Você está na página 1de 4

CENTRO UNIVERSITÁRIO ARTHUR SÁ EARP NETO

UNIDADE CURRICULAR: FARMACOLOGIA – 2021.2


Curso: ENFERMAGEM
ATIVIDADE AVALIATIVA – 17/11/2021
Prof. Ricardo Patuléa

ALUNO: Ana Beatriz Menezes, Deborah Vantini, Gabrielle Tocantins, Júlia


Mattos, Maria Alzira Collares, Millena Magiole

ATIVIDADE AVALIATIVA P2

Instruções:

1. Estudar, através de artigos científicos recentes (2016 a 2021), a


fisiopatologia da sepse, realizando leituras reflexivas. Se necessário, se
reportar a leituras na área de Fisiologia. Não se esqueça de que as
medicações alteram um meio biológico. Para entendê-la será necessário
conhecer, antecipadamente, o funcionamento do meio fisiológico;
2. Em seguida, responder às questões contidas neste Estudo Dirigido,
abaixo de cada questão. Após concluir, poste o arquivo na plataforma, no
prazo previsto, no formato PDF.

Questões:

1) Discorra acerca da fisiopatologia da sepse, destacando, sobretudo, as


consequências da mesma sobre os órgãos nobres.
A fisiologia da sepse envolve um estímulo inflamatório que desencadeia a
produção de mediadores pró-inflamatórios, incluindo o fator de necrose do tumor
(FNT) e (IL)-1. Essas citocinas causam adesão de neutrófilos a células
endoteliais, ativam o mecanismo de coagulação e geram micro trombos. Eles
também liberam inúmeros outros mediadores, incluindo leucotrienos,
lipoxigenase, histamina, bradicinina, serotonina e IL-2. Eles sofrem oposição de
mediadores anti-inflamatórios, como IL-4 e IL-10, resultando em um mecanismo
de feedback negativo.
Inicialmente, artérias e arteríolas se dilatam, diminuindo a resistência arterial
periférica; tipicamente, o débito cardíaco aumenta. Esse estágio foi denominado
“choque quente”. Depois, o débito cardíaco pode diminuir, a pressão arterial cai
(com ou sem aumento da resistência periférica) e aparecem características
típicas de choque.
Mesmo no estágio de débito cardíaco aumentado, mediadores vasoativos fazem
com que o sangue se desvie das redes capilares (um defeito distributivo). A
perfusão diminuída causa disfunção e, às vezes, falência de um ou mais órgãos,
incluindo rins, pulmões, fígado, encéfalo e coração.

2) Existe diferença entre sepse e choque séptico? Justifique sua resposta.


Sim, a sepse é uma síndrome clínica de disfunção de órgãos com risco de vida,
acusada por uma resposta desregulada a infecções, representa um aspecto de
enfermidades com risco de mortalidade que varia de moderada a substancial,
dependendo dos fatores patogênicos e do hospedeiro, juntamente com a rapidez
do reconhecimento e prestação de tratamento adequado.
Choque séptico é um subconjunto da sepse com aumento significante da
mortalidade devido a anomalias graves de circulação e metabolismo celular, o
choque séptico envolve hipotensão persistente.

3) Justifique, pelo mecanismo de ação, a utilização das seguintes drogas no


choque séptico:

A) Noradrenalina: Tem efeito alfa1 bastante potente quanto a adrenalina, mas o


efeito beta1 é baixo, mas serve para equilibrar essa balança do efeito de redução
do debito cardíaco do alfa1. A noradrenalina faz vasoconstricção, efeito
inotrópico, mas o principal é o efeito vasopressor através do receptor alfa1. A
primeira droga de escolha então sempre será a noradrenalina.

B) Vasopressina: A vasopressina é um análogo do ADH, agindo nos receptores


V1 na parede vascular promovendo uma vasoconstricção intensa. Não possui
efeito inotrópico, sendo pura como vasoconstrictor. A vasopressina é utilizada
quando se quer associar o segundo vasopressor ao esquema, quando a
noradrenalina não está suficiente, utiliza-se a vasopressina

4) As Polimixinas voltaram a ser empregadas devido ao advento da resistência


bacteriana, sobretudo germes gram-negativos. Responda as questões a seguir:

A) Por que bactérias gram negativas sugerem maior evolução para sepse?
Na etiologia da sepse os Bacilos Gram-negativos (BGNs) são representativos,
os componentes da parede bacteriana são os principais ativadores desta
resposta do hospedeiro: as endotoxinas dos microorganismos Gram-negativos
(principalmente o lipídio A), sendo assim, a sepse é a infecção por bactérias
Gram-negativas, principalmente de Escherichia coli, resultando na liberação
de lipopolissacarídeos (endotoxinas) da parede celular, quando da morte ou
lise do microrganismo, com o envolvimento de muitos mediadores, incluindo o
óxido nítrico.

B) Relacione quais grupamentos das Polimixinas são empregadas em humanos,


justificando sua reposta.
Os grupamentos de Polimixina empregadas em humanos são as polimixinas B
que são usadas na maioria dos hospitais, e polimixina E. Ambas são bactericidas
usadas em casos de bactérias multirresistentes principalmente do grupo de
gram-negativos. A meia vida da poli B é maior que da poli E mas as indicações
clínicas são as mesmas.
Geralmente elas são usadas sempre em associação a outros antibióticos, porém
tem alta toxidade.
C) Discorra sobre o mecanismo de ação antibacteriano da Polimixina.
As polimixinas são consideradas drogas bactericidas, tendo como mecanismo
de ação a interferência na propriedade de permeabilidade seletiva da membrana
citoplasmática bacteriana. Ligam-se aos constituintes lipoproteicos da
membrana, destruindo sua barreira osmótica seletiva. Com a permeabilidade
seletiva alterada, a
bactéria perde a vitalidade. A ação ocorre sobre bactérias gram-negativas, já que
possuem maior conteúdo lipídico. Quanto maior o conteúdo de fosfolipídios da
membrana citoplasmática, maior a sensibilidade bacteriana a estas drogas.
5) Explique por que a utilização da Noradrenalina, inclusive em doses maiores,
poderá ocasionar insuficiência renal aguda.
Nesse sentido, quais ações o enfermeiro deverá se preocupar para monitorar a
função renal do paciente que esteja recebendo infusão de noradrenalina. A
noradrenalina em doses maiores pode estimular os receptores adrenérgicos, e
assim induzir a vasoconstrição, e com isso a resistência vascular renal pode
aumentar proporcionalmente mais que a pressão de perfusão, o que pode levar
o paciente a desenvolver uma isquemia podendo ocasionar a piora da função
renal. Alguns dos cuidados que o enfermeiro vai precisar ficar atento para
monitorar um paciente que esteja fazendo uso de drogas vasoativas são:
observar aspecto da solução antes e durante a administração; manter os
cuidados com o acesso venoso; calcular a dosagem das drogas em ug/Kg/min;
controlar a velocidade de infusão das drogas; atentar aos sinais de desidratação
antes de iniciar a infusão da droga; monitorar sinais vitais, estar atento as
variações dos sinais do paciente por meio da aferição e monitorizarão contínua;
monitorização do débito urinário, perfusão sanguínea etc.

Você também pode gostar