Olá neste módulo iremos falar sobre o preconceito, o estigma e a
inclusão das pessoas com TEA e TDAH
Os deficientes passaram e ainda passam por muito sofrimento e
discriminação. Historicamente já foram vítimas de exclusão total. Desde a antiguidade, os deficientes sofriam preconceitos e sacrifícios por parte dos “ditos normais”. Afirma Mantoan (1998), que isso acontecia porque se acreditava que todos os homens deveriam ser a imagem e semelhança de Deus, deste modo, o deficiente que não era perfeito física ne mentalmente saia dos padrões idealizados de divindade..
Aranha, (1995; 2001) comenta que esta visão mudou com a
revolução burguesa e as novas formas de trabalho, isso porque o deficiente era considerado improdutivo e deste modo passou a ser tratado pela medicina pelos métodos disponíveis na época. Foi então neste período que surgiu o primeiro hospital psiquiátrico, servindo para confinar pessoas que apresentavam comportamentos fora dos referenciais, tal como se faziam nos asilos e conventos.
Dimensões da aprendizagem
Paín, (1985) uma psicóloga argentina mostra que a aprendizagem
humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, nestas inclui-se as dimensões da aprendizagem e seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Como descrito no quadro abaixo:
Dimensões da aprendizagem
Transtorno e distúrbio de aprendizagem
Nos dias de hoje os Transtornos de Aprendizagem estão descritos
em manuais internacionais de diagnóstico, tanto no CID-10, elaborado pela Organização Mundial de Saúde (1992), como no DSM-V, organizado pela Associação Psiquiátrica Americana (2013). Ambos os manuais reconhecem a falta de exatidão do termo "transtorno", justificando seu emprego para evitar problemas ainda maiores, inerentes ao uso das expressões "doença" ou "enfermidade" Transtorno Específico de Aprendizagem conforme o DSM-V, 2013 é um transtorno do neurodesenvolvimento, de origem biológica que influencia a capacidade do cérebro para perceber e processar com eficiência as informações verbais ou não verbais ressalta-se que as dificuldades não podem ser explicadas por deficiências intelectuais, acuidade visual ou auditiva não corrigidas, ou outros transtornos mentais ou neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.
Segundo Rotta (2006) O transtorno específico da aprendizagem é
uma condição neurológica (interna) que compromete a aprendizagem e o processamento de informações. Ao contrário da dificuldade de aprendizagem, o transtorno específico da aprendizagem é persistente. São transtornos específicos de aprendizagem: o transtorno com prejuízo na leitura, a dislexia , transtorno com prejuízo na matemática, a discalculia e o transtorno com prejuízo na expressão escrita a disgrafia.
Deficiência estigma e preconceito
Tanto o estigma como o preconceito são assuntos bastante
debatidos por estudiosos em todos os tipos de inclusão, Sob o ponto de vista educacional, já discutimos acima que sua estigmatização passa por um processo histórico e não acontece nas escolas de uma hora para outra, de forma imediata, e sim, de maneira lenta, devido aos desafios enfrentados tanto pela escola como pela família que precisam se reinventar a todo tempo.
Temos assistido a mudanças nas dinâmicas sociais que vem seguido
por valores que o sujeito poderá ser incluído ou excluído e isso dependerá do contexto sociocultural que esta pessoa está inserida. Via de regra , essas exigências resultam, na marginalização e exclusão devido às características físicas, intelectuais, de desenvolvimento, culturais, de gênero, etnia, entre outras .Estas marcas negativas construídas socialmente constituem o estigma. Segundo Goffman (2008, p.11), este termo originalmente se referia aos “sinais corporais com os quais se procurava evidenciar alguma coisa de extraordinário ou mau sobre o status moral de quem os apresentava”. Sabendo disso é necessário que a escola mobilize e envolva a comunidade escolar, sobretudo os pais levando-os a refletirem sobre sua responsabilidade perante aos filhos ditos normais em acolherem aos colegas com deficiência.
Deficiência inclusão e espectro autista
Incluir a criança com autismo não é tarefa fácil, de que adianta
colocá-la em uma sala regular sem que seja investido uma adaptação curricular para que se possa trabalhar suas potencialidades e assim ela possa se desenvolver com todas as suas particularidades. Uma inclusão bem feita leva a pessoa a conhecimentos que facilitem sua independência obedecendo as suas limitações. Estudos apontam que quando há um bom relacionamento entre a família e a escola este entrosamento ajuda para que essa criança autista consiga responder e muitas vezes superar os desafios que lhe são postos.
Por isso incluir uma criança com TEA compreender as suas
necessidades e suas dificuldades, criar estratégias que visem a sua participação na sociedade
Chiote (2013) com base em Vygotsky revela que que a educação da
criança com deficiência, não pode ser uma educação engessada que corrige o defeito com a ideia de adequá-la ao meio e tão pouco uma educação nos processos elementares do desenvolvimento, mas uma educação social que favoreça a criança a desenvolver as funções psicológicas superiores a partir de seu desenvolvimento cultura
Deficiência, inclusão e TDAH
É desafiador trabalhar com inclusão de alunos com TDAH isso
porque porque o professore precisa de ser criativo, proporcionando meios para que haja aprendizagem sem discriminação. Infelizmente a medicalização é um assunto que está sempre presentes na inclusão escolar, sobretudo em alunos com TDAH, segundo pesquisadores no assunto, quando o professor não é capacitado dá um significado de normalidade conforme o ideário social ou seja o sentido do TDAH se torna meramente médico. É comum encontrarmos na escola estudantes com TDAH que são confundidos com crianças indisciplinadas, inquietos, agitados e ansiosos mediante determinada situação isso por não serem identificados com esse transtorno. Sem diagnóstico, esses estudantes não conseguem rendimento, a falta de concentração entre outros sintomas os deixa “atrasados” em seus conteúdos em relação a seus colegas. Nessa situação, aumentam os índices de repetência, baixo rendimento escolar, evasão e dificuldades emocionais e sociais
Assim, segundo Wouk (2012). “a inclusão realizada pelo professor
junto ao aluno TDAH deve ser flexível e criar uma relação onde o professor tenha ações abertas que permitam mudanças, e diferentes formas de atuar junto a estes alunos”,
Portanto, o olhar crítico e inclusivo no espaço educacional não
depende apenas do esforço do aluno se mostra com ritmos diferentes de aprendizagem. Mas do trabalho e do acompanhamento de outros profissionais para que ele atinja seu desenvolvimento pleno.
Atividade Extra
Para ampliar seus conhecimentos leia o artigo:
BERTOLDO, Lao-Tse Maria et al. Intervenção psicológica grupal com pais de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em unidade assistencial pública: relato de experiência. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto , v. 21, n. 2, p. 126- 138, dez. 2020. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 29702020000200010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 31 ago. 2021.
Referência Bibliográfica
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.
ARANHA, M. S. F. Integração social do deficiente: análise
conceitual e metodologia. Temas em Psicologia, n. 2, p. 63-70, 1995.
CHIOTE, F. de. A. B. Inclusão da criança com autismo na
educação infantil: trabalhando a mediação pedagógica. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2013.
GOFFMAN, E. Estigma: nota sobre a manipulação da identidade
deteriorada. 4.ed, Rio de Janeiro: LTC, 2008 SÁ, M. Legislações e políticas públicas em Educação Inclusiva. 2ª. Ed. – Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2009
MANTOAN, M. T. E. Integração X inclusão – Educação para todos.
Pátio: Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, n. 5, maio/jul. 1998.
MAZZOTA, M. J. da S. Educação especial no Brasil: história e
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)