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revogada
Definição - Nutricional Enteral (NE)
“Alimentos para fins especiais, com ingestão controlada de
nutrientes na forma isolada ou combinada, de composição
química definida ou estimada, especialmente elaborada para
uso por sondas ou via oral, industrializadas ou não utilizado
exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme
suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção de
tecidos, órgãos ou sistemas. “
Prescrição:
a) O médico é responsável pela prescrição médica da TNE
b) O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE
Elaborar a prescrição dietética e acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da via de administração, até alta
nutricional estabelecida pela EMTN;
Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu fracionamento segundo horários e formas de apresentação;
Preparação da NE que assegurem a manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e bromatológica dentro de
padrões recomendados na BPPNE
Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir criteriosamente os insumos necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada;
Qualificar fornecedores – assegurar que insumos e NE industrializada seja acompanhada do certificado de análise microbiológica;
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019.
ESPEN, 2022.
Vias de acesso da TNE
2) Risco de Broncoaspiração:
• Déficit neurológico
• Distúrbios da deglutição (diafagia) Optar pela via de acesso
• Obstrução gástrica pós-pilórica
• Gastroparesia
• História de aspiração
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019.
Vias de acesso da TNE
Acesso gástrico (pré-pilórico)– vantagens e desvantagens
Vantagens da localização gástrica Desvantagens da localização gástrica
-Maior tolerância à fórmulas variadas (polimérica, -Maior risco de aspiração (distúrbios de deglutição)
oligomérica, artesanal) -Tosse, náuseas ou vômitos = (+) saída acidental da
-Boa aceitação de fórmulas hiperosmóticas sonda
-Permite progressão rápida para alcance do VET
-Permite maiores volumes em curto tempo
-Fácil posicionamento da sonda
SONDA ORO/NASOJEJUNAL
WAITZBERG, 2017.
JEJUNOSTOMIA
Escolhendo a sonda...
Calibre 8 fr: dietas pouco viscosas ou com utilização de bomba de
infusão;
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019.
Escolhendo a sonda...
LONGA DURAÇÃO – OSTOMIAS (GASTROSTOMIA OU JEJUNOSTOMIA)
WAITZBERG, 2017.
Ostomias
Jejunostomia
Indicações:
>6semanas
RGE grave
Gastroparesia
Estreitamento/neoplasia duodenal
Gastrectomia total
Esofagectomia
WAITZBERG, 2017.
Técnicas de administração da NE
A NE pode ser administrada de forma intermitente ou contínua:
Indicado para
pacientes que
Intermitente: volume de dieta administrada a cada 3 a 6 horas, deambulam
precedida e seguida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30
mL de água potável.
2) Osmolaridade/osmolalidade da fórmula
Proteínas
Complexidade da
Proteína
Fonte protéica
Digestão
necessária
Características
Caseína
Indicação: pacientes com TGI íntegro
Proteína isolada da soja
Promove maior estimulação de hormônios intestinais e fatores
Proteína intacta Lactoalbumina Sim
de crescimento do que aminoácidos
Ovoalbumina
Osmolalidade não é afetada
Leite
Proteína parcialmente Caseína Indicação: capacidade digestiva e absortiva diminuída
hidrolisada (pequenos Proteína isolada da soja Promove maior estimulação de hormônios intestinais
Sim
peptídeos e Lactoalbumina (se comparado à aminoácidos)
oligopeptídeos) Soro do leite
Digestão
Forma do lipídeo Fonte alimentar Características
necessária
Ácidos graxos poli- Óleo de milho Fornecem os ácidos graxos essenciais
insaturados (AGPI) e Óleo de girassol Transportam as vitaminas lipossolúveis e produzem os
Sim
triglicerídeos de cadeia Óleo de soja eicosanóides
longa (TCL) Óleo de peixe Não contribuem para a osmolalidade
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019.
Critérios para seleção da fórmula enteral
Fontes e complexidade dos nutrientes na fórmula enteral
• Fibras: polissacarídeos vegetais não hidrolisados por enzimas do TGI
-Conteúdo de fibra nas dietas: 5-14g/L
• Água
Dieta enteral possui água em sua composição (mL de água por litro de fórmula)
Isso basta?
Necessidade hídrica: 30 x peso do paciente (50Kg) = 1500 ml/dia
1500 ml (necessidade diária de água) – 1200 ml (já dou pela dieta) = 300 ml de
água livre devo fornecer
Critérios para seleção da fórmula enteral
Osmolalidade e Osmolaridade
Osmolalidade: mOsm/Kg de água Ambos refletem a concentração de partículas
Osmolaridade: mOsm/L de água osmoticamente ativas na solução
Característica Osmolalidade
Baixa osmolalidade – dieta hipotônica 280-300 (mOsm/Kg de água)
Osmolalidade normal – dieta isotônica 300-350 (mOsm/Kg de água)
Osmolalidade pouco alta - dieta levemente 350-550 (mOsm/Kg de água)
hipertônica
Osmolalidade alta – dieta hipertônica 550-750 (mOsm/Kg de água)
Osmolalidade muito alta – dieta muito hipertônica >750 (mOsm/Kg de água)
Pacientes com restrição hídrica tem indicação de dieta com maior densidade
calórica: 1,5 a 2,0 kcal/mL WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019.
Critérios para seleção da fórmula enteral
Formas de preparo da fórmula enteral
INDUSTRIALIZADAS
Industrializadas líquidas
semiprontas (200ml) Industrializadas em pó para
Industrializadas prontas reconstituição
(acoplar diretamento no equipo Industrializadas prontas
– sistema fechado) CUPPARI, 2019.
Sistema aberto X Sistema fechado
Há manipulação da dieta
diluição do pó, adição de módulos de fibra, carboidrato e proteína
Necessário infra-estrutura adequada, de acordo com RDC 63
Critérios para seleção da fórmula enteral
Formas de preparo da fórmula enteral
NÃO INDUSTRIALIZADAS, CASEIRAS OU ARTESANAIS
Imunomodulação
Nefropatias Hepatopatias (cirurgias e médio e
Lesão por grande porte)
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019. Controle glicêmico pressão
WAITZBERG, 2017.
Complicações da TNE
Gastrointestinais Mais frequentes!
Mecânica
Metabólicas
Infecciosa
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019.
Complicações da TNE
Gastrointestinais
Náuseas e vômitos Manejo clínico
Causas
Uso de grandes volumes de dieta enteral Reduzir volume da dieta
Troca de medicações
Efeito colateral de medicações Uso de prócinético
Avaliar causa da obstrução
Obstrução do TGI
WAITZBERG, 2017.
Complicações da TNE
Gastrointestinais
Diarréia - Causas Manejo clínico
Intolerância à lactose Retirar fórmulas que contenham
lactose/dissacarídeos
Contaminação da fórmula
Avaliar o uso de fibras solúveis
enteral
Substituir fórmula enteral para iso/hiposmolar
Administração de grandes Reduzir volume e/ou administração contínua
volumes Considerar o uso de pre/probióticos
Avaliar medicações/infecções que sejam a causa
Induzida por medicações
Infecção intestinal
WAITZBERG, 2017.
Complicações da TNE
Mecânicas
Mau posicionamento da sonda
SNG em brônquio
Saída acidental
A lavagem rotineira com água
Erosão nasal, faringite, otite antes e depois da alimentação
pode prevenir a obstrução do
tubo.
Obstrução – medicações, dietas
artesanais com alta viscosidade. Recomendado: lavagem de
4/4horas, com volume mínimo
WAITZBERG, 2017.
CUPPARI, 2019. de 20 ml de água.
ESPEN, 2022.
Complicações da TNE
Metabólicas
Hiper hidratação - causas Intervenção
Excesso de líquido administrado Escolha de fórmulas mais concentradas (DC
aumentada)
Intolerância de volume devido a
Controle do peso e Balanço hídrico diários
patologia (insuficiência renal,
cardíaca)
WAITZBERG, 2017.
Complicações da TNE
Metabólicas
Hipoglicemia - causas Intervenção
Suspensão súbita da NE MONITORAR NÍVEIS DE GLICEMIA –
principalmente na parada da TN
Administração de
(HGT<70mg/dL)
insulina/hipoglicemiante em
Administração de glicose (20mL glicose a
excesso
50% IV)
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO
Hipocalemia e
Hipofosfatemia Deficiência de tiamina Retenção de sódio
Hipomagnesemia
Alterações neurológicas Encefalopatia
Sobrecarga de fluidos
Alterações neurológicas
Acidose lática
Alterações cardíacas
Neuropatia Edema pulmonar
Alterações pulmonares
Síndrome de Wernicke
Alterações Gastrointestinais
Alterações hematológicas Insuficiência cardíaca
Beribéri úmido e seco
ASPEN,2020.
Complicações da TNE
Metabólicas – Síndrome de realimentação
Restrição de Nenhuma
fluidos/sódio/proteína
Eletrólitos Monitorar a cada 12horas durante os primeiros 3 dias
Tiamina e multivitaminas Suplementar 100mg de tiamina antes da alimentação
Suplementar 100mg de tiamina/dia durante 5-7d em pacientes em inanição grave
Multivitamínico para oral/enteral 1x/dia por 10d
Multivitaminico TNP diariamente
Monitoramento Sinais vitais a cada 4horas
Peso diário
ASPEN,2020.
Complicações da TNE
Infecciosas
Pneumonia aspirativa
Gastroenterocolites por contaminação
Psicológicas
Ansiedade
Depressão
Falta de estímulo ao paladar
Monotonia alimentar
Insociabilidade
Inatividade
CUPPARI, 2019.
Terapia nutricional domiciliar
Administração em casa:
Bolus (200-400mL por 15-60 min) ou infusão intermitente contínua ou contínua (bomba ou gravitacional)
A lavagem rotineira com água antes e depois da alimentação = devem fazer parte do cuidado
Fórmula enteral:
Dieta padrão
Especializada – se diarréia/constipação OU se DM (s/ CHO simples, com AGPI e AG monoinsaturado)
ESPEN, 2022.
Terapia nutricional domiciliar
Outros cuidados...
Atenção a dietas artesanais: ESPEN destaca que
não deve ser sugerido para o paciente, por ser
menos eficaz do que as dietas industrializadas
completas.
a) Qual via de acesso deverá ser indicada para esse paciente? Justifique.