Aula 9 Imunologia Básica

Profa.
Graziela Batista
Biomedicina
UNICSUL
2023
Unid VI - Sistema complemento:
Caracterização e atuação do sistema complemento.

O sistema complemento foi descoberto no final do
século XIX como um componente do soro, sensível
ao calor, e que aumentava
(ou “complementava”) sua propriedade bactericida.

 Conceito:
O sistema complemento consiste em várias proteínas

plasmáticas que trabalham conjuntamente na
opsonização de microrganismos, promoção de
recrutamento de fagócitos para o sítio de infecção e, em
alguns casos, na destruição direta dos microrganismos.
OPSONIZAÇÃO
é um processo em que anticorpos ou fragmentos do

complemento, denominados de opsoninas, são fixados na
superfície de microrganismos que devem ser eliminados e
os recobrem, facilitando o reconhecimento e posterior
destruição pelas células responsáveis por essas ações, os
fagócitos.
FAGÓCITOS  Neutrófilos
OPSONIZAÇÃO
ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2019. 9788595150355. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150355/. Acesso em: 09 mar.
 FUNÇÕES:
opsonização
quimiotaxia e ativação celular
lise de células-alvo
desencadeamento da resposta imune adquirida

 FUNÇÕES:
MALE, David. Imunologia. Grupo GEN, 2014.

9788595151451. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/boo
ks/9788595151451/. Acesso em: 20 abr. 2022.
 Proteínas:
 Muitas proteínas do sistema complemento ocorrem
no soro como precursores enzimáticos inativos
(zimógenos); outros são encontrados nas superfícies
celulares.
cerca de 30 proteínas plasmáticas ou séricas,
sintetizadas por hepatócitos e por macrófagos que
podem ser ativadas através, por meio de 3 diferentes
vias, com reações sequenciais ou em cascata.
Proteínas:
C e um número (p. ex., C1, C3) com base na
ordem em que essas proteínas foram
identificadas.
(via clássica)
fator B, fator D ou por nome (p. ex., properdina)

(via alternativa)
 Vias de ativação:
1. via clássica
2. via alternativa
3. via da lectina
O sistema complemento é ativado por
microrganismos e por anticorpos que estão
ligados aos microrganismos e outros antígenos.
Dessa maneira, o complemento direciona o
ataque imune às superfícies microbianas.
1. via clássica:
denominada por ter sido descoberta

primeiro, usa uma proteína plasmática
denominada C1q para detectar
anticorpos ligados à superfície de um
microrganismo ou outra estrutura.
Dependente de anticorpos
ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. Grupo GEN, 2019. 9788595150355. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150355/. Acesso em: 20 abr. 2022.
2. via alternativa
foi descoberta mais tarde embora seja filogeneticamente mais

antiga do que a via clássica, é deflagrada quando uma
proteína do complemento chamada C3 reconhece
diretamente certas estruturas presentes na superfície
microbiana, como o LPS bacteriano.
3. via da lectina
deflagrada por uma proteína plasmática chamada
lectina ligante de manose (MBL, do inglês,
mannose-binding lectina), a qual reconhece resíduos
de manose terminais em glicolipídeos e
glicoproteínas microbianas, de modo similar ao
receptor de manose presentes nos fagócitos.
 FUNÇÕES:
opsonização

Via Clássica Via da lectina Via Alternativa
Vias de
LPS
Superfície
microbiana ativação
MBL: lectina ligante

de manose
Inflamação Opsonização
MAC: complexo de
ataque à membrana
Inflamação Lise
Trouw, L., Pickering, M. & Blom, A. The complement system as a
potential therapeutic target in rheumatic disease. Nat Rev
Rheumatol 13, 538–547 (2017).
Todas as três vias – clássica, alternativa e da lectina:
envolvem a ativação de C3, que é a proteína do complemento mais
abundante e importante;
compreendem uma cascata proteolítica na qual complexos de proteínas
do complemento criam enzimas que clivam outras proteínas do

complemento, de uma maneira ordenada, para gerar novas enzimas,
amplificando e perpetuando a cascata de ativação.
Via Clássica Via da lectina Via Alternativa
Vias de
LPS
Superfície
microbiana ativação
MBL: lectina ligante

de manose
Inflamação Opsonização
MAC: complexo de
ataque à membrana
Inflamação Lise
Trouw, L., Pickering, M. & Blom, A. The complement system as a
potential therapeutic target in rheumatic disease. Nat Rev
Rheumatol 13, 538–547 (2017).
 https://www.youtube.com/watch?v=-xOLihf1xNs
 FUNÇÕES:
opsonização

 Funções:
Opsonização e Fagocitose:
Os microrganismos sobre os quais o
complemento é ativado tornam-se recobertos com
C3b, iC3b ou C4b, e são fagocitados pela ligação
dessas proteínas a receptores específicos em
macrófagos e neutrófilos.
 Funções:
Opsonização e Fagocitose:
 Funções:
Estimulação das Respostas Inflamatórias:
Os fragmentos proteolíticos C5a, C4a e C3a do
complemento induzem inflamação aguda pela ativação
de mastócitos, neutrófilos e células endoteliais.
Todos os três peptídeos ligam-se a mastócitos e induzem
sua desgranulação, com a liberação de mediadores
vasoativos, como a histamina. Esses peptídeos também são
denominados anafilatoxinas porque as reações de
mastócitos que desencadeiam são características da
anafilaxia.
 Funções:
Em neutrófilos, C5a estimula a motilidade, a
adesão firme às células endoteliais e, em altas
concentrações, o burst respiratório e a produção de
espécies reativas de oxigênio. Além disso, C5a pode
atuar diretamente sobre as células endoteliais
vasculares e induzir aumento da permeabilidade
vascular e expressão de P-selectina, que promove a
ligação de neutrófilos.
 Funções:
 Funções:
Citólise Mediada pelo Complemento:
A lise de organismos estranhos mediada pelo
complemento é realizada pelo MAC.
A maioria dos patógenos desenvolveu paredes celulares
espessas ou cápsulas durante sua evolução que impedem o
acesso do MAC a suas membranas celulares. A lise
mediada pelo complemento parece ser essencial apenas
para a defesa contra alguns poucos agentes patogênicos
que são incapazes de resistir à inserção do MAC, como
bactérias do gênero Neisseria, que possuem paredes
celulares muito delgadas.
MAC: complexo de ataque à membrana
 Funções:
Citólise Mediada pelo Complemento:
 Receptores para Proteínas do Complemento:
Muitas das atividades biológicas do sistema do

complemento são mediadas pela ligação de
fragmentos do complemento a receptores de
membrana expressos em vários tipos celulares.
 Receptores para Proteínas do Complemento:
 Inibição e regulação:
A ativação do complemento é inibida por
proteínas reguladoras que estão presentes em
células normais do hospedeiro e ausentes nos
microrganismos.
A regulação do complemento é mediada por
diversas proteínas circulantes e de membrana
celular.
Resumo dos ativadores das vias de ativação clássica, da lectina
e alternativa do complemento.
MALE, David. Imunologia. Grupo GEN, 2014. 9788595151451. Disponível em:

Deficiências e defeitos do complemento
As deficiências ou defeitos de componentes específicos do complemento foram
associados a distúrbios específicos como:
 Deficiência de C1, C2, C3, serina protease 2 associada a MBL (MASP-2), fator H,
fator I ou receptor de complemento 2 (CR2): Suscetibilidade a infecções
bacterianas recorrentes
 Deficiência de C5, C9, fator B, fator D ou properdina: sensibilidade a infecção
por Neisseria
 Defeitos em C1, C4 e C5: lúpus eritematoso sistêmico
 Defeitos em CR2: imunodeficiência comum variável
 Defeitos em CR3: deficiência de adesão dos leucócitos tipo 1
 Mutações nos genes do fator B, fator H, fator I, proteína cofator de membrana
(CD46) ou C3: variante atípica da síndrome hemolítica urêmica
 MALE, David. Imunologia. Grupo GEN, 2014. 9788595151451.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859515
1451/.
 ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. Grupo GEN,

2019. 9788595150355. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859515
0355/.

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Caracterização e atuação do sistema complemento.

(ou “complementava”) sua propriedade bactericida.

O sistema complemento consiste em várias proteínas

é um processo em que anticorpos ou fragmentos do

quimiotaxia e ativação celular

desencadeamento da resposta imune adquirida

MALE, David. Imunologia. Grupo GEN, 2014.

fator B, fator D ou por nome (p. ex., properdina)

denominada por ter sido descoberta

foi descoberta mais tarde embora seja filogeneticamente mais

quimiotaxia e ativação celular

desencadeamento da resposta imune adquirida

MBL: lectina ligante

compreendem uma cascata proteolítica na qual complexos de proteínas

do complemento criam enzimas que clivam outras proteínas do

MBL: lectina ligante

quimiotaxia e ativação celular

desencadeamento da resposta imune adquirida

Muitas das atividades biológicas do sistema do

MALE, David. Imunologia. Grupo GEN, 2014. 9788595151451. Disponível em:

 ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. Grupo GEN,

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