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ZENEIDE ROCHA

SUMÁRIO
Introdução Página 4

Capítulo 1 Página 7

Capítulo 2 Página 16

Capítulo 3 Página 22

Capítulo 4 Página 28

Recapitulando Página 34

Extras Página 35

Agradecimento Página 37

Contato Página 39

Referências Página 40

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Olá!

Sou Zeneide Rocha, Pedagoga, Psicopedagoga Clínica e mãe


de um mocinho autista, o Lucas.

Nos últimos 15 (quinze) anos, atendendo demandas das


escolas, de famílias, profissionais da clínica e as demandas da
minha família, sei das dificuldades encontradas por parte
desses profissionais e de familiares, no que diz respeito ao
aprendizado e as dificuldades de uma criança autista.
Por isso minha missão é ajudar pais e profissionais da saúde
e educação a lidar da melhor maneira com as crianças
autistas: como ACOLHER, AVALIAR e INTERVIR.

Com carinho,

Zeneide Rocha
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INTRODUÇÃO
Bem-vindo ao e-book "Pré-Requisitos Básicos
para Alfabetização de uma Criança Autista".

Se você é um educador, terapeuta, pai ou


cuidador de uma criança no espectro autista,
este e-book foi criado especialmente para você.

Entendemos que a alfabetização é uma


habilidade fundamental para o
desenvolvimento acadêmico e social de
qualquer criança. No entanto, sabemos que
cada criança é única e possui necessidades
específicas.

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Meu objetivo é fornecer a você informações
práticas e acionáveis que possam ser aplicadas
imediatamente. Cada capítulo apresentará
dicas, exemplos e atividades que visam
estimular as habilidades fundamentais para a
alfabetização da criança autista, ao mesmo
tempo em que respeitam as necessidades
individuais de cada criança.

Estou empolgadas em compartilhar esse


conhecimento organizado com você e espero
que este e-book seja uma ferramenta útil e
inspiradora em sua jornada de alfabetização no
autismo. Vamos começar essa jornada juntos!

Boa leitura!
Zeneide Rocha
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“Quando uma flor não
desabrocha, você corrige o
ambiente em que ela
cresce, não a flor”
Alexander den Heijer

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CAPÍTULO 1

TRANSTORNO
DO ESPECTRO
AUTISTA
O autismo é um transtorno do
neurodesenvolvimento que afeta a
comunicação, interação social e
comportamento. É caracterizado por
dificuldades na interação social, padrões
restritos e repetitivos de comportamento,
interesses e atividades.

O autismo é uma condição que varia em


intensidade e manifestação em cada
indivíduo, sendo considerado um espectro, o
que significa que existem diferentes níveis de
funcionamento e manifestação do transtorno.

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Os níveis do autismo são baseados no grau
de suporte necessário para a pessoa em
termos de comunicação, interação social e
comportamento.

Aqui estão os três níveis do autismo:

Nível 1: Requer suporte. Nesse nível, a pessoa


apresenta dificuldades na interação social,
comunicação e comportamento, mas
consegue funcionar de forma independente
com suporte adequado. Pode ter
dificuldades em iniciar e manter conversas,
lidar com mudanças e demonstrar
flexibilidade.

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Nível 2: Requer suporte substancial. Nesse
nível, a pessoa apresenta déficits mais
significativos na comunicação, interação
social e comportamento. Pode ter
dificuldades em se adaptar a mudanças, lidar
com situações sociais complexas e demonstrar
interesse limitado em atividades fora de seus
padrões restritos e repetitivos.

Nível 3: Requer suporte muito substancial.


Nesse nível, a pessoa apresenta graves
déficits na comunicação, interação social e
comportamento. Pode ter dificuldades
significativas em se comunicar verbalmente
ou não verbalmente, lidar com mudanças e
interagir socialmente. Geralmente, precisa de
suporte constante em várias áreas da vida.
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É importante ressaltar que esses níveis são
apenas uma forma de classificação e cada
pessoa com autismo é única, com suas
próprias habilidades e desafios.
O suporte necessário pode variar de acordo
com o indivíduo.

Autismo e seus desafios

Alguns dos principais desafios do autismo


incluem:

1. Dificuldades na comunicação: Pessoas com


autismo podem ter dificuldades em expressar
seus pensamentos, sentimentos e necessidades
de forma verbal ou não verbal. Isso pode

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afetar a interação social e a capacidade de
se comunicar de maneira eficaz.

2. Dificuldades na interação social: O


autismo pode afetar a capacidade de
estabelecer e manter relacionamentos sociais.
Pessoas com autismo podem ter dificuldades
em entender as pistas sociais, interpretar
emoções e se envolver em interações sociais
recíprocas.

3. Comportamentos repetitivos e restritos:


Muitas pessoas com autismo apresentam
padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses e atividades. Isso
pode incluir fixações em determinados

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assuntos, aderência a rotinas rígidas e
comportamentos estereotipados.

4. Sensibilidades sensoriais: Pessoas com


autismo podem ter sensibilidades sensoriais
aumentadas ou diminuídas. Isso significa que
podem ser hipersensíveis ou hipossensíveis a
estímulos sensoriais, como luzes, sons, texturas
e cheiros. Essas sensibilidades podem causar
desconforto e dificuldades em ambientes
sensorialmente desafiadores.

5. Dificuldades na adaptação a mudanças:


Mudanças na rotina ou no ambiente podem
ser especialmente desafiadoras para pessoas
com autismo. Elas podem ter dificuldades em

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lidar com a imprevisibilidade e a falta de
estrutura, o que pode causar ansiedade e
estresse.

É importante lembrar que os desafios do


autismo podem variar de pessoa para pessoa.

Cada autista é único e pode enfrentar


desafios específicos com base em suas
características e necessidades individuais.

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Vídeo complementar

Caso queira saber um pouco mais sobre os


critérios diagnósticos do autismo, assista o
vídeo acima, clicando AQUI.

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CAPÍTULO 2

HABILIDADES
BÁSICAS
Não tem como fugir, para falar em
aprendizagem da criança autista, precisamos
pensar nas habilidades básicas. Você sabe
quais são?

Pois bem, vamos às principais:


Contato visual: habilidade muito
importante para a interação social e para
a comunicação.
Imitação: Além de requisito para a fala,
imitar ações de outras pessoas permite
que a criança participe de brincadeiras e
se relacione com os colegas, por exemplo.
Apontar: habilidade comunicativa gestual
que facilita a comunicação, mesmo na
ausência de fala.

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Sentar: necessário em várias situações do
dia a dia, por exemplo, na sala de aula,
no carro, para fazer as refeições em casa
ou no restaurante, etc.
Aguardar: Também necessário em
situações do cotidiano, como esperar sua
vez para brincar, aguardar em filas,
restaurantes, etc.

Essas 5 habilidades cito


no meu e-book gratuito
que fiz lá em 2020,
inclusive ele é bem bacana
para complementar esse
aqui. Caso você não tem
ele ainda, basta clicar ao
lado para baixar.

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Além dessas 5 habilidades que considero
extremamente importantes, é necessário
perceber as habilidades de linguagem da
criança, ainda que a criança não seja
oralizada, ela pode se comunicar.
Observe a Habilidade de Linguagem
Receptiva, ou seja, o que você fala a criança
entende?
Ela consegue seguir instruções de um
passo? Exemplo: "Levanta", "senta",
"pegue o copo", "dê um abraço."
Ela segue instruções de dois passos?
Exemplo: "Feche a porta e apague a luz".
Ela identifica partes do corpo?
Ela identifica pessoas familiares?
Ela identifica figuras?
Ela identifica objetos?
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Observe a Habilidade de Linguagem
Expressiva, ou seja, como a criança se
comunica?
Ela aponta na direção do que deseja?
Ela produz sons com função
comunicativa?
Ela imita sons?
Sabe nomear pessoas da família?
Sabe nomear objetos?
Sabe nomear figuras?

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Faça uso de planilhas para mapear as
habilidades e dificuldades da criança, assim
facilita o planejamento individual. Use datas
nas planilhas, assim você percebe qualquer
pequeno avanço da criança.

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CAPÍTULO 3

OS PRÉ-REQUISITOS
BÁSICOS
Para alfabetização da
criança autista
Ao iniciar o processo de alfabetização da
criança autista, observe se ela:

Inicia e finaliza pequenas tarefas;


Faz atividades de pareamento;
Identifica objetos e figuras.

Sim, esses são pré-requisitos básicos, repito,


básicos. Sem as habilidades básicas para a
aprendizagem, ditas no começo desse e-book,
e sem os pré-requisitos básicos para a
alfabetização, o processo de aprendizagem
da criança fica muito comprometido.
Por isso é muito importante fazer o
mapeamento da habilidades que a criança já
tem e quais são suas dificuldades, para
iniciarmos desse ponto.
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Toda criança pode aprender, mas para isso
precisamos estar em alerta sobre seu processo
de aprendizagem.

Toda criança autista será alfabetizada? Não!


Mas no processo de ensinar habilidades
básicas e necessárias para esse processo, a
criança aprende? Sim!

Explico melhor, todo criança pode avançar do


ponto em que ela está para um ponto mais
adiante. Quando ensinamos habilidades
básicas, inclusive para alfabetização, ela
ganha habilidades não só para esse processo
específico, mas para sua vida diária.

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Quando eu brinco com a criança, dando
poucas demandas, com o objetivo dela iniciar
e finalizar uma pequena tarefa, essa
habilidade vai ajudar muito no processo de
alfabetização, mas para inúmeras outras
situações da vida cotidiana.

Quando ensino a criança parear objetos e


figuras, uau! Vai super ajudar na
alfabetização, pois podemos parear letras,
palavras, o seu nome, mas também, em sua
vida diária conseguir organizar os pares de
meia, os talheres na gaveta, os potes iguais
no armário, etc.

Do mesmo modo quando ensino a criança

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identificar objetos e figuras, que super
ajuda na sua comunicação e isso é para além
da alfabetização.

Portanto, atenção nas habilidades e


dificuldades da criança, porque assim
podemos estabelecer prioridades em seu
processo de aprendizagem, com atividades e
abordagens corretas.

26
Dica de livro, para
complementar e te
dá muitas ideias.
Clique AQUI!

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CAPÍTULO 4

ESTRATÉGIAS ÚTEIS
NO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO
Algumas estratégias e abordagens podem ser
úteis no processo de alfabetização. Aqui estão
algumas sugestões:

Estabelecer uma rotina estruturada:


Crianças autistas geralmente se beneficiam
de uma rotina estruturada e previsível.
Estabeleça horários regulares para as
atividades.

Utilizar recursos visuais: Muitas crianças


autistas são visuais e aprendem melhor
através de recursos visuais. Use cartões com
letras, imagens e palavras para ajudar na
associação entre letras e sons.

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Adaptar o material de aprendizagem:
Faça adaptações no material de
aprendizagem para atender às necessidades
da criança. Isso pode incluir o uso de fontes
grandes, cores contrastantes e materiais
táteis para tornar a experiência mais
envolvente.

Utilizar estratégias de aprendizagem


multissensorial: As atividades multissensoriais
envolvem a utilização de diferentes sentidos,
como visão, audição, tato, olfato e até mesmo
o movimento corporal, para promover a
aprendizagem e a retenção de informações.

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Em uma abordagem multissensorial, uma
simples letra, como essa, podemos estimular a
visão, quando a criança visualiza a letra e a
imagem; a audição quando pronuncia a letra
e/ou a imagem correspondente; o tato,
quando passa o dedo nos contornos, ou
quando utiliza massinha ou tinta para
contornar, que pode despertar o olfato
também; etc.
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Individualizar o ensino: Reconheça as
habilidades e interesses individuais da criança
e adapte o ensino de acordo a necessidade.
Por exemplo, se a criança tem interesse em
animais, use livros ou atividades relacionadas
a animais para ensinar as letras.

É importante lembrar que cada criança


autista é única e pode ter necessidades e
preferências diferentes.

Portanto, é recomendado trabalhar em


parceria com outros profissionais (caso a
criança tenha) e a família, para desenvolver
um plano de alfabetização individual para a
criança.

32
Vídeo complementar

Caso queira ter mais ideias, clique para


assistir o vídeo AQUI.

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Para o processo de alfabetização da
criança autista, é necessário:
conhecer o transtorno,
conhecer o autismo daquela criança,
pois cada uma é única,
mapear e estimular, caso necessário, as
habilidades básicas, bem como as
habilidades que são pré-requisitos para
a alfabetização.
Ah! Por fim, use planilhas, checklists,
faça anotações da evolução da criança,
de cada pequeno detalhe. Combinado?

34
Vou deixar abaixo duas playlists, lá do meu
canal do Youtube, que pode muito te
ajudar, em alguns vídeos disponibilizo
material para download.

35
No ensino do criança autista, não há
metodologias salvadoras, muito menos
uma receita de como começar e seguir,
mas há grandes possibilidades de
aprendizagem, pois como disse, toda
criança pode aprender e nesta
relação de ensino e aprendizagem,
quem primeiro ensina é a criança.

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Agradecimento

Chegamos ao final deste pequeno e-book e


gostaria de expressar minha sincera gratidão a
você que acompanhou essa jornada comigo.

Espero que tenha encontrado valor e inspiração


ao longo do caminho.

Se você gostou deste e-book e deseja


compartilhar sua opinião, ficarei muito grato em
receber seu feedback.

Sua opinião é extremamente valiosa para mim e


me ajudará a melhorar futuros conteúdos. Por
favor, sinta-se à vontade para entrar em contato
através do e-mail "contato@zeneiderocha.com"
ou lá no Instagram [tem link na página final].

37
Além disso, se você deseja explorar ainda mais
sobre o tema abordado neste e-book, tenho
recursos adicionais disponíveis para você lá no
meu canal do Youtube e no meu Instagram,
ambos tem link na próxima página.

Por fim, quero deixar uma mensagem de


encorajamento a você. Lembre-se de que o
aprendizado é um processo contínuo e que a
aplicação do conhecimento adquirido é o que
realmente faz a diferença, na sua vida e na vida
da criança.

Mais uma vez, muito obrigado por fazer parte


desta jornada. Desejo a você muito sucesso em
sua empreitada e que continuemos a aprender e
crescer juntas.
Com carinho,

Zeneide Rocha
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@zeneiderocha.projetoeducare

zeneiderocha

@zeneiderocha

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REFERÊNCIAS

CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão.


Psicopedagogia e práticas educativas na
escola e na família. 7.ª ed. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2017.

CUNHA, Eugênio. Autismo na Escola. Um jeito


diferente de aprender, um jeito diferente de
ensinar. 5.ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora,
2018.

GOMES, Camila Graciella Santos. SILVEIRA,


Analice Dutra. Ensino de Habilidades Básicas
para Pessoas com Autismo. 1.ª ed. Curitiba:
Appris Editora, 2016.

Caso queira adquirir


algum dos livros,
basta clicar no nome,
em azul.

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