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PROVA DE DOR 2007

QUESTÕES DO TIPO S DE 01 A 31
INSTRUÇÕES: Cada questão tem cinco opções (A, B, C, D e E). Marque no cartão de respostas, em
cada questão, a alternativa correta.

1. Na dor episódica do pacientes com câncer está correto afirmar que:

A) É devida exclusivamente à dor incidental, ou seja, àquela associada à atividades como tosse,
deambulação ou fisioterapia.
B) Pode não ter relação com nenhuma atividade ou evento.
C) Não tem relação com dose ou intervalo de prescrição de analgésicos.
D) Fármacos utilizados em dor neuropática estão contra-indicados na dor episódica.
E) Não existe maneira de prevenir ou atenuar este tipo de dor.

Resposta: B
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
Três tipos de dor episódica têm sido descritas em pacientes com câncer: dor incidental, que ocorre durante
atividades específicas como tossir, deambular, fazer fisioterapia; dor espontânea, não associada
temporalmente com qualquer atividade ou evento e dores provenientes de doses pouco efetivas e ou
intervalos de administração de analgésicos muito longos. A dor espontânea, pode ser decorrente de lesão
nervosa, com características paroxísticas; portanto analgésicos adjuvantes para dor neuropática podem
diminuir a freqüência e a intensidade das crises. É possível prevenir ou atenuar dores episódicas
antecipando doses de analgésicos, na dor incidental; aumentando as doses e ou reduzindo intervalos
quando ocorrer falha na resposta dos pacientes e utilizando analgésicos adjuvantes nos casos de dor
neuropática.

Referências:
Paice JA. Cancer pain. In:Von Roenn JH et al. Current Diagnosis & Treatment. McGrawHill, New
York,2006,pp 85-101.
Mehta M, Duthie AM. Anesthetic Management of Cancer Pain. In: Warfield CA. Principles and Practice of
Pain Management. MacGraw-Hill,INC, New York, 1993,251-258.

2. De acordo com os padrões bioéticos atuais, é correto afirmar em relação aos pacientes fora de
possibilidades terapêuticas que:

A) Os adultos competentes podem escolher quais os tratamentos clínicos que desejam aceitar.
B) Pacientes competentes não tem o direito de recusar qualquer tratamento de suporte de vida proposto.
C) Em crianças e pacientes com dificuldades cognitivas a equipe médica é a responsável pela tomada das
decisões.
D) A equipe médica não tem obrigação de expor ao paciente e ou aos familiares as opções diagnósticas,
terapêuticas e as prováveis conseqüências desses procedimentos.
E) A equipe médica não deve respeitar o desejo dos pacientes e ou familiares de não terem o processo de
morte prolongado.

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Os padrões bioéticos atuais permitem que pacientes e familiares de crianças ou adultos com déficit
cognitivo, fora de possibilidades terapêuticas, escolham, entre as várias opções oferecidas pela equipe
médica, o tratamento que desejam receber. Pacientes e familiares devem ser tranqüilizados de que seus
desejos de não ter o processo de morte prolongado serão honrados.

Referência:
Putnam AT, Billings JA. Medicina paliativa. Em: Ballantyne J et al. Massachusetts General Hospital Manual
de Controle da Dor. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004, pp 545-561.
Levy MH. Medical Management Of Cancer Pain. In: Warfield CA. Principles and Practice of Pain
Management. MacGraw-Hill,INC, New York, 1993,235-250.

COMITÊ DE DOR 1
PROVA DE DOR 2007

3. Assinale a afirmativa correta em relação ao uso de opióides no tratamento da dor em crianças:

A) A utilização de opióides no tratamento da dor de recém-nascidos e lactentes é um procedimento de


exceção pela imaturidade do sistema nervoso, fígado e rins;
B) Prematuros e lactentes apresentam reduções na eliminação da maioria dos opióides, tanto por
alterações farmacológicas como pela imaturidade das respostas ventilatórias.
C) Opióides somente podem ser administrados para lactentes com menos de 6 meses de vida, quando os
mesmos estiverem sob intubação endotraqueal;
D) A via oral para opióides em crianças com câncer não é efetiva;
E) Analgesia com opióides controlada pelo paciente em crianças está indicada a partir dos 10 anos de
idade.

Resposta: B
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
Atualmente, existem poucas contra-indicações ao uso de opióides no tratamento de crianças muito
pequenas. Apesar da imaturidade de alguns sistemas, pode ser necessário alterações no método de
administração, mas nada que impeça seu uso. Prematuros e lactentes apresentam reduções na eliminação
da maioria dos opióides por alterações farmacológicas que os tornam mais sensíveis e pela imaturidade das
respostas ventilatórias. Lactentes podem receber opióides, mesmo não intubados, entretanto deve haver
cautela na administração e observação rigorosa.A via oral em crianças com câncer é a mais efetiva, sendo
seu uso limitado somente em casos de dificuldade de deglutição. A analgesia controlada pelo paciente tem
se mostrado efetiva para crianças com mais de 5 anos.

Referência:
LeBel AA e Sang CN - Controle da Dor nas Crianças com Doença Crônica e em Estágio Terminal. Em:
Ballantyne J et al. Massachusetts General Hospital Manual de Controle da Dor. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, 2004, pp 534-544.
Berde CB et al. Pediatric Pain Management. In: Warfield CA. Principles and Practice of Pain Management.
MacGraw-Hill,INC, New York, 1993,325-346.

4. São particularidades farmacocinéticas no idoso:

A) A maioria dos fármacos analgésicos é absorvida por difusão passiva.


B) Ocorrem diminuições da água corporal total, da massa muscular e do tecido gorduroso.
C) Ocorrem diminuição das proteínas plasmáticas totais e aumento da albumina sérica.
D) A velocidade de metabolização hepática encontra-se reduzida, com conseqüente redução da meia vida
dos fármacos.
E) Ocorrem diminuição do fluxo sangüíneo renal com redução de 35% na filtração glomerular e aumento
da função tubular.

Resposta: A
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
O idoso apresenta modificações fisiológicas importantes que estão relacionadas com a farmacocinética do
analgésico utilizado para reduzir a dor e com as respostas farmacodinâmicas do organismo. Apesar de se
fazer mais lenta, a maioria dos fármacos administrados ao idoso é absorvida por difusão passiva. O idoso
apresenta diminuição da água corporal e da massa muscular; no entanto ocorre um aumento do tecido
gorduroso, promovendo um aumento na distribuição das drogas lipossolúveis. As proteínas plasmáticas
sofrem uma queda com a idade, assim como a albumina sérica, o que aumenta a fração livre fármacos no
plasma de idosos. A velocidade de metabolização hepática se encontra reduzida, aumentando,
consequentemente a meia vida dos fármacos. No rim dos idosos ocorrem reduções do fluxo sangüíneo
renal, da filtração glomerular e da função tubular, o que deve ser considerado quando se utilizam fármacos
que são excretados por essa via.

Referência:
Márquez JO, Souza MC. Dor em Idoso. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed. Maio,
Curitiba, 2003,563-570.
Hauser JM. Pain in the Elderly. In: Von Roenn JH et al. Current Diagnosis & Treatment. McGrawHill,New
York,2006,pp 312-321.

COMITÊ DE DOR 2
PROVA DE DOR 2007

5. Dor e tumefação no tórax anterior, próximo ao esterno, de caráter fugaz, mas persistente, que
piora com a palpação, e não melhora com vasodilatadores associada a exames radiológicos e
laboratoriais pouco esclarecedores são características de:

A) Contusão
B) Dor pleural
C) Síndrome de Tietze
D) Dor miofascial
E) Dor mediastínica

Resposta: C
Grau de dificuldade: média

Comentário:
A Síndrome de Tietze é uma dor de origem ósteo-articular, que compromete as primeiras articulações
condroesternais, as quais exibem aumento de volume, sem calor ou rubor. É desencadeada, geralmente,
após períodos de imobilidade ou por doenças reumáticas, quando se evidenciam sinais inflamatórios
específicos. Apresenta caráter fugaz, é persistente e piora com a simples palpação das articulações. Os
exames radiológicos podem ser pouco conclusivos; os recursos terapêuticos empregados são
medicamentosos, fisiátricos, psicoterápicos e de adequação ergonômica.

Referência:
Gal PLM e cols. Dor Torácica. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed. Maio, Curitiba,
2003,481-492.
Lin AM. Chest Pain. In: Warfield CA. Principles and Practice of Pain Management.MacGraw-Hill,INC, New
York, 1993,123-128.

6. É característica da dor visceral:

A) Ser evocada por todas as vísceras.


B) Estar sempre associada à lesão visceral.
C) Ser difusa e pobremente localizada devido à organização das vias nociceptivas viscerais.
D) Não ser referida para outros locais.
E) e)Não ser acompanhada de reflexos autonômicos e motores.

Resposta: C
Grau de dificuldade: médio

Comentários:
A dor visceral não é evocada por todas as vísceras; algumas apresentam deficiência de receptores
sensoriais ou as propriedades funcionais de seus receptores periféricos não evocam a percepção
consciente ou não são receptores sensoriais verdadeiros. Não ocorre, sempre, associação com lesão
visceral. A dor visceral é difusa e pobremente localizada devido à organização das vias nociceptivas
viscerais no SNC; é referida em outros locais devido à convergência das fibras e é acompanhada de
reflexos autonômicos e motores.

Referências:
Kraychete DC, Guimarães AC. Dor Abdominal. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed.
Maio, Curitiba, 2003,493-507.
Trnka Y. Abdominal pain. In: Warfield CA. Principles and Practice of Pain Management.MacGraw-Hill,INC,
New York, 1993,141-145.

7. Paciente adulto, masculino, 70 anos apresenta-se com lombalgia e dor nos membros. A dor é
difusa, contínua, não segue padrão de dermátomos, piora com a deambulação e alivia,
temporariamente com o repouso e a flexão da coluna. Assinale o diagnóstico mais provável:

A) Estenose espinhal
B) Dor em articulações facetarias
C) Dor discogênica
D) Dor miofascial
E) Dor em articulações sacroilíacas

COMITÊ DE DOR 3
PROVA DE DOR 2007

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
A estenose espinhal caracteriza-se por dor axial na coluna vertebral e dor nos membros, de intensidade
variável de um indivíduo para o outro, difusa, contínua, não seguindo padrão de dermátomos. Piora com a
deambulação e melhora com repouso e flexão da coluna. Diferencia-se da claudicação vascular por
suportar, sem dor, exercícios em bicicleta ergométrica. A dor oriunda de articulações facetárias assemelha-
se muito à dor discogênica; ocorre intolerância às posições ortostáticas e sentadas, sendo a extensão e a
flexão lateral da porção acometida extremamente dolorosas. Na dor discogênica, os pacientes geralmente
são jovens, sem outros problemas de saúde e sentem dor ao sentar, levantar e inclinar o corpo para frente.
Na dor miofascial os pacientes geralmente sentem uma área localizada de musculatura densa e dor à
palpação, sendo que o exame físico revela uma faixa de musculatura dolorosa à palpação com padrão de
irradiação característico. A dor em articulações sacroilíacas manifesta-se comumente por lombalgia
localizada ou dor na porção superior das nádegas, sendo raramente referida para face posterior da coxa e
joelho.

Referências:
Ahmed SU. Lombalgia e Dor no Pescoço. Em: Ballantyne J et al. Massachusetts General Hospital Manual
de Controle da Dor. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004, pp 424-441.
Ross E. Back pain. In: Current Diagnosis & Treatment. McGrawHill,New York,2006, pp 172-208.

8. Na avaliação e tratamento da dor no idoso, é correto afirmar que:

A) Idosos exibem maior dificuldade de determinar localização, intensidade e qualidade da dor quando
comparado aos mais jovens.
B) A interpretação de sinais e sintomas é muito difícil pela associação de comorbidades.
C) Idosos, mesmo com função renal e hepática conservada, toleram muito pouco analgésicos de qualquer
natureza.
D) Resposta aos analgésicos em idosos não é afetada pelas alterações farmacocinéticas que ocorrem no
envelhecimento.
E) Analgesia controlada pelo paciente está contra-indicada em pacientes com mais de 75 anos.

Resposta: B
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
Não existem evidências de que idosos tenham mais dificuldade de definir características da dor do que os
mais jovens. A interpretação dos sinais e sintomas da dor nos idosos é mais difícil pela presença de
comorbidades que afetam os pacientes nessa fase da vida, tanto de ordem física como mental.
Experiências clínicas indicam que idosos com função renal e hepática conservadas toleram bem
analgésicos, sendo a resposta aos mesmos, pouco afetada pelo envelhecimento. Idade não é uma contra-
indicação para analgesia controlada pelo paciente, desde que não haja dano cognitivo importante.

Referências:
Harkins SW et al. Geriatric pain. In: Wall PD, Melzack R. Textbook of Pain. Churchill Livingstone, Edinburgh,
1994, 769-784.
Márquez JO, Souza MC. Dor em idosos. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed. Maio,
Curitiba, 2003,561-570.

9. Cefaléia causada por excesso de medicações como opióides, ergotamina, triptanos ou


associações de fármacos caracteriza-se por:

A) Ataques que iniciam-se abruptamente, intensificam-se rapidamente e cessam subitamente.


B) Pressão na cabeça, média a moderada, bilateral, que ocorre em curtos episódios, de duração variável
ou contínua.
C) Ser revertida ou atenuada em dois meses após descontinuação da medicação.
D) Dor unilateral contínua que flutua em intensidade e é acompanhada por sintomas autonômicos durante
a exacerbação da dor.

COMITÊ DE DOR 4
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E) Apresentar no mínimo 5 ataques, cada um durando entre 4 e 72 horas, e ter sintomas associados como
náusea e ou fotofobia e fonofobia

Resposta: C
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
A cefaléia por excesso de medicações tipo ergotamina, opióides, triptanos e associações caracteriza-se por
estar presente por mais de 15 dias por mês, piorar com a medicação e resolver ou reverter ao aspecto
inicial após 2 meses da descontinuação dos analgésicos. Ataques que iniciam-se abruptamente,
intensificam-se rapidamente e cessam subitamente falam a favor de cefaléia tipo cluster; cefaléia bilateral,
tipo pressão, de intensidade média a moderada, bilateral, que ocorre em curtos episódios, de duração
variável ou contínua referem-se à cefaléia tensional; hemicrania contínua caracteriza-se por dor unilateral
contínua, que flutua em intensidade e é acompanhada por sinais autonômicos e enxaqueca apresenta-se
como ataques muito freqüentes, com duração entre 4 e 72 horas, podendo ser associados a fotofobia e
fonofobia.

Referências:
Gómez MV, Tepper SJ. Headaches. In: Current Diagnosis & Treatment. McGrawHill,New York,2006, pp
150-171.
Schoenem J, Noordhout AM. Headache. In: Wall PD, Melzack R. Textbook of Pain. Churchill Livingstone,
Edinburgh, 1994, 495-522.

10. Em relação ao uso de dipirona por via intravenosa no tratamento da dor aguda pode-se afirmar
que:

A) Seus efeitos analgésicos estão estreitamente correlacionados às concentrações séricas dos metabólitos
4-metilamionoantipirina e 4-aminoantipirina
B) Apresenta importante efeito antiinflamatório
C) Seu alto risco de agranulocitose limita sua indicação no tratamento da dor pós-operatória
D) Não provoca hipotensão
E) Doses de até 15 mg.kg-1 a cada 6 horas estão indicadas nas primeiras 24 horas de pós-operatório.

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
Os efeitos analgésicos da dipirona estão estreitamente relacionados às concentrações séricas dos
metabólicos 4-metilaminoantipirina e 4-aminoantipirina, embora seja biotransformada em mais de 20
metabólitos. Apresenta atividade antiinflamatória fraca, risco extremamente baixo de desenvolver
agranulocitose e falta de fundamentação para caracterizá-la como fármaco que promova episódios
hipotensivos graves.Atualmente indica-se uma dose de 25-30 mg.kg-1.dose-1 a cada 6 horas no primeiro dia
de pós-operatório.

Referências:
Posso IP, Romanek RMR. Antiinflamatórios não-hormonais (AINH). Em: Cavalcanti IL, Gozzani JL. Dor Pós-
Operatória SBA, Rio de janeiro, 2004,81-115.
Teixeira MJ, Valverde Filho J. Dor Aguda. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed. Maio,
Curitiba, 2003,241-269.

11. Característica predominante dos nociceptores periféricos em relação aos demais exteroceptores:

A) Fibras condutoras de aferência sináptica exclusivamente entre raiz dorsal e corno posterior da medula
espinhal
B) Alto limiar de excitabilidade
C) Facilitação sináptica
D) Alta velocidade de condução
E) Geração de potenciais de ação

Resposta: B
Grau de dificuldade: médio

COMITÊ DE DOR 5
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Comentário:
Os nociceptores são transdutores encontrados nos tecidos superficiais, profundos e vísceras que
anatomicamente se apresentam como terminações nervosas livres. Sua principal característica
eletrofisiológica é o alto limiar de excitabilidade.

Referência:
Gozzani JL – Fisiopatologia da Dor, em: Dor Pós-operatória Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Rio de
Janeiro, 2004;13-37.
Teixeira MJ – Anatomia e Fisiologia das Unidades Nociceptivas e Supressoras da Dor. Em: Dor Contexto
Interdisciplinar. Ed. Maio, Curitiba, 2003,119-146.

12. Na memória da dor a de-repressão do proto-oncogene C-fós está diretamente relacionada com:

A) Hiperativação dos receptores Kainato,AMPA e NMDA


B) Inibição do sistema Óxido nítrico sintetase
C) Aumento do Cálcio citosólico
D) Retroalimentação pré-sináptica positiva para o Glutamato e Sp
E) Hipermagnesemia

Resposta: C
Grau de dificuldade: difícil

Comentário:
A expressão do gene C-fos depende da elevação dos níveis intra-celulares de Cálcio, decorrente do influxo
através de receptores NMDA ou canais de cálcio voltagem dependentes.

Referência:
Teixeira MJ – Anatomia e Fisiologia das Unidades Nociceptivas e Supressoras da Dor. Em: Dor Contexto
Interdisciplinar. Ed. Maio, Curitiba, 2003,119-146.
Gozzani JL – Fisiopatologia da Dor. Em: Cavalcanti IL, Madalena ML- Dor.SAERJ, Rio de Janeiro, 2003, 13-
36.

13. É característico na síndrome dolorosa facetária lombar:

A) Dor referida para tornozelo e pé


B) Dor em coxa e panturrilha
C) Dor referida em região glútea e parte posterior da coxa; ocasionalmente abaixo do joelho
D) Lombociatalgia referida para a perna e pé de acordo com a correspondência metamérica da faceta
lombar envolvida
E) Alívio da dor na manobras de hiper-extensão lombar

Resposta: C
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
A síndrome da dor facetaria lombar caracteriza-se por dor surda geralmente em região dorsal e lombar,
nádega, quadril, parte posterior da coxa e ocasionalmente apresentando irradiação inferior ao nível do
joelho. Diferentemente da compressão radicular típica, as manobras de extensão lombar agravam a dor.

Referência:
Raj PP - Tratamiento Práctico Del Dolor. Barcelona, Mosby,1995; 854.
Ahmed SU – Lombalgia e Dor no pescoço. Em: Ballantyne J – Massachussets General Hospital Manual de
Controle da Dor. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004;424-441.

COMITÊ DE DOR 6
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14. As enxaquecas ou migrâneas apresentam usualmente:

A) Predominância no sexo masculino


B) Distribuição unilateral
C) Crises com duração de 12 a 48 horas
D) História familiar infreqüente
E) Início durante o sono.

Resposta: C
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
As enxaquecas ou migrâneas apresentam usualmente, entre suas características clínicas, síntomas pró-
drômicos, distribuição bilateral, história familiar em 70% dos casos, ataques únicos com intervalos de
remissão e dor com duração entre 12 e 24 horas.
Referência:
Raj PP - Pain Medicine: A Comprehensive Review. Philadelphia, Mosby,1996;
Cutrer FM, Bhasin P – Cefaléias, em: Ballantyne et al – Massachusetts General Hospital Manual Controle da
Dor. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004;442-464.

15. Sobre a definição da dor abdominal recorrente nos crianças e adolescentes é correto afirmar:

A) Apresenta pelo menos três episódios num período de 3 meses


B) Sua intensidade não impede as atividades normais
C) Pode estar associada a causas metabólicas
D) Pode estar associada a causas hematológicas
E) Pode interromper o sono

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
A Dor abdominal recorrente nas crianças e adolescentes não possui causa orgânica; apresenta pelo menos
três episódios num período de três meses; não é associada a causas metabólicas ou hematológicas e
impede as atividades normais diurnas mas não interrompe o sono.

Referência:
Raj PP - Tratamiento Práctico Del Dolor, 2 Ed, Barcelona, Mosby, 1995;342
Berd CB et al – Pediatric Pain Management, em: Warfield CA – Principles and Practice of Pain
Management. New York, McGraw-Hill, 1993;325-346.

16. Na analgesia espinhal com morfina a relação equianalgésica da dose sub-aracnoidéa equivale a
qual percentual da dose peridural:

A) 10 %
B) 5%
C) 3%
D) 1%
E) 0,5%

Resposta: C
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
Conforme estudos farmacológicos a passagem da morfina ministrada via epidural para o espaço intratecal
variou de 2,4 a 3,6%, em média 3%.

Referência:
Nordberg G, Hedner T, Mellstrand T e al – Pharmacokinetics of epidural morphine in man. Eur J Clin
Pharmacol,1984; 26:233-237.
G.lynn CJ, Ballieres clinical anesthesiology,1987

COMITÊ DE DOR 7
PROVA DE DOR 2007

Sjostrom S, Hartvig P, Persson MP et al – Pharmacokinetics of epidural morphine and meperidine in


humans. Anesthesiology, 1987;67:877-888.

17. Qual a complicação mais freqüente do bloqueio do gânglio estrelado:

A) Bloqueio do nervo laríngeo recorrente


B) Bloqueio incompleto do plexo braquial
C) Lesão pleural com pneumotórax
D) Injeção intravascular com convulsão
E) Bradicardia por bloqueio das fibras cardioaceleradoras.

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
Todas as complicações citadas são descritas no bloqueio do gânglio estrelado, porem a mais freqüente é o
bloqueio do nervo laríngeo recorrente.

Referências:
Oliveira AS, Sanchez CA – Bloqueio do gânglio estrelado. Rev Bras Anestesiol, 1995;45(supl 20):53-56.
Samuel S et al – Intervencional Procedures for Pain Control. In: Von Roenn JH et al – Current Diagnosis &
Treatment Pain. Mc Graw Hill,New york, 2006, 38-49.

18. Tradução de estímulo agressivo em estímulo elétrico na periferia pode se relacionar a:

A) abertura dos canais de potássio ou dos de cloro


B) abertura dos canais de sódio ou dos de magnésio
C) fechamento dos canais de sódio ou abertura dos de cloro
D) fechamento dos canais de potássio ou abertura dos de cloro
E) abertura dos canais de sódio ou fechamento dos de potássio

Resposta: E
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Para que ocorra potencial de ação é necessário que a diferença de potencial entre o interior e o exterior do
neurônio esteja menos negativa. De acordo com os conceitos de gradiente de concentração ou o elétrico, é
necessário a abertura de canais de sódio ou de cálcio com entrada dessas substâncias para o interior do
neurônio, tornando-o mais positivo e excitável. Também, o fechamento de canais de potássio ou o
fechamento dos canais de cloro, mantém o potássio no interior e o cloro no exterior aumentando a
excitabilidade neuronal.

Referências:
Byers RM, Bonica JJ – Peripheral Pain Mechanisms and Nociceptor PLasticity. In: Loeser JD– Bonica ‘s
Management of Pain, third edition, Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins 2001; 30.
Teixeira MJ – Anatomia e Fisiologia das Unidades Nociceptivas e Supressoras da Dor. Em: Dor Contexto
Interdisciplinar. Ed. Maio, Curitiba, 2003,119-146.

19. Neurotransmissores excitatórios liberados na medula espinhal:

A) substância P e glicina
B) glutamato e NPY
C) glicina e encefalinas
D) substância P e glutamato
E) GABA e CGRP

Resposta: D
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:

COMITÊ DE DOR 8
PROVA DE DOR 2007

A substância P e o CGRP, o glutamato e o aspartato são os principais neurotransmissores excitatórios


agindo no corno posterior da medula espinhal. A glicina, as encefalinas e o sistema GABA fazem parte do
sistema inibitório descendente que modula a transmissão dolorosa a nível central. O NPY está relacionado
ao sistema neurovegetativo simpático.

Referências:
Byers RM, Bonica JJ – Peripheral Pain Mechanisms and Nociceptor PLasticity. In: Loeser JD– Bonica ‘s
Management of Pain, third edition, Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins 2001; 30.
Devor M – Neurobiology of normal and pathophysiological Pain.In: Aranoff GM – Evaluation and Treatment
of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians & Wilkins 1999; 11-25.

20. A neuralgia pós-herpética pode ser explicada:

A) apoptose de fibras tipo A alfa


B) aumento da resposta neuronal a dopamina
C) redução da liberação de glutamato no corno dorsal da medula espinhal
D) hiperexcitabilidade de neurônios da lâmina II do corno dorsal da medula espinhal
E) degeneração sináptica no corno dorsal da medula espinhal e destruição de fibras tipo C

Resposta: E
Grau de dificuldade: médio

Comentários:
Os mecanismos da dor neuropática na neuralgia pós-herpética estão relacionadas à degeneração de fibras
C e perda dos mecanismos modulatório relacionadas às fibras mecânicas tipo A beta. Também, a alodinia
presente nesses pacientes pode ser explicada por alterações da neuroplasticidade neuronal, com sinapses
de fibras A beta em locais da lâmina I e II do corno dorsal da medula espinhal relacionados às fibras C.

Referências:
Galer SB, Argoff CE. Zoster and Postherpetic Neuralgia: Pain Mechanisms and Current Management..In:
Aranoff GM – Evaluation and Treatment of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians &
Wilkins 1999; 115-28.
Teixeira MJ, Okada M. Dor decorrente da erupção pelo vírus da Herpes Zoster. In: Teixeira MJ- Dor:
Manual para o Clínico, primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 285-295.

21. A diferença entre alodinia e hiperalgesia:

A) é apenas didática
B) alodinia ocorre após estímulos inócuos
C) a alodinia não envolve mudança na qualidade da sensação
D) a hiperalgesia é o aumento da resposta ao estímulo repetitivo
E) na hiperalgesia existe disestesia e na alodinia disestesia é raro

Resposta: B
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
A dor provoca um série de alterações na resposta à um estímulo doloroso. Alodinia é um estímulo não
doloroso provocando dor. Hiperalgesia é aumento da resposta ao estímulo doloroso, e hipoalgesia é o
oposto. Hiperpatia é o aumento da resposta a estímulos repetitivos e hiperestesia é o aumento da
sensibilidade a dor.

Referências:
Basbaum A, Bushnell MC – Pain: Basic Mechanisms, em: Giamberdino MA, Pain 2002 – Update Rewiew,
Seattle, IASP PRESS R, 4.
Turk DC, Okifuji A – Pain Terms and Taxonomies of Pain A. In: Loeser JD– Bonica ‘s Management of Pain,
third edition, Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins 2001; 18

COMITÊ DE DOR 9
PROVA DE DOR 2007

22. Paciente de 44 anos com indicação de cateter peridural para analgesia pós-operatória após
pancreatectomia. O melhor local para punção peridural quando se utiliza a associação anestésico
local e opióide é:

A) L3-L4
B) L2-L3
C) C7-T1
D) T7-T8
E) L4-L5

Resposta: D
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
A punção peridural deve ser próxima ao local de maior estímulo nociceptivo. Para o pâncreas a inervação é
pelo X par e fibras espinhais e simpáticas entre T5 e T9. Também, as punções torácicas estão relacionadas
à melhor qualidade de analgesia (a associação de anestésico local e opióide), recuperação precoce da
motilidade intestinal e maior estabilidade cardiovascular.

Referências:
Charlton JE – Treatment of Postoperative Pain, In: Giamberdino MA, Pain 2002 – Update Rewiew, Seattle,
IASP PRESSR, 355.
Ashburn MA, Ready BL. Postoperative Pain. In: Loeser JD– Bonica ‘s Management of Pain, third edition,
Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins 2001, 774-775.

23. A prevalência média de transtorno de humor em pacientes com dor crônica está entre:

A) 10 e 20 %
B) 5 e 20 %
C) 30 e 80 %
D) 20 e 30 %
E) 60 e 100%

Resposta: C
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
A depressão é um transtorno de humor freqüente em pacientes com dor crônica. Há relato na literatura de
prevalência em torno de 30 a 80 % detectados principalmente pela escala de Hamilton para ansiedade e
depressão ou diagnosticados pelos critérios do DSM-4.

Referências
Castro MMC, Quarantini L, Daltro C et al. Prevalência de ansiedade, depressão e características clínico
epidemiológicas em pacientes com dor crônica RBSP 2006, 30 (2) :211-223.
Castro MMC, Quarantini L, Batista-Neves S et al. Validade da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
em pacientes com Dor Crônica. RBA 2006, 56 (5): 470-477.

24. Em relação à avaliação da dor na criança:

A) crianças maiores de 8 anos não podem utilizar a escala analógica visual


B) crianças entre 3 e 18 anos preferem a escala numérica
C) crianças entre 3 e 8 anos preferem a escala numérica
D) qualquer escala deve ser utilizada em crianças maiores de 2 anos
E) não existe um método de avaliação de dor adequado para todas as crianças

Resposta: E
Grau de dificuldade: médio

Comentários:
Não existe um método de avaliação da dor adequado para todas as crianças. A seleção de uma escala ou
escores de avaliação deve ser feita de acordo com as diferenças individuais e a confiabilidade desses

COMITÊ DE DOR 10
PROVA DE DOR 2007

métodos depende da correta escolha da escala de avaliação. Em análise comparativa, foi observado que
crianças entre 3 anos e 18 anos preferem a escala de avaliação facial. As crianças maiores de 8 anos
podem utilizar a escala analógica visual. As crianças entre três e oito anos preferem as escalas de
avaliação facial ou de cores, como também a de auto-relato.

Referências:
Denman e Jane Ballantyne – Dor pós-operatória em crianças. Em: Ballantyne J – Massachussets General
Hospital Manual de Controle da Dor. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004;347-364.
Berde CB et al – Pediatric pain Management. In: Warfield CA – Principles and Practice of
PainManagement.McGraw-Hill, New York, 1993, 325-346.

25. O estímulo de 100Hz no tratamento com eletroacupuntura libera predominantemente:

A) beta – endorfina
B) dinorfina
C) substância P
D) dopamina
E) somatostatina

Resposta: B
Grau de dificuldade: difícil

Comentários:
A eletroacupuntura com estímulo de alta freqüência (100 Hz) libera de modo predominante dinorfinas,
enquanto a de baixa freqüência (2 Hz), encefalinas. Estímulos intermediários na faixa de 15 HZ podem
liberar ambas substâncias.

Referências:
Pai HJ, Valle LBS, Basseto RM et al. Acupuntura e dor crônica. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o
Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 139-146.
Han JS. Acupuncture and endorphins. Neuroscience Letters, 2004; 364: 258–261.

26. São receptores ionotrópicos na medula espinhal:

a) NMDA, AMPA e IP3


b) NMDA, AMPA e DAG
c) NMDA, mGLU, AMPA
d) NMDA, AMPA e cainato
e) NMDA, AMPA, tirocinase D

Resposta: D
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Os receptores ionotrópicos no corno dorsal da medula espinhal são o NMDA, o AMPA e o cainato. O IP3 e
o DAG são segundo mensageiros liberados após ativação de receptores metabotrópicos no corno dorsal da
medula espinhal. Os receptores para fatores neurotróficos são as tirocinases.

Referências:
Teixeira MJ. Fisiopatologia da dor aguda e crônica. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o Clínico. Primeira
edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 9-24.
Devor M – Neurobiology of normal and pathophysiological Pain.In: Aranoff GM – Evaluation and Treatment
of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians & Wilkins 1999; 11-25.

27. Na avulsão de plexo braquial com área de anestesia reduzida, a área do sistema nervoso central
mais indicada para estimulação com eletrodo (estimulação encefálica profunda) é:

A) septo
B) região pára-braquial
C) núcleos talâmicos específicos

COMITÊ DE DOR 11
PROVA DE DOR 2007

D) substância cinzenta periventricular


E) substância periaquedutal mesencefálica

Resposta: C
Grau de dificuldade: difícil

Comentários:
A estimulação elétrica dos núcleos sensitivos específicos do tálamo proporciona melhora da dor em até 72
% dos pacientes. Se houver, contudo, áreas amplas de anestesia, a estimulação de alvos múltiplos (cápsula
interna, lemnisco medial e núcleos talâmicos sensitivos) é a técnica mais recomendada.

Referências:
Teixeira MJ. Procedimentos Neurocirúrgicos Funcionais no Tratamento da Dor. In: Teixeira MJ – Dor:
Manual para o Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 175-192.
Hood TW, Siegfried J. Epidural versus thalamic stimulation for the management of brachial plexus lesion
pain. Acta Neurochir, 1984; 33: 451-7.

28. Contra-indica bloqueio neurolítico:

A) obesidade
B) dor visceral
C) idade avançada
D) dor neuropática
E) sobrevida menor que 6 meses

Resposta: D
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Os bloqueios neurolíticos estão indicados principalmente no tratamento da dor visceral em pacientes com
câncer com sobrevida curta ou menor que 6 meses. Pelo risco do paciente desenvolver dor neuropática, os
bloqueios neurolíticos não devem ser indicados no tratamento dessas síndromes.

Referências:
Cavalcante V, Teixeira MJ, Freitas MF. Procedimentos Anestésicos no Tratamento da Dor. In: Teixeira MJ –
Dor: Manual para o Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 163-174.
Caraceni A, Portenoy RK. Pain management in patients with pancreatic carcinoma. Câncer, 1996; 78: 639–
653.

29. Após toracotomia, a técnica de analgesia mais adequada é:

A) anestésico local intravenoso


B) anestésico local paravertebral
C) anestésico local associado a opióide peridural
D) antiinflamatório associado a opióide peridural
E) opióide intravenoso em bomba de analgesia auto-controlada

Resposta: C
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
A literatura vem pontuando que em cirurgias torácicas e abdominais altas, a mistura de anestésico local e
opióide por via peridural promove analgesia de melhor qualidade que a morfina por via intravenosa ou pela
administração isolada de cada componente da associação por via peridural. O emprego de AINE é
insuficiente para o alívio da dor em cirurgias de grande porte.

Referências:
Charlton JE – Treatment of Postoperative Pain, em : Giamberdino MA, Pain 2002 – Update Rewiew ,
Seattle, IASP PRESS R , 355.
Ashburn MA, Ready BL. Postoperative Pain. In: Loeser JD– Bonica ‘s Management of Pain, third edition,
Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins 2001, 774-775.

COMITÊ DE DOR 12
PROVA DE DOR 2007

30. São citocinas pro-inflamatórias provavelmente relacionadas à excitação das células da glia no
sistema nervoso central:

A) IL1, IL6, IL 17
B) IL1, IL8, IL10
C) IL2, IL4, IL 15
D) TNF-alfa, IL-10
E) IL1, IL6, IL8, TNF-alfa

Resposta: E
Grau de dificuldade: difícil

Comentários:
As citocinas pro-inflamatórios IL1, IL6, IL8, TNF-alfa são liberadas por células do sistema imune que são
recrutadas para o local da lesão tissular. Parece que contribuem para a manutenção da inflamação e
provocam ou facilitam a excitação neuronal. Por outro lado, a IL-10 é antiinflamatória e pode modular a
transmissão dolorosa.

Referências:
Teixeira MJ. Fisiopatologia da dor aguda e crônica. In: Teixeira MJ- Dor: Manual para o Clínico, primeira
edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 9-24.
Teixeira MJ – Anatomia e Fisiologia das Unidades Nociceptivas e Supressoras da Dor. Em: Dor Contexto
Interdisciplinar. Ed. Maio, Curitiba, 2003,119-146.

31. Indica tratamento para dor crônica a nível hospitalar:

A) depressão maior
B) irritabilidade
C) abuso de substâncias
D) uso de vários medicamentos
E) familiares sem tempo disponível

Resposta: C
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Sempre que possível devemos manter o paciente com dor crônica em tratamento ambulatorial; casos
refratários como depressão maior com risco de suicídio, dependência química, dor de difícil controle em
pacientes com câncer, problemas clínicos com instabilidade e ruptura global das atividades da vida diária
são indicações para tratamento hospitalar.

Referências:
Aronoff GM. Pain Centers: treatment for intractable suffering and disability resulting from chronic pain. In:
Aranoff GM – Evaluation and Treatment of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians &
Wilkins 1999; 591-601.
Aronoff GM, Evans WO, Enders PL. A review of follow up studies of multidisciplinary pain units. Pain, 1983;
16: 1.

QUESTÕES DO TIPO M DE 32 A 50
INSTRUÇÕES: Cada questão apresenta quatro opções (1, 2, 3 e 4). Marque no cartão de respostas,
em cada questão, uma das alternativas abaixo:

A) se apenas 1, 2 e 3 são corretas


B) se apenas 1 e 3 são corretas
C) se apenas 2 e 4 são corretas
D) se apenas 4 é correta
E) se todas são corretas

COMITÊ DE DOR 13
PROVA DE DOR 2007

32. No tratamento farmacológica da dor no câncer está correto afirmar que:

1- Bifosfonados e calcitonina são fármacos adjuvantes dos opióides que reduzem a dor inflamatória de
qualquer origem.
2- A morfina é o opióide padrão para o tratamento da dor relacionada ao câncer pela sua eficácia,
disponibilidade imediata, familiaridade e baixo custo.
3- A eficácia analgésica do cetorolaco tem permitido seu uso por tempo prolongado.
4- A troca de um opióide por outro, durante um tratamento prolongado, pode ser útil devido à tolerância
cruzada parcial entre os opióides.

Resposta: C
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Os bifosfonados e a calcitonina são utilizados para tratar dor óssea tumoral causada pela reabsorção óssea
induzida por osteoclastos. De acordo com a OMS a morfina foi designada como opióide padrão para o
tratamento da dor no câncer, pelas suas vantagens de eficácia, disponibilidade, familiaridade e baixo custo.
Opióides utilizados por longos períodos levam a um quadro de tolerância, muitas vezes solucionada pela
troca de um opióide por outro (rotação de opióides). O cetorolaco é um potente antiinflamatório, que pode
ser administrado por via oral e parenteral e tem sido comparado à morfina nas dores leves a moderadas.
Entretanto raramente é prescrito na dor crônica, uma vez que seu uso deve ficar limitado à apenas 3 a 5
dias.

Referência:
Norton JA, Edwards AD. Dor nos Adultos com Câncer. Em: Ballantyne J et al. Massachusetts General
Hospital Manual de Controle da Dor. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004, pp 513-533.
Paice JA. Cancer pain. In:Von Roenn JH et al. Current Diagnosis & Treatment. McGrawHill,New
York,2006,pp 85-101.

33. Em relação às respostas neuro-endócrinas e simpato-adrenais ao estímulo doloroso está correto


afirmar que:

1- Ocorre redução da secreção de hormônios catabolizantes e aumento da atividade inótropica e


cronotrópica cardíaca.
2- Ocorre elevação dos hormônios anabolizantes e aumento da resistência vascular periférica.
3- Ocorre elevação de linfócitos, péptides e imunoglobulinas derivadas de macrófagos e aumento de
catecolaminas.
4- Ocorre aumento de glicose, ACTH, cortisol, TSH e alteração da resposta imunológica.

Resposta: D
Grau de dificuldade: difícil

Comentário:
As respostas neuro-endócrinas ao estresse são caracterizadas por aumento da secreção de hormônios
catabolizantes, inibição de hormônios anabolizantes, redução de linfócitos, péptides e imunoglobulinas
derivadas de macrófagos e aumento de glicose, ACTH, cortisol, prolactina, arginina-vasopressina,
granulócitos, TSH, T3, prolactina, arginina, vasopressina. As respostas simpato-adrenais caracterizam-se
por aumento da atividade inotrópica e cronotrópica cardíaca, aumento da resistência vascular periférica,
aumento das catecolaminas, retenção de sódio e água, catabolismo de proteínas e gorduras e alteração da
resposta imunológica.

Referência:
Sakata RK. Avaliação da Dor. Em: Cavalcanti IL, Gozzani JL. Dor Pós-Operatória SBA, Rio de janeiro, 2004.
Teixeira MJ, Valverde Filho J. Dor Aguda. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed. Maio,
Curitiba, 2003, 241-269.

COMITÊ DE DOR 14
PROVA DE DOR 2007

34. Entre as medidas analgésicas não farmacológicas recomendadas para recém-nascidos,


isoladamente ou em conjunto com a terapêutica farmacológica está correto afirmar que:

1- Massagem, balanceio e colchão de água apresentam atividade analgésica intrínseca quando aplicados
no recém-nascido.
2- O termo “mãe-canguru”, que é o estímulo ao contato físico entre mãe e concepto, comprovadamente
funciona como atenuador do estímulo dolorosos.
3- A sucção não nutritiva tem se mostrado eficaz em reduzir a dor em recém-nascidos criticamente
doentes, extremamente imaturos e submetidos a vários e repetidos estímulos dolorosos.
4- Durante a coleta de sangue por punção capilar e venosa ou durante circuncisão, soluções adocicadas
administradas a recém-nascidos reduzem a duração do choro, atenuam a mímica facial e reduzem
respostas fisiológicas à dor.

Resposta: D
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
Técnicas de massagens, colchões de água, manuseio, “mãe-canguru” indicadas para o alívio da dor em
recém-nascidos são benéficos, reduzindo o estresse e modificando a resposta comportamental e fisiológica
à dor, porém carecem de comprovação científica quanto a capacidade de apresentarem atividade
analgésica. O uso da sucção não nutritiva (chupeta) parece reduzir o desconforto e a dor em procedimentos
dolorosos agudos, porém não é reconhecida sua eficácia em recém-nascidos criticamente doentes,
extremamente imaturos e submetidos a vários e repetidos estímulos dolorosos. Soluções adocicadas,
administradas aos recém-nascidos durante procedimentos dolorosos, em comparação com a água destilada
reduzem a duração do choro, atenuam a mímica facial e reduzem respostas fisiológicas à dor.

Referência:
Guinsburg R, Balda RCX. Dor em Neonatologia. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto Interdisciplinar. Ed.
Maio, Curitiba, 2003,547-554.
Okada M e cols. Dor em Pediatria. Em: Teixeira MJ, Figueiró JAB. Dor Epidemiologia, fisiopatologia,
avaliação,m síndromes dolorosas e tratamento. Grupo Editorial Moreira Jr, São Paulo, 2001, pp376-396.

35. Tratamento da dor pós-operatória em procedimentos cirúrgicos videolaparoscópicos:

1- Não existem evidências de resultados de impacto com a infiltração da parede abdominal nos pontos de
punção.
2- Os resultados obtidos com a analgesia por instilação de anestésico local na cavidade abdominal são
muito variáveis e inconsistentes.
3- O bloqueio inter-pleural não apresenta vantagem significativa, por ser unilateral e ineficaz para dores de
origem visceral.
4- Bloqueios centrais não tem sido indicados devido ao caráter cada vez mais ambulatorial desses
procedimentos.

Resposta: E
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
Infiltrações de parede abdominal com o objetivo de analgesia pós-operatória em procedimentos
videolaparoscópicos somente aliviam dor parietal e, portanto tem se mostrado, nas revisões sistemáticas
sobre o assunto, como de fraco resultado analgésico. Existe uma ampla variação nos resultados
apresentados pela analgesia por instilação de anestésico local na cavidade abdominal. Bloqueio interpleural
não tem sido indicado para esse tipo de analgesia por não ser efetivo na dor visceral. Bloqueios centrais
têm sido reservados para procedimentos cirúrgicos de maior complexidade, aonde a alta hospitalar precoce
não é uma preocupação.

Referências:
Nunes CEL, Pinho M. Condutas Analgésicas Cirurgia Videolaparoscópica. Em: Cavalcanti I, Gozzani JL. Dor
pós-operatória SBA, Rio de Janeiro, 2004, 337-351.
Azevedo MP e cols - Dor Aguda. Em: Cavalcanti IL, Maddalena ML – Dor. SAERJ, Rio de Janeiro, 2003, 95-
166.

COMITÊ DE DOR 15
PROVA DE DOR 2007

36. O bloqueio do plexo celíaco:

1- É um procedimento útil para tratamento da dor oncológica de abdome superior, especialmente em


pâncreas.
2- É indicado após várias outras tentativas menos invasivas
3- Provoca efeitos adversos decorrente do bloqueio parassimpático.
4- Não necessita de utilização de contraste para sua execução.

Resposta: B
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
O bloqueio do plexo celíaco é útil para tratar dores decorrentes de câncer em abdome superior,
especialmente situadas no pâncreas. Deve ser feito nos estágios iniciais da doença, se a dor é intensa e o
principal sintoma, pois com a dor já estabelecida os resultados do bloqueio não são bons. Alguns dos
efeitos colaterais do bloqueio devem-se ao estabelecimento de um bloqueio parassimpático que se instala
após o procedimento. Recomenda-se sempre identificar radiologicamente o local da execução do bloqueio
de plexo celíaco com contraste radiológico, antes da alcoolização.

Referências:
Mehta M, Duthie AM. Anesthetic Management of Câncer Pain. In: Warfield CA. Principles and Practice of
Pain Management. MacGraw-Hill,INC, New York, 1993,251-258.
Paice JA. Cancer pain. In:Von Roenn JH et al. Current Diagnosis & Treatment. McGrawHill,New
York,2006,pp 85-101.

37. Assinale a alternativa correta em relação ao comportamento farmacocinético do antagonista 2-


adrenérgico clonidina:

1- Absorção lenta e muito limitada por via oral.


2- Pouca penetração na barreira hemato-encefálica, pela baixa lipossolubilidade.
3- Pequeno volume de distribuição.
4- Rápidamente absorvida por via peridural , atingindo pico de concentração plasmática em 30 minutos.

Resposta: D
Grau de dificuldade: difícil

Comentário:
A clonidina é rápida e quase completamente absorvida por via oral. Pela alta lipossolubilidade atravessa
com facilidade a barreira hemato-encefálica, apresentando um grande volume de distribuição. Após ser
administrada por via peridural, é rapidamente absorvida, atingindo pico de concentração plasmática em
torno de 30 minutos.

Referências:
Alves TCA e cols. Agonistas 2 – adrenérgicos. Em: Cavalcanti I, Gozzani JL. Dor pós-operatória SBA, Rio
de Janeiro, 2004, 117-142.
Teixeira MJ, Fortini I. Agonistas e antagonistas adrenérgicos. Em: Teixeira MJ e cols. Dor Contexto
Interdisciplinar. Ed. Maio, Curitiba, 2003,649-652.

38. Os proto-oncogenes:

1- alteram a transmissão sináptica


2- induzem a síntese de proteínas excitatórias
3- ampliam os campos receptores de neurônios
4- reduzem a eficácia sináptica e provocam brotamentos de nervos

Resposta: A
Grau de dificuldade: difícil

Comentários:
Os proto-oncogenes são ativados após a sensibilização neuronal decorrente da atuação de
neurotransmissores excitatórios no corno dorsal da medula espinhal. Assim, quando ocorre transcrição

COMITÊ DE DOR 16
PROVA DE DOR 2007

gênica acontece uma série de mudanças no fenótipo do indivíduo relacionados à facilitação da condução
neuronal; à síntese de proteínas excitatórias; aos brotamentos celulares e à ampliação do campo receptor
do neurônio, facilitando, dessa forma, a eficácia sináptica.

Referências:
Teixeira MJ. Fisiopatologia da dor aguda e crônica. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o Clínico. 1ª edição,
São Paulo, Editora Atheneu 2006; 9-24.
Devor M – Neurobiology of normal and pathophysiological Pain.In: Aranoff GM – Evaluation and Treatment
of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians & Wilkins 1999; 11-25.

39. Hiperalgesia secundária:

1- é decorrente da redução do campo receptor do neurônio


2- indica aumento da resposta a dor em áreas próximas a lesão
3- está relacionada a ação da acetilcolina no aferente de fibra A-delta
4- envolve resposta neuroimune com liberação de citocinas pró-inflamatórias

Resposta: C
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
A hiperalgesia secundária ocorre próxima a área de maior estímulo nociceptivo e é decorrente das
respostas neurogênicas, inflamatórias e imunológicas após a excitação do aferente primário.

Referências:
Teixeira MJ. Fisiopatologia da dor aguda e crônica. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o Clínico. 1ª edição,
São Paulo, Editora Atheneu 2006; 9-24.
Devor M – Neurobiology of normal and pathophysiological Pain.In: Aranoff GM – Evaluation and Treatment
of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians & Wilkins 1999; 11-25.

40. Em relação à avaliação e ao tratamento da dor em pacientes idosos:

1- Idosos exibem mais dificuldade de determinar localização, intensidade e qualidade da dor que os jovens
2- Idosos, mesmo com função renal e hepática conservada, toleram muito pouco analgésicos de qualquer
tipo
3- Resposta aos analgésicos em idosos é muito afetada pelas alterações farmacocinéticas que ocorrem no
envelhecimento
4- A interpretação de sinais e sintomas no idoso é muito difícil pela associação de comorbidades

Resposta: D
Grau de dificuldade: médio

Comentários:
Não existem evidências de que idosos tenham mais dificuldade de definir características da dor do que os
mais jovens. A interpretação dos sinais e sintomas da dor nos idosos é mais difícil pela presença de
comorbidades que afetam os pacientes nessa fase da vida, tanto de ordem física como mental.Experiências
clínicas indicam que idosos com função renal e hepática conservadas toleram bem analgésicos, sendo a
resposta aos mesmos pouco afetada pelo envelhecimento. Idade não é uma contra-indicação para
analgesia controlada pelo paciente, desde que não haja dano cognitivo importante.

Referências:
Hauser JM – Pain in the elderly. In: Von Roenn JH et al – Current Diagnosis & Treatment Pain. McGraw-Hill,
|New York, 2006, 312-321.
LeBel AA – Avaliação da Dor. Em:Ballantynie J et al – Massachusetts General Hospital Manual de Controle
da Dor. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004, 65-83.

41. Para o diagnóstico de síndrome miofascial é necessário afastar:

1- diabetes mellitus
2- hepatite C

COMITÊ DE DOR 17
PROVA DE DOR 2007

3- parasitose intestinal
4- hipotireoidismo

Resposta: E
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
Vários fatores sistêmicos podem sensibilizar a musculatura de forma a facilitar a contratura muscular. Desse
modo, a literatura sugere que deve ser afastado a possibilidade de infecções (bacteriana, viral ou por
parasitos), distúrbio metabólico (cálcio e magnésio), hipotireoidismo, hiper ou hipoglicemia.

Referências:
Yeng LT, Kaziyama HHS, Teixeira MJ. Síndrome Dolorosa Miofascial. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o
Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 227-238.
Huguenin LK. Myofascial trigger points: the current evidence. Physical Therapy in Sports 5 (1):2-12, 2004.

42. A hipnose provoca:

1- estado alterado de consciência


2- redução da intensidade da dor
3- modulação do sistema neurovegetativo
4- alterações eletroencefalográficas distintas das do sono

Resposta: E
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
A hipnose pode provocar vários fenômenos como alterações da atenção e da memória, aumento da
sugestionabilidade, indução de idéias, alterações motoras e sensitivas e interfere nas respostas do sistema
nervoso neurovegetativo. É um estado normal de mente com alterações eletroencefalográficas distintas de
estado de sono.

Referências:
Tengan SK, Okada M, Teixeira MJ. Tratamento psicológico da dor. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o
Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 155-161.
Passos ACM, Marcondes ICL. Hipnose: considerações atuais. São Paulo, Atheneu, 1998; 159.

43. Entre os efeitos sistêmicos conseqüentes à terapia pela acupuntura podemos observar:

1- analgesia
2- relaxamento muscular
3- efeito anti-inflamatoria
4- retardo da cicatrização tecidual

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
Diferentes efeitos de importância clínica podem ser obtidos pela acupuntura e eletro-acupuntura, entre os
quais destacam-se: analgésicos, relaxantes musculares, sedativos, hipnóticos, anti-inflamatórios,
imunomoduladores e estimuladores da reparação cicatricial.

Referências:
Pai HJ, Valle LBS, Lessa SMR – Acupuntura em dor crônica, em: Teixeira MJ - Dor Contexto Interdisciplinar.
Curitiba, Editora Maio, 2002;705-716.
Pai HJ, Valle LBS, Basseto RM et al – Acupuntura e dor crônica, em: Teixeira MJ – Dor: Manual para o
Clínico. São Paulo, Atheneu, 2006;139-146.

COMITÊ DE DOR 18
PROVA DE DOR 2007

44. Critério (s) maior (es) para o diagnóstico de ponto gatilho:

1- Dor intensa em uma banda tensa


2- Reação contrátil a palpação
3- Limitação de movimento na área afetada
4- Reação contrátil ao agulhamento

Resposta: B
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
O método para elucidar pontos gatilhos requer a presença de quatro critérios maiores e um menor. Os
critérios maiores são: presença de bandas tensas musculares, dor intensa nos pontos gatilhos, reprodução
da dor à pressão do nódulo doloroso, limitação do movimento na área afetada.

Referências:
Huguenin LK. Myofascial trigger points: the current evidence. Physical Therapy in Sports 5 (1):2-12, 2004.
Harden RN, Bruehl S, Gass SBA, Niemiec C, Barbick B. Signs and symptoms of the myofascial pain
syndrome: A national survey of pain management providers. Clinical Journal of Pain 16 (1): 64-72, 2000.

45. Complicações da rizotomia por radiofreqüência do nervo trigêmeo:

1- parestesias
2- disestesias
3- recidiva da dor
4- disfonia

Resposta: A
Grau de dificuldade: médio

Comentário:
Após rizotomia ocorre dormência facial em todos os casos, parestesias em 8 a 10 % e disestesias entre 0,5
e 5 % dos pacientes. Há recidiva da dor em 5 % dos doentes no primeiro ano.

Referências:
Teixeira MJ. Procedimentos Neurocirúrgicos Funcionais no Tratamento da Dor. In: Teixeira MJ – Dor:
Manual para o Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 175-192.
Teixeira MJ. Tratamento Neurocirúrgicos da dor. In: Raia AA, Zerbini EJ. Clínica Cirúrgica Alípio Correia
Neto, volume 2, São Paulo, Savier, 1998: 541-72.

46. Em relação à farmacodinâmica dos opióides:

1- possuem ação pré e pós-sináptica


2- abrem canais de potássio
3- reduzem a liberação de glutamato
4- diminuem a liberação de acetil colina

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
O opióide apresenta ação pré e pós-sináptica, reduz a liberação de neurotransmissores excitatórios no
corno dorsal da medula espinhal e hiperpolariza a menbrana neuronal, abrindo canais de potássio.

Referências:
Gozzani JL. Dor pós-operatória. SBA, Rio de Janeiro, 2004, 81-115.
Teixeira MJ, Valverde Filho J. Dor aguda. In: Teixeira MJ e cols. Dor: Contexto Interdisciplinar. Ed. Maio,
Curitiba, 2003, 241-269.

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PROVA DE DOR 2007

47. A terapia cognitivo-comportamental se baseia:

1- na análise de distorções cognitivas


2- na prevenção de recaídas do sintoma
3- no relato de emoções relacionadas a determinada situação
4- na criação de um novo conceito para lidar com a dor

Resposta: E
Grau de dificuldade: médio

Comentários:
A terapia cognitivo-comportamental é uma modalidade de psicoterapia com enfoque ativo e direto, com
duração limitada. Objetiva avaliar emoções relacionadas a temas cognitivos além de distorções cognitivas,
promover novo conceito da visão da dor e novas habilidades cognitivas e comportamentais, além de
prevenir recaídas do sintoma.

Referências:
Tengan SK, Okada M, Teixeira MJ. Tratamento psicológico da dor. In: Teixeira MJ – Dor: Manual para o
Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 155-161.
Samwel HJ, Kraaimaat FJ, Crul BJ et al. Multidisciplinary chronic pain treatment: effects and cognitive-
behavioral predictors of outcome. Eur J Pain, 2006: 10 (1): S229.

48. Indicações para lesão do trato de Lissauer

1- dor mielopática
2- neuralgia pós-herpética
3- lesão de cauda eqüina
4- artrite monoarticular

Resposta: A
Grau de dificuldade: médio

Comentários:
A lesão do trato de Lissauer pode beneficiar pacientes com hiperatividade neuronal em casos de dor por
desaferentação (membro fantasma, neuralgia pós-herpética e lesão de cauda eqüina) podendo reduzir a dor
em mais de 40 % dos pacientes.

Referências:
Teixeira MJ. Tratamento Neurocirúrgicos da dor. In: Raia AA, Zerbini EJ. Clínica Cirúrgica Alípio Corrêia
Neto, volume 2, São Paulo, Savier, 1998: 541-72.
Teixeira MJ. Procedimentos Neurocirúrgicos Funcionais no Tratamento da Dor. In: Teixeira MJ – Dor:
Manual para o Clínico. Primeira edição, São Paulo, Editora Atheneu 2006; 175-192.

49. Para implantação de serviço de dor aguda é necessário:

1- Treinamento de corpo clínico


2- critérios para seleção de pacientes
3- protocolos de acordo com tipo de cirurgia
4- tecnologia avançada para cateter espinhal e para bomba de infusão

Resposta: A
Grau de dificuldade: fácil

Comentário:
A implantação de serviço de dor aguda requer treinamento do corpo clínico, protocolos bem estabelecidos
que visem estabelecer critérios de inclusão e exclusão de pacientes para técnicas recomendadas de acordo
com a complexidade da cirurgia. Não é necessário tecnologia avançada para êxito e implantação de serviço
de dor aguda.

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PROVA DE DOR 2007

Referências:
Brodner G, Mertes N, Buerkle H et al. Acute pain management: analysis, implications and consequences
after prospective experience with 6349 surgical patients. Eur J Anaesthesiol, 2000; 17: 566–575.
Task Force on Pain Management APS. Practice guidelines for acute pain management in the perioperative
setting. Anesthesiology, 1995; 82:1071–1082.

50. Sugere componente afetivo no paciente com dor crônica:

1- falta de motivação
2- respostas não habituais ao tratamento
3- ausência de sinais objetivos de sofrimento
4- achados de exame físico não compatíveis com o sintoma

Resposta: E
Grau de dificuldade: fácil

Comentários:
É importante afastar os fatores psicológicos que podem interferir na falta de resultados em pacientes
ambulatoriais. Fatores como falta de motivação, uso de vários medicamentos sem nenhuma resposta,
ausência de sinais objetivos de sofrimento, achados de exame físico não compatíveis com o sintoma são
situações comuns que podem indicar ganhos secundários com o manejo do sintoma.

Referências:
Aronoff GM. Pain Centers: treatment for intractable suffering and disability resulting from chronic pain. In:
Aranoff GM – Evaluation and Treatment of Chronic Pain, third edition, Baltimore, Lippincott Willians &
Wilkins 1999; 591-601.
Aronoff GM, Evans WO, Enders PL. A review of follow up studies of multidisciplinary pain units. Pain, 1983;
16: 1.

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