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Educação Física

Inclusiva
Material Teórico
Deficiência Intelectual

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Nathalia Bernardes

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Deficiência Intelectual

• Introdução;
• Hipotireoidismo Congênito;
• Síndrome de Down;
• Síndrome de Williams;
• Síndrome Alcoólica Fetal;
• Síndrome Cri-Du-Chat;
• Síndrome do X-Frágil.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Aprendizagem das diferentes manifestações da cultura corporal às necessidades e poten-
cialidades da pessoa com Deficiência Intelectual.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Deficiência Intelectual

Introdução
Nesta Unidade, abordaremos o tema Deficiência Intelectual. Dentro da popula-
ção com Deficiência, segundo o CENSO (2010), a Deficiência Intelectual represen-
ta 1,40% da população brasileira, a menos prevalente na população.

Observe no Quadro a divisão da população com Deficiência Intelectual por dife-


rentes faixas etárias:

Tabela 1
Mental ou Intelectual
0 a 14 anos 0,9%
15 a 64 anos 1,4%
Acima de 65 anos 2,9%
Fonte: IBGE, CENSO 2010

A Deficiência Intelectual é caracterizada por déficits em capacidades mentais ge-


néricas que resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que o in-
divíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e responsabilidade
social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo comunicação, participação
social, funcionamento acadêmico ou profissional e independência pessoal em casa
ou na comunidade (DSM-5, 2014).

A etiologia da Deficiência Intelectual pode ser dividida em três períodos: fatores


de risco e causas pré-natais (concepção do bebê até o início do trabalho de parto),
perinatais (início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê) e pós-natais
(do 30º dia de vida do bebê até o final da adolescência).

No período pré-natal, as causas e os fatores de risco estão associados à má


assistência à gestante. Isso inclui desnutrição, consumo de álcool, drogas, cigarros
e contração de doenças infecciosas como sífilis, rubéola, toxoplasmose, citomega-
lovírus e herpes.

As alterações cromossômicas (Síndrome de Down), monogênicas (fenilcetonúria)


e a má formação do feto também podem ocorrer nesse período.

No período perinatal, as causas e os fatores de risco estão associados à má


assistência durante o parto, como possíveis traumas (fórceps), falta de oxigênio no
cérebro do bebê, prematuridade e baixo peso, icterícia grave e doença infecciosa
que o bebê contrai no momento do nascimento (herpes).

No período pós-natal, entre as causas e os fatores de risco para a Deficiência


Intelectual, estão as infecções (meningoencefalite, sarampo e caxumba), os distúr-
bios metabólicos (hipotireoidismo congênito), a desnutrição e a desidratação grave,
bem como a privação sócio-afetivo-cultural, além da intoxicação (envenenamento,

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inseticida e produtos químicos), exposição exagerada à radiação e acidentes por
asfixia, quedas e afogamento.

Você Sabia? Importante!

Uma Lei Federal dos Estados Unidos (Public Law 111-256, Rosa’s Law) substitui o termo
retardo mental por Deficiência Mental. Todavia, Deficiência Intelectual é o termo de
uso adequado.

O Teste de QI (quociente intelectual) era utilizado para diagnóstico da pessoa


com Deficiência Intelectual. Atualmente, é considerado um modelo multidimensio-
nal (AAIDD – Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento).

O modelo multidimensional utiliza 5 dimensões. São elas: Habilidades Inte-


lectuais, Comportamento Adaptativo, Saúde, Participação, Interações, Papel
Social e Contexto.

Observe na tabela a seguir o que contempla cada dimensão:

Tabela 2
Dimensão 4
Dimensão 1 Dimensão 2
Dimensão 3 Participação, Dimensão 5
Habilidades Comportamento
Saúde Interações, Papel Contexto
Intelectuais Adaptativo
Social
Conjuto de habilidades
adquiridas pelo
Considera as condições
Capacidade indivíduo para As condições gerais da Avaliação direcionada
em que o indivíduo vive
de raciocínio. corresponder as saúde física e mental. as interações sociais.
e se desnvolve
demandas da
vida cotidiana.
Papéis vivenciados
Planejamento.
pelo indivíduo.
Participação na
Solução de problemas. comunidade em
que vive.
Pensamento abstrato.
Compreensão de
ideias complexas.
Aprendizagem por
meio de experiências.

Fonte: Acervo do Conteudista

Para cada dimensão do modelo multidimensional, é considerado o apoio neces-


sário ao indivíduo. São eles: Intermitente, Limitado, Extensivo e Generalizado.

Observe na imagem a seguir.

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UNIDADE Deficiência Intelectual

Dimensão 1 Apoio Intermitente Apoio limitado


Habilidades Apoios de curto prazo, Apoio regular durante
Intelectuais apenas em momentos um período curto
Dimensão 2 necessários (Treinamento
Comportamento (perda de emprego) para trabalhos)
Adaptativo
Dimensão 3 Apoio Extensivo Apoio Generalizado
Saúde Sem limite de tempo; Constantes; Estáveis; de
Constante com comprome-
Dimensão 4 timento regular (Auxílio
alta intensidade
Participação, (Manutenção da vida)
na vida doméstica)
Interações,
Papel Social
Dimensão 5
Contexto

Figura 1

Na classificação Intermitente, o indivíduo é independente para as Atividades da


Vida Diária (AVDs), as habilidades de linguagem são conservadas, apresenta dificul-
dades na aprendizagem de conceitos abstratos, é capaz de executar tarefas simples
de trabalhos e pode atingir habilidades acadêmicas equivalentes ao 6º ano.

Na classificação Limitado, o indivíduo apresenta habilidades de linguagem sim-


ples, as AVDs podem ser treinadas e ele é capaz de realizar trabalhos com supervisão.

Na classificação Extenso, o indivíduo apresenta habilidades de linguagem muito


comprometidas e desempenha AVDs simples e com supervisão.

Na classificação Generalizado, o indivíduo apresenta habilidades de linguagem


muito prejudicadas ou inexistentes e não desempenham AVDs.
Explor

Doença mental não é sinônimo de Deficiência Intelectual! Saiba mais em: https://bit.ly/2yt6YFk

Agora que já temos o conceito, a etiologia e a classificação da Deficiência Inte-


lectual, vamos levantar algumas características possíveis na pessoa com Deficiência
Intelectual às quais devemos prestar atenção.

A agressividade pode ser um comportamento algumas vezes observado nesse


público. Os gatilhos podem ser: comportamento inadequado ao contexto, indis-
ciplina e estrutura familiar inadequada além de frustrações ou distúrbios emocio-
nais associados.
Nesse caso, é necessário evitar possíveis gatilhos, como a indisciplina, apresen-
tar maior rigidez no início e proporcionar liberdade gradualmente, conforme o co-
nhecimento e contato com o aluno; refletir sobre a estrutura da atividade proposta
e o papel do professor. O auxílio de monitor pode ser benéfico.

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Para evitar o estágio da agressividade, afaste o aluno da turma por algum pe-
ríodo e deixe claro que a punição é relacionada ao comportamento inadequado.
Utilizar o aluno como um ajudante na atividade é uma estratégia positiva.

A sexualidade também é um comportamento que necessita de atenção. Isso


porque, muitas vezes, esses alunos não recebem orientação, educação sexual. Des-
sa forma, eles podem apresentar comportamentos inadequados durante as aulas.
É preciso corrigir e explicar, lembrando-se de que a forma de comunicar é diferente.

Sexuality issues and the voices of adults with intellectual disabilities: A systematic review
Explor

of the literature
BROWN, M.; McCANN, E. Sexuality issues and the voices of adults with intellectual disabili-
ties: A systematic review of the literature. Research in Developmental Disabilities, United States,
v. 74, p. 124-138, 2018.

Problemas de linguagem e comunicação também podem ser observados. Vo-


cabulário reduzido e dificuldade de comunicação, muitas vezes, são decorrentes de
poucas experiências. Pode haver dificuldade de expressar vontades, fazer sugestões
e indagações.

A atenção e a apatia para aprender também são pontos importantes a serem


considerados. Normalmente, esses alunos apresentam dificuldade de manutenção
da atenção durante períodos longos. A atenção, geralmente, é seletiva, e ficam
pouco tempo explorando novas situações. Nesse contexto, é preciso prestar aten-
ção à escolha das atividades e forma de comunicação.

Assim, o posicionamento adequado do professor é muito importante: mudanças


no tom de voz, realização de brincadeiras durante uma orientação, apresentação de
novidade e desafio, bem como a utilização de materiais atraentes, coloridos ou que
emitam som, são positivas.

O isolamento do aluno também pode acontecer. É preciso ficar atento à iden-


tificação dos motivos de isolamento durante a aula, para poder evitá-los, quando
possível. Podem ser: motivo de agressão, motivo de poder (impedido de fazer algo
que queira), motivo de assistência ou motivo de realização (expectativa de sucesso,
medo fracasso).

Em relação ao comportamento motor, esses alunos podem apresentar maior


lentidão na maturação e, muitas vezes, escolha de estratégias motoras inadequadas
para executar tarefas, atraso na sequência do desenvolvimento motor, prejuízo no
controle corporal, carência de experiências motoras, além de déficit na aquisição
de habilidades culturais.

Dessa forma, fica clara a importância de trabalhar ritmo, agilidade, controle da


força. É importante priorizar as capacidades motoras em relação às capacidades
físicas, lembrando-se de que é necessário atenção na prescrição dessas atividades,
pois, em alguns casos, temos problemas cardiovasculares associados.

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UNIDADE Deficiência Intelectual

O trabalho de atividades rítmicas e expressivas podem auxiliar muito no quesito


comunicação e linguagem.

Queridos(as) alunos(as), agora que já olhamos para as importantes característi-


cas que os alunos com Deficiência Intelectual podem apresentar, vamos olhar para
as atividades.

Começaremos com o quadro da imagem a seguir, que oferece propostas de


intervenção, desde a participação individual até a interação social da pessoa com
Deficiência Intelectual.

Deficiência mental leve Interação Social

(Futebol, basquete,
• Atividade em grupo handebol, tomada
(cooperação e competição) a bandeira, jogos
• Oponentes/equipe de equipe.)
• Tomadas de decisão
• Atividades motoras complexas

• Atividade em pequenos
grupos, sem contato corporal (Voleibol, tênis, beisebol,
• Ambiente variável (por lançar e receber; “carteiro”.)
exemplo, bola em movimento)
• Tomadas de decisão
• Oponentes

(Siga o mestre, pega-pega.)


• Individual ou em duplas
• Corpo em movimento
• Ambiente estável

• Individual
• Corpo estacionário (Arremesar a um alvo fixo, boliche,
• Movimentos diferentes distâncias.)
repetitivos

Deficiência mental grave Participação individual

Figura 2
Fonte: Adaptado de Brown, 1991 por Rosadas e Pedrinelli, 2002

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Vamos pensar, agora, sobre um bom planejamento para trabalhar com esse público:
• Considerar as características do aluno;
• Ter clareza no objetivo da aula;
• Escolher estratégias de ensino com segurança;
• Realizar adaptações nas atividades, quando necessário;
• Escolher os princípios metodológicos para o desenvolvimento do aluno;
• Incentivar, reforçando a autoestima do aluno, valorizando as diferentes participações;
• Permitir o diálogo, a cooperação e a troca de informações;
• Promover atividades que estimulem o desenvolvimento da criatividade, aten-
ção, concentração e raciocínio;
• Respeitar o ritmo do aluno;
• Discutir as regras e as estratégias das atividades propostas, fazendo uma aná-
lise crítica;
• Valorizar a expressão e a comunicação por meio de diferentes formas de linguagem;
• Observar as dificuldades do aluno, mostrando que o erro não é sinal de fracasso;
• Prender a atenção do aluno com tarefas curtas e, inicialmente, de soluções concretas;
• Utilizar recursos concretos como ponto de partida para o desenvolvimento do
pensamento abstrato;
• Propor atividades de inclusão;
• Promover práticas corporais diferenciadas e atividades com diferentes níveis
de dificuldade para que todos possam escolher a melhor forma de realizá-las;
• Propor um ambiente no qual o aluno tenha a possibilidade de fazer escolhas,
trocar informações, estabelecer questões e construir hipóteses na tentativa de
respondê-las;
• Evitar a concepção de ensino com a adaptação do aluno a modelos pré-deter-
minados – Isso aumenta a exclusão;
• Possibilitar práticas sociais vinculadas aos conteúdos de aula.

Lembre-se de que o foco principal é olhar para as possibilidades e as potencialidades


do aluno, e não para a sua deficiência.

Agora, iremos ver alguns exemplos de causadores de Deficiência Intelectual.

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UNIDADE Deficiência Intelectual

Hipotireoidismo Congênito
A ausência da tiroxina (hormônio da tireoide) impede o amadurecimento cere-
bral normal. É detectado pelo teste do pezinho, sendo considerado um erro inato
do metabolismo, assim como a fenilcetonúria. Sua prevalência é de, aproximada-
mente, 1:2.000 a 1:4.000 nascimentos.

Hipotireoidismo atinge cerca de 5% das grávidas e pode afetar o desenvolvimento do feto.


Explor

Acesse: https://youtu.be/0OsGWtZYlL4

Síndrome de Down
A trissomia do cromossomo 21 é uma alteração genética causada por um erro
na divisão celular durante a divisão embrionária. Os portadores apresentam três
cromossomos no par 21.

As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado,


mãos menores com dedos mais curtos, prega palmar única e orelhas pequenas.

Também pode ser observada hipotonia, diminuição do tônus muscular respon-


sável pela língua protusa, somadas a dificuldades motoras, atraso na articulação da
fala e, em 50% dos casos, cardiopatias.

Apresentam comprometimento intelectual e, consequentemente, aprendizagem


mais lenta.

A instabilidade atlanto-axial pode estar presente na pessoa com Síndrome de


Down. Ela é caracterizada pelo aumento da distância entre as vértebras da coluna
cervical (C1 e C2).

O diagnóstico deve ser obtido assim que a criança começar a andar. Em casos de
falta do diagnóstico, é necessário orientar a família do aluno sobre a impor¬tância
do diagnóstico.

O diagnóstico é necessário para que o aluno possa dar início a qualquer tipo de
atividade física com segurança, pois as vértebras são protetoras da medula espinhal.
Explor

Existe limite para pessoas com Síndrome de Down? Acesse: https://youtu.be/MUBC3v4fKN8

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Você Sabia? Importante!

O Time de Futebol de Síndrome de Down do Corinthians nunca perdeu uma competi-


ção. São mais de dez anos de equipe, 27 jogos, além de diversos campeonatos no Brasil
e no exterior.

Síndrome de Williams
Alteração genética no cromossomo número 7, que causa Deficiência Intelectual
de leve a moderada. Há um comprometimento da capacidade visual e espacial em
contraste a um bom desenvolvimento da linguagem oral e na música.

Sua prevalência é de aproximadamente 1:13.000 a 1:25.000 nascimentos.

Caracterizada por nariz pequeno e empinado, cabelos encaracolados, lábios


grossos, dentes pequenos e sorriso frequente, essas crianças, normalmente, apre-
sentam prejuízos na coordenação e no equilíbrio, com atraso psicomotor. Seu com-
portamento é sociável e comunicativo.
Explor

Síndrome de Willians. Acesse: https://youtu.be/0pS5UFy-IF8

Síndrome Alcoólica Fetal


A prevalência mundial é aproximadamente 2 casos para 1.000 nascidos vivos.
Essa síndrome acontece em decorrência do álcool consumido pela gestante.

O álcool atravessa a placenta através do sangue materno, chegando ao líquido


amniótico e ao feto. O organismo do feto não está apto para metabolizar o álcool
e, assim, essa concentração de álcool permanece elevada por mais tempo.

Dessa forma, há interferência na formação cerebral, em especial, na proliferação


normal e na migração dos neurônios que não se desenvolvem completamente em
certas estruturas cerebrais.

Pode ser observada má-formação facial (depressão vertical acima do lábio supe-
rior ausente ou indistinta, lábio superior fino e aberturas oculares encurtadas), dano
ao sistema nervoso (problemas cognitivos e/ou comportamentais) e prejuízo no
crescimento (peso, altura e/ou circunferência craniana).

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Álcool na gravidez pode provocar a síndrome alcoólica fetal na criança.


Explor

Acesse: https://youtu.be/UJbjKNNmeow

Síndrome Cri-Du-Chat
Sua prevalência é de aproximadamente 1:15.000 a 1:50.000 nascimentos. Co-
nhecida também como a Síndrome do Miado de Gato ou do Choro do Gato, é uma
condição genética resultante da deleção parcial do braço curto do cromossomo 5.

As características são queixo pequeno, rosto excepcionalmente redondo, ponte


do nariz pequena, dobras de pele sobre os olhos, olhos anormalmente separados,
orelhas com formato anormal ou baixas, mandíbula pequena, membranas parciais
nos dedos das mãos ou pés, linha única na palma da mão.

Podem apresentar escoliose e cardiopatias, pouco tônus muscular e dificuldades


de visão e audição.
Explor

Síndrome de Cri-Du-Chat. Acesse: https://youtu.be/LQvH7tjVLyk

Síndrome do X-Frágil
A Síndrome do X-Frágil é uma alteração genética hereditária e sua prevalência é
aproximadamente de 1 a cada 4000 homens e 1 a cada 6000 mulheres nascidas.

Aproximadamente, 1 terço da população com Síndrome do X-Frágil apresenta


o diagnóstico duplo, o que equivale à 2-6% de todos os casos de TEA (Transtorno
do Espectro Autista) diagnosticados.

Ela ocorre devido a mutações no gene FMR1, que produz a proteína FMRP
(Fragile X Mental Retardation).

Essa proteína ajuda a regular a produção de outras proteínas responsáveis pelo


desenvolvimento das sinapses, que são as conexões fundamentais da passagem dos
impulsos nervosos. A mutação impede a produção da proteína FMRP, por desati-
vação do gene FMR1.

As características são dificuldade motora, orelhas proeminentes e/ou grandes,


face alongada, palato alto, hiperextensibilidade de joelhos, mãos e punhos, convul-
sões, déficit de atenção com ou sem hiperatividade, dificuldade de contato físico com
outras pessoas, morder as mãos e dificuldade de olhar para a pessoa com quem fala.

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Explor
Síndrome do X-Frágil. Acesse: https://youtu.be/X4PZkFMCtlY

Importante! Importante!

Em casos de crise convulsiva, o professor deverá colocar o aluno de lado, protegendo a


sua cabeça, facilitar a respiração e esperar alguns segundos até a crise terminar. Nesse
momento, converse com o aluno para verificar a sua lucidez.

Vamos falar de Esporte para a pessoa com deficiência intelectual?!!

Em relação aos Esportes Paralímpicos para a pessoa com Deficiência Intelectu-


al, existe a Special Olympics, Olimpíadas Especiais.

Criado em 1968, é o maior movimento desportivo mundial focado na promoção


do desporto para pessoas com Deficiência Intelectual.

Eunice Kennedy Shriver organizou os Primeiros Jogos Internacionais de Verão


em Chicago, Illinois, Estados Unidos.

No Brasil, temos o Atletismo, Basquete, Bocha, Futebol, Natação, Ginástica


Rítmica, Tênis, Tênis de Mesa, Vôlei de Praia e Judô. Além dos programas APLs
(Atleta Líder), Juventude e Escola, Atletas Saudáveis, Corrida da Tocha, Atletas
Jovens, MATP (Atividade Motora) e Famílias.

Os Jogos Mundiais Olímpicos Especiais acontecem de dois em dois anos, alter-


nando entre Jogos de Verão e Jogos de Inverno.

Observe a seguir as modalidades:


• Aquáticos
• Atletismo
• Badminton
• Basquetebol
• Bocha
• Boliche
• Ciclismo
• Esportes Equestres
• Futebol
• Golfe
• Ginástica (Artística e Rítmica)
• Levantamento com Potência

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• Patinação sobre Rodas


• Regata
• Softball
• Tênis de Mesa
• Handball de Equipe
• Tênis
• Voleibol
• Esqui Alpino
• Esqui Cross Country
• Patinação Artística
• Hóquei sobre Patins
• Snowboarding
• Caminhada na Neve
• Esqui de Velocidade

Os últimos Jogos Mundiais de Inverno, em sua 11º edição, aconteceram na Áus-


tria, em 2011. Nos Jogos de Verão 2015, em Los Angeles, o Brasil foi como uma
delegação de 55 pessoas, incluindo comissão técnica, 38 atletas e um fotógrafo.

Tivemos 53 premiações e 38 medalhas.

Já os Jogos Mundiais de Verão, em sua 15º edição, aconteceram em março de


2019, em Abu Dhabi. O Brasil participou com uma delegação de 51 integrantes,
entre atletas (25), técnicos e Staff.

Jogos Mundiais de Verão da Special Olympics 2019 – Abu Dhabi.


Explor

Acesse: https://bit.ly/2Mz7cmw
Special Olympics: https://bit.ly/2AdN80m

Concluindo, é necessário promover ensino criativo, significativo, contextua-


lizado, que leve o aluno a pensar e a agir com autonomia em sua vida diária,
criando possibilidade de diferentes experiências, para que esse aluno desenvolva
suas habilidades.

Deve-se priorizar o aspecto afetivo, cognitivo e social, assim como promover o


desenvolvimento das relações com o mundo.

A consciência das relações espaciais, causais e temporais facilitará a linguagem


oral, os desenhos, as brincadeiras, a imagem mental e as imitações.

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O trabalho em grupo é fundamental para as interações sociais, baseadas na co-
operação e no respeito, além de auxiliar a vivenciar e a aprender as regras sociais
de sua comunidade.

Figura 3
Fonte: Acervo do Conteudista

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UNIDADE Deficiência Intelectual

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Participar para Tablets: Software Educacional de Apoio à Alfabetização de Pessoas com Deficiência Intelectual
COSTA, I. F. O. Participar para Tablets: Software Educacional de Apoio à
Alfabetização de Pessoas com Deficiência Intelectual. 2015. Monografia Graduação-
Curso de Computação, Licenciatura – Universidade de Brasília: Brasília, 2015.
Estudo Comparativo das Variáveis Neuromotoras em Portadores de Deficiência Mental
BARROS, J. F.; NETO PIRES, C. S.; NETO BARROS, T. L. Estudo comparativo das
variáveis neuromotoras em portadores de deficiência mental. Rev. Bras. Ciên. e Mov.,
Brasília, v. 8, n. 1, 8-43., 2000.
Cuidados de saúde às pessoas com Síndrome de Down
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Cuidados de saúde às pessoas com Síndrome
de Down. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

Leitura
Jogos Mundiais das Olimpíadas Especiais de Abu Dhabi – WGAD 2019
https://bit.ly/2KbfUpH

20
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5. Manual Diagnóstico e Es-
tatístico de Transtornos Mentais. 5.ed. Porto Alegre: ARTMED. 2014.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Caderno Texto do Curso de Capacita-


ção de Professores Multiplicadores em Educação Física Adaptada. ROSADAS S.
C., PEDRINELLI V. J. Secretaria da Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2002.

CANALES, L. K.; LYTLE, R. Atividades físicas para jovens com deficiências


graves. São Paulo: Manole, 2013.

GIMENEZ, R.; FREITAS, A. Educação Física Inclusiva na Educação Básica:


reflexões, propostas e ações. Cap. 9 – Educação Física e Deficiência Intelectual.
Curitiba. Editora: CRV. 2015.

GORGATTI, M. G.; COSTA, Roberto F. Atividade física adaptada: qualidade de


vida para pessoas com necessidades especiais. 3.ed. São Paulo: Manole, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo


Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

LUCKASSON R., SCHALOCK R. L. Defining and applying a functionality


approach to intellectual disability. Journal of Intellectual Disability Research,
England, v. 57. n. 7, 657-668, p. 2013.

WINNICK, J. P. Educação Física e Esportes Adaptados. 3. ed. São Paulo:


Manole, 2004.

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