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Sumário
UNIDADE A TEORIA GERAL DO PROCESSO
1.1 Do DireitoProcessual 07
01
1.1.1 Das Funções do Direito 08
1.1.2 Lide 09
1.1.3 Processo 10
1.1.4 Procedimento 10
1.1.5 Pretensão 11
1.2 A Lei Processual no Espaç o e no Tempo 11
1.3 Princípios, Funções e Garantias Constitucionais do Processo 13
1.3.1 Das Funções dos Princípios 13
1.3.2 Garantias Constitucionais do Processo Civil 14
1.3.2.1 Princípio do Devido Processo Legal 14
1.3.2.2 Princípio da Imparcialidade 15
1.3.2.3 Princípio do Contraditório 16
1.3.2.4 Princípio da Ampla Defesa 17
1.3.2.5 Princípio da Fundamentação 17
1.3.2.6 Princípio da Publicidade 18
1.3.2.7 Princípio da Celeridade Processual 18
1.3.2.8 Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 19
1.3.3 Princípio do Processo Civil 19
1.3.3.1 Da Ação e da Disponibilidade 19
1.3.3.2 Da Verdade Formal 20
1.3.3.3 Da Lealdade Processual 20
1.3.3.4 Da Economia Processual 21
- Fixando o Conteúdo 22
02
2.1.1 O Processo na Idade Antiga e Média 27
2.1.2 Surgimento do Estado Moderno e Autonomia do Direito Processual 28
2.2 A Evolução do Direito Processual Brasileiro 29
2.2.1 Legislação Processual da República 30
- Fixando o Conteúdo 35
03
3.1 A Estrutura do Poder Judiciário 39
3.1.1 Dos Princípios Gerais da Organização do Poder Judiciário 42
3.1.2 Das Justiças 42
3.3 Juiz/Magistrado: Deveres e Imparcialidade 46
- Fixando o Coneúdo 50
04
4.3 Da Advocacia e Defensoria Públicas 57
4.4 Auxiliares da Justiça 58
- Fixando o Conteúdo 61
3
UNIDADE FONTES, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO
PROCESSUAL
05
5.1 Fontes do Direito Processual 65
5.2 Interpretação e Aplicação do Direito Processual 66
5.2.1 Elementos da Interpretação Jurídica 68
5.3 Integração do Direito Processual 69
5.3.1 As Fontes de Preenchimento de Lacunas 70
5.3.2 Os Métodos de Integração do Direito 72
5.3.3 Justiça e Equidade 73
5.4 Antinomias no Direito Processual 73
5.4.1 Critéios de Resolução das Antinomias Jurídicas 74
- Fixando o Conteúdo 75
06
6.1.1 Da Composição de Litígios 79
6.1.2 Autotutela 79
6.1.3 Autocomposição 80
6.1.4 Tutela Jurisdicional 81
6.1.5 Finalidades e Características 81
6.1.6 Prescrição e Decadência 82
6.2 Princípios da Jurisdição 82
6.2.1 Princípio da Inevitabilidade 82
6.2.2 Princípio da Indeclinabilidade 82
6.2.3 Princípio da Investidura 83
6.2.4 Princípio da Indelegabilidade 83
6.2.5 Princípio da Inércia 83
6.2.6 Princípio da Aderência 84
6.2.7 Princípio da Unicidade 84
6.2.8 Jurisdição Contenciosa e Voluntária 84
6.3 Ação e Defesa 85
6.3.1 Condições da Ação 87
6.3.2 Legitimidade 88
6.3.3 Interesse de Agir 88
6.3.4 Questão de Mérito: Possibilidade Jurídica do Pedido 89
6.3.5 Da Classificação das Tutelas 90
6.3.6 Processo de Conhecimento 90
6.3.6.1 Processo de Execução 92
6.3.6.2 Processo Cautelar 94
6.3.7 Dos Elementos da Ação 95
6.3.8 Das Partes da Ação 95
6.3.9 Da Causa de Pedir 96
6.3.10 Do Pedido 97
6.4 As Partes e Seus Deveres e Ônus Processuais 97
6.4.1 Relação Jurídica Processual 99
6.4.2 Substituição Processual X Substituição de Parte 100
6.4.3 Capacidade Processual X Capacidade de Estar em Juízo 101
- Fixando o Conteúdo 104
GLOSSÁRIO 107
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 111
4
CONFIRA NA APOSTILA
6
1.1. DO DIREITO PROCESSUAL
1BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz Mattos. Coleção Sinopses Jurídicas 11 - Processo civil: teoria geral
do processo e processo de conhecimento. Fls. 15 [Minha Biblioteca].
7
O Direito Processual tem quatro institutos fundamentais que são: a jurisdição, ação,
exceção ou defesa e o processo.
Jurisdição é o poder de julgar do Estado, é o poder concedido aos Magistrados para
aplicar o direito para dirimir os litígios e conflitos.
O instituto da jurisdição trata da competência e dos poderes concedidos ao Juiz no
processo, trata, ainda da exigência de fundamentação nas decisões e do duplo grau
de jurisdição.
Ação é o direito de pleitear, pedir, exigir em juízo o que lhe é devido ou violado. É o
direito de postular do Estado-Juiz uma decisão de mérito, onde são observadas as
condições da ação e fenômenos como conexão, prevenção, litispendência,
litisconsórcio, coisa julgada e meios de extinção processual.
Em relação à exceção ou defesa, trata-se de direito de o Réu responder à ação, de
prazos e a importância de estabelecê-los e cumpri-los, da ocorrência de revelia e
julgamento antecipado da lide.
O processo é o instituto que traz todas as regras e procedimentos, e tem funções
específicas de direcionar as condutas, tratar conflitos, integração social e
legitimação do poder.
8
A maior diferença entre essas funções é que o tratamento de conflitos ocorrem
após o acontecimento do conflito e a função de direcionar as condutas tende a evitar
tais conflitos, é anterior, é preventivo.
Portanto, pode-se dizer que o conflito surge da ineficácia das normas de direção
das condutas.
Em relação à função de integração social atua para que o direito seja um fator
de aderência às normas, ou seja, que a pluralidade de indivíduos adote o mesmo
sistema de normas, transformando esse conjunto em um todo, que se transforme em
uma sociedade.
Para tanto, é necessário que as normas sejam legítimas e reconhecidas por
todos.
Por último, tem-se a função de legitimação do poder, que se dá sob duas
condições: que o direito exigido seja legítimo e previsto em Lei ou em Constituição; e
que as partes tenham acesso a esse direito conforme os ditames das normas de direito
e o exerçam de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo direito.
1.1.2. Lide
É importante esclarecer que a lide também pode ter uma solução amigável, sem
a intervenção do Poder Judiciário. Na realidade, é possível se deparar com lides a todo
tempo no convívio social. Porém, deve-se solucionar esses conflitos por consenso entre
as partes.
Somente quando é impossível resolver tais lides de maneira amigável ou
quando há riscos de danos para uma ou ambas as partes, é que se deve acionar o
Poder Judiciário. É justo afirmar que seria impossível para o Judiciário resolver todas
as lides que existem em uma sociedade. Por isso, é que o Estado tem estimulado a
sociedade a buscar formas alternativas para solucionar os conflitos, tais como a
conciliação, mediação e arbitragem.
9
1.1.3. Processo
Pode-se conceituar processo como uma relação jurídica vinculada entre as partes
e o Estado Juiz, amparada por uma decisão.
1.1.4. Procedimento
10
Em regra geral, o ordenamento jurídico brasileiro prevê o procedimento comum,
que é adotado quando o direito material em litígio não demandar regras específicas.
Porém, há algumas relações jurídicas que são mais específicas e diferenciadas
e para melhor efetividade do processo, deve-se adotar os procedimentos especiais.
As diretrizes desses procedimentos serão exploradas nos próximos capítulos.
1.1.5. Pretensão
11
Porém, a CF também prevê aos Estados e o Distrito Federal a competência
concorrente para legislar sobre o procedimento.
Considerando-se que a maior fonte do Direito Processual é a Lei, nosso
ordenamento criou o Código de Processo Civil para concentrar a maior parte das
normas legais. Entretanto, foi necessários a criação de outras Leis para tratar as normas
específicas, como por exemplo: o Código de Defesa do Consumidor, a Lei do
Inquilinato, entre outras.
No espaço, a Lei processual é regida pelo Princípio da Territorialidade, que está
previsto no Código de Processo Civil:
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras,
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou
acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
É imperativo que se diga que a Lei Processual não retroage, não anula ou
modifica os atos já praticados e findos, conforme previsão legal:
12
subsidiária em relação a outras áreas do direito, como nos processos eleitorais, por
exemplo, de acordo com os termos do CPC, artigo 15.
13
1.3.2. Garantias Constitucionais do Processo Civil
Os princípios são os pilares fundamentais da Constituição e de todas as demais
Leis. Pela Constituição Federal do Brasil, os princípios são garantias individuais do
indivíduo perante o Poder Jurisdicional do Estado.
O Código de Processo Civil impõe a aplicação e interpretação dos princípios,
observando-se os valores e normas fundamentais instituídos na CF:
É imperativo destacar que não são todos os princípios de processo que são
garantias constitucionais. A maioria das garantias constitucionais estão elencadas
no art. 5º da CF, que são consideradas cláusulas pétreas. As “cláusulas pétreas”
são dispositivos constitucionais que não podem sofrer alteração, sequer por
Proposta de Emenda à Constituição ou PEC. Essas cláusulas foram constituídas na
CF de 1988, conforme prevê seu artigo 60, § 4º.
14
No Direito Processual Civil, esse princípio incorpora todos os demais princípios
e, atuando com o contraditório, com a ampla defesa e a imparcialidade, formam um
conjunto de garantias processuais básicas para uma sociedade democrática e justa.
15
Para saber mais sobre o exemplo acima citado:
2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Julgamentos_de_Nuremberg – acesso em 10 de março de 2020.
16
É uma garantia de legitimação do processo, já que garante às partes, que
poderão manifestar e participar efetivamente do processo o que traz maior justiça nas
decisões.
17
A única exceção a esse princípio, ocorre nos julgamentos do Tribunal do Júri
Popular, órgão que possui jurisdição e soberania de seus veredictos, onde o Réu é
julgado por seus semelhantes, mediante respostas simples, positivas ou negativas,
aos quesitos formulados pelo Juiz, sem qualquer fundamentação.
18
justa e dentro do prazo razoável, de acordo com o CPC, artigos 4º e 6º. Já o art. 12 do
CPC elenca a extensão e a eficácia dessa garantia.
Portanto, as normas legais, com a intenção de manter uma igualdade para
todos, tendem a respeitar uma ordem cronológica para decidir os processos,
ressalvando-se as exceções acima elencadas.
Esse princípio é corroborado no atual CPC pelo princípio da duração razoável
do processo, que não é senão um corolário do princípio da celeridade processual.
19
Essa disponibilidade possibilita a autocomposição das partes, renúncia,
transação, aplicação dos efeitos da revelia, entre outros.
Porém, esse princípio da disponibilidade não se aplica às Ações Civis Públicas,
vez que são de natureza indisponível, por tratar de ações propostas para defender os
interesses difusos ou coletivos.
20
À parte que violar a boa-fé processual, será aplicada a penalidade por litigância
de má-fé, que já apresenta complicações maiores e mais penosas para aquele que
sofrer suas implicações, conforme previsão no CPC, artigos 79 a 81.
Conforme traz o CPC, a má-fé se manifesta de diversas formas, como, por
exemplo: alterar a verdade dos fatos, opuser resistência injustificada ao processo, entre
outros.As penalidades são o pagamento de multa, cujo valor será arbitrado pelo Juiz,
podendo ser de 1% até 10% do valor da causa; indenização para a parte contrária que
sofreu a má-fé, por eventuais danos e prejuízos e a condenação ao pagamento de
custas processuais e honorários advocatícios, este também a ser arbitrado pelo
magistrado.
Em regra, os Juízes impõem essas sanções às partes como reza o art. 79
(acima transcrito), porém há diversas decisões que atingem os advogados,
condenando-os, solidariamente com seu representado, pela mesma causa.
Obviamente, isso ocorrerá se o referido advogado também tenha agido com má-fé.
21
1-Analise as assertivas a seguir:
I- A cooperação entre as partes não é necessária para assegurar uma razoável duração
do processo, uma vez que cada uma delas tem seus próprios interesses na demanda.
II- O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado
por outra que não a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de
exceção.
III- Os princípios gerais do direito são enunciados gerais e universais que orientam a
compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração, estando estas
positivadas ou não.
Estão corretas:
a) I e II
b) I e III
c) II e III.
d) I, II e III.
e) I, apenas.
22
4- Garantia que assegura que todas as partes tenham o conhecimento das razões e
motivações do Juiz para chegar à decisão, garantindo-se a pacificação social e
permitindo a interposição de recursos pela parte vencida, caso queira.
O trecho acima se refere ao princípio:
a) da ampla defesa.
b) do contraditório.
c) da fundamentação.
d) da imparcialidade.
e) da publicidade.
6- Garante aos litigantes o direito de ter uma sentença de mérito em um prazo razoável,
como também garante a tutela satisfatória.
O trecho acima se refere ao princípio:
a) da celeridade.
b) da boa-fé processual.
c) do devido processo legal.
d) da verdade formal.
e) da fundamentação.
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8-(TCM/BA-2018-Auditor Estadual de Controle Externo-CESPE/CEBRASPE) De
acordo com norma presente no art. 286, inciso II do Código de Processo Civil (CPC),
que trata da prevenção do juízo, devem ser distribuídas por dependência as causas de
qualquer natureza quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for
reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam
parcialmente alterados os réus da demanda. Essa regra objetiva dar efetividade ao
princípio
a) do contraditório.
b) da inércia.
c) da unidade.
d) do juiz natural.
e) da investidura.
24
UNIDADE
A HISTÓRIA DO DIREITO PROCESSUAL
25
2.1. HISTÓRIA DO DIREITO PROCESSUAL
O Direito Processual percorreu um longo caminho até hoje, tendo passado por
diversas fases que devem ser historicamente destacadas e compreendidas, tanto no
Brasil como no mundo.
Inicialmente, destaca-se o Direito Romano Germânico, que surgiu na Europa, e
é nesse sistema que se encontram as raízes do nosso Direito Processual, passando,
ainda, pela Idade Média e Moderna.
É importante destacar:
3 RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 25
4 ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 23
26
2.1.1. O Processo na Idade Antiga e Média
É importante mencionar que em Roma, durante a República, os juízes eram
chamados de Jurisconsultos, porém eles apenas decidiam o que era certo ou errado,
somente julgavam. Entretanto, o Senado nomeava os pretores que eram responsáveis
pela execução das decisões.
Contudo, quando se transformou em Império, houve uma concentração de
poder em Roma. Com a morte de Júlio Cesar, o Imperador Otávio Augusto, mais
autoritário que seu antecessor, transformou os pretores em juízes poderosos, que
podiam proferir sentenças e executá-las.
Antes do império de Otávio Augusto, os jurisconsultos decidiam ações de
natureza declaratória, constitutiva e condenatória e os pretores atuavam sobre as ações
mandamentais e as executivas lato sensu.
Mais tarde, durante o seu governo, Otávio Augusto, os pretores, que haviam se
tornado poderosos juízes, passaram a proferir todas as espécies de decisão, assim
como prevê a atual classificação quinaria das ações ou de eficácias das sentenças:
declaratórias, constitutivas, condenatórias, mandamentais e executivas lato sensu.
Atualmente, o Juiz no Brasil decide as ações da mesma forma e eficácia que
os pretores da época do Imperador Otávio Augusto.
Já na Idade Média, parte dessa evolução processual de Roma se perdeu em
razão da influência da figura paterna e declaratória da divindade e por obra dos
glosadores (estudiosos) que não interpretavam o conteúdo o texto que reproduziam.
Nessa fase, estão três da cinco etapas da evolução da Teoria Processual: o período
primitivo, a escola judicialista e o praxismo.
5
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 32
28
O Procedimentalismo foi uma transição do período de sincretismo metodológico
para a fase autonomista, que se caracteriza pelos estudos descritivos de institutos
processuais particulares, surgindo em meados do século XVII.
Nessa fase, houve uma reforma para harmonizar a legislação criminal com os
princípios de justiça e humanismo, versando sobre a aplicação da legalidade e da
separação dos poderes ao Direito Processual, devendo o processo obedecer aos
procedimentos, ritos, formas e prazos conforme estabelece a Lei. Nesse caso, o Juiz
deixa de interpretar a Lei e apenas aplica.
Contudo, foi carente o embasamento teórico, sendo que a Teoria do Direito
Processual não atingiu o mesmo nível alcançado pela teoria dos outros ramos do
Direito. A fase do Processualismo Científico, que surgiu no século XIX, foi o nascimento
da fase autonomista. A atenção é voltada para a autonomia da ação e dos demais
institutos processuais, surgindo grandes construções processuais do direito.
Nessa fase, buscou-se o estudo do processo e demais institutos básicos do
Direito Processual, ou seja, buscaram a construção da Teoria do Direito Processual,
deixando em segundo plano as práticas forenses e sua regulamentação procedimental.
6
As Ordenações Filipinas, ou Código Filipino, é uma compilação jurídica que resultou da reforma do código
manuelino, por Filipe II de Espanha (Felipe I de Portugal), durante o domínio castelhano. Ao fim da União Ibérica
(1580-1640), o Código Filipino foi confirmado para continuar vigendo em Portugal por D. João IV. (Disponível em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Filipinas – acesso em 15 de março de 2020)
29
Durante o Império, a legislação penal era extremamente desumana. Por isso,
as primeiras mudanças foram feitas justamente no Direito Penal e Processual Penal.
A primeira Constituição Brasileira foi outorgada em 1824 e já trouxe novos
preceitos e princípios que garantiam um processo criminal menos cruel.
Em 1830, houve a edição do Código Criminal do Império e, apenas dois anos
depois, no ano de 1832, foi promulgado o Código de Processo Criminal do Império, que
se fundamentou na legislação inglesa (modelo acusatório e na legislação francesa
(modelo inquisitório), transformando em um sistema misto.
Houve uma alteração em 1841, que aumentou o Poder de Polícia, considerado
um retrocesso nos avanços na matéria processual pena. Isso ocorreu com o intuito de
restaurar a ordem e criar meios e instrumentos para que o governo pudesse impor sua
autoridade, já que nesse período ocorreram muitas movimentações políticas e
revoluções em todo país.
Contudo em 1871, a orientação liberal se restabeleceu com a separação da
Justiça e da Polícia, oportunidade em que se criou o inquérito policial.
Também foi editado o Código Comercial, através da edição do Regulamento nº
737, em 1850, determinando a ordem do Juízo nos processos comerciais.
É importante destacar que a mesma legislação que reestabeleceu a orientação
liberal processual penal, também determinou a Consolidação das Leis de Processo
Civil, em 1876, a partir do texto do Conselheiro Antônio Joaquim Ribas.
30
O marco das grandes reformas no Direito Processual Brasileiro veio com a
Revolução de 1930. Com a CF de 1934, a União voltou a ter a competência para legislar
em matéria processual, excluindo dessa função os Estados-membros. Porém, manteve-
se a dualidade de justiças ordinárias e a competência dos Estados-Membros para
legislar apenas sobre as suas divisões e organizações judiciárias.
No ano de 1936, criou-se a primeira Lei processual federal (nº 319), que
regulamento os recursos das decisões finais proferidas pelas Cortes de Apelação e de
suas câmaras.
No direito processual penal, nasce o Decreto-lei nº 167 em 1938, que institui o
Júri.
Com o surgimento do Estado Novo, extinguiu a dualidade de justiças ordinárias,
ou seja, extinguiu-se a Justiça Federal. A CF/1937 foi centralizadora e não trouxe outras
mudanças que merecessem destaque. Porém, nesse período criaram-se os Códigos
Nacionais de Direito Processual Civil (1939) e Penal (1941). Com isso, o Brasil se liberta
quase totalmente do sistema processual herdado de Portugal.
Sobre esse período também é importante destacar:
7
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição. [Minha
Biblioteca]. Fls. 47. Em referência a MARQUES. Op. cit., p. 125.
31
O Regime Militar de 1964 provocou várias alterações na legislação processual,
principalmente com a decorrência dos Atos Institucionais, os chamados AI’s. O AI-
1 suspendeu a garantia de vitaliciedade do juiz, durante seis meses, ferindo a
garantia do acusado ao seu direito de ser julgado por tribunal independente.
Em seguida o AI-2 determinou que permanecesse a suspensão da garantia de
vitaliciedade do juiz por período indeterminado, bem como alterou a estrutura do
Poder Judiciário e restabeleceu a Justiça Federal de 1ª Instância como órgão
especial da Justiça Comum.
Em 1967 outorgou-se nova Constituição e em 1969, a Emenda Constitucional nº 1,
que não alteraram as garantias processuais instituídas na CF/1946. Contudo, a AI-
5 manteve a suspensão das garantias do Poder Judiciário, liberou o confisco de
bens e restringiu o Habeas Corpus.
Entretanto, com o passar dos anos, CPC sofreu várias modificações através de
outras leis. Tais como: a Lei nº 11.690/2008 (provas); Lei nº 11689/2008 (Tribunal do
Júri); Lei nº 11.719/2008 (Suspensão do Processo entre outros); Lei nº 12.403/2011
(prisões processuais e as medidas cautelares penais); entre outras leis.
Já o CPC de 1973, que foi dividido em cinco livros (processo de conhecimento,
de execução, cautelar, dos procedimentos especiais e das disposições finais e
transitórias) dita que há três modelos de processo jurisdicional: de conhecimento, de
execução e cautelar.
32
O Código de Processo Civil de 2015 foi aprovado numa tentativa de modernizar
o processo judicial no país. Novos conceitos como unificação do processo de
conhecimento e de execução em um único procedimento, simplificação dos atos
judiciais e processo judicial eletrônico tornaram-se novidades no mundo jurídico desde
então.
O CPC, Lei nº 13.105/2015, também já sofreu alteração pela Lei nº 13.256/2016
- que tratou do sistema recursal.
No que se refere à legislação extravagante, diversas leis se destacaram para a
evolução da lei processual no Brasil. Pode-se citar:
Lei nº 7.210/1984, chamada de Lei de Execuções Penais;
Lei nº 9.099/1995, Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
Lei nº 8.069/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente;
Lei nº 8.078/1990, o Código de Defesa do Consumidor;
Lei nº 10.259/2001, a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais Federais;
Lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha;
Lei nº 11,343/2006, a Lei de Drogas;
Lei nº 12.403/2011, que altera o CPP em referência à prisão processual; entre
muitas outras.
Ainda nessa linha, há leis que foram criadas para regular as atividades
essenciais à Justiça que também tratam de Direito Processual, tais como: a Lei
Orgânica do Ministério Público Nacional (Lei nº 8.625/1993); o Estatuto da Advocacia e
da OAB (Lei nº 8.906/1994); entre outras.
Indiscutivelmente, a CF de 1988 foi a Constituição que melhor priorizou a
matéria processual. Sendo assim, é importante destacar que ela pode ser dividida em
três níveis: 1) a tutela constitucional das garantias das partes e os princípios
fundamentais do Direito Processual; 2) o Poder Judiciário e as funções essenciais à
Justiça; e 3) a jurisdição constitucional.
Na legislação brasileira contemporânea, a preocupação é transformar o direito
processual em um instrumento eficaz para o acesso à Justiça. Para tanto, esse
movimento por acesso à justiça traz três segmentos:
O primeiro é o aperfeiçoamento da assistência judiciária para aqueles que não
tem condições financeiras para arcar com as despesas processuais, que teve
regulamentação atualizada pelo novo CPC de 2015, bem como, com a criação dos
33
Juizados Especiais, também chamado de Pequenas Causas, e a Defensoria Pública.
Em segundo, o aperfeiçoamento da tutela dos direitos transindividuais, ou seja,
coletivos e difusos, principalmente em relação do Direito do Consumidor e ao Direito
Ambiental, que se ampara na Lei nº 7.347/1985 (Ação Civil Pública); o Estatuto da
Criança e do Adolescente; o Código de Defesa do Consumidor; e outras diversas leis.
Em terceiro, a simplificação e racionalização dos procedimentos em juízo, que
é bem defendida por legislações que tratam dos Juizados Especiais, Defensoria
Pública, Lei de Arbitragem, entre outras.
Nesse contexto, é interessante destacar esse texto:
Por fim, apenas para melhor ilustrar o percurso do Direito Processual no Brasil,
segue o gráfico:
Tabela 1
8
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 32
34
1- Com base na teoria da evolução processual, julgue os itens a seguir:
I- Pode-se afirmar que, de acordo com a doutrina, a evolução do Direito Processual
inclui três fases metodológicas fundamentais: sincretista, autonomista e
instrumentalista; e a evolução da teoria processual possui cinco etapas, sendo elas
período primitivo, escola judicialista, praxismo, procedimentalismo e processualismo
científico.
Com base nesse trecho, julgue os itens a seguir:
II- O período da evolução da teoria processual denominado praxismo foi marcado por
exacerbado apoio dos processualistas nas normas legais escritas, não se tolerando o
costume como fonte de direito processual para os juristas da época.
III- Processualismo científico foi o nome dado à fase da evolução do direito processual
em que se buscou o estudo do processo e demais institutos básicos do mesmo, ou seja,
buscaram a construção da Teoria do Direito Processual, deixando em segundo plano
as práticas forenses e sua regulamentação procedimental.
Estão corretos:
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) I, II e III.
e) I, apenas.
35
3- Restabeleceu garantias processuais importantes suprimidas durante o regime
anterior, como o mandado de segurança e o habeas corpus, respectivamente contra
atos de autoridades públicas contra direito líquido e certo e contra a liberdade de
locomoção dos cidadãos.
O trecho acima se refere a que norma?
a) CPC de 1939.
b) CPC de 1973.
c) CPC de 2015.
d) Constituição de 1967.
e) Constituição de 1988.
5- Teve como períodos componentes, em sua época, o dos glosadores, que eram
apegados ao texto romano e a interpretação literal da Lei; o dos pós-glosadores, que
eram práticos do direito, da administração e da política, tinham o objetivo de adaptar o
Direito Romano à condições da época para solucionar os casos concretos; e o
humanista ou da culta jurisprudência, que tinha o objetivo de buscar o ressurgimento
do estudo dos clássicos originais, descartando-se as novas obras e interpretações do
Direito Romano. A fase da evolução da teoria processual descrita no trecho acima ficou
conhecida como:
a) período primitivo
b) escola judicialista
c) praxismo
d) procedimentalismo
e) processualismo científico
36
6- O Ato Institucional nº 5, conhecido usualmente como AI-5, foi um decreto emitido
pela Ditadura Militar durante o governo de Artur da Costa e Silva no dia 13 de dezembro
de 1968. O AI-5 é entendido como o marco que inaugurou o período mais sombrio da
ditadura e que concluiu uma transição que instaurou de fato um período ditatorial no
Brasil. (Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-ai-5.htm).
Entre os destaques em matéria processual contidos no AI-5 estão:
a) supressão do Habeas Corpus e instituição da pena de morte.
b) liberação do confisco, supressão do Habeas Corpus e instituição da censura prévia.
c) suspensão das garantias do acesso à justiça e do devido processo legal.
d) manutenção da suspensão das garantias do Poder Judiciário, liberação do confisco
de bens e restrição ao Habeas Corpus.
e) instituição da prisão política e por atos contra a soberania nacional, restrição do
Habeas Corpus e censura à imprensa.
37
UNIDADE
A ESTRUTURAÇÃO DO PODER
JUDICIÁRIO E MAGISTRATURA
38
3.1. A ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO
9
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição.. [Minha Biblioteca]. Pg. 49
10RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 259
39
É dada competência privativa ao STF – Superior Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores e aos Tribunais de Justiça para apresentarem proposta de alteração no
número de membros dos tribunais inferiores ou do próprio tribunal nas Justiças
Estaduais, para o Legislativo e, ainda, criação ou extinção de cargos, fixação de
vencimentos, e outros.
Para que essas garantias sejam cumpridas, a CF/88 determinou que:
Com base nesse preceito constitucional, é justo afirmar que a organização dos
poderes do Estado Brasileiro pressupõe que o Poder Judiciário tem a tarefa de
examinar a legalidade dos atos praticados pelos demais poderes.
Nesse sentido, Horácio Rodrigues afirma:
11RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg 260
40
Inicialmente, considera-se Justiça, o conjunto dos órgãos de 1º e 2º graus que,
de acordo com a CF/88, formam uma divisão do Poder Judiciário. As justiças
especializadas são: a Justiça Eleitoral; a Justiça do Trabalho; a Justiça Militar; e as
Justiças Comuns (Justiças Estaduais e Justiça Federal).
Denomina-se região, todo espaço geográfico que divide o território nacional,
destinados à implantação dos órgãos de 1º e 2º graus das Justiças da União, ou seja,
os Tribunais Regionais. Entretanto, as regiões possuem dimensões diferentes entre as
justiças e não pode ser confundida com as fronteiras territoriais dos estados federados,
ou com as regiões geográficas brasileiras (sul, sudeste, centro-oeste, norte e nordeste).
A Seção Judiciária é uma cota de uma justiça que atua em um espaço territorial
determinado, em uma região específica.
Já a Comarca é cada unidade em que se divide o território de cada Estado-
Membro com a finalidade de administrar a Justiça, é a designação da circunscrição
territorial; ou, ainda, o limite espacial para o exercício da jurisdição, restringindo a
atuação do magistrado. Porém, na Justiça Federal é chamada de subseção.
Considera-se distrito, a divisão interna das comarcas em que um
Juiz/Magistrado deve exercer a sua jurisdição, promovendo a descentralização da
administração da Justiça, através da criação de Fóruns ou Varas Distritais.
O foro é formado por cada seção judiciária, comarca e distrito, onde o Juiz ou
Tribunal exercerá sua atividade jurisdicional, também pode ser empregado no sentido
de juízo, como, por exemplo, o foro privilegiado. Contudo, é diferente de fórum que é o
prédio físico que abriga as dependências dos órgãos judiciários.
Respeitando-se o critério de divisão de competência em razão da matéria,
criou-se a vara que é cada uma das unidades jurisdicionais de uma comarca (Justiça
Estadual), ou de uma seção judiciária (Justiça Federal).
Com o objetivo de dividir o trabalho e organizar os tribunais, criaram-se as
câmaras ou turmas, que são unidades geralmente formadas por três magistrados e
especializadas em razão da matéria, conforme a organização judiciária de cada Estado.
Ressalva-se que o Tribunal de Justiça também pode ser dividido em câmaras reunidas
e conjuntas, além do Tribunal Pleno.
Entrância se refere à classificação hierárquica das comarcas, de função
administrativa com o objetivo de estabelecer as promoções dos magistrados e do
41
Ministério Público. Pode-se dizer que são etapas, degraus das carreiras, atingidos por
promoções gradativas, observando-se a antiguidade ou merecimento.
Por fim, a instância determina o grau jurisdicional em que o processo está
tramitando o pode vir a tramitar, dependendo de cada situação, por exemplo, primeira
e segunda instâncias.
12
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 58
42
Em relação à Justiça dos Estados-Membros, trata-se da Justiça Comum
Estadual, porém, também podem constituir Justiças Militares Estaduais, com juízes de
1º graus e tribunais, conforme previsão constitucional dos artigos 125 e 126.
A criação dessas justiças é necessária para a distribuição de competências,
não havendo hierarquia entre elas, apenas competência para julgamento de matérias
diversas. Não pode uma justiça avocar para si o que é de competência da outra.
Para compreender melhor a Estrutura vertical do Poder Judiciário, é importante
diferenciar os órgãos de 1º e 2º graus e os órgãos de cúpula.
Em relação aos denominados órgãos de cúpula, incialmente deve-se citar o
STF – Supremo Tribunal Federal, que é competente para julgar os processos originais
e recursais oriundos de todas as justiças comuns e especiais, quando se tratar de
ofensa à Constituição Federal e ações com repercussão geral política, jurídica,
econômica e social da matéria em discussão, conforme determina o art. 102 da CF.
O STJ – Superior Tribunal de Justiça é um órgão de cúpula, porém, trata-se de
uma corte infraconstitucional com competência originária e compete, ainda, a
uniformização da jurisprudência nas ações e recursos referentes às leis federais
aplicadas pelas Justiças Comuns Estaduais e Federais, conforme determina o art. 105
da CF.
Também há os órgãos de cúpula específicos que fazem parte das Justiças
especializadas, tais como: STM – Superior Tribunal Militar, o TSE – Tribunal Superior
Eleitoral e TST – Tribunal Superior do Trabalho, nas ações de competência originária e
recursais.
Contudo, o órgão mais importante elegido pela CF/88 é o STF que, com o
advento da Constituição, passou a ser uma corte constitucional, não julgando questões
de matéria infraconstitucional. Nesse sentido: “Art. 102. Caput. Compete ao Supremo
Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição.”
Os órgãos de 1º e 2º graus são diferentes entre as justiças, dependo das
especialidades.
Na Justiça do Trabalho, o 1º grau de jurisdição é formado pelos Juízes do
Trabalho e o 2º grau é formado pelos Tribunais Regionais do Trabalho e pelo TST –
Tribunal Superior do Trabalho, com sede em Brasília.
Já na Justiça Eleitoral, o 1º grau de jurisdição é exercido pelas Juntas Eleitorais
e Juízes Eleitorais. E o 2º grau é formado por Tribunais Regionais Eleitorais, sendo um
43
em cada estado e no Distrito Federal, bem como, pelo TSE – Tribunal Superior Eleitoral,
também com sede em Brasília. É necessária determinação constitucional, em lei
complementar para se fazer a distribuição da competência entre os órgãos dessa
justiça.
Na Justiça Militar, o 1º grau é formado por Juízes (Auditores) e Tribunais
Militares (Conselhos de Justiça) instituídos por lei (CF, art. 122 a 124). O 2º grau é
exercido pelo STM – Superior Tribunal Militar.
O 1º grau de jurisdição na Justiça Federal é exercido por Juízes Federais e
cada Estado-Membro e o DF formam uma Seção Judiciária, com sede na respectiva
capital e varas localizadas conforme estabelece a lei. O 2º grau é exercido pelos
Tribunais Regionais. A Justiça Federal também conta com os Juizados Especiais
Federais, que possuem órgãos competentes para julgar seus recursos e de
uniformização da jurisprudência.
Na Justiça Comum Estadual, o 1º grau de jurisdição é exercido por Juízes
Substitutos e de Direito e pelo Tribunal do Júri, nos casos de crimes dolosos contra a
vida. No 2º grau é exercido pelos Tribunais de Justiças dos respectivos estados. Assim
como a Justiça Federal, a Justiça Estadual também conta com os Juizados Especiais e
as Turmas Recursais que foram criadas para julgar os recursos do juizado.
É importante, ainda, mencionar que em relação à Justiça Militar Estadual,
quando existir, já que sua criação é autorizada em estados cujo o efetivo da Polícia
Militar é superior a 20.000 (vinte mil) integrantes, o 1º grau de jurisdição será exercido
por Juízes de Direito e Conselhos de Justiça e o 2º grau, pelo Tribunal de Justiça do
estado respectivo ou pelo Tribunal de Justiça Militar.
Em relação ao Juizados Especiais, a CF/88 dita:
Para tanto, foi criada a Lei nº 9.099/95 para tratar do Juizados Especiais
Estaduais, sendo complementada pela Lei nº 10.259/2001, que trouxe regulamentação
para os Juizados Especiais Federais, e ambas foram alteradas pela Lei nº 11.313/2006.
44
Em seguida, promulgou-se a Lei nº 12.153/2009, para tratar da criação dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública, no âmbito da União e dos Estados-Membros.
Os Juizados Especiais Estaduais atuam em causas de pequena complexidade
de valor não superior a 40 (quarenta) salários mínimos conforme prevê a Lei nº
9.099/95. Já os Juizados Especiais Federais, conforme a Lei nº 10.259/2001, tem
competência de julgar as causas até 60 (sessenta) salários mínimos.
Sobre os Juízes de Paz, a CF/88 traz que:
13
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 277
45
3.2. JUIZ/MAGISTRADO: DEVERES E IMPARCIALIDADE
São vários os deveres do Juiz no Processo Civil, que estão elencados no artigo
139 do CPC.
Inicialmente, o Juiz tem o dever de “assegurar às partes igualdade de
tratamento” (inciso I). Tal preceito é um requisito fundamental da legitimação da
atividade judicial. Porém, devemos considerar o conceito de isonomia que ultrapassa a
igualdade formal, já que se deve dispensar o tratamento diferenciado a quem não está
em situação de igualdade. Nesse sentido, o Juiz pode conceder prazos especiais para
determinadas partes do processo ou pode conceder justiça gratuita a quem não tem
capacidade financeira de arcar com as custas de um processo, entre outros.
No inciso II, está determinado que o juiz deve “velar pela duração razoável do
processo”. Apesar de ser iniciado pela Parte Autora, é dever do Juiz conduzir o processo
até o fim, pelo impulso oficial, de forma célere e mais econômica possível.
Em seguida, o inciso III estatui que o juiz deve “prevenir ou reprimir qualquer
ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias”. O
Juiz deve zelar pela dignidade da justiça, inibindo qualquer ato que atente contra a
Justiça ou que seja protelatório.
Nos incisos abaixo em destaque, com a finalidade de assegurar a idoneidade
da instrução processual, garantindo que sejam prestadas as necessárias informações
à justiça, a Lei dita que:
46
Em seguida, a Lei determina que o juiz tem o poder de:
47
Em cumprimento ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Juiz não
poderá declinar da jurisdição sob a presunção de lacuna ou obscuridade da Lei,
somente deverá aplicar a equidade quando a Lei permitir, conforme prevê o artigo 140
do CPC.
A Lei também determina que o Juiz decidirá o mérito da lide, respeitando os
limites propostos pelas partes, bem como, dever coibir que as partes utilizem o processo
para obter resultado ilegal (arts. 141 e 142 do CPC).
É importante destacar que o Juiz também responderá civilmente se agir com
dolo ou fraude, ou ainda, recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que
deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte, nos termos do artigo 143 do CPC.
14
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 68
48
As proibições objetivas são chamadas de impedimentos e estão elencadas nos
artigos 144 e 147 do CPC. Hipóteses que vedam expressamente a atuação do Juiz
impedido, ou seja, não haverá juízo íntimo ou discricionário, o que poderá provocar
nulidade absoluta insanável e, ainda, poderá ser rescindida a sentença através de Ação
Rescisória, conforme art. 966, II, CPC.
Há, ainda, as proibições subjetivas denominadas de suspeição, que necessitam
de comprovação nos autos e que geram nulidade relativa e não ameaça a coisa julgada
se não for alegada pelas partes no momento oportuno. Essas situações estão
conectadas ao Juízo íntimo e discricionário do julgador.
Haverá suspeição do Juiz nas hipóteses do artigo 145 do CPC.
As hipóteses de impedimento e suspeição também atingem os membros do
Ministério Público, aos Auxiliares da Justiça e demais sujeitos imparciais do processo.
49
1- Julgue as afirmativas a seguir:
I- De acordo com o código de processo civil, os atos do juiz consistem em sentenças,
decisões interlocutórias e atos ordinatórios.
II- Os tribunais são órgãos coletivos, porém, também há situações em que são
proferidas decisões monocráticas (art. 932, incs. III, IV e V, do CPC). São órgãos de
segundo grau de jurisdição, mas também podem julgar ações de competência
originária.
III- O STF (Supremo Tribunal Federal) é competente para julgar os processos originais
e recursais oriundos de todas as justiças comuns e especiais, quando se tratar de
ofensa à Constituição Federal e ações com repercussão geral política, jurídica,
econômica e social da matéria em discussão, conforme determina o art. 102 da CF.
Estão corretos:
a) I, apenas.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.
e) I, II e III.
51
III.Decidir sempre com equidade.
IV.Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações
que tenham por objeto prestação pecuniária.
a) I e IV
b) I, II e IV
c) II e III
d) II, III e IV
e) I e III
8- São garantias dos juízes para assegurar a imparcialidade dos mesmos nos
processos:
a) vitaliciedade, aposentadoria compulsória e inamovibilidade
b) vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos
c) aposentadoria integral, irredutibilidade de vencimentos e abono
d) aposentadoria integral, vitaliciedade e inamovibilidade
e) inamovibilidade, vitaliciedade e aposentadoria integral
52
UNIDADE
DEMAIS FUNÇÕES ESSENCIAIS DO
DIREITO PROCESSUAL
53
4.1. MINISTÉRIO PÚBLICO E SUA ATUAÇÃO NO PROCESSO CIVIL
15
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 71
54
4.2. PROCURADOR/ADVOGADO
Quando se diz que o advogado deve ser constituído pela parte para propor a
ação e atuar no processo, refere-se a um mandato judicial, ou seja, para que a
representação do advogada seja válida, é necessário uma procuração outorgada pela
pessoa a quem se irá representar, por instrumento particular, ou caso seja analfabeta
ou incapaz, necessariamente por instrumento público.
16
BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz Mattos. Coleção sinopses jurídicas; v. 11 - Processo civil : teoria
geral do processo e processo de conhecimento.. [Minha Biblioteca]. Pag. 73.
55
Para atuar em processos judiciais, o CPC (art. 105) prevê que basta uma
procuração geral com a referência à cláusula ad judicia para que o advogado represente
seu cliente em Juízo.
Entretanto, existem atos personalíssimos a serem executados no curso do
processo, tais como: receber citação; dar quitação, receber dinheiro, entre outros, que
dependem de poderes específicos para que o advogado possa executá-los sem a
presença da parte. Dessa forma, a Lei exige disposição expressa na procuração.
A Lei também estipula que o mandato ou procuração deve conter todos os
dados do profissional, como número da inscrição na OAB, endereço, telefone etc. Tudo
isso para que o advogado seja intimado e tome conhecimento de todos os atos que
ocorram no processo em que foi habilitado.
A procuração concedida no início do processo terá validade para todas as fases
processuais, não sendo necessário renovar o mandato em cada nova fase, porém, se
necessário entrar com uma nova ação, a parte deverá outorgar nova procuração para
o seu advogado.
Nosso ordenamento também prevê casos em que a procuração é
temporariamente dispensada, como nas medidas de urgência, inclusive se houver
possibilidade de preclusão de prazo, decadência ou prescrição. Nesses casos, o ato
poderá ser praticado sem o mandato, com a obrigação de apresentar o documento, no
prazo máximo de quinze dias para validar o ato praticado, sob pena de ineficácia do ato
e, subsequente, responsabilização do advogado, conforme CPC, artigo 104. A
procuração poderá ser assinada digitalmente.
Já o artigo 107 do CPC traz os direitos dos advogados, que serão abaixo
designados.
A todo advogado que estiver no exercício da defesa de seu outorgante, é dado
o direito de examinar os autos, em cartório, mesmo sem procuração, exceto aqueles
que tramitarem em segredo de justiça; requerer vista nos autos; retirar os autos pelo
prazo legal, para manifestar, entre outros.
A parte poderá revogar o mandato concedido a seu advogado a qualquer
tempo, devendo constituir novo procurador no prazo legal. Caso o autor não constitua
outro representante, poderá o Juiz decretar a extinção do processo, por outro lado, se
for o Réu não nomear outro procurador, o processo seguirá à sua revelia.
56
O advogado também pode renunciar ao mandato que lhe foi outorgado, porém,
deve cientificar o seu outorgante e juntar aos autos, prova de que o fez para validar a
sua renúncia, conforme art. 112 do CPC.
Após a juntada do comprovante de ciência de seu cliente sobre a sua renúncia,
o advogado terá que atuar nos dez dias subsequentes se necessário, prazo que a parte
constituirá novo procurador, para que a ela não sofra nenhum prejuízo, salvo se a
referida parte tenha outros procuradores já constituídos no processo.
17
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 77
18
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 78
57
Já a Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os
graus, de forma integral e gratuita, nos termos do artigo 185 a 187 do CPC.
Assim como a Advocacia Pública, a Defensoria Pública também goza de prazo
em dobro sendo o contagem do prazo após a intimação pessoal do representante, que
deverá ser feita por carga do processo, remessa ou meio eletrônico, exceto se a lei
estabelecer prazo próprio para o ato, bem como, a Defensoria também responderá
civilmente e regressivamente quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas
funções.
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de
secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor,
o contabilista e o regulador de avarias.
19
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 321
58
praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios, entre outros. Seus atos estão
elencados nos artigos 152 e 153 do CPC.
O Oficial de Justiça é um auxiliar responsável por praticar atos judiciais externos
e efetivos, ele tem fé pública. Seus atos estão elencados no artigo 154 do CPC, entre
eles: fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências
próprias do seu ofício, etc. O Oficial de Justiça também poderá ser responsável ato nulo
conforme art. 155 do CPC.
O Perito é um auxiliar que tem que ter habilitação legal para assistir o Juiz, no
que se refere a prova que depender de conhecimento e parecer técnico ou científico,
conforme previsto nos artigos 156 a 158 do CPC.
Os peritos devem fazer parte do cadastro mantido pelo Tribunal respectivo, que
será avaliado e formado após consulta pública e/ou por indicação.
A Lei também prevê que caso prestar informações inverídicas responderá pelos
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo
de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, conforme artigo 158 do CPC.
O Depositário ou Administrador é diretamente responsável pela guarda e
conservação de bens que foram penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados
por decisão judicial. Seus atos estão previstos nos artigos 159 a 161 do CPC.
Tanto o Depositário quanto o Administrados receberão, por seu trabalho,
remuneração a ser fixada pelo juiz, que analisará a situação dos bens, o tempo do
serviço e às dificuldades de executá-lo.
Também podem responder pelos prejuízos causados à parte, porém tem o
direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
O Intérprete ou tradutor é nomeado para tradução de documento em língua
estrangeira, transcrevendo-as para a língua portuguesa as declarações das partes ou,
ainda, realizar a interpretação simultâneas de depoimentos prestados por pessoas com
deficiência auditiva, através da linguagem de sinais, conforme prevê os artigos 162 a
164 do CPC.
É importante mencionar que não pode ser intérprete ou tradutor quem não tiver
a livre administração de seus bens; for arrolado como testemunha ou atuar como perito
no processo; e estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal
condenatória, enquanto durarem seus efeitos.
59
Os Conciliadores e Mediadores Judiciais são aqueles auxiliares que atuam nas
centrais judiciárias ou de conciliação para solução consensual de conflitos, sendo a
composição e organização definidas pelo respectivo tribunal, sempre observando as
normas do CNJ – Conselho Nacional de Justiça, de acordo com os termos dos artigos
165 a 175 do CPC.
Nesses termos, o conciliador só deve atuar nos casos em que não houver
vínculo anterior entre as partes e poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação.
Porém, o mediador que atuar nos casos em que houver vínculo anterior entre
as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em
conflito.
A conciliação e a mediação são realizadas de maneira confidencial, sendo
vedado a todos que os membros da equipe a divulgação de informações.
A Lei também prevê que os conciliadores, mediadores e as câmaras provadas
de conciliação e mediação devem ser inscritos em cadastros nacionais, federais e
estaduais. Tal inscrição deve ser requerida pelo próprio interessado após realizar o
curso credenciado. Esse registro também pode ser precedido por concurso público.
A sua remuneração é fixada pelo tribunal, de acordo com termos estabelecidos
pelo CNJ.
Caso o Conciliador ou Mediador sejam advogados, serão impedidos de exercer
a advocacia nos Juízos em que exerçam a função, bem como, ficam impedidos de
assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes pelo período de um ano
contado da última audiência em que atuaram.
Essa medida tem agilizado muito para as partes e para o Judiciário. E, cada vez
mais, o Estado vem se empenhando em ampliar e melhorar as câmaras de conciliação
e mediação.
60
1-(Juiz – TRT2 – 2014) Em relação à Advocacia Geral da União, aponte a alternativa
correta:
a) É a instituição que, diretamente ou não, representa a União, judicial ou
extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos de lei ordinária que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico
do Poder Executivo.
b) É a instituição que tem como chefe o Advogado-Geral da União, nomeado pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.
c) A representação da União, na execução da dívida ativa de natureza tributária, cabe
à Defensoria Pública da Fazenda Nacional.
d) Aos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal é assegurada estabilidade após
3 (três) anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os
órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
e) Ingresso nas classes iniciais das carreiras da Advocacia Pública far-se-á́ mediante
concurso público de provas e títulos, ou por nomeação do Advogado-Geral da União,
dentre os cidadãos maiores de 35 (trinta e cinco) anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
62
c) a alegação de impedimento ou suspeição de membro do Ministério Público por via
incidental suspende o processo judicial.
d) esse órgão tem legitimidade concorrente para requerer a abertura de inventário e
de partilha, a depender da existência de herdeiro incapaz.
e) o juiz deverá aplicar multa pecuniária aos membros do Ministério Público que
praticarem ato atentatório à dignidade da justiça.
7- Serventuário responsável por praticar atos judiciais externos e efetivos, que tem fé
pública, cujos atos são explificados por fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras,
arrestos e demais diligências próprias do seu ofício.
O trecho acima se refere a:
a) Escrivão.
b) Escrevente.
c) Leiloeiro.
d) Conciliador.
e) Oficial de Justiça.
63
UNIDADE
FONTES, INTERPRETAÇÃO E
APLICAÇÃO DO DIREITO
PROCESSUAL
64
5.1. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL
20
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição. [Minha Biblioteca]. Pg. 275
65
Por fim, tem-se as fontes supletivas secundárias, como o direito histórico, que
vem da história do direito e sua evolução, do seu início, das suas origens até a aplicação
no caso concreto, por um Juiz ou por Tribunal.
Já no que diz respeito ao direito estrangeiro, admite-se apenas as normas
estrangeiras previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais que o Brasil
faça parte, conforme dita o artigo 13 do CPC. Qualquer adoção de outras legislações
estrangeiras poderá ferir a soberania nacional, portanto, não se admite.
A doutrina, ou direito científico, origina-se pelos estudos desenvolvidos por
juristas com o objetivo de explicar e buscar a melhor interpretação do direito, dos
institutos e das normas.
21
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição. [Minha
Biblioteca]. Pg. 371
66
É fato que a Hermenêutica Jurídica não é uma garantia de descoberta da verdade
e não garante a aplicação do direito ao caso concreto, porém, visa o respeito às
normas e os fatos e, por meio de suas técnicas e métodos, é a mais adequada e
justa. Na realidade, a Hermenêutica Jurídica é um instrumento importante para o
debate crítico apreciativo, tanto em uma discussão teórica como no caso concreto.
Ela oferece conceitos e modelos para serem utilizados pelos diversos atores no
processo de crítica intersubjetiva, possibilitando a refutação de hipóteses e a
construção de acordos que permitem uma aplicação do direito pelos órgãos
competentes, de forma mais uniforme, o que, no campo político, é de suam
importância, considerando a garantia de tratamento isonômico e a atuação do
direito, via processo, como um mecanismo de pacificação social.22
22RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 371
67
Por outro lado, a extensiva é quando seu resultado dá à norma um sentido mais
amplo do que literalmente está no texto, ou seja, quando a norma diz menos do que
deveria.
A interpretação restritiva e extensiva são formas corretivas de interpretação.
69
5.3.1. As Fontes de Preenchimento de Lacunas
As fontes consensuais de preenchimento de lacunas do Direito, na teoria
jurídica e na legislação pátria, são: o costume e os princípios gerais de Direito.
Os costumes, como já dito no capítulo 5.1., são regras não escritas, fruto de
ações reiteradas, observadas por todos, impondo-se como meios de resolução dos
conflitos. Esse modo de integração é muito usado nas relações entre os comerciantes
ou empresários.
O costume é considerado a mais antiga fonte do direito. É utilizada de forma
geral e continuada por um determinado grupo social que a considera obrigatória.
De acordo com a doutrina de Rodrigues e Lamy:
23
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição.. [Minha
Biblioteca]. Pg. 391
70
Em relação às fontes controvertidas para preenchimento de lacunas no direito
processual, há grandes discussões sobre doutrina e jurisprudência como fontes do
Direito.
A doutrina genericamente é conceituada como um conjunto coerente de ideias
fundamentais a serem transmitidas e ensinadas.
A doutrina, também entendida como teoria do direito, trata-se de descrição e
prescrição. Quando a doutrina é descritiva, ela apenas traz um relato da realidade. Por
outro lado, quando se diz prescritiva, atribui-se sentido à realidade, emprestando a um
determinado texto, ato ou fato, uma compreensão interpretativa.
Porém, na prática as teorias jurídicas são eminentemente prescritivas, bem
como, a repetição e a aceitação de algumas dessas interpretações provocam mudanças
no sentido dos institutos e dos textos jurídicos.
Contudo, apesar de haver um debate severo se a doutrina configura-se ou não
como fonte do direito, principalmente pelo fato de não haver qualquer vinculação do
operador do direito à doutrina, esse debate se torna inócuo, uma vez que já se explicitou
que a doutrina não é uma fonte direta, e não se pode negar, também, que a doutrina é
imprescindível para o estudo do direito e não é dispensada por nenhum de seus
operadores.
Por isso, a doutrina é importante na aceitação das normas por parte dos juristas
práticos, sendo, em grande parte, a base de sua formação profissional e,
consequentemente, de sua interpretação do Direito.
A Jurisprudência pode ser definida como o conjunto de decisões sobre uma
mesma questão jurídica, que provoca o surgimento de uma norma geral aplicável aos
novos casos em que essa questão for suscitada, ou seja, pode-se dizer que é um
conjunto de decisões e interpretações das leis realizadas pelos tribunais superiores,
adaptando as normas às situações de fato.
Porém, a jurisprudência é a mais a fonte de direito mais controversa e há, pelo
menos, duas posições contrapostas, conforme asseveram Rodrigues e Lamy:
24
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição. [Minha
Biblioteca]. Pg. 394
72
O direito comparado aproxima-se da analogia, substituindo-se a norma
nacional prevista para o caso semelhante pela norma de direito alienígena
existente para aquela situação, quando esse direito estrangeiro guarda
semelhança de modelo e finalidade com o direito nacional.25
25
RODRIGUES, Horácio Wanderlei, LAMY, Eduardo Avelar. Teoria Geral do Processo, 6ª edição. [Minha
Biblioteca]. Pg. 397
73
Entretanto, há, houve, e sempre haverá tais situações em ordenamentos
jurídicos, e a forma de resolvê-las é que mostra a eficácia do ordenamento em relação
à sua existência.
Para que a antinomia aconteça, são necessárias duas condições: incialmente,
as duas normas incompatíveis devem fazer parte do mesmo ordenamento; e a duas
normas devem ter o mesmo âmbito de validade.
74
1-(TJMG-2017-Titular de Serviços de Notas e de Registros-CONSULPLAN-Adaptada)
Com relação às fontes do direito processual civil brasileiro, avalie as seguintes
proposições:
I. O processo civil será interpretado conforme os valores e normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil.
II. Os tratados internacionais em que o Brasil seja parte não são fontes para aplicação
do direito processual civil.
III. A lei, os costumes, a doutrina e a jurisprudência são consideradas fontes do direito
processual civil.
IV. A doutrina e a jurisprudência são importantes fontes do direito processual civil, seja
para a elaboração das normas jurídicas, seja para a solução do litígio que se apresenta
ao Poder Judiciário.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I e II.
e) III e IV.
2- Analise as afirmativas:
I- Em casos de lacunas no ordenamento jurídico, o aplicador do direito poderá se valer,
entre outros recursos e técnicas, dos princípios gerais do direito.
PORQUE
Os princípios gerais do direito estabelecem os fundamentos do ordenamento jurídico,
condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico brasileiro em sua
aplicação, podendo atuar como meio de integração da norma e resolução de
antinomias.
Responda a alternativa correta:
a) Ambas as afirmativas estão corretas, mas a segunda não é uma justificativa da
primeira.
b) Ambas as afirmativas estão corretas, e a segunda é uma justificativa da primeira.
c) Ambas as afirmativas estão erradas.
d) A primeira afirmativa está correta e a segunda está errada.
e) A primeira afirmativa está errada e a segunda está correta.
75
3- Também compreendida como a justiça do caso concreto, é um instrumento efetivo
que, além de preencher lacunas, é uma técnica essencial de interpretação do próprio
ordenamento jurídico, de interpretação das normas em um caso que, mesmo se não
houver uma lacuna, exige uma interpretação mais justa para o referido caso.
O trecho acima se refere:
a) À analogia.
b) À equidade.
c) À jurisprudência.
d) À lei.
e) À hermenêutica.
4- Tem como objetivo resolver o conflito que não está previsto na lei, utilizando regra
jurídica referente a um caso semelhante, podendo ser aplicada no âmbito civil, penal e
trabalhista, ressalvando-se que se utilizada no âmbito penal, não pode ser aplicada para
prejudicar o réu.
O trecho acima se refere:
a) À analogia.
b) À equidade.
c) À jurisprudência.
d) À lei.
e) À hermenêutica.
5- Conjunto de decisões sobre uma mesma questão jurídica, que provoca o surgimento
de uma norma geral aplicável aos novos casos em que essa questão for suscitada, ou
seja, pode-se dizer que é um conjunto de decisões e interpretações das leis realizadas
pelos tribunais superiores, adaptando as normas às situações de fato.
O trecho acima se refere:
a) À analogia.
b) À equidade.
c) À jurisprudência.
d) À lei.
e) À hermenêutica.
76
7- Tem como objetivo garantir que cada parte da lei, cada norma, cada capítulo,
mantenha a harmonia com o todo, ou seja, constitua uma totalidade ordenada.
O trecho acima se refere:
a) À interpretação gramatical ou literal
b) À interpretação lógica ou teleológica
c) À interpretação histórica
d) À interpretação sistemática
e) À interpretação sociológica
8- Considera o próprio significado das palavras, ou seja, tenta descobrir o sentido lei
com base no texto escrito, na letra da lei.
O trecho acima se refere:
a) À interpretação gramatical ou literal
b) À interpretação lógica ou teleológica
c) À interpretação histórica
d) À interpretação sistemática
e) À interpretação sociológica
77
UNIDADE
INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO
DIREITO PROCESSUAL
78
6.1. JURISDIÇÃO
Sobre jurisdição, é interessante dizer que essa palavra vem do latim, ius que
significa direito e dicere que significa dizer, daí a “dicção do direito”, representando a
função jurisdicional que emana do Estado.
Conceitualmente:
A jurisdição é uma função do Estado, pela qual este atua o direito objetivo na
composição dos conflitos de interesses, com o fim de resguardar a paz social
e o império do direito. No exercício desta função, o juiz não atua
espontaneamente, devendo, para tanto, ser provocado (Ne procedat iudex ex
officio) por quem tenha interesse em lide.
Não é pacífico, na doutrina, sobre ser a jurisdição um poder, um dever, ou as
duas coisas ao mesmo tempo.26
6.1.2. Autotutela
Em resumo, esse tipo de composição considera-se a solução do conflito pela
“lei do mais forte”. É uma forma de submissão forçada da parte mais fraca, observando-
se a previsão legal.
Apesar de ser uma forma muito primária para solucionar conflitos, o nosso
ordenamento atual prevê mecanismos para que a parte que detém o direito, possa
agir imediatamente para impedir a agressão provocada, mediante a urgência da
situação. Obviamente, tais situações são excepcionais e são permitidas apenas
quando a lei expressamente prevê essa possibilidade.
26
ALVIM, J. Carreira. Teoria Geral do Processo, 22ª edição.. [Minha Biblioteca].82
79
Esses procedimentos admitem que o Juiz conceda uma tutela de urgência para
afastar a violação do direito, para que após resguardado o direito em risco, o
procedimento siga o curso processual adequado.
Como exemplos, há o desforço imediato nas ações possessórias e de penhor
legal previstos no Código Civil (arts. 1210 e 1467 a 1471).
Cessada a violência imediata, o ofendido deve acionar o Poder Judiciário para
a solução do litígio, sob pena de cometer crime de exercício arbitrário das próprias
razões, conforme previsão do Código Penal, em seu artigo 345.
6.1.3. Autocomposição
Ocorre por acordo de vontades das partes, não existindo submissão forçada,
sendo essa a maior diferença entre a autotutela e a autocomposição.
O Código de Processo Civil prevê três hipóteses: renúncia, reconhecimento
jurídico do pedido e transação:
80
6.1.4. Tutela Jurisdicional
Com previsão legal no art. 487, I e II do CPC:
81
resolver seus conflitos de forma amigável; e a substitutividade que consiste na atuação
do Juiz, obrigatoriamente, substituindo a vontade das partes, decidindo-se a lide
conforme o seu convencimento.
82
6.2.3. Princípio da Investidura
Ocorre pelo ingresso de agentes políticos que, investidos do Poder Estatal,
podem aplicar o direito ao caso concreto, ou seja, que podem exercer a jurisdição
conforme prevê o Código de Processo Civil: “Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos
juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste
Código”.
A investidura se dá de duas formas: primeiramente, por meio de aprovação em
concurso público de provas e títulos, onde se exige do candidato que seja Bacharel em
Direito, com três anos de atividade jurídica, no mínimo; ou por nomeação direta feita
através de ato do Chefe do Poder Executivo, onde é observado o notório conhecimento
jurídico, a experiência e conduta ilibada, como ocorre nos casos de ingresso na
magistratura pelo quinto constitucional ou, ainda, pela nomeação de Ministros dos
Tribunais Superiores.
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja
comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos
respectivos bens.
(...)
Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará
arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida
na Seção VI, observando-se o disposto em lei.
Após a proposta a ação pelas partes, o processo prosseguirá até o fim por
“impulso oficial”, ou seja, o Juiz presidirá o processo até a decisão, conforme
determinado no CPC: “Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
83
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.”
Ocorre que nos processos que discutam direitos disponíveis, o Juiz proferirá
sentença, extinguindo o processo sem julgamento de mérito, nos termos do CPC:
Por outro lado, se o processo tratar de matérias de interesse público, ainda que
o autor desista ou abandone a causa, o Juiz deverá prosseguir, até a sentença de
mérito.
84
Por isso, não há partes litigantes na jurisdição voluntária, apenas interessados
no efeito daquele negócio jurídico formal, que também não haverá sentença de mérito,
apenas sentença homologatória do acordo de vontades, porém, o procedimento
observará todos os requisitos e formas legais.
A lei determina, ainda, que em algumas hipóteses específicas, como requisito
formal, o Juiz de Direito que atuará, não admitindo-se a participação de uma Autoridade
Administrativa Civil, para a validade do negócio jurídico, como, por exemplo, nos
pedidos de emancipação, entre outras hipóteses previstas no CPC, artigo 725.
Dessa forma, é justo afirmar que na jurisdição voluntária, o Juiz tem uma
atribuição administrativa ditada por Lei, que pode ser alterada por Lei
Infraconstitucional, sem ferir os princípios constitucionais da exclusividade dos órgãos
da jurisdição.
Para melhor ilustrar, é o que ocorre no divórcio consensual, que não haja
interesse de menor, que pode ser proposto no Poder Judiciário ou perante o Tabelionato
de Notas, onde ambos os documentos, seja a homologação do acordo judicial ou a
escritura pública, produzirão o mesmo efeito.
Das decisões homologatórias, caberá apenas Ação Declaratória de Nulidade
ou Ação Anulatória, que o interessado poderá postular para alegar a ausência de algum
requisito de validade ou algum vício de consentimento ou de vontade.
É importante destacar que um procedimento de jurisdição voluntária que é
consensual poder se transformar em litigioso no momento que um dos interessados
apresentar descontentamento ou resistência com o acordo.
No mesmo sentido, pode ocorrer nos procedimentos de jurisdição contenciosa,
que pode tornar-se voluntária e consensual, se for verificada que a lide em questão
pode ser solucionada pela autocomposição.
85
Abreviadamente, e de modo geral, podemos dizer que a ação é o poder de
pedir ao Estado a realização do direito, quando este não é realizado
espontaneamente pelo sujeito passivo.
A ação é, portanto, o meio de realização prática do direito, através da função
jurisdicional do Estado. Tem assim uma importância fundamental para o direito,
pois um direito desprovido de ação não tem possibilidade de realização
jurisdicional, ficando na dependência da boa vontade do sujeito passivo. 27
27
Rocha, José de Albuquerque . Teoria Geral do Processo, 10ª edição.. [Minha Biblioteca]. Pag. 57
86
Contudo, quando o Juiz indefere o pedido inicial, promulgando sentença sem
julgamento de mérito, o Autor pode propor novamente a ação, corrigindo-se os vícios
processuais e pagando as despesas e os honorários (se houver condenação) da
primeira ação, conforme dita o CPC:
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que
a parte proponha de novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I,
IV, VI e VII do art. 485 , a propositura da nova ação depende da correção do
vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
Assim, superada a primeira ação que foi previamente indeferida, a nova ação,
após nova análise, poderá prosseguir até a sentença de mérito.
A carência da ação é considerada uma forma anômala de extinção do processo,
uma vez que não soluciona o conflito e permite a propositura de uma nova ação.
Desse modo, pode-se concluir que a melhor decisão é a sentença de mérito,
que resolve o conflito de interesses, tem a força de pacificação social e natureza
definitiva.
87
E como dito anteriormente, se, após a primeira análise, o Juiz verificar, ao
receber o pedido inicial, que estão ausentes o interesse de agir e/ou a legitimidade ad
causam, irá indeferir a ação, conforme previsão do CPC em seus Artigos 330 e 485:
6.3.2. Legitimidade
A legitimidade ad causam ou legitimidade das partes refere-se aos titulares dos
conflitos de interesse, assim configura a legitimação ordinária.
Na legitimação ordinária, o autor é o titular do direito violado que pleiteia em
Juízo. Do outro lado, o Réu que resiste a essa pretensão e que, possivelmente, será
submetido à sentença que julgar procedente o pedido inicial (do autor).
Havendo a necessidade de um terceiro postular em juízo sobre direito alheio,
como substituto processual, observando-se os casos expressos na lei, configurará a
legitimação extraordinária. Nesse sentido:
CPC, Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir
como assistente litisconsorcial.
88
sob o risco de não ser resolvido o seu conflito de interesses, podendo, ainda, provocar
danos e prejuízos maiores.
Observa-se, ainda, que a formulação do pedido seja adequada para solução
do conflito, ou seja, que seu pedido inicial seja apto a fim de conciliar o litígio e
solucionando o conflito de interesses.
É facultado ao Autor, escolher a modalidade de tutela que melhor encaixe no
seu caso. Conforme dita o CPC:
Ausente o interesse de agir, o Juiz irá indeferir de ofício o pedido inicial. Nos
termos do CPC:
Essa mudança ocorreu porque foi verificado que quando a parte apresenta um
pedido com manifesta impossibilidade jurídica, não se pode considerar uma hipótese
de carência da ação, mas uma questão de mérito, que ocasionará a improcedência do
pedido, ou seja, será proferida uma sentença com resolução de mérito, julgando
improcedente o pedido inicial.
89
6.3.5. Da Classificação das Tutelas
O Autor do processo irá promover a ação, pleiteando direito contra o Estado-
Juiz, que será classificado conforme o provimento jurisdicional.
90
Estes termos são bastante comuns no âmbito jurídico, pois classificam o tipo
de efeito que determinada sentença ou lei terá.28
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido
a violação do direito.
28
https://www.significados.com.br/ex-tunc-e-ex-nunc/ acessado em 26 de fevereiro de 2020.
91
Para melhor conceituar, constituir em mora:
Nesse sentido:
CC, Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento
e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.
29
https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/889/Mora - acessado em 16 de março de 2020.
92
em Ação de Arrolamento/Inventário; as custas processuais que somam as taxas
judiciárias, os emolumentos e crédito de auxiliar de Justiça, como, por exemplo, as
verbas de Oficial de Justiça ou despesas com correio para cartas de
citação/intimação/notificação, aprovados pelo Juiz; a sentença penal condenatória que
expresse obrigação de fazer ou pagar; todas constituem título executivo judicial, que
podem ser executados através de Processo de Execução.
No mesmo diploma legal acima descrito, também concede força executiva às
sentenças estrangeiras homologadas pelo STJ - Superior Tribunal de Justiça; e às
decisões interlocutórias estrangeiras, depois da concessão do exequatur à carta
rogatória pelo STJ.
Conceitualmente, exequatur é:
30
https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1051/Exequatur - acessado em 16 de março de 2020.
93
e
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
94
Concedendo-se a tutela cautelar, esta afastará o perigo decorrente da demora
(periculum in mora) de uma decisão/sentença judicial, o que pode provocar um grave
dano, irreparável ao bem tutelado.
A alegação de periculum in mora exige a comprovação de existência ou
possibilidade de um dano ao direito da parte que pleiteia uma tutela cautelar.
A concessão da tutela também protegerá contra o fumus boni iuris ou fumaça
do bom direito, que é um sinal ou indício de que o direito pleiteado de fato existe.
Dessa forma, o fumus boni iuris e o periculum in mora são requisitos
indispensáveis para a proposição de medidas com caráter urgente, sejam medidas
cautelares ou antecipação de tutela.
A configuração do periculum in mora exige a demonstração de existência ou da
possibilidade de ocorrer um dano jurídico ao direito da parte de obter uma tutela
jurisdicional eficaz na ação principal.
A ação cautelar pode ser impetrada independentemente ou em conjunto com a
ação principal/de conhecimento. Porém, se a cautelar for proposta anteriormente, o
Autor do direito terá o prazo de trinta dias para propor a ação principal, conforme prever
os arts. 305 a 310 do CPC.
95
Em sentido formal, o Autor é quem requer o seu direito em Juízo e o Réu quem
resiste à pretensão, podendo ter pluralidade de autores ou de réus, litisconsortes ativos
ou passivos.
Em sentido material, as partes são os sujeitos da relação interpessoal que a
sentença irá regular diretamente.
Em regra, as partes em sentido formal serão as mesmas que no sentido
formal, considerando-se que a sentença contemplará o Autor da ação e condenará o
Réu, ou homologará acordo realizado por eles.
Porém, em há casos excepcionais, em que o Autor da ação ou réu, esteja na
defesa de direito alheio, a chamada substituição processual. Nesse caso, a sentença
será proferida para um terceiro, que foi representado por uma parte, ou seja, as partes
no sentido formal (pedido inicial) serão diferentes das partes no sentido material
(sentença).
96
6.3.10. Do Pedido
A ingressar no Poder Judiciário, o Autor irá propor uma ação, para isso, deverá
haverá uma petição inicial, que dá início ao processo.
Para tanto, esse pedido inicial trará dois pedidos distintos: o imediato e o
mediato.
O pedido imediato é uma exigência destinada ao Juiz, requerendo a tutela
jurisdicional, através de uma decisão que pode ser uma sentença condenatória,
constitutiva, meramente declaratória, executiva ou uma decisão cautelar para garantir
a eficácia do processo principal.
Já o pedido mediato é dirigido ao Réu para que seja submetido à pretensão do
direito material conforme as alegações do Autor conforme a petição inicial.
97
ou pode favorecer o próprio judiciário se for constatado ato atentatório à dignidade da
Justiça.
De acordo com o CPC, a parte que atuar com má-fé irá responder pelas perdas
e pelos danos causados à parte contrária:
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor,
réu ou interveniente.
e
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em
benefício da parte contrária, e o valor das sanções impostas aos serventuários
pertencerá ao Estado ou à União.
98
até 20% do valor atualizado da causa ou até dez salários-mínimos, bem como, poderá
haver outras sanções criminais, civis e processuais, conforme a lei.
Porém, nesses casos, o valor das multas será revertido em prol do Judiciário
da União ou do Estado, conforme dita o CPC:
99
visam dar seguimento ao processo até que se obtenha a tutela jurisdicional (decisão),
que a finalidade principal dessa relação.
Porém, a tutela jurisdicional é alcançada ainda que as partes não exerçam
todos os atos para movimentar e impulsionar o processo, já que a relação jurídica
processual automaticamente se movimenta pelo Princípio do impulso Oficial, cabendo
ao Juiz conduzir o processo até o fim, com ou sem análise do mérito.
Considera-se direito público essa relação jurídica processual, já que conduz a
relação entre as partes e o Juiz (órgão estatal investido da jurisdição), ou seja, os
sujeitos dessa relação, consequentemente, os sujeitos do processo, são o Juiz e as
partes.
CPC, Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão
pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313,
§§ 1º e 2º .
100
No caso de eventual alienação do bem em litígio, a Lei não prevê a substituição
das partes. Após a citação válida do Réu, qualquer transferência do direito material é
desprezada e o processo seguirá até o fim, mantendo-se as partes originárias, exceto
se houver a concordância de ambas as partes em relação à substituição da parte em
questão, nos termos do CPC:
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título
particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o
alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente
litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias
ao adquirente ou cessionário.
Como dita o artigo acima destacado, caso as partes não concordem com a
substituição da parte que alienou o objeto litigioso, é facultado ao adquirente intervir na
ação como Assistente Litisconsorcial do Alienante, consequentemente se submetendo
aos efeitos da decisão.
101
Para melhor ilustrar essa diferença, quando um menor impúbere necessita de
uma prestação jurisdicional, ele possui capacidade de estar em Juízo, porém, para
exercer os atos processuais, cumprindo seus deveres e se sujeitando-se aos ônus
processuais impostos, ele não tem capacidade processual. Portanto, é requisito que o
menor seja acompanhado por um Representante Legal.
Nesse caso, o Representante Legal assumirá como parte no processo, no lugar
do menor, apenas para atuar no processo para representá-lo e suprir a incapacidade
dele, conforme CPC: “Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais,
por tutor ou por curador, na forma da lei.”
A Lei apresenta outras limitações para a capacidade processual, em razão do
interesse público inerente ao processo, bem como pela importância de honrar o
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, nos moldes do CPC:
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que
verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime
de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado
por eles;
102
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente
quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja
impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido
pelo juiz, invalida o processo.
103
1- Julgue os itens seguintes:
I- Para propor ação é necessário ter interesse e legitimidade. Para contestar, basta ter
legitimidade.
II- Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo
autor, excepcionado o caso da petição inicial que não estiver acompanhada do
instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato, situação a que, a
despeito da revelia, não se aplica a presunção de veracidade.
III- O curador especial exerce função exclusivamente processual, defendendo em juízo
os interesses do incapaz, do réu preso e do réu citado por hora certa ou por edital.
Mesmo que o réu seja preso durante o tramite do prazo de contestação, caberá́ a
indicação de curador especial para elaborar a sua defesa.
Estão corretos:
a) I, apenas
b) II, apenas
c) III, apenas
d) I e II
e) II e III
104
3-(Procurador/MPT/2012) Julgue os itens a seguir: São títulos executivos judiciais, entre
outros, os seguintes:
I.A sentença penal condenatória transitada em julgado.
II.A sentença homologatória de conciliação ou de transação, desde que não contenha
matéria não posta em juízo.
III.A sentença arbitral.
IV.O acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente.
Estão corretos:
a) I, II e IV
b) I, III e IV
c) II e III
d) I, II, III e IV
e) I e III
105
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) I.
e) IIII.
106
Aderência: substantivo feminino. Ação ou efeito de aderir, de se ligar com firmeza.
União de uma coisa a outra; adesão, assentimento. [...] Ato ou processo de aceitar ou
de adotar uma doutrina, uma religião ou filosofia: aderência ao protestantismo.
Cerceamento: substantivo masculino. Ato ou efeito de cercear, de cortar pela raiz;
cercadura. [Figurado] Imposição de limites, restrições; restrição, limitação: impedir o réu
de usar prova testemunhal qualifica o cerceamento de defesa. [Figurado] Ação de tornar
menor, de diminuir; diminuição.
Cronológica: Cronológica é o feminino de cronológico. Relativo à cronologia, à ciência
que estuda os períodos de tempo e determina a ordem das datas históricas. De acordo
com a ordem normal dos acontecimentos, durante um determinado tempo: análise
cronológica dos dados.
Conexão: substantivo feminino. Ligação de uma coisa com outra; união. Relação de
dependência; em que há lógica, nexo; coerência.
Consolidação: substantivo feminino. Ação de tornar sólido, de fortalecer: consolidação
do processo democrático. Fusão de várias empresas numa só: consolidação das
telecomunicações. [Jurídico] Reunião de leis independentes e afins, dando-lhes uma
consistência sistemática: consolidação das leis trabalhistas.
Contraditório: adjetivo. Que diz uma coisa e a seguir diz o oposto do que havia dito.
Divergente; em que há contradição, falta de coerência. [Jurídico] Replicado; cujas
partes apresentam contradição, ação contrária./ substantivo masculino.
[Jurídico] Relação de igualdade entre as partes, durante a apresentação e refutação
das provas.
Cumulação: substantivo feminino. Ato de cumular; acumulação.
Dispendioso: adjetivo. Que demanda muito dinheiro; que ocasiona muitas despesas;
caro.
Dolo: substantivo masculino. Fraude; modo de agir fraudulento de uma pessoa em
relação a outra. [Jurídico] Ato criminoso da pessoa que age de má-fé, buscando induzir
alguém à prática de uma ação, sendo a pessoa lesada responsável pelos prejuízos
causados por ela. [Jurídico] Violação deliberada da lei, por ação ou omissão, tendo
consciência plena do crime que está cometendo.
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Doutrina: substantivo feminino. Reunião dos fundamentos e/ou ideias que, por serem
essenciais, devem ser ensinadas. Reunião dos preceitos básicos que compõem um
sistema (religioso, político, social, econômico etc.). (...) [Jurídico] Reunião daquilo
(ideias, opiniões, pensamentos, pontos de vista etc.) que é utilizado como base para
formulação de teorias (exame ou análise) no âmbito jurídico; regra que, resultante de
uma interpretação, é utilizada como padrão no exercício prático de uma lei.
Doutrinador: adjetivo. Que doutrina, que instrui alguém em uma doutrina; pregador./
substantivo masculino. Aquele que doutrina, que promove doutrinação.
Imperativo: adjetivo. Que impõe; que manda com autoridade: tom imperativo. Que se
impõe de forma argumentativa numa discussão: a contundência imperativa de suas
ideias. Que possui características autoritárias: indivíduo autoritário.[Gramática] Modo
imperativo. Modo do verbo que exprime ordem, exortação, pedido.
Inciso: substantivo masculino. [Jurídico] Subdivisão de um dispositivo legal, sob a
forma de parágrafo que é complemento de outro e que vem geralmente marcada por
algarismos romanos ou arábicos.
Infraconstitucional: adjetivo. Que está abaixo da Constituição, do conjunto das leis
mais importantes que regulam a vida de uma nação: norma infraconstitucional.
[Jurídico] Relacionado com as normas, preceitos e regras de teor inferior ou menos
importante em relação às regras estabelecidas pela Constituição Federal.
Insanável: adjetivo. Que não se pode sanar ou curar; sem remédio.
Instância: [Jurídico] Desenvolvimento e/ou prática dos procedimentos necessários
desde o início da causa até sua conclusão. [Jurídico] Local em que uma autoridade
pode exercer seu poder judiciário; jurisdição, foro.
Interposição: substantivo feminino. Ação ou efeito de interpor, de colocar algo entre
duas outras coisas ou pessoas: interposição de ideias. Interpor: (Jurídico) Apresentar
um recurso a: interpôs um habeas corpus.
Inquilinato: substantivo masculino. Estado de quem reside em casa alugada. Leis do
inquilinato, conjunto de leis que regem as relações jurídicas entre inquilinos e senhorios.
Irredutibilidade: substantivo feminino. Característica, estado ou particularidade do que
é irredutível. Que não se pode reduzir: a irredutibilidade do salário mínimo.
Jurisdicionado: substantivo masculino. Indivíduo sobre quem se pratica uma
jurisdição; quem está sob o julgamento de um juiz. Pessoa a quem se impõe jurisdição,
fiscalização do cumprimento de certas leis, visando punir infrações.
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Jurisdicional: adjetivo. Relativo à jurisdição, ao poder ou à autoridade legal e
responsável pela aplicação das leis ou pela administração da justiça.
[Jurídico] Relacionado com a extensão territorial em que atua um juiz. Expressão:
Tutela Jurisdicional. Função do Estado de impedir, pacificar e solucionar conflitos que
apareçam no seu âmbito de atuação política, buscando aplicar a legislação aos casos
(públicos ou particulares).
Magistrado: substantivo masculino. Juiz; autoridade máxima do Poder judiciário.
Ordenamento: substantivo masculino. Ação ou efeito de ordenar, de colocar em ordem;
ordenação; ordem. [Jurídico] Estruturação hierárquica das regras jurídicas que,
compondo um sistema de normas subordinado à Constituição, disciplinam os
comportamentos dos indivíduos: ordenamento jurídico.
Outorgar: Estar de acordo ou demonstrar concordância em relação a; aprovar. Receber
permissão para: outorgar a licença para o negócio. Revelar publicamente através de
uma escritura: outorgar um imóvel, uma venda, uma negociação. [Jurídico] Interferir
demonstrando interesse: outorgar em uma ação jurídica.
Pleitear: Contestar na justiça: Ficar discutindo; manter em litígio: Argumentar a favor
de algo ou de outrem.
Pluralidade: substantivo feminino. Diversidade; condição do que existe em grande
quantidade; o que está em maior quantidade.
Postulação: substantivo feminino. Ação de postular; papel ou material em que se
postula alguma coisa; solicitação.
Pressuposto: Que se supõe por antecipação ou antecipadamente; presumido.
[Jurídico] Circunstância ou fato classificado como um antecedente fundamental a outro:
pressuposto processual.
Procedimento: substantivo masculino. Método ou processo; maneira através da qual
alguma coisa é feita: procedimento concursal; procedimento eleitoral; procedimento
químico. Comportamento ou conduta; maneira de se comportar. [Jurídico] Os
mecanismos legais que colocam uma causa em juízo. Ação ou efeito de proceder.
Ressalvar: verbo transitivo. Prevenir com ressalva, fazer ressalva Pôr a salvo,
acautelar. Livrar de responsabilidade ou culpa, de perigo ou dano; eximir. Excetuar,
fazer restrição.
Revelia: substantivo feminino. Caráter ou comportamento de revel; contumácia.
[Jurídico] Situação jurídica de quem é citado a comparecer em juízo e não o faz;
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condição do réu que não comparece ao seu próprio julgamento ou que não apresenta
defesa.
Sanções: substantivo feminino plural. Os recursos punitivos, ou de coação, utilizados
por uma autoridade ou por um órgão de poder. Sanção. A parte da lei que determina as
punições contra os que a desobedecem. A punição referente à desobediência ou à
execução de uma lei.
Subsidiária: vem do verbo subsidiar. O mesmo que: auxiliaria, ajudaria, financiaria. adj.
Que auxilia, ajuda ou socorre; capaz de subsidiar: serviço subsidiário.
Subsídios: substantivo masculino plural. A quantia recebida mensalmente, geralmente,
refere-se ao salário dos parlamentares.
Tratado: substantivo masculino. Acordo formal entre dois ou mais governos
independentes (escrito ou verbal).
Tutela: substantivo feminino. Responsabilidade legal que alguém assume com o intuito
de administrar os bens, representar legalmente, de uma pessoa que não atingiu a
maioridade, que foi interditada ou foi considerada desaparecida. [Por Extensão] Auxílio
ou proteção que se oferece a alguém.
Veredicto: substantivo masculino. [Jurídico] Decisão tomada pelo júri sobre um
processo levado a julgamento: o veredicto do júri culpabilizou o réu. Julgamento
declarado e/ou dito por alguém cuja autoridade lhe permite fazê-lo; sentença. [Por
Extensão] Ponto de vista ou crítica expressa acerca de determinado assunto;
julgamento pronunciado sobre qualquer assunto: o veredicto do editorial.
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RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
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BARROSO, Mattos, C.E.F. D. Coleção Sinopses Jurídicas 11 - Processo civil:
teoria geral do processo e processo de co-nhecimento. [Minha Biblioteca]. Retirado de
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553601431/ - acessado em 17
de março de 2020.
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