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Faculdade São Francisco da Paraíba

Microbiologia

Morfologia e
Estrutura Bacteriana

Prof. Me. Francisco Ronner Andrade da Silva

2023.1
Morfologia Bacteriana

❑ Entre as principais características das células bacterianas

estão suas dimensões, forma, estrutura e arranjo;

❑ Estes elementos constituem a morfologia da célula;

❑ Embora existam milhares de espécies bacterianas

diferentes, os organismos isolados apresentam uma das três

formas gerais: esférica, cilíndrica (bastonetes) e espiralada.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana

Classificação das Bactérias Quanto à Forma:

❑ Cocos: Células esféricas;

❑ Bacilos: Células em forma de bastonetes;

❑ Espiral: Células espiraladas.

(TRABULSI, 2008)
Morfologia Bacteriana
Cocos: São redondos, mas podem ser ovais, alongados ou
achatados; Quando as bactérias em forma de cocos se dividem,
surgem:
❑ Diplococo: Cocos em pares;

❑ Estreptococo: Cocos em cadeias;

❑ Estafilococo: Cocos em cachos;

❑ Sarcina:Cocos unidos em grupos


cúbicos de oito indivíduos.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana
Casos Especiais:

Neisseria gonorrhoeae Streptococcus pneumoneae

Neisseria gonorrhoeae ou Gonococo é uma bactéria da família Neisseriaceae. É


um diplococo gram-negativo;

Streptococcus pneumoniae ou informalmente Pneumococo é uma espécie de bactérias


Gram-positivas, pertencentes ao gênero Streptococcus, com forma de cocos que são uma
das principais causas e pneumonia e meningite em adultos, e causam outras doenças no ser
humano.
(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana
Bacilos: ao contrário dos cocos, pouco se dividem,
assemelhando-se a lanças e retas.

❑ Diplobacilos: Se apresentam em pares;

❑ Estreptobacilos: Ocorrem em cadeias;


❑ Alguns bacilos possuem a aparência de
“canudinhos”. Outros possuem a
extremidades cônicas, como charutos.
Outros são ovais, parecidos com os
cocos, sendo chamados de cocobacilos.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana

Bacilos:

❑ O nome bacilo possui dois significados em microbiologia;

❑ A palavra bacilo se refere a forma bacteriana;

❑ Quando escrito em latim, em letra maiúscula e em itálico,


refere-se a um gênero específico.

Por exemplo: Bacillus anthracis é o agente do antraz.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana

Bacilos:

Micobacteria sp Salmonella sp. Lactobacillus sp.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana
Espirais: Possuem uma ou mais curvaturas, nunca são
retas.
❑ Vibriões: Bastonetes curvos,
como vírgulas;

❑ Espirilos: Possuem uma forma


como um saca rolhas, e um corpo
bastante rígido;

❑ Espiroqueta: Possuem forma de


saca rolhas mas corpo flexível.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana
Espirais

Vibrio sp
Espirilo sp. Espiroqueta sp.

(TORTORA, 2012)
Morfologia Bacteriana
❑ A forma das bactérias é uma característica
genética e geralmente as bactérias são
monomórficas (possuem única forma);

❑ Em algumas condições ambientais e de cultivo


podem apresentar formas diferentes;

❑ São microorganismos transparentes,


necessitando o uso de corantes para melhor
visualizar sua forma e tipo de arranjo;

❑ Os métodos de coloração mais utilizados são os


Espiroqueta sp.
de Gram e de Neelsen.

(TORTORA, 2012)
Tamanho das Bactérias

❑ O tamanho das bactérias variam na ordem de milésimos de


milímetros;

❑ Vão desde 0,3 por 0,8 micra de diâmetro, até 10 por 25 micra
de comprimento.

Streptococcus pneumoneae
(TRABULSI, 2008)
Citologia Bacteriana

❑ A célula bacteriana apresenta várias estruturas, algumas das


quais estão presentes apenas em determinadas espécies,
enquanto outras são essenciais e, portanto, encontradas em
todas as bactérias.

(TORTORA, 2012)
Citologia Bacteriana

FLAGELO

FÍMBRIAS

UNICELULARES - PROCARIONTES
(TRABULSI, 2008)
Estruturas Bacterianas

Estruturas Obrigatórias:

❑ Parede Celular;

❑ Membrana Plasmática;

❑ Citoplasma (Ribossomos);

❑ Nucleóide (Material Genético).

(TORTORA, 2012)
Estruturas Bacterianas

Estruturas Não-Obrigatórias:

❑ Cápsula;

❑ Flagelo;

❑ Fímbria;

❑ Esporos.

(TORTORA, 2012)
Parede Celular

❑ Responsável pela forma da célula, pois é um invólucro externo e


rígido (a forma bacilo, coco etc, deve-se a esta estrutura);

❑ Protege a célula bacteriana contra variações osmóticas;

❑ Ajuda a manter a forma de uma bactéria e serve como ponto


de ancoragem (adesão) para os flagelos;

❑ Clinicamente, a parede celular é importante, pois contribui


para a capacidade de algumas espécies causarem doenças e
também por ser o local de ação de alguns antibióticos.

(TORTORA, 2012)
Parede Celular

❑ Além disso, a composição química da parede celular é usada


para diferenciar os principais tipos de bactérias.

Constituição Química:

❑ Bactérias Gram positivas;

❑ Bactérias Gram negativas.

❑ Os dois tipos apresentam Gram positivo Gram negativo


diferenças marcantes.

(TORTORA, 2012)
Bactérias Gram Positivas

❑ Possui uma camada espessa de Peptidioglicanos, Proteínas e


ácidos Tecóicos;

❑ Ácidos Tecóicos: inclui todos os


polímeros formados por resíduos de
glicerol e ácidos graxos.

❑ Aminoácidos e Aminoaçúcares.

(TORTORA, 2012)
Bactérias Gram Negativas

❑ Possui uma parede celular composta de várias camadas que


diferem na composição química, sendo mais complexa que
que a parede das Gram Posisitivas, apesar de mais espessa,
apresentando apenas um único tipo de macromoléculas fina
de Peptidioglicano;

❑ Mais externamente apresenta uma membrana constituída por


polissacarídeos, glicopolissacarídeos, lipopolissacarídeos
(LPS), cuja a parte lipídica é constituída pelo lipídeo A,
também conhecido como endotoxina.

(TORTORA, 2012)
Bactérias Gram Negativas

(TORTORA, 2012)
Bactérias Sem Parede Celular

❑ Micoplasma: apresentam tamanho menor do que o apresentado por outras


bactérias;

❑ Possuem apenas uma membrana flexível, o que se junta ao tamanho


reduzido para dificultar a sua identificação;

❑ Podem viver dentro de células, sem matar a célula hospedeira, em


simbiose-parasita, mas também podem viver e crescer fora das células,
nos fluidos corporais, coisa de que os vírus não são capazes.

❑ São responsáveis por doenças

alérgicas e auto-imunes.

Micoplasma haemofelis (TORTORA, 2012)


Bactérias Sem Parede Celular

❑ Arqueobactérias: São bastante primitivas, seres procariontes


pertencentes ao grupo Archaea, sendo que existem apenas cerca de
vinte espécies;

❑ Possuem a capacidade de viver em locais onde as condições de vida


são extremamente adversas para a grande maioria dos seres vivos;

❑ Habitam em locais com grande presença de sal, extremamente


ácidos, baixíssima umidade, ausência de oxigênio, temperaturas
muito elevadas ou muito baixas;

(TORTORA, 2012)
Coloração de Gram

❑ A transparência dos microorganismos, necessita o uso de


corantes para melhor visualização da forma e arranjos;

❑ Permite dividir as bactérias em Gram positivas e Gram


negativas;

❑ O método consiste num esfregaço bacteriano, fixado pelo calor,


com os reagentes: cristal violeta, lugol, álcool e fucsina;

❑ Toda bactéria, absorve o cristal violeta e lugol, adquirindo cor


roxa;

❑ Ao serem tratadas pelo álcool, apresentam comportamentos


diferentes;

(TORTORA, 2012)
Coloração de Gram

❑ As Gram Positivas: não se deixam descorar pelo álcool e as


Gram Negativas: descoram com facilidade;

❑ As gram positivas mantem a cor roxa do violeta-lugol e as gram


negativas tornam-se descoradas;

❑ Ao receber a fucsina, somente as gram negativas se deixam


corar, adquirindo cor vermelha do corante;

❑ Quando se examina ao microscópio, as gram positivas se


apresentam de cor roxa e as gram negativas de cor
avermelhada.

(TORTORA, 2012)
Coloração de Gram

Gram positivo

Gram negativo

(TORTORA, 2012)
Membrana Plasmática Bacteriana

❑ Função: Apresenta permeabilidade seletiva, controlando


assim, a entrada e saída de substâncias no citoplasma.

❑ Forma uma barreira responsável pela separação do meio


interno e externo, sendo vital para a célula;

❑ Composição Química: Fosfolipídeos (40%) e proteínas (60%).

(TORTORA, 2012)
Citoplasma Bacteriano

❑ É constituído de ribossomos e grânulos de reserva


(polímeros de glicose, fosfato inorgânico e lipídeos).

(TORTORA, 2012)
Núcleo ou Nucleoide

❑ É circular, sem carioteca e constituído por DNA;

❑ Quando corado, pode ser visualizado com o auxilio do


microscópio;

❑ Função: Reprodução, mas é desprovido de aparelho


mitótico.

(TORTORA, 2012)
Cápsula

❑ É constituída por polissacarídeos e proteínas e encontra-se


aderida a parede celular;

❑ Função: Proteção celular, em geral as bactérias capsuladas são


mais resistentes;

❑ Participa da sintetização de Polímeros extracelulares, importantes


para as bactérias: água/nutrientes;

❑ Aumenta a capacidade invasiva de patogenicidade, pois as cápsulas


tornam as bactérias escorregadias;

❑ Aderências, aumento da resistência microbiana a biocidas.

(TORTORA, 2012)
Flagelo

❑ Responsáveis pelo movimento celular, composto de um único


tipo de proteína (flagelina);

❑ Seu comprimento é maior que o da célula, nem todas as


bactérias possuem, raramente aparecem em cocos;

❑ Classificação: Monotríquios: 1 flagelo polar; Lofotríquios:


Dois ou mais flagelos polares; Anfitríquios: 1 flagelo em dois
pontos diferentes; Anfilofotríquios: dois flagelos em dois
pontos diferentes; Peritríquios: Flagelos sobre toda a
superfície.

(TORTORA, 2012)
Flagelo

❑ Movimentam-se em velocidades muito elevadas, causando


deslocamento das bactérias a longas distâncias;

❑ O movimento que as bactérias realizam, estimuladas por


fatores físicos ou químicos é chamado de taxia;

❑ Quando o agente estimulante é a luz, chama-se fototaxia,


quando o agente é químico é quimiotaxia.

(TORTORA, 2012)
Flagelo

A - Polar com Único


Flagelo;
B – Polar com Vários
Flagelos;
C - Polar com dois
Flagelos;
D – Peritríquio com
vários Flagelos.

(TORTORA, 2012)
Fímbrias

❑ Pêlos, menores e mais numerosos que os flagelos;


❑ Encontrados na superfície de muitas bactérias Gram
negativas. Compostas de uma proteína chamada
fimbrilina;
❑ Funções: Troca de material genético e aderência
(adesinas).

(TORTORA, 2012)
Esporos

❑ São formas de resistência da bactéria contra o calor,


agentes físicos e químicos.
❑ São originados dentro da bactéria (endosporos), ao morrer,
a bactéria elimina o esporo no meio, que permanece em
estado de latência até encontrar um ambiente favorável,
transformando-se em célula germinativa, semelhante a
bactéria que lhe deu origem.
❑ Clostridium Tetani (agente etiológico do tétano),
Clostridium perfringens (gangrena gasosa).

(TORTORA, 2012)
Faculdade São Francisco da Paraíba
Microbiologia

Morfologia e
Estrutura Bacteriana

Prof. Me. Francisco Ronner Andrade da Silva

2022.2

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