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A CRIANÇA SUPERDOTADA

A superdotação é um fenômeno que se caracteriza por uma elevada

capacidade mental e um nível de performance significativamente superior à média.

As crianças superdotadas possuem necessidades e exigências diferentes das outras

crianças com a sua mesma idade.

As crianças superdotadas, apesar de serem inteligentes, nem sempre são

emocionalmente maduras. Por essa razão, devem ter uma orientação especial e de

apoio por parte de pais e professores para que a sua inteligência não se volte contra

elas mesmas.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que entre 3,5% a 5% da

população brasileira seja composta de superdotados.

CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA SUPERDOTADA

O ponto de partida para uma discussão sobre a superdotação reside

necessariamente na conceituação dos construtos superdotado e superdotação. É

possível observar que esta questão tem sido objeto de numerosas discussões, com

inúmeras abordagens e concepções (ALENCAR, 1992).

Alencar (1992) citando Sternberg e Davidson (1986), a partir dos dados

apresentados no livro escrito pelos mesmo, "Concepções da Superdotação",

apresentam 17 concepções distintas da superdotação. Estas refletem abordagens

psicológicas e enfoques teóricos bastante diversificados. Uma análise destas

diferentes concepções indica uma ênfase às vezes no indivíduo, outras na


sociedade; no domínio psicológico ou no domínio educacional; em componentes

cognitivos apenas ou nas dimensões cognitivas e de personalidade.

Dentre estes diferentes enfoques, destaca-se o de Renzulli, cujas contribuições

teóricas se aliam a práticas de identificação e programas que vêm sendo

amplamente implementados em diversos países.

Alencar (1992) citando Renzulli destaca inicialmente dois tipos de

superdotação. O primeiro, a que se refere como superdotação do contexto

educacional ("schoolhouse giftedness") e o segundo a que chama de criativa-

produtiva ("creative-productive"). A superdotação do contexto educacional seria

apresentada por aqueles indivíduos que se saem bem na escola, aprendem


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rapidamente, apresentam um nível de compreensão mais elevado e têm sido os

indivíduos tradicionalmente selecionados para participar de programas especiais.

Ourofino e Fleith (2011) ainda acrescentam as habilidades de lidar com abstrações,

de perceber relações de causa e efeito, de fazer observações perspicazes, de

organizar uma grande bagagem de informações sobre uma variedade de tópicos e

de fazer generalizações por meio de raciocínio analítico. A superdotação criativa-

produtiva diz respeito aqueles aspectos da atividade humana onde se valoriza o

desenvolvimento de produtos originais. Ourofino e Fleith (2011) acrescentam

também, a habilidade de pensamento imaginativo, atitude não conformista,

pensamento divergente, espírito de aventura, disposição para correr riscos,

habilidade para produzir respostas incomuns e habilidade de gerar um grande

número de ideias ou soluções para problemas ou questões. Renzulli observa que as

situações de aprendizagens planejadas para se promover este tipo de superdotação


enfatizam o uso e aplicação da informação e os processos de pensamento de uma

maneira integrada, indutiva e orientada para problemas reais, distinguindo-se

daquelas situações que visam promover a superdotação do primeiro tipo, uma vez

que esta tende a enfatizar a aprendizagem dedutiva, o treino estruturado no

desenvolvimento de processos de pensamento e a aquisição, armazenagem e

reprodução da informação. Ourofino e Fleith (2011) incluem mais duas

características baseadas nas pesquisas de Renzulli (2000), a motivação, descrita

como persistência para atingir um objetivo, envolvimento intenso quando se dedica a

certos tópicos ou problemas, obstinação em procurar informações sobre tópicos de

seu interesse, compromisso com projetos de longa duração, habilidade de se

concentrar intencionalmente, preferência por situações nas quais possa ter

responsabilidade pessoal sobre o produto de seus esforços. E, por fim, a liderança,

caracterizada como tendência a ser respeitado por seus pares e a dirigir as

atividades de seu contexto demonstrando autoconfiança, comportamento

cooperativo, habilidade de articular ideias e senso aguçado de responsabilidade.

Ourofino e Fleith (2011) citando Alencar e Fleith (2001) apontam um conjunto

de características cognitivas e afetivas frequentemente citadas na literatura acerca

de alunos superdotados, enfatizando que eles não exibem um perfil único e suas

competências variam em diversas áreas do saber humano. As pesquisadoras

esclarecem que, embora esses alunos se destaquem por demonstrarem maior

maturidade física, social e emocional, podem, em alguns casos, manifestar um


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descompasso no desenvolvimento. Algumas características de pessoas

superdotadas sugeridas pelas autoras são: habilidade de gerar ideias originais,


grande bagagem de informações sobre diferentes temas, preferência pelo trabalho

independente, habilidades de leitura e escrita em tenra idade, curiosidade,

pensamento abstrato e analítico, interesses diversos, concentração, boa memória,

grande imaginação, preferência por ideias complexas e tendência a ocupar o tempo

de forma produtiva.

Embora não exista um padrão comportamental homogêneo entre os

indivíduos superdotados, há um conjunto de características que podem servir como

indicativos na avaliação da superdotação. Vale ressaltar que os superdotados

podem apresentar diversas dessas características, mas não necessariamente todas

elas. Assim, temos as seguintes características:

• Habilidades intelectuais:

a) rapidez e facilidade de aprendizagem;

b) alta capacidade de pensamentos abstratos para analisar, associar, avaliar,

deduzir e generalizar;

c) flexibilidade de pensamento;

d) alta capacidade de respostas ao ambiente;

e) capacidade para lidar e resolver problemas;

f) produção ideativa;

g) maturidade de julgamento;

h) alta capacidade de retenção;

i) curiosidade evidenciada por meio do tipo, da propriedade, da relevância e da

frequência das perguntas formuladas;

l) profundidade de compreensão;

m) riqueza de vocabulário.

• Habilidades sociais:
a) sensibilidade interpessoal;

b) comportamento cooperativo;

c) sociabilidade;

d) habilidades sociais e em lidar com pessoas e grupos;

e) capacidade de liderança;

f) capacidade de resolver situações sociais complexas;

g) percepção acurada das situações sociais.


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• Habilidades psicológicas: Quando realizado emocional e afetivamente, é:

a) autosuficiente;

b) autodiretivo;

c) independente;

d) possui índices de tensão, ansiedade e tristeza abaixo da média geral;

e) maior capacidade de autocrítica, autoavaliação, persistência é aventura

(MATERIAL DISPONIBILIZADO DURANTE AS AULAS DE PSICOLOGIA E

DEFICIÊNCIA, 2016).

2.2 TIPOS DE SUPERDOTAÇÃO

Entre os tipos de superdotação, apontam-se:

• ​Intelecutal: ​apresenta flexibilidade, independência, fluência de pensamento,

produção intelectual, julgamento crítico e habilidade para resolver problemas.

• ​Social: ​revela capacidade de liderança, sensibilidade interpessoal, atitude

cooperativa, sociabilidade expressiva, poder de persuasão, influência no


grupo.

• ​Acadêmico: ​com capacidade de atenção, concentração, memória, interesse

e motivação pelas tarefas e capacidade de produção.

• ​Criativo: ​com capacidade de encontrar soluções diferentes e inovadoras,

facilidades de auto-expressão, fluência, originalidade e flexibilidade.

• ​Psicomotorcinestésico: ​que se destaca por sua habilidade e interesse por

atividades físicas e psicomotoras, agilidade, força e resistência controle e

coordenação motora.

Talentos especiais: ​que revelam destaque em artes plásticas, musicais, literárias e

dramáticas, revelando especial e alto desempenho. (MATERIAL DISPONIBILIZADO

DURANTE AS AULAS DE PSICOLOGIA E DEFICIÊNCIA, 2016)

CLASSIFICAÇÃO DA SUPERDOTAÇÃO

Quanto ao questionamento se há diferenças no cérebro das pessoas

superdotadas em comparação às pessoas com inteligência normal, uma pesquisa

conduzida pelo National Institute of Mental Health, nos EUA, mostrou que existem

diferenças no desenvolvimento cerebral de crianças com Q.I. elevado, quando


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comparadas com crianças com inteligência normal. Esse estudo apontou, através do

uso de Ressonância Magnética, que a córtex cerebral de crianças com Q.I. superior

a 121, atingia sua espessura máxima mais tarde do que o esperado. Por exemplo,

aos 12 anos de idade, ao invés de 8 a 9 anos, em média, e após atingir essa

espessura, o processo de maturação do córtex ocorria numa velocidade muito mais

rápida. Tendo em vista que o córtex cerebral é a estrutura responsável pelas


funções mentais mais complexas, e a área cortical pré-frontal relacionada ao

planejamento, organização e controle, os dados da pesquisa podem explicar a

facilidade da criança em resolver problemas de grande complexidade.

Assim, é possível classificar e diferenciar as crianças superdotadas de outras

com inteligência normal e de outras com características semelhantes:

• ​Superdotado​: para identificar aqueles com alta capacidade e que se colocam

na faixa superior de desempenho.

• ​Bem-dotado ou mais capaz: ​para se dirigir usualmente aos que apresentam

desempenho acima da média em diversas áreas e atividades.

• ​Talentoso: ​para denominar aqueles que possuem habilidades artísticas,

psicomotoras ou uma habilidade específica altamente desenvolvida.

• ​Gênios: ​são pessoas que possuem desempenhos diversos diversos

provenientes de talentos múltiplos.

• ​Alto QI e inteligência superior: ​para evidenciar aqueles que se destacam

em testes psicométricos.

• ​Excepcional: ​para descrever o indivíduo que exibe comportamento superior

e diferenciado em uma área.

• ​Crianças precoces: ​expressão destinada a nomear crianças que

demonstram habilidades específicas, prematuramente desenvolvidas em

qualquer área de conhecimento.

• ​Crianças prodígios: ​expressão usada para se referir às crianças que, em

idade precoce, exibem nível avançado de habilidades ou domínio em algum

campo específico, como Mozart, que compunha sonatas aos 5 anos de idade.

(OUROFINO; FLEITH, 2011).


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MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Crianças e adultos com altas habilidades / superdotação costumam

apresentar desempenho acima da média ou elevada potencialidade em qualquer

dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral;

aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de

liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora.

No processo de identificação desses sinais deve-se utilizar uma multiplicidade

de procedimentos, como testes de inteligência, criatividade, dados sobre o

rendimento acadêmico, complementados com a observação do professor e

questionários e escalas respondidos pela própria criança.

Segundo Alencar (1992), para isso é essencial o investimento na formação de

profissionais; o reconhecimento de que as necessidades do superdotado, a serem

levadas em conta nas propostas educacionais, passam pelas áreas cognitiva,

acadêmica, afetiva e social; o estabelecimento de uma parceria produtiva entre

família e escola; e uma variedade de atendimento a esta criança.

Os critérios de avaliação devem envolver notável desempenho e elevada

potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados:

capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou

produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes; capacidade

psicomotora.

Para Soares et al (2004), os superdotados devem ser identificados por

profissionais competentes para que possam desenvolver suas habilidades, a fim de

que sejam usadas em benefício de diferentes grupos sociais. Não são definidas

áreas do saber ou do fazer nas quais o sujeito possa ser considerado habilidoso,
deixando uma variedade de opções para que se avalie o indivíduo superdotado. O

campo de ação do indivíduo superdotado se restringe por meio da proposição de um

modelo. Neste encontra se capacidade acima da média, o envolvimento com a

tarefa e a criatividade entrelaçados. Para caracterizá-la como superdotado, o

indivíduo deve apresentar este núcleo de habilidades de forma constante não

somente no meio familiar, mas também entre os amigos e em ambiente escolar.

Soares et al (2004) também esclarece que a capacidade acima da média compõe-se

dos comportamentos observados no sujeito que sejam comprovadamente superiores

a uma média, em qualquer campo do saber ou fazer. O envolvimento com a tarefa

são os comportamentos observáveis a partir da demonstração de expressivo


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interesse, motivação e empenho pessoal nas tarefas que realiza nas diferentes

áreas. A criatividade são os comportamentos observáveis por meio da

demonstração de traços criativos no fazer ou no pensar, expressos de diversas

maneiras, que podem ser verbal, gestual, plástica, teatral, musical, entre outras

formas de expressão.

EDUCAÇÃO PARA A CRIANÇA SUPERDOTADA

Quando se fala em educação para criança com superdotação, considera-a

muito complexa. Portanto, as escolas optam por evitarem identificar esses alunos, a

fim de não serem reformuladas em sua estrutura organizacional para atender a

essas crianças.

Essas instituições de ensino deveriam ser cobradas, fazendo com que se


adaptassem a necessidade das crianças, o que exigiria: ensino individualizado ou

agrupamentos especiais; previsão de recursos; equacionamento de oportunidades

educacionais; programa de enriquecimento e preparação de pessoal especializado

(psicólogos, professores, orientadores, coordenação). Entretanto, existem inúmeros

fatores que são as causas dessa ausência dos programas educativos para as

crianças superdotadas: falta de recursos para diagnóstico precoce; ausência de

pessoal especializado para atendimento; falta de suporte financeiro e resistência da

comunidade e do sistema escolar.

Para se ter um planejamento educacional que funcione e seja realista dentro

do contexto das crianças, é preciso tomar como ponto de partida a não cobrança

excessiva dos alunos, tendo em vista que eles apresentam algumas dificuldades,

mas, por outro lado, deve estimulá-los de maneiras diferentes, adequando a eles as

metodologias e estratégias de ensino, oferecendo experiências grupais adequadas e

currículos enriquecidos, além de compensar as áreas do desenvolvimento sócia,

afetivo e emocional. Diante de tudo isso, foi desenvolvido uma proposta com três

técnicas para atender as necessidades dos alunos mais dotados, estimulando-os na

escola:

• Aceleração: consiste no prolongamento do ano letivo, ingresso precoce na

escola, “salto” de 1 ano, entre outros.


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• Segregação: colocar em uma mesma turma alunos com capacidades

equivalentes, em tempo escolar parcial ou total.

• Enriquecimento do programa curricular: maior amplitude com


aprofundamento de estudos.

Torna-se indispensável no estabelecimento do ensino o Serviço-Psicológico para

realizar trabalhos como: orientar pais e professores; ajudar a formação de

autoconceitos realistas; estimular ou apoiar novos interesses; acompanhar o

desenvolvimento emocional; identificar e revelar necessidades e dificuldades

individuais e avaliar devidamente as carências e atuações de qualquer método e

complementá-lo.

Apesar de a escola ser deficiente, precisar de um maior empenho e de

continuidade no espaço e tempo, ela é o grupo que tem dedicado maior atenção à

superdotação. (MATERIAL DISPONIBILIZADO DURANTE AS AULAS DE

PSICOLOGIA E DEFICIÊNCIA, 2016).

REAÇÃO AOS PAIS E AOS OUTROS

Muitos pais olham para a excepcionalidade de seus filhos como se fosse algo

negativo e constrangedor. Alguns se sentem rebaixados, ou inadequados pela

capacidade do filho, gerando na criança condições de frustração, carência, baixo

rendimento e incomunicabilidade, que são características inapropriadas para

desenvolvimento sadio da criança. Por outro lado, existem pais que se orgulham do

filho brilhante que têm, estimulando-o de maneira exagerada, exibindo-o e fazendo

com que eles deem demonstrações de supremacia, como se a criança fosse sua

propriedade, um “troféu”. Essa excessiva necessidade de expor o quanto inteligente

é seu filho, faz com que a criança se sinta insegura, inibida, queira se isolar, se

sentindo incompreendida. Essas reações dos pais podem se alternar ou conflituar,

hora os pais podem se sentirem rebaixados e inadequados pela capacidade do filho,


hora pode se orgulhar do filho brilhante, o que poderá desencadear uma confusão

na cabeça da criança devido a essa ambivalência.

MITOS EM RELAÇÃO À CRIANÇA SUPERDOTADA

Há uma série de mitos em relação a superdotação de crianças. Alguns deles são:


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• ​Superdotação global: ​Esse mito diz que as crianças superdotadas se

desenvolvem bem em todas matérias escolares, porém na realidade eles

possuem certa habilidade para determinadas matérias. Na maioria das vezes

na área de exatas ou comunicação.

• ​Talentosos, porém não superdotados: ​Revela que são crianças com

habilidades em algumas áreas, destacando que as crianças com alta

habilidade em música e arte são talentosas, mas na realidade é falsa

afirmação,pois essas crianças possuem habilidades inatas e se desenvolvem

com ajuda dos pais.

• ​QI excepcional: ​Esse mito diz que crianças superdotadas possuem um

elevado QI, mas essa afirmação é falsa, pois a criança pode ser superdotada

em artes por exemplo sem possuir QI excepcional, uma vez que ele avalia as

habilidades humanas, principalmente exatas e comunicação.

• ​Biologia versus ambiente: ​Segundo esse mito, a superdotação é totalmente

inata, ignorando o desenvolvimento de aptidões adquiridas. Está equivocado,

pois essas crianças superdotadas nascem com alta habilidade e necessitam

de motivação e incentivo para seu dom.

• ​Pai dominador: ​Esse mito diz que as crianças superdotadas são criadas por
pais exigentes. Isso está errado, apesar de essas crianças não desenvolvem

um dom sem um pai ou substituto que o estimule.

• ​Esbanjando saúde psicológica: ​Diz que crianças superdotadas são mais

felizes do que crianças médias.Na realidade as crianças superdotadas não

possuem interesse em comum com crianças ditas normais, pois são

introvertidas e gostam de estar só.

• ​Todas as crianças são superdotadas: ​Revela que não há um grupo de

crianças superdotadas, mas que algumas possuem pontos fortes que

necessitam de educação especial. Isso gera uma discriminação contra os

superdotados.

• ​As crianças superdotadas tornam-se adultos eminentes: ​Essa crença

está equivocada, pois as vezes as crianças superdotadas se tornam adultos

que seguem diferentes áreas de interesse, onde são competentes, mas sem

mostrar brilhantismo.
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• ​Superdotados e gênios são a mesma coisa: ​Está equivocado, pois os

superdotados possuem uma habilidade superior a população, já os gênios

possuem um contínuo em habilidades e dão contribuições de grande

importância.

• ​O superdotado possui recurso para crescer sozinho: ​Afirmação está

equivocada, pois eles precisam de um ambiente para desenvolverem bem

suas habilidades e necessitam de incentivos.

• ​O superdotado possui um excelente rendimento na escola: ​Muitas vezes

as crianças superdotadas não possuem elevado desempenho escolar devido


a grade curricular e aos métodos de ensino.

• ​O encaminhamento dos superdotados deixam-nos esnobes e

pretenciosos: ​Quando a educação especial é de boa qualidade, eles

desenvolvem com mais qualidade e aumentam competência e habilidade.

• ​É um absurdo investir nesta área quando existem milhares de

infradotados: ​Há necessidade de educação especial para os mais

competentes assim como para os que apresentam deficiência.

De acordo com Cecília Andrade e Regina Campos ainda existem mais dois mitos:

• ​As pessoas com altas habilidades provêm de classes socioeconômicas

privilegiadas: ​Esse mito foi citado pelo MEC. Está equivocado, pois crianças

de classe social mais inferiores também podem ser brilhantes em

determinadas áreas da inteligência, não sendo exclusivo de classes elevadas.

• ​Não se deve identificar pessoas com altas habilidades: ​Esse mito afirma

que não há vantagens de identificar crianças superdotadas, porém isso não

condiz com a realidade, a qual essas crianças precisam de educação especial

e se não forem identificadas, não vão desenvolver melhor suas habilidades

nem poderão ter suas necessidades educacionais atendidas.

Esses mitos de parte da população revelam o quanto o tema ainda é

desconhecido e apesar disso, as pessoas fazem várias inferências a respeito.


REFERÊNCIAS

ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. A identificação ​e ​o atendimento ao


superdotado. ​Psicologia: Ciência e Profissão​, v.12, n. 1, Brasília, 1992.
Disponével em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98931992000100005> Acesso em:12 nov. 2016.

SOARES, A. M. I et al. Superdotação – identificação e opções de atendimento.


Revista Educar​, Curitiba, n. 23, 2004. Disponível em:
<​http://www.scielo.br/pdf/er/n23/n23a09.pdf​>. Acesso em: 18 nov. 2016.

OUROFINO, Vanessa Terezinha Alves Tentes; FLEITH, Denise Souza. A condição


underachievement em superdotação: definição e características. ​Psicologia: teoria e
prática​, v.13, n.3, São Paulo, 2011. Disponével em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
36872011000300016>. Acesso em: 12 nov. 2016.

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