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Educação Física

Inclusiva
Material Teórico
Inclusão

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Nathalia Bernardes

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Inclusão

• Inclusão.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Discutir o papel da educação física no processo de inclusão de pessoas com deficiências
na perspectiva da valorização das diferenças e respeito à diversidade humana.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Inclusão

Inclusão
Iniciamos agora a nossa primeira unidade na disciplina de Educação Física Inclu-
siva, na qual abordaremos o tema Inclusão da pessoa com deficiência.

E para falarmos sobre essa inclusão, é necessário fazermos um levantamento


histórico dessa população.

Na pré-história, o povo nômade, que sobrevivia da caça e da pesca, abandona-


va a pessoa com deficiência em áreas perigosas, que apresentavam risco de vida.
Isso acontecia porque a pessoa com deficiência era considerada com poucas habi-
lidades para ajudar na caça e na pesca.

Na antiguidade, a deficiência era considerada como algo decorrente de um castigo


ou até mesmo um desígnio. Os povos de Esparta e Atenas cultuavam o corpo perfeito.
Assim, as pessoas com deficiência continuam sendo eliminadas ou abandonadas.

No Império Romano, o infanticídio era uma realidade para a pessoa com defici-
ência, que era chamada de portadora de monstruosidade. A pessoa com deficiência
era vendida como escrava e muitas vezes era utilizada como meio de diversão.

Na idade Média, a pessoa com deficiência ainda é considerada improdutiva; todavia,


nessa época elas passam a ser consideradas pessoas com uma “alma” e começam a ser
consideradas seres humanos. Dessa forma, não podem mais ser eliminadas.

No período da Inquisição, a deficiência era considerada desde um sinal de pecado,


no qual essas pessoas estariam tendo a oportunidade de pagá-lo através de um casti-
go, até mesmo como uma possessão do demônio.

Neste contexto, com o advento do cristianismo, as pessoas com deficiência


passam a ser consideradas filhas de Deus e não podem ser eliminadas. Dessa forma,
a igreja se torna um dos locais de abrigo e, consequentemente, institucionalização
para essas pessoas.

O clero, então, oferecia a oportunidade de atenuar o castigo divino daquela pessoa,


explorando as capacidades de trabalho dela em troca de abrigo e alimentação.

A corte também tem um papel marcante na história da pessoa com deficiência,


pois também explorava as capacidades de trabalho desse grupo de pessoas. Os anões
possuem destaque nas pinturas dessa época, além dos “bobos da corte”, que eram
utilizados como forma de diversão dos nobres.

Reflita sobre a passagem histórica da pessoa com deficiência até os dias atuais. Faça rela-
Explor

ções com os preconceitos estabelecidos na sociedade, bem como a dificuldade de inclusão


plena dessa população. Será que mudamos muito em relação aos preconceitos? Ou ainda
nos divertimos às custas dessas pessoas?

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Explor
Assista ao filme: O Corcunda de Notre Dame (The Hunchback, 1997).

Mortos e
abandonados

Institucionalizados

Grandes Centros
(casa e instituições)
Medicina

Pedagogia
Psicologia

Figura 1

Na imagem acima, podemos observar a evolução no tempo da pessoa com de-


ficiência. No primeiro momento, elas eram eliminadas, abandonadas ou exiladas.
Depois, passam a ser mantidas pelo clero, pela corte, até serem institucionalizadas
em grandes centros especiais. A primeira instituição para atendimento às pesso-
as com deficiência intelectual foi o Hospital Juliano Moreira, em Salvador (1874).
Existia a preocupação para a deficiência mental, como era chamada na época,
como um problema de saúde pública. A primeira Escola Especial para crianças
anormais, como eram chamadas na época, foi no Rio de Janeiro, o Pavilhão Bour-
neville (1903), e em São Paulo o Pavilhão para crianças- Hospício de Juquery.

Dessa forma, houve uma influência importante da Medicina até 1930, com o mo-
vimento higienista. Assim, o olhar para a pessoa com deficiência era voltado para os
aspectos de saúde, somente.

Depois, o olhar da pedagogia e da psicologia ganharam espaço. A psicóloga


e educadora russa Helena Antipoff teve um importante papel neste período do
movimento escolanovista. Ela coordenou cursos de formação para o professor
atuar com essa população. Os cursos se iniciaram no estado de Minas Gerais e
depois se estenderam para outros estados. Então, tiveram início os serviços de
diagnósticos e as classes especiais nas escolas públicas.

Dentro desse movimento, era defendida uma proposta pedagógica de caráter


humanista, que buscava a diminuição das desigualdades sociais, o estudo das dife-
renças individuais, proporcionando um ensino adequado e especializado. Por outro
lado, temos, de uma forma geral, a exclusão da pessoa com deficiência nas escolas
regulares. Assim, temos um grande problema na inclusão dessa população.

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UNIDADE Inclusão

Ensino Regular
Segregação e exclusão
do sistema regular
Ensino Especial

Figura 2

Como podemos observar na imagem acima, o próximo passo no tempo histó-


rico da população com deficiência foi a segregação e exclusão dessas pessoas no
sistema de ensino regular.

As crianças com deficiência muitas vezes eram observadas pelo professor como
uma potente possibilidade de fracasso. Dessa forma, consideradas como incapazes,
as pessoas com deficiência eram encaminhadas para avaliação psicológica ou mé-
dica, que legitimava a observação do professor através de avaliações inadequadas e
fora do contexto escolar. Assim, essas pessoas eram encaminhadas para as classes
especiais, e lá havia poucas chances de um retorno ao sistema escolar regular.

Helena Antipoff fundou a Sociedade Pestalozzi, hoje denominada Asso-


ciação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (ABADS) e teve
importante influência na implantação da Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (APAE).

A Constituição Federal em 1988 estabelece que a educação é direito de todos e


garante atendimento educacional especializado, preferencialmente na escola regu-
lar, aos portadores de deficiência, como eram chamados na época.

O Estatuto da Criança e do Adolescente reitera os direitos garantidos na Cons-


tituição, referentes ao atendimento educacional especializado para portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

Em 1994, surge a Declaração de Salamanca, na qual dirigentes de mais de 80


países se reuniram na Espanha para assinar um dos mais importantes documentos
de compromisso de garantia dos direitos educacionais.

A declaração coloca as escolas regulares inclusivas como um meio importante de


combate à discriminação, devendo acolher as pessoas independentemente de suas
condições físicas, intelectuais, sociais e emocionais.

Atualmente, a entrada de crianças com deficiência na rede pública tem aumen-


tado, conforme o Censo Escolar do MEC/INEP (2010). Assim, a responsabilidade
desse atendimento para a pessoa com deficiência passa para as esferas municipais,
estaduais, federais e não se restringe somente às entidades beneficentes, que muitas
vezes são mantidas com o auxílio da comunidade.

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Em 2007, 62,7% do total de matrículas da educação especial estavam nas es-
colas públicas e 37,3% nas escolas privadas. Em 2010, estes números alcançaram
75,8% nas públicas e 24,2% nas escolas privadas. É possível perceber o empenho
das redes de ensino para o acesso das pessoas com deficiência. Observe na ima-
gem abaixo.

Brasil - 2007 – 2010


64.501 65.694
70.000
60.000
47.748
50.000
40.000
35.397
30.000
34.044
20.000 27.603 27.031
24.634
10.000
0
2007 2008 2009 2010

Ed. Infantil – Modalidade especial Ed. Infantil – Alunos incluídos

Figura 3 – Número de matrículas de Educação Especial na Educação Infantil


Fonte: Adapatado de MEC/INEP

Apesar da entrada do público com deficiência na rede de ensino regular, os


desafios ainda são grandes. Pois existe uma necessidade latente de inclusão dessa
população, porém o que observamos em alguns casos é somente a integração da
pessoa com deficiência. E isso transpassa o âmbito escolar.
Explor

Você sabe a diferença entre inclusão e integração? Leia mais em: http://bit.ly/2QbXG8K

Se considerarmos o tempo histórico de que falamos anteriormente, seria fácil per-


ceber a evolução da pessoa com deficiência na sociedade. Observe a imagem abaixo:

EXTERMÍNIO
EXCLUSÃO
SEGREGAÇÃO ENSINO DOMICILIAR
INSTITUCIONALIZAÇÃO ENSINO ESPECIAL

NORMALIZAÇÃO CLASSE COMUM


INTEGRAÇÃO
CLASSE ESPECIAL
SERVIÇOS

INCLUSÃO SUPORTES ESCOLA INCLUSIVA

SALA DE RECURSO
Figura 4

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UNIDADE Inclusão

A integração está no meio do processo entre a exclusão e a inclusão. Dessa forma,


ela é importante no reconhecimento da pessoa com deficiência pela sociedade.
Todavia, precisamos unir esforços em todas as esferas: políticas, econômicas e sociais,
para trabalharmos com o objetivo de inclusão.

A integração oferece o acesso para a pessoa com deficiência, essa pessoa está
inserida no ambiente, mas muitas vezes ela não possui condições adequadas para
o seu desenvolvimento.

Já o trabalho na perspectiva da inclusão tem o olhar voltado para o processo


de ensino e aprendizagem de todos os alunos, não enfatiza a deficiência do aluno.
Busca formas e condições para a aprendizagem.

Em vez de o aluno ajustar-se aos padrões de normalidade para aprender, a escola


deve ajustar-se à diversidade dos seus alunos.

Trocando ideias... Importante!


Observe a imagem a baixo e reflita sobre os tópicos abordados até o momento. Você é
capaz de fazer relações? Vamos tentar?!

EXCLUSÃO SEGREGAÇÃO INTEGRAÇÃO INCLUSÃO

Figura 5
Fonte: Adaptado de Getty Images

A inclusão fundamenta-se em uma filosofia que reconhece e aceita a diversidade.


Isso significa garantia de acesso e oportunidade a todos, independentemente de
suas particularidades.

O ambiente inclusivo precisa muitas vezes passar por uma restauração, ou seja, é
necessária uma proposta de mudança, cujo objetivo é fazer com que este ambiente
se torne realmente inclusivo, um espaço democrático e competente para trabalhar
com todos as pessoas, sem distinção de raça, classe, gênero ou características
pessoais, oferecendo, de fato, condições para que a pessoa com deficiência tenha
acesso, permanência e possibilidade de sucesso no processo de aprendizagem.

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Para isso a escola deve oferecer recursos e apoios pedagógicos, que vão desde a
acessibilidade à formação dos professores.

Educar todos juntos significa desenvolver formas de ensino que respondam às


diferenças individuais, o que beneficia todas as crianças. O ambiente inclusivo pode
mudar atitudes em relação àqueles considerados diferentes, e isso contribui de forma
direta na formação do cidadão, oportunizando uma sociedade mais justa e com
menos discriminação. Temos um grande desafio!

Leia esta reportagem sobre a Sala de Recurso, uma estratégia que contempla o trabalho
Explor

de inclusão: http://bit.ly/2QnN3QB

Em relação à terminologia para essa população, os termos “excepcional”, “anor-


mal” e “especial” não devem ser considerados adequados. Isso porque a deficiência
é uma manifestação da diversidade humana. Não somos iguais! A diversidade é uma
marca da sociedade.

Em relação ao termo “pessoa com necessidades especiais”, está relacionado em


sua origem às necessidades educacionais especiais, está vinculado às dificuldades
voltadas para o processo de ensino-aprendizagem. Todavia, a terminologia não é
adequada fora do campo do ensino.

Outro equívoco em relação à terminologia é a atribuição, ao termo “deficiência”,


do antônimo “eficiência”, o que leva a um falso conceito de que as pessoas com
deficiência são menos capazes, sem eficiência.

Existe uma proposta para o termo diversidade funcional, apontada por Pereira (2009).
Explor

O autor nos leva a pensar sobre a utilização de antigos estigmas por um suposto bem-
-estar da pessoa com deficiência.

O termo correto é pessoa com deficiência, que se refere apenas a uma caracte-
rística da pessoa.

Você acredita que o papel histórico da pessoa com deficiência contribui para a forma como
Explor

enxergamos essa população?


Explor

Assista ao vídeo Vamos ver as diferenças pelos olhos de uma criança: https://youtu.be/vFsEZzo8MWk

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UNIDADE Inclusão

De acordo com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, (ONU
- Organização das Nações Unidas, 2006), “as pessoas com deficiência são aquelas
que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual (mental) ou
sensorial (visão e audição), os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas”.

Mas onde eles estão? Observe a imagem abaixo.

Centro- Norte
Sul Oeste 1,9 %
3,2 % 1,7 %
Nordeste
7,4 %
Sudeste
9,7 %

Figura 6
Fonte: Adaptado de IBGE, Censo 2010

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2012), a popu-


lação com deficiência representa 24% da população, como podemos observar na
imagem abaixo.

45.606.048 de brasileiros, 23,9 % da


população total, têm algum tipo de
deficiência – visual, auditiva, motora
e mental ou intelectual.

25.800.681 (26,5 %) são mulheres e


19.805.357 (21,2 %) são homens.

38.473.702 pessoas vivem em áreas


urbanas e 7.132.347 em áreas rurais.
Figura 7
Fonte: Adaptado de IBGE, Censo 2010

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Trocando ideias... Importante!
Você acredita que a Educação Física pode ter um papel importante ao que se refere
à inclusão?

A Educação Física originou-se na visão homogeneizadora do ensino, baseada no


alto rendimento. Esse modelo resultou na exclusão sistemática dos alunos que não
atingiam o desempenho ou perfil físico esperado.

Neste contexto, a pessoa com deficiência fazia parte dessa exclusão, com exce-
ção das atividades de Educação Física Adaptada, que eram voltadas exclusivamente
para esse público.

A partir de 1980, a Educação física deixa de ser simplesmente tecnicista e ga-


nha uma abordagem teórica e um perfil que favorece a inclusão, o que pressupõe
a participação de todos os estudantes em uma mesma atividade. Assim, alterações
nas práticas físicas incentivando a criação de novas propostas de atividades são
extremamente importantes.

O desenvolvimento desse paradigma pressupõe a eliminação de barreiras e a


ressignificação dos objetivos da Educação Física.

O processo de ensino-aprendizagem das habilidades motoras visa transmitir va-


lores, normas de conduta, maneiras de pensar e padrões de comportamento para
viver bem em sociedade.

De fato, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiên-


cia (2007) acredita que as especificidades de cada aluno e a adaptação dos recursos
e regras das atividades físicas promovem a inclusão.

Somada a isso, há uma preocupação do profissional e/ou professor de Educação


Física com a avaliação médica funcional, repertório motor, respostas e adaptações fi-
siológicas do aluno, para as adaptações necessárias das atividades que serão propostas.

A Atividade Motora Adaptada (AMA) enfatiza as necessidades de vivências rela-


cionadas ao movimento corporal em todo tipo de ambiente.

Vale ressaltar que a atividade motora adaptada corresponde ao conjunto de atos


intencionais que visam melhorar e promover a capacidade para o movimento consi-
derando-se as diferenças individuais em contextos inclusivos ou não.

O grande desafio dessa perspectiva é lidar com as múltiplas potencialidades


do aluno.

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UNIDADE Inclusão

Educação Física Educação Física


Adaptada Inclusiva
Desenvolvimento afetivo, O desenvolvimento afetivo,
cognitivo e psicomotor cognitivo e psicomotor

Baseada na prática dos Não só da pessoa com


esportes adaptados, deficiência, mas de todos.
cuja origem são os O convívio é um fator
esportes convencionais fundamental!

Figura 8

O processo de inclusão, sobretudo, é estar disposto a considerar e respeitar as


diferenças individuais, criando a possibilidade de aprendizado nas diversidades de
cada um.

É necessário buscar um equilíbrio entre as expectativas e as possibilidades para


o desenvolvimento da pessoa.

Inclusão se reflete em uma atitude de não rejeição, não segregação, de valo-


rização da autoimagem e autoestima, com trocas interativas entre os alunos e
professor/profissional.

Os profissionais possuem diferentes perfis em relação à convivência com a di-


versidade, por isso é necessário ressignificar sua prática pedagógica e a concepção
sobre essa diversidade.

A mudança de atitude em relação à diferença é necessária e envolve toda a socie-


dade. Quanto maior a diversidade, mais complexo e mais rico o processo de desenvol-
vimento, pois o processo de ensino-aprendizagem acontece de diferentes maneiras.

É necessário transformar as aulas em espaços prazerosos, através de estratégias


participativas, de cooperação, que incluam trabalhos em grupo e favoreçam as
trocas de experiências.

Nos tópicos abaixo, podemos observar algumas dicas importantes para auxiliar
a atuação na perspectiva da inclusão.
• Procure agir naturalmente. Acolha e receba todos com o mesmo nível de aten-
ção e consideração. Perguntas vão surgir. Responda naturalmente;
• Atenção e Prestígio é muito bom. Todos gostam. Não superproteja, nem dê ex-
cesso de atenção para alguns, pois estes talvez não vão gostar e os outros todos
irão reclamar!

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• Garantir a participação de todos (individual ou em grupo), desafiando cada um a
realizar o melhor considerando as suas potencialidades (“teoria” da corda inclinada);
• Realizar as adaptações compartilhando opiniões. Regras sempre podem ser
combinadas, e recombinadas, inventada, e re-inventadas. Jogos cooperativos
(Broto, 1997) são uma excelente opção ára viver em comum-unidade;
• Promover e adequar desafios, incentivando e ajudando a superar dificuldades;
• Não subestimar. Aceitar formas diferentes de execução de movimentos;
• Promover sucesso para desenvolver a auto-estuma. Oferecer a oporunidade de
pensar, decidir, agir por seus próprios meios. Garantir autonomia.

O olhar para o aluno é baseado em suas potencialidades, e o processo de ensino


é baseado no desenvolvimento dessas potencialidades. Dessa forma, não só a pessoa
com deficiência tem a oportunidade de atingir o objetivo da atividade proposta, mas
todos os alunos! Isso é inclusão, um desafio para os professores/profissionais de Edu-
cação Física e também para toda a sociedade, pois precisamos desconstruir os pre-
conceitos e estigmas estabelecidos para a pessoa com deficiência no tempo histórico.

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UNIDADE Inclusão

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
http://bit.ly/2QkGQ7W

Livros
Pessoas com Deficiência e o Direito ao Trabalho
GUGEL, M. A. Pessoas com Deficiência e o Direito ao Trabalho. Florianópolis: Obra
Jurídica, 2007.

A Epopeia Ignorada: A Pessoa Deficiente na História do Mundo de Ontem e de Hoje


SILVA, O. M. A Epopeia Ignorada: A Pessoa Deficiente na História do Mundo de Ontem e
de Hoje. São Paulo: CEDAS, 1986.

O Professor e a Educação Inclusiva: Formação, Práticas e Lugares


MIRANDA, T. G.; GALVÃO FILHO, T. A. (Org.) O Professor e a Educação Inclusiva:
Formação, Práticas e Lugares. Salvador: EDUFBA, 2012, 491 p.

Vídeos
Circo das Borboletas
WEIGEL, Joshua. Circo das Borboletas.
https://youtu.be/ZQc8DWekUeQ
TED TALKS – Stella Young - I’m not your inspiration, thank you very much
http://bit.ly/2QeNOet

Leitura
Comunicação Inclusiva: Uma Abordagem Humanizada
SILVA, M. I. Secretaria dos direitos da pessoa com deficiência. Comunicação Inclusiva:
Uma Abordagem Humanizada.
http://bit.ly/2qgoyew

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Referências
AGUIAR, J. S.; DUARTE, É. Educação Inclusiva: Um Estudo na Área da Educa-
ção Física. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 11, n. 2, 2005.

CARMO, A. A. A “deficiente” história dos deficientes. In: FERREIRA, E. L. (ORG).


Esportes e atividades físicas inclusivas. Niterói: Intertexto, 2014, v. 4.

CARVALHO, R. E. Removendo barreiras para a aprendizagem. In: Salto para o


Futuro: Tendências Atuais. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministé-
rio da Educação, SEED, 1999.

CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


(2006). Brasília: Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promo-
ção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo


Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS


ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo Brasileiro de 2010. Brasília: Ministério da
Educação, 2010.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos das


Pessoas com Deficiência, 2006.

PEDRINELLI, V. J., VERENGUER, R. de C. G. Introdução ao Universo das


Possibilidades. In: GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. (org.). Atividade Física
Adaptada: Qualidade de Vida para Pessoas com Necessidades Especiais. Ba-
rueri: Manole, 2005.

PEDRINELLI, V. J. Possibilidades na Diferença: O Processo de Inclusão, de todos


nós. Revista Integração. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Espe-
cial. v. 14. 2002.

PEREIRA, C. L.; SANTOS, M. Educação Inclusiva: Uma Breve Reflexão sobre


Avanços no Brasil após a Declaração de Salamanca. Revista da Católica. Uber-
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PEREIRA, R. Diversidade Funcional: A Diferença e o Histórico Modelo de Ho-


mem-padrão. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3,
Jul-Set. 2009, p. 715-728.

RODRIGUES, O. M. P. R.; MARANHE, E. A. Educação especial: história, etio-


logia, conceitos e legislação vigente. In: CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho
(org.). Práticas em Educação Especial e Inclusiva na Área da Deficiência
Mental. Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.

SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos. Rio de Ja-


neiro: WVA, 1997.

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