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Checklist Pancreatite Aguda:

 Anamnese: nome, idade, sexo, alergias, acompanhante;


 Questionar: etilismo, litíase biliar (4F), tabagismo, DM, hipertrigliceridemia, doenças reumatológicas (vasculites),
medicações em uso (imunossupressores, antirretrovirais, diuréticos, ác valpróico, liraglutida), infecções virais
(hepatite, CMV, rubéola, caxumba)
 Clínica: dor em abdome superior que irradia para hipocôndrios, dorso e tórax (dor em faixa), náuseas e vômitos,
dispneia em formas graves, dor intensa após alimentação;
 MOVE: Monitorização (PA/FC/FR/SatO2/Tax); oxigenioterapia SatO2 <= 94%, 2 acessos venosos calibrosos, exames
complementares;
 Exame físico: varia de acordo com gravidade
o LEVE: desconforto abdominal à palpação/plastrão palpável, sem distensão, sem instabilidade
hemodinâmica;
o AGUDA GRAVE: abdome doloroso, distendido, sinais de irritação peritoneal, respiração superficial (irritação
do nervo frênico), sinais de SIRS (Temperatura corporal > 38 °C ou <36 °C, frequência respiratória > 20
incursões respiratórias/minuto (taquipnéia) ou uma pressão parcial de CO2 no sangue arterial < 32mmHg,
frequência cardíaca > 90 batimentos cardíacos/minuto, aumento ou redução significativos do número de
células brancas no sangue periférico - >12.000 ou <4.000 células/mm3, ou presença de mais 10% leucócitos
jovens – bastões), alteração do nível de consciência, sinal de Grey-Turner (equimose em flancos –
hemorragia intra-abdominal), sinal de Cullen (equimose periumbilical – hemorragia intra-abdominal).
 Exames complementares: Amilase sérica (se eleva mais cedo, 6-12 hrs), lipase sérica (mais específica) aqi ambas
acima 3x do normal, TGO/TGP, fosfatase alcalina, gama GT, bilirrubinas, triglicérides ( >1000 para ser a causa), PCR >
150 mg/dl em 48 hrs é indicativo de gravidade), gasometria arterial, ureia (pode indicar maior gravidade), PCR,
Procalcitonina, função renal (creatinina > 1,8 após hidratação pode indicar necrose), hemograma (Hb/Ht/Plqt),
leucograma, cálcio (hipo e hiper são marcadores de gravidade), sódio, potássio, albumina; USG abdome, TC com
contraste (se dúvida de necrose - 3-6 dias da admissão). AMILASE/LIPASE alterados 3x + achados de imagem
compatíveis com pancreatite.
 Classificação de Gravidade:
o Aguda leve: ausência de disfunção orgânica e complicações;
o Aguda moderadamente grave: presença de disfunção orgânica transitória (48hrs) associada ou não a
complicações;
o Aguda grave: disfunção orgânica (CHOQUE + Insuf Renal + Insuf Respiratória – PO2 < 60 ou sangramento
intestinal por 24 horas – usualmente associada a complicações locais – pseudocisto/necrose/abcesso) e
complicações sistêmicas (CID, acidose metabólica grave, hipocalcemia significativa, ao menos 3 critérios de
Ranson (estratifica gravidade, avalia prognóstico).

 Dx diferencial: dispepsia, colelitíase, doença ulcerosa péptica, diverticulite de cólon transverso, SCA.
 Tratamento: SUPORTE CLÍNICO + SUSPENSÃO DE DIETA ORAL
 Indicação de internação (ao menos 72 horas), se grave UTI
 JEJUM VO até cessar dor abdominal (até 24 hrs admissão); após dieta VO pobre em gorduras;
 Hidratação: 5-10 ml/kg/hr de cristaloides (250 – 500 ml por hr mais ou menos e preferir Ringer)  avaliar DIURESE
0,5 ml/kg/hr. SE HIPOTENSÃO  20 ml/kg em 20 min seguido por 3 ml/kg em 8-12 hrs
 Analgesia: Diprona (1g EV 6h/6h) + Tramadol (100 mg EV 8h/8h) se necessário Morfina (5mg EV até 4h/4h) +
antiemético metoclorpramida;
 IBP: omeprazol 80 mg IV bolus seguido por 40-80 mg IV 12/12h;
 Controle de eletrólitos com dosagem diária nas primeiras 48 hrs (ATENÇÃO hipocalemia e alcalose metabólica,
hipomagnesia)
 Antibióticos: carbapenem, quinolonas e metronidazol são escolhas (melhora na mortalidade)  metronidazol diluir
2 frascos (1000mg) em 200 ml SF 0,9% e infundir EV em 40 min 6h/6h + ciprofloxacino 1g EV 12/12h;
 CPRE de urgência: apenas se coledolitiase ou colangite associada;
 Colecistectomia: reservado para casos de necrose pancreática.

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