Você está na página 1de 38

UNIDADE III

Educação Física Adaptada

Profa. Carolina Pasetto


Deficiência intelectual

Qual a nomenclatura correta para designar essa população?


 Doença mental?
 Retardo mental?
 Deficiência mental?
 Deficiência intelectual?

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/Commons:Featured_picture_c
andidates/File:Brain_Surface.SVG
Deficiência intelectual

 Condição que gera um funcionamento intelectual abaixo


da média, associado a um comprometimento significativo
de pelo menos dois dos comportamentos adaptativos manifestados até os 18 anos.

Comportamentos adaptativos:
 comunicação;
 autocuidado;
 relacionamento familiar e habilidades sociais;
 habilidades acadêmicas, no lazer e no trabalho;
 autonomia na locomoção;
 saúde;
 segurança.
Classificação da deficiência intelectual

 Pode ser realizada sob vários aspectos que levam em conta a funcionalidade e
autonomia da pessoa.

Quanto ao desempenho no teste de QI


 Limítrofe (QI de 70 a 90)
 Leve (QI de 55 a 70)
 Moderada (QI de 35 a 55)
 Severa (QI de 20 a 35)
 Profunda (QI abaixo de 20)
Classificação da deficiência intelectual

Quanto à necessidade de auxílio


 Intermitente: necessidade rara de apoio.

 Limitado: necessidade de apoio intensivo, por tempo limitado, apenas em algumas


tarefas do comportamento adaptativo.

 Extenso: necessidade diária de apoio na maior parte


das capacidades adaptativas.

 Generalizado: necessidade de apoio constante


e intenso em todas as tarefas (ou na maior parte)
do comportamento adaptativo.
Classificação da deficiência intelectual

Quanto à capacidade de aprendizagem


 Educável: ajuste social e boa capacidade de aprendizagem em ritmo mais lento. Não
apresenta alterações motoras importantes.

 Treinável: possibilidade mais restrita de aprendizagem, necessidade de programas


sistematizados e trabalhos condicionados. Alterações nas capacidades coordenativas
são notórias.

 Dependente: a aprendizagem é muito comprometida e há


necessidade de auxílio constante nas tarefas do
comportamento adaptativo. A aprendizagem de habilidades
motoras é extremamente limitada.
Classificação da deficiência intelectual

 Através de apoio sistematizado, o aluno com deficiência intelectual pode ser capaz de
alcançar características de autonomia observadas em outro nível.

 Importante: essas classificações podem ser consideradas flutuantes ou transitórias.

 80% dos casos de deficiência intelectual são considerados leves, ou seja, a maior parte
desses alunos são educáveis.
Características cognitivas da deficiência intelectual

Dificuldade em raciocínios lógicos e abstratos


 Estratégias sistematizada de ensino.
 Oferecer referências concretas.
 Informações claras e poucas informações por vez.

 É comum o atraso no desenvolvimento deste aluno em relação à sua idade cronológica.


 Dificuldade de concentração por tempo prolongado e
atenção seletiva.
 Dificuldade de comunicação e vocabulário reduzido, o que
pode causar dificuldade para o aluno se expressar.
Interatividade

Em relação aos conceitos envolvidos com a deficiência intelectual, pode-se dizer que:

a) o teste de QI é o único instrumento utilizado para


o diagnóstico desta condição.
b) os termos deficiência intelectual e doença mental são sinônimos e referem-se a uma
condição de diminuição de QI.
c) os alunos considerados “educáveis” apresentam capacidade de aprendizagem, embora
em ritmo mais lento.
d) os alunos considerados com necessidade de auxílio
“generalizado” apresentam capacidade rara de apoio.
e) as classificações baseadas na autonomia são definitivas
e não apresentam flexibilidade.
Resposta

Em relação aos conceitos envolvidos com a deficiência intelectual, pode-se dizer que:

a) o teste de QI é o único instrumento utilizado para


o diagnóstico desta condição.
b) os termos deficiência intelectual e doença mental são sinônimos e referem-se a uma
condição de diminuição de QI.
c) os alunos considerados “educáveis” apresentam capacidade de aprendizagem, embora
em ritmo mais lento.
d) os alunos considerados com necessidade de auxílio
“generalizado” apresentam capacidade rara de apoio.
e) as classificações baseadas na autonomia são definitivas
e não apresentam flexibilidade.
Características físico-motoras
da deficiência intelectual

 Ocorre um atraso no desenvolvimento motor: importância da estimulação precoce.

Normalmente são percebidos distúrbios de:


 equilíbrio;
 coordenação motora;
 tempo de reação e agilidade;
 ritmo;
 controle de força.

 Dificuldade de desenvolver algumas capacidades


e habilidades motoras.
Características psicossociais
da deficiência intelectual

 Um perfil mais ansioso, inquieto e impulsivo geralmente é característico


dessa população.

 O comportamento desafiador pode estar presente e envolve agressividade e


comportamentos indesejáveis socialmente na tentativa de conseguir o que desejam,
evitar os deveres ou chamar a atenção.

 Existe a tendência de que esse comportamento seja


repetido caso a pessoa com deficiência perceba que obteve
sucesso em seus desejos.

 A instabilidade emocional e insegurança: rejeição ou


superproteção.
Condições sindrômicas

 Síndrome do X-Frágil.

 Síndrome de Angelman.

 Síndrome do Cri du chat.

 Síndrome de Prader-Willi.

 Síndrome de Down.
Síndrome de Down

 É causada por um acidente cromossômico que gera alterações no desenvolvimento


global do indivíduo por interferir na capacidade cognitiva e motora.
 Ao invés de dois cromossomos no par 21, existem três cromossomos: Trissomia do 21.
 Detecção após a 11ª semana
de gestação.
 Risco aumentado em gestantes acima
de 35 anos e em idades paternas acima
de 55 anos.

Fonte:
https://commons.wikimedia.o
rg/wiki/File:Nuchal_edema_i
n_Down_Syndrome_Dr._W.
_Moroder.jpg
Características físico-motoras na Síndrome de Down

 Língua protusa e dentes pequenos.

 Nariz pequeno e achatado.

 Olhos puxados (prega epicantal).

 Nuca reta e pescoço curto.

 Baixa estatura.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boy_with_Down_Syndrome.JPG
Características físico-motoras na Síndrome de Down

 Cabelo fino e falho


e pele ressecada.
 Dedos dos pés curtos e com espaço aumentado
entre o 1º e 2º dedo.
 Prega única na palma das mãos.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Single_transv
erse_palmar_crease_adult.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Feet_of_a_b
oy_with_Down_Syndrome.JPG
Características físico-motoras na Síndrome de Down

 Reflexos neurológicos mais lentos.


 Hipotonia muscular.
 Hipermobilidade articular.
 Instabilidade atlanto-axial: risco de lesões graves.
 Alterações no sistema imunológico.
 Cardiopatia congênita.
 Tendência à obesidade.

 A expectativa de vida aumentou de 35 anos


em 1991 para 55 anos no ano 2000.
Interatividade

Alguns déficits físico-motores são observados na maior


parte dos alunos com deficiência intelectual. Das alternativas
a seguir, qual é a única que não apresenta uma condição esperada nessa população?

a) Dificuldade do controle de equilíbrio.


b) Comprometimento na coordenação motora.
c) Prejuízo no tempo de reação e agilidade.
d) Alterações no ritmo.
e) Diminuição na flexibilidade.
Resposta

Alguns déficits físico-motores são observados na maior


parte dos alunos com deficiência intelectual. Das alternativas
a seguir, qual é a única que não apresenta uma condição esperada nessa população?

a) Dificuldade do controle de equilíbrio.


b) Comprometimento na coordenação motora.
c) Prejuízo no tempo de reação e agilidade.
d) Alterações no ritmo.
e) Diminuição na flexibilidade.
Características psicossociais

 São bastante sociáveis.

 São dóceis, mas podem apresentar-se birrentos quando contrariados.

 Podem apresentar dificuldade no controle da libido sexual, sendo importante a


intervenção de um profissional que oriente sobre a educação sexual.
Atividade física

 O déficit da capacidade cognitiva interfere na aquisição de habilidades motoras.


 O atraso no desenvolvimento pode ocorrer tanto num nível neuropsicomotor como na
aprendizagem.
 Movimentos mais lentos, com baixa eficiência mecânica e sequência imprópria.
 A prática sistematizada é fundamental para que o aluno adquira confiança na tarefa e
consequentemente atinja os padrões motores desejados.
 Normalmente, a demonstração é mais eficiente do que a
instrução verbal.
Atividade física

 Informações verbais claras e diretas.

 Recursos como mudança no tom de voz e uso de gestos e expressões corporais podem
contribuir para chamar a atenção para a informação fornecida.

 O reforço positivo é fundamental para a aprendizagem da habilidade motora.

 A motivação e a satisfação favorecem o aprendizado e a


continuidade da prática da atividade física.
Atividade física

 Para alunos com deficiência mais severa, o trabalho de condicionamento é primordial –


uma prática repetitiva e sistematizada para condicionar o aluno a realizar a habilidade.

 Atividades mais procuradas: natação, hidroginástica, atividades recreativas, modalidades


pré-desportivas, judô (e outras lutas), musculação e atividades rítmicas.

 Independentemente da atividade escolhida, devem ser priorizados o desenvolvimento


global do aluno e as capacidades físicas.
Orientações gerais

 Para alunos com Síndrome de Down é indispensável solicitar


o atestado de um cardiologista e de um ortopedista.

 Em caso de instabilidade atlanto-axial: cuidado com atividades de impacto na região da


cabeça e pescoço e atividades de hiperextensão ou amplitude exagerada do pescoço.

 Em caso de hipermobilidade articular: contraindicadas


as atividades com amplitude articular exagerada para evitar danos à articulação.
Orientações gerais

 Nos casos de hipotonia muscular, é indicado o trabalho priorizando o fortalecimento e a


resistência muscular.

Para favorecer o processo de ensino-aprendizagem:


 priorizar uma rotina na aula;
 progredir lentamente nas atividades.

Introduzir atividade novas no início da aula:


 dificuldade de manutenção de atenção;
 basear as novas experiências em
movimentos previamente aprendidos.

Fonte: http://maxpixel.freegreatpicture.com/Kids-Health-Baby-
Summer-Sports-Down-Syndrome-Boy-2639869
Interatividade

Devido à presença da instabilidade atlanto-axial, algumas atividades ou habilidades devem


ser contraindicadas para alunos/atletas com síndrome de Down. Assinale a alternativa que
apresente uma dessas atividades:

a) corrida.
b) ciclismo.
c) natação
d) atividades rítmicas.
e) rolamentos.
Resposta

Devido à presença da instabilidade atlanto-axial, algumas atividades ou habilidades devem


ser contraindicadas para alunos/atletas com síndrome de Down. Assinale a alternativa que
apresente uma dessas atividades:

a) corrida.
b) ciclismo.
c) natação
d) atividades rítmicas.
e) rolamentos.
Transtornos do Espectro Autista (TEA)

 É o termo utilizado para se referir a um conjunto de condições neurodesenvolvimentais


que englobam o transtorno autista, Síndrome de Asperger e outros transtornos globais
do desenvolvimento.

 Apresentam características comportamentais complexas e heterogêneas.

 Afetam o desenvolvimento global do indivíduo por


interferir na comunicação, na interação social e no
uso da imaginação.

 O diagnóstico geralmente é feito por observação do


desenvolvimento e do comportamento do indivíduo.
Características físico-motoras do TEA

 Alterações de coordenação motora.

 Alteração no desenvolvimento motor, caracterizado por movimentos fundamentais


precários e incoordenados.

A aprendizagem motora pode ser dificultada por alguns fatores:


 pela presença de movimentos estereotipados ou repetitivos;
 pela resistência em experimentar situações novas;
 pela falta de interesse.
Características psicossociais do TEA

 Parece não ter consciência da existência de outras pessoas.

 Dificuldade na comunicação verbal e não verbal.

 Expressão corporal e fisionômica pobres.

 Presença de ecolalia.

 Indica necessidades por gestos.

 Não mantém contato visual.

 Age como surdo.


Características psicossociais do TEA

 Não aceita bem o contato físico.

 Não tem medo de perigos reais.

 Insiste na manutenção de rotinas.

 Dificuldade de interação social.

 Aparentemente não consegue demonstrar emoções nem


compartilhar sentimentos.

 Prefere atividades isoladas e solitárias.


Características psicossociais do TEA

 Uso da imaginação e da capacidade criativa típicas da infância parecem prejudicadas.

 Interesses são peculiares e podem se manifestar de maneira bastante variada: atraso


significativo ou desenvolvimento brilhante de habilidades.

 Em alguns casos, podem tornar-se agressivos com


as pessoas ao seu redor, autoagredir-se ou gritar.

 Diminuir os estímulos visuais e auditivos pode minimizar


essas crises.
Atividade física

 A atividade física pode contribuir para que as relações (aluno-ambiente, aluno-material,


aluno-aluno, aluno-professor) ocorram de forma lúdica e prazerosa.

 Manter uma rotina durante as atividades (horário de início


e término, na dinâmica e nos participantes desta aula).

 Natação: fascinação por água e sem grande necessidade de interação.

 Atividades rítmicas e com trampolim.

 Movimentos repetitivos geram conforto.


Atividade física

 A atividade física tem sido relacionada à melhor adaptação social e à redução dos
movimentos estereotipados
e repetitivos e do comportamento agressivo.

 A aprendizagem espontânea dificilmente será alcançada, por esse motivo, o professor


deve ser sempre o mediador dessa aprendizagem: encontrar a melhor forma de se
relacionar com o aluno.
Orientações gerais

 Autismo severo: aulas individualizadas.


 Mesmo para autistas leves, as aulas devem ser pensadas
para pequenos grupos.
 Evitar ambientes ruidosos.
 Evitar mudanças na rotina da aula.
 Caso seja necessário tocar no aluno, avisá-lo e explicar para ele o que fará.
 A presença de um tutor pode contribuir para uma adaptação mais efetiva.
 Rotina = confiança no professor = potencialização do
processo de ensino-aprendizagem.
Interatividade

Para facilitar o processo de ensino-aprendizagem de um aluno com Transtorno do Espectro


Autista, o professor de educação física deve priorizar em suas aulas:
a) grandes grupos, para favorecer o desenvolvimento das habilidades sociais.
b) ambientes com diferentes estímulos sonoros, para estimular adequadamente esse aluno.
c) atividades variadas e aulas dinâmicas.
d) aulas de exploração espontânea em que seja favorecida a liberdade do aluno.
e) manutenção da rotina e transição cuidadosa de uma atividade para a outra.
Resposta

Para facilitar o processo de ensino-aprendizagem de um aluno com Transtorno do Espectro


Autista, o professor de educação física deve priorizar em suas aulas:
a) grandes grupos, para favorecer o desenvolvimento das habilidades sociais.
b) ambientes com diferentes estímulos sonoros, para estimular adequadamente esse aluno.
c) atividades variadas e aulas dinâmicas.
d) aulas de exploração espontânea em que seja favorecida a liberdade do aluno.
e) manutenção da rotina e transição cuidadosa de uma atividade para a outra.
ATÉ A PRÓXIMA!

Você também pode gostar