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DIDÁTICA DO ENSINO

SUPERIOR

Curso: Docência e Neuropsicopedagogia


Professora: Doutoranda Janaína Paiva
janainajzsp@gmail.com
99325-6981
COMO UTILIZAR ESTRATÉGIAS PARA
FACILITAR A APRENDIZAGEM

Os manuais de didática apresentavam aos professores um


conjunto de métodos e técnicas de valor universal,
“capazes de ensinar tudo a todos.”
COMO UTILIZAR ESTRATÉGIAS PARA
FACILITAR A APRENDIZAGEM

Assim, poucos professores sentiam necessidade de


considerar as características pessoais dos estudantes, seus
interesses e motivações para planejar suas atividades.

Novos modelos educacionais, apoiados em pesquisas


científicas, vêm contribuindo significativamente para
mudar essa visão dos educadores.
Pesquisas indicam que, numa situação de
aprendizagem, o centro essencial da atividade não
está naquele que ensina, mas naquele que aprende.

Não há como deixar de considerar que o aprendizado


dos estudantes é influenciado pela maneira como o
professor procura adequar as estratégias de ensino às
necessidades e às expectativas deles.
É preciso competência do professor para proceder
ao diagnóstico das necessidades dos estudantes com
vistas a prescrever as medidas educativas mais
adequadas.
Conceito de aprendizagem

Aprendizagem não é aquisição de conhecimento.


Esse conceito é muito mais amplo, já que é um
processo permanente que começa com o início da
vida e só termina com a morte.
Bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos estão
constantemente aprendendo
“A aprendizagem é inferida quando ocorre mudança ou
modificação no comportamento mudança esta que
permanece por períodos relativamente longos durante a
vida do indivíduo” (GAGNÉ 1980 p.6)

Ocorre aprendizagem quando uma pessoa manifesta


aumento de capacidade para determinados desempenhos
em decorrência de experiências por que passou.
Pode-se definir aprendizagem como o processo de
aquisição de conhecimentos, desenvolvimento de
habilidades e mudança de atitudes em decorrência
de experiências educativas, tais como aulas,
leituras, discussões, pesquisas etc.
Que fatores interferem no processo de
aprendizagem

Há inúmeros fatores, dentro e fora dos indivíduos, que


influenciam sua habilidade para aprender.

Os mais conhecidos são os fatores cognitivos, como a


inteligência e a criatividade.

Há muitos outros de igual relevância com os quais se


tem menos familiaridade.

Estes fatores incluem, dentre outros: a motivação, a


idade, o sexo, o ambiente social, os hábitos de estudo e a
memória.
COMPETÊNCIAS INTELECTUAIS

Uma das teorias que mais vem contribuindo para a


redefinição do papel da inteligência da aprendizagem é a
das inteligências múltiplas (GARDNER, 1983).
Segundo o autor existem pelo menos sete tipos de
inteligência, que são:
1. Inteligência linguística;
2. Inteligência lógico-matemática;
3. Inteligência espacial;
4. Inteligência musical;
5. Inteligência corporal-cinestésica;
6. Inteligência interpessoal;
7. Inteligência intrapessoal.
Inteligência linguística

É a capacidade de comunicar por meio de


símbolos, pela palavra oral e escrita.
É a inteligência características dos escritores,
jornalistas e poetas.
Inteligência lógico-matemática

É a capacidade intelectual que possibilita resolver


problemas por meio do pensamento lógico e do cálculo
numérico.
Matemáticos, físicos, engenheiros e programadores de
computador constituem exemplos de profissionais que
usam esse tipo de inteligência.
Inteligência espacial

É a capacidade de formar um modelo mental, um mundo


espacial, e ser capaz de operar segundo esse modelo.
É a inteligência responsável pela orientação do mundo
físico.
Marinheiros, arquitetos cirurgiões, decoradores e pintores
são alguns desses profissionais que precisam apresentar
altos níveis de tipo de inteligência.
Inteligência musical

É a capacidade de compreensão dos sons e de suas


combinações. Em sua forma mais completa, é a
inteligência dos compositores.
Inteligência corporal-cinestésica

É a capacidade de resolver problemas ou de elaborar


produtos utilizando o corpo inteiro ou partes dele.
Dançarinos, atletas, cirurgiões e atores são profissionais
cuja atuação requer altos níveis dessa inteligência.
Inteligência interpessoal

É a capacidade de compreender outras pessoas e de lidar


com elas. Vendedores, professores, políticos e líderes
religiosos precisam ter inteligência interpessoal em nível
elevado.
Inteligência intrapessoal
É a capacidade de reconhecer e lidar com seus próprios
sentimentos enquanto estão ocorrendo é importante para
todas as pessoas pois por intermédio dela que se podem
reconhecer suas características positivas e negativas.

É ela que proporciona o autoconhecimento, ponto de partida


do crescimento e da implementação de mudanças.

O próprio Gardner (1999), já aventou a possibilidade das


inteligências naturalistas, existencial e espiritual.
Idade
De acordo com Piaget (1974), o desenvolvimento da
criança se processa em quatro estágios:

1- sensório-motor ( 0 a 2 anos)
2- pré-operacional (2 a 7 anos)
3- das operações concretas (7 a 12 anos)
4- das operações lógicas (12 anos em diante)

Por isso, que as crianças são incapazes de desenvolver


certos tipos de aprendizado.
A partir dos 12 anos

As crianças tem suas capacidades intelectuais


plenamente desenvolvidas.

Os estudantes do ensino superior já superaram essa


fase o fator idade torna-se pouco relevante.

Com a idade ocorre o declínio de algumas capacidades


intelectuais, em decorrência da perda de neurônios,
mas não são perdas muito significativas.
Sexo (sic.)

Há diferenças entre os sexos?


Polêmica e concepções machistas.
Mas não podemos ignorar os estudos que relatam que há
diferenças sutis na maneira pela qual os cérebros de
homem e mulheres processam a linguagem, as
informações, as emoções e o conhecimento.
Sexo (sic.)

Uma diferença, homens e mulheres calculam o tempo,


estimam a velocidade de objetos, realizam cálculos
matemáticos, orientam-se no espaço, e visualizam os
objetos tridimensionais.
Homens e mulheres apresentam discretas diferenças.
Sexo (sic.)
Isso explica por que existem mais homens matemáticos,
pilotos de avião, guias de safári, engenheiros mecânicos,
arquitetos e pilotos de fórmula 1.

Explicar por que as mulheres são mais habilidosas nas


relações humanas, no reconhecimento de aspectos
emocionais nas outras pessoas e na linguagem, na
expressão emocional e artística, na apreciação estética,
na linguagem verbal e na execução de tarefas detalhadas
(SABBATINI, 2000).
Fatores emocionais
A ansiedade é o mais importante no que se refere à
influência sobre a aprendizagem.

Uma leve ansiedade pode ser entendida como auxílio,


mas, em excesso, exerce um efeito inibidor sobre a
aprendizagem.

Tanto estudantes com alto como os com baixo


desempenho podem ser prejudicados pela ansiedade.
Fatores emocionais
O professor pode contribuir para sua redução mediante
certos procedimentos:
• Promover instruções sobre formas adequadas de
estudos;
• Possibilitar que os ansiosos fale em pequenos grupos;
• Responder perguntas curtas;
• Usar atividades de aprendizagem cooperativa;
• Esclarecer o objetivo da prova;
• Assegurar tempo suficiente para a realização das
provas;
• Variar os tipos de avaliação.
Fatores Sociais
A origem social pode influenciar a capacidade de
aprendizagem.
As experiências sociais por que passam as crianças
oriundas de lares mais pobres podem interferir na
aprendizagem.
Nesses lares, o incentivo à aprendizagem é bem menor,
pois os pais, apresentam baixos níveis de escolaridade,
não há bibliotecas nem computadores e os interesses
familiares pouco se relacionam com as atividades
educacionais.
Ela tende a deixar profundas marcas nos adultos.
Motivação
É um dos fatores mais importante para o aprendizado.

Muitos veem a motivação como decorrente de fatores


externos, como as condições do ambiente e o professor.

Motivação – latim movere = mover, constitui a força que


nos move para alcançar determinado objetivo.

É a “mola propulsora da ação.”

Motivos são as forças que estimulam a satisfação das


necessidades humanas, que vão das mais essenciais
(comida, bebida e repouso), com as mais sofisticadas
(estima ou de autorrealização).
Motivação
A relação entre motivação e aprendizagem é recíproca.

O processo de motivação, não se pode rigorosamente


afirmar que é o professor que motiva os alunos a aprender.

E o papel do aluno?
Concentração

Essa dificuldade pode ter fatores tanto internos, como


externos.

Internos: indisposição orgânica, problemas pessoais, falta


de autocontrole, instabilidade, desânimo, ansiedade,
dificuldade para enfrentar os obstáculos, dificuldades para
se organizar ou para discernir o essencial do acessório.

Externos: condições da sala de aula ou de estudo, horário,


falta de intervalo de descanso, objetivos mal definidos,
monotonia da aula, sequência de apresentação da matéria,
maneirismos do professor e qualidade dos textos de apoio.
Concentração

O professor poderá conseguir melhores resultados em


relação à concentração dos alunos
• Humor (frases espirituosas e exemplos pitorescos);
• Entusiasmo (o professor transmitir isso ao aluno);
• Aplicação prática (exercícios e trabalhos práticos);
• Variação de estratégias de ensino (contribui para a
atenção);
• Recursos instrucionais (audiovisuais diversificados);
• Participação (deve ser solicitada, fazer perguntas que
possam ser respondidas facilmente).
Reação

O professor pode estimular a participação de diferentes


maneiras:

• Favorecendo a tomada de anotações;

• Estimulando a falar, dar depoimentos pessoais, a fazer


sugestões e ampliar as ideias apresentadas;

• Fazendo perguntas;

• Propondo exercícios.
Realimentação (feedback)

A confirmação pelo próprio estudante do quanto está


compreendendo a matéria, auxilia-o na fixação das
respostas, fornece pistas e orientação e contribui para
motivá-lo na continuação do processo de aprendizagem
Memória

É um dos fatores mais importantes na aprendizagem.


A memorização pode ser reconhecida como o produto final
da aprendizagem.
Ela pode ser classificada segundo:
• A sua duração (curto e de longo prazo)- se a informação
é útil para o organismo e deve ser armazenada;
• O seu conteúdo (declarativa ou de procedimentos),
Declarativa (episódica- lembrança de fatos que assistimos
ou vivenciamos);
Procedimentos (sensoriais ou motoras- andar de bicicleta,
saltar e soletrar).
Memória

Série de estratégias que o professor usar para estimular:


• Fazer pausas, repetições e questionamentos;
• Apresentar temas relevantes, práticos e interessantes;
• Favorecer a compreensão do conteúdo;
• Estimular associações;
• Criar elaborações mentais;
• Utilizar gráficos, diagramas, tabelas, organogramas e
fluxogramas;
• Reservar os últimos minutos da aula para conversar
sobre o conteúdo estudado.
• Usar jogos, dramatização e brincadeiras.
Hábitos de estudo

Os estudantes universitários são muito mais responsáveis


por sua própria aprendizagem, por isso os hábitos de
estudo assume um papel tão importante.
O professor podem auxiliá-los, incentivando-os a dotar
algumas condutas, como:
Planejamento de estudo (compatibilizando com o trabalho
e vida pessoal);
Objetivos realistas (formulados por escrito e divulgado);
Pontualidade (hora marcada iniciar os trabalhos);
Organização da matéria (outros livros e materiais);
Revisão (sistemática, de manutenção);
REFERÊNCIA

GIL, Antônio Carlos. Didática do Ensino Superior. 2ª ed.


São Paulo: Atlas, 2018.
OBRIGADA

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