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XXXIV

EXAME

ÉTICA
PROFISSIONAL

ATUALIZADO COM: INCLUI:


• Lei nº 14.039/2020 (Singularidade do • Quadros de ATENÇÃO
APOSTILA serviço de advocacia)
INTEGRADA • Tabelas Comparativas
COM O APP! • Lei nº 13.869/2019 (Nova Lei de
Abuso de Autoridade) • Esquemas Didáticos

• Referências a temas cobrados


em provas anteriores

OABNAMEDIDA.COM.BR
SUMÁRIO
1.  ATIVIDADE DE ADVOCACIA
1.1.  ABRANGÊNCIA E TEMPO
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

1.2.  CARACTERÍSTICAS DA ADVOCACIA


1.3.  ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA
1.4.  MANDATO
1.5.  SUBSTABELECIMENTO

2.  DIREITOS DO ADVOGADO


3.  INSCRIÇÃO NA OAB
4.  ADVOGADO ESTRANGEIRO
5.  ESTAGIÁRIO
6.  SOCIEDADE DE ADVOGADOS
7.  ADVOGADO EMPREGADO
8.  ÉTICA DO ADVOGADO
8.1.  DISPOSIÇÕES GERAIS
8.2.  DEVERES DO ADVOGADO
8.3.  RELAÇÕES COM O CLIENTE
8.4.  SIGILO PROFISSIONAL
8.5.  PUBLICIDADE

9.  HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


10.  INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO
10.1.  INCOMPATIBILIDADE
10.2.  IMPEDIMENTO

11.  INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES


11.1.  APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE CENSURA
11.2.  APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE SUSPENSÃO
11.3.  APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE EXCLUSÃO
11.4.  REABILITAÇÃO
11.5.  REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR
11.6.  PRESCRIÇÃO

12.  ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL


12.1.  CARACTERÍSTICAS, FINS E ORGANIZAÇÃO
12.2.  CONSELHO FEDERAL
12.3.  CONSELHOS SECCIONAIS
12.4.  SUBSEÇÕES
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
12.5.  CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS
12.6.  ELEIÇÕES E MANDATOS
12.7.  AQUISIÇÃO, ONERAÇÃO OU ALIENAÇÃO DE BENS DA OAB

13.  PROCESSO NA OAB


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13.1.  PROCESSO DISCIPLINAR


13.2.  RECURSOS

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1.  ATIVIDADE DE ADVOCACIA


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1.1.  ABRANGÊNCIA E TEMPO

Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao Estatuto da Advocacia e da Ordem dos


Advogados do Brasil (Lei n. 8.906/94, também conhecida como EAOAB), os advogados privados e
os advogados públicos.

De acordo com o § 1º do art. 3º do EAOAB, são advogados públicos os membros da Advocacia-


Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e
Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades
de administração indireta e fundacional. Já os advogados privados são, por exclusão, todos aqueles
que não são advogados públicos.

Como regra geral, os advogados, sejam públicos ou privados, são obrigados à inscrição na
OAB para o exercício de suas atividades TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV.

O STF, no entanto, decidiu em novembro de 2021, com repercussão geral (tema 1074), que é
inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros da OAB. O principal
fundamento para a decisão é que a capacidade postulatória do defensor decorre diretamente
da própria CF/88, que não exigiu a inscrição na OAB.

ADVOCACIA PRIVADA ADVOCACIA PÚBLICA

Exercem a advocacia pública os


Abrange todos aqueles que não exercem integrantes da Advocacia-Geral da União, da
advocacia pública, incluindo os advogados das Defensoria Pública (Obs: tema 1074) e das
sociedades de economia mista e das empresas Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos
públicas, uma vez que, apesar de integrarem Estados, do Distrito Federal, dos Municípios,
a Administração Pública Indireta, são pessoas das autarquias e das fundações públicas,
jurídicas de Direito Privado TEMA COBRADO estando obrigados à inscrição na OAB para o
exercício de suas atividades. Os integrantes
NO VII EXAME DA OAB. da advocacia pública são elegíveis e podem
integrar qualquer órgão da OAB.

É importante registrar que os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem


integrar qualquer órgão da OAB (art. 9º do RGEAOAB) e sujeitam-se ao regime do Estatuto, do
Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, inclusive quanto às infrações e sanções
disciplinares (art. 10 do RGEAOAB)

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Para fins de comprovação do tempo de exercício de advocacia, o art. 5º do Regulamento
Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (RGEAOAB) estabelece que é considerado efetivo
exercício da atividade de advocacia a participação anual mínima em cinco atos privativos
previstos no artigo 1º do EAOAB, em causas ou questões distintas TEMA COBRADO NOS
EXAMES VII E XI DA OAB/FGV.
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1.2.  CARACTERÍSTICAS DA ADVOCACIA

De acordo com o estabelecido no art. 133 da Constituição Federal, o advogado é indispensável à


administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão,
nos limites da lei.

O exercício da advocacia, portanto, é indispensável como forma de garantir justiça às decisões


judiciais, assumindo verdadeiro caráter de múnus público, mesmo quando exercido no âmbito
privado do advogado.

Em outras palavras, ainda que a advocacia seja realizada de forma privada, ela se reveste de
caráter público e função social porque ultrapassa os interesses das partes litigantes, na medida
em que permite a concretização do interesse da sociedade de se ter decisões justas.

Nesse sentido, o art. 2 º do EAOAB dispõe que:


Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social
TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao
seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações,
nos limites desta lei.

Além de se tratar de serviço público, cujos atos constituem múnus público e possuem função
social, abaixo listamos outras características importantes da advocacia:

• Indispensabilidade: o advogado é indispensável à administração da Justiça,


conforme previsto no art. 133 da Constituição Federal de 1988.

• Inviolabilidade: o advogado não pode ser punido pelos atos referentes ao exercício
da sua profissão, garantindo-se a liberdade necessária para sua atuação.

• Independência: o advogado é independente em relação ao seu pensamento e ao


exercício da profissão, não havendo qualquer subordinação em relação aos demais
operadores do direito.

• Exclusividade: a advocacia não pode ser divulgada em conjunto com qualquer outra
atividade, sendo vedada sua mercantilização.

• Parcialidade: apesar de a advocacia constituir um múnus público, o advogado a


exerce de forma parcial, a favor dos interesses de seu constituinte.

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Sobre a parcialidade, o art. 2º, §2º, do EAOAB dispõe que “no processo judicial, o advogado
contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador,
e seus atos constituem múnus público”. O art. 23 do CEDOAB, por sua vez, estabelece que é
direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião
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sobre a culpa do acusado.

• Onerosidade Mínima obrigatória: deverá o advogado observar o valor mínimo


da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for
realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências, sob pena de caracterizar
aviltamento de honorários (§ 6º do art. 48 do CEDOAB).

O Código de Ética e Disciplina passou a prever, como exceção à onerosidade mínima


obrigatória, a advocacia “pro bono”, considerada a prestação gratuita, eventual e voluntária
de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos,
sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional.
A advocacia “pro bono” pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente, não
dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado, mas
não pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições
que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela
TEMA COBRADO NOS EXAMES XXI E XXXII DA OAB/FGV.

Além disso, de acordo com o art. 4º do Provimento n. 166/2015 do CFOAB, os advogados que
desempenharem a advocacia pro bono estão impedidos de exercer a advocacia remunerada,
em qualquer esfera, para a pessoa natural ou jurídica que utilizou de seus serviços pro bono,
pelo período de 03 (três) anos.

• Singularidade: A Lei nº 14.039/2020 inseriru o artigo 3º-A no EAOAB, classificando


genericamente o serviço de advocacia como um serviço técnico e também singular,
permitindo-se a contratação direta pela Administração Pública do advogado
(inexigibilidade de licitação), desde que comprovada a sua notória especialização,
(quando o serviço é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
do objeto do contrato), nos termos do parágrafo único do mesmo artigo. TEMA
COBRADO NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV.
Art. 3º-A do EAOAB - Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza,
técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da
lei. (Incluído pela Lei nº 14.039, de 2020)
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de
advogados cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho
anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
objeto do contrato.

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1.3.  ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA

Em razão da importância da advocacia, a postulação em juízo, salvo algumas raras exceções,


bem como as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas devem ser feitas por
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advogado regularmente constituído (incisos I e II do art. 1º do EAOAB).

A Lei n. 14.365/22 incluiu o § 4º ao art. 5º do EAOAB, estabelecendo que as atividades de


consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a
critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de formalização por
contrato de honorários. Desse modo, passou-se a permitir expressamente que a atividade de
consultoria e assessoria sejam feitas de maneira informal, inclusive verbal e sem a necessidade
de outorga de procuração e de contrato de honorários.

É importante consignar que a redação original do art. 1º, I, do EAOAB, previa como atividade
privativa do advogado a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais.
Entretanto, na ADIN 1.127-8, o STF considerou inconstitucional a expressão “qualquer”, uma vez
que, embora o advogado seja indispensável à administração da Justiça, sua presença pode ser
dispensada em situações excepcionais.

Abaixo listamos as principais exceções em relação à participação de advogado em atos judiciais:

• Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal (§ 1º do art. 1º do


EAOAB). TEMA COBRADO NOS EXAMES XXVII E XXXIV DA OAB/FGV.

• Nas causas até 20 salários mínimos no Juizado Especial Cível (obs: se houver
recurso precisa de advogado)

• Causas no Juizado Especial Federal (60 salários minimos) (obs: se houver recurso
precisa de advogado)

• Processo Administrativo Disciplinar: De acordo com a Súmula Vinculante nº 5 do


STF, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.

• Revisão Criminal (art. 623 do CPP)

• Jus postulandi na Justiça do Trabalho

Importante lembrar que o jus postulandi das partes na Justiça do Trabalho limita-se
às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do
Tribunal Superior do Trabalho (Súmula n. 425 do TST)

O art. 7º do RGEAOAB, por sua vez, estabelece que a função de diretoria e gerência jurídicas em
qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições financeiras, é privativa
de advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre inscrito regularmente na OAB
TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB.
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Da mesma forma, os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de
nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por
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advogados (§ 2º do art. 1º do EAOAB), salvo no caso das Microempresas e Empresas de Pequeno


porte, em que essa exigência é dispensada pela LC n. 123/2016 TEMA COBRADO NO XVII
EXAME DA OAB/FGV.

São impedidos de visar atos de pessoas jurídicas os advogados que prestem serviços a
órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da unidade federativa
a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas
competentes para o mencionado registro, conforme art. 2º do RGEAOAB.

ATIVIDADES PRIVATIVAS DE EXCEÇÕES


ADVOGADO

Impetração de habeas corpus em qualquer


instância ou tribunal (§ 1º do art. 1º do EAOAB).

Nas causas até 20 salários mínimos no Juizado


Especial Cível. Se houver recurso, precisa de
advogado.
Postulação em Juízo;
Causas no Juizado Especial Federal (60 salários
mínimos). Se houver recurso, precisa de advogado.

Processo Administrativo Disciplinar

Jus postulandi na Justiça do Trabalho

Visar os atos e contratos constitutivos de


Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
pessoas jurídicas

Consultoria e assessoria jurídicas, bem


como direção jurídica de empresa pública,
privada ou paraestatal.

Ressalta-se ainda que o exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a


denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
sendo nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, ou por
advogado, suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia,
conforme art. 4º do EAOAB TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV.

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1.4.  MANDATO

O Mandato é o contrato pelo qual alguém (mandatário) recebe de outrem (mandante) poderes
para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses e não se confunde com a procuração,
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que é considerada o instrumento do mandato, ou seja, o documento que o cliente assina conferindo
os poderes ao advogado.

O mandato se inicia com a assinatura da procuração, sendo que o advogado não deve aceitar
procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por
motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis (art.
14 do CEDOAB), sob pena de configurar infração disciplinar. TEMA COBRADO NO VI EXAME DA
OAB/FGV.

Além disso, a procuração deve ser outorgada ao advogado pessoa física, devendo conter
o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, endereço
completo e, se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter
os dados dessa (§§ 2º e 3º do art. 105 do CPC/2015).

A procuração não pode ser outorgada de forma genérica em favor da sociedade de advogados.
Ela deve ser outorgada individualmente ao advogado e indicar a sociedade de que faça parte (§
3º do art. 15 do EAOAB).

Conforme previsto no art. 5º do EAOAB, o advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo
prova do mandato, ou seja, mediante juntada da procuração. Entretanto, se houver urgência, o
advogado pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 15 (quinze) dias,
prorrogável por igual período.

A procuração para o foro em geral (ad judicia) habilita o advogado a praticar todos os atos
judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais, quando será
necessária a outorga de uma procuração com poderes específicos (ad judicia et extra). As
hipóteses em que se exige poderes especiais estão expressamente previstas em lei, como no caso
do oferecimento de representação criminal ou queixa-crime, ou ainda nas hipóteses citadas pelo
art. 105, caput, do CPC/2015, a saber: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação,
firmar compromisso e assinar declaração de hipossufciência econômica.

O § 4º do art. 105 do CPC/2015 estabelece que, salvo disposição expressa em sentido contrário
constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é efcaz
para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

Nos termos do art. 18 do CEDOAB, o mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo
decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento TEMA
COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.

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Entretanto, haverá extinção do mandato nas seguintes situações:

• Renúncia: em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a


providências que lhe tenham sido solicitadas, o advogado pode renunciar ao mandato
(art. 15 do CEDOAB). A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo
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que a determinou (art. 16 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/


FGV, devendo o advogado comunicar ao cliente por escrito, preferencialmente, com
aviso de recebimento (AR) e, posteriormente, ao juiz da causa (art. 6º do RGEAOAB).
Além disso, o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez)
dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for
substituído antes do término desse prazo TEMA COBRADO NOS EXAMES XI, XIV,
XVI e XXX DA OAB.

• Revogação: o cliente pode revogar os poderes dados ao advogado. Entretanto, a


revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento
das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado
de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência,
calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado, conforme
art. 17 do CEDOAB.

• Substabelecimento sem reservas de poderes: o substabelecimento permite que


o advogado transfira a outro profissional os poderes que lhe foram conferidos pelo
cliente.

• Arquivamento dos autos ou conclusão da causa (extinção presumida): concluída a


causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato, conforme
art. 13 do CEDOAB TEMA COBRADO NO EXAME XII DA OAB/FGV.

1.5.  SUBSTABELECIMENTO

O substabelecimento permite que o advogado transfira a outro profissional os poderes que lhe
foram conferidos pelo cliente.

O substabelecimento pode ser feito com reserva de poderes ou sem reserva de poderes.

No substabelecimento com reserva de poderes, o advogado originário transfere os poderes


que lhe foram concedidos a outro advogado, permitindo-se que ambos os profissionais pratiquem
os atos em defesa do cliente. Trata-se de ato pessoal do advogado da causa, não se exigindo
concordância do cliente. Além disso, no substabelecimento com reserva de poderes, deve-
se ajustar antecipadamente os honorários, não podendo o substabelecido (quem recebeu o
substabelecimento) cobrar diretamente do cliente os honorários advocatícios, salvo se tiver
contrato diretamente com o cliente, conforme a nova redação do art. 26 do EAOAB da pela Lei n.
14.365/2022 TEMA COBRADO NOS EXAMES XV, XIX e XXXIIII DA OAB/FGV.

Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários
sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de o


advogado substabelecido, com reservas de poderes, possuir contrato celebrado com
o cliente.

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Já no substabelecimento sem reserva de poderes, o advogado originário transfere de forma
definitiva os poderes que lhe foram concedidos, extinguindo-se o mandato. O substabelecimento
sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente, conforme art. 26 do
CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES XIII e XVII DA OAB/FGV.
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COM RESERVA DE PODERES SEM RESERVAS DE PODERES

• Ato pessoal do advogado. Não precisa da • Precisa da concordância do cliente


concordância do cliente. (prévio e inequívoco conhecimento).

• Não extingue o mandato e permite que o • Gera a extinção do mandato.


substabelecente e o substabelecido atuem em
favor do cliente.
• Como há extinção do mandato
originário, o substabelecido poderá
• Substabelecido não pode cobrar os honorários cobrar os honorários devidos do cliente.
advocatícios diretamente do cliente, salvo se
tiver contrato com o cliente.

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2.  DIREITOS DO ADVOGADO


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A primeira ideia que se deve ter em relação a atuação do advogado é que não existe
qualquer hierarquia entre o advogado e os demais operadores do direito, devendo todos se
respeitarem reciprocamente.

Art. 6º do EAOAB: Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados


e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e
respeito recíprocos.

Parágrafo único. As autoridades e os servidores públicos dos Poderes da República,


os serventuários da Justiça e os membros do Ministério Público devem dispensar
ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da
advocacia e condições adequadas a seu desempenho, preservando e resguardando, de
ofício, a imagem, a reputação e a integridade do advogado nos termos desta Lei. (nova
redação dada pela Lei n. 14.365/2022).

Para garantir a independência profissional, o art. 7º do EAOAB assegura uma série de direitos
aos advogados, conforme abaixo transcrito:

I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional: o advogado possui


liberdade para atuar em todo o território nacional TEMA COBRADO NO EXAME X
DA OAB/FGV. Entretanto, se pretender atuar de forma habitual em Estado diverso do
qual tenha sua inscrição principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar
no Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. Considera-se habitual
o trabalho do advogado que exceder 5 causas no ano. Assim, se o advogado atuar em
até 5 causas no ano em outro Estado não precisará da inscrição suplementar, mas, se
ultrapassar esse limite, a inscrição suplementar é obrigatória.

Além disso, a liberdade do advogado abrange a sua independência de atuação, de modo


que ele não é obrigado a aceitar outro advogado atuando na mesma causa, não se
submete hierarquicamente a nenhum outro operador do direito, além do que pode
recusar o patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão
concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que
tenha manifestado anteriormente, conforme previsto no art. 4º do CEDOAB TEMA
COBRADO NOS EXAMES XV, XIX e XXV DA OAB.

II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus


instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e
telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia: não se trata, entretanto,
de inviolabilidade absoluta. Com efeito, presentes indícios de autoria e materialidade
da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá
decretar a quebra da inviolabilidade, em decisão motivada, expedindo mandado de busca
e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante
da OAB, sendo vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos
pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos
de trabalho que contenham informações sobre clientes, salvo se o cliente estiver sendo
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formalmente investigado como partícipe ou coautor pela prática do mesmo crime que
A Lei nº 13.869/2019
deu causa acrescentou
à quebra da oinviolabilidade,
art. 7º - B ao EAOAB, deixando
conforme §§s 6ºclaro
e 7º que a violação
do art. a essa
7º do EAOAB
prerrogativa do advogado caracteriza crime.
TEMA COBRADO NOS EXAMES III, VII e XVIII DA OAB/FGV.
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III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração,
quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou
militares, ainda que considerados incomunicáveis: o advogado, portanto, tem o direito
de conversar com o seu cliente em qualquer situação, mesmo sem possuir procuração
TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV.

A Lei nº 13.869/2019 acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, deixando claro que a violação a essa
prerrogativa do advogado caracteriza crime TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA
OAB/FGV.

Além disso, de forma mais específca, o art. 20 da Lei n. 13.869/2019 passou a considerar
como crime:

“Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com


seu advogado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa
(crime de menor potencial ofensivo)”.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu


solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com
seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial,
e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência,
salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
videoconferência.

É direito do preso comunicar-se pessoal e reservadamente com o seu advogado (art. 8º.2, “d”,
do Pacto de São José da Costa Rica, art. 41 da Lei de Execução Penal, art. 7º, III, do EAOAB e art.
124, III, do ECA). Impedir esse direito, sem justa causa, é crime de abuso de autoridade, previsto
no caput do art. 20.

Consideramos justa causa situações necessárias para garantir a segurança do preso ou do


advogado.

Já o parágrafo único protege o direito do preso, réu solto ou investigado de se comunicarem


com o advogado antes da audiência, e de se sentaram ao seu lado e com ele se comunicarem
durante o interrogatório, salvo no curso do interrogatório ou em audiência realizada por
videoconferência. No caso do parágrafo único, não vemos possibilidade de se alegar justa causa.

Para a caracterização desse crime, entretanto, exige-se o dolo específco de prejudicar outrem
ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal (§ 1º
do art. 1º da Lei nº 13.869/2019).

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IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo
ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de
nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB: o advogado
poderá ser preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da profissão, apenas no
caso de crime inafiançável (§ 3º do art. 7º do EAOAB) e desde que haja a presença de
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um representante da OAB. Nas demais hipóteses de prisão, não há necessidade da


presença de representante da OAB, mas apenas a comunicação expressa à Seccional da
OAB TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, XVII e XXIX DA OAB/FGV.

A Lei nº 13.869/2019 acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, deixando claro que a violação a essa
prerrogativa do advogado caracteriza crime.

V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala
de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela
OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar: a sala de Estado-Maior não se confunde com
a prisão especial, constituindo uma verdadeira sala, destituída de grades, semelhante
à instalada no Comando das Forças Armadas ou de outras instituições militares. Não
havendo sala de Estado-Maior, deve o advogado ser recolhido em prisão domiciliar.
No entanto, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o advogado deverá
ser recolhido à cela comum TEMA COBRADO NOS EXAMES XI, XIV e XXIX DA
OAB/FGV.

No julgamento da ADIN 1.127-8 o STF determinou a suspensão da expressão “assim reconhecida


pela OAB”, no que diz respeito às instalações e comodidades condignas da sala de Estado
Maior, em que deve ser recolhido preso o advogado, antes de sentença transitada em julgado.

VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos
cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de
audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no
caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da
presença de seus titulares; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição
judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou
informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e
ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer
assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual
este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais: para garantir a liberdade de
atuação na defesa de seu cliente, o advogado tem livre acesso a prédios públicos, incluindo
as salas de sessões dos tribunais, mesmo na parte reservada aos magistrados. Entretanto,
para participar de reuniões ou assembleias que deva participar o seu cliente, o advogado
pode comparecer sozinho, mas deve possuir procuração com poderes especiais TEMA
COBRADO NOS EXAMES V, X ,XIII e XVII DA OAB/FGV.

Para participar de reuniões ou assembleias que deva participar o seu cliente, o advogado pode
comparecer sozinho, mas deve possuir procuração com poderes especiais.

14
VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no
inciso anterior, independentemente de licença: o advogado não precisa prestar
esclarecimentos ou pedir licença a qualquer autoridade, podendo permanecer em pé
ou sentado, ausentando-se do recinto quando quiser. Esse direito ressalta a liberdade e
a ausência de subordinação do advogado em relação aos demais operadores do direito.
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VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho,


independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-
se a ordem de chegada: o advogado tem direito de ser atendido pelos magistrados
sem necessidade de marcar horário previamente, respeitando-se apenas a ordem de
chegada TEMA COBRADO NOS EXAMES III e VI DA OAB/FGV.

X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo,


órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar
de inquérito, mediante intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco
ou dúvida surgida em relação a fatos, a documentos ou a afirmações que influam
na decisão;: o advogado pode solicitar o uso da palavra para esclarecer equívoco ou
dúvida dúvidas a favor do seu cliente em relação a fatos, devendo solicitar que sua
manifestação seja registrada em ata de audiência TEMA COBRADO NO EXAMES
II, VI E XVI DA OAB/FGV.

A Lei n. 14.365/2022 modificou a redação do inciso X do art. 7º do EAOAB, para deixar claro
que a intervenção sumária do advogado, usando a palavra pela ordem, também se aplica
nos processos administrativos, órgãos de deliberação coletiva da administração pública ou
comissões parlamentares de inquérito (CPI).

XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade,


contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento: não havendo a
intervenção sumária citada no item anterior, o advogado tem o direito de reclamar verbalmente
ou por escrito contra o descumprimento de preceito legal, a fim de que a irregularidade não
seja repetida TEMA COBRADO NO EXAMES V e XVII DA OAB/FGV.

XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da


Administração Pública ou do Poder Legislativo: o advogado tem o direito de se
manifestar sentado ou em pé, não podendo ser constrangido, por exemplo, a se manifestar
obrigatoriamente em pé TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.

XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração


Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar
apontamentos: o advogado pode examinar processos já terminados ou em andamento mesmo
quando não estiver munido de procuração, salvo aqueles sujeitos a sigilo, em que será exigida
a procuração TEMA COBRADO NOS EXAMES IV e X DA OAB/FGV.

A Leiº 13.793/2019 alterou o EAOAB e o CPC/2015 para deixar claro que o direito dos advogados de
terem acesso e vista dos autos judiciais inclui os autos eletrônicos, mesmo sem procuração, salvo
quando se tratar de processo sujeito a segredo de justiça, hipótese em que se exigirá procuração.

15
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo
sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos
ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/
FGV: o advogado também tem direito de ter acesso aos autos sujeitos a sigilo, mas, neste
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caso, deverá apresentar procuração TEMA COBRADO NOS EXAMES XIX E XXV DA
OAB/FGV. Além disso, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos
elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados
nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da
finalidade das diligências (§§ 10 e 11 do art. 7º do EAOAB). A inobservância aos direitos
estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de
autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que
impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa,
sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz
competente (§ 12 do art. 7 do EAOAB).

Súmula Vinculante 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso


amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa
TEMA COBRADO NO EXAME XVI DA OAB/FGV.

Embora não tenha alterado o EAOAB neste aspecto, a nova lei de abuso de autordidade (Lei
nº 13.869/2019), em seu art. 32, passou a prever também como crime a violação ao direito do
advogado previsto no inciso XIV do caput do art. 7º do EAOB. Vejamos:

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de
investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer
outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa,
assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças
relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências
futuras, cujo sigilo seja imprescindível. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa (crime de menor potencial ofensivo).

XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório


ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais: atente-se que a vista abrange
os processos judiciais e administrativos TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.

XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias: se o
processo já tiver sido encerrado, o advogado pode retirá-lo para análise pelo prazo de 10 dias, não
sendo necessário apresentar procuração TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV

16
.

MUITO IMPORTANTE: De acordo com a redação original do § 1º do art. 7º do EAOAB, não


se aplicava o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de
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justiça, devendo neste caso o advogado apresentar procuração; 2) quando existissem nos
autos documentos originais de difícil restauração ou ocorresse circunstância relevante
que justificasse a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida
pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a
requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que
deixasse de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizesse depois de intimado
TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OBA/FGV. Ocorre, entretanto, que o § 1º
do art. 7º do EAOAB foi revogado pela Lei n. 14.365/2022, motivo pelo qual as referidas
exceções não devem ser mais aplicadas, salvo em relação à necessidade de apresentação
de procuração aos autos sujeitos a sigilo, hipótese que deve ser apresentada procuração,
conforme interpretação do inciso XIII do art. 7º do EAOAB.

XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou


em razão dela: conforme previsto no art. 18 do RGEAOAB, o advogado, quando ofendido
comprovadamente em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB,
tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho Seccional competente, de
ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa. O desagravo não depende da concordância
do advogado ofendido, tendo como função reestabelecer a dignidade do exercício da
advocacia TEMA COBRADO NOS EXAMES II, V, VII, XII, XX e XXX DA OAB..

Somente cabe desagravo quando houver ofensa ao advogado no exercício de sua função. Se
houver ofensa de caráter pessoal ou a outra atividade do advogado não cabe desagravo. Além
disso, o advogado não pode dispensar o desagravo público quando o Conselho Seccional
decidir promovê-lo.

De acordo com o art. 18 do RGEAOAB, cabe à diretoria do Conselho Seccional analisar o pedido
de desagravo público. Havendo urgência e notoriedade, a diretoria pode conceder imediatamente
o desagravo, ad referendum do órgão competente do Conselho, conforme definido em regimento
interno.

Não havendo urgência, a Diretoria remeterá o pedido de desagravo ao órgão competente para
instrução e decisão, podendo o relator, solicitar informações da pessoa ou autoridade ofensora,
no prazo de 15 (quinze) dias, sem que isso configure condição para a concessão do desagravo.

Os desagravos deverão ser decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) dias e, em caso de


acolhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada, devendo
ocorrer, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, preferencialmente, no local onde a ofensa foi sofrida
ou onde se encontre a autoridade ofensora.

Na sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, encaminhada ao


ofensor e às autoridades, e registrada nos assentamentos do inscrito e no Registro Nacional de
Violações de Prerrogativas.

17
Ocorrendo a ofensa no território da Subseção a que se vincule o inscrito, a sessão de
desagravo pode ser promovida pela diretoria ou conselho da Subseção, com representação do
Conselho Seccional.
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Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público de Conselheiro Federal ou de


Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus
cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às
prerrogativas profissionais, com repercussão nacional.

O Conselho Federal, observado o procedimento previsto no art. 18 do RGEAOAB, indica seus


representantes para a sessão pública de desagravo, na sede do Conselho Seccional, salvo no
caso de ofensa a Conselheiro Federal.

XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado;

XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva


funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo
quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua
sigilo profissional: cabe ressaltar que além de direito, constitui dever do advogado
guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão, conforme
art. 35 do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES III, XIV e XVII DA OAB/FGV.

XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial,


após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a
autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo:
é importante registrar que o direito de se retirar do recinto apenas ocorre quando,
além do critério temporal de 30 minutos, o juiz não tiver comparecido para realizar a
audiência. Se houver o comparecimento do juiz e a pauta de audiência estiver atrasada,
não há o direito de retirada TEMA COBRADO NOS EXAMES II, XIII e XIV DA
OAB/FGV.

A regra do inciso XX não se aplica ao processo do trabalho, uma vez que a CLT possui regra
própria estampada no parágrafo único do art. 815, que estabelece prazo de espera de 15 minutos.

XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de
nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de
todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta
ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração apresentar
razões e quesitos: trata-se de direito acrescido pela Lei n. 13.245/2016, garantindo-
se ao advogado participar de interrogatório ou depoimento em procedimentos de
investigação, permitindo-se ainda ao advogado apresentar razões e quesitos, sob pena
de nulidade absoluta dos elementos probatórios decorrentes.

Cabe ressaltar, ainda, que o § 2º do art. 7º do EAOAB garantia ao advogado imunidade


profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte,
18
no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante
a OAB, pelos excessos que cometer.

O § 2º do art. 7º do EAOAB, entretanto, foi revogado pela Lei n. 14.365/2022, de modo


que agora não há mais previsão expressa de imunidade para o advogado nos casos de injúria e
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difamação. No entanto, a imunidade penal em relação à injúria e difamação em juízo também


possui previsão expressa no art. 142 do CP, motivo pelo qual, na esfera penal, o advogado
continua com imunidade em relação aos crimes de injúria e difamação, desde que a ofensa tenha
sido praticada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador, mas poderá ser
penalizado nas esferas civil e administrativa, inclusive disciplinar, pelos excessos que praticar.

A imunidade do advogado é apenas na esfera penal e abrange apenas os crimes de injúria


e difamação, desde que a ofensa ocorra em juizo, no exercício da profissão. Não há qualquer
imunidade em relação ao crime de calúnia.

A Lei n. 14.365/2022 acrescentou também o § 2º-B ao art. 7º do EAOAB, dispondo que o advogado
poderá realizar a sustentação oral no recurso interposto contra a decisão monocrática de relator que
julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes recursos ou ações: I - recurso de apelação; II - recurso
ordinário; III - recurso especial; IV - recurso extraordinário; V - embargos de divergência; VI - ação rescisória,
mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações de competência originária

O inciso IX do art. 7º do EAOAB estabelecia que era direito do advogado “sustentar oralmente
as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator,
em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior
for concedido”. Entretanto, no julgamento da ADIN 1.105-7, o STF declarou inconstitucional o
conteúdo desse inciso, estabelecendo que o advogado não tem o direito de fazer sustentação
oral depois do voto do relator, e sim antes (art. 937 do CPC/2015), além do que o direito
à sustentação oral está vinculado a sua previsibilidade recursal, ou seja, o recurso deve
permitir a sustentação oral. A novo § 2º-B do art. 7º do EAOAB, portanto, é uma resposta
à ADIN 1.105-7, garantindo-se, agora, de forma ampla o direito de sustentação oral pelos
advogados contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer
recursos expressamente elencados.

O § 4º do art. 7º do EAOAB, por sua vez, estabelece que o Poder Judiciário e o Poder Executivo
devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais
permanentes para os advogados, com uso e controle (ADIN 1.127-8) assegurados à OAB TEMA
COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV

É muito importante destacar, ainda, que a Lei n. 14.365/2022 acrescentou novos parágrafos ao art. 7º
do EAOAB, conforme abaixo sintetizado:

• Acrescentou o § 6º-D, dispondo que, no caso de inviabilidade técnica quanto à segregação


da documentação, da mídia ou dos objetos não relacionados à investigação, em razão da sua
natureza ou volume, no momento da execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada
do material, a cadeia de custódia preservará o sigilo do seu conteúdo, assegurada a presença do
representante da OAB.

19
Em muitas situações, principalmente quando há arquivos de memória de HD ou SSD, no
momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão, é muito difícil conseguir separar
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quais arquivos interessam a investigação e qual material não é necessário. Por isso, a lei
assegura que, posteriormente, quando se verificar que parte do material não é necessária para
a investigação, deve-se preservar o seu sigilo na cadeia de custódia.

• Incluiu o § 6º-E ,estabelecendo que, na hipótese de descumprimento do § 6º-D, acima explicado,


pelo agente público responsável pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão, o
representante da OAB fará o relatório do fato ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores,
dará conhecimento à autoridade judiciária e o encaminhará à OAB para a elaboração de notícia-
crime.
• Acrescentou o § 6º-I, dispondo expressamente que é vedado ao advogado efetuar colaboração
premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente, e a inobservância disso importará em
processo disciplinar, que poderá culminar com a aplicação do disposto no inciso III do caput do
art. 35 desta Lei (exclusão), sem prejuízo das penas previstas no art. 154 do Código Penal (crime
de violação de segredo profissional).

O advogado está proibido de efetuar colaboração premiada contra cliente e ex-cliente, sob
pena de exclusão em processo disciplinar e de responder pelo crime de violação de segredo
profissional (art. 154 do CP).

• Incluiu o § 14, dispondo que cabe, privativamente, ao Conselho Federal da OAB, em processo
disciplinar próprio, dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico
realizado pelo advogado.
• Acrescentou o § 15, estabelecendo que cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e
decidir sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado,
resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo VI do EAOAB, e observado o disposto no inciso
XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.
• Incluiu o § 16, para dispor que é nulo, em qualquer esfera de responsabilização, o ato praticado
com violação da competência privativa do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo

Na seara administrativa, a competência para decidir sobre prestação efetiva do serviço jurídico
realizado pelo advogado e os honorários advocatícios é do Conselho Federal da OAB, sendo nula,
portanto, a responsabilização nesses temas pelos Conselhos Seccionais e Subseções.

Ainda em relação aos direitos do advogado, importante lembrar que a Lei nº 13.363/2016 acrescentou
o art. 7-A ao EAOAB, prevendo direitos específicos à advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz:,
conforme esquematizado no quadro abaixo.

20
O
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DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE: TEMA COBRADO NOS EXAMES XXIV E XXVII


DA OAB.

• Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X;

• Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;

• Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada
dia, mediante comprovação de sua condição;

DIREITOS DA ADVOGADA LACTANTE, ADOTANTE OU QUE DER À LUZ: TEMA COBRADO NO


XXII EXAME DA OAB/FGV.

• Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê;

• Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada
dia, mediante comprovação de sua condição TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA
OAB/FGV.

DIREITO DA ADVOGADA ADOTANTE OU QUE DER À LUZ:

• Para a advogada adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a
única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente (período de suspensão
será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção).

Os direitos assegurados à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo
previsto no art. 392 do CLT, ou seja, o prazo de 120 dias de licença maternidade.

Por fim, conforme mencionado acima, não podemos esquecer que a Lei nº 13.869/2019 (nova lei de
abuso de autoridade) acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, in verbis:

‘Art. 7º-B - Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos
incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa

A Lei n. 14.365/2022 alterou o art. 7º-B do EAOAB, para elevar a pena no caso de violação de
prerrogativa do advogado para detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa
21
O art. 3º, “j”, da antiga lei de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, revogada pela Lei nº 13.869/2019) já
previa como crime qualquer atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional,
o que, em tese, abrangeria todos os direitos dos advogado previstos no art. 7º do EAOAB.

A nova Lei de Abuso de Autoridade reduziu o alcance do art. 3º, “j”, da Lei n. 4.898/65, especificando que
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apenas a violação aos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º do EAOAB é que serão considerados crimes,
nos termos do art. 7º-B do EAOAB. TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV

Apesar dessa nova previsão no Estatuto da OAB, deve-se lembrar que a violação ao direito previsto
no inciso XIV do caput do art. 7º do EAOAB (direito de acesso aos autos) caracteriza crime de abuso de
autoridade, de acordo com previsão expressa do art. 32 Lei nº 13.869/2019, mas que não foi repetida no
novo art. 7º-B do Estatuto, conforme mencionado anteriormente.

22
3
3.  INSCRIÇÃO NA OAB
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Para exercer a advocacia, o bacharel em direito deve estar regulamente inscrito nos quadros
da OAB, exigindo-se, para tanto, o preenchimento dos requisitos previstos no art. 8 do EAOAB:

I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente


autorizada e credenciada;

Na falta de diploma regularmente registrado, o bacharel pode apresentar certidão de graduação


em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar, conforme art. 23
do RGEAOAB TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

IV - aprovação em Exame de Ordem;

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

O requisito da incompatibilidade serve inclusive para a inscrição de estagiário. Assim, a título


de exemplo, um militar não pode se inscrever como advogado nem como estagiário, já que a
atividade militar é incompatível com a advocacia TEMA COBRADO NO EXAME VIII DA OAB/FGV.

VI - idoneidade moral;

Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime
infamante, salvo reabilitação judicial. Além disso, a inidoneidade moral, suscitada por qualquer
pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos
de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do
processo disciplinar. TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.

VII - prestar compromisso perante o conselho.

• Inscrição principal: conforme previsto no art. 10 do EAOAB, a inscrição principal do


advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer
o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. Considera-se domicílio
profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o
domicílio da pessoa física do advogado TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/
FGV.
23
• Inscrição suplementar: o advogado possui liberdade para atuar em todo o território
nacional. Entretanto, se pretender atuar de forma habitual em Estado diverso do qual
tenha sua inscrição principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar
no Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. Considera-se habitual
o trabalho do advogado que exceder 5 causas no ano (art. 10, § 2º, do EAOAB).
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Assim, se o advogado atuar em até 5 causas no ano em outro Estado não precisará
da inscrição suplementar, mas, se ultrapassar esse limite, a inscrição suplementar
é obrigatória TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.

• Transferência da inscrição: no caso de mudança efetiva de domicílio profissional


para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua
inscrição para o Conselho Seccional correspondente (§ 3º do art. 10 do EAOAB).

• Cancelamento da Inscrição: trata-se de interrupção definitiva da inscrição, que pode


ocorrer nos seguintes casos (art. 11 do EAOAB): I – se o advogado assim o requerer
(não precisa de motivação, sendo ato personalíssimo e irretratável. Entretanto, o
advogado poderá posteriormente requerer nova inscrição); II - sofrer penalidade
de exclusão (o advogado pode requerer novamente a inscrição, comprovando a
reabilitação, conforme art. 41 do EAOAB); III - falecer; IV - passar a exercer, em caráter
definitivo, atividade incompatível com a advocacia, como no caso das atividades de
juiz e de promotor de justiça TEMA COBRADO NOS EXAMES VI E XXXIII DA OAB/
FGV, V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.

O advogado que tiver sua inscrição cancelada poderá posteriormente solicitar nova inscrição,
sem necessidade de ser aprovado novamente no Exame da Ordem, mas perderá o número
antigo de inscrição.

• Licenciamento da Inscrição: trata-se de interrupção temporária da inscrição, que pode


ocorrer nos seguintes casos (art. 12 do EAOAB): I – se o advogado assim o requerer, por
motivo justificado; II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível
com o exercício da advocacia (ex: exercício do cargo de prefeito e governador); III - sofrer
doença mental considerada curável TEMA COBRADO NOS EXAMES VI E XXX DA
OAB/FGV.

No licenciamento, o advogado não perde o número de inscrição da OAB, podendo retomá-lo


quando cessar a causa que gerou o licenciamento. Durante o período de licenciando, não há
necessidade de pagamento da anuidade da OAB nem necessidade de votar.

CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO

Interrupção definitiva. O advogado perde o Interrupção provisória. O advogado não


número de inscrição originário, podendo solicitar perde o número de inscrição originário. O
nova inscrição, sem necessidade de prestar advogado não precisa pagar anuidade nem
novamente a prova da OAB. votar.

24
Causas: I - se o advogado assim o requerer Causas: I - se o advogado assim o requerer,
(não precisa de motivação); II - sofrer penalidade por motivo justificado; II - passar a exercer,
de exclusão; III - falecer; IV - passar a exercer, em em caráter temporário, atividade incompatível
caráter definitivo, atividade incompatível com a com o exercício da advocacia; III - sofrer
advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos doença mental considerada curável.
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necessários para inscrição.

É importante destacar, ainda, que o impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário


do advogado não o exclui da sociedade de advogados à qual pertença e deve ser averbado no
registro da sociedade, observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 do EAOAB, sendo proibido, em
qualquer hipótese, a exploração de seu nome e de sua imagem em favor da sociedade. (§ 2º do art.
16 do EAOAB, alterado pela Lei n. 14. 365;2022).

25
4

4.  ADVOGADO ESTRANGEIRO


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O advogado estrangeiro pode atuar no Brasil, mesmo sem a inscrição na OAB, desde que
obtenha autorização do Conselho Seccional pelo prazo de 3 anos (renovável a cada período de
3 anos), mas apenas para os atos de consultoria/assessoria do direito estrangeiro referente
ao seu país de origem, sendo vedadas a postulação judicial e/ou assessoria jurídica em direito
brasileiro, mesmo que esses atos sejam realizados em conjunto com o advogado brasileiro
(Provimento n. 91/2000 do CFOAB).

Lucca, advogado italiano, pode atuar como advogado no Brasil, mesmo sem inscrição na OAB,
desde que obtenha autorização do Conselho Seccional do local onde exercerá sua atividade e
desde que os seus atos sejam referentes à consultoria/assessoria do direito italiano. Não poderá,
entretanto, atuar na justiça brasileira mesmo que em conjunto com advogados brasileiros.

Para exercer amplamente a advocacia, o estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em


direito no Brasil, deve ter sua inscrição na OAB, fazendo prova do título de graduação, obtido em
instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos
no art. 8 do EAOAB, incluindo a aprovação no exame da OAB. TEMA COBRADO NO XXXV EXAME
DA OAB/FGV:

Como exceção à regra geral, o advogado de nacionalidade portuguesa poderá ter sua
inscrição na OAB deferida, podendo exercer a advocacia no Brasil, sem necessidade
de prestar a prova da OAB e sem revalidar seu diploma, desde que seja observada a
reciprocidade de tratamento (Provimento n. 129/2008 CFOAB).

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5

5.  ESTAGIÁRIO
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

O estágio profissional de advocacia pode ser oferecido pela instituição de ensino superior
autorizada e credenciada, em convênio com a OAB, complementando-se a carga horária do estágio
curricular supervisionado com atividades práticas típicas de advogado e de estudo do Estatuto e
do Código de Ética e Disciplina, observado o tempo conjunto mínimo de 300 (trezentas) horas,
distribuído em dois ou mais anos (art. 27 do RGEAOAB) TEMA COBRADO NO VII EXAME DA
OAB/FGV.

O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do
curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos
da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo
obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.

É possível que o estágio profissional de advocacia também seja realizado integralmente fora da
instituição de ensino. Nesse caso, o estágio deve compreender as atividades fixadas em convênio
entre o escritório de advocacia ou entidade que receba o estagiário e a OAB (art. 30 do RGEAOAB).

Cada Conselho Seccional mantém uma Comissão de Estágio e Exame de Ordem, a quem
incumbe coordenar, fiscalizar e executar as atividades decorrentes do estágio profissional (art. 31
do RGEAOAB).

A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso
jurídico TEMA COBRADO NO XXXIII EXAME DA OAB/FGV. e, para ser deferida, o estagiário deve
preencher os seguintes requisitos: a) capacidade civil, b) título de eleitor e quitação do serviço
militar, se brasileiro, c) não exercer atividade incompatível com a advocacia; d) idoneidade moral
e e) prestar compromisso perante o conselho.

Muito importante destacar que a Lei n. 14.365/2022 acrescentou o § 5º ao art. 9º do EAOAB,


dispondo que, em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as
atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado
no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio
telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades.

Houve também o acréscimo do § 6º, estabelecendo que, se houver concessão, pela parte
contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de
infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio
em teletrabalho, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do
termo de estágio.

27
O EAOAB passou a prever, portanto, a possibilidade de que o estágio de advocacia
seja feito no regime de teletrabalho, sem que isso, por si só, caracterize vínculo
de emprego. Além disso, se houver necessidade de equipamentos específicos ou
infraestrutura para a realização do estágio em teletrabalho, essa informação deverá
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constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio.

Outro tema importante para a prova da OAB diz respeito quais são os atos jurídicos que o
estagiário pode praticar.

De forma geral, os atos privativos de advocacia, previstos no art. 1º do EAOAB (atividades


privativas de advogado), ou seja, postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais
e as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, podem ser subscritos por estagiário
inscrito na OAB, desde que em conjunto com o advogado ou o defensor público, ou seja, os
atos privativos de advogado não podem ser praticados pelo estagiário isoladamente TEMA
COBRADO NOS EXAMES XI E XXIX DA OAB/FGV

O estagiário, entretanto, pode praticar isoladamente os seguintes atos, sempre sob a


responsabilidade do advogado (art. 29, § 1º, do RGEAOAB) TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA
OAB/FGV:

I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;

II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos
em curso ou findos;

III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

ATOS DO ESTAGIÁRIO EM ATOS ISOLADOS DO ESTAGIÁRIO


CONJUNTO COM O ADVOGADO

Retirar e devolver autos em cartório,


assinando a respectiva carga;
Postulação a órgão do Poder Judiciário e
aos juizados especiais
Obter junto aos escrivães e chefes de
secretarias certidões de peças ou autos de
processos em curso ou findos;
Atividades de consultoria, assessoria e
direção jurídicas
Assinar petições de juntada de documentos a
processos judiciais ou administrativos.

Além disso, para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente,
quando receber autorização ou substabelecimento do advogado (art. 29, § 2º, do RGEAOAB).
TEMA COBRADO NO XXXV EXAME DA OAB/FGV:

28
O estagiário que praticar ato excedente de sua habilitação cometerá infração disciplinar
punível com censura, conforme art. 34, XXIX, c/c art. 36, I, do EAOAB.

Por fim, registra-se que o aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a
advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para
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fins de aprendizagem, mas é vedada a inscrição na OAB TEMA COBRADO NO XVIII EXAMEDA
OAB/FGV.

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6

6.  SOCIEDADE DE ADVOGADOS


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

Com as modificações promovidas pela Lei n. 13.247/2016, além de se admitir a reunião de


advogados para formar sociedade simples de prestação de serviços de advocacia, passou-se a
admitir também a sociedade unipessoal de advocacia. Em qualquer hipótese, a sociedade de
advogados não poderá desenvolver atividade empresarial.

O EAOAB passou a autorizar que o advogado constitua sociedade simples (reunido


com outros advogados) ou sociedade unipessoal de advocacia (art. 15, caput), as quais
adquirem personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos no Conselho
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art. 15, § 1º), sendo certo que a
denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada
pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de
Advocacia’ (art. 16, § 4º). TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.

A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o registro aprovado dos


seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede,
ou seja, não se permite o registro de sociedade de advogado na Junta Comercial nem no
Registro Civil TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.

De acordo com § 3º do art.16 do EAOAB, é proibido o registro, nos cartórios de registro civil de
pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a
atividade de advocacia.

Abaixo destacamos as principais regras em relação às sociedades de advogados:


• A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado
responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que
prevista tal possibilidade no ato constitutivo, ou na alteração social em vigor (art. 16
do EAOAB e art. 38 do RGEAOAB). Exige-se, portanto, a forma “firma”, isto é, o nome
de ao menos um dos sócios, ainda que de forma abreviada ou sobrenome TEMA
COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
• Não se permite sociedade que adote denominação de fantasia, que realize atividades
estranhas à advocacia, que inclua como sócio ou titular de sociedade unipessoal de
advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
• A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente
formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade
Individual de Advocacia’.

30
• A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um
advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das
razões que motivaram tal concentração. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/
FGV.
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

• Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais
de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de
advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial
do respectivo Conselho Seccional TEMA COBRADO NOS EXAMES VII E XXVI DA OAB/FGV.

O EAOAB proíbe apenas que o advogado integre mais de uma sociedade de advogados, com
sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional, não proibindo a
participação de advogados em sociedades sediadas em áreas territoriais de seccionais diversas
TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.

• Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter


permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele,
clientes com interesses opostos (art. 19 do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XVIII EXAME
DA OAB/FGV.

• A sociedade de advogados pode constituir filial. O ato de constituição de filial deve


ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se
instalar TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV., ficando os sócios, inclusive
o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar (§
5º do art. 15 do EAOAB). TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.

• A Lei n. 14.365/2022 acrescentou o § 12 ao art. 15 do EAOAB, prevendo que a


sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como
sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com
outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de
sigilo previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina.

O EAOAB passou a permitir expressamente que a filial ou sede da sociedade de advocacia


estejam em local de uso compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresa, o que
é conhecido como coworking, mas não poderá, evidentemente, configurar captação de clientela.

• O sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e


ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício
da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer,
conforme art. 17 do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES IX, XVIII E XXXIV DA
OAB/FGV

Sobre a responsabilidade dos advogados, o art. 40 do RGEAOAB dispõe: “Os advogados sócios
e os associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao
cliente, nas hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos
da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer”.

31
Importante registrar que, de acordo com o art. 17-A do EAOB, acrescido pela Lei n. 13.465/2022,
o advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades
unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo empregatício,
para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do Regulamento Geral e de
Provimentos do Conselho Federal da OAB.
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

Trata-se da figura do advogado associado, profissional que atua no escritório de advocacia, não
é sócio nem empregado, mas que tem participação nos resultados do escritório.

O art. 17-B do EAOAB, também acrescido pela Lei n. 14.365/2022, passou a dispor que no
contrato de associação, que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada causa ou
trabalho e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver
sede a sociedade de advogados que dele tomar parte, o advogado sócio e associado estipularão
livremente os critérios para a partilha dos resultados dela decorrentes, devendo o contrato
conter, no mínimo:

I - qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho Seccional da OAB
competente;

II - especificação e delimitação do serviço a ser prestado;

III - forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a atribuição da
totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas;

IV - responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio das despesas


necessárias à execução dos serviços;

V - prazo de duração do contrato.”

Em razão da possibilidade de fraude envolvendo a relação entre sócios e associados, que em


alguns casos pode mascarar a existência de vínculo de emprego, o EAOAB passou a prever no §
10 do art. 15 do EAOAB, acrescido pela Lei n. 14.365/2022, que compete ao Conselho Federal da
OAB a fiscalização, o acompanhamento e a definição de parâmetros e de diretrizes dessas relações
jurídicas.

Importante destacar ainda que, havendo uma relação legítima entre a sociedade e o advogado
associado, o contrato deve ser averbado no registro da sociedade de advogados.

Havendo fraude na relação jurídica estabelecida com o advogado associado, que, na verdade
preenche os requisitos da relação de emprego e, por isso deveria ser um advogado empregado,
não será permitida a averbação do contrato de associação., conforme previsto no § 11 ao art.
15 do EAOAB, acrescido pela Lei n. 14.365/2022

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7

7.  ADVOGADO EMPREGADO


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

O advogado, além de atuar como profissional autônomo, pode também ser empregado, hipótese
em que terá alguns direitos específicos previstos pela Lei n. 8.906/94 (EAOAB).

A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a
independência profissional inerentes à advocacia. Além disso, o advogado empregado não está
obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da
relação de emprego.

Importante destacar que a Lei n. 14.365/2022 incluiu o § 2º ao art. 18 do EAOAB, estabelecendo


que o advogado empregado poderá trabalhar em regime: I) exclusivamente presencial, II)
não presencial (teletrabalho), ou seja, realizado preponderantemente fora das dependências
do empregador, ou III) misto, em que atividades do advogado poderão ser presenciais,
no estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conforme as
condições definidas pelo empregador em seu regulamento empresarial, independentemente de
preponderância ou não.

A Lei nº 14.365/2022 acrescentou também o § 3º ao artigo 18 do EAOAB, deixando claro que,


na vigência da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo individual simples, a
alteração de um regime para outro.”

Vejamos os principais direitos dos advogados empregados:

• Salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo


se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

• De acordo com a nova redação do caput do art. 20 do EAOAB, alterado pela Lei n.
14.365/2022, a jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço
para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a
de 40 (quarenta) horas semanais, excluindo, portanto, a diferença que existia entre
advogado empregado com e sem dedicação exclusiva. Além disso, considera-se como
período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-
lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação
TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.

• Adicional de horas extras de 100% (§ 2º do art. 20 do EAOAB).

• Horário noturno das 20h às 5h, com adicional de 25% (§ 3º do art. 20 do EAOAB).

Digno de nota, ainda, que o advogado não é obrigado a prestar serviços de interesse pessoal de seu
empregador e, se o fizer, será de forma desvinculada do emprego TEMA COBRADO NO VI EXAME DA
OAB/FGV.
33
Além disso, de acordo com o art. 14 do RGEAOAB, os honorários de sucumbência, por decorrerem
precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não integram o salário
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

ou a remuneração, não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.

Destaca-se, ainda, que nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este
representada, os honorários de sucumbência são devidos ao advogado empregado (caput”do art.
21 do EAOAB).

Isso significa, por exemplo, que, se o advogado for empregado de uma empresa, ele terá direito
a receber exclusivamente os honorários advocatícios sucumbenciais dos processos em que atuar
representando a empresa.

O parágrafo único do art. 21 do EAOAB, por sua vez, dispõe que os honorários de sucumbência,
percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a
empregadora, na forma estabelecida em acordo.

Nesse caso, se o advogado for empregado de uma sociedade de advogados e atuar por meio
dela, deverá repartir com a sociedade empregadora os honorários sucumbenciais, conforme
estabelecido em acordo entra as partes.

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8

8.  ÉTICA DO ADVOGADO


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

8.1.  DISPOSIÇÕES GERAIS

Ao mesmo tempo que deve manter independência em qualquer circunstância, sem receio
de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, o
advogado deve atuar de forma ética, que o torne merecedor de respeito e que contribua para o
prestígio da classe e da advocacia.

Art. 31 do EAOAB - O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de


respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.§ 1º O advogado, no
exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância.

§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de


incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.

Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com
dolo ou culpa.

Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável


com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será
apurado em ação própria. TEMA COBRADO NO XXXIII EXAME DA OAB/FGV.

Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no


Código de Ética e Disciplina.

Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para


com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do
patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos
procedimentos disciplinares.

Sobre a lisura da conduta do advogado, o Código de Ética e Disciplina traz várias disposições
importantes, conforme doravante estudado.

8.2.  DEVERES DO ADVOGADO

O art. 2º do CEDOAB elenca diversos deveres que o advogado deve observar no exercício de
sua profissão, vejamos:

I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando


pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;

II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade,


dignidade e boa-fé;

III - velar por sua reputação pessoal e profissional;


35
IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;

V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;

VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes,


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prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;

VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica;

VIII - abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;


b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar
concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade
da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha
patrono constituído, sem o assentimento deste. e) ingressar ou atuar em pleitos
administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos
negociais ou familiares; TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV, f)
contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.

IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos
individuais, coletivos e difusos;

X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração


da Justiça;

XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou


na representação da classe;

XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;

XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados.

Além de ser um direito do advogado, a sua atuação com liberdade também pode ser considerada
um dever, já que o advogado que não atua de acordo com suas convicções, macula sua atividade,
prejudicando o seu cliente.

Nesse aspecto, o advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação
empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de
departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve sempre zelar
pela sua liberdade e independência.

Por esse motivo, o advogado pode se recusar a patrocinar causa ou se manifestar, no


âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou
contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente, conforme art. 4º do CEDOAB
TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.

8.3.  RELAÇÕES COM O CLIENTE

O Código de Ética e Disciplina da OAB dedica o seu capítulo III para tratar da relação do advogado
com o seu cliente.

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Em termos gerais, o advogado deve estabelecer com o seu cliente uma relação de confiança
recíproca, sendo que, faltando elementos de confiança entre as partes, é recomendável que o
advogado externe ao cliente sua impressão e, não se resolvendo as dúvidas existentes, promova,
em seguida, o substabelecimento do mandato ou a ele renuncie. Em outras palavras, não deve o
advogado continuar patrocinando causa de cliente que com ele não possua relação de confiança.
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

Entretanto, o fato de o cliente outorgar um mandato ao advogado, não lhe retira a sua liberdade
e independência de atuação, devendo atuar de acordo com suas convicções para melhor atender
aos interesses de seu cliente, conforme art. 11 do CEDOAB:

Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-
lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se
subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo
quanto à estratégia traçada TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.

O art. 12 do CEDOAB, por sua vez, estabelece que a conclusão ou desistência da causa, tenha
havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e
documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-
lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se
mostrem pertinentes e necessários. O advogado, entretanto, tem direito a ficar com a parcela dos
honorários paga pelos serviços até então prestados.

Como forma de manter a ética profissional e o bom relacionamento entre os advogados, o art. 14
do CEDOAB dispõe que o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído,
sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas
judiciais urgentes e inadiáveis TEMA COBRADO NOS EXAMES XII, XVIII, XXIII e XXVIII DA OAB/
FGV.

Além disso, os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter


permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes
com interesses opostos (art. 19 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.

Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o


advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos
mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional (art. 20 do
CEDOAB). TEMA COBRADO NOS EXAMES XV E XXIII DA OAB/FGV.

Uma questão bastante polêmica e muitas vezes criticada pela sociedade diz respeito aos
advogados que defendem conhecidos criminosos, que cometeram infrações graves, como no caso
de assassinos em série e estupradores.

Sobre o tema, o art. 23 do CEDOAB dispõe que é direito e dever do advogado assumir a defesa
criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. Não há causa criminal indigna
de defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja concedido
tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a égide das garantias constitucionais.

Em outras palavras, não cabe ao advogado fazer juízo de valor sobre a culpa ou inocência do
seu cliente, devendo tomar todas as medidas adequadas para garantir um julgamento condigno
com o ordenamento jurídico.

37
Ainda como forma de manter a liberdade e independência do advogado, o CEDOAB, em
seu art. 24, dispõe que advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver
com ele atuando outros advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro
profissional para com ele trabalhar no processo. Desse modo, ao receber uma procuração, o
advogado não é obrigado aceitar que outro profissional atue ou interfira no curso do processo
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

que patrocina TEMA COBRADO NOS EXAMES XIV E XX DA OAB/FGV.

Digno de nota, por fim, que o advogado é proibido de atuar no mesmo processo,
simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente, conforme art. 25 do
CEDOAB. TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XXI DA OAB/FGV.

8.4.  SIGILO PROFISSIONAL

Entende-se por sigilo profissional a obrigação de não se revelar as informações obtidas em


razão do exercício da profissão, mesmo que o cliente tenha autorizado.

O advogado, portanto, não pode revelar fatos e dados obtidos do seu cliente ou em razão de
funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 35 do CEDOAB), mantendo-se
o sigilo inclusive quando o advogado atuar no exercício das funções de mediador, conciliador e
árbitro (§ 2º do art. 36 do CEDOAB).

Ainda que o cliente acabe não contratando o advogado ou ainda que o cliente autorize a quebra
do sigilo, o advogado deve manter o sigilo profissional TEMA COBRADO NO EXAMES XXX
DA OAB/FGV

O sigilo profissional decorre da lei (matéria de ordem pública), devendo ser respeitado
independentemente de pedido expresso do cliente. Além disso, as comunicações feitas entre
advogado e cliente (carta, telefonemas, e-mail, etc.) presumem-se confidenciais, não podendo ser
violadas, conforme § 1º do art. 36 do CEDOAB TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.

Apesar de não haver impedimento para que o advogado atue contra clientes antigos, deverá
observar os preceitos éticos com relação às informações sigilosas que lhe tenham sido confiadas,
conforme disposto no art. 21 do CEDOAB: “O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra
ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional”
TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XXII DA OAB/FGV.

Como forma de garantir o sigilo profissional, o art. 7º, XIX, do EAOAB e o art. 38 do CEDOAB
asseguram, ainda, ao advogado o direito de não depor, em processo ou procedimento judicial,
administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional
TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV.

O sigilo profissional, entretanto, não é absoluto, podendo ceder em face de circunstâncias


excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à
honra ou que envolvam defesa própria (art. 37 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XXVI EXAME
DA OAB/FGV.

8.5.  PUBLICIDADE
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Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e
deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela
ou mercantilização da profissão.

Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:

I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;

II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;

III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;

IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a


indicação de vínculos entre uns e outras;

V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou


artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem
assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em
veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail;

VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de


publicidade, com o intuito de captação de clientela.

Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia,


é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas,
desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39.

Levando-se em consideração que a advocacia não pode assumir feição empresarial e que
não pode ser instrumento de mera captação de clientela, a publicidade profissional do advogado
deve ter caráter meramente informativo primando pela discrição e sobriedade, não podendo
configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão, conforme art. 39 do CEDOAB
TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.

O meio mais comum de publicidade do advogado é o uso de cartões profissionais e de


materiais de escritório. Nesse caso, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de
advogados, o número ou os números de inscrição na OAB, podendo ainda fazer menção aos seus
títulos acadêmicos (doutor, mestre, especialidade, etc.) distinções honoríficas relacionadas à vida
profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se
dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o
horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido (art. 44 do CEDOAB).
TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.

O advogado, entretanto, não poderá incluir nos cartões fotografias pessoais ou de terceiros
nem fazer menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer
órgão ou instituição, salvo o de professor universitário TEMA COBRADO NOS EXAMES XVII,
XXI e XXXIII DA OAB/FGV.

Além disso, para evitar a mercantilização da advocacia, o Código de Ética e Disciplina veda
que a publicidade seja veiculada em rádio, cinema, televisão, outdoors, painéis luminosos ou
formas assemelhadas de publicidade, inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em
qualquer espaço público, bem como a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou
39
formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela, conforme art. 40 do
CEDOAB. TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.

Apesar de ser proibida a publicidade em painéis luminosos, o CEDOAB permite, exclusivamente


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

para fins de identificação dos escritórios de advocacia, a utilização de placas, painéis luminosos
e inscrições em suas fachadas (parágrafo único do art. 40 do CEDOAB).

O art. 40, VI, do CEDOAB, por sua vez, veda ainda a publicidade por meio de panfleto se houver
finalidade de captação de clientela.

O CEDOAB (art. 45) permite a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre
matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a
clientes e a interessados do meio jurídico. TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/
FGV.

O CEDOAB passou a permitir a publicidade feita pela internet ou outros meios eletrônicos,
estabelecendo que a telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade,
inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o
oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela (art. 46 do CEDOAB).

Importante destacar que o CFOAB editou o Provimento n. 205/2021 para tratar da publicidade
do advogado na internet e nas redes sociais.

De acordo com o Provimento, permite-se a participação do advogado ou advogada em vídeos


ao vivo ou gravados, na internet ou nas redes sociais, assim como em debates e palestras virtuais,
desde que observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED, sendo vedada a utilização de casos
concretos ou apresentação de resultados.

Por outro lado, veda-se expressamente a ostentação de bens relativos ao exercício ou não da
profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de consumo, menção à promessa
de resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional, assim como
oferecimento de serviços ou publicidade que represente captação de clientela.

Veda-se ainda a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outra atividades


ou a indicação de vínculos entre uns e outras; bem como o fornecimento de dados de contato,
como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos,
publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou
televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, permitindo-se apenas a referência a e-mail
TEMA COBRADO NOS EXAMES XXI E XII DA OAB/FGV.

Além disso, o advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio,


de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio,
para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e
instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre
40
métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão (art. 43, caput, do CEDOAB).

Da mesma forma, quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma,
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações
com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista
(art. 43, parágrafo único, do CEDOAB).

Vejamos os artigos mais importantes do CEDOAB sobre o tema:

Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos
que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma,
captação de clientela. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.

Art. 42. É vedado ao advogado:

I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios decomunicação
social; TEMA COBRADO NO XXXIII EXAME DA OAB/FGV.

II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado;

III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o


congrega;

IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;

V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de


entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para
manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e
instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre
métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.

Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma,
visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar
insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter
sensacionalista.

Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório de que
se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os
números de inscrição na OAB.

§ 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas


relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as
especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QRcode, logotipo e
a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser
atendido.

§ 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do


advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito,
em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.

Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de
caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico,
sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a
clientes e a interessados do meio jurídico.

41
Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá observar as
diretrizes estabelecidas neste capítulo.

Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade,
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o
oferecimento de serviços ou representem forma de captação declientela.

Art. 47. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo poderão ser
complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, observadas as diretrizes do
presente Código.

42
9

9.  HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos


privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, conforme inclusive previsto na Súmula
Vinculante n. 47 do STF:

Súmula Vinculante n. 47 do STF: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou


destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza
alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de
pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.

De acordo com o art. 22 do EAOAB, os honorários advocatícios podem ser: convencionados,


arbitrados judicialmente e de sucumbência.

• Honorários Convencionados: também chamados de honorários contratuais, são


aqueles recebidos em razão de contrato feito com cliente. Embora possam ser
estipulados verbalmente, é recomendável que os honorários sejam estipulados por
escrito, valendo o contrato como título jurídico extrajudicial. A forma de pagamento
dos honorários contratuais pode ser livremente estipulada pelas partes. Entretanto,
se não houver convenção sobre a forma de pagamento, os honorários serão pagos da
seguinte forma: um terço é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de
primeira instância e o restante no final, conforme § 3º do art. 22 do EAOAB TEMA
COBRADO NOS EXAMES X, XII e XXVIII DA OAB/FGV.

A Lei n. 14.365/2022 acrescentou o § 8º ao art. 22 do EAOAB, para prever que são considerados
também honorários convencionados aqueles decorrentes da indicação de cliente entre
advogados ou sociedade de advogados. Desse modo, se um advogado indicar um cliente
para outro advogado e, em razão disso, ganhar uma comissão, esse valor será considerado
honorários convencionados

• Importante destacar, ainda, que, de acordo com o art. 17 do CEDOAB, a revogação


do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas
honorárias contratadas, bem como não retira o direito do advogado de receber o
quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada
proporcionalmente, em face do serviço efetivamente prestado TEMA COBRADO NO
XVIII EXAME DA OAB/FGV.

43
Os honorários devem ser fixados com moderação, evitando-se não apenas os valores
muito altos como também os valores muitos baixos, para não representar aviltamento
da advocacia e captação ilegal de clientela. Para tanto, os honorários devem ser fixados
respeitando-se o limite mínimo da Tabela de Honorários Advocatícios, que deve ser
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

estabelecida pelos Conselhos Seccionais, bem como com base nos critérios previstos no
art. 49 CEDOAB TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.

Art. 49. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação,


atendidos os elementos seguintes:

I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas;

II - o trabalho e o tempo a ser empregados;

III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros


casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros;

IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para


este resultante do serviço profissional;

V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual,


frequente ou constante;

VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do


advogado ou de outro;

VII - a competência do profissional;

VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos

Importante lembrar ainda que a fixação de honorários irrisórios é infração disciplinar punível
com censura (art. 36, II e III, do EAOAB).

• Honorários arbitrados judicialmente: são aqueles arbitrados pelo Poder Judiciário


por existir dúvida acerca do seu valor, como nos casos de honorários convencionados
sem contrato escrito, ou quando houver substituição do advogado no curso do
processo. Devem ser fixados de forma compatível com o trabalho e o valor econômico
da questão, não podendo ser inferiores aos critérios estabelecidos no CPC. TEMA
COBRADO NO XXXV EXAME DA OAB/FGV.

De acordo com § 1º do art. 22 do EAOAB, o advogado, quando indicado para patrocinar causa de
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação
de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho
Seccional da OAB, e pagos pelo Estado TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.

• Honorários de sucumbência: são aqueles devidos pela parte vencida para pagar as
despesas do advogado da parte vencedora. De acordo com o CPC/2015, serão fixados
44
entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa. No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos
honorários da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido,
proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido entre
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

eles ajustado (§ 1º do art. 51 do CEDOAB).

O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária (conciliação), salvo


aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados,
quer os concedidos por sentença. Assim, ainda que haja conciliação no processo, os
honorários são devidos na forma acordada, salvo concordância do advogado em receber
outro valor. TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.

• O novo CPC dispõe que é obrigatória majoração dos honorários fixados na sentença
quando houver interposição de recurso, observado o limite máximo de 20% estabelecido no
§ 2º do art. 85 do CPC/2015.

• A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do EAOAB, passando a tratar


dos honorários assistenciais (aqueles fixados em ações coletivas em favor da entidade de
classe que atua em substituição processual), deixando claro: I) a possibilidade de cumulação
entre honorários assistenciais e honorários contratuais, o que muitas vezes era vedado pela
Justiça do trabalho em relação às ações dos sindicatos e II) a possibilidade de a entidade de
classe firmar contato de honorários advocatícios diretamente com os beneficiários da ação
coletiva. TEMA COBRADO NOS EXAMES XXVIII E XXXIII DA OAB/FGV.

Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem


ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo
requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor (art. 23 do CEDOAB).
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.

Além disso, se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de
expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos
diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já
os pagou (art. 22, § 4º, do EAOAB). TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.

A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular
são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, recuperação judicial,
concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial, conforme art. 24 do EAOAB

TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.


Com a vigência da Lei n. 14.112/2020, os créditos com privilégio especial e geral, previstos
originariamente na Lei n. 11.101/05, passaram a ser considerados créditos quirografários.
Entretanto, no caso dos honorários advocatícios, há corrente que entende que, após a vigência
da Lei n. 14.112/2020, eles devem ser considerados créditos de natureza trabalhistas.

45
Havendo mais de um advogado atuando no processo, eventual divergência entre os advogados
sobre o montante que cada um deve receber a título de honorários pode ser levada ao Tribunal
de Ética e Disciplina, que poderá atuar como mediador na partilha de honorários, contribuindo
no sentido de que a distribuição se faça proporcionalmente à atuação de cada um no processo
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

(art. 71, VI, do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV.

Importante destacar que a Lei n. 14.365/2022 acrescentou o § 3º-A ao art. 24 do EAOAB,


dispondo que, nos casos judiciais e administrativos, as disposições, as cláusulas, os regulamentos
ou as convenções individuais ou coletivas que retirem do sócio o direito ao recebimento dos
honorários de sucumbência serão válidos somente após o protocolo de petição que revogue os
poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a eles, e os honorários serão devidos
proporcionalmente ao trabalho realizado nos processos.

Antes, o § 3º do art. 24 do EAOAB estabelecia que seria nula qualquer disposição, cláusula,
regulamento ou convenção individual ou coletiva que retirasse do advogado o direito ao
recebimento dos honorários de sucumbência. Ocorre, entretanto, que esse dispositivo foi
declarado inconstitucional (ADIN 1.194-4), tendo em vista a necessidade de preservação
da liberdade contratual quanto à destinação dos honorários de sucumbência fixados
judicialmente. Sendo assim, para tratar do assunto, a Lei n. 14.365/2022 passou a
dispor que eventual renúncia aos honorários somente será considerada após o protocolo
de petição que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia
a eles, e os honorários serão devidos proporcionalmente ao trabalho realizado nos
processos.

A Lei n. 14.365/2022 também incluiu o § 5º ao art. 24 do EAOAB , para deixar claro que, salvo
renúncia expressa do advogado aos honorários pactuados na hipótese de encerramento da relação
contratual com o cliente, o advogado mantém o direito aos honorários proporcionais ao trabalho
realizado nos processos judiciais e administrativos em que tenha atuado, nos exatos termos
do contrato celebrado, inclusive em relação aos eventos de sucesso que porventura venham a
ocorrer após o encerramento da relação contratual.

Houve também a inclusão do § 6º ao art. 24, estabelecendo que o distrato e


a rescisão do contrato de prestação de serviços advocatícios, mesmo que
formalmente celebrados, não configuram renúncia expressa aos honorários
pactuados. Na ausência do contrato, os honorários advocatícios serão arbitrados
conforme o disposto no art. 22 do EAOAB.

O Código de Ética e Disciplina (art. 50) permite ainda a estipulação da denominada cláusula
quota litis, considerada aquela que estipula participação do advogado sobre o ganho da demanda.
Nesse caso, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando
acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas a
favor do cliente. TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV

Registra-se, ainda, que a participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida


46
em caráter excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de satisfazer
o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento contratual, tal forma de pagamento.

Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas, os honorários
advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os requisitos da moderação
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

e da razoabilidade.

A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha
atuado o advogado, se assim lhe convier. Em outras palavras, não há necessidade de um novo
processo para que o advogado possa executar os honorários devidos.

Conforme art. 54 do CEDOAB, havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança


judicial de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao mandato que recebera do
cliente em débito.

Digno de nota, ainda, que, de acordo com o art. 25 do EAOAB, o prazo prescricional
para que o advogado ajuíze a ação de cobrança dos honorários advocatícios é de 5 anos,
contados: TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, VIII, XII, XIII, XXV e XXXIf DA OAB/FGV:

I - do vencimento do contrato, se houver;

II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;

III - da ultimação do serviço extrajudicial;

IV - da desistência ou transação;

V - da renúncia ou revogação do mandato.

O art. 25-A do EAOAB, por sua vez, estabelece que também prescreve em cinco anos a ação de prestação
de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele.

O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo, seja de sociedade de


advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza
mercantil, podendo, apenas, ser emitida fatura, quando o cliente assim pretender, com
fundamento no contrato de prestação de serviços, a qual, porém, não poderá ser levada a
protesto TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XXIV DA OAB/FGV.

Entretanto, podem ser levados a protesto o cheque ou a nota promissória emitidos pelo cliente
em favor do advogado, depois de frustrada a tentativa de recebimento amigável (art. 52 do
CEDOAB).

Destaca-se, ainda, que nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este
representada, os honorários de sucumbência são devidos ao advogado empregado (“caput”do art.
47
21 do EAOAB).

Isso significa, por exemplo, que, se o advogado for empregado de uma empresa, ele terá direito
a receber exclusivamente os honorários advocatícios sucumbenciais dos processos em que atuar
representando a empresa.
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O parágrafo único do art. 21 do EAOAB, por sua vez, dispõe que os honorários de sucumbência,
percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a
empregadora, na forma estabelecida em acordo.

Nesse caso, se o advogado for empregado de uma sociedade de advogados e atuar por meio
dela, deverá repartir com a sociedade empregadora os honorários sucumbenciais, conforme
estabelecido em acordo entra as partes.

Além disso, de acordo com o art. 14 do RGEAOAB, os honorários de sucumbência, por decorrerem
precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não integram o salário
ou a remuneração, não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.

Em relação à cobrança dos honorários, importante destacar que:


• Permite-se a compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente,
quando o contrato de prestação de serviços a autorizar ou quando houver autorização
especial do cliente para esse fim, devidamente firmada (art. 48, § 2º, do CEDOAB).
• É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o recebimento de
honorários, sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a empresa
operadora do ramo (art. 53 do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV

Muito importante destacar, ainda, que a Lei n. 14.365/2022 acrescentou o art. 24-A ao EAOAB,
para tratar especificamente das hipóteses em que há bloqueio universal do patrimônio do cliente
do advogado.

Vejamos a redação do novo artigo:.


Art. 24-A do EAOAB - No caso de bloqueio universal do patrimônio do cliente por decisão judicial,
garantir-se-á ao advogado a liberação de até 20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para
fins de recebimento de honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas
relacionadas aos crimes previstos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de Drogas), e
observado o disposto no parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal.

§ 1º O pedido de desbloqueio de bens será feito em autos apartados, que permanecerão em sigilo,
mediante a apresentação do respectivo contrato.

§ 2º O desbloqueio de bens observará, preferencialmente, a ordem estabelecida no art. 835 da Lei


nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

§ 3º Quando se tratar de dinheiro em espécie, de depósito ou de aplicação em instituição


financeira, os valores serão transferidos diretamente para a conta do advogado ou do escritório
de advocacia responsável pela defesa.

§ 4º Nos demais casos, o advogado poderá optar pela adjudicação do próprio bem ou por
sua venda em hasta pública para satisfação dos honorários devidos, nos termos do art. 879 e
seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
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§ 5º O valor excedente deverá ser depositado em conta vinculada ao processo judicial.

O novo art. 24-A do EAOAB estabelece, portanto, que, havendo bloqueio judicial do patrimônio
do cliente, até 20% desse patrimônio deve ser liberado para fins de recebimento de honorários e
reembolso de gastos com a defesa, salvo as causas relacionadas aos crimes previstos na Lei de
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Drogas, e observando-se o disposto no parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, que
estabelece todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá
a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.

Por fim, muito importante destacar ainda que a Lei n. 14.635/2022 acrescentou o parágrafo
único ao art. 26 da EAOAB, excepcionando a regra de que o advogado, substabelecido com reserva
de poderes não pode cobrar honorários diretamente do cliente. Com efeito, de acordo com o novo
parágrafo único, essa regra não se aplica, se o advogado substabelecido, com reservas de poderes,
possuir contrato celebrado com o cliente.

Desse modo, com a alteração do EAOAB, o advogado substabelecido com reserva de poderes
poderá cobrar os honorários do cliente, sem a intervenção do advogado que substabeleceu, se
tiver contrato diretamente com o cliente.

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10.  INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

Existem situações expressamente previstas no EAOAB que importam proibição total ou parcial para
o exercício da advocacia, sendo denominadas, respectivamente, de incompatibilidade e impedimento.

10.1.  INCOMPATIBILIDADE

A incompatibilidade representa a proibição total do exercício da advocacia, mesmo em causa


própria, em razão da ocupação de determinado cargo.

Com efeito, seja pela importância do cargo, que facilitaria a captação de clientela, seja pela
possiblidade de conflito de interesse no exercício cumulativo de funções, o art. 28 do EAOAB elenca
algumas hipóteses em que haverá proibição total do exercício da advocacia, a saber:

I - Chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais:
Presidente da República, Governadores, Prefeitos e seus vices, bem como os membros das Mesas
do Poder Legislativo não podem exercer advocacia TEMA COBRADO NOS EXAMES XIV e XVII DA
OAB/FGV.

Ser membro do Poder Legislativo é causa de impedimento (art. 30, II, do EAOAB), mas,
a partir do momento em que o parlamentar passa a ser membro da Mesa da Casa, haverá
incompatibilidade TEMA COBRADO NOS EXAMES IV e VIII DA OAB/FGV.

II - Membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos


de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os
que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública
direta e indireta: são considerados membros do Poder Judiciário os Juízes, Desembargadores e
Ministros, e membros do Ministérios Público os Promotores de Justiça e Procuradores de Justiça
(Ministério Público Estadual), Procuradores, Procurados Regionais e Subprocuradores Gerais
(Ministério Público da União).

III - Ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta


ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público: conforme previsto no § 2º do art. 28 do EAOAB, não haverá incompatibilidade para aqueles
que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho
competente da OAB, bem como para aqueles que exercem administração acadêmica diretamente
relacionada ao magistério jurídico.

IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão


do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro: o inciso é abrangente,
englobando todos os servidores do Poder Judiciário (técnicos, analistas, assessores, contadores
50
judiciais, etc.) e aqueles que trabalham nos cartórios extrajudiciais.

V - Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial


de qualquer natureza: todos aqueles que trabalham diretamente ou indiretamente para os órgãos
integrantes da segurança pública (polícia federal, polícia rodoviária federal; polícia ferroviária
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federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares) estão proibidos de
exercer a advocacia. A incompatibilidade atinge os policias, e os demais cargos da polícia, como
investigadores, carcereiros, peritos, etc.

VI - Militares de qualquer natureza, na ativa: a incompatibilidade se refere a todos os militares


na ativa do Exercício, da Marinha e da Aeronáutica.

A Lei n. 14.365/2022 incluiu os parágrafos terceiro e quarto no art. 28 do EAOAB,


estabelecendo que, nos casos das incompatibilidades previstas nos incisos V e VI
(policiais e militares), será possível a advocacia em causa própria, estritamente para
fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial
na OAB, vedada a participação em sociedade de advogados. Além disso, a inscrição
especial deverá constar do documento profissional de registro na OAB e não isenta o
profissional do pagamento da contribuição anual, de multas e de preços de serviços
devidos à OAB, na forma por ela estabelecida, vedada cobrança em valor superior ao
exigido para os demais membros inscritos. Desse modo, com a alteração do EAOAB,
policiais e militares poderão advogar em causa própria, , estritamente para fins de
defesa e tutela de direitos pessoais, mas o interessado deverá ter inscrição especial
na OAB e pagar anuidade.

VII - Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou


fiscalização de tributos e contribuições parafiscais: como no caso dos auditores fiscais e técnicos
da Receita Federal, auditores fiscais do INSS e auditores fiscais do Trabalho.

VIII - Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive


privadas: abrange apenas aqueles que possuem função decisória nas instituições financeiras
de qualquer espécie, como bancos, distribuidoras de valores mobiliários, sociedades de crédito,
financiamento e investimentos, etc.

Os atos de advogado que exerce atividade incompatível são considerados nulos. Além
disso, a incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe
de exercê-lo temporariamente (§ 1º do art. 28 do EAOAB), como no caso de juiz que pede
licença para tratar de assuntos particulares. Nesse caso, como a licença é temporária,
permanece o juiz afastado da magistratura totalmente proibido de exercer a advocacia
TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.

No caso de exercício de atividade incompatível, em caráter definitivo, com a advocacia, o advogado


terá sua inscrição cancelada (art. 11, III, do EAOAB), mas poderá posteriormente solicitar nova
inscrição, sem necessidade de ser aprovado novamente no Exame da Ordem TEMA COBRADO NO
II EXAME DA OAB/FGV. Já se a incompatibilidade for temporária, haverá o licenciamento.

51
10.2.  IMPEDIMENTO

Considera-se impedimento a restrição parcial para o exercício da advocacia, ou seja, a própria


lei delimita em quais situações o impedido não poderá exercer a advocacia.
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As espécies de impedimento estão previstas no art. 30 do EAOAB, a saber:

I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública


que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora: os servidores da
Administração Pública não podem exercer a advocacia em causas contra a pessoa jurídica
de Direito Público responsável pela sua remuneração. Desse modo, a título de exemplo, um
servidor público da Prefeitura de São Paulo não pode advogar contra o Município de São
Paulo, assim como um servidor do IBAMA não pode advogar contra a União, já que o IBAMA
é uma autarquia federal.

Os docentes dos cursos jurídicos não são abrangidos pelo inciso I, ou seja, os professores de direito das
Universidades Públicas não estão impedidos de advogar contra a Pessoa Jurídica que os remunera. A
título de exemplo, um professor de direito da USP não está impedido de advogar contra o Estado de
São Paulo. Importante frisar ainda que a exceção abrange apenas os docentes dos cursos jurídicos, de
modo que os professores de outras áreas, como um advogado professor de física, estão abrangidos
pelo impedimento TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, VIII e XIII DA OAB/FGV.

II - Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor


das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia
mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou
permissionárias de serviço público: o impedimento abrange o exercício da advocacia em
face de qualquer pessoa jurídica da Administração Pública Direta ou Indireta, e não apenas
aquela responsável pela remuneração do impedido. Desse modo, um Senador da República,
assim como um Vereador, não pode advogar a favor ou contra qualquer pessoa jurídica da
Administração Pública direta ou indireta. TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV.

Além disso, de acordo com o art. 29 do EAOAB, os Procuradores Gerais, Advogados Gerais,
Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e
fundacional também possuem limitação no exercício da advocacia, uma vez que são exclusivamente
legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da
investidura TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV.

52
11

11.  INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES


OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

O Advogado que descumprir preceitos éticos pode cometer infração disciplinar. Nesse caso,
estará sujeito às sanções disciplinares expressamente previstas no EAOAB, a saber:

• Censura: representa a reprovação oficial da conduta do advogado, fazendo-


se constar nos seus assentamentos a infração cometida. Apesar de constar nos
assentamentos do profissional, não se permite a divulgação/publicidade da censura.
Além disso, de acordo com o parágrafo único do artigo 36 do EAOAB, a censura, quando
houver circunstância atenuante, poderá ser convertida em advertência, por meio de
um ofício reservado ao advogado, sem registro nos seus assentamentos.

• Suspensão: acarreta ao infrator a interdição do exercício profssional, em todo o


território nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses, ou por tempo indeterminado
até que o advogado cumpra determinada providência..

• Exclusão: aplicada quando o advogado cometer infração gravíssima ou quando


houver reiteração, por três vezes, da pena de suspensão. Representa a exclusão do
advogado dos quadros da OAB e somente será aplicada se houver voto de 2/3 dos
membros do Conselho Seccional Competente.

• Multa: variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o


máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão,
em havendo circunstâncias agravantes (art. 39 do EAOAB).

As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da


decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de censura (art. 35, parágrafo único, do EAOAB)

Vejamos agora os casos em que cada uma das sanções deve ser aplicada.

11.1.  APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE CENSURA:

A censura é aplicável quando o advogado cometer infrações mais leves, definidas nos incisos I
a XVI e XXIX do art. 34 do EAOAB, quando houver violação a preceito do Código de Ética e Disciplina
ou quando houver violação a preceito do EAOAB, e para a infração não se tenha estabelecido
sanção mais grave.

Vejamos cada um dos incisos do art. 34 acima citados:

I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício
aos não inscritos, proibidos ou impedidos TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV;

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Advogado que mantém em seu escritório advogado não inscrito na OAB ou que esteja exercendo
atividade enquanto impedido.
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II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;

Sociedade com nome fantasia, sociedade de advogado que também exerce atividade
empresarial e sociedade que mantenha como sócio pessoa que não é advogado.

III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber


TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.

Advogado que contrata um terceiro para ir atrás de clientes, como no caso de advogado trabalhista
que contrata um terceiro para ir até as empresas oferecer serviços do advogado contratante.

IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros TEMA COBRADO


NOS EXAMES VI e XII DA OAB/FGV.

Advogado que faz captação ilícita de cliente por meio de publicidade ilícita.

V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que
não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;

Advogado que ingressa com ação para favorecer advogado impedido, sem ter elaborado ou
participado da elaboração da peça.

VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando


fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento
judicial anterior TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, IX e XV DA OAB/FGV.;

Advogado que faz pretensão de aviso prévio proporcional de 250 dias, quando se sabe que o
limite máximo estabelecido pela lei é de 90 dias (Lei n. 12.506/2011). Não haverá, entretanto,
infração disciplinar se o advogado fundamentar seu pedido com base na inconstitucionalidade
do artigo que limita o aviso prévio.

VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;

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O sigilo profissional não é absoluto, podendo ceder em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que
envolvam defesa própria (art. 37 do CEDOAB). Nessas circunstâncias, o advogado que quebrar
o sigilo não praticará infração disciplinar TEMA COBRADO NOS EXAMES V e XIII DA
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OAB/FGV.

VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou


ciência do advogado contrário; TEMA COBRADO XX NO EXAME DA OAB/FGV.

Advogado ajuíza reclamação trabalhista e, sem autorização do seu cliente, estabelece contato com
o dono da empresa reclamada, para tentativa de acordo, sem a ciência do advogado da empresa.

IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;

Advogado que, por negligência, perde o prazo processual para interpor recurso, ou deixa de
comparecer, sem qualquer justificativa, à audiência de instrução.

X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo


em que funcione;

XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação
da renúncia TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV;

Advogado que deixa propositalmente de dar andamento ao processo, ou deixa de atuar no feito
em observar o prazo de 10 dias da renúncia.

XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em
virtude de impossibilidade da Defensoria Pública: Desse modo, a recusa que caracteriza
a infração disciplinar é aquela feita sem justo motivo quando não houver assistência
da Defensoria Pública. TEMA COBRADO NOS EXAMES II e XVI DA OAB/FGV)

Advogado se dispõe a prestar assistência jurídica aos necessitados mediante convênio da OAB
e o Estado e, quando nomeado em razão da impossibilidade da Defensoria Pública, deixa de
prestar o auxílio sem prestar qualquer motivo.

XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou

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relativas a causas pendentes TEMA COBRADO NO EXAMES V e X DA OAB/FGV.

O advogado que atua sem discrição, indo à imprensa habitualmente tratar de causa específica
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e pedindo providência do Poder Judiciário.

XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem


como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o
adversário ou iludir o juiz da causa TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV;

O advogado, maliciosamente, se vale de um trecho de depoimento de determinada testemunha


e tenta enquadrá-lo em contexto diverso, para confundir o juiz.

XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro


de fato definido como crime TEMA COBRADO NOS EXAMES VIII e XVI DA OAB/
FGV;

Advogado que, sem autorização do cliente, alega na contestação que parte contrária ou terceiro
cometeu algum crime. Observe-se que, ainda que o fato seja verdadeiro, haverá a infração
disciplinar se o advogado fizer a alegação sem a autorização por escrito do cliente.

XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de


autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;

Advogado notificado pelo Tribunal de Ética e Disciplina a prestar esclarecimento e não cumpre
a providência no prazo determinado.

XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação TEMA COBRADO NO


XIV EXAME DA OAB/FGV.

Estagiário que que faz, isoladamente, postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais,
ou realiza atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, sem a participação de advogado.

É muito importante recordar que a censura pode ser convertida em advertência, quando
houver, entre outras, as seguintes circunstâncias atenuantes (art. 40 do EAOAB):

I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

II - ausência de punição disciplinar anterior;


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III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB
TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.

IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.


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A advertência será comunicada ao advogado por meio de ofício reservado, sem registro nos
seus assentamentos.

Por outro lado, havendo antecedentes profissionais do inscrito (reincidência), e em razão do


grau de culpa e das circunstâncias e das consequências da infração, a sanção de censura poderá
ser cumulada com multa (art. 40, parágrafo único, do EAOAB).

Sobre as circunstâncias atenuantes e agravantes na pena de censura é importante saber que:

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES

Situações: falta cometida na defesa de Situações: Reincidência e grau de culpa.


prerrogativa profissional; ausência de punição
disciplinar anterior; exercício assíduo e
proficiente de mandato ou cargo em qualquer
órgão da OAB; prestação de relevantes serviços
à advocacia ou à causa pública.

Possibilidade de substituição da sanção de Possibilidade de cumular a sanções de


censura por advertência. censura e suspensão com multa (valor de 1 a
10 vezes o valor da anuidade).

11.2.  APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE SUSPENSÃO

A sanção de suspensão é aplicável nos casos de infrações mais graves definidas nos incisos
XVII a XXV do art. 34, ou quando houver reincidência da prática de infração disciplinar.

Vejamos as infrações que geram sanção de suspensão:

XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou
destinado a fraudá-la;

Advogado ajuda cliente a fraudar documento que posteriormente é juntado ao processo.

XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou


desonesta TEMA COBRADO NO EXAME XVII DA OAB/FGV;

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Advogado que pede dinheiro para o cliente com o objetivo de tentar subornar agente público.
Ainda que o dinheiro não seja entregue pelo cliente, a infração terá sido com a solicitação de
sua entrega.
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XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do


mandato, sem expressa autorização do constituinte;

XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou


interposta pessoa;

Advogado que solicita e recebe honorários para praticar determinado ato


processual e, posteriormente, não o realiza ou o advogado que se apropria de
dinheiro que deveria ser repassado ao cliente.

XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas


dele ou de terceiros por conta dele TEMA COBRADO NOS EXAMES III e VII DA
OAB/FGV;

XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;

XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB,


depois de regularmente notificado a fazê-lo; TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA
OAB/FGV;

Em abril de 2020, o STF (RE 647885 - repercussão geral) decidiu que é inconstitucinoal
a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional do exercício laboral
de seus inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em sanção
política em matéria tributária. Desse modo, o advogado não poderá ser mais suspenso
se não pagar a anuidade.

XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional TEMA


COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV;

Advogado que reiteradas vezes perde o prazo para interpor recurso.

XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;

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De acordo como parágrafo único do art. 34, inclui-se na conduta incompatível: a) prática
reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei; b) incontinência pública e escandalosa; c)
embriaguez ou toxicomania habituais TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
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Como regra geral, a pena de suspensão será fixada entre 30 dias e 12 meses, sendo o prazo
fixado de acordo com os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por
ele revelada, as circunstâncias e as consequências da infração.

Desse modo, as circunstâncias atenuantes e agravantes podem influenciar na fixação do prazo


da pena de suspensão.

Além disso, havendo causa agravante, a sanção da suspensão também poderá ser cumulada
com multa (art. 40, parágrafo único, do EAOAB).

Entretanto, existem situações em que a suspensão perdurará até o advogado cumprir


determinada obrigação, vejamos:

• Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que
satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária.

XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas


dele ou de terceiros por conta dele;

XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB,

depois de regularmente notificado a fazê-lo;


Em abril de 2020, o STF (RE 647885 - repercussão geral) decidiu que é inconstitucinoal a
suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional do exercício laboral de seus
inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em sanção política em matéria
tributária. Desse modo, o advogado não poderá ser mais suspenso se não pagar a anuidade.

• Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste novas
provas de habilitação.

XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional.

11.3.  APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE EXCLUSÃO:

A sanção de exclusão é aplicável nos casos de infrações gravíssimas, definidas nos incisos
XXVI a XXVIII do art. 34 do EAOAB, ou no caso de aplicação, por três vezes, de suspensão, não
importando a infração cometida. O advogado excluído terá sua inscrição cancela, podendo voltar a
advogar apenas se for reabilitado TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV;

Vejamos as infrações que geram sanção de exclusão:

XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB TEMA
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COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV;

XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;

XXVIII - praticar crime infamante;


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A Lei nº 14.365/22 incluiu o § 6º-I ao art. 7º do EAOAB, dispondo expressamente que é vedado
ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente, e a
inobservância disso importará em processo disciplinar, que poderá culminar com a aplicação do
disposto no inciso III do caput do art. 35 desta Lei (exclusão), sem prejuízo das penas previstas
no art. 154 do Código Penal (crime de violação de segredo profissional).

Muito importante registrar que, para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária
a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente (art. 38,
parágrafo único do EAOAB).

Por fim, é importante destacar que, de acordo com 42 do EAOAB, fica impedido de exercer o
mandato o profissional a quem forem aplicadas as sanções disciplinares de suspensão ou exclusão.

11.4.  REABILITAÇÃO

De acordo com o artigo 41, do EAOAB, é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção
disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de
bom comportamento.

A Reabilitação, portanto, é o ato ou o efeito de se restabelecer a condição inicial do advogado


antes da sanção.

O EAOAB estabelece que a reabilitação deverá ser apreciada a pedido do interessado, quando
apresentar provas de bom comportamento, após um ano do cumprimento efetivo da sanção.

A reabilitação seguirá o processamento semelhante ao processo disciplinar, devendo as provas


de bom comportamento guardar relação com a infração cometida.

Entretanto, se a sanção disciplinar tiver resultado da prática de crime, apenas após a


reabilitação criminal decretada pelo Poder Judiciário o advogado poderá pleitear a reabilitação
disciplinar na OAB. Nesse caso, não haverá necessidade de outras provas de bom comportamento,
porque todas já foram apreciadas em sede judicial TEMA COBRADO NOS EXAMES V, VIII e
XXVI DA OAB/FGV.

11.5.  REVISÃO DISCIPLINAR

Art. 73 do EAOAB

§ 5º: É também permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou


60
por condenação baseada em falsa prova.

Art. 68 do CED - Cabe revisão do processo disciplinar, na forma prevista no Estatuto da


Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 73, § 5º).
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§ 1º Tem legitimidade para requerer a revisão o advogado punido com a sanção disciplinar.

§ 2º A competência para processar e julgar o processo de revisão é do órgão de que


emanou a condenação final.

§ 3º Quando o órgão competente for o Conselho Federal, a revisão processar-se-á


perante a Segunda Câmara, reunida em sessão plenária.

§ 4º Observar-se-á, na revisão, o procedimento do processo disciplinar, no que couber.

§ 5º O pedido de revisão terá autuação própria, devendo os autos respectivos ser


apensados aos do processo disciplinar a que se refira.

A revisão do processo disciplinar, portanto, é cabível quando houver erro de julgamento ou por
condenação baseada em falsa prova e pode ser pedida a qualquer tempo, desde que haja o trânsito
em julgado da decisão condenatória.

11.6.  PRESCRIÇÃO

De acordo com o art. 43 do EAOAB, a pretensão à punibilidade (prescrição da pretensão punitiva)


das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do
fato TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.

O § 2º do art. 43 do EAOAB, por sua vez, estabelece que a prescrição será interrompida: I - pela
instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado e
II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB TEMA COBRADO
NO EXAME XV DA OAB/FGV.

Além disso, aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos,
pendente de despacho ou julgamento (prescrição intercorrente), devendo ser arquivado de ofício,
ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades
pela paralisação.

PRESCRIÇÃO DA PRESCRIÇÃO
PRETENSÃO PUNITIVA INTERCORRENTE

Prazo de cinco anos, contados da data da Aplica-se a todo processo disciplinar paralisado por
constatação oficial do fato mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento
TEMA COBRADO NOS EXAMES XXV E XXXII DA
OAB/FGV

61
12
12.  ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

12.1.  CARACTERÍSTICAS, FINS E ORGANIZAÇÃO

A Ordem dos Advogados do Brasil possui forma federativa e natureza jurídica especial (sui
generis), uma vez que desenvolve serviço público, mas não está subordinada (não há vínculo
hierárquico nem funcional) à Administração Pública, já que deve desempenhar suas atribuições
com total independência.

Nos termos do art. 44 do EAOAB, a Ordem dos Advogados do Brasil promove, com exclusividade,
a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa
do Brasil.
Por se tratar de pessoa jurídica sui generis, destacamos algumas características da OAB:
• Por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a seus
bens, rendas e serviços (§ 5º do art. 45).
• Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados ou de administração
interna, são públicos, ou seja, devem ser publicados na imprensa oficial ou afixados no
fórum, na íntegra ou em resumo (§ 6º do art. 45).
• Não recebe orçamento público, sendo mantida apenas com contribuições, preços
de serviços, e multas dos advogados inscritos. Constitui título executivo extrajudicial a
certidão passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a crédito previsto devido
pelo advogado à OAB (art. 46 do EAOAB).
• O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do
pagamento obrigatório da contribuição sindical (art. 47 do EAOAB).
A OAB é organizada de forma federativa e possui os seguintes órgãos:

• Conselho Federal;

• Conselhos Seccionais;

• Subseções,

• Caixas de Assistência dos Advogados.

Conforme disposto no art. 50 do EAOAB, os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções
podem requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório
e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional. Além disso, no julgamento da ADIN
1127, o STF, dando interpretação conforme a constituição, definiu que as requisições expedidas pelos
presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB dependem de motivação, compatibilização com
as finalidades da lei e atendimento dos custos da requisição, não dispondo de tal prerrogativa nos
casos de documentos sigilosos TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.

62
Vejamos agora cada um dos órgãos da OAB.

12.2.  CONSELHO FEDERAL


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O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República,
é o órgão supremo da OAB e é composto por:

• Um Presidente: o Presidente exerce a representação nacional e internacional da


OAB, competindo-lhe convocar o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e
passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a administração patrimonial e dar
execução às suas decisões (§ 1º do art. 55 do EAOAB). O Presidente tem apenas o voto
de qualidade, ou voto de minerva, quando necessário para desempatar determinada
votação. Possui ainda o direito de embargar a decisão, se esta não for unânime.

• Conselheiros Federais integrantes das delegações de cada unidade: cada Unidade


da Federação (Conselho Seccional) envia três conselheiros federais para compor
o Conselho ( TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV). Como existem 27
Unidades Federativas, há um total de 81 Conselheiros Federais.

• Ex-presidentes: os ex-presidentes integram o Conselho Federal e, como regra


geral, não possuem direito a voto, mas apenas direito a voz nas sessões.
Assegura-se, como exceção, o direito de voto aos ex-presidentes que exerceram
mandato antes da vigência do EAOAB ou que se encontravam em exercício
naquela data TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.

O Conselho Federal é formado pelos seguintes órgãos: Conselho Pleno, Órgão Especial do
Conselho Pleno, Primeira, Segunda e Terceira Câmaras, Diretoria e Presidente.

De acordo com o art. 63 do RGEAOAB, o Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e


os agraciados com a “Medalha Rui Barbosa” podem participar das sessões do Conselho Pleno,
com direito a voz. A “Medalha Rui Barbosa” é a comenda máxima conferida pelo Conselho
Federal às grandes personalidades da advocacia brasileira, podendo ser concedida apenas
uma vez, no prazo do mandato do Conselho, sendo entregue ao homenageado em sessão
solene (art. 152 do RGEAOAB).

Conforme previsto no art. 68 do RGEAOAB, o voto em qualquer órgão colegiado do Conselho


Federal é tomado por delegação, em ordem alfabética, seguido dos ex-presidentes presentes com
direito a voto, sendo que o Conselheiro Federal opina mas não participa da votação de matéria de
interesse específico da unidade que representa.

Na eleição dos membros da Diretoria do Conselho Federal, somente votam os Conselheiros


Federais, individualmente.

A votação nos órgãos do Conselho Federal ocorre por delegação, ou seja, cada delegação,
formada por três membros, é responsável por um voto. Havendo divergência dentro de cada
delegação, prevalece o voto da maioria (2 membros). A única exceção é a eleição de membros
da Diretoria, em que cada conselheiro vota individualmente.

63
As principais atribuições do Conselho Federal estão previstas no art. 54 do EAOAB, a saber:

I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos


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advogados TEMA COBRADO NO EXAME VIII DA OAB/FGV;

III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;

IV - representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos


internacionais da advocacia;

V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos


que julgar necessários (quórum de 2/3) TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA
OAB/FGV;

O Conselho Federal não pode alterar o EAOAB, já que se trata de lei federal, cuja alteração
depende de votação do Congresso Nacional.

Para editar o RGEAOAB, o CEDOAB e os Provimentos, e para intervir nos Conselhos Seccionais,
é necessário o quórum qualificado de 2/3.

VI - adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais;

VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta
lei ou do regulamento geral;

A intervenção depende de prévia aprovação por 2/3 (dois terços) das delegações, garantido
o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória
para o prazo que se fixar.

VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão


ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e
Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;

IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos


casos previstos neste estatuto e no regulamento geral;

X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos;

XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;

XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;

XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos


nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que
estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do
próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;

64
O Conselho Federal elabora a lista sêxtupla que será encaminhada para o STJ, TST e Tribunais
Federais com abrangência interestadual, como no caso do TRT da 11 Região, que abrange os
Estados do Amazonas e de Roraima. Os Conselhos Seccionais, por sua vez, elaboram as listas
sêxtuplas que serão encaminhadas para os Tribunais de Justiça e para o Tribunais Federais de
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abrangência estadual, como no caso do TRT 9 Região, que abrange apenas o Estado do Paraná.

XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos,


ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações
cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;

O Presidente do Conselho Federal tem legitimidade para propor ADI, mediante prévio juízo de
admissibilidade da Diretoria e com autorização do Conselho Pleno. No entanto, em caso de
urgência, a Diretoria pode autorizar a propositura da ADI, que posteriormente será referendada
pelo Conselho (art. 82 do RGEAOAB)

XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente,


nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou
credenciamento desses cursos;

XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus
bens imóveis;

XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em


todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;

XVIII - resolver os casos omissos neste estatuto.

XIX - fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e diretrizes da relação jurídica mantida


entre advogados e sociedades de advogados ou entre escritório de advogados sócios
e advogado associado, inclusive no que se refere ao cumprimento dos requisitos
norteadores da associação sem vínculo empregatício; (Incluído pela Lei nº 14.365, de
2022)

XX - promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, a solução sobre


questões atinentes à relação entre advogados sócios ou associados e homologar, caso
necessário, quitações de honorários entre advogados e sociedades de advogados,
observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

Destaca-se que o art. 46 do RGEAOAB prevê ainda como competência do Conselho Federal a
criação de novos Conselhos Seccionais por meio de resolução TEMA COBRADO NO IX EXAME
DA OAB/FGV.

12.3.  CONSELHOS SECCIONAIS

Os Conselhos Seccionais possuem personalidade jurídica própria e têm atribuição sobre os


respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios.
65
Para cada Estado e para o Distrito Federal, portanto, há um Conselho Seccional.

O Conselho Seccional é composto pelo Presidente, pela Diretoria e pelos Conselheiros


Estaduais, em número proporcional ao de seus inscritos, segundo critérios estabelecidos no
Regulamento Geral:
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Art. 106 do RGEAOAB. Os Conselhos Seccionais são compostos de conselheiros eleitos,


incluindo os membros da Diretoria, proporcionalmente ao número de advogados com
inscrição concedida, observados os seguintes critérios:

I – abaixo de 3.000 (três mil) inscritos, até 30 (trinta) membros;

II – a partir de 3.000 (três mil) inscritos, mais um membro por grupo completo de 3.000
(três mil) inscritos, até o total de 80 (oitenta) membros.

Os ex-presidentes do Conselho Seccional e o Presidente do Instituto dos Advogados local são membros
honorários, somente com direito a voz nas sessões do Conselho (art. 56, § 1º e § 2º, do EAOAB).

Além disso, nos termos do § 3º do art. 56 do EAOAB, quando presentes às sessões do Conselho
Seccional, o Presidente do Conselho Federal, os Conselheiros Federais integrantes da respectiva
delegação, o Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados e os Presidentes das Subseções,
eles também terão direito a voz na sessão TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.

O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo território, as competências, vedações e


funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua competência material e
territorial, e as normas gerais estabelecidas no EAOAB, no regulamento geral, no Código de Ética
e Disciplina, e nos Provimentos (art. 57 do EAOAB).

De acordo com o art. 58 do EAOAB, compete privativamente ao Conselho Seccional:

I - editar seu regimento interno e resoluções;

II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados;

III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua
diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa
de Assistência dos Advogados;

IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as


contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;

V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;

VI - realizar o Exame de Ordem;

VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;

VIII - manter cadastro de seus inscritos;

IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas;

X - participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos
66
previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;

XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no


exercício profissional;
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XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;

XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher


seus membros;

XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos


nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do
Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer
órgão da OAB.

• O Conselho Seccional elabora a lista sêxtupla de advogados para o quinto constitucional.

• Como condição para a inscrição no processo seletivo, o candidato deverá comprovar


o efetivo exercício profissional da advocacia nos 10 (dez) anos anteriores à data do seu
requerimento e, tratando-se de Tribunal de Justiça Estadual ou de Tribunal Federal,
concomitantemente, deverá comprovar a existência de sua inscrição, há mais de 05 (cinco)
anos, no Conselho Seccional abrangido pela competência do Tribunal Judiciário (art. 5 do
Provimento 102/2004 do Conselho Federal da OAB).

• O advogado candidato deve ter notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional (art. 94 da CF/88).

• É vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB na lista


(art. 58 do EAOAB). TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.

XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados;

Complementando o inciso XV, o § 6º do art. 58 dispõe que o Conselho Seccional, mediante o voto
de dois terços de seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar grave violação
desta lei ou do regimento interno daquele. TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/FGV.

XVI - desempenhar outras atribuições previstas no regulamento geral.

XVII - fiscalizar, por designação expressa do Conselho Federal da OAB, a relação


jurídica mantida entre advogados e sociedades de advogados e o advogado associado
em atividade na circunscrição territorial de cada seccional, inclusive no que se refere
ao cumprimento dos requisitos norteadores da associação sem vínculo empregatício;
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

XVIII - promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, por designação


do Conselho Federal da OAB, a solução sobre questões atinentes à relação entre
advogados sócios ou associados e os escritórios de advocacia sediados na base da
67
seccional e homologar, caso necessário, quitações de honorários entre advogados e
sociedades de advogados, observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da
Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)

O art. 105 do RGEAOAB, por sua vez, prevê ainda como atribuições do Conselho Seccional:
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I – cumprir o disposto nos incisos I, II e III do art. 54 do Estatuto;

II – adotar medidas para assegurar o regular funcionamento das Subseções;

III – intervir, parcial ou totalmente, nas Subseções e na Caixa de Assistência dos


Advogados, onde e quando constatar grave violação do Estatuto, deste Regulamento
Geral e do Regimento Interno do Conselho Seccional;

IV – cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato de sua


diretoria e dos demais órgãos executivos e deliberativos, da diretoria ou do conselho
da Subseção e da diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados, contrários ao
Estatuto, ao Regulamento Geral, aos Provimentos, ao Código de Ética e Disciplina, ao
seu Regimento Interno e às suas Resoluções;

V – ajuizar, após deliberação:

a) ação direta de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais e municipais,


em face da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal;

b) ação civil pública, para defesa de interesses difusos de caráter geral e coletivos e
individuais homogêneos;

c) mandado de segurança coletivo, em defesa de seus inscritos, independentemente


de autorização pessoal dos interessados TEMA COBRADO NOS EXAMES XII
E XVI DA OAB/FGV;

d) mandado de injunção, em face da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Parágrafo único. O ajuizamento é decidido pela Diretoria, no caso de urgência ou recesso


do Conselho Seccional.

12.4.  SUBSEÇÕES

A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites
de competência e autonomia. A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios,
ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados,
nela profissionalmente domiciliados (§ 2º do art. 60 do EAOAB). TEMA COBRADO NO XXVI EXAME
DA OAB/FGV.

A Subseção não possui personalidade jurídica própria, mas é parte autônoma do Conselho
Seccional, sendo administrada por uma diretoria, com atribuições e composição equivalentes às
da diretoria do Conselho Seccional (§ 2º do art. 60 do EAOAB).

Além disso, a subseção deve contar com no mínimo 15 advogados, nela profissionalmente
domiciliados, e, para ser criada depende de voto de 2/3 dos membros do Conselho Seccional.
Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um Conselho em
número de membros fixado pelo Conselho Seccional (§ 3º do art. 60 do EAOAB).
68
As principais atribuições das Subseções são:

• Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

• Velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as


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prerrogativas do advogado;

• Representar a OAB perante os poderes constituídos;

• Desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de


competência do Conselho Seccional.

• Instaurar e instruir processos disciplinares, os quais, após instruídos, são


remetidos ao Tribunal de Ética e Disciplina para Julgamento.

• Instruir e emitir parecer sobre pedido de inscrição de advogado e estagiário, para


decisão do Conselho Seccional.

Importante destacar ainda que, de acordo com o art. 119 do RGEAOAB, os conflitos de
competência entre Subseções e entre estas e o Conselho Seccional são por este decididos, com
recurso voluntário ao Conselho Federal TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.

12.5.  CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS

As Caixas de Assistência dos Advogados possuem personalidade jurídica própria, adquirida


com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, e são
criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de 1.500 (mil e quinhentos)
inscritos, para prestarem assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule, como
serviços de livraria e farmácia, podendo ainda promover seguridade complementar.

Para manter sua estrutura, cabe à Caixa de Assistência dos Advogados a metade da receita das
anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções
regulamentares obrigatórias

O Conselho Seccional, por sua vez, mediante voto de dois terços de seus membros, pode
intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades,
designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção TEMA COBRADO NO XXVIII
EXAME DA OAB/FGV;

Além disso, em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do


Conselho Seccional respectivo.

12.6.  CONFERÊNCIA NACIONAL DA ADVOCACIA

De acordo com o art. 145 do RGEAOAB, a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira é órgão
consultivo máximo do Conselho Federal, reunindo-se trienalmente, no segundo ano do mandato,
tendo por objetivo o estudo e o debate das questões e problemas que digam respeito às finalidades
da OAB e ao congraçamento da advocacia.

Já as Conferências da Advocacia dos Estados e do Distrito Federal são órgãos consultivos dos 69
Conselhos Seccionais, e também ocorrem trienalmente, no segundo ano do mandato

As conclusões da Conferência possuem caráter de recomendação aos Conselhos


correspondentes.
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Importante destacar ainda que os Conselheiros e Presidentes dos órgãos da OAB presentes,
os advogados e estagiários inscritos na Conferência são considerados membros efetivos das
Conferências e todos com direito a voto (art. 146 do RGEAOAB)

12.7.  TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA

O Tribunal de Ética e Disciplina é composto por Conselheiros Seccionais ou advogados de


notável reputação ético-profissional, observados os mesmos requisitos para a eleição do Conselho
Seccional, para um mandato de três anos (art. 114 do RGEAOAB).

A principal atribuição do Tribunal de Ética e Disciplina é julgar, em primeiro grau, os processos


disciplinares, mas o TED possui outras atribuições importantes, conforme previsto no art. 71 do
CEDOAB:

Art. 71. Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina:

I – julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares;

II – responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar;

III – exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento Interno da
Seccional ou por este Código para a instauração, instrução e julgamento de processos
ético-disciplinares;

IV – suspender, preventivamente, o acusado, em caso de conduta suscetível de acarretar


repercussão prejudicial à advocacia, nos termos do Estatuto da Advocacia e da Ordem
dos Advogados do Brasil;

V – organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos da


mesma natureza acerca da ética profissional do advogado ou estabelecer parcerias com
as Escolas de Advocacia, com o mesmo objetivo;

VI – atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões que envolvam:

a) dúvidas e pendências entre advogados;

b) partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de substabelecimento,


bem como os que resultem de sucumbência, nas mesmas hipóteses;

c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados.

12.8.  ELEIÇÕES E MANDATOS

A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês
de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados
70
regularmente inscritos. O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB (quem não
votar pode pagar multa de 20% sobre a anuidade, conforme art. 134 do RGEAOAB) e consideram-
se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria dos votos válidos (art. 63 do
EAOAB). TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV.
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Os advogados inadimplentes e os estagiários são proibidos de votar. Interessante observar que


o estagiário, embora pague anuidade, é proibido de votar.

Para se candidatar à eleição, o candidato deve comprovar situação regular junto à OAB,
não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo
reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 3 (três) anos, nas eleições para os
cargos de Conselheiro Seccional e das Subseções, quando houver, e há mais de 5 (cinco) anos,
nas eleições para os demais cargos, conforme § 2º do art. 63 do EAOAB, recentemente alterado
pela Lei nº 13.875/19. . TEMA COBRADO NOS EXAMES XXXI E XXXV EXAME DA OAB/FGV)

ELEIÇÕES PARA OS CARGOS DE ELEIÇOES PARA OS DEMAIS CARGOS


CONSELHEIRO SECCIONAL E DAS
SUBSEÇÕES

Demonstração de exercício da atividade Demonstração de exercício da atividade profissional


De acordo
profissional com
há mais deo3art.
anos131 do RGEAOB, sãohá
admitidas
mais de a5 registro
anos apenas chapas completas, que
deverão atender ao percentual de 50% para candidaturas de cada gênero e, ao mínimo, de
30% (trinta por cento) de advogados negros e de advogadas negras

O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se em primeiro de janeiro


do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal, já que os conselheiros federais eleitos
iniciam seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição (art. 65 do EAOAB).

De acordo com o art. 66 do EAOAB, o mandato é extinto automaticamente, antes do seu término, quando:

I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do


profissional TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.

II - o titular sofrer qualquer tipo de condenação disciplinar; TEMA COBRADO NO


XX EXAME DA OAB/FGV.

III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada
órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência
dos Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato.

Extinto o mandato, nas hipóteses acima citadas, cabe ao Conselho Seccional escolher o
substituto, caso não haja suplente.

12.9.  AQUISIÇÃO, ONERAÇÃO OU ALIENAÇÃO DE BENS DA OAB

71
O patrimônio do Conselho Federal, do Conselho Seccional, da Caixa de Assistência dos
Advogados e da Subseção é constituído de bens móveis e imóveis e outros bens e valores que
tenham adquirido ou venham a adquirir (art. 47 do RGEAOAB).

Compete à Diretoria de cada órgão decidir pela aquisição de qualquer bem e dispor sobre os
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bens móveis TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.

Já alienação ou a oneração de bens imóveis depende de aprovação do Conselho Federal


(maioria das delegações) ou do Conselho Seccional (maioria dos membros efetivos), conforme art.
48 do RGEAOAB TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV. ;

AQUISIÇÃO DE BENS ALIENAÇÃO DE BENS

Compete à Diretoria do órgão decidir. Bens Móveis: Compete à Diretoria de cada


órgão decidir sobre a alienação de bens móveis.

Bens Imóveis: A oneração de bens imóveis


depende de aprovação do Conselho Federal
(maioria das delegações) ou do Conselho
Seccional (maioria dos membros efetivos)

72
13

13.  PROCESSO NA OAB


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13.1.  PROCESSO DISCIPLINAR

Para que as sanções disciplinares sejam aplicadas ao advogado infrator, deve ser instaurado
prévio processo disciplinar, conforme a seguir estudado.

• Normas Aplicáveis: o processo disciplinar deve seguir as normas previstas no


EAOAB, no RGEAOAB e no CEDOAB, mas, em caso de omissão normativa, aplicam-se
subsidiariamente, salvo disposição em contrário, as regras da legislação processual
penal comum (art. 68 do EAOAB).

Para os demais processos na OAB que não sejam disciplinares, aplicam-se subsidiariamente,
salvo disposição em contrário, as regras do procedimento administrativo comum e da legislação
processual civil, nesta ordem.

• Local de Tramitação do Processo Disciplinar: o poder de punir disciplinarmente


os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base
territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho
Federal (art. 70 do EAOAB). A competência territorial, portanto, é do local onde ocorreu
a infração TEMA COBRADO NOS EXAMES IX, XV e XXII DA OAB/FGV.

• Instauração: o processo disciplinar pode ser instaurado de ofício ou por representação,


formulada ao Presidente do Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção, por escrito
ou verbalmente, devendo, neste último caso, ser reduzida a termo, ou de ofício, em função do
conhecimento do fato, quando obtido por meio de fonte idônea ou em virtude de comunicação
da autoridade competente TEMA COBRADO NOS EXAMES XVIII E XXXIV DA OAB/FGV.

O CEDOAB não admite a instauração de processo disciplinar em razão de denúncia anônima


(§ 2º do art. 55). Portanto, a representação feita sem a identificação do representante não será
aceita TEMA COBRADO NOS EXAMES III e XXV DA OAB/FGV.

• Designação de Relator para Instrução do Processo: recebida a representação,


o Presidente do Conselho Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser
de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus integrantes, para presidir a
instrução processual (art. 58, caput, do CEDOAB).

73
Como regra geral, a instrução do processo disciplinar não ocorre no Tribunal de Ética e
Disciplina e sim no Conselho Seccional ou na Subseção, quando esta dispuser de Conselho.
Após a instrução, o processo será remetido ao tribunal de Ética, que proferirá decisão.
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Exceções:

A representação contra membros do Conselho Federal, Presidentes de Conselhos Seccionais,


membros Honorários Vitalícios e detentores da Medalha Rui Barbosa será processada e
julgada pelo Conselho Federal, conforme § 5º do art. 58 do CEDOAB TEMA COBRADO
NO IV EXAME DA OAB/FGV.

A representação contra dirigente de Subseção é processada e julgada pelo Conselho Seccional


(§ 6º do art. 58 do CEDOAB).

• Análise de Admissibilidade: o relator, atendendo aos critérios de admissibilidade,


emitirá parecer propondo a instauração de processo disciplinar ou o arquivamento
liminar da representação, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição
do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para outro relator,
observando-se o mesmo prazo, conforme § 3º do art. 58 do CEDOAB TEMA
COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. Preenchidos os requisitos de admissibilidade,
compete ao relator do processo disciplinar determinar a notificação dos interessados
para prestar esclarecimentos ou a do representado para apresentar defesa prévia, no
prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer caso (art. 59, caput, do CEDOAB).

O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode
suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia,
depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não
atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo
de noventa dias.

• Defesa Prévia: preenchidos os requisitos de admissibilidade, compete ao relator


do processo disciplinar determinar a notificação dos interessados para prestar
esclarecimentos ou a do representado para apresentar defesa prévia, no prazo de
15 (quinze) dias (art. 59, caput, do CEDOAB). O prazo para defesa prévia pode ser
prorrogado por motivo relevante, a juízo do relator e, se o representado não for
encontrado, ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe
defensor dativo;

Se o representado não apresentar defesa prévia ele será considerado revel, mas o efeito da
revelia é a nomeação de defensor dativo, não havendo presunção de veracidade dos fatos
alegados na representação.

• Indeferimento liminar: se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo


74
indeferimento liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do
Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento (§ 2º do art. 73 do EAOAB).

• Instrução: oferecida a defesa prévia, que deve ser acompanhada dos documentos
que possam instruí-la e do rol de testemunhas, até o limite de 5 (cinco), será
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proferido despacho saneador e, ressalvada a hipótese de indeferimento liminar, será


designada, se for o caso, audiência para oitiva do representante, do representado e
das testemunhas (§ 3º do art. 59 do CEDOAB). O relator pode determinar a realização
de diligências que julgar convenientes, cumprindo-lhe dar andamento ao processo, de
modo que este se desenvolva por impulso oficial (§ 5º do art. 59 do CEDOAB).

• Parecer liminar: concluída a instrução, o relator profere parecer preliminar,


a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina, dando enquadramento legal
aos fatos imputados ao representado (§ 7º do art. 59 do CEDOAB). Abre-se, em
seguida, prazo comum de 15 (quinze) dias para apresentação de razões finais (§
8º do art. 59 do CEDOAB).

• Tribunal de Ética e Disciplina: o processo é encaminhado ao Tribunal de Ética e


Disciplina (TED) e seu Presidente designará novo relator para proferir o voto. O
processo será incluído em pauta na primeira sessão de julgamento após a distribuição
ao relator, da qual serão as partes notificadas com 15 (quinze) dias de antecedência,
para comparecerem à sessão de julgamento. Na sessão de julgamento, após o voto
do relator, é facultada a sustentação oral pelo tempo de 15 (quinze) minutos, primeiro
pelo representante e, em seguida, pelo representado.

• Julgamento: do julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á acórdão, do qual


constarão, quando procedente a representação, o enquadramento legal da infração,
a sanção aplicada, o quórum de instalação e o de deliberação, a indicação de haver
sido esta adotada com base no voto do relator ou em voto divergente, bem como
as circunstâncias agravantes ou atenuantes consideradas e as razões determinantes
de eventual conversão da censura aplicada em advertência sem registro nos
assentamentos do inscrito (art. 61 do RGEAOAB). A decisão condenatória irrecorrível
deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado
tenha inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos.

Importante destacar ainda as seguintes características do processo disciplinar:

• Prazos: todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários


e terceiros, nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para
interposição de recursos.

• Prescrição: a prescrição da pretensão punitiva é de 5 anos e a intercorrente 3 anos,


conforme estudado no item 11.5.

• Sigilo (art. 71 do EAOAB): o processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término,
só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade
judiciária competente. Após o julgamento, haverá publicidade da decisão TEMA
COBRADO NOS EXAMES XI, XXIII e XXXI DA OAB/FGV.

Observe-se, ainda, que os artigos 47-A e 58-A do CEDOAB passaram a permitir a possibilidade
de assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o advogado e também com
estagiário. TEMA COBRADO NO XXXV EXAME DA OAB/FGV.
75
O TAC representa a possibilidade de o advogado se comprometer a cessar a prática de uma
conduta ou não mais praticá-la para que o processo disciplinar não precise ser julgado, podendo
ser celebrado em situações que envolvam publicidade irregular e infrações sujeitas à censura,
desde que o fato não tenha gerado repercussão negativa à advocacia. TEMA COBRADO NO
XXXIV EXAME DA OAB/FGV.
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Art. 47-A do CEDOAB - Será admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta no âmbito
dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade irregular praticada por
advogados e estagiários.

Parágrafo único. O termo previsto neste artigo será regulamentado mediante edição de
provimento do Conselho Federal, que estabelecerá seus requisitos e condições.

Art. 58-A do CEDOAB - Nos casos de infração ético-disciplinar punível com censura, será
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta, se o fato apurado não
tiver gerado repercussão negativa à advocacia.

Parágrafo único. O termo de ajustamento de conduta previsto neste artigo será


regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.

O procedimento do TAC foi regulamentado pelo Provimento n. 200 do Conselho Federal,


sendo as principais regras as seguintes: a) o TAC não pode ser firmado por advgado que tiver
contra si condenação transitada em julgado por representação ético-disciplinar, ressalvando-
se as hipóteses de reabilitação, b) a celebração do TAC implicará na suspensão condicional do
procedimento ou do processo ético-disciplinar instaurado, pelo prazo de 03 (três) anos, após o
qual será arquivado definitivamente, sem anotações nos assentos profissionais, c) durante o prazo
de suspensão previsto no TAC não fluem os prazos prescricionais, d) No caso de descumprimento
dos termos celebrados, o TAC perderá seus efeitos e o processo disciplinar retomará seu trâmite.

13.2.  RECURSOS

O EAOAB (arts. 75 e 76), partindo da simplicidade processual, previu um único recurso geral e
inominado para provocar manifestação do Conselho Federal ou do Conselho Seccional, conforme
quadro abaixo ilustrativo:

RECURSO PARA O CONSELHO RECURSO PARA O CONSELHO


FEDERAL (ART. 75) SECCIONAL (ART. 76)

• Decisões definitivas não unânimes • Decisões proferidas pelo Presidente do


proferidas pelo Conselho Seccional. Conselho Seccional TEMA COBRADO
NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
• Decisões unânimes do Conselho Seccional
que contrariem o EAOAB, decisão do • Decisões proferidas pelo Tribunal de Ética
Conselho Federal ou de outro Conselho e Disciplina.
Seccional e, ainda, o regulamento geral, o
Código de Ética e Disciplina e os Provimentos.
TEMA COBRADO NOS EXAMES XXI E • Decisões proferidas pela diretoria da
XXIX DA OAB/FGV. Subseção ou da Caixa de Assistência dos
Advogados.

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Além do recurso inominado previsto no EAOAB, há outros recursos específicos que também
podem ser citados, a saber:
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

• Embargos de Declaração: os embargos de declaração são dirigidos ao relator da


decisão recorrida, que lhes pode negar seguimento, fundamentadamente, se os tiver
por manifestamente protelatórios, intempestivos ou carentes dos pressupostos legais
para interposição (§ 3º do art. 138 do RGEAOAB).

À exceção dos embargos de declaração, os recursos são dirigidos ao órgão julgador superior
competente, embora interpostos perante a autoridade ou órgão que proferiu a decisão recorrida.

• Embargos: o Presidente do Conselho Federal pode embargar as decisões não


unânimes proferidas pelo órgão (§ 3º do art. 55 do EAOAB).

Revisão do processo disciplinar: Embora não seja tecnicamente um recurso, é importante


lembrar que é permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por
condenação baseada em falsa prova. A revisão pode ser pedida a qualquer tempo, desde que
haja o trânsito em julgado da decisão condenatória.

É muito importante destacar que, de acordo com o art. 77 do EAOAB, todos os recursos têm
efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições (arts. 63 e seguintes), de suspensão
preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida
com falsa prova TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.

EXCEÇÕES AO EFEITO
SUSPENSIVO DOS RECURSOS

Cancelamento da
Suspensão preventiva
Tratarem de eleições inscrição obtida com
do TED
falsa prova

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BIBLIOGRAFIA
OAB NA MEDIDA | ÉTICA PROFISSIONAL

• JUNIOR, Marco Antonio Araujo. Ética profissional – Coleção elementos do direito. V.


10. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2010.

• LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. 11ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2017.

• NALINI, José Renato. Ética Geral profissional. 12ª Ed. São Paulo: RT, 2014.

• VIEIRA, Hélio; CERNOV, Zênia. Estatuto da OAB, Regulamento Geral e Código de Ética
– Interpretados artigos por artigos. São Paulo: LTr, 2016.

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Alteração Legislativa Atenção Exemplo

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