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Aline Hanazumi
10.37885/200901234
RESUMO
OBJETIVO
e. Teacher`s Report Form - TRF – for ages 4 a 18 anos (ACHENBACH, 1991): lista para
verificação de problemas de comportamento e competência social na percepção dos
professores, derivada do CBCL;
Foi solicitado a uma escola de Educação Infantil da rede pública de ensino de São Paulo
que encaminhasse duas crianças com suspeita de dificuldades de aprendizagem. As profes-
soras de Carlos e Alexandre, chamadas aqui de Ivone e Lara, respectivamente, relataram
que ambos possuíam dificuldades em acompanhar as atividades da classe. As pesquisadoras
acompanharam duas vezes por semana, por duas horas, durante um mês, as atividades
escolares, antes de iniciar a avaliação, de modo que todas as crianças da escola estavam
acostumadas com sua presença.
Realizou-se uma avaliação do desenvolvimento global das crianças na própria escola
onde cursam o Estágio II (série que precede o início da educação fundamental em dois
anos [Ensino Fundamental de oito anos]), a partir da combinação das seguintes técnicas:
observação e aplicação de testes nas crianças, e entrevistas com pais e professores. Cada
uma das crianças foi também observada em sala de aula.
RESULTADOS
A escolha dos diferentes instrumentos partiu da premissa que teríamos uma imagem
global da qualidade de desenvolvimento da criança ao avaliá-la nos diferentes domínios.
a. Quanto à coordenação motora fina, (quando se exige o uso de vários músculos pe-
quenos para executar uma tarefa de movimento com precisão, como escrever ou
dar laço nos sapatos) verificou-se um desempenho aquém do esperado em ambas
as crianças, a partir dos resultados obtidos da avaliação com Denver II e Bender; os
dois meninos foram incapazes de copiar o quadrado sem cruzar linhas, e mesmo o
círculo foi produzido inadequadamente. Depois de perseverar no desenho do qua-
drado, Carlos desenhou a figura humana; seu desempenho foi inferior ao do irmão,
omitindo do desenho olhos, pernas e boca; ambos não uniram os membros ao tron-
co. As professoras também relataram que o aprendizado da habilidade motora fina,
por parte dos alunos, era mais lenta, comparada ao restante da turma, com bastante
dificuldade em amarrar os tênis. A mãe comenta questões semelhantes que ocorrem
no lar, pois considerou que os gêmeos demoraram muito para aprender a abotoar a
A mãe, que aqui chamaremos Maria, relatou que os gêmeos não apresentaram inter-
corrências pré, peri ou pós natais, exceto pelo fato de que receberam alta da maternidade
somente após 5 dias. Refere desenvolvimento neuropsicomotor normal. Na residência mo-
ram, além da família nuclear, os avós maternos. Maria informou também, que as crianças
sofrem maus-tratos por parte da avó materna, são ofendidos e sofrem abusos físicos. Ao ser
questionada mais especificamente a respeito das punições verbais e físicas inflingidas aos
filhos, a mãe passou a negar o fato.
Quanto à dinâmica familiar, foram verificados problemas, especialmente, no que se
refere ao relacionamento entre o casal e os avós maternos, e deles com seus filhos. Os pais
estão desempregados, sendo a renda da casa provida pelos serviços esporádicos que a
mãe executa (lavadeira) e pela aposentadoria do avô materno.
DISCUSSÃO
O resultado dos instrumentos foi analisado junto com as entrevistas dos agentes esti-
muladores (representados, nesta instância, pela mãe e pelas professoras dos gêmeos). A ob-
servação das crianças em seu ambiente natural (escola) permitiu fazer anotações de campo
sobre seu comportamento, visando correlacioná-las às informações colhidas com os testes
e entrevistas padronizadas. A sala de aula um local heterogêneo, que apresenta de 5 a 15%
de alunos com muita dificuldade de acompanhar tarefas (QUINTANA CABANAS, 2005).
Conforme a classificação do DSM-5 para Deficiência Intelectual, Carlos e Alexandre
se enquadraram em todos os critérios, apresentando um funcionamento intelectual inferior
à média (critério A), e limitações nas funções adaptativas (critério B), como comunicação,
habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários e habilidades acadêmicas,
com idade menor que 18 anos (critério C) (APA, 2014). A falta de habilidades comunicativas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. ACHENBACH, T. M. Integrative guide for the 1991 CBCL/4-18, YSR, and TRF profiles.
Burlington, VT: University of Vermont Departament of Psychiatry, 1991.
6. BEE, H.; BOYD, D. A criança em Desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
8. CHENG, E. R. et al. Cognitive Delay and Behavior Problems Prior to School Age. PEDIATRICS,
v. 134, n. 3, p. e749–e757, 1 set. 2014. DOI: 10.1542/peds.2014-0259
14. KOPPITZ, E. M. O teste gestáltico Bender para crianças. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
17. PELAZ-BECI, M. Problemas de lenguaje en las edades infantil y escolar. In: VERONA, G.
(Ed.). . Problemas médicos en la escuela y su entorno. 2. ed. Madrid: Panamericana, 1999.
18. QUEIROZ, C. L.; COSTA, V. E.; SILVA, R. C. A escola inclusiva em interface na formação do
cidadão. Revista Humanidades e Inovação, v. 7, n. 7, p. 215–222, 2020.
19. QUINTANA CABANAS, J. M. Uma crítica pedagógica dos sistemas educacionais ocidentais.
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 13, n. 46, p. 55–66, mar. 2005.
DOI: 10.1590/S0104-40362005000100004