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Antimicrobianos na Prática

Clínica

Fernando J Chapermann

Hospital Municipal Miguel Couto


Hospital Federal do Andaraí
Estruturas bacterianas
Estruturas bacterianas
• Diplococos: colônia formada por dois cocos.
• Estreptococos: colônia formada por vários cocos em fileira.
• Tétrades: colônia formada por quatro cocos.
• Estafilococos: colônia formada por vários cocos arranjados de
modo semelhante a um cacho de uva.
• Sarcinas: colônia formada por vários cocos em arranjos
cúbicos.
• Diplobacilos: colônia formada por dois bacilos.
• Estreptobacilos: colônia formada por vários bacilos em fileira.
Coloração de Gram
Coloração de Gram
A denominação gram-negativo e gram-positivo deve-se ao tipo de
coloração usada, no caso a coloração de Gram.

As bactérias gram-positivas se coram de azul-


violeta

gram-negativas se coram de violeta pela


fucsina.
Cocos Gram-positivos
Aeróbicos em cachos:
Coagulase (+): S. aureus
Coagulase (–): S. epidermidis, S. lugdunensis, s. Hominis
Em pares ou Cadeias
Diplococoss, Quellung positivo: S. pneumoniae
Alfa-hemolitico: Estreptococos viridans, Enterococos
(faecalis e faecium)
Beta-hemolíticos:
Grupo A (S. pyogenes),
Grupo B (S. agalactiae),
Grupo C, D, G
Cocos Gram-negativos
Aeróbicos:
• Diplococos: N. meningiditis, N. gonorrhoeae,
Moraxella catarrhalis

• C o c o s - b a c i l l o s : H e m o f i l o s i n f l u e n za ,
Acinetobacter spp., HACEK organisms

• Anaeróbicos: Veillonella spp.


Bastonetes Gram-positivos
Aeróbicos
• Grandes: Bacillus spp.
• Coco-bacilos: Listeria monocytogenes,
Lactobacillus spp.
• Pequenos e pleomórficos: Corynebacterium spp.
• Filamentares: Nocardia spp., Streptomyces spp.
Anaeróbicos
• Grandes: Clostridium spp.
• Pequenos e pleomórficos: Actinomyces spp.
Bastonetes Gram-negativos
Aeróbicos
Fermentadoras da Lactose: Citrobacter spp.,
Enterobacter spp., E. coli, Klebsiella spp., Serratia spp.*
Não Fermentadores:
Oxidase (–): Acinetobacter spp., Burkholderia spp.,
E. coli (rare), Proteus spp., Salmonella spp., Shigella
spp., Serratia spp.*, Stenotrophomonas maltophilia
Oxidase (+): P. aeruginosa, Aeromonas spp., Vibrio
spp., Campylobacter spp.
Anaeróbicos
Bacilos Gram-negativos - Bacteróides spp.,
Prevotella spp., Porfiromonas spp.,
Fusobacterium spp.
Cocos Gram-negativos cocci - Veillonella spp.
Bacilos Gram-positivos - Propionibacterium
spp., Lactobacillus spp., Actinomyces spp.,
Clostridium spp.
Cocos Gram-positive - Peptostreptococcus
spp.
Regrinha dos anaeróbios
“Acima do diafragma” “Abaixo do diafragma”
Peptococcus sp. Clostridium
Peptostreptococcus sp. perfringens, tetani,
Prevotella difficile
Veillonella Bacteroides fragilis,
Actinomyces Fusobacterium
Timeline dos Antibióticos

Quinolonas
Aminoglicosídeo Rifamicinas Oxazolindinonas
Sulfa Fidaxomicina
Macrolídeos

1936 1946 1951 1958 1968 2000 2011


1938 1948 1952 1958 1998 2003 2012

Penicilina Cloramfenicol Tetraciclinas Glicopeptídeo Lipopeptídeos Diarilquinolinas

Estreptogramina

http://www.nature.com/nrd/journal/v12/n5/fig_tab/nrd3975_T1.html
Alexander Fleming (1881-1955)

1924 Sir Alexander Flamming


Nasceu em 06 de agosto de 1881, em
Lochfield
Formou-se na Escola de Medicina do
Hospital Saint-Mary
Serendipidade?

Sir Alexander Flamming

1924
Classificação
Os antimicrobianos antibacterianos são
classificados em bactericidas e bacteriostáticos:

Bactericidas Bacteriostáticos
Bacteriostáticos são os que
Bactericidas são aqueles
inibem o crescimento e a
capazes de matar ou lesar
reprodução bacteriana sem
irreversivelmente as bactérias.
provocar sua morte imediata,
Ex.: Beta-lactâmicos,
sendo reversível o efeito, uma
Aminoglicosídeos,
vez retirada a droga.
Glicopeptídeos, Quinolonas
Ex.: Macrolídeos, Linezolida e
Lincosaminas
Mecanismos de ação dos
antimicrobianos:
Inibição da síntese de parede celular;
Inibição da síntese de proteínas;
Alteração da membrana citoplasmática;
Inibidores da síntese dos ácidos nucléicos
(DNA/RNA);
Alteração do metabolismo do ácido fólico
(PABA).
Principais sítios de ação dos ATB
Inibidores da Síntese de Parede Celular
• Principais Antimicrobianos - Beta-lactâmicos:
• Penicilinas
• Cefalosporinas
• Carbapenêmicos
• Monobactâmicos
• Cefamicinas
• Inibidores de beta-lactamases B
Inibidores da Síntese de Parede Celular
Glicopeptídeos:
• Vancomicina
• Teicoplanina
Outros:
• Fosfomicina
• Bacitracina
• Cicloserina
Inibidores da Síntese de Parede Celular
Penicilinas (Beta-lactâmico) - Penicilinas Naturais:
Penicilina G, Penicilina V.

Penicilinas Semi-Sintéticas: Oxacilina, Ampicilina,


Amoxicilina, Piperacilina (Amplo espectro e para
bacilos gram negativos).

Outras Penicilinas: Meticilina (gram positivos),


Pirazocilina, Propicilina, Azidocilina, Cloxacilina
Espectro da atividade
Conceitos básicos
• TOXICIDADE SELETIVA – Capacidade de lesar o
microrganismo, sem ser tóxica para o hospedeiro.
• SINERGISMO – Quando a combinação de duas
drogas aumenta a atividade de ambas.
• ANTAGONISMO – Quando um antimicrobiano
diminui a ação de outro.
• PONTO CRÍTICO OU BREAKPOINT – É a
concentração de uma droga que alcança no soro,
urina ou líquido cefaloraquidiano, após a
administração do agente, com fins terapêuticos.
Classificação dos antimicrobianos

• Quanto ao espectro de ação:


• Amplo espectro de ação - ativo contra
gram-positivas e gramnegativas,
micoplasma, clamídias.
• Pequeno espectro de ação – ativo contra
gram-positivas ou gram-negativas.
Propriedades ideais dos antibióticos
1. Toxicidade seletiva;
2. Amplo espectro de ação;
3. Não agir contra microbiota residente;
4. Solubilidade em líquidos corporais;
5. Alcançar altas concentrações nos tecidos e sangue;
6. Não ser afetado pela acidez estomacal ou proteínas do sangue;
7. Redução dos efeitos colaterais;
8. Disponibilidade
9. custo
10.Intercambilidade de vias de administração (IM, IV, VO)
Principais antibióticos abordados

• Penicilinas
• Cefalosporinas
• Carbapenêmicos
• Quinolonas e imidazólicos
• Macrolídeos e Aminoglicosídeos
• POLIMIXINAS: Colistina e Polimixina B
Antibióticos mais usados
Quinolonas:
1 ª Geração: Ácido nalidíxico; 2ª Geração: Ciprofloxacino; Norfloxacino; Ofloxacino
3ª Geração: Levofloxacino; 4ª Geração: Moxifloxacino; Trovafloxacino
MACROLÍDEOS/CETOLÍDEOS: Azitromicina; Claritromicina; Eritromicina;
Glicopeptideos: Vancomicina; TEICOPLANINA
AMINOGLICOSÍDEOS: Amicacina; Estreptomicina; Neomicina; Gentamicina; Tobramicina
LINCOSAMIDAS: Clindamicina; Lincomicina
OXAZOLIDINONAS: Linezolida
GLICILCICLINAS: Tigeciclina (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK549905/)
TETRACICLINAS: Demeclociclina; Doxiciclina; Minociclina; Tetraciclina
Sulfonamidas e anti-fólicos: Cotrimoxazol ou Sulfametoxazol e trimetoprima (bactrim)
SULFONAMIDAS: Mafenida; Sulfadiazina de prata; Sulfassalazina; Sulfisoxazol
INIBIDORES DA SÍNTESE DO ÁCIDO FOLÍNICO: Pirimetamina; Trimetoprima: Uma
combinação sinérgica que bloqueia a produção de ácido fólico e a síntese de ácido folínico.
POLIMIXINAS: Colistina; Polimixina B
Beta-lactâmicos
• Antibóticos beta-lactâmicos
• Penicilinas naturais: Aminopenicilinas -
ampicilina, amoxicilina
• Penicilinas semi-sintéticas resistentes às beta-
lactamases - oxacilina
• cefalosporinas; carbapenêmicos
Beta-lactâmicos
Todos os antibióticos beta-lactâmicos possuem
ação bactericida. Eles atuam por inibição da
síntese da parede celular bacteriana, que é uma
estrutura essencial da célula por manter a sua
integridade, prevenindo-a da lise osmótica.
Beta-lactâmicos
Penicilinas naturais:
- Penicilina G (Benzil-penicilina):
penicilina cristalina, procaína e benzatina
- Penicilina V
Ureidopenicilinas:
Penicilinas semi-sintéticas:
- Oxacilina - Piperacilina
Aminopenicilinas: Monobactâmicos:
- Ampicilina
- Aztreonam
- Amoxicilina
Carboxipenicilinas: CARBAPENÊMICOS:
- Carbenicilina - Imipenem
- Ticarcilina - Meropenem
- Ertapenem
Inibidores da beta-lactamase

Ácido Clavulânico/amoxicilina,
Tazobactam/Piperacilina
Sulbactam/ampicilina
Penicilinas

• A estrutura básica das penicilinas é composta


por um anel tiazolidínico ligado ao anel β-
lactâmico e por uma cadeia lateral.
M o d i f i c a ç õ e s n a c a d e i a l a te ra l s ã o
responsáveis por diferenças no espectro de
ação entre as penicilinas.
Penicilinas
São divididas em:
• penicilinas naturais ou benzilpenicilinas;
• aminopenicilinas;
• penicilinas resistentes às penicilinases;
• penicilinas de amplo espectro, as quais foram
desenvolvidas na tentativa de evitar a
aquisição de resistência das bactérias.
Penicilinas
• As primeiras penicilinas usadas na prática médica,
que foram isoladas a partir do fungo do gênero
Penicillium , são denominadas penicilinas naturais:
penicilina G Cristalina , penicilina G procaína e
penicilina G benzatina.

• Também pertence a este grupo a penicilina V que,


por ser resistente à ação do ácido gástrico, é usada
por via oral. As demais são inativadas pela secreção
gástrica e, portanto, são de uso parenteral.
Penicilinas
PENICILINAS RESISTENTES BETA-LACTAMASE
Meticilina, Oxacilina, Dicloxacilina
PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO
Penicilinas de 2a gera o, espectro semelhante ao da
benzilpenicilina acrescido de
atividade sobre bacilos gram negativos:
Ampicilina
Amoxicilina
PENICILINAS DE ESPECTRO AMPLIADO
- Penicilinas de 3a gera o: Carbenicilina, Ticarcilina
- Penicilinas de 4a gera o: Azlocilina, Mezlocilina,
Piperacilina







CEFALOSPORINAS
As cefalosporinas cons tuem uma classe de an bió cos
pertencente ao grupo dos beta-lactâmicos. Assemelham-se
quimicamente às penicilinas, apresentando o ácido 7-
aminocefalosporânico (7-ACA) como núcleo central.
Esta substância é cons tuída por dois anéis, sendo um o
anel beta-lactâmico e o outro a di-hidro azina.
Todas as cefalosporinas em uso clínico são derivados semi-
sinté cos do 7-ACA, o qual foi ob do inicialmente de um
an bió co natural, a cefalosporina C, oriundo do fungo
Cephalosporinum acremonium (atual Acremonium
chrysogenum).
ti
ti
ti
ti
ti
ti
ti
ti
ti
CEFALOSPORINAS
Cefalosporina demonstrou atividade contra bactérias gram
positivas e gram-negativas, além de estabilidade na presença
de penicilinases.
Estão entre os antimicrobianos mais prescritos na prática
clínica atual, por conta de seu amplo espectro, baixa
toxicidade, facilidade de administração e perfil
farmacocinético favorável.
Esta classe possui diferentes drogas, classicamente
classificadas em gerações, de acordo com a ordem de
desenvolvimento e espectro. A mudança de espectro ocorre
devido a alterações na cadeia lateral da estrutura química
básica das cefalosporinas.
CEFALOSPORINAS
As cefalosporinas de primeira geração preservam ação
sobretudo para os cocos gram-positivos Streptococcus e
Staphylococcus.

A ação e potência contra diversos microrganismos gram-


negativos, como Haemophilus influenzae, Moraxella
catarrhalis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus
mirabilis aumentam com a evolução das gerações.

nenhuma droga da classe apresenta ação contra Chlamydia,


Legionella (bactérias intracelulares) e Mycoplasma (bactéria
desprovida de parede celular).
CEFALOSPORINAS
Mecanismos de Resistência:
ESBL (extended spectrum beta-lactamase ou
betalactamases de espectro estendido)

ampC: produzida principalmente por Enterobacter,


Serratia, Citrobacter, Providencia e Morganella
CEFALOSPORINAS
CEFALOSPORINAS
Primeira geração: Cefalexina, Cefadroxila,
Cefalotina, Cefazolina
Segunda geração: Cefoxitina, Cefuroxime,
Cefaclor
Terceira geração: Ceftriaxone, Cefotaxime
Terceira geração anti-Pseudomonas: Ceftazidime
Quarta geração: Cefepime
Quinta geração: Ceftarolina
Carbapenêmicos
Os carbapenêmicos são considerados antibióticos
beta-lactâmicos pela presença do anel beta-lactâmico
em sua estrutura química. Possuem uma cadeia
pentacíclica não-saturada e ligada a um átomo de
carbono que caracteriza o anel carbapenema, ligada
ao anel betalactâmico.
Outra característica que os diferencia é a presença de
uma cadeia hidroxietila em sua estrutura molecular,
ao invés da cadeia acilamina presente nas penicilinas.
Carbapenêmicos
IMPORTANTE
Os carbapenêmicos são antibióticos tempo-dependentes e
apresentam altas concentrações em vários tecidos corporais,
inclusive no sistema nervoso central.
Quanto maior o tempo de infusão destas drogas, e a
manutenção da concentração plasmática acima da CIM,
maior será a ação antimicrobiano e melhores as chances de
um bom desfecho clínico.
Os carbapenêmicos exercem seu efeito terapêutico através
da ligação às PBPs, inibindo a formação do peptidoglicano e,
consequentemente, impedindo a formação da parede celular
bacteriana, que é a marca dos antibióticos beta-lactâmicos
Carbapenêmicos
• Imipenem
– Espectro amplo: G +, G - e anaeróbios
• Meropenem
• Doripenem
• Ertapenem
– Não tem ação sobre pseudomonas
Quinolonas
Bactericidas que inibem a ação das girases bacterianas. As girases
de células eucarióticas são diferentes das células eucarióticas e
portanto apresentam toxicidade seletiva. As girases impedem
o enrolamento do DNA.
Indicada para infecções respiratórias, intestinais, urinárias, tecidos
esqueléticos e moles. O ácido nalidíxico é o menos eficaz e pela
sua propriedade de se concentrar na urina é usualmente utilizado
no tratamento de infecções urinárias.
Quinolonas

1 ª Geração: Ácido nalidíxico


2ª Geração: Ciprofloxacino; Norfloxacino;
Ofloxacino
3ª Geração: Levofloxacino
4ª Geração: Moxifloxacino; Trovafloxacino
Aminoglicosídeos
• São derivados sintéticos da Canamicina - isolada de

Streptomyces kanamyceticus. São bactericidas não

são absorvidas no tubo digestivo e portanto, não

devem ser administradas via oral. Basicamente

estes compostos ligam-se as proteínas ribossomais

30 S resultando na inibição da iniciação da síntese

proteica ou na produção de proteínas defeituosas

decorrente da leitura errada dos códons.


Aminoglicosídeos
• Amicacina;

• Estreptomicina;

• Neomicina;

• Gentamicina;

• Tobramicina
Macrolídeos
Eritromicina: Isolada em 1952 do Streptomyces
erythraeus - Eritromicina – Bacteriostático de amplo
espectro, adere à unidade 50s e bloqueia o
deslocamento do RNAt após a formação da ponte
peptídica. A droga possui toxicidade menor e é
utilizada via oral nas infecções gastrointestinais.
• Azitromicina;
• Claritromicina;
Macrolídeos
são agentes bacteriostáticos
inibem a síntese de proteínas através de sua ligação às
subunidades ribossômicas 50S de microrganismos sensíveis,
no local de ligação do cloranfenicol e da clindamicina ou
muito próximo dele.
Os macrolídeos se ligam irreversivelmente a um local na
subunidade 50S do ribossomo bacteriano, inibindo, assim,
etapas de translocação na síntese de proteínas. Eles também
podem interferir em outras etapas, como a transpeptização.
Macrolídeos
Macrolídeos
são agentes bacteriostáticos
inibem a síntese de proteínas através de sua ligação às
subunidades ribossômicas 50S de microrganismos sensíveis,
no local de ligação do cloranfenicol e da clindamicina ou
muito próximo dele.
Os macrolídeos se ligam irreversivelmente a um local na
subunidade 50S do ribossomo bacteriano, inibindo, assim,
etapas de translocação na síntese de proteínas. Eles também
podem interferir em outras etapas, como a transpeptização.
Antibióticos
• LINCOSAMIDAS: Clindamicina; Lincomicina
• OXAZOLIDINONAS: Linezolida
• GLICILCICLINAS: Tigeciclina (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/
NBK549905/)
• TETRACICLINAS: Demeclociclina; Doxiciclina; Minociclina; Tetraciclina
• Sulfonamidas e anti-fólicos: Cotrimoxazol ou Sulfametoxazol e
trimetoprima (bactrim)
• SULFONAMIDAS: Mafenida; Sulfadiazina de prata; Sulfassalazina;
Sulfisoxazol
• INIBIDORES DA SÍNTESE DO ÁCIDO FOLÍNICO: Pirimetamina; Trimetoprima
• Sulfametoxazol-Trimetoprima: Uma combinação sinérgica que bloqueia a
produção de ácido fólico e a síntese de ácido folínico.
• POLIMIXINAS: Colistina; Polimixina B
OXAZOLIDINONAS: Linezolida
• Exerce sua atividade por inibição da síntese protéica,
porém, em etapa distinta daquela inibida por outros
antimicrobianos. Dessa maneira, não ocorre resistência
cruzada com macrolídeos, estreptograminas ou mesmo
aminoglicosídeos.
• A linezolida representa o único membro comercializado
dessa nova classe de antimicrobianos sintéticos
conhecidos como oxazolidinonas.
• Possui excelente atividade contra cocos gram-positivos.
Não apresenta atividade contra bactérias gram-negativas.
OXAZOLIDINONAS: Linezolida
A linezolida possui atividade contra uma ampla variedade
de patógenos, incluindo estafilococos resistentes à
oxacilina e enterococos resistentes à vancomicina; porém,
sua atividade é bacteriostática. A linezolida possui
também atividade in vitro contra Clostridium spp.,
Prevotella spp., Peptostreptococcus spp. e Mycobacterium
tuberculosis. Deve ser utilizada em infecções graves por
patógenos gram-positivos multiresistentes. Diversos
estudos têm mostrado bons resultados no tratamento de
pneumonia hospitalar.
Clindamicina
A clindamicina é um derivado semissintético da lincomicina,
um antibiótico natural obtido da fermentação do fungo
Streptomyces lincolnensis.
Este antibiótico possui propriedades biológicas semelhantes à
da eritromicina, incluindo o potencial de resistência cruzada
com este macrolídeo. As lincosamidas agem inibindo a
síntese de proteínas através da ligação à subunidade 50S dos
ribossomos. Estes antibióticos são portanto, bacteriostáticos.
A clindamicina atua predominantemente em bactérias
aeróbias gram-positivas e anaeróbios. Não tem ação contra
aeróbios gram-negativos.
Glicopeptídeos
Têm atividade contra bactérias gram-positivas
aeróbias e anaeróbias. Não possuem atividade
contra bacilos gram-negativos e Bacteroides
fragilis. As principais indicações de uso
englobam o tratamento de infecções por
Staphylococus resistentes à oxacilina,
Enterococcus resistentes a ampicilina e
Streptococcus com resistência de alto nível às
penicilinas.
Glicopeptídeos
Glicopeptídeos - estes antibióticos são
resistentes à ação de enzimas proteolíticas,
como as beta-lactamases.
Os principais representantes desta classe são a
vancomicina, e a teicoplanina.
Ação contra Gram Positivos.
Nitroimidazólicos
• Os nitroimidazólicos são drogas de baixo peso
molecular com distribuição em quase todos os tecidos
e fluidos do organismo, com poder bactericida. A via
de excreção é primariamente renal, não sendo
necessária a alteração da dose na insuficiência renal,
pois todos os imidazólicos são hemodialisáveis. Tem
espectro de ação contra protozoários e bactérias
anaeróbicas. Normalmente, são usados em
associações com aminoglicosídeos ou cefalosporinas.
• Metronidazol / Nitrofurantoína
Cloranfenicol
Possui largo espectro de ação (bactérias gram
positivas e gram negativas).
Este antimicrobiano é bacteriostático contra
Salmonella thyphi, mas é bactericida contra
Haemophylus influenza, Streptococcus pneumoniae
e Neisseria meningitidis. Basicamente a droga age
inibindo o alongamento da cadeia peptídica.
ALTA toxicidade sobre a medula óssea.
Antibióticos polipeptídicos: bacitracina,
colistina, polimixina B
Antibióticos polipeptídeos rompem as paredes celulares bacterianas.
A bacitracina é um antibiótico polipeptídico que inibe a parede celular e
é ativo contra organismos Gram-positivos.
A colistina (polimixina E) e a polimixina B são antibióticos polipeptídicos
catiônicos que rompem as membranas externas das paredes bacterianas
através da ligação à membrana aniônica externa, neutralizando assim a
toxicidade da bactéria e causando morte celular bacteriana.
O metassulfonato de colistina (colistimetato de sódio [CMS]) é a
apresentação parenteral de um pró-fármaco transformada em colistina
no sangue e na urina. O CMS é menos tóxico que a colistina.
Polipeptídeos além da colistina geralmente são usados localmente; a
absorção sistêmica é negligenciável.
Antibióticos polipeptídicos: bacitracina,
colistina, polimixina B
Os polipeptídeos são usados para vários tipos de infecção. A Bacitracina é
utilizada principalmente como tratamento tópico para Infecções cutâneas
super ciais causadas por Staphylococcus aureus;

A polimixina B e colistina têm atividade bactericida rápida, proporcional à


concentração contra a maioria dos bacilos aeróbios Gram-negativos e
facultativos, incluindo Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp.

Esses fármacos não são ativos


contra Proteus, Providencia, Burkholderia e Serratia spp e alguns anaeróbios
obrigatórios, incluindo Bacteroides fragilis e bactérias Gram-positivas.
fi
Rifampicina
Bloqueia a síntese de RNAm inibindo a polimerase das
bactérias e não das células humanas apresentando
também toxicidade seletiva. Inicialmente utilizada no
tratamento da tuberculose em associação com outras
drogas e na profilaxia de contactantes com indivíduos com
meningite meningocóccica ou por Haemophilus influenza. É
usada em combinação com outros antimicrobianos contra
bactérias mutantes. É uma droga de cor vermelha e
portanto um pigmento de cor laranja é eliminado no suór,
saliva, urina de indivíduos medicados com este
antimicrobiano.
Principais mecanismos de
Resistência bacteriana
Nomenclaturas e Dados
ESBL, KPC, MBL, AmpC e OXA; ERC

CRAB (Acinetobacter baumanii resistente a Carbapenemas)

SPACE (Serratia, Providencia/Pseudomonas, Acinetobacter/ Proteus indole-positive,


Citrobacter, and Enterobacter)

ESKAPE é um acrônimo que compreende os nomes científicos de seis patógenos


bacterianos altamente virulentos e resistentes a antibióticos, incluindo: Enterococcus
faecium, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii,
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter spp.

HACEK é um grupo de bactérias gram-negativas de crescimento lento (14 dias),


bacilares curtas, flora normal em boca e faringe, e que podem infectar o coração. A
sigla representa as seguintes espécies:
Haemophilus spp; Aggregatibacter spp (antigamente Actinobacillus); Cardiobacterium
hominis; Eikenella corrodens; Kingella kingae
Nomenclaturas e Dados
ESBL, KPC, MBL, AmpC e OXA; ERC

β-lactamases da Classe A: β-lactamases da classe A de Ambler

clavulanato e sulbactam = inibidores de lactamases!


β-lactamases de espectro estendido (ESBL)

Gram negativos do grupo das enterobactérias,


como as dos gêneros Klebsiella, Escherichia,
Proteus, Enterobacter
Ceftazidima-Avibactam e Ceftolozane-Tazobactam

Classe B: As β-lactamases da classe B de Ambler - metalo-β-lactamases (MBL)


Polimixinas, Tigeciclina e Aminoglicosídeos podem ser opções; relatos de
sucesso terapêutico com a combinação de Aztreonam com Ceftazidima-
Avibactam, pois a Ceftazidima-Avibactam é capaz de neutralizar as ESBL e
Carbapenemases Serinas, enquanto o Aztreonam neutraliza as MBL.
Nomenclaturas e Dados
Classe C
As β-lactamases de Classe C são baseadas em Serina
cefalosporinase AmpC, que hidrolisa as penicilinas, incluindo os inibidores de β-lactamase
tradicionais (Clavulanato, Sulbactam e Tazobactam), e as cefalosporinas até a terceira
geração.
MYSPACE: Morganella, Yersinia, Proteus, Providencia, Aeromonas, Citrobacter e Enterobacter,
além de outras enterobactérias como Salmonella ou Shighella.
Cefepime é opção. Os Carbapenêmicos rapidamente inativam essas enzimas.
Carbapenêmicos e as cefalosporinas associadas ao Avibactam (como Ceftazidima-Avibactam),
que é um inibidor da β-lactamase capaz de neutralizar essas enzimas.

Classe D
As β-lactamases de classe D têm estrutura baseada em Serina e podem ser codificadas por
genes localizados em plasmídeos ou no cromossomo bacteriano. São tradicionalmente
conhecidas como Oxacilinases (OXA); Acinetobacter baumannii
Polimixinas e Tigeciclina são opções e, ao que parece, o Avibactam tem boa atividade de
inibição das β-lactamases de classe D, o que coloca Ceftazidima-Avibactam como uma
potencial boa opção para tratamento.
Novos ATB
Ceftaroline (Zinforo) é uma cefalosporina de nova geração
Atividade contra Estafilococos (MRSA), estreptococos e BGN.
Não tem atividade contra Pseudomonas, Acinetobacter e
Anaeróbios GN.

Ceftolozana-Tazobactam (Zerbaxa)
A ceftolozana-tazobactam consiste na combinação de uma
cefalosporina avançada com um inibidor da β-lactamase.
ITU complicada e infecção intra abdominal: espectro de ação cobre
estreptococos, enterobactérias, inclusive as produtoras de ESBL, e P.
aeruginosa.
Não apresenta ação contra Staphylococcus ou Enterococcus, nem
enterobactérias produtoras de KPC ou MBL, nem A. baumannii e S.
maltophilia.
Novo ATB
Ceftazidima-Avibactam (Torgena)
A ceftazidima é uma cefalosporina de 3a geração com atividade
antipseudomonas. Sua associação com o avibactam, um inibidor de β-
lactamase, expande seu espectro de ação para gram negativos
resistentes, especialmente as ERC (enterobactérias resistentes a
carbapenêmicos, como as produtoras de KPC).
Uma das suas principais indicações é o tratamento de pneumonia
hospitalar ou associada a ventilação mecânica causada por bacilos
gram negativos.
Esse é um diferencial importante dessa nova droga, que abrange todos
os ERCs e BGNs mencionados.
Bibliografia

http://web.uri.edu/pharmacy/files/
2016-2017-CLEAN-Guide_Complete.pdf

http://www.hopkinsmedicine.org/amp/
guidelines/Antibiotic_guidelines.pdf
Literatura Recomendada
http://www.hopkinsmedicine.org/amp/guidelines/
Antibiotic_guidelines.pdf

Mandell, Douglas, and Bennett's


Principles and Practice of Infectious
Diseases: 2-Volume Set, 8e
Obrigado!

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