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Infecções do

Sistema Nervoso

Central

Marcus Vinicius
Rafaella Kizzy
SNC
• Cérebro
• Cerebelo
• Tronco Cerebral
• Medula Espinhal
• Meninges
• Vasos sanguíneos
• Nervos cranianos e
espinhais
Principais processos Infecciosos
• Meningite aguda
• Meningite crônica
• Encefalite, mielite e neurite
• Abscesso cerebral
• Empiema subdural, abscesso epidural e
flebite intracraniana supurativa
Natureza dos Processos
Infecciosos
• Bactérias
• Vírus
• Fungos
• Protozoários
Vias de Acesso
• Via hematogênica (principal)
• Via direta, através de trauma e
procedimentos invasivos (cirúrgicos)
• Por contiguidade (rinofaringe, mediastino
posterior, espaço retroperitonial, etc.)
• Ascensão de vírus por nervos periféricos
Meningite Bacteriana
• Febre
• Cefaléia
• Rigidez do Pescoço
• Dor de garganta
• Vômito
• Estupor
• Coma
• Morte
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/images/ency/fullsize/19069.jpg
http://infeksi.files.wordpress.com/2009/04/19077.jpg
Meningite Bacteriana
• Crianças com idades entre 1 mês e 2 anos
• Abuso de álcool
• Esplenectomia
• Infecções crônicas do ouvido e do nariz
• Pneumonia pneumocócica
• Anemia falciforme
• Comprometimento do sistema imune
Meningite Bacteriana
Streptococcus pneumoniae
Haemophylus influenzae
Neisseria meningitidis
Enterobactérias
Streptococcus agalactiae
Listeria monocytogenes
Mycobacterium tuberculosis
Síndrome de Waterhouse-
Friederichsen
Neisseria meningitidis

• Evolução rápida e avassaladora


• Diarréia grave
• Vômito
• Convulsões
• Hemorragias internas
• Hipotensão arterial
• Choque
• Morte - Frequente
Meningite Crônica

• Sintomas semelhantes aos da bacteriana


• Desenvolvimento mais lento
• durante semanas e não dias.
• Febre é menos severa
• Cefaléia
• Confusão mental
• Dor nas costas
• Anomalias neurológicas
– fraqueza, formigamento, dormência e paralisia
facial
Meningite Crônica

Sistema Imune Comprometido

• AIDS
• Câncer
• Outras doenças graves
• Medicamentos anticâncer
• Prednisona – Uso prolongado
Meningite Crônica

• Cryptococcus
• Citomegalovírus
• AIDS
• Mycobacterium tuberculosis
• Treponema pallidum
• Doença de Lyme
• Sarcoidose
• Linfomas
• Leucemias
Infecções Virais

• Encefalite é uma inflamação do cérebro,


conhecida como encefalite viral

• Encefalomielite é uma inflamação do


cérebro e da medula espinhal

• Meningite asséptica é a inflamação das


meninges geralmente causada por um
vírus
Infecções Virais

• Meningite viral
– febre, cefaléia, vômito, fraqueza e rigidez
nucal
• Encefalite
– alterações de personalidade, convulsões,
fraqueza de uma ou mais partes do corpo,
confusão mental, sonolência que pode
evoluir para o coma. Além de produzir os
sintomas da meningite.
Infecções Virais

• Causada por vários vírus


– Herpes
– Caxumba
– Enterovírus
Abcesso Cerebral
• Pouco comum
• Duração de dias a semanas
• Sintomas dependem da localização
– Dor de cabeça
– Náusea
– Vômito
– Sonolência
– Convulsões
– Mudanças da personalidade
http://anatpat.unicamp.br/rpgabscesso1.html
Empiema Subdural

• Cefaléia
• Sonolência http://files.abstractsonline.com/CTRL/F8/D/936/6CE/62C/
4D7/FAA/289/08E/1F4/AAF/E7/a961_19.jpg

• Convulsões
• Outros sinais de disfunção cerebral
Abscesso Cerebral
Empiema Subdural
Streptococcus spp. 60-70%

Bacteroides spp. 20-40%

Enterobactérias 23-33%

Staphylococcus aureus 10-15%

Fungos 10-15%

S. pneumoniae <1%

H. influenzae <1%
Infecção Hospitalar
• Enterobactérias
• Acinetobacter spp.
• Pseudomonas spp.
• Candida spp.
• Staphylococcus spp.
Diagnóstico laboratorial
Processamento de amostras – LCR
Pesquisa de antígenos
Processamento de amostras –
Abscesso Cerebral
Diagnóstico laboratorial
Dados Importantes:

• O gram do sedimento pode revelar a etiologia;


• A positividade depende da concentração bacteriana;
• Chances de se obter informações sobre a etiologia pelo Gram ou pela cultura se
reduzem a menos de 50% quando há uso prévio de antimicrobianos;
• Tipo de coloração especifica para determinados microrganismos - Tinta da china e
calcofluor (Cryptococcus ou amebas);Ziehl Neelsen e auramina (micobactérias);
• Aglutinação com partículas de látex (sensibilidade de 70 a 90%);
• Teste do Limulus pode ser utilizado para detectar endotoxina de bactérias Gram
negativas;
• Cultura em Ágar chocolate pode confirmar a etiologia bacteriana e permitir o
estudo das sensibilidades aos antimicrobianos.
• Os vírus podem ser pesquisados por métodos diretos ou cultura para vírus com
tipagem. A pesquisa monoclonal e o PCR representam os métodos de maior
praticidade, especificidade e sensibildade que se dispõe na atualidade.
Dados Laboratoriais Relevantes
• Tinta da China - Criptococos

http://www.reviberoammicol.com/photo_gallery/Cryptococcus/neoformans/Cryptococcus_neof_02.jpeg
Dados Laboratoriais Relevantes
• Ziehl-Neelsen - Micobactérias

http://www.craigleithhill.co.uk/images/Mycobacterium_tuberculosis_Ziehl-
Neelsen_stain_02.jpg
Dados Laboratoriais Relevantes

NUNCA UTILIZAR
ANTIMICROBIANOS
ANTES DA COLETA DE LCR!
Diagnóstico laboratorial

Processamento de amostras – LCR

• LCR deve ter máxima prioridade devendo ser processado


imediatamente. Avalie e anote o volume e o aspecto do LCR.

• Coleta deve ser feita por Punção Lombar ou


Reservatório de próteses.
Diagnóstico laboratorial – Punção de líquor

http://www.fnnic.com.br/foto3_liquor.jpg

http://www.ameo.org.br/img/diversas/image0661181951939
.jpg
Diagnóstico laboratorial – Punção de líquor

http://drantonioguimaraes.site.med.br/
fmfiles/index.asp/::XPR1GKQ3::/outra/
Pun%E7%E3o%20SO.jpg
Diagnóstico laboratorial – Processamento de amostras - LCR

Coleta, Transporte de LCR


 Superfície da pele desinfetada previamente à coleta
 Coleta em tubos estéreis (vidro ou descartável)
 Semeadura IMEDIATA ou transporte IMEDIATO para o laboratório em
temperatura ambiente
 Condições para os exames de Bacterioscopia e Cultura : máximo de 3 horas
em TA para ser processado
Diagnóstico laboratorial – Processamento de amostras - LCR

Coletar o segundo tubo, obtendo idealmente os seguintes volumes:

• - 1-2 ml para Gram, pesquisa de antígenos e cultura (na falta de


plantão de microbiologia pode ser semeda a cultura [5 a 10
gotas] diretamente durante a punção para coleta do LCR, em
tubos de ágar chocolate, previamente aquecidos a 35°C,
preparados há menos de 30 dias);

• pode-se semear um tubo com ágar sangue (base Mueller Hinton


ou Ágar brucella) e um tubo com caldo tioglicolato caso haja
suspeita de anaeróbios.
Diagnóstico laboratorial – Processamento de amostras - LCR

• - 2 ml para exame direto e


cultura para fungos (se
indicado)

• - 2 ml para coloração de Ziehl


e cultura para micobactérias
(se indicado)

• - 2-3 ml para provas


virológicas (se indicado)
Exame Quimiocitológico
Aspecto Leucócitos Célula Proteína Glicose *
por mm3 predominante mg/100ml mg/ 100ml
LCR Normal Límpido 0-5 ∅ 15- 50 45- 100

Meningite Turvo 5- 20.000 Polimorfo- Elevada Baixa * *


Bacteriana Purulento (média 800) nucleares (> 100) (< 45)

Meningite Límpido 5- 2000 Mononuclear Elevada Normal ou


Tuberculose e (média 100) (> 50) baixa
por fungos ( < 45)
Meningite ViralLímpido 2- 2000 Mononuclear * 50 –100 ou Normal
(média 80) ** normal

* nível de glicose no LCR é de 50 –70% do valor normal do


sangue
* * pode ser normal no início da infecção
* * * 20 a 75% dos casos pode ocorrer PMN no início da
infecção
Exame Bacteriológico
LCR e/ou Sangue

Amostra
Padrão ouro

Bacterioscopia - Cultura
Gram
Caracterização
Fenotípica (Bioquímica
e Sorológica)

Caracterização Resistência a
Genotípica antimicrobianos
Diagnóstico laboratorial – Processamento de amostras -
LCR

Exame da cultura:
• Observar o crescimento diariamente durante 72 horas;
• No tubo com caldo deve ser observada turvação diariamente e
descartado após 7 dias. Caso haja crescimento, fazer um Gram e
semear em placa de ágar chocolate para isolamento, identificação e
antibiograma.
• Em casos de hemófilos e neisserias fazer o teste da beta-lactamase
com discos de nitrocefina (Cefinase);
• Em caso de pneumococos, testar a penicilina usando discos de oxacilina
1 micrograma. Se halo para oxacilina ≥ 20mm, a cepa é sensível à
penicilina. Halo ≤ 19 mm fazer teste da Concentração Inibitória Mínima
(CIM), podendo ser usado o E-test:
- Penicilina ≤ 0,06 microgramos/ml = cepa sensível
- Penicilina 0,12 a 1 microgramos/ml = cepa de sensibilidade
intermediaria.
- Penicilina ≥ 2,0 microgramos/ml = cepa resistente
Diagnóstico laboratorial

Pesquisa de antígenos
• Pode detectar a presença de microrganismos, mesmo na vigência
de antibioticoterapia.
• Detecção de antígenos solúveis em fluidos biológicos(LCR, soro,
líquido pleural e urina)

• Alguns especialistas sugerem a utilização dele nos casos


aonde se suspeita de meningite bacteriana se a coloração
de Gram e a cultura bacteriana forem negativas depois de
48 horas.
Diagnóstico laboratorial – Pesquisa de Antígenos

• Colocar as gotas de látex no


cartão, orientando-se conforme a
indicação de cada teste.
• A seguir depositar uma gota do
sobrenadante do LCR ao lado da
gota de latex.
• Usar um bastão ou alça flambada
para cada teste.
• Observar a aglutinação conforme
padrão e no tempo descrito por
cada fabricante.

http://3.bp.blogspot.com/_aiCM0FIaUwI/SRTLv0X5UKI/AA
AAAAAAADw/Ecmc1C87Giw/s200/latex.jpg
Diagnóstico Laboratorial por PCR

Amplificação por PCR do DNA (gene) alvo bacteriano


Vários formatos em estudos para a detecção de DNA específico
Material clínico: LCR, soro, plasma, sangue EDTA
Avaliação de sensibilidade e especificidade
Validação em alguns países (UK)

⇒ Cuidados com coleta, manuseio, estocagem e procedimento


Diagnóstico laboratorial

Processamento de amostras – Abscesso Cerebral

• Obter o material por punção e aspiração, mantendo-o na seringa para ser


enviado ao laboratório.
• Manipular material de SNC com luvas, evitar aerossol e encaminhar o mais
rápido possível ao laboratório.
• Amostras para virologia devem ser encaminhadas ao laboratório
rapidamente à temperatura ambiente. As pesquisas monoclonais
de vírus exigem que as células estejam íntegras.
• Apenas material para investigações futuras e pesquisas por
métodos moleculares de agentes RNA deve ser obrigatoriamente
conservado entre -20 a -70°C.
Diagnóstico laboratorial – Processamento de amostras –
Abscesso cerebral

• A tomografia computadorizada (TC) é o método de escolha para


o diagnóstico, pois permite a determinação do número, tamanho e
localização.
• A punção liquórica deve ser evitada devido ao risco de
deterioração neurológica pós-punção. Além disso, a análise do
líquor oferece informações inespecíficas que não auxiliam o
diagnóstico.

Ricardo M. Pereira .Abscesso


cerebral na infância: relato de
10 casos
Diagnóstico laboratorial – Processamento de amostras –
Abscesso cerebral

Semear em placa de ágar chocolate e incubar em jarra com vela a 35°C.

Semear em placa com ágar brucella e suplementos hemina e vitamina K para


cultura de anaeróbios em jarra apropriada com gerador de anaerobiose a
35°C.

Semear em placa de ágar sangue em estufa a 35°C.

Semear em tubo de caldo tioglicolato a 35°C.

Fazer esfregaço, fixar e corar pelo Gram.


Reservar o resto do material.

http://1.bp.blogspot.com/_48ELeyZItco/SkjjxqSQvUI/AAA
AAAAAAEA/UTtzcLi9Yjs/s320/unk3cu.jpg
Referências
• KONEMAN, Elmer W. Diagnóstico Microbiológico: Texto e
Atlas Colorido. 5. ed. São Paulo: MEDSI, 2001

• Gray LD, Fedorko DP. Laboratory diagnosis of bacterial


meningitis. Clin Microbiol Rev 1992,5(2):130-145.

• Heringer RR, Fernandes LE, Gonçalves RR, et al; Localização da


Lesão e Achados do Líquido Cefalorraqueano na Meningite
Tuberculosa. Arq Neuropsiquiatr 2005, 63 (2-b): 543-547.

• Dimas LF, Puccioni-Sohler M. Exame do líquido


cefalorraquidiano: influência da temperatura, tempo e preparo
da amostra na estabilidade analítica. J. Bras. Patol. Med. Lab.
2008, 44 (2): 97-106.
Referências
• ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/resp/Protocolo_Meningit
es_bacterianas.pdf

• http://www.saude.sp.gov.br/resources/cidadao/destaques/meni
ngite_viral.pdf

• ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/RESP/MENI_SOBRE.pd
f

• ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/resp/manu_classmen.pdf

• http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/
mod_1_2004.pdf
Referências

• http://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/mm_
sec6_78.htm

• http://sisbib.unmsm.edu.pe/bibvirtual/libros/Medicin
a/Neurocirugia/Volumen1/inv_sis_nerv_1.htm

• http://tratado.uninet.edu/c040104.html

• Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso /


Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde. 6 ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005.

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