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NUTRIÇÃO ENTERAL

Suporte nutricional

 Suporte Nutricional inclui:


 Avaliação nutricional
 Nutrição via oral (dieta normal)
 Nutrição enteral – NE (sondas ou via oral)
 Nutrição parenteral – NP (intravenosa)

Fonte: https://farmaciabrasileira.blogspot.com/2014/03/nutricao-parenteral-aspectos-gerais.html
Nutrição enteral
 Fornecimento de nutrientes no
estado líquido ou semissólido,
com formulações definidas, pelas
vias oral, gástrica ou entérica,
usando ou não sondas especiais.
 Regime  hospitalar, ambulatorial
ou domiciliar.
 Objetivo  síntese ou
manutenção dos tecidos, órgãos
ou sistemas.
Indicações
 Estado nutricional normal, porém com ingestão oral inadequada (< 60% necessidades) por mais de 7 dias;
 Desnutrição moderada com ingestão oral inadequada por mais de 7 dias;
 Disfagia grave;
 Grandes queimados;
 Fístulas digestivas de baixo débito;
 Associação com NP em casos de ressecção maciça de intestino delgado;
 Grandes traumatizados;
 Rádio ou quimioterapia em baixas dosagens;
 Insuficiência hepática ou renal grave;
 Preparo pré-operatório pacientes gravemente desnutridos;
 Pós-operatório imediato ou período pós-estress.
 Intestino curto com menos de 10% de intestino remanescente;
Locais de instalação das
sondas

Oro-gástrica

Fonte: Fonte:
https://biblioteca-a.read.garden/viewer/9788595023338
Oro-gástrica
 Prematuros e RN

Fonte: https://www.medela.com.br/amamentacao-para-
profissionais-saude/uci-neonatal/alimentacao/fazer-a-ponte

Fonte: https://www.medicalexpo.com/pt/prod/cathwide-
medical/product-304425-1046003.html
Nasogástrica
 Previsão de NE por < 6 semanas;
 Pacientes sem risco de bronco
aspiração (reflexo de tosse
presente, consciente, ausência de
refluxo gastroesofágico);
 Pacientes com esvaziamento
normal do conteúdo gástrico e
duodenal;
 Pacientes sem envolvimento do
estômago com a doença primária
(ausência de obstrução); Fonte: Fonte: https://biblioteca-
a.read.garden/viewer/9788595023338
 Pacientes sem presença de vômitos Fonte:
intratáveis. https://farmaciabrasileira.blogspot.com/2014/03/n
utricao-parenteral-aspectos-gerais.html
Nasoentérica
 Previsão de NE por > 6 semanas;
 Pacientes com risco de bronco aspiração
(reflexo de tosse ausente, inconsciente ou
nível de consciência diminuído, presença
de refluxo gastroesofágico significativo);
 Pacientes com gastroparesia ou
esvaziamento gástrico anormal (estase
gástrica), náuseas e vômitos refratários;
 Pacientes com disfunção gástrica
passageira, em caso de trauma ou cirurgia;
 Pacientes que necessitem de alimentação
precoce no pós-operatório. Fonte:
https://farmaciabrasileira.blogspot.com/2014/03/nutricao-
parenteral-aspectos-gerais.html
Gastrostomia
É um procedimento cirúrgico no qual a sonda gástrica percutânea é
passada através da parede abdominal diretamente para o estômago,
com a finalidade de promover nutrição enteral.

Condições clínicas:  neoplasia de orofaringe;


 doença do neurônio motor;  neoplasia de esôfago;
 esclerose múltipla;  queimaduras;
 doença de Parkinson;  fístulas digestivas;
Fonte:
 paralisia cerebral;  síndrome do intestino curto; https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/
mod/page/view.php?id=385
 doenças demenciais;  descompressão gástrica;
 traumatismo crânio encefálico;  nutrição prolongada.
 pacientes em tratamento intensivo; Fonte: https://nutritotal.com.br/pro/o-
que-a-gastrostomia-endosca-pica-
percuta-nea/
Jejunostomia
É um procedimento cirúrgico de caráter temporário ou
definitivo, por meio de endoscopia, laparotomia ou
laparoscopia, que estabelece o acesso ao jejuno (intestino)
proximal através da parede abdominal, a fim de evitar a
passagem do alimento pelo estômago.

Indicações:
 cirurgias abdominais de grande porte que
envolvem ressecção gástrica;
 íleo paralítico em pós-operatório; Fonte: https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/mod/page/view.php?
id=386
 fístulas digestivas.
Formas de administração
 Administração em bolo  utiliza-se uma seringa e
realiza-se a administração de forma gravitacional.
Não há controle rígido da velocidade de infusão.
Caracteriza-se por ser intermitente.

 Administração gravitacional  utilizam-se frascos


https://julianapastore.com.br/terapia-nutricional-enteral/
ou bolsas. Controle da velocidade de infusão. Pode
ser intermitente ou contínua.

 Administração através de bomba  uso de bomba


infusória e controle rígido da velocidade de infusão.

https://doutormarvin.com.br/blog/2018/12/11/dieta-enterais/
Métodos de administração da NE
 NE contínua  Lenta e contínua, por 24 horas.

 NE cíclica  Contínua por período específico (ex.: 8 a 20 horas


por dia), geralmente noturno.

 NE em bolo  Intermitente, administração em período curto e


em intervalos específicos (4 a 6 vezes ao dia), simula a ingestão
oral.

 NE intermitente  Similar à em bolo, porém por períodos mais


longos.
Fonte: https://maislife.com/isosource-15-1000ml-sf?
gad=1&gclid=CjwKCAjwzo2mBhAUEiwAf7wjkngWqO2321nuiNTS
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Atribuições do farmacêutico relacionadas à NE
 De acordo com a RDC no 63/2000, o farmacêutico hospitalar deve: selecionar, de acordo com os
critérios estabelecidos pela EMTN, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a nutrição
enteral industrializada, quando estas atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não
forem de responsabilidade do nutricionista.
 Garantir que os insumos sejam entregues juntamente com o certificado de análise emitido pela
empresa fabricante.
 Participar de pesquisas e estudos que visam ao desenvolvimento de novas formulações para NE.
 Analisar se há algum erro na formulação prescrita pelo médico em relação à incompatibilidade
físico-química e/ou interação fármaco--nutriente e nutriente-nutriente.
 Instruir os profissionais responsáveis pela administração de medicamentos por sondas enterais.
 Participar de estudos de farmacovigilância com base em análise de reações adversas e
interações (fármaco-nutriente e nutriente-nutriente).
Procedimentos em caso de obstrução da sonda
 Injetar, suavemente, 20 ml de água morna na sonda e aspirar repetidas vezes;
 Se não houver êxito, enxaguar com água carbonatada ou 5 ml de solução
enzimática alcalina;
 Não utilizar líquidos ácidos, como sucos ou refrigerantes de cola, pois podem
desnaturar proteínas e provocar mais oclusão.
Administração de medicamentos através de sondas de nutrição
enteral

 Formas farmacêuticas sólidas  modificadas através de trituração

 Formas sublinguais, de ação modificada e de revestimento entérico  não podem


ser triturados ou administrados por sondas enterais.

 Formas de ação imediata  podem ser triturados e administrados por sondas


enterais.

 Formas farmacêuticas líquidas  devem ser diluídas devido à osmolaridade ou


viscosidade.
Orientações gerais
 Considerar a sonda como uma alternativa e avaliar a possibilidade de utilização de outras vias;
 Observar o sítio de absorção do fármaco e verificar se a localização da sonda não compromete a
absorção;
 Administrar preferencialmente FF líquidas;
 Verificar a osmolaridade das preparações líquidas  preparações hiperosmolares ou muito viscosas:
diluir em 60 – 90 ml água;
 Administrar o conteúdo da cápsula gelatinosa dura reconstituído com 10 – 15 ml água ou
comprimido triturado diluído em 15 – 30 ml água;
 Antes de triturar o comprimido verificar se a trituração não compromete a eficácia e a estabilidade
do fármaco;
 Usar seringa sem agulha;
 Lavar a sonda com 20 – 50 ml água antes e depois da administração;
 Não misturar na mesma seringa medicamentos diferentes;
 Não adicionar medicamentos à dieta enteral.
Estratégias para evitar a trituração de comprimidos

 Verificar a existência de formas líquidas;


 Analisar a possibilidade de manipular uma formulação líquida extemporânea
utilizando o fármaco (farmacêutico);
 Diluir um medicamento parenteral em solvente ou suco adequado
(compatibilidade, estabilidade e influência dos excipientes sobre a sonda);
 Sugerir ao médico a prescrição de uma alternativa terapêutica na forma líquida.
Alternativas para evitar interação fármaco-nutriente
 Interações físicas (precipitados, floculação e/ou quelação de nutrientes e/ou medicamentos) e farmacêuticas:

 não misturar medicamentos às soluções enterais;

 não administrar medicamentos e dietas concomitantemente;

 irrigar a sonda com 20 a 50 ml de água antes e após cada administração   incompatibilidades e prevenir obstruções;

 não administrar 2 ou + medicamentos por vez;

 monitorar a resposta terapêutica dos medicamentos e da dieta.

 Interações fisiológicas e farmacológicas:

 diferenciar intolerâncias GI induzidas por fármacos daquelas induzidas pela manipulação e administração de soluções
enterais;

 avaliação do farmacêutico da medicação e reações adversas e sugestão de vias alternativas de administração;

 monitorar a resposta terapêutica dos medicamentos e da dieta.


 Interações farmacocinéticas:

 avaliação do farmacêutico do mecanismo de absorção, distribuição, metabolismo e/ou excreção


do medicamento;
 avaliação do nutricionista do mecanismo de absorção, distribuição, metabolismo e/ou excreção do
nutriente;
 observar se o medicamento prescrito depende de um pH diferente daquele onde o cateter enteral
está posicionado;
 verificar se o medicamento depende de ausência de alimento no estômago;

 saber se os níveis séricos de albumina interferem na fração livre do medicamento;

 alguns alimentos alteram o metabolismo hepático, a excreção renal e urinária de alguns


medicamentos;
 monitorar a resposta terapêutica dos medicamentos e da dieta.
Administração de medicamentos em pellets
gastrorresistentes
 Omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol
 Contra indicado;
 Porém, quando não há alternativa...
 Abrir as cápsulas do medicamento,
 Não macerar os grânulos  devem atingir o intestino intactos,
 Misturar o conteúdo da cápsula com 20 mL de solução ácida (suco de frutas),
 Administrar pela sonda.
Referências
 Cavallini, M. E.; Bisson, M. P. Farmácia Hospitalar: um Enfoque em Sistemas de Saúde. [Digite o Local da
Editora]: Editora Manole, 2010. 9788520443354. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520443354
 Faria, C.D. O.; Machado, M.G. M.; Dries, S. S.; al., E. Farmácia Hospitalar. [Digite o Local da Editora]:
Grupo A, 2020. 9786581739058. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786581739058
 FERRACINI, Fábio Teixeira; BORGES, Wladimir Mendes (Ed.).PRÁTICA farmacêutica no ambiente
hospitalar: do planejamento à realização . 2. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2010. ISBN 9788538801276
 GOMES, Maria José Vasconcelos de Magalhães; REIS, Adriano Max Moreira. Ciências farmacêuticas: uma
abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo, SP: Atheneu, 2006.
 Juliani, R.G. M. Organização e Funcionamento de Farmácia Hospitalar. [Digite o Local da Editora]: Editora
Saraiva, 2014. 9788536521176. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536521176
 Nunes, M. S. Guia de boas práticas em farmácia hospitalar 2a ed.. [Digite o Local da Editora]: Editora
Manole, 2020. 9786555763010. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555763010

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