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Anais Brasileiros de Dermatologia - Hanseníase: revisão dos aspectos laboratoriais e terapêuticos - Parte 2<sup>*</sup> 14/07/17 00:45

Volume 89 Número 3

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EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA

Hanseníase: revisão dos aspectos laboratoriais e terapêuticos - Parte 2*


Leprosy: a review of laboratory and therapeutic aspects - Part 2*

Joel Carlos Lastória1; Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu2


1. Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Botucatu (SP), Brasil
2. Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) - Presidente Prudente (SP), Brasil
Recebido em 19.01.2013
Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 15.04.20130
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
Como citar este artigo: Lastória JC, Morgado de Abreu MAM. Hanseníase: revisão dos
aspectos laboratoriais e terapêuticos - Parte 2. An Bras Dermatol. 2014;89(3):389-403.
Correspondência:
Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu
R. José Bongiovani, 1297 Cidade Universitária
19050-680 Presidente Prudente, SP
E-mail: marildaderma@bol.com.br

Resumo
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae. É
endêmica em várias regiões do mundo e um problema de saúde pública no Brasil. Apresenta
amplo espectro de manifestações clínicas, as quais são dependentes da interação entre o M.
leprae e o hospedeiro e estão intimamente relacionadas ao grau de imunidade do hospedeiro
ao bacilo. O seu diagnóstico é clínico. Entretanto, em algumas situações, faz-se necessária a
investigação laboratorial para a confirmação do diagnóstico da hanseníase ou classificação da
forma clínica. Este artigo visa à atualização do dermatologista em hanseníase, através de uma
revisão sobre as técnicas laboratoriais complementares que podem ser empregadas para o
diagnóstico da doença, incluindo intradermorreação de Mitsuda, baciloscopia, histopatologia,
sorologia, imuno-histoquímica, PCR, exames de imagem, eletroneuromiografia e testes
sanguíneos. Além disso, faz-se uma explanação sobre os esquemas terapêuticos
padronizados na multidrogaterapia, o tratamento das reações e dos casos resistentes, a

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imunoprofilaxia com a vacina do bacilo Calmette-Guérin (BCG) e a quimioprofilaxia.


Palavras-chave: Diagnóstico diferencial; Educação continuada; Evolução clínica; Hanseníase;
Investigação laboratorial; Mycobacterium leprae; Prevenção de doenças transmissíveis;
Prognóstico; Resistência a Medicamentos; Terapêutica

INTRODUÇÃO
A hanseníase é doença infectocontagiosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae e afeta,
principalmente, a pele e os nervos periféricos. É endêmica em várias regiões do mundo e um
problema de saúde pública no Brasil. Apresenta amplo espectro de manifestações clínicas, as
quais são dependentes da interação entre o M. leprae e o hospedeiro, intimamente
relacionadas ao grau de imunidade do hospedeiro ao bacilo. O seu diagnóstico é clínico.
Entretanto, em algumas situações, faz-se necessária a investigação laboratorial para a
confirmação do diagnóstico ou a classificação da forma clínica. A hanseníase é curada pela
multidrogaterapia (MDT), com esquemas terapêuticos padronizados, empregados de acordo
com a classificação operacional da Organização Mundial da Saúde (OMS). As drogas
utilizadas costumam ser bem toleradas e as recidivas são raras. O prognóstico da hanseníase
é bom, desde que o diagnóstico e o tratamento sejam precoces. Quando tardios, podem advir
sequelas.1

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Nenhum exame laboratorial é considerado suficiente para diagnosticar a hanseníase. Os
dados clínicos, complementados por técnicas semiológicas, como a pesquisa da sensibilidade
cutânea e as provas da histamina ou da pilocarpina, geralmente fecham o diagnóstico. Nos
casos duvidosos, a intradermorreação de Mitsuda, a baciloscopia e a histopatologia, na maioria
das vezes, permitem a confirmação do diagnóstico e a classificação da forma clínica. Exames
de imagem - como a radiografia simples, a cintilografia, a ultrassonografia, a tomografia
computadorizada e a ressonância magnética - e a eletroneuromiografia podem auxiliar na
avaliação do comprometimento neural periférico, ganhando importância nas neurites e nos
casos de hanseníase neural primária, em que a biópsia do nervo sural também pode ser útil. A
correlação clínico-laboratorial, através desses exames e de testes sanguíneos, nos episódios
reacionais e na doença avançada, é fundamental para detectar a presença de alterações
sistêmicas. Novas ferramentas estão disponíveis atualmente para casos específicos ou para
pesquisas, incluindo os testes sorológicos com o antígeno glicolipídeo-fenólico-1 (PGL-1) e os
antígenos proteicos; a reação de imuno-histoquímica, empregando anticorpos anti-Bacilo de
Calmette-Guérin (BCG), anti-PGL-1 e anti-proteína S-100; e a reação em cadeia da polimerase
(PCR), com diversos primers, visando diferentes alvos genômicos de M. leprae.2,3
É prioridade, no momento, a identificação de marcadores moleculares específicos do M. leprae
e o desenvolvimento de testes laboratoriais sensíveis, para o diagnóstico de casos
assintomáticos ou com escassez de sintomas, que prevejam a progressão da doença entre
indivíduos expostos, uma vez que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são os
elementos-chave para cessar a cadeia de transmissão da hanseníase.

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Intradermorreação
A intradermorreação consiste em injetar, por via intradérmica, na face flexora do antebraço, o
antígeno lepromina, sintetizado a partir do M. leprae. Há dois tipos de respostas: uma precoce,
a reação de Fernandez, em que se realiza a leitura entre 48 a 72 horas após a injeção e é
considerada positiva quando surge eritema medindo entre 10 e 20 mm; outra tardia, a reação
de Mitsuda, em que se realiza a leitura quatro semanas após a injeção e é considerada
positiva quando surge pápula igual ou maior que 5 mm. Essas duas respostas não guardam
paralelismo entre si, podendo existir apenas uma delas.4
A reação de Mitsuda expressa o grau de imunidade celular e é a exteriorização do granuloma
tuberculoide visto na histopatologia. Auxilia na classificação da forma clínica, entretanto não
faz o diagnóstico. É positiva nos pacientes tuberculoides, em que há boa resposta imune
celular, e negativa nos pacientes virchowianos, em que essa resposta é deficiente. Nos
pacientes dimorfos, ocorre redução gradativa da positividade da reação, conforme a diminuição
da resposta imune celular na proximidade do polo virchowiano, e aumento gradativo da
positividade da reação, conforme o aumento da resposta imune celular na proximidade do polo
tuberculoide.4

Inoculação
O M. leprae pode ser isolado de tecidos infectados após a inoculação do bacilo em coxim
plantar de camundongos, tatus de nove bandas (Dasypus novemcinctus), ratos atímicos e
macacos.5-8 É uma técnica trabalhosa, que consome muito tempo, sendo empregada apenas
em centros de referência. Pode ser utilizada para identificar M. leprae e determinar a sua
viabilidade fora do corpo humano; selecionar agentes terapêuticos e imunoprofiláticos
(vacinas); realizar estudos sobre a determinação da concentração inibitória mínima e a dose
eficaz mínima de compostos anti-hansênicos e verificar, nos casos de recidiva, a presença de
bactérias resistentes. Atualmente, após a descoberta das técnicas de detecção molecular, o
cultivo do bacilo em animais é praticamente limitado a laboratórios que pesquisam drogas
antimicrobianas. Este recurso ainda é útil para estudos que visam ao entendimento da biologia
do M. leprae e à interação patógeno/hospedeiro.9

Baciloscopia
O exame baciloscópico baseia-se na detecção de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) em
esfregaço dérmico, coletados de locais padronizados (lesão cutânea, lóbulos das orelhas e
cotovelos). É realizado através da coloração de Ziehl Neelsen (ZN), corando os bacilos em
vermelho.10 É possível avaliar o índice morfológico (IM) e o índice baciloscópico (IB).
O IM determina a viabilidade ou a inviabilidade bacilar e é representado pelo percentual de
bacilos íntegros em relação ao total dos bacilos examinados. Os íntegros (viáveis) apresentam-
se totalmente corados em vermelho e são vistos antes do tratamento ou na recidiva da doença.
Os fragmentados apresentam pequenas falhas, devido à interrupção da síntese dos seus
componentes, enquanto os granulosos apresentam grandes falhas mostrando,
respectivamente, fragmentos ou pontos corados em vermelho. Esses são inviáveis ou mortos e
são observados em pacientes tratados.11
O IB representa a carga bacilar quantitativa (número de bacilos) e é expresso de acordo com
uma escala logarítmica variando de 0 a 6+. No grupo multibacilar (MB), a baciloscopia é
positiva, auxiliando no diagnóstico definitivo da hanseníase, porém a sensibilidade é baixa no

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grupo paucibacilar (PB), em que é frequentemente negativa, sendo o limite de detecção


microscópica de BAAR 104 bacilos por grama de tecido.11,12

Histopatologia
O exame histopatológico é usualmente realizado em fragmento de lesão cutânea ou de nervo.
A coloração pela hematoxilina-eosina (HE) deve ser complementada pela coloração de Faraco-
Fite ou uma de suas variantes para a pesquisa de BAAR. A seguir, as características
histopatológicas, segundo os critérios estabelecidos por Ridley, Jopling (1966).13
No grupo indeterminado, observa-se infiltrado inflamatório inespecífico, com predomínio de
linfócitos. A localização perianexial e perineural sugere o diagnóstico. Às vezes, o exame
histopatológico revela que, apesar do aspecto clínico, já há evolução para um dos polos. Não
há bacilos ou esses são raros (Figura 1).
A forma tuberculoide-tuberculoide (TT) exibe granulomas tuberculoides bem definidos,
constituídos por macrófagos com diferenciação epitelioide e células gigantes multinucleadas do
tipo Langhans, com linfócitos no centro, rodeados por halo linfocitário denso. Os granulomas
estendem-se da derme profunda à camada basal, não se visualizando zona clara (faixa de
Unna), e podem acompanhar filetes nervosos, muitas vezes destruindo-os. Não há bacilos ou
esses são raros (Figura 2). Essas manifestações são expressão da boa resposta imune celular
do hospedeiro.
A forma virchowiana-virchowiana (VV) evidencia granulomas de células histiocitárias que
atingem a hipoderme, com diferentes graus de alteração lipídica, formando células espumosas
vacuolizadas (células de Virchow), ricas em bacilos, os quais apresentam-se isolados ou
agrupados formando globias. Linfócitos são escassos e esparsos. A epiderme está achatada e
separada do infiltrado inflamatório por uma faixa de fibras colágenas, correspondente à derme
papilar retificada, conhecida como faixa de Unna (Figura 3).
A distinção entre um subgrupo dimorfo de maior resistência para outro de menor resistência
baseia-se na indiferenciação progressiva da célula macrofágica, na diminuição do número de
linfócitos e no aumento do número de bacilos nos granulomas e nos ramos nervosos (Figura
4).
No subgrupo dimorfo-tuberculoide (DT), a presença da faixa de Unna, pelo menos em alguns
locais, diferencia-o da forma TT. Focos de células epitelioides e de células gigantes do tipo
Langhans formando granulomas, rodeados por halo linfocitário, diferenciamno do subgrupo
dimorfo-dimorfo (DD). Observam-se fibras nervosas fortemente infiltradas, mas discerníveis
(Figura 4). Não há bacilos ou esses são raros, variando de + a ++.
O subgrupo dimorfo-dimorfo (DD) mostra células epitelioides bem desenvolvidas, dispersas
nos granulomas, não focalizadas por linfócitos, e uma raridade de células gigantes do tipo
Langhans e de linfócitos. As fibras nervosas são bem visualizadas, exibindo proliferação
moderada das células de Schwann (Figura 4). O IB é maior, variando de +++ a ++++.
O subgrupo dimorfo-virchowiano (DV) exibe macrófagos indiferenciados e poucos linfócitos ou,
mais comumente, histiócitos com tendência à vacuolização e áreas densas de infiltração
linfocitária perineural ou no granuloma, com fibras nervosas pouco alteradas. Há grande
número de bacilos (+++++), sem muitas globias. A faixa de Unna é mantida (Figura 4).
Nas reações hansênicas do tipo 1, observa-se edema extracelular. Na reação reversa, os
granulomas tornam-se mais organizados, com aumento do número de linfócitos, de células
epitelioides e de células gigantes. Há redução da carga bacilar e diminuição ou

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desaparecimento dos bacilos íntegros, porém a agressão neural é maior, podendo ocorrer
necrose caseosa (Figura 5). Na reação de degradação, os granulomas tornam-se mais frouxos
e há aumento da quantidade de bacilos íntegros. Podem ocorrer degeneração de fibras
elásticas e de fibras colágenas, focos de necrose nos granulomas e necrose fibrinoide no
colágeno.14
No eritema nodoso hansênico (ENH), observam-se vasodilatação, exsudação de neutrófilos
polimorfonucleares nos tecidos previamente infiltrados e predominância de bacilos granulosos
(Figura 6). No ENH necrotizante, há trombos intravasculares.14

Sorologia
A existência de um teste laboratorial de fácil execução, baixo custo e que detectasse
anticorpos específicos contra o M. leprae para atuação em campo seria de grande valia, pois
grande parte dos indivíduos com hanseníase não possui alterações visíveis e os recursos
laboratoriais existentes geralmente estão indisponíveis. Para isso, busca-se um teste
sorológico ideal.
Vários antígenos imunodominantes do M. leprae, capazes de ativar clones específicos de
linfócitos B, foram descritos, mas, até o momento, o teste melhor padronizado e mais avaliado
na hanseníase emprega o PGL-1, que possui um trissacarídeo antigenicamente específico do
M. leprae. O PGL-1, descrito por Brennan & Barrow em 1980, foi primeiramente empregado em
estudos sorológicos na hanseníase por Payne et al. em 1982.15,16 Devido à natureza
glicolipídica, a resposta imune humoral induz à produção de anticorpos independentes de
linfócitos T, sendo o isotipo formado, predominantemente, a imunoglobulina M (IgM).
Posteriormente, foi sintetizado como composto mono, di e trissacarídeo e é usado por meio de
ensaio imunoenzimático (ELISA), teste de hemaglutinação passiva, hemaglutinação em
partículas de gelatina, dipstick e teste rápido de fluxo lateral (ML flow).17 O ML flow, um teste
rápido para uso em campo, demonstrou 91% de concordância com o método ELISA,
sensibilidade de 97,4% em classificar corretamente pacientes MB e especificidade de 90,2%.18
A presença de anticorpos anti-PGL-1 reflete a carga bacilar, auxiliando na classificação das
formas clínicas, com títulos elevados nos pacientes MB e baixos ou ausentes nos PB, sendo
soropositivos 80-100% dos virchowianos e 30-60% dos tuberculoides.19-21 Portanto, o valor
diagnóstico é limitado para a hanseníase PB. Níveis elevados na hanseníase indeterminada
parecem associar-se à evolução para o polo virchowiano.22
São encontrados altos níveis de anticorpos anti-PGL-1 nos episódios reacionais.23,24 Quando
presentes no início do tratamento, indicam risco de reação tipo 1.25
No monitoramento da terapêutica, a diminuição dos anticorpos anti-PGL-1 acompanha o
clearance do antígeno, havendo correlação com a baciloscopia; a persistência pode
representar resistência e o aumento em indivíduos tratados indica recidiva.23,26 Entretanto,
como o antígeno PGL-1 não é solúvel na água, permanece nos tecidos por tempo prolongado,
estimulando a produção de anticorpos IgM na ausência de bacilos viáveis.27 Portanto, a
presença de anti-PGL-1 nem sempre é significado de doença ativa, podendo corresponder à
infecção passada.28
Os testes sorológicos com o antígeno PGL-1 podem identificar indivíduos com infecção
subclínica, apresentando os contatos soropositivos risco de 7,2 vezes maior em desenvolver
hanseníase do que os contatos soronegativos, especialmente o desenvolvimento de
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hanseníase MB (risco 24 vezes maior).29,30 Nas áreas altamente endêmicas, a distribuição da


soropositividade nos contatos e não contatos domiciliares de casos de hanseníase é
semelhante, mas há diferença significante entre contatos e não contatos em áreas de baixa
endemicidade.31 Porém, não há um ponto de corte entre população saudável e pacientes para
discernir entre infecção subclínica e doença.32 Assim, a pesquisa de anticorpos IgM contra
PGL-I não pode ser a única ferramenta para screening de população para detecção de casos
de hanseníase, mas indivíduos soropositivos devem ser seguidos.26,33 Entretanto, nem todos
os soropositivos desenvolverão a doença.28
A pesquisa de anticorpos das classes IgG e IgA, adicionalmente à detecção de IgM, em testes
rápidos anti-PGL-1 na população brasileira, não elevou a sensibilidade nem influenciou o
desempenho do teste sorológico para pacientes com hanseníase PB e MB.34
Mais recentemente, estudos de sequências genômicas do M. leprae identificaram proteínas e
peptídeos específicos do bacilo, tendo sido testada a imunorreatividade, através da detecção
de imunoglobulinas G (IgG) antígeno-específicas, de inúmeras proteínas recombinantes do M.
leprae em pacientes com hanseníase e seus contatos.35-38 Os estudos sorológicos com essas
proteínas, assim como o PGL-1, refletem o espectro da hanseníase, demonstrando altos títulos
de anticorpos no polo virchowiano e baixos ou ausentes no polo tuberculoide.
Diferenças antigênicas ou no HLA de cepas do M. leprae parecem influenciar a
imunogenicidade dos antígenos, resultando em diferentes padrões sorológicos entre os países
em que foram estudados. As proteínas recombinantes mais sororreativas encontradas foram
ML0308 na Coreia do Sul e ML0405 e ML2331 no Brasil, nas Filipinas e na Venezuela;
ML0678, ML0757, ML2177, ML2244 e ML2498 demonstraram ser fortes epítopos de células B
no Mali e em Bangladesh. A associação ao PGL-1 aumenta a especificidade e a sensibilidade
dos testes.35-38
O Instituto de Pesquisa para Doenças Infecciosas, Seattle, EUA (IDRI) construiu uma proteína
de fusão de ML0405 e ML2331, a LID-1, que incorpora ambos os antígenos. Numa área
hiperendêmica da Venezuela e no Brasil verificou-se alta especificidade da LID-1. Esta
manteve a imunorreatividade das proteínas originais e está sendo testada para o diagnóstico
rápido da hanseníase.37
ML0405, ML2331 e LID-1 foram eficientes na detecção de casos novos. As respostas contra
estes antígenos mostraram correlação com a carga bacilar e as formas clínicas no momento
do diagnóstico.37 Verificou-se, também, que os níveis de IgG circulantes anti-LID-1, anti-
ML0405 e anti-ML2331 diminuíram tanto em pacientes MB como em PB (mais rapidamente
nos PB) durante o tratamento, sugerindo a utilidade do emprego sorológico dessas proteínas
para a avaliação da eficácia do tratamento e recidiva da doença.39
A atenção hoje em dia está se voltando para o diagnóstico sorológico baseado na resposta
imune celular a antígenos candidatos de M. leprae (proteínas recombinantes e peptídeos)
através da mensuração da produção de interferon-gama (IFN-γ), um indicador indireto da
imunidade celular protetora. Essa metodologia talvez possa detectar evidências mais precoces
da infecção pelo bacilo e diagnosticar casos PB. Tanto células mononucleares periféricas
quanto sangue total têm sido utilizados com sucesso. Em geral, os estudos baseados na
resposta imune celular na hanseníase mostram que a estimulação de células com antígenos
selecionados induz à maior produção de IFN-γ em contactantes intradomiciliares de pacientes
MB e em pacientes com hanseníase PB. A identificação de outros marcadores indiretos de

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imunidade protetora, além do IFN-γ, também é objeto atual de estudo.40

Reação de imuno-histoquímica
A reação de imuno-histoquímica, empregando anticorpos monoclonais ou policlonais para
detectar antígenos do M. leprae, pode conferir maior sensibilidade e especificidade que os
métodos convencionais, representando auxílio importante no diagnóstico da hanseníase,
especialmente nas fases iniciais ou nos casos PB.41-48 Vantagens adicionais são a
independência da viabilidade bacilar e a preservação da morfologia tecidual, possibilitando
determinar a localização do bacilo nos tecidos.47,49
Vários são os anticorpos empregados no diagnóstico da hanseníase, como aqueles dirigidos
contra proteínas, como a S-100 e as de choque térmico (HSP) 35 kDa e 65 kDa, e contra os
glicolipídeos LAM e PGL-1.27,45,46,50-52 Exceto o anti-PGL-1, que é um anticorpo dirigido a um
antígeno específico do M. leprae, os outros anticorpos podem gerar resultados positivos na
pele humana normal ou em algumas doenças infecciosas crônicas e autoimunes.27
Aproveitando-se da reação cruzada entre antígenos de micobactérias, o anticorpo anti-BCG
também é empregado para demonstrar M. leprae em tecidos de indivíduos com hanseníase.39-
43,46-48,53, 54

O anticorpo para a proteína S-100, molécula expressa no sistema nervoso periférico, pode
demonstrar remanescentes de nervos dérmicos e o neurotropismo do infiltrado inflamatório em
fragmentos da pele.47,55,56 Além disso, exclui-se hanseníase caso sejam evidenciadas
terminações nervosas íntegras em doenças granulomatosas de outra etiologia.57

Identificação molecular do bacilo M. leprae


A PCR possibilita detectar micro-organismos de crescimento lento ou os não cultiváveis e é
usada para detectar M. leprae, baseada em dados genéticos disponíveis desde 1989.58-60
A PCR tornou possível a detecção, a quantificação e a determinação da viabilidade do M.
leprae, com resultados significativamente superiores em comparação aos exames
microscópicos comuns. Baseia-se na amplificação de sequências específicas do genoma do
M. leprae e na identificação do fragmento de ácido desoxirribonucleico (DNA) ou de ácido
ribonucleico (RNA) amplificado.60 Entretanto, é restrita aos centros de pesquisa devido ao
custo elevado dos reagentes e à necessidade de equipamentos específicos e de profissionais
habilitados.
Dentre as inúmeras utilidades, a PCR permite confirmar casos de hanseníase iniciais, PB e
neurais puros; demonstrar infecção subclínica de contatos; monitorizar o tratamento; constatar
a cura ou a resistência às drogas da MDT; diferenciar reação de recidiva e auxiliar na
compreensão dos mecanismos de transmissão do M. leprae.61-67
A pesquisa do M. leprae por PCR tem sido feita em diferentes tipos de amostras, tais como
esfregaço; fragmento de biópsia ou imprint de biópsia da pele; secreção nasal; fragmento de
biópsia da concha nasal; swab ou fragmento de biópsia da mucosa oral; urina; nervo; sangue;
linfonodo e cabelo.63,65,68-75
Os diversos primers, visando diferentes alvos genômicos do M. leprae, o tamanho dos
fragmentos amplificados e a técnica de amplificação são fatores que interferem nas taxas de

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detecção.60,61
Primers que amplificam amplicons muito grandes podem diminuir a positividade da reação.
Aqueles que amplificam amplicons curtos têm sido usados com sucesso, mesmo em DNA
danificado ou em concentrações baixas, demonstrando que o tamanho do amplicon pode ser
um fator limitante para a detecção de DNA do M. leprae.76
Além das técnicas convencionais de PCR, outras técnicas foram empregadas para a detecção
do M. leprae, como a nested-PCR, a amplificação genômica total e a PCR em tempo real.77-79
A PCR baseada em transcrição reversa do RNA ribossomal do M. leprae pode determinar a
viabilidade do bacilo.80 A PCR em tempo real permite a detecção e a quantificação rápida,
sensível e específica, mas, além de pouco empregada na hanseníase, há controvérsias sobre
suas vantagens em relação às técnicas convencionais, existindo relatos tanto de resultados
superiores quanto de resultados semelhantes.78,79

EXAMES DE IMAGEM
Os exames de imagem podem ser úteis na hanseníase, principalmente para avaliar o
comprometimento osteoarticular e as lesões dos nervos periféricos.

Avaliação do comprometimento osteoarticular


Apesar de a tomografia computadorizada (TC) ser um exame mais preciso para estudar as
lesões osteoarticulares, especialmente secundárias ao acometimento neurológico, a
radiografia simples pode demonstrar inúmeras alterações. Os achados radiológicos mais
frequentes são sinais de osteomielite e de reabsorção das extremidades, envolvendo as mãos
e os pés, ocasionando perda dos dígitos e osteoartropatia neuropática de pequenas
articulações, além de alterações osteopênicas.81 A cintilografia pode diferenciar entre doença
ativa e inativa, pois permite a avaliação funcional de órgãos e sistemas, permitindo a análise
da atividade da infecção e a avaliação do resultado terapêutico. Um exemplo é o aumento da
perfusão arterial e a absorção anormal focal de radiofármaco nas áreas afetadas em casos de
mutilações ósseas por osteomielite nas mãos e nos pés.82
A ressonância magnética (RM) pode evidenciar mais precisamente alterações de tecidos
moles, como infiltração da gordura subcutânea, celulite e abscesso, além de osteomielite e
artropatia neuropática, sendo o exame de escolha para o diagnóstico precoce dessas afecções
nos pés neuropáticos clinicamente assintomáticos.83-87

Avaliação do comprometimento dos nervos periféricos


A avaliação das alterações dos nervos periféricos pelo exame clínico é subjetiva e comparativa
em relação ao nervo contralateral, sendo muito difícil em alguns nervos, como o mediano, por
causa da localização. A ultrassonografia (US) e a RM avaliam-nas de forma mais precisa e
objetiva.
A US pode avaliar o espessamento, as anormalidades estruturais, edema e a vascularização
neural. Pode identificar abscesso e compressão do nervo. A área de corte transversal do nervo
pode ser medida para dimensionar o espessamento. A US de alta resolução com doppler

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colorido mostra aumento da vascularização neural na fase aguda das neurites nas reações dos
tipos 1 e 2, com sinais de fluxo sanguíneo no plexo perineural ou nos vasos intrafasciculares,
maior nas reações do tipo 1. Essas reações quando são repetitivas podem levar a alterações
hipoecoicas do epineuro e ao edema fusiforme dos fascículos nos nervos musculoesqueléticos
espessados.83,88 Nos casos de hanseníase avançada, podem ser observadas anormalidades
estruturais, como ausência de ecotextura fascicular e ausência de edema.81 Portanto, a US é
especialmente útil para monitorar a resposta terapêutica das neurites reacionais quando
houver dificuldade de avaliação clínica e na indicação de descompressão cirúrgica ou
neurólise. Além disso, pode diferenciar a hanseníase neural primária de afecções localizadas
nos nervos, tais como tumores benignos, ou de afecções em estruturas vizinhas nas
síndromes compressivas, tais como o cisto sinovial e as tenossinovites.81
A RM suplementa o diagnóstico diferencial da neuropatia hansênica de outras doenças dos
nervos periféricos, com vantagens sobre as investigações neurofisiológicas clínicas e a US por
ser operador independente. É empregada em casos específicos, especialmente devido ao alto
custo. Pode demonstrar anormalidades estruturais endoneurais, espessamento e abscesso no
nervo e sinais compressivos.89 Comparada à US, que detecta reação do tipo 1 ativa em 74%
dos casos, a sensibilidade da RM é 92%, mostrando um padrão de realce hipervascular pelo
contraste na neurite em fase aguda.90
A TC também pode ser utilizada para diagnosticar espessamento de nervos periféricos em
pacientes com hanseníase. O tecido adjacente ao nervo periférico, geralmente, tem densidade
diferente de gordura e de tendão.91
A radiografia simples, às vezes, evidencia calcificações, especialmente nos nervos ulnar e
fibular, em pacientes tuberculoides com nervos espessados. Essas são lineares, ao longo do
nervo, ou em flocos, às vezes ovais, como resultado de abscesso perineural. Injeção de
contraste ao longo da bainha dos nervos pode localizar a calcificação.91,92

Eletroneuromiografia
A eletroneuromiografia está indicada no momento da avaliação diagnóstica nos casos
suspeitos de hanseníase neural primária, auxiliando na escolha do local para a biópsia de
nervo. Durante e após o tratamento, é útil nos casos de piora da função neurológica,
principalmente nas neurites reacionais. Nas neurites, auxilia na monitorização do tratamento e
fornece parâmetros para a indicação do tratamento cirúrgico e controle pós-operatório. Quase
todos os pacientes com hanseníase apresentam alterações eletroneuromiográficas, discretas
na forma indeterminada, moderadas na tuberculoide e severas nas dimorfa e virchowiana.93
Pode haver anormalidades mesmo com o exame neurológio normal, em nervos não
espessados.94 As alterações mostram envolvimento neurogênico periférico, sem evidências de
doença nas células do corno anterior da medula espinhal, ocasionando, geralmente,
mononeuropatia múltipla ou, menos frequentemente, mononeuropatia isolada ou polineuropatia
distal. Geralmente, não há alterações nos músculos não envolvidos.93 Em músculos
paralisados, demonstrou-se boa resposta à estimulação, sugerindo interrupção axonal sem
degeneração, compatível com envolvimento das células de Schwann ou do tecido intersticial.95
O achado mais comum e precoce é a redução da amplitude das respostas motoras e
sensitivas, usualmente mais frequente que a redução nas velocidades de condução nervosa. O
nervo mais frequentemente alterado parece ser o ulnar, podendose observar a síndrome do
túnel cubital e a do túnel carpiano; entretanto, um estudo demonstrou comprometimento na

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seguinte ordem decrescente de frequência: sural, mediano, ulnar, fibular, tibial posterior e ramo
frontal do nervo facial.93,94 Tendo em vista o comprometimento multifocal e a frequência de
anormalidades subclínicas, o estudo da condução nervosa deve ser extenso e abranger os
quatro membros.

Alterações sanguíneas
Demonstra-se nas formas multibacilares da hanseníase, especialmente na virchowiana,
prevalência elevada de algumas alterações hematológicas, como anemia hemolítica,
leucopenia e linfopenia, e imunológicas, incluindo a presença de fator antinúcleo, fator
reumatoide, anticorpos antipeptídeos citrulinados cíclicos, anticorpos anticardiolipina e
anticorpos anticitoplasma de neutrófilos, muitas vezes mimetizando o quadro clínico-
laboratorial de doenças inflamatórias, como as do tecido conectivo.96-98
Há teor baixo de ferro e concentração de ferritina ligeiramente elevada no soro, decorrente do
transporte de ferro desordenado que acontece na anemia das doenças crônicas.99 Antígenos
lipídicos são responsáveis por reações falso-positivas para a sífilis.100 Concentrações da
proteína C reativa estão significativamente elevadas em pacientes com eritema nodoso
hansênico associado à artrite em comparação àqueles sem artrite. A velocidade de
hemossedimentação está elevada, porém não se associa ao aumento da concentração da
proteína C reativa.99
Nos pacientes virchowianos, em fases mais avançadas da doença, que podem apresentar
comprometimento multissistêmico, deve ser realizada uma investigação laboratorial voltada às
queixas do paciente. Na suspeita de comprometimento renal, devem ser verificados os níveis
de ureia e de creatinina no sangue, assim como a pesquisa de anemia, hipercalemia e acidose
metabólica. O sedimento urinário deve ser analisado, buscando-se alteração da concentração
urinária, leucocitúria, proteinúria e hematúria.101 No comprometimento testicular, podem
ocorrer diminuição da testosterona e aumento de estradiol, hormônio luteinizante (LH) e
hormônio folículo estimulante (FSH) plasmáticos. Hiperprolactinemia pode relacionar-se ao
hipogonadismo e à hiperestrogenemia. O nível plasmático de cortisol encontra-se elevado ou
normal nas lesões das adrenais. Excepcionalmente, os níveis de tri-iodotironina (T3) e de
tiroxina (T4) estão diminuídos, principalmente nas reações.102 As enzimas hepáticas
transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico pirúvica (TGP) podem
estar aumentadas nas reações do tipo 2, mas raramente alteram-se na reação do tipo 1 e no
curso crônico da doença.103,104

EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO
O grupo indeterminado pode curar-se espontaneamente ou evoluir para um dos polos da
doença. Após instalada, o curso da hanseníase é crônico, ao longo dos anos, às vezes sem
sintomas, mas pode ser interrompido por surtos de agudizações, correspondentes às reações,
que são as maiores causas de incapacidades.
O prognóstico da hanseníase é bom, desde que o diagnóstico e o tratamento sejam precoces.
Quando tardios, podem advir sequelas, especialmente as neurológicas. Podem surgir
complicações, resultantes das reações ou dos efeitos adversos das drogas usadas no
tratamento, as quais, eventualmente, podem ser graves e levar a óbito. Casos virchowianos de

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longa duração podem apresentar comprometimento de diversos órgãos.105

TRATAMENTO
O tratamento efetivo da hanseníase teve início somente a partir de 1942, com o advento da
sulfona. Devido ao surgimento de casos resistentes a essa droga, a OMS, em 1982, passou a
recomendar a MDT, instituída no Brasil, extensa e oficialmente, em 1993. Os esquemas
terapêuticos são padronizados de acordo com a classificação operacional e seguem protocolos
bem estabelecidos, obedecendo à Portaria nº 3.125, de 07 de outubro de 2010, do Ministério
da Saúde.106 Após a notificação do caso, as medicações são fornecidas gratuitamente ao
paciente. Para os casos PB, o tratamento é de seis doses administradas em até nove meses,
incluindo, para adultos, uma dose mensal supervisionada de rifampicina (RFM) 600 mg e de
dapsona (DDS) 100 mg e dose diária de DDS 100 mg autoadministrada. Para crianças, a dose
de RFM é 450 mg e a de DDS, 50 mg. Os casos MB são tratados com 12 doses administradas
em até 18 meses, acrescentando ao esquema anterior a clofazimina (CFZ), em doses de 300
mg mensais supervisionadas e de 50 mg diária autoadministrada. Para crianças, a dose
mensal de CFZ é 150 mg, sendo autoadministrados 50 mg em dias alternados. Para crianças
ou adultos com peso inferior a 30 kg, a dose deve ser ajustada de acordo com o peso: RFM
10-20 mg/kg, DDS 1,5 mg/kg e CFZ 5 mg/kg a dose mensal e 1 mg/kg a dose diária.
A transmissão da doença é interrompida logo no início do tratamento.
No caso de contraindicação a alguma droga, são alternativas a ofloxacina e/ou a minociclina.
Em casos excepcionais, recomenda-se a administração mensal do esquema ROM (RFM 600
mg + ofloxacina 400 mg + minociclina 100 mg), seis doses nos PB e 24 doses nos MB.106
Outras fluorquinolonas (como o pefloxacin, o spafloxacin e a moxifloxacina), a claritromicina, a
rifapentina, o linezolide e o ácido fusídico têm sido testados.106,107
Efeitos adversos aos medicamentos são infrequentes, sendo mais frequentes os relacionados
à DDS, incluindo sintomas dispépticos, anemia hemolítica (grave apenas nos casos de
deficiência da glicose-6-fosfato-desidrosegenase - G6PD), síndrome da dapsona (rash
cutâneo, linfonodomegalia, icterícia, hepatoesplenomegalia e linfocitose com linfócitos
atípicos), hepatite, eritrodermia, agranulocitose e metahemoglobinemia. A CFZ causa
pigmentação e ressecamento da pele, podendo, em doses altas (como as usadas nas
reações), levar a manifestações gastrointestinais graves, devido ao depósito de cristais na
parede intestinal. A RFM pode causar sintomas dispépticos, rash cutâneo, síndrome
pseudogripal, plaquetopenia, hepatite, insuficiência respiratória e insuficiência renal por nefrite
intersticial ou por necrose tubular aguda.108 No caso de reação mais grave, deve-se suspender
temporariamente a MDT e instituir o tratamento adequado para cada caso.106
A gravidez e o aleitamento não contraindicam o tratamento, apesar de ser frequente a
ocorrência de reações no terceiro trimestre da gravidez e no puerpério. Em mulheres na idade
reprodutiva, deve-se atentar ao fato de que a RFM pode interagir com anticoncepcionais orais,
diminuindo a sua ação.106
Além da MDT, medidas de avaliação e de prevenção das incapacidades físicas e atividades
educativas, incluindo o autocuidado, devem ser desenvolvidas. Após completar o tratamento
regular, a alta é por cura, independentemente da negativação baciloscópica, e os critérios
baseiam-se na regularidade ao tratamento, devendo este ser complementado quando feito de

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forma irregular. Casos MB que não demonstrem melhora receberão 12 doses adicionais.106
Nas reações, mantém-se a MDT e acrescenta-se, na reação tipo 1, prednisona 1-1,5
mg/kg/dia; na reação tipo 2, a droga de escolha é a talidomida na dose de 100 a 400 mg/dia.
As doses devem ser reduzidas conforme a melhora. Para mulheres em idade fértil, a
talidomida é contraindicada por causa do seu potencial teratogênico, sendo indicada a
prednisona 1-1,5 mg/kg/dia, sendo outras opções a pentoxifilina, 400-1200mg/dia, e a
clofazimina, 200 a 300 mg/dia. Nos casos de reação crônica ou subintrante, deve-se investigar
parasitose intestinal, infecções (incluindo as dentárias) e estresse emocional, e usar CFZ
300mg/dia/30 dias, reduzindo 100 mg a cada 30 dias, em associação à prednisona ou à
talidomida.106,109
Nas neurites, o membro afetado deve ficar em repouso e o tratamento é com prednisona 1-1,5
mg/kg/dia, monitorando-se a função neural. Para neurites incontroláveis, é opção a
pulsoterapia com metilprednisolona endovenosa, 1g/dia/3 dias. Indica-se descompressão
neural cirúrgica nos casos de abscesso de nervo, neurite não responsiva ao tratamento clínico,
neurites subintrantes ou neurite do nervo tibial (geralmente silenciosa e com resposta pobre à
corticoterapia).106
Também indica-se corticoterapia nos casos de ENH, reações do tipo eritema polimorfo-símile
ou de síndrome de sweet-símile, lesões oculares, mãos e pés reacionais, glomerulonefrite,
orquiepididimite, artrite e vasculites.106 Nas situações em que a corticoterapia está indicada,
deve-se instituir tratamento prévio para verminose e, durante o uso, deve-se monitorizar os
efeitos colaterais.106
Na dor neuropática, sequela das neurites, podese empregar os antidepressivos tricíclicos,
como a amitriptilina, 25-300 mg/dia, e a nortriptilina, 10-150 mg/dia, ou os anticonvulsivantes,
como a carbamazepina, 200-3000 mg/dia, e a gabapentina, 900-3600 mg/dia.106
Recidiva é rara após a alta por cura, ocorrendo, geralmente, após cinco anos. Os critérios
clínicos baseiam-se na classificação operacional, afastada a possibilidade de reação. São
suspeitos os casos PB que apresentarem dor no trajeto de nervos, novas áreas com alteração
de sensibilidade, lesões novas e/ou exacerbação de lesões anteriores que não respondem à
corticoterapia por pelo menos 90 dias; ou casos de reações tardias. São suspeitos os casos
MB com lesões cutâneas novas e/ou exacerbação de lesões antigas, novas alterações
neurológicas não responsivas ao tratamento com talidomida e/ou corticosteroide na posologia
recomendada, baciloscopia positiva, ou com reações tardias, ou, ainda, aumento do índice
baciloscópico em 2+ em relação ao da alta. Nesses casos, deve ser investigada a resistência
medicamentosa.106

RESISTÊNCIA À MDT
A monoterapia, como o uso isolado de DDS, e o tratamento irregular são as principais causas
do aparecimento de bacilos resistentes. Pelo fato de o M. leprae não ser cultivado, a
identificação da sensibilidade da bactéria aos medicamentos pode ser testada em pata de
camundongo, um método lento. Atualmente, a PCR baseada em análise de sequências é a
metodologia de escolha para compreender os eventos moleculares responsáveis pela
resistência do M. leprae aos fármacos da MDT, o que é feito em centros de referência. A
resistência à RFM é associada a mutações no gene rpoB, que codifica a subunidade β da RNA

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polimerase. A resistência à ofloxacina associa-se à mutação nos genes gyrA e gyrB, que
codificam a subunidade A da DNA girase de várias micobactérias, incluindo o M. leprae. A
resistência à DDS tem sido associada a três mutações no gene folP1 do M. leprae nas
posições 157, 158 e 164, alterando as posições dos aminoácidos 53 e 55. É importante
descartar a possibilidade de reinfecção, uma vez que a população suscetível ao bacilo, mesmo
depois de curada, permanece no local onde foi previamente infectada em contato com as
possíveis fontes de transmissão.110
No ano de 1998, o Comitê Consultivo Técnico da OMS recomendou o seguinte regime para
adultos com suspeita de resistência à RFM: CFZ 50 mg, ofloxacina 400 mg e minociclina 100
mg diariamente durante seis meses, seguido de CFZ 50 mg, minociclina 100 mg ou ofloxacina
400 mg diariamente por um período adicional de, pelo menos, 18 meses.111 Em 2009, o "WHO
Report of the Global Programme Managers' Meeting on Leprosy Control Strategy" sugeriu o
seguinte: moxifloxacina 400 mg, CFZ 50 mg, claritromicina 500 mg e minociclina 100 mg
diariamente por seis meses com uma fase de manutenção incluindo moxifloxacina 400 mg,
claritromicina 1000 mg e minociclina 200 mg uma vez por mês, por um período adicional de 18
meses.112

PREVENÇÃO

Vacinação com o BCG


A principal estratégia adotada no momento para a profilaxia da hanseníase é o diagnóstico e o
tratamento precoces, pois não há vacina específica contra o M. leprae. Entretanto, a vacinação
pelo BCG é recomendada e amplamente empregada nos países endêmicos, havendo
evidências consistentes da proteção contra a hanseníase.113-119 No entanto, a magnitude de
tal proteção é variável e pode ser maior em populações de maior risco, como em contatos
domiciliares, além de ser maior nos estudos observacionais (60%) do que nos experimentais
(41%).114 Uma vacina BCG contendo M. leprae morto pelo calor parece ser mais eficaz,
apresentação ainda indisponível para uso comercial.116,117
Parece que o BCG é melhor em prevenir as formas MB do que as PB, apesar de este ponto de
vista não ser unânime.114,115,118 Haveria um deslocamento dos casos do polo MB para o PB
devido ao aumento da resposta imune celular, podendo, inclusive, estimular a positivação do
teste de Mitsuda.119
Há, no entanto, discussões sobre quem deve ser vacinado, quando e com que frequência.
Parece que a proteção é maior em indivíduos vacinados em idade mais jovem (menores de 15
anos), sendo que a exposição a outras micobactérias pode interferir na eficácia. Mas parece
não haver diferença na proteção entre os vacinados uma vez ou duas vezes ou mais.
Entretanto, a revacinação parece proporcionar proteção adicional aos adultos (não a crianças),
nos quais a eficácia da primeira vacinação diminuiu com o tempo. Apesar de a proteção com o
BCG diminuir com o tempo, pode durar 30 anos ou mais.114
No Brasil, preconiza-se uma dose para todos os contatos intradomiciliares sem cicatriz ou com
uma cicatriz de BCG e nenhuma dose para aqueles com duas cicatrizes e menores de 1 ano
de idade vacinados.106
Vários estudos demonstram risco aumentado para o aparecimento de manifestações clínicas

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da hanseníase durante o primeiro ano após a vacinação pelo BCG. Este fato é explicado pela
possibilidade de precipitação dos sintomas entre indivíduos infectados assintomáticos que
desenvolveriam a doença mais tarde sem vacinação. Porém, existe a possibilidade de o BCG
precipitar os sintomas entre indivíduos que não desenvolveriam a doença se não fossem
vacinados.114
Discutem-se os benefícios da associação do BCG com a MDT em pacientes MB,
particularmente aqueles com IB elevado. Alguns relatos alertam sobre o risco de
desencadeamento de reações, especialmente as do tipo 1; outros, ao contrário, demonstram
que, ao invés de causar reações, a imunoterapia poderia reduzir o período de tempo das
reações e de tratamento para alcance do clearence bacilar.120,121
A manutenção da cobertura com BCG nos países com carga alta de hanseníase é uma boa
estratégia, pois parece oferecer proteção duradoura. Entretanto, deve-se atentar ao fato de
que o BCG pode ser um fator de agravo quando administrado a indivíduos, especialmente
crianças, infectados com HIV.114
As informações genômicas sobre o M. leprae, com a identificação de inúmeros antígenos,
clonagem de genes e ferramentas para expressão de proteínas recombinantes, abrem
perspectivas para o desenvolvimento de novas vacinas. Mas, diante do sucesso da MDT na
eliminação da hanseníase, o papel das vacinas não é, atualmente, uma alternativa prática para
a prevenção da hanseníase.

Quimioprofilaxia
A implantação da quimioprofilaxia aos contatos, especialmente aos soropositivos ao PGL-1 e
aos Mitsuda negativos, parece ser uma medida auxiliar na prevenção de casos novos, porém é
uma medida discutível e requer regimes terapêuticos curtos e acessíveis. Foi verificado em
uma metanálise que RFM (dose única de 300 a 600 mg), DDS (50 ou 100 mg uma ou duas
vezes por semana por dois anos) ou acedapsone (uma injeção de 225 mg intramuscular a
cada dez semanas por sete meses) são efetivas em diminuir a incidência de hanseníase em
contatos de casos novos diagnosticados.122
Recentemente, demonstrou-se um efeito adicional de imunoprofilaxia quando a vacinação pelo
BCG é associada à RFM no tratamento profilático de contatos próximos. Enquanto a proteção
com RFM foi estimada em cerca de 58%, o efeito protetor aumentou para 80% quando
associada ao BCG.123

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* Trabalho realizado na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) e no


Hospital Regional de Presidente Prudente - Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) -
Presidente Prudente (SP), Brasil.

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