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Material Teórico
Deficiência Visual
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Deficiência Visual
• Deficiência Visual.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Aprendizagem das diferentes manifestações da cultura corporal às necessidades e poten-
cialidades da pessoa com deficiência visual.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Deficiência Visual
Deficiência Visual
Caros alunos, nessa unidade abordaremos o tema Deficiência Visual. Dentro da
população com deficiência, segundo o CENSO (2010), a deficiência visual repre-
senta 18,60% da população brasileira, a mais prevalente na população.
Tabela 1
Deficiência Visual
0 a 14 anos 5,3%
15 a 64 20,1%
Acima de 65 anos 49,8%
Fonte: IBGE, CENSO 2010.
Nas estruturas do olho podemos observar o cristalino, que como uma lente
faz adaptações necessárias para a visão. Temos a retina que contém as células
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fotossensíveis que são responsáveis por detectar as cores e os estímulos lumi-
nosos. Há também a córnea, primeira superfície que a luz atravessa. E por fim,
os nervos ópticos, que transportam as informações entre a retina e o cérebro.
Observem a imagem!
Esclera
Retina
Ligamento Coróide
suspensório
Córnea Macula
Pupila
Lentes Nervo
Íris óptico
Corpo Ora Canal
ciliar serrata Hialóide
Cavidade
posterior
Então para enxergamos, todas essas estruturas precisam estar saudáveis para
funcionar da forma correta.
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UNIDADE Deficiência Visual
Veja no vídeo a inclusão de um aluno com deficiência, que começa a estudar só aos 12 anos
Explor
O Braille foi criado por Luís Braille. São 63 sinais formados por uma combinação de até
6 pontos.
Figura 2
Fonte: Getty Images
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formas, no melhor olho ou campo visual inferior a 5 graus. E no B3 o indivíduo
tem a visão maior que 2/60 m até 6/60 m, no melhor olho ou um campo visual
entre 5 e 20 graus.
Explor
Isso porque a pessoa com deficiência visual pode apresentar características como
maneirismo, dificuldades e dependência para locomoção, bem como algumas pe-
culiaridades com a percepção sensorial.
Devido à falta do estímulo sensorial da visão, outras vias sensoriais são e preci-
sam ser estimuladas. Já foi demonstrado que ocorre plasticidade neural em indiví-
duos cegos, decorrente desses estímulos.
Além disso, as habilidades sociais são fundamentais para inclusão desse indi-
víduo. Trabalhar expressão facial, saudações, maneirismos, estimular e encarar o
interlocutor, além de indicações para noção de técnicas a mesa, higiene e vestuário.
O professor deve ter atenção aos sistemas de informação, em relação aos es-
tímulos auditivos (verbal e sinalética) e táteis (direto e indireto) no momento das
intervenções. Lembrando que a interação dos estímulos e a recepção do sujeito
estão relacionados ao foco de atenção, considerar o desenvolvimento motor do indi-
víduo e a exigência da atividade, bem como, ao nível de complexidade da atividade
proposta, que está relacionado ao nível de desenvolvimento do aluno. Por isso é
necessário atenção na elaboração e na aplicação das atividades propostas à pessoa
com deficiência visual.
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UNIDADE Deficiência Visual
As estratégias pedagógicas que podemos utilizar são: dirigir-se ao aluno com de-
ficiência visual chamando-o sempre pelo nome, antecipar verbalmente suas ações
para não surpreender ou assustar o aluno; é importante mapear o espaço físico
que será utilizado.
Devido à propriocepção do contato dos pés com o chão, o aluno com defici-
ência visual, possui uma dificuldade de perder esse contato, por isso alterações na
marcha são comuns. É necessário garantir segurança nos deslocamentos iniciais,
incentive deslocamentos diferentes, transposição de obstáculos diferentes.
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A orientação e a mobilidade da pessoa com deficiência visual são itens de extrema
importância. As principais técnicas são a autoproteção, guia vidente, locomoção inde-
pendente (com o uso de bengala longa e emprego das técnicas de Hoover) e Cão-guia.
Para atender militares cegos, egressos da segunda guerra na década de 40, Richard
Hoover criou uma técnica de locomoção através da exploração de sensações tá-
teis pela ponta da bengala. Criou também um modelo padrão de bengala, longa e
branca com a extremidade vermelha ou amarela em forma de alerta, que é utilizado
até hoje. Atualmente, a bengala branca é um símbolo de independência e autono-
mia, o seu dia internacional é em 15 de outubro.
Para a locomoção com guia vidente, observe nas imagens algumas dicas básicas
em diferentes situações. A pessoa com deficiência visual deve segurar no braço
do guia na altura do cotovelo, no punho ou mesmo no ombro, dependendo da
diferença de estatura entre ambos.
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Conheça as regras do Futebol de 5, disponível em: https://youtu.be/PsNeLD1N2Pg
Na natação as adaptações para o deficiente visual são feitas nas largadas, nas
viradas e nas chegadas. Os nadadores recebem um aviso do “tapper”, por meio de
um bastão com uma ponta de espuma, quando estão se aproximando das bordas.
A classificação utilizada é: S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13.
As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classifi-
cações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM=costas, borboleta, peito
e crawl).
JMD (270118) – Paraolimpíadas vai incluir deficientes visuais nas competições de ciclismo.
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Atleta-guia Newton Vieira de Almeida Júnior, disponível em: https://youtu.be/OqCjTiOLXiA
De fato, outras atividades podem ser adaptadas com segurança para o deficiente
visual. Adaptações com pandeiros e delimitações tornam possível os diferentes es-
tímulos do simples andar de bicicleta para o indivíduo.
Explor
Adapte o jogo “detetive, vítima e assassino” para incluir uma pessoa com deficiência visual.
Pesquisadores da Universidade de St. Andrews, na Escócia, sugerem que não são neces-
sários dois olhos para uma visão tridimensional (VISHWANATH & HIBBARD 2014).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Instituto Benjamin Constant
http://bit.ly/2ZJRZX4
Livros
Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais
GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. Atividade física adaptada: qualidade de vida para
pessoas com necessidades especiais. 2. ed. rev. e ampl. Barueri: Manole, 2008.
Filmes
Além dos Meus Olhos (Eye on the Sparrow)
Ano: 1987;
País de Origem: EUA;
Duração: 94 minutos;
Direção: John Korty.
Janela da Alma
Ano: 2001;
País de Origem: Brasil;
Duração: 1h 13min;
Direção: João Jardim e Walter Carvalho.
Leitura
A Variação da Acuidade Visual durante Esforços Físicos em Atletas com Baixa Visão
OLIVEIRA FILHO, C. W. A Variação da Acuidade Visual durante Esforços Físicos
em Atletas com Baixa Visão. Dissertação de Mestrado, Universidade de Campinas,
2002.
http://bit.ly/2ZN3GfA
Seeing in 3-D With Just One Eye: Stereopsis Without Binocular Vision
VISHWANATH; H. Seeing in 3-D With Just One Eye: Stereopsis Without Binocular
Vision. Psychological Science. 24(9). 1673-1685, 2014.
http://bit.ly/2ZN3IUK
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Referências
ARNHEIM, D.D.; AUXTER, D.; CROWE, W.C. Principles and Methods of
Adapted Physical Education. Saint Louis: Mosby, ed 2, 1973.
HOPKINS, W. G.; GATEA, H., THOMAS A .C.; McHILL, N. Physical Fitness of Blind
and Sighted Children. European Journal Applied Physiology, 1987. 56, 69-73.
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UNIDADE Deficiência Visual
WINNICK, J.P. Educação Física e Esportes Adaptados. 3 ed. São Paulo: Manole,
2004.
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