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Prof.

Drª Ediclea Mascarenhas

Antropologia Médica
O que arte e cultura de nossos antepassados revelam

ARTE OLMECA 1500 AC


Hipotonia
Macroglossia
Fenda palpebral
Quadro o Quarto dos Gonzaga
hipotireoidismo
Efos
Duendes
Síndrome de Williams
Elfos facies
Utilizaremos esta terminologia em
virtude da mudança do termo mental
para intelectual (AAID,2007). Porém,
apesar da legislação brasileira adotar
a definição desta academia, ainda não
foi substituído nas legislações.
DA CLÍNICA À PEDAGOGIA
Vygotsky no livro Defectologia, citado em Fernandes
(2000) foi um dos primeiros teóricos a romper com a
visão determinista frente à possibilidade de avanço
cognitivo ao afirmar que o estudo das questões dos
processos compensatórios no desenvolvimento da criança
com deficiência mental / intelectual considerou que a
mesma clínica que diferenciou e reconheceu estas
crianças interessou-se muito pouco pelo desenvolvimento
integral desta mesma criança comprometida pela
deficiência. O enfoque clínico da deficiência era tomado
como uma coisa em si.
A pedagogia recebeu da clínica as
primeiras informações sobre a natureza
da deficiência e organizou sua prática a
partir deste enfoque. Sendo assim este
aluno era compreendido como um
“paciente” a ser tratado.
A pedagogia colocava a existência de duas
formas de educação das crianças, as
condicionadas por causas biológicas e as
condicionadas por causas sociais, neste
sentido supõe-se que no caso da existência
de problemas da ordem do “biológico”, as
crianças passariam a se desenvolver
segundo estas leis.
EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Chegada de Helena Antipoff ao Brasil
1920 a 1935:
Fundação da Sociedade Pestalozzi
Fundação da APAE
1930 a 1940 - Serviços de Higiene
Mental-ensino público socializado;
avaliar os alunos que não aprendiam;
Januzzi (1985):
selecionar os diversos
deficientes, tímidos, insofridos ou
indisciplinados, preguiçosos,
desatentos, retardados
1994 - DECLARAÇÃO DE
SALAMANCA
Enquadramento de para o
desenvolvimento de ações educativas
de pessoas com necessidades
especiais.

1990- Pacto de Educação para Todos


A Declaração de Salamanca recomenda que
as escolas devam ajustar-se a todas as crianças
independentemente de suas condições físicas, sociais
e linguísticas e neste contexto incluem-se crianças
com deficiências, superdotados, crianças de rua ou
crianças que trabalham, crianças de populações
nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas
ou culturais, crianças de área ou grupos
desfavorecidos marginais
PARADIGMA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
criança tem o direito fundamental e dever ter
a oportunidade de conseguir manter o nível
aceitável de aprendizagem
a escola deve se adaptar ao aluno
cada criança tem características, interesses
e necessidades que lhes são próprias
Os sistemas de educação devem ser
planejados e os programas educativos
implementados tendo em vista a
diversidade destas
características e necessidades
as crianças e os jovens com necessidades
educativas devem ter acesso às escolas
regulares, que a elas se devem adequar
através de uma pedagogia
centrada na criança
Surgem novos paradigmas:
AAMR - 1992

Capacidades
adaptativas Ambiente

QI FUNCIONALIDADE
SUPORTE
SISTEMA CLÁSSICO
317 Retardo Mental Leve Nível de QI 50 –55 a 70
318.0 Retardo Mental Moderado Nível de QI 35-40 a 50 – 55
318.1 Retardo Mental Severo: Nível de QI 25 a 35 –40
318.2 Retardo Mental Profundo: Nível de QI abaixo de 20 ou 25
319
Retardo Mental Gravidade Inespecificada pode ser usado quando
existe forte suposição de retardo mental, mas a inteligência da pessoa
não pode ser testada por métodos convencionais
( por ex., em indivíduos com demasiado prejuízo ou não
cooperativos, ou em bebês) (DSM IV, 40).
“...significativas limitações no funcionamento
intelectual atual. É caracterizado por um
funcionamento intelectual significativamente
abaixo da média, concomitante a limitações
identificadas nas seguintes áreas de
capacidades adaptativas: comunicação,
cuidados pessoais, vida doméstica,
habilidades sociais, usos comunitários,
independência, saúde e segurança,
funcionalidades acadêmicas, lazer e trabalho.
O retardo mental manifesta-se antes dos 18
anos...”
O sistema de 1992 desvia o eixo do
diagnóstico da estimativa do nível de
deficiência do indivíduo ( leve,
moderado, severo, profundo ) para a
estimativa das intensidades de suporte
necessárias (periódicas, limitadas,
extensivas ou constantes). Este modelo
apóia-se num tripé equilátero:
capacidades, ambiente, funcionalidade.
A primeira etapa (diagnóstico do retardo mental)
determina a elegibilidade para os suportes. O retardo
mental é diagnosticado se:

1) o funcionamento intelectual do indivíduo encontrar-se


entre 70 a 75 ou abaixo desta média;

2) se houver a presença de limitações significativas a


duas ou mais áreas das capacidades adaptativas;

3) se a idade do aparecimento for abaixo dos 18 anos


Avaliação deve levar em conta as diversidades
culturais e linguísticas, diferenças em
comunicação e fatores comportamentais
As limitações nas capacidades adaptativas
ocorrem no contexto de ambientes
comunitários típicos dos pares da mesma
faixa etária
As limitações coexistem com capacidades
Suportes podem melhorar o padrão de vida
Planejar e intervir são os pontos
máximos do diagnóstico para que sejam
definidos quais serviços essenciais
propiciarão o aumento da independência
da pessoa, sua produtividade e
integração comunitária; o foco do
diagnóstico vai para “além do rótulo do
indivíduo”.
Este paradigma utiliza três elementos
fundamentais

• a pessoa;

• seus ambientes;

• e os sistemas de apoio oferecidos.


O funcionamento do indivíduo passa a ser visto
como um prisma dos apoios existentes.
Os apoios são papéis mediadores no
funcionamento do sujeito; e o funcionamento
também interfere na forma de organização
deste sistema. Ou seja, os apoios devem ser
oferecidos e reavaliados ao longo do processo
de desenvolvimento da pessoa.
Estes apoios estão em outras pessoas,
como familiares, profissionais, amizades
e no próprio indivíduo, na tecnologia, nos
sistemas de saúde, educação, assistência
social e outros e na forma como estes
serviços são relacionados.
Outra concepção da abordagem de 2002 é que
os fatores educacionais passam a ser
identificados como predisponentes à
deficiência; aqueles que se relacionam à
disponibilidade de apoios educacionais que
promovem o desenvolvimento mental e o
desenvolvimento de capacidades adaptativas.
A avaliação do perfil e das intensidades de
apoios necessários constitui-se como uma
parte primordial dos sistemas da AAMR de
1992 e 2002. O conceito de necessidades
não é novo, porém a mudança de enfoque é
na crença de que a aplicação cuidadosa dos
suportes apropriados pode aumentar as
capacidades funcionais de indivíduos com
deficiência mental/ intelectual.
Outra concepção da abordagem de 2002 é a
de que os fatores educacionais passam a ser
identificados como predisponentes à
deficiência; aqueles que se relacionam à
disponibilidade de apoios educacionais que
promovem o desenvolvimento mental e o
desenvolvimento de capacidades
adaptativas.
ETIOLOGIA CAUSAS

PRÉ NATAIS: causas genéticas,


congênitas:doenças maternas,exposição a
agentes tóxicos

PERI NATAIS: partos distócicos

PÓS NATAIS: infecções, acidentes, violência


Classificação e descrição dos pontos fortes e fracos,
as habilidades , as defasagens e as necessidades de
suporte:

1) descrever os pontos fortes e fracos, as


habilidades, as defasagens e as
necessidades de suporte.

2) descrever a saúde global do indivíduo e indicar a


natureza etiológica da condição.

3) descrever o ambiente rotineiro do indivíduo e o


ambiente ótimo que poderia facilitar a continuidade
de seu desenvolvimento.
Definição dos perfis e intensidades das
necessidades de suporte em quatro dimensões:
a do funcionamento intelectual e capacidades
adaptativas, a das considerações psicológicas e
emocionais, a das considerações físicas, de
saúde e etiológicas e as considerações
ambientais.
Recursos dos Suportes:
No indivíduo
Em outra pessoa
Na tecnologia
Na organização dos sistemas
de suporte
Funções do Suporte :
No ensino
Nas amizades
No planejamento financeiro
Na assistência ao trabalho
No comportamento
Na assistência domiciliar
No uso e acesso às escolas
No uso e acesso à comunidade
Na assistência à saúde
COMUNICAÇÃO: envolve a habilidade para compreender e expressar
informações através de comportamentos simbólicos.

CUIDADOS PESSOAIS: são as habilidades para se alimentar, vestir,


pentear-se, cuidar da própria higiene, usar o banheiro.

ATIVIDADES DE VIDA DOMÉSTICA: referem-se ao funcionamento no


dia - a - dia do lar

HABILIDADES SOCIAIS: dizem respeito a comportamentos sociais


apropriados e inapropriados.

USO COMUNITÁRIO: refere-se à utilização apropriada dos recursos da


comunidade.
INDEPENDÊNCIA: é a possibilidade de fazer escolhas. Abrange
a capacidade para aprender e seguir um programa, iniciar
atividades consistentes e apropriadas aos interesses pessoais.

SAÚDE E SEGURANÇA: referem-se à manutenção do bem estar.

FUNCIONALIDADES ACADÊMICAS: constituem as habilidades


cognitivas e as capacidades relacionadas à aprendizagem
escolar.

LAZER: engloba uma variedade de interesses de atividades


recreativas, que refletem preferências e escolhas pessoais.

TRABALHO: consiste na capacidade de manter-se um parte do tempo ou o


tempo completo envolvido numa tarefa.
Currículo Funcional
Mary Falvey: Um currículo funcional é
aquele que facilita o desenvolvimento
de habilidades essenciais à
participação em uma grande variedade
de ambientes integrados.
Redes de apoio
Na passagem de cada etapa do sistema
educacional

Na interação entre professores de classe


comum e atendimento educacional
especializado

Na manutenção dos suportes da Educação


Especial ( Lei de Diretrizes e Bases da
Educação 9394/96,meta IV do Plano Nacional
de Educação, Lei Brasileira de Inclusão)

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