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AG-2020-130
ARTIGO ORIGINAL doi.org/10.1590/S0004-2803.202100000-07

Uso inadequado de inibidores da bomba de


prótons intravenosos e fatores associados em um
hospital de alta complexidade no Brasil
Laura MBISCHOFF¹, Laura SMFARACO¹, Lucas VMACHADO¹, Alex VSBIALECKI¹,
Gabriel M deALMEIDA¹e Sorria CCBECKER¹,2

Recebido: 6 de julho de 2020


Aceito: 15 de setembro de 2020

RESUMO–Fundo–O uso intravenoso (IV) de inibidores da bomba de prótons (IBPs) é recomendado apenas em casos de suspeita de sangramento gastrointestinal superior
(UGIB) ou impossibilidade de receber medicação oral, embora tenha havido uma prática persistente de seu uso inadequado nas instituições de saúde. Objetivo–O objetivo do
nosso estudo foi mensurar o uso inadequado de IBPs intravenosos em um hospital de alta complexidade no Brasil e estimar seus custos. Métodos–Estudo retrospectivo de 333
pacientes que receberam omeprazol IV entre julho e dezembro de 2018 em um hospital de alta complexidade no Brasil. Resultados–O omeprazol IV foi prescrito
adequadamente em apenas 23,4% dos relatos dos pacientes. Esse medicamento foi administrado principalmente em casos de suspeita de HDA (19,1%) e profilaxia de úlcera de
estresse em pacientes com alto risco de HDA impossibilitados de receber medicação por via oral (18,7%). Observou-se associação estatisticamente significativa entre prescrição
adequada e profilaxia de úlcera de estresse em pacientes com alto risco de HDA impossibilitados de receber medicação por via oral; pacientezero por oscom indicação válida
para uso de PPIs; prescrição por médicos de unidade de terapia intensiva; prescrição por médicos de pronto-socorro; admissão em unidade de terapia intensiva; evolução para a
morte; sepse; e traumatismo cranioencefálico (P<0,05). Por outro lado, a prescrição inadequada teve associação estatisticamente significativa com a prescrição da enfermaria
cirúrgica e a não evolução para óbito (P<0,05). O custo estimado dos frascos prescritos inadequadamente foi de US$ 1.696.Conclusão–Houve um número elevado de prescrições
inapropriadas de omeprazol intravenoso no hospital estudado, acarretando maiores custos para a instituição e riscos desnecessários.

TÍTULOS–Inibidores da bomba de protões. Úlcera péptica. Hemorragia gastrintestinal. Prescrição inadequada. Uso não descrito. Endoscopia. Uso excessivo médico.

INTRODUÇÃO Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), o omeprazol sódico endovenoso é


indicado quando não é possível o uso da forma farmacêutica de
Os medicamentos mais eficientes para a supressão da acidez comprimidos. Omeprazol sódico deve ser usado para tratar: úlcera péptica
gástrica atualmente são os inibidores da bomba de prótons (IBPs), gástrica ou duodenal; esofagite de refluxo; síndrome de Zollinger-Ellison; e
disponíveis no mercado desde 1989 com o lançamento do omeprazol(1) profilaxia para aspiração de conteúdo gástrico durante anestesia geral em
. Esses fármacos inibem a H+, K+-ATPase das células parietais pacientes de alto risco(6).
gástricas, causando aumento do pH estomacal(2). O uso adequado de IBPs intravenosos em pacientes com suspeita de
As principais indicações clínicas aprovadas pela Food and Drug HDA não varicosa, de acordo com as diretrizes internacionais atuais,
Administration para a administração dessa classe de medicamentos consiste na implementação de um bolus inicial de 80 mg e, posteriormente,
são o tratamento da esofagite erosiva e sua manutenção; tratamento uma infusão de 8 mg/h por 72 horas, executando um novo tratamento para
do refluxo gastroesofágico; redução do risco de úlcera gástrica 72 horas se houver recorrência de sangramento(7,8). No entanto, em revisão
associada ao anti-inflamatório não esteroide (AINE);Helicobacter pylori sistemática e metanálise realizada por Sachar, Vaidya e Laine, observou-se
erradicação; condições patológicas hipersecretivas, como a síndrome que a utilização de IBPs de forma intermitente, com bolus inicial de 80 mg
de Zollinger-Ellison; e tratamento da úlcera duodenal e sua seguido de 40 mg a cada 12 horas, apresentou resultados semelhantes à
manutenção(3). infusão contínua de 8 mg/h(9). Em pacientes impossibilitados de receber
Entretanto, as preparações intravenosas (IV), de acordo com estudos medicamentos orais, a dosagem IV deve ser individualizada de acordo com
recentes, são reservadas para casos de pacientes com: hipersecreção gástrica a indicação específica(10,11).
associada a condições neoplásicas e Zollinger-Ellison impossibilitado de receber O uso inadequado de IBPs IV tem sido observado em vários estudos,
medicação por via oral; casos graves de hemorragia digestiva alta não varicosa principalmente nos casos sem suspeita de HDA(4,11-14). Há, no entanto,
(HDA); hemorragia gastrointestinal com risco de sangramento contínuo estudos demonstrando que as preparações orais de IBPs têm eficácia
recorrente; e na profilaxia de úlcera péptica de estresse em pacientes de alto semelhante às preparações intravenosas em casos de úlceras
risco na unidade de terapia intensiva (UTI) sem acesso à alimentação enteral ou hemorrágicas, sugerindo que parece não haver necessidade de uma
incapazes de receber por via oral, nil per os (NPO)(4,5). De acordo com o Serviço administração intravenosa tão excessiva em hospitais, resultando, sem
Nacional de Saúde do Brasil dúvida, em maiores custos institucionais(15-17).

Conflito de interesse declarado de todos os autores: nenhum


Divulgação de financiamento: nenhum financiamento recebido
¹ Universidade do Extremo Sul Catarinense, Departamento de Medicina, Criciúma, SC, Brasil. ² Hospital São José, Criciúma, SC, Brasil. Autor
correspondente: Laura Bischoff. E-mail: lauramarconbischoff@gmail.com

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Bischoff LM, Faraco LSM, Machado LV, Bialecki AVS, Almeida GM, Becker SCC
Uso inadequado de inibidores da bomba de prótons intravenosos e fatores associados em um hospital de alta complexidade no Brasil

Há poucos dados sobre o uso de IV PPIs no Brasil e na Para a profilaxia da úlcera de estresse, foram considerados como
América Latina. O presente estudo teve, portanto, o objetivo de pacientes críticos com alto risco de hemorragia digestiva alta aqueles
avaliar as indicações, posologias, duração do tratamento e custo com pelo menos um dos seguintes critérios: diátese hemorrágica
das prescrições de omeprazol IV, único IBP disponível na – contagem de plaquetas <50.000 por mm³, uma Razão Normalizada
instituição estudada. Internacional (INR) >1,5 ou um tempo de tromboplastina parcial ativado
(aPTT) >2 o valor de controle; ventilação mecânica >48 horas; história de
MÉTODOS úlcera gastrointestinal ou sangramento gastrointestinal no último ano;
traumatismo crâniano; lesão traumática da medula espinhal; queimar; ou
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e pelo menos dois dos seguintes achados: sepse; tempo de permanência na
Pesquisa com Seres Humanos daUniversidade do Extremo unidade de terapia intensiva superior a uma semana; sangramento
Sul Catarinense(3.084.465) e do Hospital São José Criciúma gastrointestinal por seis ou mais dias; terapia com glicocorticóides
(3.145.505). (superior a 250 mg de hidrocortisona ou equivalente); ou uso de AINEs ou
Este estudo foi realizado em um hospital de alta complexidade agentes antiplaquetários(5).
da região sul do estado de Santa Catarina, Brasil, estimando-se A posologia foi considerada adequada quando, caso o paciente
que em seis meses cerca de mil pacientes recebam omeprazol IV tivesse suspeita de HDA, foi instituído bolus de 80 mg seguido de
nesta instituição e o cálculo amostral mínimo foi de 291 infusão contínua de 8 mg/h por 72 horas ou bolus de 80 mg seguido
prontuários. Trezentos e trinta e três prontuários de pacientes de 40 mg a cada 12 horas por 72 horas. Se o uso foi devido à profilaxia
que receberam omeprazol IV foram avaliados retrospectivamente de úlcera de estresse em pacientes com alto risco de HDA
no período de julho a dezembro de 2018. Foram excluídos impossibilitados de recebê-la por via oral ou em pacientes em NPO
pacientes com idade inferior a 18 anos. com indicação válida de IBP oral, considerou-se adequado o uso de 40
Foi utilizado um instrumento para coleta de dados, avaliando sexo, mg de omeprazol endovenoso uma vez ao dia.
idade, raça e comorbidades do paciente; qual foi a indicação para Em relação à duração do tratamento, todos os pacientes que não
iniciar o tratamento com omeprazol IV; quais os motivos de sua apresentaram indicação para uso de omeprazol endovenoso e aqueles com
utilização quando não havia suspeita de UGIB; se o paciente foi suspeita de HDA que não suspenderam a medicação em até 48 horas após
submetido a exame endoscópico digestivo alto (EDA) ou procedimento a ausência de indicação válida ou ausência de estigmas de úlcera péptica
cirúrgico em caso de suspeita de hemorragia digestiva alta e motivos com alta risco de ressangramento nos resultados do procedimento
da não sujeição do paciente; achados de UDE, se realizados; achados diagnóstico foram considerados inadequados.
do procedimento cirúrgico, se realizado; posologia do omeprazol IV; Nos casos em que a indicação foi considerada inadequada, a dosagem e a
duração do tratamento; serviço responsável pela prescrição do duração do tratamento também foram consideradas inadequadas. Somente
medicamento; admissão na unidade de terapia intensiva durante a quando a indicação, a posologia e a duração do tratamento foram adequadas, a
internação; prescrição pelo médico do pronto-socorro; se houve prescrição foi considerada inteiramente adequada.
evolução para óbito durante a internação; se houve suspensão de Os dados coletados foram analisados com o auxílio do software
omeprazol IV em 48 horas quando iniciada por motivo inadequado; IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.0. As
número total de frascos desse medicamento utilizados durante a variáveis quantitativas foram expressas por mediana e amplitude
internação; número de frascos utilizados inadequadamente; custo interquartil ou valor mínimo e máximo quando não apresentavam
envolvido com o uso desse medicamento; se a indicação de uso foi distribuição normal e por média e desvio padrão quando
adequada; se a dosagem foi adequada; se a duração do tratamento foi apresentavam distribuição normal. As variáveis qualitativas foram
adequada e se a prescrição de omeprazol IV foi totalmente correta. expressas por frequência e percentual.
As indicações consideradas adequadas para a administração deste Para o cálculo do número de frascos prescritos inadequadamente
medicamento intravenoso foram hemorragia digestiva alta ou sua suspeita e o custo destes para o hospital, multiplicou-se o número de dias de
antes de um procedimento confirmatório, como endoscopia ou cirurgia; prescrição inadequada pelo número de frascos utilizados no período.
profilaxia de úlcera de estresse em pacientes com alto risco de hemorragia O ônus hospitalar foi calculado multiplicando-se o número total de
digestiva alta e impossibilitados de receber medicação por via oral; e frascos inadequados pelo custo de cada frasco no momento do
paciente em NPO com indicação válida para IBP oral. Dos pacientes com estudo.
suspeita de HDA não varicosa, foram considerados com indicação Os testes estatísticos foram feitos com nível de significância α = 0,05 e,
adequada aqueles que apresentavam doença ulcerosa péptica com portanto, intervalo de confiança de 95%. A distribuição dos dados em
estigmas de alto risco de ressangramento no laudo endoscópico ou relação à normalidade foi avaliada pela aplicação do teste de Kolmogorov-
cirúrgico de acordo com a classificação de Forrest: Forrest IA (spurting Smirnov. A investigação da associação entre as variáveis qualitativas foi
hemorrhage), IB (oozing hemorrhage) , IIA (vaso visível) ou IIB (coágulo feita pela aplicação do teste do qui-quadrado de Pearson, teste exato de
aderente), além de doença erosiva da mucosa esofagogástrica com Fisher e teste da razão de verossimilhança, seguido de análise de resíduos
sangramento ativo, lesão tumoral com sangramento ativo, ou enquanto quando observada significância estatística.
aguarda o procedimento confirmatório. Caso os pacientes não
correspondessem às situações anteriormente citadas, também foi RESULTADOS
considerado indicação adequada aqueles pacientes que tiveram a
medicação suspensa em até 48h após o resultado da endoscopia. Dos Dos 333 pacientes analisados, 13 foram excluídos por idade inferior a
pacientes impossibilitados de receber dieta enteral, aqueles em NPO ou 18 anos, com uma amostra posterior de 320 pacientes. A população
intolerantes à medicação oral com indicação válida para IBPs foram estudada foi composta principalmente por homens (54,4%), brancos
considerados com indicação adequada, ou aqueles que estavam recebendo (93,4%) com média de idade de aproximadamente 60 anos (±16,29). As
profilaxia para úlcera de estresse devido ao alto risco de hemorragia comorbidades mais comumente encontradas nesses pacientes estão
digestiva alta. descritas na TABELA 1.

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TABELA 1.Dados demográficos e comorbidades de pacientes em uso de MESA 2.Indicações para iniciar o uso de omeprazol intravenoso e
omeprazol intravenoso. duração do tratamento.
Média ± SD, n (%) n (%), mediana
n=320 (mínimo máximo)
Anos de idade) 59,92±16,29 n=320
Indicações adequadas
Suspeita de hemorragia
Sexo 61 (19,1)
digestiva alta
Macho 174 (54,4)
Profilaxia de úlcera de estresse em paciente
Fêmea 146 (45,6) com alto risco de HDA incapaz de receber por 60 (18,7)
via oral
Raça Paciente em NPO com indicação de
12 (3,7)
PPI válida
Branco 298 (93,4)
Preto 11 (3,4)
Indicações inadequadas
Marrom 9 (2,8)
Profilaxia de PUD após procedimento
Indígena 1 (0,3) 58 (18,1)
cirúrgico
Não especificado 1 Profilaxia de úlcera de estresse em pacientes
40 (12,5)
com baixo risco de HDA
Comorbidades
Dor abdominal 23 (7,2)
Pneumonia Hipertensão 125 (39,1)
Ausência de indicação clara 19 (5,9)
Arterial Sistêmica 81 (25,3)
Profilaxia de úlcera de estresse e alto
Diabetes Mellitus 76 (23,8) risco de HDA com possibilidade de 12 (3,7)
Neoplasia maligna 62 (19,4) administração oral
Síndrome Coronariana Aguda 45 (14,1) Uso de anticoagulantes/antiagregantes
11 (3,4)
plaquetários/anti-inflamatórios
Sepse 44 (13,8)
Dor abdominal associada a
Acidente vascular cerebral 28 (8,8) 8 (2,5)
vômitos
DPOC 20 (6,3)
Outro 16 (5,0)
Insuficiência Cardíaca 15 (4,7)
Congestiva Hepatopatia Crônica 15 (4,7) Duração do tratamento (dias) 4,00 (1-61)
Traumatismo crâniano 12 (3,8) HDA: hemorragia digestiva alta; DUP: úlcera péptica; NPO: zero por os; IBP: inibidor da
UTI 10 (3.1) bomba de prótons.
Cálculos biliares 9 (2,8)
Doença renal crônica 9 (2,8) TABELA 3.Setores envolvidos na prescrição de omeprazol endovenoso e
evolução para óbito.
Outro 95 (29,7)
DP: desvio padrão; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; ITU: infecção do trato
n (%)
urinário. n=320
Setor de prescrição
A suspeita de presença de HDA foi a indicação mais UTI 127 (39,7)
frequente para iniciar o uso de omeprazol IV, ocorrendo em Medicina geral 81 (25,3)
19,1% dos casos. A mediana de duração do tratamento foi de Cirurgia 56 (17,5)
4,00 dias, com amplitude interquartil de 2,00–8,00, e Oncologia 18 (5,6)
períodos de duração variando de 1 a 61 dias (TABELA 2). Gastroenterologia 16 (5,0)
A maior parte das prescrições foi feita por médicos da UTI
Cardiologia 8 (2,5)
(39,7%) e a prescrição foi iniciada por médicos do pronto-socorro
Pneumologia 5 (1,6)
em apenas 10,3% dos casos. Metade dos pacientes foi internada
Outro 9 (2,8)
na UTI durante a internação e 69 (21,6%) pacientes evoluíram para
óbito (TABELA 3).
Prescrição pelo médico do pronto-socorro
Em relação ao grupo de pacientes com suspeita de HDA, 34,4% não
realizaram nenhum procedimento para confirmação da presença de
Sim 33 (10,3)
hemorragia digestiva alta. O laudo endoscópico dos pacientes que
Não 287 (89,7)
realizaram EDA mostrou achados normais ou inespecíficos na maioria dos
casos (31,6%). Em relação aos 28 (73,6%) pacientes que não tiveram risco de Admissão na UTI durante a internação
sangramento confirmado, 9 (32,2%) permaneceram em uso de omeprazol Sim 160 (50,0)
IV por mais de 48 horas após o recebimento do laudo da UDE (TABELA 4). Não 160 (50,0)

A indicação de uso de omeprazol IV foi considerada adequada em Evolução para a morte


apenas 41,6% dos casos. Quanto à posologia, foram observados os Sim 69 (21,6)
seguintes achados referentes ao grupo com suspeita de HDA: 15 Não 251 (78,4)
(24,6%) em uso de bolus inicial de 80 mg seguido de UTI: unidade de terapia intensiva; Pronto Socorro: pronto-socorro.

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TABELA 4.Realização de procedimentos para confirmação de sangramento em TABELA 5.Avaliação de prescrições de pacientes que usaram omeprazol
pacientes em uso de omeprazol endovenoso com suspeita de hemorragia intravenoso.
digestiva alta. n (%)
n (%) n=320
n=61 Indicação adequada
Procedimento Sim 133 (41,6)
UDE 38 (62,3) Não 187 (58,4)
Cirurgia 2 (3,3)
Dosagem adequada*
Úlcera perfurada gástrica ou duodenal 2 (100,0)
Não realizada 21 (34,4)
Sim 93 (29,1)
Não 227 (70,9)

Motivo da não realização de nenhum procedimento (n=21)


Duração adequada*
Paciente criticamente doente 6 (28,6) Sim 101 (31,6)
UDE recente 4 (19,0) Não 219 (68,4)
UDE desnecessário ou paciente muito bem para o procedimento 4 (19,0)
Não informado 7 (33,4) Prescrição totalmente adequada
Sim 75 (23,4)
Resultados UDE (n=38) Não 245 (76,6)
Achados normais ou inespecíficos 12 (31,6) * Quando a indicação foi considerada inadequada, a dosagem e a duração também foram consideradas
inadequadas. Fonte: Dados da pesquisa, 2019.
Doença ulcerosa péptica com estigmas de baixo risco de
10 (26,3)
ressangramento (Forrest IIC ou III)
TABELA 6.Fatores associados à prescrição adequada e inadequada de
Doença ulcerosa péptica com estigmas de alto risco de
8 (21,1) omeprazol intravenoso.
ressangramento (Forrest IA, IB, IIA ou IIB)
Varizes gastroesofágicas 3 (7,9) n (%)
Adequado Inadequado P-valor
Doença erosiva da membrana mucosa esofagogástrica
2 (5,3) prescrição prescrição
sem sangramento ativo
Doença erosiva da membrana mucosa esofagogástrica Indicações adequadas n=74 n=180
1 (2,6)
com sangramento ativo Parte superior suspeita
19 (31,1) 42 (68,9) <0,001†
Lesão tumoral com sangramento ativo 1 (2,6) sangramento gastrointestinal
Profilaxia de úlcera de estresse em
Angiodisplasia gástrica sem sinais de sangramento
1 (2,6) paciente com alto risco de HDA
recente 44 (73,3)uma 16 (26,7)
incapaz de receber por via oral

Medicação suspensa em até 48h em caso de ausência de indicação para


Paciente em NPO e indicação
manutenção de omeprazol endovenoso (n=28) 11 (91,7)uma 1 (8,3)
válida para uso de PPI
Sim 19 (67,8)
Setor de prescrição n=75 n=223
Não 9 (32,2)
UTI 44 (34,6)uma 83 (65,4) 0,010†
UDE: endoscopia digestiva alta.
Medicina geral 18 (22,2) 63 (77,8)
40 mg a cada 12 horas e 8 (13,1%) em uso de bolus de 80 mg em omeprazol Cirurgia 7 (12,5) 49 (87,5)uma
IV seguido de infusão contínua de 8 mg/h por 72 horas. Em relação ao Prescrição pelo médico do pronto-socorro n=75 n=245
grupo de pacientes em profilaxia de úlcera de estresse e alto risco de Sim 15 (45,5)uma 18 (54,5) 0,002‡
sangramento gastrintestinal incapazes de receber medicação por via oral Não 60 (20,9) 227 (79,1)uma
ou em NPO com indicação válida para uso de IBP, 70 (97,2%) utilizavam 40 admissão na UTI n=75 n=245
mg de omeprazol EV uma vez ao dia. Em qualquer outro caso, a posologia
Sim 50 (31,3)uma 110 (68,8) 0,001‡
foi considerada inadequada.
Não 25 (15,6) 135 (34,4)uma
Considerando que quando a indicação foi considerada inadequada, a
Evolução para a morte n=75 n=245
dosagem e a duração também foram consideradas inadequadas, apenas 93
(29,1%) pacientes estavam em uso de doses corretas e apenas 101 (31,6%)
Sim 31 (44,9)uma 38 (55,1) <0,001‡
pacientes apresentaram duração adequada do tratamento. A prescrição foi Não 44 (17,5) 207 (82,5)uma

totalmente adequada em apenas 23,4% das prescrições analisadas (TABELA Sepse


5). Comparando o grupo com suspeita de HDA e aquele que iniciou Sim 23 (54,5)uma 20 (45,5) <0,001‡
omeprazol IV por outros motivos, a prescrição foi totalmente adequada em Não 51 (18,5) 225 (81,5)uma
31,1% e 21,6% dos casos, respectivamente, não havendo diferença Traumatismo crâniano
estatisticamente significante (P=0,114) (TABELA 6). Sim 8 (66,7)uma 4 (33,3) 0,001†
A mediana do número de frascos utilizados por paciente foi Não 67 (21,8) 241 (78,2)uma
6,00, com variações de 1 a 74 frascos por paciente e amplitude HDA: hemorragia digestiva alta; NPO: zero por os; IBP: inibidor da bomba de prótons; UTI: unidade de terapia
interquartil de 2,50 a 11,00. A mediana do número de frascos intensiva; Pronto Socorro: pronto-socorro.†Valor obtido após aplicação do teste da Razão de Verossimilhança;‡Valor
inadequados por paciente foi de 3,00, com variações de 0 a 60 frascos obtido após aplicação do teste qui-quadrado de Pearson.umaValor estatisticamente significativo após análise de
inadequados por paciente e amplitude interquartil de 0,00 a 7,00. Era resíduos.

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utilizaram um total de 2.853 frascos nesses 320 pacientes e, destes, risco de ressangramento(18). Em relação ao presente estudo, 73,6% dos
1.696 foram considerados inadequados. Considerando que o valor pacientes que realizaram EDA não apresentaram risco elevado de
aproximado de cada frasco é de US$ 1,00, estima-se um custo de US$ ressangramento, achado semelhante ao observado no estudo canadense,
1.696,00 gastos com uso inadequado do omeprazol intravenoso mas apenas 32,3% destes permaneceram em uso de omeprazol IV 48 horas
prescrito para esses pacientes, e um total de US$ 2.853,00 com o total após o procedimento .
de frascos utilizados avaliados neste estudo. Como foi coletado cerca Neste estudo, a prescrição adequada foi associada à profilaxia de
de um terço do número de relatos de pacientes que usaram úlcera de estresse em pacientes com alto risco de HDA impossibilitados de
omeprazol IV em seis meses no hospital estudado, estima-se um custo receber medicação oral; paciente em NPO com indicação válida para uso de
de cerca de US$ 5.088,00 com a administração de frascos inadequados IBP; prescrição pelo médico da UTI; prescrição pelo médico do pronto-
e um custo de US$ 8.559,00 com a total de frascos de omeprazol IV socorro; admissão na UTI; evolução para a morte; sepse; e traumatismo
administrados no período de um semestre. cranioencefálico. A prescrição inadequada foi associada à prescrição da
Observou-se associação estatisticamente significativa entre prescrição enfermaria cirúrgica e não evolução para óbito. É importante destacar que
adequada e os seguintes fatores: profilaxia de úlcera de estresse em traumatismo cranioencefálico e sepse combinados à longa permanência
pacientes com alto risco de HDA impossibilitados de receber medicação por em UTI foram considerados indicações adequadas para profilaxia de úlcera
via oral; paciente em NPO com indicação válida para uso de IBP; prescrição de estresse em pacientes com alto risco de HDA impossibilitados de receber
médica de UTI; evolução para a morte; sepse; e traumatismo medicação oral. Como todos esses fatores estão associados a maior
cranioencefálico (P<0,05). A prescrição inadequada, no entanto, teve gravidade e foram mais prevalentes em pacientes com prescrição
associação estatisticamente significativa com a prescrição pela enfermaria adequada, acreditamos que contribuíram para a associação entre
cirúrgica e a não evolução para óbito.P<0,05) (TABELA 6). prescrição adequada e evolução para óbito. Os fatores associados às
prescrições adequadas e inadequadas são relevantes para facilitar a
DISCUSSÃO identificação e correção das práticas inadequadas nas instituições de
saúde.
Este estudo foi realizado em um hospital de alta complexidade Este estudo apresentou limitações quanto à amostra. Embora a
avaliando o uso de omeprazol intravenoso durante um período de seis amostra mínima tenha sido pareada, não foi analisado o número total de
meses. Verificou-se que a prescrição foi inadequada em 76,6% dos prontuários de pacientes em uso de omeprazol intravenoso no período
casos, índice superior ao observado em estudos realizados em outros estudado devido ao pouco tempo disponível para coleta de dados, além de
países(4,11-14). ser um estudo retrospectivo. É importante ressaltar, no entanto, que não
No estudo de Lai et al., em 76,4% dos casos uma dor abdominal há dados suficientes na literatura sobre como é realizada a administração
inexplicada foi o motivo para iniciar o uso de IBPs endovenosos e, de IBPs IV no Brasil e na América Latina. Assim, este artigo ainda é
nestes casos, 68,9% tinham suspeita de HDA(14). No presente estudo, o relevante para que maiores informações sobre as práticas hospitalares na
motivo mais frequente para iniciar o uso de omeprazol IV foi a região estudada sejam obtidas.
suspeita de HDA, porém isso ocorreu em apenas 19,1% dos casos. Sabendo que os IBPs intravenosos têm alto custo para as instituições,
Outros estudos demonstraram que a maioria dos pacientes em uso de alguns modelos já foram propostos, sugerindo que a administração desses
IBP IV o fez para profilaxia de úlcera de estresse, dado compatível com medicamentos intravenosos em todos os casos de suspeita de HDA
este estudo, no qual foi administrado omeprazol IV em 53% dos provavelmente não é uma abordagem custo-efetiva, e também a maioria
pacientes para profilaxia de úlcera péptica, se somarmos os pacientes dos pacientes tratados por HDA não são hemodinamicamente instáveis(11,19).
em alto e baixo risco(4,13). Embora a suspeita de HDA ainda seja uma indicação formal para o uso de
Estudos anteriores observaram que a maioria dos médicos IBPs intravenosos, alguns estudos já demonstraram que pacientes que
responsáveis pela prescrição de IBP IV fazia parte da enfermaria toleram medicação oral podem receber essa classe de medicamentos dessa
cirúrgica(11,14), dado que difere do presente estudo, em que a maioria forma, que é eficaz mesmo em casos de úlcera péptica hemorrágica, com
dos médicos prescritores era da UTI (39,7%) e da enfermaria clínica custo menor que o uso de frascos IV(15-17).
(25,3%). Neste estudo, observou-se também que metade dos Algumas estratégias terapêuticas visando minimizar os erros de
pacientes teve internação em UTI. É possível que os pacientes prescrição de IBPs IV têm sido demonstradas na literatura. Em estudo
avaliados na instituição estudada tenham uma internação maior neste realizado por Kaplan et al., observou-se que, inicialmente, apenas 50%
setor por ser um hospital terciário, com casos de maior gravidade, o dos pacientes que receberam pantoprazol IV tiveram indicação
que poderia ser melhor avaliado em estudos posteriores com maior adequada. Uma intervenção multidisciplinar envolvendo educação
número de pacientes. médica; modelo de dosagem computadorizado; intervenção
Em estudo realizado na Inglaterra, as prescrições de IBP IV foram farmacêutica quando paciente sem suspeita de HDA e com tolerância
inadequadas em 75,4% dos casos, e a maioria desses pacientes à medicação oral recebeu IBP IV e recomendação de consulta com
recebendo inadequadamente essa medicação não tinha suspeita de gastroenterologista quando aplicada infusão contínua dessas
HDA(11). No presente estudo houve maior percentual de pacientes em medicações. Após essa intervenção, houve redução significativa de
uso de omeprazol EV de forma inadequada no grupo sem suspeita de prescrições inadequadas nos grupos com suspeita de HDA (26%) e
HDA. Não houve diferença estatisticamente significativa, entretanto, sem suspeita de HDA (41%)(12).
entre o grupo com suspeita de HDA e o grupo que iniciou omeprazol No estudo de Lai et al., a cada quatro prescrições de IBP IV
IV por outros motivos. recebidas pelo setor farmacêutico foram rastreadas de acordo com as
Em estudo canadense que avaliou prescrições de IBP IV em casos orientações daquele hospital. Os IBPs foram prescritos incorretamente
de suspeita de HDA, verificou-se que 68% dos pacientes realizaram em 52,8% dos casos e as intervenções foram mais eficazes quando
EDA. Dos que realizaram procedimento endoscópico, 86,2% não feitas por médicos seniores (100%), seguidos por farmacêuticos
apresentavam estigmas para alto risco de ressangramento e, destes, clínicos (50%)(14).
56,9% permaneceram em uso da medicação apesar do baixo Apesar dos IBPs serem considerados um dos medicamentos farmacêuticos mais seguros,

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Bischoff LM, Faraco LSM, Machado LV, Bialecki AVS, Almeida GM, Becker SCC
Uso inadequado de inibidores da bomba de prótons intravenosos e fatores associados em um hospital de alta complexidade no Brasil

classes calcárias, existem efeitos colaterais potenciais com o uso crônico hipergastrinemia, e eles não parecem ter qualquer potencial para
desses medicamentos e supressão gástrica a longo prazo(20). Essas drogas transformação maligna(23).
apresentam poucas interações com outras drogas. O mais notável seria Em conclusão, este estudo demonstrou um número elevado de
causado pela inibição do citocromo P450 2C19, principalmente pelo prescrições inadequadas de omeprazol intravenoso no hospital
omeprazol, levando à redução da conversão do clopidogrel em seu estudado, um problema comum em muitas outras instituições de
metabólito ativo, ampliando o risco de doenças cardiovasculares em saúde no mundo, acarretando maior custo associado à administração
pacientes que usam os dois medicamentos simultaneamente(21). Outros desnecessária de frascos desse medicamento. Esses resultados
medicamentos que também podem ser afetados pela inibição do citocromo estimulam a implementação de estratégias de intervenção
P450 2C19 são o diazepam, a fenitoína e a varfarina, enquanto o multidisciplinar e educação médica para minimizar erros de
dexlansoprazol e o lansoprazol podem induzir o metabolismo da teofilina prescrição, reduzindo custos e riscos envolvidos com o uso de IBP IV.
pelo citocromo P450 1A2(22).
Os efeitos colaterais mais importantes relacionados ao uso dessas Contribuição dos autores
drogas são a hipersecreção gástrica rebote; hipergastrinemia; Bischoff LM e Faraco LSM: concepção e projeto; análise e
hipomagnesemia; redução da absorção de cálcio, ferro e vitamina B12; interpretação dos dados; redação do artigo; revisão crítica do
maior risco de fratura óssea; infecções entéricas, sendo a diarreia por artigo para conteúdo intelectual importante. Machado LV,
Clostridium difficile a mais significativa; a possibilidade de peritonite Bialecki AVS e Almeida GM: análise e interpretação dos dados;
bacteriana espontânea em pacientes cirróticos; pneumonia adquirida revisão crítica do artigo para conteúdo intelectual importante.
na comunidade; nefrotoxicidade e possível aumento do risco de Becker SCC: concepção e desenho; análise e interpretação dos
demência e miopatias. Existe uma relação inversa entre a acidez dados; revisão crítica do artigo para conteúdo intelectual
gástrica e os níveis plasmáticos de gastrina, justificando a importante; aprovação final do artigo.
hipergastrinemia em usuários crônicos de IBPs. O aumento dos níveis
séricos de gastrina tem o potencial de causar hiperplasia celular em Orcid
células enterocromafins, o que gerou discussões sobre a possibilidade Laura M Bischoff: 0000-0001-7146-6308. Laura
de maior desenvolvimento de neoplasia gástrica nesses pacientes. SM Faraco: 0000-0002-3581-3680. Lucas V
Não há, no entanto, evidências claras de que o uso prolongado desses Machado: 0000-0001-6809-3918. Alex VS
medicamentos predisponha a ocorrência de cânceres. O aparecimento Bialecki: 0000-0003-2162-4552. Gabriel M de
de pólipos na região do fundo gástrico, por outro lado, é comum em Almeida: 0000-0002-8031-0943. Sorria CC
pacientes com Becker: 0000-0002-5635-3265.

Bischoff LM, Faraco LSM, Machado LV, Bialecki AVS, Almeida GM, Becker SCC. Uso inapropriado de inibidores de bomba de prótons intravenosos e fatores
associados em um hospital de alta complexidade no Brasil. Arq Gastroenterol. 2021;58(1):32-8.
RESUMO–Contexto–Atualmente, o uso intravenoso (IV) dos inibidores de bomba de prótons (IBPs) é indicado em poucas situações, como em casos raros
de hemorragia digestiva alta ou de risco de perda via oral. Há diversos estudos ou usos restritos a esses métodos, custos desnecessariamente
e envolvendo altos custos aos hospitais.Objetivo–Avaliar custos como prescrições, durações do tratamento e intravenoso.Métodos–Estudo
retrospectivo de 333 pacientes que receberam omeprazol intravenoso entre julho de dezembro de 2018 em um hospital de alta complexidade
no Brasil.Resultados–A prescrição de omeprazol intravenoso foi considerada adequada em apenas 23,% das prescrições. O medicamento foi
administrado principalmente em suspeita de hemorragia digestiva alta (HDA) e profilaxia de consulta de estresse em paciente com alto risco
de HDA impossibilitado de receber via oral (18,7%). Foi observada estatisticamente significativa entre a prescrição e a profilaxia de consulta
via estresse do paciente com alto risco de HDA impossibilitado de receber medicamento; paciente emzero por oscom indicação válida de IBPs;
prescrição por médico da UTI; prescrição por médico do pronto atendimento; admissão na UTI; evolução a óbito; sepse; e traumatismo
cranioencefálico (P<0,05). Já a recomendação foi identificada estatisticamente com a recomendação por setor e não houve evolução
significativa aP<0,05). O custo estimado do total de ampolas prescritas96mente foi de US$16,00.Conclusão–Houve um número elevado de
inscrições omepr venoso elevado de um hospital elevado, tendo prescrições de um custo elevado para a instituição elevada.

DESCRITORES–Inibidores da bomba de prótons. Úlcera péptica. Hemorragia gastrintestinal. Prescrição. Uso off label. Endoscopia.
Sobremedicalização.

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Bischoff LM, Faraco LSM, Machado LV, Bialecki AVS, Almeida GM, Becker SCC
Uso inadequado de inibidores da bomba de prótons intravenosos e fatores associados em um hospital de alta complexidade no Brasil

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