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1a EDIÇÃO/2022
1. INTRODUÇÃO 2
1.1. CONCEITO 2
2. EFEITOS E FUNÇÕES 2
4. ELEMENTOS EM ESPÉCIE 4
4.1 O JUÍZO A QUEM É DIRIGIDA 4
4.2 QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 4
4.3 CAUSA DE PEDIR 5
4.3.1 CONCEITO 5
4.3.2 SUBDIVISÃO (ELPÍDIO DONIZETTI) 6
4.3.3 FINALIDADES 6
4.3.4 TEORIAS SOBRE A CAUSA DE PEDIR 7
4.4 PEDIDO 8
4.4.1 CONCEITO 8
4.4.2 CLASSIFICAÇÃO 9
4.4.3 LIDE PROJETADA E LIDE SOCIOLÓGICA 9
4.4.4 FORMALIZAÇÃO DO PEDIDO 9
4.4.5 PROCEDIMENTOS 10
4.4.6 MODALIDADES DE PEDIDOS 11
4.4.7 ALTERAÇÃO DO PEDIDO 16
4.5 VALOR DA CAUSA 16
4.6 PROVAS COM QUE O AUTOR PRETENDE DEMONSTRAR A VERDADE DOS FATOS ALEGADOS 18
4.7 MANIFESTAÇÃO QUANTO AO INTERESSE NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO 20
PETIÇÃO INICIAL - 1
1. INTRODUÇÃO
1.1. CONCEITO
Segundo o professor Marcus Vinícius, a petição inicial “é o ato que dá início ao processo, e define os
contornos subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será
divisão entre 2 grandes atos: os atos judiciais (atos do juiz e seus auxiliares) que são atos formais/solenes. Já os
atos das partes não possuem forma própria em regra, pois no caso da petição inicial, mesmo sendo
Quanto à formalidade da exordial, nos ensina o professor Daniel Amorim Assumpção Neves2:
processual exige que tal peça preencha alguns requisitos formais, o que torna a
petição inicial um ato processual solene. A ausência de quaisquer deles pode gerar
2. EFEITOS E FUNÇÕES
1. Nascimento ao processo (art. 2º): na medida em que rompe com a inércia do poder
judiciário;
2. Delimita o julgamento (arts. 141 e 492): Pois quem decide o que vai ser objeto da análise do
1
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
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2
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil - Volume único, 11ª ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 586.
PETIÇÃO INICIAL - 2
3. Estabiliza a competência.
Ainda, a petição inicial tem duas funções precípuas, quais sejam: (1) provocar a instauração do processo
e (2) identificar a demanda. Em virtude desta segunda função, na qual serão mencionadas as partes, a
causa de pedir e pedido, há o surgimento de interessantes efeitos processuais, como nos ensina o
subjetivos da sentença;
d) indica desde logo ao juiz a eventual ausência de alguma das condições da ação;
▷ Elementos identificadores da causa (art. 319, II, III, IV): Partes, causa de pedir e o pedido;
▷ Elementos ligados aos pressupostos processuais (art. 319, I, V, VI): Endereçamento, valor da causa
e provas;
estão presentes no art. 330, cp, que trata das hipóteses de indeferimento, sendo assim, é necessário
que a petição inicial não preencha os requisitos do art. 330, sob pena de indeferimento:
I - for inepta;
3
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, 2001. v. 2, n. 989, p. 355.
PETIÇÃO INICIAL - 3
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
pedido genérico;
e modo contratados.
4. ELEMENTOS EM ESPÉCIE
O professor Marcus Vinícius4 destaca que como esse elemento “contém um requerimento dirigido ao
Poder Judiciário, e como este é composto por inúmeros órgãos, entre os quais é dividida a competência, o autor
E se o autor errar o endereçamento? Nesse caso, um eventual erro não enseja o indeferimento da
OBSERVAÇÕES
■ A união estável consta expressamente no código e o próprio STJ tem entendido que é necessária a
indicação na petição inicial. Essa inserção não exige que união estável seja formalizada);
✓ a profissão
4
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
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✓ o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica;
✓ o endereço eletrônico (uma importante observação é o fato de que hoje pessoas jurídicas de direito
público e grandes e médias empresas de direito privado são obrigadas a fazer cadastro para que sejam citadas
✓ o domicílio e a residência do autor e do réu (para viabilizar a comunicação dos atos processuais);
O professor Marcus Vinícius5 destaca que “a qualificação são indispensáveis para que as partes
sejam identificadas. Nenhuma dificuldade existirá em relação ao autor, mas é possível que o réu, no momento
O que ocorre se os dados do réu forem desconhecidos? A lei prevê que, na falta de dados, o órgão
jurisdicional providenciará diligência aos órgãos públicos ou parapúblicos (Detran, Bacen, cartórios de registro
etc.) .
➔ Se, ainda assim, os dados não for possível a obtenção dos dados, estabelece-se uma
inicial se puder citar o réu por outros meios (arts. 4º e 277, CPC). Nesse ponto, é necessário
trazida ao Judiciário.
ATENÇÃO
Trata-se da fixação da parte e não da legitimidade. Pois a legitimidade é aferida pelo juiz (lembre-se da
4.3.1 CONCEITO
Segundo o professor Elpídio Donizetti “ o fato e os fundamentos jurídicos do pedido (inciso III), isto é,
a causa petendi, são o nexo que existe entre ela e o efeito jurídico afirmado (o pedido), ou, em outras palavras,
Marcus Vinícius7 simplifica esse conceito ao afirmar que “o autor deve indicar quais são os fatos e os
fundamentos jurídicos em que se embasa o pedido, a causa de pedir. Esse é um dos requisitos de maior
5
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
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6
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 484.
7
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
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importância da petição inicial, sobretudo a descrição dos fatos, que, constituindo um dos elementos da ação,
consequências jurídicas da propriedade, ou seja, o direito de reaver o bem do poder de quem quer que
4.3.3 FINALIDADES
perempção;
b) Auxiliar no contraditório: Quando o autor narra a causa e estabelece os elementos que integra o
c) Controlar a decisão judicial (art. 489, §1º, IV): Esse dispositivo numera em 6 incisos as situações em
que a decisão não se considera fundamentada. O inciso IV do §1º do art. 489 dispõe sobre o dever de o juiz
enfrentar todos os argumentos trazidos pelas partes, especialmente para infirmar a decisão. O juiz só é
obrigado a enfrentar tudo que a parte falar para negar o que ela está pretendendo; para conceder não é
necessário. Assim, negando uma causa de pedir, deverá necessariamente enfrentar todas as demais.
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4.3.4 TEORIAS SOBRE A CAUSA DE PEDIR
Ao longo do tempo se discutiu se havia entre o fato e fundamento jurídico uma diferença quanto à
relevância. Ou seja, se debatia se um era mais importante que o outro. Diante disso, surgiram algumas teorias
🔴 TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: Estabelece que os fatos são mais importantes que o fundamento
jurídico, pois a alteração dos fatos gera nova demanda. Se aplica nas demandas heterodeterminadas (são
identificadas pelos seus fundamentos jurídicos). Exemplo: reivindicatória, pois quem tem a matrícula
dificilmente perderá a ação tendo em vista o fundamento no qual a ação está fundada.
No panorama doutrinário, quase toda doutrina mundial segue a teoria da substanciação. Contudo, há
autores (BOTELHO DE MESQUITA, TUCCI, ARAKEN DE ASSIS) que defendem a tese no sentido de que o Brasil
Todavia, para a maior parte da doutrina, o Brasil adota unicamente a Teoria da Substanciação.
► O CPC adota um sistema rígido de preclusões somente em relação aos fatos (arts. 329, 336 e
1014, CPC): estes artigos formam uma espécie de microssistema de preclusões e criam um limite sobre os
fatos.
► Iura Novit Curia: o juiz conhece o Direito. Assim, seria possível uma petição narrando apenas os
fatos.
ATENÇÃO: o juiz não está adstrito ao fundamento jurídico, mas apenas aos fatos jurídicos!
► A alteração do fato gera nova causa, a alteração do direito mantém a mesma causa, mas com
novos fundamentos: é por isso que a ação de alimentos não faz coisa julgada, pois o juiz fixa os alimentos
com base na situação fática daquele momento. Se depois, a parte que dá alimentos não tem mais condições
financeiras de prestá-los, poderá ingressar com REVISIONAL dos alimentos. Ou seja, uma alteração fática que
PETIÇÃO INICIAL - 7
Segundo nos ensina o professor Fredie Didier Jr.8:
impõe ao demandante o ônus de indicar, na petição inicial, qual o fato jurídico e qual
a relação jurídica dele decorrente que dão suporte ao seu pedido. Não basta a
indicação da relação jurídica, efeito do fato jurídico, sem que se indique qual o fato
jurídico que lhe deu causa – que é o que prega a teoria da individualização.
julgado com fundamento em mais de uma das hipóteses previstas no art. 966 do CPC.
Por vezes, a causa de pedir é composta. Diz-se composta a causa de pedir "na
ATENÇÃO
É possível ao magistrado alterar a fundamentação jurídica eleita pelo autor para a estruturação de sua
causa (mas não pode alterar os fatos). Igualmente é possível ao autor alterar a fundamentação jurídica desde
jurídica somente poderá ser efetivada com a prévia oitiva das partes.
4.4 PEDIDO
4.4.1 CONCEITO
Para Marcus Vinícius9, pedido “é pretensão que o autor leva à apreciação do juiz. . É desnecessário
realçar a sua importância, já que, sendo um dos três elementos da ação, forma, com a causa de pedir e as
causa seria um pedido no sentido formal, mas não no sentido material. No entanto, se o réu formula, por
exemplo, pedido quando da reconvenção, da denunciação da lide ou pedido contraposto, ele pode, em
algumas situações, assumir a posição ativa. Frise-se que, em regra, ele apenas resiste, ele não quer pedir, mas
sim impedir. (“A tutela do réu se satisfaz quando o jogo acaba zero a zero” – AMARAL SANTOS).
8
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil, vol. 1. 21ª ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2019, p. 644-645.
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Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
P. 469.
PETIÇÃO INICIAL - 8
4.4.2 CLASSIFICAÇÃO
a) Material: direito; ou
Impedimento/suspeição.
Como cunhado de forma célebre por Francesco Carnelutti, trata-se a lide de um “conflito de interesses
qualificado por uma pretensão resistida.” Este seria o conceito de “lide sociológica”, no qual há uma solução no
mundo dos fatos que deve ser resolvida e, para tanto, uma das partes socorre-se ao Poder Judiciário (ou outro
terceiro agente).
Porém, o nosso Código de Processo Civil, ao determinar no art. 141 que “o juiz decidirá o mérito nos
limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei
exige iniciativa da parte”, concluiu a doutrina majoritária que o Brasil adotou a denominada “lide projetada” (ou
lide processual), cunhada por Liebman, em detrimento da lide sociológica. Isso porque, ao vincular a decisão do
magistrado aos elementos trazidos nos autos, as partes trarão para dentro do processo apenas um recorte da
realidade onde o conflito se originou, o que pode resultar em um julgamento que não vislumbra todo o
panorama tal qual se dá. Por isso se diz lide projetada: as partes projetam aos autos uma “pintura” de como é a
situação que deve ser resolvida, tal qual é a sua visão da realidade.
A primeira grande novidade no CPC/15 quanto ao tema é que o pedido deve ser certo e
determinado.
A primeira determinação - pedido certo (art. 322, caput) - diz respeito à necessidade de pedido
expresso, explícito. Todavia, temos aqui uma exceção, na qual será possível um pedido implícito.
➔ PEDIDO IMPLÍCITO: é aquele que não precisa ser pedido para que seja apreciado (ex: juros,
correção monetária, honorários advocatícios). Neste ponto, importante saber o teor das
PETIÇÃO INICIAL - 9
◆ Súmula 254, STF: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o
Prosseguindo, segundo o professor Elpídio Donizetti, “o pedido também deve ser determinado, mas
o art. 324, § 1º, permite a formulação de pedido genérico, isto é, pedido certo quanto à existência, quanto ao
gênero, mas ainda não individuado no que respeita à quantidade, nas seguintes hipóteses11:
“a) Nas ações universais, se não puder o autor individuar os bens demandados. Refere-se à
universalidade de fato ou de direito. O rebanho e a biblioteca são universalidades de fato. A herança é uma
universalidade de direito”12:.
“b) Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato. É o que
ocorre quando se formula pedido de perdas e danos sem determinar o valor do pedido. Sabe-se o an debeatur
(o que é devido), mas não o quantum debeatur (o quanto é devido). Nesses casos, o autor pleiteia a reparação,
mas a extensão dos danos somente se verifica no decorrer da instrução processual ou na fase de liquidação de
sentença”13
“c) Quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo
réu. É o que ocorre nas obrigações de fazer, quando o autor opta pela indenização em razão do
descumprimento da avença. Esclarece-se que, nesse caso, a obrigação se converte em perdas e danos por ter
4.4.5 PROCEDIMENTOS
relatório.
10
O texto da súmula refere-se ao disposto no CPC/1939, mas a sua ratio permanece a mesma até os dias de hoje, sendo aplicável também ao
CPC/2015.
11
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 485.
12
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 485.
13
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 485.
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Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 485.
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Continuando, no procedimento comum ordinário, as modalidades de pedido genérico são:
1) Ações universais: quando o autor não souber a universalidade de bens que compõem o seu direito
(exemplo: inventário).
2) Ato ou fato ilícito indeterminado: quando o autor não puder mensurar a extensão do ato ilícito
ATENÇÃO: Aparente antinomia entre o art. 292, V e art. 324, §1º, II do CPC:
(...)
(...)
(...)
II- Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do
fato.
i) Se o dano já foi consumado, o pedido deve ser determinado (art. 292, V);
ii) Se o dano for continuado, o pedido será genérico (art. 324, §1º).
3) Depender de um ato a ser praticado pelo réu: como exemplo, temos aqui a ação de exigir
contas. Nessas ações, o valor devido depende da conduta praticada pelo réu.
Em uma classificação tradicional, o pedido pode ser unitário (ou simples), cumulado (cumulação
PETIÇÃO INICIAL - 11
Nossa atenção deve recair principalmente nos pedidos cumulados e pedidos especiais, tendo em vista
que os pedidos simples, por não apresentarem grandes dificuldades e não são objeto de muitos
a) PEDIDOS CUMULADOS: O autor formula diversos pedidos para obter diversas pretensões.
a.1) Pedidos cumulados próprios simples: ocorre quando o autor formula contra o mesmo réu,
duas ou mais pretensões, para que o juiz aprecie todas, hipótese na qual os pedidos são autônomos entre si. É
possível também que sejam formulados contra pessoas diversas. Nesse sentido: STJ, REsp 243.674 – 2003).
○ COMPATIBILIDADE: São pedidos que não se excluem mutuamente, ainda que entre
eles não haja conexão (art. 55, §3º, CPC – conexão sem conexão: Ver material de
competência).
(enunciado 289, FPPC). E em caso de vara única? Aí, meus caros, mesmo assim não
PETIÇÃO INICIAL - 12
será possível cumular no caso de competência absoluta (em razão da matéria), ou seja,
a.2) Pedidos cumulados próprios sucessivos: nessa modalidade, o pedido sucessivo somente será
apreciado se acolhido o pedido principal (prejudicialidade). Como exemplo temos: investigação de paternidade
➔ PEDIDOS CUMULADOS IMPRÓPRIOS: o autor formula diversos pedidos para obter apenas uma
a.1) Pedidos cumulados impróprios alternativos: essa modalidade permite duas situações distintas:
● Por manifestação de vontade: ocorre quando o réu tem, à sua disposição, duas ou mais maneiras de
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o
● Pelo direito material: nessa hipótese, imagine que no plano do direito material, entre o credor e
devedor, ficou estabelecido no contrato que o devedor poderia cumprir a obrigação do jeito A ou do
jeito B. Imagine que o devedor não cumpriu de nenhum dos modos possíveis. Quando do ingresso em
juízo, o autor exigiu o cumprimento apenas do modo B. O réu poderia, nesse caso, cumprir a
PETIÇÃO INICIAL - 13
obrigação do jeito A? A resposta é sim. Se o direito material permite obrigações alternativas, o réu
poderá cumprir de qualquer uma das formas, ainda que o autor, ao ingressar no judiciário, tenha
pleiteado somente uma delas (art. 325, parágrafo único, do CPC/15 e art. 252, do CC/02).
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não
se estipulou.
a.2) Pedidos cumulados impróprios subsidiários: há uma escala de interesses entre os pedidos.
Assim, somente será apreciado o pedido subsidiário se negado o principal. Há interesse recursal do autor em
pedir no Tribunal o pedido principal quando o juiz lhe concedeu apenas o subsidiário. Neste sentido:
Enunciado 288 do FPPC: Quando acolhido o pedido subsidiário, o autor tem interesse
são excludentes entre si, o acolhimento de qualquer deles satisfaz por completo
a pretensão do autor, não lhe ensejando interesse em recorrer, o que impõe que
subsidiário, surge para o autor o interesse em recorrer da decisão, sendo que tal
441/STJ). 2. No caso concreto, a autora (ora recorrente) formulou três pedidos: 1) que
deferido o pedido anterior, seja reconhecido que não houve lesão aos cofres públicos,
retirando a cobrança do pagamento do ICMS e dos juros, haja vista que a autora não
deixou e nem deixaria de pagar o imposto, em virtude dos créditos que tinha e com os
PETIÇÃO INICIAL - 14
quais permanece"; 3) "não sendo acolhidos os pedidos anteriores, seja, ao menos,
possui junto ao Estado do Rio Grande do Sul com o 'débito' oriundo do auto de
pedido principal, razão pela não há falar em decaimento de parte mínima do pedido
(art. 21, parágrafo único, do CPC). 4. Recurso especial não provido. (REsp n.
b) PEDIDO ESPECIAL
Pedido de prestações periódicas: Nas relações de trato sucessivo, o autor formulando a primeira
parcela, todas as demais serão concedidas de pleno direito. Constitui modalidade de pedido implícito.
ATENÇÃO
“Obrigação indivisível é aquela cuja prestação não comporta divisão, seja por sua natureza, por motivo
de ordem econômica ou em razão do próprio negócio (art. 258 do CC). Nesse caso, havendo pluralidade de
credores, qualquer um deles, individualmente, tem legitimidade e interesse para exigir o cumprimento da
Como a decisão precisa ser uniforme para todos os credores, mesmo aquele que não participou do
processo será atingido pelos efeitos da sentença, podendo levantar a sua parte, deduzidas as despesas na
Vale lembrar que não há necessidade de formação de litisconsórcio, mas, se formado, ele será
facultativo e unitário.16”
15
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 489.
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Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 489.
PETIÇÃO INICIAL - 15
4.4.7 ALTERAÇÃO DO PEDIDO
O professor Elpídio Donizetti explica que, “completada a relação processual com a citação do réu,
individualização da demanda, pelo que nenhuma alteração poderá ser levada a efeito sem o consentimento do
réu. Assim, até a citação, pode o autor alterar ou aditar o pedido ou a causa de pedir sem o consentimento do
réu. Se, no entanto, o ato citatório tiver sido realizado, o aditamento ou a alteração do pedido e da causa de
pedir dependerão do consentimento da parte contrária. Nesta última situação a manifestação do autor deve se
Toda causa tem valor, mesmo que não haja conteúdo econômico aferível (arts. 291 e 319, V, CPC).
Qual deve ser o valor da causa? Segundo o professor Marcus Vinícius “ Deve corresponder ao
conteúdo econômico do que está sendo postulado, e não daquilo que é efetivamente devido18”
ATENÇÃO
“O juiz poderá determinar a redução equitativa do valor da causa, se verificar que, fixada em
montante excessivo, pode prejudicar o exercício de alguma faculdade processual pelo réu, que depende do
17
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 489.
18
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva,
2022. P. 470.
PETIÇÃO INICIAL - 16
recolhimento de custas calculadas com base no seu valor. É o que foi decidido pelo STJ – 3ª Turma, REsp
Os critérios para a fixação do valor da causa são fornecidos pelo art. 292 do CPC:
demanda. Naquelas que não tem conteúdo econômico, a fixação será feita por estimativa do
autor.
da ação;
autor;
umas e outras.
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se
custas correspondentes.
19
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva,
2022. P. 470.
PETIÇÃO INICIAL - 17
Qual a importância de se atribuir o valor da causa? O professor Marcus Vinícius20 afirma que essa
b) o procedimento: pois influi, por exemplo, sobre o âmbito de atuação do juizado especial cível;
c) no cálculo das custas e do preparo, que podem ter por base o valor da causa;
e) na possibilidade de o inventário ser substituído por arrolamento sumário (CPC, art. 664, caput).
Considerando a importância do valor da causa, é possível que o réu discorde do valor estabelecido
pelo autor? A resposta é sim. O art. 293 do CPC autoriza o réu a impugnar o valor da causa, em preliminar de
contestação.
E se o réu não impugnar, o juiz, pode determinar a correção de ofício? A resposta também é positiva
nesse caso. Segundo o professor Marcus Vinícios, “o juiz, de ofício, poderá determinar a correção, tanto que o
art. 337, § 5º, estabelece que, dentre as matérias alegáveis em preliminar, o juiz só não pode conhecer de ofício
a convenção de arbitragem e a incompetência relativa. As demais, incluindo incorreção no valor da causa, ele
deve conhecer de ofício. O juiz deve fazer esse controle, pois o autor pode:
● ter atribuído valor à causa em montante incompatível com o conteúdo econômico da demanda, que
4.6 PROVAS COM QUE O AUTOR PRETENDE DEMONSTRAR A VERDADE DOS FATOS ALEGADOS
É importante termos em mente de que é inviável que o autor saiba exatamente quais as provas que
ele precisará produzir, tendo em vista que terá de aguardar a manifestação do réu para dar direcionamento
adequado à estratégia que o levará a ter êxito no processo. Dessa forma, o mero protesto genérico de provas
não gera preclusão, pois a produção das provas se dará em momento oportuno. Neste sentido, decisão do
20
Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
P. 470.
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Gonçalves, Marcus Vinicius R. Esquematizado - Direito Processual Civil. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Editora Saraiva, 2022.
P. 471.
PETIÇÃO INICIAL - 18
SUSTENTANDO NÃO POSSUIREM ELES LEGITIMIDADE PARA PROPO-LA POR SE TRATAR
QUE DEU MARGEM AO ACÓRDÃO RESCINDENDO, POR CERTO QUE PODERAO SER
AUTORES, POIS A LEI NÃO A PROIBE. PODERA A QUE VIER A SER REALIZADA NÃO
VOL-00106-01 PP-00157)
genérico para futura especificação probatória (CPC, Art. 282, VI); na segunda,
após a eventual contestação, o Juiz chama à especificação das provas, que será
formulado na inicial.
Quando o tema é abordado nas provas, o examinador geralmente cobra a letra fria da lei. Assim, o
candidato deve ter domínio e conhecimento do próprio texto, sendo que dispositivos mais importantes são os
seguintes:
PETIÇÃO INICIAL - 19
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à
propositura da ação.
fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos,
quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para
após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos,
Nos termos do art. 319, VII, do CPC, cabe ao autor indicar na sua petição inicial seu interesse quanto à
se manifestarem contra sua realização, de forma que sendo omissa a petição inicial,
compreende-se que o autor não se recusa a participar da audiência, que assim sendo
Ademais, neste ponto é importante a leitura atenta do art. 334 do CPC, haja vista a cobrança nas
22
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil - Volume único, 11ª ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 594.
PETIÇÃO INICIAL - 20
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu
consensual;
e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência,
com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da
públicos.
início da seguinte.
PETIÇÃO INICIAL - 21
O que se deve saber é que agora o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação ou
mediação.
1) Em regra, não será presidida por um juiz: Devendo ser dirigida por um conciliador (atua nas
causas sem prévio vínculo e sua conduta é mais ativa) ou mediador (atua nas causas com prévio vínculo e sua
c) Quando ambas as partes recusarem: O autor na petição inicial e o réu até 10 dias antes da
audiência.
5) É possível a realização de mais de uma audiência com finalidade conciliatória, desde que
“Proposta a ação, cabe ao juiz exercer a cognição preliminar acerca dos pressupostos e dos requisitos
processuais, bem como da existência de eventuais circunstâncias que possibilitem a resolução liminar do
mérito. Nessa etapa procedimental, que medeia a postulação do autor e eventual resposta (postulação) do réu,
o juiz, em geral, emite provimento positivo, determinando a citação. Pode, entretanto, emitir provimento
Em resumo,o magistrado, diante da petição inicial, deve adotar uma das seguintes posturas:
petição inicial é matéria de ordem pública (Arts. 337, §5º e Art. 485, §3º,
CITAR CPC).
Art. 250, II
23
Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 489.
PETIÇÃO INICIAL - 22
“Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos
EMENDAR OU ADITAR
➔ “A jurisprudência considera que esse prazo para a emenda da
Art. 321, CPC
petição inicial tem natureza dilatória, e não peremptória. Isso
decisão terminativa”25
ATENÇÃO: O Art. 330 tem que ser lido a partir do princípio da cooperação
e primazia do mérito.
INDEFERIR
Assim, se o vício da petição inicial for sanável, haverá prazo para
Art. 330, CPC
regularização, caso contrário, extinção do processo sem mérito.
liminar se:
JULGAMENTO LIMINAR
DE IMPROCEDÊNCIA
a) Não houver outras provas a serem produzidas e
Art. 332, CPC
b) 1-houver prescrição/decadência ou 2-a tese da petição inicial
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Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 490.
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Donizetti, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. Volume Único. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2022. p. 490.
PETIÇÃO INICIAL - 23