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interno, cujo objectivo básico é prevenir a saída ou remoção acidental da sonda. Além
disso, com a sua colocação contra a parede anterior do estômago, o retentor funciona
como um tampão que impede o extravasamento da dieta e de secreções gástricas pelo
estoma. A estrutura dos retentores internos varia para cada modelo, mas o desenho
básico tem a forma de disco plano, placa triangular ou gaiola.
Indicações
A utilização da PEG está recomendada em doentes com necessidades de alimentação
enteral prolongada por dificuldade ou impossibilidade de deglutição ou em doentes com
necessidades de suplementos alimentares.
As patologias mais comuns para indicação de uma PEG são as doenças
metabólicas, as doenças neurológicas, neoplasias da cabeça e pescoço, a caquexia e a
fibrose quística.
Contra-indicações
As contra-indicações da PEG podem ser absolutas como nos casos em que existem
perturbações graves da coagulação. No entanto, as alterações da coagulação, se
corrigidas, não são contra-indicação para PEG. São ainda contra-indicações a
hepatomegália ou ascite (acentuadas) e estenose do esófago.
A colocação da PEG é dificultada nos doentes com obesidade severa e não deve
ser utilizada como apoio nutricional quando existe obstrução do tracto gastrointestinal.
Nos casos de intolerância à alimentação enteral por sonda nasogástrica, no
refluxo gastroesofágico e em neoplasias ou lesões infiltrativas da parede abdominal a
contra-indicação é relativa e está dependente da opção médica.
Complicações
As complicações da PEG são pouco frequentes. As referenciadas incluem a infecção
local, a peritonite, a septicemia, a deslocação da sonda para a parede abdominal e
hemorragia da mucosa gástrica. Podem ainda ocorrer complicações minor, mas mais
frequentes, como a formação de tecido de granulação no local do estoma, a obstrução da
sonda e a exsudação pelo local da gastrostomia. O tecido de granulação é tratado
inicialmente mediante a aplicação de nitrato de prata, optando-se pela electrocoagulação
se persistir
Alimentação
A alimentação pode ser iniciada ao fim de 6 a 24 horas de acordo com a técnica
anestésica usada e depois de avaliado o funcionamento do sistema gastrointestinal,
nomeadamente pela presença de ruídos intestinais. A sua administração poderá ser
efectuada em bólus ou de modo contínuo (através de bomba infusora) de acordo com o
esquema nutricional estabelecido.
Antes de iniciar a alimentação deve ser confirmada a posição da sonda,
ajustando bem a patela externa através de uma tracção suave. O resíduo gástrico é
sempre verificado e caso seja significativo deve ser contactado o médico. Os alimentos
são administrados à temperatura ambiente em bólus (em tempo superior a 15 minutos)
ou por gravidade, evitando a entrada de ar para não causar desconforto.
Para a administração de alimentos pela gastrostomia o doente deve ficar sentado ou
semi-sentado e não se deitar logo a seguir à sua introdução. Deverá permanecer semi-
sentado, cerca de 60 minutos após a alimentação, podendo deambular.
Verificar se a sonda fica bem fechada de modo a prevenir o extravasamento do
conteúdo gástrico.
A temperatura dos alimentos a administrar deverá ser morna ou à temperatura ambiente.
Poderá utilizar preparados já existentes no mercado ou alimentos cozinhados bem
triturados e diluídos, tal como a medicação administrada pela sonda deverá ser de
preferência líquida (xaropes).
Sempre que possível, deve ser incentivado o auto-cuidado, ensinando o doente a
alimentar-se pela gastrostomia, respeitando o esquema nutricional. A família / familiar
de referência deve ser incluída neste processo e instruída o mais precocemente possível
adoptando estratégias que permitam o seu envolvimento, orientando, supervisando e
reavaliando as suas capacidades. O acompanhamento familiar durante o internamento
permite ao enfermeiro programar e promover processos de ensino, partilhando
conhecimentos e técnicas apropriadas a cada família.
A família deve estar consciente das principais complicações, atenta para o seu
despiste precoce e informados a quem recorrer, sempre que surjam dúvidas ou
problemas.
Quando as condições o permitirem deve estimular-se a alimentação pela boca,
não consistindo os dispositivos de gastrostomias qualquer impedimento a esse processo.
Alimentação por Bólus/Seringa
- Reunir todo o material - recipiente de alimentação e seringa de 60ml ou 100ml por
uma questão de economia de tempo;
- Explicar o procedimento à pessoa para diminuir a ansiedade e obter a sua colaboração;
- Proporcionar um ambiente agradável, calmo, sem cheiros desagradáveis;
- Colocar a pessoa na posição sentada, ou Fowler elevado, quando se encontra em
repouso no leito, para reduzir o risco de regurgitação e de aspiração;
- Lavar as mãos e se em ambiente hospitalar, calçar luvas limpas para prevenir
contaminação e infecções cruzadas.
- Verificar a marca que se encontra na sonda, confirmando a posição da sonda;
- Avaliar o resíduo gástrico e reintroduzi-lo, excepto se contra-indicado, avaliando
assim a tolerância à alimentação e evitando a perda excessiva de electrólitos;
- Clampar a extremidade proximal da sonda, para evitar a entrada de ar para o
estômago;
- Conectar a seringa com alimentação à sonda PEG e administrar a alimentação
lentamente, para evitar intolerâncias e distúrbios gastrointestinais, náuseas, vómitos e
diarreias;
- Lavar a sonda com 30-50cc de água, após a alimentação e de 8 em 8 horas, para
prevenir problemas de obstrução da sonda, contaminação e diminuir o risco de
desidratação e défice de volume de líquidos;
-Manter a pessoa com o tronco elevado por um período cerca de 60 minutos, após a
alimentação pela gastrostomia, para favorecer o esvaziamento gástrico e reduzir o risco
de regurgitação e de aspiração dos alimentos;
- Recolher e dar o destino adequado a todo o material, de modo a prevenir a
contaminação do ambiente;
- Lavar as mãos, para prevenir a infecção cruzada;
- Avaliar o peso periodicamente, para controlar e avaliar o estado nutricional e fazer-se
as correcções nutricionais adequadas.
Fig. 4 – Adaptação do canhão para
alimentação