioria dos países ocidentais passou a estabelecer
em suas constituições direitos protetivos aos trabalhadores e criar novas normas, tanto
na seara trabalhista como na previdenciária.
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greve;
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o 1967 – Novamente o Brasil teve promulgada uma nova constituição, agora sob o
auspício do regime militar que, todavia, manteve direitos previstos nas constituições
anteriores. Com as modificações mundiais, novas leis protetivas surgiram, tais
como: dos empregados domésticos, do trabalhador temporário, do trabalhador
rural, etc.
o 1988 – Com a redemocratização houve a necessidade de uma nova constituição,
publicada em 05 de outubro de 1988, que ganhou o nome de constituição cidadã.
Com a constituição houve a criação de diversos direitos trabalhistas, assim como a
modificação de outros, aumentando a proteção ao trabalhador, tanto em relação ao
direito do trabalho como em relação ao direito previdenciário.
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Determina que o empregado não pode renunciar aos seus direitos trabalhistas, tais
como: férias, 13º salário, horas extras, etc. A renúncia será desconsiderada em eventual
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5. O INSTITUTO DA PRESCRIÇÃO
Desta forma, o direito do trabalho envolve todo trabalho no qual haja a figura da
relação de trabalho, porém, existem prestações de serviço que obedecem uma legislação
específica, para a qual não se aplica a CLT e existem outras prestações de serviço para
as quais não se aplicam a CLT e não há legislação específica, momento em que a
relação contratual obedecerá aos ditames do código civil.
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7.1. EMPREGADOR
7.2. EMPREGADO
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contrato com o autônomo porque este não guarda relação alguma com o
contratante quanto à forma ou tempo de executar o trabalho. O autônomo trabalha
da maneira como melhor lhe convém, desde que supra as necessidades técnicas da
tarefa.
o Salário – Há a necessidade do recebimento de alguma forma de contraprestação
pelo serviço prestado;
o Pessoalidade – Não consta no artigo 3º da CLT, mas faz parte dos requisitos ser
pessoal a prestação de serviço, não podendo o empregado se fazer substituir por
outra pessoa por ele indicada, como ocorre com os prestadores de serviço.
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pressupostos de existência do mesmo, tais como: ser pessoa física, habitualidade,
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o Contrato Tácito
Este contrato é de existência mais incomum. Tácito é o contrato que acontece por si,
sem que as partes estipulem horário ou remuneração. Simplesmente o empregado vai
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ajudando o empregador e a cada dia fica mais tempo no local de trabalho, quando começa
a receber gratificação, que com o tempo se torna salário tal como os demais empregados.
Difere do contrato verbal porque naquele o contrato é firmado com determinação de
horário e contraprestação e, neste, ninguém estabelece nada, simplesmente acontece sem
que as próprias partes percebam. Todavia, uma vez comprovada a existência do contrato, o
empregado receberá todos os direitos relativos ao contrato de trabalho.
A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações na CTPS do
empregado ou por outro instrumento escrito, bem como, por todos os meios permitidos em
direito. Não havendo prova ou inexistindo cláusula expressa acerca da função exercida
pelo empregado, entender-se-á que o mesmo se obrigou a todo e qualquer serviço
compatível com a sua condição pessoal. É importante destacar que o artigo 442-A da
CLT determina que, para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no
mesmo tipo de atividade.
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empresa, será garantida a contagem do tempo naquele serviço, bem como, o direito à
percepção do salário correspondente da função exercida.
O contrato por prazo determinado possui em suas regras a data do início e a data
estipulada para o seu término. Não são todos os contratos que podem ser estipulados com
prazo para ser extinto, dependendo das condições do próprio contrato, da atividade da
empresa, da necessidade da empresa.
O contrato de trabalho, via de regra, é celebrado por prazo indeterminado, porém,
em algumas circunstâncias pode ser celebrado com prazo pré-determinado. Nesta
espécie de contrato estão incluídos os contratos de experiência, contrato por obra certa,
contrato de safra, contrato para substituição de empregado ausente ou ainda de acordo
com a transitoriedade da atividade da empresa.
O contrato de experiência pode ser celebrado por prazo, no máximo, de 90 dias.
Estes contratos podem ser celebrados por prazo inferior a 90 dias e serem prorrogados,
uma única vez, desde que não ultrapassem, no total do tempo de sua duração este prazo.
Os demais contratos por prazo determinado podem ser celebrados por prazo máximo de
dois anos. Caso celebrado por prazo inferior aos dois anos, poderá ser prorrogado,
desde que limitado aos dois anos.
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Uma vez rescindido o contrato por prazo determinado, entre as mesmas partes não
poderá haver outro contrato por prazo determinado antes de se completar um lapso
temporal de seis meses, sob pena de ser considerado contrato por prazo indeterminado.
Esta regra se aplica tanto para os contratos que já tenham durado dois anos, como os de
menor tempo de duração. Querendo a continuidade do trabalho, a empresa deve sugerir a
prorrogação do contrato.
Três são os pressupostos básicos para que um contrato possa ser celebrado por
prazo determinado, de acordo com a CLT, sendo o contrato de experiência o mais
conhecido e utilizado:
o De serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo.
o De atividades empresariais de caráter transitório.
o De contrato de experiência.
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geral. Encerrado o evento que ensejou a abertura da empresa, suas atividades são
encerradas e os contratos de trabalho rescindidos.
A terceira hipótese de contratação por prazo determinado é o contrato de
experiência. Apesar de tratado como contrato por prazo determinado, o contrato de
experiência se caracteriza mais como cláusula de experiência no contrato de trabalho.
O contrato de experiência, assim como os demais contratos por prazo determinado,
somente pode ser prorrogado uma única vez. Difere dos demais porque sua duração
máxima é de 90 dias.
Os contratos por prazo determinado poderão ser rescindidos por qualquer uma das
partes sem necessidade de aviso prévio. Neste caso, a parte que rescindir
antecipadamente o contrato pagará à outra a indenização prevista nos artigos 479 e 480 da
CLT, que consiste na metade das verbas que o empregado receberia até o final do
contrato, tendo em vista que o artigo 480 determina que o empregado pagará ao
empregador os prejuízos causados por sua decisão, limitado o valor à indenização a que
faria jus.
O contrato por prazo determinado poderá ser prorrogado de forma expressa, em
texto no próprio corpo do contrato ou em adendo contratual, ou tacitamente, que
ocorre, por previsão contratual, no silêncio das partes quando do vencimento do contrato.
Assim, vencido o contrato e não havendo demonstração por nenhuma das partes de
intenção de rescindi-lo, o mesmo será considerado automaticamente prorrogado, obedecido
o prazo máximo de sua duração.
Se o contrato por prazo determinado for prorrogado mais de uma vez será
considerado, automaticamente, contrato por prazo indeterminado. Da mesma forma,
vencido o prazo do contrato por prazo determinado e não ocorrendo sua rescisão, o
mesmo se transformará, automaticamente, em contrato por prazo indeterminado. Ainda,
rescindido o contrato por prazo determinado, por qualquer motivo, retornado o
empregado a prestar serviço para o mesmo empregador, na mesma função, não poderá
ser contratado com cláusula de experiência, sendo admitido diretamente com contrato por
prazo indeterminado.
No contrato por prazo determinado a gestante possui garantia de emprego, assim
como nos contratos por prazo indeterminado. Da mesma forma o empregado possui
estabilidade no emprego quando sofre acidente de trabalho, salvo quando der causa ao
mesmo.
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A lei 9.601/98 criou um novo tipo de contrato por prazo determinado. Este também
está limitado ao prazo máximo de 2 anos, porém, não há a necessidade de a empresa
produzir qualquer prova ou justificativa para efetivá-lo. Basta celebrar acordo com o
sindicato da categoria profissional dos empregados e a empresa poderá contratar
livremente empregados por prazo determinado, estando apenas limitada ao número
proporcional estabelecido pela lei.
A lei determina, em seu artigo 3º, um limite referente à média do número de
empregados dos últimos seis meses. Os estabelecimentos recém instalados ou os que não
possuem empregados contratados por prazo indeterminado, terão sua média aritmética
aferida contando-se o prazo de seis meses a começar do primeiro dia do mês
subsequente a data da primeira contratação por prazo indeterminado. O Decreto 2.490,
de 04/02/98, que regulamenta a lei 9.601, determina (art. 6º):
o Até 49 empregados, 50%;
o De 50 a 199 empregados, subtrai-se 49 e aplica-se o percentual de 35% e soma-se
ao resultado 24,5 empregados;
o Acima de 199 empregados, subtrai-se 199 e aplica-se o percentual de 20%,
somando- se ao resultado 77 empregados.
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O contrato por tempo parcial de trabalho foi criado pela Medida Provisória 2.164-41,
de 24/08/2001, que inseriu o artigo 58-A, na CLT. De acordo com o referido artigo:
Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares
semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas
semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares
semanais.
Ainda, este artigo indica que o salário deve ser proporcional à jornada de trabalho,
de forma que as horas suplementares à duração do trabalho semanal normal deverão ser
pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal, sendo
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consideradas como horas extras. Em caso de compensação de horas, as mesmas devem
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acontecer até a semana seguinte à realização. Por fim, o empregado tem direito a férias,
nos termos da referida lei.
Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo
hora. O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos,
exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. Nas localidades onde não
houver oferta de ensino médio, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a
frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.
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O menor poderá trabalhar como empregado a partir dos 14 anos de idade, sendo
que, entre os 14 anos e os 16 anos, somente na condição de aprendiz. Caso contrário, É
CRIME punido por lei.
O trabalho do menor é regido pela CLT, salvo quando trabalhar em oficinas em que
trabalhem exclusivamente pessoas de sua família e esteja este sob a direção do pai, mãe
ou tutor. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua
formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais
que não permitam a frequência à escola. Também, não poderá o menor trabalhar em
jornada noturna, em locais e serviços perigosos ou insalubres. O trabalho exercido nas
ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização do Juiz de Menores,
ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de
seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua
formação moral.
O menor não poderá prorrogar a duração normal diária do seu trabalho, salvo nos
casos de compensação de jornada de trabalho e, excepcionalmente, por motivo de força
maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 50%
(cinquenta por cento) sobre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja
imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.
Trabalhando o menor em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em
cada um serão totalizadas, não podendo ultrapassar as 8 horas diárias. O
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empregador, cuja
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Quando o empregado trabalha em atividade que sejam nocivas à sua saúde, fará
jus ao recebimento do adicional de insalubridade. Serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos
seus efeitos.
O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% para o grau máximo, 20% para o grau médio e 10% para o grau
mínimo, a ser aplicados sobre o salário mínimo da região, porém é um tema muito
discutido. Há decisões judiciais que obrigam o pagamento adotando como referência o
salário do trabalhador, ou até mesmo o salário-base da categoria.
Quando o empregado trabalhar em condições perigosas fará jus ao adicional de
periculosidade. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
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regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco acentuado.
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empregado poderá optar pelo recebimento antecipado do vale-transporte, cujo valor será
integralmente descontado por ocasião do pagamento do respectivo salário ou vencimento.
A base de cálculo para determinação da parcela a cargo do empregado será o salário
básico do empregado e o montante percebido no período, para os trabalhadores
remunerados por tarefa ou serviço feito ou quando se tratar de remuneração constituída
exclusivamente de comissões, percentagens, gratificações, gorjetas ou equivalentes.
Não é obrigado fornecer o vale transporte o empregador que proporcionar, por
meios próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o
deslocamento, residência-trabalho e vice-versa, de seus trabalhadores. Ainda, o
empregador não pode substituir o vale-transporte por antecipação em dinheiro ou
qualquer outra forma de pagamento.
3.4.4. Salário-família
O 13º salário foi instituído pela lei 4.090, de 13 de julho de 1962, e incorporado à
constituição federal. Deverá ser pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se
por base a remuneração devida nesse mês. Caso o empregado não possua tempo
integral para receber o 13º salário, o mesmo será pago na proporção dos meses
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trabalhados,
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correspondendo a 1/12 (um doze avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de
serviço, do ano correspondente. Para fins de contagem de tempo, a fração igual ou
superior a 15 dias de trabalho em cada mês será havida como mês integral.
Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer título, o 13º salário
será calculado na base de 1/11 (um onze avos) da soma das importâncias variáveis
devidas nos meses trabalhados até novembro de cada ano. O valor encontrado pela
média das verbas variáveis será somado ao valor do salário contratual fixo. Entre os
meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como
adiantamento do 13º salário, de uma só vez, metade do salário recebido pelo empregado
no mês anterior.
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sobre a remuneração do respectivo mês.
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3.4.6. FGTS
O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – Lei 8.036/1990)foi criado para
substituir a estabilidade decenal e a indenização que era paga ao empregado despedido
sem justa causa, momento em que recebia um salário para cada ano completo na
empresa. O empregador é obrigado obrigados a depositar, até o dia 7 de cada mês, em
conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou
devida, no mês anterior, a cada trabalhador. Este valor é obrigação do empregador e,
apesar de demonstrado no recibo de pagamento, não é descontado do empregado. O
depósito é obrigatório mesmo quando o empregado está afastado para prestação do
serviço militar
obrigatório ou em licença por acidente do trabalho.
Sendo o empregado despedido sem justa causa, terá depositado em sua conta
vinculada o valor da multa rescisória, correspondente a 40% sobre os depósitos realizados
na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho. O empregador também
pagará uma multa equivalente a 10% sobre estes depósitos, em favor do governo federal.
O artigo 20 da lei determina os casos em que o empregado poderá movimentar sua
conta vinculada, sendo os mais corriqueiros: a despedida sem justa causa, a falta de
movimentação por três anos, utilização no sistema financeiro habitacional, caso de doença
grave na família.
4.1. ALTERAÇÃO
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explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. Ainda, é
permitida a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o
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Jus Variandi
O “jus variandi” é o direito que tem o empregador, dentro de certos limites, de variar ou
alterar unilateralmente as condições secundárias da prestação do trabalho,
especialmente quanto ao modo, lugar e tempo. Tais variações são válidas desde que
atendam a quatro premissas:
Não infrinja disposição de lei, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa;
Não haja transposição de horário diurno para misto ou noturno, causando
prejuízo ao empregado;
Não objetive, maliciosamente, causar prejuízo ao empregado, ou impedir a
execução virtualmente de outro contrato de trabalho,
Não conste do contrato estipulação consensual sobre o horário.
4.2. SUSPENSÃO
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4.3. INTERRUPÇÃO
Podemos encontrar de acordo com a CLT as diversas formas, tais como: por
decisão do empregador; iniciativa do empregado; comum acordo entre os dois; sumiço
de uma das partes da relação jurídica, e contrato por prazo determinado.
Contrato onde o empregador dispensa seu colaborador quando achar melhor, com
ou sem justo motivo, porém deve-se observar em casos excepcionais, onde esse
empregado possua estabilidade de emprego.
No caso de ser sem justa causa, é de direito o empregado receber verbas
rescisórias a seguir relacionadas: aviso
prévio; férias proporcionais; 13º salário
proporcional; levantamento dos
depósitos do FGTS; multa de 40%
sobre os depósitos do FGTS; e
indenização adicional, quando a
dispensa se consumar no trintídio
anterior.
Mas se for por justa causa. Essa
dispensa tem suas hipóteses elencadas
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no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho, as quais podem ser em razão de
falta grave, mas essa transgressão tem que ser de tamanha gravidade que impossibilite
o prosseguimento dessa relação contratual de emprego, por esse motivo o empregado
tem reduzido seus recebimentos.
Mas para que essa demissão por justa causa ocorra é preciso que alguns
princípios sejam respeitados e estejam presentes no momento do cometimento do
fato ou ato atentatória a quebra de confiança, são eles: imediatidade ou princípio do
juízo imediato, legalidade, proporcionalidade, tipicidade.
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Nos contratos de trabalho por prazo determinado, sua extinção se dará com o final
do prazo estipulado em contrato. Nesse caso, o empregado terá direito a: férias
proporcionais; 13º salário proporcional; e levantamento dos depósitos do FGTS.
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direito adquirido. Pedindo demissão o empregado, não receberá a multa fundiária e não
poderá sacar os valores depositados em sua conta vinculada do FGTS. Ocorrendo rescisão
indireta do contrato, serão aplicadas as regras de despedida sem justa causa. Ocorrendo o
falecimento do empregado, o contrato de trabalho estará automaticamente rescindido,
sendo as verbas pagas como se fosse um pedido de demissão.
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trabalho ou não.
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O empregado que sofre acidente do trabalho tem garantida, nos termos do artigo
118, da lei 8.213/91, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de
trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente
de percepção de auxílio-acidente.
O empregador não poderá substituir a estabilidade do empregado acidentado por
indenização, tendo em vista que o objetivo da norma é demonstrar que o empregado
acidentado está recuperado do acidente, se não para as funções que exercia
anteriormente, para novas funções, com a comprovação de sua capacidade laboral.
4.4.10.3. Gestantes
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O Art. 59 indica que a duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas
extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou
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acordo coletivo de trabalho. A remuneração pela hora extra será de pelo menos 50%
superior à hora normal.
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Se fosse calculada com base no valor normal da hora extra, o resultado seria:
R$ 6,81 + R$ 3,40 = R$ 10,21 x 20 horas = R$ 204,20.
Caso a empresa trabalhe com o banco de horas, pode haver compensação das
horas, desde que não ultrapasse 10 horas de trabalho diário. O acordo para o banco de
horas deve ser acordado entre as partes de maneira escrita. No caso de rescisão do
contrato, havendo horas não compensadas, deverão ser pagas como horas extras.
O artigo 73, da CLT, determina que: Salvo nos casos de revezamento semanal ou
quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito,
sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna. Todavia, o STF, em sua súmula 113, determina que é devido o adicional noturno
ainda que o empregado esteja sujeito ao regime de revezamento. Desta forma, todo
empregado que trabalhe na jornada considerada noturna terá direito ao respectivo
adicional.
Considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5
horas do dia seguinte. A hora do trabalho noturno será computada como de 52
minutos e 30 segundos. Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem
períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto na CLT.
Quando a jornada noturna for prorrogada, aplica-se o regime de jornada noturna às
horas posteriores às 5 da manhã. A título de exemplo, um empregado que inicia sua
jornada às 22 horas e a encerra às 7 horas do dia seguinte, receberá toda sua
jornada como noturna.
Todo empregado tem direito a um dia por semana a título de repouso semanal
remunerado, assim como não prestará serviço nos feriados, sejam eles municipais,
estaduais ou nacionais.
Trabalhando o empregado no dia de seu repouso semanal, receberá as horas
laboradas com o acréscimo de 100%, assim como se laborar nos feriados.
Poderá o empregado trabalhar em domingos e feriados se a atividade profissional
assim o exigir, como trabalho dos bombeiros, médicos, enfermeiros, farmácias,
panificadores, postos de gasolina. Todavia, fica garantido ao empregado um descanso em
outro dia da semana se trabalhar aos domingos e, em se tratando de feriado, receberá o
mesmo com o acréscimo de 100% sobre o valor da hora normal.
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6. AVISO PRÉVIO
Nos contratos por prazo determinado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá conceder à outra um pré-aviso com antecedência mínima de
trinta dias. A lei 12.506, de 13/10/2011 regulamentou o aviso prévio proporcional ao
tempo de serviço. A partir de sua vigência, o aviso prévio passou a ser de 30 dias para o
empregado com até um ano de serviço para o mesmo empregador e, a partir de um ano,
serão acrescidos três dias para cada ano de serviço prestado, até o limite máximo de 60
dias, totalizando 90 dias de aviso prévio proporcional. O empregado que pede demissão
continua com a obrigação de comunicar sua intenção no prazo de 30 dias.
A regra da proporcionalidade se aplica ao empregador. Este período poderá ser
trabalhado pelo empregado ou indenizado pelo empregador. Se o empregador dispensar o
empregado, sem justa causa, e o liberar do cumprimento do período de aviso prévio,
pagará ao mesmo indenização pelo período correspondente. Se o empregado pede
demissão e não cumpre o período de aviso prévio, deverá indenizar o empregador
pelo período correspondente. Quando o empregado alega a existência de rescisão
indireta, que se caracteriza como a justa causa que o empregado aplica ao empregador,
fará jus ao aviso prévio.
O aviso prévio integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos
legais. Assim, o contrato se extingue, legalmente, somente após o término do período
do aviso prévio, indenizado ou trabalhado. As horas extraordinárias e demais verbas
variáveis integram a remuneração para fins de cálculo do aviso prévio indenizado.
O horário normal de trabalho do empregado despedido sem justa causa, durante o
prazo do aviso, será reduzido de 2 horas diárias, sem prejuízo do salário integral. Poderá,
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no entanto, o empregado trabalhar sem a redução das 2 horas diárias, optando por faltar
ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 dias consecutivos. A parte que notificar a
outra a respeito da rescisão contratual poderá, no curso do aviso prévio, reconsiderar o
ato, porém, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar
ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da
remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que
for devida. Por sua vez, o empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer
qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao
restante do respectivo prazo.
7. FÉRIAS
Período aquisitivo é o período que o empregado precisa trabalhar para fazer jus ao
direito de usufruir de férias. O período aquisitivo é de 12 meses para que o empregado
possa usufruir de 30 dias de férias. Período de gozo é o período posterior aos 12 meses do
período aquisitivo, quando o empregado poderá usufruir então de 30 dias de afastamento
do trabalho. O período normal de férias tem que ser usufruído exatamente a partir do dia
em que o empregado completou 12 meses de trabalho e 11 meses após, devendo retornar
ao trabalho antes de completar dois anos de trabalho. Esta regra é válida para cada
período aquisitivo de
trabalho e não apenas para os 12 primeiros meses de trabalho.
Se no período aquisitivo de férias o empregado tiver um determinado número de
faltas, será descontado no período de gozo de férias. Os abatimentos se darão na
seguinte proporção:
o 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes;
o 24 dias corridos, quando houver tido de 6 a 14 faltas;
o 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas;
o 12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas.
Quando o empregado tiver faltas injustificadas, estas não poderão ser descontadas
de seu período de férias, devendo ser aplicada a tabela para se obter a quantidade de
dias a que o mesmo tem direito.
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direito
a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Durante as férias, o empregado não
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poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude
de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. Sempre que as férias forem
concedidas após o término do período de concessão o empregador pagará em dobro a
respectiva remuneração.
A Reforma Trabalhista alterou uma série de dispositivos legais que tratam sobre
essa legislação. No caso das férias, existem outras alterações além das que foram feitas
na forma de concessão, como:
As férias devem iniciar com 3 dias de antecedência do final de semana;
Devem ser iniciadas sempre com 3 dias de antecedência em relação a
feriados.
Antes da Reforma Trabalhista, conforme a CLT, as férias só poderiam ser
divididas em dois períodos e a empresa deveria comprovar a necessidade do
fracionamento. Com a Reforma, as férias podem ser divididas em até três períodos,
sem a necessidade de justificativa.
Em nenhuma hipótese a empresa pode fazer o fracionamento sem o
consentimento do trabalhador, afinal, agora a decisão de parcelar as férias é
exclusivamente dele. Além disso, a nova legislação sobre férias determina que, pelo
menos um dos períodos deve ser de 14 dias, no mínimo — e os demais devem ser de,
no mínimo, cinco dias cada.
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O direito, para fins didáticos, é dividido em diversos ramos jurídicos como por
exemplo o Direito Civil e o Penal, sendo que cada um deles possui uma legislação própria
e seus princípios próprios. Com o Direito Tributário não é diferente, já que este ramo
jurídico estuda a cobrança de tributos, que é uma das principais fontes das receitas
públicas estatais.
Este campo jurídico (com esta terminologia) existe desde a Emenda Constitucional
n. 18/65 que originou o atual Código Tributário Nacional. Mas para entender todo este
objeto de estudo é necessário primeiramente estudar um pouco sobre o Estado.
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uma sociedade política
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que é definido e limitado por uma Constituição que passa a ser a base do ordenamento do
Estado.
Ou seja, por essa pequena incursão histórica, chega-se ao conceito que hoje define
o Estado Moderno como um ente que possui organização própria, estrutura administrativa
e aparato jurídico, que se funda em uma Constituição, que é o mecanismo legal que
garante e legitima sua própria criação. Assim, define-se Estado como “a ordem jurídica
soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em um determinado
território” (DALLARI, 1998, p. 66).
Complementando este pensamento, o Estado é a nação política e juridicamente
organizada, dotada de soberania, dentro de um território, sob um governo, para a
realização do bem comum do povo. O povo é o conjunto de cidadãos, o componente
humano, o elemento pessoal do Estado, é para ele e por meio dele que o Estado se
forma, pode ser definido como:
...o conjunto dos indivíduos que através de um momento jurídico, se unem para
constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo de caráter permanente,
participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano.
(DALLARI, 1998, p. 76).
Mas qual a finalidade da existência do Estado? O Estado exerce esse poder com a
finalidade principal da realização do bem comum, atendendo as necessidades públicas,
através da prestação de serviços e construção de obras públicas que assegurem a
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estrutura básica para que a sociedade civil atinja seus objetivos.
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# ATENÇÃO
Vale refletir que a citada soberania do Estado é una e indivisível, porém, existe a
separação de poderes para melhor consecução dos fins almejados e para manutenção da
liberdade, que não consegue se efetivar quando todos os poderes se encontram nas mãos
de apenas uma pessoa.
# PARA REFLETIR
Como seria a convivência e a vida em sociedade se não houvesse o Direito e o Estado?
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2. LEI
A lei é a principal fonte de direito que o juiz tem para dirimir os conflitos existentes.
É, então a norma de conduta que rege a sociedade, que nasce do Poder Legislativo e tem
força coercitiva, por exemplo: a Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002, conhecida como
Código Civil brasileiro.
O fato de a lei existir não significa que a mesma esteja em vigência, ou seja, que
somos obrigados a cumpri-la, pois, o fato de a lei ter sido publicada no Diário Oficial é
apenas para dar conhecimento de sua existência. O Decreto-Lei nº. 4.657, de 04 de
setembro de 1942, também conhecido como Lei de Introdução as Normas do Direito
Brasileiro é o que determina a vigência de uma lei no país.
O Brasil optou pela publicação da lei no Diário Oficial para que as pessoas tenham
conhecimento que uma lei existe e para que a mesma possa entrar em vigência. A
sociedade brasileira só está obrigada a cumprir a lei após a mesma estar em vigor. No
Brasil existem 03 (três) regras sobre a entrada de uma lei em vigência:
a. De acordo com o art. 1.º da lei acima citada, uma lei passa a ter vigência
após quarenta e cinco dias de sua publicação oficial, salvo disposição em contrário,
dessa forma, se no próprio corpo da lei, não constar nada em contrário, a lei deve
passar a ser cumprida após aquele prazo estabelecido.
b. A lei também pode entrar em vigência no ato de sua publicação, isso ocorre
quando na própria lei vem estabelecendo que “esta lei entra em vigor na data de
sua publicação”, isso significa que se a lei foi publicada hoje, a partir desta data
todos devem cumpri-la.
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Nem sempre a lei é clara quanto à sua aplicabilidade, motivo que torna necessária
por diversas vezes interpretá-la, ou seja, compreender o que o legislador quis dizer com a
criação dela. Quanto as fontes que interpretam a norma, elas podem ser: autêntica,
doutrinária, jurisprudencial. Com relação aos meios: gramatical, lógica, histórica e
sistemática. E, por fim, quanto aos resultados: declarativa, extensiva, restritiva, finalística
(MARTINS, 2012, p. 21-22).
o GRAMATICAL, LITERAL OU FILOLÓGICA: é a verificação do sentido gramatical da
norma criada. Analisa-se o alcance das palavras no texto da lei.
o LÓGICA: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a serem
interpretados e aplicados ao caso concreto.
o TELEOLÓGICA OU FINALÍSTICA: a interpretação da norma é dada de acordo com
o fim esperado pelo legislador.
o SISTEMÁTICA: é feita a interpretação de acordo com o sistema que a norma está
inserida, não interpretando isoladamente a lei.
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Uma lei tem vigência até que outra lei a modifique ou a revogue, com exceção das
leis temporárias, que têm um prazo de validade estabelecido no próprio texto. Dessa
forma, uma lei não pode ser revogada (perder seu efeito) pelo desuso, ou seja, pelo fato
de uma determina lei ou dispositivo de lei não ser mais utilizado, não significa que a
mesma foi revogada.
Revogar uma lei significa tornar nula, é tirar a sua eficácia, é dizer que a lei não
existe e por isso não preciso mais obedecê-la. O art. 2. º da LINB estabelece que a
revogação ocorre quando a “lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de
que tratava a lei anterior”.
O direito brasileiro não adotou o efeito repristinatório, ou seja, se a lei revogadora
for revogada, a lei revogada não volta a ter vigência, salvo disposição em contrário. Para
que isso ocorra, é necessário que venha expresso na lei que revogou a lei revogadora.
Retroagir significa voltar no tempo. As leis são elaboradas para regular fatos no
futuro, não para alcançar fatos que já aconteceram. Por exemplo, hoje entra em vigência
uma lei que estabelece que seja proibido sair de casa (toque de recolher) após as 24h,
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sob
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pena de uma multa. Quem saiu de casa ontem depois das 24h não será obrigado a pagar
a multa, porque a lei é feita para alcançar fatos futuros, e não fatos passados.
Existem casos em que o juiz encontrará situações que não estão previstas em lei,
e, mesmo assim, deverá decidir o caso, não podendo deixar de julgar por não existirem
leis a respeito do assunto. Ocorrendo tal situação, a Lei de Introdução citada determina
que o juiz deva utilizar a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
A Analogia ocorre quando o juiz utiliza de uma norma pré-existente, para aplicar
essa mesma norma em uma situação não prevista em lei. O Costume é uma pratica
reiterada da sociedade, em que todos a cumprem acreditando que aquilo seja obrigatório,
exemplo clássico é a fila de um banco. Assim, se ocorrer uma situação não prevista em
lei, o juiz pode buscar auxílio nos costumes da região. Os princípios gerais do direito
por fim definem que se não existir lei que prevê o fato real, não sendo possível o uso da
analogia ou do costume, deve o juiz se socorrer nos princípios gerais do direito, ou seja,
“são estes constituídos de regras que se encontram na consciência dos povos e são
universalmente aceitas, mesmo não escritas” (GONÇALVEZ, 2003, p. 53).
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que aquela é possível.
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relevância e urgência, tendo 60 (sessenta) dias para ser convertida em lei, sob pena de
perder sua validade/vigência. A medida provisória não é o instrumento adequado para a
criação ou majoração de tributos, em face do princípio da estrita legalidade que já
estudamos. Ela só deve ser utilizada no campo tributário para a criação de impostos
extraordinários de guerra, e para a instituição de empréstimos compulsórios de
emergência (guerra, sua iminência e calamidade pública).
5. CONCEITO DE TRIBUTO
É claro que este conceito traz uma linguagem técnica. Por isso é necessário
ressaltar alguns pontos essenciais no entendimento. Para isso, vamos usar os
ensinamentos de Sérgio Pinto Martins (2012, p. 153/154):
Tributo é o objeto da relação jurídica. É uma prestação de dar, de pagar. Não se
trata de obrigação de fazer ou não fazer.
Prestação pecuniária é a que pode ser exigida em moeda ou valor que nela possa
exprimir-se.
O tributo é compulsório, por independer da vontade da pessoa de contribuir. A
pessoa não paga o tributo porque quer ou gosta.
A previsão do tributo deve estar inserida em lei para que possa ser cobrado, de
acordo com o princípio da estrita legalidade.
Não se constitui o tributo em sanção de ato ilícito. Não é uma penalidade, como na
sanção pelo descumprimento da lei.
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QUANTO À COMPETÊNCIA
o Federais: são aqueles tributos de competência da União Federal, como por
exemplo, o Imposto de Renda e o Imposto Territorial Rural.
o Estaduais: são aqueles tributos de competência dos Estados e do Distrito Federal,
como por exemplo, o ICMS e o IPVA.
o Municipais: são aqueles tributos de competência dos Municípios, como por
exemplo, o ISS e o IPTU.
QUANTO À VINCULAÇÃO
o Vinculação direta: são os tributos nos quais seu fato gerador exige uma
contraprestação do Estado. Aqui se enquadram as taxas e as contribuições de
melhoria.
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QUANTO À FUNÇÃO
o Fiscais: tributos destinados ao bem geral da coletividade, como por exemplo os
impostos.
o Extrafiscais: tributos de interferência no domínio econômico, como por exemplo o
imposto de importação.
o Parafiscais: tributos cujos recursos são destinados para autarquias, fundações,
pessoas de direito privado que desenvolvam atividades relevantes, mas que não
são próprias do Estado, como, por exemplo, a OAB.
7. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
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7.1. IMPOSTOS
7.2. TAXAS
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Outra contribuição que se encaixa no conceito de tributo é aquela de interesse de
categorias profissionais. Estes tributos servem para custear as autarquias que regularizam
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determinadas profissões tais como o CRM, a OAB, o CRA, o CREA, dentre outras.
E, por fim, em 2002 foi criada uma nova contribuição para substituir a antiga taxa
de iluminação pública considerada inconstitucional: a Contribuição de Iluminação Pública
que de acordo com o texto constitucional, visa custear referido serviço.
Agora que você estudou as espécies tributárias e o conceito de cada uma delas,
me responda. É possível substituir o dinheiro arrecadado por meio de uma
contribuição (como a extinta CPMF) pelo dinheiro arrecadado por um imposto
(IOF)?
A resposta é não, porque nós estudamos que o dinheiro gerado pela arrecadação
das contribuições tem uma destinação específica. No caso da CPMF era a saúde. Já o
valor arrecadado pelos impostos não tem uma destinação própria, esta quantia será
posteriormente rateada e destinada às funções do Estado.
Então como pode se justificar o aumento de um imposto com a extinção de
uma contribuição?
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Conforme já estudado, o Direito Tributário é o ramo jurídico que tem por objeto de
estudo o tributo e para que esta relação jurídica exista é necessário que o contribuinte
pratique o que chamamos no direito fiscal de Fato Gerador. Para que este Fato Gerador
exista e, de acordo com o Princípio da Estrita Legalidade estudado, há a necessidade de
uma legislação estipular diversos pontos sem os quais não haverá fundamentação
suficiente que autorize o Fisco a exigir o tributo.
Assim, nasce a relação jurídico-tributária o que consequentemente desencadeia a
necessidade de cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo que serão
estudadas nesta unidade. Parece complicado, mas não é. Nesta unidade iremos estudar e
nos aprofundar nestes pontos legais que estipulam a relação jurídica entre o Fisco e o
contribuinte. Vamos lá?
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O critério temporal define o momento em que tal conduta deve se realizar para
gerar os efeitos jurídicos descritos na norma. Isso significa dizer que o aspecto
temporal visa identificar em qual exato momento, dentro do aspecto material, o
contribuinte efetivamente está praticando o fato gerador.
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industrial), adquire mercadoria de outro contribuinte (em geral produtor de pequeno porte
ou comerciante individual), responsabilizando-se pelo pagamento do tributo devido pelo
substituído, e que se dá de forma antecipada, e pelo cumprimento das obrigações
tributárias.
E, finalmente a Substituição Tributária convencional se dá em virtude de
determinação legal, um substituto fica em lugar do contribuinte, assumindo a
responsabilidade pela obrigação tributária.
Vale lembrar também a existência da figura da SOLIDARIEDADE, ou seja, uma
mesma obrigação tributária gera mais de um devedor (decorre de previsão legal), como,
por exemplo, a incidência do IPTU em imóvel de casal adquirido durante o casamento,
tendo sido este realizado em regime parcial de bens.
Resumindo, sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, podendo ser o contribuinte ou um
responsável, conforme definição do artigo 121 do CTN. O Contribuinte é aquele que dá
causa ao fato jurídico tributário, ou seja, é a pessoa física ou jurídica que tem relação
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. É o sujeito
passivo direto.
Assim, a responsabilidade direta pelo pagamento do tributo é daquele que praticar
o fato jurídico tributário. No entanto, em determinadas situações, a legislação atribui
a terceiros a obrigação de reter e recolher aos Cofres Públicos o valor devido pelas
operações/prestações subsequentes, anteriores ou de terceiros. Desta relação nasce a
figura da substituição tributária. A responsabilidade tributária, por sua vez, ocorre quando
o indivíduo embora não dê causa ao fato jurídico tributário, assume a
responsabilidade tributária. A sujeição passiva indireta depende de norma legal expressa
e válida, isto é, de lei que não extravase os limites demarcados pela lei complementar.
Traçando um paralelo entre os conceitos acima, temos que o contribuinte difere do
responsável tributário porque o contribuinte é o único sujeito de direito que ocupa o polo
passivo de uma regra de incidência tributária e o responsável tributário figura no polo
passivo de uma relação jurídica não composta na regra matriz de incidência.
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previsão em norma própria. A alíquota “ad valorem” trata-se de um percentual (%) que
incide sobre a base imponível expressa no valor aduaneiro, calculada em base a
classificação fiscal da mercadoria (NCM) e a Tarifa Externa Comum (TEC).
Assim, você acadêmico(a) pode perceber que todas as informações acima foram
extraídas da própria lei tributária que regulamenta o imposto de importação e que, como
vimos, também deve identificar quem deverá pagar o tributo (o sujeito passivo) e quem
será o credor desta quantia (o sujeito ativo), além de estipular qual o valor a ser pago
através da aplicação da alíquota sobre a base de cálculo.
2. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
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Para exemplificar esta diferenciação vamos nos utilizar do Imposto de Renda que é
um tributo federal. A partir do momento em que a pessoa (física ou jurídica) aufere renda
ela está praticando o fato gerador do IR. Com isso, ela passa a ter que cumprir com suas
obrigações tributárias, sendo que a Principal será o pagamento aos Cofres Públicos
Federais do Imposto de Renda devido, enquanto que a Acessória será entregar ao Fisco a
Declaração de Imposto de Renda (obrigação de fazer).
3. DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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Lançamento é o procedimento administrativo vinculado, pelo o agente fiscal vai
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
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Uma vez nascido o crédito tributário, o mesmo pode ser alterado ou modificado nos
termos em que a lei especificar, conforme já visto os efeitos do crédito tributário pode ser
suspenso diante das hipóteses previstas no próprio Artigo 151 do Código Tributário
Nacional. Por outro lado, o crédito tributário regularmente constituído poderá ser extinto, e
extinção indica a sua eliminação, ou seja, o mesmo deixa de existir do universo jurídico
por algum motivo previsto na legislação.
É a cessação da possibilidade da exigência do crédito tributário junto ao sujeito
passivo pela pessoa política ativa. É a própria liberação do sujeito passivo da obrigação
tributária. Aqui cessa a possibilidade da exigência do Crédito Tributário, ficando o devedor
liberado da obrigação tributária. Vamos analisar cada uma destas hipóteses previstas no
artigo 156 do Código Tributário Nacional.
o PAGAMENTO: É a maneira mais normal de extinção, ocorre quando o devedor
salda sua obrigação tributária principal. O valor não integralmente pago no
vencimento será acrescido de juros de mora e as penalidades cabíveis.
o COMPENSAÇÃO: Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma
da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
A compensação pode ser de forma legal (decorrente de previsão legal); judicial
(declarada no processo) ou por declaração (quando se exige que a autoridade
administrativa reconheça).
No dizer de Marcelo de Lima Castro Diniz (2004, p. 188):
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disposição legal prevendo hipótese de incidência concreta.
Dá-se, pois, a não incidência quando determinada pessoa ou coisa se encontra fora
do campo de incidenciada regra jurídica de tributação. Incorre, assim, a subsunção do
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conceito do fato (fato jurídico tributário) ao conceito da norma (hipótese tributária). Neste
caso a situação tributária fica fora do campo de tributação, ou seja, inexiste a ocorrência
do fato gerador por estar fora da hipótese de incidência.
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comportamento, além daquela ser uma norma própria, enquanto esta é um dos critérios
compositores de uma norma.
Na forma do art. 153, I, § 1º da CF/88, o Poder Executivo, quando atendidas as
condições e os limites estabelecidos em lei, pode alterar a alíquota do Imposto de
Importação por exemplo. Portanto, possível de ser variado pelos índices apontados.
Justifica-se esta viabilidade de se variar a alíquota do I.I., visto que tal imposto é um
regulador do mercado interno com o externo, até mesmo para incentivar ao
desenvolvimento industrial e tecnológico, pois quanto menor a alíquota, maior a
possibilidade de se importar um produto e, quanto mais alta a alíquota, maior a dificuldade
de tornar viável a importação.
Logo, quando se fala em alíquota “0”, estará havendo a incidência do imposto (ou
outro tributo) e, dessa forma, haverá o cumprimento de todas as obrigações relacionadas
à exigência do tributo. Contudo, o valor a ser pago pela incidência é “0” (zero). A alíquota
zero não se confunde com a isenção, pois não haverá a incidência do tributo, muito
embora o resultado das duas situações jurídicas seja a mesma: não haverá o pagamento
do tributo. Entretanto, suas naturezas jurídicas são completamente distintas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a leitura desta apostila, você acadêmico deve ter percebido que no exercício
da atividade empresarial, existem inúmeros fatos praticados que repercutem na esfera
jurídica, principalmente no campo jurídico de proteção ao trabalho, jornada de trabalho e
direito tributário.
Você deve ter percebido a importância do conhecimento do ordenamento jurídico
de proteção ao trabalho, o contrato individual, coletivo, salário, remuneração e a jornada
de trabalho para a atuação do gestor de recursos humanos.
Assim como, o estudo do Direito Tributário para ter um clareamento na orientação
jurídica a ser dada aos negócios, uma vez que a tributação normalmente tem um impacto
significativo nos custos de qualquer empreendimento. Afinal, toda vez que uma empresa
presta um serviço, vende ou compra uma mercadoria ou obtém renda, ela está sujeita ao
pagamento de um tributo.
E estes tributos que recaem sobre a atividade das empresas, que nós do direito
chamamos de carga tributária, tem crescido significativamente nos últimos anos, o que
torna você futuro administrador, pessoa de suma importância no momento de aconselhar
e orientar corretamente sua empresa em decisões que podem significar a viabilidade
econômica do negócio.
O Planejamento Tributário (também denominado de elisão fiscal) é um exemplo
disso. Planejamento tributário é a busca de práticas permitidas por lei para diminuir a
carga tributária da empresa, tendo um papel estratégico na preservação da empresa,
em um ambiente de elevada carga tributária e mercados competitivos.
O Planejamento Tributário é uma possibilidade conferida às empresas, além de ser
uma obrigação para todo bom administrador/gestor. É uma possibilidade de redução de
custos e melhoria da lucratividade das empresas.
É claro que apenas a leitura deste livro não é suficiente para se elaborar um
planejamento tributário, mas já é um ponto de partida, uma vez que o sistema tributário
brasileiro é complexo e as alterações constantes na legislação tributária são quase que
diárias, gerenciar o pagamento de tributos pode ser considerada como uma atividade que
influencia diretamente nos componentes de custos.
Apenas para complementar e esclarecer, planejamento tributário é diferente de
evasão fiscal. O primeiro tem como finalidade evitar a incidência do tributo, reduzir seu
montante ou retardar o seu pagamento, enquanto que o segundo é a prática consciente,
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dolosa e intencional de, por meios ilícitos, evitar, reduzir ou retardar o pagamento de
tributos devidos.
Em suma, você acadêmico e gestor/administrador da empresa deve empregar, no
exercício de sua função, o cuidado e a diligência necessária para cumprir as normas
gerais e tributárias, evitando assim que a sociedade sofra danos patrimoniais.
Por fim, espero que este livro tenha ajudado você a aprofundar o seu conhecimento
no, muitas vezes desconhecido, ramo do Direito Tributário, pois agora você está habilitado
para atuar com segurança na análise e interpretação da legislação tributária, bem como no
planejamento e estruturação jurídica-tributária de sua empresa e dos negócios jurídicos
sob sua orientação.
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QUESTÕES DE ESTUDO
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REFERÊNCIAS
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http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.
pdf
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2008.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 2017 . Disponível em:
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.
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LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA
PROVA:
Questão 1.
Explique como se dão as rotinas trabalhista que tratam do Aviso Prévio e da Rescisão Contratual
por justa causa.
Resposta: O aviso prévio é uma notificação obrigatória no encerramento do contrato de
trabalho, servindo como um período de ajuste para ambas as partes, empregado e
empregador. Conforme a Lei 12.506, ele é proporcional ao tempo de serviço, sendo de 30
dias para quem trabalhou até um ano, acrescido de três dias por ano trabalhado além do
primeiro, até o máximo de 90 dias. Durante o aviso prévio, o empregado pode ter sua
jornada reduzida em duas horas diárias ou optar por não trabalhar por sete dias,
mantendo o salário integral. O período de aviso prévio conta como tempo de serviço,
influenciando o cálculo de direitos como férias e décimo terceiro. Se ocorrerem infrações
graves durante esse período, a parte culpada deve compensar a outra parte, conforme as
regras trabalhistas. A rescisão contratual por justa causa, conforme a CLT, pode ser
iniciada tanto pelo empregador quanto pelo empregado. O empregador pode demitir por
justa causa quando o empregado pratica atos como improbidade, incontinência de
conduta, mau procedimento, negociação habitual sem permissão, condenação criminal
inafiançável, desídia, embriaguez habitual ou em serviço, violação de segredo da
empresa, entre outros atos especificados no artigo 482 da CLT. Por outro lado, o
empregado também pode requerer a rescisão indireta, pleiteando indenização quando o
empregador pratica atos que desrespeitam ou colocam em risco o empregado, como
exigir serviços superiores às suas forças, defesos por lei ou contrários aos bons
costumes, tratar o empregado com rigor excessivo, não cumprir as obrigações do
contrato, entre outros atos previstos no artigo 483 da CLT. Em resumo, a rescisão
contratual por justa causa está atrelada à prática de atos que desrespeitam, prejudicam
ou colocam em risco a parte contrária no contrato de trabalho.
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