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Educação Física

Inclusiva
Material Teórico
Deficiência Auditiva

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Nathalia Bernardes

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Deficiência Auditiva

• Deficiência Auditiva.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Estudar a aprendizagem das diferentes manifestações da cultura corporal para as necessi-
dades e potencialidades da pessoa com deficiência auditiva.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Deficiência Auditiva

Deficiência Auditiva
Nesta unidade abordaremos o tema Deficiência Auditiva. Dentro da população
com deficiência, segundo o CENSO (2010), a deficiência auditiva representa 5,10%
da população brasileira, ou seja, 9,7 milhões de pessoas.

Mais de 2,1 milhões de pessoas apresentam deficiência auditiva severa; 344,2 mil
são surdas, e 1,7 milhão têm grande dificuldade de ouvir (IBGE, 2012).

Observe, na tabela, a divisão da população com deficiência auditiva, por diferen-


tes faixas etárias.

Tabela 1
Deficiência Auditiva
0 a 14 anos 1,3%
15 a 64 anos 4,2%
Acima de 65 anos 25,6%
Fonte: IBGE, CENSO 2010

No relatório da OMS (2013), é apontado que 360 milhões de pessoas no mundo


sofrem de perda auditiva incapacitante, sendo 165 milhões acima de 65 anos, e
32 milhões com idade igual ou menor que 15 anos.

Dessa forma, políticas públicas de saúde, visando o diagnóstico e o tratamento


precoce, são de extrema importância.

Para entendermos melhor esses dados, precisamos saber o conceito, a classifica-


ção e a avaliação da deficiência auditiva.

Para isso, vamos começar definindo o termo Audição: é o sentido que permite
perceber e reconhecer os diferentes sons.

O som representa a movimentação das partículas do ar, ou seja, tudo que é


capaz de produzir ondas no ar é considerado uma fonte sonora. Através do movi-
mento dos órgãos fonoarticulatórios, a fala, por exemplo, induz a movimentação
dessas partículas de ar.

Na imagem, você pode observar os órgãos fonoarticulatórios. São os lábios,


língua, dentes, palato duro, palato mole e mandíbula.

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Lábios

Dentes
Palato Duro
Palato Mole

Língua

Dentes
Mandíbula
Lábios

Figura 1
Fonte: Adaptado de Getty Images

A onda sonora no ouvido e sua decodificação representam a fisiologia da audi-


ção. As informações auditivas, além de funcionarem como alerta, são importantes
no desenvolvimento da linguagem e comunicação oral. Explore a fisiologia da au-
dição no vídeo indicado.
Explor

Assista ao vídeo “Viagem ao Ouvido”. Disponível em: https://youtu.be/Vfp0waljpXc

Você deve ter percebido que o ouvido humano é formado por parte externa,
média e interna. Observe na imagem.

Externa: Passagem do som

Som

Tímpano

Média: Transmitem as vibrações sonoras Interna: Percepção auditiva


Canais
Martelo Bigorna Semicirculares

Tímpano Estribo

Janela oval

Janela
oval Cóclea

Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images

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UNIDADE Deficiência Auditiva

Agora, vamos observar a anatomia e a fisiologia do aparelho auditivo nas ima-


gens seguintes.

Martelo
Músculo temporal
Bigorna
Estribo Canais semicirculares
Hélice Osso temporal

Scapha

Fossa triangular

Ant-hélicei Nervo vestibular


Nervo coclear
Concha
Cóclea

Lóbulo auricular Cavidade


(lóbulo da orelha) timpânica

Cartilagem Tímpano
Tuba auditiva
Meato acústico externo
(canal auditivo)

O tímpano aciona os ossinhos Com a força da pressão a cóclea


do ouvido, que se movem se mexe e o líquido dentro dela também.
e pressionam a cóclea. Essa movimentação ativa as pequenas
células ciliadas em seu interior.

Ao receber esse estímulo,


os cílios mandam a informação
do som para o cérebro.
Todo esse processo dura
milésimos de segundos.

O som entra pelo canal


auditivo e chega até o
tímpano, fazendo-o vibrar

Figura 3
Fonte: Adaptado de Getty Images

Trocando ideias... Importante!


Você é capaz de descrever algumas estruturas do aparelho auditivo e fazer relações com
as suas funções? Vamos tentar?!

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O som possui características que influenciam a audição, como a propagação, a
intensidade e a frequência.

A propagação depende do meio (sólido, líquido ou gasoso), podendo ser mais


rápida (meio sólido) ou mais lenta (meio gasoso).

A intensidade (forte ou fraca) depende da amplitude da onda sonora, e é medida


em decibéis (dB). Quanto mais distante da fonte sonora, menos intenso será o som.

A frequência (agudo e grave) é determinada pela quantidade de ondas emitidas


no tempo de um segundo, sendo medida em Hertz (Hz). O número de vibrações
por segundo determinam a altura do som.

Dessa forma, podemos concluir que perceber, reconhecer, interpretar e compre-


ender os diferentes sons do ambiente são dependentes das estruturas do aparelho
auditivo funcionando em sinergia.

Uso em excesso do fone de ouvido com som alto causa danos à saúde auditiva. Veja a repor-
Explor

tagem no Globo G1, disponível em: https://glo.bo/2WYduyJ

Qualquer alteração no processo normal de audição implica na diminuição de sua


capacidade. Quatro fatores caracterizam a deficiência auditiva, determinando as pos-
sibilidades e limitações do indivíduo acometido. Observe a imagem.

O termo deficiência auditiva muitas vezes é substituído por surdo, devido a um movimento
Explor

da própria população com a deficiência, decorrente da interpretação da palavra deficiente.

Causas Tipos Graus Período


Relacionadas Relacionados com a Relacionados com Relacionados à época
com a etiologia parte do aparelho a perda audtiva em que a deficiência
da deficiência auditivo afetada (decibéis) se instalou

• Pré natais • Condutiva • Leve • Pré-lingual


• Peri-natais • Neurossensorial • Moderada • Pós-lingual
• Pós-natais • Mista • Acentuada
• Central • Severa
• Profunda

Figura 4

Considerando a observação da imagem, vamos detalhar os quatro fatores rela-


cionados à deficiência auditiva.

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UNIDADE Deficiência Auditiva

A causa relacionada ao pré-natal pode estar associada a fatores genéticos e


hereditários, a doenças maternas (Rubéola, Toxoplasmose, Citomegalovírus) e ao
uso de drogas ototóxicas pela gestante. Já a causa perinatal está associada ao parto
prematuro, anóxia cerebral ou trauma no parto. A causa relacionada ao perío-
do pós-natal compreende a doenças adquiridas pelo próprio indivíduo (Meningite,
Caxumba, Sarampo), pelo uso de medicamentos ototóxicos, por acidentes e pelo
envelhecimento das células.

Assim, fica claro que o acompanhamento regular da gestante, a assistência mé-


dica adequada no momento do parto e a vacinação das crianças, bem como evitar
a exposição a ruídos por períodos prolongados são extremamente importantes.

Existe o Teste da Orelhinha! Veja mais, em:


Explor

• Por que levar meu bebê para fazer o teste da orelhinha? https://bit.ly/2YIBlmd
• Escola de Pais - Teste da Orelhinha e da Linguinha: https://youtu.be/qg2lGXZZhE0

Em relação aos tipos, a surdez condutiva está relacionada aos problemas locali-
zados no ouvido externo ou médio (otites, rolha de cera, acúmulo de secreção vinda
da nasofaringe para o interior do ouvido médio, falta de mobilidade dos ossículos).
Geralmente são perdas reversíveis após tratamento.

O tipo neurossensorial está relacionado aos problemas na parte interna do apa-


relho auditivo (na cóclea ou no nervo auditivo). Geralmente são perdas irreversíveis.
As causas mais comuns são a Rubéola materna e a Meningite.

A surdez mista está relacionada aos problemas localizados no ouvido externo e/


ou médio e no interno. Geralmente não há um bom prognóstico, considerando os
fatores decorrentes devido à genética.

O tipo central está relacionado a alterações no cérebro. Neste caso, o aparelho


auditivo pode estar perfeito e o indivíduo ser incapaz de ouvir.

Em relação aos graus, a deficiência auditiva pode ser leve - perda auditiva está
entre 26 e 40 dB; moderada - perda entre 41 e 55 dB; acentuada - perda entre 56
e 70 dB; severa - perda acima de 71 e abaixo de 90 dB e profunda - perda acima
de 90 dB. Observe, no link a seguir, alguns exemplos de sons em relação ao nível
de audição.
Explor

Exemplos de sons em relação ao nível de audição, disponível em: https://bit.ly/2LIZhV3

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O quarto e último fator, associado ao grau de perda auditiva, influencia direta-
mente na aquisição da língua falada e na educação do indivíduo acometido. É o
período de aquisição, que pode ser pré-lingual, no qual a surdez é congênita ou
adquirida pouco tempo após o nascimento, antes da aquisição da língua; e pode ser
pós-lingual, no qual a surdez ocorre depois da aquisição da língua.

Importante! Importante!

Compreender as características relacionadas à perda da audição permite o desenvolvi-


mento de um trabalho pedagógico com mais possibilidades para o aluno.

De fato, a deficiência auditiva é uma privação sensorial que interfere na comu-


nicação e na forma como o indivíduo se relaciona. Dependendo do grau da perda
auditiva, ocorrerão implicações no desenvolvimento linguístico.
Na surdez leve, o indivíduo percebe os sons da fala, adquire e desenvolve a lin-
guagem e a fala normalmente. Não há necessidade de prótese auditiva.
Na surdez moderada e acentuada, o desenvolvimento da linguagem e da fala são
mais lentos, e o indivíduo apresenta troca de letras ou palavras e dificuldade com o
emprego do plural. A percepção dos sons da fala em ambientes ruidosos apresenta
prejuízo, bem como a atenção e o aprendizado da leitura e escrita.
Na surdez severa, o indivíduo apresenta dificuldade no desenvolvimento da lin-
guagem e da fala, todavia, há possibilidade de desenvolvimento do vocabulário do
ambiente familiar. Nestes casos, é necessário o uso da prótese auditiva e de aten-
ção especializada para o aprendizado da língua oral. O indivíduo faz uso da leitura
orofacial e da língua de sinais.
Na surdez profunda, dificilmente a língua oral é desenvolvida. O indivíduo só
responde a sons muito intensos e vibrantes. Para o uso da língua oral, é necessário
a utilização de prótese, atendimento educacional especializado e fonoaudiológico.
O indivíduo normalmente só faz uso da língua de sinais e de leitura orofacial.

Implante coclear é um procedimento cirúrgico que utiliza um conversor de ondas sonoras


Explor

em impulsos elétricos para o nervo auditivo. É um recurso tecnológico eficaz para as pessoas
com deficiência auditiva neurossensorial de grau grave a profundo bilateral, que não apre-
sentam resultados satisfatórios com o uso do aparelho de amplificação sonora.
Leia o artigo em que os autores trazem os resultados funcionais após 10 anos de implante
coclear em crianças pós-linguais (Tanamati et al., Braz J Otorhinolaryngol. 2012; 78(2): 103-
110), disponível em: https://bit.ly/30GS1fW

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UNIDADE Deficiência Auditiva

Indivíduos com o mesmo grau de deficiência auditiva podem apresentar diferen-


ças importantes decorrentes da audição remanescente, pois a perda auditiva deles
pode ter ocorrido em idades distintas.

O comportamento social da pessoa com deficiência auditiva profunda ou severa


pode ser inadequado, decorrente da dificuldade de comunicação e de relaciona-
mento afetivo.

Dessa forma, as características comportamentais e afetivas precisam de atenção.

Lentidão para aprender ou comportamento inadequado podem ser decorrentes


de uma leve perda auditiva não identificada.

A impulsividade pode ser decorrente da aprendizagem visual, no qual o aluno


sente a necessidade de olhar em torno dele com mais frequência.

Somado a isso, o ouvido interno se localiza em um conjunto de vias cerebrais


como a da emoção (WINNICK, 2004).

Características motoras também são importantes no indivíduo com deficiência au-


ditiva. Isso porque as habilidades motoras estão ligadas aos estímulos que o indivíduo
recebe. Neste caso, a pessoa com deficiência auditiva, muitas vezes devido à super-
proteção ou falta de conhecimento dos profissionais, acaba sendo pouco estimulada.

Outro ponto a ser considerado é o desenvolvimento da musculatura da mecânica


ventilatória, que muitas vezes é pouco estimulada, principalmente para aqueles que
não exercitam a comunicação oral.

Somado a isso, lesão nos canais semicirculares do ouvido interno estão relaciona-
das a um prejuízo no equilíbrio e no desenvolvimento motor do indivíduo acometido.

Leia o artigo Influência da surdez no desenvolvimento motor e do equilíbrio em


Explor

crianças (Lima et al., 2011. Brazilian Journal of Motor Behavior, 2011, Vol. 6, No. 1, 16-23),
disponível em: https://bit.ly/30DQoQb

Neste contexto, é extremamente importante oportunizar manifestações corpo-


rais através da prática de atividade física para estimular os aspectos comportamen-
tais, afetivos e motores.

Programas de atividade física para a pessoa com deficiência auditiva não diferem
de outros. O desenvolvimento motor de crianças com surdez, mesmo com atraso,
costuma seguir os padrões de normalidade e não impede nem acarreta restrições
à prática de atividade física.

É importante estimular os diferentes tipos de equilíbrio, a coordenação motora,


a consciência corporal, ritmo e capacidade aeróbia.

Em relação à prática de esportes, também não há necessidade de adaptação


para ensinar, conduzir ou arbitrar, portanto, o esporte para a pessoa com deficiên-
cia auditiva não está associado ao esporte para pessoas com deficiência.

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A participação em esportes exclusivos para pessoas com deficiência auditiva
ocorre em função dos aspectos sociais e de comunicação, e não por condições
físicas ou necessidades de adaptações. Infelizmente, muitos ouvintes demonstram
atitudes negativas para com a pessoa com deficiência auditiva.

Em atividades aquáticas, é necessário a atenção para (re)infecções e ou irritações


de ouvido, pois a pessoa com deficiência auditiva pode estar mais suscetível. Uma
alternativa pode ser o uso de tampão, além de acompanhamento profissional.

As atividades rítmicas são recomendadas. O tempo de aprendizagem dessas


atividades pode ser maior devido à necessidade de internalizar o tempo e o anda-
mento da execução dos movimentos sem o auxílio de trilha sonora, ainda que a
coreografia auxilie a memorizar os movimentos.

Você acredita que o ensino da música deve fazer parte das intervenções realizadas com as
Explor

pessoas portadoras de deficiência auditiva?

A pessoa com deficiência auditiva possui sua musicalidade interna, a qual devemos
valorizar, além de permitir que ela transmita essa musicalidade. Também é importan-
te possibilitar e estimular o desenvolvimento rítmico da fala, todavia, a musicalidade
é muito mais do que isso, ela é constituinte do ser humano.

Atividades com componentes musicais são relevantes, pois além da marcação do


ritmo, auxiliam no desenvolvimento das habilidades de comunicação importantes
para a pessoa com deficiência auditiva.

A música pode contribuir: na requisição da musculatura respiratória durante a


atividade física; para o estímulo motor através da musicalidade; no estímulo e ajuste
do equilíbrio corporal decorrente das mudanças de direção através do ritmo.

Vale lembrar que os estímulos dos aspectos motores e físicos são muito impor-
tantes para o aluno com deficiência auditiva, que muitas vezes pode apresentar a
musculatura respiratória menos requisitada, prejuízo motor (pouco estímulo) e pre-
juízo na capacidade física e equilíbrio.

• Leia o Artigo Música, Musicoterapia e surdez: uma revisão literária. (RODRIGUES,


Explor

2015). Disponível em: https://bit.ly/2QgGwXC


• Leia também as Dicas de Relacionamento com as pessoas com deficiência, da Secre-
taria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - SMPED. Páginas 10-11.
Disponível em: https://bit.ly/2QgGwXC

Durante as intervenções com a pessoa com deficiência auditiva, lembre-se de


que os comandos podem ser realizados por cartelas coloridas ou bandeiras. A se-
quência ou repetição das atividades propostas, bem como a indicação da tarefa a

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UNIDADE Deficiência Auditiva

ser executada, ou a quantidade de pessoas por grupo podem ser indicadas através
de números. O movimento e a tarefa desejados podem ser indicados através de
figuras e demonstrações pelo professor, alunos ou vídeos. Observe na imagem al-
gumas normas de condutas sobre o relacionamento interpessoal entre o professor
e alunos com deficiência auditiva.

Tabela 2
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
Em relação à prótese auditiva
Em relação ao relacionamento Em relação à comunicação
(quando houver)
Falar de frente, em velocidade normal,
Enxerga mais a criança que a deficiência; Não mergulhar na água, nem molhar;
quando a criança estiver olhando;
Considerar as limitações, mas enfatizar
Usar frases curtas e simples, mas corretas; Não permitir o uso durante lutas ou acrobacias;
as capacidades;
Usar gestos, se necessário, e
Se informar sobre etiologia, o local e a Incentivar o uso durantes atividades
esforçar-se para entender os gestos
gravidade da surdez; limites. rítmicas (exceto dentro d’água);
das crianças;
Se o molde estiver pequeno para a orelha
Ser paciente e acolhedor, sem deixar
Não utilizar a LIBRAS com o Português; da criança, retirar antes de qualquer
de estabelecer;
atividade física;
Guardar os aparelhos em local seguro para
Aprender LIBRAS;
que não se quebrem ou se misturem.
Fonte: Santos Filha, 2006

Aprendemos que a prática de atividade física para a pessoa com deficiência auditiva é
Explor

muito importante. Agora reflita: existem órgãos responsáveis pelo esporte competitivo
para essa população?

Criada em 1945, em Ohio, a American Athletic Association for Deaf (Associa-


ção Atlética Americana para Surdos, AAAD, hoje Federação Esportiva dos Surdos
dos Estados Unidos, USADSF), regulamenta a prática do esporte de alto rendi-
mento para as pessoas com perda auditiva de 55 dB ou mais, no melhor ouvido.
O Comitê Internacional de Esportes para Surdos (CISS) é equivalente ao USADFS
no âmbito internacional. O CISS não é membro do Comitê Paralímpico Interna-
cional, pois as pessoas com deficiência auditiva participam dos jogos olímpicos.
Todavia, existem os Jogos Mundiais para Surdos (WGD) de verão e de inverno, que
acontecem a cada quatro anos.
Explor

Confederação Brasileira de Desportos de Surdos, disponível em: https://bit.ly/30EeRop

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Explor
Tecnologia assistiva é uma realidade! Fique atento para a utilização de recursos tecnológicos
(computador, smartphone, softwares) para a pessoa com deficiência auditiva.
Leia o Artigo Tecnologia Assistiva para captar a atenção de deficientes auditivos e sur-
dos (PLACHEVSKI, 2014), disponível em: https://bit.ly/2HNHtD3

De fato, as novas tecnologias oferecem diferentes possibilidades que auxiliam as


atividades da vida diária da pessoa com deficiência auditiva, e, consequentemente,
melhoram a qualidade de vida dessas pessoas.
Dessa forma, o acesso a ferramentas, recursos e aplicativos nos equipamentos
viabiliza a comunicação dessas pessoas, como, por exemplo, a comunicação pelas
redes sociais.
As novas tecnologias visam o campo educativo, social e laboral, e o objetivo é
facilitar a inclusão desses indivíduos.

Trocando ideias... Importante!


Faça uma pesquisa sobre um exemplo de utilização de recurso tecnológico para a pessoa
com deficiência auditiva.
A primeira tecnologia utilizada pelos surdos para se comunicar foi o telefone especial
para surdos chamado TDD (Telecommunications Device For The Deaf).

Concluindo, é necessário atenção em relação à constante comparação do de-


sempenho do aluno surdo com o aluno ouvinte, para que esse tipo de conduta
não seja perpetuada, bem assim como a ideia do ouvinte ser o “modelo” perfeito.
A barreira da comunicação limita as possibilidades da pessoa com surdez, assim,
precisamos sempre estar atentos para que essas pessoas tenham oportunidade de
desenvolver suas potencialidades.

No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como meio legal de comunica-
Explor

ção e expressão da pessoa com deficiência auditiva (Lei no 10.436, de 2002).


É possível incluir uma pessoa com deficiência auditiva na brincadeira de telefone-sem fio? Como?

Para finalizar, elabore uma atividade que possa ser utilizada nas aulas de Educa-
ção Física (6-14 anos) de uma turma com 22 alunos sem deficiência, e 1 aluno com
deficiência auditiva. Justifique a atividade escolhida. Aponte os principais aspectos
da postura do professor.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Vendo Vozes: Uma Viagem ao Mundo dos Surdos
SACKS, O.W. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia
das Letras, 2010.

Filmes
A Música e o Silêncio
Longa-metragem, produzido em 1996.
Filhos do Silêncio
Longa-metragem, produzido em 1986.

Leitura
Estudo da Deficiência Auditiva das Crianças do HRAC-USP: Subsídios para uma Política de Intervenção
MONDELLI, M. F. C. G. et al. Estudo da deficiência auditiva das crianças do HRAC-
-USP: subsídios para uma política de intervenção. Sinopse de Pediatria, Bauru, v. 8,
n. 3, out. 2002.
Crianças com e sem Deficiência Auditiva: o Equilíbrio na Fase Escolar
RODRIGUES, A. T.; BERTIN, V.; VITOR, L. G. V.; FUJISAWA, D. S. Crianças com
e sem deficiência auditiva: o equilíbrio na fase escolar. Rev. bras. educ. espec. Marília,
v. 20, n. 2, p. 169-178, jun. 2014.
https://bit.ly/2VNnyZY

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Referências
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE - ANSI. (1969). Specifications
for audiometers (S3.6-1969). New York: ANSI.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira


de Sinais- Libras e dá outras providências. Brasília, DF, 2002.

BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Atendimento educacional especia-


lizado: pessoa com surdez. Org. por M. F. M. Damázio. Brasília, DF: SEE, 2007.

FERREIRA, S. Atividades motoras para deficientes auditivos. In: PEDRINELLI, V. I.


Educação Física e Desporto para pessoas portadoras de deficiência. Brasília,
DF: MEC/SEDES: SESI, 1994.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo


Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

LIMA, T. C. S.; PEREIRA, M. C. C.; MORAES, R. Influência da surdez no


desenvolvimento motor e do equilíbrio em crianças. Brazilian Journal of Motor
Behavior, v. 6, n. 1, p.16-23, 2011.

PLACHEVSKI, M.S. Tecnologia Assistiva para captar a atenção de deficientes


auditivos e surdos. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Tecnologia, 2014.

RODRIGUES, I.O.; GATTINO, G.S. Música, Musicoterapia e surdez: uma revisão


literária. Revista Nupeart. v 14, 2015.

SANTOS FILHA, D. A. dos. Atividades físicas para surdos. in: Atividades despor-
tivas para Pessoas com Deficiência Auditiva. Curso de capacitação de docentes
da Prefeitura de São Paulo. Instituto Nacional de Educação de Surdos. c 10. v D.
São Paulo, 2006.

SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:


WVA, 1997.

TANAMATI, L.F.; BEVILACQUA, M.C.; COSTA, O.A. Implante coclear em


crianças pós-linguais: resultados funcionais após 10 anos da cirurgia. Braz. J.
Otorhinolaryngol. 2012, vol.78, n.2, pp.103-110.

VALENTE, J. A. Liberando a mente: computadores na educação especial. Cam-


pinas-SP: Graf. Central da UNICAMP, 1991.

WINNICK, J.P. Educação Física e Esportes Adaptados. 3. ed. São Paulo:


Manole, 2004.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Research for universal health coverage:


World health report, 2013.

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