Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GASTRO GERAIS
POT-POURRI EM GASTROENTEROLOGIA
Entyvio* - vedolizumabe. USO INTRAVENOSO USO ADULTO. Indicações: Entyvio* é indicado para o tratamento de pacientes adultos com: -Colite ulcerativa moderada a grave na fase ativa que apresentaram uma resposta inadequada, perda de resposta ou são intolerantes ao tratamento
convencional ou a um antagonista de fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). - Doença de Crohn moderada a grave na fase ativa que apresentaram uma resposta inadequada, perda de resposta ou são intolerantes ao tratamento convencional ou a um antagonista de fator de necrose tumoral
alfa (TNF-α). Contraindicações: Entyvio* é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade ao vedolizumabe ou a qualquer um dos excipientes do produto. Entyvio* é contraindicado na presença de infecções ativas graves, tais como tuberculose, septicemia, citomegalovírus, listerioses
e infecções oportunistas, como leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP). Cuidados e advertências: Em estudos clínicos foram relatadas reações relacionadas à infusão e reações de hipersensibilidade, sendo a maioria delas de gravidade leve a moderada. Infecções: O tratamento
com Entyvio* não deve ser iniciado em pacientes com infecções ativas graves até que as infecções sejam controladas, e os médicos devem considerar a suspensão do tratamento em pacientes que desenvolvem uma infecção grave durante o tratamento crônico com Entyvio*. Entyvio* é
contraindicado em pacientes com tuberculose ativa. Alguns antagonistas de integrina e alguns agentes imunossupressores sistêmicos foram associados com leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP). Nenhum caso de LMP foi relatado em estudos clínicos com vedolizumabe. Uso
anterior e concomitante de produtos biológicos:Não há dados disponíveis de estudos clínicos do vedolizumabe para pacientes previamente tratados com natalizumabe ou rituximabe. Uso durante a gravidez e a lactação - Categoria B de Risco na Gravidez - Este medicamento não deve
ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista. As mulheres em idade fértil devem usar métodos contraceptivos adequados para evitar a gravidez e o seu uso deve ser mantido durante pelo menos 18 semanas após o último tratamento com Entyvio*.
Lactação: Não se sabe se o vedolizumabe é excretado no leite humano ou absorvido sistemicamente após a ingestão. Interações medicamentosas: Não foram conduzidos estudos de interação. O vedolizumabe foi estudado em pacientes adultos com colite ulcerativa e doença de Crohn
com administração concomitante de corticosteroides, imunomoduladores (azatioprina, 6-mercaptopurina e metotrexato) e aminosalicilatos. As análises da farmacocinética da população sugerem que a administração concomitante de tais agentes não teve efeito clinicamente significativo na
farmacocinética do vedolizumabe. O efeito do vedolizumabe na farmacocinética dos medicamentos comumente coadministrados não foi estudado. Vacinações: As vacinas vivas, em particular vacinas vivas orais, devem ser usadas com cautela durante o tratamento com Entyvio*. Reações
adversas: A proporção de pacientes que descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos foi de 9% para os pacientes tratados com vedolizumabe e 10% para os pacientes tratados com placebo. Nos estudos combinados do GEMINI I e II, as reações adversas que ocorreram em ≥5%
dos pacientes foram náusea, nasofaringite, infecção do trato respiratório superior, artralgia, febre, fadiga, cefaleia, tosse. Reações relacionadas à infusão foram relatadas em 4% dos pacientes que estavam recebendo vedolizumabe. Atenção: este produto é um medicamento novo e,
embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em
Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal. Posologia: - Colite ulcerativa A dose recomendada é 300 mg de Entyvio*, administrada por infusão intravenosa nas Semanas
0, 2 e 6 e depois a cada oito semanas. Em pacientes que responderem ao tratamento com Entyvio*, o uso de corticosteroides pode ser reduzido e/ou interrompido – à critério médico. - Doença de Crohn A dose recomendada é 300 mg de Entyvio*, administrada por infusão intravenosa nas
Semanas 0, 2 e 6 e depois a cada oito semanas. Os pacientes com doença de Crohn que não apresentarem resposta podem se beneficiar de uma dose de Entyvio* na Semana 10 (veja ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). Nos pacientes que responderem, continuar o tratamento a cada oito
semanas a partir da Semana 14. MS – 1.0639.0271 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. MEDICAMENTO SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. *Marca depositada por Millennium Pharmaceuticals. ENT_1014_0715_VPS.
Referências bibliográficas: 1) Poole RM. Vedolizumab: first global approval. Drugs. 2014;74(11):1293-303. 2) Hanauer S, et al. Vedolizumab Maintenance Therapy for Crohn’s Disease: results of GEMINI II, a randomized, placebo-controlled,
double-blind, multi-centre phase 3 trial. Am J Gastroenterol. 2012;107 (Suppl 1):A1542. 3) Feagan B, et al. Vedolizumab Maintenance Therapy for Ulcerative Colitis: Results of GEMINI I, a Randomized, Placebo-Controlled, Double-Blind,
Multicenter Phase 3 Trial. Am J Gastroenterol. 2012;107(S1):S609–S610. Abstract 1522 4) Colombel JF, et al. The safety of vedolizumab for ulcerative colitis and Crohn’s disease. Gut. 2016 Feb 18. 5) Feagan BG, et al. Vedolizumab as
induction and maintenance therapy for ulcerative colitis. N Engl J Med. 2013;369(8):699-710. 6) Sandborn WJ, et al. Vedolizumab as induction and maintenance therapy for Crohn’s disease. N Engl J Med. 2013 Aug 22;369(8):711-21.
Contraindicação: Entyvio* é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade ao vedolizumabe ou a qualquer um dos excipientes
do produto. Interação medicamentosa: não foram conduzidos estudos de interação.
SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Materialproduzido
Material produzidoememsetembro/2016.
agosto/2016.
Takeda Pharma Ltda. Rua do Estilo Barroco, 721 – 04709-011 – São Paulo – SP.
Mais informações poderão ser obtidas diretamente com o nosso
Departamento de assuntos científicos ou por meio de nossos representantes.
Editores
Dra. Maria do Carmo Friche Passos (MG)
Dra. Luciana Dias Moretzsohn (MG)
Dr. Ângelo Alves de Mattos (RS)
Dr. Sérgio Pessoa (CE)
GASTRO GERAIS
POT-POURRI EM GASTROENTEROLOGIA
Edição e Produção
Office Editora & Publicidade Ltda • Rua Cel. Meireles, 406, Sala 1
CEP 03612-000 - São Paulo - SP • Tels.: (11) 3901-6931/2684-6197
São Paulo - SP - Brasil • www.officeditora.com.br
Proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por qualquer meio ou sistema,
sem prévia autorização da FBG.
A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusivamente dos autores.
Editores
FAPEGE
Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Gastroenterologia
Dra. Luciana Dias Moretzsohn (MG) - Coordenadora
Dr. Ângelo Alves de Mattos (RS)
Dr. Sérgio Pessoa (CE)
Título de Especialista
Dr. Joffre Rezende Filho (GO) - Presidente
Dra. Esther Buzaglo Dantas Correa (SC)
Dr. Marco Antônio Zerôncio (RN)
Dr. Octávio Augusto B. Gomes de Souza Júnior (PA)
Dr. Robério Mota (CE)
Dra. Andrea Vieira (SP)
Defesa Profissional
Dr. Rubens Basile (RJ) - Presidente
Dr. Justiniano Barbosa Vavas (MS)
Dr. Wilson Haig Santos (ES)
Conselho Fiscal
Dr. Adávio de Oliveira e Silva (SP) - Presidente
Dr. Fábio Gomes Teixeira (MA)
Dr. Uyapuran Torres Medeiros (PE)
Dra. Joceli Oliveira dos Santos (PI)
Dr. José Cristiano Resplande (GO)
Dr. José de Laurentys Medeiros Júnior (MG)
Comissão de Ensino
Dra. Maria da Penha Zago Gomes (ES) - Coordenadora
Dr. Carlos Kupski (RS)
Dr. Guilherme Santiago Mendes (MG)
Dra. Maria de Lourdes de Abreu Ferrari (MG)
Dra. Nelma Pereira de Santana (BA)
Dr. Paulo Pimentel Assumpção (PA)
Comissão de Pesquisa
Dr. Luiz Gonzaga Vaz Coelho (MG) - Coordenador
Dr. José Murilo Robilotta Zeitune (SP) In Memoriam
Dr. José Pedrazzoli Junior (SP)
Dra. Lúcia Libanez Bessa Campelo Braga (CE)
Dra. Themis Reverbel da Silveira (RS)
Comissão de Gastropediatria
Dra. Cristina Targa Ferreira (RS) - Coordenadora
Dra. Elisa de Carvalho (DF)
Dra. Gilda Porta (SP)
Dra. Irene Kazue Miura (SP)
Dra. Luciana Rodrigues Silva (BA)
Dr. Mauro Batista de Morais (SP)
Coordenadores
Dr. José Alves de Freitas (SP)
Dr. Júlio Maria Fonseca Chebli (MG)
Dra. Marta Brenner Machado (RS)
Dr. Paulo Lisboa Bittencourt (BA)
REGIÃO NORTE/NORDESTE
Dra. Adalgisa de Sousa Paiva Ferreira (MA)
Dr. Eduardo Góis Cardoso (SE)
Dr. Fábio Gomes Teixeira (MA)
Dra. Genoile Oliveira Santana (BA)
Dr. Geraldo Ishak (PA)
Dr. Gláucio Nóbrega de Souza (PB)
Dr. José Eymard Moraes de Medeiros Filho (PB)
Dr. Paulo Lisboa Bittencourt (BA)
Dr. Sérgio Murilo Fontes de Oliveira (SE)
REGIÃO SUDESTE
Dr. Ary Nasi (SP)
Dra. Cyrla Zaltman (RJ)
Dr. Eduardo Garcia Vilela (MG)
Dra. Eliza Maria de Brito (MG)
Dr. José Alves de Freitas (SP)
Dr. Júlio Maria Fonseca Chebli (MG)
Dr. Luiz Sérgio Emery Ferreira (ES)
REGIÃO SUL
Dra. Dvora Joveleviths (RS)
Dra. Eloá Marussi Morsoletto (PR)
Dra. Heda Maria Barska dos Santos Amarante (PR)
Dra. Janaína Luz Narciso Schiavon (SC)
Dr. Juliano Coelho Ludvig (SC)
Dra. Marta Brenner Machado (RS)
Décio Chinzon
Professor Assistente Doutor e Professor de Pós-Graduação da Disciplina de
Gastroenterologia da Universidade de São Paulo. CRM-SP 49.552.
Miriam Chinzon
Graduanda da Faculdade de Ciências Médicas de Santos.
Ricardo C. Barbuti
Médico Assistente Doutor do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CRM-SP 66.103.
CAPÍTULO 1
Como e quando utilizar biológicos na doença inflamatória intestinal?................ 25
Adérson Omar Mourão Cintra Damião
CAPÍTULO 2
Complicações da hipertensão portal: manuseio da
ascite e da peritonite bacteriana espontânea................................................... 37
Angelo Alves de Mattos
Ângelo Zambam de Mattos
CAPÍTULO 3
Síndrome do Intestino Irritável: abordagem e tratamento
de acordo com Roma IV................................................................................. 47
Carlos Fernando Francesconi
Maria Helena Itaqui Lopes
CAPÍTULO 4
Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA): tratamento ........................ 55
Rodrigo Vieira Costa Lima
Claudia Pinto Marques Souza de Oliveira
CAPÍTULO 5
Anti-inflamatórios em longo prazo: proteção gástrica sempre?.......................... 63
Décio Chinzon
Miriam Chinzon
CAPÍTULO 6
Pancreatite aguda......................................................................................... 69
Dulce Reis Guarita
Guilherme Eduardo Gonçalves Felga
CAPÍTULO 7
Tratamento da hepatite C - atualização terapêutica.......................................... 79
Edison Roberto Parise
CAPÍTULO 8
Doença diverticular dos cólons - Tratamento em 2016...................................... 87
Eduardo Garcia Vilela
Célio Geraldo de Oliveira Gomes
CAPÍTULO 9
Acalásia: diagnóstico e tratamento................................................................. 95
Eponina Maria de Oliveira Lemme
CAPÍTULO 10
Rastreamento do câncer colorretal............................................................... 111
Flávio Antônio Quilici
Lisandra Carolina M. Quilici
CAPÍTULO 11
Prebióticos, probióticos e simbióticos: atualização......................................... 117
Joaquim Prado P. Moraes-Filho
CAPÍTULO 12
Dispepsia: abordagem e tratamento de acordo com Roma IV........................... 123
Joffre Rezende Filho
CAPÍTULO 13
Manejo das lesões neoplásicas císticas do pâncreas (NCP)............................. 139
Jorge Carvalho Guedes
CAPÍTULO 14
Nódulos hepáticos: como abordar?............................................................... 147
José Eymard Moraes de Medeiros Filho
CAPÍTULO 15
Pancreatite Crônica - 2016........................................................................... 159
José Galvão-Alves
CAPÍTULO 16
Intolerâncias alimentares: o que há de novo?................................................ 183
Lorete Maria da Silva Kotze
CAPÍTULO 17
Manifestações extraesofágicas da DRGE....................................................... 193
Luciana Dias Moretzsohn
CAPÍTULO 18
Uso de inibidores de bomba protônica (IBP)
em longo prazo. É seguro?........................................................................... 201
Luiz Gonzaga Vaz Coelho
Maria Clara de Freitas Coelho
CAPÍTULO 19
Conduta nas lesões sólidas de pâncreas....................................................... 215
Maria da Penha Zago-Gomes
CAPÍTULO 20
Manifestações extraintestinais:
o perfil sistêmico da doença de Crohn........................................................... 223
Júlia Faria Campos
Maria de Lourdes de Abreu Ferrari
CAPÍTULO 21
Consenso de Roma IV e doenças funcionais: o que mudou?............................ 237
Maria do Carmo Friche Passos
CAPÍTULO 22
Constipação intestinal refratária.................................................................. 251
Dr. Ricardo C. Barbuti
Dr. Matheus Freitas Cardoso de Azevedo
CAPÍTULO 23
Doenças gastroenterológicas e gravidez....................................................... 261
Andrea Benevides Leite
Francisco Sérgio R. P. Pessoa
Capítulo 1
Introdução
Corticoides Corticoides
Conclusões
Step-up acelerado
AZTEC/RAPID Casos moderados e fístulas simples
pp dito
Referências
1. Damião AOMC, Rodrigues M, Damião EBC, et al. Doença Inflamatória Intestinal. Rev Bras Med 2006;
63: 108-22.
2. Baumgart DC, Sandborn WJ. Crohn’s disease. Lancet 2012; 380: 1590-1605.
3. Ordás I, Eckmann L, Talamini M, et al. Ulcerative colitis. Lancet 2012; 380: 1606-19.
4. Damião AOMC, Feitosa F, Milani LR. Tratamento Clínico Convencional na doença de Crohn. In: Cardozo
WS, Sobrado CW. Doença Inflamatória Intestinal. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2015. p. 305-28.
5. Riedtdijk ST, D’Haens G. Recent developments in the treatment of inflammatory bowel disease. J Dig
Dis 2013; 14: 282-7.
6. Danese S, Vuitton L, Peyrin-Biroulet L. Biologic agents for IBD: practical insights. Nat Rev Gastroenterol
Hepatol 2015; 12: 537-45.
7. Ordás I, Feagan BG, Sandborn WJ. Early use of immunosupressives or TNF antagonists for the treat-
ment of Crohn’s disease: time for a change. Gut 2011; 60: 1754-63.
8. Kornbluth A, Sachar DB. Ulcerative colitis practice guidelines in adults: American College of Gastroen-
terology, Practice Parameters Committee. Am J Gastroenterol 2010; 105: 501-23.
9. Brazilian Study of Inflammatory Bowel Diseases. Consensus guidelines for the management of inflam-
matory bowel disease. Arq Gastroenterol 2010; 47: 313-25.
10. D’Haens GR, Panaccione R, Higgins PDR, et al. The London position statement of the World Congress
of Gastroenterology on biological therapy for IBD with the European Crohn’s Colitis Organization: when
to start, when to stop, which drug to choose, and how to predict response? Am J Gastroenterol 2011;
106: 199-212.
11. Talley NJ, Abreu MT, Achkar JP, et al. An evidence-based systematic review on medical therapies for
inflammatory bowel disease. Am J Gastroenterol 2011; 106: S2-S25.
12. Dignass A, Lindsay JO, Sturm A, et al. Second European evidence-based consensus on the diagnosis
and management of ulcerative colitis Part 2: current management. J Crohn’s Colitis 2012; 6: 991-1030.
13. Bressler B, Marshall JK, Bernstein CN et al. Clinical practice guidelines for the management of nonhos-
pitalized ulcerative colitis: the Toronto Consensus. Gastroenterology 2015; 148: 1035-58.
14. Ford AC, Kane SV, Khan KJ et al. Efficacy of 5-aminosalicylates in Crohn’s disease: systematic review
and meta-analysis. Am J Gastroenterol 2011; 106: 617-29.
15. Lichtenstein GR, Hanauer SB, Sandborn WJ. Management of Crohn’s disease in adults. Am J Gastro-
enterol 2009; 104: 465-83.
16. Dignass A, Van Assche G, Lindsay JO, et al. The second European evidence-based consensus on the
diagnosis and management of Crohn’s disease: current management. J Crohn’s Colitis 2010; 4: 28-62.
17. Khanna R, Bressler B, Levesque BG et al. Early combined immunosuppression for the management of
Crohn’s disease (REACT): a cluster randomised controlled trial. Lancet 2015; 386: 1825-34.
18. De Cruz P, Kamm MA, Hamilton AL, et al. Crohn’s disease management after intestinal resection: a
randomised trial. Lancet 2015; 385: 1406-17.
19. Panés J, López-Sanromán A, Bermejo F, et al. Early azathioprine therapy is no more effective than pla-
cebo for newly diagnosed Crohn’s disease. Gastroenterology 2013; 145: 766-74.
20. Cosnes J, Bourrier A, Laharie D, et al. Early administration of azathioprine vs conventional management
of Crohn’s disease: a ramdomized controlled trial. Gastroenterology 2013; 145: 758-65.
21. D’Haens G, Baert F, Van Assche G, et al. Early combined immunosuppression or conventional manage-
ment in patients with newly diagnosed Crohn’s disease: an open randomised trial. Lancet 2008; 371:
660-7.
22. Beaugerie L, Seksik P, Nion-Larmurier I, et al. Predictors of Crohn’s disease. Gastroenterology 2006;
130: 650-6.
23. Louis E, Belaiche J, Reenaers C. Do clinical factors help to predict disease course in inflammatory bowel
disease? World J Gastroenterol 2010; 16: 2600-3.
24. Cerqueira RM, Lago P. Clinical predictive factors for Crohn’s disease complications. Acta Med Port
2011; 24 (Suppl 4): 1057-62.
25. Yarur AJ, Strobel SG, Deshpande AR, et al. Predictors of aggressive inflammatory bowel disease. Gas-
troenterol Hepatol 2011; 7: 652-9.
26. Blonski W, Buchner AM, Lichtenstein GR. Clinical predictors of aggressive /disabling disease.: ulcerative
colitis and Crohn’s disease. Gastroenterol Clin N Am 2012; 41: 443-62.
27. Amiot A, Peyrin-Biroulet L. Current, new and future biological agents on the horizon for the treatment of
inflammatory bowel diseases. Ther Adv Gastroenterol 2015; 8: 66-82.
28. Côte-Daigneault J, Bouin M, Lahaie R, et al. Biologics in inflammatory bowel disease: what are the data?
UEG Journal 2015; 3: 419-28.
29. Bryant RV, Sandborn WJ, Travis SPL. Introducing vedolizumab to clinical practice: who, when, and
how? J Crohn’s Colitis 2015; 9: 356-66.
30. Soler-Ferran D, Briskin MJ. Integrin α4β7 antagonists: activities, mechanisms of action and therapeutic
prospects. Curr Immunol Rev 2012; 8: 118-34.
31. Saruta M, Papadakis KA. Lymphocyte homing antagonists in the treatment of inflammatory bowel dis-
eases. Gastroenterol Clin N Am 2014; 43: 581-601.
32. Krupka N, Baumgart DC. Designing biologic selectivity for inflammatory bowel disease - role of vedoli-
zumab. Drug Design Dev Ther 2015; 9: 147-54.
33. Colombel J-F, et al. The safety of vedolizumab for ulcerative colitis and Crohn’s disease. Gut 2016;
0:1-13.
Capítulo 2
somente que os pacientes não coloquem sal em sua dieta e que evitem ali-
mentos, sabidamente, com maior conteúdo de sódio.(5-7)
Quando do tratamento da ascite, é importante que o clínico esteja atento
para evitar a utilização de medicamentos que prejudiquem a função renal,
tais como os anti-inflamatórios não esteroides, inibidores da enzima conver-
sora de angiotensina, antagonistas dos receptores da angiotensina e mesmo
drogas nefrotóxicas como os aminoglicosídeos. É também importante aten-
tar para o uso de contrastes radiológicos endovenosos, uma vez que podem
induzir a uma insuficiência renal aguda.(2)
Como a resposta à dieta com restrição de sódio é pobre, o uso de diuré-
ticos deve ser considerado desde o início do tratamento. Tendo em vista a
presença de edema periférico concomitante proteger o paciente quanto ao
desenvolvimento de hipovolemia, em decorrência de sua mobilização pre-
ferencial e ilimitada, fica sugerido que o tratamento possa resultar em uma
perda média de 1 kg/dia naqueles pacientes com ascite e edema periférico e
de 500 g/dia naqueles só com ascite (reabsorção limitada).(8)
No início do tratamento são utilizados diuréticos poupadores de potássio,
preferencialmente a espironolactona, em decorrência do hiperaldosteronis-
mo existente no paciente com cirrose. A dose inicial é de 100 mg/dia, poden-
do ser aumentada a cada 3-5 dias, até um máximo de 400 mg/dia. O intervalo
de dias utilizados para a modificação da dose é baseado no fato de que o pico
de ação da droga é entre o 3º e 5º dia de seu uso. Esse regime resulta em uma
natriurese adequada em 75% dos pacientes. Como os principais metabólitos
da espironolactona, sua porção ativa, têm uma meia vida plasmática longa,
está justificada sua administração uma vez ao dia.(9,10)
Sendo o sítio de ação da espironolactona ao nível do néfron distal, a re-
tenção proximal de sódio e de água explica a falha terapêutica em alguns
pacientes. Nesses casos, associa-se um diurético de alça. A droga habitual-
mente utilizada é o furosemida, variando a dose de 40 a 120-160 mg/dia.(11)
Nos guidelines da European Association for the Study of the Liver
(EASL),(4) é sugerido que pacientes com um primeiro episódio de ascite
podem ter seu tratamento iniciado primeiramente com espironolactona de
forma isolada (as doses podem ser aumentadas e, de acordo com a resposta,
deve ser acrescida a furosemida), mas pacientes com ascite recorrente de-
vem ser tratados desde o início com terapia combinada, ou seja, espironolac-
tona e furosemida em doses crescentes na dependência da resposta.
Nos pacientes com derrame peritoneal volumoso (ascite tensa), a proposta
terapêutica a ser avaliada é a paracentese com reposição de albumina.
A terapêutica através da paracentese com infusão endovenosa de 8 g de
albumina por litro de ascite drenado mostrou-se mais efetiva, acarretando
menos complicações e diminuindo o tempo de internação dos pacientes,
quando comparada com o tratamento à base de diuréticos. Ressaltamos que
a reposição com albumina tende a minorar a disfunção circulatória que pode
ocorrer após a paracentese (disfunção circulatória pós-paracentese). Recente
metanálise avaliando trials prospectivos, controlados e randomizados em
pacientes com ascite volumosa e que realizaram paracentese e reposição com
albumina, ou com outros expansores, demonstrou que a albumina diminui a
incidência de síndrome pós-paracentese, de hiponatremia e de mortalidade.(12)
Ressalte-se que, em artigo de revisão, Solà et al. recomendam reposição
volumétrica com albumina, independente do volume drenado, inclusive
enaltecendo uma saudável relação custo-benefício quando assim procedido.(¹³)
Embora a paracentese terapêutica com reposição volêmica seja o trata-
mento de eleição para os pacientes com ascite volumosa, ela não corrige a
retenção renal de sódio existente, e esses pacientes devem utilizar diuréticos
após a remoção do líquido de ascite.
É importante enfatizar que o transplante hepático é a forma de terapia
definitiva à ser ofertada aos pacientes com ascite, principalmente quando ela
for considerada refratária.(14)
Tendo em vista a PBE ser uma complicação frequente nos pacientes com
ascite, é fundamental que a paracentese diagnóstica seja realizada em todo
paciente com ascite de início recente, de volume moderado ou grande, ou
naqueles pacientes hospitalizados com piora da ascite ou com complicação
da hepatopatia.(4,5)
A PBE e suas variantes constituem uma complicação que se desenvolve
com frequência em cirróticos com ascite, principalmente quando de etiologia
alcoólica. Sua incidência oscila entre 4 e 27%. Tem prognóstico reservado,
pacientes com cirrose. Nos isolados dos pacientes com cirrose, 36,2% eram
resistentes à cefalosporina de terceira geração.(24)
A escolha da terapia empírica deve ser baseada no tipo, na gravidade,
na origem da infecção e nos dados epidemiológicos sobre resistência
bacteriana local.(18)
Em geral, as cefalosporinas de terceira geração continuam sendo a terapia
preconizada para as infecções comunitárias.(5,18,25) Entretanto, o tratamento
empírico de infecções associadas aos cuidados de saúde e nosocomiais
deve ser guiado de acordo com os padrões epidemiológicos de resistência
bacteriana observada.(18,26)
Devido à atual alta frequência de germes multirresistentes, um grupo es-
panhol de estudiosos implementou em sua prática clínica um novo protocolo
de tratamento empírico das infecções nos pacientes com cirrose, que con-
sistiu fundamentalmente no uso de carbapenêmicos associados ou não a um
glicopeptídeo nas infecções nosocomiais. Novas e semelhantes recomenda-
ções também começaram a ser feitas para o tratamento das infecções asso-
ciadas aos cuidados à saúde em decorrência das evidências de semelhanças
entre seus perfis microbiológicos.(26)
A Conferência Especial sobre Infecções Bacterianas da EASL(18) sedi-
mentou as novas orientações para o tratamento empírico das infecções nos
pacientes com cirrose. Nos pacientes com PBE adquirida na comunida-
de, seguem sendo recomendadas as cefalosporinas de terceira geração ou
amoxicilina-clavulanato. No caso dessas infecções serem de origem hos-
pitalar, recomenda-se o tratamento empírico com meropenem, associa-
do ou não a um glicopeptídeo ou piperacilina-tazobactam. Quando essas
infecções forem associadas aos cuidados de saúde, devem ser tratadas de
acordo com a gravidade da infecção (se sepse severa, utilizar o esquema
preconizado para as infecções nosocomiais) e com a prevalência local de
bactérias multirresistentes.
Um outro aspecto a ser considerado nos pacientes com PBE é a avaliação
da função renal. Insuficiência renal ocorre em aproximadamente um terço
dos pacientes com diagnóstico de PBE e é um forte preditor de mortalidade
durante a hospitalização. Em estudo realizado no nosso meio, no qual foram
avaliados 114 episódios de PBE, houve perda de função renal em 24% dos
casos. A mortalidade associada aos pacientes com e sem insuficiência renal
foi de 36,1% e 6,3%, respectivamente.(27)
Sort et al.,(28) com base no fato da PBE poder estar associada com um
déficit da função renal e ao partirem da premissa de que a expansão do vo-
lume plasmático preveniria essa disfunção, realizaram estudo multicêntrico,
prospectivo e randomizado, com infusão de albumina endovenosa (1,5 g/
kg de peso no primeiro dia e 1 g/kg de peso no terceiro dia) na profila-
xia nestes doentes. Constataram menor presença de hipovolemia e de défi-
cit da função renal, bem como queda na taxa de mortalidade no grupo que
usou albumina, quando comparado ao grupo-controle, com o qual só foram
utilizados antibióticos.
No consenso de Síndrome Hepatorrenal do Clube Internacional de Asci-
te, por se tratar de população de maior risco, foi sugerido que a albumina
(29)
Referências
1. Nader LA, Mattos AA, Bastos GA. Burden of liver disease in Brazil. Liver International 2014;34:844-9.
2. Gordon FD. Ascites. Clin Liver Dis 2012;16:285-299.
3. John J, et al. Survival and risk factors related to death in outpatients with cirrhosis treated in a clinic in
Southern Brazil. European J Gastroenterol Hepatolol 2015;27: 1372-7.
4. European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines on the management of as-
cites, spontaneous bacterial peritonitis, and hepatorenal syndrome in cirrhosis. J Hepatol 2010;53:397-417.
5. Runyon BA, AASLD Practice Guidelines Committee. Management of adult patients with ascites due to
cirrhosis: Update 2012. Hepatology 2013;57:1651-3.
6. Ginès P, Cárdenas A, Arroyo V, Rodés J. Management of cirrhosis and ascites. New Engl J Med
2004;350:1646-54.
7. Moore KP, Wong F, Gines P, Bernardi M, Ochs A, Salerno F, Angeli P, Porayko M, Moreau R, Garcia-Tsao
G, Jimenez W, Planas R, Arroyo V. The management of ascites in cirrhosis: Report on the Consensus
Conference of the International ascites Club. Hepatology 2003;38:258-66.
8. Shear L, Ching S, Gabuzda GJ. Compartmentalization of ascites and edema in patients with hepatic cir-
rhosis. New Engl J Med 1970;282:1391-6.
9. Wong F, Blendis L. The pathophysiologic basis for the treatment of cirrhotic ascites. Clin Liver Dis
2001;5:819-32.
10. Zervos EF, Rosemurgy AS. Management of medically refractory ascites. Am J Surg 2001;181;256-64.
11. Runyon BA. Management of adult patients with ascites due to cirrhosis.Hepatology 2004;39:841-856.
12. Bernardi M, Caraceni P, Navickis RJ, Wilkes MM. Albumin infusion in patients undergoing large-volume
paracentesis: a meta-analysis of randomized trials. Hepatology 2012;55:1172-81.
13. Solà E, Solé C, Ginès. Management of uninfected and infected ascites in cirrhosis. Liver Int 2016;36 Suppl
1:109-15.
14. Salerno F, Guevara M. Refractory ascites: pathogenesis, definition and therapy of a severe complication in
patients with cirrhosis. Liver Int 2010;30:937-47.
15. Rimola A, Garcia-Tsao G, Navasa M, Piddock LJ, Planas R, Bernard B, et al. Diagnosis, treatment and
prophylaxis of spontaneous bacterial peritonitis: a consensus document. International Ascites Club. J He-
patol 2000; 32:142-53.
16. Coral G, Mattos AA, Damo DF, Viegas AC. Prevalência e prognóstico da peritonite bacteriana espontânea.
Experiência em pacientes internados em um hospital geral de Porto Alegre, RS, Brasil (1991-2000). Arq
Gastroenterol 2002; 39:158-62.
17. Fernandez J, Acevedo J, Castro M, Garcia O, Rodriguez de Lope C, Roca D, et al. Prevalence and risk fac-
tors of infections by multiresistant bacteria in cirrhosis: a prospective study. Hepatology 2012; 55:1551-61.
18. Jalan R, Fernandez J, Wiest R, Schnabl B, Moreau R, Angeli P, et al. Bacterial infections in cirrhosis: a posi-
tion statement based on the EASL Special Conference 2013. J Hepatol 2014; 60:1310-24.
19. Song KH, Jeon JH, Park WB, Park SW, Kim HB, Oh MD, et al. Clinical outcomes of spontaneous bacterial
peritonitis due to extended spectrum beta-lactamase-producing Escherichia coli and Klebsiella species: a
retrospective matched case-control study. BMC Infect Dis 2009; 9:41-6.
20. Pleguezuelo M, Benitez JM, Jurado J, Montero JL, De la Mata M. Diagnosis and management of bacterial
infections in decompensated cirrhosis. World J Gastroenterol. 2013; 5:16-25.
21. Tandon P, Delisle A, Topal JE, Garcia-Tsao G. High prevalence of antibiotic resistant bacterial infections
among patients with cirrhosis at a US liver center. Clin Gastroenterol Hepatol 2012; 10:1291-8.
22. Merli M, Lucidi C, Giannelli V, Giusto M, Riggio O, Falcone M, et al. Cirrhotic patients are at risk for health
care-associated bacterial infections. Clin Gastroenterol Hepatol 2010; 8:979-85.
23. Ariza X, Castellote J, Lora-Tamayo J, Girbau A, Salord S, Rota R, et al. Risk factors for resistance to
ceftriaxone and its impact on mortality in community, health care and nosocomial spontaneous bacterial
peritonitis. J Hepatol 2012; 56:825-32.
24. Costabeber AM, de Mattos AA, Sukiennik TC. Prevalence of bacterial resistance in hospitalized cirrhotic
patients in southern Brazil: A new challenge. Rev Inst Trop 2016; 58:36.
25. Fernandez J, Arroyo V. Bacterial infections in cirrhosis: a growing problem with significant implications. Clin
Liver Dis 2013; 2:102-5.
26. Fernandez J, Gustot T. Management of bacterial infections in cirrhosis. J Hepatol. 2012 56:S1-12.
27. Coral GP, Mattos AA. Renal impaiment after spontaneous bacterial peritonitis: incidence and prognosis.
Can J Gastroenterol 2003; 17:187-90.
28. Sort P, Navasa M, Arroyo V, Aldeguer X, Planas R, Ruiz-del-Arbol L, et al. Effect of intravenous albumin
on renal impairment and mortality in patients with cirrhosis and spontaneous bacterial peritonitis. N Engl J
Med 1999; 341:403-9.
29. Salermo F, Gerbes A, Ginès et al. Diagnosis, prevention and treatment of the hepatorenal syndrome in cir-
rhosis. A consensus workshop of the international ascitis club. GUT 2007; 56:1310-1318.
30. Salerno F, Navickis RJ, Wilkes MM. Albumin infusion improves outcomes of patients with spontaneous
bacterial peritonitis: a meta-analysis of randomized trials. Clin Gastroenterol Hepatol 2013; 11:123-30.
31. Fernandez J, Ruiz del Arbol L, Gomez C, Durandez R, Serradilla R, Guarner C, et al. Norfloxacin vs ceftriax-
one in the prophylaxis of infections in patients with advanced cirrhosis and hemorrhage. Gastroenterology
2006; 131:1049-56.
32. Fernandez J, Navasa M, Planas R, Montoliu S, Monfort D, Soriano G, et al. Primary prophylaxis of
spontaneous bacterial peritonitis delays hepatorenal syndrome and improves survival in cirrhosis.
Gastroenterology 2007; 133:818-24.
33. Wiest R, Krag A, Gerbes A. Spontaneous bacterial peritonitis: recent guidelines and beyond. GUT 2012;
61:297-310.
34. Mattos AA, Costabeber AM, Lionço LC, Tovo CV. Multi-resistant bacteria in spontaneous bacterial perito-
nitis: a new step in management? World J Gastroenterol. 2014 20:14079-86.
Capítulo 3
Introdução
N o mês de maio de 2016 foi tornada pública a nova versão da obra Distúrbios
Funcionais Gastrointestinais - Roma IV.(1,2) Como era esperado,
ela traz consigo alguns novos conceitos com relação a esse grupo de
enfermidades. Desde o início de sua elaboração, os seus editores já haviam
antecipado que a pesquisa nessa área do conhecimento necessariamente
levaria à renovação de conceitos, como consequência de pesquisas que
seriam produzidas no futuro.
O seu conceito original foi modificado ao se reconhecer que a palavra
“funcional” trazia consigo problemas de entendimento e compreensão
que levavam, de certa maneira, a uma estigmatização dos pacientes.
Ela foi substituída por “distúrbios resultantes das interações intestino-
cérebro”. Esta definição reconhece a relevância de uma combinação de
variáveis, como distúrbios da motilidade, hipersensibilidade visceral,
alterações da função imune e da mucosa, alterações da microbiota e do
processamento do sistema nervoso central na sua patogênese.
(diarreia, constipação ou forma mista). Eles devem estar presentes por período
superior à 6 meses, em atividade clínica nos últimos 3 meses; com uma frequência
de sinais e/ou sintomas na média de pelo menos um dia/semana. Não podem
estar presentes manifestações clínicas com anormalidades fisiopatológicas ou
anatômicas óbvias, identificadas por exames diagnósticos de rotina.
Sua nova classificação é apresentada no quadro 1.
Abordagem diagnóstica
Tratamento
dietética não deve ser vista como uma panaceia para todos os sintomas.
Dietas FODMAPs (sigla para o inglês Fermentable Oligosaccharides,
Disaccharides, Monosaccharides and Polyols) e sem glúten podem ser
úteis para alguns pacientes com formas mais graves de SII. A primeira
não deverá ser prescrita por mais de 30 dias pelos profundos efeitos na
microbiota intestinal cujo potencial clínico é ainda desconhecido. Não está
esclarecido, até o momento, se o efeito destas intervenções é decorrente da
ação do glúten, de outras proteínas do trigo, de carboidratos de cadeia curta
altamente fermentáveis ou relacionados a um efeito nocebo destes produtos.
Quanto à Medicina alternativa/complementar, Roma IV engloba neste
grupo de intervenções terapias cognitivo-comportamentais, uso de ervas
(fitoterapia; principalmente utilizada na China), hipnoterapia, psicoterapia
psicodinâmica e terapia de relaxamento. Essas são alternativas pouco dispo-
níveis no Brasil e exigem profissionais experientes e familiarizados com as
diferentes técnicas. Para a hipnoterapia existem protocolos específicos para
SII e deve-se evitar o charlatanismo de pessoas não competentes.
Referências
1. Francisconi, CF, et al. Multicultural Aspects in Functional Gastrointestinal Disorders (FGIDs). Gastro-
enterology 2016; 150: 1344-54.
2. Drossman DA, et al. Rome IV - Functional Gastrointestinal Disorders: Disorders of Gut-Brain Interac-
tion. Gastroenterology 2016; 150:1257-61.
3. Palsson OS, et al. Development and Validation of the Rome IV Diagnostic Questionnaire for adults.
Gastroenterology 2016; 150: 1481-91.
4. National Institutes of Health. NIH Consensus Development Conference Statement on Lactose In-
tolerance and Health. Disponível em https://consensus.nih.gov/2010/docs/LI_CDC_2010_Final%20
Statement.pdf>. Acesso em 18 Mai 2016.
Capítulo 4
Prevenção e prognóstico
Referências
1. Schwenger KJP, Allard JP. Clinical approaches to non-alcoholic fatty liver disease. World J Gastroen-
terol. 2014;20(7):1712-23.
2. Association E, et al. EASL-EASD-EASO Clinical Practice Guidelines for the management of non alco-
holic fatty liver disease. J Hepatol 2016; 64: 1388-1402.
3. Ganesh S, Rustgi VK. Current Pharmacologic Therapy for Nonalcoholic Fatty Liver Disease. Clin Liver
Dis 2016;20(2):351-64.
4. Sanyal AJ, Chalasani N, Kowdley KV, McCullough A, Diehl AM, Bass NM, et al. Pioglitazone, vitamin
E, or placebo for nonalcoholic steatohepatitis. N Engl J Med 2010;362(18):1675-85.
5. Neuschwander-Tetri BA, Loomba R, Sanyal AJ, Lavine JE, Van Natta ML, Abdelmalek MF, et al.
Farnesoid X nuclear receptor ligand obeticholic acid for noncirrhotic, non-alcoholic steatohepatitis
(FLINT): A multicentre, randomised, placebocontrolled trial. Lancet 2015;385(9972):956-65.
6. de Oliveira CPMS, Stefano JT, De Siqueira ERF, Silva LS, de Campos Mazo DF, Lima VMR, et al.
Combination of N-acetylcysteine and metformin improves histological steatosis and fibrosis in pa-
tients with non-alcoholic steatohepatitis. Hepatol Res 2008;38(2):159-65.
7. Musso G, Gambino R, Cassader M, Pagano G. A meta-analysis of randomized trials for the treatment
of nonalcoholic fatty liver disease. Hepatology. 2010;52(1):79-104.
8. Armstrong MJ, Gaunt P, Aithal GP, Barton D, Hull D, Parker R, et al. Liraglutide safety and efficacy in
patients with non-alcoholic steatohepatitis (LEAN): A multicentre, double-blind, randomised, placebo-
-controlled phase 2 study. Lancet. 2016;387(10019):679-90.
9. Hossain N, Kanwar P, Mohanty SR. A Comprehensive Updated Review of Pharmaceutical and
Nonpharmaceutical Treatment for NAFLD. Gastroenterol Res Pract. 2016;2016: 7109270.
Capítulo 5
Décio Chinzon
Miriam Chinzon
Complicações na ausência
de sintomas
Sintomático
N = 141 N = 1921
A B
Assintomático
Como o quadro clínico não nos permite avaliar com segurança a neces-
sidade ou o risco de complicações, a resposta para isto veio dos estudos
epidemiológicos que nos possibilitaram identificar os fatores de risco que
determinam o potencial, de maior ou menor probabilidade de os indivíduos
desenvolverem lesões gastroduodenais secundárias ao uso de AINE.
Portanto: Comparado com não usuários de AINE H. pylori negativos, o risco de úlcera
em infectados que usam AINE é maior. O risco de hemorragia é aditivo.
Huang JQ, Sridhar,S, Hunt RH. Lancet 2002;359:14-2.
Referências
1. Huang JQ, Sridhar,S, Hunt RH. Role of Helicobacter pylori infection and non-steroidal anti-inflammatory
drugs in peptic-ulcer diseases: a meta-analysis. Lancet 2002;359:14-22.
2. Laine L. Upper Gastrointestinal Bleeding Due to a Peptic Ulcer. N Engl J Med 2016;374(24):2367-76.
3. Yuan JQ, Tsoi KK, Yang M, Wang JY, Threapleton DE, Yang ZY, Zou B, Mao C, Tang JL, Chan FK.
Systematic review with network meta-analysis: comparative effectiveness and safety of strategies for
preventing NSAID-associated gastrointestinal toxicity. Aliment Pharmacol Ther 2016;43(12):1262-75.
4. Mo C, Sun G, Lu ML, Zhang L, Wang YZ, Sun X, Yang YS. Proton pump inhibitors in prevention of
low-dose aspirin-associated upper gastrointestinal injuries. World J Gastroenterol 2015;21(17): 5382-92.
5. Suthar SK, Sharma M. Recent developments in chimeric NSAIDs as safer anti-inflammatory agents.
Med Res Rev 2015;35(2):341-407.
6. Lim YJ, Hong SJ. Helicobacter pylori infection in nonsteroidal anti-inflammatory drug user. Korean J
Gastroenterol 2014;64(2):70-5.
Capítulo 6
Pancreatite aguda
Fatores etiológicos
No quadro 3 constam as causas mais comuns para as PA, bem como, ha-
bitualmente, se apresentam na prática clínica.(4)
Litíase biliar
A migração de cálculos biliares é causa de pancreatite aguda em cerca de
40% dos casos. O barro biliar é uma suspensão viscosa de bile na vesícula
biliar que pode conter cálculos pequenos ou microlitíase (< 3 mm) e a ultras-
sonografia, especialmente a endoscópica, permite sua identificação. A inci-
dência destes microcálculos em portadores de pancreatite aguda idiopática é
de aproximadamente 70%.
Álcool
Na literatura, o álcool é responsabilizado por 30% das pancreatites agu-
das. Estes pacientes já possuem, na maioria das vezes, evidências funcionais
ou morfológicas de pancreatite crônica, apresentando, na realidade, uma
pancreatite crônica agudizada.
Hipertrigliceridemia
Os pacientes apresentam geralmente soro lipêmico devido aos níveis de
triglicerídeos plasmáticos superiores à 1.000 mg/dl, havendo predomínio de
VLDL e de quilomicra. O mecanismo pelo qual a lesão pancreática ocorre
é pouco conhecido, decorrendo, possivelmente, da lesão direta das células
acinares pancreáticas por ácidos graxos livres.
A maioria dos adultos com pancreatite aguda por hipertrigliceridemia
tem hiperlipidemia tipo I, III, IV ou V (Classificação de Fredrickson).(5)
Deve ser lembrada a hiperlipidemia secundária à medicamentos (estrógenos,
tamoxifeno, inibidores de protease, corticoides, etc.), diabete, hipotireoidis-
mo e síndrome nefrótica.
Hipercalcemia
Trata-se de rara causa para pancreatite aguda, secundária à deposição ex-
cessiva de cálcio no ducto pancreático, com ativação prematura do tripsino-
gênio. Pode ocorrer em pacientes com hiperparatireoidismo, hipercalcemia
paraneoplásica, sarcoidose, toxicidade por vitamina D ou no intraoperatório
de cirurgias cardíacas, nas quais infundem-se altas doses de cálcio.
Drogas
Medicamentos são causa incomum para pancreatite aguda, respondendo
por aproximadamente 1,4% dos casos.(6) As principais drogas relacionadas
às pancreatites agudas encontram-se no quadro 4.
Infecções
Vários agentes infecciosos (quadro 5) são potenciais causadores(7) de
pancreatite aguda, mas a frequência com que isto ocorre é desconhecida.
Tumores
Quaisquer tumores pancreáticos ou papilares, além das NIMPs, que difi-
cultem a drenagem do suco pancreático podem levar à PA, podendo ser esta
a primeira manifestação da neoplasia.
Outras causas
Quando o fator etiológico para a pancreatite aguda não for esclarecido,
deve ser investigada a presença de mutações nos genes CFTR (Cystic Fibro-
sis Transmembrane Conductance Regulator), relacionado à fibrose cística,
PRSS1 (Cationic Trypsinogen), relacionado à pancreatite crônica hereditá-
ria, SPINK1 (Serine Protease Inhibitor Kazal type 1), CTRC (Chymotrypsin
C gene) e CASR (Calcium-Sensing Recepting gene).(9)
Outro tipo de pancreatite é a auto-imune, rara doença fibro-inflamatória
do pâncreas, que, na grande maioria dos casos, apresenta boa resposta à te-
rapia com corticosteróides.(10)
É classificada em dois subtipos,(11) o primeiro com massas inflama-
tórias pancreáticas e irregularidades ductais nos exames de imagem,
acompanhadas de elevação de IgG4, com frequente associação com do-
enças auto-imunes, como cirrose biliar primária, síndrome de Sjögren e
colangite esclerosante.
O subtipo 2 é mais raro, limitando a doença ao pâncreas, com os níveis de
IgG4 normais. Apresenta-se, comumente, com icterícia obstrutiva e o princi-
pal diagnóstico diferencial deve ser feito com carcinoma cefálico do pâncreas.
Tratamento
isotônica cristaloide ser iniciada com 250 a 500 ml/h, exceto se houver com-
prometimento cardiovascular e/ou renal associado.(4)
Analgesia
Dor abdominal é o sintoma predominante na maioria dos pacientes.(11-13)
A preocupação de que análogos da morfina aumentassem a pressão no es-
fíncter de Oddi, o que gerou preferência pela meperidina, não se confirmou
em estudos controlados.
O cloridrato de tramadol é uma alternativa, porém pode causar náuseas e
vômitos, muitas vezes já presentes nestes pacientes.
Terapia específica
Não há terapia comprovadamente eficaz para o tratamento da pancreatite
aguda. Assim, medicamentos antissecretores, como a somatostatina e seu
análogo, o octreotide, inibidores do fator de ativação plaquetária, o lexipa-
fant, e antiproteases como o gabexato, foram desapontadores em estudos
randomizados.
Não há evidências que justifiquem o uso de antioxidantes, como a
n-acetilcisteína, o selênio e a vitamina C, ou de probióticos. Corticosteroides
e inibidores do fator de necrose tumoral alfa são contraindicados pela alta
frequência de infecções bacterianas nos pacientes com pancreatite aguda.(14)
Dieta
Na pancreatite aguda leve, a alimentação oral (líquidos ou sólidos sem gordura
são indiferentes) pode ser reiniciada quando a náusea, vômitos e a dor cessam.(4)
Na pancreatite aguda grave, a recomendação é para a nutrição enteral.(4)
Ao contrário de proposta amplamente aceita, em amplo estudo controlado, a
nutrição enteral nasoentérica, iniciada precocemente (em 24 horas), compa-
rada à realimentação oral após 72 horas, não se mostrou capaz de reduzir o
índice de infecção e óbito.(12)
Tanto a via nasogástrica, quanto a nasojejunal, podem ser utilizadas, de-
vendo ser lembrado que o jejum leva à atrofia da mucosa entérica, à redução
da secreção de Imunoglobulina A (IgA), ao supercrescimento bacteriano e
Uso de Antibióticos
A alta morbimortalidade da pancreatite aguda grave deve-se, especial-
mente, às infecções pancreáticas e peripancreáticas, que ocorrem na segunda
ou na terceira semana de evolução em 40-70% dos pacientes com necrose
pancreática.(4,16)
O uso profilático de antibióticos reduziria a incidência de infecção e me-
lhoraria a evolução dos pacientes com área de necrose superior à 30%, mas
não há consenso na literatura sobre sua utilização.(17)
A escolha do antibiótico é empírica e baseia-se no fato de que a infecção
é polimicrobiana e causada, na maioria das vezes, por organismos oriundos
do trato gastrointestinal, que incluem Escherichia coli, Klebsiella sp, En-
terobacter sp, Proteus sp, Pseudomonas aeruginosa, Bacteroides sp, Clos-
tridium sp e enterococos; os carbapenêmicos, de amplo espectro e com boa
penetração no tecido pancreático, são a melhor opção.(16)
A infecção fúngica pode surgir com o uso prolongado de antibióticos,
sendo antifúngicos cada vez mais utilizados, apesar da necessidade de estu-
dos controlados adequados.
Nas PA graves com leucocitose e febre, devem ser realizadas culturas
com punção guiada por TC da área de necrose, sendo apropriada a terapia
antimicrobiana enquanto os resultados de tais exames são aguardados.(4)
Cirurgia
A necrose estéril é habitualmente manuseada clinicamente, porém, em
pacientes sintomáticos, com náuseas, vômitos ou persistência de dor abdo-
minal, a drenagem pode ser considerada, devendo ser postergada para a se-
gunda ou terceira semana, permitindo redução do processo inflamatório e
formação de estrutura encapsulante à volta da necrose.
Em necrose infectada, a drenagem percutânea por cateter como primeiro
passo, seguida de necrosectomia apenas se não houver melhora do paciente,
é hoje amplamente aceita.(4,12)
Endoscopia
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é recomenda-
da em pacientes com pancreatite aguda grave de etiologia biliar e que não
respondem ao tratamento clínico, em pacientes com colangite (até 24 horas)
ou com contraindicações para a colecistectomia, pacientes pós-colecistecto-
mia, nos quais não foi realizada exploração da via biliar no intraoperatório e
em pacientes com forte evidência de obstrução biliar persistente.(1,4)
A não ser que haja uma clara evidência de obstrução biliar, a utilização
rotineira da CPRE é desnecessária e aumenta o risco de complicações rela-
cionadas ao procedimento. Na maioria dos pacientes com pancreatite aguda
biliar, o cálculo migra, espontaneamente, para o duodeno.(4)
Referências
1. Wu BU, Banks PA. Clinical management of patients with acute pancreatitis. Gastroenterology
2013;144:1272-1281.
2. Banks PA, Bollen TL, Dervenis C, et al. Classification of acute pancreatitis - 2012: revision of the Atlanta
classification and definitions by international consensus. Gut 2013;62:102-111.
3. Marshall JC, Cook DJ, Christou NV, et al. Multiple organ dysfunction score: a reliable descriptor of a com-
plex clinical outcome. Crit Care Med 1995;23:1638-1652.
4. Tenner S, Baillie J, DeWitt J, Vege SS. American College of Gastroenterology Guideline: Management of
Acute Pancreatitis. Am J Gastroenterol 2013;108:1400-1415.
5. Kota SK, Kota SK, Jammula S, Krishna SVS, Modi KD. Hypertriglyceridemia-induced recurrent acute pan-
creatitis: a case-based review. Indian J Endocrinol Metab 2012; 16:141-143.
6. Felga GEG, Mendes JMC, Silva RW, et al. Pancreatite aguda medicamentosa. Rev Bras Pâncreas
2006;18:21-4.
7. Parenti DM, Steinberg W, Kang P. Infectious causes of acute pancreatitis. Pancreas 1996;13:356-371.
8. Freeman ML. Preventing post-ERCP pancreatitis: update 2016. Curr Treat Options Gastroenterol
2016;14:340-347.
9. Whitcomb DC. Genetic risk factors for pancreatic disorders. Gastroenterology 2013;144:1292-302.
10. Finkelberg DL, Sahani D, Deshpande V, Brugge WR. Autoimmune pancreatitis. N Eng J Med 2006;
355:2.670-6.
11. Sah RP, Chari ST. Autoimunne pancreatitis: an update on classification, diagnosis, natural history and
management. Curr Gastroenterol Rep 2012;14:95-105.
12. Bruno MJ, Dutch Pancreatitis Study Group. Improving the outcome of acute pancreatitis. Dig Dis
2016;34:340-50.
13. Guarita DR, Mott CB. Pancreatite Aguda. In: Lopes AC, Amato-Neto V, eds. Tratado de Clínica Médica.
2009: 1118-1126.
14. Bang UC, et al. Pharmacological approach to acute pancreatitis. World J Gastroenterol 2008;
14:2968-2976.
15. O’Keefe SJD, et al. Nutrition support in severe acute pancreatitis. Gastroenterol Clin N Am 2007;
36:297-312.
16. Dellinger EP, et al. Early antibiotic treatment for severe acute necrotizing pancreatitis. a randomized, dou-
ble-blind, placebo-controlled study. Annals of Surgery 2007;245:674-683.
17. Xue P, et al. Effect of antibiotic prophylaxis on acute necrotizing pancreatitis: Results of a randomized
controlled trial. J Gastroenterol and Hepatol 2009;24:736-742.
Capítulo 7
Tratamento da hepatite C -
atualização terapêutica
Quem tratar
esse esquema deveria ser prolongado para 16-24 semanas ou substituído pela
associação sofosbuvir com daclatasvir.(3)
Sofosbuvir (400 mg) + Simeprevir (150 mg) - análogo nucleotídeo inibi-
dor de polimerase associado a um inibidor de protease (NS3/4A). Nomes co-
merciais Sovaldi e Olysio, respectivamente, utilizados apenas no tratamento
do genótipo 1. Nos pacientes cirróticos, seu uso tem sido restrito aos classifi-
cados como Child A (cirróticos compensados). A associação com ribavirina
não parece aumentar sua potência.
O estudo mais amplo de vida real com essa associação foi realizada nos
EUA,(7) com taxas de sucesso em torno de 90% para o genótipo 1, sendo me-
nor nos pacientes com subtipo 1a que no subtipo 1b (86% x 95%) em função
da mutação Q80K, com prevalência significativa na população americana,
mas não no Brasil.
Nos pacientes com tratamento prévio com boceprevir ou telaprevir, cirró-
ticos, a RVS foi de apenas 79% dos casos.
Sofosbuvir (400 mg) + Daclatasvir (60 mg e 30 mg) - análogo nucle-
otídeo inibidor de polimerase associado a um inibidor de NS5A. Nomes
comerciais Sovaldi e Daklinza, respectivamente. Aplicação pangenotípica,
abrangendo cirróticos descompensados e sendo o tratamento de escolha na
coinfecção HCV-HIV, em que sua dose pode ser reduzida para 30 mg de
acordo com o esquema antirretroviral do paciente. A ribavirina (RBV) pare-
ce ter efeito potencializador da resposta do NS5A, além de proteger contra
o desenvolvimento de resistência ao antiviral, daí a sugestão de, nos casos
mais difíceis (cirróticos e experimentados previamente), se incluir a RBV
no esquema com daclatasvir, especialmente nos tratamentos com 12 sema-
nas de duração. No estudo de fase 3, denominado ALLY-1,(8) 60 pacientes
com cirrose avançada e 53 pacientes pós-transplante foram tratados com
essa associação com sofosbuvir, daclatasvir e ribavirina e se observou uma
excelente tolerância ao medicamento, além de taxas de resposta de acima de
90% para os pacientes classificados como Child A e B e de 56% para Child
C (mostrando a dificuldade de tratar esses pacientes).
Um estudo de vida real francês, HEPATHER,(9) com 409 pacientes (78% cir-
róticos e 75% com tratamento prévio) monoinfectados com HCV genótipo 1,
Resultados no Brasil
TABELA 1. Resumo das principais indicações terapêuticas dos novos agentes virais
disponíveis no Brasil, de acordo com o genótipo viral e estadiamento da doença
SBH/SBI
Genótipo Estadiamento PCDT
Descompensado
ou tratado com
Sofo + Dacla ± RBV 24 sem Sofo + Dacla ± RBV 24 sem
boceprevir ou
telaprevir
Não cirrótico e Dacla + PEG + RBV 24 sem PEG + RBV + Sofo 12 sem
4
cirrótico Dacla + Sofo 12 sem Sofo + Dacla ± RBV 12 sem
Sime = simeprevir, Sofo = Sofosbuvir, Dacla = daclatasvir, Esquema 3D = veruprevir com ritonavir +
ombitasvir + dasabuvir, PEG = interferon peguilado, RBV = ribavirina, * = nos cirróticos genótipo 1a cirróti-
cos e respondedores nulos a tratamento prévio tratar por 24 semanas
§ ribavirina opcional, + RBV indica utilização da ribavirina nos casos de cirrose ou no esquema 3D nos
pacientes com subtipo 1a
Referências
Capítulo 8
Introdução
Abordagem terapêutica
Suplementação de fibras
Antibióticos
Mesalazina
Probióticos
Conclusões
Referências
1. Ünlü C, Daniels L, Vrouenraets BC, Boermeester MA. A systematic review of high-fibre dietary therapy
in diverticular disease. Int J Colorectal Dis 2012; 27:419-427.
2. Crowe FL, Appleby PN, Allen NE, Key TJ. Diet and risk of diverticular disease in Oxford cohort of
European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC): prospective study of British
vegetarians and non-vegetarians. BMJ 2011;343:d4131.
3. Strate LL, Liu YL, Syngal S, Aldoori WH, Giovannucci EL. Nut, corn, and popcorn consumption and
the incidence of diverticular disease. JAMA 2008; 300:907-914.
4. Bianchi M, Festa V, Moretti A, Ciaco A, Mangone M, Tornatore V, et al. Meta-analysis: long-term
therapy with rifaximin in the management of uncomplicated diverticular disease. Aliment Pharmacol
Ther 2011;33:902-910.
5. Stallinger S, Eller N, Högenauer C. Non-interventional study evaluating efficacy and tolerability of
rifaximin for treatment of uncomplicated diverticular disease. Wien Klin Wochenschr 2014;126:9-14.
6. Zullo A, Hassan C, Maconi G, Manes G, Tammaro G, De Francesco V, et al. Cyclic antibiotic therapy
for diverticular disease: a critical reappraisal. J Gastrointestin Liver Dis 2010;19:295-302.
7. Maconi G, Barbara G, Bosetti C, Cuomo R, Annibale B. Treatment of diverticular disease of
the colon and prevention of acute diverticulitis: a systematic review. Dis Colon Rectum 2011;
54:1326-1338.
8. Kruis W, Meier E, Schumacher M, Mickisch O, Greinwald R, Mueller R. Randomised clinical trial: me-
salazine (Salofalk granules) for uncomplicated diverticular disease of the colon - a placebocontrolled
study. Aliment Pharmacol Ther 2013;37:680-690.
9. Gatta L, Vakil N, Vaira D, Pilotto A, Curlo M, Comparato G, et al. Efficacy of 5-ASA in the Gatta L, Vakil
N, Vaira D, et al. Efficacy of 5-ASA in the treatment of colonic diverticular disease. J Clin Gastroenterol
2010;44:113-119.
10. Stollman N, Magowan S, Shanahan F, Quigley EMM. A randomized controlled study of mesalamine
after acute diverticulitis: results of the DIVA trial. J Clin Gastroenterol 2013;47:621-629.
11. Parente F, Bargiggia S, Prada A, Bortoli A, Giacosa A, Germanà B, et al. Intermittent treatment with
mesalazine in the prevention of diverticulitis recurrence: a randomised multicentre pilot double-blind
placebo-controlled study of 24 month duration. Int J Colorectal Dis 2013;28:1423-1431.
12. Raskin JB, Kamm MA, Jamal MM, Márquez J, Melzer E, Schoen RE, et al. Mesalamine did not pre-
vent recurrent diverticulitis in phase 3 controlled trials. Gastroenterology. 2014;147:793-802.
13. Annibale B, Maconi G, Lahner E, De Giorgi F, Cuomo R. Efficacy of Lactobacillus paracasei sub. para-
casei F19 on abdominal symptoms in patients with symptomatic uncomplicated diverticular disease:
a pilot study. Minerva Gastroenterol Dietol 2011;57:13-22.
14. Lamiki P, Tsuchiya J, Pathak S, Okura R, Solimene U, Jain S, et al. Probiotics in diverticular disease of
the colon: an open label study. J Gastrointestin Liver Dis 2010;19:31-36.
15. Lahner E, Esposito G, Zullo A, Hassan C, Cannaviello C, Paolo MC, et al. High-fibre diet and Lacto-
bacillus paracasei B21060 in symptomatic uncomplicated diverticular disease. World J Gastroenterol
2012; 18:5918-5924.
Capítulo 9
Introdução
Epidemiologia
Fisiopatologia/etiopatogenia
Diagnóstico
Quadro clínico
A maior parte dos portadores de acalásia idiopática está entre os 30 e 40
anos, embora seja encontrada em várias faixas etárias e com igual distribui-
ção em ambos os sexos(1) ou predomínio do sexo feminino.(6)
Na forma chagásica, predomina o sexo masculino, faixa etária uma déca-
da acima da idiopática.(3,5) Este fato foi confirmado recentemente por estudo
epidemiológico envolvendo um grande número de portadores de megaesô-
fago. A maioria dos pacientes se encontrava na faixa etária de 40-70 anos.(4)
A doença é crônica, duração de vários anos, tempo mediano em relação
ao seu início de 3,5 anos,(5,6) tendo os chagásicos maior tempo de doença.(6)
A disfagia é apresentada por 95-100% dos pacientes,(5,6) lentamente progressiva,
tanto para líquidos como para sólidos, em região retrosternal, porém alguns
pacientes a referem ao nível da fúrcula esternal (disfagia alta referida).
À medida que a doença avança, as regurgitações ocorrem com frequência (78%),
inicialmente alimentares, de material não digerido, às vezes surgindo horas
após as refeições, não raramente à noite, provocando tosse, engasgos, sensação
de sufocação. No início, o paciente regurgita material semelhante a “clara de
ôvo batida”, que corresponde à estase salivar e a secreções esofagianas.
A perda de peso, referida por 70-80% dos pacientes,(5,6) ocorre em geral
nas fases iniciais da doença, podendo ser importante principalmente nos jo-
vens. Na dependência da faixa etária, há necessidade de diagnóstico dife-
rencial com doença maligna, porém, na maior parte das vezes, o paciente
conserva o estado geral, havendo uma adaptação à disfagia. Também nas
fases iniciais da doença o paciente pode apresentar dor torácica (20-30%),
que se confunde com a dor anginosa devido a sua localização frequentemen-
te retrosternal irradiada para mandíbula.(6) Esta dor em geral surge esponta-
neamente e melhora com ingestão de líquidos ou com eructações frequentes,
podendo preceder por meses ou anos o surgimento da disfagia, e costuma
ceder quando esta domina o quadro clínico.
Alguns se queixam de pirose (30-40%), fenômeno de difícil interpretação
na acalásia, uma vez que a doença teoricamente não favoreceria o refluxo.(6)
Definição de etiologia
Indivíduos naturais ou residentes em áreas sabidamente endêmicas e/ou
casa de pau a pique, são possivelmente portadores da forma chagásica.(3) A
etiologia da acalásia deve ser confirmada pelo emprego das reações soroló-
gicas, pois a sua negatividade aponta para o diagnóstico da forma idiopática.
Os testes sorológicos incluem a reação de fixação de complemento de
Machado e Guerreiro (90% de sensibilidade), a imunofluorescência para
Chagas, que apresenta menos falso-negativos, além do ELISA e hemaglu-
tinação indireta.(4) Em caso de epidemiologia clara com um teste negativo,
este deve ser repetido, ou introduzido outro, para exclusão de falso negativo.
Pelo menos três exames devem ser solicitados, em caso desta eventualidade.
Esofagografia convencional
O estudo radiológico é de fundamental importância no diagnóstico da
acalásia, sendo os achados de alta especificidade, quando correlacionados
com o estudo manométrico. Na maioria dos pacientes o diagnóstico é feito
Avanços em pesquisa
Tratamento da acalásia
Drogas
Toxina botulínica
A toxina botulínica (ToxBo) inibe a estimulação do EEI pela acetilcolina
e tem sido usada em injeções locais por via endoscópica, com redução dos
sintomas do paciente, da pressão do EEI e do diâmetro esofagiano. A dose
usual é de 20-25 U injetada em cada um dos quatro quadrantes da região do
esfincter inferior. Boa resposta sintomática em 6 meses foi observada em
55% de 147 pacientes de vários centros submetidos a única dose de Tox-
Bo,(24) porém resposta sustentada em dois anos ocorreu em apenas 24% dos
87 pacientes acompanhados. Portanto, os efeitos de uma única dose têm
duração limitada, embora repetidas injeções possam ser realizadas, sem pre-
juízo da resposta. Os melhores candidatos à ToxBo seriam pacientes ido-
sos, com associações mórbidas, uma vez que o procedimento é praticamente
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico da acalásia pode ser feito por meio de cirurgias
conservadoras ou cirurgias de ressecção. A cirurgia conservadora mais em-
pregada é a miotomia de Heller, usualmente acompanhada de um proce-
dimento antirrefluxo parcial. Até há alguns anos, o procedimento era feito
por via laparotômica, porém mais recentemente tem sido realizado por via
laparoscópica. Os resultados deste procedimento são muitos bons. Na recen-
te revisão sistemática de 39 publicações, incluindo quase 3.100 pacientes,(26)
bons resultados com a miotomia de Heller laparoscópica (MHLap) foram
encontrados em 89,3% dos pacientes, com média de seguimento de 35 me-
ses. A principal complicação da miotomia de Heller foi o refluxo gastroeso-
fágico, ocorrendo em 18%.(26)
As ressecções esofagianas são habitualmente indicadas quando há falha
do tratamento cirúrgico inicial e raramente como primeiro tratamento no
megaesôfago muito avançado.
Dilatar ou operar?
Nos últimos anos, os resultados da MHLap têm sido comparados com os
da DPC.
A revisão sistemática de Campos et al.(26) comparou a eficácia da MHLap
(3.086 pacientes) e da DPC (balões de Witzel e Rigiflex, 1.065 pacientes).
Foram demonstrados melhores resultados nos pacientes tratados com MHLap
em relação aos submetidos a DPC, aos 12 meses (89,3% X 68,2%) e após 3
anos (89,3% X 56,3%). Outro estudo retrospectivo comparou os resultados
da DPC empregando o balão Rigiflex (106 pacientes) com a cirurgia de Hel-
ler laparoscópica (75 pacientes).(30) No curto prazo (6 meses), bons resultados
foram encontrados em 90% dos pacientes de ambos os grupos. Após 6 anos,
bons resultados foram observados em 44% dos pacientes que haviam sido
submetidos à DPC e em 57% dos tratados cirurgicamente, porém as diferen-
ças não foram significativas. Isto confirma a observação clínica de que, com o
tempo, há deterioração nos bons resultados de ambos os tipos de tratamento.
Experiência europeia envolvendo vários serviços comparou de maneira
prospectiva a DPC por Rigiflex com a cirurgia de dor laparoscópica. Foram
201 pacientes com acalásia, 95 submetidos à DPC e 106 à cirurgia. Após 2
anos de seguimento, as taxas de sucesso foram de 86% e 90% respectiva-
mente. Perfuração foi observada em 4% com a DPC e lesão da mucosa em
12% durante a cirurgia. Refluxo por pHmetria foi encontrado em 15% e 23%
após os procedimentos, respectivamente.(31)
Conclusão
Referências
1. Francis D, et al. Achalasia: update on the disease and its treatment. Gastroenterology 2010; 139: 369-374.
2. Oliveira RB, et al. Gastrointestinal manifestations of Chagas’ disease. Am J Gastroenterol 1998;
93: 884-889.
3. Rasso JR A, et al. American trypanosomiasis (Chagas disease). Infect Dis Clin North Am 2012; 26: 275-291.
4. Souza DHS, et al .Current epidemiological profile of Chagasic megaesophagus in Central Brazil. Rev Soc
Bras Med Trop 2013; 46: 316-321.
5. Lemme EMO, et al.Acalásia da cárdia. Estudo retrospectivo de 107 pacientes. Ars Curandi 1985; 18:
24-38.
6. Pereira VLC, Lemme EMO. Aspectos clínicos e epidemiológicos da acalásia em pacientes do HUCFF-
-UFRJ. GED 1995; 14(supl): S30.
7. Herbella FAM, et al. Are idiophatic and chagasic achalasia two different diseases? Dig Dis Sci 2004; 49:
353-360.
8. Dantas RO, et al. Lower esophageal sphincter pressure in Chagas´disease. Dig. Dis Sci 1990; 35: 508-512.
9. Tarleton R, Zhang L. Chagas disease etiology: autoimunity or parasite persistence? Parasitology Today
1999; 15: 94-99.
10. Ferreira-Santos R. Aperistalsis of the esophagus and colon (megaesophagus and megacolon) etiologically
related to Chagas`disease. Am J Dig Dis 1961; 6: 700-726.
11. Rezende JM. Classificação radiológica do megaesôfago. Rev Goiana Med 1982; 28: 187-191.
12. Goldenberg SP, et al. Classic and vigorous achalasia: a comparison of manometric, radiographic and clinical
findings Gastroenterology 1991; 101: 743-748.
13. Shechter R, Lemme E. Acalásia vigorosa e acalásia clássica - um estudo comparativo. GED 2007; 26:
36-40.
14. Lemme EMO, et al. Lower esophageal sphincter pressure in idiopathic achalasia and Chagas’ disease-
related achalasia. Dis Esophagus 2001; 14: 232-234.
15. Paula-Costa MD, Rezende J.M. Pressão basal do esfíncter inferior do esôfago no megaesôfago chagásico.
Rev Ass Med Bras 1978; 24: 269-272.
16. Dantas RO, et al. Esophageal motility of patients with Chagas ‘ disease and idiophatic achalasia. Dig Dis
Sci 2001; 46: 1200-1206.
17. Pandolfino JE, et al. Achalasia: a new clinically relevant classification by high resolution manometry. Gastro-
enterology 2008; 135: 1526-1533.
18. Salvador R, et al. The preoperativemanometrico pattern predicts the outcome of surgical treatment for
esophageal achalasia. J Gastrointest Surg 2010; 14: 1635-1645.
19. Herbella FA, et al. Treatment of achalasia: lessons learned with Chagas’ disease. Dis Esophagus 2008;
21:461-467.
20. Vicentine FP, et al. High resolution manometry classifications for idiophatic achalasia in patients with
Chagas´disease esophagopathy. J Gastroenterol Surgery 2014; 18: 221-224.
21. Mittal RK, et al. Hypertrophy of the muscularis propria of the lower esophageal sphincter and the body of
the esophagus in patients with primary motility disorders of the esophagus. Am J Gastroenterol 2003; 98:
1705-1712.
22. Abrahão-Júnior LJ, et al.Chagas disease esophageal involvement evaluated by high frequency intraluminal
ultrasound. Gastroenterology 2010; 1151: S342-343, 2010
23. Krill JT, et al. Clinical management of achalasia:current state of the art. Clinical and Experim Gastroenterol
2016; 9: 71-82.
24. Pasricha PJ, et al. Intrasphincteric botulinum toxin for the treatment of achalasia. N Engl J Med 1995; 332:
774-779.
25. Brant C, et al. Intrasphincteric botulinum toxin injection in the treatment of chagasic achalasia. Dis Esopha-
gus 2003;16: 33-38.
26. Campos GM, et al. Endoscopic and surgical treatment for achalasia: a systematic review and metanalysis.
Annals of Surgery 2009; 249: 45-57.
27. ESPER, F.E., MINEIRO, V., SANTOS, E.P. et al. Dilatação da cárdia no tratamento da disfagia de pacientes
com megaesôfago chagásico Arq Gastroenterol 1988; 25: 69-74.
28. Vargas C. Dilatação pneumática da cárdia. In Endoscopia Digestiva SOBED, Ed. Medsi, Rio de Janeiro,
2001, p. 211-224.
29. Kadakia SC, Wong RKH. Pneumatic balloon dilation for esophageal achalasia. Gastroeninte Endosc Clinics
North America 2001; 11: 325-345.
30. Vela M, et al. The long-term efficacy of pneumatic dilatation and Heller myotomy for the treatment of acha-
lasia Clin Gastroenterol Hepatol 2006; 4: 580-587.
31. Boeckxtaens GE, et al. Pneumatic dilation versus laparoscopic Hellers myotomy for idiophatic achalasia.
New Engl J Med 2011; 364:1807-1816.
32. Borges A, et al. Pneumatic dilation of the cardia or laparoscopic esophageal myotomy for the treatment of
achalasia: variables related to a good response. Dis Esophagus 2014; 27:18-23.
33. Weber CE, et al. Medium and long-term outcomes after pneumatic dilation or laparoscopic Heller myotomy
for achalasia: a meta-analysis. Surg Laparosc Endosc Percutan Tech 2012; 22: 289-296.
34. Inoue H, et al. Peroral endoscopic myotomy (POEM) for esophageal achalasia. Endoscopy 2010; 42:
265-271.
35. Sharata AM, et al. Peroral endoscopic myotomy (POEM) for esophageal primary motility disorders: analysis
of 100 consecutive patients. J Gastrointestinal Surg 2015; 19: 161-170.
36. Sanaka MR, et al. Efficacy of peroral endoscopic myotomy vs other acalasia treatments in improving esoph-
ageal function. World J Gastroenterol 2016; 22: 4918-4925.
Capítulo 10
Introdução
Homens Mulheres
Tipo de Tipo de
Nº de casos % Nº de casos %
Câncer Câncer
Próstata 68.800 22,8 Mama 57.120 20,8
Cavidade Glândula
11.280 3,7 8.050 2,9
Oral Tireoide
Estimativa para 2015: 302,3 mil casos de câncer em homens e 274,2 mil em mulheres.
Cerca de 75% dos enfermos situam-se na faixa etária dos 45 aos 75 anos
de idade, sendo discretamente mais freqüente no sexo feminino do que no
masculino, não havendo prevalência em relação à cor ou raça.
Prevenção
O CCR com frequência produz sintomas pouco perceptíveis aos doentes até
que ele esteja em fase avançada, daí a importância da prevenção, pois quando ele é
detectado em fase assintomática, o índice de sobrevida de cinco anos alcança 90%.
O rápido crescimento do conhecimento acerca das características mole-
culares e biológicas do CCR tem fornecido um discernimento útil a respeito
da patogênese dessas neoplasias. Também têm ocorrido progressos a respei-
to da sua prevenção primária.
Como o CCR se desenvolve durante longos períodos como resultado de
interações entre predisposição genética e agressões ambientais, tem sido
possível identificar melhor as lesões pré-cancerosas (adenomas) e as lesões
malignas precoces, melhorando os índices de sobrevida.
Rastreamento
Referências
1. Ahlquist DA, Sargent DJ, Loprinzi CL, et al. Stool DNA and occult blood testing for screen detection
of colorectal neoplasia. Ann Intern Med 2008; 149:441-50.
2. AGA, in: www.gastro.org/crcdecisiontools/screening.
3. Bresalier RS. Câncer Colorretal. In: Feldman, Sleisenger & Fordtran. Tratado de Doenças Gastrointes-
tinais e do Fígado. Elsevier ed, 2013.
4. INCA - Instituto Nacional do Câncer, Câncer colorretal in: www.inca.gov.br.
5. National Comprehensive Cancer Network, in: www.nccn.org/professionalsguidelines.
6. U.S. Preventative Services Task Force. Screening for colorectal câncer. Ann Int Med 2008; 149:627-37.
Capítulo 11
Prebióticos, probióticos e
simbióticos: atualização
Introdução
Probióticos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), probióticos são orga-
nismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem
benefícios para o hospedeiro.
O papel dos probióticos é muito importante na recomposição da flora em
diversas situações que podem ter alterado a microbiota intestinal, levando à
disbiose. Exemplos frequentes de disbiose costumam ocorrer na diarreia de
natureza funcional, uso de antibióticos, aspectos psicológicos como tensão,
estresse, radiação, etc.
Os mecanismos de ação da ação dos probióticos incluem, dentre outros:
• remodelação das populações microbianas;
• supressão de patógenos;
• melhora da imunidade com ação anti-inflamatória;
• efeitos na diferenciação epitelial celular na função de promoção da
barreira intestinal.
Diferentes cepas de bactérias têm sido investigadas com o objetivo de
determinar a segurança e eficácia da terapia probiótica no tratamento de en-
fermidades gastrointestinais.
Prébióticos
Constituem-se, essencialmente, por oligossacarídeos ou outros sacarídeos
mais complexos (oligofrutose, lactulose), que são utilizados, seletivamente,
pelas bactérias comensais, incluindo as espécies consideradas benéficas.
Os prebióticos são constituintes alimentares que beneficiam o hospedeiro
atuando como “alimentos” para a microflora, estimulando a proliferação das
bactérias desejáveis no cólon.
Acham-se presentes em determinadas frutas e vegetais como: banana, as-
pargo, chicória, aspargo, cevada, centeio, grão de bico, tremoço, alcachofra,
cebola, tomate. Quando associados ao probióticos compatíveis, os prebióti-
cos podem melhorar a colonização, sobrevivência e função dos probióticos.
Por outro lado, quando fermentados pelas bactérias intestinais, os car-
boidratos que compõem os prebióticos reduzem o pH intestinal, criando um
ambiente hostil para os patógenos e estimulando a produção de mucina.
Assim como ocorre com as fibras da dieta, prebióticos como inulina e oli-
gofrutose são bastante resistentes à agressão representada pelo suco gástrico
e biliar, sendo fermentados no cólon.
Os prebióticos mais avaliados são constituídos por frutanos e galactanos,
e as principais fontes de inulina e oligofrutose habitualmente utilizadas na
indústria de alimentos são chicória e alcachofra.
Os prebióticos exercem efeito osmótico no tubo digestório enquanto não
são metabolizados. Quando são fermentados pela microbiota intestinal, eles
aumentam a produção de gás e apresentam o risco eventual de aumentar a
diarreia pelo efeito osmótico. Esse fato, entretanto, não costuma ocorrer por-
que a tolerância à baixas doses de prebióticos é muito elevada.
Simbióticos
Simbióticos são produtos no qual um probiótico e um prebiótico estão as-
sociados. Constituem, desse modo, uma mistura de prebióticos e probióticos
destinada a aumentar a sobrevivência da microflora que promove benefícios
à saúde.
Graças à associação de prebióticos e probióticos, os simbióticos apre-
sentam ação conjunta de ambos. A resistência aumentada das cepas contra
patógenos é uma função bem caracterizada dos simbióticos.
Como os prebióticos são complementares e sinérgicos aos probióticos, os
simbióticos apresentam fator multiplicador sobre as ações isoladas de seus cons-
tituintes. Essa combinação auxilia na possibilidade de sobrevivência da bactéria
probiótica no alimento e nas condições ácidas inóspitas do meio gástrico.
A resistência aumentada das cepas contra patógenos é melhor caracteri-
zada pelos simbióticos, os quais levam ao aumento da absorção de cálcio,
provavelmente pela elevação do pH intestinal e influência na absorção de
fósforo e magnésio.
De acordo com a ANVISA (Regulamento Técnico, 20015) a porção
probiótica de um simbiótico deve apresentar quantidade mínima viável de
bactérias na concentração de 108 109 UFC na recomendação diária para consumo.
Referências
1. Cunha AS, Ferrari MLA. Infecções intestinais. In Moraes-Filho JPP - Tratado das Enfermidades Gas-
trintestinais e Pancreáticas 2008; 937-943.
2. Thielman NM, Guerrant R. Acute infectious diarrhea. N Engl J Med 2004; 350: 38-47.
3. Metchnikoff E. The prolongation of life: optimistic studies. New York, Springler Pu Co Inc, 2004.
4. FAO/WHO. Health and nutritional properties of probiotics in food including powder milk with live lactic
acid bacteria. Report of a joint FAO/WHO expert consultation on evaluation of health and nutritonal
properties of probiotics in food including powder milk and live lactic acid bacteria. Basel, Switzerland:
World Health Organization; 2001.
5. Preidis GA, Versalovic J. Targeting the human microbiome with antibiotics, probiotics, and prebiotics:
Gastroenterology enters the metagenomics era. Gastroenterology 2009;136:2015-2031.
6. Gareau M, Sherman PM, et al. Probiotics and the gut microbiota in intestinal health and disease. Nat
Rev Gastroenterol Hepatol 2010;7:503-514.
7. Gibson GR, Roberfroid MB. Dietary modulation of the human colonic microbiota: introducing the
concept of prebiotics. J Nutr 1995;125:1401-1412.
8. Sakata t. Stimulatory effect of short-chain fatty acids on epithelial cell proliferation in the rat intestine: a
possible explanation for trophic effects of fermentabler fibre, gut microbes and luminal trophic factors.
Br J Nutr 1987;58:95-103.
Capítulo 12
Introdução
Dispepsia funcional
Deve incluir um dos sintomas abaixo, pelo menos um dia por semana:
1. Dor epigástrica, que impacta as atividades habituais, pelo menos uma
vez por semana.
2. Ardor epigástrico, que impacta as atividades habituais, pelo menos
uma vez por semana.
Estes sintomas devem estar presentes nos últimos três meses, com início
há pelo menos 6 meses.
Algumas características podem estar presentes e dar suporte, mas não ne-
cessariamente se constitui em critério para o diagnóstico: comumente a dor
é induzida ou aliviada pela ingestão de refeição, mas pode ocorrer em jejum.
A pirose não é um sintoma dispéptico, mas frequentemente está presente
associadamente. A dor não preenche critérios diagnósticos de distúrbios fun-
cionais da vesícula biliar ou do esfíncter de Oddi. A dor que se alivia com
a defecação ou com a eliminação de flatos não deve ser considerada como
sintoma dispéptico.
Medidas gerais
Orientação dietética
Tratamento medicamentoso
Procinéticos
As drogas procinéticas estimulam a motilidade gastroduodenal e são ca-
pazes de acelerar o trânsito do contéudo intraluminal. Estão incluídas a me-
toclopramida, a bromoprida, domperidona e prucaloprida. A cisaprida não
está mais disponível para uso clínico. A metoclopramida e a bromoprida são
benzamidas substituídas que apresentam propriedades antidopaminérgicas,
além de ação facilitadora da liberação de ACH. A domperidona atua como
bloqueador dopaminérgico periférico. A prucaloprida é um agonista do re-
ceptor 5HT-4, qua atua facilitando a liberação de acetilcolina no plexo mio-
entérico. Não apresenta ação antidopaminérgica como as outras benzamidas,
sendo portanto destituída de efeitos colaterais decorrentes da ação antidopa-
minérgica.
Ensaios clínicos controlados com placebo empregando cisaprida ou
domperidona demonstram efeito terapêutico superior ao placebo, nota-
damente no subgrupo com sintomas pós-prandiais. Considerando os sin-
tomas individualmente, há melhora significativa de plenitude epigástrica
pós-prandial, distensão, náuseas e vômitos, pirose e regurgitação ácida.
Apesar da melhora sintomática, não se demonstrou associação entre esta e
o incremento do ritmo de esvaziamento gástrico, sugerindo que outros me-
canismos possam estar operando. Novos agentes procinéticos vêm sendo
avaliados em ensaios clínicos controlados, tais como o mosapride, itropri-
de e a acotiamida, um inibidor de colinesterase, já empregado frequente-
mente nos países asiáticos.
Anamnese e
exame físico
Náuseas, vômitos
NÃO NÃO DISPEPSIA NÃO Considerar
ou eructações não Sinais de alarme?
INVESTIGADA tratamento empírico
investigadas
SIM
NÃO
EDA com biopsias melhora dos
Considerar Hp sintomas?
SIM
“teste e trate”
Outros exames NÃO NÃO Manter
anormalidade? tratamento
conforme indicados
Erradicação DISPEPSIA
H. pylori FUNCIONAL
SIM
anormalidade? SIM
Melhora
Procinéticos Antissecretores
adequada
SIM
NÃO
Antidepressivos Manutenção
do tratamento
SIM
Melhora
adequada
NÃO
EDA com histopatologia / avaliação funcional / tratamento empírico
Referências
1. Bafutto M, et al. Evaluation of Gastric and Duodenal Eosinophils in Functional Dyspepsia. Gastroenterology 2009;136: A-58 .
2. Camilleri M, Stanghellini V. Current management strategies and emerging treatments for functional dyspepsia. Nat Rev
Gastroenterol Hepatol 2013;10(3):187-94.
3. Carvalho RV, Lorena SL, Almeida JR, Mesquita MA. Food intolerance, diet composition, and eating patterns in functional
dyspepsia patients. Dig Dis Sci 2010; 55(1):60-5.
4. Drossman, DA. Functional Gastrointestinal Disorders: History, Pathophysiology, Clinical Features, and Rome IV Gastroente-
rology 2015; 150: 1262-1279.
5. Haug TT, Wilhelmsen I, Ursin H, Berstad A. What are the real problems for patients with functional dyspepsia? Scand J
Gastroenterol 1995; 30:97-100.
6. Koloski NA, et al. Investigating the directionality of the brain−gut mechanism in functional gastrointestinal disorders.
Gut 2012; 61: 1776-1777.
7. Mazzoleni LE, Sander GB, Ott EA, et al. Clinical outcomes of eradication of Helicobacter pylori in nnonulcer dyspepsia in a
population with a high prevalence of infection: results of a 12-month randomized, double blind, placebo-controlled study.
Dig Dis Sci 2006;51(1):89-98.
8. Stanghellini V, Chan FK, Hasler WL, Malagelada JR, Suzuki H, Tack J, Talley NJ. Gastroduodenal Disorders. Gastroenterology
2016;150(6):1380-92.
9. Sugano K, et al. Kyoto global consensus report on Helicobacter pylori gastritis. Gut 2015; 64: 1353-1367.
10. Suzuki H, Mori H. Helicobacter pylori: Helicobacter pylori gastritis-a novel distinct disease entity. Nat Rev Gastroenterol
Hepatol 2015; 12: 556-557.
11. Tack J, Talley NJ, Camilleri M, et al. Functional gastroduodenal disorders. Gastroenterology 2006, 130:1466-1479.
12. Tack, J. and Talley, N.J. Functional dyspepsia—symptoms, definitions and validity of the Rome III criteria. Nat Rev
Gastroenterol Hepatol 2013; 10:134-141.
13. Talley NJ, et al. Effect of amitriptyline and escitalopram on functional dyspepsia: a multicenter, randomized controlled
study. Gastroenterology 2015; 149: 340-349.
14. Troncon LEA. Dispepsia funcional: revisão dos conceitos atuais. GED 2001; 20(3):97-105.
15. Vanheel H, Farré, R. Changes in gastrointestinal tract function and structure in functional dyspepsia.
Nat Rev Gastroenterol Hepatol 2013; 10: 142-149.
Capítulo 13
Características de imagem
Referências
Capítulo 14
Hemangiomas hepáticos
Adenomas hepáticos
biópsia hepática deve estar reservada apenas para casos duvidosos por apre-
sentar riscos de sangramento, já que se trata de tumor hipervascular.
Assim como a gestação, o uso de ACO ou esteroides anabolizantes está re-
lacionado com crescimento dos adenomas e deve ser suspenso. Em mulheres
na idade fértil, com AH grande (> 5 cm), é preferível sua remoção cirúrgica
antes de gravidez. A grande tendência de malignização de AH em homens é
outra indicação cirúrgica, desta vez independente do tamanho do nódulo.
Carcinoma hepatocelular
Repetir biopsia
e/ou imagem
Positiva Negativa
Referências
1. Bartolozzi C, Cioni D, Donati F, Lencioni R. Focal liver lesions: MR imaging pathologic correlation. Eur
Radiol 2001;11:1374-1388.
2. Hai S, Hirohashi K, Uenishi T, Yamamoto T, Shuto T, Tanaka H, Kubo S, et al. Surgical management
of cystic hepatic neoplasms. J Gastroenterol 2003;38:759-764.
3. Delis SG, Touloumis Z, Bakoyiannis A, Tassopoulos N, Paraskeva K, Athanassiou K, Safioleas M,
et al. Intrahepatic biliary cystadenoma: a need for radical resection. Eur J Gastroenterol Hepatol
2008;20:10-14.
4. van Tilborg AA, Nielsen K, Scheffer HJ, van den Tol P, van Waesberghe JH, Sietses C, Meijerink MR.
Bipolar radiofrequency ablation for symptomatic giant (>10 cm) hepatic cavernous haemangiomas:
initial clinical experience. Clin Radiol 2013;68:e9-e14.
5. Aydin C, Akbulut S, Kutluturk K, Kahraman A, Kayaalp C, Yilmaz S. Giant hepatic hemangioma pre-
senting as gastric outlet obstruction. Int Surg 2013;98:19-23.
6. Losanoff JE, Millis JM. Liver hemangioma complicated by obstructive jaundice. Am J Surg
2008;196:e3-4.
7. Cogley JR, Miller FH. MR imaging of benign focal liver lesions. Radiol Clin North Am 2014;52:657-682.
8. Yamamoto T, Kawarada Y, Yano T, Noguchi T, Mizumoto R. Spontaneous rupture of hemangioma of the
liver: treatment with transcatheter hepatic arterial embolization. Am J Gastroenterol 1991;86:1645-1649.
9. Suzuki H, Nimura Y, Kamiya J, Kondo S, Nagino M, Kanai M, Miyachi M. Preoperative transcatheter
arterial embolization for giant cavernous hemangioma of the liver with consumption coagulopathy. Am
J Gastroenterol 1997;92:688-691.
10. Jiang H, Chen Z, Prasoon P, Wu H, Zeng Y. Surgical Management for Giant liver Hemangiomas Gre-
ater Than 20 cm in Size. Gut Liver 2011;5:228-233.
11. Wanless IR, Mawdsley C, Adams R. On the pathogenesis of focal nodular hyperplasia of the liver.
Hepatology 1985;5:1194-1200.
12. Belghiti J, Cauchy F, Paradis V, Vilgrain V. Diagnosis and management of solid benign liver lesions. Nat
Rev Gastroenterol Hepatol; 2014; 11:737-749.
13. European Association for the Study of the Liver, European Organisation for Research and Treatment of
Cancer. EASL–EORTC Clinical Practice Guidelines: Management of hepatocellular carcinoma. Journal
of Hepatology 2012 vol. 56 j 908–943.
Capítulo 15
Introdução
Definição
Classificação
Etiologia
pessoas que são suscetíveis a desenvolver a doença por outros motivos, den-
tre eles genéticos e ambientais.
O tabagismo aumenta o risco de PC e acelera a progressão de todas as
formas da doença. O risco de pancreatite crônica é sete a 17 vezes maior para
tabagistas comparado a não fumantes.
De acordo com Dani, Mott, Guarita e Nogueira, em estudo epidemioló-
gico das PC em Belo Horizonte e São Paulo, o álcool responde por cerca de
90% da etiologia em nosso meio.
Estes dados foram confirmados em outros centros brasileiros. Recente-
mente ganharam importância outras etiologias de PC, particularmente for-
mas genéticas, obstrutivas e autoimunes, as quais devem ser fortemente con-
sideradas, em especial, na ausência de alcoolismo.
Sumarizando, a PC é uma doença complexa que envolve predisposição
genética, resposta imune e inflamatória, participação de fatores ambientais
(álcool, tabagismo, nutrição) e metabólicos, que atuam de forma interativa
na maioria das vezes.(6,7,8)
Manifestações clínicas
Avaliação laboratorial(11,12,13,14,15,16,17,18)
A) Radiologia convencional(19,20,21,22)
A radiografia panorâmica do abdome tem uma boa sensibilidade para de-
tecção de calcificação pancreática (mais alta que a ultrassonografia e mais
baixa que a tomografia computadorizada). Embora altamente sugestiva de
pancreatite crônica, sobretudo em pacientes alcoolistas, a calcificação no
leito pancreático tem outros diagnósticos diferenciais, como hematoma e/ou
infarto pancreáticos, metástases, pseudocistos, neoplasias císticas, tumores
neuroendócrinos, dentre outros. Alterações calcificantes na coluna lombar
e ateroma aórtico podem ser confundidos com calcificação pancreática na
incidência frontal, podendo ser diferenciados com a incidência em perfil.
Outro achado menos específico que sugere massa na cabeça pancreática
é a presença de alargamento do arco duodenal, melhor visibilizado com uso
de contraste oral baritado, mas que hoje, com a disponibilidade da ultrasso-
nografia e tomografia computadorizada, não constitui uma indicação formal
para esta finalidade. Aumentos focais em outros locais do pâncreas podem
determinar rechaço de alças digestivas.
A radiografia do tórax deve complementar o estudo radiológico, pois
pode identificar complicações, como derrame pleural e pseudocistos intrato-
rácicos, dentre outros.
B) Ultrassonografia do abdômen(19,20,21)
Atrofia glandular, heterogeneidade parenquimatosa, calcificações, irregu-
laridade e/ou dilatação ductal e complicações como formações císticas e/
ou sólidas, dilatação das vias biliares e derrames intracavitários podem ser
detectadas pela ultrassonografia transabdominal. Não avalia pequenas alte-
rações ductais (irregularidades ou pequenas dilatações).
C) Tomografia computadorizada(19,20,21)
Atualmente é o método de imagem de escolha na avaliação inicial da
pancreatite crônica clinicamente suspeita. Aumento ou atrofia do pâncreas,
dilatação do ducto pancreático principal, presença de calcificações,
F) Ecoendoscopia(30,31,32,33,34)
A ecoendoscopia (EE) deve ser indicada para o diagnóstico de PC após
insucesso dos outros métodos de imagem. A EE produz imagens detalhadas
do pâncreas. Este método possibilita avaliar critérios morfológicos parenqui-
matosos (focos e traves hiperecoicas, lobularidade glandular, cistos e calcifi-
cações) e ductais (ectasia ductal principal e secundária, irregularidade ductal,
paredes ductais hiperecoicas e calcificações), possibilitando estadiar a PC.
Não existe padronização da técnica e a maioria das publicações empre-
ga terminologia ecográfica não consensual, dificultando a interpretação e a
concordância dos achados sobretudo entre os observadores. Organizando os
critérios morfológicos ecográficos, o 1º Consenso de Rosemont (2007) pro-
pôs uma classificação diagnóstica gradativa.
A EE permite a detecção de alterações da PC leve, possivelmente não
visíveis a outros métodos de imagem, unindo elementos qualitativos e
Terapêutica
a) Dor(35,36,37,38,39,40)
A dor é sintoma cardinal da PC, acometendo mais de 90% dos casos,
sendo incapacitante na metade deles. Seu controle é objetivo principal no
tratamento da doença.
Entre as medidas gerais para o controle da dor, a abstinência alcoólica
é indispensável, sendo o álcool agressor direto ao pâncreas, promotor de
inflamação e estímulo secretório com modificações na composição do suco
pancreático, agravando a obstrução intracanalicular.
A suspensão do tabaco é essencial, pois a nicotina é fator de risco inde-
pendente na gênese da PC e na instalação e progressão da dor por mecanis-
mos neuropáticos.
Caso o objetivo não seja atingido, pode-se acrescentar mais 25.000 uni-
dades numa dose máxima de 75.000 U por refeição.
O paciente não responsivo e com diarreia e/ou esteatorreia deve ser ava-
liado quanto a supercrescimento bacteriano, enteroparasitoses, como giardí-
ase ou estrongiloidíase.
C) Insuficiência endócrina(45,46,47)
O diabete mellitus decorrente da PC (tipo III-c), caracterizado pela re-
dução da insulina, pela hipoglucagonemia e pela consequente labilidade do
controle glicêmico, necessita de orientação dietética com aporte calórico de
acordo com o IMC e índices glicêmicos de jejum e pós-prandiais.
A adaptação ao extrato enzimático prescrito deve ser observada, pois
muitas formulações não apresentam biodisponibilidade enzimática ade-
quada por alteração na conformação espacial da enzima pelo pH gástrico
(formulações não protegidas contra a acidez gástrica) ou condicionadas em
cápsulas de difícil degranulação, impossibilitando a adequada distribuição
junto ao bolo alimentar.
Na PC, a necessidade de altas doses de insulina é incomum, devido ao
déficit concomitante da secreção de glucagon e à desnutrição.
A utilização de hipoglicemiantes orais é a opção inicial em determinados
casos, seguida da insulinoterapia monitorada por mensurações dos níveis
glicêmicos nos períodos pré e pós-prandiais. Estas dosagens poderão au-
xiliar na posologia adequada da insulina, evitando-se assim os frequentes
casos de hipoglicemia, habitualmente mais graves do que os episódios de
hiperglicemias moderadas. O diabete tipo III-c raramente se complica com
cetoacidose.
A raridade dos acidentes de cetoacidose pode estar relacionada à diminui-
ção paralela de glucagon, que exerce um papel importante no agravamento
da cetoacidose do diabete tipo I. Também não parece haver diferença signi-
ficativa na necessidade de insulina entre os pacientes portadores de diabete
tipo I, II e III-c.
As complicações tardias do diabete tipo III-c, sobretudo aquelas relacio-
nadas às microangiopatias, merecem atenção especial. Estudos sugerem que
Complicações
A) Complicações vasculares(48,49,50,51,52,53)
As complicações vasculares da PC, apesar de pouco comuns, associam-se
à elevada morbimortalidade, especialmente se não diagnosticadas precoce-
mente e tratadas de modo adequado. Devem ser consideradas no diagnóstico
diferencial de pacientes com PC, evoluindo com sangramento intracavitário e/
ou gastrointestinal. Tais complicações decorrem de lesões da vascularização
pancreática ou peripancreática, podendo ser de origem arterial ou venosa.
O acometimento vascular de artérias próximas ao pâncreas - esplênica,
hepática, gastroduodenal ou pancreaticoduodenal - pode levar à formação de
lesão cística vascular denominada pseudoaneurisma.
A evolução do pseudoaneurisma é variável, podendo haver sangramento
arterial para o interior do pseudocisto (com aumento do seu volume), para
a cavidade peritoneal (hemoperitônio) ou sangramento para o interior do
ducto pancreático (hemosuccus pancreaticus). Nesse último caso, o paciente
pode apresentar-se clinicamente com quadro de hemorragia digestiva alta,
que varia desde sangramento gastrointestinal intermitente até hemorragia
maciça com colapso circulatório e óbito.
As complicações vasculares da pancreatite crônica associadas ao acome-
timento venoso resultam de inflamação e trombose da veia esplênica - que
apresenta anatomia vulnerável, por localizar-se próxima à borda inferopos-
terior do pâncreas -, podendo desencadear hipertensão portal segmentar, se-
letiva ou esquerda, com consequente formação de varizes, predominante-
mente gástricas. Raramente há compressão ou obstrução portal.
B) Pseudocisto(54,55,56)
O pseudocisto pancreático pode ser definido como uma coleção organi-
zada, rica em enzimas pancreáticas, que surge como consequência e perma-
nece após um episódio de pancreatite aguda ou após exacerbação de uma
PC. Este se desenvolve quando o ducto pancreático principal ou um dos
seus ramos se rompe, liberando secreção pancreática para o retroperitônio
ou para os planos peritoniais peripancreáticos. A sua parede é formada por
uma cápsula fibrosa, sem epitélio próprio.
A classificação revisada de Atlanta (2012) conceitua pseudocisto como uma
coleção exclusivamente líquida e com parede fibrosa. As coleções com mais
de quatro semanas de evolução, parede formada por tecido de granulação e
C) Derrame pleural(57,58,59)
O derrame pleural é uma apresentação clínica que resulta do escoamento
do suco pancreático para o espaço pleural secundário ao rompimento de
ductos pancreáticos ou de um pseudocisto. Pode ser volumoso e dificultar
a dinâmica respiratória, sendo uma complicação incomum. Se não tratada
adequadamente, associa-se à alta taxa de morbimortalidade.
O derrame pleural é mais comum à esquerda e corresponde a um exsuda-
to rico em amilase e lipase. Os pacientes, quando sintomáticos, apresentam-
-se mais comumente com tosse, dor torácica e dispneia. Em até um quarto
dos pacientes, pode-se verificar a presença simultânea de ascite pancreática.
O diagnóstico depende de uma grande suspeição clínica, devendo ser
considerado na vigência de derrame pleural sem etiologia definida. Pode ser
confirmado por exames de imagem (RX e TC de tórax) e análise laboratorial
do líquido pleural, que demonstra alto conteúdo de amilase (> 1.000 UI/L)
e proteínas (> 3 g/dL).
A TC e a RM com colangiorressonância são úteis na avaliação da morfo-
logia pancreática, dilatação, estenose dos ductos, pseudocisto e fístula.
A CPRE é indicada em casos de não identificação do trajeto fistuloso pelos
exames anteriores ou quando a colocação de endopróteses torna-se necessária.
O tratamento inicial é conservador e consiste em repouso gastrointesti-
nal com dieta oral zero, nutrição preferencialmente enteral elementar, ou
eventualmente parenteral total nos casos de desnutrição grave ou não fun-
cionamento do trato gastrointestinal. Repetidas drenagens (toracocenteses)
podem ser necessárias. A utilização de droga antissecretora (octreotide) per-
manece controversa.
O tratamento endoscópico/cirúrgico tem indicação na falha da terapia
conservadora, que deve durar até 2 a 3 semanas. O tipo de intervenção de-
pende da anatomia do ducto pancreático principal visto à CPRE.
D) Ascite(60,61,62)
Ascite pancreática é uma complicação pouco frequente na PC, associada
a alta morbidade e mortalidade. É necessária grande suspeição clinica, po-
rém o diagnóstico é fácil de realizar, pois as dosagens de amilase e proteína
elevadas no fluido cavitário confirmam a hipótese diagnóstica. Atualmente,
dieta enteral é a mais importante conduta terapêutica clínica. A realização de
um exame de imagem (CPRM, CPRE e TC) com a identificação do local de
ruptura do ducto ou do pseudocisto determina o tipo de tratamento.
Frente à ruptura de ductos secundários ou quando não é identificado o
ponto de ruptura, deve-se optar por tratamento clínico conservador. Na falha
do tratamento clínico, após três semanas, a terapia endoscópica é a conduta
de escolha. Nas rupturas parciais do ducto principal, a papilotomia com co-
locação de prótese pancreática ou sonda nasopancreática está indicada; nos
casos de ruptura total, o tratamento inicial deve ser cirúrgico. Quando há
ruptura de um pseudocisto comunicante com o ducto pancreático, a drena-
gem endoscópica do ducto é a primeira opção.
E) Obstrução biliar(63,64,65,66,67,68,69)
A incidência da obstrução das vias biliares em pacientes com PC varia de
quatro a 30%. As manifestações clínicas, quando presentes, são variáveis e
caracterizam-se por episódios de exacerbação e remissão. A principal queixa
é a presença de icterícia intermitente ou contínua eventualmente acompa-
nhada por episódios de colangite.
Inicialmente, opta-se pelo tratamento conservador, pois a icterícia pode
ser autolimitada pela diminuição do edema da região ou resolução de um
pseudocisto cefálico. A descompressão da via biliar é indicada quando a ic-
terícia persiste por mais de 30 dias ou na vigência de colangite.
A drenagem endoscópica constitui uma solução aceitável a curto e médio
prazos, mas não deve ser recomendada como tratamento definitivo, que é obtido
com maior sucesso pela cirurgia; entretanto, pode ser a única opção de tratamen-
to nos casos com hipertensão portal seletiva e com contraindicação cirúrgica.
A experiência clínica tem demonstrado piores resultados do tratamento
endoscópico nos pacientes com calcificação da porção cefálica do pâncreas.
F) Fístulas(70,71,72,73,74)
As fístulas pancreáticas são definidas como a ocorrência de um extrava-
samento de secreção pancreática exócrina a partir de uma solução de conti-
nuidade do sistema ductal pancreático.
As fístulas podem ser divididas em fístulas internas (fluido pancreático
drena para cavidade peritoneal, pleural ou para vísceras adjacentes) ou ex-
ternas, com exteriorização cutânea da secreção pancreática.
As fístulas externas ocorrem quase sempre em decorrência de uma mani-
pulação direta do pâncreas por procedimentos propedêuticos ou terapêuticos.
As principais caracterizações de fístulas externas atualmente empregadas
são a da International Study Group for Pancreatic Fistulae (ISGPF-2005),
em que qualquer volume drenado a partir do terceiro dia, com amilase su-
perior a três vezes o nível sérico, é considerado fístula, e a de Sarr (2007),
que conceitua fístula pancreática como a drenagem superior a 30 ml,
após o quinto dia, com amilase superior a cinco vezes o valor de referência
para o nível sérico desta, embora não exista consenso sobre o assunto.
As fístulas pancreáticas são classicamente divididas em grau A (tratada
conservadoramente), grau B (necessita procedimentos intervencionistas) e
grau C (necessita reoperações em caráter de urgência). A ocorrência de fístu-
las de grau C se associa frequentemente a outros eventos abdominais (sepse,
sangramento ou perfuração de vísceras ocas), sendo diretamente responsá-
vel por um aumento na mortalidade destes pacientes. Existe atualmente uma
tendência a substituir a atual classificação do grau das fístulas pelos critérios
de Dindo-Clavien, que associa aspectos clínicos da evolução do paciente à
necessidade de intervenções em cada caso.
O tratamento das fístulas pancreaticocutâneas é em geral conserva-
dor. Fístulas direcionadas, não associadas a fatores obstrutivos, tendem
a evoluir bem, com fechamento espontâneo na maioria dos casos. O em-
prego de antibióticos pode ser necessário. Coleções localizadas podem
ser drenadas, preferencialmente por via percutânea, podendo, no entanto,
ser guiada por ecoendoscopia nos casos em que uma janela adequada não
possa ser obtida.
É importante obter uma drenagem ampla, independente da via de aces-
so escolhida. Intervenções cirúrgicas (abertas ou laparoscópicas) podem
ser necessárias em situações especiais, por sepse, hemorragia ou perfu-
ração visceral, estando sempre associadas a um aumento significativo
da mortalidade.
G) Necrose(75,76,77)
Necrose pancreática é definida como presença de parênquima não viável
detectável pela TC ou RM com contraste. Não é uma complicação comum na
PC, apresentando-se em aproximadamente 10% dos casos, de forma localiza-
da e em qualquer estágio da doença, mas sempre em episódio de agudização.
Existem ao menos dois mecanismos de necrose pancreática na PC: ati-
vação intrapancreática de enzimas e obstrução dos ductos pancreáticos,
levando à elevação da pressão intraductal, redução do fluxo sanguíneo,
isquemia e necrose.
Referências
1. Etemad B, Whitcomb DC. Chronic pancreatitis: diagnosis, classification and new genetic developments.
Gastroenterology 2001;120,682-707.
2. Guarita DR, Felga GEG, Marzinotto M, et al. Doenças Pancreáticas. In: Martins MA, Carrilho FJ, Alves
VAF, et al. Clínica Médica. 2a ed. S. Paulo, Ed. Manole 2016, p. 136-50.
3. Mott CB, Guarita DR, Pedroso MRA. Pancreatite Crônica. In: Lopes AC, Amato-Neto V, eds. Tratado de
clínica médica. 2ª ed. São Paulo: Roca; 2009. p. 1060-3.
4. Sarles H, Adler G, Dani R, et al. The pancreatitis classification of Marseille-Rome 1988. Scand J Gas-
troenterol 1989;24:641-2.
5. Schneider A, Löhr JM, Singer MV. The M-ANNHEIM classification of chronic pancreatitis: introduction
of a unifying classification system based on a review of previous classifications of the disease. J Gastro-
enterol 2007;42:101-19.
6. Dani R, Mott CB, Guarita DR, Nogueira CED. Epidemiology and etiology of chronic pancreatitis in Brazil:
a tale of two cities. Pancreas 1990; 5:474-478.
7. Maisonneuve P, Lowenfels AB, Mullhaupt B, et al. Cigarette smoking accelerates progression of alco-
holic chronic pancreatitis. Gut 2005; 54: 510-514.
8. Kamisawa T, Chari ST, Lerch MM, et al. Recent advances in autoimmune pancreatitis: type 1 and type
2. Gut 2013; 62:1373-1380.
9. Mott CB, Guarita DR, Pedroso MRA. Pancreatite Crônica. In: Lopes AC, Amato-Neto V, eds. Tratado de
Clínica Médica. 2ªed. São Paulo: Roca; 2009. p. 1060-3.
10. Frokjaer JB, Bouwense SAW, Olesen SS, et al. Reduced cortical thickness of brain areas involved in pain
processing in patients with chronic pancreatitis. Clin Gastroenterol Hepatol 2012:10:434-8.
11. LiebIi JG. Draganov PV. Pancreatic function testing. Here to stay for the 21 st century. World J Gastro-
enterol. 2008; 14(20): 3149-3158.
12. Chowdhury RS, Forsmark CE. Review article: pancreatic function testing. Aliment Pharmacol Ther
2003; 17: 733-750.
13. Draganov P, Patel A, Fazel A, et al. Prospective evaluation of the accuracy of the intraductal secretin
stimulation test in the diagnosis of chronic pancreatitis. Clin Gastroenterol Hepatol 2005; 3: 695-699.
14. Domínguez-Muñoz JE. Pancreatic exocrine insufficiency: diagnosis and treatment. JGastroenterol Hep-
atol. 2011;26 Suppl 2:12-16.
15. Lindkvist B. Diagnosis and treatment of pancreatic exocrine insufficiency. World JGastroenterol 2013;
19(42): 7258-7266.
16. Katschinski M, Schirra J, Bross A, et al. Duodenal secretion and fecal excretion of pancreatic elastase-1
in healthy humans and patients with chronic pancreatitis. Pancreas 1997;15(2):191-200.
17. Dominguez-Munoz JE, Hieronymus C, Sauerbruch T, Malfertheiner P. Fecal elastase test: evaluation of a
new noninvasive pancreatic function test. Am J Gastroenterol 1995; 90: 1834-1837.
18. Lankisch PG, Schmidt I, Konig H, et al. Faecal elastase 1: not helpful in diagnosing chronic pancreatitis
associated with mild to moderate exocrine pancreatic insufficiency. Gut 1998; 42: 551-554.
19. Perez-Johnston R, Sainani DV. Imaging of chronic pancreatitis (including groove and autoimune pancre-
atitis). Rodiol Clin N Am 2012; 50: 447-466.
20. Choueiri NE, Balci NC, Alkaade S, Burton FR. Advanced imaging of chronic pancreatitis. Curr Gastro-
enterol Rep 2010(12): 114-120.
21. Raman SP, Salaria SN, Hruban RH, Fishman EK. Groove pancreatitis: Spectrum of imaging findings and
radiology-pathology correlation. AJR 2013 (201): W29-W39.
22. Zamboni GA, Ambrosetti MC, D’Onofrio M, Mucelli RP. Ultrasonography of the pâncreas. Radiol Clin N
Am 2012(50): 395-406.
23. Miller FH, Keppke AL, Wadhwa A et al. MRI of pancreatitis and its complications: part 2, chronic pancre-
atitis. AJR Am J Roentgenol 2004; 183:1645-1652.
24. Sica GT, Miller FH, Rodriguez G, McTavish J, Banks PA. Magnetic resonance imaging in patients with pan-
creatitis: evaluation of signal intensity and enhancement changes. J Magn Reson Imaging 2002; 15:275-284.
25. Siddiqi AJ, Miller F. Chronic pancreatitis: ultrasound, computed tomography, and magnetic resonance
imaging features. Semin Ultrasound CT MR 2007; 28(5):384-94.
26. Classen M, Koch H, Frühmorgen P, et al. Resultsof retrograde pancreatography. Gastroent Jap 1972;
7:131-34.
27. Machado G. Colangiopancreatografia retrógrada endocópica. Tema apresentado na mesa-redonda
“Recentes Avanços em Endoscopia Digestiva”, I Seminário Brasileiro de Endoscopia Digestiva, Rio de
Janeiro, 14 de julho de 1973.
28. Saleem A, Baron Th, Gastout CJ, et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography using a
single-balloon enteroscope in patients with altered Roux-en-Y anatomy. Endoscopy 2010; 42:656-60.
29. RöschT, Daniel S, Scholz M, et al. Endoscopic treatment of chronic pancreatitis: a multicenter study of
1000 patients with long-term follow-up. Endoscopy 34(10):765-771, 2002.
30. B Kalmin, B Hoffman, R Hawes, J Romagnuolo. Conventional versus Rosemont endoscopic ultrasound
criteria for chronic pancreatitis: Comparing interobserver reliability and intertest agreement. Can J Gas-
troenterol 2011;25(5):261-264.
31. Tandan M, Reddy DN. Endotherapy in chronic pancreatitis. World J Gastroenterol 2013; 19(37):
6156-6164.
32. Catalano MF, et al., Prospective evaluation of endoscopic ultrasonography, endoscopic retrograde
pancreatography, and secretin test in the diagnosis of chronic pancreatitis. Gastrointest Endosc 1998;
48(1): 11-7.
33. Catalano MF, et al. EUS-based criteria for the diagnosis of chronic pancreatitis: the Rosemont classifica-
tion. Gastrointest Endosc 2009; 69(7): 1251-61.
34. DeWitt J, et al. EUS-guided Trucut biopsy of suspected nonfocal chronic pancreatitis. Gastrointest En-
dosc 2005; 62(1): 76-84.
35. AGA Technical Rewiew Treatment of pain in chronic pancreatitis. Gastroenterology 1998; 115(3): 765-776.
36. Gilron, I et al. Neuropathic pain: principles of diagnosis and treatment. Mayo Clin Proc 2015; 90(4):532-45.
37. Moran, R et al. Pancreatic Pain. Curr Opin Gastroenterol 2015; 31:407-415.
38. Olessen SS, et al. Pain-associated adaptive cortical reorganization in chronic pancreatitis. Pancreatol-
ogy 2010; 10(6):742-51.
39. Talukdar R, et al. Pain in chronic pancreatitis: managing beyond the pancreatic duct. Word. J Gastro-
enterol 2013. 19(38):6319-28.
40. Yang CJ, et al. Surgery for chronic pancreatitis: the role of early surgery in pain management. Pancreas
2015; 44(5):819-23.
41. Lindkvist B, Dominguez-muñoz JE, Luacis-Regueira M, et al. Serum nutricional markers for prediction
of pancreatic exocrine insufficiency in chronic pancreatitis. Pancreatology 2012;12:305-310.
42. Dominguez-muñoz JE. Pancreatic exocrine insufficiency: When is it indicated, what is the goad and
how to do it? Adv Med Sci 2011;56:1-5.
43. Löhr JM. Exocrine pancreatic insufficiency. 2nd Edition. Bremen: UNI-MED Scienci 2010:91.
44. Gupte A, Forsmark CE. Chronic pancreatitis. Curr Opin Gastroenterol 2014;30:500-505
45. Choudhuri G, Lakshmi CP, Goel A. Pancreatic diabetes. Trop Gastroenterol 2009;30(2):71-5.
46. Levitt NS, Adams G, Salmon J, Marks IN, Musson G, Swanepoel C, et al. The prevalence and seve-
rity of microvascular complications in pancreatic diabetes and IDDM. Diabetes Care 1995;18:971-4.
47. Larsen S, Hilsted J, Philipsen EK, Tronier B, Damkjaer NM, Worning H. The effect of insulin withdrawal
on intermediary metabolism in patients with diabetes secondary to chronic pancreatitis. Acta Endo-
crinol (Copenh) 1991;124:510-5.
48. Sakorafas GH, Sarr MG, Farley DR, Farnel MB. The significance of sinistral portal hypertension com-
plicating chronic pancreatitis. Am J Surg 2000; 179(2): 129-33.
49. Marshall GT, Howell DA, Hansen BL, Amberson SM, Abourjaily GS, Bradenberg CE. Multidisciplinary
approach to pseudoaneurysms complicating pancreatic pseudocysts: impact of pretreatment diag-
nosis. Arch Surg 1996; 131:278-83.
50. Yeo CJ, Bastidas JA, Lynch-Nyhan A, et al. The natural history of pancreatic pseudocysts documen-
ted by computed tomography. Surg Gynecol Obstet 1990; 170:411.
51. Worning H. Incidence and prevalence of chronic pancreatitis. In: Beger HG, Buchler M, Ditschuneit H,
Malfertheiner P. (eds.). Chronic Pancreatitis. Berlin: Springr-Verlag 1990:8-14.
52. Heider TR, Azeem S, Galanko JA, Behrns KE. The natural history of pancreatitis-induced splenic vein
thrombosis. Ann Surg 2004; 239:876.
53. Nadkarni NA, Khanna S, Vege SS. Splanchnic venous thrombosis and pancreatitis. Pancreas 2013;
42:924.
54. Phillip SG, et al. Pancreatic Pseudocysts Advances in Endoscopic Management, article in press,
Gastroenterol Clin N Am 2015. http://dx.doi.org/10.1016/j.gtc.2015.10.003
55. Zhao X, Feng T, Ji W. Endoscopic versus surgical treatment forpancreatic pseudocyst, Digestive
Endoscopy 2016; 28:83-91.
56. Varadalajulu S, et al. Equal Efficacy of Endoscopic and Surgical Cystogastrostomy for Pancreatic
Pseudocyst Drainage in a Randomized Trial. Gastroenterology 2013;145:583-590.
57. Chebli JM, Gaburri PD, de Souza AF, Ornellas AT, Martins Junior EV, Chebli LA, Felga GE, Pinto RJ.
Internal pancreatic fistulas: proposal of a management algorithm based on a case serie analisys. J Clin
Gastroenterol 2004; 38:795-800.
58. Cunha JE, Machado M, Bacchella T, et al. Surgical treatment of pancreatic ascites and pancreatic
pleural effusions. Hepatogastroenterology 1995; 42:748-51.
59. Gomez-Cerezo J, Barbado Cano A, Suárez I, et al. Pancreatic ascites study of therapeutic options
by analysis of case reports and case series between the years 1975 and 2000. Am J Gastroenterol
2003; 98:568-77
60. Varadarajulu S, Rana SS, Bhasin DK. Endoscopic Therapy for Pancreatic Duct Leaks and Disruptions.
Gastrointest Endoscopy Clin N Am 23 2013; 863-892.
61. Mirtallo JM, Forbes A, McClave SA, Jensen GL, Waitzberg DL, Davies AR. International con-
sensus guidelines for nutrition therapy in pancreatitis. JPEN J Parenter Enteral Nutr 2012; 36:
284-291.
62. Nandasena, Wijerathne, de Silva. Fluctuating serum amylase levels in a patient with pancreatic asci-
tes. Ceylon Medical Journal 2015; 60: 161-162.
63. Abdallah AA, Krige JE, Bornman PC. Biliary tract obstruction in chronic pancreatitis. HPB (Oxford)
2007; 9:421-8.
64. Cunha JE, Bacchella T, Mott C, Jukemura J, et al. Surgical treatment of biliary complications from
calcifying chronic pancreatitis. International Surgery. 1984; 69:149-54.
65. Taylor S, Adams D, Anderson M. Duodenal stricture: a complication of chronic fibrocalcific pancreati-
tis. South Med J 1991; 84:338-341.
66. Vijungco JD, Prinz RA. Management of biliary and duodenal complications of chronic pancreatitis. World
journal of surgery. 2003;27(11):1258-70.
67. Frey CF, Suzuki M, Isaji S. Treatment of chronic pancreatitis complicated by obstruction of the common
bile duct or duodenum. World journal of surgery. 1990;14(1):59-69.
68. Stabile BE, Calabria R, Wilson SE, Passaro E, Jr. Stricture of the common bile duct from chronic pan-
creatitis. Surg, gynecol and obstet 1987;165(2):121-6.
69. Huizinga WK, Baker LW. Surgical intervention for regional complications of chronic pancreatitis. Interna-
tional surgery. 1993;78(4):315-9
70. Parr ZE, Sutherland FR, Bathe OF, et al. Pancreatic fistulae: are we making progress? J Hepatobiliary
Pancreat Surg 2008;15(6):563-9.
71. Bassi C, Dervenis C, Buttunini G, et al. Postoperative pancreatic fistula : an international study group
(ISGPF) definition. Surgery 2005;138(1):8-13.
72. Reid-Lombardo KM, Farnell MB, Crippa S, et al. Pancreatic anastomotic leakage after pancreaticoduo-
denetomy in 1.507 patients: a report from the Pancreatic Anastomotic Leak Study Group. J Gastrointest
Surg 2007;11(11):14511-8.
73. Strasberg SM, Linehan DC, Clavien PA et al. Proposal for definition and severity grading of pancreatic
anastomosis failure and pancreatic occlusion failure. Surgery 2007;141(4):420-6.
74. Barreto G, D´Souza MA, Shukla PJ, et al. The gray zone between post pancreaticoduodenectomy col-
lections and pancreatic fistula. Pancreas 2008;37(4):422-5.
75. Management of pancreatic pseudocysts in chronic alcoholic pancreatitis with duct dilatation.Int Surg
1985;70(1):53-6
76. Monteiro da Cunha JE, Bacchella T, Mott CB, Jukemura J, Abdo EE, Machado MC.Surgical treatment
of biliary complications from calcifying chronic pancreatitisInt Surg 1984;69(2):149-54.
77. Blasbalg R, Baroni RH, Costa DN, Machado MC. MRI features of groove pancreatitis.AJR Am
J Roentgenol 2007;189(1):73-80. Review.
Capítulo 16
Intolerâncias alimentares:
o que há de novo?
Doenças glúten-relacionadas
O que há de novo?
A frutose é conhecida como o açúcar das frutas, mas pode ser encontrada
em vegetais, cereais e mel. A prevalência estimada é de 50% em adultos
saudáveis. A IF pode ser hereditária ou alimentar. A má absorção de frutose
gera forças osmóticas que aumentam a passagem de água para a luz intesti-
nal, ocasionando rápida propulsão do conteúdo do delgado para os cólons.
Frutas: todas as frutas que não estão na lista permitida, especialmente sucos,
frutas secas (especialmente ameixas, passas e tâmaras) e frutas em conserva em
sucos ou xaropes.
Vegetais: alcachofra, aspargo, brócolis, chutneys (batidas de frutas, vinagre,
açúcar e especiarias), alho poró, cogumelos, quiabo, cebolas, ervilhas pequenas,
pimenta vermelha, orégano, massa de tomate, produtos de tomate (tomates em
conserva, ketchup).
Grãos e cereais: alimentos com trigo como maior ingrediente (pães, pastas,
cuscuz), grãos com frutas secas adicionadas, grãos com HFCS adicionado.
Refeições: alimentos marinados ou processados contendo os ingredientes
restritos.
Produtos lácteos: qualquer produto com HFCS. Especial atenção com
iogurtes e leites aromatizados.
Intolerância a frutanos
FODMAPS
A = and (e)
Conclusões
Referências
1. Choi YK, Kraft N, Zimmerman B, Jackson M, Rao SSC. Fructose intolerance in IBS and utility of
fructose-restricted diet. J Clin Gastroenterol 2008; 42:233-8.
2. Elli L, Branchi F, Tomba C, Villalta D, Norsa L, Ferretti F, Roncoroni L, Bardella MT. Diagnosis of glúten-
related disorders: Celiac disease, wheat allergy and non-celiac glúten sensitivity. World J Gastroen-
terol 2015; 21:7110-9.
3. Fedewa A, Rao SSC. Dietary fructose intolerance, fructan intolerance and FODMAPs. Curr Gastro-
enterol Rep 2014; 16:370-13.
4. Herfarth HH, Martin CF, Sandler RS, Kappelman MD, Long MD. Prevalence of a gluten-free diet and
improvement of clinical symptoms in patients with inflammatory bowel diseases. Inflamm Bowel Dis
2014; 20:1194-7.
5. Shepherd SJ, Lomer MCE, Gibson PR. Short-chain carbohydrats and functional gastrointestinal dis-
orders. Am J Gastroenterol 2013; 108:707-17.
Capítulo 17
Manifestações extraesofágicas
da DRGE
2.1. Laringoscopia
Os achados laringoscópicos de edema subglótico, obliteração ventricular,
edema e hiperemia, edema de corda vocal, edema faríngeo difuso, hipertro-
fia de comissura posterior, granulomas e excesso de muco são muitas vezes
considerados sinais sugestivos de refluxo laringofaríngeo.
Entretanto, indivíduos assintomáticos submetidos à laringoscopia têm
uma prevalência de achados laringoscópicos alterados em 83% a 93% das
vezes.(5) Devemos considerar também que a concordância intra e inter-ob-
servadores em relação aos achados laringoscópicos é baixa.(6) Dessa forma,
o papel da laringoscopia é limitado para o diagnóstico da DRGE.
2.4.3. Laringite
De um modo geral, gastroenterologistas e otorrinolaringologistas não
concordam com o papel da DRGE na fisiopatologia de sintomas atribuídos
a laringite por refluxo.(20-21)
Sem melhora
Melhora
Sem sintomas típicos
Sem melhora
Melhora parcial
Com sintomas típicos
Referências
1. Francis DO, Rymer JA, Slaughter JC, Choksi Y, Jiramongkolchai P, Ogbeide E, et al. High economic bur-
den of caring for patients with suspected extraesophageal reflux. Am J Gastroenterol 2013;108(6):905-11.
2. Vakil N, van Zanten SV, Kahrilas P, Dent J, Jones R. The Montreal definition and classification of gastroe-
sophageal reflux disease: a global evidence-based consensus. Am J Gastroenterol 2006;101(8):1900-20.
3. Hom C, Vaezi MF. Extraesophageal manifestations of gastroesophageal reflux disease. Gastroenterol Clin
North Am 2013;42(1):71-91.
4. Vaezi MF. Sore throat and a red hypopharynx: is it reflux? Clin Gastroenterol Hepatol. 2007;5(12):1379-82.
5. Hicks DM, Ours TM, Abelson TI, Vaezi MF, Richter JE. The prevalence of hypopharynx findings associa-
ted with gastroesophageal reflux in normal volunteers. J Voice 2002;16(4):564-79.
6. Branski RC, Bhattacharyya N, Shapiro J. The reliability of the assessment of endoscopic laryngeal findin-
gs associated with laryngopharyngeal reflux disease. Laryngoscope 2002;112(6):1019-24.
7. de Bortoli N, Nacci A, Savarino E, Martinucci I, Bellini M, Fattori B, et al. How many cases of laryngo-
pharyngeal reflux suspected by laryngoscopy are gastroesophageal reflux disease-related? World J
Gastroenterol 2012;18(32):4363-70.
8. Qua CS, Wong CH, Gopala K, Goh KL. Gastro-oesophageal reflux disease in chronic laryngitis: preva-
lence and response to acid-suppressive therapy. Aliment Pharmacol Ther 2007;25(3):287-95.
9. Reichel O, Issing WJ. Should patients with pH-documented laryngopharyngeal reflux routinely undergo
oesophagogastroduodenoscopy? A retrospective analysis. J Laryngol Otol 2007;121(12):1165-9.
10. Joniau S, Bradshaw A, Esterman A, Carney AS. Reflux and laryngitis: a systematic review. Otolaryngol
Head Neck Surg 2007;136(5):686-92.
11. Carroll TL, Fedore LW, Aldahlawi MM. pH Impedance and high-resolution manometry in laryngopha-
ryngeal reflux disease high-dose proton pump inhibitor failures. Laryngoscope 2012;122(11):2473-81.
12. Havemann BD, Henderson CA, El-Serag HB. The association between gastro-oesophageal reflux dise-
ase and asthma: a systematic review. Gut 2007;56(12):1654-64.
13. Chang AB, Lasserson TJ, Gaffney J, Connor FL, Garske LA. Gastro-oesophageal reflux treatment for
prolonged non-specific cough in children and adults. Cochrane Database Syst Rev 2011(1): CD004823.
14. Faruqi S, Molyneux ID, Fathi H, Wright C, Thompson R, Morice AH. Chronic cough and esomeprazole:
a double-blind placebo-controlled parallel study. Respirology 2011;16(7):1150-6.
15. Bastian RW, Vaidya AM, Delsupehe KG. Sensory neuropathic cough: a common and treatable cause of
chronic cough. Otolaryngol Head Neck Surg 2006;135(1):17-21.
16. Dicpinigaitis PV, Dobkin JB. Antitussive effect of the GABA-agonist baclofen. Chest 1997;111(4):996-9.
17. Gibson PG, Henry RL, Coughlan JL. Gastro-oesophageal reflux treatment for asthma in adults and
children. Cochrane Database Syst Ver 2003(2): CD001496.
18. Kiljander TO, Junghard O, Beckman O, Lind T. Effect of esomeprazole 40 mg once or twice daily on
asthma: a randomized, placebo-controlled study. Am J Respir Crit Care Med 2010;181(10):1042-8.
19. Aras G, Yelken K, Kanmaz D, Develioglu O, Mavis O, Gultekin E, et al. Erosive esophagitis worsens
reflux signs and symptoms in asthma patients without affecting pulmonary function tests. J Asthma
2010;47(10):1101-5.
20. Vaezi MF, Hicks DM, Abelson TI, Richter JE. Laryngeal signs and symptoms and gastroesophageal
reflux disease (GERD): a critical assessment of cause and effect association. Clin Gastroenterol Hepatol
2003;1(5):333-44.
21. Postma GN, Amin MR. Extraesophageal reflux is still NOT the same disorder as gastroesophageal reflux.
Otolaryngol Head Neck Surg 2012;146(4):684; author reply 5.
22. Qadeer MA, Phillips CO, Lopez AR, Steward DL, Noordzij JP, Wo JM, et al. Proton pump inhibitor
therapy for suspected GERD-related chronic laryngitis: a meta-analysis of randomized controlled
trials. Am J Gastroenterol 2006;101(11):2646-54.
23. Lam PK, Ng ML, Cheung TK, Wong BY, Tan VP, Fong DY, et al. Rabeprazole is effective in trea-
ting laryngopharyngeal reflux in a randomized placebo-controlled trial. Clin Gastroenterol Hepatol
2010;8(9):770-6.
24. Reichel O, Dressel H, Wiederanders K, Issing WJ. Double-blind, placebo-controlled trial with eso-
meprazole for symptoms and signs associated with laryngopharyngeal reflux. Otolaryngol Head
Neck Surg 2008;139(3):414-20.
25. Fass R, Noelck N, Willis MR, Navarro-Rodriguez T, Wilson K, Powers J, et al. The effect of esome-
prazole 20 mg twice daily on acoustic and perception parameters of the voice in laryngopharyngeal
reflux. Neurogastroenterol Motil. 2010;22(2):134-41, e44-5.
26. Lien HC, Wang CC, Liang WM, Sung FC, Hsu JY, Yeh HZ, et al. Composite pH predicts eso-
meprazole response in laryngopharyngeal reflux without typical reflux syndrome. Laryngoscope
2013;123(6):1483-9.
27. Lee JS, Ryu JH, Elicker BM, Lydell CP, Jones KD, Wolters PJ, et al. Gastroesophageal reflux thera-
py is associated with longer survival in patients with idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit
Care Med 2011;184(12):1390-4.
Capítulo 18
Introdução
Fraturas de bacia
Em 2006, Yang et al.(4) mostraram que o uso de IBP por mais de um ano
estava associado a um risco aumentado de fratura de bacia (OR: 1,44; IC 95%:
1,30-1,59), sendo este efeito mais evidente em pacientes acima de 65 anos. Ob-
servaram, também, que o risco de fratura era maior em usuários de longo prazo
e de doses altas de IBP (OR: 2,65; IC 95%: 1,80-3,90). Uma metanálise recente
envolvendo 18 estudos observacionais com 244.109 casos de fratura mostrou
que o uso de IBP poderia aumentar apenas modestamente o risco de fraturas
de bacia e outros locais (OR: 1.26; IC 95%: 1,16-1,36), não se podendo excluir
tendenciosidades devido às características dos estudos analisados.(5)
Os mecanismos eventualmente implicados como causadores dos efeitos dos
IBPs nas fraturas de bacia incluiriam, por exemplo, a redução da absorção do
Pneumonia comunitária
Hipomagnesemia
sofra filtração renal, a maior parte será reabsorvida nas alças de Henle.
Entretanto este mecanismo não pôde ser claramente demonstrado em outros
estudos. Dessa forma, metanálise recente(1) e outros estudos(3,12) recomendam
acompanhar os níveis séricos do magnésio apenas em usuários crônicos de
IBP que apresentem outros fatores de risco para hipomagnesemia tais como
má absorção intestinal, abuso de laxativos, diureticoterapia e doença renal
crônica. Em publicação própria, o FDA (Food and Drug Administration)
recomenda dosagem sérica de magnésio, antes do início do tratamento,
nos pacientes candidatos ao uso prolongado de IBP, como também
naqueles pacientes em uso de digoxina, diuréticos ou drogas que possam
causar hipomagnesemia.(13)
Demência
Ferro
seguimento de pacientes em uso crônico de IBP, por até sete anos, foram inca-
pazes de demonstrar reduções clinicamente aparentes na absorção do ferro.(12)
Cálcio
Acredita-se que a absorção de cálcio seja mediada pela acidez do suco gás-
trico responsável por transformar sais de cálcio insolúveis em cálcio ioniza-
do. Dois estudos de qualidade realizados para estudar essa associação não
conseguiram demonstrá-la e sugeriram que absorção de cálcio estaria reduzida
nos usuário de IBP apenas nos casos em que o carbonato de cálcio era ingerido
em jejum.(28,29) O uso de IBP, quando corretamente indicado, pode ser mantido
em pacientes com osteopenia ou osteoporose e a suplementação de cálcio não
está recomendada ou justificada em usuários crônicos de IBP .(12)
Metotrexate
Devemos evitar a conclusão de que correlação (um índice que calcula a as-
sociação entre variáveis) implique sempre em causalidade. Como pode ser
visto na tabela 1, o grau da associação é calculado através do OR (odds ratio).
É uma forma interessante de cálculo pois não está sujeita a nenhuma suposição
dos dados, tipo normalidade, variâncias iguais, etc. Entretanto, por se tratar de
amostras muito grandes, introduz-se uma série de variáveis de confusão e conse-
gue-se detectar diferenças muito pequenas, que , muitas vezes, não têm nenhuma
relevância.
Relembrando
Odds ratio também chamada de razão de chances, é a relação entre o nú-
mero de pacientes que sofreram o desfecho estudado e o número de pacientes
que não apresentaram o desfecho. OR< 1 indica que a chance no grupo ex-
posto é menor e OR > 1 indica que a chance no grupo exposto é maior. OR
=1, significa que os eventos são equivalentes, em termos de probabilidades de
ocorrência. Portanto, se o valor 1 estiver contido no intervalo de confiança da
OR, significa que não há diferença significativa entre os grupos. Importante
considerar que os epidemiologistas consideram que OR entre 1 e 3 é conside-
rada associação fraca, especialmente em amostras muito grandes. Amostras
grandes geram, ainda, intervalos de confiança muito estreitos para os valores
estimados, sugerindo uma precisão nos cálculos, quando, na verdade, ape-
nas expressam um desvio padrão pequeno, decorrente do grande tamanho da
amostra. Dentro desse conceito, na tabela 1, apenas a associação com nefrite
intersticial aguda (OR>5) deveria ser considerada uma associação forte.
Referências
1. Kia L, Kahrilas PJ. Therapy: Risks associated with chronic PPI use — signal or noise? Nat Rev Gastroenterol
Hepatol 2016; 13: 253-4.
2. Lam JR, Schneider JL, Zhao W, et al. Proton pump inhibitor and histamine-2 receptor antagonist use
and vitamin B-12 deficiency. JAMA 2013;310:2435-42.
3. De la Coba OC, Argüelles AF, Martín de Argila de Prados C, et al. Proton-pump inhibitors adverse
effects: a review of the evidence and position statement by the Sociedad Española de Patología Di-
gestiva. Rev Esp Enferm Dig 2016. doi: 10.17235/reed.2016.4232/2016.
4. Yang, Y. X., Lewis, J. D., Epstein, S. & Metz, D. C. Long-term proton pump inhibitor therapy and risk
of hip fracture. JAMA 2006;296:2947-53.
5. Zhou B, Huang Y, Li H, Sun W, Liu J. Proton-pump inhibitors and risk of fractures: an update meta-
analysis. Osteoporosis Int 2016;27:339-47.
6. Lambert AA, Lam JO, Paik JJ, et al. Risk of community-acquired pneumonia with outpatient proton-
pump inhibitor therapy: a systematic review and meta-analysis. PLOS One 2015;10:e0128004.
7. Imhann F, Bonder MJ, Vich Vila A, et al. Proton pump inhibitors affect the gut microbiome. Gut
2015;65:740-8.
8. Deshpande A, Pant C, Pasupuleti V, et al. Association between proton pump inhibitor therapy and
Clostridium difficile infection in a meta-analysis. Clin Gastroenterol Hepatol 2012;10:221-33.
9. Blank ML, Parkin L, Paul C, Herbison PA. A nationwide nested case-control study indicates an in-
creased risk of acute interstitial nephritis with proton pump inhibitor use. Kidney Int 2014;86:837-44.
10. Savarino V, Dulbecco P, Savarino E. Are proton pump inhibitors really so dangerous? Dig Liver Dis
(2016), http://dx.doi.org/10.1016/j.dld.2016.05.018
11. William J, Danziger J. Proton Pump inhibitor-induced hypomagnesemia: current research and pro-
posed mechanisms. World J Nephrol 2016;6:152-7.
12. Johnson D, Oldfield E. Reported side effects and complications of long term proton pump inhibidor
use. Clin Gastroenterol Hepatol 2013;11:458-64.
13. http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedicalProd-
ucts/ucm245275.htm. Acessado em 08/08/2016.
14. Gomm W, Von Holt K, Thome F, et al. Association of proton pump inhibitor with risk of Ddementia – A
pharmacoepidemiological claims data analysis. JAMA Neurology 2016;73:410-6.
15. Rojo LE, Alzate-Morales J, Saavedra IN, Davies P, Maccioni RB. Selective interaction of lansoprazole
and astemizole with tau polymers: potential new clinical use in diagnosis of Alzheimer’s disease. J
Alzheimers Dis 2010;19:573-89.
16. Badiola N, Alcalde V, Pujol A, et al. The proton-pump inhibitor lansoprazole enhances amyloid beta
production. PLOS One. 2013;8(3):e58837.12.
17. Fallahzadeh MK, Borhani Haghighi A, Namazi MR. Proton pump inhibitors: predisposers to Alzheimer
disease? J Clin Pharm Ther 2010;35:125-6.
18. Kuller L. Do proton pump inhibitor increases the risk of dementia? JAMA Neurology 2016;73:379-81.
19. Lazarus B, Chen Y, Wilson FP, et al. Proton pump inhibitor and the risk of chronic kidney disease.
JAMA Intern Med 2016: 176:238-46.
20. Lo WK, Chan WW. Proton Pump Inhibitor use and the risk of small intestinal bacterial overgrowth: A
meta-analysis. Clin Gastroenterol Hepatol 2013;11:483 -90.
21. Xu HB, Wang HD, Li CH et al. Proton pump inhibitor use and risk of spontaneous bacterial peritonitis
in cirrhotic patients: a systematic review and meta-analysis. Gen Mol Res 2015;14:7490-501.
22. Coelho LGV, Albuquerque W. Pólipos gástricos. Sempre benignos? In: Galvão-Alves J, ed. Temas de
Atualização em Gastroenterologia. Grafitto Gráfica e Editora Ltda, Rio de Janeiro, 2012, pg: 203-15.
23. Tran-Duy NA, Spaetgens B, Hoes AW, de Wit NJ, Stehouwe CDA. Use of proton pump inhibitors
and risks of fundic gland polyps and gastric cancer: systematic review and meta-analysis. Clin
Gastroenterol Hepatol. 2016 May 20. pii: S1542-3565(16)30205-1. doi: 10.1016/j.cgh.2016.05.018.
24. Shaib YH, Rugge M, Graham DY, Genta RM. Management of gastric polyps: an endoscopy-based
approach. Clin Gastroenterol Hepatol. 2013;11:1374–84.
25. Dial MS. Proton pump inhibitor use and enteric infections. Am J Gastroenterol 2009;104(Suppl
2):S10–S16.
26. Leonard J, Marshall JK, Moayyedi P. Systematic review of the risk of enteric infection in patients taking
acid suppression. Am J Gastroenterol 2007; 102:2047-56.
27. Bavishi C, DuPont HL. Systematic review: the use of proton pump inhibitors and increased suscepti-
bility to enteric infection. Aliment Pharmacol Ther 2011;34:1269–81.
28. Wright MJ, Sullivan RR, Gaffney-Stomberg E, et al. Inhibiting gastric acid production does not affect
intestinal calcium absorption in young, healthy individuals: a randomized, crossover, controlled clinical
trial. J Bone Miner Res 2010;25:2205-11.
29. Hansen KE, Jones AN, Lindstrom JM, et al. Do proton pump inhibitors decrease calcium absorption?
J Bone Miner Res 2010;25:2510-19.
30. http://www.fda.gov/Drugs/InformationOnDrugs/ApprovedDrugs/ucm284421.htm. Acessado em
30/07/2016.
31. Joerger M, Huitema AD, van den Bongard HJ, et al. Determinants of the elimination of methotrex-
ate and 7-hydroxy-methotrexate following high dose infusional therapy to cancer patients. Br J Clin
Pharmacol 2006;62:71-80.
32. Breedveld P, Zelcer N, Pluim D, et al. Mechanism of the pharmacokinetic interaction between metho-
trexate and benzimidazoles: potential role for breast cancer resistance protein in clinical drug-drug
interactions. Cancer Res 2004;64:5804–5811.
33. Hill AB. The environment and disease: Association or causation. Proc R Soc Med 1965;58:295-300.
34. Laine L, Nagar A. Long-term PPI use: balancing potential harms and documented benefits. Am J
Gastroenterol 2016;111:913-5.
35. Ramirez E, Lei SH, Borobia AM, et al. Overuse of PPIs in patients at admission, during treatment, and
at discharge in a tertiary Spanish hospital. Curr Clin Pharmacol 2010;5:288-97.
Capítulo 19
Introdução
Pancreatoblastoma
Lesões benignas
Conclusão
Referências
1. Al-Hawary MM, Francis IR, Anderson MA. Pancreatic Solid and Cystic Neoplasms: Diagnostic Evaluation
and Intervention. Radiol Clin North Am 2015;53(5):1037-48.
2. Kim J. Endoscopic Ultrasound-Guided Treatment of Pancreatic Cystic and Solid Masses. Clin Endosc.
2015;48(4):308-11.
3. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Tipos de Câncer - Pâncreas. Datasus. Acesso online
em 15 de julho de 2016; http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pancreas
4. Scialpi M, Reginelli A, D’Andrea A, Gravante S, Falcone G, Baccari P, Manganaro L, Palumbo B, Cappa-
bianca S. Pancreatic tumors imaging: An update. Int J Surg 2016;28 Suppl 1:S142-55.
5. Ansari NA, Ramalho M, Semelka RC, Buonocore V, Gigli S, Maccioni F. Role of magnetic resonance
imaging in the detection and characterization of solid pancreatic nodules: An update. World J Radiol
2015;7(11):361-74.
6. Tewari M. Pancreatic Cancer: a Challenge to Cure. Indian J Surg 2015;77(5):350-7.
7. Ansari D, Gustafsson A, Andersson R. Update on the management of pancreatic cancer: surgery is not
enough. World J Gastroenterol 2015;21(11):3157-65.
8. Krška Z, Šváb J, Hoskovec D, Ulrych J. Pancreatic Cancer Diagnostics and Treatment--Current State.
Prague Med Rep 2015;116(4):253-67.
9. Tenner S, Baillie J, DeWitt J, Vege SS. American College of Gastroenterology guideline: management of
acute pancreatitis. American College of Gastroenterology. Am J Gastroenterol 2013;108(9):1400-15; 1416.
10. Al-Umairi RS, Kamona A, Al-Busaidi F. Solid Pseudopapillary Tumor in a Pregnant Woman: Imaging Findin-
gs and Literature Review. Al-Umairi RS, Kamona A, Al-Busaidi F. Oman Med J 2015;30(6):482-6.
11. Saif MW. Pancreatoblastoma. JOP 2007;8(1):55-63.
Capítulo 20
Manifestações extraintestinais:
o perfil sistêmico da doença
de Crohn
Júlia Faria Campos
Maria de Lourdes de Abreu Ferrari
Introdução
*DA: Doença Ativa;**SSZ: Sulfasalazina; NAFLD: Doença hepática gordurosa não alcóolica.
Modificado Ott C, Sholmerich J 2.
Manifestações musculoesqueléticas
A artrite periférica ocorre de 2,8% a 31% dos casos, sendo mais comum
na DC (10% a 20%) do que na RCU (2% a 7%). É subdividida em dois gru-
pos com características e evolução distintas: tipo I, oligoartrite assimétrica,
acomete menos de cinco articulações (pauciarticular), tem caráter agudo e
autolimitado, envolvimento assimétrico e migratório, dura menos de dez se-
manas e acompanha a atividade inflamatória do intestino; o tipo II, poliartri-
te simétrica, acomete cinco ou mais articulações (poliarticular), os sintomas
duram meses ou anos, o acomentimento é geralmente simétrico e não reflete
atividade inflamatória da doença intestinal. A artrite do tipo I frequentemen-
te se associa a outras manifestações extraintestinais, principalmente à uve-
íte e ao eritema nodoso, enquanto na artrite do tipo II essa coexistência é
rara, excetuando a uveíte. A artrite periférica pode ser crônica e erosiva em
10% dos pacientes e cerca de um quarto dos casos apresentam envolvimento
axial associado.(1,2,3)
O diagnóstico diferencial das manifestações osteoarticulares agudas é
amplo, devendo ser consideradas entidades como a artrite séptica, a artrite
por cristais, a osteonecrose asséptica por corticosteroides e as artralgias dro-
ga induzidas, efeito adverso de medicamentos como os corticoesteroides,
imunossupressores e anti-TNF.(2,3)
O acometimento axial, representado pela sacroiliíte e espondilite an-
quilosante, é mais frequente na DC (5% a 22%) do que na RCU (2% a
6%). São manifestações que tendem preceder o quadro intestinal, têm cur-
so crônico, caracterizam-se por dor lombar de caráter inflamatório e no-
turno, melhora com a deambulação e evoluem com limitação progressiva
da movimentação de todos os eixos da coluna e de forma independente às
manifestações intestinais.
O tratamento das artropatias deve ser individualizado e direciona-
do à gravidade do quadro clínico. Na artrite periférica, o tratamento da
atividade da DII deve ser a primeira medida a ser instituída, principal-
mente na artrite do tipo I. Repouso, analgésicos comuns, fisioterapia e
injeções intra-articulares de glicocorticóides podem ser suficientes para
resolução de quadros mais leves. Anti-inflamatórios não-esteroidais
(AINE) podem ser utilizados de forma cautelosa e por menor tempo
dos pacientes, sendo mais frequente na DC. São manifestações que acompanham
a atividade inflamatória e regridem com o controle do processo inflamatório.(1,2,3)
Manifestações oculares
Manifestações hepatopancreatobiliares
em pacientes com DII, mas o diagnóstico de PC secundária a DII deve ser aven-
tado apenas após exclusão das etiologias mais comuns. O impacto do tratamento
da DII no aparecimento e evolução da pancreatite é questão a ser elucidada.
Manifestações pulmonares
Manifestações neurológicas
Manifestações cardiovasculares
Manifestações tromboembólicas
São descritas em até 23% dos pacientes com DII.(2) Predominam as mani-
festações associadas às complicações da doença decorrentes dos efeitos ad-
versos dos medicamentos, sendo uma minoria considerada MEI verdadeira.
Dentre elas, são descritas as glomerulonefrites de diferentes tipos, que evo-
luem com boa resposta a indução da remissão da DII, a nefropatia por IgA
e mais raramente amiloidose AA, que está diretamente associada a infla-
mação persistente. As MEI renais devem sempre ser diferenciadas de toxi-
cidade secundária ao uso dos aminossalicilatos. Esse quadro se manifesta
como nefrite intersticial, glomerulonefrite e, mais raramente, como síndro-
me nefrótica e que se mostra reversível de início.(1) Seu diagnóstico precoce
é imperativo, para tanto, sugere-se acompanhamento da função renal em
intervalos mensais nos três primeiros meses, trimestral no primeiro ano e
posteriormente anual.
A complicação urológica mais frequente é a nefrolítiase, com prevalência de
5% a 15%. Esta é observada principalmente na DC ileocolônica, fato que se deve
principalmente à má-absorção dos ácidos biliares que ao chegarem ao cólon em
maior quantidade, quelam o cálcio deixando mais oxalato livre para ser reab-
sorvido. A diarreia associada a depleção de volume e redução do pH urinário,
por sua vez, atuam aumentando a formação de cálculos de ácido úrico.(1,2)
Anemia
Referências
1. Harbord M, Annese V, Vavricka SR, et al. The first european based consensus on extraintestinal ma-
nifestations in inflammatory bowel disease. J Crohns Colitis 2016; 10: 239-5.
2. - Ott C, Sholmerich J. Extraintestinal manifestations and complications in IBD. J Nat Rev Gastroen-
terol Hepatol 2013; 10: 585-95.
3. Vavricka SR, Schoepfer A, Scharl M et al. Extraintestinal manifestations of inflammatory bowel dis-
ease. Iflamm Bowel Dis 2015;21:1982-90.
4. Vavricka S, Brun L, Ballabeni P et al. Frequency and risk factors for extraintetinal manifestation in the
swiss inflammatory bowel disease cohort. Am J Gastroenterol 2011: 106: 110-9.
5. Su CG, Judge TA, Lichenstein GR. Extraintestinal manifestations of inflammatory bowel disease. Gas-
troenterol Clin North Am. 2002;31:307-27.
6. Navaneethan U, Shen B. Hepatopancreatobiliary Manifestations and complications associated with
inflammatory bowel disease. Inflamm Bowel Dis 2010; 16: 1598-619.
7. Lindor KD, Kowdley KV, Harrisson ME, et al. ACG: Clinical Guideline Primary Sclerosing Cholangitis.
Am J Gastroenterol 2015;110:646-59.
8. Rojas-Feria M, Castro M, Suárez E, Ampuero J, Gomez MR. Hepatobiliary manifestations in inflam-
matory bowel diseases: the gut, the drugs and the liver. World J Gastroenterol 2013;19: 7327- 40.
9. Garrido Gómez E, Lopez San Román A, Bermejo San José F. Idiopatic pancreatitis in inflammatory
bowel disease. J Crohns Colitis 2008;2:237-40.
10. Ji XQ, Wang LX, Lu DG. Pulmonary manifestations of Crohn’s disease. World J Gastroenterol.
2014;20:13501-11.
11. Moris G. Inflammatory Bowel Disease: an increased risk fator for neurologic complications. World J
Gastroenterol 2014;20: 1228-37.
12. Singh S, Kullo JI, Pardi SD, Loftus EV Jr. Epidemiology, risk factors and management of cardiovascu-
lar disease in IBD. Nat Rev Gastroenterol Hepatol 2015; 12: 26-35.
13. Bryant RV, Jairath V, Curry N, Travis SPL. Thrombosis in inflammatory bowel disease: are we tailoring
prophylaxis to those most at risk? J Crohn’s Colitis 2014;8:166-71.
14. Zezos P, Kouklakis G, Saibil F. Inflammatory bowel disease and thromboembolism. World J Gastro-
enterol 2014;20: 13863-78.
Capítulo 21
Consenso de Roma IV
e doenças funcionais:
o que mudou?
Maria do Carmo Friche Passos
Critérios de Roma
Fatores genéticos
Fisiopatologia dos DFGI Fatores psicossociais
Estresse
Alteração
da barreira
Hipersensibilidade visceral
epitelial
Sinalização
imune-neural
Alteração da
microbiota
Dieta SNE (disbiose)
Dismotilidade
seis meses, sendo mandatório que estejam presentes e ativos nos últimos três
meses (como Roma III).(2,3) A frequência com que os sintomas ocorrem é
também um critério fundamental para o diagnóstico de cada uma das doenças
funcionais, sendo imprescindível se nortear pelo que foi estabelecido pelo
novo Consenso de Roma IV.(2.3)
O novo consenso propõe a inclusão de quatro novas síndromes funcionais,(3)
como mostra o quadro 1.
Destacaremos, a seguir, as principais mudanças no conceito e clas-
sificação das DFGI, de acordo com as regiões anatômicas descritas no
novo Consenso.
A. Distúrbios Esofágicos
A1. Dor Torácica Funcional A4. Globus
A2. Pirose Funcional A5. Disfagia Funcional
A3. Hipersensibilidade ao Refluxo
Adaptado de Aziz 0, et al. Gastroenterology 2016;150:1368-79.(6)
B. Distúrbios Gastroduodenais
B1. Dispepsia Funcional B3. Náuseas e Vômitos
B1a. Síndrome do desconforto pós-prandial B3a. Náusea e vômitos crônicos
B1b. Síndrome da dor epigástrica B3b. Síndrome do vômito cíclico
B3c. Síndrome da hiperemese canabinoide
B2. Eructações B4. Síndrome de Ruminação
B2a. Eructações supra gástricas excessivas
B2b. Eructações gástricas excessivas
Adaptado de Stanghellini V, et al. Gastroenterology 2016;150:1380-92.(7)
Anamnese e
exame físico
Náusea, vômito,
eructação excessiva NÃO NÃO Dispesia não Considere terapia
Sinais de
e ruminação não Alarme? investigada empírica
investigados
SIM
NÃO SIM
Melhora dos Tratamento se
Endoscopia
sintomas? necessário
com biopsias
Tratamento do
Outros testes NÃO NÃO H. pylori
Alteração
diagnósticos identificada?
indicados SIM
Considere testar e Dispepsia
SIM tratar o H. pylori funcional
Alteração SIM
identificada?
Dispepsia SIM Melhora dos NÃO
secundária sintomas?
NÃO
C. Distúrbios Intestinais
C1. Síndrome do Intestino Irritável (SII) C2. Constipação Funcional
FIGURA 6. Algoritmo para condução dos pacientes com provável diagnóstico da SII
Dor abdominal
F. Distúrbios Anorretais
F1. Incontinência fecal F3. Distúrbios funcionais da defecação
F2. Dor anorretal funcional F3a. Propulsão defecatória inadequada
F2a. Síndrome do músculo elevador do ânus F3b. Defecação dissinérgica
F2b. Dor anorretal funcional não especificada F3c. Proctalgia Fugaz
Rao SSC, et al. Gastroenterology 2016;150:1430-42.
(11)
Referências
Capítulo 22
Introdução
Classificação e diagnóstico
Tratamento
Não-medicamentoso
Desde que não existam sinais ou sintomas de alarme, o tratamento da
constipação engloba, inicialmente, medidas conservadoras que incluem es-
clarecimento sobre o problema, orientação sobre a necessidade de ingerir
líquidos, exercitar-se, alteração dietética (com foco na necessidade de inges-
tão de fibras) e estabelecimento de hábito evacuatório em horário específico
e se necessário, uso apropriado de laxativos.
O uso correto da musculatura abdominal e pélvica pode ser ensinado,
do mesmo modo deve-se reforçar a necessidade de não se reprimir o desejo
de defecar.
O “biofeedback” consiste em um treinamento de como evacuar através
do uso correto das musculaturas abdominal e pélvica e do relaxamento do
esfíncter anal. Pode ser utilizado em pacientes tanto com trânsito colônico
lento como naqueles com disfunção evacuatória, contudo, estudo recente
pôde mostrar que os pacientes com quadro de dissinergia são os que mais se
beneficiam deste tratamento.(10)
Técnicas psicoterápicas também podem ser utilizadas e incluem te-
rapia comportamental, hipnose e psicoterapia. Faltam estudos de bom
Medicamentoso
Laxativos: nos pacientes constipados, os laxativos constituem os fárma-
cos mais prescritos, podendo ser classificados como pertencentes à quatro
grupos principais: agentes formadores de massa, agentes diminuidores da
consistência fecal, laxativos estimulantes e agentes osmóticos.(12)
• Formadores de massa: estes agentes são indicados para o tratamento
de pacientes com quadro de constipação episódica. São polissacarídeos
orgânicos que atuam aumentando a quantidade de líquido junto ao
bolo fecal. Alguns também atuam como prebióticos. Infelizmente esta
característica também leva aos seus principais efeitos colaterais, distensão
e flatulência. Como exemplos deste grupo, temos o plantago ovata e seu
derivado o psyllium, farelo de trigo, metilcelulose, policarbofila cálcica.
Como são agentes adsorventes de água, é imprescindível que o paciente
ingira grande quantidade de água em conjunto. Quando isto não é feito,
existe risco de piora da constipação e mesmo formação de fecaloma. Sua
posologia é variada de acordo com o agente utilizado.(12)
• Diminuidores da consistência fecal: também indicados na constipa-
ção ocasional, muitas vezes são associados aos agentes formadores de
massa, constituindo surfactantes com poder emulsificante. Geralmente,
são bem tolerados. Seu exemplo clássico é o docussato de sódio, que é
disponível usualmente em associação com o bisacodil, 1-2 comprimi-
dos ao se deitar.(12)
• Laxantes estimulantes: existem poucas evidências científicas com
estes agentes. Podem ser produtos naturais (sene e cáscara sagrada)
ou análogos da fenoftaleína (por ex: bisacodil). São hidrolisados no
intestino, estimulam a peristalse, além de, provavelmente, interferir
na absorção de água. Podem levar a cólicas abdominais, sendo cap-
tados pelas células intestinais, levando a formação de melanose coli.
Podem ser usados na constipação ocasional e como preparo para
exames colônicos.(12)
Probióticos
Agonistas 5-HT4
Prucaloprida
Com intuito de se encontrar um agonista 5-HT4 que fosse mais específico
e que tivesse limitados ou ausentes efeitos adversos cardiovasculares,
a prucaloprida foi desenvolvida. Trata-se assim de composto com alta
Antagonistas opioides
Lubiprostona
Linaclotide
Tratamento cirúrgico
Referências
1. Cook IJ, Talley NJ, Benninga MA, Rao SS. Chronic constipation: overview and challenges 2009;21:1-8.
2. Lacy BE, Mearin F, Chang L, Chey WD, Lembo AJ, Simren M, et al. Bowel Disorders. Gastroentero-
logy; 2016;150(6):1393-407.
3. Pare P, Ferrazzi S, Thompson WG, Irvine EJ, Rance L. An epidemiological survey of constipation in
Canada: Definitions, rates, demographics, and predictors of health care seeking. Am J Gastroenterol
2001;96(11):3130-7.
4. Bouras EP, Tangalos EG. Chronic constipation in the elderly. Gastroenterol Clin North Am
2009;38(3):463-80.
5. Bharucha AE, Dorn SD, Lembo A, Pressman A. American Gastroenterological Association medical
position statement on constipation. Gastroenterology 2013;144(1):211-7.
6. Cesarino CB, Cipullo JP, Martin JFV, Ciorlia LA, Godoy MRP de, Cordeiro JA, et al. Prevalence and
sociodemographic factors in a hypertensive population in São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.
Arq Bras Cardiol 2008;31-5.
7. Everhart JE, Ruhl CE. Burden of Digestive Diseases in the United States Part I: Overall and Upper
Gastrointestinal Diseases. Gastroenterology 2009;136(2):376-86.
8. Bharucha AE, Pemberton JH, Locke GR. American Gastroenterological Association technical review
on constipation. Gastroenterology 2013;144(1):218-38.
9. Dinning PG, Smith TK, Scott SM. Pathophysiology of colonic causes of chronic constipation. Neuro-
gastroenterology and Motility 2009;21: 20-30.
10. Chiarioni G, Salandini L, Whitehead WE. Biofeedback benefits only patients with outlet dysfunction,
not patients with isolated slow transit constipation. Gastroenterology 2005;129(1):86-97.
11. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural manage-
ment of constipation. Neurogastroenterology and Motility. 2009; 21: 55-61.
12. Emmanuel A V., Tack J, Quigley EM, Talley NJ. Pharmacological management of constipation. Neuro-
gastroenterology and Motility 2009; 21:41-54.
13. Chmielewska A, Szajewska H. Systematic review of randomised controlled trials: probiotics for func-
tional constipation. World J Gastroenterol 2010;16(1):69-75.
14. Manabe N, Wong BS, Camilleri M. New-generation 5-HT4 receptor agonists: potential for treatment
of gastrointestinal motility disorders. Expert Opin Investig Drugs 2010;19(6):765-75.
15. Camilleri M, Kerstens R, Rykx A, Vandeplassche L. A placebo-controlled trial of prucalopride for se-
vere chronic constipation. N Engl J Med 2008;358(22):2344-54.
16. Tack J, van Outryve M, Beyens G, Kerstens R, Vandeplassche L. Prucalopride (Resolor) in the treat-
ment of severe chronic constipation in patients dissatisfied with laxatives. Gut 2009;58:357-65.
17. Quigley EMM, Vandeplassche L, Kerstens R, Ausma J. Clinical trial: The efficacy, impact on quality of
life, and safety and tolerability of prucalopride in severe chronic constipation - A 12-week, randomi-
zed, double-blind, placebo-controlled study. Aliment Pharmacol Ther 2009;29(3):315-28.
18. Lacy BE, Loew B, Crowell MD. Prucalopride for chronic constipation. Drugs Today 2009;45(12):843-54.
19. Emmanuel A V., Roy AJ, Nicholls TJ, Kamm MA. Prucalopride, a systemic enterokinetic, for the treat-
ment of constipation. Aliment Pharmacol Ther. 2002;16(7):1347-56.
20. Muller-Lissner S, Rykx A, Kerstens R, Vandeplassche L. A double-blind, placebo-controlled study of
prucalopride in elderly patients with chronic constipation. Neurogastroenterol Motil 2010;22:991-e255.
21. Camilleri M, Deiteren A. Prucalopride for constipation. Expert Opin Pharmacother 2010;11(3):451-61.
22. Johanson JF, Morton D, Geenen J, Ueno R. Multicenter, 4-week, double-blind, randomized, placebo-
-controlled trial of lubiprostone, a locally-acting type-2 chloride channel activator, in patients with
chronic constipation. Am J Gastroenterol 2008;103(1):170-7.
23. Tack J. Current and future therapies for chronic constipation. Best Pract Res Clin Gastroenterol
2011;25(1):151-8.
24. Harris LA. Constipation: Linaclotide--a stimulating new drug for chronic constipation. Nat Rev Gastro-
enterol Hepatol 2010;7(7):365-6.
Capítulo 23
Doenças gastroenterológicas
e gravidez
Introdução
1. Náusea
Queixa comum no início da gestação que tende a se resolver em torno
da 20ª semana. Pode ser manejada com fracionamento da dieta e uso de
meclizina ou ondansetrona.
2. DRGE
Pirose e regurgitação são queixas frequentes nas gestantes, principal-
mente ao fim do segundo trimestre, persistindo até o parto. Os sintomas de
refluxo devem ser manejados com as mesmas medidas não-farmacológicas
habituais ao tratamento da DRGE.
Podem ser utilizados antiácidos inicialmente, porém o uso por mais de
duas semanas não é recomendado. Sucralfato, alginato, ranitidina e IBP são
drogas de categoria B na gestação, e podem ser usadas sequencialmente,
evitando-se o omeprazol (categoria C), pois demonstrou toxicidade fetal
em animais.
3. Constipação
Outra condição bastante comum, principalmente nos dois primeiros tri-
mestres. Em geral, responde ao aumento na ingesta hídrica, exercícios físi-
cos e dieta rica em fibras. São seguros para o feto, os medicamentos à base
de fibras, policarbofila cálcica, os laxativos osmóticos e polietileno glicol.
Laxativos catárticos também são seguros se usados com pouca frequência,
mas podem causar dor ou desconforto abdominal e diarreia.
4. Hemorroidas
Cerca de 1/3 das gestantes queixam-se de sintomas hemorroidários.
Hemorroidas internas são geralmente indolores, mas podem causar sensação
de evacuação incompleta e hematoquezia.
Hemorroidas externas causam frequentemente prurido e dor anal.
Além do tratamento da constipação frequentemente associada, o alívio dos
sintomas pode ser obtido com banhos de assento em água morna e tratamen-
to tópico com pomadas à base de policresuleno, cinchocaína ou hidrocorti-
sona. A trombose hemorroidária é uma complicação que causa dor intensa.
Em geral, responde às medidas conservadoras, mas pode necessitar de abor-
dagem cirúrgica.
5. Litíase biliar
Apesar da alta prevalência de litíase biliar em gestantes, não há aumento
de incidência de cólica biliar ou colecistite. Os sintomas são mais comuns
no pós-parto do que durante a gestação. Em caso de cólica biliar ou colecis-
tite, ocorrendo durante o primeiro ou segundo trimestre, a melhor opção de
tratamento é a colecistectomia laparoscópica durante o segundo trimestre.
Litíase sintomática durante o terceiro trimestre é melhor conduzida conser-
vadoramente, para evitar o risco de parto prematuro.
1. Nódulos hepáticos
As lesões mais preocupantes são os adenomas, que podem crescer pelo
estímulo hormonal, sofrer ruptura e sangramento para a cavidade abdominal
durante a evolução da gravidez. Mulheres que desejam engravidar, e sabida-
mente são portadoras de adenomas hepáticos, devem considerar a ressecção
da lesão antes da concepção.
2. Hipertensão portal
Deve-se proceder à ligadura das varizes de esôfago (VE) antes da concepção.
Naquelas pacientes sem VE, uma endoscopia deve ser realizada no segundo
trimestre em busca do surgimento de VE. Se positiva, o β-bloqueador deve ser
iniciado com monitoramento do feto por risco de bradicardia fetal e retardo do
crescimento intrauterino. A HDA é mais comum no segundo trimestre e é melhor
manejada com ligadura das VE ou aposição de balão de Sengstaken-Blakemore,
já que o uso de terlipressina é contraindicado na gravidez. O parto cesariano
deve ser recomendado, pelo menos, naquelas com VE de grosso calibre.
3. Hepatites virais
A hepatite A não costuma afetar o curso da gravidez, nem é afetada por
ela. O aleitamento materno é permitido na vigência de hepatite A.
A hepatite B, aguda e crônica, traz risco de transmissão para o bebê. A
imunoglobulina hiperimune (HBIG) e a vacinação, ainda na maternidade,
estão indicadas para todos os RN de mães com HBV. As mães portadoras
crônicas do HBV, HBeAg positivas, que não estejam em tratamento,
devem iniciar tenofovir (categoria B na gestação) quando a carga
viral for > 200.000 UI/mL para reduzir a chance de transmissão do HBV
para o bebê. Não há contraindicação para o aleitamento materno.
A hepatite C, assim como a hepatite A, não costuma afetar o curso da gra-
videz, nem ser afetada por ela. Porém, há relatos de parto prematuro e baixo
peso ao nascer. O tratamento de mulheres que desejam engravidar e que não
preencham as indicações do atual PCDT ainda não está contemplado. O tra-
tamento não pode ser realizado em vigência de gravidez e a gravidez deve
ser evitada por seis meses após o fim do tratamento da hepatite C.
Existe risco de transmissão do HCV para o bebê. Como o anti-HCV que
passa da mãe para o bebê pode permanecer positivo por até 12 meses, o diag-
nóstico de hepatite C no bebê deve ser pesquisado com o HCV-RNA. Não há
contraindicação para o aleitamento materno.
A hepatite E é incomum, geralmente leve e autolimitada. Na gestação pode
evoluir de forma grave, principalmente no terceiro trimestre. O suporte em UTI é
geralmente necessário; mesmo assim, a mortalidade materna e fetal, secundária à
insuficiência hepática fulminante, é alta. O parto não modifica o curso da doença.
Referências
1. Williams DJ. Physiological changes of normal pregnancy. In: Warrell DA, Cox TM, Firth JD. Oxford Textbook of
Medicine. 5th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2014; 1069.
2. Britton RC. Pregnancy and esophageal varices. Am J Surg 1982; 143:421-5.
3. Gabbe SG, Niebyl JR, Galan HL, et al. Obstetrics Normal and Problem Pregnancies. 6th ed. Philadelphia, PA:
Saunders Elsevier; 2012.
4. Bacq Y, Zarka O, Bréchot JF, Mariotte N, Vol S, Tichet J, Weill J. Liver function tests in normal pregnant women and
103 matched controls. Hepatology 1996;23:1030-4.
5. Esposti SD, Reinus JF. Gastrointestinal and Hepatic Disorders in the Pregnant Patient. In: Feldman M, Friedman
LS, Brandt LJ. Sleisenger and Fordtran´s Gastrointestinal and Liver Disease. 9th ed. Philadelphia, PA: Saunders
Elsevier; 2010; 625-638.
6. Gerson L. Treatment of gastroesophageal reflux disease during pregnancy. Gastroenterol Hepatol 2012; 8:763-764.
7. Trottier M, Erebara A, Bozzo P. Treating constipation during pregnancy. Can Fam Physician 2012; 58:836-838.
8. Wald A. Constipation, diarrhea, and symptomatic hemorrhoids during pregnancy. Gastroenterol Clin North Am
2003; 32:309-322.
9. Shekhar S, Diddi G. Liver disease in pregnancy. Taiwan J Obst and Gynecol 2015; 54:475-482.
10. Saleh M, Abdo K. Consensus on the management of obstetric cholestasis: National UK survey. BJOG 2007;
114:99-103.
11. Brown Jr RS, McMahon BJ, Lok ASF, Wong JB, Ahmed AT, Mouchli MA, Wang Z, Prokop LJ, Murad MH, Mo-
hammed K. Antiviral Therapy in Chronic Hepatitis B Viral Infection During Pregnancy: A Systematic Review and
Meta-Analysis. Hepatol 2016; 63:319-333.
12. Nguyen GC, Seow CH, Maxwell C, Huang V, Leung Y, Jones J, Leontiadis GI, Tse F, Mahadevan U, Woude CJ.
The Toronto Consensus Statements for the Management of Inflammatory Bowel Disease in Pregnancy. Gastro-
enterology 2016;150:734-757.
13. Hosseini-Carroll P, Mutyala M, Seth A, Nageeb S, Soliman D, Boktor M, et al. Pregnancy and Inflammatory bo-
wel diseases: Current perspectives, risks and patient management. World J Gastrointest Pharmacol Ther 2015;
6:156-171.
Capítulo 24
Introdução
Quadro clínico
Tratamento
Referências
Takeda Pharma Ltda. Rua do Estilo Barroco, 721 – 04709-011 – São Paulo – SP.
Mais informações poderão ser obtidas diretamente com o nosso
Departamento de assuntos científicos ou por meio de nossos representantes.
* POSOLOGIA NA DRGE:1
1x ao dia, 40mg
24
Maior alívio dos sintomas da DRGE, horas 1-4
cia 3
n
P otê
após 8 semanas, quando comparado
ao esomeprazol.2
Takeda Pharma Ltda. Rua do Estilo Barroco, 721 – 04709-011 – São Paulo – SP
Mais informações poderão ser obtidas diretamente com o nosso