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Material Teórico
Deficiência Intelectual e Transtornos Globais do Desenvolvimento
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Jane Garcia de Carvalho
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Deficiência Intelectual e Transtornos
Globais do Desenvolvimento
• Introdução;
• O Que é Deficiência Intelectual?
• Fatores Etiológicos da Deficiência Intelectual;
• Aspectos da Sexualidade;
• Inserção no Mercado de Trabalho;
• Envelhecimento das Pessoas com Deficiência;
• Transtornos Globais do Desenvolvimento.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Estudar a deficiência intelectual e os transtornos globais do desenvolvimento;
• Refletir a respeito das limitações intelectuais e da interação social, no caso dos autistas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Deficiência Intelectual e Transtornos Globais do Desenvolvimento
Contextualização
A deficiência intelectual, anteriormente chamada de deficiência mental, ocorre
durante o período do desenvolvimento, ou seja, até os dezoito anos de idade, de
modo que compromete o aprimoramento intelectual do indivíduo. As pessoas mais
comprometidas necessitam de atendimento em nível de intervenção precoce para
a aquisição ou melhora das habilidades motoras e sociais.
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Introdução
Geralmente, por conta do desconhecimento, os indivíduos têm receio de se
aproximar de uma pessoa com deficiência intelectual. Dizem não saber como abor-
dar, conversar e interagir. Quanto a isso, não há técnicas ou segredos específicos,
pois essas pessoas possuem apenas a limitação intelectual, de modo que em outros
aspectos, o seu desenvolvimento se assemelha ao das pessoas sem deficiência.
No decorrer dos anos foram realizadas campanhas visando à educação das pes-
soas com deficiência, a partir de medidas isoladas e regionalizadas. As buscas edu-
cacionais voltadas ao deficiente, apesar dos entraves encontrados, realizaram-se
por meio da criação das classes especiais.
Nesse contexto, em 1975 surgiu a Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras
de Deficiência e em 1981 comemorou-se o Ano Internacional da Pessoa Deficiente.
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Figura 1 Figura 2
Fonte: iStock / Getty Images Fonte: iStock / Getty Images
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Intervenção Precoce
Não é possível descrever o diferente/deficiente como um grupo homogêneo.
Da mesma forma como é verdadeiro para as pessoas em geral, os traços humanos
tendem as ser distribuídos mais ou menos normalmente – e as diferenças indivi-
duais são marcantes. Dessa forma, torna-se necessário medir tais diferenças de
tempos em tempos.
A avaliação inclui um passo adicional, visto que o julgamento de valor das infor-
mações coletadas, tal como favorável ou desfavorável, ou adequado/inadequado,
é realizado sempre em relação a um critério prático e funcional. O tratamento é
um termo genérico que engloba todas as variedades de intervenção reabilitativa:
médica, psicológica, social, educacional e profissional.
Figura 3
Fonte: iStock / Getty Images
A ação da Escola Básica deve se desenvolver de modo a assegurar uma base co-
mum de conhecimentos indispensáveis para todos, atendendo ao mesmo tempo às
peculiaridades locais, aos planos dos estabelecimentos e às diferenças individuais dos
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Figura 4
Fonte: iStock / Getty Images
Intervenção precoce – educação preventiva (de zero a seis anos de idade) –, com
um conjunto de técnicas e procedimentos de natureza médica e psicossocial, que
objetiva a detecção, o diagnóstico e tratamento precoce de indivíduos suscetíveis
e/ou que possuam atrasos em seu desenvolvimento.
As preocupações e pressões podem fazer com que esses pais de bebês com de-
ficiência se sintam isolados ou singularmente responsáveis pelo cuidado de seus fi-
lhos. Assim, enquanto os pais se esforçam e lutam para conviver com os problemas
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que precisam encarar, necessitam de informações, apoio e encorajamento para
fazer a sua tarefa da melhor maneira possível. Dito de outra forma, necessitam sa-
ber que outros progenitores de crianças com deficiência têm encontrado problemas
semelhantes aos seus e sentimentos afins, o que ajuda na manifestação de apoio.
Por sua vez, profissionais e membros da família, assim como amigos, devem re-
conhecer que os pais nem sempre acham o envolvimento com o desenvolvimento
e progresso do bebê uma experiência satisfatória ou recompensadora.
Existem muitas formas pelas quais os pais podem obter ajuda e apoio emocional:
conseguem se juntar a grupos de progenitores – para terapia de apoio, troca de in-
formações, recursos disponíveis, grupos terapêuticos – individuais ou coletivos – etc.
Figura 5 Figura 6
Fonte: iStock / Getty Images Fonte: iStock / Getty Images
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Figura 7 Figura 8
Fonte: iStock / Getty Images Fonte: iStock / Getty Images
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imediatamente, sob rigoroso controle médico, a fim de evitar as suas conse-
quências, entre as quais a deficiência intelectual. Assim, o bebê poderá ficar
curado e ter uma vida normal;
» Ambientais: infecções adquiridas pela mãe durante a gestação – rubéola, to-
xoplasmose, citomegalovírus –; exposição a raios x e irradiação; uso de drogas
– lícitas e ilícitas – pela mãe; traumatismos de forma direta ou indireta com
comprometimento circulatório; incompatibilidade sanguínea – mãe RH negati-
vo e bebê RH positivo –; má nutrição materna, o que acarreta prematuridade.
• Causas perinatais: intercorrências no momento do parto – traumatismos obs-
tétricos, a duração do parto, apresentação do feto, circular de cordão, fórceps
(hemorragia ou compressão cerebral) –; pouca ou falta de oxigenação no cére-
bro – hipóxia ou anóxia –; prematuridade ou pós-maturidade;
• Causas pós-natais: infecções no SNC – meningites, encefalites –; agentes
tóxicos – drogas – ingeridos pela própria criança; traumas cranianos; má nutri-
ção; carência afetiva e/ou ambiental; privação social e/ou cultural.
Diagnóstico
É importante que tenhamos o histórico de vida do indivíduo, que deve conter as
seguintes informações: dados de identificação da criança, adolescentes ou adultos,
dos pais, queixas iniciais, antecedentes pessoais, ou seja, os fatores emocionais e
intercorrências clínicas que envolveram o período desde a concepção até o parto,
o desenvolvimento neuromotor, a escolaridade, o relacionamento interpessoal – fa-
miliar, social e escolar –, comportamentos – medos, birras, tiques, manias –, sono,
doenças, medicações, exames realizados, rotina de vida – horários, atividades de-
senvolvidas e lazer.
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Aspectos da Sexualidade
A conduta sexual da pessoa com deficiência intelectual e o desenvolvimento
sexual não são muito conhecidos, principalmente pelo fato de serem tratados
como um déficit relativo aos mecanismos de repressão e de autocrítica. Como
fruto da limitação intelectual, as suas relações interpessoais se processam de
forma alterada, de modo que qualquer manifestação de sua sexualidade é vista
e tratada no âmbito dos distúrbios de conduta. Isto ocorre porque a relação pai-
-filho permanece no plano imaginário, no qual o deficiente intelectual é visualiza-
do como uma eterna criança, sem padrões de crítica e valores que lhe permitam
desfrutar do mundo adulto.
Nos casos em que as pessoas com deficiência tenham um nível elevado de de-
pendência, e que essa deficiência seja considerada profunda, tais indivíduos não
conseguem configurar em sua totalidade uma consciência de si, vivenciando uma
situação de total dependência dos pais e/ou de cuidadores para atendê-los em
suas necessidades; o que impossibilita ainda mais a diferenciação de si e do outro,
mantendo-os em um estado definitivo de simbiose.
Sua relação com o meio ambiente é pobre, enquanto que sua capacidade de
adaptação é mínima ou praticamente nula; costumam manifestar sérios problemas
quando há mudanças significativas no mundo que os rodeia. Ademais, existe a ne-
cessidade marcante de segurança em um meio ambiente estável e rotineiro, a fim
de preservar a sua escassa estabilidade emocional.
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Figura 10
Fonte: iStock / Getty Images
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Na deficiência intelectual moderada, a estimulação corporal recebida das figuras
afetivas e autoestimulação favorecem a configuração corporal e o contato com o
prazer. Daí busca-se a gratificação, repetindo situações similares, assim como a
diferenciação entre si e o outro, tanto no meio familiar como social.
Figura 11
Fonte: iStock / Getty Images
Elegem os seus parceiros com interesses afetivos e sexuais, de modo que podem
não apenas manter relações sexuais com os quais, como também iniciar, por von-
tade própria, a sua vida reprodutiva.
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Por outro lado, a essas pessoas também não são oferecidas as possibilidades de
participação dos programas de capacitação; assim, quando conseguem a tão sonha-
da vaga, não permanecem por muito tempo no emprego, uma vez que não estão,
ou melhor, não foram capacitadas para isso.
Figura 12
Fonte: iStock / Getty Images
Outro fator que impede o acesso ao mercado de trabalho diz respeito ao Bene-
fício de Prestação Continuada (BPC), da Assistência Social e que foi instituído pela
Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência
Social (Loas), Lei n.º 8.742, da política de assistência social.
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Envelhecimento das Pessoas com Deficiência
Até bem pouco tempo não havia a preocupação com o envelhecimento das pes-
soas com deficiência, especificamente a intelectual. Atualmente, com o avanço das
técnicas médicas e dos recursos terapêuticos que têm contribuído para a longevidade
da população geral, inclusive das pessoas com deficiência, aparecem novos programas
que visam ao atendimento e acolhimento aos idosos que possuem essa característica.
Figura 13
Fonte: iStock / Getty Images
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Figura 14
Fonte: iStock / Getty Images
As crianças com transtorno autista podem ter alto ou baixo nível de funciona-
mento, dependendo do Quociente de Inteligência (QI), da capacidade de comuni-
cação e do grau de severidade nos seguintes itens (NATIONAL SOCIETY FOR
AUTISTIC CHILDREN; AMERICAN PSYQUIATRIC ASSOCIATION, [20--?]):
• Resposta anormal a sons;
• Deficiência ou ausência de compreensão de
linguagem verbal;
• Problemas de pronúncia e entonação;
• Dificuldade em imitar movimentos finos;
• Compreensão deficiente da informação visual;
• Uso dos sentidos proximais;
• Dificuldade na compreensão e uso de gestos;
• Alterações neurológicas;
• Resistência à mudança no meio e/ou na rotina;
• Resposta anormal a situações cotidianas;
• Comportamento social embaraçoso;
• Autoagressão;
• Movimentos anormais;
Figura 15
• Ausência de brincadeiras imaginativas. Fonte: iStock / Getty Images
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Etiologia do Autismo
Apesar de ter sido descoberto em 1943 por Leo Kanner, até o momento não te-
mos uma causa específica ao autismo. Sabe-se que a prevalência é de dois a quatro
casos em cada dez mil pessoas, de três a quatro vezes mais frequentes em meninos
do que em meninas. É encontrado em todo o mundo, em famílias de diferentes
configurações étnicas e sociais.
Há, contudo, alguns fatores predisponentes, vejamos: rubéola, idade materna, fenil-
cetonúria, encefalite, esclerose tuberosa, entre outros. Ademais, vários estudos encon-
traram a correlação entre determinados parâmetros neurológicos e o autismo.
Figura 16
Fonte: iStock / Getty Images
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Síndrome de Rett
Os primeiros casos foram publicados por Andreas Rett, em 1966. Clinicamente
é caracterizada pela perda progressiva das funções neurológicas e motoras após
um período de desenvolvimento aparentemente normal, que vai de seis a dezoito
meses de idade.
No terceiro estágio surgem crises convulsivas e escoliose. Por outro lado, ocorre
a melhora no que diz respeito à interação social e comunicação, principalmente do
contato visual, diminuindo as características autísticas.
O quarto estágio, por volta dos dez anos de idade, é caracterizado pela redução
da mobilidade, quando muitas meninas perdem completamente a capacidade de
andar – embora algumas nunca tenham adquirido tal habilidade –; ademais, figura
escoliose, rigidez muscular e distúrbios vasomotores periféricos.
O diagnóstico até o momento é eminentemente clínico, uma vez que não foram
identificados marcadores laboratoriais da condição. No entanto, algumas doenças
neurológicas compartilham sintomas com a síndrome de Rett e isto pode dificultar
o diagnóstico clínico, especialmente nos primeiros estágios da forma clássica – ou
no caso de formas atípicas.
quanto mais cedo e mais adequado for o tratamento reabilitador veja mais sobre em:
https://goo.gl/CcUABf
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Síndrome de Asperger
A síndrome inicialmente foi descrita por Hans Asperger em 1944. Ao contrário
do que ocorre no autismo, as crianças com Asperger não são reconhecidas antes
dos três anos de idade.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
O estranho caso do cachorro morto
HADDON, M. O estranho caso do cachorro morto. Rio de Janeiro: Record, 2005.
Um antropólogo em Marte
SACKS, O. Um antropólogo em Marte. São Paulo: Memnon, 2003.
Vídeos
Vida em movimento: deficiência intelectual
O vídeo nos faz repensar a respeito das ações e atitudes das pessoas sem deficiência
em relação àquelas com deficiência intelectual, neste caso especificamente a síndrome
de Down.
https://youtu.be/tesEaD0bLws
Leitura
Autismo: breve revisão de abordagens diferentes
BOSA, C.; CALLIAS, M. Autismo: breve revisão de abordagens diferentes. Psicol.
Reflex. Crit., v. 13, n. 1, p. 167-177, 2000.
https://goo.gl/en6R48
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Referências
ASSUMPÇÃO JR., F. B.; SPROVIERI, M. H. Deficiência mental, família e se-
xualidade. São Paulo: Memnon, 1993.
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