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Introdução:
O simpósio foi presidido pelo Prof. Paolo Lionetti e tratou sobre as novas estratégias nutricionais
para controlar a Doença de Chron (DC), sendo dividido em duas apresentações. Confira o Highlight das
duas partes e ao final do material traremos o vídeo na íntegra e o material escrito pelos palestrantes
para que possa aprofundar seus estudos.
PARTE 1:
Terapia Nutricional para DC Pediátrica na era dos biológicos
Prof. Frank M. Rümmele da Universidade de Paris e Hospital Necker Enfants Malades – Paris - França
Com isso, o Prof. Rümmele concluiu que realmente os algoritmos de tratamentos com o uso de antiTNF
são eficazes.
3. Imunogenicidade.
A coorte de Lemaitre5 com 189.289 pacientes com DII, comparou ao longo do tempo,o risco
cumulativo de linfoma em 4 grupos: expostos à terapia combinada antiTNF + tiopurina, expostos
à monoterapia com antiTNF, expostos somente a tiopurinas e os que não receberam nem
tiopurinas nem antiTNF. No resultado foi verificado um risco maior no grupo com terapia
combinada e pouco aumentado nos grupos antiTNF e tiopurina em monoterapia.
Citou o guideline ECCO/ESPGHAN 2020, no qual foram fixados os objetivos do tratamento da
DC pediátrica:³
São conhecidos de longo tempo os excelentes resultados da nutrição enteral exclusiva (NEE),
recomendada nos guidelines ECCO/ESPGHAN 2014, como terapia de primeira linha na indução
de remissão de crianças com DC luminal ativa - 96% de concordância e, que a nutrição enteral
parcial (NEP) não é recomendada para indução de remissão - 100% de concordância.
Outro estudo de Borrelli8, demonstrou melhor escore histológico com Modulen® NEE do
que com corticoide, tanto em íleo como no cólon.
Mostrou o estudo de Johson T et al Gut 2006, comparando a NEP com NEE com o índice de
atividade da DC pediátrica (PCDAI) e subscore de diarreia significantemente menores (p= 0,005
e p=0,04, respectivamente) nos pacientes com NEE, portanto, a NEE é a única opção efetiva.
Sabemos ao longo dos anos de estudos, que estes pacientes com DII apresentam disbiose.
Estudo de Pigneur et al. JCC, 2019, mostra significantes diferenças da microbiota dominante
em grupos de pacientes antes e depois de tratados com a NEE com Modulen® e grupo tratado
com corticoide (p< 0,049). Nos pacientes com a NEE com Modulen® verificou-se a diminuição nos
firmicutes, aumento de actinobactérias e de bacteroides.
Olhando para o futuro e traduzindo todos estes dados citados: ”o que esperamos da nutrição enteral
para esses pacientes com a DC?”
Mostrou o desenho de seu estudo clínico, chamado CD HOPE, para responder a pergunta:
“Existe espaço para a NEE por 2 a 8 semanas mantendo a remissão dos pacientes em longo
prazo, como principal nutrição?”
Para os curiosos, o prof. Rümmele mostrou o gráfico do resultado deste estudo, onde a taxa de
remissão do grupo que recebeu a NEE cíclica foi muito maior, significante estatisticamente (p =0,0039)
em comparação com o grupo que recebeu a dieta com suplementação ao longo do tempo.
É altamente eficaz;
Tem excelente perfil de segurança;
Tem boa aceitação (se mostrar o crescimento e a rápida melhora);
Tem aceitação oral melhor que por sonda nasogástrica;
Deveria ser abordagem top down pela cicatrização da mucosa demonstrada;
Utilizada com outra abordagem nutricional em longo prazo.
Ou seja, a introdução de um novo conceito da dieta exclusiva, a terapia nutricional aparece pela 1ª
vez como alternativa em longo prazo ao tratamento medicamentoso, para os respondedores à NEE.
PARTE 2:
Estratégias dietéticas para tratamento da Doença de Crohn de 2021 em diante
O Prof. Levine seguiu discutindo os insights e estratégias recentes no manejo dietético da DC com
Dieta de Exclusão da Doença de Crohn (DEDC) combinada com a NEP para indução e manutenção da
remissão em pacientes com DC ativa leve à moderada, como também em condições mais graves.
Iniciou sua apresentação com a definição da estratégia: plano geral para alcançar os objetivos em
longo prazo sob a condição de incerteza. Nas DIIs só temos como estratégia de tratamento step up
acelerado ou top down, com os medicamentos disponíveis.
Os objetivos da terapia na DC em curto prazo, no paciente com a doença ativa são a remissão
clínica, a diminuição da inflamação e a manutenção da remissão e do crescimento nas crianças. Em
longo prazo são: cicatrização da mucosa, prevenir complicações e redução de cirurgias, para que a
terapia não traga nenhum mal ao paciente, reduzindo ou até evitando a imunossupressão e eventos
adversos sérios, como o risco de câncer.
Três estudos entre 2020 e 2021 demonstram que emulsificantes, carragena e gomas têm efeito
tóxico no microbioma, levando à inflamação, mas que a lecitina de soja não tem efeito sobre a
microbiota ou o efeito tóxico seria somente em altas doses.10-13
Estudo de relevância do próprio Levine¹¹, comparou a evolução dos pacientes DEDC X NEE para
tratamento da DC, sem diferença na resposta ou remissão clínica até a semana 6, mas a DEDC teve
melhores resultados que a NEE na remissão sustentada (p<0,01) na semana 12, quando já havia a
introdução alimentar nos pacientes em NEE.
Mostrou os tipos de bactérias da microbiota deste mesmo trabalho, com as variações de predomínio
de actinobacteria, clostrídio e proteobacteria em ambos os grupos de pacientes com DEDC ( não seria
CDED?) e os com NEE, muito semelhantes na semana 0 a 6, mas diferentes após a semana 6, quando
o grupo da NEE iniciou a introdução alimentar (0 a 12 semanas).
O princípio da DEDC na patogênese baseado na dieta é reduzir a exposição aos elementos que
levam à DC.
Em outro estudo (Segal Boneth et al. Clin Gastro Hepatol 2020) comparando a DEDC e a NEE, a
porcentagem de pacientes com resposta e remissão clínica na semana 3, além da redução de PCR e
calprotectina, ocorreram rapidamente nos 2 grupos. Usamos esta rápida resposta na melhora da
inflamação para identificar os pacientes fenótipo bons respondedores à dieta de exclusão.
Portanto, não temos marcadores sanguíneos ou fecais para saber se o paciente é um bom
respondedor à dieta, mas sim, sua evolução até a semana 6 de dieta de exclusão, para saber
selecioná-los.
Mostrou os resultados de estudo
clínico randomizado em adultos comparando
13
Pacientes com DC não complicada, atividade leve à moderada, que estejam dispostos a aderir à dieta,
começam com DEDC + NEP e observa-se a resposta à dieta com remissão clínica e sem sinais de
inflamação. Então, são divididas em 3 diferentes estratégias:
1ª Estratégia sem droga: dieta DEDC em monoterapia (sem medicação) por 6 semanas e depois
período de manutenção, sem droga também, por 1 ano (nunca tenha usado nenhuma medicação
prévia).
3ª Estratégia para os pacientes que estavam somente com drogas: não conseguiram a terapia
dietética, afinal, a terapia dietética não é para todos, mas tiveram reativação da doença, por perda de
resposta ao medicamento. Usam a DEDC como terapia de resgate para o biológico.
2ª Dieta e droga:
População: DC não grave
Vantagens: comboterapia direcionada para ambos: microbiota e inflamação. Estratégia de
desescalonamento possível, se não tiver complicações ou artrites.
Desvantagem: uso de drogas (MTX ou AntiTNF).
Para doenças não complicadas começam com MTX, pois pode ser descontinuado mais facilmente
que o antiTNF.
- A Terapia dietética seria um biomarcador para a detecção dos pacientes com doença responsiva
à dieta, conforme evolução clínica (Dietary Responsive Disease, DRD).
- Momento ideal de detectar esse fenótipo é o diagnóstico, antes da introdução de drogas, pois
senão não se saberá o que levou à remissão.
- Outras dietas poderão levar à redução na exposição, mas precisam ser rigorosamente validadas.
Portanto, a Terapia Nutricional com DEDC demonstra ter um futuro promissor cada vez maior no
tratamento da DC.
Bibliografias: 1.Pariente B, et al. Development of the Crohn’s disease digestive damage score, the Lémann score. In-
flamm Bowel Dis 2011;17:1415–222. 2. Jeuring SFG, et al. Improvements in the Long-Term Outcome of Crohn’s Disease
Over the Past Two Decades and the Relation to Changes in Medical Management: Results from the Population-Based
IBDSL Cohort. Am J Gastroenterol. 2017;112(2):325-336. 3. ERheenen P et al. The Medical Management of Paedia-
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Hyams J et al. Long-term outcome of maintenance infliximab therapy in children with Crohn’s disease. Inflamm Bowel
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Heuschkel Rb et al. JPGN 2007;45(1). 7. H Pigneur et al. 2021, Abstract at WCPGHAN 2021 8. Borrelli O et al. Polymeric
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Levine A et al. Crohn’s Disease Exclusion Diet Plus Partial Enteral Nutrition Induces Sustained Remission in a Randomized
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